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ITER – Instituto Teológico Renovação Homilética 1 INSTITUTO TEOLÓGICO RENOVAÇÃO - ITER Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida sem autorização prévia por escrito do ITER - Instituto Teológico Renovação. Não poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, scaneados, gravação ou quaisquer outros, salvo breves citações com indicação direta da fonte. CONSELHO DIRETOR Chanceler: Apóstolo Fábio Abbud Reitor Presidente: Apóstolo Natanael Solís Diretora Vice-Presidente: Apóstola Maria Solís Diretor Executivo: Pr. Abdón Solís Diretores Adjuntos: Pr. Jorge Santos Pra. Eunice Solís Secretários (as): Nathalia Alves Solís Pra. Sandra Santos Tesoureiros (as): Pra. Eunice Solís Coordenadoria Pedagógica: Pra. Karen Braz - Pedagoga APOIO: IREC – EL SHADDAI www.iterteologia.com www.portalrenovacao.com

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ITER – Instituto Teológico Renovação Homilética 1

INSTITUTO TEOLÓGICO RENOVAÇÃO - ITER

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida sem autorização prévia por escrito do ITER - Instituto Teológico Renovação. Não poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados:

eletrônicos, mecânicos, fotográficos, scaneados, gravação ou quaisquer outros, salvo breves citações com indicação direta da fonte.

CONSELHO DIRETOR

Chanceler:

Apóstolo Fábio Abbud

Reitor Presidente:

Apóstolo Natanael Solís

Diretora Vice-Presidente:

Apóstola Maria Solís

Diretor Executivo: Pr. Abdón Solís

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Sobre o livro Didático

Categoria – Teologia Bíblica Execução - 2013

1ª Edição

Título Original: Homilética

Todos os direitos reservados por

ITER- Instituto Teológico Renovação

Avenida Capitão Luiz Antônio Pimenta nº 354

São Vicente - SP

CEP 11330-200

Contatos: Pr. Abdón Solís

(13) 3466.7627 / 97418.6972 / ID 35*41*59516

(13) 99166.2290 / 7820.9501 / ID 55*64*117909

Equipe de realização Produção fotográfica:

Nathalia Alves Solís

Supervisão Geral:

Ap. Natanael Solís

Produção Editorial, Coordenação e Revisão Teológica

Pr. Abdón Solís

Índice Catálogo Sistemático

1- Teologia Bíblica

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INTRODUÇÃO

A Homilética tem por objetivo orientar e preparar discípulos na arte de preparar e pregar sermões. Esta apostila é tão somente um pequeno manual de auxílio para cumprir esta grande tarefa.

Contudo, jamais devemos esquecer que o fator mais importante no preparo de sermões é a preparação do coração do próprio pregador. Quantidade alguma de conhecimento, aprendizagem ou talentos naturais pode substituir o coração fervoroso, humilde e consagrado, que anseia mais por Cristo. Somente aquele que anda com Deus e leva uma vida santa pode inspirar outros a crescerem na graça e no conhecimento de Cristo e sua Palavra.

“Viva como se a morte fosse amanhã; estude como se ávida fosse eterna; pregue como se fosse o seu último sermão; ore e comece o sermão de joelhos”.

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HOMILÉTICA - A arte de preparar e pregar sermões

I) DEFINIÇÕES

a) DO TERMO

O termo Homilética é derivado do Grego "HOMILOS" que significa multidão assembleia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar. O termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de convencer e agradar. Portanto, Homilética significa "A arte de pregar".

A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século XVII passou a ser chamada de Homilética.

Portanto, a Homilética é a arte de pregar sermões. Seu objetivo é justamente ajudar a confecção do sermão, ajudando o pregador a ser mais eficiente na sua exposição.

Pregar, por sua vez, é pronunciar sermões; evangelizar; bradar para que todos ouçam e conheçam a respeito de algo que se quer comunicar. É a comunicação verbal da Palavra de Deus aos ouvintes. É a transmissão do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo às pessoas que precisam ouvi-lo.

“É a fiel exposição do sentido correto de um ou mais textos da Bíblia, ilustrando a exposição e aplicando-a à vida dos ouvintes, envolvendo-os de tal maneira que são satisfeitas as suas necessidades, sendo que esta comunicação é feita por uma pessoa com experiência real com Cristo e guiada pelo Espírito Santo”. Jerry Key.

Qual a finalidade da pregação?

É persuadir as pessoas a aceitarem a mensagem da Palavra de Deus para sua salvação (descrentes) ou para seu crescimento espiritual (crentes). Diante disso, o pregador precisa saber para quem está falando: Para crentes ou para descrentes?

Vejamos algumas definições que envolvem essa matéria:

Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.

Discurso - Conjunto de frases ordenadas faladas em público.

Oratória - Arte de falar ao público.

Pregação - Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.

Retórica - Conjunto de regras relativas à eloquência; arte de falar bem.

Sermão - Discurso cristão falado no púlpito.

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b) FINALIDADE DA HOMILÉTICA

O estudo da Homilética abrange tudo o que tem a ver com a pregação e apresentação de práticas religiosas: como preparar e apresentar sermões de maneira mais eficaz.

c) IMPORTÂNCIA DA HOMILÉTICA

Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na terra. O próprio Jesus Cristo em Mc 16.15 disse: “Ide pregai o evangelho...”.

Quando a Homilética é observada e aplicada, proporciona-se ao ouvinte uma melhor compreensão do texto.

A observação da Homilética traz orientação ao orador.

d) A ELOQUÊNCIA

ELOQUÊNCIA é um termo derivado do latim eloquentia que significa “elegância no falar, falar bem”; ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das qualidades do pregador.

Não é gritaria, pularia ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a comunicação; portanto deve observar o seguinte:

1. Voz - A voz é o principal aspecto de um discurso.

Audível: que todos possam ouvir.

Entendível: que todos possam entender. É imprescindível pronunciar claramente as palavras. Muito cuidado com a leitura incorreta, não observando as pontuações e acentuações.

2. Vocabulário - Quantidade de palavras que conhecemos.

Fácil de falar - comum a todos, de fácil compreensão - saber o significado - evitar as gírias, linguagem incorreta, ilustrações impróprias.

Vale a pena lembrar que o temperamento do pregador muito influencia no desenvolvimento de um sermão. Ou seja, alguém muito extrovertido transmitirá uma mensagem mais viva, emotiva, alegre; no entanto, um orador mais metódico, sem perder a essência do que é a mensagem de Deus em si, a transmitirá de forma mais passiva. Isso precisa ser respeitado.

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ALGUMAS REGRAS DA ELOQUÊNCIA:

- Procure ler o máximo que puder sobre o assunto a ser exposto.

- Tenha conhecimento do público ouvinte.

- Procure saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.

- Tenha seriedade, pois o orador não é um animador de platéia.

- Seja natural, extrovertido, até divertido, mas tenha domínio próprio.

- Seja objetivo, claro, para não causar nos ouvintes o desinteresse.

- Utilize uma linguagem bíblica.

- Evite usar o pronome EU e sim o pronome NÓS.

II) PERFIL DO PREGADOR

1) QUALIDADES DO BOM PREGADOR

Vejamos algumas características que o bom pregador precisa ter para ser usado nas mãos do Senhor:

a. Personalidade

É o que caracteriza uma pessoa e a torna diferente de outra. "É tudo quanto o indivíduo é". Na pregação, o pregador demonstra que tem personalidade, quando se expressa, falando ou gesticulando, de acordo com aquilo que ele é e não imitando outras pessoas.

De vez em quando, percebe-se pregadores, imitando evangelistas famosos, dando gritos, pulando e correndo no púlpito, torcendo o pescoço, ajeitando a gravata, falando rouco ou estridente. Isso é falta de personalidade. É querer ser ator, imitador e não um instrumento nas mãos do Espírito Santo. Deixe Deus lhe usar. Seja você mesmo.

b. Espiritualidade

Nessa característica, podemos observar os seguintes aspectos:

Piedade - É o sentimento de devoção e amor pelos outros e pelas coisas de Deus. O pregador deve sentir pelo Espírito as necessidades do auditório, principalmente dos pecadores. (1 Tm 4.8; Hb 12.28).

Devoção - É o sentimento sacro de dedicação às práticas ensinadas na Palavra de Deus. Na devoção, o pregador busca inspirar-se na ORAÇÃO, na LEITURA

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DA PALAVRA, e no LOUVAR A DEUS. Temos visto verdadeiros profissionais da pregação, técnicos, que sabem pregar, mas não sabem orar; sabem gritar, mas não sabem amar as almas. Pregam por interesse, por torpe ganância. Que os jovens pregadores (e os antigos) não entrem por esse caminho. Conta-se que Moody, o grande evangelista, orava uma hora para pregar cinco minutos. Enquanto isso, temos pregadores que oram cinco minutos para pregarem uma hora!

Sinceridade - Reflete a verdade contida na própria alma. O pregador deve pregar aquilo que vive e viver aquilo que prega (Tg 2.12).

Humildade - "Nenhum pregador pode subir ao púlpito sem antes ter descido, pela oração, os degraus da humildade. Na oração, o egoísmo se quebranta, o medo se desfaz, e a certeza da vitória aparece clara como a luz do sol ao meio-dia" (Cabral, p. 43). (Ler Pv 15.33). Um jovem vivia criticando quem ia pregar, dizendo que, se fosse ele, pregaria muito melhor. Um dia, o pastor deu oportunidade ao moço para pregar. Ele subiu ao púlpito, orgulhoso, sorridente. Tentou achar um texto na Bíblia, de um lado para outro, e nada. Suou, pediu desculpas, e desceu cabisbaixo. Sentou noutro lugar, junto a um irmão experiente, que, percebendo sua tristeza, disse: "Moço, se você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido como subiu (alegre)". É uma grande lição para todo pregador.

Sabedoria – A palavra nos ensina que se alguém não tem sabedoria, deve pedi-la (Tg 1.5). O pregador deve ter um alicerçado conhecimento bíblico; não deve ser indouto, neófito, mas deve manejar bem a Palavra da verdade (1Tm 3.6; 2Tm 2.15).

Poder - O pregador (jovem ou não) precisa do Poder de Deus. São Paulo disse que não pregava sabedoria humana, mas com poder (1Co 1.4-5). É preciso ter unção e graça para pregar. Do contrário, ocupa-se o púlpito e o tempo para dizer coisas inoportunas. É melhor um sermão fora da Homilética, mas na unção de Deus, do que dentro da técnica, e sem poder. Isso só se consegue com oração, jejum, leitura bíblica, e vida consagrada. Não se obtém num curso de Homilética!

Autoridade - Era o que Jesus tinha ao anunciar sua mensagem de salvação (Mt 7.28,29). Todo bom pregador deve buscar no Senhor essa autoridade que não vem de si mesmo, mas vem do alto. Essa autoridade “prenderá” o seu público.

2) A POSTURA DO ORADOR

É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição.

Para os que não estão acostumados a pregar, um dos problemas mais críticos é o nervosismo, sentem-se amedrontados, começam a tremer e transpirar, pensando que não vão achar o que dizer, ou vão esquecer de tudo, etc.

Não são apenas os novatos que sentem medo, ainda existem muitos com experiência que se sentem assim.

Analise três conselhos práticos que o pregador deve considerar para amenizar o nervosismo durante a pregação:

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1. Respirar fundo e relaxar.

2. Orar e confiar no Senhor.

3. Estudar bem a mensagem.

Existem pregadores que cansam os ouvintes, pelo tempo, pelo despreparo ou até pela imprudência. Há também aqueles que se movimentam como fantoches ou ficam estáticos como múmias.

Se puder, não ultrapasse os 45 minutos, procure evitar ultrapassar os limites, observe o auditório, não julgue que todos estão gostando, pois o "Amém, Amém" talvez seja para parar.

Procure olhar nos olhos das pessoas e nunca fique olhando somente para uma única, nem mesmo para o relógio, parede, janelas, pés, teto ou ficar com os olhos fechados.

A fisionomia é muito importante, pois transmite os nossos sentimentos. Vejamos:

Ficar em posição de nobre atitude.

Olhar para os ouvintes.

Não demonstrar rigidez e nervosismo.

Evitar exageros nos gestos.

Cuidado dom os “tiques”.

Não demonstrar indisposição.

Sempre preocupado com a indumentária (cores, gravata, meias, estampas).

Cabelos penteados melhoram muito a aparência.

Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber algo excelente da parte de Deus através de você.

Resumimos alguns outros cuidados necessários a serem tomados pelo pregador:

1) Extensão do sermão – o sermão deve ser curto ou longo? Como decidir entre os dois? Depende da ocasião e do seu público: observe a fisionomia dos ouvintes, se eles aparentam cansaço e apatia, então é bom acelerar e partir para a conclusão, ou “dinamizar” seu sermão. O que é melhor: um sermão curto sem conteúdo ou um sermão longo com profundidade bíblica? Depende. Observe seu auditório!

2) Ilustrações – as ilustrações jocosas, alegres e descontraídas cabem melhor no início do sermão, ou até mesmo no meio. Seja mais solene ao concluir. Use preferencialmente ilustrações verdadeiras, polidas pela experiência do dia-a-dia.

3) Dicção correta – comer os “s” finais e introduzir sons vocálicos reflete pouca educação e desprestigia nossa língua portuguesa. Por exemplo: “Jesus” e não “Jesuis”; “nós fomos” e não “a gente fomo” e tantos outros.

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4) Tom de voz – com sua voz o pregador denuncia sua convicção. Mostre autoridade ao falar. Gritar nem sempre demonstra isso. Berrar e esmurrar o púlpito não convencem nem escondem o caráter do pregador. Module sua voz. Varie seus tons: fale alto, baixo, rápido, vagarosamente. Isso dará vida ao seu sermão. Cuidado: voz monótona demais dá sono!

5) Anúncio do texto Bíblico - ao enunciar o texto bíblico, seja claro quanto ao livro e preciso na referência. Aguarde o auditório localizar o texto. Evite leituras prolongadas.

6) Aplicação Prática - seja prático nas aplicações. O que melhor dizer? “Levemos Jesus ao mundo” (genérico), ou “ao chegar em casa hoje, pegue o telefone e ligue para a sua mãe e diga-lhe: mamãe, eu amo você e Jesus também”?

7) Esboço do sermão – procure decorar o esboço do sermão. Senão, procure olhar o mínimo para ele. Evite lê-lo. Cada vez que o pregador deixa de olhar nos olhos dos ouvintes, parcela deles se desliga. Mantenha os ouvintes “plugados”!

8) Gestos - os gestos do pregador reforçam os verbos. Gesticulação sem propósitos enuncia o nervosismo do pregador e não causa bom efeito nos ouvintes. Gesticule de forma adequada.

9) O Uso do Microfone - o microfone é um amigo do pregador! Não dê pancadas nele antes de usá-lo. No caso de dificuldades de conviver com ele, faça um curso e aprenda o recurso.

10) Autenticidade - pregue, de preferência, os seus sermões. Quando desejar, pregue sermões de outros pregadores, mas ao fazê-lo, cite a fonte, a não ser que sejam só trechos. Omitir é desonesto! Se alguém descobrir o plágio você pode cair em descrédito.

11) Apelo - apele sem apelação. Diga claramente o que você pretende que o ouvinte faça em relação ao sermão recém apresentado. No caso de não haver manifestantes, não ameace o auditório com “pragas infernais”!

12) Expressão facial - Mantenha uma fisionomia tranquila. Não é preciso sorrir sempre. O auditório precisa ver o sermão no semblante do pregador, antes de ouvi-lo através de sua voz.

13) Movimentação – caminhe com moderação. Caminhar excessivamente na plataforma é um bom exercício para o pregador e uma excelente maneira de arremessar o auditório para fora do sermão. Procure controlar-se!

14) Clareza - ao ler o texto básico do sermão, respeite a pontuação e enfatize os termos que serão explicados e aplicados durante a mensagem. Se tiver dificuldades com a leitura, treine antes; leia o texto sem titubear.

15) A emoção - o pregador pode chorar. Há ocasiões que isto é inevitável durante o sermão. Que seja espontâneo e natural, no mero artifício de comunicação. Mas se o chorar se tornar um hábito do pregador, precisamos averiguar a real origem dessa emoção: sugere-se ao pregador que procure ajuda profissional especializado.

16) Chavões - a grande massa evangélica produz a sua gíria. Chavões circulam no meio do povo como verdades teológicas. Cabe ao pregador fugir dessas expressões

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incultas e repetitivas, tais como: “amém, irmãos?”, “tá amarrado!”, “aleluias”, “misericórdia!” entre outras. Usá-las no sermão reflete pobreza de exegese bíblica e falta de vocabulário.

17) Desculpas - ao pregador não cabe o pedir desculpas pelo conteúdo da mensagem que foi, ou será apresentada. Desculpar-se não é bom, nem antes nem depois do sermão. A falsa humildade revela verdadeiro desleixo.

18) Vícios - Evite os vícios de linguagem repetitiva do tipo: "né", "intão", "aí ", “amém”, etc.

18) Tique - o pregador, nervoso, repete o mesmo gesto: leva a mão ao nó da gravata, pigarreia, coça o nariz, arruma os óculos no rosto... Todo o gesto repetido desperta a atenção do ouvinte e desvia-o do sermão. Controle-se. Observe-se a si mesmo! Antes que os adolescentes façam piadas de você!

19) Dirigindo-se a todos – há pregadores que esquecem de alguns segmentos do auditório e em nenhum momento dirigem-lhes o olhar. Outros, focam somente uma única pessoa. Você não fará assim! Vire-se suave e constantemente para todos os lados do auditório. Fale às pessoas: Olhe para elas. Paredes, bancos, teto e chão não se convertem nem aprendem.

20) O início do sermão - os cinco minutos do sermão são cruciais e dão duas certezas aos ouvintes. A primeira: O pregador sabe o que vai dizer. Ele domina o assunto (ou, não sabe o que vai dizer!). A segunda: O pregador conhece o texto no qual vai pregar (ou, está usando o texto por pretexto). Lembre-se: "Você tem 300 segundos para justificar a sua presença diante da congregação!”.

III) CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO

O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo pelas virtudes do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pelas qualidades do sermão. Observe algumas:

1. A PALAVRA DE DEUS - A BASE DA PREGAÇÃO

A base da pregação deve ser a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Podemos dizer em outras palavras que a base da pregação deve ser o TEXTO BÍBLICO. Ilustrações podem ser aproveitadas, desde que se relacionem com o tema da mensagem, mas não podem tomar o lugar da Palavra de Deus. Ouvimos um pregador que, não tendo êxito em "abalar" os ouvintes, apelou para uma história fantasiosa e tomou 80% do tempo destinado à mensagem.

2. UNÇÃO

Todo sermão deve ter inspiração divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação. Devemos lembrar que ao transmitir um sermão estamos, não transmitindo

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conhecimento humano, mas a Palavra de Deus, e esta é a única que penetra até a divisão da alma e espírito (Hb 4.12); portanto é fundamental a unção.

3. FIDELIDADE TEXTUAL

Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema escolhido. Existem muitos pregadores que tomam um texto como referência e depois se esquecem dele. Cuidado com isso.

4. UNIDADE

Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo. Há sermões que são uma “colcha de retalho”, uma verdadeira miscelânea de assuntos, idéias e ensinos. Muito cuidado.

5. FINAL

Tudo tem um começo e um final. O pregador deve ter em mente que o ouvinte está se alimentando espiritualmente. Um sermão bem terminado será muito produtivo ao ponto de despertar o desejo de querer ouvir mais.

O QUE DEVE CONTER A PREGAÇÃO?

Três itens são básicos:

1. Objetividade 2. Transmissão 3. Convicção.

1. OBJETIVIDADE.

Refere-se ao alvo a atingir. Se pregamos para descrentes, desejamos que eles entendam que precisam crer em Jesus para ser salvos. Devemos orar muito, antes de pregar, para que o Espirito Santo convença as pessoas do seu pecado. Se isso acontecer, a pregação alcança seu alvo.

O centro da pregação deve ser Cristo e não o pregador, como acontece em certas cruzadas ou movimentos evangelísticos. Há pregadores que se perdem no púlpito. Começam a falar do amor de Deus, e passam a divagar sobre o Apocalipse, vão até Gênesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do emaranhado de palavras. É preciso ter objetividade.

2. TRANSMISSÃO.

O pregador deve procurar transmitir a mensagem de Deus às pessoas. Paulo disse: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei..." (1Co 11.23). O mensageiro deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la aos homens. Não deve ficar inventando mensagens, teorias, filosofias para mostrar conhecimentos.

3. CONVICÇÃO.

O pregador deve transmitir aquilo de que tem convicção, para que a mensagem seja aceita. Tem que viver aquilo que prega.

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COMO SURGE UMA PREGAÇÃO?

Todo sermão surge de uma preparatória e de uma inspiração divina.

1. RECOLHENDO MATERIAL - Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável que, quanto mais instrução uma pessoa tem, mais condição terá para preparar e apresentar sermões. Toda pessoa que deseja ocupar-se na Obra do Senhor, e especialmente falar diante do público, deve formar paulatinamente uma biblioteca segundo suas capacidades mentais e financeiras; e ainda dedicar vasto tempo à pesquisa de novos conhecimentos.

Os quatro primeiros livros a serem adquiridos e que devem servir como base da sua biblioteca, são: Bíblia de Estudo; Dicionário Bíblico; Concordância e Comentário Bíblico. Depois pode adquirir outros, de acordo com as necessidades.

2. ATRAVÉS DA LEITURA DA BÍBLIA - A Bíblia contém argumentos, respostas,

exemplos e ensinamentos para todos os seres humanos. Cristo usou a Palavra de Deus (Bíblia) para combater a Satanás. A Palavra de Deus é a primeira fonte do pregador. Como fonte de inspiração para nossos sermões, devemos observar os recursos internos e os externos.

3. ATRAVÉS DE LITERATURAS CRISTÃS E NÃO CRISTÃS - Todas as literaturas podem ser fontes de inspiração para o pregador desde que esteja sob a orientação do Espírito Santo. As fontes podem ser: jornais, revistas etc. Literatura cristã é uma boa fonte de inspiração, pois constitui também a Palavra de Deus.

4. EM UMA OBSERVAÇÃO - É uma rica fonte de inspiração, desde que o pregador esteja atento, pois Deus pode transmitir uma mensagem de várias maneiras. Mateus 6.28 diz: “E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam”. O pregador deve observar: rios, pedras, árvores, animais, etc.

5. ORAÇÃO E DEVOÇÃO - São inseparáveis a pregação e a devoção. A pregação sem devoção é vazia, inexpressiva. Ao preparar um sermão, o pregador precisa dela, para meditar em oração e comunhão com DEUS. Assim o canal divino fluirá sobre a mente do pregador, fornecendo-lhe pensamentos ricos e inspirados. O cultivo espiritual deve ocupar o primeiro lugar na vida do pregador. O gabinete de estudo deve ser o seu recinto secreto, o altar da oração, o lugar da comunhão com DEUS.

6. FAISCA CRIATIVA - A pobreza espiritual de muitas pregações resulta da falta do cultivo espiritual. Meditar, estudar e orar com devoção produz poderosas mensagens. Por isso, o propósito da Homilética é auxiliar o pregador na transmissão da mensagem de DEUS. Stafford North escreveu: "Quase todo sermão digno de trinta minutos do tempo do ouvinte começa com uma FAÍSCA CRIATIVA - aquela percepção instantânea em que o homem exclama: É essa a lição que eles precisam". Essa faísca criativa também pode ser aquele lampejo do ESPÍRITO sobre uma verdade contida em algum texto-bíblico, que dará ao pregador condições de preparar seu sermão. Tudo isto provém de uma vida totalmente mergulhada em devoção espiritual.

Certo pregador disse: "A pregação que mata é a da letra; pode ter bela forma e ordem, mas continuará a ser letra; letra rude e seca, casca nua e vazia". Só, a

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eloquência não torna o sermão mais espiritual. É preciso que ele flua de uma vida devocional constante.

7. NA LETRA DE UM HINO – muitos hinos já inspiraram grandes homens de Deus para grandes sermões na história.

IV) COMO PREPARAR UM SERMÃO

1. O PENSAMENTO CENTRAL / O ASSUNTO DO SERMÃO

O pensamento central é a mensagem em si, ou seja, é o Tema. Não confunda o tema com o título do sermão.

Em alguns casos o pregador fala o tema da pregação outras vezes não é necessário, porém no esboço é aconselhável colocar.

Finalizado o sermão, o público deverá ter claramente definido qual foi o tema pregado. O orador como homem de Deus, possui a mensagem de Deus e esta deve ser clara e seu assunto bem definido. Não esqueça que o tema pode surgir através de uma inspiração, de uma “faísca criativa” ou uma revelação da parte de Deus.

2. O TÍTULO DO SERMÃO

O título do sermão é o sermão condensado. É o nome do sermão. O título é, geralmente, um dos últimos itens a ser preparado. Precisamos, portanto, ter uma compreensão clara do assunto, do tema e finalmente do título. Assim, o título do sermão é o embelezamento do assunto. A escolha de títulos para sermões exige cuidado e arte.

Por que é necessário ter um título?

Auxilia o pensamento na preparação do sermão.

Auxilia os ouvintes a entender o propósito do pregador. É bom que o povo saiba por onde se vai andar.

Quais devem ser as características do título?

Clareza – todos devem entender pelo título, o que será tratado.

Específico e breve – Ex.: “O preço da obediência”, ou “Um pai exemplar”.

Deve ser interessante - despertando curiosidade no povo: Ex.: “Guardando nossa herança” ou “Ganhando através da perda”.

Adequado ao púlpito – no esforço por despertar a atenção dos ouvintes, alguns pregadores cometem o erro de usar títulos extravagantes ou sensacionalistas do tipo: “Deve o marido bater na esposa?” ou “Os astronautas, o homem e a lua” ou “Masturbação, pecado ou não?”. Muito cuidado na escolha.

Quais os métodos que se pode empregar para se ter um título agradável?

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A palavra-chave - uma palavra chave pode dar rumo à exposição do sermão. Em cada tópico esta palavra chave aparecerá. Ex.:

Título: “O Hábito de Agradecer” (1Ts 5.18)

1. Agradecer na alegria. 2. Agradecer na tristeza 3. Agradecer na abundância. 4. Agradecer na escassez.

O título do sermão pode vir em forma de afirmação, exclamação ou interrogação. O título será uma pergunta, que o próprio sermão irá respondê-la. Embora, em geral, o título deva ser breve, há ocasiões em que é necessário usar uma sentença completa, mas concisa. Muitas vezes o título terá muito mais força se colocado em forma interrogativa: observe a diferença entre “Devemos estar do lado do Senhor” e “Quem está do lado do Senhor?”. Vejamos mais alguns exemplos de títulos:

DECLARATIVOS: “Deus cuida dos teus problemas” ou “Cura através da Cruz”.

EXCLAMATIVOS: “Para melhor, não para pior!” ou “Jamais pare de lutar!”.

INTERROGATIVOS: “Por que os santos sofrem?” ou “Vivo realmente para Deus?”.

3. O TEXTO DO SERMÃO

É o trecho bíblico lido pelo orador, podendo ser um versículo, capítulo, uma história, ou até mesmo uma frase. Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo de conhecer mais a Palavra de Deus.

Que texto escolher?

É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão, porém adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos escolher ou evitar:

Dê preferência a textos que expressem um pensamento completo.

Textos claros. Devem-se evitar textos obscuros como Jd 6; Mt 27.52; 1Pe 3.18-20 (exigem estudo mais profundo).

Textos objetivos: que atendam às necessidades espirituais das pessoas (com oração e unção).

Textos sobre os quais não haja dificuldade para a interpretação (hermenêutica).

Textos dentro dos limites de capacidade do pregador.

Textos que expressem o tema da pregação para não fugir ao objetivo.

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Texto que desperte interesse (com oração, o Espírito Santo mostra o que deve ser pregado).

Textos cuja sequência seja de fácil acompanhamento pelo pregador e pelo auditório.

Textos que tenham feito bem a sua própria alma. O que fez bem a você, com certeza fará a outros.

Evite textos longos. Podem cansar os ouvintes. Ex.: Sl 119.

Evite textos difíceis. Os ouvintes podem não entender. Ex.: Predestinação (Ef 1.3).

Evite textos que possam causar polêmica. Ex.: o uso do véu (1Co 11.10).

Evite textos que provoquem repugnância, gracejos ou que descrevem cenas da vida sexual.

Escolha o texto em toda a Bíblia e não somente no NT.

Escolha textos que tragam estímulo, lição etc.

Não devemos escolher textos proferidos por homens ímpios ou por Satanás.

Por que o texto é importante?

O texto chama a atenção dos ouvintes.

O texto desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus.

O texto ajuda na exposição do sermão.

O texto facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.

4. AS DIVISÕES DO SERMÃO

Divisões são as seções principais de um sermão ordenado. Quer sejam enunciadas durante a entrega, quer não, um sermão corretamente planejado será dividido em partes distintas que contribuirão para a sua unidade.

Toda pregação com esboço ou não, deve ser dividida, basicamente, em três partes:

Introdução

Corpo

Conclusão

1. Introdução.

É a parte inicial da mensagem, pela qual o pregador entra em contato com o auditório. Visa despertar o interesse pela pregação; "prepara a mente dos ouvintes , para que possam compreender o assunto do sermão e as ideias a serem desenvolvidas..." (Jerry Key).

Uma boa introdução deve ser Breve, Simples, Interessante e Apropriada. Existem grandes pregadores que gastam 30 ou 40 minutos na introdução. Isso cansa, principalmente os descrentes. A introdução não deve ir além de 10% do tempo da

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mensagem. Normalmente, o pregador sabe de quanto tempo dispõe, exceto em casos especiais. Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos.

Preparar a Introdução.

A introdução deve ser algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem. Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém, sempre ligado ao tema do sermão.

Um outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a atenção do povo esta garantida até o final do sermão.

A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa.

Nunca (em hipótese alguma) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.

Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser apresentado e também para o pregador. Tem que ser apropriada e deve estar relacionada com o tema, mas cuidado para não antecipar o sermão.

A Introdução também é chamada de Exórdio.

Exórdio: Primeira parte ou introdução de um discurso. Na retórica, parte inicial do discurso formada pelos elementos de apresentação da causa ao receptor e pela vontade de conquistar a sua atenção.

Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório. Cuidado especial deve ser tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.

2. Corpo (ou Desenvolvimento).

É a parte mais linda e mais importante do sermão, porque aqui se revela a Mensagem como Deus quer dar. É o desenvolvimento do sermão. Deve chamar à consciência dos ouvintes para colocar em prática os argumentos expostos.

O corpo é a sequência das divisões do sermão e pode ter de 2 a 5 divisões ou tópicos (quanto mais divisões mais complexo ficará o sermão; cuidado com o excesso) e ainda conter subdivisões.

O pregador deve saber colocar em ordem as divisões, ou seja, os tópicos que serão incluídos na mensagem; geralmente, convém ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com o mais forte.

Esta é uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.

O corpo do sermão deve conter a sequência das ideias a serem apresentadas. No corpo do sermão ou da mensagem, podemos ter:

a) Ordem, tópicos ou divisões (1º, 2º, 3º, etc.).

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b) Transição de um pensamento para outro. As divisões devem ser de acordo com os objetivos da mensagem; devem-se evitar "excesso de floreios", "rodeios", ou "conversa fiada". O povo percebe.

3. Conclusão.

É o auge da pregação. O seu clímax. É o fechamento do sermão e deve ser bem feita; um sermão com encerramento abrupto é desaconselhável.

A conclusão deve ser breve e objetiva. É um resumo da pregação, uma recapitulação e reafirmação dos argumentos apresentados no corpo do sermão.

Nesse momento, o pregador e o auditório, pelo poder do Espirito Santo, devem chegar à conclusão de que a mensagem atingiu seu objetivo. Sem uma boa conclusão, o que foi dito pode perder o brilho.

Uma conclusão pode ser feita através de:

a) Recapitulação. O pregador deve rever o que pregou, em resumo ou tópicos, evidenciando pensamentos-chave, pontos fortes da mensagem.

b) Narração. O pregador pode valer-se de um fato, uma rápida ilustração para comover o auditório, levando o descrente a uma decisão, na unção do Espírito Santo.

c) Persuasão. É a parte mais difícil da conclusão. Depende muito mais do Espírito Santo do que do pregador. Por isso, toda mensagem deve ter a unção do Espírito. Para tanto, o pregador precisa orar muito, e até jejuar, diante de Deus, para que a mensagem atinja seu alvo.

d) Convite. Toda pregação deve terminar com um convite ou apelo, seja para pecadores, seja para a igreja. Um convite na unção do Espírito tem maravilhoso efeito no coração das pessoas. A conclusão deve ser breve e simples, e com palavras adequadas. Um certo jovem pregou numa igreja. Ao fazer o apelo, não vendo ninguém atender, passou a contar que alguém ganhou um grande prêmio porque deu uma grande oferta para a Obra. Desviou totalmente o alvo da mensagem.

Basicamente, a divisão de um sermão dá-se assim:

Tema: ___________________________________

Título: ___________________________________

Texto: ___________________________________

Introdução: _______________________________

Tópico 1: ______________________________

Tópico 2: ______________________________

Tópico 3: ______________________________

Conclusão: _______________________________

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Este é um modelo típico da maioria dos sermões bíblicos, isto é, o texto precede a introdução, que é seguida das divisões principais, subdivisões e conclusão.

O esboço do sermão deve ser breve, claro. Use abreviações em lugar de palavras e frases completas. Um esboço claro é uma ajuda de grande valor para o apresentador.

A despeito de todas as lições que ensinou sobre a preparação e entrega de sermões, o Dr. James M. Gray certa vez ressaltou à sua classe que o Senhor não se limita a nenhuma regra de retórica ou de Homilética. Pelo contrário, podemos receber uma mensagem da Palavra sem nenhum plano aparente ou unidade de pensamento. Não é necessário, portanto, que o pregador se sinta sempre preso aos princípios homiléticos. “O Espírito vivifica; a carne para nada serve” (Jo 6.63), e com o coração aberto ao Espírito Santo, para Ele nos encher e usar, apresentamos a Palavra da vida!

Porém, enquanto o estudante está aprendendo Homilética, não seria sábio o exercício da tal liberdade. Pelo contrário, o princípio deve aplicar-se rigidamente às regras até que as tenha dominado por completo.

5. AS ILUSTRAÇÕES DO SERMÃO

Tem-se dito com freqüência que a ilustração é para o sermão o que a janela é para a casa. Assim como a janela permite a entrada da luz, a boa ilustração possibilita o esclarecimento da mensagem. Portanto, ilustração é:

“o meio pelo qual se lança luz sobre um sermão através de um exemplo”.

A ilustração ajuda na exposição tornando claro e evidente as verdades da Palavra de Deus.

A ilustração atrai a atenção, quebrando assim a monotonia, e faz com que a mensagem seja gravada nos corações com mais facilidade.

As ilustrações também ajudam na ornamentação do sermão tornando-o mais atraente, porém o pregador deve ter o cuidado de não ficar o tempo todo contando "histórias".

Vamos comparar dois pregadores que estarão explicando “o que é ter fé”.

Primeiro Pregador:

“Ter fé é uma atitude da mente, da vontade, das emoções, em que todo o ser humano, conscientemente e inconscientemente, resolve comportar-se de acordo com certas verdades, percebidas primeiramente pela mente, depois sentidas...”

Segundo Pregador:

“Um homem está se afogando. Ele grita desesperadamente e de repente vê a bóia que alguém lhe jogou. Com toda a força a agarra. Imediatamente se apóia nela. Está salvo! Isso é ter fé”.

A ilustração pode tomar várias formas: pode ser uma parábola, uma analogia, uma alegoria, uma história bíblica ou não (incluindo-se a fábula ou anedota), um relato de

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uma experiência pessoal, um acontecimento histórico, ou um incidente biográfico. A ilustração pode também ser inventada ou construída a partir da própria imaginação da pessoa.

6. A APLICAÇÃO DO SERMÃO

A aplicação é um dos elementos mais importantes do sermão. Mediante esse processo, apresentamos ao ouvinte as reivindicações da Palavra de Deus, a fim de obter sua reação favorável à mensagem. Portanto, definimos a aplicação assim:

“Aplicação e processo retórico mediante o qual se aplica direta e pessoalmente a verdade ao indivíduo, a fim de persuadi-lo a reagir de modo favorável”.

Ou seja, aplicação é a arte de persuadir e induzir os ouvintes a entender e colocar em prática em sua vida o sermão pregado. Pode ser feita ao final de cada divisão ou de acordo com a oportunidade. Deve ser dirigida a todos, com muito entusiasmo apelando à consciência e aos sentimentos dos ouvintes.

V) MÉTODOS DE PREPARAR E PREGAR SERMÕES

Existem três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar sermões:

1- Escrever e ler o sermão.

Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.

Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito nervoso e preocupado com o que vai falar.

Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir.

O pregador deve ter cuidado, pois este método traz algumas desvantagens tais como: Muito tempo para escrever, fica preso à leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione. Além disso, perde a espontaneidade do mesmo.

2- Escrever, decorar e recitar o sermão.

Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural.

Cuidado deve ser tomado, pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.

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3- Preparar um esboço e pregar.

O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular.

O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que lembrar no momento, também pode expandir seu temperamento emocional.

Este é o método mais utilizado e o mais bem aceito na oratória. Toda igreja que vive no fluir do Espírito Santo deve levar seus discípulos à utilização deste método.

Cuidados também devem ser tomados, pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema, e o estilo não é tão apurado e elegante como os escritos.

VI) PRINCIPAIS TIPOS DE SERMÕES BÍBLICOS

Há muitos tipos de sermões e vários meios de classificá-los. Na tentativa de classificá-los, os autores de obra homilética usam definições diversas que às vezes se sobrepõem. O sermão é classificado por duas formas, a saber: pelo assunto ou pelo método, podendo ser discursivo ou expositivo.

A. Pelo assunto

- Doutrinário. É aquele que expõe uma doutrina. (Ensinamento )

- Histórico. É aquele que narra uma história.

- Ocasional. É aquele destinado a ocasiões especiais.

- Apologético. Tem a finalidade de fazer apologia. (defender a fé cristã)

- Ético. É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.

- Narrativo. Quando narra um fato, um milagre.

- Controvérsia. Tem por finalidade atacar erros e heresias.

B. Pelo método. Usaremos a classificação menos complicada que é pelo método:

1. Sermão Temático

2. Sermão Textual

3. Sermão Expositivo

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1. SERMÃO TEMÁTICO (ou Topical).

Também chamado de TOPICAL. É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema. Observe a definição:

É aquele cujas divisões principais derivam do tema, independentemente do texto.

Examine com cuidado esta definição. A primeira parte afirma que as divisões principais devem ser extraídas do próprio tema do sermão. Isso significa que o sermão temático tem início com um tema ou tópico, e que suas partes principais consistem em ideias derivadas desse assunto.

A segunda parte da definição declara que o sermão temático não requer um texto como base de sua mensagem. Isso não significa que a mensagem não seja bíblica, mas apenas que a fonte do sermão temático não é um texto bíblico e sim, o tema. Exemplo:

Tema: "CAUSAS PARA A ORAÇÃO NÃO RESPONDIDA":

1. Pedir mal. (Tg 4.3);

2. Pecado não confessado (Sl 66.18-20);

3. Duvidar da Palavra de Deus (Tg 1.6-7);

4. Vãs repetições (Mt 6.7);

5. Desobediência à Palavra (Pv 28.9);

6. Mal relacionamento conjugal (1 Pe 3.7)

Aqui temos, portanto, um esboço temático bíblico, cujas divisões principais derivam do tema, “Razões para a oração não respondida”, e são sustentadas por uma sequencia de versículos bíblicos.

Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão temático é a utilização das perguntas básicas, tais como:

Por quê? Como? Quando? O Que? Onde?

Conselhos práticos para elaboração de um sermão temático:

É necessário ter uma Bíblia de Estudo, uma Concordância versículos e um Dicionário Bíblico.

Devem ser procuradas referencias bíblicas ligadas ao tema.

Deve ser mantida uma unidade de pensamento.

É necessário saber que a Bíblia contém uma fonte inesgotável de temas.

Na escolha do tema é fundamental a oração e a meditação na Palavra de Deus.

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2. SERMÃO TEXTUAL

No sermão textual temos um tipo de discurso diferente do sermão temático. Neste, iniciamos com um texto; naquele, começamos com um tema. Observe com cuidado a definição de sermão textual:

É aquele em que as divisões principais são derivadas de um TEXTO constituído de uma breve porção da Bíblia.

Cada uma dessas divisões é usada como uma linha de sugestão, e o texto fornece o tema do sermão. Sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do sermão.

Os autores de livros de Homilética não definem especificamente a extensão da passagem que pode ser usada para o sermão textual, mas é aconselhável que o texto do esboço textual seja no máximo de três versículos.

Há dois tipos de Sermão Textual:

a) Sermão textual literal: neste tipo, as divisões repetem as palavras do texto. Exemplo:

Título: “AS QUALIDADES DO BOM CRISTÃO” (Rm 12.12)

1. Alegria na esperança

2. Paciência na tribulação

3. Perseverança na oração

b) Sermão textual livre: as divisões são expressas com palavras diferentes do texto. Exemplo:

Título: “O CHAMADO DE CRISTO” (Mt 16.24)

1. É voluntário (se alguém quiser...)

2. Exige renúncia (negue-se...)

3. Exige sacrifício (tome sua cruz...)

4. Implica em compromisso (siga-me).

O principiante, em geral, encontra considerável dificuldade no preparo de esboços textuais. Isto se deve ao fato de que a formulação do esboço textual muitas vezes requer exame cuidadoso das divisões naturais do texto. Entretanto, tais dificuldades não devem constituir-se um obstáculo, mas um desafio para que o estudante adquira a capacidade de desenvolver sermões textuais. À medida que se dedica à tarefa, adquirirá, talvez sem perceber, a habilidade de descobrir o esboço oculto no texto, além de familiarizar-se mais e mais com preciosas porções na Palavra de Deus.

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Mais um exemplo de sermão textual:

Titulo: "O ÚNICO CAMINHO PARA DEUS" (Jo 14.6).

1. Através de Jesus, o único caminho.

2. Através de Jesus, a verdade.

3. Através de Jesus, a vida.

3. SERMÃO EXPOSITIVO

O sermão expositivo é o método mais eficaz de pregação, porque, mais que todos os outros tipos de mensagens, ele, com o tempo, produz uma congregação cujo ensino é fundamentado na Bíblia.

Ao expor uma mensagem da Sagrada Escritura, o líder cumpre a função primária da pregação, ou seja, interpretar a verdade bíblica (o que nem sempre se pode dizer dos outros tipos de sermões). Definição de Sermão Expositivo:

É aquele em que uma porção mais ou menos extensa das Escrituras é interpretada em relação a um tema ou assunto.

A maior parte do material deste tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéias progressivas que giram em torno de uma idéia principal.

As divisões do sermão expositivo baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não abrangendo "um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro". Nele, é exposta uma verdade contida num texto bíblico. Exige tempo, estudo e conhecimento bíblico. Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão expositivo é a descrição do episódio.

EXPOR: 1. Analisar 2. Interpretar 3. Apresentar

No Sermão Expositivo todas as idéias saem do texto e do contexto. A idéia central, as divisões principais e as subdivisões saem da passagem maior da Bíblia e são interpretadas à luz do contexto.

Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui indica a extensão do texto.

O Sermão Expositivo pode ser: uma Parábola, um Salmo, um Capítulo (Curto), um Episódio. Possui maior volume de conteúdo bíblico.

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No Sermão Expositivo o pregador leva o ouvinte a reviver as circunstâncias e os sentimentos que produziram aquele texto. Este modelo de sermão honra a Bíblia, alimenta a igreja e desenvolve o pregador. O propósito do pregador está em harmonia, com o propósito do escritor bíblico.

Para a elaboração do Sermão Expositivo, estuda-se:

1. A argumentação histórica.

2. Argumentação gramatical.

3. A Literatura, respeitando-se sempre o contexto.

Características básicas de um Sermão Expositivo.

1. Texto único.

2. Fidelidade ao texto.

3. As partes ligadas entre si (Coesão).

4. O ouvinte é conduzido do ponto de partida ao ponto de chegada (O Movimento).

Como Organizar o Sermão Expositivo:

1. Estude bem, o texto e o contexto Bíblico.

2. Enumere os pontos altos e ideias mais fortes do texto.

3. Descubra o pensamento principal que o levará à idéia central.

4. Escolha a sequência das divisões de acordo com o clímax que deseja chegar.

5. Respeite a ordem do texto bíblico.

“Um sermão pregado sem capacidade já nasce morto! Bons pregadores ouvem sempre excelentes pregadores”. Pr. Otimar Gonçalves.

Exemplos de Sermão Expositivo

Como primeiro exemplo de um esboço de sermão expositivo usaremos Ef 6.10-18. Sugerimos que leia a passagem várias vezes e estude com cuidado antes de examinar o esboço dado adiante. Um exame da passagem nos levará a concluir que o apóstolo Paulo aqui trata da batalha espiritual do crente e procura apresentar as várias feições relacionadas a esse conflito, de modo que o discípulo possa tornar-se um guerreiro bem-sucedido.

Se examinarmos a passagem com bastante atenção, veremos que nos vs. 10-13 o apóstolo anima o crente a ser corajoso e firme diante de inimigos espirituais avassaladores. Em outras palavras, Paulo refere-se, nestes versículos, à moral cristã. Os vs. 14-17 lidam com as diferentes partes da armadura que o Senhor providenciou para os seus santos guerrearem. Concluímos, portanto, que esta seção pode ser descrita como a armadura do crente. E no v. 18 Paulo diz que o crente revestido com

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a armadura de Deus deve também entregar-se à oração incessante no espírito e à intercessão constante por todos os santos. É óbvio, pois, que o aspecto final apresentado por Paulo, em conexão com o conflito espiritual, é a vida de oração do crente. Agora estamos prontos para elaborar um esboço dos três aspectos principais discutidos pelo apóstolo em conexão com a guerra espiritual:

Título: “A boa luta da Fé”

Tema: Aspectos relacionados com a luta espiritual do crente.

Texto: Ef 6.10-18

1. A moral do crente (vs. 10-14a).

a) Deve ser elevada (v.10)

b) Deve ser firme (vs. 11-14a)

2. A armadura do crente (vs. 14-17)

a) Deve ter caráter defensivo (vs. 14-17a)

b) Deve também ter caráter ofensivo (v. 17b)

3. A vida de oração do crente (v. 18)

a) Deve ser persistente (v.18)

b) Deve ser intercessora (v. 18b).

Para que o sermão seja verdadeiramente expositivo, devemos interpretar ou explicar corretamente as subdivisões, bem como as divisões principais. Assim, o pregador cumpre o propósito da exposição, que é derivar da passagem a maior parte do material de seu sermão e expor seu conteúdo em relação a um único tema principal.

O esboço do sermão expositivo é uma série de ideias progressivas ligadas uma com a outra até chegar numa devida conclusão.

O que é literal poderá ser tipificado (simbolismo).

É interpretativo (aplicação à nossa vida).

Vejamos mais um exemplo:

Título: “Beco sem saída”

Tema: Situações na vida do crente onde parece não haver saída.

Texto: Ex 14.1-14

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1. “Beco sem saída” é o lugar a que às vezes deus nos leva (vs. 1-4a).

2. “Beco sem saída” ´´e o lugar em que Deus nos prova (vs. 4b-9).

3. “Beco sem saída” é o lugar em que às vezes falhamos com o Senhor (10-12).

4. “Beco sem saída” é o lugar em que Deus nos ajuda (vs. 13,14).

O sermão expositivo possui ainda outra vantagem: dá muitas oportunidades para explanar passagens bíblicas que, doutra forma, talvez jamais fizessem parte do ministério do pregador.

VII) EXERCÍCIOS - PREPARANDO SERMÕES

1. Sermão Temático

A partir deste esboço temático, procure referências bíblicas para cada tópico:

Tema: Confissão na vida cristã.

Título: “Aprendendo os segredos da confissão”

Texto: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).

1. O que devemos confessar?

a) Nossos pecados ( )

b) O Nome de Jesus ( )

c) O poder de Deus ( )

2. Como confessar?

a) Com sinceridade ( )

b) Com fé ( )

3. Quando devemos confessar?

a) Agora mesmo ( )

b) Ao ouvir a Palavra de Deus ( )

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4. Qual o resultado da confissão?

a) Paz ( )

b) Perdão ( )

c) Comunhão ( )

Desenvolver o sermão abaixo, subdividindo os tópicos já definidos e usando versículos adequados:

Tema: A essência de Cristo que não muda.

Texto: “Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hb 13.8).

1. O que não muda em Cristo?

a) _______________________________________ ( )

b) _______________________________________ ( )

c) _______________________________________ ( )

2. Por que não há mudanças em Cristo?

a) _______________________________________ ( )

b) _______________________________________ ( )

c) _______________________________________ ( )

2. Sermão Textual

A partir do texto de Ed 7.10, elabore um esboço de sermão textual:

Tema: O propósito do coração de Esdras.

Título: “Dando prioridades a coisas importantes”.

Texto: “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor e para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10).

(As divisões do seu sermão devem abordar três prioridades na vida de Esdras):

1. ____________________________________________

2. ____________________________________________

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3. ____________________________________________

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidas:

Tema: A postura do cristão

Título: “Como deve o cristão comportar-se diante de um mundo perdido?”

Texto: “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1).

1. “Bem-aventurado”

a) ________________________________________

b) ________________________________________

c) ________________________________________

2. “O varão que não anda segundo o conselho dos ímpios”.

a) ________________________________________

b) ________________________________________

c) ________________________________________

3. “Nem se detém no caminho dos pecadores”.

a) ________________________________________

b) ________________________________________

c) ________________________________________

4. “Nem se assenta na roda dos escarnecedores”

a) ________________________________________

b) ________________________________________

c) ________________________________________

Crie um tema e título do seu sermão para o seguinte texto:

Texto: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10).

Tema: _____________________________________

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Título: _____________________________________

3. Sermão Expositivo

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidas:

Tema: A mulher Samaritana

Título: ___________________________________

Texto: João 4:1-42

1. O encontro com a mulher

a) ______________________________________

b) ______________________________________

2. O diálogo

a) ______________________________________

b) ______________________________________

3. O testemunho da mulher

a) ______________________________________

b) ______________________________________

4. O resultado do testemunho

a) ______________________________________

b) ______________________________________

Desenvolver o sermão expositivo abaixo com o tema e texto definidos:

Tema: A cura de Naamã.

Título: ___________________________________

Texto: 2Rs 5.1-14

Elabore os tópicos em seu caderno.

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CONCLUSÃO

Concluindo este curso de Homilética, queremos lembrá-lo de que, tudo quanto aqui foi ensinado, é voltado mais para a parte técnica do sermão. São conselhos práticos para fazer de você um pregador mais eficaz.

Acima deste conhecimento, precisa haver a unção do Santo Espírito de Deus em sua vida, ou tudo se tornará uma mera formalidade.

Ao posicionar-se no púlpito, leva-se apenas um esboço. É o Espírito Santo que irá lembrá-lo do conteúdo já preparado e até dar-lhe novas revelações ao entregar a mensagem à Igreja ou à célula. Você é o canal, o instrumento que Deus usará para falar ao seu povo.

É uma experiência gloriosa. Experimente.

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BIBLIOGRAFIA

BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas. S. Paulo, Ed Vida, 1993.

CABRAL, Elienai. O pregador eficaz. Rio, CPAD, 1983.

KEY, Jerry Stanley. José da SiIva, Um pregador leigo. Rio, JUERP, 1978. (abril 1995).

DE LIMA, Elinaldo Renovato, Orientações ao Jovem Pregador.

SETEP - Apostila de Homilética.

http://solascriptura-tt.org/

http://pt.slideshare.net/

http://www.pregaapalavra.com.br/

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NO DE ENSINO

CURSO DE TEOLOGIA (BACHAREL) DISCIPLINA: HOMILÉTICA DOCENTE: AP. NATANAEL SOLÍS

CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA

EMENTA: A disciplina contém: Objetivos Gerais e Específicos, Conteúdo Programático, Metodologia, Sistema de Avaliação, Cronograma

de Desenvolvimento da Disciplina e Bibliografias Gerais, Especificas e Anexas ou Complementares.

OBJETIVOS GERAIS

A disciplina objetiva, em seu aspecto conceitual, levar o aluno a compreender noções sobre a Homilética, preparando-o para organizar um sermão dentro do texto bíblico estudado.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

No intercurso do programa pretende-se:

Definir Homilética e sua importância no Reino de Deus.

Apresentar as principais regras da Homilética.

Considerar os critérios principais para organizar um sermão dentro do texto bíblico estudado.

Mostrar que o ministério da pregação pode ser desenvolvido tanto por obreiros, quanto por leigos dentro da Igreja.

Orientar o aluno a sempre orar ao Mestre de todos os mestres da Homilética, Jesus, para que o ilumine ao pregar Sua Palavra.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

o INTRODUÇÃO

I. Definições II. Perfil do Pregador; III. Características de um Bom Sermão; IV. Como preparar um Sermão; V. Métodos de preparar e pregar Sermões; VI. Principais tipos de Sermões Bíblicos VII. Exercícios – Preparando Sermões

o CONCLUSÃO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas. S. Paulo, Ed Vida, 1993. CABRAL, Elienai. O pregador eficaz. Rio, CPAD, 1983.

METODOLOGIA DE ENSINO As aulas serão ministradas obedecendo a seguinte metodologia:

Expositivo-dialogais.

Leituras e análises de textos selecionados.

Trabalhos escritos pesquisas/resenhas.

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO:

A Avaliação será baseada nos seguintes critérios: Seminários\dinâmicas em grupos\pesquisas escritas\ participação\ trabalho em classe\aulas expositivas\vídeo aula e pesquisa de campo e Provas.

TRABALHOS:

Elaboração de Trabalho Individual/Grupo estipulado pelo professor:

Siga as orientações da Metodologia Científica a serem adotadas neste trabalho que serão enviadas ao aluno via e-mail.

Avaliação e entrega de Trabalho previstas para quarta-feira 16/11/2016.

Obs.: o aluno que entregar o trabalho após o prazo perderá 1 ponto.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

7º MÓDULO: Outubro / Novembro 2016

DISCIPLINA: Homilética

DOCENTE: Ap. Natanael Solís

NÚCLEO: El Shaddai

DIA/AULA: Quarta-feira

DATA

AULA

PÁGS.

CONTEÚDO

OBS.

05/10/16

3 – 6

* Apresentações

* Leitura do Plano de Ensino

Introdução

I. Definições

6 – 10

II. Perfil do Pregador

19/10/16

10 - 12

III. Características de um Bom Sermão

13 - 19

IV. Como preparar um Sermão

26/10/16

19 – 20

V. Métodos de preparar e pregar Sermões

20 – 25

VI. Principais Tipos de Sermões Bíblicos

09/11/16

26 – 29

VII. Exercícios – Preparando Sermões

30

Conclusão

Correção de Simulado.

16/11/16

Última

Avaliação / Entrega de Trabalho