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2525-8826 Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura Prof. Me. Bruno Roberto Martins Arantes Profa. Dra. Luciana Araújo Valle de Resende Profa. Me. Luciana Coelho Gomes Prof. Dr. Will Roger Pereira

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2525-8826

Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura

Prof. Me. Bruno Roberto Martins Arantes

Profa. Dra. Luciana Araújo Valle de Resende

Profa. Me. Luciana Coelho Gomes

Prof. Dr. Will Roger Pereira

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Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

2017

MOSTRA DE TRABALHOS DO IFTM –

CAMPUS UBERLÂNDIA CENTRO

2017

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Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

2017

Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus

Uberlândia Centro

UBERLÂNDIA, MG, BRASIL

24 DE OUTUBRO 2017

ORGANIZADO POR

IFTM – Campus Uberlândia Centro

4

Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

2017

Copyright 2017

IFTM – Campus Uberlândia Centro

Todos os direitos reservados

Este trabalho está sujeito a direitos de autor. Todos os direitos são reservados, no todo ou em

parte, mais especificamente os direitos de tradução, reimpressão, reutilização de ilustrações,

re-citação, emissão, reprodução em microfilme ou de qualquer outra forma, e armazenamento

em bases de dados. A permissão para utilização deverá ser sempre obtida do IFTM Campus

Uberlândia Centro. Por favor contactar [email protected].

Organizado por:

Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura

Prof. Me. Bruno Roberto Martins Arantes

Profa. Dra. Luciana Araújo Valle de Resende

Profa. Me. Luciana Coelho Gomes

Prof. Dr. Will Roger Pereira

Comitê Científico:

Prof. Me. Marcelo Dias de Almeida

Prof. Esp. André Luís Oliveira

Prof. Dr. André Souza Lemos

Profa. Esp. Danielle Cristina Silva

Prof. Me. Héberly Fernandes Braga

Profa. Me. Karina Estela Costa

Profa. Dra. Lísia Moreira Cruz

Profa. Me. Luciana Coelho Gomes

Profa. Dra. Marilda Resende de Melo

Capa

Alexandre Miranda Machado

Alvaro Tavares Latado

Vinicius Carvalho Cazarotti

Profa Dra. Gyzely Suely Lima

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SUMÁRIO

Apresentação ....................................................................................................... 8

Modalidade de Extensão..................................................................................... 10

A Mobilidade Internacional e suas perspectivas econômicas .........................

Mísia Rodrigues de Castro, Juliana Vilela Alves Pacheco

11

Oficina Literária .................................................................................................

Gabriela Barcelos Vitorino, Hagata Eduarda Rodrigues de Oliveira, Luciana

Coelho Gomes

15

Um estudo de gênero: ângulos, dimensões e intersecções ................................

Antônio Teixeira Junqueira Neto, Marcela Macedo Silveira, Werusca Marques

Virote de Sousa Pinto, Daniela Portes Leal

18

A Matemática em Todos os Cantos da Ciência: Um estudo filosófico

comparativo sobre as áreas do conhecimento ..................................................

Isabella Araujo Dias Damaceno, Julia Pires Cabral, Marina Oliveira Lopes,

Márcio Bonesso

24

Reforma do ensino médio: um currículo novo para uma velha escola ..........

Talisrander T. Santos, Ricardo Cássio Alves, Ludymilla C. V. de Oliveira, Elisa

A. Ribeiro

28

Modalidade de Ensino ........................................................................................ 34

IFMark: a criação de um jogo de empresas .....................................................

Eliabe Martins da Conceição, Jéssyca Alves Martins, Letícia de Oliveira

Pacheco, Eloane Pires Gomes, Bruno Roberto Martins Arantes

35

Conexões com a Matemática: A Sequência de Fibonacci e o Número de

Ouro .....................................................................................................................

Arthur L. Silva, Anna Clara P. Vale, Izabela S. Santos, Marilda R. Melo,

Robson H. Rosa

40

A Música Impactando o Conhecimento no Ensino de Física ..........................

João Marcos Pereira Prado, Mateus Flausino de Araújo, Marcus Vinicius

Oliveira Nunes, Robson Humberto Rosa

44

A Física nas Artes Marciais Integrando o Conhecimento ...............................

Bruno Mundim Franco R. Gonçalves, Marco Antônio Batista de Souza, Amauri

Pietropaolo T. Júnior, Robson Humberto Rosa

47

Filosofia contratualista em foco: uma exposição didática ...............................

Alanna de S. Alves, Ana Laura M. Alves, Anthonny R. Souza, Guilherme D.

Aguiar Isabella A. D. Damaceno, Mariana O. Lopes, Márcio Bonesso

50

A Física a Arte e o Marketing na Teoria Geral das Cores ..............................

Joviane Calixto S. Souza, Leonardo Silva Teixeira, Loredana Romano Devico,

Dickson Duarte Pires, Poliana Poliana Cristina O. C. Diniz, Robson H. Rosa

54

Curta-metragem "lIFe" .....................................................................................

Augusto Silva Garcia (professor orientador), Daniel Tomaz Santos de

Medeiros, Isabella Araujo Dias Damaceno, João Pedro Ferreira Theodoro,

57

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Loredana Romano Devico, Nathalia Martins Pessoa, Tiago Oliveira Spironello

IFsseia: a Criação de um Roteiro Artístico Teatral a Partir da Obra

Clássica de Homero .............................................................................................

Clarice Regina da S. Santos, Daniele Aya T. Yoshii, Lísia Moreira Cruz,

Marcio Bonesso

61

Modalidade de Pesquisa ..................................................................................... 65

Um Relato de Caso no atendimento Educacional Especializado: Contagem,

numeração e desenvolvimento pessoal ..............................................................

Hutson Roger Silva, Ângela Maria Volpi, Maria Tereza Menezes Freitas

66

Investigação e Modelagem Matemática ...........................................................

Hutson Roger Silva, Arlindo José de Sousa Junior

70

Influência da marca na mente do consumidor: um estudo da influência dos

grupos de referência no processo de decisão de compra .................................

Daniel Eloi Gomes, Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz

74

A Influência das Mídias Sociais nas Discussões de Marketing Político:

Uma Análise de Conteúdo dos Processos de Impeachment no Brasil ............

Ana Flávia M. de Lima, Poliana Cristina de O. C. Diniz

78

Análise da Inserção de mm Mercado de Vizinhança no Meio Digital: Um

estudo em um Bairro de Classe Média alta da cidade de Uberlândia ............

Tacília Cristina de Almeida; Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz

84

Aplicação da Metodologia para Comparação de desempenho de algoritmos

em Ambientes Virtuais .......................................................................................

João Ferreira Neto, Ricardo Soares Bôaventura

88

A trajetória da expansão da Educação Técnica e Profissional no Brasil:

cenários em disputa ............................................................................................

Benedito Elias Ferreira, Luzia Bragato Vieira, Rafael Fiuza Silva, Elisa Antônia

Ribeiro

92

As relações de amor na música sertaneja da década de 1970 .........................

Márcio Bonesso, Eloah Leite Dalaglio, Maria Eduarda Pádua Porto, Elisa

Macedo de Campos, Clarice Regina da Silva Santos

98

Amor de Princesa: um estudo semiótico sobre os relacionamentos

amorosos nos filmes infantis ..............................................................................

Juliana Sousa Lobo, Márcio Bonesso

101

Show Opinião: Representações da Resistência Democrática ao Golpe Civil

e Militar de 1964 no Brasil. ................................................................................

Sírley Cristina Oliveira

105

A Verticalização do ensino nos Institutos Federais: uma bordagem a partir

da percepção do trabalho docente no Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Uberlândia Centro.....

Danielle Cristina Silva, Felipe Augusto G. O. Pereira

109

História, Memória e Política no Teatro Brasileiro: a Dramaturgia de Jorge

Andrade ...............................................................................................................

Rafaela Paula Cruz, Sírley Cristina Oliveira

113

O Corpo Feminino na Mídia: Uma análise em revistas online voltadas

para adolescentes ................................................................................................

Ana Laura M. Alves, Mariana O. Lopes, Karina Estela Costa

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2017

As percepções dos professores do IFTM sobre a educação tecnológica: uma

análise sobre as novas mídias sociais na educação infantil .............................

Isabella Araujo Dias Damaceno, Marcio Bonesso

121

Ensino Híbrido: Um Diálogo com Realidade Social e Cultural da

Educação Brasileira? ..........................................................................................

Kellen Cristina Gonçalves, Sírley Cristina Oliveira

126

Compreendendo a Plataforma Pais e Filhos do IFTM: um estudo sobre a

aproximação pais e filhos por meio das TICs ..................................................

Danielle Cristina Silva, Fabíola Nogueira Leal, Lara Kuhn

129

Como as Atividades Pedagógicas Podem Utilizar Software Multimídia .......

Roberto Eugenio dos Santos, Walteno Martins Parreira Júnior, Ricardo Soares

Bôaventura

133

Regressão Linear Multivariada de uma Série de Análogos de Chalcona

com Potencial Atividade Antimalárica .............................................................

Luiz F. Motta

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2017

APRESENTAÇÃO

Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura

Coordenador de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação IFTM

Campus Uberlândia Centro

Portaria nº 1133/2014

O Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro tem como missão

ofertar a Educação Profissional e Tecnológica por meio do Ensino, Pesquisa e Extensão

promovendo o desenvolvimento na perspectiva de uma sociedade inclusiva e democrática.

Em concomitância, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro

busca ser referência regional pela qualidade de seus cursos, relevância de sua produção

científica e mérito de suas atividades na formação de profissionais competentes e

comprometidos com a comunidade a que pertencem. Atualmente o Instituto Federal do

Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro possui 10 cursos esses pertencentes ao

ensino técnico, superior e pós-graduação. Todos esses cursos produzem pesquisa tanto na

parte de projetos de extensão e pesquisa ou na forma te trabalhos de área de ensino.

A mostra de trabalho está na sua terceira edição e vem consolidando todos os trabalhos

que estão sendo desenvolvidos no âmbito do Campus. A mostra visa apresentar para a

comunidade interna e externa projetos desenvolvidos nas áreas de conhecimento de ciências

extas e da terra, ciências biológicas, engenharias, ciências sociais aplicadas, ciências

humanas, linguísticas letras e artes, dentre outras.

Vale destacar que o processo de organização da Mostra de Trabalhos iniciou-se com a

idealização do evento relacionado à temática da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia –

2017, “A matemática está em tudo”, pela comissão organizadora que estabeleceu duas frentes

de trabalho caracterizadas pelos comitês científico e de avaliação. Nesse sentido, houve a

chamada de submissão de trabalhos, a emissão de pareceres dos resumos expandidos

inscritos, o levantamento de professores avaliadores para o momento de apresentação dos

trabalhos científicos durante o evento e, finalmente, a elaboração e publicação destes anais.

Conforme o leitor pode identificar no sumário, os anais consistem em uma coletânea

multidisciplinar de estudos relacionados às três modalidades: extensão, ensino e pesquisa. De

acordo com os títulos percebemos a relação próxima estabelecida entre a área de Informática

e os campos do Marketing e da Logística como nos estudos: Influência da marca na mente do

consumidor: um estudo da influência dos grupos de referência no processo de decisão de

compra; A Influência das Mídias Sociais nas Discussões de Marketing Político: Uma Análise

de Conteúdo dos Processos de Impeachment no Brasil; Análise da Inserção de mm Mercado

de Vizinhança no Meio Digital: Um estudo em um Bairro de Classe Média alta da cidade de

Uberlândia; Compreendendo a Plataforma Pais e Filhos do IFTM: um estudo sobre a

aproximação pais e filhos por meio das TICs; e Aplicação da Metodologia para Comparação

de desempenho de algoritmos em Ambientes Virtuais; IFMark: a criação de um jogo de

empresas.

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Outros trabalhos destacaram a preocupação em investigar assuntos pertinentes à formação

humana e profissional em instituições de ensino, tais como: A Verticalização do ensino nos

Institutos Federais: uma bordagem a partir da percepção do trabalho docente no Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Uberlândia Centro;

A trajetória da expansão da Educação Técnica e Profissional no Brasil: cenários em disputa;

As percepções dos professores do IFTM sobre a educação tecnológica: uma análise sobre as

novas mídias sociais na educação infantil;

Finalmente, destacamos os estudos que registram os estudos relacionados a outras

temática como: As relações de amor na música sertaneja da década de 1970; Show Opinião:

Representações da Resistência Democrática ao Golpe Civil e Militar de 1964 no Brasil;

Regressão Linear Multivariada de uma Série de Análogos de Chalcona com Potencial

Atividade Antimalárica; História, Memória e Política no Teatro Brasileiro: a Dramaturgia de

Jorge Andrade; Ensino Híbrido: Um Diálogo com Realidade Social e Cultural da Educação

Brasileira?; A Mobilidade Internacional e suas perspectivas econômicas; Oficina Literária;

Um estudo de gênero: ângulos, dimensões e intersecções; A Matemática em Todos os Cantos

da Ciência: Um estudo filosófico comparativo sobre as áreas do conhecimento; Reforma do

ensino médio: um currículo novo para uma velha escola; Conexões com a Matemática: A

Sequência de Fibonacci e o Número de Ouro; A Música Impactando o Conhecimento no

Ensino de Física; A Física nas Artes Marciais Integrando o Conhecimento, Filosofia

contratualista em foco: uma exposição didática; A Física a Arte e o Marketing na Teoria

Geral das Cores; Curta-metragem "lIFe"; e IFsseia: a Criação de um Roteiro Artístico Teatral

a Partir da Obra Clássica de Homero.

Agradeço imensamente a todos os membros da comissão organizadora da Semana

Nacional de Ciência e Tecnologia, por ter acreditado e apoiado o desenvolvimento da mostra.

Convido os demais para prestigiar com a leitura dos trabalhos apresentados na forma de

artigo.

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Modalidade de Extensão

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A Mobilidade Internacional e suas perspectivas econômicas

Mísia Rodrigues de Castro1, Juliana Vilela Alves Pacheco

2

1Pós-Graduanda em Gestão de Negócios Instituto Federal do Triângulo Mineiro

(IFTM) – Uberlândia, MG – Brasil

2Profa. Ms. em Linguística Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Uberlândia,

MG – Brasil

{misia, juliana} [email protected],

[email protected]

Abstract. The objective of this study is to elucidate the present perspectives of the

economic environment present in the Colombian capital, and have been perceived

through experiences provided by the Cultural Exchange carried out through the

International Mobility Program published by the Federal Institute of the Triângulo

Mineiro (IFTM) in 2016. Given this, it is possible to present in a simplified way

some characteristics oriented to the mentioned scenario in comparison with current

criteria.

Resumo. O presente objeto de estudo tem como finalidade elucidar e expor

perspectivas do âmbito econômico presentes na capital Colombiana, tendo sido

percebidas por intermédio de experiências proporcionadas pelo Intercâmbio

Cultural realizado por meio do Programa de mobilidade internacional publicado

pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) em 2016. Posto isso, pode-se

apresentar de modo simplificado algumas características voltadas para o

mencionado cenário em comparação com critérios da atualidade.

1. Introdução

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia tem como finalidade predominante contribuir

para a expansão da interação entre a Ciência e a Tecnologia por meio dos cidadãos que

compõem a comunidade interna e externa.

Posto isso, vale destacar que será compartilhado o relato de experiência decorrente do

Intercâmbio Cultural atrelado a um sintetizado comparativo econômico que possui

parâmetros e especificações baseadas nos cenários de 2016 e 2017, interagindo-se assim, ao

tema 2017 “A matemática está em tudo”, com diferenciais pautados em pontos de vistas

interculturais.

2. Objetivo

O objetivo geral do presente objeto de estudo é relatar a percepção do cenário econômico de

Bogotá por meio da experiência vivenciada no Intercâmbio Cultural realizado.

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3. Desenvolvimento

3.1 Programa de Mobilidade Internacional

Em meados de setembro de 2016, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) publicou

o edital 01/2016 referente ao Programa de Mobilidade Internacional com o intuito de

propiciar aos candidatos selecionados a oportunidade de realizar o Intercâmbio Cultural

idealizado pelo Projeto Centro de Idiomas Intercultural, em concordância com as definições

previstas no edital em referência.

Por conseguinte, foram ofertadas nove vagas com bolsas, e nove vagas sem bolsas

para os respectivos Campi, sendo: Campina Verde, Ituiutaba, Uberaba, Uberaba Parque

Tecnológico, Uberlândia, Uberlândia Centro, Patos de Minas, Paracatu e Patrocínio.

O processo classificatório dos candidatos inscritos teve duração média de 45 dias, e a

seleção se deu mediante especificações contidas no edital, que em síntese ponderou: Critérios

básicos da Instituição voltados para o âmbito acadêmico, Avaliação de conhecimentos de

Língua Espanhola (ACE), Coeficiente de rendimento acadêmico, Critérios Avaliativos

Socioeconômicos, dentre outros.

Por fim, os candidatos selecionados foram contemplados para participar da edição

2016, com a seguinte temática: “A magia da Colômbia de Gabriel García Márquez”. Por fim,

é relevante destacar que o Intercâmbio Cultural teve duração de 02 (duas) semanas (de 02 de

dezembro a 18 de dezembro de 2016).

3.2 Intercâmbio Intercultural

Uma vez que os intercambistas desenvolveram competências de aprendizagem por meio da

integração entre aspectos culturais e práticas educativas, é pertinente destacar, por exemplo, o

quanto teve relevância o aprendizado obtido por meio das disciplinas lecionadas no Instituto

de Cultura Brasil Colômbia (IBRACO).

O IBRACO é o único Instituto da Colômbia respaldado pelo governo brasileiro, e

possui um acervo enorme com uma diversidade ampla de obras brasileiras, uma vez que a

Instituição possui a única biblioteca especializada em português do país, e, por fim, é o maior

aplicador mundial de Testes de língua portuguesa (Celpe-Bras), com índice de aprovação de

97% (IBRACO, 2017).

Dentre as disciplinas mencionadas anteriormente, é relevante destacá-las considerando

as seguintes especificações:

História (Contextualização de 1810 - 2016);

Geografia (Hidrografia, biodiversidade, demografia e regiões);

Literatura (Autores renomados com suas respectivas obras);

Dança (Bambuco, cumbia, joropo, e salsa); e

Gastronomia (Aspectos culturais).

Para Forattini (1997), a internacionalidade rima com globalidade, portanto, é possível

iniciar comparativos por meio de análises criadas a partir das disciplinas exploradas, bem

como, experiências vivenciadas no intercâmbio como um todo e perspectivas econômicas

associadas à globalização.

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3.3 Perspectivas Econômicas Interculturais

A economia em uma visão macro possui diretrizes voltadas para distribuição e coordenação

de recursos voltados para controle, moderação, acompanhamento e desempenho de estruturas

de bens e serviços, sendo assim, é relevante destacar alguns aspectos inseridos nesse contexto

(BAER, 2003).

Por conseguinte, de acordo com Lastres e Albagli (1999), pode-se analisar a

aceleração do processo de globalização e perceber que suas diretivas vão além do processo de

internacionalização da economia uma vez que envolve a interpenetração da atividade

econômica e das economias nacionais em nível global, sendo assim, é perceptível a

importância de se explorar esse ambiente em questão.

Nesse contexto, conforme Hinkelammer (2007) é necessário analisar os efeitos e os

riscos que surgem a partir da globalização e das expectativas atreladas á aspectos

internacionais e nacionais em um comparativo econômico simplificado.

É relevante destacar alguns índices em relação à Colômbia, considerando que o país é

a 53º maior economia de exportação no mundo e na economia mais complexa 58º acordo com

o Índice de Complexidade Econômico (ICE), conforme Atlas (2015).

Por conseguinte, é pertinente destacar:

Figura 1. Consolidação Econômica (Visão Geral)

F

i

g

u

r

a

2

. Consolidação Econômica (Comércio)

Mediante esse contexto, é possível constatar que a economia colombiana vem

sofrendo alterações ao longo dos últimos anos com embasamento em seus índices, tais como:

PIB, exportações, importações, balança comercial, turismo, dentre outros. Nesse cenário é

possível perceber os impactos que podem ser ocasionados para os cidadãos englobando

aspectos financeiros, socioeconômicos e culturais.

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5. Considerações Finais

É pertinente mencionar que as circunstâncias econômicas vislumbradas em especificidade no

município de Bogotá (Colômbia) em um curto período de tempo, foram suficientes e de

grande significância para criar uma ótica de comparação com o Brasil, possibilitando assim,

desenvolvimento de percepções voltadas para a competitividade mundial, solidez na

economia, finanças públicas, parâmetros socioculturais, e aspectos interculturais que

impactam diretamente os indivíduos que compõem a sociedade mundial com suas respectivas

peculiaridades.

Abrangendo esse contexto, é possível constatar que perspectivas econômicas estão

inseridas de modo relevante na atualidade em âmbitos sociais, ambientais, financeiros,

mercadológicos, tecnológicos, culturais, dentre outros. Sendo assim, o intercâmbio

possibilitou uma visão macro de características voltadas para o mencionado cenário em

comparação com critérios atuais inseridos diretamente na globalização.

De acordo com Baer (2003), o modelo de economia ideal está associado ao

crescimento atrelado à desenvolvimento social, portanto, tanto para o Brasil como para

Colômbia, é necessário haverem melhorias contínuas em processos, produtos e serviços para

obtenção de solidez econômica.

Para finalizar, o Intercâmbio Cultural proporcionado pelo Instituto Federal do

Triângulo Mineiro (IFTM) possibilitou a disseminação do ensino-aprendizagem interpondo

fronteiras internacionais, devendo ser caracterizado como item elementar e resultante do

presente objeto de estudo que contempla a Mobilidade Internacional e suas perspectivas

econômicas, de modo simplificado, inferidas no espaço de oportunidades do âmbito

educacional, cultural e tecnológico.

Referências

BAER, Werner. A economia brasileira. 2. ed. São Paulo: Nobel, 2003.

FORATTINI, Oswaldo Paulo. A internacionalidade da ciência: the international nature of

science. Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 5, p.1, 01 jul. 1997.

HINKELAMMER, Franz. A globalidade da terra e a estratégia da globalização. 2007. 16

f. TCC (Graduação) - Curso de Economia, Universidade Livre de Berlim, Buenos Aires,

2007.

IBRACO. Ibraco. Disponível em: <http://www.ibraco.co/index.php/ibraco>. Acesso em: 31

ago. 2017.

LASTRES, Helena Maria Martins; ALBAGLI, Sarita. Informação e globalização na era do

conhecimento. Rio de Janeiro: Abdr Afiliada, 1999.

OEC.Atlas. Disponível em: <http://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/col/>. Acesso em:

31 ago. 2015.

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Oficina Literária

Gabriela Barcelos Vitorino1, Hagata Eduarda Rodrigues de Oliveira

1, Luciana Coelho

Gomes1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)

Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected],

[email protected]

Abstract. Nowadays, the increasing appreciation of individuals' ability to express

themselves through writing is perceived, which is often a criterion for evaluation in

contests. It is noteworthy, in relation to textual practice, the lack of incentive to,

based on the basic knowledge of textual genres, to stimulate the development of the

skills of beginning writers. The aim of this project is to work on the theory of

narrative literary genres - with a primary focus on short stories, novels and novels -

and to provide the practice of producing such texts. The work, partially developed,

is carried out through study workshops, debates and practice, and we hope to

contribute to the quest for the institutional objectives of IFTM, which is "an

institution of excellence in professional and technological education, boosting

technological development, scientific, humanistic, environmental, social and

cultural, in line with the regionalities in which it is inserted ", in this context, this

project has important importance, since it operates in the social and cultural scope

providing the diffusion of knowledge of the textual genres, helping in the

development of skills in production of texts by beginning writers, contributing, also,

to the more complete formation of its students.

Resumo. Atualmente, percebe-se a valorização crescente da capacidade dos

indivíduos de se expressar por meio da escrita, o que é, muitas vezes, um critério de

avaliação em concursos. Nota-se, em relação à prática textual, a ausência de

incentivo para, a partir do conhecimento básico dos gêneros textuais, estimular o

desenvolvimento das habilidades de escritores iniciantes. Busca-se, nesse projeto,

trabalhar a teoria dos gêneros literários narrativos , com foco principal nos contos,

novelas e romances e proporcionar a prática da produção de tais textos. O

trabalho, desenvolvido parcialmente, é realizado por meio de oficinas de estudo,

debates e prática, e espera-se contribuir com a busca pelos objetivos institucionais

do IFTM que prima por “ser uma instituição de excelência na educação

profissional e tecnológica, impulsionando o desenvolvimento tecnológico,

científico, humanístico, ambiental, social e cultural, alinhado às regionalidades em

que está inserido”, nesse contexto, este projeto possui relevada importância, pois

atua no âmbito social e cultural proporcionando a difusão de conhecimentos dos

gêneros textuais, ajudando no desenvolvimento de habilidades na produção de

textos de escritores iniciantes, contribuindo, também, para a formação mais

completa de seus educandos.

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1. Introdução

Boa parte dos alunos do ensino médio, e mesmo de outros níveis, apresentam dificuldade em

alinhar o ensino/aprendizado teórico com a prática desse conhecimento. Ou seja, percebe-se

uma dissociação entre teoria e prática, observável em várias áreas do conhecimento, inclusive

no ensino da língua portuguesa, em especial no ensino da literatura que, muitas vezes, não

estimula a prática da escrita literária por parte de seus estudantes. É possível o uso de

estratégias para tentar suprir essa lacuna, e uma estratégia bastante funcional é o

desenvolvimento de oficinas temáticas. A oficina revela-se um instrumento adequado, pois é

um ambiente que permite a reflexão e ação, contribuindo para a superação da dicotomia entre

a teoria e a prática.

Em relação ao ensino sobre os gêneros literários, nem sempre é tarefa fácil, para o

professor, definir de maneira clara os diferentes gêneros literários e levar o aluno a conhecer

diferenças que, às vezes, são percebidas apenas por nuances textuais, já que os textos se

afinam com determinadas “famílias textuais” e apresentam muitos elementos em comum, o

que dificulta sua classificação.

É preciso, para um conhecimento mais apurado em relação aos gêneros literários, que

se observe o texto em aspectos que podem indicar a sua configuração genérica. Aspectos

como enredo, tempo, pluralidade temática, personagens, conflitos, espaço, linguagem, entre

tantos, servem como elementos indicativos para definição de gênero, nos indica SAVIOLI.

Esses aspectos são muito importantes para a definição dos gêneros em estudo nessa proposta

de trabalho: o conto, a novela, o romance.

Uma conceituação inicial, e de conhecimento comum, é relativa, por exemplo, à

extensão que os textos podem apresentar. Por essa característica, o conto seria uma narrativa

curta, a novela seria um pouco mais extensa que o conto e o romance a narrativa mais longa

das três. Assim, segundo PEREZ, narrativas como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, seria

uma novela, embora muitos o considerem um romance.

Como se percebe, essa característica trata mais de aspectos estruturais gráficos, e é

insuficiente para uma classificação segura. Vale mais considerar outros elementos presentes

na narrativa para sua conceituação. Segundo Cortázar (1974), um conto é, antes mesmo de

sua extensão, uma narrativa tensa, intensa, condensada, é o registro de um momento, como

uma fotografia e prende o leitor em ansiosa expectativa. O romance, segundo esse teórico

funciona mais como um filme que o leitor pode ir seguindo e desvendando aos poucos, sem o

choque que o conto deve provocar.

São muitos os aspectos formais a serem considerados na análise dos gêneros literários,

e nesse projeto buscaremos o estudo desse tema e será observada a sua aplicação prática nas

oficinas que serão ministradas.

2. Metodologia

O trabalho proposto neste projeto está em andamento e sendo executado de acordo com o

planejamento feito em etapas previamente definidas. A primeira etapa foi dedicada ao

planejamento do trabalho, o que exigiu a busca por textos teóricos, e a sondagem sobre o

interesse no trabalho proposto.

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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

2017

A segunda etapa estabeleceu um roteiro de atividades, especificando os textos teóricos

a serem estudados e discutidos em cada oficina, bem como a definição das expectativas em

relação à prática textual a ser trabalhada.

Em seguida, foi feita a formalização do projeto junto à coordenação de ensino,

pesquisa e extensão. Por fim, procedeu-se à reserva do espaço físico para a ministração das

oficinas e foi criado o material de divulgação e de inscrição para as oficinas. Utilizou-se a

ferramenta “evento”, na plataforma “Facebook” como principal meio de divulgação e

disponibilização das informações.

A terceira etapa consistiu na elaboração de um cronograma para a execução das

oficinas: oficina de conto, realizada no dia 22/09/2017, sexta-feira, às 14 horas; oficina de

novela, agendada para o dia 29/09, sexta-feira, às 14 horas; e a oficina de romance, realizada

no dia 20/10, sexta-feira.

Após a realização de todas as oficinas, serão publicados os textos produzidos pelos

participantes na revista online Cultiva, sob responsabilidade dos alunos do IFTM-Campus

Uberlândia Centro.

3. Análise e discussão dos resultados

Percebe-se, ao longo das oficinas, que os estudantes produziram contos com uma ótima

estrutura, simultaneamente com uma narrativa cada vez mais criativa. Além disso, os

estudantes desenvolveram narrativas mais longas do que de costume.

Espera-se que as oficinas contribuam para a formação dos estudantes, incentivando-os

a produzir textos narrativos, bem como dar a oportunidade de divulgação e reconhecimento

de suas produções.

4. Conclusões

Considerando que o trabalho está em fase de execução, tecer conclusões neste

momento poderia ser precipitado. No entanto, pelo que já foi desenvolvido, consideramos que

o trabalho com oficinas temáticas e práticas realmente contribuiu, até agora, no

aprimoramento do conhecimento e possibilitou a prática na escrita de interessantes textos

literários.

Além disso, o trabalho aqui proposto e desenvolvido mostra que oferecer

oportunidades de acesso a um saber mais significativo e de qualidade está consoante com o

que se espera para a educação atual, extrapolando os limites da abordagem simples dos

conteúdos curriculares.

Referências

CORTÁZAR, J. O conto. O contista. In.: Valise de Cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1974

PEREZ, L.C.A. Gêneros literários. Disponível em: portugues.uol.com.br/literatura

SAVIOLI, F.P.; FIORIN, J.L. Lições de texto, leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.

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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

2017

Um estudo de gênero: ângulos, dimensões e intersecções

Antônio Teixeira Junqueira Neto ¹, Marcela Macedo Silveira1, Werusca Marques Virote

de Sousa Pinto1, Daniela Portes Leal

1

4 Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)

R. Blanche Galassi, 150 - 38411-104 - Morada da Colina, Uberlândia, MG, Brasil

[email protected] , [email protected] , [email protected],

[email protected]

Resumo. A evolução da ciência levou ao cientificismo, à crença de que a

mesma deveria ser a resposta para todos os questionamentos. Atualmente, o

conceito de ciência busca articular diversas conhecimentos para produzir

novos saberes. Dessa forma, este estudo procura explicar as relações de

gênero utilizando o plano cartesiano como metáfora. Trata-se de um estudo

qualitativo em que os eixos do plano cartesiano figuram como possibilidades

de gênero. Como resultados foram relacionadas pesquisas acerca do plano

cartesiano e da evolução da teoria de gênero que elucidam possibilidades que

vão além do binarismo. Pôde-se perceber a coexistência de diversos eixos num

mesmo plano o que remete à diversidade de gêneros presente na sociedade

atual, abrindo oportunidades para a ampliação dessa discussão.

Abstract. Science evolution caused the scientism, in other words, it is a belief

in the fact of science could be the answer to all of the questions. Today, the

science conception try to articulate many knowledges to produce new ones.

Thus, this study looks for explain the gender relationships using the cartesian

plane like a metaphor. It is a qualitative study whereupon the cartesian axes

appear like gender possibilities. The results of it brought searches related to

the cartesian plane and the gender theory evolution that elucidate possibilities

existing besides the binarism. It was understood that the coexistence between

many cartesian axes in this same plane, what refers to the gender diversity

present in the modern society, bringing opportunities to expand this discussion

1. Introdução

"Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e

codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá

descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns

postulados simples como também deverá ser capaz de fazer previsões

claras as quais poderão ser testadas." Karl Popper

Na ciência, “saber” significa exercitar a curiosidade, observar e coletar informação

suficiente para identificar, distinguir e descrever as diferentes características da realidade da

forma mais verdadeira. Os primórdios da ciência são marcados pelas primeiras observações

dos homens primitivos, antes de Cristo. Surge através da curiosidade do homem em descobrir

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além do senso comum. No desenvolvimento da ciência, as inovações técnicas por cada

cultura para satisfazer suas necessidades foram fatores decisivos para este desenvolvimento.

A cada mudança houve um grande empenho em justificar teórica e empiricamente

concepções políticas e sociais, além de conflitos da ciência entre religião e ciência entre ética,

o que influenciou em vários pensamentos e decisões ao longo da história (KUHN, 1962).

As aplicações técnicas do conhecimento científico produziram um período de

progresso material acelerado, o que culminou no cientificismo, a crença de que tudo poderia

ser explicado pela ciência, que deveria ser colocada acima de todos os outros modos do saber.

Com isso, no lugar de Deus e suas religiões, puseram a verdade e a capacidade racional como

seus dogmas.

Neste mesmo sentido, as questões de gênero também sofreram mudanças em seu

conceito durante a história. Inicialmente, estas eram abordadas de forma paralela ao sexo

biológico dos indivíduos, isto é, os registros de gêneros se ligavam, apenas, ao masculino e ao

feminino. Ainda assim, os estudos acerca das relações de gênero, termo, até então,

inexistente, focados no período da pré-história, são de suma importância na formulação das

principais teorias sobre o tema proposto (KUHN, 1962).

Desta forma, em 1935, através da obra “Sexo e temperamento em três sociedades

primitivas”, Mead, antropóloga norte-americana e representante do culturalismo, segmento da

antropologia que visa a descrição da sociedade sob a perspectiva da antropologia e

psicanálise, realiza um estudo em três sociedades da Nova Guiné: Arapesh, Mundugumor e

Tchambuli. A partir deste, a mesma analisa os papéis sexuais, tomando como base os

padrões, considerados por ela, norte-americanos, nos quais se destacam, geralmente,

temperamento dócil, maternal, cooperativo e não agressivo, relacionado à feminilidade e

aspectos opostos voltados à masculinidade. Através do estudo destas sociedades, então, Mead

observa que os comportamentos ditos masculinos e femininos na sua sociedade estão

passíveis de alteração em outras culturas, concluindo que, “a natureza humana é quase

incrivelmente maleável, respondendo acurada e diferentemente a condições culturais

contrastantes” (LEOPOLDI, 2004, p.228)

De maneira análoga, Butler em 1956, filósofa norte-americana cujos estudos são

voltados à temas como gênero e feminismo, busca propor, assim como Mead, que o gênero

não está ligado à biologia definida dos sexos, e sim à uma performance ou ato performativo.

Para tanto, utiliza como pilar o estudo de Michel Foucault (1926-1984), filósofo francês que

construiu uma teoria baseada nos pensamentos propostos por Marcel Mauss em seu texto “As

técnicas do corpo”, onde enfatiza que a cultura treina o corpo em seus mínimos detalhes, ou

seja, ela influencia desde os trejeitos corporais até os movimentos e a postura. Foucault foi,

então, o precursor de uma crítica à ciência, principalmente após o aparecimento do conceito

de gênero na mesma, por volta da década de 1950 (GUADALUPE, 2010).

Neste sentido, o autor defende que absolutamente nada existe anteriormente ou

externamente ao discurso humano, isto é, não existe uma “natureza natural” ou uma realidade

anterior ao homem. Assim, quando há o reconhecimento de certo elemento na sociedade, ele

passa a ser de interpretação comum. Com isso, Michel Foucault é responsável por uma das

principais críticas à ciência, em que a medicina seria o poder que controla os indivíduos, pois,

se alguma teoria é definida e comprovada pela comunidade científica, esta passa a ser aceita

por toda uma gama social em que está inserida. Portanto, a medicina seria, segundo o

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filósofo, “um saber institucionalizado que implica em um controle dos corpos dos indivíduos

na mesma medida em que impõe o sentido desses corpos” (RODRIGUES, 2011).

É assim, portanto, que se é possível fazer uma análise das questões de gênero de

maneira a entendê-las enquanto fenômenos provocados por uma construção social, ou seja,

formadas a partir do vivência cultural dos corpos, conforme enfatizado por Mauss e Foucault.

Para além disso, segundo Butler, as performances de gênero existem de forma obrigatória nas

sociedades ocidentais, através de símbolos associados ao masculino e ao feminino, onde não

há o desprendimento da binaridade existente entre os antagonistas, o que significa que,

mesmo que haja subversão à proposição maior, o indivíduo ainda se adequa a alguma

atuação, seja ela voltada para qualquer dos gêneros, como é o caso de travestis e transexuais,

por exemplo.

Dessa forma, o presente estudo propõe uma análise da multiplicidade de perspectivas

de gênero presentes na sociedade atual além de trata-se de uma temática que não há consenso

na literatura acadêmica e está longe de exaurir suas possibilidades de debate. Assim, buscar-

se-á utilizar a matemática como metáfora para explicar as atuais configurações de gênero.

2. Metodologia

A metodologia do trabalho é composta por uma pesquisa acerca da constituição do conceito

de ciência enquanto saber institucionalizado, buscando compreender que o conhecimento vem

com a obrigação de fazer perguntas e desafiar nossa ignorância. Baseado nos pressupostos de

Foucault que afirma que o sujeito é produto de poderes, ciência e instituições. O estudo

propôs uma linha do tempo do conceito de ciência e outra linha do tempo do conceito de

gênero. Com isso, a ciência clássica nos instiga a reinventar novos conceitos com base em

demonstrações. O conhecimento científico nasce da proposta de um conhecimento diferente

das demais, visando sair de um contexto de conhecimento religioso, artístico e do senso

comum. Evoluindo para uma conceito de ciência mais abrangente e atual, uma ciência que

considera aspectos socioculturais e permite que o sujeito tenha voz, expressão e ação política

no social.

Além disso, também foi realizado um desmembramento da concepção, ainda

conflitiva, de gênero na contemporaneidade, onde buscou-se analisar as relações entre estes

desde as sociedades de caçadores-coletores até os dias atuais. Assim, a partir da ideia de que,

nestas sociedades, conforme a visão relativista americana, os papéis sociais de homens e

mulheres alternavam-se entre si, foi possível considerar a queda do conceito de ligação entre

gênero e sexo. Ademais, a conclusão de que, segundo Judith Butler, o gênero nada mais é que

um ato performativo que é imposto socialmente através do treinamento dos corpos por

símbolos binários é de suma importância para a compreensão deste ponto de vista sobre

gênero.

Para explicar as relações propostas neste estudo buscou-se utilizar a matemática como

metáfora para explicar as relações de gênero, associando a complexidade dos estudos deste

tema ao sistema de coordenadas cartesianas e seus respectivos eixos X e Y. De modo a incitar

a reflexão, segundo as proposições de René Descartes, é plausível que, para a formação de

figuras planas, coexista uma relação quantitativa entre estes eixos. No entanto, com o

desenvolvimento da álgebra linear e dos estudos acerca de uma geometria espacial, mais

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complexa que a de figuras planas, formula-se o eixo Z que, por sua vez, representa a

profundidade, trazendo consigo a terceira dimensão.

3. Resultados e Discussão

O Sistema de Coordenadas Cartesianas, mais afamado como Plano Cartesiano, foi

criado pelo matemático René Descartes e consiste em dois eixos perpendiculares,

denominados como X abscissa (horizontal) e Y ordenada (vertical) que tem como cunho

representar pontos no espaço. Durante muito tempo, o Plano Cartesiano desenvolvia apenas

um sistema bidimensional de coordenadas (X,Y), onde precisa-se cruzar para se tornar uma

coordenada. No entanto, para descrever a localização de um ponto no espaço precisamos

introduzir no sistema bidimensional uma terceira dimensão.

Para isso, a partir do plano cartesiano, definimos um eixo z (perpendicular aos dois

eixos) passando pela origem que, juntamente com o eixo x e o eixo y irá constituir nosso

sistema tridimensional de coordenadas. Na mesma linha de raciocínio, fizemos uma analogia:

o eixo Y representa o sexo masculino e o eixo X representa o sexo feminino. Durante muito

tempo, foi-se pensado gênero como sexo único, feminino e masculino, um sistema binário de

construção de gênero. O terceiro eixo (figura 1) representa a contemporaneidade do

construção do conceito de gênero. Houve a necessidade de falar sobre o terceiro eixo, houve a

necessidade de reformular conceitos estabelecidos por uma sociedade que até então, pensava

somente em duas dimensões.

Figura 1. Representação da alteração de um plano em duas

dimensões (eixos X e Y) para um plano em três dimensões

(eixos X, Y e Z)

O início da modernidade teve a matemática como modelo mais influente de ciência.

Uma das críticas mais pertinentes de Nietzsche foi contra a pretensão de estabelecer a ciência

com base em uma verdade que não tem como ser provada a não ser pela suposição de uma fé

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racional injustificada que tomara o lugar de Deus. Durante quase todo o século XX, o sucesso

tecnológico parecia fazer das ciências uma nova mantenedora da vida e do conforto e bem-

estar social que nenhuma religião havia proporcionado antes. Mudou-se o eixo, os

instrumentos e as habitações, mas o ser humano continua o mesmo animal de 100 mil anos

atrás, mas agora com ideologias que recria um modelo padronizado de pensamentos e

estereótipos.

Neste mesmo sentido, metaforicamente, a análise do mundo em três dimensões passa

a ser mais complexa no ponto em que o mesmo já não cabe mais em apenas duas destas,

sendo necessário um maior espaço de estudo e concentração. Levando em consideração este

fato, a sociedade se encontra neste mesmo eixo Z, mais complexo e profundo, assim como os

seus questionamentos e indagações. A questão de gênero, por sua vez, ainda não foi

solucionada pela ciência tamanha a sua complexidade, o que faz com que, de maneira análoga

ao plano cartesiano, a mesma não se encaixe na simplicidade da dupla dimensão analítica e

plana, necessitando de um espaço de discussão cada vez mais amplo e profundo,

proporcionado pelo eixo Z.

4. Conclusão

Diante do exposto, conclui-se que, quando se posiciona o planeta terra em um plano

cartesiano, faz-se necessária a existência do eixo Z, conforme figura 1, para que todos os

indivíduos e suas produções sejam acomodados com uma maior variedade de características,

ainda que com diversos questionamentos a serem discutidos, ou seja, nós, enquanto

indivíduos, nos localizamos neste eixo. Desta mesma forma, apesar de tamanhos esforços, a

bilateralidade das ideias que cercam o estudo de gênero ainda são muito complexas a ponto

de não se solucionarem cientificamente.

É assim, portanto, que a matemática faz-se presente, até mesmo, nas ciências

humanas, onde busca-se conhecer, cada vez mais, a complexidade do indivíduo em todo o seu

viés humano. A título de exemplo, em uma sala de quatro paredes em que o eixo Y é

considerado como o gênero masculino e o eixo X é considerado o feminino, o eixo Z, que se

trata da profundidade da mesma, é de extrema importância para entender a existência de

demais variações de gênero, já que este suporta tudo aquilo que é volume e não cabe apenas

em um plano bidimensional.

Assim, a vida em apenas duas dimensões se torna impossível, haja vista que,

conforme tamanha complexidade das discussões humanas, aqui focadas no desenvolvimento

do conceito de gênero na sociedade, faz-se necessária a implantação de um novo eixo (Z) para

que se desenvolva uma nova dimensão a fim de acomodar as discussões contemporâneas,

como a abordada neste discurso.

Resta-nos, então, a reflexão de que, conforme a formação da ciência da matemática foi

gradual em sua importância para a resolução de indagações humanas, este estudo se torna

cada vez mais diverso, necessitando do acréscimo de mais e mais eixos ao plano e visando

solucionar os questionamentos acerca das questões de gênero que, por sua vez, tendem a se

estender por longos períodos de discussão científica.

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Referências

GUADALUPE, Magda. Simone de Beauvoir. “Não se nasce mulher, torna-se mulher”.

Periódico PUC Minas, v. 1, n. 2, 2010.

KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. University of Chicago Press, 1962.

LEOPOLDI, José Sávio. As relações de gênero entre os caçadores-coletores. Sociedade e

Cultura: Universidade Federal de Goiás, v. 7, n. 1, 2004.

MEAD, Margareth. Sexo e temperamento. São Paulo: Perspectiva, 2000

RODRIGUES, Maysa. O sexo inventado. Revista Sociologia: Editora Escala, ed. 33, 2011.

Politics, sexual and non-sexual, in an egalitarian society. In: LEACOCK, Eleanor; LEE, R.

(Eds.) Politics and history in band societies. Cambridge: The University Press, 1989.

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A Matemática em Todos os Cantos da Ciência: Um estudo

filosófico comparativo sobre as áreas do conhecimento

Isabella Araujo Dias Damaceno, Julia Pires Cabral, Marina Oliveira Lopes, Márcio

Bonesso

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia Centro

{isa.araujo.dias,juleaaaa321, marianalopesiftm}@gmail.com,

[email protected]

Abstract: The main goal of the research is to understand how the teachers / scientists

of a federal public institution who work in high school think mathematics in their

professional activities as scientists. In order to obtain the results the research

applied the philosophical inquiries based on questions like "where?" "How?" And

"why?". This comparative demonstration aims to understand philosophically how

mathematics is manipulated pedagogically in its theoretical and practical

dimensions in the different areas of science.

The data presented in graph form, show the universe of 12 interviews of the

research. It is concluded that mathematics is present in all scientific areas through

the exercises of logic, transforming the world of senses into intelligence or

application of principles of constitutive identities of Greek philosophy.

Resumo: A pesquisa tem como objetivo principal compreender como os

professores/cientistas de uma instituição pública federal que atuam no ensino médio

pensam a matemática em suas atividades profissionais de cientistas. Para a

obtenção dos resultados a pesquisa aplicou as indagações filosóficas baseada em

perguntas como “onde? ” “como? ” e “por quê?”. Tal demonstração comparativa

apresenta o intuito de compreender filosoficamente como a matemática é

manipulada de forma pedagógica em suas dimensões teóricas e práticas nas

diferentes áreas da ciência. Os dados apresentados em forma de gráficos

demonstram o universo de 12 entrevistados da pesquisa. Conclui-se que a

matemática está presente em todas as áreas científicas através dos exercícios de

lógica, transformando o mundo do sentido em inteligível ou aplicando princípios de

identidades constitutivos da filosofia grega.

1. Introdução

A pesquisa se iniciou tendo como perspectiva compreender como a matemática está aplicada

nas diferentes áreas do conhecimento, tais como ciências da natureza e suas tecnologias,

linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias e ciências humanas e suas

tecnologias. Através de um referencial bibliográfico filosófico foi realizado um questionário

no qual cientistas profissionais das diversas áreas da ciência foram entrevistados respondendo

as seguintes questões: “A matemática está aplicada em seu exercício profissional?”; “Como

ela é aplicada em sua profissão (teoria, prática ou ambas)?”; “Por que a matemática está (ou

não) aplicada em seu exercício profissional?”. Após a tabulação das entrevistas foi feito uma

comparação sobre os dados coletados que serão apresentados a seguir.

2. Metodologia

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A metodologia empregada foi a realização de entrevistas com professores da rede pública

federal, abarcando as áreas do conhecimento do ciclo básico do ensino médio. Em um

universo escolar pequeno de seis turmas, duas do primeiro ano, duas do segundo ano e duas

do terceiro ano, foram realizadas doze entrevistas. O questionário teve como inspiração os

pensamentos filosóficos existentes no referencial bibliográfico, Iniciação à Filosofia

(CHAUI, 2012) e possibilitou uma aventura científica bem criativa ao articular métodos de

pesquisa qualitativo e quantitativo com o levantamento de dados e análise dos mesmos.

3. Resultados e Discussão

A primeira pergunta analisada está relacionada à presença ou não da matemática na profissão

dos professores entrevistados. O que é a matemática? Tal indagação permitiu interpretar qual

a sua realidade e significação na aplicação do exercício profissional. Assim, chegamos aos

seguintes resultados:

Fonte: autores.

Figura 1. Matemática e exercício profissional

Dos doze entrevistados, onze professores responderam que utilizam a matemática,

correspondendo a 91.6 %, enquanto apenas um professor respondeu que não a utiliza,

correspondendo a 8.4 % dos professores.

Fonte: autores.

Figura 2. Matemática e Áreas do conhecimento

Em todas as áreas do conhecimento científico, com exceção das ciências humanas e

suas tecnologias, todos os professores responderam que utilizam a matemática, apenas um

professor desta área mencionada respondeu que não aplica em suas aulas.

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Inúmeras explicações foram dadas sobre a razão do por que a matemática existe e qual a sua

relação de causalidade com a área do conhecimento pela qual está aplicada. Como uma forma

concreta e abstrata de se demonstrar e comprovar a teoria “na prática de desenvolver

experimentos e aplicar estatística” criando a noção que a verdade gera leis gerais do

fenômeno físico:

“Eu geralmente tento mostrar o fenômeno físico primeiro para que a pessoa possa

entender a aplicação daquilo, onde aquilo usa, entender o que está por trás daquilo,

para depois formalizar aquilo. É como se fosse uma forma de eu falar assim „olha o

que eu estou falando aqui é uma verdade‟. Eu preciso mostrar isso usando uma

ferramenta e a ferramenta que eu uso é a matemática”.

O discurso do professor de física remete ao período cosmológico da Grécia Antiga

(século. VII a.C ao século IV a.C.) cujos filósofos - como Pitágoras de Samos (filósofo

considerado o primeiro matemático) - acreditavam que os princípios de ordem, verdade e

organização do mundo através das relações físicas da natureza podem ser explicadas

racionalmente, por meio de abstrações numéricas que formulam verdades atemporais. Produz

assim uma forma de conhecimento chamada de inteligível, isto é, conhecimento verdadeiro

que alcançamos exclusivamente pelo pensamento. Nesse aspecto o discurso inicia com a

explicação das coisas sensíveis, isto é, coisas materiais que nos é dada pela experiência

motora dos sentidos do corpo e depois aplica as fórmulas matemáticas para demonstrar a

possibilidade de transição do mundo sensível para o mundo inteligível do pensamento. Para

alguns importantes filósofos como Platão, esse seria o grande papel da filosofia se esforçar

para transformar as percepções do sensível em formas de pensamento inteligível.

Alguns professores das áreas das ciências humanas e suas tecnologias também

demonstraram a relação da matemática com suas ciências. O primeiro professor enfatizou

mais o aspecto teórico de se pensar a relação social em termos estatísticos conectados por

séries históricas de populações, enquanto o segundo professor demonstrou uma relação entre

teoria e prática, enfatizando tanto a aplicação da matemática para se mensurar populações,

quanto os seus usos para compreender diversos elementos da natureza.

“Tento apresentar pesquisas quantitativas. Ano passado, por exemplo, trabalhei o

fato social demonstrando dados do Ipea que discutiam o poder sócio econômico do

brasileiro dividido em marcadores de diferença como raça, classe e gênero”.

“O tempo inteiro a gente faz usos de gráficos, tabelas, mapas de proporcionalidade,

as legendas, tudo isso envolve matemática, são dados estatísticos obtidos em

pesquisas e que são materializados para compreensão do mundo em que vivemos.

Então eu acredito realmente que a matemática está em tudo. Na faculdade, quando a

gente trabalha os conteúdos de cartografia, sensoriamento remoto, a gente tem

algumas coisas relacionadas a cálculo, mas assim, são cálculos simples, não são

muito avançados, são tranquilos, mas que exigem dedicação”.

No primeiro discurso o professor remete a possibilidade de organização racional do

pensamento humano de maneira muito parecida com o chamado período socrático ou

antropológico, ocorrido no final do século VII a.C. ao final do século V a.C. Nesse momento,

a filosofia indagava as questões humanas nas suas dimensões técnicas, políticas e éticas.

Pode-se afirmar que nesse período inicia a ideia do homem como “sujeito do conhecimento”:

no lugar de conhecer a natureza ou os deuses da mitologia, o homem começa a indagar qual a

capacidade da razão humana para demonstrar a verdade dos conhecimentos sobre ele mesmo

vivendo em coletividade, tais indagações ficaram conhecidas inicialmente como política.

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O segundo discurso pode ser ligado ao período considerado sistemático da filosofia

grega, que compreende o final do século IV a.C. até o final do século III a.C. Como o próprio

nome sugere esse é um período de síntese, cuja relação entre natureza e homem é

sistematizada, sobretudo por Aristóteles através de um conhecimento enciclopédico de todo

um saber produzido e acumulado até o momento. Percebe-se que apesar de ligada às ciências

humanas, o conhecimento exposto da geografia, a rigor também traz elementos matemáticos

sobre o inteligível da natureza do planeta e do espaço cósmico.

Seguindo a tendência da constituição dos campos do saber na era da filosofia

moderna, o conhecimento geográfico, amparado pela lógica matemática, é uma das únicas

áreas do conhecimento científico que traz uma visão da totalidade entre natureza e homem.

Ademais, vale mencionar que a resposta de outros professores também coadunam com a

dimensão lógica da filosofia transmutada em matemática.

4.Conclusão

Concluímos a partir dos dados quantitativos e qualitativos levantados que os professores

veem a aplicabilidade da matemática em todas as áreas científicas. Entretanto, apesar da

pluralidade de visões dos seus usos teóricos e práticos no sistema educacional, em síntese,

interpreta-se que a lógica seria o grande amalgama que possibilita que a matemática transite

via filosofia para todas as áreas do conhecimento científico: 1) através da transformação ou

demonstração do sensível ao inteligível, ou 2) por meio dos princípios racionais filosóficos,

tais como: da identidade, da não contradição, do terceiro excluído e da razão suficiente.

Por fim, tal conclusão gerou uma indagação reversa, se a matemática por meio da

lógica está por trás de todas as ciências, essa percepção é vista como filosófica? Logo, essas

análises suscitaram um novo desdobramento, a saber, o de investigar se os professores das

diferentes áreas do conhecimento percebem a filosofia nos seus exercícios profissionais

matemáticos: Como filosofia? Onde filosofia? Por que filosofia? Tendo como base as

argumentações do livro:

Ninguém, todavia, consegue perceber para que serviria a filosofia (...). Verdade,

pensamento racional, procedimentos especiais para conhecer fatos, aplicação prática

de conhecimentos teóricos, correção e acúmulos de saberes: esses propósitos da

ciência não são científicos, são filosóficos e dependem de questões filosóficas.

Assim, o trabalho da ciência pressupõe, como condição, o trabalho da filosofia,

mesmo que o cientista não seja filósofo (CHAUI, 2012, p.20 e 21).

Nas várias áreas do conhecimento científico, apesar da mediação entre matemática e

filosofia ser ocasionada pela lógica, vale investigar se de fato, a filosofia é vista pelos demais

professores como necessária para seus exercícios profissionais de educadores e

pesquisadores.

Referências

CHAUI, Marilena. Iniciação à Filosofia. 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.

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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

2017

Reforma do ensino médio: um currículo novo para uma velha

escola

Talisrander T. Santos1, Ricardo Cássio Alves

1, Ludymilla C. V. de Oliveira

1, Elisa A.

Ribeiro2

1 Licenciando em Computação - 4º período - Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Uberlândia Centro

2 Professora Doutora - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo

Mineiro (IFTM) - Campus Uberlândia Centro

Rua Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina - 38.400-364 – Uberlândia/MG - Brazil

{ricardokassio, talisrander}@hotmail.com, [email protected],

[email protected])

Abstract. This paper points on the reform of secondary education, the State's role in

decisions involving education, the possible consequences of your early adoption,

acceptance of the results proposed by the population, key questions and challenges

about the theme and some questions that need to be discussed before new guidelines

be adopted at national level.

Resumo. Este trabalho trata de pontos sobre a reforma do ensino médio, o papel do

Estado nas decisões que envolvem educação, as possíveis consequências de sua

adoção precoce, resultados de aceitação da proposta pela população, principais

questionamentos e desafios quanto ao tema e alguns questionamentos que precisam

ser debatidos antes de novas diretrizes serem adotadas em nível nacional.

1. Introdução

A educação é considerada um dos principais caminhos que possibilitam o crescimento de uma

nação, influenciando diretamente na qualidade de vida dos seus indivíduos. Um país que

investe em educação elimina uma série de mazelas sociais que limitam o seu crescimento

cultural, econômico e político. Logo, o conhecimento quando valorizado, propicia repensar o

meio que nos cerca, nossas atitudes e ações projetando perspectivas de mudanças

significativas e transformadoras da realidade social.

Nessa lógica, quando se fala em educação brasileira, percebe-se que uma série de

mudanças que ocorrem são frutos de momentos políticos vivenciados ao longo de uma

trajetória histórica onde a partir do momento em que é sancionada a atual Lei de Diretrizes e

Bases da Educação - LDB (BRASIL, 1996) tem-se em menos de 15 anos, duas diretrizes

curriculares assinaladas pelo Conselho Nacional de Educação: Resolução CNE/CEB 03/1998

e Resolução CNE/CEB 02/2012 (BRASIL, 2016c; BRASIL, 2016d).

Nos últimos anos, um tema que vem sendo objeto de estudo é a (urgente)

reestruturação do sistema atual do Ensino Médio, proposta em 23 de setembro de 2016

através da Medida Provisória nº 746/2016 (transformada na Lei nº 13.415/2017 em 16 de

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fevereiro do ano seguinte), que foi causadora de grande reboliço tanto no setor educacional

como na sociedade (BRASIL, 2016e).

Nessa perspectiva, o novo modelo apresentado pelo governo como solução para os

problemas históricos enfrentados pelo ensino secundário no Brasil propõe a flexibilização da

grade curricular e permitirá que o estudante escolha uma área de conhecimento para

aprofundar seus estudos, direcionando a formação para suas áreas de interesse e o presente

trabalho discute alguns dos pontos e pesquisas feitas sobre o tema.

X

2. Pesquisas populacionais e seus resultados

Uma consulta pública online realizada pelo Senado Federal sobre a medida provisória nº

746/2016, teve como resultado o total de 4.551 votos a favor e 73.564 votos contra. Onde, a

partir de tal consulta, o Ministério da Educação não satisfeito encomendou uma pesquisa ao

IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) em que os resultados se

apresentam como: 72% de aprovação, 24% de rejeição, 3% dos entrevistados não souberam

responder e apenas 1% não respondeu.

A primeira pergunta da pesquisa (dentre outras), foi: "O senhor é a favor ou contra a

reformulação do ensino médio que, em linhas gerais, propõe ampliação do número de escolas

de ensino médio em tempo integral, permite que o aluno escolha entre o ensino regular e o

profissionalizante, define as matérias que são obrigatórias, entre outras ações?"; desse total, a

maioria das aprovações foram de entrevistados com 55 anos ou mais de idade (representando

78%) e a maior rejeição aconteceu entre os jovens da faixa etária entre 16 e 24 anos (35% dos

entrevistados).

A partir desses dados pode-se observar, no entanto, que tal pesquisa foi feita com um

contingente populacional muito pequeno (1.200 pessoas entrevistadas em todo o território

nacional) e vista a imensidão do nosso país, que conta com 207.660.929 brasileiros (IBGE,

2017) tal pesquisa pode não representar um favoritismo absoluto quanto ao tema pesquisado.

Em outros aspectos, podemos verificar que a maioria que rejeita a reforma é composta de

jovens que estão vivendo a realidade do problema e que por conta disso podem saber se

realmente tal proposta, da forma que será feita, será interessante ou não.

Vale salientar que, para que a nova organização e o novo currículo do ensino médio

cheguem às salas de aula será necessário um caminho árduo, principalmente porque a nova lei

precisa percorrer uma longa trajetória até ser posta em prática. A Base Nacional Comum

Curricular - BNCC (BRASIL, 2017b) deve ser apresentada apenas em novembro de 2017.

Depois, o documento terá de passar pela aprovação do Conselho Nacional de Educação, para

só depois a lei ser regulamentada.

E em meio a esse intenso debate sobre o ensino médio, coloca-se em questão um

desafio: Como implementar a proposta de forma que melhor atenda os interesses do estado e

da sociedade? Não será essa reforma uma pretensa descurricularização para o fortalecimento

de um ensino baseado na razão instrumental: um currículo novo para uma velha escola?

3. Os desafios da questão

Para que tal mudança ocorra alguns pontos devem ser considerados: o tempo necessário para

que ocorra a consolidação das estruturas legais envolvidas na reforma, a definição do

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currículo, a preparação da infraestrutura das escolas para a oferta do tempo integral, a

preparação dos professores e de todas as equipes da escola, visando permitir o funcionamento

das escolas como inicialmente previsto.

A reforma também possui destaques a serem avaliados e que são divididos em duas

vertentes: as atuais 800 horas anuais serão substituídas progressivamente até se chegar ao

total de 1.400 horas anuais (nova jornada em tempo integral no ensino médio) e a organização

do novo currículo, que passa a possuir cinco diferentes caminhos: linguagem, matemática,

ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissionalizante.

Assim, a nova estrutura terá uma parte comum e obrigatória a todas as escolas e outra

parte flexível que poderá ser escolhida pelo aluno. A BNCC será responsável por definir as

competências e conhecimentos que deverão ser oferecidos a todos os estudantes abrangendo

as quatro áreas do conhecimento e todos os componentes curriculares do ensino médio

definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Nessa nova ordenação, os governos estaduais terão um papel fundamental, pois cada

estado e o Distrito Federal organizarão os seus currículos considerando a BNCC e as

demandas dos jovens. Isso significa dizer que a Base Nacional Comum Curricular vai definir

as matérias obrigatórias para todos e, a partir de então, as redes estaduais podem traçar seus

caminhos, onde cada estado pode fazer um arranjo diferente.

Todavia, essa nova estrutura ao invés de ampliar as opções de formação aos

estudantes, poderá reduzir a liberdade das escolas e dos professores limitando-os aos cinco

itinerários formativos. Esse argumento se sustenta na própria LDB, que é bastante flexível em

relação ao ensino médio, obrigando as escolas a ofertarem vários conteúdos curriculares,

porém permitindo que elas os organizem conforme desejam.

Outro ponto primordial trata-se da adequação da infraestrutura das escolas e eventuais

diferenças que possam ocorrer dentro de uma mesma rede de ensino, já que muitas escolas

carecem de infraestrutura e equipamentos adequados. A partir desse ponto, uma escola com

bons laboratórios, será preferida por determinado grupo de estudantes, porém escolas que não

dispõem de tantos recursos poderão ser prejudicadas por não terem condições de oferecerem

diferentes itinerários, acabando por ficarem limitadas quanto a sua estrutura.

No que tange à flexibilização, a proposta de reforma do ensino médio não altera em

nada a atual flexibilidade curricular permitida pela LDB, porém promove uma

obrigatoriedade de diferenciação curricular para o ensino médio. A Medida Provisória não

contemplava como disciplinas obrigatórias filosofia, sociologia, artes e educação física, que

são atualmente obrigatórias em todos os anos do ensino médio e que somente foram

colocadas na lei nº 13.415 após pressão da sociedade (BRASIL, 2017a).

No Art. 3º, parágrafo 2º, vemos que: “§ 2º A Base Nacional Comum Curricular

referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física,

arte, sociologia e filosofia.”, porém tal texto não torna as disciplinas obrigatórias, mas

somente as “inclui” nos estudos do ensino médio, podendo assim ser incluídas em outras

disciplinas (BRASIL, 2017a).

4. Conclusão

Dentro da educação básica, atualmente o ensino médio é o que apresenta os piores resultados,

com altas taxas de evasão, baixo nível de aprendizagem e um ritmo de melhora abaixo do

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esperado. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), em 2015

o ensino médio no país teve uma nota de 3,7 ante a meta prevista de 4,3, permanecendo desde

2011 com a mesma nota e tendência à estagnação (BRASIL, 2016a).

A partir da urgência e da gravidade do cenário, o intuito principal da nova lei/reforma

é tornar o ensino médio mais flexível e atraente para o aluno tentando para isso, criar a

possibilidade de o aluno moldar o seu currículo com a possibilidade de escolher itinerários

formativos específicos, correspondentes às quatro áreas do conhecimento, além da formação

técnica e profissional, tendo apenas língua portuguesa e matemática como disciplinas

obrigatórias.

A novidade da oferta do ensino médio de tempo integral e sua flexibilização

curricular, gera temor naqueles alunos que porventura estiverem fora das melhores escolas.

Isso por que muitos estados terão dificuldade para oferecer uma variedade de conteúdos (e

seus itinerários) em toda a rede e também pelas dificuldades em fornecer vaga a toda uma

crescente demanda, que em algum tempo se tornará jornada integral.

Não podemos deixar de ressaltar que tais modificações no ensino médio também irão

afetar o tradicional Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em sua totalidade,

aumentando os gastos (já exorbitantes), e as dificuldades em se aplicar uma prova que seja de

nível nacional para diferentes itinerários formativos, a fim de avaliar o conhecimento

proporcionado pelo novo ensino médio.

A lei ainda segue um longo caminho até sua votação, aprovação e início de sua adoção

em todo o território nacional. Mas, antes de mais nada, para conseguir compreender a

dimensão das modificações que irão ocorrer, faz-se necessário o questionamento dos

seguintes pontos:

- Como a ausência da obrigatoriedade de disciplinas como filosofia e sociologia irá impactar

na formação política e social do indivíduo? Como ocorrerão os “estudos” desse conteúdo?

- Como o Estado irá garantir vaga de ensino integral para toda a demanda?

- As atuais estruturas são precárias e a construção de novas escolas para alocar todos se fazem

necessárias. Como o Estado irá arcar com os custos?

- Como o Estado irá tratar a desigualdade, durante toda a implantação, entre o aluno que já

estará no novo sistema e o aluno que ainda não conseguiu vaga?

- Como o ENEM será dividido, de acordo com cada itinerante e de acordo com cada aluno?

Um aluno que não faz parte do ensino integral fará uma prova igual a outro aluno que faz

parte do ensino integral?

- Os professores serão mais valorizados em algum momento do processo ou ficarão

resignados às mãos do Estado?

Sendo assim, após tais perguntas serem respondidas, é ideal que a proposta passe por

refinamentos a fim de que novas opiniões possam ser consideradas (principalmente os

estudantes secundaristas e professores), resultando em um comum acordo entre o Estado e a

classes afetadas (estudantes, professores e escolas), antes que uma decisão tão importante

quanto essa seja posta em prática, pois muitas mudanças ainda serão necessárias antes de

começarmos a implementar novas leis e mesmo depois de muito debate algumas delas só

serão respondidas com o devido tempo.

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dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de

20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis

do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1

o de maio de 1943, e o

Decreto-Lei no 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei n

o 11.161, de 5 de agosto de

2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em

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vozes-desconsideradas-no-processo>. Acesso em: 22 set. 2017.

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Modalidade de Ensino

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IFMark: a criação de um jogo de empresas

Eliabe Martins da Conceição¹, Jéssyca Alves Martins¹, Letícia de Oliveira Pacheco¹,

Eloane Pires Gomes¹, Bruno Roberto Martins Arantes¹

¹Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) - Campus Uberlândia Centro - 38.411-104 -

Uberlândia - Minas Gerais - Brazil

([email protected], [email protected],

[email protected], [email protected],

[email protected].)

Abstract. This article will present a report on the activity developed in the

Multidisciplinary Project of CST Marketing. The activity in question is the creation

of a Business Game that aims at the cognitive and logical development of students,

and they will experience the two visions (being creators and players). So that they

can work their practical experiences of the labor market in a playful and

constructive way in the game.

Resumo. O presente artigo irá apresentar um relatório sobre a atividade

desenvolvida no Projeto Multidisciplinar do Curso Superior de Tecnologia em

Marketing. A atividade em questão é a criação de um Jogo de Empresas que tem por

objetivo o desenvolvimento cognitivo e lógico dos estudantes, uma vez que estes irão

vivenciar os dois vieses (sendo criadores e jogadores). De modo que estes possam

trabalhar as suas vivências práticas do mercado de trabalho de forma lúdica e

construtiva no jogo.

1. Introdução

Esse projeto de ensino teve como objetivo envolver os estudantes do 4º período do Curso

Superior de Tecnologia em Marketing no processo criação e uso de um jogo de empresas

(denominado de IFMark) para aplicação de algumas das competências aprendidas no curso.

Como resultado final desse projeto de ensino será criado um objeto de aprendizagem na

forma de um jogo de empresas que será aplicado nessa turma e futuramente em outras turmas

de Marketing.

Evidências de que a aplicação de atividades vivenciais por meio de jogos de empresa

desenvolveu o pensamento crítico dos estudantes foram obtidas por Silva (2013) em sua

pesquisa. Para esse autor, o sucesso da formação crítica em Administração por meio de jogos

de empresa requer a construção de uma nova cultura de ensino-aprendizagem que envolva

dirigentes e coordenadores das instituições de ensino e a preparação por parte dos docentes.

Para Titton (2011) deve-se tomar cuidado na seleção do tipo do jogo mais adequado

ao objetivo didático proposto. O autor concluiu em sua pesquisa tratar-se de ferramenta mais

adequada às abordagens construtivistas e cognitivas além de propor um fluxo de aplicação do

jogo.

Um objeto de aprendizagem é caracterizado por sua reusabilidade, ou seja, sua

capacidade de ser empregado como ferramenta de ensino em diferentes unidades curriculares

e em conteúdos distintos. Um jogo de empresas tem essa capacidade ao trabalhar os diferentes

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conhecimentos da área de gestão e negócios e nesse projeto em especial conteúdos de

marketing, operações e finanças. Desse modo, ele pode ser usado por diversas disciplinas

como ferramenta de ensino dos conteúdos em um cenário empresarial sistêmico e simulado.

Para Braga (2015), alguns objetos de aprendizagem têm sua capacidade de reuso

reduzida por problemas técnicos ou pedagógicos. Nesse sentido, a autora sugere o

envolvimento da equipe técnica e de professores no desenvolvimento de novos objetos de

aprendizagem e propõe uma metodologia para esse desenvolvimento.

Na pesquisa de Hemzo e Lepsch (2005) verificou-se melhora nas habilidades

decisórias de marketing e estratégia por meio da aplicação de um jogo de empresas com

enfoque em Marketing Estratégico.

Silva e Sauaia (2011) também confirmaram por meio da aplicação de jogo de

empresas o seu potencial para estudos empíricos na área de Marketing. Segundo os autores,

“...através de esforços coordenados de marketing [no jogo de empresas], foi possível adequar

o composto de mercadológico (sic) aos objetivos da empresa e obter resultados lucrativos e

sustentáveis.

Assim sendo, esse projeto de ensino procurou envolver os estudantes na criação do

jogo de empresas como forma de potencializar a contextualização do jogo em relação ao seu

público-alvo, qual seja, estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Marketing.

2. Material e métodos

O método adotado nesse projeto de ensino está inserido no contexto de uma metodologia

ativa de aprendizagem, cujo objetivo é posicionar o estudante no centro de seu processo de

aprendizagem. Segundo Morán (2015), se “...queremos que os alunos sejam proativos,

precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais

complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados (...)”.

Nesse sentido, a criação do jogo IFMark foi divida em seis etapas para melhor

planejamento, desenvolvimento e estruturação, mantendo a coesão entre as disciplinas

ministradas até o 4° período do curso de Tecnologia em Marketing do Instituto Federal do

Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia Centro e o envolvimento contínuo dos estudantes

desde o processo de criação do jogo até a sua aplicação.

Na primeira etapa houve a realização de eleições para a definição de qual produto,

método e foco seriam aplicados ao jogo (tabuleiro ou virtual), sendo de extrema relevância

para o prosseguimento do projeto.

Na segunda etapa, após definição de itens primários a classe foi dividida em quatro

grupos, sendo eles: Mix de Comunicação, Segmentação, Atributos do Produto e Canais de

Distribuição. Cada grupo representou uma das áreas do marketing que serão pontuadas e

acrescentadas no jogo pelos alunos.

Na terceira etapa, ocorreram a coleta de dados levantados pelos grupos e em seguida o

desenvolvimento das telas do jogo. Isso representou uma síntese que forneceu o suporte a

parte lógica e sistemática do jogo. O jogo está sendo desenvolvido por meio do Microsoft

Excel © e o uso de automatização de algumas ações por meio de macros.

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Na quarta etapa (em que se encontra atualmente o projeto de ensino) estão sendo

coletados feedbacks junto aos estudantes por meio da análise das telas e das regras do jogo

com o objetivo de revisar e alimentar as telas com um conjunto de ideias e reformulações.

Na quinta etapa após análises e correções realizadas, os estudantes participarão na

condição de jogadores, sendo realizada a primeira rodada do IFMark. Nesse ponto será

possível aos estudantes interagir e aplicar seus conhecimentos adquiridos ao longo dos quatro

períodos do curso e corrigir eventuais erros ou inconsistências no jogo.

Por fim, na sexta e última etapa, os estudantes serão divididos em equipes, cada uma

representando uma empresa no jogo e competirão entre si durante um número mínimo de seis

rodadas, encerrando a disciplina com uma reunião de discussão sobre os erros e acertos das

decisões tomadas durante o jogo.

3. Resultados parciais e discussão

O projeto de ensino está em sua quarta etapa e, até o momento, as avaliações tanto dos

estudantes quanto do professor da disciplina sobre o projeto são positivas. Apesar de ser uma

disciplina em que 3/4 de sua carga horária é cumprida de forma não presencial, nos encontros

presenciais e nas ferramentas colaborativas tem sido possível fazer o projeto avançar dentro

de seu cronograma e objetivos.

As aulas do projeto se desenvolvem de modo que os alunos e o professor possam

contribuir de forma efetiva no jogo, apresentando dúvidas e sugestões que auxiliam na

construção do mesmo. Com esse processo, está sendo possível criar um leiaute de fácil

entendimento e jogabilidade.

Um jogo de empresas é uma ferramenta de ensino que permite a vivência das

situações empresariais através da simulação. Isso pode ser confirmado pelo relato dos

estudantes da turma sobre o projeto de ensino. Um deles afirma: “Já de início pude perceber

que o jogo irá contribuir para a nossa vivência nas organizações, pois as empresas estão cada

vez mais exigindo profissionais flexíveis, criativos e dinâmicos. E o Jogo de Empresas irá

permitir um aprendizado efetivo e treinamento das habilidades em que seus jogadores terão

que tomar decisões e lidar com a competitividade”.

O jogo é composto de diversas telas. A Figura 1 apresenta uma tela que apresenta aos

usuários instruções básicas de jogabilidade e dados que irão dirigir os comandos do jogador

em cada etapa. O produto é mencionado com uma breve descrição para que o jogador conheça

um pouco do universo a que será submetido. O cenário também é destacado com intuito de

provocar uma imersão do usuário ao seu público-alvo, para que ele possa ser assertivo na

segmentação e posicionamento da marca no mercado, dentre outros atributos.

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Figura 1. Tela de apresentação do jogo IFMark

Já a Figura 2 apresenta uma das telas de decisão do jogo, no caso, para definição dos

preços de vendas dos produtos comercializados pela equipe. Além de outros aspectos

(propaganda, canais e o próprio produto), o preço é um fator muito significativo para

determinar quanto de participação a empresa terá do seu produto no mercado e quanto de

lucro receberá de retorno.

Figura 2. Um das telas de decisão do jogo IFMark

Referências

BRAGA, Juliana Cristina. Objetos de aprendizagem volume 2: metodologia de

desenvolvimento. Santo André: Editora UFABC, 2015. Disponível em:

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https://rbgn.fecap.br/RBGN/article/download/53/47> Acesso em 24 jul. 2017.

SILVA, Marco Antônio; SAUAIA, Antônio Carlos Aidar. Gestão mercadológica e

lucratividade: um estudo com jogos de empresas. In: Rev. Adm. UFSM. v. 5. n. 1, p. 92-

109, jan./abr. 2012. Disponível em:

<https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/view/3995>. Acesso em 24 jul. 2017.

SILVA, Marco Antônio. Laboratório de gestão: jogo de empresas com pesquisa para

formação crítica em administração. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de São

Paulo/USP, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/>. Acesso em 24 jul. 2017.

TITTON, Luiz Antonio. Arquitetura para orientar a seleção de JSE por IES: contribuição

para o ensino de logística. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de São

Paulo/USP, 2011. Disponível em:

<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-19082011-195540/en.php>.

Acesso em: 24 jul. 2017.

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Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

Conexões com a Matemática: A Sequência de Fibonacci e o

Número de Ouro

Arthur L. Silva1, Anna Clara P. Vale

1, Izabela S. Santos

1, Marilda R. Melo

1, Robson H.

Rosa1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP

38400-364 -Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected]

Abstract. The purpose of this teaching project shows that the Fibonacci‟s sequence

and the number of gold are present and they are easily perceived in diverse and

even numerous areas of science. To achieve this goal, we sought to employ a

methodology consisting of a systematic bibliographic review of the Fibonacci‟s

sequence and its applications, choosing the appropriate study objects, creating and

presenting videos and explanatory images, and finally evaluating the results

according to the questionnaire. The results with the execution of this project were

satisfactory, seeing the public was interested in the explanations and, through the

same one, perceived that the mathematics is directly related to various phenomena

of the nature and it has diverse applicabilities, as in photography courses, human

anatomy and in nature.

Resumo. Buscou-se com este projeto de ensino mostrar que a sequência de

Fibonacci e o número de ouro estão presentes e são facilmente percebidos em

diversos e até díspares campos da ciência. Para atingi-lo, buscou-se empregar uma

metodologia constituída de revisão bibliográfica sistemática sobre a sequência de

Fibonacci e suas aplicações, a escolha dos objetos de estudos adequados, a criação

e apresentação de vídeos e imagens explicativas e, por fim, a avaliação dos

resultados com base em questionário. Os resultados com a execução deste projeto

mostraram-se satisfatórios, visto que o público se mostrou interessado nas

explicações e, através da mesma, perceberam que a matemática está diretamente

relacionada com diversos fenômenos da natureza e possui várias aplicabilidades,

como em cursos de fotografia, anatomia humana e na natureza.

1. Introdução

O ser humano, desde os primórdios, sente necessidade de compreender o

funcionamento das coisas ao seu redor. Dessa forma, utilizando seu alto poder de observação,

o mesmo se indaga e procura explicações que justifiquem a regularidade do meio no qual está

inserido.

As buscas incessantes do porquê do ser homem e da infinidade de elementos

existentes na natureza, bem como a harmonia e regularidade encontrada entre os mesmos

podem ser obtidas por meio de equações matemáticas, combinações e sequências numéricas.

Nuno Crato (2008) mostra, por meio do seu livro A matemática das coisas que a matemática

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Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

é essencial no mundo e que pode ser compreendida por todos. Nesse contexto, a sequência de

Fibonacci, bem como o número de ouro, que são representados pela letra grega (phi) são

fatores determinantes no que compete a essa questão.

Presente em diversas áreas da ciência que nos rodeia e conhecemos, na anatomia

humana, natureza, música, etc, o número de ouro instigou a curiosidade de muitos pensadores

importantes de diversas épocas distintas, desde Euclides e Pitágoras passando por Leonardo

de Pisa, o qual por meio do seu livro “De Divina Proportione” denominou-a de “Divina

Proporção. A fascinação, interesse e curiosidade sobre o misterioso número de ouro não vêm,

apenas, dos matemáticos, esse número em si têm despertado o interesse de diversos

pensadores e cientistas mais do que qualquer outro número foi capaz de fazer.

A arte, arquitetura e natureza são relacionadas ao número áureo, tornando agradável

aos olhos de qualquer ser humano, a harmonia e beleza das formas e elementos que o cercam.

Hein e Biembengut (2000) expressam bem esse pensamento: “É dito que onde houver

harmonia lá encontraremos o número de ouro. Este número é indicado como a máxima

expressão do equilíbrio. Quando procuramos atentamente, podemos encontrá-lo em toda

parte”. Le Corbusier, pensador importante do período renascentista também diz: “a natureza é

matemática, as obras primas de arte estão em consonância com a natureza; elas exprimem as

leis da natureza e servem-se delas”.

Com base nesse contexto, onde o ser humano sente a necessidade, e busca cada vez

mais compreender tudo ao seu redor, vê-se a utilidade deste projeto de extensão, que visa

demonstrar que a matemática, tal como a sequência de Fibonacci e o número de ouro estão

presentes em várias situações e que possuem aplicações em diversos e até díspares campos da

ciência.

Figura 1: Proporção áurea na anatomia humana.

Fonte: http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fibonacci/seqfib2.htm.

2. Metodologia

A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de quatro etapas. A primeira

etapa consistiu-se de revisão bibliográfica sistemática realizada através de livros científicos,

artigos, revistas científicas, dissertações e teses, disponíveis na literatura científica, sobre a

sequência de Fibonacci e suas aplicações.

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A segunda etapa consistiu-se na escolha dos objetos de estudo. Inicialmente foi feita

uma análise geométrica da obra clássica de Leonardo Da Vinci “O homem Vitruviano”. Na

sequência uma análise da disposição espacial das sementes de girassol. E, por fim, foi feito

um estudo sobre como a proporção áurea é utilizada na fotografia.

A terceira etapa consistiu-se na criação de mídias digitais, isto é, vídeos explicativos

com a finalidade de mostrar a existência da sequência de Fibonacci e a proporção áurea nos

objetos estudados.

A quarta e última etapa consistiu na análise e discussão dos resultados, tendo como

referência inicial os próprios integrantes do projeto, isto é, o conhecimento que os mesmos

obtiveram durante o desenvolvimento do projeto, e posteriormente a verificação da recepção,

curiosidade e interesse dos alunos de suas turmas de classe de aula que conheceram o projeto

desenvolvido.

3. Análise e discussão dos resultados

Durante o desenvolvimento deste projeto pode-se verificar que os integrantes

utilizaram recursos audiovisuais adequados, como mídias bem elaborados, com imagens

extremamente ilustrativas e com animações modernas e explicativas. Destaca-se que o projeto

agregou conhecimento aos seus integrantes, bem como despertou a curiosidade e o interesse

pela matemática, possibilitando assim a integração e o compartilhamento do conhecimento

em construção, visto que desenvolveram excelentes materiais de divulgação científica do

tema abordado.

4. Conclusões

Os resultados iniciais com este projeto de ensino mostram-se satisfatórios, visto que

durante o seu desenvolvimento, os integrantes interagiram de maneira surpreendente na busca

de novos saberes, sendo possível a agregação de vários conhecimentos ligados a matemática,

no que tange a sequência de Fibonacci e o número de ouro. Isto pode ser constatado nas

mídias digitais que foram produzidas. Portanto, verificou-se que foi possível conectar a

matemática com diversos fenômenos, como nos cursos fotografias, na anatomia humana e na

natureza. Ressalta-se que este projeto é passível de utilizado no ambiente de aprendizagem e

com alunos do ensino médio.

Referências

Biembengut, M. S.; Hein, N. (2000) “Modelagem matemática no ensino”. São Paulo:

Contexto, 127 p, 2000.

Crato, N. (2008) “A matemática das coisas”. Sociologia e Problemas e Práticas, n.º 59, p.

161-162, 2008.

Huntley, H. E. (1995) “A Divina proporção: um ensaio sobre a beleza na Matemática”.

Brasília: Universidade de Brasília, 1995.

Lauro, M. M. (2017) “A razão áurea e os padrões harmônicos na natureza, artes e

arquitetura”. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/810/81000304/>. Acesso em:

20 set 2017.

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Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

Leme, J. (2015) “Desenvolvimento e estudo In Vitro de um dispositivo de suporte circulatório

temporário” – Tese (doutorado) - Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Universidade

de São Paulo, São Paulo, 2015.

Lima, J. N. F. (2015) “A importância da história da matemática para as práticas pedagógicas”.

Monografia (Graduação em Licenciatura Ciências Exatas com Habilitação em Matemática)

- Universidade Estadual da Paraíba, Governador Antônio, 2015.

Oliveira, E; Ferreira, T. E. (2010) “O número de ouro e suas manifestações na natureza e na

arte”. Complexus, Salto-SP, v. 01, n. 02, p. 64-81, 2010.

Sódre, U. (2017) “Matemática Essencial: Proporção áurea na anatomia humana.” Disponível em:

<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fibonacci/

seqfib2.htm>. Acesso em: 20 set 2017.

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A Música Impactando o Conhecimento no Ensino de Física

João Marcos Pereira Prado1, Mateus Flausino de Araújo

1, Marcus Vinicius Oliveira

Nunes1, Robson Humberto Rosa

1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP

38400-364 - Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Abstract. The aim of this project was to make the process of making the acoustic

teaching and learning more enjoyable and attractive to high school students,

through the use of string musical instruments, connecting physics and mathematics

with music through a practical and intuitive methodology. In order to do so, we

sought to employ a methodology consisting of systemic bibliographical revision,

choice of appropriate learning objects, string musical instruments, preparation and

execution of a lesson that included the connection of physics and mathematics with

music, and the evaluation of the use of these resources in the teaching environment,

emphasizes that the initial results were satisfactory.

Resumo. Buscou-se com este projeto tornar o processo tornar o processo de ensino

e aprendizagem de acústica mais agradável e atraente, aos estudantes do ensino

médio, com o uso dos instrumentos musicais de cordas, conectando a física e a

matemática com a música através de uma metodologia prática e intuitiva. Para

tanto, buscou-se empregar uma metodologia constituída de revisão bibliográfica

sistêmica, escolha dos objetos de aprendizagem adequados, os instrumentos

musicais de corda, preparação e execução de uma oficina que contemplou a

conexão da física e da matemática com a música, e a avalição do uso destes

recursos no ambiente de ensino, ressalta que os resultados iniciais mostraram-se

satisfatórios.

1. Introdução

Muitos estudantes do ensino médio não conseguem compreender adequadamente alguns

conteúdos da física, como exemplo a acústica. Uma das formas de tentar resolver esse

problema pode ser através do uso de exemplos práticos, isto é, situações e fenômenos do

cotidiano, neste caso, o uso da música.

A música é algo que está no cotidiano desses alunos, é algo que desperta interesse,

como cita Lagos (2015). Segundo Goto (2009), a música é uma forma de arte constituída de

vários sons e ritmos e está diretamente relacionada aos conteúdos da física como as

oscilações, as ondas e a acústica.

Nos instrumentos musicais de cordas, como o violão, o violino, e a guitarra é possível

demonstrar e ilustrar de forma prática os conceitos físicos da acústica, como exemplo as

qualidades fisiológicas do som (DANOSO et al., 2008; LAGO, 2015), e a matemática contida

nos estilos e ritmos musicais. Nesse ambiente, é possível fazer a conexão da física e da

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matemática com a música, tornando assim, o processo de ensino e aprendizagem de física,

mais atraente, agradável, e produtivo, visto que, a música é algo intrínseco no cotidiano dos

alunos desta geração.

Balbino (2007), destaca que os objetos de aprendizagem (OAs) podem ser entendidos

como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada

durante um suporte ao ensino e aprendizagem. Neste projeto de ensino, destaca-se o uso dos

instrumentos musicais de cordas.

2. Metodologia

A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de cinco etapas. A primeira etapa foi

dedicada a revisão bibliográfica sistemática na literatura científica, através de dissertações,

teses e artigos científicos que tratasse sobre o ensino de física no ensino médio. Em seguida

buscou-se estudar os principais conceitos físicos abordados em acústica, neste momento,

verificou-se que seria importante abordar as qualidades fisiológicas do som, as notas

musicais, os estilos e ritmos musicais, visto que poderia fazer conexões da física e

matemática com a música.

A segunda etapa consistiu-se da escolha dos objetos de aprendizagem (OAs). Optou-

se por escolher os instrumentos musicais de corda, o violão, o violino e a guitarra para utilizar

no ambiente de ensino e aprendizagem como forma de ilustrar os conceitos físicos, e os

ritmos e estilos musicais de interesse.

A terceira etapa consistiu-se na preparação da aula. Nesta etapa, buscou-se preparar

uma aula com recursos áudio visuais e sonoros, e um ambiente adequado. No plano de aula

buscou-se abordar, a música com arte construída de vários sons e ritmos, o conceito de som,

como uma onda sonora, longitudinal, mecânica, que necessita de uma fonte de emissão bem

como um meio de propagação, as notas musicais, os aspectos históricos dos instrumentos

musicais (violão, violino e guitarra) e as suas partes, os conceitos físicos sobre as qualidades

fisiológicas do som, como o timbre que está relacionado com o formato da onda, a altura do

som relacionada a frequência do som, e a intensidade sonora relacionada a amplitude da onda.

A quarta etapa consistiu-se da apresentação da aula, com os recursos áudio visuais,

sonoros, e os instrumentos musicais, com a ministração realizada pelos três integrantes deste

projeto, sob a orientação e acompanhamento do coordenador do projeto, a uma turma de 30

alunos do ensino médio integrado do Instituto Federal de Educação e Tecnologia do

Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberlândia Centro.

A quinta etapa consistiu-se na avaliação do projeto, que se deu durante a apresentação

da aula. Buscou-se verificar a interação e o interesse dos alunos durante a execução da aula.

3. Análise e discussão dos resultados

Durante a execução da oficina do conhecimento apresentada pelos integrantes do projeto,

verificou-se que empregaram recursos audiovisuais adequados, como slides e mídias bem

elaborados, ilustrativos, explicativos e com animações modernas. Ressalta-se que, a condução

da oficina com o uso dos instrumentos musicais foi extrema relevância, visto que os alunos se

mantiveram participativos e focados na aprendizagem do conteúdo em exposição durante

todo o processo.

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4. Conclusões

Os resultados iniciais com execução deste projeto de ensino mostraram-se

satisfatórios, visto que durante a oficina do conhecimento os alunos estiveram o tempo todo

participativos, atentos e interessados na aula. Portanto verificou-se que a conexão da física

com a música é possível de ser feita no ambiente de aprendizagem, e é capaz de torna-lo mais

atraente, agradável e produtivo.

Referências

BALBINO, J. (2007). “Objetos de Aprendizagem: Contribuições para sua geneaologia”.

2007, disponível em <http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/>. Acesso em 05

set. 2017.

DONOSO, J. P.; TANNÚS, A.; GUIMARÃES, F.; FREITAS, T.C. (2008). “The physics of

the violin”. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 30, n. 2, 2305, 2008.

GOTO, M, (2009). “Physics and music in consonance”. Revista Brasileira de Ensino de

Física, v. 31, n. 2, 2307, 2009.

LAGO, B. L. (2015). “The electric guitar as an instrument for teaching wave physics”.

Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 1, 1504, 2015.

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A Física nas Artes Marciais Integrando o Conhecimento

Bruno Mundim Franco R. Gonçalves1, Marco Antônio Batista de Souza

1, Amauri

Pietropaolo T. Júnior1, Robson Humberto Rosa

1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP

38400-364 -Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected]

Abstract. We seek with this project make the process of tutorship and

apprenticeship of static more enjoyable and attractive for high school students, with

the use of digital media and practical workshops about martial arts, connecting

thus, the concepts of physics and martial arts. This happened through a

methodology consisting of a practical and intuitive bibliographic review. Therefore,

we sought to employ a methodology consisting of systemic bibliographic review,

choice of learning objects, preparation and execution of practical workshops. The

execution of the workshops included the integration of the concepts of static with

martial arts. The initial results with the execution of this project were satisfactory.

Resumo. Buscou-se com este projeto tornar o processo de ensino e aprendizagem

de estática mais agradável e atraente, aos estudantes do ensino médio, com o uso

de mídias digitais e oficinas práticas sobre as artes marciais, integrando assim, os

conceitos da física com os movimentos nas lutas. Isto se deu através de uma

metodologia prática e intuitiva. Para tanto, buscou-se empregar uma metodologia

constituída de revisão bibliográfica sistêmica, escolha dos objetos de

aprendizagem, preparação e execução das oficinas práticas do conhecimento. A

execução das oficinas contemplou a integração dos conceitos de estática muito

aplicados nas artes marciais. Os resultados iniciais com a execução deste projeto

mostraram-se satisfatórios.

1. Introdução

Muitos estudantes do ensino médio não conseguem compreender adequadamente alguns

conteúdos da física, principalmente no que tange a área de estática. Uma das formas de tentar

resolver esse problema, pode ser através de oficinas práticas do conhecimento, com uso de

metodologias modernas, práticas e intuitivas. Metodologias estas, executadas pelos próprios

alunos e aplicadas com os colegas de sala durante o processo de aprendizagem.

O conceito de oficina aplicada a educação refere-se ao lugar onde se aprende fazendo

junto com os outros. Segundo Omiste et al. (2000), a oficina é um âmbito de reflexão e ação

no qual se pretende superar a separação que existe entre a teoria e a prática, e entre

conhecimento e trabalho e entre a educação e a vida.

As artes marciais estão presentes no cotidiano da atual geração de jovens e adultos, ela

é algo que incentiva a prática de esportes, desperta o interesse e a curiosidade pelas lutas, e

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acima de tudo contribui no processo de formação do indivíduo como um todo. Os

movimentos aplicados nas lutas estão diretamente relacionados com vários conteúdos da

física como exemplo nas áreas de estática, dinâmica e energia.

Nesse contexto, é possível desenvolver oficinas do conhecimento que tratem de forma

aplicada os conceitos físicos de estática. Como exemplos, os conceitos de centro de

gravidade, estabilidade, rotação, conservação da quantidade de movimento, alavancas, dentre

outros. Possibilitando a integração direta do conhecimento da física com as lutas, tornando

assim, o processo de ensino e aprendizagem de física, mais atraente e produtivo.

Balbino (2007), destaca que os objetos de aprendizagem (OAs) podem ser entendidos

como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada

durante um suporte ao ensino e aprendizagem. Neste projeto de ensino, destaca-se o uso das

mídias digitais nas oficinas práticas do conhecimento.

2. Metodologia

A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de cinco etapas. A primeira etapa foi

dedicada a revisão bibliográfica sistemática na literatura científica, através de dissertações,

teses e artigos científicos que tratasse sobre o ensino de física no ensino médio. Em seguida

buscou-se estudar os principais conceitos físicos abordados em estática, neste momento,

verificou-se que seria importante destacar os conceitos e aplicações de centro de gravidade,

estabilidade, rotação, e alavancas,

A segunda etapa consistiu-se da escolha dos objetos de aprendizagem (OAs). Optou-

se por escolher as mídias digitais para ilustrar os conceitos de centro de gravidade,

estabilidade, rotação, e alavancas, nos movimentos usados nas lutas.

A terceira etapa consistiu-se da preparação das oficinas do conhecimento. Nesta etapa,

buscou-se preparar uma oficina com recursos áudio visuais e sonoros, e um ambiente

adequado. Para tanto, elaborou-se um plano de aula que contemplou os conceitos físicos de

interesse da área de estática e os (OAs) que foram utilizados no decorrer da oficina.

A quarta etapa consistiu-se da execução das oficinas do conhecimento sobre a física

nas artes marciais. A primeira oficina foi ministrada por um Sansei convidado, e executada

numa academia de artes marciais, mais especificamente, de Aikido. Nesta oficina abordou-se

as principais técnicas praticadas nos treinos de Aikido, tais como: equilíbrio, estabilidade,

posicionamento, energia, rotação e outros. Ressaltando também os quesitos disciplina,

respeito e colaboração com o próximo, inerentes aos praticantes de artes marciais.

A segunda oficina foi executada no ambiente de sala de aula, onde os alunos

apresentaram as mídias digitais produzidas, ilustrando assim de forma prática e intuitiva os

conceitos de estática aplicados nos movimentos nas lutas. Ressalta-se que a apresentação foi

conduzida pelos três deste projeto, sob a orientação e acompanhamento do coordenador do

projeto, a uma turma de 30 alunos do ensino médio integrado do Instituto Federal de

Educação e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberlândia Centro.

A quinta etapa consistiu-se na avaliação do projeto, que se deu durante a apresentação

das oficinas. Buscou-se verificar a interação e o interesse dos alunos durante a execução das

oficinas.

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3. Análise e discussão dos resultados

Durante a execução das oficinas práticas do conhecimento, verificou-se que foram

empregados recursos didáticos apropriados, isto é, extremante modernos, ilustrativos e

intuitivos. Destaca-se que os alunos se mantiveram participativos e focados na aprendizagem

durante todo o processo. Na primeira oficina prática o envolvimento dos alunos foi

surpreendente, visto que muitos se interessaram em ingressar e prosseguir nos treinos de artes

marciais. Na segunda oficina, os integrantes do projeto produziram mídias de excelente

qualidade, as quais foram apresentadas aos colegas para elucidar e reforçar os conceitos

físicos relacionados a área de estática.

4. Conclusões

Os resultados iniciais com a execução deste projeto de ensino mostraram-se satisfatórios,

visto que durante as oficinas práticas do conhecimento os alunos estiveram o tempo todo

participativos, atentos e interessados na aprendizagem. Portanto verificou-se que é possível

integrar os conceitos da física com os movimentos nas lutas das artes marcais, isso, aliando as

mídias digitais e as oficinas do conhecimento, tornando o processo de ensino e aprendizagem

mais atraente, agradável e produtivo.

Referências

BALBINO, J. (2007). “Objetos de Aprendizagem: Contribuições para sua geneaologia”.

2007, disponível em <http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/>. Acesso em 05

set. 2017.

DONOSO, J. P.; TANNÚS, A.; GUIMARÃES, F.; FREITAS, T.C. (2008). “The physics of

the violin”. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 30, n. 2, 2305, 2008.

GOTO, M, (2009). “Physics and music in consonance”. Revista Brasileira de Ensino de

Física, v. 31, n. 2, 2307, 2009.

LAGO, B. L. (2015). “The electric guitar as an instrument for teaching wave physics”.

Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 1, 1504, 2015.

OMISTE, A . S; LÓPEZ, M. D. C.; RAMIREZ, J. Formação de grupos populares: uma

proposta educativa. In CANDAU, Vera Maria; SACAVINO, Susana (Org.) Educar em

direitos humanos: construir democracia. Rio de Janeiro : DP&A, 2000.

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Centro 2017

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Filosofia contratualista em foco: uma exposição didática

Alanna de S. Alves, Ana Laura M. Alves, Anthonny R. Souza, Guilherme D. Aguiar

Isabella A. D. Damaceno, Mariana O. Lopes, Márcio Bonesso

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia Centro

{alannaalves81,almedeirosalves,anthonnyrws,guuilhermedouglas,isa.araujo.dias,

marianalopesiftm} @gmail.com, [email protected]

Resumo: Este trabalho visa explicar o ponto de vista de cada um dos três pensadores

contratualistas: Jean-Jacques Rousseau, John Locke e Thomas Hobbes. Analisa suas

visões e constatações sobre três etapas que segundo eles, todos os grupos humanos

passam por antes de se tornarem civilizações, sendo elas o Estado de Natureza, o

Contrato Social e o Estado Civil, realizando comparações entre os diferentes

pensamentos. O trabalho apresentado em forma de vídeo tem como principal objetivo

auxiliar os estudantes de ensino médio que estejam aprendendo este conteúdo. Desse

modo, nosso resultado se caracteriza como um instrumento didático possibilitando que

os alunos consigam aprender de uma forma rápida, fácil e menos densa do que em livros

didáticos.

Abstract: This paper aims to explain the point of view of each of the three contractual

thinkers: Jean-Jacques Rousseau, John Locke and Thomas Hobbes. It analyzes their

visions and findings about three stages that according to them, all human groups go

through before they become civilizations, being they the State of Nature, the Social

Contract and the Civil Status, making comparisons between the different thoughts. The

work presented in video form has as main objective to help the high school students who

are learning this content. In this way, our result is characterized as a didactic tool

enabling students to learn in a quick, easy and less dense way than in textbooks.

1. Introdução

Somos alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro

Campus Uberlândia Centro, cursando o segundo ano de administração integrado ao ensino

médio. Diante da necessidade de se explorar novas possibilidades de avaliação e de trabalhar

conteúdos teóricos dentro da sala de aula, inclusos na matriz curricular de filosofia, surgiu

como uma iniciativa do grupo elaborar uma apresentação no formato de vídeo. Este atenderia

todos os requisitos propostos pelo professor, sendo o principal deles demonstrar o conteúdo

sobre as teorias contratualistas de forma didática, facilitando o aprendizado dos alunos.

Dentro do contexto recente da revolução técnico-científica em que vivemos, na qual os

dispositivos móveis ganham cada vez mais espaço no nosso cotidiano, é crucial que a

educação também repense seus métodos de ensino. Pensando nisso, a abordagem do tema em

forma de vídeo, tem como propósito um esclarecimento facilitado por lidar com uma

linguagem mais próxima da realidade dos alunos.

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Centro 2017

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Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017

Em linhas gerais o vídeo se propõe a expor quem eram os contratualistas, quais eram

seus conceitos e definições de estado de natureza, contrato social, e como a sociedade se

relacionava para construí-lo e quais eram os desdobramentos na sociedade civil (posterior ao

contrato social). No presente trabalho apresentamos a seleção de conceitos, ferramentas e

método de organização o vídeo.

2. Metodologia

O método de pesquisa utilizado foi o qualitativo, de caráter descritivo e com levantamento

bibliográfico a partir do nosso livro didático Fundamentos de Filosofia e portais online de

consulta comumente utilizados por alunos. Na construção do vídeo utilizamos a ferramenta

PowerPoint1, GIFs

2 animados e imagens de caráter humorístico que representassem os

assuntos tratados, bem como uma organização estética que remetesse à um jornal impresso

antigo.

3. Resultados e Discussão

Ao refletirmos sobre nossos processos de aprendizagem, nós estudantes percebemos que uma

atitude natural quando temos dificuldade de compreender um conteúdo é recorrer aos sites de

pesquisa online. Neles encontramos plataformas de educação que apresentam conceitos

simples e rápidos daquilo que procuramos. Buscamos trazer essa perspectiva para o nosso

material ao adaptarmos (de acordo com conhecimento adquirido em sala de aula) o conceito

de contratualismo disponível no portal online Consciência Política. Portanto, o

contratualismo pode ser descrito como as teorias políticas que surgiram entre o século XVI e

XVIII, com a tentativa de explicar a sociedade civil por meio de um contrato ou um acordo.

Os três principais pensadores foram Rousseau, Locke e Hobbes. Um aspecto em concordância

entre eles foi que os seres humanos passaram por três estágios, sendo eles o estado de

natureza, o contrato social e o estado civil. Contudo, cada um caracteriza esses estágios de

forma distinta.

Logo após, o vídeo localiza no tempo e espaço, quando e onde, as ideias de cada

contratualista surgiu. O objetivo em todo o processo é que as ideias sejam introduzidas aos

poucos e progressivamente vão mais densas para que quem assista tenha condições de ir

acumulando e “digerindo” o conhecimento. Fundamentados nessa perspectiva, nas anotações

feitas em sala e em artigo disponível em outro portal online, o Mafalda Complica,

desenvolvemos nossa própria comparação entre os contratualistas.

O estado de natureza para Hobbes é caracterizado por um estado sem leis, uma guerra

de todos contra todos, onde todos os indivíduos possuem o direito à liberdade e a

oportunidade igualitária. Neste caso, se fosse necessário matar o próximo com o intuito de

preservar a própria segurança e bem-estar, era permitido. Em contrapartida, para Locke, os

homens já nascem com seus direitos naturais como a razão, liberdade, trabalho e propriedade

privada, mesmo no estado de natureza. Entretanto os indivíduos não possuem segurança

devido à falta de regulamentação, de modo que esses direitos podem ser roubados. Já para

Rousseau, o homem nasce livre e com igualdade, mas é aprisionado por conta de seu

1 Programa disponível no Pacote Office, utilizado para criação e/ou edição de apresentações gráficas.

2 “Graphics Interchange Format” traduzido como “formato para intercâmbio de gráficos” é um

formado de imagem animado muito usado e elemento cultural da internet.

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pensamento racionalista e sua vaidade, o que, por sua própria natureza o leva a degeneração e

corrupção.

Na dimensão do contrato social, para Hobbes, haveria sociedade e o estado, que foram

criados simultaneamente, comandados por regras de convívio e por uma subordinação

política. Essa subordinação se dava através do pacto de submissão, criado em prol da paz

entre os indivíduos. A submissão não era para um rei e sim para um soberano, o único que

não assina o contrato, assim não deve satisfação a nenhum indivíduo, podendo tomar

qualquer conduta para a manutenção da ordem, mesmo que seja uma ação corrupta. Já para

Locke, esse acordo é feito para amenizar as situações conflituosas, onde os homens abdicam

seu direito de defesa e de fazer justiça. A sociedade deve compreender, necessariamente, que

o principal dever do governo é proteger seus direitos inalienáveis e que está cumprindo com o

pacto de consentimento, se este não for cumprido pode ser retirado e substituído. Essa

proteção é feita por instituições jurídicas como o exército. Em contrapartida, Rousseau

defende que o governo deve submeter-se ao povo enquanto os indivíduos devem doar seus

direitos a comunidade. O contrato social, para ele, deve ser modificado constantemente, sendo

que este é uma ação feita para impedir a degeneração e a corruptibilidade, de modo que

prevalece a vontade coletiva e não a individual. O soberano satisfaz apenas a vontade

coletiva, abdicando-se da própria.

O último, mas não menos importante estágio, a sociedade civil, para Hobbes defende

um estado absolutista, que é regido por normas e sanções que garantem a vida aos indivíduos,

e com desigualdades. O governante só pode ser deposto caso este não consiga proteger as

pessoas de morrerem de forma violenta, como no estado de natureza. Locke, em por sua vez,

defende um estado liberal, ou seja, é dever do estado garantir uma lei natural: vida, autodefesa

da própria vida e propriedade. Esse estado pode ser dividido em três poderes sendo eles

legislativo, executivo e judiciário. Cada indivíduo detém seus próprios deveres, sendo de

extrema importância a ação de exercer esses direitos. Já Rousseau, defende um estado social-

democrata, esse em que o povo é maior que o rei, mas que a propriedade privada não seja um

bem inalienável. O direito legal não é algo vindo divinamente, mas resultante de um direito

vindo da soberania popular. Ele também sustenta o direito à revolução para chegar em um

bem comum, assim se o governo não cumprir com os requisitos de atender a população e se

não agir corretamente, ele torna passível de substituição e de uma reestruturação do contrato.

4. Conclusão

Concluímos que o presente trabalho não foi somente importante para a compreensão dos

alunos que irão usufruir dos nossos resultados, mas também para o nosso aprofundamento

próprio deste tema. Uma vez que é um assunto de muita importância e que exige um

comprometimento, criar o material de estudo foi uma forma alternativa de fixar e buscar

conexões com o conteúdo. Atingimos de forma clara, simples e didática todos os objetivos

requeridos na execução do trabalho.

Referências

COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos da Filosofia. 2ª ed. São Paulo:

Saraiva, 2013.

MEDEIROS, Alexsandro. Principais contratualistas. Disponível em <http://www.portalco

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nscienciapolitica.com.br/filosofia-politica/filosofia-moderna/os-contratualistas/>. Acesso em

17 de agosto de 2017.

CRÍTICA, razão. Comparando Hobbes, Locke e Rousseau. Disponível em

<https://mafaldacomplica.wordpress.com/2013/04/23/comparando-hobbes-locke-e

rousseau/>. Acesso em 23 de agosto de 2017.

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A Física a Arte e o Marketing na Teoria Geral das Cores

Joviane Calixto S. Souza1, Leonardo Silva Teixeira

1, Loredana Romano Devico

1,

Dickson Duarte Pires1, Poliana Poliana Cristina O. C. Diniz

1, Robson H. Rosa

1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP

38400-364 -Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected],[email protected], [email protected]

Abstract. This project aimed to make the teaching and learning process of optics

more applied, pleasant and attractive to high school students, using workshops as

well as integrating the knowledge of physics, art and marketing, inherent to the

middle level education integrated with technical administration course. For that

much the aim of this work, was to employ a practical and intuitive methodology

consisting of a systematic bibliographic review, selection of the appropriate

learning objects, preparation and execution of a workshop that included the general

theory of colors, integrating physics, art and marketing, and the evaluation of the

use of this workshop in the teaching environment, highlights that the initial results

were satisfactory.

Resumo. Buscou-se com este projeto tornar o processo de ensino e aprendizagem

de óptica mais aplicado, agradável e atraente, aos estudantes do ensino médio, com

o uso oficinas do conhecimento integrando os conhecimentos de física, arte e

marketing, inerentes ao ensino médio integrado ao curso técnico de administração.

Para tanto, buscou-se empregar uma metodologia prática e intuitiva constituída de

revisão bibliográfica sistêmica, escolha dos objetos de aprendizagem adequados,

preparação e execução de uma oficina que contemplou a teoria geral das cores

integrando a física, a arte e o marketing, e a avalição do uso desta oficina no

ambiente de ensino, ressalta que os resultados iniciais mostraram-se satisfatórios.

1. Introdução

A maioria dos estudantes do ensino médio integrado aos cursos técnicos não conseguem

conectar adequadamente os conhecimentos abordados nas disciplinas de forma isolada, como

exemplo a teoria geral das cores. Uma das formas de tentar resolver esse problema pode ser

através do uso de oficinas práticas do conhecimento que contemplem esta integração.

O conceito de oficina aplicada a educação refere-se ao lugar onde se aprende fazendo

junto com os outros. Segundo Omiste et al. (2000), a oficina é um âmbito de reflexão e ação

no qual se pretende superar a separação que existe entre a teoria e a prática, e entre

conhecimento e trabalho e entre a educação e a vida.

Nesse sentido, a arte e percebida como lugar de intersecções de saberes e de

proposições críticas pode ser entendida como ferramenta eficaz para a construção

interdisciplinar do conhecimento. Na diversidade de conceitos, matérias e linguagens que

compõe a natureza da arte, principalmente nas linguagens visuais, pode ser eleger o

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entendimento e a habilidade de manipulação das cores com umas das principais questões.

Desde os tempos mais remotos às cores são atribuídas importantes funções estéticas, poéticas

e subjetivas como elementos significantes da linguagem humana, compondo, assim o cabedal

instrumental de percepção da vida concreta e simbólica dos indivíduos.

Sabe-se que as cores influenciam os consumidores no mundo do marketing e da

publicidade. Nesse contexto, Kotler (2006) destaca que se faz necessário o posicionamento de

mercado, cuja estratégia é desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar

destacado na mente do consumidor.

Balbino (2007), destaca que os objetos de aprendizagem (OAs) podem ser entendidos

como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada

durante um suporte ao ensino e aprendizagem. Neste projeto de ensino, destaca-se o uso de

mídias digitais como suporte nas oficinas práticas do conhecimento. Diante deste cenário,

faz-se necessário o emprego de metodologias diferenciadas como o uso da oficina: a física, a

arte e o marketing na teoria geral das cores.

2. Metodologia

A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de cinco etapas. A primeira etapa foi

dedicada a revisão bibliográfica sistemática na literatura científica, através de dissertações,

teses e artigos científicos que tratasse sobre a teoria geral das cores. Em seguida buscou-se

estudar os principais tópicos a serem abordados na oficina, visto que o tema poderia fazer a

integração da física, da arte e do marketing.

A segunda etapa consistiu-se da escolha dos objetos de aprendizagem (OAs). Optou-

se por escolher as mídias digitais, com intuito de propiciar um ambiente de aprendizagem

mais intuitivo e atraente.

A terceira etapa consistiu-se na preparação da oficina. Nesta etapa, buscou-se preparar

uma oficina com recursos áudio visuais e sonoros, e um ambiente adequado. No plano de aula

buscou-se abordar, os aspectos físicos da teoria geral das cores, como o conceito de luz, o

experimento de Isaac Newton com o prisma e outros. Na arte, buscou-se abordar as diferentes

percepções das cores na produção simbólica dos signos e significantes em diferentes vertentes

artísticas com destaque para percepção nas artes visuais, no teatro, na arquitetura e na

decoração. No marketing, buscou-se apresentar o conceito de posicionamento de mercado, as

formas de penetrar na mente humana, e a exemplificação de algumas marcas de destaque no

mercado nacional e internacional.

A quarta etapa consistiu-se na apresentação da oficina, com os recursos áudio visuais,

sonoros, e os objetos de aprendizagem (OAs), com a ministração realizada pelos três

integrantes deste projeto, sob a orientação e acompanhamento dos professores especialistas

nas áreas de física, arte e marketing, isto, a uma turma de 30 alunos do ensino médio

integrado do Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM),

campus Uberlândia Centro.

A quinta etapa consistiu-se na avaliação do projeto, que se deu durante a apresentação

da oficina. Buscou-se verificar a interação e o interesse dos alunos durante a apresentação da

aula.

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3. Análise e discussão dos resultados

Durante a execução da oficina do conhecimento apresentada pelos integrantes do projeto,

verificou-se que empregaram recursos audiovisuais adequados, como slides e mídias bem

elaborados, ilustrativos, explicativos e com animações modernas. Ressalta-se que, a condução

da oficina com o uso das mídias digitais foi de extrema relevância, visto que os alunos se

mantiveram participativos e focados na aprendizagem do conteúdo em exposição durante

todo o processo.

4. Conclusões

Os resultados iniciais com execução deste projeto de ensino mostraram-se satisfatórios, visto

que durante a oficina do conhecimento os alunos estiveram o tempo todo participativos,

atentos e interessados na aula. Portanto verificou-se que a integração da física, da arte e do

marketing é possível de ser feita no ambiente de aprendizagem, e é capaz de torna-lo mais

atraente, agradável e produtivo.

Por fim, é fundamental ratificar que esse projeto está de acordo com os paradigmas da

educação contemporânea que para além das abordagens dos conteúdos curriculares

específicos, oferece ao estudante a oportunidade de acesso a um saber significativo, concreto

e de qualidade construído na perspectiva de uma formação unilateral.

Referências

BALBINO, J. (2007). “Objetos de Aprendizagem: Contribuições para sua geneaologia”.

2007, disponível em <http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/>. Acesso em 05

set. 2017.

KOTLER, P. & KELLER, K. L. “Administração de Marketing”. Tradução de Mônica

Rosenberg, Brasil Ramos Fernandes e Cláudia Freire. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice

Hall, 2006.

OMISTE, A . S; LÓPEZ, M. D. C.; RAMIREZ, J. Formação de grupos populares: uma

proposta educativa. In CANDAU, Vera Maria; SACAVINO, Susana (Org.) Educar em

direitos humanos: construir democracia. Rio de Janeiro : DP&A, 2000.

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Curta-metragem "lIFe"

Augusto Silva Garcia (professor orientador), Daniel Tomaz Santos de Medeiros,

Isabella Araujo Dias Damaceno, João Pedro Ferreira Theodoro, Loredana Romano

Devico, Nathalia Martins Pessoa, Tiago Oliveira Spironello

Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Centro – Uberlândia, MG – Brasil

[email protected]

Abstract. This paper briefs the reader in regards to the objectives and basis of the

shortfilm „lIFe‟, which is to be presented at the 3ª mostra de trabalhos of the

Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Centro at the city of

Uberlândia, MG. The shortfilm in question is the colaborative work of many

students from the 2nd grade, both from Administration and Computer Graphics,

with three of them being more directly involved at directing scenes and filming, and

other three working on editing and post production. The shortfilm is centered

around a small lionhead white bunny living a day the life of an IFTM student.

Resumo. Este artigo apresenta uma prévia ao leitor em relação aos objetivos e os

fundamentos do curta-metragem „lIFe‟, que será apresentado na 3ª mostra de

trabalhos do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Centro na

cidade de Uberlândia MG. O curta-metragem em questão é fruto do esforço

colaborativo de muitos alunos do 2º ano, tanto de Administração quando

Computação Gráfica, com três deles sendo mais diretamente envolvidos em dirigir

e filmar cenas, e outros três trabalhando na edição e pós produção. O curta-

metragem é centrado em um pequeno coelho branco da raça lionhead que vive um

dia na vida de um estudante do IFTM.

1. Informações gerais

O curta-metragem “lIFe” surgiu como parte das oficinas de linguagem da 2ª série do curso

integrado de Administração do IFTM – Campus Uberlândia Centro. Inicialmente, a ideia era

explorar a linguagem cinematográfica numa aula expositiva e dialogada com os alunos, mas

com a presença de um visitante inusitado, um coelho branco da raça lionhead, e com os

equipamentos disponíveis no setor audiovisual, a aula foi mudada para uma oficina prática

onde os alunos receberam uma ideia e, juntamente com ela, a liberdade de explorá-la como

eles achassem melhor. A ideia principal do curta-metragem seria “Uma carta de amor ao IF”,

e o argumento principal seria: “um coelho vive o dia-a-dia de um estudante do IF”.

A ideia não é totalmente inédita, a exemplo de filmes e clipes que trabalharam com a

inserção de animais e seres fantásticos e inusitados no contexto do dia-a-dia do homem

moderno, como é o caso do clipe “Coffee and Tv” da banda britânica Blur, em que uma

caixinha de leite sai pelas ruas da cidade em busca de um garoto desaparecido, enfrentando

diversas situações.

Para a realização das filmagens, os alunos da sala foram divididos em dois grupos de

filmagem. Um grupo gravaria cenas em 1ª pessoa, sob a perspectiva do coelho, se deslocando

pelas dependências do instituto com uma câmera rente ao solo, alternando a altura para

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simular os pulos do coelho. A outra equipe gravaria cenas em 3ª pessoa onde o coelho iria

interagir com pessoas, situações, lugares. Neste sentido, os alunos escolheram que situações

filmar, recapitulando, cronologicamente, o que fazem desde que chegam ao instituto até o

momento que saem.

Entre as situações filmadas estão: aulas em sala, no laboratório, a interação com

amigos e alunos, a hora do lanche, a biblioteca, a interação com obras de arte, inclusive

momentos inusitados como um feedback devido a mau comportamento. A principal

preocupação era não causar estresse ou desconforto ao animal, pois coelhos são muito

sensíveis. A experiência foi, no geral, mais fácil do que inicialmente pensado, pois o animal

se manteve bem tranquilo e os alunos demonstraram maturidade e sensibilidade ao lidar com

o animal, que se tornou muito querido por todos, incluindo staff e corpo docente.

No entanto, filmar é apenas parte do processo e, como sabido, muitos filmes podem

ser arruinados na mesa de edição e na pós-produção, bem como filmes que seriam os

chamados “box office bombs” (fracassos de bilheteria) podem ser salvos por uma boa edição.

Neste sentido, contamos com a ajuda de três alunos da 2ª série do curso integrado de

Computação Gráfica que mostraram exímio conhecimento de técnicas de montagem e edição,

refletidos num trabalho anterior da disciplina de Inglês, onde eles receberam a tarefa de

elaborar um vídeo-clipe.

Com mais de quatro horas de cenas filmadas, nos deparamos com a dificuldade de

selecionar o melhor material, de definir a ordem em que os eventos seriam apresentados, de

escolher uma identidade estética para a película: que filtros usar, quantos frames por segundo,

que efeitos buscar. Uma outra preocupação importante refere-se ao que, em inglês, se chama

de “pacing” – o ritmo da película. E o ritmo, juntamente com as cenas escolhidas são

fundamentais para a veiculação adequada da ideia original de representar o amor dos

estudantes pelos elementos que compõem essa vivência escolar, que é um dos aspectos mais

importantes e marcantes da vida de uma pessoa. Se a ideia não for bem apresentada, então os

esforços, por mais bem-intencionados que sejam, e por mais que, no geral, a película seja

bem-feita, dos pontos de vista técnico e artístico, fora em vão.

No geral, consideramos a experiência muito proveitosa e ela mostrou alguns talentos

que fazem parte do instituto, e que, com os recursos adequados, podem construir obras de arte

relevantes e inspiradoras. Como se trata de um projeto artístico, parte da sua apreciação reside

no campo da subjetividade, e o resultado final desses esforços apenas será percebido no

momento da efetiva apresentação do curta-metragem ao público, no contexto da 3ª Mostra de

Trabalhos.

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Imagem 1. Um Coelho da raça lionhead

Imagem 2. Campus Uberlândia – Centro do Instituto Federal do Triângulo Mineiro.

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Imagem 3. Cena do clipe “Coffee and Tv” da banda britânica Blur.

Referências

Dmytryk, Edward (1984). On Film Editing: An Introduction to the Art of Film Construction.

Focal Press, Boston.

Murch, Walter (2001). In the Blink of an Eye: a Perspective on Film Editing. Silman-James

Press. 2d rev. ed.

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IFsseia: a Criação de um Roteiro Artístico Teatral a Partir da

Obra Clássica de Homero

Clarice Regina da S. Santos¹, Daniele Aya T. Yoshii¹, Lísia Moreira Cruz¹, Marcio

Bonesso¹

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus

Uberlândia Centro. Rua Blanche Galassi, 150, Morada da Colina, 38.411-104, Uberlândia -

MG

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected]

Abstract. This meta-paper describes the process of creating an artistic presentation

in the theatrical form developed by high school students within the scope of the

Knowledge Workshops course. The work was done from the adaptation of the

Odyssey and from collective and individual ideas. In the development of the work,

creativity and knowledge were explored, broadening the artistic and intellectual

horizon of those involved in the Project.

Resumo. Este artigo descreve o processo de criação de uma apresentação artística

na forma teatral desenvolvido por alunos do ensino médio no âmbito da disciplina

Oficinas do Conhecimento. O trabalho foi realizado a partir da adaptação da obra

Odisseia e de ideias coletivos e individuais. No desenvolvimento da obra a

criatividade e o conhecimento foram explorados, ampliando o horizonte artístico e

intelectual dos envolvidos no projeto.

1. Introdução

As transformações da sociedade diante dos avanços tecnológicos acelerados nas últimas

décadas demandam que escolas busquem inovar suas abordagens educativas, especialmente

quando se trata da educação técnica integrada ao ensino médio. É imperativo que, nesta etapa,

os jovens capacitem-se para a continuidade nos estudos, para os enfrentamentos da vida

cotidiana e para o mundo do trabalho, desenvolvendo habilidades e competências, buscando a

constante atualização mediante a tais transformações.

Diante desse contexto, é desenvolvida no curso de Administração Integrado ao Ensino

Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro-Campus

Uberlândia Centro a disciplina “Oficinas do Conhecimento”, que tem como propósito a

integração curricular entre a educação profissional e o ensino médio, por meio do

processo de investigação e pesquisa. Contextualização, problematização e

sistematização dos resultados ligados ao tema articulador de pesquisa: Ação

Comunitária. Desenvolvimento das etapas de pesquisa e planejamento de ações

intervencionistas na comunidade pesquisada/estudada. Realização de Oficinas de

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Aprendizagem articuladas aos temas do Curso Técnico em Administração. (IFTM,

2015)

Mediante a esta realidade foi desenvolvido, pela turma do 1° ano do referido curso, o

projeto IFisseia, de elaboração de um roteiro para uma apresentação artística na forma teatral,

orientado pelos professores Marcio Bonesso e Lísia Moreira Cruz.

Assim, o objetivo do presente trabalho é descrever a realização do projeto IFisseia,

que buscou promover um crescimento intelectual e das habilidades dos alunos envolvidos,

tendo como consequência a produção de um conhecimento ligado com aspectos filosóficos e

artísticos, visando resultar em um roteiro que retrata o poema épico do final do século de VIII

aC. de uma maneira contemporânea e sob uma nova perspectiva.

2. Desenvolvimento

A elaboração do projeto foi embasada na obra clássica Odisseia, de Homero poeta da

antiguidade grega, contada por Rocha (2011). A metodologia de pesquisa adotada foi

embasada na leitura da obra e nas ideias criativas que os alunos envolvidos discutiram com

grande engajamento nas reuniões realizadas sob orientação dos professores responsáveis.

Os alunos envolvidos no processo foram agrupados de acordo com suas habilidades

nas áreas de atuação, dança, canto e planejamento para realizar uma adaptação da obra em

questão, retratando aspectos da contemporaneidade em uma apresentação artística na forma

teatral. Desse modo, foi criado um cronograma de atividade e um roteiro que descreve as

sequências das encenações. Os encadeamentos de execução do trabalho estão sintetizados na

Figura 1.

Figura 1. Sequência de elaboração do trabalho.

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O projeto foi iniciado no dia 02 de Junho de 2017, com a divisão inicial de grupos, de

acordo com a afinidade de cada aluno por áreas como música, dança, atuação e gestão. Foram

definidos também os temas centrais do roteiro, para que fosse possível dar início a montagem

de algumas cenas e canções. Assim, para a melhor execução do trabalho houve a utilização de

instrumentos musicais, como: violão, violino, flauta e o teclado. Além disso, o uso de

computadores e smartphones conectados à Internet foram essenciais para elaboração do

trabalho, uma vez que, em conjunto, por meio de aplicativos de compartilhamento e

colaboração, os alunos alimentaram individualmente os documentos com suas contribuições

que resultaram no roteiro em questão.

3. Resultados e discussões

As reuniões aconteceram semanalmente durante um trimestre, totalizando 28 horas/aula.

(Figura 2). A cada encontro as encenações eram desenvolvidas e aperfeiçoadas. Foram

adicionadas novas músicas, criadas coreografias e os ensaios dos atores eram apresentados a

toda a sala e os docentes, para que em conjunto fosse feito o melhoramento de cada cena,

visando sempre um resultado final de qualidade e atrativo. O cronograma feito pela comissão

de gestão que incluía os dias de cada reunião e o que deveria ser feito em cada uma foi de

fundamental importância para que os alunos fossem norteados e desenvolvessem o projeto

com êxito.

Figura 2. Imagens da atuação dos alunos durante o desenvolvimento do trabalho.

Seguem alguns trechos das falas adaptadas pelos alunos:

“Levante-se. Vou lhe dar algumas instruções. Ali se encontra o templo de Poseidon e

logo adiante, a entrada para a cidade. Não posso caminhar ao teu lado na frente do

povo, pois as fofocas são muitas... Em breve estarei me casando e se me verem ao seu

lado confundirão as coisas. Portanto, se dirija até o palácio à procura de meu pai e

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minha mãe. Abrace os joelhos da rainha se pretendes regressar rapidamente.”

Personagem Nausícaa.

“Mas é Poseidon que guarda um forte rancor contra Odisseu por ele ter vazado o

único olho de um de seus filhos ciclope, Polifemo. E é por isso que ele faz com que

Odisseu erre longe de sua pátria. Mas isso já basta! Encontraremos uma maneira de

lhe assegurar o retorno.” Personagem Zeus.

“E foi assim que por um único instante de bobeira minha, talvez pelo cansaço da

dezena de noites que havia passado sem dormir, Ítaca minha amada casa que já estava

ao alcance dos olhos… novamente se distanciou pelos ventos do maligno Éolo e

voltamos a ilha de Eólia sem que fosse nossa vontade.” Personagem Odisseu.

O esforço individual de cada aluno e dos professores envolvidos contribuiu para que

em apenas três meses o roteiro fosse finalizado e agora o projeto iniciará uma nova etapa,

integrado a disciplina de Arte, para que seja possível aperfeiçoar a apresentação teatral e

posteriormente apresentá-la.

4. Considerações finais

A partir do desenvolvimento do projeto em questão, técnicas e habilidades individuais foram

aprimoradas, onde cada um dos envolvidos que tiveram grande engajamento para a realização

das atividades obtiveram como resultados a experiência nas diversas áreas envolvidas e o

enriquecimento cultural e intelectual. Além disso, o projeto resultou na construção e um

roteiro para a elaboração de um espetáculo artístico teatral.

Referências

IFTM. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. Projeto

Pedagógico do Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. 2015.

Rocha, R. Ruth Rocha Conta a Odisseia. 1.ed. São Paulo: Salamandra, 2011.

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Modalidade de Pesquisa

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Um Relato de Caso no atendimento Educacional Especializado:

Contagem, numeração e desenvolvimento pessoal

Hutson Roger Silva, Ângela Maria Volpi, Maria Tereza Menezes Freitas

¹ Graduando da Faculdade de Matemática (FAMAT) – Universidade Federal de Uberlândia

(UFU) Av. João Naves, 1212, Santa Mônica – Minas Gerais.

² Professora da Escola Municipal Professora Cecy Cardoso Porfírio - R. Rio Jequitinhonha,

Mansour, Uberlândia – MG.

³ Professora Doutora da Faculdade de Matemática (FAMAT) – Universidade Federal de

Uberlândia (UFU) Av. João Naves, 1212, Santa Mônica – Minas Gerais [email protected] ,

[email protected]

Abstract. This article reports the experience with a special student. The special

student had no perception of counting and ordering, having great doubts.

Teachers in the industry decided to work with materials that displayed numbers

and colored figures to try to aid in their learning. Analyzing the development of

the teaching proposals, it was evidenced that the student's difficulties on the

mathematical subjects were naturally solved. Moreover, it was possible to

observe the improvement of the teacher-student relationship, evidencing an

improvement of the teaching and learning process.

Resumo. O presente artigo relata a experiência realizada com uma aluna

especial. A aluna especial não tinha percepção de contagem e ordenação, tendo

grandes dúvidas. Os professores do setor decidiram trabalhar com materiais

que exibiam números e figuras coloridas para tentar auxiliar em seu

aprendizado. Analisando o desenvolvimento das propostas de ensino evidenciou-

se que as dificuldades da estudante sobre os temas matemáticos abordados

foram se solucionando naturalmente. Além do mais pôde ser observado a

melhoria da relação professor-aluno evidenciando um aprimoramento do

processo de ensino e aprendizagem.

1. Introdução O Atendimento Educacional Especializado (AEE) foi criado para auxiliar alunos que

tenham algum tipo de deficiência e garantir o acesso à educação.

Com essas finalidades, a Constituição de 1988 prevê o atendimento para as pessoas

com necessidades especiais, o que está definido como Educação Especial.

É importante lembrar que segundo os documentos (BRASIL, 2006):

a) esse atendimento refere-se ao que é necessariamente diferente da

educação em escolas comuns e que é necessário para melhor

atender às especificidades dos alunos com deficiência,

complementando a educação escolar e devendo estar disponível

em todos os níveis de ensino;

b) é um direito de todos os alunos com deficiência que necessitarem

dessa complementação e precisa ser aceito por seus pais ou

responsáveis e/ou pelo próprio aluno;

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Além do mais, vale ressaltar que de acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de

setembro de 2008:

§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto

de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados

institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar

à formação dos alunos no ensino regular.

§ 2º O atendimento educacional especializado deve integrar a

proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e

ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.

O AEE é um trabalho que elabora, organiza materiais e recursos pedagógicos que

possam reduzir a barreira entre o aluno e o ensino de acordo com suas necessidades

físicas. Segundo as orientações, a proposta deve ser articulada com a escola, contudo suas

atividades são diferentes das salas de aula do ensino regular. (BRASIL, 2009)

Apoiando nas orientações dos documentos do MEC, a proposta aqui relatada

buscou atender as dificuldades de uma aluna especial, explorando conteúdos fundamentais

por meio de jogos e materiais coloridos que expressavam números.

Na educação matemática o jogo tem sido valorizado, pois parece contribuir para o

desenvolvimento do estudante, garantindo uma visão melhor sobre a aprendizagem.

Para Kishimoto (1996, p.36):

O jogo é um recurso que ensina, desenvolve e educa de forma

prazerosa, se materializa como instrumento facilitador na construção

da aprendizagem, uma vez que habilidades como raciocínio,

memória, domínio de cálculo, operações matemáticas básicas de

distância, volume, peso, noções de sequência, além de se melhorar a

qualidade física do aluno, como respiração, tônus muscular, agilidade

física e de raciocínio.

Diante desta afirmativa a proposta de ensino deste contexto buscou acompanhar e

solucionar as dúvidas de uma aluna especial referente à ordenação de números e a

contagem.

A proposta de ensino, com relação cuidadosa que respeitava o tempo da aluna, teve

resultados surpreendentes e, ao final do período de estágio já se podia notar uma melhora

significativa em sua percepção lógica referente a contagem e ordenação de números, além

do mais foi possível evidenciar um desenvolvimento psicológico e pessoal da aluna,

aperfeiçoando a relação professor-aluno.

2. O acompanhamento especial Este texto relata a primeira experiência com Atendimento Educacional Especializado de

um aluno do curso de graduação em matemática. Este momento se insere no âmbito do

estágio obrigatório que a grade curricular do curso exige.

A aluna especial, protagonista deste relato, possui microcefalia e atraso no

desenvolvimento psicomotor. Contudo, é uma aluna amorosa, esforçada e tímida. Esta

aluna nunca desrespeitou algum professor e alega ser tratada com muito amor pela família,

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aliás, ela adora contar os acontecimentos de sua casa. Muito de seus relatos versam sobre

as brincadeiras com os irmãos e afirma gostar da escola.

Um ponto que merecia atenção foi a compreensão sobre a posição ou ordenação

numérica da aluna. A aluna tinha dúvidas sobre a ordenação dos números e às vezes não

sabia qual número vinha antes ou depois.

Para tentar solucionar este problema, foi utilizado um material que continha

números e imagens. Foi realizada a contagem e ordenação até o número 10, e sempre era

acrescentado mais números aos próximos encontros. O material era semelhante a pequenas

cartas que continham números e dentro delas desenhos com suas quantidades.

Após o conhecimento do material e a exploração do mesmo, foi solicitado a aluna

para ordenar os números, e sem titubear a aluna conseguiu executar a atividade sem a

interferência dos professores, como mostra a Figura 1.

Figura 1. Ordenação dos números.

Em outros momentos foi solicitado que a aluna agrupasse, utilizando o material

dourado, a quantidade de cada carta em grupos. A aluna conseguiu agrupar até o número

11 e do número 12 em diante notou-se uma dificuldade em realizar a atividade. Acredita-

se que a atividade se tornou cansativa, o que fez a aluna não querer prosseguir e,

respeitando seu rimo a aluna recebeu auxílio para prosseguir e concluir a atividade, que

envolvia contagem.

Notou-se aos pouco que a aluna se mostrava mais à vontade, sorrindo, participando

e não tinha mais a mesma timidez que apresentava inicialmente, se soltando e até

contando histórias. Em um de seus momentos a aluna relatou que queria estudar, mas a

mãe e a irmã a incomodava. Uma queria que ela fosse ao mercado e a outra queria brincar.

Segundo ela, esta situação a deixava irritada, pois sua prioridade no momento era estudar.

A aluna demonstrava grande interesse em querer aprender a ler e a “contar”, como

ela mesma relatou. A aproximação com os professores e a abertura nas conversas,

evidenciou que a aluna sentia confiança para se abrir ao diálogo.

A aluna conquistou uma melhora significativa a respeito das relações sociais,

especialmente com os professores do setor, além do mais se sobressaiu muito bem nas

atividades, pois acertou toda a ordenação e o agrupamento, como relata a Figura 2.

Figura 2. Momento da oficina

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Com seu rendimento, a oficina prosseguiu trabalhando com a soma de números

naturais. A aluna tem limite para o aprendizado, chega a certo ponto que não podemos

forçá-la a prosseguir com o andamento da oficina e, mesmo que seja antes do tempo

previsto para o término da atividade, se deve parar.

Quando ela se sente cansada, fica nervosa e isto faz com que ela não consiga

resolver mais nenhuma situação proposta. No início ela conseguia realizar as somas com

tranquilidade quando, estas somas envolviam números de 0 a 9.

Utilizamos o material dourado para auxiliar na contagem e nas somas, porém após

a aluna se sentir exausta, surgia dificuldade da parte dela, não conseguindo terminar os

exercícios propostos.

Esta reação mostrou que se devia respeitar os limites de nossa aluna e prosseguir

com os trabalhos até onde ela conseguisse. Percebe-se ser esta postura uma forma de

priorizar a qualidade do ensino a ser construído por ela e não a quantidade de elementos

que ainda demanda explicação para aquisição do conhecimento.

3. Considerações finais

Após a experiência com esta aluna ficou bem claro para todos os membros do

projeto que explorar a matemática de forma lúdica para alunos especiais se mostra

didático e atrativo.

Quando misturava figuras e desenhos para a aluna sua percepção sobre os números

era melhor, porém não poderíamos ultrapassar os seus limites. Se ela se sentia cansada,

logo entediava, demonstrando uma atitude que era o momento de pausar a atividade e

continuar posteriormente.

Esta experiência evidenciou a importância do diálogo entre os alunos especiais.

Percebeu-se que, de acordo com a reação da aluna aos elogios e incentivos, ela se tornava

mais aberta aos professores, abrindo-se ao diálogo e aprimorando a relação professor-

aluno e sua aquisição do conhecimento que estava sendo explorado.

Referências bibliográficas

BRASIL. Decreto nº 6571. Brasília, 2008.

BRASIL. Educação Inclusiva. Ministério da educação, 2006.

BRASIL. Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializada na

Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília, 2009.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Pulo:

Cortez, 1996.

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Investigação e Modelagem Matemática

Hutson Roger Silva1, Arlindo José de Sousa Junior

2

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia (IFTM). R. Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina, Uberlândia - MG,

38400-364. [email protected]

2Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa Monica. Av. João Naves de Ávila,

2121 - Santa Mônica, Uberlândia - MG, 38408-100. [email protected]

Abstract. This article aims to analyze how the difference between a research and

mathematical modeling. Research and modeling are very close, but diverse. The

word inquiry is not necessarily linked to very sophisticated problems. Its basis is

on issues that really interest us for which are not answers, so we look for that

answer in fundamental and rigorous principles. In this way we can say that

investigating does not oblige us to work with very difficult problems. It is

already a Mathematical Modeling, a presupposition, a part of a situation, a

mathematical method, a proposal for secondary education and an educator in its

perspectives in the classroom, being a process that involves obtaining a model.

Resumo. Este artigo tem como objetivo analisar as diferença entre a

investigação e modelagem matemática. A investigação e a modelagem são bem

próximas, porém distintas. A palavra investigar não está ligado necessariamente

a problemas muito sofisticados. Seu embasamento está voltado a questões que

realmente nos interessam para quais não temos respostas prontas, logo

procuramos essa resposta em princípios fundamentados e rigorosos. . Já a

Modelagem Matemática parte de uma situação problema a um modelo

matemático, é uma proposta que surgiu para auxiliar o educador em suas

perspectivas em sala de aula, sendo um processo que envolve a obtenção de um

modelo.

1. Investigação e Modelagem Matemática

A palavra investigar não está ligado necessariamente a problemas muito sofisticados. Seu

embasamento está voltado a questões que realmente nos interessam para quais não temos

respostas prontas, logo procuramos essas respostas em princípios fundamentados e

rigorosos.

Desse modo, podemos dizer que investigar não nos obriga a trabalhar com

problemas muito difíceis. Significa trabalhar com questões que de início apresentem um

modo confuso para sua resolução, mas que podemos procurar claridade para estudar de

modo organizado. (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).

Já para os matemáticos profissionais, investigar é descobrir relações entre objetos

matemáticos conhecidos ou desconhecidos, procurando identificar as respectivas

propriedades (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).

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Uma investigação matemática pode se desenvolver em torno de vários problemas,

sendo eles ligados à disciplina ou não.

Já a Modelagem Matemática, semelhante a este pressuposto, parte de uma situação

problema a um modelo matemático, é uma proposta que surgiu para auxiliar o educador

em suas perspectivas em sala de aula, sendo um processo que envolve a obtenção de um

modelo.

Sendo assim, a modelagem pode ser considerada como uma arte, ao formular, resolver e

elaborar expressões que valham não apenas para uma solução particular, mas que também

sirva, posteriormente, como suporte para aplicações futuras. (BIEMBENGUT, 1999)

A modelagem pode ser associada a situações reais entrelaçadas a matemática.

Normalmente, é bem pertinente quando usada em aulas investigativas, favorecendo o

processo de ensino aprendizagem, pois aproxima o cotidiano do aluno a investigação

científica (SEREIA; PIRANHA, 2010).

Não compreendemos as investigações ou a modelagem de problemas como uma

ferramenta que por si só possa resolver todas as situações propostas, pois em alguns casos

o resultado pode sair do esperado. Quando trabalhamos uma situação problema, o nosso

objetivo é resolvê-lo. No entanto, devemos observar todo contexto trabalhado. (PONTE;

BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).

Para resolver qualquer problema proposto, podemos fazer outras descobertas ou

associações que se revelem tão importantes quanto à solução de um exercício. Quando não

conseguindo resolver o problema, não podemos afirmar que o trabalho deixou de valer a

pena, as descobertas dentro do ramo estudado podem trazer méritos significativos tanto

para o educador e os alunos. (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).

Para realizar uma aula de investigação devemos obedecer quatro momentos,

semelhantes a momentos de atividades que envolvam a modelagem.

O primeiro momento da investigação abrange em reconhecer a situação proposta. O

segundo momento se dá pela reformulação de conjecturas, ou seja, como será trabalhado o

problema. O terceiro passo inclui a realização de testes a situação proposta. E, finalmente,

o último momento se diz respeito ao diálogo, a demonstração e avaliação do trabalho

realizado para conhecer os ambos os resultados alcançados e amadurecer as conclusões.

(PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).

Para melhor compreender a diferença entre modelagem e investigação matemática

analisaremos as etapas da modelagem.

Para trabalhar Modelagem Matemática são fundamentais duas observações iniciais. A

primeira é associar o tema escolhido com a realidade a ser trabalhada e, a segunda,

disseminar as experiências adquiridas no decorrer do processo.

A modelagem matemática gera três etapas, segundo Pinker (apud SCHEFFER, 1995):

formular o problema, construir um modelo matemático, busca a testagem de uma solução

modelo e, por fim, a validação da solução.

Biembengut (1999, p.21) esclarece estas etapas em três procedimentos básicos:

c) Interação

Reconhecimento da situação problema;

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Familiarização com o conteúdo a ser abordado, a pesquisa.

d) Matematização

Formulação de problemas, a hipótese;

Resolução do problema em termos do modelo.

e) Modelo Matemático

Interpretação da solução;

Validação do modelo, o uso.

Os momentos relatados por Ponte, Brocado e Oliveira (2003) e Biembegunt (1999)

podem ser divididos conforme o quadro 1.

QUADRO 1. Momentos na realização de uma investigação e Modelagem

Fonte:

Investigações Matemáticas na Sala de aula, (2003, p. 21) e Biembengut (1999).

Nota: Dados trabalhados pelo autor.

A interação garante que o aluno pesquise de forma que garanta um conhecimento

prévio do que será trabalhado após ser apresentada a situação problema.

Na matematização, considerada por Biembengut, é a etapa mais complexa e

desafiante, pois propõe ao estudante formular técnica para resolver a situação inicialmente

proposta. Nesta fase, o aluno precisa separar as informações, decidir os mecanismos

matemáticos a serem utilizados, identificando as incógnitas envolvidas, levantando

hipóteses e, principalmente, descrever as ações matemáticas a serem abordadas. Após

formular a situação problema, cabe aos educandos propor uma solução.

Na terceira etapa, o modelo matemático, o aluno deve verificar se todas suas

teorias levantadas estão exatas. Se suas conclusões estiverem longe da situação real, deve-

se voltar e verificar onde se encontram as partes que podem ser alteradas. O professor deve

lembrar que, principalmente, na fase do modelo matemático deve se pedir que todos

registrem o que esta sendo executado.

Observando os principais pontos, nota-se que a investigação valoriza a construção e o

diálogo que o processo de ensino acarretará. A modelagem valoriza as diferentes formas

de resolução de problema, no entanto em uma aula de investigação matemática é de

grande importância reconhecer que a modelagem deve estar presente em sua execução.

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Trabalhos com modelagem podem trazer grandes motivações para educandos e

educadores, além de proporcionar uma facilidade imensa de ensino-aprendizagem,

desenvolver raciocínio lógico, capacitar para formações profissionais, compreender o

papel sócio cultural da matemática e cooperar com a formação cidadã (GAZETTA, 1989).

Ao requerer a participação do aluno nas formulações das questões a estudar, atividade

investigativa tende a favorecer seu envolvimento em sala de aula. Para isto é necessário

permitir ao aluno trabalhar de forma totalmente autônoma, o professor, neste momento, é

um guia para indiciar a direção que a atividade possa tomar.

O professor continua sendo o elemento chave nas aulas, tendo a função de indagar sem

expor a resolução do problema. Realizar aulas investigativas é investir na participação do

aluno em sala de aula, ampliar seus conhecimentos no contexto trabalhado, além de

estimular ao raciocínio crítico e lógico e a formação cidadã.

É notório que este estudo relatada neste trabalho tramita por uma investigação e em meio a

investigação há o uso constante da modelagem de um problema proposto.

2. Considerações Finais Observa-se também que aulas que produzem debate tornam-se envolvente e,

consequentemente, a dispersão deixa de ser algo comum em sala de aula.

Por isto este estudo, também, pode-se afirmar que a produção de aulas

investigativas possibilita um trabalho educativo que garante o desenvolvimento pessoal,

intelectual e profissional, desta forma aconselha se associar o seu uso em sala de aula,

desde que o professor tenha bem definido quais objetivos pretendem assumir. Tendo em

vista que o professor deve estar atento nas observações e nas intervenções sobre os

alunos.

3. Referências

BIEMBENGUT, Maria S. Modelagem Matemática & Implicações no Ensino e

Aprendizagem de Matemática. Blumenau: Ed. Da Furb, 1999.

GAZZETA, M. A Modelagem como Estratégia de Aprendizagem na Matemática em

Cursos de Aperfeiçoamento de Professores. Rio Claro: Universidade Estadual

Paulista, 1989.

PONTE, João P; BROCARDO, Joana; OLIVEIRA, Hélia. Investigações Matemáticas

na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 149p.

SEREIA, Diesse A. O., PIRANHA, Michele M. Aulas práticas investigativas: uma

experiência para a formação de alunos participativos. Disponível em: <

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Ciencias/

Artigos/aulas_prat_investig.pdf> Último acesso em: 01 abr. 2016.

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Influência da marca na mente do consumidor: um estudo da

influência dos grupos de referência no processo de decisão de

compra

Daniel Eloi Gomes1, Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz²

1Marketing – Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro (IFTM)

Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected]

Resumo. Este trabalho visa estudar a influência do comportamento do

consumidor no processo de decisão de compra e no processo de reforço de

marca analisando a influência dos grupos de referência.

Abstract. This academic work involves studying how consumer's behavior

impacts on purchasing decision process as well as on the process of branding

reinforcement considering the influence of reference groups.

1. Introdução

Rio de Janeiro, início do século XIX, D. João VI chega ao Brasil. Ao pisar em sua

principal colônia, ele trás consigo uma série de mudanças nos meios de comunicações, o

que afetariam não somente as pessoas, como todo o comércio brasileiro. A consequência

disso foi a drástica mudança na forma de se comunicar, principalmente para os

comerciantes. Jornais em que circulavam apenas classificados passaram a veicular

propaganda dos diversos armazéns da cidade. E, a partir daí, começou uma briga para ver

qual estabelecimento seria lembrado pelo consumidor por meio da propaganda. Nos dias

atuais, têm se o marketing com as suas diversas estratégias como uma peça fundamental

neste processo de fidelização do consumidor e não apenas os anúncios de jornais como

acontecia no Brasil colônia. Dentre as ferramentas que o marketing possui, por meio do

seu composto mercadológico, a que mais contribui para a criação de um fã da marca, é o P

de Promoção, o qual engloba as peças publicitárias.

2. Referencial teórico

2.1 O uso de personalidades para dar vida às marcas

Neymar é apenas um jogador brasileiro, mas é uma das celebridades mais requisitadas de

marcas como: Baterias Heliar, Seara, Volkswagen, Lupo e Guaraná Antártica. Cialdini

(2012) afirma uma das maneiras em que se decide o que fazer em uma situação é olhar o

que os outros estão fazendo ou fizeram naquela circunstância.

Se muitos optarem por certa ideia, tende-se a segui-la, porque tal ideia é vista

como a mais correta, a mais válida. Deste modo, começa a se entender o porquê das

marcas gostarem tanto de celebridades como o Neymar.

2.2 Como o inconsciente influencia no processo de decisão de compra

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Artistas possuem carros caros, mansões e ganham muito dinheiro. Esses são aspectos que

refletem status e poder. Mesmo que o cidadão comum não possua o mesmo talento do

artista que admira, então, para aparentar ter o mesmo status e poder que eles têm, os

mesmos se vestem da maneira que eles se vestem. Para Fexeus, (2013, p. 27) “[...] as

pessoas gostam daqueles que as lembrem de si mesmas”. As celebridades são o espelho do

futuro daquele indivíduo ou grupo. Esse espelhamento ocorre por diversos fatores, e um

deles é a empatia entre a celebridade e o cidadão comum.

2.3 O uso de celebridades para refletir a imagem da marca

Mas não é toda celebridade que associada a uma determinada marca que é sempre um

sucesso. Um exemplo claro de fracasso do uso de celebridades foi o cantor Roberto Carlos

fazendo propaganda para a Friboi. É de domínio público que o Rei é vegetariano. O ato de

escolher uma pessoa por sua fama e não por seus valores causa um prejuízo gigantesco

para a empresa.

2.4 Criação de celebridades como símbolo de marca

Por outro lado, não somente a credibilidade de uma celebridade é emprestada à marca,

pois a reciprocidade também é verdadeira. Prova disso, Sebastian e Carlos Moreno foram

garotos propaganda criado para dar uma identidade às marcas que trabalhavam C&A e

Bombril, respectivamente. Eles são tão influenciadores no processo de decisão de compra

e de reforço da marca quanto os artistas são. Isso se dá por dois motivos: repetição e

empatia. Sebastian, por exemplo, ficou mais de 20 anos no ar fazendo propaganda para a

loja de roupas. Já Carlos Moreno, com a sua fala humilde, calma e explicativa, mostrando

as vantagens do Bombril em relação aos concorrentes, conseguiu seduzir as donas de casa

ao ponto que a marca virou sinônimo do produto.

Portanto, podemos notar que uma marca que escolha por criar uma celebridade,

deve fazê-la de modo que seus valores sejam os mesmo do respectivo público alvo para

que a comunicação siga um fluxo contínuo, seja harmoniosa e que os consumidores vejam

a marca como uma amiga e não como uma instituição que lhes tira dinheiro.

2.5 A influência do comportamento social no processo de decisão de compra e no

reforço de marca

Por esses quesitos, as relações sociais são influenciadas diretamente, pois se um grupo usa

determinados produtos e, nesse grupo, existe um indivíduo que não usa os mesmos

produtos da maioria, de uma maneira inconsciente, esta pessoa estará excluída do meio.

Essa aparente exclusão foi explicada há dezenas de anos atrás por Darwin pela

seleção natural. Em sua obra “A origem das espécies” ele diz que um ser só sobrevive se o

seu organismo tiver características adequadas para aquele ambiente. Ele afirma que o

ambiente seleciona o ser e, se este não tiver as características adequadas para o local,

estará em desvantagem e, posteriormente, será extinto (DARWIN, 2014). Se um membro

de um determinado grupo social se porta de uma maneira indiferente dos demais, pela

ordem da seleção natural, ele estará automaticamente excluído.

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Nesse quesito é importante salientar que as marcas devem se preocupar em como

fazer uma boa comunicação direcionada de modo a influenciar o seu consumidor.

Aspectos como validação social de grupos de referências, a influência das celebridades e

de personagens criados, têm de ser respeitados no que se trata em construir uma marca

sólida na mente do consumidor. Pois as celebridades influenciam o grupo, posteriormente

- de uma maneira inconsciente - o grupo influencia o individuo e por fim o individuo

compra para se sentir inserido no grupo. É um ciclo.

3. Metodologia

Para realizar essa pesquisa, optou-se por fazer em um primeiro momento uma abordagem

no caráter do tipo exploratório e, posteriormente, partir-se para uma abordagem mais

descritiva. O caráter exploratório, segundo Nique e Ladeira (2014) é utilizado quando se

necessita de insights iniciais sobre algum tema, como nas pesquisas sobre motivação e

atitude de compra. Já o caráter descritivo, ainda segundo os autores Nique e Ladeira

(2014) é bastante utilizado quando se precisa quantificar os resultados de uma pesquisa

exploratória. Em sua maioria ela é usada quando se quer estabelecer uma variável entre os

fenômenos e estabelecer uma relação entre os usuários.

De forma a atender o caráter descritivo-exploratório da pesquisa optou-se pelo

procedimento técnico de focus group, que é uma aplicação que têm por objetivo dar

informações sobre o por quê as pessoas pensam o que pensam sobre determinado assunto,

para em seguida, quantificar seus dados e atender a tipologia descritiva.

Após a etapa do focus group, também foi utilizado o procedimento técnico de

survey. Esse procedimento, segundo Nique e Ladeira (2014), busca analisar uma série de

variáveis que são obtidas através de um contato direto com o respondente para se ter uma

amostragem. O instrumento utilizado nesse procedimento foi questionário, a fim de

confirmar ou não, a percepção inicial do grupo focal.

O objeto de estudo serão alunos da graduação e do ensino médio integrado aos

cursos técnicos de Administração e computação gráfica do IFTM campus Uberlândia

Centro. O período de coleta foi em outubro de 2017.

O tratamento dos dados será por meio de análise documental e estatística

descritiva.

4. Resultados e Discussões

Os resultados da pesquisa serão apresentados em dezembro de 2017.

Bibliografia

CIALDINI, R. B. As armas da persuasão. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.

DARWIN, C. A origem das espécies. 1. ed. São Paulo: MARTIN CLARET, 2014.

FEXEUS, H. A arte de ler mentes. Petrópolis: Vozes, 2013.

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2017

NIQUE, W.; LADEIRA,. Pesquisa de marketing: uma orientação para o mercado

brasileiro. São Paulo: Atlas, v. 2, 2014.

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2017

A Influência das Mídias Sociais nas Discussões de Marketing

Político: Uma Análise de Conteúdo dos Processos de

Impeachment no Brasil

Ana Flávia M. de Lima1, Poliana Cristina de O. C. Diniz

2

1,2 Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)

R. Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina, Uberlândia – MG - Brasil

[email protected] , [email protected]

Abstract. This article represents the analysis of the influence of the social media

in the Brazilian political scene through the comparison of the processes of

impeachment occurred at different moments of the Brazilian reality.

Resumo. Este artigo representa a análise da influência das mídias sócias no

cenário político brasileiro através da comparação dos processos de

impeachment ocorridos em momentos diversos da realidade brasileira.

1. Introdução

Por possibilitarem pela primeira vez a criação e compartilhamento de conteúdo por

qualquer pessoa através de uma interação não hierárquica e que transpassa a barreira de

tempo e espaço, o fenômeno das mídias sociais impactou profundamente todos os aspectos

da vida humana. As novas tecnologias de comunicação introduziram a possibilidade de

uma nova forma de participação social, horizontal, independente das grandes estruturas

políticas e dos meios de comunicação em massa. A internet seria nesse sentido,

especialmente relevante para o desenvolvimento da sociedade civil por que edifica um

cenário em que cada pessoa teria uma influência ativa na construção de um espaço

democrático de opinião pública (HARDT; NEGRI, 201).

Um dos acontecimentos recentes no Brasil e que foi amplamente noticiado e

discutido nas mídias digitais foi o impeachment da Presidente Dilma Roussef, segundo

presidente a sofrer impeachment na história do país, sendo Fernando Collor o primeiro,

em dezembro de 1992. Inevitavelmente sucederam inúmeras tentativas de comparação

entre os dois processos, ambos caracterizados por um contexto de forte crise econômica,

insatisfação popular e dissolução da base política do governo.

Apesar das similaridades em relação ao cenário político-econômico, o cenário

sociocultural atual apresenta grandes diferenças com relação ao cenário sociocultural do

início dos anos 1990, principalmente no que diz respeito a construção e disseminação das

narrativas, fortemente influenciadas pelas tecnologias digitais, sobretudo pelo fenômeno

das redes sociais. ―No Brasil, segundo pesquisas recentes, oito em cada dez brasileiros on-

line acessam algum tipo de redes sociais‖ (GABRIEL, 2010, p. 87).

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Considerando que cada vez mais as mídias digitais ocupam o lugar das mídias

tradicionais e que é crescente a influência dessas mídias na vida dos indivíduos, e

conjuntamente, o fato de o eleitorado brasileiro apresentar fragilidade na utilização de

critérios racionais na definição do voto, é premente analisar quais as consequências dessa

nova dinâmica social a partir do marketing digital e político, tendo como cenário o

momento histórico político recente pelo qual passou o país.

2. Referencial Teórico

2.1. O marketing na era das redes sociais

No marketing tradicional, o relacionamento é conduzido da empresa para o consumidor.

O desenvolvimento das tecnologias digitais interativas que caracterizam a web 2.0,

possibilitou a participação mais ativa do usuário que não só consome, mas

principalmente, cria e compartilha conteúdo através das redes sociais nos meios digitais,

relacionamento conduzido do consumidor para a empresa. A mídia tradicional não tem

mais a capacidade de abranger as massas de consumidores, que estão cada vez mais

fragmentados, e neste contexto as mídias sociais – onde os conteúdos não são gerados

como monólogos e sim como conversas - representam oportunidade ímpar de

estabelecimento de uma comunicação mais estreita e pessoal com o público alvo.

Interação é a palavra de ordem.

Nas estratégias de marketing online, reputação, relevância e engajamento são

princípios fundamentais para atrair e fidelizar usuários (STRAUSS, FROST; 2011). A

inserção do marketing político - que é a aplicação dos princípios do marketing na

elaboração e disseminação da imagem de determinada figura pública - nas mídias sociais

deverá necessariamente atender a estes princípios. Em um cenário onde as recomendações

são mais relevantes do que as comunicações institucionais, a reputação assume papel

fundamental na construção de uma relação de confiança com o eleitor, de forma que este

esteja disposto a recomendar.

Para haver uma amplitude na disseminação da imagem que se pretende comunicar,

é necessário um discurso relevante. Relevância tem a ver com promover algo apropriado

- seja imagem, produto, serviço, marca - para um público certo no momento certo.

Fornecer conteúdo relevante é um fator fundamental para atrair usuários e promover

engajamento nas mídias sociais. ―Quanto mais relevante, divertido e emocionante o

conteúdo for, maior a probabilidade de ele envolver o público‖ (STRAUSS; FROST,

2011 p. 110).

Envolvimento gera engajamento. Engajamento significa participação dos usuários

de forma ativa na propagação da mensagem. Para o marketing político, está relacionado

com a criação de uma militância digital capaz de defender a proposta do candidato e

expandir o público impactado. A preferência por um ou outro candidato envolve não

somente aspectos racionais, mas também, em maior ou menor grau, aspectos emocionais.

Assim sendo, o marketing político nas mídias sociais deve ser orientado no sentido de

estabelecer uma conexão emocional e cognitiva do candidato com relação aos usuários.

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2.2. Marketing politico e o eleitor brasileiro

Marketing político é conceituado segundo Wring (1997) como a utilização de pesquisa

de opinião e análise do ambiente com o intuito de produzir uma oferta que satisfaça

grupos de eleitores em troca dos seus votos. Esta definição baseia-se na noção de troca

que é a relação fundamental do marketing. Neste sentido, faz-se necessário distinguir os

conceitos de marketing político e marketing eleitoral. O primeiro está relacionado com a

construção de uma imagem a longo prazo diferentemente do segundo, que foca

necessariamente o evento eleitoral, ―estratégia e tática de curto prazo, para que na eleição

o candidato receba o maior número de votos, cumprindo o objetivo de se eleger‖

(BARROS; SAUERBRONN; AYROSA, p. 483).

Em geral, os estudos relacionados ao comportamento do eleitor têm como

premissa a teoria da escolha racional de Downs (1957) que parte do pressuposto de que o

homem político faz suas escolhas a partir da maximização da utilidade e da minimização

dos prejuízos. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de 2016, o grau de

instrução de 40% do eleitorado brasileiro é de até o ensino fundamental completo. A falta

de níveis maiores de instrução na população pode comprometer a capacidade de análise

crítica dos eleitores em um cenário de disputa política.

Ainda sobre essa fragilidade, Aldé (2001) afirma que a principal característica do

eleitor brasileiro não seria seu reconhecimento ideológico, mas sim a emoção. Para este

tipo de eleitor a mídia possui significativa importância na definição do seu voto

(BARROS; SAUERBRONN; AYROSA, 2012). Confirmando essa perspectiva, segundo

Silveira (1998), em decorrência dessa falta de racionalidade, é crescente a influência

da imagem dos candidatos a partir das informações fornecidas pela mídia na definição do

voto, imagem esta que é foco do marketing político.

2.2.1. Recorte temporal do cenário politico brasileiro

O cenário político recente no Brasil passou por seu segundo processo de impeachment

desde a constituição da república sendo que o primeiro ocorrera em dezembro de 1992

com presidente Fernando Collor como resultado da abertura de uma Comissão

Parlamentar de Inquérito (CPI) após denúncia de seu irmão, Pedro Collor, à revista Veja

a respeito da existência de uma rede sistêmica de corrupção chefiada por Paulo César

Farias, ex-tesoureiro da campanha de Collor (SALLUM JR.; CASAROES, 2011).

No dia 31 de agosto de 2016, o Plenário do Senado brasileiro aprovou por 61 votos

a 20 o impeachment de Dilma Rousseff. Acusada de crime de responsabilidade em

decorrência das pedaladas fiscais, Dilma tornou-se o segundo Presidente do país a sofrer

impeachment. Inevitavelmente sucederam inúmeras tentativas de comparação entre os

dois processos, ambos caracterizados por um contexto de forte crise econômica,

insatisfação popular e dissolução da base política do governo (NASSIF, 2016).

Em ambos governos, medidas impopulares foram tomadas frente a um contexto

de forte crise econômica. No caso do governo Collor, a principal medida foi o confisco

de depósitos bancários com o intuito de diminuir a quantidade de moeda em circulação

no país (SALLUM JR.; CASAROES, 2011). O governo Dilma adotou um plano de

austeridade fiscal que estabelecera regras mais rígidas para aposentadoria, interrupção de

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projetos de desenvolvimento social e aumento de impostos (NASSIF, 2016). Tanto o

governo Collor quanto Dilma tornaram-se impopulares, o que levou em certa medida à

incapacidade de governabilidade em ambos os casos.

Governos igualmente atolados em escândalos de corrupção, foram alvos de

manifestações. No caso do governo Collor, incitadas pelas mídias de comunicação em

massa, o que também ocorreu no governo Dilma, com a diferença que este último

abrangeu também grande mobilização nas redes sociais. É latente observar que o advento

da internet a partir de 1994 e no Brasil de forma mais maciça a partir dos anos 2000,

mudou completamente o envolvimento, o engajamento e as discussões de conteúdo

político envolvendo a população. Esses momentos históricos embora apresentem

algumas semelhanças, ocorreram em cenários completamente diferentes e é esta

comparação que se pretende realizar.

3. Metodologia

O presente estudo deve ser caracterizado como sendo uma pesquisa documental

qualitativa na qual se pretende realizar análise de materiais secundários de forma

integrada com o intuito de gerar significados que sejam proveitosos para o entendimento

da influência das mídias sociais nas discussões de marketing político tendo como foco os

processos de impeachment no Brasil através do contraste entre ambos momentos

políticos.

Os procedimentos técnicos adotados serão pesquisa bibliográfica, com o intuito

de construir o contexto social e histórico no qual se desdobraram os acontecimentos

objetos de estudo desta pesquisa e a modalidade de pesquisa documental do tipo análise

de conteúdo em função da possibilidade de realizar uma elaboração esquemática do

material, com vistas a construção de categorias que facilitem a comparação entre os

diferentes cenários (FLICK, 2009).

O processo de análise de conteúdo segundo Bardin (2006) compreende três etapas:

pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

A pré-análise tem por objetivo escolher e organizar o material, tornando-o operacional. A

exploração do material consiste na definição de categorias a partir da descrição analítica. A

terceira e última etapa, tratamento inferência e interpretação, ocorre através da condensação

das informações das quais deverão resultar interpretações).

4. Resultados

O primeiro acontecimento de impeachment está sendo analisado de maneira histórica e

bibliográfica, uma vez que a utilização da internet naquele momento era incipiente. O

segundo, – pós advento da internet –, a partir de análise documental de dados secundários

obtidos na plataforma de rede social, facebook. Portanto, uma comparação entre períodos

históricos com realidades socioculturais completamente distintas na tentativa de

compreender a dinâmica desse novo cenário e sua influência na dimensão política.

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Até agora pode-se constatar que embora ambos contextos politicos tenham

acontecido em momentos diferentes, a mídia televisiva de massa ainda constitui

componente fundamental nos dois processos de impechament. A internet se apresentou

como um campo de batalha entre os que consideraram o processo legitímo e outros que o

consideraram ilegítimo. A página oficial da presidente Dilma Roussef se utilizou de

diversas estratégias de marketing político para difundir a ideia de que o processo pelo qual

estava prestes a passar era em sua concepção um golpe de estado. Dentre as estratégias

mais utilizadas estão a associação com a classe artística contrária ao processo de

impeachment, a divulgação de uma campanha de viagens da presidente pelo país

financiado por crowdfunding, o programa ―Dilma responde‖ que produziu quantidade

significativa de engajamento uma vez que as pessoas podiam perguntar ao vivo sobre

determinado tema à presidente, ainda, o compartilhamento massivo de conteúdos

produzidos por grandes jornais e redes de televisão do mundo inteiro sobre o ―golpe‖.

No processo de impeachment do Collor, a televisão, os jornais e revistas impressos

desempenharam papel fundamental na abertura de inquérito contra o presidente e na

construção de uma inquietação social que levou milhares de jovens as ruas pedindo pelo

impeachment de Collor. Ademais faz-se necessário finalizar as analises com relação ao

conteúdo produzido pela página oficial de Dilma Roussef para confirmar se de fato a

internet influênciou o cenário político e de que maneira aconteceu.

REFERÊNCIAS

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política‖. Tese (doutorado) — Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro,

Rio de Janeiro.

Bardin, L. (2006) ―Análise de Conteúdo‖ (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa:

Edições 70.

Barros, Denise Franca; Sauerbronn, João Felipe Rammelt; Ayrosa, Eduardo André

Teixeira. (2012) ―Representações do eleitor: revendo teorias e propondo novos

caminhos‖. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 2, p. 477-491.

Chizzotti, A. (2006). ―Pesquisa em ciências humanas e sociais‖ (8a ed.). São Paulo

Cortez. DOWNS, Anthony (1957). An economic theory of democracy. New York:

Harpers & Row.

Flick, Uwe. (2009) ―Desenho da pesquisa qualitativa‖. Porto Alegre: Artmed.

Frost, Raymond. Strauss, Judy. (2011) ‗E-Marketing‖. São Paulo: Pearson.

Godoy, A. S. (1995) ―Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais‖. RAE – Revista

Brasileira de Administração de Empresas, p. 20-29, junho.

Hardt, M., Negri, A. (2001) ―Império‖. Rio de Janeiro: Record.

Nassif, Luis. (2016) ―Collor versus Dilma: entenda as diferenças‖

http://jornalggn.com.br/blog/tods-pela-constituicao/collor-versus-dilma-entenda-as-

diferencas.

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Sallum Jr., Brasilio; Casaroes, Guilherme Stolle Paixão e. (2011) ―O impeachment do

presidente Collor: a literatura e o processo‖. Lua Nova, São Paulo, p. 163-200.

Silveira, Flavio E. (1998) ―A decisão do voto no Brasil‖. Porto Alegre: EDIPUCRS.

Sorj, Bernardo. (2006) ―Internet, espaço público e marketing político: entre a promoção

da comunicação e o solipsismo moralista‖. Novos estud. - CEBRAP, São Paulo, n. 76,

p. 123- 136.

TSE; (2016) Tribunal de Justiça Eleitoral. ―Estatística do eleitorado – Por sexo e grau de

instrução‖.

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Análise da Inserção de mm Mercado de Vizinhança no Meio

Digital: Um estudo em um Bairro de Classe Média alta da

cidade de Uberlândia.

Tacília Cristina de Almeida¹; Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz²

1IFTM – Campus Uberlândia Centro, Uberlândia, MG - Estudante do 5º período do Curso

de Tecnologia em Marketing - bolsista PIBIC.

2IFTM – Campus Uberlândia Centro, Uberlândia, MG - Prof. IFTM – Mestrado em

Ciências Contábeis.

[email protected], [email protected] Abstract. The modernity experienced today requires new looks and new tools of

social interaction. In the meantime, the use of the digital media for the search of

information and help in the making of purchasing decisions emerges. With the

evolution of social networks as business tools, it is increasingly visible the use of

digital marketing by companies, in order to increase their competitiveness and

become part of the market more effectively. Digital marketing appears as a way

to create business strategies that flexibly bring together consumers and

businesses. In view of this scenario, the objective of this project is to analyze the

insertion of a high-middle-class neighborhood market, more specifically, the

Santa Mônica neighborhood in Uberlândia, MG, in the digital environment,

highlighting its difficulties and benefit.

Resumo. A modernidade vivenciada nos dias atuais demandou novos olhares e

novas ferramentas de interação social. Nesse ínterim emerge a utilização dos

meios digitais para a busca de informações e auxilio na tomada de decisões de

compras. Com a evolução das redes sociais como ferramentas de negócios, é

cada vez mais visível a utilização do marketing digital por parte das empresas,

com o intuito de aumentar sua competitividade e fazer parte do mercado de

maneira mais eficaz. O marketing digital aparece como uma forma de criar

estratégias de negócio, as quais aproximam de maneira flexível os consumidores

e as empresas. Diante deste cenário, o objetivo desse projeto é analisar a

inserção de um mercado de vizinhança de classe média alta, mais

especificamente, o bairro Santa Mônica em Uberlândia, MG, no meio digital,

evidenciando suas dificuldades e benefícios encontrados.

1. Introdução Os estudos iniciais sobre o tema indicam que os supermercados cada vez mais exercem

uma efetiva ligação nas cadeias de produção e distribuição, comandando uma parcela

importante do comércio de varejo. A análise tem indicado que os mercados de vizinhança

vêm apresentando certos benefícios percebidos pelo consumidor em relação à

concorrência dos hipermercados, entre elas a localização próxima aos clientes, o que

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permite, também, um relacionamento mais individualizado às necessidades dos clientes,

proporcionando uma maior agilidade para conhecer as preferências de seus consumidores.

Na última década, sobretudo com a grande evolução das redes sociais como

ferramentas de negócios, é cada vez mais visível a utilização do marketing digital por

parte das empresas, com o intuito de aumentar sua competitividade e fazer parte do

mercado de maneira mais eficaz. O marketing digital surgiu como uma necessidade de

criar uma estratégia de negocio que pudesse aproximar de maneira flexível os

consumidores e as empresas. O presente artigo possui como principal objetivo demonstrar

de que maneira as empresas utilizam o marketing digital como artifício lucrativo com o

intuito de atrair mais clientes.

A partir desse cenário, a grande motivação desse estudo é analisar em um bairro da

cidade, Bairro Santa Mônica, as características dos mercados de vizinhança e as

motivações dos consumidores em consumirem nesses estabelecimentos unindo-os aos

meios digitais aumentando assim a fidelização, imagem, fluxo de compras e as visitas a

estes estabelecimentos.

2. Referencial Teórico

As variações dos desejos e comportamentos do consumidor final vêm demandando novas

formas e configurações das instituições do varejo, demandando estudos mais profundos

sobre o tema. A teoria do comportamento do consumidor, segundo Kotler e Keller (2006),

afirma que os fatores principais que o influenciam são os fatores internos e externos que

cercam o indivíduo. Dentre os fatores externos, têm-se os culturais, incluindo não apenas a

cultura, mas também a classe social; fatores pessoais, relacionado à idade, sexo, estilo de

vida, ocupação, renda; fatores sociais, abrangendo os papéis sociais, os grupos de

referência e o status. Fatores internos têm-se os relacionados à personalidade e os fatores

psicológicos, estabelecidos pela motivação, percepção, aprendizagem e memória.

Outros autores ressaltam essas influências no comportamento do consumidor. Solomon

(2011) destaca o papel da cultura e do estilo de vida na influência da decisão das compras

dos consumidores. Roussanov et al. (2007) enfatizam o papel determinante na decisão de

compra dos grupos de referência. Schiffman e Kanuk (2009) trazem para a análise, a

influência do processo motivacional como contribuição no entendimento da atenção

necessária aos desejos e necessidades que os consumidores esperam ao realizar suas

compras.

É inegável que as tecnologias digitais têm se tornado cada vez mais presente em

todos os aspectos da vida humana. A partir do momento em que a banda larga de acesso à

internet se popularizou, a plataforma da web 2.0 tornou-se viáveis aplicações on-line

participativas tornaram-se possíveis. A partir daí, observou-se o aumento das redes sociais

on-line e sua inclusão ao redor do planeta devido às pessoas estarem on-line o tempo todo,

com os diversos equipamentos como celulares e aplicativos que favorecem seu uso

contínuo.

Apesar de parecer um assunto novo, redes sociais existem há pelo menos três mil

anos, quando homens se sentavam ao redor de uma fogueira para conversarem sobre

assuntos de interesse comum. O que mudou ao longo da história foi a abrangência e

difusão das redes sociais conforme as tecnologias da comunicação interativas foram se

desenvolvendo desde a escrita para os correios, telefone, computadores, celulares, etc.

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O primeiro site de redes sociais a realmente se tornar popular foi o Friendster, em

2003, influenciando as pessoas que o seguiram, apresentava uma linha do tempo de redes

sociais semelhante ao que conhecemos hoje, a do Facebook, uma das redes sociais mais

utilizadas na atualidade.

As introduções da mobilidade, especialmente com a chegada dos smartphones,

permitiram que as interações das pessoas nas redes sociais se tornassem em tempo real,

em qualquer lugar e mudando o comportamento das pessoas que cada vez mais fazem

parte destes meios digitais. Este cenário tem incentivado também a inserção das empresas

nestes canais de relacionamento com o seu público alvo para não perderem mercado e

estar presente na vida de seus clientes de maneira rápida, continua e muitas vezes gratuita,

sem custos com publicidades vinculadas pela mídia televisiva.

3. Material e Métodos

Esta é uma pesquisa de caráter descritivo-exploratório que segundo Gil (1999, 0. 43)

visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. Desta

forma, visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a

fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser

pesquisados por estudos posteriores (GIL, 199 9 p. 43). O procedimento técnico adotado é

o experimental, que tem por objetivo analisar e mensurar os resultados obtidos durante a

inserção do mercado de vizinhança ao marketing digital pela página do Facebook e

entrevistas com os gestores e clientes.

Os instrumentos utilizados serão roteiro de entrevista com os gestores,

questionários de percepção com os clientes, além de pesquisa documental com medições

de acesso, visibilidade e popularidade nas páginas das redes sociais do objeto de estudo. A

abordagem da pesquisa possui caráter quali-quanti, que referem-se ao uso de dados

estatísticos colhidos das páginas de redes sociais e qualitativa por meio das informações

colhidas com gestores e clientes.

O objeto é um supermercado localizado no bairro de classe média alta, Santa

Mônica, na cidade de Uberlândia, MG. Com mais vinte anos de mercado, dez

funcionários, possui quatro caixas de atendimento, açougue, padaria, atendendo cera de

1610 clientes por ano.

A coleta dos dados ocorre durante os meses de setembro e outubro de 2017

buscando analisar o impacto e resultados obtidos após a inserção do mercado de

vizinhança no meio digital.

Para tratamento dos dados será a utilizada a análise documental, estatística

descritiva com os dados coletados dos clientes e das páginas das redes sociais, de forma a

mensurar o impacto da inserção do supermercado no cenário digital em seu contexto de

mercado de vizinhança.

4. Resultados e Discussões

―À medida o ritmo de mudanças acelera, as empresas não podem mais confiar em suas

antigas práticas de negócios para manter a prosperidade.‖ (KOTLER, 2001, p. 17). A

utilização dos meios digitais para a busca de informações e auxilio na tomada de decisões

de compra, assim como a evolução das redes sociais como ferramentas de negócios, é cada

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vez mais visível a utilização do marketing digital por parte das empresas, com o intuito de

aumentar sua competitividade e fazer parte do mercado de maneira mais eficaz.

Até o momento, o estudo tem indicado que a inserção do supermercado nas redes

sociais já trouxeram alguns benefícios como ampliação do negócio a outros potenciais

consumidores e uma maior fidelização do mesmo a loja. Em entrevista, a gestora da loja

disse que, a divulgação de promoções semanais no Facebook tem atraído mais clientes,

aumentado o fluxo de pessoas diariamente, assim como, aumentado o volume de vendas

na loja.

O próximo passo é entrevistar os clientes e mensurar os resultados e o alcance real

que esta nova inserção de negócio digital refletiu no comportamento do consumidor e no

mercado varejista.

Referências

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do marketing. São

Paulo: Prentice-Hall, 2006.

KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI. 9 ed. São Paulo: Futura, 2001.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

PETER, J. Paul; OLSON, Jerry C. Comportamento do consumidor e Estratégias de

Marketing. 8. ed. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 2009.

ROUSSANOV, N.; CHARLES, K. K.; HURST, E. Conspicuous Consumption and

Race.In: NBER WorkingPaper, 2007. Disponível em:

http://www.nber.org/papers/w13392.pdf. Acesso em: 20 out. 2015.

SCHIFFMAN, L. G.; KANUK, L. L. Comportamento do consumidor. São Paulo:

Livros técnicos e científicos, 2009.

SOLOMON, M. R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo.

São Paulo: Bookman, 2011.

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Aplicação da Metodologia para Comparação de desempenho

de algoritmos em Ambientes Virtuais

João Ferreira Neto1, Ricardo Soares Bôaventura

1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) –

Campus Uberlândia Centro - Uberlândia – MG – Brasil

[email protected], [email protected]

Abstract. Cloud computing emerges as a new dominant paradigm in distributed

systems, with a model that allows users to access, over demand, to a shared pool

of computing configurable resources, such as networks, servers, storage,

applications and services. The tested algorithm WordCount belong to the

benchmark Apache Hadoop. These experiments were planned and executed

based on the experimental design theory. The planning that was used is factorial

planning 34, where each factor (core, memory, operating system and virtual

machine) were varied in three levels. Tested operating systems were Ubuntu

14.04 64bit, CentOS 7.0 64bit and Windows 8.0 64bit; and virtual machines

were tested KVM, Xen and VMware. Data were collected and analyzed using

analysis of variance.

Resumo. A Computação em Nuvem surge como um novo paradigma dominante

em sistemas distribuídos, sendo um modelo que permite usuários acessarem, sob

demanda, um conjunto compartilhado de recursos computacionais que podem

ser configuráveis, como: redes, servidores, armazenamento, aplicativos e

serviços. O algoritmo testado WorkCount pertence ao benchmark do Apache

Hadoop. Esses experimentos foram planejados e executados tendo como base a

teoria de planejamento experimental. O planejamento utilizado foi o

planejamento fatorial 34, onde cada fator (núcleo, memória, sistema operacional

e máquina virtual) foram variados em três níveis. Os sistemas operacionais

testados foram o Ubuntu 14.04 64bits, CentOS 7.0 64bits e Windows 8.0 64bits;

e as máquinas virtuais testadas foram o KVM, Xen e VMware. Os resultados

foram coletados e analisados utilizando análise de variância.

1. Introdução

A análise de algoritmos é importante para escolher, entre os vários algoritmos disponíveis

na literatura, o mais eficiente para resolver um determinado problema. Além disso, a

análise é necessária para prever o desempenho de um algoritmo em um ambiente de

execução, escolhendo os melhores parâmetros.

O estudo teórico de algoritmos utiliza métodos dedutivos matemáticos que

caracterizam o desempenho do algoritmo em função do tamanho do problema. Os

resultados da análise da complexidade são relatados em termos do melhor-pior e caso

médio (ZIVIANI, 2008), sem entrar em detalhes do sistema físico (hardware do

computador) no qual o algoritmo é executado (HOOKER, 1994) citado por (PAIS, 2014).

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Entretanto, nem sempre os resultados obtidos pela análise teórica são suficientes para

explicar o funcionamento de algoritmos na resolução de problemas reais. A análise

experimental pode auxiliar nessa tarefa.

Portanto, segundo Bartz-Beielstein et al. (2010), a experimentação de algoritmos

em computadores atuais é relevante e necessária para obter informações mais precisas

sobre o seu desempenho e robustez.

Para Johnson (2002), no passado, os pesquisadores apresentavam uma falta de

rigor científico nos primeiros trabalhos, apresentando, para a análise de algoritmos

métodos teóricos e rigorosos (pior caso e caso médio). Portanto, com base nesse rigor, foi

difícil usar estudos com experimentos.

Bartz-Beielstein et al. (2010) discutem que o distanciamento entre a análise teórica

e a análise experimental que existe na área da computação não ocorre em outras áreas das

ciências naturais. Já para Johnson (2002), pode-se perceber um aumento no interesse pelo

trabalho experimental na área da ciência da computação, baseado no crescente

reconhecimento de que somente os resultados teóricos encontrados nos algoritmos não

podem mostrar a verdadeira e completa história sobre o desempenho de algoritmos em

mundo real.

Hooker (1994) foi um dos primeiros pesquisadores a apresentar a importância de

realizar experimentos com planejamento, com métodos rigorosos para a análise dos dados

obtidos e com resultados que possam ser reproduzidos.

O objetivo do trabalho é aplicar a metoldogia proposta por Boaventura, Yamanaka

& Oliveira (2014), na experimentação com algoritmos e verificar a performance de

algoritmos utilizando diversos sistemas operacionais e diversas máquina virtuais.

2. Metodologia

O objetivo dos experimentos realizados é a determinação dos fatores que influenciam o

desempenho de algoritmos computacionais em ambientes virtuais na Computação em

Nuvem. Busca-se descobrir como, quando e quanto o aumento de desempenho dos

algoritmos em ambientes virtuais é determinado pela configuração do ambiente e como os

parâmetros de configuração podem influenciar-se mutuamente.

O benchmark utilizado foi o Apache Hadoop. Esse benchmark é um framework

que permite o processamento distribuído de grandes conjuntos de dados em clusters de

computadores que utilizam modelos de programação simples.

O computador onde estão sendo realizados os ensaios é composto por um

computador com processador Intel® Core

TM i5-3337U 1.8GHz, com uma CPU com quatro

núcleos, 32K de cache L1, 256k de cache L2, 3072k de cache L3, 6GB de memória DDR3

1600MHz, disco de 1.0 TB ATA e com o sistema operacional Ubuntu 12.04.4 LTS

(Kernel 3.8.0-44 generic x86-64).

Alguns fatores foram fixados, tais como: o tipo do processador, a frequência do

clock, a linguagem de programação e o compilador. Os fatores não controláveis, como

sistemas em execução no segundo plano que podem interferir no tempo de execução de

um determinado algoritmo, foram contornados executando os algoritmos aleatoriamente

utilizando a repetição. Nesse trabalho foi utilizado 35 réplicas. Para um ambiente virtual a

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ser analisado foram escolhidos fatores que correspondem a parâmetros de configuração de

um ambiente virtual em Computação em Nuvem. Os fatores e os seus respectivos níveis

estão apresentados na Tabela 1:

Tabela 1: Níveis dos fatores analisados pelo planejamento experimental # Fator Descrição Nível 1 Nível 2 Nível 3

1 Núcleo Quantidade de núcleos de

processamento

1 2 3

2 Memória Quantidade de memória 1 3 5

3 SO Tipo de Sistema Operacional Ubuntu CentOS Windows

4 VM Tipo de Máquina Virtual KVM Xen VMware

A resposta dos experimentos foi tempo em milissegundos gasto com o

processamento de CPU; e quantidade em bytes de memória física;

3. Análise e discussão dos resultados

A Figura 1 apresenta da esquerda para a direita, informações exploratórias sobre as

variáveis respostas (CPU e memória física) respectivamente, encontradas durante a

execução do algoritmo WordCount nos ambientes virtuais analisados. O primeiro gráfico

de cada variável resposta apresenta o diagrama de caixa com as respectivas respostas.

Figura 1: Verificação dos resíduos: gráfico resíduos versus valores preditos e gráfico de

probabilidade normal dos resíduos para o modelo de ordem de dois do fatorial 34 do

algoritmo WordCount, após a transformação de Johnson para cada variável resposta

(a) CPU (b) Memória Física

A Figura 2 mostra o gráfico de Pareto que apresenta os valores absolutos estimados

de cada efeito em cada variável resposta para o algoritmo WordCount. Pode-se verificar

que na maioria dos gráfico A Figura 2a, a Memória e O núcleo foram os fatores com

maiores efeitos significativos e já na Figura 2b, a Memória é o fator com maior efeito

significativo.

4. Conclusões

Para a variável resposta CPU, o fator núcleo no nível – utiliza em média menos tempo a

CPU que o nível + que por sua vez utiliza em média mais tempo a CPU que o nível –. Em

média o sistema operacional que utiliza mais tempo o processamento de CPU é o sistema

operacional Windows, em relação às distribuições do Linux analisadas. E por fim, a

máquina virtual que utiliza em média maior tempo o processamento de CPU é o KVM.

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Figura 2: Gráfico de Pareto com os efeitos estimados em valor percentual absoluto

para o tempo de execução para o algoritmo WordCount, após a transformação de

Johnson.

Para a variável resposta Memória Física, os fatores núcleo e memória no nível –

utiliza, em média, menos quantidade de memória que os demais níveis (nível 0 e +). E por

fim, o sistema operacional Windows utiliza, em média, menos quantidade de memória

física que os demais sistemas operacionais.

Referências

BARTZ-BEIELSTEIN, Thomas et al. (Ed.). Experimental methods for the analysis of

optimization algorithms. New York: Springer, 2010.

BOAVENTURA, R. S.; YAMANAKA, K.; OLIVEIRA, G. P.. Performance analysis of

algorithms for virtualized environments on cloud computing. IEEE Latin America

Transactions, v. 12, n. 4, p. 792-797, 2014.

HOOKER, J. N. Needed: An empirical science of algorithms. Operations Research, v. 42,

n. 2, p. 201-212, 1994.

JOHNSON, D. S. A theoretician’s guide to the experimental analysis of algorithms. Data

structures, near neighbor searches, and methodology: Fifth and Sixth DIMACS

Implementation Challenges, v. 59, p. 215-250, 2002.

PAIS, M. S. Estudo da Influência dos Parâmetros de Algoritmos Paralelos da Computação

Evolutiva no seu Desempenho em Plataformas Multicore. Uberlândia : Tese de

doutorado: Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de

Uberlândia, 2014.

ZIVIANI, N. Projeto de Algoritmos: com implementações em Pascal e C. São

Paulo:Pioneira Thomson Learning, v. 2. 2008.

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A trajetória da expansão da Educação Técnica e Profissional no

Brasil: cenários em disputa

Benedito Elias Ferreira¹, Luzia Bragato Vieira¹, Rafael Fiuza Silva¹, Elisa

Antônia Ribeiro²

1 Licenciando em Computação - 4º período - Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Triângulo Mineiro ( IFTM) - Campus Uberlândia Centro

2 Professora Doutora - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo

Mineiro(IFTM) - Campus Uberlândia Centro

Rua Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina - 38.400-364 –

Uberlândia/MG - Brasil

[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Abstract. The present article aims to present a development and contextualize the main

frameworks of technical and professional expansion in Brazil. Supported and

ambassadors in results obtained through the collection of data and research, will

demonstrate in a summarized way, a little of the history of Technical and Vocational

Education, as well as a chronology of the main themes and events related to the technical

and professional technique of the Brazil. The developing countries, the policies and laws

that regulate and create the technical and professional courses.

Resumo. O presente artigo tem por finalidade apresentar a evolução e contextualizar os

principais marcos da expansão da educação técnica e profissional no Brasil. Apoiados e

embasados em resultados obtidos através da coleta de dados e pesquisas, demonstrar-se-

á de uma forma resumida, um pouco da história da Educação Técnica e Profissional, bem

como a cronologia dos principais marcos e acontecimentos relacionados à educação

técnica e profissional do Brasil. Relataremos quem são os públicos alvos, as políticas e

leis que regulamentam e criam os cursos técnicos e profissionais.

1. Introdução

Ao olhar para o passado, considerando a sociedade primitiva, percebe-se que as ações ou

intervenções desenvolvidas pelo homem enquanto sociedade demonstravam um caráter de

espontaneidade tanto com a educação, quanto com o processo de trabalho que era

executado de forma comum a todos num processo produtivo que contemplasse a

coletividade em prol da existência. Com o passar do tempo, diz Saviani (2007) que

mediante a apropriação privada da terra, os homens se dividiram em classes: a classe dos

proprietários e a dos não-proprietários. Essa divisão vai gerar uma divisão na educação.

Essa que antes se identificava com o próprio processo de trabalho, assume um caráter

dual, constituindo-se em educação para os homens livres pautada nas atividades

intelectuais, enquanto que para os serviçais e escravos coube a educação inerente ao

próprio processo de trabalho; desde então, surge a separação entre educação e trabalho

consumada nas formas escravista e feudal. A partir desta realidade a relação trabalho-

educação toma nova forma, com o nascimento do modo de produção capitalista, passando

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a escola de ter função primordial de possibilitar o saber necessário à burguesia em

crescente ascensão, numa sociedade não mais pautada nas relações naturais, mais nas

produzidas pelo homem.

2. Marcos históricos: da origem da Educação Técnica e Profissional no Brasil à

contemporaneidade

Da história da educação técnica e profissional no Brasil, pode se afirmar que ela tem raízes

desde o seu descobrimento, o então Brasil - Colônia de Portugal. E que de certo modo foi

pensada pelos descobridores desde o início; pois eles precisavam da força de trabalho para

a exploração da colônia recém-criada: o Brasil. Inicialmente esta mão de obra utilizada por

eles, foi na forma escravagista em primeiro momento pelos escravos nativos e posterior

africanos, e que mesmo com a independência 1822, ainda, foi explorado por mais ou

menos meio século depois, até o ano de 1888 com a lei Áurea que aboliu a escravatura no

Brasil.

Diante de tal realidade e com a necessidade da contratação de mão de obra

assalariada, e culminando com o surgimento e a modernização das indústrias existentes, é

que se tem início a Educação Técnica e Profissional no Brasil. Adotando como referencial

a divisão cronológica da história da Educação Profissional no Brasil, proposta por

Tavares (2012), o presente texto pretende contextualizar a sociedade da época, assim

como, o desenvolvimento e regulamentação do ensino profissional.

2.1 Primeira fase (1500-1889)

A partir de 1500, com a chegada dos portugueses ao Brasil, a Educação Profissional

começa a ser esboçada, não com caráter de inclusão, mas como uma necessidade da nova

sociedade a ser criada. O modelo de exploração baseou-se em princípio no extrativismo do

pau-brasil, posterior o cultivo da cana-de-açúcar ―que levou o Brasil, à condição de maior

exportador desse produto naquela época‖ e ao final do século XVII marcado pelo Ciclo do

Ouro, onde das atividades econômicas, destacou o extrativismo de ouro no interior.

Tomando então por principal, esta modalidade de mão de obra escrava utilizada

naquele período, a Educação Profissional neste primeiro momento era desnecessária, uma

vez que o povo escravizado aprendia o oficio no próprio trabalho, não sendo necessário

investimento para profissionalização desses trabalhadores. Tavares (2012) esclarece que a

elite ou classe alta desse período, não se identificavam com o trabalho, e, principalmente,

com o trabalho manual. Devido a estas séries de motivos não existia um público para

Educação Profissional, inviabilizando investimentos nesta área.

2.2 Segunda fase (1890-1955)

A Proclamação da República, em 1889, é responsável por várias mudanças, que

impactaram a vida da sociedade brasileira. A Primeira República (1889-1930) foi marcada

por crises econômicas e conflitos internos, todavia a indústria começa a ganhar força:

a industrialização proporcionou mudanças na estrutura social brasileira,

com a formação de uma classe operária e o crescimento do espaço urbano.

As mudanças políticas e sociais, também conhecidas pelo termo

modernização, resultaram ainda em agudos conflitos sociais, tanto no

campo, como no caso da Guerra de Canudos, quanto nas cidades, como a

Revolta da Vacina e as greves operárias na década de 1910. (PINTO, (sem

data), p.1)

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Um problema deste período, foi que os ex-escravos estavam à margem da

sociedade, sem condições que permitissem o seu próprio sustento. Na indústria ainda não

era necessário um grande volume de mão de obra qualificada, porém: [―...] a Educação

Profissional era vista como alternativa ao problema da ociosidade dos ―desfavorecidos da

fortuna‖, que geravam altos índices de criminalidade e impediam o progresso do país. ‖

(TAVARES, 2012, p.5). A oficialização da Educação Profissional ocorreu no ano de

1909, com a criação de 19 Escolas de Aprendizes e Artífices, embasadas no decreto 7.566,

no governo de Nilo Peçanha. De acordo com Tavares (2012), o público alvo eram os

pobres, aleijados, cegos, surdos, ex-escravos, loucos, órfãos, entre outros marginalizados

pela sociedade da época. Ainda, segundo esse autor, é inexistente uma aproximação entre

a Educação Profissional e o ensino propedêutico, ou seja, não existe uma educação

preparadora para especializações futuras.

Em 1937, a Constituição, promulgada por Getúlio Vargas, transformou as

Escolas de Aprendizes Artífices em Liceus Industriais. Para sustentar esse crescimento,

era preciso formar mão de obra qualificada, um bem escasso no Brasil naquele momento.

O ensino técnico passou a ser contemplado como um elemento estratégico para o

desenvolvimento da economia e como um fator para proporcionar melhores condições de

vida para a classe trabalhadora.

Em 1942 um divisor de águas na organização da educação no Brasil, a profunda

reforma no sistema educacional brasileiro, promovida por Gustavo Capanema, que

equiparou o ensino profissional e técnico ao nível médio. Naquela mesma ocasião, os

Liceus Industriais passaram a se chamar Escolas Industriais e Técnicas (EITs).

2.3 Terceira fase (1956-1970)

O desenvolvimento industrial se intensifica a partir da década de 1950, quando o governo

passa a fazer investimentos e a facilitar que empresas multinacionais se instalem no Brasil.

Para Tavares (2012, p.5), ―o Brasil torna-se dependente do capital internacional, que passa

a requisitar investimentos na qualificação de mão-de-obra, com base na teoria do Capital

Humano.‖. A qualificação seria então, um fator determinante para o desenvolvimento

industrial, uma vez que aumentava a procura pela a Educação Profissional e as

universidades eram menos requisitadas pela massa. O público alvo, que antes eram os

excluídos da sociedade, passa a ser os jovens trabalhadores que chegavam ao ensino

secundário, satisfazendo assim, a necessidade do mercado de trabalho e regulando a

procura pelo curso superior.

Parte dessa demanda foi atendida pelas já existentes EITs –Escolas Industriais e

Técnicas que prevaleceu até 1959, quando foram transformadas em Escolas Técnicas

Federais (ETFs) e ganharam autonomia pedagógica e administrativa. Em seguida, o ensino

técnico ganhou um novo status por fixação da lei das Diretrizes e Bases da Educação

Nacional em 1961, que equiparou o ensino profissional ao ensino acadêmico. Até então,

prevalecia a ideia de que esse tipo de formação era destinado apenas a indivíduos carentes

– os mesmos ―desafortunados‖ da época de Nilo Peçanha. A partir desse momento, o

ensino profissional e técnico passou a ser considerado essencial para a expansão da

economia e passou a se basear nas escolas técnicas dos países industrializados.

2.4 Quarta fase (1970-2002)

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Nos anos 1970, com a aceleração do crescimento econômico, houve uma forte expansão

da oferta de ensino técnico e profissional, promovida pela imperiosidade da Lei Federal

5692/71, que tornou obrigatória à profissionalização do então ensino secundário, na

tentativa de unificar o antigo ensino primário e médio, eliminando as diferenças entre os

ramos secundário – agrícola, industrial, comercial e normal. Essa Lei segundo Tavares

(2012), torna ainda maior as diferenças entre escolas de ricos e pobres, assim como a

Educação Profissional e Ensino Propedêutico.

Em 1978, surgiram os três primeiros Centros Federais de Educação Tecnológica

(CEFETs), que tinham como objetivo formar engenheiros de operação e tecnólogos.

Dezesseis anos depois, os Cefets viraram a unidade padrão da Rede Federal de Ensino

Profissional, Científico e Tecnológico (Lei 11.892/2008). Eles absorveram as atividades

das ETFs e das Escolas Agrotécnicas Federais e se preocuparam em preparar o País para a

revolução tecnológica ocorrida entre os anos 1980 e 1990. Muitos destes "Centros" foram

suprimidos e passaram a compor a rede de Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia, passando a adotar o nome de "Institutos" (menos os CEFET/RJ e

CEFET/MG, que permanecem com o nome antigo, mesmo fazendo parte da nova rede), à

exceção do CEFET-PR que passou a ser Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Marcado por estagnação econômica e inflação descontrolada, o presente período apresenta

um enfraquecimento nos investimentos do Estado para a educação. Esses fatos

possibilitaram o fortalecimento da rede privada de ensino, assim como a tentativa de

privatização do ensino público.

Esta fase está fortemente presente o espirito neoliberal, que transfere a

responsabilidade do sucesso ou insucesso para o próprio indivíduo. O papel da educação

profissional novamente se transforma, prezando que:

cabe à Educação Profissional formar o ―trabalhador de novo tipo‖, em sintonia

com as novas formas de organização e gestão do trabalho e com os interesses do

mercado. Contudo, transfere-se para o trabalhador a responsabilidade pelo

domínio das competências profissionais exigidas pelo mercado e, portanto, pela

sua empregabilidade. (TAVARES, 2012, p.8)

2.5 Quinta fase (a partir de 2003)

Com a eleição do presidente Lula, em 2002, o Estado retoma o investimento na Educação

Técnica e Profissional, na condição de financiador, bem como por meio de transferência

de recursos para a iniciativa privada, ampliando o atendimento às unidades já existentes e

provendo a abertura de novas. Entre 2003 e 2016, o MEC concretizou a construção de

mais de 500 novas unidades referentes ao plano de expansão da educação profissional,

totalizando 644 campi em funcionamento. Essa Rede, ainda, é formada por instituições

que não aderiram aos Institutos Federais, mas também oferecem educação profissional em

todos os níveis. São a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, os CEFETS MG e RJ,

25 Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais e o Colégio Pedro II.

3. Alguns números referentes à Rede Federal

É impressionante ao analisar a expansão da Rede Federal de Educação Profissional,

Científica e Tecnológica, quando se trata de unidades em um curto prazo de tempo. De

acordo com a Figura 1, entre 2003 e 2016 houve um aumento de mais de 500 unidades.

Essa quantidade é mais de 3 vezes, do que já havia sido criado anteriormente. A Figura 2

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demonstra a capilaridade da Rede, é possível observar que os municípios atendidos

passam de 119 ao fim de 2002, para 568 no fim de 2016, significando quase 4 (quatro)

vezes mais.

Figure 1. Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica - em unidades

Figura 2. Quantidade de Municípios atendidos com a expansão da Rede Federal de

Educação Profissional, Científica e Tecnológica

4. Considerações finais

Conclui-se que os avanços da expansão da educação profissional e tecnológica, na

sociedade brasileira, vêm sendo valorizados como um elemento fundamental na inclusão

social, no apoio, na melhoria da produtividade e competitividade do País. A partir da

implementação dos IFs, as ações de educação profissional dos tempos remotos, passaram a

desfrutar de um caráter totalmente organizado e trouxeram avanços significativos. A

Educação Profissional e Tecnológica passa a ser para muitos jovens e adultos a porta de

entrada para o mercado de trabalho, preparando os profissionais, tanto para o trabalho

quanto para o convívio neste ambiente, e tornando possível que a economia possa se

desenvolver e consequentemente que exista uma ascensão social das classes menos

favorecidas.

Referencias Portal da Rede Federal de Educação Profissional. Expansão da Rede Federal. Disponível

em: <http://redefederal.mec.gov.br/>. Acesso em: 16 set. 2017.

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2017

Portal Brasil. Sistema S oferece cursos técnicos em todo o Brasil. Disponível em:

<http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2011/10/sistema-s-oferece-cursos-

tecnicos-em-todo-o-brasil>. Acesso em: 13/set. 2017

PINTO, Tales. República Velha (1889-1930). Disponível em:

<http://brasilescola.uol.com.br/historiab/republica-velha-1889-1930.htm>. Acesso em: 17

set. 2017.

TAVARES, Moacir Gubert. Evolução da Rede Federal de Educação Profissional e

Tecnológica: As etapas históricas da educação profissional no Brasil. Disponível

em: Acesso em: 17 set. 2017.

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As relações de amor na música sertaneja da década de 1970

Márcio Bonesso, Eloah Leite Dalaglio, Maria Eduarda Pádua Porto, Elisa Macedo de

Campos, Clarice Regina da Silva Santos

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia Centro

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected]

Resumo. A comunicação de pesquisa visa apresentar uma interpretação sobre a

narrativa poética das músicas sertanejas da década de 1970. Essa década é

bastante significativa, pois com o processo de modernização brasileiro e a

ascensão do movimento do rock nacional da jovem-guarda; vários cantores,

duplas e trios sertanejos absorveram os elementos tecnológicos dos rockeiros, tais

como baterias, guitarras, contrabaixos e teclados. Nesse contexto, a pesquisa

deseja interpretar em 12 músicas da época como suas narrativas discutem as

questões de amor, sexualidade e gênero relacionadas aos aspectos históricos e

tecnológicos. Para isso, tal estudo recorre às discussões sociológicas e

antropológicas sobre tais temáticas.

Abstract. The research communication aims to present an interpretation about the

poetic narrative of country songs of decade of 1970. This decade is quite

significant, because with the process of brazilian modernization and the rise of the

national rock movement of the young-guard; several singers, duets and backwoods

trios absorbed the technological elements of rockers, such as drumns, guitars,

bass guitars and keyboards. In this context, the research seeks to interpret in 12

songs of the time as their narratives dicuss the issues like love, sexuality and

gender related to historical and technological aspects. For this, this study resorts

to sociological and anthropological discussions about this issues.

1. Introdução

Este projeto tem como tema de pesquisa compreender a relação entre amor, sexualidade e

violência na música caipira e sertaneja. A problemática geral do projeto de pesquisa é

realizar uma ampla investigação histórica, ao longo de sua produção fonográfica, sobre o

pensar e fazer musical desses estilos através de suas narrativas poéticas. Iniciada com a

famosa série do selo vermelho da música caipira, produzida de maneira independente por

Cornélio Pires em 1929, a música caipira/sertaneja ultrapassou várias gerações até chegar

atualmente no movimento denominado de sertanejo universitário, estilo que movimenta a

maior fatia de lucro do mercado e da produção da arte no Brasil.

2. Metodologia

Na concepção dos vários atores que vivenciam o gênero, pesquisadores, intelectuais,

músicos, público, mudanças substanciais de interpretação sobre o pensar musical

(estruturas musicais, gramática musical, representações acerca da conexão entre a

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expressão formal da música e seus conteúdos) e fazer musical (aspecto prático, processual,

composto por dança, teatro, música instrumental, forma musical elementos sonoros e sua

gestalt básica) caipira e sertanejo ocorreram, nas décadas de 1920, quando as músicas

ganharam uma reprodução serial via LP. A partir da década de 1970 e início da década de

1980 com a criação de uma estratégia de marketing de grandes corporações de canal

aberto e jovens empresários do interior paulista, mineiro e goiano que começaram a

investir no ramo da ruralidade brasileira. Assim, o ramo da ruralidade torna-se o filão do

mercado musical semelhante em termos de lucro ao do futebol e do samba/carnaval

(Alem, 1996 e Caldas, 2004-2005). Com o início deste século XXI, o sucesso meteórico

nacional de duplas e eventos que se denominam de sertanejo universitário conquista a

hegemonia do mercado da música brasileira. A partir dessas três fases históricas a

pesquisa visa investigar como ocorreu o tratamento poético sobre a mulher, sobre as

relações sociais entre homens e mulheres e, em específico, os aspectos da violência

simbólica e física nessas relações de amor.

3. Resultados e discussão

Na parte temática, o plano de trabalho começará com a narrativa poética das músicas

sertanejas da década de 1970. Essa década é bastante significativa, pois com o processo de

modernização brasileiro e a ascensão do movimento do rock nacional da jovem-guarda,

vários cantores, duplas e trios sertanejos absorveram os elementos tecnológicos dos

rockeiros, tais como baterias, guitarras, contrabaixos e teclados. Além disso, o estilo de

vida da jovem-guarda, cabelos compridos, óculos aviador, calça jeans e jaquetas de couro

também foram incorporados pelos artistas sertanejos. Esse processo de modernização

dentro do gênero se tornou bastante robusto nos últimos anos desta década quando os seus

shows saíram das estruturas amadoras dos circos e foram substituídos pelo processo de

profissionalização dos rodeios.

Nesse aspecto o plano de trabalho ocorrerá em seu primeiro momento em duas frentes

de trabalho: teórica e empírica. A parte teórica se iniciará com leituras sobre a sociologia

do amor, a história da música sertaneja e fará uma pesquisa explanatória sobre as últimas

produções bibliográficas. Na parte empírica o trabalho fará nesse primeiro momento a fase

denominada de escutatória que consiste na identificação minuciosa das artistas, das suas

obras, das músicas de trabalhos, cd´s e dvd´s.

No segundo momento, a aluna fará a seleção das 12 músicas que serão analisadas.

Essa analise terá como base as discussões teóricas clássicas realizadas no primeiro

momento da pesquisa. Nesse contexto da década de 1970, muitos cantores do gênero tais

como: João Mineiro & Marciano, Trio Parada Dura, Léo Canhoto & Robertinho,

Chitãozinho & Xororó, Milionário & José Rico, Tonico & Tinoco, Pena Branca &

Xavantinho, dentre vários outros, possuem qual narrativa poética ligada aos tipos de amor

sociológico problematizado no conteúdo teórico do projeto de pesquisa.

Assim, esse plano de trabalho visa investigar qual é o conteúdo poético multifacetado

que essa geração de cantores sertanejos narrou em suas canções musicais. A quantidade de

12 músicas escolhidas tem como parâmetro a orientação de pesquisa de outros projetos de

natureza musical mencionados no item justificativa. O próximo passo da pesquisa será a

analise das músicas e simultaneamente a continuidade das leituras teóricas. Para o

relatório parcial serão escolhidas três músicas para serem analisadas. Após esse período a

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aluna continuará no processo teórico das pesquisas relacionadas à temática e, ao mesmo

tempo, no processo empírico de analise das nove músicas. Por fim será confeccionado no

último mês o relatório final da pesquisa.

Referências

ALEM, João Marcos. Caipira e country: a nova ruralidade brasileira. São Paulo, Tese

de Doutorado USP, 1996.

CALDAS, Waldenyr. Revendo a música sertaneja. Revista USP Dossiê Brasil Rural,

número 64. São Paulo, 2004-2005.

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Amor de Princesa: um estudo semiótico sobre os

relacionamentos amorosos nos filmes infantis Juliana Sousa Lobo, Márcio Bonesso

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia Centro [email protected] [email protected]

Resumo. Este projeto pretende discutir a influência das relações amorosas na

educação tecnológica, através dos filmes de princesa. Ao longo das últimas

décadas, os desenhos animados transmitidos pelas TVs brasileiras de canal aberto

como Pato Donald, Perna Longa, Mickey Mouse e Minnie, Zé Carioca, Pica Pau,

Tom e Jerry se reconfiguraram e se adaptaram às novas tecnologias digitais. Com

o surgimento das mídias digitais como DVDs e as redes sociais como a Netflix e o

Youtube, esses filmes passaram a ser produzidos e consumidos por uma grande

massa heterogênea de crianças brasileiras, sobretudo do público feminino.

Tornaram-se referências diárias para vários pais e professores na socialização da

população infantil brasileira. Diante desse contexto, o plano de trabalho objetiva

interpretar os discursos das mensagens e os diálogos dos personagens desses

filmes de princesas na construção dos seus relacionamentos amorosos.

Abstract. This project intends to discuss an influence of the amorous relations in

the technological education, through princess films. Over the last decades, the

cartoons transmitted by the Brazilian open channel TVs like Donald Duck, Bugs

Bunny, Mickey Mouse and Minnie, Ze Carioca, Woody Woodpecker, Tom and

Jerry reconfigured and adapted to new digital technologies. With the emergence of

digital media such as DVDs and social networks like Netflix and Youtube, these

films started to be produced and consumed by a large heterogeneous mass of

Brazilian children, especially the female audience. They became daily references

to various parents and teachers in the socialization of the Brazilian child

population. In view of this context, the work plan aims to interpret the speeches of

the messages and the dialogues of the characters of these films of princesses in the

construction of their amorous relationships.

1. Introdução

Este projeto tem como tema de pesquisa mais amplo compreender como as relações entre

as antigas e novas mídias, inseridas em especial nos filmes infantis através dos

dispositivos analógicos como a televisão e outros dispositivos digitais móveis, interferem

na construção social da infância no Brasil. A delimitação deste tema para esta pesquisa é

analisar o conteúdo simbólico de alguns filmes infantis sobre princesas que fazem parte da

rotina das crianças em casa e na escola, observando as diferenças na apresentação e

formação do significado dos discursos sociais em torno de personagens que se relacionam

com histórias de amor.

Como desdobramento, o estudo desses filmes infantis permitirá um vínculo

temático nessa problematização visando incorporar concepções atuais sobre a sociologia

do amor, na construção dos gêneros, da cultura popular e da indústria cultural na nossa

sociedade brasileira. Vivemos em um mundo em que a presença das mídias e tecnologias

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está inserida em nosso cotidiano. Ao pensarmos em relação às crianças é visível a

influência determinante que estas exercem sobre a vida e formação do ser humano visto

que, na atual sociedade contemporânea, instrumentos como a televisão, o computador e

outros dispositivos móveis menores passam a fazer parte dos principais utensílios

frequentes na rotina das famílias e constantemente moldam o comportamento por esta

adquirida.

2. Metodologia

Como objetivo geral do plano de trabalho a aluna vai descrever etnograficamente as

narrativas discursivas e semióticas dos filmes de princesa no que tange os relacionamentos

amorosos. O primeiro objetivo específico do plano de trabalho se propõe em revisar

teoricamente as discussões sobre os temas da sociologia do amor, cultura popular e

indústria cultural na formação educacional infantil. O segundo objetivo do filme,

simultâneo ao primeiro, será o de assistir sete filmes: Cinderela, A Bela e a Fera, Branca

de Neve, Pocahontas, Frozen, Valente e Shrek. Por fim, como desdobramento desses

objetivos o trabalho de relatório final visa como último objetivo específico escolher dois

filmes que correlacione às análises empíricas às referências teóricas estudadas. O objetivo

é descrever etnograficamente esses filmes selecionados visando correlacionar suas

narrativas discursivas e semióticas com as propostas teóricas dos tipos de amor.

Como cada filme possui em média 1h30min de duração, a definição de dois filmes

foi feita tendo como base o tempo uma comparação com outros projetos, de iniciação

científica júnior, já realizados em que as alunas estudam por meio de técnicas de

decupagem as animações musicais.

3. Plano de Pesquisa

O plano de trabalho da aluna trará como eixo principal das pesquisas temas da sociologia

do amor. Todavia, como mencionado, o plano de trabalho está articulado diretamente com

um projeto mais amplo de pesquisa que envolve a temática de outros eixos transversais

como o da indústria cultural e cultura popular. Nesse sentido, a pesquisa busca

correlacionar o eixo principal com esses eixos e temas transversais.

Essa correlação com os temas transversais é bastante evidente, na obra O grande massacre

de gatos (1986). O antropólogo historiador Robert Darton demonstra como os contos

camponeses da Idade Média da França, Alemanha, Itália e outros países europeus foram

resignificados por folcloristas no início da modernidade. Charles Perrault, na França e os

irmãos Grimm, na Alemanha, são até hoje reconhecidos mundialmente como os principais

pesquisadores que coletaram esses contos populares e reescreveram com um significado

mais moralizado à ética moderna.

Darton descreve que contos como o da Cinderela, A Bela e a Fera ou Branca de

Neve na maioria dos casos não possuíam desfechos bondosos como resignificados por

esses folcloristas. Segundo o pesquisador Darton, na França, por exemplo, o início do

período da modernidade o baixo desenvolvimento humano nas aldeias permaneceu por um

longo período – dos primeiros estragos da peste negra em 1347 até por volta de 1730 com

o salto populacional e produtivo. Os camponeses eram relativamente livres, mas não

podiam escapar a um sistema senhorial que lhes negava terras suficientes para alcançarem

a independência econômica. Ainda segundo o pesquisador o elevado número de madrastas

nesse período (proporção estatística de dez para um) demonstra que o tema da madrasta

má aparece em vários contos camponeses de princesa como o da Cinderela,

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negligenciando o tema correlato da desnutrição, dos conflitos violentos entre homem e

mulher, o abandono na floresta ou até mesmo o infanticídio dos pais sobre os filhos mais

novos, fatos históricos tão comuns nesse momento de escassez.

Nesse aspecto o casamento não fornecia nenhum escape às mulheres, pelo

contrário impunha uma carga maior para elas, subordinando-as a trabalhar no sistema

manufatureiro domiciliar dentro da casa e também nos campos. Muitos contos descrevem

como elas tinham a função familiar de cuidar do gado, ceifar feno, carregar lenha de dia;

cozinhar e trabalhar à roda de fiar dentro de casa no período noturno. Nesse contexto

histórico do tipo de amor patriarcal, as famílias das mulheres deveriam ainda oferecer

certos dotes para se casarem.

Outros filmes de princesas mais modernos tais como Pocahontas, Frozen, Valente

e Shrek já demonstram outros roteiros de narrativas, mais condizentes aos valores da

indústria cultural, da modernidade e, quiçá, da pós-modernidade. Nesse sentido, outras

construções de relacionamentos amorosos, do papel do feminino e do masculino podem

ser aplicadas ou dialogadas com o amor patriarcal, vigente no universo medieval e do

início da modernidade europeia descrito pelo pesquisador Darton.

O livro A Transformação da Intimidade (1993), do sociólogo Anthony Giddens

também traz importantes contribuições para essa discussão na medida em que sua pesquisa

objetivou demonstrar a construção social de alguns outros tipos de relacionamentos

amorosos com o advento da modernidade e avanço do século XX. Escreveu, por exemplo,

sobre o amor apaixonado, cujo envolvimento emocional é bastante invasivo, pois é

marcado por uma urgência que o coloca à frente das rotinas da vida cotidiana e acaba

tendo uma relação conflitante com o cotidiano, também ocorre uma idealização temporária

do parceiro, esse tipo de relação dificilmente era encarado como uma base para um

relacionamento duradouro ou para um casamento, que é exatamente o que ocorre no amor

romântico.

Segundo Giddens, todavia, o mais abrangente nesses modelos na modernidade foi

o amor romântico que começou a surgir lentamente no século XVIII, depois de uma

pequena evolução do casamento tradicional que seria parte do amor patriarcal e que

ocorria geralmente por razões econômicas entre famílias. O amor romântico é um tipo

mais individualizado onde as pessoas colocam sua própria satisfação em primeiro lugar e

depois vêm a do seu parceiro, mas ao mesmo tempo, exerce um tipo de amor que o

idealiza na relação, causando uma dependência muito forte, à procura sua “alma gêmea”.

Alguns filmes como Valente onde a princesa é submetida a um casamento arranjado, mas

luta pela sua liberdade de escolha, percebe-se exatamente um roteiro que vincula o

conflito geracional entre o amor patriarcal e o amor romântico. A princesa deseja exercer

sua liberdade de cidadã, com os direitos civis e sociais garantidos, escolher um tipo de

amor voltado para desfrutar uma relação com sua “alma gêmea”.

Pode-se aventar como hipótese que os filmes de princesas da atualidade orbitam na

essência do amor romântico, porém não exclusivamente as histórias giram em torno da

espera pelo príncipe perfeito, elas também mostram a autonomia e independência das

princesas em relação ao seu próprio futuro. Se ainda não há um roteiro de filmes de

princesa com o tipo de amor confluente, desejo de amar cujo princípio é a felicidade

mútua, estando com você ou não, possibilitando uma abertura para o relacionamento

aberto; percebe-se que esse tipo de amor pode ser desenvolvido em alguns momentos dos

filmes com esses roteiros mais modernos.

Sobretudo nos momentos de conflitos entre as almas gêmeas que buscam o amor

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romântico, também são percebidos nesses roteiros de maneira fragmentada alguns

resquícios do chamado amor líquido. O filósofo Zygmunt Bauman em sua obra O Amor

Líquido (2004) demonstra como esse tipo amor se desenvolveu na atualidade, com o

advento da chamada pós-modernidade ou modernidade líquida. As relações amorosas

tornam-se efêmeras e com uma extrema fluidez, de modo que não existe tempo de se

construir laços duradouros como no amor romântico ou patriarcal. As relações sociais são

assimiladas como relações virtuais onde homens e mulheres se conectam e desconectam

de acordo com seus desejos hedonistas. Apesar de pouco provável um roteiro de princesa

com esse tipo de amor líquido, traços desses tipos de amores pós-modernos podem

perpassar roteiros como Poncahontas, Frozen, Valente e Shirek ou de outros filmes não

identificados nesse projeto? Essa é uma pergunta que a pesquisa irá percorrer ao longo de

sua vigência, demonstrando as tensões entre esses tipos de amores que foram construídos

desde a idade média, atravessando o período da modernidade e chegando aos tempos

atuais.

4. Conclusões

No plano de trabalho da aluna, a organização do material será iniciada ao assistir os sete

filmes de princesas mencionados nos objetivos. No primeiro trimestre da pesquisa, os

filmes serão assistidos semanalmente para a obtenção da escolha dos dois filmes que serão

analisados a seguir. O método de análise será a observação etnográfica dos diálogos e das

imagens dos filmes. Como vimos anteriormente, a etnografia visa interpretar os

personagens envolvidos nas histórias de forma relacional. Ao mesmo tempo, serão

apresentadas as discussões teóricas mencionadas acima que servirão de base analítica para

as etapas seguintes. Além disso, ocorrerá uma identificação de trabalhos similares nas

plataformas científicas, visando estabelecer um diálogo com as produções científicas que

perpassam o tema proposto. Esses dois trabalhos empírico e teórico servirão como base

para o primeiro relatório.

No segundo trimestre da pesquisa, a aluna fará inicialmente uma interpretação

empírica sobre os dois filmes escolhidos que servirá de base para o relatório parcial. A

descrição etnográfica será realizada buscando uma interpretação quadro a quadro dos

diálogos, relatando minuciosamente o conteúdo dessas mensagens semióticas. Ao mesmo

tempo, será realizado o fichamento dos conteúdos teóricos para nutrirem a análise da

terceira e quarta fase da pesquisa.

No terceiro trimestre da pesquisa, serão realizadas efetivamente as descrições

etnográficas dos filmes, isto é, a decupagem empírica fará uma conexão de sentido à luz

das discussões teóricas mencionadas e a confecção do relatório final.

Referências

BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de

Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

DARTON, Robert. O Grande Massacre de Gatos: e outros episódios da história

cultural francesa. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

GIDDENS, Anthony. A Transformação da Intimidade: sexualidade, amor e erotismo

nas sociedades modernas. São Paulo: Editora da Unesp, 1993.

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Show Opinião: Representações da Resistência

Democrática ao Golpe Civil e Militar de 1964 no Brasil.

Profa. Dra. Sírley Cristina Oliveira

Área de História - Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM /Campus

Uberlândia Centro – Uberlândia – MG - Brasil

([email protected])

ABSTRACT. The purpose of this communication is to reflect on the relationship

between History and Theater, especially on the spectacle Show Opinion produced

and taken to the public in April 1964. Although the show was understood as a

manifestation of Resistance to the Coup, many criticisms fell on his production: a

festive, romantic spectacle, solidary to the left and to the Brazilian people, above

all, devoid of political struggle. Resizing the spectacle in the field of History, we

defend the idea that Show Opinion is an important manifestation of resistance to

the political events of 1964.

RESUMO. A presente comunicação tem como propósito refletir acerca da

relação entre História e Teatro, em especial sobre o espetáculo Show Opinião

produzido e levado ao público em abril de 1964. Embora, o espetáculo se

compreendido como uma manifestação de resistência ao Golpe, muitas criticas

recaíram sobre sua produção: um espetáculo festivo, romântico, solidário à

esquerda e ao povo brasileiro, sobretudo, desprovido de luta política.

Redimensionando o espetáculo no campo da História, defendemos a ideia de que

o Show Opinião é uma importante manifestação de resistência aos

acontecimentos políticos de 1964.

1. Introdução

Na noite de 31 de março de 1964 o Brasil sofreu um Golpe Militar, provocando surpresa e

perplexidade a toda a sociedade. A partir de então, a população brasileira, se viu diante de

uma forma política fundada exclusivamente na violência e na falta de participação

popular. De repente, o Brasil de forças políticas progressistas e mobilizadoras passou a ser

dirigido por um regime pródigo em cassações políticas, perseguições, torturas, proibições,

exílios, censuras e mortes, devidamente amparados em Atos Institucionais e Leis de

Segurança Nacional

Entretanto, apesar da estrutura de poder fechada e centralizada dos militares, não

há como negar a efervescência da produção artística e intelectual da esquerda. O cinema, a

música, as artes plásticas, o teatro fizeram florescer o debate político acerca da luta, da

resistência às arbitrariedades do Golpe.

É nesse processo que é gestado o Show Opinião, produzido em 1964 pelo Grupo

Opinião em parceria com o Teatro de Arena de São Paulo. O espetáculo, que nasceu com

proposta de dizer não à ditadura e de resistir à permanência dos militares no poder,

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apresentou formas dramatúrgicas essencialmente inovadoras no palco. Ao aliar as

diferentes formas da cultura popular a um conteúdo essencialmente político, se tornou, ao

lado de outras manifestações artísticas da época, em uma das bandeiras de luta da

resistência política organizada e democrática ao regime militar.

2. Plano de Trabalho

Opinião é um espetáculo que se constituiu a partir dos relatos pessoais de três cantores

populares. Zé Kéti, que representava o samba marginal suburbano do Rio de Janeiro. João

do Vale, que exprimia simbolicamente, a partir dos baiões que cantava a dor e a pobreza

do migrante nordestino cujo destino era os grandes centros econômicos doPaís. Nara Leão,

a representação da classe média, morava em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro,

uma das precursoras da bossa nova. Assim, as inúmeras canções que constituem o Show –

a maioria delas de protesto – foram entremeadas por comentários dos cantores que

souberam articular com perspicácia o acúmulo de conhecimento da experiência pessoal à

ação da conscientização e da militância política.

Contudo, a apresentação do espetáculo causou muitas polêmicas. A primeira delas

veio por parte de intelectuais e críticos especializados de teatro que enxergaram a obra

como um espetáculo fechado, solidário à esquerda e com um posicionamento

explicitamente romântico do que seria o nacional e o popular naquele momento no Brasil.

Para eles o Show Opinião, ao colocar no palco o problema social dos moradores de favelas

e morros do Rio de Janeiro, o sertão pobre e seco do nordeste e consequentemente a

migração dos nordestinos para as regiões mais prósperas do País, traduziu a postura

política limitada de alguns setores da esquerda e do Partido Comunista Brasileiro frente à

luta e à resistência que se projetava contra a ditadura militar. Outro problema é que as

canções engajadas/protestos colocadas no texto fizeram do espetáculo um produto cultural

rentável, aceito e valorizado pelo mercado cultural da arte, o que por sua vez

comprometeria a eficácia e a importância política do espetáculo.

Nesse sentido, qual seria a contribuição do Show Opinião no campo da História?

As ricas experiências estéticas e artísticas aliadas a uma perspectiva política de

engajamento faz do Show Opinião uma manifestação romântica, solidária e acolhedora do

povo frente os acontecimentos do Golpe Civil Militar de 1964?

Partimos da hipótese de que o Show Opinião não deve ser compreendido apenas

sob o prisma do Golpe e da arte engajada que se projetou nos anos 1960. Para que se

reconheça a sua historicidade e a sua capacidade política de articular a resistência política

aos acontecimentos de 1964, é preciso buscar outras referências artísticas e políticas com

quais ele dialoga. Assim, a primeira fonte que inspirou o trabalho artístico e político dos

dramaturgos na construção do Show Opinião veio de uma manifestação teatral

essencialmente popular e pouco discutida na História do Teatro Brasileiro, o Teatro de

Revista do século XIX.

Comumente no Brasil, o teatro de revista pode ser compreendido como um gênero

teatral nitidamente marcado pela diversão e espontaneidade. Sua essência é provocar o riso

e apresentar ao público os acontecimentos expressivos da sociedade, utilizando para isso

linguagens e gestos figurados, musicados, irônicos, debochados e essencialmente

sarcásticos. Embora o riso seja a principal tônica das experiências revisteiras, também

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estão presentes em seu palco as alegorias políticas e as mordazes críticas à vida pública da

Corte, bem como a intolerância às mazelas sociais que assolavam a população carioca nos

anos republicanos.

Em várias situações as convenções teatrais da Revista estiveram presente no palco

do Opinião, elas podem ser identificadas pela construção das personagens grotescas,

cômicas, irônicas e assumidamente engajadas às denunciais sociais e política da

sociedade. A inserção da música também realça a influencia revisteira no espetáculo,

samba, baião, xote dão o tom descontraído e popular da apresentação.

Outra fonte que permite o regate da historicidade do Show Opinião foi o

restaurante Zicartola. O restaurante político e artístico de Cartola e Dona Zica teve vida

curta, de apenas dois anos (1963-1965), mas foi o suficiente para mobilizar a população

carioca para um acontecimento inusitado: o encontro entre os sambistas tradicionais do

morro – considerados os autênticos representantes da cultura popular – e os artistas da

classe média do Rio de Janeiro – representados pelos jovens universitários que se

dedicavam à produção de uma arte nacional no teatro, no cinema e na música popular

brasileira.

Diante do quadro político que se instaurou em 1964, o Zicartola apareceu como

acalanto aos jovens artistas engajados que foram arrancados do seu frutífero espaço de

produção cultural e discussão política: “[...] veio o golpe, o CPC foi fechado, a Une foi

fechada e sobrou o Zicartola, fomos todos para o Zicartola, lá era o nosso reduto”,

(CABRAL, S. 2004), explica Sérgio Cabral. Assim, a partir de 1964 o bar-restaurante de

Cartola passou a ser frequentado pelos ex-membros do CPC da UNE, pela juventude

universitária, pela classe média da Zona Sul do Rio de Janeiro. Além dos sambistas

tradicionais do morro, a casa agora recebia, entre outros, Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira

Gullar, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Lyra, Nara Leão, Tereza Aragão e João das

Neves.

3. Conclusão:

Ao resgatarmos as matrizes artísticas e culturais do Show Opinião, nota-se que o

espetáculo colocou em dúvida a preponderância do mundo oficial, sério, moralista e

estável dos militares. Em cena a música de protesto, as canções populares do baião, do

xote e do samba vieram mostrar que o debate político também se realiza com diversão,

humor, música e quantidade considerável de riso. Assim, com uma força política

extraordinária, o Show Opinião constatou que a ironia, o cômico, o deboche, a comédia

também são instrumentos políticos e, que, quando pensados e articulados a uma

perspectiva histórica, podem contribuir para o fortalecimento da democracia e da justiça.

Em particular, no ano de 1964, para o restabelecimento do Estado de Direito.

Referências

CHAUÍ, Marilena. Seminários – O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira. São Paulo:

Brasiliense, 1983.

DEPOIMENTO de Ferreira Gullar a Maurício Barros de Castro. (CASTRO, Maurício

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Barros de. Zicartola: política e samba na Casa de Cartola e Dona Zica. Rio de Janeiro:

RelumeDumará / Prefeitura do RJ, 2004, p. 85.)

HOLANDA, Heloisa Buarque. Impressões de Viagens – CPC, Vanguarda e Desbunde:

1960/1970. São Paulo: Brasiliense, 1981.

RIDENTI, Marcelo. Em Busca do Povo Brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2000.

SODRÉ, Nelson Werneck. Quem é o Povo no Brasil? Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1962. (Coleção Cadernos do Brasileiro).

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A Verticalização do ensino nos Institutos Federais: uma

bordagem a partir da percepção do trabalho docente no

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Triângulo Mineiro Campus Uberlândia Centro

Danielle Cristina Silva1, Felipe Augusto G. O. Pereira2

1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro.

2 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro.

{[email protected]; [email protected]}

Abstract. Faced with such significant changes in vocational education at

technical and technological levels required by Law 11,892 / 2008, which

established the Federal Network of Professional, Scientific and Technological

Education, creating the Federal Institutes of Education, Science and

Technology, the present research, descriptive in terms of objectives, with a

qualitative / quantitative purpose, aimed to investigate how the process of

verticalization of teaching influences the quality of teaching work. The

research universe consisted of the Campus Uberlândia Centro, where we

sought to detect the most significant reflexes of the verticalization in the

teaching activity and its impact on the professional performance of the

teachers who work in the institution. To do this, it was necessary to know and

highlight the perceptions of teachers working in at least two different levels of

teaching, since each level has its own characteristics. The paper recaptured

the history of education in Brazil, highlighting the main events that influenced

its transformation. The development of professional and technological

education has also been addressed throughout history, with the

implementation of the Federal Institutes. The quantitative / qualitative

research sought to understand the conceptions of the teachers about the

verticalization of teaching within the development of their activities in the

vertical perspective, in order to detect which are the factors that generate the

impact of the teaching in the Uberlândia Center campus.

Resumo. Diante de mudanças tão significativas no ensino profissional de

níveis técnico e tecnológico, demandadas pela Lei nº 11.892/2008, que

instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,

criando os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, a presente

pesquisa, descritiva quanto aos objetivos, com cunho qualitativo/quantitativo,

objetivou investigar de que formas o processo de verticalização do ensino

influencia na qualidade do trabalho docente. O universo da pesquisa se

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constituiu no Campus Uberlândia Centro, onde buscamos detectar os reflexos

mais significativos da verticalização na atividade docente e o impacto deste no

desempenho profissional dos professores que atuam na instituição. Para isso,

fez-se necessário conhecer e evidenciar as percepções dos professores que

trabalham em pelo menos dois níveis de ensino distintos, visto que cada nível

possui características próprias. O trabalho retomou o histórico da educação

no Brasil, ressaltando os principais eventos que influenciaram sua

transformação. O desenvolvimento da educação profissional e tecnológica

também foi abordada ao longo da história, chegando a implementação dos

Institutos Federais. A pesquisa quantitativa/qualitativa buscou compreender

as concepções dos docente sobre a verticalização do ensino dentro do

desenvolvimento de suas atividades na perspectiva vertical, a fim de detectar

quais são os fatores que geram impacto do ensino no campus Uberlândia

Centro.

1. Introdução

O caminho percorrido no Brasil pela educação profissional desde 1909, iniciou

com o estabelecimento das Escolas de Aprendizes Artífices pertencentes a Rede Federal

de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Com essa criação possibilitou

transformações históricas, educacionais, sociais e da reestruturação produtiva de modo

capitalista, encadeando, assim, modificações na maneira de pensar e realizar as políticas

públicas para a educação profissional e tecnológica no país, com consequências para o

trabalho docente. Posteriormente, mais especificamente a partir do ano de 2008, a rede

Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi uma expansão da

Educação Profissional em todo o país a partir da transformação das escolas técnicas

federais em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, também conhecidos

somente como Institutos Federais (IFs) (Romanelli, 2010).

Essa transformação também significou a expansão do ensino técnico, uma vez

que as escolas técnicas, muitas delas centenárias tiveram a sua estrutura administrativa

reorganizada. Novas unidades descentralizadas, chamadas de campus foram criadas em

todos os estados brasileiros, contemplando regiões onde antes não havia educação

profissional pública federal (Romanelli, 2010).

Todo esse percurso que separa a origem das primeiras escolas técnicas federais,

ainda no início do século XX, e a criação dos Institutos Federais no início do século

XXI não foi homogêneo no que se refere à educação profissional como política de

estado ou de governo (Peres, 2005).

A educação profissional passou por períodos de valorização, protagonismo,

estagnação e quase esquecimento. Esse cenário foi revertido a partir da instituição de

uma rede federal de escolas dedicadas ao ensino profissional e da volta do protagonismo

dessa modalidade de ensino por meio de programas e políticas públicas de governo para

a educação, materializando assim os Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia (Ortigara, 2013).

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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro

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Os IFs foram criados por meio da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, a

mesma lei instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,

chamada apenas Rede Federal, ou seja, há menos de uma década observa-se a

transformação do cenário da Educação Profissional e Tecnológica no país. Segundo

Ortigara (2013, p. 2), os Institutos Federais representam uma nova institucionalidade na

oferta da educação profissional no Brasil por ter como particularidade: a verticalização.

2. Pressupostos teóricos

Os Institutos Federais foram pensados e implantados para atender as necessidades

do mercado profissional e tecnológico. Neste sentido a lei de criação dos institutos

federais foi bem clara e específica no sentido poder ofertar educação profissional e

tecnológica de qualidade à comunidade em que os institutos estiverem inseridos a fim

de atender as necessidades socioeconômicas.

Pacheco (2010) ressalta a importância dessa finalidade afirma que, a

verticalização do ensino permite que os docentes atuem em diferentes níveis de ensino e

que os discentes compartilhem os espaços de aprendizagem, possibilitando o

desenvolvimento de uma linha de formação que pode ir do curso técnico ao doutorado.

Deste modo políticas públicas voltada à profissionalização também se

caracterizam como respostas do Estado às demandas e pressões geradas por setores da

economia. A partir deste contexto em 29 de dezembro de 2008 foi promulgada a Lei

11.892 que fez surgir efetivamente os Institutos Federais que se tornaram instrumentos

de transformação de vida social, econômica cultural modificando positivamente a

sociedade brasileira (Pacheco, 2010; Ferreira, Mineo e Carvalho, 2010).

No IF, os docentes ocupam o cargo de Profissionais do Magistério da Educação

Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT) nos IF. Embora tenham como lócus de trabalho

uma IES, atuam no ensino médio e técnico, cursos superiores, pós-graduação, em

conteúdos ou disciplinas ligadas às áreas de formação. Atuam em diversas atividades

ligadas ao ensino, pesquisa, extensão e gestão e atendem públicos muito diferentes, que

exigem posturas cada vez mais diferenciadas e sob a lógica gerencialista. São ainda

responsáveis ou corresponsáveis pela implementação, execução e/ou supervisão de

muitos programas.

Silva (2015) avalia que o trabalho docente nos IF é:

(...) marcado pela complexidade intrínseca à EPT, somada à heterogeneidade da ES, uma vez

que atuam na educação básica e na ensino superior, em diversas modalidades de ensino; devem

realizar atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, com vistas a formar mão de obra, mas

também produzir conhecimento, invenção e inovação; e a relação da instituição com os APL

aproxima estes docentes, não só das questões sociais da região, mas também das questões

econômicas e políticas. Assim, vislumbra-se que a atuação desse docente seja flexível e

habilidosa, de modo que assuma uma postura diferenciada e mais próxima, não só dos

estudantes, mas também da sociedade e dos setores econômicos da região. (p. 118).

Percebe-se que as funções desempenhadas pelos docentes dos IF compreendem

estágios distintos de formação, integrados e comunicativos, que envolvem o trabalho,

.

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o conhecimento universalizado e a inovação tecnológica que os expõem ao

desenvolvimento de atividades que vão além dos limites dos níveis de formação

deles.

3. Procedimentos Metodológicos

O levantamento bibliográfico deu início ao desenvolvimento deste projeto.

Buscando na revisão apresentar o que o autores contribuíram nos estudos da

concepção dos Institutos Federais, da verticalização do ensino, da transversalidade.

Com aplicação de questionário estruturado, tivemos a oportunidade de apurar as

concepções do impacto da verticalização no trabalho docente.

4. Resultados Parciais

O olhar sobre o impacto da verticalização no trabalho dos professores

oportunizou a abordagem de várias questões, como por exemplo: o processo de

trabalho, as exigências sobre as atividades, as tensões, os desafios trazidos pelas

várias ocupações, a experiência dos professores e a organização pedagógica como um

todo. Observou-se, através da pesquisa, que a verticalização do ensino no Câmpus

Uberlândia Centro ainda não está totalmente implantada, pois apesar de ter cursos em

todos os níveis, nem sempre são da mesma área. De um modo geral, isso ocorre

porque a oferta de ensino nos diferentes níveis deve estar articulada com a vocação

regional e com as demandas registradas. A implantação de novos cursos exige cautela,

especialmente quando estão vinculados a novas áreas, distintas daquelas já atendidas

pela instituição, para que não sejam demandas transitórias, as quais, posteriormente,

venham acarretar em estruturas ociosas.

Referências

ORTIGARA C. Institutos Federais: uma nova concepção de educação ou

reorganização administrativa? Anais do II Colóquio Nacional. A

Produção do Conhecimento em Educação Profissional. Natal: IFRN,

2013.

PACHECO, E. M. Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e

tecnológica. São Paulo: Moderna, 2010.

PERES, Eliane. A política educacional no Brasil in Stephanou, M e Camara, M H B.

(orgs.) História e memórias da educação no Brasil. Vol III – Século XX, Editora

Vozes. Petrópolis, 2005. p. 114-128.

SILVA, P. F. A expansão da educação superior e o trabalho docente no Instituto

Federal do Norte de Minas Gerais. Dissertação - (Mestrado) - Universidade

Federal de Minas Gerais, Faculdade de Educação, 2015.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 35 ed. Petrópolis,

RJ: Vozes, 2010.

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História, Memória e Política no Teatro Brasileiro: a

Dramaturgia de Jorge Andrade.

Rafaela Paula Cruz1, Sírley Cristina Oliveira

2

1Curso Técnico de Computação Gráfica Integrado ao Ensino Médio- IFTM Campus

Uberlândia Centro, bolsista do Programa PIBIC/EM - Uberlândia MG

2Área de História – Instituto Federal Triângulo Mineiro – IFTM Campus Uberlândia

Centro – Uberlândia MG

([email protected],[email protected])

Abstract. This presentation aims to reflect on the theater of Jorge Andrade,

especially the dialogue he establishes with History, as well as the process of

building a collective memory brought to the stage, through the rescue and

problematizations of classical themes of historiography , namely: the eighteenth

century and the question of freedom, the Revolution of 1930 and the arrival of

immigrants to Brazil. Thinking about the past / present relation, the present

communication seeks to discern the contributions of andradine theatrical art to

the contemporary Brazilian political debate.

Resumo. Esta apresentação tem como proposta refletir acerca do teatro de

Jorge Andrade, em especial o diálogo que ele estabelece com a História, bem

como, o processo de construção de uma memória coletiva levada aos palcos,

através do resgate e das problematizações de temas clássicos da historiografia,

a saber: o século XVIII e a questão da liberdade, a Revolução de 1930 e a

chegada dos imigrantes ao Brasil. Pensando na relação passado/presente, a

presente comunicação procura vislumbrar quais as contribuições da arte teatral

andradina ao debate político do Brasil Contemporâneo.

1- Introdução

Jorge Andrade (1922-1980) é um dramaturgo paulista que mais colocou no palco temas

e problemas da história brasileira. Sua obra dramática carrega dados biográficos que

acompanham diferentes processos históricos do País, em especial a passagem da

ruralização para modernização.

Jorge Andrade nasceu na cidade de Barretos - São Paulo em 1922, na fazenda do

seu avô paterno. Desde criança foi alheio aos costumes do mundo rural que o pai

exageradamente insistia em lhe ensinar. Caçar, pescar e laçar bichos estava longe da

imaginação infantil do dramaturgo. Em Rasto Atrás (1966) peça autobiográfica do autor

é possível perceber nuances do conflito entre pai e filho:

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Menino inteligente e afeito aos livros Jorge Andrade não desiste do projeto

artístico e estético que lhe inspirava a vida. O conflito entre pai e filho paulatinamente

vai se transformando em um conflito de geração, em um conflito histórico que carrega

não só a memoria afetiva do dramaturgo, mas as lutas pessoais e coletivas de um País

que se transformava.

2- Desenvolvimento

Luís Humberto Martins Arantes em sua obra Teatro da Memória (1999) ao resgatar a

trajetória artística do dramaturgo diz que, Jorge Andrade vai à capital em dois

momentos de sua formação escolar: a primeira, ainda adolescente, trazido pela tia, para

poder frequentar um colégio mais conceituado, porém, sua tia vem a falecer

prematuramente e Jorge volta ao interior. A segunda vez retorna à capital já com o

ensino fundamental concluído, para estudar Direito no largo São Francisco. Após

finalizar os estudos em Direito pela Universidade de São Paulo, Jorge é obrigado pelo

pai a voltar para o interior para cuidar da fazenda. Os conflitos de interesse com o pai,

que não aceitava os sonhos do filho de se tornar artista (na opinião do pai, não se trata

de ofício de “homem”), torna-se mote chave para o desenvolvimento de um conflito

central na obra do dramaturgo. Primeiramente, um conflito pessoal de pai e filho;

posteriormente um conflito de gerações e um conflito identitário; por fim, um conflito

territorial (o campo e a cidade) e histórico (a tradição e a modernização). “Neste

movimento memorizador, o espaço familiar torna-se determinante e selecionador do que

deve ser lembrado. Assim, figuras responsáveis por alegrias e desejos não realizados são

postos no palco da Memoria.”

Tanto é assim, que em suas peças sempre ocorre um conflito de ideias, crenças

ou comportamentos entre personagens que expressam seus próprios conflitos passados e

desavenças familiares. Mas os dramas pessoais de Jorge Andrade tornam-se instigante e

inspiradores por que podem ser historicidades em um tempo e lugar, sobretudo, por que

não ficam presos somente no âmbito pessoal, mas se transforam em um projeto de

memória coletiva, de representação do povo brasileiro que vivia os impasses, os

conflitos e as perdas de um mundo rural em decadência e as incertezas de um mundo

urbano que nascia:

VICENTE:(5 anos) Papai! Por que a lua está quebrada?

JOÃO JOSÉ: (Muda o tom) Não estou vendo lua nenhuma no

céu. Vicente.

VICENTE: Eu vi no livro.

JOÃO JOSÉ: É desenho, meu filho.

JOÃO JOSÉ: Por que é. Quer aprender?

VICENTE: (Afastando-se, até desaparecer) Se o senhor me

explicar por que a lua fica quebrada, aprendo a laçar também.

(ANDRADE, p. 463)

VICENTE: Vi também no céu e estava quebrada. Por quê, papai?

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Em muitas entrevistas Jorge Andrade nunca escondeu que teve problemas com

sua família. Ao contrário, usava esse passado: as memórias da infância, o

relacionamento com a família, e a sua formação como escritor para escrever suas peças

e fundamentar sua carpintaria teatral:

Mas Jorge Andrade não possuía apenas esse lado sensível, ao contrário dos que

muitos pensam, suas obras não são apenas afetivas e intimistas. Ao contrário, seu teatro

é essencialmente político e crítico. Em suas peças ele defende posições políticas claras e

faz denúncias dos grupos socialmente excluídos. Defende, sobretudo, que não existe arte

neutra e nem imparcial e que o teatro não é um palanque ideológico, mas pode agir

sobre o homem e fazê-lo pensar criticamente sobre o passado histórico do País e o

presente em que vive.

Tendo como interlocutores os pensadores Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto

Freyre e Caio Prado Júnior, Jorge Andrade tece um teatro histórico, político e de

denúncia social. Assim seus textos dramáticos interpretam a história brasileira numa

perspectiva crítica e transformadora, seus personagens são sempre homens e mulheres

que vivem em um processo de exclusão diante das transformações históricas advindas

da modernidade e urbanização do País. Mais que isso, a memória pessoal, familiar de

Jorge Andrade é também uma memória coletiva, é também a representação das

categorias sociais historicamente excluídas e empobrecidas do País.

A fim de familiarizarmos com dramaturgia de Jorge Andrade, apresentaremos

alguns textos teatrais cujo enredo, estabelece, não só, um diálogo profícuo com a

História do Brasil, mas que resgata o cotidiano e a luta das categorias sociais excluídas

em diferentes épocas da sociedade brasileira, a saber: mineração no século XVIII,

decadência da aristocracia cafeeira em 1930 e a imigração europeia.

A partir daí então eu acho que comecei a ouvir nas portas, a ouvir das

paredes, a examinar e a querer descobrir o que é que existia atrás de tudo

aquilo. E aprendi a observar os grandes e a ouvir essas conversas. E via

então aquele coro que começou: “era assim”, “foi assim”, “tínhamos isto”,

“vivíamos assim”, “tínhamos essa importância”... E comecei a observar

tudo, pra trinta anos depois dar no teatro que eu fiz e, sobretudo, n’A

Moratória. (...) E vivia num mundo de fazendeiros e coronéis, um mundo

agreste, que não conhecia a arte, não conhecia a sensibilidade, e onde a

sensibilidade era mal interpretada. ARANTES (1999, p.37, apud Andrade,

1978:2).

Buscando a mim mesmo e o meu chão na engrenagem da sociedade

moderna, tentei fixar o drama do homem e da terra paulista dentro da

história brasileira. Mas foi a estranha e inútil a maneira que segui de

escrever e de me esconder ao mesmo tempo. Inútil, porque escrever é nos

revelar, mesmo quando nos escondemos. (ARANTES, 1999, p.41, apud

Andrade, 1978, p. 219)

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As Confrarias – objeto de estudo desta pesquisa - foi escrita em 1969, e tem

como trama a história de uma mãe, a personagem Marta que perambula pela cidade de

Ouro Preto, à procura de um sepultamento para seu filho José nas associações religiosas

do século XVIII. A peça foi escrita no período da Ditadura Militar época em que a arte

sofria grande censura e cerceamento pelos governos militares. Pensando na relação

texto/contexto a peça não faz uma leitura apenas do século XVIII, mas estabelece um

diálogo crítico com projeto cultural dos militares que impedia a arte de protesto e

resistência. Na década de 1960, o teatro foi uma das manifestações que mais sofreu

retaliações por denunciar as mazelas sociais da sociedade brasileira, a falácia do milagre

econômico da década de 1960 e as práticas de torturas dos governantes. Jorge Andrade

Está inserido neste debate.

Outro texto que trás um debate extremamente importante para pensar os

impasses e conflitos da Revolução de 1930 é A Moratória, esta foi escrita em 1954 e

relata a história de uma família de cafeicultores dos anos 1920 que perdera a fazenda

devido à crise de 1929, bem como os impasses e conflitos advindos da nova ordem

social e política da Revolução de 1930 do Governo Vargas. Levando em conta às

particularidades teóricas e metodológicas da História, ou seja, levando em conta a

relação passado presente, o dramaturgo Jorge Andrade resgata a Revolução de 1930

mostrando o quanto a urbanização, o crescimento das cidades, a chegada da indústria

provocaram mudanças de comportamentos e um processo de exclusão social das

famílias. Notadamente, a saída do mundo rural e a inserção à modernidade urbana –

cidade – fez com que as famílias se deparassem com desemprego, onde os postos de

trabalho tradicionais se tornam paulatinamente ultrapassados, bem como, a exploração e

pauperização do trabalho fabril que emergia com força no País. .

Referências

ANDRADE, J. Labirinto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

______. Marta, a árvore e o relógio. São Paulo: Perspectiva, 1996.

ARANTES, Luís Humberto Martins. Teatro da Memória: história e ficção na

Dramaturgia de Jorge Andrade. São Paulo: AnnaBlume/Fapesp, 2001.

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O Corpo Feminino na Mídia: Uma análise em revistas online

voltadas para adolescentes

Ana Laura M. Alves¹, Mariana O. Lopes1, Karina Estela Costa

2

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia Centro

{almedeirosalves, marianalopesiftm}@gmail.com, [email protected]

Abstract: Analyzing the body as an object represented by culture and the

press, the objective of this work was to investigate the education of the female

bodies in magazines aimed at adolescents, and to investigate how this

education invests in certain types of body patterns, as well as how much these

magazines are formative of opinions. The method of research adopted was

qualitative, with a bibliographical survey and documentary analysis. After

analyzing the magazines Capricho and the American Seventeen, it was

observed that both reflect patterns of beauty and behavior.

Resumo: Analisando o corpo como objeto representado pela cultura e pela

imprensa, o objetivo deste trabalho foi investigar a educação dos corpos

femininos em revistas voltadas para adolescentes, e averiguar como essa

educação investe em determinados tipos de padrões corporais, bem como o

quanto estas revistas são formadoras de opiniões. O método de pesquisa

adotado foi o qualitativo, com levantamento bibliográfico e análise

documental. Após análise das revistas Capricho e da norte-americana

Seventeen, observou-se que ambas repercutem padrões de beleza e de

comportamento.

1. Introdução

A imprensa feminina é locus de produções culturais entre corpo, sujeito, conhecimento e

poder. Em uma relação ambígua, paradoxal e cheia de contradições, essa imprensa é

utilizada na construção da identidade da mulher, com a imposição de padrões corporais

e comportamentais.

A imprensa brasileira desde o início do século XX apresenta ideais

estereotipados de beleza em relação ao corpo feminino. Para Buitoni (2009), que faz

uma análise histórica de revistas femininas a partir de 1900, essa imprensa reforçava o

papel social da mulher como dona de casa, esposa, mãe e consumidora.

Na imprensa feminina, a mulher está, metafórica e

metonimicamente, ligada aos seus papéis básicos: dona de casa,

esposa, mãe, principalmente até os anos 1970. O termo de

comparação de mulher é sempre um signo de trabalho doméstico,

casamento, maternidade. Igualmente, a contiguidade opera na

direção lar, marido, filhos. Sabe cozinhar e arrumar como uma

formiga laboriosa; é companheira e delicada, mãe doce e suave. Suas

frases já vêm predeterminadas: seus predicados e objetos organizam-

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se em sintagmas pela continuidade óbvia e natural das coisas que

sempre estiveram juntas. Já nos anos 1960 aparecia uma tendência

que privilegiava a consumidora. E, mais do que mãe ou esposa, o

status de namorada foi se fortalecendo.

(Buitoni, D. S. 2009: 200)

A padronização da beleza é uma construção social e se estabelece em meio a

relações de poder hierárquicas. Foucault (1971) analisa o saber e o poder nas relações

sociais, que estabelecem uma relação estreita entre o conhecimento e o poder da

coletividade, com a ideologia da vantagem individual se sobrepondo sobre o pensamento

coletivo. Isso gera um controle estratégico pelos que possuem conhecimento e,

consequentemente, o poder. Entretanto, é importante ressaltar que essas representações

ideais de corpo são mutáveis e variáveis, transmutando-se de acordo com as relações de

poder que vigoram em determinada época.

Outro aspecto importante para debate e reflexão, é a relação que a imprensa

estabelece com a sociedade no que tange à reprodução de discursos e representações da

mulher como sexo inferior, reforçando processos de desigualdades sociais. Nesse

aspecto, as relações de poder transcendem a conquista do corpo ideal, da juventude e da

pela beleza externa.

2. Metodologia

O método de pesquisa adotado foi o qualitativo, com levantamento bibliográfico e

análise documental nas revistas Capricho e Seventeen.

3.Resultados e Discussão

Após as análises observamos que as revistas em questão repercutem padrões de beleza e

de comportamento.

Traçamos uma linha temporal com a Revista Capricho a partir de 1900, o que nos

permitiu investigar padrões corporais e comportamentais. Nesse período observamos

que as mulheres que estampavam a revista apresentavam um corpo magro, atlético e

com feições europeias. Em 1991 as mulheres negras começaram a aparecer em suas

capas; e de 1992 a 1994 a revista começou a usar os homens, estereotipando também a

ideia do namorado perfeito. Os padrões comportamentais estavam presentes em matérias

que objetivavam mostrar as preferências masculinas, incentivando mulheres a adotarem

atitudes e padrões de comportamento que os agradassem.

Em 1995 a revista começou a trazer reportagens que mostravam a reação

masculina às questões sexuais do corpo feminino. Em 1996, a mulher ainda era

colocada como o sexo frágil, que se apaixonava facilmente - o que trazia a ideia de

subserviência afetiva. Aos homens foram atribuídos adjetivos como frios, secos e fortes

- o que trazia a ideia da virilidade exacerbada e de solidão planejada.

Outro aspecto importante era o Tabu que o público feminino enfrentava em relação

ao sexo, o que não acontecia com o público masculino, que sempre exerceu sua

sexualidade naturalmente. Se por um lado a revista reforçou padrões e comportamentos,

é notório que por outro lado, aos poucos, a revista começou a desconstruir a ideia de que

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as mulheres não devem ter vida sexual antes do casamento.

Entre 1997 e 2001 ressalta-se as construções de padrões de perfeição de modelos e

artistas hollywoodianas, como Spice Girls e Britney Spears, que continuavam

representando um ideal de beleza a ser seguido.

Em 2002 o discurso feminista contra a objetificação da mulher começa a prevalecer e

ganhar espaço na revista, o que questiona esses comportamentos de dependência e

objetificação. A partir disso, há um início de discurso de empoderamento feminino,

assim como uma tentativa de desconstrução da superioridade masculina . Entretanto,

nota-se que em 2003 e 2004, por mais que a revista tentasse passar a imagem do “girl

power”, ela ainda apresentava matérias que colocavam o sexo masculino em destaque e

como alvo de conquista. Nos anos posteriores a revista minimizou os preconceitos

implícitos e explícitos, porém não deixou de trazê-los por completo, o que gerava várias

críticas dos leitores.

A outra revista utilizada para as análises foi a estadunidense Seventeen, que é

tida como uma revista que aborda os problemas polêmicos da adolescência. Ela traz em

seu escopo questionários, conselhos românticos, dicas de beleza e moda. A Seventeen é

uma das revistas para adolescentes mais influentes mundialmente e está no topo de

vendas desde sua criação em 1944. As garotas procuram na revista conselhos de

maquiagem, roupas e garotos. Contudo, mesmo ela trazendo questões polêmicas, não

deixa de incentivar a busca de padrões e de reforçar as desigualdades. Muitas matérias e

capas foram representadas por mulheres altas, brancas, loiras e magras, e traziam a ideia

de que a mulher deveria alcançar um padrão de beleza para agradar o seu parceiro.

Entretanto, após a grande era do “girl power” (poder feminino) iniciado com as bandas

Spice Girls, Destiny’s Child e The Saturdays e com a cantora Britney Spears na década

de 90, a revista passou a publicar reportagens mais centralizadas nas mulheres e na

diversidade da beleza. Entretanto, mesmo com essa mudança significativa, continuaram

utilizando apenas mulheres magras e brancas como estrelas de suas capas. No século

XXI observa-se uma mudança nesse estereótipo e, finalmente, mulheres negras

começam a posar para a revista. Outro fator que mostra a tentativa de empoderamento

feminino pela revista, foi a inclusão de assuntos que tratavam abertamente de sexo e do

auto prazer feminino, o que até então era focado para o público feminino.

Após as análises, podemos entender que mesmo com uma mudança de

postura, essas revistas ainda repercutem padrões de beleza e de comportamento. Apesar

dos argumentos e preconceitos sexistas não estarem tão explícitos, ainda podemos notá-

los em algumas capas e reportagens. Dessa forma, conseguimos perceber que o

machismo ainda está presente em nossa contemporaneidade e que reforça estereótipos,

padrões de beleza e de comportamentos.

4. Conclusão

Após as análises, conclui-se que os padrões corporais, estéticos e comportamentais são

frutos de uma construção social, estabelecida socialmente em meio a relações de poder,

que têm na imprensa um forte aliado. Historicamente, as mulheres são submetidas a

padrões inalcançáveis de beleza e a submissão ao sexo masculino.

Com a transformação das relações sociais, percebe-se uma adaptação das revistas às

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novas conjecturas. Entretanto, por mais que essa adaptação ao viés feminista

emancipador por parte das revistas exista, elas ainda apresentam uma ideologia sexista

implantada, e de uma forma implícita, acabam passando esses valores para garotas

adolescentes, fazendo com que seu público se tornem inseguro em relação a sua auto-

imagem.

O projeto de pesquisa pretende se estender por mais um ano, a fim de

conseguir escrever os artigos científicos com os dados adquiridos ao longo desse

primeiro momento da pesquisa.

Referências

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doutorado]. Acesso em 3 de Junho de 2017.

BUITONI, Dulcília Schroeder. Mulher de Papel: a representação da mulher pela

imprensa feminina brasileira. São Paulo: Summus, 2009. Acesso em 25 de Junho

de 2017.

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. França: Gallimard, 1971. Acesso em 9

de Junho de 2017.

SAMARÃO, Liliany. O Espetáculo da Publicidade: a representação do corpo

feminino da mídia. Rio de Janeiro, UERJ [tese de doutorado]. Acesso em 15 de

Junho de 2017.

FELERICO, Selma. Compram-se corpos ultra medidos: representações do corpo

feminino na mídia impressa no carnaval brasileiro. Rio Grande do Sul, UFRGS

[tese de doutorado]. Acesso em 21 de Junho de 2017.

ARAÚJO, Denise Castilhos. Processos Midiáticos: Gênero e Cultura. Buenos Aires,

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LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação. Brasil: Vozes, 1998.

Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36401054>. Acesso em 20 de

Junho de 2017.

SAVARD, Molly. Seventeen. Disponível em <http://genprogress.org/voices/2013

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30 de Junho de 2017.

ARAÚJO, Alessandro. Porque a revista Capricho ainda não acabou? . Disponível

em <www.pimentanoteuerefresco.com.br/2013/08/porque-revista-capricho-ainda-

nao.html>. Acesso em 23 de Junho de 2017.

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As percepções dos professores do IFTM sobre a educação

tecnológica: uma análise sobre as novas mídias sociais na

educação infantil

Isabella Araujo Dias Damaceno, Marcio Bonesso

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus

Uberlândia Centro

[email protected], [email protected]

Abstract. This paper intends to expose some of the results of the research

carried out by the scholarship holder of the edict 06/2016 PIBIC Jr. CNPq .

The main objective was to discuss the influence of Technological Education on

the perception of IFTM teachers in campus Uberlândia-Centro regarding the

socialization process of their children and Brazilian children in general. In

addition, the work demonstrates how the mathematical language contributed in

the visualization of qualitative data from the extraction of quantitative data

through graphs.

Resumo. Este trabalho pretende expor alguns dos resultados da pesquisa

realizada por bolsista do Edital 06/2016 PIBIC Jr. CNPq. O objetivo central

foi discutir a influência da Educação Tecnológica na percepção dos

professores do IFTM campus Uberlândia-Centro no que tange o processo de

socialização dos seus filhos e das crianças brasileiras em geral. Ademais, o

trabalho demonstra por meio de gráficos como a linguagem matemática

contribuiu na visualização de dados qualitativos a partir da extração de dados

quantitativos.

1.Introdução

Este trabalho tem como tema apresentar parte dos resultados da pesquisa desenvolvida

por bolsista de Iniciação Científica Júnior do CNPq no Instituto Federal do Triângulo

Mineiro - Campus Uberlândia Centro. A pesquisa buscou compreender como as

relações entre as antigas e novas mídias, inseridas em especial nas animações musicais e

desenhos voltados para o universo infantil emitidas em novas tecnologias interferem de

maneira ampla e substancial na construção social da infância no Brasil.

Consideradas como as duas principais formas digital/analógica de linguagens

infantis as animações musicais e os desenhos animados são elementos constitutivos do

campo (BOURDIEU, 2009) de produção, circulação e consumo das multimídias infantis

no Brasil. Esse campo é um lócus onde diferentes agentes que possuem diferentes

habitus e através deles promovem uma luta concorrencial do espaço em questão.

Através dos múltiplos discursos dos entrevistados compilados em transcrições e

tabulações os relatórios de pesquisas demonstraram como eles percebem essas mídias na

própria formação cotidiana e dos filhos, visando uma reflexão aberta em que o

entrevistado possa se posicionar de forma e no tempo que desejar. Como resultado final

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a pesquisa apresentou essas percepções dos professores sobre as ações habituais próprias

e dos seus filhos em relação ao campo da animação infantil.

2. Materiais e Métodos

Neste trabalho selecionamos uma das discussões levantadas nos resultados da pesquisa

– o método utilizado foi a realização de entrevistas com os professores do IFTM

Uberlândia-Centro voluntários que tenham filhos na faixa-etária de até 12 anos – e

construímos gráficos com dados quantitativos.

3. Discussão dos dados

Dentro do contexto da pós-modernidade é notório a influência que as novas tecnologias

digitais móveis desempenham na vida dos indivíduos. Se algumas décadas atrás era

necessário ir até um telefone fixo para se realizar uma ligação, hoje todos àqueles com

acesso aos smartphones podem realizar chamadas de vídeo e não só ouvir como ver a

outra pessoa em tempo real em qualquer lugar que estiver, no trabalho, ônibus, rua,

metrô, etc. Se antes para ler um livro era necessário adquiri-lo na livraria ou pegar

emprestado na biblioteca com limitações de títulos e idiomas, ou ainda baixá-lo em um

computador fixo, a atualidade permite a leitura por diferentes meios digitais dos mais

variados títulos e línguas em qualquer lugar. Esses são somente pequenos exemplos de

como as tecnologias digitais móveis têm revolucionado ainda mais a nossa forma de se

comunicar com as pessoas e com o mundo a nossa volta. A interação com o digital

móvel (smarphones, tablets, notebooks, smartwatchs) faz parte de um cenário mais

recente da revolução técnico-científica e que tem impactado também nos processos de

crescimento e educação das crianças. A inserção destes provocam mudanças na

construção da infância, as mídias que esses dispositivos difundem se configuram como

instrumentos cotidianos no universo simbólico em desenvolvimento dessas crianças.

Assim, surge neste contexto, a importância de se estudar o impacto das novas

mídias na construção do campo infantil brasileiro atravessado por essa possibilidade

múltipla de uma formação educacional propiciado pelo universo digital. Nesse aspecto,

a pesquisa desejou interpretar os conteúdos poéticos e semióticos das animações

musicais e desenhos infantis, por meio de um roteiro de entrevistas e questionários que

permitiram descrever a construção dos habitus (BOURDIEU, 1998 e 2009) científicos

de mães/pais professoras e professores de uma rede pública federal de ensino, situada no

município de Uberlândia/MG. Compilados em transcrições e tabulações, este trabalho

visa selecionar alguns dos resultados de pesquisa: como esses profissionais da ciência

percebem as mídias sociais na própria formação cotidiana de educador e dos filhos em

relação às práticas de violência:

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Fonte: autores.

Figura 1. Violência física e simbólica nas mídias infantis.

O motivo, majoritariamente, levantado pelos pais como parâmetro de exclusão de uma

mídia, foi a violência física explícita, a qual procuram evitar em todos os desenhos.

Dentro dessa dimensão, vários pais a relacionaram com desenhos para crianças mais

velhas “[prefiro] coisas mais voltadas para a idade dela que não vai estimular a

violência, que não vai estimular nenhum tipo de comportamento agressivo”:

[Não gosto] principalmente dessas animações que parecem ser infantis, mas é

voltada mais para um público adulto. Esses desenhos, por exemplo:

Simpsons, ...Cavaleiros do Zodíaco eu também acho um pouco forte, é

muito...apesar de ser antigo eles têm acesso ainda, muita luta, muito sangue.

Uma parcela menor cita a presença violência simbólica nas animações por meio

da repetição de estereótipos, preconceitos e discursos de intolerância como outro fator

de exclusão, “...nós não permitiríamos, por exemplo, desenhos que instiguem o

machismo, que instiguem situações de perseguição a minorias…”.

Eu acho que aquele Fammer, são animações portuguesas, de traduções

principalmente de animações e contos populares ingleses… que reafirma essa

série de estereótipos. Como, por exemplo, a galinha gorda, a pata que serve o

pretenso esposo dela que era um porco e um amigo dele que era a vaca. São

homens que trabalhavam fora de casa e aí ela só serve os dois ela nem vai

para a mesa de jantar com eles e nem depois ela acaba comendo, ela acaba só

apenas servindo e ficando só ali como uma espécie de garçonete deles. Então

assim, tem muita coisa ruim.

Ainda dentro da perspectiva da violência, os pais entrevistados consideram

nocivas animações que estimulam o desrespeito e desobediência direcionada aos pais,

por acreditarem que estimulam a falta de limites. O receio vem da possibilidade de as

crianças repetirem essas ações, ou seja, de influenciar no comportamento delas:

“desenhos que eu não gosto, por exemplo, o caso da Peppa, pelos maus exemplos que

ela dá, pela falta de postura, que os pais às vezes são omissos em relação a ela e acaba

gerando essa influência ruim perante ela”.

Para além do gráfico analisado acima relacionado aos habitus criados pelos

entrevistados em torno das mídias infantis, outros gráficos foram construídos.

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Fonte: autores

Figura 2. Relação de mídia e número de citações

O primeiro deles possui uma relação das sessenta e sete mídias e quantas vezes

elas foram citadas no total das entrevistas. A conexão de sentido dos nomes mais citados

pelos entrevistados se relaciona diretamente com imagens associadas ou dissociadas

com os temas da violência física e simbólica. Peppa Pig, Patati Patatá, Galinha

Pintadinha, Pato Donald, Disney, Tom e Jarry, Pica Pau foram associados aos temas da

violência, enquanto Palavra Cantada, Moana, Dora Aventureira, Frozen foram

associados aos temas de cidadania e respeito à diversidade humana.

Fonte: autores

Figura 3. Divergência na escolha das mídias

O terceiro gráfico apresenta a porcentagem de pais que alegam ter ou não

conflitos com seus filhos no momento de escolher as mídias infantis. Boa parte dos 70%

dos entrevistados mencionou que o tema da violência também se refere ao conflito na

divergência das escolhas das mídias. Na medida em que a criança vai ganhando

autonomia e deseja escolher alguma mídia que os pais consideram inapropriada,

justamente por cenas e imagens de violência física e simbólica, os conflitos se tornam

mais aflorados.

4. Conclusões

A partir deste trabalho é possível concluir que mesmo em pesquisas de caráter

predominantemente qualitativo podem utilizar a linguagem matemática para propor

novas perspectivas de visualização dos resultados. Os dados gerados a partir deste

trabalho podem ser utilizados em futuras pesquisas que extrapolem o tema de

investigação da atual. Uma sugestão de desdobramento do tema seria a analise

especifica das mídias mais citadas e seus tipos, bem como do porquê existe uma

discrepância entre os entrevistados que consideram ou não o processo de escolha

conflituoso.

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Referências

BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: Perspectiva,

1974.

_______________. Esboço de uma teoria da prática. In: ORTIZ, Renato (org.). Pierre

Bourdieu: Sociologia. Trad. de Paula Montero e Alícia Auzmendi. São Paulo: Ática,

1983 a, p. 46-81.

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Ensino Híbrido: Um Diálogo com Realidade Social e Cultural

da Educação Brasileira?

Kellen Cristina Gonçalves1, Sírley Cristina Oliveira

2

1Professora de História - Prefeitura Municipal de Uberlândia – PMU - Uberlândia/MG

2 Área de História – Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM Campus Uberlândia

Centro – Uberlândia MG

([email protected]; [email protected])

Abstract: The purpose of this communication is to discuss the theoretical

and methodological aspects that surround the relationship between education

and technology. To do so, we take as object of study the Hybrid Teaching

model. In the process of insertion of technologies in the field of education, it

is noted that the methodologies related to Hybrid Education are little studied

and discussed in Brazil, which allowed us to problematize the following

questions: What is Hibrido teaching?Does the Hybrid Teaching modality

actually promote the insertion of computer education in the school? The

present work defends the hypothesis that Hybrid Education did not reach the

pedagogical political and didactic function of the technology in the school

space, assuming, above all, a utilitarian and functionalist perspective in the

learning process of the students.

Resumo: A presente comunicação tem como proposta discutir os aspectos

teóricos e metodológicos que circundam a relação entre educação e

tecnologia. Para tanto, tomamos como objeto de estudo o modelo de Ensino

Hibrido. No processo de inserção das tecnologias no campo da educação,

nota-se que as metodologias relacionadas ao Ensino Hibrido são pouco

estudadas e discutidas no Brasil, o que nos permitiu problematizar as

seguintes questões: O que é ensino Hibrido? A modalidade Ensino Híbrido

promove de fato a inserção da educação computacional na escola? O

presente trabalho defende a hipótese que o Ensino Hibrido não alcançou a

função política e didático pedagógica da tecnologia no espaço escolar,

assumindo, sobretudo, uma perspectiva utilitarista e funcionalista no

processo de aprendizagem dos estudantes.

1-Introdução:

No mudo contemporâneo, globalizado e tecnológico, uma das formas de pensar a escola

no debate relacionado à educação, sociedade e tecnologia é através do Ensino Híbrido,

modelo norte-americano já implantado em diversas escolas brasileiras, uma metodologia

que busca a integração, a conexão entre educação e tecnologia.

Neste trabalho, buscamos explorar as metodologias utilizadas pelo Ensino

Híbrido tendo como suporte bibliográfico o debate promovido pela obra Ensino

Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação (BACICH, Lilian, 2015), que traz

de forma sistematizada as definições, métodos e as relações didáticas pedagógicas que

circundam essa nova metodologia de aprendizagem.

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Por se tratar de uma proposta de natureza teórica, pretendeu-se basicamente

problematizar a partir de questões como, o que é Ensino Híbrido? Quais são as

metodologias utilizadas? Quais são as rupturas e permanências com a adoção do ensino

hibrido no espaço escolar?

2- Plano de Trabalho

Para o autor Clayton Christensen Institute, “o ensino híbrido é um programa de

educação formal no qual um aluno aprende por meio do ensino on-line, com algum

elemento de controle do estudante sobre o tempo, o lugar, o modo e/ou o ritmo do

estudo, e por meio do ensino presencial na escola.” (BACICH, Lilian, 2015, p.52 ). Em

termos práticos significa dizer que o ensino hibrido se projeta através da relação entre o

ensino “convencional” e o ensino tecnológico, entre o “novo” e o “velho”, “antigo” e o

“moderno”.

As propostas de ensino híbrido se organizam a partir de quatro moldes

didáticos: o modelo de rotação, modelo flex, modelo à La carte e o modelo virtual

enriquecido, sendo o modelo de rotação com quatro propostas subsequentes: rotação

por estações, laboratório rotacional, sala de aula invertida e rotação individual.

(BACICH, 2015)

Entre as metodologias hibridistas é de nosso interesse o modelo de sala de aula

invertida, cuja aula é redimensionada para o ambiente domiciliar, ou seja, a casa do

estudante, a aula é produzida em um formato on-line, sendo a sala de aula utilizada para

discussões e resolução de atividades. Nessa metodologia há uma integração entre a

modalidade on-line e a presencial. “Esse modelo é valorizado como a porta de entrada

para o ensino híbrido” ( BACICH, 2015 P.56 ) pois tem como base primordial a busca e

exploração do conhecimento pelo aluno e não mais repassada através dos professores,

ou seja, uma proposta pedagógica que permite ao aluno o papel de sujeito de sua

aprendizagem, mantendo o papel do professor como mediador entre o conhecimento

elaborado e o aluno.

Basicamente todas as propostas do ensino híbrido associam de alguma forma o

uso do ensino on-line, algumas como o modelo à La carte a abordagem é feita

inteiramente online, o estudante em parceria com o professor é responsável pela

organização de seus estudos, que pode ocorrer dentro dos espaços escolares ou fora

deles, de acordo com os objetivos gerais a serem atingidos. Esse modelo busca a

personalização da educação, dando autonomia ao aluno no processo de construção da

aprendizagem, apresentando uma das características primordiais dessa teoria: a

autonomia do estudante.

Nesse processo, o professor tem um papel primordial: inserir-se no mundo

tecnológico, conhecer as mídias digitais, as ferramentas tecnológicas, os canais de

comunicação e informação das redes sociais a fim de viabilizar o diálogo com o aluno e

mediar a construção do conhecimento. Só assim, o professor - em certa medida - criará

condições para utilizar pedagogicamente as tecnologias como objeto de aprendizagem.

Mesmo reconhecendo a importância das novas metodologias hibridas, avaliamos

que os fundamentos políticos e filosóficos da educação computacional ainda estão longe

de serem alcançados.

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É importante ressaltar que todas as propostas apresentadas pelo modelo de

ensino híbrido - que articula momentos presenciais e não presenciais - continua sendo

uma tentativa de forjar a ideia de uma democracia do saber que vem se apresentando

fortemente nas últimas décadas, advindas, sobretudo da Era da informação. Será que

apenas mesclar ensino tecnológico ao ensino tradicional é suficiente para democratizar,

possibilitar o livre acesso ao mundo do conhecimento?

Avaliamos que não! Primeiro o espaço físico e organizacional da escola não é

nada atrativo para receber a tecnologia. Tradicionalmente, a escola sustenta um espaço

racionalizado, hierarquizado e notadamente disciplinado, dificultando em sua maioria as

ações coletivas e democráticas de aprendizagem e conhecimento. (FOUCAULT, 1987)

A Tecnologia por si só não conseguirá romper com as barreiras espaciais, institucionais

e até mesmo curriculares da escola tradicional. Nessas circunstâncias como projetar o

diálogo entre educação e tecnologia?

Outro impasse que avaliamos é que o Ensino Híbrido se projeta no Brasil à luz

das experiências das escolas norte americana, cujas perspectivas históricas e sociais são

totalmente distintas . Nesse sentido, o processo de inserção do hibridismo tecnológico

nas escolas brasileiras, já se inicia sem levar em conta os processos sociais, culturais e

históricos pelas quais passam a população que habita a escola brasileira. Com esta

perspectiva de análise, torna-se falacioso acreditar que a tecnologia na modalidade

hibrida ira solucionar os problemas da educação. Quando avaliamos essas perspectivas,

o discurso de eficácia, competência, inovação torna-se insustentável para a realidade da

educação brasileira.

E mais, o que é a tecnologia se a mesma não acompanhar um conteúdo, ou

melhor, um fundamento teórico que também seja transformador? Conteúdo e forma

devem estar alinhados, juntos no diálogo e na construção do conhecimento. Se a

tecnologia carrega perspectiva de inovação e transformação, o conteúdo da mesma

forma deve-se apresentar crítico, reflexivo e transformador.

Por fim, a ideia do ensino híbrido no Brasil como apresentada no livro, Ensino

Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação se configura de

forma essencialmente utilitarista, funcional e prática e não potencializa o conhecimento,

aprendizagem dentro da realidade educacional brasileira.

Referências

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia M. Ponde

Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação.

Campinas: Papirus, 2012.

KERBAUY, Maria Tereza. Ciência, Tecnologia e Sociedade no Brasil. São Paulo:

Alínea, 2012.

BACICH, Lilian. Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação. Porto

Alegre: ARTMED, 2015.

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Compreendendo a Plataforma Pais e Filhos do IFTM: um

estudo sobre a aproximação pais e filhos por meio das TICs

Danielle Cristina Silva1, Fabíola Nogueira Leal

1, Lara Kuhn

1

1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro.

{[email protected];[email protected];

[email protected]}

Abstract. Our goal with this project is to investigate the potential of the

Parents and Children Platform for the family and school approach. We believe

that this research is justified by the importance of seeking alternatives to

improve the family and school approach, and by the need to present to the

IFTM community feedback on the operationalization of the Parents and

Children Platform.

Resumo. Nosso objetivo com esse projeto é investigar as potencialidades da

Plataforma Pais e Filhos para a aproximação família e escola. Acreditamos

que essa pesquisa justifica-se pela importância de se buscar alternativas para

aprimorar a aproximação família e escola, e pela necessidade de se

apresentar à comunidade do IFTM um feedback sobre a operacionalização da

Plataforma Pais e Filhos.

1. Introdução

Recentemente o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo

Mineiro - IFTM - disponibilizou a Plataforma Pais e Filhos cujo objetivo é permitir

que os responsáveis tenham acesso à vida escolar de seus filhos referentes à grade de

disciplinas, horários, frequência em registro de presenças, acompanhamento detalhado

de notas e histórico do aluno com informações sobre aprovação e reprovações nas

disciplinas. O acesso à referida plataforma pode ser feito em computadores ou

celulares que permitam a instalação do aplicativo.

Nosso objetivo com esse projeto é investigar as potencialidades da Plataforma

Pais e Filhos para a aproximação família e escola. Para tanto delineamos os seguintes

objetivos específicos: a) Descrever e analisar as funcionalidades da Plataforma Pais e

Filhos. b) Fazer um levantamento dos principais usuários da Plataforma Pais e Filhos e

seus perfis. c)Analisar e avaliar os impactos da Plataforma Pais e Filhos na

aproximação família e escola. d) Problematizar as funcionalidades da Plataforma Pais e

Filhos como canal de comunicação entre família e escola.

Acreditamos que essa pesquisa justifica-se pela importância de se buscar

alternativas para aprimorar a aproximação família e escola, e pela necessidade de se

apresentar à comunidade do IFTM um feedback sobre a operacionalização da

Plataforma Pais e Filhos.

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2. Pressupostos teóricos

Segundo Peraya (2001) a inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação

(TICs) na educação não representa uma ―revolução metodológica‖, contudo é capaz

de reconfigurar o ―campo do possível‖ (PERAYA, 2002). Isto significa dizer que as

possibilidades educacionais são ampliadas com as TICs por meio da quebra de

barreiras espaço-temporais, do acesso, envio e recebimento de materiais a diversos

usuários em tempo real. Nessa esteira, Kenski (2008) afirma que o desejo das pessoas

em se comunicar ampliou-se por meio da expansão dos suportes midiáticos. A

possibilidade de se informar e trocar informações em qualquer tempo e espaço pelo

desenvolvimento da rede faz a diferença. A autora declara, ainda, que:

A capacidade de participar efetivamente da rede, na atualidade,

define o poder de cada pessoa em relação ao seu próprio

desenvolvimento e conhecimento. Mais do que infraestruturas

físicas, o hardware, equipamentos e tecnologias que viabilizam o

acesso, a necessidade de infraestrutura de software, das pessoas –

o conhecimento, tempo, dedicação, motivação – e do

desenvolvimento ampliado nesse novo modelo de sociedade fazem

a diferença. (KENSKI, 2007, p.36)

Podemos dizer que as TICs instauraram uma nova dinâmica de acesso à

informações, contudo, afirmar que as TICs favorece a comunicação de informações

entre família e escola não é suficiente. É preciso pensar na forma como essa

comunicação acontece e, ainda, considerar o modo como cada uma dessas instituições

se compreendem. Nesse sentido, consideramos pertinente a problemática apresentada

por Fevorini (2009) em sua tese O Envolvimento dos pais na educação escolar dos

filhos: um estudo exploratório. Após realizar entrevistas com 21 pais de alunos de três

diferentes escolas da cidade de São Paulo, a pesquisadora constatou que:

Tanto alguns entrevistados, quanto a literatura, apontaram que

muitas vezes a comunicação com as escolas é de mão única – a

escola manda circulares e informativos, mas não responde aos

bilhetes e/ou e-mails dos pais. Em geral a escola corre para informar

sobre problemas de aproveitamento e de comportamento, mas nunca

para dar boas notícias (FEVORINI, 2009, p. 106).

Na pesquisa desenvolvida por Fevorini (2009), percebe-se que em algumas

famílias, para além de receber comunicados das instituições educativas, têm a

necessidade de serem ouvidas. Assim, devemos considerar que a comunicação entre a

família e escola precisa se desenvolver de maneira a atender às expectativas de cada

uma das partes envolvidas.

Nessa esteira, acreditamos que se direcionadas e adequadas ao contexto

educacional, as TICs podem proporcionar canais de comunicação que auxiliam a

aproximação de ambas as instituições - a família que se interessa pela vida escolar de

seu filho e a escola que se importa em comunicar-se com as famílias. Contudo,

compreendemos que se faz necessário o rompimento de certas barreiras para que

tecnologias inovadoras sejam inseridas no espaço escolar e permitam que ambas as

instituições sejam protagonistas no processo comunicativo.

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Rodrigues e Valadares (2012) ressaltam a importância da abertura da escola

para a utilização das tecnologias inovadoras com o objetivo de se instaurar uma nova

dinâmica educacional, de modo que professores e alunos (acrescentamos a família)

façam parte dessa nova dinâmica ao invés de ficarem à margem desse processo. Os

autores afirmam que:

A escola contemporânea não pode ficar alheia ao desenvolvimento

proporcionado pelas novas tecnologias de mediação e comunicação,

ela deve incorporar as novas tecnologias em sua metodologia de

ensino de forma crítica e consciente, desenvolvendo a autonomia dos

alunos, estendendo sua atuação para além de seus muros, adentrando

no ciberespaço, propiciando a seus alunos um ambiente de

aprendizagem integrado à inteligência coletiva das novas tecnologias

de mediação e comunicação. (MURTA; VALADARES, 2012, p.8).

Entendemos que as particularidades intrínsecas às TICs, se bem compreendidas e

adequadas aos contextos educacionais, podem atender às necessidades de diálogo entre

escola e família, em um processo recíproco, permeado pela interatividade e divisão de

responsabilidades de todos os envolvidos.

3. Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa está orientada pelo paradigma interpretativista e conduzida pelos

princípios da abordagem qualitativa. Segundo Cavalcanti e Moita Lopes (1991) a

pesquisa qualitativa trata-se de um trabalho eminentemente exploratório em que não

se exige hipóteses prévias nem categorias rígidas de análise. Esse tipo de pesquisa

permite ao pesquisador tomar decisões ao longo do estudo, possibilitar uma

teorização calcada nos dados e preocupar-se com o particular.

Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva, pois nossa

preocupação é a de observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos.

Nestas pesquisas, é habitual que o pesquisador procure não interferir na realidade que

ele espera revelar, mas fazer conexões com outros eventos de mesma natureza e

características semelhantes.

Quanto aos procedimentos técnicos, o estudo está pautado em interpretações e

atribuições de sentido aos fenômenos linguísticos. Os dados estão sendo analisados

indutivamente, recaindo o foco sobre o processo e os significados que dele emergem.

Os contextos dessa pesquisa são dois: o espaço virtual da Plataforma Pais e

Filhos do IFTM e o Campus Uberlândia-Centro do IFTM, especificamente os cursos

de ensino técnico e técnico integrado ao ensino médio. Os participantes são os pais ou

responsáveis pelos alunos matriculados nos referidos cursos.

Como procedimentos e instrumentos para coleta de dados, estamos realizando

uma categorização das funcionalidades da Plataforma Pais e Filhos por meio de uma

matriz de análise elaborada com base nos pressupostos de design instrucional de

Filatro (2004, 2008) e modelos pedagógicos de Behar (2009) e aplicaremos

questionários aos pais ou responsáveis de alunos dos cursos já mencionados.

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4. Resultados Parciais A Plataforma Pais e Filhos está disponível para pais e responsáveis de alunos

menores, discentes do ensino médio ou de cursos técnicos, matriculados em qualquer

um dos Campi do IFTM. É possível acessar a plataforma através do site da instituição

ou realizar o download do aplicativo em qualquer dispositivo Android. Em relação

aos dispositivos Android, o aplicativo está disponível no Google Play e segundo as

informações disponibilizadas pela aplicação a Plataforma Pais e Filhos possui menos

de duzentos downloads.

Outro ponto importante, obtido com o desenvolvimento da pesquisa, refere-se

aos problemas de usabilidade e navegabilidade da plataforma. A análise tem mostrado

falhas na disponibilização de informações aos usuários, tais como falta de instruções

referentes ao primeiro acesso e cadastro tanto na plataforma Android quanto na versão

Web.

Caso o usuário esteja realizando o primeiro acesso, só é permitido realizar o cadastro

através da plataforma Web, no entanto no aplicativo não é disponibilizado essa

informação, causando dúvidas e desconforto ao usuário. Durante a realização do

cadastro notamos outro ponto de desconforto e transtorno ao usuário, a plataforma

realiza o vínculo de perfis, ou seja, caso o pais ou responsável seja um servidor da

instituição o seu perfil é vinculado ao cadastro no Virtual IF.

Referências Behar, P. A. (org.) (2009) ―Modelos Pedagógicos em Educação a Distância‖. Porto

Alegre: Artmed, 316 p.

Fevorini, L. B. (2009) ―O envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos: um estudo exploratório‖. 178 p. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Filatro, A. (2004) ―Design instrucional contextualizado‖. São Paulo: Senac. 215 p.

Filatro, A. (2008) ―Design instrucional na prática‖. São Paulo: Person Education do Brasil. 170 p.

Peraya, D. (2002) ―O ciberespaço: um dispositivo de comunicação e de formação

midiatizada‖. In: ALAVA, S. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Porto Alegre: Artmed. p. 98-186. Rodrigues, C. A. e Valadares, M. G. P. (2012) ―Novas Tecnologias de mediação e comunicação como extensão da escola contemporânea.‖ In: Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, 2012, Belo Horizonte. v. 1. p. 1-7.

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Como as Atividades Pedagógicas Podem Utilizar Software

Multimídia

Roberto Eugenio dos Santos1, Walteno Martins Parreira Júnior2 , Ricardo Soares

Bôaventura3

1Discente, Tecnologia em Sistemas para Internet - IFTM Campus Uberlândia Centro. –

Uberlândia –MG

2 Docente, Técnico Integrado ao Ensino Médio em Computação Gráfica e Licenciatura em

Computação - IFTM Campus Uberlândia Centro. – Uberlândia –MG

3 Docente, Técnico Concomitante ao Ensino Médio em Redes de Computadores e Tecnologia

em Sistemas para Internet - IFTM Campus Uberlândia Centro. – Uberlândia –MG

[email protected], {waltenomartins,

ricardoboaventura}@iftm.edu.br

Resumo. Este artigo descreve o desenvolvimento de um projeto de pesquisa

envolvendo um discente do curso de Sistemas para Internet e que tem como

objetivo avaliar recursos digitais a partir de alguns referenciais selecionados

em periódicos e eventos acadêmicos. E posteriormente ocorrerá o

desenvolvimento de aplicações, tutoriais e exemplos práticos com a finalidade

de ofertar cursos de capacitação para profissionais da área de educação. O

trabalho está em desenvolvimento, estando ocorrendo a seleção e avaliação

dos recursos que serão utilizados no desenvolvimento do projeto assim como

realizando novas leituras de referenciais adquiridos nas pesquisas.

1. Introdução

Este artigo descreve um projeto de pesquisa que está em andamento na instituição e que

está avaliando a utilização de recursos digitais disponíveis para a elaboração e produção

de artefatos pedagógicos utilizando as Tecnologia da Informação e Comunicação

(TICs).

O desenvolvimento da pesquisa está na fase inicial, onde estão sendo avaliado

um conjunto de recursos tecnológicos que possivelmente podem ser utilizados no

desenvolvimento de aplicações e tutoriais que posteriormente serão disponibilizados

para os profissionais das escolas públicas através de atividades de capacitação.

E deve-se considerar que nas mãos de professores e estudantes, as

tecnologias digitais são ferramentas que possibilitam a transformação

social e não apenas recursos para distração e entretenimento. E assim,

permitem que dentro da escola todos tenham voz e possam criar e

compartilhar seus conhecimentos e não simplesmente reproduzir o

que outros já fizeram (PADILHA, 2016, p. 11).

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Os profissionais da área de educação apresentam a necessidade da utilização dos

recursos tecnológicos, mas muitas escolas não ofertam cursos ou atividades de

capacitação que atendam suas necessidades; ou estes docentes não conseguem por si só

adquirir esta competência.

E o objetivo principal do projeto é pesquisar e aprender a manipular softwares

livres que permitam a produção de artefatos digitais (vídeos, áudios, etc) com finalidade

educacional e posteriormente disseminar este conhecimento nas escolas parceiras da

instituição.

2. Desenvolvimento

Escrevem Pinheiro, Rosa e Bonilla que a presença do computador na escola é

fundamental nos dias atuais, e para muitos educadores e gestores educacionais, não dá

para pensar uma ―educação moderna, de qualidade e inclusiva, sem que artefatos

tecnológicos como os computadores façam parte deste contexto‖ (2012, p.3).

A utilização das tecnologias digitais na educação tem muitas oportunidades no

seu cotidiano, e

com as mudanças no paradigma pedagógico e o surgimento das novas

tecnologias, tais como o computador e a Internet, os professores

abriram as portas ao uso de recursos que extrapolam a visão

tradicional e os métodos meramente discursivos no processo de

ensino-aprendizagem (TAROUCO et al., 2004, p.7).

As tecnologias digitais chegaram à escola, mas de um modo geral, a prática

pedagógica dos docentes continuam sendo a mesma, pois o educador continua falando e

o educando em uma atitude passiva fica escutando. ―As novas tecnologias são utilizadas

simplesmente para apresentar o conteúdo, sem criar novas formas de aprendizagem, que

desafiem o educando na aprendizagem‖ (FRANCO NETO; PARREIRA JUNIOR,

2006).

Uma das possibilidades que estão sendo avaliadas no projeto é quanto as vídeo-

aulas. A produção de vídeos-aula deve ser precedida de um conjunto de ações

desenvolvidas pelo professor, para que a escolha do formato e das informações a serem

disponibilizadas no vídeo seja absorvida e possam se transformar em conhecimento pelo

espectador. ―[...] podem ser oferecidas em diferentes formatos de linguagem, entre eles:

aula gravada em estúdio com cenografia customizada, em cenários reais ou locações

vinculadas ao conteúdo do curso, documentários, entrevistas, debates, matérias pré-

produzidas, etc‖ (SPANHOL; SPANHOL, 2009, p. 3)

Neste momento está sendo avaliado o referencial disponível sobre a temática,

realizando a escolha dos recursos tecnológicos que serão utilizados e fazendo o

nivelamento dos conhecimentos dos componentes da equipe.

3. Resultados e Discussão

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Inicialmente ocorreu uma pesquisa bibliográfica sobre a temática, contemplando leitura

e seleção dos melhores referenciais, contemplando autores consagrados e periódicos

com boa reputação acadêmica, para que a nossa pesquisa tenha uma base consistente,

com várias abordagens e ponto de vista diferentes mas dentro do mesmo objetivo que é

encontrar formas que auxiliem no dia a dia na nossa educação ou seja, no nosso ensino.

O projeto está na fase de pesquisar e avaliar os recursos digitais disponíveis na

internet, pesquisando várias fontes para que possamos ter materiais e acima de tudo

experiência para abordar mais fundo na nossa pesquisa e posteriormente com a

experiência adquirida e as ferramentas pesquisadas vão permitir avançar na elaboração

de novos referenciais para a produção de artefatos digitais e com isto instrumentalizar

os membros do projeto para ofertar aos professores um conjunto de técnicas e softwares

apropriados para a produção do seu próprio material instrucional.

4. Considerações Finais

O trabalho está evoluindo satisfatoriamente, dentro do cronograma elaborado. Os

membros da equipe estão compartilhando as experiências e conhecimentos adquiridos

nas ações desenvolvidas, eles estãos empolgados e felizes com a nosso objetivo, já que

essa pesquisa irá ajudar vários professores, alunos enfim todos que estão dentro do

nosso contexto.

O próximo passo será a seleção dos recursos tecnológicos e referenciais que

melhor se adequam aos propósitos elencados para a equipe. Considerando que a escolha

dos tópicos que serão desenvolvidos e que efetivamente terão as guias de utilização

elaboradas depende da finalização da etapa atual. Onde estão sendo pesquisados os

softwares e outros recursos tecnológicos, suas configurações e oportunidades de uso nas

atividades pedagógicas.

Com esse resultado da pesquisa teremos um conteúdo que ajudará a todos as

pessoas envolvidas no âmbito escolar, no qual aquele que tiver alguma dificuldade em

realizar as suas aulas, vão encontrar no nosso material todo um suporte e instruções para

que consiga realizar a sua aula com mais desenvoltura, rapidez e os próprios alunos

conseguiram absorver com mais rapidez e com mais qualidade o conteúdo trabalhado.

Referencias

FRANCO NETO, J. R.; PARREIRA JÚNIOR, W. M. A utilização do Hot Potatoes® no

ensino médio da Escola Municipal “Machado de Assis”, criando palavras cruzadas

e auxiliando a construção do conhecimento em nomenclatura de hidrocarbonetos.

2006. Disponível em:

<http://www.profjoaoneto.com.br/artigos/artigo_ENDIPE___final.pdf>, acesso: 15

mai. 2017.

PADILHA, A. S. C. Criando materiais digitais interativos: livros digitais e infográficos.

Revista Tecnologias na Educação. a.8, v.15. Ago. 2016. Disponível em

<http://tecedu.pro.br/wp-content/uploads/2016/08/Texto5-Criando-materiais-digitais-

interativo.pdf>, acesso em 16 mai. 2017.

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PINHEIRO, D. S.; ROSA, H. V.; BONILLA, M. H. O rótulo educacional nos artefatos

tecnológicos: uma análise a partir do programa um computador por alunos

(PROUCA). Workshops do Congresso Brasileiro de Informática na Educação,

Anais... 2012. Disponível em <http://www.br-

ie.org/pub/index.php/wcbie/article/view/1903/1666>, acesso em 16 mai. 2017.

SPANHOL, G. K.; SPANHOL, F. J. Processos de produção de vídeo-aula. Revista

Novas Tecnologias na Educação. v.7, n. 1. Porto Alegre: CINTED-UFRGS: Jul.

2009.

TAROUCO, L. et al. Jogos educacionais. Revista Novas Tecnologias na Educação. v.2,

n. 1. Porto Alegre: CINTED-UFRGS: Mar. 2004.

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Regressão Linear Multivariada de uma Série de Análogos

de Chalcona com Potencial Atividade Antimalárica.

Luiz F. Motta1

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)

Campus Uberlândia Centro – Uberlândia – MG – Brasil.

[email protected]

Abstract. Malaria is recognized by World Health Organization (WHO) as

problem serious of public health. The increase of resistant malarial represents

the greatest obstacle to antimalarial chemotherapy. The objective of this

research is to perform the classic QSAR study for a series of derivatives of

chalcone against the resistant strains of Plasmodium falciparum. The

multidimensional model selected by Multivariate Linear Regression (RLM)

has four descriptors: Molecular Volume (MV), Molecular Length (Lx), Orbital

Energy LUMO (ELUMO) and Verloop [B4 (A)]. The model has good capacity

to explain the experimental values of biological activity, has good ajustment

level, statistical significance and good predictive capacity.

Resumo. A Malária é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) como grave problema de saúde pública. O aumento da resistência

malarial representa o maior obstáculo para a quimioterapia antimalárica. O

objetivo desta pesquisa é realizar o estudo QSAR clássico para uma série de

derivados de chalcona contra as cepas resistentes de Plasmodium falciparum.

O modelo multidimensional selecionado por Regressão Linear Multivariada

(RLM) possui quatro descritores: Volume Molecular (VM), Comprimento

Molecular (Lx), Energia do Orbital LUMO (ELUMO) e Verloop [B4(A)]. O

modelo possui boa capacidade para explicar os valores experimentais da

atividade biológica, tem bom nível de ajuste, significância estatística e boa

capacidade preditiva.

1. Introdução

A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários unicelulares do gênero

Plasmodium, que parasitam, destroem as hemácias (células vermelhas) e tecidos. A

transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles,

transfusão de sangue de pessoas infectadas ou por seringas hipodérmicas.

Aproximadamente 40% da população mundial vive em áreas endêmicas. Estima-se que

ocorre mundialmente 300 a 500 milhões de novos casos e 1,5 a 2,7 milhões de mortes

por ano, decorrentes da doença. A maioria dos casos de malária grave e óbitos, deve-se à

infecção pelo Plasmodium falciparum (Golan, 2008).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a malária humana é

reconhecida como grave problema de saúde pública, principalmente em regiões tropicais

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e subtropicais (Katzung, 2010). Este parasita intracelular depende do hospedeiro, pois

utiliza biomacromoléculas da célula parasitada com a finalidade de obter nutrientes

necessários ao seu metabolismo e também para a obtenção de energia (Gareth, 2003).

Por intermédio da química medicinal, diversas estratégias podem ser utilizadas

no planejamento racional de compostos bioativos promissores. O planejamento racional

de tais compostos auxiliado por computador ocorre utilizando um conjunto de técnicas

da química teórica computacional. As estratégias utilizadas no planejamento estrutural

de uma nova molécula com potencial atividade biológica levam em consideração a

abordagem fisiopatológica, ou seja, fundamenta-se no alvo terapêutico escolhido. Uma

das estratégias modernas exploradas é o planejamento computacional baseado na

estrutura química do ligante (análogos), conhecida como abordagem do tipo Ligand-

Based Drug Design (LBDD) (Patrick, 2001).

No LBDD, correlaciona-se as estruturas químicas da série de análogos (ligantes)

com as suas respectivas atividades biológicas experimentais: Relação Quantitativa entre

Estrutura Química e Atividade Biológica (QSAR - Quantitative Structure Activity

Relationship) (Patrick, 2001).

O objetivo da pesquisa é realizar o estudo QSAR clássico de uma série de

derivados de chalcona contra as cepas resistentes de Plasmodium falciparum. Os

derivados de chalcona (cetonas α-β insaturadas) foram sintetizados via reação do tipo

condensação de Claisen-Schmidt entre aldeídos e cetonas (Li, 1995). Os dados

experimentais in vitro de atividade biológica (pIC50) dos derivados de chalcona

testados contra as cepas de Plasmodium falciparum resistentes à cloroquina, quinina e

pirimetamina, CDC/Indochina III (W2), foram extraídos da literatura (Li, 1995).

2. Materiais e Métodos

O estudo QSAR clássico da série de derivados de chalcona foi realizado em etapas:

2.1 Primeira Etapa: Otimização Geométrica

Esta fase consistiu na obtenção da geometria molecular de cada derivado de chalcona. A

etapa foi realizada levando em consideração os seguintes procedimentos:

1) Desenho bidimensional (2D) e tridimensional (3D) das estruturas químicas de

cada derivado de chalcona utilizando o programa ACD/ChemSketch Freeware® versão

2016.2;

2) Minimização energética das estruturas químicas de cada derivado de chalcona

empregando o método semiempírico PM6 utilizando o programa MOPAC Freeware®

versão 2012;

3) Otimização da geometria molecular das estruturas químicas de cada derivado

de chalcona utilizando o método Teoria do funcional da densidade - DFT (B3LYP/6-

31G*) com auxílio do programa ChemSite Pro versão 9.0;

4) Minimização energética molecular das estruturas químicas de cada derivado

de chalcona com emprego do método simplex com intuito de simular efeito solvente

utilizando constante dielétrica 80 (meio aquoso) no programa Molecular Modeling Pro

Plus versão 6.3;

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5) Análise conformacional das estruturas químicas de cada derivado de chalcona

com rotação simultânea de 10 para as duas ligações simples (C3-CA1 e C1-CB1) com

auxílio do programa Molecular Modeling Pro Plus versão 6.3 (Figura 1).

Figura 1. Estrutura química do protótipo.

2.2 Segunda Etapa: Cálculo de Descritores Moleculares

Nesta fase foram calculados 143 descritores moleculares (parâmetros físico-químicos)

de natureza hidrofóbica, eletrônica quântica, eletrônica empírica, estereoquímica,

termodinâmica, dimensional, topológica e geométrica.

Foram utilizados os programas: a) MOPAC Freeware® versão 2012; b)

MarvinSketch Freeware versão 17.24; c) Molecular Modeling Pro Plus versão 6.3; d)

ChemSite Pro versão 9.0.

2.3 Terceira Etapa: Análise Quimiométrica.

Com intuito de selecionar um modelo multiparamétrico linear de acordo com a

abordagem de Unger-Hansch, considerou-se o critério de Topliss, a baixa correlação

entre os descritores, o grau de ajuste (R2 e s), o grau de significância estatística (Teste de

Fischer), o nível de confiança (p) e o grau de previsibilidade biológica (Q2 e SPRESS) do

modelo.

Inicialmente foi realizado a regressão linear e os descritores moleculares com

coeficiente de correlação de Pearson (R) menor que 0,25 foram excluidos da análise

QSAR clássica. A matriz de correlação entre descritores foi determinada, eliminando as

propriedades moleculares altamente correlacionadas. Posteriormente os descritores

foram autoescalados (pré-processamento) e finalmente foi utilizado o método

quimiométrico (regressão linear multivariada – RLM), para selecionar equações

multiparamétricas com apenas quatro descritores por intermédio de busca sistemática.

Na terceira etapa utilizamos o programa BuildQSAR 2009 Freeware® versão 2.1.

3. Resultados e Discussão

A análise quimiométrica dos 19 análogos de chalcona resultou no modelo

multiparamétrico linear de Hansch (Equação 1) com quatro descritores. Os descritores

selecionados foram: Volume Molecular (VM), Comprimento Molecular (Lx), Energia

do Orbital LUMO (ELUMO) e Verloop [B4 (A)] para o substituinte no anel A.

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pIC50 (W2) = + 0,045 (± 0,018) VM + 3,216 (± 1,228) ELUMO + 0,325 (± 0,105) Lx -

0,9253 (± B4(A)] + 19,5326 (± 6,236).

n = 19; R = 0,956; R2

= 0,913; s = 0,185; F = 18,366; p < 0,0001; Q2 = 0,826; SPRESS =

0,198.

Equação 1. Modelo multiparamétrico linear de Hansch.

O modelo é capaz de explicar os valores experimentais de atividade biológica,

pois, apresenta elevado coeficiente de determinação múltipla (R2) e descreve 91,3% da

atividade antimalárica observada. O modelo possui bom nível de ajuste: elevado

coeficiente de correlação de Pearson (R = 0,956) e baixo desvio padrão (s = 0,185). A

evolução do grau de significância estatística foi designada pelo teste de Fischer (F =

18,366) e pelo nível de confiança (p < 0,0001). Os parâmetros estatísticos de validação

(Q2 = 0,826 e SPRESS = 0,198) indicam a boa capacidade preditiva do modelo.

A Figura 2 mostra a atividade biológica experimental versus atividade biológica

predita. No modelo linear proposto, nota-se que dos 19 análogos de chalcona, 14 (cor

azul) estão muito bem ajustados e somente 5 análogos (cor amarela) estão na faixa dos

limites de confiança da RLM. O modelo não apresenta análogo com elevado resíduo, ou

seja, não possui amostra outlier ou anômala (cor vermelha).

Figura 2. Diagrama da atividade biológica predita versus atividade biológica

experimental.

4. Conclusões

O estudo QSAR clássico indicou a importância dos descritores de natureza dimensional,

estereoquímica e eletrônica quântica. A análise estatística (RLM) revelou que o modelo

proposto apresenta considerável grau de ajuste, significância estatística e boa capacidade

de previsibilidade da atividade biológica antimalárica.

5. Referências Bibliográficas

Golan, D. E., Tashjian, A. H., Armstrong, E. J. and Armstrong, A. W. (2008). In:

Principles of Pharmacology: The Pathophysiology Basis of Drug Therapy, Lippincott

Willians & Wilkins, 2th

edition United States.

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Katzung, B. G. (2010). In: Basic and Clinical Pharmacology, 10th

edition, The McGraw-

Hill Companies, Inc., United States.

Gareth, T. (2003). In: Medicinal Chemistry, 2th

edition, John Wiley & Sons, Ltd.,

United States.

Patrick, G. L. (2001). In: An Introduction to Medicinal Chemistry, 2th

edition, Oxford

University Press Inc., United States.

Li, M., et al (1995). ―In vitro antimalarial activity of Chalcones and Their Derivatives‖.

J. Med. Chem., 44, 4423-445.

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Anais do Workshop em Tecnologias, Linguagens

e Mídias em Educação 2016