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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CAMPUS CHAPECÓ ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO ANDRÉ TIAGO ANDREOLA JOSIMAR RISSI LUCAS JOSÉ FRIZON AUTOMAÇÃO DE UM CARRO LINEAR PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE SOLDAGEM MIG-MAG E TIG COM AJUSTE DE VELOCIDADE E CONTROLE DE POSICIONAMENTO PROJETO INTEGRADOR IV CHAPECÓ 2014

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA

CATARINA

CAMPUS CHAPECÓ

ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

ANDRÉ TIAGO ANDREOLA

JOSIMAR RISSI

LUCAS JOSÉ FRIZON

AUTOMAÇÃO DE UM CARRO LINEAR PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE

SOLDAGEM MIG-MAG E TIG COM AJUSTE DE VELOCIDADE E CONTROLE DE

POSICIONAMENTO

PROJETO INTEGRADOR IV

CHAPECÓ

2014

2

AUTOMAÇÃO DE UM CARRO LINEAR PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE

SOLDAGEM MIG-MAG E TIG COM AJUSTE DE VELOCIDADE E CONTROLE

DE POSICIONAMENTO

ANDRÉ TIAGO ANDREOLA

JOSIMAR RISSI

LUCAS JOSÉ FRIZON

Projeto apresentado à

disciplina Projeto Integrador IV, como

requisito parcial de avaliação.

Professores Alfen Souza e Guilherme de

S. Weizenmann

Chapecó

2014

3

Introdução

A matriz curricular do curso de Engenharia de Controle e Automação do

IFSC, Campus Chapecó, apresenta disciplinas diferenciadas, que tem como objetivo

tornar o curso consonante com a instituição em que está inserido.

Unidades curriculares como o Projeto Integrador (PI), disciplina esta que já é

ministrada em outros cursos oferecidos pelo IFSC, vem se estabelecendo, trazendo

produções significativas para a instituição profissionalizante em questão.

No curso de Engenharia de Controle e Automação, o Projeto Integrador está

disposto ao longo de quatro semestres, e os principais objetivos da disciplina,

segundo o projeto pedagógico do curso, são:

Integrar os conhecimentos adquiridos no curso, até o ponto onde o

projeto é desenvolvido;

Conciliar teoria, prática, estimulando consciência e compreensão de

maior amplitude nos estudos;

Desenvolver metodologia de pesquisa e apresentação de trabalhos;

Incentivar o espírito empreendedor e de liderança;

Promover maior interação entre os docentes e alunos.

A metodologia para o desenvolvimento do PI é apresentada no Manual do

Projeto Integrador. Neste documento estão descritos todos os processos para a

efetivação da unidade curricular, desde os processos de planejamento, seleção de

equipes, seleção de projetos, métodos de avaliação, apresentação e defesa do

projeto final.

Além disso, são apresentados os requisitos que devem ser atendidos, os

instrumentos que devem ser utilizados para a execução dos trabalhos, como devem

ser feita a solicitação de recursos, dos orientadores, das competências e habilidades

a serem desenvolvidas.

Com base nos requisitos apresentados, definiu-se o projeto descrito ao

longo deste trabalho. Este deve atender às especificações expostas acima, e trazer

o melhor aproveitamento possível aos seus desenvolvedores.

O projeto proposto consiste, basicamente, do desenvolvimento da

Automação de um carro linear para aplicação em processo de soldagem MIG-MAG e

TIG com ajuste de velocidade e controle de posicionamento (Fig. 1).

4

Figura 1: Equipamento a ser automatizado

Acredita-se que com o desenvolvimento deste trabalho, as práticas de

ensino requisitadas serão atendidas. Os integrantes envolvidos no planejamento e

execução das atividades serão beneficiados, já que os processos para a elaboração

do protótipo envolvem os mais diversos campos da matriz curricular da Engenharia

de Controle e Automação do IFSC.

Estrutura do Projeto

1. PROJETO INFORMACIONAL

O projeto informacional está embasado na definição do problema do projeto.

A partir disso, foi desenvolvido um levantamento de informações, buscando entender

de maneira clara a problemática proposta.

Ao final desta etapa, foi obtida uma lista de especificações do projeto, que

orientará a geração de soluções, além de fornecer a base sobre a qual serão

desenvolvidas as próximas etapas do processo de desenvolvimento (ROZENFELD

5

et al., 2006). Para tanto, serão apresentados ao longo desta sessão, alguns tópicos

para a obtenção das especificações do projeto.

Algumas das informações apresentadas serão: a definição do problema do

projeto; a pesquisa de informações, com um levantamento da existência de produtos

semelhantes ao que será desenvolvido neste projeto; A definição dos atributos do

produto; Os clientes, as necessidades e os requisitos dos clientes; Os requisitos do

projeto; E por fim as especificações do projeto.

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivos Gerais

Desenvolvimento de um protótipo de uma máquina de soldagem

automatizada para processos de soldagem a arco elétrico, especialmente para os

processos MIG/MAG e TIG. Mais especificamente, realizar-se-á o estudo e

construção de um modelo de controle de velocidade e posição de soldagem, para

união de chapas.

1.1.2. Objetivos Específicos

Controlar a velocidade de Soldagem;

Controlar a distância de pontos de soldagem;

Controlar o ponto de início de soldagem;

Controlar o ponto final de soldagem;

Controlar o comprimento do cordão de solda;

Desenvolver interface de Controle.

1.2. Fundamentação

No mercado atual, local, a automação dos processos de soldagem ainda não

está muito desenvolvida. A continuidade do desenvolvimento do projeto do

equipamento de soldagem automática, tornando-o automatizado e auto controlável

permitirá a apresentação à comunidade local um projeto que vem ao encontro às

suas necessidades.

Outro fator que faz com que haja estudos na área da automação da

soldagem é a busca pela eficiência, rapidez, produtividade e também alcançar a

maior independência em relação ao soldador, visto que há cada vez menos

soldadores preparados para o mercado de trabalho, isso gera uma dependência da

6

demanda de mão de obra qualificada. Por isso, a necessidade das empresas

investirem em tecnologias para produzirem mais com menos trabalhadores, bem as

instituições de ensino incentivar seus estudantes a desenvolver projetos de

pesquisas relacionados à área de demanda.

O sistema, ora desenvolvido, permitirá o uso de dois tipos de solda, o

MIG/MAG (“Metal Inert Gas” e “Metal Active Gas”) e o TIG (Tungsten Inert Gas), que

são amplamente utilizados nas indústrias de máquinas em geral.

1.2.1. Automação da soldagem

A automação da soldagem possibilita melhoria mensurável tanto na

qualidade quanto na produtividade, além disso, as condições de trabalho são menos

insalubres. Em ambientes onde as condições são adversas, como em locais de

temperatura elevada, para condições humanas, e tendo em mente que o uso de

ventiladores não pode ser usado próximo de processos de soldagem a arco, os

processos automáticos são de grande valia. Seguindo nessa linha de raciocínio,

temos também a redução nos custos operacionais, pois com o aumento da

velocidade de soldagem utiliza-se menor quantidade de gás, menor número de

pessoas trabalhando para executar a mesma tarefa, além da diminuição de

retrabalhos em virtude ocorrerem soldagens inadequadas.

1.2.2. Processos de Soldagem Aplicados

Dentre os processos de soldagem, os mais adequados ao projeto a ser

desenvolvido são o MIG/MAG e o TIG.

O processo MIG/MAG é um processo de soldagem a arco elétrico que utiliza

gases inertes ou misturas deles (MIG) e também gases ativos ou misturas de gases

ativos e inertes (MAG) para proteger a poça de fusão e a região adjacente a ela

contra os gases atmosféricos que possam prejudicar a soldagem. Esses processos

também são conhecidos pela sigla GMAW (Shielded Metal Arc Welding), e são

utilizados para unir peças metálicas pelo aquecimento e pela fusão delas e do

eletrodo, a partir de um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico nu

consumível e a peça a ser soldada (Fig. 2).

7

Figura 2: Processo MIG/MAG

O processo TIG permite soldar materiais com ou sem metal de adição,

autógeno. Dependendo da aplicação da solda, é possível adicionar material à poça

de fusão; nesse caso, o material deverá ser compatível com o metal de base. Esse

processo foi desenvolvido na década de 40 para soldagem de aços inoxidáveis e de

ligas de alumínio e magnésio; atualmente, é utilizado para soldar praticamente todos

os metais. É caracterizado por utilizar um arco elétrico, o qual é formado entre um

eletrodo não consumível de tungstênio e a peça, onde a poça de fusão e o eletrodo

são protegidos da ação da atmosfera por um gás inerte (argônio ou hélio). Esse arco

elétrico atua como fonte de calor para fundir os metais, podendo ainda ser

adicionado um metal de adição (Fig. 3).

Figura 3: Processo TIG

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1.2.3. Velocidade de Soldagem

A velocidade de soldagem é um parâmetro que influencia fortemente na

geometria do cordão de solda. Se a velocidade for demasiadamente alta o cordão

fica com geometria convexa, com bordas irregulares e pouca. Por outro lado, com

uma velocidade muito baixa, ocorre a inclusão de escórias no interior da solda, não

obstante, o cordão ainda tem formato irregular e pode ocorrer a perfuração da

chapa. Neste contexto, a velocidade de soldagem tem importância fundamental, não

somente no que se refere à qualidade do processo, apresentado acima, mas

também na questão econômica financeira, haja vista que além do descarte do

material em condições imperfeitas, há o gasto com energia utilizada no processo e

tempo de produção.

1.2.4. Abertura do Arco de Solda

O arco elétrico é a fonte mais comum de calor usado nos processos de

soldagem. Essa fonte energética é amplamente utilizada, pois há uma facilidade de

controle, baixo custo dos equipamentos e um nível de risco a saúde, aceitável.

O arco elétrico possui fenômenos físicos altamente complexos. O arco

consiste de uma descarga elétrica mantida pela ionização do gás do meio em que

ocorre. Esta ionização tem temperatura elevada o suficiente para fundir os materiais

e por isso usado nos processos de soldagem. Nos processos de soldagem a área da

seção transversal do eletrodo é menor do que a área plana da peça a ser soldada,

isso faz com que o arco elétrico tem um formato cônico (Fig. 4).

Figura 4: Arco elétrico em uma soldagem

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1.3. Benchmark

1.3.1. Definição do problema do projeto

Desenvolvimento de um projeto que atenda, principalmente, os requisitos da

disciplina de Projeto Integrador IV, ministrada no curso de Engenharia de Controle e

Automação, do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, Campus Chapecó, com a

melhoria da interface usuário máquina de um equipamento de solda conhecido como

“trator de solda”, desenvolvido em projetos integradores passados.

A partir da necessidade dos acadêmicos em aplicar e integrar os

conhecimentos adquiridos ao longo do semestre optou-se por esta melhoria por

envolver grande parte das matérias do semestre principalmente na área de

soldagem.

Ao final do projeto, uma interface usuário máquina intuitiva e totalmente

funcional dando uma maior automação ao processo assim como uma melhora na

qualidade e constância da solda produzida pelo equipamento.

1.3.2. Pesquisa de informação

No mercado hoje podem são encontrados diversos equipamentos

destinados à soldagem automática de chapas, perfis ou tubos. Devido a essa

diversidade de equipamentos temos também a variedade de processos como,

MIG/MAG, TIG, Elétrica, Plasma, entre outros. Daremos ênfase aos produtos

relacionados à soldagem por processos a arco elétrico, especialmente aos

MIG/MAG e TIG, já que estes são os processos relacionados ao projeto a ser

desenvolvido.

1.3.3. Tartílope V2 – LABSOLDA

O Tartílope V2, conforme a Figura 5, é um sistema de movimentação

automática em dois eixos para aplicação em processos de soldagem e corte de

chapas metálicas. O sistema tem três componentes principais: teclado, módulo

eletrônico e dispositivo mecânico.

10

Figura 5: Tartílope de solda

O teclado tem a função de receber as entradas do usuário referente aos

parâmetros do processo, possui acoplado a ele um display de cristal líquido para

apresentar informações sobre o processo.

O módulo eletrônico processa e controla os movimentos e possui drivers que

geram os sinais de forma de onda de tensão e corrente para os motores de passo.

O dispositivo mecânico é composto de um dispositivo móvel (que contém

dois motores de passo) o qual corre por sobre um trilho. Os trilhos do Tartílope V2

podem ser encadeados de forma a permitir soldagem ou cortes de grandes

extensões;

1.3.4. NE/SL – Netsu

O NE/SL da Netsu, conforme a Figura 6, é um equipamento destinado à

automação da soldagem longitudinal de diversas peças, tanto interna como

externamente, topo a topo ou sobrepostas. Este equipamento pode apresentar

formas distintas de fixação de peça como, por exemplo, mandril, utilizado para

soldagem de tubos, ou uma mesa de apoio, para chapas planas em geral. O suporte

da tocha é adaptável ao diâmetro das peças a serem soldadas, apresentando ajuste

manual ou motorizado.

11

Figura 6: NE/SL

1.4. Requisitos/Especificações e metas

1.4.1. Atributos do produto

Baseado nas especificações que o projeto deve atender, são apresentadas

as características da interface homem-máquina. Ao longo deste tópico serão

definidas as funcionalidades, especificações, restrições e benefícios do produto final

deste projeto.

1.4.2. Segurança

A interface deve possuir as características básicas de segurança, para que

seja possível a parada do equipamento em caso de algum acidente ocorrer durante

o processo de soldagem.

Ela deve dar a possibilidade de isolamento do operador perante aos riscos

que o processo de soldagem, assim como as insalubridades do mesmo.

1.4.3. Adaptável

Como forma de disponibilizar a melhoria do equipamento a projetos

integradores futuros, o hardware e o software devem ser de fácil entendimento e

modificação para que suas possíveis adaptações sejam alcançadas com maior

facilidade.

1.4.4. Sustentabilidade

12

Os materiais utilizados serão selecionados conforme o melhor

custo/benefício fornecido pelos mesmos. Como forma do projeto não se tornar

obsoleto tão rapidamente e ser descartado em algum próximo projeto integrador, o

mesmo possuirá qualidades de adaptabilidade e desenvolvido com materiais

eletrônicos de grande utilização atual.

1.4.5. Clientes

A definição dos clientes do projeto baseou-se, na ementa da unidade

curricular do Projeto Integrador IV e, no manual dos Projetos Integradores. Estes

documentos abrangem todos os interessados e beneficiados pelo desenvolvimento

deste trabalho.

Portanto, os clientes do projeto são definidos abaixo:

A indústria de metal mecânica interessada em automatizar os processos

de soldagem de chapas metálicas;

A ementa da unidade curricular do Projeto Integrador IV, ministrado no

curso de Engenharia de Controle e Automação, do Instituto Federal de Santa

Catarina – IFSC, Campus Chapecó. A ementa desta unidade curricular

prevê a integração e aplicação dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas

ao longo do oitavo período;

Pessoas, usuários que tenham interesse em conhecer o funcionamento

de um modelo de sistema automatizado.

1.4.5.1. Necessidades dos clientes

A definição das necessidades dos clientes baseou-se, na ementa da unidade

curricular do Projeto Integrador IV, conforme segue abaixo:

Aplicar os princípios de Robótica;

Aplicar os princípios sistemas integrados de manutenção;

Aplicar os princípios de automação na soldagem;

Além dos itens citados anteriormente, que contemplam os conhecimentos

adquiridos nas unidades curriculares do oitavo semestre, outras necessidades

identificadas são:

Sistema adaptável que possibilite a fácil inclusão de novos equipamentos

ao conjunto;

13

Segurança: Proteção contra os riscos e a insalubridade que o processo

possa ocasionar;

Ergonomia: A adequação da interface às disponibilidades de habilidades

psicofisiológicas das pessoas que a utilizarão;

Realizar a soldagem automática de chapas metálicas com processo do

tipo TIG e MIG/MAG.

1.4.5.2. Requisitos do Cliente

As necessidades definidas anteriormente devem ser transformadas em

requisitos dos clientes, ou seja, é preciso definir de que maneira as necessidades

serão atingidas.

A tabela abaixo traz estas informações:

NECESSIDADES DOS CLIENTES REQUISITOS DOS CLIENTES

Aplicar os princípios de Robótica

Utilizar os princípios de robótica determinando o

posicionamento e controle das componentes móveis

do equipamento.

Sistemas integrados de manufatura Padronização e melhoria da qualidade da solda

otimizando custos.

Automação na soldagem Automatizar o processo de soldagem e controlar as

variáveis disponíveis.

Adaptabilidade

Disponibilizar espaço físico para possível upgrade do

projeto e programação simplificada para auxiliar o

entendimento da mesma.

Segurança

Evitar choques elétricos. Evitar cantos vivos nas

estruturas. A interface deverá ser equipada com

sinais de alerta e botões de emergência, não causar

danos aos usuários por deslocamento dos fusos.

Tabela 1: Necessidades dos clientes transformadas em requisitos dos clientes

1.4.6. Requisitos do Projeto

Os requisitos dos clientes devem ser transformados em requisitos de projeto,

ou seja, deve-se exemplificar como os requisitos dos clientes serão atendidos,

conforme tabela abaixo:

REQUISITOS DO CLIENTE REQUISITOS DO PROJETO

Utilizar os princípios de robótica

determinando o posicionamento e

Equacionar os movimentos e graus de liberdade

dos conjuntos móveis, assim como controlar a

14

controle das componentes móveis do

equipamento.

posição do mesmo.

Padronização e melhoria da qualidade

da solda otimizando custos.

Através dos parâmetros de soldagem estudados

nas aulas de automação da soldagem será

escolhida a operação ótima que o equipamento

deverá trabalhar.

Automatizar o processo de soldagem e

controlar as variáveis disponíveis.

Programar o micro controlador a fim de controlar

os drives dos sistemas eletromecânicos de

movimentação e referenciamento.

Disponibilizar espaço físico para

possível upgrade do projeto e

programação simplificada para auxiliar o

entendimento da mesma.

Programar em C, utilizar plataformas open source

de micro controlador, e adquirir um display

amigável a programação.

Evitar choques elétricos. Evitar cantos

vivos nas estruturas. A interface deverá

ser equipada com sinais de alerta e

botões de emergência, não causar

danos aos usuários por deslocamento

dos fusos.

Trabalhar com baixas tensões, chanfrar cantos

vivos, equipar a interface com luzes de

emergência e botão cogumelo, limitar o torque

dos guias lineares.

Tabela 2: Definição dos requisitos do projeto, a partir dos requisitos dos clientes.

Por fim, é necessário transformarmos os requisitos de projeto em

especificações do projeto. Isso deve ser feito atribuindo-se mais três informações

aos requisitos de projeto.

Estas informações são: os objetivos, ou seja, o que se deseja atingir com o

requisito; o sensor, que representa como será verificado o cumprimento das metas

estabelecidas; e a saída desejada. Podemos analisar estas informações na tabela

abaixo.

REQUISITOS DO PROJETO OBJETIVOS SENSOR SAÍDAS DESEJÁVEIS

Equacionar os movimentos e graus de

liberdade dos conjuntos móveis, assim

como controlar a posição do mesmo.

Calcular as

trajetórias Visual

Controle de limites de

cursos e velocidades

de movimentação.

Através dos parâmetros de soldagem

estudados nas aulas de automação da

soldagem será escolhida a operação

ótima que o equipamento deverá

trabalhar.

Melhorar a

soldagem Visual

Cordão de solda

adequado.

Programar o micro controlador a fim de Controlar a Trena, Acionamento

15

controlar os drives dos sistemas

eletromecânicos de movimentação e

referenciamento.

movimentaçã

o do carro

paquímetro controlado

Programar em C, utilizar plataformas

open source de micro controlador, e

adquirir um display amigável a

programação.

Versatilidade

do projeto Visual

Facilitar a adaptação

do produto

Trabalhar com baixas tensões, chanfrar

cantos vivos, equipar a interface com

luzes de emergência e botão cogumelo,

limitar o torque dos guias lineares.

Evitar

acidentes Visual

Estrutura em

conformidade com as

normas de segurança

estabelecidas

Tabela 3: Especificações do projeto

1.5. Cronograma

Projeto

Informacional

Projeto

Conceitual

Projeto

preliminar

Manufatura,

programação

Projeto

detalhado

Apresentação

Agosto 06, 07 X

13, 14 X

20, 21 X X

27, 28 X X

Setembro 03, 04 X

10, 11 X X

17, 18 X

24, 25 X

Outubro 01, 02 X X

08, 09 X

15, 16 X

22, 23 X

29, 30 X

Novembro 05, 06 X

12, 13 X X

19, 20 X X

26, 27 X

16

Dezembro 03, 04 X

10, 11 Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva

17 Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva

Tabela 4: Cronograma

2. PROJETO CONCEITUAL

Com base no levantamento de requisitos e especificações obtidas no projeto

informacional, é possível iniciar o projeto conceitual. Esta etapa consiste,

basicamente, na busca de princípios de solução a fim de encontrar as melhores

alternativas para o desenvolvimento do projeto, atendendo às necessidades dos

clientes.

A primeira etapa para encontrar as soluções mais adequadas ao problema

proposto é o desdobramento da função global, onde as etapas principais serão

detalhadas. Dessa forma, é possível obter uma visão global dos processos que

serão desenvolvidos, para então buscar os princípios de solução adequados.

Os princípios de solução serão obtidos através de um método denominado

Brainstorming, que é considerado um excelente caminho para o desenvolvimento de

soluções criativas (ROZENFELD et al., 2006).

Este método consiste em uma sessão, onde serão lançados os problemas, e

cada integrante da equipe pode sugerir uma ideia para saná-lo.

Por fim, a equipe irá avaliar as ideias sugeridas e selecionar as que melhor

se encaixam as funções desempenhadas pelo projeto a ser desenvolvido.

2.1. Estrutura Funcional

A partir das funções principais, que serão desenvolvidas na automação e

controle de velocidade e posicionamento do carro de soldagem, e a fim de obter

uma melhor visualização dos processos a ser estruturados e construídos, efetuou-se

o desdobramento da função global, conforme fluxograma da Figura 7.

17

Figura 7: Fluxograma do desdobramento da função global

Detalhando a Figura 7, tem-se:

Ligar: Entende-se como a partida da máquina como um todo;

Setup: Configuração dos parâmetros do processo de soldagem;

Velocidade de Deslocamento do Carro: Velocidade que o carro

percorrerá o trajeto que foi indicado;

Ponto de início da soldagem: Ponto a partir do qual o carro começará o

cordão de solda;

Ponto final de soldagem: Ponto máximo que atingira o cordão de solda;

Parâmetros de soldagem: Corrente ou tensão setado na máquina de

solda (Tensão para MIG/MAG, Corrente para TIG);

Posicionamento do carro: Posição inicial do carro, antes de iniciar o

processo de soldagem;

Início do processo: Início do processo de soldagem que foi programado;

Stop: Parada do processo de soldagem antes do término da operação

que foi programada;

Emergência: Parada do processo por motivos não previstos, que possam

causar danos;

Abertura do arco elétrico: Momento, a partir do qual, inicia-se

efetivamente o processo de soldagem;

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PI à PF: Ponto inicial a ponto final de soldagem;

Acionamento: Forma como o carro irá se deslocar;

Acionamento elétrico: Tipos de conversores eletromecânicos de

energia;

Acionamento mecânico: Dispositivos de conversão de movimentos e

forças mecânicas;

Realimentação: Forma de comunicação, para posicionamento do carro.

Resultando em erro zero, a respeito da posição que ele está e a que ele

deveria estar;

Sinalização: Instrumentos que informam problemas ou alarmes que

venham a ocorrer no processo de soldagem.

2.2. Apresentação de Princípios de Soluções

Para a apresentação de possíveis soluções utilizou-se a matriz morfológica.

A matriz morfológica consiste na apresentação de vários princípios de solução, que

serão julgados e selecionados mais tarde. Os princípios de solução devem, em

primeiro lugar, atender as necessidades dos clientes. Esta matriz será construída

pelo método brainstorming, já exemplificado anteriormente.

Função Princípio de

Solução 01

Princípio de

Solução 02

Princípio de

Solução 03

Princípio de

Solução 04

Ligar Botão pulso

verde Botão interface Ligar na tomada

Setup

Controle de

velocidade Potenciômetro Botão pulso Encoder

Ponto de início

de soldagem Botão de pulso Potenciômetro Manual (jog)

Teclado

(coordenadas)

fornecidas no

display

Ponto final da

soldagem Botão de pulso Potenciômetro Manual (jog)

Teclado

(coordenadas)

fornecidas no

display

Parâmetros de

soldagem

Máquina de

solda Potenciômetro Botão de pulso

Posicionamento Manual Coordenadas Acionamento

19

do carro elétrico

Início de

processo Botão de pulso Temporizador Sonoro

Stop Botão de pulso Temporizador Sonoro

Abertura de

arco elétrico Sinal elétrico Manual

Tempo pré-

defindo

Acionamento

elétrico

Motor elétrico

CC

Motor elétrico

CA Motor de Passo Servo motor cc

Acionamento

mecânico Engrenagem Correia em V Polia em V

Deslocamento

linear

Rodas em “V”

sob trilhos Guias lineares

Pinhão e

cremalheira

Correia e

polia(sincronizadora)

Realimentação Potenciômetro

multivoltas

Sensor de

distância Sensor de força Encoder

Sinalização Alerta sonoro Alerta Luminoso

(verde) Nada Alarme na interface

Emergência Botão cogumelo Botão de pulso Cordão de

emergência

Tabela 5: Matriz morfológica

2.3. Esboço funcional

Com base nas necessidades dos clientes, recursos disponíveis e demais

informações levantadas ao longo do projeto informacional e conceitual, foram

selecionados os princípios de solução que a equipe julgou mais adequados. Estes

princípios podem ser visualizados na tabela abaixo.

FUNÇÃO PRINCÍPIO DE SOLUÇÃO SELECIONADA

Ligar Botão pulso verde

Setup

Controle de velocidade Potenciômetro

Ponto de início de soldagem Teclado

Ponto final da soldagem Teclado

Parâmetros de soldagem Máquina

Posicionamento do carro Manual

Início de processo Botão pulso

Stop Botão pulso

Abertura do arco elétrico Sinal elétrico

Acionamento elétrico Motor elétrico cc

Acionamento mecânico Engrenagem

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Deslocamento linear Rodas em “V” sob trilhos

Realimentação Potenciômetro multivoltas

Sinalização Alerta Luminoso

Emergência Botão cogumelo

Tabela 6: Princípios de solução selecionados

Estes princípios de solução foram selecionados pelos motivos:

Ligar: foi selecionado o botão da cor verde tendo em vista os custos,

além de ser uma forma amplamente utilizada como partida de máquinas em

geral;

Controle de velocidade: Selecionado um potenciômetro, pois o mesmo já

se encontra instalado no equipamento a ser automatizado;

Ponto de início e final de soldagem: Selecionado um teclado, em virtude

de facilitar a escolha dos pontos de soldagem;

Posicionamento inicial do carro: Realizado manual ou automaticamente

antes do início do processo de soldagem caso o mesmo não se encontre na

posição determinada no passo de escolha do ponto de início;

Início de processo e Stop: Selecionado botões de pulso será apenas

para enviar um sinal para a máquina iniciar ou para o processo;

Abertura do arco elétrico: Foi selecionado como princípio o sinal

proveniente da máquina de solda, pois o mesmo já está disponível;

Acionamento elétrico e mecânico: Selecionado como princípio o motor

CC e engrenagem, respectivamente, pois estas soluções já se encontram

empregados no sistema original;

Deslocamento linear: Selecionado Rodas em formato de “V” sob trilhos,

pois este é o princípio já instalado;

Realimentação: Selecionado Potenciômetro multi voltas, porque é um

princípio de custo relativamente baixo e, se adapta as condições impostas

pelos processos de soldagem;

Sinalização: Selecionado Alerta luminoso, pois é de fácil percepção e

custo reduzidos;

Botão de Emergência: Selecionado Botão cogumelo, em virtude de ser

amplamente utilizado para esse fim.

21

3. PROJETO PRELIMINAR

Após finalizar o projeto conceitual, que tratava dos princípios de solução que

seriam os mais adequados, ao projeto ora desenvolvido, foi iniciado o projeto

preliminar. Esta parte do projeto é dedicada ao desenvolvimento da modelagem do

sistema a ser construído, no que se refere a esquemas básicos do projeto, desenho

do circuito elétrico, bem como de outros dispositivos mecânicos que serão

incorporados, para o correto funcionamento do projeto.

Com o uso de softwares foram desenhados e projetados o circuito elétrico e

os componentes mecânicos. Com isso é possível que a execução do projeto se

torne mais fácil e ágil, além de evitar erros durante a montagem.

3.1. Diagrama Geral

Em virtude de que os recursos financeiros não foram suficientes para o

desenvolvimento do projeto descrito até o momento, optou-se pela construção de

uma estrutura similar, que desempenhará as mesmas funções. Ao invés de utilizar

vários botões para ligar e desligar, display LCD e o teclado, que seriam acoplados

diretamente à máquina, a alternativa foi o uso de um único botão de emergência, e a

solução para os demais itens foi o uso de um microcomputador. O microcomputador

terá a função dos botões, haja vista que nele irá rodar um software supervisório,

onde serão implementados os mesmos, além de não ser necessário o uso do display

e também do teclado.

Para um melhor entendimento do projeto foi efetuado um diagrama geral que

mostra as partes principais do projeto (Fig. 8). Nele é possível observar em blocos

cada parte do projeto e como eles estão atrelados.

22

Figura 8: Diagrama geral do projeto

De forma geral temos uma alimentação externa que supre as necessidades

da fonte e do supervisório. O supervisório utilizado foi o software ELIPSE SCADA, o

qual roda em um microcomputador. Através de uma rede MODBUS o Arduíno e o

Supervisório trocam informações. Conforme os valores setados no supervisório,

velocidade e posição, o Arduíno envia sinal para o Drive que controla o Motor CC. O

motor CC por sua vez desloca o carro até a posição desejada. Durante todo o trajeto

o Sensor de Posição envia dados ao Arduíno, e este executa um código que fará o

carro se deslocar na velocidade requerida.

3.2. Diagrama Elétrico, de Comunicação e Supervisório

O diagrama elétrico dos componentes que integram o projeto tem a função

de detalhar o sistema elétrico. Com ele é possível ter, além de uma visão global de

toda estrutura elétrica, também os detalhes das ligações dos componentes

eletroeletrônicos.

O sistema elétrico é constituído, basicamente, de uma fonte 12 V CC, um

Arduíno UNO, uma Ponte H (L298), e um potenciômetro, utilizado como sensor de

posição.

O sistema supervisório, desenvolvido através do software Elipse SCADA,

apresenta uma interface gráfica com as informações do processo, como a

velocidade de operação, ponto de início e final do cordão de solda, além de botões

23

de iniciar processo e voltar o carro ao início. Ainda é possível selecionar o valor da

posição de início e final desejado e velocidade de operação.

A comunicação entre o Arduíno e o supervisório é realizada através de uma

rede MODBUS. Esta rede permite ao SCADA enviar valores de referência ao

Arduíno e assim troque informações de seus registradores. Conforme o Arduíno

recebe os dados do supervisório, este faz o processamento e executa o código de

controle e envia um sinal de comando ao drive Ponte H (L298). O drive, que está

conectado ao motor de corrente contínua do carro, ao receber o sinal do Arduíno

através dos pinos 5, 7, 10 e 12, controla o motor de forma adequada, através da

limitação de corrente com ajuste da frequência do PWM (Pulse-Width Modulation).

O sensor de posição, potenciômetro, é ligado ao pino A0 do Arduíno. Este

tem função de ler a posição do carro e informar qual a posição que se encontra ao

Arduino. O diagrama é apresentado na Figura 9, cujo projeto foi desenvolvido no

software Proteus.

Figura 9: Diagrama Elétrico

O Arduíno é uma plataforma open source de baixo custo, dotada de um

microcontrolador Atemega 328A. Este microcontrolador dispõe de sete entradas

analógicas e catorze entradas/saídas digitais, onde uma entrada analógica é ligada

ao sensor de posição e duas saídas PWM são usadas para acionar o motor através

da ponte H. O conversor A/D do Atemega 328A é de 8 bits dando uma resolução de

1024 valores de posição.

24

O driver ponte H possui como principal Circuito Integrado de potência o CI

L298 que contem duas pontes H de transistores, que atuam como chaves que

comutam o motor CC com uma corrente máxima de dois ampères por ponte. Como

as mesmas foram ligadas em paralelo temos disponível até quatro Ampères para

acionar o motor CC com tensão de 12 V, em forma do PWM, disponibilizado pelo

arduíno.

Como sensor de posição foi usado um potenciômetro de dez voltas fixado a

uma engrenagem sincronizada de 60 mm de diâmetro e esta, acoplada a uma

correia sincronizada com comprimento de 1500 mm, proporcionando um

deslocamento máximo do carro de 1080 mm. Haja vista que, o potenciômetro possui

dez voltas, no entanto, como está preso à polia que tem 60 mm de diâmetro, este

tem rotação total menor que seis voltas o que acaba perdendo resolução.

3.3. Projeto Eletromecânico

O projeto eletromecânico foi desenhado no software SolidWorks (Fig. 10). O

sistema projetado consiste de um potenciômetro que é acoplado a uma

engrenagem. Conforme o carro se desloca no trilho a engrenagem é movimentada

angularmente, pois está acoplada a uma correia que tem suas pontas fixadas à base

da mesa de soldagem.

Figura 10: Projeto eletromecânico desenvolvido no SolidWorks

25

A parte do projeto mecânico que trata da movimentação do carro não foi

projetada, visto que já estava construída. Apenas por motivos de desgastes algumas

peças foram substituídas ou reparadas, para não influenciarem negativamente no

desempenho da soldagem. Neste sistema o motor de corrente contínua está

acoplado ao carro e através de engrenagens e correias que impulsionam o carro

tanto para frente quanto para trás. (Fig. 11).

Figura 11: Acoplamento mecânico para deslocamento do carro

3.4. Projeto do Software

O software foi desenvolvido no Arduíno utilizando a IDE (Interface de

Desenvolvimento) disponibilizada pela própria fabricante. A programação foi

desenvolvida na linguagem C, com importação de bibliotecas de comunicação

(MODBUS). Para comunicação com o software ELIPSE SCADA, foram usadas tags,

que em versão gratuita este software disponibiliza dezenove. Essas tags foram

tratadas como registradores dentro da programação do Arduíno conforme as

necessidades do projeto. A demanda do projeto não atingiu o uso de todas as tags.

Destes registradores, usou-se o regs[MB_40001] para transportar os valores

de posição dados pelo potenciômetro, e tratados por uma função de média na

programação. O registrador regs[MB_40008] leva a informação de velocidade do

SCADA para o Arduíno, e este enviar em forma de PWM para a ponte H. O

registrador regs[MB_40019] serve de retenção durante a execução. O registrador

regs[MB_40016] serve para movimentar o carro no sentido contrário ao de

soldagem.

26

A programação de movimentação está toda implementada no Arduíno

cabendo ao software SCADA apenas mostrar valores e receber comandos do

usuário. Por isso, no código do Arduíno foram implementados laços “if” que tomam

todas as decisões necessárias para o processo.

O primeiro laço “if” é responsável por verificar a existência da comunicação

serial, se a mesma não se mostrar presente o processo de soldagem é desligado e é

acionado uma luz de alarme.

Depois deste laço realiza-se a leitura da entrada analógica do potenciômetro

e com esses valores é calculada uma média dos cinco últimos valores. Com esses

valores filtrados inicia-se outro laço “if” que calcula a velocidade real do carro a cada

5 mm de deslocamento. Esse valor de velocidade real seria usado para aplicar o PID

de deslocamento, porém como o tempo de amostragem é muito lento o mesmo

deixou o sistema instável. Após ensaios foi definido que a velocidade seria

controlada em malha aberta, interpolando os valor que o PWM deveria assumir.

Com a velocidade de deslocamento determinada inicia-se outro laço “if”

onde é calculado se o ponto atual do carro é menor que o ponto final, se o botão

“INICIO DO PROCESSO” está acionado e se o arco está aberto. Com estas

condições satisfeitas o motor é acionado com a velocidade desejada até que uma

destas condições se torne falsa, desacionando assim o botão de “INICIO DO

PROCESSO” e abrindo possibilidade ao botão “VOLTAR”.

4. PROJETO DETALHADO

O projeto detalhado consiste do desenvolvimento e construção da estrutura

mecânica, estruturações dos circuitos elétricos, confecção de placas eletrônicas,

além do aprimoramento do sistema através de testes e melhorias, que até então não

estavam visíveis ou mensuradas.

4.1. Estrutura Final

Concluída a fase do projeto preliminar foi dado início à construção do

sistema eletromecânico para acoplamento do potenciômetro sensor de

deslocamento. (Fig. 12).

Para este sistema foram presos três eixos em uma das laterais do carro. No

eixo central foi acoplada a engrenagem sincronizada através de rolamentos, e nos

eixos laterais foram acoplados roletes confeccionados com o polímero poliacetal que

27

servem de apoio para que haja contato entre a correia e a engrenagem

sincronizada.

Com um furo de seis milímetros, no centro da engrenagem, e com um rasgo

de chaveta, o eixo potenciômetro foi acoplado à polia sincronizada, de forma que

proporcionasse o mínimo de folga e, através de uma fina chapa de alumínio o

potenciômetro foi preso à parte superior do carro.

Figura 12: Projeto eletromecânico construído

Após a construção do projeto eletromecânico foi construída a fonte interna

do que alimentará todo o sistema. Através de um transformador monofásico de 220

V de entrada para 12+12 V de saída, e uma ponte retificadora, montou-se a fonte do

projeto, onde a mesma alimenta o Arduíno, o Driver ponte H do motor CC, o Driver

do motor de passo (projeto paralelo, objeto de estudo do controle de altura do arco

elétrico) e demais componentes de menor consumo(Fig. 13).

28

Figura 13: Componentes elétricos do projeto

Paralelamente, enquanto o projeto elétrico estava sendo construído, foi sendo

desenvolvido o sistema supervisório no software Elipse ESCADA (Fig. 14). A tela do

mesmo, onde foram implementados os botões e barras de controle, pode ser visto

na Figura 15.

Figura 14: Software utilizado

29

Figura 15: Tela do supervisório

O botão “INICIAR PROCESSO” dará inicio ao processo de soldagem

fazendo o carro se deslocar para frente, com velocidade ajustada na barra de

“VELOCIDADE”, dentro dos pontos delimitados, desde que o carro encontra-se entre

os pontos de inicio e fim selecionados. Quando o botão for acionado a mensagem

no mesmo altera-se para “EM OPERAÇÃO”, e se acionado novamente retorna a

mensagem “INICIAR PROCESSO”.

O botão “VOLTAR” é usado para fazer o retorno do carro ao ponto inicial do

trilho com velocidade máxima. A cada passe de solda, este botão precisa ser

pressionado para iniciar o próximo passe. Este botão é do tipo liga/desliga, ou seja,

possui retenção a pulso.

Além dos botões existem três barras de controle. Duas são usadas para

estipular os pontos de início e final do cordão de solda, e a terceira para setar a

velocidade de deslocamento do carro. Ao lado das barras de controle é possível

perceber os valores atribuídos e o valor da variável tem em cada instante.

Os demais componentes presente na tela de supervisório são ligados ao

controle de altura do arco de soldagem e fazem parte de outro trabalho desenvolvido

em paralelo a este.

4.2. Testes e Resultados

Depois de concluídos os trabalhos de construção e montagem mecânica

foram dados início aos testes de funcionamento fazendo melhorias no software e no

sistema mecânico.

30

A principal dificuldade enfrentada com o software SCADA, foi a comunicação

com o Arduíno, pois houve dificuldade para encontrar uma biblioteca Modbus_Slave

completa para fazer a comunicação. Na biblioteca encontrada e utilizada, havia os

endereços dos registradores embaralhados o que dificultou seu uso.

Além disso, como o potenciômetro não é um sensor de posição ideal,

principalmente onde se exige elevada precisão, o mesmo apresentou grande

quantidade de ruído em seu sinal, os quais foram amenizados através de filtros

físicos e de programação. Como filtro físico foi colocado capacitores de cerâmica

com a capacitância resultante de dois microfarad junto a o pino de sinal e ao

GND(aterramento). E como filtro de programação foi adicionado uma função que

calcula a média dos cinco últimos resultados. Assim a margem da variação

apresentada no programa passou de aproximadamente 60 mm (de 30 mm para

menos a 30 mm para mais), para no máximo três milímetros.

Como houve variação do sinal do potenciômetro de posição, foi necessário

acrescentar uma retenção, para que o carro se mantivesse parado, no fim do

processo. Esta retenção foi realizada junto ao programa SCADA adicionando um

botão de “INICIO DE PROCESSO”.

Por motivos mecânicos a movimentação do carro em baixas velocidades não

se mostrou contínua, haja vista que as engrenagens de redução não estavam

rigidamente presas e por isso não ofereciam aperto à correia, fazendo com que a

esta pulasse dentes. Para resolver este problema, foi implementado uma função PID

para manipular a velocidade do carro e mantê-la constante. Todavia, como a

resolução do potenciômetro de posição se mostrou insuficiente, deixando um

elevado “dead time”, tempo entre duas medições distintas, fez com que o sistema

ficasse instável. A última alternativa para deixar a movimentação contínua foi de

melhorar a fixação das engrenagens, para isso foi trocada uma bucha confeccionada

em polímero poliacetal por uma de alumínio aeronáutico, já que a antiga estava com

a rosca danificada.

Durante os testes foram constatados possíveis casos onde a comunicação

poderia falhar e nesta situação o processo de soldagem deveria parar

imediatamente. Para esta demanda foram adicionados laços “if” que detectam a

falha de comunicação e realizam a parada do processo.

Concluídos os ensaios de movimentação com o carro a vazio, foi dado inicio

aos experimentos práticos. Foram necessários varias tentativas para obter um

31

resultado relativamente satisfatório. Ajustando os parâmetros da máquina de solda e

a velocidade de deslocamento do carro obteve-se os primeiros resultados que

podem ser vistos na Figura 14.

Figura 14: Primeiros testes práticos

Porém devido ao aquecimento da ponte H, percebeu-se que ela não estava

respondendo adequadamente aos comandos. Durante a operação o carro

apresentava variações de velocidade. Esse fato faz o cordão ter mais deposição de

32

material em uma região e menos em outra, implicando em variação de altura e

largura do mesmo, e com isso, afetando diretamente a qualidade da junção. Diante

destas ocorrências, nos últimos ensaios realizados (Figura 15), os parâmetros que

se obteve melhor qualidade foram:

Velocidade de Arame: 15 m/min;

Velocidade de deslocamento do carro: 72 cm/min e;

Tensão de operação: 16 V.

Figura 15: Soldagem com velocidade de deslocamento do carro de 72 cm/min

4.3. Conclusões

Os testes permitiram perceber como se comportava a estrutura construída

assim como a lógica de programação. Durante os testes ocorreram diversos

problemas, aos quais foram dadas soluções, conforme se encaminhava o projeto.

4.3.1. Especificações atingidas

Concluída a etapa de testes percebeu-se que todos os requisitos, que se

esperava alcançar, foram atingidos com a aplicação de mecanismos elétricos,

mecânicos e de programação. No estado atual é possível controlar a velocidade de

soldagem, definir o ponto de início e final do cordão de solda, não obstante, estas

variáveis ainda podem ser controladas à distância através de uma interface gráfica e

da rede de comunicação MODBUS. Mesmo, diante do processo de soldagem prático

o sistema de sensoriamento tem demonstrado um comportamento normal, não

havendo interferência eletromagnética, provocada pela corrente de soldagem, aos

sinais de comunicação analógicos que provocasse falha no processo.

4.3.2. Sugestões de Melhoria

33

Em virtude de ocorrer o constante movimento do potenciômetro, o mesmo

pode não ter o desempenho e a vida útil desejada. Por isso sugere-se que em

desenvolvimentos futuros, o sistema de sensoriamento, potenciômetro, polia e

correia sincronizadora, seja substituído por outro dispositivo que não tenha desgaste

por movimentos mecânicos, um sensor ultrassônico ou laser, encoder absoluto, por

exemplo, e que não sejam suscetíveis a ruídos.

O projeto desenvolvido executa processos de soldagem somente em duas

direções, no eixo X e no eixo Z. Como nos processo de soldagem pode ser

necessário fazer o tecimento, soldagem com chanfros, ou soldagem em linhas

irregulares, seria relevante que a máquina percorresse também o eixo Y.

Os processos de soldagem podem exigir uma velocidade relativamente

baixa. Neste momento, mesmo com a razão cíclica (PWM) regulada para a mínima

velocidade desejável, ainda o carro anda muito rápido. Caso seja diminuída ainda

mais a razão do PWM ocorrem travamentos, trancos no deslocamento do carro. Este

problema seria evitado se fossem trocadas as engrenagens de acionamento, para

que haja uma redução maior, assim terá movimentos lentos e suaves. Além disso, o

projeto apresenta engrenagens de borracha, que em virtude do uso estão um pouco

danificadas. O desejável seria o uso de engrenagens metálicas, já que apresentam

maior resistência ao desgaste.

O microcontrolador utilizado, Atemega 328A, apresenta resolução no

conversor A/D de oito bits. O uso de um microcontrolador de doze bits, por exemplo,

acompanhado de um sensor que possui alta resolução ou um encoder absoluto

(gerador de impulsos) o qual é muito usado neste tipo de aplicação, e melhoraria

consideravelmente o desempenho do controle de posição e velocidade.

34

ANEXOS

ANEXO A

Resumo do projeto existente no IFSC

35

ANEXO B

Fotos do projeto existente

36

ANEXO C

Código fonte do Arduíno.

#include <ModbusSlave.h>

#include <Wire.h>

#include <PID_v1.h>

/* primeiro passo MBS: criação e instanciamento */

ModbusSlave mbs;

float kp=20; //32

float ki=0; //9

float kd=5; //53

int i;

double SetPoint, PresentValue, ManipulatedValue;

int setPoint;

// variaveis para a média

float d1;

float d2;

float d3;

float d4;

float d5;

unsigned long lastTime;// variavel do tempo para calculo de velocidade

float ponto_passado;// variavel da posição para calculo de velocidade

float ponto_atual;// variavel de posição

float distanciadt;// variavel de velocidade

int alarme= 5;

PID pid(&PresentValue, &ManipulatedValue, &SetPoint, kp, ki, kd, REVERSE);

/*REGISTRADORES DAS VARIAVEIS DO ARDUINO */

enum {

MB_40000, //A0

MB_40001, //A1

MB_40002, //A2

MB_40003, //A3

MB_40004, //A4

MB_40005, //A5

MB_40006, //A6

MB_40007, //A7

37

//SAIDAS PWM

MB_40008, //PWM PIN_06

MB_40009, //PWM PIN_09

MB_40010, //PWM PIN_10

MB_40011, //PWM PIN_11

//SAIDAS DIGITAIS

MB_40012, //PIN_07

MB_40013, //PIN_08

MB_40014, //PIN_12

MB_40015, //PIN_13

//ENTRDAS DIGITAIS

MB_40016, //PIN_02

MB_40017, //PIN_03

MB_40018, //PIN_04

MB_40019, //PIN_13

// Aqui você pode criar mais registradores. Lembrete os registradores e tags são na verdade

variaveis.

MB_REGS

};

long deltaTime;

int regs[MB_REGS];

unsigned long wdog = 0; /* watchdog */

unsigned long tprev = 0; /* previous time*/

int ponto_final;

int velocidade;

int MotorA=10;// pinos da ponte H

int MotorB=13;// pinos da ponte H

void setup()

{

Wire.begin(); //apenas para uso do I2C comentar se não for utilizar

/* O Modbus slave configuração de parametros */

const unsigned char SLAVE = 10; /* slaveId */

const long BAUD = 115200; /* baud rate */

const char PARITY = 'n'; /* n=none; e=even; o=odd */

const char TXENPIN = 12; /* output driver enable pin geralmente é utilizado o pino 2*/

pid.SetMode(AUTOMATIC);

38

/* segundo passo MBS: configuração */

mbs.configure(SLAVE, BAUD, PARITY, TXENPIN);

mbs.setup_regs(regs, MB_REGS);

/*SAIDAS*/

pinMode(2, OUTPUT);

pinMode(3, OUTPUT);

pinMode(4, OUTPUT);

pinMode(5, OUTPUT);

/*ENTRADAS*/

pinMode(7, INPUT);

pinMode(8, INPUT);

pinMode(12, INPUT);

pinMode(11, OUTPUT);

pinMode(13, OUTPUT);

}

float filtra(float d1, float d2, float d3, float d4, float d5) //Funcao de média com 5 numeros

{

ponto_atual=((d1+d2+d3+d4+d5)/5); //calcula a média

ponto_atual = map(ponto_atual, 0, 1023, 0, 1500); // interpola a média

ponto_atual= ponto_atual - 163; // translada a média 163 unidades para esquerda

ponto_atual = map(ponto_atual, 0, 915, 0, 1080); // interpola a média novamente

return ponto_atual;// retorna a média

}

void loop()

{

if(Serial.available()>0){ // verifica se existem dados na serial a serem lidos

d1 = analogRead(A0); // le o valor de posição fornecido pelo potenciometro

ponto_atual=filtra(d1,d2,d3,d4,d5); /* joga os valores para as variaves de média */

d5 = d4;

d4 = d3;

d3 = d2;

d2 = d1;

if((ponto_atual-ponto_passado)>=5){// calcula a velocidade atual do carro

deltaTime=millis()-lastTime;// acha a variação do tempo

lastTime=millis();

distanciadt=(((ponto_atual-ponto_passado)*500)/deltaTime);// calcula a velocidade atual

ponto_passado=ponto_atual;

}

regs[MB_40006]=deltaTime;// registradores de teste

regs[MB_40000] = ponto_atual;// registradores de teste

39

//mudar a escala de velocidade do scada

PresentValue=distanciadt;// inventar um metodo pra calcular a velocidade de deslocamento e iguala-

lo a distanciadt(a questão esta em achar o tempo das 5 medições)

setPoint = regs[MB_40008]; // setpoint de velocidade setado para o PID

// Calcula o valor manipulado

pid.Compute();

float velocidadepid = map(ManipulatedValue, 0, 255, 40, 255);// interpolação da variavel retornada

pelo PID

regs[MB_40007]=velocidadepid; // registradores de teste

velocidade=map(regs[MB_40008], 0, 100, 30, 255);

ponto_final= regs[MB_40001];// pega o valor do ponto final do software SCADA

// distancia percurso = sería a distantancia setada mais a atual

if ((ponto_atual<ponto_final) && (regs[MB_40019] == HIGH) ){// laço pra mover o carro

analogWrite(MotorA, velocidade);

digitalWrite(MotorB, LOW);

}

else{

digitalWrite(MotorA, LOW);

regs[MB_40019]=0; // retenção de fim de processo

}

if (regs[MB_40016] == HIGH){ // retenção fim de processo

digitalWrite(MotorB, LOW);

digitalWrite(MotorA, LOW);

}

if (regs[MB_40018] == HIGH) { // registrador que informa a ré do carro

digitalWrite(MotorB, HIGH);

digitalWrite(MotorA, LOW);

}

else{

digitalWrite(MotorB, LOW);

}

digitalWrite(alarme,LOW );

}

else{// falha de comunicação

digitalWrite(alarme, HIGH);// acionamento de alarme de erro de comunicação

}

if(mbs.update())

wdog = millis();

if ((millis() - wdog) > 3000);

}

40

Referências

BRACARENSE, A. Q.; MARQUES, P. V.; MODESINE, P. J. SOLDAGEM

fundamentos e tecnologia. 3ª. ed., Editora UFMG, 2009.

ROZENFELD et al. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: - Uma Referência

para Melhoria do Processo. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

LERMEN, R. T. Influência da Velocidade de Soldagem sobre as Geometrias dos

Cordões de Solda Realizados Através dos Processos de Soldagem FACW e

Soldagem Híbrida (TIG/FACW). 2011. 10f. (Tecnologia em Inovação Tecnológica) -

FAHOR, SIEF – Semana Internacional das Engenharias da FAHOR, 2011.

Figura 2. Disponível em: <http://pt.esab.net/global/en/education/images/MIGMAG.jpg

> Acesso em: 14 ago. 2014

Figura 4. Disponível em:

< http://img193.imageshack.us/img193/4748/migmag.png > Acesso em: 14 ago.

2014. Adaptada.

Figura 5. Disponível em:

<http://www.labsolda.ufsc.br/projetos/projetos_viabilizados/tartilope_v4.php > Acesso

em: 14 ago. 2014

Figura 6. Disponível em:

<http://www.netsu.com.br/Produtos/soldagemautomatica.html > Acesso em: 14 ago.

2014

http://portaldoarduino.com.br/tutorial-comunicacao-modbus-rtu-com-arduino-e-o-

supervisorio-elipse-scada/