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INTERNATIONAL JOURNAL ON WORKING CONDITIONS
ISSN 2182-9535
Publicação editada pela RICOT (Rede de Investigação sobre Condições de Trabalho) Instituto de Sociologia da Universidade do Porto Publication edited by RICOT (Working Conditions Research Network) Institute of Sociology, University of Porto
http://ricot.com.pt
Publicação editada pela RICOT (Rede de Investigação sobre Condições de Trabalho) Instituto de Sociologia da Universidade do Porto
Publication edited by RICOT (Research Network on Working Conditions) Institute of Sociology, University of Porto
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Saúde Psíquica de Trabalhadores da Justiça do Trabalho
Liliana Andolpho Magalhães Guimarães, André Luiz Moraes de Oliveira, Vanusa Meneghel e Márcia Regina Teixeira Minari
1Prof.ª titular do Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande/MS, Brasil.
E-mail: [email protected]; 2Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho-24ª região, Campo Grande/MS, Brasil. E-mail: al-
[email protected]; 3Doutoranda em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande/MS, Brasil. E-mail:
[email protected]; 4Doutoranda em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e Psicóloga da Saúde
Ocupacional da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande/MS, Brasil. E-mail: [email protected].
Mental Health among Workers at Labor Justice
Abstract: The different ways of work management have brought repercussions to workers’ physical and mental health. Within the public service, and particularly in the Judiciary Power, there is a demanding by society for the provision of a faster, effective and accessible jurisdictional service for all people, so that there is a considerable pressure on those servants. This context was established as the field of the present study, which aimed to identify the state of mental health among servants at Labor Justice, through a descriptive-exploratory study. The sample, for convenience, was composed by n=208 servants. The applications were assisted and individual, and the following instruments were used: (i) Sociodemographic Questionnaire; (ii) Self Report Questionnaire - SRQ-20 and (iii) Work and Illness Risks Inventory (ITRA). The prevalence of 22,7% of Minor Mental Disorders found in this study was considered high for the worker population. The scales of Context at Work Assessment, Human Cost at Work, Pleasure and Suffering at Work Indicators and Work-related Damages Assessment presented a “critical” outcome, representing a serious risk of physical and mental illness for these servants. The survey identified the urgency of taking measures to prevent and promote health in the Judiciary Power workplace. Keywords: Mental Health, Work, Judiciary Power, Mental Disorders, Risk Factors.
Resumo: As diferentes formas de gestão do trabalho têm trazido repercussões à saúde física e psíquica do trabalhador. No serviço público, especificamente no Poder Judiciário, há uma cobrança da sociedade pela prestação de um serviço jurisdicional mais rápido, efetivo e acessível a todos, havendo considerável pressão sobre estes servidores. Tal contexto se estabeleceu como campo do presente estudo, cujo objetivo foi identificar como se encontra a saúde psíquica dos servidores da justiça do trabalho, por meio de um estudo exploratório-descritivo. A amostra, por conveniência, foi composta de n=208 servidores. As aplicações foram assistidas e individuais e foram utilizados os seguintes instrumentos: (i) Questionário sociodemográfico; (ii) Self Report Questionnaire - SRQ-20 e (iii) Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA). A prevalência encontrada foi de 22,7% de Transtornos Mentais Menores, considerada alta para a população trabalhadora. As escalas de Avaliação do Contexto do Trabalho, Custo Humano no Trabalho, Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho e Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho apresentaram resultado “crítico”, representando um grave risco para adoecimento físico e psíquico destes trabalhadores. A pesquisa identificou a urgência de ações de prevenção e promoção de saúde no ambiente de trabalho do Poder Judiciário. Palavras-chave: Saúde Mental, Trabalho, Poder Judiciário, Transtornos Mentais, Fatores de Risco.
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1. Introdução As rápidas e intensas mudanças nas condições de trabalho e/ou emprego, o cenário
sócio-econômico-político-cultural, nos níveis regional, nacional e mundial trouxeram
profundas repercussões no campo da saúde mental do trabalhador. O trabalho hoje é
concebido como uma atividade que envolve o homem em todas as suas dimensões,
exercendo importante papel na construção da subjetividade humana, e como tal, um
elemento constitutivo da saúde mental e coletiva. Para Borges, Guimarães e Silva (2013),
o trabalho além de contribuir fortemente para a sobrevivência material dos indivíduos,
organiza e estrutura a vida das pessoas dando-lhes uma identidade, proporcionando uma
rede de relações e de contatos, estruturando seu tempo e construindo espaço na
sociedade por meio de direitos e obrigações.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde
OPAS/OMS (2011) cerca de 45% da população mundial sustenta a base econômica e
material das sociedades. Desse modo, a saúde do trabalhador e a saúde ocupacional são
pré-requisitos para a produtividade, sendo de suma importância para um desenvolvimento
socioeconômico e sustentável.
O campo de estudos das relações entre a Saúde Mental/Psíquica e Trabalho,
conforme Guimarães (et al.,1998), propõem estudar a dinâmica, a organização e os
processos do trabalho, buscando a promoção da saúde mental do trabalhador, por meio
de ações diagnósticas, preventivas e terapêuticas, que auxiliam no entendimento das
causas dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Portanto, a saúde psíquica não
pode ser “desconectada” da saúde geral, e os programas de atenção a essa área não
podem apenas enfatizar os aspectos patogênicos, mas também orientar ações de
promoção e prevenção, com uma visão salutogênica de busca aos pontos preservados e
saudáveis existentes.
Trabalhar deveria ser uma circunstância na vida das pessoas, vivenciada com
dignidade e bem estar, contudo muitas vezes acaba sendo fonte de adoecimento físico
e/ou psíquico (Bárbaro et al., 2009). Para Lima (2004), no ambiente de trabalho, coexiste
uma relação de prazer e sofrimento, podendo haver predominância de um dos fatores
sobre o outro. Deste modo, o trabalho pode tanto ser fonte de prazer, quanto de
sofrimento, demandando do trabalhador uma constante luta para manter seu equilíbrio
psíquico. Dejours (1987) mostra que, tentativas frustradas do trabalhador para se
defender, transformam-se em adoecimento, o que por sua vez, leva à degradação do
funcionamento mental e do equilíbrio psico-afetivo, causando desestruturação nestas
relações e o possível surgimento de agressividade. Este sofrimento provoca também uma
degradação no organismo, tornando-se um fator de risco para a saúde física e mental do
trabalhador.
Segundo Oliveira (2013), a prevenção inadequada de doenças ocupacionais tem
efeitos profundos e negativos nos trabalhadores e suas famílias, na sociedade como um
todo, devido aos altos custos que gera em termos de perda de produtividade e sobrecarga
dos sistemas de segurança social. Segundo a autora, a prevenção é mais eficaz e menos
onerosa do que o tratamento e a reabilitação, e entende que medidas concretas para
melhorar a capacidade de prevenção de doenças ocupacionais podem ser tomadas. Nos
últimos anos a Saúde Mental do Trabalhador tem sido estudada com uma maior
frequência. Tal fato deve-se à crescente prevalência do sofrimento mental nos ambientes
de trabalho, o que leva a graves prejuízos no desempenho do trabalhador e perdas
econômicas para o empregador (Camargo & Neves, 2004). De acordo com Pinto (2013),
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gastos com a formação de ambientes saudáveis de trabalho, públicos ou privados, não se
constituem despesas, mas em investimentos.
O Poder Judiciário1, cenário que foi realizado este estudo, apresenta grandes
dificuldades (Antloga et al., 2014), especialmente a morosidade e as deficiências na
aplicação da justiça, fatores que levaram à modernização do Judiciário (Brasil, Emenda
Constitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004a) visando tornar os processos judiciais
mais rápidos. A reforma do Judiciário proporcionou impactos positivos na organização de
trabalho, contudo, também trouxe algumas contradições, como o volume cumulativo de
tarefas e a sobrecarga de trabalho, a falta de autonomia e a priorização da quantidade de
processos julgados em detrimento da qualidade (Andrade, 2011; Fernandes, 2013; Jorge,
2009). Assim, neste contexto em que esses trabalhadores são guardiões dos direitos
fundamentais e sociais, ocupando um lugar de destaque na vida pública, essa pesquisa
teve o objetivo de identificar o estado da saúde psíquica dos servidores do Tribunal
Regional do Trabalho - TRT da 24ª região em Campo Grande/MS, Brasil, bem como os
fatores psicossociais de risco aos quais os mesmos estão expostos.
2. Saúde Psíquica/Mental e Trabalho
2.1. Transtornos Mentais Menores relacionados ao trabalho
No Brasil, a partir da década de 1990, políticas e normas têm sido regulamentadas
contribuindo para que a segurança e a saúde do trabalhador sejam mais bem cuidadas,
no entanto, entre a publicação das normas e sua efetiva implantação e fiscalização ainda
persiste um grande descompasso que permite, muitas vezes, a permanência de modos
adoecedores do trabalho e a exposição a novos fatores de risco.
Entre essas normas, destaca-se a Portaria nº 1339/GM de 18 de novembro de 1999
(Brasil, publicada no DOU de 19/11/1999, seção I, página 21, 2004b) que listou várias
doenças provocadas pelo trabalho entre elas à lista sobre os Transtornos Mentais e do
Comportamento Relacionados com o Trabalho (Grupo V da CID-10).
Santos e Siqueira (2010) realizaram um estudo sistemático no período de 1997 a
2009 que identificou a prevalência dos Transtornos Mentais (TM) na população adulta
brasileira com índices que variaram entre 20% e 56%, atingindo mais mulheres e
trabalhadores. Para as autoras, os TM, menores ou maiores, de forma geral, possuem
baixos valores de mortalidade, porém em médio e longo prazo trazem um grande risco
para incapacidades, gerando a diminuição da qualidade de vida dos indivíduos. Estudos
epidemiológicos mostram que milhões de pessoas sofrem algum tipo de TM e que este
número vem aumentando de forma progressiva, principalmente nos países em
desenvolvimento.
Nesse contexto, o desempenho do indivíduo com TM afeta sua vida nos aspectos
pessoal, profissional e social, influenciando a possibilidade de autocrítica, tolerância aos
problemas e de obter uma vida prazerosa em todos os aspectos. Surgem quando as
exigências do meio e do trabalho extrapolam a capacidade de adaptação da pessoa,
aumentando os sentimentos de indignidade e inutilidade, nutrindo a sensação de
1Fazem parte do Poder Judiciário: (i) Supremo Tribunal Federal; (ii) Superior Tribunal de Justiça;
(iii) Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; (iv) Tribunais e Juízes do Trabalho; (v) Tribunais e Juízes Eleitorais; (vi) Tribunais e Juízes Militares; (vii) Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (Brasil, 2004c).
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adoecimento intelectual, falta de imaginação e de comportamento improdutivo (Bárbaro et
al., 2009).
Dados da OMS (2013) quanto ao Plano de Ação para a Saúde Mental 2013-2020,
referem que os TM atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, representando
1/3 das doenças não transmissíveis e 13% do total de doenças em todo o mundo. Indica
ainda que cerca de 350 milhões de pessoas devam sofrer de depressão e 90 milhões
terão algum tipo de transtorno pelo abuso ou dependência de substâncias. Estima-se que
até 2020, a persistirem as tendências atuais de transição demográfica e epidemiológica, a
carga de depressão subirá para 5,7%, tornando-se a segunda maior causa de Anos de
Vida Ajustados em razão da Incapacidade (AVAI) perdidos.
Gonçalves, Stein e Kapczinski (2008) estimam que a assistência em saúde mental
em países desenvolvidos apresenta lacunas, o que contribui para o não atendimento
adequado da população. Os autores ainda salientam que pelo menos 25% a 50% dos
pacientes que procuram assistência médica em centros de atendimento primário
apresentam transtorno psiquiátrico ou neurológico. A não deteção dos casos pode ser de
55% para o diagnóstico de depressão e até 77% para o transtorno de ansiedade
generalizada.
A expressão Transtornos Mentais Menores (TMM), também conhecida como
Transtornos Mentais Comuns (TMC) ou Transtornos Psiquiátricos Menores (TPM), é
utilizada para caracterizar aqueles agravos mentais menos severos, que não preenchem
os critérios formais para diagnósticos de depressão e/ou ansiedade, conforme o Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV, 2002) e a Classificação dos
Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10, 1993). Os TMM foram descritos por
Goldberg e Huxley (1992) para designar a presença dos sintomas não-psicóticos como
insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração, queixas
somáticas e representam casos com sintomas de ansiedade, depressão ou
somatoformes, mesmo não satisfazendo todos os critérios diagnósticos, com elevada
prevalência na população adulta (Santos; Araujo e Oliveira, 2009).
Para Sadock e Sadock (2012) os sintomas ligados aos transtornos de humor, de
ansiedade e somatoformes são característicos dos TMM, definidos da seguinte forma: (i)
transtorno de humor: caracterizam-se por alterações acentuadas no humor (e.g. a
depressão) que domina a vida mental do paciente, sendo responsável pela redução do
funcionamento; (ii) transtorno de ansiedade: são caracterizados por ansiedade intensa e
persistente (transtorno de ansiedade generalizado), com frequência beirando o pânico
(transtorno do pânico) e medo de sair de casa (agorafobia), medo de situações ou objetos
específicos (fobia específica) ou de desempenho e fala em público (fobia social), intrusão
involuntária e persistente de pensamento, desejos, compulsões ou ações (transtorno
obsessivo-compulsivo). Inclui o transtorno de estresse pós-traumático – segue-se a
estresse extraordinário (guerras, catástrofes) e se caracteriza por ansiedade, pesadelos,
agitação e, às vezes, depressão, transtorno de estresse agudo – semelhante ao
transtorno de estresse pós-traumático, mas que dura quatro semanas ou menos; (iii)
transtornos somatoformes: são caracterizados pela preocupação com o corpo e temor de
doença.
Nesse âmbito, Jardim, Ramos e Glina (2010), com base em dados da OMS
informam que cerca de 30% da população trabalhadora tem TMM e de 5% a 10% tem
transtornos mentais graves ou maiores. Assim, entre as estratégias para modificação
desse cenário, está a utilização de instrumentos de rastreamento psiquiátrico de fácil
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compreensão, de rápida aplicação, com baixos custos operacionais, um instrumento
padronizado internacionalmente, alcançando níveis de desempenho aceitáveis no tocante
à sensibilidade, especificidade e valores preditivos.
O instrumento escolhido, neste estudo, para rastreamento de TMM foi o Self Report
Questionnaire – SRQ-20. Segundo Santos (et al., 2010), o SRQ contem uma escala
dicotômica (sim/não) para cada uma de suas 20 questões e destina-se à deteção de
sintomas, ou seja, sugere nível de suspeição (presença/ausência) de algum transtorno
mental, mas não discrimina um diagnóstico específico, avaliando se há algum transtorno,
mas não oferece diagnóstico nosológico do transtorno existente.
2.2. Riscos de Adoecimento no Trabalho
As mudanças tecnológicas, sociais e organizacionais no local de trabalho resultantes
da rápida globalização suscitaram riscos emergentes e novos desafios (EU-OSHA, 2010;
Gollac & Volkoff, 2000). Embora alguns riscos tradicionais tenham diminuído em virtude
de melhorias na segurança no trabalho, muitos ainda continuam a provocar danos
inaceitáveis na saúde dos trabalhadores, entre os riscos emergentes destacam-se as
condições ergonômicas e os riscos psicossociais (OIT, 2013).
Sendo um tema frequentemente abordado, o recente e crescente interesse pelos
riscos psicossociais no trabalho justifica-se, principalmente, devido às evidências da sua
relação com o aumento de processos patológicos nos trabalhadores (Villalobos, 2004;
Costa & Santos, 2013). Apesar do conceito de risco psicossocial estar presente na
literatura científica há várias décadas, ainda hoje, não prevalece um entendimento único
sobre os mesmos, no trabalho (Neto, 2015; Fischer, 2012; Gollac & Volkoff, 2000; Costa &
Santos, 2013).
Para Gollac e Bodier (2011) riscos psicossociais são os riscos para a saúde pelo
trabalho, por meio de mecanismos sociais e psíquicos. Considerando, assim, que para um
risco ser psicossocial deve-se observar não a sua manifestação, mas sim a sua origem,
logo, os riscos psicossociais são definidos como os riscos para a saúde mental, física e
social, provenientes das condições de trabalho e dos fatores organizacionais e relacionais
(Costa & Santos, 2013).
Fatores psicossociais de risco no trabalho (FPRT), segundo Guimarães (2013),
podem ser entendidos como aquelas características do trabalho que são “estressoras”,
isto é, que implicam em grande exigência e são combinadas com recursos insuficientes
para seu enfrentamento. Para a OIT (1984) e Sauter (et al., 1998), os fatores
psicossociais no trabalho são aqueles que se referem à interação entre e no meio
ambiente de trabalho, conteúdo do trabalho, condições organizacionais e habilidades do
trabalhador, necessidades, cultura, causas pessoais, extra trabalho que podem, por meio
de perceções e experiência, influenciar a saúde, o desempenho e a satisfação no
trabalho.
Em pesquisa realizada pela Fundação Europeia para melhoria das condições de vida
e de trabalho - Eurofound (2010) os fatores psicossociais de risco no trabalho são tratados
de acordo com a classificação de Gollac e Bodier (2011), sendo agrupados em seis
dimensões: (i) a intensidade do trabalho e o tempo de trabalho; (ii) as exigências
emocionais; (iii) a falta/insuficiência de autonomia; (iv) a má qualidade das relações
sociais no trabalho; (v) os conflitos de valores e; (vi) a insegurança na situação de
trabalho/emprego.
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Zanelli (2015) ressalta que a vulnerabilidade aos riscos psicossociais está
relacionada aos contratos de trabalho precarizados, subcontratações, jornadas
prolongadas, pressões por produção, metas progressivamente elevadas, incremento da
carga mental e emocional, insegurança no posto de trabalho, informações dissonantes,
aumento crescente da competitividade nociva, menor número de trabalhadores para
rotinas, compensações reduzidas, carência de apoio social, envelhecimento da população
ativa, postergação da idade para a aposentadoria, desequilíbrio entre a vida pessoal e de
trabalho e outros fatores.
As consequências desses riscos psicossociais, de acordo com Guimarães (2013),
podem interferir até mais do que fatores físicos no desempenho do trabalho. Nesse
sentido, para além dos prejuízos à saúde dos trabalhadores, é importante medir os riscos
psicossociais no trabalho pelo fato de afetarem a qualidade e a produtividade nas
empresas, já que estão por trás de numerosas baixas médicas, de absenteísmo, da
evitação do trabalho, da baixa qualidade dos serviços, da eficácia e da eficiência laboral
(Mas et al., 2015).
Neto (2015) acrescenta outros resultados decorrentes dos riscos psicossociais mais
retratados na literatura como: (i) presenteísmo, turnover, sentimento de falta de
reconhecimento, greves; (ii) irritação, cansaço, dificuldade de concentração, distúrbios de
sono, angústia, agressividade, ansiedade, tristeza, depressão, infelicidade, desvinculação
afetiva, comportamentos agressivos, suicídio, aumento de consumo de substâncias
psicoativas (tabaco, álcool, drogas); (iii) dificuldades de conciliação entre esferas de vida
pessoal e familiar, degradação do clima social de trabalho, insatisfação com o trabalho,
conflitos e desconfianças face chefias e colegas de trabalho; (iv) perda de clientes,
queixas sobre condições de trabalho para entidades reguladoras, deterioração da imagem
da organização perante o exterior, entre outros.
A Agência Europeia para a segurança e Saúde no trabalho (EU-OSHA) (2014)
destaca que os riscos psicossociais constituem uma preocupação para a maioria das
empresas, e praticamente uma em cada cinco, considera a violência e o assédio como um
motivo de grande preocupação. Entretanto, apesar das preocupações expressas, menos
de um terço das organizações dispõem de procedimentos para prevenir esses riscos.
Nessa conjuntura, vista a relevância em investigar os fatores psicossociais de risco
no trabalho, neste estudo, privilegiou-se o uso do Inventário sobre Trabalho e Riscos de
Adoecimento (ITRA). Segundo autores como Ferreira e Mendes (2003 e 2008) e Mendes
e Ferreira (2007), estudos com o ITRA possibilitam capturar a representação do real na
dimensão mais visível e compartilhada pela maioria dos trabalhadores de determinado
grupo, viabilizando assim a compreensão dos indicadores críticos presentes no contexto
de trabalho e das estratégias individuais e coletivas de mediação que os indivíduos
constroem para responder às múltiplas exigências existentes nas situações de trabalho.
Considerando a importância desses pressupostos para o entendimento das
vivências dos servidores do Poder Judiciário no exercício de sua profissão, como também
para a ampliação do conhecimento acerca do trabalho e dos riscos de adoecimento, o
objetivo desta pesquisa foi realizar o diagnóstico da Saúde Psíquica de uma amostra dos
servidores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) - 24ª região de Campo Grande/MS,
que identificou a prevalência da suspeição para Transtornos Mentais Menores e os riscos
de adoecimento a que os trabalhadores estão expostos no ambiente de trabalho.
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3. Método
Foi realizado um estudo exploratório-descritivo e de corte transversal, que se
pretende analítico. Os critérios para inclusão de participantes no estudo foram: ser
servidor do TRT 24ª região e trabalhar em Campo Grande/MS e o de exclusão foi ser
portador de deficiência visual, por não haver, em nível do conhecimento atual,
instrumentos de medida similares aos aplicados na amostra como um todo.
3.1. Participantes
A amostra foi por conveniência e voluntária, composta por 208 servidores do
Tribunal Regional do Trabalho - 24ª região2, residentes e atuantes na cidade de Campo
Grande – MS, Brasil. A coleta de dados foi feita no período de setembro a dezembro de
2012, na sede do TRT, e as aplicações foram assistidas e individuais.
Dos participantes: 54,9% são mulheres e 45,1% homens, 35,2% tem idade entre 41
e 48 anos, 23,8% de 33 a 40 anos e 22,3% de 49 a 56 anos. Quanto ao nível de
escolaridade, mais da metade (57,6 %) possui especialização e nível superior (38,2%).
Em relação ao tempo de trabalho, a maioria possui entre 18 a 21 anos de trabalho no TRT
(33,2%). Quanto ao estado civil, a maioria é casada (60,6%) e 18,7% é solteira. A renda
familiar variou entre mais de R$ 11.000,00 (37,8%), de R$ 5.000,00 a R$ 8.000,00
(29,0%) e de R$ 8.000 a R$ 11.000,00 (22,30 %). Têm de 1 a 2 filhos (60,5%), de 3 a 4
filhos (11,6%), enquanto 26,8% não possui filhos.
3.2. Instrumentos
Além do Questionário Sociodemográfico e Ocupacional elaborado especificamente
para esse estudo, foram ainda utilizados o SRQ-20 e o ITRA.
Self Report Questionnaire - SRQ-20
O SRQ-20 foi proposto pela OMS na década de 1970 com o objetivo de avaliar e
testar métodos para detectar morbidade psiquiátrica em população geral, desenvolvido
por Harding (et al., 1980) e validado no Brasil por Mari e Willians (1986). Assim, julgou-se
relevante utilizar o SRQ-20, na presente pesquisa, devido o mesmo se propor a
investigar rastreamento de transtornos mentais menores.
O instrumento contém 20 questões dicotômicas do tipo Sim/Não e detecta a
prevalência de Transtornos Mentais Menores ou Comuns como: irritabilidade,
esquecimento, reações psicossomáticas, humor depressivo, insônia, fadiga, problemas
de memória, dificuldade de concentração e queixas somáticas, entre outros. Os sintomas
neuróticos avaliados pela versão de 20 itens do SRQ (SRQ-20) aproximam-se dos
transtornos mentais comuns (TMC). Seguiu-se a classificação sugerida por Iacoponi e
Mari (1988) em relação as respostas em fatores por grupos de sintomas: (i) humor
2Os Tribunais Regionais do Trabalho constituem a 2ª Instância da Justiça do Trabalho no Brasil.
São 24 (vinte e quatro) Tribunais Regionais, que estão distribuídos pelo território nacional. Os Tribunais Regionais do Trabalho tem competência para apreciar recursos ordinários e agravos de petição e, originariamente, apreciam dissídios coletivos, ações rescisórias, mandados de segurança, entre outros. A Vara do Trabalho é a primeira instância das ações de competência da Justiça do Trabalho, sendo competente para julgar conflitos individuais surgidos nas relações de trabalho. Tais controvérsias chegam à Vara na forma de Reclamação Trabalhista. A Vara é composta por um Juiz titular do Trabalho e um Juiz do Trabalho substituto, além da equipe de servidores.
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depressivo/ansioso; (ii) sintomas somáticos; (iii) decréscimo de energia vital; (iv)
pensamentos depressivos.
Segundo Gonçalves (2016), o instrumento é autoaplicado e requer um número
mínimo de pesquisadores. Em relação à confiabilidade o coeficiente alfa de Conbrach na
validação brasileira foi de 0,86, considerado muito bom. Por apresentar um caráter de
triagem, o SRQ-20 é adequado para estudos de populações, sendo útil para uma
primeira classificação de possíveis casos e não casos. A versão em português do SRQ-
20 adotou os 20 primeiros itens para investigar morbidade não psicótica.
Inventário sobre Trabalho e Riscos de adoecimento - ITRA
Este instrumento ITRA foi utilizado, pela primeira vez, por Ferreira e Mendes (2003)
quando construído e validado em uma amostra de auditores fiscais da previdência social
brasileira. Dentre outros estudos realizados com este instrumento, destaca-se as
pesquisas de Lima (2014), com servidores da Justiça Federal, e de Antloga (et al., 2014),
que estudaram o contexto de trabalho e custo humano em um órgão do poder judiciário
brasileiro, que identificaram resultados críticos na organização do trabalho e nas relações
socioprofissionais. Neste sentido, julgou-se pertinente utilizar o ITRA, na presente
pesquisa, devido o mesmo se propor a investigar os riscos de adoecimento e dos efeitos
do trabalho no indivíduo. O ITRA avalia quatro dimensões da inter-relação entre trabalho e
riscos de adoecimento. Traça um perfil dos antecedentes, medidores e efeitos do trabalho
no processo de adoecimento. É composto por quatro escalas interdependentes (Mendes,
2007).
A primeira escala do ITRA, a Escala de Avaliação do Contexto do Trabalho (EACT)
possui 31 itens e afere três (3) dimensões: organização do trabalho, condições do
trabalho, relações socioprofissionais. Possui um eigenvalues de 1,5, variância total de
38,46%, KMO de 0,93 e cargas fatoriais acima de 0,30. Sua análise deve ser feita a partir
de três níveis que consideram o ponto médio e desvios-padrão em relação ao ponto
médio. Essa classificação envolve os níveis: Negativo/Grave (escore fatorial acima de
3,7); Moderado ou Crítico (escores entre 2,3 e 3,69) e Positivo ou Satisfatório (escore
abaixo de 2,3). Os alfas de Cronbach foram acima de 0,75. Os itens são avaliados por
meio de uma escala de frequência de cinco pontos, com itens negativos, cujo escore
fatorial é obtido por meio da média entre os itens.
A segunda escala do ITRA, denominada Escala de Custo Humano no Trabalho
(ECHT), avalia três dimensões: custo físico, custo cognitivo e custo afetivo. Possui um
eigenvalues acima de 2,0, variância total de 44,46%, KMO de 0,91 e cargas fatoriais
acima de 0,30. Os alfas de Conbrach foram acima de 0,84. Os itens são avaliados por
meio de uma escala de nível de exigência dos indicadores de custo humano do trabalho,
de cinco pontos, com itens negativos, cujo escore fatorial é obtido por meio da média
entre os itens. Sua análise deve ser feita a partir de três níveis que consideram o ponto
médio. Essa classificação envolve os níveis: Negativo ou Grave (escore fatorial acima de
3,7), Moderado ou Crítico (escores entre 2,3 e 3,69) e Positivo ou Satisfatório (escore
abaixo de 2,3).
A terceira escala do ITRA, denominada Escala de Indicadores de Prazer e
Sofrimento no Trabalho (EIPST) avalia as vivências de prazer e sofrimento no trabalho,
possui 32 itens e é composta por quatro fatores: realização profissional, liberdade de
expressão, esgotamento profissional e falta de reconhecimento. Possui um eigenvalues
acima de 1,5, variância total de 59,80%, KMO de 0,92 e cargas fatoriais acima de 0,30.
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Os alfas de Conbrach foram acima de 0,80. É uma escala de sete pontos cujo objetivo é
avaliar nos últimos seis meses a ocorrência (uma vez, duas vezes, etc.) dos indicadores
de prazer e sofrimento no trabalho. O escore fatorial também é obtido por meio da média
entre os itens. Sua análise deve ser feita a partir de três níveis que consideram o ponto
médio e desvios-padrão em relação ao ponto médio. A análise dos itens de prazer ocorre
de forma oposta aos itens de sofrimento. Para os indicadores de prazer, essa
classificação envolve os níveis de positivo, satisfatório (escore fatorial acima de 4,0)
moderado ou crítico (escores entre 2,0 e 3,9 para ambas as escalas) e avaliação para
negativa, grave (escore abaixo de 2,0).
A quarta escala, denominada Escala de Avaliação de Danos Relacionados ao
Trabalho (EADRT), avalia as consequências em termos de danos físicos e psicossociais,
possui 29 itens e é composta por três dimensões: danos físicos, psicológicos e sociais.
Possui um eigenvalues acima de 1,5, variância total de 50,09%, KMO de 0,95 e cargas
fatoriais acima de 0,30. Os alfas de Conbrach foram acima de 0,88. É uma escala de sete
pontos cujo objetivo é avaliar nos últimos três meses a ocorrência (uma vez, duas vezes,
etc.) dos indicadores de danos provocados pelo trabalho. Sua análise deve ser feita a
partir de quatro níveis que consideram o ponto médio e desvios-padrão em relação ao
ponto médio. Para os indicadores de dano, essa classificação envolve os níveis de
avaliação mais negativa, com presença de doenças ocupacionais (escore fatorial acima
de 4,1), avaliação moderada grave (entre 3,0 e 4,0), moderada ou critico (escore entre 2,0
e 3,0) e avaliação mais positiva, suportável (escore abaixo de 1,9).
3.3. Procedimento de Coleta de Dados
Feita a apresentação do projeto para diretores e gestores do órgão, foram seguidas
as normas éticas da Resolução 196/96 do CNS, utilizando-se um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido após o aceite dos envolvidos na pesquisa. Os
questionários foram entregues aos servidores e magistrados do Tribunal Regional do
Trabalho da 24ª região (7 Varas de Trabalho na capital, Campo Grande/MS), informando
os objetivos da pesquisa e o caráter de sigilo das respostas. A amostra foi por
conveniência, composta por 208 servidores. As aplicações foram realizadas
individualmente e de forma assistida.
4. Resultados
Os participantes da amostra apresentaram, no instrumento SRQ-20, uma
prevalência de 22,7% de indivíduos com resultado positivo para TMM (Tabela 1).
Tabela 1 – Self Report Questionnaire (SRQ-20)
VARIÁVEIS N %
Negativo 143 77,3
Positivo 42 22,7
Total 185 100
Do total de participantes com TMM, quando se procede ao agrupamento por
sintomas, identificou-se: (35%) de Decréscimo de Energia Vital, em segundo lugar os
Sintomas Somáticos (31%) e em terceiro, Humor Depressivo (26%) (Tabela 2).
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Tabela 2 – Frequências e percentagens do Agrupamento Sintomático (SRQ-20)
VARIÁVEIS FREQ. %
Humor Depressivo 106 26
Sintomas Somáticos 124 31
Decréscimo de Energia Vital 139 35
Pensamentos Depressivos 32 8
Total 100
Os principais itens pontuados que contribuíram para os achados em cada
agrupamento foram: (i) Decréscimo de Energia Vital: sentir-se cansado o tempo todo
(69%), cansa-se com facilidade (66,7%) e dificuldades de ter satisfação em suas tarefas
(61,9%); (ii) Indicadores de Sintomas Somáticos: dormir mal (81%), desconforto
estomacal (57,1%) e dores de cabeça frequentes (54%); (iii) Humor Depressivo: sentir-se
nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a) (100%), sentir-se triste ultimamente (76,2%) e
assustar-se com facilidade (42,9%).
A Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho - EACT (tabela 3), indicou resultado
crítico nos subitens Organização do Trabalho (OT) e Relações Socioprofissionais (RSP).
Na OT os principais fatores negativos foram: número insuficiente de pessoas e tarefas
repetitivas e os fatores positivos foram resultados esperados dentro da realidade e tarefas
executadas não sofrerem descontinuidade. Na RSP destacaram-se como pontos
negativos a distribuição injusta de tarefas e também a falta de uma definição clara das
mesmas. Os itens menos pontuados nessa categoria foram o acesso fácil a informações e
funcionários não excluídos das decisões. O subitem Condições de Trabalho (CT)
apresentou resultados satisfatórios por considerarem o material de consumo suficiente,
condições de trabalho seguras, mobiliário existente adequado e ambiente físico
confortável.
Tabela 3. Média, desvio-padrão e classificação obtidos na EACT
N Mínimo Máximo Média DP Class.
Organização do Trabalho 123 1.36 5.36 3.3200 .76146 C
Condições de Trabalho 123 1.00 4.70 2.2886 .87714 S
Relações Sócio-profissionais 123 1.00 3.60 2.3202 .68022 C
A Escala de Custo Humano no Trabalho (ECHT) revelou resultado crítico no subitem
Custo Cognitivo (CC), com os seguintes fatores negativos: o desgaste profissional e a
falta de apoio das chefias para o desenvolvimento profissional e, como pontos positivos: a
existência de autonomia e condições de trabalho não precárias. O subitem Custo Físico
(CF) apresentou resultado satisfatório no quesito desgaste biomédico ou fisiológico, com
os seguintes fatores positivos, os instrumentos de trabalho são suficientes para realizar as
tarefas e posto de trabalho adequado para realizar as mesmas. Também o subitem Custo
Afetivo (CA) indicou resultados satisfatórios para os itens não transgressão de valores
éticos e não submissão a constrangimentos (Tabela 4).
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Tabela 4. Média, Desvio-padrão e classificação dos resultados obtidos na ECHT
N Mínimo Máximo Média DP Class.
Custo Físico 121 1.00 4.33 2.1839 .75066 S
Custo Cognitivo 121 1.00 4.60 3.2488 .75190 C
Custo Afetivo 121 1.00 3.83 2.2362 .72898 S
A Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho (EIPST) (Tabela 5)
apresentou na subescala de Sofrimento, no subitem Esgotamento Profissional resultado
considerado crítico, pelos fatores sobrecarga e estresse. O subitem Falta de
Reconhecimento teve resultado positivo, mas fica visível, contudo, a indignação e a falta
de reconhecimento do esforço despendido no trabalho, como principais pontos a
melhorar. Na subescala de Prazer, o subitem Realização Profissional, obteve uma
classificação satisfatória, pois os participantes assinalam possuir orgulho pelo que fazem
e se identificarem com as tarefas realizadas. Os pontos a melhorar apontados foram a
não valorização e o não reconhecimento do trabalho prestado e do servidor. O subitem
Liberdade de expressão apresentou classificação satisfatória quanto à autonomia para
falar do trabalho com os colegas e a confiança entre os mesmos, indicando como pontos
para melhoria, a liberdade com a chefia para expor sobre seu trabalho.
Tabela 5. Média, desvio-padrão e classificação dos resultados obtidos na EIPST
Variáveis Categoria N Mínimo Máximo Média DP Class.
Prazer Realização Profissional 121 .00 6.00 4.1864 1.42185 P
Liberdade de Expressão 121 .00 6.00 4.3461 1.47441 P
Sofrimento Esgotamento Profissional 121 .00 6.00 2.3638 1.44603 C
Falta de Reconhecimento 121 .00 5.38 1.2169 1.16489 P
A Escala de Avaliação de Danos relacionados ao Trabalho (EADRT) obteve uma
classificação mais positiva, suportável para os três subitens: Danos Físicos, Danos
Psicológicos e Danos Sociais. Os principais danos físicos indicados foram dores nas
costas e no corpo; quanto aos danos psicológicos os mais críticos foram tristeza e mau
humor e, em relação aos danos sociais a vontade de ficar só e a impaciência com as
pessoas foram os itens mais pontuados (Tabela 6).
Tabela 6 –Média, desvio-padrão e classificação obtidos na EADRT
N Mínimo Máximo Média DP Class.
Dano Físico 121 .00 4.92 1.6632 1.29763 SUP
Dano Psicológico 121 .00 5.70 1.0590 1.35470 SUP
Dano Social 121 .00 4.86 1.1326 1.13877 SUP
A Tabela 7 apresenta as correlações entre o agrupamento sintomático do SRQ-20 e
os subitens do ITRA. Constatou-se correlação moderada, com coeficiente maior que 0,5 e
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menor que 0,7, entre esgotamento profissional e decréscimo de energia vital (r=0,536;
p=0,000), danos psicológicos e humor depressivo (r=0,572; p=0,000), danos psicológicos
e sintomas somáticos (r=0,530; p=0,000), danos psicológicos e decréscimo de energia
vital (r=0,618; p=0,000),danos psicológicos e pensamentos depressivos (0,625; p=0,000),
danos sociais e decréscimo de energia vital (r=0,529; p=0,000) e danos sociais e
pensamentos depressivos (r=0,559; p=0,000).
Tabela 7 – Correlação entre o agrupamento sintomático (SRQ-20) e os subitens do ITRA
Humor
Depressivo
Sintomas
Somáticos
Decréscimo da
Energia Vital
Pensamentos
Depressivos
Esgotamento
Profissional
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
.488*
.000
118
.488*
.000
118
.536*
.000
118
.420**
.000
118
Falta de
Reconhecimento
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
.407*
.000
118
.333*
.000
118
.438*
.000
118
.434**
.000
118
Danos Físicos
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
.392*
.000
118
.406*
.000
118
.459*
.000
118
.266**
.000
118
Danos
Psicológicos
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
.572*
.000
118
.530*
.000
118
.618*
.000
118
.625**
.000
118
Danos Sociais
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
.469*
.000
118
.340*
.000
118
.529*
.000
118
.559**
.000
118
5. Discussão
Os dados resultantes da pesquisa indicaram uma prevalência de 22,7% de TMM, um
pouco acima do encontrado por Lima (2014) de 20% de TMM em servidores da Justiça
Federal e também em comparação ao dado mínimo encontrado no Brasil para a
população geral, entre 20% e 56% (Santos e Siqueira, 2010), enquanto que a prevalência
mundial de TMM na população trabalhadora é de 30%, segundo dados da OMS (2013).
Guimarães (et al., 2006) salienta que o TMM é uma das principais causas para perda de
dias no trabalho, afastando em média o trabalhador quatro (4) dias ao ano e, por este
motivo deve ser visto com muita atenção.
Os dados encontrados no SRQ-20, agrupados por sintomas, resultaram em uma
prevalência de 35% de “Decréscimo de Energia Vital”, com sensações de cansaço o
tempo todo (69%), cansar-se com facilidade (66,7%) e dificuldades de ter satisfação em
suas tarefas (61,9%). Quanto aos “Sintomas Somáticos (31%)”, os principais itens
pontuados foram: dormir mal (81%), desconforto estomacal (57,1%) e dores de cabeça
frequentes (54,%). Em relação ao Humor Depressivo (26%), os principais
comportamentos foram: sentir-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a) (100%), sentir-se
triste ultimamente (76,2%) e assustar-se com facilidade (42,9%). Pode-se observar que,
decréscimo de energia vital e os sintomas somáticos, apresentam-se acima da média
mundial, o que é preocupante. A resposta afirmativa “sente-se nervoso, tenso ou
preocupado” (100%) sinaliza que situações emocionalmente exigentes podem repercutir
na saúde dos trabalhadores, conforme observações feitas por Lima (2014). Sadock e
Sadock (2012) também afirmam que os sintomas ligados aos transtornos de humor se
caracterizam por alterações acentuadas no humor que reduzem o funcionamento mental
do indivíduo.
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Quanto às escalas do ITRA, a EACT, indicou resultado crítico nos subitens OT e
RSP. A OT diz respeito aos elementos prescritos (formais ou informais) que expressam as
conceções e as práticas de gestão de pessoas e do trabalho presentes na organização de
trabalho e que balizam seu funcionamento. As RSP são definidas pelos modos de gestão
do trabalho, comunicação e interação profissional (Ferreira e Mendes, 2008; Mendes e
Ferreira, 2007). Estes resultados críticos na OT e RSP também foram encontrados por
Lima (2014) em servidores da Justiça Federal e por Antloga (et al., 2014) em um órgão do
Poder Judiciário Brasileiro com sede em Brasília. Estudo com o Judiciário Amazonense
(Garcia, 2011) demonstra que a organização do trabalho evidenciou a diferença entre o
trabalho prescrito e real, haja vista a grande quantidade de procedimentos (leis) a cumprir
em detrimento da insuficiência de recursos e do volume de processos judiciais, também
identificando que a falta de cooperação entre os trabalhadores e de reconhecimento por
parte da instituição se transforma em sofrimento e se constitui em risco de adoecimento.
Outra pesquisa realizada por Nunes e Lins (2009) em servidores de um Tribunal
Judiciário, constatou quanto à organização de trabalho, um modo de gestão altamente
hierarquizado e tomado pela racionalização burocrática, fatores que proporcionavam
sofrimento e repercutiam na saúde do trabalhador.
A escala ECHT apresentou classificação crítica no subitem CC, o que indica o
dispêndio intelectual para a aprendizagem, resolução de problemas e tomadas de
decisões. Este resultado corrobora aos achados de diversos autores (Costa & Santos,
2013, Eurofound, 2007; Muñoz, 2006; Neto, 2015) em relação às mudanças ocorridas nas
últimas décadas em termos laborais, em que se identificam locais de trabalho que dão
menos ênfase na capacidade física e mais nas exigências de esforço mental (cognitivo),
maior ritmo e sobrecarga de trabalho, além dos altos níveis de atenção.
Ainda sobre os resultados do subitem CC, identificou-se como principais fatores
negativos o desgaste profissional e a falta de apoio das chefias para o desenvolvimento
profissional. Estes dados assemelham-se às discussões da Eurofound (2010) em relação
a como o trabalho tornou-se mais intenso, exigindo dos trabalhadores maior
responsabilidade na administração de tarefas e, em termos de organização de trabalho,
relações de trabalho mais individualizadas. Espíndola (2013) em estudo com magistrados
do Poder Judiciário de Santa Catarina, também identificou que quase a totalidade dos
sujeitos pesquisados apresentou sobrecarga mental de trabalho como constante,
sinalizando que esta situação pode estar associada à intensa carga horária semanal e ao
alto índice de esforço mental da atividade, que é caracterizada pela necessidade de
atenção, raciocínio, memória e pressão de tempo para a execução dos trabalhos.
O resultado obtido na escala EIPST foi considerado críticona subescala de
sofrimento, no subitem esgotamento profissional, especialmente, pelos fatores sobrecarga
e estresse. Estes achados apontam na mesma direção dos achados deoutros estudos
(Andrade, 2011; Antloga et al., 2014; Fernandes, 2013; Jorge, 2009; Ribeiro, 2005)
deixando visível que os trabalhadores do Poder Judiciário estão submetidos a um volume
cumulativo de tarefas, a sobrecarga de trabalho e a priorização da quantidade de julgados
em detrimento da qualidade. Já Machado (et al., 2010), em estudo com Juízes do
Trabalho, evidenciam que a inserção na magistratura é marcada por dúvidas e
inseguranças e que sua formação continuada apresenta-se prejudicada pelo aumento do
volume de tarefas.
Apenas a escala EADRT indicou resultado satisfatório para danos físicos, sociais e
psicológicos, ou seja, a não presença de danos relevantes nestas dimensões, no
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momento. Quanto aos danos relacionados ao trabalho, alguns sintomas, tais como, dores
nas costas e no corpo, tristeza, mau humor, vontade de ficar só e a impaciência com as
pessoas, poderão trazer consequências a médio e longo prazo, porém estes são
suportáveis até o momento, embora se constate a presença de sofrimento mental.
Nesta pesquisa, os aspectos: número insuficiente de pessoas, tarefas repetitivas,
distribuição injusta de tarefas e falta de definição clara das mesmas, desgaste
profissional, falta de apoio das chefias para o desenvolvimento profissional, sobrecarga de
atividade e estresse, foram identificados como os fatores psicossociais de risco
relacionados ao fator intensidade do trabalho e tempo de trabalho e ao fator relações
sociais no trabalho, corroborando muitos dos fatores psicossociais de risco descritos por
Gollac e Bodier (2011).
A avaliação de riscos de adoecimento no trabalho identificou um nível considerado
crítico nas escalas EACT, ECHT e EIPST, sinalizando a necessidade imperativa de
providências imediatas a curto e médio prazo, indicando que os participantes se
encontram em uma situação limite, potencializando o mal estar no trabalho e risco de
adoecimento. Apenas a escala EADRT indicou resultado satisfatório e situação produtora
de bem estar no trabalho, que é um aspecto a ser mantido e consolidado neste ambiente
organizacional.
6. Conclusões
Estudar o contexto de trabalho do Poder Judiciário torna-se importante devido à
crescente demanda social consciente de seus direitos, que exige uma prestação de
serviço jurisdicional rápida, efetiva e acessível a todos, dado que, existe uma importante
pressão sobre estes servidores. Os resultados deste estudo indicaram uma prevalência
de 22,7% de TMM nos servidores, considerada alta por se tratar de população ativa
trabalhadora, sugerindo a existência de sofrimento mental. Os dados encontrados
agrupados por sintomas demonstraram uma prevalência de “decréscimo de energia vital”,
com sensações de cansaço e dificuldades de ter satisfação em suas tarefas e, em relação
aos “sintomas somáticos”, os resultados foram dormir mal, desconforto estomacal e dores
de cabeça frequentes. Quanto ao “humor depressivo” foi predominante a resposta “sentir-
se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)”. Observou-se um importante decréscimo de
energia vital e os sintomas somáticos apresentam-se acima da média mundial.
Quanto aos riscos de adoecimento no trabalho, pode-se constatar que o Poder
Judiciário é caracterizado por contradições que potencializam vivências de mal-estar no
trabalho. Resultados críticos na OT possuem como principais fatores negativos o número
insuficiente de pessoas e as tarefas repetitivas, já na RSP os pontos negativos foram à
distribuição injusta de tarefas e a falta de definição clara das mesmas. O subitem CT
apresentou resultados satisfatórios, pois os servidores consideram as condições de
trabalho seguras, mobiliário existente adequado, ambiente físico apropriado e material de
consumo suficiente.
O custo humano do trabalho dos servidores é elevado e considerado crítico na
dimensão cognitiva, tendo como fatores negativos o desgaste profissional e a falta de
apoio das chefias para o desenvolvimento profissional. Esta situação pode estar
relacionada à intensa carga horária semanal, a alta exigência de atenção, concentração,
raciocínio, memória e pressão de tempo para a execução dos trabalhos. O subitem CF
apresentou resultado satisfatório no quesito desgaste biomédico ou fisiológico, tendo
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como fatores positivos os instrumentos de trabalho serem suficientes para a realização
das tarefas e o local de trabalho adequado. Já o subitem CA indicou resultados
satisfatórios para os itens de não transgressão de valores éticos e de não submissão a
constrangimentos.
Com relação à Escala EIPST o subitem “esgotamento profissional” merece atenção
devido às avaliações críticas, para os fatores sobrecarga e estresse. Este resultado pode
estar associado à intensa carga horária semanal, ao volume cumulativo de tarefas e ao
alto índice de nível de esforço mental da atividade. Ressalta-se que a correlação
moderada entre o subitem “esgotamento profissional” e “decréscimo de energia vital”
evidencia a associação entre níveis críticos de esgotamento profissional e a presença de
decréscimo da energia vital, indicando a importância do esgotamento profissional para a
compreensão do processo de adoecimento mental, nesta pesquisa identificada por meio
dos TMM.
No subitem “falta de reconhecimento”, foi constatado resultado positivo, entretanto
como ponto a melhorar o reconhecimento do esforço despendido no trabalho. Na
subescala de Prazer, o subitem “realização profissional”, obteve classificação satisfatória,
pois os participantes assinalam possuir orgulho pelo que fazem e de se identificar com as
tarefas realizadas. O subitem “liberdade de expressão” apresentou classificação
satisfatória em “autonomia para falar do trabalho com os colegas e a confiança entre os
mesmos”.
Esse estudo verificou que os dados classificados como críticos encontrados na
escala ITRA são deletérios à saúde e a qualidade de vida do trabalhador, na medida que
as contradições observadas no contexto de trabalho, geram um elevado custo cognitivo e
desgaste profissional, associado a sentimentos de esgotamento profissional,
característicos de vivências de mal-estar no trabalho, que indicam risco de adoecimento
para estes trabalhadores. Constata-se assim, o impacto dos fatores psicossociais de risco
na saúde psíquica dos participantes.
Destaca-se, em contrapartida, que os servidores se sentem realizados e orgulhosos
pelo trabalho que fazem, sendo este um fator positivo para sua saúde e que deve ser
potencializado, pois os motiva no desempenho de suas funções. É importante ressaltar
que o processo de avaliação de melhoria da saúde mental precisa ser contínuo, podendo
gerar novas ações que favoreçam uma melhor saúde e qualidade de vida ao trabalhador.
Neste cenário, a pesquisa alcançou os objetivos propostos. Quanto as limitações do
estudo, é necessário considerar o fato de o mesmo ser de corte transversal e, portanto,
pode demonstrar uma situação momentânea da realidade. Sugere-se a realização de
outras pesquisas, a fim de, futuramente, verificar se os resultados encontrados perduram
ou não ao longo dos anos. Propõem-se ainda que a instituição viabilize e promova
programas de intervenção, com o propósito autêntico de prevenir riscos psicossociais e,
consequentemente, favorecer a saúde mental do trabalhador.
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