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ENCONTRO INTERNACIONAL DE MOFO BRANCO INTERNATIONAL MEETING OF WHITE MOLD COMPLEMENTO ANAIS 16 A 19 DE JULHO DE 2012 PONTA GROSSA - PR

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ENCONTRO

INTERNACIONAL

DE MOFO BRANCO INTERNATIONAL MEETING OF WHITE MOLD

COMPLEMENTO ANAIS

16 A 19 DE JULHO DE 2012

PONTA GROSSA - PR

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REALIZAÇÃO:

APOIO:

PATROCÍNIO DIAMANTE:

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

Anais

ENCONTRO INTERACIONAL DE MOFO BRANCO

International Meeting of White Mold

GLOBALIZANDO O PROBLEMA, FUNDAMENTANDO SOLUÇÕES

Globalizing the problem, basing solutions.

16 a 19 de julho de 2012

Slaviero Convention Center

Ponta Grossa – Paraná

PONTA GROSSA

2012

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APRESENTAÇÃO

Nesta publicação são apresentados os resumos das palestras e trabalhos técnico-

científicos submetidos ao Encontro Internacional de Mofo Branco, realizado no Slaveiro

Convention Center, em Ponta Grossa - Paraná – Brasil, no período de 16 a 19 de julho de

2012, com promoção e realização do Grupo de Fitopalogia Aplicada da Universidade

Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com apoio do CNPq e MAPA (Edital 064/2008), que vem

realizando pesquisa com a Doença ´´Mofo Branco´´ há mais de três anos junto a Cooperativas

e Produtores.

O evento teve por objetivo principal discutir a atual situação do Mofo Branco,

abordando os principais problemas causados pela doença, as inovações para o seu manejo e

controle, contando com a participação de Cooperativas, Agricultores, Consultores e

Renomados Palestrantes Brasileiros e Estrangeiros, todos com grande experiência no assunto,

além da apresentação de trabalhos científicos.

Prof. Dr. David de Souza Jaccoud Filho

Coordenador

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Grupo de Fitopatologia Aplicada - UEPG

Coordenação

Prof. Dr. David de Souza Jaccoud Filho

Assessoria e Apoio

Enga. Agrônoma, Dr

a Luciane Henneberg

Enga. Agrônoma, MSc. Edilaine Mauricia Gelinski Grabicoski

Eng. Agrônomo Carlos Rafael Wutzki

Eng. Agrônomo Cláudio Mauício Vrisman

Enga. Agrônoma Raquel Marcia Modena Wutzki

Eng. Agrônomo Miguel Olavo Manosso Neto

Eng. Agrônomo Orlei Amilton de Carvalho

Eng. Agrônomo Daniel Augusto Gardingo

Enga. Agrônoma Gisele Alves da Rocha

Biólogo Gustavo Beruski

Bacharel em Informatica Thalita Scharr Rodrigues

Bacharel em Informatica Alison Roger Hajo Weber

Técnica de Laboratório Zima Richter Guera

Graduando Marcelo Luiz Cunha Pierre

Graduando Ayrton Berger Neto

Graduando Felipe Fadel Sartori

Graduando Matheus Antonio Cantele

Graduando Lucas Eduardo Cantele

Graduando Hamilton Edemundo Tullio

Graduando Guilherme de Camargo Huller

Graduando Marcelo Zadra Mainardes

Graduando Rubiane Roskoz de Castro

Graduando César Luiz Baran

Graduando Fernando Henrique Prins

Graduando Rodrigo Deda

Graduando Victor Gregorio Nadal

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Programação

16 de julho (Segunda-feira)

14h às 17h Inscrições e entrega de material

19h às 20h30 Solenidade de abertura oficial do evento

20h30 Coquetel

17 de julho (Terça-feira)

08h às 10h Dificuldades e visão das cooperativas no manejo do “mofo branco” nas

áreas de produção

AGRÁRIA; BATAVO; BOM JESUS; CAMP; CAPAL; CASTROLANDA;

C.VALE; COAMO; COCAMAR; COMIGO; COOPAGRÍCOLA;

COOPERTRADIÇÃO; INTEGRADA; WITMARSUM

10h às 10h15 Intervalo para café – Forquímica

10h15 às 11h15 Sclerotinia sclerotiorum as a Pathogen on Soybean and Dry bean,

Current Status of Management and Control Options

James Robert Steadman (University of Nebraska - USA)

11h15 às 11h45 Visão histórica, progressos e perspectivas no manejo e controle do

“mofo branco” Ademir Assis Henning (EMBRAPA-CNPSO)

11h45 às 11h55 Espaço empresarial – Ihara

12h às 12h15 Discussão - Coordenação: Reginaldo Barreiro / David S. Jaccoud Filho (UEPG)

12h15 às 13h45 Intervalo para almoço

13h45 às 15h15 Visão dos órgãos de assistência técnica e consultoria no manejo e

controle do "mofo branco"

Jorge Alberto Gheller (Instituto EMATER)

Luis H. Carregal (Campos-Carregal Consultoria/FESURV)

Luis H. Kasuya (Consultoria Kasuya)

Taurino A. Loyola/ Henrique Menarin (Grupo GATT)

Carlos Olivetti (Futuragro)

Sérgio R. Zanlorenzzi (Deragro)

Carlos M. Utiamada (Tagro)

15h15 às 15h30 Intervalo para café – Itaforte

15h30 às 17h Dificuldades e perspectivas das empresas produtoras de sementes no

manejo do “mofo branco”

Ivo Fraire (Sementes Mutuca)

Tony K. Yonegura (Wehrmann Sementes)

Pedro Moreira (EMBRAPA-CNPSO)

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Joao Marcos T. Mascarenhas (Nidera)

Robson de Paula (Pioneer)

Rudimar Mafacioli (Syngenta)

17h às 18h10 Visão e experiência dos órgãos de pesquisas e fundações no manejo e

controle do "mofo branco"

Valdir Lourenço Junior (IAPAR)

Edson Pereira Borges (Fundação Chapadão)

Eltje Jan Loman Filho (Fundação ABC)

Heraldo Rosa Feksa (FAPA)

18h10 às 18h20 Espaço Empresarial – Syngenta

18h20 às 18h35 Discussão - Coordenação:

Erlei de Melo Reis (UPF) / Marcos Freitas (JEM Análise Agrícola)

18 de julho (Quarta-feira)

08h às 08h30 Tecnologia de pulverização no controle do "mofo branco"na culturas

da soja

Marco Antonio Gandolfo (UENP)

08h30 às 10h Situação atual e perspectivas do "mofo branco"na cultura do feijão

Murilo Lobo Junior (EMBRAPA-CNAF)

Silvania Furlan (IB-SP)

Trazilbo José de Paula Junior (EPAMIG)

10h às 10h30 Situação atual e perspectivas do "mofo branco"na cultura do algodão

Luiz Gonzaga Chitarra (EMBRAPA-CNPA)

10h30 às 10h45 Intervalo para café – Nitral Urbana

10h45 às 11h30 Situação atual e perspectivas do "mofo branco"em hortaliças

Leila Louback (Universidade Federal de São João Del-Rei/UFSJ)

Emilson Menarim (Castrolanda)

11h30 às 12h10 Dificuldades e visão dos produtores no manejo do "mofo branco"

André Giostri Allyson Yamagushi

Leonardo Carneiro (Grupo Eldolrado - MG)

12h10 às 12h25 Discussão - Coordenação:

Maristella Dalla Pria (UEPG) / Nilceu R. X. Nazareno (IAPAR)

12h25 às 13h45 Intervalo para almoço

13h45 às 14h15 Importância da qualidade sanitária das sementes no controle do "mofo

branco"

José da Cruz Machado (UFLA)

14h15 às 14h45 Progressos no tratamento de sementes no manejo e controle do "mofo

branco"

Augusto Pereira Goulart (EMBRAPA-CPAO)

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14h45 às 15h45 Sclerotinia sclerotiorum as a Pathogen on Oil Seed Rape, Current Status

of Management and Control Options

Luis Del Rio Mendoza (North Dakota State University - USA)

15h45 às 16h Intervalo para café - Deragro

16h às 16h45 Sessão de Pôsters

16h45 às 17h30 Situação atual e perspectivas do uso de produtos químicos no manejo

do “mofo branco”

José Otávio Menten (ESALQ)

Patrícia Kreyci (ESALQ)

Helen Calaça (ISAGRO)

17h30 às 18h15 Situação atual e perspectivas do uso de produtos biológico no manejo

do “mofo branco”

Alan Pomella (ABCBio)

João Batista Vida (UEM)

18h15 às 18h25 Espaço empresarial – Fortgreen

18h25 às 18h40 Discussão - Coordenação:

Fernando Cézar Julliati (UFU) / Idalmir dos Santos (UTFPR)

19 de julho (Quinta-feira)

08h às 09h30 Progressos na obtenção de cultivares de soja resistentes ao “mofo

branco”

Fernando Cézar Juliatti (UFU);

Tatiane Dalla Nora Montecelli (COODETEC);

Jair Unfried (TMG)

09h30 às 10h Relato da Rede de Mofo no Brasil Maurício Conrado Meyer (EMBRAPA-CNPSO)

10h às 10h15 Intervalo para café - Jacto

10h15 às 11h Situación actual y perspectivas del moho blanco en el cultivo de girasol.

Alberto Escande (INTA-ARG)

Aroldo Irio Marochi (AgroMarochi)

11h às 11h45 Avaliação dos métodos de detecção de Sclerotinia sclerotiorum em

sementes Maria Heloisa De Moraes (ESALQ)

Luciane Henneberg (UEPG)

11h45 às 11h55 Espaço empresarial – Novozymes

11h55 às 12h10 Discussão - Coordenação:

Altair Justino / Wilson S. Venâncio (UEPG)

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12h15 às 14h Intervalo para almoço

14h às 15h Resultados do Grupo de Pesquisa em Fitopatologia Aplicada da UEPG

sobre manejo e controle do mofo branco no estado do Paraná (edital

064/2008) David S. Jaccoud Filho; Luciane Henneberg; Edilaine M. G. Grabicoski;

Cláudio M. Vrisman; Miguel Manosso Neto; Rafael Marques; Marcelo L.

C. Pierre; Ayrton Berger Neto; Felipe F. Sartori; Matheus A. Cantele;

Guilherme C. Huiller; Hamilton E. Tullio; Carlos R. Wutzki; Lucas Cantele;

Rubiane R. Castro; Cesar L. Baran; Altair Justino; Marcos Pileggi; Cláudio

Purissimo; Adriel F. Fonseca; André B. Pereira; Gustavo Beruski; Camila

Basso; Marcelo Zadra Mainardes.

15h às 15h30 Uso de novas tecnologias para o estudo da distribuição espacial e

monitoramento do “mofo branco” Carlos Hugo Rocha - Vinícius B. Demarch (UEPG)

Alaine Guimarães – Alison Weber (UEPG)

Maria Salete M. G. Vaz - Thalita Scharr (UEPG)

15h30 às 15h45 Intervalo para café - ISK

15h45 às 16h45 Current Status and Perspectives of Sclerotinia sclerotiorum control Helene Dillard (Cornell University - USA)

16h45 às 17h45 Desenvolvimento de métodos rápidos para a detecção de patógenos em

sementes Ednar Gadelha Wulff (Universidade de Conpenhagen/Dinamarca)

Edilaine M. G. Grabicoski /David Jaccoud (UEPG)

16h30 às 17h Discussão - Coordenação:

Marcos Pileggi (UEPG) / Marcelo G. Canteri (UEL)

16h às 16h30 Worshop mundial de “mofo branco” em Beijin 2013 (Grupo de

Trabalho) James Robert Steadman (University of Nebraska - USA)

Fernando Cézar Juliatti (UFU)

David de Souza Jaccoud Filho (UEPG)

17h às 17h30 Solenidade de Encerramento

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SUMÁRIO

PALESTRAS ........................................................................................................................... 11

RESUMOS ............................................................................................................................... 55

EPIDEMIOLOGIA......................................................................................................................... 56

CONTROLE QUÍMICO ............................................................................................................... 58

CONTROLE BIOLÓGICO ........................................................................................................... 64

CONTROLE ALTERNATIVO .................................................................................................... 67

CONTROLE CULTURAL ........................................................................................................... 69

MELHORAMENTO GENÉTICO ............................................................................................... 72

PATOLOGIA E TRATAMENTO DE SEMENTES ................................................................. 75

OUTROS ......................................................................................................................................... 79

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PALESTRAS

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DIFICULDADES E VISÃO DA C.VALE NO MANEJO DO MOFO BRANCO NAS

ÁREAS DE PRODUÇÃO. Enoir Pellizzaro.

O mofo branco vem, a cada ano, nos preocupando mais, pois a sua área de

abrangência está aumentando de maneira gradativa, atingindo áreas até então, sem a presença

do mesmo.

Nas décadas de oitenta e noventa e nos primeiros anos, do segundo milênio, a sua

área era bastante restrita, com alguns anos com uma presença mais efetiva e em outros com a

presença muito limitada ou inexistente. Porém, nos últimos anos esta doença iniciou a sua

expansão, atingindo regiões em que o seu aparecimento não era, até então esperado, pelas

condições não muito favoráveis ao seu desenvolvimento.

Na área de atuação da C.Vale, esta doença se restringia a áreas de altitude,

principalmente na região de Abelardo Luz e Faxinal dos Guedes em Santa Catarina. Nos

últimos anos temos verificado a presença de forma significativa, ou pontal, em várias outras

regiões de Santa Catarina e também nos estados do Paraná e do Mato Grosso.

Analisando-se a ocorrência do mofo branco nas regiões em que a C.Vale atua,

verificamos que o seu aparecimento está numa relação direta com a expansão do cultivo das

culturas do feijão e do girassol e em regiões em que o plantio do nabo forrageiro é mais

significativo.

Quanto ao manejo, constatamos que de maneira geral, este é realizado de forma

pontual, o que tem levado a resultados inconsistentes e aquém do necessário e esperado.

Verificamos, que de uma maneira geral, a tentativa do controle do mofo branco realizada com

a utilização, somente de fungicidas, tem sido insuficiente. Fato que proporcionado dispêndio

de tempo, dinheiro e frustrações, ou no mínimo a uma elevação, significativa no custo de

produção.

Os melhores resultados, por nós obtidos, são os que são associadas várias

tecnologias, tais como: a rotação de cultura, a adição de produtos biológicos, na cultura da

soja e também nas culturas que fazem parte do sistema de produção, além da aplicação de

fungicida específicos para o seu controle.

Felizmente, hoje a pesquisa está focada no aprofundamento dos conhecimentos

sobre esta importante doença, assim como, no desenvolvimento de métodos que visem avaliar

o limiar de dano econômico, além da melhoria das técnicas de manejo e controle do mofo

branco.

___________________________________________________________________________

DIFICULDADES E VISÃO DA COOPERTRADIÇÃO NO MANEJO DO MOFO BRANCO

NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO. Clodomir Luiz Ascari

Há aproximadamente 5 anos havia poucos relatos de mofo branco nas regiões

Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina. Com o passar do tempo essa doença passou a

preocupar, mas não se sabe ao certo como a Sclerotinia sclerotiorum se espalhou. Dentre as

principais hipóteses, destacam-se:

1. O inóculo foi introduzido no cultivo de nabo forrageiro, bastante utilizado como opção

de adubação verde de inverno para cobertura de solo.

2. Incentivo ao cultivo de girassol e canola nessas regiões, também plantas hospedeiras

do fungo.

3. Aquisição de sementes de feijão de locais onde a Sclerotinia estava presente de forma

generalizada, como Goiás e Distrito Federal.

4. A prestação de serviços com colheitadeiras, colhendo área com a presença do

patógeno e levando o fungo para as demais lavouras.

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5. A produção de sementes de soja em áreas com o patógeno e comercializadas sem a

devida fiscalização.

O fato é que com o passar do tempo essa doença tem causado muita preocupação entre

os produtores e a assistência técnica. As perdas são crescentes e consideráveis. A situação é

tão preocupante que, em outubro de 2011, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pato

Branco promoveu um Workshop para ajudar a comunidade a compreender que o combate ao

patógeno exige medidas integradas de controle para evitar o seu estabelecimento ou

disseminação.

As alternativas para o manejo da doença são as mais diversas, incluindo tratamento de

sementes, uso de indutor de resistência e fungicidas. A maioria das alternativas de manejo tem

custo relativamente elevado. Devido a pouca experiência dos agrônomos e agricultores em

manejar a doença, as alternativas de controle ainda são questionadas quanto a sua eficiência,

os momentos ideais de intervenção na lavoura, bem como o custo-benefício dos tratamentos.

Outro fato que chama a atenção é a relação entre clima x ocorrência da doença. Nas regiões

supracitadas as altitudes variam de 500 a 1100 metros e, em alguns casos, tem-se variação de

até 300 metros dentro do mesmo município. Observa-se que nos locais com altitudes maiores

a doença é muito mais agressiva, fato que requer maior atenção em relação ao manejo.

Diante da situação exposta, procurou-se tratar do assunto em duas frentes: inicialmente

levando ao conhecimento de todos a ocorrência do patógeno e chamando a atenção para o

problema; num segundo momento, procurou-se tratar o assunto com base científica, tentando

entender o comportamento da doença e como evitá-la e/ou controlá-la.

A ausência da doença num ano, não significa que não vá ocorrer no ano seguinte.

Basta a condição climática ser favorável e tudo começa novamente. Por isso a estratégia é

ficar sempre em alerta e a assistência técnica sempre atualizada.

___________________________________________________________________________

MANEJO DO MOFO BRANCO NA ÁREA DE ATUAÇÃO DA COOPERATIVA BOM

JESUS. Eng. Agrônomo Carlos Alberto Klenki

O mofo branco passou a ser uma das principais preocupações, em termos de doenças

das culturas, especialmente a da soja. Estamos situados na região sudeste do Paraná, região

com altitudes superiores aos 700 m, com clima ameno, boas precipitações, nebulosidade

elevada e formação de orvalho por períodos longos, condições favoráveis ao desenvolvimento

da doença. Também, essas condições propiciam um maior desenvolvimento da soja, o que

vem a favorecer a ocorrência do problema.

Há muito tempo já convivemos com o mofo branco nas lavouras. Porém, nos últimos

anos, a doença vem ganhando proporções preocupantes. Esteve presente em culturas

utilizadas para adubo verde e cobertura do solo com tremoço e nabo forrageiro, utilizadas no

passado. Nas culturas de hortaliças, batata e feijão está presente, mas com baixa incidência e

prejuízos relativamente pequenos. Mas na cultura da soja, principalmente depois da chegada

das cultivares de hábito de crescimento indeterminado, os prejuízos passaram a ser

significativos e em algumas áreas bastante expressivos. E o mais preocupante é que as áreas

de melhor fertilidade e que apresentam o maior potencial produtivo, é onde o mofo branco

têm tido maior incidência e severidade, e provocado as maiores quebras de produtividade.

Outro ponto é a tendência de aumento de cultivo da soja, pela atração do mercado, reduzindo

a utilização da rotação de culturas e aumentando a utilização de máquinas de colheita

contratada, circulando por várias áreas e normalmente sem a devida preocupação com a

limpeza do equipamento.

As principais dificuldades encontradas no manejo do mofo branco na soja, estão nos

plantios realizados na primeira época, onde a incidência e severidade tem sido maiores, na

dificuldade de se prever a ocorrência, no alto custo dos produtos registrados para o controle

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da doença e no fato da doença ocorrer em momentos de chuvas continuadas, o que limita as

entradas para a realização de pulverização, na redução da utilização de rotação de culturas, na

contratação de máquinas para a colheita, sem necessariamente terem sido limpas, e na

crescente utilização de cultivares de soja de hábito de crescimento indeterminado.

Como medidas de redução e convivência com o mofo branco, temos adotado medidas

culturais como formação de maior camada de palha de gramíneas para a realização da

semeadura, aumento do espaçamento entre linhas e redução na população de plantas nas

cultivares com bom engalhamento e porte maiores, uso de cultivares determinadas, utilização

do Trichoderma sp, e também a utilização do controle químico, cuja aceitação e uso ainda não

ganharam terreno em função dos custos dos produtos e da dificuldade de posicionamento para

aplicação no momento adequado.

Por ser uma doença em expansão e ainda de manejo pouco conhecido, temos que buscar

junto as instituições de pesquisa as ferramentas mais adequadas de manejo e convívio com

esse problema com grande potencial de persistência nas áreas e de provocar perdas

expressivas de produtividade das culturas suscetíveis.

___________________________________________________________________________

DIFICULDADES E VISÃO DA INTEGRADA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL NO

MANEJO DO MOFO BRANCO NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO. Gilberto Yano; Toshio

Watanabe.

Histórico:

A princípio causava danos apenas nas lavouras de feijão, mas produtores da região de

Mauá relatam que a doença ocorria esporadicamente sem causar prejuízos a cultura da soja

mesmo antes a introdução do feijão. Início de perdas significativas na soja a partir da Safra

2005/2006, coincidindo com aumento da áreas da soja RR, de cultivares de hábito

indeterminado e aumento do uso de fungicidas. Safras com maiores danos foram de

2008/2009 e 2010/2011; safra com menor incidência 2011/2012.

Situação Atual:

Dentro da área de atuação da Cooperativa Integrada, que vai desde o oeste até o norte

pioneiro, as regiões mais afetadas estão acima de 700 m de altitude, ou seja, Mauá da Serra,

Tamarana, São Jerônimo da Serra e Arapongas.

Em Mauá da Serra temos verificado a presença em aproximadamente 80% das áreas,

sendo que em 20% destas áreas a ocorrência é mais grave, com perdas na produtividade de 5 a

30% dependendo do ano.

Na Região de São Jerônimo da Serra tem-se verificado a presença em

aproximadamente 60% das áreas, sendo mais grave em 10 % com perdas na produtividade

entre 2 a 10%.

Em Arapongas e região tem-se verificado a ocorrência aproximadamente em 20 % das

áreas, com perdas semelhantes a São Jerônimo da Serra.

Medidas de Controle:

Baixa Severidade:

Aplicação de Benzimidazóis;

Escolha de cultivares aparentemente menos suscetíveis;

Aumento de espaçamento entrelinhas;

Média e Alta Severidade:

Aumento da dose e número de aplicação dos Benzimidazóis;

Fungicidas mais específicos;

Rotação de Culturas;

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Diminuição da população;

Uso de lactofen ou clorimurom na soja RR.

_________________________________________________________________________

DIFICULDADES E VISÃO DA COMIGO NO MANEJO DO MOFO BRANCO NAS

ÁREAS DE PRODUÇÃO. Dr. Carlos César de Menezes.

- Área de atuação da Cooperativa Comigo

- Caracterização do problema na região de atuação da cooperativa comigo – sudoeste

de Goiás

- Diversidade edafo-climática da região e suas implicações sobre a incidência da

doença

- Áreas com histórico da doença

Principais causas da doença nessas áreas

Manejo adotado para controlar a doença

- Presença de novas áreas com a doença

Possíveis causas da presença da doença

Manejo adotado para o controle da doença

- Principais práticas utilizadas para o controle da doença na região

Manejo cultural

Agentes de controle biológico

Controle químico

Interação controle biológico e palhada de braquiária

- Estratégias para superar os desafios impostos pelo mofo branco para as principais

culturas de importância econômica na região sudoeste de Goiás.

___________________________________________________________________________

DIFICULDADES E VISÃO DA COOPERATIVA WITMARSUM NO MANEJO DO

“MOFO BRANCO” NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO. Rogerio Dyck; Sergio Lourival

Eurich. Departamento de Assistência Técnica, Cooperativa Mista Agropecuária Witmarsum Ltda.,

Rodovia Br-277, Km 147,. – Zona Rural, CEP 84130-000, Palmeira, PR. ([email protected]).

A incidência e a severidade do “mofo branco” nas áreas assistidas pelo departamento

técnico têm aumentado significativamente a partir da safra 2010/2011. Na safra 2011/2012 os

danos causados pela doença na cultura da soja foi significativa em algumas unidades de

produção agrícolas. Observou-se também a incidência de “mofo branco” na cultura da canola

cultivada na região nas ultimas três safras de inverno, no entanto, os danos causados pela

doença nesta cultura não foram tão significativos como na cultura da soja na ultima safra.

Tem-se dificuldades quanto a prevenção, controle e manejo da doença em algumas áreas,

sendo a situação epidemiológica da doença mais agressiva em áreas como monocultura de

soja e em unidades de produção onde as plantas de soja cresceram mais ou onde se aumentou

a população de plantas e isto porque se favoreceu a formação de um microclima para a doença

se desenvolver. Como é uma doença relativamente nova dentro das áreas de atuação da

Cooperativa Witmarsum, as próprias metodologias de prevenção e controle estão sendo

aprimoradas, onde ainda não se alcançou níveis satisfatórios. A própria rotação de culturas

principalmente com o milho mostrou-se eficiente em anos anteriores para o controle da

doença. A prevenção e/ou controle químico com a utilização de produtos a base de

benzimidazois e cloro não se mostraram muito eficiente, mas não é possível tirar conclusões,

pois existem vários fatores que podem interferir na eficiência dos produtos. Por causa da

epidemiologia e os danos causados pela doença na ultima safra, já existe uma preocupação

muito grande para a próxima safra, prevendo se formas de manejos diferenciados como

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rotação de culturas, manutenção de palhadas, utilização de produtos químicos preventivos e

específicos para tentar amenizar os danos causados pelo “mofo branco”.

___________________________________________________________________________ Sclerotinia sclerotiorum AS A PATHOGEN ON SOYBEAN AND DRY BEAN CURRENT

STATUS OF MANAGEMENT AND CONTROL OPTIONS. James R. Steadman, Ph.D.

Professor & Head, Department of Plant Pathology, University of Nebraska, Lincoln, NE 68583-0722,

[email protected], office: 402.472.3163

Sclerotinia sclerotiorum causes white mold on dry bean (Phaseolus vulgaris) and

Sclerotinia stem rot on soybean (Glycine max). Both diseases present challenges for use of

disease management strategies. Cultural, chemical and biological options are available, but

each presents at least one aspect such as not maximizing yield, input costs and efficacy,

respectively, that can affect producer profits. Disease resistance should not affect yield

potential if deployed in a favorable genetic background and does not have a cost to producers

if licensing costs for transgenics are excluded. The focus of my presentation is using disease

resistance to reduce losses from S. sclerotiorum in soybean and dry bean crops.

There is no known immunity or high levels of resistance in any host crop. This lack of

resistance in crops such as soybean and dry bean has led to these novel approaches:

identification of high levels of resistance in perennial Glycine species and introgress the

resistance into cultivated soybean using molecular markers; using eQTL analysis to elucidate

soybean response to S. sclerotiorum infection; use of Arabidopsis system to identify defense-

related genes and transformation to move to soybean; fine mapping of resistance QTL derived

from secondary gene pool of common bean; and use of multi-site screening and pathogen

characterization across major bean production areas of the USA to identify and confirm

resistance. Lower levels of resistance have presented problems in screening for resistance,

especially in different environments. The use of a common screening technique and a

standard disease evaluation scale reduced variability in greenhouse tests and a standard CIAT

1-9 scale for field plots allowed comparisons of resistance sources in common bean across

nine locations. Characterization of S. sclerotiorum isolates collected from the same control

genotypes in all replicated field nurseries allowed for isolate comparisons within and between

locations. Mycelial compatibility grouping, microsatellites for molecular variance and bean

host aggressiveness were used to characterize 362 isolates. Isolates in four screening

nurseries also were compared to isolates in adjacent producer fields. Isolates were

phenotypically and genotypically variable over locations and within locations. Characterized

isolates with specific traits, such as moderate aggressiveness and widely distributed or low

aggressiveness and distributed in the northern high plains, will be made available for use in

white mold screening tests.

Further information may be found at the National Sclerotinia Initiative website:

http://www.ars.usda.gov/Research/docs.htm?docid=20122 .

___________________________________________________________________________

VISÃO HISTÓRICA, PROGRESSOS E PERSPECTIVAS NO MANEJO E CONTROLE

DO MOFO-BRANCO. Henning, A.A.1 Embrapa Soja, C.P. 231, 86001-970, Londrina, PR.

([email protected]).

Os primeiros relatos da ocorrência de mofo-branco [Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de

Bary] no Brasil foram em 1921, em plantas de batata no Estado de São Paulo. Posteriormente,

de 1921 a 1976 foram relatadas diversas ocorrências em hortaliças sendo em soja o primeiro

relato em 1976 adquirindo importância no Centro-Sul do Paraná por ser uma região

tradicionalmente produtora e exportadora de sementes para outras regiões. Diante deste fato, a

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Comissão Estadual de Sementes de Soja (CESSOJA/PR) reunida em 06 de junho de 1981, em

Curitiba, PR, sugeriu a adoção de medidas como a condenação de campos de sementes que

apresentassem presença generalizada do fungo, aumento do espaçamento entre plantas,

rotação de culturas e sucessão com aveia durante o inverno. Aparentemente, não foi dada a

devida importância a essas recomendações e na safra 1982/83 o mofo-branco já havia sido

relatado em diversas regiões de Minas Gerais em lavouras de feijão e de soja no Distrito

Federal em soja em 1985. A partir de 2003, com o aumento da utilização de sementes próprias

(mal ou não beneficiadas) e sementes piratas houve grande expansão do mofo-branco para as

regiões do Centro-Oeste e do Nordeste (Bahia), estimando-se que atualmente cerca de 25% da

área cultivada com essa leguminosa no Brasil está infestada com o patógeno, tornando-se uma

das principais doenças da cultura, principalmente para os produtores de sementes. Vale

ressaltar que a semente de soja não foi a única vilã nesse processo de disseminação do fungo.

O uso de sementes de nabo forrageiro, canola, feijão, girassol, etc, contaminadas com

escleródios foi em grande parte responsável pela sua disseminação e introdução em novas

áreas. Uma vez introduzido o fungo em uma área, sua erradicação é bastante difícil devido a

ampla gama de hospedeiros (mais de 600 espécies). Assim, as alternativas hoje são baseadas

no manejo envolvendo diversas práticas como: uso de sementes certificadas livres do

patógeno; tratamento de sementes (com mistura de fungicidas benzimidazóis + contato);

aumento do espaçamento; evitar acamamento (excesso de população); variedades mais

tolerantes (arquitetura ereta, ciclo determinado); e, controle químico e/ou biológico. No

controle químico, melhores resultados são obtidos com as fenilpiridinilaminas (fluazinam),

carboxamidas (fluopyram e procimidona) e com uma mistura de anilida + estrobilurina

(boscalid + dimoxystrobin), variando de 67% a 85% de controle. Os tratamentos com

biofungicidas em ensaios conduzidos nas safras 2010/11 e 2001/12 superaram a testemunha

sem controle e não diferiram entre si, apresentando índices de controle que variaram de 29% a

39%, sendo, todavia, inferiores ao tratamento com a associação de fluazinam com tiofanato

metílico, que apresentou controle de 71%. É importante ressaltar que no manejo do mofo-

branco uma medida não exclui a outra sendo necessária associação de várias práticas

agronômicas.

__________________________________________________________________________

IMPORTÂNCIA DO MANEJO INTEGRADO PARA CONVIVÊNCIA COM O MOFO

BRANCO DA SOJA. M.Sc.Luis Henrique Carregal P. Silva¹; Dr. Hercules Diniz

Campos¹; Juliana R.C. Silva². ¹FESURV – Universidade de Rio Verde: ²Campos Carregal Pesquisa e

Tecnologia Agrícola Ltda. [email protected]

A agricultura moderna deve ser pautada na sustentabilidade através da adoção de

práticas conservacionistas que permitam os altos rendimentos com o mínimo impacto

ambiental. Mas como obter altas produtividades preservando o meio ambiente frente aos

vários problemas fitossanitários? No caso específico das doenças de plantas, preconiza-se a

adoção de estratégias integradas de controle visando a convivência com tais problemas de

forma que não haja prejuízos econômicos e com menor dependência do uso de defensivos

agrícolas.

No entanto, o que tem se verificado na prática é bastante diferente. Medidas básicas

para controle de doenças, como a rotação de culturas, não são adotadas pelos agricultores.

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Provavelmente, a inexistência de uma política de preços agrícolas ou subsídios dificulte a

adoção dessa prática pelos agricultores ao longo prazo.

Independentemente das políticas agrícolas, o agricultor e os técnicos precisam ser

conscientizados para importância do equilíbrio, o qual só pode ser obtido com o manejo

integrado de doenças. Neste contexto, algumas práticas são essenciais, tais como, rotação de

culturas, adubação equilibrada, escolha de cultivares menos suscetíveis ou predisponentes às

doenças, aquisição de sementes de boa qualidade fisiológica e sanitária, além da desinfestação

de implementos agrícolas e a determinação de espaçamento entrelinhas e população de

plantas.

Ao se analisar a doença conhecida como mofo branco na cultura da soja, as estratégias

supracitadas são cruciais para o sucesso na produção. Associadas à elas, a manutenção de

cobertura no solo (palha), o controle biológico e também o controle químico podem agregar

substancialmente no manejo da doença.

Tem se verificado a campo que a maior dificuldade de técnicos e agricultores refere-se

ao controle químico: quando realizá-lo? Como em qualquer outro patossistema, não há uma

recomendação única e, para que se obtenha sucesso com o controle químico, os seguintes

parâmetros devem ser observados: histórico da área; cultivar a ser utilizada (arquitetura e

porte, além de período de floração – determinado ou indeterminado); espaçamento e

população de plantas; presença e volume de cobertura no solo; presença do patógeno na área

(apotécios durante ou próximo da fase crítica de infecção - floração); condições ambientais;

fungicida a ser utilizado (dose, época e número de aplicações).

Problemas complexos requerem estratégias complexas de controle. Assim, um

engenheiro agrônomo deverá sempre ser consultado.

___________________________________________________________________________

EXPERIÊNCIA COM MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) NA CULTURA DA

SOJA NA REGIÃO OESTE DA BAHIA. Luis H. Kasuya,1, Couto. A.

2, Carvalho.G.3 1

Engenheiro Agrônomo – Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel – Consultor Master Kasuya

Consultoria Agronômica – Luis Eduardo Magalhães, BA, e-mail: [email protected] 2

Engenheiro Agrônomo – Faculdade de Agronomia Arnaldo Ferreira – Pesquisador Kasuya Consultoria

Agronômica – Luis Eduardo Magalhães, BA, e-mail: [email protected] 3 Engenheira

Agrônoma - Luis Eduardo Magalhães, BA, e-mail: [email protected]

A soja [Glycine max (L.) MERRILL] é a oleaginosa cultivada mais importante do

mundo, possuindo um destaque especial entre os principais produtos agrícolas que participam

da economia Brasileira, pela formação de uma complexa estrutura de produção,

armazenamento, processamento e também comercialização.

Na safra 2010/2011 o Brasil colheu a sua maior safra histórica, oficialmente estimada

em 73,6milhões de toneladas, por conta das condições climáticas ideais, além do aumento de

700mil hectares em área plantada, totalizando atuais 24,15 milhões de hectares (CONAB,

2011). Nesse cenário, merece destaque o estado da Bahia, que teve um elevado crescimento

nos últimos anos, na safra 2011/2012 a região cerrado da Bahia ocupou uma área de 1,15

milhões de hectares (FAEB, 2012).

Dentre os fatores que atuam diretamente na cultura destacam-se as doenças, pela sua

atuação direta em limitar os altos rendimentos, a lucratividade e as oscilações da

produtividade de uma safra para outra (YORINORI, 1997). Como é o caso do mofo branco,

causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, causando epidemias responsáveis por perdas de

até 40 % na produção, quando possui condições favoráveis para seu desenvolvimento,

(ALMEIDA et al., 2005; LEITE, 2005; CARREGAL et al., 2010).

Sclerotinia sclerotiorum é considerado como um patógeno de importância a nível

mundial por ocorrer em diferentes regiões geográficas, e também por ser um fungo de

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natureza polífaga, abrangendo 408 espécies e 278 gêneros de plantas hospedeiras (BOLTON

et al., 2006) (DEMANT, 2010).

Os primeiros relatos de mofo branco no cerrado foram feitos há 20 anos, ocorrendo

desde então de forma endêmica (MACHADO & CASSETARI NETO, 2010). A disseminação

da doença é feita principalmente por sementes contaminadas.

Os sintomas da doença ocorrem geralmente no terço médio das plantas, evoluindo até

a haste principal, pecíolos, folhas e vagens. Normalmente, esses vêm acompanhados, com a

formação de estruturas de resistência (escleródios), estruturas negras e compactas que

caracterizam a doença. O mofo branco atinge também internamente a haste principal da

planta, formando micélios e escleródios (LEITE, 2005; BOLTON et al., 2006).

Em relação ao controle da podridão branca, é difícil por causa das estruturas de

resistência, escleródios, que ficam viáveis no solo por um longo período de tempo associado

ao fato de que a infecção aérea pode ser proveniente de escleródios existentes a longas

distâncias (JUNIOR, 2010).

Medidas como rotação de cultura, espaçamento entrelinhas, controle biológico, uso de

fungicidas e a utilização de sementes isenta do fungo, são base para um controle eficiente. De

forma isolada o controle químico por intermédio da utilização de fungicidas tem sido o mais

eficaz, em função da rapidez de evolução da doença, promove condições adequadas a planta e

favorece a retenção e absorção dos produtos. Para que estes tenham efeito, é preciso fazer o

posicionamento de forma correto, visando obter-se um controle econômico e racional da

doença, com eficácia ligada diretamente a época de aplicação (OLIVEIRA, 2005).

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, A.M.R.; FERREIRA, L.P.; YORINORI, J.T.; SILVA, J.F.V.; HENNING, A.A.; GODOY,

C.V.; COSTAMILAN, L.M.; MEYER, M.C. Doenças de Soja. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.;

REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A. CAMARGO, L.E.A. (Ed.) Manual de Fitopatologia: doenças

de plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. v.2. p. 569-588

BOLTON, M.D.; THOMMA, B.P.H.J.; NELSON, b.d. Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary: biology and

molecular traits of a cosmopolitan pathogen. Molecular Plant Pathology, v.7, n.1, p.1-16, 2006.

CARREGAL, L.H.; CAMPOS, H.D.; SILVA, J.R.C.Saiba mais sobre Mofo Branco. Disponível: http://w w

w. i h a r a . c o m . b r / i n d e x / e z s i t e . a s p ? I D = 2 0 6 5 . Acesso em: 20 mar. 2010.

CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABSTECIMENTO).Resultado do 9º Levantamento de Intenção

de Plantio da Safra 2010/2011. Disponível em:

http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_06_08_13_39_36_conjuntura_junho_-_11.pdf.

Acesso 01 de Junho de 2012. Culturas. Ano 12, n. 130, marco. p.20-23. 2010.

DEMANT, C. A. R. Mofo branco e seu manejo no Oeste baiano. Boletim Passarela da soja, fundacao BA

Marco/2010 - Ano 02 - No 02.

FAEB(Federação da agricultura e pecuária da Bahia) Safras 2011/2012. Disponível em:

http://faeb.org.br/detalhefaeb.html?tx_ttnews%5Btt_news%5D=3531&cHash=960864d7caa1e1e60f8672a3

479195d9. Acesso 27 de maio de 2012.

JUNIOR, Murillo lobo. Mofo branco. Boletim. Passarela da soja. Marco, 2010 -Ano 02 - No 02

LEITE, R. M. V. B. C. Ocorrência de doenças causadas por Sclerotinia sclerotiorum em girassol e soja.

Londrina: Embrapa Soja, 2005, p.1-3 (Comunicado Técnico, 76)

MACHADO, A.Q.; CASSETARI NETO, D. Epidemia branca. Cultivar Grandes

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OLIVEIRA, S. H. F. Manejo do mofo branco. Revista DBO Agrotecnologia,Ano 2 - no 4 - Maio/Junho

05.

YORINORI, J.T. Soja. In: VALE, F.X.R.; ZAMBOLIM, L. (Eds.) Controle de Doencas de Plantas. Viçosa

MG, UFV, 1997, p. 973.

___________________________________________________________________________ OCORRÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum NA MICRO REGIÃO DE WENCESLAU

BRAZ – PR. Eng. Agrônomos, assistentes técnicos: Taurino Alexandrino De Loyola;

Henrique Menarin - GRUPO GATT.

O feijão é produzido em todos os Estados da Federação, em três safras: (1ª) “safra das

águas”; (2ª) “safra da seca”; (3ª) “safra de outono-inverno”. Na microregião de Wenceslau

Braz – Pr, existe a presença de mofo branco, principalmente por ter um histórico de plantio de

feijão há muitos anos. Com a introdução da soja no ano 2000 e sua expansão rápida, vem

contribuindo no aumento da área com Sclerotinia sclerotiorum, e apesar dos avanços

tecnológicos nesta cultura, ainda são constatados inúmeros problemas.

Estima-se que apenas 10% da área cultivada no Brasil utiliza semente certificada sem,

contudo, tratar-se de semente livres de patógenos. O uso de sementes sadias pode resultar

num aumento de rendimento de grãos de até 45% (KLUTHCOUSKI et al., 2007).

As doenças mais importantes no são: o Mofo branco (manejo integrado), Antracnose

(diversificação de cultivares), Mosaico dourado(controle da mosca branca), Mancha angular e

Murcha de Curtobacterium. É muito importante que o produtor receba orientação segura na

realização do tratamento fitossanitário, tanto para a cultura do feijão, como da soja,

respeitando as condições climáticas do local, do cultivar adotado e da fase de

desenvolvimento da cultura. Na tabela 1 estão indicadas as épocas mais importantes para

realização dos tratamentos fitossanitários na cultura do feijão, e na Tabela 2 na cultura da

soja, de acordo com seus estádios fenológicos. Tabela 1. Momento adequado para o controle do Mofo Branco no feijão

Estádios de Desenvolvimento Fungicida

Semeadura Tratamento de Semente

R5 – Pré Floração (Botão Floral) 1ª aplicação

R6 – 1ª Flor Aberta (Floração) 2ª aplicação

Tabela 2. Momento adequado para o controle do Mofo Branco em soja

Estádios de Desenvolvimento Fungicida

Semeadura Tratamento de Semente

R1 – 1ª flor 1ª aplicação

10 dias após a 1ª 2ª aplicação

A cultura da soja começou a ser cultivada em escala comercial na safra 2000/2001 e,

devido a presença histórica de escleródios no solo com a cultura do feijão, hoje já tem áreas

com a produtividade comprometida com Sclerotinia sclerotiorum.

Nesta safra 2011/2012, houve perdas significativas em variedades mais sensíveis.

Conforme as tabelas abaixo:

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Tabela 3: Produção de soja na região de Wenceslau Braz, segundo cultivar e relação com a incidência de Mofo

branco.

Cultivar Área (ha) KG/ha % Incidência Mofo Branco

NS 4823 4,57 4.165,2 280,03 Baixa incidência

BRS 284 10,40 4.090,8 275,03 Baixa incidência

TMG Tropical 7,26 3.718,8 250,02 Baixa incidência

IGRA 626 16,94 2.925,6 196,69 Alta incidência

NK 3363 14,52 1.487,4 100 Alta incidência

Total 53,69 3.277,56

Tabela 4 – densidade populacional (plantas/ha) na cultura da soja, e a incidência de mofo branco na safra

2011/2012 no município de Ventania-Pr. Cultivar BRS 284, data de semeadura 20/11/2011. Fonte: Menarim

Sementes.

Plantas/Hectare % Plantas c/ Mofo Branco Kg/ha %

165.000 - 3.019 100

228.000 2,2 3.932 130

315.000 5,6 3.446 114

Recomendações para o manejo integrado e controle do mofo branco: Realizar rotação

de culturas com gramíneas; Ter uniformidade na cobertura de solo; Utilizar semente de

qualidade; Fazer tratamento de semente; Aumentar espaçamento e reduzir população; Aplicar

fungicidas em áreas com histórico de mofo branco e condição de clima favorável; Evitar

floração com baixas temperaturas e alta umidade; Utilizar boa tecnologia de aplicação e Uso

de produtos biológicos.

___________________________________________________________________________

O PROBLEMA E SOLUÇÃO DA Esclerotinia NA CULTURA DA SOJA. Carlos André

Olivetti. CREA: 32010/D. Consultor técnico de vendas Futuragro de Palmeira.

A soja é a principal cultura agrícola – econômica, da região de Palmeira e Campos

Gerais. Doenças foliares, radiculares e outras, sempre vinham sendo tratadas, com sucesso

técnico - agronômico. Sabe se que a esclerotinia, já presente há um bom tempo nas culturas

leguminosas, presença tal sem prejuízos notáveis.

Atualmente, a cultura da soja em grandes altitudes, acima de 600 metros, vem

sofrendo com prejuízos causados pela esclerotinia ou vulgarmente mofo branco.

Quando tivermos a coincidência de faixa de temperatura, de 12 a 28 graus, médio –

alto índice pluviométrico, e flores na cultura da soja, vêm aí a esclerotinia. No entanto, para

que isso ocorra à área em si, deve ter histórico de esclerotinia ou escleródios presentes no

solo. Também sabemos que a semente de soja pode vir de regiões de grande altitude, que

dificilmente escapará da presença de esclerotinia, trazendo consigo a escletonia em forma de

escleródios e ou dormente na semente.

Um bom planejamento da data de plantio da soja, algumas técnicas de manejo,

juntamente com produtos químicos e não químicos, podem amenizar o grande prejuízo que

esta doença “devastadora” pode provocar. Alertamos que há áreas com perda de

produtividade de 40% a 60%, por esclerotinia.

Alguns pontos ligados a esta doença e atitudes profissionais devemos tomar a seguir:

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-Nas áreas com alta presença de esclerotinia, semear as variedades de soja, preferencialmente

depois de 20 de novembro. Nesta área, posicionar uma variedade de ciclo médio e ou longo,

assim o Studio de floração irá coincidir numa época de clima mais seco e quente.

-Procurar fazer aplicações estratégicas, químicas e fertilizantes foliar, especificamente,

Carbendazim 500 e molibdênio ou se o custo for melhor, comol.

Em áreas com alto índice de escleródios, deve se fazer três aplicações sistemáticas. A

primeira aplicação será feita no stádio R1, a segunda no stádio R2 -3 e a terceira no R4.

A dosagem deve ser: Carbendazim 1,0L/há e comol 0,150 L/há, cada aplicação. O bico a ser

escolhido deve ser o que melhor a se adequar no momento da aplicação. Lembre, estes

produtos não irão agir como curativamente e sim preventivamente, fortalecendo a planta da

soja, criando uma resistência da planta e órgãos reprodutivos ao ataque da esclerotinia.

Neste tratamento, não científico, acredita se alcançar um “preventivo de perdas”, de

até 70%, na produtividade da soja.

Há áreas com outro tratamento químico e fertilizante foliar, adequado ao tratamento anterior,

que mostra maior eficácia na prevenção desta doença, na cultura da soja. O tratamento é o que

se segue:

-Faz se o primeiro tratamento como mencionado no stádio R1 e no stádio R2-3 utiliza se outro

produto a base de Fluazinam 500, juntamente com o comol e no stádio R4, volta a se utilizar o

tratamento proposto de carbendazim 500 e comol.

Neste tratamento, não científico, acredita se alcançar um preventivo de perdas de até 90%,

nas na cultura da soja.

-No tratamento de semente, utilize produto à base de carbendazim e fluazinam.

-Em áreas com histórico de esclerotinia, não espere para amanhã, faça os tratamentos no

momento correto, pois depois pode ser tarde demais.

-A rotação de cultura com gramíneas, é benéfica para o sucesso do plantio direto sob palha,

mas não resolve as perdas pela esclerotinia, visto que os escleródios sobrevivem mais de sete

anos no solo.

-A utilização do tricoderma, no tratamento da semente de aveia preta e posteriormente na

semente de soja, traz efeito benéfico no controle biológico dos esceleródios, mas com

eficiência de médio - longo prazo; três anos após a utilização, repetindo o tratamento todos os

anos.

-Em áreas, que utilizam o azevêm como cobertura, e este fornecendo grande massa de palha,

haverá uma diminuição da frutificação do apotécio. Este controle deve ocorrer pela barreira

física ao apotécio e favorecimento da presença de microorganismos (benéficos), que ajudam a

controlar biologicamente os escleródios.

-O espaçamento reduzido, propicia o aumento das perdas por esclerotinia, pois haverá maior

contato das partes infectadas em outras não infectadas. De outrbo lado, um espaçamento

acima de 0,050m, não diminuirá os danos desta doença.

Todas as medidas acima devem ser tomadas, no intuito de amenizar a presença da

esclerotinia e perdas de produtividade.

___________________________________________________________________________

CONSIDERAÇÕES DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA REGIÃO DE IRATI-PR, NA

EVOLUÇÃO DA INCIDÊNCIA DE MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum). Sergio

Ricardo Zanlorenzi, Eng. Agrônomo , Diretor Técnico da Empresa Deragro Distribuidora de Insumos

Agrícolas Ltda.Rua 19 de Dezembro, 418 –Irati/Pr – CEP:84500-000 [email protected]

Do ponto de vista da assistência técnica podemos traçar um histórico da evolução da

doença em paralelo com as mudanças no modelo de agricultura praticado na região.

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Até o final dos anos 90 a região caracterizava-se principalmente pela predominância

de pequenos produtores voltados para as culturas de feijão , batata e milho este de baixa

tecnologia mas que servia para rotação de cultura.

Outro fator era a época de cultivo do feijão, nos meses mais chuvosos, como janeiro, a

mesma encontrava-se em fase de colheita.

Também muito relevante era a predominância do uso do plantio convencional, no qual

se faziam várias operações com grades aradoras e niveladoras para que o herbicida mais

usado na época, a trifluralina fosse realmente eficiente.Estas operações de gradagens com

certeza diminuíam em muito o potencial de inoculo do fungo, pelo enterrio da sua principal

estrutura reprodutiva, os escleródios.

Estes aspectos citados fizeram com que a doença ,na região em questão, durante esta

época não fosse grande problema.

A partir do final dos anos 90 algumas culturas começaram a perder importância na

região, especialmente a batata e a cultura da soja passou a se tornar o foco das atenções dos

produtores baseado nas tecnologias que estavam surgindo , como o plantio direto, herbicidas

pós emergentes, maquinas, etc...Estas mudanças criaram um ambiente favorável para que a

doença pudesse evoluir ano após ano.O aumento das áreas de soja , a falta de rotação, o uso

de sementes de qualidade duvidosa, entre outros fatores fizeram com que a doença passasse a

chamar a atenção, no inicio com alguns casos mas em anos com condições climáticas mais

favoráveis causando grandes prejuízos.A partir daí a assistência veio experimentando várias

soluções apontadas pelas pesquisas e empresas, com resultados variáveis porque as

informações não eram consistentes. Destas práticas as que se destacaram foram a

conservação de uma boa camada de palhada(barreira física) e o uso de fungicidas a base de

fluazinam e procimidona assossiados a carbendazim.Trabalhos com densidade de plantio e

uso de trichoderma, mostraram resultados menos consistentes.Concluindo, a tomada de

decisão com relação a estratégia a ser usada depende de uma boa conversa com o produtor,

levantando todos os aspectos que possam influenciar em uma maior ou menor pressão da

doença , mas o básico não pode ser esquecido como a rotação de culturas e o uso de sementes

sadias.

___________________________________________________________________________

DIFICULDADES E PERSPECTIVAS DAS EMPRESAS PRODUTORAS DE SEMENTES

NO MANEJO DO MOFO BRANCO. Ivo Frare. Sementes Mutuca; Membro Fundador do Grupo

GATT.

O mofo branco é uma doença de solo que vem causando grandes prejuízos em várias

culturas. É um patógeno de difícil controle, pois possui estrutura de resistência (escleródios),

que podem formar apotécios, e estes liberaram cerca de dois milhões de ascósporos, podendo

ser disseminados pelo vento e infectando plantas a longas distâncias. A intensidade do mofo

branco depende de diversos fatores como: temperatura mínima (abaixo dos 15° C),

suscetibilidade da cultivar, número de escleródios no solo, pouco volume de palha de

gramíneas sobre o solo, pouca atividade microbiana do solo, baixo uso de Trichoderma sp.,

uso excessivo de glifosato, uso excessivo de benzimidazois, ano de El Niño ou La Niña.

Várias técnicas de manejo devem ser utilizadas para minimizar a ação do mofo branco como:

usar sementes fiscalizadas com procedência conhecida, fazer análise patológica das sementes,

tratar sementes com produtos específicos para mofo branco, escolher variedades menos

suscetíveis ao mofo, escolher variedades que acamem menos, aumentar espaçamento entre

linhas, escolher variedades de inserção mais alta, adubar as outras culturas anterior a soja

(gramíneas) para produzir mais palha, aplicar Trichoderma sp. de tal forma que a aplicação

atinja o solo, aplicar fungicidas específicos para mofo branco no início da floração, repetindo

a aplicação 10 dias após em anos de La Niña, usar pulverização com bom volume de calda e

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com alto poder de penetração e escalonamento da semeadura de soja.

___________________________________________________________________________

ANÁLISE DA COMPATIBILIDADE MICELIAL E REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE

FEIJOEIRO A Sclerotinia sclerotiorum NO PARANÁ. Dr. Valdir Lourenço Jr. Área de

Proteção de Plantas, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR). Rod. Celso Garcia Cid, Km 375, CEP:

86047-902, Londrina, PR. Fone: (43)3376-2437. E-mail: [email protected]

Sclerotinia sclerotiorum (Lib) de Bary é um fitopatógeno agressivo com uma ampla

gama de plantas hospedeiras e distribuição geográfica que infecta aproximadamente 400

espécies de plantas cultivadas incluindo feijão, soja, batata, amendoim, algodão, tomate,

girassol e canola (BOLAND & HALL, 1994). As perdas anuais causadas por S. sclerotiorum

são acima de 400 milhões de dólares nos Estados Unidos (USDA, 2011). No Brasil, a

incidência de S. sclerotiorum no feijoeiro pode atingir 100% (NAPOLEÃO et al., 2005) e

causar perdas totais nas áreas produtoras do Centro Oeste, Sudeste e Sul em condições de alta

umidade e temperaturas abaixo de 20°C (LOBO JUNIOR et al., 2009).

Em um estudo recente, detectou-se alta variabilidade genética dentro e entre

populações de S. sclerotiorum associadas com o cultivo de feijão irrigado na região do

cerrado brasileiro utilizando marcadores microssatélites (GOMES et al., 2011). No entanto,

há pouca informação da variabilidade genética da população de S. sclerotiorum no Paraná e

em outras regiões brasileiras. Como esses estudos são importantes para o desenvolvimento de

variedades com genes de resistência duráveis em condições de campo, avaliou-se a

compatibilidade micelial e agressividade de isolados paranaenses e catarinense de S.

sclerotiorum em feijoeiro na Estação Experimental do Instituto Agronômico do Paraná

(IAPAR) em Londrina, PR.

Houve formação de sete grupos de compatibilidade micelial (GCM) a partir de 10

isolados de S. sclerotiorum obtidos do Paraná e Santa Catarina (Tabela 1). Três isolados de

feijão e um de soja de origens geográficas distintas agruparam-se no GCM1 (Tabela 1). Os

outros grupos foram constituídos por um único isolado (Tabela 1). Curiosamente, os isolados

SS1, SS3 e SS4 coletados no mesmo local e ano foram incompatíveis (Tabela 1). Portanto, há

evidências de alta variabilidade na população de S. sclerotiorum. Além disso, há evidências

de que o fluxo gênico esteja ocorrendo na população devido ao agrupamento de isolados de

origens geográficas distintas no mesmo grupo de compatibilidade micelial (Tabela 1). S.

sclerotiorum é disperso a longas distâncias por sementes infectadas que favorece a ampla

distribuição geográfica de determinados genótipos do fungo (BOLTON et al., 2006).

Resultados similares foram obtidos em outro estudo conduzido nos Estados Unidos. Nesse

estudo foi detectada alta variabilidade e variação na agressividade das populações de S.

sclerotiorum com a formação de 42 GCM a partir de 299 isolados obtidos da Argentina e dos

Estados Unidos (KULL et al., 2004).

Como houve problemas na condução de plantas de feijoeiro em casa de vegetação,

avaliou-se a agressividade de sete isolados de S. sclerotiorum (Tabela 2). Todos os isolados

causaram doenças no feijoeiro com diferenças na agressividade (F<0,0094) (Tabela 2). A

maior área média da lesão foi causada pelos isolados SS1 e SS9, no entanto, não houve

diferenças com SS2, SS10, SS6 e SS8 (Tabela 2). O isolado que causou a menor área média

de lesão foi SS7 que não diferiu da testemunha e de SS2, SS10, SS6 e SS8 (Tabela 2).

Variação na agressividade de isolados de S. sclerotiorum provenientes de plantas hospedeiras

distintas (soja, canola, couve, feijão e ervilha) foi detectada na soja em um experimento

conduzido em casa de vegetação (KULL et al., 2004). Apesar da variação de agressividade

entre isolados, não há evidências de especialização patogênica de S. sclerotiorum em

feijoeiro. Tabela 1. Planta hospedeira, origem geográfica, ano de obtenção e grupos de compatibilidade micelial

(GCM) dos isolados de S. sclerotiorum.

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Código do isolado Planta hospedeira Origem geográfica Ano GCM

SS1 Repolho Araucária - PR 2011 GCM2

SS2 Feijão Major Vieira - SC 2011 GCM1

SS3 Feijão Araucária - PR 2011 GCM3

SS4 Feijão Araucária - PR 2011 GCM1

SS5 Feijão Londrina – PR 2011 GCM1

SS6 Feijão Londrina – PR 2006 GCM4

SS7 Mandioquinha salsa Pinhão - PR 2011 GCM5

SS8 Amendoim Irati - PR 2011 GCM6

SS9 Soja Pinhão - PR 2011 GCM1

SS10 Girassol Londrina - PR 2006 GCM7

Tabela 2. Área média da lesão (cm2) causada por isolados de S. sclerotiorum em feijoeiro da cultivar

IPR 139.

Isolado Área média (cm2)

SS11

11,08 a2

SS9 10,17 a

SS2 7,30 ab

SS10 6,88 ab

SS6 6,49 ab

SS8 6,13 ab

SS7 4,43 bc

Testemunha3

0 c 1Origem dos isolados descrita na Tabela 1;

2Médias seguidas de letras iguais não diferem ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de diferença mínima significativa de Fisher; 3Plantas contendo disco apenas com o meio

de cultura.

Como a identificação de fontes de resistência ao mofo branco em genótipos de

feijoeiro é desejável no manejo integrado dessa doença, avaliou-se a reação de cultivares e

linhagem de feijoeiro do grupo comercial carioca, recomendadas para o zoneamento

agroclimático no Paraná, a Sclerotinia sclerotiorum. O experimento foi conduzido em câmara

de crescimento e o delineamento experimental foi de blocos ao acaso no esquema fatorial (13

genótipos de feijoeiro e três isolados de S. sclerotiorum) com três repetições. A linhagem

LP0577 e as cultivares Princesa, Bola Cheia, BRS Requinte, IPR Juriti, IAC Alvorada,

Pérola, Carioca, IPR Corujinha, FT 65, IPR Campos Gerais, BRSMG Talismã e BRSMG

Pioneiro foram inoculadas com os isolados SS15, SS50 e SS81 obtidos de soja, feijão e

girassol, respectivamente.

Não houve diferenças no comprimento médio da lesão no caule e nos folíolos dos

genótipos de feijoeiro inoculados com os isolados de S. sclerotiorum. Todos os genótipos

avaliados nesse estudo foram suscetíveis ao patógeno. Além disso, não houve interação entre

isolados e genótipos. No entanto, detectou-se diferenças de agressividade entre os isolados. O

maior comprimento médio de lesão no caule foi causado pelo isolado SS50 na cultivar FT-65

(Tabela 3). Contudo, não houve diferenças entre os isolados SS15, SS50 e SS81 nas outras

cultivares de feijoeiro (Tabela 3). Nos folíolos, o maior comprimento da lesão foi causado

pelos isolados SS50 e SS81 na cultivar IPR Corujinha.

Dessa forma, outros estudos devem ser conduzidos para identificar fontes de

resistência ao mofo branco em linhagens do feijoeiro para que possam ser incorporadas em

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cultivares adaptadas a regiões edafoclimáticas distintas no Paraná e em outras regiões

brasileiras. Tabela 3. Comprimento médio da lesão (cm) no caule causado pelos isolados de Sclerotinia

sclerotiorum SS15, SS50 e SS81 nas cultivares e linhagem do grupo comercial carioca.

Cultivar Isolado

SS15 SS50 SS81

Princesa 32,9 a1

36,7 a 30,2 a

Bola Cheia 32,1 a 31,4 a 39,7 a

BRS Requinte 30,6 a 36,5 a 26,5 a

IPR Juriti 30,5 a 27,9 a 30,3 a

LP0577 29,4 a 27,8 a 29,4 a

IAC Alvorada 28,6 a 34,7 a 35,6 a

Pérola 28,2 a 33,7 a 31,9 a

Carioca 27,2 a 29,0 a 26,6 a

IPR Corujinha 27,1 a 30,8 a 33,3 a

FT 65 26,8 b 40,0 a 25,0 b

IPR Campos Gerais 25,5 a 34,2 a 36,9 a

BRSMG Talismã 23,9 b 32,6 a 27,1 ab

BRSMG Pioneiro 22,8 a 29,6 a 27,7 a

1Médias seguidas por letras iguais na mesma linha não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo

teste de diferença mínima significativa de Fisher.

Tabela 4. Comprimento médio da lesão (cm) nos folíolos causado pelos isolados de

Sclerotinia sclerotiorum SS15, SS50 e SS81 nas cultivares e linhagem do grupo comercial

carioca.

Cultivar Isolado

SS15 SS50 SS81

Princesa 12,5 a1

13,2 a 10,9 a

Bola Cheia 11,2 a 12,4 a 13,7 a

BRS Requinte 10,8 a 14,2 a 11,8 a

IPR Juriti 10,2 a 12,6 a 11,9 a

LP0577 10,7 a 15,2 a 11,9 a

IAC Alvorada 11,0 a 12,9 a 12,1 a

Pérola 7,2 a 11,2 a 11,3 a

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Carioca 7,5 a 11,9 a 10,1 a

IPR Corujinha 10,2 b 14,6 a 12,7 a

FT 65 12,1 a 13,9 a 11,5 a

IPR Campos Gerais 11,0 a 13,4 a 13,8 a

BRSMG Talismã 7,6 a 12,5 a 9,5 a

BRSMG Pioneiro 7,7 a 10,3 a 11,8 a

1Médias seguidas por letras iguais não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de

diferença mínima significativa de Fisher.

Referências

BOLAND, G. J.; HALL, R. Index of plant hosts of Sclerotinia sclerotiorum. Canadian Journal of Plant

Pathology, v.16, p.93-108, 1994.

BOLTON, M. D.; THOMMA, B. P. H. J.; NELSON, B. D. Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary:

biology and molecular traits of a cosmopolitan pathogen. Molecular Plant Pathology, v.7, n.1, p.1-16,

2006.

GOMES, E. V.; NASCIMENTO, L. B. D.; FREITAS, M. A. D.; NASSER, L. C. B.; PETROFEZA, S.

Microsatellite markers reveal genetic variation within Sclerotinia sclerotiorum populations in irrigated dry

bean crops in Brazil. Journal of Phytopathology, v.159, n.2, p.94-99, 2011.

LOBO JUNIOR, M.; GERALDINE, A. M.; CARVALHO, D. D. C.; COBUCCI, T. Uso de cultivares de

feijão comum com arquitetura ereta e ciclo precoce para escape do mofo branco (Sclerotinia

sclerotiorum). Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2009. 4 p.

KULL, L. S.; PEDERSEN, W. L.; PALMQUIST, D.; HARTMAN, G. L. Mycelial compatibility grouping

and aggressiveness of Sclerotinia sclerotiorum. Plant Disease, v.88, p.325-332, 2004.

NAPOLEÃO, R.; CAFÉ FILHO, A. C.; NASSER, L. C. B.; LOPES, C. A.; SILVA, H. R. Intensidade do

mofo-branco do feijoeiro em plantio convencional e direto sob diferentes lâminas d’água. Fitopatologia

Brasileira, v.30, n.4, p.374-379, 2005.

USDA (United States Department of Agriculture). National Sclerotinia Initiative, 2011. Disponível em:

<http://www.ars.usda.gov/Research/docs.htm?docid=20317&page=2>. Acesso em: 20 abr. 2011.

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VISÃO E EXPERIÊNCIA DA FUNDAÇÃO ABC NO MANEJO DE MOFO BRANCO

(Sclerotinia Sclerotiorum). Engº Agrº M.e Eltje Jan Loman Filho – Gerente Geral e

Coordenador de Pesquisa / Fundação ABC

Primeira instituição de pesquisa privada do Brasil, criada por produtores rurais

imigrantes da Holanda em 1984, a Fundação ABC é atualmente a principal responsável pela

inovação, desenvolvimento e adaptação de tecnologias para a produção agropecuária na

região de abrangência das Cooperativas Agroindustriais de Arapoti (Capal), Batavo,

Castrolanda, Coopagrícola e Holambra Paranapanema, totalizando aproximadamente 370 mil

hectares, posicionados sobre os Estados do Paraná e São Paulo. Nesta região de grande

variabilidade edafoclimática, encontram-se áreas com aptidão agrícola e econômica para o

cultivo de soja, feijão e milho no verão e trigo no inverno, com algumas áreas de colza e

outras destinadas para pastagens anuais e perenes. Esta associação de cultivos ou a falta desta,

associada às condições ambientais (solo e atmosfera) favorece a manutenção e incremento do

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número de áreas com mofo branco desde a década de 80. Levantamentos recentes na região

do Grupo ABC demonstram gastos da ordem de 8,5 milhões de reais por safra para o controle

deste fitopatossistema. Dada a importância econômica e o dimensionamento deste problema,

a Fundação ABC conduziu desde 2002 aproximadamente 44 experimentos envolvendo fatores

como arranjo de plantas, rotação de cultivos, controle químico e biológico. Desde então veem

sendo sugeridas estratégias de controle como: (a) uso da rotação de culturas não hospedeiras,

tanto no verão como no inverno, para redução do número de escleródios no solo; (b) uso de

coberturas de solo, visando a formação de uma barreira física que reduza a formação do

apotécio e aspersão dos ascósporos e (c) tratamento de sementes e aplicações de fungicidas na

parte aérea para complementar as medidas citadas anteriormente. Entretanto, ainda são

frequentes as situações onde os níveis de controle foram inferiores a 50%, principalmente em

anos epidêmicos. Estes eventos nos remetem à reflexão sobre a necessidade de um maior

entendimento sobre o efeito do ambiente solo-atmosfera e suas interações com o meio biótico

e abiótico, assim como a criação de mecanismos que viabilizem a parceria dos setores público

e privado para um melhor entendimento do problema denominado mofo branco. Diante da

falta desta organização ou mesmo interesse de ambas as partes, a Fundação ABC e

cooperativas continuam a realizar estudos na região dos Campos Gerais, Norte Pioneiro do

Paraná e Sul de São Paulo. Estas ações de pesquisa estão agrupadas dentro do projeto

denominado “Manejo Integrado do Mofo Branco - MIMB”, onde os objetivos principais estão

relacionados a identificação dos parâmetros de solo, planta, atmosfera e manejo que

influenciam a epidemiologia, assim como o reconhecimento de padrões de comportamento

para desenvolvimento deste fitopatossistema, com vistas a geração de informações sobre o

controle regionalizado de mofo branco e o desenvolvimento de um sistema para quantificação

de riscos epidemiológicos nos cultivos soja e feijão na região de abrangência do Grupo ABC.

Para tanto, o Grupo ABC tem estudado intensamente o efeito individual e interações de

fatores como a rotação de cultivos, controle químico e biológico em situações de solo e clima

distintos, em experimentos previstos para 5 anos de duração. Da mesma forma, aspectos

epidemiológicos e ambientais (solo e atmosfera) vêm sendo monitorados em mais de 70 áreas

das Cooperativas ABC, para a construção e validação de modelos matemáticos, com posterior

desenvolvimento de sistemas de monitoramento e previsão do mofo branco. Outros estudos

como arranjo espacial de plantas, tecnologias de aplicação, avaliação de efeitos secundários

de outros defensivos agrícolas e uso de produtos biológicos também são alvos contínuos de

pesquisas desenvolvidas pela Fundação ABC, instituição que acredita que com a integração

de todos estes fatores, podemos ao menos conviver com o mofo branco de forma sustentável,

no amplo conceito desta palavra.

___________________________________________________________________________

CONTROLE DO MOFO BRANCO EM FEIJOEIRO. Silvânia Helena Furlan, Enga. Agr

a.,

Dr. Fitopatologia- Pesquisadora do Instituto Biológico, CP 70, CEP 13012-970, Campinas, SP,

[email protected]

Entre as doenças causadas por fungos de solo, o mofo branco (Sclerotinia

sclerotiorum) é a mais destrutiva na cultura do feijoeiro. Afeta os ramos, as folhas e as

vagens, principalmente as próximas do solo. Seu início normalmente ocorre a partir de

apotécios (corpos de frutificação) formados a partir de escleródios localizados na superfície,

ou em até 5 cm de profundidade no solo.

Os esporos lançados pelos apotécios infectam inicialmente as flores em senescência

que, ao cairem sobre as hastes e as folhas, formam pequenas manchas aquosas. O micélio do

fungo, sob condições favoráveis, cresce rapidamente formando uma massa branca de aspecto

cotonoso, onde se formam corpos duros e pretos que são os escleródios.

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A disseminação ocorre principalmente pelas sementes, vento e implementos agrícolas.

Cada uma das diferentes estruturas de S. sclerotiorum mencionadas tem potencial para atuar

como inóculo inicial, e/ou proporcionar novas infecções por contato direto com uma lesão já

formada, e assim, desencadear a doença no campo.

Ascosporos geralmente são considerados como o principal inóculo primário e são

disseminados dentro da cultura e em áreas próximas. Por outro lado, a germinação dos

escleródios e o crescimento micelial são também dois eventos importantes no ciclo de vida do

fungo, os quais podem afetar a taxa de desenvolvimento da doença.

Em geral, as principais práticas de prevenção do mofo branco constituem no uso de

sementes sadias, racionalização do volume de água na lavoura, fuga de épocas mais

favoráveis como alta umidade e temperaturas mais baixas, rotação de culturas com gramíneas,

uso de microrganismos antagônicos no solo como Trichoderma, cobertura do solo com

Brachiaria visando uma barreira física à germinação dos escleródios, evitar plantios densos,

uso de cultivares com porte e dossel que proporcionem menor acamamento e maior aeração,

eliminação dos restos de cultura contaminados, uso de fungicidas em tratamento de sementes

e em parte aérea, e ainda, a limpeza das máquinas.

O uso de fungicidas em parte aérea pode ser necessário quando outras medidas não são

suficientes para assegurar o controle. Podem influenciar no sucesso de controle o

espaçamento de plantas, a densidade de semeadura, a arquitetura da planta.

Outro aspecto importante no manejo da doença, que influencia na eficácia dos

fungicidas, é o potencial ou densidade de inóculo no solo, representados pelo número de

escleródios por metro quadrado e pela capacidade do fungo em produzir apotécios e

disseminar-se na lavoura. Este potencial pode variar entre os isolados de cada região.

Em solos infestados, com elevado número de escleródios, recomendam-se medidas

integradas de controle devido à rapidez de desenvolvimento da doença nas condições de

ambientes favoráveis. Portanto, o uso exclusivo de fungicidas pode não apresentar eficácia

nestas condições. Se a lavoura apresentar uma palhada espessa, esta vai dificultar a formação

e liberação dos apotécios e ascosporos. A palhada densa representa uma das principais

ferramentas no controle físico por agir sobre a germinação dos escleródios e por conseguinte

reduzir a formação dos apotécios.

O fungicida a ser aplicado, seja de ação de contato ou sistêmica, deve ser posicionado

no alvo no momento correto e de forma adequada para se obter um controle econômico e

racional da doença. As pulverizações devem ser realizadas uniformemente, com boa

distribuição nos tecidos da planta e se possível, alcançando a superfície do solo, onde surgem

os apotécios ou desenvolvem o micélio do fungo.

O mesmo é válido para a aplicação dos produtos formulados à base de Trichoderma.

Neste caso é de grande importância conhecer a idoneidade do fabricante para assegurar que o

mesmo tenha boa viabilidade dos isolados do fungo antagônico para que resulte em eficiência

de controle.

O controle químico e biológico do mofo branco requerem muita atenção do produtor e

sua eficiência depende sobretudo da época e modo de aplicação. A primeira pulverização

deve ser feita preventivamente, na abertura das primeiras flores – estádio R1. Deve ser feita

quando há histórico na área e as condições forem favoráveis à doença, quando normalmente

podem e surgir os primeiros apotécios. Além disso, a qualidade de aplicação do produto

químico ou biológico é tão importante quanto a época, porque é preciso alcançar as partes

inferiores da planta e a superfície do solo, além de proteger as flores.

O período crítico da doença vai do florescimento até a formação das vagens. As flores

são muito importantes em todo o ciclo. Desde o fechamento das plantas, o produtor precisa

redobrar os cuidados nas lavouras devido ao micro-clima formado, principalmente em

plantios densos e em cultivares de dossel fechado.

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As aplicações de forma preventiva têm mostrado na prática maiores níveis de eficácia

de controle, comparadas às aplicações curativas.

Trabalhos desenvolvidos no Instituto Biológico, no Estado de São Paulo, foi verificada a

atividade dos produtos fluazinam, procymidone, tiofanato metílico, e de outros novos

produtos em fase de desenvolvimento para o alvo “mofo branco” em soja e feijoeiro, entre

eles, fluopyram, dimoxistrobin + boscalid, pentiopyrad, ciprodinil + fludioxonil, além de

fertilizante foliar de macro + micronutrientes (Starter Mn) e de fungicidas ainda codificados.

As concentrações testadas in vitro para isolados de S. sclerotiorum foram de 0; 0,1; 1;10 e 100

ppm do ingrediente ativo (i.a.), objetivando a ação sobre o crescimento micelial, produção e

germinação de escleródios, germinação carpogênica (formação de estipes e apotécios) e

germinação de ascosporos.

De maneira geral, os resultados deste recente trabalho indicaram significativa ação

fungicida ou fungistática dos produtos sobre as diferentes etapas do desenvolvimento do ciclo

de S. sclerotiorum, em diferentes níveis de inibição. Estes serão mais detalhados na

apresentação realizada durante o Simpósio da Cultura do Feijão. Embora estas informações

sejam importantes no entendimento das atividades dos produtos, não modificam, até o

momento, a época de aplicação dos produtos recomendados oficialmente para o controle do

mofo branco do feijoeiro, sendo preconizada nos estádios R5 (botão floral) e R6 (pleno

florescimento).

Associado a outras medidas de controle, alguns fungicidas como fluazinam,

procimidone, tiofanato metílico e carbendazim têm sido amplamente utilizados contra o mofo

branco do feijoeiro, os dois últimos com menor especificidade.

Alguns trabalhos mostram também a ação de produtos alternativos com potencial de

utilização no manejo da doença. Os micronutrientes cobalto e molibdênio associados a

fungicida benzimidazol podem indicar uma alternativa no manejo do mofo branco. Torna-se

importante conhecer o comportamento e o papel destes nutrientes na defesa das plantas e na

ocorrência da doença.

Embora haja fonte de resistência, não há disponíveis cultivares de feijoeiro resistentes

geneticamente ao mofo branco, podendo sim haver diferenças de suscetibilidade entre eles.

Por outro lado, diversidades no dossel, porte ou arquitetura de plantas influenciam no

desenvolvimento da doença.

Em todo o período crítico que vai do início do florescimento até formação de vagens

são necessárias em média de duas aplicações dos produtos, com intervalos médios de 12 a 15

dias.

Para feijoeiro, o volume de calda recomendado para a aplicação do produto é em

média de 500 litros por hectare, ou mais. As aplicações podem ser feitas de forma

convencional através de trator ou através do uso do pivô central, misturando-se à água de

irrigação (fungigação), com lâminas variando de 5 a 10 mm. Os dois métodos são eficientes

desde que a distribuição do produto seja uniforme. Por avião a eficiência diminui pelo menor

volume de água utilizado.

Na fungigação (via pivô central), os produtos com baixa solubilidade em água

(hidrofóbicos) levam vantagem. Ao serem injetados na tubulação do pivô central formam uma

emulsão, o que pode estar "compensando" dentre outros fatores, o alto volume de água na

aplicação, garantindo a eficiência do sistema. Outra vantagem da fungigação, específica no

controle do mofo branco, refere-se ao alcance do produto na superfície do solo, atingindo

diretamente o alvo (micélio, escleródios ou apotécios), sejam os químicos ou biológicos, ou

no caso dos fungicidas sistêmicos pela possibilidade de reabsorção do produto pelas raízes.

Entre os fungicidas mais indicados e eficientes para o controle do mofo branco estão o

procimidone e o fluazinam. Também os benzimidazóis como tiofanato metílico e

carbendazim podem apresentar eficiência, porém em situações de menor pressão de inóculo.

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Além dos fungicidas mencionados, certos herbicidas também podem exercer efeito

contra S. sclerotiorum. Em feijoeiro, foi verificada a inibição in vitro do crescimento micelial

do fungo com o uso de metribuzin e diuron. Quando aplicados no solo, os dois herbicidas

reduziram a produção de estipes, estruturas estas que “sustentam” os apotécios. Atrazina e

simazina não afetaram as estipes, mas os apotécios não se desenvolveram ou não produziram

ascosporos na presença deles.

Ainda em áreas produtoras de feijão, foi verificado que o herbicida EPTC inibiu a

germinação de escleródios e a produção de apotécios quando os escleródios foram imersos em

suspensão do produto por 30 segundos.

Os herbicidas trifluralina, fomesafen, sethoxydim e imazaquin foram avalidos quanto à

inibição da germinação carpogênica de cinco isolados de S. sclerotiorum de feijoeiro, cujos

escleródios foram incubados em caixas de gerbox contendo areia, onde os produtos foram

aspergidos em diferentes doses. Aos 45 dias após a incubação, fomesafen e imazaquin

reduziram a germinação dos escleródios e número de estipes de todos os isolados. Aos 55 dias

da incubação, trifluralina e imazaquin reduziram o número de estipes e apenas trifluralina

reduziu o número de apotécios.

No Instituto Biológico, avaliou-se a seletividade in vitro de alguns herbicidas e

fungicidas frente a duas formulações do produto contendo o antagônico Trichoderma viride,

utilizando diferentes concentrações dos químicos: os herbicidas trifluralina e metolachlor, até

100 ppm do ingrediente ativo, não reduziram significativamente a esporulação do fungo, bem

como os fungicidas azoxystrobin e procimidone. Os dados do trabalho são interessantes para

o manejo da cultura, visto que o produto biológico pode ser utilizado no período de pré-

plantio, visando a colonização dos escleródios presentes no solo, ou poderá estar associado

aos fungicidas para o manejo do mofo branco ou de outras doenças da parte aérea na cultura

da soja. Portanto, a aplicação destes herbicidas de pré-emergência ou dos fungicidas não

inviabilizariam o uso do antagônico.

O custo do manejo da doença deve ser calculado de acordo com o preço de cada

produto (químico ou biológico), sua dose de registro e número de aplicações necessárias, seja

uma ou duas, dependendo da necessidade, a qual é determinada principalmente pela pressão

de inóculo (escleródios no solo) e ocorrência de chuvas.

A redução de doses dos produtos deve ser evitada, não sendo esta uma solução ao

problema. Na cultura do feijão e algodão as aplicações para o mofo branco têm sido

realizadas com retorno positivo aos produtores e com eficiência satisfatória, desde que

iniciadas na época da pré-florada ou início da florada, e repetidas normalmente de 10 a 15

dias após a primeira. Uma diferença entre a cultura do feijão e a da soja é que o feijoeiro,

embora de ciclo mais curto, normalmente tem um florescimento mais longo, podendo elevar a

fase de maior suscetibilidade à doença em certas cultivares.

Em suma, esta doença tem caráter explosivo, são milhões de ascosporos produzidos

em cada apotécio, com aptidão e potencial de infecção especialmente em período chuvoso.

Isto justifica a adoção de medidas preventivas e integradas de controle em épocas favoráveis à

doença.

As medidas culturais discutidas aqui como o espaçamento de plantas, a rotação de

culturas, o uso de sementes sadias, o manejo da água de irrigação, o uso de palhada, o manejo

da água de irrigação, entre outras, são importantes e devem estar associadas ao uso de

produtos químicos e biológicos para uma maior eficiência de controle, devendo tais produtos

ser empregados com critério.

O controle químico para S. sclerotiorum só é eficiente quando se tem redução do

potencial de inóculo no solo obtido por outras medidas, uma vez que se é difícil alcançar o

alvo com um baixo volume de aplicação normalmente agravado pelo momento de aplicação

coincidente ao fechamento das ruas.

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Nas áreas isentas, onde não se têm registros do mofo branco, a principal medida

(preventiva) deve ser o uso de sementes sadias e tratadas, evitando-se assim a entrada do

patógeno na área.

___________________________________________________________________________

MANAGEMENT OF WHITE MOLD ON COMMON BEANS IN THE STATE OF MINAS

GERAIS, BRAZIL Trazilbo José de Paula Júnior, T.J.1*

; Vieira, R.F.1; Lehner, M.S.

2;

Lima, R.C.2; Teixeira, H.

3; Carneiro, J.E.S.

3; Silva, R.A.

4 1Empresa de Pesquisa Agropecuária

de Minas Gerais (EPAMIG), Viçosa, MG. 2Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa

(UFV). 3EPAMIG, Lavras, MG.

4Estudante de graduação - UFV. ([email protected])

White mold caused by Sclerotinia sclerotiorum is the most important disease of

irrigated common bean (Phaseolus vulgaris) in the State of Minas Gerais, Brazil. Recent

studies carried out by EPAMIG and UFV on the management of white mold on common

beans have demonstrated that: a) the biological control with Trichoderma species is not

effective at the fall-winter season in regions with average temperature bellow 20°C, since this

condition favor more the pathogen than the antagonist; b) good source of resistance to white

mold are present in the lines and cultivars of the Minas Gerais bean breeding program; c) the

diversity within S. sclerotiorum populations collected in common bean fields in Minas Gerais

is high; d) the disease reduction by fungicide applications increase the yield, in average of 11

years, by 40%; e) white mold on type III common bean decreases and yield increases as

within-row densities are reduced in condition of high disease pressure, regardless of fungicide

application; f) in type III common bean, increasing row width to 0.75 m combined with low

plant density is a promising strategy for white mold management when fungicide is not

applied; when fungicide is applied, the current row width (0.50 m) combined with low plant

density maximize the yield. Acknowledgments: CAPES, CNPq and FAPEMIG.

___________________________________________________________________________

SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DO “MOFO BRANCO” NA CULTURA DO

ALGODÃO. Dr. Luiz Chitarra. Embrapa Algodão (Núcleo do Cerrado/Mato Grosso), Rodovia MT 222,

Km 2,5, Caixa Postal 343, CEP 78550-970, Sinop, MT. ([email protected]).

O mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, é

considerado uma das principais doenças da cultura do algodoeiro. É um fungo amplamente

distribuído em todas as regiões temperadas, tropicais ou subtropicais onde se cultiva algodão,

soja, feijão, girassol, canola, ervilha, pepino, tomate, quiabo, fumo e alface. No algodoeiro, o

mofo branco foi constatado, pela primeira vez, em 1996, na cultivar Deltapine, irrigada sob

pivô central, em Paracatu, MG. Atualmente esta doença, com alto poder destrutivo, encontra-

se disseminada pelas principais regiões produtoras de algodão, tanto em áreas irrigadas como

em áreas de sequeiro, nas regiões de Unai (MG), Patos de Minas (MG), Montividíu (GO),

Jussara (GO), Pedra Preta (MT), Jaciara (MT), Campo Verde (MT), Primavera do Leste (MT)

e São Desidério (BA), principal região produtora de algodão no oeste baiano. A disseminação

do patógeno nas principais áreas produtoras do Cerrado ocorre através da utilização de

sementes infectadas e/ou infestadas, seja de algodão, soja, girassol e feijão, com escleródios

provenientes das áreas contaminadas; do próprio produtor, ao produzir sua própria semente

em áreas contaminadas e cultivá-las em novas áreas, ou da movimentação de implementos

agrícolas, transportando os escleródios das áreas contaminadas para as áreas livres do

patógeno. Apesar da doença já ter sido relatada desde 1996 na cultura do algodoeiro, até o

momento a doença não está registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, portanto, não existem produtos químicos registrados para o seu controle na

cultura do algodoeiro. Deste modo, por não existir cultivares resistentes e produtos químicos

registrados, a recomendação de controle do patógeno baseia-se em: utilização de sementes

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sadias com certificado fitossanitário de origem, rotação de culturas, formação de palhada

homogênia sobre o solo, especialmente de gramíneas, menores densidades de semeadura e

espaçamento entre linhas maiores. Com estas medidas espera-se minimizar os problemas com

a doença na cultura do algodoeiro.

OCORRÊNCIA E MEDIDAS DE MANEJO DE Sclerotinia Sclerotiorum EM

HORTALIÇAS NO BRASIL. Leila de Castro Louback Ferraz. Professora Adjunta –

Fitopatologia -Universidade Federal de São João Del Rei, Sete Lagoas – MG. e-mail: [email protected]

O mofo-branco, causado por Sclerotinia sclerotiroum ataca várias espécies de

hortaliças no Brasil destacando-se: alface, tomate, batata, brássicas (couve-flor, repolho,

brócolis, acelga, couve-manteiga etc.), além das cucurbitáceas (abóboras, pepino, melão,

melancia etc.), ervilhas, feijão-vagem, entre outras.

O mofo-branco pode causar perdas importantes desde os estágios iniciais de

desenvolvimento da cultura, caso não haja a prevenção e o manejo desta doença. Conforme

observações de alguns extensionistas em campo as perdas decorrentes desta doença em

algumas culturas podem chegar em torno de 70%, porém existe uma lacuna de estudos

quantificando estas perdas no Brasil.

Até 1976, este fungo foi relatado principalmente em hortaliças. A partir da safra 1976-

1977, também foi detectado em lavouras de soja, no centro-sul do Paraná. Na safra 1982-

1983, o mofo-branco atacou a soja na região do Alto Paranaíba (MG) e disseminou-se no

Distrito Federal e entorno nos cultivos de verão (soja) e de inverno (feijão), sob pivô central, a

partir de 1985. Com a expansão da fronteira agrícola na região do Cerrado, essa doença tem

se destacado na cultura do feijoeiro, onde o patógeno encontra condições favoráveis ao seu

desenvolvimento (Nasser, 2001). E consequentemente com a expansão do cultivo de soja, esta

doença tem ampliado a sua importância em diferentes locais no Brasil.

O mofo-branco constitui-se em problema sério em plantios de hortaliças,

principalmente em condições ambientais favoráveis (temperaturas amenas e alta umidade do

solo) e também com alta densidade de escleródios do patógeno no solo, e maior densidade de

plantio das culturas. As culturas do tomate, batata, ervilha, alface e as brássicas são as

principais culturas afetadas no Brasil (Reis et al., 2007). Porém perdas podem ter sido

relatadas em maior quantidade em tomate de habito prostrado para uso na indústria,

principalmente no cerrado brasileiro e em sistema irrigado.

Este fungo tem ocorrência ampla em diversas regiões do mundo, tanto em locais de

clima temperado e tropical, como também em regiões secas e em regiões úmidas. É um

patógeno muito agressivo, podendo causar doenças em raízes, flores, vagens, sementes,

hastes, apodrecimentos de madeira e também em frutos. Cerca de 75 famílias, 278 gêneros,

408 espécies e 42 subespécies ou variedades de plantas foram relatadas como hospedeiras

deste patógeno. Este já foi relatado atacando tanto plantas cultivadas como não cultivadas.

Este patógeno foi relatado atacando diversas hortaliças tais como alface (Lactuca spp.), alho

(Allium sativum), beterraba (Beta vulgaris), cebola (Allium cepa), cenoura (Daucus carota),

couve-flor (Brassica oleracea var. botritys), ervilha (Pisum sativum), pimentão (Capsicum

annuum), repolho (Brassica oleracea var. capitara), tomate (Lycopersicon esculentum),

dentre outros (Boland & Hall, 1994). Esta doença é conhecida pelos nomes comuns de mofo-

branco ou podridão de Sclerotinia.

No Brasil, o primeiro registro de ocorrência deste patógeno foi feito em 1921, em

batata (Solanum tuberosum), no Estado de São Paulo (Chaves, 1964). S. sclerotiorum é hoje

importante patógeno de diversas espécies de plantas, tais como diversas hortaliças cultivadas

em diversos locais do Brasil, tais como tomate (Santos et al., 1994), em feijoeiro (Phaseolus

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vulgaris) (Chaves, 1964), amendoim (Arachis hypogea) (Oliveira & Mello, 1988), fumo

(Nicotiana tabacum) (Bredemeier et al., 1982), mandioquinha-salsa (Reifschneider et al,,

1983), soja (Glycine max) (Nasser, 1985), em ervilha (Pisum sativum) (Café Filho, 1985), e

algodão (Charchar, 1999). O patógeno também foi mencionado infectando alface, Brachiaria

decumbens, Melinis multiflora (Gasparotto et al., 1982), cenoura (Oliveira et al., 1989),

girassol (Helianthus annus) (Homechin, 1982c) e tremoço (Lupinus albus) (Homechin,

1982b). Algumas plantas daninhas também foram relatadas como hospedeiras por Homechin

(1982a), como amendoim bravo (Euphorbia heterophylla), caruru (Amaranthus spp.), corda

de viola (Ipomea sp.), erva-quente (Borreria alaja), fazendeiro (Galinsola parviflora),

guanxuma (Sida rombifolia) e picão preto (Bidens pilosa). Recentemente, foi relatada a

ocorrência de mofo-branco, causado em coentro (Coriandum sativum), salsa (Petroselinum

crispum) e mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza), três espécies de hortaliças

pertencentes à família Apiaceae (Reis & Nascimento, 2011).

Este patógeno produz escleródios, que são estruturas de resistência que podem garantir

a sobrevivência no solo por diversos anos, cerca de 8 a 10 anos. Estes escleródios têm grande

importância epidemiológica, sendo fonte primária de infecção, através da germinação

miceliogênica, em diversas culturas, tais como alface (Adams & Tate, 1976), amendoim,

trevo (Purdy, 1979), cenoura (Finlayson et al., 1989) e girassol (Gulya, 1989). Porém, em

outras culturas os ascósporos liberados pelos apotécios, que são produtos da germinação

carpogênica dos escleródios, são considerados como a fonte primária de infecção em feijão

(Abawi & Grogan, 1975), canola (Turkington et al., 1988), crisântemo (Wu, 1991), ervilha

(Huang & Kokko, 1992), girassol (Gulya et al., 1989), tomate (Purdy, 1979) e repolho

(Dillard & Hunter, 1986).

Em regiões de temperaturas amenas, em condições de alta umidade, sob a superfície

do solo, e até no máximo 5 cm de profundidade, os escleródios podem germinar

carpogenicamente, dando origem a apotécios com uma produção de milhares de ascósporos,

que irão iniciar e perpetuar esta doença (Purdy, 1979).

A infecção quando ocorre através de ascósporos geralmente inicia-se na junção do

pecíolo com a haste de algumas culturas, ou mesmo em botões florais, e através de micélio

provenientes da germinação miceliogênica dos escleródios na parte basal da planta. Mas em

ambas as infecções, miceliogênica e carpogênica, os sintomas apresentam-se geralmente por

manchas aquosas em folhas e hastes jovens, que poderão causar apodrecimento, geralmente

de cor marrom, causando total destruição do tecido parenquimatoso, com produção abundante

de micélio branco e cotonoso, que dará origem a novos escleródios, dentro e fora do tecido da

hospedeira (Schwartz & Pastor-Corrales, 1989).

O alto nível de umidade relativa do solo e do ar, e a água livre sobre a planta

favorecem a ocorrência da doença. A disseminação secundária (contato da planta infectada

com a planta sadia) ocorre principalmente a temperaturas ao redor de 18°C, com 100% de

umidade relativa (Abawi & Grogan, 1979). A variação de incidência entre campos é devida a

variações de precipitação, drenagem do solo, densidade de inóculo, práticas culturais e

densidades de plantio diferentes.

Dada à importância e complexidade desta doença em diversas culturas, é de

fundamental importância o trabalho com enfoque mais holístico possível, e com diversas

medidas de controle adotadas conjuntamente, visando o manejo integrado e mais

ecologicamente possível, principalmente de forma preventiva.

O controle químico desta doença além do custo elevado, apresenta eficiência parcial,

devido à dificuldade de controle do patógeno no alvo que na predominância no solo, e

associado ao crescimento luxuriante das plantas, as hastes e folhas também muitas vezes

próximas ao solo, dificultam que o controle químico chega até o alvo do sitio de infecção

(Reis et al., 2007). Na consulta a base de dados em junho de 2012 do registro de agrotóxicos

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no AGROFIT mantido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, observou-se

que algumas hortaliças possuem registro de fungicidas visando o controle desta doença. Os

fungicidas registrados são na maioria a base de fluazinam, tiofanato-metílico, procimidona, e

para uma cultura somente o chloratalonil. A cultura da batata possui oito fungicidas

registrados; a do tomateiro possui 14 produtos registros; para berinjela possui cinco produtos;

para ervilha possui dois produtos; o pepino possui seis registros; e a abobora possui o registro

de um só produto a ser recomendado. E para demais culturas como chicória, alcachofra,

almeirão, amendoim e cenoura apesar de serem referidas como hospedeiras nesta base de

dados não possuem nenhum agrotóxico registrado.

O controle através de rotação de cultura tem importância parcial devido ao grande

número de hospedeiras, ou mesmo tem sido pouco estudado. Restando porém, poucas plantas

comercias de valor comercial quase somente as espécies de gramíneas com potencial de não

hospedeira para serem adotados em um sistema de rotação. Porém práticas como o tradicional

plantio rotacionado com milho no verão, pode-se fazer também com outras espécies de

interesse econômico, como o trigo no inverno e o arroz no verão, não hospedeiras do

patógeno, que poderão auxiliar na redução da ocorrência deste patógeno (Reis et al., 2007).

O efeito do nível de matéria orgânica no solo na ocorrência de Sclerotinia em diversas

culturas tem sido pouco estudado. Porém teores altos de matéria orgânica foram relatados

diminuindo a incidência desta doença na cultura do alface (Asirifi et al., 1994). Singh et al.

(1991) também observaram a redução da germinação carpogênica de S. sclerotiorum em solos

com alto teor de matéria orgânica. Evidenciando que o acréscimo ao solo de alguns materiais

orgânicos pode atuar diretamente na germinação carpogênica dos escleródios de S.

sclerotiorum. Em contraste, a presença de composto orgânico (a 50 e 100% v/v) no solo

favoreceu a formação de apotécios de S. sclerotiorum no solo cultivado com feijoeiro (Ferraz

et al., 1999). Entretanto, alguns autores observaram a diminuição da germinação

miceliogênica dos escleródios através do uso de diversos materiais de origem orgânica. Tratch

& Bettiol (1997), observaram redução da germinação miceliogênica de escleródios colocados

em meios de BDA adicionados com biofertilizantes “in vitro”. Nakasone et al. (1999),

verificaram que extratos aquosos de vermicomposto e composto orgânico na concentração de

50% em meio de BDA conferiram a indicação do crescimento micelial deste patógeno “in

vitro”. Porém em concentrações menores do que 50%, os resultados não foram constantes,

conferindo maior crescimento micelial para ambas as fontes de material orgânico. Estudo em

casa de vegetação em vasos com plântulas de feijoeiro foram observadas a redução do

tombamento causado pela infecção miceliogênica de S. sclerotiorum em plântulas de

feijoeiro, pela adição de chorume de porco ao solo. Porém quando adicionado ao solo esterco

de curral e bagacilho de cana, o mesmo efeito não foi observado (Viana et al., 2000). O

conjunto de diversos dados indica que os efeitos supressivos a S. sclerotiorum podem

apresentar respostas diferenciadas de acordo com o tipo germinação, carpogênica ou

miceliogênica, deste patógeno, e o tipo de matéria orgânica adicionada ao solo.

É interessante ressaltar que a presença de microrganismos antagônicos no solo tem

papel importante na inviabilização dos escleródios. Segundo Adams & Ayres (1979), esse

fator é o principal componente que afeta a sobrevivência dos escleródios. Mais de 30 espécies

de fungos e bactérias foram relatadas como antagonistas ou parasitas de Sclerotinia spp

(Adams & Ayres, 1979; Whipps & Budge, 1990; Tu, 1997). Alguns fungos foram relatados

como importantes agentes de biocontrole de S. sclerotiorum tais como: Coniothyrium

minitans, Gliocladium roseum, Penicillum sp., Trichoderma virens, T. harzianum, T.

hamatum, Talaromyces flavus, Ulocladium atrum, Penicillium spp., Fusarium solani e

Fusarium spp (citado por Ethur et al., 2005). Na base de dados do sistema AGROFIT

observou-se somente o registro de um produto biológico a base do fungo Trichoderma

asperellum, visando o controle de S. sclerotiorum. Porém este produto somente é indicado

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para aplicação no solo após semeadura na cultura de soja e foliar na cultura de feijão e soja

nos estágios V4 e V3, respectivamente. Portanto, nenhum produto biológico está registrado

no Brasil para controle desta doença em hortaliças até então. Apesar de vários projetos e

pesquisas no Brasil estarem enfocando o controle deste patógeno com uso de produtos

biológicos o registro destes ainda é muito incipiente, dificultando a adoção desta prática em

larga escala.

Porém algumas práticas culturais poderão por si só incrementar o controle biológico

natural no solo tais como a adoção de cobertura morta no plantio direto, e acréscimo de

matéria orgânica no solo visando o controle deste patógeno.

O uso de cobertura morta tem mostrado que os escleródios presentes no solo são mais

rapidamente destruídos sob os resíduos de algumas plantas de cobertura, tais como de

gramíneas (Ferraz et al., 2007). Os resíduos dessas culturas deixam o ambiente com baixa

luminosidade, o que afeta a viabilidade dos escleródios, pois impedem a formação do

apotécio. Além disso, provocam o desenvolvimento de microorganismos antagonistas e

liberam nutrientes e outras substâncias que destroem os escleródios. Esses resultados

fortalecem a recomendação do plantio direto, que tem como pré-requisito a cobertura da

superfície do solo. A utilização de plantio direto no cultivo de feijoeiro em sistemas irrigados

mostrou ser mais eficiente no controle da Sclerotinia do que o plantio convencional. Porém

pouco estudo tem sido realizado desta prática nas culturas de hortaliças. O uso de cobertura

morta com utilização de adubos verdes tem demonstrado potencial de manejo de Sclerotinia

sclerotiorum (Ferraz et al., 2008).

A utilização de sementes e material de propagação livre do patógeno, tais como o uso

de semente preferencialmente certificada, é fundamental para evitar a entrada em área livre do

mesmo. A detecção do fungo em meio de cultura “Neon” tem demonstrado ser um método

rápido e eficiente, de detecção deste patógeno em sementes (Napoleão et al., 2006). Ao

colocar as sementes em placas contendo meio de cultura, é possível identificar a presença ou

ausência do fungo em apenas sete dias.

A solarização do solo é uma técnica promissora de desinfestação do solo contaminado.

A cobertura do solo com resíduos de culturas e plástico, podendo ser útil em pequenas áreas

de cultivo intensivo, e o seu uso pode destruir os escleródios em até 60 dias (Ferraz et al.,

2003). Esta prática é muito importante, pois dispensa a utilização do brometo de metila,

fumigante que está proibido o uso no Brasil desde 2010.

Quanto à dotação de água no solo em sistemas irrigados, menores lâminas d’água,

menor frequência de irrigação resultaram em menor incidência e severidade da doença em

feijoeiro irrigado (Ferraz et al., 1999, Ferraz et al., 2007). Estudos deste mesmo efeito em

hortaliças deverão ser estabelecidos. Mas enquanto isto ainda não ocorre de forma sistemática

recomenda-se manejar a irrigação de forma a evitar excesso de umidade, e plantar em solos

com boa drenagem, evitando-se também áreas com topografia que aumentem a chance de

acumulo de água.

Com o avanço do sistema de produção orgânica de plantas, há interesse na busca de

novas práticas agrícolas que substituam os métodos convencionais de controle de doenças.

Um deles que pode ser adotado é através do uso de extratos de plantas medicinais que

poderão ter compostos secundários presentes nestas plantas advindos dos fitoquimicos com

potencial de desempenhar funções importantes em interações planta-patógeno, através da ação

antimicrobiana direta, ou ativando mecanismos de defesa das plantas que venham a ser tratada

com estes compostos. Alguns trabalhos tem demonstrado isto tais como o potencial de

gengibre (Zingiber officinalis) para o controle de S. sclerotiorum em alface, o qual pode

ocorrer tanto por atividade antimicrobiana direta quanto pela ativação de mecanismos de

defesa (Rodrigues et al., 2007). Entretanto estudos similares são ainda em número reduzido, e

deverão ser conduzidos visando possibilitar a recomendação desta prática de forma obter-se

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um manejo em maior segurança, tais como dosagem e época de aplicação em diversas

culturas.

O uso de cultivares resistentes de hortaliças resistentes a este patógeno ainda não é

conhecido. Porém sempre que possível utilizar variedades de batata e tomate de hábito de

crescimento mais ereto, que permitam maior aeração do microambiente formado sob a

folhagem; não plantar em áreas com histórico de ocorrência de mofo branco, seja qual for à

cultura anterior (Reis et al., 2007).

O manejo de mofo-branco em hortaliças é algo complexo, devido à dificuldade deste

patógeno ser polifago, associado a sua longa sobrevivência no solo, aliado também à

ocorrência climática favorável em diferentes locais onde se cultiva estas plantas no Brasil.

Portanto, deverá se estabelecer cuidados preventivos e integrados para obter-se êxito neste

controle, principalmente evitando-se uma maior disseminação deste patógeno, adotando-se

práticas mais sustentáveis como uma escolha adequada da adubação orgânica no solo,

cuidados no manejo de irrigação e drenagem do solo, adoção de sementes e material de

propagação sadios, o uso de cobertura morta sobre o solo, tais como do uso de restos culturais

de gramíneas, e de adubos verdes para redução da sobrevivência e ataque do patógeno, dentre

diversas outras práticas a serem adotadas visando o manejo deste importante doença em

hortaliças no Brasil.

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______________________________________________________________________________________

DIFICULDADES E VISÃO DOS PRODUTORES NO MANEJO DO "MOFO

BRANCO".M.Sc. André Faé Giostri.

A doença do Mofo Branco ou podridão de esclerotinia é causada pelo fungo

Sclerotinia sclerotiorum. Um patógeno que pode infectar mais de 400 espécies, entre elas as

principais culturas agrícolas. O fungo Sclerotinia sclerotiorum pode sobreviver no solo por

longos períodos, através de suas estruturas de resistência e também sobreviver no endosperma

de sementes, por isso o Mofo Branco é uma doença de difícil controle. A primeira dificuldade

no manejo da doença começa com a semente, pois a detecção do patógeno em sementes

inspecionadas e certificadas não é garantida. As sementes infectadas são o principal agente

disseminador da doença em áreas agrícolas, sendo necessário o desenvolvimento de

metodologias mais eficazes na detecção de lotes de sementes. O controle químico do mofo

branco é pouco eficiente, no tratamento de sementes é limitado ao exterior na semente e a

aplicação de fungicidas via foliar na cultura para o controle do Mofo Branco é de baixa

eficácia, pois o fungicida deve atingir o solo, mas a maioria do produto ativo fica retido no

terço superior do dossel. O manejo do Mofo Branco será mais eficiente quando combinados

diversos métodos de controle como: uso de organismos antagônicos, tratamento de sementes,

rotação de culturas, aplicação de fungicidas e plantio em épocas menos favoráveis para o

desenvolvimento da doença. O sistema de plantio direto aliado a rotação de cultura são

tecnologias de fundamental importância no controle do patógeno Sclerotinia sclerotiorum,

pois estas duas tecnologias propiciam uma camada de palha sobre o solo dificultando o

desenvolvimento dos escleródios. A semeadura em épocas corretas, isto é, que o

florescimento da cultura não coincida com o ambiente favorável ao desenvolvimento do

fungo (alta umidade e temperaturas amenas) é outro aspecto importante. Com o

monitoramento dos escleródios no solo e o acompanhamento do desenvolvimento da doença

nas culturas ao longo dos anos o produtor irá desenvolver metodologias eficazes no manejo

do Mofo Branco. A colaboração dos produtores com as instituições de pesquisa irá acelerar o

desenvolvimento de protocolos de controle adequados para o manejo correto do patógeno sem

causar danos econômicos às culturas.

___________________________________________________________________________

O CONTROLE DO MOFO BRANCO UTILIZANDO TÉCNICAS BÁSICAS DE

AGRICULTURA. Allyson Hideo Yamaguchi

Atualmente muito se tem falado em aumentar a produtividade agrícola em decorrência

do aumento da população bem como a eficácia do produtor rural , e para isto muitas vezes os

produtores e até mesmo a assistencia técnica só querem utilizar equipamentos de Agricultura

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de Precisao e se esquecem de usar técnicas básicas e eficazes de agricultura . Inclusive no

controle de doenças, a maneira que o produtor quer controlar a doença sempre é por

aplicações de fungicidas .

Utilizando tecnicas basicas de produção, como : semente certificada, tratamento de

semente, plantio direto com rotação de culturas, adubação equilibrada, eficácia na instalação

da cultura, manejo de pragas e plantas daninhas, aplicação de defensivos com tecnologia de

aplicação entre outras práticas , conseguiremos controlar doenças e ter sucesso na atividade .

Digo isto, porque muitos agricultores em vez de comprarem semente certificada de

soja, optam em salvar semente própria da sua lavoura, e a cada ano que passa, se prolifera

mais o mofo branco através dos escleródios presentes na semente, como também, é comum

ver que não utilizam tratamento de semente e muito menos inoculação. Sabemos que um dos

manejos para o controle do mofo branco, é o impedimento físico da palhada da cultura

antecessora a soja, é muito comum em produtores que relatam o alto índice da infestação da

doença a inexistência de palhada, e ainda dizem que realizam o plantio direto . Comum

também, encontrar produtores se vangloriando de possuírem pulverizadores auto propelidos

de valores elevadíssimos, mas com pontas de pulverização diferentes e dizendo que fazem

aplicação de defensivos com tecnologia .

Para se obter sucesso no controle de doenças, tanto em humanos como em plantas, a

melhor recomendação é a prevenção seguida de excelentes práticas agrícolas .

A inovaçao tecnológica é muito importante para o aumento de produtividade, mas

desde que o básico seja realizado.

___________________________________________________________________________

MANEJO DO MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) EM SOJA NA VISÃO DO

AGRICULTOR. Leandro Carneiro1 e Fernando César Juliatti.

2 1

Grupo Eldorado –

Tapuirama – Uberlândia - MG (2

Laboratório de Micologia e Proteção de plantas / UFU. CEP: 38400-902,

Uberlândia, MG, Brasil. e-mail:[email protected] .www.lamip.iciag.ufu.br).

A doença mofo branco ou podridão branca da haste da soja causada pelo fungo

Sclerotinia sclerotiorum é segunda doença mais importante que ocorre na cultura da soja. As

propriedades agrícolas que usam áreas de forma contínua e as vezes sem um programa de

rotação adequado. Entre os produtores existe uma preocupação coma qualidade de sementes

existindo inclusive a seleção de lotes para semeadura com base em testes de rotina da análise

sanitária e testes específicos de avaliação da qualidade de sementes para o fungo Sclerotinia

sclerotiorum. Como práticas rotineiras para o manejo adequado da doença encontram-se o uso

de cobertura morta com braquiárias (B. ruziziensis e B. brizantha). O uso de produtos

biológicos derivados de trichoderma tem sido incorporado em aplicações sobre a palhada ou

via sementes. O uso de produtos estimuladores da atividade fisiológica que facilitam a

indução da defesa da planta tem sido associado aos outros programas de aplicação com

fungicidas para ferrugem e mofo branco. Em média as aplicações foliares têm sido repetidas a

cada 10-15 dias na ausência da doença com fungicidas que protegem a parte aérea. Fungicidas

específicos como Fluazinan e Procimidone em dose de 1,0 l são utilizados no período de

florescimento quando se detecta a doença no período reprodutivo, após as aplicações com

fungicidas mais protetores e sem efeito erradicante. O uso de amônias quaternárias (cloretos

de benzalcônio) também é utilizado visando reduzir a expressão da doença na fase micelial e

redução do avanço radial da doença nos focos doentes. O plantio cruzado de alguma forma

tem aumentado à expressão da doença reduzindo o rendimento das áreas em até 10-15 sacos

por hectare, mesmo com o manejo e aplicação com fungicidas específicos. Entende-se na

visão do agricultor que nenhuma medida isolada melhora a qualidade na produção e

manutenção do potencial máximo da cultivar. Portanto, estratégias de manejo de área e

controle integrado é o caminho para a sustentabilidade da produção. O uso de equipamentos

ou técnicas que melhoram a deposição da calda no baixeiro das plantas devem ser utilizados e

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até mesmo o aumento de volume de calda que melhoram com segurança e a qualidade da

aplicação e consequentemente a qualidade e o rendimento da produção. Para o controle

químico da doença a logística, o treinamento das equipes de campo e o monitoramento das

condições climáticas no início e durante as aplicações podem garantir o melhor nível e

controle melhorando a eficácias dos fungicidas. Cultivares de crescimento indeterminado em

altitudes acima de 900 m e com elevado crescimento vegetativo nos anos chuvosos exigem a

deposição de calda com equipamentos auxiliares ou pingentes para atingir o baixeiro das

plantas.

___________________________________________________________________________

IMPORTANCE OF THE SEED HEALTH QUALITY IN THE CONTROL OF WHITE

MOLD DISEASES. Dr. José da Cruz Machado. Professor of Seed Pathology - Universidade

Federal de Lavras (UFLA). [email protected]

The occurrence of diseases caused by Sclerotinia sclerotiorum in several plant species

is considered one of the most limiting factors for the expansion of cultivated areas with those

species and that represents a serious threat for food production whose demand is growing and

worrying worldwide. The integrated management of such disease is quite complex since it

involves a causal agent considered a soil-bone organism which can attack over 400 species of

plants and to which there is no genetic resistant material available. In addition to the

complicating factors in the control of diseases caused by that pathogen, it is well known that

seeds of host species can disseminate effectively the inoculum of that organism within and

outside the cultivating fields. The inoculum in the form of sclerotia mixed with seeds can

remain viable for many years and that makes difficulty the implementation of crop rotation

schemes with species of interest to farmers. Besides the sclerotia, the association of S.

sclerotiorum with seeds as dormant mycelium, has been recognized as one of the effective

ways of introduction and spread of the pathogen. Although the processing operation is an

effective mean to remove sclerotia of Sclerotinia and infected seeds carrying mycelium,

recent studies and observations in practice, have revealed, however, that a low proportion of

infected seeds of some commercial lots can not be removed by this process and thus

becoming an important vehicle for spread and perpetuation of white mold in areas of

cultivation. It is recognized therefore that the processing and seed treatment are not always

able to remove residual inoculum in association with seed and this makes the control of white

mold a challenge in some species such as soybean, dry bean, cotton and others. Important to

register that the rapid expansion of white mold diseases in soybean, dry bean and cotton in

Brazil may be explained and understood from the use of infected /contaminated seeds by the

pathogen over the years. In this context the health quality control of seeds emerges as a

starting and critical point for the management of the white mold diseases. The integration of

field and health quality laboratory phases in seed production systems should be one of the

most recommendable strategy to control such kind of diseases. Other control measures like,

appropriate seed treatments, crop rotation, density planting, use of less susceptible cultivars

etc should be also part of the management program in the present case..

___________________________________________________________________________

PROGRESSOS NO TRATAMENTO DE SEMENTES NO MANEJO E CONTROLE DO

“MOFO BRANCO”. M. Sc. Augusto César Pereira Goulart. Embrapa Agropecuária Oeste, BR

163, km 253,6. Zona Rural. C.P. 449. CEP: 79.804-970 – Dourados, MS. ([email protected])

A doença conhecida por “Mofo Branco”, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum,

é considerada uma das principais enfermidades nas culturas de soja, feijão e algodão, pelos

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danos que causa e pela dificuldade de controle. Este patógeno tem nas sementes a sua

principal fonte de inóculo primário da doença. A transmissão por semente pode ocorrer tanto

através de micélio dormente (interno) quanto por escleródios misturados a elas. Considerando

a importância epidemiológica que a semente assume na transmissão de S. sclerotiorum, a

adoção do tratamento de sementes com fungicidas tem sido, atualmente, a ferramenta mais

eficiente no sentido de evitar a introdução deste patógeno em novas. Desde o advento da

adoção desta prática, inúmeros progressos foram obtidos no sentido de maximizar o seu uso

visando o controle desse patógeno, como a utilização de princípios ativos mais específicos,

menos tóxicos ao ambiente e ao homem e em doses mais baixas e eficientes. Considerando o

portfólio de fungicidas recomendados para o controle deste patógeno nas diferentes culturas,

pode-se afirmar que o produtor tem a sua disposição excelentes opções para o tratamento de

sementes, que tradicionalmente é realizado com produtos curativos, protetores e/ou

sistêmicos. Estes fungicidas, além de controlar eficientemente o inóculo inicial transmitido

através da semente infectada, propiciam residual de 12 a 15 dias na proteção da plântula.

Atualmente, o tratamento de sementes com dois ou três princípios ativos tem sido a maneira

mais eficiente de controle de S. sclerotiorum presente nas sementes, com ênfase para os

fungicidas do grupo dos benzimidazóis. O uso de misturas de fungicidas de diferentes modos

de ação é a estratégia mais eficiente no sentido de aumentar o número de alvos a serem

controlados bem como no manejo da resistência, prolongando o tempo de vida dos ativos.

Nos dias de hoje, quando se fala em progressos no tratamento de sementes com fungicidas,

duas situações apresentam-se como realidade: (i) o tratamento de sementes industrial (TSI),

que basicamente caracteriza-se pela utilização de equipamentos especiais que asseguram

cobertura, dose e qualidade das sementes, possibilitando a comercialização das mesmas já

tratadas dentro de elevados e seguros padrões de qualidade (ii) e o uso de fungicidas com

características que vão além da fungitoxicidade, ou seja, capazes de atuar também em rotas

metabólicas secundárias, culminando por reduzir o impacto dos patógenos sobre as plantas e,

finalmente, levando ao seu controle. Algumas estrobilurinas apresentam estas características,

como, por exemplo, a piraclostrobina. Assim, o tratamento de sementes como alternativa que

possibilite maior desenvolvimento radicular, aumento do vigor da plântula e proteção da parte

aérea contra doenças, já é uma realidade.

___________________________________________________________________________

Sclerotinia Sclerotiorum AS A PATHOGEN ON OILSEED RAPE: CURRENT STATUS OF

MANAGEMENT AND CONTROL OPTIONS. PhD. Luis Del Rio Mendoza

Oilseed rape (Brassica napus L.) is cultivated in North America for their oil and more

recently for its potential use as biodiesel. Rape cultivars that have been bred to produce low

levels of erucic acid and glucosinolates are identified in the region by the acronym canola. In

North America, canola cultivars have almost completely replaced oilseed rape cultivars.

Spring-type canola is planted early in the spring whereas the winter-type is planted in the

fall. Until 2010, more than 90% of the canola planted in the US was spring-type and was

produced in North Dakota. Since then, areas planted to winter-type canola have increased in

central US. In North Dakota Sclerotinia stem rot, caused by S. sclerotiorum, is one of the two

most important diseases affecting production of canola. The epidemiology of this disease and

current management practices, which include crop rotations and use of fungicides in

combination with a risk-advisory program, will be discussed.

___________________________________________________________________________

SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DO USO DE PRODUTOS QUIMICOS NO

MANEJO DO MOFO BRANCO. Dr. José Otávio Menten,1*; Dr

a Helen A. Calaça

2;

Patrícia Kreyci.11Departamento de Fitopatologia e Nematologia, ESALQ-USP, Avenida Pádua Dias, 11

- Piracicaba/SP - CEP 13418-900, Piracicaba, SP. ([email protected]).

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O mofo branco é uma das doenças em que a necessidade de combinar diferentes

técnicas para alcançar um controle bem sucedido é mais evidente. Um manejo econômico e

racional da doença deve permitir a aplicação no momento adequado, alcançando todas as

partes da planta, e também a superfície do solo, onde ficam os escleródios e apotécios, assim

como tratar substratos de plantio. O objetivo deste trabalho foi, sobretudo, demonstrar a

importância que o controle químico ocupa no manejo, dando destaque aos compostos

químicos recomendados para o controle, assim como os compostos promissores que estarão

disponíveis no futuro. Estão registrados fungicidas erradicantes, curativos e protetores,

pertencentes aos grupos químicos dos benzimidazóis, fenilpiridinilaminas, dicarboxamidas,

triazóis e anilidas, isoladamente ou em misturas, aplicados via tratamento de sementes,

pulverizações foliares e fungigação, técnica que além de boa cobertura, permite o alcance do

produto na superfície do solo, atingindo micélios, escleródios e apotécios, ou ainda, no caso

dos produtos sistêmicos, possibilitando a reabsorção do produto pelas raízes. A aplicação

combinada de fungicidas curativos e protetores tem sido uma estratégia das mais eficazes no

controle desse patógeno. Além dos fungicidas mencionados, certos herbicidas podem exercer

efeito contra Sclerotinia sclerotiorum, inibindo a produção ou germinação de apotécios, ou

levando à formação de estruturas defectivas que não produzem ascóporos. Outros são capazes

de disparar a resposta celular e de genes que induzem a formação de diferentes compostos

relacionados à defesa. De igual maneira, existem compostos indutores de resistência, que são

capazes de elicitar a resposta de defesa da planta. Estes compostos representam um

componente potencialmente valioso dentro das estratégias de manejo, especialmente nas

condições de alta pressão de doença, em que os métodos convencionais não são suficientes

para atingir um controle adequado.

___________________________________________________________________________

MANEJOS DO MOFO BRANCO UTILIZANDO O CONTROLE BIOLÓGICO NA

CULTURA DA SOJA. Alan William Vilela Pomella

O mofo branco, ocasionado por Sclerotinia sclerotiorum, conjuntamente com a

ferrugem da soja, são as mais importantes doenças da soja atualmente. Um recente

levantamento estimou que 25% da área plantada de soja no Brasil encontram-se contaminada

com este patógeno, o que corresponde a cerca de 6 milhões de ha. Talvez esta doença seja

mais importante do que a ferrugem da soja, na medida em que o manejo da ferrugem já esta

estabelecido e o do mofo branco ainda deve ser aprimorado e difundido para extencionistas,

consultores e agricultores. Não se conhece plantas que poderiam fornecer genes de resistência

a S. sclerotiorum, portanto a transgenia parece não ser uma ação, pelo menos a curto prazo,

eficiente. Existem algumas moléculas químicas registradas para a doença que apresentam

efeito protetor, como o tiofanato metílico e curativos como o fluazinam, alem de outra que

apresenta efeito protetor e, com menor eficiência, curativo como o procimidone. A utilização

solitária do controle químico ainda permite que muitos escleródios sejam produzidos,

aumentando a quantidade de inoculo para a próxima cultura a ser estabelecida. É necessário

portanto o manejo integrado desta doença, envolvendo métodos culturais, como espaçamento,

variedades que apresentam fenologia que desfavoreçam o estabelecimento do patógeno, o

controle químico e também o biológico. A utilização de organismos biológicos para o manejo

de doenças foi impulsionado grandemente pelo aparecimento do mofo branco em áreas não

irrigadas de soja, algodão e feijão. Houve inicialmente, cerca de 5 anos atrás, uma certa

barreira na aceitação do controle biológico, devido principalmente a má qualidade de produtos

no mercado, o que ocasionava inconsistência nos resultados. Com a criação da ABCBio,

associação dos produtores de organismos de controle biológico, o aumento da demanda,

maior conhecimento por parte do produtor e maior competição entre empresas, observou-se

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uma melhoria de qualidade dos produtos e conseqüentemente uma maior credibilidade.

Estima-se que cerca de um milhão de ha são tratados anualmente com produtos biológicos,

mercado que vem crescendo anualmente, cada dia com um número maior de produtos

registrados pelo MAPA. Para o manejo do mofo branco o principal agente utilizado é o

Trichoderma. Existem cerca de 4 espécies, das 86 que compõem o gênero, utilizadas no

manejo do mofo branco. Dentre elas T.harzianum e T. asperellum, são as mais utilizadas. É

importante salientar que o Trichoderma não tem sua ação diretamente na doença mofo branco,

na parte aérea da planta, mas sim nos escleródios estabelecidos no solo. Com um menor

número de escleródios viáveis menor será o inoculo produzido e conseqüentemente menor

severidade e/ou incidência da doença. Neste sentido o Trichoderma é fundamental no manejo

da doença pois irá potencializar o efeito dos fungicidas químicos, bem como de outros

métodos. Após sua aplicação, sua elevada população inicial tende a cair em um prazo médio

de 30 dias, daí a necessidade de uma outra aplicação para que sua população seja elevada.

Além de Trichoderma existe outro fungo, Coniothyrium minitans, que tem um efeito

significativo na redução de escleródios viáveis. Este fungo esta em processo de registro no

Brasil, porém, pelo fato de ser um organismo de clima temperado, tem seu efeito mais

pronunciado em temperaturas mais amenas. Em temperaturas superiores a 22 oC sua

eficiência pode ser diminuída. Empresas multinacionais também estão em busca de produtos

biológicos para comporem seu portfólio, tanto pela comprovada eficiência dos produtos no

campo como também pela demanda crescente da população, por alimentos produzidos com

menos defensivos químicos.

__________________________________________________________________________

MANEJO INTEGRADO DO MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) EM SOJA:

COMO AVALIAR CORRETAMENTE A RESISTENCIA DO HOSPEDEIRO SOB

INOCULAÇÃO ARTIFICIAL E NATURAL. Fernando César Juliatti.1* (1

Laboratório de

Micologia e Proteção de plantas / UFU. CEP: 38400-902, Uberlândia, MG, Brasil. e-mail:[email protected]

.www.lamip.iciag.ufu.br).*Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq e CAPES

A doença mofo branco ou podridão branca da haste da soja causada pelo fungo

Sclerotinia sclerotiorum é segunda doença mais importante que ocorre na cultura da soja. O

aumento das áreas infestadas no Brasil deve-se principalmente o trânsito de sementes e

máquinas contaminadas de uma propriedade ou região para a outra. Minas Gerais apresentou

na safra 2011-2012, mais de 300 mil hectares com a doença, com níveis de perda variando de

10-20 %, mesmo com a proteção e fungicidas. Este tem sido um fator de uso das áreas com a

doença, bem como a presença de Pratylenchus e Macrophomina, para programas de rotação

com gramíneas do tipo braquiárias, Crotalaria spectabilis e avanço da cana de açúcar. A

perpetuação dos propágulos do patógeno ocorre por disseminação miceliogênica e

carpogênica (curta e longa distância, respectivamente). O uso de resíduos de soja na

alimentação animal (bovinos) tem aumentado a disseminação da doença em áreas de

integração-lavoura-pecuária e integração-lavoura-pecuária-floresta. O manejo correto da

doença passa pela formação adequada de palhada não permitindo a emergência dos apotécios,

uso de sementes sadias e livres do patógeno, tratamento de sementes com fungicidas

erradicantes do micélio dormente, aplicação de produtos à base de trichoderma (T. harzianum

e T. asperellum), na fase vegetativa da cultura com objetivo de reduzir a disseminação

carpogênica e até a miceliogênica via solo. Recomenda-se também o uso de produtos

químicos que promovem a indução de resistência no hospedeiro a partir da fase vegetativa e

também a proteção de fungicidas no período de florescimento com fungicidas que protejam a

parte aérea e inibam a fase miceliogênica do patógeno na parte aérea. Mudanças na tecnologia

de aplicação têm sido propostas como o uso de barras auxiliares e pingentes visando

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promover a proteção do baixeiro das plantas após o fechamento da cultura. A resistência

hospedeira tem sido de alguma forma pouco conhecida no Brasil. Inúmeras técnicas e

métodos têm sido utilizados e propostos para avaliar corretamente a reação do hospedeiro. O

que se deve ao grande fluxo de novas cultivares ano a ano, dificultando o ranqueamento dos

genótipos. Por outro lado, existe uma dificuldade de padronização de métodos de inoculação e

até a avaliação correta dos genótipos. Inúmeros métodos e técnicas têm sido utilizados e

propostos para avaliar corretamente a reação da hospedeira soja. Têm sido sugeridos na

literatura métodos de deposição de inóculo no solo, folhas, inoculações com e sem ferimentos

nas hastes e brotações novas entre o segundo e o primeiro internódio. Normalmente são

utilizados discos de batata-dextrose-ágar (BDA), micélio seco e até grãos de sorgo

colonizados pelo patógeno. Nenhum método propõe o uso de ascósporos no florescimento

pleno do hospedeiro. A deposição de discos de micélio em BDA nas hastes e folhas

destacadas em algumas situações não tem se correlacionado com o mesmo tipo de inoculação

em planta toda. Avaliações em campo para a presença de inóculo natural tem propiciado uma

maior segurança no ranqueamento de genótipos quando ocorre níveis acima de 6 escleródios

ou 3 apotécios por metro quadrado. O uso de métodos como pipetas plásticas contendo

pequenos discos de micélio internamente podem ser depositados nas hastes cortadas

transversalmente abaixo do primeiro internódio. Após 3-7 dias é avaliada a reação das plantas

medindo a extensão da lesão que percorre o comprimento da haste. A principal desvantagem

deste método deve-se a sua drasticidade, uma vez que não permite a expressão da resistência à

penetração (morfológica ou fisiológica). Pelo que se observou em 8 anos de pesquisa e

experimentação nenhum método de inoculação e avaliação pode ser considerado como ideal

devendo-se buscar métodos que se adequem a cada situação. O screening ou a seleção de

genótipos nas fases iniciais de melhoramento pode ser realizado com métodos rápidos

utilizando folhas destacadas em câmaras de crescimento de plantas a 21-22 graus Celsius e

umidade relativa acima de 90 %, quando este não for o principal objetivo do programa,

apenas como informação inicial ou complementar. Outros métodos podem ser utilizados

dependendo da sua acurácia e expressão real do nível da resistência. O ideal seria o uso de

áreas com infestação natural ou artificial de escleródios entre 6-10 escleródios em média de

forma uniforme por metro quadrado, para que todos os mecanismos ou tipos de resistência do

hospedeiro possam ser adequadamente avaliados. A semeadura a 25-30 cm entre linhas pode

auxiliar na expressão da reação de resistência evitando escapes â infecção. Genótipos como

Engopa 316 e Conquista MGBR 46 podem ser utilizados como padrão de resistência parcial

nas avaliações da resistência. O uso de métodos de análises como correlações de Pearson ou

correlações simples entre variáveis pode auxiliar na tomada final da decisão para recomendar

um genótipo ou ainda considerá-lo com algum nível e resistência para áreas com histórico da

doença.

___________________________________________________________________________

RELATO DA REDE DE MOFO-BRANCO EM SOJA NO BRASIL. Dr. Mauricio Conrado

Meyer1*

; Campos, H.D.2; Godoy, C.V.

1; Utiamada, C.M.

3; Balardin, R.S.

4; Barros,

V.L.N.P.5; Borges, E.

6; Carneiro, L.C.

7; Cassetari Neto, D.

8; Henning, A.A.

1; Ito, M.F.

5;

Jaccoud Filho, D.9; Juliatti, F.C.

10; Machado, S.Q.

11; Madalosso, M.

4; Nunes Junior, J.

12;

Pimenta, C.B.13

; Silva, L.H.C.P.2; Siqueri, F.

14; Venancio, W.S.

15 1

Embrapa Soja; 2FESURV;

CTPA; 3Tagro;

4Instituto Phytus; FG;

5IAC/APTA;

6Fundação Chapadão;

7UFG;

8UFMT;

9UEPG;

10UFU;

11Univag;

12CTPA;

13Emater-GO;

14Fundação MT;

15EEACG/CWR. ([email protected]). Apoio:

CNPq edital 064/2008, processo 578445/2008-5

A ocorrência de mofo-branco [Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary] em soja vem

aumentando expressivamente desde 2008, estimando-se que cerca de 25% da área cultivada

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com essa leguminosa no Brasil está infestada com o patógeno, tornando-se uma das principais

doenças da cultura atualmente. As regiões de maior incidência da doença e com maiores

níveis de perdas são aquelas que apresentam temperaturas amenas (médias abaixo de 25°C).

Em 2008 foram iniciadas as atividades que deram origem ao ensaio cooperativo de controle

químico e biológico de mofo-branco em soja, fruto de discussões nas Reuniões de Pesquisa de

Soja da Região Central do Brasil e parte integrante de projetos subvencionados pelo MAPA e

CNPq através do edital 064/2008. Estas redes de ensaios são executadas por fitopatologistas

de diversas instituições de pesquisa e ensino do País, sendo conduzidos experimentos nos

Estados de GO, MS, MT, MG, BA, SP, PR e SC. Os ensaios cooperativos de controle

químico foram conduzidos em 11 locais na safra 2008/09, 18 locais em 2009/10, 11 locais em

2010/11 e 16 locais em 2011/12. Foram testados fungicidas pertencentes aos grupos químicos

dos benzimidazóis, fenilpiridinilaminas, carboxamidas, anilinopirimidina, anilidas e

estrobilurinas, isoladamente, formulados em misturas ou em aplicações seqüenciais

alternadas, variando de duas a quatro pulverizações em intervalos de 10 dias, iniciando no

estádio R1 de desenvolvimento das plantas (início do florescimento). Os maiores índices de

controle foram observados com as fenilpiridinilaminas (fluazinam), carboxamidas (fluopyram

e procimidona) e com uma mistura de anilida + estrobilurina (boscalid + dimoxystrobin),

variando de 67% a 85% de controle. Também apresentaram bons níveis de controle as

associações de fluazinam com tiofanato metílico (76%) ou com carbendazim (74%) em três

aplicações e a associação de procimidona com carbendazim (75%) em quatro aplicações. Os

ensaios cooperativos de controle biológico foram conduzidos em três locais na safra 2009/10

e em oito locais em 2011/12. Foram avaliadas uma formulação SC de Trichoderma

asperellum, uma formulação WG de T. asperellum, uma formulação SC de T. harzianum e

um extrato vegetal a base de lignosulfonato, em duas aplicações nos estádios V2 e V4,

respectivamente, comparados com um tratamento fungicida composto da associação de

fluazinam com tiofanato metílico, em duas aplicações em R1 e R3. Todos os tratamentos com

biofungicidas superaram a testemunha sem controle e não diferiram entre si, apresentando

índices de controle que variaram de 29% a 39%, mas que foram inferiores ao tratamento com

a associação de fluazinam com tiofanato metílico, que apresentou controle de 71%. O uso de

alguns destes fungicidas ou agentes de biocontrole no manejo do mofo-branco em lavouras de

soja ainda depende do respectivo registro junto ao MAPA

__________________________________________________________________________

SITUACIÓN ACTUAL Y PERSPECTIVAS DEL MOHO BLANCO EN EL CULTIVO DE

GIRASOL. Alberto Escande, Prof. Ing Agr. PhD. [email protected]. Unidad Integrada

Balcarce, INTA, EEA Balcarce/UNMar del Plata, Argentina

La pudrición húmeda del capítulo del girasol es una enfermedad limitante del cultivo,

principalmente en zonas húmedas y frescas. Las ascosporas de Sclerotinia sclerotiorum

llevadas por el viento constituyen el inóculo primario que inicia las epifitias. El amplio rango

de hospedantes del patógeno favorece la continua y constante formación de cuerpos de

resistencia (esclerocios) que perduran en el suelo y son la fuente de inóculo.

Se discute el clásico triángulo de enfermedad con un enfoque a nivel de sistema productivo,

región y tiempo. Se identifican factores de riesgo ante S. sclerotiorum en sistemas agrícolas

actuales.

Se compara la eficiencia de estrategias de manejo y se estima su valor. Surge así la baja

eficacia para reducir la pudrición del capítulo de estrategias que sólo reducen al inóculo

inicial, tales como rotación de cultivos, siembra directa, desecantes o rastrojos limpios; y la

alta eficiencia de estrategias que reducen la tasa de infección como evitar ambientes muy

favorables para la enfermedad, resistencia genética, fungicidas, o control biológico con

Trichoderma diseminado por abejas. Se destaca la ventaja de utilizar fungicidas sistémicos

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aplicados al final de floración para erradicar al patógeno que está invadiendo al hospedante

antes que cause síntomas de pudrición. También se discute la ventaja de utilizar sistemas

sencillos de simulación para estimar el efecto de la combinación de herramientas de manejo

de la sanidad y para decidir las herramientas a utilizar. La combinación de herramientas es

muy útil para el manejo de la sanidad ante S. sclerotiorum.

__________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE DETECÇÃO DE SCLEROTINIA SCLEROTIORUM

EM SEMENTES - EFICIÊNCIA DE MÉTODOS PARA DETECÇÃO DE Sclerotinia

sclerotiorum (lib.) de Bary EM SEMENTES DE SOJA. . Dra

Luciane Henneberg1; PhD.

David de Souza Jaccoud-Filho,1.1

Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, UEPG, Avenida

Carlos Calvacanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR – Grupo de Fitopatologia Aplicada

[email protected]. Apoio Financeiro: Parte do Projeto Edital 064/2008 – MAPA/CNPq.

A doença conhecida como Mofo Branco, agente causal Sclerotinia sclerotiorum, têm

sido responsáveis pela diminuição da produção agrícola brasileira. O uso de sementes isentas

do patógeno têm sido um dos principais meios de controle de inóculo da doença na fase

inicial, bem como da introdução do patógeno em novas áreas. Existem diferentes métodos

para detecção de S. sclerotiorum na semente, com variações na sensibilidade,

reprodutibilidade, economicidade e rapidez de resultados; os métodos recomendado para

detecção de S. sclerotiorum em semente são: o “Blotter Test”, o Neon, e o Rolo de Papel

modificado. Segundo a Associação Internacional de Análise de Sementes (ISTA, 2007),

responsável pela validação dos testes de sementes, a sensibilidade que é a capacidade do

método em detectar o patógeno presente na semente e a repetibilidade que indica que na

repetição do método os resultados serão semelhantes ou com variação tolerável; são

considerados como fatores importantes na aprovação de um procedimento. Com o

objetivo de comparar os métodos mais utilizados na atualidade foram analisados os métodos

do Papel Filtro (“BlotterTtest”) a 7, 14 e 20 ºC; Rolo de Papel a 20 ºC; Meio Agar-

Bromofenol a 20 ºC (NEON-S), observando os parâmetros sensibilidade e repetibilidade entre

os métodos de amostras de sementes de soja obtidas durante três safras agrícolas (entre os

anos 2008 e 2011), sendo utilizadas amostras de sementes de soja com diferentes níveis de

infecção: a) artificialmente inoculadas (com incidência conhecida do patógeno); b)

naturalmente infectadas (oriundas de áreas com o histórico da doença; ou de áreas com a

incidência conhecida da doença no campo; ou colhidas diretamente de plantas infectadas)

(Henneberg, 2011; Henneberg et al., 2012). Observou-se, através dos dados obtidos no

experimentos, que há sensibilidade dos métodos avaliados na detecção de S. sclerotiorum e

possibilitaram repetibilidade dos resultados. Ou seja, observa-se que os métodos são capazes

de detectar o patógeno na semente. Porém, como os mesmos métodos comportam-se em um

laboratório de rotina. Assim, observou a sensibilidade em sementes de amostra comerciais de

campos infestados pela doença comparando com uma amostra com 100 % de

incidência,porém, não foi possível concluir sobre a sensibilidade dos métodos. Também

observa-se que os resultados não se repetiram dentro do teste e da amostra, que mostra a

relevância de laboratórios de análise sanitárias de sementes comunicarem-se para ratificarem

confiabilidade dos métodos. Os resultados obtidos podem ter sido consequência da

amostragem, pois foi utilizado o mesmo procedimento empregado para a obtenção de

amostras de trabalho indicado pelas Regras para Análise de Sementes (2009), o que talvez

possa não ser representativo para a detecção de patógenos presentes em um lote de sementes

com baixo índice de infecção. Para observar a sensibilidade dos métodos não considerando a

amostragem, foi realizado o estudo em sementes originárias de plantas infectadas, obteve

como conclusão que os métodos não detectaram de forma consistente a presença do patógeno

em sementes colhidas de plantas infectadas, indicando que os níveis de infecção nas sementes

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influenciam na sensibilidade dos métodos e que nem todas as sementes provenientes de

plantas infectadas podem estar contaminadas. Assim, podendo entender porque incidência da

doença mofo branco no campo e a detectada na semente não pode ser muitas vezes

relacionada, como observada nas análises de sementes provenientes de campo infestado. A

semente pode ser infectada naturalmente pelo patógeno S. sclerotiorum, apresentando baixo

nível de infecção, não expressando assim a realidade do campo, pois não há possibilidade de

detecção pelos métodos estudados.

__________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE DETECÇÃO DE Sclerotinia sclerotiorum EM

SEMENTES. Dra Maria Heloiza Duarte de Moraes.¹.¹Departamento de Fitopatologia e

Nematologia, ESALQ/USP, Avenida Pádua Dias, 11, CEP 13418-900, Piracicaba, SP [email protected]

Pelo fato da semente ser uma das principais formas de disseminação deSclerotinia

sclerotiorum, agente causal da doença mofo branco, faz-se necessário sua análise sanitária

para evitar a introdução da doença em áreas isentas bem como o aumento do inóculo no solo.

Para tanto, o método a ser utilizado em rotina deve apresentar as algumas características como

sensibilidade, economicidade, reprodutibilidade e repetibilidade, sendo basicamente três os

métodos citados para a detecção desse patógeno: “blottertest” (BT), rolo de papel (RP) e meio

semi-seletivo, ágar-bromofenol (Neon). Na literatura são encontrados diversos trabalhos

visando o aprimoramento desses métodos. Koch (1998), analisando sementes de feijão

naturalmente infectadas, comparou os métodos BT e RP, sob diferentes condições de

incubação (temperaturas de 5, 15 e 20C, escuro contínuo e luz branca alternada, e períodos

de 7, 14 e 21 dias), concluiu pelo BT (14 dias a 15C e escuro contínuo). No entanto, Parisiet

al. (2006), comparando ométodo obtido por Koch e o rolo de papel (incubação por 7 dias a

20C e escuro), constataram maior incidência no RP, também trabalhando com sementes de

feijão naturalmente infectadas. Esses métodos são rápidos e de baixo custo, mas têm a

desvantagem do período de incubação. O meio Neon, adaptado por Peres (1996) de Nasser

(1995), possibilitou arápida detecção do patógeno sob incubação a 20C e escuro contínuo por

7 dias, em sementes inoculadas artificialmente. Porém, apresenta o inconveniente de maior

custo (uso de antibióticos e azul de bromofenol) e maior dificuldade operacional (calibração

do pH a 4,7 e adição dos reagentes após a esterilização do meio). Devido a esse fato, outros

trabalhos foram desenvolvidos visando reduzir o custo e facilitar a elaboração do meio.

Napoleão et al. (2006) elaboraram o meio Neon-S, que constou da adição de 2,4D sem a

calibração do pH. Utilizando sementes naturalmente infectadas esses autores compararam o

meio com os métodos BT e RP, concluindo que não houve diferença em relação ao nível de

incidência detectado, mas houve grande diferença em relação ao tempo de detecção, sendo de

10 dias (Neon-S), 21 dias (RP) e 24 dias (BT). Em 2010, Hikarimodificou o Neon,

adicionando os restritores hídricos, manitol e NaCl, e polietilenoglicol ao meio. Para

comparação desses meios com o Neon-S, utilizou sementes de algodão, feijão e soja

artificialmente inoculadas, comparando, também, incubação sob luz alternada e escuro

contínuo e concluindo que o melhor método foi Neon com o restritor manitol a -1,0Mpa, sob

escuro contínuo. Essa mesma autora, utilizando sementes de feijão e soja naturalmente

infectadas comparou esses meios com o BT incubado por 30 dias, não constatando diferença

estatística entre os tratamentos. O que se observa avaliando os trabalhos realizados é que,

quando se trabalha com sementes inoculadas artificialmente, os métodos parecem ser

similares em relação à sensibilidade, sendo o período de incubação um fator relevante para a

escolha. No entanto, ao se trabalhar com sementes naturalmente infectadas, onde a incidência

é bastante baixa, os resultados não se repetem, são inconsistentes, indicando que outros

fatores podem estar dificultando a detecção do patógeno nas sementes. Dessa maneira são

necessários maiores estudos com sementes naturalmente infectadas testando amostragem,

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49

número de sementes analisadas, potencial de inóculo nas sementes, o comportamento de

cultivares quanto à infecção das sementes, como ocorre a infecção das sementes no campo,

etc.

__________________________________________________________________________

TECHNOLOGICAL ADVANCES IN MOLECULAR METHODS FOR THE DETECTION

OF FUNGAL PATHOGENS IN SEEDS Dra Ednar Gadelha Wulff. University of Copenhagen,

Department of Plant and Environmental Sciences. Danish Seed Health Centre Hoejbakkegaard Allé 9, DK

2630 Taastrup, Denmark [email protected]

Seed-borne fungi can reduce growth, yield and value of agricultural crops. Among seed-borne

fungi, Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) is a necrotrophic plant pathogen that attacks a wide

range of hosts. Although the epidemiological importance of seed transmission of S.

sclerotiorum has been discussed, seed infected with mycelium or contaminated with sclerotia

is considered to be one of the ways of introducing the fungus into clean fields. In order to

avoid pathogen dissemination and yield losses, seeds should therefore be tested for infection

with seed-borne fungal pathogens before sowing. Technological advances in DNA based

methods as well as the combination with other techniques have been found to be valuable for

the detection of fungal pathogens on seeds and other plant materials. In fact, most of the

scientific publications concerning fungal detection are presently based on molecular methods,

and there are a great number of methods that can be adapted and used to detect the presence

of S. sclerotiorum alone or in combination with other fungal pathogens. DNA based methods

for the detection of seed-borne fungi offer many advantages as compared to other methods;

the fungus of interest can be identified among different organisms without the necessity of

culturing it; the method can be used for multi-pathogen detection; it provides specificity and

requires short time for analysis. A presentation of molecular techniques used at the Danish

Seed Health Centre for the detection of fungal pathogens on seeds and other plant parts will

be given. These include a variety of molecular based methods from PCR and real time PCR to

microarrays and pyrosequencing. When possible, the methods will be discussed in relation to

the detection of S. sclerotiorum.

___________________________________________________________________________

DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS RÁPIDOS PARA A DETECÇÃO DE

PATÓGENOS EM SEMENTES – MÉTODO RÁPIDO DE DETECÇÃO DE Sclerotinia

sclerotiorum EM SEMENTES DE SOJA. M.Sc. Edilaine Maurícia Gelinski Grabicoski;

Dr.. David de Souza Jaccoud Filho; Dr. Marcos Pileggi. Universidade Estadual de Ponta Grossa

– Ponta Grossa – PR. Grupo de Pesquisa em Fitopatologia Aplicada – DEFITO - Departamento de

Fitotecnia e Fitossanidade, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Avenida Carlos Calvacanti, 4748, CEP

84030-900, Ponta Grossa, PR. Projeto Edital 064/2008 MAPA/CNPq.

A doença de Sclerotinia sclerotiorum tem causado grandes perdas na cultura da soja,

sendo então considerada uma das doenças mais importantes na atualidade. A semente é um

dos principais meio de introdução e disseminação da doença em áreas de cultivo. Existem

diversos testes recomendados para a detecção de S. sclerotiorum nas sementes, diferindo em

sensibilidade, repetibilidade, rapidez e economicidade. Os métodos tradicionalmente

recomendados (“Blotter test”, Rolo de Papel e Neon-S) são baseados em incubação e,

consequentemente, são testes lentos e, as vezes, pouco sensíveis. Um método de detecção

molecular pode ser uma importante ferramenta, rápida e precisa na detecção deste fungo nas

sementes de soja. Pensando nisso, desenvolveu-se um teste de detecção de S. sclerotiorum em

sementes de soja, utilizando-se de um par de primers específico para tal fungo e a Reação em

Cadeia da Polimerase (PCR), que detecta a presença do fungo a partir do seu DNA. Pelo

método proposto, em questão de horas, foi possível detectar a presença de S. sclerotiorum em

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amostras de sementes de soja contendo apenas uma semente contaminada, tanto

artificialmente como naturalmente, em 400 sementes totais (contaminação de 0,25%). No

entanto, houve alguns resultados com falsos negativos, e testes para a otimização do método

proposto já estão sendo realizados.

__________________________________________________________________________

ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum NO ESTADO DO

PARANÁ. *Vinicius Bodanese Demarch1; PhD. Carlos Hugo Rocha

2; Jaccoud Filho, D.

S.2; Manosso Neto, M.

3; Vrisman, C. M.

3; Henneberg, L.

4; Grabicoski, E. M. G.

5; Pierre,

M. L. C.6; Berger Neto, A.

6; Sartori, F. F.

6 1Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Agronomia

(CAPES) – Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Laboratório de Mecanização Agrícola

(Lama), [email protected]; 2 Professor Doutor, titular adjunto ao curso de graduação em Agronomia

– UEPG; 3Engenheiro Agrônomo;

4Doutora em Fitopatologia;

5Engenheiro Agrônomo, Mestre em

Agronomia (UEPG), Doutoranda em Agronomia (UEPG); 6Graduando em Agronomia, UEPG.

O fitopatógeno causador do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum (Lib) de Bary),

caracteriza-se pela polífagia, a qual proporciona a capacidade de causar danos em mais de 400

espécies vegetais, incluindo a soja (Glycine max) e o feijão (Phaseolus vulgaris), além de

ervas espontâneas como a nabiça (Raphanus raphanistrum). Sendo assim, não há limites

geográficos específicos para a distribuição desta doença no estado do Paraná, visto que essas

duas espécies são amplamente cultivadas e responsáveis por uma significativa parcela da

arrecadação agrícola estadual. Outra habilidade notável desse patógeno é a de produzir

estruturas de sobrevivência, escleródios, os quais permanecem viáveis nas áreas de produção

por um longo período de tempo, podendo chegar a décadas. O conjunto de características do

ambiente que catalisam a distribuição geográfica da ocorrência de mofo-branco ainda não está

completamente elucidado. Tendo em vista a grande variabilidade de condições

edafoclimáticas do estado do Paraná, objetivou-se nesse trabalho estudar o potencial de

ferramentas integradas ao Sistema de Informações Geográficas (SIG) para avaliar a

distribuição do potencial de inóculo da doença, através da contagem do número de

escleródios/m2. Este trabalho foi realizado a partir da análise de dados georreferenciados de

152 amostras coletadas entre os anos de 2009 e 2011 em 75 propriedades rurais produtoras de

soja e feijão, distribuídas em 28 municípios do estado. Analisando-se a distribuição destes

dados, observou-se conexão entre fatores ambientais, principalmente: a) latitude, onde a

variação dos dados parece responder a mudança de estratos, de 50 km, a partir da amostra

mais meridional em direção a norte do estado, e; b) Em classes de altitude agrupadas a cada

100 metros de gradiente, onde observou-se uma progressão sucessiva na média de

escleródios/m2 presente nas amostras coletadas em cotas de maiores altitudes, em relação as

de menores altitudes. Neste caso a variação deve estar associada à ocorrência de menores

temperaturas nos locais mais elevados. Neste trabalho são feitas inferências sobre o potencial

do uso das ferramentas disponíveis no ambiente SIG para estudo da variabilidade espacial do

potencial de inóculo do patógeno e sugerem-se modelos de amostragem a fim de identificar a

influência das variáveis em nível de propriedade e da paisagem regional.

___________________________________________________________________________

CONSTRUÇÃO DE UM MODELO PARA PREVISÃO DE ESCLERÓDIOS NO ESTADO

DO PARANÁ UTILIZANDO MÉTODOS COMPUTACIONAIS. Alison Weber, 1; Pozo, A.

T. R.2; Guimarães, A. M.

1; Jaccoud-Filho, D. S.

1; Sartori, F. F.

1; Vriesman, D.

1 .1UEPG,

Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR. 2UFPR, CEP 81.530-900, Curitiba,

PR. ([email protected]).

Nas últimas safras a doença que vem chamando muito a atenção é o mofo branco,

causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary. Devido ao alto poder destrutivo

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da doença, o conhecimento da presença das estruturas de resistência chamadas de escleródios

na área é de suma importância para que se tomem atitudes adequadas para o tratamento da

doença. Portanto o presente trabalho teve como objetivo aplicar técnicas de aprendizagem de

modelos computacionais para dados desbalanceados na construção de um modelo de previsão

de escleródios a partir de características meteorológicas do local da amostra para o estado do

Paraná. Foram aplicadas duas técnicas de modelagem computacional, a Programação

Genética e as Redes Neurais Artificiais, na qual ambas foram adaptadas para que pudessem

construir modelos com eficiência para um conjunto de dados com característica de

desbalanceamento. O conjunto de dados é composto de 179 amostras, cada uma contendo

informações sobre temperatura média mínima e máxima de 1960 a 1990, precipitação média

de 1960 à 1990, altitude média do local e o número de escleródios presentes por m². As Redes

Neurais Artificiais obtiveram um melhor desempenho na criação de modelo para este

conjunto de dados, conseguindo prever o resultado real com uma correlação de 0,78 e um erro

médio absoluto de 23,45. Concluiu-se que, apesar de existir uma grande dificuldade de

modelagem de dados relacionados a doença em plantas, em função do desbalanceamento e da

dificuldade de coleta dos mesmos, é possível construir um modelo de previsão de escleródios

para o estado do Paraná com um bom índice de acerto, podendo este ser utilizado para prever

a quantidade de escleródios em novas áreas.

___________________________________________________________________________

ESTUDO DE VIABILIDADE DO USO DE SÉRIES TEMPORAIS DE IMAGENS

TERRA/MODIS NA DETECÇÃO DE Sclerotinia sclerotiorum EM SOJA. Rodrigues, T. S.;

Vaz, M. S. M. G.; Ribeiro, S. R. A. Mestrado em Computação Aplicada, UEPG, Avenida Carlos

Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR. ([email protected]; [email protected];

[email protected]).

Imagens e dados obtidos através de técnicas de sensoriamento remoto são fontes de

informação para pesquisas em agricultura. O uso de séries temporais de imagens de satélite

permite obter informações sobre o desenvolvimento fenológico de culturas, que pode ser

utilizadas como indicadores de produtividade, na avaliação de danos, estresses e estimativa de

quebra de safra. O Índice de Vegetação Normalized Difference Vegetation Index – NDVI

utiliza a diferença da reflectância entre a faixa do infravermelho próximo e a reflectância da

faixa de vermelho, permitindo diferença de reflectância da vegetação saudável e da vegetação

doente. A vegetação saudável absorve a maior parte da luz e reflete grande parte na banda de

infravermelho. Quando a vegetação está doente, reflete mais a luz no visível e menos a luz no

infravermelho próximo. Já o Índice de Vegetação Enhanced Vegetation Index – EVI permite

melhorar a sensibilidade do sinal da vegetação, principalmente, nas áreas que apresentam

grandes quantidades de biomassa. A utilização dos Índices NDVI e EVI possibilita a geração

de máscaras de plantios, bem como o monitoramento da cultura ao longo das safras. Séries

temporais desses índices disponibilizam informações sobre o calendário agrícola da cultura, o

qual pode ser vinculado aos dados climáticos. Desse modo, é possível obter avaliações

qualitativas e quantitativas dos plantios, anteriormente às colheitas. Na presente pesquisa está

sendo realizado um estudo de viabilidade para o uso de séries temporais desses índices de

vegetação, aplicados às Imagens Terra/Modis, com resolução espacial de 250 metros e

resolução temporal de 16 dias, com o objetivo de detectar Sclerotinia Sclerotiorum, mofo

branco, na cultura de soja, em Municípios do Paraná, no Brasil. Para tanto, foram obtidas

imagens dos locais que houve mofo branco e, posteriormente, foram aplicados os Índices

NDVI e EVI, no Software Matlab, num determinando período, com obtenção de séries

temporais dos dados. Além das séries obtidas, foram utilizados dados de precipitação

pluviométrica. Estão sendo analisados os dados, para verificação da viabilidade. A partir dos

dados gerados pelos índices de vegetação, com a alta resolução temporal e espacial das

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imagens, e em conjunto com dados pluviométricos, foram obtidos como resultados

preliminares os valores de reflectância das imagens, que podem contribuir para verificação da

existência de mofo branco na cultura da soja. Como perspectivas de pesquisas, serão

realizadas validações dos valores gerados por cada índice de vegetação, verificando junto ao

especialista da área os resultados obtidos.

___________________________________________________________________________

CURRENT STATUS AND PERSPECTIVES OF Sclerotinia Sclerotiorum CONTROL. PhD.

Helene R. Dillard, Professor, Department of Plant Pathology and Plant-Microbe Biology Director,

Cornell Cooperative Extension Associate Dean, College of Agriculture and Life Sciences Cornell

University, USA. [email protected]

http://www.cals.cornell.edu/cals/plpath/directory/geneva.cfm?netId=hrd1

Sclerotinia sclerotiorum, the causal agent of white mold, is a destructive pathogen

with a host range exceeding 400 plant species worldwide. In New York State, S.

sclerotiorum is an important pathogen of soybean, alfalfa, dry beans, snap beans (green beans;

Phaseolus vulgaris), tomatoes, and cabbage.

On snap beans, pod molds caused by S. sclerotiorum and Botrytis cinerea are the

primary reason that fungicides are applied to this crop for disease control. For many years,

vinclozolin provided excellent control of both pathogens. However, this material was banned

from use because of unfavorable health and environmental properties. We work

collaboratively with farmers, food processors and chemical companies in an effort to identify

fungicides that will provide excellent control of S. sclerotiorum and B. cinerea, and that will

not cause isolates to rapidly develop fungicide insensitivity. We have documented

insensitivity to benzimidazole fungicides in B. cinerea isolates in New York State, but

products in this category continue to provide good control of S. sclerotiorum. Some growers

have reported lack of control of S. sclerotiorum and requested that we test their isolates for

fungicide insensitivity. To date, we have been unable to clearly document evidence of

fungicide insensitivity in our S. sclerotiorum isolates. Rather, we believe that failure to

control S. sclerotiorum in snap beans has been due to poor fungicide application methods or

poor application timing of the product. We have developed a reliable method to produce and

store ascospores of S. sclerotiorum for use in inoculated field trials

(http://www.apsnet.org/edcenter/instcomm/TeachingNotes/Pages/ProductionOfApotheciaAnd

Ascospores.aspx). In 2011 we had 14 fungicide treatments in our white mold trial, and the

best materials for control of white mold on snap beans were thiophanate-methyl, boscalid, and

fluopyram+prothioconazole. This year, we have 21 fungicide treatments in our snap bean

white mold trial.

Our work with soybeans has focused on biological control of Sclerotinia sclerotiorum.

New York farmers consistently say it is not economical to apply protectant fungicides to

soybeans to control white mold. However, there is tremendous interest in trying to control S.

sclerotiorum with the biological control product Contans®, which has the mycoparasite

Coniothyrium minitans. C. minitans attacks and consumes the soft inner portions of the

sclerotia until the sclerotia are no longer viable. Some farmers have reported excellent control

of S. sclerotiorum using Contans® while others have not been successful. Field trials have

provided mixed results, with success in some years and inconclusive results in other years.

We believe the inconsistency is due to several possible factors: cold soil temperatures in the

spring inhibit growth of C. minitans; direct applications of Contans® to infested debris may

provide different results compared to soil applications; limited saprophytic growth of C.

minitans in soil means the mycoparasite may not “find” the sclerotia; the Contans® product

must be stored and handled properly because it contains a living organism; interference by

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other microorganisms in the soil; use of low rates of the product; dry soil conditions; low

sclerotia populations and non-random distribution of the sclerotia; and the desire for in-year

results when additional years of application may be needed to achieve a statistically

significant difference in sclerotia populations and disease incidence.

A Fulbright Scholar from the L. Kanchaveli Institute of Plant Protection in the

Republic of Georgia, Dr. Nana Bitsadze ([email protected]), is working in our

laboratory this year studying the effect of simultaneous application of selected fungal

endophytes and Coniothyrium minitans against sclerotia of S. sclerotiorum. Dr. Bitsadze has

developed a bioassay to observe biocontrol potential and interaction of the fungal endophytes

(M. brunneum Strain F 52, B. bassiana Strain GHA, I. fumosorosea Strain 97) and C.

minitans against sclerotia of S. sclerotiorum. Preliminary results show that some interactions

are additive while others are synergistic. Simultaneous applications may be a way to enhance

biological control of S. sclerotiorum.Cabbage (Brassica oleracea) is another important crop

grown in New York State. White mold can be a devastating disease on cabbage while it is

growing in the field and when it is placed in cold storage. Cabbage is not readily infected by

ascospores of S. sclerotiorum. We identified infected weed flowers (Plant Disease 70:26-28)

and wounded cabbage leaves (Crop Protection 14 (8): 677-682) as readily available food

sources for ascospore infection and growth by S. sclerotiorum. Reducing weed populations in

the field, mechanical wounds, and wounds from insect feeding has nearly eliminated the need

for fungicide sprays to control white mold on cabbage.

___________________________________________________________________________

RESULTADOS DO GRUPO DE PESQUISA EM FITOPATOLOGIA APLICADA DA

UEPG SOBRE O MANEJO E CONTROLE DO “MOFO BRANCO” NO ESTADO DO

PARANÁ. David S. Jaccoud Filho; Luciane Henneberg; Edilaine M. G. Grabicoski;

Cláudio M. Vrisman; Miguel Manosso Neto; Rafael Marques; Marcelo L. C. Pierre;

Ayrton Berger Neto; Felipe F. Sartori; Matheus A. Cantele; Guilherme C. Huller;

Hamilton E. Tullio; Carlos R. Wutzki; Lucas Cantele; Rubiane R. Castro; Cesar L.

Baran; Altair Justino; Marcos Pileggi; Carlos Hugo Rocha; Cláudio Purissimo; Adriel

F. Fonseca; André B. Pereira; Gustavo Beruski; Vinícius B. Demarch; Camila Basso;

Marcelo Zadra Mainardes. Grupo de Pesquisa em Fitopatologia Aplicada – DEFITO - Departamento

de Fitotecnia e Fitossanidade, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Avenida Carlos Calvacanti, 4748,

CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR. Projeto Edital 064/2008 MAPA/CNPq

A doença conhecida como “Mofo Branco”, incitada pelo fungo Sclerotinia

sclerotiorum tem ocasionado perdas significativas em inúmeras culturas agrícolas de

importância econômica ao redor do mundo. No Brasil, a sua detecção ocorreu primeiramente

no ano de 1921 na cultura da batata. Os danos da doença variam de acordo com os níveis de

susceptibilidade das culturas, com as condições climáticas e com o manejo empregado. Como

fungo polífago, S. sclerotiourm ataca mais de 75 famílias, 278 gêneros e 408 espécies, tendo

no Brasil sido reportado principalmente nas culturas do feijão, soja, girassol, algodão, canola,

batata, tomate, alface dentre outras. Especialmente nessas, tem ocasionado perdas crescentes

em diversas regiões produtoras do País (Sul, Sudeste e Centro-Oeste), que figuram como

áreas das maiores produções agrícolas. Levantamentos realizados com produtores, tem

indicado segundo eles, que as principais fontes de introdução do “Mofo Branco” nas áreas

agrícolas são sementes contaminadas e/ou máquinas agrícolas procedentes de áreas com a

doença. Atualmente, os métodos empregados para o controle da disseminação e do processo

de patogênese da S. sclerotiorum nas plantas são principalmente os químicos e os biológicos

(tanto para tratamento de sementes como para pulverizações), além de manejos culturais

como acúmulo de palhada, escolha de cultivares com menor susceptibilidade, época de

semeadura, otimização da distribuição espacial das culturas, etc. No Brasil, órgãos

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governamentais como CNPq/MAPA têm incentivado através de editais projetos de pesquisas

para o desenvolvimento de estratégias de manejo e controle de diversas doenças, dentre elas o

“Mofo Branco”. Nos levantamentos de campo e nos diversos ensaios realizados pelo Grupo

de Pesquisa em Fitopatologia Aplicada da UEPG no Estado do Paraná, junto a cooperativas e

produtores tem fornecido subsídios importantes para o estudo do manejo e do controle da

doença, a partir de ensaios realizados há mais de três anos. Estão sendo realizados ensaios de

avaliação da susceptibilidade de mais de setenta cultivares a campo e em laboratório; ensaios

de espaçamentos e populações de plantas; avaliação da influência de macro e microclimas no

desenvolvimento da doença; ensaios de épocas de semeadura; avaliação de plantas daninhas

suscetíveis; comparação de testes de detecção de S. sclerotiorum em sementes de soja e o

desenvolvimento de um teste de detecção molecular; uso e manejo de produtos químicos,

alternativos e controle biológico tanto em tratamento de semente, como em sulco e aplicações

foliares, assim como levantamentos de números de escleródios/m² em várias regiões com

aplicação de questionários junto aos produtores, com mais de 140 propriedades avaliadas.

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RESUMOS

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EPIDEMIOLOGIA

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LONGEVIDADE DE ESCLERÓDIOS DE Sclerotinia sclerotiorum NA SUPERFÍCIE DO

SOLO EM CONDIÇÕES DE CAMPO. Brustolin, R*1

.; Reis, E.M1.; Pedron, L

1.; De Rossi, R.L

1 *1

Laboratório de Micologia, Universidade de Passo Fundo (UPF), prédio G3, BR 285, bairro São José, CEP:

99052-900, Passo Fundo, RS. ([email protected]).

RESUMO: O aumento da área infestada e os danos causados pelo mofo branco na cultura da soja, no

Brasil, preocupa o agronegócio. Os escleródios são estruturas de sobrevivência e desempenham um papel

importante no ciclo da doença, pois produzem o inóculo ao longo do tempo. Na literatura os dados são

muito discordantes em relação ao tempo que os escleródios mantém a viabilidade no solo. Assim o objetivo

deste trabalho foi quantificar o período de viabilidade de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum (Ss) em

condições de campo. O ensaio foi conduzido no campo experimental da Universidade de Passo Fundo com

altitude de 705 metros acima do nível do mar. Escleródios naturalmente produzidos em plantas de soja, de

uma lavoura aonde houve ocorrência da doença, foram coletados numa máquina de pré-limpeza.

Separaram-se apenas aqueles produzidos dentro da medula das plantas e com tamanho semelhante,

aproximadamente 8 mm de comprimento e 1,9 mm de diâmetro. Cinquenta esclerócios foram colocados em

cada recipiente feito com tela de nylon branca, malha de 0,25 mm. Posicionou-se na superfície do solo 80

recipientes, simulando o plantio direto e mensalmente foram removidos quatro. O solo aderido foi

removido das embalagens com jato d´água e os escleródios submetidos a assepsia com hipoclorito de sódio

e postos a germinar em areia esterilizada com potencial osmótico zero e incubados em câmara de

crescimento a 15oC e fotoperiodo de 12 horas. Os escleródios na superfície perderam a viabilidade em 12

meses nas condições edafoclimáticas de Passo Fundo. Conclui-se que sob plantio direto os escleródios

perdem a viabilidade num período de tempo menor do que os citados na literatura e que a densidade de

inóculo de Ss pode ser reduzida pela rotação de culturas, considerada uma tática fundamental no manejo

integrado de doenças.

Palavras-chave: sobrevivência, estrutura de repouso, mofo-branco, Glycine max.

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CONTROLE QUÍMICO

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CONTROLE QUÍMICO DO MOFO BRANCO NA CULTURA DA SOJA NA SAFRA

2009/10 E SAFRA 2010/2011. Araújo, F.A.1*

; Sumida, C.H.1; Canteri, M.G.

1; Peitl, D.C.

1; Orsini,

I.P.1; Tibolla, F.

1; Arieira, G. de O.

1; Mello, F.E. de

1; Calvo, N.S.

1; Chagas, D.F.

1.

1Departamento de

Fitopatologia, UEL, Rodovia Celso Garcia Cid, PR 445, Km 380, CP 6001, CEP 86051-990. Londrina, PR.

[email protected].

RESUMO: O controle químico por meio de fungicidas pode ser considerado eficiente para o controle do

mofo branco, com recomendação de aplicação durante a fase de florescimento. O uso de fungicidas como

medida emergencial no manejo da doença é considerado uma tática mais flexível em função das épocas de

controle, quando comparado a outros métodos de controle cultural. Métodos alternativos como o controle

biológico também vêm sendo utilizados, por meio da aplicação de fungos como Trichoderma spp. que é

caracterizado como um micoparasita de S. sclerotiorum, capaz de colonizar micélios e escleródios. Com o

objetivo de avaliar a eficiência de fungicidas no controle do mofo branco na cultura da soja foram

conduzidos ensaios em condições de campo na safra 2009/10 e na safra 2010/11. Os tratamentos e as doses

utilizadas foram T1 (testemunha), T2 (fluazinam - 1,0 L p.f./ha), T3 (procimidone – 1,0 Kg p.f./ha), T4

(iprodione – 1,0 L p.f./ha), T5 (tiofanato metílico – 1,0 L p.f./ha), T6 (carbendazim – 1,0 L p.f./ha), T7

(cloreto de benzalcônio – 1,5 L p.f./ha + fluazinam – 1,0 L p.f./ha) e T8 (produto comercial a base de

Trichoderma harzianum – 0,2 Kg p.f./ha). O delineamento experimental do ensaio foi em blocos

casualizados com 8 tratamentos e 4 repetições, sendo uma parcela (4,0 x 6,0 m) considerada como

unidade experimental. As aplicações foram realizadas com auxílio de um pulverizador costal

pressurizado com CO2. A aplicação do produto biológico foi realizada nos estádios V3 e R1 e os

fungicidas, aplicados no estádio R1 e 15 dias após (R3). Aos 95 DAS realizaram-se as avaliações de

incidência e severidade do mofo branco. Os fungicidas que apresentaram maior eficiência de controle

foram fluazinam e procimidona. Na safra 2009/10 esses fungicidas determinaram 22,5 e 21,3% de

incidência da doença, respectivamente, em comparação à 79,4% na testemunha. Na safra 2010/11, os

mesmos fungicidas foram os mais eficientes, determinando 8,8 e 8,1% de incidência, respectivamente, em

comparação a 36,3% da testemunha.

Palavras-chave: Sclerotinia sclerotiorum, Trichoderma harzianum, fungicidas.

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE DIFERENTES PRODUTOS UTILIZADOS COMO

INDUTORES DE RESISTÊNCIA NO CONTROLE DA PODRIDÃO BRANCA DA

HASTE (Sclerotinia sclerotiorum). BELOTI, I.F.1*

; JULIATTI, B.C.M.1; JULIATTI, F.C.

1;

ROCHA, M.V.F1. (

1Laboratório de Micologia e Proteção de plantas / UFU. CEP: 38400-902, Uberlândia,

MG, Brasil. E-mail: [email protected] www.lamip.iciag.ufu.br).* Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq,

CAPES;

RESUMO: A podridão branca da haste, causada pelo fungo Sclerotinia scleotiorum, é uma importante

doença que ocorre na cultura da soja, capaz de causar danos consideráveis. Não há disponibilidade de

cultivares de soja geneticamente imune à S. sclerotiorum, sendo assim se torna imperativo o uso de

produtos químicos capazes de induzir a resistência sistêmica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

eficiência de diferentes produtos utilizados como indutores de resistência no controle da podridão branca da

haste. O experimento foi conduzido no município de Uberlândia / MG, na fazenda Eldorado, no período da

safra 2009/10. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, constituído de 8 tratamentos e uma

testemunha, com quatro repetições. As variáveis analisadas foram: incidência, severidade, AACPD, índice

de doença (incidência x severidade), peso de escleródios, produtividade e peso de mil grãos. O tratamento

tiofanato metílico (1,0 Lha-1

) apresentou menor índice de doença, seguido dos tratamentos lactofen (0,3

Lha-1

) e fluazinam (1,0 Lha-1

). A redução da área foliar foi fundamental para a redução da favorabilidade ao

patógeno na infecção e evolução da doença.

Palavras chave: mofo branco, indução de resistência, manejo químico, soja.

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EFEITO DA APLICACAO DE FUNGICIDAS NA GERMINACAO DE ESCLERODIOS

DE Sclerotinia sclerotiorum EM SOJA. Effect of fungicide application on germination of Sclerotinia

sclerotiorum in soybean.*Giachini, R.M.1, Lucas, B.V.

2, Cassetari Neto, D.

3 , Alves, M.C.

3 Mattioni,

F.4 1

Doutoranda em Agricultura Tropical, 2Mestrando em Agricultura Tropical,

3Professor Adjunto,

Universidade Federal de Mato Grosso, Famev. 4Doutor em Agricultura Tropical. E-mail:

[email protected].

RESUMO: A incidência e a severidade do mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum) têm aumentado devido

às condições de ambiente serem favoráveis ao desenvolvimento da doença na região sul do estado de Mato

Grosso e nessa região pode reduzir consideralvelmente o rendimento da soja em condições de alta umidade

associada a temperaturas baixas ou moderadas. A doença pode ser controlada, principalmente, por meio de

aplicações de fungicidas. Assim, o conhecimento da atividade dos fungicidas sobre o patógeno é de

fundamental importância para o seu manejo e progresso da doença. O objetivo foi comparar o efeito do

tratamento químico de fungicidas para controle de mofo branco na cultura da soja sobre a viabilidade dos

escleródios formados. Os tratamentos foram: Fluazinam (1,0 L/ha)+0.5 L/ha de

Epoxiconazole+piraclostrobina, aplicados em R1; duas aplicações de Fluazinam (1,0 L/ha) – R1, R1+ 10

dias; duas aplicações de Procimidona (1 kg/ha) - R1 , R1+10 dias; Fluazinam ( 1L/ha)+ (1,0L/ha)

Carbendazim em R1 e segunda aplicação de Procimidona (1kg/ha) 10 dias após a primeira e a testemunha.

Em caixas de gerbox foram colocados 300 g de solo e, posteriormente, foi efetuado o enterrio de 25

escleródios coletados nas parcelas onde foram aplicados os fungicidas na cultura da soja. O Fluazinam em

duas aplicações foi o melhor tratamento, apresentando uma eficiência de 97,5% na inibição da formação de

apotécios, entretanto houve 100% de formação de estipes e permitiu apenas a formação de estipes

inviáveis, resultando em baixa formação de apotécios. Os fungicidas menos eficientes na inibição da

germinação carpogênica dos escleródios, diferiram estatisticamente da testemunha.

Palavras-chave: mofo branco, apotécios, carpogênica, controle químico.

EFICIÊNCIA DE DIFERENTES MANEJOS NO CONTROLE DA PODRIDÃO BRANCA

DA HASTE (Sclerotinia sclerotiorum).EFFICACY OF DIFFERENT MANAGEMENTS

CONTROL OF WHITE STEM ROT (Sclerotinia sclerotiorum). Juliatti, F.C.1*

; Caires, A.M.1;

Rezende, A.A.1;Araújo, G.O.

1 1Laboratório de Micologia e Proteção de plantas / UFU. CEP: 38400-902,

Uberlândia, MG, Brasil. e-mail: [email protected] www.lamip.iciag.ufu.br. * Apoio financeiro: FAPEMIG,

CNPq e CAPES

RESUMO: A podridão branca da haste causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum é uma das principais

doenças da cultura da soja. Não há disponibilidade de cultivares de soja geneticamente imunes à S.

sclerotiorum, podendo sim haver diferenças na reação do desenvolvimento das lesões na haste. O objetivo

deste trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes manejos no controle da podridão branca da haste. O

experimento foi conduzido no município de Uberlândia / MG, na fazenda Eldorado, no período da safra

2009/10. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, constituído de 8 tratamentos e uma

testemunha, com quatro repetições. As variáveis analisadas foram: incidência, severidade, AACPD, índice

de doença (incidência x severidade), peso de escleródios, produtividade e peso de mil grãos. O tratamento

Fluazinam (1,0 Lha-1

) com três aplicações (R1, 10 dias após a última aplicação (DAA) e 10 DAA)

apresentou menor índice de doença, seguido dos tratamentos Fluazinam (1,0 Lha-1

) com duas aplicações

(R1 e 10 DAA) e Procimidona (1,0 Lha-1

) (R1) + Tiofanato metílico (1,0 Lha-1

) (10 DAA) + Fluazinam(1,0

Lha-1

)(10 DAA).

Palavras chave: mofo branco, controle químico, fungicidas, soja

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SENSITIVITY OF Sclerotinia sclerotiorum ISOLATES TO SITE-SPECIFIC FUNGICIDES Lehner, M.S.

1*; Silva, R.A.

2; Lima, R.C.

1; Paula Júnior, T.J.

3; Teixeira, H.

4; Vieira, R.F.

3; Carneiro,

J.E.S.1; Nascimento, R.J.

5; Mizubuti, E.S.G.

5. 1

Departamento de Fitotecnia, UFV. 2

Estudante de

graduação, UFV. 3Pesquisador da EPAMIG, Viçosa, MG.

4Pesquisador da EPAMIG, Lavras, MG.

5Departamento de Fitopatologia, UFV. ([email protected])

ABSTRACT: The application of fungicides is the most commonly employed method for the control of

white mold of dry bean. In Minas Gerais, fluazinam and thiophanate methyl are among the most used

fungicides. However, the intensive use of site-specific fungicides is worrisome because there is a risk of

selecting resistant individuals. We evaluated the sensitivity of Sclerotinia sclerotiorum isolates to

fluazinam and thiophanate methyl. In bean crops located in High Paranaíba, Northwest, South and Zona da

Mata regions of Minas Gerais, 49 isolates of S. sclerotiorum were collected. After germination of sclerotia,

hyphal tips from the mycelium of each isolate were transferred to Petri dishes containing potato dextrose

agar (PDA). In vitro tests were conducted on PDA supplemented with 0, 0.005, 0.01, 0.05, 0.1 and 0.5 μg /

mL of fluazinam or 0, 0.1, 1, 5, 10 and 100 μg/ mL of thiophanate methyl. After 48 h incubation at 23°C in

the dark, the diameter of the colonies was measured. We used a completely randomized design with four

replicates per concentration of fungicide. The effective concentration to reduce the growth of colonies by

50% (EC50) was estimated using linear regression. The EC50 of fluazinam ranged from 0.002 to 0.008 μg/

mL for 88% of the isolates, regardless of the region where the isolate was collected. The EC50 of

thiophanate methyl ranged from 0.26 to 0.48 μg/ mL for 47% of the isolates (especially those collected at

Zona da Mata region) and 0.49 to 0.71 μg/ mL for 31%. There is no evidence of loss of sensitivity of

isolates of S. sclerotiorum to fungicides fluazinam and thiophanate methyl. Acknowledgments: CAPES,

CNPq and FAPEMIG.

Keywords: white mold, sensitivity, fluazinam, thiophanate methyl.

REAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGEM DE FEIJOEIRO DO GRUPO COMERCIAL

CARIOCA Sclerotinia sclerotiorum NO PARANÁ. Lourenço Jr., V.*; Borsato, L. C.;

Rodrigues, R. I.; Batista, G. R. Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rodovia Celso Garcia Cid, km

375 - Três Marcos, 86047-902. Londrina - PR. [email protected]

RESUMO: A identificação de fontes de resistência ao mofo branco em genótipos de feijoeiro é desejável no

manejo integrado dessa doença. Dessa forma, o objetivo neste estudo foi avaliar a reação de cultivares e

linhagem de feijoeiro do grupo comercial carioca, recomendadas para o zoneamento agroclimático no

Paraná, a Sclerotinia sclerotiorum. O experimento foi conduzido em câmara de crescimento e o

delineamento experimental foi de blocos ao acaso no esquema fatorial (13 genótipos de feijoeiro e três

isolados de S. sclerotiorum) com três repetições. A linhagem LP0577 e as cultivares Princesa, Bola Cheia,

BRS Requinte, IPR Juriti, IAC Alvorada, Pérola, Carioca, IPR Corujinha, FT 65, IPR Campos Gerais,

BRSMG Talismã e BRSMG Pioneiro foram inoculadas com os isolados SS15, SS50 e SS81 obtidos de

soja, feijão e girassol, respectivamente. Não houve diferenças no comprimento médio da lesão no caule e

nos folíolos das cultivares e linhagem de feijoeiro inoculadas com discos de micélio dos isolados do fungo.

Todos os genótipos avaliados foram suscetíveis ao patógeno. No entanto, detectou-se diferenças de

agressividade entre os isolados nas cultivares FT-65 e IPR Corujinha. Os valores do comprimento médio de

lesão no caule causados pelos isolados SS50, SS15 e SS81 na cultivar FT-65 foram de 40, 26,8 e 25cm,

respectivamente. Na cultivar IPR Corujinha, o maior comprimento médio da lesão nos folíolos foi causado

pelos isolados SS50 e SS81. O comprimento médio da lesão causado pelos isolados SS50, SS81 e SS15

nessa cultivar foi de 14,6, 12,7 e 10,2cm, respectivamente. Contudo, não houve diferenças de

agressividade entre os isolados nos outros genótipos de feijoeiro. Portanto, outros estudos devem ser

conduzidos para identificar fontes de resistência ao mofo branco em linhagens do feijoeiro.

Palavras-chave: micologia; mofo branco; resistência de plantas a doenças; biologia de populações de

fitopatógenos.

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CHEMICAL SEED TREATMENT IN THE CONTROL OF Sclerotinia sclerotiorum

INFECTION IN SOYBEAN AND DRY BEAN UNDER CONTROLLED CONDITIONS. Matos M. S. C.; Zancan A. L. W.; Salgado M.*; Machado C. J. (Plant Pathology Department, Federal

University of Lavras, PO Box 3037, Lavras-MG, CEP 37200-000). [email protected]

ABSTRACT: The infection of seeds of susceptible crops by Sclerotinia sclerotiorum, can be considered an

important source of inoculum of this pathogen in the cycle of the diseases in the field, in addition to its role

in the dissemination of inoculum to variable distances. This primary inoculum may be responsible in large

scale to introduction of Sclerotinia diseases in new areas. The control of that pathogen in seeds is therefore

a relevant measure to prevent the disease spreading and to avoid the building up of the inoculum in the

cultivating soil. From the mycelium inoculum associated to seeds, sclerotia are formed and the pathogen

may survive in the field for several years. Information on seed treatment to control S. sclerotiorum in

soybean and dry bean is little found in literature, that is probably a consequence of the low incidence of

that fungus in seed lots available for that aim. By the osmo-conditioning seed technique developed for

infecting seeds the evaluation of the efficacy of chemical fungicides to control that pathogen in seeds

becomes viable. In this investigation the efficacy of several mixtures of new and traditional fungicides was

evaluated under favorable conditions for white mould development in both laboratory and growth room

environment. Initial infection rates of Sclerotinia sclerotiorum in the seed lots used varied in the range of 8-

28%. Evaluation was done by the seed health test and standard germination and by soil emergency method.

From the results, the majority of the chemical seed treatments was able to reduce inoculum of the pathogen

from infected seeds to levels higher than 90%. For some treatments the eradication of the pathogen was

complete under the laboratory conditions but not complete under the growth room conditions. At the

highest incidence of the pathogen in infected seeds none of the treatments was able to eliminate the

inoculum (Support by Capes, CNPq , Fapemig and Pesticides Companies).

Key words: Seed treatment, Sclerotinia sclerotiorum, Seed Pathology

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS FOLIARES NO CONTROLE DE MOFO-BRANCO EM

SOJA NO ESTADO DE GOIÁS – SAFRA 2011/12. Meyer, M.C.1*

; Nunes Junior, J.2; Pimenta,

C.B.3; Costa, N.B.

2; Seii, A.H.

2; Machado, T.A.

4; Rocha, M.B.

5; Araujo, V.R.

5; Frizzo, A.A.

5; Dias,

F.T.G.5; Silva, T.A.

5

1Embrapa Soja, Goiânia, GO;

2CTPA;

3Emater-GO;

4UFG;

5Uni-Anhanguera.

([email protected]). Apoio: CNPq edital 064/2008, processo 578445/2008-5

RESUMO: O agente causal do mofo-branco, Sclerotinia sclerotiorum, infesta cerca de 25% da área

brasileira de cultivo de soja e pode ocasionar perdas de até 70% de produtividade. Este trabalho relata os

resultados dos ensaios cooperativos de controle químico de mofo-branco, conduzidos nos municípios de

Goianira e São Miguel do Passa Quatro, Goiás, na safra 2011/12. Os experimentos foram conduzidos em

delineamento de blocos casualizados, com parcelas de 18m2. Todos os tratamentos fungicidas se iniciaram

no estádio R1 e os intervalos entre as pulverizações foram de 10 dias. Os fungicidas utilizados foram

tiofanato metílico 0,5 kg i.a. ha-1

e carbendazim & procimidona 0,5 kg i.a. ha-1

& 0,25 kg i.a. ha-1

(quatro

aplicações); fluazinam 0,5 kg i.a. ha-1

, procimidona 0,5 kg i.a. ha-1

, fluopyram 0,5 kg i.a. ha-1

,

dimoxistrobina + boscalid 0,4 kg i.a. ha-1

, ciprodinil 0,75 kg i.a. ha-1

(duas aplicações); carbendazim &

lignosulfonato 0,5 kg i.a. ha-1

& 0,5 kg i.a. ha-1

, tiofanato metílico + fluazinam 0,375 kg i.a. ha-1

& 0,375 kg

i.a. ha-1

e carbendazim + fluazinam 0,75 kg i.a. ha-1

(três aplicações). Foram avaliadas a incidência de

mofo-branco, a produção de escleródios nas plantas e a produtividade da soja. Os percentuais de incidência

foram de 34,7% e 44,1% nas testemunhas sem fungicidas em Goianira e São Miguel do Passa Quatro,

respectivamente. Os fungicidas mais eficientes no controle do mofo-branco em Goianira foram fluopyram e

dimoxistrobina + boscalid (80% e 69% de controle) e, em São Miguel do Passa Quatro, tiofanato metílico +

fluazinam, fluopyram, carbendazim + procimidona, fluazinam, dimoxistrobina + boscalid e carbendazim &

fluazinam (controle variando de 86% a 82%). Houve redução de produtividade de 25% e 22% em Goianira

e São Miguel do Passa Quatro, respectivamente. A redução da produção de escleródios variou de 90% a

99% em Goianira e de 44% a 79% em São Miguel do Passa Quatro.

Palavras-chave: Sclerotinia sclerotiorum, Glycine max, fungicidas.

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63

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE DIFERENTES FUNGICIDAS PARA O CONTROLE

DO MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) NA SOJA.Wutzki, C.R.*, Jaccoud Filho, D.

S.1; Grabicoski, E.M.G.; Vrisman, C. M

1.; Pierre, M. L. C.

1; Sartori, F. F.

1 ; Cantele, M. A.¹; Berger

Neto, A.¹; Cantele, L. E.¹; Tullio, H. E.¹; Hüller, G. C.¹; Baran, C. L. Departamento de Fitotecnia e

Fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR.

[email protected] Apoio financeiro: parte do projeto Edital 064/2008 – CNPq/MAPA

RESUMO: Entre as diversas doenças que afetam a cultura da soja,o mofo-branco, causado pelo fungo

Sclerotinia sclerotiorum, tem ganhado expressividade no Brasil. Um dos métodos de controle é a aplicação

de fungicidas. Porém, seu uso ainda é incipiente, necessitando de maiores estudos com os produtos

existentes no mercado. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi testar diferentes fungicidas e épocas de

aplicação para o controle de Sclerotinia sclerotiorum na soja. O experimento foi conduzido na safra

2010/11 em Arapoti-PR em uma área naturalmente infestada (55 escleródios.m-2

) com 13 tratamentos e 4

repetições em blocos casualizados. Foi avaliada a incidência da doença em 100 plantas por parcela no

estádio R6, onde foi observado que os tratamentos que continham aplicação de fluazinam ou procimidona

no estádio R1 apresentaram as menores incidências da doença, variando entre 8 e 27,5% diferindo

estatisticamente da testemunha e dos tratamentos com aplicação de fluazinam em R3 ou que continham

apenas carbendazim ou tiofanato metílico, com incidência variando de 49 a 57%. Não houve diferença na

produtividade.

Palavras-chave: Fungicidas, mofo-branco, incidência.

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64

CONTROLE BIOLÓGICO

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65

CONTROLE BIOLÓGICO DO MOFO BRANCO NA CULTURA DA SOJA. Calvo, N.S.1*;

Sumida, C.H.1; Canteri, M.G.

1; Peitl, D.C.

1; Orsini, I.P.; Tibolla, F.

1; Araújo, F.A.

1; Arieira, G. de O.

1; Mello, F.E. de

1; Chagas, D.F.

1.1Departamento de Fitopatologia, UEL, Rodovia Celso Garcia Cid, PR

445, Km 380, CP 6001, CEP 86051-990. Londrina, PR. ([email protected]).

RESUMO: Com o objetivo de avaliar a eficiência de isolados selvagens de Trichoderma sp. e produtos

comerciais a base de Trichoderma harzianum foram conduzidos dois ensaios em condições de campo. No

ensaio 1 foram realizadas aplicações dos produtos no início do inverno durante a cultura do trigo e

aplicações no início do verão durante a cultura da soja, e no ensaio 2, aplicações dos produtos somente no

início do verão durante a cultura da soja. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 6

tratamentos e 4 repetições, sendo uma parcela (4,0 x 6,0 m) considerada como unidade experimental. Os

tratamentos e as doses utilizadas foram T1 (testemunha sem aplicação), T2 - padrão (fluazinam– 1,0 L de

p.f./ha), T3 (biológico comercial 1 - 0,2 Kg de p.f./ha), T4 (biológico comercial 2 – 1,0 L de p.f./ha), T5

(biológico selvagem - TH25 – 106 conídios/ml), T6 (biológico selvagem 2 - TH42 – 10

6 conídios/ml). As

aplicações foram realizadas com auxílio de pulverizador costal pressurizado com CO2. No caso dos

tratamentos com agentes biocontroladores, a aplicação procedeu-se no estádio V3 e R1, e no caso do

tratamento com fluazinam, a aplicação foi realizada no estádio R1 e 15 dias após (R3). Aos 95 DAS

realizaram-se as avaliações de incidência (porcentagem de plantas com sintomas) e severidade do mofo

branco (escala de notas) sendo: 0 = sem sintomas; 1 = lesão em ramos laterais; 2 = lesão na haste principal;

3 = lesão na haste principal resultando na morte da planta. No ensaio 1, o produto biológico comercial 1, os

isolados selvagens TH25 e TH42, apresentaram os menores valores de incidência do mofo branco com 37;

30 e 32 diferindo estatisticamente da testemunha (48%). Os resultados do ensaio 2 foram semelhantes ao

ensaio 1, portanto não foi observada diferença entre as aplicações inverno/verão e somente verão. Os

tratamentos mais eficientes foram os isolados selvagens TH25 e TH42, os que apresentaram 28 e 24% de

incidência. Os dois produtos biológicos comerciais 1 e 2 (36 e 38%), não diferiram da testemunha (40%).

Palavras-chave: Trichoderma sp., Sclerotinia sclerotiorum, fluazinam.

BIOFORMULADOS A BASE DE Trichoderma spp. NO CONTROLE Sclerotinia

sclerotiorum NA CULTURA DA SOJA, EM CONDIÇÕES DE CAMPO. Macena, A.M. F.1*

;

Ferreira Junior, J. P.2; Oliveira, R. R.

1; Vida, J.B.

1.

1Departamento de Fitopatologia da Universidade

Estadual de Maringá, 2Departamento de Produção de Sementes da Universidade Federal de Pelotas.

([email protected]).

RESUMO: Atualmente, tem sido bastante difundido o controle de mofo branco (S. sclerotiorum) através da

aplicação de bioformulados comerciais à base de Trichoderma spp. Entretanto, tem se observado entres os

bioformulados níveis de controle diferenciado, principalmente, devido às características peculiares de cada

produtos. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial dos bioformulados a base de

Trichoderma spp no controle de mofo branco na cultura da soja. O experimento foi conduzido a campo,

com delineamento experimental em bloco casualizados com 4 tratamentos e 4 repetições. Correspondendo

aos tratamentos: 1- Testemunha, 2- Tratamento de semente (Tiofanato Metílico + Fluazinam) + Aplicação

foliar (Fluazinam), 3- Tratamento de Semente (Trichodermil) + Aplicação foliar e T4- Tratamento

Semente (Quality) + Aplicação Foliar. Os parâmetros avaliados foram número de apotécios, severidade,

incidência e peso de escleródios. Foram efetuadas seis avaliações em intervalos semanais de incidência e

severidade. Os dados obtidos foram usados para estimar a área abaixo da curva de progresso da severidade

(AACPS), e após foram submetidos ao teste de análise de variância e de separação de médias. De acordo

com resultados obtidos verificou-se que tanto o tratamento com fungicida quanto com os bioformulados de

Trichoderma spp. foram eficientes na redução do progresso da doença. Em relação à AACPS, verificou que

os tratamentos com fungicida, trichodermil e quality reduziram em 53%; 28% e 36% respectivamente, o

progresso da doença em comparação a testemunha. Para a quantidade de escleródios, verificou-se que tanto

o tratamento com a aplicação de fungicida quanto com trichodermil, foram capazes de inibirem

significativamente em 23% e 21% a quantidade de escleródios formados em comparação a testemunha.

Conclui-se que os bioformulados testados foram eficientes na redução da severidade e na quantidade de

escleródios formados.

Palavras-chave: AACPS, Mofo branco, Trichoderma spp

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66

EFEITO DA APLICAÇÃO DE AGENTES DE BIOCONTROLE SOBRE O MOFO-

BRANCO EM SOJA. Nunes Junior, J.1*

; Meyer, M.C.2; Pimenta, C.B.

3; Costa, N.B.

1; Seii, A.H.

1;

Machado, T.A.4; Rocha, M.B.

5; Araujo, V.R.

5; Frizzo, A.A.

5; Dias, F.T.G.

5; Silva, T.A.

5.

1CTPA,

Goiânia, GO; 2Embrapa Soja;

3Emater-GO;

4UFG;

5Uni-Anhanguera. ([email protected]). Apoio:

CNPq edital 064/2008, processo 578445/2008-5

RESUMO: A maior eficiência no manejo do mofo-branco da soja requer a integração de medidas de

manejo, dentre as quais estão os controles químico e biológico. São apresentados neste trabalho os

resultados dos ensaios cooperativos de controle biológico de mofo-branco, conduzidos nos municípios de

Goianira e São Miguel do Passa Quatro, Goiás, na safra 2011/12. Os experimentos foram conduzidos em

área de semeadura direta sobre palha, com delineamento de blocos casualizados e parcelas de 18m2. Foram

avaliadas duas formulações de Trichoderma asperellum, nas concentrações de 1,5 X 109 conídios mL

-1 (1L

p.c. ha-1

) e 1010

conídios mL-1

(0,1 kg p.c. ha-1

), uma formulação de Trichoderma harzianum na

concentração de 2 X 109 conídios mL

-1 (1 L p.c. ha

-1) e uma formulação de lignosulfonato (extrato vegetal

a 1 L p.c. ha-1

), comparados com tratamento de controle químico (fluazinam e tiofanato metílico a 0,5 kg

i.a. ha-1

, ambos) e testemunha sem controle. Foram realizadas duas aplicações das formulações de

Trichoderma spp. e do lignosulfonato, nos estádios V2 e V4, respectivamente. As aplicações do tratamento

de controle químico foram realizadas em R1 e R3. Os melhores percentuais de controle foram observados

no tratamento de controle químico, sendo de 79% em Goianira e 88% em São Miguel do Passa Quatro. Em

Goianira, a incidência de mofo-branco na testemunha foi de 16% e o tratamento com T. asperellum (0,1 kg

p.c. ha-1

) não diferenciou do controle químico, apresentando controle de 63%. Em São Miguel do Passa

Quatro, a incidência da doença foi de 44% na testemunha e os melhores índices de controle dentre os

tratamentos de biocontrole foram observados com lignosulfonato, T. asperellum (0,1 kg p.c. ha-1

) e T.

harzianum (1 L p.c. ha-1

), com valores de 33,8%, 31,3% e 25,3%, respectivamente. Não foram observados

incrementos de produtividade da soja em função dos tratamentos de biocontrole.

Palavras-chave: Sclerotinia sclerotiorum, Glycine max, controle biológico.

EXTRATOS DE Trichoderma sp. NA GERMINAÇÃO DE APOTÉCIOS E ASCÓSPOROS

DE Sclerotinia sclerotiorum. Sumida, C.H.1*

; Canteri, M.G.1; Peitl, D.C.

1; Orsini, I.P.

1; Tibolla,

F.1; Araújo, F.A.

1; Arieira, G. de O.

1; Mello, F.E. de

1; Calvo, N.S.

1; Chagas, D.F.

1.1Departamento de

Fitopatologia, UEL, Rodovia Celso Garcia Cid, PR 445, Km 380, CP 6001, CEP 86051-990. Londrina, PR.

[email protected]

RESUMO: O controle biológico utilizando Trichoderma spp. vem recebendo destaque no controle de

doenças de plantas cultivadas, principalmente devido a sua capacidade em produzir metabólitos,

considerados importantes antibióticos. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de extratos de

Trichoderma sp. na inibição da germinação de apotécios e ascósporos de Sclerotinia sclerotiorum. O

delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 7 tratamentos e 4 repetições (6 extratos +

testemunha). Dois isolados de Trichoderma sp. (TH25 e TH42) foram cultivados em meio líquido (BD).

Após sete dias, o meio foi filtrado sob vácuo, obtendo-se o micélio e o líquido. Ao micélio adicionou-se

metanol (500 mL) e após 12 horas, foi triturado e filtrado sob vácuo, obtendo-se os extratos metanólicos do

micélio (TH25-M e TH42-M). O líquido foi particionado com acetato de etila obtendo-se os extratos do

meio líquido (TH25-L e TH42-L). O fungo foi também cultivado em meio sólido (arroz com casca),

deixado em repouso com metanol e posteriormente triturado e filtrado sob vácuo obtendo-se o extrato

metanólico do arroz (TH25-S e TH42-S). Os extratos foram solubilizados em 0,5 mL de DMSO e 0,5 mL

de água destilada na proporção de 4,0 mg de extrato/mL de DMSO + água. Caixas gerbox foram

preenchidas com 240 mL de solo e umedecidos com água destilada e esterilizada. Posteriormente, foram

alocados 100 escleródios/gerbox sobre o solo. Borrifou-se 240 µL da solução de extratos em cada gerbox e

foram incubados à temperatura de 20 ± 2 °C, por 45 dias e fotoperíodo de 12 horas. Todos os extratos

inibiram significativamente a germinação carpogênica, no entanto TH25-L e TH42-L foram os melhores

tratamentos, apresentando 42,7 e 38,3% de inibição, respectivamente. Na avaliação da inibição da

germinação dos ascósporos, não se observou efeito dos extratos de Trichoderma sp. Na quantidade de

ascósporos produzidos por apotécio, os extratos TH25-S e TH25-M determinaram menor número de

ascósporos.

Palavras-chave: controle biológico, metabólitos, mofo branco.

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67

CONTROLE ALTERNATIVO

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68

AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS NO CONTROLE IN VITRO DE Sclerotinia

sclerotiorum. Tullio, H. E.1; Jaccoud-Filho, D. S.1; Henneberg, L.1; Grabicoski, E. M. G.1; Wutzki, C.

R.1; Vrisman, C. M.1; Pierre, M. L. C.1; Berger Neto, A.1; Sartori, F. F.1; Cantele, M. A.1; Hüller G. C.1; Mainardes, M. Z.1; Cantele, L. E.1; Baran, C. L.1; Roskosz, R. C.1; 1Departamento de Fitotecnia e

Fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR.

[email protected]. Apoio financeiro: parte do projeto Edital 064/2008 – CNPq/MAPA

RESUMO: O fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib) de Bary é o agente causal do mofo branco em mais de

400 espécies de plantas entre as quais estão culturas de interesse econômico como a soja, canola, feijão,

girassol, algodão, tomate, batata e hortaliças, sendo que na cultura da soja pode causar perdas de

rendimento de até 40%. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o potencial inibitório

sobre S. sclerotiorum do extrato bruto de vegetais encontrados na flora brasileira visto que alguns

compostos orgânicos naturais de origem vegetal têm ação antifúngica. Para a obtenção dos extratos as

plantas utilizadas passaram por um processo asséptico. A extração foi realizada triturando-se 20 g de cada

planta em um liquidificador com 100 ml de água destilada, o extrato foi filtrado em papel filtro e 50 ml de

cada extrato foram adicionados a 150 ml de água destilada, com 7,8 g de BDA (Batata Dextrose Ágar). Os

meios foram autoclavados e transferidos para placas de Petri com 90 mm de diâmetro, na testemunha foi

utilizado somente meio de cultura BDA. Um isolado de S. sclerotiorum caracterizado foi repicado para os

meios contendo extratos. As avaliações constituíram-se na medição do crescimento micelial da colônia nos

dois eixos ortogonais. Alguns extratos apresentaram potencial inibitório do fitopatógeno, de cerca de, 100

%, e muitos extratos apresentaram resultados, com cerca de, 75 a 57 % de inibição. Os resultados obtidos

são promissores e demandam a realização de estudos visando a semi-purificação das frações bioativas

desses extratos.

Palavras-chave: crescimento micelial, extratos vegetais, fitopatógeno, mofo branco

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69

CONTROLE CULTURAL

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70

LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE DE PLANTAS

DANINHAS A Sclerotinia sclerotiorum. Cantele, M. A.¹; Jaccoud-Filho, D. S.¹; Purissimo, C.;

Vrisman, C. M.¹; Henneberg, L.¹; Grabicoski, E. M. G.¹; Wutzki, C. R.¹; Pierre, M. L. C.¹; Berger

Neto, A.¹; Sartori, F. F.¹; Cantele, L. E.¹; Tullio, H. E.¹; Hüller, G. C.¹; Baran, C. L.¹; ¹Departamento

de fitotecnia e fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR.

[email protected]. Apoio financeiro: Parte do projeto aprovado no Edital 064/2008 CNPq/MAPA.

RESUMO: O “Mofo Branco” causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum está disseminado por todas as

regiões de condições climáticas amenas e chapadas dos cerrados. Além da soja, o fungo infecta uma vasta

gama de plantas cultivadas e daninhas. Várias são as estratégias para o manejo da doença, dentre elas, o

controle de plantas hospedeiras, para que não ocorra o aumento do inóculo, O objetivo foi o levantamento e

identificação da ocorrência da doença em plantas daninhas e, a avaliação da susceptibilidade de plantas

daninhas ao fungo S. sclerotiorum. Dentre as plantas daninhas avaliadas foram observadas variações nas

lesões causadas pelo fungo que variaram de 6,75 mm (Rumex acetosella (lingua-de-vaca)) a 181,25 mm

(Sonchus oleraceus (serralha)) 216 horas após a inoculação do fungo nas plantas. Diante disso pode-se

constatar que a agressividade do fungo variou em algumas espécies. A severidade média da doença variou

de 0,75% (Rumex acetosella (lingua-de-vaca) e Trifolium repens (trevo-branco)) a 75% (Sonchus oleraceus

(serralha)). Algumas espécies apresentaram maior susceptibilidade em relação às demais. Nas espécies

Maria mole, Picão branco, Serralha e Nabo, o fungo causou a morte completa de plantas. Conclui-se que o

controle das espécies de plantas daninhas susceptíveis ao fungo, principalmente nas quais o fungo se

mostrou mais agressivo é uma importante estratégia de manejo e controle da doença.

Palavras-chave: plantas daninhas, Mofo Branco, Sclerotinia sclerotiorum

AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE SOJA

INOCULADOS COM Sclerotinia sclerotiorum EM LABORATÓRIO. Pierre, M. L. C.1;

Jaccoud Filho, D. S.1; Vrisman, C. M.

1; Berger Neto, A.

1; Grabicoski, E. M. G.

1; Sartori, F. F.

1;

Henneberg, L.1; Cantele, M. A

1.; Cantele, L. E.

1; Tullio, H. E.

1; Huller, G. C.

1.

1DEFITO, Grupo de

Fitopatologia Aplicada UEPG. Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR..

[email protected]: Apoio Financeiro: Parte do projeto aprovado no Edital 064/2008

CNPq/MAPA

Resumo: A podridão branca da haste da soja, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, é uma das

principais doenças da cultura. Dentre as estratégias de manejo da doença, cita-se a utilização de cultivares

menos suscetíveis à doença. O presente trabalho foi instalado no laboratório de Fitopatologia da

Universidade Estadual de Ponta Grossa, com o objetivo de se obter informações sobre a susceptibilidade de

diferentes cultivares de soja em relação ao fungo. As 25 cultivares de soja foram semeadas em vasos para

as inoculações em laboratório. As inoculações foram realizadas em folha destacada e no internódio mais

jovem da planta com discos de BDA contendo micélio do fungo, e em seguida foram incubadas a 20° C,

sob fotoperíodo de 12 horas. A avaliação em folha destacada iniciou-se um dia após a inoculação, onde

mediu-se o diâmetro médio da lesão e mensurou-se a severidade, sendo que na última avaliação a menor

severidade na folha foi de 92 %. A avaliação na haste ocorreu 3 dias após a inoculação, onde mediu-se o

tamanho da lesão na haste e mensurou-se a porcentagem da planta afetada. A severidade variou de 7,7% a

43% e a extensão variou de 33 mm a 106 mm. Os níveis de suscetibilidade das cultivares a S. sclerotiorum

em relação aos métodos de inoculação não apresentaram similaridade, concluindo-se que os mesmos

necessitam ser aprimorados..

Palavras-chave: mofo branco, controle cultural, melhoramento genético.

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71

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO E POPULAÇÃO DE PLANTAS

DE SOJA (Glycine max) NO MANEJO DO “MOFO BRANCO” (Sclerotinia sclerotiorum). Sartori, F. F.

1*, Jaccoud Filho, D. S.

1, Manosso Neto¹, M.,Vrisman, C. M.

1, Cantele, M. A.

1, Pierre, M.

L. C.1, Berger Neto, A.

1, Grabicoski, E. M. G.

1, Henneberg, L.

1, Cantele, L. E.

1, Hüller, G. C.

1,2,

Tullio, H. E.1, Fonseca, A. F.

1 Justino, A.¹.

1Universidade Estadual de Ponta Grossa, DEFITO, CEP

84.030-900, Ponta Grossa/PR - Grupo de Fitopatologia Aplicada. [email protected]. Parte do Projeto

aprovado pelo Edital 064/2008 – MAPA/CNPq.

RESUMO: O mofo branco, doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, em função de uma série

de fatores, como o monocultivo, a sucessão de culturas com espécies suscetíveis e algumas práticas de

maximização de produção como maior população de plantas e diminuição do espaçamento na cultura da

soja, favorecem o aumento de sua incidência e severidade, pode tornar-se um dos principais problemas no

Brasil. O presente trabalho objetivou avaliar a influência de diferentes espaçamentos entre linhas e

populações de plantas na cultura da soja em relação aos níveis de incidência e severidade de S.

sclerotiorum. O experimento foi conduzido na safra de 2011/2012 no município de Arapoti – PR, onde o

inóculo natural era de 31 escleródios/m². Foram utilizados espaçamentos de 0,35 m, 0,45 m, 0,60 m e 0,75

m e populações de 150.000, 200.000, 250.000 e 300.000 plantas, fazendo-se combinações de cada

espaçamento com todas as populações, totalizando-se 16 tratamentos em um ensaio fatorial de blocos

casualizados (DBC). Foram avaliados também o engalhamento das plantas, altura de plantas e área foliar

para cada tratamento, além da produtividade e peso de mil sementes. Observou-se que as maiores

incidências da doença se concentraram em espaçamentos e populações médias (0,45 a 0,6 m – 200.000 a

250.000 pls/ha) e que a maior produtividade ocorreu nos tratamentos com menor espaçamento.

Palavras-chave: espaçamento, população, mofo branco.

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72

MELHORAMENTO GENÉTICO

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73

SENSIBILIDADE DE GENÓTIPOS DE SOJA AO MOFO BRANCO (Sclerotinia

sclerotiorum) BASEADO NA REAÇÃO AO ÁCIDO OXÁLICO EM COMPARAÇÃO

COM OUTRAS METODOLOGIAS DE INOCULAÇÃO. Huller, G.C. 1*

;Jaccoud Filho, D.S.1;

Henneberg, L. 1

; Grabicoski, E. M. 1

; Vrisman, C. M.1; Pierre, M. L.

1; Neto, A. B.

1; Sartori, F. F.

1;

Cantele, M. A1; Cantele, L. E.

1; Tullio, H. E.

1; Baran, C. L.

1; Wutzki, C. R

.1. 1

Departamento de

Fitotecnia e Fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR.

([email protected]). Apoio Financeiro: Parte do Projeto Edital 064/2008 – MAPA/CNPq.

RESUMO: O mofo branco causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum é uma importante doença da

cultura da soja. Diversas medidas de controle vêm sendo adotadas para tentar reduzir o avanço desta

doença, dentre elas o controle genético. Um caminho indireto de avaliação à resistência fisiológica é

baseado na reação ao ácido oxálico. Neste sentido, o presente trabalho visou avaliar resistência 77

genótipos de soja à Sclerotinia através da reação com ácido oxálico. Foram colocadas as plantas com vinte

e um dias de semeadura, desprovidas de raiz, em uma chapa de poliestireno sobre solução de ácido oxálico

20mM, com pH ajustado para 4,0 utilizando-se hidróxido de sódio 10M. As plantas permaneceram com a

região do hipocótilo em contato com a solução por 20 horas, a 20°C. Estes genótipos também foram

submetidos ao método da inoculação de disco de micélio na haste, micropipeta e folha destacada, com o

objetivo de verificar possíveis relações entre metodologias. A sensibilidade ao ácido foi avaliada através de

uma chave de escores de murchamento, enquanto para as demais metodologias foi avaliada a severidade de

ataque do patógeno. O método do ácido oxálico se mostrou eficiente na diferenciação de níveis de

resistência, bem como as demais metodologias. Dentre os métodos utilizados, o de folha destacada

apresentou as maiores severidades. Nem todos os genótipos apresentaram respostas semelhantes para as

diferentes metodologias. Conclui-se que os métodos utilizados são eficientes na detecção de diferentes

níveis de susceptibilidade de genótipos de soja a Sclerotinia sclerotiorum, e que os genótipos podem

apresentar diferentes respostas quanto ao método utilizado.

Palavras-chave: ácido oxálico, mofo branco, resistência, soja.

RESISTÊNCIA FISIOLÓGICA AO MOFO-BRANCO EM GENÓTIPOS DE FEIJÃO. Lima,

R.C.1*

; Cruz Neto, L.B.M.2; Lehner, M.S.

1; Soares; B.A.

2; Teixeira

, H.

3; Vieira, R.F.

3; Paula Júnior,

T.J.3; Carneiro, J.E.S.

1.

1Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa (UFV), CEP 36570-

000, Viçosa, MG. 2Estudante de graduação, UFV.

3Pesquisador EPAMIG. ([email protected]).

RESUMO: O mofo-branco (MB), causado por Sclerotinia sclerotiorum, é a doença mais destrutiva do

feijoeiro irrigado. O fungicida é eficaz, mas aumenta o custo de produção e tem efeitos ambientais

indesejáveis. Assim o uso de cultivares resistentes é opção de controle desejável. O objetivo foi avaliar a

resistência fisiológica de genótipos de feijão ao MB. Foram usadas 15 linhagens oriundas de experimentos

de Valor de Cultivo e Uso de Minas Gerais que apresentaram baixa severidade do MB em campo e quatro

cultivares: Ouro Negro, Ouro Vermelho, Pérola e BRSMG Majestoso. O desempenho delas foi comparado

ao da linhagem A 195, tolerante ao MB. O experimento foi conduzido em casa de vegetação. O

delineamento foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições. A unidade experimental constou de

três plantas em vaso de 3 L com substrato comercial. O isolado foi inoculado nos feijoeiros pelo método

“straw test”. Para tanto, escleródios foram multiplicados em placas de Petri com BDA e incubados em

BOD a 23°C, no escuro. Três dias após a multiplicação e 28 dias após a semeadura, inoculou-se o fungo em

uma haste seccionada usando um disco de micélio em BDA incluso em uma seção de ponteira plástica de

1000 μL, para haver contato entre fungo e tecido vegetal. Sete dias após a inoculação, foi avaliado o

comprimento de lesão (CL) e a severidade do MB (notas de 1 a 9). A severidade variou de 4,2 a 8,2 e o CL

de 4,0 a 9,3 cm. Os genótipos foram separados em três grupos de severidade e em dois grupos de CL. VP-

21, Ouro Branco, Ouro Negro, A 195, Ouro Vermelho e CAL 96 ficaram entre os que apresentaram menor

severidade e menor CL, ou seja, foram os que apresentaram maior resistência fisiológica ao fungo.

Agradecimentos: CAPES, CNPq e FAPEMIG.

Palavras-chaves: Sclerotinia sclerotiorum, Phaseolus vulgaris.

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74

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA QUANTO À REAÇÃO DE RESISTÊNCIA À

Sclerotinia scleotiorum.REACTION OF SOYBEAN GENOTYPES FOR RESISTANCE TO

Sclerotinia scleotiorum. Sagata, E.1; Juliatti, F.C.

1; Beloti , I.F

*.

1; Juliatti, B.C.M.

1.

1Laboratório de

Micologia e Proteção de plantas / UFU. CEP: 38400-902, Uberlândia, MG, Brasil. e-mail: [email protected] /

www.lamip.iciag.ufu.br. Apoio: FAPEMIG, CNPq e CAPES

RESUMO: Na cultura da soja, a podridão branca da haste, doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum é a segunda doença em importância econômica. A utilização de genótipos com resistência

parcial é uma das mais importantes ferramentas para o manejo sustentável da doença. Urge, assim

desenvolver métodos de inoculação confiáveis, seja na folha destacada ou na haste. O experimento foi

instalado na Câmara de crescimento do Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas (LAMIP) e área

experimental do ICIAG-UFU, Uberlândia – MG. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados em

esquema de parcelas subdivididas, no qual foram comparados 18 cultivares (parcela) e 4 isolados

(subparcela), em 4 repetições. Foram inoculadas quatro folhas do terço médio, com discos de micélio de

cada isolado (0,5 cm) e em seguida incubadas a 22 graus Celsius, sob fotoperíodo de 12 horas. Em

condições de campo foram inoculadas 10 plantas no terço superior (último nó), na presença de ferimentos

com estiletes. Avaliou-se a % de área foliar lesionada e a extensão da doença na haste (comprimento da

lesão em cm). Pelo método da inoculação em folha destacada, o isolado obtido em Girassol (Uberlândia-

MG) foi o mais agressivo, onde todas as cultivares foram consideradas suscetíveis, com severidades

maiores que 50%. Pelo método da inoculação com ferimento no terço médio superior da planta (haste), dos

quatro isolados estudados, aqueles provenientes de Romaria-MG e sementes de Girassol (Uberlândia –MG)

foram os que apresentaram lesões maiores e diferiram estatisticamente dos isolados de Jataí-GO e Campo

Alegre-GO.

Palavras- chave: manejo, métodos de inoculação, mofo branco, resistência, soja

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75

PATOLOGIA E TRATAMENTO DE SEMENTES

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76

COTYLEDON INFECTION OF EMERGED SOYBEAN PLANTS BY Sclerotinia

sclerotiorum FROM INOCULATED SEEDS. Barrocas, E.N. 1

*.; Botelho, L.S, 2; Machado,

J.C3. Pos- DOC by CAPES

1, Pos-DOC by CNPQ

2, Seed Pathology Professor

3, Federal

University of Lavras, Plant Pathology Department – P.O Box 3037, Lavras-MG, CEP 37 200-

000. ellennoly@gmail . Support by CNPq/Capes/Fapemig

SUMMARY: The association of pathogens with seeds is an efficient way to disseminate those

organisms to new and to traditional cultivating areas. For pathogens which are also considered soil-

borne organisms, like Sclerotinia sclerotiorum, that kind of interaction represents a high risk to

farmers considering yield reductions and contamination of the planting areas. About the role of

infected soybean cotyledons by S. Sclerotiorum in the cycle of white mould little is known. The

location of the inoculum of that pathogen emerged plants of soybean following the transmission

process from infected seeds is an aspect which remain to be investigated. In this study the aim was to

investigate the transmission of S. Sclerotiorum from seeds infected at different inoculum potentials

(P1, P2, P3). Those were obtained by exposing seeds to the fungal colonies for different periods of

time under controlled conditions. Seeds were exposed to S.sclerotiorum colonies for 24, 48 and 72

hours. The inoculated seeds were sowed in sterilized soil in a growth room with temperature of 20 °C.

At the 15th day after sowing, cotyledons of each inoculum potential were removed from plants and

then disinfested and distributed in Petri dishes containing agar bromophenol blue (Neon medium).

Dishes were placed in BOD incubator regulated to 20 ° C under darkness where they were kept for 5-

7 days. The incidences of the fungus on the cotyledons of emerged plants varied from 7 to 16% on

seeds at the highest inoculum potentials. At the lowest inoculum potential incidence of S.

sclerotiorum in cotyledons was not observed. From these results it turns clear the potential risk of

infected cotyledons of soybean as a source of inoculum of the white mould agent in the field.

Key words: White mould, S. sclerotiorum,cotton, cotyledons

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA DETECÇÃO DE Sclerotinia sclerotiorum EM

SEMENTES DE SOJA. Camargo, M. P.¹*; Moraes, H. D.¹; Menten, J. O. M.¹; Rizzato, G. T.¹,

Zanutto, G. M.¹ ¹Departamento de Fitopatologia e Nematologia, ESALQ/USP, Avenida Pádua Dias, 11,

CEP 13418-900, Piracicaba, SP ([email protected]).

RESUMO: Dentre os patógenos que afetam a cultura da soja, encontra-se o fungo Sclerotinia sclerotiorum,

agente causal da doença mofo branco, a qual vem ocasionando prejuízos crescentes e apresenta grandes

dificuldades no que diz respeito ao seu controle e manejo. Este trabalho teve como objetivo comparar a

eficiência de métodos na detecção do patógeno S. sclerotiorum em sementes de soja provenientes de

campos naturalmente infectados. Foram utilizadas sete amostras da safra 2011/12, coletadas nos estados de

Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás. Os métodos de detecção utilizados foram papel de filtro modificado,

rolo de papel e meio de ágar-bromofenol (Neon). Utilizaram-se 400 sementes por amostra para cada teste.

No método do papel de filtro as sementes foram incubadas durante 14 dias, na ausência de luz, sob

temperatura de 15°C. Pelo rolo de papel, a incubação foi realizada por 14 dias à temperatura de 20°C, sob

escuro contínuo. Após a avaliação, em caso de dúvida, as sementes e plântulas com sintoma ou crescimento

micelial foram transferidas para caixas acrílicas contendo papel mata borrão umedecido e incubadas por

mais sete dias sob temperatura de 20°C e novamente avaliadas. No meio Neon, a incubação das sementes

foi realizada por até 10 dias, sob temperatura de 20°C. O patógeno não foi detectado pelos métodos do

papel de filtro modificado e rolo de papel. Pelo meio Neon foi possível a detecção do patógeno em uma

amostra, a qual apresentou incidência de 0,75%. Percebe-se que quando os métodos avaliados são

utilizados na detecção de materiais oriundos de áreas com ocorrência da doença mofo branco, os dados

obtidos não apresentam repetibilidade e confiabilidade, ao contrário do que geralmente ocorre quando são

usadas sementes inoculadas. Devido à dificuldade na detecção deste patógeno em sementes naturalmente

infectadas, ressalta-se a importância de maiores estudos relacionados a adequação dos métodos de detecção

utilizados em análises laboratoriais e de aspectos referentes à transmissão do fungo da planta para as

sementes.

Palavras-chave: Mofo branco, Neon, papel de filtro, rolo de germinação.

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77

LEVANTAMENTO DO PATÓGENO Sclerotinia sclerotiorum EM SEMENTES DE SOJA

PRODUZIDAS NO ESTADO DO PARANÁ. Castro, R. R.1*; Jaccoud Filho, D. S.

1; Grabicoski,

E. M. G1. Ritter, J.

1; Goltz, D. C.

1; Henneberg, L. Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, UEPG,

Avenida Carlos Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR. [email protected]: Parte do

projeto aprovado no Edital 064/2008 CNPq/MAPA.

RESUMO: O fungo S. sclerotiorum é um patógeno transmissível por sementes que podem ser infectadas

com o micélio do fungo ou contaminadas com escleródios. É grande o potencial de disseminação do

patógeno a longa distância através de sementes. Assim, o projeto teve por objetivo avaliar a qualidade

sanitária das sementes de soja produzidas no estado do Paraná em relação à incidência do fungo Sclerotinia

sclerotiorum, a partir de várias metodologias. Foram utilizadas 50 amostras de sementes de lotes

comerciais e amostras provenientes de áreas contaminadas com ‘’Mofo Branco’’. As sementes de soja

foram doadas por cooperativas e empresas do Paraná, produzidas nas safras de 2009/2010 e 2010/2011. As

sementes analisadas foram submetidas aos testes “Blotter test”, “Rolo de papel” e “NEON”. O fungo foi

detectado ao menos por um dos métodos realizados, e em algumas amostras o nível de contaminação foi

tão alto que não foi possível quantificar o número de sementes, sendo feita apenas a quantificação dos

escleródios formados, tanto em amostras de sementes de soja provenientes de áreas infectadas como nas de

lotes comerciais. Concluiu-se que, as sementes aparentemente sadias podem estar contaminadas,

transportando a doença para novas áreas.

Palavras-chave: mofo branco, qualidade de sementes, soja, sementes de soja.

TRANSMISSÃO SISTÊMICA DE SEMENTES DE SOJA ORIGINÁRIA DE PLANTAS

INFECTADAS POR Sclerotinia Sclerotiorum. Henneberg, L.1*;Jaccoud-Filho, D. S.

1;Grabicoski,

Huller, G. C¹.; Tullio, H.E.1Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos

Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR – Grupo de Fitopatologia Aplicada

[email protected]. Apoio Financeiro: Parte do Projeto Edital 064/2008 – MAPA/CNPq.

RESUMO: A doença Mofo Branco na cultura da soja, agente causal Sclerotinia sclerotiorum, é transmitida

pela semente através da contaminação superficial e da infecção assintomática, mas a infecção sistêmica

através da semente não foi confirmada. O objetivo do experimento foi avaliar possibilidade da transmissão

sistêmica de sementes contaminadas por Sclerotinia sclerotiorum. O trabalho foi desenvolvido em casa de

vegetação utilizando sementes de soja oriundas de plantas infectadas no campo, as quais foram semeadas

em vasos e mantidas em ambiente controlado até o final do ciclo da planta de soja. Foi avaliada a

porcentagem de emergência de plântulas normais por um período de sete dias após a semeadura e

observada à presença da doença durante o desenvolvimento da planta. Através dos dados obtidos pode-se

observar baixa porcentagem de germinação (67 a 70 %), a qual indica que a doença pode diminuir a

qualidade da semente e que pode não ocorrer transmissão sistêmica através da semente, pois não se

observou sintomas da doença nas plantas originárias de sementes de plantas contaminadas.

Palavras-chave: mofo branco, glycine max, infecção, transmissibilidade

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RELATIONSHIP BETWEEN INOCULUM POTENTIAL AND QUALITY OF COTTON

SEED INFECTED BY Sclerotinia sclerotiorum UNDER CONTROLLED CONDITIONS. Zancan, W. L. A.

1*; Machado, J. C.

1; L.S. Botelho; Baute, N. L.

1.

1Department of Plant Pathology,

Campus UFLA, CEP 37200-000, Lavras, MG. [email protected].

SUMMARY: The fungus Sclerotinia sclerotiorum, causal agent of white mold in various crops of

economic importance is commonly spread by seed, being disseminated and introduced in to new and

traditional areas, where it is capable of causing high losses on seed quality and productivity and to remain

viable for many years. The objective in this study was to evaluate the effects of the fungus in association

with cotton seeds by using one fungal isolate, two cotton genotypes, two temperatures and different

inoculum potentials of the pathogen in inoculated seeds. The inoculum potentials were established basing

on different periods of seed exposition to developing colonies of S. sclerotiorum on PDA medium under

controlled conditions. Seeds were sown in soil and cultivation was conducted under favorable conditions in

growth rooms for the development of white mold. The variables used were: standard germination, health

conditions (through NEON method), emergence rate index, and initial and final stands. From the results,

increasing inoculum potential in the seeds resulted in a gradual reduction of values of germination

percentages, emergence rates and plant populations. Those results show the importance of S. sclerotiorum

inoculum associated with cotton seeds, both in terms of its role in spreading the disease and for its direct

damage in the field. Such kind of interaction may represent in practice therefore an important primary

source of inoculum of the disease and a risk for the whole cotton and other susceptible crops systems.

Keywords: white mold, seed quality, cotton, inoculum potential.

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79

OUTROS

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80

INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE MOFO BRANCO Sclerotinia sclerotiorum EM

FUNÇÃO DO REGIME DE TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR – UMA

ANÁLISE PRELIMINAR. Beruski, G.C.¹*, Pereira, A.B.¹, Jaccoud-Filho, D. S.¹,Sartori, F.F.¹,

Mainardes, M.Z.¹. ¹ - Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Avenida Carlos Cavalcanti, 4748,

CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR. (* [email protected]).

RESUMO: O fungo Sclerotinia sclerotiorum é um patógeno necrotrófico, com baixa especificidade que

tem a planta da soja como um dos seus principais hospedeiros. Porém, para que ocorram epidemias em

decorrência desse patógeno é necessário que as condições climáticas, principalmente de umidade e

temperatura do ar, sejam favoráveis para a ocorrência e o desenvolvimento da doença. Face ao exposto o

trabalho teve como objetivo analisar a incidência e a severidade de S. sclerotiorum em plantas de soja

cultivadas, em decorrência da temperatura média do ar e da umidade relativa do ar. O ensaio foi conduzido

no município de Arapoti – PR, em área naturalmente infectada contendo 31 escleródios m-2

. O plantio da

soja (cv. Apolo RR) foi realizado no dia 18/10/2011. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos

casualizados (DBC) em esquema fatorial, sendo combinados 4 espaçamentos entre linhas (0,35m; 0,45m;

0,60m; 0,75m) e 4 populações (150; 200; 250; 300 mil plantas/ha), totalizando 16 tratamentos e 4

repetições. Ao longo do experimento efetuou-se 4 avaliações de incidência e severidade. Os dados de

temperatura e umidade relativa do ar foram coletados por um sensor do tipo HMP45A (Vaisala) a 2 metros

do nível do solo e o sensor foi acoplado a um datalogger CR-1000 (Campbell Scientific Inc.), sendo este

programado para efetuar leituras a cada 60 segundos armazenando médias a cada 30 minutos. De acordo

com os resultados analisados até o momento verificam-se altos índices de incidência e severidade de mofo

branco na cultura da soja, para o período analisado. Tais valores estão diretamente relacionados ao regime

de temperatura e umidade relativa do ar ao longo do período favorável à ocorrência da doença. Os valores

diários de temperatura média do ar e umidade relativa do ar foram de 20,16°C e 80,07%, respectivamente.

Temperatura e umidade relativa do ar afetaram diretamente a incidência e a severidade da doença

ocasionada pelo patógeno S. sclerotiorum, sendo necessária uma análise mais detalhada para confirmar o

efeito de baixas temperaturas e altos valores de umidade atmosférica.

Palavras-chave: Mofo branco, Condições atmosféricas, Soja.

AVALIAÇÃO DA PATOGÊNICIDADE DE DIFERENTES ISOLADOS DE Sclerotinia

sclerotiorum EM FOLHA DESTACADA DE SOJA (Glycine max L.). Grabicoski, E.M.G. 1*

;

Jaccoud Filho, D. S. 1

; Henneberg, L. 1

; Vrisman, C. M. 1

; Manosso Neto, M. O. 1

; Pierre, M. L. C. 1

;

Sartori, F. F. 1

; Cantele, M. A. 1

.1Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos

Cavalcanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, [email protected]. Apoio financeiro:

parte do projeto Edital 064/2008 – CNPq/MAPA

RESUMO: Em vista à importância do controle de Sclerotinia sclerotiorum, causador do Mofo branco da

soja, é necessário utilizar medidas mais precisas e para isso, precisa-se entender a etiologia, morfologia e

patogenicidade do patógeno em questão. O objetivo deste trabalho foi avaliar a patogenicamente em folha

destacada de soja de 57 isolados de S. sclerotiorum de diferentes regiões e de diferentes hospedeiros.

Inoculou-se folhas destacadas de soja (Glycine max L.) com um disco de cultura de cada isolado e avaliou-

se o diâmetro médio da lesão formada a cada 24 horas após a inoculação, até que o primeiro folíolo

apresentasse totalmente lesionado. Foram observados sete níveis patogênicos, e diversas diferenças

significativas entre os isolados, sendo o isolado I-47 (Maringá-PR) o mais patogênico e I-44 (Formosa-GO)

o menos patogênico. Ao se comparar os níveis patogênicos com as características de cada região, não

observou-se nenhuma relação.

Palavras-chave: mofo branco, população, patogenicidade.

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81

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA E DA LUMINOSIDADE SOBRE A GERMINAÇÃO

DE ASCÓSPOROS DE Sclerotinia sclerotiorum. Peitl, D.C.1*

; Sumida, C.H.1; Tibolla, F.

1;

Calvo, N.S.1; Mello, F.E.

1; Araujo, F.A.

1; Canteri, M.G.

1.

1Departamento de Fitopatologia, UEL,

Rodovia Celso Garcia Cid, PR 445, Km 380, CP 6001, CEP 86051-990. Londrina, PR. [email protected]

RESUMO: O fungo Sclerotinia sclerotiorum sobrevive na forma de escleródios no solo e em restos

culturais, podendo germinar carpogênicamente, formando apotécios que emergem na superfície do solo e

liberam os ascósporos. Em condições de umidade relativa acima de 70%, os apotécios podem liberam de 2

a 30 milhões ascósporos durante várias semanas, os quais são responsáveis pela infecção da parte aérea de

plantas cultivadas. Portanto, objetivou-se avaliar a influência da temperatura e da luminosidade na

germinação de ascósporos de S. sclerotiorum. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado

em esquema fatorial 5x2 (temperatura x luminosidade), com 10 tratamentos e 5 repetições, sendo uma

placa considerada como unidade experimental. Escleródios provenientes de campo de produção de soja do

município de Mauá de Serra foram colocados em caixas tipo Gerbox, contendo solo umedecido e

incubados a 20ºC ± 2 ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por 45 dias. Após a formação dos apotécios, esses

foram macerados para obter uma suspensão de ascósporos que foi ajustada para 2x105 ascósporos/mL.

Alíquotas de 100 µL foram transferidas para placas contendo meio agar-água e essas placas foram

incubadas em diferentes temperaturas (15ºC, 20ºC, 25ºC, 30ºC e 35ºC) e regimes de luminosidade (claro e

escuro). Após seis horas de incubação, a germinação foi paralisada com lactofenol. O efeito do fator

temperatura foi o mais importante, enquanto o fator luminosidade não influenciou na germinação dos

ascósporos de S. sclerotiorum. Todas as temperaturas testadas, exceto a de 35ºC, determinaram

porcentagens de germinação que variaram de 97,5 a 100% no claro e de 97,6 a 99,9% no escuro. Na

temperatura de 35ºC observou-se germinação dos ascósporos de aproximadamente 2%, independente do

regime de luminosidade.

Palavras-chave: suspensão de ascósporos, escleródios, mofo branco.

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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