insuficiência renal crônica
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Por Nadir Barretoe Mª Auxiliadora
Insuficiência Renal
É a incapacidade dos rins de remover as escórias metabólica do organismo ou de realizar suas funções reguladoras.
É uma doença sistêmica e via final de várias e diferentes doenças renais e do trato urinário.
Pode ser classificada em “aguda” (IRA) e “crônica” (IRC)
Conceito
Insuficiência Renal Crônica (IRC)
Insuficiência renal crônica (IRC) é uma síndrome decorrente da perda progressiva, irreversível e geralmente lenta da função dos rins. Caracterizada por progressiva diminuição da taxa de filtração glomerular. É causada por grande número de doenças.
“Os portadores de disfunção renal leve apresentam quase sempre evolução progressiva, insidiosa e assintomática, o que pode retardar o diagnóstico precoce da disfunção renal.”
De acordo com dados publicados pelo Registro Latino-americano de Diálise e Transplante em 1997, as principais causas de IRC no Brasil eram:
Glomerulonefrite Crônica (24%),
Hipertensão Arterial (22%)
Diabetes Mellitus (15%).
Outras causas incluem a nefrite túbulo-intersticial, necrose cortical, processos obstrutivos, amiloidose, lúpus, rins policísticos, síndrome de Alport, etc.
Causas
Fase 0 Grupos de risco para DRC (hipertensos e diabéticos)
Ausência de lesão renal e filtração glomerular > 90ml
Fase 1 Lesão renal com função renal normal
Filtração glomerular > 90ml
Fase 2 Insuficiência renal (IR) leve Filtração glomerular entra 60 e 89 ml
Fase 3 IR modera Filtração glomerular entre30 e 59 ml
Fase 4 IR clínica ou severa Filtração glomerular entre 15 e 29 ml
Fase 5 IR terminal ou dialítica Filtração glomerular < 15ml
Para efeitos didáticos, a IRC é dividida em seis estágios funcionais, de acordo com o grau de função renal do paciente, medido pela taxa de filtração glomerular. Veja o quadro abaixo:
Reduções de até 50% na função renal não provocam sinais e sintomas evidentes, enquanto reduções maiores causam inúmeros sinais, sintomas e
complicações em quase todos os órgãos e sistemas do organismo.
PropensãoIndivíduos sob maior risco de apresentarem IRC são:
Diabéticos;
Hipertensos;
Aqueles com antecedentes de doença cardiovascular;
História familiar de insuficiência renal;
Portadores de outras doenças renais (rins policísticos, malformações congênitas);
Negros (Estes, em particular, devem realizar com maior frequência exames laboratoriais de sangue e urina, conforme orientação médica).
SINTOMAS
Entre os principais sinais e sintomas encontrados no paciente renal crônico são:
Anemia
Maior suscetibilidade a infecções
Edema
Baixa concentração de proteína (hipoalbuminemia)
Aumento dos níveis de potássio
Acidose metabólica
Elevação do nível de glicose
Doenças cardiovasculares
Alterações ósseas (dor e/ou fraturas)
Problemas articulares
Comprometimento do sistema imunológico
Risco aumentado de hemorragias
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da IRC é feito pela avaliação clínica, identificando possíveis doenças que podem levar a esta condição, e pela realização de exames laboratoriais de urina e sangue.
As dosagens de ureia e creatinina funcionam como marcadores da IRC e são úteis para indicar o grau da insuficiência renal.
Exames de imagem, como a ultrassonografia, são válidos para a visualização completa do aparelho renal.
AtençãoO rim o único órgão vital cujo as funções podem ser
substituídas em longo prazo sem necessidades de transplantes.
• Substituto “Natural”: Diálise Peritoneal
• Substituto “Artificial”: Hemodiálise
Diálise PeritonealEste tipo de diálise aproveita a membrana peritoneal que reveste toda a cavidade abdominal do nosso corpo, para filtrar o sangue. Essa membrana se fosse totalmente estendida, teria uma superfície de dois metros quadrados, área de filtração suficiente para cumprir a função de limpeza das substâncias retidas pela insuficiência renal terminal.
Para realizar a mesma função de um rim normal trabalhando durante quatro horas, são necessárias 24 horas de diálise peritoneal ou 4 horas de hemodiálise.
A diálise peritoneal pode ser usada cronicamente por anos, exigindo do paciente somente visitas médicas periódicas.
A diálise peritoneal realizada no hospital é planejada segundo as necessidades do paciente, tendo em vista a situação da insuficiência renal terminal.
A diálise também pode ser realizada no domicílio do paciente, em local limpo e bem iluminado.
Neste caso é conhecida como DPAC (diálise peritoneal ambulatorial crônica).
O próprio paciente introduz a solução na cavidade abdominal, fazendo três trocas diárias de quatro horas de duração e, depois de drenada, nova solução é introduzida e assim por diante. Dependendo do caso, pode permanecer filtrando durante a noite. A DPAC permite todas as atividades comuns do dia-a-dia, viagens, exercícios, trabalho.
HemodiáliseNa hemodiálise, é usada uma membrana dialisadora, formada por um conjunto de tubos finos, chamados de filtros capilares.
Para realizar a hemodiálise, é necessário fazer passar o sangue pelo filtro capilar. Para isso, é fundamental ter um vaso resistente e suficientemente acessível que permita ser puncionado três vezes por semana com agulhas especiais.
O vaso sanguíneo com essas características é obtido através de uma fístula artéria venosa (FAV). Para realizar uma hemodiálise de bom padrão é necessário uma fístula arteriovenosa com bom fluxo, um local com condições hospitalares; maquinaria adequada e assistência médica permanente. Tendo essas condições, o paciente poderá realizar hemodiálise por muitos anos.
A hemodiálise tem a capacidade de filtração igual ao rim humano, dessa forma, uma hora de hemodiálise equivale a uma hora de funcionamento do rim normal.
Apesar de realizar somente 12 horas semanais de diálise, já está provado que uma pessoa pode viver bem, com boa qualidade de vida e trabalhar sem problemas.
A hemodiálise tem seus riscos como qualquer tipo de tratamento e apresenta complicações que devem ser evitadas como: hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição, hepatite, aumento do peso por excesso de água ingerida e complicações das doenças que o paciente é portador.
Por isso, os médicos controlam e tratam os problemas clínicos (edema, pressão alta, tosse, falta de ar, anemia) em cada sessão de hemodiálise.
O número de pacientes que fazem diálise peritoneal é da ordem de 2 a 5 % dos renais crônicos e o restante faz hemodiálise. No Brasil, atualmente, existem 35.000 pacientes fazendo hemodiálise e somente 10% são
transplantados anualmente, por isso a lista de espera é muito grande.
Atenção
Tratamento
Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso.
Somente o especialista poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao uso de remédios.
O objetivo do tratamento constitui-se na prevenção ou redução da velocidade de progressão para insuficiência renal crônica que depois de instalada só tem duas opções de tratamento: Dialise e Transplante.
Tratamento
O tratamento da IRC deve ser feito com medicamentos específicos para reduzir a pressão arterial e diuréticos.
Também é fundamental para o paciente uma dieta com restrição de líquidos (para não sobrecarregar os rins) e de alimentos ricos em proteínas, sódio e potássio, para diminuir a concentração de toxinas da circulação.
É importante ainda controlar as doenças associadas, como diabetes e hipertensão arterial.
Tratamento A melhor forma de se prevenir IRC é manter o controle rigoroso das
doenças que a causam, como hipertensão arterial e diabetes.
Para tal, é fundamental manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada, prática regular de atividades físicas e manutenção do peso ideal.
O acompanhamento regular por um médico especialista e o uso de medicações específicas também são essenciais.
Cuidados de Enfermagem
Emprego de técnica correta de sondagem vesical
Administração de medicamentos
Aferir sinais vitais com ênfase em temperatura e pressão arterial
Observar, comunicar e anotar características da urina
Orientação sobre a higiene
Realizar balanço hídrico
Anotar peso em jejum
Observar e anotar evolução de edema
Estimular hidratação
Manter acesso calibroso permeável
Cuidados com métodos dialíticos
Projetos de Prevenção às Doenças Renais
Existem empresas e entidades que desenvolvem ações para conscientizar as pessoas sobre às doenças renais. A maioria delas têm como objetivo despertar na população, que a prevenção ainda é o melhor remédio.
Entre eles podemos destacar:
Campanha de Prevenção de Doença Renal da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Liga Acadêmica de Prevenção às Doenças Renais (PRE-RENAL), da UFJF
A PRE-RENAL é uma Liga Acadêmica da UFJF que realiza ações e campanhas com o intuito de despertar a atenção da população para a importância de prevenir e tratar a DRC nas suas fases iniciais.
Blog cuide dos seus rins. Este Blog pretende abrir um espaço para a discussão em torno do assunto e foi desenvolvido pela Sultech.
Referências
• Manual Merck, Biblioteca Medica Online.
• MayoClinic. http:/www.mayoclinic.com.
• J BrasNefrol Volume XXVI- nº 3- Supl. 1 – Agosto de 2004.Editora médica: Dra. Anna Gabriela Fuks (615039-RJ)
• http://www.abcdasaude.com.br
• Apostila de cuidados de enfermagem nos distúrbios renais – Prof. Josy Teixeira