caminhos da integração regional

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  • 7/30/2019 Caminhos da Integrao Regional

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    Caminhos da IntegraoRegionalMercosul e o dilema

    da cooperao

    Cintiene Sandes MonfredoProfessora Substituta Curso de Defesa e Gesto Estratgica Internacional;Pesquisadora do Laboratrio de Simulaes e Cenrios;

    Doutoranda do Programa de Ps Graduao em Histria Comparada.

    [email protected]

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    Mercado Comum do Sul (Mercosul)

    Marco Normativo

    O Tratado de Assuno, assinado em 1991, pelosEstados: Repblica da Argentina, RepblicaFederativa do Brasil, Repblica do Paraguai eRepblica Oriental do Uruguai, representou o marco

    inicial de uma ao conjunta para a integraoregional.

    A necessidade de promover o desenvolvimentoregional frente a competio internacional levou-os a

    estabelecer um acordo de cooperao entre osEstados membros com a finalidade de alcanar aintegrao econmica e social do bloco.

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    Objetivos

    Livre circulao de bens, servios e fatores produtivos entre ospases, atravs, entre outros, da eliminao dos direitosalfandegrios e restries no tarifrias circulao demercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente;

    O estabelecimento de uma tarifa externa comum (TEC) e a

    adoo de uma poltica comercial comum em relao aterceiros Estados ou agrupamentos de Estados e acoordenao de posies em foros econmicos comerciaisregionais e internacionais;

    A coordenao de polticas macroeconmicas a fim deassegurar condies adequadas de concorrncia entre osEstados parte;

    Compromisso dos Estados de harmonizar suas legislaes, nasreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo deintegrao.

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    Principais Tratativas

    Tratado de Assuno (1991) Constituio do Mercosul; Protocolo de Ouro Preto (1994) Define a estrutura institucional

    do Mercosul; Protocolo de Ushuaia (1998) Define sobre o compromisso

    democrtico no Mercosul e observadores (Bolvia e Chile);

    Protocolo de Olivos (2002) Estabelece o sistema de Soluode Controvrsia no Mercosul (Tribunal Ad Hoce TribunalPermanente de Reviso);

    Fundo para a Convergncia Estrutural do Mercosul (FOCEM -2004) destinado a financiar projetos em benefcio aseconomias menores;

    Parlamento Mercosul (2005) protocolo constitutivo doParlamento Mercosul (Parlasul). Protocolo de adeso da Venezuela (2006) Protocolo de Ushuaia II (2011) reafirmao do compromisso

    com a democracia.

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    Estrutura Institucional

    Conselho Mercado Comum (CMC) grupode alto nvel formado pelos Ministros dasRelaes Exteriores e de Economia cujoobjetivo a conduo poltica do processo deintegrao.

    Grupo Mercado Comum (GMC) rgodecisrio executivo, responsvel porviabilizar os programas de trabalho.

    Comisso de Comrcio do Mercosul (CCM)-rgo decisrio tcnico, coordena os comitstcnicos.

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    Parlamento Mercosul (Parlasul)

    O Parlasul a representao doinstitucionalismo no Mercosul e tem comoobjetivo ampliar a cooperao entre osEstados e consolidar a formao de umaconscincia pela integrao.

    Sua importncia relaciona-se com apromoo da credibilidade institucional dobloco e das tomadas de decises baseadasna democracia.

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    Objetivo do Parlasul

    1-Representar os povos do Mercosul, respeitando sua pluralidadeideolgica e poltica.

    2- Assumir a promoo e defesa permanente da democracia, daliberdade e da paz.

    3-Promover o desenvolvimento sustentvel da regio com justiasocial e respeito diversidade cultural de suas populaes.

    4- Garantir a participao dos atores na sociedade civil noprocesso de integrao.

    5-Estimular a formao de uma conscincia coletiva de valorescidados e comunitrios para a integrao.

    6-Contribuir para consolidar a integrao latino-americanamediante o aprofundamento e ampliao do Mercosul.

    7- Promover a solidariedade e a cooperao regional einternacional.

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    Problemticas do Parlasul

    Atualmente a consolidao institucional do Mercosulno se encontra aprofundada uma vez que algunspases constitucionalmente no adotam apossibilidade de uma supranacionalidade o quemantm as decises do Parlamento atreladas s

    decises internas dos Estados partes, condizentesora com seus interesses nacionais ora com osinteresses coletivos.

    De fato, o processo de institucionalizao leva oscomponentes a uma maior representatividade e

    portanto a um maior engajamento poltico para aintegrao aumentando a credibilidade do bloco paraos pases regionais e para as relaes externas aobloco.

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    Mercosul Econmico

    A constituio do bloco tem por premissa inicial odesenvolvimento econmico com preferncia detrocas comercial intra-bloco.

    Dados recentes mostram que o comrcio entre Brasil

    e os pases do Mercosul aumentou de US$8,9bilhes em 2002 para US$28,9 bilhes em 2007(excluindo o comrcio Brasil Venezuela)

    Crescimento neste perodo (2002-2007) entre Brasile:1- Argentina: crescimento de 354%2- Uruguai: 230%3-Paraguai: 220%

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    Embora a existncia de uma tarifa externacomum, dando preferncia comercial aospases do bloco, as divergncias polticasentre os mesmos, que ressaltam certamedida mais seus interesses nacionais acoletivos, prejudicam o desenvolvimentoeconmico do bloco.

    Desta maneira, o Brasil com lideranaeconmica regional, precisa cooperar demodo a ampliar as relaes econmicas epor fim as barreiras para a integrao.

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    Importncia econmica do Brasil

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    Fundo para Convergncia Estrutural

    do Mercosul - FOCEM

    Criado em 2004, o FOCEM tem por objetivo o aumento dacompetitividade das economias menores e das regies demenor desenvolvimento, estimular a coeso social e fortalecer aintegrao fsica por intermdio de obras de infra-estrutura. constitudo por contribuies anuais no-reembolsveis dos

    quatro Estados parte, no total de US$100 milhes. O Brasil responsvel por 70% da contribuio ao Fundo,

    Argentina 27%, Uruguai 2% e Paraguai 1%. Os nmeros demonstram a necessidade de alcanar um maior

    equilbrio entre as economias, diminuir as assimetrias e ganharem integrao econmica e social.

    Integrao de Infra-estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) Possibilidade de criao de um Banco do Sul.

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    Mercosul Social

    O Mercosul tem propostas baseadas na participaoda sociedade no processo de integrao regional. Odilogo da sociedade civil com as polticas pblicaspara o Mercosul

    Ligado ao Foro Consultivo Social e Econmico. A importncia do Mercosul social quanto

    consolidao de uma cidadania comum

    compartilhando a criao de um cartilha do cidado.

    Cartilha do Mercosul- objetivo fornecer s pessoasinformaes sobre seus direitos e obrigaes comocidados do Mercosul.

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    O Mercosul Social tem participao emintercmbios na rea de educao e culturaimportante inclusive com a criao daUniversidade Latino-Americana (UNILA).

    A questo migratria: poltica de integraocom objetivo de alcanar a livre circulao depessoas. O primeiro passo dado peloMercosul a Livre Residncia paraNacionais dos Estados parte do Mercosul,Bolvia e Chile (aprovado pelo decreto 28/02do Conselho Mercado Comum)

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    Soluo de Controvrsias

    A resoluo de controvrsias entre osEstados do Mercosul aplicar a negociaoou a Arbitragem como medida de garantir a

    segurana regional e a cooperao entre ospases. (Protocolo de Olivos de 2004)

    Tribunal Ad Hoc

    Tribunal Permanente de Reviso

    Credibilidade institucional?

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    Conflitos Regionais

    A questo das papelerasentre Argentina eUruguai dificuldades para a integrao.

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    Desafios para a integrao

    Os desafios no mbito institucional dificuldadespara alcanar a credibilidade do bloco;

    Assimetrias econmicas dificuldades derivadas dapobreza na construo de polticas compensatriasque facilitem a adeso social ao bloco;

    Aes prioritrias de interesse nacional e da elite dosEstados;

    Barreiras fsicas, culturais e Histricas;

    No aceitao de uma liderana brasileira.

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    O Papel do Brasil

    A Repblica Federativa do Brasil buscar a

    integrao econmica, poltica, social ecultural dos povos da Amrica Latina,

    visando a formao de uma comunidadelatino-americana de naes(Pargrafo nicodo artigo 4, Ttulo I da Constituio Federal,a respeito dos Princpios Fundamentais)

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    O Brasil tem papel fundamental no incentivode polticas de cooperao de levem a umaprofundamento da integrao regional

    Entretanto se divide em um crescente nvelde poltica externa cooperativa e multilateral,baseada em uma ao expansiva de

    participao internacional, ao mesmo tempona tolhida poltica regional aplicada por meiodo Mercosul

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    Dificuldades de liderana brasileira viso de imperialismo.Acertadamente, o discurso e a mentalidade diplomtica noBrasil ainda esto voltados para o desenvolvimento deinstrumentos de conteno de poder e de mecanismos deuniversalizao e equalizao dos processos decisrios

    internacionais. Protagonismo e liderana so termos quasesempre interpretados de maneira negativa no vocabulriodiplomtico brasileiro, e a associao ideia de imperialismoquase sempre automtica. (GONALVES, 2003)

    Apoio discreto ao institucionalismo do Mercosul justificativa deque necessrio manter uma desburocratizao do bloco

    como forma de manter as aes geis, mas que na verdadeliga-se ao fato do Brasil manter sua autonomia.

    Toda liderana se apia em custos.

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    A sobrevivncia e o fortalecimento do Mercosul

    dependem da capacidade de seus scios deperceberem o projeto como destino de identidade deseus pases. O aprofundamento do processo de

    integrao tambm essencial para a estabilidade ea melhor insero internacional de seus membros.

    Ao Brasil, o pas politicamente mais estvel e demaior economia na regio, cabe exercer o papel

    mais efetivo de liderana no processo, patrocinandomedidas para a crescente institucionalizao dobloco, como a criao de normas comuns e a de umBanco do Mercosul (GONALVES, 2003)

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    Em se tratando, portanto, de um processo deintegrao, os Estados que compem este projeto,assim como o Brasil quanto lder regional, precisamcompreender seus papis estratgicos para um

    multilateralismo e alianas de interesse coletivo queharmonize as relaes e amenize eficientemente osconflitos regionais. preciso pensar o Mercosul comum papel relevante e como foro necessrio para

    esvaziar o poder das agncias em que houveramlideranas outras como a norte-americana, trata-sede exercer um poder em que se lidere propostas deaprofundamento da integrao regional.

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    Smbolo Mercosul

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    Referncias Bibliogrficas

    BACCARINI, Mariana Pimenta Oliveira; SILVA, Roberta Rodrigues Marques da. Soluo deControvrsias na Amrica do Sul: Uma avaliao de dois casos recentes. IlsaInternational Conference, Belo Horizonte MG, 2008.

    Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil- de 24 de Fevereiro de 1891.Disponvel: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%C3%A7ao91.htmacesso em 18/08/2010.

    GONALVES, Jos Botafogo. Mercosul aps 2002: propostas a partir de umtestemunho pessoal. In FILHO, Clodoaldo Hugueney; CARDIM, Carlos Henrique (org).Grupo de Reflexo Prospectiva sobre o Mercosul. Braslia: FUNAG/ IPRI/ SGIE/ BID,2003.

    GRANILLO OCAMPO, Ral. Direito Internacional Pblico da Integrao. Traduo de S.Duarte; reviso tcnica de Jos Carlos Hora e Silva; prlogo de Jlio Maria Sanguinette-Riode Janeiro: Elsevier, 2009.

    PINHEIRO, Letcia. Trados pelo Desejo: Um ensaio sobre a teoria e a prtica daPoltica Externa Brasileira. Revista Contexto Internacional. Rio de Janeiro, vol 22, n 2,Julho/Dezembro de 2000, pp 305-335.

    Sites: www.mercosur.intwww.mercosul.gov.br

    http://www.mercosur.int/http://www.mercosul.gov.br/http://www.mercosul.gov.br/http://www.mercosur.int/
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    ([email protected])

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