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C6 o Estado Mato Grosso do Sul Campo Grande - MS | Quinta-feira, 25 de junho de 2015 Mostra de Teatro Banho de Fé Interpretação infantil Fiéis acompanham descida dos andores Peças com atores mirins do Grupo Casa serão apresentadas hoje no Aracy Balabanian Vaca Azul/Divulgação Os espetáculos serão encenados pelos alunos do Curso de Teatro para Crianças e da Casa de Cultura Nildes Tristão Prieto. “Essa é a primeira vez que vamos fazer texto pronto”, anuncia Ligia Prieto Juliana Barros e Ana Karolyna Resquim Atualmente morando em Brasília, o escritor Jan- derson Gomes, 28 anos, natural de Campo Grande lançará no dia 21 de agosto, na Capital, seu novo livro “RE+começar”. Quatro ca- pítulos já estão disponíveis na plataforma online Wat- tpad. Formado em Gestão de Pessoas, o jovem já tem um livro publicado. “RE+começar” é seu pri- meiro romance, que tem como tema a homo afetivi- dade e conta a história de Roger, um jovem de Campo Grande que se muda para Brasília, onde conhece o seu amor e o perde para a morte. Para superar essa perda, ele volta para a casa da sua família em Campo Grande. Aqui ele vai reen- contrar seus amigos e vai tentar encontrar um outro sentido para a sua vida. “A obra fala da acei- tação das pessoas como elas são, sem julgamentos, sem discriminação e sem medo. Tem um apelo fa- miliar muito forte ligado à questão de gênero, homos- sexualidade, homofobia e a banalização da vida. Gosto de pensar que o romance vai além do que eu classifico ou diz a sinopse”, enfatiza Janderson. Primeiro livro do autor é composto por poesias autorais O primeiro livro publi- cado chama-se “Distante”, que é composto por poe- sias que tem como temas o passado, saudosismo, espe- rança e o pantanal. “Gosto de dizer que fazem pensar em coisas simples. Coisas que destoam da realidade louca que vivemos. Digo que é a busca pela essência perdida”, afirma. A obra foi construída ao longo de dez anos. O autor conta que apesar de tudo, não está pronto e nunca estará. “Foi minha porta de entrada para a literatura, uma obra inacabada para uma arte sem fim”. O autor declara que ama escrever. “Demorei a en- tender e aceitar que havia sido escolhido para ser es- critor. Tento me aprimorar todos os dias, a cada mo- mento, escrevendo sobre tudo, poetizando tudo, pois nunca se sabe de onde sur- girá uma boa história e nem quem está à procura de uma boa história”, finaliza. SERVIÇO – O local para o lançamento ainda está sob consulta, mais informações pelo site da Editora Kazuá. Nelson Urt Corumbá Mais de cem andores des- ceram a ladeira Cunha e Cruz entre a noite de terça e a madrugada de quarta-feira no Banho de São João de Corumbá. Em torno de 30 mil pessoas de Corumbá, Ladário, Campo Grande, Cuiabá e ou- tras cidades do País, além de centenas de bolivianos da fron- teira, participaram da maior festa junina do Centro-Oeste, quando os andores com as imagens do santo são levados para o banho nas águas do rio Paraguai. Elenir Duarte, corum- baense de 78 anos, vem de Campo Grande, onde mora há 40 anos, especialmente para acompanhar esse momento de fé. “Desço e subo a ladeira acompanhando os andores até não aguentar mãis, e não peço nada além de saúde”, contou. Agente de políticas públicas da Fundação de Cultura, Gil- berto Rosisca conferia um por um dos andores que entravam pela praça da República e des- ciam rumo à ladeira Cunha e Cruz para o banho do santo. Estavam cadastrados 92, que recebem cerca de R$ 300 de empresas parceiras e da Pre- feitura como incentivo, mas no final das contas são muito mais os que descem para ba- nhar a imagem. O sincretismo religioso é quase imperceptível, aparece nos detalhes, pois é muito comum que a imagem de São João esteja adornada por plumas coloridas ou pombas- -gira. Nos terreiros de um- banda e candomblé São João é celebrado como Xangô, o deus da Justiça e do Trovão. “Muitos (devotos) vem dos ter- reiros, mas o São João ainda é muito forte entre os católicos, que realizam as novenas e missas nas nossas igrejas”, destacou Márcia Rolon, vice- -prefeita e diretora-presidente da Fundação de Cultura de Corumbá. Devota campo-grandense de 85 anos vai à festa todos os anos Astrogilda Rabelo, 85, de- vota campo-grandense, com- parece à festa todos os anos trazendo suas três imagens de São João. Veste-se sempre de branco e espera “as horas redondas” para banhá-las no rio Paraguai. Também da Ca- pital vieram os universitários da Faculdade da Melhor Idade da UCDB com um andor. A corumbaense de 80 anos, Neila Lopes Velasques, incan- sável, dançava e saltitava ao lado dos andores, enquanto brincava com uma paródia da música de São João criada em Corumbá nos seus tempos de juventude. “São João é bagun- ceiro; bagunceiro da avenida; amou Maria Rita e casou com Margarida”, cantarolava. Jovens chamadas de “casa- menteiras” seguiam o ritual de passar sete vezes debaixo do andor para encontrar a feli- cidade no matrimônio. Entre tantos benefícios, o próprio São João espera colher o seu, e ser reconhecido como Patri- mônio Cultural Imaterial Na- cional pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artís- tico Nacional), após garantir o título estadual e municipal, esperado para este ano. Juliana Barros O coletivo de artistas do Grupo Casa realiza hoje (25) a “3ª Mostra Infantil” com duas apresen- tações teatrais, que começam às 20h, no Teatro Aracy Bala- banian. O evento dura aproxi- madamente 120 minutos e tem classificação livre. Os espetáculos serão ence- nados pelos alunos do Curso de Teatro para Crianças e da Casa de Cultura Nildes Tristão Prieto. “São resultados dos cursos que a gente tem desde o começo do ano passado. Cada fechamento de semestre tem um espetáculo de cada turma, e essa é a pri- meira vez que vamos fazer texto pronto”, explica Ligia Prieto, diretora do Grupo Casa. “Maroquinhas Fru-Fru”, de Maria Clara Machado, será a primeira peça a ser apre- sentada. A história se passa no bairro onde ocorre o 3º Concurso de Bolos de Choco- late promovido pelo Centro de Cultura e Gastronomia. Maro- quinhas Fru-Fru vence a com- petição e vive várias aventuras feitas por Dona Bolandina, pelo sapateiro Zé Botina e também pelas irmãs Flores. A história é toda narrada e orientada por Cosme e Damião, que são os guardas do bairro. Damião vive um amor platônico pela Dona Maroquinhas, mas quando o guarda salva a vida da protagonista, o platônico se transforma em possibilidade. Uma divertida história de amor. Os atores mirins que fazem a peça são Amanda Maia, Ana Lara Rezende, Luciano Risalde, Ana Julia Teles, Bella Gianini, Laura Leal, Isa Rodrigues e Bruno Bartiê. Segunda peça da noite foi criada pelas crianças junto com os professores A segunda peça a ser apre- sentada será “Tudo e mais um pouco”, espetáculo construído pelas crianças do curso, com dramaturgia de Ligia Prieto. A montagem conta a história de três amigas cineastas em busca do filme perfeito. Filipa, uma cineasta portuguesa, con- vida duas amigas francesas, Amelie e Charlotte, para gra- varem filmes e assim conquis- tarem a fama. No elenco dos filmes, a Prin- cesa Elsa, Oroshimaro, Bolo de Banana e Laranja se dividem em vários personagens na ten- tativa de agradar a diretora, mas todos os filmes que foram iniciados com a intenção da fama são fracassados, até que um filme espontâneo e verda- deiro, produzido sem querer, estoura no mercado francês. Descobre-se então que o su- cesso está nas coisas simples, como em uma verdadeira e delicada história de amor. Os artistas que sobem ao palco são Marcela Silveira, Maria Clara Barcelos, Luana Soares, Luiza Camy, Sophie Ferreira, Miguel Ferreira e João Hen- rique Mariano. Lígia afirma que as crianças se descobrem enquanto se en- volvem com a interpretação. “Mesmo que eles não sejam futuros atores, o teatro ensina muita coisa. Na vida eles vão ser melhores, vão se comu- nicar melhor. O teatro faz a pessoa entender o seu lugar no mundo”, finaliza a diretora. SERVIÇO – Os ingressos serão vendidos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) e podem ser adquiridos no Grupo Casa, localizado na rua das Caraíbas, 08, Chácara Cachoeira ou na bilheteria do teatro uma hora antes do evento. O Teatro Aracy Balabanian fica na rua 26 de Agosto, 453. Mais informações pelo telefone (67) 3317-1795. Romance Escritor lança livro que trata de relação homoafetiva Na descida da ladeira Cunha e Cruz, devotos que participaram da maior festa junina da região acompanham andores até o banho nas águas do rio Paraguai Formado em Gestão de Pessoas, jovem já tem um livro publicado Henrique Moura Pinto Agência Navepress

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C6 o EstadoMato Grosso do Sul

Campo Grande - MS | Quinta-feira, 25 de junho de 2015

Mostra de Teatro

Banho de Fé

Interpretação infantil

Fiéis acompanham descida dos andores

Peças com atores mirins do Grupo Casa serão apresentadas hoje no Aracy Balabanian

Vaca Azul/Divulgação

Os espetáculos serão encenados pelos alunos do Curso de Teatro para Crianças e da Casa de Cultura Nildes Tristão Prieto. “Essa é a primeira vez que vamos fazer texto pronto”, anuncia Ligia Prieto

Juliana Barros e Ana Karolyna Resquim

Atualmente morando em Brasília, o escritor Jan-derson Gomes, 28 anos, natural de Campo Grande lançará no dia 21 de agosto, na Capital, seu novo livro “RE+começar”. Quatro ca-pítulos já estão disponíveis na plataforma online Wat-tpad.

Formado em Gestão de Pessoas, o jovem já tem um livro publicado. “RE+começar” é seu pri-meiro romance, que tem como tema a homo afetivi-dade e conta a história de Roger, um jovem de Campo Grande que se muda para Brasília, onde conhece o seu amor e o perde para a morte. Para superar essa perda, ele volta para a casa da sua família em Campo Grande. Aqui ele vai reen-contrar seus amigos e vai tentar encontrar um outro sentido para a sua vida.

“A obra fala da acei-tação das pessoas como elas são, sem julgamentos, sem discriminação e sem medo. Tem um apelo fa-miliar muito forte ligado à questão de gênero, homos-sexualidade, homofobia e a banalização da vida. Gosto de pensar que o romance vai além do que eu classifico ou diz a sinopse”, enfatiza Janderson.

Primeiro livro do autor é composto por poesias autorais

O primeiro livro publi-cado chama-se “Distante”, que é composto por poe-sias que tem como temas o passado, saudosismo, espe-rança e o pantanal. “Gosto de dizer que fazem pensar em coisas simples. Coisas que destoam da realidade louca que vivemos. Digo que é a busca pela essência perdida”, afirma.

A obra foi construída ao longo de dez anos. O autor conta que apesar de tudo, não está pronto e nunca estará. “Foi minha porta de entrada para a literatura, uma obra inacabada para uma arte sem fim”.

O autor declara que ama escrever. “Demorei a en-tender e aceitar que havia sido escolhido para ser es-critor. Tento me aprimorar todos os dias, a cada mo-mento, escrevendo sobre tudo, poetizando tudo, pois nunca se sabe de onde sur-girá uma boa história e nem quem está à procura de uma boa história”, finaliza.

SERVIÇO – O local para o lançamento ainda está sob consulta, mais informações pelo site da Editora Kazuá.

Nelson UrtCorumbá

Mais de cem andores des-

ceram a ladeira Cunha e Cruz entre a noite de terça e a madrugada de quarta-feira no Banho de São João de Corumbá. Em torno de 30 mil pessoas de Corumbá, Ladário, Campo Grande, Cuiabá e ou-tras cidades do País, além de centenas de bolivianos da fron-teira, participaram da maior festa junina do Centro-Oeste, quando os andores com as imagens do santo são levados para o banho nas águas do rio Paraguai.

Elenir Duarte, corum-baense de 78 anos, vem de Campo Grande, onde mora há 40 anos, especialmente para acompanhar esse momento de fé. “Desço e subo a ladeira acompanhando os andores até não aguentar mãis, e não peço nada além de saúde”, contou.

Agente de políticas públicas da Fundação de Cultura, Gil-berto Rosisca conferia um por um dos andores que entravam pela praça da República e des-ciam rumo à ladeira Cunha e Cruz para o banho do santo. Estavam cadastrados 92, que recebem cerca de R$ 300 de empresas parceiras e da Pre-feitura como incentivo, mas no final das contas são muito mais os que descem para ba-nhar a imagem.

O sincretismo religioso é quase imperceptível, aparece nos detalhes, pois é muito

comum que a imagem de São João esteja adornada por plumas coloridas ou pombas--gira. Nos terreiros de um-banda e candomblé São João é celebrado como Xangô, o deus da Justiça e do Trovão. “Muitos (devotos) vem dos ter-reiros, mas o São João ainda é muito forte entre os católicos, que realizam as novenas e missas nas nossas igrejas”, destacou Márcia Rolon, vice--prefeita e diretora-presidente

da Fundação de Cultura de Corumbá.

Devota campo-grandense de 85 anos vai à festa todos os anos

Astrogilda Rabelo, 85, de-vota campo-grandense, com-parece à festa todos os anos trazendo suas três imagens de São João. Veste-se sempre de branco e espera “as horas redondas” para banhá-las no rio Paraguai. Também da Ca-

pital vieram os universitários da Faculdade da Melhor Idade da UCDB com um andor.

A corumbaense de 80 anos, Neila Lopes Velasques, incan-sável, dançava e saltitava ao lado dos andores, enquanto brincava com uma paródia da música de São João criada em Corumbá nos seus tempos de juventude. “São João é bagun-ceiro; bagunceiro da avenida; amou Maria Rita e casou com Margarida”, cantarolava.

Jovens chamadas de “casa-menteiras” seguiam o ritual de passar sete vezes debaixo do andor para encontrar a feli-cidade no matrimônio. Entre tantos benefícios, o próprio São João espera colher o seu, e ser reconhecido como Patri-mônio Cultural Imaterial Na-cional pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artís-tico Nacional), após garantir o título estadual e municipal, esperado para este ano.

Juliana Barros

O coletivo de artistas do Grupo Casa realiza hoje (25) a “3ª Mostra

Infantil” com duas apresen-tações teatrais, que começam às 20h, no Teatro Aracy Bala-banian. O evento dura aproxi-madamente 120 minutos e tem classificação livre.

Os espetáculos serão ence-nados pelos alunos do Curso de Teatro para Crianças e da Casa de Cultura Nildes Tristão Prieto. “São resultados dos cursos que a gente tem desde o começo do ano passado. Cada fechamento de semestre tem um espetáculo de cada turma, e essa é a pri-meira vez que vamos fazer texto pronto”, explica Ligia Prieto,

diretora do Grupo Casa.“Maroquinhas Fru-Fru”, de

Maria Clara Machado, será a primeira peça a ser apre-sentada. A história se passa no bairro onde ocorre o 3º Concurso de Bolos de Choco-late promovido pelo Centro de Cultura e Gastronomia. Maro-quinhas Fru-Fru vence a com-petição e vive várias aventuras feitas por Dona Bolandina, pelo sapateiro Zé Botina e também pelas irmãs Flores.

A história é toda narrada e orientada por Cosme e Damião, que são os guardas do bairro. Damião vive um amor platônico pela Dona Maroquinhas, mas quando o guarda salva a vida da protagonista, o platônico se transforma em possibilidade.

Uma divertida história de amor. Os atores mirins que fazem a peça são Amanda Maia, Ana Lara Rezende, Luciano Risalde, Ana Julia Teles, Bella Gianini, Laura Leal, Isa Rodrigues e Bruno Bartiê.

Segunda peça da noite foi criada pelas crianças junto com os professores

A segunda peça a ser apre-sentada será “Tudo e mais um pouco”, espetáculo construído pelas crianças do curso, com dramaturgia de Ligia Prieto. A montagem conta a história de três amigas cineastas em busca do filme perfeito. Filipa, uma cineasta portuguesa, con-vida duas amigas francesas, Amelie e Charlotte, para gra-

varem filmes e assim conquis-tarem a fama.

No elenco dos filmes, a Prin-cesa Elsa, Oroshimaro, Bolo de Banana e Laranja se dividem em vários personagens na ten-tativa de agradar a diretora, mas todos os filmes que foram iniciados com a intenção da fama são fracassados, até que um filme espontâneo e verda-deiro, produzido sem querer, estoura no mercado francês.

Descobre-se então que o su-cesso está nas coisas simples, como em uma verdadeira e delicada história de amor. Os artistas que sobem ao palco são Marcela Silveira, Maria Clara Barcelos, Luana Soares, Luiza Camy, Sophie Ferreira, Miguel Ferreira e João Hen-

rique Mariano. Lígia afirma que as crianças

se descobrem enquanto se en-volvem com a interpretação. “Mesmo que eles não sejam futuros atores, o teatro ensina muita coisa. Na vida eles vão ser melhores, vão se comu-nicar melhor. O teatro faz a pessoa entender o seu lugar no mundo”, finaliza a diretora.

SERVIÇO – Os ingressos serão vendidos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) e podem ser adquiridos no Grupo Casa, localizado na rua das Caraíbas, 08, Chácara Cachoeira ou na bilheteria do teatro uma hora antes do evento. O Teatro Aracy Balabanian fica na rua 26 de Agosto, 453. Mais informações pelo telefone (67) 3317-1795.

Romance

Escritor lança livro que trata de relação homoafetiva

Na descida da ladeira Cunha e Cruz, devotos que participaram da maior festa junina da região acompanham andores até o banho nas águas do rio Paraguai

Formado em Gestão de Pessoas, jovem já tem um livro publicado

Henrique Moura Pinto

Agência Navepress