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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS – FASERRA
CAMILA DIONISIO RAMOS
A CONTABILIDADE GERENCIAL E SEU IMPACTO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
SERRA - ES 2016
CAMILA DIONISIO RAMOS
A CONTABILIDADE GERENCIAL E SEU IMPACTO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, como parte do Curso de Ciências Contábeis, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Jakson Costa Laranja
SERRA - ES 2016
CAMILA DIONISIO RAMOS
A CONTABILIDADE GERENCIAL E SEU IMPACTO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, como parte do Curso de Ciências Contábeis, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em, 13 de dezembro de 2016.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________ Prof. Jakson Costa Laranja
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Orientador
______________________________________ Prof. Ms Angelo Roberto Fiorio Custódio
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
______________________________________ Prof. Ms Mônica Fernanda Porto Pires
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Dedico este trabalho aos meus familiares que me apoiaram durante todos esses anos de dedicação aos estudos.
AGRADECIMENTO
Agradeço a minha família pelo apoio incondicional durante esses três anos de estudo. Aos professores que transmitiram conhecimento e direcionaram os estudos de forma que obtivéssemos o melhor resultado possível, tornando-nos profissionais qualificados para desempenhar as atividades contábeis. .
RESUMO
A cada dia as atividades econômicas se tornam mais complexas em decorrência da alta competitividade promovida pela globalização. Diante desse cenário, questiona-se de que forma a contabilidade gerencial impacta o crescimento e desenvolvimento das organizações. O estudo apresentado teve como objetivo sintetizar a importância dos relatórios contábeis para a tomada de decisão, tornando-se relevante para que os usuários compreendam e busquem as informações gerenciais como ferramenta de análise, a partir de dados claros, seguros, fidedignos e, principalmente, tempestivos. Para realização do trabalho, foi realizado um estudo de caso através das demonstrações contábeis divulgadas pela empresa Fibria Celulose S/A correspondente aos anos de 2014 e 2015. A partir de então, foi possível identificar que a contabilidade gerencial é uma grande aliada no processo de tomada de decisão e que a mesma está diretamente ligada ao planejamento e controle de uma organização, possibilitando projeções futuras de modo que a organização se antecipe a possíveis eventos.
Palavras-chave: Contabilidade gerencial; tomada de decisão; relatórios contábeis.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráficos 01: Balanço Patrimonial .............................................................................. 28
Gráficos 02: Demonstração do Resultado ................................................................. 29
Gráficos 03: Análise Horizontal e Vertical do Balanço Patrimonial ........................... 30
Gráficos 04: Análise Horizontal e Vertical da Demonstração do Resultado .............. 31
Gráficos 05: Índices .................................................................................................. 32
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
1.1 – PROBLEMA .................................................................................................. 11
1.2 – OBJETIVO DO TRABALHO ......................................................................... 11
1.3 – JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 12
1.4 – METODOLOGIA ........................................................................................... 12
2 – REFERENCIAL TEORICO .................................................................................. 13
2.1 – CONTABILIDADE E SEUS OBJETIVOS ...................................................... 13
2.1.1 – Usuários ................................................................................................ 13
2.2 – CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................... 14
2.2.1 – Definição ............................................................................................... 14
2.2.2 – A Empresa............................................................................................. 15
2.2.3 – A importância da Tomada de Decisão ................................................ 16
2.2.4 – Papel do Contador na Contabilidade Gerencial ................................ 17
2.2.5 – Principais Ferramentas Contábeis ..................................................... 18
2.2.5.1 – Balanço Patrimonial ......................................................................... 18
2.2.5.2 – Demonstração do Resultado (DR) ................................................... 19
2.2.5.3 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) ..................................... 19
2.2.6 – Análise das Demonstrações Contábeis ............................................. 20
2.2.6.1 – Análise Horizontal e Vertical ............................................................ 21
2.2.6.2 – Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento ..................... 22
2.2.6.3 – Índices de Rentabilidade.................................................................. 23
2.2.6.4 – Índices de Liquidez .......................................................................... 24
2.2.6.5 – Índices de Atividade ......................................................................... 26
3 – DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 28
3.1 – NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO ....................................................................... 32
3.2 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ ................................................................................ 33
3.3 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE .................................................................... 33
3.4 – ÍNDICES DE ATIVIDADE ............................................................................. 33
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 34
REFERENCIAS ......................................................................................................... 35
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1- INTRODUÇÃO
Atualmente vivenciamos um mercado com cenário altamente dinâmico, onde as
atividades econômicas se tornam mais complexas em decorrência da alta
competividade promovida pela globalização. Para acompanhar todo o dinamismo, as
empresas necessitam de informações que proporcionem uma análise que à auxilie na
correta e adequada alocação de recursos existentes na organização de forma ágil e
precisa.
A ausência de informações que possibilitem uma visão antecipada das necessidades
e riscos do mercado futuro fazem com que as empresas percam fatia de mercado e
as impossibilite de alcançar novos clientes e investidores.
Durante anos a contabilidade foi vista apenas como instrumento para fornecer
informações tributárias, mas no decorrer do tempo, passou-se a observá-la de forma
mais abrangente, como ferramenta capaz de gerar informações que facilitarão a
tomada de decisão e projeções futuras, pois através da análise dos dados se torna
possível identificar víeis que atrapalham o desenvolvimento e crescimento da
organização.
Para Marques (2004, p. 9)
A contabilidade gerencial é o processo de identificação, mensuração,
acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de
informações financeiras utilizadas pela administração para
planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização para
assegurar o uso apropriado de seus recursos.
A utilização de controles contábeis para fins gerenciais é um meio de apresentar
dados sobre o patrimônio das empresas para os mais diversos usuários para que
possam reunir e avaliar informações ganhando tempo e qualidade na tomada de
decisão, contribuindo também com o planejamento e controle das atividades.
Segundo Garrison (2013), “a contabilidade gerencial ajuda os gerentes na realização
de três atividades vitais: planejamento, controle e tomada de decisão”
11
Desta forma, a contabilidade apresenta-se como instrumento de gestão que fornece
informações e auxilia os gestores nos processos de concorrência, inovação
tecnológicas, globalização entre mercados, tornando-se indispensável para o sucesso
das empresas.
Nesse contexto, o intuito desse trabalho é demonstrar a importância e a melhor forma
de analisar e avaliar as demonstrações contábeis como: Balanço patrimonial,
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Fluxos de Caixa, entre
outros, para extrair informações relevantes para a tomada de decisão e
gerenciamento do negócio.
1.1 – PROBLEMA
De que forma a contabilidade gerencial impacta o crescimento e desenvolvimento das
organizações?
1.2 – OBJETIVO DO TRABALHO
O estudo bibliográfico busca sintetizar de forma objetiva a posição de diversos autores
quanto a importância dos relatórios contábeis para análise e tomada de decisão com
a finalidade de alcançar o melhor resultado possível.
Desta forma, os objetivos específicos do presente trabalho são:
Conceituar contabilidade gerencial.
Conceituar tomada de decisão.
Apontar relatórios e ferramentas gerenciais.
Abordar o papel do contador na contabilidade gerencial.
Demonstrar os efeitos da utilização da contabilidade gerencial nos resultados
da organização.
12
1.3 – JUSTIFICATIVA
A contabilidade ao longo dos anos vem acumulando várias funções que
comprometeram a execução do seu principal objetivo que é a geração e a
interpretação das informações para a tomada de decisão.
Esse trabalho torna-se relevante e importante para que os usuários da informação
entendam e busquem as informações geradas a partir dos relatórios gerenciais como
ferramenta para análise da situação atual da empresa e como parâmetro para
projeção de orçamentos e planejamento de longo prazo.
Afinal, para destacar-se nesse cenário complexo e competitivo, quanto maior o
número de informações fidedignas e riqueza de detalhes, melhor será o poder de
decisão e inovação.
1.4 – METODOLOGIA
Como metodologia para o desenvolvimento, foi adotada a pesquisa bibliográfica e
exploratória por meio de um estudo de caso na empresa Fibria Celulose S/A.
A pesquisa bibliográfica consiste em uma revisão da literatura em livros, dissertações,
artigos científicos e materiais para fundamentação teórica. Para Gil (2008, p. 50), “a
pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de artigos científicos”.
Em contrapartida, a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar visão geral,
de tipo aproximativo acerca de determinado fato. Habitualmente envolvem
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudo de
caso (GIL, 2008, p. 27).
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2 – REFERENCIAL TEORICO
2.1 – CONTABILIDADE E SEUS OBJETIVOS
Contabilidade é uma ciência que estuda a situação patrimonial, financeira e
econômica das organizações elaborando relatórios que resumem sua atual situação
(ABREU, 2006, p. 2).
A contabilidade deve proporcionar aos usuários informações que devem ser propícias
e seguras para que haja a real compreensão de como se encontra a entidade, seu
desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades.
2.1.1 – Usuários
Os usuários das informações contábeis abrangem tanto os internos quanto os
externos cujo os interesses são os mais diversificados. Diante desse contexto, surge
a necessidade de informações amplas, fidedignas e com o maior grau de clareza
possível.
Segundo Marion (2007, p. 207-210), usuários podem ser considerados como qualquer
pessoa – física ou jurídica – que tenha interesse em conhecer dados – normalmente
fornecidos pela contabilidade – de uma entidade. (..) o que contribui para que o
relatório contábil passasse a ser voltado para atender também os usuários externos.
Foi o aparecimento das sociedades por ações, que começou a se fazer distinção entre
o investidor e o administrador para que tomassem ciência do andamento dos
negócios.
Sobre essa mudança de foco, segundo Hendriksen e Breda (1999) (apud RAPOZO
2004, p. 28) escrevem: “As informações financeiras que tinham sido geradas
principalmente para fins de gestão, passaram a ser demandadas cada vez mais por
acionistas, investidores, credores e pelo governo. ”
Segundo Marion (2007, p. 24-25) os usuários podem ser:
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Usuário interno - Para poder saber quanto à empresa está conseguindo lucrar, endividamento, ou seja, para saber a sua saúde financeira da entidade e como melhorá-la.
Investidores – através dos relatórios contábeis o investidor tem ás mãos os elementos necessários para decidir as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa em gerar lucros e outras informações.
Fornecedores de bens e serviços a crédito – usam os
relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora.
Bancos – utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limite de crédito, etc.
Governo – analisa esses relatórios para fins de arrecadação de
tributos, impostos e também para dados estatísticos no sentido de redimensionar a economia (IBGE, por exemplo)
Sindicatos – utiliza os relatórios para determinar a
produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de
salários.
Temos vários outros segmentos que se beneficiam das informações contábeis como
também funcionários, clientes e concorrentes. Podemos dizer que a maior parte dos
interessados na contabilidade está incluída nessa lista, os objetivos de cada um
desses podem diferenciar de várias maneiras. (MARION, 2007, p. 23).
2.2 – CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.1 – Definição
A acelerada evolução do ambiente econômico e tecnológico tem dificultado o
entendimento e a gestão dos negócios, sendo necessário gerar informações que
auxiliem os administradores na tomada de decisão, portanto, Neves (2006, p.2)
evidencia que:
Os avanços tecnológicos supõem mudanças de todo tipo, tanto na especificação do produto como na filosofia das organizações, quer sejam industriais, comerciais ou de serviços, obrigando-as a um redimensionamento da sua Contabilidade Gerencial, que é a disciplina que se ocupa fundamentalmente de gerar informações para tomada de decisões e controles relacionados a todos os seus processos internos. A Contabilidade Gerencial é uma consequência da evolução, tanto qualitativa como quantitativa, das várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na Contabilidade Financeira e na Contabilidade de Custos, que, por sua vez, quando agrupadas, permitem uma perspectiva mais analítica e diferenciada constituindo-se em uma ferramenta de extrema importância no auxílio das decisões gerenciais.
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A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um
enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos
e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise
financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada,
de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.
(IUDÍCIBUS, 2006, p.33).
De acordo com Nakagawa (2000), os gerentes que buscam a eficiência e eficácia
necessitam de informações precisas que proporcione mecanismos para mensurar o
desempenho das atividades da organização. A Contabilidade Gerencial estabelece
conceitos e técnicas para a preparação das informações que poderão ser utilizadas
para o planejamento e controle da instituição.
Para Veiga (2003) (apud NEVES, 2006, p. 4), a Contabilidade Gerencial é:
(...) um importante instrumento no processo de decisão das organizações e deve ser utilizada no processo de gestão estratégica, como elemento de suporte para a competitividade. Os dados contábeis são matérias-primas de informações, que devem ser tratados, para que gerem informações úteis e representem um instrumento gerencial para o processo decisório de forma a alcançar uma vantagem competitiva sustentável. As informações geradas pela Contabilidade Gerencial podem auxiliar os gestores a melhorar a qualidade das operações, reduzirem custos operacionais e aumentar a adequação das operações às necessidades dos clientes.
2.2.2 – A Empresa
Gomes e Gottschalk (1998) (apud RAPOZO, 2004, p. 40), definem empresa como
organizações nas quais há certo número de empregados desenvolvendo uma
atividade comum, sob a autoridade de um chefe investido no poder de direção.
Segundo Asquini (apud RAPOZO 2004, p. 40), a definição de empresa compreende
quatro perfis, a saber:
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Perfil Subjetivo – a empresa é o empresário, pois é este quem exercita a atividade econômica organizada de forma continuada. Pessoa física ou jurídica, titular de direitos e obrigações.
Perfil Funcional – A empresa é uma atividade que realiza
produção e circulação de bens e serviços, mediante organização de fatores de produção (capital, trabalho, matéria prima, etc.).
Perfil Objetivo – Relacionado ao patrimônio. Conjunto de bens
que estão unidos para uma atividade específica.
Perfil Corporativo – A empresa é uma instituição, uma organização pessoal, formada pelo empresário e seus
colaboradores, todos voltados para uma finalidade comum.
A empresa é uma atividade econômica organizada, em que na maioria dos casos
pressupõe a intenção de lucro e continuidade.
2.2.3 – A importância da Tomada de Decisão
O objetivo principal da Contabilidade é prover seus usuários de informações contábeis
úteis para tomada de decisão. Precisa ser compreensiva, isto é, completa, e retratar
todos os aspectos contábeis de determinada operação ou conjunto de eventos ou
operações; a relevância é uma das características ou qualidade mais importante das
informações contábil; ser confiável, estar livres de erros materiais e vieses; os usuários
têm de ter a possibilidade de comparar as demonstrações contábeis de uma entidade
através dos anos a fim de identificar tendências em sua situação patrimonial e
financeira e seu desempenho e tempestiva, pois muito pouco adianta ser relevante e
fidedigna se tiver passado o momento de utilizá-la. (IUDÍCIBUS e MARION, 2006,
p.64-67)
Segundo Padoveze (2004, p. 6-7), a aplicação da informação contábil deve atender a
três raízes teóricas:
Teoria da Decisão: tida como esforço para explicar como as decisões são realmente feitas, objetiva solucionar problemas e manter caráter preditivo através do modelo de decisão.
Teoria da mensuração: trabalha com o problema de avaliação de dados, e por isso é importante que seja estabelecida corretamente. O padrão de mensuração contábil é a unidade monetária.
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Teria da Informação: vem de acordo com seu propósito, que é
de possibilitar a uma organização alcançar seus objetivos pelo eficiente uso dos seus recursos, visando fortalecimento da qualidade, redução de custos, aumento da produção, com objetivo final de maximização dos lucros.
“A contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas,
avalia o desempenho dos negócios dando diretrizes para tomada de decisões”.
(MARION, 2007, p.24).
2.2.4 – Papel do Contador na Contabilidade Gerencial
Algumas empresas já perceberam a importância da contabilidade gerencial, porém
ainda existem empresas em que a contabilidade é vista apenas como instrumento
para apresentação de declarações ao governo.
Em situações como essas, torna-se imprescindível o papel do contador de introduzir
a contabilidade gerencial como ferramenta para extração de informações relevantes
para o acompanhamento das operações da empresa e de seus resultados em
diversos níveis do mercado.
Para Iudícibus (2009), a fundamental característica do contador é:
saber tratar, refinar e apresentar de maneira clara, resumida e operacional dados esparsos contidos nos registros da contabilidade financeira, de custos etc., bem como juntar tais informes com outros conhecimentos não especificamente ligados à área contábil, para suprir a administração em seu processo decisório.
Com o auxílio do contador, a alta administração consegue obter informações
necessárias para o controle, acompanhamento, planejamento e projeções de
tendências futuras no mercado. Crepaldi (1998) afirma que:
O contador gerencial deve esforçar-se para assegurar que a administração tome as melhores decisões estratégicas para o longo prazo. O desafio de propiciar informações úteis e relevantes que facilitarão encontrar as respostas certas para as questões fundamentais, em toda a empresa, com um constante sobre o que deve ser feito de imediato e mais tarde.
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Desta forma, é função do contador disponibilizar as informações de forma clara ao
usuário. Se consultado, ele pode opinar, nunca impor. Logo, fica a cargo usuário
enxergar e utilizar a informação contábil para tomada de decisão (PADOVEZE, 2004).
2.2.5 – Principais Ferramentas Contábeis
2.2.5.1 – Balanço Patrimonial
Conforme Silva (2004, p. 346), “a palavra balanço deriva do adjetivo latino bilanx, que
significa ‘dois pratos’ e traduz a idéia de comparação e equilíbrio”.
O balanço Patrimonial tem a finalidade de apresentar a posição financeira e
patrimonial da empresa em determinada data, portanto, uma posição estática.
(IUDÍCIBUS,2010, p. 2).
E para Santos et al. (2004, p. 41):
O balanço patrimonial é uma demonstração contábil, obrigatória, sendo uma apresentação sintética e ordenada do saldo monetário de todos os valores integrantes do patrimônio da companhia, em determinada data, num sentido estático.
Essa informação pode ser confirmada através da Resolução nº. 686/90, do Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), na NBC T 3.2, item 3.2.1.1 onde descreve que, “o
balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e
quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da
entidade”. Essa demonstração é composta basicamente por três elementos: ativo, que
compreende os recursos controlados por uma entidade dos quais se esperam
benefícios econômicos futuros; passivo, que compreende os exigibilidades e
obrigações e o patrimônio líquido que representa a diferença entre o ativo e passivo,
ou seja, o valor líquido da empresa.
De acordo com o art. 178 da lei nº. 6.404/76, “no balanço, as contas serão
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.
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Matarazzo (2003, p. 27) afirma que, “o diagnóstico de uma empresa quase sempre
começa com uma rigorosa análise de balanço, cuja finalidade é determinar quais os
pontos críticos e permitir, de imediato, apresentar um esboço das prioridades para a
solução de seus problemas”.
2.2.5.2 – Demonstração do Resultado (DR)
É uma demonstração contábil que evidencia a formação do resultado líquido em um
exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas apurados segundo
sua competência. A Resolução nº. 686/90, na NBC T 3.3, item 3.3.1 diz que, “ a
demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a
composição do resultado formado num determinado período de operações da
entidade”.
Conforme o art. 187, §1º, alínea a, b da Lei 6.404/76, a determinação do resultado do
exercício serão computados pelo regime de competência, ou seja, as receitas e
rendimentos são considerados, independentemente de sua realização em moeda. De
igual modo, os custos e despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos.
A Demonstração do Resultado expõe o resumo econômico dos resultados
operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. Para Iudícibus
(1998, p.145):
A Demonstração do Resultado do Exercício, elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa durante determinado período de tempo; nele sobressai um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período, Lucro ou Prejuízo.
2.2.5.3 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
Essa demonstração tem função de informar quais movimentações influenciaram a
redução ou aumento de caixa, ou seja, qual impacto de contas como, duplicatas a
receber, estoques, clientes, compra de imobilizado, financiamentos dentre outros
geram na conta caixa.
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Segundo Iudícibus (2010, p. 5), “a demonstração dos fluxos de caixa visa mostrar
como ocorreram as movimentações de disponibilidades em um dado período de
tempo”.
A Lei 6.404/76 define através do art. 188, inciso I, que as alterações incorridas, durante
o exercício, serão segregadas em, no mínimo, três fluxos, sendo: das operações, dos
financiamentos e dos investimentos.
A DFC evidencia as movimentações de disponibilidades, ou seja, as entradas e saídas
de recursos, em um lapso de tempo, cujo enfoque é o curto prazo. Para Campos Filho
(1999, p.32):
Uma das vantagens desses demonstrativos é facilitar a administração financeira das empresas. Com ele podemos saber se os problemas financeiros têm origem Operacional, no Investimento, no Financiamento, ou ainda numa combinação dos três grupos.
2.2.6 – Análise das Demonstrações Contábeis
As Demonstrações Contábeis representam o panorama mais exato da situação
econômico-financeira da organização, possibilitando aos usuários e interessados uma
avaliação correta e independente da mesma. Franco (1992, p. 94) afirma que,
A Contabilidade não se ressume no registro dos fatos contábeis, que é função da escrituração. As funções contábeis vão além do simples registro dos fatos, procurando suas causas e dando-lhes interpretação. A determinação das causas dos fenômenos contábeis é função de análise. Conhecidas essas causas podemos dar interpretação aos fatos.
Pode também ser considerada como o processo de transformação dos dados
constantes das demonstrações financeiras em informações úteis aos diversos
usuários das informações contábeis (SANTOS, 2012, p. 12).
Para Franco (1992, p. 93),
Analisar significa transformar as demonstrações contábeis em partes de forma que melhor se interprete os seus elementos. Interessa conhecer primordialmente dois aspectos do patrimônio, quais sejam, o econômico e o financeiro. A situação econômica diz respeito à aplicação do capital e seu retorno e a situação econômica diz como a empresa está em relação a seus compromissos financeiros.
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Essas análises são realizadas para suprir diversas necessidades, tais como: controle
de operações, avaliação da estabilidade financeira de fornecedores, clientes e outros
parceiros de negócio (JIAMBALVO,2009, p. 381).
Estarão sendo apresentados abaixo, alguns instrumentos utilizados para análise das
demonstrações contábeis.
2.2.6.1 – Análise Horizontal e Vertical
Para Assaf Neto (2010, p. 94),
As duas principais características de análise de uma empresa são a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins. Dessa maneira, pode-se afirmar que o critério básico que norteia a análise de balanços é a comparação.
As análises horizontal e vertical são mais detalhadas e devem ser utilizadas
conjuntamente. Envolve todos os itens das demonstrações, e revelam as falhas
responsáveis pelas situações de anomalias da empresa (MARQUES, 2004, p. 159).
A análise horizontal, consiste em examinar o valor em unidades monetárias e as
mudanças percentuais nos montantes das demonstrações contábeis (JIAMBALVO,
2009, p. 384). Essa análise, “é uma ferramenta importante para analisar a evolução
das contas individuais e também dos grupos de contas ao longo do tempo, por meio
de números-índices” (MARTINS, et. al, 2012, p. 182).
A análise vertical, consiste em examinar o montante das demonstrações com relação
ao montante-base (JIAMBALVO, 2009, p. 384). O objetivo é dar uma ideia da
representatividade de cada item ou subgrupo da demonstração contábil relativamente
a um determinado total ou subtotal tomado com base. Essa análise é realizada
mediante a extração de percentuais entre itens pertencentes a uma mesma
demonstração financeira de um ano. “O objetivo é dar uma ideia da representatividade
de cada item ou subgrupo de uma demonstração financeira relativamente a um
determinado total ou subtotal tomado como base” (MARTINS, et. al, 2012, p. 184).
Para Correia Neto (2011, p. 219),
22
Juntamente com a análise vertical, a análise horizontal auxilia na avaliação dos resultados financeiros, fornecendo valiosos dados de composição dos itens das demonstrações e de seu comportamento ao longo do tempo.
2.2.6.2 – Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento
Indicam o nível de participação de capital de terceiros na atividade da empresa.
Quanto maior a participação de terceiros maior o grau de endividamento. Esses
índices têm por objetivo demonstrar as linhas de decisões financeiras, em termos de
obtenção e aplicação de recursos, ou seja, visa analisar a estratégia adotada pela
organização para captação de recursos. Se analisado separadamente, de modo geral,
quanto maior, pior, pois significa que a empresa depende mais de capitais de terceiros
do que de capitais próprios. (PEREZ JUNIOR e BEGALLI, 2009, p. 252 - 253).
2.2.6.2.1 – Nível de Endividamento
Indica a proporção entre os recursos de terceiros e os recursos próprios, ou seja,
demonstra quanto a empresa tomou de empréstimo para cada R$ 1,00 de capital
próprio. (ASSAF NETO, 2000, p. 146)
Esse índice também é conhecido como nível de Alavancagem. (PEREZ JUNIOR e
BEGALLI, 2009, p. 253).
Nível de Endividamento = Capitais de Terceiros
Capitais Próprios
2.2.6.2.2 – Composição do Endividamento
Indica a concentração do endividamento no curto prazo. Quanto maior, pior. (PEREZ
JUNIOR e BEGALLI, 2009, p. 253).
Composição do Endividamento = Passivo Circulante
Capitais de Terceiros
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2.2.6.2.3 – Imobilização do Patrimônio Líquido
Indica quanto foi aplicado no Imobilizado para cada R$ 1,00 de Patrimônio Líquido.
Quanto menor, melhor. (PEREZ JUNIOR e BEGALLI, 2009, p. 254).
Imobilização do Patrimônio Líquido = Imobilizado + Intangível
Patrimônio Líquido
2.2.6.3 – Índices de Rentabilidade
Os índices de rentabilidade permitem aos analistas avaliar os lucros da empresa em
relação a um dado nível de vendas, um dado nível de ativos ou o investimento dos
proprietários (GITMAN, 2010, p. 58).
Existem três índices que permitem mensurar a expansão dos lucros, haja visto que
credores, investidores e proprietários precisam obter o controle dessa informação para
manterem seus investimentos no negócio. São eles: margem de lucro bruto, margem
de lucro operacional e margem de lucro líquido.
2.2.6.3.1 – Margem Lucro Bruto
Mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas que permanece após
deduzir o valor dos bens vendidos. Quanto maior a margem, melhor (GITMAN, 2010,
p. 58).
Margem de Lucro Bruto = Lucro Bruto
Receita de Vendas
2.2.6.3.2 – Margem Lucro Operacional
Mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas remanescente após a
dedução de todos os custos e despesa, com exceção dos juros, imposto de renda e
dividendos (GITMAN, 2010, p. 58).
24
Margem de Lucro Operacional = Lucro Operacional
Receita de Vendas
2.2.6.3.3 – Margem Lucro Líquido
Mede a porcentagem de cada unidade monetária após a dedução de todos os custos
e despesas, inclusive juros, imposto de renda e dividendos por ações preferenciais.
Quanto maior essa margem, melhor (GITMAN, 2010, p. 59).
Margem de Lucro Líquido = Lucro disponível para os acionistas ordinários
Receita de Vendas
2.2.6.4 – Índices de Liquidez
A liquidez de uma empresa é medida em termos de sua capacidade de saldar suas
obrigações, diz respeito também a solvência da posição financeira geral da empresa.
Esses índices podem fornecer sinais antecipados de problemas de fluxo de caixa e
insolvência iminente no negócio (GITMAN, 2010, p. 51).
Duas medidas fundamentais de liquidez são o índice de liquidez corrente e o índice
de liquidez seca.
Segundo Matarazzo (2008, p. 148),
O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de
um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa,
segundo o grau de profundidade desejada da análise.
2.2.6.4.1 – Liquidez Geral
Indica a capacidade de pagamento de dívidas da empresa em curto e longo prazo, ou
seja, quanto a empresa possui de ativos realizáveis no curto e longo prazos para cada
R$ 1,00 de dívidas com terceiros. Quanto maior, melhor. (PEREZ JUNIOR e
BEGALLI,2009, p. 258).
25
Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
2.2.6.4.2 – Liquidez Corrente
Indica a capacidade de uma empresa de pagar suas obrigações de curto prazo
(JIAMBALVO,2009, p. 391).
Liquidez Corrente = Ativo Circulante
Passivo Circulante
2.2.6.4.3 – Liquidez Seca
Assemelha-se a liquidez corrente, mas excluí do cálculo o estoque, que costuma ser
o menos líquido dos ativos circulantes. Esse índice é importante quando o estoque da
empresa não pode ser facilmente convertido em caixa (GITMAN, 2010, p. 52).
Liquidez Seca = Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
2.2.6.4.4 – Liquidez Imediata
Esse índice deriva da Liquidez Corrente e indica a capacidade de pagamento de
dívidas no curto prazo, considerando a hipótese de que todo passivo circulante da
empresa vença no primeiro dia útil seguinte à data de encerramento do balanço.
Quanto maior, melhor (PEREZ JUNIOR e BEGALLI,2009, p. 259).
Liquidez Imediata = Caixa e Equivalentes de Caixa
Passivo Circulante
26
2.2.6.5 – Índices de Atividade
Os índices de atividade medem a velocidade com que diversas contas se convertem
em vendas ou caixa (GITMAN, 2010, p. 53).
Auxilia a empresa em toda programação operacional, pois avalia o prazo de
recebimento das vendas, pagamento das compras e renovação dos estoques.
As avaliações são baseadas nos seguintes índices: prazo médio de recebimento,
prazo médio de pagamento, giro do ativo total e giro do estoque.
2.2.6.5.1 – Prazo Médio de Recebimento
O prazo médio de recebimento compreende o tempo que decorre entre o momento
em que a venda ocorre e o seu efetivo recebimento (PEREIRA, 2009, p. 47).
Prazo médio de Recebimento = Contas a receber de clientes
Valor diário médio das vendas
2.2.6.5.2 – Prazo Médio de Pagamento
Esse indicador reflete o tempo decorrido entre a data da emissão da nota fiscal de
compra, pelo fornecedor, e a data do efetivo pagamento (PEREIRA, 2009, p. 48).
Prazo médio de Pagamento = Fornecedores
Valor diário médio das compras
2.2.6.5.3 – Giro de Estoque
Mede a atividade, ou liquidez, do estoque de uma empresa (GITMAN, 2010, p. 53).
Giro de Estoque = Custo das Mercadorias Vendidas
Estoque
27
2.2.6.5.4 – Giro do Ativo Total
Indica a eficiência com que a empresa utiliza os seus ativos para gerar vendas
(GITMAN, 2010, p. 54).
Giro do Ativo Total = Vendas
Ativo Total
28
3 – DESENVOLVIMENTO
Para realização do trabalho, foi efetuado um estudo de caso através das
demonstrações contábeis da empresa Fibria Celulose S/A correspondente aos anos
de 2014 e 2015, com o objetivo de demonstrar de que forma a contabilidade gerencial
auxilia os usuários na tomada de decisões uma vez que os mesmos possuem uma
série de índices que explanam a situação financeira e econômica da organização em
dado momento. Os dados foram retirados do site da empresa na seção de
investidores.
Gráfico 01: Balanço Patrimonial
EMPRESA: Fibria Celulose S/A
(Em milhares de reais)
31/12/2015 31/12/2014
29.433.978 25.593.980
Circulante 5.460.578 3.261.177
Disponível 1.077.651 461.067
Caixa 1.077.651 461.067
Aplicação - -
Clientes 742.352 538.424
Clientes 742.352 538.424
Estoques 1.571.146 1.238.793
Estoques em Geral 1.571.146 1.238.793
Outras Contas à Receber 2.069.429 1.022.893
Impostos a Recuperar 462.487 162.863
Títulos e valores mobiliários 1.411.864 682.819
Instrumentos financeiros derivativos 26.795 29.573
Demais Contas à Receber 168.283 147.638
Realizável à Longo Prazo 5.781.611 4.740.240
Permanente 18.191.789 17.592.563
Investimentos 137.771 79.882
Ativo Imobilizado 13.548.384 12.960.578
(-) Depreciação Acumulada
Intangível 4.505.634 4.552.103
(-) Amortização Acumulada
Ajuste de Avaliação Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
29
Gráfico 02: Demonstração do Resultado
29.433.978 25.593.980
Circulante 2.955.299 2.099.230
Fornecedores 668.017 593.348
Salários e encargos sociais 170.656 135.039
Obrigações Tributárias à Pagar 564.439 56.158
Provisões Operacionais
Adiantamento de Clientes
Dividendos, JCP e Participações a Pagar 86.288 38.649
Empréstimo Curto Prazo 1.375.664 1.151.261
Outras Contas à Pagar 90.235 124.775
Exigível a Longo Prazo 13.663.359 8.879.045
Empréstimo Longo Prazo 12.496.618 7.783.614
Provisões Contingenciais 165.325 144.582
Impostos diferidos 270.996 266.528
Outras Obrigações à Longo Prazo 730.420 684.321
Patrimônio Líquido 12.815.320 14.615.705
Capital Social 9.729.006 9.729.006
Reserva de capital 15.474 3.920
Ações em tesouraria (10.378) (10.346)
Reservas de lucros 1.378.365 3.228.145
Reserva de Avaliação Patrimonial 1.639.901 1.613.312
Participação de não controladores 62.952 51.668
Fonte: Adaptado de DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS COMPLETAS_2015.
PASSIVO
EMPRESA: Fibria Celulose S/A
(Em milhares de reais)
31/12/2015 31/12/2014
Receita Líquida de Vendas 10.080.667 7.083.603
(-) Custo Prod. Vendido - CPV 5.878.209 5.545.537
(=) Lucro Bruto 4.202.458 1.538.066
(-) Despesas Operacionais 4.363.399 1.516.176
Gerais e Administrativas 702.481 630.913
Despesas e (Receitas) Financeiras 3.685.265 1.634.725
Demais Desepsas (Receitas) (24.347) (749.462)
(=) Lucro Operacional (160.941) 21.890
(+/-) Resultado não Operacional - -
(=) Lucro Líquido antes do IR (160.941) 21.890
(-) Provisão para o IR (517.926) (140.662)
(=) Lucro Líquido após o IR 356.985 162.552
(-) Distribuição de JCP
(=) Lucro Líquido do Período 356.985 162.552
Fonte: Adaptado de DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS COMPLETAS_2015.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
30
Gráfico 03: Análise Horizontal e Vertical do Balanço Patrimonial
Ao realizar a análise vertical foi possível identificar que 20% do Ativo Total refere-se a
operações realizáveis de longo prazo e 46% em investimentos com Ativo Imobilizado.
EMPRESA: Fibria Celulose S/A
(Em milhares de reais)
31/12/2015 AV AH 31/12/2014 AV AH
29.433.978 1,00 1,18 24.881.588 1,00 -
Circulante 5.460.578 0,19 2,14 2.548.785 0,10 -
Disponível 1.077.651 0,04 2,34 461.067 0,02 -
Caixa 1.077.651 0,04 2,34 461.067 0,02 -
Aplicação - - - - - -
Clientes 742.352 0,03 1,38 538.424 0,02 -
Clientes 742.352 0,03 1,38 538.424 0,02 -
Estoques 1.571.146 0,05 1,27 1.238.793 0,05 -
Estoques em Geral 1.571.146 0,05 1,27 1.238.793 0,05 -
Outras Contas à Receber 2.069.429 0,07 6,66 310.501 0,01 -
Impostos a Recuperar 462.487 0,02 2,84 162.863 0,01 -
Títulos e valores mobiliários 1.411.864 0,05 2,07 682.819 0,03 -
Instrumentos financeiros derivativos 26.795 0,00 0,91 29.573 0,00 -
Demais Contas à Receber 168.283 0,01 1,14 147.638 0,01 -
Não Circulante 23.973.400 0,81 1,07 22.332.803 0,71 -
Realizável à Longo Prazo 5.781.611 0,20 1,22 4.740.240 0,19 -
Investimentos 137.771 0,00 1,72 79.882 0,00 -
Ativo Imobilizado 13.548.384 0,46 1,05 12.960.578 0,52 -
Intangível 4.505.634 0,15 0,99 4.552.103 0,18 -
Ajuste de Avaliação Patrimonial - - - - - -
- -
29.433.978 1,00 1,15 25.593.980 1,03 -
Circulante 2.955.299 0,10 1,41 2.099.230 0,08 -
Fornecedores 668.017 0,02 1,13 593.348 0,02 -
Contas a Pagar 170.656 0,01 1,26 135.039 0,01 -
Obrigações Tributárias à Pagar 564.439 0,02 10,05 56.158 0,00 -
Provisões Operacionais - - - - - -
Adiantamento de Clientes - - - - - -
Dividendos, JCP e Participações a Pagar 86.288 0,00 2,23 38.649 0,00 -
Empréstimo Curto Prazo 1.375.664 0,05 1,19 1.151.261 0,05 -
Outras Contas à Pagar 90.235 0,00 0,72 124.775 0,01 -
Não Circulante 13.663.359 0,46 1,54 8.879.045 0,36 -
Empréstimo Longo Prazo 12.496.618 0,42 1,61 7.783.614 0,31 -
Provisões Contingenciais 165.325 0,01 1,14 144.582 0,01 -
Impostos diferidos 270.996 0,01 1,02 266.528 0,01 -
Outras Obrigações à Longo Prazo 730.420 0,02 1,07 684.321 0,03 -
Patrimônio Líquido 12.815.320 0,43 0,88 14.615.705 0,59 -
Capital Social 9.729.006 0,33 1,00 9.729.006 0,39 -
Reserva de capital 15.474 0,00 3,95 3.920 0,00 -
Ações em tesouraria (10.378) (0,00) 1,00 (10.346) (0,00) -
Reservas de lucros 1.378.365 0,05 0,43 3.228.145 0,13 -
Reserva de Avaliação Patrimonial 1.639.901 0,06 1,02 1.613.312 0,06 -
Participação de não controladores 62.952 0,00 1,22 51.668 0,00 -
Fonte: Adaptado de DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS COMPLETAS_2015.
ATIVO
PASSIVO
BALANÇO PATRIMONIAL
31
O volume de disponível é muito pequeno, apenas 4% do ativo está disponível para
cobrir obrigações imediatas. Apesar de ter ocorrido um aumento de 134% em relação
ao exercício anterior.
No passivo as obrigações de curto prazo representam apenas 10%, sendo 5%
correspondente a empréstimos. Em contrapartida, no passivo não circulante 42%
reflete empréstimos de longo prazo.
O endividamento com terceiros está no limite aceitável que é de 60%.
Gráfico 04: Análise Horizontal e Vertical da Demonstração do Resultado
Houve um crescimento de 42% do faturamento e o custo do produto vendido reduziu
se comparado com o custo do exercício anterior, o que colaborou para um Lucro Bruto
superior ao ano de 2014 de 173%.
Apesar do crescimento das receitas, as despesas com variações cambiais sobre
empréstimos e despesas financeiras sofreram um aumento exorbitante, resultando
em acréscimo de despesa financeira de 125% o que consumiu praticamente toda
receita obtida no período.
EMPRESA: Fibria Celulose S/A
(Em milhares de reais)
31/12/2015 AV AH 31/12/2014 AV AH
Receita Líquida de Vendas 10.080.667 100,0% 1,42 7.083.603 100,0% -
(-) Custo Prod. Vendido - CPV 5.878.209 58,3% 1,06 5.545.537 78,3% -
(=) Lucro Bruto 4.202.458 41,7% 2,73 1.538.066 21,7% -
(-) Despesas Operacionais 4.363.399 43,3% 2,88 1.516.176 21,4% -
Gerais e Administrativas 702.481 7,0% 1,11 630.913 8,9% -
Despesas e (Receitas) Financeiras 3.685.265 36,6% 2,25 1.634.725 23,1% -
Demais Desepsas (Receitas) (24.347) -0,2% 0,03 (749.462) -10,6% -
(=) Lucro Operacional (160.941) -1,6% (7,35) 21.890 0,3% -
(+/-) Resultado não Operacional - 0,0% - - 0,0% -
(=) Lucro Líquido antes do IR (160.941) -1,6% (7,35) 21.890 0,3% -
(-) Provisão para o IR (517.926) -5,1% 3,68 (140.662) -2,0% -
(=) Lucro Líquido após o IR 356.985 3,5% 2,20 162.552 2,3% -
(-) Distribuição de JCP - 0,0% - - 0,0% -
(=) Lucro Líquido do Período 356.985 3,5% 2,20 162.552 2,3% -
Fonte: Adaptado de DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS COMPLETAS_2015.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
32
Gráfico 05: Índices
EMPRESA: Fibria Celulose S/A
ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
31/12/2015 31/12/2014
Estrutura
Nível de Endividamento 129,7% 75,1%
Composição do Endividamento 17,8% 19,1%
Imobilização do Patrimônio Líquido 142,0% 120,4%
Liquidez
Liquidez Geral 0,7 0,7
Liquidez Corrente 1,8 1,6
Liquidez Seca 1,3 11,6
Liquidez Imediata 0,4 0,2
Rentabilidade
Margem de Lucro Líquido 0,04 0,02
Margem de Lucro Operacional (0,02) 0,00
Margem de Lucro Bruto 0,42 0,22
Prazos Médios, Giro de Estoque e Giro do Ativo Total
Giro de Estoque 3,74 4,48
Prazo Médio de Recebimento de Vendas 26,5 27,4
Prazo Médio de Pagamento de Compras 28,3 36,5
Giro do Ativo Total 0,34 0,28
Fonte: Elaborado pelo autor (2016)
3.1 – NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO
De acordo com os índices descritos no gráfico 3, no ano de 2015 foi possível identificar
que para cada R$ 1,00 de capital próprio a empresa adquiriu R$ 1,29 de empréstimos,
entretanto a composição do endividamento curto prazo está adequada, pois está
baixa, representando apenas 17,8%.
33
Em contrapartida, o patrimônio líquido foi totalmente absorvido para aquisições de
ativo imobilizado e intangível sendo necessário 42% de recursos de terceiros para
complementação dos recursos gastos.
3.2 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ
A empresa analisada possui capacidade para saldar as suas obrigações de curto
prazo, mesmo sem a necessidade de liquidar o seu saldo em estoque para gerar
recursos financeiros.
No entanto, se observarmos o índice da liquidez imediata que considerando a hipótese
de que todo passivo circulante da empresa vença no primeiro dia útil seguinte à data
de encerramento do balanço, a empresa estará com ativo descoberto, pois para cada
R$ 1,00 de dívida, a mesma possui apenas R$ 0,40 disponível. De igual modo ocorre
com a liquidez geral, em que a empresa possui apenas R$ 0,70 disponíveis.
3.3 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Os índices de rentabilidade apresentados são baixos, porém a margem de lucro bruto
tem crescimento significativa passando de 0,22 em 2014 para 0,42 em 2015, porém a
margem de lucro operacional teve uma queda de -0,02 e isso ocorreu devido qual
crescimento da despesa financeira em 2015. Em seguida temos a margem liquida que
é calculado pelo lucro líquido que por sua vez leve um pequeno crescimento de 0,06
comparando com a margem de lucro operacional e ocorreu devido ao crescimento da
provisão do imposto de renda e contribuição social diferido.
3.4 – ÍNDICES DE ATIVIDADE
Os índices recebimento e pagamento estão muito próximos, o prazo para pagamento
reduziu em oito dias o prazo comparado o ano de 2014 para 2015. Em compensação
o prazo para recebimento permaneceu praticamente inalterado.
O giro do ativo total varia em média 0,31 o que não é ideal porque o índice está muito
baixo. O giro de estoque reduziu em cerca de 1 ano, passando de 4,48 para 3,74.
34
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente trabalho, identificou-se que a contabilidade gerencial é uma
grande aliada no processo de tomada de decisão. Nesse sentido, foi observado que
ela está diretamente ligada ao planejamento e controle de uma organização, como
instrumento de administração para os gestores, visando ajudar uma empresa a ficar
sob controle, identificando quando o processo está fora do controle, com o objetivo de
planejar e melhorar a qualidade das operações reduzindo os custos operacionais.
A pesquisa ainda demonstrou vários índices para que o gestor tenha um maior
conhecimento de sua empresa. Com a intensa concorrência e com o mercado em
constantes mudanças esses empreendedores não podem tomar decisões baseadas
apenas em suas experiências, necessitam de informações claras para não
comprometer o sucesso da empresa. Desse modo, o gestor deve utilizar as
informações contábeis para controlar e gerir melhor o seu empreendimento.
A pesquisa também demonstrou que as Demonstrações contábeis são de suma
importância para os controles gerenciais. Uma demonstração importante para que o
proprietário saiba quanto gerou de lucro em seu negócio é a DR (Demonstração do
Resultado), ferramenta essencial para adquirir informações reais de suas receitas e
despesas. O Balanço Patrimonial é outra ferramenta que proporciona ao gestor uma
percepção geral de sua empresa. Com essa demonstração, o gestor poderá verificar
os valores a receber, o estoque, o caixa, os fornecedores, os impostos a pagar, o
imobilizado e outras contas, que geram dados proveitosos para projetar estratégias
que vão favorecer e direcionar o alcance dos resultados almejados.
Neste sentido, esta pesquisa tentou demonstrar através dos vários índices, uma gama
de informações relevantes para que o empresário compreenda e utilize a
contabilidade gerencial, considerando, de forma correta, a veracidade e a
necessidade de seu empreendimento para acrescentar valor ao processo decisório,
de forma que o uso destas informações como instrumento de gestão possibilite às
empresas a oportunidade de resultados mais precisos e confiáveis, garantindo o
sucesso desejado.
35
REFERENCIAS
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Paulo: Saraiva 2006.
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MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e
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