instituto de pesquisas jardim botânico do rio de janeiro escola
TRANSCRIPT
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Escola Nacional de Botânica Tropical
Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia:
análise florística e estrutural.
João Paulo Santos Condack
2006
ii
Condack, João Paulo SantosC745 p Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia:
análise florística e estrutural / João Paulo Santos Condack. – Rio de Janeiro,2006.
x ,120 f : il. ; 28 cm.
Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical, 2006.
Orientadora: Lana da Silva Sylvestre.Banca examinadora: Lana da Silva Sylvestre, Paulo G. Windisch, Rejan
Guedes-Bruni.Bibliografia.
1. Pteridofitae. 2. Análise florística. 3. Análise estrutural. 4. Parque Nacionaldo Itatiaia. I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.
CDD 587.098153
iii
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Escola Nacional de Botânica Tropical
Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia:
análise florística e estrutural.
João Paulo Santos Condack
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica, Escola Nacional de
Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Botânica.
Orientador: Lana da Silva Sylvestre
Rio de Janeiro
2006
iv
Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia:
análise florística e estrutural.
João Paulo Santos Condack
Dissertação submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica
Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre.
Aprovada por:
Prof. Dra. Lana da Silva Sylvestre ______________________
Prof. Dr. Paulo G. Windisch ______________________
Prof. Dra. Rejan R. Guedes-Bruni ______________________
em 28/03/2006
Rio de Janeiro2006
v
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Escola Nacional de Botânica Tropical
Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia:
análise florística e estrutural.
João Paulo Santos Condack
2006
vi
Agradecimentos
Gostaria de expressar aqui os meus mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas e
instituições que contribuíram de uma ou de outra maneira para a realização deste trabalho.
São elas:
Minha orientadora e, sobretudo grande amiga, Dra. Lana da Silva Sylvestre, pelo apoio e
confiança depositada em mim durante esses mais de cinco anos de orientação.
Aos meus companheiros de campo Sebastião da Silva Neto e Sr. Walter, junto dos quais
passei bons momentos durante e após as excursões ao Itatiaia.
A Erika Cortines, Henrique Dias, Lana da Silva Sylvestre e Júlia da Silva Bastos, por me
auxiliarem na coleta de dados quantitativos. Sem eles o trabalho seria bem mais penoso, se
não impraticável.
Ao Programa Mata Atlântica do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/
Fundação Botânica Margareth Mee, pela bolsa concedida e pelo apoio logístico durante as
excursões ao campo.
À coordenação do curso de Pós-Graduação da Escola Nacional de Botânica Tropical, por
proporcionarem todas as condições necessárias para a realização deste trabalho.
Ao Parque Nacional do Itatiaia/IBAMA, nas pessoas de Luis Sergio Sarahyba e Paulo
Isidoro “Mauá”, por viabilizarem o uso dos alojamentos do Parque e me permitirem o livre
acesso na região do Planalto e Alto dos Brejos. Agradeço também os guardas parque do
Planalto, por terem se mostrado sempre solícitos e permitirem o pernoite nas dependências
do Posto 3 (portaria do Planalto), em especial ao Levy, por ter me guiado ao Pico das
Agulhas Negras.
Aos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo uso
dos laboratórios, do Herbário e pelo apoio logístico de uma forma geral. Em especial a
pesquisadora Claudine Massi Mynssen, pelo apoio e atenção, além de ter me recebido de
portas abertas em seu laboratório.
As pesquisadoras Profa. Dra. Denise Pinheiro da Costa e Profa. Dra. Rejan Guedes-Bruni,
pelas sugestões relevantes durante a apresentação deste trabalho na disciplina Seminários
II.
Ao pteridólogo Dr. Carlos Alfredo Sánchez Villaverde, pela atenção com que leu a versão
preliminar deste trabalho, pelas discussões e por suas valiosas contribuições.
Ao colega Mateus Barradas Paciência, pelas conversas que tivemos durante o 56°
Congresso Nacional de Botânica, pelo seu estímulo e pelo envio de bibliografia.
vii
Aos pteridólogos e amigos Carla Gabriela Vargas Ramos, pelo auxílio na identificação dos
indivíduos da família Lycopodiaceae e Carlos Eduardo Jascone, pelos incentivos
constantes e pelo “levante” que demos na coleção do herbário do Parque Nacional do
Itatiaia (HPNI).
Aos amigos Alexandre Gabriel Christo e Henrique Dias, pela atenção e auxílio na análise
dos dados estatísticos.
Às novas amizades formadas, principalmente daqueles que além de colegas nas horas de
estudo, também estavam presentes nas “reuniões satélites no Bolinha” e nos momentos de
lazer, por tornarem minha estadia na “Capital” menos angustiante.
À Marcelo da Costa Souza, meu grande camarada e colega desde a Universidade, a quem
sempre me espelhei como profissional e que sempre apostou no meu trabalho.
À Erika Cortines, por seu amor e companheirismo, pela contribuição nos trabalhos de
campo, e por estar sempre ao meu lado, mesmo quando está longe.
Ao meu irmão João Felipe Santos Condack, pelo prazer da convivência.
Aos meus pais, João Avelar Condack e Martha Livramento Santos Condack, pela formação
que me deram e por mesmo que a distância, torcerem por mim e me apoiarem em todas as
minhas decisões.
A Deus, pela minha vida e por ter me guiado neste caminho.
viii
Resumo
O Parque Nacional do Itatiaia, criado em 1937, localiza-se entre os estados de Minas
Gerais e Rio de Janeiro, sendo o mais antigo do País. Esta área foi explorada por
expedições botânicas desde o século XIX, porém grande parte do conhecimento de sua
flora, principalmente no que se refere às pteridófitas, foi adquirido em meados do século
XX, quando Alexandre Curt Brade publicou os resultados de mais de 30 anos de pesquisas
e coletas na região, contabilizando 319 táxons de pteridófitas para o Parque, sendo 100
ocorrentes na região alto montana (acima de 1800 m). Uma nova listagem para esta região
foi elaborada através da coleta de espécimes entre maio de 2004 e agosto de 2005, além de
consulta a herbários e bibliografia. A listagem atual conta com 135 espécies, distribuídas
em 49 gêneros e 23 famílias. Das espécies citadas por Brade, 12% não foram recoletadas,
em sua maioria por não haver referências claras sobre a localidade de coleta e,
possivelmente, por possuírem populações pequenas e com distribuição restrita. Foram
feitas considerações sobre os hábitats e substratos preferenciais, formas de vida,
distribuição geográfica e categorias de ameaça. Com relação à amostragem quantitativa,
1582 indivíduos representantes de 36 espécies foram registrados em 0,2 ha de Floresta
Ombrófila Densa Alto Montana. Com a intenção de verificar a influência da orientação das
vertentes na composição e estrutura desta flora, uma análise separada para cada vertente
(Norte e Sul) foi elaborada, revelando uma alta similaridade entre as vertentes. O
conhecimento da diversidade florística do pouco que resta da Mata Atlântica, é
extremamente necessário para o estabelecimento de estratégias conservacionistas. Tanto os
Campos de Altitude como os fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana são
detentores de uma flora pteridofítica bastante rica e ameaçada, tornando sua conservação
indispensável para manutenção da biodiversidade deste bioma.
ix
Abstract
The Itatiaia National Park, created in 1937, situated between states of Minas Gerais and
Rio de Janeiro, being the oldest of the Country. This area was explored by botanical
expeditions since XIX century, however great part of the knowledge of its flora, mainly as
for the pteridophytes, was acquired in middle of XX century, when Alexander Curt Brade
published the results of more than 30 years of research and collections in the region,
entering 319 species of ferns for the Park, with 100 occurring in the high mountain region
(above 1800 m). A new listing for this region was elaborated through the specimen
collection between May of 2004 and August of 2005, beyond consultation the herbarium
and bibliography. The current list accounts with 135 species, distributed in 49 genus and 23
families. Of the species cited for Brade, 12% had not been recollected, in its majority for
not having clear references on the collection locality and, possibly, for possessing small
populations and with restricted distribution. Considerations of preferential habitats and
substrata had been made, forms of life, geographic distribution and categories of
threatness. With relation to the quantitative sampling, 1582 individuals representative of 36
species had been registered in 0,2 ha of “Floresta Ombrófila Densa Alto Montana” (high
mountain forest). With the intention to verify the influence of the orientation of the slopes
in the composition and structure of this flora, a separate analysis for each slope (North and
South) was elaborated, disclosing one high similarity between the sources. The knowledge
of the floristic diversity of the little that remains of “Mata Atlântica” (Atlantic Rainforest)
is extremely necessary for the establishment of conservations strategies. As much the
“Campos de Altitude” (hight montains grasslands) as the fragments of “Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana” are retainers of a sufficiently rich and threatened fern flora,
becoming indispensable its conservation for maintenance the biodiversity of this biome.
x
Sumário
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................vi
RESUMO............................................................................................................................viii
ABSTRACT..........................................................................................................................ix
INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
CAPÍTULO I – Pteridófitas da região alto montana do Parque Nacional do
Itatiaia: análise da flora 50 anos após Brade.
RESUMO...............................................................................................................................5
ABSTRACT...........................................................................................................................6
INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................11
RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................73
CAPÍTULO II - Estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de Floresta
Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia.
RESUMO.............................................................................................................................83
ABSTRACT.........................................................................................................................84
INTRODUÇÃO....................................................................................................................85
MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................88
RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................110
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................115
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................117
1
Introdução
As florestas tropicais são ecossistemas megadiversos e muito esforço tem sido
empenhado para o conhecimento da sua composição florística e estrutural. Entretanto a
grande maioria abordando apenas o estrato arbóreo. As pteridófitas, assim como todo
estrato herbáceo, contribuem de forma significativa com o aumento da riqueza e
diversidade destas florestas (Gentry & Dodson 1987).
Conhecidas popularmente como samambaias e plantas afins, estas plantas eram
tratadas em uma única divisão Pteridophyta, porém reuniam vegetais muito distintos do
ponto de vista evolutivo. Atualmente estão agrupados em duas divisões, Lycophyta e
Monilophyta (Pryer et al. 2004).
Lycophyta compreende as criptógamas vasculares que possuem microfilos, ou seja,
folhas rudimentares com apenas uma nervura, e estão representadas por apenas três
famílias (Isoetaceae, Lycopodiaceae e Selaginellaceae), seis gêneros e aproximadamente
1400 espécies.
Monilophyta compreende todas as outras “Pteridophyta”, as quais possuem
megafilos, expandidos na maioria dos casos ou reduzidos como em Equisetaceae e
Psilotaceae. A classificação em ordens e famílias ainda não foi estabelecida, porém deve
ultrapassar 10.000 espécies distribuídas em mais de 30 famílias.
Tanto Lycophyta como Monilophyta encontram-se amplamente distribuídas pelo
globo, sendo abundantes em quase todos os tipos de ambientes, exceto nas regiões
desérticas e polares, onde também são escassos outros tipos de vegetais vasculares.
Tryon (1972) comenta que a região neotropical, com aproximadamente 3000
espécies, apresenta três grandes centros de diversidade e endemismos no grupo, sendo um
deles na América Central, outro nos Andes e o terceiro no sudeste e sul do Brasil.
Cerca de 40% das espécies ocorrentes nas regiões montanhosas do sudeste e sul do
Brasil são endêmicas, enquanto que regiões com baixas elevações como a planície
amazônica são relativamente pobres em espécies e endemismos (Tryon 1972, Tryon e
Conant 1975).
A flora pteridofítica das regiões sudeste e sul do Brasil vêm sendo conhecidas desde
o início do século XIX com os trabalhos de Raddi (1819, 1825) e nos diversos tratamentos
taxonômicos realizados para famílias de pteridófitas na Flora Brasiliensis (Spring 1840;
Milde 1852; Sturm 1859; Baker 1870; Kuhn 1884). Enquanto que num contexto regional, o
conhecimento da flora do estado do Rio de Janeiro, obtinha grandes contribuições com a
2
Flora Fluminensis de Velloso (1925-1927). Já no século XX, grandes avanços foram dados
principalmente pelos estudos de Brade (1942, 1954, 1956), e Rizzini (1953-1954), que
pesquisaram e coletaram nas Serras de Itatiaia e dos Órgãos, respectivamente. Mais
recentemente, podem ser citados os trabalhos de Santos (1995), Sylvestre (1997a, b), Reis
(1998), Santos & Sylvestre (2001), Mynssen & Sylvestre (2001), Mynssen et al. (2002),
Condack (2003), Mynssen & Windisch (2004) e Ramos (2004), com enfoque centrado
especialmente em regiões de Floresta Atlântica do estado do Rio de Janeiro.
O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) está localizado na região sudeste do Brasil, no
sudoeste do estado do Rio de Janeiro e ao sul de Minas Gerais, em terras que abrangem os
municípios de Resende, Itatiaia, Aiuruoca, Liberdade e Itamonte, entre as coordenadas
geográficas 22o30´- 22o33´S; 42o15´- 42o19´W. Localiza-se na porção mais alta da serra da
Mantiqueira, possuindo uma área de 30.000 ha. Apresenta um abrupto gradiente altitudinal
de mais de 2000 m, desde o rio Paraíba a 500 m até o Pico das Agulhas Negras, a 2789 m.
(Ribeiro & Medina 2002).
Segundo Brade (1956), a região do Planalto do Itatiaia foi alvo de inúmeras
expedições botânicas desde o século XIX, quando Glaziou, em julho de 1872,
acompanhado da princesa Isabel, alcançaram a parte mais alta do maciço. Nessa expedição,
foram coletadas numerosas espécies novas, descritas por Fée, Baker, entre outros
especialistas da época. Posteriormente, em 1879, a região recebeu o botânico Von Fernsee,
que também coletou inúmeras espécies novas, principalmente de bromeliáceas, sendo um
gênero novo, endêmico do Itatiaia, batizado em sua homenagem como "Fernseea". Ainda
no século XIX, a região recebeu o botânico Ule (1895), o qual foi o primeiro a descrever a
zonação altitudinal da vegetação. No início do século XX, a região foi explorada pelos
botânicos Dusén, Tamandaré de Toledo Jr., Sampaio e Campos Porto, gerando importantes
contribuições ao conhecimento da flora do Parque (Brade 1956).
Há aproximadamente dez anos, o Programa Mata Atlântica do Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro retomou seus estudos em Itatiaia,
incentivando o desenvolvimento de dissertações de mestrado e teses de doutorado na área.
Porém até então, poucas referências haviam sido dadas a respeito do estrato herbáceo,
principalmente no que se refere às pteridófitas.
Estudos envolvendo análises quantitativas de pteridófitas na Mata Atlântica ainda
são poucos e recentes, podendo ser citados os de Athayde Filho (2002) que realizou um
levantamento florístico e estrutural em uma área de restinga no município de Capão da
Canoa no Rio Grande do Sul, inferindo parâmetros como densidade, frequência e
3
dominância relativa, valores de cobertura e importância, além da distribuição espacial dos
indivíduos dentro da área de estudo. Melo (2003) levantando a pteridoflora em diferentes
fragmentos na serra da Mantiqueira no sul de Minas Gerais, inferiu também a freqüência
delas nestes fragmentos. Bauer (2004) analisou florística e estruturalmente a pteridoflora
de uma floresta estacional no Rio Grande do Sul, utilizando os mesmos parâmetros que
Athayde Filho (2002). Paciência & Prado (2004, 2005a, 2005b) analisaram os efeitos da
fragmentação florestal sobre a comunidade de pteridófitas em Una, no sul da Bahia,
verificando as consequências da fragmentação de hábitats e os efeitos de borda na riqueza e
abundância destes vegetais. Outros trabalhos envolvendo análises quantitativas que
incluíam as pteridófitas foram feitas na América central (Pousen & Nielsen 1995) e na
região Amazônica (Yong & León 1989, Poulsen & Baslev 1991, Tuomisto & Ruokolainen
1994, Tuomisto & Poulsen 1996, Ruokolainen et al. 1997, Tuomisto et al. 1998, Tuomisto
& Poulsen 2000, Tuomisto et al. 2002, Salovaara et al. 2004) verificando influência
edáfica, distribuição espacial e padrões fitogeográficos, possibilitando a utilização destas
na determinação da fisionomia florestal onde são encontradas.
O presente estudo tem como objetivos a ampliação do conhecimento da flora
pteridofítica da região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia, realizando uma analise
comparativa dos dados obtidos por Brade há 50 anos e uma análise estrutural da
comunidade pteridofítica em fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana.
4
CAPÍTULO I
Pteridófitas da região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia:
análise da flora 50 anos após Brade.
5
Pteridófitas da região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia:
análise da flora 50 anos após Brade.
RESUMO
O Parque Nacional do Itatiaia, com uma área de 30.000 ha, possui um gradiente
altitudinal de mais de 2000 m, o que propicia uma grande diversidade de hábitats. A flora
deste parque vem sendo estudada desde o século XIX, porém o principal estudo das
pteridófitas da região alto montana foi realizado por Brade em meados do século passado.
O trabalho de campo foi realizado no período de maio de 2004 a agosto de 2005, com
excursões mensais de duração média de cinco dias. O esforço amostral foi de 273
espécimes, dos quais foram anotados dados referentes ao hábitat, tipo de substrato e formas
de vida. O levantamento florístico privilegiou os sítios que foram pouco ou não explorados
anteriormente. As pteridófitas da região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia são
representadas por 135 táxons, distribuídos em 49 gêneros e 23 famílias. As famílias
Grammitidaceae, Lomariopsidaceae e Lycopodiaceae são as de maior riqueza na área. O
padrão de distribuição neotropical foi o mais representativo, com 118 táxons. As espécies
com distribuição além dos neotrópicos, estão representadas por 17 espécies, sendo uma
cosmopolita. Desta flora, quatro são endemismos locais, seis possuem distribuição disjunta
com os Andes e uma com o continente africano. A região alto montana abriga 19 táxons de
pteridófitas com algum grau de ameaça. Destes, cinco são considerados vulneráveis, nove
em perigo e cinco criticamente em perigo. Dos cinco táxons considerados criticamente em
perigo, três deles (Lycopodiella bradei, Asplenium castaneum e Blechnum andinum) ainda
não foram localizados, sendo seus últimos registros datados do início do século passado. A
alta diversidade aliada ao grande número de endemismos torna a região alto montana do
Parque Nacional do Itatiaia um local com características singulares, fazendo com que o
conhecimento de sua flora seja ferramenta indispensável para discussão de medidas
conservacionistas.
6
Ferns of the high montain region of the
Itatiaia National Park:
analysis of the flora 50 years after Brade.
ABSTRACT
The Itatiaia National Park with an area of 30.000 ha, possess an altitudinal gradient
of more than 2000 m, that propitiates a great diversity of habitats. The flora of this park
comes being studied since century XIX; however the main study of the ferns of the high
montane region it was carried through by Brade in middle of the last century. The field
work was made in the period of May of 2004 to August of 2005, with monthly excursions
of average duration of five days. The sample effort was of 273 specimens, of which they
had been written down given referring habitat, type of substratum and forms of life. The
floristic survey grant a privilege to the sites which had been little or not explored
previously. The ferns of the high montain region of the Itatiaia National Park are
represented by 135 species, distributed in 49 genus and 23 families. The families
Grammitidaceae, Lomariopsidaceae and Lycopodiaceae are the richest in the area.
Neotropical distribution was the most represented, with 118 species. The species that
possess a wide distribution and occur in other tropical regions of the globe are represented
by 17 species, one of them cosmopolite. Of this flora, four are local endemism, six possess
distribution disjoin with Andes, and one with the African continent. The high montain
region shelters 19 species of ferns with some degree of threatness. Of these, five are
considered vulnerable, nine in danger and five critically in danger. Of five species
considered critically in danger, three of them (Lycopodiella bradei, Asplenium castaneum
and Blechnum andinum) still had not been located, being its last dated register on the
beginning of the last century. The high diversity allied to the great number of endemism
turns the high montain region of the National Park of the Itatiaia a place with singular
characteristics, making with that the knowledge of its flora an indispensable tool for
quarrel of conservationist’s measures.
7
Introdução
As pteridófitas, elementos constantes na fisionomia de florestas tropicais, estão bem
representadas nos neotrópicos, onde ocorrem cerca de 1/3 das 9000 espécies conhecidas
em todo o mundo (Tryon & Tryon 1982).
As pteridófitas, englobando todos os vegetais vasculares não produtores de flores,
eram tratadas como uma única divisão, Pteridophyta, constituindo um táxon parafilético,
pois reunia subgrupos muito distintos do ponto de vista evolutivo. Estudos filogenéticos
recentes (Pryer 2001, 2004) separaram estas plantas em duas divisões. Uma incluindo
apenas as plantas que possuem microfilos, com uma única nervura, chamando-as de
Lycophyta. E o restante das pteridófitas, na outra divisão, Monilophyta.
Tryon (1972) considerou a região sudeste do Brasil como um dos três principais
centros de diversidade e endemismos das pteridófitas neotropicais, concentrando cerca de
600 espécies ocorrentes principalmente nas áreas de domínio das serras do Mar e da
Mantiqueira. Tryon & Tryon (1982) comentaram que as regiões montanhosas da América
tropical, onde a maioria das espécies ocorre, apresentam alta diversidade ecológica e um
mosaico de ambientes bem desenvolvidos, enquanto que regiões com baixas elevações
apresentam menor diversidade.
As pteridófitas do estado do Rio de Janeiro vêm sendo estudadas num contexto
regional desde o início do século XIX, com a Flora Fluminensis de Vellozo (1825-1827).
Porém algumas referências já haviam sido feitas por Raddi (1819, 1825) que, ao estudar as
pteridófitas brasileiras, descreveu e ilustrou espécies coletadas no estado do Rio de Janeiro
e arredores. Ainda no século XIX, importantes contribuições ao conhecimento das
pteridófitas do Estado, inclusive com descrições de espécies novas, foram feitas nos
diversos tratamentos taxonômicos realizados para famílias de pteridófitas na Flora
Brasiliensis (Spring 1840, Milde 1852, Sturm 1859, Baker 1870, Kuhn 1884). No século
XX, foram grandes os avanços no conhecimento desta flora, principalmente pelos estudos
de Brade, que contabilizou 319 táxons de pteridófitas para o Parque Nacional do Itatiaia
(1942; 1954; 1956), e Rizzini (1953-1954) que listou 245 espécies na Flora Organensis.
Mais recentemente, podem ser citados os trabalhos de Santos (1995), Sylvestre (1997a, b),
Reis (1998), Santos & Sylvestre (2001), Mynssen & Sylvestre (2001), Mynssen et al.
(2002), Condack (2003), Mynssen & Windisch (2004) e Ramos (2004), com enfoque
centrado especialmente em regiões de Floresta Atlântica.
8
O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) está localizado na região sudeste do Brasil, no
sudoeste do estado do Rio de Janeiro, em terras que abrangem os municípios de Resende e
Itatiaia, e ao sul de Minas Gerais, nos municípios de Aiuruoca, Liberdade e Itamonte, entre
as coordenadas geográficas 22o30´- 22o33´S; 42o15´- 42o19´W. Localiza-se na porção mais
alta da serra da Mantiqueira, possuindo uma área de 30.000 ha. Apresenta um abrupto
gradiente altitudinal de mais de 2000 m, desde o rio Paraíba a 500 m até o Pico das
Agulhas Negras, a 2789 m (Ribeiro & Medina 2002).
Segundo Brade (1956), a região do Planalto do Itatiaia foi alvo de inúmeras
expedições botânicas desde o século XIX, quando Glaziou, em julho de 1872,
acompanhado da princesa Isabel, alcançaram a parte mais alta do maciço. Nessa expedição,
foram coletadas numerosas espécies novas, descritas por Baker, Fée, entre outros
especialistas da época. Posteriormente, em 1879, a região recebeu o botânico von Fernsee,
que também coletou inúmeras espécies novas, principalmente de bromeliáceas, sendo um
gênero novo, endêmico do Itatiaia, batizado em sua homenagem como "Fernseea". Ainda
no século XIX, a região recebeu o botânico Ule (1895), o qual foi o primeiro a descrever a
zonação altitudinal da vegetação. No início do século XX, a região foi explorada pelos
botânicos Dusén, Tamandaré de Toledo Jr., Sampaio e Campos Porto, gerando importantes
contribuições ao conhecimento da flora do Parque (Brade 1956).
Alexandre Curt Brade, pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, foi quem
visitou continuamente o planalto por mais de 30 anos e desenvolveu pesquisas e coletas
sistemáticas na região, descrevendo os principais padrões biogeográficos (Ribeiro &
Medina, 2002). Dusén (1905) foi o primeiro a listar as pteridófitas do Parque Nacional do
Itatiaia, incluindo-as em sua ampla listagem de plantas vasculares. Porém Brade (1942,
1954, 1956) tratou as pteridófitas com uma abordagem florística, apresentando uma
listagem das espécies da região elevada, estimando um total de 100 espécies distribuídas
em 28 gêneros e 10 famílias, apresentando também comentários a respeito da distribuição
geográfica dos táxons e suas possíveis rotas de migração.
A flora pteridofítica do Planalto do Itatiaia, além de possuir algumas espécies
exclusivas a esta área, apresenta também algumas disjunções, principalmente com a região
dos Páramos andinos, com a qual compartilha muitas semelhanças climáticas e físicas. Um
exemplo claro deste padrão é Jamesonia brasiliensis H. Christ, único caso da distribuição
deste gênero fora dos Andes.
Segundo Morim (2002), as atividades científicas no Parque ocorreram
principalmente nas décadas de 50 e 60, quando se obteve um grande conhecimento nos
9
mais diversos ramos das ciências naturais. Embora em ritmo mais lento, as investigações
na região prosseguiram e, nos meados dos anos 60, estudos ecológicos como os de
Segadas-Vianna (1965), Segadas-Vianna & Dau (1965), Camerik (1975), entre outros, se
intensificaram. Somente na década de 90 este impulso foi retomado com o
desenvolvimento de algumas dissertações de mestrado (Sylvestre 1995; Azevedo 1999) e
teses de doutorado (Guedes-Bruni 1998; Lima 2000; Ribeiro & Medina 2002).
Paralelamente, o Programa Mata Atlântica, desenvolvido pelo Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, iniciou suas atividades no Parque, reunindo
coleções recentes oriundas das expedições desenvolvidas de 1995 até hoje.
A região alto montana do Parque, aqui considerada, corresponde às áreas
localizadas acima de 1800-2000 m de altitude, onde se encontra uma vegetação bastante
heterogênea, predominando as formações dos Campos de Altitude e da Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana. Porém, vale aqui mencionar que na área são encontrados
afloramentos rochosos, áreas brejosas, córregos, lagos permanentes e temporários,
apresentando uma grande diversidade vegetal, característica destes ambientes. Brade
(1956) afirmou que a diferença nas condições de vida, em alturas diversas, à sombra ou
expostas ao sol e aos ventos, com inúmeras estações intermediárias, causa as grandes
variações da flora desta região.
Esta área possui características singulares, não encontradas em outras localidades
em nosso país, o que torna difícil estabelecer comparações. Segundo Martinelli et al.
(1989), as áreas de Campos de Altitude situados acima de 2000 m possuem cerca de 50
Km2 de extensão e já foram encontradas 415 espécies, das quais aproximadamente 11%
são endemismos locais e cerca de 21% são restritas aos Campos de Altitude. Safford (1999
a; b), ao comparar as regiões dos Campos de Altitudes do sudeste do Brasil com a região
dos Páramos nos Andes Bolivianos, comenta a singularidade do Planalto do Itatiaia, com
um clima aparentemente mais adverso que o encontrado na região dos Páramos, a uma
altitude de aproximadamente 3000 m. Com uma precipitação anual de 2273 mm, o Planalto
do Itatiaia passa três meses do ano com precipitação inferior a 50 mm, apresenta
temperaturas inferiores a 0 oC em até sete meses, sendo em média 56 dias por ano, além de
possuir uma amplitude térmica diária superior a encontrada nos Páramos Andinos (Safford,
1999b). Estas características estão associadas a entrada de frentes polares vindas da região
sul, que encontram no Itatiaia sua maior barreira até então. Além destas características
climáticas, sua localização em uma das zonas latitudinais mais ricas em espécies do globo,
10
aliada a altitude e a ampla gama de nichos encontrados na área, torna este local propício ao
estabelecimento e especiação de pteridófitas.
A elevada riqueza aliada ao grande número de endemismos torna a região alto
montana do Parque Nacional do Itatiaia um local com características únicas, fazendo com
que o conhecimento de sua flora seja algo indispensável para discussão de medidas
conservacionistas. Jermy (1990) comentou que com o rápido desaparecimento das florestas
tropicais em todo o mundo, muitas pteridófitas estão deixando de ser conhecidas, sendo
importante investigar o quanto antes possível, as áreas que estão sendo conservadas, para
que se possam saber quantas e quais famílias estão atualmente protegidas em parques
nacionais e reservas naturais.
O presente trabalho tem como objetivos contribuir para o maior conhecimento da
diversidade das pteridófitas ocorrentes nas Florestas Alto Montanas e Campos de Altitude
do sudeste do Brasil; revisar e atualizar a listagem elaborada por Brade (1956),
confrontando com os dados obtidos no campo; realizar uma análise comparativa da
composição da pteridoflora da região alto montana 50 anos depois; analisar a ocorrência
das espécies nas diferentes formações vegetais existentes na área; caracterizar as formas de
vida predominantes e os hábitats preferenciais; indicar o padrão de distribuição geográfica
das espécies, destacando-se os endemismos e disjunções.
11
Material e Métodos
O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) está localizado na região sudeste do Brasil, no
sudoeste do estado do Rio de Janeiro e ao sul de Minas Gerais, em terras que abrangem os
municípios de Resende, Itatiaia, Aiuruoca, Liberdade e Itamonte, entre as coordenadas
geográficas 22o30´- 22o33´S; 42o15´- 42o19´W. Localiza-se na porção mais alta da serra da
Mantiqueira, possuindo uma área de 30.000 ha. Apresenta um abrupto gradiente altitudinal
de mais de 2000 m, desde o rio Paraíba a 500 m até o Pico das Agulhas Negras, a 2789 m.
(Ribeiro & Medina 2002).
No Parque são encontradas três faixas altimétricas segundo a classificação de
Veloso et al. (1991) para as formações da Floresta Ombrófila Densa: submontana de100 a
600 metros, montana de 600 a 2000 metros e alto montana acima dos limites da Formação
montana. A partir de observações de campo, foi estipulada para o presente estudo a cota de
1800 metros como início da Formação alto-montana, assim como para a vegetação
predominantemente campestre designada por Veloso et al. (1991) como Refúgios
Vegetacionais ou Comunidades Relíquias, aqui tratada como Campos de Altitude.
As espécies listadas nas obras de Dusén (1905) e Brade (1956) serviram de base
para iniciar o levantamento dos herbários e a busca por revisões taxonômicas. Foram
levantadas as coleções de pteridófitas do Parque, depositadas nos herbários do Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e do Parque Nacional do Itatiaia
(HPNI), complementadas com informações do Museu Nacional (R) e do Departamento de
Botânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (RBR), auxiliando na
complementação de informações referentes à distribuição geográfica, bem como na
identificação dos táxons.
As excursões foram mensais no período de maio de 2004 a agosto de 2005, com
duração média de 5 dias. Foram percorridas as diferentes formações vegetais existentes na
área, especialmente as Florestas Ombrófila Densa Alto Montanas e os Campos de Altitude.
Foram coletados 273 espécimes dos quais foram anotados dados referentes ao hábitat,
substrato utilizado e formas de vida. O levantamento florístico privilegiou os sítios os quais
foram pouco ou não explorados anteriormente.
Os espécimes foram herborizados segundo técnicas usuais para plantas vasculares
(Windisch 1992) e incorporados ao acervo do Herbário do Instituto de Pesquisas Jardim
Botânico do Rio de Janeiro (RB).
12
Tanto os dados das coleções pretéritas quanto os adquiridos no campo foram
incluídos em uma base de dados.
Os táxons foram identificados a partir de bibliografia específica para cada grupo,
bem como pela comparação com espécimes depositados em herbários.
A coleta de dados referentes à distribuição geográfica foi feita durante a
identificação dos táxons, com informações encontradas nos herbários e nas bibliografias
específicas para algumas famílias e gêneros como Aspleniaceae: Sylvestre (2001);
Blechnaceae: Dittrich (2005); Cyatheaceae: Fernandes (1997); Grammitidaceae: Ceradenia
e Cochilidium: Labiak & Prado (2003); Lellingeria: Labiak & Prado (2005a); Melpomene:
Labiak & Prado (2005b); Terpsichore e Zygophlebia: Labiak & Prado (2005c); Isoetaceae:
Pfeiffer (1922); Lomariopsidaceae: Elaphoglossum: Brade (1960-1961); Lycopodiaceae:
Øllgaard e Windisch (1987); Polypodiaceae: Campyloneurum: Léon (1992); Pecluma:
Evans (1969); Price (1983); complexo Polypodium loriceum: Hensen (1990); espécies
escamosas de Polypodium: Sota (1965); Pteridaceae: Doryopteris: Tryon (1942); Brade
(1965); Eriosorus: Tryon (1970); Jamesonia: Tryon (1962); Pteris: Prado (2000);
Selaginellaceae: Alston (1936; 1981); Hirai & Prado (2000); Thelypteridaceae: Ponce
(1998); Salino & Semir (2004); Vittariaceae: Nonato & Windisch (2004); Woodsiaceae:
Diplazium: Cislinski (1996); além de algumas floras como: Sehnem (1967a; 1967b; 1968a;
1968b; 1970a; 1970b; 1971; 1972; 1978; 1979a; 1979b); Fuchs-Eckert (1986); Smith
(1995); Moran & Riba (1995); Mickel & Beitel (1988); Tryon e Stolze (1989a; 1989b;
1991; 1993).
As espécies estão apresentadas em ordem alfabética de família e gênero, por divisão
taxonômica (Lycophyta e Monilophyta). As abreviaturas dos autores seguem Pichi-
Sermolli (1996). Para cada espécie é apresentada sua obra original, comentários referentes
ao substrato e ambientes preferenciais, aspectos morfológicos, padrão de distribuição
geográfica e a relação do material examinado.
A análise florística foi feita através da determinação da riqueza, das formas de vida
e dos substratos preferenciais. As espécies de pteridófitas foram agrupadas quanto a sua
ocorrência nos Campos de Altitude ou nas Florestas Alto Montanas. A caracterização das
espécies quanto às formas de vida foi baseada na chave proposta por Muller-Dombois &
Ellenberg (1974).
13
Resultados e Discussão
I - RIQUEZA FLORÍSTICA:
As pteridófitas da região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia são
representadas por 135 táxons, distribuídos em 49 gêneros e 23 famílias. Das 23 famílias
encontradas, Grammitidaceae apresentou a maior riqueza específica, com 19 espécies,
seguida de Lomariopsidaceae e Lycopodiaceae com 17 táxons cada (Fig. 1). Estas três
famílias juntas representam 39% da riqueza total, corroborando com outros estudos em
regiões montanhosas (Øllgaard 1988; Moran 1995). Os gêneros com maior
representatividade foram Elaphoglossum com 17 espécies, corroborando com os estudos de
Moran (1995), seguido por Asplenium (11), Huperzia (10) e Hymenophyllum (7).
Figura 1: Riqueza de gêneros ( ) e espécies ( ) por família.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
LophosoriaceaeOphioglossaceaePlagiogyriaceae
SchizaeaceaeSelaginellaceae
TectariaceaeIsoetaceae
VittariaceaeDicksoniaceae
GleicheniaceaeThelypteridaceae
WoodsiaceaeDenstaedtiaceae
CyatheaceaeBlechnaceae
DryopteridaceaeHymenophyllaceae
PolypodiaceaePteridaceae
AspleniaceaeLomariopsidaceae
LycopodiaceaeGrammitidaceae
14
LYCOPHYTA
ISOETACEAE
1. Isoetes martti A. Br. ex Kuhn in Mart., Fl. Bras. 1(2): 645. 1884.
Erva aquática submersa, em águas paradas ou correntes, chegando em alguns locais
a mais de um metro de profundidade. Também foi encontrada fora da água, em barrancos,
às margens dos córregos, onde possivelmente passam um período do ano submersas.
Possui rizoma bilobado radicoso, microfilos filiformes, com uma ampla variação de
tamanho no esporófito fértil. Megasporos com superfície reticulada.
Endêmica da região sudeste e sul do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada nova, Km 15, 2300 m, V.1950,
Brade 20292 (RB); Lagoa Bonita, 2400 m, III.1937, Brade 15570 (RB); Planalto, Leito do
Ribeirão das Flores, 21.II.1948, Brade 18889 (RB); Represa Rebouças, 2400 m, 3.IV.2005,
Condack 348 (RB); Rio Aiuroca, 2400 m, 12.VI.2005, Condack & Cortines 413 (RB); Rio
Campo Belo, proximidades da Pedra do Eco, 2350 m, 21.VIII.2005, Condack 434 (RB);
Rio das Flores, 2300 m, III.1937, Brade 15571 (RB).
2. Isoetes sp.
Erva aquática submersa, em água parada. Foi encontrada apenas nas lagoas que
ficam nas proximidades da Pedra do Altar. Possui rizoma bilobado radicoso, microfilos
filiformes. Megasporos com superfície tuberculada.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa do Altar, 2500 m, 11.VI.2005,
Condack & Cortines 409 (RB).
LYCOPODIACEAE
3. Huperzia acerosa (Sw.) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 70. 1985.
Epífita ou rupícola no interior da Floresta Alto Montana ou em locais úmidos e
sombreados dos Campos de Altitude. Possui o caule pendente com até 30 cm de
comprimento, 4-8 vezes dicotomicamente furcado, visível entre os microfilos, que são
filamentosos, às vezes torcidos. Esporofilos menores que os microfilos, esporângios
amarelo-acastanhados.
15
Com distribuição neotropical, ocorre no Brasil em florestas montanas e alto
montanas dos estados da Bahia a Santa Catarina, em altitudes entre 300 e 2600 m. É uma
das espécies do gênero mais amplamente distribuída (Øllgaard 1992).
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2600 m, 11.IX.2004,
Condack & Cortines 247 (RB); Estrada para o Planalto, Km 11 2200 m, 10.VI.2005,
Condack & Cortines 399 (RB); Pedra Assentada, 2300 m, III.1937, Brade 15564 (HPNI);
Km 8, 25.V.1932, Campos Porto 2607 (HPNI).
4. Huperzia badiniana B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5:8 1987.
Terrícola de locais ensolarados e arenosos, nos campos de atitude, bem como entre
moitas de gramíneas, próxima a blocos de rocha na região do Planalto. Possui râmulos
curtos, prostrados, de onde partem râmulos aéreos rijos, simples ou até duas vezes
ramificados. Raízes adventícias partindo ao longo de todo o râmulo prostado,
diferentemente das raízes em tufo basal geralmente encontradas em outras espécies do
gênero.
Endêmica do sudeste do Brasil está restrita às cadeias montanhosas de Minas
Gerais e do Rio de Janeiro, em altitudes superiores a 1300 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa do Altar, 2400 m, 11.VI.2005,
Condack & Cortines 407 (RB); Planalto, 2300 m, 21.XI.1948, Brade 18893 (RB);
proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 17.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1749 (RB).
5. Huperzia biformis (Hook.) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 71. 1985.
Tratada por Brade (1956) como Lycopodium subulatum Desv., ocorre como epífita
no interior da Floresta Alto Montana. Possui o caule pendente com até 1 m de
comprimento, 3-6 vezes furcados, microfilos lanceoladas, com a nervura central visível. Os
esporângios são esverdeados.
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil ocorre nos estados do Espírito Santo a
Santa Catarina, em altitudes entre 850 e 2100 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,
Condack 256 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 19.VIII.2004, Sylvestre &
Condack 1778 (RB); Macieiras, 1800 m, 26.II.1945, Brade 17518 (RB).
6. Huperzia christii (Silveira) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 71. 1985.
16
Terrestre de locais abertos, pode ser facilmente encontrada nos topos de morros e
nos barrancos de margens de trilhas e estradas nos Campos de Altitude. Espécie
semelhante a H. reflexa (Lam.) Trevis., da qual difere principalmente pelos microfilos
maiores, coriáceos e abaxialmente convexos.
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Paraná, em altitudes entre 100 e 2500 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.VI.2004, Sylvestre
& Condack1740 (RB); Pedra do Eco, 2500 m, III.1937, Brade 15724 (RB); Planalto, 2200-
2400 m, III.1937, Brade 15560 (RB); Planalto, proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m,
11.X.1977, Martinelli s. n. (RB225240); proximidades do abrigo Massena, 18.VIII.2004,
Sylvestre & Condack 1751 (RB); Km 16, 24.V.1932, Campos Porto 2598 (RB, HPNI);
sem localidade definida, 2000 m, VIII.1933, Brade 12628 (RB).
7. Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5:1 1987.
Epífita ou rupícola preferencialmente de interior da Floresta Alto Montana,
podendo ocorrer também em lugares sombreados e úmidos nos Campos de Altitude.
Espécie morfologicamente semelhante a H. acerosa (Sw.) Holub., da qual difere
principalmente por apresentar quase o dobro do tamanho. Possui o caule pendente com até
50 cm de comprimento, 4-6 vezes furcado, visível entre os microfilos, que são verde-
amarelados, filiformes. Os esporângios são amarelos e ficam agrupados nas extremidades
dos ramos.
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, ocorrendo nos estados Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Paraná, em altitudes entre1200 e 2400 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 18.IX.2004, Condack
285 (RB); proximidades do abrigo Massena, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1766
(RB).
8. Huperzia erythrocaulon (Fée) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 72. 1985.
Preferencialmente rupícola, cresce também como epífita ou terrícola protegida por
blocos de rocha, nos Campos de Altitude. Encontrada geralmente no cume dos picos mais
altos, é uma espécie bastante adaptada, suportando intensa radiação solar, fortes ventos,
além de resistir a enorme amplitude térmica deste ambientes, com temperaturas
frequentemente inferiores a 0oC. No campo, é facilmente identificada pelo caule
17
avermelhado e pela iridescência da face abaxial dos microfilos. Porém estas características
podem se perder com o processo de herborização.
Endêmica da região sudeste do Brasil está restrita aos Campos de Altitude de Minas
Gerais e Rio de Janeiro, em altitudes superiores a 1900 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Altar, 2665 m, 11.VI.2005,
Condack & Cortines 403 (RB); Pedra do Eco, 2400 m, 21.VIII.2005, Condack 431 (RB);
Prateleiras, 2400 m, IX.1933, Brade 12723 (RB); sem localidade definida, 2400 m,
VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade s. n. (RB33439).
9. Huperzia hexasticha B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5:1 1987.
Epífitas inicialmente eretas e, quando adultas, pendentes, com até 70 cm de
comprimento e oito vezes dicotomizadas, formando massas grandes e pesadas. Espécie
semelhante a H. quadrifariata (Bory) Trevisan e H. fontinaloides (Spring.) Trevisan, com
as quais são frequentemente confundidas. Difere da primeira pelos râmulos roliços ou
arredondado-angulares, com microfilos usualmente 6-seriados. H. fontinaloides difere das
duas pelos râmulos basais estreitos com o caule geralmente vermelho e com microfilos
pequenos decusssados (Øllgaard & Windisch, 1987).
Endêmica da região sudeste do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais ao Rio
Grande do Sul, em altitudes entre 1000 e 2400 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 15.IX.2004,
Condack 255 (RB); caminho para Pedra Assentada, 2400 m, 20.VIII.2005, Condack 425
(RB); Pinheiral, 2100 m, III.1937, Brade 15563 (RB); trilha Massena-Macieiras, 1900 m,
02.IV.2005, Condack 339 (RB).
10. Huperzia nuda (Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5: 8 1987.
Terrícola ou rupícola nos Campos de Altitude. Tratada por Brade (1956) como
Lycopodium reflexum Lam. var. aquaticum Glaz. Possui o caule ereto, com até 30 cm de
altura, frequentemente decumbente, 1-2 vezes furcado e visível entre os microfilos, que são
verde-claros e de consistência cartácea.
Endêmica da região sudeste do Brasil encontra-se restrita as montanhas dos estados
de Minas Gerais e do Rio de Janeiro em altitudes superiores a 1200 m
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1720 (RB); Km 8, 25.V.1932, Campos Porto 2599 (HPNI);
18
proximidades da Pedra da Maçã, 2400 m, 20.VIII.2005, Condack 424 (RB); trilha Massena
x Macieira, 2000 m, 2.IV.2005, Condack 340 (RB).
11. Huperzia reflexa (Lam.) Trevis., Atti Soc. Ital. Sci. Nat. 17: 248. 1874.
Terrícola, rupícola ou epífita do interior da Floresta Alto Montana ou em locais
sombreados e úmidos dos Campos de Altitude. Possui microfilos denticulados e hábito
ereto, com até 30 cm de altura.
Com ampla distribuição na região neotropical, é encontrada no Brasil nos estados
de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 10, III.1937, Brade 15558 (RB);
Pedra do Eco, 2400-2500 m, III.1937, Brade 15724 (RB); proximidades do abrigo
Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1767 (RB).
12. Huperzia silveirae (Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5: 8 1987.
Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Planta robusta com até 20 cm de
comprimento, com microfilos verde-escuros, coriáceos, lanceolados. Esporângios amarelo-
acastanhados, esparsos.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 319 (RB).
13. Lycopodiella alopecuroides (L.) Cranfill var. duseniana B. Øllg. & P. G. Windisch,
Bradea 5:8 1987.
Terrícola de locais úmidos, ensolarados ou um pouco sombreados nos Campos de
Altitude. Difere das outras variedades da espécie Lycopodiella alopecuroides, por
apresentar crescimento mais robusto, micrófilos mais longos e largos, com margem inteira,
ramos estrobilíferos mais curtos e estróbilos mais espessos (Øllgaard e Windisch 1987).
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa das Prateleiras, 2300 m,
III.1937, Brade 15567 (HPNI, RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 26.V.2005,
Condack & Cortines 380 (RB); sem localidade definida, 2250 m, Tamandaré de Toledo Jr.
& Brade 830 (RB); trilha para o Pico das Agulhas Negras, 2400 m, 11.VI.2005, Condack
& Cortines 410 (RB); trilha para o Pico das Agulhas Negras, 2500 m, 27.IX.1995, Braga et
al. 2855 (RB).
19
14. Lycopodiella bradei (Herter) B. Øllg., Opera Bot. 92: 176. 1987.
Tratada por Brade (1956) como Lycopodium fastigiatum R. Br. var schumacheri
Hier., é uma espécie terrícola de locais úmidos nos Campos de Altitude. É uma espécie
atípica para a secção Campylostachys, por possuir os estróbilos eretos formados sobre um
sistema caulinar horizontalmente reptante e amplamente ramificado (Øllgaard e Windisch
1987).
Endêmica do sudeste brasileiro está restrita as serras do Caparaó e do Itatiaia em
altitudes superiores a 2300 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 20.X.1922, Campos
Porto 1121 (RB).
15. Lycopodiella cernua (L.) Pic. Serm., Webbia 23: 165. 1968.
Terrícola, de locais abertos e ensolarados. Ocorre preferencialmente nos locais mais
perturbados, como margens de trilhas e estradas, entre moitas de gramíneas. Possui
estróbilos recurvados, terminais em um sistema de râmulos amplamente ramificados,
formados sobre um ramo principal ereto.
Distribuição: Ampla distribuição na região neotropical. No Brasil ocorre desde o
estado do Amazonas até o Paraná.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Proximidades do abrigo Rebouças,
5.V.2005, Ramos et al. 12 (RB).
16. Lycopodium assurgens Fée, Crypt. Vasc. Brésil 2: 95, t. 106, f. 3. 1873.
Tratada por Brade (1956) como Lycopodium fastigiatum var. assurgens Nesssel &
Hoehne, é uma espécie terrícola de locais ensolarados nos Campos de Altitude. Possui
microfilos monomorfos, dispostos em verticilos alternos, sem o ápice membranoso, como é
encontrado em L. clavatum, além dos esporófilos peltados, com pedicelo estreito, roliço e
sem lamela basioscópica no pedicelo.
Endêmica para o sul da América do Sul, ocorre na Argentina, Chile e Brasil. É
encontrada no Brasil nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa Seca, 2200 m, VIII.1933, Brade
12629 (RB); Pedra Assentada/Prateleiras, 2300 m, III.1937, Brade 15566 (HPNI, RB);
proximidades do abrigo Massena, 09.IX.2004, Condack 239 (RB); sem localidade definida,
2200 m, 21.VI.1930, Brade 10123 (RB).
20
17. Lycopodium clavatum L., Sp. Pl. 2: 1101. 1753.
Terrícola ou rupícola, encontrada nos Campos de Altitude ou nas bordas da Floresta
Alto Montana, onde forma densas populações. Possui microfilos monomorfos, dispotos em
verticilos alternos, terminando em uma ponta filamentosa ou num ápice membranoso. Da
família Lycopodiaceae, é a espécie mais amplamente distribuída na área de estudo.
Distribuição cosmopolita estando ausente na Austrália. No Brasil ocorre de Minas
Gerais a Santa Catarina, em altitudes entre 600 e 2700 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2700 m, 27.V.1935,
Brade 14537 (RB); Brejo da Lapa, 2100 m, 05.V.2005, Ramos et al. 11 (RB); Cachoeira
do Aiuroca, 2400 m, 12.VI.2005, Condack & Cortines 418 (RB); Planalto, 2550 m,
05.II.1969, Sucre 4675 (RB); Estrada nova Km 9, 08.X.1965, Andrade 583 (HPNI);
Estrada Nova Km 12, 29.III.1942, Barros 862 (HPNI); proximidades do abrigo Massena,
10.IX.2004, Condack 242 (RB).
18. Lycopodium jussiaei Desv. ex Poir., Encycl. Suppl. 3: 543. 1813 (1814).
Terrícola ou rupícola em Campos de Altitude. Possui râmulos dorsiventrais, com
duas fileiras de microfilos alternos dorsolaterais largos, e duas ou três fileiras ventrais
estreitas com ponta escarificada. Os registros encontrados nos herbários não possuem
localidades bem definidas, o que dificultou sua recoleta. Pode ser considerada rara na área
de estudo e possivelmete ameaçada em nosso país, pois possui populações restritas a região
de mata arbustivo-arbórea do Planalto do Itatiaia.
Com distribuição neotropical. No Brasil é encontrada apenas no Planalto do Itatiaia.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 1900 m,
16.IX.1961, Pereira 5770 (RB); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de
Toledo Jr. & Brade 826 (RB).
19. Lycopodium thyoides Humb. & Bonpl. ex Willd., Sp. Pl. 5: 18. 1810.
Tratada por Brade (1956) como Lycopodium complanatum L., é uma espécie
terrícola ou rupícola de locais ensolarados, nos Campos de Altitude e nas bordas da
Floresta Alto Montana. Possui râmulos dorsiventrais e microfilos trimórfos, sendo uma
fileira dorsal e outra ventral estreita e duas laterais mais largas. Pode ser facilmente
encontrada nos barrancos a margem da estrada que leva ao Planalto.
Com distribuição neotropical, no Brasil pode ser encontrado nos estados do Piauí a
Santa Catarina.
21
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.VI.2004, Sylvestre
& Condack 1743 (RB); Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1719
(RB); Estrada para o Planalto Km 8, 17.X.1967, Andrade 1057 (HPNI); Estrada para o
Planalto Km 9, 13.X.1970, Andrade 1342 (HPNI); Estrada para o Planalto Km 12,
29.III.1942, Barros 867 (HPNI); Macieiras, 28.I.1937, Lanstyak 124 (HPNI); Planalto,
07.I.1947, Aparício & Pereira 884 (RB); Planalto, 13.VI.1963, Pereira 7612 (RB).
SELAGINELLACEAE
20. Selaginella tenuissima Fée, Revis. Gen. Pl. 2:827. 1891.
Terrícola de locais ensolarados ou um pouco sombreados, nos Campos de Altitude.
Pode ser facilmente encontrada nos barrancos úmidos das margens de trilhas na região do
Planalto. Possui o caule prostrado, não articulado, com rizóforos ventrais em toda sua
extensão e microfilos denteados, sendo bastante semelhante a S. muscosa Spring. da qual
difere principalmente pelo tamanho reduzido e pelos microfilos axilares e dorsais
simétricos.
Endêmica para o Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, abrigo Rebouças, 11.X.1977, Maas &
Martinelli 3172 (RB); Estrada Nova Km 15, 2300-2400 m, V.1950, Brade 20277 (RB);
Planalto, 2400 m, 05.V.2005, Condack & Vaz 373 (RB); Planalto, trilha Massena-
Rebouças, 30.V.2005, Condack 395 (RB); proximidades do abrigo Massena, 02.IV.2005,
Condack 345 (RB); sem localidade definida, 2100 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. &
Brade 832 (RB).
MONILOPHYTA
ASPLENIACEAE
21. Asplenium auritum Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 52. 1801.
Cresce no solo, sobre rochas ou como epífita, preferencialmente no interior das
florestas, às margens de corregos, podendo ocorrer também em ambientes abertos em
locais úmidos. As folhas são lanceoladas, longo acuminadas, com os lados das pinas
bastante desiguais. A morfologia da lâmina foliar pode variar quanto ao grau de
22
segmentação e textura, podendo ser pinada a pinada-pinatífida, cartácea a coriácea. Espécie
com ampla distribuição no Parque.
Ocorre em quase todo o continente americano, e no continente africano, na
Tanzânia e Madagascar. Encontra-se bem distribuída de norte a sul no Brasil, em quase
todos os estados.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,
Condack 253 (RB); estrada para as Agulhas Negras, Brejo da Lapa, 26.IV.1989, Sylvestre
225 et al. (RB); Macieiras, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 792 (RB);
proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 9.IX.2004, Condack 236 (RB).
22. Asplenium castaneum Schltdl. & Cham., Linnaea 5: 611. 1830.
Espécie semelhante a A. monanthes, da qual se diferencia pela raque castanha clara,
pela margem das pinas crenadas e pelo maior número de soros no lado acroscópico da pina.
Cresce sobre rochas em locais úmidos e pouco sombreados, ocorrendo apenas na área de
estudo em uma única localidade. Foi tratada por Brade (1956), como A. trichomanes L.
Possui distribuição disjunta com os Andes, sendo que no Brasil é encontrada apenas na
região do Planalto do Itatiaia.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco 2400 m, III.1937, Brade
15500 (RB); sem localidade definida, VII.1956, Monteiro s. n. (RBR 4178).
23. Asplenium formosum Willd., Sp. Pl. 5(1): 329. 1810.
Encontrada recentemente na região alto montana do Parque. Cresce no interior da
floresta, sobre rochas cobertas por musgos ou como epífita as margens de córregos, a cerca
de 2000 m. Possui a lâmina pinada, linear lanceolada, cartácea a coriácea, com o ápice
agudo a acuminado. Pinas basais reduzidas a metade do comprimento das pinas medianas.
Espécie com distribuição pantropical. No Brasil pode ser encontrada do Amazonas
a São Paulo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o pico das Agulhas
Negras, 2000 m, 23.I.1997, Braga 3890 et al. (RB).
24. Asplenium harpeodes Kunze, Linnaea 18: 329. 1844.
Cresce preferencialmente no solo do interior de Floresta Alto Montana, em locais
com bastante serapilheira, podendo ser encontrada como epífita em ciateáceas e sobre
rochas próximas a córregos. Ocorre frequentemente em regiões com menores altitudes no
23
Parque. Possui lâmina pinada, lanceolada, membranácea, verde clara com ápice agudo a
acuminado. Pinas medianas inseridas em ângulo reto em relação à raque, que é castanha
escura e alada.
Possui ampla distribuição neotropical, ocorrendo no Brasil apenas nas regiões
sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Cachoeira do Aiuroca, 2400 m,
12.VI.2005, Condack & Cortines 417 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2000 m,
26.IV.1989, Sylvestre 217 et al. (RB); Macieiras, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10118
(HPNI); Pedra do Eco 2400m/sm., III.1937, Brade 15504 (RB); proximidades do abrigo
Massena, 2000 m, 8.IX.2004, Condack 234 (RB) trilha Massena-Macieira, 2000 m,
28.V.2005, Condack & Cortines 388 (RB).
25. Asplenium incurvatum Fée, Cript. Vasc. Brésil 1: 69. t 18. f. 1. 1869.
Preferencialmente epífita, ocorrendo ocasionalmente como rupícola sobre rochas
cobertas por musgos. Espécie semelhante a A. serra Langsd. & Fisch. e A. campos-portoi
Brade, das quais difere por apresentar a base das pinas assimétricas, com as margens
fortemente bisserreadas, pecíolo castanho escuro a nigrescente, com escamas lineares
lanceoladas, longamente caudadas, castanhas, e por possuir esporos escuros, apresentando
a superfície reticulada, com muros densamente espinhosos (Sylvestre 2001). O registro de
A. incurvatum nas proximidades das Prateleiras (2400 m) aumenta substancialmente a
altitude de ocorrência desta espécie.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil. Ocorre nos estados do Espírito
Santo ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Prateleiras, 22.IV.1933, Campos Porto
2624 (HPNI).
26. Asplenium martianum C. Chr., Index Filic. 120. 1905.
Espécie terrícola ou rupícola, tratada por Brade (1956) como A. tamandarei
Rosenst. que a considerava um endemismo local. Sylvestre (2001) considerou A.
tamandarei sinônimo de A. martianum, pois se enquadra nas variações morfológicas desta
espécie, possuindo segmentos menores e um pouco menos atenuados, mais agudos. Difere
de A. pseudonitidum Raddi, pelo pecíolo e raque não esclerificados, pela raque glabra e
pelos esporos uniformemente cristados (Sylvestre 2001). Existem apenas dois registros
para o Parque, em localidades não muito bem definidas, o que dificultou sua recoleta.
24
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 12, s. d., Campos Porto 2254 (RB);
sem localidade específica, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 797 (RB).
27. Asplenium monanthes L., Mant. Pl. 1: 130. 1767.
Espécie facilmente encontrada em fendas de rochas e margens de trilhas em locais a
sol pleno. Segundo Sylvestre (2001), os indivíduos encontrados nos Campos de Altitude do
Planalto do Itatiaia, podem apresentar gemas dormentes nas axilas das pinas, além do
esporófito com dimensões consideravelmente maiores que a média da espécie. Possui
pecíolo castanho escuro, lustroso, com a base densamente revestida por escamas lineares a
filiformes. Lâmina pinada, linear lanceolada, coriácea, verde escura. Pinas basais
reduzidas, auriculiformes. Quando fértil, apresenta apenas um soro, ou raramente dois a
três por pina, sempre no lado basiscópico.
Espécie pantropical. No Brasil, ocorre nas regiões sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra Assentada, III.1939, Lanstyak
340 (HPNI); Pedra do Eco, 2300-2400 m, III.1937, Brade 15501 (RB); Estrada para
Agulhas Negras, proximidades do Abrigo Rebouças, 26.IV.1989, Sylvestre 229 et al. (RB);
proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 1.IV.2005, Condack 336 (RB); sem localidade
específica, 2500 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 796 (RB).
28. Asplenium praemorsum Sw., Prodr. 130. 1788.
Primeiro registro desta espécie para a região alto montana do Parque Nacional do
Itatiaia. Foi encontrada sobre rocha, às margens de um córrego no interior de mata com
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, a cerca de 2000 m. Possui lâmina lanceolada,
pinado-pinatífida, cartácea, com as pinas profundamente lobadas, com lobos cuneiformes.
Apresenta denso revestimento de escamas castanho-escuras a nigrescentes no caule,
pecíolo e raque.
Com distribuição restrita aos neotrópicos, possui ampla distribuição no Brasil,
sendo encontrada do Ceará a Santa Catarina.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha Massena-Macieira, 2000 m,
28.V.2005, Condack 387 (RB).
29. Asplenium pseudonitidum Raddi, Syn. Fil. Bras. 98. 1819.
25
Ocorre preferencialmente no solo humoso no interior da Floresta Alto Montana,
geralmente próxima a base de árvores e raramente sobre rochas. Possui pecíolo e raque
castanho-avermelhados, lustrosos, diferenciando-a facilmente de A. martianum.
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 15.IX.2004, Condack
251 (RB).
30. Asplenium raddianum Gaudich., Voy. Uranie 316. 1828.
Ocorre preferencialmente como epífita e raramente como terrícola ou rupícola. O
registro desta espécie para a região alto montana data de menos de dez anos, sendo
encontrada como rupícola a sombra, na mata de transição para os campos, a uma altitude
de 2000 m. Possui a lâmina pinada, lanceolada, membranácea, com as pinas basais um
pouco reduzidas, e a pina apical pinatífida alongada. Raque alada, glabrescente.
Com ampla distribuição na América do Sul, é encontrada no Brasil apenas nas
regiões sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o pico das Agulhas
Negras, 2000 m, 23.I.1997, Braga 3894 (RB); Estrada para o pico das Agulhas Negras,
1800 m, 23.I.1997, Braga 3895 (RB).
31. Asplenium serra Langsd. & Fisch., Ic. Fil. 16. t. 19. 1810.
Espécie preferencialmente terrícola do interior e bordas de Floresta Alto Montana,
ocorre também entre blocos de rochas nas proximidades dos picos rochosos do Planalto.
Apresenta indivíduos robustos, com folhas de até 1,5 m de comprimento, possui o caule
densamente revestido por escamas lanceoladas, castanho escuras, não acuminadas. Lâmina
pinada, cartácea, com pinas regularmente serreadas. Soros aproximados e paralelos à costa
(Sylvestre 2001).
Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída pelo Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Macieiras, trilha que leva
ao abrigo, 25.IV.1989, Sylvestre 215 et al. (RB); Pedra da Divisa, 2000 m, III.1937, Brade
15503 (RB); Pedra do Eco, 2400 m, III.1937, Brade 15502 (RB); Planalto, 2100-2200 m,
28.V.1935 Brade 14523 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004,
Sylvestre & Condack 1761 (RB).
BLECHNACEAE
26
32. Blechnum andinum (Baker) C. Chr., Index Filic. 150. 1905.
Rupícola em fendas de rochas sombreadas nos picos mais altos. Semelhante a B.
penna-marina, diferindo desta por apresentar o caule ereto, lâmina foliar não pectinada,
membranácea, com nervuras indivisas.
Com distribuição disjunta com os Andes, é encontrada no Brasil apenas na Serra do
Itatiaia.
Categoria de ameaça: criticamente em perigo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2800 m, 27.V.1935,
Brade 14540 (RB); Agulhas Negras 2700-2800 m.sm., VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr.
& Brade 791 (RB).
33. Blechnum austrobrasilianum de la Sota, Bol. Soc. Argent. Bot. 16: 248. 1975.
Cresce no solo, próxima à córregos, no interior da Floresta Alto Montana, na região
conhecida como Alto dos Brejos. Espécie semelhante a B. occidentale L., diferindo desta
pela textura da lâmina cartácea e pelas pinas basais completa ou parcialmente adnatas à
raque no lado acroscópico (Dittrich 2005).
Ocorre na Bolívia, Argentina e Brasil. No Brasil é encontrada apenas nas regiões
Sudeste e Sul, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 29.X.2004, Condack
295 (RB).
34. Blechnum binervatum (Poir.) C. V. Morton & Lellinger subsp. acutum (Desv.) R. M.
Tryon & Stolze, Fieldiana Bot. n. s. 32: 64. 1993.
Cresce como terrícola ou hemiepífita, a até 2 metros. de altura no forófito, no
interior da Floresta Alto Montana da vertente norte. Possui as folhas jovens de cor rosa
intenso e apresenta dimorfismo entre as folhas férteis e estéreis. As folhas estéreis são
pinatissectas, lanceoladas, gradualmente reduzidas para o ápice e abruptamente para a base.
As férteis não possuem expansões laminares abrigando apenas os soros.
Possui distribuição neotropical, ocorrendo do sul do México à Argentina. No Brasil
está presente nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.IX.2004, Condack
260 (RB).
27
35. Blechnum cordatum (Desv.) Hieron., Hedwigia 47: 239. 1908.
Tratada por Brade como B. itatiaiense Brade e, apesar de ser bastante comum na
área de estudo, o único testemunho no herbário era o própio material typus. É facilmente
encontrada no interior da Floresta Alto Montana e nas margens da estrada que leva ao
Planalto, em locais sombreados e úmidos. Possui o caule ereto revestido por escamas
castanhas, folhas dimórfas, sendo as estéreis mais curtas que as férteis, as férteis sem
expansões laminares e pecíolos revestidos por escamas castanhas semelhantes às do caule.
Nervuras livres, simples ou uma vez furcadas.
Possui distribuição neotropical. No Brasil é encontrada nas regiões sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.IX.2004, Condack
266 (RB); Estrada para o Planalto Km 12, 2200 m, 22.VIII.2005, Condack 439 (RB);
proximidades do abrigo Massena, 08.IX.2004, Condack 235 (RB); sem localidade definida,
2000 m, 21.VI.1930, Brade 10115 (RB).
36. Blechnum penna-marina (Poir.) Kuhn, Filic. Afr. 92. 1868.
Terrícola em solo pedregoso, encontrada abundantemente às margens da estrada a
uma altitude de 2400 m e em outras poucas localidades do Planalto. Esta espécie é
semelhante à B. andinum, diferindo desta por apresentar o caule longamente reptante,
lâmina foliar pectinada, subcoriácea, com nervuras regularmente furcadas.
Com distribuição pantropical. No Brasil é encontrada nos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o Planalto, 2400 m,
11.IV.2005, Condack 349 (RB); Planalto 2300-2400 m, 21.II.1948, Brade 18890 (RB)
sem localidade definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10090 (RB).
37. Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr., Index Filic. 159. 1905.
Citada por Brade (1956) como B. imperiale (Fée & Glaz.) Christ. Dittrich (2005)
considera esta espécie sinônimo de B. schomburgkii, que possui uma ampla variação na
morfologia do esporófito. Pode ser encontrada no interior da Floresta Alto Montana em
locais sombrios, com folhas cartáceas, maiores, pendentes e de cor verde escura, bem como
nos Campos de Altitude a sol pleno, com folhas coriáceas, menores, mais eretas e de
tonalidade mais clara, além de apresentarem maior quantidade de indumento. Cresce
também como epífita nos pseudotroncos de Cortaderia modesta (Döll) Hack. ex Dusén
(Poaceae). Possui o caule ereto, robusto, formando cáudice, revestido no ápice por escamas
28
lineares, curvas, de cor castanha como as da base do pecíolo. As folhas são dimórfas, sendo
as férteis sem expansões laminares e mais longas que as estéreis. Nervuras imersas no
tecido foliar, de difícil percepção.
Com distribuição neotropical, no Brasil pode ser encontrada da Bahia ao Rio
Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Macieiras, 21.VII.1926, Gurgil s. n.
(RB30818); Pedra do Altar, 27.IV.1989, Sylvestre et al. 233 (RB); Pedra Furada, 2500 m,
30.VIII.1989, Sylvestre et al. 281 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m,
9.IX.2004, Condack 238 (RB); trilha para Agulhas Negras, 10.II.1990, Morel et al. 316
(RB); trilha para Agulhas Negras, 2300 m, 10.II.1990, Sylvestre et al. 284 (RB); trilha para
Agulhas Negras, 10.II.1990, Morel et al. 317 (RB).
CYATHEACEAE
38. Alsophila capensis (L. f.) J. Sm. subsp. polypodioides (Sw.) Conant, J. Arnold Arbor.
64(3): 369. 1983.
Foram localizados poucos indivíduos, apenas nas proximidades do abrigo Macieira
e nos fragmentos da vertente norte. Crescem próximos a pequenos córregos, a uma altitude
de até 2000 m. Com alturas entre 1,5 e 2 m, podem ser facilmente identificados no campo
pela presença de suas aflébias com até 40 cm de comprimento desprovida de expansões
laminares.
Possui distribuição disjunta entre o sudeste da continente africano e o sudeste e sul
do Brasil. Brade (1956) referiu A. capensis (L. f.) J. Sm. como sendo do elemento
antártico.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 18.IX.2004,
Condack 286 (RB); Macieiras, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10120 (HPNI).
39. Alsophila setosa Kaulf., Enum. Filic. 249. 1824.
Encontrada apenas em um dos fragmentos da vertente norte, em local bastante
encharcado, nas proximidades de uma nascente. Possui caule com até 3 m de altura,
apresentando cicatrizes da base dos pecíolos em quase toda a planta, além de pequenos
espinhos. Em um dos indivíduos foi encontrado Asplenium harpeodes com epífita. Possui
um par de pinas basais aflebióides com expansões laminares estreitas. Alguns autores
(Conant 1983; Conant & Cooperdriver 1980 e Holtum 1981) comentam que A. setosa
29
Kaulf. seria um híbrido entre A. capensis (L. f.) J. Sm. e A. sternbergii (Sternb) Conant,
fato este colocado em dúvida por Fernandes (1997), que sugere uma investigação mais
aprofundada desta questão.
Ocorre nas regiões sudeste e sul do Brasil, na Argentina e no Paraguai.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 31.X.2004,
Condack & Cortines 306 (RB).
40. Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin, Pteridophyta 262. 1929.
Tratada por Brade (1956), como Alsophilla elegans Mart., ocorre às margens da
estrada que leva ao Planalto, no interior e nas bordas dos fragmentos de Floresta Alto
Montana da vertente norte, bem como nos topos de morros, na transição para os campos,
em locais a pleno sol, a uma altitude de até 2000 m Apresenta restos das bases do pecíolos
ao longo do caule e a pina apical conforme. Possui uma enorme variação na morfologia de
sua lâmina foliar, que pode ser observada de acordo com o ambiente onde é encontrada. Os
indivíduos de áreas abertas e ensolaradas apresentam o esporófito com folhas coriáceas, de
menor comprimento e com as pinas pinatífidas. Indivíduos encontrados no interior da
floresta possuem as pinas inteiras e de consistência cartácea.
Endêmica para o Brasil ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 2000 m, 30.III.2005,
Condack 334 (RB); Macieiras, 18.VIII.1965, Andrade 461 (HPNI).
41. Cyathea dichromatolepis (Fée) Domin, Pteridophyta 262. 1929.
Encontrada apenas nos fragmentos da vertente norte, preferencialmente nos locais
mais sombreados e úmidos, a uma altitude de 1900 m. Apresenta uma enorme quantidade
de indivíduos juvenis, que podem ser facilmente identificados analisando as escamas
bicolores da base do pecíolo e pelas pínulas acuminadas, com incisões pouco profundas.
Endêmica da região sudeste do Brasil, ocorre no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo, em altitudes entre 670 e 2000 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,
Condack 259 (RB); Macieiras, 1960 m, IX.1934, Brade 14075 (HPNI).
42. Cyathea phalerata Mart., Denkschr. Bayer. Bot. Ges. Regensburg 2: 146. 1822.
Encontrada apenas nos fragmentos da vertente norte, possui indivíduos maduros
(férteis) de pequeno porte, com 1,5 m de altura, até enormes fetos com quase dez metros,
30
geralmente próximos a cursos de água. Apresenta indumento furfuráceo nos eixos foliares
e escâmulas alvacentas, infladas na face abaxial das pinas. Fernandes (1997) não cita a
ocorrência desta espécie para as florestas alto montanas, sendo possivelmente o primeiro
registro de sua ocorrência para esta fisionomia vegetal.
Endêmica para o Brasil, ocorrendo do Ceará à Santa Catarina.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 31.X.2004,
Condack & Cortines 307 (RB).
DENNSTAEDTIACEAE
43. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm., Hist. Fil. 295. 1875.
Terrestre, geófita de interior de mata, podendo também ser encontrada nos bordos
de trilhas e na margem da estrada que leva ao Planalto. Caule longo reptante, subterrâneo.
Folhas com até 90 cm de comprimento e 30 cm de largura, lâmina deltóide, 2 pinada-
pinatífida, de consistência cartácea e glabra em ambas as faces. Pinas opostas ou
subopostas, sésseis. Soros marginais, esporângios em uma comissura vascular,
parcialmente protegidos pela margem da lâmina revoluta.
Com distribuição pantropical, esta espécie apresenta-se bastante polimórfica,
podendo ser um complexo de espécies, ainda não bem resolvido (Smith 1995).
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Agulhas Negras 2000 m,
26.IV.1989 Sylvestre et al. s. n. (RB282281); proximidades do abrigo Massena, 2000 m,
10.IX.2004, Condack 243 (RB) sem localidade definida, 2100 m, 20.VI.1930, Brade 10257
(RB).
44. Hypolepis repens (L.) C. Presl, Tent. Pterid. 162. 1836.
Terrestre, geófita, cresce preferencialmente em bordas de matas, podendo também
ser encontrada no interior destas, em locais não muito sombreados. Foram observados
indícios de sazonalidade em relação à produção de folhas férteis, sendo que estas
sucumbiam logo após o amadurecimento dos esporos. Possui caule longo reptante,
subterrâneo, lâmina com até um metro de comprimento por 40 cm de largura, de
consistência cartácea, pubescente em ambas as faces, as pinas são alternas, pecioladas, os
soros marginais arredondados ficam encobertos pela margem da lâmina revoluta.
Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída no Brasil.
31
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,
Condack & Cortines 293 (RB); Estrada Nova, Km 8, 2200 m, 25.III.1942, Barros 713
(HPNI); Km 12, 26.II.1936, Brade 15101 (RB); Planalto, 2100-2200 m, 28.V.1935, Brade
14497 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 10.IX.2004, Condack 245 (RB)
sem localidade definida, 2250 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 786 (RB).
45. Hypolepis rugulosa J. Sm., Bot. Mag. 72: 8. 1846.
Terrestre, geófita, ocorrente em locais abertos e bordas de mata. Também foi
observado indícios de sazonalidade em relação a produção de folhas férteis. Difere de H.
repens (L.) C. Presl, pela coloração mais escura do pecíolo, pela maior quantidade de
indumento e pelas margens das pinas mais profundamente recortadas.
Distribuição pantropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada nova Km 10, 21.II.1948, Brade
18882 (RB); Estrada nova Km 11, 2100 m, V.1950, Brade 20288 (RB); Estrada para o
Planalto, Km 11, Brejo da Lapa, 2100 m, 22.VIII.2005, Condack 440 (RB); Pedra do Echo,
2400 m, III.1937, Brade 15540 (RB); sem localidade definida, 2000 m, VI.1913,
Tamandaré de Toledo Jr. & Brade (RB1837); sem localidade definida, 2000 m, III.1937,
Brade & Tamandaré Toledo Jr. 6501 (RB).
46. Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon, J. Wash. Acad. Sci. 14: 89. 1924.
Terrestre, geófita, cresce em locais abertos, bordas de mata, e em fendas de rochas
nos Campos de Altitude, principalmente nos locais mais afetados pelas últimas queimadas
ocorridas no Parque. Possui lâmina deltóide, 2 pinado-pinatífida, fortemente coriácea, com
pecíolo e raque sulcados na face superior. Os soros são marginais, e ficam protegidos pela
margem da lâmina modificada como um falso indúsio.
Com distribuição neotropical, ocorre desde o sul do México ao Uruguai.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha para a Pedra Furada, 2400 m,
22.VIII.2005, Condack 438 (RB).
DICKSONIACEAE
47. Culcita coniifolia (Hook.) Maxon, Report Smiths. Inst. 1911: 488. pl.13, f. c.1912.
Exclusiva do interior da Floresta Alto Montana, apresenta-se bem distribuída na
área de estudo. Possui a lâmina triangular, 4-5 pinada-pinatífida, de consistência cartácea,
32
chegando a quase dois metros de comprimento. Apesar de pertencer à família
Dicksoniaceae, não forma cáudice, como o gênero Dicksonia. Entretanto, possui o típico
indumento dourado na base dos pecíolos, além dos soros marginais.
Segundo Tryon & Tryon (1982), esta espécie ocorre no sul do México, América
Central, Grandes Antilhas, Venezuela, Colombia e Peru, com uma ocorrência disjunta na
Serra do Itatiaia. Fernandes (1997) verificou a ocorrência desta espécie também para o
estado de São Paulo, na Serra da Bocaina. No Brasil, cresce em altitudes entre 1850 e 2250
m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1725 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 19.VIII.2004,
Sylvestre & Condack 1779 (RB); Macieiras, Km15, 1850 m, 26.II.1945, Brade 17510
(RB); Macieiras, 2000 m, 21.VI.1930 Brade 10148 (HPNI; RB); Km 15, 2000 m,
24.V.1932, Campos Porto 2606 (HPNI); sem localidade definida, 2250m, VI.1913,
Tamandaré de Toledo Jr. 784 (RB); sem localidade definida, 2100 m, III.1937, Brade s. n.
(RB317119).
48. Dicksonia sellowiana Hook., Sp. Fil. 1: 67. 1844.
Popularmente conhecida como xaxim, ocorre preferencialmente no interior de
mata. Também pode ser encontrada às margens da estrada que leva ao Planalto. Sua
distribuição chega a uma altitude próxima aos 2200 m, no interior de um dos fragmentos
próximo ao abrigo Massena. Possui a lâmina bipinada-pinatífida gradualmente reduzida até
a base nos indivíduos adultos e alargada na base nos indivíduos jovens. Na área de estudo é
representada em sua maioria por indivíduos jovens, quase sem caule aparente. Porém, em
um dos fragmentos da vertente norte foram encontrados indivíduos com alturas próximas
aos sete metros e com circunferência a altura do peito superior a um metro, evidenciando
um bom estado de conservação deste fragmento.
Possui distribuição neotropical. No Brasil a ocorrência de Dicksonia sellowiana
assemelha-se à distribuição de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, podendo ser
encontrada nas regiões sudeste e sul, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, excetuando o
estado do Espírito Santo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,
Condack 254 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre &
Condack 1765 (RB); Macieira, KM 15, 1800 m, 18.VIII.1965, Andrade s. n. (HPNI462);
Macieira, 1900 m, 24.V.1932, Campos Porto 2603 (HPNI).
33
DRYOPTERIDACEAE
49. Arachniodes denticulata (Sw.) Ching, Acta Bot. Sin. 10: 269. 1962.
Terrestre ou rupícola em locais sombreados e úmidos na Floresta Alto Montana.
Possui rizoma ereto, com as folhas aglomeradas e anadrômicas.
Possui distribuição neotropical. No Brasil, ocorre nas serras das regiões sudeste e
sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1742 (RB); Estrada Nova Km 12, 29.IV.1932, Barros 851 (HPNI);
trilha Massena x Macieira, 2000 m, 29.V.2005, Condack & Cortines 394 (RB).
50. Dryopteris wallichiana (Spreng.) Hyl., Bot. Not. 1953(3): 352. 1953.
Anteriormente identificada como D. paleacea (Sw.) C. Chr. (Brade 1956), cuja
distribuição estende-se apenas pelos paleotrópicos. Possui crescimento rosulado e um
denso revestimento de escamas douradas, paleáceas no pecíolo, raque e lâmina foliar. Em
alguns casos, pode ser considerada caméfita devido a formação de um pequeno
pseudotronco. Ocorre no interior e bordos da Floresta Alto Montana.
Com distribuição neotropical, é encontrada nas regiões sudeste e sul do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Planalto, 2100-2200 m, 28.V.1935,
Brade 14503 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre &
Condack 1759 (RB); sem localidade definida, 1900 m, 1937, Brade & Lanstyak s. n.
(HPNI4162); sem localidade definida, 2000 m, 22.VI.1930, Brade 10140 (HPNI); sem
localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. 787 (RB).
51. Polystichum bradei Rosenst., Hedwigia 56: 365. 1915.
Foi registrada para uma única localidade no Parque, no interior de pequenos
fragmentos de Floresta Alto Montana, às margens da estrada que leva ao Planalto, nas
proximidades do Brejo da Lapa a uma altitude de 2100 m Possui rizoma ereto, revestido
por escamas lanceoladas, castanhas, lâmina pinada, com os segmentos curto peciolados,
com margem serreada e formando uma aurícula no lado acroscópico, raque densamente
revestida por escamas lanceoladas-filiformes, de cor marrom escura.
Endêmica para a região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia.
34
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2100 m, 13.VI.2005,
Condack & Cortines 419 (RB); Estrada para Agulhas Negras, Brejo da Lapa, 26.IV.1989,
Sylvestre et al. 216 (RB); sem localidade definida, VI.1913, Brade s. n. (RB4525).
52. Polystichum platyphyllum (Willd.) C. Presl, Tent. Pterid. 84. 1836.
Encontrada às margens da estrada que leva ao Planalto, em altitudes entre 1800 e
2000 m É reconhecida por apresentar gema na axila da pina distal, pínulas ovadas, com o
ápice agudo, pinas distais fortemente desiguais.
Com distribuição neotropical, ocorre do sul do México ao Paraguai e norte da
Argentina.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 328 (RB); Km 10, III.1937, Brade 15542 (RB).
53. Polystichum rochaleanum (Glaz.) Fée, Cript. Vasc. Brésil 2: 69. t 99. f. 2. 1872.
Tratada por Brade (1942) como P. aculeatum var. rochaleanum Luetzelb., espécie
endêmica para o Parque. Com um amplo número de variedades, P. aculeatum (L.) Roth ex
Mert., encontra-se bem distribuída pelas regiões tropicais do globo. Estudos mais
aprofundados são necessários para se estabelecer a real cicunscrição desta espécie e suas
variedades. Porém Barrington (1995) considera que o nome P. aculeatum deve ser aplicado
apenas aos indivíduos do velho mundo. Sua ocorrência na área de estudo está restrita a
fendas de rochas nos picos mais altos. Possui lâmina bipinada, lanceolada, longo
acuminada, glabras, com até 40 cm de comprimento, pecíolo longo e canaliculado.
Endêmica localmente.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2700 m, 27.V.1935,
Brade 14536 (RB); base da Pedra Assentada, 2200 m, 1937, Brade e Lanstyak s. n.
(HPNI4217); Pedra do Altar, 2500 m, III.1937, Brade 15543 (RB); sem localidade
definida, 2200 m, 25.V.1932, Campos Porto 2604 (HPNI); sem localidade definida, 2300
m, 20.VI.1930, Brade 10092 (RB); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré
de Toledo Jr. & Brade 778 (RB).
54. Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching, Sinensia 5: 70. 1934.
Tratada por Dusén (1905) como Aspidium capense Willd. e por Brade (1956), como
Polystichum quadrangulare Fee, encontra-se bem distribuída na região alto montana do
Parque, sendo uma das espécies de maior amplitude ecológica. Pode ser encontrada como
35
terrestre, rupícola ou epífita, ocorrendo em várias alturas no forófito. Habita tanto o
interior, quanto os bordos da Floresta Alto Montana, podendo crescer no interior de
touceiras de Cortaderia modesta, ou entre blocos de rochas nos Campos de Altitude.
Apresenta alta plasticidade fenotípica de acordo com o ambiente onde é encontrada,
possuindo folhas mais expandidas e de consistência cartácea com pinas dispostas em
ângulo mais aberto em relação à raque em locais protegidos da incidência direta do sol e
folhas mais estreitas, coriáceas com as pinas mais curtas e dispostas em ângulo agudo em
relação à raque, nos locais mais ensolarados. O caule geralmente é longo reptante e
densamente revestido por escamas castanho claras.
Distribuição pantropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,
Condack 282 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre &
Condack 1768 (RB); Rio d'ouro, 2200 m, IX.1934, Brade 14084 (RB).
GLEICHENIACEAE
55. Dicranopteris nervosa (Kaulf.) Maxon, Contr. U. S. Natl. Herb. 24: 49. 1922.
Exclusiva de áreas abertas e ensolaradas, ocorre preferencialmente em barrancos ao
longo da estrada que leva ao Planalto e nos bordos de trilha, ou sobre rochas nos Campos
de Altitude. Possui o rizoma rasteiro revestido de pêlos rígidos castanhos. A lâmina é
pinada com duas pinas geminadas largas, lanceoladas, com segmentos acessórios lineares
longos e nervuras 3-4 vezes furcadas. A gema central é geralmente abortiva e revestida por
pêlos articulados.
Com distribuição restrita ao sul da América do Sul, ocorre na Argentina, Paraguai,
Uruguai e nas regiões sudeste e sul do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Macieira, Km 17,
18.VIII.1965, Andrade s. n. (HPNI2773); Km 15, 24.V.1932, Campos Porto 2608 (HPNI);
Macieira 2000 m, 26.VI.1930, Brade 10154 (HPNI); Planalto, 19.X.1922, Kuhlmann
(RB33278); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 2.IV.2005, Condack 342 (RB).
56. Sticherus revolutus (Kunth) Ching, Sunyatsenia 5(4): 285. 1940.
Exclusiva de áreas abertas e ensolaradas, ocorre preferencialmente em barrancos ao
longo da estrada que leva ao Planalto e nos bordos de trilha, bem como em fendas de rocha
nos Campos de Altitude, principalmente nos locais aparentemente afetados pelas últimas
36
queimadas ocorridas no Parque. Possui o rizoma rasteiro, tortuoso, densamente revestido
por escamas ferrugíneas, lanceoladas de bordos denteados. A lâmina é dicotomicamente 3-
4 vezes dividida em pinas lineares, os segmentos são coriáceos com bordos encurvados de
tonalidade verde-azulada na face abaxial. A gema é geralmente abortiva e revestida por
escamas alvas.
Distibuição neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Altos dos Brejos, 1900 m, 16.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1744 (RB); Km 15, 24.V.1932, Campos Porto 2608 (RB); Macieira,
22.VIII.1926, Gurgil s. n. (RB33277); Planalto, 2200 m, 20.VI.1930, Brade 10091 (HPNI);
Rosa das Agulhas, 21.VII.1926, Gurgil s. n. (RB33261); sem localidade definida, 2200 m,
VIII.1933, Brade 12625 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de
Toledo Jr. & Brade 823 (RB).
GRAMMITIDACEAE
57. Ceradenia albidula (Baker) L. E. Bishop, Amer. Fern J. 78(1): 4. 1988.
Tratada por Brade (1956) como Polypodium albidulum Baker. É uma espécie
epífita de interior de mata em locais sombrios e úmidos. Possui lâmina cartácea, recoberta
por tricomas glandulares brancos, em ambas as faces.
Endêmica para a região sudeste e sul do Brasil, do Espírito Santo ao Rio Grande do
Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,
Condack 271 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 10.IX.2004, Condack 271
(RB); Km 13, 1800 m, VIII.1933, Brade 12624 (RB); Macieiras, 1800 m, 1.III.1950, Brade
20206 (RB); sem localidade definida, 2100 m., III.1937, Brade s. n. (RB326531).
58. Cochlidium punctatum (Raddi) L. E. Bishop, Amer. Fern J. 68(3): 86. 1978.
Epífita de interior de mata, podendo também crescer sobre rochas coberta por
humos, em locais à sombra, próximos a rios e córregos. Lâmina linear, inteira. Soros
concentrados no ápice da lâmina, formando cenosoros.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 30.X.2004,
Condack & Cortines 302 (RB); caminho para Macieiras, 25.IV.1989, Sylvestre et al. 212
(RB); Planalto, Pinheiral, IX.1937, Lanstyak 55 (HPNI); Prateleiras, 10.IV.1933, Campos
37
Porto 2649 (HPNI); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 29.V.2005, Condack & Cortines
393 (RB).
59. Lellingeria apiculata (Kunze ex Klotzsch) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J.
81(3): 83. 1991.
Rupícolas ou epífitas próximas ao solo, sendo ocasionalmente encontradas no solo
em locais com densa camada de serapilheira, no interior da Floresta Alto Montana, em
áreas sombreadas e úmidas. Pecíolos densamente pilosos, lâmina oblongo lanceolada, com
dois ou três segmentos basais reduzidos e o segmento terminal alongado, flabeliforme.
Possui distribuição neotropical. No Brasil, ocorre da Bahia ao Paraná.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,
Condack 272 (RB); Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade 14067 (RB); Prateleiras, IX.1933,
Brade 12686 (RB).
60. Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) Labiak, Brittonia 52 (3): 248. 2000.
Tratada por Brade (1956) como Polypodium tenuiculum var. brasiliense Rosenst.,
ocorre como epífita ou raramente como rupícola. Possui raque glabra adaxialmente, lâmina
coriácea, lanceolada, pinatissecta, reduzida gradualmente para a base, com cinco ou mais
segmentos auriculiformes e ápice terminando em um segmento flabeliforme (Labiak &
Prado 2005a).
Endêmica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Está restrita às Serras da
Bocaina, do Itatiaia e dos Órgãos, em altitudes superiores a 1000 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco, 2300 m, III.1937, Brade
s. n. (RB171185); Rio das Flores, 2200 m, 27.II.1936, Brade 15100 (RB); sem localidade
definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10185 (HPNI); sem localidade definida, 2400 m,
VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 768 (RB).
61. Lellingeria brevistipes (Mett. ex Kuhn) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3):
83. 1991.
Ocorre como epífita no interior da Floresta Alto Montana, em locais sombreados e
úmidos. Espécie semelhante a L. brasiliensis (Rosenst.) Labiak, diferindo desta por
apresentar as escamas do caule glabras, sem cílios na margem, além da raque imersa no
tecido laminar.
38
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil. Está restrita as regiões montanhosas
de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,
Condack 268 (RB); Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade 14069 (RB).
62. Lellingeria myosuroides (Sw.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81: 85. 1991.
Tratada por Brade (1956), como Polypodium strictissimum (Hook.) Hieron. Ocorre
como epífita ou rupícola, no interior da Floresta Alto Montana, em locais sombreados e
úmidos. Pode ser caracterizada pelas folhas dimórfas, com a porção estéril pinatissecta e a
fértil apenas crenulada ou serreada, e pelas escamas do caule com um único cílio apical.
Com distribuição pantropical, ocorre no Brasil apenas nos estados do Amazonas, no
Pico da Neblina, e do Rio de Janeiro, no Planalto do Itatiaia, ambos os registros em
altitudes superiores a 2000 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, cachoeira do Aiuroca, 2400 m,
12.VI.2005, Condack & Cortines 416 (RB); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913,
Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 773 (RB).
63. Lellingeria organensis (Gardner) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3): 83.
1991.
Tratada por Brade (1956) como Polypodium organense (Gardner) Mett., ocorre
como epífita, no interior da Floresta Alto Montana, ou em pequenas arvoretas encontradas
nos enclaves de rocha da base dos picos mais altos. Possui a face abaxial da lâmina
densamente recoberta por tricomas hialinos ou levemente amarelados, com soros
alongados, por vezes recobrindo toda a superfície abaxial da lâmina.
Endêmica do Brasil, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul em florestas alto
montanas.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2400 m, 27.V.1935,
Brade 14539 (RB); Estrada Nova, Km 15, 2400 m, V.1950, Brade 20297 (RB); Pinheiral,
2200 m, IX.1934, Brade 14028 (RB); sem localidade definida, 2000 m, III.1937, Brade s.
n. (RB227490); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. &
Brade 761 (RB).
64. Lellingeria schenckii (Hieron.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3): 83.
1991.
39
Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Espécie semelhante a L. organense,
diferindo desta por apresentar a lâmina mais estreita (até 0,3 cm de larg.), pelas escamas do
caule lineares e a raque alada não atingindo mais que 1/3 da largura da lâmina (Labiak &
Prado 2005a).
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil. Ocorre em altitudes superiores a 1000
m nos estados do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha para o Alto dos Brejos, 1900 m,
28.X.2004, Condack 289 (RB).
65. Lellingeria tamandarei (Rosenst.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(30: 83.
1991.
Tratada por Brade (1956), como Polypodium tamandarei Rosenst., ocorre como
rupícola nos Campos de Altitude em locais pouco sombreados e úmidos. Caracteriza-se
pela lâmina linear-lanceolada, gradativamente reduzida para a base, sendo os últimos
segmentos basais, auriculiformes. Apresenta tricomas hialinos, levemente amarelados,
distribuídos esparsamente sobre a raque.
Endêmica para a região sudeste do Brasil, está restrita às cadeias de montanhas da
Serra da Mantiqueira e do Mar, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Rio das Flores, 2200 m, IX.1934,
Brade 14030 (RB), sem localidade definida, 2300 m, 21.VI.1930, Brade 10104 (HPNI).
66. Lellingeria wittigiana (Fée) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3): 83. 1991.
Tratada por Brade (1956), como Polypodium wittigianum (Fée) Christ. in Schwake,
ocorre como epífita no interior da Floresta Alto Montana, ou como rupícola em locais
sombreados nos picos mais altos. Caracteriza-se por apresentar as folhas lineares, lâmina
pinatífida ou apenas crenulada, e as escamas com um único cílio apical, caduco. Pertence
ao grupo de L. myosuroides, diferindo desta por apresentar a porção da folha estéril
pinatífida e a porção fértil inteira ou apenas levemente crenulada, sendo os segmentos da
porção estéril com base simétrica ou apenas levemente assimétrica e perpendicular à raque.
Endêmica para a região sudeste do Brasil, está restrita às Serras da Mantiqueira e
dos Órgãos, nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2500 m, s. d., Brade
14538 (RB); caminho para Pedra Furada, 2400 m, 22.VIII.2005, Condack 436 (RB);
Estrada Nova Km 15. 2400 m, V.1950, Brade 20300 (RB); Pedra do Eco, 2400 m,
40
III.1937, Brade 15544 (RB); Pico das Agulhas Negras, 2700 m, VI.1923, Tamandaré de
Toledo Jr. & Brade 774 (RB).
67. Melpomene flabelliformis (Poir.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430. 1992.
Tratada por Brade (1956), como Polypodium rigescens Bory ex Willd., ocorre
preferencialmente como rupícola em áreas abertas, ocasionalmente pode ser encontrada
como epífita ou terrícola. É uma das maiores espécies do gênero Melpomene, chegando a
mais de 20 cm de comprimento. Caracteriza-se por apresentar a raque glabra adaxialmente,
pelo caule longo reptante e pela presença de setas abaxialmente na raque e entre os
esporângios.
Com distribuição pantropical, ocorre na América Central, Venezuela, Colômbia,
Equador, Peru, Brasil, Hispaniola, África e Madagascar. No Brasil é encontrada em
altitudes superiores a 1500 m, nas cadeias montanhosas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e
São Paulo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2700 m, 11.IX.2004,
Condack & Cortines 246 (RB); Agulhas Negras, 2750 m, 18.VII.1930, Kaempfe s. n.
(RB87296); along road to Agulhas Negras (ca 22º 25’S – 44º 40’W), elevation 2.000 –
2.600 m, 18.X.1977, Landrum 2107 (RB); Alto dos Brejos, 1900 m, 14.IX.2004, Condack
248 (RB); caminho para Pedra Furada, 2400 m, 22.VIII.2005, Condack 437 (RB); Estrada
nova, Km 15, 2400 m, V.1950, Brade 20299 (RB); Macieiras, 24.V.1932, Campos Porto
2605 (RB; HPNI); Prateleiras, 2500 m, 5.V.2005, Condack & Barros 364 (RB);
proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1780 (RB);
sem localidade definida, 2300 m,VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade s. n.
(RB31730).
68. Melpomene melanosticta (Kunze) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430. 1992.
Semelhante a M. moniliformis, diferencia-se desta por apresentar o caule ereto,
curto, com escamas deltóides com a base mais larga. Ocorre como epífita ou rupícola,
desde o nível do mar até 2500 m e, apesar de sua ampla distribuição geográfica, é um táxon
pobremente representado nos herbários (Labiak & Prado 2005b). O único registro desta
espécie para o Parque encontra-se depositado no herbário do Instituto de Botânica de São
Paulo (SP).
Amplamente distribuída pelos neotrópicos.
41
Material testemunho: Parque Nacional do Itatiaia, 22º 25’S, 44º 41’W, 2500 m,
4.XI.1965, Eiten & Eiten 6571 (SP); não visto.
69. Melpomene moniliformis (Lag. ex Sw.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430.
1992.
Tratada por Brade como Polypodium moniliformis Lag. ex Sw., ocorre
preferencialmente como rupícola nos picos mais altos, podendo também crescer como
epífita em pequenas arvoretas, nos enclaves de rochas, dos Campos de Altitude.
Caracteriza-se por apresentar o caule reptante, com o pecíolo e raque desprovidos de setas
nigrescentes.
Amplamente distribuída pela região neotropical, do sul do México ao norte da
Argentina. No Brasil ocorre no Monte Roraima, no estado do Amazonas e nas Serras do
Itatiaia e dos Órgãos, no estado do Rio de Janeiro.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 25.V.1932, Campos
Porto 2597 (RB); Agulhas Negras, 18.VIII.1948, Occhioni 1145 (RB); along road to
Agulhas Negras 2.000 – 2.600 m, 18.X.1977, Landrum 2136 (RB); base da Agulhas
Negras, 25.V.1932, Campos Porto 2597 (HPNI); Estrada Nova, Km 15, 2400 m, V.1950,
Brade 20298 (RB); Prateleiras, 1938, Lanstyak 360/361 (HPNI); sem localidade definida,
2300 m, III.1937, Brade 16111 (RB); sem localidade definida, 2400 m, IV.1913, Brade
1933 (RB); sem localidade definida, 2750 m, 02.III.1931 Kaempfe s. n. (RB87295).
70. Melpomene peruviana (Desv.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430. 1992.
Ocorre como rupícola, formando densos agrupamentos. São plantas de pequeno
porte, não ultrapassando 12 cm de comprimento. Apresenta setas caducas na face adaxial
da raque, que podem estar ausentes, nos materiais antigos.
Possui distribuição restrita a América do Sul, ocorrendo no Equador, Peru, Bolívia,
Brasil e Argentina. No Brasil é encontrada nas regiões montanhosas do Rio de Janeiro e sul
de Minas Gerais.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 20.X.1920, Campos
Porto 1123 (RB); estrada para Agulhas Negras, 2200 m, 5.V.2005, Condack & Barros 369
(RB); Pico das Agulhas Negras, 2650 m, 04.VI.1966, Carauta 333 (RB); Prateleiras,
III.1938, Lanstyak 362 (HPNI).
42
71. Melpomene pilosissima (M. Martens & Galeotti) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon
2(4): 431. 1992.
Rupícola ou epífita. Possui denso revestimento de setas castanhas, no pecíolo e
raque e na face abaxial do tecido laminar.
Possui distribuição neotropical. Labiak & Prado (2005b) afirmam que esta é uma
das espécies do gênero mais comuns no Brasil, sendo encontrada nas regiões de domínio
da Mata Atlântica de Minas Gerais a Santa Catarina.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada nova, Km 15, 2500 m, V.1950,
Brade 20305 (RB); estrada para Agulhas Negras, Planalto, 2400 m, 5.V.2005, Condack &
Barros 365 (RB); Macieiras, 1900 m, IX.1932, Campos Porto 14068 (RB); sem localidade
definida, 2200 m, III.1937, Brade s. n. (RB170997).
72. Terpsichore achilleifolia (Kaulf.) A. R. Sm., Novon 3: 486. 1993.
Tratada por Brade (1956) como Polypodium achilleifolium Kaulf., ocorre como
epífita ou rupícola e ocasionalmente como terrícola em locais com densa camada de
serapilheira, no interior das florestas alto montanas. Pode ser facilmente reconhecida pela
lâmina pinatissecto-pinatífida, revestida por setas castanhas e pelas escamas do caule
paleáceas, glabras.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, ocorrendo geralmente em
altitudes superiores a 1000 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 28.X.2004,
Condack & Cortines 290 (RB); Pinheiral, 2200 m, 25.III.1942, Brade 17353 (RB).
73. Terpsichore gradata (Baker) A. R. Sm., Novon 3(4): 486. 1933
Epífita ou rupícola. Pode ser reconhecida pela lâmina cartácea, lanceolada,
pinatisaecta, diminuindo gradativamente para o ápice e para a base. Possui setas castanhas
em ambas as face da lâmina e raque e escamas paleáceas no caule.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, crescendo em altitudes entre 1000
e 2000 m.
Material testemunho: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 1780 m,
30.VII.1966, Eiten & Eiten 7647 (SP); sem localidade definida, 1800-1850 m,
31.VII.1966, Eiten & Eiten 7742A (SP); Vicinity of Macieiras, 1960 m, 09.I.1929, Smith s.
n. (GH); não vistos.
43
74. Terpsichore reclinata (Brack.) Labiak, Brittonia 52(3): 253. 2000.
Epífita de interior de mata. Espécie semelhante a Terpsichore cultrata (Bory ex
Willd.) A. R. Sm., não ocorrente na área de estudo, da qual se diferencia por apresentar os
segmentos oblongos, com a base conspicuamente assimétrica, fortemente cuneada
acroscopicamente e decorrente basioscopicamente, e pelas escamas do caule paleáceas.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil.
Material testemunho: Parque Nacional do Itatiaia, Retiro dos Ramos, 15.V.1902, Dusén
163 (R); não visto.
75. Zygophlebia longipilosa (C. Chr.) L. E. Bishop, Amer. Fern J., 79(3): 109. 1989.
Epífita de interior e borda de mata. Na área de estudo foi encontrada na transição
para os Campos de Altitude da vertente norte. Caracteriza-se pelo denso revestimento de
setas castanhas no pecíolo e na face adaxial da lâmina e pelas escamas do caule castanhas,
brilhantes.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, ocorrendo nos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 28.X.2004,
Condack 290 (RB).
HYMENOPHYLLACEAE
76. Hymenophyllum asplenioides (Sw.) Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 98. 1801.
Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. É caracterizada pela
lâmina glabra com os últimos segmentos curtos e anádromos. Sehnem (1971) comenta que
os exemplares do Itatiaia são maiores que a média e estranha a ocorrência desta espécie
tropical, no alto de uma serra cujo inverno é bastante rigoroso.
Com distribuição neotropical, ocorre no Brasil nos estados de Minas Gerais ao Rio
Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 12, 22.VI.1930, Brade 10167
(HPNI).
77. Hymenophyllum caudiculatum Mart., Ic. Cr. Bras. 102 t. 67. 1834.
Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. É caracterizada pelo
pecíolo alado e pela ausência de qualquer tipo de indumento.
44
Com distribuição restrita à América do Sul, ocorre no Peru, Chile e Brasil. No
Brasil é encontrada no estado do Amazonas e de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pinheiral, 2100 m, III.1937, Brade
15555 (RB); Km 12, 22.VI.1930, Brade 10168 (HPNI).
78. Hymenophyllum crispum Humb., Bompl. et Kuhn, Nov. Gen. et. Sp. Pl. 1: 26. 1815.
É uma espécie geralmente epífita no interior de floresta. Entretanto não existem
registros quanto aos substratos e ambientes em que se desenvolvem na área de estudo. É
reconhecida pelas lâminas estreitas lineares, ondulado-crespas, com esparso revestimento
de pêlos estrelares pedunculados nos bordos e nas nervuras.
Distribuição neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 2300 m,
VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 779 (RB).
79. Hymenophyllum fucoides (Sw.) Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 99. 1801.
Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. Possui lâmina de cor
verde escura com margem serreada e raque alada.
Possui distribuição neotropical. No Brasil, está restrita aos estados das regiões
sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 21.VII.1926, Gurgil s.
n. (RB25122); Alto dos Brejos, 16.IX.2004, Condack 274 (RB); Brejo da Lapa,
15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1721 (RB); sem localidade definida, 2300 m,
21.VI.1930, Brade 10186 (HPNI); sem localidade definida, 2500 m, VI.1913, Tamandaré
de Toledo Jr. & Brade 780 (RB).
80. Hymenophyllum peltatum (Poir.) Desv., Mem. Soc. Linn. Paris 6: 333. 1827.
Epífita ou rupícola, em locais sombreados e úmidos, nos Campos de Altitude.
Espécie semelhante a H. fucoides, porém de menor porte, com até 5 cm de comprimento e
2 cm de largura, de cor verde escura, marrom quando seca, com a margem levemente
serreada e a raque pouco alada.
Distribuição pantropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Rio das Flores, 2300 m, IX.1934,
Brade 14031 (RB); Rio das Flores, 2200 m, III.1937, Brade 15554 (RB).
45
81. Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 102. 1801.
Epífita ou sobre rochas cobertas por musgos. Pode ocasionalmente ser encontrada
no solo, sobre a camada de serapilheira. Possui raque alada e lâmina deltóide-lanceolada,
glabra, com margem lisa.
Com distribuição pantropical, encontra-se amplamente distribuída no Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,
Condack 294 (RB); Estrada para torre de TV, após bifurcação para Macieiras, 1800 m,
25.IV.1989, Sylvestre et al. 214 (RB); Planalto, 2100 m, III.1937, Brade 15551 (RB);
proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1753 (RB);
sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de toledo Jr. & Brade 782 (RB).
82. Hymenophyllum rufum Fée, Cryp. Vasc. Brésil 1: 198. t. 70.f. 4. 1869.
Epífita de interior da Floresta Alto Montana. É facilmente reconhecida por
apresentar a lâmina pêndula densamente revestida por pêlos estrelares.
Possui distribuição neotropical. No Brasil, está restrita aos estados das regiões
sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,
Condack 287 (RB); Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1724 (RB);
Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade 14070 (RB); sem localidade definida, 2100 m,
III.1937, Brade 15553 (RB).
83. Trichomanes angustatum Carmich., Trans. Linn. Soc. London 12: 513. 1819.
Epífita de interior da Floresta Alto Montana. Cresce preferencialmente nos cáudices
de ciateáceas. Possui rizomas filiformes, densamente curto-pilosos e a lâmina pinado-
tripinatífida.
Possui distribuição neotropical. No Brasil, está restrita aos estados das regiões
sudeste e sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 17.IX.2004,
Condack 278 (RB).
84. Trichomanes lucens Sw., Prodr. 136. 1788.
Epífita ou rupícola no interior da Floresta Alto Montana. É caracterizada por
apresentar o pecíolo, raque e lâmina densamente revestidas de pêlos avermelhados.
Neotropical.
46
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 12-13, 1800 m, 23.VI.1930, Brade
10169 (HPNI, R); Km 13, 27.II.1936, Brade 15104 (RB).
85. Trichomanes rigidum Sw. Prodr. 137. 1788.
Cresce sobre rochas e barrancos às margem de córregos, no interior da Floresta
Alto Montana. Possui o rizoma robusto, lâmina segmentada, deltoide, bipinada pinatífida a
até 4-pinada.
Possui distribuição pantropical. Encontra-se amplamente distribuída no Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 17.IX.2004,
Condack 275 (RB); Macieiras, 1900 m.s.m, IX.1933, Brade 12690 (RB).
LOMARIOPSIDACEAE
86. Elaphoglossum alpestre (Gardner) T. Moore, Index Fil. 5. 1857.
Terrícola ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. Tratada por Brade
(1956) como E. hirtipes (Fée) Brade, é semelhante a E. acrocarpum, E. beaurepairei e E.
organense, porém é facilmente distinguível destas por apresentar o rizoma longamente
reptante guarnecido de escamas castanhas lanceoladas, com folhas relativamente bem
afastadas. Limbo das folhas estéreis oblongos quatro ou mais vezes compridos do que
largos, as folhas férteis são longamente pecioladas e estendem-se em maior comprimento
que as estéreis.
Endêmica do estado do Rio de Janeiro.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 330 (RB); Pinheiral, 2200 m, IX.1934, Brade 14088 (RB); sem localidade
definida, 2100 m, III.1937, Brade 15518 (RB).
87. Elaphoglossum blanchetii (Mett) C. Chr., Index Filic. 303. 1905.
Terrestre ou epífita em pequenos fragmentos florestais, nos enclaves de rochas na
base do Pico das Agulhas Negras. Plantas geralmente com mais de 20 cm de comprimento,
rizoma curto reptante provido de escamas estreitas lanceoladas com o ápice crespo. Folhas
férteis longamente pecioladas, de comprimento igual às estéreis ou ultrapassando um
pouco em altura.
Endêmica do Brasil. Ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
47
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, base das Agulhas Negras, 14.IV.1949,
Radrid s. n. (RB87726).
88. Elaphoglossum beaurepairei (Fée) Brade, Rodriguesia 3(9): 115. 1937.
Terrícola ou rupícola no interior da Floresta Alto Montana. Possui o rizoma curto,
ereto, guarnecido de escamas lanceoladas avermelhadas. Limbo das folhas estéreis com a
base obtusa, pecíolos curtos guarnecidos de escamas avermelhadas. Folhas férteis
excedendo as folhas estéreis, principalmente devido ao seu longo pecíolo.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais ao Paraná.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 330 (RB); caminho para Rio D’Ouro, 2200 m, IX.1934, Brade 14096 (HPNI).
89. Elaphoglossum burchellii (Baker) C. Chr., Index Filic. 304. 1905.
Terrícola ou sobre rochas, em locais sombreados e úmidos, no interior da Floresta
Alto Montana ou nos Campos de Altitude. Rizoma curto reptante, folhas estéreis
aproximadas, dísticas, com o limbo estreitamente linear lanceolado, de cor verde escura e
margens lisas. Folhas férteis excedendo as estéreis em comprimento.
Venezuela e no Brasil nos estados da Bahia ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Rio das Flores, 2000 m, III.1937, Brade
15524 (RB).
90. Elaphoglossum edwallii Rosenst., Hedwigia 56: 371. 1915.
Terrícola ou rupícola em locais sombreados. Rizoma curto, densamente guarnecido
de escamas linear lanceoladas de cor castanha escura e margem denteada. Pecíolo das
folhas estéreis guarnecidos de escamas semelhantes às do rizoma. Face inferior do limbo
estéril densamente revestido de escamas ovais longamente ciliadas. Ápice das folhas
estéreis terminando em uma longa cauda de até 2 cm de comprimento. Folhas férteis não
excedendo as estéreis.
Endêmica das regiões Sudeste e sul do Brasil, porém bem distribuída em todos os
estados.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,
Condack 288 (RB); Macieira, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10142 (HPNI); Rio d'ouro, 2200
m, IX.1934, Brade 14054 (RB); sem localidade definida, 2000-2300 m, III.1937, Brade
15523 (RB).
48
91. Elaphoglossum erinaceum (Fée) T. Moore, Index Filic. 9. 1857.
Terrícola ou rupícola nos Campos de Altitude. Rizoma curto, guarnecido de
escamas longas, crespas, castanho-nigrescentes. Folhas estéreis com a margem guarnecida
de escamas castanho-escuras. Limbo verde escuro, oval, curtamente acuminado com a base
geralmente arredondada. Folhas férteis com limbo ovóide e ápice lanceolado aguçado, de
comprimento igual as estéreis.
Neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o Planalto, Km 11, 2200
m, 10.VI.2005, Condack 400 (RB); Prateleiras, proximidades da Pedra da Maçã, 2400 m,
19.VIII.2005, Condack 427 (RB); sem localidade definida, 2200-2400 m, III.1937, Brade
15515 (RB); sem localidade definida, 2400 m, III.1937, Brade 15516 (RB).
92. Elaphoglossum gayanum (Fée) T. Moore, Index Filic. 10. 1857.
Espécie preferencialmente rupícola, podendo ser encontrada como terrícola ou
epífita em locais expostos ao sol. Possui ampla distribuição na área de estudo, sendo
encontrada fértil na maior parte do ano. Tratada por Brade como E. brasiliense (Spr.)
Christ, possui folhas de consistência coriácea, de cor verde clara, com margem encurvada e
base decurrente. Folhas férteis ultrapassam um pouco as estéreis
Ampla distribuição neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2750 m, 27.V.1935,
Brade 14510 (RB); Caminho Rebouças x Massena, 2400 m, 19.VIII.2004, Sylvestre &
Condack 1783 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2100 m, 26.IV.1989, Sylvestre et al.
221 (RB); Estrada para Agulhas Negras, proximidades do Abrigo Rebouças, 26.IV.1989,
Sylvestre et al. 230 (RB); Km 13, 8.I.1947, Aparício & Edmundo 906 (RB); Macieira, 1800
m, 27.II.1945, Brade 18003 (RB); Pedra do Eco, 2400 m, 21.VIII.2005, Condack 430
(RB); proximidades das ruínas da antiga estação meteorológica, 2200 m, 27.V.2005,
Condack & Cortines 386 (RB); Rio das Flores, 2200 m, IX.1934, Brade 14091 (RB); sem
localidade definida, 2000 m, III.1937, Brade 15527 (RB); sem localidade definida, 2300 m,
VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 818 (RB).
93. Elaphoglossum insigne (Fée) Brade, Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5: 56. 1956.
Terrícola, epífita ou rupícola, ocorrendo preferencialmente em locais sombreados e
úmidos. Rizoma, pecíolo, costa e margem das folhas densamente guarnecidas de escamas
49
castanho-escuras. Limbo das folhas estéreis com até 40 cm de comprimento e com a base
obtusa. Folhas férteis com os pecíolos quase glabros, limbo ovóide-lanceolado, não
excedendo em comprimento às folhas estéreis.
Endêmica para a região sudeste do Brasil, ocorrendo nos estados do Rio de Janeiro
e São Paulo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pinheiral 2100 m, III.1937, Brade
15511 (RB); trilha Massena-Macieiras, 2000 m, 02.IV.2005, Condack 337 (RB).
94. Elaphoglossum itatiayense Rosenst., Hedwigia 56: 370. 1915.
Terrícola, epífita ou rupícola, ocorrendo no interior da Floresta Alto Montana,
ocasionalmente nos Campos de Altitude, em locais sombreados, formando populações
densas. Rizoma curto reptante, revestido de escamas marrom claras. Lâmina longa,
geralmente com mais de 3 cm de largura e até 40 cm de comprimento, com o centro mais
largo e ápice acuminado. As veias laterais partem da costa em ângulo de 65–70°, limbo
com consistência coriácea. As folhas férteis são longo pecioladas, mas não excedem as
estéreis em comprimento.
Endêmica para a região sudeste do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e São Paulo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,
Condack 252 (RB); proximidades de abrigo Massena, 2000 m, 9.IX.2004, Condack 240
(RB); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 2.IV.2005, Condack 338 (RB); sem localidade
definida, 2000 m, III.1937, Brade 15526 (RB); sem localidade definida, 2300 m, III.1937,
Brade 15528 (RB).
95. Elaphoglossum liaisianum (Glaz. ex Fée) Brade, Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5:
56. 1956.
Rupícola em locais expostos ao sol ou pouco sombreados, principalmente nos picos
mais altos. Rizoma curto reptante, guarnecido de escamas lanceoladas castanho escuras.
Folhas férteis excedendo um pouco as estéreis, ambas densamente guarnecidas de escamas
caducas hialinas na face adaxial, e ferrugíneas com margem ciliadas na face abaxial,
cobrindo quase que totalmente os esporângios quando jovens. Espécie semelhante a E.
viscidum, porém facilmente distinguível desta pelas escamas da face adaxial das folhas
estéreis, que são esbranquiçadas, ovais com margem ciliada.
Endêmica para o Planalto do Itatiaia.
50
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, base das Prateleiras, proximidades da
Pedra da Tartaruga, 26.IV.1989, Sylvestre et al. 231 (RB); Estrada para Agulhas Negras,
proximidades do Abrigo Rebouças, 27.IV.1989, Sylvestre et al. 235 (RB); Pedra do Eco,
2400 m, 21.VIII.2005, Condack 429 (RB); sem localidade definida, 2200-2500 m,
III.1937, Brade 15521 (RB); sem localidade definida, 2300 m, 21.VI.1930, Brade 10132
(HPNI); sem localidade definida, 2400 m, s. d., Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 812
(RB).
96. Elaphoglossum lingua (C. Presl) Brack., U. S. Expl. Exped., Filic. 16: 74. 1854.
Terrícola, epífita ou rupícola, ocorrendo no interior da mata ou nos Campos de
Altitude. Rizoma longamente reptante, provido escassamente de escamas nigrescentes.
Folhas estéreis guarnecidas de escamas caducas, com o limbo de consistência coriácea,
ovóide com a base decurrente no pecíolo e ápice obtuso. Folhas férteis geralmente um
pouco excedentes às estéreis.
Com distribuição neotropical. No Brasil ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Massena, 2100
m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1758 (RB).
97. Elaphoglossum obliquatum Christ, Monogr. Elaphoglossum 56. 1899.
Terrícola, epífita ou rupícola no interior de mata, em locais sombrios. Tratada por
Brade (1956) como E. sellowianum (Klotzsch) T. Moore, atualmente considerado sinônimo
de E. obliquatum. Rizoma curto reptante, guarnecido de escamas lanceoladas aguçadas,
castanho escuras. Limbo das folhas estéreis mais largos na região mediana. Nervuras
secundárias em ângulo de 70-80° em relação à costa. Folhas férteis de mesmo tamanho que
as estéreis ou um pouco maiores.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande
do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1723 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004,
Sylvestre & Condack 1762 (RB); Rio das Flores, 2200 m, IX.1934, Brade 14085 (RB);
Pedra do Eco, 2400 m, III.1937, Brade 15530 (RB).
98. Elaphoglossum omphalodes (Fée) Brade, Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5: 56. 1956.
51
Rupícola em local sombreado. Rizoma, pecíolo e ambas as faces do limbo
incluindo sua margem, guarnecidos de escamas castanho escuras. Folhas férteis de mesmo
comprimento que as estéreis.
Endêmica para o Planalto do Itatiaia.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco, 2400 m.s.m, III.1937,
Brade 15517 (RB).
99. Elaphoglossum organense Brade, Arch. Inst. Biol. Veg. Rio Janeiro 2: 5. 1935.
Terrícola ou rupícola, crescendo em locais sombreados. Rizoma ereto, guarnecido
de escamas ovais lanceoladas ou triangulares, castanhas. Pecíolo e limbo guarnecido com o
mesmo tipo de escamas encontradas no rizoma. Folhas férteis de mesmo tamanho ou às
vezes excedendo um pouco as estéreis.
Endêmica para a região sudeste do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Planalto, Rio d' ouro 2100 m,
24.V.1935, Brade 14508 (HPNI; RB); sem localidade definida, 2000 m, III.1937, Brade
15519 (RB).
100. Elaphoglossum squamipes (Hook.) T. Moore, Index Filic. 15. 1857.
Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. Possui rizoma longamente
reptante, com as folhas bastante afastadas entre si. Rizoma e pecíolos guarnecidos por
escamas castanho-claras. Folhas estéreis ovais, com até 2,5 cm de comprimento por 1 cm
de largura. Folhas férteis quase arredondadas, longamente pecioladas, excedendo um
pouco as estéreis, devido ao seu longo pecíolo.
Endêmica para a região neotropical, restrita às serras elevadas.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,
Condack 250 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré Toledo Jr. &
Brade s. n. (RB1814); sem localidade definida, 2400 m, III.1937, Brade 15531 (RB); sem
localidade definida, 2500 m, 4.X.1913, Brade & Tamandaré Toledo Jr. 6447 (RB).
101. Elaphoglossum vagans (Mett.) Hieron., Bot. Jahrb. Syst. 34: 543. 1904.
Epífita de interior da Floresta Alto Montana. Possui o rizoma longamente reptante,
densamente revestido de escamas patentes crespas, ovóides, longamente aguçadas de cor
castanha clara, com as folhas bastante afastadas entre si. Folhas glabras, acuminadas
bastante aguçadas, geralmente mais largo no terço inferior, a base abruptamente
52
cuneiforme, nervuras laterais bem visíveis saindo da costa em ângulo de 75-80°. Folhas
férteis não excedendo as estéreis, limbo oblongo lanceolado.
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, do Espírito Santo ao Rio Grande do
Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 2000-2200 m,
III.1937, Brade 15525 (RB).
102. Elaphoglossum viscidum (Fée) H.Christ in Schwacke, Pl. Nov. Mineir. 2: 17. 1900
Rupícola de locais ensolarados nos Campos de Altitude. Possui ampla distribuição
na área de estudo, sendo encontrada fértil na maior parte do ano. Rizoma curto reptante,
guarnecido de escamas lanceoladas de cor castanho escura. Folhas estéreis revestidas de
escamas patentes castanhas, triangular lanceoladas, ciliadas somente na base. Face superior
com poucas escamas hialinas arredondadas, estrelares, ciliadas e a face inferior densamente
recoberta por escamas longamente ciliadas ferrugíneas. Folhas férteis de comprimento
igual as estéreis ou ultrapassando um pouco em altura.
Endêmica para as serras elevadas da região sudeste do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2750 m, 27.V.1935,
Brade 14509 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2000 m, 26.IV.1989, Sylvestre et al. 220
(RB); Prateleiras, 2500 m, 5.V.2005, Condack & Sylvestre 363 (RB); Rio das Flores, 2200
m, IX.1934, Brade 14087 (RB); trilha Massena x Rebouças, 2300 m, 30.V.2005, Condack
& Cortines 396 (RB); sem localidade definida, 2100-2500 m III.1937, Brade 15520 (RB);
sem localidade definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10080 (HPNI); sem localidade
definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 814 (RB).
LOPHOSORIACEAE
103. Lophosoria quadripinnata (J. F. Gmel.) C. Chr., Nat. Hist. Juan Fernandez 2: 16.
1920.
Terrícola do interior da Floresta Alto Montana. Na área de estudo foi encontrada
apenas nas proximidades do abrigo Macieira. O caule se eleva um pouco do solo, não
ultrapassando 50 cm de altura e está envolto por raízes adventícias. É facilmente
identificada pela coloração da lâmina, verde escura na face superior e verde azulada na
face inferior.
53
Distribuição: México, Antilhas, Chile, Ilhas Juan Fernández, Argentina e Brasil. No
Brasil, ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Macieira, s. d., Andrade 469 (HPNI);
trilha Massena x Macieira, 1900 m, 02.IV.2005, Condack 344 (RB); sem localidade
definida, 1900 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 785 (RB).
OPHIOGLOSSACEAE
104. Botrychium australe R. Br., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 8, 110. 1801.
Terrícola dos Campos de Altitude. Ocorre as margens da estrada que leva ao
Planalto em altitudes entre 2000 e 2400 m, em locais ensolarados ou um pouco sombreados
por vegetação arbustiva. Possui lâmina foliar triangular, pinada-pinatisecta, com veias
livres e a porção fértil pedunculada, inserida na base da folha estéril. Os esporângios são
globosos, eusporangiados, abrindo por fenda transversal. Foram observados indícios de
sazonalidade na emissão de folhas férteis, já que estas sucumbiam logo após o
amadurecimento dos esporos.
Possui distribuição pantropical. Ocorre no Brasil nos estados de Minas Gerais ao
Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Caminho para a Pedra da Divisa, 2000
m, 28.V.1935, Brade 14533 (RB); Planalto, proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m,
03.IV.2005, Condack 347 (RB).
PLAGIOGYRIACEAE
105. Plagiogyria fialhoi (Fée & Glaz.) Copel., Univ. Calif. Publ. Bot. 19(9): 297. 1941.
Terrícola de interior da Floresta Alto Montana, ocorrendo também às margens de
trilha e estradas, em locais pouco sombreados e úmidos. Possui as folhas pinadas,
dimórfas, com as pinas fortemente bisserreadas. A folha fértil não possui expansões
laminares, abrigando apenas os esporângios. Em alguns indivíduos um caule robusto
erguia-se mais de 30 cm acima do solo, formando um pseudotronco.
Endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Categoria de ameaça: vulnerável.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 2000 m, 16.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1738 (RB); Planalto, 2100-2200 m, 28.V.1935, Brade 14498 (RB,
54
HPNI); proximidades do abrigo Massena,19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1777 (RB);
sem localidade definida, 2000-2200 m, III.1937, Brade s. n. (RB32855); sem localidade
definida, 2100 m, 22.VI.1930, Brade 10138 (RB); sem localidade definida, 2100-200 m,
28.V.1935, Brade 14498 (HPNI; RB).
POLYPODIACEAE
106. Campyloneurum angustifolium (Sw.) Fée., Gen. Filic. (Mém. Foug. 5) 257. 1852.
Epífita na Floresta Alto Montana, ou rupícola em fendas de rochas nos Campos de
Altitude. Possui a lâmina simples, linear lanceolada, de consistência cartácea, com
hidatódios visíveis na face adaxial, apresentando 1-3 aréolas primárias entre a costa e a
margem.
Espécie neotropical, com ampla distribuição no Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade
14093 (RB); proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m, 05.V.2005, Condack et al. 360
(RB).
107. Campyloneurum fallax Fée, Crip. Vasc. Bresil 1. 114 t. 35 f. 2. 1869.
Epífita do interior da Floresta Alto Montana. É facilmente reconhecida pelos seus
longos pecíolos, lâmina simples, lanceolada de consistência coriácea. As escamas do caule
são oblongas, castanho-avermelhadas. Do grupo de C. amphostenom (Kunze ex Klotzsch)
Fée, cujas espécies encontram-se distribuídas pelos Andes e montanhas do México e
América Central, sendo a única espécie com distribuição disjunta (Léon 1992).
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, estando restrita as serras dos
estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, em altitudes entre 1000 e 2000 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, caminho para o Alto dos Brejos, 1800
m, 16.VI.2004, Sylvestre & Condack 1732 (RB).
108. Campyloneurum nitidum C. Presl, Tent. Pterid. 190. 1836.
Epífita no interior da Floresta Alto Montana. Possui folhas lanceoladas, atenuadas
em ambas as extremidades e revestida escassamente de escamas arredondadas. Apresenta
geralmente cinco ou mais aréolas visíveis entre a costa e a margem.
Endêmica do sul da América do Sul, ocorrendo na Argentina e no Brasil, onde está
restrita às regiões sudeste e sul.
55
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Massena, 2100
m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1781 (RB).
109. Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota, Opera Lilloana 5: 59. 1961.
Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Foi encontrada em uma árvore caída
no interior de um dos fragmentos da vertente norte. Possui o caule longamente reptante,
densamente revestido de escamas peltadas, castanhas. Folhas dimórfas sendo a estéril
oblonga e menor que a fértil. A folha fértil é lanceolada, com o ápice acuminado, os soros
são redondos, formados em duas fileiras ao longo da costa.
Possui distribuição neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 17.IX.2004,
Condack 277 (RB).
110. Pecluma pectinatiformis (Lindm.) Price, Amer. Fern J. 73(4): 115. 1983.
Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Possui os segmentos inteiros ou
ocasionalmente crenulados, reduzidos à aurículas na base da folha. Raque revestida com
escamas filiformes. Soros com disposição supramediais ou submarginais.
Com distribuição restrita ao sul da América do Sul, é encontrada no Brasil,
Paraguai e Argentina. No Brasil, ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,
Condack 300 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 09.IX.2004, Condack 237
(RB).
111. Pecluma recurvata (Kaulf.) M.G. Price, Amer. Fern J. 73(4): 115. 1983.
Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Possui os segmentos perpendiculares a
raque e não apresentando segmentos auriculiformes na base. Soros mediais, entre a costa e
a margem dos segmentos.
Endêmica do sul da América do Sul. No Brasil ocorre nos estados do Pará, Bahia e
de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 30.X.2004,
Condack 303 (RB).
112. Pleopeltis macrocarpa (Bory ex Willd.) Kaulf., Berlin. Jahrb. Pharm. Verbundenen
Wiss. 21: 41. 1820.
56
Tratada por Brade (1956), como Polypodium lanceolatum L., é facilmente
reconhecida pela sua lâmina inteira, lanceolada revestida na face abaxial por escamas
peltadas e denticuladas e os soros redondos relativamente grandes. Ocorre como epífita ou
rupícola, no interior da Floresta Alto Montana e nos Campos de Altitude.
Pantropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,
Condack 298 (RB); Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1722 (RB);
Macieiras, 18.VIII.1965, Andrade 469 (HPNI); proximidades do abrigo Massena, 2100 m,
19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1776 (RB).
113. Polypodium catharinae Langsd. & Fisch., Pl. Voy. Russes Monde 1, t. 9. 1810.
Tratada por Brade como duas outras espécies, P. glandulosissimum Brade e P.
rupicolum Brade, a qual considerava endêmica para o Planalto do Itatiaia. Hensen (1990)
sinonimisou ambas como P. catharinae por se enquadrarem dentro das variações
apresentadas por esta espécie. Ocorre como terrícola, rupícola ou epífita no interior da
Floresta Alto Montana e nos Campos de Altitude. Espécie facilmente identificada pela
lâmina pinatissecta, glabrescente, e pelo caule verde esbranquiçado, com escamas
longamente acuminadas.
Endêmica do sul da América do Sul, sendo encontrada no Brasil, Paraguai e
Uruguai. No Brasil ocorre nos estados da Bahia ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 11, 22-28.XI.1938, Makgraf &
Brade 3731 (RB); Planalto, margem do Campo Belo, Pinheiral, 28.III.1948, Barros 844
(HPNI); Planalto, 2100 m, 28.V.1925, Brade 14507 (HPNI; RB); proximidades do abrigo
Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1757 (RB); Macieiras, 2000 m, s. d.,
Brade 12623 (RB); sem localidade definida, 2100 m, III.1937, Brade 15545 (RB).
114. Polypodium hirsutissimum Raddi, Opusc. Sci. 3: 286. 1819.
Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana, como nos Campos de
Altitude em locais a sol pleno. É caracterizada pela sua lâmina pinatífida densamente
recoberta por escamas castanho-avermelhadas, com margem fimbriada e hialina.
Com distribuição restrita ao sul da América do Sul, é encontrada na Argentina,
Paraguai, Uruguai e Brasil. No Brasil, ocorre nos estados da Bahia ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Massena, 2100
m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1775 (RB).
57
115. Polypodium pleopeltidis Fée, Cryp. Vasc. Bresil 1: 86, t. 26(1). 1869.
Espécie amplamente distribuída na área de estudo. Pode ser encontrada como
terrícola, rupícola ou epífita em diferentes alturas no forófito. Ocorre tanto no interior
quanto no bordo da Floresta Alto Montana, como nos Campos de Altitude. É considerada
poiquilohídrica, pois enrola suas folhas nos períodos mais secos. Esta adaptação, além de
protegê-la da dessecação, torna seus esporos mais expostos, facilitando sua dispersão. Com
uma ampla variação de tamanho do esporófito fértil, possui a lâmina pinatífida com até 15
cm de comprimento, com a margem levemente crenulada, longo peciolada, com o pecíolo
de igual tamanho ou um pouco maior que a lâmina. Os soros são mediais, chegando até a
margem.
Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais
ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,
Condack 284 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2000 m, 26.IV.1989, Sylvestre et al. 218
(RB); Estrada Nova Km 5, 25.III.1942, Brade 17356 (RB); estrada para o Planalto,
12.XII.1966, Andrade 908 (HPNI); Km 11, 22 a 28 XI.1938, Markgraf & Brade 3731
(RB); Macieiras, 2000 m, IX.1933, Brade 12722 (RB); proximidades do abrigo Massena,
2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1764 (RB); sem localidade definida, 2200 m,
III.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade s. n. (RB31733).
PTERIDACEAE
116. Doryopteris crenulans (Fée) Christ in Schwacke, Pl. Nov. Mineiras 2: 26. 1900.
Terrícola de áreas abertas ou entre as moitas de gramíneas, em locais bastante
ensolarados. Espécie comum a outros Campos de Altitude do sudeste do Brasil (Martinelli
et al. 1989). Possui lâmina fértil geralmente tripinatifida com os segmentos terminais
estreitos, oblongos a lineares, com as pinas e segmentos primários sucurrentes. Os
esporângios são longo pedunculados.
Ocorre na Bolívia e na região sudeste e sul do Brasil.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 2000 m, 16.VI.2004,
Sylvestre & Condack 1737 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 10.IX.2004,
Condack 241 (RB); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 28.V.2005, Condack & Cortines
390 (RB).
58
117. Doryopteris itatiaiensis Christ, Bull. Boiss. II. 549. 1902.
Terrícola ou rupícola dos Campos de Altitude. Pode ser encontrada em fendas de
rocha ou em ilhas de vegetação, ao redor do Pico das Prateleiras, como em outros picos
mais altos. Na região do Alto dos Brejos, pôde ser observado sua rebrota, logo após a área
ter sido queimada. A emissão de folhas novas ocorreu em poucas semanas após o incêndio,
favorecida por um período de chuvas. Possui a lâmina fértil bastante dividida, geralmente
tripinatifida, com segmentos terminais deltóides e os internos profundamente lobados.
Endêmica da região sudeste do Brasil ocorre nas serras da Bocaina e do Itatiaia.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, base das Agulhas Negras, 25.V.1932,
Campos Porto 2602 (HPNI, RB); estrada para Agulhas Negras, Km 12, 11.II.1990, Morel
et al. 325 (RB); Planalto, 23.II.1928, Campos Porto 1739 (HPNI, RB); Planalto, 2400 m,
19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1784 (RB); sem localidade definida, 2200 m, III.1937,
Brade 15512 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. &
Brade 805 (RB).
118. Doryopteris paradoxa (Fée) Christ, Bull. Boiss. II. 2. 546. 1902.
Tratada por Brade (1956) como D. feei Brade, considerando-a endêmica para o
Planalto de Itatiaia. Ocorre em fendas ou sob blocos de rocha espalhados pela região do
Planalto, em locais ensolarados. Pode ser encontrada compondo ilhas de vegetação nos
picos mais altos, conforme observado por Ribeiro & Medina (2002). Possui a lâmina fértil
geralmente bipinatifida a tripinatifida, com a pina e segmentos primários adnatos ou
ligeiramente sucurrentes. Espécie semelhante a D. crenulans, da qual difere principalmente
pelo tamanho menor e pelos esporângios curto pedunculados.
Endêmica da região sudeste do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais e Rio
de Janeiro.
Categoria de ameaça: em perigo.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Agulhas Negras, Km 12,
11.II.1990, Morel et al. 326 (RB); Estrada nova Km 15, 2500 m, V.1950, Brade 20304
(RB); Pedra Furada, 2500 m, 30.VIII.1989, Sylvestre et al. 278 (RB); proximidades da
Pedra da Maçã, 2400 m, 20.VIII.2005, Condack 426 (RB); proximidades das ruínas do
antigo posto meteorológico, 2100 m, 27.V.2005, Condack 381 (RB); proximidades do
abrigo Rebouças, 2400 m, 03.IV.2005, Condack 346 (RB).
59
119. Eriosorus cheilanthoides (Sw.) A. F. Tryon, Brit. Fern Gaz. 9: 271. 1966.
Terrícola ou rupícola em locais pouco sombreados. Rizoma, pecíolo, raque e lâmina
pilosos. É caracterizada pela lâmina linear 2-pinada. Pinas em ângulo reto com a raque,
pecioluladas, últimos segmentos cuneados, frequentemente bifurcados, com a margem
retusa, plana ou quase enrolada (Tryon 1962).
Espécie com distribuição neotropical, ocorrendo em altitudes entre 2200 e 3600 m,
nas cadeias montanhosas do Peru, Bolívia e Brasil. No Brasil está restrita ao Planalto do
Itatiaia.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Agulhas Negras,
proximidades do abrigo Rebouças, 27.IV.1989, Sylvestre et al. 234 (RB); proximidades do
abrigo Rebouças, 2400 m, 04.V.2005, Condack 362 (RB).
120. Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensis
Tratada por Brade (1956), como Gymnogramma elongata var itatiaiensis Brade e
como G. jamesonioides Brade, ocorre como terrestre no abrigo das pedras, nos Campos de
Altitude. Apresenta os esporos mal formados, devido ao desenvolvimento exagerado da
expansão equatorial, conforme verificado por Sylvestre (1995).
Na região andina é comum a ocorrência de híbridos entre E. Cheilanthoides e
espécies do gênero Jamesonia, conforme comentado por Tryon (1962).
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Altar, III.1937, 2400 m,
Brade 15536 (RB “Typus” de Gymnogramma jamesonioides); Planalto, Altar, 1937,
Lanstyak & Brade 99 (HPNI); Caminho para o Vale do Aiuroca, nas proximidades da
Lagoa do Altar, 2400 m, 12.VI.2005, Condack 412 (RB).
121. Eriosorus insignis (Kuhn) A. F. Tryon, Contr. Gray Herb. 200: 152. 1970.
Terrícola ou rupícola em locais sombreados e úmidos nos Campos de Altitude.
Possui o rizoma, pecíolo, raque e lâmina pilosos. É caracterizada pela folha escandente,
com o pecíolo chegando a três vezes o tamanho da lâmina. Lâmina 3-pinada, triangular
alongada, com a base mais larga que a porção central, ápice acuminado. Pínulas ovadas
com os últimos segmentos orbiculares ou ovados, com muitos lobos, margem crenada,
usualmente plana.
O registro da ocorrência desta espécie para a área de estudo, se deu em meados do
século passado, na Pedra Assentada. Sendo considerada rara na área de estudo (Tryon
1962).
60
Endêmica para a região sudeste do Brasil, ocorre nos estados de Minas gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo, em altitudes entre 1000 e 2300 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha Massena-Macieiras, 2000 m,
29.V.2005, Condack 392 (RB).
122. Eriosorus myriophyllus (Sw.) Copel., Gen. Fil. 58. 1947.
Tratada por Brade (1956) como Gymnogramma glaziovii C. Chr., possui uma
grande tolerância ecológica. Ocorre como terrícola no interior de mata ou em locais pouco
sombreados, com o solo recentemente exposto, como margem de trilhas e estradas, tanto
em ambientes úmidos quanto xéricos. É caracterizada pela lâmina triangular alongada, com
o centro da pina mais largo que o ápice e a base, 3-pinada, pubescente em ambas as faces.
Pínulas alongadas, ovadas ou triangulares, últimos segmentos ovados, com lobos largos e
frequentemente bífidos, ápice retuso, ou mais profundamente partido, plano.
É a espécie do gênero com maior distribuição no Brasil. Ocorre nos estados de
Minas Gerais ao Rio Grande do Sul e no Uruguai, em altitudes entre 600 e 2300 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 323 (RB); Pedra Assentada, 2200 m, III.1937, Brade 15537 (RB); Planalto, 2300
m, 27.V.1935, Brade 14495 (RB); Km 12, 22.VI.1930, Brade 10165 (RB).
123. Hemionitis tomentosa (Lam.) Raddi, Opusc. Sci. 3: 284. 1819.
Rupícola em local pouco sombreado e úmido, nos Campos de Altitude. Um único
indivíduo foi encontrado às margens da estrada em direção às Prateleiras, logo após o
abrigo Rebouças. Possui ambas as faces da lâmina densamente recobertas de pêlos alvos
brilhantes e, quando fértil, o soros ocupam quase toda a face abaxial da lâmina.
Distribuição neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Rebouças,
2400 m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1785 (RB).
124. Jamesonia brasiliensis H. Christ, Farnkr. Erde 75. 1897.
Terrícola associada à blocos de rocha, espalhados pelos Campos de Altitude, em
locais ensolarados. Possui o rizoma, pecíolo, raque e lâmina densamente pilosos. È
caracterizada pela folha ereta ou pendente, monomorfa, com crescimento indefinido, ápice
quase permanentemente circinado. Pinas laterais inteiras, orbiculares, sésseis, margem dos
segmentos imbricados.
61
Único caso da distribuição deste gênero fora dos Andes. Por muito tempo foi
considerada endêmica para o Planalto do Itatiaia, até que Tryon (1962) localizou coleções
provenientes dos Andes Bolivianos.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Base das Agulhas, 25.V.1932, Campos
Porto 2592 (HPNI); Km 21, Planalto, 1937, Lanstyak 100 (HPNI); Lagoa do Altar, 2500
m, 12.VI.2005, Condack & Cortines 411 (RB); Planalto, nas proximidades do Abrigo
Rebouças, 2400 m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1786 (RB); Pedra do Altar,
III.1937, Brade 15532 (RB); sem localidade definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10108
(HPNI).
125. Pteris decurrens C. Presl, Delic Prag. 1: 183. 1822.
Terrícola do interior da Floresta Alto Montana em locais úmidos. É reconhecida
pela folha pinada-pinatífida, com as bases das pinas distais e apicais conspicuamente
decurrentes com a raque e a pina proximal furcada e com venação areolada. Os soros são
lineares e marginais.
Possui ampla distribuição nos neotrópicos, sendo encontrada no Brasil da Bahia ao
Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 321 (RB).
SCHIZAEACEAE
126. Anemia villosa Humb. & Bonpl. ex Willd., Sp. Pl. 5(1): 92. 1810.
Terrícola ou rupícola, crescendo em locais ensolarados ou pouco sombreados.
Possui a lâmina pinada-pinatífida, com pinas oblongas e raque coberta de escamas
castanhas. Os soros formam espigas, dispostas em dois segmentos basais modificados.
Possui ampla distribuição nos neotrópicos.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o Planalto, Km 7, 2000 m,
22.VIII.2005, Condack 441 (RB); Macieiras, 1900 m, 22 a 28.XI.1938, Markgraf & Brade
s. n. (RB39562); Planalto, 2100 m, III.1937, Brade 15548 (RB).
TECTARIACEAE
127. Lastreopsis amplissima (C. Presl) Tindale, Victoria Naturalist 73: 185. 1957.
62
Terrícola de interior de mata, em solo com bastante serapilheira. Possui rizoma
longo reptante, pecíolo e raque revestidos por escamas castanhas. A lâmina é anadrômica.
Amplamente distribuída na região neotropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,
Condack, 257 (RB); Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004, Condack 261 (RB).
THELYPTERIDACEAE
128. Thelypteris araucariensis Ponce, Darwiniana 33: 270. 1995.
Identificada por Brade como Dryopteris mantiqueirae Brade nom. nud., ocorre
como terrícola no interior da Floresta Alto Montana. Semelhante a T. retusa (Sw.) C. F
Reed, difere desta por apresentar gemas nas axilas das pinas distais, pinas proximais não
reflexas, presença de tricomas captados na face adaxial dos segmentos entre as nervuras e
face abaxial da costa, bem como 7 a 11 pares de nervuras por segmento.
Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, sendo encontrada nos estados do
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Planalto, 2200 m, III.1937, Brade
15509 (RB); proximidades do abrigo Macieiras, 1900 m, 02.IV.2005, Condack 343 (RB).
129. Thelypteris eriosora (Fée) Ponce, Novon 8(3): 275. 1998.
Tratada por Brade (1956) como Dryopteris janeirensis Rosenst., ocorre como
terrícola em locais abertos e úmidos. É caracterizada pelo caule longamente reptante,
chegando a mais de um metro de comprimento, folhas relativamente grandes (>100 cm de
comprimento), pecíolo com 1/3 a 1/2 do tamanho da lâmina, esta com a base abruptamente
reduzida, com duas a quatro pinas auriculiformes.
Endêmica para a região sudeste do Brasil, sendo encontrada nos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, em altitudes superiores a 1500 m.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 317 (RB); Macieiras, 2000 m, VIII.1933, Brade 12612 (RB); sem localidade
definida, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10114 (HPNI).
130. Thelypteris retusa (Sw.) C. F. Reed, Phytologia 17: 309. 1968.
Tratada por Brade (1956), como Dryopteris retusa (Sw.) C. Chr., ocorre no interior
e borda da Floresta Alto Montana, como em locais sombreados nos Campos de Altitude. É
63
caracterizada por apresentar grande quantidade de tricomas pluricelulares e longos no
pecíolo, raque e face abaxial da costa.
Endêmica do Brasil. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco, III.1937, Brade 15510
(RB); proximidades do abrigo Massena, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1760 (RB);
proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m, 11.IV.2005, Condack 351 (RB); sem
localidade definida, 2100 m, 22.VI.1930, Brade 10139 (HPNI).
VITTARIACEAE
131. Vittaria graminifollia Kaulf., Enum. Filic. 192. 1824.
Epífita, às vezes rupícola em locais úmidos e sombreados. Lâmina linear com até
50 cm de comprimento e 0,1 a 0,2 cm de largura. Soros lineares próximos à margem em
sulcos pouco profundos com ou sem aletas nas margens. Paráfises robustas com célula
apical alargada. Esporos predominantemente triletes, tetraédrico-globosos.
Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída pelo Brasil, do
Amazonas ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada Nova, Km 8, 21.II.1948, Brade
18888 (RB); Planalto, 2200 m, 28.V.1935, Brade 14526 (RB); sem localidade definida,
2100 m, IX.1934, Brade 14083 (RB).
132. Vittaria lineata (L.) Sm., Mém. Acad. Roy. Sci. (Turin) 5: 421. 1793.
Epífita de interior de mata, ocorrendo em diferentes alturas no forófito até mesmo
próxima ao solo. Pode também ser encontrada em arbustos que crescem nas bases dos
picos rochosos. Lâmina foliar chegando a mais de 1 metro de comprimento e 0,2 a 0,3 cm
de largura. Apresentam soros lineares em sulcos profundos e com aletas em ambos os
lados. Paráfises delgadas, com a célula apical não ou apenas levemente alargada. Esporos
sempre monoletes reniformes. Os indivíduos de menor porte podem ser diferenciados de
Vittaria graminifollia principalmente pela diferença na forma dos esporos.
Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída pelo Brasil, do
Amazonas ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 320 (RB); Estrada para Agulhas Negras, Brejo da Lapa, 26.IV.1989, Sylvestre et
al. 226 (RB); Prateleiras, 22.IV.1933, Campos Porto 2625 (HPNI, RB); Prateleiras, 2500
64
m, 5.V.2005, Condack 361 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004,
Sylvestre & Condack 1752 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de
Toledo Jr. 809 (RB).
WOODSIACEAE
133. Athyrium filix-femina (L.) Roth, Tent. Fl. Germ. 3(1): 65. 1800.
Terrícola de interior de mata, borda de trilhas e em locais sombreados. Citada por
Brade (1956) como A. dombey Desv. Possui o pecíolo revestido por escamas linear-
lanceoladas de cor marrom-escura.
Distribuição pantropical.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras 2700 m, 27.V.1935,
Brade 14496 (RB); Estrada nova, Km12, 2200 m, V.1950, Brade 20287 (RB); Rio das
Flores, 2200 m, 26.II.1936, Brade 15103 (RB); sem localidade definida, 2100 m, III.1937,
Brade 15499 (RB); sem localidade definida, 2200 m, 1937, Lanstyak & Brade s. n.
(HPNI4053).
134. Diplazium petersenii (Kunze) Christ., Bull. Ac. Géogr. Bot. Mors.: 245. 1902.
Terrícola de locais pouco sombreados e úmidos, no interior da Floresta Alto
Montana, na vertente norte. Os únicos indivíduos encontrados crescem próximo a um
córrego, com o solo negro, quase desprovido de serapilheira, em um local visivelmente
perturbado pela presença do gado no interior da floresta. Possui rizoma longo reptante e a
lâmina é pinada-pinatífida e pubescente em ambas as faces.
É uma espécie asiática, introduzida no País (Cislinki 1996). É encontrada nas
regiões sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,
Condack 316 (RB); Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004, Condack 291 (RB).
135. Woodsia montevidensis (Spreng.) Hieron., Bot. Jahrb. Syst. 22: 363. 1896.
Tratada por Brade (1956) como Woodsia mollis (Kaulf.) J. Sm., ocorre como
terrícola ou rupícola em locais abertos. É caracterizada por apresentar os indúsios
cupuliformes bem desenvolvidos. Espécie rara na área de estudo, talvez possuindo
sazonalidade na emissão de folhas.
Distribuição neotropical. No Brasil ocorre nas regiões sudeste e sul.
65
Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, margens da estrada, entre a Portaria
(Posto III) e o Abrigo Rebouças, 2400 m, 11.IV.2005, Condack 352 (RB); Rio das Flores,
2000 m, III.1937, Brade 15539 (RB).
II - ANÁLISE FLORÍSTICA:
Formas de Vida
Com exceção das plantas aquáticas flutuantes e lianas, todas as formas de vida
possíveis para as pteridófitas foram encontradas na área de estudo. Foram observadas
desde pequenas plantas aquáticas submersas até grandes fanerófitas com quase 10 metros
de altura. A presença desta diversidade de formas de vida indica que a área de estudo
apresenta condições ecológicas favoráveis ao desenvolvimento destes vegetais. Porém, o
predomínio de ervas hemicriptófitas (74%) (Fig. 2), sugere que a maioria das pteridófitas
necessita de estratégias de proteção de suas gemas, evitando a dessecação, principalmente
no inverno quando as chuvas são mais escassas e há ocorrência de geadas. Este resultado
corrobora com a maioria dos outros estudos já realizados no Brasil e em outras regiões
tropicais do globo que, conforme apontado por Kornas (1977) e Senna e Waechter (1997),
esta forma de vida é a mais adaptada a condições tropicais com períodos de seca.
As epífitas facultativas são representadas por 59 espécies (44%), enquanto que as
habituais correspondem a 19 espécies (14%).
As geófitas foram representadas por quatro espécies (2,8%): Pteridium
arachnoideum, Hypolepis rugulosa, H. repens e Histiopteris incisa, todas da família
Dennstaedtiaceae. Tais espécies são as mais resistentes aos distúrbios antrópicos ou
naturais presentes na área, seja o fogo ou o congelamento, já que suas gemas vegetativas
encontram-se protegidas sob o solo.
As fanerófitas, ou seja, fetos arborescentes que apresentam gema de perenização
acima de um metro do solo foram representadas por seis espécies (4,3%). Com exceção de
Dicksonia sellowiana, todos os outros são representantes da família Cyatheaceae e apenas
três delas (Alsophila capensis, Cyathea corcovadensis e Cyathea dichromatolepis)
possuíam registros de ocorrência na vertente sul, nas proximidades do abrigo Macieiras,
uma local sombrio e úmido. Porém, todos os fetos arborescentes foram encontrados na
região do Alto dos Brejos e com populações relativamente grandes. Este fato parece indicar
que os fragmentos encontrados em torno do abrigo Macieiras (vertente sul) e na região do
Alto dos Brejos (vertente norte) são as florestas mais úmidas encontradas na área de
66
estudo. O desenvolvimento das fanerófitas é favorecido pela existência de nascentes e
pequenos riachos no interior dos fragmentos, contribuindo com uma maior umidade
relativa nos períodos de menor pluviosidade (Junho à Setembro).
Formas de Vida
74%
16%
1%3%2%4%
HemicriptófitasEpífitasHemiepífitaGeófitasCaméfitasFanerófitas
Ambientes Preferenciais
Na área de estudo podem ser encontradas espécies com habitats bem restritos como
as que crescem apenas no cume das montanhas, ou que são encontradas apenas sob o
abrigo dos blocos de rocha espalhados pela região do Planalto, ou por aquelas que possuem
uma maior amplitude ecológica e ocorrem em mais de um tipo de ambiente.
As pteridófitas restritas as áreas dos Campos de Altitude são representadas por 42
espécies (31%), sendo Lycopodiaceae, Pteridaceae, Lomariopsidaceae e Grammitidaceae,
respectivamente, as famílias que mais contribuem em número de espécies para a riqueza
desta formação. Entretanto, famílias menos expressivas como Isoetaceae, Selaginellaceae,
Gleicheniaceae e Ophioglossaceae também contribuem com a riqueza dos Campos de
Altitude, pois se encontram distribuídas apenas nesta formação. Espécies típicas deste
ambiente são: Isoetes martii, Huperzia badiniana, H. christii, Lycopodiella alopecuroides
var. duseniana, Lycopodium thyoides, Selaginella tenuissima, Asplenium monanthes,
Blechnum penna-marina, Melpomene flabeliformis, Elaphoglossum gayanum, E. viscidum,
Figura 2: Formas de Vida das espécies ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia.
67
Botrychium australe, Doryopteris crenulans, D. itatiaiensis e D. paradoxa, além de
Jamesonia brasiliensis.
Oito espécies (6%) são encontradas apenas nas elevações rochosas dos picos mais
altos: Huperzia erythrocaulon, Lycopodium jussiaei, Asplenium castaneum, Blechnum
andium, Polystichum rochaleanum, Melpomene moniliformis, Elaphoglossum liaisianum e
E. omphalodes.
Entre os blocos de rocha encontrados na base dos maiores picos, encontra-se uma
vegetação arbustiva, que propicia um microclima diferenciado da região pedregosa e dos
campos ao redor. Este habitat propicia o estabelecimento de espécies como Lycopodiela
bradei, Asplenium incurvatum, Lellingeria wittigiana, Melpomene flabeliformes, M.
peruviana, Polypodium catharinae, Vittaria graminifollia e V. lineata.
Em locais atingidos pelo fogo, se desenvolvem espécies mais tolerantes a insolação
como: Dicranopteris nervosa, Sticherus revolutus e Pteridium arachnoideum. Estas três
espécies também são encontradas nos barrancos e às margens das estradas e trilhas, assim
como Histiopteris incisa, Hypolepis repens e H. rugulosa.
Espécies que possuem uma amplitude ecológica maior e ocorrem tanto em
formações florestais em locais mais iluminados quanto nos Campos de Altitude, são
representadas por 29 espécies (21,5%), sendo as mais características: Blechnum
schomburgkii, Cyathea corcovadensis, Rumohra adiantiformis, Pleopeltis macrocarpa,
Polypodium catharinae, P. hirsutissimun, P. pleopeltidis e Eriosorus myriophyllus.
Espécies como: Lycopodium clavatum e L. thyoides, que ocorrem preferencialmente nos
Campos de Altitude, também podem ser encontradas nas clareiras e bordas das florestas.
Porém, as Florestas Alto Montanas são detentoras da maior riqueza específica
(68%). Das 92 espécies registradas no interior das florestas, 63 (47%) foram encontradas
apenas nesta formação. Entre elas: Alsophila capensis subsp. polypodioides, A. setosa,
Culcita coniifolia, Dicksonia sellowiana, Arachniodes denticulata, Polystichum bradei,
Terpsichore achilleifolia, Hymenophyllum fucoides, H. polyanthos, Lophosoria
quadripinnata, Microgramma squamulosa, Pteris decurrens e Thelypteris araucariensis.
Substratos Preferenciais
Os substratos utilizados variaram de forma expressiva, sendo encontradas plantas
terrícolas, rupícolas, epífitas e hemiepífitas, além daquelas que se desenvolvem em mais de
um tipo de substrato. As plantas que crescem no solo representam 61% das espécies,
seguido das que se desenvolvem sobre rochas, com 53%. O epifitismo ocorre em 45% das
68
espécies. Vale ressaltar que 40 delas (29%) são encontradas apenas no solo, 21 (15%) são
epífitas habituais 10 (7%) rupícolas e duas (1,5%) aquáticas.
Algumas espécies como Rumohra adiantiformis, Polypodium catharinae e P.
pleopeltidis, não possuem especificidade de substratos e apresentaram-se bem distribuídas
dentro da área de estudo, crescendo tanto no solo, quanto sobre rochas ou como epífitas em
diferentes alturas no forófito, porém preferêncialmente no interior das florestas ou
próximos a estas. Outras como Jamesonia brasiliensis, Eriosorus cheilanthoides e seus
híbridos apresentaram habitats mais restritos, ocorrendo apenas associadas aos blocos de
rochas que se encontram espalhados pela região do Planalto (vertente sul), reafirmando a
especificidade de hábitat ocupado por essas espécies, que no Brasil são encontradas apenas
no Itatiaia.
As espécies de Isoetes são aquáticas, ocorrendo fixadas no fundo de pequenas
poças, lagos ou em águas correntes, como do Ribeirão das Flores e do rio Campo Belo.
Porém, podem ser consideradas anfíbias, pois também são encontradas fora da água, nos
barrancos formados pelo leito desses córregos nos períodos de cheia.
Padrões de Distribuição
A análise da distribuição geográfica dos táxons revelou a existência de 11 padrões
(cosmopolita, pantropical, neotropical, América do Sul, Brasil, Sudeste e Sul do Brasil,
Sudeste do Brasil, Disjunto África-América do Sul, Disjunto Andes-Campos de Altitude
do sudeste do Brasil, Disjunto Andes-Planalto do Itatiaia e Endêmico localmente). Destes o
que abrangeu o maior número de espécies foi o neotropical, com 118 táxons (87%). As
espécies que possuem uma distribuição mais ampla e ocorrem em outras regiões tropicais
do globo (pantropicais), são representadas por 17 táxons, sendo um deles (Alsophila
capensis subsp. polypodioides) considerado disjunto entre o continente africano e a
América do Sul. Lycopodium clavatum L. é a espécie que possui o padrão de distribuição
mais amplo, sendo considerada cosmopolita. Dos 118 táxons neotropicais, 63 estão
restritos a América do Sul, sendo 56 (41,5%) ocorrentes apenas no Brasil. Comparando
esta percentagem de espécies com a de outros levantamentos florísticos em regiões de
Mata Atlântica, em diferentes altitudes no sudeste brasileiro (Sylvestre 1997a, Santos &
Sylvestre 2001, Melo 2003 e Boldrin 2005) (Tab. 1), fica evidente, que para as pteridófitas,
à medida que se eleva a altitude, há um aumento na proporção de endemismos. Das
espécies brasileiras, 10 encontram-se amplamente distribuídas em todas as regiões, 27
ocorrem apenas nas regiões sudeste e sul e 19 são restritas à região sudeste. Destas, seis são
69
consideradas disjunções entre os Andes e a região dos Campos de Altitude brasileiros,
sendo quatro delas (Asplenium castaneum, Blechnum andinum, Eriosorus cheilanthoides e
Jamesonia brasiliensis) encontradas no Brasil apenas na área de estudo. O Planalto do
Itatiaia possui o registro de três endemismos locais (Elaphoglossum liaisianum, E.
omphalodes e Polystichum bradei), além do híbrido entre Eriosorus cheilanthoides e
Jamesonia brasiliensis.
Padrões de Sazonalidade
Apesar de não ter sido foco do presente estudo, alguns indícios de padrões de
sazonais, seja de emissão de novas folhas ou de folhas férteis puderam ser observados,
como, por exemplo, plantas que desaparecem ou diminuem a produção de folhas nos
períodos de menor pluviosidade, como Botrychium australe, Eriosorus cheilanthoides,
Hypolepis repens, H. rugulosa e Woodsia montevidensis. Algumas espécies enrolam suas
folhas, enquadrando-se como poiquilohídricas, como é o caso de Doryopteris paradoxa,
Polypodium hirsutissimum e P. pleopeltidis. Tais folhas são frequentemente férteis, o que
propicia uma maior exposição dos esporângios. A maioria das espécies apresentou-se
sempre fértéis, com clara exceção do gênero Elaphoglossum. Este gênero evidenciou
sazonalidade no aparecimento de folhas férteis, que logo dispersavam seus esporos,
murchavam e se desprendiam do caule. Elaphoglossum gayanum e E. viscidum foram as
espécies deste gênero que se encontravam mais bem representadas na área e também foram
encontradas férteis mais facilmente. Os indícios de padrões de sazonais observados na área
são semelhantes aos encontrados por Kornas (1977) para as pteridófitas da África. Segundo
este autor, o padrão mais característico para as pteridófitas de regiões tropicais úmidas é o
JurubatibaForte dos Andradas
Macaé deCima Camanducaia presente estudo
Altitude 0-12 m 0-208 m 880-1720 m 1180-2062 m 1800-2789 mN° de famílias 12 17 18 23 23N° de gêneros 21 33 40 55 47N° de espécies 32 68 80 174 135% de espéciesendêmicas parao Brasil 6% 22% 28% 30% 41%
Tabela 1: Riqueza florística e respectiva porcentagem de endemismos, de estudos florísticos em diferentesaltitudes no sudeste do Brasil. Jurubatiba: Santos & Sylvestre (2001), Forte dos Andradas: Boldrin (2005),Macaé de Cima: Sylvestre (1997a) e Camanducaia: Melo (2003).
70
de plantas sempre verdes seguido das ativas na estação chuvosa, das poiquilohídricas e
raramente das ativas na estação seca.
Status de Conservação
A região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia abriga 17 táxons de
pteridófitas com algum grau de ameaça (Tab. 2), segundo os critérios da IUCN, baseando-
se nos resultados obtidos no Workshop “Revisão da flora brasileira ameaçada de extinção”,
realizado em Belo Horizonte (2005, dados não publicados). Destes, quatro foram
considerados vulneráveis, oito em perigo e cinco criticamente em perigo. Dos cinco táxons
considerados criticamente em perigo, três deles (Lycopodiella bradei, Asplenium
castaneum e Blechnum andinum) não foram localizados recentemente na área de estudo.
Estas espécies, apesar de estarem abrigadas de distúrbios como fogo e gado, podem ter
sofrido com o pisoteio por parte dos turistas, já que eram encontradas no Pico da Agulhas
Negras, um dos locais mais procurados pelos visitantes do Parque. Suas populações podem
ter sido reduzidas ou até mesmo extintas, já que seus últimos registros são datados do
início do século passado. São necessários esforços para localização destas espécies, a fim
de ser estabelecido o atual status de conservação.
Espécie Categoria de Ameaça
Asplenium castaneum Criticamente em perigoAthyrium filix-femina Em perigoBlechnum andinum Criticamente em perigoCulcita coniifolia Em perigoDicksonia sellowiana Em perigoDoryopteris itatiaiensis Em perigoDoryopteris paradoxa Em perigoEriosorus cheilanthoides Criticamente em perigoEriosorus insignis VulnerávelHymenophyllum peltatum Em perigoIsoetes martii VulnerávelJamesonia brasiliensis Criticamente em perigoLycopodiella bradei Criticamente em perigoLycopodium jussiaei Em perigoPlagiogyria fialhoi VulnerávelPolystichum bradei Em perigoTrichomanes lucens Vulnerável
Tabela 2: Espécies ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia, enquadradas emalguma categoria de ameaça segundo os critérios da IUCN, baseado nos resultados do Workshop: Revisãoda flora brasileira ameaçada de extinção (2005, dados não publicados).
71
Espécies Invasoras
Um único indivíduo de Adiantum sp. foi encontrado nas proximidades do abrigo
Rebouças, na margem da estrada onde se estacionam os carros dos visitantes. Este
indivíduo ainda não foi coletado nem identificado, pois se encontra estéril e pouco
desenvolvido, levando-se a concluir que esta espécie pode ter sido introduzida por ações
antrópicas recentes, já que se encontra em um local de intensa visitação e não havia sido
citada em levantamentos anteriores. Da mesma forma, Doryopteris crenulans, Hemionitis
tomentosa e Lycopodiella cernua também não haviam sido citadas anteriormente e crescem
apenas nos locais mais visitados e impactados, principalmente nas proximidades do abrigo
Rebouças.
A flora encontrada 50 anos após Brade
A região do Alto dos Brejos, na vertente Norte do maciço, foi incorporada ao
Parque na década de 80, não fazendo parte da área estudada por Brade (1956). A inclusão
desta área representou um incremento de 14 espécies à listagem de pteridófitas encontradas
acima dos 1800 m no Parque Nacional do Itatiaia.
Das 135 espécies que compõem a listagem de pteridófitas da região acima dos 1800
m, 111 espécies foram coletadas recentemente, entre maio de 2004 e agosto de 2005. 13
novos registros foram acrescentados a partir do levantamento dos herbários e da
bibliografia consultada.
Da listagem apresentada por Brade (1956), cinco espécies (Lycopodium
(Urostachys) Luederwaldtii Nessel (Huperzia deminuens (Hertel) B. Ollg.), Asplenium
semicordatum Raddi (Asplenium auriculatum Sw.), Polypodium duale Maxon (Cochlidium
serrulatum (Sw.) L. E. Bishop), Rhipidopteris peltata Schott (Peltapteris peltata (Sw.) C.
V. Morton) e Trichomanes pyxidiferum L. var.) foram excluídas por não terem sido
encontrados registros de sua ocorrência na área de estudo. Com exceção de Huperzia
deminuens, são espécies típicas de baixas altitudes.
Apesar de algumas espécies da listagem de Brade (1956) não terem sido
recentemente localizadas (Lycopodium jussiei, Asplenium castaneum, Blechnum andinum,
Polystichum rochaleanum e Elaphoglossum omphalodes), podem estar protegidas pelas
rochas, ocorrendo em pequenas ilhas de vegetação, isoladas no alto das maiores elevações,
onde encontram um importante abrigo contra fatores de distúrbio tais como fogo e gado,
conforme discutido nos estudos de Ribeiro & Medina (2002).
72
A partir de observações de campo e com base em leituras abordando a distribuição
das pteridófitas ao longo de gradientes altitudinais, variações edáficas ou mesmo em
diferentes formações vegetais (Tuomisto & Ruokolainen 1994; Tuomisto & Poulsen 1996;
Ricci 1996; Arens & Baracaldo 1998; Bernabe et al. 1999; Young & Léon 1989; Athayde-
Filho 2002 e Paciência & Prado 2004; 2005a; 2005b), conclui-se que a distribuição das
pteridófitas, está mais relacionada à especificidade de hábitat e suas condições
microclimáticas, do que somente a altitude em si. A aparente distribuição de certa espécie a
uma determinada altitude pode ser explicada pelo fato do nicho necessário para seu
estabelecimento, como umidade, temperatura, luminosidade ou outras características
físicas que podem variar até mesmo dentro de uma mesma fisionomia vegetal (como
formas de relevo, canais de drenagem, afloramentos rochosos ou o tipo de sub-bosque),
não ocorra em outra altitude, ou até mesmo em nenhuma outra localidade, como é o caso
das espécies endêmicas.
O Parque Nacional do Itatiaia com seu enorme gradiente altitudinal, propicia o
desenvolvimento de uma infinidade de hábitats e condições microclimáticas, favorecendo o
estabelecimento e especiação de pteridófitas. Com suas características singulares e flora
rica em endemismos, esta área pode ser considerada prioritária para a manutenção da
biodiversidade do bioma Mata Atlântica.
73
Referências Bibliográficas
Ab’ Saber, A. N. 1977. Os domínios morfológicos da América do Sul. Geomorfologia 52: 1 – 23.
Alston, A. H. G. 1936. The Brazilian species of Selaginella. Repertorium Specierum Novarum
Regni Vegetabilis 40: 303-319.
Alston, A. H. G.; Jermy, A. C. & Rankin, J. M. 1981. The genus Selaginella in tropical South
America. Bulletin of the British Museum (Natural History), Botany 9 (4): 233-230.
Arens, N. C. & Baracaldo, P. S. 1998. Distribution of tree ferns (Cyatheaceae) across the
successional mosaic in an Andean cloud forest, Nariño, Colombia. American Fern Journal.
88: 60-71.
Atahyde Filho, F. P. 2002. Análise da pteridoflora em uma mata de restinga no município de
Capão da Canoa, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade do
Vale do Rio Sinos. São Leopoldo-RS.
Azevedo, A. P. 1999. Meliaceae Juss no Parque Nacional do Itatiaia, Município de Itatiaia, Rio
de Janeiro, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio
de Janeiro-RJ.
Baker, J. G. 1870. Cyatheaceae et Polypodiaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora
Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 337-623.
Barrington, D. 1995. Polystichum. In: R. C. Moran & R. Riba (eds.) Flora Mesoamericana.
Volumen 1. Pteridofitas, Psilotaceae a Salviniaceae. Univ. Nacional Autónoma de México.
Ciudad Universitaria.
Bauer, N. A. 2004. Análise da pteridoflora na Floresta Estacional Decidual do Parque do Turvo,
Município de Derrubadas, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado.
Universidade do Vale do Rio Sinos. São Leopoldo-RS.
Bernabe, N., Williams-Linera, G., Palacios-Rios, M., 1999. Tree ferns in the interior and at the
edge of a Mexican cloud forest remmant: spore germination and sporophyte survival and
establishment. Biotropica 31: 83-88.
Boldrin, A. H. L. 2005. Pteridófitas terrestres e rupícolas do Forte dos Andradas, Guarujá, São
Paulo, Brasil. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo. São Paulo-SP.
Brade, A. C. 1942. A composição da flora pteridófita do Itatiaia. Contribuição à fitogeografia
dessa região. Rodriguésia 6 (15): 29-43.
Brade, A. C. 1954. Contribuição para o conhecimento da flora da Serra do Itatiaia. Arquivos do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 63-68.
74
Brade, A. C. 1956. A Flora do Parque Nacional do Itatiaia. Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5: 1-
85.
Brade, A. C. 1960-1961. O gênero Elaphoglossum (Polypodiaceae) no Brasil. Chaves para
determinar as espécies brasileiras. Rodriguésia 23/24 (35/36): 21-48.
Brade, A. C. 1965. Contribuição para o conhecimento das espécies brasileiras do gênero
Doryopteris (Polypodiaceae). Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 18 (2): 39-
72.
Camerik, A. M. 1975. Contribuição ao estudo ecológico do campo altimontano do Planalto do
Itatiaia, RJ, Brasil. Monografia. Universidade Santa Úrsula. Rio de Janeiro-RJ.
Cislink, J. 1996. O Gênero Diplazium Sw. (Dryopteridaceae, Pteridophyta) no estado do Paraná,
Brasil. Acta Botanica Brasilica 10(1).
Conant, D. S. 1983. A Revision of the genus Alsophila (Cyatheaceae) in the Americas. Journal
Arnold Arboretum 64(3): 333-382.
Conant, D. S. & Cooper-Driver, G. 1980. Autogamus allohomoploidy in Alsophila and Nephelea
(Cyatheaceae): a new hypothesis for speciation in homoploidy homosporous ferns.
American Journal of Botany 67(9): 1269-1288.
Condack, J. P. S. 2003. Pteridófitas da Praia da Armação, Restinga da Marambaia, RJ: lista de
espécies e análise florística. Monografia de Bacharelado em Ecologia. Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ.
Dittrich, V. A. O. 1999. Composição florística e adaptativa de Pteridophyta nos níveis
submontano e montano da Floresta Atlântica paranaense. Dissertação de mestrado.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul-RS. 76p.
Dittrich, V. A. O. 2005. Estudos taxonômicos no gênero Blechnum L. (Pterophyta: blechnaceae)
para as regiões sudeste e sul do Brasil. Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista.
São Paulo-SP.
Dusén, P. 1905. Sur le flore de la Serra de Itatiaya. Archivos do Museu Nacional do Rio de
Janeiro 13: 1-119.
Evans, A. M. 1969. Interspecific relationships in the Polypodium pectinatum-plumula complex.
Annals of the Missouri Botanical Garden 55 (3): 193-293.
Fernandes, I. 1997. Taxonomia e fitogeografia de Cyatheaceae e Dicksoniaceae nas regiões sul e
sudeste do Brasil. Tese de doutorado. Instituto de Biociências da Universidade de São
Paulo. São Paulo-SP.
Fuchs-Eckert, H. P. 1986. Isoetáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí.
Herbário Barbosa Rodrigues, 44p.
75
Guedes-Bruni, R. R.1998. Composição, estrutura e similaridade florística de dossel em seis
unidades fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Tese. USP. São Paulo. 206 p.
Hensen, R. V. 1990. Revision of the Polypodium Loriceum complex (Filicales, Polypodiaceae).
Nova Hedwigia 50 (3-4): 279-336.
Hirai, R. Y. & Prado, J. 2000. Selaginellaceae Willk. No estado de São Paulo, Brasil. Revista
Brasileira de Botânica 23 (3): 313-339.
Holttum, R. E. 1981. The tree-ferns of Africa. Kew Bulletin 36(3): 463-482.
IUCN. 1998. 1997 IUCN red list of threatened plants. Gland, Switzerland, IUCN. 682p.
Jermy, A. C. 1990. Conservation Pteridophytes. In: Kubitzki, K. (ed.) The families and genera of
vascular plants. Vol 1. p 14.
Kornas, J. 1977. Life-forms and seasonal patterns in the pteridophytes in Zambia. Acta Societatis
Botanicorum Poloniae. 46 (4): 669-690.
Kramer, K. U. & Green, P. S. 1990. Pteridophytes and gymnospermas In: Kubitzki, K. (ed.) The
families and genera of vascular plants. Vol 1. 404p.
Kuhn, M. 1884. Isoetaceae, Marsileaceae et Salviniaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G.
Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 642-662.
Labiak, P. H. 2001. Revisão Taxônomica das Espécies de Grammitidaceae (C. Presl) Ching
(Pteridophyta) no Brasil. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo-SP.
Labiak, P. H. & Prado, J. 2003. Grammitidaceae (Pteridophyta) no Brasil, com ênfase nos
gêneros Ceradenia, Cochilidium e Grammitis. Hoehnea 30: 243-283.
Labiak, P. H. & Prado, J. 2005a. As espécies de Lellingeria A. R. Sm & R. C. Moran
(Grammitidaceae-Pteridophyta) do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 28(1): 1-22.
Labiak, P. H. & Prado, J. 2005b. As espécies de Melpomene e Micropolypodium
(Grammitidaceae-Pteridophyta) no Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São
Paulo 23(1): 51-69.
Labiak, P. H. & Prado, J. 2005c. As espécies de Terpsichore A. R. Sm. e Zigophlebia L. E.
Bishop (Grammitidaceae) do Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo. 19(4): 869-889.
Léon, B. 1992. A taxonomic revision of the fern genus Campyloneurum (Polypodiaceae). Museo
de San Marco, Peru. Tese de doutorado. 105p.
Lima, H. C. 2000. Leguminosas arbóreas da Mata Atlântica – Uma análise da riqueza, padrões
de distribuição geográfica e similaridades florísticas em remanescentes florestais do
estado do Rio de Janeiro. Tese de doutorado – Ecologia. Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro-RJ.
76
Lima, M. P. M.; Guedes-Bruni, R. R.; Sylvestre, L. S.; Pessoa, S. V. A. & Andreata, R. H. P.
1997. Padrões de distribuição geográfica das espécies vasculares da Reserva Ecológica de
Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.) Serra de Macaé de Cima:
Diversidade florística e conservação da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, Instituto de
Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro. P. 103-123.
Martinelli, G.; Bandeira, J.; Bragança, J. O. 1989. Campos de Altitude. Index. Rio de Janeiro-RJ.
160 p.
Mickel, J. T. & Beitel, J. M. 1988. Pteridophyte Flora of Oaxaca, Mexico. Memoirs of the New
York Botanical Garden 46: 568p.
Moran, R. C. 1995. The importance of montains to pteridophytes, with emphasis on neotropical
montane forests. In: Churchill S. P. et al. (Eds.) Biodiversity and conservation of
neotropical montane forests. The New York Botanical Garden. 359-363.
Moran, R. C. & Riba, R. 1995. Flora Mesoamericana. Volumen 1. Pteridofitas, Psilotaceae a
Salviniaceae. Univ. Nacional Autónoma de México. Ciudad Universitaria. 470 pp.
Morim, M. P. 2002. Leguminosae arbustivas e arbóreas do Parque Nacional do Itatiaia:
abordagem florístico-taxonômica. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas (Botânica) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro-
RJ. 204p.
Milde, J. 1852. Equisetaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora Brasiliensis…,
Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 630-643.
Mynssen, C. M. & Sylvestre L. S. 2001. Pteridófitas do Morro Mundo Novo, Rio de Janeiro, RJ.
Eugeniana 25: 26-31.
Mynssen, C. M.; Sylvestre L. S. & Andreata, R. H. P. 2002. Pteridófitas das Matas de Encosta do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pesquisas 52: 47-87.
Mynssen, C. M. & Windisch, P. G. 2004. Pteridófitas da Reserva de Rio das Pedras,
Mangaratiba, RJ. Rodriguésia 55(85): 125-156.
Müller-Dombois, D. & Ellemberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. Wiley
international. New York. 547p.
Nessel, H. 1955. Lycopodiaceae, in: Hoene, F. C., Flora Brasilica II:II (fasc. 11): 1-131.
Nonato, F. R. & Windisch, P. G. 2004. Vittariaceae (Pteridophyta) do sudeste do Brasil. Revista
Brasileira de Botânica 27 (1): 149-161.
Øllgaard, B. 1988. Lycopodiaceae. In: Harling, G. & Andersson, L. (eds.). Flora of Ecuador. 33:
1-155. University of Goteborg. Stockholm.
77
Øllgaard, B. 1992. Neotropical Lycopodiaceae – An overview. Annals of Missouri Botanical
Garden 79: 687-717.
Øllgaard, B. & Windisch, P. G. 1987. Sinopse das Lycopodiáceas do Brasil. Bradea 5(1) 1-43.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2004. Efeitos de borda sobre a comunidade de pteridófitas na
Mata Atlântica de Una, sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27 (4): 641-
653.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2005a. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity
in a tropical rain forest in Brazil. Plant Ecology 180: 87-104.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2005b. Distribuição espacial da assembléia de pteridófitas em
uma paisagem fragmentada de Mata Atlântica no sul da Bahia, Brasil. Hoehnea 32(1): 103-
117.
Pfeiffer, N. E. 1922. Monograph of the Isoetaceae. Annals of Missouri Botanical Garden 9: 79-
232.
Pichi-Sermolli, R. E. G. 1996. Authors of scientific names in Pteridophyta. Royal Botanical
Garden, Kew. 78p.
Ponce, M. M. 1998. Novedades em Thelypteris subg. Amauropelta (Thelypteridaceae) de Brasil y
Paraguay. Novon 8 (3): 275-279.
Prado, J. 2000. The genus Pteris L. (Pteridaceae) in Brazil. Boletim do Instituto de Botânica 13:
103-199.
Price, M. G.; 1983. A new tropical American fern genus. American Fern Journal 73(4): 109-116.
Pryer, K. M.; Schneider, H.; Smith, A. R.; Cranfill, R.; Wolf, P. G.; Hunt, J. S. & Slipes, S. D.
2001. Horsetails and ferns are a monophyletic group and the closest living relatives to seed
plants. Nature 409: 618-622.
Pryer, K. M.; Schuettpelz, E.; Wolf, P. G.; Scheneider, H.; Smith, A. R. & Cranfill, R. 2004.
Phylogeny and evolution of ferns (Monilophytes) with a focus on the early
leptosporangiate divergences. American Journal of Botany 91(10): 1582-1598.
Raddi, J. 1819. Synopis filicum Brasiliensium. Opuscoli Scientifici Bologna 3: 279-293.
Raddi, J. 1825. Plantarum Brasiliensium nova genera et species novae. Pars 1: filices. 84 tab.
Ramos, C. G. V. 2004. A família Cyatheaceae na Reserva Biológica do Tinguá. Monografia de
Bacharelado em Ecologia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ.
Reis, C. A. 1998. Pteridófitas da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim R.J. Lista
de espécies e análise da composição florística. Monografia de Bacharelado em Ecologia.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ. 73p.
78
Ribeiro, K. T. & Medina, B. M. O. 2002. Estrutura, Dinâmica e Biogeografia das Ilhas de
Vegetação Sobre Rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia
10: 11-82.
Ricci, M. 1996. Variation in distribution and abundance of endemic flora of Juan Fernández
Islands, Chile. Pteridophyta. Biodiversity and Conservation 5: 1521-1532.
Rizzini, C. T. 1953-1954. Flora Organensis. Lista preliminar dos Cormophyta da Serra dos
Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 118-246.
Safford, H. 1999a. Brazilian Páramos I. An introduction to the physical environment and
vegetation of the campos de altitude. Journal of Biogeography 26. 693-712.
Safford, H. 1999b. Brazilian Páramos II. Macro and mesoclimate of the campos de altitude and
affinities with high moutain climates of the tropical Andes and Costa Rica. Journal of
Biogeography 26. 713-737.
Salino, A. 2000. Estudos taxonômicos na família Thelypteridaceae (Polypodiopsida) no Estado
de São Paulo, Brasil. Tese de Doutorado, Instituto de Biologia da Universidade Estadual
de Campinas. Campinas-SP. 327 pp.
Salino, A. & Semir, J. 2004. Thelypteris subg. Amauropelta (Kunze) A. R. Sm.
(Thelypteridaceae, Pteridophyta) no estado de São Paulo, Brasil. Lundiana 5 (2): 83-112.
Santos, M. G. 1995. Pteridoflora da Pedra de Itacoatiara, Niterói, RJ Monografia de
Bacharelado em Ciências Biológicas. Universidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro-RJ.
81p.
Santos, M. G. & Sylvestre, L. S. 2001. Pteridófitas In: A. F. da Costa & I. C. A. Dias (Eds.)
Flora do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e arredores, Rio de Janeiro, Brasil:
listagem florística e fitogeografia: angiospermas, pteridófitas, algas continentais. Museu
Nacional. Rio de Janeiro. p. 143-152.
Segadas-Viana, F. 1965. Ecology of the Itatiaia range, southeastern Brazil. I. Altitudinal zonation
of the vegetation. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 53: 7-30.
Segadas-Viana, F & Dau, L. 1965. Ecology of the Itatiaia range, southeastern Brazil. II. Climates
and altitudinal climatic zonation. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 53: 31-
53.
Sehnem, A. 1967a. Plagiogiriáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí.
Herbário Barbosa Rodrigues, 7p.
Sehnem, A. 1967b. Vitariáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 17p.
79
Sehnem, A. 1968a. Aspleniáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 96p.
Sehnem, A. 1968b. Blechnáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 90p.
Sehnem, A. 1970a. Gleicheniáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí.
Herbário Barbosa Rodrigues, 37p.
Sehnem, A. 1970b. Polypodiáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 173p.
Sehnem, A. 1971. Himenofiláceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 98p.
Sehnem, A. 1972. Pteridáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 244p.
Sehnem, A. 1978. Ciateáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 166p.
Sehnem, A. 1979a. Aspidiáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. Herbário
Barbosa Rodrigues, 356p.
Sehnem, A. 1979b. Ofioglossáceas. In: Reitz, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí.
Herbário Barbosa Rodrigues, 16p.
Senna, M. R. & Waechter, J. L. 1997. Pteridófitas de uma floresta com araucária. 1. Formas
biológicas e padrões de distribuição geográfica. Iheringia 48: 41-58.
Smith, A. R. 1995. Pteridophyta. In: Berry, P. E.; Holst, B. K. & Yatskievych, K. (eds.) Flora of
the Venezuelan Guayana. Vol. 2: Pteridophytes and Spermatophytes (Acanthaceae –
Araceae). Missouri Botanical Garden. Himber Press. St. Louis. 706p. il.
Spring, A. F. 1840. Lycopodiaceae, Selaginellaceae et Psilotaceae. In: C. F. P. Martius, & A. G.
Eichler, Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 105-
134.
Sota, E. R. de la. 1965. Lãs espécies escamosas del genero Polypodium L. (s. str.) en Brasil.
Revista del Museu de La Plata 42 (11): 243-271.
Sturm, J. G. 1859. Ophioglossaceae, Marattiaceae, Osmundaceae, Schizaeaceae, Gleicheniaceae
et Hymenophyllaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora Brasiliensis…,
Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 142-303.
Sylvestre, L. S. 1995. Palinologia das Polypodiaceae ''sensu lato" do Planalto do Itatiaia, Rio de
Janeiro, Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 33 (1): 9-73.
80
Sylvestre, L. S. 1997a. Pteridófitas da Reserva Ecológica Macaé de Cima. In: Lima, H. C. &
Guedes-Bruni, R. R. (eds.) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e
Conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p 40-52.
Sylvestre, L. S. 1997b. Pteridophyta. In: Marques, M. C. M. Mapeamento da cobertura vegetal e
listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Município de
Parati, RJ. JBRJ-IBAMA. Série Estudos e Contribuições 13: 44-49.
Sylvestre, L. S. 2001. Revisão taxonômica das espécies da família Aspleniaceae A. B. Frank.
ocorrentes no Brasil. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo-SP.
Tuomisto, H. & Poulsen, A. D. 1996. Influence of edaphic specialization on pteridophyte
distribution in Neotropical Rain Forests. Journal of Biogeography 23: 283-293.
Tuomisto, H. & Ruokolainen, K. 1994. Distribution of Pteridophyta and Melastomataceae along
an edaphic gradient in an Amazonian rain forest. Journal of Vegetation Science 5: 25-34.
Tryon, A. F. 1962. A monograph of the fern genus Jamesonia. Contributions of the Gray
Herbarium of Harvard University 191: 109-197.
Tryon, A. F. 1970. A monograph of the fern genus Eriosorus. Contributions of the Gray
Herbarium of Harvard University 200: 54-174.
Tryon, R. M. 1942. A revision of the genus Doryopteris. Contributions of the Gray Herbarium of
Harvard University 143: 1-80.
Tryon, R. M. 1972. Endemic areas and geographic speciation in tropical american ferns.
Biotropica 4 (3): 121-131.
Tryon, R. M. & Stolze, R. G. 1989a. Pteridophyta of Peru, part I. 1. Ophioglossaceae – 12.
Cyatheaceae. Fieldiana: Botany, new series. 20: 1-145.
Tryon, R. M. & Stolze, R. G. 1989b. Pteridophyta of Peru, part II. 13. Pteridaceae – 15.
Dennstaedtiaceae. Fieldiana: Botany, new series. 22: 1-128.
Tryon, R. M. & Stolze, R. G. 1991. Pteridophyta of Peru, part IV. 17. Dryopteridaceae.
Fieldiana: Botany, new series. 27: 1-176.
Tryon, R. M. & Stolze, R. G. 1993. Pteridophyta of Peru, part V. 18. Aspleniaceae – 21.
Polypodiaceae. Fieldiana: Botany, new series. 32: 1-190.
Tryon, R. M. & Tryon, A. F. 1982. Ferns and Allied Plants, with Special Reference to Tropical
America. Springer Verlag. New York. 857p.
Ule, E. 1895. Relatório de uma excursão botânica feita na Serra do Itatiaya. Archivos do Museu
Nacional do Rio de Janeiro. 11: 185-223.
Vellozo, J. M. C. 1825-1827. Florae Fluminensis icones…, Paris, vol. 11.
81
Veloso, H. P.; Rangel Filho, A. L. R. & Lima, J. C. A. 1991. Classificação da Vegetação
Brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e
Estudos Ambientais. Rio de Janeiro. 124 p.
Vuono, Y. S. 2002. Inventário fitossociológico. In: Sylvestre, L. S. & Rosa, M. M. T. (orgs.)
Manual metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica. Edur. Seropédica. p. 51-
65.
Windisch, P. G. 1992. Pteridófitas da região Norte-ocidental do Estado de São Paulo : guia para
estudos e excursões. 2a edição. Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto.
110p. ilus.
Workshop: Revisão da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção. 2005 (Dados não publicados).
Fundação Biodiversitas. Belo Horizonte, MG.
Young, K. R. & León, B. 1989. Pteridophyte species diversity in the central Peruvian Amazon:
importance of edaphic specialization. Brittonia 41(4): 388-395.
82
CAPÍTULO II
Estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de
Floresta Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia.
83
Estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de Floresta
Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia.
RESUMO
A estrutura das comunidades de pteridófitas na Mata Atlântica ainda é pouco
conhecida, sendo escassos os trabalhos com uma abordagem quantitativa. O presente
trabalho analisa a estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana, no Parque Nacional do Itatiaia. Foram alocadas 80 parcelas não
contíguas de 25m2 (5 x 5m), distribuídas em vertentes opostamente orientadas (Norte e
Sul), contemplando fragmentos com mesma fisionomia ocorrentes em altitude entre 1.900
a 2.100 m, totalizando 1.000m2 em cada vertente. Pela dificuldade de se tomar medidas de
cobertura e abundância, foram desconsiderados os indivíduos epífitos, tratando-se apenas
daqueles que cresciam sobre o solo ou rocha. Na vertente sul, foram contabilizados 584
indivíduos, distribuídos em 10 famílias, 14 gêneros e 20 espécies. Na vertente norte, foram
contabilizados 998 indivíduos, distribuídos em 14 famílias, 18 gêneros e 32 espécies.
Foram analisados os seguintes parâmetros estruturais: densidade, freqüências absoluta e
relativa, dominância, valor de cobertura e valor de importância. Na hierarquia do valor de
importância as cinco primeiras espécies foram: Thelypteris retusa, Asplenium serra,
Dryopteris wallichiana, Dicksonia sellowiana e Plagiogyria fialhoi na vertente Sul, e
Dicksonia sellowiana, Elaphoglossum itatiayense, Thelypteris retusa, Terpsichore
aquilleifolia e Cyathea dichromatolepis na vertente Norte. Analisando-se a pteridoflora
destas duas vertentes e aplicando-se o índice de similaridade de Sörensen, encontrou-se
SS= 0.615, demonstrando pouca variação da composição florística em relação a orientação
das vertentes. Com a acelerada destruição das formações florestais da Mata Atlântica, o
conhecimento de sua flora torna-se altamente necessário e urgente, para que se possam
estabelecer estratégias conservacionistas.
84
Structure of the fern community in stretches of high mountain
forest in the Itatiaia National Park.
ABSTRACT
The structure of ferns communities in Atlantic Rainforest is still little known, being
scarce the works with a quantitative boarding. The present paper analyzes the structure of
the fern community in stretches of high mountain dense Atlantic forest, in the Itatiaia
National Park. Eighty non contiguous samples of 25m2 had been placed (5 x 5m),
distributed in slopes opposing guided (North and South), contemplating fragments with
same physiognomy between 1.900 and 2.100 m high, totalizing 1.000m2 in each slope.
The epiphytes were not considered because it is difficulty to take measures of covering and
abundance, sampling only those that grew on the ground or rock. In the South slope, 584
individuals, distributed in 10 families, 14 genus and 20 species had been reported. In the
North slope, 998 individuals, distributed in 14 families, 18 genus and 32 species had been
reported. The following structural parameters had been analyzed: absolute and relative
density, frequencies, dominance, value of covering and value of importance. In the
hierarchy of the value of importance the five first species were: Thelypteris retusa,
Asplenium serra, Dryopteris wallichiana, Dicksonia sellowiana and Plagiogyria fialhoi, in
the South slope, and Dicksonia sellowiana, Elaphoglossum itatiayense, Thelypteris retusa,
Cyathea dichromatolepis and Terpsichore aquilleifolia, in the North slope. Analyzing fern
flora of these two sites and applying the Sorensen’s similarity index (SS= 0,615), showed
little variation of the floristic composition in relation the orientation of the slopes. With the
speed up destruction of the forest formations of Atlantic Forest, the knowledge of its flora
becomes highly necessary and urgent, so that it can establish conservationist’s strategies.
85
Introdução
No Brasil, estudos sobre a estrutura de florestas têm priorizado o componente
arbustivo-arbóreo, apesar da importância fisionômica e florística de outras formas de vida
encontradas nestes ambientes. As pteridófitas, englobando todos os vegetais vasculares não
produtores de flores apresentam os mais variados padrões de crescimento e formas de vida,
compreendendo desde minúsculas plantas com menos de 1 cm até fetos arborescentes
chegando à mais de 10 metros de altura. Assim como todo estrato herbáceo, estas plantas
contribuem de forma significativa com o aumento da riqueza e diversidade de florestas
tropicais (Gentry & Dodson 1987). Poulsen & Baslev (1991) verificaram que as
pteridófitas constituíam 26% das plantas herbáceas existentes em 1 ha. de floresta tropical
de altitude em Cuyabeno no Equador, podendo representar até 10% de toda flora vascular
nestas áreas (Graynum & Churchill 1987).
A pteridoflora do estado do Rio de Janeiro vem sendo estudada desde o início do
século XIX, com referências em diversos trabalhos da época (Raddi 1819, 1825; Vellozo
1825-1827; Spring 1840; Milde 1852; Sturm 1859; Baker 1870; Kuhn 1884). Porém, um
grande avanço em seu conhecimento se deu em meados do século XX com as
contribuições feitas por Brade (1942, 1954, 1956) ao conhecimento da flora do Parque
Nacional do Itatiaia, indicando a ocorrência de 319 táxons, e com a Flora Organensis
(Rizzini 1953-1954), que apresenta uma listagem com 245 espécies. Mais recentemente,
outras áreas de floresta Atlântica do Estado vêm sendo estudadas (Santos 1995; Sylvestre
1997a, b; Reis 1998; Santos & Sylvestre 2001; Mynssen & Sylvestre 2001; Mynssen et al.
2002; Condack 2003, Mynssen & Windisch (2004) e Ramos 2004), podendo-se concluir
que tais plantas podem ser encontradas em todas as formações vegetais do Estado, desde o
nível do mar até os seus pontos mais altos.
Porém, é fato que a maior riqueza e diversidade são encontradas nas regiões
montanhosas (Moran 1995; Tryon & Tryon 1982). As serras do sudeste e sul do Brasil
abrigam um dos principais centros de diversidade de pteridófitas neotropicais, onde cerca
de 40% das espécies são endêmicas (Tryon 1972), enquanto que a planície amazônica é
relativamente pobre em espécies e endemismos (Tryon & Conant 1975).
Estudos envolvendo análises quantitativas de pteridófitas na Mata Atlântica ainda
são poucos e recentes, podendo ser citados os de Athayde filho (2002) que realizou um
levantamento florístico e estrutural em uma restinga no município de Capão da Canoa, no
estado do Rio Grande do Sul, analisando densidades, frequências e dominâncias relativas,
86
valores de cobertura e importância, além da distribuição espacial dos indivíduos dentro da
área de estudo. Melo (2003), levantando a pteridoflora em diferentes fragmentos nos
municípios de Camanducaia, Gonçalves, Extrema e Itapeva, todos no sul do estado de
Minas Gerais, verificou a frequência de ocorrência destas plantas nestes fragmentos. Bauer
(2004) analisou florística e estruturalmente a pteridoflora de uma floresta estacional
decidual, utilizando os mesmos parâmetros utilizados por Athayde-Filho (2002). Paciência
& Prado (2004) compararam a riqueza e abundância de pteridófitas entre o interior e a
borda de áreas florestais em Una (Bahia), evidenciando que os interiores de floresta
constituem ambientes totalmente distintos daqueles de borda, no que se refere à
comunidade de pteridófitas. Paciência & Prado (2005a) analisaram os efeitos da
fragmentação florestal sobre a diversidade de pteridófitas, em diferentes fragmentos de
Mata Atlântica, revelando os impactos negativos exercidos na riqueza específica destes
fragmentos. Paciência & Prado (2005b), analisaram a distribuição espacial das pteridófitas
em uma área de mata contínua e em fragmentos com fisionomias e tamanhos diferentes,
inferindo que o processo de fragmentação é um importante agente determinante do
estabelecimento de espécies, já que este leva a formação de ambientes variados, e estes se
tornam selecionadores de espécies capazes de colonizá-los. Outros trabalhos envolvendo
análises quantitativas que incluíam as pteridófitas foram feitas na América central (Pousen
& Nielsen 1995) e na região Amazônica (Yong & León 1989; Poulsen & Baslev 1991;
Tuomisto & Ruokolainen 1994; Tuomisto & Poulsen 1996; Ruokolainen et al. 1997;
Tuomisto et al. 1998; Tuomisto & Poulsen 2000; Tuomisto et al. 2002; Salovaara et al.
2004) verificando influência edáfica, distribuição espacial e padrões fitogeográficos,
possibilitando sua utilização para determinar a fisionomia florestal onde são encontradas.
Dittrich (1999) também delimitou uma área amostral de 1 ha em floresta sub-montana na
Ilha do Mel e outra em floresta montana no Parque Estadual Pico do Marumbi, ambos no
estado do Paraná, discutindo qualitativamente a diferença entre estas duas formações, não
inferindo parâmetros fitossociológicos.
Relatos de excursões científicas no Parque Nacional do Itatiaia vêm sendo
publicados desde o século XIX (Ule 1895). Porém, uma grande contribuição ao
conhecimento de sua flora foi feita em meados do século passado, quando após mais de
três décadas de estudos, Brade (1956) publicou seus estudos abordando a composição
florística e inferindo classificações referentes à fisionomia e a zonação altitudinal da
vegetação. Estudos com uma abordagem quantitativa no Parque ainda são recentes, sendo
iniciados na década de 90, através do Programa Mata Atlântica do Instituto de Pesquisas
87
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, analisando a estrutura arbórea das florestas montanas e
alto montanas.
O presente trabalho tem como objetivos conhecer a estrutura da comunidade
pteridofítica da Floresta Ombrófila Densa Alto Montana e testar o grau de similaridade
florística e estrutural utilizando-se como variável a orientação das encostas, analisando
parâmetros como densidade, frequência e dominância relativa, valores de cobertura e
importância, em vertentes opostamente orientadas (sul e norte), com mesma altitude e
fisionomia.
88
Material e Métodos
A região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia encontra-se sob o domínio
morfoclimático e fitogeográfico “tropical atlântico” (Ab’Saber 1977). Possui precipitação
anual de 2273 mm, passando três meses do ano com precipitação inferior a 50 mm. Está
sujeito a entrada de frentes polares vindas do sul, apresentando temperaturas inferiores a 0oC em até sete meses, sendo em média 56 dias por ano (Safford 1999).
A escolha dos trechos onde foram implantadas as áreas de amostragem se realizou
durante os primeiros três meses de trabalho de campo, após adquirir-se um conhecimento
mais amplo da área, bem como outros atributos necessários à aplicação dos métodos
próprios ao inventário fitossociológico. A localização das parcelas levou em consideração
os seguintes critérios: (1) altitude; (2) orientação da encosta e (3) fisionomia da floresta.
A região do Alto dos Brejos, na vertente norte do maciço (22°17’15”S -
44°37’03”W), possui relevo bastante acidentado, com predomínio de formações
campestres, principalmente nos topos dos morros. Os fragmentos de Florestas Alto
Montanas são bem delimitados e restritos às áreas mais protegidas das encostas. Possuem
árvores, em sua maioria, não ultrapassando 15 metros de altura, com epífitas nos extratos
mais baixos, solo coberto por uma densa camada de serapilheira e rara presença de lianas.
Esta área foi anexada ao Parque em 1982, estando sua situação fundiária ainda mal
resolvida, com alguns trechos em propriedades particulares. Neste sentido, a abertura de
pastagens com o uso do fogo e a freqüente presença do gado são, provavelmente,
responsáveis pela substituição da vegetação arbórea por formações abertas de campos. O
sub-bosque recebe boa luminosidade, favorecendo uma flora herbácea rica em espécies de
pteridófitas além da presença de grande quantidade briófitas.
As Florestas Alto Montanas localizadas nas proximidades do abrigo Massena, na
vertente sul (22°24’26”S – 44°39’05”W), estão situadas em um relevo menos acidentado e
menos irrigado, com frequente presença de bambus. Porém, a fisionomia da vegetação é
muito semelhante daquela encontrada na vertente norte, inclusive com o solo coberto por
densa camada de serapilheira. As Florestas Alto Montanas da vertente sul estão mais
próximas da região do Planalto, onde predominam os Campos de Altitude, situados
aproximadamente a 2400 m, além da vegetação rupícola encontrada nos picos mais altos,
com altitudes de até 2789 m. Mesmo assim, verificou-se que espécies extremamente
adaptadas a estas áreas abertas, dificilmente penetram no interior das florestas.
89
Para a coleta de dados no campo, foram feitas quatro excursões, com duração de
cinco dias cada, no período de agosto a novembro de 2004. Coletas assistemáticas foram
feitas previamente, para facilitar o reconhecimento das espécies durante a amostragem. Os
indivíduos coletados nas parcelas complementaram o levantamento florístico desenvolvido
paralelamente.
Foi utilizado o método de parcelas e foram amostrados todos os indivíduos que
cresciam sobre o solo ou rocha. Os indivíduos epífitos foram desconsiderados, devido à
dificuldade de se tomar dados referentes à cobertura e abundância.
Em cada vertente (norte e sul) foram escolhidos quatro fragmentos nos quais foram
igualmente divididas 40 parcelas não contíguas de 25 m2 (5 x 5m), totalizando 2.000m2
(0.2 ha). Estas parcelas foram implantadas assistematicamente, desconsiderando áreas a
menos de dez metros das bordas e onde não houvesse a presença de nenhum indivíduo. A
suficiência da amostra (Fig. 1 e 2) foi testada através da curva do coletor (Vuono 2002).
Foram coletadas informações referentes à abundância das espécies, suas alturas e
área de cobertura. As classes de alturas adotadas neste trabalho levaram em conta a altura
do esporófito e não a de sua gema de perenização.
Para comparação florística entre as áreas estudadas, elaborou-se uma matriz de
dados binários (presença/ausência) das espécies apreendidas na amostragem nos oito
fragmentos e produziu-se uma segunda matriz (Fig. 3) de coeficientes de similaridade de
Jaccard (Valentin 2000). Com o intuito de interpretar a similaridade florística entre as
áreas, empregou-se análise de agrupamento pelo método média de grupo (UPGMA). Foi
calculado, ainda o coeficiente de correlação cofenética – rcs (Sneath & Sokal 1973). Todas
as análises foram calculadas utilizando o pacote de programas FITOPAC (Shepherd 1995).
Para analisar a similaridade florística e estrutural entre as duas vertentes, foram
utilizados os Índices de similaridade de Sorensen qualitativo e quantitativo.
Os parâmetros estimados, baseados em Athayde Filho (2002) e Vuono (2002) para
a análise da estrutura horizontal da pteridófitas foram:
Ni: número de indivíduos;
Ui: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre;
Der%: densidade relativa (%);
Fa: freqüência absoluta;
Fr%: frequência relativa (%);
Dor%: dominância relativa (%);
VC: valor de cobertura;
90
VI: valor de importância;
Alt.Med.: altura média;
Alt.Max.: altura máxima;
Alt.Min.: altura mínima.
A densidade relativa representa a proporção percentual do número de indivíduos de
uma determinada espécie, em relação ao número total de indivíduos amostrados. É
expressa pela fórmula: Der% = ni / N onde ni = número de indivíduos amostrados da
espécie i e N = número total de indivíduos amostrados.
A freqüência absoluta representa em que grau a espécie ocorre nas parcelas de
amostragem. É expressa pela fórmula: Fa = (pi / P) . 100 onde pi = número de parcelas
com ocorrência da espécie i e P = número total de parcelas.
A freqüência relativa é obtida da relação entre a freqüência absoluta de cada espécie
e a soma das freqüências absolutas de todas as espécies amostradas. É expressa pela
fórmula: Fr% = (Fai / FA) . 100 onde Fai = freqüência absoluta da espécie i e FA =
freqüência total (soma das Fai de todas as espécies amostradas).
A dominância relativa representa a relação percentual entre a área de cobertura
foliar de todos os indivíduos de uma espécie e a área obtida pela soma de todas as áreas de
cobertura foliar de todos os indivíduos amostrados. É expressa pela fórmula: Dor% =
(Soma Aii / ATI) onde Aii = área de cada indivíduo da espécie i e ATI = área total de todos
os indivíduos amostrados.
O Valor de cobertura representa o grau em que a espécie se encontra bem
estabelecida na comunidade, é calculado com a soma da densidade e da dominância (IVC =
Der% + Dor%) atingindo, portanto valor máximo de 200.
O Valor de importância também representa o grau em que a espécie se encontra
bem estabelecida na comunidade, porém é calculado com a freqüência (IVI = Der% +
Dor% + Fr%) atingindo, portanto valor máximo de 300.
A estimativa da heterogeneidade florística da área foi baseada na análise de todas as
espécies inventariadas, utilizando-se o Índice de Diversidade de Shannon (H’). Este índice
foi escolhido por ser o mais comumente utilizado em inventários fitossociológicos (Pielou
1977; Vuono 2002).
91
Resultados e Discussão
No levantamento realizado, obteve-se um total de 36 espécies, 15 famílias e 21
gêneros (Tab. 1). Foram analisados 1582 indivíduos em 0,2 ha de Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia. Os resultados obtidos na análise
estrutural encontram-se na Tabela 1 e nas Figuras 4 e 5.
Thelypteris retusa, com 375 indivíduos, foi a espécie que apresentou maior
densidade relativa (24%), seguida de Elaphoglossum itatiayense (10%) e Asplenium serra
(7%), somando juntas 41% do total de espécies encontradas. Estas três espécies também
são as que possuem maior frequência dentro dos fragmentos, sendo encontradas em maior
número de parcelas (64%, 41% e 40% respectivamente).
Com relação à cobertura proporcionada pelas espécies, Dicksonia sellowiana,
Dryopteris wallichiana, Asplenium serra e Plagiogyria fialhoi são as que possuem maior
área de cobertura foliar, sombreiam juntas aproximadamente 256 m2 dos 0.2 ha analisados.
Estas espécies também apresentam maior dominância relativa, com 25.8%, 9,71%, 9,14% e
8,18% respectivamente. Porém, analisando o Valor de Cobertura, que leva em conta
também a densidade relativa de cada espécie, Dicksonia sellowiana se manteve na primeira
posição (Fig. 4). Entretanto, Thelypteris retusa com seu elevado número de indivíduos,
ocupa a segunda posição, seguida de Asplenium serra e Elaphoglossum itatiayense.
Apesar de Dicksonia sellowiana ter sido considerada a espécie dominante, este fato
não foi ocasionado apenas pelo seu porte arborescente, já que a maioria dos indivíduos
contabilizados (75,5%) apresentava esporófitos com altura abaixo de 0,5 m. Porém, este
resultado se mostrou diferente quando se analisou cada vertente separadamente (Fig. 6). Na
vertente norte, 84% dos indivíduos tinham altura inferior a 0,5m e 1,3% com altura
superior a 2,0m. Na vertente sul, apenas 18% apresentavam-se menores que 0,5 m e 18%
com altura superior a 2,0 m, mostrando um maior equilíbrio entre indivíduos jovens e
adultos, o que pode indicar uma maior maturidade desta formação vegetal.
O Valor de Importância nos dá um indicativo de como a espécie encontra-se
estabelecida na área. Leva em conta o número de indivíduos, sua distribuição e a área que
eles ocupam, sendo obtido pela soma da densidade, freqüência e dominância. Thelypteris
retusa foi a que obteve o maior valor (42.1) (Fig. 5), seguida de Dicksonia sellowiana
(36.5), Asplenium serra (23.4) e Elaphoglossum itatiayense (23.2).
O Valor de Importância calculado nos mostra que os fragmentos estudados
proporcionam um ambiente adequado para o desenvolvimento de Dicksonia sellowiana,
92
uma espécie considerada em perigo de extinção pela lista de espécies ameaçadas do
IBAMA (1992). Outras três espécies (Culcita coniifolia, Plagiogyria fialhoi e Athyrium
filix-femina) também estão enquadradas em alguma categoria de ameaça, segundo os dados
obtidos no Workshop da flora brasileira ameaçada de extinção (2005, dados não
publicados).
Algumas diferenças na composição florística puderam ser percebidas durante a
coleta de dados no campo, incitando uma análise de similaridade entre os diferentes
fragmentos amostrados (Tab. 2 e Figs. 8 a 14).
O dendrograma produzido pela análise de agrupamento (Fig. 3) mostra um
considerável ajuste à matriz de distâncias calculadas (rcs = 0,8669). Nesta análise observou-
se a formação de dois grupos: um unindo os fragmentos da vertente sul, os quais podem ser
considerados um pouco mais secos e com maior presença de bambu. Nestes fragmentos são
encontradas três espécies de Lycopodiaceae e uma de Dennstaedtiaceae, típicas de
ambientes com maior luminosidade, não encontradas na vertente norte. O outro com os
fragmentos da vertente norte os quais possuíam maior declividade, dossel um pouco mais
fechado e com presença de pequenos riachos em seu interior, aumentando a umidade
relativa e tornando o solo desta floresta um pouco mais úmido, porém bem drenado. Nestes
fragmentos ocorrem 16 espécies exclusivas a esta vertente, em sua maioria espécies típicas
de interiores de matas mais úmidas, inclusive com presença de fetos arborescentes.
Na vertente norte foram encontrados 998 indivíduos distribuídos em 32 espécies.
Na vertente sul foram contabilizados 598 indivíduos distribuídos em 20 espécies. Das 36
espécies encontradas, 16 foram consideradas amplamente distribuídas na área de estudo,
sendo encontradas em ambas as vertentes. As outras 20 espécies apresentaram distribuição
restrita a apenas uma das vertentes.
Algumas pteridófitas como Asplenium harpeodes, A. serra, Dicksonia sellowiana,
Dryopteris wallichiana, Elaphoglossum obliquatum, E. itatiayense, Hypolepis repens,
Polypodium pleopeltidis e Thelypteris retusa foram encontradas em pelo menos seis, dos
oito fragmentos analisados, sendo consideradas de ocorrência alta (>75%) nos fragmentos
estudados. Enquanto que Blechnum austrobrasilianum, Cyathea phalerata, Diplazium
petersenii, Huperzia reflexa, Lastreopsis amplissima, Lellingeria brevistipes e Lycopodium
clavatum foram encontradas em apenas um dos fragmentos, sendo consideradas raras na
área de estudo.
93
A curva do coletor indicou suficiência das amostras nas duas vertentes, tendo a
curva se estabilizado a partir da décima quinta e vigésima parcelas, respectivamente (Figs.
1 e 2).
R2 = 0,6759R2 = 0,9138
0
5
10
15
20
25
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Parce las
Vertente sulMassena
Vertente norteAlto dos Brejos R2 = 0,7639
R2 = 0,9485
0
5
10
15
20
25
30
35
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Parcelas
Figura 1: Suficiência amostral na vertente sul. Figura 2: Suficiência amostral na vertente norte. Ambas
evidenciam que a curva cumulativa de espécies/área assemelha-se mais a tendência logarítmica (estabilidade)
do que a linear.
Fig.1
Fig.2
94
Espécies Ui Ni Der% Fa Fr% Cob Dor% VC VI
Thelypteris retusa (Sw.) C. F. Reed 51 375 23,7 63,75 11,1 35,5 7,33 31 42,1
Dicksonia sellowiana Hook. 24 86 5,44 30 5,21 125 25,8 31,2 36,46
Asplenium serra Langsd. & Fisch. 32 116 7,33 40 6,94 44,2 9,14 16,5 23,42
Elaphoglossum itatiayense Rosenst. 33 159 10,1 41,25 7,16 28,9 5,98 16 23,19
Dryopteris wallichiana (Spreng.) Hyl. 21 59 3,73 26,25 4,56 47 9,71 13,4 17,99
Plagiogyria fialhoi (Fée ex Glaz.) Copel. 25 59 3,73 31,25 5,43 39,6 8,18 11,9 17,34
Asplenium harpeodes Kunze 22 73 4,61 27,5 4,77 20,9 4,33 8,94 13,71
Polypodium pleopeltidis Fee 31 59 3,73 38,75 6,73 3,46 0,72 4,44 11,17
Terpsichore achilleifolia (Kaulf.) A. R. Sm. 23 85 5,37 28,75 4,99 1,51 0,31 5,69 10,68
Elaphoglossum obliquatum Christ. 27 49 3,1 33,75 5,86 7,46 1,54 4,64 10,5
Blechnum cordatum (Desv.) Hieron. 8 67 4,24 10 1,74 14,6 3,02 7,25 8,988
Elaphoglossum squamipes (Hook.) T. Moore 24 37 2,34 30 5,21 6,56 1,36 3,69 8,903
Arachnoides denticulata (Sw.) Ching 14 52 3,29 17,5 3,04 8,99 1,86 5,15 8,183
Culcita coniifolia (Hook.) Maxon 12 30 1,9 15 2,6 16 3,3 5,2 7,803
Cyathea dichromatolepis (Fee) Domin 5 14 0,88 6,25 1,09 27,7 5,73 6,61 7,698
Asplenium pseudonitidum Raddi 16 42 2,65 20 3,47 1,87 0,39 3,04 6,513
Hypolepis repens (L.) C. Presl. 11 36 2,28 13,75 2,39 3,36 0,69 2,97 5,356
Lastreopsis amplíssima (C. Presl.) Tindale 5 32 2,02 6,25 1,09 8,33 1,72 3,74 4,829
Cyathea phalerata Mart. 5 5 0,32 6,25 1,09 15,2 3,14 3,45 4,54
Rumohra adiantiformis (Forst.) Ching 11 17 1,07 13,75 2,39 2,82 0,58 1,66 4,045
Polypodium catharinae Langsd. & Fisch. 11 18 1,14 13,75 2,39 1,9 0,39 1,53 3,917
Blechnum binervatum subsp. acutum (Desv.) R. M. Tryon & Stolze 5 11 0,7 6,25 1,09 8,56 1,77 2,46 3,549
Asplenium auritum Sw. 7 21 1,33 8,75 1,52 1,03 0,21 1,54 3,06
Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm. 6 17 1,07 7,5 1,3 3,18 0,66 1,73 3,034
Elaphoglossum organense Brade 6 11 0,7 7,5 1,3 1,65 0,34 1,04 2,338
Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr. 4 7 0,44 5 0,87 4,12 0,85 1,29 2,162
Lellingeria apiculata (Kunze ex Klotzsch) A. R. Sm. & R. C. Moran 4 6 0,38 5 0,87 0,13 0,03 0,41 1,274
Diplazium petersenii (Kunze) Christ 2 11 0,7 2,5 0,43 0,59 0,12 0,82 1,251
Elaphoglossum edwallii Rosenst. 3 4 0,25 3,75 0,65 1,54 0,32 0,57 1,222
Athyrium filix-femina (L.) Roth 3 7 0,44 3,75 0,65 0,55 0,11 0,56 1,208
Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw. 3 3 0,19 3,75 0,65 0,3 0,06 0,25 0,902
Blechnum austrobrasilianum de la Sota 1 8 0,51 1,25 0,22 0,18 0,04 0,54 0,761
Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch 2 2 0,13 2,5 0,43 0,47 0,1 0,22 0,658
Lellingeria brevistipes (Mett. ex Kuhn) A. R. Sm. & R. C. Moran 2 2 0,13 2,5 0,43 0,03 0,01 0,13 0,567
Lycopodium clavatum L. 1 1 0,06 1,25 0,22 0,78 0,16 0,22 0,442
Huperzia reflexa (Lam.) Trevis 1 1 0,06 1,25 0,22 0,04 0,01 0,07 0,288
Tabela 1: Parâmetros estruturais calculados para as espécies analisadas em 0,2 ha de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana no
Parque Nacional do Itatiaia, onde: Ui= N° de parcelas em que a espécie ocorre; Ni= Nº de indivíduos; Der%= Densidade relativa;
Fa= Frequência absoluta; Fr%= Frequência relativa; Cob= Cobertura (m2); Dor%= Dominância relativa; VC= Valor de Cobertura e
VI= Valor de Importância.
95
Figura 3: Dendrograma de similaridade, baseado no índice de Jaccard (rcs = 0,8669) para as espécies de
pteridófitas amostradas em oito fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana analisados, no Parque
Nacional do Itatiaia.
Parâmetros Vertente sul Vertente norte
Número de famílias 10 14
Número de gêneros 14 19
Número de espécies 20 32
Número de indivíduos 584 998
Densidade absoluta (ind/ha) 5840 9980
Dominância (cobertura) absoluta (m²/ha) 2730 2110
Índice de Shannon (H') (nats/ind) 2,27 2,89
Equitabilidade (J') 0,76 0,83
Tabela 2: Parâmetros florísticos e fitossociológicos calculados para Floresta Ombrófila Densa Alto Montana em
vertentes opostamente orientadas (sul e norte), no Parque Nacional do Itatiaia.
96
Valor de Cobertura (VC)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Dicksonia sellowianaThelypteris retusa
Asplenium serraElaphoglossum itatiayense
Dryopteris wallichianaPlagiogyria fialhoi
Asplenium harpeodesBlechnum cordatum
Cyathea dichromatolepisTerpsichore achilleifolia
Culcita coniifoliaArachnoides denticulata
Elaphoglossum obliquatumPolypodium pleopeltidisLastreopsis amplissima
Elaphoglossum squamipesCyathea phalerata
Asplenium pseudonitidumHypolepis repens
Blechnum binervatumHistiopteris incisa
Rumohra adiantiformisAsplenium auritum
Polypodium catharinaeBlechnum schomburgkii
Elaphoglossum organenseDiplazium petersenii
Elaphoglossum edwalliiAthyrium filix-feminaLellingeria apiculata
HymenophyllumHuperzia comans
Lycopodium clavatumLellingeria brevistipes
Huperzia reflexa
Blechnum austrobrasilianum
Figura 4: Valor de Cobertura das espécies apreendidas em 0,2 ha de Floresta Ombrófila Densa AltoMontana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: Densidade relativa (%) e Dominância relativa (%).
97
Valor de Importância (VI)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Thelypteris retusaDicksonia sellowiana
Asplenium serraElaphoglossum itatiayense
Dryopteris wallichianaPlagiogyria fialhoi
Asplenium harpeodesPolypodium pleopeltidisTerpsichore achilleifolia
Elaphoglossum obliquatumBlechnum cordatum
Elaphoglossum squamipesArachnoides denticulata
Culcita coniifoliaCyathea dichromatolepisAsplenium pseudonitidum
Hypolepis repensLastreopsis amplissima
Cyathea phalerataRumohra adiantiformisPolypodium catharinaeBlechnum binervatum
Asplenium auritumHistiopteris incisa
Elaphoglossum organenseBlechnum schomburgkii
Lellingeria apiculataDiplazium petersenii
Elaphoglossum edwalliiAthyrium filix-femina
Hymenophyllum polyanthosHuperzia comans
Lellingeria brevistipesLycopodium clavatum
Huperzia reflexa
Blechnum austrobrasilianum
Figura 5: Valor de Importância das espécies apreendidas em 02 ha de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: Densidade relativa (%); Dominância relativa (%) e
Freqüência relativa (%).
98
Em ambas as vertentes, a espécie Thelypteris retusa foi a que apresentou o maior
número de indivíduos, sendo que na vertente norte ela representa 17,4 % do total de
indivíduos registrados e, se somados ao número de indivíduos de Elaphoglossum
itatiayense, Terpsichore aquilleifolia e Blechnum cordatum, representam 48% do total de
indivíduos contabilizados nesta vertente. Na vertente sul, T. retusa representa 34,4%, e se
somados ao número de indivíduos de Asplenium serra, Asplenium harpeodes e Dryopteris
wallichiana, representam aproximadamente 64% do total de indivíduos encontrados. Estas
quatro espécies mais numerosas representam aproximadamente 50% da densidade total na
vertente norte, enquanto que na vertente sul, este valor chega a 63,5% do total de
indivíduos.
Na vertente sul as espécies que foram registradas em um maior número de parcelas
foram: Thelypteris retusa, Asplenium serra e Dryopteris wallichiana aparecendo
respectivamente em 62,5%, 47,5% e 45% do total de parcelas As espécies menos
representadas foram Blechnum cordatum, Huperzia reflexa, Lycopodium clavatum e
Rumohra adiantiformis, encontradas em apenas uma parcela. Na vertente norte
Elaphoglossum itatiayensis foi encontrada em um número maior de parcelas, ocorrendo em
70% delas, seguida de Thelypteris retusa e Elaphoglossum squamipes aparecendo
respectivamente em 65% e 60%. Nesta vertente, apenas Blechnum austrobrasilianum se
mostrou restrita a uma única parcela.
Levando-se em conta a cobertura proporcionada pelas espécies encontradas,
Dicksonia sellowiana, Dryopteris wallichiana, Asplenium serra e Plagiogyria fialhoi são
as espécies com maior cobertura na vertente sul, somando 70% da cobertura total. Porém,
analisando o valor relativo de cobertura e levando-se em consideração a densidade relativa
de cada espécie, Thelypteris retusa, com seu alto número de indivíduos, aparece na
primeira posição. O Valor de Importância nesta vertente apontou T. retusa também na
primeira posição, seguida de Asplenium serra, Dryopteris wallichiana e Dicksonia
sellowiana.
Na vertente norte, Dicksonia sellowiana também apresentou maior cobertura,
seguida de Cyathea dichromatolepis, Elaphoglossum itatiayense e Cyathea glaziovii, que
juntas atingem aproximadamente 55% da cobertura total nesta vertente. Quanto ao Valor
de Cobertura, D. sellowiana se manteve na primeira posição, seguida por Elaphoglossum
itatiayense e Thelypteris retusa, sendo seus valores de cobertura maiores que C.
dichromatolepis, que é um feto arborescente. O Valor de Importância calculado também
99
apontou estas três espécies mais bem estabelecidas na área, seguidas de Terpsichore
achilleifolia.
Analisando as formas de vida das espécies encontradas, verificou-se o predomínio
das ervas hemicriptófitas (75%). As fanerófitas, caméfitas e geófitas foram representadas
por apenas três espécies (8,3%) cada. O estabelecimento das porcentagens das formas de
vida levou em consideração a altura em que habitualmente são encontradas as gemas de
perenização em indivíduos maduros destas espécies e não dos indivíduos contabilizados no
estudo.
As fanerófitas, ou seja, indivíduos que apresentam gema de perenização acima de
um metro do solo, com exceção de Dicksonia sellowiana, pertencem à família Cyatheaceae
e foram encontradas apenas na vertente norte. Este fato parece indicar que os fragmentos
da vertente norte são mais úmidos que os da vertente sul. Tal teoria pode ser sustentada
pela existência de nascentes e pequenos riachos no interior de todos os fragmentos da
vertente norte, contribuindo com uma maior umidade relativa do ar, mesmo nos períodos
de menor pluviosidade (Junho a Setembro).
Analisando-se o padrão de distribuição geográfica das espécies encontradas nas
parcelas foi possível a identificação de seis padrões. Com um amplo predomínio de
espécies neotropicais (80,5%), 14 delas (39%) ocorrem apenas no Brasil. Destas, 10
possuem distribuição restrita às regiões sudeste e sul, sendo três (Cyathea dichromatolepis,
Elaphoglossum itatiayense e E. organense) endêmicas para a região sudeste. As espécies
com distribuição além dos neotrópicos foram representadas por sete espécies (19%), sendo
uma cosmopolita.
O Índice de Diversidade de Shannon calculado para a Floresta Ombrófila Densa
Alto Montana do Parque Nacional do Itatiaia foi de 2,90 nats/ind (J’ 0,81). Calculando este
índice separadamente para cada vertente, encontramos 2,89 nats/ind. (J’ 0,83) para a
vertente norte e 2,27 nats/ind. (J’ 0,76) para a vertente sul. Estes valores podem ser
considerados relativamente altos se comparados com o valor de 1,71 encontrado por
Athayde Filho (2002) para uma área conservada de restinga na região sul do Brasil. Melo
(2003) analisando a heterogeneidade florística em dois fragmentos florestais na região sul
de Minas Gerais, calculou 1,51 (J’ 0,51) para um fragmento com altitudes entre 1890 e
1950 m e 1,82 (J’ 0,83) para um fragmento com altitude entre 1640 e 1720 m. Paciência
(2001) calculou valores entre 1,39 e 2,38 (J’ entre 0,45 e 0,66) para diferentes fisionomias
florestais (Mata Higrófila Sul-Baiana, capoeiras e cabrucas) na região de Una no sul da
Bahia.
100
Apesar das diferenças florísticas encontradas entre as vertentes, estas podem ser
consideradas pequenas e possivelmente estão relacionadas ao histórico de uso e da
dinâmica do fogo nestas formações vegetais, bem como pela ocorrência de córregos
constantes no interior dos fragmentos da vertente norte, mesmo nos períodos de baixa
pluviosidade. Tais fatores afetam as condições microclimáticas muito mais do que os
fatores abióticos relacionados à orientação das vertentes, conforme estudados por Oliveira
et al. (1995).
Estudos envolvendo análises quantitativas de espécies herbáceas apresentam dados
mais fáceis de serem monitorados, facilitando o diagnóstico do estado de conservação de
uma determinada formação vegetal.
Os índices de similaridade de Sorensen encontrados entre as vertentes foram de
0,615 (qualitativo) e 0,712 (quantitativo), indicando que os fragmentos analisados são
semelhantes, no que se refere à composição florística e abundância de pteridófitas. Isto
evidencia que a orientação das vertentes não é um caráter importante para diferenciar as
comunidades pteridofíticas das Florestas Ombrófilas Densas Alto Montanas do Parque
Nacional do Itatiaia. Os picos mais altos encontrados entre estas duas vertentes, não podem
ser considerados barreiras tão extensas para a dispersão dos esporos da maioria das
espécies. Moran (1995a) encontrou resultados distintos analisando duas vertentes
opostamente orientadas na cordilheira dos Andes, demonstrando que barreiras mais
extensas e com maiores altitudes podem influenciar na composição florística.
Os fragmentos estudados são detentores de uma flora pteridofítica rica, diversa e
com elementos ameaçados de extinção, tornando sua conservação, indispensável para
manutenção da biodiversidade do bioma Mata Atlântica.
101
Ui Ni Der% Fa Fr% Dor% VC VIMassena (vertente sul)Thelypteris retusa 25 201 34,4 62,5 14,71 7,75 42,2 56,9Asplenium serra 19 73 12,5 47,5 11,18 14 26,5 37,7Dryopteris wallichiana 18 49 8,39 45 10,59 16,3 24,7 35,3Dicksonia sellowiana 6 11 1,88 15 3,529 26,3 28,2 31,7Plagiogyria fialhoi 17 44 7,53 42,5 10 13,4 20,9 30,9Asplenium harpeodes 13 49 8,39 32,5 7,647 6,71 15,1 22,7Elaphoglossum obliquatum 19 36 6,16 47,5 11,18 2,36 8,52 19,7Polypodium pleopeltidis 10 19 3,25 25 5,882 0,69 3,94 9,83Hypolepis repens 9 18 3,08 22,5 5,294 0,82 3,9 9,2Elaphoglossum itatiayense 5 14 2,4 12,5 2,941 2,85 5,25 8,19Histiopteris incisa* 6 17 2,91 15 3,529 1,17 4,08 7,61Culcita coniifolia 4 7 1,2 10 2,353 3,61 4,81 7,16Polypodium catharinae 7 12 2,05 17,5 4,118 0,56 2,61 6,73Asplenium auritum 4 16 2,74 10 2,353 0,25 2,99 5,34Blechnum cordatum 1 11 1,88 2,5 0,588 2,29 4,17 4,76Blechnum schomburgkii 2 2 0,34 5 1,176 0,43 0,77 1,95Huperzia comans* 2 2 0,34 5 1,176 0,17 0,51 1,69Lycopodium clavatum* 1 1 0,17 2,5 0,588 0,29 0,46 1,05Rumohra adiantiformis 1 1 0,17 2,5 0,588 0,04 0,21 0,8Huperzia reflexa* 1 1 0,17 2,5 0,588 0,01 0,18 0,77Alto dos Brejos (vertente norte)Dicksonia sellowiana 18 75 7,52 45 6,181 25,2 32,7 38,9Elaphoglossum itatiayense 28 145 14,5 70 9,615 10 24,5 34,1Thelypteris retusa 26 174 17,4 65 8,929 6,78 24,2 33,1Terpsichore achilleifolia* 23 85 8,52 57,5 7,898 0,72 9,24 17,1Cyathea dichromatolepis* 5 14 1,4 12,5 1,717 13,1 14,5 16,2Elaphoglossum squamipes* 24 37 3,71 60 8,242 3,11 6,82 15,1Arachnoides denticulata* 14 52 5,21 35 4,808 4,26 9,47 14,3Blechnum cordatum 7 56 5,61 17,5 2,404 3,95 9,56 12Polypodium pleopeltidis 21 40 4,01 52,5 7,212 0,74 4,75 12Asplenium serra 13 43 4,31 32,5 4,464 2,92 7,23 11,7Asplenium pseudonitidum* 16 42 4,21 40 5,495 0,88 5,09 10,6Cyathea phallerata* 5 5 0,5 12,5 1,72 7,19 7,69 9,41Lastreopsis amplissima* 5 32 3,21 12,5 1,717 3,94 7,15 8,86Culcita coniifolia 8 23 2,3 20 2,747 2,91 5,21 7,96Blechnum binervatum* 5 11 1,1 12,5 1,717 4,05 5,15 6,87Asplenium harpeodes 9 24 2,4 22,5 3,091 1,24 3,64 6,74Rumohra adiantiformis 10 16 1,6 25 3,434 1,28 2,88 6,32Plagiogyria fialhoi 8 15 1,5 20 2,747 1,45 2,95 5,7Elaphoglossum obliquatum 8 13 1,3 20 2,747 0,48 1,78 4,53Elaphoglossum organense* 6 11 1,1 15 2,06 0,78 1,88 3,94Dryopteris wallichiana 3 10 1 7,5 1,03 1,15 2,15 3,18Hypolepis repens 2 18 1,8 5 0,687 0,54 2,34 3,03Blechnum schomburgkii 2 5 0,5 5 0,687 1,39 1,89 2,58Elaphoglossum edwallii* 3 4 0,4 7,5 1,03 0,73 1,13 2,16Polypodium catharinae 4 6 0,6 10 1,374 0,18 0,78 2,15Diplazium petersenii* 2 11 1,1 5 0,687 0,28 1,38 2,07Lellingeria apiculata* 4 6 0,6 10 1,374 0,06 0,66 2,03Athyrium filix-femina* 3 7 0,7 7,5 1,03 0,26 0,96 1,99Asplenium auritum 3 5 0,5 7,5 1,03 0,16 0,66 1,69Hymenophyllum polyanthos* 3 3 0,3 7,5 1,03 0,14 0,44 1,47Blechnum austrobrasilianum* 1 8 0,8 2,5 0,343 0,09 0,89 1,24Lellingeria brevistipes* 2 2 0,2 5 0,687 0,02 0,22 0,91
Tabela 3: Parâmetros estruturais calculados para as espécies analisadas nas diferentes vertentes, onde:
Ni= Nº de indivíduos; Ui= N° de parcelas em que a espécie ocorre; Der%= Densidade relativa; Fa=
Frequência absoluta; Fr%= Frequência relativa; Cob= Cobertura (m2); Dor%= Dominância relativa;
VC= Valor de Cobertura e VI= Valor de Importância. As espécies com asteriscos são de ocorrência
exclusiva da referida vertente.
102
14
16
63
22322
0
10
20
30
40
50
60
70
>2 m1,51-2,0 m1,01-1,5 m0,51-1,0 m<0,5 m
Classes de altura
279
197
98
10
695
247
4511
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
0,01-0,25 m 0,26-0,50 m 0,51-1,00 m >1,01 m
Classes de altura
Figura 7: Classes de altura dos indivíduos encontrados nos fragmentos de Floresta Ombrófila Densa AltoMontana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: vertente sul e vertente norte.
Figura 6: Classes de altura dos indivíduos de Dicksonia sellowiana Hook., encontradas nos fragmentos deFloresta Ombrófila Densa Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: vertente sul e vertentenorte.
103
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210
Nº de indivíduos
Thelypteris retusaElaphoglossum itatiayense
Terpsichore achilleifoliaDicksonia sellowiana
Blechnum cordatumArachnoides denticulata
Asplenium serraAsplenium pseudonitidum
Polypodium pleopeltidisElaphoglossum squamipes
Lastr. amplissimaAsplenium harpeodes
Culcita coniifoliaHypolepis repens
Rumohra adiantiformisPlagiogyria fialhoi
Cyathea dichromatolepisElaphoglossum obliquatum
Blechnum binervatumElaphoglossum organense
Diplazium peterseniiDryopteris wallichiana
Blechnum austrobrasilianumAthyrium filix-femina
Polypodium catharinaeLellingeria apiculata
Cyathea phallerataBlechnum schomburgkii
Asplenium auritumElaphoglossum edwallii
Hymenophyllum polyanthosLellingeria brevistipes
Alto dos Brejos
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210
Nº de indivíduos
Thelypteris retusaAsplenium serra
Dryopteris wallichianaAsplenium harpeodes
Plagiogyria fialhoiElaphoglossum
Polypodium pleopeltidisHypolepis repens
Histiopteris incisaAsplenium auritum
Elaphoglossum itatiayensePolypodium catharinae
Dicksonia sellowianaBlechnum cordatum
Culcita coniifoliaBlechnum schomburgkii
Huperzia comansLycopodium clavatum
Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa
Massena
a
b
Figura 8: Número de indivíduos amostrados na vertente sul (a) e na vertente norte (b).
104
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Nº de parcelas
Thelypteris retusaAsplenium serra
Elaphoglossum obliquatumDryopteris wallichiana
Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes
Polypodium pleopeltidisHypolepis repens
Polypodium catharinaeDicksonia sellowiana
Histiopteris incisaElaphoglossum itatiayense
Asplenium auritumCulcita coniifolia
Blechnum schomburgkiiHuperzia comans
Blechnum cordatumHuperzia reflexa
Lycopodium clavatumRumohra adiantiformis
Massena
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Nº de parcelas
Elaphoglossum itatiayenseThelypteris retusa
Elaphoglossum squamipesTerpsichore achilleifoliaPolypodium pleopeltidis
Dicksonia sellowianaAsplenium pseudonitidum
Arachnoides denticulataAsplenium serra
Rumohra adiantiformisAsplenium harpeodes
Culcita coniifoliaElaphoglossum obliquatum
Plagiogyria fialhoiBlechnum cordatum
Elaphoglossum organenseBlechnum binervatum
Cyathea dichromatolepisCyathea phallerata
Lastreopsis amplissimaLellingeria apiculata
Polypodium catharinaeAsplenium auritum
Athyrium filix-feminaDryopteris wallichiana
Elaphoglossum edwalliiHymenophyllum polyanthos
Blechnum schomburgkiiDiplazium petersenii
Hypolepis repensLellingeria brevistipes
Blechnum austrobrasilianum
Alto dos Brejos
a
b
Figura 9: Número de parcelas em que as espécies foram encontradas na vertente sul (a) e na vertentenorte (b).
105
0 5 10 15 20 25 30 35
Thelypteris retusaElaphoglossum itatiayense
Terpsichore achilleifoliaDicksonia sellowiana
Blechnum cordatumArachnoides denticulata
Asplenium serraAsplenium pseudonitidum
Polypodium pleopeltidisElaphoglossum squamipesLastreopsis amplissima
Asplenium harpeodesCulcita coniifoliaHypolepis repens
Rumohra adiantiformisPlagiogyria fialhoi
Cyathea dichromatolepisElaphoglossum obliquatum
Blechnum binervatumDiplazium petersenii
Elaphoglossum organenseDryopteris wallichiana
Blechnum austrobrasilianumAthyrium filix-feminaLellingeria apiculata
Polypodium catharinaeAsplenium auritum
Blechnum schomburgkiiCyathea phallerata
Elaphoglossum edwalliiHymenophyllum polyanthos
Lellingeria brevistipes
Alto dos Brejos
0 5 10 15 20 25 30 35
Thelypteris retusaAsplenium serra
Asplenium harpeodesDryopteris wallichiana
Plagiogyria fialhoiElaphoglossum
Polypodium pleopeltidisHypolepis repens
Histiopteris incisaAsplenium auritum
Elaphoglossum itatiayensePolypodium catharinae
Blechnum cordatumDicksonia sellowiana
Culcita coniifoliaBlechnum schomburgkii
Huperzia comansHuperzia reflexa
Lycopodium clavatumRumohra adiantiformis
Massena
a
b
Figura 10: Densidade relativa das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).
106
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Elaphoglossum itatiayenseThelypteris retusa
Elaphoglossum squamipesTerpsichore achilleifoliaPolypodium pleopeltidis
Dicksonia sellowianaAsplenium pseudonitidum
Arachnoides denticulataAsplenium serra
Rumohra adiantiformisAsplenium harpeodes
Culcita coniifoliaElaphoglossum obliquatum
Plagiogyria fialhoiBlechnum cordatum
Elaphoglossum organenseCyathea phallerata
Blechnum binervatumCyathea dichromatolepisLastreopsis amplissima
Lellingeria apiculataPolypodium catharinae
Asplenium auritumAthyrium filix-femina
Dryopteris wallichianaElaphoglossum edwallii
Hymenophyllum polyanthosBlechnum schomburgkii
Diplazium peterseniiHypolepis repens
Lellingeria brevistipesBlechnum austrbrasilianum
Alto dos Brejos
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Thelypteris retusaAsplenium serra
Elaphoglossum obliquatumDryopteris wallichiana
Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes
Polypodium pleopeltidisHypolepis repens
Polypodium catharinaeDicksonia sellowiana
Histiopteris incisaElaphoglossum itatiayense
Asplenium auritumCulcita coniifolia
Blechnum schomburgkiiHuperzia comans
Blechnum cordatumHuperzia reflexa
Lycopodium clavatumRumohra adiantiformis
Massena
a
b
Figura 11: Freqüência relativa das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).
107
0 5 10 15 20 25 30
Dicksonia sellowianaCyathea dichromatolepis
Elaphoglossum itatiayenseCyathea phallerata
Thelypteris retusaArachnoides denticulata
Blechnum binervatumBlechnum cordatum
Lastreopsis amplissimaElaphoglossum squamipes
Asplenium serraCulcita coniifolia
Plagiogyria fialhoiBlechnum schomburgkiiRumohra adiantiformis
Asplenium harpeodesDryopteris wallichiana
Asplenium pseudonitidumElaphoglossum organense
Polypodium pleopeltidisElaphoglossum edwallii
Terpsichore achilleifoliaHypolepis repens
Elaphoglossum obliquatumDiplazium petersenii
Athyrium filix-feminaPolypodium catharinae
Asplenium auritumHymenophyllum polyanthosBlechnum austrobrasilianum
Lellingeria apiculataLellingeria brevistipes
Alto dos Brejos
0 5 10 15 20 25 30
Dicksonia sellowianaDryopteris wallichiana
Asplenium serraPlagiogyria fialhoi
Thelypteris retusaAsplenium harpeodes
Culcita coniifoliaElaphoglossum itatiayense
Elaphoglossum obliquatumBlechnum cordatum
Histiopteris incisaHypolepis repens
Polypodium pleopeltidisPolypodium catharinae
Blechnum schomburgkiiLycopodium clavatum
Asplenium auritumHuperzia comans
Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa
Massena
a
b
Figura 12: Dominância relativa das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).
108
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Dicksonia sellowianaElaphoglossum itatiayense
Thelypteris retusaCyathea dichromatolepis
Blechnum cordatumArachnoides denticulataTerpsichore achilleifolia
Cyathea phallerataAsplenium serra
Lastr. amplissimaElaphoglossum squamipes
Culcita coniifoliaBlechnum binervatum
Asplenium pseudonitidumPolypodium pleopeltidis
Asplenium harpeodesPlagiogyria fialhoi
Rumohra adiantiformisHypolepis repens
Dryopteris wallichianaBlechnum schomburgkii
Elaphoglossum organenseElaphoglossum obliquatum
Diplazium peterseniiElaphoglossum edwallii
Athyrium filix-feminaBlechnum austrobrasilianum
Polypodium catharinaeLellingeria apiculata
Asplenium auritumHymenophyllum polyanthos
Lellingeria brevistipes
Alto dos Brejos
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Thelypteris retusaDicksonia sellowiana
Asplenium serraDryopteris wallichiana
Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes
Elaphoglossum obliquatumElaphoglossum itatiayense
Culcita coniifoliaBlechnum cordatum
Histiopteris incisaPolypodium pleopeltidis
Hypolepis repensAsplenium auritum
Polypodium catharinaeBlechnum schomburgkii
Huperzia comansLycopodium clavatum
Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa
Massena
a
b
Figura 13: Valor de Cobertura das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).
109
0 10 20 30 40 50 60
Dicksonia sellowianaElaphoglossum itatiayense
Thelypteris retusaTerpsichore achilleifoliaCyathea dichromatolepis
Elaphoglossum squamipesArachnoides denticulata
Blechnum cordatumPolypodium pleopeltidis
Asplenium serraAsplenium pseudonitidum
Cyathea phallerataLastreopsis amplissima
Culcita coniifoliaBlechnum binervatumAsplenium harpeodes
Rumohra adiantiformisPlagiogyria fialhoi
Elaphoglossum obliquatumElaphoglossum organense
Dryopteris wallichianaHypolepis repens
Blechnum schomburgkiiElaphoglossum edwalliiPolypodium catharinae
Diplazium peterseniiLellingeria apiculata
Athyrium filix-feminaAsplenium auritum
Hymenophyllum polyanthosBlechnum austrobrasilianum
Lellingeria brevistipes
Alto dos Brejos
0 10 20 30 40 50 60
Thelypteris retusaAsplenium serra
Dryopteris wallichianaDicksonia sellowiana
Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes
Elaphoglossum obliquatumPolypodium pleopeltidis
Hypolepis repensElaphoglossum itatiayense
Histiopteris incisaCulcita coniifolia
Polypodium catharinaeAsplenium auritum
Blechnum cordatumBlechnum schomburgkii
Huperzia comansLycopodium clavatum
Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa
Massena
a
b
Figura 14: Valor de Importância das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).
110
Referências Bibliográficas
Ab’Saber, A. N. 1977. Os domínios morfológicos da América do Sul. Geomorfologia 52:
1– 23.
Athayde Filho, F. P. 2002. Análise da pteridoflora em uma mata de restinga no município
de Capão da Canoa, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado.
Universidade do Vale do Rio Sinos. São Leopoldo-RS.
Baker, J. G. 1870. Cyatheaceae et Polypodiaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G.,
Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 337-
623.
Bauer, N. A. 2004. Análise da pteridoflora na Floresta Estacional Decidual do Parque do
Turvo, Município de Derrubadas, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de
Mestrado. Universidade do Vale do Rio Sinos, São Leopoldo-RS.
Brade, A. C. 1942. A composição da flora pteridófita do Itatiaia. Contribuição à
fitogeografia dessa região. Rodriguésia 6 (15): 29-43.
Brade, A. C. 1954. Contribuição para o conhecimento da flora da Serra do Itatiaia.
Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 63-68.
Brade, A. C. 1956. A Flora do Parque Nacional do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do
Itatiaia 5: 1-85.
Condack, J. P. S. 2003. Pteridófitas da Praia da Armação, Restinga da Marambaia, RJ:
lista de espécies e análise florística. Monografia de Bacharelado em Ecologia.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica-RJ.
Dittrich, V. A. O. 1999. Composição florística e adaptativa de Pteridophyta nos níveis
submontano e montano da Floresta Atlântica paranaense. Dissertação de mestrado.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul-RS. 76p.
Gentry, A. H. & Dodson, C. 1987. Contribution of nontrees to species richness of a tropical
rain forest. Biotropica 19(2): 149-156.
Graynum, M. H. & Churchill, H. W. 1987. An introduction to the pteridophyte flora of
Finca La Selva. American Fern Journal 77. 73-89.
IBAMA 1992. Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção.
Portaria N° 37-N, de 3 de abril de 1992.
Kuhn, M. 1884. Isoetaceae, Marsileaceae et Salviniaceae. In: C. F. P. Martius, & A. G.
Eichler, Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2):
642-662.
111
Melo, L. C. N. 2003. Diversidade de Pteridófitas na Região Sul de Minas Gerais, Brasil.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte-
MG.
Milde, J. 1852. Equisetaceae. In: C. F. P. Martius, & A. G. Eichler, Flora Brasiliensis…,
Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 630-643.
Moran, R. C. 1995. The importance of montains to pteridophytes, with emphasis on
neotropical montane forests. In: Churchill, S. P. et al. (Eds.) Biodiversity and
conservation of neotropical montane forests. The New York Botanical Garden. 359-
363.
Mynssen, C. M. & Sylvestre L. S. 2001. Pteridófitas do Morro Mundo Novo, Rio de
Janeiro, RJ. Eugeniana 25: 26-31.
Mynssen, C. M.; Sylvestre, L. S. & Andreata R. H. P. 2002. Pteridófitas das Matas de
Encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pesquisas 52: 47-87.
Mynssen, C. M. & Windisch, P. G. 2004. Pteridófitas da Reserva de Rio das Pedras,
Mangaratiba, RJ. Rodriguésia 55(85): 125-156.
Oliveira, R. R.; Zaú, A. S.; Lima, D. F.; Silva, M.B.R.; Vianna, M. C.; Sodré, D. O. &
Sampaio, P. D. 1995. Significado ecológico da orientação de encostas no maciço da
Tijuca, Rio de Janeiro. In: Esteves, F. A. (Ed.) Oecologia Brasiliensis. Estrutura,
funcionamento e manejo de ecossistemas brasileiros 1:523-541.
Paciência, M. L. B. 2001. Efeitos da fragmentação florestal sobre a comunidade de
pteridófitas da Mata Atlântica sul baiana. Dissertação de mestrado. Universidade de
São Paulo. São Paulo-SP. 177p.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2004. Efeitos de borda sobre a comunidade de pteridófitas
na Mata Atlântica de Una, sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27
(4): 641-653.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2005a. Effects of forest fragmentation on pteridophyte
diversity in a tropical rain forest in Brazil. Plant Ecology 180: 87-104.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2005b. Distribuição espacial da assembléia de pteridófitas
em uma paisagem fragmentada de Mata Atlântica no sul da Bahia, Brasil. Hoehnea
32(1): 103-117.
Pielou, E. C. 1977. Mathematical ecology. John Wiley e Sons. New York.
Poulsen, A. D. & Baslev, H. 1991. Abundance and cover of ground herbs in Amazonian
rain forest. Journal of Vegetation Science 2: 315-322.
112
Poulsen, A. D. & Nielsen, I. H. 1995. How many ferns are there in one hectare of Tropical
Rain Forest? American Fern Journal 85(1): 29-35.
Raddi, J. 1819. Synopis filicum Brasiliensium. Opuscoli Scientifici Bologna 3: 279-293.
Raddi, J. 1825. Plantarum Brasiliensium nova genera et species novae. Pars 1: filices. 84
tab.
Ramos, C. G. V. 2004. A família Cyatheaceae na Reserva Biológica do Tinguá.
Monografia de Bacharelado em Ecologia. Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. Seropédica-RJ.
Reis, C. A. 1998. Pteridófitas da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, RJ:
Lista de espécies e análise da composição florística. Monografia de Bacharelado em
Ecologia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ. 73p.
Rizzini, C. T. 1953-1954. Flora Organensis. Lista preliminar dos Cormophyta da Serra dos
Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 118-246.
Ruokolainen, K.; Linna, A. & Tuomisto, H. 1997. Use of Melastomataceae and
pteridophytes for revealing phytogeographic patterns in Amazonian rain forests.
Journal of Tropical Ecology 13: 243-256.
Safford, H. 1999. Brazilian Páramos II. Macro and mesoclimate of the campos de altitude
and affinities with high moutain climates of the tropical Andes and Costa Rica.
Journal of Biogeography 26. 713-737.
Salovaara, K. J.; Cárdenas, G. G. & Tuomisto, H. 2004. Forest classification in na
Amazonian rainforest landscape using pteridophytes as indicator species. Ecography
27: 689-700.
Santos, M. G. 1995. Pteridoflora da Pedra de Itacoatiara, Niterói, RJ. Monografia de
Bacharelado em Ciências Biológicas. Universidade do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro-RJ. 81p.
Santos, M. G. & Sylvestre, L. S. 2001. Pteridófitas In: Costa, A. F. da & Dias, I. C. A.
(eds.) Flora do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e arredores, Rio de
Janeiro, Brasil: listagem florística e fitogeografia: angiospermas, pteridófitas, algas
continentais. Museu Nacional. Rio de Janeiro. p.143-152.
Shepherd, G. J. 1995. FITOPAC 1: Manual do usuário. Departamento de Botânica.
Unicamp.
Sneath, P. H. A. & Sokal, R. R. 1973. Numerical taxonomy. W. H. Freeman & Co., San
Francisco.
113
Spring, A. F. 1840. Lycopodiaceae, Selaginellaceae et Psilotaceae. In: Martius, C. F. P. &
Eichler, A. G. Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in
Com., 1(2): 105-134.
Sturm, J. G. 1859. Ophioglossaceae, Marattiaceae, Osmundaceae, Schizaeaceae,
Gleicheniaceae et Hymenophyllaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora
Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 142-303.
Sylvestre, L. S. 1997a. Pteridófitas da Reserva Ecológica Macaé de Cima. In: Lima, H. C.
& Guedes-Bruni, R. R. (eds.) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e
Conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p 40-52.
Sylvestre, L. S. 1997b. Pteridophyta. In: Marques, M. C. M. Mapeamento da cobertura
vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de
Cairuçu, Município de Parati, RJ. JBRJ-IBAMA. Série Estudos e Contribuições 13:
44-49.
Tryon, R. M. 1972. Endemic areas and geographic speciation in tropical american ferns.
Biotropica 4 (3): 121-131.
Tryon, R. M. & Conant, D. S. 1975. The ferns of Brazilian Amazonia. Acta Amazonica
5(1): 23-34.
Tryon, R. M. & Tryon, A. F. 1982. Ferns and Allied Plants, with Special Reference to
Tropical America. Springer Verlag. New York. 857p.
Tuomisto, H. & Poulsen, A. D. 1996. Influence of edaphic specialization on pteridophyte
distribution in tropical rain forests. Journal of Biogeography 23: 283-293.
Tuomisto, H. & Poulsen, A. D. 2000. Pteridophyte diversity and species composition in
four Amazonian rain forests. Journal of Vegetation Science 11: 383-396.
Tuomisto, H.; Poulsen, A. D. & Moran, R. C. 1998. Edaphic distribution of some species
of fern genus Adiantum in western Amazonia. Biotropica 30: 392-399.
Tuomisto, H. & Ruokolainen, K. 1994. Distribution of Pteridophyta and Melastomataceae
along an edaphic gradient in an Amazonian rain forest. Journal of Vegetation
Science 5: 25-34.
Tuomisto, H.; Ruokolainen, K.; Poulsen, A. D.; Moran, R. C.; Quintana, C.; Celi, J. &
Cañas, G. 2002. Distribution and diversity of pteridophytes and Melastomataceae
along edaphic gradients in Yassuni National Park, Ecuadorian Amazonia. Biotropica
34: 516-533.
Ule, E. 1895. Relatório de uma excursão botânica feita na Serra do Itatiaya. Archivos do
Museu Nacional do Rio de Janeiro 11: 185-223.
114
Valentin, J. L. 2000. Ecologia numérica: Uma introdução à análise multivariada de dados.
Editora Interciência, Rio de Janeiro.
Vellozo, J. M. C. 1825-1827. Florae Fluminensis icones…, Paris, vol. 11.
Veloso, H. P.; Rangel Filho, A. L. R. & Lima, J. C. A. 1991. Classificação da Vegetação
Brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos
Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro-RJ.
Vuono, Y. S. 2002. Inventário fitossociológico. In: Sylvestre, L. S. & Rosa, M. M. T.
(orgs.) Manual metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica. Edur.
Seropédica-RJ. p. 51-65.
Workshop: Revisão da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção. 2005 (Dados não
publicados). Fundação Biodiversitas. Belo Horizonte-MG.
Young, K. R. & León, B. 1989. Pteridophyte species diversity in the central Peruvian
Amazon: importance of edaphic specialization. Brittonia 41(4): 388-395.
115
Considerações finais
A região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia apresenta uma grande riqueza
florística, com 135 espécies de pteridófitas distribuídas em 49 gêneros e 23 famílias.
Houve um acréscimo de 49 espécies à listagem fornecida por Brade (1956) e 12%
das espécies listadas por ele não foram recoletadas. Isso ocorreu devido à maioria das
espécies não possuir referências claras sobre a localidade de coleta e, por possuírem
provavelmente, populações pequenas e com distribuição restrita.
A análise florística revelou que a forma de vida hemicriptófita é a predominante
entre as espécies encontradas e o substrato terrícola é o mais amplamente utilizado,
corroborando com outros estudos. E como esperado, os interiores dos fragmentos de
Floresta Ombrófila Densa Alto Montana, mais úmidos e sombrios, possuem uma maior
riqueza, se comparados com os Campos de Altitude.
O padrão de distribuição geográfica neotropical foi o que abrangeu a maioria dos
táxons, com uma das maiores proporções de espécies endêmicas para o Brasil registradas
na literatura.
Na amostragem quantitativa, a família Lomariopsidaceae foi a que apresentou a
maior riqueza específica, com cinco espécies, enquanto que a família Thelypteridaceae,
com apenas uma espécie, foi a que apresentou a maior densidade relativa, com 375
indivíduos.
No presente estudo, pequenas variações na composição florística e estrutura da
comunidade pteridofítica puderam ser observados em relação à orientação das vertentes,
sendo que os fragmentos da vertente norte apresentaram maior riqueza e uma maior
densidade que os da vertente sul. Porém com um maior número de indivíduos juvenis e de
menor porte, possivelmente indicando um maior grau de perturbação dos fragmentos.
Os fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana analisados possuem uma
alta diversidade (Índice de Diversidade de Shanom H’= 2,90 nats/ind), além de abrigar um
grande número de espécies ameaçadas.
Dicksonia sellowiana apresentou-se com uma alta densidade de indivíduos, além de
ter se mostrado a espécie dominante e a segunda em valor de importância, caracterizando
estes fragmentos como detentores de uma flora ameaçada sendo de extrema prioridade sua
conservação.
116
Estudos envolvendo análises quantitativas de espécies herbáceas apresentam dados
mais fáceis de serem monitorados, facilitando o diagnóstico do estado de conservação de
uma determinada formação vegetal.
Apesar de estar dentro de uma unidade de conservação, a flora pteridofítica da
região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia, vem sendo modificada por impactos
como fogo, gado e pelo grande número de pessoas que visitam a área.
O Parque com seu enorme gradiente altitudinal e com uma ampla diversidade de
hábitats e condições microclimáticas, pode ser considerado uma zona de estabelecimento e
especiação em pteridófitas, com endemismos, disjunções e híbridos naturais.
117
Referências Bibliográficas
Athayde Filho, F. P. 2002. Análise da pteridoflora em uma mata de restinga no município
de Capão da Canoa, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado.
Universidade do Vale do Rio Sinos. São Leopoldo-RS.
Baker, J. G. 1870. Cyatheaceae et Polypodiaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G.
Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 337-
623.
Bauer, N. A. 2004. Análise da pteridoflora na Floresta Estacional Decidual do Parque do
Turvo, Município de Derrubadas, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de
Mestrado. Universidade do Vale do Rio Sinos. São Leopoldo-RS.
Brade, A. C. 1942. A composição da flora pteridófita do Itatiaia. Contribuição à
fitogeografia dessa região. Rodriguésia 6 (15): 29-43.
Brade, A. C. 1954. Contribuição para o conhecimento da flora da Serra do Itatiaia.
Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 63-68.
Brade, A. C. 1956. A Flora do Parque Nacional do Itatiaia. Bol. Parque Nacional do
Itatiaia 5: 1-85.
Condack, J. P. S. 2003. Pteridófitas da Praia da Armação, Restinga da Marambaia, RJ:
lista de espécies e análise florística. Monografia de Bacharelado em Ecologia.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ.
Gentry, A. H. & Dodson, C. 1987. Contribution of nontrees to species richness of a tropical
rain forest. Biotropica 19(2): 149-156.
Milde, J. 1852. Equisetaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora Brasiliensis…,
Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 630-643.
Mynssen, C. M. & Sylvestre L. S. 2001. Pteridófitas do Morro Mundo Novo, Rio de
Janeiro, RJ. Eugeniana 25: 26-31.
Mynssen, C. M.; Sylvestre L. S. & Andreata, R. H. P. 2002. Pteridófitas das Matas de
Encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pesquisas 52: 47-87.
Mynssen, C. M. & Windisch, P. G. 2004. Pteridófitas da Reserva de Rio das Pedras,
Mangaratiba, RJ. Rodriguésia 55(85): 125-156.
Kuhn, M. 1884. Isoetaceae, Marsileaceae et Salviniaceae. In: C. F. P. Martius, & A. G.
Eichler, Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2):
642-662.
118
Melo, L. C. N. 2003. Diversidade de Pteridófitas na Região Sul de Minas Gerais, Brasil.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte-
MG.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2004. Efeitos de borda sobre a comunidade de pteridófitas
na Mata Atlântica de Una, sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27
(4): 641-653.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2005a. Effects of forest fragmentation on pteridophyte
diversity in a tropical rain forest in Brazil. Plant Ecology 180: 87-104.
Paciência, M. L. B. & Prado, J. 2005b. Distribuição espacial da assembléia de pteridófitas
em uma paisagem fragmentada de Mata Atlântica no sul da Bahia, Brasil. Hoehnea
32(1): 103-117.
Poulsen, A. D. & Baslev, H. 1991. Abundance and cover of ground herbs in Amazonian
rain forest. Journal of Vegetation Science 2: 315-322.
Poulsen, A. D. & Nielsen, I. H. 1995. How many ferns are there in one hectare of Tropical
Rain Forest? American Fern Journal 85(1): 29-35.
Pryer, K. M.; Schuettpelz, E.; Wolf, P. G.; Scheneider, H.; Smith, A. R. & Cranfill, R.
2004. Phylogeny and evolution of ferns (Monilophytes) with a focus on the early
leptosporangiate divergences. American Journal of Botany 91(10): 1582-1598.
Raddi, J. 1819. Synopis filicum Brasiliensium. Opuscoli Scientifici Bologna 3: 279-293.
Raddi, J. 1825. Plantarum Brasiliensium nova genera et species novae. Pars 1: filices. 84
tab.
Ramos, C. G. V. 2004. A família Cyatheaceae na Reserva Biológica do Tinguá.
Monografia de Bacharelado em Ecologia. Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. Seropédica-RJ.
Reis, C. A. 1998. Pteridófitas da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim R.J.
Lista de espécies e análise da composição florística. Monografia de Bacharelado em
Ecologia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ. 73p.
Ribeiro, K. T. & Medina, B. M. O. 2002. Estrutura, Dinâmica e Biogeografia das Ilhas de
Vegetação Sobre Rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do
Itatiaia 10: 11-82.
Rizzini, C. T. 1953-1954. Flora Organensis. Lista preliminar dos Cormophyta da Serra dos
Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 118-246.
119
Ruokolainen, K.; Linna, A. & Tuomisto, H. 1997. Use of Melastomataceae and
pteridophytes for revealing phytogeographic patterns in Amazonian rain forests.
Journal of Tropical Ecology 13: 243-256.
Salovaara, K. J.; Cárdenas, G. G. & Tuomisto, H. 2004. Forest classification in na
Amazonian rainforest landscape using pteridophytes as indicator species. Ecography
27: 689-700.
Santos, M. G. 1995. Pteridoflora da Pedra de Itacoatiara, Niterói, RJ Monografia de
Bacharelado em Ciências Biológicas. Universidade do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro-RJ. 81p.
Santos, M. G. & Sylvestre, L. S. 2001. Pteridófitas In: A. F. da Costa & I. C. A. Dias
(Eds.) Flora do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e arredores, Rio de
Janeiro, Brasil: listagem florística e fitogeografia: angiospermas, pteridófitas, algas
continentais. Museu Nacional. Rio de Janeiro. p. 143-152.
Spring, A. F. 1840. Lycopodiaceae, Selaginellaceae et Psilotaceae. In: C. F. P. Martius, &
A. G. Eichler, Flora Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in
Com., 1(2): 105-134.
Sturm, J. G. 1859. Ophioglossaceae, Marattiaceae, Osmundaceae, Schizaeaceae,
Gleicheniaceae et Hymenophyllaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora
Brasiliensis…, Monachii, Lipsiae, apud Frid,. Fleischer in Com., 1(2): 142-303.
Sylvestre, L. S. 1997a. Pteridófitas da Reserva Ecológica Macaé de Cima. In: Lima, H. C.
& Guedes-Bruni, R. R. (eds.) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e
Conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p 40-52.
Sylvestre, L. S. 1997b. Pteridophyta. In: Marques, M. C. M. Mapeamento da cobertura
vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de
Cairuçu, Município de Parati, RJ. JBRJ-IBAMA. Série Estudos e Contribuições 13:
44-49.
Tryon, R. M. & Conant, D. S. 1975. The ferns of Brazilian Amazonia. Acta Amazonica
5(1): 23-34.
Tuomisto, H. & Poulsen, A. D. 1996. Influence of edaphic specialization on pteridophyte
distribution in tropical rain forests. Journal of Biogeography 23: 283-293.
Tuomisto, H. & Poulsen, A. D. 2000. Pteridophyte diversity and species composition in
four Amazonian rain forests. Journal of Vegetation Science 11: 383-396.
Tuomisto, H.; Poulsen, A. D. & Moran, R. C. 1998. Edaphic distribution of some species
of fern genus Adiantum in western Amazonia. Biotropica 30: 392-399.
120
Tuomisto, H. & Ruokolainen, K. 1994. Distribution of Pteridophyta and Melastomataceae
along an edaphic gradient in an Amazonian rain forest. Journal of Vegetation
Science 5: 25-34.
Tuomisto, H.; Ruokolainen, K.; Poulsen, A. D.; Moran, R. C.; Quintana, C.; Celi, J. &
Cañas, G. 2002. Distribution and diversity of pteridophytes and Melastomataceae
along edaphic gradients in Yassuni National Park, Ecuadorian Amazonia. Biotropica
34: 516-533.
Ule, E. 1895. Relatório de uma excursão botânica feita na Serra do Itatiaya. Archivos do
Museu Nacional do Rio de Janeiro 11: 185-223.Paciência, M. L. B. & Prado, J.
2004. Efeitos de borda sobre a comunidade de pteridófitas na Mata Atlântica de Una,
sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27 (4): 641-653.
Ule, E. 1895. Relatório de uma excursão botânica feita na Serra do Itatiaya. Archivos do
Museu Nacional do Rio de Janeiro 11: 185-223.
Vellozo, J. M. C. 1825-1827. Florae Fluminensis icones…, Paris, vol. 11.
Young, K. R. & León, B. 1989. Pteridophyte species diversity in the central Peruvian
Amazon: importance of edaphic specialization. Brittonia 41(4): 388-395.
Fig.25: Dicksonia sellowiana Hook.; Fig.26: Selaginella tenuissima Fée; Fig.27:Doryopteris crenulans (Fée) Christ in Schwacke; Fig.28: Vittaria lineata (L.) Sm. eFig.29: Asplenium harpeodes Kunze.
Fig. 25
Fig. 26 5
Fig. 27 Fig. 29
Fig. 28
Fig.30: Lycopodiella alopecuroides var. duseniana B. Øllg. & P. G. Windisch; Fig.31 e 32:Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr.; 31: hábito; 32: detalhe das escamas da base dopecíolo; Fig.33: Campyloneurum angustifolium (Sw.) Fée; Fig.34: Doryopteris itatiaiensisChrist; Fig.35: Doryopteris paradoxa (Fee) Christ.
Fig. 30 Fig. 33
Fig. 32
Fig. 31 Fig. 34
Fig. 35
Fig.7 a 12: Fisionomia da Floresta Ombrófila Densa Alto Montana no Parque Nacional doItatiaia: 7, 8 e 9: vertente norte (Alto dos Brejos); 10, 11 e 12: vertente sul (Massena).
Fig. 8
Fig. 7 Fig. 10
Fig. 9 Fig. 12
Fig. 11
Fig.36: Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm.; Fig.37: Elaphoglossum viscidum (Fée)H.Christ in Schwacke; Fig.38: E. erinaceum (Fée) T. Moore; Fig.39: detalhe dossoros de Polypodium pleopeltidis Fée em primeiro plano, com Asplenium monanthesL. ao fundo; Fig.40: Huperzia badiniana B. Øllg. & P. G. Windisch.
Fig. 37
Fig. 39
Fig. 36
Fig. 38 Fig. 40
Fig.1 a 6: Região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: 1: Brejo da Lapa (2100 m); 2:vista parcial do Planalto com o Pico das Agulhas Negras ao fundo; 3: Pico das Agulhas Negras(2789 m); 4: Prateleiras (2540 m); 5: Lago das Prateleiras, Pedra da Tartaruga (2420 m) e PedraAssentada (2453 m) ao fundo; 6: vegetação do entorno do abrigo Massena (>2000 m).
Fig. 1
Fig. 4
Fig. 6
Fig. 3
Fig. 2
Fig. 5
Fig.13: Floresta mista com Araucaria no caminho para o abrigo Macieras; Fig.14: Gleiquenialàs margens da estrada, na subida para o Planalto; Fig.15: Dicranopteris nervosa (Kaulf.)Maxon; Fig.16: Huperzia hexasticha B. Øllg. & P. G. Windisch; Fig.17: Huperziaerythrocaulon (Fée) Holub; Fig.18: Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Øllg. & P. G.Windisch.
Fig. 14
Fig. 16
Fig. 17
Fig. 13
Fig. 15 Fig. 18
Fig.41: Plagiogyria fialhoi (Fée & Glaz.) Copel.; Fig.42: Botrychium virginianum (L.)Sw.; Fig.43: Hypolepis repens (L.) C. Presl, detalhe de uma folha coberta por gelo;Fig.44: Jamesonia brasiliensis H. Christ; Fig.45: Eriosorus cheilanthoides (Sw.) A. F.Tryon; Fig.46: Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensis.
Fig. 43
Fig. 42 Fig. 45
Fig. 41 Fig. 44
Fig. 46
Fig.19: Rio Aiuroca; Figs.20 a 22: Isoetes martii A. Br. ex Kuhn in Mart, 20: indivíduos emágua corrente; 21: detalhe do esporófito; 22: indivíduos fora da água; Fig.23: Lago do Altar;Fig.24: Isoetes sp.
Fig. 21
Fig. 20 Fig. 23
Fig. 22Fig. 19
Fig. 24
Brade 1956 Nomenclatura adotadaHymenophyllum brasilianum (Fée) Rosenst. Hymenophyllum crispum Humb. Bompl. et KuhnHymenophyllum fucoides Sw. Hymenophyllum fucoides (Sw.) Sw.Hymenophyllum polyanthos Sw. Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw.Hymenophyllum polyanthos Sw. var. Sturmii v. d. B. Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw.Hymenophyllum rufum Fée Hymenophyllum rufum FéeTrichomanes pyxidiferum L. var. Trichomanes pyxidiferum L.>>>Táxon excluídoCulcita coniifolia (Hk.) Max. Culcita coniifolia (Hook) MaxonAlsophila elegans Mart. Cyathea corcovadensis (Raddi) DominLophosoria quadripinata C. Chr. Lophosoria quadripinnata (J. F. Gmel.) C. Chr.Plagiogyria Fialhoi Copel Plagiogyria fialhoi (Fée & Glaz.) CopelWoodsia mollis (Klf.) J. Sm. Woodsia montevidensis (Spreng) HieronDryopteris janeirensis Rosenst. Thelypteris eriosora (Fée) PonceDryopteris paleacea (Sw.) C. Chr. Dryopteris wallichiana (Spreng) Hyl.Dryopteris Raddii Ros. var. itatiaiensis Ros. Thelypteris retusa (Sw.) C. F. ReedPolystichum Bradei Rosenst. Polystichum bradei Rosenst.Polystichum quadrangulare Fée Rumohra adiantiformis (G. Forst.) ChingPolystichum Rochaleanum Glaz. Polystichum rochaleanum Glaz.Hypolepis rugulosa (Lab.) J. Sm. Hypolepis rugulosa J. Sm.Athyrium Dombei Desv. Athyrium filix femina (L.) Roth.Asplenium Auritum Sw. Asplenium auritum Sw.Asplenium monanthes L. Asplenium monanthes L.Asplenium pseudonitidum Raddi Asplenium pseudonitidum RaddiAsplenium harpeodes Kze. var. Glazioviana Hier. Asplenium harpeodes KunzeAsplenium serra Lgsd. & Fisch. Asplenium serra Langsd. & FischAsplenium semicordatum Raddi Asplenium auriculatum Sw.>>>Táxon excluídoAsplenium Tamandarei Rosenst. Asplenium martianum C. Chr.Asplenium trichomanes L. Asplenium castaneum Schltdl. & Cham.Blechnum andinum (Bak.) C. Chr. Blechnum andinum (Baker) C. Chr.Blechnum itatiaiense Brade Blechnum cordatum (Desv). HieronBlechnum Schomburgkii (Kl.) C. Chr. Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr.Blechnum Schomburgkii (Kl.) C. Chr. var. imperiale F. & Gl. Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr.Blechnum penna-marina (Poir.) Kuhn Blechnum penna marina (Poir.) KuhnGymnogramma elongata Hk. & Grev. Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensisGymnogramma elongata Hk. & Grev. var. brasiliensis Brade Eriosorus cheilanthoides (Sw.) A. F. TryonGymnogramma elongata Hk. & Grev. var. itatiaiensis Brade Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensisGymnogramma Glaziovii C. Chr. Eriosorus myriophyllus (Sw.) CopelGymnogramma jamesonioides Brade Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensisJamesonia brasiliensis Christ. Jamesonia brasiliensis H. Christ.Doryopteris Feei Brade Doryopteris paradoxa (Fée) ChristDoryopteris itatiaiensis (Fée) Christ Doryopteris itatiaiensis Christ.Histiopteris incisa (Thbg.) J. Sm. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm.Pteridium aquilinum (L.) Kuhn Pteridium arachnoideum (Kaulf.) MaxonVittaria lineata (L.) J. Sm. Vittaria lineata (L.) SmPolypodium achilleifolium Klf. Terpsichore achilleifolia (Kaulf.) A. R. Sm.Polypodium albidulum Bak. Ceradenia albidula (Baker) L. E. BishopPolypodium angustifolium Sw. Campyloneurum angustifolium (Sw.) FéePolypodium cultratum W. var. reclinatum Brack. Terpsichore reclinata (Brack) LabiakPolypodium duale Maxon Cochlidium serrulatum (Sw.) L. E. Bishop>>>Táxon excluídoPolypodium glandulosissimum Brade Polypodium catharinae Langsd. & Fisch.Polypodium lanceolatum Sw. Pleopeltis macrocarpa (Bory ex Willd.) Kaulf.Polypodium moniliforme Lag. Melpomene moniliformis (Lag. ex Sw.) A. R. Sm. & R. C. MoranPolypodium organense Mett. Lellingeria organensis (Gardner) A. R. Sm. & R. C. Moran
Relação dos táxons listados por Brade (1956) para a região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia e anomenclatura adotada neste trabalho.
Polypodium pleopeltis Fée Polypodium pleopeltidis FéePolypodium Rigescens Bory Melpomene flabelliformis (Poir.) A. R. Sm. & R. C. MoranPolypodium rupicolum Brade Polypodium catharinae Langsd. & Fisch.Polypodium strictissimum Hier. Lellingeria myosuroides (Sw.) A. R. Sm. & R. C. MoranPolypodium Tamandarei Rosenst. Lellingeria tamandarei (Rosenst.) A. R. Sm & R. C. MoranPolypodium teneiculum Fée var. Brasiliense Rosenst. Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) LabiakPolypodium Wittigianum Fée Lellingeria wittigiana (Fée) A. R. Sm & R. C. MoranElaphoglossum brasiliense (Spr.) Christ Elaphoglossum blanchetii (Mett) C. Chr.Elaphoglossum Edwallii Rosenst. Elaphoglossum edwalli Rosenst.Elaphoglossum erinaceum Fée Elaphoglossum erinaceum (Fée) T. MooreElaphoglossum Gayanum (Fée) Moore Elaphoglossum gayanum (Fée) T. MooreElaphoglossum hirtipes (Fée) Brade ( ? = E. alpestre Gard.) Elaphoglossum alpestre (Gardner) T. MooreElaphoglossum itatiayense Rosenst. Elaphoglossum itatiayense Rosenst.Elaphoglossum Liaisianum (Fée) Brade Elaphoglossum liaisianum (Glaz. ex Fée) BradeElaphoglossum omphalodes (Fée) Brade Elaphoglossum omphalodes (Fée) BradeElaphoglossum producens (Fée) Brade Elaphoglossum lingua (C. Presl.) Brack.Elaphoglossum Sellowianum (Kl.) Moore Elaphoglossum obliquatum Christ.Elaphoglossum squamipes (H. K.) Moore Elaphoglosssum squamipes (Hook.) T. MooreElaphoglossum viscidum (Fée) Christ Elaphoglossum viscidum (Fée) H. Christ in SchwackeRhipidopteris peltata Schott Elaphoglossum peltatum (Sw.) Urban>>>Táxon excluídoGleichenia nervosa (Klf.) Spr. Dicranopteris nervosa (Kaulf.) MaxonGleichenia angusta (Kl.) Rosenst. Sticherus revolutus (Kunth) ChingAneimia flexuosa Sw. var. villosa (W.) Pr. Anemia villosa Humb & Bonpl ex Willd.Botrychium australe R. Br. Botrychium australe R. Br.Lycopodium (Urostachys) acerosum Sw. Huperzia acerosa (Sw.) HolubLycopodium alopecuroides L. Lycopodiella alopecuroides var. dunseniana B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) Christii Alv. Silv. Huperzia christii (Silveira) HolubLycopodium Christii var. treitubense Alv. Silv. Huperzia badiniana B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium clavatum L. e variedades Lycopodium clavatum L.Lycopodium (Urostachys) comans Christ Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium complanatum L. Lycopodium thyoides Humb & Bompl. ex Willd.Lycopodium complanatum L. var. thuyoides H. B. K. Lycopodium thyoides Humb & Bompl. ex Willd.Lycopodium (Urostachys) erythrocaulon Fée Huperzia erythrocaulon (Fée) HolubLycopodium fastigiatum R. Br. var. assurgens Fée Lycopodium assurgens FéeLycopodium fastigiatum R. Br. var. Schumacheri Hier. Lycopodiella bradei (Herter) B. Ollg.Lycopodium (?Urostachys) inflexum Alv. Silv. Huperzia badiniana B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium Jussiaei Desv. Lycopodium jussiaei Desv ex Poir.Lycopodium (Urostachys) Luederwaldtii Nessel Huperzia deminuens (Hertel) B. Ollg.>>>Táxon excluídoLycopodium (Urostachys) quadrangulari Spring. Huperzia hexasticha B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) myrsinitis Lam. Huperzia hexasticha B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) subulatum Desv. Huperzia biformis (Hook) HolubLycopodium (Urostachys) reflexum Lam. var. aquaticum Glaz. Huperzia nuda (Nessel) B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) reflexum Lam. Huperzia reflexa (Lam) TrevisLycopodium (Urostachys) verticillatum L. f. Huperzia acerosa (Sw.) HolubSelaginella tenuissima Fée Selaginella tenuissima FéeIsoetes Martii A. Br. Isoetes martti A. Br. ex Kuhn in Mart.Isoetes gardineriana A. Br. Isoetes martti A. Br. ex Kuhn in Mart.Isoetes sp. Isoetes sp.