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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: análise florística e estrutural. João Paulo Santos Condack 2006

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Page 1: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia:

análise florística e estrutural.

João Paulo Santos Condack

2006

Page 2: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

ii

Condack, João Paulo SantosC745 p Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia:

análise florística e estrutural / João Paulo Santos Condack. – Rio de Janeiro,2006.

x ,120 f : il. ; 28 cm.

Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical, 2006.

Orientadora: Lana da Silva Sylvestre.Banca examinadora: Lana da Silva Sylvestre, Paulo G. Windisch, Rejan

Guedes-Bruni.Bibliografia.

1. Pteridofitae. 2. Análise florística. 3. Análise estrutural. 4. Parque Nacionaldo Itatiaia. I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 587.098153

Page 3: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

iii

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia:

análise florística e estrutural.

João Paulo Santos Condack

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica, Escola Nacional de

Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Botânica.

Orientador: Lana da Silva Sylvestre

Rio de Janeiro

2006

Page 4: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

iv

Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia:

análise florística e estrutural.

João Paulo Santos Condack

Dissertação submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica

Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre.

Aprovada por:

Prof. Dra. Lana da Silva Sylvestre ______________________

Prof. Dr. Paulo G. Windisch ______________________

Prof. Dra. Rejan R. Guedes-Bruni ______________________

em 28/03/2006

Rio de Janeiro2006

Page 5: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

v

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia:

análise florística e estrutural.

João Paulo Santos Condack

2006

Page 6: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

vi

Agradecimentos

Gostaria de expressar aqui os meus mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas e

instituições que contribuíram de uma ou de outra maneira para a realização deste trabalho.

São elas:

Minha orientadora e, sobretudo grande amiga, Dra. Lana da Silva Sylvestre, pelo apoio e

confiança depositada em mim durante esses mais de cinco anos de orientação.

Aos meus companheiros de campo Sebastião da Silva Neto e Sr. Walter, junto dos quais

passei bons momentos durante e após as excursões ao Itatiaia.

A Erika Cortines, Henrique Dias, Lana da Silva Sylvestre e Júlia da Silva Bastos, por me

auxiliarem na coleta de dados quantitativos. Sem eles o trabalho seria bem mais penoso, se

não impraticável.

Ao Programa Mata Atlântica do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/

Fundação Botânica Margareth Mee, pela bolsa concedida e pelo apoio logístico durante as

excursões ao campo.

À coordenação do curso de Pós-Graduação da Escola Nacional de Botânica Tropical, por

proporcionarem todas as condições necessárias para a realização deste trabalho.

Ao Parque Nacional do Itatiaia/IBAMA, nas pessoas de Luis Sergio Sarahyba e Paulo

Isidoro “Mauá”, por viabilizarem o uso dos alojamentos do Parque e me permitirem o livre

acesso na região do Planalto e Alto dos Brejos. Agradeço também os guardas parque do

Planalto, por terem se mostrado sempre solícitos e permitirem o pernoite nas dependências

do Posto 3 (portaria do Planalto), em especial ao Levy, por ter me guiado ao Pico das

Agulhas Negras.

Aos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo uso

dos laboratórios, do Herbário e pelo apoio logístico de uma forma geral. Em especial a

pesquisadora Claudine Massi Mynssen, pelo apoio e atenção, além de ter me recebido de

portas abertas em seu laboratório.

As pesquisadoras Profa. Dra. Denise Pinheiro da Costa e Profa. Dra. Rejan Guedes-Bruni,

pelas sugestões relevantes durante a apresentação deste trabalho na disciplina Seminários

II.

Ao pteridólogo Dr. Carlos Alfredo Sánchez Villaverde, pela atenção com que leu a versão

preliminar deste trabalho, pelas discussões e por suas valiosas contribuições.

Ao colega Mateus Barradas Paciência, pelas conversas que tivemos durante o 56°

Congresso Nacional de Botânica, pelo seu estímulo e pelo envio de bibliografia.

Page 7: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

vii

Aos pteridólogos e amigos Carla Gabriela Vargas Ramos, pelo auxílio na identificação dos

indivíduos da família Lycopodiaceae e Carlos Eduardo Jascone, pelos incentivos

constantes e pelo “levante” que demos na coleção do herbário do Parque Nacional do

Itatiaia (HPNI).

Aos amigos Alexandre Gabriel Christo e Henrique Dias, pela atenção e auxílio na análise

dos dados estatísticos.

Às novas amizades formadas, principalmente daqueles que além de colegas nas horas de

estudo, também estavam presentes nas “reuniões satélites no Bolinha” e nos momentos de

lazer, por tornarem minha estadia na “Capital” menos angustiante.

À Marcelo da Costa Souza, meu grande camarada e colega desde a Universidade, a quem

sempre me espelhei como profissional e que sempre apostou no meu trabalho.

À Erika Cortines, por seu amor e companheirismo, pela contribuição nos trabalhos de

campo, e por estar sempre ao meu lado, mesmo quando está longe.

Ao meu irmão João Felipe Santos Condack, pelo prazer da convivência.

Aos meus pais, João Avelar Condack e Martha Livramento Santos Condack, pela formação

que me deram e por mesmo que a distância, torcerem por mim e me apoiarem em todas as

minhas decisões.

A Deus, pela minha vida e por ter me guiado neste caminho.

Page 8: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

viii

Resumo

O Parque Nacional do Itatiaia, criado em 1937, localiza-se entre os estados de Minas

Gerais e Rio de Janeiro, sendo o mais antigo do País. Esta área foi explorada por

expedições botânicas desde o século XIX, porém grande parte do conhecimento de sua

flora, principalmente no que se refere às pteridófitas, foi adquirido em meados do século

XX, quando Alexandre Curt Brade publicou os resultados de mais de 30 anos de pesquisas

e coletas na região, contabilizando 319 táxons de pteridófitas para o Parque, sendo 100

ocorrentes na região alto montana (acima de 1800 m). Uma nova listagem para esta região

foi elaborada através da coleta de espécimes entre maio de 2004 e agosto de 2005, além de

consulta a herbários e bibliografia. A listagem atual conta com 135 espécies, distribuídas

em 49 gêneros e 23 famílias. Das espécies citadas por Brade, 12% não foram recoletadas,

em sua maioria por não haver referências claras sobre a localidade de coleta e,

possivelmente, por possuírem populações pequenas e com distribuição restrita. Foram

feitas considerações sobre os hábitats e substratos preferenciais, formas de vida,

distribuição geográfica e categorias de ameaça. Com relação à amostragem quantitativa,

1582 indivíduos representantes de 36 espécies foram registrados em 0,2 ha de Floresta

Ombrófila Densa Alto Montana. Com a intenção de verificar a influência da orientação das

vertentes na composição e estrutura desta flora, uma análise separada para cada vertente

(Norte e Sul) foi elaborada, revelando uma alta similaridade entre as vertentes. O

conhecimento da diversidade florística do pouco que resta da Mata Atlântica, é

extremamente necessário para o estabelecimento de estratégias conservacionistas. Tanto os

Campos de Altitude como os fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana são

detentores de uma flora pteridofítica bastante rica e ameaçada, tornando sua conservação

indispensável para manutenção da biodiversidade deste bioma.

Page 9: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

ix

Abstract

The Itatiaia National Park, created in 1937, situated between states of Minas Gerais and

Rio de Janeiro, being the oldest of the Country. This area was explored by botanical

expeditions since XIX century, however great part of the knowledge of its flora, mainly as

for the pteridophytes, was acquired in middle of XX century, when Alexander Curt Brade

published the results of more than 30 years of research and collections in the region,

entering 319 species of ferns for the Park, with 100 occurring in the high mountain region

(above 1800 m). A new listing for this region was elaborated through the specimen

collection between May of 2004 and August of 2005, beyond consultation the herbarium

and bibliography. The current list accounts with 135 species, distributed in 49 genus and 23

families. Of the species cited for Brade, 12% had not been recollected, in its majority for

not having clear references on the collection locality and, possibly, for possessing small

populations and with restricted distribution. Considerations of preferential habitats and

substrata had been made, forms of life, geographic distribution and categories of

threatness. With relation to the quantitative sampling, 1582 individuals representative of 36

species had been registered in 0,2 ha of “Floresta Ombrófila Densa Alto Montana” (high

mountain forest). With the intention to verify the influence of the orientation of the slopes

in the composition and structure of this flora, a separate analysis for each slope (North and

South) was elaborated, disclosing one high similarity between the sources. The knowledge

of the floristic diversity of the little that remains of “Mata Atlântica” (Atlantic Rainforest)

is extremely necessary for the establishment of conservations strategies. As much the

“Campos de Altitude” (hight montains grasslands) as the fragments of “Floresta Ombrófila

Densa Alto Montana” are retainers of a sufficiently rich and threatened fern flora,

becoming indispensable its conservation for maintenance the biodiversity of this biome.

Page 10: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

x

Sumário

AGRADECIMENTOS..........................................................................................................vi

RESUMO............................................................................................................................viii

ABSTRACT..........................................................................................................................ix

INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

CAPÍTULO I – Pteridófitas da região alto montana do Parque Nacional do

Itatiaia: análise da flora 50 anos após Brade.

RESUMO...............................................................................................................................5

ABSTRACT...........................................................................................................................6

INTRODUÇÃO......................................................................................................................7

MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................11

RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................73

CAPÍTULO II - Estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de Floresta

Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia.

RESUMO.............................................................................................................................83

ABSTRACT.........................................................................................................................84

INTRODUÇÃO....................................................................................................................85

MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................88

RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................110

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................117

Page 11: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

1

Introdução

As florestas tropicais são ecossistemas megadiversos e muito esforço tem sido

empenhado para o conhecimento da sua composição florística e estrutural. Entretanto a

grande maioria abordando apenas o estrato arbóreo. As pteridófitas, assim como todo

estrato herbáceo, contribuem de forma significativa com o aumento da riqueza e

diversidade destas florestas (Gentry & Dodson 1987).

Conhecidas popularmente como samambaias e plantas afins, estas plantas eram

tratadas em uma única divisão Pteridophyta, porém reuniam vegetais muito distintos do

ponto de vista evolutivo. Atualmente estão agrupados em duas divisões, Lycophyta e

Monilophyta (Pryer et al. 2004).

Lycophyta compreende as criptógamas vasculares que possuem microfilos, ou seja,

folhas rudimentares com apenas uma nervura, e estão representadas por apenas três

famílias (Isoetaceae, Lycopodiaceae e Selaginellaceae), seis gêneros e aproximadamente

1400 espécies.

Monilophyta compreende todas as outras “Pteridophyta”, as quais possuem

megafilos, expandidos na maioria dos casos ou reduzidos como em Equisetaceae e

Psilotaceae. A classificação em ordens e famílias ainda não foi estabelecida, porém deve

ultrapassar 10.000 espécies distribuídas em mais de 30 famílias.

Tanto Lycophyta como Monilophyta encontram-se amplamente distribuídas pelo

globo, sendo abundantes em quase todos os tipos de ambientes, exceto nas regiões

desérticas e polares, onde também são escassos outros tipos de vegetais vasculares.

Tryon (1972) comenta que a região neotropical, com aproximadamente 3000

espécies, apresenta três grandes centros de diversidade e endemismos no grupo, sendo um

deles na América Central, outro nos Andes e o terceiro no sudeste e sul do Brasil.

Cerca de 40% das espécies ocorrentes nas regiões montanhosas do sudeste e sul do

Brasil são endêmicas, enquanto que regiões com baixas elevações como a planície

amazônica são relativamente pobres em espécies e endemismos (Tryon 1972, Tryon e

Conant 1975).

A flora pteridofítica das regiões sudeste e sul do Brasil vêm sendo conhecidas desde

o início do século XIX com os trabalhos de Raddi (1819, 1825) e nos diversos tratamentos

taxonômicos realizados para famílias de pteridófitas na Flora Brasiliensis (Spring 1840;

Milde 1852; Sturm 1859; Baker 1870; Kuhn 1884). Enquanto que num contexto regional, o

conhecimento da flora do estado do Rio de Janeiro, obtinha grandes contribuições com a

Page 12: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

2

Flora Fluminensis de Velloso (1925-1927). Já no século XX, grandes avanços foram dados

principalmente pelos estudos de Brade (1942, 1954, 1956), e Rizzini (1953-1954), que

pesquisaram e coletaram nas Serras de Itatiaia e dos Órgãos, respectivamente. Mais

recentemente, podem ser citados os trabalhos de Santos (1995), Sylvestre (1997a, b), Reis

(1998), Santos & Sylvestre (2001), Mynssen & Sylvestre (2001), Mynssen et al. (2002),

Condack (2003), Mynssen & Windisch (2004) e Ramos (2004), com enfoque centrado

especialmente em regiões de Floresta Atlântica do estado do Rio de Janeiro.

O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) está localizado na região sudeste do Brasil, no

sudoeste do estado do Rio de Janeiro e ao sul de Minas Gerais, em terras que abrangem os

municípios de Resende, Itatiaia, Aiuruoca, Liberdade e Itamonte, entre as coordenadas

geográficas 22o30´- 22o33´S; 42o15´- 42o19´W. Localiza-se na porção mais alta da serra da

Mantiqueira, possuindo uma área de 30.000 ha. Apresenta um abrupto gradiente altitudinal

de mais de 2000 m, desde o rio Paraíba a 500 m até o Pico das Agulhas Negras, a 2789 m.

(Ribeiro & Medina 2002).

Segundo Brade (1956), a região do Planalto do Itatiaia foi alvo de inúmeras

expedições botânicas desde o século XIX, quando Glaziou, em julho de 1872,

acompanhado da princesa Isabel, alcançaram a parte mais alta do maciço. Nessa expedição,

foram coletadas numerosas espécies novas, descritas por Fée, Baker, entre outros

especialistas da época. Posteriormente, em 1879, a região recebeu o botânico Von Fernsee,

que também coletou inúmeras espécies novas, principalmente de bromeliáceas, sendo um

gênero novo, endêmico do Itatiaia, batizado em sua homenagem como "Fernseea". Ainda

no século XIX, a região recebeu o botânico Ule (1895), o qual foi o primeiro a descrever a

zonação altitudinal da vegetação. No início do século XX, a região foi explorada pelos

botânicos Dusén, Tamandaré de Toledo Jr., Sampaio e Campos Porto, gerando importantes

contribuições ao conhecimento da flora do Parque (Brade 1956).

Há aproximadamente dez anos, o Programa Mata Atlântica do Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro retomou seus estudos em Itatiaia,

incentivando o desenvolvimento de dissertações de mestrado e teses de doutorado na área.

Porém até então, poucas referências haviam sido dadas a respeito do estrato herbáceo,

principalmente no que se refere às pteridófitas.

Estudos envolvendo análises quantitativas de pteridófitas na Mata Atlântica ainda

são poucos e recentes, podendo ser citados os de Athayde Filho (2002) que realizou um

levantamento florístico e estrutural em uma área de restinga no município de Capão da

Canoa no Rio Grande do Sul, inferindo parâmetros como densidade, frequência e

Page 13: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

3

dominância relativa, valores de cobertura e importância, além da distribuição espacial dos

indivíduos dentro da área de estudo. Melo (2003) levantando a pteridoflora em diferentes

fragmentos na serra da Mantiqueira no sul de Minas Gerais, inferiu também a freqüência

delas nestes fragmentos. Bauer (2004) analisou florística e estruturalmente a pteridoflora

de uma floresta estacional no Rio Grande do Sul, utilizando os mesmos parâmetros que

Athayde Filho (2002). Paciência & Prado (2004, 2005a, 2005b) analisaram os efeitos da

fragmentação florestal sobre a comunidade de pteridófitas em Una, no sul da Bahia,

verificando as consequências da fragmentação de hábitats e os efeitos de borda na riqueza e

abundância destes vegetais. Outros trabalhos envolvendo análises quantitativas que

incluíam as pteridófitas foram feitas na América central (Pousen & Nielsen 1995) e na

região Amazônica (Yong & León 1989, Poulsen & Baslev 1991, Tuomisto & Ruokolainen

1994, Tuomisto & Poulsen 1996, Ruokolainen et al. 1997, Tuomisto et al. 1998, Tuomisto

& Poulsen 2000, Tuomisto et al. 2002, Salovaara et al. 2004) verificando influência

edáfica, distribuição espacial e padrões fitogeográficos, possibilitando a utilização destas

na determinação da fisionomia florestal onde são encontradas.

O presente estudo tem como objetivos a ampliação do conhecimento da flora

pteridofítica da região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia, realizando uma analise

comparativa dos dados obtidos por Brade há 50 anos e uma análise estrutural da

comunidade pteridofítica em fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana.

Page 14: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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CAPÍTULO I

Pteridófitas da região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia:

análise da flora 50 anos após Brade.

Page 15: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

5

Pteridófitas da região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia:

análise da flora 50 anos após Brade.

RESUMO

O Parque Nacional do Itatiaia, com uma área de 30.000 ha, possui um gradiente

altitudinal de mais de 2000 m, o que propicia uma grande diversidade de hábitats. A flora

deste parque vem sendo estudada desde o século XIX, porém o principal estudo das

pteridófitas da região alto montana foi realizado por Brade em meados do século passado.

O trabalho de campo foi realizado no período de maio de 2004 a agosto de 2005, com

excursões mensais de duração média de cinco dias. O esforço amostral foi de 273

espécimes, dos quais foram anotados dados referentes ao hábitat, tipo de substrato e formas

de vida. O levantamento florístico privilegiou os sítios que foram pouco ou não explorados

anteriormente. As pteridófitas da região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia são

representadas por 135 táxons, distribuídos em 49 gêneros e 23 famílias. As famílias

Grammitidaceae, Lomariopsidaceae e Lycopodiaceae são as de maior riqueza na área. O

padrão de distribuição neotropical foi o mais representativo, com 118 táxons. As espécies

com distribuição além dos neotrópicos, estão representadas por 17 espécies, sendo uma

cosmopolita. Desta flora, quatro são endemismos locais, seis possuem distribuição disjunta

com os Andes e uma com o continente africano. A região alto montana abriga 19 táxons de

pteridófitas com algum grau de ameaça. Destes, cinco são considerados vulneráveis, nove

em perigo e cinco criticamente em perigo. Dos cinco táxons considerados criticamente em

perigo, três deles (Lycopodiella bradei, Asplenium castaneum e Blechnum andinum) ainda

não foram localizados, sendo seus últimos registros datados do início do século passado. A

alta diversidade aliada ao grande número de endemismos torna a região alto montana do

Parque Nacional do Itatiaia um local com características singulares, fazendo com que o

conhecimento de sua flora seja ferramenta indispensável para discussão de medidas

conservacionistas.

Page 16: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

6

Ferns of the high montain region of the

Itatiaia National Park:

analysis of the flora 50 years after Brade.

ABSTRACT

The Itatiaia National Park with an area of 30.000 ha, possess an altitudinal gradient

of more than 2000 m, that propitiates a great diversity of habitats. The flora of this park

comes being studied since century XIX; however the main study of the ferns of the high

montane region it was carried through by Brade in middle of the last century. The field

work was made in the period of May of 2004 to August of 2005, with monthly excursions

of average duration of five days. The sample effort was of 273 specimens, of which they

had been written down given referring habitat, type of substratum and forms of life. The

floristic survey grant a privilege to the sites which had been little or not explored

previously. The ferns of the high montain region of the Itatiaia National Park are

represented by 135 species, distributed in 49 genus and 23 families. The families

Grammitidaceae, Lomariopsidaceae and Lycopodiaceae are the richest in the area.

Neotropical distribution was the most represented, with 118 species. The species that

possess a wide distribution and occur in other tropical regions of the globe are represented

by 17 species, one of them cosmopolite. Of this flora, four are local endemism, six possess

distribution disjoin with Andes, and one with the African continent. The high montain

region shelters 19 species of ferns with some degree of threatness. Of these, five are

considered vulnerable, nine in danger and five critically in danger. Of five species

considered critically in danger, three of them (Lycopodiella bradei, Asplenium castaneum

and Blechnum andinum) still had not been located, being its last dated register on the

beginning of the last century. The high diversity allied to the great number of endemism

turns the high montain region of the National Park of the Itatiaia a place with singular

characteristics, making with that the knowledge of its flora an indispensable tool for

quarrel of conservationist’s measures.

Page 17: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

7

Introdução

As pteridófitas, elementos constantes na fisionomia de florestas tropicais, estão bem

representadas nos neotrópicos, onde ocorrem cerca de 1/3 das 9000 espécies conhecidas

em todo o mundo (Tryon & Tryon 1982).

As pteridófitas, englobando todos os vegetais vasculares não produtores de flores,

eram tratadas como uma única divisão, Pteridophyta, constituindo um táxon parafilético,

pois reunia subgrupos muito distintos do ponto de vista evolutivo. Estudos filogenéticos

recentes (Pryer 2001, 2004) separaram estas plantas em duas divisões. Uma incluindo

apenas as plantas que possuem microfilos, com uma única nervura, chamando-as de

Lycophyta. E o restante das pteridófitas, na outra divisão, Monilophyta.

Tryon (1972) considerou a região sudeste do Brasil como um dos três principais

centros de diversidade e endemismos das pteridófitas neotropicais, concentrando cerca de

600 espécies ocorrentes principalmente nas áreas de domínio das serras do Mar e da

Mantiqueira. Tryon & Tryon (1982) comentaram que as regiões montanhosas da América

tropical, onde a maioria das espécies ocorre, apresentam alta diversidade ecológica e um

mosaico de ambientes bem desenvolvidos, enquanto que regiões com baixas elevações

apresentam menor diversidade.

As pteridófitas do estado do Rio de Janeiro vêm sendo estudadas num contexto

regional desde o início do século XIX, com a Flora Fluminensis de Vellozo (1825-1827).

Porém algumas referências já haviam sido feitas por Raddi (1819, 1825) que, ao estudar as

pteridófitas brasileiras, descreveu e ilustrou espécies coletadas no estado do Rio de Janeiro

e arredores. Ainda no século XIX, importantes contribuições ao conhecimento das

pteridófitas do Estado, inclusive com descrições de espécies novas, foram feitas nos

diversos tratamentos taxonômicos realizados para famílias de pteridófitas na Flora

Brasiliensis (Spring 1840, Milde 1852, Sturm 1859, Baker 1870, Kuhn 1884). No século

XX, foram grandes os avanços no conhecimento desta flora, principalmente pelos estudos

de Brade, que contabilizou 319 táxons de pteridófitas para o Parque Nacional do Itatiaia

(1942; 1954; 1956), e Rizzini (1953-1954) que listou 245 espécies na Flora Organensis.

Mais recentemente, podem ser citados os trabalhos de Santos (1995), Sylvestre (1997a, b),

Reis (1998), Santos & Sylvestre (2001), Mynssen & Sylvestre (2001), Mynssen et al.

(2002), Condack (2003), Mynssen & Windisch (2004) e Ramos (2004), com enfoque

centrado especialmente em regiões de Floresta Atlântica.

Page 18: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

8

O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) está localizado na região sudeste do Brasil, no

sudoeste do estado do Rio de Janeiro, em terras que abrangem os municípios de Resende e

Itatiaia, e ao sul de Minas Gerais, nos municípios de Aiuruoca, Liberdade e Itamonte, entre

as coordenadas geográficas 22o30´- 22o33´S; 42o15´- 42o19´W. Localiza-se na porção mais

alta da serra da Mantiqueira, possuindo uma área de 30.000 ha. Apresenta um abrupto

gradiente altitudinal de mais de 2000 m, desde o rio Paraíba a 500 m até o Pico das

Agulhas Negras, a 2789 m (Ribeiro & Medina 2002).

Segundo Brade (1956), a região do Planalto do Itatiaia foi alvo de inúmeras

expedições botânicas desde o século XIX, quando Glaziou, em julho de 1872,

acompanhado da princesa Isabel, alcançaram a parte mais alta do maciço. Nessa expedição,

foram coletadas numerosas espécies novas, descritas por Baker, Fée, entre outros

especialistas da época. Posteriormente, em 1879, a região recebeu o botânico von Fernsee,

que também coletou inúmeras espécies novas, principalmente de bromeliáceas, sendo um

gênero novo, endêmico do Itatiaia, batizado em sua homenagem como "Fernseea". Ainda

no século XIX, a região recebeu o botânico Ule (1895), o qual foi o primeiro a descrever a

zonação altitudinal da vegetação. No início do século XX, a região foi explorada pelos

botânicos Dusén, Tamandaré de Toledo Jr., Sampaio e Campos Porto, gerando importantes

contribuições ao conhecimento da flora do Parque (Brade 1956).

Alexandre Curt Brade, pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, foi quem

visitou continuamente o planalto por mais de 30 anos e desenvolveu pesquisas e coletas

sistemáticas na região, descrevendo os principais padrões biogeográficos (Ribeiro &

Medina, 2002). Dusén (1905) foi o primeiro a listar as pteridófitas do Parque Nacional do

Itatiaia, incluindo-as em sua ampla listagem de plantas vasculares. Porém Brade (1942,

1954, 1956) tratou as pteridófitas com uma abordagem florística, apresentando uma

listagem das espécies da região elevada, estimando um total de 100 espécies distribuídas

em 28 gêneros e 10 famílias, apresentando também comentários a respeito da distribuição

geográfica dos táxons e suas possíveis rotas de migração.

A flora pteridofítica do Planalto do Itatiaia, além de possuir algumas espécies

exclusivas a esta área, apresenta também algumas disjunções, principalmente com a região

dos Páramos andinos, com a qual compartilha muitas semelhanças climáticas e físicas. Um

exemplo claro deste padrão é Jamesonia brasiliensis H. Christ, único caso da distribuição

deste gênero fora dos Andes.

Segundo Morim (2002), as atividades científicas no Parque ocorreram

principalmente nas décadas de 50 e 60, quando se obteve um grande conhecimento nos

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9

mais diversos ramos das ciências naturais. Embora em ritmo mais lento, as investigações

na região prosseguiram e, nos meados dos anos 60, estudos ecológicos como os de

Segadas-Vianna (1965), Segadas-Vianna & Dau (1965), Camerik (1975), entre outros, se

intensificaram. Somente na década de 90 este impulso foi retomado com o

desenvolvimento de algumas dissertações de mestrado (Sylvestre 1995; Azevedo 1999) e

teses de doutorado (Guedes-Bruni 1998; Lima 2000; Ribeiro & Medina 2002).

Paralelamente, o Programa Mata Atlântica, desenvolvido pelo Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, iniciou suas atividades no Parque, reunindo

coleções recentes oriundas das expedições desenvolvidas de 1995 até hoje.

A região alto montana do Parque, aqui considerada, corresponde às áreas

localizadas acima de 1800-2000 m de altitude, onde se encontra uma vegetação bastante

heterogênea, predominando as formações dos Campos de Altitude e da Floresta Ombrófila

Densa Alto Montana. Porém, vale aqui mencionar que na área são encontrados

afloramentos rochosos, áreas brejosas, córregos, lagos permanentes e temporários,

apresentando uma grande diversidade vegetal, característica destes ambientes. Brade

(1956) afirmou que a diferença nas condições de vida, em alturas diversas, à sombra ou

expostas ao sol e aos ventos, com inúmeras estações intermediárias, causa as grandes

variações da flora desta região.

Esta área possui características singulares, não encontradas em outras localidades

em nosso país, o que torna difícil estabelecer comparações. Segundo Martinelli et al.

(1989), as áreas de Campos de Altitude situados acima de 2000 m possuem cerca de 50

Km2 de extensão e já foram encontradas 415 espécies, das quais aproximadamente 11%

são endemismos locais e cerca de 21% são restritas aos Campos de Altitude. Safford (1999

a; b), ao comparar as regiões dos Campos de Altitudes do sudeste do Brasil com a região

dos Páramos nos Andes Bolivianos, comenta a singularidade do Planalto do Itatiaia, com

um clima aparentemente mais adverso que o encontrado na região dos Páramos, a uma

altitude de aproximadamente 3000 m. Com uma precipitação anual de 2273 mm, o Planalto

do Itatiaia passa três meses do ano com precipitação inferior a 50 mm, apresenta

temperaturas inferiores a 0 oC em até sete meses, sendo em média 56 dias por ano, além de

possuir uma amplitude térmica diária superior a encontrada nos Páramos Andinos (Safford,

1999b). Estas características estão associadas a entrada de frentes polares vindas da região

sul, que encontram no Itatiaia sua maior barreira até então. Além destas características

climáticas, sua localização em uma das zonas latitudinais mais ricas em espécies do globo,

Page 20: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

10

aliada a altitude e a ampla gama de nichos encontrados na área, torna este local propício ao

estabelecimento e especiação de pteridófitas.

A elevada riqueza aliada ao grande número de endemismos torna a região alto

montana do Parque Nacional do Itatiaia um local com características únicas, fazendo com

que o conhecimento de sua flora seja algo indispensável para discussão de medidas

conservacionistas. Jermy (1990) comentou que com o rápido desaparecimento das florestas

tropicais em todo o mundo, muitas pteridófitas estão deixando de ser conhecidas, sendo

importante investigar o quanto antes possível, as áreas que estão sendo conservadas, para

que se possam saber quantas e quais famílias estão atualmente protegidas em parques

nacionais e reservas naturais.

O presente trabalho tem como objetivos contribuir para o maior conhecimento da

diversidade das pteridófitas ocorrentes nas Florestas Alto Montanas e Campos de Altitude

do sudeste do Brasil; revisar e atualizar a listagem elaborada por Brade (1956),

confrontando com os dados obtidos no campo; realizar uma análise comparativa da

composição da pteridoflora da região alto montana 50 anos depois; analisar a ocorrência

das espécies nas diferentes formações vegetais existentes na área; caracterizar as formas de

vida predominantes e os hábitats preferenciais; indicar o padrão de distribuição geográfica

das espécies, destacando-se os endemismos e disjunções.

Page 21: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

11

Material e Métodos

O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) está localizado na região sudeste do Brasil, no

sudoeste do estado do Rio de Janeiro e ao sul de Minas Gerais, em terras que abrangem os

municípios de Resende, Itatiaia, Aiuruoca, Liberdade e Itamonte, entre as coordenadas

geográficas 22o30´- 22o33´S; 42o15´- 42o19´W. Localiza-se na porção mais alta da serra da

Mantiqueira, possuindo uma área de 30.000 ha. Apresenta um abrupto gradiente altitudinal

de mais de 2000 m, desde o rio Paraíba a 500 m até o Pico das Agulhas Negras, a 2789 m.

(Ribeiro & Medina 2002).

No Parque são encontradas três faixas altimétricas segundo a classificação de

Veloso et al. (1991) para as formações da Floresta Ombrófila Densa: submontana de100 a

600 metros, montana de 600 a 2000 metros e alto montana acima dos limites da Formação

montana. A partir de observações de campo, foi estipulada para o presente estudo a cota de

1800 metros como início da Formação alto-montana, assim como para a vegetação

predominantemente campestre designada por Veloso et al. (1991) como Refúgios

Vegetacionais ou Comunidades Relíquias, aqui tratada como Campos de Altitude.

As espécies listadas nas obras de Dusén (1905) e Brade (1956) serviram de base

para iniciar o levantamento dos herbários e a busca por revisões taxonômicas. Foram

levantadas as coleções de pteridófitas do Parque, depositadas nos herbários do Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e do Parque Nacional do Itatiaia

(HPNI), complementadas com informações do Museu Nacional (R) e do Departamento de

Botânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (RBR), auxiliando na

complementação de informações referentes à distribuição geográfica, bem como na

identificação dos táxons.

As excursões foram mensais no período de maio de 2004 a agosto de 2005, com

duração média de 5 dias. Foram percorridas as diferentes formações vegetais existentes na

área, especialmente as Florestas Ombrófila Densa Alto Montanas e os Campos de Altitude.

Foram coletados 273 espécimes dos quais foram anotados dados referentes ao hábitat,

substrato utilizado e formas de vida. O levantamento florístico privilegiou os sítios os quais

foram pouco ou não explorados anteriormente.

Os espécimes foram herborizados segundo técnicas usuais para plantas vasculares

(Windisch 1992) e incorporados ao acervo do Herbário do Instituto de Pesquisas Jardim

Botânico do Rio de Janeiro (RB).

Page 22: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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Tanto os dados das coleções pretéritas quanto os adquiridos no campo foram

incluídos em uma base de dados.

Os táxons foram identificados a partir de bibliografia específica para cada grupo,

bem como pela comparação com espécimes depositados em herbários.

A coleta de dados referentes à distribuição geográfica foi feita durante a

identificação dos táxons, com informações encontradas nos herbários e nas bibliografias

específicas para algumas famílias e gêneros como Aspleniaceae: Sylvestre (2001);

Blechnaceae: Dittrich (2005); Cyatheaceae: Fernandes (1997); Grammitidaceae: Ceradenia

e Cochilidium: Labiak & Prado (2003); Lellingeria: Labiak & Prado (2005a); Melpomene:

Labiak & Prado (2005b); Terpsichore e Zygophlebia: Labiak & Prado (2005c); Isoetaceae:

Pfeiffer (1922); Lomariopsidaceae: Elaphoglossum: Brade (1960-1961); Lycopodiaceae:

Øllgaard e Windisch (1987); Polypodiaceae: Campyloneurum: Léon (1992); Pecluma:

Evans (1969); Price (1983); complexo Polypodium loriceum: Hensen (1990); espécies

escamosas de Polypodium: Sota (1965); Pteridaceae: Doryopteris: Tryon (1942); Brade

(1965); Eriosorus: Tryon (1970); Jamesonia: Tryon (1962); Pteris: Prado (2000);

Selaginellaceae: Alston (1936; 1981); Hirai & Prado (2000); Thelypteridaceae: Ponce

(1998); Salino & Semir (2004); Vittariaceae: Nonato & Windisch (2004); Woodsiaceae:

Diplazium: Cislinski (1996); além de algumas floras como: Sehnem (1967a; 1967b; 1968a;

1968b; 1970a; 1970b; 1971; 1972; 1978; 1979a; 1979b); Fuchs-Eckert (1986); Smith

(1995); Moran & Riba (1995); Mickel & Beitel (1988); Tryon e Stolze (1989a; 1989b;

1991; 1993).

As espécies estão apresentadas em ordem alfabética de família e gênero, por divisão

taxonômica (Lycophyta e Monilophyta). As abreviaturas dos autores seguem Pichi-

Sermolli (1996). Para cada espécie é apresentada sua obra original, comentários referentes

ao substrato e ambientes preferenciais, aspectos morfológicos, padrão de distribuição

geográfica e a relação do material examinado.

A análise florística foi feita através da determinação da riqueza, das formas de vida

e dos substratos preferenciais. As espécies de pteridófitas foram agrupadas quanto a sua

ocorrência nos Campos de Altitude ou nas Florestas Alto Montanas. A caracterização das

espécies quanto às formas de vida foi baseada na chave proposta por Muller-Dombois &

Ellenberg (1974).

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Resultados e Discussão

I - RIQUEZA FLORÍSTICA:

As pteridófitas da região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia são

representadas por 135 táxons, distribuídos em 49 gêneros e 23 famílias. Das 23 famílias

encontradas, Grammitidaceae apresentou a maior riqueza específica, com 19 espécies,

seguida de Lomariopsidaceae e Lycopodiaceae com 17 táxons cada (Fig. 1). Estas três

famílias juntas representam 39% da riqueza total, corroborando com outros estudos em

regiões montanhosas (Øllgaard 1988; Moran 1995). Os gêneros com maior

representatividade foram Elaphoglossum com 17 espécies, corroborando com os estudos de

Moran (1995), seguido por Asplenium (11), Huperzia (10) e Hymenophyllum (7).

Figura 1: Riqueza de gêneros ( ) e espécies ( ) por família.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

LophosoriaceaeOphioglossaceaePlagiogyriaceae

SchizaeaceaeSelaginellaceae

TectariaceaeIsoetaceae

VittariaceaeDicksoniaceae

GleicheniaceaeThelypteridaceae

WoodsiaceaeDenstaedtiaceae

CyatheaceaeBlechnaceae

DryopteridaceaeHymenophyllaceae

PolypodiaceaePteridaceae

AspleniaceaeLomariopsidaceae

LycopodiaceaeGrammitidaceae

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LYCOPHYTA

ISOETACEAE

1. Isoetes martti A. Br. ex Kuhn in Mart., Fl. Bras. 1(2): 645. 1884.

Erva aquática submersa, em águas paradas ou correntes, chegando em alguns locais

a mais de um metro de profundidade. Também foi encontrada fora da água, em barrancos,

às margens dos córregos, onde possivelmente passam um período do ano submersas.

Possui rizoma bilobado radicoso, microfilos filiformes, com uma ampla variação de

tamanho no esporófito fértil. Megasporos com superfície reticulada.

Endêmica da região sudeste e sul do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada nova, Km 15, 2300 m, V.1950,

Brade 20292 (RB); Lagoa Bonita, 2400 m, III.1937, Brade 15570 (RB); Planalto, Leito do

Ribeirão das Flores, 21.II.1948, Brade 18889 (RB); Represa Rebouças, 2400 m, 3.IV.2005,

Condack 348 (RB); Rio Aiuroca, 2400 m, 12.VI.2005, Condack & Cortines 413 (RB); Rio

Campo Belo, proximidades da Pedra do Eco, 2350 m, 21.VIII.2005, Condack 434 (RB);

Rio das Flores, 2300 m, III.1937, Brade 15571 (RB).

2. Isoetes sp.

Erva aquática submersa, em água parada. Foi encontrada apenas nas lagoas que

ficam nas proximidades da Pedra do Altar. Possui rizoma bilobado radicoso, microfilos

filiformes. Megasporos com superfície tuberculada.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa do Altar, 2500 m, 11.VI.2005,

Condack & Cortines 409 (RB).

LYCOPODIACEAE

3. Huperzia acerosa (Sw.) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 70. 1985.

Epífita ou rupícola no interior da Floresta Alto Montana ou em locais úmidos e

sombreados dos Campos de Altitude. Possui o caule pendente com até 30 cm de

comprimento, 4-8 vezes dicotomicamente furcado, visível entre os microfilos, que são

filamentosos, às vezes torcidos. Esporofilos menores que os microfilos, esporângios

amarelo-acastanhados.

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Com distribuição neotropical, ocorre no Brasil em florestas montanas e alto

montanas dos estados da Bahia a Santa Catarina, em altitudes entre 300 e 2600 m. É uma

das espécies do gênero mais amplamente distribuída (Øllgaard 1992).

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2600 m, 11.IX.2004,

Condack & Cortines 247 (RB); Estrada para o Planalto, Km 11 2200 m, 10.VI.2005,

Condack & Cortines 399 (RB); Pedra Assentada, 2300 m, III.1937, Brade 15564 (HPNI);

Km 8, 25.V.1932, Campos Porto 2607 (HPNI).

4. Huperzia badiniana B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5:8 1987.

Terrícola de locais ensolarados e arenosos, nos campos de atitude, bem como entre

moitas de gramíneas, próxima a blocos de rocha na região do Planalto. Possui râmulos

curtos, prostrados, de onde partem râmulos aéreos rijos, simples ou até duas vezes

ramificados. Raízes adventícias partindo ao longo de todo o râmulo prostado,

diferentemente das raízes em tufo basal geralmente encontradas em outras espécies do

gênero.

Endêmica do sudeste do Brasil está restrita às cadeias montanhosas de Minas

Gerais e do Rio de Janeiro, em altitudes superiores a 1300 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa do Altar, 2400 m, 11.VI.2005,

Condack & Cortines 407 (RB); Planalto, 2300 m, 21.XI.1948, Brade 18893 (RB);

proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 17.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1749 (RB).

5. Huperzia biformis (Hook.) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 71. 1985.

Tratada por Brade (1956) como Lycopodium subulatum Desv., ocorre como epífita

no interior da Floresta Alto Montana. Possui o caule pendente com até 1 m de

comprimento, 3-6 vezes furcados, microfilos lanceoladas, com a nervura central visível. Os

esporângios são esverdeados.

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil ocorre nos estados do Espírito Santo a

Santa Catarina, em altitudes entre 850 e 2100 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,

Condack 256 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 19.VIII.2004, Sylvestre &

Condack 1778 (RB); Macieiras, 1800 m, 26.II.1945, Brade 17518 (RB).

6. Huperzia christii (Silveira) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 71. 1985.

Page 26: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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Terrestre de locais abertos, pode ser facilmente encontrada nos topos de morros e

nos barrancos de margens de trilhas e estradas nos Campos de Altitude. Espécie

semelhante a H. reflexa (Lam.) Trevis., da qual difere principalmente pelos microfilos

maiores, coriáceos e abaxialmente convexos.

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais,

Rio de Janeiro e Paraná, em altitudes entre 100 e 2500 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.VI.2004, Sylvestre

& Condack1740 (RB); Pedra do Eco, 2500 m, III.1937, Brade 15724 (RB); Planalto, 2200-

2400 m, III.1937, Brade 15560 (RB); Planalto, proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m,

11.X.1977, Martinelli s. n. (RB225240); proximidades do abrigo Massena, 18.VIII.2004,

Sylvestre & Condack 1751 (RB); Km 16, 24.V.1932, Campos Porto 2598 (RB, HPNI);

sem localidade definida, 2000 m, VIII.1933, Brade 12628 (RB).

7. Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5:1 1987.

Epífita ou rupícola preferencialmente de interior da Floresta Alto Montana,

podendo ocorrer também em lugares sombreados e úmidos nos Campos de Altitude.

Espécie morfologicamente semelhante a H. acerosa (Sw.) Holub., da qual difere

principalmente por apresentar quase o dobro do tamanho. Possui o caule pendente com até

50 cm de comprimento, 4-6 vezes furcado, visível entre os microfilos, que são verde-

amarelados, filiformes. Os esporângios são amarelos e ficam agrupados nas extremidades

dos ramos.

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, ocorrendo nos estados Minas Gerais,

Rio de Janeiro e Paraná, em altitudes entre1200 e 2400 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 18.IX.2004, Condack

285 (RB); proximidades do abrigo Massena, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1766

(RB).

8. Huperzia erythrocaulon (Fée) Holub, Folia Geobot. Phytotax. 20(1): 72. 1985.

Preferencialmente rupícola, cresce também como epífita ou terrícola protegida por

blocos de rocha, nos Campos de Altitude. Encontrada geralmente no cume dos picos mais

altos, é uma espécie bastante adaptada, suportando intensa radiação solar, fortes ventos,

além de resistir a enorme amplitude térmica deste ambientes, com temperaturas

frequentemente inferiores a 0oC. No campo, é facilmente identificada pelo caule

Page 27: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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avermelhado e pela iridescência da face abaxial dos microfilos. Porém estas características

podem se perder com o processo de herborização.

Endêmica da região sudeste do Brasil está restrita aos Campos de Altitude de Minas

Gerais e Rio de Janeiro, em altitudes superiores a 1900 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Altar, 2665 m, 11.VI.2005,

Condack & Cortines 403 (RB); Pedra do Eco, 2400 m, 21.VIII.2005, Condack 431 (RB);

Prateleiras, 2400 m, IX.1933, Brade 12723 (RB); sem localidade definida, 2400 m,

VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade s. n. (RB33439).

9. Huperzia hexasticha B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5:1 1987.

Epífitas inicialmente eretas e, quando adultas, pendentes, com até 70 cm de

comprimento e oito vezes dicotomizadas, formando massas grandes e pesadas. Espécie

semelhante a H. quadrifariata (Bory) Trevisan e H. fontinaloides (Spring.) Trevisan, com

as quais são frequentemente confundidas. Difere da primeira pelos râmulos roliços ou

arredondado-angulares, com microfilos usualmente 6-seriados. H. fontinaloides difere das

duas pelos râmulos basais estreitos com o caule geralmente vermelho e com microfilos

pequenos decusssados (Øllgaard & Windisch, 1987).

Endêmica da região sudeste do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais ao Rio

Grande do Sul, em altitudes entre 1000 e 2400 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 15.IX.2004,

Condack 255 (RB); caminho para Pedra Assentada, 2400 m, 20.VIII.2005, Condack 425

(RB); Pinheiral, 2100 m, III.1937, Brade 15563 (RB); trilha Massena-Macieiras, 1900 m,

02.IV.2005, Condack 339 (RB).

10. Huperzia nuda (Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5: 8 1987.

Terrícola ou rupícola nos Campos de Altitude. Tratada por Brade (1956) como

Lycopodium reflexum Lam. var. aquaticum Glaz. Possui o caule ereto, com até 30 cm de

altura, frequentemente decumbente, 1-2 vezes furcado e visível entre os microfilos, que são

verde-claros e de consistência cartácea.

Endêmica da região sudeste do Brasil encontra-se restrita as montanhas dos estados

de Minas Gerais e do Rio de Janeiro em altitudes superiores a 1200 m

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1720 (RB); Km 8, 25.V.1932, Campos Porto 2599 (HPNI);

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proximidades da Pedra da Maçã, 2400 m, 20.VIII.2005, Condack 424 (RB); trilha Massena

x Macieira, 2000 m, 2.IV.2005, Condack 340 (RB).

11. Huperzia reflexa (Lam.) Trevis., Atti Soc. Ital. Sci. Nat. 17: 248. 1874.

Terrícola, rupícola ou epífita do interior da Floresta Alto Montana ou em locais

sombreados e úmidos dos Campos de Altitude. Possui microfilos denticulados e hábito

ereto, com até 30 cm de altura.

Com ampla distribuição na região neotropical, é encontrada no Brasil nos estados

de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 10, III.1937, Brade 15558 (RB);

Pedra do Eco, 2400-2500 m, III.1937, Brade 15724 (RB); proximidades do abrigo

Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1767 (RB).

12. Huperzia silveirae (Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch, Bradea 5: 8 1987.

Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Planta robusta com até 20 cm de

comprimento, com microfilos verde-escuros, coriáceos, lanceolados. Esporângios amarelo-

acastanhados, esparsos.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 319 (RB).

13. Lycopodiella alopecuroides (L.) Cranfill var. duseniana B. Øllg. & P. G. Windisch,

Bradea 5:8 1987.

Terrícola de locais úmidos, ensolarados ou um pouco sombreados nos Campos de

Altitude. Difere das outras variedades da espécie Lycopodiella alopecuroides, por

apresentar crescimento mais robusto, micrófilos mais longos e largos, com margem inteira,

ramos estrobilíferos mais curtos e estróbilos mais espessos (Øllgaard e Windisch 1987).

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa das Prateleiras, 2300 m,

III.1937, Brade 15567 (HPNI, RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 26.V.2005,

Condack & Cortines 380 (RB); sem localidade definida, 2250 m, Tamandaré de Toledo Jr.

& Brade 830 (RB); trilha para o Pico das Agulhas Negras, 2400 m, 11.VI.2005, Condack

& Cortines 410 (RB); trilha para o Pico das Agulhas Negras, 2500 m, 27.IX.1995, Braga et

al. 2855 (RB).

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14. Lycopodiella bradei (Herter) B. Øllg., Opera Bot. 92: 176. 1987.

Tratada por Brade (1956) como Lycopodium fastigiatum R. Br. var schumacheri

Hier., é uma espécie terrícola de locais úmidos nos Campos de Altitude. É uma espécie

atípica para a secção Campylostachys, por possuir os estróbilos eretos formados sobre um

sistema caulinar horizontalmente reptante e amplamente ramificado (Øllgaard e Windisch

1987).

Endêmica do sudeste brasileiro está restrita as serras do Caparaó e do Itatiaia em

altitudes superiores a 2300 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 20.X.1922, Campos

Porto 1121 (RB).

15. Lycopodiella cernua (L.) Pic. Serm., Webbia 23: 165. 1968.

Terrícola, de locais abertos e ensolarados. Ocorre preferencialmente nos locais mais

perturbados, como margens de trilhas e estradas, entre moitas de gramíneas. Possui

estróbilos recurvados, terminais em um sistema de râmulos amplamente ramificados,

formados sobre um ramo principal ereto.

Distribuição: Ampla distribuição na região neotropical. No Brasil ocorre desde o

estado do Amazonas até o Paraná.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Proximidades do abrigo Rebouças,

5.V.2005, Ramos et al. 12 (RB).

16. Lycopodium assurgens Fée, Crypt. Vasc. Brésil 2: 95, t. 106, f. 3. 1873.

Tratada por Brade (1956) como Lycopodium fastigiatum var. assurgens Nesssel &

Hoehne, é uma espécie terrícola de locais ensolarados nos Campos de Altitude. Possui

microfilos monomorfos, dispostos em verticilos alternos, sem o ápice membranoso, como é

encontrado em L. clavatum, além dos esporófilos peltados, com pedicelo estreito, roliço e

sem lamela basioscópica no pedicelo.

Endêmica para o sul da América do Sul, ocorre na Argentina, Chile e Brasil. É

encontrada no Brasil nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Lagoa Seca, 2200 m, VIII.1933, Brade

12629 (RB); Pedra Assentada/Prateleiras, 2300 m, III.1937, Brade 15566 (HPNI, RB);

proximidades do abrigo Massena, 09.IX.2004, Condack 239 (RB); sem localidade definida,

2200 m, 21.VI.1930, Brade 10123 (RB).

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17. Lycopodium clavatum L., Sp. Pl. 2: 1101. 1753.

Terrícola ou rupícola, encontrada nos Campos de Altitude ou nas bordas da Floresta

Alto Montana, onde forma densas populações. Possui microfilos monomorfos, dispotos em

verticilos alternos, terminando em uma ponta filamentosa ou num ápice membranoso. Da

família Lycopodiaceae, é a espécie mais amplamente distribuída na área de estudo.

Distribuição cosmopolita estando ausente na Austrália. No Brasil ocorre de Minas

Gerais a Santa Catarina, em altitudes entre 600 e 2700 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2700 m, 27.V.1935,

Brade 14537 (RB); Brejo da Lapa, 2100 m, 05.V.2005, Ramos et al. 11 (RB); Cachoeira

do Aiuroca, 2400 m, 12.VI.2005, Condack & Cortines 418 (RB); Planalto, 2550 m,

05.II.1969, Sucre 4675 (RB); Estrada nova Km 9, 08.X.1965, Andrade 583 (HPNI);

Estrada Nova Km 12, 29.III.1942, Barros 862 (HPNI); proximidades do abrigo Massena,

10.IX.2004, Condack 242 (RB).

18. Lycopodium jussiaei Desv. ex Poir., Encycl. Suppl. 3: 543. 1813 (1814).

Terrícola ou rupícola em Campos de Altitude. Possui râmulos dorsiventrais, com

duas fileiras de microfilos alternos dorsolaterais largos, e duas ou três fileiras ventrais

estreitas com ponta escarificada. Os registros encontrados nos herbários não possuem

localidades bem definidas, o que dificultou sua recoleta. Pode ser considerada rara na área

de estudo e possivelmete ameaçada em nosso país, pois possui populações restritas a região

de mata arbustivo-arbórea do Planalto do Itatiaia.

Com distribuição neotropical. No Brasil é encontrada apenas no Planalto do Itatiaia.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 1900 m,

16.IX.1961, Pereira 5770 (RB); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de

Toledo Jr. & Brade 826 (RB).

19. Lycopodium thyoides Humb. & Bonpl. ex Willd., Sp. Pl. 5: 18. 1810.

Tratada por Brade (1956) como Lycopodium complanatum L., é uma espécie

terrícola ou rupícola de locais ensolarados, nos Campos de Altitude e nas bordas da

Floresta Alto Montana. Possui râmulos dorsiventrais e microfilos trimórfos, sendo uma

fileira dorsal e outra ventral estreita e duas laterais mais largas. Pode ser facilmente

encontrada nos barrancos a margem da estrada que leva ao Planalto.

Com distribuição neotropical, no Brasil pode ser encontrado nos estados do Piauí a

Santa Catarina.

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Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.VI.2004, Sylvestre

& Condack 1743 (RB); Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1719

(RB); Estrada para o Planalto Km 8, 17.X.1967, Andrade 1057 (HPNI); Estrada para o

Planalto Km 9, 13.X.1970, Andrade 1342 (HPNI); Estrada para o Planalto Km 12,

29.III.1942, Barros 867 (HPNI); Macieiras, 28.I.1937, Lanstyak 124 (HPNI); Planalto,

07.I.1947, Aparício & Pereira 884 (RB); Planalto, 13.VI.1963, Pereira 7612 (RB).

SELAGINELLACEAE

20. Selaginella tenuissima Fée, Revis. Gen. Pl. 2:827. 1891.

Terrícola de locais ensolarados ou um pouco sombreados, nos Campos de Altitude.

Pode ser facilmente encontrada nos barrancos úmidos das margens de trilhas na região do

Planalto. Possui o caule prostrado, não articulado, com rizóforos ventrais em toda sua

extensão e microfilos denteados, sendo bastante semelhante a S. muscosa Spring. da qual

difere principalmente pelo tamanho reduzido e pelos microfilos axilares e dorsais

simétricos.

Endêmica para o Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, abrigo Rebouças, 11.X.1977, Maas &

Martinelli 3172 (RB); Estrada Nova Km 15, 2300-2400 m, V.1950, Brade 20277 (RB);

Planalto, 2400 m, 05.V.2005, Condack & Vaz 373 (RB); Planalto, trilha Massena-

Rebouças, 30.V.2005, Condack 395 (RB); proximidades do abrigo Massena, 02.IV.2005,

Condack 345 (RB); sem localidade definida, 2100 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. &

Brade 832 (RB).

MONILOPHYTA

ASPLENIACEAE

21. Asplenium auritum Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 52. 1801.

Cresce no solo, sobre rochas ou como epífita, preferencialmente no interior das

florestas, às margens de corregos, podendo ocorrer também em ambientes abertos em

locais úmidos. As folhas são lanceoladas, longo acuminadas, com os lados das pinas

bastante desiguais. A morfologia da lâmina foliar pode variar quanto ao grau de

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segmentação e textura, podendo ser pinada a pinada-pinatífida, cartácea a coriácea. Espécie

com ampla distribuição no Parque.

Ocorre em quase todo o continente americano, e no continente africano, na

Tanzânia e Madagascar. Encontra-se bem distribuída de norte a sul no Brasil, em quase

todos os estados.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,

Condack 253 (RB); estrada para as Agulhas Negras, Brejo da Lapa, 26.IV.1989, Sylvestre

225 et al. (RB); Macieiras, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 792 (RB);

proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 9.IX.2004, Condack 236 (RB).

22. Asplenium castaneum Schltdl. & Cham., Linnaea 5: 611. 1830.

Espécie semelhante a A. monanthes, da qual se diferencia pela raque castanha clara,

pela margem das pinas crenadas e pelo maior número de soros no lado acroscópico da pina.

Cresce sobre rochas em locais úmidos e pouco sombreados, ocorrendo apenas na área de

estudo em uma única localidade. Foi tratada por Brade (1956), como A. trichomanes L.

Possui distribuição disjunta com os Andes, sendo que no Brasil é encontrada apenas na

região do Planalto do Itatiaia.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco 2400 m, III.1937, Brade

15500 (RB); sem localidade definida, VII.1956, Monteiro s. n. (RBR 4178).

23. Asplenium formosum Willd., Sp. Pl. 5(1): 329. 1810.

Encontrada recentemente na região alto montana do Parque. Cresce no interior da

floresta, sobre rochas cobertas por musgos ou como epífita as margens de córregos, a cerca

de 2000 m. Possui a lâmina pinada, linear lanceolada, cartácea a coriácea, com o ápice

agudo a acuminado. Pinas basais reduzidas a metade do comprimento das pinas medianas.

Espécie com distribuição pantropical. No Brasil pode ser encontrada do Amazonas

a São Paulo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o pico das Agulhas

Negras, 2000 m, 23.I.1997, Braga 3890 et al. (RB).

24. Asplenium harpeodes Kunze, Linnaea 18: 329. 1844.

Cresce preferencialmente no solo do interior de Floresta Alto Montana, em locais

com bastante serapilheira, podendo ser encontrada como epífita em ciateáceas e sobre

rochas próximas a córregos. Ocorre frequentemente em regiões com menores altitudes no

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Parque. Possui lâmina pinada, lanceolada, membranácea, verde clara com ápice agudo a

acuminado. Pinas medianas inseridas em ângulo reto em relação à raque, que é castanha

escura e alada.

Possui ampla distribuição neotropical, ocorrendo no Brasil apenas nas regiões

sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Cachoeira do Aiuroca, 2400 m,

12.VI.2005, Condack & Cortines 417 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2000 m,

26.IV.1989, Sylvestre 217 et al. (RB); Macieiras, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10118

(HPNI); Pedra do Eco 2400m/sm., III.1937, Brade 15504 (RB); proximidades do abrigo

Massena, 2000 m, 8.IX.2004, Condack 234 (RB) trilha Massena-Macieira, 2000 m,

28.V.2005, Condack & Cortines 388 (RB).

25. Asplenium incurvatum Fée, Cript. Vasc. Brésil 1: 69. t 18. f. 1. 1869.

Preferencialmente epífita, ocorrendo ocasionalmente como rupícola sobre rochas

cobertas por musgos. Espécie semelhante a A. serra Langsd. & Fisch. e A. campos-portoi

Brade, das quais difere por apresentar a base das pinas assimétricas, com as margens

fortemente bisserreadas, pecíolo castanho escuro a nigrescente, com escamas lineares

lanceoladas, longamente caudadas, castanhas, e por possuir esporos escuros, apresentando

a superfície reticulada, com muros densamente espinhosos (Sylvestre 2001). O registro de

A. incurvatum nas proximidades das Prateleiras (2400 m) aumenta substancialmente a

altitude de ocorrência desta espécie.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil. Ocorre nos estados do Espírito

Santo ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Prateleiras, 22.IV.1933, Campos Porto

2624 (HPNI).

26. Asplenium martianum C. Chr., Index Filic. 120. 1905.

Espécie terrícola ou rupícola, tratada por Brade (1956) como A. tamandarei

Rosenst. que a considerava um endemismo local. Sylvestre (2001) considerou A.

tamandarei sinônimo de A. martianum, pois se enquadra nas variações morfológicas desta

espécie, possuindo segmentos menores e um pouco menos atenuados, mais agudos. Difere

de A. pseudonitidum Raddi, pelo pecíolo e raque não esclerificados, pela raque glabra e

pelos esporos uniformemente cristados (Sylvestre 2001). Existem apenas dois registros

para o Parque, em localidades não muito bem definidas, o que dificultou sua recoleta.

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Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 12, s. d., Campos Porto 2254 (RB);

sem localidade específica, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 797 (RB).

27. Asplenium monanthes L., Mant. Pl. 1: 130. 1767.

Espécie facilmente encontrada em fendas de rochas e margens de trilhas em locais a

sol pleno. Segundo Sylvestre (2001), os indivíduos encontrados nos Campos de Altitude do

Planalto do Itatiaia, podem apresentar gemas dormentes nas axilas das pinas, além do

esporófito com dimensões consideravelmente maiores que a média da espécie. Possui

pecíolo castanho escuro, lustroso, com a base densamente revestida por escamas lineares a

filiformes. Lâmina pinada, linear lanceolada, coriácea, verde escura. Pinas basais

reduzidas, auriculiformes. Quando fértil, apresenta apenas um soro, ou raramente dois a

três por pina, sempre no lado basiscópico.

Espécie pantropical. No Brasil, ocorre nas regiões sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra Assentada, III.1939, Lanstyak

340 (HPNI); Pedra do Eco, 2300-2400 m, III.1937, Brade 15501 (RB); Estrada para

Agulhas Negras, proximidades do Abrigo Rebouças, 26.IV.1989, Sylvestre 229 et al. (RB);

proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 1.IV.2005, Condack 336 (RB); sem localidade

específica, 2500 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 796 (RB).

28. Asplenium praemorsum Sw., Prodr. 130. 1788.

Primeiro registro desta espécie para a região alto montana do Parque Nacional do

Itatiaia. Foi encontrada sobre rocha, às margens de um córrego no interior de mata com

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, a cerca de 2000 m. Possui lâmina lanceolada,

pinado-pinatífida, cartácea, com as pinas profundamente lobadas, com lobos cuneiformes.

Apresenta denso revestimento de escamas castanho-escuras a nigrescentes no caule,

pecíolo e raque.

Com distribuição restrita aos neotrópicos, possui ampla distribuição no Brasil,

sendo encontrada do Ceará a Santa Catarina.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha Massena-Macieira, 2000 m,

28.V.2005, Condack 387 (RB).

29. Asplenium pseudonitidum Raddi, Syn. Fil. Bras. 98. 1819.

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Ocorre preferencialmente no solo humoso no interior da Floresta Alto Montana,

geralmente próxima a base de árvores e raramente sobre rochas. Possui pecíolo e raque

castanho-avermelhados, lustrosos, diferenciando-a facilmente de A. martianum.

Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 15.IX.2004, Condack

251 (RB).

30. Asplenium raddianum Gaudich., Voy. Uranie 316. 1828.

Ocorre preferencialmente como epífita e raramente como terrícola ou rupícola. O

registro desta espécie para a região alto montana data de menos de dez anos, sendo

encontrada como rupícola a sombra, na mata de transição para os campos, a uma altitude

de 2000 m. Possui a lâmina pinada, lanceolada, membranácea, com as pinas basais um

pouco reduzidas, e a pina apical pinatífida alongada. Raque alada, glabrescente.

Com ampla distribuição na América do Sul, é encontrada no Brasil apenas nas

regiões sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o pico das Agulhas

Negras, 2000 m, 23.I.1997, Braga 3894 (RB); Estrada para o pico das Agulhas Negras,

1800 m, 23.I.1997, Braga 3895 (RB).

31. Asplenium serra Langsd. & Fisch., Ic. Fil. 16. t. 19. 1810.

Espécie preferencialmente terrícola do interior e bordas de Floresta Alto Montana,

ocorre também entre blocos de rochas nas proximidades dos picos rochosos do Planalto.

Apresenta indivíduos robustos, com folhas de até 1,5 m de comprimento, possui o caule

densamente revestido por escamas lanceoladas, castanho escuras, não acuminadas. Lâmina

pinada, cartácea, com pinas regularmente serreadas. Soros aproximados e paralelos à costa

(Sylvestre 2001).

Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída pelo Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Macieiras, trilha que leva

ao abrigo, 25.IV.1989, Sylvestre 215 et al. (RB); Pedra da Divisa, 2000 m, III.1937, Brade

15503 (RB); Pedra do Eco, 2400 m, III.1937, Brade 15502 (RB); Planalto, 2100-2200 m,

28.V.1935 Brade 14523 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004,

Sylvestre & Condack 1761 (RB).

BLECHNACEAE

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32. Blechnum andinum (Baker) C. Chr., Index Filic. 150. 1905.

Rupícola em fendas de rochas sombreadas nos picos mais altos. Semelhante a B.

penna-marina, diferindo desta por apresentar o caule ereto, lâmina foliar não pectinada,

membranácea, com nervuras indivisas.

Com distribuição disjunta com os Andes, é encontrada no Brasil apenas na Serra do

Itatiaia.

Categoria de ameaça: criticamente em perigo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2800 m, 27.V.1935,

Brade 14540 (RB); Agulhas Negras 2700-2800 m.sm., VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr.

& Brade 791 (RB).

33. Blechnum austrobrasilianum de la Sota, Bol. Soc. Argent. Bot. 16: 248. 1975.

Cresce no solo, próxima à córregos, no interior da Floresta Alto Montana, na região

conhecida como Alto dos Brejos. Espécie semelhante a B. occidentale L., diferindo desta

pela textura da lâmina cartácea e pelas pinas basais completa ou parcialmente adnatas à

raque no lado acroscópico (Dittrich 2005).

Ocorre na Bolívia, Argentina e Brasil. No Brasil é encontrada apenas nas regiões

Sudeste e Sul, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 29.X.2004, Condack

295 (RB).

34. Blechnum binervatum (Poir.) C. V. Morton & Lellinger subsp. acutum (Desv.) R. M.

Tryon & Stolze, Fieldiana Bot. n. s. 32: 64. 1993.

Cresce como terrícola ou hemiepífita, a até 2 metros. de altura no forófito, no

interior da Floresta Alto Montana da vertente norte. Possui as folhas jovens de cor rosa

intenso e apresenta dimorfismo entre as folhas férteis e estéreis. As folhas estéreis são

pinatissectas, lanceoladas, gradualmente reduzidas para o ápice e abruptamente para a base.

As férteis não possuem expansões laminares abrigando apenas os soros.

Possui distribuição neotropical, ocorrendo do sul do México à Argentina. No Brasil

está presente nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.IX.2004, Condack

260 (RB).

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35. Blechnum cordatum (Desv.) Hieron., Hedwigia 47: 239. 1908.

Tratada por Brade como B. itatiaiense Brade e, apesar de ser bastante comum na

área de estudo, o único testemunho no herbário era o própio material typus. É facilmente

encontrada no interior da Floresta Alto Montana e nas margens da estrada que leva ao

Planalto, em locais sombreados e úmidos. Possui o caule ereto revestido por escamas

castanhas, folhas dimórfas, sendo as estéreis mais curtas que as férteis, as férteis sem

expansões laminares e pecíolos revestidos por escamas castanhas semelhantes às do caule.

Nervuras livres, simples ou uma vez furcadas.

Possui distribuição neotropical. No Brasil é encontrada nas regiões sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 16.IX.2004, Condack

266 (RB); Estrada para o Planalto Km 12, 2200 m, 22.VIII.2005, Condack 439 (RB);

proximidades do abrigo Massena, 08.IX.2004, Condack 235 (RB); sem localidade definida,

2000 m, 21.VI.1930, Brade 10115 (RB).

36. Blechnum penna-marina (Poir.) Kuhn, Filic. Afr. 92. 1868.

Terrícola em solo pedregoso, encontrada abundantemente às margens da estrada a

uma altitude de 2400 m e em outras poucas localidades do Planalto. Esta espécie é

semelhante à B. andinum, diferindo desta por apresentar o caule longamente reptante,

lâmina foliar pectinada, subcoriácea, com nervuras regularmente furcadas.

Com distribuição pantropical. No Brasil é encontrada nos estados do Rio de

Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o Planalto, 2400 m,

11.IV.2005, Condack 349 (RB); Planalto 2300-2400 m, 21.II.1948, Brade 18890 (RB)

sem localidade definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10090 (RB).

37. Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr., Index Filic. 159. 1905.

Citada por Brade (1956) como B. imperiale (Fée & Glaz.) Christ. Dittrich (2005)

considera esta espécie sinônimo de B. schomburgkii, que possui uma ampla variação na

morfologia do esporófito. Pode ser encontrada no interior da Floresta Alto Montana em

locais sombrios, com folhas cartáceas, maiores, pendentes e de cor verde escura, bem como

nos Campos de Altitude a sol pleno, com folhas coriáceas, menores, mais eretas e de

tonalidade mais clara, além de apresentarem maior quantidade de indumento. Cresce

também como epífita nos pseudotroncos de Cortaderia modesta (Döll) Hack. ex Dusén

(Poaceae). Possui o caule ereto, robusto, formando cáudice, revestido no ápice por escamas

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lineares, curvas, de cor castanha como as da base do pecíolo. As folhas são dimórfas, sendo

as férteis sem expansões laminares e mais longas que as estéreis. Nervuras imersas no

tecido foliar, de difícil percepção.

Com distribuição neotropical, no Brasil pode ser encontrada da Bahia ao Rio

Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Macieiras, 21.VII.1926, Gurgil s. n.

(RB30818); Pedra do Altar, 27.IV.1989, Sylvestre et al. 233 (RB); Pedra Furada, 2500 m,

30.VIII.1989, Sylvestre et al. 281 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m,

9.IX.2004, Condack 238 (RB); trilha para Agulhas Negras, 10.II.1990, Morel et al. 316

(RB); trilha para Agulhas Negras, 2300 m, 10.II.1990, Sylvestre et al. 284 (RB); trilha para

Agulhas Negras, 10.II.1990, Morel et al. 317 (RB).

CYATHEACEAE

38. Alsophila capensis (L. f.) J. Sm. subsp. polypodioides (Sw.) Conant, J. Arnold Arbor.

64(3): 369. 1983.

Foram localizados poucos indivíduos, apenas nas proximidades do abrigo Macieira

e nos fragmentos da vertente norte. Crescem próximos a pequenos córregos, a uma altitude

de até 2000 m. Com alturas entre 1,5 e 2 m, podem ser facilmente identificados no campo

pela presença de suas aflébias com até 40 cm de comprimento desprovida de expansões

laminares.

Possui distribuição disjunta entre o sudeste da continente africano e o sudeste e sul

do Brasil. Brade (1956) referiu A. capensis (L. f.) J. Sm. como sendo do elemento

antártico.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 18.IX.2004,

Condack 286 (RB); Macieiras, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10120 (HPNI).

39. Alsophila setosa Kaulf., Enum. Filic. 249. 1824.

Encontrada apenas em um dos fragmentos da vertente norte, em local bastante

encharcado, nas proximidades de uma nascente. Possui caule com até 3 m de altura,

apresentando cicatrizes da base dos pecíolos em quase toda a planta, além de pequenos

espinhos. Em um dos indivíduos foi encontrado Asplenium harpeodes com epífita. Possui

um par de pinas basais aflebióides com expansões laminares estreitas. Alguns autores

(Conant 1983; Conant & Cooperdriver 1980 e Holtum 1981) comentam que A. setosa

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Kaulf. seria um híbrido entre A. capensis (L. f.) J. Sm. e A. sternbergii (Sternb) Conant,

fato este colocado em dúvida por Fernandes (1997), que sugere uma investigação mais

aprofundada desta questão.

Ocorre nas regiões sudeste e sul do Brasil, na Argentina e no Paraguai.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 31.X.2004,

Condack & Cortines 306 (RB).

40. Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin, Pteridophyta 262. 1929.

Tratada por Brade (1956), como Alsophilla elegans Mart., ocorre às margens da

estrada que leva ao Planalto, no interior e nas bordas dos fragmentos de Floresta Alto

Montana da vertente norte, bem como nos topos de morros, na transição para os campos,

em locais a pleno sol, a uma altitude de até 2000 m Apresenta restos das bases do pecíolos

ao longo do caule e a pina apical conforme. Possui uma enorme variação na morfologia de

sua lâmina foliar, que pode ser observada de acordo com o ambiente onde é encontrada. Os

indivíduos de áreas abertas e ensolaradas apresentam o esporófito com folhas coriáceas, de

menor comprimento e com as pinas pinatífidas. Indivíduos encontrados no interior da

floresta possuem as pinas inteiras e de consistência cartácea.

Endêmica para o Brasil ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 2000 m, 30.III.2005,

Condack 334 (RB); Macieiras, 18.VIII.1965, Andrade 461 (HPNI).

41. Cyathea dichromatolepis (Fée) Domin, Pteridophyta 262. 1929.

Encontrada apenas nos fragmentos da vertente norte, preferencialmente nos locais

mais sombreados e úmidos, a uma altitude de 1900 m. Apresenta uma enorme quantidade

de indivíduos juvenis, que podem ser facilmente identificados analisando as escamas

bicolores da base do pecíolo e pelas pínulas acuminadas, com incisões pouco profundas.

Endêmica da região sudeste do Brasil, ocorre no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio

de Janeiro e São Paulo, em altitudes entre 670 e 2000 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,

Condack 259 (RB); Macieiras, 1960 m, IX.1934, Brade 14075 (HPNI).

42. Cyathea phalerata Mart., Denkschr. Bayer. Bot. Ges. Regensburg 2: 146. 1822.

Encontrada apenas nos fragmentos da vertente norte, possui indivíduos maduros

(férteis) de pequeno porte, com 1,5 m de altura, até enormes fetos com quase dez metros,

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30

geralmente próximos a cursos de água. Apresenta indumento furfuráceo nos eixos foliares

e escâmulas alvacentas, infladas na face abaxial das pinas. Fernandes (1997) não cita a

ocorrência desta espécie para as florestas alto montanas, sendo possivelmente o primeiro

registro de sua ocorrência para esta fisionomia vegetal.

Endêmica para o Brasil, ocorrendo do Ceará à Santa Catarina.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 31.X.2004,

Condack & Cortines 307 (RB).

DENNSTAEDTIACEAE

43. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm., Hist. Fil. 295. 1875.

Terrestre, geófita de interior de mata, podendo também ser encontrada nos bordos

de trilhas e na margem da estrada que leva ao Planalto. Caule longo reptante, subterrâneo.

Folhas com até 90 cm de comprimento e 30 cm de largura, lâmina deltóide, 2 pinada-

pinatífida, de consistência cartácea e glabra em ambas as faces. Pinas opostas ou

subopostas, sésseis. Soros marginais, esporângios em uma comissura vascular,

parcialmente protegidos pela margem da lâmina revoluta.

Com distribuição pantropical, esta espécie apresenta-se bastante polimórfica,

podendo ser um complexo de espécies, ainda não bem resolvido (Smith 1995).

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Agulhas Negras 2000 m,

26.IV.1989 Sylvestre et al. s. n. (RB282281); proximidades do abrigo Massena, 2000 m,

10.IX.2004, Condack 243 (RB) sem localidade definida, 2100 m, 20.VI.1930, Brade 10257

(RB).

44. Hypolepis repens (L.) C. Presl, Tent. Pterid. 162. 1836.

Terrestre, geófita, cresce preferencialmente em bordas de matas, podendo também

ser encontrada no interior destas, em locais não muito sombreados. Foram observados

indícios de sazonalidade em relação à produção de folhas férteis, sendo que estas

sucumbiam logo após o amadurecimento dos esporos. Possui caule longo reptante,

subterrâneo, lâmina com até um metro de comprimento por 40 cm de largura, de

consistência cartácea, pubescente em ambas as faces, as pinas são alternas, pecioladas, os

soros marginais arredondados ficam encobertos pela margem da lâmina revoluta.

Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída no Brasil.

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31

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,

Condack & Cortines 293 (RB); Estrada Nova, Km 8, 2200 m, 25.III.1942, Barros 713

(HPNI); Km 12, 26.II.1936, Brade 15101 (RB); Planalto, 2100-2200 m, 28.V.1935, Brade

14497 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 10.IX.2004, Condack 245 (RB)

sem localidade definida, 2250 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 786 (RB).

45. Hypolepis rugulosa J. Sm., Bot. Mag. 72: 8. 1846.

Terrestre, geófita, ocorrente em locais abertos e bordas de mata. Também foi

observado indícios de sazonalidade em relação a produção de folhas férteis. Difere de H.

repens (L.) C. Presl, pela coloração mais escura do pecíolo, pela maior quantidade de

indumento e pelas margens das pinas mais profundamente recortadas.

Distribuição pantropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada nova Km 10, 21.II.1948, Brade

18882 (RB); Estrada nova Km 11, 2100 m, V.1950, Brade 20288 (RB); Estrada para o

Planalto, Km 11, Brejo da Lapa, 2100 m, 22.VIII.2005, Condack 440 (RB); Pedra do Echo,

2400 m, III.1937, Brade 15540 (RB); sem localidade definida, 2000 m, VI.1913,

Tamandaré de Toledo Jr. & Brade (RB1837); sem localidade definida, 2000 m, III.1937,

Brade & Tamandaré Toledo Jr. 6501 (RB).

46. Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon, J. Wash. Acad. Sci. 14: 89. 1924.

Terrestre, geófita, cresce em locais abertos, bordas de mata, e em fendas de rochas

nos Campos de Altitude, principalmente nos locais mais afetados pelas últimas queimadas

ocorridas no Parque. Possui lâmina deltóide, 2 pinado-pinatífida, fortemente coriácea, com

pecíolo e raque sulcados na face superior. Os soros são marginais, e ficam protegidos pela

margem da lâmina modificada como um falso indúsio.

Com distribuição neotropical, ocorre desde o sul do México ao Uruguai.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha para a Pedra Furada, 2400 m,

22.VIII.2005, Condack 438 (RB).

DICKSONIACEAE

47. Culcita coniifolia (Hook.) Maxon, Report Smiths. Inst. 1911: 488. pl.13, f. c.1912.

Exclusiva do interior da Floresta Alto Montana, apresenta-se bem distribuída na

área de estudo. Possui a lâmina triangular, 4-5 pinada-pinatífida, de consistência cartácea,

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chegando a quase dois metros de comprimento. Apesar de pertencer à família

Dicksoniaceae, não forma cáudice, como o gênero Dicksonia. Entretanto, possui o típico

indumento dourado na base dos pecíolos, além dos soros marginais.

Segundo Tryon & Tryon (1982), esta espécie ocorre no sul do México, América

Central, Grandes Antilhas, Venezuela, Colombia e Peru, com uma ocorrência disjunta na

Serra do Itatiaia. Fernandes (1997) verificou a ocorrência desta espécie também para o

estado de São Paulo, na Serra da Bocaina. No Brasil, cresce em altitudes entre 1850 e 2250

m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1725 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 19.VIII.2004,

Sylvestre & Condack 1779 (RB); Macieiras, Km15, 1850 m, 26.II.1945, Brade 17510

(RB); Macieiras, 2000 m, 21.VI.1930 Brade 10148 (HPNI; RB); Km 15, 2000 m,

24.V.1932, Campos Porto 2606 (HPNI); sem localidade definida, 2250m, VI.1913,

Tamandaré de Toledo Jr. 784 (RB); sem localidade definida, 2100 m, III.1937, Brade s. n.

(RB317119).

48. Dicksonia sellowiana Hook., Sp. Fil. 1: 67. 1844.

Popularmente conhecida como xaxim, ocorre preferencialmente no interior de

mata. Também pode ser encontrada às margens da estrada que leva ao Planalto. Sua

distribuição chega a uma altitude próxima aos 2200 m, no interior de um dos fragmentos

próximo ao abrigo Massena. Possui a lâmina bipinada-pinatífida gradualmente reduzida até

a base nos indivíduos adultos e alargada na base nos indivíduos jovens. Na área de estudo é

representada em sua maioria por indivíduos jovens, quase sem caule aparente. Porém, em

um dos fragmentos da vertente norte foram encontrados indivíduos com alturas próximas

aos sete metros e com circunferência a altura do peito superior a um metro, evidenciando

um bom estado de conservação deste fragmento.

Possui distribuição neotropical. No Brasil a ocorrência de Dicksonia sellowiana

assemelha-se à distribuição de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, podendo ser

encontrada nas regiões sudeste e sul, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, excetuando o

estado do Espírito Santo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,

Condack 254 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre &

Condack 1765 (RB); Macieira, KM 15, 1800 m, 18.VIII.1965, Andrade s. n. (HPNI462);

Macieira, 1900 m, 24.V.1932, Campos Porto 2603 (HPNI).

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DRYOPTERIDACEAE

49. Arachniodes denticulata (Sw.) Ching, Acta Bot. Sin. 10: 269. 1962.

Terrestre ou rupícola em locais sombreados e úmidos na Floresta Alto Montana.

Possui rizoma ereto, com as folhas aglomeradas e anadrômicas.

Possui distribuição neotropical. No Brasil, ocorre nas serras das regiões sudeste e

sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1742 (RB); Estrada Nova Km 12, 29.IV.1932, Barros 851 (HPNI);

trilha Massena x Macieira, 2000 m, 29.V.2005, Condack & Cortines 394 (RB).

50. Dryopteris wallichiana (Spreng.) Hyl., Bot. Not. 1953(3): 352. 1953.

Anteriormente identificada como D. paleacea (Sw.) C. Chr. (Brade 1956), cuja

distribuição estende-se apenas pelos paleotrópicos. Possui crescimento rosulado e um

denso revestimento de escamas douradas, paleáceas no pecíolo, raque e lâmina foliar. Em

alguns casos, pode ser considerada caméfita devido a formação de um pequeno

pseudotronco. Ocorre no interior e bordos da Floresta Alto Montana.

Com distribuição neotropical, é encontrada nas regiões sudeste e sul do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Planalto, 2100-2200 m, 28.V.1935,

Brade 14503 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre &

Condack 1759 (RB); sem localidade definida, 1900 m, 1937, Brade & Lanstyak s. n.

(HPNI4162); sem localidade definida, 2000 m, 22.VI.1930, Brade 10140 (HPNI); sem

localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. 787 (RB).

51. Polystichum bradei Rosenst., Hedwigia 56: 365. 1915.

Foi registrada para uma única localidade no Parque, no interior de pequenos

fragmentos de Floresta Alto Montana, às margens da estrada que leva ao Planalto, nas

proximidades do Brejo da Lapa a uma altitude de 2100 m Possui rizoma ereto, revestido

por escamas lanceoladas, castanhas, lâmina pinada, com os segmentos curto peciolados,

com margem serreada e formando uma aurícula no lado acroscópico, raque densamente

revestida por escamas lanceoladas-filiformes, de cor marrom escura.

Endêmica para a região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia.

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Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2100 m, 13.VI.2005,

Condack & Cortines 419 (RB); Estrada para Agulhas Negras, Brejo da Lapa, 26.IV.1989,

Sylvestre et al. 216 (RB); sem localidade definida, VI.1913, Brade s. n. (RB4525).

52. Polystichum platyphyllum (Willd.) C. Presl, Tent. Pterid. 84. 1836.

Encontrada às margens da estrada que leva ao Planalto, em altitudes entre 1800 e

2000 m É reconhecida por apresentar gema na axila da pina distal, pínulas ovadas, com o

ápice agudo, pinas distais fortemente desiguais.

Com distribuição neotropical, ocorre do sul do México ao Paraguai e norte da

Argentina.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 328 (RB); Km 10, III.1937, Brade 15542 (RB).

53. Polystichum rochaleanum (Glaz.) Fée, Cript. Vasc. Brésil 2: 69. t 99. f. 2. 1872.

Tratada por Brade (1942) como P. aculeatum var. rochaleanum Luetzelb., espécie

endêmica para o Parque. Com um amplo número de variedades, P. aculeatum (L.) Roth ex

Mert., encontra-se bem distribuída pelas regiões tropicais do globo. Estudos mais

aprofundados são necessários para se estabelecer a real cicunscrição desta espécie e suas

variedades. Porém Barrington (1995) considera que o nome P. aculeatum deve ser aplicado

apenas aos indivíduos do velho mundo. Sua ocorrência na área de estudo está restrita a

fendas de rochas nos picos mais altos. Possui lâmina bipinada, lanceolada, longo

acuminada, glabras, com até 40 cm de comprimento, pecíolo longo e canaliculado.

Endêmica localmente.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2700 m, 27.V.1935,

Brade 14536 (RB); base da Pedra Assentada, 2200 m, 1937, Brade e Lanstyak s. n.

(HPNI4217); Pedra do Altar, 2500 m, III.1937, Brade 15543 (RB); sem localidade

definida, 2200 m, 25.V.1932, Campos Porto 2604 (HPNI); sem localidade definida, 2300

m, 20.VI.1930, Brade 10092 (RB); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré

de Toledo Jr. & Brade 778 (RB).

54. Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching, Sinensia 5: 70. 1934.

Tratada por Dusén (1905) como Aspidium capense Willd. e por Brade (1956), como

Polystichum quadrangulare Fee, encontra-se bem distribuída na região alto montana do

Parque, sendo uma das espécies de maior amplitude ecológica. Pode ser encontrada como

Page 45: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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terrestre, rupícola ou epífita, ocorrendo em várias alturas no forófito. Habita tanto o

interior, quanto os bordos da Floresta Alto Montana, podendo crescer no interior de

touceiras de Cortaderia modesta, ou entre blocos de rochas nos Campos de Altitude.

Apresenta alta plasticidade fenotípica de acordo com o ambiente onde é encontrada,

possuindo folhas mais expandidas e de consistência cartácea com pinas dispostas em

ângulo mais aberto em relação à raque em locais protegidos da incidência direta do sol e

folhas mais estreitas, coriáceas com as pinas mais curtas e dispostas em ângulo agudo em

relação à raque, nos locais mais ensolarados. O caule geralmente é longo reptante e

densamente revestido por escamas castanho claras.

Distribuição pantropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,

Condack 282 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre &

Condack 1768 (RB); Rio d'ouro, 2200 m, IX.1934, Brade 14084 (RB).

GLEICHENIACEAE

55. Dicranopteris nervosa (Kaulf.) Maxon, Contr. U. S. Natl. Herb. 24: 49. 1922.

Exclusiva de áreas abertas e ensolaradas, ocorre preferencialmente em barrancos ao

longo da estrada que leva ao Planalto e nos bordos de trilha, ou sobre rochas nos Campos

de Altitude. Possui o rizoma rasteiro revestido de pêlos rígidos castanhos. A lâmina é

pinada com duas pinas geminadas largas, lanceoladas, com segmentos acessórios lineares

longos e nervuras 3-4 vezes furcadas. A gema central é geralmente abortiva e revestida por

pêlos articulados.

Com distribuição restrita ao sul da América do Sul, ocorre na Argentina, Paraguai,

Uruguai e nas regiões sudeste e sul do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Macieira, Km 17,

18.VIII.1965, Andrade s. n. (HPNI2773); Km 15, 24.V.1932, Campos Porto 2608 (HPNI);

Macieira 2000 m, 26.VI.1930, Brade 10154 (HPNI); Planalto, 19.X.1922, Kuhlmann

(RB33278); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 2.IV.2005, Condack 342 (RB).

56. Sticherus revolutus (Kunth) Ching, Sunyatsenia 5(4): 285. 1940.

Exclusiva de áreas abertas e ensolaradas, ocorre preferencialmente em barrancos ao

longo da estrada que leva ao Planalto e nos bordos de trilha, bem como em fendas de rocha

nos Campos de Altitude, principalmente nos locais aparentemente afetados pelas últimas

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queimadas ocorridas no Parque. Possui o rizoma rasteiro, tortuoso, densamente revestido

por escamas ferrugíneas, lanceoladas de bordos denteados. A lâmina é dicotomicamente 3-

4 vezes dividida em pinas lineares, os segmentos são coriáceos com bordos encurvados de

tonalidade verde-azulada na face abaxial. A gema é geralmente abortiva e revestida por

escamas alvas.

Distibuição neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Altos dos Brejos, 1900 m, 16.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1744 (RB); Km 15, 24.V.1932, Campos Porto 2608 (RB); Macieira,

22.VIII.1926, Gurgil s. n. (RB33277); Planalto, 2200 m, 20.VI.1930, Brade 10091 (HPNI);

Rosa das Agulhas, 21.VII.1926, Gurgil s. n. (RB33261); sem localidade definida, 2200 m,

VIII.1933, Brade 12625 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de

Toledo Jr. & Brade 823 (RB).

GRAMMITIDACEAE

57. Ceradenia albidula (Baker) L. E. Bishop, Amer. Fern J. 78(1): 4. 1988.

Tratada por Brade (1956) como Polypodium albidulum Baker. É uma espécie

epífita de interior de mata em locais sombrios e úmidos. Possui lâmina cartácea, recoberta

por tricomas glandulares brancos, em ambas as faces.

Endêmica para a região sudeste e sul do Brasil, do Espírito Santo ao Rio Grande do

Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,

Condack 271 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 10.IX.2004, Condack 271

(RB); Km 13, 1800 m, VIII.1933, Brade 12624 (RB); Macieiras, 1800 m, 1.III.1950, Brade

20206 (RB); sem localidade definida, 2100 m., III.1937, Brade s. n. (RB326531).

58. Cochlidium punctatum (Raddi) L. E. Bishop, Amer. Fern J. 68(3): 86. 1978.

Epífita de interior de mata, podendo também crescer sobre rochas coberta por

humos, em locais à sombra, próximos a rios e córregos. Lâmina linear, inteira. Soros

concentrados no ápice da lâmina, formando cenosoros.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 30.X.2004,

Condack & Cortines 302 (RB); caminho para Macieiras, 25.IV.1989, Sylvestre et al. 212

(RB); Planalto, Pinheiral, IX.1937, Lanstyak 55 (HPNI); Prateleiras, 10.IV.1933, Campos

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Porto 2649 (HPNI); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 29.V.2005, Condack & Cortines

393 (RB).

59. Lellingeria apiculata (Kunze ex Klotzsch) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J.

81(3): 83. 1991.

Rupícolas ou epífitas próximas ao solo, sendo ocasionalmente encontradas no solo

em locais com densa camada de serapilheira, no interior da Floresta Alto Montana, em

áreas sombreadas e úmidas. Pecíolos densamente pilosos, lâmina oblongo lanceolada, com

dois ou três segmentos basais reduzidos e o segmento terminal alongado, flabeliforme.

Possui distribuição neotropical. No Brasil, ocorre da Bahia ao Paraná.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,

Condack 272 (RB); Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade 14067 (RB); Prateleiras, IX.1933,

Brade 12686 (RB).

60. Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) Labiak, Brittonia 52 (3): 248. 2000.

Tratada por Brade (1956) como Polypodium tenuiculum var. brasiliense Rosenst.,

ocorre como epífita ou raramente como rupícola. Possui raque glabra adaxialmente, lâmina

coriácea, lanceolada, pinatissecta, reduzida gradualmente para a base, com cinco ou mais

segmentos auriculiformes e ápice terminando em um segmento flabeliforme (Labiak &

Prado 2005a).

Endêmica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Está restrita às Serras da

Bocaina, do Itatiaia e dos Órgãos, em altitudes superiores a 1000 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco, 2300 m, III.1937, Brade

s. n. (RB171185); Rio das Flores, 2200 m, 27.II.1936, Brade 15100 (RB); sem localidade

definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10185 (HPNI); sem localidade definida, 2400 m,

VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 768 (RB).

61. Lellingeria brevistipes (Mett. ex Kuhn) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3):

83. 1991.

Ocorre como epífita no interior da Floresta Alto Montana, em locais sombreados e

úmidos. Espécie semelhante a L. brasiliensis (Rosenst.) Labiak, diferindo desta por

apresentar as escamas do caule glabras, sem cílios na margem, além da raque imersa no

tecido laminar.

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Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil. Está restrita as regiões montanhosas

de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,

Condack 268 (RB); Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade 14069 (RB).

62. Lellingeria myosuroides (Sw.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81: 85. 1991.

Tratada por Brade (1956), como Polypodium strictissimum (Hook.) Hieron. Ocorre

como epífita ou rupícola, no interior da Floresta Alto Montana, em locais sombreados e

úmidos. Pode ser caracterizada pelas folhas dimórfas, com a porção estéril pinatissecta e a

fértil apenas crenulada ou serreada, e pelas escamas do caule com um único cílio apical.

Com distribuição pantropical, ocorre no Brasil apenas nos estados do Amazonas, no

Pico da Neblina, e do Rio de Janeiro, no Planalto do Itatiaia, ambos os registros em

altitudes superiores a 2000 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, cachoeira do Aiuroca, 2400 m,

12.VI.2005, Condack & Cortines 416 (RB); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913,

Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 773 (RB).

63. Lellingeria organensis (Gardner) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3): 83.

1991.

Tratada por Brade (1956) como Polypodium organense (Gardner) Mett., ocorre

como epífita, no interior da Floresta Alto Montana, ou em pequenas arvoretas encontradas

nos enclaves de rocha da base dos picos mais altos. Possui a face abaxial da lâmina

densamente recoberta por tricomas hialinos ou levemente amarelados, com soros

alongados, por vezes recobrindo toda a superfície abaxial da lâmina.

Endêmica do Brasil, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul em florestas alto

montanas.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2400 m, 27.V.1935,

Brade 14539 (RB); Estrada Nova, Km 15, 2400 m, V.1950, Brade 20297 (RB); Pinheiral,

2200 m, IX.1934, Brade 14028 (RB); sem localidade definida, 2000 m, III.1937, Brade s.

n. (RB227490); sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. &

Brade 761 (RB).

64. Lellingeria schenckii (Hieron.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3): 83.

1991.

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Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Espécie semelhante a L. organense,

diferindo desta por apresentar a lâmina mais estreita (até 0,3 cm de larg.), pelas escamas do

caule lineares e a raque alada não atingindo mais que 1/3 da largura da lâmina (Labiak &

Prado 2005a).

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil. Ocorre em altitudes superiores a 1000

m nos estados do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha para o Alto dos Brejos, 1900 m,

28.X.2004, Condack 289 (RB).

65. Lellingeria tamandarei (Rosenst.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(30: 83.

1991.

Tratada por Brade (1956), como Polypodium tamandarei Rosenst., ocorre como

rupícola nos Campos de Altitude em locais pouco sombreados e úmidos. Caracteriza-se

pela lâmina linear-lanceolada, gradativamente reduzida para a base, sendo os últimos

segmentos basais, auriculiformes. Apresenta tricomas hialinos, levemente amarelados,

distribuídos esparsamente sobre a raque.

Endêmica para a região sudeste do Brasil, está restrita às cadeias de montanhas da

Serra da Mantiqueira e do Mar, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Rio das Flores, 2200 m, IX.1934,

Brade 14030 (RB), sem localidade definida, 2300 m, 21.VI.1930, Brade 10104 (HPNI).

66. Lellingeria wittigiana (Fée) A. R. Sm. & R. C. Moran, Amer. Fern J. 81(3): 83. 1991.

Tratada por Brade (1956), como Polypodium wittigianum (Fée) Christ. in Schwake,

ocorre como epífita no interior da Floresta Alto Montana, ou como rupícola em locais

sombreados nos picos mais altos. Caracteriza-se por apresentar as folhas lineares, lâmina

pinatífida ou apenas crenulada, e as escamas com um único cílio apical, caduco. Pertence

ao grupo de L. myosuroides, diferindo desta por apresentar a porção da folha estéril

pinatífida e a porção fértil inteira ou apenas levemente crenulada, sendo os segmentos da

porção estéril com base simétrica ou apenas levemente assimétrica e perpendicular à raque.

Endêmica para a região sudeste do Brasil, está restrita às Serras da Mantiqueira e

dos Órgãos, nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2500 m, s. d., Brade

14538 (RB); caminho para Pedra Furada, 2400 m, 22.VIII.2005, Condack 436 (RB);

Estrada Nova Km 15. 2400 m, V.1950, Brade 20300 (RB); Pedra do Eco, 2400 m,

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40

III.1937, Brade 15544 (RB); Pico das Agulhas Negras, 2700 m, VI.1923, Tamandaré de

Toledo Jr. & Brade 774 (RB).

67. Melpomene flabelliformis (Poir.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430. 1992.

Tratada por Brade (1956), como Polypodium rigescens Bory ex Willd., ocorre

preferencialmente como rupícola em áreas abertas, ocasionalmente pode ser encontrada

como epífita ou terrícola. É uma das maiores espécies do gênero Melpomene, chegando a

mais de 20 cm de comprimento. Caracteriza-se por apresentar a raque glabra adaxialmente,

pelo caule longo reptante e pela presença de setas abaxialmente na raque e entre os

esporângios.

Com distribuição pantropical, ocorre na América Central, Venezuela, Colômbia,

Equador, Peru, Brasil, Hispaniola, África e Madagascar. No Brasil é encontrada em

altitudes superiores a 1500 m, nas cadeias montanhosas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e

São Paulo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2700 m, 11.IX.2004,

Condack & Cortines 246 (RB); Agulhas Negras, 2750 m, 18.VII.1930, Kaempfe s. n.

(RB87296); along road to Agulhas Negras (ca 22º 25’S – 44º 40’W), elevation 2.000 –

2.600 m, 18.X.1977, Landrum 2107 (RB); Alto dos Brejos, 1900 m, 14.IX.2004, Condack

248 (RB); caminho para Pedra Furada, 2400 m, 22.VIII.2005, Condack 437 (RB); Estrada

nova, Km 15, 2400 m, V.1950, Brade 20299 (RB); Macieiras, 24.V.1932, Campos Porto

2605 (RB; HPNI); Prateleiras, 2500 m, 5.V.2005, Condack & Barros 364 (RB);

proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1780 (RB);

sem localidade definida, 2300 m,VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade s. n.

(RB31730).

68. Melpomene melanosticta (Kunze) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430. 1992.

Semelhante a M. moniliformis, diferencia-se desta por apresentar o caule ereto,

curto, com escamas deltóides com a base mais larga. Ocorre como epífita ou rupícola,

desde o nível do mar até 2500 m e, apesar de sua ampla distribuição geográfica, é um táxon

pobremente representado nos herbários (Labiak & Prado 2005b). O único registro desta

espécie para o Parque encontra-se depositado no herbário do Instituto de Botânica de São

Paulo (SP).

Amplamente distribuída pelos neotrópicos.

Page 51: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

41

Material testemunho: Parque Nacional do Itatiaia, 22º 25’S, 44º 41’W, 2500 m,

4.XI.1965, Eiten & Eiten 6571 (SP); não visto.

69. Melpomene moniliformis (Lag. ex Sw.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430.

1992.

Tratada por Brade como Polypodium moniliformis Lag. ex Sw., ocorre

preferencialmente como rupícola nos picos mais altos, podendo também crescer como

epífita em pequenas arvoretas, nos enclaves de rochas, dos Campos de Altitude.

Caracteriza-se por apresentar o caule reptante, com o pecíolo e raque desprovidos de setas

nigrescentes.

Amplamente distribuída pela região neotropical, do sul do México ao norte da

Argentina. No Brasil ocorre no Monte Roraima, no estado do Amazonas e nas Serras do

Itatiaia e dos Órgãos, no estado do Rio de Janeiro.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 25.V.1932, Campos

Porto 2597 (RB); Agulhas Negras, 18.VIII.1948, Occhioni 1145 (RB); along road to

Agulhas Negras 2.000 – 2.600 m, 18.X.1977, Landrum 2136 (RB); base da Agulhas

Negras, 25.V.1932, Campos Porto 2597 (HPNI); Estrada Nova, Km 15, 2400 m, V.1950,

Brade 20298 (RB); Prateleiras, 1938, Lanstyak 360/361 (HPNI); sem localidade definida,

2300 m, III.1937, Brade 16111 (RB); sem localidade definida, 2400 m, IV.1913, Brade

1933 (RB); sem localidade definida, 2750 m, 02.III.1931 Kaempfe s. n. (RB87295).

70. Melpomene peruviana (Desv.) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon 2(4): 430. 1992.

Ocorre como rupícola, formando densos agrupamentos. São plantas de pequeno

porte, não ultrapassando 12 cm de comprimento. Apresenta setas caducas na face adaxial

da raque, que podem estar ausentes, nos materiais antigos.

Possui distribuição restrita a América do Sul, ocorrendo no Equador, Peru, Bolívia,

Brasil e Argentina. No Brasil é encontrada nas regiões montanhosas do Rio de Janeiro e sul

de Minas Gerais.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 20.X.1920, Campos

Porto 1123 (RB); estrada para Agulhas Negras, 2200 m, 5.V.2005, Condack & Barros 369

(RB); Pico das Agulhas Negras, 2650 m, 04.VI.1966, Carauta 333 (RB); Prateleiras,

III.1938, Lanstyak 362 (HPNI).

Page 52: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

42

71. Melpomene pilosissima (M. Martens & Galeotti) A. R. Sm. & R. C. Moran, Novon

2(4): 431. 1992.

Rupícola ou epífita. Possui denso revestimento de setas castanhas, no pecíolo e

raque e na face abaxial do tecido laminar.

Possui distribuição neotropical. Labiak & Prado (2005b) afirmam que esta é uma

das espécies do gênero mais comuns no Brasil, sendo encontrada nas regiões de domínio

da Mata Atlântica de Minas Gerais a Santa Catarina.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada nova, Km 15, 2500 m, V.1950,

Brade 20305 (RB); estrada para Agulhas Negras, Planalto, 2400 m, 5.V.2005, Condack &

Barros 365 (RB); Macieiras, 1900 m, IX.1932, Campos Porto 14068 (RB); sem localidade

definida, 2200 m, III.1937, Brade s. n. (RB170997).

72. Terpsichore achilleifolia (Kaulf.) A. R. Sm., Novon 3: 486. 1993.

Tratada por Brade (1956) como Polypodium achilleifolium Kaulf., ocorre como

epífita ou rupícola e ocasionalmente como terrícola em locais com densa camada de

serapilheira, no interior das florestas alto montanas. Pode ser facilmente reconhecida pela

lâmina pinatissecto-pinatífida, revestida por setas castanhas e pelas escamas do caule

paleáceas, glabras.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, ocorrendo geralmente em

altitudes superiores a 1000 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 28.X.2004,

Condack & Cortines 290 (RB); Pinheiral, 2200 m, 25.III.1942, Brade 17353 (RB).

73. Terpsichore gradata (Baker) A. R. Sm., Novon 3(4): 486. 1933

Epífita ou rupícola. Pode ser reconhecida pela lâmina cartácea, lanceolada,

pinatisaecta, diminuindo gradativamente para o ápice e para a base. Possui setas castanhas

em ambas as face da lâmina e raque e escamas paleáceas no caule.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, crescendo em altitudes entre 1000

e 2000 m.

Material testemunho: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 1780 m,

30.VII.1966, Eiten & Eiten 7647 (SP); sem localidade definida, 1800-1850 m,

31.VII.1966, Eiten & Eiten 7742A (SP); Vicinity of Macieiras, 1960 m, 09.I.1929, Smith s.

n. (GH); não vistos.

Page 53: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

43

74. Terpsichore reclinata (Brack.) Labiak, Brittonia 52(3): 253. 2000.

Epífita de interior de mata. Espécie semelhante a Terpsichore cultrata (Bory ex

Willd.) A. R. Sm., não ocorrente na área de estudo, da qual se diferencia por apresentar os

segmentos oblongos, com a base conspicuamente assimétrica, fortemente cuneada

acroscopicamente e decorrente basioscopicamente, e pelas escamas do caule paleáceas.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil.

Material testemunho: Parque Nacional do Itatiaia, Retiro dos Ramos, 15.V.1902, Dusén

163 (R); não visto.

75. Zygophlebia longipilosa (C. Chr.) L. E. Bishop, Amer. Fern J., 79(3): 109. 1989.

Epífita de interior e borda de mata. Na área de estudo foi encontrada na transição

para os Campos de Altitude da vertente norte. Caracteriza-se pelo denso revestimento de

setas castanhas no pecíolo e na face adaxial da lâmina e pelas escamas do caule castanhas,

brilhantes.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, ocorrendo nos estados do Rio de

Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 28.X.2004,

Condack 290 (RB).

HYMENOPHYLLACEAE

76. Hymenophyllum asplenioides (Sw.) Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 98. 1801.

Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. É caracterizada pela

lâmina glabra com os últimos segmentos curtos e anádromos. Sehnem (1971) comenta que

os exemplares do Itatiaia são maiores que a média e estranha a ocorrência desta espécie

tropical, no alto de uma serra cujo inverno é bastante rigoroso.

Com distribuição neotropical, ocorre no Brasil nos estados de Minas Gerais ao Rio

Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 12, 22.VI.1930, Brade 10167

(HPNI).

77. Hymenophyllum caudiculatum Mart., Ic. Cr. Bras. 102 t. 67. 1834.

Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. É caracterizada pelo

pecíolo alado e pela ausência de qualquer tipo de indumento.

Page 54: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

44

Com distribuição restrita à América do Sul, ocorre no Peru, Chile e Brasil. No

Brasil é encontrada no estado do Amazonas e de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pinheiral, 2100 m, III.1937, Brade

15555 (RB); Km 12, 22.VI.1930, Brade 10168 (HPNI).

78. Hymenophyllum crispum Humb., Bompl. et Kuhn, Nov. Gen. et. Sp. Pl. 1: 26. 1815.

É uma espécie geralmente epífita no interior de floresta. Entretanto não existem

registros quanto aos substratos e ambientes em que se desenvolvem na área de estudo. É

reconhecida pelas lâminas estreitas lineares, ondulado-crespas, com esparso revestimento

de pêlos estrelares pedunculados nos bordos e nas nervuras.

Distribuição neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 2300 m,

VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 779 (RB).

79. Hymenophyllum fucoides (Sw.) Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 99. 1801.

Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. Possui lâmina de cor

verde escura com margem serreada e raque alada.

Possui distribuição neotropical. No Brasil, está restrita aos estados das regiões

sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 21.VII.1926, Gurgil s.

n. (RB25122); Alto dos Brejos, 16.IX.2004, Condack 274 (RB); Brejo da Lapa,

15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1721 (RB); sem localidade definida, 2300 m,

21.VI.1930, Brade 10186 (HPNI); sem localidade definida, 2500 m, VI.1913, Tamandaré

de Toledo Jr. & Brade 780 (RB).

80. Hymenophyllum peltatum (Poir.) Desv., Mem. Soc. Linn. Paris 6: 333. 1827.

Epífita ou rupícola, em locais sombreados e úmidos, nos Campos de Altitude.

Espécie semelhante a H. fucoides, porém de menor porte, com até 5 cm de comprimento e

2 cm de largura, de cor verde escura, marrom quando seca, com a margem levemente

serreada e a raque pouco alada.

Distribuição pantropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Rio das Flores, 2300 m, IX.1934,

Brade 14031 (RB); Rio das Flores, 2200 m, III.1937, Brade 15554 (RB).

Page 55: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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81. Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 102. 1801.

Epífita ou sobre rochas cobertas por musgos. Pode ocasionalmente ser encontrada

no solo, sobre a camada de serapilheira. Possui raque alada e lâmina deltóide-lanceolada,

glabra, com margem lisa.

Com distribuição pantropical, encontra-se amplamente distribuída no Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,

Condack 294 (RB); Estrada para torre de TV, após bifurcação para Macieiras, 1800 m,

25.IV.1989, Sylvestre et al. 214 (RB); Planalto, 2100 m, III.1937, Brade 15551 (RB);

proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1753 (RB);

sem localidade definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de toledo Jr. & Brade 782 (RB).

82. Hymenophyllum rufum Fée, Cryp. Vasc. Brésil 1: 198. t. 70.f. 4. 1869.

Epífita de interior da Floresta Alto Montana. É facilmente reconhecida por

apresentar a lâmina pêndula densamente revestida por pêlos estrelares.

Possui distribuição neotropical. No Brasil, está restrita aos estados das regiões

sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,

Condack 287 (RB); Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1724 (RB);

Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade 14070 (RB); sem localidade definida, 2100 m,

III.1937, Brade 15553 (RB).

83. Trichomanes angustatum Carmich., Trans. Linn. Soc. London 12: 513. 1819.

Epífita de interior da Floresta Alto Montana. Cresce preferencialmente nos cáudices

de ciateáceas. Possui rizomas filiformes, densamente curto-pilosos e a lâmina pinado-

tripinatífida.

Possui distribuição neotropical. No Brasil, está restrita aos estados das regiões

sudeste e sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 17.IX.2004,

Condack 278 (RB).

84. Trichomanes lucens Sw., Prodr. 136. 1788.

Epífita ou rupícola no interior da Floresta Alto Montana. É caracterizada por

apresentar o pecíolo, raque e lâmina densamente revestidas de pêlos avermelhados.

Neotropical.

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Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 12-13, 1800 m, 23.VI.1930, Brade

10169 (HPNI, R); Km 13, 27.II.1936, Brade 15104 (RB).

85. Trichomanes rigidum Sw. Prodr. 137. 1788.

Cresce sobre rochas e barrancos às margem de córregos, no interior da Floresta

Alto Montana. Possui o rizoma robusto, lâmina segmentada, deltoide, bipinada pinatífida a

até 4-pinada.

Possui distribuição pantropical. Encontra-se amplamente distribuída no Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 17.IX.2004,

Condack 275 (RB); Macieiras, 1900 m.s.m, IX.1933, Brade 12690 (RB).

LOMARIOPSIDACEAE

86. Elaphoglossum alpestre (Gardner) T. Moore, Index Fil. 5. 1857.

Terrícola ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. Tratada por Brade

(1956) como E. hirtipes (Fée) Brade, é semelhante a E. acrocarpum, E. beaurepairei e E.

organense, porém é facilmente distinguível destas por apresentar o rizoma longamente

reptante guarnecido de escamas castanhas lanceoladas, com folhas relativamente bem

afastadas. Limbo das folhas estéreis oblongos quatro ou mais vezes compridos do que

largos, as folhas férteis são longamente pecioladas e estendem-se em maior comprimento

que as estéreis.

Endêmica do estado do Rio de Janeiro.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 330 (RB); Pinheiral, 2200 m, IX.1934, Brade 14088 (RB); sem localidade

definida, 2100 m, III.1937, Brade 15518 (RB).

87. Elaphoglossum blanchetii (Mett) C. Chr., Index Filic. 303. 1905.

Terrestre ou epífita em pequenos fragmentos florestais, nos enclaves de rochas na

base do Pico das Agulhas Negras. Plantas geralmente com mais de 20 cm de comprimento,

rizoma curto reptante provido de escamas estreitas lanceoladas com o ápice crespo. Folhas

férteis longamente pecioladas, de comprimento igual às estéreis ou ultrapassando um

pouco em altura.

Endêmica do Brasil. Ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Page 57: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, base das Agulhas Negras, 14.IV.1949,

Radrid s. n. (RB87726).

88. Elaphoglossum beaurepairei (Fée) Brade, Rodriguesia 3(9): 115. 1937.

Terrícola ou rupícola no interior da Floresta Alto Montana. Possui o rizoma curto,

ereto, guarnecido de escamas lanceoladas avermelhadas. Limbo das folhas estéreis com a

base obtusa, pecíolos curtos guarnecidos de escamas avermelhadas. Folhas férteis

excedendo as folhas estéreis, principalmente devido ao seu longo pecíolo.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais ao Paraná.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 330 (RB); caminho para Rio D’Ouro, 2200 m, IX.1934, Brade 14096 (HPNI).

89. Elaphoglossum burchellii (Baker) C. Chr., Index Filic. 304. 1905.

Terrícola ou sobre rochas, em locais sombreados e úmidos, no interior da Floresta

Alto Montana ou nos Campos de Altitude. Rizoma curto reptante, folhas estéreis

aproximadas, dísticas, com o limbo estreitamente linear lanceolado, de cor verde escura e

margens lisas. Folhas férteis excedendo as estéreis em comprimento.

Venezuela e no Brasil nos estados da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Rio das Flores, 2000 m, III.1937, Brade

15524 (RB).

90. Elaphoglossum edwallii Rosenst., Hedwigia 56: 371. 1915.

Terrícola ou rupícola em locais sombreados. Rizoma curto, densamente guarnecido

de escamas linear lanceoladas de cor castanha escura e margem denteada. Pecíolo das

folhas estéreis guarnecidos de escamas semelhantes às do rizoma. Face inferior do limbo

estéril densamente revestido de escamas ovais longamente ciliadas. Ápice das folhas

estéreis terminando em uma longa cauda de até 2 cm de comprimento. Folhas férteis não

excedendo as estéreis.

Endêmica das regiões Sudeste e sul do Brasil, porém bem distribuída em todos os

estados.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,

Condack 288 (RB); Macieira, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10142 (HPNI); Rio d'ouro, 2200

m, IX.1934, Brade 14054 (RB); sem localidade definida, 2000-2300 m, III.1937, Brade

15523 (RB).

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91. Elaphoglossum erinaceum (Fée) T. Moore, Index Filic. 9. 1857.

Terrícola ou rupícola nos Campos de Altitude. Rizoma curto, guarnecido de

escamas longas, crespas, castanho-nigrescentes. Folhas estéreis com a margem guarnecida

de escamas castanho-escuras. Limbo verde escuro, oval, curtamente acuminado com a base

geralmente arredondada. Folhas férteis com limbo ovóide e ápice lanceolado aguçado, de

comprimento igual as estéreis.

Neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o Planalto, Km 11, 2200

m, 10.VI.2005, Condack 400 (RB); Prateleiras, proximidades da Pedra da Maçã, 2400 m,

19.VIII.2005, Condack 427 (RB); sem localidade definida, 2200-2400 m, III.1937, Brade

15515 (RB); sem localidade definida, 2400 m, III.1937, Brade 15516 (RB).

92. Elaphoglossum gayanum (Fée) T. Moore, Index Filic. 10. 1857.

Espécie preferencialmente rupícola, podendo ser encontrada como terrícola ou

epífita em locais expostos ao sol. Possui ampla distribuição na área de estudo, sendo

encontrada fértil na maior parte do ano. Tratada por Brade como E. brasiliense (Spr.)

Christ, possui folhas de consistência coriácea, de cor verde clara, com margem encurvada e

base decurrente. Folhas férteis ultrapassam um pouco as estéreis

Ampla distribuição neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2750 m, 27.V.1935,

Brade 14510 (RB); Caminho Rebouças x Massena, 2400 m, 19.VIII.2004, Sylvestre &

Condack 1783 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2100 m, 26.IV.1989, Sylvestre et al.

221 (RB); Estrada para Agulhas Negras, proximidades do Abrigo Rebouças, 26.IV.1989,

Sylvestre et al. 230 (RB); Km 13, 8.I.1947, Aparício & Edmundo 906 (RB); Macieira, 1800

m, 27.II.1945, Brade 18003 (RB); Pedra do Eco, 2400 m, 21.VIII.2005, Condack 430

(RB); proximidades das ruínas da antiga estação meteorológica, 2200 m, 27.V.2005,

Condack & Cortines 386 (RB); Rio das Flores, 2200 m, IX.1934, Brade 14091 (RB); sem

localidade definida, 2000 m, III.1937, Brade 15527 (RB); sem localidade definida, 2300 m,

VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 818 (RB).

93. Elaphoglossum insigne (Fée) Brade, Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5: 56. 1956.

Terrícola, epífita ou rupícola, ocorrendo preferencialmente em locais sombreados e

úmidos. Rizoma, pecíolo, costa e margem das folhas densamente guarnecidas de escamas

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castanho-escuras. Limbo das folhas estéreis com até 40 cm de comprimento e com a base

obtusa. Folhas férteis com os pecíolos quase glabros, limbo ovóide-lanceolado, não

excedendo em comprimento às folhas estéreis.

Endêmica para a região sudeste do Brasil, ocorrendo nos estados do Rio de Janeiro

e São Paulo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pinheiral 2100 m, III.1937, Brade

15511 (RB); trilha Massena-Macieiras, 2000 m, 02.IV.2005, Condack 337 (RB).

94. Elaphoglossum itatiayense Rosenst., Hedwigia 56: 370. 1915.

Terrícola, epífita ou rupícola, ocorrendo no interior da Floresta Alto Montana,

ocasionalmente nos Campos de Altitude, em locais sombreados, formando populações

densas. Rizoma curto reptante, revestido de escamas marrom claras. Lâmina longa,

geralmente com mais de 3 cm de largura e até 40 cm de comprimento, com o centro mais

largo e ápice acuminado. As veias laterais partem da costa em ângulo de 65–70°, limbo

com consistência coriácea. As folhas férteis são longo pecioladas, mas não excedem as

estéreis em comprimento.

Endêmica para a região sudeste do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais,

Rio de Janeiro e São Paulo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,

Condack 252 (RB); proximidades de abrigo Massena, 2000 m, 9.IX.2004, Condack 240

(RB); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 2.IV.2005, Condack 338 (RB); sem localidade

definida, 2000 m, III.1937, Brade 15526 (RB); sem localidade definida, 2300 m, III.1937,

Brade 15528 (RB).

95. Elaphoglossum liaisianum (Glaz. ex Fée) Brade, Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5:

56. 1956.

Rupícola em locais expostos ao sol ou pouco sombreados, principalmente nos picos

mais altos. Rizoma curto reptante, guarnecido de escamas lanceoladas castanho escuras.

Folhas férteis excedendo um pouco as estéreis, ambas densamente guarnecidas de escamas

caducas hialinas na face adaxial, e ferrugíneas com margem ciliadas na face abaxial,

cobrindo quase que totalmente os esporângios quando jovens. Espécie semelhante a E.

viscidum, porém facilmente distinguível desta pelas escamas da face adaxial das folhas

estéreis, que são esbranquiçadas, ovais com margem ciliada.

Endêmica para o Planalto do Itatiaia.

Page 60: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

50

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, base das Prateleiras, proximidades da

Pedra da Tartaruga, 26.IV.1989, Sylvestre et al. 231 (RB); Estrada para Agulhas Negras,

proximidades do Abrigo Rebouças, 27.IV.1989, Sylvestre et al. 235 (RB); Pedra do Eco,

2400 m, 21.VIII.2005, Condack 429 (RB); sem localidade definida, 2200-2500 m,

III.1937, Brade 15521 (RB); sem localidade definida, 2300 m, 21.VI.1930, Brade 10132

(HPNI); sem localidade definida, 2400 m, s. d., Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 812

(RB).

96. Elaphoglossum lingua (C. Presl) Brack., U. S. Expl. Exped., Filic. 16: 74. 1854.

Terrícola, epífita ou rupícola, ocorrendo no interior da mata ou nos Campos de

Altitude. Rizoma longamente reptante, provido escassamente de escamas nigrescentes.

Folhas estéreis guarnecidas de escamas caducas, com o limbo de consistência coriácea,

ovóide com a base decurrente no pecíolo e ápice obtuso. Folhas férteis geralmente um

pouco excedentes às estéreis.

Com distribuição neotropical. No Brasil ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de

Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Massena, 2100

m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1758 (RB).

97. Elaphoglossum obliquatum Christ, Monogr. Elaphoglossum 56. 1899.

Terrícola, epífita ou rupícola no interior de mata, em locais sombrios. Tratada por

Brade (1956) como E. sellowianum (Klotzsch) T. Moore, atualmente considerado sinônimo

de E. obliquatum. Rizoma curto reptante, guarnecido de escamas lanceoladas aguçadas,

castanho escuras. Limbo das folhas estéreis mais largos na região mediana. Nervuras

secundárias em ângulo de 70-80° em relação à costa. Folhas férteis de mesmo tamanho que

as estéreis ou um pouco maiores.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande

do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1723 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004,

Sylvestre & Condack 1762 (RB); Rio das Flores, 2200 m, IX.1934, Brade 14085 (RB);

Pedra do Eco, 2400 m, III.1937, Brade 15530 (RB).

98. Elaphoglossum omphalodes (Fée) Brade, Bol. Parque Nacional do Itatiaia 5: 56. 1956.

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51

Rupícola em local sombreado. Rizoma, pecíolo e ambas as faces do limbo

incluindo sua margem, guarnecidos de escamas castanho escuras. Folhas férteis de mesmo

comprimento que as estéreis.

Endêmica para o Planalto do Itatiaia.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco, 2400 m.s.m, III.1937,

Brade 15517 (RB).

99. Elaphoglossum organense Brade, Arch. Inst. Biol. Veg. Rio Janeiro 2: 5. 1935.

Terrícola ou rupícola, crescendo em locais sombreados. Rizoma ereto, guarnecido

de escamas ovais lanceoladas ou triangulares, castanhas. Pecíolo e limbo guarnecido com o

mesmo tipo de escamas encontradas no rizoma. Folhas férteis de mesmo tamanho ou às

vezes excedendo um pouco as estéreis.

Endêmica para a região sudeste do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Planalto, Rio d' ouro 2100 m,

24.V.1935, Brade 14508 (HPNI; RB); sem localidade definida, 2000 m, III.1937, Brade

15519 (RB).

100. Elaphoglossum squamipes (Hook.) T. Moore, Index Filic. 15. 1857.

Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana. Possui rizoma longamente

reptante, com as folhas bastante afastadas entre si. Rizoma e pecíolos guarnecidos por

escamas castanho-claras. Folhas estéreis ovais, com até 2,5 cm de comprimento por 1 cm

de largura. Folhas férteis quase arredondadas, longamente pecioladas, excedendo um

pouco as estéreis, devido ao seu longo pecíolo.

Endêmica para a região neotropical, restrita às serras elevadas.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 15.IX.2004,

Condack 250 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré Toledo Jr. &

Brade s. n. (RB1814); sem localidade definida, 2400 m, III.1937, Brade 15531 (RB); sem

localidade definida, 2500 m, 4.X.1913, Brade & Tamandaré Toledo Jr. 6447 (RB).

101. Elaphoglossum vagans (Mett.) Hieron., Bot. Jahrb. Syst. 34: 543. 1904.

Epífita de interior da Floresta Alto Montana. Possui o rizoma longamente reptante,

densamente revestido de escamas patentes crespas, ovóides, longamente aguçadas de cor

castanha clara, com as folhas bastante afastadas entre si. Folhas glabras, acuminadas

bastante aguçadas, geralmente mais largo no terço inferior, a base abruptamente

Page 62: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

52

cuneiforme, nervuras laterais bem visíveis saindo da costa em ângulo de 75-80°. Folhas

férteis não excedendo as estéreis, limbo oblongo lanceolado.

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, do Espírito Santo ao Rio Grande do

Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, sem localidade definida, 2000-2200 m,

III.1937, Brade 15525 (RB).

102. Elaphoglossum viscidum (Fée) H.Christ in Schwacke, Pl. Nov. Mineir. 2: 17. 1900

Rupícola de locais ensolarados nos Campos de Altitude. Possui ampla distribuição

na área de estudo, sendo encontrada fértil na maior parte do ano. Rizoma curto reptante,

guarnecido de escamas lanceoladas de cor castanho escura. Folhas estéreis revestidas de

escamas patentes castanhas, triangular lanceoladas, ciliadas somente na base. Face superior

com poucas escamas hialinas arredondadas, estrelares, ciliadas e a face inferior densamente

recoberta por escamas longamente ciliadas ferrugíneas. Folhas férteis de comprimento

igual as estéreis ou ultrapassando um pouco em altura.

Endêmica para as serras elevadas da região sudeste do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras, 2750 m, 27.V.1935,

Brade 14509 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2000 m, 26.IV.1989, Sylvestre et al. 220

(RB); Prateleiras, 2500 m, 5.V.2005, Condack & Sylvestre 363 (RB); Rio das Flores, 2200

m, IX.1934, Brade 14087 (RB); trilha Massena x Rebouças, 2300 m, 30.V.2005, Condack

& Cortines 396 (RB); sem localidade definida, 2100-2500 m III.1937, Brade 15520 (RB);

sem localidade definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10080 (HPNI); sem localidade

definida, 2400 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 814 (RB).

LOPHOSORIACEAE

103. Lophosoria quadripinnata (J. F. Gmel.) C. Chr., Nat. Hist. Juan Fernandez 2: 16.

1920.

Terrícola do interior da Floresta Alto Montana. Na área de estudo foi encontrada

apenas nas proximidades do abrigo Macieira. O caule se eleva um pouco do solo, não

ultrapassando 50 cm de altura e está envolto por raízes adventícias. É facilmente

identificada pela coloração da lâmina, verde escura na face superior e verde azulada na

face inferior.

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53

Distribuição: México, Antilhas, Chile, Ilhas Juan Fernández, Argentina e Brasil. No

Brasil, ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Macieira, s. d., Andrade 469 (HPNI);

trilha Massena x Macieira, 1900 m, 02.IV.2005, Condack 344 (RB); sem localidade

definida, 1900 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade 785 (RB).

OPHIOGLOSSACEAE

104. Botrychium australe R. Br., J. Bot. (Schrader) 1800(2): 8, 110. 1801.

Terrícola dos Campos de Altitude. Ocorre as margens da estrada que leva ao

Planalto em altitudes entre 2000 e 2400 m, em locais ensolarados ou um pouco sombreados

por vegetação arbustiva. Possui lâmina foliar triangular, pinada-pinatisecta, com veias

livres e a porção fértil pedunculada, inserida na base da folha estéril. Os esporângios são

globosos, eusporangiados, abrindo por fenda transversal. Foram observados indícios de

sazonalidade na emissão de folhas férteis, já que estas sucumbiam logo após o

amadurecimento dos esporos.

Possui distribuição pantropical. Ocorre no Brasil nos estados de Minas Gerais ao

Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Caminho para a Pedra da Divisa, 2000

m, 28.V.1935, Brade 14533 (RB); Planalto, proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m,

03.IV.2005, Condack 347 (RB).

PLAGIOGYRIACEAE

105. Plagiogyria fialhoi (Fée & Glaz.) Copel., Univ. Calif. Publ. Bot. 19(9): 297. 1941.

Terrícola de interior da Floresta Alto Montana, ocorrendo também às margens de

trilha e estradas, em locais pouco sombreados e úmidos. Possui as folhas pinadas,

dimórfas, com as pinas fortemente bisserreadas. A folha fértil não possui expansões

laminares, abrigando apenas os esporângios. Em alguns indivíduos um caule robusto

erguia-se mais de 30 cm acima do solo, formando um pseudotronco.

Endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Categoria de ameaça: vulnerável.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 2000 m, 16.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1738 (RB); Planalto, 2100-2200 m, 28.V.1935, Brade 14498 (RB,

Page 64: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

54

HPNI); proximidades do abrigo Massena,19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1777 (RB);

sem localidade definida, 2000-2200 m, III.1937, Brade s. n. (RB32855); sem localidade

definida, 2100 m, 22.VI.1930, Brade 10138 (RB); sem localidade definida, 2100-200 m,

28.V.1935, Brade 14498 (HPNI; RB).

POLYPODIACEAE

106. Campyloneurum angustifolium (Sw.) Fée., Gen. Filic. (Mém. Foug. 5) 257. 1852.

Epífita na Floresta Alto Montana, ou rupícola em fendas de rochas nos Campos de

Altitude. Possui a lâmina simples, linear lanceolada, de consistência cartácea, com

hidatódios visíveis na face adaxial, apresentando 1-3 aréolas primárias entre a costa e a

margem.

Espécie neotropical, com ampla distribuição no Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Macieiras, 1900 m, IX.1934, Brade

14093 (RB); proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m, 05.V.2005, Condack et al. 360

(RB).

107. Campyloneurum fallax Fée, Crip. Vasc. Bresil 1. 114 t. 35 f. 2. 1869.

Epífita do interior da Floresta Alto Montana. É facilmente reconhecida pelos seus

longos pecíolos, lâmina simples, lanceolada de consistência coriácea. As escamas do caule

são oblongas, castanho-avermelhadas. Do grupo de C. amphostenom (Kunze ex Klotzsch)

Fée, cujas espécies encontram-se distribuídas pelos Andes e montanhas do México e

América Central, sendo a única espécie com distribuição disjunta (Léon 1992).

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, estando restrita as serras dos

estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, em altitudes entre 1000 e 2000 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, caminho para o Alto dos Brejos, 1800

m, 16.VI.2004, Sylvestre & Condack 1732 (RB).

108. Campyloneurum nitidum C. Presl, Tent. Pterid. 190. 1836.

Epífita no interior da Floresta Alto Montana. Possui folhas lanceoladas, atenuadas

em ambas as extremidades e revestida escassamente de escamas arredondadas. Apresenta

geralmente cinco ou mais aréolas visíveis entre a costa e a margem.

Endêmica do sul da América do Sul, ocorrendo na Argentina e no Brasil, onde está

restrita às regiões sudeste e sul.

Page 65: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

55

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Massena, 2100

m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1781 (RB).

109. Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota, Opera Lilloana 5: 59. 1961.

Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Foi encontrada em uma árvore caída

no interior de um dos fragmentos da vertente norte. Possui o caule longamente reptante,

densamente revestido de escamas peltadas, castanhas. Folhas dimórfas sendo a estéril

oblonga e menor que a fértil. A folha fértil é lanceolada, com o ápice acuminado, os soros

são redondos, formados em duas fileiras ao longo da costa.

Possui distribuição neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 17.IX.2004,

Condack 277 (RB).

110. Pecluma pectinatiformis (Lindm.) Price, Amer. Fern J. 73(4): 115. 1983.

Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Possui os segmentos inteiros ou

ocasionalmente crenulados, reduzidos à aurículas na base da folha. Raque revestida com

escamas filiformes. Soros com disposição supramediais ou submarginais.

Com distribuição restrita ao sul da América do Sul, é encontrada no Brasil,

Paraguai e Argentina. No Brasil, ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,

Condack 300 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 09.IX.2004, Condack 237

(RB).

111. Pecluma recurvata (Kaulf.) M.G. Price, Amer. Fern J. 73(4): 115. 1983.

Epífita do interior da Floresta Alto Montana. Possui os segmentos perpendiculares a

raque e não apresentando segmentos auriculiformes na base. Soros mediais, entre a costa e

a margem dos segmentos.

Endêmica do sul da América do Sul. No Brasil ocorre nos estados do Pará, Bahia e

de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 30.X.2004,

Condack 303 (RB).

112. Pleopeltis macrocarpa (Bory ex Willd.) Kaulf., Berlin. Jahrb. Pharm. Verbundenen

Wiss. 21: 41. 1820.

Page 66: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

56

Tratada por Brade (1956), como Polypodium lanceolatum L., é facilmente

reconhecida pela sua lâmina inteira, lanceolada revestida na face abaxial por escamas

peltadas e denticuladas e os soros redondos relativamente grandes. Ocorre como epífita ou

rupícola, no interior da Floresta Alto Montana e nos Campos de Altitude.

Pantropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004,

Condack 298 (RB); Brejo da Lapa, 2000 m, 15.VI.2004, Sylvestre & Condack 1722 (RB);

Macieiras, 18.VIII.1965, Andrade 469 (HPNI); proximidades do abrigo Massena, 2100 m,

19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1776 (RB).

113. Polypodium catharinae Langsd. & Fisch., Pl. Voy. Russes Monde 1, t. 9. 1810.

Tratada por Brade como duas outras espécies, P. glandulosissimum Brade e P.

rupicolum Brade, a qual considerava endêmica para o Planalto do Itatiaia. Hensen (1990)

sinonimisou ambas como P. catharinae por se enquadrarem dentro das variações

apresentadas por esta espécie. Ocorre como terrícola, rupícola ou epífita no interior da

Floresta Alto Montana e nos Campos de Altitude. Espécie facilmente identificada pela

lâmina pinatissecta, glabrescente, e pelo caule verde esbranquiçado, com escamas

longamente acuminadas.

Endêmica do sul da América do Sul, sendo encontrada no Brasil, Paraguai e

Uruguai. No Brasil ocorre nos estados da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Km 11, 22-28.XI.1938, Makgraf &

Brade 3731 (RB); Planalto, margem do Campo Belo, Pinheiral, 28.III.1948, Barros 844

(HPNI); Planalto, 2100 m, 28.V.1925, Brade 14507 (HPNI; RB); proximidades do abrigo

Massena, 2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1757 (RB); Macieiras, 2000 m, s. d.,

Brade 12623 (RB); sem localidade definida, 2100 m, III.1937, Brade 15545 (RB).

114. Polypodium hirsutissimum Raddi, Opusc. Sci. 3: 286. 1819.

Epífita ou rupícola do interior da Floresta Alto Montana, como nos Campos de

Altitude em locais a sol pleno. É caracterizada pela sua lâmina pinatífida densamente

recoberta por escamas castanho-avermelhadas, com margem fimbriada e hialina.

Com distribuição restrita ao sul da América do Sul, é encontrada na Argentina,

Paraguai, Uruguai e Brasil. No Brasil, ocorre nos estados da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Massena, 2100

m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1775 (RB).

Page 67: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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115. Polypodium pleopeltidis Fée, Cryp. Vasc. Bresil 1: 86, t. 26(1). 1869.

Espécie amplamente distribuída na área de estudo. Pode ser encontrada como

terrícola, rupícola ou epífita em diferentes alturas no forófito. Ocorre tanto no interior

quanto no bordo da Floresta Alto Montana, como nos Campos de Altitude. É considerada

poiquilohídrica, pois enrola suas folhas nos períodos mais secos. Esta adaptação, além de

protegê-la da dessecação, torna seus esporos mais expostos, facilitando sua dispersão. Com

uma ampla variação de tamanho do esporófito fértil, possui a lâmina pinatífida com até 15

cm de comprimento, com a margem levemente crenulada, longo peciolada, com o pecíolo

de igual tamanho ou um pouco maior que a lâmina. Os soros são mediais, chegando até a

margem.

Endêmica das regiões sudeste e sul do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais

ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 18.IX.2004,

Condack 284 (RB); Estrada para Agulhas Negras, 2000 m, 26.IV.1989, Sylvestre et al. 218

(RB); Estrada Nova Km 5, 25.III.1942, Brade 17356 (RB); estrada para o Planalto,

12.XII.1966, Andrade 908 (HPNI); Km 11, 22 a 28 XI.1938, Markgraf & Brade 3731

(RB); Macieiras, 2000 m, IX.1933, Brade 12722 (RB); proximidades do abrigo Massena,

2100 m, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1764 (RB); sem localidade definida, 2200 m,

III.1913, Tamandaré de Toledo Jr. & Brade s. n. (RB31733).

PTERIDACEAE

116. Doryopteris crenulans (Fée) Christ in Schwacke, Pl. Nov. Mineiras 2: 26. 1900.

Terrícola de áreas abertas ou entre as moitas de gramíneas, em locais bastante

ensolarados. Espécie comum a outros Campos de Altitude do sudeste do Brasil (Martinelli

et al. 1989). Possui lâmina fértil geralmente tripinatifida com os segmentos terminais

estreitos, oblongos a lineares, com as pinas e segmentos primários sucurrentes. Os

esporângios são longo pedunculados.

Ocorre na Bolívia e na região sudeste e sul do Brasil.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 2000 m, 16.VI.2004,

Sylvestre & Condack 1737 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2000 m, 10.IX.2004,

Condack 241 (RB); trilha Massena x Macieira, 2000 m, 28.V.2005, Condack & Cortines

390 (RB).

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117. Doryopteris itatiaiensis Christ, Bull. Boiss. II. 549. 1902.

Terrícola ou rupícola dos Campos de Altitude. Pode ser encontrada em fendas de

rocha ou em ilhas de vegetação, ao redor do Pico das Prateleiras, como em outros picos

mais altos. Na região do Alto dos Brejos, pôde ser observado sua rebrota, logo após a área

ter sido queimada. A emissão de folhas novas ocorreu em poucas semanas após o incêndio,

favorecida por um período de chuvas. Possui a lâmina fértil bastante dividida, geralmente

tripinatifida, com segmentos terminais deltóides e os internos profundamente lobados.

Endêmica da região sudeste do Brasil ocorre nas serras da Bocaina e do Itatiaia.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, base das Agulhas Negras, 25.V.1932,

Campos Porto 2602 (HPNI, RB); estrada para Agulhas Negras, Km 12, 11.II.1990, Morel

et al. 325 (RB); Planalto, 23.II.1928, Campos Porto 1739 (HPNI, RB); Planalto, 2400 m,

19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1784 (RB); sem localidade definida, 2200 m, III.1937,

Brade 15512 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de Toledo Jr. &

Brade 805 (RB).

118. Doryopteris paradoxa (Fée) Christ, Bull. Boiss. II. 2. 546. 1902.

Tratada por Brade (1956) como D. feei Brade, considerando-a endêmica para o

Planalto de Itatiaia. Ocorre em fendas ou sob blocos de rocha espalhados pela região do

Planalto, em locais ensolarados. Pode ser encontrada compondo ilhas de vegetação nos

picos mais altos, conforme observado por Ribeiro & Medina (2002). Possui a lâmina fértil

geralmente bipinatifida a tripinatifida, com a pina e segmentos primários adnatos ou

ligeiramente sucurrentes. Espécie semelhante a D. crenulans, da qual difere principalmente

pelo tamanho menor e pelos esporângios curto pedunculados.

Endêmica da região sudeste do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais e Rio

de Janeiro.

Categoria de ameaça: em perigo.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Agulhas Negras, Km 12,

11.II.1990, Morel et al. 326 (RB); Estrada nova Km 15, 2500 m, V.1950, Brade 20304

(RB); Pedra Furada, 2500 m, 30.VIII.1989, Sylvestre et al. 278 (RB); proximidades da

Pedra da Maçã, 2400 m, 20.VIII.2005, Condack 426 (RB); proximidades das ruínas do

antigo posto meteorológico, 2100 m, 27.V.2005, Condack 381 (RB); proximidades do

abrigo Rebouças, 2400 m, 03.IV.2005, Condack 346 (RB).

Page 69: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

59

119. Eriosorus cheilanthoides (Sw.) A. F. Tryon, Brit. Fern Gaz. 9: 271. 1966.

Terrícola ou rupícola em locais pouco sombreados. Rizoma, pecíolo, raque e lâmina

pilosos. É caracterizada pela lâmina linear 2-pinada. Pinas em ângulo reto com a raque,

pecioluladas, últimos segmentos cuneados, frequentemente bifurcados, com a margem

retusa, plana ou quase enrolada (Tryon 1962).

Espécie com distribuição neotropical, ocorrendo em altitudes entre 2200 e 3600 m,

nas cadeias montanhosas do Peru, Bolívia e Brasil. No Brasil está restrita ao Planalto do

Itatiaia.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para Agulhas Negras,

proximidades do abrigo Rebouças, 27.IV.1989, Sylvestre et al. 234 (RB); proximidades do

abrigo Rebouças, 2400 m, 04.V.2005, Condack 362 (RB).

120. Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensis

Tratada por Brade (1956), como Gymnogramma elongata var itatiaiensis Brade e

como G. jamesonioides Brade, ocorre como terrestre no abrigo das pedras, nos Campos de

Altitude. Apresenta os esporos mal formados, devido ao desenvolvimento exagerado da

expansão equatorial, conforme verificado por Sylvestre (1995).

Na região andina é comum a ocorrência de híbridos entre E. Cheilanthoides e

espécies do gênero Jamesonia, conforme comentado por Tryon (1962).

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Altar, III.1937, 2400 m,

Brade 15536 (RB “Typus” de Gymnogramma jamesonioides); Planalto, Altar, 1937,

Lanstyak & Brade 99 (HPNI); Caminho para o Vale do Aiuroca, nas proximidades da

Lagoa do Altar, 2400 m, 12.VI.2005, Condack 412 (RB).

121. Eriosorus insignis (Kuhn) A. F. Tryon, Contr. Gray Herb. 200: 152. 1970.

Terrícola ou rupícola em locais sombreados e úmidos nos Campos de Altitude.

Possui o rizoma, pecíolo, raque e lâmina pilosos. É caracterizada pela folha escandente,

com o pecíolo chegando a três vezes o tamanho da lâmina. Lâmina 3-pinada, triangular

alongada, com a base mais larga que a porção central, ápice acuminado. Pínulas ovadas

com os últimos segmentos orbiculares ou ovados, com muitos lobos, margem crenada,

usualmente plana.

O registro da ocorrência desta espécie para a área de estudo, se deu em meados do

século passado, na Pedra Assentada. Sendo considerada rara na área de estudo (Tryon

1962).

Page 70: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

60

Endêmica para a região sudeste do Brasil, ocorre nos estados de Minas gerais, Rio

de Janeiro e São Paulo, em altitudes entre 1000 e 2300 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, trilha Massena-Macieiras, 2000 m,

29.V.2005, Condack 392 (RB).

122. Eriosorus myriophyllus (Sw.) Copel., Gen. Fil. 58. 1947.

Tratada por Brade (1956) como Gymnogramma glaziovii C. Chr., possui uma

grande tolerância ecológica. Ocorre como terrícola no interior de mata ou em locais pouco

sombreados, com o solo recentemente exposto, como margem de trilhas e estradas, tanto

em ambientes úmidos quanto xéricos. É caracterizada pela lâmina triangular alongada, com

o centro da pina mais largo que o ápice e a base, 3-pinada, pubescente em ambas as faces.

Pínulas alongadas, ovadas ou triangulares, últimos segmentos ovados, com lobos largos e

frequentemente bífidos, ápice retuso, ou mais profundamente partido, plano.

É a espécie do gênero com maior distribuição no Brasil. Ocorre nos estados de

Minas Gerais ao Rio Grande do Sul e no Uruguai, em altitudes entre 600 e 2300 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 323 (RB); Pedra Assentada, 2200 m, III.1937, Brade 15537 (RB); Planalto, 2300

m, 27.V.1935, Brade 14495 (RB); Km 12, 22.VI.1930, Brade 10165 (RB).

123. Hemionitis tomentosa (Lam.) Raddi, Opusc. Sci. 3: 284. 1819.

Rupícola em local pouco sombreado e úmido, nos Campos de Altitude. Um único

indivíduo foi encontrado às margens da estrada em direção às Prateleiras, logo após o

abrigo Rebouças. Possui ambas as faces da lâmina densamente recobertas de pêlos alvos

brilhantes e, quando fértil, o soros ocupam quase toda a face abaxial da lâmina.

Distribuição neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, proximidades do abrigo Rebouças,

2400 m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1785 (RB).

124. Jamesonia brasiliensis H. Christ, Farnkr. Erde 75. 1897.

Terrícola associada à blocos de rocha, espalhados pelos Campos de Altitude, em

locais ensolarados. Possui o rizoma, pecíolo, raque e lâmina densamente pilosos. È

caracterizada pela folha ereta ou pendente, monomorfa, com crescimento indefinido, ápice

quase permanentemente circinado. Pinas laterais inteiras, orbiculares, sésseis, margem dos

segmentos imbricados.

Page 71: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

61

Único caso da distribuição deste gênero fora dos Andes. Por muito tempo foi

considerada endêmica para o Planalto do Itatiaia, até que Tryon (1962) localizou coleções

provenientes dos Andes Bolivianos.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Base das Agulhas, 25.V.1932, Campos

Porto 2592 (HPNI); Km 21, Planalto, 1937, Lanstyak 100 (HPNI); Lagoa do Altar, 2500

m, 12.VI.2005, Condack & Cortines 411 (RB); Planalto, nas proximidades do Abrigo

Rebouças, 2400 m, 19.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1786 (RB); Pedra do Altar,

III.1937, Brade 15532 (RB); sem localidade definida, 2300 m, 20.VI.1930, Brade 10108

(HPNI).

125. Pteris decurrens C. Presl, Delic Prag. 1: 183. 1822.

Terrícola do interior da Floresta Alto Montana em locais úmidos. É reconhecida

pela folha pinada-pinatífida, com as bases das pinas distais e apicais conspicuamente

decurrentes com a raque e a pina proximal furcada e com venação areolada. Os soros são

lineares e marginais.

Possui ampla distribuição nos neotrópicos, sendo encontrada no Brasil da Bahia ao

Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 321 (RB).

SCHIZAEACEAE

126. Anemia villosa Humb. & Bonpl. ex Willd., Sp. Pl. 5(1): 92. 1810.

Terrícola ou rupícola, crescendo em locais ensolarados ou pouco sombreados.

Possui a lâmina pinada-pinatífida, com pinas oblongas e raque coberta de escamas

castanhas. Os soros formam espigas, dispostas em dois segmentos basais modificados.

Possui ampla distribuição nos neotrópicos.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada para o Planalto, Km 7, 2000 m,

22.VIII.2005, Condack 441 (RB); Macieiras, 1900 m, 22 a 28.XI.1938, Markgraf & Brade

s. n. (RB39562); Planalto, 2100 m, III.1937, Brade 15548 (RB).

TECTARIACEAE

127. Lastreopsis amplissima (C. Presl) Tindale, Victoria Naturalist 73: 185. 1957.

Page 72: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

62

Terrícola de interior de mata, em solo com bastante serapilheira. Possui rizoma

longo reptante, pecíolo e raque revestidos por escamas castanhas. A lâmina é anadrômica.

Amplamente distribuída na região neotropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004,

Condack, 257 (RB); Alto dos Brejos, 1900 m, 16.IX.2004, Condack 261 (RB).

THELYPTERIDACEAE

128. Thelypteris araucariensis Ponce, Darwiniana 33: 270. 1995.

Identificada por Brade como Dryopteris mantiqueirae Brade nom. nud., ocorre

como terrícola no interior da Floresta Alto Montana. Semelhante a T. retusa (Sw.) C. F

Reed, difere desta por apresentar gemas nas axilas das pinas distais, pinas proximais não

reflexas, presença de tricomas captados na face adaxial dos segmentos entre as nervuras e

face abaxial da costa, bem como 7 a 11 pares de nervuras por segmento.

Endêmica para as regiões sudeste e sul do Brasil, sendo encontrada nos estados do

Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Planalto, 2200 m, III.1937, Brade

15509 (RB); proximidades do abrigo Macieiras, 1900 m, 02.IV.2005, Condack 343 (RB).

129. Thelypteris eriosora (Fée) Ponce, Novon 8(3): 275. 1998.

Tratada por Brade (1956) como Dryopteris janeirensis Rosenst., ocorre como

terrícola em locais abertos e úmidos. É caracterizada pelo caule longamente reptante,

chegando a mais de um metro de comprimento, folhas relativamente grandes (>100 cm de

comprimento), pecíolo com 1/3 a 1/2 do tamanho da lâmina, esta com a base abruptamente

reduzida, com duas a quatro pinas auriculiformes.

Endêmica para a região sudeste do Brasil, sendo encontrada nos estados do Rio de

Janeiro e São Paulo, em altitudes superiores a 1500 m.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 317 (RB); Macieiras, 2000 m, VIII.1933, Brade 12612 (RB); sem localidade

definida, 2000 m, 21.VI.1930, Brade 10114 (HPNI).

130. Thelypteris retusa (Sw.) C. F. Reed, Phytologia 17: 309. 1968.

Tratada por Brade (1956), como Dryopteris retusa (Sw.) C. Chr., ocorre no interior

e borda da Floresta Alto Montana, como em locais sombreados nos Campos de Altitude. É

Page 73: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

63

caracterizada por apresentar grande quantidade de tricomas pluricelulares e longos no

pecíolo, raque e face abaxial da costa.

Endêmica do Brasil. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Pedra do Eco, III.1937, Brade 15510

(RB); proximidades do abrigo Massena, 18.VIII.2004, Sylvestre & Condack 1760 (RB);

proximidades do abrigo Rebouças, 2400 m, 11.IV.2005, Condack 351 (RB); sem

localidade definida, 2100 m, 22.VI.1930, Brade 10139 (HPNI).

VITTARIACEAE

131. Vittaria graminifollia Kaulf., Enum. Filic. 192. 1824.

Epífita, às vezes rupícola em locais úmidos e sombreados. Lâmina linear com até

50 cm de comprimento e 0,1 a 0,2 cm de largura. Soros lineares próximos à margem em

sulcos pouco profundos com ou sem aletas nas margens. Paráfises robustas com célula

apical alargada. Esporos predominantemente triletes, tetraédrico-globosos.

Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída pelo Brasil, do

Amazonas ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Estrada Nova, Km 8, 21.II.1948, Brade

18888 (RB); Planalto, 2200 m, 28.V.1935, Brade 14526 (RB); sem localidade definida,

2100 m, IX.1934, Brade 14083 (RB).

132. Vittaria lineata (L.) Sm., Mém. Acad. Roy. Sci. (Turin) 5: 421. 1793.

Epífita de interior de mata, ocorrendo em diferentes alturas no forófito até mesmo

próxima ao solo. Pode também ser encontrada em arbustos que crescem nas bases dos

picos rochosos. Lâmina foliar chegando a mais de 1 metro de comprimento e 0,2 a 0,3 cm

de largura. Apresentam soros lineares em sulcos profundos e com aletas em ambos os

lados. Paráfises delgadas, com a célula apical não ou apenas levemente alargada. Esporos

sempre monoletes reniformes. Os indivíduos de menor porte podem ser diferenciados de

Vittaria graminifollia principalmente pela diferença na forma dos esporos.

Com distribuição neotropical, encontra-se amplamente distribuída pelo Brasil, do

Amazonas ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 320 (RB); Estrada para Agulhas Negras, Brejo da Lapa, 26.IV.1989, Sylvestre et

al. 226 (RB); Prateleiras, 22.IV.1933, Campos Porto 2625 (HPNI, RB); Prateleiras, 2500

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64

m, 5.V.2005, Condack 361 (RB); proximidades do abrigo Massena, 2100 m, 18.VIII.2004,

Sylvestre & Condack 1752 (RB); sem localidade definida, 2300 m, VI.1913, Tamandaré de

Toledo Jr. 809 (RB).

WOODSIACEAE

133. Athyrium filix-femina (L.) Roth, Tent. Fl. Germ. 3(1): 65. 1800.

Terrícola de interior de mata, borda de trilhas e em locais sombreados. Citada por

Brade (1956) como A. dombey Desv. Possui o pecíolo revestido por escamas linear-

lanceoladas de cor marrom-escura.

Distribuição pantropical.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Agulhas Negras 2700 m, 27.V.1935,

Brade 14496 (RB); Estrada nova, Km12, 2200 m, V.1950, Brade 20287 (RB); Rio das

Flores, 2200 m, 26.II.1936, Brade 15103 (RB); sem localidade definida, 2100 m, III.1937,

Brade 15499 (RB); sem localidade definida, 2200 m, 1937, Lanstyak & Brade s. n.

(HPNI4053).

134. Diplazium petersenii (Kunze) Christ., Bull. Ac. Géogr. Bot. Mors.: 245. 1902.

Terrícola de locais pouco sombreados e úmidos, no interior da Floresta Alto

Montana, na vertente norte. Os únicos indivíduos encontrados crescem próximo a um

córrego, com o solo negro, quase desprovido de serapilheira, em um local visivelmente

perturbado pela presença do gado no interior da floresta. Possui rizoma longo reptante e a

lâmina é pinada-pinatífida e pubescente em ambas as faces.

É uma espécie asiática, introduzida no País (Cislinki 1996). É encontrada nas

regiões sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, Alto dos Brejos, 1800 m, 30.III.2005,

Condack 316 (RB); Alto dos Brejos, 1900 m, 29.X.2004, Condack 291 (RB).

135. Woodsia montevidensis (Spreng.) Hieron., Bot. Jahrb. Syst. 22: 363. 1896.

Tratada por Brade (1956) como Woodsia mollis (Kaulf.) J. Sm., ocorre como

terrícola ou rupícola em locais abertos. É caracterizada por apresentar os indúsios

cupuliformes bem desenvolvidos. Espécie rara na área de estudo, talvez possuindo

sazonalidade na emissão de folhas.

Distribuição neotropical. No Brasil ocorre nas regiões sudeste e sul.

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Material examinado: Parque Nacional do Itatiaia, margens da estrada, entre a Portaria

(Posto III) e o Abrigo Rebouças, 2400 m, 11.IV.2005, Condack 352 (RB); Rio das Flores,

2000 m, III.1937, Brade 15539 (RB).

II - ANÁLISE FLORÍSTICA:

Formas de Vida

Com exceção das plantas aquáticas flutuantes e lianas, todas as formas de vida

possíveis para as pteridófitas foram encontradas na área de estudo. Foram observadas

desde pequenas plantas aquáticas submersas até grandes fanerófitas com quase 10 metros

de altura. A presença desta diversidade de formas de vida indica que a área de estudo

apresenta condições ecológicas favoráveis ao desenvolvimento destes vegetais. Porém, o

predomínio de ervas hemicriptófitas (74%) (Fig. 2), sugere que a maioria das pteridófitas

necessita de estratégias de proteção de suas gemas, evitando a dessecação, principalmente

no inverno quando as chuvas são mais escassas e há ocorrência de geadas. Este resultado

corrobora com a maioria dos outros estudos já realizados no Brasil e em outras regiões

tropicais do globo que, conforme apontado por Kornas (1977) e Senna e Waechter (1997),

esta forma de vida é a mais adaptada a condições tropicais com períodos de seca.

As epífitas facultativas são representadas por 59 espécies (44%), enquanto que as

habituais correspondem a 19 espécies (14%).

As geófitas foram representadas por quatro espécies (2,8%): Pteridium

arachnoideum, Hypolepis rugulosa, H. repens e Histiopteris incisa, todas da família

Dennstaedtiaceae. Tais espécies são as mais resistentes aos distúrbios antrópicos ou

naturais presentes na área, seja o fogo ou o congelamento, já que suas gemas vegetativas

encontram-se protegidas sob o solo.

As fanerófitas, ou seja, fetos arborescentes que apresentam gema de perenização

acima de um metro do solo foram representadas por seis espécies (4,3%). Com exceção de

Dicksonia sellowiana, todos os outros são representantes da família Cyatheaceae e apenas

três delas (Alsophila capensis, Cyathea corcovadensis e Cyathea dichromatolepis)

possuíam registros de ocorrência na vertente sul, nas proximidades do abrigo Macieiras,

uma local sombrio e úmido. Porém, todos os fetos arborescentes foram encontrados na

região do Alto dos Brejos e com populações relativamente grandes. Este fato parece indicar

que os fragmentos encontrados em torno do abrigo Macieiras (vertente sul) e na região do

Alto dos Brejos (vertente norte) são as florestas mais úmidas encontradas na área de

Page 76: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

66

estudo. O desenvolvimento das fanerófitas é favorecido pela existência de nascentes e

pequenos riachos no interior dos fragmentos, contribuindo com uma maior umidade

relativa nos períodos de menor pluviosidade (Junho à Setembro).

Formas de Vida

74%

16%

1%3%2%4%

HemicriptófitasEpífitasHemiepífitaGeófitasCaméfitasFanerófitas

Ambientes Preferenciais

Na área de estudo podem ser encontradas espécies com habitats bem restritos como

as que crescem apenas no cume das montanhas, ou que são encontradas apenas sob o

abrigo dos blocos de rocha espalhados pela região do Planalto, ou por aquelas que possuem

uma maior amplitude ecológica e ocorrem em mais de um tipo de ambiente.

As pteridófitas restritas as áreas dos Campos de Altitude são representadas por 42

espécies (31%), sendo Lycopodiaceae, Pteridaceae, Lomariopsidaceae e Grammitidaceae,

respectivamente, as famílias que mais contribuem em número de espécies para a riqueza

desta formação. Entretanto, famílias menos expressivas como Isoetaceae, Selaginellaceae,

Gleicheniaceae e Ophioglossaceae também contribuem com a riqueza dos Campos de

Altitude, pois se encontram distribuídas apenas nesta formação. Espécies típicas deste

ambiente são: Isoetes martii, Huperzia badiniana, H. christii, Lycopodiella alopecuroides

var. duseniana, Lycopodium thyoides, Selaginella tenuissima, Asplenium monanthes,

Blechnum penna-marina, Melpomene flabeliformis, Elaphoglossum gayanum, E. viscidum,

Figura 2: Formas de Vida das espécies ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia.

Page 77: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

67

Botrychium australe, Doryopteris crenulans, D. itatiaiensis e D. paradoxa, além de

Jamesonia brasiliensis.

Oito espécies (6%) são encontradas apenas nas elevações rochosas dos picos mais

altos: Huperzia erythrocaulon, Lycopodium jussiaei, Asplenium castaneum, Blechnum

andium, Polystichum rochaleanum, Melpomene moniliformis, Elaphoglossum liaisianum e

E. omphalodes.

Entre os blocos de rocha encontrados na base dos maiores picos, encontra-se uma

vegetação arbustiva, que propicia um microclima diferenciado da região pedregosa e dos

campos ao redor. Este habitat propicia o estabelecimento de espécies como Lycopodiela

bradei, Asplenium incurvatum, Lellingeria wittigiana, Melpomene flabeliformes, M.

peruviana, Polypodium catharinae, Vittaria graminifollia e V. lineata.

Em locais atingidos pelo fogo, se desenvolvem espécies mais tolerantes a insolação

como: Dicranopteris nervosa, Sticherus revolutus e Pteridium arachnoideum. Estas três

espécies também são encontradas nos barrancos e às margens das estradas e trilhas, assim

como Histiopteris incisa, Hypolepis repens e H. rugulosa.

Espécies que possuem uma amplitude ecológica maior e ocorrem tanto em

formações florestais em locais mais iluminados quanto nos Campos de Altitude, são

representadas por 29 espécies (21,5%), sendo as mais características: Blechnum

schomburgkii, Cyathea corcovadensis, Rumohra adiantiformis, Pleopeltis macrocarpa,

Polypodium catharinae, P. hirsutissimun, P. pleopeltidis e Eriosorus myriophyllus.

Espécies como: Lycopodium clavatum e L. thyoides, que ocorrem preferencialmente nos

Campos de Altitude, também podem ser encontradas nas clareiras e bordas das florestas.

Porém, as Florestas Alto Montanas são detentoras da maior riqueza específica

(68%). Das 92 espécies registradas no interior das florestas, 63 (47%) foram encontradas

apenas nesta formação. Entre elas: Alsophila capensis subsp. polypodioides, A. setosa,

Culcita coniifolia, Dicksonia sellowiana, Arachniodes denticulata, Polystichum bradei,

Terpsichore achilleifolia, Hymenophyllum fucoides, H. polyanthos, Lophosoria

quadripinnata, Microgramma squamulosa, Pteris decurrens e Thelypteris araucariensis.

Substratos Preferenciais

Os substratos utilizados variaram de forma expressiva, sendo encontradas plantas

terrícolas, rupícolas, epífitas e hemiepífitas, além daquelas que se desenvolvem em mais de

um tipo de substrato. As plantas que crescem no solo representam 61% das espécies,

seguido das que se desenvolvem sobre rochas, com 53%. O epifitismo ocorre em 45% das

Page 78: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

68

espécies. Vale ressaltar que 40 delas (29%) são encontradas apenas no solo, 21 (15%) são

epífitas habituais 10 (7%) rupícolas e duas (1,5%) aquáticas.

Algumas espécies como Rumohra adiantiformis, Polypodium catharinae e P.

pleopeltidis, não possuem especificidade de substratos e apresentaram-se bem distribuídas

dentro da área de estudo, crescendo tanto no solo, quanto sobre rochas ou como epífitas em

diferentes alturas no forófito, porém preferêncialmente no interior das florestas ou

próximos a estas. Outras como Jamesonia brasiliensis, Eriosorus cheilanthoides e seus

híbridos apresentaram habitats mais restritos, ocorrendo apenas associadas aos blocos de

rochas que se encontram espalhados pela região do Planalto (vertente sul), reafirmando a

especificidade de hábitat ocupado por essas espécies, que no Brasil são encontradas apenas

no Itatiaia.

As espécies de Isoetes são aquáticas, ocorrendo fixadas no fundo de pequenas

poças, lagos ou em águas correntes, como do Ribeirão das Flores e do rio Campo Belo.

Porém, podem ser consideradas anfíbias, pois também são encontradas fora da água, nos

barrancos formados pelo leito desses córregos nos períodos de cheia.

Padrões de Distribuição

A análise da distribuição geográfica dos táxons revelou a existência de 11 padrões

(cosmopolita, pantropical, neotropical, América do Sul, Brasil, Sudeste e Sul do Brasil,

Sudeste do Brasil, Disjunto África-América do Sul, Disjunto Andes-Campos de Altitude

do sudeste do Brasil, Disjunto Andes-Planalto do Itatiaia e Endêmico localmente). Destes o

que abrangeu o maior número de espécies foi o neotropical, com 118 táxons (87%). As

espécies que possuem uma distribuição mais ampla e ocorrem em outras regiões tropicais

do globo (pantropicais), são representadas por 17 táxons, sendo um deles (Alsophila

capensis subsp. polypodioides) considerado disjunto entre o continente africano e a

América do Sul. Lycopodium clavatum L. é a espécie que possui o padrão de distribuição

mais amplo, sendo considerada cosmopolita. Dos 118 táxons neotropicais, 63 estão

restritos a América do Sul, sendo 56 (41,5%) ocorrentes apenas no Brasil. Comparando

esta percentagem de espécies com a de outros levantamentos florísticos em regiões de

Mata Atlântica, em diferentes altitudes no sudeste brasileiro (Sylvestre 1997a, Santos &

Sylvestre 2001, Melo 2003 e Boldrin 2005) (Tab. 1), fica evidente, que para as pteridófitas,

à medida que se eleva a altitude, há um aumento na proporção de endemismos. Das

espécies brasileiras, 10 encontram-se amplamente distribuídas em todas as regiões, 27

ocorrem apenas nas regiões sudeste e sul e 19 são restritas à região sudeste. Destas, seis são

Page 79: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

69

consideradas disjunções entre os Andes e a região dos Campos de Altitude brasileiros,

sendo quatro delas (Asplenium castaneum, Blechnum andinum, Eriosorus cheilanthoides e

Jamesonia brasiliensis) encontradas no Brasil apenas na área de estudo. O Planalto do

Itatiaia possui o registro de três endemismos locais (Elaphoglossum liaisianum, E.

omphalodes e Polystichum bradei), além do híbrido entre Eriosorus cheilanthoides e

Jamesonia brasiliensis.

Padrões de Sazonalidade

Apesar de não ter sido foco do presente estudo, alguns indícios de padrões de

sazonais, seja de emissão de novas folhas ou de folhas férteis puderam ser observados,

como, por exemplo, plantas que desaparecem ou diminuem a produção de folhas nos

períodos de menor pluviosidade, como Botrychium australe, Eriosorus cheilanthoides,

Hypolepis repens, H. rugulosa e Woodsia montevidensis. Algumas espécies enrolam suas

folhas, enquadrando-se como poiquilohídricas, como é o caso de Doryopteris paradoxa,

Polypodium hirsutissimum e P. pleopeltidis. Tais folhas são frequentemente férteis, o que

propicia uma maior exposição dos esporângios. A maioria das espécies apresentou-se

sempre fértéis, com clara exceção do gênero Elaphoglossum. Este gênero evidenciou

sazonalidade no aparecimento de folhas férteis, que logo dispersavam seus esporos,

murchavam e se desprendiam do caule. Elaphoglossum gayanum e E. viscidum foram as

espécies deste gênero que se encontravam mais bem representadas na área e também foram

encontradas férteis mais facilmente. Os indícios de padrões de sazonais observados na área

são semelhantes aos encontrados por Kornas (1977) para as pteridófitas da África. Segundo

este autor, o padrão mais característico para as pteridófitas de regiões tropicais úmidas é o

JurubatibaForte dos Andradas

Macaé deCima Camanducaia presente estudo

Altitude 0-12 m 0-208 m 880-1720 m 1180-2062 m 1800-2789 mN° de famílias 12 17 18 23 23N° de gêneros 21 33 40 55 47N° de espécies 32 68 80 174 135% de espéciesendêmicas parao Brasil 6% 22% 28% 30% 41%

Tabela 1: Riqueza florística e respectiva porcentagem de endemismos, de estudos florísticos em diferentesaltitudes no sudeste do Brasil. Jurubatiba: Santos & Sylvestre (2001), Forte dos Andradas: Boldrin (2005),Macaé de Cima: Sylvestre (1997a) e Camanducaia: Melo (2003).

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70

de plantas sempre verdes seguido das ativas na estação chuvosa, das poiquilohídricas e

raramente das ativas na estação seca.

Status de Conservação

A região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia abriga 17 táxons de

pteridófitas com algum grau de ameaça (Tab. 2), segundo os critérios da IUCN, baseando-

se nos resultados obtidos no Workshop “Revisão da flora brasileira ameaçada de extinção”,

realizado em Belo Horizonte (2005, dados não publicados). Destes, quatro foram

considerados vulneráveis, oito em perigo e cinco criticamente em perigo. Dos cinco táxons

considerados criticamente em perigo, três deles (Lycopodiella bradei, Asplenium

castaneum e Blechnum andinum) não foram localizados recentemente na área de estudo.

Estas espécies, apesar de estarem abrigadas de distúrbios como fogo e gado, podem ter

sofrido com o pisoteio por parte dos turistas, já que eram encontradas no Pico da Agulhas

Negras, um dos locais mais procurados pelos visitantes do Parque. Suas populações podem

ter sido reduzidas ou até mesmo extintas, já que seus últimos registros são datados do

início do século passado. São necessários esforços para localização destas espécies, a fim

de ser estabelecido o atual status de conservação.

Espécie Categoria de Ameaça

Asplenium castaneum Criticamente em perigoAthyrium filix-femina Em perigoBlechnum andinum Criticamente em perigoCulcita coniifolia Em perigoDicksonia sellowiana Em perigoDoryopteris itatiaiensis Em perigoDoryopteris paradoxa Em perigoEriosorus cheilanthoides Criticamente em perigoEriosorus insignis VulnerávelHymenophyllum peltatum Em perigoIsoetes martii VulnerávelJamesonia brasiliensis Criticamente em perigoLycopodiella bradei Criticamente em perigoLycopodium jussiaei Em perigoPlagiogyria fialhoi VulnerávelPolystichum bradei Em perigoTrichomanes lucens Vulnerável

Tabela 2: Espécies ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia, enquadradas emalguma categoria de ameaça segundo os critérios da IUCN, baseado nos resultados do Workshop: Revisãoda flora brasileira ameaçada de extinção (2005, dados não publicados).

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71

Espécies Invasoras

Um único indivíduo de Adiantum sp. foi encontrado nas proximidades do abrigo

Rebouças, na margem da estrada onde se estacionam os carros dos visitantes. Este

indivíduo ainda não foi coletado nem identificado, pois se encontra estéril e pouco

desenvolvido, levando-se a concluir que esta espécie pode ter sido introduzida por ações

antrópicas recentes, já que se encontra em um local de intensa visitação e não havia sido

citada em levantamentos anteriores. Da mesma forma, Doryopteris crenulans, Hemionitis

tomentosa e Lycopodiella cernua também não haviam sido citadas anteriormente e crescem

apenas nos locais mais visitados e impactados, principalmente nas proximidades do abrigo

Rebouças.

A flora encontrada 50 anos após Brade

A região do Alto dos Brejos, na vertente Norte do maciço, foi incorporada ao

Parque na década de 80, não fazendo parte da área estudada por Brade (1956). A inclusão

desta área representou um incremento de 14 espécies à listagem de pteridófitas encontradas

acima dos 1800 m no Parque Nacional do Itatiaia.

Das 135 espécies que compõem a listagem de pteridófitas da região acima dos 1800

m, 111 espécies foram coletadas recentemente, entre maio de 2004 e agosto de 2005. 13

novos registros foram acrescentados a partir do levantamento dos herbários e da

bibliografia consultada.

Da listagem apresentada por Brade (1956), cinco espécies (Lycopodium

(Urostachys) Luederwaldtii Nessel (Huperzia deminuens (Hertel) B. Ollg.), Asplenium

semicordatum Raddi (Asplenium auriculatum Sw.), Polypodium duale Maxon (Cochlidium

serrulatum (Sw.) L. E. Bishop), Rhipidopteris peltata Schott (Peltapteris peltata (Sw.) C.

V. Morton) e Trichomanes pyxidiferum L. var.) foram excluídas por não terem sido

encontrados registros de sua ocorrência na área de estudo. Com exceção de Huperzia

deminuens, são espécies típicas de baixas altitudes.

Apesar de algumas espécies da listagem de Brade (1956) não terem sido

recentemente localizadas (Lycopodium jussiei, Asplenium castaneum, Blechnum andinum,

Polystichum rochaleanum e Elaphoglossum omphalodes), podem estar protegidas pelas

rochas, ocorrendo em pequenas ilhas de vegetação, isoladas no alto das maiores elevações,

onde encontram um importante abrigo contra fatores de distúrbio tais como fogo e gado,

conforme discutido nos estudos de Ribeiro & Medina (2002).

Page 82: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

72

A partir de observações de campo e com base em leituras abordando a distribuição

das pteridófitas ao longo de gradientes altitudinais, variações edáficas ou mesmo em

diferentes formações vegetais (Tuomisto & Ruokolainen 1994; Tuomisto & Poulsen 1996;

Ricci 1996; Arens & Baracaldo 1998; Bernabe et al. 1999; Young & Léon 1989; Athayde-

Filho 2002 e Paciência & Prado 2004; 2005a; 2005b), conclui-se que a distribuição das

pteridófitas, está mais relacionada à especificidade de hábitat e suas condições

microclimáticas, do que somente a altitude em si. A aparente distribuição de certa espécie a

uma determinada altitude pode ser explicada pelo fato do nicho necessário para seu

estabelecimento, como umidade, temperatura, luminosidade ou outras características

físicas que podem variar até mesmo dentro de uma mesma fisionomia vegetal (como

formas de relevo, canais de drenagem, afloramentos rochosos ou o tipo de sub-bosque),

não ocorra em outra altitude, ou até mesmo em nenhuma outra localidade, como é o caso

das espécies endêmicas.

O Parque Nacional do Itatiaia com seu enorme gradiente altitudinal, propicia o

desenvolvimento de uma infinidade de hábitats e condições microclimáticas, favorecendo o

estabelecimento e especiação de pteridófitas. Com suas características singulares e flora

rica em endemismos, esta área pode ser considerada prioritária para a manutenção da

biodiversidade do bioma Mata Atlântica.

Page 83: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

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CAPÍTULO II

Estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de

Floresta Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia.

Page 93: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

83

Estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de Floresta

Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia.

RESUMO

A estrutura das comunidades de pteridófitas na Mata Atlântica ainda é pouco

conhecida, sendo escassos os trabalhos com uma abordagem quantitativa. O presente

trabalho analisa a estrutura da comunidade pteridofítica em trechos de Floresta Ombrófila

Densa Alto Montana, no Parque Nacional do Itatiaia. Foram alocadas 80 parcelas não

contíguas de 25m2 (5 x 5m), distribuídas em vertentes opostamente orientadas (Norte e

Sul), contemplando fragmentos com mesma fisionomia ocorrentes em altitude entre 1.900

a 2.100 m, totalizando 1.000m2 em cada vertente. Pela dificuldade de se tomar medidas de

cobertura e abundância, foram desconsiderados os indivíduos epífitos, tratando-se apenas

daqueles que cresciam sobre o solo ou rocha. Na vertente sul, foram contabilizados 584

indivíduos, distribuídos em 10 famílias, 14 gêneros e 20 espécies. Na vertente norte, foram

contabilizados 998 indivíduos, distribuídos em 14 famílias, 18 gêneros e 32 espécies.

Foram analisados os seguintes parâmetros estruturais: densidade, freqüências absoluta e

relativa, dominância, valor de cobertura e valor de importância. Na hierarquia do valor de

importância as cinco primeiras espécies foram: Thelypteris retusa, Asplenium serra,

Dryopteris wallichiana, Dicksonia sellowiana e Plagiogyria fialhoi na vertente Sul, e

Dicksonia sellowiana, Elaphoglossum itatiayense, Thelypteris retusa, Terpsichore

aquilleifolia e Cyathea dichromatolepis na vertente Norte. Analisando-se a pteridoflora

destas duas vertentes e aplicando-se o índice de similaridade de Sörensen, encontrou-se

SS= 0.615, demonstrando pouca variação da composição florística em relação a orientação

das vertentes. Com a acelerada destruição das formações florestais da Mata Atlântica, o

conhecimento de sua flora torna-se altamente necessário e urgente, para que se possam

estabelecer estratégias conservacionistas.

Page 94: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

84

Structure of the fern community in stretches of high mountain

forest in the Itatiaia National Park.

ABSTRACT

The structure of ferns communities in Atlantic Rainforest is still little known, being

scarce the works with a quantitative boarding. The present paper analyzes the structure of

the fern community in stretches of high mountain dense Atlantic forest, in the Itatiaia

National Park. Eighty non contiguous samples of 25m2 had been placed (5 x 5m),

distributed in slopes opposing guided (North and South), contemplating fragments with

same physiognomy between 1.900 and 2.100 m high, totalizing 1.000m2 in each slope.

The epiphytes were not considered because it is difficulty to take measures of covering and

abundance, sampling only those that grew on the ground or rock. In the South slope, 584

individuals, distributed in 10 families, 14 genus and 20 species had been reported. In the

North slope, 998 individuals, distributed in 14 families, 18 genus and 32 species had been

reported. The following structural parameters had been analyzed: absolute and relative

density, frequencies, dominance, value of covering and value of importance. In the

hierarchy of the value of importance the five first species were: Thelypteris retusa,

Asplenium serra, Dryopteris wallichiana, Dicksonia sellowiana and Plagiogyria fialhoi, in

the South slope, and Dicksonia sellowiana, Elaphoglossum itatiayense, Thelypteris retusa,

Cyathea dichromatolepis and Terpsichore aquilleifolia, in the North slope. Analyzing fern

flora of these two sites and applying the Sorensen’s similarity index (SS= 0,615), showed

little variation of the floristic composition in relation the orientation of the slopes. With the

speed up destruction of the forest formations of Atlantic Forest, the knowledge of its flora

becomes highly necessary and urgent, so that it can establish conservationist’s strategies.

Page 95: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

85

Introdução

No Brasil, estudos sobre a estrutura de florestas têm priorizado o componente

arbustivo-arbóreo, apesar da importância fisionômica e florística de outras formas de vida

encontradas nestes ambientes. As pteridófitas, englobando todos os vegetais vasculares não

produtores de flores apresentam os mais variados padrões de crescimento e formas de vida,

compreendendo desde minúsculas plantas com menos de 1 cm até fetos arborescentes

chegando à mais de 10 metros de altura. Assim como todo estrato herbáceo, estas plantas

contribuem de forma significativa com o aumento da riqueza e diversidade de florestas

tropicais (Gentry & Dodson 1987). Poulsen & Baslev (1991) verificaram que as

pteridófitas constituíam 26% das plantas herbáceas existentes em 1 ha. de floresta tropical

de altitude em Cuyabeno no Equador, podendo representar até 10% de toda flora vascular

nestas áreas (Graynum & Churchill 1987).

A pteridoflora do estado do Rio de Janeiro vem sendo estudada desde o início do

século XIX, com referências em diversos trabalhos da época (Raddi 1819, 1825; Vellozo

1825-1827; Spring 1840; Milde 1852; Sturm 1859; Baker 1870; Kuhn 1884). Porém, um

grande avanço em seu conhecimento se deu em meados do século XX com as

contribuições feitas por Brade (1942, 1954, 1956) ao conhecimento da flora do Parque

Nacional do Itatiaia, indicando a ocorrência de 319 táxons, e com a Flora Organensis

(Rizzini 1953-1954), que apresenta uma listagem com 245 espécies. Mais recentemente,

outras áreas de floresta Atlântica do Estado vêm sendo estudadas (Santos 1995; Sylvestre

1997a, b; Reis 1998; Santos & Sylvestre 2001; Mynssen & Sylvestre 2001; Mynssen et al.

2002; Condack 2003, Mynssen & Windisch (2004) e Ramos 2004), podendo-se concluir

que tais plantas podem ser encontradas em todas as formações vegetais do Estado, desde o

nível do mar até os seus pontos mais altos.

Porém, é fato que a maior riqueza e diversidade são encontradas nas regiões

montanhosas (Moran 1995; Tryon & Tryon 1982). As serras do sudeste e sul do Brasil

abrigam um dos principais centros de diversidade de pteridófitas neotropicais, onde cerca

de 40% das espécies são endêmicas (Tryon 1972), enquanto que a planície amazônica é

relativamente pobre em espécies e endemismos (Tryon & Conant 1975).

Estudos envolvendo análises quantitativas de pteridófitas na Mata Atlântica ainda

são poucos e recentes, podendo ser citados os de Athayde filho (2002) que realizou um

levantamento florístico e estrutural em uma restinga no município de Capão da Canoa, no

estado do Rio Grande do Sul, analisando densidades, frequências e dominâncias relativas,

Page 96: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

86

valores de cobertura e importância, além da distribuição espacial dos indivíduos dentro da

área de estudo. Melo (2003), levantando a pteridoflora em diferentes fragmentos nos

municípios de Camanducaia, Gonçalves, Extrema e Itapeva, todos no sul do estado de

Minas Gerais, verificou a frequência de ocorrência destas plantas nestes fragmentos. Bauer

(2004) analisou florística e estruturalmente a pteridoflora de uma floresta estacional

decidual, utilizando os mesmos parâmetros utilizados por Athayde-Filho (2002). Paciência

& Prado (2004) compararam a riqueza e abundância de pteridófitas entre o interior e a

borda de áreas florestais em Una (Bahia), evidenciando que os interiores de floresta

constituem ambientes totalmente distintos daqueles de borda, no que se refere à

comunidade de pteridófitas. Paciência & Prado (2005a) analisaram os efeitos da

fragmentação florestal sobre a diversidade de pteridófitas, em diferentes fragmentos de

Mata Atlântica, revelando os impactos negativos exercidos na riqueza específica destes

fragmentos. Paciência & Prado (2005b), analisaram a distribuição espacial das pteridófitas

em uma área de mata contínua e em fragmentos com fisionomias e tamanhos diferentes,

inferindo que o processo de fragmentação é um importante agente determinante do

estabelecimento de espécies, já que este leva a formação de ambientes variados, e estes se

tornam selecionadores de espécies capazes de colonizá-los. Outros trabalhos envolvendo

análises quantitativas que incluíam as pteridófitas foram feitas na América central (Pousen

& Nielsen 1995) e na região Amazônica (Yong & León 1989; Poulsen & Baslev 1991;

Tuomisto & Ruokolainen 1994; Tuomisto & Poulsen 1996; Ruokolainen et al. 1997;

Tuomisto et al. 1998; Tuomisto & Poulsen 2000; Tuomisto et al. 2002; Salovaara et al.

2004) verificando influência edáfica, distribuição espacial e padrões fitogeográficos,

possibilitando sua utilização para determinar a fisionomia florestal onde são encontradas.

Dittrich (1999) também delimitou uma área amostral de 1 ha em floresta sub-montana na

Ilha do Mel e outra em floresta montana no Parque Estadual Pico do Marumbi, ambos no

estado do Paraná, discutindo qualitativamente a diferença entre estas duas formações, não

inferindo parâmetros fitossociológicos.

Relatos de excursões científicas no Parque Nacional do Itatiaia vêm sendo

publicados desde o século XIX (Ule 1895). Porém, uma grande contribuição ao

conhecimento de sua flora foi feita em meados do século passado, quando após mais de

três décadas de estudos, Brade (1956) publicou seus estudos abordando a composição

florística e inferindo classificações referentes à fisionomia e a zonação altitudinal da

vegetação. Estudos com uma abordagem quantitativa no Parque ainda são recentes, sendo

iniciados na década de 90, através do Programa Mata Atlântica do Instituto de Pesquisas

Page 97: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

87

Jardim Botânico do Rio de Janeiro, analisando a estrutura arbórea das florestas montanas e

alto montanas.

O presente trabalho tem como objetivos conhecer a estrutura da comunidade

pteridofítica da Floresta Ombrófila Densa Alto Montana e testar o grau de similaridade

florística e estrutural utilizando-se como variável a orientação das encostas, analisando

parâmetros como densidade, frequência e dominância relativa, valores de cobertura e

importância, em vertentes opostamente orientadas (sul e norte), com mesma altitude e

fisionomia.

Page 98: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

88

Material e Métodos

A região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia encontra-se sob o domínio

morfoclimático e fitogeográfico “tropical atlântico” (Ab’Saber 1977). Possui precipitação

anual de 2273 mm, passando três meses do ano com precipitação inferior a 50 mm. Está

sujeito a entrada de frentes polares vindas do sul, apresentando temperaturas inferiores a 0oC em até sete meses, sendo em média 56 dias por ano (Safford 1999).

A escolha dos trechos onde foram implantadas as áreas de amostragem se realizou

durante os primeiros três meses de trabalho de campo, após adquirir-se um conhecimento

mais amplo da área, bem como outros atributos necessários à aplicação dos métodos

próprios ao inventário fitossociológico. A localização das parcelas levou em consideração

os seguintes critérios: (1) altitude; (2) orientação da encosta e (3) fisionomia da floresta.

A região do Alto dos Brejos, na vertente norte do maciço (22°17’15”S -

44°37’03”W), possui relevo bastante acidentado, com predomínio de formações

campestres, principalmente nos topos dos morros. Os fragmentos de Florestas Alto

Montanas são bem delimitados e restritos às áreas mais protegidas das encostas. Possuem

árvores, em sua maioria, não ultrapassando 15 metros de altura, com epífitas nos extratos

mais baixos, solo coberto por uma densa camada de serapilheira e rara presença de lianas.

Esta área foi anexada ao Parque em 1982, estando sua situação fundiária ainda mal

resolvida, com alguns trechos em propriedades particulares. Neste sentido, a abertura de

pastagens com o uso do fogo e a freqüente presença do gado são, provavelmente,

responsáveis pela substituição da vegetação arbórea por formações abertas de campos. O

sub-bosque recebe boa luminosidade, favorecendo uma flora herbácea rica em espécies de

pteridófitas além da presença de grande quantidade briófitas.

As Florestas Alto Montanas localizadas nas proximidades do abrigo Massena, na

vertente sul (22°24’26”S – 44°39’05”W), estão situadas em um relevo menos acidentado e

menos irrigado, com frequente presença de bambus. Porém, a fisionomia da vegetação é

muito semelhante daquela encontrada na vertente norte, inclusive com o solo coberto por

densa camada de serapilheira. As Florestas Alto Montanas da vertente sul estão mais

próximas da região do Planalto, onde predominam os Campos de Altitude, situados

aproximadamente a 2400 m, além da vegetação rupícola encontrada nos picos mais altos,

com altitudes de até 2789 m. Mesmo assim, verificou-se que espécies extremamente

adaptadas a estas áreas abertas, dificilmente penetram no interior das florestas.

Page 99: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

89

Para a coleta de dados no campo, foram feitas quatro excursões, com duração de

cinco dias cada, no período de agosto a novembro de 2004. Coletas assistemáticas foram

feitas previamente, para facilitar o reconhecimento das espécies durante a amostragem. Os

indivíduos coletados nas parcelas complementaram o levantamento florístico desenvolvido

paralelamente.

Foi utilizado o método de parcelas e foram amostrados todos os indivíduos que

cresciam sobre o solo ou rocha. Os indivíduos epífitos foram desconsiderados, devido à

dificuldade de se tomar dados referentes à cobertura e abundância.

Em cada vertente (norte e sul) foram escolhidos quatro fragmentos nos quais foram

igualmente divididas 40 parcelas não contíguas de 25 m2 (5 x 5m), totalizando 2.000m2

(0.2 ha). Estas parcelas foram implantadas assistematicamente, desconsiderando áreas a

menos de dez metros das bordas e onde não houvesse a presença de nenhum indivíduo. A

suficiência da amostra (Fig. 1 e 2) foi testada através da curva do coletor (Vuono 2002).

Foram coletadas informações referentes à abundância das espécies, suas alturas e

área de cobertura. As classes de alturas adotadas neste trabalho levaram em conta a altura

do esporófito e não a de sua gema de perenização.

Para comparação florística entre as áreas estudadas, elaborou-se uma matriz de

dados binários (presença/ausência) das espécies apreendidas na amostragem nos oito

fragmentos e produziu-se uma segunda matriz (Fig. 3) de coeficientes de similaridade de

Jaccard (Valentin 2000). Com o intuito de interpretar a similaridade florística entre as

áreas, empregou-se análise de agrupamento pelo método média de grupo (UPGMA). Foi

calculado, ainda o coeficiente de correlação cofenética – rcs (Sneath & Sokal 1973). Todas

as análises foram calculadas utilizando o pacote de programas FITOPAC (Shepherd 1995).

Para analisar a similaridade florística e estrutural entre as duas vertentes, foram

utilizados os Índices de similaridade de Sorensen qualitativo e quantitativo.

Os parâmetros estimados, baseados em Athayde Filho (2002) e Vuono (2002) para

a análise da estrutura horizontal da pteridófitas foram:

Ni: número de indivíduos;

Ui: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre;

Der%: densidade relativa (%);

Fa: freqüência absoluta;

Fr%: frequência relativa (%);

Dor%: dominância relativa (%);

VC: valor de cobertura;

Page 100: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

90

VI: valor de importância;

Alt.Med.: altura média;

Alt.Max.: altura máxima;

Alt.Min.: altura mínima.

A densidade relativa representa a proporção percentual do número de indivíduos de

uma determinada espécie, em relação ao número total de indivíduos amostrados. É

expressa pela fórmula: Der% = ni / N onde ni = número de indivíduos amostrados da

espécie i e N = número total de indivíduos amostrados.

A freqüência absoluta representa em que grau a espécie ocorre nas parcelas de

amostragem. É expressa pela fórmula: Fa = (pi / P) . 100 onde pi = número de parcelas

com ocorrência da espécie i e P = número total de parcelas.

A freqüência relativa é obtida da relação entre a freqüência absoluta de cada espécie

e a soma das freqüências absolutas de todas as espécies amostradas. É expressa pela

fórmula: Fr% = (Fai / FA) . 100 onde Fai = freqüência absoluta da espécie i e FA =

freqüência total (soma das Fai de todas as espécies amostradas).

A dominância relativa representa a relação percentual entre a área de cobertura

foliar de todos os indivíduos de uma espécie e a área obtida pela soma de todas as áreas de

cobertura foliar de todos os indivíduos amostrados. É expressa pela fórmula: Dor% =

(Soma Aii / ATI) onde Aii = área de cada indivíduo da espécie i e ATI = área total de todos

os indivíduos amostrados.

O Valor de cobertura representa o grau em que a espécie se encontra bem

estabelecida na comunidade, é calculado com a soma da densidade e da dominância (IVC =

Der% + Dor%) atingindo, portanto valor máximo de 200.

O Valor de importância também representa o grau em que a espécie se encontra

bem estabelecida na comunidade, porém é calculado com a freqüência (IVI = Der% +

Dor% + Fr%) atingindo, portanto valor máximo de 300.

A estimativa da heterogeneidade florística da área foi baseada na análise de todas as

espécies inventariadas, utilizando-se o Índice de Diversidade de Shannon (H’). Este índice

foi escolhido por ser o mais comumente utilizado em inventários fitossociológicos (Pielou

1977; Vuono 2002).

Page 101: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

91

Resultados e Discussão

No levantamento realizado, obteve-se um total de 36 espécies, 15 famílias e 21

gêneros (Tab. 1). Foram analisados 1582 indivíduos em 0,2 ha de Floresta Ombrófila

Densa Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia. Os resultados obtidos na análise

estrutural encontram-se na Tabela 1 e nas Figuras 4 e 5.

Thelypteris retusa, com 375 indivíduos, foi a espécie que apresentou maior

densidade relativa (24%), seguida de Elaphoglossum itatiayense (10%) e Asplenium serra

(7%), somando juntas 41% do total de espécies encontradas. Estas três espécies também

são as que possuem maior frequência dentro dos fragmentos, sendo encontradas em maior

número de parcelas (64%, 41% e 40% respectivamente).

Com relação à cobertura proporcionada pelas espécies, Dicksonia sellowiana,

Dryopteris wallichiana, Asplenium serra e Plagiogyria fialhoi são as que possuem maior

área de cobertura foliar, sombreiam juntas aproximadamente 256 m2 dos 0.2 ha analisados.

Estas espécies também apresentam maior dominância relativa, com 25.8%, 9,71%, 9,14% e

8,18% respectivamente. Porém, analisando o Valor de Cobertura, que leva em conta

também a densidade relativa de cada espécie, Dicksonia sellowiana se manteve na primeira

posição (Fig. 4). Entretanto, Thelypteris retusa com seu elevado número de indivíduos,

ocupa a segunda posição, seguida de Asplenium serra e Elaphoglossum itatiayense.

Apesar de Dicksonia sellowiana ter sido considerada a espécie dominante, este fato

não foi ocasionado apenas pelo seu porte arborescente, já que a maioria dos indivíduos

contabilizados (75,5%) apresentava esporófitos com altura abaixo de 0,5 m. Porém, este

resultado se mostrou diferente quando se analisou cada vertente separadamente (Fig. 6). Na

vertente norte, 84% dos indivíduos tinham altura inferior a 0,5m e 1,3% com altura

superior a 2,0m. Na vertente sul, apenas 18% apresentavam-se menores que 0,5 m e 18%

com altura superior a 2,0 m, mostrando um maior equilíbrio entre indivíduos jovens e

adultos, o que pode indicar uma maior maturidade desta formação vegetal.

O Valor de Importância nos dá um indicativo de como a espécie encontra-se

estabelecida na área. Leva em conta o número de indivíduos, sua distribuição e a área que

eles ocupam, sendo obtido pela soma da densidade, freqüência e dominância. Thelypteris

retusa foi a que obteve o maior valor (42.1) (Fig. 5), seguida de Dicksonia sellowiana

(36.5), Asplenium serra (23.4) e Elaphoglossum itatiayense (23.2).

O Valor de Importância calculado nos mostra que os fragmentos estudados

proporcionam um ambiente adequado para o desenvolvimento de Dicksonia sellowiana,

Page 102: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

92

uma espécie considerada em perigo de extinção pela lista de espécies ameaçadas do

IBAMA (1992). Outras três espécies (Culcita coniifolia, Plagiogyria fialhoi e Athyrium

filix-femina) também estão enquadradas em alguma categoria de ameaça, segundo os dados

obtidos no Workshop da flora brasileira ameaçada de extinção (2005, dados não

publicados).

Algumas diferenças na composição florística puderam ser percebidas durante a

coleta de dados no campo, incitando uma análise de similaridade entre os diferentes

fragmentos amostrados (Tab. 2 e Figs. 8 a 14).

O dendrograma produzido pela análise de agrupamento (Fig. 3) mostra um

considerável ajuste à matriz de distâncias calculadas (rcs = 0,8669). Nesta análise observou-

se a formação de dois grupos: um unindo os fragmentos da vertente sul, os quais podem ser

considerados um pouco mais secos e com maior presença de bambu. Nestes fragmentos são

encontradas três espécies de Lycopodiaceae e uma de Dennstaedtiaceae, típicas de

ambientes com maior luminosidade, não encontradas na vertente norte. O outro com os

fragmentos da vertente norte os quais possuíam maior declividade, dossel um pouco mais

fechado e com presença de pequenos riachos em seu interior, aumentando a umidade

relativa e tornando o solo desta floresta um pouco mais úmido, porém bem drenado. Nestes

fragmentos ocorrem 16 espécies exclusivas a esta vertente, em sua maioria espécies típicas

de interiores de matas mais úmidas, inclusive com presença de fetos arborescentes.

Na vertente norte foram encontrados 998 indivíduos distribuídos em 32 espécies.

Na vertente sul foram contabilizados 598 indivíduos distribuídos em 20 espécies. Das 36

espécies encontradas, 16 foram consideradas amplamente distribuídas na área de estudo,

sendo encontradas em ambas as vertentes. As outras 20 espécies apresentaram distribuição

restrita a apenas uma das vertentes.

Algumas pteridófitas como Asplenium harpeodes, A. serra, Dicksonia sellowiana,

Dryopteris wallichiana, Elaphoglossum obliquatum, E. itatiayense, Hypolepis repens,

Polypodium pleopeltidis e Thelypteris retusa foram encontradas em pelo menos seis, dos

oito fragmentos analisados, sendo consideradas de ocorrência alta (>75%) nos fragmentos

estudados. Enquanto que Blechnum austrobrasilianum, Cyathea phalerata, Diplazium

petersenii, Huperzia reflexa, Lastreopsis amplissima, Lellingeria brevistipes e Lycopodium

clavatum foram encontradas em apenas um dos fragmentos, sendo consideradas raras na

área de estudo.

Page 103: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

93

A curva do coletor indicou suficiência das amostras nas duas vertentes, tendo a

curva se estabilizado a partir da décima quinta e vigésima parcelas, respectivamente (Figs.

1 e 2).

R2 = 0,6759R2 = 0,9138

0

5

10

15

20

25

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39

Parce las

Vertente sulMassena

Vertente norteAlto dos Brejos R2 = 0,7639

R2 = 0,9485

0

5

10

15

20

25

30

35

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39

Parcelas

Figura 1: Suficiência amostral na vertente sul. Figura 2: Suficiência amostral na vertente norte. Ambas

evidenciam que a curva cumulativa de espécies/área assemelha-se mais a tendência logarítmica (estabilidade)

do que a linear.

Fig.1

Fig.2

Page 104: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

94

Espécies Ui Ni Der% Fa Fr% Cob Dor% VC VI

Thelypteris retusa (Sw.) C. F. Reed 51 375 23,7 63,75 11,1 35,5 7,33 31 42,1

Dicksonia sellowiana Hook. 24 86 5,44 30 5,21 125 25,8 31,2 36,46

Asplenium serra Langsd. & Fisch. 32 116 7,33 40 6,94 44,2 9,14 16,5 23,42

Elaphoglossum itatiayense Rosenst. 33 159 10,1 41,25 7,16 28,9 5,98 16 23,19

Dryopteris wallichiana (Spreng.) Hyl. 21 59 3,73 26,25 4,56 47 9,71 13,4 17,99

Plagiogyria fialhoi (Fée ex Glaz.) Copel. 25 59 3,73 31,25 5,43 39,6 8,18 11,9 17,34

Asplenium harpeodes Kunze 22 73 4,61 27,5 4,77 20,9 4,33 8,94 13,71

Polypodium pleopeltidis Fee 31 59 3,73 38,75 6,73 3,46 0,72 4,44 11,17

Terpsichore achilleifolia (Kaulf.) A. R. Sm. 23 85 5,37 28,75 4,99 1,51 0,31 5,69 10,68

Elaphoglossum obliquatum Christ. 27 49 3,1 33,75 5,86 7,46 1,54 4,64 10,5

Blechnum cordatum (Desv.) Hieron. 8 67 4,24 10 1,74 14,6 3,02 7,25 8,988

Elaphoglossum squamipes (Hook.) T. Moore 24 37 2,34 30 5,21 6,56 1,36 3,69 8,903

Arachnoides denticulata (Sw.) Ching 14 52 3,29 17,5 3,04 8,99 1,86 5,15 8,183

Culcita coniifolia (Hook.) Maxon 12 30 1,9 15 2,6 16 3,3 5,2 7,803

Cyathea dichromatolepis (Fee) Domin 5 14 0,88 6,25 1,09 27,7 5,73 6,61 7,698

Asplenium pseudonitidum Raddi 16 42 2,65 20 3,47 1,87 0,39 3,04 6,513

Hypolepis repens (L.) C. Presl. 11 36 2,28 13,75 2,39 3,36 0,69 2,97 5,356

Lastreopsis amplíssima (C. Presl.) Tindale 5 32 2,02 6,25 1,09 8,33 1,72 3,74 4,829

Cyathea phalerata Mart. 5 5 0,32 6,25 1,09 15,2 3,14 3,45 4,54

Rumohra adiantiformis (Forst.) Ching 11 17 1,07 13,75 2,39 2,82 0,58 1,66 4,045

Polypodium catharinae Langsd. & Fisch. 11 18 1,14 13,75 2,39 1,9 0,39 1,53 3,917

Blechnum binervatum subsp. acutum (Desv.) R. M. Tryon & Stolze 5 11 0,7 6,25 1,09 8,56 1,77 2,46 3,549

Asplenium auritum Sw. 7 21 1,33 8,75 1,52 1,03 0,21 1,54 3,06

Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm. 6 17 1,07 7,5 1,3 3,18 0,66 1,73 3,034

Elaphoglossum organense Brade 6 11 0,7 7,5 1,3 1,65 0,34 1,04 2,338

Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr. 4 7 0,44 5 0,87 4,12 0,85 1,29 2,162

Lellingeria apiculata (Kunze ex Klotzsch) A. R. Sm. & R. C. Moran 4 6 0,38 5 0,87 0,13 0,03 0,41 1,274

Diplazium petersenii (Kunze) Christ 2 11 0,7 2,5 0,43 0,59 0,12 0,82 1,251

Elaphoglossum edwallii Rosenst. 3 4 0,25 3,75 0,65 1,54 0,32 0,57 1,222

Athyrium filix-femina (L.) Roth 3 7 0,44 3,75 0,65 0,55 0,11 0,56 1,208

Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw. 3 3 0,19 3,75 0,65 0,3 0,06 0,25 0,902

Blechnum austrobrasilianum de la Sota 1 8 0,51 1,25 0,22 0,18 0,04 0,54 0,761

Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Øllg. & P. G. Windisch 2 2 0,13 2,5 0,43 0,47 0,1 0,22 0,658

Lellingeria brevistipes (Mett. ex Kuhn) A. R. Sm. & R. C. Moran 2 2 0,13 2,5 0,43 0,03 0,01 0,13 0,567

Lycopodium clavatum L. 1 1 0,06 1,25 0,22 0,78 0,16 0,22 0,442

Huperzia reflexa (Lam.) Trevis 1 1 0,06 1,25 0,22 0,04 0,01 0,07 0,288

Tabela 1: Parâmetros estruturais calculados para as espécies analisadas em 0,2 ha de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana no

Parque Nacional do Itatiaia, onde: Ui= N° de parcelas em que a espécie ocorre; Ni= Nº de indivíduos; Der%= Densidade relativa;

Fa= Frequência absoluta; Fr%= Frequência relativa; Cob= Cobertura (m2); Dor%= Dominância relativa; VC= Valor de Cobertura e

VI= Valor de Importância.

Page 105: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

95

Figura 3: Dendrograma de similaridade, baseado no índice de Jaccard (rcs = 0,8669) para as espécies de

pteridófitas amostradas em oito fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana analisados, no Parque

Nacional do Itatiaia.

Parâmetros Vertente sul Vertente norte

Número de famílias 10 14

Número de gêneros 14 19

Número de espécies 20 32

Número de indivíduos 584 998

Densidade absoluta (ind/ha) 5840 9980

Dominância (cobertura) absoluta (m²/ha) 2730 2110

Índice de Shannon (H') (nats/ind) 2,27 2,89

Equitabilidade (J') 0,76 0,83

Tabela 2: Parâmetros florísticos e fitossociológicos calculados para Floresta Ombrófila Densa Alto Montana em

vertentes opostamente orientadas (sul e norte), no Parque Nacional do Itatiaia.

Page 106: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

96

Valor de Cobertura (VC)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

Dicksonia sellowianaThelypteris retusa

Asplenium serraElaphoglossum itatiayense

Dryopteris wallichianaPlagiogyria fialhoi

Asplenium harpeodesBlechnum cordatum

Cyathea dichromatolepisTerpsichore achilleifolia

Culcita coniifoliaArachnoides denticulata

Elaphoglossum obliquatumPolypodium pleopeltidisLastreopsis amplissima

Elaphoglossum squamipesCyathea phalerata

Asplenium pseudonitidumHypolepis repens

Blechnum binervatumHistiopteris incisa

Rumohra adiantiformisAsplenium auritum

Polypodium catharinaeBlechnum schomburgkii

Elaphoglossum organenseDiplazium petersenii

Elaphoglossum edwalliiAthyrium filix-feminaLellingeria apiculata

HymenophyllumHuperzia comans

Lycopodium clavatumLellingeria brevistipes

Huperzia reflexa

Blechnum austrobrasilianum

Figura 4: Valor de Cobertura das espécies apreendidas em 0,2 ha de Floresta Ombrófila Densa AltoMontana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: Densidade relativa (%) e Dominância relativa (%).

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Valor de Importância (VI)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44

Thelypteris retusaDicksonia sellowiana

Asplenium serraElaphoglossum itatiayense

Dryopteris wallichianaPlagiogyria fialhoi

Asplenium harpeodesPolypodium pleopeltidisTerpsichore achilleifolia

Elaphoglossum obliquatumBlechnum cordatum

Elaphoglossum squamipesArachnoides denticulata

Culcita coniifoliaCyathea dichromatolepisAsplenium pseudonitidum

Hypolepis repensLastreopsis amplissima

Cyathea phalerataRumohra adiantiformisPolypodium catharinaeBlechnum binervatum

Asplenium auritumHistiopteris incisa

Elaphoglossum organenseBlechnum schomburgkii

Lellingeria apiculataDiplazium petersenii

Elaphoglossum edwalliiAthyrium filix-femina

Hymenophyllum polyanthosHuperzia comans

Lellingeria brevistipesLycopodium clavatum

Huperzia reflexa

Blechnum austrobrasilianum

Figura 5: Valor de Importância das espécies apreendidas em 02 ha de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: Densidade relativa (%); Dominância relativa (%) e

Freqüência relativa (%).

Page 108: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

98

Em ambas as vertentes, a espécie Thelypteris retusa foi a que apresentou o maior

número de indivíduos, sendo que na vertente norte ela representa 17,4 % do total de

indivíduos registrados e, se somados ao número de indivíduos de Elaphoglossum

itatiayense, Terpsichore aquilleifolia e Blechnum cordatum, representam 48% do total de

indivíduos contabilizados nesta vertente. Na vertente sul, T. retusa representa 34,4%, e se

somados ao número de indivíduos de Asplenium serra, Asplenium harpeodes e Dryopteris

wallichiana, representam aproximadamente 64% do total de indivíduos encontrados. Estas

quatro espécies mais numerosas representam aproximadamente 50% da densidade total na

vertente norte, enquanto que na vertente sul, este valor chega a 63,5% do total de

indivíduos.

Na vertente sul as espécies que foram registradas em um maior número de parcelas

foram: Thelypteris retusa, Asplenium serra e Dryopteris wallichiana aparecendo

respectivamente em 62,5%, 47,5% e 45% do total de parcelas As espécies menos

representadas foram Blechnum cordatum, Huperzia reflexa, Lycopodium clavatum e

Rumohra adiantiformis, encontradas em apenas uma parcela. Na vertente norte

Elaphoglossum itatiayensis foi encontrada em um número maior de parcelas, ocorrendo em

70% delas, seguida de Thelypteris retusa e Elaphoglossum squamipes aparecendo

respectivamente em 65% e 60%. Nesta vertente, apenas Blechnum austrobrasilianum se

mostrou restrita a uma única parcela.

Levando-se em conta a cobertura proporcionada pelas espécies encontradas,

Dicksonia sellowiana, Dryopteris wallichiana, Asplenium serra e Plagiogyria fialhoi são

as espécies com maior cobertura na vertente sul, somando 70% da cobertura total. Porém,

analisando o valor relativo de cobertura e levando-se em consideração a densidade relativa

de cada espécie, Thelypteris retusa, com seu alto número de indivíduos, aparece na

primeira posição. O Valor de Importância nesta vertente apontou T. retusa também na

primeira posição, seguida de Asplenium serra, Dryopteris wallichiana e Dicksonia

sellowiana.

Na vertente norte, Dicksonia sellowiana também apresentou maior cobertura,

seguida de Cyathea dichromatolepis, Elaphoglossum itatiayense e Cyathea glaziovii, que

juntas atingem aproximadamente 55% da cobertura total nesta vertente. Quanto ao Valor

de Cobertura, D. sellowiana se manteve na primeira posição, seguida por Elaphoglossum

itatiayense e Thelypteris retusa, sendo seus valores de cobertura maiores que C.

dichromatolepis, que é um feto arborescente. O Valor de Importância calculado também

Page 109: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

99

apontou estas três espécies mais bem estabelecidas na área, seguidas de Terpsichore

achilleifolia.

Analisando as formas de vida das espécies encontradas, verificou-se o predomínio

das ervas hemicriptófitas (75%). As fanerófitas, caméfitas e geófitas foram representadas

por apenas três espécies (8,3%) cada. O estabelecimento das porcentagens das formas de

vida levou em consideração a altura em que habitualmente são encontradas as gemas de

perenização em indivíduos maduros destas espécies e não dos indivíduos contabilizados no

estudo.

As fanerófitas, ou seja, indivíduos que apresentam gema de perenização acima de

um metro do solo, com exceção de Dicksonia sellowiana, pertencem à família Cyatheaceae

e foram encontradas apenas na vertente norte. Este fato parece indicar que os fragmentos

da vertente norte são mais úmidos que os da vertente sul. Tal teoria pode ser sustentada

pela existência de nascentes e pequenos riachos no interior de todos os fragmentos da

vertente norte, contribuindo com uma maior umidade relativa do ar, mesmo nos períodos

de menor pluviosidade (Junho a Setembro).

Analisando-se o padrão de distribuição geográfica das espécies encontradas nas

parcelas foi possível a identificação de seis padrões. Com um amplo predomínio de

espécies neotropicais (80,5%), 14 delas (39%) ocorrem apenas no Brasil. Destas, 10

possuem distribuição restrita às regiões sudeste e sul, sendo três (Cyathea dichromatolepis,

Elaphoglossum itatiayense e E. organense) endêmicas para a região sudeste. As espécies

com distribuição além dos neotrópicos foram representadas por sete espécies (19%), sendo

uma cosmopolita.

O Índice de Diversidade de Shannon calculado para a Floresta Ombrófila Densa

Alto Montana do Parque Nacional do Itatiaia foi de 2,90 nats/ind (J’ 0,81). Calculando este

índice separadamente para cada vertente, encontramos 2,89 nats/ind. (J’ 0,83) para a

vertente norte e 2,27 nats/ind. (J’ 0,76) para a vertente sul. Estes valores podem ser

considerados relativamente altos se comparados com o valor de 1,71 encontrado por

Athayde Filho (2002) para uma área conservada de restinga na região sul do Brasil. Melo

(2003) analisando a heterogeneidade florística em dois fragmentos florestais na região sul

de Minas Gerais, calculou 1,51 (J’ 0,51) para um fragmento com altitudes entre 1890 e

1950 m e 1,82 (J’ 0,83) para um fragmento com altitude entre 1640 e 1720 m. Paciência

(2001) calculou valores entre 1,39 e 2,38 (J’ entre 0,45 e 0,66) para diferentes fisionomias

florestais (Mata Higrófila Sul-Baiana, capoeiras e cabrucas) na região de Una no sul da

Bahia.

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100

Apesar das diferenças florísticas encontradas entre as vertentes, estas podem ser

consideradas pequenas e possivelmente estão relacionadas ao histórico de uso e da

dinâmica do fogo nestas formações vegetais, bem como pela ocorrência de córregos

constantes no interior dos fragmentos da vertente norte, mesmo nos períodos de baixa

pluviosidade. Tais fatores afetam as condições microclimáticas muito mais do que os

fatores abióticos relacionados à orientação das vertentes, conforme estudados por Oliveira

et al. (1995).

Estudos envolvendo análises quantitativas de espécies herbáceas apresentam dados

mais fáceis de serem monitorados, facilitando o diagnóstico do estado de conservação de

uma determinada formação vegetal.

Os índices de similaridade de Sorensen encontrados entre as vertentes foram de

0,615 (qualitativo) e 0,712 (quantitativo), indicando que os fragmentos analisados são

semelhantes, no que se refere à composição florística e abundância de pteridófitas. Isto

evidencia que a orientação das vertentes não é um caráter importante para diferenciar as

comunidades pteridofíticas das Florestas Ombrófilas Densas Alto Montanas do Parque

Nacional do Itatiaia. Os picos mais altos encontrados entre estas duas vertentes, não podem

ser considerados barreiras tão extensas para a dispersão dos esporos da maioria das

espécies. Moran (1995a) encontrou resultados distintos analisando duas vertentes

opostamente orientadas na cordilheira dos Andes, demonstrando que barreiras mais

extensas e com maiores altitudes podem influenciar na composição florística.

Os fragmentos estudados são detentores de uma flora pteridofítica rica, diversa e

com elementos ameaçados de extinção, tornando sua conservação, indispensável para

manutenção da biodiversidade do bioma Mata Atlântica.

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Ui Ni Der% Fa Fr% Dor% VC VIMassena (vertente sul)Thelypteris retusa 25 201 34,4 62,5 14,71 7,75 42,2 56,9Asplenium serra 19 73 12,5 47,5 11,18 14 26,5 37,7Dryopteris wallichiana 18 49 8,39 45 10,59 16,3 24,7 35,3Dicksonia sellowiana 6 11 1,88 15 3,529 26,3 28,2 31,7Plagiogyria fialhoi 17 44 7,53 42,5 10 13,4 20,9 30,9Asplenium harpeodes 13 49 8,39 32,5 7,647 6,71 15,1 22,7Elaphoglossum obliquatum 19 36 6,16 47,5 11,18 2,36 8,52 19,7Polypodium pleopeltidis 10 19 3,25 25 5,882 0,69 3,94 9,83Hypolepis repens 9 18 3,08 22,5 5,294 0,82 3,9 9,2Elaphoglossum itatiayense 5 14 2,4 12,5 2,941 2,85 5,25 8,19Histiopteris incisa* 6 17 2,91 15 3,529 1,17 4,08 7,61Culcita coniifolia 4 7 1,2 10 2,353 3,61 4,81 7,16Polypodium catharinae 7 12 2,05 17,5 4,118 0,56 2,61 6,73Asplenium auritum 4 16 2,74 10 2,353 0,25 2,99 5,34Blechnum cordatum 1 11 1,88 2,5 0,588 2,29 4,17 4,76Blechnum schomburgkii 2 2 0,34 5 1,176 0,43 0,77 1,95Huperzia comans* 2 2 0,34 5 1,176 0,17 0,51 1,69Lycopodium clavatum* 1 1 0,17 2,5 0,588 0,29 0,46 1,05Rumohra adiantiformis 1 1 0,17 2,5 0,588 0,04 0,21 0,8Huperzia reflexa* 1 1 0,17 2,5 0,588 0,01 0,18 0,77Alto dos Brejos (vertente norte)Dicksonia sellowiana 18 75 7,52 45 6,181 25,2 32,7 38,9Elaphoglossum itatiayense 28 145 14,5 70 9,615 10 24,5 34,1Thelypteris retusa 26 174 17,4 65 8,929 6,78 24,2 33,1Terpsichore achilleifolia* 23 85 8,52 57,5 7,898 0,72 9,24 17,1Cyathea dichromatolepis* 5 14 1,4 12,5 1,717 13,1 14,5 16,2Elaphoglossum squamipes* 24 37 3,71 60 8,242 3,11 6,82 15,1Arachnoides denticulata* 14 52 5,21 35 4,808 4,26 9,47 14,3Blechnum cordatum 7 56 5,61 17,5 2,404 3,95 9,56 12Polypodium pleopeltidis 21 40 4,01 52,5 7,212 0,74 4,75 12Asplenium serra 13 43 4,31 32,5 4,464 2,92 7,23 11,7Asplenium pseudonitidum* 16 42 4,21 40 5,495 0,88 5,09 10,6Cyathea phallerata* 5 5 0,5 12,5 1,72 7,19 7,69 9,41Lastreopsis amplissima* 5 32 3,21 12,5 1,717 3,94 7,15 8,86Culcita coniifolia 8 23 2,3 20 2,747 2,91 5,21 7,96Blechnum binervatum* 5 11 1,1 12,5 1,717 4,05 5,15 6,87Asplenium harpeodes 9 24 2,4 22,5 3,091 1,24 3,64 6,74Rumohra adiantiformis 10 16 1,6 25 3,434 1,28 2,88 6,32Plagiogyria fialhoi 8 15 1,5 20 2,747 1,45 2,95 5,7Elaphoglossum obliquatum 8 13 1,3 20 2,747 0,48 1,78 4,53Elaphoglossum organense* 6 11 1,1 15 2,06 0,78 1,88 3,94Dryopteris wallichiana 3 10 1 7,5 1,03 1,15 2,15 3,18Hypolepis repens 2 18 1,8 5 0,687 0,54 2,34 3,03Blechnum schomburgkii 2 5 0,5 5 0,687 1,39 1,89 2,58Elaphoglossum edwallii* 3 4 0,4 7,5 1,03 0,73 1,13 2,16Polypodium catharinae 4 6 0,6 10 1,374 0,18 0,78 2,15Diplazium petersenii* 2 11 1,1 5 0,687 0,28 1,38 2,07Lellingeria apiculata* 4 6 0,6 10 1,374 0,06 0,66 2,03Athyrium filix-femina* 3 7 0,7 7,5 1,03 0,26 0,96 1,99Asplenium auritum 3 5 0,5 7,5 1,03 0,16 0,66 1,69Hymenophyllum polyanthos* 3 3 0,3 7,5 1,03 0,14 0,44 1,47Blechnum austrobrasilianum* 1 8 0,8 2,5 0,343 0,09 0,89 1,24Lellingeria brevistipes* 2 2 0,2 5 0,687 0,02 0,22 0,91

Tabela 3: Parâmetros estruturais calculados para as espécies analisadas nas diferentes vertentes, onde:

Ni= Nº de indivíduos; Ui= N° de parcelas em que a espécie ocorre; Der%= Densidade relativa; Fa=

Frequência absoluta; Fr%= Frequência relativa; Cob= Cobertura (m2); Dor%= Dominância relativa;

VC= Valor de Cobertura e VI= Valor de Importância. As espécies com asteriscos são de ocorrência

exclusiva da referida vertente.

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102

14

16

63

22322

0

10

20

30

40

50

60

70

>2 m1,51-2,0 m1,01-1,5 m0,51-1,0 m<0,5 m

Classes de altura

279

197

98

10

695

247

4511

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

650

700

0,01-0,25 m 0,26-0,50 m 0,51-1,00 m >1,01 m

Classes de altura

Figura 7: Classes de altura dos indivíduos encontrados nos fragmentos de Floresta Ombrófila Densa AltoMontana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: vertente sul e vertente norte.

Figura 6: Classes de altura dos indivíduos de Dicksonia sellowiana Hook., encontradas nos fragmentos deFloresta Ombrófila Densa Alto Montana no Parque Nacional do Itatiaia. Onde: vertente sul e vertentenorte.

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103

0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210

Nº de indivíduos

Thelypteris retusaElaphoglossum itatiayense

Terpsichore achilleifoliaDicksonia sellowiana

Blechnum cordatumArachnoides denticulata

Asplenium serraAsplenium pseudonitidum

Polypodium pleopeltidisElaphoglossum squamipes

Lastr. amplissimaAsplenium harpeodes

Culcita coniifoliaHypolepis repens

Rumohra adiantiformisPlagiogyria fialhoi

Cyathea dichromatolepisElaphoglossum obliquatum

Blechnum binervatumElaphoglossum organense

Diplazium peterseniiDryopteris wallichiana

Blechnum austrobrasilianumAthyrium filix-femina

Polypodium catharinaeLellingeria apiculata

Cyathea phallerataBlechnum schomburgkii

Asplenium auritumElaphoglossum edwallii

Hymenophyllum polyanthosLellingeria brevistipes

Alto dos Brejos

0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210

Nº de indivíduos

Thelypteris retusaAsplenium serra

Dryopteris wallichianaAsplenium harpeodes

Plagiogyria fialhoiElaphoglossum

Polypodium pleopeltidisHypolepis repens

Histiopteris incisaAsplenium auritum

Elaphoglossum itatiayensePolypodium catharinae

Dicksonia sellowianaBlechnum cordatum

Culcita coniifoliaBlechnum schomburgkii

Huperzia comansLycopodium clavatum

Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa

Massena

a

b

Figura 8: Número de indivíduos amostrados na vertente sul (a) e na vertente norte (b).

Page 114: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

104

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Nº de parcelas

Thelypteris retusaAsplenium serra

Elaphoglossum obliquatumDryopteris wallichiana

Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes

Polypodium pleopeltidisHypolepis repens

Polypodium catharinaeDicksonia sellowiana

Histiopteris incisaElaphoglossum itatiayense

Asplenium auritumCulcita coniifolia

Blechnum schomburgkiiHuperzia comans

Blechnum cordatumHuperzia reflexa

Lycopodium clavatumRumohra adiantiformis

Massena

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Nº de parcelas

Elaphoglossum itatiayenseThelypteris retusa

Elaphoglossum squamipesTerpsichore achilleifoliaPolypodium pleopeltidis

Dicksonia sellowianaAsplenium pseudonitidum

Arachnoides denticulataAsplenium serra

Rumohra adiantiformisAsplenium harpeodes

Culcita coniifoliaElaphoglossum obliquatum

Plagiogyria fialhoiBlechnum cordatum

Elaphoglossum organenseBlechnum binervatum

Cyathea dichromatolepisCyathea phallerata

Lastreopsis amplissimaLellingeria apiculata

Polypodium catharinaeAsplenium auritum

Athyrium filix-feminaDryopteris wallichiana

Elaphoglossum edwalliiHymenophyllum polyanthos

Blechnum schomburgkiiDiplazium petersenii

Hypolepis repensLellingeria brevistipes

Blechnum austrobrasilianum

Alto dos Brejos

a

b

Figura 9: Número de parcelas em que as espécies foram encontradas na vertente sul (a) e na vertentenorte (b).

Page 115: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

105

0 5 10 15 20 25 30 35

Thelypteris retusaElaphoglossum itatiayense

Terpsichore achilleifoliaDicksonia sellowiana

Blechnum cordatumArachnoides denticulata

Asplenium serraAsplenium pseudonitidum

Polypodium pleopeltidisElaphoglossum squamipesLastreopsis amplissima

Asplenium harpeodesCulcita coniifoliaHypolepis repens

Rumohra adiantiformisPlagiogyria fialhoi

Cyathea dichromatolepisElaphoglossum obliquatum

Blechnum binervatumDiplazium petersenii

Elaphoglossum organenseDryopteris wallichiana

Blechnum austrobrasilianumAthyrium filix-feminaLellingeria apiculata

Polypodium catharinaeAsplenium auritum

Blechnum schomburgkiiCyathea phallerata

Elaphoglossum edwalliiHymenophyllum polyanthos

Lellingeria brevistipes

Alto dos Brejos

0 5 10 15 20 25 30 35

Thelypteris retusaAsplenium serra

Asplenium harpeodesDryopteris wallichiana

Plagiogyria fialhoiElaphoglossum

Polypodium pleopeltidisHypolepis repens

Histiopteris incisaAsplenium auritum

Elaphoglossum itatiayensePolypodium catharinae

Blechnum cordatumDicksonia sellowiana

Culcita coniifoliaBlechnum schomburgkii

Huperzia comansHuperzia reflexa

Lycopodium clavatumRumohra adiantiformis

Massena

a

b

Figura 10: Densidade relativa das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).

Page 116: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

106

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Elaphoglossum itatiayenseThelypteris retusa

Elaphoglossum squamipesTerpsichore achilleifoliaPolypodium pleopeltidis

Dicksonia sellowianaAsplenium pseudonitidum

Arachnoides denticulataAsplenium serra

Rumohra adiantiformisAsplenium harpeodes

Culcita coniifoliaElaphoglossum obliquatum

Plagiogyria fialhoiBlechnum cordatum

Elaphoglossum organenseCyathea phallerata

Blechnum binervatumCyathea dichromatolepisLastreopsis amplissima

Lellingeria apiculataPolypodium catharinae

Asplenium auritumAthyrium filix-femina

Dryopteris wallichianaElaphoglossum edwallii

Hymenophyllum polyanthosBlechnum schomburgkii

Diplazium peterseniiHypolepis repens

Lellingeria brevistipesBlechnum austrbrasilianum

Alto dos Brejos

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Thelypteris retusaAsplenium serra

Elaphoglossum obliquatumDryopteris wallichiana

Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes

Polypodium pleopeltidisHypolepis repens

Polypodium catharinaeDicksonia sellowiana

Histiopteris incisaElaphoglossum itatiayense

Asplenium auritumCulcita coniifolia

Blechnum schomburgkiiHuperzia comans

Blechnum cordatumHuperzia reflexa

Lycopodium clavatumRumohra adiantiformis

Massena

a

b

Figura 11: Freqüência relativa das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).

Page 117: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

107

0 5 10 15 20 25 30

Dicksonia sellowianaCyathea dichromatolepis

Elaphoglossum itatiayenseCyathea phallerata

Thelypteris retusaArachnoides denticulata

Blechnum binervatumBlechnum cordatum

Lastreopsis amplissimaElaphoglossum squamipes

Asplenium serraCulcita coniifolia

Plagiogyria fialhoiBlechnum schomburgkiiRumohra adiantiformis

Asplenium harpeodesDryopteris wallichiana

Asplenium pseudonitidumElaphoglossum organense

Polypodium pleopeltidisElaphoglossum edwallii

Terpsichore achilleifoliaHypolepis repens

Elaphoglossum obliquatumDiplazium petersenii

Athyrium filix-feminaPolypodium catharinae

Asplenium auritumHymenophyllum polyanthosBlechnum austrobrasilianum

Lellingeria apiculataLellingeria brevistipes

Alto dos Brejos

0 5 10 15 20 25 30

Dicksonia sellowianaDryopteris wallichiana

Asplenium serraPlagiogyria fialhoi

Thelypteris retusaAsplenium harpeodes

Culcita coniifoliaElaphoglossum itatiayense

Elaphoglossum obliquatumBlechnum cordatum

Histiopteris incisaHypolepis repens

Polypodium pleopeltidisPolypodium catharinae

Blechnum schomburgkiiLycopodium clavatum

Asplenium auritumHuperzia comans

Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa

Massena

a

b

Figura 12: Dominância relativa das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).

Page 118: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Dicksonia sellowianaElaphoglossum itatiayense

Thelypteris retusaCyathea dichromatolepis

Blechnum cordatumArachnoides denticulataTerpsichore achilleifolia

Cyathea phallerataAsplenium serra

Lastr. amplissimaElaphoglossum squamipes

Culcita coniifoliaBlechnum binervatum

Asplenium pseudonitidumPolypodium pleopeltidis

Asplenium harpeodesPlagiogyria fialhoi

Rumohra adiantiformisHypolepis repens

Dryopteris wallichianaBlechnum schomburgkii

Elaphoglossum organenseElaphoglossum obliquatum

Diplazium peterseniiElaphoglossum edwallii

Athyrium filix-feminaBlechnum austrobrasilianum

Polypodium catharinaeLellingeria apiculata

Asplenium auritumHymenophyllum polyanthos

Lellingeria brevistipes

Alto dos Brejos

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Thelypteris retusaDicksonia sellowiana

Asplenium serraDryopteris wallichiana

Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes

Elaphoglossum obliquatumElaphoglossum itatiayense

Culcita coniifoliaBlechnum cordatum

Histiopteris incisaPolypodium pleopeltidis

Hypolepis repensAsplenium auritum

Polypodium catharinaeBlechnum schomburgkii

Huperzia comansLycopodium clavatum

Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa

Massena

a

b

Figura 13: Valor de Cobertura das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).

Page 119: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

109

0 10 20 30 40 50 60

Dicksonia sellowianaElaphoglossum itatiayense

Thelypteris retusaTerpsichore achilleifoliaCyathea dichromatolepis

Elaphoglossum squamipesArachnoides denticulata

Blechnum cordatumPolypodium pleopeltidis

Asplenium serraAsplenium pseudonitidum

Cyathea phallerataLastreopsis amplissima

Culcita coniifoliaBlechnum binervatumAsplenium harpeodes

Rumohra adiantiformisPlagiogyria fialhoi

Elaphoglossum obliquatumElaphoglossum organense

Dryopteris wallichianaHypolepis repens

Blechnum schomburgkiiElaphoglossum edwalliiPolypodium catharinae

Diplazium peterseniiLellingeria apiculata

Athyrium filix-feminaAsplenium auritum

Hymenophyllum polyanthosBlechnum austrobrasilianum

Lellingeria brevistipes

Alto dos Brejos

0 10 20 30 40 50 60

Thelypteris retusaAsplenium serra

Dryopteris wallichianaDicksonia sellowiana

Plagiogyria fialhoiAsplenium harpeodes

Elaphoglossum obliquatumPolypodium pleopeltidis

Hypolepis repensElaphoglossum itatiayense

Histiopteris incisaCulcita coniifolia

Polypodium catharinaeAsplenium auritum

Blechnum cordatumBlechnum schomburgkii

Huperzia comansLycopodium clavatum

Rumohra adiantiformisHuperzia reflexa

Massena

a

b

Figura 14: Valor de Importância das espécies amostradas na vertente sul (a) e na vertente norte (b).

Page 120: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

110

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Considerações finais

A região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia apresenta uma grande riqueza

florística, com 135 espécies de pteridófitas distribuídas em 49 gêneros e 23 famílias.

Houve um acréscimo de 49 espécies à listagem fornecida por Brade (1956) e 12%

das espécies listadas por ele não foram recoletadas. Isso ocorreu devido à maioria das

espécies não possuir referências claras sobre a localidade de coleta e, por possuírem

provavelmente, populações pequenas e com distribuição restrita.

A análise florística revelou que a forma de vida hemicriptófita é a predominante

entre as espécies encontradas e o substrato terrícola é o mais amplamente utilizado,

corroborando com outros estudos. E como esperado, os interiores dos fragmentos de

Floresta Ombrófila Densa Alto Montana, mais úmidos e sombrios, possuem uma maior

riqueza, se comparados com os Campos de Altitude.

O padrão de distribuição geográfica neotropical foi o que abrangeu a maioria dos

táxons, com uma das maiores proporções de espécies endêmicas para o Brasil registradas

na literatura.

Na amostragem quantitativa, a família Lomariopsidaceae foi a que apresentou a

maior riqueza específica, com cinco espécies, enquanto que a família Thelypteridaceae,

com apenas uma espécie, foi a que apresentou a maior densidade relativa, com 375

indivíduos.

No presente estudo, pequenas variações na composição florística e estrutura da

comunidade pteridofítica puderam ser observados em relação à orientação das vertentes,

sendo que os fragmentos da vertente norte apresentaram maior riqueza e uma maior

densidade que os da vertente sul. Porém com um maior número de indivíduos juvenis e de

menor porte, possivelmente indicando um maior grau de perturbação dos fragmentos.

Os fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Alto Montana analisados possuem uma

alta diversidade (Índice de Diversidade de Shanom H’= 2,90 nats/ind), além de abrigar um

grande número de espécies ameaçadas.

Dicksonia sellowiana apresentou-se com uma alta densidade de indivíduos, além de

ter se mostrado a espécie dominante e a segunda em valor de importância, caracterizando

estes fragmentos como detentores de uma flora ameaçada sendo de extrema prioridade sua

conservação.

Page 126: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

116

Estudos envolvendo análises quantitativas de espécies herbáceas apresentam dados

mais fáceis de serem monitorados, facilitando o diagnóstico do estado de conservação de

uma determinada formação vegetal.

Apesar de estar dentro de uma unidade de conservação, a flora pteridofítica da

região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia, vem sendo modificada por impactos

como fogo, gado e pelo grande número de pessoas que visitam a área.

O Parque com seu enorme gradiente altitudinal e com uma ampla diversidade de

hábitats e condições microclimáticas, pode ser considerado uma zona de estabelecimento e

especiação em pteridófitas, com endemismos, disjunções e híbridos naturais.

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Fig.25: Dicksonia sellowiana Hook.; Fig.26: Selaginella tenuissima Fée; Fig.27:Doryopteris crenulans (Fée) Christ in Schwacke; Fig.28: Vittaria lineata (L.) Sm. eFig.29: Asplenium harpeodes Kunze.

Fig. 25

Fig. 26 5

Fig. 27 Fig. 29

Fig. 28

Page 132: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

Fig.30: Lycopodiella alopecuroides var. duseniana B. Øllg. & P. G. Windisch; Fig.31 e 32:Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr.; 31: hábito; 32: detalhe das escamas da base dopecíolo; Fig.33: Campyloneurum angustifolium (Sw.) Fée; Fig.34: Doryopteris itatiaiensisChrist; Fig.35: Doryopteris paradoxa (Fee) Christ.

Fig. 30 Fig. 33

Fig. 32

Fig. 31 Fig. 34

Fig. 35

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Fig.7 a 12: Fisionomia da Floresta Ombrófila Densa Alto Montana no Parque Nacional doItatiaia: 7, 8 e 9: vertente norte (Alto dos Brejos); 10, 11 e 12: vertente sul (Massena).

Fig. 8

Fig. 7 Fig. 10

Fig. 9 Fig. 12

Fig. 11

Page 134: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

Fig.36: Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm.; Fig.37: Elaphoglossum viscidum (Fée)H.Christ in Schwacke; Fig.38: E. erinaceum (Fée) T. Moore; Fig.39: detalhe dossoros de Polypodium pleopeltidis Fée em primeiro plano, com Asplenium monanthesL. ao fundo; Fig.40: Huperzia badiniana B. Øllg. & P. G. Windisch.

Fig. 37

Fig. 39

Fig. 36

Fig. 38 Fig. 40

Page 135: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

Fig.1 a 6: Região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: 1: Brejo da Lapa (2100 m); 2:vista parcial do Planalto com o Pico das Agulhas Negras ao fundo; 3: Pico das Agulhas Negras(2789 m); 4: Prateleiras (2540 m); 5: Lago das Prateleiras, Pedra da Tartaruga (2420 m) e PedraAssentada (2453 m) ao fundo; 6: vegetação do entorno do abrigo Massena (>2000 m).

Fig. 1

Fig. 4

Fig. 6

Fig. 3

Fig. 2

Fig. 5

Page 136: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola

Fig.13: Floresta mista com Araucaria no caminho para o abrigo Macieras; Fig.14: Gleiquenialàs margens da estrada, na subida para o Planalto; Fig.15: Dicranopteris nervosa (Kaulf.)Maxon; Fig.16: Huperzia hexasticha B. Øllg. & P. G. Windisch; Fig.17: Huperziaerythrocaulon (Fée) Holub; Fig.18: Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Øllg. & P. G.Windisch.

Fig. 14

Fig. 16

Fig. 17

Fig. 13

Fig. 15 Fig. 18

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Fig.41: Plagiogyria fialhoi (Fée & Glaz.) Copel.; Fig.42: Botrychium virginianum (L.)Sw.; Fig.43: Hypolepis repens (L.) C. Presl, detalhe de uma folha coberta por gelo;Fig.44: Jamesonia brasiliensis H. Christ; Fig.45: Eriosorus cheilanthoides (Sw.) A. F.Tryon; Fig.46: Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensis.

Fig. 43

Fig. 42 Fig. 45

Fig. 41 Fig. 44

Fig. 46

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Fig.19: Rio Aiuroca; Figs.20 a 22: Isoetes martii A. Br. ex Kuhn in Mart, 20: indivíduos emágua corrente; 21: detalhe do esporófito; 22: indivíduos fora da água; Fig.23: Lago do Altar;Fig.24: Isoetes sp.

Fig. 21

Fig. 20 Fig. 23

Fig. 22Fig. 19

Fig. 24

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Brade 1956 Nomenclatura adotadaHymenophyllum brasilianum (Fée) Rosenst. Hymenophyllum crispum Humb. Bompl. et KuhnHymenophyllum fucoides Sw. Hymenophyllum fucoides (Sw.) Sw.Hymenophyllum polyanthos Sw. Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw.Hymenophyllum polyanthos Sw. var. Sturmii v. d. B. Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw.Hymenophyllum rufum Fée Hymenophyllum rufum FéeTrichomanes pyxidiferum L. var. Trichomanes pyxidiferum L.>>>Táxon excluídoCulcita coniifolia (Hk.) Max. Culcita coniifolia (Hook) MaxonAlsophila elegans Mart. Cyathea corcovadensis (Raddi) DominLophosoria quadripinata C. Chr. Lophosoria quadripinnata (J. F. Gmel.) C. Chr.Plagiogyria Fialhoi Copel Plagiogyria fialhoi (Fée & Glaz.) CopelWoodsia mollis (Klf.) J. Sm. Woodsia montevidensis (Spreng) HieronDryopteris janeirensis Rosenst. Thelypteris eriosora (Fée) PonceDryopteris paleacea (Sw.) C. Chr. Dryopteris wallichiana (Spreng) Hyl.Dryopteris Raddii Ros. var. itatiaiensis Ros. Thelypteris retusa (Sw.) C. F. ReedPolystichum Bradei Rosenst. Polystichum bradei Rosenst.Polystichum quadrangulare Fée Rumohra adiantiformis (G. Forst.) ChingPolystichum Rochaleanum Glaz. Polystichum rochaleanum Glaz.Hypolepis rugulosa (Lab.) J. Sm. Hypolepis rugulosa J. Sm.Athyrium Dombei Desv. Athyrium filix femina (L.) Roth.Asplenium Auritum Sw. Asplenium auritum Sw.Asplenium monanthes L. Asplenium monanthes L.Asplenium pseudonitidum Raddi Asplenium pseudonitidum RaddiAsplenium harpeodes Kze. var. Glazioviana Hier. Asplenium harpeodes KunzeAsplenium serra Lgsd. & Fisch. Asplenium serra Langsd. & FischAsplenium semicordatum Raddi Asplenium auriculatum Sw.>>>Táxon excluídoAsplenium Tamandarei Rosenst. Asplenium martianum C. Chr.Asplenium trichomanes L. Asplenium castaneum Schltdl. & Cham.Blechnum andinum (Bak.) C. Chr. Blechnum andinum (Baker) C. Chr.Blechnum itatiaiense Brade Blechnum cordatum (Desv). HieronBlechnum Schomburgkii (Kl.) C. Chr. Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr.Blechnum Schomburgkii (Kl.) C. Chr. var. imperiale F. & Gl. Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr.Blechnum penna-marina (Poir.) Kuhn Blechnum penna marina (Poir.) KuhnGymnogramma elongata Hk. & Grev. Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensisGymnogramma elongata Hk. & Grev. var. brasiliensis Brade Eriosorus cheilanthoides (Sw.) A. F. TryonGymnogramma elongata Hk. & Grev. var. itatiaiensis Brade Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensisGymnogramma Glaziovii C. Chr. Eriosorus myriophyllus (Sw.) CopelGymnogramma jamesonioides Brade Eriosorus cheilanthoides x Jamesonia brasiliensisJamesonia brasiliensis Christ. Jamesonia brasiliensis H. Christ.Doryopteris Feei Brade Doryopteris paradoxa (Fée) ChristDoryopteris itatiaiensis (Fée) Christ Doryopteris itatiaiensis Christ.Histiopteris incisa (Thbg.) J. Sm. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm.Pteridium aquilinum (L.) Kuhn Pteridium arachnoideum (Kaulf.) MaxonVittaria lineata (L.) J. Sm. Vittaria lineata (L.) SmPolypodium achilleifolium Klf. Terpsichore achilleifolia (Kaulf.) A. R. Sm.Polypodium albidulum Bak. Ceradenia albidula (Baker) L. E. BishopPolypodium angustifolium Sw. Campyloneurum angustifolium (Sw.) FéePolypodium cultratum W. var. reclinatum Brack. Terpsichore reclinata (Brack) LabiakPolypodium duale Maxon Cochlidium serrulatum (Sw.) L. E. Bishop>>>Táxon excluídoPolypodium glandulosissimum Brade Polypodium catharinae Langsd. & Fisch.Polypodium lanceolatum Sw. Pleopeltis macrocarpa (Bory ex Willd.) Kaulf.Polypodium moniliforme Lag. Melpomene moniliformis (Lag. ex Sw.) A. R. Sm. & R. C. MoranPolypodium organense Mett. Lellingeria organensis (Gardner) A. R. Sm. & R. C. Moran

Relação dos táxons listados por Brade (1956) para a região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia e anomenclatura adotada neste trabalho.

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Polypodium pleopeltis Fée Polypodium pleopeltidis FéePolypodium Rigescens Bory Melpomene flabelliformis (Poir.) A. R. Sm. & R. C. MoranPolypodium rupicolum Brade Polypodium catharinae Langsd. & Fisch.Polypodium strictissimum Hier. Lellingeria myosuroides (Sw.) A. R. Sm. & R. C. MoranPolypodium Tamandarei Rosenst. Lellingeria tamandarei (Rosenst.) A. R. Sm & R. C. MoranPolypodium teneiculum Fée var. Brasiliense Rosenst. Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) LabiakPolypodium Wittigianum Fée Lellingeria wittigiana (Fée) A. R. Sm & R. C. MoranElaphoglossum brasiliense (Spr.) Christ Elaphoglossum blanchetii (Mett) C. Chr.Elaphoglossum Edwallii Rosenst. Elaphoglossum edwalli Rosenst.Elaphoglossum erinaceum Fée Elaphoglossum erinaceum (Fée) T. MooreElaphoglossum Gayanum (Fée) Moore Elaphoglossum gayanum (Fée) T. MooreElaphoglossum hirtipes (Fée) Brade ( ? = E. alpestre Gard.) Elaphoglossum alpestre (Gardner) T. MooreElaphoglossum itatiayense Rosenst. Elaphoglossum itatiayense Rosenst.Elaphoglossum Liaisianum (Fée) Brade Elaphoglossum liaisianum (Glaz. ex Fée) BradeElaphoglossum omphalodes (Fée) Brade Elaphoglossum omphalodes (Fée) BradeElaphoglossum producens (Fée) Brade Elaphoglossum lingua (C. Presl.) Brack.Elaphoglossum Sellowianum (Kl.) Moore Elaphoglossum obliquatum Christ.Elaphoglossum squamipes (H. K.) Moore Elaphoglosssum squamipes (Hook.) T. MooreElaphoglossum viscidum (Fée) Christ Elaphoglossum viscidum (Fée) H. Christ in SchwackeRhipidopteris peltata Schott Elaphoglossum peltatum (Sw.) Urban>>>Táxon excluídoGleichenia nervosa (Klf.) Spr. Dicranopteris nervosa (Kaulf.) MaxonGleichenia angusta (Kl.) Rosenst. Sticherus revolutus (Kunth) ChingAneimia flexuosa Sw. var. villosa (W.) Pr. Anemia villosa Humb & Bonpl ex Willd.Botrychium australe R. Br. Botrychium australe R. Br.Lycopodium (Urostachys) acerosum Sw. Huperzia acerosa (Sw.) HolubLycopodium alopecuroides L. Lycopodiella alopecuroides var. dunseniana B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) Christii Alv. Silv. Huperzia christii (Silveira) HolubLycopodium Christii var. treitubense Alv. Silv. Huperzia badiniana B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium clavatum L. e variedades Lycopodium clavatum L.Lycopodium (Urostachys) comans Christ Huperzia comans (Herter ex Nessel) B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium complanatum L. Lycopodium thyoides Humb & Bompl. ex Willd.Lycopodium complanatum L. var. thuyoides H. B. K. Lycopodium thyoides Humb & Bompl. ex Willd.Lycopodium (Urostachys) erythrocaulon Fée Huperzia erythrocaulon (Fée) HolubLycopodium fastigiatum R. Br. var. assurgens Fée Lycopodium assurgens FéeLycopodium fastigiatum R. Br. var. Schumacheri Hier. Lycopodiella bradei (Herter) B. Ollg.Lycopodium (?Urostachys) inflexum Alv. Silv. Huperzia badiniana B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium Jussiaei Desv. Lycopodium jussiaei Desv ex Poir.Lycopodium (Urostachys) Luederwaldtii Nessel Huperzia deminuens (Hertel) B. Ollg.>>>Táxon excluídoLycopodium (Urostachys) quadrangulari Spring. Huperzia hexasticha B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) myrsinitis Lam. Huperzia hexasticha B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) subulatum Desv. Huperzia biformis (Hook) HolubLycopodium (Urostachys) reflexum Lam. var. aquaticum Glaz. Huperzia nuda (Nessel) B. Ollg. & P. G. WindischLycopodium (Urostachys) reflexum Lam. Huperzia reflexa (Lam) TrevisLycopodium (Urostachys) verticillatum L. f. Huperzia acerosa (Sw.) HolubSelaginella tenuissima Fée Selaginella tenuissima FéeIsoetes Martii A. Br. Isoetes martti A. Br. ex Kuhn in Mart.Isoetes gardineriana A. Br. Isoetes martti A. Br. ex Kuhn in Mart.Isoetes sp. Isoetes sp.