integração regional africa adelinotorres

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  • 7/25/2019 Integrao Regional Africa Adelinotorres

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    Coleco Documentos de Trabalho n 26

    Adelino Torres

    Integrao regional em frica e multilateralismo:Integrao regional versus GATT?

    Lisboa

    1993

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    CEsA Centro de Estudos sobre frica e do Desenvolvimento

    Instituto Superior de Economia e Gesto da Universidade Tcnica de Lisboa

    Os trabalhos reproduzidos nesta

    srie so da exclusiva

    responsabilidade dos seus

    autores.

    O CEsA no confirma nem infirma

    quaisquer opinies neles

    expressas.

    O presente texto foi apresentado como comunicao ao I Encontro de

    Economistas de Lngua Portuguesa, realizado na Faculdade de Economia da

    Universidade do Porto entre 5 e 8 de Abril de 1993.

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    INTEGRAO REGIONAL EM FRICA E MULTILATERALISMO: Integrao Regional

    v rsus

    GATT?

    Adelino Torres1

    A integrao regional em frica e a insero das economias africanas no

    espao global pela via do multilateralismo constituem questes centrais para o

    continente africano.

    Porm, o processo de integrao regional2, iniciado em frica h cerca de

    duas dcadas, tem-se mostrado decepcionante apesar de alguns progressos

    pontuais (modestos) ao nvel da CEAO, ao mesmo tempo que a parte das

    exportaes africanas nas exportaes mundiais tem vindo a decrescer, com a

    consequente marginalizao do continente na economia internacional.

    Muitos autores viraram-se ento para a alternativa proposta pela teoria

    neoclssica e seu paradigma da extroverso. Todavia, no que se refere aos pases

    africanos, esta opo comporta insuficincias tericas e, a curto e mdio prazos,

    impossibilidades prticas que no parecem responder situao que o continenteatravessa, independentemente de ser ou no a mais desejvel.

    O modelo sofreu entretanto uma eroso, e em diversas partes do mundo

    anos regista-se, nos ltimos anos, um novo interesse pela regionalizao, sob as

    suas diferentes formas, da "Zona de Comrcio Preferencial" "Unio Econmica" (ver

    ilustrao grfica). Na Europa, no continente americano, na sia e na frica as

    zonas preferenciais concentram as atenes dos homens polticos (Mercado nico,

    NAFTA, Mercosur, transformao da SADCC em SADC, etc).

    Face s dificuldades do Uruguay Round e s actuais insuficincias do GATT,

    o recrudescer das reas regionais preferenciais pode ter trs resultados:

    a) ou estas actuam como plataformas de reestruturao regional dando

    tempo ao GATT para encontrar solues adequadas disparidade das

    situaes, implementando, numa fase posterior, um multilateralismo

    que d resposta aos problemas de mundializao das economias;

    1 Universidade Tcnica de Lisboa/ISEG. Investigador do CEsA Centro de Estudos sobre frica e doDesenvolvimento (ISEG)2Neste trabalho empregamos indiferentemente as expresses "zonas preferenciais" ou "zonas de integrao"

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    UNIES ADUANEIRAS

    1 )

    PREFERENTIAL TRADING CLUB

    2 ) FREE-TRADE AREA OU ASSOCIATION)

    3 )

    CUSTOMS UNION

    4 ) COMMON MA RKE T ECO NOM IC UNI ON

    5 ) ECONOMIC UNION

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    b)ou a consolidao dessas zonas ameaa constituir um passo irreversvel

    para novos proteccionismos que no excluem guerras comerciais, com gravosas

    consequncias para a economia mundial;

    c)ou a frica se insere, a pouco e pouco, num vasto esquema de "integrao

    vertical" conjuntamente com a Comunidade Europeia (CE), a exemplo do que foi

    proposto pelo Governo Francs em 1991 para a Frana e pases da Zona Franco,

    mas numa perspectiva mais alargada, quer dizer, uma integrao que inclua no

    apenas aquele pas europeu e as naes francfonas do continente, mas o

    conjunto da CE e dos pases da frica Ocidental e Austral numa primeira fase, e da

    frica Central e Oriental numa segunda fase. Os pases mediterrnicos da frica do

    Norte poderiam ser includos nesta integrao vertical euro-africana embora,

    devido s especificidades da regio, este processo devesse ser estudado

    separadamente.

    Defendemos, antes de mais, neste texto que o continente africano dever

    reforar a vertente da integrao regional, sem nunca perder de vista a sua

    incluso nas correntes comerciais da economia mundial. A regionalizao aparece

    desta maneira como um meio transitrio, uma fase preparatria durante a qual as

    economias africanas devero operar transformaes radicais, quer no plano

    econmico quer no plano poltico. A integrao regional uma condio sine quanon do desenvolvimento africano, mas tudo leva a crer que se trata de uma

    condio insuficiente a mdio e longo prazos.

    A hiptese da "integrao vertical" supracitada na alnea c), parece-nos

    particularmente estimulante, mas faltam ainda os estudos econmicos que a

    fundamentem. Porm, h razes para pensar que o entrave fundamental ser

    essencialmente poltico.

    O texto evoca apenas algumas das questes que esto na base dos debates

    entre o multilateralismo e a integrao regional. Para alm das dicotomias reais ou

    aparentes, as eventuais solues tericas e prticas apresentam um grau de

    complementaridade que merece ser aprofundado, no apenas ao nvel das

    medidas tcnicas indispensveis mas sobretudo no plano dos conceitos inscritos

    na teoria do conhecimento que lhes serve de referncia.

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    Do fim da segunda guerra mundial at aos anos 80, os homens polticos

    admitiam que, no plano internacional, os acordos regionais completavam as

    negociaes multilaterais no quadro do GATT3, no havendo, na prtica,

    contradio entre as duas vias4.

    Ultimamente a Europa deu passos em frente tanto na sua integrao

    econmica e monetria como poltica e social, o que no prejudicou as relaes

    econmicas com o resto do mundo. Este registou igualmente uma forte expanso

    em grande parte conseguida pelo abaixamento das tarifas aduaneiras resultante

    das negociaes no GATT.

    QUADRO 1

    Comrcio intra-regional

    em percentagem do total das exportaes

    ZONAS DE INTEGRAO 1960 1987

    Comunidade Econmica Europeia (CEE) 34,6 58,8

    Unio Aduaneira e Econmica da frica Central (UDEAC) 1,6 0,9

    Comunidade Econmica da frica Ocidental (CEAO) 2,0 7,7

    Comunidade Econmica dos Estados da frica Ocidental (CEDEAO) 1,2 5,5

    Comunidade Econmica dos Pases dos Grandes Lagos (CEPGL) 0,0 -

    Unio Mano River (UMR) 0,0 -

    FONTE: BANCO MUNDIAL, World Development Report 1991

    Por seu turno, o continente africano enveredou desde os anos 70 pelas

    chamadas "Comunidades Econmicas", com a criao da CEAO e CEDEAO na frica

    ocidental e a formao de outros agrupamentos com objectivos similares5. Mas, no

    essencial a integrao proclamada no teve efeitos significativos apesar de

    algumas realizaes pontuais e limitadas, nomeadamente na CEAO. O comrcio

    3KRUGMAN 19924Alis deve dizer-se que a prpria teoria do comrcio internacional no constituiu, durante muito tempo, uma prioridade querpara os homens polticos quer para os economistas tericos.Joo Dias, num trabalho recente, refere essa questo: "Embora grande parte dos economistas veja no comrcio externo, e emparticular nas exportaes, um instrumento indispensvel ao desenvolvimento econmico, o campo da teoria do comrciointernacional tem sido objecto das posies mais dispares, nomeadamente quanto sua relevncia e s vantagens deladecorrentes. Por exemplo, Keynes no lhe atribui particular importncia e autores como Raoul Prebisch e Gunnar Myrdalcontestam mesmo que dele decorra efeitos benficos". Cf. DIAS 1992, p. 178. Ver igualmente Manuel Carlos Lopes Porto,

    Lies de Teoria da Integrao e Polticas Comunitrias,Coimbra, Almedina, 1Bvol. 1991, 233 p.5Para j no falar do agrupamento regional constitudo pelo Qunia, Uganda e Tanznia, na frica oriental, prematuramentedissolvido.

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    intra-regional africano mantem-se a um nvel modesto, no tendo registado

    melhorias nas ltimas trs dcadas (v. quadro 1).

    No plano mundial, a partir dos anos 80 as duas vias comearam a divergir.

    Por um lado assistiu-se extenso dos blocos comerciais regionais. Por outro, o

    GATT, especialmente depois das negociaes do Uruguay Round iniciado em 1986,

    viu avolumarem-se os obstculos obteno de consensos entre as chamadas

    Partes Contratantes. Em grande parte, diga-se, devido ambio e complexidade

    dos dossiers que se props tratar.

    Osblocos regionais

    parecem afirmar-se. A CEE transforma-se no Mercado

    nico, os Estados-Unidos, o Canad e o Mxico assinam o Acordo de Comrcio

    Livre Norte-Americano, o Japo estende os seus investimentos e influncia na sia,

    com probabilidades de favorecer o rpido nascimento de uma nova zona de

    comrcio preferencial neste continente6, a Amrica Latina reformula as zonas de

    integrao (MERCOSUR, por exemplo) e a frica rev com um entusiasmo renovado

    (pelo menos ao nvel das intenes proclamadas) os problemas de integrao das

    suas "Comunidades Econmicas".

    Ao mesmo tempo, omultilateralismo

    encontra dificuldades cada vez maiores.

    O Uruguay Round, que deveria estar concludo em 1990, continua paralisado sem

    encontrar respostas compatveis com o ambicioso programa que o GATT se tinhafixado7.

    O resultado um aumento do proteccionismo em todo o mundo, o qual

    coloca problemas preocupantes para a economia mundial8.

    Paul Krugman9pe justamente em relevo o contraste entre o sucesso dos

    acordos regionais (pelo menos na Europa e na Amrica do Norte) e o relativo

    fracasso a que estamos a assistir nas tentativas de prosseguir e consolidar a

    liberalizao do comrcio escala mundial. Tudo se passa, com efeito, como se

    muitos dos homens polticos do Ocidente tivessem j perdido as esperanas nos

    progressos do multateralismo no quadro do GATT e preferissem consagrar os seus

    esforos s negociaes regionais e bilaterais. Note-se, de passagem, que no de

    excluir que esse movimento traduza, pelo menos at certo ponto, uma reaco

    6SCHLOSSSTEIN 19927CASTRO 19918V. por exemplo, para alm das publicaes do Banco Mundial, FMI e OCDE: TAMAMES 1991, BAGHWATI1991, CHALMIN1992...9KRUGMAN 1992

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    perante os problemas novos - como os dossiers sobre os servios ou a propriedade

    intelectual - que requerem solues inovadoras e consensos difceis de encontrar.

    H quem entenda que o prosseguimento do multateralismo , em

    definitivo, mais importante, e receie que os acordos regionais venham

    comprometer um processo de liberalizao, considerado como a garantia mais

    coerente da solidariedade que dever nascer da interdependncia e da

    mundializao das economias.

    Tendo em conta a realidade africana, a nossa hiptese que no existe

    incompatibilidade, antes complementaridade, entre as duas estratgias desde que

    a integrao regional no seja vista como um fim em si, mas como uma etapa de

    transio para um multateralismo pleno. Por outras palavras, a integrao

    regional em frica uma necessidade urgente, entre outros motivos devido

    exiguidade dos mercados nacionais e porque urgente ultrapassar a actual no

    complementaridade entre as economias. A proximidade geogrfica dos pases a

    norte e a sul do Sanara inseridos nas diversas zonas j formalmente constitudas

    um argumento suplementar em favor dessa orientao.

    O problema no , portanto, de saber se os pases africanos se devem

    empenhar exclusivamente numa integrao regional, ou se prefervel abandonar

    esse projecto e preparar-se to somente para afrontar sem transio aconcorrncia internacional.

    No se trata da dicotomia simplista: introverso versus extroverso. Posta

    nesses termas, a escolha radical e exclusiva de uma dessas vias no teria sentido.

    Alis o prprio GATT, no seu artigo 24, reconhece h muito o interesse de

    uma integrao mais estreita das economias nacionais e permite que os

    agrupamentos regionais tenham acesso regra geral de tratamento da NMF,

    impondo apenas, como nica condio, que tais acordos, ao facilitarem o comrcio

    entre os pauses interessados, no criem obstculos ao comrcio com os restantes

    pases.

    Admitimos que h compatibilidade entre a constituio de zonas de

    comrcio preferencial em frica e a insero destes pases na economia mundial

    multilateral, desde que o primeiro movimento seja entendido como uma etapa na

    preparao das economias africanas para melhor enfrentar as condies deste

    ltimo contexto.

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    Do ponto de vista metodolgico, o problema assemelha-se de certa forma

    ao das estratgias de industrializao dos anos 60-70. No essencial, a escolha dos

    pases africanos fora ento para uma estratgia de "substituo das importaes", a

    qual, levada s ltimas consequncias, acabou por se revelar desajustada. A

    desiluso da resultante contribuiu parao descrdito da poltica de substituio de

    importaes, mas essa reaco foi, a nosso ver, igualmente excessiva.

    Com efeito, o que est em causa no a "substituio de importaes"10em si,

    mas o facto de esta ter sido vista como umfim

    (perspectiva pouco realista, ponto

    de partida virtual de determinismos ideolgicos) e no como ummeio

    meramente

    transitrio (viso pragmtica ao mesmo tempo que coerente com os pressupostos

    da teoria), antes de passar to rapidamente quanto possvel, para uma "estratgia

    de promoo de exportaes"11.

    Foi o procedimento dos pases asiticos12.

    Quanto hiptese daintegrao vertical,

    associando a Comunidade

    Europeia e o continente africano, ela tem como ponto de partida a aprovao, em

    1991, entre o governo francs e os pases da Zona Franco, da ideia de

    transformao da Zona Franco numa verdadeira Unio Econmica e Monetria e

    num grande Mercado nico.E. Berg nota que, por razes que lhe escapam, esta ideia no reteve ainda a

    ateno da imprensa mundial apesar de se tratar de uma verdadeira viragem em

    relao as propostas anteriores e de ser uma opo particularmente original13.

    As grandes linhas dessa proposta so:

    A)Transformar progressivamente a unio monetria (Zona Franco) numa

    verdadeira Comunidade Econmica;

    B)Instalar um Mercado nico, mas no atravs da liberalizao do

    comrcio interno e da criao de tarifas exteriores comuns: esse processo revelou-

    se demasiado violento para os Estados cujas receitas alfandegrias so uma das

    principais fontes de rendimento.

    10Ver DIAS 1992, pp. 179 e sgs11 V. por exemplo, CA. MICHALET, Le Dfi du Dveloppement Indpendant, Paris, Rochevignes, 1983, onde as vriasestratgias de industrializao so analisadas.12Pode consultar-se com proveito: Lus Soares de OLIVEIRA, Desenvolvimento Econmico Conseguido: o Modelo Sul-Coreano,Lisboa, Verbo, 1992,178 p.13Para mais pormenores ver BERG 1991 bem como: GU1LLAUMONT (P.et S.), "La Zone Franc un tournant: vers l'intgrationrgionale", Gopolitique Africaine (Paris), juillet/aout 1991; TRIBANDEAU (D.), "Faire de la Zone Franc une vritable Union",L'Argus,21 juin 1991.

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    C)Na Zona Franco, os pases construiro a integrao econmica sobre as

    bases da unidade monetria actual e devero: pr em prtica uma abordagem

    regional para reabilitar os sistemas financeiros da frica ocidental; desenvolver

    jurisprudncias, regulamentos e outras instituies comuns; coordenar os

    problemas econmicos.

    Vrios domnios de actividade foram sugeridos:

    a)Reforma dos regulamentos e instituies nos Seguros, implicando uma lei

    nica para o conjunto da Zona Franco e a criao de uma comisso de superviso;

    b)Promulgao de um Direito modernizado e unificado no plano regional

    para toda a Zona Franco, a comear pela UMOA;

    c)Medidas para melhorar o sistema financeiro, encorajar a poupana e criar

    um mercado financeiro regional mais consistente: reforma da Bolsa de Abidjan com

    possibilidade de ser criada uma Bolsa Regional; emisso de instrumentos

    financeiros libelados em Francos CFA; criao de Caixas de Aforro rurais; reforma

    fiscal em matria de poupana (eliminao da dupla tributao, dedues na fonte,

    etc).

    d)Reforma da Segurana Social, com a criao de uma inspeco financeira

    regional para vigiar a disciplina da gesto das Caixas.

    e)

    Criao de mecanismos financeiros e de servios comuns, de instnciasde controlo do sector pblico a nvel regional, (um Tribunal de Contas), de

    organismos regionais de formao para a administrao econmica e de um

    organismo regional de estatsticas e estudos econmicos.

    Esta "integrao vertical" vista14 como uma nova maneira de abordar o

    problema da cooperao econmica regional, muito diferente da "Integrao

    horizontal" que se "limitava" a reunir Estados e agentes fisicamente prximos.

    O mtodo francs visa instaurar laos mais estreitos entre um pas europeue os seus parceiros menos desenvolvidos da Africa, escreve E. Berg, considerando

    que este projecto tem alguns trunfos: o sistema monetrio comum, o hbito da

    cooperao econmica, a herana que todos partilham (lngua, instituies), um

    problema que a reabilitao dos seus sistemas financeiros e o reforo dos

    sistemas jurdicos e legislativos.

    Todavia esta estratgia levanta incertezas e dvidas15:

    14BERG 199115BERG 1991

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    crescimento da economia mundial, embora os PED tenham deles beneficiado muito

    menos do que inicialmente se esperava24.

    Se assim fr, estaremos a assistir ao ressurgimento de um proteccionismo,

    no j localizado ao nvel de cada pas, mas implantado em zonas geogrficas de

    maior extenso? No sendo acautelados (a par dos interesses nacionais e

    regionais) os grandes desgnios de solidariedade planetria implcitos no projecto

    multilateralista, as consequncias desse proteccionismo podero ser gravosas, na

    medida em que se quebraro sinergias da interdependncia global.

    Redimensionados os espaos preferenciais, ver-se- surgir estrangulamentos

    econmicos e linhas divisrias caracterstica de um neo-mercantilismo de mais

    vastas repercusses do que o antigo mercantilismo do sculo XIX, gerador de

    tenses e afrontamentos escala global.

    , pois, urgente que o debate seja clarificado. Quer acerca das condies e

    consequncias a que o novo proteccionismo poder conduzir, quer a propsito do

    alcance e limitaes do liberalismo concebido pelos neoclssicos.

    Uma outra interrogao tem a ver com a possibilidade de se obter uma

    soluo "intermdia". Supondo que, evitando as solues extremas e conseguindo

    os equilbrios suficientes, as duas vias, multateralismo e integrao regional, se

    mantm paralelamente, ser possvel uma liberalizao a duas velocidades? E,nesse caso, poder-se- exigir que cada pas integrado numa zona preferencial

    oferea a qualquer outro (do resto do mundo) as mesmas vantagens que

    proporciona aos seus parceiros do agrupamento (KRUGMAN 1992)?

    Estes enunciados justificam ateno.

    Admitamos a hiptese que o mundo tanto mais prspero quanto maior for

    a liberdade de comrcio multilateral. Admitamos ainda que, por definio, a criao

    de uma zona de comrcio preferencial contraria o princpio da liberdade atrs

    apontada.

    Ser porm correcto concluir deste postulado, como fazem certos autores

    liberais, que a criao de zonas preferenciais (grosso modo), inversamente

    proporcional prosperidade do mundo?

    Este raciocnio linear estabelece uma relao de causa a efeito que merece

    discusso, apesar de o problema no ser novo.

    24Ramon Tamames fala mesmo, a propsito dos pases em desenvolvimento que so membros do GATT, dos "convidados depedra"sem voz nem poder nesta instituio internacional (TAMAMES 1991)

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    potenciais. Ademais, conveniente no esquecer que, em frica, o prprio

    funcionamento de economias informais e de mercados paralelos que ignoram

    fronteiras so tambm factores de "integrao"...

    Um estudo relacionado com as "zonas naturais" sobre os pases do G7

    mostrou que o comrcio entre os EUA e o Canad 13 vezes mais importante do

    que se os pases no fossem vizinhos, e que as trocas entre 4 dos grandes pases

    europeus 7 vezes mais importante do que seria se o elemento de proximidade

    geogrfica no existisse (KRUGMAN 1992). Esses resultados, embora sejam

    devidos em parte a acordos j em vigor, mostram tambm que a proximidade ainda

    tem um grande papel.

    Desta forma, o facto da geografia integrar de certo modo a faceta regional

    nas trocas internacionais permite atenuar os receios de que os acordos

    comunitrios conduzam necessariamente a uma situao do tipo "dilema do

    prisioneiro", se, evidentemente, fizermos abstraco dos factores polticos cuja

    imprevisibilidade pode dar origem a consequncias diferentes desta lgica (foi em

    grande parte o caso da antiga Comunidade Econmica da frica de Leste).

    Os factores polticos no podem portanto ser esquecidos. Muitos autores

    consideram mesmo que a questo de saber se as zonas de integrao regional so

    ou no desejveis mais poltica do que de anlise econmica (Krugman 1992),na medida em que esta acaba por no ser suficientemente conclusiva, espartilhada

    que est entre vantagens e inconvenientes a nvel local e global. A verdadeira

    objeco formao de entidades regionais de ordem poltica: " o receio que os

    acordos regionais perturbem o equilbrio delicado dos interesses sobre os quais

    baseado o GATT". Este pressuposto veicula implicitamente a ideia de que, ao

    procurar maximizar a prosperidade nacional, tais acordos podem contrariar a

    solidariedade e a prosperidade mundiais.

    A hiptese tem fundamentos lgicos. porm de recear que no consiga

    convencer os pases em desenvolvimento que menos tm beneficiado com o

    multilateralismo preconizado pelo GATT, onde afinal continuam a ter uma influncia

    reduzida.

    A verdade que se tem assistido, nos ltimos anos, a uma eroso

    progressiva do multilateralismo e consequente diminuio de eficcia do GATT. A

    impossibilidade de concluir em 1990 o ciclo das negociaes do Uruguay Round

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    ilustra, segundo o FMI, o peso da rigidez estrutural do sistema comercial

    internacional32.

    Vrios factores explicam essa situao33:

    Antes de mais, o declnio da preeminncia dos Estados Unidos, cuja parte

    do produto bruto mundial diminuiu, resultante da perda de produtividade e relativo

    atraso tecnolgico em relao a certos pases asiticos e europeus. Os EUA

    perderam assim a possibilidade de oferecer concesses que coincidiam com os

    objectivos do GATT.

    Outro elemento que tem a ver com a complexidade dos problemas a que o

    GATT est confrontado, reside no facto de o simples controlo nas fronteiras j no

    ser adequado s modernas negociaes comerciais. Por exemplo, a parte - muitas

    vezes preponderante - de valor acrescentado intelectual nos produtos industriais

    no se ajusta aos critrios tradicionais de medio previstos nas velhas pautas

    aduaneiras, instrumento relativamente transparente e controlvel de regulao do

    comrcio34; por sua vez, o peso frequentemente decisivo do investimento directo

    torna difcil a distino entre poltica comercial (domnio prprio do GATT) e poltica

    de investimentos (rea que no coberta pelo GATT); enfim, certas intervenes

    governamentais na economia (mesmo em pases dirigidos por liberais e

    conservadores) dificulta a distino entre polticas internas e polticasinternacionais.

    Finalmente, o novo proteccionismo que despontou nos anos 70 afastou-se

    de antigos mtodos (como os direitos alfandegrios, a contingentao ou o controlo

    de cmbios) sendo, por consequncia, mais difcil de apreender. o que acontece

    com as restrices "voluntrias" de exportao, os acordos de organizao de

    mercados, os obstculos burocrticos ao comrcio, etc. A regulamentao de tais

    enviezamentos problemtica. No seu ltimo relatrio, o Fundo Monetrio

    Internacional observava que "as barreiras comerciais levantadas pelos pases

    industrializados tomam cada vez mais a forma de medidas no tarifrias selectivas

    e discriminatrias que minam os prprios princpios do GATT". Em tais

    circunstncias " absolutamente essencial que o Uruguay Round resulte num

    32FMI 1992, p. 8133KRUGMAN 199234Grard Lafay, "Pour une prfrence communautaire",Le Monde (Paris), 16/3/93.

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    acordo global (...). Na ausncia de um acordo significativo, de recear que o

    proteccionismo se acentue e que o respeito das disciplinas do GATT diminua"35.

    Por ltimo, assistimos ao aparecimento de novos intervenientes na

    economia mundial, como o caso do Japo, da Coreia do Sul e outros pases

    asiticos, que, sendo institucionalmente diferentes dos seus parceiros ocidentais,

    aplicam regras distintas mesmo se, formalmente, aderem aos princpios do GATT.

    Esse fenmeno particularmente evidente no Japo, pas aberto de jure, mas muito

    proteccionista de facto. O problema foi levantado desde os anos 60 por um autor

    sueco, profundo conhecedor do Japo. No seu livro, que provocou ento alguma

    celeuma, inclusive no prprio Japo, Hakan Hedberg demonstrava que o chamado

    "desafio japons" poderia vir a representar mais cedo ou mais tarde uma ameaa

    para a economia mundial. Referindo-se por exemplo "moral da instalao",

    Hedberg escrevia que "neste captulo a moral japonesa tem duas faces. Nenhuma

    liberdade para as empresas estrangeiras em fabricar e exercer a concorrncia no

    Japo, plena liberdade para as sociedades japonesas em instalar-se no estrangeiro.

    Quando uma empresa de produo estrangeira requer o direito de entrada, essa

    tentativa estigmatizada: 'mais um passo na invaso agressiva dos capitais

    estrangeiros. Quando uma firma japonesa se instala no estrangeiro, 'um passo

    positivo para os capitais japoneses'. Quando os direitos de instalao numqualquer ramo industrial so 'liberalizados', os japoneses esforam-se por impedir

    qualquer produo unificada e lucrativa"36. Mais de duas dcadas depois da

    publicao deste livro, dissipadas que esto algumas iluses liberais, o mal-estar

    permanece, a tal ponto que os pases desenvolvidos pensam hoje que o Japo

    contribuiu largamente para enfraquecer o GATT, razo pela qual muitos consideram

    que a grande vantagem dos acordos regionais (CE, NAFTA etc.) que eles permitem

    deixar o Japo de lado.

    Esta convico talvez seja exagerada. Mas certo que existem

    preocupaes motivadas pelo extraordinrio crescimento do investimento directo

    japons na sia durante a ltima dcada e pelo receio que a dominao japonesa

    nessa rea resulte na eliminao da concorrncia estrangeira, nomeadamente

    americana37. Contudo, justo observar que este fenmeno em parte justificvel

    pela vizinhana geogrfica, tal como acontece na Europa ou na Amrica do Norte.

    35FMI 1992, pp. 77 e sgs36Hakan HEDBERG, The Japanese Challenge (1969), trad, fr., Le Dfi Japonais, Paris, Denoel, 1970, p. 211.37SCHLOSSSTEIN 1992

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    No h, por enquanto, razes que levem a pensar que a aproximao entre o Japo

    e os outros pases asiticos seja, partida, uma ameaa para as relaes

    econmicas multilaterais.

    verdade que os obstculos levantados ao pleno funcionamento do GATT

    explicam o crescente recurso aos acordos regionais de comrcio-livre.

    Isso tambm demonstra a importncia do elemento poltico. Devido

    complexidade j apontada, os problemas decorrentes do comrcio internacional

    podem ser mais eficazmente tratados a nvel regional do que no plano mundial.

    Este contexto mais restrito pode oferecer melhores condies para ultrapassar os

    acordos comerciais e avanar para a prpria coordenao das polticas nacionais

    com abandono mtuo de soberanias, como acontece j na Europa dos 12. O

    mesmo se poder talvez dizer da NAFTA com o pacto sobre regulamentao de

    investimentos e outros mecanismos de integrao em vrios domnios (ambiente,

    proteco dos direitos dos assalariados, etc.)38. A contrario, a "falta de vontade

    poltica" dos governos africanos explica, para muitos analistas, grande parte da

    morosidade do processo de integrao na frica ocidental e central.

    Em todo o caso, certos autores pensam que os progressos do GATT no

    teriam sido muito maiores na ausncia de acordos regionais, uma vez que omultilateralismo coloca problemas para cuja complexidade no parece haver, por

    enquanto, solues razoavelmente satisfatrias. Com efeito, difcil encarar de

    momento uma soluo mundial comparvel que foi realizada pela CE. No s

    pela especificidade do Japo' e de outros pases asiticos, mas igualmente pelas

    profundas disparidades existentes entre o nvel de desenvolvimento dos pases

    industrializados e a situao dos pases do chamado Terceiro Mundo,

    particularmente as jovens naes africanas.

    No seu relatrio de 1992 o FMI reconhecia que os acordos regionais so

    uma das caractersticas relevantes da evoluo do sistema comercial internacional

    nos nossos dias e considerava que os progressos da integrao regional so

    potencialmente posivitivos e podero apoiar o esforo de liberalizao,

    assegurando uma melhoria do nvel de vida, desde que tais esforos no

    comprometam a abertura do sistema comercial. "A experincia prova que os

    acordos de comrcio regionais que tenham efectivamente abolido aos obstculos

    38STARRELS 1993

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    Quadro 5

    SADC ex-SADCC)

    ACORDOS RESULTANTES DO "TQUIO ROUND"

    Situao em 31 de Dezembro de 1991

    PASES

    PARTESCONTRATANTES

    PROTOCOLO DE

    GENEBRA(1979)

    Protocolo adicional ao

    Protocolo de Genebra(1979)

    Obstculos

    tcnicos

    Mercados

    Pblicos

    Subvenes e

    medidascompensatrias

    Carne bovina Produtos

    leiteiros

    Acordo sobre o

    Valor emAlfndega(1)

    Licenas

    Deimportao

    Aeronaves

    civis

    Anti-Dumping

    Angola

    Mocambique

    Botswana2 A3

    Lesotho2 A3

    SwazUandia

    Zimbabwe2 O O

    Malawi2 A3

    Tanzania2 O O O O

    Zambia2

    Namibia

    FONTES:GATT, Activits du GATT en 1990, Guenbre 1991 (Annexe III)OCDE, Intgration des Pays en Dveloppement dans le Systme Commercial International.Paris, OCDE, 1992.

    LEGENDAS:

    (1) Incluindo o Protocolo. Desde a entrada em vigor (1 Janeiro 1981) as disposies do Protocolo fazem parte integrante do texto.(2) Pas que participa nas negociaes do GATT.(3) Reserva, condio e/ou declarao:

    A: Aceite;S: Assinado (em instncia de aceitao);O: Observador

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    Apesar de os pases do Terceiro Mundo no terem beneficiado, de um modo

    geral, das vantagens do SGP inicialmente previstas44, os que tm condies para

    suportar a concorrncia internacional recusam tambm abandonar o regime

    especial e diferenciado e rejeitam o princpio da gradao. Para as instituies

    internacionais, esses PED esto a subestimar as vantagens que teriam com uma

    reduo recproca dos obstculos ao comrcio no quadro das negociaes

    multilaterais, subavaliando igualmente os custos inerentes ao seu estatuto de

    tributrios do SGP. Tal estatuto tanto mais desvantajoso para os pases em

    desenvolvimento com capacidade de concorrncia internacional que, para a maior

    parte deles, o SGP no cobre certos produtos crticos, como txteis, vesturio, ao e

    calado. Assim, as mercadorias mais susceptveis de serem exportadas pelos PED

    so justamente aquelas de que os pases industrializados mais se protegem.

    Por outro lado, o sistema tambm no oferece nenhuma garantia a longo

    prazo e, uma vez que as preferncias so acordadas unilateralmente aos PED, os

    nveis e contingentes variam com a conjuntura, no dando a estes pases uma base

    slida para alicerarem projeces econmicas fiveis, mesmo num futuro

    prximo.

    Nas discusses actualmente em curso no GATT est em jogo uma

    alternativa fundamental: ou o Uruguay Round tem finalmente sucesso e o

    multateralismo consolida a abertura de um verdadeiro espao mundial ou, pelo

    contrrio, assiste-se exploso em mltiplas alianas regionais.

    A resposta est no sucesso ou no fracasso do Uruguay Round e na

    possibilidade de ser encontrada uma via intermdia entre o liberalismo extremo e a

    autarcia organizada. Essa resposta constituir uma referncia decisiva para os

    pases do Sul, nomeadamente africanos.

    Cremos que a esperana da frica est justamente no caminho do

    pragmatismo e do compromisso, onde a integrao regional poder construir os

    fundamentos de uma mais rpida insero do continente na economia global.

    44Trs anos mais tarde, em 1990, um relatrio do Secretariado Geral da UNCTAD indicava tambm que "...o SGP no atingiuos seus objectivos e tem uma influncia menor, embora positiva, sobre o crescimento e a industrializao dos pases em

    desenvolvimento''. Ao citar os resultados de um estudo sobre a questo referente ao perodo 1980-1987, revelava que o SGPs teria permitido aumentar de 1% a 4% as exportaes mdias de produtos manufacturados dos PED para os pasesdesenvolvidos (Cf. UNCTAD 1990).

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