instrucao normativa interministerial nº 28, de 8 de junho de 2011

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INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERMINISTERIAL N o 28, DE 8 DE JUNHO DE 2011. O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO E A MINISTRA DE ESTADO DA PESCA E AQUICULTURA, no uso das atribuições que lhes confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto na Lei n o 10.683, de 28 de maio de 2003, na Lei n o 10.831, de 23 de dezembro de 2003, no Decreto n o 6.323, de 27 de dezembro de 2007, e o que consta do Processo n o 21000.005301/2011-61, resolvem: Art. 1 o Estabelecer Normas Técnicas para os Sistemas Orgânicos de Produção Aquícola a serem seguidos por toda pessoa física ou jurídica responsável por unidades de produção em conversão ou por sistemas orgânicos de produção, na forma desta Instrução Normativa Interministerial e seus Anexos de I a VI. TÍTULO I DAS DEFINIÇÕES Art. 2 o Para efeito desta Instrução Normativa Interministerial, considera-se: I - conversão: período em que a unidade de produção tem que adotar todas as normas de produção orgânica, mas ainda não pode comercializar seus produtos e subprodutos como orgânicos; II - abate humanitário: conjunto de medidas que visem à minimização do sofrimento dos organismos aquáticos por ocasião do seu abate; III - produção paralela: produção obtida quando, na mesma unidade de produção ou estabelecimento, haja coleta, cultivo, criação ou processamento de produtos orgânico e não-orgânico; IV - formas jovens: nome genérico dado aos estágios iniciais da vida dos organismos aquáticos, tais como: ovos, larvas, pós-larvas, alevinos, girinos, imagos, náuplios, sementes de moluscos e mudas de algas marinhas, normalmente destinadas à transferência para sistemas de crescimento, recria ou engorda; V - policultivo: cultivo de duas ou mais espécies de organismos aquáticos, compatíveis entre si, numa mesma instalação ou estrutura de recria ou engorda visando o aumento da produtividade pelo melhor aproveitamento dos diversos tipos de alimentos disponíveis; e VI - cultivo integrado: qualquer forma de associação entre os cultivos aquáticos e a criação de animais ou cultivos de plantas terrestres, de maneira a promover o aproveitamento de resíduos e produtos secundários da pecuária e agricultura no sistema de produção aquícola.

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Instrução Normativa Interministerial - aquicultura

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  • INSTRUO NORMATIVA INTERMINISTERIAL No 28, DE 8 DE JUNHO DE 2011.

    O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECURIA E ABASTECIMENTO E A MINISTRA DE ESTADO DA PESCA E AQUICULTURA, no uso das atribuies que lhes confere o art. 87, pargrafo nico, inciso II, da Constituio, tendo em vista o disposto na Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, na Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, no Decreto no 6.323, de 27 de dezembro de 2007, e o que consta do Processo no 21000.005301/2011-61, resolvem:

    Art. 1o Estabelecer Normas Tcnicas para os Sistemas Orgnicos de Produo Aqucola a serem seguidos por toda pessoa fsica ou jurdica responsvel por unidades de produo em converso ou por sistemas orgnicos de produo, na forma desta Instruo Normativa Interministerial e seus Anexos de I a VI.

    TTULO I DAS DEFINIES

    Art. 2o Para efeito desta Instruo Normativa Interministerial, considera-se:

    I - converso: perodo em que a unidade de produo tem que adotar todas as normas de produo orgnica, mas ainda no pode comercializar seus produtos e subprodutos como orgnicos;

    II - abate humanitrio: conjunto de medidas que visem minimizao do sofrimento dos organismos aquticos por ocasio do seu abate;

    III - produo paralela: produo obtida quando, na mesma unidade de produo ou estabelecimento, haja coleta, cultivo, criao ou processamento de produtos orgnico e no-orgnico;

    IV - formas jovens: nome genrico dado aos estgios iniciais da vida dos organismos aquticos, tais como: ovos, larvas, ps-larvas, alevinos, girinos, imagos, nuplios, sementes de moluscos e mudas de algas marinhas, normalmente destinadas transferncia para sistemas de crescimento, recria ou engorda;

    V - policultivo: cultivo de duas ou mais espcies de organismos aquticos, compatveis entre si, numa mesma instalao ou estrutura de recria ou engorda visando o aumento da produtividade pelo melhor aproveitamento dos diversos tipos de alimentos disponveis; e

    VI - cultivo integrado: qualquer forma de associao entre os cultivos aquticos e a criao de animais ou cultivos de plantas terrestres, de maneira a promover o aproveitamento de resduos e produtos secundrios da pecuria e agricultura no sistema de produo aqucola.

  • TTULO II REQUISITOS GERAIS DOS SISTEMAS ORGNICOS DE PRODUO

    CAPTULO I DOS OBJETIVOS

    Art. 3o Quanto aos aspectos ambientais, os sistemas orgnicos de produo devem buscar:

    I - a manuteno das reas de preservao permanente;

    II - a atenuao da presso antrpica sobre os ecossistemas naturais e modificados;

    III - a proteo, a conservao e o uso racional dos recursos naturais;

    IV - incremento da biodiversidade dos organismos aquticos; e

    V - regenerao de reas degradadas.

    Art. 4o As atividades econmicas dos sistemas orgnicos de produo devem buscar:

    I - o melhoramento gentico, visando adaptabilidade s condies ambientais locais e rusticidade;

    II - a manuteno e a recuperao de variedades locais, tradicionais, ameaadas pela eroso gentica;

    III - a promoo e a manuteno do equilbrio do sistema de produo como estratgia de promover e manter a sanidade dos organismos aquticos;

    IV - a interao da produo aqucola;

    V - a valorizao dos aspectos culturais e a regionalizao da produo; e

    VI - promover a sade dos organismos aquticos por meio de estratgias prioritariamente preventivas.

    Art. 5o Quanto aos aspectos sociais, os sistemas orgnicos de produo devem buscar:

    I - relaes de trabalho fundamentadas nos direitos sociais determinados pela Constituio Federal;

    II - a melhoria da qualidade de vida dos agentes envolvidos em toda a rede de produo orgnica; e

    III - capacitao continuada dos agentes envolvidos em toda a rede de produo orgnica.

    Art. 6o Os sistemas orgnicos de produo aqucola devem buscar:

  • I - promover prioritariamente a sade e o bem-estar dos organismos aquticos em todas as fases do processo produtivo;

    II - adotar tcnicas sanitrias e prticas de manejo preventivas;

    III - manter a higiene em todo o processo criatrio, compatvel com a legislao sanitria vigente e com o emprego de produtos permitidos para uso na produo orgnica;

    IV - oferecer alimentao nutritiva, saudvel, de qualidade e em quantidade adequada de acordo com as exigncias nutricionais de cada espcie;

    V - ofertar gua de qualidade e em quantidade adequada, isenta de produtos qumicos e agentes biolgicos que possam comprometer a sade e vigor dos organismos aquticos, a qualidade dos produtos e dos recursos naturais, de acordo com os parmetros especificados pela legislao vigente;

    VI - utilizar instalaes higinicas, funcionais e adequadas a cada organismo aqutico e local de criao;

    VII - destinar de forma ambientalmente adequada os resduos da produo;

    VIII - estabelecer e manter a densidade populacional ou biomassa para que se promova comportamento natural, previamente aprovada pelo Organismo de Avaliao da Conformidade Orgnica - OAC ou pela Organizao de Controle Social - OCS; e

    IX - sempre que possvel, promover o cultivo integrado ou policultivo beneficiando sinergicamente as espcies e promovendo o ciclo de nutrientes no sistema.

    CAPTULO II DA DOCUMENTAO E DO REGISTRO

    Art. 7o A unidade de produo orgnica dever possuir registros de procedimentos de todas as operaes envolvidas na produo.

    Pargrafo nico. Todos os registros devero ser mantidos por um perodo mnimo de 5 (cinco) anos.

    CAPTULO III DO PLANO DE MANEJO ORGNICO

    Art. 8o Todas as unidades de produo orgnica devem dispor de Plano de Manejo Orgnico atualizado.

    1o Para o perodo de converso, dever ser elaborado um plano de manejo orgnico especfico contemplando os regulamentos tcnicos e todos os aspectos relevantes do processo de produo.

  • 2o O Plano de Manejo Orgnico dever contemplar:

    I - histrico de utilizao da rea;

    II - manuteno ou incremento da biodiversidade;

    III - manejo dos resduos;

    IV - conservao do solo e da gua;

    V - manejos da produo aqucola, tais como:

    a) bem-estar dos organismos aquticos;

    b) plano para a promoo da sade dos organismos aquticos;

    c) manejo sanitrio;

    d) nutrio, incluindo plano anual de alimentao;

    e) reproduo e material de multiplicao;

    f) evoluo do plantel; e

    g) instalaes;

    VI - manejo dos organismos aquticos de subsistncia, ornamentais e outros, de seus produtos, subprodutos ou dejetos sem fins de comercializao como orgnicos, sendo obrigatrio o controle e autorizao pela OCS ou OAC dos insumos usados nesses animais;

    VII - procedimentos para ps-produo, envase, armazenamento, processamento, transporte e comercializao;

    VIII - medidas para preveno e mitigao de riscos de contaminao externa, inclusive OGM e derivados;

    IX - procedimentos que contemplem a aplicao das boas prticas de produo;

    X - as inter-relaes ambientais, econmicas e sociais;

    XI - a ocupao da unidade de produo considerando os aspectos ambientais;

    XII - aes que visem evitar contaminaes internas e externas, tais como:

    a) medidas de proteo em relao s fontes de contaminantes para reas limtrofes com unidades de produo convencionais; e

  • b) o controle da qualidade da gua, dentro da unidade de produo, por meio de anlises para verificao da contaminao qumica e microbiolgica, que dever ocorrer a critrio do OAC ou da OCS em que se insere o aquicultor familiar em venda direta.

    Art. 9o O produtor dever comunicar ao OAC ou OCS, no caso de potencial contaminao ambiental no prevista no plano de manejo para definio das medidas mitigadoras.

    CAPTULO IV DO PERODO DE CONVERSO

    Art. 10. O perodo de converso para que as unidades de produo possam ser consideradas orgnicas tem por objetivo:

    I - assegurar que as unidades de produo estejam aptas a produzir em conformidade com os regulamentos tcnicos da produo orgnica, incluindo a capacitao dos produtores e trabalhadores; e

    II - garantir a implantao de um sistema de manejo orgnico por meio:

    a) da manuteno ou construo ecolgica da vida e da fertilidade d gua;

    b) do estabelecimento do equilbrio do agroecossistema; e

    c) da preservao da diversidade biolgica dos ecossistemas naturais e modificados.

    Art. 11. Para que um produto receba a denominao de orgnico, dever ser proveniente de um sistema de produo onde tenham sido aplicados os princpios e normas estabelecidos na regulamentao da produo orgnica, por um perodo varivel de acordo com:

    I - a espcie cultivada ou manejada;

    II - a utilizao anterior da unidade de produo;

    III - a situao ecolgica atual;

    IV - a capacitao em produo orgnica dos agentes envolvidos no processo produtivo; e

    V - as anlises e as avaliaes das unidades de produo pelos respectivos OAC ou OCS.

    Seo I Do Incio do Perodo de Converso

    Art. 12. O incio do perodo de converso dever ser estabelecido pelo OAC ou pela OCS.

    Pargrafo nico. A deciso da data a ser considerada como ponto de partida do perodo de converso ter como base as informaes levantadas nas inspees ou visitas de controle interno que devero verificar a compatibilidade da situao encontrada com os regulamentos tcnicos, por meio de elementos comprobatrios, tais como:

  • I - declaraes de rgos oficiais relacionados s atividades agropecurias;

    II - declaraes de rgos ambientais oficiais;

    III - declaraes de vizinhos, associaes e outras organizaes envolvidas com a rede de produo orgnica;

    IV - anlises laboratoriais;

    V - fotos areas, imagens de satlite ou mapas do empreendimento;

    VI - inspeo in loco na rea;

    VII - documentos de aquisio dos organismos de cultivo e outros insumos; e

    VIII - o conhecimento dos produtores e trabalhadores dos princpios, das prticas e da regulamentao da produo orgnica.

    Art. 13. Para que a produo aqucola seja considerada orgnica, dever ser respeitado primeiramente o perodo de converso da unidade de produo disposto no art. 14 desta Instruo Normativa Interministerial, instituindo-se, desde o incio, o manejo orgnico dos organismos aquticos, sem que seus produtos e subprodutos sejam considerados orgnicos.

    Pargrafo nico. Somente depois de completado o perodo de converso da rea ter incio o perodo de converso dos organismos aquticos, conforme disposto no art. 14 desta Instruo Normativa Interministerial.

    Seo II Da Durao do Perodo de Converso

    Art. 14. A durao do perodo de converso dever ser estabelecida pelo OAC ou pela OCS.

    1o O perodo de converso ser varivel de acordo com o tipo de explorao e a utilizao anterior da unidade de produo, considerando a situao ecolgica e social atual.

    2o O perodo de converso para que os organismos aquticos, seus produtos e subprodutos possam ser reconhecidos como orgnicos, ser de:

    I - 12 (doze) meses para sistemas de viveiros de terra construdos em reas anteriormente cultivadas em sistemas no-orgnicos; e

    II - pelo menos um ciclo de produo para outros sistemas em reas com produo anterior.

  • 3o No necessrio perodo de converso em caso de estruturas em reas abertas e para viveiros de terra novos, em reas no cultivadas anteriormente.

    CAPTULO V DA CONVERSO PARCIAL E DA PRODUO PARALELA

    Art. 15. A converso parcial ou produo paralela ser permitida desde que os organismos aquticos de mesma espcie tenham finalidades produtivas diferentes, apenas em reas distintas e demarcadas.

    1o A converso parcial ou produo paralela deve ser autorizada pelo OAC ou pela OCS e dever ser concedida em funo dos seguintes critrios:

    I - distncia entre as reas sob manejo orgnico e no-orgnico;

    II - posio topogrfica das reas, incluindo o percurso da gua;

    III - insumos utilizados nas reas no-orgnicas, forma de aplicao e controle;

    IV - demarcao especfica da rea no-orgnica; e

    V - facilidade de acesso para inspeo.

    2o A converso parcial ou produo paralela ser permitida, no mximo, por 5 (cinco) anos.

    3o A partir do perodo descrito no 2o deste artigo, somente ser permitido o uso de espcies diferentes em reas distintas e demarcadas.

    Art. 16. Na converso parcial ou produo paralela, a unidade de produo dever ser dividida em reas, com demarcaes definidas, sendo vedada a alternncia de prticas de manejo orgnico e no-orgnico numa mesma rea.

    1o Os equipamentos de pulverizao empregados em reas e organismos aquticos sob o manejo no-orgnico no podero ser usados em reas e organismos aquticos sob o manejo orgnico.

    2o Os equipamentos e implementos utilizados na produo aqucola, sob manejo no-orgnico, excetuados os equipamentos de pulverizao mencionados no 1o deste artigo, devero passar por limpeza para uso em manejo orgnico.

    3o Os insumos utilizados em cada uma das reas, sob manejo orgnico e no-orgnico, devem ser armazenados separadamente, perfeitamente identificados, e os no permitidos para uso na aquicultura orgnica no podero ser armazenados na rea de produo orgnica.

    4o Os resduos da produo aqucola no-orgnica, seja da propriedade ou de fora da mesma, s podero ser utilizados de acordo com o especificado no Anexo III deste Regulamento Tcnico.

  • Art. 17. O produtor dever comunicar ao OAC ou OCS, antes da despesca, colheita ou da obteno do produto aqucola, orgnicos e no-orgnicos:

    I - a data prevista da obteno desses produtos;

    II - os procedimentos de separao; e

    III - a produo estimada.

    Art. 18. O plano de manejo da unidade de produo com converso parcial ou produo paralela dever conter, alm do disposto no art. 7o desta Instruo Normativa Interministerial:

    I - procedimentos que visem aplicao das boas prticas de produo;

    II - procedimentos que visem eliminao do uso de organismos geneticamente modificados e derivados em toda a unidade de produo; e

    III - a quantidade estimada, a frequncia, o perodo e a poca da produo orgnica e no-orgnica.

    CAPTULO VI DA AQUISIO DE ORGANISMOS AQUTICOS

    Art. 19. Dever ser comunicada ao OAC ou a OCS a aquisio de organismos aquticos para incio, reposio ou ampliao da produo aqucola.

    Art. 20. Quando for necessrio introduzir organismos aquticos no sistema de produo, estes devero ser provenientes de sistemas orgnicos.

    Pargrafo nico. Na indisponibilidade de organismos aquticos de sistemas orgnicos, podero ser adquiridos organismos aquticos de unidades de produo convencionais, preferencialmente em converso para o sistema orgnico, desde que previamente aprovado pelo OAC ou pela OCS, e respeitado o perodo de converso previsto neste Regulamento Tcnico.

    CAPTULO VII DO BEM-ESTAR DOS ORGANISMOS AQUTICOS

    Art. 21. Os sistemas orgnicos de produo aqucola devem ser planejados de forma que sejam produtivos e respeitem as necessidades e o bem-estar dos organismos aquticos.

    Art. 22. Deve-se dar preferncia por organismos aquticos de espcies adaptadas s condies climticas e ao tipo do manejo empregado.

    Art. 23. Devem ser respeitadas:

  • I - a liberdade nutricional: os organismos aquticos devem estar livres, fome e desnutrio, conforme nveis de exigncia de cada espcie;

    II - a liberdade sanitria: os organismos aquticos devem estar livres de feridas e enfermidades;

    III - a liberdade de comportamento: os organismos aquticos devem ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espcie;

    IV - a liberdade psicolgica: os organismos aquticos devem estar livres de fatores estressantes; e

    V - a liberdade ambiental: os organismos aquticos devem ter liberdade de movimentos em instalaes que sejam adequadas a sua espcie.

    Art. 24. As instalaes devem ser projetadas e todo manejo deve ser realizado de forma a no gerar estresse aos organismos aquticos em cultivo, sendo que qualquer alterao persistente de comportamento detectada dever ser objeto de avaliao e possvel redefinio pelo OAC e OCS de procedimentos de manejo e densidades dos organismos sob cultivo.

    Art. 25. As etapas de recria e engorda em sistemas intensivos no sero permitidas na produo orgnica.

    TTULO III DO SISTEMA PRODUTIVO E DAS PRTICAS DE MANEJO ORGNICO NA

    AQUICULTURA

    CAPTULO I DA REPRODUO E CULTIVO DOS ORGANISMOS AQUTICOS

    Art. 26. O plantel de reprodutores deve ser proveniente de empreendimentos orgnicos.

    Pargrafo nico. Quando comprovada a indisponibilidade de reprodutores orgnicos podero ser adquiridos organismos aquticos provenientes de sistema convencional ou de ambiente natural, contanto que sejam mantidos num sistema de produo orgnico durante os trs meses que precedem a sua utilizao para reproduo.

    Art. 27. Reprodutores que no esto sob manejo orgnico no podem ser comercializados como orgnicos, porm, suas crias podem ser orgnicas se as mesmas forem criadas sob esse sistema.

    Art. 28. Quando houver a possibilidade do cultivo de espcies nativas e exticas o aquicultor orgnico dar preferncia s primeiras.

    Art. 29. Devem ser utilizados mtodos naturais de reproduo que interfiram minimamente no comportamento natural da espcie cultivada.

    Art. 30. proibido o uso de hormnios em qualquer etapa da produo de organismos

  • aquticos.

    Pargrafo nico. Na impossibilidade do uso de mtodos de reproduo natural sero permitidos mtodos no-orgnicos cabendo a OAC ou OCS estabelecer prazos para o desenvolvimento da tecnologia para seu atendimento.

    Art. 31. No permitido o cultivo de:

    I - poliplides;

    II - organismos geneticamente modificados (OGM);

    III - organismos sexualmente revertidos;

    IV - organismos obtidos atravs de gimnognese; e

    V - populaes artificialmente esterilizadas.

    Art. 32. As formas jovens, destinadas s etapas de recria e engorda, devem ser provenientes de unidades de produo orgnicas.

    1o Para fins de cultivo orgnico podem ser introduzidos organismos aquticos da aquicultura no-orgnica desde que 90% (noventa por cento) da biomassa sejam cultivados no sistema de produo orgnico.

    2o As sementes selvagens de moluscos bivalves podem ser certificadas como orgnicas se provenientes de um meio ambiente estvel, no poludo e sustentvel desde que atendida a legislao especfica.

    3o A colheita de inculos de plantas aquticas em ambiente natural deve ser feita de forma sustentvel, conforme aprovado pela OAC e OCS.

    Art. 33. Peixes provenientes de descarte em planteis de reprodutores no podero ser comercializados como orgnicos mesmo que oriundos de unidades orgnicas.

    CAPTULO II DA NUTRIO

    Art. 34. Com relao nutrio animal deve ser atendida a legislao vigente.

    Art. 35. Os organismos aquticos devem receber alimentao orgnica provenientes da prpria unidade de produo ou de outra em sistema de produo orgnica.

    1o Em casos de escassez ou em condies especiais, de acordo com o plano de manejo orgnico acordado entre produtor e o OAC ou OCS, ser permitida a utilizao de alimentos no-orgnicos, na proporo da ingesto diria, de at 20% (vinte por cento) com base na matria seca.

  • 2o Na recria e engorda de moluscos bivalves orgnicos somente ser admitida a alimentao natural.

    Art. 36. permitido o uso de:

    I - probitico na dieta desde que composto por microorganismos que no sejam patognicos ou geneticamente modificados;

    II - suplementos minerais e vitamnicos naturais que atendam legislao especfica; e

    III - fertilizantes orgnicos para disponibilizar nutrientes naturais no ambiente de cultivo.

    Pargrafo nico. A relao de substncias permitidas para a alimentao de organismos aquticos em sistemas orgnicos de produo est descrita no Anexo IV desta Instruo Normativa Interministerial.

    Art. 37. O uso de rao como nico componente da dieta ser permitido para organismos aquticos alojados em instalaes revestidas de material impermevel, com sistema de circulao de gua semifechado nos seguintes casos:

    I - para fins de reproduo e produo de formas jovens;

    II - criao de formas jovens;

    III - quarentena; e

    IV - tratamento teraputico e profiltico.

    Art. 38. No permitido o uso de:

    I - aditivo sinttico nas etapas de recria e engorda;

    II - alimentos provenientes de organismos geneticamente modificados e seus derivados;

    III - pigmentos sintticos;

    IV - carcaas, vsceras ou restos de animais terrestres in natura; e

    V - dejetos animais na alimentao direta.

  • CAPTULO III DA SANIDADE

    Art. 39. Somente podero ser utilizadas na preveno e tratamento de enfermidades ou pragas as substncias e prticas constantes dos Anexos I e VI desta Instruo Normativa Interministerial.

    Pargrafo nico. Os produtos veterinrios ou agrcolas devem atender ao disposto nas legislaes especficas.

    Art. 40. obrigatrio o registro em livro especfico, a ser mantido na unidade de produo, de toda teraputica utilizada nos organismos aquticos, constando, no mnimo, as seguintes informaes:

    I - data de aplicao;

    II - perodo de tratamento;

    III - identificao do lote; e

    IV - produto utilizado.

    Art. 41. Todas as vacinas e exames determinados pela legislao de sanidade aqucola sero obrigatrios.

    Art. 42. No caso de doenas ou ferimentos em que o uso das substncias permitidas no Anexo I desta Instruo Normativa Interministerial no estejam surtindo efeito e o animal esteja em sofrimento ou risco de morte, excepcionalmente, podero ser utilizados produtos quimio-sintticos artificiais.

    1o No caso de uso dos produtos mencionados no caput deste artigo, o perodo de carncia a ser respeitado para que os lotes tratados possam voltar a ter o reconhecimento como orgnicos dever ser:

    I - duas vezes o perodo de carncia estipulado na bula do produto; e

    II - em qualquer caso, de, no mnimo, 96 (noventa e seis) horas.

    2o A utilizao de produtos qumio-sintticos artificiais dever ser sempre informada ao OAC ou OCS, no prazo estabelecido por eles, que avaliaro a pertinncia de sua excepcionalidade e justificativa.

    3o Cada lote poder ser tratado apenas uma vez por ciclo de produo com medicamentos no permitidos para uso na produo orgnica.

    4o Para reprodutores, o uso dos produtos mencionados neste artigo de, no mximo, trs tratamentos ao longo da sua vida, sendo proibida a venda desses organismos aquticos como orgnicos ou para consumo alimentar humano ou animal.

  • 5o Se houver necessidade de aumentar a frequncia dos tratamentos, estipulada no 3o deste artigo, o lote dever ser retirado do sistema orgnico.

    6o Durante o tratamento e durante o perodo de carncia, o lote dever ser identificado e alojado em ambiente isolado, obedecendo densidade estabelecida por este regulamento para cada espcie animal, sendo que ele e seus produtos no podero ser vendidos como orgnicos.

    Art. 43. Todas as disposies e exigncias para critrios de coleta de amostras, tratamentos emergenciais, preveno, controle e erradicao de doenas, assim como a notificao de surtos de doenas devem seguir as normas dos programas sanitrios institudos pelo rgo competente.

    CAPTULO IV DO AMBIENTE DE CULTIVO E DO BEM-ESTAR

    Art. 44. Sempre que for necessria a reduo do sofrimento do organismo aqutico em procedimentos essenciais ao manejo ser permitido o uso de sedativos ou anestsicos aprovados pela OAC e OCS.

    Art. 45. Prticas de manejo devem minimizar o estresse e injrias.

    Art. 46. Os organismos aquticos sob cultivo devero ser mantidos em unidades de produo nas quais os parmetros fsicos, qumicos e biolgicos da gua e solo atendam as necessidades de conforto dos mesmos.

    Pargrafo nico. No caso de moluscos bivalves, os parmetros de qualidade de gua devem contemplar os possveis riscos para a sade pblica, atendendo a regulamentao especfica.

    Art. 47. Devem ser monitorados e controlados os parmetros fsicos, qumicos e biolgicos da gua, tanto na entrada como na sada, seguindo as normas vigentes.

    Art. 48. A taxa de renovao diria de gua nas unidades de recria e engorda deve garantir o conforto fisiolgico dos organismos aquticos.

    Art. 49. Os taludes dos viveiros devem estar recobertos com vegetao adequada, preferencialmente nativa para fins de controle de eroso.

    Art. 50. Medidas de preveno e remoo de predadores e competidores podero ser adotadas nas instalaes de cultivo desde que no causem injrias aos mesmos.

    Art. 51. A unidade de produo orgnica dever ter seu permetro delimitado.

    Art. 52. As fazendas de cultivo devem adotar medidas de preveno para evitar a contaminao por fontes externas e produtos que estejam em desacordo com esta norma.

    Art. 53. O transporte, o pr-abate e o abate dos organismos aquticos, inclusive organismos aquticos doentes ou descartados, devero atender ao seguinte:

  • I - princpios de respeito ao bem-estar dos organismos aquticos;

    II - reduo de processos dolorosos;

    III - procedimentos de abate humanitrio; e

    IV - a legislao especfica.

    Pargrafo nico. No caso de organismos aquticos que necessitem ser sacrificados, o uso de anestsico poder ser utilizado.

    Art. 54. Nas exposies e aglomeraes, nos mercados e outros locais de venda devero ser atendidos os princpios de bem-estar de cada organismo aqutico vivo, atendendo legislao especfica.

    Art. 55. Somente permitida a utilizao de fertilizantes, corretivos e inoculantes que sejam constitudos por substncias autorizadas no Anexo III desta Instruo Normativa Interministerial e de acordo com a necessidade de uso prevista no Plano de Manejo Orgnico.

    Pargrafo nico. A utilizao desses insumos dever ser autorizada especificamente pelo OAC ou pela OCS, que devem especificar:

    I - as matrias-primas e o processo de obteno do produto;

    II - a quantidade aplicada; e

    III - a necessidade de anlise laboratorial em caso de suspeita de contaminao.

    CAPTULO V DAS INSTALAES

    Art. 56. Os produtos e substncias permitidos para o uso na sanitizao de instalaes e equipamentos utilizados na aquicultura orgnica constam do disposto no Anexo II desta Instruo Normativa Interministerial.

    Art. 57. Na confeco de estruturas para a criao dos organismos aquticos, os materiais utilizados devero preferencialmente ser naturais, reciclados, reutilizados ou livres de resduos de substncias no permitidas para uso em sistemas orgnicos de produo.

    Art. 58. Os sistemas produtivos devero ser projetados preferencialmente com tanques de decantao, filtros biolgicos ou mecnicos para remover os resduos e melhorar a qualidade dos efluentes.

    Art. 59. As instalaes de armazenagem e manipulao de resduos devero ser projetados, implantadas e operadas de maneira a evitar a contaminao das guas subterrneas e superficiais.

  • Art. 60. Todas as instalaes devero garantir boas condies de criao e impedir a fuga dos organismos aquticos para o meio ambiente.

    TTULO IV CRITRIOS PARA ALTERAO DE NORMAS E LISTAS DE SUBSTNCIAS E PRTICAS PERMITIDAS PARA USO NA PRODUO ORGNICA

    Art. 61. Os critrios para a alterao de listas de substncias e prticas permitidas para uso na aquicultura orgnica devero ser observados, no processo de anlise das propostas, pelas Comisses da Produo Orgnica nas Unidades da Federao - CPOrgs, e pela Comisso Nacional da Produo Orgnica - CNPOrg.

    CAPTULO I DAS ALTERAES DAS PRTICAS E LISTAS DE SUBSTNCIAS PERMITIDAS

    PARA USO NA PRODUO ORGNICA

    Seo I Das Propostas de Incluso e Excluso de Substncias e Prticas

    Art. 62. As propostas de incluso e excluso de substncias e prticas permitidas para uso na produo orgnica devero ser submetidas apreciao das CPOrgs e CNPOrg, que as encaminharo, acompanhadas de parecer, Coordenao de Agroecologia - COAGRE, do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, que deliberar sobre a matria, ouvindo a Secretaria de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura - SEPOA, do Ministrio da Pesca e Aquicultura.

    Art. 63. Na avaliao das propostas de incluso ou excluso de substncias e prticas nas listas, devero ser considerados os seguintes aspectos:

    I - descrio detalhada do produto e de suas condies de uso, abordando aspectos relacionados toxicidade, seletividade, impactos sobre o meio ambiente, sade humana e animal;

    II - situao da substncia e prticas em listas de normas internacionais ou de legislaes de pases ou blocos, de referncia em produo orgnica;

    III - o comprometimento da percepo por parte dos consumidores sobre o que considerado produto orgnico; e

    IV - a oposio ou resistncia ao consumo como consequncia da incluso da substncia ou prtica no sistema orgnico de produo.

    Seo II Dos Critrios para Incluso de Substncias e Prticas

    Art. 64. Somente ser aprovada a incluso nas listas de substncias e prticas permitidas para a produo orgnica quelas que atendam aos seguintes critrios:

  • I - estejam de acordo com os princpios da produo orgnica;

    II - apresentem argumentos que comprovem a necessidade de a substncia ser includa, fundamentados nos seguintes aspectos:

    a) produtividade;

    b) conservao e remineralizao dos solos;

    c) qualidade do produto;

    d) segurana ambiental;

    e) proteo ecolgica;

    f) bem-estar humano e animal; e

    g) indisponibilidade de alternativas aprovadas em quantidade ou qualidade suficientes;

    III - sejam preferencialmente passveis de serem geradas em sistemas orgnicos de produo;

    IV - sejam prioritariamente renovveis, seguidas das de origem mineral e, por fim, das quimicamente idnticas aos produtos naturais;

    V - possam sofrer processos mecnicos, fsicos, qumicos, enzimticos e ao de microrganismos, observadas as excees e restries estabelecidas na Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, e na sua regulamentao;

    VI - o processo de obteno das substncias no afetem a estabilidade do habitat natural nem a manuteno da biodiversidade original da rea de extrao;

    VII - no sejam prejudiciais nem produzam impacto negativo prolongado sobre o meio ambiente, assim como no dever acarretar poluio da gua superficial ou subterrnea, do ar ou do solo;

    VIII - sejam avaliados todos os estgios durante o processamento, uso e decomposio da substncia, sendo consideradas as seguintes caractersticas:

    a) todas as substncias devem ser degradveis a gs carbnico, gua ou a sua forma mineral;

    b) as substncias com elevada toxicidade aos organismos que no sejam alvo de sua ao principal devero possuir meia vida de, no mximo, 5 (cinco) dias; e

    c) as substncias naturais no txicas no necessitaro apresentar degradabilidade dentro de prazos limitados;

  • IX - no produzam efeitos negativos sobre aspectos da qualidade do produto tais como paladar, capacidade de armazenamento e aparncia; e

    X - no produzam influncia negativa sobre o desempenho natural ou sobre as funes orgnicas dos organismos aquticos criados na unidade de produo.

    Art. 65. O uso de uma substncia em sistemas orgnicos de produo poder ser restrito a culturas, criaes, regies e condies especficas de utilizao.

    Art. 66. Quando da incluso das substncias quimicamente idnticas aos produtos naturais, devero ser considerados os aspectos ecolgicos, tcnicos e econmicos.

    Art. 67. Quando as substncias apresentarem toxicidade a organismos que no sejam alvo de sua ao principal, ser necessrio estabelecer restries para seu uso, a fim de garantir a sobrevivncia daqueles organismos.

    1o Nos casos descritos no caput, devero ser estabelecidas as dosagens mximas a serem aplicadas.

    2o Quando no for possvel adotar as medidas restritivas cabveis, citadas no caput deste artigo, o uso da substncia dever ser proibido.

    Seo III Dos Critrios para Excluso de Substncias e Prticas

    Art. 68. A aprovao da excluso de substncias e prticas permitidas para a produo orgnica deve observar os seguintes requisitos:

    I - justificao da necessidade de excluso da substncia, com base em aspectos como:

    a) produtividade;

    b) qualidade do produto;

    c) segurana ambiental;

    d) proteo ecolgica;

    e) bem-estar humano e animal; e

    f) disponibilidade de alternativas aprovadas em quantidade ou qualidade suficientes.

    II - comprovao de que o seu uso compromete a percepo dos consumidores sobre o que considerado produto orgnico ou gere uma resistncia ao seu consumo.

  • TTULO V DISPOSIES FINAIS

    Art. 69. Os casos omissos e as dvidas suscitadas na execuo da presente Instruo Normativa Interministerial sero resolvidos pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA, em conjunto com o Ministrio da Pesca e Aquicultura - MPA.

    Art. 70. Esta Instruo Normativa Interministerial entra em vigor na data de sua publicao.

    WAGNER ROSSI Ministro de Estado da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento

    IDELI SALVATTI Ministra de Estado da Pesca e

    Aquicultura

  • ANEXO I

    RELAO DE SUBSTNCIAS PERMITIDAS NA PREVENO E TRATAMENTO DE ENFERMIDADES DOS ORGANISMOS ORGNICOS

    Substncia Enzimas

    Vitaminas Aminocidos

    Prpolis Microrganismos

    Preparados homeopticos Fitoterpicos

    Extratos vegetais Minerais

    Veculos (proibido os sintticos) Sabes e detergentes neutros e biodegradveis

    As substncias de que trata este Anexo devero ser utilizadas de acordo com o que estiver estabelecido no plano de manejo orgnico.

  • ANEXO II

    RELAO DE SUBSTNCIAS PERMITIDAS PARA USO NA SANITIZAO DE INSTALAES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA AQUICULTURA ORGNICA

    Substncia Uso

    Oznio Na ausncia de animais da aquicultura. Agente oxidante e antimicrobiano de amplo espectro, sendo usado principalmente para o tratamento da gua.

    Cloreto de sdio Na presena de animais da aquicultura. Utilizado como tratamentos profilticos e para controle de parasitos, fungos e bactrias.

    Hipoclorito de sdio Na ausncia de animais da aquicultura. Utilizado somente para desinfetar utenslios/apetrechos de pesca.

    Hipoclorito de clcio Na ausncia de animais da aquicultura. Utilizado como desinfetante para o tratamento da gua e higienizao de estruturas.

    lcool etlico Na ausncia de animais da aquicultura. Utilizado para desinfeco de utenslios.

    cido hmico Na ausncia de animais da aquicultura. Utilizado como um herbicida natural, em grandes concentraes; em baixas concentraes funciona como um coadjuvante no processo de fertilizao.

    cidos peroxiacticos Na ausncia de animais da aquicultura. Atua contra um amplo espectro de bactrias e microorganismos.

    Iodforos Na ausncia de animais da aquicultura. Antissptico e desinfetante de materiais.

    Sulfato tribsico de cobre Na ausncia/presena de animais da aquicultura. Utilizado como fungicida ou fungisttico.

    Permanganato de potssio Na presena de animais da aquicultura. Utilizado no controle de bactrias externas, alguns protozorios e crustceos parasitos e fungos.

    cidos peracticos e peroctanicos

    Na ausncia/presena de animais da aquicultura. Elimina fungos, vrus e bactrias em forma vegetativa e/ou esporulada.

    Calcrio (carbonato de clcio)

    Na ausncia/presena de animais da aquicultura. Utilizado para corrigir o pH.

    As substncias de que trata este Anexo devero ser utilizadas de acordo com o que estiver estabelecido no plano de manejo orgnico.

  • ANEXO III

    RELAO DE SUBSTNCIAS E PRODUTOS AUTORIZADOS PARA USO EM FERTILIZAO E CORREO DO SOLO EM SISTEMAS ORGNICOS DE PRODUO

    AQUCOLA

    Restries, descrio, requisitos de composio e condies de uso Substncias e Produtos Condies Gerais

    Condies adicionais para as substncias e produtos obtidos de sistemas de produo no-orgnicos.

    Composto orgnico, vermicomposto e outros resduos orgnicos de origem vegetal e animal

    Definio da quantidade a ser utilizada em funo do manejo e da fertilidade do solo tendo como referncia os parmetros tcnicos de recomendaes regionais, de forma a evitar possveis impactos ambientais.

    Desde que os limites mximos de contaminantes no ultrapassem os estabelecidos no Anexo V; Permitido somente com a autorizao do OAC ou da OCS.

    Excrementos de animais

    Proibido aplicao nas partes areas comestveis quando utilizado como adubao de cobertura; Permitidos desde que seu uso e manejo no causem danos sade e ao meio ambiente; Definio da quantidade a

    ser utilizada em funo do manejo e da fertilidade do solo tendo como referncia os parmetros tcnicos de recomendaes regionais de forma a evitar possveis impactos ambientais.

    Permitido somente com a autorizao do OAC ou da OCS; Permitidos desde que compostados e bioestabilizados; O produto oriundo de sistemas de criao com o uso intensivo de alimentos e produtos veterinrios proibidos pela legislao de orgnicos s ser permitido quando na regio no existir alternativa disponvel, desde que os limites de contaminantes no ultrapassem os estabelecidos no Anexo V. O produtor dever adotar estratgias que visem eliminao deste tipo de insumo num prazo mximo de cinco anos a partir da publicao desta Instruo Normativa Interministerial.

    Adubos verdes

    Biofertilizantes obtidos de componentes de origem vegetal

    Permitidos desde que seu uso e manejo no causem danos sade e ao meio ambiente.

    Permitidos desde que a matria-prima no contenha produtos no permitidos pela regulamentao da agricultura orgnica. Permitido somente com a autorizao do OAC ou da OCS.

    Biofertilizantes obtidos de

    Permitidos desde que seu uso e manejo no causem

    Permitidos desde que a matria-prima no contenha produtos no

  • componentes de origem animal

    danos sade e ao meio ambiente; Permitidos desde que

    bioestabilizados; O uso em partes

    comestveis das plantas est condicionado autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    permitidos pela regulamentao da agricultura orgnica; Permitido somente com a

    autorizao do OAC ou da OCS.

    Produtos derivados da aquicultura e pesca

    Permitidos desde que bioestabilizados; O uso em partes comestveis das plantas est condicionado autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    Restrio para contaminao qumica e biolgica.

    Resduos de biodigestores e de lagoas de decantao e fermentao

    Permitidos desde que seu uso e manejo no causem danos sade e ao meio ambiente; Permitidos desde que bioestabilizados; O uso em partes comestveis das plantas est condicionado autorizao pelo OAC ou pela OCS; Este item no se aplica a resduos de biodigestores e lagoas que recebam excrementos humanos.

    Permitidos desde que os limites mximos de contaminantes no ultrapassem os estabelecidos no Anexo V; Permitido somente com a

    autorizao do OAC ou da OCS; O produtor dever adotar

    estratgias que visem eliminao deste tipo de insumo num prazo mximo de cinco anos a partir da publicao desta Instruo Normativa Interministerial.

    Inoculantes, microorganismos e enzimas

    Desde que no sejam geneticamente modificados ou originrios de organismos geneticamente modificados; Desde que no causem danos sade e ao ambiente.

    Ps de rocha Desde que os teores de metais pesados no ultrapassem os nveis mximos regulamentados.

    Argilas Desde que proveniente de extrao legal.

    Fosfatos de Rocha, Hiperfosfatos e Termofosfatos

    Sulfato de potssio e sulfato

    Desde que obtidos por procedimentos fsicos, no enriquecidos por processo qumico e

  • duplo de potssio e magnsio

    no tratados quimicamente para o aumento da solubilidade; Permitido somente com a autorizao do OAC ou da OCS em que estiverem inseridos os agricultores familiares em venda direta.

    Micronutrientes Carbonatos, xidos e hidrxidos de clcio e magnsio (Calcrios e cal)

    Turfa Desde que proveniente de extrao legal.

    Preparados biodinmicos

    Enxofre elementar

    Desde que autorizado pelo OAC ou pela OCS.

    Substrato para plantas

    Permitidos desde que obtido sem causar dano ambiental.

    Proibido o uso de radiao; Permitido desde que sem

    enriquecimento com fertilizantes no permitidos nesta Instruo Normativa Interministerial.

    Produtos, subprodutos e resduos industriais de origem animal e vegetal

    Definio da quantidade a ser utilizada em funo do manejo e da fertilidade do solo tendo como referncia os parmetros tcnicos de recomendaes regionais de forma a evitar possveis impactos ambientais.

    Proibido o uso de vinhaa amnica; Permitidos desde que no tratados com produtos no permitidos nesta Instruo Normativa Interministerial.

    Escrias industriais de reao bsica

    Permitidas desde que autorizadas pelo OAC ou pela OCS.

  • ANEXO IV

    RELAO DE SUBSTNCIAS PERMITIDAS PARA A ALIMENTAO DE ORGANISMOS AQUTICOS EM SISTEMAS ORGNICOS DE PRODUO

    SUBSTNCIAS CONDIES DE USO Resduos de origem vegetal

    Melao Utilizado como aglutinante nos alimentos compostos.

    Farinha de algas Algas marinhas devem ser lavadas a fim de reduzir o teor de iodo.

    Ps e extratos de plantas Extratos proticos vegetais Leite, produtos e subprodutos lcteos Lactose em p somente extrada por meio

    de tratamento fsico. Peixe, crustceos e moluscos, seus produtos e

    subprodutos Permitidas para animais de hbito onvoro Os produtos e subprodutos no podem ser refinados.

    Sal marinho O produto no pode ser refinado.

    Vitaminas e pr-vitaminas

    Derivadas de matrias-primas existentes naturalmente nos alimentos. Quando de origem sinttica, o produtor

    dever adotar estratgias que visem eliminao do seu uso at 19 de dezembro de 2013.

    Enzimas Desde que de origem natural. Microorganismos cido frmico cido actico cido lctico cido propinico

    Para uso apenas para ensilagem.

    Slica coloidal Diatomita Sepiolita Bentonita Argilas caulinticas Vermiculita Perlita

    Utilizados como agentes aglutinantes, antiaglomerantes e coagulantes (aditivos tecnolgicos).

    Sulfato de sdio Carbonato de sdio Bicarbonato de sdio Cloreto de sdio Sal no refinado Carbonato de clcio

    Permitidos desde que no contenham resduos contaminantes oriundos do processo de fabricao.

  • Lactato de clcio Gluconato de clcio Calcrio calctico Fosfatos biclcicos de osso precipitados Fosfato biclcico desfluorado Fosfato monoclcico desfluorado Magnsio anidro Sulfato de magnsio Cloreto de magnsio Carbonato de magnsio Carbonato ferroso Sulfato ferroso mono-hidratado xido frrico Iodato de clcio anidro Iodato de clcio hexa-hidratado Iodeto de potssio Sulfato de cobalto mono ou hepta-hidratado Carbonato bsico de cobalto mono-hidratado xido cprico Carbonato bsico de cobre mono-hidratado Sulfato de cobre penta-hidratado Carbonato manganoso xido manganoso e xido mangnico Sulfato manganoso mono ou tetra-hidratado Carbonato de zinco xido de zinco Sulfato de zinco mono ou hepta-hidratado Molibdato de amnio Molibdato de sdio Selenato de sdio Selenito de sdio

    Permitidos desde que no contenham resduos contaminantes oriundos do processo de fabricao.

  • ANEXO V

    RELAO DE VALORES DE REFERNCIA UTILIZADOS COMO LIMITES MXIMOS DE CONTAMINANTES ADMITIDOS EM COMPOSTOS ORGNICOS, RESDUOS DE

    BIODIGESTOR, RESDUOS DE LAGOA DE DECANTAO E FERMENTAO, E EXCREMENTOS ORIUNDOS DE SISTEMA DE CRIAO COM O USO INTENSO DE

    ALIMENTOS E PRODUTOS OBTIDOS DE SISTEMAS NO-ORGNICOS

    Elemento Limite (mg kg-1 de matria seca) Arsnio 20 Cdmio 0,7 Cobre 70 Nquel 25 Chumbo 45 Zinco 200 Mercrio 0,4 Cromo (VI) 0,0 Cromo (total) 70 Coliformes Termotolerantes

    (nmero mais provvel por grama de matria seca - NMP/g de MS)

    1.000

    Ovos viveis de helmintos (nmero por quatro gramas de slidos totais - n em 4g ST) 1

    Salmonella sp Ausncia em 10g de matria seca

  • ANEXO VI

    RELAO DE SUBSTNCIAS E PRTICAS PARA MANEJO, CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS NOS VEGETAIS E TRATAMENTOS PS-COLHEITA NOS SISTEMAS

    ORGNICOS DE PRODUO

    Substncias e prticas Descrio, requisitos de composio e condies de uso

    Agentes de controle biolgico de pragas e doenas

    O uso de preparados virticos, fngicos ou bacteriolgicos dever ser autorizado pelo OAC ou pela OCS; proibida a utilizao de organismos geneticamente modificados.

    Armadilhas de insetos, repelentes mecnicos e materiais repelentes

    O uso de materiais com substncia de ao inseticida dever ser autorizado pelo OAC ou pela OCS.

    Semioqumicos (feromnio e aleloqumicos)

    Quando s existirem no mercado produtos associados a substncias com uso proibido para agricultura orgnica, estes s podero ser utilizados em armadilhas ou sua aplicao dever ser realizada em estacas ou em plantas no-comestveis, sendo proibida a aplicao por pulverizao.

    Enxofre Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    Caldas bordalesa e sulfoclcica Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    Sulfato de Alumnio Soluo em concentrao mxima de 1%. Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    P de Rocha Respeitados os limites mximos de metais pesados constantes do Anexo V.

    Prpolis

    Cal hidratada

    Extratos de insetos

    Extratos de plantas e outros preparados fitoterpicos

    Podero ser utilizados livremente em partes comestveis os extratos e preparados de plantas utilizadas na alimentao humana; O uso do extrato de fumo, piretro, rotenona e Azadiractina naturais, para uso em qualquer parte da planta, dever ser autorizado pelo OAC ou pela OCS sendo proibido o uso de nicotina pura; Extratos de plantas e outros preparados fitoterpicos de plantas no utilizadas na alimentao humana podero ser aplicados nas partes comestveis desde que existam estudos e pesquisas que comprovem que no causam danos sade humana, aprovados pelo OAC ou OCS.

    Sabo e detergente neutros e biodegradveis

  • Gelatina Terras diatomceas Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS. lcool etlico Necessidade de autorizao OAC ou pela OCS. Alimentos de origem animal e vegetal

    Desde que isentos de componentes no autorizados por esta Instruo Normativa Interministerial.

    Ceras naturais

    leos vegetais e derivados Desde que autorizado pelo OAC ou pela OCS; Desde que isentos de componentes no autorizados por esta Instruo Normativa Interministerial.

    leos essenciais Solventes (lcool e amonaco) Uso proibido em ps-colheita

    Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS. cidos naturais Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS. Casena

    Silicatos de clcio e magnsio Respeitados os limites mximos de metais pesados constantes do Anexo V.

    Bicarbonato de sdio

    Permanganato de potssio Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS. Uso proibido em ps-colheita.

    Preparados homeopticos e biodinmicos

    Carbureto de clcio Agente de maturao de frutas Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    Dixido de carbono, gs de nitrognio (atmosfera modificada) e tratamento trmico

    Necessidade de autorizao pelo OAC ou pela OCS.

    Bentonita Algas marinhas, farinhas e extratos de algas

    Desde que proveniente de extrao legal. Desde que sem tratamento qumico.

    Cobre nas formas de hidrxido, oxicloreto, sulfato, xido e octanoato.

    Uso proibido em ps-colheita Uso como fungicida. Necessidade de autorizao pela OAC ou pela OCS, de forma a minimizar o acmulo de cobre no solo. Quantidade mxima a ser aplicada: 6 kg de cobre/ha/ano.

    Bicarbonato de potssio Necessidade de autorizao pela OAC ou pela OCS.

    leo mineral Uso proibido em ps-colheita Necessidade de autorizao pela OAC ou pela OCS.

    Etileno Agente de maturao de frutas.

    Fosfato de ferro Uso proibido em ps-colheita Uso como moluscicida.

    Termoterapia Dixido de Cloro

  • Espinosade

    Necessidade de autorizao pela OAC ou OCS. Adotar medidas para minimizar risco de desenvolvimento de resistncia e danos s espcies de insetos no-alvo, predadores e parasitides.