intervenÇÕes fisioterapÊuticas para melhora da...
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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Curso de Fisioterapia
ALINE CRISTINA DOS SANTOS CAMARGO
MIRIAN APARECIDA LOUREIRO
INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS PARA MELHORA
DA MARCHA HEMIPARÉTICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
BRAGANÇA PAULISTA
2016
ALINE CRISTINA DOS SANTOS CAMARGO - RA: 001201200976
MIRIAN APARECIDA LOUREIRO - RA: 001201200981
INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS PARA MELHORA
DA MARCHA HEMIPARÉTICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Fisioterapia da USF –
Universidade São Francisco como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel
em Fisioterapia.
Orientadora temática: Prof.ª Mª Manuela
Amaral Mucci Casanova
Orientadora metodológica: Prof.ª Mª
Grazielle Aurelina Fraga de Sousa
BRAGANÇA PAULISTA
2016
ALINE CRISTINA DOS SANTOS CAMARGO
MIRIAN APARECIDA LOUREIRO
INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS PARA MELHORA
DA MARCHA HEMIPARÉTICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Fisioterapia da USF –
Universidade São Francisco como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel
em Fisioterapia.
Data de aprovação: _______/________/________
Banca examinadora
____________________________________________________________
Profª Mª Manuela Amaral Mucci Casanova (Orientadora Temática)
Universidade São Francisco
____________________________________________________________
Profª Mª Grazielle Aureliana Fraga de Souza (Orientadora Metodológica)
Universidade São Francisco
____________________________________________________________
Profª Mª Gianna Carla Cannonieri Nonose (Examinador Convidado)
Universidade São Francisco
Dedicamos este trabalho
primeiramente à Deus, pelo privilégio de um
dom que nos foi dado, e a todos que
estiveram envolvidos e próximos a nós,
familiares e amigos.
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos dado saúde e força para superar as dificuldades.
A Universidade, ao corpo docente e direção, pelas oportunidades.
Aos nossos pais, irmãs, namorados e cunhados pela força e pelo apoio e incentivo.
E a todos que diretamente e indiretamente nos auxiliaram para finalizar essa etapa.
“Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas
de saúde e força para qualquer sociedade.”
Albert Einstein
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................08
2. OBJETIVOS......................................................................................................................11
2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................11
2.2 OBJETIVO ESPECIFICO...............................................................................................11
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................12
4. ARTIGO CIENTÍFICO...................................................................................................13
5. ANEXOS............................................................................................................................33
8
1. INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma patologia de origem cerebrovascular
caracterizada principalmente por um déficit neurológico que pode ser definitivo ou transitório.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) ele pode ser definido como uma súbita
perturbação focal da função cerebral causada pela privação do fluxo sanguíneo persistente por
mais de 24 horas (STROKES, 2000).
As desordens da circulação cerebral incluem qualquer doença do sistema vascular que
cause isquemia ou infarto do cérebro ou hemorrágica espontânea no parênquima cerebral ou
no espaço subaracnoideo. AVC pode ser isquêmico devido á uma oclusão de uma das artérias
cerebrais importante ou hemorrágico devido ao sangramento de um vaso. (CARR,
SHEPHERD,2008)
Em todos os tipos descritos a privação do fluxo sanguíneo causa uma deficiência no
suprimento de oxigênio e nutrientes ocasionando lesão e morte do tecido neural e diversos
comprometimentos motores, sensoriais, mentais e linguagem (SÁ, 2014). Tais
comprometimentos ocorrem de acordo com o local da lesão encefálica, dessa forma, as
funções desempenhadas pela região anatômica comprometida serão afetadas podendo se
alterar ou até mesmo deixar de existir (PORTAL BRASIL,2015)
Segundo a Associação Brasileira de Neurologia o AVC é a segunda doença que mais mata
no Brasil. Dentre os principais fatores de risco para esta patologia podemos incluir fatores não
modificáveis como idade, sexo, etnia, antecedentes familiares e fatores modificáveis como
hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, doenças cardiovasculares,
sedentarismo, obesidade, hiperlipidemia e alcoolismo (ABE,2010).
Pacientes que sofreram AVC e que evoluíram com quadro de hemiparesia, variam em grau
de comprometimento motor. Alguns indivíduos, podem simplesmente demonstrar fraqueza ou
tensão local, já outros, apresentam dificuldades importantes para realizar atividades do dia a
dia. A hemiparesia é caracterizada por déficits motores incluindo diminuição da ativação
9
muscular e aumento anormal no tônus muscular, levando a compensações, dificuldade de
manutenção da postura e alterações na marcha (ZUGE, 2009).
Uns dos principais fatores que influenciam o déficit na marcha são atrofias musculares e
suas mudanças fisiológicas no metabolismo e nas fibras musculares consequente ao desuso,
alterações no suprimento sanguíneo do membro afetado, da perda dos efeitos tróficos centrais,
atrofia neurogênica, perda das unidades motoras, alterações na ordem de recrutamento e na
condução dos nervos periféricos. As unidades motoras do lado parético são mais fadigáveis,
levando a um déficit de resistência decorrente a diminuição de recrutamento de unidades
motoras e a ativação de fibras glicolíticas tipo II ao invés do recrutamento de fibra tipo I,
durante a atividade dinâmica reduzindo a capacidade oxidativa dos músculos paréticos com
aumento da produção de lactato na utilização de glicogênio muscular. Todos esses fatores
provocam uma baixa resistência em atividades aeróbicas gerando uma alta demanda
energética na marcha e nas mais simples atividades e uma baixa resistência cardiorrespiratória
(MOTA, BITENCOURT, 2011).
A marcha eficiente pode ser dividida em cinco componentes principais: absorção da
energia mecânica na fase de apoio ao corpo, promoção de apoio do corpo, manutenção do
equilíbrio postural, elevação do pé na fase de balanço e geração de propulsão para efetuar a
progressão para frente. As alterações neuromusculares e as estratégias de compensação
decorrentes da hemiparesia interferem diretamente na função coordenativa em indivíduos
hemiparéticos, que podem apresentar déficits em qualquer dos componentes essenciais da
locomoção ou uma associação deles dependendo do grau e tempo da lesão. Entretanto, a
caracterização da marcha na população hemiparética não define um padrão único, mas grande
variabilidade de comportamentos distribuídos desigualmente entre grupos com quadros
clínicos semelhantes. (SANTOS,2010).
O hemiparético apresenta marcha com restrições angulares em tornozelo, joelho e
quadril (ZUGE,2009) porém , há uma restrição do movimento de dorsiflexão que vai ser
ineficaz durante a fase de balanço e a impossibilidade de o calcanhar contatar o chão na fase
inicial da marcha. Estas alterações estão associadas com um padrão complexo de disfunções
incluindo a espasticidade, a fraqueza muscular, o controlo sensório-motor e as alterações
mecânicas nos músculos e nas articulações (IGNAT, 2014). Com a instabilidade do membro
inferior parético durante a fase do apoio, altera-se o equilíbrio, ocasionando aumento da
velocidade na fase de oscilação do membro não parético. A estratégia adotada por um
10
individuo ao realizar a marcha podem ser diferentes e, quanto maior a deficiência do membro
inferior acometido, maior será o gasto energético (ZUGE,2009).
Os indivíduos que sobrevivem a um episódio de AVC frequentemente apresentam
deficiências motoras, que estão relacionadas a limitações em atividades e restrições na
participação social. Limitações em marcha são consideradas uma das principais incapacidades
após AVC, uma vez que a capacidade de deambular está diretamente relacionada à
independência funcional. O hemiparético apresenta marcha com restrições e quanto maior for
a deficiência, mais gasto energético ele vai ter para realizar os movimentos. A fisioterapia
vem para contribuir na melhora dessa marcha e, consequentemente, melhorar a qualidade de
vida, visto que a marcha é importante para independência funcional e locomoção do paciente
(IGNAT, 2014)
Dessa forma pesquisas sobre as intervenções fisioterapêuticas são importantes para
mostrar os principais métodos de tratamento utilizados, visando significativa melhora dos
parâmetros que compõem a marcha, para contribuir na realização de um tratamento
fisioterapêutico adequado voltado para a marcha de pacientes hemiparéticos pós AVC
(IGNAT,2014).
11
2. OBJETIVO:
2.1 Objetivo Geral: Identificar intervenções fisioterapêuticas para melhorar a marcha de
indivíduos hemiparéticos pós AVC.
2.2 Objetivo Especifico: Analisar nos estudos encontrados as intervenções fisioterapêuticas e
discutir quais os melhores métodos utilizados para a reabilitação da marcha hemiparética.
12
3. REFERÊNCIAS
ABE, Ivana Lie Makita. Prevalência de Acidente Vascular Cerebral em área de exclusão
social na cidade de São Paulo, Brasil: utilizando questionário validado para sintomas.
2010. 182 f Tese (Doutorado em Ciências) – Programa de Ciências Médicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010.
CARR, J, SHEPHERD, R, Reabilitação Neurológica- otimizando o despenho motor, edito-
ra Manole, 2008.
IGNAT, FG, Metodologia para avaliação e monitorização da marcha espastica em paci-
ente pós AVC, Instituto Supeior de engenharia de Coimbra, 2014.
MOTA RS, BITENCOURT JS, CONCEIÇÃO TMA, CARDOSO FB, SILVA IL, BERES-
FORD H, Avaliação do efeito do exercício aeróbico na marcha de indivíduos hemiparéti-
cos, 2011, Revista Ciência e Movimento, 2011;19(2):45-51.
PORTAL BRASIL. Acidente vascular cerebral (AVC). Disponível em
<http://www.brasil.gov.br/saude/2012/04/acidente-vascular-cerebral-avc>. Acesso em 27 A-
bril. 2015.
SANTOS, FRP, Análise de duas propostas para a reabilitação da marcha em indivíduos
portadores de sequelas neurológicas crônicas, Universidade Federal de São Carlos. Centro
de Ciências Biológicas e da Saúde Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, 2010.
SÁ, B.P; GRAVE, M.T.Q; PÉRICO, E. Perfil de pacientes internados por Acidente Vascu-
lar Cerebral em hospital do Vale do Taquari/RS. Revista de Neurociências 22 (3), 381-
387, Outubro. 2014
STROKES, M, Neurologia para fisioterapia, editora Premier, 2000.
ZUGE, Richard Wagner, MANFFRA, Elisangela Ferretti, Efeitos de uma intervenção
cinesioterapêutica e eletroterapêutica na cinemática da marcha de indivíduos
hemiparéticos, Revista Fisioterapia do Movimento, Curitiba, v. 22, n. 4, p. 547-556, out./dez.
2009.
13
4. ARTIGO
INTERVENÇÕES FISIOTERAPEUTICAS PARA MELHORA DA MARCHA
HEMIPARÉTICA : Revisão bibliográfica
PHYSIOTERAPEUTIC INTERVENTION FOR IMPROVEMENT OF
HEMIPARETIC GAIT: Literature review
Aline Cristina dos Santos Camargo¹, Mirian aparecida Loureiro¹, Manuela Amaral Mucci
Casanova².
¹ Graduandas de Fisioterapia na Universidade São Francisco
² Mestre em Ciências Médicas UNICAMP e Professora da Universidade São Francisco
Trabalho realizado na universidade São Francisco, Bragança Paulista-SP, Brasil.
RESUMO
O objetivo do estudo foi realizar pesquisa em bases de dados, identificando as
publicações em artigos científicos sobre evidências de intervenções fisioterapêuticas para
melhorar a marcha de indivíduos hemiparéticos pós AVC. Metodologia: Através de uma
revisão sistemática de artigos científicos encontrados em bases de dados, Bireme, Lilacs,
Scielo, Pubmed, Medline foi realizada uma pesquisa utilizando as palavras chaves: marcha no
AVC, Intervenções na marcha , marcha hemiparética pós AVC objetivando intervenções
fisioterapêuticas para melhorar a marcha de indivíduos hemiréticos pós AVC. Resultados:
Dos 15 artigos selecionados 2 foram de intervenção aeróbica, 1 de enfaixamento em oito, 5
artigos abordaram treino de marcha na esteira, 1 intervenção de eletroestimulação mais Kabat,
2 treino de marcha convencional, 1 de intervenção de treino de resistência, 1 treino de
marcha com eletroestimulação,1 Treino funcional/cinesioterapia 1 de cinesioterapia mais
14
corrente elétrica. Conclusão: Os estudos apresentados evidenciaram que a fisioterapia pode
melhorar os aspectos da marcha de pacientes hemiparéticos pós AVC, incluindo os
parâmetros têmporo-espaciais da marcha, aumento da força muscular e equilíbrio.
Unitermos: marcha no AVC, intervenções na marcha, marcha hemiparética
ABSTRACT
The aim of the study was to research databases, search the publications in scientific papers on
evidence of physical therapy interventions to improve gait after Hemiparetic stroke subjects.
Methodology: Through a systematic review of scientific articles found in databases, Bireme,
Lilacs, Scielo, Pubmed, Medline research was conducted using the key words: gait in stroke,
interventions in gait after stroke, hemiparetic gait aiming physical therapy interventions for
improve gait after stroke hemiparetic individuals. Results: Of the 15 selected articles 2 were
aerobics intervention, 1 bandaging in eight, 5 articles addressed gait training on the treadmill,
1 intervention electro stimulation plus Kabat, 2 conventional gait training, and 1 resistance
training intervention, 1 gait training with electro stimulation, 1 functional training /
kinesiotherapy, 1 kinesiotherapy and electrical stimulation. Conclusion: The presented
studies have shown that physical therapy can improve aspects of gait after stroke hemiplegic
patients, including the temporo-spatial parameters of gait, increased muscle strength and
balance
Keywords: march in stroke intervention in the march, hemiparetic gait
INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma patologia de origem cerebrovascular
caracterizada principalmente por um déficit neurológico que pode ser definitivo ou transitório.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) ele pode ser definido como uma súbita
15
perturbação focal da função cerebral causada pela privação do fluxo sanguíneo persistente por
mais de 24 horas 1.
As desordens da circulação cerebral incluem qualquer doença do sistema vascular que
cause isquemia ou infarto do cérebro ou hemorrágica espontânea no parênquima cerebral ou
no espaço subaracnoideo. O AVC pode ser isquêmico devido á uma oclusão de uma das
artérias cerebrais importante ou hemorrágico devido ao sangramento de um vaso 2.
Em todos os tipos descritos a privação do fluxo sanguíneo causa uma deficiência no
suprimento de oxigênio e nutrientes ocasionando lesão e morte do tecido neural e diversos
comprometimentos motores, sensoriais, mentais e linguagem 2
. Tais comprometimentos
ocorrem de acordo com o local da lesão encefálica, dessa forma, as funções desempenhadas
pela região anatômica comprometida serão afetadas podendo se alterar ou até mesmo deixar
de existir 3.
Segundo a Associação Brasileira de Neurologia o AVC é a segunda doença que mais mata
no Brasil. Dentre os principais fatores de risco para esta patologia podemos incluir fatores não
modificáveis como idade, sexo, etnia, antecedentes familiares e fatores modificáveis como
hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, doenças cardiovasculares,
sedentarismo, obesidade, hiperlipidemia e alcoolismo4.
Pacientes que sofreram AVC e que evoluíram com quadro de hemiparesia, variam em grau
de comprometimento motor. Alguns indivíduos, podem simplesmente demonstrar fraqueza ou
tensão local, já outros, apresentam dificuldades importantes para realizar atividades do dia a
dia. A hemiparesia é caracterizada por déficits motores incluindo diminuição da ativação
muscular e aumento anormal no tônus muscular, levando a compensações, dificuldade de
manutenção da postura e alterações na marcha 6.
16
Uns dos principais fatores que influenciam o déficit na marcha são atrofias musculares e
suas mudanças fisiológicas no metabolismo e nas fibras musculares consequente ao desuso,
alterações no suprimento sanguíneo do membro afetado, da perda dos efeitos tróficos centrais,
atrofia neurogênica, perda das unidades motoras, alterações na ordem de recrutamento e na
condução dos nervos periféricos. As unidades motoras do lado parético são mais fadigáveis,
levando a um déficit de resistência decorrente a diminuição de recrutamento de unidades
motoras e a ativação de fibras glicolíticas tipo II ao invés do recrutamento de fibra tipo I,
durante a atividade dinâmica reduzindo a capacidade oxidativa dos músculos paréticos com
aumento da produção de lactato na utilização de glicogênio muscular. Todos esses fatores
provocam uma baixa resistência em atividades aeróbicas gerando uma alta demanda
energética na marcha e nas mais simples atividades e uma baixa resistência
cardiorrespiratória7.
A marcha eficiente pode ser dividida em cinco componentes principais: absorção da
energia mecânica na fase de apoio ao corpo, promoção de apoio do corpo, manutenção do
equilíbrio postural, elevação do pé na fase de balanço e geração de propulsão para efetuar a
progressão para frente. As alterações neuromusculares e as estratégias de compensação
decorrentes da hemiparesia interferem diretamente na função coordenativa em indivíduos
hemiparéticos, que podem apresentar déficits em qualquer dos componentes essenciais da
locomoção ou uma associação deles dependendo do grau e tempo da lesão. Entretanto, a
caracterização da marcha na população hemiparética não define um padrão único, mas grande
variabilidade de comportamentos distribuídos desigualmente entre grupos com quadros
clínicos semelhantes 8
.
O hemiparético apresenta marcha com restrições angulares em tornozelo, joelho e
quadril6. porém, há uma restrição do movimento de dorsiflexão que vai ser ineficaz durante a
fase de balanço e a impossibilidade de o calcanhar contatar o chão na fase inicial da marcha.
17
Estas alterações estão associadas com um padrão complexo de disfunções incluindo a
espasticidade, a fraqueza muscular, o controlo sensório-motor e as alterações mecânicas nos
músculos e nas articulações9. Com a instabilidade do membro inferior parético durante a fase
do apoio, altera-se o equilíbrio, ocasionando aumento da velocidade na fase de oscilação do
membro não parético. A estratégia adotada por um individuo ao realizar a marcha podem ser
diferentes e, quanto maior a deficiência do membro inferior acometido, maior será o gasto
energético6.
Os indivíduos que sobrevivem a um episódio de AVC frequentemente apresentam
deficiências motoras, que estão relacionadas a limitações em atividades e restrições na
participação social. Limitações em marcha são consideradas uma das principais incapacidades
após AVC, uma vez que a capacidade de deambular está diretamente relacionada à
independência funcional. O hemiparético apresenta marcha com restrições e quanto maior for
a deficiência, mais gasto energético ele vai ter para realizar os movimentos. A fisioterapia
vem para contribuir na melhora dessa marcha e, consequentemente, melhorar a qualidade de
vida, visto que a marcha é importante para independência funcional e locomoção do paciente9.
Dessa forma pesquisas sobre as intervenções fisioterapêuticas são importantes para
mostrar os principais métodos de tratamento utilizados, visando significativa melhora dos
parâmetros que compõem a marcha, para contribuir na realização de um tratamento
fisioterapêutico adequado voltado para a marcha de pacientes hemiparéticos pós AVC 9.
METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos científicos encontrados nas bases de
dados Bireme, Lilacs, Scielo, Pubmed, Medline, utilizando as palavras chaves: marcha no
18
AVC, intervenções na marcha, marcha hemiparetica, entre os anos de 2009 a 2016.
Os critérios de inclusão foram estudos encontrados em português e inglês em bases de
dados que realizaram intervenção fisioterapêutica na marcha hemiparética de sujeitos após
AVC. Foram excluídos artigos não obtidos na integra, estudos de caso, sujeitos que possuíam
algum tipo de demência ou comprometimento cognitivo associado.
RESULTADO
Figura 1: Fluxograma dos artigos encontrados
Foram identificados 78 artigos. Dentre eles, 49 não falavam de intervenção
fisioterapêutica na marcha e 29 artigos abordavam o tema do estudo. Dos 29 artigos com
intervenção, 14 foram excluídos, pois eram artigos de revisão bibliográfica, estudo de caso e
não apresentaram resultado nos parâmetros têmporo – espaciais da marcha, assim foram
selecionados 15 artigos para participar do estudo que estavam dentro dos nossos critérios de
78 artigos selecionados para
leitura
29 artigos abordavam intervenção
fisioterapeutica
4 artigos foram de revisão bibliografica
8 artigos não apresentaram
resultado sobre os parametros temporo-espacieais da marcha
2 estudos de caso 15 artigo s
selecionados para o estudo
49artigos não abordavam intervenção
fisioterapeutica
19
inclusão. Como demostrado na Figura 1. A faixa etária dos sujeitos dos estudos foi de 18 a 83
anos de idade e o número de participantes em cada estudo variou de 7 a 50 sujeitos.
Dos 15 artigos selecionados, 5 (33%) artigos utilizaram grupo controle e 10 (67%) não
utilizaram; 2 (13%) foram de intervenção aeróbica, 1 (6%) de enfaixamento em oito, 5 (33%)
artigos abordaram treino de marcha na esteira, 1 (7%) intervenção de eletroestimulação mais
Kabat, 2 (13%) treino de marcha convencional, 1 (7%) de intervenção de treino de resistência,
1 (7%) treino de marcha com eletroestimulação,1 (7%) Treino funcional/cinesioterapia 1
(7%) de cinesioterapia mais corrente elétrica, conforme demonstrado na figura 2.
Figura 2: Tipos de intervenções Fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da marcha
hemiparética
20
Todos os artigos indicaram melhora em algum aspecto da marcha hemiparética, sendo
que o melhor resultado foi para aumento da velocidade (90%). Abaixo a tabela 1 demonstra
as divisões dos artigos.
Tabela 1: Parâmetros têmporo espaciais encontrados nos artigos avaliados.
“Tipo de
intervenção
fisioterapêutica”
Parâmetros têmporo-espaciais Outras
Resultados
Exercícios
aeróbicos (n=2)
Melhora na cadencia e na velocidade da marcha -
Enfaixamento em
oito (n=1)
Melhora na velocidade da marcha Aumento da
funcionalidade
da marcha
Treino de marcha
convencional
(solo fixo em
clinica) (n=2)
Melhora na velocidade da marcha Melhorou o
equilíbrio
Treino de marcha
em esteira (n=5)
Melhora no tempo, comprimento da passada, cadencia
e na velocidade da marcha
-
Estimulação mais
Kabat (n=1)
Melhora no comprimento da passada
-
Treino de
resistência (n=1)
Melhora da velocidade
-
Treino funcional
mais
cinesioterapia
(n=1)
Melhora da velocidade
Melhora na
capacidade
funcional do
paciente
Treino de marcha
com
eletroestimulação
(n=1)
Melhora na velocidade da marcha
-
Cinesioterapia
mais
eletroestimulação
(n=1)
Melhora na velocidade da marcha
-
As ferramentas de avaliação que foram usados nos estudos identificados foram: Teste
de Caminhada de 6 minutos (7 artigos), Teste de Velocidade de macha natural e máxima (4
21
artigos), Teste Timed Up and Go (3 artigos) outros utilizaram MEEM, Mini-mental, Escala
de Barthel, Força Muscular Isométrica.
Tabela 2: Artigos analisados no presente estudo
Autor e Ano Número de
sujeitos
Objetos de
avaliação
Procedimento
realizado no
estudo
Resultados
MOTA, 2011
LIMA, 2014
34 sujeitos nos
dois estudos
Teste de
caminhada,
avaliação do
índice de
marcha
dinâmica
As sessões se
basearam de 12 a
35, com divisão
das fases de
tratamento de 3 a
5 fases de
exercícios
aeróbicos.
O primeiro es-
tudo (MOTA)
pode verificar
que a velocida-
de da marcha
foi de 1,29m/s
(inicial), 1,41
m/s (final) e a
distância, 466m
(inicial), 511m
(final). No se-
gundo estudo
(LIMA), Dis-
tância percorri-
da em (m)
356m, pré teste
e no Pós-teste a
sistância per-
corrida 393m.
WATANABE,
2014
SCALZO, 2011
42 sujeitos nos
dois estudos
Teste Timed up
and go, teste de
caminhada,
avaliação de
força muscular
isométrica,
velocidade e
cadencia da
marcha
Foram realizados
de 12 sessões no
primeiro estudo e
24 sessões no
segundo.
A intervenção foi
realizar marcha
em solo fixo na
clinica, sendo
que
WATANABE
utilizou como
auxilio nos
treinos o uso do
HALO
Houve melhora
na velocidade
no teste timed
up go e teste de
caminhada,
0,071m/s
0,077m/s e no
estudo de
(SCALZO)
aumentou a
velocidade da
marcha (inicial)
– 0,75m/s,
(final) 0,73 e
distância
(inicial) 266m
(final) 270m.
DRUZBICK,2015
OLIVEIRA,ROSA,
2013
BOURDARHAM,
2013
7 a 50 sujeitos Teste de
Caminhada,
Índice de
Barthel, MIF,
Escala Mini-
Todos os estudos
foram realizados
na esteira em
media de 10 dias
a 12 semanas de
Nos resultados
em geral dos
estudos
abordados nesta
categoria, com
22
HALL, BOWDEN,
2012
NILSSON,
VREEDE, 2014
Mental, Escala
Fugl Meyer,
Timed Up go
tratamento,
variaram de 35
minutos a 1,5 h
de treino.
avaliação antes
e após
intervenção
pode se dizer
que houve uma
melhora na
velocidade,
cadencia,
tempo,
distância
percorrida pelos
sujeitos.
ZUGE, MAFRA,
2009
RODRIGUES,
QUEMELO, 2015
SPAICH,
SNAVEBORG,
2014
3 a 30 sujeitos Escala de
Barthel, teste
de Caminhada,
Mini Mental,
Escala de
Ashworth,
Escala de
Kendell.
Os três estudos
realizaram
aplicação de
eletroestimulação
(FES) em lugares
diferentes e
auxiliando com
alguma função
para o paciente.
Foi realizado
uma avaliação
inicial e uma
pós avaliação
depois do
tratamento, e
concluindo de
uma forma
geral foi
possível
verificar a
melhora na
velocidade e
aumento do
comprimento
da passada.
SILVA, 2014 22 sujeitos Comparação
antes e após o
enfaixamento
em oito. Teste
Timed Up Go
(TUG),
Velocidade da
Marcha Natural
e Máxima,
Escala de
Equilíbrio
(BERG).
Foi realizado
com uma atadura
elástica de alta
compressão no
tornozelo
hemiparético,
tensionando em
eversão e
dorsiflexão
plantar.
O enfaixamento
em oito
mostrou ser um
recurso
fisioterapêutico
eficaz para
reabilitação
após AVE.
Obteve melhora
na velocidade
da marcha,
mobilidade
funcional e
equilíbrio.
WU, LANDRY, ET
ALL, 2014
30 sujeitos Teste de
Caminhada de
6 minutos,
avaliações
clinicas de
equilíbrio,
tônus muscular
Para o grupo de
resistência, foi
aplicado uma
carga controlada
na perna parética
no tornozelo para
resistir o balanço
Após 6 semanas
de treino, a
velocidade
aumentou de
forma
significativa
para ambos os
23
e qualidade de
vida. As
medidas
medidadas
foram avaliadas
antes e após 6
semanas de
treinamento,
comparadas
dentro do grupo
e entre os dois
grupos.
enquanto o
paciente caminha
na esteira. Para o
grupo de
assistência foi
aplicado uma
carga que auxilia
na fase do
balanço.
grupos.O teste
de 6 minutos
melhorou o
equilíbrio para
o grupo de
assistência e
não o de
resistência. Ao
aplicar uma
resistência
controlada ou
uma carga de
assistência na
perna
hemiparética
durante esteira
pode trazer
melhorias na
velocidade de
caminhada em
individuos pós
AVC.
OOSTRA,
OOMEN,2014
50 sujeitos Todos os
sujeitos
receberam um
programa de
reabilitação
padrão, que
consiste em
terapia fisica e
terapia
ocupacional
diária 5 dias
por semana.
A terapia foi
baseada no
Conceito Bobath.
A terapia
ocupacional em
tarefas
específicas,
treinamento
funcional
incluíndo
transferencia e
pratica de
equilíbrio. Nas 2
ultimas semanas
de pratica,
exercícios de
marcha foram
incluidos no dia
a dia e os
pacientes foram
instruídos a ver e
sentir andando
em diferentes
situações.
Não houve
diferenças
significativas
entre os
grupos.Houve
uma pequena
diferença,
maior no grupo
controle do que
no grupo de
pacientes.
24
DISCUSSÃO
O presente estudo teve como foco identificar intervenções fisioterapêuticas na marcha
hemiparética em indivíduos pós AVC, através de uma revisão sistemática com artigos
encontrados em bases de dados do ano de 2009 a 2016.
Podemos observar que a maioria dos artigos citados neste trabalho abordaram o tema
de treino de marcha em esteira. Segundo Druzbicki 10
, um treino de 10 dias por 1,5h já
conseguiria apresentar melhora nos parâmetros têmporo- espaciais da marcha, porém para
para Oliveira, Rosa11
, mesmo tendo uma amostra pequena com 7 sujeitos, e dois dias de treino
de marcha na esteira, variando a velocidade de 1 a 4 km/h, houve um resultado positivo com
aumento da velocidade de marcha e uma diminuição na fase de balanço, tendo uma maior
estabilidade dinâmica na velocidade de 3km/h.
Para Nilsson, Vreede12
e para Hall, Bowden13
, que realizaram intervenções na esteira
com suporte parcial de peso , foi realizado o tratamento variando de 5 sessões até 12 semanas
de intervenção para poder ter melhora nas variáveis da marcha. Porém os estudos nos
mostram que com o auxilio do suporte parcial de peso nos pacientes, eles se sentem mais
confiáveis para realizara um marcha mais segura e eficaz tendo melhora importante nos
parâmetros têmporo-espaciais da marcha.
Bourdaham, Roche14
, realizaram a avaliação dos parâmetros têmporo espaciais de
cada sujeito do estudo, (velocidade da marcha, tempo, comprimento do passo, cadência,
largura do passo, tempo da fase de apoio, tempo de duplo apoio) com o objetivo de
determinar se a marcha de pacientes hemiparéticos muda significativamente ao longo de
vários treinos de marcha em solo fixo. O estudo foi realizado com 42 sujeitos pós AVC, sendo
assim o autor conclui que ao longo de treinos de marcha os parâmetros têmporo-espaciais vão
25
melhorando significativamente, pois houve melhora no parâmetros como velocidade da
marcha, comprimento do passo e cadência.
Os resultados apresentados pelos estudos que realizaram treino de marcha em esteira
mostraram melhora significativa em quatro dos sete parâmetros têmporo espaciais, que foram
a cadencia, tempo, comprimentos do passo, velocidade. Segundo Boudarham14
, os pacientes
acometidos com AVC ficam com medo de cair durante uma caminhada, levando a um padrão
de marcha específico com o comprimento da passada e velocidade da marcha reduzida,
juntamente com o tempo de duplo apoio prolongado. Assim o presente estudo aborda que as
intervenções citadas com os treinos de marcha realizados em esteira nos mostraram o quanto é
importante trabalhar com esses pacientes, focando nas fases da marcha para que o sujeito com
AVC diminua o tempo de duplo apoio e vá reeducando os parâmetros têmporo-espaciais
visando uma marcha com mais velocidade e comprimento da passada maior.
O estudo feito por Watanabe e Tanaka15
, constituiu de treino de marcha convencional
com auxilio do HALO, que é uma versão nova de robô que reveste o paciente com hemiplegia
possuindo dois sistemas de controle, um por sistema voluntário do paciente e outro controle
autônomo cybernic. Com esse estudo os autores concluíram que houve melhora significativa
na habilidade para caminhar e no equilíbrio.
No treino de equilíbrio que Scalzo16
, propõe são 5 estações de exercícios incluindo
alongamentos de cadeia posterior de MI, estimulação sensorial, treino de sentado para de pé,
treino de marcha sob superfície instável, transferência de peso, treino de marcha com
obstáculos, e seu objetivo era ver se esse treinamento interferia nos parâmetros da marcha,
porém ele conclui que o estudo não apresentou melhora significativa dos parâmetros da
marcha, porém houve melhora no equilíbrio e uma marcha funcional dos sujeitos.
Neste presente estudo os exercícios aeróbicos foram a segunda intervenção mais
encontrada, foram analisados os dois artigos que abordavam o tema, sendo realizados os
26
exercícios em diferentes locais, água e solo; Lima17
, realizou a intervenção fisioterapêutica na
piscina e Mota18
, realizou a intervenção fisioterapêutica em solo, na clinica. Ambos os estudos
obtiveram resultados significativos na cadencia e velocidade marcha de pacientes
hemiparéticos.
Os métodos utilizados nos estudos para realizar a avaliação do pacientes são
importantes para verificar a marcha, a mobilidade e as limitações dos sujeitos pós AVC foram
utilizados o Teste de Caminhada de 10 metros e Timed Up and Go (TUG). Segundo Vernon,
Paterson19
, estes testes fornecem tipicamente uma única medida de resultado, que representa o
desempenho de um componente específico da função física. Com efeito, uma análise do teste
TUG, pode ser útil quando realizada avaliação cinética da marcha sendo composta dos
parâmetros como equilíbrio, velocidade da marcha, força muscular e atividades relacionadas
com agilidade.
Segundo o artigo Pires, Oliveira20
, o teste de caminhada vem sendo muito utilizado
para avaliar a aptidão física de indivíduos com pouco condicionamento. Além disso, é uma
forma prática e de baixo custo de avaliar a capacidade física em indivíduos com limitação
funcional. O teste ganhou grande importância tanto na prática clínica quanto em pesquisa nos
últimos anos, sendo que os objetivos do teste são avaliar a capacidade aeróbica, avaliar o
estado funcional do sistema cardiovascular e/ou respiratório na saúde e doença, avaliar
programas de prevenção, terapêuticos e de reabilitação.
Os parâmetros têmporo espaciais são importantes para que direcionemos o foco do
trabalho a ser aplicado no sujeito com hemiparesia pós AVC, pois segundo Boudarham,
Roche14
, a marcha hemiplégica é caracterizada por alterações nos parâmetros espaço-
temporais. Sendo assim a marcha em adultos mais velhos e o medo de cair durante a
caminhada leva a um padrão de marcha específico com o comprimento da passada reduzida e
velocidade da marcha, juntamente com o tempo de duplo apoio prolongado.
27
Todos os três estudos que apresentaram a aplicação da estimulação elétrica utilizaram
o FES. Zuge, Manfra6, posicionaram em dorsiflexores para realizar uma simulação de passo
no degrau; já Rodrigues, Quemelo21
, utilizaram a corrente elétrica com o uso do Kabat,
utilizando o estimulo da sensibilidade proprioceptiva para aumentar força, flexibilidade e
coordenação, melhorando a qualidade do movimento. Eles utilizaram o eletrodo no ponto
motor de tibial anterior do membro afetado. Para Spaich, Snaveborg22
, com aplicação do
eletrodo no arco do pé durante 30 minutos por 20 sessões realizando treino de marcha. Destes
três estudos, dois apresentaram aumento na velocidade da marcha, porém no estudo do autor
Rodrigues, Quemelo21
(FES + Kabat) houve melhora no tamanho da passada e aumento da
base.
Segundo Martins22
, esse tratamento se torna importante, pois quando o músculo está
fraco o tratamento com o FES tem um objetivo para realizar o fortalecimento do músculo, a
fim de reduzir a hiperexcitabilidade em pacientes pós-AVC e promover mais coordenar o
controle do movimento. A técnica de eletroestimulação é realizada para intervir diretamente
na dinâmica do controle sensório motor, restabelecendo o feedback proprioceptivo que está
bloqueado nas tentativas de movimento muscular. A aplicação da corrente elétrica tem como
objetivo atingir um músculo ou um grupo muscular ou terminais nervosos, produzindo neles
uma contração muscular. O objetivo principal na fisioterapia é a reeducação muscular,
retardamento da atrofia, inibição temporária de espasticidade e a resolução de contraturas e
edemas.
A presente discussão, citada pelos autores acima, pode enriquecer os métodos de
tratamento utilizados para uma boa intervenção fisioterapêutica na marcha hemiparética, se
utilizados em conjunto com outras técnicas, podem potencializar o tratamento e obter melhora
na locomoção desses pacientes.
28
CONCLUSÃO
Os estudos identificados evidenciaram que a fisioterapia pode melhorar os aspectos da
marcha de pacientes hemiparéticos pós AVC, incluindo os parâmetros têmporo-espaciais da
marcha, aumento da força muscular e equilíbrio.
As intervenções mais encontradas foram treino de marcha em esteira, treino de marcha
em solo fixo (convencional), e treinos aeróbicos que nos mostraram que determinara melhora
no padrão de marcha dos pacientes hemiparéticos, incluindo aumento na velocidade, no
comprimento do passo e cadência.
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33
5. ANEXOS I – Normas da Revista
NORMAS DE PUBLICAÇÃO
A Revista Neurociências é voltada à Neurologia e às ciências afins. Publica artigos de
interesse científico e tecnológico, realizados por profissionais dessas áreas, resultantes de
estudos clínicos ou com ênfase em temas de cunho prático, específicos ou interdisciplinares.
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Sistemáticas). Contudo, também serão aceitos para publicação os artigos de Revisão de
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Artigo e enviará a Carta de Autorização, a ser assinada por todos os autores, mediante
confirmação de que o artigo seja inédito, e uma declaração de eventuais conflitos de interesse
pessoais, comerciais, políticos, acadêmicos ou financeiros de cada autor. O Corpo Editorial
enviará, então, o artigo para, pelo menos, dois revisores dentro da área do tema do artigo, no
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sugestões para os autores, para aprimoramento do conteúdo, da estrutura, da redação e da
clareza do texto. Os autores terão 15 dias para revisar o texto, incluir as modificações
sugeridas, cabendo-lhes direito de resposta. O Corpo Editorial, quando os revisores sugerirem
a adição de novos dados, e a depender do estudo, poderá prover tempo extra aos autores, para
cumprimento das solicitações. O Corpo Editorial verificará as modificações realizadas no
texto e, se necessário, sugerirá correções adicionais. O Corpo Editorial poderá aceitar o artigo
para publicação ou recusá-lo se for inadequado. Para publicação, será observada a ordem
34
cronológica de aceitação dos artigos e distribuição regional. Os artigos aceitos estarão sujeitos
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Categoria de artigos: Editorial, Original, Revisão Sistemática, Revisão de Literatura,
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informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. A Revista prefere títulos
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a pesquisa que deu origem ao artigo. Referir formação acadêmica, titulação máxima e vínculo
35
profissional mais importante de cada autor, por ex.: 1- Neurologista, Livre Docente, Professor
Adjunto da UNIFESP, 2- Neurologista, Pós-graduando na UNICAMP, 3- Neurologista,
Residente no Hospital São Paulo - UNIFESP. Referir suporte financeiro. A ordem dos autores
deve seguir orientação Vancouver: primeiro autor o que realizou o projeto, último autor o
orientador. O orientador ou professor da instituição deve ser indicado como autor
correspondente.
Resumo e Abstract: devem permitir uma visão panorâmica do trabalho. O resumo deve ser
estruturado em objetivos, métodos, resultados e conclusões. Não exceder 200 palavras.
Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis), referir após o Resumo e o Abstract,
respectivamente. Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).
Corpo do Artigo: apresentar a matéria do artigo seqüencialmente: introdução e objetivo;
método (sujeitos ou relato de caso, número do protocolo do Comitê de Ética da Instituição,
procedimento ou intervenção e análise estatística) com detalhes suficientes para a pesquisa
poder ser duplicada, resultados (apresentados de forma clara e concisa), discussão
(interpretação dos resultados comparados à literatura), conclusões, agradecimentos,
referências bibliográficas. As abreviações devem vir acompanhadas do seu significado na
primeira vez que aparecerem no texto. Nomes comerciais e marcas registradas devem ser
utilizados com parcimônia, devendo-se dar preferência aos nomes genéricos.
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Figuras, Quadros, Gráficos e Tabelas: Juntos não poderão exceder 5. Deverão ser
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9cm, com alta resolução (300) e em arquivo JPEG. Identificar cada ilustração com seu
número de ordem e legenda. Ilustrações reproduzidas de textos já publicados devem ser
acompanhadas de autorização de reprodução, tanto do autor como da publicadora. O material
recebido não será devolvido aos autores. Manter os negativos destas.
Referências: Máximo de 30 (as Revisões Sistemáticas deverão solicitar o aumento do
número de referências ao Editor, conforme a necessidade), restritas à bibliografia essencial ao
conteúdo do artigo. Todos os autores e trabalhos citados no texto devem constar na listagem
36
de referências bibliográficas. No texto, as citações devem seguir o sistema numérico, isto é,
são numerados por ordem de sua citação no texto, utilizando-se números arábicos sobrescritos
segundo o estilo Vancouver (www.icmje.org). Por exemplo: “....o horário de ir para a cama e a
duração do sono na infância e adolescência6-12,14,15.”
As referências devem ser ordenadas consecutivamente na ordem na qual os autores são
mencionados no texto. Mais de 6 autores, listar os 6 primeiros seguidos de “et al.”.
a) Artigos: Autor(es). Título do artigo. Título do periódico (abreviados de acordo com o
Index Medicus) ano; volume: página inicial – final. Ex.: Wagner ML, Walters AS, Fisher BC.
Symptoms of attentiondeficit/hyperactivity disorder in adults with restless legs syndrome.
Sleep. 2004;27:1499-504.
b) Livros: Autor(es) ou editor(es). Título do livro. Edição, se não for a primeira. Tradutor(es),
se for o caso. Local de publicação: editora, ano, total de páginas. Ex.: Ferber R, Kriger M.
Principles and practice of sleep medicine in the child. Philadelphia: W.B. Saunders Company,
1995, 253p.
c) Capítulos de livros: Autor(es) do capítulo. Título do capítulo. In: Editor(es) do livro.
Título do livro. Edição, se não for a primeira. Tradutor(es), se for o caso. Local de publicação:
editora, ano, página inicial e página final. Ex.: Stepanski EJ. Behavioral Therapy for
Insomnia. In: Kryger MH; Roth T, Dement WC (eds). Principles and practice of sleep
medicine. 3rd ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 2000, p.647-56.
d) Resumos: Autor(es). Título. Periódico ano; volume (suplemento e seu número se for o
caso): página(s). Quando não publicado em periódico: Título da publicação. Cidade em que
foi publicada: editora, ano, página(s). Ex.: Carvalho LBC, Silva L, Almeida MM. Cognitive
dysfunction in sleep breathing disorders children. Sleep. 2003; 26(Suppl):A135.
e) Comunicações pessoais só devem ser mencionadas no texto entre parênteses.
f) Tese: Autor. Título da obra, seguido por (tese) ou (dissertação). Cidade: instituição, ano,
número de páginas. Ex.: Fontes SV. Impacto da fisioterapia em grupo na qualidade de vida de
pacientes por AVCi (Tese). São Paulo: UNIFESP, 2004, 75p.
g) Documento eletrônico: Título do documento (Endereço na Internet). Local: responsável
(atualização mês/ano; citado em mês/ano). Disponível em: site. Ex.: The pre-history of
37
cognitive science (endereço na Internet). Inglaterra: World Federation Neurology. (última
atualização 12/2005; citado em 01/2006). Disponível em:
http://www.wfneurology.org/index.htm
Recomendações: não colocar nome de autores e datas no texto, apenas indicar o número da
referência; não utilizar referências apud, dar preferência ao artigo original; não fazer citações
em notas de rodapé; O Corpo Editorial segue a padronização da Sociedade Brasileira de
Doenças Cerebrovasculares de 1996, utilizando o termo Acidente Vascular Cerebral – AVC.
III - Artigos de Revisão de Literatura e Atualização: revisão crítica de literatura ou
atualização relativa a neurociências, com ênfase em causa, diagnóstico, prognóstico, terapia
ou prevenção (8000 palavras).
Título: em inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao conteúdo, contendo
informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. A Revista prefere títulos
informativos.
Autor(es): referir nome(es) e sobrenome(s) por extenso. Referir a instituição em que foi feita
a pesquisa que deu origem ao artigo. Referir formação acadêmica, titulação máxima e vínculo
profissional de cada autor, ex.: 1- Neurologista, Livre Docente, Professor Adjunto da
UNIFESP, 2- Neurologista, Pós-graduando na UNICAMP, 3- Neurologista, Residente no
Hospital São Paulo - UNIFESP. Referir suporte financeiro. Identificar o autor e endereço para
correspondência.
Resumo e Abstract: devem permitir uma visão panorâmica do trabalho. O resumo deve ser
estruturado em objetivos, métodos, resultados e conclusões. Não exceder 200 palavras.
Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis), referir após o Resumo e o Abstract,
respectivamente. Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).
Corpo do Artigo: apresentar a matéria do artigo seqüencialmente: introdução, método,
resultados, discussão, conclusão e referências bibliográficas.
Referências: citar até 100 referências, seguindo o sistema numérico por ordem de sua citação
no texto, segundo o estilo Vancouver.
Quadros e Tabelas: juntos não devem exceder 2, apresentados em páginas separadas e no
final do texto. Em cada um, deve constar seu número de ordem, título e legenda.
38
IV - Artigos de Resenha: é a apresentação do conteúdo de uma obra (livros publicados, teses
e dissertações dos últimos dois anos), acompanhada de uma avaliação crítica (3000 palavras).
As Resenhas devem seguir os itens: título em inglês e em português ou espanhol, sintético e
restrito ao conteúdo, mas contendo informação suficiente para catalogação, não excedendo 90
caracteres. Nome do(s) autor(es), com formação, titulação acadêmica e vínculo profissional,
instituição onde o trabalho foi realizado, endereço para correspondência. Resumo e Abstract:
até 200 palavras com Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis). Como guia, consulte
descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br). Corpo do texto contendo: tema, hipótese
ou idéia central; argumentos; evidências científicas; avaliação pessoal quanto à organização
da obra, pontos fortes e fracos, bibliografia utilizada (estilo Vancouver); conclusão, críticas e
comentários.
V - Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias,
críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema pesquisas da área das
neurociências (3000 palavras). Deverá conter: título em inglês e em português ou espanhol,
sintético e restrito ao conteúdo, mas contendo informação suficiente para catalogação, não
excedendo 90 caracteres. Nome do(s) autor(es), com formação, titulação acadêmica e vínculo
profissional, instituição onde o trabalho foi realizado, endereço para correspondência; e no
máximo 10 referências bibliográficas no estilo Vancouver. Resumo e Abstract: até 200
palavras com Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis). Como guia, consulte descritores
em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).
VI - Texto de Opinião e Carta ao Editor: deve conter opinião qualificada sobre um tema na
área de neurociências, nota curta, crítica sobre artigo já publicado na Revista Neurociências
ou relato de resultados parciais ou preliminares de pesquisa (1000 palavras). Deverá conter:
título em inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao conteúdo, mas contendo
informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. Nome do(s) autor(es),
com formação, titulação acadêmica e vínculo profissional, instituição onde o trabalho foi
realizado, endereço para correspondência; e no máximo 10 referências bibliográficas (estilo
Vancouver).