instituiÇÕes escolares rurais pioneiras em...

12
Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 641 INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM GUAJARÁ-MIRIM/ MT (1924-1935) 1 Cleicinéia Oliveira de Souza 2 Nilce Vieira Campos Ferreira 3 Introdução Esse trabalho tem como objetivo investigar as primeiras instituições escolares que existiam na cidade de Guajará-Mirim, estado de Mato Grosso, entre os anos de 1924 a 1935, período no qual a cidade de Guajará-Mirim pertencia ao estado de Mato Grosso. A cidade de Guajará-Mirim no período situada na região norte mato-grossense tornou-se município e comarca, a partir da Lei n° 991 de 12 de julho de 1928. Até o ano de 1943 a cidade de Guajará-Mirim pertencia ao estado de Mato Grosso. Em 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas, por meio do Decreto-Lei Nº 5.812, criou o Território Federal do Guaporé e outros territórios no Brasil. Logo Guajará-Mirim, passou a compor parte do Território Federal do Guaporé. É relevante ressaltar que na cidade de Guajará-Mirim e nas localidades rurais ali situadas, no período de 1925 a 1935, existiam poucas instituições escolares para a alfabetização da população que ali residia. Os moradores da região do Vale do Guaporé não se acomodaram e reivindicaram por construção de escolas para que seus filhos e filhas tivessem acesso à instrução pública. Munimo-nos metodologicamente de pesquisa bibliográfica, documental, tais como relatórios dos primeiros movimentos escolares da cidade de Guajará-Mirim, notas de jornais e mensagens expedidas pelos presidentes do estado de Mato Grosso, já coletados no Arquivo do Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim, no Centro de Documentação Histórica de Rondônia e mensagens consultadas no Center for Research Libraries. 1 Esse artigo é parte da dissertação de mestrado intitulada: “Entre o Evangelho e o Ensino Rural: Educação Feminina do Instituto Nossa Senhora do Calvário no Vale do Guaporé (Guajará-Mirim/MT/RO 1933-1976)”, pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 2 Mestra em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. E-Mail: [email protected] 3 Doutora em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora Adjunta do Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. E-Mail: [email protected]

Upload: hamien

Post on 03-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 641

INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM GUAJARÁ-MIRIM/ MT (1924-1935)1

Cleicinéia Oliveira de Souza2

Nilce Vieira Campos Ferreira3

Introdução

Esse trabalho tem como objetivo investigar as primeiras instituições escolares que

existiam na cidade de Guajará-Mirim, estado de Mato Grosso, entre os anos de 1924 a 1935,

período no qual a cidade de Guajará-Mirim pertencia ao estado de Mato Grosso. A cidade de

Guajará-Mirim no período situada na região norte mato-grossense tornou-se município e

comarca, a partir da Lei n° 991 de 12 de julho de 1928.

Até o ano de 1943 a cidade de Guajará-Mirim pertencia ao estado de Mato Grosso. Em

13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas, por meio do

Decreto-Lei Nº 5.812, criou o Território Federal do Guaporé e outros territórios no Brasil.

Logo Guajará-Mirim, passou a compor parte do Território Federal do Guaporé.

É relevante ressaltar que na cidade de Guajará-Mirim e nas localidades rurais ali

situadas, no período de 1925 a 1935, existiam poucas instituições escolares para a

alfabetização da população que ali residia. Os moradores da região do Vale do Guaporé não

se acomodaram e reivindicaram por construção de escolas para que seus filhos e filhas

tivessem acesso à instrução pública.

Munimo-nos metodologicamente de pesquisa bibliográfica, documental, tais como

relatórios dos primeiros movimentos escolares da cidade de Guajará-Mirim, notas de jornais

e mensagens expedidas pelos presidentes do estado de Mato Grosso, já coletados no Arquivo

do Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim, no Centro de Documentação Histórica de

Rondônia e mensagens consultadas no Center for Research Libraries.

1 Esse artigo é parte da dissertação de mestrado intitulada: “Entre o Evangelho e o Ensino Rural: Educação Feminina do Instituto Nossa Senhora do Calvário no Vale do Guaporé (Guajará-Mirim/MT/RO 1933-1976)”, pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

2 Mestra em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. E-Mail: [email protected]

3 Doutora em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora Adjunta do Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. E-Mail: [email protected]

Page 2: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 642

Movimentos Escolares em Guajará-Mirim

Na nossa pesquisa de campo, considerando os movimentos em prol da educação

popular em Guajará Mirim, no período da pesquisa, encontramos um relatório no Arquivo do

Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim que descreveu a realidade educativa no

Município. Nesse relatório observamos que já existiam alguns movimentos dos habitantes em

busca de escolas para que seus filhos estudarem em Guajará-Mirim, antes mesmo da cidade

ser constituída.

O movimento pré-ensino, em Guajará-Mirim, teria surgido antes da criação do Município. Escolas por certo, não havia, mas sim, algum movimento precário, no sentido de “desarmar”, filhos de arigós4 ou de ferroviários, pois a maioria era flutuante e mantinha sua famílias em outras paragens. Mesmo os que moraram no lugar e dispunham de algum recurso, mandavam os filhos para estudarem em Manaus e Rio de Janeiro. (GUAJARÁ-MIRIM, [s.d] p.10).

A realidade de Guajará Mirim, descrita no relatório, não era diferente de outras

localidades. Os autores, Paolo Nosella e Ester Buffa (1996), a exemplo, na pesquisa que

realizaram na Schola Mater: antiga escola Normal de São Carlos em São Paulo, Nosella e

Buffa destacaram que nas primeiras décadas do século XX era comum que os pais

fazendeiros com melhores condições financeiras encaminhassem suas filhas e filhos para

estudarem nas cidades mais desenvolvidas. No caso das moças, elas estudariam em escolas

religiosas e se tornariam boas donas de casa, esposas e mães exemplares, capazes de educar

adequadamente as gerações que se seguiriam. No caso dos rapazes, esses se tornariam

homens respeitados na sociedade, pois as mesmas escolas formariam intelectuais,

profissionais e futuros líderes políticos destinados a atuar nas regiões das quais provinham e

nelas exercerem influência.

Crescidos um pouco, os filhos dos fazendeiros iam para os colégios de padres e freiras, geralmente em regime de internato, onde as moças aprimoravam os hábitos que faziam parte do dote matrimonial. As educadoras dessas moças sabiam que prepararam futuras esposas de fazendeiros e mães de seus filhos. A administração da Casa Grande era uma tarefa complexa que exigia vários conhecimentos e habilidades. Por sua vez os rapazes, nas escolas de padres, preparavam-se para o ingresso nos cursos superiores, no Brasil ou na Europa, sendo os de Direito, Medicina e Engenharia, os mais frequentes. [...]. (NOSELLA; BUFFA, 1996, p. 31).

4 Arigós é a denominação para um individuo que exerce seu trabalho de forma braçal, sem necessidade de uma formação específica para executar a função. Pode ser também um típico termo regional e designativo dado aos nordestinos, em especial cearenses, que para o Vale do Guaporé migraram a fim de participar extração do látex das seringueiras. A maioria desses migrantes, contudo, não mais regressaram à suas terras de origem. Os arigós, suas filhas e filhos, entre outros migrantes, compuseram a população de Rondônia.

Page 3: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 643

Nessa linha de raciocínio, Guacira Lopes Louro (2015), descreveu que no Brasil

existiam escolas para meninos e meninas, porém a maioria das escolas era para os meninos.

E essas distinções ocorriam porque os ensinamentos ministrados para meninos e meninas

eram diferentes. O ensino dos meninos era voltado para as ciências e para meninas o ensino

era direcionado para atividades voltadas ao serviço do lar. Ela também mencionou que

escolas fundadas por ordens religiosas seguiam esse princípio.

Aqui e ali, no entanto, havia escolas certamente em maior número para os meninos, mas também para meninas; escolas fundadas por congregações e ordens religiosas femininas ou masculinas; escolas mantidas por leigos professores para as classes de meninos e professoras para as de menina. (LOURO, 2015, p.444).

Na localidade em estudo, foram criadas escolas diferenciadas para a educação de

meninas e meninos. O Instituto Nossa Senhora do Calvário fundado em 1933 na cidade de

Guajará-Mirim nos primeiros anos de funcionamento atendia apenas meninas. Entretanto,

fotografias com datas a partir do ano de 1950, revelam que o INSC, atendeu os rapazes5.

Cabe-nos a ressalva de que certamente divisões entre as formas de ensino para meninos e

meninos implicava um certo controle das concepções de valores e a destinação que a Igreja

intentava para esses estudantes, fossem meninos ou meninas.

[...] Seria uma simplificação grosseira compreender a educação das meninas e dos meninos como processo únicos, de algum modo universais dentro daquela sociedade. Evidentemente as divisões de classe, etnia e raça tinham um papel importante na determinação das formas de educação utilizadas para transformar as crianças em mulheres e homens. A essa divisões se acrescentariam ainda as divisões religiosas, que também implicariam diversidades nas proposições educacionais. (LOURO, 2015, p.444).

Cabe nos lembrar ainda de que consoante dados do IBGE (2007), na região Centro-

Oeste, onde se localiza Mato Grosso, nos anos de 1940, a população na faixa etária de 7 a 14

anos totalizava 20,5% de alfabetizados. Os homens totalizavam 20,8 % e as mulheres 20,2%.

Os homens superavam as mulheres na frequência escolar. No estado de Mato Grosso, nos

anos de 1940, a população alfabetizada na faixa etária de 7 a 14 anos representava apenas

27,2% da população.

A taxa de escolarização na região Norte nos anos de 1940, entre homens e mulheres na

faixa etária de 7 a 14 anos totalizavam 35,9% de escolarizados. Nesse contexto os homens

5 Em uma conversa informal com uma das ex-alunas, ANG, ela nos revelou que quando a escola começou a oferecer cursos para os meninos, as aulas para eles ocorriam em horários e turnos distintos das aulas das meninas.

Page 4: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 644

totalizavam 36,1% escolarizados e mulheres 35,7% escolarizadas e ainda permanecia superior

ao número de meninos escolarizados.

No Território Federal do Guaporé, na faixa etária de 7 a 14 anos, nos anos de 1940, 46,5

% da população era alfabetizada. Esse índice é considerado alto para a região do atual estado

de Rondônia, pois na época tinha uma população inferior a de 15mil habitantes e dados de

alfabetizados por ali eram maiores que das regiões mais desenvolvidas.

Como não foi possível construir tabulações especiais com as informações de 1940, faz-se restrições quanto à posição de alguns estados como, por exemplo, Rondônia, que possuía frequência escolar muito superior à daqueles estados com maior desenvolvimento socioeconômico. O fato de ser um estado que possuía e de certo modo ainda possui áreas de difícil acesso, portanto com precariedade na captação das informações e população residual naquela época (menos de 15 mil habitantes), poderia ter contribuído para uma cobertura domiciliar insuficiente, com certa seletividade socioespacial, incluindo população imigrante. (IBGE, 2007, p. 57).

Com essa informação identificamos a dificuldade de captação de informações, o que

poderia levar a uma estatística inadequada ou pouco verídica que foi denunciado por esse

relatório do IBGE.

Movimentos populares em prol da educação Guaporense

A população que vivia no Vale do Guaporé por volta dos anos de 1924, em sua maioria,

não possuía condições financeiras para encaminhar seus filhos para estudar nas grandes

capitais. Assim, os habitantes resolveram se mobilizar para criar uma escola para atender o

sexo masculino e feminino, na modalidade de ensino com separação dos sexos. O ensino era

para os meninos “[...] a arte de pedreiro, carpinteiro ou ferreiro [...] as meninas no catecismo

e nas prendas domésticas”. (GUAJARÁ-MIRIM, [s.d], p.10).

A respeito da criação da instituição escolar para meninos na cidade de Guajará-Mirim,

encontramos uma nota no Jornal Alto Madeira na data do dia 12 fevereiro de 1925,

anunciando que no dia 15 de fevereiro de 1925 ocorreria inauguração da escola particular

Cesário Corrêa.

Está marcada para o dia 15 proximo a installação da escola particular que sob a iniciativa e responsabilidade monetária do Sr. Coronel Paulo Saldanha funccionará nesta Villa, na grande sala da residência do estimável Sr. Severo Moraes, por este gentilmente cedida. Destinada ao sexo masculino, a escola será dirigida pelo conceituoso professor normalista Carlos Costa, do corpo docente do Collegio D. Bosco, de Manáos, e receberá alunos sem seleção. Poderão comparecer as aulas com o mais modesto traje e terão a mesma condigna acolhida dispensada a outro qualquer. (ALTO MADEIRA, 1925, p. 2).

Page 5: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 645

A criação dessa escola por iniciativa particular, evidenciada como a primeira de Guajará

Mirim, demonstrou a quase inexistência de escolas públicas na Vila de Guajará-Mirim, e a

ação de pessoas influentes na época possibilitando o acesso a instrução pública. Cabe

ressaltar que essa escola, a Escola Cesário Corrêa, era destinada apenas para alunos do sexo

masculino.

O local para instalação e funcionamento da instituição escolar foi cedido por um

morador da Vila de Guajará-Mirim, situação comum nas localidades rurais brasileiras e em

cidades no início de formação.

No ponto de vista, de Clarice Nunes (2007), caracterizava-se como uma situação

comum, as casas de moradores das cidades passarem a funcionar como escolas em algumas

cidades brasileiras nos primeiros anos do século XX. Esse fato ocorria devido à precariedade

de verbas destinadas para a educação. O professor por muitas vezes se responsabilizava pelas

despesas da casa escola, isto é “o professor custeava com seus próprios vencimentos o aluguel

da sala ou do prédio. Não havia mobiliário escolar. [...]”. (NUNES, 2007, p. 337).

Em Mato Grosso, de acordo com Nicanor Palhares Sá e Elizabeth Figueiredo de Sá

(2011), até a primeira década do século XX, estavam em atividades poucas escolas primárias

e secundárias. O professor remediava a falta de prédios para o funcionamento das

instituições escolares e, muitas vezes, sua própria casa era o lugar para a escolarização das

crianças.

Além da gratuidade do ensino e do número reduzido de alunos para abertura da escola, a ausência de prédios apropriados não proporcionava empecilho para a implantação de novos estabelecimentos de ensino, pois se não houvessem casas suficientes para funcionamento de uma nova escola primária, esta poderia ser instalada na residência do professor, que recebia auxílio pecuniário para aluguel, oferecendo maior oportunidade de estudo às crianças. (SÁ, N.P.; SÁ, E. F., 2011, p.33).

Podemos inferir, portanto que a realidade educacional de Guajará-Mirim era precária e

aflitiva. Inexistiam escolas públicas e a educação popular era deixada de lado pelos

governantes. Professores responsabilizavam pela instrução que deveria ser pública e de

responsabilidade do Estado, inclusive fornecendo seus próprios lares para que as aulas

pudessem ocorrer. Ainda assim, não eram disponibilizadas vagas para o público feminino.

Vanilda Pereira Paiva (1983) discutiu a questão da precária educação que grassava pelo

país no período. O processo de descentralização dos recursos financeiros destinados à

educação pelo governo federal para os estados brasileiros inviabilizou ainda mais, o processo

de escolarização da população brasileira. Os recursos destinados à educação eram mínimos

Page 6: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 646

para um país cujo crescimento demográfico avançava cada vez mais, o que inviabilizava a

criação de escolas ou a ampliação de oferta de vagas para novos estudantes.

Preocupava a todos no período, além do auxilio da União aos Estados, a criação de uma coordenação nacional do movimento educativo e uma política nacional de educação. A descentralização permitia que os esforços educativos estaduais fossem muito variados, sem qualquer uniformidade. A aplicação de recursos estaduais no ensino elementar, por exemplo, variava de Estado para Estado em grandes proporções bem como, no mesmo Estado, de ano para ano, poucos deles ultrapassavam os 10%. Se considerarmos que as aplicações federais quase não existiam (apenas as Escolas Regimentais eram mantidas pelo governo federal) e que as municipais eram irrisórias na maioria dos casos, verificamos que o problema da instrução popular tendia a se agravar com o crescimento da população. Além disso, a descentralização provocava uma total ignorância da União com respeito ao movimento educativo dos Estados. (PAIVA, 1983, p.92).

Ofícios encontrados no Arquivo Público de Mato Grosso, na cidade de Cuiabá, contudo,

comprovaram a existência de outras escolas no município de Guajará-Mirim. Entre elas

escolas para o sexo masculino e feminino, grupos escolares e escolas reunidas, antes da

fundação do Colégio Santa Terezinha.

Page 7: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 647

QUADRO1: AS PRIMEIRAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE

GUAJARÁ-MIRIM E NAS POVOAÇÕES QUE PERTENCIAM À CIDADE DE GUAJARÁ-MIRIM

NOME DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR DATA DE FUNDAÇÃO OU NÚMERO DO OFÍCIO COM A

DATA

Escola do sexo Masculino “Cesário Correa” Fundação em 15 de Fevereiro de 1925.

Instituto Paulo Saldanha Criação Abril de 1925

Escola do Sexo Feminino de Guajará-Mirim Ofício nº 152, de 24 de julho de 1931;

Ofício nº 436, de 11 de setembro de 1931

Ofício nº 297, de 25 de novembro de 1931

Escola Reunida de Guajará-Mirim Ofício nº435, de 11 de setembro de 1931

Grupo escolar Caetano Pinto Município de Guajará-Mirim

Ofício n° 587, de 8 de maio de 1931

Escola Mixta Rural de Presidente Marques, município de Guajará-Mirim

Ofício nº 281, de 4 de novembro de 1931

Ofício n° 297, 25 de novembro de 1931

Escola Mixta Rural de Jací-Paraná, município de Guajará-Mirim

Ofício nº 297, 25 de novembro de 1931

Escola Pública Mixta Generose Ponce, Município da Comarca de Guajará-Mirim

Cópia da Acta, 29 de dezembro de 1931

Fonte: Jornal Alto Madeira de Porto Velho, Arquivo do Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim e APMT.

Ponderamos que as instituições escolares apresentadas no quadro 1, provavelmente

escolarizavam alunas e alunos das localidades da região do Vale do Guaporé, entretanto,

parece-nos que os moradores que ali viviam precisavam de mais escolas para seus filhos e

filhas, conforme identificamos nos ofícios dos pais solicitando escolas para o município.

Outro fato que se destacou para esse pedido era o de que as localidades nos quais as

instituições estavam em funcionamento eram muito distantes umas das outras ou das

localidades para as quais os pais solicitavam a instalação de escolas. Desse modo, o acesso às

poucas escolas existentes era difícil e a oferta de vagas para novos alunos era pouca.

Tentamos determinar o ano de fundação de todas as instituições escolares que foram

relacionadas, mas isso se tornou inviável, pois os documentos que encontramos sobre essas

escolas, algumas correspondências, não mencionaram o ano de criação das instituições

escolares. Esses documentos avulsos encontrados apenas nos permitiram comprovar a

Page 8: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 648

existência dessas escolas e estavam acondicionados em caixas e latas da instrução pública do

Arquivo Público de Mato Grosso.

Ressalvamos que no Vale do Guaporé, com esses primeiros movimentos escolares,

identificamos que os pais de crianças em idade escolar viram que a criação de escolas para

instruir seus filhos seria de muita importância. Documento encontrado no Arquivo Público

de Mato Grosso, na lata de 1931 de instrução pública, Ofício n. 185, protocolado em 14 de

agosto de 1931, um abaixo assinado elaborado pela população do Vale do Guaporé, solicitou

ao governo interventor de Mato Grosso uma escola primária para seus filhos em idade

escolar.

Os moradores do lugar denominado “Rolim de Moura6” a confluência do rio Mequens como o Guaporé, no município de Guajará-Mirim, supplicam por vosso intermédio, do Governo do Estado, a creação de uma escola primária naquella localidade. [...] sendo vários moradores neste logar, e todos com família, sentimos grande necessidade de uma escola para ensino dos meninos de ambos o sexo deste logar, conforme V. Excia, verifica pela lista junto a este, e, confiando ser-mos atendidos, esperamos de V. Excia, um despacho favorável nesta nossa supplica. Tomamos ao mesmo tempo, o compromisso de construir uma casa para o funccionamento da referida escola e ao mesmo tempo, para moradia do professor que para aqui venha. Além dos moradores d’qui, temos vários na sircunvizinhança deste logar, e todos com família. Rolim de Moura, 16 de junho de 1.931. (MATO GROSSO, 1931).

Parece-nos que os moradores estavam dispostos a construir uma escola e, ao mesmo

tempo uma moradia para o que professor fosse lecionar naquela região. Os moradores

acreditavam que esse comprometimento, a construção da escola e da moradia para o

professor, possibilitaria o processo de implantação de uma escola na região, da qual muito

necessitavam. Como o local era muito distante das escolas existentes no estado de Mato

Grosso, os moradores da região não tinham como enviar seus filhos à escola.

Ponderando o pedido dos moradores por meio do abaixo assinado, podemos ajuizar

que na época, os governantes não conseguiam atender os anseios da população em relação à

escolarização. Como enfrentavam inúmeros problemas econômicos, investiam pouco na

6 A região denominada Rolim de Moura nos tempos coloniais e Republicanos era conhecida como Vale do Guaporé – Madeira. Essa referência se configurou porque os migrantes chegavam à região no início de ocupação da Amazônia via Rio Guaporé e Mamoré e se estabeleciam em diversas localidades do Vale do Guaporé. Entre esses locais está o Rio Mequens situado à margem direita do Rio Guaporé. A Cidade de Guajará-Mirim era na época o maior centro comercial dos vales do Mamoré e Guaporé. As populações residentes na região recorriam a essa cidade quando necessitavam de algum beneficio junto ao Governo do estado de Mato Grosso. O município de Rolim Moura, hoje é uma cidade do estado de Rondônia criado pelo Decreto-Lei n. 071, em 05 de agosto de 1983. Recebeu esse nome em homenagem ao governador da Capitania de Mato Grosso, Dom Antônio Rolim de Moura Tavares. (CARNEIRO, Neri de Paula. Educação em Rolim de Moura: das iniciativas privadas às ações públicas (1975-1983). 2008, 222f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008.).

Page 9: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 649

educação popular. União, estados e municípios preferiam investir os parcos recursos

econômicos de que dispunham no período na modernização e urbanização das cidades. Desse

modo, era preferível que investimentos financeiros fossem destinados às escolas católicas,

como subsídios, considerados menos onerosos, como ocorreu em Guajará Mirim.

Para Fernando de Azevedo (2010), contudo, o Estado não se posicionou contra a

organização de escolas privadas, pois era um privilégio a educação que elas destinavam às

classes mais abastadas da sociedade no sistema de ensino, uma vez que a União não dispunha

de situação econômica suficiente para atender a todas as camadas da sociedade, estimulando

no país no qual “[...] o Estado, pela sua situação financeira não está ainda em condições de

assumir sua responsabilidade exclusiva, e em que, portanto, se torna necessário estimular,

sob sua vigilância, as instituições privadas idôneas. [...]” (AZEVEDO, et al., 2010, p. 44).

Relatos constantes nos ofícios e abaixo-assinados analisados, descreveram que as

instituições escolares na cidade de Guajará-Mirim eram insuficientes e não conseguiam

atender à escolarização das crianças em idade escolar. A situação persistia por anos seguidos

nos municípios do estado. Em um documento anexo ao Oficio n. 16 encontrado na Lata de

instrução pública do ano de 1939 B, um abaixo-assinado protocolado com a data de 7 de

Fevereiro de 1938 na Prefeitura de Guajará-Mirim, a população de Mutum Paraná suplicava

ao Prefeito de Guajará-Mirim Carlos Rocha Leal a criação de uma escola Mista municipal

naquela localidade.

Nós abaixo assignados, paes, tutores e responsáveis, moradores na povoação de Mutum Paraná, margem da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, Municipio de Guajará Mirim, Estado de Matto Grosso, vimos perante V. Sa. Supplicar a criação de uma escola mixta municipal, na povoação de Mutum Paraná, pois nos encontramos n’uma situação bem difícil no sentindo da educação de nossos filhos, sem nenhum estabelecimento publico de ensino. Contamos com quarenta meninos capazes de frequentar aulas, afóra outros que, com a idade de quatorse e quinse annos ainda não receberam nenhuma instrução, tudo pela falta absoluta de um estabelecimento de ensino. Contamos com a proteção de V. Sa. e bôa vontade no sentido de nos servir, dotando-nos com um estabelecimento de ensino conforme o nosso justo pedido. Juntamos a este uma lista dos meninos capazes de frequentar as aulas. (MATO GROSSO, 1938).

É perceptível, ao analisarmos os documentos encontrados, como a população do Vale

do Guaporé sentia a necessidade de escolas para seus filhos e filhas. Para nós, aparece

também explícito na análise desse documento a dificuldade de acesso da população rural à

instrução dos seus filhos e filhas em idade escolar. Também confrontando os dois abaixo

assinados visualizamos como era recorrente a ausência de escolas ou de empenho do poder

público na implantação de escolas ou de outras respostas relativa à sua intenção de implantar

Page 10: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 650

escolas públicas para atender a população. Podemos afiançar isso, pois não encontramos

nenhum documento que relatasse mudança educacional na região que resultasse das ações

governamentais em resposta ao primeiro abaixo assinado datado de 1931.

Considerações Finais

Constatamos que as primeiras instituições escolares da cidade de Guajará-Mirim foram

fundadas para atender os meninos. Logo os moradores providenciaram o ensino também

para atender suas filhas.

Compreendemos que existiu em Guajará-Mirim no ano de 1925 tentativas de

funcionamento de instituições escolares. Entretanto, eram insuficientes para atender a

população do Vale do Guaporé, pois os pais das crianças em idade escolar suplicavam ao

Governo do estado de Mato Grosso por meio de abaixo-assinados para que enviassem

professores para o local e construíssem escolas para a população que ali viviam.

Identificamos que no período de 1924 a 1935 o governo do estado de Mato Grosso

pouco investiu na educação popular das localidades rurais, a justificativa do estado para não

atender a população rural era que não tinham professores qualificados para assumir o ensino

nesses locais distantes, que não tinham instalações aprovadas e fiscalização.

Evidenciamos que o Instituto Nossa Senhora do Calvário, instituição particular da

Igreja Católica, se consolidou na cidade de Guajará-Mirim, pois era administrada por Xavier

Rey, religioso que sabia como adquirir recursos para o funcionamento da instituição escolar.

Analisamos que a população menos abastada do Vale do Guaporé, sentiu dificuldades

para o ingresso dos seus filhos e filhas nas poucas instituições escolares públicas que

existiram nesse período. Mas as poucas instituições que existiram propiciou o ensino de uma

parte das crianças em idade escolar da região.

Referências

ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A educação rural como um processo civilizador. In: STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara (Orgs.). Histórias e memórias da educação no Brasil: século XX. Petrópolis: Vozes, 2005. v.3. p. 278-295. AZEVEDO, Fernando de. et al. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos Educadores. Recife: Ed. Massangana. Fundação Joaquim Nabuco, 2010. (Coleção Educadores).

Page 11: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 651

CARNEIRO, Neri de Paula. Educação em Rolim de Moura: das iniciativas privadas às ações públicas (1975-1983). 2008, 222f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008. IBGE. Tendências demográficas: uma análise da população com base nos resultados dos censos demográficos 1940 e 2000. Rio de Janeiro, 2007. LEITE, Sérgio Celani. Escola Rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 1999. (Coleção questões da nossa época; v. 70). LOURENÇO FILHO, Manoel Bergström. A formação de professores: da escola normal à escola de educação. Ruy Lourenço Filho. (Org.). Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2001. LOURO, Guacira Lopes. Mulheres na Sala de Aula. In: DEL PRIORE, Mary (Org.). História das Mulheres no Brasil. Carla Bassanezi (Coord. de textos) 9. ed. São Paulo: Contexto, p. 443- 481, 2015. MENNUCCI, Sud. A Crise Brasileira de Educação. 2. ed. São Paulo, (SP): Piratininga, 2006. NOSELLA, Paolo; BUFFA, Ester. Schola mater. A antiga escola Normal de São Carlos 1911-1933. São Carlos: Ed. Universidade Federal de São Carlos/FAPESP, 1996. NUNES, Clarice. (Des)encantos da Modernidade pedagógica. In: LOPES, Eliane Marta Santos Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes de; VEIGA, Cynthia Greive (Org.). 500 anos de educação no Brasil. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. SÁ, Nicanor Palhares; SÁ, Elizabeth Figueiredo de. A escola pública primária mato-grossense no período republicano (1900-1930). In: SÁ, Nicanor Palhares; SÁ, Elizabeth Figueiredo de (Orgs.). Revisitando a história da escola primária: os grupos escolares em Mato Grosso na primeira república. Cuiabá: Ed. UFMT, 2011. SOARES, Sergei; RAZO, Renata; FARIÑAS, Mayte. Perfil Estatístico da Educação Rural: origem socioeconômica desfavorecida, insumos escolares deficientes e resultados inaceitáveis. In: A educação no Brasil rural. BOF, Alvana Maria, [et al] (Orgs.). Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Edições Loyola, 1983.

Fontes documentais

ALTO MADEIRA. Pela Instrução. Alto Madeira, Porto Velho, p.2, 12 fev.1925. Centro de Documentação Histórica de Rondônia. Palácio Getúlio Vargas. GUAJARÁ-MIRIM. Relatório, n.10. Educação. p.10. Arquivo do Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim. [s.d]. MATO GROSSO. Delegacia Fiscal Do Norte De Matto Grosso. Ofício. n. 152. 24 Jul. 1931. D. Emilia Brigel de Guerra assumi a cadeira na escola do sexo feminino em Guajará-Mirim. Lata 8E de 1931. ______. Delegacia Fiscal do Norte de Matto Grosso. Ofício. n. 297 , 25 Nov. 1931. Mapas mensais de frequência dos alunos da escola feminina de Guajará-Mirim. APMT, Lata D, 1932.

Page 12: INSTITUIÇÕES ESCOLARES RURAIS PIONEIRAS EM …ixcbhe.com/arquivos/anais/eixo1/individual/641-652.pdf · 13 de Setembro de 1943, o Presidente da República do Brasil, Getúlio Vargas,

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 652

______. Delegacia Fiscal do Norte de Matto Grosso. Ofício. n. 281 , 4 Nov. 1931. Relação dos alunos matriculados na Escola Mista Rural de Presidente Marques, município de Guajará-Mirim. APMT, Caixa antiga lata, 1931. ______. Delegacia Fiscal do Norte de Matto Grosso. Ofício. n. 297 , 25 Nov. 1931. Frequência e aplicação dos alunos nas Escolas Mixta Ruraes da povoação de Presidente Marques e Jaci Paraná. APMT, Caixa antiga lata 07, 1931. ______. Directoria Geral da Instrução Publica. Ofício. n. 436, 11 Set. 1931. Professora Luiza Martins adjuncta da escola feminina de Guajará-Mirim pede pagamento dos vencimentos. APMT, Caixa 10 D, 1931. ______. Directoria Geral da Instrução Publica. Ofício. n. 435, 11 Set. 1931. Creação de uma “escolas reunidas” em Guajará-Mirim. APMT, Lata D, 1932. ______. Directoria Geral da Instrucção Publica. Delegacia fiscal do norte Matto Grosso. Ofício. n. 185, 14 de agosto de 1931. Abaixo assinado para a criação de uma escola primaria em “Rolim de Moura”, Rio Guaporé. APMT, Lata de 1931. ______. Directoria Geral de Instrucção Publica. Ofício. n. 37. 25 Jan. 1939. Prefeito de Guajará-Mirim encaminha o abaixo assinado dos Moradores de Mutum- Paraná para o Secretário Geral do estado de Mato Grosso. Lata B, 1938. ______. Prefeitura de Guajará-Mirim. Anexo ao Ofício. n. 16. 07 Fev. 1938. Abaixo assinado dos moradores da povoação de Mutum-Paraná suplicando a criação de uma Escola Mixta Municipal. Lata B, 1938. ______. Prefeitura de Guajará-Mirim. Ofício. n. 16. 17 Fev. 1938. Prefeito de Guajará-Mirim explicando para o Interventor federal do estado de Mato Grosso que orçamento do município não comporta a criação de mais uma escola rural. Lata B, 1938. ______. Secretaria da Presidência do Estado. Ofício. n. 587, 8 Mai.1931. Foram concedidos à professora adjuncta effectiva do Grupo Escolar “Caetano Pinto” um prazo para assumir o cargo. APMT, Caixa antiga lata 07, 1931. ______. Delegacia Fiscal do Norte de Matto Grosso. Acta. 07 Dez. 1931. Cópia da Acta dos exames que procedeu na escola Publica Mixta de Generoso Ponce. APMT, Caixa 12 C, 1931. TOLEDO, Anibal. Mensagem do Presidente do estado de Mato Grosso. 13 de maio de 1930, p. 39-40. Disponível em: < http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u483/000039.html > Acesso em: 10 Jun. 2016. ______, Anibal. Mensagem do Presidente do estado de Mato Grosso. 13 de maio de 1930, p.6. Disponível em: < http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u483/000006.html > Acesso em: 15 mai. 2016.