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INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO Prof. Bento Outubro 2011

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INVESTIGAÇÃO

EM

EDUCAÇÃO

Prof. Bento

Outubro 2011

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CONCEITO DE INVESTIGAÇÃOCONCEITO DE INVESTIGAÇÃO

- INVESTIGAÇÃO

- CARACTERÍSTICAS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

- SENSO COMUM

- CONHECIMENTO CIENTÍFICO

- CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS FACTUAIS

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CONCEITO DE INVESTIGAÇÃOCONCEITO DE INVESTIGAÇÃO

O QUE SIGNIFICA “INVESTIGAR”?

INVESTIGAR É PROCURAR DESCOBRIRPROCURAR DESCOBRIR

Método científico – é uma série organizada e sistemática de passos que garante a máxima objectividade e uniformidade à pesquisa de um problema.

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CONCEITO DE INVESTIGAÇÃOCONCEITO DE INVESTIGAÇÃO

O termo “investigação” deriva da palavra latina O termo “investigação” deriva da palavra latina “investigatio”“investigatio” (in + vestigium). “In” significando uma acção (in + vestigium). “In” significando uma acção e e “vestigium”“vestigium” correspondendo a vestígio, marca, sinal. correspondendo a vestígio, marca, sinal.

““VestigiumVestigium é uma pegada, a marca do pé, o vestígio de é uma pegada, a marca do pé, o vestígio de alguma coisa que aconteceu num certo lugar e num certo alguma coisa que aconteceu num certo lugar e num certo tempo e aí deixou marcas e sinal de si” (Rosa, 1994)tempo e aí deixou marcas e sinal de si” (Rosa, 1994)

Investigar refere-se, em termos etimológicos, em entrar Investigar refere-se, em termos etimológicos, em entrar nos vestígios, em procurar nos sinais o conhecimento nos vestígios, em procurar nos sinais o conhecimento daquilo que os provocou.daquilo que os provocou.

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““A investigação é, assim, uma demanda A investigação é, assim, uma demanda daquilo que não se conhece. O daquilo que não se conhece. O investigador vai do que sabe, os investigador vai do que sabe, os vestígios, para o que não sabe, o que os vestígios, para o que não sabe, o que os vestígios indicam. Nem se pode dizer vestígios indicam. Nem se pode dizer que vai para aquilo que procura, pois, em que vai para aquilo que procura, pois, em verdadeira e radical investigação, não é verdadeira e radical investigação, não é sequer possível saber o que é que se sequer possível saber o que é que se procura. O termo da investigação, da procura. O termo da investigação, da demanda, é uma descoberta” (Rosa, demanda, é uma descoberta” (Rosa, 1994) 1994)

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NOS FINAIS DO SÉC. XIX NOS FINAIS DO SÉC. XIX PREVALECIA O MITO DE QUE PREVALECIA O MITO DE QUE OS HOMENS ERAM MAIS OS HOMENS ERAM MAIS INTELIGENTES QUE AS INTELIGENTES QUE AS MULHERES. MARY CALKINS, MULHERES. MARY CALKINS, UMA PSICÓLOGA, CONDUZIU UMA PSICÓLOGA, CONDUZIU EXPERIÊNCIAS NO EXPERIÊNCIAS NO WELLESLEY COLLEGE EM WELLESLEY COLLEGE EM 1887 QUE DEMONSTROU QUE 1887 QUE DEMONSTROU QUE AS MULHERES SÃO TÃO AS MULHERES SÃO TÃO INTELIGENTES COMO OS INTELIGENTES COMO OS HOMENS (Furumoto, 1980).HOMENS (Furumoto, 1980).

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INVESTIGAÇÃOINVESTIGAÇÃO

INVESTIGAÇÃO: È UM DOS MUITOS MEIOS INVESTIGAÇÃO: È UM DOS MUITOS MEIOS DE “SABER” OU “COMPREENDER”.DE “SABER” OU “COMPREENDER”.

È UM PROCESSO DE SISTEMÁTICA È UM PROCESSO DE SISTEMÁTICA INQUIRIÇÃO QUE É DESENHADO PARA INQUIRIÇÃO QUE É DESENHADO PARA RECOLHER, ANALISAR, INTERPRETAR, E RECOLHER, ANALISAR, INTERPRETAR, E USAR DADOS PARA COMPREENDER, USAR DADOS PARA COMPREENDER, DESCREVER, PREVER OU CONTROLAR UM DESCREVER, PREVER OU CONTROLAR UM FENÓMENO EDUCACIONAL OU FENÓMENO EDUCACIONAL OU PSICOLÓGICO.PSICOLÓGICO.

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CARACTERÍSTICAS DA CARACTERÍSTICAS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICAINVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

A investigação científica possui A investigação científica possui três característicastrês características particulares que a distinguem de outros modos de particulares que a distinguem de outros modos de procura de conhecimento (Kerlinger, 1973):procura de conhecimento (Kerlinger, 1973):

1.1. Enquanto que a experiência prática lida com eventos Enquanto que a experiência prática lida com eventos que ocorrem aleatóriamente, que ocorrem aleatóriamente, a investigação é a investigação é sistematizadasistematizada e controlada, baseando os seus e controlada, baseando os seus procedimentos no modelo dedutivo-indutivo procedimentos no modelo dedutivo-indutivo

2. A investigação é empírica. O investigador procede à . O investigador procede à validação da experiência. Há uma posição subjectiva validação da experiência. Há uma posição subjectiva que é verificada em condições de realidade objectiva.que é verificada em condições de realidade objectiva.

3. A investigação auto-correctora, na medida em que as , na medida em que as metodologias empregues possuem mecanismos para as metodologias empregues possuem mecanismos para as protegerem dos erros humanos que sempre são protegerem dos erros humanos que sempre são possíveis de ocorrer.possíveis de ocorrer.

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““A investigação é um processo de A investigação é um processo de pesquisa em que se procura pesquisa em que se procura cuidadosamente colocar uma questão e cuidadosamente colocar uma questão e proceder sistematicamente para proceder sistematicamente para recolher, analisar, interpretar e recolher, analisar, interpretar e comunicar a informação necessária para comunicar a informação necessária para responder à questão”responder à questão”

(Graziano e Raulin, 1989)(Graziano e Raulin, 1989)

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Premissas

Conhecimentos já adquiridos

INVESTIGAÇÃORaciocínio logicamente

conduzido

Conclusões

Novos conhecimentos

Mètodos

Dedução

Indução

etc.

Validade Probabilidade

Conclui da verdade Grau de veracidade

Tautologia

Repetição do mesmo em termos sinónimos

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““A racionalidade da investigação consiste, por A racionalidade da investigação consiste, por conseguinte, na humildade de não saber, na conseguinte, na humildade de não saber, na docilidade em aceitar a manifestação dos docilidade em aceitar a manifestação dos vestígios, na honestidade intelectual de vestígios, na honestidade intelectual de enfrentar essa manifestação sem a perverter, enfrentar essa manifestação sem a perverter, na constância e na diligência em prosseguir, na constância e na diligência em prosseguir, de vestígio em vestígio, mesmo quando não se de vestígio em vestígio, mesmo quando não se vislumbra um sentido final do percurso… A vislumbra um sentido final do percurso… A investigação requer, por conseguinte, uma investigação requer, por conseguinte, uma grande maturidade interior do ser humano. grande maturidade interior do ser humano. Exige paciência, constância, autoconfiança, Exige paciência, constância, autoconfiança, humildade, capacidade para enfrentar a humildade, capacidade para enfrentar a eventual incompreensão dos outros. eventual incompreensão dos outros. A somar A somar a isto tudo, não é despiciendo um bom capital a isto tudo, não é despiciendo um bom capital de esperança”de esperança”

(Rosa, 1994) (Rosa, 1994)

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SENSO COMUM E CONHECIMENTO SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICOCIENTÍFICO

IDEIAS BÁSICAS SOBRE O IDEIAS BÁSICAS SOBRE O SENSO COMUMSENSO COMUM1.1. SABER IMEDIATOSABER IMEDIATO. Nível mais elementar do conhecimento . Nível mais elementar do conhecimento

baseado em observações ingénuas da realidade. Confunde o real baseado em observações ingénuas da realidade. Confunde o real com as suas aparências. Está frequentemente ligado a resolução de com as suas aparências. Está frequentemente ligado a resolução de problemas práticos do quotidiano.problemas práticos do quotidiano.

2.2. SABER SUBJECTIVOSABER SUBJECTIVO. Construído com base em experiências . Construído com base em experiências subjectivas. Baseia-se em observações espontâneas. Está subjectivas. Baseia-se em observações espontâneas. Está contaminado por factores culturais e psicológicos sobre o modo de contaminado por factores culturais e psicológicos sobre o modo de ver as coisas.ver as coisas.

3.3. SABER HETERÓGENOSABER HETERÓGENO. Resulta de sucessivas acumulações de . Resulta de sucessivas acumulações de dados provenientes da experiência, sem qualquer selectividade, dados provenientes da experiência, sem qualquer selectividade, coerência ou método. Trata-se de uma forma de saber ligado ao coerência ou método. Trata-se de uma forma de saber ligado ao processo de socialização dos indivíduos, sendo muito evidente a processo de socialização dos indivíduos, sendo muito evidente a influência das tradições e ideias feitas transmitidas de geração em influência das tradições e ideias feitas transmitidas de geração em geração.geração.

4.4. SABER NÃO CRÍTICOSABER NÃO CRÍTICO. Baseia-se em ideias feitas e não reflectidas . Baseia-se em ideias feitas e não reflectidas sobre a realidade. Não procura apreender a universalidade das sobre a realidade. Não procura apreender a universalidade das mesmas coisas ou situações, nem o porquê das suas causas. mesmas coisas ou situações, nem o porquê das suas causas. Conhecimento pouco generalizador.Conhecimento pouco generalizador.

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CONHECIMENTO CIENTÍFICOCONHECIMENTO CIENTÍFICO Alguns autores apontam o conhecimento teórico, a explicação dos Alguns autores apontam o conhecimento teórico, a explicação dos

fenómenos naturais, como o objectivo da ciência (Kerlinger, 1985). Outros fenómenos naturais, como o objectivo da ciência (Kerlinger, 1985). Outros definem como objectivos da ciência a formulação de hipóteses, definições definem como objectivos da ciência a formulação de hipóteses, definições terminológicas, descobrir leis, estabelecer generalizações, etc. Esta é a terminológicas, descobrir leis, estabelecer generalizações, etc. Esta é a corrente positivista, com uma concepção nomotética, ou seja, objectividade corrente positivista, com uma concepção nomotética, ou seja, objectividade para o estabelecimento das leis gerais.para o estabelecimento das leis gerais.

Segundo Bisquerra (1989), as Segundo Bisquerra (1989), as funções principais deste tipo de ciência funções principais deste tipo de ciência são:são:

1.1. DESCREVERDESCREVER: descrição dos fenómenos, conhecimento claro dos seus : descrição dos fenómenos, conhecimento claro dos seus elementos e do seu funcionamento.elementos e do seu funcionamento.

2.2. EXPLICAREXPLICAR: Indicar o porquê de um comportamento, o que permitirá a sua : Indicar o porquê de um comportamento, o que permitirá a sua generalização e a procura das relações entre os diferentes fenómenos.generalização e a procura das relações entre os diferentes fenómenos.

3.3. CONTROLARCONTROLAR: manipular as condições de produção do fenómeno para : manipular as condições de produção do fenómeno para observar o seu aparecimento.observar o seu aparecimento.

4.4. PREDIZERPREDIZER: indicando as condições sob as quais se produzirão : indicando as condições sob as quais se produzirão acontecimentos futuros, com um certo grau de probabilidade. acontecimentos futuros, com um certo grau de probabilidade.

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As perspectivas humanistas opõem-se às positivistas, As perspectivas humanistas opõem-se às positivistas, ideográfica, enfatizando a compreensão dos fenómenos e ideográfica, enfatizando a compreensão dos fenómenos e o estudo do individual e particular, sem pretender chegar a o estudo do individual e particular, sem pretender chegar a leis gerais.leis gerais.

A discussão entre o positivismo e o anti-positivismo, as A discussão entre o positivismo e o anti-positivismo, as ciências nomotéticas e as ideográficas, bem como as ciências nomotéticas e as ideográficas, bem como as metodologias quantitativas e qualitativas de investigação, metodologias quantitativas e qualitativas de investigação, originaram durante o século XX extensos debates e originaram durante o século XX extensos debates e posicionamentos quase radicais para se chegar a uma posicionamentos quase radicais para se chegar a uma posição ecléctica, muito modesta mas honesta, em que se posição ecléctica, muito modesta mas honesta, em que se deverá procurar o melhor caminho para investigar em deverá procurar o melhor caminho para investigar em função do que se pretende investigar, independentemente função do que se pretende investigar, independentemente de posições escolásticas e tendências metodológicas. de posições escolásticas e tendências metodológicas. Nada impede que se cruzem ou façam convergir Nada impede que se cruzem ou façam convergir metodologias diferentes numa investigação se com tal metodologias diferentes numa investigação se com tal procedimento se conseguir maior eficácia e validade.procedimento se conseguir maior eficácia e validade.

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No campo da Educação, o que constitui o No campo da Educação, o que constitui o seu objectivo como ciência é, segundo seu objectivo como ciência é, segundo Bisquerra (1985):Bisquerra (1985):

1.1. A descoberta das leis e princípios A descoberta das leis e princípios concretos dos processos educativos;concretos dos processos educativos;

2.2. O estabelecimento de bases científicas de O estabelecimento de bases científicas de um plano geral de educação;um plano geral de educação;

3.3. A constante melhoria da qualidade da A constante melhoria da qualidade da educação. educação.

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CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS FACTUAISFACTUAIS

1.1. O CONHECIMENTO É DE ORIGEM EMPÍRICAO CONHECIMENTO É DE ORIGEM EMPÍRICA: tem o seu ponto de : tem o seu ponto de partida na observação. Embora se baseie nos factos, não se fica na partida na observação. Embora se baseie nos factos, não se fica na sua análise, ultrapassando-os. “Faz-se ciência com os factos, tal sua análise, ultrapassando-os. “Faz-se ciência com os factos, tal como uma casa se faz com tijolos; mas uma acumulação de factos como uma casa se faz com tijolos; mas uma acumulação de factos não é uma ciência, tal como um monte de tijolos não é uma casa” não é uma ciência, tal como um monte de tijolos não é uma casa” (Poincaré, cit. por Bisquerra, 1985).(Poincaré, cit. por Bisquerra, 1985).

2.2. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É RACIONALO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É RACIONAL, sendo constituído , sendo constituído por conceitos, juízos e raciocínios, permitindo que as ideias que o por conceitos, juízos e raciocínios, permitindo que as ideias que o compõem se associem em sequências lógicas que possam levar a compõem se associem em sequências lógicas que possam levar a inferências dedutivas, procurando abstrair-se de emoções, inferências dedutivas, procurando abstrair-se de emoções, sentimentos e subejctividades.sentimentos e subejctividades.

3.3. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É EFECTUADO EM O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É EFECTUADO EM PROFUNDIDADEPROFUNDIDADE: o aprofundar é o que leva ao “porquê” e a um : o aprofundar é o que leva ao “porquê” e a um conhecimento mais profundo do que o vulgar, preocupando-se com conhecimento mais profundo do que o vulgar, preocupando-se com as causas, os efeitos e a explicação dos fenómenos. as causas, os efeitos e a explicação dos fenómenos.

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4. 4. O CONHECIMENTO CIENTIFICO É OBJECTIVOO CONHECIMENTO CIENTIFICO É OBJECTIVO, , procurando alcançar a verdade factual através de meios procurando alcançar a verdade factual através de meios de observação, de experimentação e de investigação, de observação, de experimentação e de investigação, analisando a concordância com o seu objecto e a analisando a concordância com o seu objecto e a adequação das hipóteses com os factos constatados. A adequação das hipóteses com os factos constatados. A objectividade exige um acordo inter e intra-objectividade exige um acordo inter e intra-observadores, implicando a fiabilidade e constância das observadores, implicando a fiabilidade e constância das observações e a constrastabilidade intersubjectiva.observações e a constrastabilidade intersubjectiva.

5. 5. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É FACTUALO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É FACTUAL, partindo , partindo sempre de factos e voltando a eles, considerando como sempre de factos e voltando a eles, considerando como fundamentais os “dados empíricos” factuais.fundamentais os “dados empíricos” factuais.

6. 6. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É RIGOROSOO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É RIGOROSO: o rigor : o rigor na utilização do método científico confere a validade e na utilização do método científico confere a validade e garantia dos seus resultados.garantia dos seus resultados.

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7. 7. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É TANSCENDENTE AOS FACTOSO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É TANSCENDENTE AOS FACTOS, , quando produz novos factos e os explica; quando selecciona, quando produz novos factos e os explica; quando selecciona, controla e reproduz os factos; quando, para além da simples controla e reproduz os factos; quando, para além da simples descrição experimental, a sintetiza e compara com o que se conhece descrição experimental, a sintetiza e compara com o que se conhece de outros factos; quando ultrapassa os factos conhecidos e de outros factos; quando ultrapassa os factos conhecidos e observados para inferir novos factos.observados para inferir novos factos.

8.8. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E ANALÍTICOO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E ANALÍTICO, quando decompõe , quando decompõe o todo nas suas partes para estudar cada uma em particular, o todo nas suas partes para estudar cada uma em particular, voltando à reconstrução das partes através da síntese, depois de voltando à reconstrução das partes através da síntese, depois de descobrir o mecanismo que une as partes num todo.descobrir o mecanismo que une as partes num todo.

9.9. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É CLARO E PRECISOO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É CLARO E PRECISO. Ao . Ao contrário do conhecimento vulgar ou popular, o conhecimento contrário do conhecimento vulgar ou popular, o conhecimento científico procura ao máximo ser exacto, preciso e formulado com científico procura ao máximo ser exacto, preciso e formulado com clareza, evitando ao máximo quaisquer ambiguidades.clareza, evitando ao máximo quaisquer ambiguidades.

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10. 10. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO BASEIA-SE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO BASEIA-SE EM FACTOS MENSURÁVEIS EM FACTOS MENSURÁVEIS: : desenvolvendo técnicas particulares de medição desenvolvendo técnicas particulares de medição e registo de fenómenos.e registo de fenómenos.

11.11. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É IMPARCIALIMPARCIAL: não sendo influenciado por ideias, : não sendo influenciado por ideias, pressupostos, tendências ou subjectividades.pressupostos, tendências ou subjectividades.

12. 12. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É COMUNICÁVELCOMUNICÁVEL, sendo formulado em termos , sendo formulado em termos que permitem uma fácil transmissão e recepção que permitem uma fácil transmissão e recepção dos seus conteúdos. Possui um carácter dos seus conteúdos. Possui um carácter eminentemente informativo (e não de sedução eminentemente informativo (e não de sedução ou de imposição).ou de imposição).

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13. 13. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É UNIVERSALO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É UNIVERSAL, sendo , sendo considerado não como propriedade particular mas de toda considerado não como propriedade particular mas de toda a humanidade, uma vez que é o elemento propulsor de a humanidade, uma vez que é o elemento propulsor de todo o progresso.todo o progresso.

14. 14. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É VERIFICÁVELO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É VERIFICÁVEL, , sendo por isso formulado de modo a que outros sendo por isso formulado de modo a que outros investigadores possam repetir a investigação, verificando investigadores possam repetir a investigação, verificando os dados e as conclusões a que se chegou.os dados e as conclusões a que se chegou.

15. 15. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO MANTÉM A DÚVIDA O CONHECIMENTO CIENTÍFICO MANTÉM A DÚVIDA METÓDICAMETÓDICA: duvidando metodologicamente sempre, até : duvidando metodologicamente sempre, até que seja obtida uma evidência empírica. que seja obtida uma evidência empírica.

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16. 16. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO DEPENDE DA O CONHECIMENTO CIENTÍFICO DEPENDE DA INVESTIGAÇÃO METÓDICAINVESTIGAÇÃO METÓDICA, baseada no conhecimento , baseada no conhecimento anterior, planeada e efectuada de modo sistemático, anterior, planeada e efectuada de modo sistemático, procurando confirmar hipóteses baseadas em princípios já procurando confirmar hipóteses baseadas em princípios já estabelecidos, utilizando metodologia adequada e estabelecidos, utilizando metodologia adequada e analisando rigorosamente os dados obtidos.analisando rigorosamente os dados obtidos.

17. 17. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É PROBABILISTICOO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É PROBABILISTICO: : a validação das hipóteses faz-se com um nível de a validação das hipóteses faz-se com um nível de probabilidade, nunca com a certeza absoluta.probabilidade, nunca com a certeza absoluta.

18. 18. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É AUTO-O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É AUTO-CORRECTIVOCORRECTIVO: sendo capaz de descobrir as suas próprias : sendo capaz de descobrir as suas próprias deficiências e de corrigir os seus erros.deficiências e de corrigir os seus erros.

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19. 19. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É SISTÉMICOO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É SISTÉMICO, sendo , sendo constituído por um sistema de ideias inter-relacionadas, constituído por um sistema de ideias inter-relacionadas, contendo sistemas referenciais, convergência de contendo sistemas referenciais, convergência de informações e quadros teóricos eclécticos que explicam as informações e quadros teóricos eclécticos que explicam as redes relacionais.redes relacionais.

20. 20. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É PROGRESSIVO E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É PROGRESSIVO E EVOLUTIVOEVOLUTIVO, ou seja, é consequência de um contínuo , ou seja, é consequência de um contínuo seleccionar de novos conhecimentos que vêm substituir os seleccionar de novos conhecimentos que vêm substituir os antigos, quando estes se revelem ultrapassados ou antigos, quando estes se revelem ultrapassados ou inadequados.inadequados.

21. 21. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É FALÍVELO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É FALÍVEL, nunca , nunca sendo considerado como totalmente certo, absoluto, sendo considerado como totalmente certo, absoluto, definitivo, final ou perene. A perfeição é inatingível e toda a definitivo, final ou perene. A perfeição é inatingível e toda a ciência evolui, de modo que o que hoje se considera como ciência evolui, de modo que o que hoje se considera como certo amanhã verifica-se estar errado e ultrapassado por certo amanhã verifica-se estar errado e ultrapassado por novos conhecimentos.novos conhecimentos.

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22. 22. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É GERALO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É GERAL, na , na medida em que procura descobrir leis ou medida em que procura descobrir leis ou princípios gerais que permitam chegar-se a uma princípios gerais que permitam chegar-se a uma certa unicidade, uniformidade e generalização.certa unicidade, uniformidade e generalização.

23. 23. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É EXPLICATVOEXPLICATVO, inquirindo o como se processam , inquirindo o como se processam as coisas e procurando saber o porquê desse as coisas e procurando saber o porquê desse processamento.processamento.

24. 24. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É PREDICTIVOPREDICTIVO, procurando, através da indução , procurando, através da indução probabilística, prever ocorrências, calculando probabilística, prever ocorrências, calculando inclusivamente a margem de erro em que o inclusivamente a margem de erro em que o fenómeno pode ocorrer.fenómeno pode ocorrer.

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25. 25. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É A BERTOO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É A BERTO, , dado que não coloca barreiras que limitem o dado que não coloca barreiras que limitem o conhecimento, quer em relação ao seu campo, conhecimento, quer em relação ao seu campo, quer em relação aos métodos que utiliza, não se quer em relação aos métodos que utiliza, não se subordinando a quaisquer restrições doutrinárias subordinando a quaisquer restrições doutrinárias ou concepções paradigmáticas.ou concepções paradigmáticas.

26. 26. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É ÚTILO CONHECIMENTO CIENTÍFICO É ÚTIL, dado , dado que ao contribuir para o aumento do que ao contribuir para o aumento do conhecimento da ciência está a contribuir para o conhecimento da ciência está a contribuir para o emprego desta para impulsionar o progresso, emprego desta para impulsionar o progresso, promover a melhoria das condições de vida e promover a melhoria das condições de vida e aumentar o bem-estar da humanidade.aumentar o bem-estar da humanidade.

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BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIAAry, D., Jacobs, L. & Razavieh, A. (1990). Ary, D., Jacobs, L. & Razavieh, A. (1990).

Introduction to research in education. Introduction to research in education. Texas: Texas: Harcourt Brace College Publishers.Harcourt Brace College Publishers.

Kerlinger, F. N. (1973).. New Kerlinger, F. N. (1973).. New Foundations of Foundations of behavioral research. Newbehavioral research. New York: Holt, York: Holt, Rinehart and Winston.Rinehart and Winston.

Rosa, J. C. (1984). Rosa, J. C. (1984). Investigação em Investigação em educaçãoeducação. Lisboa: E.S.E. João de Deus.. Lisboa: E.S.E. João de Deus.

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EXERCÍCIOEXERCÍCIO

1.1. DEFINA “INVESTIGAÇÃO”DEFINA “INVESTIGAÇÃO”

2.2. REFIRA AS CARACTERÍSTICAS DA REFIRA AS CARACTERÍSTICAS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICAINVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

3.3. DEFINA “SENSO COMUM”DEFINA “SENSO COMUM”

4.4. REFIRA AS FUNÇÕES PRINCIPAIS DO REFIRA AS FUNÇÕES PRINCIPAIS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICOCONHECIMENTO CIENTÍFICO

5.5. REFIRA ALGUMAS CARACTERÍSTICAS REFIRA ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS FACTUAIS DAS CIÊNCIAS FACTUAIS

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PARTE IIPARTE II NATUREZA GERAL DA CIÊNCIANATUREZA GERAL DA CIÊNCIA

A ciência é um empreendimento A ciência é um empreendimento preocupado exclusivamente com o preocupado exclusivamente com o conhecimento e a compreensão de conhecimento e a compreensão de fenómenos. Os cientistas desejam conhecer fenómenos. Os cientistas desejam conhecer e empreender as coisas. Eles querem poder e empreender as coisas. Eles querem poder dizer: se fizermos isto aqui, acontecerá dizer: se fizermos isto aqui, acontecerá aquilo ali. Se frustrarmos as crianças, aquilo ali. Se frustrarmos as crianças, provavelmente elas agredirão outras, seus provavelmente elas agredirão outras, seus pais, seus professores e até a si próprias. pais, seus professores e até a si próprias.

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Se observarmos uma organização com regras Se observarmos uma organização com regras relativamente rígidas a restringir seus membros, relativamente rígidas a restringir seus membros, digamos, os professores de uma escola, poderemos digamos, os professores de uma escola, poderemos esperar encontrar considerável insatisfação entre eles.esperar encontrar considerável insatisfação entre eles.

Os cientistas, então, querem conhecer os fenómenos. Os cientistas, então, querem conhecer os fenómenos. Eles querem saber, entre outras coisas, o que produz o Eles querem saber, entre outras coisas, o que produz o comportamento agressivo em crianças e adultos. Querem comportamento agressivo em crianças e adultos. Querem saber se a frustração conduz à agressão. Querem saber saber se a frustração conduz à agressão. Querem saber os efeitos dos meios restritivos ou permissivos de os efeitos dos meios restritivos ou permissivos de administração sobre os membros de uma organização. administração sobre os membros de uma organização. Em resumo, querem, compreender” de que maneira se Em resumo, querem, compreender” de que maneira se relacionam os fenómenos psicológicos, sociológicos e relacionam os fenómenos psicológicos, sociológicos e educacionais. educacionais.

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DOIS EXEMPLOS DE DOIS EXEMPLOS DE INVESTIGAÇÃO INVESTIGAÇÃO

Examinemos dois estudos: um experimental e outro não Examinemos dois estudos: um experimental e outro não experimental.experimental.

ExperimentalExperimental – estudo no qual se fazem coisas diferentes – estudo no qual se fazem coisas diferentes com grupos diferentes de sujeitos – pombos, ratos, com grupos diferentes de sujeitos – pombos, ratos, crianças, adultos – para ver se o que se faz com eles crianças, adultos – para ver se o que se faz com eles produz efeitos diferentes nos diferentes grupos. Por produz efeitos diferentes nos diferentes grupos. Por exemplo, um investigador educacional pode pedir a exemplo, um investigador educacional pode pedir a professores que escrevam notas elogiosas nos testes de professores que escrevam notas elogiosas nos testes de um grupo de alunos e nada nos testes de outro grupo de um grupo de alunos e nada nos testes de outro grupo de alunos. (Page, 1958). Então o pesquisador vê como esta alunos. (Page, 1958). Então o pesquisador vê como esta “manipulação”, afecta o desempenho dos dois grupos em “manipulação”, afecta o desempenho dos dois grupos em testes subsequentes.testes subsequentes.

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Por outro lado, num estudo Por outro lado, num estudo não-experimentalnão-experimental, não , não há “manipulação”, não há tentativa deliberada e há “manipulação”, não há tentativa deliberada e controlada de produzir efeitos diferentes através controlada de produzir efeitos diferentes através de diferentes manipulações. As relações entre os de diferentes manipulações. As relações entre os fenómenos são estudadas sem intervenção fenómenos são estudadas sem intervenção experimental. Por exemplo, quando os sociólogos experimental. Por exemplo, quando os sociólogos estudam a relação entre classe social e realização estudam a relação entre classe social e realização escolar, eles tomam a classe social e a realização escolar, eles tomam a classe social e a realização escolar como eles “são”. Medem as duas escolar como eles “são”. Medem as duas “variáveis”e estudam as relações entre elas. Não “variáveis”e estudam as relações entre elas. Não procuram mudar uma das variáveis para estudar o procuram mudar uma das variáveis para estudar o efeito da mudança sobre a outra variável. efeito da mudança sobre a outra variável.

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Recompensa intensiva e aproveitamento na Recompensa intensiva e aproveitamento na leituraleitura

Muitas pesquisas têm tentado compreender como o Muitas pesquisas têm tentado compreender como o homem e os animais aprendem. Uma das homem e os animais aprendem. Uma das descobertas mais bem documentadas é que a descobertas mais bem documentadas é que a recompensa aumenta a aprendizagem. Se as recompensa aumenta a aprendizagem. Se as respostas forem recompensadas de alguma forma, respostas forem recompensadas de alguma forma, as mesmas respostas, ou respostas semelhantes, as mesmas respostas, ou respostas semelhantes, serão repetidas quando ocorrem condições serão repetidas quando ocorrem condições semelhantes novamente. Se, por exemplo, a semelhantes novamente. Se, por exemplo, a criança é elogiada quando pronuncia uma palavra criança é elogiada quando pronuncia uma palavra correctamente, a pronúncia correcta tenderá a ser correctamente, a pronúncia correcta tenderá a ser lembrada e usada subsequentemente.lembrada e usada subsequentemente.

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(Os resultados não são tão previsiveis (Os resultados não são tão previsiveis quando se usa a punição). A teoria por trás quando se usa a punição). A teoria por trás da pesquisa, chamada de da pesquisa, chamada de teoria do teoria do reforçoreforço(1)(1), , está sendo aplicada na educação, está sendo aplicada na educação, ás vezes com resultados gratificantes.ás vezes com resultados gratificantes.

Clark e Walberg (1968) desejavam saber Clark e Walberg (1968) desejavam saber se a recompensa intensiva ajudaria a dar se a recompensa intensiva ajudaria a dar melhores resultados na leitura entre alunos melhores resultados na leitura entre alunos potencialmente reprovados. Criaram uma potencialmente reprovados. Criaram uma experiência simples para testar esta ideia.experiência simples para testar esta ideia.

(1) Se pensam que o princípio do reforço positivo é obvio, devem levar em conta que ele não era usado em escolas de outras épocas, excepto, naturalmente por professores muito compreensivos. Antes , a punição era evidentemente o princípio fundamental. Esperava-se que as crianças tivessem uma conduta correcta e que estudassem e eram punidas se não o faziam. Sem dúvida, o castigo ou reforço negativo é ainda um método usado na motivação escolar.

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Usaram crianças negras de 10 a 13 anos e com um Usaram crianças negras de 10 a 13 anos e com um atraso de vida escolar de um a quatro anos. Dois grupos atraso de vida escolar de um a quatro anos. Dois grupos foram formados de tal maneira que se poderia admitir foram formados de tal maneira que se poderia admitir serem aproximadamente iguais em características que serem aproximadamente iguais em características que pudessem afectar o resultados. Sabe-se, por exemplo, pudessem afectar o resultados. Sabe-se, por exemplo, que a inteligência afecta o trabalho escolar, como leitura que a inteligência afecta o trabalho escolar, como leitura e matemática. Os investigadores devem, portanto, tentar e matemática. Os investigadores devem, portanto, tentar formar grupos iguais em inteligência antes de começar o formar grupos iguais em inteligência antes de começar o estudo. De contrário, o resultado pode ser devido não ao estudo. De contrário, o resultado pode ser devido não ao que for feito na experiência, mas ao facto de um grupo ter que for feito na experiência, mas ao facto de um grupo ter em média um nível de inteligência superior ao do outro. em média um nível de inteligência superior ao do outro.

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No tipo de pesquisa em que se usam dois No tipo de pesquisa em que se usam dois grupos e um tratamento especial é aplicado a grupos e um tratamento especial é aplicado a um deles, este grupo chama-se um deles, este grupo chama-se “grupo “grupo experimental”. experimental”. O outro, ao qual não se faz O outro, ao qual não se faz nada em especial chama-se nada em especial chama-se “grupo de “grupo de controlo”.controlo”.

No início da experiência, todos os alunos No início da experiência, todos os alunos foram elogiados pelo seu trabalho. Isto foi foram elogiados pelo seu trabalho. Isto foi usado para estabelecer médias de usado para estabelecer médias de recompensa para os professores das recompensa para os professores das crianças. (Naturalmente o professores crianças. (Naturalmente o professores diferem quanto à recompensa que usam.) diferem quanto à recompensa que usam.)

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Depois de seis sessões, as médias de Depois de seis sessões, as médias de recompensa ficaram estabilizadas e a recompensa ficaram estabilizadas e a experiência propriamente dita começou. Os experiência propriamente dita começou. Os professores do grupo experimental, das professores do grupo experimental, das crianças a receberem o tratamento especial crianças a receberem o tratamento especial ou experimental, foram avisados para ou experimental, foram avisados para dobrarem ou triplicarem a recompensa, dobrarem ou triplicarem a recompensa, enquanto os professores do grupo de enquanto os professores do grupo de controlo foram avisados para “manterem o controlo foram avisados para “manterem o trabalho em ordem”. No fim de um período trabalho em ordem”. No fim de um período de três semanas foi feito um teste de leitura de três semanas foi feito um teste de leitura com as crianças.com as crianças.

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A análise dos resultados dos testes mostrou que o A análise dos resultados dos testes mostrou que o grupo experimental ou da “recompensa intensiva” grupo experimental ou da “recompensa intensiva” fez o teste melhor do que o grupo de controlo. fez o teste melhor do que o grupo de controlo. Esta conclusão foi inferida de um teste estatístico Esta conclusão foi inferida de um teste estatístico da diferença entre médias de pontos de leitura da diferença entre médias de pontos de leitura entre os dois grupos: a média do grupo entre os dois grupos: a média do grupo experimental foi maior do que a média do grupo experimental foi maior do que a média do grupo de controlo.de controlo.

Pode-se dizer que a recompensa intensiva teve Pode-se dizer que a recompensa intensiva teve resultados aumentando a contagem de pontos do resultados aumentando a contagem de pontos do grupo experimental em comparação com o grupo experimental em comparação com o número de pontos feitos pelo grupo de controlo.número de pontos feitos pelo grupo de controlo.

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Um estudo não-experimental: Um estudo não-experimental:

Classes sociais e tipos de criaçãoClasses sociais e tipos de criação..

No estudo No estudo não experimentalnão experimental não há não há manipulação de variáveis. Variável é manipulação de variáveis. Variável é definida como um conceito psicológico ou definida como um conceito psicológico ou sociológico no qual as pessoas ou coisas sociológico no qual as pessoas ou coisas variam ou diferem: sexo, classe social, variam ou diferem: sexo, classe social, habilidade verbal, realização, etc. Uma habilidade verbal, realização, etc. Uma “relação” em ciência sempre significa uma “relação” em ciência sempre significa uma relação entre variáveis. relação entre variáveis.

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Os psicólogos e sociólogos fizeram grande número Os psicólogos e sociólogos fizeram grande número de pesquisas sobre classes sociais e descobriram de pesquisas sobre classes sociais e descobriram sua importância para a explicação de diferentes sua importância para a explicação de diferentes tipos de comportamento: recreação, eleições e tipos de comportamento: recreação, eleições e criação dos filhos, etc.criação dos filhos, etc.

Miller e Swanson (1960) levantaram a hipótese, Miller e Swanson (1960) levantaram a hipótese, entre outras coisas, de uma relação entre a classe entre outras coisas, de uma relação entre a classe social dos pais e o tempo que levavam para social dos pais e o tempo que levavam para desmamar os filhos. Foi perguntado a uma amostra desmamar os filhos. Foi perguntado a uma amostra de 103 mães da classe média e da classe de 103 mães da classe média e da classe trabalhadora de uma grande cidade como estavam trabalhadora de uma grande cidade como estavam criando os seus filhos. criando os seus filhos.

O resultado de uma pergunta sobre o tempo do desmame é O resultado de uma pergunta sobre o tempo do desmame é apresentado na tabela seguinte: apresentado na tabela seguinte:

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------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Classe social DesmameClasse social Desmame

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Classe média

Classe trabalhadora

Cedo Tarde

33 (0,60)

22 (0,40)

17 (0,35)

31 (0,65)

50 53 103

55

48

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Há, aparentemente, uma relação, embora Há, aparentemente, uma relação, embora não muito forte, entre a classe social e o não muito forte, entre a classe social e o tempo do desmame. tempo do desmame.

As mães da classe média desmamam seus As mães da classe média desmamam seus filhos mais cedo (60%); as mães da classe filhos mais cedo (60%); as mães da classe trabalhadora desmamam mais tarde (65%). trabalhadora desmamam mais tarde (65%).

Podemos dizer que há uma tendência entre Podemos dizer que há uma tendência entre as mães da classe média a desmamam as mães da classe média a desmamam seus filhos mais cedo e entre as mães da seus filhos mais cedo e entre as mães da classe trabalhadora, mais tarde.classe trabalhadora, mais tarde.

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Concluindo, estes dois estudos, um Concluindo, estes dois estudos, um experimental e outro não-experimental experimental e outro não-experimental ilustram a ilustram a objectividadeobjectividade, uma característica , uma característica da pesquisa científica. da pesquisa científica.

Apresentam também problemas, relações e Apresentam também problemas, relações e metodologias simples e claras. metodologias simples e claras.

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EXERCÍCIOEXERCÍCIO APÓS A LEITURA DO APÓS A LEITURA DO DOCUMENTO # 1DOCUMENTO # 1: : A NATUREZA DA CIÊNCIA E DA A NATUREZA DA CIÊNCIA E DA

PESQUISA CIENTÍFICA PESQUISA CIENTÍFICA DE KERLINGER, RESPONDA ÀS SEGUINTES DE KERLINGER, RESPONDA ÀS SEGUINTES QUESTÕES:QUESTÕES:

1.1. Comente a citação seguinte: “Há muito tempo que se sabe Comente a citação seguinte: “Há muito tempo que se sabe que a maioria das pessoas são más observadoras até dos que a maioria das pessoas são más observadoras até dos fenómenos mais simples” (p.1)fenómenos mais simples” (p.1)

2.2. Defina: a) Grupo experimental; b) Grupo de controlo; c) Defina: a) Grupo experimental; b) Grupo de controlo; c) Replicação.Replicação.

3.3. Como responderia a este argumento? “… a distância e a Como responderia a este argumento? “… a distância e a frieza da ciência destroem valores humanos e assim a frieza da ciência destroem valores humanos e assim a ciência é fundamentalmente prejudicial” (p.14).ciência é fundamentalmente prejudicial” (p.14).

4.4. Descreva o carácter empírico da ciência.Descreva o carácter empírico da ciência.

5.5. Comente a frase: “…a ciência e a pesquisa científica são Comente a frase: “…a ciência e a pesquisa científica são absolutamente neutras”(p.20).absolutamente neutras”(p.20).