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RELATÓRIO 2019 Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais MIRANDELA Área Territorial de Inspeção do Norte

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RELATÓRIO

2019

Escola Profissional de Agricultura e

Desenvolvimento Rural de Carvalhais

MIRANDELA

Área Territorial de Inspeção do Norte

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Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais – MIRANDELA

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No contexto da integração europeia e do desafio do desenvolvimento económico e social que urgia

promover, a qualificação dos recursos humanos do país, através da multiplicação da oferta de formação

profissional e profissionalizante, tornou-se um dos vetores da modernização da educação. Com a publicação

do Decreto-Lei n.º 26/89, de 21 de janeiro foram criadas as escolas profissionais e os cursos profissionais, da

iniciativa conjunta dos então Ministérios da Educação e do Emprego e da Segurança Social, em cooperação

com entidades públicas e privadas, apresentando-se como uma alternativa de formação após o 9.º ano de

escolaridade.

Em 2004-2005, com a reforma do Ensino Secundário, os cursos profissionais passam a fazer parte integrante

do nível secundário da educação, assistindo-se a um crescimento da oferta de formação inicial nas escolas

secundárias públicas. O ensino profissional deixa de ser uma modalidade especial de educação e passa a

integrar a diversidade de ofertas qualificantes de dupla certificação do ensino secundário de educação. A

sua generalização, em 2006-2007, a todas as escolas públicas, conjugada com a decisão de estabelecer 12

anos de escolaridade obrigatória, torna evidente que a elevação da qualificação dos portugueses continua a

ser uma prioridade nacional, desempenhando os cursos profissionais um importante contributo para a

concretização deste objetivo.

Perante esta realidade, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência, no exercício das suas competências

consignadas no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro, está a desenvolver a atividade Cursos

Profissionais que tem como objetivos:

Promover uma escola que se mobiliza e organiza para proporcionar uma educação inclusiva, para

todos e cada um, tendo como referencial da sua ação educativa o Perfil dos Alunos à Saída da

Escolaridade Obrigatória;

Apreciar os procedimentos de operacionalização do currículo e de avaliação e certificação das

aprendizagens de modo a aferir o impacto do percurso formativo dos alunos na inserção no mercado

de trabalho ou no prosseguimento de estudos;

Assegurar o controlo da legalidade no âmbito da organização dos cursos profissionais;

Verificar a adequação do quadro normativo à realidade, identificando eventuais constrangimentos

com vista à elaboração de propostas de alteração.

O presente relatório apresenta as considerações finais e recomendações/sugestões de melhoria da atividade

cursos profissionais, relativamente à organização e funcionamento destes cursos, à gestão modular, à

avaliação das aprendizagens, aos resultados e à capacidade de melhoria da escola/agrupamento de escolas.

As considerações finais decorrem da análise documental, particularmente dos indicadores de sucesso dos

alunos/formandos, da observação dos contextos educativos e da realização de entrevistas.

Espera-se que este relatório constitua um instrumento de reflexão e debate da comunidade educativa e

contribua para a construção e aperfeiçoamento de indicadores para a melhoria e desenvolvimento da

formação profissional dos jovens.

A equipa regista a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e

no decurso da intervenção

ENQUADRAMENTO DA AÇÃO

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Decorrente da análise documental, dos contextos educativos e das entrevistas realizadas, a equipa de

inspetores formula as seguintes considerações:

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

1. A Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais, Mirandela, doravante designada por Escola, foi criada pela Portaria nº 285/2000, de 23 de maio, e ministra cursos profissionais de nível secundário de educação e cursos de educação e formação de nível básico.

2. No presente ano letivo, a população escolar é constituída por 155 formandos (seis turmas) que frequentam os cursos profissionais: Técnico de Controlo de Qualidade Alimentar, Técnico de Cozinha-Pastelaria, Técnico de Mecatrónica Automóvel, Técnico de Produção Agropecuária e Técnico Vitivinícola e por 41 alunos (duas turmas) que frequentam cursos de educação e formação.

3. O corpo docente é constituído por 36 professores/técnicos, dos quais 19 pertencem ao quadro e 17 são contratados. O pessoal não docente é constituído por 28 trabalhadores: seis assistentes técnicos, 20 assistentes operacionais e dois técnicos superiores do Centro Qualifica.

4. A Escola está inserida numa aprazível propriedade com cerca de 57 hectares, dotada de seis salas de aula, biblioteca/CRE, sala de informática, dois laboratórios, auditório, nove salas de aula situadas em edifício anexo, pavilhão gimnodesportivo e dois campos de jogos. Além das áreas residenciais para os formandos, dispõe ainda de um lagar de azeite, lagar e adega de vinho, laboratório de enologia, laboratório de zootecnia, queijaria, câmaras frigoríficas, oficinas, carpintaria, silos, ovil, capril, cavalariça, picadeiro, galinheiro, salas de ordenha para bovinos, ovinos e caprinos, armazéns de produtos e parque de máquinas. A exploração agrícola possui áreas de produção de culturas forrageiras e pratenses, vinha, fruteiras diversas e horticultura em estufa e ao ar livre. Estas instalações e equipamentos revelam-se ajustados ao funcionamento dos cursos profissionais ministrados, dando apoio à formação em contexto de aulas práticas.

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO DE EDUCAÇÃO

1.- Documentos Orientadores

1.1. A Escola não integrou o projeto de autonomia e flexibilidade curricular dos ensinos básico e secundário (PFAC), no ano escolar de 2017-2018 (Despacho n.º 5908/2017, de 5 de julho).

1.2. O projeto educativo aprovado para o triénio 2017/2020 e o regulamento interno estão em revisão com vista à introdução das medidas definidas e previstas nos Decreto-Lei n.º 54/2018 e n.º 55/2018, de 6 de julho, e na Portaria n.º 235A/2018, de 23 de agosto, nomeadamente as respeitantes ao Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, à Autonomia e Flexibilidade Curricular, à Cidadania e Desenvolvimento e à Escola Inclusiva.

1.3. A matriz curricular base para os 1.ºs anos dos cursos profissionais não prevê a disciplina de Educação Moral e Religiosa (EMR), nem qualquer disciplina de oferta de escola, nos termos do n.º 3, do artigo 6.º e do n.º 2 do artigo 8.º, da Portaria n.º 235A/2018, de 23 de agosto.

1.4. A estratégia para a Educação para a Cidadania que a Escola é desenvolvida através vários temas e projetos, no âmbito das diferentes componentes de formação, disciplinas e unidades de formação de curta duração (UFCD), de acordo com o previsto na alínea d), do n.º 4, do artigo 10.º, e no Anexo I, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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1.5. O plano anual de atividades integra um conjunto de ações e atividades devidamente programadas ao longo do ano letivo tendo em vista concretizar objetivos e metas definidas no projeto educativo.

1.6. O regulamento interno integra, em anexo, o documento Organização e funcionamentos dos cursos profissionais que inclui os regulamentos da Formação em Contexto de Trabalho (FCT) e da Prova de Aptidão Profissional (PAP). Apesar da FCT também se desenvolver no 1.º ano dos cursos, o regulamento não explicita os direitos e deveres de todos os intervenientes, o regime aplicável às modalidades efetivamente encontradas pela escola para a sua operacionalização, a fórmula de apuramento da respetiva classificação final, incluindo o peso relativo a atribuir às suas diferentes modalidades ou etapas de concretização e os critérios de designação do orientador da FCT, responsável pelo acompanhamento dos formandos.

1.7. Este documento ainda não define os procedimentos de substituição de UFCD de bolsa escolhida pela Escola, por outras, constantes da bolsa do mesmo referencial de formação, em função do percurso formativo pretendido e dos recursos disponíveis conforme previsto no n.º 2, do artigo 14.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

1.8. O regulamento da PAP prevê a calendarização de todo o processo mas não inclui (i) os direitos e deveres de todos os intervenientes,(ii) os critérios e os trâmites a observar, pelos diferentes órgãos e demais intervenientes, para aceitação e acompanhamento dos projetos, (iii) a negociação dos projetos, no contexto da escola e no contexto de trabalho, (iv) os critérios de classificação a observar pelo júri, (v) a duração da apresentação pública da PAP, com uma duração de referência de 60 minutos, (vi) o número de horas semanais constantes do horário das turmas para a concretização do projeto da PAP e (vii) o modo de justificação de falta à sua apresentação e marcação de uma segunda data conforme previsto no n.º 2, do artigo 32.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

2.- Oferta Formativa e sua divulgação

2.1. A oferta formativa está homologada e tem em consideração as necessidades dos formandos e dos diversos setores de atividade empresarial e social e adequabilidade das instalações e equipamentos, para a qual tem contribuído o parecer dos empresários e empregadores da região, através dos questionários aplicados pela Escola e dos estudos efetuados pela Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes.

2.2. A divulgação da oferta formativa é efetuada através da página da Escola na Internet, dos media, de folhetos informativos e da participação em exposições e feiras profissionais.

3.- Constituição de turmas e gestão da carga horária dos cursos profissionais

3.1. As turmas em funcionamento estão regularmente constituídas. As turmas de 1.º, 2.º e 3.º anos de Técnico de Produção Agropecuária e de Técnico de Mecatrónica Automóvel, de 1.º ano de Técnico de Cozinha/ Pastelaria e de Técnico Vitivinícola, e de 2.º e 3.º ano de Técnico de Controlo de Qualidade Alimentar e de Técnico Vitivinícola, estão agregadas.

3.2. A distribuição da carga horária global pelos diferentes anos do ciclo de formação tem um número total de horas igual ao previsto na matriz curricular para as diferentes disciplinas. A carga horária diária e semanal em todas as turmas, bem como da FCT, não excede as sete horas diárias e as 35 horas semanais.

3.3. As aulas de Educação Física respeitam o intervalo de uma hora depois de findo o período definido para o almoço.

4.- Formação em contexto de trabalho

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4.1. A Escola celebrou protocolos com as várias empresas (entidades de acolhimento) que garantem o desenvolvimento de atividades profissionais compatíveis e adequadas ao perfil profissional dos cursos.

4.2. Os contratos de formação foram elaborados e subscritos pelo órgão competente da escola, pelos formandos e pelos encarregados de educação caso sejam menores de idade.

4.3. O plano de trabalho individual encontra-se concretizado na caderneta de formação em contexto de trabalho, a qual integra o regulamento, a identificação do formando e da entidade de acolhimento/representante, as atividades a desenvolver/objetivos a atingir, as assinaturas do docente acompanhante, do tutor e do formando, a duração da FCT, o semanário/horário, as fichas de acompanhamento, os registos diários de atividades realizadas, as grelhas de avaliação com proposta de avaliação, a ficha de autoavaliação e as Regras Gerais para elaboração do Relatório. No entanto, não se encontra definida a programação nem os direitos e deveres dos diferentes intervenientes.

4.4. Os critérios para a distribuição dos formandos pelas entidades de acolhimento da FCT não se encontra formalizado no respetivo regulamento embora os diretores de curso tenham em consideração o perfil dos formandos e as distâncias às respetivas residências.

5.- Serviço docente

5.1. Os critérios para a distribuição do serviço docente encontram-se definidos e a designação dos diretores de curso e dos professores orientadores da FCT e da PAP, respeita os normativos em vigor.

5.2. A afetação das horas para o exercício de funções professores orientadores o projeto conducente à PAP não consta dos horários dos respetivos docentes, pelo que não é respeitado, integralmente, o definido no nº 3, do artigo 76.º, do Estatuto da Carreira Docente.

5.3. Não existem tempos comuns entre docentes e/ou equipas pedagógicas para promoção do trabalho colaborativo.

5.4. Não foram frequentadas ações de formação contínua acreditadas. Todavia, foram realizadas ações de formação interna, no âmbito do ensino profissional, que tiveram impacto na prática letiva, designadamente, no reforço da diferenciação pedagógica e na implementação da observação de aulas interpares.

6.- Estruturas e cargos de coordenação pedagógica

6.1. A Escola dispõe de coordenadores de departamento (Línguas, Ciências Sociais e Humanas e Matemática e Ciências Experimentais), coordenador de diretores de turma, coordenador de diretores de curso, coordenador de projetos e conselho de exploração.

6.2. O conselho pedagógico deliberou sobre as prioridades e opções estruturantes de natureza curricular, tendo optado por não incluir a Oferta de Escola. Porém, ainda não deliberou sobre a adoção dos instrumentos de planeamento curricular e das respetivas formas de monitorização e planeamento, não se pronunciou sobre a articulação das aprendizagens nas diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD, não definiu critérios de avaliação para as diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD, FCT e PAP para os alunos que iniciaram o 1.º ano de cada curso, nem definiu, no âmbito das disciplinas das componentes sociocultural e científica e das UFCD da componente de formação tecnológica, o desenvolvimento de mecanismos de recuperação tendo em vista o cumprimento dos objetivos de aprendizagem.

6.3. As estruturas de coordenação pedagógica não têm assegurado a articulação e a gestão modular na aplicação do currículo, de forma flexível ao longo do ciclo de formação. Não obstante se proceder à

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recolha, registo e análise dos resultados académicos, não se encontram implementados mecanismos de monitorização, tendo por referência a regularidade da análise e a reflexão sobre processos e resultados (eficácia das atividades/medidas implementadas).

6.4. O diretor de curso intervém no âmbito da orientação e acompanhamento da PAP e promove a articulação entre a Escola e as entidades de acolhimento onde é desenvolvida a FCT, mas ainda não assegura, completamente, a articulação pedagógica entre as diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD, nem a organização e coordenação das atividades a desenvolver no âmbito da formação técnica.

6.5. O diretor de turma faz o levantamento das necessidades educativas dos formandos e, pelo menos, trimestralmente, informa-os e/ou aos encarregados de educação sobre os progressos escolares alcançados. Acompanha o progresso dos formandos e tem em conta a indicação das atividades de recuperação e/ou de enriquecimento. Em conjunto com a direção da Escola faz a articulação com os serviços com competência em matéria de apoio socioeducativo.

6.6. Os professores orientadores da FCT e os tutores, bem como os professores orientadores da PAP, exercem as funções previstas nos normativos legais.

7.- Parcerias e protocolos celebrados no âmbito dos cursos profissionais

7.1. A Escola estabeleceu parcerias e protocolos com diversas empresas e entidades para assegurar a FCT ao longo do percurso formativo de forma a desenvolver atividades que concorrem para o fomento de competências sociais e profissionais dos formandos e para a qualificação dos recursos humanos do setor económico e social da região, contribuindo para uma melhor convergência entre os interesses e a formação desenvolvida na Escola e as necessidades dos diversos setores socioeconómicos.

8.- Organização dos processos individuais dos alunos / formandos dos cursos profissionais

8.1. A Escola está a reorganizar os processos individuais dos formandos de modo a que constem todos os elementos que assinalem o seu percurso e a sua evolução, de forma a dar cumprimento ao estabelecido no n.º 5, do artigo 4.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

8.2. Os referidos processos, organizados em suporte de papel, integram, entre outros documentos, os termos com a identificação e classificação dos módulos concluídos em cada disciplina, a classificação final das disciplinas concluídas, a identificação e classificação da PAP e da FCT, bem como o nome da empresa/organização onde esta decorreu.

GESTÃO CURRICULAR E AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS

1.- Gestão curricular

1.1. A Escola está a proceder à reorganização do planeamento pedagógico com vista à prossecução das áreas inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e do perfil profissional dos cursos associado à respetiva qualificação.

1.2. O planeamento pedagógico tem em conta a modularização do currículo considerando, para além dos conteúdos programáticos, a diferenciação de estratégias e atividades, as aprendizagens anteriores e os ritmos de aprendizagem dos alunos, bem como a utilização das diferentes modalidades de avaliação/instrumentos de avaliação. Em cada turma foi elaborado um "projeto

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integrador" onde se enfatiza o perfil profissional do respetivo curso, se integram atividades a desenvolver no âmbito da Cidadania e Desenvolvimento e das diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD.

1.3. A articulação entre as diferentes disciplinas e componentes de formação dos cursos não é plenamente assegurada pelo diretor de curso, porquanto é dificultada essa tarefa pela inexistência de tempos comuns entre docentes e/equipas pedagógicas.

1.4. As aprendizagens visadas na FCT que se pretendem que sejam orientadas para o acréscimo de competências específicas na área de educação e formação de cada curso, para a aplicação dos conhecimentos adquiridos na componente técnica/tecnológica, para a integração de saberes e capacidades transdisciplinares das várias componentes de formação, para a aquisição de conhecimentos e para o desenvolvimento de capacidades no âmbito da saúde e segurança no trabalho não estão suficientemente explícitas nos planos de trabalho individual da FCT.

1.5. A conceção do projeto da PAP centra-se em temas perspetivados pelos formandos, em interação com o contexto de trabalho, e tem permitido a integração de saberes e capacidades numa perspetiva transdisciplinar. O seu desenvolvimento tem sido monitorizado pelos diretores de cursos e pelos professores orientadores, garantindo a elaboração de relatórios finais. No entanto, essa monitorização não tem sempre assegurado, nas diferentes fases de desenvolvimento do projeto, a formalização das avaliações intermédias do professor orientador e da autoavaliação do formando.

1.6. As medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão implementadas apostam, entre outras, na diferenciação pedagógica, no enriquecimento curricular e numa intervenção focada em trabalho académico, técnico e prático de pequenos grupos, através do desenvolvimento de projetos e atividades que promovem a aplicação e a aquisição de conhecimentos, a autonomia, o espírito de iniciativa e de criatividade, o trabalho em equipa e a cooperação entre formandos. Porém, estas medidas para além de não serem, cabalmente, monitorizadas, ainda não estão organizadas nos três níveis de intervenção a que se refere o n.º 1, do artigo 7.º, do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho.

1.7. A Escola não dispõe de docentes da educação especial nem de psicólogo e ainda não constituiu a equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva a que se refere o n.º 1, do artigo 12.º, do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho.

2.- Avaliação das aprendizagens

2.1. Os critérios de avaliação em vigor ainda não têm em conta o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, os perfis profissionais e referenciais de formação associados às respetivas qualificações do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) e não constituem ainda referenciais comuns na escola para cada curso profissional, operacionalizados pelos respetivos conselhos de turma e não estão associados a níveis/descritores de desempenho e as escalas de avaliação qualitativa e quantitativa.

2.2. Os critérios e os procedimentos de avaliação, divulgados aos formandos através dos respetivos docentes, focalizam-se em ponderações a ter em conta em algumas dimensões e nos instrumentos de avaliação utilizados nas diferentes disciplinas. No entanto, nem sempre têm em conta a especificidade dos perfis de desempenho, as capacidades transversais a todo o plano de estudos e a participação dos formandos em projetos de ligação da escola com a comunidade e o mundo de trabalho.

2.3. A avaliação diagnóstica é uma prática comum e generalizada a todas as disciplinas e módulos de formação e é frequentemente utilizada para adequar e (re)ajustar o planeamento.

2.4. A avaliação formativa apresenta um caráter sistemático e contínuo, é utilizada para sustentar a prática de diferenciação pedagógica e inexistência de módulos em atraso, para reajustar o planeamento aos ritmos de aprendizagem dos formandos e para os informar e aos encarregados

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de educação sobre os seus progressos, dificuldades e resultados obtidos e como incremento da autoestima.

2.5. A avaliação sumativa interna é negociada entre os formandos e os professores ao longo de cada módulo, sendo registada em suportes de papel e digital. Nas reuniões de conselho de turma de avaliação são registadas em pauta as classificações obtidas nos módulos concluídos de cada disciplina e na FCT. As classificações finais da PAP constam em pautas próprias.

2.6. No final de cada período, é entregue a cada formando, uma ficha de avaliação, onde constam as classificações dos módulos concluídos, por disciplina, a assiduidade e uma breve apreciação global.

2.7. Os critérios e a fórmula de apuramento da classificação final da FCT, incluindo o peso relativo a atribuir às suas diferentes modalidades ou etapas de concretização, não se encontram definidos no respetivo regulamento. A classificação final, e a de cada uma das etapas, têm sido propostas ao conselho de turma pelo professor orientador tendo em conta a proposta do tutor. Não foram assegurados os procedimentos de registo interno da autoavaliação dos formandos.

2.8. Os critérios de classificação a observar pelo júri da PAP não estão sustentados em descritores de desempenho associados a escalas de avaliação qualitativa e quantitativa.

2.9. O júri da PAP, designado pelo Diretor da Escola, não tem respeitado os normativos em vigor.

2.10. Os requisitos estabelecidos nos normativos para efeitos de conclusão dos cursos profissionais têm sido cumpridos. Todavia, da análise de 31 processos de formandos que concluíram os cursos em 2017 e 2018, nos certificados de qualificação e diplomas verificou-se que: não constava, em todos, a classificação da disciplina de Educação Física; nos do curso de Técnico de Mecatrónica, concluído em 2018, foi registado como Curso Profissional de Técnico de Mecatrónica Automóvel; foram incorretamente registadas as classificações finais de curso em quatro certificados/diplomas do curso de Técnico de Mecatrónica concluído em 2017 e três em 2018; e num do curso de Técnico Produção Agropecuária (2018). A Escola está a proceder às respetivas correções tendo iniciado a recolha dos certificados/diplomas emitidos e à emissão de novos para sua substituição.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E CAPACIDADE DE MELHORIA DA ESCOLA

1.- Resultados por curso e ciclo de formação

1.1. Os resultados analisados referem-se, em particular, a todos os ciclos de formação concluídos do curso de Técnico de Mecatrónica (2015, 2016, 2017 e 2018) e, na generalidade, a todos os outros cursos profissionais concluídos em 2016, 2017 e 2018 - Técnico de Produção Agrária e de Técnico de Viticultura e Enologia.

1.2. No curso de Técnico de Mecatrónica registam-se baixas taxas de conclusão com uma ligeira tendência ascendente, acompanhadas pela tendência descendente das taxas de não conclusão por desistência. Já as taxas de não conclusão por existência de módulos em atraso, em contraponto, apresentam uma tendência ascendente. Considerando os 43 diplomados, apenas cinco (11,6%) ficou empregado na área de formação do curso e nove (20,9%) optaram pelo prosseguimento de estudos.

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1.3. Relativamente aos outros cursos observam-se baixas taxas médias de conclusão e elevadas taxas médias de não conclusão por desistências. No entanto, verifica-se uma tendência ascendente das primeiras, acompanhada pelas taxas descendentes das taxas médias de não conclusão por desistência e por existência de módulos em atraso. Dos 38 formandos que concluíram os respetivos cursos, oito (21,1%) trabalham em profissões diretamente relacionadas com as Áreas de Educação e Formação dos respetivos cursos e 10 (26,6%) prosseguiu estudos.

37,0% 37,9%

40,0% 41,7%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2014 2015 2016 2017 2018 2019Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Conclusão - Técnico de Mecatrónica

Linha de Tendência

48,1%

62,1%

53,3%

33,3%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2014 2015 2016 2017 2018 2019Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Não Conclusão por Desistência Técnico de Mecatrónica

Linha de Tendência

14,8%0,0% 6,7%

25,0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2014 2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Não Conclusão por Módulos em Atraso - Técnico de Mecatrónica

Linha de Tendência

50,0%

54,5%

66,7%60,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2014 2015 2016 2017 2018 2019Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Empregabilidade Técnico de Mecatrónica

Linha de Tendência

10,0%18,2%

8,3% 10,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2014 2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Empregabilidade na AEF Técnico de Mecatrónica

Linha de Tendência

20,0%

18,2% 16,7%

30,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

2014 2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Prosseguimento de Estudos Técnico de Mecatrónica

Linha de Tendência

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2.- Monitorização e avaliação dos resultados

2.1. A equipa de autoavaliação tem identificado as componentes curriculares, por curso, onde se verifica sucesso ou insucesso. Contudo, pela análise do último relatório de avaliação interna (novembro de 2013) não são visíveis a relação dos resultados com as metas do projeto educativo, nem são consideradas as possíveis razões explicativas dos resultados, nomeadamente as relacionadas com a conclusão/não conclusão do ciclo de formação em três anos, da empregabilidade, do prosseguimento de estudos e do grau de satisfação das entidades onde é realizada a FCT.

2.2. A Escola aderiu recentemente ao modelo EQAVET - Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para a Educação e Formação Profissional. Neste sentido, decidiu implementar apenas um conjunto de três indicadores, numa abordagem de processo-resultado: (i) taxas de conclusão; (ii) taxas de colocação após conclusão dos cursos e (iii) utilização das competências adquiridas no local de trabalho (percentagem de diplomados que trabalham em profissões diretamente relacionadas

28,0%

70,0%

38,5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Conclusão - Outros cursos

Linha de Tendência

64,0%

26,7%

53,8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Não Conclusão por Desistência -Outros cursos

Linha de Tendência

8,0% 3,3% 7,7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Não Conclusão por Módulos em Atraso - Outros cursos

Linha de Tendência

42,9%

71,4%

50,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Empregabilidade - Outros cursos

Linha de Tendência

28,6%

23,8%10,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2015 2016 2017 2018 2019

Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Empregabilidade na AEF - Outros cursos

Linha de Tendência

42,9%

14,3%

40,0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2015 2016 2017 2018 2019Ano de conclusão do ciclo de formação

Taxas de Prosseguimento de Estudos -Outros cursos

Linha de Tendência

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com a Área de Educação e Formação do curso que concluíram e o grau de satisfação das respetivas entidades empregadoras).

3.- Capacidade de melhoria

3.1. O processo de avaliação interna não se tem revelado consistente, dado a(s) informação(ões) resultante(s) do processo de autoavaliação (relatórios) não ser(em) divulgadas em tempo útil e só recentemente ter sido iniciado o desenvolvimento de uma análise de processo com o EQAVET - Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e Formação Profissionais.

3.2. Não foram elaborados, nem existem, planos de ação que contemplem áreas de melhoria específicas, com objetivos e metas a alcançar, com ações a desenvolver e respetiva calendarização, com tarefas específicas a serem executadas para cada uma delas, com identificação dos responsáveis pela(s) tarefa(s), com os indicadores de realização dos objetivos e das metas, nem com avaliação do seu impacto.

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Atentas as considerações finais e com o objetivo de contribuir para a correção/aperfeiçoamento de

procedimentos, tendo em vista a sua conformidade legal e a melhoria da qualidade da ação educativa, a

equipa inspetiva apresenta as seguintes recomendações/sugestões de melhoria.

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO DE EDUCAÇÃO

1. Proceder à revisão dos documentos estruturantes da Escola - projeto educativo, regulamento interno e plano anual de atividades - com vista à introdução das medidas definidas e previstas nos Decreto-Lei n.º 54/2018 e n.º 55/2018, de 6 de julho, e na Portaria n.º 235A/2018, de 23 de agosto, nomeadamente as respeitantes ao Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, à Autonomia e Flexibilidade Curricular, à Cidadania e Desenvolvimento e à Escola Inclusiva.

2. Consagrar no projeto educativo as prioridades e opções estruturantes de natureza curricular para os cursos profissionais, propostas pelo Conselho Pedagógico, conforme o previsto nos n.ºs 1, 2 e 3, do artigo 19.º, na Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º

3. Garantir que a matriz curricular base dos cursos profissionais preveja a oferta obrigatória e de frequência facultativa da disciplina de Educação Moral e Religiosa, para os cursos que iniciaram o respetivo ciclo de formação no ano letivo 2018/19, nos termos do n.º 3, do artigo 6.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, do n.º 5, do artigo 14.º e do Anexo VIII, do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho.

4. Assegurar que o regulamento interno defina os procedimentos de substituição de UFCD de bolsa escolhida pela Escola por outras constantes da bolsa do mesmo referencial de formação, em função do percurso formativo pretendido e dos recursos disponíveis conforme previsto no n.º 2, do artigo 14.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

5. Asseverar que regulamento da FCT inclua os direitos e deveres de todos os intervenientes, o regime aplicável às modalidades efetivamente encontradas pela Escola para a sua operacionalização, a fórmula de apuramento da respetiva classificação final, incluindo o peso relativo a atribuir às suas diferentes modalidades ou etapas de concretização e os critérios de designação do orientador da FCT, responsável pelo acompanhamento dos formandos, de acordo com o n.º 2, do artigo 5.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro, com as alterações introduzidas pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho (doravante referida apenas Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro e respetivas alterações) e com o n.º 2, do artigo 18.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

6. Garantir que o regulamento da PAP preveja, entre outros, os direitos e deveres de todos os intervenientes, os critérios e os trâmites a observar, pelos diferentes órgãos e demais intervenientes, para negociação, aceitação e acompanhamento dos projetos, nos contextos da escola e de trabalho, os critérios de classificação a observar pelo júri, a duração da apresentação pública, com uma duração de referência de 60 minutos, o número de horas semanais constantes do horário dos formandos, para o desenvolvimento e concretização do projeto conducente à PAP, o modo de justificação de falta à apresentação da prova perante o júri e a marcação de uma segunda data para o efeito, conforme o previsto no n.º 2, do artigo 19.º da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e no n.º 2, do artigo 32.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES DE MELHORIA

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7. Assegurar que os critérios de elaboração dos horários das turmas e dos docentes orientadores do projeto conducente à PAP, contemplem e registem as horas para o seu desenvolvimento e concretização, como determina a alínea h), do n.º 2, do artigo 19.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, bem como a alínea g), do n.º 2, do artigo 32.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

8. Asseverar que o plano de trabalho individual da FCT cumpra completa e nomeadamente o que se refere ao conteúdo da programação e dos direitos e deveres dos diferentes intervenientes, de acordo com o definido, no n.º 6, do artigo 3.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e no n.º 7, do artigo 16.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

9. Formalizar os critérios de distribuição dos formandos pelas entidades de acolhimento da FCT, a fim de se dar pleno cumprimento ao estabelecido na alínea c), do n.º 1, do artigo 4.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e na alínea c), do n.º 1, do artigo 17.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

10. Promover tempos comuns entre docentes e/ou equipas pedagógicas para o desenvolvimento de trabalho interdisciplinar e de articulação curricular, sustentado em práticas de planeamento conjunto, em conformidade com a alínea b), do n.º 6, do artigo 19.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

11. Garantir que o Conselho Pedagógico delibera sobre a adoção dos instrumentos de planeamento curricular e sobre as respetivas formas de monitorização e planeamento e se pronuncie sobre a articulação das aprendizagens nas diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD, de acordo com o previsto nos n.ºs 3, 4, 5, 6 e 7 do art.º 19.º, no n.º 3 do artigo 31.º, e nos n.ºs 3 e n.º 4, do artigo 40.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

12. Asseverar que o Conselho Pedagógico define o desenvolvimento de mecanismos de recuperação tendo em vista o cumprimento dos objetivos de aprendizagem, no âmbito das disciplinas, das componentes de formação, sociocultural e científica, e das UFCD da componente de formação tecnológica, como se prevê nos n.ºs 4, 5, 6 e 7 do art.º 19.º, e nos n.ºs 3, 4 e 5, do artigo 40.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

13. Zelar para que o diretor do curso exerça as suas competências, designadamente, na articulação pedagógica entre as diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD, na organização e coordenação de atividades a desenvolver no âmbito da formação técnica/tecnológica, nos termos do n.º 33, das alíneas b) e c), do n.º 33.1, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, alterado pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de julho (doravante referido apenas Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho e respetivas alterações), das alíneas a) e b), do n.º 2, do artigo 8.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, , e das alíneas a) e b), do n.º 5, do artigo 19.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

14. Assegurar a constituição do júri da PAP, no respeito pelo estabelecido nos n.ºs 1 e 2, do artigo 20.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e nos n.ºs 1 e 2, do artigo 33.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

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GESTÃO CURRICULAR E AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS

1. Dar continuidade à conceção e realização de projetos integradores no desenvolvimento e gestão curricular no sentido de articular e consolidar as aprendizagens das diferentes disciplinas UFCD e componentes de formação, nos termos da alínea a), do n.º 5 e do n.º 6 do artigo 19.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

2. Explicitar nos documentos de planeamento dos cursos a articulação entre as diferentes disciplinas e componentes de formação nos termos do n.º 33, da alínea b), do n.º 33.1, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, e respetivas alterações, da alínea a), do n.º 2, do artigo 8.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro, e respetivas alterações, e da alínea a), do n.º 5, do artigo 19.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto

3. Assegurar que as aprendizagens visadas na FCT estejam explícitas no plano de trabalho individual nomeadamente as que promovam o acréscimo de competências específicas na área de educação e formação de cada curso, a aplicação dos conhecimentos adquiridos na componente técnica/tecnológica, a integração de saberes e capacidades transdisciplinares das várias componentes de formação, e o desenvolvimento de capacidades no âmbito da saúde e segurança no trabalho, no respeito pelo definido nos n.ºs 6 e 11, do artigo 3.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e nos n.ºs 7 e 13, do artigo 16.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

4. Garantir que na FCT e nas diferentes fases do projeto de desenvolvimento da PAP, sejam registadas as avaliações intermédias do professor orientador e a autoavaliação do formando, no cumprimento do definido, respetivamente, na alínea f), do n.º 1, na alínea c), do n.º 2 e na alínea d), do n.º 3, do artigo 4.º, no n.º 1, do artigo 5.º, e na alínea d), do n.º 4, do artigo 17.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, na alínea c), do n.º 7, do artigo 16.º, da alínea f), do n.º 1, na alínea c), do n.º 2 e na alínea d), do n.º 3, do artigo 17.º, no n.º 1, do artigo 18.º, e na alínea d), do n.º 4, do artigo 30.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

5. Constituir a equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva de forma a organizar e monitorizar as medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão nos três níveis de intervenção a fim de dar cumprimento ao estabelecido no n.º 1, do artigo 12.º, e no n.º 1, do artigo 7.º, do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho.

6. Definir os critérios de avaliação tendo em conta o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, os perfis profissionais e referenciais de formação associados às respetivas qualificações do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), constituindo referenciais comuns na escola para cada curso profissional, operacionalizados pelos respetivos conselhos de turma, e que estejam associados a descritores de desempenho e as escalas de avaliação qualitativa e quantitativa, conforme determinam os n.ºs 1, 2, 3 e 4 do artigo 22.º, o n.º 4 do artigo 26.º e o n.º 2 do artigo 27.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

7. Assegurar que estejam aprovados em Conselho Pedagógico, depois de auscultados os departamentos curriculares e os diretores dos respetivos cursos, os critérios e os procedimentos de avaliação para as diferentes componentes de formação, disciplinas e UFCD, FCT e PAP, de acordo com o definido nos artigos 10.º e 12.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e no artigo 22,º da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

8. Garantir que a ficha de avaliação trimestral, relativa a cada período letivo, entregue a cada formando, possa constituir, efetivamente, uma informação, para estes e/ou pais e encarregados de educação, sobre o estado de desenvolvimento das aprendizagens e da sua evolução, incluindo as

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áreas a melhorar ou a consolidar, em conformidade com disposto nas alíneas b), c) e d), do n.º 3, do artigo 8.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, bem como no n.º 2, artigo 20.º, na alínea b), do n.º 3, e n.ºs 6 e 7, do artigo 21.º, nos n.ºs 2 e 6, do artigo 26.º, e no n.º 5, do artigo 27.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

9. Assegurar que os critérios e a fórmula de apuramento da classificação final da FCT, incluindo o peso relativo a atribuir às suas diferentes modalidades ou etapas de concretização, se encontrem definidos no respetivo regulamento e de acordo com o previsto no n.º 2, do artigo 5.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e com o artigo 18.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

10. Definir descritores de desempenho associados a escalas de avaliação qualitativa e quantitativa aos critérios de avaliação da FCT e da PAP, de acordo com os n.ºs 2, 3 e 4 do artigo 22.º, o n.º 4 do artigo 26.º, e o n.º 2 do artigo 27.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto.

11. Zelar para que os Diplomas e os Certificados de Qualificações emitidos indiquem a correta designação dos cursos, em conformidade com alínea a), do n.º 2, do artigo 27.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e da alínea a), do n.º 2, do artigo 41.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

12. Registar nos certificados de qualificação as classificações de todas as disciplinas do plano de estudos, nomeadamente a de educação física, nos termos da alínea b), do n.º 2, do artigo 27.º, da Portaria n.º 74-A/2013 de 15 de fevereiro e respetivas alterações, e da alínea b), do n.º 2, do artigo 41.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

13. Criar mecanismos de controlo que permitam calcular a correta classificação final de curso, nos termos do n.º 1, do artigo 28.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, e respetivas alterações e do artigo 36.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, tendo em consideração a produção de efeitos prevista no seu artigo 48.º.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E CAPACIDADE DE MELHORIA DA ESCOLA

1. Analisar os resultados tendo em consideração os indicadores do EQAVET - Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e Formação Profissionais, de forma a garantir a qualidade dos processos formativos e dos resultados obtidos pelos formandos, através da recolha de informação, individual e global, sobre os seus desempenhos a nível das disciplinas/ UFCD/componentes de formação/curso e identificando as variáveis e as razões explicativas para os resultados dos vários indicadores, designadamente, as que contribuíram para a não conclusão do curso em três anos (ciclo de formação), numa lógica de melhoria da prestação do serviço educativo, no respeito pelo definido no artigo 60.º, do Decreto-Lei n.º 92/2014, de 20 de junho.

2. Garantir que a equipa de autoavaliação monitoriza e avalia os resultados, tendo por referência a regularidade da sua análise e reflexão sobre os processos, no cumprimento do estabelecido no artigo 14.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, e respetivas alterações, no artigo 23.º, da Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de agosto, do artigo 60.º, conjugado com o artigo 6.º, da Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, com a alínea b), e do artigo 62.º, do Decreto-Lei n.º 92/2014, de 20 de junho.

3. Elaborar planos de ação focados na organização, funcionamento e sucesso dos formandos dos cursos profissionais ministrados, que contemplem as áreas de melhoria, os objetivos e as metas a serem alcançados, as ações a desenvolver e respetiva calendarização, as tarefas específicas a serem executadas, em cada uma das ações, os responsáveis pela tarefa ou tarefas, os indicadores de

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realização dos objetivos e das metas e a avaliação do seu impacto, de modo a assegurar-se o desenvolvimento da capacidade de melhoria da Escola.

Porto 19-03-2019

A equipa inspetiva

Adriano Augusto Fonseca da Silva

António Joaquim da Silva Osório

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Norte

Maria Madalena Moreira

2019-07-09

Homologo

O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência

Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência – nos termos do Despacho n.º 10918/2017,

de 15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série,

n.º 238, de 13 de dezembro de 2017