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I

Ana Helena Martins Félix

2010 2011

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Relatório de Estágio C.E.T. – Técnicas de Gerontologia

Associação dos Amigos de Nespereira

Ana Helena Martins Félix

2010/2011

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III

Ficha de Identificação

Aluno: Ana Helena Martins Félix

Nº de Aluno: 5006947

Local de Estágio: Associação Amigos de Nespereira

Avenida Casas do Rio, nº 5

6290-207 Nespereira

Gouveia

Telef./Fax. 238 494015

E-mail [email protected] ou [email protected]

Início do Estágio: 06/09/2010

Fim de Estágio: 18/09/2010

Monitor de Estágio: Armando José dos Santos Almeida

Grau Académico: Doutoramento em Ciências da Educação

Cargo que ocupa na Instituição: Presidente da Direcção

Contacto: 96 6057834

Professor Orientador na ESECD: Agostinha Melo

Contacto: 96 2801228

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IV

Agradecimentos

Para concretizarmos determinados objectivos na nossa vida necessitamos da

ajuda e boa vontade de diversas pessoas.

Quero agradecer a todos os que directa ou indirectamente contribuíram para a

realização do meu relatório de estágio, não vou dar primazia a ninguém, todos foram

muito importantes para a sua concretização.

Bem-haja aos amigos de turma, professores, Professora Orientadora do Estágio

Agostinha Melo, Monitor de estágio na Instituição de Acolhimento Armando Almeida,

aos funcionários da Instituição, á minha família e muito em especial aos Idosos, quer

aos que permanecem entre nós, quer aos que por circunstâncias da vida não estão

fisicamente mas que ficam para sempre no meu coração e ás crianças das Actividades

de Tempos Livres, todos tornaram possível as actividades realizadas.

Se fosse a dizer o nome de todos os que colaboraram uma folha não chegava

para escrever todos os nomes, cada um sabe o real contributo que foi dado para que eu

realizasse este trabalho, agradeço a boa vontade, compreensão, disponibilidade,

empenho, dedicação, união, interesse e carinho de todos vós.

Bem-haja a todos…

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V

Índice

Agradecimentos .................................................................................................................... 4

Índice ..................................................................................................................................... 5

Introdução ............................................................................................................................. 8

Capítulo I ....................................................................................................................................... 9

Caracterização de Nespereira ............................................................................................. 10

Caracterização da Instituição .............................................................................................. 13

CapÍtulo II .................................................................................................................................... 16

Objectivos ............................................................................................................................ 17

Processo do envelhecimento .............................................................................................. 18

Animação de Idosos ............................................................................................................ 21

Motivação para a animação ................................................................................................ 22

Técnicas de Animação ......................................................................................................... 23

Programas Intergeracionais ................................................................................................ 25

CapÍtulo III ................................................................................................................................... 27

Plano de Actividades ............................................................................................................... 28

Memória Descritiva das Actividades Realizadas ......................................................................... 32

1 - Portefólio “ Recordar é viver” ........................................................................................ 33

2 - “Biblioteca Solidária” ..................................................................................................... 34

3 - Passeio á Santa Eufêmea a Paranhos da Beira ............................................................... 36

4- Jarra decorativa/ Garrafas e Frascos decorativos ........................................................... 38

5 - Aniversários .................................................................................................................... 41

6- Ginástica Geriátrica ......................................................................................................... 42

7 - Gatos/Galinhas/ Malas com trapos................................................................................ 43

8 – I Sardinhada do Dia do Idoso ......................................................................................... 45

9 – Acção de Sensibilização - Apoio 65 ............................................................................... 48

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VI

10 - Confecção de Sopa ....................................................................................................... 52

11 - Pirâmide dos Alimentos ............................................................................................... 57

12 - Magusto ....................................................................................................................... 59

13 - Feira das Sopas ............................................................................................................. 61

14 - Decorações de Natal/ Festa de Natal ATL/ Almoço de Natal das famílias ................... 68

15- Presépio Vivo................................................................................................................. 73

16 - Eucaristia de Natal na Instituição ................................................................................. 75

17 - Viagem a Fátima ........................................................................................................... 76

18 - Dia de Reis .................................................................................................................... 78

Conclusão ............................................................................................................................ 80

Bibliografia .......................................................................................................................... 83

Anexos ......................................................................................................................................... 84

Anexo A - Respostas Sociais da Instituição ......................................................................... 85

Anexo B - ORGANIGRAMA................................................................................................... 86

Anexo C - Rotinas diárias dos utentes da Instituição .......................................................... 87

Anexo D - Banhos Diários .................................................................................................... 88

Anexo E - Ementa da Semana ............................................................................................. 89

Anexo F – Panfleto da Alimentação .................................................................................... 90

Anexo G - Cartaz do Programa Apoio 65 ............................................................................. 91

Anexo H - PowerPoint da Acção de Sensibilização ............................................................. 92

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VII

Índice Figurativo

Fig. 1 – Brasão da Freguesia de Nespereira; Fonte www.freguesianespereira.com .................. 12

Fig. 2 Vistas Panorâmicas da Associação dos Amigos de Nespereira Fonte: Própria ................. 15

Fig. 3 Portefólios efectuados por utentes Fonte: Própria ........................................................... 33

Fig. 4 Utentes na acção Biblioteca Solidária Fonte: Própria ....................................................... 35

Fig. 5 Romaria a Santa Eufêmea Paranhos da Beira Fonte: Própria........................................... 37

Fig. 6 Realização de Manualidades Fonte: Própria ..................................................................... 40

Fig. 7 Festejo de Aniversários Fonte: Própria .............................................................................. 41

Fig. 8 Exercícios de Ginástica Geriátrica Fonte: Própria .............................................................. 42

Fig. 9 Realização de Manualidades Fonte: Própria ..................................................................... 44

Fig. 10 Festejos do Dia do Idoso Fonte: Própria .......................................................................... 47

Fig. 11 Público presente na Acção de Sensibilização - Apoio 65 Fonte: Própria ......................... 51

Fig. 12 Confecção de sopa de legumes Fonte: Própria ............................................................... 56

Fig. 13 Pirâmide dos alimentos Fonte: Própria ........................................................................... 58

Fig. 14 Participação na XI Festival das Sopas da Serra da Estrela Fonte: Própria ....................... 67

Fig. 15 Festa de Natal ATL/ Almoço de Natal da Família Fonte: Própria..................................... 72

Fig. 16 Representação de Presépio Vivo Fonte: Própria ............................................................. 74

Fig. 17 Celebração de Eucaristia Fonte: Própria.......................................................................... 75

Fig. 18 Visita ao Santuário de Fátima Fonte: Própria .................................................................. 77

Fig. 19 Cantar das Janeiras Fonte: Própria .................................................................................. 79

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VIII

Introdução

No âmbito do Curso de Especialização Tecnológica, Técnicas em Gerontologia,

do Instituto Politécnico da Guarda, que decorreu de nove de Novembro de dois mil e

nove a vinte e quatro de Julho de dois mil e dez, foi sugerido um estágio em Lares ou

centro de Dia, com a duração de seiscentas horas.

A instituição que me acolheu, já me era familiar, pois faço parte dela como

funcionária, desempenhando as funções de Técnica de Animação Juvenil. Esta foi uma

enorme vantagem pois o local já era conhecido tal como os grupos de trabalho com os

quais me propôs desempenhar o meu plano de actividades.

A Intergeracionalidade idoso/criança, o tema que propôs desenvolver no estágio,

melhorar a interactividade destas duas faixas etárias, transmissão e reciprocidade de

conhecimentos temporais, espaciais e culturais.

Pretendo valorizar as relações pessoais, a criatividade, a autonomia, torná-los

mais comunicativos, serem mais dinâmicos, valorizar as suas capacidades e

competências de modo a aumentar a sua auto estima e auto confiança.

Nota: Este relatório não foi elaborado segundo as regras do novo acordo

ortográfico.

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Capítulo I

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Ana Félix

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Caracterização de Nespereira

Nespereira Terra Hospitaleira e de Tradições

Nespereira fica situada na vertente norte da Serra da Estrela, estabelecida no vale

apertado entre duas colinas.

Nespereira é uma das freguesias mais populosas e desenvolvidas do concelho de

Gouveia e quiçá até mesmo do distrito da Guarda, com uma população

aproximadamente de 1200 habitantes e uma área de 8,4Km2. Região granítica e

montanhosa predominantemente agrícola e pastorícia. Sem localidades anexas é, no

entanto, constituída por quatro bairros: Bairro de Santo António, Povo ou Central, e nas

extremidades da freguesia o Bairro do Salpicão e o Bairro da Carvalha.

A ligação entre estes bairros faz-se através de várias pontes que servem de

travessia ao rio Milo ou Ribeira Ajax, nascido na Serra da Estrela e que atravessa a

população de Nespereira e vai desaguar ao Mondego. Entre as várias pontes que

atravessam a Ribeira existe uma histórica ponte romana, que faz parte de uma das

quatro calçadas romanas ainda existentes, que unem esta aldeia ao seu resto do

concelho.

O povoamento desta freguesia registou-se ao longo do fio de água que irrigava

os férteis terrenos, foi ao longo da ribeira que aproveitando a força das pás os homens

implementaram os moinhos e lagares de azeite e mesmo as suas casas construídas sobre

lajes graníticas. Por isso se pode dizer que Nespereira nasceu num berço de granito.

Nos valeiros e abrigos cultivam-se hortas, as culturas temporárias são a batata,

milho, o feijão e as culturas forrageiras, das culturas permanentes destacam-se a vinha, a

oliveira e em menor grau a poli cultura. Diz-se que em qualquer trincha de uma rocha

cabe um pinhão como semente ou abrem um caminho as raízes de uma videira, no

entanto as vidas e actividades dos seus habitantes sempre estiveram muito ligadas com a

serra e a pastorícia.

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Ana Félix

11

Já a história que deu nome a esta freguesia, há quem suponha que o seu

topónimo provenha do nome Inês Pereira, uma lendária mulher, que em tempos

construiu a “Casa do Rio”, edifício em ruínas e acastelado, considerada pelo povo como

“casa mãe”, na qual todos os dias era dada uma sopa e dormida a quem mais precisasse

e ali recorresse.

Além de Inês Pereira, esta freguesia foi povoada por várias personalidades, que

ali deixaram marcas que hoje fazem dela um lugar a visitar.

Fundada por famílias nobres, Nespereira recorda ainda hoje, nomes de família

como os “Melo Freires”, os “Portugais” e os “Osórios”, destacando-se desta última

Jerónimo Osório que embora fizesse parte da realeza, os seus ideais liberais levaram-no

a repartir com o povo algumas “querelas” de terra para seu sustento por altura das

Inquirições de D. Afonso III porem, consta que Nespereira foi povoada por Diogo

Martinho, que dela deixou a quarta parte à Ordem do Hospital, que construiu nove

casais. O nome de Nespereira já aparece em documentos do começo da monarquia. De

resto, o lugar já fora habitado em épocas muito remotas pois é relativamente frequente o

aparecimento de objectos romanos, em especial peças de cerâmica.

Na actualidade esta freguesia tem para oferecer aos seus visitantes e não só

diversos e variados monumentos e serviços, o caso da “Ponte Romana”, “Ponte do

Chourido” atravessada por uma calçada romana, “Fonte do Pipo”,”Fonte do Lameiro”,

“Casas do Rio”, “Capela de S. Domingos”, “Capela de S. Palágio”, “ Capela de Santo

António”, “ Capela do Sr. Dos Aflitos”, “ Capela Srª da Encarnação”, “ Quinta do

Paço”, “ Cadeiral Romano”, “As Lagaretas”, e a “Igreja Matriz de Nossa Srª da Graça”,

assim como o solar da já referida família Osório e o Solar da família Albuquerque.

Existem ainda associações que dinamizam a aldeia como a Associação

Recreativa e Desportiva de Nespereira, Confraria “ Os Melros”, o Rancho Folclórico da

Casa do Povo de Nespereira e o Museu Etnográfico da Casa do Povo de Nespereira e o

Orfeão da Associação dos Amigos de Nespereira.

O comércio também tem o seu peso na freguesia que conta actualmente com três

Minimercados, três Café Snack Bar, Um restaurante “Toca do Lagarto”, uma para

farmácia, dois talhos, um salão de cabeleireira, duas oficinas de bate-chapas, duas

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C.E.T. – Técnicas de Gerontologia 12

Ana Félix

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carpintarias, duas casas do turismo de habitação rural, uma delas, conceituada pelos

seus vinhos premiados além fronteiras “Quinta do Paço”.

A freguesia está ainda equipada com uma Pré- Esola, uma Escola do Ensino

Básico, um Lar de Idosos com diversas serviços, a Junta de Freguesia que disponibiliza

os serviços de correios, pagamentos de facturas, assim como, o acesso á internet e ainda

um Gabinete de apoio á população e uma Extensão do Centro de Saúde de Gouveia.

Nespereira tem como tradição as festas e romarias de Nossa Srª de Fátima, Santo

António, Festa do Sr. dos Aflitos, na qual se festeja o dia de todos os Nespereirenses, as

festividades em Honra de S. Domingos realizadas pela Confraria Os Melros, realizam-

se ainda os convívios do “1º de Maio”, “Bons Amigos”, “ Zés”, “Antónios”, assim

como a “Rota das Adegas” e a “Caravana ao rio”.

Fonte: Site da Confraria “Os Melros”

www.osmelros.at.ua

Fig. 1 – Brasão da Freguesia de Nespereira; Fonte:

www.freguesianespereira.com

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Caracterização da Instituição

A Associação dos Amigos de Nespereira, Instituição Particular de Solidariedade

Social foi inaugurada a 24 de Junho de 1999 pelo Excelentíssimo Sr. Secretário de

Estado da Inserção Social, Drº Rui Cunha, com a resposta social de Lar de Idosos

(Imagem 1), mas funcionando desde 1995 apenas com a resposta social de Centro de

Dia, começando por prestar serviço a 18 utentes com a colaboração e ajuda de muitos

Nespereirenses.

Esta Instituição surgiu pela iniciativa de um grupo de pessoas residentes na

freguesia de Nespereira, constituiu por escritura pública um organismo para zelar pelos

anseios dos residentes na localidade e com um fim específico de construir um Lar de

Idosos.

As dificuldades financeiras para resolver problemas que se apresentavam de

imediato como a aquisição de terrenos, elaboração de projecto, levaram a várias

actividades como o peditório pelo povo e emigrantes, recolhendo donativos através do

jornal “O Lagarto”, órgão da associação, a realização de festas, a deslocação à Suiça

com o conjunto musical os ZAFTA, foram algumas actividades desenvolvidas para

conseguir fundos necessários para o arranque das obras.

A Direcção atenta aos problemas e necessidades dos idosos e jovens da

freguesia, deu início em 1997 á construção do anexo que viria a dar a resposta social de

Lar de Idosos. Com o passar dos anos e com a carência das necessidades a Instituição

alargou o seu leque de ofertas de serviços.

Neste momento a Instituição conta com as respostas sociais: Lar de Idosos

(Internamento), Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Actividades de Tempos Livres,

dando resposta a 63 utentes. (Anexo A)

A Instituição tem no quadro 12 funcionárias, todas do sexo feminino, possuiu

também um organigrama no qual se verifica a hierarquia e respectivas categorias

atribuídas a cada funcionária. Devido á enorme lista de espera e á ampliação das

instalações do lar de idosos, já em fase de construção, futuramente haverá necessidades

para criar mais postos de trabalho.

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Ana Félix

14

Na Instituição, as funcionárias consoante a categoria (Anexo B) que lhe foi

atribuída desempenham diversificadas funções, em horário de rotatividade.

A Instituição tem um plano de actividades anual, com actividades lúdicas,

actividades cognitivas, actividades motoras, actividades de expressão plástica,

actividades do quotidiano, etc.

Quanto às instalações a instituição conta com dois pisos: no rés-do-chão existem

dois quartos triplos, um quarto de casal, seis quartos duplos e dois quartos individuais

com um total de 22 quartos, oito casas de banho, uma cozinha, um refeitório, uma

dispensa, um escritório, um gabinete médico e de enfermagem, uma lavandaria, uma

sala de convívio no primeiro piso existe um salão polivalente. A instituição não dispõe

de elevador, mas contêm aquecimento central.

A instituição tem horário de visitas com dois períodos, manhã das 10.30h às

12.00h e de tarde das 14.30h às 18.00h.

Quanto ao funcionamento da instituição, esta tem rotinas diárias, estas rotinas

têm uma sequência para coordenação do serviço a prestar ao utente. (Anexo C)

A toma de banho está dividida pelos dias da semana, a cada dia correspondem

um determinado número de utentes, a quem esse serviço é prestado. (Anexo D)

A ementa é elaborada semanalmente, é uma ementa variada, tentando satisfazer

os gostos pessoais dos utentes, a ementa é constituída por sopa, prato de carne ou peixe

alternado, prato de dieta e sobremesa que também varia consoante a patologia do utente,

por exemplo os diabéticos. (Anexo E)

A nível dos cuidados básicos de saúde cabe-nos ajudar, auxiliar e acompanhar os

utentes, quer em consultas quer para realizar exames.

A medicação é preparada semanalmente de acordo com as patologias de cada

utente.

Cada utente tem um processo clínico que o acompanha sempre, onde estão

mencionados os dados pessoais, as suas patologias, a medicação que faz, exames

complementares de interesse, cuidados de saúde a ter, etc.

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Fig. 2 Vistas Panorâmicas da Associação dos Amigos de Nespereira Fonte: Própria

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Capítulo II

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Ana Félix

17

Objectivos

Quando desempenhamos um plano de actividades ao colocá-lo na prática, somos

influenciados por diversos factores, e, estamos sujeitos a determinados contra tempos os

quais temos que saber contornar.

Cada um de nós tem capacidades em adquirir conhecimentos e tem

competências para os colocar em prática.

Nós próprios determinamos parâmetros para que esse trabalho se realize,

tentando atingir os objectivos a que nos propomos.

Proponho-me então a adquirir maior á vontade com os grupos de trabalho com

os quais vou trabalhar, bem como ser autónoma na implementação do meu plano, ter

capacidade de improviso, tentar conhecer melhor cada um dos utentes a nível físico,

psicológico e cognitivo, de forma a melhorar o seu relacionamento com os outros,

reforçar os laços afectivos já existentes e a aumentar a confiança, evitar e apaziguar o

conflito, caso necessário.

Pessoalmente vou mostrar as minhas capacidades ao implementar um plano de

actividades que eu própria elaborei e coloquei em prática.

Vou colocar em prática as aprendizagens que adquiri ao longo do ano, ver a

capacidade que tenho em mobilizar o grupo para determinado objectivo, dinamizar e

criar o espírito de grupo, identificar problemas e tentar solucioná-los, promover o

contacto com as novas tecnologias e com a cultura, relembrar os usos e costumes caídos

em desuso, abrir o grupo á comunidade e divulgar o trabalho que desenvolvemos na

instituição.

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Processo do envelhecimento

O envelhecimento da população, considerado como fenómeno mundial, tem

como consequência o aumento da proporção de pessoas idosas na população. Cada vez

mais se trabalha no sentido do envelhecimento com qualidade e mais autonomia para

que este processo se manifeste o mais tardiamente possível.

“A educação para o lazer entre idosos tem por objectivo facilitar o

desenvolvimento de um estilo de vida que aumenta a sua qualidade de vida” (Tabourne,

1992, 47 in Pinto e Osório, 2007,283)

“A juventude não é eterna, mas o espírito, esse não envelhece.”

Provérbio Popular

O ciclo biológico de vida do seu humano passa por três fases distintas

nascimento, crescimento e morte, esta última fase poderia chamar-se envelhecimento,

processo através do qual se chega à morte.

A velhice não é um processo homogéneo, cada um envelhece da sua forma e ao

seu ritmo, este é um período de grandes mudanças biológicas, psicológicas e sociais.

A sociedade criou crenças e estereótipos sobre a velhice rotulando-os de serem

velhos, ser Idoso é ser dependente, ser Idoso é ser doente, ser Idoso é ser improdutivo,

ser Idoso é ser inútil, ser Idoso é ser sinónimo de solidão, ser Idoso é ser triste,

envelhecer é perder qualidades, envelhecer é uma etapa triste da vida, e consoante a

personalidade de cada Idoso estes rótulos vão-se fazendo sentir de forma diferente de

pessoa para pessoa.

Este rótulo já está tão enraizado na sociedade que os próprios Idosos já o

interiorizaram, por mais que o meio onde se encontrem inseridos lhes faça ver as coisas

de outra forma, eles próprios já o sentem. Temos que aceitar as pessoas tal qual elas são,

na sua individualidade, na sua validade, na sua utilidade…

Cada vez mais a nossa sociedade se debruça em elaborar planos de

Humanização e Personalização dos cuidados aos Idosos, para colmatar os

comportamentos negativos, o facto de os Idosos se tornarem dependentes, de serem

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tratados com infantilidade, de serem despersonalizados, de serem ignorados os seus

sentimentos, interesses, necessidades e emoções e o facto de se evitarem.

O contexto em que o Idoso está inserido no seu ciclo de vida diário é uma mais

valia para a sua satisfação de vida, daí podermos compreender o bem estar associado ao

local em que o Idoso se insere na última etapa da sua vida, este deve ser o mais parecido

com o meio em que sempre esteve inserido, para que o Idoso não sinta tanto as

mudanças.

O Idoso ao ser institucionalizado não se deve afastar muito do local onde habitou

toda a sua vida, deve manter-se o mais enquadrado possível do seu ambiente natural, e

se tiver que mudar de localidade tentar que seja o mais próximo possível do local onde

habitou, são lá que estão as suas raízes, os seus bens, as suas recordações isso já o

tranquiliza, só o facto de o Idoso sair da sua habitação e ir para um local novo o

perturba, quanto mais ao facto de ir para uma nova aldeia, não conhecer as pessoas, não

ter os seus pertences, não ter o contacto diário com as coisas que uma vida inteira o

acompanharam, o corte com a família, amigos e conhecidos…

Na instituição devemos manter o Idoso o mais activo possível para que ele

próprio consiga combater as mudanças que ocorreram, devem manter-se ocupados,

realizando as suas tarefas diárias, a sua higiene pessoal se as suas condições físicas

assim o permitirem, se quiserem, deixar com que eles façam a sua própria cama, devem

ser eles a colocar a roupa no armário e a fazerem a distribuição da mesma de acordo

com o seu gosto, podem gostar mais das meias no primeiro gavetão e não no quarto

como estão por exemplo, dar-lhe a oportunidade de decidir o que fazer no seu espaço tal

como o mobiliário e a disposição do mesmo no quarto, esta é uma forma de lhe dar um

estímulo/ocupação e não uma forma de exploração.

Tentar com que tenham uma rotina o mais normal possível com o dia-a-dia na

sua habitação para que se sintam num ambiente familiar e acolhedor, ajudar nas tarefas

da cozinha, descascar legumes, ajudar a levantar a mesa, limpar a louça, varrer o chão,

lavar as pequenas peças da sua roupa…devem manter bem presente o elo com a sua

família biológica, através de visitas constantes, da participação em festas de família

como aniversários, baptizados, casamentos e ocasiões especiais, o ir à missa, o ir à

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farmácia levantar e pagar a sua medicação, o ir à cabeleireira, o ir ao local onde antes

faziam as compras do dia-a-dia nem que seja para cumprimentar o dono da mercearia,

não se devem privar os idosos das suas economias, se possível deixá-los ser eles a geri-

las se não dar-lhe algum dinheiro nem que não precise mas fá-lo sentir que é autónomo,

que não depende de ninguém. Se a Instituição tiver espaço com terreno porque não eles

próprios terem uma horta, é um prolongar das tarefas praticadas no dia-a-dia uma vez

que as pessoas que são institucionalizadas em meio rural, na sua grande maioria

trabalharam na agricultura, e porque não, serem elas a cuidar do jardim regando,

podando, cortando a relva?

Estas mudanças também têm que partir por parte da Instituição é um incentivo a

que eles próprios começam a ter uma perspectiva diferente da Velhice, as Instituições

devem esquecer a parte burocrática e dedicarem-se mais à parte prática.

As actividades programadas devem ser direccionadas para os Idosos, temos que

ajudar à realização pessoal do Idoso para que não se sinta acomodado, não deixar que

existam atritos ou conflitos na Instituição, temos que os cativar para fazerem algo para

se manterem ocupados/úteis por vezes o facto de não querem participar nas tarefas

programadas é uma manifestação da falta de atenção, por exemplo.

Devemos reinventar papéis para que eles próprios nos mostrem os seus

conhecimentos e sabedoria e que lhes elimina da mente o tal estereótipo de não valho

nada, não tenho utilidade nem que seja por uns breves momentos, é também uma forma

deles se sentiram respeitados.

Temos que nos adaptar à personalidade dos Idosos, à sua maneira de ser, de estar

e de pensar, tendo plena consciência de que a VELHICE no futuro vai continuar a

passar pela Institucionalização, e só tendo uma vida activa, se conseguirá chegar á

última etapa da vida “a morte” da melhor maneira possível.

Todos os idosos devem ser respeitados como seres humanos que são, cabe-nos a

nós enquanto cidadãos idóneos que somos fazer com que isso aconteça.

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Animação de Idosos

A animação de idosos, em específico, define-se de uma forma geral, na maneira

de actuar em todos os campos do desenvolvimento da qualidade de vida dos mais

velhos, um estímulo da vida mental, física e afectiva da pessoa idosa.

A animação representa um conjunto de passos com vista a facilitar o acesso e

uma vida mais activa e mais criadora, à melhoria nas relações e comunicação com os

outros, para uma melhor participação na vida da comunidade de que se faz parte,

desenvolvendo a personalidade do indivíduo e a sua autonomia.

Choque, citando a Revue Soins nº534, Marzo (1990), refere que a animação

entre pessoas pode definir-se como toda a acção que oferece aos idosos as condições

materiais e relacionais necessárias e favoráveis para que possam questionar sobre a

pertinência da sua vida.

Ainda para Choqe, citando Revue de láide Serignant nº5, Mayo (1997) “ a

animação em Gerontologia é acompanhar a pessoa idosa no seu dia-a-dia. Representa

um projecto global de estabelecimento com uma interacção, uma reflexão e uma toma

de consciência de todo o pessoal (incluindo o médico e a administração), e passa pelo

próprio idoso. Está incluída no dossier de cuidados. Agrupa as distracções e festas

propostas pela instituição, centra-se sobre o ambiente de actividades diversas…” (p.4)

Hervy (2001) afirma que “ a importância da animação social das pessoas mais

velhas é facilitar a sua inserção na sociedade, a sua participação na vida social e,

sobretudo, permitir-lhes desempenhar um papel, inclusive reactivar papéis sociais.”

(p.31) Jacob (2007) define “ a animação de idosos como a maneira de actar em todos os

campos do desenvolvimento da qualidade de vida dos mais velhos, sendo um estímulo

permanente da vida mental, física e afectiva da pessoa idosa.” (p.31)

Tendo em conta os aspectos anteriormente referidos podemos alegar que uma

boa animação deve dar resposta a diversos objectivos, visando nomeadamente:

Promover a inovação e novas descobertas;

Valorizar a formação ao longo da vida;

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Proporcionar uma vida mais harmoniosa, atractiva e dinâmica com a

participação e envolvimento do idoso;

Incrementar a ocupação adequada do tempo livre para evitar que o

tempo de ócio seja alienante, passivo e despersonalizador.

Rentabilizar os serviços e recursos comunitários para melhorar a

qualidade de vida do idoso;

Valorizar as capacidades, competências, saberes e cultura do idoso,

aumentando a sua auto-estima e a autoconfiança.

Motivação para a animação

Para compreender a importância que a animação cultural tem para os idosos, há

que primeiro tomar consciência do que é que motiva o ser humano.

A motivação é aquilo que leva os indivíduos a fazer qualquer coisa com esforço,

dedicação, energia e prazer. A intensidade a natureza são diferentes em cada um de

nós, de acordo com as diversas influências, em cada momento.

Se forem dadas condições ao indivíduo para que ele tenha um bom desempenho

na execução de uma determinada tarefa ou actividade e ele tiver as competências

necessárias, o seu grau de eficácia depende apenas da sua motivação.

Todo e qualquer comportamento humano tem uma motivação na sua base, ou

seja, há uma tensão que leva o indivíduo a comportar-se de determinada maneira, de

forma a satisfazer uma ou mais necessidades. As condições fornecidas pelo meio que

envolve o indivíduo mantém-se em equilíbrio psicológico até que um estímulo rompa

esse equilíbrio e crie uma necessidade, que vai gerar um estado de tensão.

Uma das principais teorias existentes sobre a motivação humana é a Pirâmide

das Necessidades de Maslow, que diz que as necessidades estão ordenadas segundo o

seu valor, e que uma determinada necessidade só se manifesta quando as necessidades

do nível imediatamente inferior estão totalmente satisfeitas. Segundo esta teoria, o ser

humano apresenta cinco níveis de necessidades – fisiológicas, de segurança, de afecto,

de estima e de auto-realização.

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As necessidades fisiológicas e de segurança são primárias, enquanto as restantes

são secundárias. A teoria de Maslow assenta em dois princípios, que são o da

dominância e o da emergência; o primeiro diz que enquanto uma necessidade básica

não estiver satisfeita, as restantes não têm força para dirigir o comportamento; o

segundo diz que quando uma necessidade é satisfeita, imediatamente surge uma nova

necessidade.

Os cinco princípios da Motivação:

O ser humano é motivado quando tem a possibilidade de realizar as suas

próprias ideias.

O ser humano é motivado sempre que o seu comportamento é avaliado por

apreciações merecidas (positivas ou negativas).

Para que um indivíduo se motive de forma durável, ele tem que ser estimulado

diversas vezes.

Uma apreciação negativa do indivíduo ou de um comportamento que ele não

pode ou não sabe como modificar faz com que ele perca a motivação.

A maior fonte de motivação para o ser humano é o conseguir atingir, com

esforço, um objectivo que ele fixou a si próprio.

Técnicas de Animação

Antes de pensar num plano de actividades de animação para idosos na prática há

que realizar uma avaliação psicológica, social e física de cada um dos indivíduos, no

sentido de perceber quais as capacidades e motivações reais de cada idoso em relação a

cada uma das actividades propostas. Deve-se também dar oportunidade aos idosos para

que eles próprios possam propor outras actividades diárias da Instituição, por exemplo,

fazendo as camas, limpando o pó dos seus quartos, colaborando na elaboração e

confecção das ementas, regando as plantas, etc., desde que tal seja do agrado deles.

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Ao estabelecer uma relação com um idoso, deveremos ter em conta a nossa

comunicação não verbal e também a dele. Pois só mantendo uma boa atitude corporal é

que poderemos obter bons resultados na sua adesão às actividades propostas.

Assim teremos de ter em conta algumas regras:

Manter uma certa distância;

Falar pausadamente;

Referir o que estamos a fazer;

Repetir quantas vezes forem necessárias

Ajudar e apoiar;

Valorizar qualquer tipo de esforço motor;

Manter uma atitude de calma e passividade;

Ser paciente e compreensivo.

Devemos dividir os idosos em três grupos, por mobilidade. O grupo constituído por

idosos autónomos, o grupo constituído por idosos fisicamente dependentes, e o grupo

constituído por idosos muito dependentes.

Como um dos princípios da animação de idosos é a animação personalizada,

cada um destes grupos precisa de uma metodologia própria de acção.

As regras gerais na animação de idosos são:

Perguntar-lhes o que gostam de fazer e querem fazer;

Não desistir de trabalhar com eles mas ao mesmo tempo não insistir demasiado;

Tentar realizar as actividades no mesmo horário, no mesmo dia, não alternando

muito as rotinas;

Muitos dos jogos para crianças e jovens podem ser adaptados aos idosos;

Ser paciente e alegre;

Que seja de interesse dos participantes para poder contar com a máxima atenção;

Que desenvolva a sociabilidade e que seja adequada à idade com qual estamos

trabalhando;

Que trace metas exequíveis em recursos e em tempo;

Que desenvolva a iniciativa pessoal e de grupo;

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Que envolva a todos no projecto, no qual desde o início se delegarão

responsabilidade, autoridade e direcção da actividade;

Que se desenvolva em local adequado, significando isto, livre de distracções,

com iluminação, assentos suficientes e espaço adequado para a aplicação das

técnicas, com boa acústica e ventilação.

Programas Intergeracionais

Com a abordagem aos Programas Intergeracionais pretende-se apenas salientar a

sua importância e não dar instruções para a sua criação o que para tal seria preciso

desenvolver mais em profundidade alguns aspectos tais como: fundamentação teórica,

orientações para a planificação; funcionamento; gestão, etc.

Os Programas Intergeracionais cuja designação se apresenta bem clara, são

programas que envolvem várias gerações, cujos objectivos serão apresentados mais à

frente e que se pode adiantar que tem que ser de interesse a todos os envolvidos e

também à própria sociedade. O Consorcio Internacional para os programas

Intergeracionais (ICIP) (1999), acordou na seguinte definição do que é um programa

intergeracional: “Los programas intergeracionales son vehículos para el intercambio

dterminado y continuado de recursos y aprendizage entre las geraciones mayores y las

más jóvenes com el fin de conseguir benefícios individuales y sociales” citado por

Sánchez Martínez, M.y Díaz Conde, P. (2005,P.393).

Para se perceber melhor esta designação entenderam os autores que tinham que

ter um conjunto de características essenciais e que se passam a descrever:

Demonstrar benefícios mútuos para os participantes;

Estabelecer novos papéis sociais e/ou novas perspectivas para as

crianças, jovens e idosos implicados;

Envolver várias gerações, incluindo pelo menos duas gerações, não

adjacentes e sem laços familiares;

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Promover maior conhecimento e compreensão entre as gerações mais

jovens e as mais idosas, bem como o aumento da auto-estima para ambas

as gerações;

Ocupar-se dos problemas sociais e das políticas mais apropriadas para as

gerações implicadas;

Incluir os elementos necessários para uma boa planificação do programa;

Proporcionar o desenvolvimento de relações intergeracionais.

Os programas intergeracionais devem ter em conta os ritmos e motivações dos

idosos e dos jovens, assim como a duração que não deve ultrapassar uma hora, caso

contrário uma boa experiência pode-se tornar numa má experiência.

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Capítulo III

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Plano de Actividades

Calendarização

Actividades Objectivos Recursos Materiais Recursos Humanos

Setembro

Recolha de

jogos, canções,

rezas,

provérbios,

lengalengas…

Visita á

Biblioteca

Municipal de

Gouveia.

Passeio á Santa

Eufêmea -

Paranhos da

Beira

Manualidades

(Jarra, garrafas

e frascos c/ sal

e giz)

Aniversário

utente

Ginástica

geriátrica

Proporcionar o

convívio entre as

crianças e os

idosos. Reviver

de memórias e

saberes.

Elaboração de

portefólio com

recolhas:

“Recordar é

viver…”

Estimular a

capacidade

intelectual e

cultural.

Partilhar de

conhecimentos.

Proporcionar ao

idoso contacto

com a cultura.

Visitar local de

culto, promover a

interacção, o

convívio.

Dar asas á

criatividade

através da

expressão

plástica, trabalhar

a motricidade fina

e a precisão

manual.

Comemorar data

festiva.

Estimular as

capacidades

físicas e

intelectuais.

Papel, caneta,

gravador…

Viatura da

Instituição.

Viaturas da

instituição.

Recipientes em

vidro, sal, arroz,

paus de giz

coloridos.

Bolo de

aniversário.

Bolas, elásticos,

garrafas, etc.

Estagiária do CET

em Gerontologia,

crianças do ATL,

idosos e

funcionárias da

Instituição

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Calendarização Actividades Objectivos Recursos Materiais Recursos

Humanos

Outubro

Manualidades

Gatos,

galinhas,

malas em

serapilheira,

croché, panos

de cozinhas,

aventais…

Comemorar o

Dia do Idoso

(Sardinhada/

Karaoke/

Marcha de

Nespereira -

Surpresa das

Crianças do

ATL)

Acção de

Sensibilização

pela Guarda

Nacional

Republicana

do

Destacamento

de Gouveia

“Burlões”

Aniversário

utente

Ginástica

geriátrica

Dar asas á

criatividade

através da

expressão

plástica, trabalhar

a motricidade fina

e a precisão

manual. Elaborar

trabalhos para a

exposição do dia

do idoso.

I Festa da

Sardinha, festejar

o dia do idoso na

instituição, com a

família e a

comunidade.

Informar a faixa

etária mais idosa

dos cuidados a ter

com a presença de

estranhos, que

providências

tomar em caso de

dúvidas, quem

alertar.

Comemorar data

festiva.

Estimular as

capacidades

físicas e

intelectuais.

Linhas, lãs, panos,

tecidos, velhos,

botões, feltro,

agulha, lápis,

tesoura…

Produtos

alimentares, mesas,

cadeiras,

decorações, arcos,

adereços, etc.

Cedência de espaço

na instituição.

Bolo de

aniversário.

Bolas, elásticos,

garrafas, etc.

Estagiária do CET

em Gerontologia,

crianças do ATL,

idosos e

funcionárias da

instituição.

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Calendarização Actividades Objectivos Recursos Materiais Recursos Humanos

Novembro

Confecção de

sopa

Elaborar

pirâmide dos

alimentos.

Magusto

Participação na

Feira das

Sopas em S.

Paio –

Gouveia.

Aniversário

utente

Ginástica

geriátrica

Transmitir os

conhecimentos às

crianças, quais os

ingredientes, para

a confecção da

sopa.

Explicar a

importância da

sopa na

alimentação.

Desenvolver as

capacidades

intelectuais,

participativas e

organizativas.

Incentivar o

trabalho de grupo.

Incentivar as

relações

interpessoais, o

convívio, o

espírito de grupo.

Participar na

Feira das Sopas

em S. Paio

representando os

pedreiros,

profissão típica da

aldeia.

Comemorar data

festiva.

Estimular as

capacidades

físicas e

intelectuais.

Utensílios de

cozinha, legumes,

fogão.

Revistas e jornais

com publicidade de

alimentos, tesouras,

cola, cartolina,

marcador de feltro

Castanhas,

assadores, caruma,

lanche, etc.

Roupas e objectos

de adorno,

utensílios de

trabalhos, carro

alegórico.

Bolo de

aniversário.

Bolas, elásticos,

garrafas, etc.

Estagiária do CET

em Gerontologia,

crianças do ATL,

idosos e

funcionárias da

instituição.

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Calendarização Actividades Objectivos Recursos Materiais Recursos Humanos

Dezembro

Montar a

árvore de natal

e o presépio,

fazer arranjos

de natal.

Almoço de

Natal da

Família/ Festa

de Natal ATL

“Presépio

vivo”

Celebração de

eucaristia.

Passeio a

Fátima

Aniversário

utente

Ginástica

geriátrica

Proporcionar

interacção,

dinamismo,

alegria nos

utentes.

Incentivar a

interacção do

grupo, o convívio,

o dinamismo, o

espírito de entre

ajuda, alegria,

diversão.

Desenvolver as

capacidades

intelectuais,

participativas e

organizativas.

Incentivar o

trabalho de grupo.

Valorizar a

prática religiosa.

Visitar local de

culto, promover

interacção do

grupo, o convívio.

Comemorar data

festiva.

Estimular as

capacidades

físicas e

intelectuais.

Decorações de

natal, fitas, bolas,

estrelas, laços,

flores, imagens do

presépio.

Cenários, roupas,

almoço convívio,

decoração do

espaço, presentes

de natal.

Cenário e adereços.

Mesa, toalha,

castiçais.

Autocarro, farnel.

Bolo de

aniversário.

Bolas, elásticos,

garrafas, etc.

Estagiária do CET

em Gerontologia,

crianças do ATL,

idosos e

funcionárias da

instituição.

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Memória Descritiva das Actividades

Realizadas

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1 - Portefólio “ Recordar é viver”

Iniciado o meu estágio, esta foi a primeira actividade que realizei com os dois

grupos de trabalho, que me iriam ajudar-me a pôr em prática o plano de actividades que

tinha elaborado.

A actividade consistia na recolha de canções, jogos, rezas, provérbios,

lengalengas, era também uma da forma dos grupos de trabalho se aproximarem e

interagirem simultaneamente.

Esta actividade cognitiva tinha como objectivo proporcionar o convívio, reviver

de memórias e saberes e partilhar conhecimentos entre as duas gerações.

As crianças mais velhas fizeram a recolha junto dos utentes, ouviram e

escreveram os relatos feitos pelos idosos ou utilizaram o gravador e posteriormente

fizeram a sua audição e transcreveram o que estava gravado.

No início da actividade o silêncio e a inibição imperava entre os idosos, talvez

por vergonha ou medo de dizer o que sabiam, com o decorrer do tempo as línguas

foram-se soltando e já todos tinham algo a dizer. As vozes já se sobreponham umas às

outras, ajudando-se nas lembranças das recordações que partilhavam uns com os outros.

O tempo foi escasso para recordar tantas memórias, esta actividade foi realizada

diversas vezes, em cada dia que foi posta em prática novas recordações surgiram.

Os idosos mostraram o seu espírito de partilha, o que os fez sentir muito bem,

estavam a dar as suas vivências e aprendizagens ao longo da vida.

Fig. 3 Portefólios efectuados por utentes Fonte: Própria

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2 - “Biblioteca Solidária”

A Biblioteca Municipal de Gouveia com o intuito de incentivar e sensibilizar a

cultura e o gosto pela leitura e manuseamento dos seus livros promoveu a actividade

“Biblioteca Solidária” esta actividade tinha como público-alvo a Terceira Idade de todas

as IPSS do concelho de Gouveia.

A Biblioteca endereçou á Instituição o convite para a participação na referida

actividade a qual aceitou e no dia 17 pelas 14.30h, um grupo misto de 8 pessoas se

deslocou-se às instalações da mesma.

A actividade consistia em ouvir contos tradicionais portugueses caídos no

esquecimento. As mentoras deste projecto foram a Drª Catarina e a Drª Fernanda, esta

actividade consistia em estimular a memória auditiva, com a leitura de contos, alguns

dos contos lidos eram bem conhecidos pelos idosos, mas a actividade não consistia só

na leitura, foi então proposto ao idosos que eles contassem contos tradicionais que eles

conhecessem, no início mostraram-se inibidos, mas foi até começar o primeiro e como

palavra puxa palavra todos deram o seu contributo com os contos que conheciam. Uns

mais conhecidos que outros mas cada um se libertou e colaborou na actividade.

A meio da sessão foi servido um chá e biscoitos, para adoçar o bico, com o

passar do tempo os idosos libertaram-se e os contos já não tinham fim.

Concluí que os idosos gostaram da actividade, perderam a inibição com o passar

do tempo e libertaram toda a sabedoria guardada, o balanço desta actividade foi bastante

positivo e ficou agendada uma outra sessão mas desta vez na instituição onde residem

os idosos.

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Fig. 4 Utentes na acção Biblioteca Solidária Fonte: Própria

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3 - Passeio á Santa Eufêmea a Paranhos da Beira

Com o objectivo de proporcionar uma tarde diferente aos idosos da instituição

no passado dia 21 de Setembro, deslocámo-nos á ermida da Santa Eufêma a Paranhos

da Beira, local de culto.

Este local foi o escolhido de um vasto leque de alternativas, visto ser um local

onde a maioria dos nossos utentes outrora se deslocava para ir à romaria. A maior parte

dos utentes da instituição foi a este passeio, apenas ficaram as pessoas com maior grau

de limitação.

Deslocámo-nos nas carrinhas da instituição, a viagem foi divertida, entre risos,

cantigas, recordações, chegados ao local para grande admiração da maioria dos utentes,

o local estava muito diferente daquilo que cada um conhecera, para melhor era o

comentário unanime.

Começámos por nos dirigir á Capela, cada um fez as suas preces e agradeceu os

seus pedidos, momento muito emotivo.

Em seguida fizemos romaria em redor da capela, três voltas é o número de voltas

que se devem dar em volta do local de culto em agradecimento pelas graças concedidas,

explicação dada pela utente da D. Maria dos Anjos Tomás. Romaria feita em seguida

dirigimo-nos para comprar velas, e fomos acendê-las.

O dia estava muito agradável, um sol radioso parecia verão, sentámo-nos á

sombra das árvores e ali permanecemos durante algum tempo. Fomos então

surpreendidos por um grupo de peregrinos que por ali se encontrava, o som da

concertina entrou pelos ouvidos e passado uns minutos já o grupo estava ao pé de nós

entre desgarradas, gargalhadas, palmas, danças e boa disposição assim passámos uma

alegre e bem divertida tarde.

O balanço deste passeio foi muito positivo todos os utentes ficaram muito

satisfeitos e contentes pela inesperada surpresa do grupo de peregrinos.

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Fig. 5 Romaria a Santa Eufêmea Paranhos da Beira Fonte: Própria

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4- Jarra decorativa/ Garrafas e Frascos decorativos

Esta actividade é uma actividade que visa dar asas á criatividade através da

expressão plástica, mostrar a motricidade fina e a precisão manual.

Comecei por explicar aos utentes o que iríamos fazer, coloquei na mesa o

material necessário para a actividade uma caixa de giz, sal, taças em plásticos, uma

jarra, um frasco e uma garrafa em vidro.

A curiosidade reinava entre os presentes, a D. Margarida curiosa que só ela,

perguntou-me “Ó menina Ana para que é o sal?” respondi “ É para fazer um trabalho”

respondeu ela novamente “Olha mais outra, com sal o que é que vamos fazer?”

respondi-lhe “ já vai ver o que vamos fazer com o sal”.

Dividi o sal pelas taças, tirei da caixa diversos paus de giz e pedi-lhe para que

escolhe-se uma cor a seu gosto e que começa-se a rodar com o pau do giz na taça que

tinha o sal, ela assim fez.

Passados uns minutos ela estava a dizer-me que o sal estava a ficar da cor do pau

de giz, aí estava ao resultado do nosso trabalho.

Todas as utentes escolheram um pau de giz a seu gosto e começaram a fazer o

mesmo, passado algum tempo as taças estavam todas coloridas. Peguei então nas taças

com o giz colorido e deitei na jarra que pretendíamos decorar, pouco a pouco a jarra foi

ganhando diversas cores.

Nesta actividade manifestou-se o espírito de competição, cada utente queria

fazer o maior número de cores para que a jarra fica-se cheia na totalidade.

Esta actividade repetiu-se diversas vezes, enchemos garrafas e frascos em vidro

que reciclámos e reutilizámos para a execução desta actividade, estes vão ser uns dos

trabalhos para a exposição do dia do Idoso.

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Fig. 6 Realização de Manualidades Fonte: Própria

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5 - Aniversários

Durante o período de estágio repetiu-se uma actividade já habitual na instituição,

a comemoração dos aniversários dos utentes.

No dia em que cada utente faz anos, na instituição comemora-se o seu

aniversário, a instituição oferece o bolo de aniversário a cada utente.

O aniversário é aberto aos familiares que queiram estar presentes para partilhar

esta data festiva, é uma forma de reforçar os laços familiares, o convívio a e interacção

entre os grupos.

Fig. 7 Festejo de Aniversários Fonte: Própria

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6- Ginástica Geriátrica

As aulas de ginástica geriátrica, era uma actividade que já estava implementada

na instituição e a cargo de um técnico na área. Estas aulas decorrem duas vezes por

semana com a duração de aproximadamente 60 minutos, actividade que decorreu

durante todo o período de estágio.

A actividade física na Terceira Idade tem várias vantagens, além de melhorar a

qualidade de vida das pessoas contribuiu para o seu bem-estar físico, psíquico e

emocional, aumenta a sua auto confiança pois os idosos verificam que são capazes de

fazer coisas que eles próprios pensavam não conseguir, com a continuidade têm a

certeza de que as suas capacidades devidamente exercitadas, melhoram o seu

desempenho no dia-a-dia, a ginástica geriátrica evita o isolamento, combate o

sedentarismo, evita o stress e previne as depressões.

Através de exercícios físicos simples, da utilização de materiais e coordenados

pelo técnico os idosos desenvolvem diversos exercícios de braços e pernas, todos eles se

empenham nos exercícios que lhe são propostos fazer.

O ambiente é de convívio, boa disposição, entreajuda, reina a alegria e o bem-

estar.

Fig. 8 Exercícios de Ginástica Geriátrica Fonte: Própria

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7 - Gatos/Galinhas/ Malas com trapos

Com o intuito de fazer trabalhos para a exposição do dia do Idoso, e como

forma de ocupação dos tempos livres das utentes, após conversa com as mesmas

combinámos, cada uma dar sugestões de trabalhos, eu fiz a minha parte e trouxe para

que elas vissem uns moldes muito engraçados de uns trabalhos, os quais ficaram muito

entusiasmadas em executar.

Esta actividade pretende dar largas á imaginação do idoso através da

motricidade fina e a da precisão manual, cada utente executa a tarefa de acordo com as

suas aptidões e as suas capacidades.

Comecei por trazer para a mesa tecidos velhos, botões, lãs, esponja e restante

material. Escolhemos os tecidos que mais se enquadravam para o efeito.

Comecei por contornar os moldes nos tecidos, depois as utentes começaram a

cozer os moldes em volta, cada utente contribuiu de acordo com as suas capacidades

físicas.

Em seguida encheram-se os moldes com esponja para que as galinhas e os gatos

começassem a apanhar forma, as crianças ajudaram nesta tarefa.

Depois de cheios, as utentes fizeram o seu contorno com lãs diversas, seguida

esta etapa passámos á decoração da cara do gato colocando-lhe os olhos, os bigodes e a

boca e adornando-o com um laçarote. Á galinha fizemos os mesmo colocámos a cristã,

os olhos e as asas.

As malas em serrapilheira também foi uma actividade muito engraçada em

realizar, comecei por cortar o tecido e a utente D. Maria dos Anjos Tomás com as suas

limitações mas com uma força de vontade tremenda, cozeu-as á máquina. Esta utente

ficou bastante entusiasmada com esta actividade, depois recortei diversas flores que

foram cozidas para decorar as malas em trapos.

Enquanto umas utentes faziam uns trabalhos outros faziam outros cada um

contribuiu á sua maneira, a D. Margarida e a D. Felisménia dedicaram-se ao croché e

fizeram panos, toalhas, aventais com aplicações em renda.

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Esta actividade foi muito hilariante, a curiosidade era imensa para ver qual o

resultado final, os nossos trabalhos ficaram muito engraçados. A imaginação reinou e a

provas estão á vista.

Fig. 9 Realização de Manualidades Fonte: Própria

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8 – I Sardinhada do Dia do Idoso

Integrado no plano de actividades que elaborei para o mês de Outubro, esta

actividade estava programada para o dia do Idoso, dia 01 de Outubro, mas só foi

possível concretizá-la no dia 27 de Julho, é uma prova de que o trabalho que desenvolvi

teve continuidade. Esta festa tem como objectivo principal a comemoração do dia do

Idosos aberto á família e a toda a comunidade, proporcionar interacção, alegria,

convívio, dinamismo entre os utentes e os respectivos familiares, é uma forma de dar a

conhecer á comunidade o trabalho desenvolvido na instituição nas diversas respostas

sociais.

Esta actividade foi bem aceite por todos os intervenientes e já conta com a

segunda edição, cada vez com mais gente a participar nesta data festiva.

A estrutura da festa foi a seguinte serviço de bar / esplanada onde se serviram

diversas iguarias: sardinha assada, bifanas, caldo verde, bebidas, sobremesas entre

outras, animação com Karaoke e para terminar a noite as crianças do ATL

presentearam-nos com uma marcha, festejando assim o S. João que também se festejava

nessa noite, muita animação, convívio, alegria, boa disposição foi uma forma muito

agradável de fomentar a participação activa dos utentes da instituição.

Durante o decorrer da festa houve uma exposição dos trabalhos de expressão

plástica realizados pelos idosos da instituição, da parte da comunidade houve muita

adesão na aquisição dos trabalhos, ficando mesmo surpreendidos com o que estava

exposto, foi uma forma de mostrar á comunidade a ocupação dos tempos livres dos

idosos.

Consegui atingir os objectivos que proponha para esta actividade integração dos

idosos/ crianças, família e comunidade.

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Fig. 10 Festejos do Dia do Idoso Fonte: Própria

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9 – Acção de Sensibilização - Apoio 65

Como todo o cuidado é pouco, com o intuito de reforçar essa ideia no passado

dia 28 de Outubro pelas 16.00 horas realizou-se na sede da Instituição uma palestra

sobre segurança para idosos promovida pela Guarda Nacional Republicana – Sessão de

Programas Especiais do Destacamento da Guarda Nacional Republicana de Gouveia.

Esta iniciativa foi promovida para os utentes residentes na Instituição e aberta a toda a

comunidade, houve grande aderência de ambas as partes.

O Cabo Guerrinha e o Cabo Almeida são os efectivos que coordenam esta

operação, foram eles que orientaram os trabalhos, desde já agradeço a sua

disponibilidade e simpatia.

Iniciados os trabalhos o Cabo Guerrinha tomou da palavra e começou por fazer a

sua apresentação e a do outro efectivo. Prosseguindo com a sessão o Cabo Guerrinha

que foi o orientador da sessão começou por fazer uma breve explicação do que era o

APOIO 65, um programa de Segurança para Idosos e como todos os avisos e alertas são

sempre poucos, então esta é uma das formas de sensibilizar e alertar para um dos

perigos mais frequentes “a burla”, como reagir no caso de ser vítima e conselhos a ter

quer em casa quer na rua.

Começou por explicar que os idosos são um alvo fácil para os burlões, porque

são os mais desprotegidos, os mais indefesos e os mais isolados, que normalmente os

burlões são de ambos os sexos com boa aparência, bem vestidos, bastante

conversadores e simpáticos, têm voz calma e carinhosa, e o discurso que utilizam é

convincente e cativante.

Normalmente os burlões apresentam-se como amigos de familiares, ou

funcionários de instituições (Segurança social, correios, bancários, gás, água ou

electricidade, companhia de telecomunicações) assim aliciam as pessoas a passar-lhe as

informações que querem obter, como por exemplo começam por dizer que eu conheço o

seu filho o José? A pessoa diz mas ele não é José é Joaquim…ai desculpa são tantos

nomes que troquei ele não está na Suíça? Não ele está na Alemanha responde a

pessoa… (Dois dados que já obteve em pouco tempo de conversa e assim

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sucessivamente, muitas das vezes os idosos devido á sua situação de isolamento e

solidão não medem o perigo e falam abertamente com quem lhes apareça.)

Quando se fazem passar por falsos amigos de familiares costumam utilizar com

muita frequência a doença, como meio de conseguir obter dinheiro facilmente, dizendo

que o familiar está numa situação muito grave e que necessita de tratamento urgente ou

de uma intervenção que pode até morrer se não fizer isso com muita urgência,

colocando as pessoas num estado de ansiedade e nervosismo que nem pensam no que

fazem e cedem o dinheiro que lhes estão a pedir, estes burlões quanto cometem este tipo

de crime já andam a investigar a pessoa em causa á muito tempo e já trazem dados

correctos para dar mais credibilidade á situação.

Por outro lado ao fazerem passar-se por funcionários de instituições como por

exemplo da Segurança Social, começam por dizer que para passar a receber mais do que

aquilo que ganha tem que assinar uns documentos e pagar um adiantamento em dinheiro

que é para a abertura do processo para ser aumentado o valor a receber mensalmente.

Se for por falsos funcionários dos correios dizem que trazem uma encomenda de

um familiar e que têm que pagar o valor da encomenda.

Se for por falsos funcionários de bancos (caso muito frequente quando foi da

mudança de moeda do escudo para o euro) pedem para ver o dinheiro com argumento

de que podem perder a validade, que têm que fazer a troca, então fazem as troca e

deixam as notas falsas.

Se for por falsos contadores das companhias de águas, telefones, gás e

electricidade, por exemplo se for por falso contador da companhia das águas alegam que

querem ver os contadores e por vezes aproveitam o facto de se aperceberem se a pessoa

está só ou acompanhada e pode ocorrer o furto.

Outros dos tipos de burlas também comuns é o chamado “Conto do Vigário” os

burlões aparecem nas aldeias dizendo que estão a fazer peditórios para instituições de

solidariedade – Abraço, Unesco, Cruz Vermelha, Toxicodependentes, Liga Portuguesa

Contra o Cancro, às vezes trazem cartões de identificação falsos ou pura e simplesmente

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não trazem nada. Outra burla usual, é também aparecer á vítima dizendo que ganhou um

prémio mas para lhe ser entregue tem que efectuar um pagamento.

Numa situação destas deve contactar a Guarda Nacional Republicana utilizando

o número de telefone do posto de residência ou através do 112.

No caso de ser ameaçado ou agarrado deve: procure chamar a atenção de alguém

(chamar um vizinho ou familiar), não se precipite, não mostre sinais de nervosismo,

tente memorizar as características do agressor ou agressores e do meio de transporte.

Dos agressores tente memorizar algumas destas características: idade, altura,

sexo, etnia, cabelo, barba ou bigode, cor dos olhos, óculos, sinais, tatuagens, piercings,

roupas, deficiências físicas. Dos veículos tente memorizar: matrícula, marca, modelo,

cor, direcção tomada, número de ocupantes.

Em casa sempre que sair deixe as janelas e as portas fechadas, nunca deixe a

chave na porta nem que seja por um curto período de tempo, coloque um óculo ou uma

corrente de segurança na porta, não deixe entrar pessoas suspeitas ou desconhecidas,

sem ter a certeza de quem são, nunca diga que está só ou que vive, não deixe papéis

escritos na porta, janelas ou caixa de correio, não deixe acumular correspondência na

caixa de correio, pode ser um sinal de os burlões saberem se está ou não em casa isto é

ao fazer esse percurso mais do que uma vez ou duas na semana conseguem aperceber-se

se a pessoa está ausente pelo facto de não ser retirada a correspondência da caixa do

correio é uma pista para eles, não forneça a sua documentação ou assine qualquer tipo

de documento, diga á pessoa que se o fará na devida instituição.

Em casa deve ter sempre á mão, em letras legíveis o número de telefone das

autoridades policiais, familiares próximos, amigos e conhecidos de confiança, para

poder contactar em caso de urgência.

Na rua transporte consigo apenas o dinheiro necessário ou então se forem

quantidades avultadas deve dividi-lo e esconder nas diversas partes do corpo, evite usar

objectos de valor, carteiras na mão ou bolso de forma visível.

Em caso de utilizar mala ou sacos, estes deve ser sempre colocadas no lado

contrário da faixa de rodagem, para evitar o roubo por esticão muito comum nos

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grandes centros urbanos, circule sempre pelo lado interior dos passeios, evite circular

desacompanhado na rua, principalmente á noite e principalmente se for idoso e com

dificuldades na marcha torna-se um alvo muito fácil para o agressor.

Nos transportes públicos mantenha os seus pertences perto de sido, não descuide

da carteira no banco do lado porque pode ficar sem ela.

Na rua na forneça informações, pessoais nem de vizinhos ou conhecidos a

estranhos.

Durante a palestra houve a intervenção de alguns idosos com exemplos de

situações que os próprios já tinham experienciado. Da parte do Cabo Guerrinha houve

também a resposta a questões que foram colocadas.

No final o balanço desta palestra foi bastante positivo, tanto pela aderência como

pelo grau de satisfação, salientando o que o Cabo Guerrinha disse “…nunca é demais

relembrar estes alertas umas vez que a nossa população cada vez está mais envelhecida

e as pessoas estão sós e desprotegidas…”.

Nota: Ver anexos H e G

Fig. 11 Público presente na Acção de Sensibilização - Apoio 65

Fonte: Própria

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10 - Confecção de Sopa

A confecção de sopa foi uma das actividades programadas no plano de

actividades, com o intuito de sensibilizar miúdos e graúdos dos benefícios da sopa na

nossa alimentação.

A actividade foi aceite com muito agrado, na sala dos idosos pedi às crianças

para dizerem nomes de sopas que fossem do seu agrado e questionei, o que é que era

necessário para se confeccionar uma sopa, ao qual eles responderam com muita

perspicácia e rapidez.

Em seguida rumámos á cozinha para fazer a recolha dos alimentos para a

confecção da sopa de legumes, colocámos num recipiente os legumes: batatas, cebola,

alho francês, cenouras, cabeça de nabo, abóbora e couve lombarda.

Em seguida voltámos para a sala onde os utentes que quiseram participar na

actividade nos aguardavam com os legumes, os objectos para descascar os legumes, e

recipientes que continham água.

Consoante as capacidades de cada utente, com maior ou menor grau de

dificuldade para descascar e cortar os alimentos estes foram distribuídos, esta tarefa foi

na totalidade realizada pelos utentes idosos devido ao facto de serem utilizados objectos

cortantes e ser perigoso o seu manuseamento por crianças.

Descascados e cortados os alimentos, seguiu-se a sua lavagem. Em seguida uma

criança colocou os legumes todos dentro de uma panela á qual adicionámos água e sal.

Deixámos cozer durante 20minutos, depois de cozidos todos os alimentos,

passámos com o triturador de modo a que mesmo quem não goste de determinados

legumes, os coma e deitámos azeite, de novo a panela no lume, ferveu um pouco e

apagámos. A nossa deliciosa sopa de legumes estava pronta.

Deitei em taças a sopa a arrefecer para que miúdos e graúdos provassem do

prato que tinham elaborado. Todos apreciaram o creme de legumes e ficou a sugestão

que fosse feito mais vezes.

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A diversidade de alimentos é uma das grandes vantagens das sopas. Geralmente,

as crianças não gostam de sopa, mas inclui-la nos almoços escolares é uma boa forma

de lhes incutir este hábito e simultaneamente, de lhes fornecer vegetais, de que também

costumam não gostar.

Já para os idosos, as sopas funcionam como uma refeição equilibrada, de fácil

ingestão e digestão.

Tudo boas razões para se comer a sopa toda…bom apetite!!!

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Fig. 12 Confecção de sopa de legumes Fonte: Própria

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11 - Pirâmide dos Alimentos

Integrado na semana da alimentação, actividade idealizada na instituição, propôs

realizar diversas actividades onde fosse possível aplicar parte prática e teórica, com

conceitos simples para que crianças e idosos entendessem o discurso utilizado. Esta

actividade do quotidiano têm por objectivo permitir ao utente práticas habituais em

desuso, é um incentivo para os idosos serem mais activos e deixarem de pensar que já

não são capazes de fazer nada.

Comecei por explicar que esta semana se comemorava o dia da alimentação e

que ia haver actividades relacionadas com o tema ao longo dela, todas diferentes mas

aliciantes. Pedi aos utentes interessados que se sentassem em volta da mesa e coloquei

no centro jornais e revistas, pedi-lhes então que cada um recortasse alimentos ao seu

gosto para elaborarmos uma pirâmide dos alimentos.

A D. Virgínia sempre bem disposta e com as suas conhecidas graças diz : “ Ó

menina Ana agora é que vamos aprender? Burro velho não aprende línguas?”

Passado algum tempo, em cima da mesa havia um mar de recortes, existiam

diversos alimentos, pedi então às crianças que ajudassem os idosos a seleccionar os

recortes por grupos de alimentos, pão, cereais, arroz, massa, legumes, frutas, gorduras,

carne, peixe, ovos, frutos secos, leite e derivados.

A seguir dividi a cartolina em sete grupos e dei á cartolina a forma de pirâmide,

os idosos colocaram cola e as crianças colaram nos respectivos grupos desde a base ao

topo, com a minha orientação.

Com o passar do tempo a nossa pirâmide ganhava cor, com toda a diversidade de

alimentos que podemos comer, desde os que devemos consumir em maior quantidades

aos que devemos consumir em menor quantidade, concluída a tarefa passei então á

breve e simples explicação.

Comecei por explicar que a pirâmide dos alimentos é uma tabela onde estão

distribuídos por grupos os alimentos que devemos comer em maior quantidade e os que

devemos comer em menor quantidade.

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É uma pirâmide dividida em sete grupos, a sua base é larga e o topo é estreito.

Os alimentos que devemos ingerir em maiores quantidades são os que estão na base e os

que estão no topo devem ser ingeridos em menor quantidades. Os sete grupos em que a

pirâmide está dividida são as frutas e legumes, o pão, gorduras, carne peixe e ovos,

Todos os alimentos são saudáveis desde que comidos com moderação.

Nota: Ver Anexo F

Fig. 13 Pirâmide dos alimentos Fonte: Própria

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12 - Magusto

Incentivando os utentes para a interacção do grupo, o convívio, a participação

activa, revivendo tradições e transmitindo-as culturalmente, no dia 10 de Novembro

fizemos o tradicional magusto de S. Martinho miúdos e graúdos conviveram

saudavelmente.

Pedi ajuda aos utentes com menores dificuldades que ajudassem a cortar as

castanhas para colocar nos assadores, disponibilizaram-se em grande massa para ajudar.

No exterior fizemos uma fogueira com caruma, que o Sr. Armando utente na

instituição arranjou na sua quinta, para assar as castanhas. Os assadores ficaram cheios

de castanhas, colocámo-los sobre a fogueira, onde iam ser assar. Entre gargalhas,

estoiros, cantorias lá se assaram as castanhas.

A D. Amélia da Graça a “avó das historinhas” como lhe chamam as crianças

contou-lhes a lenda de S. Martinho para que eles entendessem o porque deste dia se

chamar dia do S. Martinho.

Conta a lenda que S. Martinho era um soldado com o nome Martinho, que por

sinal, era bastante generoso. Num dia bastante chuvoso, lá ia o soldado no seu cavalo,

quando se deparou com um velho mendigo que estava com frio, pois estava bastante

molhado. O soldado com pena do mendigo, cortou ao meio, com a sua espada, a capa

que trazia vestia e deu-a ao mendigo. O soldado montou novamente o cavalo, e a

tempestade parou... o sol apareceu e o céu ficou todo azulinho. Parecia um milagre! Por

isso se diz quando nestes dias, há dias de sol e calor que é o verão do S. Martinho.

A tradição manda que neste dia se comam castanhas e se beba água-pé ou jeropiga

como lhe chamam, é neste dia que se enxerta o vinho. “Todos nós devíamos ser como S.

Martinho e ajudar os necessitados.”

O lanche estava pronto, as castanhas assadas, e a jeropiga á espera de quem a

saboreasse, utentes, crianças e funcionários foram para volta das mesas saborear as

iguarias que se apresentavam.

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Cantigas e modinhas, bate palmas e risos o tempo passou, toda a gente se divertiu

e o convívio reinou, entre saberes e sabores se transmitiram as aprendizagens guardadas

nas suas memórias.

Desta actividade não existe fotografias devia a uma anomalia da máquina

fotográfica.

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13 - Feira das Sopas

No passado dia 14 de Novembro, a instituição participou na XI Festival de

Sopas da Serra da Estrela organizado pela ADRUSE (Associação de Desenvolvimento

Rural da Serra da Estrela) que se realiza no recinto da Adega Cooperativa de S. Paio. As

crianças do ATL participaram no desfile etnográfico “Profissões tradicionais da Serra

da Estrela” representando a nossa instituição - os pedreiros – profissão bastante comum

na aldeia.

Este festival de sopas constitui a promoção e valorização turística, e destina-se a

fazer concorrer, premiar e divulgar as receitas das sopas tradicionais da região e/ou

confeccionadas com produtos genuínos e oriundos da Serra da Estrela.

A gastronomia como manifestação de cultura desempenha um importante papel

como promoção de produtos locais, recuperação do património gastronómico, atractivo

turístico em termos de fluxos internos e de dinamização da população.

Por outro lado, o fenómeno turístico, se não for cuidadosamente orientado

poderá contribuir para uma descaracterização da cozinha tradicional e uma redução da

qualidade do produto oferecido, como consequente perda de um valor turístico de

grande interesse.

Atenta à valorização e à promoção turística de todos os elementos significativos

da economia da região, a ADRUSE programou realizar um Festival de Sopas aberto ao

público e já conta com a XI edição.

O concurso de sopas tem como objectivo classificar e premiar através de provas

a prestar nos termos deste regulamento pelos concorrentes, perante um júri que lhe

atribuirá as respectivas pontuações de mérito e seleccionará os vencedores e outros

distinguidos no concurso.

Ao XI Festival das Sopas, poderão concorrer todos os particulares, instituições

de solidariedade social, colectividades e profissionais de restauração.

São objectivos do XI Festival das Sopas: mostrar as potencialidades

gastronómicas da nossa região, alargar o conhecimento e a divulgação das nossas

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riquezas gastronómicas, fomentar a utilização de produtos genuínos da Serra da Estrela,

atrair população turística e promover e realizar o consumo de sopa.

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Fig. 14 Participação na XI Festival das Sopas da Serra da Estrela Fonte : Própria

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14 - Decorações de Natal/ Festa de Natal ATL/ Almoço de Natal das

famílias

O Natal está a chegar e com ele as boas acções, o espírito de partilha e

solidariedade, dinamismo e alegria. Os corações ficam mais quentes e todos queremos

fazer o bem, para nos sentirmos um pouquinho pessoas melhores.

Durante todo o ano existem idosos que precisam de nós, com quem é preciso

partilhar pedacinhos de vida, sorrisos e abraços que fazem com que os seus dias fiquem

mais coloridos.

Todos os dias as instituições necessitam de recursos financeiros para

proporcionar aos idosos mais actividades, contratar mais técnicos, fornecer aos

colaboradores mais formação, melhorar as condições de trabalho e poder apoiar ainda

mais os idosos.

Infelizmente, para muitas das pessoas mais velhas a quem damos apoio, o Natal

não é uma época de alegria. É pelo contrário, aquela altura do ano em que se sente mais

a falta daquelas pessoas especiais que já partiram, em que o peso da família ausente

pesa mais, onde a proximidade do fim é mais evidente e com ela o risco das temíveis

demências, é fundamental trabalhar num espírito de entreajuda.

Ser idoso no Natal é a mesma coisa que ser idoso nos restantes dias do ano, se

não pior.

Ser idoso, abandonado, esquecido e incompreendido, pior.

E ser idoso e necessitar do outro para tudo, ainda pior. Estamos todos a

envelhecer, “ ajudar os velhinhos” poderá querer dizer ajudar-me a mim próprio, aqui

fica esta reflexão.

Na instituição começámos por dar brilho ao espaço interior com as decorações

de natal, fizemos arranjos para decorar as mesas, decorámos as árvores de natal e

montámos os presépios.

Para contrariar um bocadinho a tendência e dar a conhecer ás nossas crianças

que a magia de outros tempos em que íamos buscar com os nossos pais e avós ao campo

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o musgo e fazíamos uma festa para montar o presépio que tinha direito a ponte e lago,

reis magos, o moinho, os pastores, as ovelhas e muitas mais figuras, um presépio bem

diferente do que os de hoje em dia, pensamento este para que eles entendessem que

apesar da pobreza do presépio a alegria e a união reinava na família.

Mais uma vez se realizaram as festas de Natal da instituição, a festa de Natal das

crianças do ATL realizou-se no dia 17 de Dezembro, contou com a presença de todos os

idosos da instituição, pais e familiares das crianças e o almoço do Natal das famílias que

se realizou no dia 19 de Dezembro, que contou com a presença de todos os utentes das

diversas valências da instituição, familiares dos utentes, colaboradores e funcionárias.

Grandes feitos só se alcançam com a presença, ajuda e boa vontade de todos!!!

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Fig. 15 Decorações de Natal/ Festa de Natal ATL/ Almoço de Natal da Família Fonte: Própria

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15- Presépio Vivo

Integrado no plano de actividades para a época natalícia propôs aos utentes um

desafio fazer um presépio ao vivo? No início ninguém se manifestou, por inibição. Com

o passar do tempo e conversando comecei a entender que havia utentes com vontade em

participar na actividade. Foi então que as duas pessoas que aceitaram o convite que fiz a

D. Amélia, “a avó das historinhas” como lhes chamam as crianças, senhora muito amiga

das crianças, elas adoram estar com ela, porque ela conta imensas histórias, ensina jogos

e brinca com eles e o Sr. José Pedro doente com patologia de Alzheimer, depois de ter

feito um percurso de andar de instituição em instituição porque era agressivo e não se

adaptadou, voltou novamente para a sua habitação ficando ao cuidado da sua esposa,

uma senhora com saúde débil e com idade avançada.

Foi feita mais uma tentativa por parte dos familiares, veio para a nossa

instituição, alertando-nos a família de todo o percurso pelo qual já havia passado, depois

de um longo percurso o Sr. José teve uma adaptação fantástica, viu-se a forma evolutiva

da sua maneira de estar, começámos a ver o riso naquele rosto, foi muito gratificante

este percurso. Ele também muito amigo das crianças muitas das vezes ia para a sala

onde as crianças estavam para ficar com elas.

A actividade foi muito engraçada, miúdos e graúdos estavam eufóricos por vestir

os fatos e saber o que iam fazer.

Depois de vestidos todos gostaram das “fatiotas” e do papel que cada um ia

desempenhar as crianças também foram escolhidas por sorteio porque todos queriam

participar mas só eram necessárias 4 pessoas, a D. Amélia fez de Maria, o Sr. José fez

de S. José como o próprio nome diz, a Carolina fez de Menino Jesus, a Ana Margarida

fez de burro, o Leonardo fez de vaca e o Henrique fez de estrela.

Depois de tiradas as fotografias, estavam eufóricos para ver como tinham ficado,

foi engraçado ouvir os comentários e as gargalhadas ao verem as fotos.

Este trabalho correu muito bem, houve harmonia e sintonia entre ambos os

grupos e os idosos sentiram-se muito á vontade.

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Fig. 16 Representação de Presépio Vivo Fonte: Própria

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16 – Eucaristia de Natal na Instituição

O Natal está a chegar e com eles as boas acções, o espírito de partilha e

solidariedade, motivados pela época do Advento, preparação para o Natal, e como todo

grupo de utentes é católico, pedi ao pároco José Carlos Botto para vir celebrar uma

missa na instituição para que todos pudessem partilhar desse momento. As pessoas mais

autónomas ainda se deslocam a igreja.

No dia 14 de Dezembro pelas 16horas o pároco José Carlos Botto dirigiu-se á

nossa instituição, para celebrar a eucaristia aos utentes.

Estava tudo pronto há hora combinado, ensaiaram-se uns cânticos há última da

hora para alegrar mais o momento, toda a gente deu o seu contributo com os seus dotes

vocais pois os cânticos eram do conhecimento de todos. Coube-me a mim a tarefa de

fazer a leitura e as crianças que tiveram presentes fizeram o peditório. Os utentes

estavam muito concentrados e emocionados com a eucaristia. “Crescemos nos

pensamentos, nas palavras, nas acções e atitudes” palavras do pároco incentivando os

utentes a valorizar tudo o que têm neste momento dando graças por esse dávida.

Não se deve desistir, apesar das limitações e adversidades com as quais sejamos

confrontados quer sejam elas a nível de saúde ou familiar.

Foi mais um momento de convívio e salutar boa disposição e partilha.

Fig. 17 Celebração de Eucaristia Fonte: Própria

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17 - Viagem a Fátima

Integrado no plano de actividades que elaborei para o mês de Dezembro, esta

actividade estava programada para esse mês, mas só foi possível concretizá-la em de

Junho, é uma prova de que o trabalho que desenvolvi teve continuidade. Esta viagem

tem como objectivo principal proporcionar um dia diferente aos idosos.

Ao programar esta viagem não hesitei na escolha do local, visto saber que este é

um local de eleição de destino por parte dos idosos, daí a sua receptividade a quando do

convite.

O dia começou cedo, o ambiente era de ansiedade e boa disposição, o nosso era

destino Fátima. A viagem correu com tranquilidade e muita animação paragem

obrigatória o Santuário, depois do pequeno-almoço seguimos para o recinto, cada um

fez as suas preces e rezas, tudo com muita calma e serenidade. A emotividade sentia-se

no olhar dos presentes, o silêncio reinava.

Depois da Capela das Aparições, o grupo dirigiu-se á nova igreja da Santíssima

Trindade para muitos era “a primeira e talvez a última vez” como ouvi diversos

comentários. Visita feita, rumámos a comprar as tradicionais lembranças.

O almoço aguardava por nós, barrigas aconchegadas e lá rumámos nós, até á

praia de Vieira de Leiria.

A imensidão de água e o extenso areal fez a delícia dos olhares mais curiosos,

para algumas das pessoas era a primeira vez que viam o mar, “tanta água”, “ é uma

imensidão, não tem fim”, comentários que saiam das bocas admiradas com o que viam.

A maioria dos idosos ficou sentada numa esplanada junto ao mar, devido ás

limitações em caminhar na areia. Os mais novos foram a banhos, a alegria reinou entre

os idosos ao verem as nossas brincadeiras na água.

O tempo voou, de regresso ao autocarro, porque uma longa viagem nos

aguardava. Entre risos, canções, gargalhadas a viagem ia correndo, paragem obrigatória

para o lanche, depois rumámos novamente até ao ponto de partida. Uma viagem

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bastante positiva, grande parte dos utentes das diversas valências da instituição

participaram na viagem, é uma experiência a repetir.

Fig. 18 Visita ao Santuário de Fátima Fonte: Própria

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18 - Dia de Reis

Esta actividade realizou-se no passado dia 06 de Janeiro de 2011 apesar de o

estágio já ter terminado e esta actividade não ter sido programada no plano de

actividades, é a prova de que o trabalho que desenvolvi teve continuidade.

No dia de Reis as crianças do ATL foram cantar as Janeiras aos idosos da

instituição, como forma de reviver as tradições e costumes de antigamente.

As crianças fizeram uma coroa em cartolina que ofereceram a cada idoso como símbolo

do dia dos Reis. Os idosos ficaram surpreendidos e muito contentes quando viram na

sala três meninos vestidos de reis magos e todo o grupo a cantar as Janeiras.

Foi o reviver das canções das Janeiras, como a letra era conhecida por todos,

todos cantaram e bateram palmas. Foi um momento de convívio muito divertido.

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Fig. 19 Cantar das Janeiras Fonte: Própria

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Conclusão

A animação define-se, de uma forma geral, na maioria de actuar em todos os

campos do desenvolvimento da qualidade de vida de uma determinada comunidade.

Representa um conjunto de passos com vista a facilitar o acesso a uma vida mais

activa e mais criadora, à melhoria nas relações e comunicação com os outros, para uma

melhor participação na vida da comunidade de que se faz parte, desenvolvendo a

personalidade do indivíduo e a sua autonomia.

A animação apresenta-se como uma perspectiva ampla de mudança/

transformação social e como um espaço novo de educação e de recreação cultural.

Quanto à animação especificamente de idosos, esta define-se como um estímulo

da vida mental, física e afectiva da pessoa idosa. A animação incentiva-a a empreender

certas actividades que contribuem para o seu desenvolvimento, dando-lhe o sentimento

de pertencer a uma sociedade, em cuja evolução podem continuar a contribuir.

Contrariando a ideia que a maior parte dos idosos têm, de que já não servem para nada,

que não interessam à família, muito menos à sociedade.

Nesta questão da sociedade, ela excluiu os idosos ou outras vezes os próprios

idosos que se auto excluem, já devido a estas ideias pré-concebidas de que já não

prestam para nada e que apenas lhes resta a morte.

É uma das funções do animador – no contexto da animação de idosos – fazer

que estas ideias e preconceitos desapareçam ou noutros casos, que nunca surjam. Para

isso, ao animador compete-lhe criar movimento, vida e actividades. É necessário que

apresente propostas e sugestões, que seduza, que imagine, que desperte, que suscite e

que influencie o idoso, sem exercer qualquer tipo de obrigação.

E este tipo de trabalho é ainda mais importante nos lares de 3ª idade e centros de

dia para idosos. Vários estudos comprovam que os idosos utentes de lares têm uma

auto-estima mais baixa do que aqueles que vivem em casa própria. Uma das razões para

esta situação poderá ser a pouca actividade que têm nos lares, em comparação com os

que vivem em casa.

Com a animação de idosos, a pessoa idosa pode enquadrar-se num programa

entre várias actividades recreativas, culturais e desportivas, permitindo um estímulo

constante às suas capacidades cognitivas e físicas.

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De facto, só quem trabalha no terreno, se apercebe do que lhe é exigido, é

preciso muito mais do que aquilo que vem escrito nos livros.

O animador é muitas vezes o confidente, o conselheiro, o amigo e com o tempo

alguém da família muito próximo do idoso.

O animador tem que ter uma grande estabilidade afectiva e emocional para

conseguir desempenhar as suas funções. Somos muitas vezes, as pessoas que estamos

mais disponíveis e presentes na vida do idoso e que lhes damos atenção e carinho. E só

depois, aí sim, proporcionar-lhe algo que lhe dê prazer, que lhe arranque um sorriso.

Desde uma actividade muito simples até outras mais elaboradas. Isto consoante a

necessidade de cada idoso. Estou a lembrar-me por exemplo o facto de alguns idosos

gostarem muito de falar e de que a actividade preferida são as histórias antigas, as

adivinhas, as anedotas, as receitas culinárias de antigamente e outros há, que gostam de

jardinagem, dos passeios, entre tantas outras actividades.

Na animação num aspecto geral, fala-se muito em grupo. Na animação de

idosos, claro que se dá importância ao grupo e se trabalha em grupo, mas não é de

menor importância o idoso em si, enquanto pessoa individual. Também acontece, a

necessidade de trabalhar individualmente com cada idoso, depende muito de situação

para situação. Cabe ao animador identificar o melhor método de trabalho, tendo em

conta o grupo e o indivíduo com o qual trabalha, se por exemplo existir um único idoso

numa instituição que goste muito de ler, há que lhe proporcionar e apoiar nessa

actividade. Não é por ser apenas uma pessoa que goste, que não vai proporcionar a

leitura.

Os objectivos da animação de idosos só serão atingidos se o animador gostar

muito do que faz, se tiver muita disponibilidade de tempo, amor e carinho, daí que o

trabalho com idosos seja mais desgastante a nível psíquico do que físico.

Considero que seja muito mais difícil trabalhar com idosos, mas também muito

mais compensador, no aspecto da aprendizagem e da cultura.

Os idosos, ao contrário daquilo que a maior parte da sociedade pensa, são uma

grande fonte de sabedoria. Sabedoria esta adquirida pelas suas vivencias e trabalho ao

longo das suas vidas.

A animação de idosos, esta deve ser incluída no conjunto de serviços prestados à

3ª idade. A animação de idosos deve estar em pé de igualdade com a alimentação,

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cuidados de saúde e higiene, vestuário, conforto. Deverá ser considerada como um

serviço indispensável à qualidade de vida do idoso. E daqui a alguns anos teremos uma

nova geração de idosos, menos depressivos, menos solitários, menos dependentes de

medicação e claro com uma velhice mais bem-disposta e mais activa.

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Bibliografia

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Barcelona: Editorial Pai do tribo.

JACOB, LUIS. (2007). Animação de Idosos. Porto: Âmbar.

LORDA, RAUL (2001), Recreação na Terceira, Editor Sprint, Brasil.

HERVY, B. (2001), L´ animation sociale auprés des personnes âgées in Gérontologie et

Société, nº 96, Paris.

QUINTAS, S.; CASTÃNO,A. (1998). Construir la Animación Sociocultural, Amarú

Ediciones: Salamanca.

SÁNCHEZ MARTÍNEZ, M.Y DÍAZ CONDE, P. (2005, P.393), Los Programas

Intergeneracionales. In: Pinazo Hernandis, S.y Sánchez Martínez, M.(2005),

Gerontología actualización, Innovación Y Propustas. Madrid. Pearson Prentice Hall.

Tabourne, 1992, 47 in Pinto e Osório, 2007,283.

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Anexos

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Anexo A - Respostas Sociais da Instituição

Resposta Social

da Instituição

Número de Utentes Serviços Prestados

Lar de Idosos

(Internamento)

22

Alojamento, higiene pessoal, alimentação

(pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar

e ceia) cuidados médicos e de

enfermagem, lavagem e tratamento de

roupas, animação, ocupação e lazer, apoio

em deslocações ao exterior e

acompanhamento psicossocial.

Centro de Dia

8

Transporte, higiene pessoal, alimentação

(pequeno-almoço, almoço, lanche e

jantar) cuidados médicos e de

enfermagem (se pretendido o serviço)

lavagem e tratamento de roupas,

animação, ocupação e lazer, apoio em

deslocações ao exterior (se pretendido o

serviço).

Apoio

Domiciliário

15

Transporte, higiene pessoal e

habitacional, alimentação (almoço e

jantar), lavagem e tratamento de roupas.

Actividades

De Tempos Livres

18

Acompanhamento ao almoço e lanche,

acompanhamento no prolongamento de

horário, transporte.

Fonte: Própria

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Direcção da Associação Amigos de NespereiraPresidente - Armando José dos Santos Almeida

Vice-presidente -José Pinto dos Santos Artiaga

Secretario - Sergio Costa Marques Polonio

Tesoureiro - José Carlos Nunes Tavares

Serviços Administrativos

Assessoria Administrativa

(contablidade) (1)

Pessoal

Assessoria Gestão Processual (1)

Ajudante Ação

Direta - Diurna (6)

Ajudante Ação

Direta-Nocturna (2)

Cozinheiros(as)

(3)

Técnico Auxiliar de serviço Social (2)

Diretor de lar (1)

Anexo B - ORGANIGRAMA

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Anexo C - Rotinas diárias dos utentes da Instituição

Horário Rotinas diárias dos utentes da instituição

7.00h Levantar dos utentes que tomam banho nesse dia.

8.00h Levantar dos restantes utentes, ajuda na higiene pessoal dos

utentes que necessitam de ajuda total e os que necessitam de

ajuda parcial.

9.00h Pequeno-almoço

9.30/12.00h

Durante este período existem diferentes rotinas:

Consultas médicas/ cuidados de enfermagem;

Fazer exames/análises;

Saída ao exterior exemplo: compras, cabeleireira, ir a casa,

passeios;

Aulas de ginástica geriátrica, caminhadas;

Ver televisão, ouvir música;

Manualidades;

Visitas de familiares;

Medir tensão arterial, glicemia, peso.

12.00h/13.00h Almoço

13.00h/15.30h

Sesta;

Consultas médicas/cuidados de enfermagem;

Saída ao exterior exemplo: compras, cabeleireira, ir a casa,

passeios;

Caminhadas;

Ver televisão, ouvir música, manualidades;

Visitas de familiares.

15.30h Lanche

15.30h/18.30h Consultas médicas/cuidados de enfermagem;

Saída ao exterior exemplo: compras, cabeleireira, ir a casa,

passeios;

Caminhadas;

Ver televisão, ouvir música,

Manualidades;

Visitas de familiares;

18.30h Jantar

18.30h/20.00h

Rezar o terço;

Ver televisão;

Caminhadas.

20.00h/22.00h Higiene pessoal dos utentes/deitar

22.00h Ceia

Fonte Própria

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Anexo D - Banhos Diários

Dia da semana Nome do utente

Segunda-feira

Maria dos Anjos

Angélica Pais Vieira

Virgínia Azevedo

Terça-feira

Palmira Cipriano

Aida Bento Duarte

Mª dos Prazeres Fagilde

Quarta-feira

Emília do Céu Abrantes

Maria Delfina Araújo

Emília Melo da Cruz

Quinta-feira

Maria S. João Rodrigues

Salvador Rodrigues

José da Costa

Joaquim do Bento

Sexta-feira

Margarida Nunes Saraiva

Elvira Mendes Ramos

Lucinda Santos Margarida

Sábado

Luís Catrino

Maria Teresa Amaral

Maria dos Anjos Cabral

Domingo

António Guerra

Armando Saraiva

Amélia Saraiva

Fonte Própria

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Anexo E - Ementa da Semana de 25 a 31 Outubro de 2010

ALMOÇO JANTAR

2ª Feira 2ª Feira

Sopa: Sopa de couve lombarda Sopa: Sopa de ouve lombarda

Prato: Pescada frita c/ salada russa

Dieta: Pescada cozida c/ salada russa

Prato: Macarrão c/ carne de vaca ervilhas e cenoura

Sobremesa: Tangerina Sobremesa: Pêra

3ª Feira 3ª Feira

Sopa: Sopa de feijão verde Sopa: Sopa de feijão verde

Prato: Frango estufado c/ esparguete branco e salada de alface,

tomate e cenoura ralada

Dieta: Perna de frango cozido c/ esparguete branco

Prato: Bacalhau c/ batata e legumes cozidos

Sobremesa: Gelatina Sobremesa: Maçã assada

4ª Feira 4ª Feira

Sopa: Creme de favas Sopa: Creme de favas

Prato/Dieta: Lulas recheadas estufadas c/ puré e salada Prato: Panados de frango c/ arroz de cenoura

Sobremesa: Laranja Sobremesa: Pêra cozida

5ª Feira 5ª Feira

Sopa: Sopa de feijão verde Sopa: Sopa de feijão verde

Prato: Feijoada c/ arroz branco

Dieta: Bife de peru grelhado c/ arroz branco

Prato: Açorda de filetes

Sobremesa: Banana Sobremesa: Doce de baunilha

6ª Feira 6ª Feira

Sopa: Creme de alho francês Sopa: Creme de alho francês

Prato/ Dieta: Carapau no forno c/ batata e brócolos cozidos Prato: Esparguete c/ frango ervilhas e cenoura

Sobremesa: Tangerina Sobremesa: Maçã cozida

Sábado Sábado

Sopa: Sopa de espinafres Sopa: Sopa de espinafres

Prato/ Dieta: Bifana de porco grelhada c/ arroz de cenoura e salada

alface e tomate

Prato: Caldeirada de Peixe

Sobremesa: Pêra Sobremesa: Pêra

Domingo Domingo

Sopa: Creme de cenoura c/ couve-flor Sopa: Creme de cenoura c/ couve-flor

Prato: Cozido á portuguesa Prato: -------------

Sobremesa: Pudim de ovos Jantar: Maçã assada

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Anexo F – Panfleto da Alimentação

Associação dos Amigos

de Nespereira

16/10/2010

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Anexo G - Cartaz do Programa Apoio 65

GUARDA NACIONAL REPUBLICANA

COMANDO TERRITORIAL DA GUARDA

DESTACAMENTO TERRITORIAL DE GOUVEIA

Secção de Programas Especiais Programa Apoio 65 — ”Idosos em Segurança”

No dia 28 de Outubro de 2010, pelas 16H00, a Guarda Nacional Republicana,

irá realizar uma Acção de Sensibilização subordinada ao tema “IDOSOS EM

SEGURANÇA”, que terá lugar Associação dos Amigos de Nespereira.

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Anexo H - PowerPoint da Acção de Sensibilização

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