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- INTRODUÇÃO

- O MODELISTA PROFISSIONAL

- AS ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO EM UMA CONFECÇÃO DE MODA

- CRIAÇÃO

- DESENVOLVIMENTO TÉCNICO

- MODELAGEM

- PILOTAGEM

- APROVAÇÃO

- ALTERAÇÕES

- GRADUAÇÃO

- PRODUÇÃO

- IDENTIDADE VISUAL

- SUA MARCA

- LOCAL DE TRABALHO

- ADAPTAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS A PEQUENOS ATELIÊS

- ATENDIMENTO

- Criação ou Definição do modelo

- Material

- Precificação

- Cadastrando a cliente

- FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

- MODELAGEM

- CORTE

- COSTURA

- PROVA DAS PEÇAS

- FINALIZAÇÃO

- ENTREGA

- DISTRIBUIÇÃO DAS TAREFAS ROTINA DO ATELIÊ

- Atividades fixas

- Atividades flexíveis

- PLANNER DA COSTURA - AGENDA PERMANENTE

- AGRADECIMENTO

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INTRODUÇÃO

O ramo do vestuário é um dos mais antigos que se tem notícia e, com certeza ainda estará entre nós por muitas gerações, com tamanha importância, pois não há um ser sequer no mundo que não faça uso de roupas. Cada um com seu estilo e gostos pessoais, todos precisam se vestir. A indústria da moda abrange muitos setores, que vão desde o cultivo da matéria prima até a venda do produto pronto no varejo. Em uma empresa de confecção de vestuário que pretende ganhar espaço e se fixar neste mercado que já é tão competitivo, há uma série de pontos importantes a serem levados em consideração. Em qualquer que seja o ramo de atividade de um empreendimento, há sempre profissionais da área para oferecer o melhor. E em uma empresa cujo foco é o vestuário, não poderia ser diferente. A qualidade dos produtos oferecidos é, sem dúvida, parte importantíssima na trajetória para que o sucesso aconteça. Uma boa modelagem garante o conforto e bom caimento das peças e isso é essencial para a satisfação do seu cliente. A seguir falaremos sobre o profissional desta área, O Modelista, sua importância e até onde pode ir sua atuação. Porém, outro aspecto fundamental, que anda lado a lado com a qualidade do produto oferecido, é a organização da empresa. Não importa o tamanho de sua confecção, se haverá profissionais trabalhando em cada setor ou se será apenas você a se responsabilizar por tudo. O que importa é ter em mente que, quanto maior o planejamento, maior o rendimento e capacidade de ampliação do seu negócio. Neste livro, abordaremos de forma direta e simplificada, além da importância do Modelista, as principais etapas existentes para o bom funcionamento da sua empresa:A criação da sua identidade; O atendimento ao cliente; Formular os preços dos serviços prestados e as formas de pagamento; Os processos de produção e a abordagem de cada etapa, até a entrega da peça ao cliente. O método Costura que Cura foi criado não apenas para formar modelistas, com foco apenas no produto. Acreditamos também na capacitação total do profissional. Saber lidar com o cotidiano de uma empresa é algo além do dom. Exige estudo e dedicação, porém existe muito pouco acesso a esse tipo de informação. Trazemos nessa apostila um rico conteúdo, como métodos utilizados por grandes empresas de sucesso e a colocamos numa linguagem simples, totalmente adaptável ao cotidiano de pequenos ateliês que tenham visão de crescimento, satisfazendo seus clientes e, claro, gerando mais lucro. Esse é o objetivo desse livro, levar a você, de forma clara e objetiva, soluções simples que o ajudarão em questões que podem parecer sem importância, porém podem colocar tudo a perder se não houver um mínimo de organização.

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O MODELISTA PROFISSIONAL

Nascer com o dom da costura, ter o conhecimento passado de geração para geração, como acontece em tantos lares, é realmente uma motivação para decidir abrir um ateliê. Porém as coisas não são mais como eram no tempo de nossas mães ou avós e, em um ramo já tão concorrido, somente a habilidade pode ser insuficiente para sustentar e levar a diante um negócio como esse. É essencial oferecer produtos de qualidade. A vestibilidade de cada peça, a escolha de bons tecidos e outros materiais, ter repertório de acabamento, são tarefas que demandam conhecimento técnico e alguma prática. Cabe ao modelista analisar o desenho detalhadamente para a criação da modelagem. Ele observa os recortes, curvas, pences e folgas, para então definir a aplicação da técnica mais adequada à construção do molde e obter um produto que seja fiel à ideia inicial, tal como a criação ou foto a ser reproduzida. Este profissional deve ter um conhecimento bastante abrangente. Entender das medidas do corpo humano, técnicas de costura, elaborar ficha técnica do produto, conhecer os diversos aviamentos e entender a composição, o caimento e as demais características dos tecidos, devendo estar sempre atualizado com o mercado têxtil. É responsável desde o cálculo da modelagem, passando por todas as etapas do processo produtivo, até as alterações finais no molde, quando necessário, para que então a peça vá à produção, que pode ser em série ou não. E ainda, após finalizada, verifica se tudo correu como o esperado. O Costura que Cura oferece um método de modelagem plana feminina com uma ótima didática de aprendizagem. Ele foi elaborado para sanar as dúvidas que a maioria das pessoas tem sobre a didática de outros métodos, além de utilizar de materiais simples, facilmente encontrados em papelarias ou comércios do ramo para a execução

das modelagens. Para você que deseja ser o modelista de sua própria empresa, este é o método ideal, pois ensina numa linguagem muito simples, acompanhada de desenhos e cores para uma melhor interpretação. Tudo isso sem deixar a técnica de lado, sendo possível a criação desde as bases até as interpretações mais elaboradas. Porém esse assunto é muito específico e rico em detalhes. Foi necessário colocá-lo em um livro separado, para garantir que não falte a você todas as informações necessárias para deixar de o amadorismo e ser um modelista completo.

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AS ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO EM UMA CONFECÇÃO DE MODA O que apresentaremos a seguir, é um modelo de produção seguido na maioria das confecções de vestuário, com participação ativa do modelista em todas as etapas de confecção de moda, e que pode ser perfeitamente adaptado ao cotidiano de um pequeno ateliê. A partir desse momento esse é o principal objetivo deste material. Mostrar aos proprietários de pequenos ateliês como é a rotina das grandes confecções, demonstrando a metodologia de trabalho usada no cotidiano e a importância dessa organização, resultando em um ambiente mais produtivo e lucrativo. Após as explicações sobre as etapas, nos próximos capítulos, demonstraremos como é perfeitamente possível aplicar esse caminho a um pequeno ou médio ateliê, com volume menor de produção, afim de profissionalizar a rotina, gerar aumento na produtividade, sendo capaz de fazer seu lucro ser muito maior com algumas mudanças simples. Para melhor entendimento desse caminho temos um fluxograma de todas as etapas do processo produtivo de uma empresa de moda e logo abaixo abordaremos o funcionamento e aplicação de cada uma delas.

CRIAÇÃO

É nesta etapa que os modelos a serem confeccionados são definidos. Em uma empresa de grande porte, a criação das peças é função atribuída ao estilista, com aprovação dos diretores de estilo. Juntos eles definem um tema para a coleção, fazem um estudo sobre as principais características do que querem mostrar sobre o assunto e então,

criam uma série de modelos que traduza esses pensamentos em forma roupas. Essa é uma descrição bastante breve para explicar de maneira simples, pois a etapa é de extrema importância e envolve profissionais com anos de estudo que atuam apenas nessa área. Em um ateliê de pequeno porte, essa etapa pode ser comparada ao atendimento ao cliente, que é o momento em que o modelo a ser confeccionado é definido.

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DESENVOLVIMENTO TÉCNICO

Após criação da coleção pelo estilista e aprovação dos diretores de estilo, a coleção passa a ser estudada pelo modelista. Este profissional irá analisar cada peça. Mais que a sua aparência, ele deverá detalhar todos os pontos importantes para que o produto final seja confeccionado de maneira a estar fiel à ideia inicial. Caimento do tecido; pences e recortes do modelo, para construção da modelagem; o uso de materiais e a quantidade, como zíperes, botões e outros aviamentos. Todas essas informações deverão ser anotadas em um documento chamado Ficha Técnica de Produto. Este deverá conter o desenho técnico da peça, com todos os detalhes anotados, os tecidos e aviamentos listados, juntamente com os valores de cada material. Para garantir agilidade e melhor rendimento este documento deverá conter

também a sequência operacional, que é uma lista de etapas para a construção da peça, detalhando a ordem de cada máquina que ela irá passar e qual a parte costurada em cada uma. Através deste documento a empresa irá levantar os custos para desenvolver cada peça e estudar a viabilidade da sua produção, portanto este deverá conter o máximo de informações possíveis, para que nada passe despercebido e não haja imprevistos em meio ao processo, como, por exemplo, falta ou desperdício de materiais.

Agora iremos explicar como criar uma ficha técnica de produto ideal para sua empresa, quais campos ela deve conter e como preencher corretamente cada um deles. Cabeçalho: Geralmente fica na parte superior da ficha. Nele estarão as informações básicas sobre a empresa e a peça a ser confeccionada. Ele deve conter o nome da cliente ou referência da peça; qual o produto; o tamanho base (se na graduação ou sob medida); o modelista; a costureira. Desenho técnico: É a representação gráfica do modelo, diferente do croqui, que é mais artístico, o desenho técnico apresenta riqueza de detalhes de costuras, recortes, pences e aviamentos, entre outros. Ideal que seja feito de frente e costas. Descrição ou observações: Aqui colocaremos em palavras os detalhes que não conseguimos elucidar tão bem em desenho. Medidas importantes, detalhes de costura e acabamento, enfim, qualquer detalhe que possa somar à interpretação da peça pelo modelista. Deve ser de linguagem direta e técnica. Imagem de referência: É opcional. Pode ser o croqui ou alguma foto que a cliente apresente. Ajuda a visualizar como deve ser o caimento e outros detalhes. Materiais: Neste campo é importante que tenha espaço para listar todos os materiais usados na peça, desde tecidos a aviamentos. Os materiais podem ser divididos em dois grupos: os principais e os secundários. Os principais, são os usados em maior quantidade, como tecidos, por exemplo. No caso de produção em escala, é importante anotar informações mais detalhadas como, composição, fornecedor, referência de compra, largura, peso, especificações de lavagem,

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além dos valores unitários e quantidade.Os materiais secundários são os usados para construção, acabamento e finalização, como linhas, entretelas, botões e zíperes, enfim, qualquer outro material utilizado na peça.Tudo deve ser devidamente listado e detalhado de forma precisa, pois é a partir dessas informações que a empresa fará os pedidos de compra da matéria-prima e a elaboração das etiquetas.Coloque a quantidade de cada um, valor unitário e valor total por produto utilizado. Essas anotações são essenciais para obtermos o custo total da peça e, então podermos precifica-la de forma justa. Sequencia operacional: aqui listaremos passo a passo das etapas que a peça passa entre da montagem e acabamento e quais máquinas são utilizadas em cada uma delas

Uma ficha técnica de produção é adaptável a cada empresa ou necessidade. O que abordamos aqui foram os pontos que julgamos essenciais, porém nada impede de acrescentar, alterar ou excluir algum campo quando necessário. Mais adiante, no capítulo sobre atendimento, temos um exemplo de ficha técnica preenchida.

MODELAGEM

De todos os itens abordados durante esse livro, trazidos como chaves para o bom funcionamento e sucesso do seu negócio, sem dúvida a modelagem é um dOs principais. É o modelista quem garante que as peças da coleção sejam reproduzidas exatamente como foram pensadas e planejadas nas etapas anteriores. Envolve a análise do público alvo da empresa e quais as principais características do corpo e até mesmo estilo de vida dessas pessoas. Por exemplo, se for uma marca destinada a jovens, provavelmente a modelagem deverá ser de característica mais moderna, talvez um pouco mais ajustada ao corpo. Já se for um público mais maduro, as peças deverão ser pensadas para serem mais confortáveis e anatômicas, além da estética, claro. O profissional deve ter amplo repertório de técnicas de modelagem, mas também deve conhecer de todas as outras áreas, incluindo montagem e costura da peça, para que seja possível e facilitada a construção da mesma pelas costureiras. O profissional de modelagem não precisa ser alguém contratado para a função. No que se refere a pequenos ateliês é perfeitamente possível que você seja seu próprio modelista, assim como todas as outras funções aqui atribuídas. O importante é pensarmos sempre na qualidade do produto oferecido e, seja lá quem for a ocupar essa posição dentro da empresa, deverá estar sempre buscando mais conhecimento e se atualizando nesta área que é tão abrangente. Até bem pouco tempo, conseguir

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esse tipo de conhecimento era possível apenas em cursos caros ou faculdades de graduação em grandes centros. Porém, com o crescimento da internet, é possível o acesso a ótimo conteúdo em vídeos e apostilas, desde o custo mais elevado até gratuitamente. A quem houver interesse, basta apenas alguns cliques e a escolha da linguagem que mais se identificar para aprender com facilidade, diante de tantas opções.

PILOTAGEM

Após a modelagem pronta e a peça já cortada corretamente em tecido, chega o momento de costurar a primeira peça. Damos a ela o nome de peça piloto, pois através dela serão ajustadas a sequência operacional e demais detalhes da confecção. O modelista acompanha a costureira pilotista de perto para fazer as alterações necessárias na ficha técnica de produto. Em um pequeno ateliê essa etapa pode ser comparada ao fechamento da peça antes do cliente fazer a primeira prova em um ateliê.

APROVAÇÃO

Primeira peça fechada e pronta, chega o momento que a modelo de prova irá vestir a roupa. Nesta etapa é analisado todo o acabamento, o caimento da peça e se há alterações a serem feitas. Se estiver tudo correto, o próximo passo será a graduação, onde a peça será ampliada ou diminuída conforme os tamanhos da grade usada pela empresa (ex.: 36, 38, 40, etc.). Caso ainda não esteja perfeita para ser produzida, o próximo passo deverá ser a alteração do molde. Da mesma maneira acontece com a primeira prova de uma cliente em um pequeno ateliê, onde a peça será igualmente analisada e, estando de acordo em tamanho e modelo, vai pra finalização, caso contrário, deverá sofrer os ajustes necessários.

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ALTERAÇÕES

Caso a conclusão da etapa anterior seja a necessidade de alteração de algum detalhe, este deve ser feito novamente na etapa da modelagem, pois numa empresa de porte maior as peças são feitas em maior quantidade e na graduação, então a modelagem deve estar perfeita para que todas as peças sejam cortadas de uma vez no enfesto. Já no caso de uma única cliente, garantiremos o aperfeiçoamento de seu molde base, para que nos próximos atendimentos ela possa ter a facilidade de não precisar tirar as medidas novamente. Tendo assim um atendimento diferenciado, com uma comunicação facilitada, sendo necessário menos visitas ao ateliê.

GRADUAÇÃO

Com a modelagem ajustada, o modelista prepara a graduação, que é o aumento ou diminuição na grade para os tamanhos que a peça será confeccionada para ser comercializada.

PRODUÇÃO

Finalmente a última etapa. A peça já está com a modelagem perfeita, o que facilita os processos da costura e aplicação de detalhes. A peça poder ser fechada do começo ao fim sem surpresas e com a certeza de que sairá exatamente como planejada pelo estilista ou combinada com a sua cliente.

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IDENTIDADE VISUAL

Agora que você já sabe o quanto é importante a atuação de um modelista em sua empresa e irá garantir os melhores produtos aos seus clientes, iremos abordar alguns itens importantes sobre como criar uma identidade que traduza exatamente o que você oferece e também a organizar o cotidiano do seu ateliê. São passos simples de serem seguidos, mas que trarão facilidades que irão garantir maior produtividade e, como consequência, maior rendimento financeiro.

SUA MARCA

Cerca de 70% de nosso cérebro processa informações de maneira visual. O que isso quer dizer? Que absorvemos maior quantidade de informações através do que vemos. Portanto, ao decidir abrir um negócio em qualquer área, o primeiro passo é criar a identidade visual, a marca que ele terá. Essa etapa é muito importante, pois vai além de apenas escolher um nome para que o cliente possa identificá-lo. É a primeira impressão que o cliente terá sobre o que você oferece. É uma maneira de fixar na ideia das pessoas o que você tem a oferecer. Podemos citar grandes marcas mundiais para demonstrar a força que a identidade visual pode ter, como por exemplo a McDonald’s, Coca Cola, Adidas e tantas outras, que ao olharmos já sabemos do que se trata. Seja através de fotos, cores, desenhos, tipografias (fontes de escrita), ícones, aparência e estilo pessoal, há diversas formas de comunicar o que você e sua empresa oferecem. Assim como o mundo está repleto de informações visuais com mensagens a serem transmitidas, chegou o momento de pensar num nome, com ou sem imagem, que transmita a personalidade do seu ateliê. Pode parecer complicado, mas há algumas perguntas simples que, se respondidas com sinceridade, podem clarear suas ideias e dar um direcionamento para essa escolha.

- Qual serviço ou produto você oferece? Quais suas habilidades?- Você, como profissional, ou sua empresa tem algum diferencial? Por que o cliente deve escolher o seu serviço e não a concorrência?- Quanto de você e sua personalidade própria seu negócio tem? O que seu empreendimento oferece tem ligação direta com você ou comercializa algo terceirizado? - É direcionado a um público com características específicas?- Quais as impressões você quer passar para seu cliente?

A identidade visual deve ser pensada para demonstrar além do serviço oferecido. Ao analisar honesta e profundamente sobre as questões acima, é possível criar algo que toque as pessoas, que gere emoções e expresse a “alma do seu negócio”. Caso seja necessário, além do nome escolhido, crie uma logomarca, utilize ícones, cores e/ou imagens que ajudem nessa interpretação. Há bastante conteúdo específico sobre o assunto

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disponível na internet para quem deseja se aprofundar em formas de marketing para empresa.

LOCAL DE TRABALHO

Com o nome da empresa escolhido e a marca definida, devemos pensar no espaço de trabalho. Independente do tamanho da sua empresa, se vai ter um ponto comercial ou mesmo um cômodo em sua própria casa, esse espaço deve estar totalmente alinhado com o que você quer oferecer ao seu cliente, de acordo com as perguntas feitas anteriormente. Encontrar a sua empresa deve ser uma

tarefa fácil para o cliente. Seu espaço de trabalho deve estar bem sinalizado com placa de identificação ou recursos de fachada (o que melhor se adequar à realidade do seu negócio) que utilizem a identidade visual escolhida. Outra boa maneira de divulgar seu espaço é utilizar as redes sociais. Elas são gratuitas e tem um grande poder de alcance. Fazer postagens constantes, com conteúdo de qualidade, reforça a sua identidade e faz com que o cliente esteja sempre em contato com o que você oferece. Assim fica muito mais fácil associar sua marca sempre que a vir em algum lugar. Lembra do que falamos sobre processarmos muito mais informações de maneira visual? Pois isso se aplica tanto à marca quanto a todo o resto. Seu local de atendimento deve ser uma extensão da sua identidade visual e as sensações geradas em seu cliente através da marca, devem ter continuidade em seu espaço físico. Frequentar a sua empresa deve ser uma experiência agradável. Portanto, um ambiente limpo e organizado fará toda a diferença na relação de confiança que se estabelecerá entre você e o cliente. Sabemos que o cotidiano de um ateliê pode ser bastante intenso e o volume de restos de materiais é inevitável. Para solucionar isso crie uma rotina diária de organização e limpeza para esse espaço. Mantenha o chão limpo, livre de retalhos e restos de linhas e coloque os materiais sempre em seus lugares logo após o uso. Evite o acúmulo de afazeres pra que não fique em algum momento sobrecarregado. Fazer aos poucos e sempre ajuda até mesmo na organização mental das atividades.

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ADAPTAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS A PEQUENOS ATELIÊS

A partir deste capítulo, iremos detalhar qual a melhor forma de adaptação de todas as etapas abordadas no primeiro capítulo a um ateliê de pequeno ou médio porte. Explicaremos de maneira bastante detalhada para que no próximo capítulo você entenda melhor como iremos organizar essas tarefas no cotidiano, facilitando a rotina e possibilitando um aumento significativo na produtividade do seu negócio. Nós do Costura que Cura fazemos uso de um Planner, que é um tipo de agenda permanente, que possui fichas e páginas padronizadas para cada tarefa. Com ele podemos tirar ou adicionar quantas páginas quisermos e organizarmos em pastas, como for necessário, de acordo com as tarefas ou área de trabalho. Ao longo desta apostila, iremos usar o nosso Planner como exemplo, para que você possa visualizar o que diz o texto.

ATENDIMENTO

Em um negócio de moda, principalmente em um ateliê, o cliente procura mais que um simples serviço. Ele procura beleza e pensa em sua vaidade. Estar bem vestido é algo que traz uma sensação de segurança, de firmeza na personalidade, entre tantas outras sensações que uma peça de roupa pode proporcionar. Se você tiver isso sempre em mente, pode usar totalmente a favor do seu negócio. E pra isso daremos algumas dicas que irão fazer toda a diferença para ter um atendimento a altura do serviço que oferece. Ao buscar um serviço ou produto, o cliente só pode percorrer a metade do caminho. A outra metade ele confia à sua empresa, ao que você está oferecendo. E se você não fizer com excelência, ele procura outro profissional. O atendimento é parte extensiva do que sua marca oferece e é extremamente importante que a primeira impressão que o seu cliente tenha sobre o seu negócio seja positivo. E não falo das coisas óbvias, que são obrigação, como simpatia e educação. O que traremos agora são dicas importantes pra quem quer ter um ateliê realmente organizado e com clientes sempre satisfeitas.

- Criação ou Definição do modelo - Já dissemos no capítulo sobre “o modelista” que o atendimento pode ser comparado ao momento da criação, então o primeiro ponto, e talvez o mais importante, é a comunicação. A conversa entre você e sua cliente deve ser bastante clara. Você deve ouvir com atenção para entender exatamente a necessidade daquela que procura o seu trabalho. Peça fotos ou faça desenhos como referência, faça anotações e não encerre a conversa até que tenha todas as informações necessárias para garantir que tudo sairá como o cliente espera. Informações como: a

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ocasião em que será usado, prazo de entrega e detalhes da peça ou de medidas, são de suma importância. Quanto mais você souber, melhor. Abaixo temos o exemplo de croquis que fazem parte do Planner do Costura que Cura. Eles são uma maneira fácil para dar forma ao que a cliente quer, pois já vem com o corpinho traçado, com linhas bem fraquinhas, para você poder fazer o desenho em cima e dar asas à imaginação. O Planner que usamos contém seis modelos diferentes de corpo adulto feminino, sendo possível atender a variados modelos de roupa, de acordo com a posição dos croquis.

- Material - É necessário calcular a quantidade e combinar sobre o fornecimento do material que será utilizado. Se ele será disponibilizado pelo seu ateliê ou trazido pela cliente. Há muitas formas de trabalhar quanto ao uso de materiais, não há regras específicas. Porém darei três exemplos que creio serem os mais aplicáveis diferentes modelos de negócios e você pode utilizar um ou até os três, de acordo com o perfil de cada cliente. Para a primeira maneira de cobrança falaremos daquelas pessoas que gostam de separar as coisas e trabalhar apenas com a mão de obra, então nesse caso é aplicado o resultado do cálculo do quanto vale a hora no seu ateliê. Ensinarei essa conta e como usá-la logo adiante. Essa é uma forma mais prática de trabalhar, por não dispender tanto o tempo para sair e comprar os materiais. Porém é muito importante ressaltar que caso seja essa opção a sua escolha, é de sua responsabilidade ser clara na comunicação com sua cliente e passar com honestidade e precisão quais materiais e a quantidade certa que ela deve

trazer, evitando imprevistos, como a falta de tecido, ou até mesmo o excesso, gerando desperdício. A segunda e a terceira maneira seguem uma mesma lógica, com uma diferença na forma de cobrança. Ambas envolvem o fornecimento completo dos materiais necessários. Em uma você pode calcular

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internamente tudo que for usado para o trabalho na confecção da peça, incluindo todos gastos de materiais e mão de obra, porém sem especificá-los à cliente e passando apenas o valor final e forma de pagamento, como por exemplo quando a cliente compra uma peça já pronta em uma loja. A outra forma parte do mesmo princípio, ou seja, você irá fornecer todo o material, porém irá cobrar tudo de maneira especificada, demonstrando para a cliente qual parte do valor corresponde à mão de obra e qual foi para compra de insumos. Se ao seu ver esta for a melhor opção, uma dica valiosa é nunca esquecer de apresentar notas e cupons fiscais para a conferência da cliente. Essa transparência aumenta os laços de confiança e somam como ponto positivo em seu atendimento. Não importa qual das opções você irá utilizar, o principal é que ambas as partes estejam de acordo e que tudo seja combinado antes que tenham os gastos, para não haver desentendimentos. Se necessário, faça um orçamento com mais calma e combine que enviará quando estiver com todas as informações necessárias. Desenvolvemos uma tabela que contém os valores referentes à quantidade de algumas peças básicas, de acordo com a tabela de graduação que utilizamos para ajudar aqueles que ainda não possuem tanta experiencia na modelagem. Ambas estão nos exemplos abaixo.

- Precificação - Algo muito importante, que não podemos deixar de lado é sobre como precificar o seu trabalho. Quando oferecemos um produto para venda é um pouco mais simples, pois é só colocar uma margem de lucro em cima do valor que pagamos por ele. Mas quando se trata de um serviço o que temos a oferecer não é somente algo palpável, é também o conhecimento e dedicação colocado em todo o processo e, principalmente, nosso bem mais valioso, o tempo. Agora a pergunta que não quer calar: Como fazer esse cálculo? Chegou a hora de saber quanto vale a hora de trabalho no seu ateliê. Se você já tem uma certa experiência na área e sabe quanto tempo leva em média a produção de cada peça, a maneira que melhor se aplica a esse caso é cobrar por hora de trabalho, além, é claro, dos materiais utilizados. Com algumas anotações é possível que você saiba quanto vale a mão de obra de cada peça que você fizer. Então, agora ensinaremos como você poderá calcular o valor da hora de trabalho em seu ateliê. Para começar, coloque no papel todos os custos fixos do seu ateliê: Aluguel,

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Energia, Água, Internet, o salário que você deseja ganhar e qualquer outra despesa fixa que sua empresa tenha. Anote também quantas horas seu ateliê funciona por mês. Agora é só você dividir a soma dos custos pela média de horas trabalhadas no mês e pronto, temos o valor da hora. Vamos colocar isso de uma forma mais simples, através de exemplo demonstrado na planilha abaixo. Ela facilita esse processo de gerenciamento do valor da hora e pode ser alterada quando houver necessidade.

Você deve estar se perguntando sobre as peças que talvez acabem sendo um pouco mais trabalhosas do que o previsto no atendimento, se terá prejuízo quando cobrar um tempo menor da cliente e a peça acabar demorando mais. Para esses casos, em que não é possível mensurar com certeza o tempo de produção, você pode utilizar uma margem para erros, calculando no valor final uma ou duas horas a mais. Assim, estará garantido que não sairá no prejuízo. E, no caso de a produção ser mais rápida, caso o tempo não seja usado, você pode oferecer o valor da diferença como desconto ao final do processo. Isso é opcional e varia de caso pra caso. O importante é que seja justo para ambos os lados e tudo previamente combinado entre vocês. Algo muito importante também a ser dito é sobre a forma de cobrança, independente da forma de trabalho que você escolheu, seu uma ou todas, é a forma de pagamento. Claro que tudo é variável, que não há regras. Porém em toda a experiência de ateliê que possuo, o que trago pra vocês é a importância de receber uma entrada. O parcelamento ideal é sempre aquele que te dará segurança, como o cartão de crédito, por exemplo, e sempre no ato da encomenda. Caso o parcelamento seja no “boca a boca”, na base da confiança, o valor da entrada deve ser o suficiente para cobrir ao menos seus custos e as próximas parcelas mês a mês, regularmente. Não indico parcelar em muitas vezes, no máximo em três, para não cair no esquecimento da cliente. - Cadastrando a cliente - Chegando a um acordo sobre todos os detalhes acima, a cliente decidiu fechar negócio com você, é chegada a hora de fazer o cadastro, tirar as medidas e anotar todas as encomendas com o máximo de detalhes possíveis. O uso de fichas padronizadas para trabalhar facilita o raciocínio rápido na hora do atendimento e garante que nenhuma informação importante ou mesmo quanto às medidas do corpo será esquecida de anotar,

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sem contar que também passa a garantia de profissionalismo que seu negócio deseja proporcionar. Para isso temos os exemplos de três fichas do nosso Planner para demonstração que facilitam bastante esses processos. Na primeira temos o cadastro com informações pessoais, profissionais e de contato. Assim poderá ter um arquivo das suas clientes onde, com o tempo, saberá qual o perfil que mais procura pelo seu serviço e cada vez mais se aperfeiçoar num atendimento personalizado, onde elas sintam que você está realmente se adequando para melhorar o que oferece. Temos no segundo modelo uma ficha onde preenchemos todas as medidas do corpo da cliente e fazemos anotações importantes sobre suas particularidades e gostos pessoais. Dessa forma você poderá conhece-la melhor ao decorrer dos próximos atendimentos, estreitando laços e afinando cada vez mais os gostos pessoais dela com sua forma de trabalhar. E, por fim, a terceira, que é para controle interno das encomendas, onde todos os detalhes explicados até aqui sejam anotados, afim de chegar a uma exatidão quanto a esses pontos, para então passarmos as informações para a cliente com segurança. Nela anotaremos informações importantes para os próximos passos do processo produtivo. Anotaremos se é cliente nova ou não; se o ateliê já possui seu molde base; informaremos detalhes sobre o fornecimento de materiais; se há imagem de referência; enfim, como já dito, quanto mais detalhes, maior chance de assertividade no processo. Essas fichas podem ser impressas quantas vezes houver necessidade. Elas podem ser armazenadas em pastas, divididas em ordem alfabética ou por data, separados por processos ou por clientes, ou seja, da maneira que ficar melhor o seu acesso e o controle das atividades. A seguir, as demonstrações de uso.

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Pronto! Cliente atendida e dispensada. Todas as informações anotadas devidamente. Temos as informações para iniciarmos a produção. E a primeira etapa é o desenvolvimento da ficha técnica. Em uma pequena empresa do ramo, esse procedimento também é bastante importante. Mesmo que não haja produção em escala de uma peça, deve-se preencher a ficha, detalhando o máximo possível a escolha da cliente. Fazer o desenho técnico, listar a quantidade dos materiais utilizados, para então pensar nas melhores técnicas de confecção a serem utilizadas. Dessa forma o ateliê pode planejar melhor o tempo necessário para desempenhar o trabalho, sendo possível dar o valor justo ao serviço prestado. Você pode preencher a ficha logo após o atendimento, enquanto as ideias estiverem frescas em sua memória ou, se tiver anotado tudo com atenção, escolha um momento, um horário fixo no dia para se dedicar apenas ao preenchimento desses documentos das clientes que atendeu. Já explicamos sobre a ficha no capítulo anterior, onde listamos algumas das principais informações que o documento deve ter. Abaixo temos um modelo de ficha técnica utilizado pelo Costura que Cura, preenchida de acordo com o material fictício escolhido pela cliente do exemplo anterior.

MODELAGEM

Também já mencionamos anteriormente a importância da modelagem e de ser ou ter um profissional que as desenvolva com o máximo de técnica possível. Isso diminui a margem de erros na construção das peças e aumenta a confiança da cliente em seu trabalho. Tenha bastante cuidado para não esquecer nada sobre o que foi combinado no momento do atendimento. Siga o desenho técnico para desenvolver o projeto da roupa. Qualquer detalhe deve ser previamente calculado na modelagem. Dessa forma a sequência operacional também ficará mais clara, facilitando o processo de montagem, economizando tempo. O processo de modelagem deve iniciar sempre com as bases do corpo. Após as bases prontas, você pode sempre fazer uma cópia antes de interpretar o próximo modelo encomendado. Ter a base armazenada facilita o atendimento, pois a cliente não ficará

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necessariamente dependente de ir até você antes de provar a peça. Uma boa dica é copiá-las em TNT, pois é um material parecido com tecido e tem maior durabilidade que o papel. Com a apostila de modelagem que o método Costura que Cura oferece, você pode ser o próprio modelista do seu ateliê e aprender a calcular as bases de forma precisa e com técnica, assim o cliente não precisará provar tantas vezes uma peça até sua finalização, pois você terá bastante segurança ao interpretar os modelos escolhidos por ela, com a certeza de que as medidas estarão aplicadas com perfeição.

CORTE

Com a modelagem pronta já podemos cortar as peças no tecido. Tão importante quanto qualquer outra etapa é a distribuição do molde sobre o tecido, para evitar desperdício de material, porém sempre respeitando o fio correto do tecido conforme deverá ter sido planejado na etapa do molde. O mau corte pode resultar em uma peça torta e comprometer toda sua estrutura e caimento. Portanto, preste atenção e não esqueça de calcular as margens de costura.

COSTURA

No primeiro momento, se a peça for sob medida, precisará ser experimentada, então ela pode ser costurada em ponto grande na máquina, como uma costura provisória. Assim, se houver necessidade de ajuste, pode ser facilmente desmanchada e refeita com as alterações necessárias. Se houver detalhes e acabamentos que não mudam caso a peça precise de alterações, esses já devem ser montados de maneira definitiva, evitando retrabalho. Caso a peça fique em tamanho e caimento perfeito já na primeira prova, voltará à máquina apenas para ser finalizada.

PROVA DAS PEÇAS

A etapa da prova de roupas é mais do que apenas a conferencia de cortes e medidas. É nesse momento também que devemos estar atentos à reação da cliente. Observe seu comportamento, se parece satisfeita e confiante ou não. Ouça o que ela tem para falar, tire qualquer dúvida que surgir nesse momento para ambas e não deixe nada passar despercebido. Errar é natural. Se você seguiu todos os passos até aqui e mesmo

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assim algo saiu fora do esperado, esse momento é a chance de acertar as coisas. Demonstre autoconfiança ao cliente quanto ao que está fazendo, mas com muito respeito e calma para explicar as dúvidas que possam surgir. Caso seja necessário alterações drásticas, estas deverão ser recalculadas na modelagem, assim como as etapas daquele fluxograma explicado no capítulo anterior.

FINALIZAÇÃO

Com tudo certo e aprovado. Alterações feitas. É hora da finalização. Total atenção ao acabamento da peça. Analisar se as costuras estão retas, os excessos de tecido e linha removidos, casas de botões abertos, qualquer detalhe que ainda falte na peça para que seja finalizada.

ENTREGA Muito trabalho para chegar a esse momento, então ele deve ter tanta atenção quanto qualquer outra etapa. Entregue uma peça bem passada e embalada. Confira o produto com sua cliente e a deixe provar mais uma vez se quiser. O importante é que ela saia satisfeita e se sinta segura para indicar seu trabalho a outras pessoas.

DISTRIBUIÇÃO DAS TAREFAS ROTINA DO ATELIÊ

Em meio a tantas tarefas que explicamos até aqui, é necessário ter muita disciplina para não deixarmos passar nada despercebido. Sabemos que a rotina de um ateliê pode ser intensa e qualquer deslize pode nos fazer perder o controle da situação. Aí o resultado é o desespero total. Encomendas atrasadas, falta de tempo e como consequência, nosso financeiro acaba ficando comprometido. Portanto o Costura que Cura está aqui para te mostrar as vantagens de ter uma rotina fixa de trabalho, em relação aos horários e dias próprios para cada tarefa interna. Existem muitas maneiras de organizar uma rotina, mas acreditamos que a melhor seja a partir da distribuição e anotação dessas tarefas antecipadamente, com planejamento, pois montar um plano visual que possamos consultar diariamente, nos dá a noção real de tudo que tem a ser feito. Evita a sobrecarga de trabalho, ajuda num rendimento mais saudável do tempo, evitando a dispersão com atividades que não sejam importantes. A

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consequência desse planejamento é o aumento na produtividade do negócio e, sabemos que produzindo mais e diminuindo as distrações, nosso lucro também aumentará. O modelo de organização proposto pelo projeto Costura que Cura é bastante simples e eficiente. Defende a criação de uma tabela onde são expostas as tarefas divididas por períodos, de acordo com as necessidades de cada empresa ou profissional que escolher adotá-la. A maneira de usar é a mesma, independente do prazo de duração da lista de atividades, se semanal ou mensalmente. Porém para esta demonstração escolhemos um exemplo que irá abordar um planejamento pra uma semana. Primeiramente criamos uma legenda numérica para listar as atividades recorrentes ao serviço que o ateliê oferece. Listaremos aqui de duas maneiras: as atividades flexíveis e as que deverão ter os horários fixados para melhor andamento da rotina.

-Atividades fixas – São atividades que demandam uma atenção maior e que podem fazer você se perder em meio à outras atividades. 1- Compra de insumos: você deve programar um dia na semana ou a cada período para sair às compras. É importante esse dia e hora serem fixos, pois você vai adequar o seu atendimento, para que o cliente não seja prejudicado. Um dia bom para essa atividade é a segunda-feira pela manhã, de preferencia no primeiro horário, para ir em busca dos materiais que você precisara ao longo da próxima semana. Tenha uma lista onde possa ir anotando tudo que irá precisar, antes mesmo de acabar. Há produtos essenciais, então se os virem no final, já deixe anotado para que a substituição não seja motivo para eu trabalho. Quanto aos materiais necessários para produção de clientes, você deve sempre planejar a execução dos produtos com antecedência, por isso a importância das etapas do processo produtivo que abordamos até aqui. Elas servem também para que você se antecipe a essas necessidades. Por exemplo, as clientes que atender essa semana, entrarão na programação de produção da próxima semana, ou uma data adequada que esteja de acordo com a necessidade de entrega. 2- Limpeza e organização do local: Ao menos uma vez na semana é extremamente importante que você dedique um tempo a uma limpeza geral do seu ateliê. Esse dia pode ser também na segunda-feira, aproveitando a saída para as compras, assim já começa a semana com tudo organizado. Ou também aos sábados, antes de encerrar totalmente as atividades. Assim a próxima semana já inicia com tudo em ordem, pronta para uma nova série de atividades.

Porém esse não é o único momento que seu ateliê precisa ser organizado. O ideal é que todos os dias, antes de encerrar o expediente, você aproveite uns minutos para colocar as coisas em ordem, guardar materiais, jogar o lixo, enfim, deixar pronto para o dia seguinte. Uma dica bacana é que você tenha caixas e recipientes específicos para cada material, assim já pode ir guardando assim que terminar determinada função. Tenha também lixeiras específicas para cada material, para que a separação dos resíduos seja automática. Um lixo para papel,

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para já ir eliminando os restos de moldes e outro para tecidos. Sabemos que esses tecidos podem ser reaproveitados em artesanatos, vendidos ou até doados. 3- Consertos: Não é uma regra que os consertos sejam uma atividade fixa, mas explicarei aqui as vantagens de fazer dessa forma. Esse serviço exige uma atenção na hora do desmanche e, dependendo do serviço, pode levar bastante tempo para ser realizado. As clientes não têm muita ideia do quanto é trabalhoso e, portanto, acham sempre que é muito simples e exigem pressa no serviço. Tendo um ou dois dias fixos para essa atividade, dependendo do volume de trabalho, você consegue fazer uma programação mais assertiva e combinar melhor o valor, de acordo com a tabela de hora, e um prazo para entrega. Importante que no dia que trabalhar com consertos, não sejam realizadas outras atividades flexíveis, a não ser que esse serviço seja executado por completo e sobre um tempo para encaixar alguma outra atividade. Dessa forma não há preocupações ou a sensação de que está deixando de fazer algo, pois tem a certeza que seus horários estão organizados o suficiente para dar conta de tudo.

- Atividades flexíveis – São as atividades que podem ser intercaladas de acordo com os horários do dia. Deve haver uma distribuição para não fugir do foco, mas são, geralmente muito adaptáveis. 4- Atendimento ao cliente: Essa atividade inclui atendimento à novas encomendas, provas de roupas ou entregas. Tudo que se refere ao contato com cliente é atendimento, portanto deve ser praticada diariamente, com toda a importância que citamos no capítulo sobre o assunto e o ideal é que seja intercalada com outras atividades. Denominamos como atividade flexível apenas por conta da flexibilidade de horários, porém é extremamente importante que seja diária, pois não há demanda de trabalho em seu negócio se não houver o atendimento. 5- Ficha técnica: As fichas técnicas devem ser feitas diariamente, nos mesmos dias que houver atendimento. Importante anotar tudo enquanto as informações ainda estiverem “frescas” na memória. Podem ser alternadas entre uma atividade e outra, porém é importante que cada atendimento tenha sua ficha desenvolvida no mesmo dia. Guarde-as junto com a ficha de encomenda da cliente. Armazene por data de entrega e não de entrada. Assim poderá organizar as tarefas por ordem de urgência. 6- Modelagem: As modelagens podem ser feitas em dias específicos e em horários de encaixe, entre atendimentos por exemplo, pois um profissional que pratica a modelagem possui mais facilidade e fica cada vez mais ágil em seu raciocínio, então essa atividade passa a ser mais rápida. Quando for trabalhar nessa atividade é importante que não se envolva com costura ou algo que gere outro tipo de resíduo, para facilitar a limpeza e organização no final do trabalho. Outra dica importante é para armazenar a modelagem até o momento do corte da peça. Indicamos que seja colocada junto da ficha de encomenda e ficha técnica da peça. Pode ser em um saquinho transparente ou enrolados, da forma que achar melhor,

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para que não se perca durante o processo. Se o material para produção da peça já estiver no ateliê, ideal é que tudo esteja guardado em um mesmo lugar, em ordem de datas de trabalho. Tenha um lugar para colocar esses serviços. Continue ordenando por data de entrega. 7- Corte: Essa atividade também pode ser de encaixe entre o atendimento, porém deve ser executado com bastante atenção. Os riscos nessa etapa são grandes, já que vamos lidar com materiais muitas vezes de alto custo que, se danificados, geram maior prejuízo. Após cortadas as peças, devemos guardar tudo conforme citado na atividade anterior, da modelagem. Importante também guardar os retalhos que sobrarem enquanto a peça não for entregue. Caso algum imprevisto aconteça você pode precisar deles. Sempre combine com seu cliente antecipadamente se você pode descartar os retalhos ao final da produção ou se deverá entregar com a peça pronta. 8- Costura: essa atividade se refere ao fechamento para prova ou mesmo a finalização. É tão importante e demanda tanta atenção quanto outras atividades, então é ideal que

seja feita com concentração, sem estar preocupada com outros afazeres. Sabemos que quando sentamos à maquina para costurar, o tempo parece passar mais rápido então, se tivermos outras atividades em mente, essa pressão pode nos tirar o foco, aumentando o risco de erros. Muito importante que o momento da costura não seja envolvido com outras atividades, a não ser o, inevitável, atendimento.

Na etapa seguinte daremos um exemplo de como distribuir essas funções entre os dias da semana que o seu ateliê funciona, seja de segunda a sexta-feira, ou também aos sábados. É muito válido tentar organizar uma rotina que seja a mesma em todas as semanas, porém pode haver flexibilidade quando algo necessitar ser alterado. A vantagem do Planner está na possibilidade de alterações quando necessário. Na página de metas para a semana, iremos anotar os números referente às atividades que iremos cumprir naquele dia, distribuindo as tarefas entre os períodos matutino e vespertino. E para detalharmos as atividades, podemos usar as páginas de anotações diárias, especificando melhor o que foi feito, para termos uma agenda de controle interno.

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PLANNER DA COSTURA - AGENDA PERMANENTE O que você verá a seguir é o detalhamento de tudo que o Planner oferece. Este material foi elaborado para ser usado de maneira dinâmica, sendo possível que sua organização seja como um único arquivo, como uma agenda. Ou ainda separado por área de trabalho. Dividimos o Planner em três principais conteúdos: A AGENDA foi desenvolvida para anotações básicas da sua empresa, como informações pessoais, anotações diárias. lembretes importantes sobre seu cotidiano, senhas de acesso, e tudo que for pertinente à sua rotina. O CONTROLE FINANCEIRO tem o objetivo de facilitar em todos os processos que abrangem a este assunto. Contém fichas de controle com uso bastante facilitado, que irão auxiliar na exatidão dos cáculos necessários em seu negócio, evitando gastos desnecessários e possibilitando a programação de novos investimentos. As fichas para uso nas etapas dos PROCESSOS PRODUTIVOS vêm para facilitar todos os temas abordados nesta apostila. Tudo para garantir o total profissionalismo no seu negócio. com essas ferramentas você terá mais segurança ao trabalhar e o seu cliente irá se sentir mais confiante quando procurar por seu serviço ou produto. Com esse material você terá o controle absoluto de todas as atividades do seu ateliê.Tudo foi elaborado com bastante carinho para proporcionar ao seu negócio um ambiente mais produtivo e rentável. A seguir temos miniaturas com detalhamento das folhas que acompanham o arquivo do Planner. Porém deixamos aqui registrado mais uma vez que trata-se de um material criado com intuito permanente e versátil, ou seja, sem datas impostas para uso e livre para que sejam impressas quantas páginas desejarem.

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AGRADECIMENTO

Nós, do projeto Costura que Cura, nos propomos a auxiliar pessoas que sonham em trazer o mundo da moda e da criatividade para mais perto de sua realidade. Entendemos que poucas pessoas tem a oportunidade de estudar e se profissionalizar na área e muito do que se sabe e se aplica no cotidiano da maioria dessas pessoas, são especialmente um dom. Essa apostila é parte importante na formação de quem tem a vontade de levar o dom como profissão rentável. Ela tem ferramentas valiosas, porem de maneira muito simplificada, para mostrar que é possível ter conhecimento mesmo sem a oportunidade de frequentar grandes faculdades ou cursos caros. Pequenos gestos no cotidiano fazem uma grande diferença na maneira de levar o seu negócio. Só você decide se quer que ele cresça de maneira organizada, para que se torne mais que uma referência no ramo em que atua, mas um motivo de orgulho pessoal, de quem diz “Eu posso, eu consigo!”. Esse é o primeiro material que o projeto disponibiliza e esperamos que seja muito bem aproveitado, pois abre portas para os próximos passos. Cursos de Modelagem Plana Feminina, de maneira técnica e precisa; Costura Básica e Aplicação de Acabamentos. Nada disso tem tanta importância se não soubermos levar esses estudos como profissão, que gere renda e realização pessoal. Somos muito gratos por quem nos acompanha nessa jornada. Desejamos a cada um de vocês o mesmo sucesso que queremos pra nós mesmos. Juntos podemos muito mais e vamos mais longe. Gratidão!