introdução aos estudos da literatura

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ARTE, LITERATURA E SEUS AGENTES “A arte é pensar por imgens. [...] A poesia é uma maneira particular de pensar, a saber um pensamento po imagens [...].” “A função da arte é a desautomatização do ser humano” (V. Chiklovsky)

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Introdução ao Estudo da literatura. Professora Elenir D. Dias

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ARTE, LITERATURA E SEUS AGENTES

“A arte é pensar por imgens. [...] A poesia é uma maneira particular de pensar, a

saber um pensamento po imagens [...].” “A função da arte é a desautomatização

do ser humano”(V. Chiklovsky)

A ARTE DO TEXTO Texto é algo que pode ser lido e

interpretado, que propõe um sentido final diferente do sentido de cada uma das partes ou elementos que o constituem, que sugere ou revela uma intenção específica de seu criador.

Quando falamos de texto, portanto, identificamos um uso da linguagem (verbal e não-verbal) que tem significado, unidade (é um conjunto em que as partes ligam-se uma às outras) e intenção. O que confere existência ao texto é sua possibilidade de leitura e de interpretação.

O que distingue realidade e ficção? Realidade é tudo aquilo que existe no

mundo conhecido, que identificamos como concreto ou que reconhecemos como verdadeiro.

A ficção, por sua vez, relaciona-se à criação, à invasão, à fantasia, ao imaginário.

A ficção promove a contrução de uma realidade para atender a um objetivo específico (promover a reflexão, encantar, criticar, divertir, etc.). Os mundos ficcionais podem corresponder à realidade, tal como a conhecemos, ou propor novas realidades, inteiramente imaginadas.

TODA OBRA DE ARTE É UMA REPRESENTAÇÃO DA REALIDADE.

ARCIMBOLDO, G.

Nos quadros o artista utiliza-se de elementos do mundo real, como as frutas, sementes, folhas, etc., para representar artisticamente um homem sorrindo e a figura de Michael Jackson.

A arte sempre ocupou lugar significativo na vida de todas as sociedades humanas. Os mais antigos objetos artísticos que chegaram até nós são pequenas figuras esculpidas por volta do ano 25000 a.C. supões-se que, com o auxílio dessas imagens, nossos antepassados tentavam controlar ou aplacar as forças da natureza. Para eles, símbolos de animais e pessoas tinham uma significação mágica, sobrenatural.

Vênus, de Willendorf, estatueta de calcário do período Paleolítico Superior (cerca de 25000 a 22000 a.C) encontrada em 1908 nas proximidades da cidade de Willendorf, na Áustria.

O que é arte? Durante muito tempo, a Arte foi entendida

como a representação do belo.

Mas o que é BELO? Na antiguidade, o BELO estava

condicionado ao conceito de harmonia e proporção entre as formas. Por isso, o ideal de beleza entre os gregos ganha forma na representação dos seres humanos, vistos como modelo de perfeição.

No século XIX, o Romantismo adotará os sentimentos e a imaginação como princípios da criação artística. O BELO desvincula-se da harmonia das formas.

Do século XX em diante, diferentes formas de conceber o significado e o modo do fazer artístico impuseram novas reflexões ao campo da arte. Desde então, ela deixa de ser apenas a representação do belo e passa a expressar também o movimento, a luz ou a interpretação geométrica das formas existentes. Pode também recriá-las. Em alguns casos, chega a enfrentar o desafio de representar o inconsciente humano.

Por tudo isso, a ARTE pode ser entendida como a permanente RECRIAÇÃO DE UMA LINGUAGEM.

A arte pode ser uma PROVOCAÇÃO, ESPAÇO DE REFLEXÃO E DE INTERROGAÇÃO.

A ARTE é também o REFLEXO DO ARTÍSTA, de seus ideais, de seu modo de ver e de compreender o mundo. A obra que ele produz será sempre, de certo modo, a expressão de sua época, de sua cultura.

Os agentes da produção artística Toda obra de arte interage com um público

(interlocutor). Toda obra se manifesta em uma

determinada linguagem, que se desenvolve em uma estrutura. Além disso, circula em determinado meio, em determinado suporte utilizado para representá-la.

Muito do significado de uma obra percebe-se pelos agentes da produção artística.

O artista, o contexto em que viveu, o público para o qual a obra foi criada, a linguagem e a estrutura em que foi produzida e seu contexto de circulação.

PIETÁ - Michelangelo

Essa obra retrata a visão do bombardeamento alemão em Guernica na Espanha. O trabalho do artista nessa obra, não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo. Por força do tema dessa obra e conjuntura da época que foi criada cristaliza-se uma tendência de vê-la como panfleto político, sempre carregou um peso ideológico, sempre foi vista como um grito contra o despotismo e também contra a violência.

Em suas fotografias Sebastião Salgado procura retratara “alma humana” em seu sofrimento.

TEATRO, MÚSICA, DANÇA E CIRCO

A ARTE DA LITERATURA Todas as sociedades, em todas as épocas,

culturas e lugares, produziram literatura em sua forma oral ou escrita.

MAS QUAL É O PAPEL QUE ALITERATURA DESEMPENHA?

A literatura nos faz sonhar Os textos tem o poder de trasnportar o

leitor, provocar alegria ou tristeza, divertir ou emocionar.

A literatura nos oferece um descanso dos problemas cotidianos, enquanto nos descortina o espaço do sonho e da fantasia.

A literatura provoca nossa reflexão A literatura não tem o poder de modificar a

realidade, mas é capaz de fazer com que as pessoas reavaliem a própria vida e mudem de comportamento. Se esse efeito é alcançado, o texto literário desempenha um importante papel transformador, ainda que de modo indireto.

A literatura pode provocar a reflexão e responder, por meio de construção simbólica, a perguntas que inquietam os seres humanos.

A literatura diverte A experiência apaixonante de passar horas

lendo um bom livro é familiar a muitas pessoas em todo o mundo.

A literatura nos ajuda a construir nossa identidade

Como leitores, interagimos com o que lemos. Somos tocados pelas experiências de leituras que, muitas vezes, evocam vivências pessoais e nos ajudam a refletir sobre nossa identidade e também a construí-la.

A literatura nos ensina a viver Por meio da convivência com poemas e

histórias que traçam tantos e diversos destinos, a literatura acaba por nos oferecer possibilidades de resposta a indignações comuns a todos os seres humanos.

A literatura denuncia a realidade A leitura nos ensina a valorizar nossos

direitos individuais, nos ajuda a desenvolver uma melhor consciência política e social. Em resumo, permite que olhemos para a nossa história e, conhecendo algumas de suas passagens mais aterradoras, busquemos construir um futuro melhor.

Todo texto estabelece um pacto de credibilidade com seus possíveis leitores: caso eles aceitem as condições que regem o mundo ficcional ali apresentado, esse mundo fará sentido. O pacto entre o leitor e texto é produzido para que a literatura tenha liberdade ficcional.

O texto é VEROSSÍMIL, ou seja, não é verdadeiro, mas parece verdadeiro.

A linguagem da literatura A essência da arte literária está na palavra. O trabalho com o sentido Conotativo é uma

característica essencial da linguagem literária.

Quando as palavras assumem no texto literário diferentes significados, dizemos que ocorre um processo de plurissignificação.

PROFUNDAMENTE (BANDEIRA, M.)[...]Quando eu tinha seis anosNão pude ver o fim da festa de São JoãoPorque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempoMinha avóMeu avôTotônio RodriguesTomásiaRosaOnde estão todos eles?

_ Estão todos dormindoEstão deitadosDormindoProfundamente.

O poder de sugestão e evocação do texto literário depende da capacidade de o escritor escolher as palavras capazes de “desenhar”, para seus leitores, uma série de imagens.

As comparações são um importante recurso do texto literário, por meio delas, os escritores procuram produzir certas emoções, certos modos de ver e sentir.

MADRIGAL (PAES, J. P.)

Meu amor é simples, Dora,

Como a água e o pão.

Como o céu refletido

Nas pupilas de um cão.

Um outro recurso são as METÁFORAS. Elas criam um processo de substituição: aproximam-se dois elementos que, em um contexto específico, guardam alguma relação de semelhança, transferindo-se, para um deles, características do outro.

LIVRE-ARBÍTRIO (CACASO, L.)

Todo mundo é toureiro.

Cada um escolhe o

touro que quiser na vida.

O toureiro escolheu o

Próprio

Touro.

OS GÊNEROS ÉPICO E O LÍRICO

O termo Gênero costuma ser utilizados para fazer referência a alguns padrões de composição artística que, ao longo do tempo, têm sido utilizados para dar forma ao imaginário humano.

Três gêneros literários básicos: o lírico, o épico e o dramático.

Um dos primeiro textos escritos foram Ilíada e Odisséia de Homero que são chamados de epopéia

Lírico O gênero lírico define-se como aquele em

que uma voz particular – o eu-lírico – manifesta a expressão do mundo interior, ou seja, fala de sentimentos, emoções e estados de espírito.

Formas líricas Elegia: trata de acontecimentos tristes,

muitas vezes enfocando a morte de um ente querido ou de alguma personalidade pública.

Écogla: poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores, em um ambiente campestre.

Ode: exalta valores nobres, caracterizando-se pelo tom de louvação.

Soneto: a mais conhecida forma lírica. Poema de forma fixa composto por 2 quartetos (4 versos) e 2 tercetos (3 versos). As duas primeiras estrofes do soneto apresentam o desenvolvimento do tema e as duas últimas, sua conclusão.

A forma do soneto ilustra uma tentativa de conciliar a razão e a emoção, aparentemente conflitante, porque procura submeter os sentimentos e emoções humanas a uma exposição mais lógica ou racional.

Fanatismo (Florbela Espanca)

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdidaMeus olhos andam cegos de te ver!Não és sequer razão de meu viver,Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…Passo no mundo, meu Amor, a lerNo misterioso livro do teu serA mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”Quando me dizem isto, toda a graçaDuma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

Recursos poéticos As palavras tem uma sonoridade muito

explorada pela literatura. Essa sonoridade é a base para a

construção de recursos poéticos, como o ritmo, o metro e a rima.

Ritmo: é um movimento regular repetitivo. Na música, é a sucessão de tempos forte e fracos que estabelece o ritmo. Na poesia, ele é marcado principalmente pela alternância entre acentos (sílabas átonas/tônicas) e pausas.TREM DE FERRO (Manuel Bandeira)

Café com pãoCafé com pão Café com pãoVirge Maria que foi isso maquinista?Agora simCafé com pãoAgora simVoa, fumaçaCorre, cercaAi seu foguistaBota fogo Na fornalhaQue eu prescisoMuita forçaMuita forçaMuita força

Oô...Menina bonita Do vestido verdeMe dá tua bocaPra matá minha sedeOô...Vou mimboraVou mimboraNão gosto daquiNasci no sertãoSou de OuricuriOô...Vou depressaVou correndoVou na todaQue só levoPouca gentePouca gentePouca gente...

Metro: é o número de sílabas métricas de um verso. A contagem dessas sílabas chama-se metrificação. Quando contamos as sílabas em um verso, não devemos considerar as que ocorrem após a última sílaba tônica do verso.

“Oh/ que/ sal/ da/ des/ que/ te/ nho

Da au/ ro/ ra/ da/ mi/ nha/ vi/ da

Da/ mi/ nha in/ fân/ cia/ que/ ri/ da

Que os/ a/ nos/ não/ tra/ zem/ mais”

Rima: é a coincidência ou semelhança de sons a partir da última vogal tônica no fim dos versos

Amor é fogo que arde sem se ver,é ferida que dói, e não se sente;é um contentamento descontente,é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;é um andar solitário entre a gente;é nunca contentar-se de contente;é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;é servir a quem vence, o vencedor;é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?

DRAMA Em uma representação teatral, cada cena é uma

unidade de ação. Drama em grego significa AGIR. Na Grécia antiga os textos eram feitos para ser

representados, dramatizados. Testos dramáticos são aqueles em que a “voz

narrativa” está entregue às personagens, que contam a história por meio de diálogos e monólogos.

Tragédia: pode ser definida como uma peça teatral na qual figuram personagens nobres e que procura, por meio da ação dramática, levar a plateia a um estado de grande tensão emocional. Geralmente, as peças trágicas terminam com um acontecimento funesto (morte).O objetivo da encenação de uma tragédia é desencadear, no público. Terror ou piedade. A “purificação” de sentimentos da plateia provocada por essa experiência estética, recebeu o nome de catarse.

 Édipo é filho de Laios, rei de Tebas que foi amaldiçoado de forma que seu primeiro filho tornar-se-ia seu assassino e desposaria a própria mãe. Tentando escapar da ira dos deuses, Laios manda matar Édipo logo de seu nascimento. No entanto, a vontade do destino foi mais forte e Édipo sobreviveu, salvo por um pastor que o entregou a Políbio, rei de Corinto. Já adulto Édipo descobre sobre a maldição que lhe foi atribuída e para que ela não fosse cumprida, foge de Corinto para Tebas, sem saber que lá sim é que seus pais verdadeiros o esperavam. No meio da viagem, encontra um bando de mercadores e seu amo (Laios), sem saber que seu destino estava já se concretizando, mata a todos. Assim que chega a Tebas, Édipo livra a cidade da horrenda esfinge e de seus enigmas, recebendo a recompensa: é eleito rei e premiado com a mão da recém-viúva rainha Jocasta (viúva de Laios). Anos se passam e Édipo reina como um verdadeiro soberano e tem vários filhos com Jocasta, mas a cidade passa por momentos difíceis e a população pede ajuda ao rei. Após uma consulta ao oráculo de Delfos, que responde pelo deus Apolo, os tebanos são alertados sobre alguém que provoca a ira dos deuses: o assassino de Laios, que ainda vive na cidade. Édipo então decide livrar seu reino desse mal e descobrir quem é o assassino, desferindo uma tremenda maldição. Ele só não esperava que essa maldição iria sobrecair sobre ele próprio, assim que no mesmo dia descobrisse a verdade, através do pastor que o encontrara ainda quando bebê, pendurado em um bosque pelos tornozelos. Jocasta suicída-se assim que descobre, e Édipo se cega, perfurando os próprios olhos e exilando-se.

ÉDIPO Oh! Ai de mim! Tudo está claro! Ó luz, que eu te

veja pela derradeira vez! Todos sabem: tudo me era interdito: ser filho de quem sou, casar-me com quem me caseie e eu matei aquele a quem eu não poderia matar!

Desatinado, ÉDIPO corre para o interior do

palácio; retiram-se os dois pastores; a cena fica vazia por algum tempo.

Comédia: enquanto a tragédia desenvolve temas sérios, apoiados na ação mitológica, as personagens são deuses e semideuses, a comédia se caracteriza por sua leveza e alegria, aborda episódios cotidianos e as personagens são seres humanos e reais.

Na idade média as peças teatrais passaram a enfocar cenas bílicas e episódios da vida de santos. Duas modalidades dramáticas populares na época foram a farsa e o auto.

O Auto era uma peça curta de cunho religioso, as personagens representavam conceitos abstratos, como a bondade, a virtude, a hipocrisia, etc. Isso tornava o auto com um conteúdo fortemente simbólico e moralizante.

Veja um trecho do AUTO DA BARCA DO INFERNO – GIL VICENTE

O "Auto da Barca do Inferno" (c. 1517) representa o juízo final católico de forma satírica e com forte apelo moral. O cenário é uma espécie de porto, onde se encontram duas barcas: uma com destino ao inferno, comandada pelo diabo, e a outra, com destino ao paraíso, comandada por um anjo. Ambos os comandantes aguardam os mortos, que são as almas que seguirão ao paraíso ou ao inferno.

FIDALGO Esta barca onde vai ora, que assi está apercebida?

DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de partir logo ess'ora.

FIDALGO Pera lá vai a senhora?

DIABO Senhor, a vosso serviço.

FIDALGO Parece-me isso cortiço...

DIABO Porque a vedes lá de fora.

FIDALGO Porém, a que terra passais?

DIABO Pera o inferno, senhor.

FIDALGO Terra é bem sem-sabor.

DIABO Quê?... E também cá zombais?

FIDALGO E passageiros achais pera tal habitação?

DIABO Vejo-vos eu em feição pera ir ao nosso cais...

FIDALGO Parece-te a ti assi!...

DIABO Em que esperas ter guarida?

FIDALGO Que leixo na outra vida quem reze sempre por mi.

DIABO Quem reze sempre por ti?!.. Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!... E tu viveste a teu prazer, cuidando cá guarecer por que rezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cadeira, que assi passou vosso pai.

FIDALGO Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?!

DIABO Vai ou vem! Embarcai prestes! Segundo lá escolhestes, assi cá vos contentai. Pois que já a morte passastes, haveis de passar o rio.

FIDALGO Não há aqui outro navio?

DIABO Não, senhor, que este fretastes, e primeiro que expirastes me destes logo sinal.

FIDALGO Que sinal foi esse tal?

DIABO Do que vós vos contentastes.

A farsa era também uma pequena peça, só que seu conteúdo envolvia situações ridículas ou grotescas. Tinha como objetivo a crítica aos costumes.

Na Inglaterra, no mesmo período, Willian Shakespeare escreve inúmeras peças, entre tragédias e comédias, que se transformam em clássicos do teatro universal.

Romeu e Julieta é a peça mais famosa de Shakespeare.

ESTILO DE ÉPOCA A CONSTATAÇÃO DE TRAÇOS COMUNS

NA PRODUÇÃO DE UMA MESMA ÉPOCA IDENTIFICA UM ESTÍLO DE ÉPOCA.

O ESTUDO DA LITERATURA DEPENDE DO RECONHECIMENTO DOS PADRÕES E DAS SEMELHANÇAS QUE CONSTITUIEM UM ESTILO DE ÉPOCA.

O USO PARTICULAR QUE UM ESCRITOR OU POETA FAZ DOS ELEMENTOS QUE DISTINGUEM UMA ESTÉTICA DEFINE O ESTILO INDIVIDUAL DE UM AUTOR, SEMPRE MARCADO PELO OLHAR ESPECÍFICO QUE DIRIGE AOS TEMAS CARACTERÍSTICOS DE UM PERÍODO E PELO USO SINGULAR QUE FAZ DOS RECURSOS DE LINGUAGEM ASSOCIADOS A UMA DETERMINADA ESTÉTICA LITERÁRIA.

HISTORIOGRAFIA LITERÁRIA Um estilo de época pode ser associado a

uma escola literária ou a um movimento literário.

O estudo e a descrição das características estéticas de diferentes escolas ou movimentos literários recebem o nome de historiografia literária.

Quando estudamos os estilos de época e os movimentos literários, conhecemos os temas e os recursos expressivos preferidos dos autores. À medida que vamos tendo contato com uma maior quantidade de textos, observamos que vamos tendo contato com uma maior quantidade de textos, observamos que há um número limitado de temas e recursos expressivos que, de tempos em tempos, são retomados por autores de diferentes épocas.

Às vezes, o resgate de um tema é feito para questionar abordagens anteriores.

Outras vezes, ele é reafirmado, como acontece com a ideia de valorização do momento presente (Carpe Diem) defendida por poetas gregos, na antiguidade, por camões, no século XVI, e pelos árcades, no XVIII.

Além dos temas, as formas também são retomadas.