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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL INSTITUTOS DO MILÊNIO PROJETO: Observatório das Metrópoles: território, coesão social e governança democrática: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Natal, Goiânia e Maringá. COORDENADOR: Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro – IPPUR/UFRJ VICE-COORDENAÇÃO: Suzana Pasternak – FAUUSP INSTITUIÇÃO SEDE: Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional PROCESSO Nº: 420.272/2005-4 VIGÊNCIA: 2005/2008 RELATÓRIO DE ATIVIDADES NÚCLEO RIO DE JANEIRO Maio 2009

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Page 1: INSTITUTOS DO MILÊNIO PROJETO: Observatório das … · Alicia C. Bonamino (PUC-RJ) LINHAS DE PESQUISAS E RESPECTIVOS PROJETOS/ATIVIDADES LINHA 1 – Metropolização, dinâmicas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL

INSTITUTOS DO MILÊNIO

PROJETO: Observatório das Metrópoles: território, coesão social e governança democrática: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Natal, Goiânia e Maringá.

COORDENADOR: Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro – IPPUR/UFRJ

VICE-COORDENAÇÃO: Suzana Pasternak – FAUUSP

INSTITUIÇÃO SEDE: Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional

PROCESSO Nº: 420.272/2005-4

VIGÊNCIA: 2005/2008

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

NÚCLEO RIO DE JANEIRO

Maio 2009

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OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES

RELATÓRIO FINAL- PROJETOS INSTITUTO DO MILÊNIO NÚCLEO- RIO DE JANEIRO

Coordenação: Dra Luciana Corrêa do Lago (IPPUR/UFRJ) Instituições Envolvidas Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - IPPUR/ UFRJ (coordenadora) Programa de Pós-graduação em Urbanismo - PROURB/UFRJ Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PPCIS/IFCH/UERJ Centro de Ciências do Homem, no Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e do Estado, da Universidade Estadual do Norte Fluminense - Darcy Ribeiro Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ Departamento de Educação da PUC RJ Participantes Dr. Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (IPPUR/UFRJ) Dr. Adauto Lúcio Cardoso (IPPUR/UFRJ) Dr. Orlando Alves dos Santos Júnior (IPPUR/UFRJ) Dra. Mariane Campelo Koslinski (IPPUR/UFRJ) Dra. Sol Garson Braule Pinto (IPPUR/UFRJ) Dra. Ana Lúcia Britto (PROURB/UFRJ) Dr. Sérgio de Azevedo (UENF) Dr. Luiz Antonio Machado da Silva (IUPERJ) Dra. Maria Josefina Gabriel Sant’Anna (PPCIS/UERJ) Dra. Márcia Pereira Leite (PPCIS/UERJ) Dra. Fátima Alves (PUC-RJ) Dra. Alicia C. Bonamino (PUC-RJ) LINHAS DE PESQUISAS E RESPECTIVOS PROJETOS/ATIVIDADES LINHA 1 – Metropolização, dinâmicas intrametropolitanas e o Território Nacional SUBLINHA I.1: Dinâmica Intrametropolitana Atividades

A equipe do RJ desenvolveu uma linha de investigação sobre a organização econômica dos espaços metropolitanos, com duas escalas de análise: (1) uma análise nacional das tendências em curso nas metrópoles brasileiras e (2) uma análise local da estrutura produtiva na periferia metropolitana do Rio de Janeiro.

Desdobramentos

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Os resultados do estudo sobre a estrutura produtiva dos municípios periféricos na metrópole do Rio de Janeiro apontam dinâmicas diferenciadas entre municípios de uma mesma região, demandando uma análise sobre as especificidades de cada poder local e dos pactos políticos que direcionam as atividades econômicas. Resultados Quantitativos Relatório Título do relatório: Diagnóstico econômico dos municípios da Baixada Fluminense Ano: 2008 Nome dos autores: Gabriel Strautman, Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: Site do Observatório Número de páginas: 30 Apresentação de Trabalho Título: Tendências da organização econômica dos espaços metropolitanos. Ano: 2008 Nome dos autores: Luiz César de Queiroz Ribeiro, Marcelo Gomes Ribeiro Meio de divulgação: CD dos Anais Nome do Evento: XIV Semana de Planejamento Urbano e Regional Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Metropolização e as estruturas produtivas: convergências e divergências espaço-temporais Ano: 2008 Nome dos autores: Luiz César de Queiroz Ribeiro, Marcelo Gomes Ribeiro Meio de divulgação: Site do Observatório Nome do Evento: III Seminário Nacional Observatório das Metrópoles Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final:

LINHA II – Dimensão sócio-espacial da exclusão/integração nas metrópoles: estudos comparativos.

SUBLINHA II.1: Descrição, análise da dinâmica e evolução da organização social do território das Metrópoles - 1980/2000

Atividades 1

Com base na metodologia desenvolvida pelo Observatório das Metrópoles para a construção de uma tipologia socioespacial intra-metropolitana referente aos anos censitários de 1980, 1991 e 2000, a equipe do Rio de Janeiro chegou às seguintes conclusões:

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1. Analisando as tendências da estrutura social da metrópole com base nas categorias sócio-ocupacionais, podemos dizer que as alterações, na década de 90, não muito profundas, acompanharam as tendências já verificadas na década anterior. Os trabalhadores manuais, em seu conjunto, sofreram um pequeno aumento relativo. Dentro desse universo, entretanto, foram os trabalhadores do terciário os principais responsáveis pelo referido aumento, seguidos pelos operários da construção e pelos ambulantes. A crise do setor industrial explica a queda na participação dos operários da indústria moderna e tradicional. Quanto às categorias superiores, apenas os profissionais de nível superior apresentaram aumento relativo na década. Em relação às categorias médias, a única alteração relevante foi na participação das ocupações de escritório, que apresentou queda significativa. No entanto, o aumento da informalidade em todas as ocupações médias foi extraordinário. 2. As relações de trabalho, em todas as categorias ocupacionais, tornaram-se menos formais em função da queda do emprego com carteira assinada, apontando para uma maior instabilidade da renda do trabalho. Essa instabilidade foi “compensada” pelo aumento no volume da renda média mensal em todas as categorias, o que possibilita, uma ampliação do poder de consumo a curto prazo e, ao mesmo, uma redução na capacidade de endividamento a longo prazo por parte dos trabalhadores. Tais tendências alteram de forma significativa o campo de possibilidades desses trabalhadores se integrarem à cidade: aluguel da casa, longas prestações para compra do imóvel, taxas de água e luz e passagem de transporte são custos permanentes ou de longo prazo que a instabilidade da renda impede, periodicamente, de serem pagos. Soma-se a esse contingente de trabalhadores informais aqueles dos desocupados, que não entram no universo aqui analisado. 3. As principais tendências do mercado de trabalho metropolitano tiveram claro rebatimento na estruturação do espaço metropolitano do Rio de Janeiro. As alterações socioespaciais verificadas nos anos 80 consolidaram-se nos anos 90. Destacamos as duas principais tendências: nas áreas superiores valorizadas, elitização com favelização, e na periferia, diversificação social. A primeira tendência socioespacial refere-se à elitização da população residente em áreas com significativa intervenção do capital imobiliário, responsável pelas mudanças de uso do espaço construído, onde se verificou o aumento significativo no peso dos profissionais de nível superior e, em menor grau, dos trabalhadores em ocupações médias e pela diminuição relativa dos prestadores de serviço, trabalhadores domésticos e operários da construção civil. A contra-tendência ao “fechamento” das áreas elitizadas para os setores de baixa renda foi a retomada, nesses espaços, do crescimento das favelas, a partir dos anos 80, seja através da densificação das já existentes, seja através do surgimento de novas. A diversificação social de determinadas áreas localizadas na periferia está associada, em certa medida, à “entrada” de novos empreendimentos imobiliários e, consequentemente, a mudanças no padrão habitacional local. É o que denominamos expansão das fronteiras do “núcleo”. Verifica-se essa tendência nas áreas centrais de Campo Grande e dos municípios periféricos de Nova Iguaçu e Caxias. Cabe mencionar que a “modernização” do espaço periférico não se restringiu ao setor construtivo residencial, contando ainda com a chegada dos shopping-centers, no início dos anos 90, e com o redirecionamento, mesmo que parcial, dos investimentos públicos em saneamento para essa área.

Desdobramentos A análise da evolução do padrão de organização social do espaço intra-metropolitano

numa escala próxima a de bairros servirá de base para os desdobramentos qualitativos a serem realizados através dos estudos de caso. Os fatores explicativos e os efeitos das mudanças sócio-territoriais, verificadas estatisticamente, serão investigados em micro-territórios exemplares no que se refere a tais mudanças.

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Projetos elaborados a partir do Milênio durante a realização do projeto de pesquisa O Projeto financiado pela Faperj, através do Edital Pensa Rio, que vem

possibilitando o desenvolvimento das diferentes linhas do Projeto Milênio a nível local e a inserção de novas temáticas tais como Família, trabalho e território.

Resultados Quantitativos

Artigo Nacional Título: Trabalho, moradia e (i)mobilidade espacial na metrópole do Rio de Janeiro. Ano: 2007 Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: Impresso Título do periódico/revista: Cadernos Metrópole ISSN: Volume: 18 Série: Página inicial: Página final:

Capítulo de Livro Título do capítulo: A dinâmica espacial em curso nas metrópoles brasileiras: algumas questões para a discussão. Ano: 2006 Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: Impresso Título do livro: Novas Periferias Metropolitanas A expansão metropolitana em Belo Horizonte: dinâmica e especificidades no Eixo Sul. Nome dos organizadores: Geraldo Magela Costa, Jupira Gomes de Mendonça, Roberto Luís de Melo Monte-Mór. Número do Volume: Página inicial: Página final: Numero da Edição: Série: ISBN: Cidade da editora: Nome da editora:

Apresentação de Trabalho Título: Repensando a 'periferia' metropolitana à luz da mobilidade casa-trabalho. Ano: 2007 Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago

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Meio de divulgação: CD Anais Nome do Evento: 31º Encontro Anual da ANPOCS Natureza do Evento: Congresso Cidade: Caxambu Página inicial: Página final: Atividades 2

Buscando-se relacionar as alterações na estrutura socioespacial da metrópole fluminense com a dinâmica imobiliária, foi definido um recorte territorial na região periférica da Baixada Fluminense para o desenvolvimento da análise. Nesse eixo, a pesquisa vem se desenvolvendo através de pesquisa de campo nos municípios de Nova Iguaçu, Caxias, São João de Meriti e Nilópolis e por meio de entrevista com construtores e incorporadores atuando na região.

1. Nos municípios periféricos mais consolidados vem ocorrendo uma mudança de uso do espaço urbano, sem adensamento, através da expansão de alternativas habitacionais voltadas para os segmentos sociais médios, na forma de edifícios de apartamentos e condomínios horizontais ou conjuntos habitacionais produzidos por empresas construtoras, em áreas onde o baixo valor da terra tem viabilizado a compra do imóvel. A maior parte dessas empresas atuam apenas nesse mercado imobiliário periférico, algumas com financiamento próprio para comercialização dos imóveis, outras utilizando-se do financiamento público da Caixa Econômica Federal (a partir de 1995). Somente a partir de 2006, grandes incorporadoras de âmbito nacional passam a atuar na região. É importante ressaltar que os financiamentos públicos para a compra da casa própria foram praticamente suspensos entre a segunda metade da década de 80 e meados da década de 90, causando uma enorme retração na produção de novas moradias, tanto para as camadas populares quanto paras as camadas médias e altas. A intensificação da produção de condomínios e conjuntos na periferia ao longo da segunda metade dos anos 90 está diretamente relacionada à retomada dos programas de financiamento pela CEF. Se, por um lado, as inovações no “modo de morar”, em locais extremamente precários de serviços urbanos e de baixo valor da terra, é garantia de sobrelucro para os incorporadores, por outro, a pauperização de segmentos médios vivendo em moradia alugada nas áreas centrais somada à emergência de uma nova classe média ligada aos setores de comércio e serviços na própria periferia criaram as condições de existência de uma demanda solvável para esses novos empreendimentos.

Esse fenômeno pode ser visto em diferentes áreas periféricas, mas tendo sempre como característica comum a alta concentração dos empreendimentos em áreas restritas, justamente as dotadas de infraestrutura urbana (água, luz, esgoto, asfalto, etc.).

2. O mercado informal de moradia tem acompanhado o surgimento desses novos empreendimentos imobiliários nas áreas periféricas consolidadas. Trata-se de um fenômeno relativamente novo na periferia e que evidencia a reprodução do histórico padrão de estruturação urbana na cidade do Rio de Janeiro, onde a favela é a única alternativa de moradia para aqueles que estão precariamente inseridos na economia urbana e que a proximidade com o mercado de trabalho, especialmente de prestação de serviço e construção civil, é condição para sua inserção. O fato das áreas centrais desses municípios periféricos estarem sofrendo uma relativa dinamização econômica nos setores de comércio, serviços e construção civil e ainda abrigarem um maior contingente de camadas médias demandantes de serviços pessoais, explica em parte a favelização periférica. Somam-se a

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esses fatores a mercantilização e a valorização da terra (e da laje) nas favelas mais centrais da metrópole, reduzindo as possibilidades de moradia nesses locais de famílias sem algum capital acumulado. Na zona oeste do Rio de Janeiro, por exemplo, região periférica que apresentou, entre 1991 e 1996, o maior incremento absoluto de população favelada (em torno de 22 mil pessoas) da cidade, apenas 2 mil e 600 pessoas morando em favelas eram migrantes da década de 90. Podemos inferir que o surgimento e expansão de novas favelas (localizadas predominantemente na zona oeste) têm se dado através da mobilidade espacial no interior do próprio município, seja do bairro para a favela, seja de favelas consolidadas para favelas recentes. A fuga do aluguel, tanto no mercado formal quanto informal, e a redução da oferta de habitação ou lote popular explicam essa mobilidade em direção às favelas periféricas. Vale lembrar, que o valor do aluguel de um imóvel nas favelas das zonas sul e norte pode equivaler, hoje, ao de um apartamento em Copacabana ou no Centro.

Resultados Quantitativos

Relatório

Título do relatório: Mudanças no padrão de produção de moradia da periferia carioca: a verticalização da Baixada Fluminense Ano: 2008 Nome dos autores: Denis Santos de Barro Meio de divulgação: Número de páginas:

Título do relatório: O mercado imobiliário e a mobilidade espacial na produção da segregação urbana: a metrópole do Rio de Janeiro em foco Ano: 2006 Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: CD Número de páginas:

Apresentação de Trabalho

Título: Repensando a noção de periferia na metrópole do Rio de Janeiro: A questão imobiliária em foco Ano: 2008 Nome dos autores: Denis Santos de Barros Meio de divulgação: Nome do Evento: Jornada de IC UFRJ Natureza do Evento: outra Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final:

Dissertação

Título: As Idades da Cidade: A preservação do ambiente construído e a dinâmica imobiliária nas áreas residenciais cariocas

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Ano: 2008 Nome do autor: Julio Dias Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: A estruturação do espaço urbano no município de Nilópolis: a ação dos agentes imobiliários e do poder público local. Ano: em andamento Nome do autor: Andre Lopes da Cunha Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR

SUBLINHA II.1 - Descrição, análise da dinâmica e evolução da organização social do território das Metrópoles - 1980/2000

ATIVIDADE: Organização social do território das metrópoles e desigualdades

Atividades 1

Procuramos neste trabalho gerar elementos empíricos que permitam a reflexão sobre a hipótese da existência do fenômeno da segregação racial na metrópole brasileira. Tomamos como ponto de partida a constatação da existência de um nexo estrutural entre a organização social do território da metrópole e os mecanismos de produção/reprodução das desigualdades sociais, colocando em discussão a hipótese difundida nos meios acadêmicos, a partir do livro de Edward Telles, sobre a existência de sinais de segregação racial nas metrópoles como resultado de um “racismo à brasileira”. Para tanto, empreendemos uma avaliação da relação entre posição social e cor da população na explicação das desigualdades intra-urbanas na região metropolitana do Rio de Janeiro, utilizando os dados do Censo 2000. A posição social foi identificada através da construção de uma tipologia socioespacial como representação da tradução territorial da estratificação social. Utilizamos as AED´s como unidades de análise e os níveis de escolaridade e renda da população moradora como variáveis de identificação da divisão social do território metropolitano. Em seguida, construímos um conjunto de indicadores de desigualdades para os segmentos populacionais de brancos, pretos e pardos com os quais avaliamos comparativamente a relação entre posição social no espaço e a cor da população na explicação das diferenças de condições de vida e de acesso a oportunidades sociais.

Resultados Quantitativos

Apresentação de Trabalho Título: Status, Cor e Desigualdades Sócio-Espaciais na metrópole do Rio de Janeiro Ano: 2007 Nome dos autores: Luiz Cesar Ribeiro Meio de divulgação: Anais Nome do Evento: ANPUR Natureza do Evento: Congresso Cidade: Belém Página inicial: Página final:

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Atividades 2

A equipe do Rio de Janeiro vem desenvolvendo um conjunto de sub-projetos de pesquisa que agrega, em torno de uma mesma temática - o efeito do território sobre as oportunidades de trabalho - metodologias, fontes de dados e escalas de investigação diversas.Os principais resultados estão sintetizados a seguir:

1. Escala nacional: Este trabalho apresenta resultados de pesquisa sobre a relação entre os processos de reprodução das desigualdades sociais e a organização social do território nas 15 principais metrópoles brasileiras. Utilizando dados do Censo 2000, que evidenciam empiricamente os efeitos dos processos de segmentação e segregação residencial, e instabilidade do universo familiar na vulnerabilidade de jovens. Partindo-se do pressuposto que a problemática da vulnerabilidade nessas metrópoles decorre da crise do regime de bem-estar social dual, forjado ao longo da fase de desenvolvimento conhecida como substituição das importações. Os resultados indicam que o contexto social do “bairro”, onde há pouco capital social na forma de relações estáveis com o mercado de trabalho, aumentam os riscos de vulnerabilidade de jovens, independentemente do contexto familiar. 2. Escala metropolitana: A região metropolitana do Rio de Janeiro há alguns anos vem perdendo importância no cenário econômico nacional. Estima-se que o PIB da região metropolitana está em situação de estagnação há 25 anos e, ao mesmo tempo, várias análises sobre a reconfiguração da economia nacional têm apontado indícios da sua situação de marginalização em relação ao território dinâmico em constituição no sudeste do país. Podemos afirmar que a região metropolitana do Rio de Janeiro vive há muitos anos um impasse que bloqueia a sua inserção na dinâmica econômica competitiva aberta com a transformação do modelo de desenvolvimento. Para o que interessa ao nosso presente trabalho, estas mudanças e a situação de impasse do desenvolvimento do Rio de Janeiro tiveram como resultado, de um lado, uma economia terciária dualizada entre o setor informal e formal, com enormes repercussões no mercado de trabalho. O objetivo geral deste trabalho é captar alguns dos reflexos que tais processos provocaram na relação entre as condições de acesso ao mercado de trabalho e a dinâmica territorial da metrópole fluminense. Neste sentido, testamos em que medida a localização dos indivíduos e grupos sociais no território, sob duas óticas da divisão social do território (segregação e segmentação urbanas) impactam na qualidade do emprego (fragilidade ocupacional) e nas possibilidades de transformar a própria oportunidade de emprego em recursos oriundos do mercado de trabalho (rendimento). 3. Escala intra-urbana: Este trabalho apresenta resultados sobre os efeitos da segregação residencial na cidade do Rio de Janeiro sobre as oportunidades no mercado de trabalho, tendo como hipótese que o fato de morar em favelas representa historicamente estar em desvantagem em relação ao acesso aos elementos que conformam o bem-estar urbano e a oportunidades no mercado de trabalho. Portanto, a distinção favela x bairro representa uma configuração sócio-espacial que, simultaneamente, expressa e reproduz as desigualdades sociais. No entanto, a percepção da favela como a representação da Cidade Partida, a relativa universalização do acesso a condições urbanas de vida promovida por políticas sociais territorialmente focalizadas nas favelas (Programa Favela-Bairro), as mudanças sócio-demográficas dos espaços populares e a existência nas favelas de uma dinâmica imobiliária com características semelhantes àquelas constatadas no mercado formal, vêm alimentando um debate sobre a pertinência ou não da consideração da favela

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como espaço de exclusão social. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo mensurar os efeitos do contexto social de residência sobre as situações de desemprego e desafiliação institucional e sobre os níveis de rendimentos, controlando por variáveis de nível individual e domiciliar. 4. Escala intra-metropolitana: O trabalho traçou algumas conexões entre as mudanças em curso no perfil ocupacional dos moradores na periferia metropolitana do Rio de Janeiro e aquelas verificadas nos mercados de trabalho na própria região periférica, utilizando como fonte principal os censos demográficos de 1991 e 2000. A elevada capacidade dos municípios periféricos absorverem a mão de obra local, inclusive os profissionais qualificados aí residentes e responsáveis pela diversificação social da região, coloca em cheque duas das características atribuídas à “periferia”, quais sejam: a elevada homogeneidade social e o lugar do não trabalho. Os dados indicam uma tendência à descentralização socioeconômica em direção aos municípios periféricos.

Se por um lado as desigualdades de renda e de condições de trabalho mantêm-se fortemente demarcadas no território metropolitano, por outro, as dinâmicas econômicas locais nos municípios periféricos ganharam força suficiente para alterarem o cotidiano de grande parte dos trabalhadores urbanos. A redução, para os trabalhadores, da distância e do tempo de deslocamento casa-trabalho interfere diretamente nas condições de reprodução familiar e no mercado de consumo na escala local.

Retomando os argumentos iniciais em torno da crescente imobilidade espacial dos trabalhadores urbanos, não se verificou a tendência ao isolamento das áreas populares periféricas em relação aos circuitos econômicos capitalistas. Os municípios que apresentaram aumento relativo das ocupações informais mais precarizadas e estagnação econômica, como Japeri, eram os que abrigavam o maior percentual de moradores trabalhando em outro município, mantendo, portanto, as características da “cidade dormitório”. Nos demais casos, observou-se expressiva capacidade dos municípios, tanto os mais dinâmicos quanto os mais estagnados, de reterem parte significativa de seus moradores de mais alta qualificação profissional.

As alterações na configuração socioespacial da metrópole indicam, ao mesmo tempo, uma descentralização socioeconômica em direção a determinados municípios periféricos e a reprodução, em menor escala, das desigualdades nas condições urbanas de vida. Entretanto, a proximidade do mercado de trabalho causada pela descentralização reduz os custos monetários e sociais atrelados à desigualdade de acesso à cidade. Nesse sentido, podemos pensar numa descentralização “virtuosa”.

5. Escala do bairro: O trabalho analisa os mecanismos de acesso ao trabalho, no setor de confecção de roupas, num bairro popular periférico. Ao longo da pesquisa em um bairro no município de São João de Meriti, observamos a importância das redes sociais na construção das redes produtivas, onde habilidades individuais muitas vezes desencadeiam todo um PROCESSO PRODUTIVO que não transforma apenas a vida dos envolvidos neste, mas também as características de todo um bairro, e até mesmo do município, alterando as estratégias de localização dos moradores. Resultados Quantitativos Artigo Nacional Título: A periferia metropolitana como lugar do trabalho: da cidade-dormitório à cidade plena. Ano: 2008

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Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: Título do periódico/revista: Cadernos IPPUR ISSN: Volume: Série: Página inicial: Página final:

Apresentação de Trabalho

Título: Favela Matters? The Relationship between Favela and Bairro in the Labor Market of Rio de Janeiro Ano: 2008 Nome dos autores: Luiz Cesar Ribeiro Meio de divulgação: Nome do Evento: Urban Segregation and Labor in the Americas Natureza do Evento: Seminário Cidade: Austin Página inicial: Página final: Título: Território e Trabalho: segregação e segmentação urbanas e oportunidades ocupacionais na Região Metropolitana do Rio de Janeiro Ano: 2008 Nome dos autores: Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, Juciano Martins Rodrigues e Filipe Souza Corrêa Meio de divulgação: Nome do Evento: ABEP Natureza do Evento: Congresso Cidade: Caxambu Página inicial: Página final: Título: O mercado de trabalho na metrópole do Rio de Janeiro: a periferia que virou centro Ano: 2008 Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: Nome do Evento: ABEP Natureza do Evento: Congresso Cidade: Caxambu Página inicial: Página final: Título: Labour, Housing and Immobility in the Brazilian Metropolis: the (perverse) decentralization of the informal sector. Ano: 2006 Nome dos autores: Luciana Corrêa do Lago Meio de divulgação: Nome do Evento: XVI World Congress of Sociology

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Natureza do Evento: Congresso Cidade: Durban Página inicial: Página final: Título: A Dimensão Metropolitana da Questão Social: ensaio exploratório Ano: 2007 Nome dos autores: Luiz Cesar Ribeiro Meio de divulgação: Nome do Evento: ANPOCS Natureza do Evento: Congresso Cidade: Caxambu Página inicial: Página final: Título: Redes sociais e trabalho na Baixada Fluminense: o caso das confecções. Ano: 2008 Nome dos autores: Roberta de Albuquerque Gomes Meio de divulgação: Nome do Evento: Jornada de IC UFRJ Natureza do Evento: Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Repensando a noção de “periferia” na metrópole do Rio de Janeiro: Ano: 2008 Nome dos autores: Danielle da Silva Meio de divulgação: Nome do Evento: Jornada de IC UFRJ Natureza do Evento: Cidade: Recife Página inicial: Página final: SUBLINHA II.2 – Organização social do território das metrópoles e desigualdades ATIVIDADE - Comparações, sistematização e identificações de padrões diferenciados entre as metrópoles

Atividades

A análise comparativa das estruturas sócio-ocupacionais e socioespaciais das metrópoles está em fase de conclusão e estará disponível no site do Observatório no mês de abril.

SUBLINHA II.4 - Estudo de caso

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Resultados Quantitativos

Artigo Nacional Título: Proximidade Territorial e Distância Social: reflexões sobre o efeito do lugar a partir de um enclave urbano Ano: 2008 Nome dos autores: Luiz Cesar Ribeiro Meio de divulgação: Título do periódico/revista: Revista Veracidade ISSN: Volume: 7 Série: Página inicial: Página final: Capítulo de Livro Título do capítulo: Viver às Margens dos Rios: uma análise da situação dos moradores da Favela Parque Unidos de Acari Ano: 2006 Nome dos autores: BRITTO, Ana Lucia e SILVA, Victor Andrade Carneiro Meio de divulgação: Título do livro: Rios e Paisagens Urbanas em Cidades Brasileiras Nome dos organizadores: Costa, Lucia Número do Volume: Página inicial: Página final: Numero da Edição: Série: ISBN: Cidade da editora: Rio de Janeiro; Montevideu Nome da editora: Viana & Mosley/PROURB Apresentação de Trabalho Título: Áreas de Preservação Permanente e Gestão de Recursos Hídricos: discutindo as relações entre preservação e justiça ambiental a partir do caso do rio Acari Ano: 2007 Nome dos autores: Britto, Ana Lucia e Cardoso, Adauto Lucio Meio de divulgação: CD Rom Nome do Evento: CTRH/ANPPAS. II Reunião Intermediaria. Natureza do Evento: Seminário Cidade: Página inicial: Página final: Título: Qualidade do Ambiente Urbano:um estudo de caso sobre o conjuto habitacional Nova Sepetiba Ano: 2005 Nome dos autores: Paula Assunção Vieira, Flavia Royse, Carolina Helena Oliveira Silva Meio de divulgação:

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Nome do Evento: Jornada de IC UFRJ Natureza do Evento: Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Monografia Título: O Conjunto Habitacional Nova Sepetiba no Rio de Janeiro: um espaço desigualmente integrado à cidade? Ano: 2006 Nome do autor: Marina de Oliveira Mendonça Instituição: IGEO/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: As condições socioespaciais e a análise socioeconômica dos moradores da Favela Parque Unidos de Acari. Ano: 2007 Nome do autor: Maria Luiza Machado Ribeiro Instituição: CCS/PUC RJ Área de conhecimento: PUR Título: Construção dos territórios em uma favela: o caso do Parque Unidos de Acari. Ano: 2008 Nome do autor: Thiago Della Vedova Instituição: IGEO/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: Proposta de recuperação físico-ambiental do Conjunto Nova Sepetiba Ano: 2007 Nome do autor: Flavia Royse Instituição: FAU/UFRJ Área de conhecimento: PUR Dissertação Título: Uma reflexão sobre os problemas socio-ambientais na Bacia Hidrográfica da Baía de Sepetiba segundo princípios de sustentabilidade. Ano: 2005 Nome do autor: Fabiana Dias da Silva Instituição: PROURB/UFRJ Área de conhecimento: PUR

SUBLINHA II.4 - Estudo de caso

Atividades 1 – Organização do banco de dados do Disque Denúncia com dados de 1995 a 2008. O banco foi construído a partir de 5 atributos principais: cadastro de denúncia, cadastro de envolvidos, tabela de assuntos, cadastro de veículos (somente para roubo de veículos),

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tabela de órgãos e informações do logradouro da ocorrência. Os tipos de denúncia são estabelecidos por classe de denúncia. Ao todo são 163 tipos agrupados em 19 classes de denúncias. As denúncias foram georeferenciadas a partir do logradouro da ocorrência. 2 - Organização de banco de dados sobre educação, desigualdades sociais, tensão social e segregação residencial no município do Rio de Janeiro no nível do aluno e da escola com os seguintes fontes:: (i) informações censitárias (IBGE 2000) georeferenciadas no nível do setor censitário; (ii) localização georeferenciada das escolas públicas de ensino fundamental da cidade do Rio de Janeiro; (iii) dados do Censo Escolar 2005 (INEP); (iv) Informações da Prova Brasil de 2005 no nível de micro dados (INEP); (v) informações do serviço Disque Denúncia correspondente ao período de 1995-2006. 3 – Organização de banco de dados Metrópoles e Educação, no nível dos municípios, a partir de dados das seguintes fontes: Prova Brasil 2005/2007 (INEP), Censo Escolar (2000-2005), Censo Demográfico 2000 (IBGE), PNUD (2000) DATASUS (2000-2005). 4 - Desenvolvimento do projeto “Observatório da Educação nas Cidades”, que é uma cooperação entre o Departamento de Educação/Laboratório de Avaliação da Educação (LAEd/ PUC-Rio) e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR)/ Coordenação do Observatório das Metrópoles (UFRJ). 5 – Elaboração de banco de dados e Relatório Final (referente ao período de Maio à Dezembro de 2006) da pesquisa “Segmentação Social, Segregação Urbana, e Desigualdade Social: o ‘efeito vizinhança’ e o ‘efeito escola’ na explicação do desempenho escolar dos estudantes de quarta série do ensino fundamental”. O banco e o relatório foram montados a partir de uma pesquisa realizada em 16 escolas públicas municipais, localizadas em bairros típicos da divisão social da cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa de campo obedeceu a uma metodologia de caráter qualitativo, que se vale de técnicas investigativas como entrevistas, observação participante, diário de campo e levantamento fotográfico. As entrevistas foram realizadas com pais de alunos, professores e diretores das escolas e abarcaram relações referentes ao universo social dos alunos, incorporando questões sobre o bairro e da vizinhança, formas de moradia, situação familiar do aluno, clima educativo encontrado em casa (educação como um valor incentivo ao estudo dos filhos; boas condições de estudo em casa, acompanhamento da escolaridade pelos pais). O desempenho dos alunos da 4ª série foi avaliado por meio de testes de matemática e de português. Os estudos desta sub-linha mostraram como a organização sócio-territorial de grandes centros urbanos impactam as oportunidades educacionais. Investigaram, em especial, a relação entre segregação residencial e educação na cidade do Rio de Janeiro, que apresenta um modelo de segregação específico, caracterizado por proximidade física e distância social. Tantos as pesquisas que se utilizaram de dados quantitativos quanto qualitativos mostraram os efeitos da moradia nas favelas e/ou da localização das escolas dentro ou nas proximidades das favelas para os resultados escolares medidos tanto pelo desempenho de alunos em provas padronizadas, quanto a partir do atraso e evasão escolar. Os resultados destas investigações evidenciam o impacto destes processos sócio-territoriais tanto sobre a demanda (processos de socialização das crianças e adolescentes) como sobre a oferta desigual da educação (diferentes infra-estrutura e organização das escolas). Os resultados sugerem que a melhoria da qualidade da educação em grandes metrópoles precisa ser pensada a partir da articulação de políticas educacionais bem como de políticas urbanas. Resultados Quantitativos Artigo Nacional

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Título: Segregação Urbana e Reprodução das Desigualdades Sociais: um estudo sobre os atuais bairros pobres urbanos e sua influência na trajetória de seus moradores Ano: 2007 Nome dos autores: Salata, André Meio de divulgação: Título do periódico/revista: Revista Três Pontos ISSN: Volume: Ano 4 Série: n 1 Página inicial: Página final: Artigo Internacional Título: Segregación urbana y rezago escolar en Río de Janeiro Ano: 2008 Nome dos autores: Ribeiro, Luiz Cesar Queiroz, Franco Junior, Francisco Creso J.; Alves, Fátima Meio de divulgação: Título do periódico/revista: Revista de la CEPAL ISSN: Volume: 94 Série: Página inicial: Página final: Capítulo de Livro Título do capítulo: Segregacción residencial y reprodución social: el “efecto vicindario” en La reproducción de la pobreza em las metrópolis brasileñas Ano: 2005 Nome dos autores: Luiz Cesar Ribeiro Meio de divulgação: Título do livro: Trabajo y producción de lapobreza em Latino Aérica y el Caribe. Estructuras, discursos y actores Nome dos organizadores: Leguizamón, S. A. Número do Volume: Página inicial: Página final: Numero da Edição: Série: ISBN: Cidade da editora: Buenos AIres Nome da editora: CLACSO Título do capítulo: Sucesso/insucesso escolar e segregação residencial: a divisão favela x bairro e a defasagem idade-série no Rio de Janeiro Ano: 2008 Nome dos autores: 3- Ribeiro, Luiz Cesar Queiroz, Franco Junior, Francisco Creso J.; Alves, Fátima Meio de divulgação:

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Título do livro: Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade Nome dos organizadores: Manuel Villaverde Cabral Número do Volume: Página inicial: Página final: Numero da Edição: Série: ISBN: Cidade da editora: Lisboa Nome da editora: Fundação Calouste Gulbenkian Título do capítulo: Segregação Residencial e Desigualdade Escolar no Rio de Janeiro Ano: 2008 Nome dos autores: 4- Ribeiro, Luiz Cesar de Queiroz, Franco Junior, Francisco Creso J. & Alves, Fátima Meio de divulgação: Título do livro: A cidade contra a escola: segregação urbana e desigualdades educacionais em grandes cidades da América Latina Nome dos organizadores: Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro & Ruben Kaztman Número do Volume: Página inicial: Página final: Numero da Edição: Série: ISBN: Cidade da editora: Rio de Janeiro; Montevideu Nome da editora: Letra Capital/Faperj; IPPES Título do capítulo: O papel do território na configuração das oportunidades educativas: efeito escola e efeito vizinhança Ano: 2008 Nome dos autores: 5- Sant’Anna, Maria Josefina Gabriel Meio de divulgação: Título do livro: cidade: olhares e trajetórias Nome dos organizadores: Carneiro, Sandra Maria de Sá Número do Volume: Página inicial: Página final: Numero da Edição: Série: ISBN: Cidade da editora: Rio de Janeiro; Montevideu Nome da editora: Garamond Relatório Título do relatório: Segmentação Social, Segregação Urbana, e Desigualdade Social: o ‘efeito vizinhança’ e o ‘efeito escola’ na explicação do desempenho escolar dos estudantes de quarta série do ensino fundamental Ano: 2008 Nome dos autores: Luiz Cesar Ribeiro; Maria Josefina Sant'Anna

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Meio de divulgação: Número de páginas: Apresentação de Trabalho Título: Efeito metrópole e acesso às oportunidades educacionais Ano: 2008 Nome dos autores: 6- Ribeiro, Luiz César de Queiroz & Koslinski, Mariane Campelo Meio de divulgação: Nome do Evento: ANPOCS Natureza do Evento: Congresso Cidade: Caxambu Página inicial: Página final: Título: Metropolização, Segregação Residencial e Desigualdades de Oportunidades Educativas Ano: 2006 Nome dos autores: 7- Ribeiro, Luiz César de Queiroz & Koslinski, Mariane Campelo Meio de divulgação: Nome do Evento: III Seminário Nacional do Observatório das Metrópoles Natureza do Evento: Seminário Cidade: Maringá Página inicial: Página final: Título: Localização sócio-espacial e a reprodução das desigualdades sociais no município do Rio de Janeiro: uma análise dos resultados da Prova Brasil sob o prisma da segregação urbana. Ano: 2008 Nome dos autores: Andre Salata Meio de divulgação: Nome do Evento: XIV Semana IPPUR Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Desigualdades sócio-espaciais e o “efeito escola” no cotidiano de escolas públicas na cidade do Rio de Janeiro Ano: 2008 Nome dos autores: 11- Cid, Gabriel da Silva Vidal; Chistovão, Ana Carolina & Soares, Carolina Zuccarelli Meio de divulgação: Nome do Evento: ANPOCS Natureza do Evento: Cidade: Caxambu Página inicial: Página final:

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Título: Territorialidade e Educação: relações entre efeito escola e o efeito vizinhança à luz de abordagens quantitativas e qualitativas Ano: 2008 Nome dos autores: Cid, Gabriel da Silva. Vidal; Soares, Carolina Zuccarelli & Christovão, Ana Carolina Meio de divulgação: Nome do Evento: XIV Semana de Planejamento Urbano e Regional Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Diferença no desempenho escolar de alunos da rede de ensino do município do Rio de janeiro. Ano: 2008 Nome dos autores: 15- Monteiro, Marília Meio de divulgação: Nome do Evento: Fórum Mundial de Educação Natureza do Evento: Seminário Cidade: Baixada Fluminense Página inicial: Página final: Título: Segregação. Residencial e Reprodução das Desigualdades: o papel do território na configuração das oportunidades Ano: 2007 Nome dos autores: 19- Ribeiro, Luiz Cesar de Queiroz; Sant’Anna, Maria Josefina Gabriel Meio de divulgação: Nome do Evento: XIII congresso Brasileiro de Sociologia Natureza do Evento: Congresso Cidade: Recife Página inicial: Página final: Título: Desempenho escolar e isolamento sócio-territorial: o caso de duas escolas municipais da zona oeste do Rio de Janeiro Ano: 2006 Nome dos autores: Monteiro, Marília. & Carvalho, Daniela Meio de divulgação: Nome do Evento: II Coloquio “Educação, Cidadania e Exclusão. Etnografia em Educação: fracasso Escolar, conversas sobre Teoria e Prática” Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Testando o efeito vizinhança e efeito escola na explicação dos diferenciais de desempenho escolar. Ano: 2006 Nome dos autores: 32- Ribeiro, Luiz Cesar de Queiroz; Sant’Anna, Maria Josefina Gabriel, Teixeira, L.

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Meio de divulgação: Nome do Evento: ANPOCS Natureza do Evento: Congresso Cidade: Caxambu Página inicial: Página final: Banco de dados Nome: Banco de dados do Disque Denúncia Fonte: Data de Referência: 1995 a 2008 Tamanho: Unidade do banco: Referência espacial: Nome: Banco de dados Metrópoles e Educação Fonte: Prova Brasil 2005/2007 (INEP), Censo Escolar (2000-2005), Censo 2000 (IBGE), PNUD (2000) DATASUS (2000-2005). Data de Referência: Tamanho: Unidade do banco: municípios Referência espacial: Monografia Título: Nova Pobreza Urbana e Reprodução das Desigualdades Sociais: um estudo sobre os efeitos do local de moradia sobre as possibilidades de ascensão social. Ano: 2007 Nome do autor: Andre Salata Instituição: IFCH/UERJ Área de conhecimento: Ciências Sociais Dissertação Título: Escola na Favela ou Escola de Favela? Ano: 2007 Nome do autor: Mariana Santos Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: A vizinhança importa – Desigualdades e Educação na Favela do Cantagalo. Ano: em andamento Nome do autor: Ana Carolina Christóvão Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: Segregação Residencial, Capital Social e Desigualdades Educacionais no Rio de Janeiro. Ano: em andamento Nome do autor: Carolina Zuccarelli

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Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: Território, Desigualdades e Identidades Sociais: proximidade física e distância social, um estudo de caso de uma escola pública no interior de um condomínio na Barra da Tijuca Ano: em andamento Nome do autor: Gabriel Cid Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR Título: Estudar X Trabalhar: a escolha entre mercado de trabalho e escola por parte dos jovens no município do Rio de Janeiro Ano: em andamento Nome do autor: Andre Salata Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR Tese Título: Segregação residencial e desigualdades de oportunidades (trabalho e educação) Ano: em andamento Nome do autor: Marcelo Ribeiro Instituição: IPPUR/UFRJ Área de conhecimento: PUR LINHA DE PESQUISA III – Governança Urbana, Cidadania e Gestão das Metrópoles SUBLINHA III.3 - Sistema Federativo e Condições Institucional-Fiscais da Gestão Metropolitana Atividades 1 1. Que atividades foram desenvolvidas no projeto de pesquisa e quais foram as principais conclusões obtidas? 1. Desenvolvimento da pesquisa: “Capacidade Fiscal e Demanda por Serviços Públicos - Construção de Tipologia para os Municípios Metropolitanos Brasileiros”, com o apoio da FAPERJ O trabalho tem, entre seus objetivos específicos: - construir uma tipologia dos municípios metropolitanos, considerando, de um lado, a demanda de bens e serviços públicos e, de outro, as condições de atendimento a essa demanda; - verificar se, e em que medida, o crescimento econômico e o crescimento demográfico têm sido acompanhado pela expansão da capacidade fiscal dos municípios; O estudo abrangerá 287 municípios situados em 13 regiões metropolitanas brasileiras e na Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno - RIDE/DF, consideradas por estudo do Observatório como aglomerados urbanos metropolitanos. 2. Desenvolvimento da pesquisa “Arranjos Institucionais de Gestão Metropolitana”, desenvolvendo os seguintes trabalhos:

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- pesquisa de legislação das regiões metropolitanas; - elaboração de texto básico sobre essa legislação para diversas regiões Esse material foi repassado à coordenadora e distribuído aos diversos núcleos regionais, para servir de base aos trabalhados desenvolvidos por estes. 3. Atualização da composição das Regiões Metropolitanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento- RIDEs O trabalho desenvolvido envolveu pesquisa nos sítios dos governos estaduais, Assembléias Legislativas e governo federal. A atualização completa, até 30.11.2008, encontra-se disponível no sítio do Observatório das Metrópoles. 4. Montagem de banco de dados fiscais sobre os municípios metropolitanos de 2000 até 2007 (último ano com informações disponíveis) A montagem deste banco de dados se insere no objetivo da Rede Observatório das Metrópoles de disponibilizar, à sociedade, elementos que alimentem a discussão sobre o tema das metrópoles. O banco de dados conterá as contas de receitas e despesas orçamentárias dos municípios pertencentes às Regiões Metropolitanas e à RIDE DF. Para sua elaboração, foram inicialmente pesquisados os dados disponíveis no sítio do Ministério da Fazenda. Após homogeneizar os planos de contas, verificaram-se os municípios que não dispunham de dados e passou-se a estimar esses dados a partir de diversas bases, a saber: outras informações da STN/ Ministério da Fazenda, Ministério da Saúde/DATASUS, sítios dos municípios, dos governos estaduais e de Tribunais de Contas, além de Institutos de Pesquisa estaduais. Os dados iniciais estão em fase de depuração, após o que serão tratados, de forma a que sua apresentação permita seu manuseio por pessoas que tenham um conhecimento básico de contas públicas. Resultados Quantitativos Relatório Título do relatório: Arranjos Institucionais de Gestão Metropolitana Ano: 2008 Nome dos autores: Sol Garson Meio de divulgação: CD Número de páginas: Apresentação de Trabalho Título: Gestão Metropolitana no Brasil: desenvolvimentos recentes Ano: 2008 Nome dos autores: Sol Garson Meio de divulgação: Nome do Evento: Seminário Nacional Observatório das Metrópoles: território, coesão social e democrática Natureza do Evento: Seminário Cidade: Maringá Página inicial: Página final: Título: Regiões Metropolitanas: o Desafio da Cooperação Ano: 2008 Nome dos autores: Sol Garson

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Meio de divulgação: Nome do Evento: Seminário do Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas, UERJ. Natureza do Evento: Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Os Municípios e as Regiões Metropolitanas Brasileiras Ano: 2008 Nome dos autores: Sol Garson Meio de divulgação: Nome do Evento: “Encontro Marcado nº 14”, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Título: Regiões Metropolitanas – Obstáculos institucionais à cooperação em políticas urbanas Ano: 2008 Nome dos autores: Sol Garson Meio de divulgação: Nome do Evento: Seminário 'Perfil do Municípios'/IBGE Natureza do Evento: Seminário Cidade: Rio de Janeiro Página inicial: Página final: Banco de dados Nome: banco de dados fiscais sobre os municípios metropolitanos de 2000 até 2007 Fonte: Ministério da Fazenda e DATASUS Data de Referência: 2000 a 2007 Tamanho: Unidade do banco: Referência espacial: municípios metropolitanos Atividade 2

Áreas de Revitalização Econômica ou simplesmente ARE é um projeto da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) que tem por objetivo promover o centro da cidade tanto para o desenvolvimento de negócios quanto para a atração de consumidores. Apresentado como um dos mais importantes projetos da ACRJ em parceria com empresas sediadas no centro da cidade - entre elas, a Petrobras e a Vale, as duas maiores do país, o ARE buscou inspiração em um modelo internacional de melhorias de áreas comerciais chamado Business Improvement Districts (BIDs) e pretende dinamizar economicamente o centro. O objetivo principal desta pesquisa é analisar criticamente o projeto brasileiro ARE à luz das experiências internacionais e da literatura científica. Nesse sentido, o trabalho começou com uma análise documental do ARE. Foram reunidas

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preliminarmente informações encontradas no website da ACRJ e o coordenador do projeto foi contactado. Em seguida, foi iniciado um estudo das experiências internacionais de revitalização de áreas comerciais chamadas Business Improvement Districts destacando a emergência, o sucesso e as implicações desses projetos. Através da leitura de artigos científicos e relatórios de pesquisas realizadas por instituições renomadas disponíveis na Internet, será apresentado os resultados dos BIDs em Toronto (cidade canadense que inaugurou esse modelo), Philadelphia (representando a proliferação do modelo nos EUA), Coventry (quando o BID cruza o Atlântico: o modelo britânico) e, por fim, Cidade do Cabo e Johannesburg (quando o modelo chega ao continente africano). Será organizada também uma base de dados com as informações obtidas nesta pesquisa sobre os BIDs que possam contribuir para futuras pesquisas. O conteúdo disponibilizará uma bibliografia sobre o tema, incluindo: teses, artigos, livros, relatórios e publicações governamentais; imagens e vídeos que permitam ilustrar o tema; além de apresentar endereços físicos e websites de algumas instituições públicas e privadas envolvidas e interessadas nesses projetos. Esta é a primeira etapa do projeto cujo objetivo é apresentar um panorama desses modelos de revitalização econômica de áreas comerciais e algumas questões que norteam o debate. Resultados Quantitativos Relatório Título do relatório: As Áreas de Revitalização Econômica (ARE) e sua inspiração nos Business Improvement Districts (BIDs) Ano: 2009 Nome dos autores: Cristiane Motta de Freitas Meio de divulgação: Número de páginas: Base de dados Nome: Base de dados sobre os Business Improvement Districts (BIDs) Fonte: Data de Referência: Tamanho: Unidade do banco: País Referência espacial: Cidade LINHA DE PESQUISA IV - Monitoramento da realidade metropolitana e desenvolvimento institucional SUBLINHA IV.1 - Estudos Atividades

Entre agosto de 2005 e março de 2006 foi desenvolvida pesquisa dentro do projeto de pós-doutoramento no LATTS: Laboratoire Techniques Territoires et Sociétés, Ecole National de Ponts et Chauséé relativa aos formatos de cooperação intermunicipal para a

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gestão de serviços de saneamento. Foi feito um acompanhamento de atividades e levantamento de dados junto a dois Sindicatos Intermunicipais localizados na região metropolitana de Paris o SIARCE "Syndicat Intercommunal d'Assainissement et de Restauration de Cours d'Eau" e o “SIVOA Syndicat Mixte de la Vallée de l'Orge Aval” Foi organizada uma missão dos diretores do SIARCE Brasil em abril de 2006, com palestras na UFRJ, visita a Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, visita a ANA, Agencia Nacional de Águas, e a Prefeitura de Nova Iguaçu, com vistas ao estabelecimento de projeto de cooperação. Os contatos resultaram no convite ao SIARCE para representar a experiência francesa de cooperação intermunicipal no Seminário Regionalização e Gestão Associada de Serviços Públicos organizado pelo Ministério das Cidades em novembro de 2006. Neste Seminário apresentamos junto com o professor Bernard Barraqué uma sistematização do modelo francês de cooperação intermunicipal na gestão de serviços de saneamento. Foi realizado o Seminário Internacional “Gestão sustentável da água em áreas Urbanas” nos dias 12 e 13 de novembro de 2007, que contou com a participação de pesquisadores brasileiros e franceses. Foi feita uma análise da Lei de Consórcios (da Lei no 11.107/2005 que regula a cooperação interfederativa) e da Lei que regulamenta a prestação de serviços de saneamento (Lei 11.445 de 2007) e uma análise da experiência do Consórcio do ABC na Região Metropolitana de São Paulo, especificamente no que concerne à cooperação entre os municípios associados para a gestão de serviços de saneamento.

Síntese do Trabalho

Sobre o modelo institucional vigente no saneamento e os impasses para a construção de uma gestão integrada nas regiões metropolitanas. Até muito recentemente o modelo de gestão dos serviços de saneamento conservava muitas características do modelo estruturado na década de 70, fortemente influenciado pelas diretrizes do regime militar e calcado na centralização decisória e econômica. Privilegiou-se, na gestão dos serviços de saneamento, um modelo de gestão baseado na concessão de serviços que são de caráter municipal à empresas estaduais (Companhias Estaduais de Saneamento- CESBs). Nessas concessões, organizadas a partir de formas de contrato precárias e até inexistentes, era baixa, e em alguns casos nula, a capacidade de regulação dos municípios. Este modelo estruturou-se fechado na sua lógica setorial, dentro de uma definição onde o saneamento básico era restrito ao abastecimento de água e a ao esgotamento sanitário. O abastecimento de água organizou-se dentro de uma perspectiva de ampliação estrutural da oferta baseada em uma concepção de inesgotabilidade dos recursos hídricos. Grandes estruturas de adução foram implantadas desvinculadas de uma perspectiva da gestão integrada dos recursos hídricos que, no caso do Brasil, iniciou sua organização tardiamente, apesar da existência de formas embrionárias deste modelo como a legislação de proteção aos mananciais de região metropolitana de São Paulo de 1975, voltada para conter a poluição na fonte.

Por outro lado, a lógica centralizada e autoritária da gestão imposta pela maior parte das CESBs bloqueou o desenvolvimento de formatos de planejamento inter-setorial. Como argumenta SILVA (2004), no Brasil consolidou-se uma forte assimetria de poder entre os responsáveis pelo planejamento municipal e metropolitano, com seus limitados instrumentos de gestão como Planos Diretores, Leis de Uso do Solo, Regulações Urbanísticas, e o poder que os responsáveis pelos sistemas setoriais de infra-estrutura, como as Companhias Estaduais de Saneamento, detêm sobre a ordenação do território regional e urbano (SILVA, 2004). A organização tecnológica e institucional das redes de infra-estruturas de saneamento estruturada pelas CESBs mostrou-se, na maioria dos casos,

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pouco sensível às diretrizes de política urbana ou regional em qualquer escala. Dificilmente as Companhias Estaduais de Saneamento se submetiam às diretrizes dos planos locais, a menos que estas se apresentassem absolutamente coincidentes com a opção de desenvolvimento previamente definida como preferencial pela lógica do setor. Outra característica do modelo é que ele desconsiderava uma lógica de articulação intermunicipal, sendo pouco receptivo à iniciativas neste sentido. Isto se constitui em problema, pois como afirmam Nascimento e Heller, a cooperação intermunicipal é indispensável em regiões metropolitanas, por razões intrinsecamente técnicas dos sistemas hidráulicos de infra-estrutura urbana, e em decorrência da necessidade de harmonização de políticas de desenvolvimento urbano, de habitação, ambiental e de recursos hídricos na escala espacial de grandes conglomerados urbanos (NASCIMENTO E HELLER, 2005).

De fato, não só o modelo de gestão dos serviços de saneamento era pouco receptivo a iniciativas de cooperação intermunicipal, como o modelo de planejamento e gestão metropolitana, implantado nos anos 70, foi incapaz de construir esta articulação. A ineficácia ou a inexistência de um planejamento metropolitano é um importante impasse a ser enfrentado para se construir um modelo de gestão integrada da água. Esta é uma questão central quando se busca ampliar a cobertura e a eqüidade nos padrões de prestação dos serviços de saneamento básico internamente à mancha urbana metropolitana. É importante que haja uma diretriz definida entre os municípios integrantes da região metropolitana sobre quais áreas devem ser objeto de ação prioritária para implantação de serviços, em função das estratégias comuns de expansão urbana e ordenação do território.

Como argumenta Silva (2004), não cabe à concessionária de saneamento básico, ou ao sistema de gerenciamento de recursos hídricos, traçar estratégias gerais de desenvolvimento urbano/metropolitano. Porém, verifica-se que estas estratégias são fundamentais para uma articulação mais avançada de uma gestão integrada da água, articulando a gestão dos recursos hídricos da bacia com os serviços de saneamento, usuários da água. A construção articulada destas estratégias, em áreas de forte conurbação como as regiões metropolitanas, é essencial para a preservação dos recursos hídricos e da qualidade do ambiente urbano.

Outro impasse a ser destacado relaciona-se com a definição do que seria saneamento básico, onde se priorizou sistemas evidentemente essenciais como abastecimento de água e esgotamento sanitário, mas, deixou-se de lado a questão da drenagem das águas pluviais e do manejo dos resíduos sólidos, gerando, em determinadas metrópoles brasileiras, situações de incongruência dos sistemas e de extrema vulnerabilidade ambiental. Apesar dos impasses anteriormente apontados nas regiões metropolitanas do País, o modelo de concessão às Companhias Estaduais (CESBs) permanece em vigor, com muitos contratos de concessão estabelecidos ainda nos moldes do PLANASA, Plano Nacional de Saneamento.

Muitos dos contratos de concessão estabelecidos na década de 70, apesar do prazo de concessão vencido, ainda não foram renegociados, e os serviços ainda permanecem sob prestação das concessionárias. Estes contratos, extremamente autoritários, não nasceram da negociação entre estados e municípios, mas foram impostos unilateralmente pelos primeiros. Não se encontram claramente definidas nos contratos as obrigações das concessionárias, nem os direitos do município enquanto poder concedente. Muitos contratos apresentam cláusulas que dificultam a retomada pelos municípios da gestão dos serviços, tais como: renovação automática do contrato por igual período em caso de ausência de manifestação contrária imediata por parte do concedente; necessidade do município indenizar a Companhia pelas infra-estruturas instaladas. A permanência desta estrutura pode ser atribuída ao vácuo institucional no que diz respeito à política de saneamento e à ausência de definição de um marco regulatório que orientasse a prestação dos serviços. Este vácuo institucional teve origem no fim do PLANASA e

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permaneceu até 2005, permitindo que as relações entre Companhias Estaduais e municípios se mantivessem dentro da mesma lógica do PLANASA, apesar de um movimento de municipalização dos serviços em alguns municípios do sul e sudeste.

A definição deste marco regulatório era uma preocupação central da equipe dirigente da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades, criado pelo governo do presidente Lula. Foi formulado pelo Ministério o projeto de lei de Política Nacional de Saneamento. Este, depois de passar por um conjunto de emendas e reformulações, voltadas para a construção de um consenso entre os interesses dos diferentes atores do setor, foi aprovado em dezembro de 2006 no Congresso Nacional, sendo a Lei 11.445 sancionada pelo presidente em 5 de janeiro de 2007. A nova lei define diretrizes nacionais, isto é, os traços fundamentais, dentro dos quais deverão ser prestados os serviços. Diferentes aspectos da lei favorecem a construção de um modelo de gestão integrada das águas em regiões metropolitanas.

O primeiro deles é a adoção de uma definição ampla de saneamento, entendendo como saneamento básico os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, o manejo das águas pluviais urbanas e o manejo de resíduos sólidos, o que contribui para uma integração intra-setorial no âmbito do planejamento destas redes de infra-estrutura que até hoje era inexistente nas áreas metropolitanas. Esta integração não é só interna aos serviços e infra-estruturas de saneamento, mas envolve também outros setores, posto que a lei afirma que deve haver articulação da política de saneamento com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, e de promoção da saúde (artigo 2o VI). Por outro lado, a lei assinala a necessidade de integração das infra-estruturas e serviços de saneamento com a gestão eficiente dos recursos hídricos (artigo 2o,XII), e como diretriz da política federal de saneamento básico, a adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento de suas ações (artigo 48o, X).

Outro aspecto importante da lei no sentido da construção de políticas e ações integradas é a inclusão do planejamento como instrumento fundamental para o desenvolvimento das ações de saneamento básico. A elaboração dos planos municipais de saneamento passará a ser condição para que municípios e estados, incluindo as Companhias Estaduais e Prestadores Municipais como intervenientes, possam acessar recursos junto ao governo federal e para validar os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento e para sua delegação; o plano é formulado pelo município, que passa a ter a prerrogativa de orientar os investimentos realizados em seu território. Os planos de saneamento básico, elaborados segundo os princípios da lei, podem vir a ser importantes ferramentas para a construção da integração intersetorial, que é, como já afirmado, essencial para que a sustentabilidade e perenidade dos investimentos em saneamento. No caso da prestação de serviços regionalizada, isto é, onde existe um único prestador de serviços para um conjunto de municípios, a prestação de serviços de saneamento básico poderá obedecer ao plano de saneamento básico elaborado para o conjunto de municípios atendidos. Este é um aspecto importante, pois no caso das regiões metropolitanas, onde existem infra-estruturas compartilhadas, este tende a ser o modelo dominante. Nestes casos a lei induz a construção de um plano metropolitano, instrumento fundamental para a construção da gestão integrada.

Dentro da gestão regionalizada a lei abre possibilidades para diversos arranjos institucionais entre os entes federados, formatos estes a serem regulados pela Lei 11.107/2005 que regulamenta o art. 241 da Constituição Federal relativo à gestão associada de serviços públicos.

Os Consórcios Municipais e as novas perspectivas apontadas pela Lei 11.107/2005 A Lei de Consórcios (Lei 11.107/2005), regulamentada pelo Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007, tem como objetivo proporcionar a segurança político-institucional

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necessária para o estabelecimento de estruturas de cooperação intermunicipal e solucionar impasses na estrutura jurídico-administrativa dos consórcios. No formato anterior à Lei os Consórcios só podiam ser implementados entre pessoas públicas da mesma natureza, isto é, município com município, estado com estado, autarquia com autarquia. Eles não possuíam personalidade jurídica, o que significava uma impossibilidade de exercer certos direitos e assumir obrigações em nome próprio. De fato, neste modelo os municípios é que tinham personalidade jurídica, mas a união deles pelo consórcio não criava uma nova personalidade jurídica. Normalmente, para que pudessem assumir obrigações, os consórcios se organizavam como sociedade civil. Esta sociedade, que deveria ter sua criação previamente autorizada pelas câmaras municipais, é que era detentora de direitos e obrigações, possuindo estrutura de gestão autônoma e orçamento próprio, e podendo contratar pessoal, comprar e vender bens, contrair empréstimos nacionais ou estrangeiros. Organizada como sociedade civil, a associação de municípios poderia dispor de patrimônio próprio para a realização de suas atividades, sendo os recursos provenientes de receitas obtidas mediante atividades ou de contribuição dos municípios integrantes, de acordo com o estatuto do consórcio.

Os consórcios, nos termos da Lei 11.107/2005, são parcerias entre dois ou mais entes da federação para a realização de objetivos comuns, em qualquer área. Eles são pessoas jurídicas, que podem assumir a personalidade de direito público ou privado. Os primeiros são autarquias de caráter especial e submetem-se às regras de direito público em geral. Os segundos são associações civis e possuem um regime jurídico híbrido. A lei traz novas perspectivas para a gestão de serviços públicos que poderá ser feita de forma associada; o novo arcabouço legal permite através dos institutos do consórcio público de direito público, do convênio de cooperação, e do contrato de programa, avançar no estabelecimento de modelos de gestão pública em escalas adequadas para estes serviços.

Vale lembrar que os consórcios públicos integram a administração indireta de todos os entes consorciados. Assim, como aponta Ribeiro (2007), a transferência de poderes inerentes à titularidade municipal ao consórcio, é a mesma coisa que a transferência destes mesmos poderes a uma autarquia. Para os municípios metropolitanos de menor porte, com fraco desenvolvimento econômico, com dificuldade de captar recursos e pouca capacidade administrativa, a cooperação através de consórcios é uma alternativa importante para implementação de programas e desenvolvimento de projetos de saneamento. De fato, um dos objetivos dos consórcios públicos deverá ser a viabilização da gestão pública de serviços de saneamento nas áreas metropolitanas, onde a solução de problemas comuns requer políticas e ações construídas coletivamente pelos municípios membros. Neste contexto, os governos estaduais podem ter um papel chave, assumindo o papel de estimuladores da cooperação intermunicipal.

Uma das escalas que vinha orientando a estruturação de consórcios é a escala da bacia hidrográfica. No Brasil, uma das experiências mais bem sucedidas e conhecidas de consórcio intermunicipal é o Consorcio do ABC, na região metropolitana de São Paulo. A Lei paulista nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, que instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos, já incentivava o uso do modelo dos consórcios intermunicipais para a gestão de recursos hídricos e ações integradas nas bacias ou regiões hidrográficas críticas (art.31). Na região metropolitana de São Paulo, um conjunto de municípios cujas zonas urbanizadas encontravam-se “conurbadas”, conhecidos como Região do ABC, constituiu uma destas primeiras associações em dezembro de 1990. O objetivo inicial era equacionar, discutir e adotar medidas em conjunto, voltadas para a proteção de mananciais de água e manutenção da flora e da fauna, sendo criado o Consórcio Intermunicipal das Bacias do Alto Tamanduateí e Billings, ou, como é mais conhecido, Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

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O Grande ABC paulista equivale à Sub-Região Sudeste da Metrópole paulistana, que continua sendo a área mais industrializada do Brasil; tem uma população de quase dois e meio milhões de pessoas, em sete municípios: Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. As primeiras atividades do Consórcio evidenciavam uma preocupação eminente com a questão ambiental, até por ter uma configuração geográfica definida por sua hidrografia, à semelhança de outras entidades similares que, também se organizaram neste período. Elas abrangiam não só a própria questão ambiental, envolvendo principalmente abastecimento de água, efluentes líquidos, resíduos sólidos, mas também usos do solo, circulação e transportes, macrodrenagem e outras variáveis da infra-estrutura regional, suas implicações na economia e, conseqüentemente, na qualidade de vida da população do ABC. Avaliações elaboradas pelo Consórcio, datadas de 1994/5, encaminhadas à esfera estadual, evidenciaram a necessidade de uma nova leitura das bacias hidrográficas, em termos de legislação. Isto induziu a que modificações inseridas na legislação estadual promovessem a participação efetiva dos municípios do ABC, na elaboração de Planos Emergenciais e Leis Específicas referentes ao Plano de Desenvolvimento e Preservação Ambiental da Região.

O ABC, por meio do Consórcio, passou a ser figura obrigatória nas agendas de vários órgãos do Governo do Estado, a ponto de, mesmo não sendo entidade membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, ter assento em suas reuniões e designar integrantes regionais com poder de voto. Em 1997 foi instalada a Câmara do Grande ABC, que se constitui em uma coalizão, isto é, um espaço de negociação envolvendo poder público, empresários, sindicatos e demais organizações da sociedade civil.

Os municípios que compõem o consórcio do ABC optaram por diferentes formas de gestão de serviços de saneamento. Porém, uma serie de questões relativas a gestão das águas nas cidades que compõem o Consórcio são tratadas coletivamente, integrando ações de saneamento ao plano de bacia na escala da sub-bacia e na escala da macro-bacia (Alto Tietê). Dentre estas questões destacam-se ações relativas a finalização do sistema de tratamento de esgotos da ETE ABC, operada pela SABESP; o desenvolvimento do programa de Combate às Inundações na Bacia do Alto Tamanduateí, baseado na construção de tanques de contenção (“piscinões”), e o plano de proteção e recuperação dos mananciais Billings. Todas estas ações envolvem novas estruturas cooperativas entre os municípios associados no Consórcio e o Governo do Estado de São Paulo. No cenário internacional existem diferentes experiências de gestão associada de serviços de saneamento que buscam uma gestão integrada e cooperativa dos serviços, destacamos neste contexto as experiências italiana e francesa.

A Itália é marcada por uma forte fragmentação administrativa: 8092 comuni, 94 províncias e 20 regiões. As comuni (municípios) são responsáveis pela gestão da água e dos serviços de saneamento. Mesmo a Itália sendo um País de forte tradição municipalista, esta estrutura fragmentada levou a constituição de formas de agrupamento intermunicipal denominadas conzorcios Existiam na Itália conzorcios de todos os tamanhos, o da província de Milão era formando por 200 municípios membros, mas não incluía Milão. Além da tradição municipalista, existia também na Itália uma forte tradição de gestão pública. A reforma no setor de saneamento visando superar os impasses dessa fragmentação institucional vai se iniciar a partir da aprovação da Lei 36/1994, Lei Galli. Esta lei vai buscar enfrentar a questão da definição de um território adequado para a gestão dos serviços, partindo de uma concepção de gestão integrada da água. A proposta era de adotar o ciclo da água como escala, superando limites administrativos e fragmentação institucional, e definindo um modelo organizativo que se ocupasse da água, em todas as fases do seu ciclo, da proteção das fontes à sua restituição ao ecossistema. Definia-se assim o que seria o serviço hídrico integrado, que deve considerar uma vasta área em estreita relação com a bacia hidrográfica ou sub-bacia hidrográfica, e o que seria o âmbito territorial

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ótimo de gestão. Este teria correspondência com a escala de bacia, permitindo uma redistribuição equilibrada do recurso hídrico, e a realização de economias de escala na gestão dos serviços de saneamento. Para organizar o serviço hídrico integrado era preciso que os municípios titulares das funções se coordenassem e definissem coletivamente formas de colaboração institucional necessárias à gestão racional e sustentável da água. O desafio era fazer nascer um governo conjunto necessário para gerir o serviço hídrico integrado.

Antes da lei existiam, aproximadamente, 10.000 serviços municipais de abastecimento de água geridos por 8.000 atores diferentes, que pela aplicação da lei iriam se transformar em 90 unidades de gestão. A Lei Galli determina que os municípios transfiram a gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário à organismos públicos de gestão integrada (Servizio Idrico Intergrato), cujo território corresponde ao perímetro Ótimo de Gestão (Ambito Territoriale Ottimale, ATO). Inicialmente a proposta era de que os agrupamentos se fariam por sub-bacia, mas na prática em quase todo o território italiano os agrupamentos se fizeram na escala das províncias, com exceção do sul da Itália (ATO de Sardenha, da Sicília do Vale de Aoste, de Púgiles e de Basilicate), onde foi feita um outro agrupamento baseado na estrutura de regiões. Foi criada uma agência municipal para cada ATO (Autorità d'Ambito Territoriale Ottimale, A-ATO ) e um plano regional de investimentos com um horizonte 20/30 anos. Os municípios têm duas possibilidades de agrupar os serviços: eles podem se reunir sob a base de uma convenção cuja coordenação será assegurada por um deles ou pela Província, ou, criar um consórcio para a gestão dos serviços de saneamento. A prestação dos serviços pode se organizar de diferentes formas: (i) criação de uma empresa pública sendo acionários os municípios (ii) criação de uma sociedade de economia mista, (iii) delegação à uma empresa privada por meio de edital.

O exemplo italiano mostra questões relevantes para se discutir sobre o tema da cooperação intermunicipal e da gestão integrada da água. Existe hoje uma forte dificuldade para se integrar gestão de serviços e gestão de recursos hídricos; a escala de bacia hidrográfica, apesar da sua evidente pertinência, reforçada pela Lei Galli, ainda não é reconhecida pelos atores locais como o âmbito ótimo de gestão. Por outro lado, o exemplo da Itália mostra que a cooperação intermunicipal não pode depender apenas da vontade dos municípios; deve haver mecanismos incitativos e de coordenação dessa cooperação para que ela se efetive.

A França, assim como a Itália, também é marcada por uma forte fragmentação territorial. Em 1792 as paróquias do Antigo Regime foram transformadas em 36.000 municípios resultando em 16.500 serviços de água e 17.000 serviços de esgotamento sanitário. Estes serviços pertencem à categoria dos SPIC (Services Publics à Caractère Industriel e Commerciel), o que significa que o direito que regula estes serviços é uma combinação de direito privado com direito administrativo. Assim, por um lado, devem ser respeitados os princípios relativos a sua condição de serviço público, qualquer que seja o estatuto do operador e, por outro lado, a classificação SPIC implica em que o financiamento seja assegurado pelas tarifas, da mesma forma que no Brasil.

O modelo de gestão dos serviços se caracteriza pela titularidade municipal, o que significa que o poder político local tem a liberdade de escolher a forma de organização dos serviços que lhe parecer mais conveniente, podendo gerir eles mesmos os serviços (“régie directe”), ou delegar a prestação a um operador privado (delegação de serviço público) ou ainda transferir a sua competência à um EPCI (estabelecimento público de cooperação inter-municipal). Existe, portanto, uma grande diversidade de situações de gestão.

A lei francesa que autoriza os municípios a se associarem existe desde o fim do século XIX, mas a transferência das competências municipais aos EPCIs, torna-se mais significativa sobretudo depois da 2ª Guerra Mundial. As duas principais formas de EPCIs

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são os "syndicats intercommunaux" e as "communautés urbaines”. Um "syndicat intercommunaux" agrupa vários municípios, geralmente menores, e tem como objetivo abastecê-los com um serviço que é comum a todos. O "syndicat intercommunaux" pode ter como objeto um único serviço ("Syndicat Intercommunaux à Vocation Unique", SIVU), ou vários serviços ("Syndicat Intercommunaux à Vocation Multiple", SIVOM). Os "syndicat intercommunaux” se baseiam em uma representação igualitária do conjunto de seus membros. No caso dos serviços de abastecimento de água e esgotamento, os syndicats delegam frequentemente a gestão dos serviços às empresas privadas.

Uma outra possibilidade de articulação inter-municipal é a "Communauté Urbaine" formada por um município principal, fortemente urbanizado, e pelos municípios situados no seu entorno, caracterizando uma conurbação, como as nossas regiões metropolitanas. A “communauté urbaine” é um tipo de associação a que aderem os municípios mais importantes em termos populacionais e econômicos, pouco inclinados a se filiarem a sindicados nos quais se colocariam em pé de igualdade com os outros membros. Na “communauté urbaine” a representação se faz em função do número de habitantes, o que dá maior poder ao município centro. Existem diferentes tipos de “communautés urbaines” sendo este um formato de cooperação antigo , renovado a partir da lei Chevenement de 1999 . Esta lei propõe um novo tipo de EPCI, a “communauté d’agglomeration” para um conjunto municípios menores, e reserva o formato de “comunauté urbaine” à aglomerações urbanas com mais 500.000 habitantes. A lei implica ainda a transferência automática a esta "Communauté Urbaine" da responsabilidade pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de todos os municípios envolvidos, mas existe uma resistência a esta reforma. Ambas as formas de cooperação são responsáveis pela captação de impostos que são redistribuídos entre os municípios membros.

Na França, dos 16.500 serviços de água para 34.500 municípios com serviços, 12.500 são serviços públicos municipais (pequenos municípios); 4.000 syndicats prestam serviços para os outros 22.000 municípios franceses. Certos syndicats cobrem um número bastante grande de municípios (ex: SEDIF que engloba 144 municípios da Região Metropolitana de Paris). Outros atingiram o tamanho de um département, sendo a maio parte deles syndicats mixtes. Os municípios com serviços de coleta de esgotos são menos numerosos que aqueles com água potável; existem 5 milhões de fossas sépticas na França. Os serviços de esgotamento sanitário são mais fragmentados (17.000 para 22.000 municípios) com um número maior de unidades, e uma menor incidência de cooperação intermunicipal. A cooperação é mais importante no caso da gestão das estações de tratamento de esgotos; 1/3 dos sistemas de coleta de esgotos são delegados ao setor privado assim como a metade das ETEs.

Na França, a cooperação intermunicipal é inevitável em função da forte fragmentação municipal. Esta cooperação até muito recentemente era feita de forma voluntária, sendo que a Lei Chevenement veio reforçar este movimento, criando vantagens fiscais para os municípios que optarem por se associarem. Assim como na Itália, na França, integração entre a gestão de recursos e a gestão de serviços é limitada. As Agences de l’Eau, responsáveis pela gestão dos recursos hídricos, tiveram um importante papel de redistribuição de recursos financeiros arrecadados com a cobrança pelo uso da água, o que permitiu a manutenção de uma gestão local fragmentada, modelo que tende a ser revisto. Por outro lado, verifica-se que na França a gestão associada, antes de 1990, favorecia a delegação dos serviços ao setor privado, porém, as formas de gestão associadas estabelecidas a partir deste período favorecem um maior controle público e mesmo a criação de empresas públicas.

Em ambos os países, Itália e França, os diferentes formatos de cooperação intermunicipal, nas formas diferenciadas de consórcios, contribuíram efetivamente para a construção de modelos de gestão de saneamento mais sustentáveis em termos econômicos

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e ambientais. Porém, nos dois Países, os governos nacionais criaram mecanismos que incentivam esta cooperação. Todavia, no que diz respeito a uma maior integração entre gestão de serviços de saneamento e gestão de recursos hídricos, em ambos os Países ainda existem impasses a serem enfrentados. Principais conclusões

Diante da necessidade de integração entre as duas dimensões da gestão das águas em áreas metropolitanas, a gestão de recursos hídricos e a gestão de serviços de saneamento, e dos impasses enfrentados na gestão do próprio setor saneamento, se evidencia a necessidade de constituição de um espaço institucional de cooperação, de negociação e de acordo político em que a participação do município, reconhecido aqui como titular dos serviços, esteja adequadamente contemplada. Este espaço poderá ser criado por meio de consórcio público, dentro do formato proposto pela Lei 11.107/05, sendo esta a estrutura institucional apropriada para uma cooperação horizontal e não hierarquizada.

De fato, no Brasil apesar da evidente integração entre estas duas dimensões da gestão das águas em áreas urbanas - gestão de serviços e gestão de recursos hídricos-, durante longo tempo elas formaram setores estanques e desarticulados. A formação dos Comitês de Bacia e de Consórcios de Bacias, a partir da década de 90, criou uma nova articulação multisetorial que passou a colocar em questão a lógica setorizada de gestão do saneamento que vigorou até o início da década. Evidentemente, um rio que recebe as águas usadas, tratadas ou não, mesmo que tenha seu curso restrito ao território municipal, vai desaguar em outro rio, que provavelmente se localiza em um outro município. Isto implica necessariamente em pensar soluções para o saneamento e para a gestão dos recursos hídricos supra-municipais, respeitando a escala de bacia. Uma série de novas questões, cujo encaminhamento de soluções depende da construção de uma interface entre gestão de serviços e gestão de recursos hídricos está hoje colocada. Destaca-se neste sentido questões relativas à gestão da demanda, ao controle de perdas, à maior eficiência da coleta e tratamento de esgotos, ao sistemas de reuso da água, à minimização do lançamento de resíduos sólidos nos corpos d’água, ao controle da poluição difusa de origem pluvial, à preservação da qualidade dos corpos de água e a disponibilização de quantidade de água para abastecimento que devem ser tratadas na escala da bacia hidrográfica.

A questão da escala ótima de gestão de serviços de saneamento, que encontra-se em debate no Brasil, confrontando defensores da opção municipalista e defensores da gestão regionalizada no nível dos estados da federação, tem hoje uma terceira opção que é a articulação intermunicipal por meio de consórcios públicos, que podem ser formados na escala de bacias ou sub-bacias hidrográficas, e a construção de um modelo de gestão inter-setorial. Esta inter-setorialidade é condição para equacionar questões fundamentais que as metrópoles brasileiras, onde os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitários são compartilhados, estão tendo que enfrentar: a poluição dos recursos hídricos e a diminuição nas fontes para abastecimento. Estes consórcios, cuja estrutura foi recentemente regulamentada por lei federal, exercendo funções relativas ao planejamento e regulação da gestão dos serviços, e atuando de forma integrada aos Comitês de Bacia, que hoje constituem instâncias importantes de articulação e mediação de conflitos entre atores públicos e sociedade civil, podem ser uma alternativa viável para a construção desta inter-setorialidade. Sendo porém formas de articulação voluntária, a formação de consórcios depende da ruptura de uma visão fragmentada que hoje caracteriza a gestão das cidades, marcada por disputas político-partidárias e por uma situação de competição entre municípios e a adoção de uma nova visão, baseada na cooperação. Neste contexto, a participação dos governos estaduais e do governo federal no sentido de criar mecanismos para fomentar a cooperação entre municípios, seguindo os exemplos de países como a Itália e a França, nos parece fundamental.

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Como se deu a transferência de resultados da pesquisa Através de publicações e apresentações dos seguintes trabalhos em seminários e

através do projeto de extensão universitária:

1) Britto, Ana Lucia GESTÃO DAS ÁGUAS E DO TERRITÓRIO EM ÁREAS URBANAS NO BRASIL : NOVAS FORMAS DE COOPERAÇÃO, NOVAS ESCALAS TERRITORIAIS E NOVAS PERSPECTIVAS DE ORDENAMENTO INSTITUCIONAL In: 5° Congresso Ibérico Gestão e Planeamento da Água, 2006, Faro. Titulo dos Anais: Bacias Partilhadas: Bases para a Gestão Sustentável da Água e do Território. Faro: Escola Superior de Tecnologia Universidade do Algarve, 2006. v.1. ISBN: 989-20-0456-6; 2) Britto, Ana Lucia. A questão do saneamento nas regiões metropolitanas. In:Ribeiro, Luiz César de Queiroz e Santos Junior, Orlando Alves. As metrópoles e a questão social brasileira. Rio de Janeiro, Revan/FASE, 2007. pp 275-278 . ISBN 978-85-7106-364 3)Britto, Ana Lucia. Gestão do saneamento em áreas urbanas no Brasil: as novas perspectivas apontadas pela lei de consórcios intermunicipais. Anais do XII Encontro Nacional da ANPUR. Belém do Para, maio de 2007. ISBN: 978-85-7143-059-4. CD Rom numero de paginas:17; 4) Britto, Ana Lucia. “Water management in Brazilian cities: institutional and environmental issues, new water services law and new opportunities in regulation.” In: 2nd International Congress on Envrionmental Planning and Management: Visions Implementaions Results. Planning the Urban Environment. Kenneweg, Hartmut and Troger, Uwe (eds). Berlin, Universitatsverlag der TU Berlin, 2007, pp 209-213. ISSN 0173-0495; 5) Britto, Ana Lucia e Bessa, Eliane. “Sustentabilidade na gestão da água em áreas metropolitanas: perspectivas de avaliação”. Anais do Seminário Nacional sobre o Tratamento de Áreas de Preservação Permanente em Meio Urbano e Restrições Ambientais ao Parcelamento do Solo-APPURBANA 2007. São Paulo, FAU/USP, 2007.ISBN 978-85-88126-60-2 numero de paginas 20; 6) Bessa, Eliane e Britto, Ana Lucia. Privatização ou Municipalização ? Um debate acerca dos diferentes modos de gerir saneamento no Brasil. Anais do II Seminário Nacional sobre Regeneração Ambiental de Cidades Águas Urbanas II. Universidade Estadual de Londrina, dezembro de 2007. ISBN 9788598196831 CD Rom numero de paginas: 20; 7) Britto, Ana Lucia. Discutindo Sustentabilidade na Gestão da Água em Áreas Urbanas. In: Observatório das Metrópoles, artigos semanais n 11, publicado em dezembro de 2007, disponível em http://web.observatoriodasmetropoles.net/. 9 páginas. 8) Britto, Ana Lucia e Barraqué, Bernard. Discutindo a gestão sustentável da água em áreas metropolitanas no Brasil: reflexões a partir da metodologia européia Water 21. Cadernos Metrópole.PUC SP Observatório das Metrópoles.Vol 19, pp123-142, ISSN 1517-2422; 9) FORMIGA-JOHNSSON, R. M. e BRITTO, Ana Lucia. Água e sustentabilidade em metrópoles brasileiras: algumas reflexões sobre a necessária integração saneamento ambiental-gestão de recursos hídricos. In: XIII Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2008, Belém do Para. Anais do XIII Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Rio de Janeiro : ABES, 2008. v. 1. (Em CD rom sem ISBN); 10) BRITTO, Ana Lucia e FORMIGA-JOHNSSON, R. M. Gouvernance de l eau dans les métropoles brésiliennes: une nouvelle perspective pour la coopération interinstitutionnelle. In: Varis, Olli, et alll (editors).13th World Water Congress 2008: Global changes and water

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resources. Confronting the expanding and diversifying pressures, 2008, Montpellier (França). (Cd Room) ISBN pending; 11) BRITTO, Ana Lucia. Discussing Sustainability in Water Management of Brazilian Urban Áreas. International Symposium on Sanitary and Environmental Engeneering –SIDISA 2008 Proceedings. Firenzi, Associazione Nazionale di Ingegneria Sanitaria Ambientale 2008. (Cd Room)

Palestras e apresentações de trabalhos em seminários

1) Participação como especialista convidada da Oficina de Trabalho: Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, promovida pelo Ministério do meio Ambiente, em Brasília no dia 31 de agosto de 2007; 2)Participação na Mesa Redonda “Saneamento Urbano e Ambiental” no Seminário preparatório da 3a Conferencia das Cidades do Estado do Rio de Janeiro, realizada no dia 15 de setembro de 2007 no Auditório da Fundação Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Rio de Janeiro. Promovida pelo Governo do estado do Rio de Janeiro e Ministério das Cidades. 3)Participação como especialista convidada no SEMINÁRIO SOBRE SAÚDE AMBIENTAL E SAÚDE DO TRABALHADOR E SUAS INTERFACES COM O PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC). Promovido pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde nos dias 26 e 27 de dezembro , no St. Peter Hotel em Brasília. Palestra: Britto, Ana Lucia. – O PAC e as Perspectivas da Expansão do Saneamento Nacional.). 4)“Direito ao Saneamento no Brasil: novas perspectivas”. Palestra em Mesa Redonda no Seminário Saneamento Ambiental no Brasil organizado pela Rede Fale na Universidade Rural no dia 5 de julho de 2007. 5)“Gestão Sustentável da Água em Áreas Urbanas”. Palestra no Seminário Sustentabilidade Urbana do Leste Fluminense. Promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Niterói, IAB e Conleste Consorcio Leste Fluminense. Realizada no dia 28 de novembro de 2007 no Auditório da Câmara dos Diretores Lojistas de Niterói . 6)Palestrante na mesa redonda: O Estatuto da Cidade e a Lei do Saneamento: Perspectivas para a Gestão Integrada de Águas Urbanas no Seminário. III Encontro Nacional de Águas Urbanas e VI Encontro Franco-Brasileiro em Hidrologia Urbana. Local: Auditório da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM, Rio de Janeiro data 10/11/2008. 7)Palestrante Mesa Redonda: Perspectivas dos estudos das Políticas Públicas de Saneamento Ambiental no Brasil: Marco teórico conceitual de referência e linhas de pesquisa. DA OFICINA DA REDE POLISAN NA 38a ASSEMBLEIA DA ASSEMAE. 8)Palestra: A questão metropolitana. Data: 26/05/2008 Local: Bahia Othon Palace Hotel Palestra em Mesa Redonda:.Les services urbains à fort impact environnemental Colóquio Nord-Sud: Regards Croisés sur le Dévellopement Urbain Durable. 9)Palestra: Gouvernance de l’eau dans les métropoles brésiliennes: nouvelles perspectives de coopération interinstitutionnelle Promoção : PIDUD – CNRS/ D2RT – MEDAD France, Local : Auditorio CNRS, Paris França, Data : 24 janeiro de 2008. 10)Palestra em Mesa Redonda:.Participation Citoyenne. Colloque “Relation Clientèle et Participation Citoyenne” Palestra: Gestion des Services d’eau et d’assanissment au Brésil: Nouveuax mecanismes de participation dês usagers et de controles social. Promoção: International Water Association (IWA) e Association Scientifique et Technique pour l’eau et l’environnement (ASTEE). Local: Salon l’Aviron Paris, França 11 de dezembro de 2008

Atividades de Extensão

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Durante o ano de 2007 coordenamos junto com o professor Luis Cezar Queiroz Ribeiro o projeto Governança Democrática e Desenvolvimento Urbano: fortalecendo os canais institucionais de participação municipal em torno da política de saneamento ambiental e do direito à cidade na Baixada Fluminense. Projeto de Extensão Universitária em Parceria entre o PROURB, o IPPUR e a FASE. Inicio: março de 2007, término dezembro de 2007. Apoio Financeiro: Ministério das Cidades- Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental e Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior . Programa De Apoio À Extensão Universitária Proext Mec/Mcidades.

Neste projeto assumimos a Coordenação Acadêmica dos cursos de extensão realizados: Curso Águas da Baixada foi realizado no Centro de Cultural de São João de Meriti, e Cursos Metodologia para Elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Ambiental, realizado em: Belford Roxo, no Sindicato dos Químicos (10 a 12 de julho); em Nova Iguaçu na Escola Municipal Monteiro Lobato (13 a 15 de agosto); em Duque de Caxias na Escola (21 a 23 de agosto) e em Mesquita na Escola Municipal Rotariano A. Silva (11 a 13 de setembro). Foi ainda realizado o seminário de encerramento em Nova Iguaçu em 30 de outubro, no auditório da Secretaria Estadual da Baixada, na Rodovia Presidente Dutra.

Juntamente com Orlando Alves dos Santos Junior organizamos a Oficina Plano e Política Municipal de Saneamento na 37 Assembléia Nacional da ASSEMAE (Associação Nacional de Serviços Municipais de Saneamento) realizada entre 15 e 20 de julho no Centro de Convenções Adamastor, em Guarulhos, São Paulo

Desdobramentos

Hoje nas metrópoles brasileiras ainda encontramos marcantes carências em serviços de saneamento. Governos estaduais e governos municipais enfrentam uma grave questão: qual o modelo de gestão dos serviços mais adequado para estas áreas, que seja eficaz em termos sociais e em termos ambientais?

A pesquisa buscou refletir sobre os impasses e perspectivas relativos a cooperação e a sustentabilidade na gestão dos serviços de saneamento (abastecimento de água e esgotamento sanitário) em áreas metropolitanas onde predominam sistemas compartilhados de produção e distribuição de água e de tratamento de esgotos. Ela possibilitou o aprofundamento da discussão sobre modelos adequados para a gestão de serviços de saneamento em áreas metropolitanas. Ela também levou para fóruns acadêmicos e técnicos uma análise dos novos marcos regulatórios que passam a orientar a prestação dos serviços.

Os resultados da pesquisa foram debatidos e apropriados tanto no âmbito acadêmico, dentro de aulas, palestras , congressos, seminários, como por técnicos do setor (prefeituras, governo estadual e governo federal) em fóruns como as Assembléias da ASSEMAE (Associação dos Serviços Municipais de Água e Esgoto). Destacamos ainda as atividades de extensão universitária realizadas em pareceria com a equipe da FASE-Rio que possibilitaram a difusão e a apropriação dos resultados da pesquisa por lideranças dos movimentos envolvidos na luta pela reforma urbana.

Novos projetos elaborados a partir do Milênio durante a realização do projeto de pesquisa

Projeto de extensão universitária: Governança Democrática e Desenvolvimento Urbano: fortalecendo os canais institucionais de participação municipal em torno da

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política de saneamento ambiental e do direito à cidade na Baixada Fluminense, desenvolvido durante o ano de 2007. SUBLINHA IV.2 - Formação Atividades 1

Programa Políticas Públicas e Direito à Cidade - curso de Capacitação de agentes sociais e conselheiros municipais da cidade para a elaboração do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social.

Essa atividade responde a uma enorme demanda de capacitação por parte dos conselheiros representantes do segmento popular nos Conselhos da Cidade, devido a complexidade e os desafios no processo de participação para a elaboração de políticas públicas nos espaços institucionais.

Objetivo Qualificar a prática de agentes sociais em esferas públicas de particpação, em especial

nos conselhos municipais da cidade, nos processos de democratização do orçamento e em redes e fóruns vinculados à luta pela reforma urbana; ii) utilizar instrumentos e mecanismos de garantia do direito à habitação, tanto nos processos de exigibilidade de direitos, como na elaboração dos planos municipais de habitação de interesse social, de forma a garantir a universalização do direito, a justiça social e a participação democrática.

Resultados obtidos em 2008: 56 participantes (agentes sociais e técnicos de prefeituras) completam o curso e adquirem informações e insumos sobre a elaboração de planos municipais de moradia; agentes sociais mais capacitados para intervir na dinâmica de planejamento e produção da cidade articuladas às políticas urbanas.

Atividade 2

I Encontro dos Conselheiros Municipais da Cidade da Baixada Fluminense: construindo estratégias de controle social sobre os investimentos do PAC; 2008. Público alvo: Conselheiros da sociedade civil, dos Conselhos Municipais da Cidade e membros de organizações e movimentos sociais dos municípios da Baixada Fluminense. Resultados obtidos: 28 membros de organizações e movimentos sociais da Baixada Fluminense, entre conselheiros (as) e lideranças comunitárias estão mais capacitados para exercer o controle social sobre os investimentos do PAC.

Como se deu a transferência de resultados da pesquisa Publicação: Caderno para a Elaboração de Planos Municipais de Habitação de

Interesse Social (Esta publicação tem o objetivo, através de textos e roteiros de elaboração, subsidiar agentes sociais e técnicos de prefeituras na elaboração dos Planos Municipais de Habitação).