9 O Ilhavense

O Ilhavense

20 de Maio de 2015

20 de Maio de 2015

O Regresso apotetico

Aps a sua actuao, na ltima edio do Festival Ra-dio Faneca do ano transacto, a banda Patinho Feio, vol-tou em grande com um con-certo memorvel, no conhe-cido bar Ipsis Verbis - na Carvalheira, no passado s-bado dia 16 de Maio.

com uma formao remo-delada, com um novo baixo Filipe Pires, que substitui Lus So Marcos - forado a emi-grar. Apresentaram um ali-nhamento com novos temas originais, como: A mentira; Espera; Poesia m; Ilus-rio; Vcio; Porm e Re-signao. Estes temas no-vos foram mesclados com os j conhecidos: Tive; pro-cura; E; Volta-te; Es-quio (sempre dinmico); Sermo e Pagador de pro-messas.

Na altura do tradicional encore, Antnio Justia pe-diu desculpa ao vasto pblico por no terem camarim, que lhes permitisse sair do palco e fazer a tradicional rentre. Sugerindo por isso, um inter-valo para fumar um cigarrito e beber um fino. Andr Imagi-nrio, aproveitou para anun-ciar o lanamento da nova linha de merchandising Pa-tinho Feio. Isto que no cor-reu muito bem, uma vez que, as numerosas fs presentes, pretendiam a nova coleco de calcinhas Patinho Feio - com os nomes gravados dos seus dolos. Acontece, que as ditas calcinhas no che-garam a sair para o mercado, uma vez que, o fornecedor no apresentou a qualidade exigida pela banda e como as peas destinam-se a aga-salhar uma zona anatmica to sensvel, a banda no as aceitou. Posto isto, fizeram o tradicional encore e mais, brindaram o pblico com uma grande surpresa.

Assim, chamando ao pal-co, Pedro Oliveira (guitarra) e Paulo Vagos (voz), fizeram um merecido tributo aos anti-gos Vulto. Esta, uma banda dos idos anos 90, constitu-

da pelos irmos Antnio Jus-tia e Pedro Oliveira (guitar-ras), Paulo Vagos (vocalista), Pedro Silva Santos (baixo) e como bateristas, Marcos, de-pois Andr So Marcos e por fim Miguel Barros. Interpreta-ram o tema Supremo escon-derijo, com letra de Pedro Gago, vocalizada por Pau-lo Vagos e com uma frenti-ca guitarra de Pedro Oliveira (parece no ter acusado uma paragem de quase 18 anos).

Uma palavra final para o som. Esta banda actuou sem-pre muito bem afinada e com um som de grande qualidade, bem ntido, ao que no ser estranho a colaborao de Vi-tor Enes (vocalista da ban-da Tributus), que forneceu um excelente P.A. e que de fora comandou superiormen-te a qualidade sonora de Pa-tinho Feio.

Em suma, foi um con-certo fantstico, com o Ip-

Fotos: Antnio Resende

sis Verbis completamente cheio (fora e dentro), uma noite agradvel na esplana-da e som potente do bom Rock&roll ilhavense. Antnio justia (guitarra e voz), An-dr Imaginrio (guitarra), Fi-lipe Pires (baixo), Rui Valen-tim (teclas) e Joo Malaquias (Bateria), protagonizaram uma excelente performance, perante um pblico conhece-dor e exigente, que saiu bem satisfeito.

Antnio Resende

Patinho Feio,Outra opinio

Por largos momentos tive a ntida sensao que estava no Cavern, no Ufo ou no Mar-quee onde alis nunca estive. Se tivesse os olhos fechados era transportado directamen-te para a dcada de 70 do s-culo passado.

Mas no, estava no Ipsis Verbis na Carvalheira e era

dia ou melhor noite de 18 Maio de 2015. cumprimento desde j a gerncia deste bar que teve a grande ideia de pro-porcionar a quem l quis ir um espectculo de rock progres-sivo, j l iremos, da mais al-tssima qualidade com o gru-po Ilhavense Patinho Feio. A entrada era livre e nem consu-mo era obrigatrio. Parabns.

Foram 80 minutos de uma performance notvel com An-tnio Justia, Andr Imagin-rio, Joo Malaquias, Filipe Pi-res e Rui Valentim a deliciar a numerosa assistncia. Fao aqui um parntese para re-ferir que quando cheguei ao bar, ainda cedo, e vi o local onde iria decorrer o concerto previ desgraa. O espao era pequeno demais, achava eu, e no iramos ouvir nada de jeito porque o som sairia em-pastelado. Ainda bem que me enganei em toda a linha. No foi nada disso que aconteceu.

O som foi muito bem controla-do e apesar das muitas pes-soas e do espao ser exguo, saiu claro e limpo. Um exce-lente som.

Tudo comeou na batida que abre caminho como que a empurrar-nos. O baterista Joo Malaquias faz um som inteligente, nada forado, no faz rudo desnecessrio, bate com fora mas sempre sem deteriorar o som. sem d-vida um dos grandes bateris-tas c do burgo. Filipe Pires era o novato. Primeira apre-sentao nesta formao. O melhor elogio que lhe pode fa-zer que no se notou nada. Parecia que sempre tinha to-cado ali com os outros quatro. Uma ligao perfeita. Rui Va-lentim como quase todos os teclistas fica a um cantinho atrs de todos, isto na dispo-sio fsica que no na actua-o. No brilhou tanto quanto os outros mas percebeu-se a

falta que ele faria se l no es-tivesse. Antnio Justia e An-dr Imaginrio nas guitarras so, pelas suas performan-ces, a garantia de elevads-simo desempenho. Qualida-de e profissionalismo andam de mos dadas. Tm forma-o clssica e isso aumenta--lhes o potencial. Solos, quer de um quer do outro, apote-ticos. Os riffs de guitarra que eles fazem so uma maravi-lha. A coeso do conjunto notvel e a alegria com que tocam e esto ali to evi-dente, to fcil como respirar.

Apesar de no ser de elo-giar com facilidade, j gastei muito adjectivo, mas que cul-pa tenho eu do Patinho Feio ser um grupo para l de muito bom. Eles fazem rock progres-sivo, gnero que caraterizava os The Mothers of Invention, uma fase dos Led Zeppelin, os Ten Years After dos primei-ros anos mas principalmente os Van Der Graaf Generator.

O concerto teve tudo, nem sequer faltou o experimenta-lismo que era apangio do rock progressivo. Lembram-se quando Jimmy Page num con-certo tocou guitarra com um arco de violino e deixou toda a gente espantada? Pois An-tnio Justia tambm deixou toda a gente de boca aberta, tocou guitarra com uma cha-ve de estrelas e no pensem que era para show off, no se-nhores, ele sabia bem o que estava a fazer e resultava ex-cepcionalmente.

Resta-me dizer que o con-certo teve 12 temas e mais 3 de encore, todos em portu-gus e todos da autoria de Antnio Justia. Mas o Pati-nho feio tem uma falta. Falta um disco, por isso gravem, vocs ficam desde j a dever--nos esse disco.

Joo BalseiroPuB.