intro ead cap4

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Capítulo Recursos educacionais na UAB/UECE Introdução 4 Esse capitulo é dedicado a apresentar e refletir sobre os recursos edu- cacionais utilizados nos projetos de cursos oferecidos na modalidade EAD em desenvolvimento na Universidade Estadual do Ceará. Importante destacar que a quantidade e qualidade dos recursos pedagógicos disponíveis para a EAD constituem um leque bastante amplo de opções, e cabe a cada institui - ção, a partir dos projetos pedagógicos definidos para os cursos que oferece, se posicionar sobre os recursos que vai utilizar. Naturalmente essa escolha deve conciliar algumas variáveis e entre elas não podemos deixar de levar em consideração: Natureza do curso. Condições de acesso dos alunos aos recursos tecnológicos propostos. Recursos financeiros disponíveis. Equipe de profissionais envolvidos. Como este texto pretende explorar a concepção, usos e funções dos re- cursos educacionais no âmbito do sistema UAB/UECE, as demais variáveis, embora se façam presentes, não serão exploradas na sua totalidade. 1. Estrutura educacional a disposição do aluno A figura 10 apresenta a configuração dos recursos educacionais dispo- nibilizados nos cursos oferecidos na modalidade EAD, apresentando caracte- rísticas de sincronicidade ou assincronismo. Essa variedade de recursos e sua modulação parte do pressuposto de que o aluno aproveita da melhor forma os recursos aos quais ele estiver mais familiarizado, tenha mais interesse ou as condições de acesso sejam mais favoráveis. Ademais, fomentar a convergência e o diálogo entre as mídias no processo de ensino-aprendizagem amplia as possibilidades de estímulo peda- gógico e reforça a aquisição do conhecimento.

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  • CaptuloRecursos educacionais na

    UAB/UECE

    Introduo

    4

    Esse capitulo dedicado a apresentar e refletir sobre os recursos edu-cacionais utilizados nos projetos de cursos oferecidos na modalidade EAD em desenvolvimento na Universidade Estadual do Cear. Importante destacar que a quantidade e qualidade dos recursos pedaggicos disponveis para a EAD constituem um leque bastante amplo de opes, e cabe a cada institui-o, a partir dos projetos pedaggicos definidos para os cursos que oferece, se posicionar sobre os recursos que vai utilizar.

    Naturalmente essa escolha deve conciliar algumas variveis e entre elas no podemos deixar de levar em considerao:

    Natureza do curso. Condies de acesso dos alunos aos recursos tecnolgicos propostos. Recursos financeiros disponveis. Equipe de profissionais envolvidos.

    Como este texto pretende explorar a concepo, usos e funes dos re-cursos educacionais no mbito do sistema UAB/UECE, as demais variveis, embora se faam presentes, no sero exploradas na sua totalidade.

    1. Estrutura educacional a disposio do aluno

    A figura 10 apresenta a configurao dos recursos educacionais dispo-nibilizados nos cursos oferecidos na modalidade EAD, apresentando caracte-rsticas de sincronicidade ou assincronismo.

    Essa variedade de recursos e sua modulao parte do pressuposto de que o aluno aproveita da melhor forma os recursos aos quais ele estiver mais familiarizado, tenha mais interesse ou as condies de acesso sejam mais favorveis. Ademais, fomentar a convergncia e o dilogo entre as mdias no processo de ensino-aprendizagem amplia as possibilidades de estmulo peda-ggico e refora a aquisio do conhecimento.

  • Vidal, E. M. e Bessa Maia, J. E.64

    Figura 10 Estrutura disponibilizada para alunos nos cursos oferecidos na modalida-de EAD na UAB/UECE

    Os cursos de educao distncia vinculados ao sistema UAB tm seu formato apoiado na estruturao dos materiais didticos utilizados por todos os envolvidos no processo educacional. Estes materiais se transformam em importantes canais de comunicao entre estudantes, professores, tutores e coordenadores, a partir das diretrizes e princpios da proposta pedaggica do curso. Por isso, a necessidade de serem dimensionados, respeitando as especificidades inerentes realidade de acesso do pblico alvo a esta moda-lidade de educao.

    No modelo andraggico definido, a aprendizagem responsabilidade compartilhada entre professor e aluno, criando um alinhamento com a maioria dos alunos, que buscam independncia e responsabilidade por aquilo que julgam ser importante aprender. Por tudo isso, a competncia profissional de uma equipe bsica para desenvolver materiais para EAD exige a incluso e o trabalho conjunto e integrado do professor, dos especialistas em EAD e do criador/produtor dos materiais, ou seja, de uma equipe multidisciplinar.

    Os fundamentos filosficos, epistemolgicos e axiolgicos que orien-tam a produo dos materiais didticos visam uma ampla integrao da te-oria e prtica permitindo o desenvolvimento de trabalhos interdisciplinares, levando-se em conta os conceitos de autonomia, investigao, trabalho cooperativo, estrutura dialgica, interatividade e capacidade crtica dos educadores e educandos.

    TutotiaPresencial

    Aluno

    Videoaulas

    MomentosPresenciais

    MaterialImpresso

    AVA-Moodle

    WebConference

    1. Material didtico em pdf

    2. Tutoria a distncia

    3. Fruns de discusso

    4. Fruns de noticias

    5. Biblioteca Virtual

    6. Contedo extra

    7. Secretaria do curso

    8. Controle Acadmico

    9. Chats

    10. Provas on line

  • Introduo a EAD 65

    No contexto dos cursos de graduao da UAB/UECE so disponibiliza-dos os seguintes recursos didticos:

    Materiais impressos. Videoaulas. Videoconferncias e web conference. Quadro branco eletrnico. Ambiente Virtual de Aprendizagem. Encontros presenciais ministrados por professores formadores.

    Importante destacar que para um bom desempenho e maior eficincia nas atividades de aprendizagem, importante os alunos adotarem algumas rotinas e procedimentos como:

    Ler o material impresso e assistir as videoaulas refletindo acerca dos con-ceitos, ideias e exemplos apresentados pelos autores, procurando identifi-car os aspectos mais relevantes e as ideias apresentadas.

    Registrar todas as dvidas. Algumas dessas dvidas podem ser escla-recidas no decorrer da leitura do texto ou da apresentao da videoau-la, mas outras persistem e precisam de orientaes externas para seu esclarecimento. Os servios de tutoria presencial e a distncia esto a disposio para ajudar no que for necessrio e o aluno no se sentir desamparado no processo de construo do conhecimento.

    Responder a todas as atividades que se encontram em cada seo ou tpico do material impresso. Elas foram elaboradas para fixar melhor os contedos. Um dos fundamentos que orientam a produo de material di-dtico em EAD possibilitar uma maior interao do aluno com o texto. Para isso, ele procuram construir um dilogo entre o leitor e o autor, levando o primeiro a estabelecer uma linha de raciocnio que vai sendo reforada a cada reflexo levantada. A ideia que o aluno v conversando com o tex-to, concordando, discordando, pesquisando, argumentando e fortalecendo seu processo de construo do conhecimento.

    Formar grupo de estudos e discutir os contedos das disciplinas. A intera-o com outros colegas permite reflexes, troca de experincias e, conse-quentemente, facilita a aprendizagem.

    Visitar rotineiramente o AVA Moodle, pois l encontrar as mais diversas informaes e se manter atualizado(a) sobre todas as atividades. Um dos pilares que assegura a permanncia do aluno num curso de EAD a frequn-cia com que ele visita os ambientes virtuais que so disponibilizados. Ele no s encontrar informaes atualizadas sobre o curso, mas se sentir integrado rede de profissionais que so responsveis que execuo do curso. Com a internet e as ferramentas criadas pelas novas tecnologias da informao e comunicao, o aluno poder estabelecer contato por e-mail

  • Vidal, E. M. e Bessa Maia, J. E.66

    ou por redes sociais com outros colegas e interessados no tema, e sentir--se parte de uma verdadeira comunidade de aprendizagem.

    Verificar sempre a caixa de entrada de e-mail, pois este ser um importante canal de comunicao.

    Participar continuamente dos fruns de discusso e atividades individuais e coletivas durante as disciplinas. Essas atividades assncronas permitem que o aluno interaja com o tutor a distncia e com os colegas, criando um am-biente rico de participao, rompendo a sensao de isolamento que muitas vezes a educao a distncia cria. Os fruns de discusso so espaos ex-tremamente criativos, nos quais prolifera uma miscelnea de ideias sobre os temas da disciplina, e bem conduzido, pode dar grandes contribuies para o processo de construo do conhecimento por parte do aluno.

    A seguir detalharemos em que consiste cada um dos recursos pedag-gicos disponibilizados para os alunos.

    1.1 Material Impresso

    A proposta de estruturao do material impresso tem como objetivo su-perar a convencional tradio expositivo-descritiva e levar tanto o estudante quanto o professor a construrem juntos, o conhecimento. Esta abordagem significa ir alm do domnio de tcnicas, afinal, o professor um profissional de quem se exige muito mais que apenas seguir receitas, guias e diretrizes, normas e formas como moldura para sua ao.

    importante que os materiais didticos estejam integrados. Os autores de livros devem relacionar o contedo impresso com o ambiente on line e com a temtica das videoaulas, videoconferncias e web conference. Esta indicao motiva o estudante a utilizar todos os recursos disponveis no curso, e integr-los de forma sistmica, um complementando o outro.

    Num projeto que se caracteriza como formativo e comprometido com o processo de ensino-aprendizagem, o meio impresso assume a funo de base do sistema de multimeios. No porque seja o mais importante ou por-que os demais sejam prescindveis, mas porque ele o nico elemento de comunicao fisicamente palpvel e permanente, no sentido de pertencer ao seu usurio, mantendo-se sua disposio onde, quando e quanto ele quiser.

    O material impresso um dos mais relevantes interlocutores nesse pro-cesso. Pela natureza de sua linguagem, o impresso no invade o sujeito. Ao contrrio, o sujeito que deve invadi-lo, explor-lo, desvend-lo a seu modo, segundo seu ritmo, de acordo com seus interesses e necessidades. Somente assim haver uma apropriao consciente da programao, respeitados os rit-mos cognitivos, as personalidades e diferenas individuais de cada sujeito.

  • Introduo a EAD 67

    Para a produo do material didtico a gesto da UAB/UECE organizou um sistema que consiste no modelo apresentado na figura 11. Consideran-do o modelo de gesto descentralizado, o gerenciamento da produo do material didtico est sob a responsabilidade dos coordenadores de curso, que assumem todo o processo de articulao com os professores, sejam eles conteudistas (autores dos contedos), formadores (que atuam nos momentos presenciais e na gesto da disciplina no AVA) ou revisores (responsveis pe-las revises tcnicas ou vernacular).

    Coordenador docurso

    ProfessorConteudista/Autor

    Contrato deDireitos Autorais

    Gravao devideoaula

    Grfica

    Revisor

    Editorao/Diagramao

    ProfessorFormador

    Insero noMoodle

    Figura 11 Estrutura organizacional para produo do material didtico

    Importante destacar que a UAB/UECE dispe de trs setores respons-veis pelos encaminhamentos dos materiais didticos que so:

    1. Setor de diagramao/editorao: equipe de profissionais responsveis pe-los servios de diagramao/editorao dos materiais impressos, contando com diagramador, desenhista, ilustrador, paginador, etc. Compete a este setor encaminhar a verso final do livro, devidamente autorizada pelo Coordenador do curso, para a impresso em grfica contratada por processo licitatrio.

    2. Setor de audiovisual: equipe de profissionais responsveis pela grava-o, edio, e formatao final das vdeoaulas para encaminhamento empresa responsvel para duplicao das mesmas.

    3. Setor do AVA: equipe de profissionais que gerenciam o Moodle, e so res-ponsveis pelo atendimento s demandas das disciplinas e dos cursos. Os materiais didticos a serem disponibilizados no Moodle so encaminhados pelo Coordenador de curso, para este setor.

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    1.2 Vdeoaulas

    Para diversos autores (FErrES, 1996) o uso do vdeo como recurso pedaggico se justifica a medida que quanto mais sentidos mobilizamos du-rante uma exposio, melhor a porcentagem de reteno mnemnica.

    O uso dos recursos audiovisuais, especialmente o vdeo (DVD) amplia a capacidade de aprendizagem dos estudantes bem como atua no sentido da manuteno dessas informaes na memria, por mais tempo. O vdeo (DVD) apresenta mltiplas possibilidades pedaggicas e usos diversificados, no entan-to, no caso dos cursos da UAB/UECE as modalidades mais usadas so:

    Videolio: a exposio sistematizada de alguns contedos. o equi-valente a aula expositiva, em que o professor substitudo pelo programa de vdeo. No entanto, avana no sentido de incorporar outros elementos grficos como imagens, animaes, etc.

    Programa motivador: audiovisual feito para suscitar um trabalho poste-rior ao objetivado. Nesse caso, trabalha-se com um programa de vdeo acabado e realiza-se uma atividade pedaggica a partir de sua viso. Se-gundo Ferres (1996), o programa motivador baseia-se na pedagogia do depois, diferentemente do videolio, que se fundamenta na pedagogia do enquanto. Ou seja, o vdeo motivador procura suscitar uma resposta ativa, estimulando a participao dos alunos que j o viram; j no videolio, a aprendizagem se realiza basicamente enquanto o Programa exibido.

    1.3 Videoconferncia e web conference

    A videoconferncia uma das melhores ferramentas de abordagem sncrona, pois possibilita o uso de imagem e som em tempo real. Pode ser oferecida por meio das salas de videoconferncia ou por meio do computador, cujas conexes podem ou no ser realizadas pela internet.

    Muitas vezes, os que optam por utilizar videoconferncia via internet so obrigados a limitar o uso dos recursos disponveis, em decorrncia de condies de transmisso. Em algumas situaes pode-se utilizar somente o udio, sem imagens, ou estabelecer mecanismos de controle, tais como, s o professor transmite imagens e os alunos transmitem apenas udio. Muitas outras estratgias podem ser adotadas para viabilizar o seu uso enquanto no se dispe de infraestrutura mais adequada para seu funcionamento.

    Os sistemas de videoconferncia dispem de outras ferramentas que facilitam a interao entre os participantes, fazendo com que se tornem am-bientes mais completos e interativos. Com este intuito, as salas de videocon-ferncia, alm de computadores podem dispor de cmeras digitalizadoras de

  • Introduo a EAD 69

    documentos, em que um documento colocado sobre ela pode ser visualizado por todos os participantes da conferncia.

    De acordo com Carneiro (2001) e Fischer (2000) podem ser apontados como vantagens da videoconferncia em relao ao ensino presencial:

    Aumento da motivao dos alunos. Ampliao da capacidade de comunicao e apresentao. Agilidade e aumento da produtividade, pois permite maior interao entre

    os participantes. Economia de recursos, com a reduo dos gastos com viagens. Economia de tempo, evitando o deslocamento fsico para um local especial. Comodidade de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, pois permite

    a comunicao simultnea entre pessoas distantes umas das outras. Resoluo parcial de problemas de planejamento e agendamento de en-

    contros, aulas ou reunies, pois no necessrio deslocamento pelos par-ticipantes, resultando em praticidade.

    Mais um recurso de pesquisa, j que a reunio pode ser gravada e disponi-bilizada posteriormente.

    Visualizao de documentos e alterao pelos integrantes do dilogo em tempo real.

    Compartilhamento de aplicaes. Compartilhamento de informaes (transferncia de arquivos).

    A videoconferncia por internet traz ao modelo de EAD alguns avanos relacionados criticada impessoalidade existente nas demais ferramentas, pois permite estabelecer contato visual entre os alunos e professores.

    A web conference se realiza de forma virtual pela internet, por meio do uso de aplicativos que permitem o compartilhamento de voz, vdeo, textos e arquivos, via web. Ela apresenta os seguintes recursos:

    Exibio de apresentaes. Compartilhamento de tela. Vdeo streaming Audio conferncia Chats Enquetes

    Nos cursos da UAB, as web conferences so realizadas por meio da RNP que dispe de servidor para tal servio.

    1.4 Quadro branco eletrnico

    uma ferramenta que possibilita transcender s limitaes impostas pela interface de texto para a discusso e difuso de ideias entre participantes

  • Vidal, E. M. e Bessa Maia, J. E.70

    de um curso on line. Muitos assuntos e conceitos no podem ser compreen-didos rapidamente por meio de texto escrito, por voz, ou at mesmo mediante gestos transmitidos por vdeo. Em situaes presenciais, isto tambm aconte-ce, sendo necessrio a utilizao de outros recursos.

    Desenhando esquemas e/ou grficos em papel ou em um quadro, possvel elucidar estes casos, proporcionando visualmente uma sequncia lgica para o fluxo das informaes que se quer transmitir. Nesse sentido, o quadro branco busca reproduzir esta situao com uma janela em branco, onde se pode escrever, desenhar, colar dados e imagens, cujo contedo propagado para os demais participantes dispersos geograficamente.

    Figura 12 Modelo padro de quadro branco eletrnicoFonte: http://www.panasonic.com.br/produto/System_Solution/Quadros_Eletronicos_e_Interativos/Quadros_Eletronicos/UB-5815BR.aspx

    A utilizao de um quadro branco eletrnico possui caractersticas que precisam ser observadas. Algumas precisam de suporte tecnolgico, enquan-to outras podem ser resolvidas com o estabelecimento de normas e regras de utilizao, que conforme Brito (2003) so:

    Quem pode escrever: deve-se decidir se todos os usurios podero escre-ver no quadro. Isso pode gerar confuso, pois dificulta saber quem escreveu o qu, e a sequncia com que as informaes foram adicionadas, j que os usurios esto dispersos geograficamente. Uma soluo simples, mas que di-minui a interao, permitir que apenas o professor possa escrever no quadro.

    Quando escrever: o professor pode autorizar o aluno a usar o quadro quan-do este solicitar, garantindo assim maior clareza das informaes. Como so-luo tecnolgica, pode-se usar um mecanismo de controle da caneta, que o professor liberaria, quando necessrio, para um dos participantes.

  • Introduo a EAD 71

    Controle de cores: o estabelecimento de uma cor de caneta para cada participante possibilitaria a identificao do contedo com o seu autor. Entretanto, em um nmero no muito grande, pois pode gerar certa confuso visual com o excesso de informaes

    Controle do apagador: deve-se definir quem detm o controle do apaga-dor, pois este pode interferir no desenvolvimento de ideias de outros partici-pantes. Com o controle de cores, cada participante poderia apagar conte-do escrito com sua cor.

    Com a definio de normas, ou com a criao de suportes tecnolgi-cos, o quadro branco se constitui como uma ferramenta excelente para a apre-sentao ou discusso de ideias em grupo. um recurso que pode ser bem aproveitado nas gravaes de videoaulas e emisso de web conferences.

    2. Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

    Ambientes de EAD, denominados por Fischer (2000) como Siste-mas de Gerenciamento para a EAD, so ferramentas que possibilitam a criao, administrao e manuteno de cursos a distncia, ofertando diversos recursos de interao que visam proporcionar o fcil estabeleci-mento de comunicao, sncrona ou assncrona, entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, bem como sua relao com o conte-do didtico disponvel.

    Apesar de no ser fator preponderante para o sucesso de cursos a distncia (ShErry, 1996), o oferecimento de bons e diversos recursos de interao permite ao professor maior flexibilidade para definir a meto-dologia que ser utilizada para o desenvolvimento do curso.

    O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) adotado nos cursos da UAB/UECE o Moodle. Trata-se de um sistema de gerenciamento de cur-sos on line de cdigo aberto, cujo desenho est baseado na adoo de uma pedagogia socioconstrucionista, que busca promover colaborao, ativida-des individuais e compartilhadas, reflexo crtica, autonomia, entre outros aspectos. Ele oferece um ambiente seguro e flexvel, podendo ser adaptado s necessidades de qualquer curso a distncia ou daqueles que, mesmo sendo presenciais, desejem utilizar um AVA como recurso adicional.

    O Moodle disponibiliza variados recursos que sero empregados no processo de educao distncia, tais como: download e upload de materiais diversos (texto, imagem, som), chats, fruns, dirios, tarefas, oficina de cons-truo colaborativa (wikis), pesquisas de opinio e avaliao, questionrios (permitem se criar exames on line) etc. Alm disso, possibilita a incluso de novas funcionalidades disponveis na forma de plugins, como por exemplo, sistema de e-mail interno.

  • Vidal, E. M. e Bessa Maia, J. E.72

    Figura 13 Tela de apresentao do AVA Moodle da UECEFonte: http://www.ead.uece.br/moodle/

    Os cursos da UAB/UECE utilizam diversos recursos do Moodle, entre eles:

    Disponibilizao do material didtico da disciplina em pdf, para leitura e download.

    Servios de tutoria a distncia, para atendimento aos alunos.

    Fruns de discusso onde so colocadas atividades individuais ou co-letivas para interao aluno-aluno, aluno-tutor, aluno-contedo, etc.

    Fruns de notcias, onde so postadas informaes relevantes sobre a dis-ciplina, o curso e outras informaes institucionais.

    Biblioteca Virtual, para disponibilizao de textos e material bibliogrfico complementar para as disciplinas.

    Contedo extra relativo a disciplina, com disponibilizao na pgina da dis-ciplina ou link para acesso ao material no fourshared.

    Secretaria do curso, para atendimento as demandas acadmicas e ad-ministrativas dos alunos, como solicitao de documentos, notas, reo-fertas de disciplinas, etc.

    Controle Acadmico, implementado a partir das ferramentas do Moodle, que faz o registro de notas das atividades, avalies, etc.

    Chats, momento de interao sncrono, em que professores e alunos po-dem interagir acerca de um tema relacionado a disciplina em andamento.

    Provas on line, organizadas a partir de banco de questes, e montada ran-domicamente, podendo ou no ser divididas em unidades de contedo ou outra forma de categorizao. As provas on line vem sendo aplicadas em

  • Introduo a EAD 73

    vrias disciplinas, com o curso de Cincias Biolgicas desenvolvendo a iniciativa de forma pioneira. Os modelos de questes utilizadas so a do Questionrio Moodle, que consistem em:

    Mltipla escolha

    Questes de certo-errado (C ou E), verdadeiro ou falso (V ou F)

    Questes de lacunas (para completar)

    Questes de correspondncia ou associao

    Questes de ordenao

    Resposta breve

    Numrica

    Aleatria de associao com resposta breve

    Questes calculadas

    Questes dissertativas

    Embedded answers (Cloze)

    No caso de uma prova com questes de mltipla escolha, o nmero de questes deve ser programado de modo que a soma dos pontos corresponda a 100. Por exemplo, s podemos ter prova com 5, 10, 20, 40, 50 questes. Uma prova com 15 e 30 questes no possvel, uma vez que estes nmeros no so divisores exatos de 100. Quando da utilizao de questes disserta-tivas, apenas parte da prova pode ser corrigida on line, que corresponde as questes para as quais pode ser feito gabarito. As questes dissertativas pre-cisam ser corrigidas pelo professor formador ou tutor, mediante fornecimento, por parte do elaborador da questo, de grade de resposta.

    Outros recursos do AVA facilitaro a administrao do curso, como o envio de mensagens instantneas entre alunos ou destes para seus tutores ou vice--versa; fruns de tutores, em que coordenadores, professores e tutores podem discutir assuntos de interesse do curso; clculo automatizado de notas a partir do desempenho do aluno nas distintas atividades programadas; visualizao da nota pelo aluno; distribuio dos alunos em grupos/turmas; envio de mensagens para todos os alunos ou para grupos previamente definidos de alunos, etc.

    3. Interaes presenciais

    O Decreto n 5.622/2005 em seu 1 do artigo 1 explicita que:

    A educao distncia se organiza segundo metodologia, gesto e avaliao peculiares, para as quais dever estar prevista a obrigatorie-dade de momentos presenciais para:

    I - avaliaes de estudantes;

  • Vidal, E. M. e Bessa Maia, J. E.74

    II - estgios obrigatrios, quando previstos na legislao pertinente;

    III - defesa de trabalhos de concluso de curso, quando previstos na legislao pertinente; e

    IV - atividades relacionadas a laboratrios de ensino, quando for o caso.

    Assim, nas disciplinas constantes na matriz curricular do curso, existi-ro momentos de encontros e atividades presenciais numa proporo, pelo menos, de 25% da carga horria da disciplina, distribudas conforme quadro 7:

    QuADRo DE DIsTRIbuIo DE CARGA hoRRIA PREsEnCIAl DAs DIsCIPlInAs

    Quadro 7

    EncontroPresencial

    Dia Carga horria (h/a) Responsvel

    1Sexta-feira Noite 4 Prof. Formador

    Sbado Manh 5 Prof. Formador

    2Sexta-feira Noite 4 Prof. Formador

    Sbado Manh 5 Prof. Formador

    3Sexta noite 4 Prof. Formador

    Sbado- manh 4 Prof. Formador

    Total horas Atividades Presenciais 26 h/a

    Os encontros presenciais seguem planejamentos especficos e so minis-trados pelos professores formadores com a colaborao dos tutores a distncia e presencial, supervisionados pelos coordenadores de curso e tutoria. Em cada disciplina existem trs encontros presenciais, delineados com o seguinte padro:

    1 Encontro Presencial: apresentao geral do livro/mdulo didtico e das grandes temticas da disciplina contextualizando-as a partir do PPC do curso. A ideia no que o professor formador se atenha ao modelo de aula tradicional, mas que aproveite o momento de interao com os alunos para apresentar a disciplina no contexto do curso, situando-a na matriz curricu-lar, destacando os principais contedos a serem trabalhados, realizando uma articulao com o quadro conceitual das disciplinas anteriores e apon-tando a importncia para as disciplinas futuras.

    2 Encontro Presencial: momento que dever priorizar a aplicao das Prti-cas como Componente Curricular (PCC) nas disciplinas de contedo cien-tfico, por meio da insero de aulas prticas, aplicao de jogos didti-cos, viagens de campo, visitas tcnicas, estudos de casos, seminrios dos alunos, fichamento de livros didticos utilizados nos ensinos fundamental e mdio, dentre outros. Considerando que o curso de formao de pro-fessores h que se procurar trabalhar aspectos relativos a transposio didtica, concepes prvias dos alunos, mecanismos de avaliao, etc.

    Nos casos dos cursos do PNAP, este momento presencial uma oportunidade para relato e discusso das vivncias prticas dos alunos, a partir das suas atividades como agentes pblicos ou profissionais liberais.

  • Introduo a EAD 75

    3 Encontro Presencial: reservado para revises de contedos, tira-dvidas e aplicao da avaliao presencial.

    O professor formador o responsvel pela disciplina e estar dispo-sio para esclarecimento de dvidas dos estudantes e/ou tutores a partir de cronograma estabelecido junto a cada docente. No que diz respeito dimen-so do acompanhamento e avaliao do processo ensino-aprendizagem, so funes do professor formador:

    Participar dos cursos e reunies para aprofundamento terico relativo aos contedos trabalhados nas diferentes reas.

    Planejar e definir, com a coordenao e tutores, o cronograma das ativi-dades da disciplina de acordo como o calendrio acadmico do curso.

    Analisar o material didtico da disciplina bem como indicar textos e fontes de pesquisa complementar, quando for o caso.

    Organizar a apresentao de slides da disciplina para posterior gravao da videoaula.

    Elaborar as atividades a distncia que representaro as avaliaes a dis-tncia e equivalero a frequncia, e auxiliar na correo por parte dos tutores (apresentar gabarito para a correo).

    Elaborar as atividades presenciais e todas as provas (apresentar ga-barito e correo).

    Definir as aes de interao (Frum, Chat, Dirio) no AVA e presencialmente; elaborando as problematizaes e auxiliando os tutores no funcionamento.

    Realizar estudos sobre a educao a distncia. Selecionar o material didtico, em mdias variadas, para a disciplina. Conhecer e participar das discusses relativas confeco e uso de mate-

    rial didtico. Auxiliar o tutor presencial em seu processo de orientao do aluno. Coordenar e equilibrar, dando sentido de unidade, as orientaes dos tuto-

    res aos alunos. Avaliar o desempenho dos tutores e auxili-los em sua autoavaliao. Propor e coordenar encontros com os tutores para planejamento, acompa-

    nhamento e avaliao da disciplina. Participar de encontros com os outros professores formadores das discipli-

    nas para dar unidade ao contedo do semestre letivo. Estimular os tutores a ampliarem seus processos de leitura, extrapolando o

    material didtico. Conceber e desenvolver projetos de pesquisa e/ou extenso envolvendo

    tutores e alunos do curso. Preparar aulas de videoconferncia. Planejar e participar das atividades presenciais.

  • Vidal, E. M. e Bessa Maia, J. E.76

    Elaborar novos contedos a serem disponibilizados na internet. Detectar problemas dos alunos e tutores, buscando encaminhamen-

    tos e solues. Estimular o aluno em momentos de dificuldades para que no desista do curso. Participar ativamente do processo de avaliao de aprendizagem dos alunos. Preparar atividades de recuperao de aprendizagem para os alunos. Relacionar-se com os demais professores, na busca de contribuir para

    o processo de avaliao do curso.Alm desses encontros, os alunos so assistidos por tutores presen-

    ciais, que exercem suas atividades nos polos de apoio presencial. o tutor presencial que faz o acompanhamento dos estudantes nos polos, permitindo acesso infraestrutura, esclarecendo dvidas tcnicas sobre o ambiente de aprendizagem e motivando os alunos. Ele ocupa papel importante, atuando como elo de ligao entre os estudantes e a UECE.

    Para garantir o processo de interlocuo permanente e dinmico, a tutoria utilizar no s a rede comunicacional viabilizada pela internet, mas tambm outros meios de comunicao como telefone, fax e correio, que per-mitiro a todos os alunos, independentemente de suas condies de acesso ao polo, contar com apoio e informaes relativas ao curso.

    A comunicao ser realizada nas formas de contato aluno-professor, aluno-tutor e aluno-aluno, por meio da internet, do telefone, fax e correio. Os recursos da internet sero empregados para disseminar informaes sobre o curso, abrigar funes de apoio ao estudo, proporcionar acesso ao correio eletrnico, fruns e chats26, alm de trabalhos cooperativos entre os alunos.

    Sntese do captulo

    Este captulo dedicado a apresentar e descrever os recursos edu-cacionais utilizados nos cursos da UAB/UECE. Na estrutura educacional disponibilizada para o aluno, encontra-se materiais impressos, videoaulas, videoconferncias e web conference, ambiente virtual de aprendizagem e en-contros presenciais. Esses recursos pedaggicos funcionam com graus de sincronicidade distintos. O material impresso assume a funo de base do sistema de multimeios, sobre o qual se estruturam as videoaulas, as web con-ferences e as atividades a serem depositadas no AVA, bem como o planeja-mento dos momentos presenciais.

    O AVA cumpre um conjunto de funes pedaggicas e administrativas, uma vez que nesse ambiente que o aluno interage com os demais respon-

    26 Podero ser realizados chats por temas ou unidades em horrios alternados sempre comunicados com antecedncia de pelo menos 3 dias teis aos estudantes. Os chats entre especialistas e alunos sero mediados pelos tutores que faro a triagem das perguntas. Os fruns so temticos e permanentes por disciplinas.

  • Introduo a EAD 77

    sveis pelo processo ensino-aprendizagem como tambm com os servios acadmicos e administrativos dos cursos.

    Finalmente, os encontros presenciais, momentos de interao que en-volve alunos, tutores e professores formadores, considerados basilares para o fortalecimento dos laos afetivos, sociais e cognitivos e que articulam e inte-gram os demais recursos disponibilizados.

    Referncias bibliogrficasALVES, L. R. G., NOVOA, C. C. Educao e tecnologia: trilhando caminhos. Salvador: Editora da UNEB, 2003, v.1. p. 263.

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