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Educação em Saúde
Benefícios e Malefícios da Exposição Solar 5
INTRODUÇÃO
O presente trabalho insere-se no âmbito da Unidade Curricular de Educação em
Saúde, a ser leccionada no 2.º semestre do 1.º ano do Curso de Licenciatura em
Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
Abordando a pertinência da elaboração deste trabalho, que tem como título
“Benefícios e Malefícios da Exposição Solar”, aponto para o facto de este ser um tema
em grande actualidade na nossa sociedade, não só devido à chegada do Verão,
época do ano que estimula à exposição solar, como também se torna importante ter e
enriquecer o conhecimento dos utentes (enquanto futuros profissionais de saúde) para
os benefícios e os riscos que decorrem da exposição ao sol.
Assim sendo, este trabalho tem como objectivo abordar esta temática construindo
assim os pilares de uma sessão de educação para a saúde, que visa dotar estudantes
do Ensino Secundário, com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, de
conhecimentos que lhes permitam perceber quais os benefícios e os malefícios da
exposição solar bem como elucidar acerca das estratégias de prevenção e protecção
disponíveis, permitindo-lhes assim tomar decisões informadas acerca da sua saúde.
Para a realização deste trabalho, recorri à pesquisa em vários sítios de Internet
credenciados e relacionados com a temática bem como em livros e artigos científicos.
Este trabalho encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro, relativo a uma
pequena contextualização acerca do Sol e das radiações que este emite, focando
principalmente a radiação ultravioleta, visto ser aquela que traz mais benefícios e
simultaneamente mais malefícios para a saúde. O segundo capítulo contêm, por sua
vez, toda a informação relativa àqueles que são os benefícios e os malefícios da
exposição solar, bem como apresenta também estratégias de protecção e prevenção
que visam a minimização dos efeitos nocivos da exposição solar. Por fim, o terceiro
capítulo dedica-se à apresentação do plano de sessão “Benefícios e Malefícios da
Exposição Solar”, sessão esta que pretende, junto da população-alvo, uma maior
sensibilização acerca desta temática.
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1 – O SOL E AS RADIAÇÕES SOLARES
O Sol é a estrela central do Sistema Solar. Todos os outros corpos celestes deste,
como planetas e seus satélites, asteróides, cometas e poeiras giram em seu redor.
Sendo uma estrela, o Sol tem luz própria, sendo esta a fonte de maior parte da
energia do nosso planeta. Esta energia, que é recebida do Sol sob a forma de luz
solar ou radiação electromagnética é armazenada sob a forma de glicose por
organismos vivos através do processo de fotossíntese, do qual dependem, directa ou
indirectamente, todos os seres vivos povoam a Terra. Além disto, a energiaproveniente do Sol é ainda responsável pelos fenómenos meteorológicos e condições
climáticas do nosso planeta (Programa Sol Amigo, 2011).
A radiação ou energia emitida pelo Sol é composta por ondas electromagnéticas de
diversos comprimentos. Ao conjunto dessas ondas dá-se o nome de espectro
luminoso ou electromagnético (Programa Sol Amigo, 2011).
Figura 1 – Espectro Electromagnético (Fonte – Programa Sol Amigo, 2011)
A luz que é perceptível ao olho humano tem a denominação de luz visível e encontra-
se na faixa compreendida entre os 400 e os 700 nanómetros. No entanto, existem
outras faixas que assumem igual importância como as que correspondem à radiação
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infravermelha e á radiação ultravioleta e que têm também um papel muito importante
no equilíbrio dos ecossistemas e na vida terrestre. Ambas são invisíveis ao olho
humano (Programa Sol Amigo, 2011).
A radiação infravermelha desempenha um papel muito importante na natureza. Esta é
responsável pela troca de energia térmica através do vazio. O transporte de energia
necessário à vida que ocorre entre o Sol e a Terra ocorre unicamente através da
radiação infravermelha (Programa Sol Amigo, 2011).
Por sua vez, a radiação ultravioleta (UV) corresponde apenas a 7 % da radiação
emitida pelo sol, mas mesmo em pequena quantidade, pode afectar significativamente
os sistemas biológicos, tendo consequentemente uma importância fundamental na
saúde, no conforto e na qualidade de vida da população. Uma parcela da radiação
proveniente do Sol é absorvida pelo atmosfera terrestre, mais especificamente pela
camada de ozono, impedindo que boa parte desta atinja a superfície terrestre. No
entanto, esta camada protectora tem vindo a ser destruída pela mão do Homem
provocando o chamado “buraco na camada de ozono”, que consequentemente tem
vindo a comprometer a capacidade de “filtragem” da radiação ultravioleta. Qualquer
alteração na quantidade de radiação ultravioleta que chega à superfície terrestre pode
causar danos enormes à saúde, bem como desequilibrar os ecossistemas com
prejuízos para a fauna e para a flora (Programa Sol Amigo, 2011).
Este tipo de radiação pode subdividir-se em três tipos de acordo com o comprimento
de onda em que é emitida (Programa Sol Amigo, 2011; OMS, 2011):
Radiação UVA (comprimento de onda entre 320 e 400 nanómetros) – a atmosfera
é bastante permeável a este tipo de radiação, pelo que uma boa parte desta consegue
atravessá-la com pouca atenuação dos seus raios. Esta pode penetrar profundamente
nas camadas da pele causando danos na saúde.
Radiação UVB (comprimento de onda entre 280 e 320 nanómetros) – grande parte
desta radiação é absorvida pela camada de ozono. No entanto, mesmo em pequenas
quantidades pode ser suficientemente danosa à saúde. Não penetra tão
profundamente na pele quanto a radiação UVA.
Radiação UVC ( comprimento de onda entre 100 e 280 nanómetros) – esta é
totalmente absorvida pela camada de ozono pelo que não é ainda motivo de
preocupação. Esta é altamente penetrante e danosa à saúde pelo que causará sériosproblemas se atingir a superfície terrestre.
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Os níveis de radiação ultravioleta que alcançam a superfície terrestre podem variar de
acordo com diversos factores. Cada um destes pode aumentar o seu risco a uma
exposição excessiva e consequentemente afectar a saúde. São eles (Programa Sol
Amigo, 2011; OMS, 2011):
A camada de ozono, ou seja, a concentração deste gás na atmosfera;
A altitude, uma vez quanto maior a altitude em que nos encontramos, mais
elevada é a dose de radiação UV a que estamos expostos;
A hora do dia, pelo facto de entre as 10 e as 16h a intensidade desta radiação
ser maior;
A estação do ano, dado que no inverno a radiação UV tem uma intensidade
menor que no Verão; A superfície ou cobertura do solo, pois existem superfícies assim como a neve
ou a areia que reflectem muita da radiação que lhes incide, podendo aumentar
em muito a exposição à radiação UV;
A nebulosidade, pois as nuvens têm capacidade de filtrar parte da radiação
UV;
A localização geográfica uma vez que as regiões tropicais estão sujeitas a uma
maior dose de radiação UV muito maior do que as regiões com um clima
temperado.
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2 – O SOL E A SUA INFLUÊNCIA NO ESTADO DE SAÚDE
O Sol ou a exposição à radiação solar pode trazer benefícios e malefícios para a
saúde. Esses benefícios podem ser maximizados e os malefícios minimizados se a
população tiver uma atitude informada, consciente e atenta para os mesmos e adopte
estratégias que visem a sua protecção. Este capítulo pretende abordar assim tanto os
benefícios como os malefícios da exposição solar, bem como dar conta de estratégias
que podem ser utilizadas para a protecção e prevenção de problemas de saúde
relacionados com esta temática.
2.1 – BENEFÍCIOS DA EXPOSIÇÃO SOLAR
Apesar da crença (ainda muito frequente) existente de que o Sol ou a exposição solar
apenas trazem malefícios para saúde, sabe-se, cientificamente, que tal não é de todo
verdade.
A exposição à radiação UV durante as actividade quotidianas ou por indicaçãomédica, pode trazer benefícios ao nosso corpo como é o caso da produção da
vitamina D e o tratamento de algumas doenças como a Osteomalácia, a Psoríase, a
Lúpus vulgaris e Vitiligo (OMS Apud Programa Sol Amigo, 2011).
A vitamina D é uma vitamina extremamente importante para o funcionamento do
nosso corpo e tem como sua principal fonte de obtenção a conversão de substâncias
precursoras (7-dehidrocolesterol), ao nível da pele, induzida pela radiação UV. Esta
vitamina desempenhas diferentes funções no organismo como (OMS Apud ProgramaSol Amigo, 2011):
Manutenção dos níveis de cálcio e fósforo no sangue através do aumento ou
diminuição da absorção desses minerais através do intestino delgado;
Regulação do metabolismo ósseo e deposição do cálcio nos ossos e dentes;
Actuação no funcionamento do sistema imunológico, pela promoção da
fagocitose, actividade anti-tumoral e função imunomoduladora.
Esta vitamina, na quantidade necessária à vida humana desempenha funções que seconcretizam pela prevenção de doenças do sistema musculo-esquelético (fraqueza
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muscular, raquitismo, osteoporose, fracturas), de vários tipos de cancro (colo-rectal,
mama, ovários, próstata, linfoma-não-Hodkin, entre outros), de doenças auto-imunes
(esclerose-múltipla), de doenças infecto-contagiosas (Tuberculose e gripe) e Diabetes
Mellitus Tipo I (Grant, 2007; Grant e Holick, 2005).
Hoje em dia considera-se que a exposição a pequenas quantidades de radiação UV é
boa para a saúde. Bastam 5 a 10 minutos (15 minutos nas pessoas de raça negra) de
exposição casual das mãos, rosto e braços, antes das 10h e após as 15 horas, duas a
três vezes por semana nos meses de Verão, e temos assim o suficiente para manter
os níveis de Vitamina D elevados (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
2.2 – MALEFÍCIOS DA EXPOSIÇÃO SOLAR
Apesar de cientificamente provado que a exposição solar pode trazer benefícios para
a saúde, sabe-se também que esta situação pode ser ambivalente, trazendo, em
casos de exposição excessiva, efeitos bastante nocivos para a mesma.
Entre os malefícios da exposição ao sol salientam-se:
Cancro de pele
A exposição excessiva à radiação UV traz consigo um sério risco de desenvolvimento
de cancro de pele para toda a população embora existam pessoas que parecem ter
um risco acrescido na presença dos factores abaixo designados (OMS, Apud
Programa Sol Amigo, 2011):
Pele clara – normalmente mais susceptível a queimaduras solares;
História de queimaduras solares – exposição crónica durante a infância ou
adolescência; História familiar de cancro de pele – se constatado em parentes de 1.º grau,
o risco é aumentado em cerca de 50%;
História pessoal de cancro de pele – risco de ocorrência de doença em
pessoas em que esta já se manifestou;
Deficiência imunológica – portadores de doenças que alteram as defesas do
organismo (HIV, linfomas), ao exporem-se ao sol estão mais sujeitos a
desenvolver a doença;
Presença de nevus – presença de sinais.
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Os tipos de cancro de pele são três: o melanoma, o carcinoma das células basais e o
carcinoma das células escamosas (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Melanoma
É o tipo de cancro de pele menos comum sendo, no entanto, o mais agressivo. Tem
uma forte ligação com a ocorrência de queimaduras solares na infância e
adolescência, desenvolvendo-se normalmente na fase adulta. Metastiza facilmente
para outras partes do corpo, mas quando as metástases são detectadas
precocemente consegue atingir-se a cura. No entanto, se a detecção não for precoce,
geralmente é fatal (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Normalmente, este cancro tem início com um crescimento descontrolado das célulasprodutoras de pigmento da pele, levando à formação de sardas e /ou sinais malignos
fortemente pigmentados. Estes são caracterizados pela sua assimetria, presença de
bordos irregulares, cor variável e pelo diâmetro (maior que 0,5 mm) (OMS, Apud
Programa Sol Amigo, 2011).
Ocorrem mais frequentemente na região superior das costas dos homens e mulheres
e também nas pernas (predominantemente nas mulheres). No entanto, podem
aparecer em qualquer outra região do corpo (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Carcinoma das células basais
A origem destes tumores é ao nível de células não queratinizadas da camada basal da
epiderme. O seu desenvolvimento dá-se, normalmente, a partir de uma mutação nos
genes supressores de tumores, provocada pelo radiação UV. Manifesta-se
usualmente pelo aparecimento de nódulos pequenos e de aspecto carnudo em áreas
expostas ao sol, sendo que cerca de 30% das lesões ocorrem no nariz. No entanto,
podem surgir em qualquer outro local, mesmo que não exposto ao sol (OMS, Apud
Programa Sol Amigo, 2011).
É o tipo de cancro mais comum em pessoas de pele clara e é bastante comum em
pessoas jovens. Não cresce rapidamente e raramente metastiza para outras partes do
corpo. No entanto, podem penetrar por baixo da pele e causar danos a nível local, nas
cartilagens e nos ossos (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
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Carcinoma das células escamosas
Têm origem a partir de células queratinizadas que mostram características malignas,
incluindo anaplasia, rápido crescimento celular, invasão local e potencialmente
metastizante para outras partes do corpo. o seu desenvolvimento envolve também a
acção da radiação UV. Aparece, normalmente, sob a forma de nódulos ou como uma
mancha descamativa e avermelhada. É o 2.º tipo de cancro de pele mais comum em
pessoas de pele clara, sendo muito raro em pessoas de raça negra. Pode
desenvolver-se dentro de grandes massas (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Lesões oculares
Os efeitos agudos da exposição dos olhos à radiação UV incluem o desenvolvimento
de fotoceratite e fotoconjuntivite. Como efeitos crónicos salientam-se o
desenvolvimento de: cataratas, pterígio, cancro das células escamosas, melanoma
na conjuntiva dos olhos e degeneração da mácula (OMS, Apud Programa Sol Amigo,
2011).
Queratose actínica
É uma lesão induzida pelo Sol que pode surgir em qualquer parte do corpo que tenha
sofrido uma exposição excessiva ao sol. É devida a uma mutação específica no gene
p53, induzida pela radiação UV. A face, as mãos, os antebraçoes e o “V” do pescoço
são as zonas mais susceptíveis para este tipo de lesão. É considerada uma lesão pré-
maligna que se não for tratada pode vir a originar cancro de pele (OMS, Apud
Programa Sol Amigo, 2011).
Queimadura solar
É o efeito agudo de exposição à radiação UV mais conhecido. A vermelhidão que
caracteriza a pele nessas situações é devida à dilatação dos vasos sanguíneos
superficiais da pele (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Muitas vezes, exceptuando situações extremas, a queimadura não é percebida
durante a exposição ao sol, sendo sentida normalmente apenas 4 horas depois e o
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seu efeito prolonga-se normalmente por 12 horas, desaparecendo gradualmente em
poucos dias (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Altas doses de radiação ultravioleta podem ainda resultar na formação de flictenas.
Depois desta situação, as pessoas bronzeiam como consequência da estimulação da
produção de melanina pela radiação UV, dias depois da exposição excessiva ao sol.
Um efeito adaptativo mais específico mas menos óbvio é o espessamento da camada
mais superficial da pele, procurando assim atenuar a penetração da radiação UV nas
suas camadas mais profundas. Ambas as modificações são um sinal de dano à pele
(OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Envelhecimento precoce (foto-envelhecimento)
A exposição crónica ao sol provoca modificações que são chamadas de degeneração
actínica (solar), um processo no qual as fibras elásticas da pele (colagénio e elastina)
são destruídas. Assim com o tempo, o pele torna-se mais espessa e com
aparecimento de rugas. Estas alterações manifestam-se normalmente muitos anos
após a exposição solar, sendo muitas vezes atribuídas ao normal processo de
envelhecimento (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Manchas
São também conhecidas por lentigo solar, são lesões escuras (hiperpigmentadas),
causadas por excesso de exposição à radiação UV, natural ou artificial. Podem ser
únicas ou múltiplas e são normalmente uma lesão benigna. Ocorre mais
frequentemente em adultos idosos, principalmente aqueles cuja pele queima mais
facilmente e bronzeia muito pouco, embora também possa acontecer em crianças e
adultos jovens. Manifestam-se normalmente na zonas de exposição à radiação como
uma mancha bem definida, castanho clara e achatada (OMS, Apud Programa Sol
Amigo, 2011).
Défice imunológico
Sendo que o sistema imunitário é o responsável pelos mecanismos de defesa do
corpo contra as infecções, este é muito efectivo no reconhecimento e no combate a
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microorganismos e carcinomas em desenvolvimento (OMS, Apud Programa Sol
Amigo, 2011).
Hoje em dia sabe-se que a exposição excessiva á radiação UV pode inibir a acção
imunológica normal pela alteração na distribuição e função das células de defesa do
organismo. Outro efeito que ocorre frequentemente é a supressão do estímulo de
produção de substâncias mediadoras da resposta imunológica na pele, causando
assim imunossupressão (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
2.3 – ESTRATÉGIAS DE PROTECÇÃO E PREVENÇÃO
Sabe-se que em pequenas quantidades, a radiação UV tem efeitos benéficos para a
saúde, mas quando a exposição a esta radiação é excessiva o caso muda de figura!!
Portanto, dado este facto, é importante a adopção de medidas que visem a protecção
e a prevenção dos problemas de saúde que lhe estão associados.
É importante ter em conta que as estratégias de protecção não devem se aplicadas
apenas no verão ou durante a época balnear, mas sim em qualquer altura do ano ou
temperatura (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
As estratégias de protecção e prevenção podem passar pela utilização de protecção
solar, chapéus, óculos de sol, horário de exposição solar, roupas e pela sombra (OMS,
Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Protector solar
Os protectores solares existentes actualmente são bastante resistentes à água e ao
suor. Deve aplicar-se um quantidade considerável, cerca de 30 minutos antes da
exposição solar ter início e proceder à reaplicação a cada uma ou duas horas,
principalmente durante o período em que a radiação UV é mais forte e mais
frequentemente após nadar ou prática de exercício físico. Deve ser utilizado em todas
as partes do corpo expostas ao sol (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Factor de protecção solar (FPS) – Indica a quantidade relativa de protecção contra
queimaduras solares que o protector pode oferecer. Este deve ser escolhido de
acordo com o tipo de pele e deve ser eficiente no bloqueio dos raios UVA e UVB. Oideal é ter um FPS superior a 15 (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
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Chapéu
Na exposição solar deve dar-se preferência a chapéus que forneçam sombra para
toda a cabeça e pescoço ( chapéus de abas largas ou do tipo legionário são os
ideais). A utilização de bonés e viseiras não conferem protecção às bochechas,
orelhas e pescoço, mas se forem utilizados deve utilizar-se protecção solar nas zonas
que ficam expostas ao sol (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Óculos de Sol
Os óculos de sol visam proteger os olhos as radiação UV assim como a pele que está
em seu redor, procurando assim prevenir assim os problemas decorrentes de um
exposição excessiva desta zona. Estes devem ter protecção UVA e UVB (OMS, Apud
Programa Sol Amigo, 2011).
Horário de exposição solar
A radiação UV emitida pelo sol é muito forte no período decorrente entre as 10h-16h,
por isso é muito importante evitar uma exposição solar durante o mesmo. No entanto,se tal não for possível, devem utilizar-se os outros meios de protecção (protector solar,
chapéu, óculos de sol e roupa adequada), como forma de minimização dos efeitos
nocivos da radiação solar durante esse horário (OMS, Apud Programa Sol Amigo,
2011).
Roupa
Deve optar-se por vestuário que deixe o mínimo de pele exposta. As camisas com
colarinho e mangas ¾ assim com calças ¾ são uma boa opção. Deve dar-se
preferência a tecidos como algodão ou o linho, de cor escura e sem elásticos (OMS,
Apud Programa Sol Amigo, 2011)..
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Sombra
A permanência à sombra nos períodos de radiação solar mais intensa (sob árvores,
guarda-sol ou outras coberturas) pode reduzir o risco de lesões cutâneas e
consequentemente cancro de pele (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011).
Auto-exame da pele
Para despiste de uma eventual alteração a nível cutâneo, é aconselhada a realização
periódica (3/3 meses) do auto-axame da pele, isto porque o diagnóstico precoce do
cancro de pele é extremamente importante por permitir o tratamento da doença antes
que esta infiltre de forma significativa nos tecidos, obrigando depois a um
procedimento cirúrgico que pode levar à mutilação e a um resultado estético
desagradável ou que haja disseminação para outros órgãos. Ao fazer o auto-exame
deve prestar-se atenção a (OMS, Apud Programa Sol Amigo, 2011):
Sinais que mudam de tamanho, forma e cor;
Manchas que provocam comichão, descamam ou sangram;
Feridas que não cicatrizam em quatro semanas;
Mudanças na textura da pele ou dor.
Se se verificar alguma alteração, deve procurar-se orientação médica.
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3 – PLANEAMENTO DA SESSÃO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE “BENEFÍCIOSE MALEFÍCIOS DA EXPOSIÇÃO SOLAR”
Segundo Tones e Tilford (1994, Apud Carvalho e Carvalho, 2006, p. 25),
“Educação para a saúde é toda a actividade intencional conducente a aprendizagensrelacionadas com a saúde e doença [...], produzindo mudanças no conhecimento ecompreensão e nas formas de pensar. Pode influenciar ou clarificar valores, pode
proporcionar mudanças de convicções e atitudes; pode facilitar a aquisição decompetências; pode ainda conduzir a mudanças de comportamentos e estilos de vida”.
No entanto, para que a Educação para a Saúde não seja transformada numa mera
transmissão de conhecimento e consiga facilitar a aquisição de comportamentos
saudáveis, requer assim um processo de planeamento prévio à sua execução
(Carvalho e Carvalho, 2006, p. 51). Posto isto, torna-se assim indispensável a
estruturação de um plano de acção em que se vise dar resposta às necessidades
educativas do grupo-alvo , em que se defina com clareza os objectivos a atingir, emque se prevejam recursos necessários e a metodologia mais adequada para atingir os
objectivos propostos o mais eficazmente possível (Osuna e Moral, 2000, Apud
Carvalho e Carvalho, 2006, p. 52).
Este capítulo visa, assim, concretizar o supra-referido apresentando para o efeito um
plano de Educação para a Saúde, referente à temática abordada ao longo deste
trabalho, ou seja, referente aos “Benefícios e Malefícios da Exposição Solar” (tem
início na página seguinte).
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PLANO DE SESSÃO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE - “BENEFÍCIOS EMALEFÍCIOS DA EXPOSIÇÃO SOLAR”
População-alvo – População jovem com idades compreendidas entre os 15 e os 18
anos (10º ano – 12.º ano)
Temática – “Benefícios e Malefícios da Exposição Solar”
Local – Escolas Secundárias existentes na cidade de Coimbra:
Escola Secundária de Jaime Cortesão
Escola Secundária de José Falcão
Escola Secundária Infanta D. Maria
Escola Secundária da Quinta das Flores
Escola Secundária de Avelar Brotero
Escola Secundária de D. Duarte
Sessões com duração entre 20-30 minutos, no Salão Polivalente de cada uma das
escolas. Em cada escola serão realizadas três sessões para população-alvo
constituída pelos alunos do 10.º, 11.º e 12.º ano, respectivamente.
Data – Sessões realizadas durante os últimos seis dias de aulas do 3.º período (cada
dia correspondente a uma escola).
Formadores – Cátia Santos
METODOLOGIAOBJECTIVOS CONTEÚDOS
MÉTODO RECURSOS
AVALIAÇÃO
Sensibilizar
estudantes
para os
benefícios da
exposição à
radiaçãosolar;
Benefícios da
exposição solar:
- Síntese de Vitamina D
e os seus benefícios no
organismo;
Método
expositivo/
interactivo
Computador,
retroprojector.
Colocação de
questões ao
longo da
abordagem do
tema.
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Sensibilizar os
estudantes
para os
malefícios daexposição à
radiação
solar;
Elucidar
estudantes
acerca das
estratégias
que podem
utilizar para a
sua protecção
e prevenção
de problemas
associados.
Malefícios da exposição
solar:
- Cancro de pele;
- Lesõesoculares;
- Queratose
actínica;
- Envelhecimento
precoce
- Aparecimento
de manchas
- Défice
imunológico
Estratégias a utilizar
para protecção e
prevenção de
problemas associados:
- Meios de protecção:
- Auto-exame da pele
Método
expositivo/
interactivo
Método
expositivo/
interactivo
Computador,
retroprojector.
Computador,
retroprojector.
Fornecimento
de panfletos
relacionados
com o tema,
amostras de
protectores
solares de
vários FPS evárias marcas;
Disponibilização
de impressão do
ficheiro pdf da
sessão às
Directoras de
Turma.
Colocação de
questões ao
longo da
abordagem dotema.
Colocação de
questões ao
longo da
abordagem do
tema.
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Benefícios e Malefícios da Exposição Solar 20
CONCLUSÃO
A realização deste trabalho foi muito importante na medida em que me permitiu
aprofundar conhecimentos já anteriormente adquiridos, bem como fazer novas
descobertas, não só relacionadas com o tema do trabalho em si, mas também com a
importância do planeamento em saúde, com vista à promoção da saúde da
população-alvo escolhida.
Com este trabalho foi possível fazer um estudo aprofundado acerca dos “Benefícios e
Malefícios da Exposição Solar”, temática essa que serviu depois de pilar para o
planeamento de uma actividade de Educação para a Saúde destinada a estudantes do
Ensino Secundário (15-18 anos) das Escolas Secundárias da cidade de Coimbra.
Julgo, por isto, que os objectivos propostos no início deste trabalho foram atingidos
com sucesso.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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