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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA CÂMPUS SÃO MIGUEL DO OESTE CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS PALOMA ROCHA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA GUABIROBA VERDE, MADURA E DESIDRATADA E APLICAÇÃO DO FRUTO LIOFILIZADO NA FORMULAÇÃO DE BARRAS DE CEREAIS São Miguel do Oeste -SC 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA

CÂMPUS SÃO MIGUEL DO OESTE

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

PALOMA ROCHA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA GUABIROBA VERDE, MADURA E

DESIDRATADA E APLICAÇÃO DO FRUTO LIOFILIZADO NA FORMULAÇÃO DE

BARRAS DE CEREAIS

São Miguel do Oeste -SC

2018

PALOMA ROCHA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA GUABIROBA VERDE, MADURA E

DESIDRATADA E APLICAÇÃO DO FRUTO LIOFILIZADO NA FORMULAÇÃO DE

BARRAS DE CEREAIS

Relatório de estágio apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Alimentos do Câmpus São Miguel do Oeste do Instituto Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do diploma de Tecnólogo em Alimentos.

Orientador: Stefany Grutzmann Arcari

São Miguel do Oeste- SC

2018

PALOMA ROCHA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA GUABIROBA VERDE, MADURA E

DESIDRATADA E APLICAÇÃO DO FRUTO LIOFILIZADO NA FORMULAÇÃO DE

BARRAS DE CEREAIS

Este trabalho foi julgado adequado como requisito parcial para obtenção do título de

Tecnólogo em Alimentos, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

de Santa Catarina, e aprovado na sua forma final pela comissão avaliadora abaixo

indicada.

São Miguel do Oeste, 02 de Abril de 2018.

__________________________

Stefany Grutzmann Arcari, Dr.ª

Orientador

UNICAMP

___________________________

Francieli Maria Libero, Dr.ª

UFSM

__________________________

Aquidauana Miquelotto, Dr.ª

UFV

As assinaturas da banca estão devidamente registradas na ata de defesa e

arquivadas junto à Coordenação do Curso.

AGRADECIMENTOS

À Deus por tanta proteção e bênçãos; à minha mãe por ser a maior guerreira e

melhor exemplo que já conheci; a minha família; ao meu namorado; aos meus amigos

e aos meus colegas da turma, obrigada por trazerem alegria aos meus dias cinzas!

À minha orientadora Stefany Grutzmann Arcari, pela oportunidade de participar

do projeto de pesquisa, que me permitiu conhecer um pouco do mundo tecnológico

científico. Por ser a calmaria em pessoa que muitos se espelham devido ao seu

excelente profissionalismo. Obrigada por tantos aprendizados, paciência, pelo

comprometimento, pela confiança e pela oportunidade!

As técnicas de laboratório Ane Luize de Oliveira; Larissa Vargas Becker;

Francieli Maria Libero, que desempenham o seu papel da melhor maneira, sempre

auxiliando aos alunos. E aos demais professores (as) que direta ou indiretamente

auxiliaram, obrigada!

Aos meus companheiros de pesquisa, Thiago Vasconcelos Odorczyk, Makely

Maria Wingert e Lucas Vinicius Rodrigues pelo dedicação com o projeto, pelo

companheirismo e aprendizados. E também, aos demais alunos que nos ajudaram de

alguma maneira.

Ao Instituto Federal de Santa Catarina, pela oportunidade de desenvolvimento

de projetos de pesquisas que auxiliam para o crescimento tanto pessoal como

profissional do estudante.

Aos organizadores e colaboradores dos eventos FRUSUL, SEPEI e EFFOST,

por proporcionar a publicação de partes da pesquisa e apresentação da mesma que

auxiliou o crescimento dos estudantes.

Ao CNPq pela concessão das bolsas.

A EPAGRI por disponibilizar o liofilizador e cromatógrafo para realização da

liofilização da fruta e análise dos compostos voláteis.

A todos que contribuíram para o acontecimento do projeto e agregaram

aprendizados.

Gratidão!

RESUMO

A guabiroba (Campomanesia xanthocarpa Berg.) é um fruto nativo brasileiro

pertencente à família Myrtaceae, com ampla distribuição natural na região Sul do

Brasil, que produz frutos com características sensoriais e nutricionais atrativas e

apresenta vida útil curta devido a sua alta taxa metabólica. O presente trabalho teve

como objetivo a caracterização físico-química da guabiroba verde e madura in natura

e, também, liofilizada, além da aplicação do fruto liofilizado em barras de cereais. As

guabirobas foram coletadas na região Oeste de Santa Catarina. Análises físico-

químicas para determinação da composição centesimal, acidez total titulável (ATT),

pH, sólidos solúveis totais (SST), vitamina C, conteúdo de polifenóis totais,

carotenoides totais, atividade pró-vitamina A, atividade antioxidante, atividade de água

e potássio foram realizadas nos frutos verdes e maduros para determinar sua

composição química durante a maturação. Nos frutos maduros foram identificados os

compostos voláteis por cromatografia a gás acoplado à espectrometria de massas.

Posteriormente, os frutos maduros foram liofilizados e destinados à preparação de

barras de cereais. Os frutos verdes apresentaram maior acidez, pH, conteúdo de

proteínas, potássio, polifenóis totais e carotenoides totais, quando comparados à

guabiroba madura, que destacou-se quanto aos valores de umidade e sólidos solúveis

totais. Os compostos voláteis majoritários nos frutos maduros foram α-selineno,

longifoleno, α-muuroleno, α-guaieno, guaiol, cariofileno, bulnesol, β-cadineno, γ-

selineno, β-gurjuneno, (+)-valenceno, limoneno, 1-hexanol e acetato de etila. Com a

maturação, ocorreu aumento esperado na razão SST/ATT e diminuição na

concentração de carotenoides totais e lipídeos, que podem estar associados à

formação de compostos voláteis. Já a guabiroba madura, em comparação com a

liofilizada, apresentou elevado conteúdo de umidade e vitamina C. Durante o processo

de liofilização dos frutos ocorreu degradação da vitamina C e concentração do

potássio e dos carotenoides totais. Duas formulações de barras de cereais foram

preparadas, com 5% e 7,5% de guabiroba liofilizada, que foram analisadas quanto à

composição nutricional, pesquisa de Bacillus cereus, coliformes a 45 °C e Salmonella

sp e avaliação sensorial. As barras de cereais elaboradas com guabiroba liofilizada

apresentaram alto conteúdo de potássio, lipídeos, proteína bruta e polifenóis totais,

enquanto os microrganismos pesquisados tiveram contagens inferiores aos limites

dispostos na legislação brasileira. As barras de cereais apresentaram notas variáveis

de 6 (gostei ligeiramente) a 7 (gostei moderadamente) no teste de aceitação sensorial,

além de notas similares no teste de intenção de compra para a adição de 5 % e 7,5 %

de guabiroba liofilizada.

Palavras-Chave: Campomanesia xanthocarpa Berg., composição química,

liofilização, compostos voláteis.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Classes de compostos identificados em amostra de guabiroba

madura.......................................................................................................................27

Figura 2- Área dos principais compostos voláteis identificados em amostra de

guabiroba madura.......................................................................................................28

Figura 3- Notas atribuídas às barras de cereais com guabiroba no teste de aceitação

de atributos (a) e teste de intenção de compra (b).......................................................31

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Formulação barras de cereais elaboradas com guabiroba liofilizada...........23

Tabela 2. Composição química da guabiroba madura e guabiroba verde...................25

Tabela 3. Composição nutricional da guabiroba madura e liofilizada..........................29

Tabela 4. Composição nutricional de barras de cereais formuladas com 5 % e 7,5 %

de guabiroba liofilizada...............................................................................................30

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

FRUSUL – Simpósio de Fruticultura da Região Sul

SEPEI – Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC

EFFOST – “European Federation of Food Science and Technology” / Federação

Européia de Ciência e Tecnologia de Alimentos

IFSC – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina

ETF/SC- Escola Técnica Federal de Santa Catarina

CEFET/SC- Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina

DVB/CAR/PDMS- Divinylbenzene/Carboxen/Polydimethylsiloxane

IT/MS- Ions Trap (“Armadilha de Íons”) /Espectrometria de Massas

ATT- Acidez Total Titulável

SST- Sólidos Solúveis Totais

CG- Cromatrografia Gasosa

HS- SPME- Microextração em fase sólida no modo headspace

EUA- Estados Unidas da América

TEAC- Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 Objetivos ............................................................................................................. 12

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................... 12

1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................ 12

2 A EMPRESA ........................................................................................................... 13

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 15

3.1 Frutíferas nativas da família Myrtaceae .............................................................. 15

3.2 O gênero Campomanesia ................................................................................... 16

3.3 Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa O. Berg) ............................................. 16

3.4 Conservação de alimentos por desidratação ...................................................... 18

3.5 Barra de Cereal ................................................................................................... 19

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................ 21

4.1 Metodologias ....................................................................................................... 21

4.2 Resultados Obtidos ............................................................................................. 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

11

1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui uma extensa área territorial e, graças as suas condições

geográficas, dispõe de inúmeras árvores frutíferas de características únicas. Dentre

as diversas espécies, encontra-se a família Myrtaceae, às quais pertencem as

frutíferas Campomanesia xanthocarpa Berg.

Conforme Lorenzi (2002) apud Santos (2011), no Brasil, essa planta é

popularmente denominada gabirobeira, cujos frutos são conhecidos como gabiroba,

guabiroba ou guavirova. Segundo Vallilo et al (2008), é predominante desde o estado

do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul, e também, no Paraguai e Argentina.

Seus frutos são pouco aproveitados, consumidos in natura apenas por

populações locais, constituindo-se também fonte de alimento para animais silvestres.

Embora apresente potencial como fonte nutricional e como matéria prima para a

agroindústria de alimentos, dados sobre o cultivo, produção e utilização dessa espécie

frutífera na alimentação humana, bem como de sua aplicação industrial, são escassos

(SANTOS, 2011).

Conforme mencionado por Silva et al., (2009), a guabiroba é um fruto

climatérico, tendo portanto, uma elevada taxa metabólica após a sua colheita. O que

ocasiona diferentes concentrações de nutrientes se comparar o fruto verde com o

maduro. Já que durante a maturação, as frutas tendem a diminuir a acidez e aumentar

os sólidos solúveis.

De acordo com Markman (2002), a Campomanesia xanthocarpa tem valor

medicinal reconhecido no combate a diversas doenças. Como por exemplo:

disenteria, febre, escorbuto, cistite e uretrite.

Os frutos, de uma maneira geral, apresentam vida útil curta devido à sua alta

taxa metabólica. Quando maduros os frutos de gabiroba têm um curto período para

serem aproveitados, de cinco a sete dias, se armazenados sob refrigeração

(SANTOS, 2011).

Dentre os métodos conhecidos para aumentar a vida pós-colheita destacam-se

a conservação pelo calor, pelo frio e pelo controle de umidade, sendo que para a

aplicação de cada um desses métodos, deve-se levar em consideração as

características do fruto. Uma dessas técnicas é a liofilização, que conserva os frutos

sem causar grandes prejuízos às suas características nutricionais. De acordo com

12

Vieira, Nicoleti e Telis (2012) os alimentos liofilizados possuem elevado valor agregado

por reter grande parte dos seus nutrientes originais, já que empregam-se baixas

temperaturas no processamento.

Os produtos liofilizados, além da conservação, podem ter como objetivo a

aplicação em outros produtos como barras de cereais, sorvetes, biscoitos, doces,

bolos entre outros, com o intuito de agregação de valor e qualidade nutricional.

Portanto, com o intuito de valorizar uma fruta nativa que tem grandes perdas

por ser pouco conhecida e estudada, esse trabalho visou a caracterização físico-

química a fim de comprovar as qualidades nutricionais da guabiroba, a liofilização do

fruto com o objetivo de conservação e aplicação em barras de cerais para agregação

de valor e de constituintes nutricionais.

Os dados obtidos com esse trabalho são referentes ao projeto de pesquisa

aprovado no Edital Universal de Pesquisa do IFSC, realizado no período de agosto de

2016 a julho de 2017.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Caracterizar a guabiroba verde, madura e liofilizada por meio de análises físico-

químicas e aplicar em formulações de barras de cereais.

1.1.2 Objetivos específicos

- Determinar a composição química e a capacidade antioxidante dos frutos de

guabiroba verde e maduros in natura e liofilizados;

- Identificar os principais compostos voláteis presentes em frutos maduros de

guabiroba;

- Aplicar o fruto liofilizado na formulação de barras de cereais;

- Caracterizar as barras de cereais adicionadas de guabiroba liofilizada sob os

aspectos físico-químico, microbiológico e sensorial.

13

2 A EMPRESA

2.1 Caracterização do local do estágio

O estágio foi desenvolvido no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), no

câmpus São Miguel do Oeste, que está situado na região do Extremo Oeste

Catarinense a 730 km da capital Florianópolis.

O Instituto Federal de Santa Catarina foi fundado no ano de 1909 em

Florianópolis- SC através do Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909 assinado

pelo presidente Nilo Peçanha com o objetivo de proporcionar formação profissional

aos filhos das classes econômicas menos favorecidas.

A instituição iniciou-se como Escola de Aprendizes Artífices de Santa Catarina e

teve a primeira sede inaugurada em 1910 na capital catarinense. Com o passar dos

anos teve modificações em seu nome, passou a chamar-se Liceu Industrial de

Florianópolis (1937); após, Escola Industrial de Florianópolis em 1942; em 1965

tornou-se Escola Industrial Federal de Santa Catarina; 1968 em Escola Técnica

Federal de Santa Catarina (ETF/SC); 2002 alterado para Centro Federal de Educação

Tecnológica de Santa Catarina (Cefet/SC), e em 2008 tornou-se então o atual Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC).

Atualmente contempla 22 câmpus espalhados pelas regiões de todo o estado.

Possui como missão “Promover a inclusão e formar cidadãos, por meio da educação

profissional, científica e tecnológica, gerando, difundindo e aplicando conhecimento e

inovação, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e cultural”, aplicando

isso através das ofertas dos cursos de vários níveis, além de projetos de pesquisa e

extensão.

O câmpus de São Miguel do Oeste iniciou as suas atividades no ano de 2011,

ofertando os cursos na área de alimentos e agroecologia devido ao fato de ser a maior

forma de sustento da região. Atualmente disponibiliza cinco cursos técnicos e duas

graduações, sendo eles na área de ciências agrárias, eletromecânica e administração.

O câmpus oferta oportunidade de projetos de pesquisa e extensão objetivando ao

aluno aplicar os conhecimentos adquiridos na teoria com a comunidade ou até mesmo

na iniciação tecnológica e científica.

O presente relatório de estágio é resultado do projeto de pesquisa que foi

14

realizado com recursos do Edital Universal do IFSC, pelo grupo de pesquisas em

Ciência e Tecnologia em Alimentos.

15

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Frutíferas nativas da família Myrtaceae

A Família botânica Myrtaceae, possui 102 (cento e dois) gêneros e 3.024 (três

mil e vinte e quatro) espécies conhecidas, distribuídas e cultivadas principalmente em

países de clima tropical e subtropical. Apresenta plantas de porte variável, desde

grandes árvores até arbustos e trepadeiras (MANICA et al., 2001 apud GUIZILINI,

2010).

A família Myrtaceae é uma das 14 lenhosas dominantes em várias formações

vegetais do Brasil, especialmente na Floresta Atlântica, onde mais de 50 espécies

podem ocorrer sintopicamente, ou seja, com espécies idênticas em termos de

morfologia e comportamento (PEIXOTO; GENTRY, 1990; LANDRUM; KAWASAKI,

1997; TABARELLI; MANTOVANI, 1999; OLIVEIRA FILHO; FONTES, 2000;

GUILHERME et al, 2004 apud LEÃO, 2012).

Na Mata Atlântica, a família Myrtaceae destaca-se entre aquelas com grande

potencial econômico a ser explorado. As espécies brasileiras dessa família

geralmente não produzem madeiras valiosas, restringindo-se ao fornecimento de

lenha, à utilização em pequenas peças ou objetos e outras formas de uso local

(MARCHIORI; SOBRAL, 1997 apud LEÃO, 2012).

Apesar de uma maior variedade de espécies frutíferas nativas brasileiras serem

encontradas na Amazônia e no cerrado, a região Sul também mostra grande riqueza

em frutos silvestres, entre as quais a família botânica Myrtaceae destaca-se por

apresentar o maior número de espécies com potencial de produção de alimentos, que

podem ser comercializados in natura para utilização no fabrico de gelados, sumos,

iogurtes, sobremesas, licores, barras de cereais, doces e geleias (PEREIRA et al.,

2012).

As espécies nativas da família Myrtaceae possuem importância econômica

diversificada. Seus frutos comestíveis são ricos em vitaminas e consumidos por

humanos e várias espécies de pássaros e de mamíferos; são também usados na

produção de fármacos-cosméticos, doces caseiros, sorvetes, aguardente, licores e

refrescos entre outras aplicações (LEÃO, 2012). Segundo Barroso et al. (1999) apud

Leão (2012), deveriam ser melhor estudados para maior aproveitamento comercial.

16

Romagnolo (2009) apud Leão (2012), afirma que entre as espécies frutíferas

nativas, destacam-se as do gênero Campomanesia (guabiroba, sete-capotes,

Cambuci); Eugenia (pitanga, uvaia, cabeludinha, cereja-nacional, cambucá e

grumixama); Plinia (jabuticaba) e Psidium (goiaba e araçá).

3.2 O gênero Campomanesia O gênero Campomanesia, representado por árvores e arbustos, pode ser

encontrado do Norte da Argentina até Trindade, e das costas brasileiras até os Andes

ou Peru, Equador e Colômbia (LANDRUM, 1986 apud VALLILO; BUSTILLOS;

AGUIAR, 2006). São plantas pouco exigentes quanto ao tipo de solo e algumas

crescem em solos com deficiência de nutrientes (SANTOS, 2011).

Segundo Vallilo, Bustillos e Aguiar (2006), os frutos desse gênero evidenciam

um importante recurso alimentar da fauna, composta por diversos animais como

pássaros, pequenos mamíferos, peixes, répteis e outros que auxiliam na dispersão

das sementes da espécie.

As árvores florescem nos meses de setembro a novembro e os frutos

amadurecem de novembro a dezembro, apresentando formato redondo, de coloração

que varia do verde-escuro ao verde-claro e amarelo, exalando aroma adocicado e

bastante agradável (VALLILO; BUSTILLOS; AGUIAR, 2006).

No Brasil existem muitas espécies e variedades de frutos que levam o mesmo

nome popular, gabiroba ou guabiroba, de origem guarani, que significa “árvore de

casca amarga”, conforme Sanchotene (1985 apud VALLILO; BUSTILLOS; AGUIAR,

2006).

Dentre as espécies podemos citar a Campomanesia xantocarpa O. Berg;

Campomanesia adamantium; Campomanesia pubescens; Campomanesia phaea;

Campomanesia lineatifolia.

3.3 Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa O. Berg)

Conforme mencionado por Santos (2011), a gabirobeira (Campomanesia

xanthocarpa Berg.) pertence à família Myrtaceae e ao gênero Campomanesia, que

17

apresenta 25 espécies distribuídas do México à Argentina, sendo 15 delas nativas do

Brasil.

Campomanesia xanthocarpa Berg é uma frutífera nativa brasileira, pertencente

à família Myrtaceae com ampla distribuição natural na região Sul do Brasil. Produz

frutos com características sensoriais e nutricionais atrativas, que amadurecem a partir

de novembro. Embora apresentem frutificação expressiva, esses frutos não são

coletados e se perdem nos campos (BIAVATTI et al., 2004).

A gabirobeira é uma planta rústica, que exige poucos cuidados, podendo atingir

até 15 metros de altura. Suas flores são esbranquiçadas e os frutos apresentam-se

em bagas arredondadas de coloração verde a amarela, quando maduros

(CARVALHO, 2002).

A guabiroba, uma planta decídua característica do bioma Mata Atlântica, é

indicada para recomposição de áreas degradadas e matas ciliares, pois detém grande

interesse econômico e ecológico. Pode também ser utilizada para arborização urbana,

devido ao efeito ornamental e por proporcionar boa sombra. Suas flores têm

importância melífera, sendo um atrativo para abelhas, enquanto os frutos, a casca e

as folhas possuem propriedades medicinais. Os frutos, doces e comestíveis, são

ainda muito apreciados pelo homem e pelos animais, seus principais dispersores

(CARVALHO, 2006; LORENZI, 2008 apud DALANHOL et al, 2017).

A utilização dos frutos de Campomanesia xanthocarpa mostra-se promissor

como complemento nutricional na dieta de vertebrados, devido ao seu teor de lipídios,

carboidratos totais, fibra alimentar, ácido ascórbico (17,8 mg/ 100 g de fruta), e de

minerais essenciais (VALLILO et al, 2008 apud GUIZILINI, 2010).

De acordo com Ballve Alice et al. (1995 apud BIAVATTI et al., 2004) as folhas

de guabiroba são usadas de maneira medicinal, através de infusão preparadas com

as mesmas, tendo como função depurativo, anti-diarréico, limpador, anti-reumático e

para diminuir o colesterol no sangue.

Biavatti et al., (2004) a fim de comprovar as propriedades farmacológicas desta

planta realizaram um estudo do efeito da infusão das folhas aplicada em ratos

fornecendo controle bioquímico de peso corporal e dados histológicos. Os autores

constataram que não houve alterações significativas nos níveis de colesterol, porém,

observou-se um efeito anti-hiperglicêmico significativo, além de alterar o peso corporal

dos ratos alimentados com uma dieta rica em calorias.

Em um estudo realizado por Vallilo et al. (2008) em que analisava-se a

18

composição química dos frutos de Campomanesia xanthocarpa Berg, constatou-se

81,4 % de umidade, 8,9 % de carboidratos totais, 6,3 % de fibras e baixo valor calórico

(57,3 kcal. 100 g-1), demonstrando um consumo promissor desse fruto, devido as suas

características nutricionais.

Como mencionado por Klafke e colaboradores (2012) alguns estudos tem

demonstrado que a C. xanthocarpa possui amplo espectro de efeitos fisiológicos, as

folhas desta planta são utilizadas como infusão em medicina popular para tratar

doenças inflamatórias e hipercolesterolemia. Ainda, empiricamente é usada para

redução de peso e controle da obesidade.

Pastori et al (2013) ainda comentam que as folhas também são popularmente

utilizadas como antidiarreico, tratamento de desinteria, dores de estômago,

perturbações hepáticas, além da função anti-inflamatória e anti-reumática.

Santos et al (2012) desenvolveram um óleo a partir da semente da guabiroba,

que apresentou uma elevada atividade antioxidante. Resultado importante, já que,

como mencionado pelos autores, a capacidade antioxidante auxilia na prevenção de

inúmeras doenças.

Além dessas propriedades, o óleo extraído da folha de guabiroba apresenta

diversos compostos fenólicos que são objetos de estudos. Vallilo et al. (2008) por meio

da análise cromatográfica e dos dados de espectrometria de massas do óleo volátil,

quantificaram 62 compostos voláteis, sendo os majoritários α-pineno (15,0%), o-

cimeno (10,8%) e β-pineno (10,5%).

Vallilo et al. (2008) ainda comenta que a presença desses compostos permite

que a guabiroba seja utilizada como aromatizante e flavorizante em diversos produtos

como destilados alcoólicos, gelados e doces pela população rural, o que contribui para

a economia da agricultura familiar.

3.4 Conservação de alimentos por desidratação

A conservação dos alimentos vem sendo cada vez mais empregada

objetivando-se prolongar a vida útil de um alimento e a redução dos desperdícios.

Existem diferentes métodos que podem ser aplicados com esse intuito. Dentre

eles destaca-se a liofilização, que consiste em desidratar o alimento através da

19

retirada do excesso de água disponível. Liofilização ou criosecagem (freeze-drying) é

um processo de desidratação de produtos em condições de pressão e temperatura

tais que a água, previamente congelada, passa do estado sólido diretamente para o

estado gasoso (sublimação) (GAVA; SILVA; FRIAS, 2008).

Além disso, Ordóñez et al. (2005) citam também que, para que o gelo passe

direto para o estado gasoso, sem se transformar em água líquida, é necessário que a

temperatura e pressão parcial de vapor d’água sejam inferiores ao do ponto triplo

(0,0099ºC e 610,5 Pa).

Conforme citado por Gava, Silva e Frias (2008), as propriedades químicas e

organolépticas do alimento são pouco alteradas nesse método de conservação.

Ordóñez et al. (2005) afirmam que não existe um grande volume de água em estado

líquido, sendo mínimas as modificações dos alimentos. Fellows (2006) comenta que

a liofilização reduz a atividade de água sem o aquecimento, resultando em um

alimento com maior retenção da qualidade nutricional e sensorial.

Infelizmente, apesar da liofilização ter como vantagem a preservação das

características do alimento, é um método que requer um custo muito elevado para

implantação e manutenção, além de que exige mais tempo de processamento do que

outros métodos convencionais (FELLOWS, 2006).

Os custos energéticos para a refrigeração são altos e, na liofilização, a

produção de vácuo constitui um custo adicional. Isso, junto com investimento de

capital relativamente alto, resulta em altos custos de produção para alimentos

liofilizados e concentrados por congelamento (FELLOWS, 2006).

Entretanto, deve-se destacar que muitas vezes os consumidores estão

dispostos a pagar um preço mais elevado por um produto de maior qualidade,

principalmente do ponto de vista nutricional.

Dentre os exemplos de produtos liofilizados podemos citar o café, refeições

prontas para militares, mariscos, carne, peixe, ervas aromáticas, algumas frutas e

hortaliças, certos cogumelos, sucos, entre outros produtos alimentícios (GAVA; SILVA;

FRIAS, 2008; ORDÓÑEZ et al, 2005; FELLOWS, 2006).

3.5 Barra de Cereal Os alimentos liofilizados, como por exemplo as frutas, podem ser aplicados em

20

diversos produtos, como barras de cereais, que além de contribuírem para o valor

nutricional, preservam frutos que tem pouco consumo.

Conforme mencionado por Gutkoski et al. (2007) com o aumento da procura

por alimentos balanceados, visando a melhoria de saúde, as barras de cereais são

uma excelente opção por apresentar multicomponentes complexos na formulação.

São um produto elaborado a partir da extrusão da massa de cereais de sabor

adocicado e agradável, sendo fonte de vitaminas, sais minerais, fibras, proteínas e

carboidratos complexos.

A Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005 (BRASIL, 2005), define

que produtos de cereais são aqueles obtidos de partes íntegras que podem ser

processados, desde que não apresente risco à saúde.

Produtos de Cereais: são os produtos obtidos a partir de partes comestíveis de cereais, podendo ser submetidos a processos de maceração, moagem, extração, tratamento térmico e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos (BRASIL, 2005).

As barras de cereais são produtos que utilizam uma diversidade de ingredientes

e atendem a vários segmentos de consumidores preocupados com uma vida

saudável. Os atributos sensoriais somados à procura por benefícios à saúde têm

possibilitado o desenvolvimento de barras de cereais com novos ingredientes

alimentícios, nutritivos e funcionais (SILVA et al., 2009).

A grande procura por alimentos saudáveis aumentou também, o consumo de

barras de cereais devido ao seu valor nutricional. Com isso, é possível elaborar novas

formulações desse produto, visando atrair a atenção do consumidor. Como

mencionado por Silva et al. (2011), o mercado de barras de cereais e alimentos, no

contexto de produtos saudáveis, tem levado a indústria alimentícia à diversificação de

sabores e atributos dos mesmos.

21

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades referente a determinação da composição da guabiroba e barra

de cereal elaborada, foram realizadas nos laboratórios de Microbiologia e Biologia,

Bromatologia, Química e Fertilidade do Solo, Processamento de Vegetais e

Panificação, Análise sensorial e laboratório de Análise Instrumental do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSC) no câmpus de São Miguel do

Oeste/SC.

Nestes espaços procederam-se as análises físico-químicas, sensoriais e

microbiológicas da barra de cereal, da guabiroba verde, madura e liofilizada, as quais

seguiram metodologias consagradas da área, que serão citadas a seguir.

4.1 Metodologias As guabirobas (Campomanesia xanthocarpa Berg.) foram coletadas no interior

do município em que se realizou o estágio (São Miguel do Oeste – SC), coletando-se

frutos maduros e verdes, para que fosse possível observar as diferenças estatísticas

entre a composição de diferentes estádios de maturação, bem como a característica

do fruto liofilizado.

Os frutos foram higienizados em água corrente e solução de hipoclorito de

sódio a 2 %. Depois de secos em papel toalha, foram acondicionados em sacos de

polietileno e congelados a -18 ºC.

Para a realização das análises, as frutas foram trituradas em moinho analítico

(IKa, Sataufen, Alemanha) para tornar mais homogênea as amostras e facilitar a

determinação dos compostos desejáveis.

A composição centesimal, acidez total titulável, pH, sólidos solúveis totais e

vitamina C foram determinados segundo metodologias do Instituto Adolfo Lutz (2008).

Sendo que para as análises de umidade, lipídeos e cinzas aplicou-se método

gravimétrico. Já para a determinação de acidez total, vitamina C e açúcares redutores

totais empregou-se a titulometria. A proteína bruta foi determinada através de

digestão, destilação e titulometria da amostra conforme técnica de Kjeldahl, sólidos

solúveis totais utilizando-se refratometria e pH através de eletrometria.

22

O conteúdo de polifenóis totais foi determinado através do método Folin-

Ciocalteu (SINGLETON; ROSSI, 1965) e os carotenoides totais e atividade pró-

vitamina A foram definidos utilizando método da AOAC (2000). A determinação da

atividade antioxidante foi realizada segundo Kim et al. (2002). Empregando-se método

de espectrofotometria para realização dessas análises.

A atividade de água foi determinada com o equipamento Lab Master Aw

(Novasina, Lachen, Suíça) e o conteúdo de potássio de acordo com o método da

AOAC (2005) aplicando-se fotometria de emissão de chama.

Para a identificação e quantificação dos compostos voláteis, foi empregada

extração por microextração em fase sólida no modo headspace (HS-SPME), utilizando

uma fibra DVB/CAR/PDMS (Supelco, Bellefonte, EUA). As análises cromatográficas

foram executadas em um cromatógrafo a gás (GC) acoplado a um espectrômetro de

massas (IT/MS) Varian CP-3800 (EUA), de acordo com metodologia de Arcari et al.

(2017).

Os frutos maduros congelados (-18 ºC) foram submetidos a liofilização em

liofilizador Liotop modelo L101 (São Carlos – SP) por 20 horas, até que se observou

que os frutos apresentavam umidade inferior a 30 %.

Os frutos que foram submetidos ao processo de liofilização foram analisados

com base nas metodologias supracitadas e destinados a preparação de barras de

cereais de acordo com metodologia adaptada de Gutkoski et al. (2007).

Elaborou-se duas formulações de barras de cereais, uma com 5 % e a outra

7,5 % de guabiroba liofilizada, tendo como fórmula a lista de ingredientes da Tabela 1.

23

Tabela 1. Formulação das barras de cereais elaboradas com guabiroba liofilizada.

Ingredientes %

Aveia em flocos 1,69

Farelo de aveia 7,31

Flocos de arroz 11,59

Lecitina de soja 0,14

Colágeno 2,89

Ácido cítrico 0,03

Açúcar de baunilha 0,72

Castanha de caju 8,68

Castanha do Brasil 8,68

Amêndoas 8,68

Glicose 7,24

Açúcar mascavo 4,34

Sorbitol 11,58

Água 10,70

Guabiroba liofilizada 5 ou 7,5*

* A partir do total dos demais ingredientes. Fonte: próprio autor (2018).

As barras de cereais foram elaboradas a partir da pesagem dos ingredientes

secos. Depois, eles eram tostados por 12 minutos a 180 ºC e adicionados à calda que

continha os demais ingredientes dissolvidos. A calda foi preparada com a dissolução

em água de açúcar mascavo, glicose, sorbitol, colágeno e lecitina de soja, com

aquecimento até atingir 75 ºBrix. Após, colocava-se a mistura em uma forma e

pressionava-se com rolos para juntar a mistura de forma que a mesma não ficasse

quebradiça e irregular. Em seguida, a mistura foi submetida ao forneamento por 5

minutos a 180 ºC.

Posteriormente, resfriou-se as barras à temperatura ambiente, realizou-se o

corte dos pedaços e armazenou-se em papel alumínio.

Após a produção, as barras de cereais foram analisadas quanto à composição

nutricional utilizando as metodologias anteriormente citadas. Realizou-se ainda a

pesquisa de Bacillus cereus, coliformes a 45 °C e Salmonella sp., de acordo com os

métodos oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL,

2003).

24

A avaliação sensorial por testes afetivos de aceitação de atributos e teste de

intenção de compra foi realizada com 60 avaliadores não treinados. As três

formulações de barras de cereais (padrão – 0 %, 5 % e 7,5 %), foram avaliadas por

60 avaliadores não-treinados, de idade entre 14 a 30 anos. Foram feitos testes quanto

à aceitação global e intenção de compra, sendo que a escala hedônica possuía

atributos que iam desde “gostei muitíssimo” (1) até “desgostei muitíssimo” (9). Já para

a intenção de compra, os critérios variaram de “certamente compraria” (5) até “nunca

compraria” (1). Além disso, os provadores deveriam concordar com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, o qual teve como objetivo explicar brevemente o

projeto juntamente com a declaração de aceite do termo, para que assim pudessem

realizar a análise. Eles deveriam preencher, além das avaliações, uma questão que

consistia em saber se os provadores conheciam o fruto da guabiroba ou não.

Para a realização dos testes, as amostras foram cortadas em quadrados

pequenos de aproximadamente 3 cm x 4 cm, sendo dispostos apenas um pedaço de

cada formulação em pratos plásticos identificados com números aleatórios,

juntamente com copos descartáveis com água mineral. Realizou-se a análise em

Laboratório de Análise Sensorial, onde cada avaliador sentava-se em uma cabine

separada para que houvesse sigilo e concentração para a avaliação.

Com os resultados de cada atributo da análise, que foram realizados em

triplicata, construiu-se uma tabela e posteriormente aplicou-se os dados no software

Statistica v.10 (Statsoft Inc., Tulsa, EUA), sendo aplicado o teste de variância

(ANOVA), selecionando-se a probabilidade de 5% de erro.

25

4.2 Resultados Obtidos

As amostras de guabiroba madura e guabiroba verde, diferenciaram-se quanto

ao conteúdo de umidade, acidez total, pH, sólidos solúveis totais, proteína bruta,

potássio, polifenóis totais, carotenoides totais e atividade pró-vitamina A (Tabela 2).

Tabela 2. Composição química da guabiroba madura e guabiroba verde

Composição química* Guabiroba

verde

Guabiroba madura Diferença significativa

(p ≤ 0,05)

Umidade (%) 78,75 ± 0,29 80,36 ± 0,22 **

Acidez total (% ácido cítrico) 0,68 ± 0,08 0,47 ± 0,05 **

pH 4,42 ± 0,03 3,95 ± 0,01 **

Sólidos solúveis totais (ºBrix) 1,13 ± 0,21 16,2 ± 0,36 **

Proteína bruta (%) 5,18 ± 0,32 2,42 ± 0,73 **

Lipídeos (%) 10,07 ± 1,74 6,42 ± 1,86 -

Cinzas (%) 3,02 ± 0,29 2,8 ± 0,53 -

Açúcares redutores totais (%) 5,58 ± 0,42 7,32 ± 1,17 -

Atividade de água 0,96 ± 0,001 0,96 ± 0,001 -

Potássio (mg/100 g) 112,28 ± 4,48 82,76 ± 15,56 **

Polifenóis totais (mg eq. ácido gálico/100g) 525,10 ± 2,89 390,45 ± 13,47 **

Vitamina C (mg ácido ascórbico/100g) 697,29±223,99 650,71 ± 93,75 -

Carotenoides totais (mg β-caroteno/100g) 0,29 ± 0,04 0,15 ± 0,03 **

Vitamina A (UI/kg) 176,79 ± 17,81 91,59 ± 17,35 **

Atividade antioxidante (uM TEAC/100g) 403,12 ± 20,07 416,93 ± 175,44 -

* Resultados expressos em massa fresca. ** Diferença significativa ao nível de significância de 5 %.

A guabiroba verde apresentou maior acidez (0,68 %, expresso em gramas de

ácido cítrico/ 100 gramas de amostra), pH (4,42), proteínas (5,18 %), potássio (112,28

mg/100 g), polifenóis totais (525,10 mg em equivalentes de ácido gálico/ 100 g) e

carotenoides totais (0,29 mg de β-caroteno/ 100g), quando comparada à guabiroba

madura. Esses parâmetros encontram-se reduzidos na fruta madura devido ao

processo de maturação e, por esse mesmo motivo, encontram-se valores maiores de

umidade (80,36 %) e sólidos solúveis totais (16,2 ºBrix).

Algumas variáveis foram maior na guabiroba verde em virtude do processo de

respiração ser menor, tendo então menor taxa metabólica e maior concentração dos

seus componentes.

26

A redução da acidez total titulável (ATT) e o aumento dos sólidos solúveis totais

(SST) referem-se a um parâmetro chamado razão SST/ATT. Este parâmetro é uma

das melhores formas de avaliação do sabor, maturação e palatabilidade dos frutos, a

qual ocorre, em grande parte, devido ao balanço de ácidos orgânicos e açúcares,

sendo mais representativo que a mensuração destes parâmetros isoladamente.

Quando esses valores são altos, significa que o fruto está em bom estádio de

maturação, pois o mesmo aumenta quando há decréscimo de acidez e alto conteúdo

de SST, decorrentes da maturidade (CASTRO, 2015). Na guabiroba madura foi obtida

razão SST/ATT de 34,47, enquanto na guabiroba verde, 1,66.

Ocorreu essa maior razão em virtude da respiração, pois durante o processo

de respiração do fruto, ele consome ácidos orgânicos, diminuindo a acidez e pelo

amido catabolizado em açúcar, aumenta-se a quantidade de sólidos solúveis.

Em relação ao teor de proteína bruta, verificou-se diferença em relação a outros

trabalhos. Morzelle et al. (2015), relatou uma média de 1,43 % de proteínas, sendo

menor que o valor obtido com essa pesquisa (2,42 %) para amostra de guabiroba

madura.

Observou-se que, ao longo da maturação da guabiroba, a concentração de

lipídeos diminuiu. A diminuição da concentração de lipídeos é comum em frutos

durante a maturação, uma vez que os ésteres etílicos de ácidos graxos são produzidos

enzimaticamente através de uma reação entre ácidos graxos e a acetil-CoA

(MORENO-ARRIBAS; POLO, 2009). Ademais, a concentração lipídica dos frutos

maduros foi mais elevada se comparada ao estudo realizado por Morzelle et al. (2015).

Silva, Diniz e Silva (2007) verificaram que no mamão papaia o teor de lipídeos é maior

no fruto verde do que no estádio maturado, como observado para a guabiroba.

Verificou-se que a guabiroba verde apresentou maior conteúdo de polifenóis

totais do que a guabiroba madura. Os resultados encontrados para a guabiroba

madura foram superiores aos encontrados por Lima et al. (2011) para a acerola e

outras frutas tropicais. Os compostos fenólicos estão sendo estudados por diversos

pesquisadores por estarem relacionados com a diminuição do risco de algumas

doenças no ser humano, visto que possuem elevada atividade antioxidante (IMEH;

KHOKHAR, 2002). Neste estudo, observou-se elevada atividade antioxidante quando

comparado a outros frutos, como goiaba, acerola, abacaxi, graviola, bacuri e cupuaçu

(LIMA et al., 2011).

Relativo aos compostos voláteis, foram identificados compostos das classes

27

dos monoterpenos, sesquiterpenos, hidrocarbonetos, álcoois fúseis, álcoois C6,

acetatos de álcoois superiores, ésteres etílicos de ácidos graxos, ésteres metílicos de

ácidos graxos, aldeídos, C13-norisoprenoides e cetonas em amostra de guabiroba

madura como mostrado na Figura 1.

Figura 1. Classes de compostos identificados em amostra de guabiroba madura.

Nos frutos, os compostos da família dos monoterpenos (compostos com dez

átomos de carbono) apresentam maior expressão aromática e são formados a partir

do ácido mevalônico durante a maturação dos frutos (STYGER; PRIOR; BAUER,

2011).

Os compostos majoritários, com base na área dos picos cromatográficos, foram

α-selineno, longifoleno, α-muuroleno, α-guaieno, guaiol, cariofileno, bulnesol, β-

cadineno, γ-selineno, β-gurjuneno, (+)-valenceno, limoneno, 1-hexanol e acetato de

etila, conforme se observa na Figura 2. Esses compostos são responsáveis pelo odor

herbáceo, amadeirado, balsâmico, especiarias, terroso, cítrico, doce e frutado com

notas de abacaxi.

28

Figura 2. Área dos principais compostos voláteis identificados em amostra de guabiroba madura.

Quando comparadas a guabiroba madura e liofilizada, observou-se diferença

quanto aos parâmetros de composição nutricional avaliados, exceto para o percentual

de proteína bruta e de cinzas (Tabela 3). A guabiroba madura apresentou maior

conteúdo de umidade, lipídeos e vitamina C e maior atividade de água quando

comparada à liofilizada.

Durante o processo de liofilização dos frutos ocorreu degradação da vitamina

C, com redução de aproximadamente 73 % do conteúdo de ácido ascórbico. Isso se

explica pelo fato de que a vitamina C é hidrossolúvel e possivelmente foi arrastada

com a água removida durante a liofilização.

A redução da vitamina C também foi observada em outros estudos, a exemplo

de Menezes et al. (2009), que estudaram métodos de obtenção de pó de acerola

verde, mostrando que as variações de temperatura aplicadas nos processos de

desidratação contribuem para a degradação do ácido ascórbico. No que se refere à

diminuição do conteúdo de lipídeos durante a liofilização, não há dados na literatura

que expliquem o ocorrido, sendo necessários mais estudos a respeito.

Á re a

Co

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os

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20000

40000

60000

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200000

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29

Tabela 3. Composição nutricional da guabiroba madura e liofilizada

Composição nutricional*

Guabiroba madura

Guabiroba liofilizada

Diferença significativa

(p ≤ 0,05)

Umidade (%) 80,36 ± 0,22 26,92 ± 1,33 **

Acidez total (% de ácido cítrico) 0,47 ± 0,05 2,24 ± 0,23 **

pH 3,95 ± 0,01 4,36 ± 0,04 **

Sólidos solúveis totais (ºBrix) 16,2 ± 0,36 26,74 ± 2,23 **

Proteína bruta (%) 2,42 ± 0,73 3,53 ± 0,46 -

Cinzas (%) 2,8 ± 0,53 2,44 ± 0,01 -

Lipídeos (%) 6,42 ± 0,76 0,24 ± 0,06 **

Açúcares redutores totais (%) 7,32 ± 1,17 26,74 ± 2,23 **

Atividade de água 0,96 ± 0,001 0,59 ± 0,001 **

Potássio (mg/ 100 g) 82,76 ± 15,56 1578,42 ± 12,71 **

Polifenóis totais (mg eq. ácido gálico/ 100g) 390,45 ± 13,47 643,11 ± 79,33 **

Vitamina C (mg ácido ascórbico/ 100g) 650,71 ± 38,27 175,34 ± 0,52 **

Carotenoides totais (mg β-caroteno/ 100g) 0,24 ± 0,08 21,85 ± 0,47 **

Vitamina A (UI/ kg) 142,13 ± 11,75 13112,72 ±283,41 **

Atividade antioxidante (uM TEAC/ 100g) 416,93 ± 65,11 1042,57 ± 145,36 **

* Expresso em massa fresca. ** As amostras diferem ao nível de significância de 5 % de probabilidade de erro.

Em virtude do processo de remoção da água, ocorreu aumento da acidez total

e pH, concentração dos açúcares redutores totais e sólidos solúveis totais, potássio,

polifenóis totais, carotenoides totais e atividade pró-vitamina A, com consequente

aumento da atividade antioxidante nos frutos liofilizados. Depois da liofilização,

aproximadamente 30 g de guabiroba desidratada são suficientes para garantir a

ingestão diária recomendada de vitamina A para adultos (BRASIL, 2005).

A guabiroba liofilizada foi adicionada em formulações de barras de cereais na

proporção de 5 e 7,5 % do total de ingredientes. Os resultados da composição

nutricional das barras de cereais com guabiroba liofilizada são mostrados na Tabela

4, em que se pode perceber que as amostras diferem somente quanto à atividade de

água.

30

Tabela 4. Composição nutricional de barras de cereais formuladas com 5 % e 7,5 % de guabiroba liofilizada

Composição nutricional* Barra de cereais

5 % guabiroba

Barra de cereais

7,5 % guabiroba

Diferença

Significativa (≤ 0,05)

Umidade (%) 13,55 ± 0,61 12,74 ± 0,83 -

Acidez total (% ácido cítrico) 0,52 ± 0,10 0,42 ± 0,02 -

pH 5,68 ± 0,01 5,67 ± 0,02 -

Açúcares redutores totais (%) 13,51 ± 0,86 12,38 ± 0,91 -

Proteína bruta (%) 13,4 ± 0,69 13,20 ± 1,56 -

Lipídeos (%) 21,98 ± 5,40 18,71 ± 0,59 -

Cinzas (%) 1,59 ± 0,09 1,53 ± 0,03 -

Atividade de água 0,71 ± 0,001 0,69 ± 0,001 **

Potássio (mg/100 g) 1105,38 ± 30,77 1109,78 ± 32,34 -

Polifenóis totais (mg ácido gálico/ 100 g) 32,2 ± 9,60 33,87 ± 0,88 -

* Expresso em massa fresca. ** As amostras diferem ao nível de significância de 5 % de probabilidade de erro.

Alto conteúdo de potássio foi encontrado nas duas formulações de barras de

cereais e, a guabiroba liofilizada pode ter contribuído para este resultado, uma vez

que possui significativa quantidade deste mineral (1578,42 mg/ 100g). Também se

observou elevado conteúdo de lipídeos, que possivelmente está associado aos

ingredientes aveia, farelo de aveia e às castanhas, que possuem elevada

concentração de lipídeos (TACO, 2011). Altos teores de proteína bruta foram, ainda,

encontrados nos produtos elaborados. Segundo a TACO (2011), a aveia possui

quantidade significativa de proteína, principalmente se processada em forma de

farelo, o que pode contribuir para o resultado observado. No que tange aos polifenóis

totais, alto conteúdo foi observado nas barras de cereais com guabiroba liofilizada.

Em um estudo sobre a adição de resíduo agroindustrial do maracujá em barras de

cereais, semelhante conteúdo de polifenóis totais foi obtido com a adição de 25 % do

resíduo (SILVA et al., 2009).

Na pesquisa de Bacillus cereus, coliformes a 45 °C e Salmonella sp foram

obtidos resultados inferiores aos limites dispostos na legislação brasileira (BRASIL,

2001). Desta maneira, as barras de cereais foram submetidas à avaliação sensorial,

cujo resultado é mostrado na Figura 3.

31

Figura 3. Notas atribuídas às barras de cereais com guabiroba no teste de aceitação de atributos (a) e teste de intenção de compra (b).

Os resultados da análise sensorial apontaram que não há diferença

estatisticamente significativa (p ≤ 0,05) entre as amostras analisadas para os aspectos

cor, aparência, aroma, sabor, textura e aceitação global. Para todos os atributos as

notas variaram de gostei ligeiramente (nota 6) a gostei moderadamente (nota 7).

32

No teste de intenção de compra, os avaliadores manifestaram que talvez

comprariam as amostras de barras de cereais com guabiroba liofilizada, não sendo

observada diferença significativa entre as amostras.

De maneira geral, os resultados obtidos demonstram o potencial nutritivo dos

frutos de guabiroba tanto verde, maduro como liofilizado, o que permite a sua

aplicação em produtos alimentícios visando agregação de valor, bem como auxiliar a

saúde do consumidor. Ainda, este estudo mostra que é possível valorizar e aproveitar

um fruto pouco conhecido, mas que se apresenta disponível nas matas nativas da

Região Sul.

33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A guabiroba é um fruto rico em nutrientes como potássio, vitamina C e

carotenoides totais. Durante a maturação dos frutos de guabiroba observou-se o

aumento na concentração de sólidos solúveis totais e diminuição da acidez total,

culminando com maior valor de razão SST/ATT para a guabiroba madura, conforme

era esperado. Ainda, verificou-se a diminuição na concentração de carotenoides totais

e lipídeos, que podem estar associados à formação de compostos voláteis das

famílias dos norisoprenoides e ésteres, respectivamente. Ademais, a guabiroba

madura destaca-se quanto ao elevado conteúdo de proteínas, polifenóis totais,

atividade antioxidante e por apresentar odores predominantemente herbáceos,

amadeirados, cítricos e doces.

Com o processo de liofilização ocorreu degradação da vitamina C, com

diminuição significativa do seu conteúdo, e concentração dos demais nutrientes, com

destaque para carotenoides totais, o que faz da guabiroba liofilizada uma fonte de

vitamina A. A guabiroba liofilizada apresentou elevado conteúdo de polifenóis totais,

carotenoides totais, alta atividade pro-vitamina A e atividade antioxidante,

comprovando o potencial bioativo deste alimento desidratado. Esses resultados

indicam a viabilidade da aplicação da liofilização para a conservação deste fruto

nativo, uma vez que concentra compostos nutricionalmente importantes e permite sua

aplicação em produtos alimentícios de forma a agregar valor.

A aplicação da guabiroba liofilizada na formulação de barras de cereais resultou

em produtos com alto conteúdo de proteínas, lipídeos, potássio e polifenóis totais,

além de apresentar propriedades sensoriais agradáveis, com similar aceitação para a

adição de 5 % e 7,5 % de guabiroba liofilizada.

O uso de microextração em fase sólida permitiu a identificação de diferentes

classes e maior número de compostos voláteis quando comparado ao método de

extração dos óleos essenciais e mostrou que a guabiroba apresenta odores

predominantemente herbáceos, amadeirados, cítricos e doces. Desta maneira, a

guabiroba tem potencial para aplicação como aromatizante a saborizante em diversas

formulações de produtos alimentícios, como por exemplo, barra de cereais, sorvetes,

iogurtes, bolos, biscoitos, sobremesas, entre outros, logo que demonstrou elevada

importância nutricional com base nos resultados obtidos.

34

Ademais, a guabiroba pode auxiliar na renda familiar através de fabricação de

produtos artesanais e caseiros como compotas e geleias, valorizando uma fruta nativa

que muitas vezes é desperdiçada e agregando valor a saúde do consumidor.

O presente trabalho contribuiu para enriquecer a carreira profissional, bem como

auxiliar no crescimento pessoal. Através dele, foi possível perceber a importância de

se conhecer os frutos nativos e sua composição, com o intuito de valorizá-los e

incrementá-los em produtos já existentes, tornando-os mais frequente na mesa da

população.

Além disso, foi possível aliar teoria e prática ao aplicar os conhecimento obtidos

até então com o curso, percebendo a importância da área de análise de alimentos e

elaboração de novos produtos.

Ademais, foi perceptível a importância da área da pesquisa científica, tanto com

relação ao desenvolvimento de novos produtos, quanto a caracterização de alimentos

poucos conhecidos. O que permite trazer a comunidade externa, maior informação

acerca da qualidade dos alimentos e proporcionar as indústrias uma possível

comercialização de novos produtos. Ainda, com relação aos métodos analíticos

empregados, foi de fundamental importância a execução dos mesmos, já que muitas

vezes não se há a possibilidade de aprende-los detalhadamente durante o curso.

Além do mais, constata-se que, como futura profissional da área de alimentos, há

muito o que se fazer com relação a prestar informações para as indústrias, objetivando

o incentivo da agregação de valor nutricional dos produtos produzidos pela mesma, já

que cada vez mais a população está em busca da melhora na qualidade de vida, o

que inclui a alimentação saudável.

De maneira geral, com o desenvolvimento do estágio obrigatório, percebeu-se

quais funções um tecnólogo em alimentos pode desempenhar, clareando a visão dos

acadêmicos quanto às possíveis áreas de atuação e o mérito desse profissional frente

a sociedade.

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REFERÊNCIAS

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