infraestrutura urbana - witold zmitrovicz

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  • 7/30/2019 Infraestrutura Urbana - Witold Zmitrovicz

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    Texto Tcnico

    Escola Politcnica da USP

    Departamento de Engenharia de Construo Civil

    TT/PCC/17

    Infra-Estrutura Urbana

    Witold Zmitrowicz

    Generoso De Angelis Neto

    So Paulo 1997

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    (VFROD3ROLWpFQLFDGD863

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    Diretor: Prof. Dr. Clio Taniguchi

    Vice-Diretor: Prof. Dr. Eduardo Camilher Damasceno

    Chefe do Departamento: Prof. Dr. Vahan Agopyan

    Suplente de Chefe do Departamento: Prof. Dr. Paulo Helene

    Conselho Editorial

    Prof. Dr. Alex Abiko

    Prof. Dr. Francisco Cardoso

    Prof. Dr. Joo da Rocha Lima Jr.

    Prof. Dr. Orestes Marraccini Gonalves

    Prof. Dr. Vahan AgopyanProf. Dr. Paulo Helene

    &RRUGHQDGRU7pFQLFR

    Prof. Dr. Alex Abiko

    O Texto Tcnico uma publicao da Escola Politcnica da USP/Departamento de Engenharia deconstruo Civil, destinada a alunos dos cursos de graduao.

    Zmitrowicz, WitoldInfra-estrutura urbana / W. Zmitrowicz, G. de

    Angelis Neto. So Paulo : EPUSP, 1997.

    36p. (Texto Tcnico da Escola Politcnica da

    USP, Departamento de Engenharia de Construo

    Civil, TT/PCC/17)

    1. Planejamento urbano 2. Infra-estrutura urba-

    na I.Angelis Neto, Generoso de II. Universidade

    de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de

    Engenharia de Construo Civil III. Ttulo IV. S-

    rieISSN 1413-0386 CDU 711.4

    711.4

    (VFROD3ROLWpFQLFDGD8QLYHUVLGDGHGD863'HSWR'H(QJHQKDULDGH&RQVWUXomR&LYLO

    (GLItFLRGH(QJHQKDULD&LYLO$Y3URI$OPHLGD3UDGR7UDYHVVD

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    &LGDGH8QLYHUVLWiULD&HS&DL[D3RVWDO6mR3DXOR63

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    ,QIUD(VWUXWXUD8UEDQD

    6XPiULR

    1. Conceituao .... 1

    2. Breve Histrico sobre Infra-Estrutura Urbana .... 2

    3. Classificao .... 5

    3.1 Segundo os Subsistemas Tcnicos Setoriais .... 5

    3.2 Segundo a Localizao dos Elementos que Compem os Subsistemas .... 15

    4. Custos dos Subsistemas de Infra-Estrutura Urbana .... 17

    5. Densidades Urbanas e Custos de Infra-Estrutura .... 21

    7. A Teoria dos Limiares e a Infra-Estrutura Urbana .... 258. Bibliografia .... 35

    Julho 1997

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    &21&(,78$d-2

    A evoluo da cidade corresponde a modificaes quantitativas e qualitativas na gama deatividades urbanas e, consequentemente, surge a necessidade de adaptao tanto dosespaos necessrios a essas atividades, como da acessibilidade desses espaos, e da prpria

    infra-estrutura que a eles serve.

    O crescimento fsico da cidade, resultante do seu crescimento econmico e demogrfico, setraduz numa expanso da rea urbana atravs de loteamentos, conjuntos habitacionais,indstrias, VKRSSLQJFHQWHUV, diversos equipamentos urbanos, e/ou em adensamento, que seprocessa nas reas j urbanizadas e construdas, muitas vezes resultando em renovaesurbanas, quando construes existentes so substitudas por outras, mais adequadas snovas atividades pretendidas, em locais dos quais so expulsas as atividades anteriores.

    Assim, a localizao das atividades urbanas procura levar em considerao:

    a) A necessidade efetiva de espaos adaptados a essas atividades. Para tanto, podem seraproveitados espaos vagos em edificaes existentes, criados espaos atravs dereformas ou da construo de edificaes novas em terrenos vazios em reas obtidaspela destruio ou remoo das edificaes existentes;

    b) A acessibilidade desses espaos, ou seja, a facilidade de deslocamento de pessoas oucargas entre eles e outros locais de interesse na cidade e na regio. Isto de fundamentalimportncia, pois uma atividade no se desenvolve isolada na cidade: ela se inter-relaciona com uma srie de outras atividades, e sem essas ligaes ela no conseguesubsistir. Para tanto, as vias devem apresentar uma capacidade disponvel para osveculos utilizados em funo da nova atividade. No caso de transporte pblico(coletivo), as linhas devem possuir uma capacidade ociosa ou permitir o seu reforo nos

    perodos necessrios. No caso de transporte por automvel particular, h necessidadetambm de espaos para o estacionamento dos veculos junto s origens e destinos dasviagens;

    c) Similarmente, os subsistemas de infra-estrutura (como se ver mais adiante), tanto narede de distribuio, como ainda nos equipamentos de produo ou tratamento, devemapresentar possibilidades de utilizao de capacidade ociosa ou de sua ampliao, deforma a evitar sobrecargas que impeam a manuteno dos padres de atendimentoprevistos;

    d) No caso de reas residenciais, devem ser consideradas tambm as necessidades quanto aequipamentos sociais urbanos: creches, clubes sociais, centros de aes sociais, centromdico, hospitais, centros culturais, escolas, entre outros.

    Portanto, o espao urbano no se constitui simplesmente pela tradicional combinao dereas edificadas e reas livres, interligadas atravs dos sistemas virios. Outros sistemas sodesenvolvidos para melhorar o seu desempenho. Neste texto ser tratada a questo dossistemas de infra-estrutura.

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    ,QIUDHVWUXWXUDXUEDQD pode ser conceituada como um sistema tcnico de equipamentos eservios necessrios ao desenvolvimento das funes urbanas, podendo estas funes servistas sob os aspectos social, econmico e institucional. Sob o DVSHFWR VRFLDO, a infra-estrutura urbana visa promover adequadas condies de moradia, trabalho, sade,educao, lazer e segurana. No que se refere ao DVSHFWR HFRQ{PLFR, a infra-estrutura

    urbana deve propiciar o desenvolvimento das atividades produtivas, isto , a produo ecomercializao de bens e servios. E sob o DVSHFWRLQVWLWXFLRQDO, entende-se que a infra-estrutura urbana deva propiciar os meios necessrios ao desenvolvimento das atividadespoltico-administrativas, entre os quais se inclui a gerncia da prpria cidade.

    Em algumas cidades (plos industriais e comerciais, sedes administrativas, capitais, entreoutras) a demanda por infra-estrutura urbana cresce significativamente. Nestes locais, deve-se prever este acrscimo de demanda regional. A infra-estrutura urbana nem sempre serestringe aos limites da cidade, devendo estar interligada a sistemas maiores. Exemplosdisto so alguns sistemas de abastecimento de gua, como o da Grande So Paulo, queenvolve toda uma regio do Estado; os sistemas de transporte metropolitano; os sistemas de

    produo e distribuio de energia eltrica, que so nacionais; e os sistemas detelecomunicaes, que so internacionais.

    Na realidade, o sistema de infra-estrutura urbana composto de subsistemas, e cada umdeles tem como objetivo final a prestao de um servio, o que fcil de perceber quandose nota que qualquer tipo de infra-estrutura requer, em maior ou menor grau, algum tipo deoperao e alguma relao com o usurio, o que caracteriza a prestao de um servio. Poroutro lado, ainda que o objetivo dos subsistemas de infra-estrutura seja a prestao deservios, sempre h a necessidade de investimentos em bens ou equipamentos, que podemser edifcios, mquinas, redes de tubulaes ou galerias, tneis, e vias de acesso, entreoutros.

    Um subsistema de abastecimento de gua de uma cidade, por exemplo, possui umadimenso fsica, constituda por equipamentos de captao, reservatrios, estaes detratamento e rede de distribuio. Por outro lado, esse mesmo subsistema tambm expressaa prestao de um servio, que constitudo de atividades de operao e manuteno,medio de consumo e cobrana de tarifas, controle da qualidade da gua e atendimento aopblico, entre outros.

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    A existncia das redes de infra-estrutura nas cidades to antiga como as mesmas, uma vezque forma parte indissolvel delas. Obviamente, a primeira rede a aparecer a rede viria,onde se percebe a evoluo do perfil dos calamentos desde as antigas vias romanas at osurgimento do automvel quando se produz a maior evoluo dos tipos de pavimentos. Aseguir, aparecem as redes sanitrias, das quais existem excelentes exemplos em Jerusalm eRoma antiga e, finalmente, as redes energticas, em fins do sculo XIX (Mascar, 1987).

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    Em matria de redes sanitrias, exemplo interessante de ser analisado Roma, que contavacom um excelente sistema de abastecimento de gua (existente tambm na maioria dascidades do Imprio). A gua, que traziam desde longe, era conduzida para grandesdepsitos que, de um lado, serviam para armazenamento e, de outro, para depurao (aindaque parcial) por decantao, razo pela qual esses grandes depsitos devem ser vistos como

    um antecedente histrico de nossas atuais plantas potabilizadoras de gua (s vezes dedesenho menos criterioso que o dos romanos). Na poca do apogeu imperial romano, haviamais de 50 km de grandes aquedutos e 350 km de canalizaes d'gua na cidade de Roma.As canalizaes principais, geralmente em alvenaria de pedra, levavam gua at depsitosabobadados de alvenaria conhecidos como "castelos de gua" que, em nmero de 250, seespalhavam pela cidade. Desses depsitos saa uma srie de tubos de lato, aos quais sesoldavam tubulaes de chumbo que levavam a gua sob presso (por ao da gravidade)para palcios, fontes, residncias, etc. Ou seja, uma verdadeira rede d'gua potvel quedaria inveja a muitas cidades "modernas" de hoje. A gua era cobrada do usurio naproporo do dimetro do tubo que o abastecia. Possua Roma: 19 aquedutos que forneciam1.000.000 m/dia cidade, esgotos dinmicos e ruas pavimentadas para atender cerca de1.000.000 de habitantes (Ferrari, 1991)

    Povos de outras latitudes tambm se preocuparam com este servio pblico. Os germanos,por exemplo, utilizaram a madeira (pela sua abundncia local) para fazer tubulaes degua e abastecer assim suas cidades. A adaptao de cada uma das redes de servios sdisponibilidades locais de materiais e mo-de-obra uma restrio econmica que hojenem sempre levada em considerao. No sculo XIX, a mquina a vapor passa a permitiro transporte de grandes cargas a grandes distncias e, assim como se internacionalizou atecnologia de edificao, se internacionalizou tambm a tecnologia das redes urbanas. Arelativa liberalizao das restries de materiais locais tem seus aspectos positivos, masapresenta tambm fortes aspectos negativos: por exemplo, os pavimentos das ruas se

    internacionalizaram nos seus materiais, desenho e tecnologia, perdendo-se algumas vezes,porm, interessantes e econmicas solues locais. O asfalto se difunde de Paris, Londres eNova Iorque, at Rio, Braslia e So Paulo, independentemente de disponibilidades ( umderivado de petrleo) e de climas (a cor escura o leva a absorver o calor do sol), e passa aser quase a nica soluo para pavimentos urbanos, pelo "status" de modernidade queconfere maioria das cidades do mundo (Mascar, 1987).

    O abastecimento de gua trouxe a preocupao pela eliminao dos lquidos residuais, e hindcios que egpcios, babilnios, assrios e fencios tinham redes de esgoto; mas a primeirarede claramente organizada que se conhece a de Roma, composta de uma srie de ramaisque se uniam at formar uma coletora mestra, que, com um desenho relativamente similar

    ao dos aquedutos levava para longe da cidade as guas servidas. Na Europa aparece aprimeira legislao regulamentando os esgotos em Londres, em 1531, posterior primeiralei sanitria urbana da Inglaterra, de 1338, aprovada por um parlamento reunido emCambridge (Mumford, 1982). Em 1835, na Alemanha (depois da peste da clera), seconstituem comisses para debater, estudar e estabelecer normas para os esgotos dascidades alems. As galerias de esgotos de Paris so famosas pelo seu desenho e dimenses.Na Inglaterra aparece, em 1876, a primeira legislao contra a poluio causada por esgotoslanados nos rios e outros corpos d'gua.

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    Nestes trs exemplos (esgotos, gua potvel e pavimentao) as inovaes de engenhariaconhecidas em cidades e regies mais antigas foram convertidas em grandes formascoletivas, servindo s massas urbanas. Mas, como freqentemente acontece nas aplicaesda engenharia, os benefcios fsicos no se estendiam a todos os espaos urbanos: osgrandes esgotos de Roma no eram ligados s privadas acima do primeiro andar (Mumford,

    1982).

    As redes de energia nas cidades so posteriores; a primeira a aparecer foi a de gs. Aprimeira companhia de distribuio de gs, como servio pblico, foi criada na Inglaterra,em 1812, para atender cidade de Londres. Nos Estados Unidos foram feitas tentativas emMassachusets, Rhode Island e Filadelfia em 1815. O gs distribudo na poca era fabricadoa partir da destilao do carvo; o objetivo foi primeiro a iluminao pblica e logo aresidencial. Por volta de 1840 aparecem os primeiros foges a gs. Em 1821, em Fredonia(Nova Iorque), foi perfurado o primeiro poo de gs natural, e pouco depois comeava suadistribuio na cidade. As tubulaes de distribuio de gs inicialmente eram de madeira.O gasoduto que levava o gs para Rochester, Estado de Nova Iorque, era de pinho branco e

    media 40 km de comprimento, mas os vazamentos eram to grandes que a linha foiabandonada em poucos anos. Em 1834 foi construda em Nova Jersey a primeirafbrica de tubos de ferro fundido e, em 1891, feita a primeira tubulao em ao, maiseficiente e econmica, para levar gs a Chicago.

    No Brasil, o gs foi introduzido inicialmente em So Paulo. Na dcada de 1860, todas asruas do bairro da atual Praa da S eram iluminadas a noite por duzentos lampies. Aempresa originalmente criada pelo empresrio Afonso Milliet foi transferida posteriormentepara uma companhia inglesa. Paralelamente concluso da ampliao da Casa dasRetortas, no ano de 1889, o governo prosseguia estimulando o uso do gs canalizado naprovncia. Em 1897, a Companhia de Gs foi isenta de pagamento de impostos estadual emunicipal e a ela foi conferido o poder de desapropriao para fins de utilidade pblica.Quatro anos antes, foi baixada uma lei permitindo que os combustores instalados em postespblicos fossem colocados nas paredes das construes particulares sempre que tal medidabeneficiasse o trnsito do sistema de transporte, constitudo na sua maioria por cavalos ecarroas. Para a ocasio, eram medidas de grande alcance que chegaram a provocar sriaspolmicas, especialmente entre os polticos. Em 1936, foram desativados os ltimoslampies de gs em So Paulo. A partir da o uso do gs ficou restrito produo de calor.Mesmo assim seu consumo manteve-se em expanso permanente. Por mais de um sculo (1871/1974 ) foi utilizado gs de carvo mineral. Em 1972 comeou a ser utilizado gsproduzido a partir do petrleo, hoje substitudo por gs natural, trazido de jazidas atravs decanalizaes.

    Em fins do sculo XIX aparecem as redes de energia eltrica, primeiro para iluminar ocentro das cidades (entrando em coliso com a rede de gs) e logo depois para substituir oscavalos que puxavam os bondes. A partir de sua introduo, a rede de eletricidadeexperimentou um grande desenvolvimento. So estas duas redes (eletricidade e gs) quepermitem que as cidades mudem de funo e passem de centros administrativos ou de

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    intercmbio a centros de produo. So as duas redes do perodo industrial (Mascar,1987).

    Talvez nos prximos anos, com o advento da era de informtica, as redes telefnicas e deteleviso por cabo se tornem as mais importantes. Como fiel reflexo de nossas estruturas

    culturais e produtivas, as redes vm acompanhando as mudanas, razo pela qual umacuidadosa programao sobre sua implantao e possibilidade de expanso (ou extino)deve ser feita quando se planeja a organizao do espao e do solo urbano.

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    O sistema de infra-estrutura urbana pode ser classificado, para sua melhor compreenso, devrias maneiras: subsistemas tcnicos setoriais e posio dos elementos (redes) quecompem os subsistemas, entre outros.

    &ODVVLILFDomRVHJXQGRRV6XEVLVWHPDV7pFQLFRV6HWRULDLVA engenharia urbana a arte de conceber, realizar e gerenciar sistemas tcnicos. O termo6LVWHPD 7pFQLFR tem dois significados: o primeiro enquanto rede suporte, isto , umadimenso fsica, e o segundo enquanto rede de servios. Nesta tica, portanto, procura-seintegrar, no conceito de sistema tcnico, sua funo dentro do meio urbano, o servioprestado populao e seus equipamentos e rede fsica.

    Esta conceituao facilita a identificao dos subsistemas urbanos, a partir dos subsistemastcnicos setoriais. A classificao a seguir reflete a viso de como a cidade funciona e todosos subsistemas tcnicos a seguir relacionados so denominados, no seu conjunto, de

    sistemas de infra-estrutura urbana:a) Subsistema Virio: consiste nas vias urbanas;

    b) Subsistema de Drenagem Pluvial;

    c) Subsistema de Abastecimento de gua;

    d) Subsistema de Esgotos Sanitrios;

    e) Subsistema Energtico;

    f) Subsistema de Comunicaes.

    D6XEVLVWHPD9LiULR Segundo Puppi (1988), o subsistema virio urbano deve se amoldar configurao topogrfica a ser delineada tendo-se em vista:

    os deslocamentos fceis e rpidos, obtidos com percursos os mais diretos possveis,entre os locais de habitao e os de trabalho e de recreao, e com comunicaesimediatas do centro com os bairros e destes entre si;

    o propiciamento das melhores condies tcnicas e econmicas para a implantao dosequipamentos necessrios aos outros subsistemas de infra-estrutura urbana;

    a constituio racional dos quarteires, praas e logradouros pblicos;

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    a conjugao sem conflitos ou interferncias anti-funcionais da circulao interna com ado subsistema virio regional e interurbano; e

    a limitao da superfcie viria e seu desenvolvimento restrito ao mnimo realmentenecessrio, em ordem a se prevenir trechos suprfluos e se evitarem cruzamentosarteriais excessivos ou muito prximos.

    Alm disso, as vias, que constituem o subsistema virio, devero conter as redes eequipamentos de infra-estrutura que compem seus demais subsistemas, em menor oumaior escala.

    O subsistema virio composto de uma ou mais redes de circulao, de acordo com o tipode espao urbano (para receber veculos automotores, bicicletas, pedestres, entre outros).Complementa este subsistema o subsistema de drenagem de guas pluviais (que ser vistomais adiante), que assegura ao virio o seu uso sob quaisquer condies climticas.

    De todos os subsistemas de infra-estrutura urbana, o virio o mais delicado, merecendoestudos cuidadosos porque (Mascar, 1987):

    o mais caro dos subsistemas, j que normalmente abrange mais de 50% do custo totalde urbanizao;

    ocupa uma parcela importante do solo urbano (entre 20 e 25%);

    uma vez implantado, o subsistema que mais dificuldade apresenta para aumentar suacapacidade pelo solo que ocupa, pelos custos que envolve e pelas dificuldades operativasque cria sua alterao;

    o subsistema que est mais vinculado aos usurios (os outros sistemas conduzemfludos, e este, pessoas).

    Pode-se encontrar nesse subsistema vias de diversas dimenses e padres, em funo dovolume, velocidade e intensidade do trfego, sentido do fluxo (que pode ser unidirecionalou bidirecional) e das interferncias que pode ter o trfego, tais como cruzamentos,estacionamentos e garagens, entre outros. Em funo desses fatores, as vias podem serclassificadas da seguinte forma:

    9LDV/RFDLV apresentam utilizao mista, isto , so utilizadas tanto por veculos comopor pedestres, sendo que os veculos so, predominantemente, os dos prpriosmoradores da rua;

    9LDV&ROHWRUDVligam vias locais de setores ou bairros com as vias arteriais e servemtambm ao trfego de veculos de transporte coletivo;

    9LDV$UWHULDLV so, em geral, denominadas avenidas, interligam reas distantes; podempossuir volume e velocidade de trfego elevados e suas pistas so unidirecionais;

    9LDV ([SUHVVDV so de alta velocidade, unidirecionais, no possuem cruzamentos epodem ter tambm mais de duas pistas de rolamento e acostamento, no sendo indicadaspara trfego de pedestres.

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    O perfil de via atual privilegia os veculos automotores e desconsidera o pedestre, emboradeva ser previsto, em algumas destas vias, o trfego de veculos e pedestres. Assim, as viasurbanas atuais constituem-se, basicamente, de duas partes diferenciadas pelas funes quedesempenham (Mascar, 1987):

    o leito carrovel, destinado ao trnsito de veculos e ao escoamento das guas pluviais

    atravs do conjunto meio-fio x sarjeta e boca-de-lobo, e deste para a galeria de esgotopluvial;

    os passeios adjacentes ou no ao leito carrovel, destinados ao trnsito de pedestres elimitados fisicamente pelo conjunto meio-fio x sarjeta.

    Alm dessas tipologias, tem-se as FLFORYLDV, que so vias destinadas ao trnsito debicicletas. Tm a funo de proteger o trnsito destes veculos ao mesmo tempo em que osremovem das vias de maior movimento de automveis. Possuem a limitao dos fatorestopogrficos e da falta de espao fsico em reas j urbanizadas.

    Devido ao grande desembolso necessrio para a implantao das vias que compem estesubsistema, a manuteno das mesmas carece de um captulo parte. A manuteno podeser considerada de duas formas:

    0DQXWHQomR 3UHYHQWLYD compe-se de mtodos e processos, geralmente de custosrelativamente baixos, que visa permitir o bom funcionamento da via durante sua vidatil para a qual fora projetada. Pinturas peridicas das faixas, verificao e troca deplacas de sinalizao danificadas, pequenos reparos nas pistas e limpeza da faixa dedomnio fazem parte desta forma de manuteno.

    0DQXWHQomR&RUUHWLYD necessria quando a via apresenta-se danificada por agentes detrfego (automveis, nibus, caminhes) ou por agentes naturais (inundaes,escorregamentos de aterros) que impeam ou dificultem o trnsito normal na mesma. Aspatologias mais comuns so: buracos na pista, destruio das protees laterais,desplacamento e deteriorao dos pavimentos, entre outros.

    E 6XEVLVWHPD GH 'UHQDJHP 3OXYLDO Este subsistema tem como funo promover oadequado escoamento das massas lquidas provenientes das chuvas que caem nas reasurbanas, assegurando o trnsito pblico e a proteo das edificaes, bem como evitando osefeitos danosos das inundaes.

    Nas cidades medievais, onde o trfego maior era de pedestres, as guas pluviais escoavampor sobre o pavimento das vias, geralmente em sua parte central. Com o passar do tempo e

    o aumento das cidades, alm do advento dos veculos automotores, este processo dedrenagem fora substitudo pelo uso de galerias pluviais subterrneas, onde as medidas e asformas dessas galerias respondiam dupla funo de escoar os esgotos (parte inferior dasgalerias) e as guas pluviais (seo plena durante as chuvas), alm da previso de uma reapara circulao de pessoas, permitindo realizar tarefas de inspeo e limpeza, na poca deestiagem. Este processo combinado de escoamento de guas pluviais e de esgotos, chamadode Sistema Unificado, est sendo abandonado em todo o mundo, em funo da dificuldade

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    e impedimento para o tratamento dos esgotos alm de favorecer o surgimento de vetores edoenas infecto-contagiosas. (Mascar, 1987).

    O subsistema de drenagem de guas pluviais constitui-se, atualmente, de duas partes(Mascar, 1987):

    ruas pavimentadas, incluindo as guias e sarjetas; redes de tubulaes e seus sistemas de captao.

    Assim, tem-se:

    0HLRV)LRV RX *XLDV: so elementos utilizados entre o passeio e o leito carrovel,dispostos paralelamente ao eixo da rua, construdos geralmente de pedra ou concretopr-moldado e que formam um conjunto com as sarjetas. recomendvel que possuamuma altura aproximada de 15 cm em relao ao nvel superior da sarjeta. Uma alturamaior dificultaria a abertura das portas dos automveis, e uma altura menor diminuiria acapacidade de conduzir as guas nas vias.

    6DUMHWDV: so faixas do leito carrovel, situadas junto ao meio-fio, executadasgeralmente em concreto moldado LQORFR ou pr-moldadas. Formam, com o meio-fio,canais triangulares cuja finalidade receber e dirigir as guas pluviais para o sistema decaptao.

    6DUMHW}HV so calhas geralmente construdas do mesmo material das sarjetas e comforma de V, situadas nos cruzamentos de vias e que dirigem o fluxo de guasperpendiculares. Um dos pontos crticos desse sistema ocorre nos cruzamentos de ruas,onde as guas, dentro do possvel, no devem atrapalhar o trfego.

    %RFDVGHORER: so caixas de captao das guas colocadas ao longo das sarjetas, com afinalidade de captar as guas pluviais em escoamento superficial e conduz-las aointerior das galerias. Normalmente, so localizadas nos cruzamentos das vias a montanteda faixa de pedestres, ou em pontos intermedirios, quando a capacidade do conjuntomeio-fio x sarjeta fica esgotado.

    *DOHULDV: so canalizaes destinadas a receber as guas pluviais captadas na superfciee encaminh-las ao seu destino final. So localizadas em valas executadas geralmente noeixo das ruas, com recobrimento mnimo de 1,0 m. So, em geral, pr-moldadas em

    concreto, com dimetros variando entre 400 e 1500 mm.

    3RoRV GH 9LVLWDV: so elementos do subsistema de drenagem de guas pluviais quepossibilitam o acesso s canalizaes, para limpeza e inspeo. So necessrios quandoh mudana de direo ou declividade na galeria, nas junes de galerias, naextremidade de montante, ou quando h mudana de dimetro das galerias. As paredes

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    so executadas, geralmente, em tijolos ou concreto, o fundo em concreto e a tampa emferro fundido.

    %DFLDVGH(VWRFDJHPso reservatrios superficiais ou subterrneos que, ao acumular oexcesso de gua proveniente de chuvas fortes, permitem o seu escoamento pelas

    galerias ou canais existentes, em fluxos compatveis com as suas capacidades, evitandoextravasamentos sobre os leitos virios nos fundos de vale.

    O traado da rede de canalizaes que compem este subsistema funo dascaractersticas topogrficas e do subsistema virio da rea a ser drenada. Odimensionamento da rede (canalizaes, guias e sarjetas) assim como dos equipamentos deinfra-estrutura necessrios ao funcionamento desse subsistema depende:

    do ciclo hidrolgico local: quanto mais chuva, maior o subsistema;

    da topografia: quanto maiores os declives, mais rpido se do os escoamentos;

    da rea e da forma da bacia: quanto maior a rea, mais gua captada;

    da cobertura e impermeabilizao da bacia: quanto menos gua for absorvida peloterreno, mais deve ser esgotada;

    do traado da rede: interferncias com as redes de outros subsistemas.

    F6XEVLVWHPD GH$EDVWHFLPHQWR GHJXD O provimento de toda a populao de guaaprazvel aos sentidos e sanitariamente pura, bastante para todos os usos, a finalidade deum subsistema de abastecimento de gua. A qualidade e a quantidade da gua so, pois, asduas condies primordiais a serem observadas (Puppi, 1981). S a gua potvel, isto , aque perfaz determinados requisitos fsicos, qumicos e biolgicos, tem garantia higinica.Entre ns, a nica a ser oferecida populao, para todos os usos, mesmo para aqueles

    em que guas de qualidade inferior poderiam ser admitidas sem riscos sanitrios.

    A gua destinada bebida e alimentao a que apresenta maior exigncia de qualidade,sendo elevado seu custo de potabilizao. Este problema tem sido resolvido, em algunscasos, pelo uso de purificadores domiciliares, soluo parcial e elitista do problema. Emoutros casos (pouco comum no Brasil), pela construo de duas redes de gua, uma potvele outra para rega, enchimento de piscinas, uso industrial, incndio, entre outros (Mascar,1987).

    O subsistema de abastecimento de gua compe-se, geralmente, das seguintes partes:

    &DSWDomR o processo de captao consiste de um conjunto de estruturas e dispositivosconstrudos junto a um manancial para a captao de gua destinada a esse subsistema.Os mananciais utilizados para o abastecimento podem ser as guas superficiais ousubterrneas. No caso das guas superficiais (rios, lagos e crregos) com capacidadeadequada, a captao direta. Naqueles cuja vazo insuficiente em alguns perodos doano, torna-se necessrio construir reservatrios de acumulao. Os mananciaissubterrneos so mais caros, devendo-se evitar sua utilizao indiscriminadamente(Mascar, 1987).

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    $GXomR o processo de aduo constitudo pelo conjunto de peas especiais e obras dearte destinado a ligar as fontes de gua bruta (mananciais) s estaes de tratamento, eestes aos reservatrios de distribuio. Para o traado das adutoras levam-se em contafatores como: topografia, caractersticas do solo e facilidades de acesso. De um modogeral, procura-se evitar sua passagem por regies acidentadas, terrenos rochosos e solos

    agressivos, como os pntanos, que podem prejudicar a durabilidade de certos tipos detubulaes. Tambm devem ser evitados trajetos que impliquem em obrascomplementares custosas ou que envolvam despesas elevadas de operao emanuteno. Os materiais normalmente utilizados em adutoras so concreto, ferrofundido, ao e, em menor escala, cimento amianto (Mascar, 1987). O cimento amiantofoi o primeiro material com fibras para a construo civil a ser empregado,permanecendo em uso at hoje, apesar da possibilidade de apresentar riscos sade,quando o amianto manuseado inadequadamente. (Agopyan & Derolle, 1988).

    5HFDOTXH quando o manancial ou o local mais adequado para a captao estiverem a umnvel inferior que no possibilite a aduo por gravidade, preciso o emprego de um

    equipamento de recalque, constitudo por um conjunto de motor, bomba hidrulica eacessrios (Puppi, 1981). Os sistemas de recalque so muito utilizados atualmente, sejapara captar a gua de mananciais, seja para reforar a capacidade das adutoras, ou pararecalcar a gua a pontos distantes ou elevados, acarretando o encarecimento dosubsistema de abastecimento de gua (Mascar, 1987). Em cidades de topografiaacidentada, recomendvel usar redes divididas em partes independentes, de forma apoder aproveitar a aduo por gravidade para partes delas, recalcando-se a gua somenteonde for necessrio.

    7UDWDPHQWR os recursos hdricos mais indicados para o suprimento de uma cidade,principalmente as guas naturais de superfcie, raramente satisfazem todos os requisitosdo ponto de vista qualitativo. Entretanto, se no forem potveis, so potabilizveis, isto, podem ter as suas qualidades melhoradas dentro dos padres higinicos recomendadosmediante um tratamento parcial ou completo, de acordo com a procedncia dasimpurezas e com a intensidade da poluio ou da contaminao. Assim, anecessidade e abrangncia dos processos de tratamento recomendveis so definidasatravs dos dados relativos qualidade da gua no manancial e sua variao durante oano (Mascar, 1987). O tratamento da gua dispendioso e dever compreender apenasos processos imprescindveis obteno da qualidade desejada, a custos mnimos. Estesprocessos de tratamento podem ser: sedimentao simples, aerao, coagulao,decantao, filtrao, desinfeco, alcalinizao, fluoretao, amolecimento, remoo deimpurezas, entre outros.

    'LVWULEXLomR constituda pelos reservatrios, que recolhem a gua aduzida e a tratada,e pela rede de tubos que a conduzem para o consumo, ou rede de distribuio. Embora agua possa ser conduzida diretamente da adutora rede de distribuio, a utilizao deUHVHUYDWyULRV prtica usual e geral. Oferece diversas vantagens, entre as quaisdestacam-se: um melhor e mais seguro provimento para o consumo normal e para assuas variaes, o atendimento de consumos de emergncia e/ou consumos espordicos,

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    como o do combate a incndios; a manuteno de uma presso suficiente em todos ostrechos da rede de distribuio, entre outros (Mascar, 1987). Por outro lado a UHGHGHGLVWULEXLomR a parte propriamente urbana e a mais dispendiosa de todo esse subsistema.Com os seus ramais instalados ao longo das ruas e logradouros pblicos, ainterdependncia entre a rede hidrulica e a rede viria requer um cuidadoso estudo no

    planejamento urbanstico. No caso mais geral, que o de sua instalao em uma cidadeou zona urbana pr-existente, seu traado est previamente definido, ficandosubordinado configurao das vias pblicas, nem sempre favorvel a um melhorescoamento. Estas redes so constitudas por uma seqncia de tubulaes de dimetrosdecrescentes, com incio no reservatrio de distribuio. Peas de conexo dos trechosou ramais, vlvulas, registros, hidrantes, aparelhos medidores e outros acessriosnecessrios completam-na.

    Os materiais mais freqentemente empregados nas tubulaes que compem estesubsistema so o ferro fundido, o P.V.C. (e, ainda, o cimento-amianto). Eles so utilizadosem funo das qualidades mnimas necessrias ao funcionamento das redes (presses

    interna e externa, qualidade da gua transportada principalmente antes do tratamento, entreoutras), acarretando, assim, menores custos de instalao e operao. Outro aspectoimportante para se obter economia na execuo e manuteno das redes a profundidadede colocao das tubulaes. Recomenda-se que estas tubulaes no sejam colocadas emgrandes profundidades, j que as de esgotos devem estar sempre abaixo da rede dedistribuio de gua, por razes de segurana e higiene (Puppi,1981).

    G6XEVLVWHPDGH(VJRWR6DQLWiULR Uma vez utilizada, a gua distribuda populao sedeteriora, tornando-se repulsiva aos sentidos, imprestvel mesmo a usos secundrios, enociva, em conseqncia da poluio e da contaminao. O seu imediato afastamento e umdestino tal que no venha a comprometer a salubridade ambiental so providncias que nopodem ser postergadas (Puppi, 1981).

    Este subsistema constitui-se no complemento necessrio do subsistema de abastecimento degua. Porm, as divergncias so flagrantes e profundas, considerando que funcionam emsentido inverso, iniciando um onde o outro termina. A cada trecho da rede de distribuiode gua deve corresponder o da rede coletora de gua servida, ambas com exerccio emmarcha. Os fluxos, contudo, so opostos e de caractersticas diversas: o de gua potvel sobpresso, em conduto forado e com vazo decrescente; o de esgoto, sob pressoatmosfrica, em conduto livre e com vazo crescente.

    O subsistema de esgotos sanitrios compreende, geralmente, a rede de canalizaes ergos acessrios, rgos complementares e dispositivos de tratamento dos esgotos, antesde seu lanamento no destino final. Assim, tem-se:

    5HGHV GH (VJRWRV 6DQLWiULRV so formadas por canalizaes de diversos dimetros efunes, entre as quais se destacam por ordem crescente de vazo e de seqncia deescoamento: ligaes prediais, coletores secundrios, coletores primrios, coletores-tronco, interceptores e emissrios. Canalizaes especiais, por vezes, podem sernecessrias, como os sifes invertidos e outras. A escolha dos materiais utilizados nas

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    tubulaes das redes deve levar em considerao as condies locais (solo), asfacilidades de obteno e disponibilidade dos tubos, e os custos dos mesmos.Normalmente, so utilizados tubos de seo circular, cujos materiais mais comuns so:cermica, concreto simples ou armado, cimento-amianto, ferro-fundido e P.V.C.(Mascar, 1987).

    /LJDo}HV3UHGLDLV: so constitudas pelo conjunto de elementos que tm por finalidadeestabelecer a comunicao entre a instalao predial de esgotos de um edifcio e osistema pblico correspondente.

    3RoRV GH 9LVLWD: destinam-se concordncia, inspeo, limpeza e desobstruo dostrechos dos coletores; para isso devem ser instalados nas extremidades das canalizaes,nas mudanas de direo, de dimetro e de declividade, nas interseces e a cada 100 m,aproximadamente, nos trechos longos.

    7DQTXHV )OX[tYHLV: ou de descarga automtica peridica, servem para a lavagem doscoletores em trechos de pequena declividade e onde haja a possibilidade de depsitos eriscos de obstrues. Esto cada vez mais em desuso por possibilitarem a contaminaoda rede de gua potvel e por razes de ordem econmica.

    (VWDo}HV(OHYDWyULDV: so indispensveis em cidades ou reas com pequena declividadee onde for necessrio bombear os esgotos at locais distantes. A construo destasestaes s se justifica quando no possvel o esgotamento por gravidade. Estasestaes tm custo inicial elevado e exigem despesas de operao e manutenopermanentes.

    (VWDo}HVGH7UDWDPHQWR: so instalaes destinadas a eliminar os elementos poluidores,permitindo que as guas residurias sejam lanadas nos corpos receptores finais emcondies adequadas. O tratamento das guas residurias exige, para cada tipo deesgoto (domstico, industrial, entre outros), um processo especfico, devendo serrealizado na medida das necessidades e de maneira a assegurar um grau de depuraocompatvel com os corpos dgua receptores. Estas estaes so geralmente concebidasde modo a possibilitar a sua execuo em etapas, no somente em termos de vazo, mastambm em funo do tratamento. Assim, os processos mais comuns para tratamentosde esgotos so: gradeamento, desarenao, flutuao, sedimentao, coagulao,irrigao, filtrao, desinfeco, desodorizao, digesto, entre outros.

    H6XEVLVWHPD(QHUJpWLFR constitudo fundamentalmente por dois tipos de energias: aeltrica e a de gs. So as duas formas de energia que mais se usam nas reas urbanas nomundo, por serem de fcil manipulao, limpas e relativamente econmicas. A utilizaodestas duas fontes de energia vem aumentando desde o comeo deste sculo, tendo seacentuado este crescimento a partir de 1973, com a crise do petrleo. A nvel mundial, nasmalhas urbanas, a energia eltrica destina-se iluminao de locais e movimentao de

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    motores, e a energia do gs produo de calor (como cozinhar, esquentar gua, aquecerambientes) (Mascar, 1987).

    Com relao s redes que compem este subsistema, a eltrica pode ser area ousubterrnea, sendo esta ltima soluo a mais cara. Nas reas urbanas de baixa densidade e

    nas de pouco poder aquisitivo, a rede eltrica area a soluo obrigatria pelo seu menorcusto, embora produza poluio visual e apresente menor segurana que a subterrnea. Arede de gs sempre subterrnea e apresenta estruturas, materiais e dimetros dastubulaes similares aos da rede de gua. Devido sua periculosidade, sua localizao amais isolada possvel em relao s demais redes subterrneas e s edificaes.

    Para melhor compreender as redes e equipamentos necessrios a cada tipo de energia nestesubsistema, ser feita a seguinte subdiviso:

    H(QHUJLD(OpWULFD : A generalizao do uso da energia eltrica no fim do sculo XIX,entre outros fatores, fez com que as cidades mudassem de tamanho, morfologia e funo.

    Uma das maiores inovaes produzidas foi a verticalizao das cidades, ao permitir otransporte vertical de pessoas e cargas e a elevao de gua para andares superiores,possibilitando a existncia de banheiros nos edifcios altos.

    )RUQHFLPHQWR GH (QHUJLD (OpWULFD: para esse fim, necessrio um conjunto deelementos interligados com a funo de captar energia primria, convert-la em eltrica,transport-la at os centros consumidores e distribu-la neles, onde consumida porusurios residenciais, industriais, servios pblicos, entre outros (Mascar, 1987).

    6LVWHPDV GH *HUDomR: acham-se em franca evoluo e podem ser agrupados, de umamaneira geral, em sistemas convencionais (hidreltricas, a vapor, motores diesel,termonucleares), sistemas no-convencionais (solares, elicas, geotrmicas) e sistemas

    em desenvolvimento (pilhas de combustvel, termoinicas).

    6LVWHPDVGH7UDQVPLVVmR: geralmente divididos em duas partes, transmisso atravs dazona rural e transmisso dentro do espao urbano, sendo esta ltima conhecida comosubtransmisso. Apresentam-se, na maioria dos casos, interligados regional e mesmonacionalmente entre si e entre os sistemas de gerao de energia, possibilitando, assim, oaumento da confiabilidade de abastecimento em situaes anormais ou de emergncia. Atransmisso de energia tem vrios nveis, que se diferenciam pelas tenses e quantidadesde energia que cada um dos seus elementos bsicos transporta. Estes elementos podemser genericamente chamados de eletrodutos ou cabos, formados por linhas areas,

    subterrneas ou submarinas. Os sistemas de transmisso so responsveis por cerca de80% das interrupes acidentais no fornecimento da energia eltrica, sendo assim a partedo fornecimento de energia mais vulnervel.

    6LVWHPDVGH'LVWULEXLomR: so compostos, basicamente, pelas redes de distribuio e pelosistema de posteamento, como se ver a seguir.

    5HGH GH 'LVWULEXLomR: tem duas partes fundamentais, como as demais redes dedistribuio nas cidades (gua, gs), uma rede primria e uma rede secundria, que

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    alimenta realmente os usurios e que alimentada pela primeira. Pode ser area ousubterrnea, dependendo principalmente da densidade populacional da regio a seratendida. A rede area, mais comum e mais econmica, utilizada no Brasil(geralmente composta por trs ou quatro fios, paralelos na vertical) possui oinconveniente de causar conflitos com a arborizao urbana (curtos-circuitos por

    ocasio de ventos ou tempestades) alm da falta de esttica. Problemas tambmpodero ocorrer quando da utilizao da rede subterrnea, pois poder haverconflito entre as razes das rvores e a rede. A falta de esttica das linhas areasdesagrada a todos, e aos urbanistas de forma especial. Passar subterrnea,representa um importante aumento de custo que nem todas as cidades podemsuportar, pelo que os modernos cabos suspendidos pr-unidos ou compactos,representam uma alternativa interessante. O custo dessas linhas levementesuperior ao das redes convencionais, mas mais baixo que o das subterrneas,representando, assim, um possvel estgio intermedirio.

    3RVWHDomR a posteao normalmente utilizada para sustentao da redearea de concreto tubular ou de madeira, empregando-se, em geral, postes de 9,0

    m de comprimento para redes secundrias e de 11,0 m para as primrias, alm doselementos para iluminao pblica. A alternativa de suportar as redes areas nasedificaes foi usada em algumas cidades brasileiras no passado, aproveitando-se dealguns edifcios j construdos. Porm, tinha inconvenientes quando a edificao erademolida ou remodelada, j que essa situao exigia solues temporrias, nemsempre simples ou baratas, para manter a rede em funcionamento.

    /LJDo}HV 3UHGLDLV consiste no conjunto de dispositivos que tm porfinalidade estabelecer comunicao entre a rede de distribuio e a instalaoeltrica dos prdios, sendo geralmente constituda de entrada da instalaoconsumidora (entre o poste e o medidor de consumo) e o ramal de servio.

    H (QHUJLD D *iV &RPEXVWtYHO A distribuio de gs canalizado foi utilizadoinicialmente para iluminao, passando a seguir a ser usado para a produo de calor, tantopara uso residencial como para usos comercial e industrial. Apesar da grande importnciaatribuda ao gs canalizado em outros pases, sua participao no Brasil inexpressivadentro do contexto energtico, alcanando menos de 1% da energia utilizada (Mascar,1987). Tal participao, entretanto, tende a aumentar consideravelmente com oaproveitamento do gs das recentes descobertas de gs natural e gs de petrleo, alm daconstruo do gasoduto Brasil-Bolvia.

    O fornecimento de energia a partir do gs combustvel bastante parecida, na morfologia,

    com a de energia eltrica, sendo composto basicamente por uma usina de produo oujazidas de gs natural, com os respectivos sistemas de extrao; instalaes dearmazenamento, compressoras, odorizadoras, misturadoras e filtradoras; estaesreguladoras de presso e rede de distribuio. As caractersticas dos elementoscomponentes do fornecimento de energia a gs combustvel, dependem do tipo de gs a serdistribudo e do tipo de usurio.

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    I6XEVLVWHPDGH&RPXQLFDo}HV Este subsistema , sem dvida, o que mais se desenvolveatualmente, a uma velocidade muito grande. Depois do acelerado processo deencurtamento de distncias via aumento da velocidade de transporte (melhoria das vias emais potncia dos veculos), chega a vez de diminuir o mundo, melhorandodrasticamente a comunicao. Compreende a rede telefnica e a rede de televiso a cabo.

    AS conexes So feitas por condutores metlicos, e, mais recentemente, de fibras ticas,cabos terrestres ou submarinos e satlites. As redes de infra-estrutura que compe estesubsistema (cabeamento e fios), seguem especificaes similares aos do sistema energtico;os satlites fazem parte da engenharia aeroespacial.

    A substituio dos deslocamentos humanos pela transferncia de arquivos digitais levou criao do termo superestrada da informao, ou VXSHULQIRYLD. Por ela, caso sejamsuperados problemas de padronizao e sejam investidos os bilhes de dlares necessrios sua implantao, trafegaro vdeos, msicas, servios de diversos tipos e mensagens.

    A (UDGD ,QIRUPDomR - expresso cunhada para caracterizar o aumento da importncia dosnovos meios de comunicao - deve muito ao computador, indstria de programas e aossatlites de comunicao ( Toni, 1995).

    Uma das maiores batalhas na guerra global das telecomunicaes vem sendo travada noBrasil, o maior mercado da Amrica Latina. O pas tem 150 milhes de habitantes e apenas11 milhes de linhas telefnicas (dados de 1995). A guerra entre as sete grandes fabricantesmundiais - AT&T, Ericson, Alcatel, Siemens, NEC, Motorola e Northern Telecom -comeou aproximadamente em 1992, e mesmo assim j provocou reduo de 50% no preodos telefones.

    preciso instalar 10 milhes de linhas no pas, e o sistema de transmisso de dados precisaser duplicado, o que exige investimentos de US$ 20 bilhes. H um mercado inexploradopara TV a cabo, estimado em 6 milhes de usurios, mas o maior negcio em implantao o de telefones celulares. H 450 mil pessoas espera de sua linha s na cidade de SoPaulo. O governo d os primeiros passos para quebrar o monoplio estatal nastelecomunicaes, aceitando projetos que promovam aumento da rede, por meio desociedades entre empresas privadas e estatais, ou atravs do repasse deste setor para ainiciativa privada (Lobato, 1995).

    Nos anos 60, o Departamento de Defesa dos EUA apoiou uma pesquisa sobrecomunicaes e redes que poderiam sobreviver a uma destruio parcial, em caso de guerranuclear. O protocolo da Internet foi desenvolvido para isso. Capaz de conectar todos ostipos de computadores, foi adaptada para redes de pesquisas acadmicas durante os anos70. A Internet a me das redes de computadores . H aproximadamente 4 milhes deservidores interconectados. Estes servidores fazem parte de redes em universidades, decomputadores do governo e computadores comerciais, alm de milhes de pessoas. AInternet uma vasta estrutura de informaes com espao ilimitado. Est presente em

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    vrias comunidades. Os dados esto separados fisicamente no espao, mas reunidos pelarede ( Marcaigh, 1995).

    &ODVVLILFDomRVHJXQGRD/RFDOL]DomRGRV(OHPHQWRVTXH&RPS}HPRV6XEVLVWHPDVA classificao aqui apresentada leva em considerao, basicamente, a localizao das

    redes que compem os diversos subsistemas de infra-estrutura urbana. Estas redes, paraconstituir um sistema harmnico, devem ser concebidas como tal, ou seja, como umconjunto de elementos articulados entre si e com o espao urbano que as contenha.

    Mas a desarticulao entre empresas de servios pblicos grande e se traduz em uma sriadesordem do subsolo urbano e efeitos estticos e urbansticos desagradveis, acarretandomaiores custos de implantao e operao, dificultando as necessrias renovaes eampliaes prprias de cada rede. Esta desarticulao ocorre principalmente devido faltade um cadastro geral que contenha as localizaes, precisas, de todas as redes e seusequipamentos complementares. Este cadastro geral seria alimentado periodicamente por

    cada concessionria de servios pblicos, de forma a mant-lo sempre atualizado.

    Uma das maneiras de se evitar problemas localizar as redes a diferentes nveis e emdiferentes faixas, segundo suas caractersticas. Os nveis usados para localizar as redes, eque do origem classificao por localizao das mesmas, so os seguintes (Mascar,1987):

    D1tYHO $pUHR Neste nvel, so localizadas, normalmente, as redes de distribuio deenergia eltrica, telefonia e TV a cabo. H casos (e em muitos pases essa a norma) emque essas redes so subterrneas. A localizao subterrnea traz muitas vantagens, poisevita a exposio das redes areas s intempries (ventos fortes e raios), a interferncia comrvores, com veculos e at mesmo com pessoas. A escolha das posies relativas dessasredes, de suas alturas em relao copa das rvores e direo dos ventos dominantes,merece consideraes especficas para reduzir ao mnimo a interferncia entre elas e seusproblemas correlatos.

    Com relao s redes de energia eltrica, para diminuir sua interferncia com as rvores,pode-se lanar mo da UHGH FRPSDFWD, em que o distanciamento entre os fios que acompem menor, agrupados segundo os vrtices de um losango. Este tipo de rede j muito utilizado em algumas cidades brasileiras, e os resultados obtidos (custos deimplantao x interferncias) tm sido muito bons.

    E1tYHOGD6XSHUItFLHGR7HUUHQR Aqui so encontrados os pavimentos do subsistemavirio, as caladas para pedestres e as ciclovias (entre outras formas de vias de trfegos),alm das redes superficiais que compem o subsistema de drenagem pluvial (meios-fios,sarjetas, bocas-de-lobo, canais). necessrio ressaltar que este nvel pode ser considerado omais importante, pois a pavimentao o mais caro dos elementos de redes que compemos subsistemas de infra-estrutura urbana, representando cerca de 50% do custo total doconjunto e ocupando uma parcela importante do solo urbano.

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    Os subsistemas virio e de drenagem das guas pluviais, uma vez implantados, so os quemais dificuldades apresentam para sua ampliao ou modificao, devido aos custos e sinterferncias que acarretam no meio urbano, pelo que suas boas ou ms condies soimediatamente percebidas.

    Este nvel no interfere com os demais mas sofre influncia do nvel subterrneo, j que asreparaes e ampliaes das redes localizadas no subsolo so executadas com a quaseinevitvel destruio dos pavimentos (seja nas caladas para pedestres ou nas vias paraveculos).

    F 1tYHO 6XEWHUUkQHR Neste nvel localizam-se as redes profundas do subsistema dedrenagem pluvial, de gua, de esgoto, de gs canalizado e, eventualmente, energia eltrica ecomunicaes, assim como de parte do subsistema virio (metr), alm das passagenssubterrneas para pedestres. o nvel mais difcil de ser organizado devido spossibilidades de congestionamento e interferncias recprocas entre os diversossubsistemas (ou suas partes) nele localizados. Alm disso, a organizao deste espao exigearticulao institucional, j que cada um dos subsistemas que compe a infra-estruturaurbana , em geral, gerido por diferentes rgos, de distintas instncias do governo, quenem sempre atuam de forma coordenada.

    Nesse nvel devem ser equacionadas tambm as interferncias tcnicas entre os diversossubsistemas, como o de gua e o de esgoto (possibilidade de contaminao da rede de guapelo vazamento de esgotos) e os de energia eltrica e gs canalizado (explosesocasionadas por fascas da rede eltrica na presena de vazamentos nas tubulaes de gs).

    Ficam evidentes os benefcios scio-econmicos resultantes de uma boa organizao dos

    trs nveis de localizao dos subsistemas que compem a infra-estrutura urbana, porexemplo, por meio da fixao de faixas, horizontais e verticais, areas e subterrneas, nasquais se localizaria cada uma destas redes, compatibilizadas com a presena da arborizaourbana.

    &86726'2668%6,67(0$6'(,1)5$(6758785$85%$1$

    Os subsistemas que compem a parte fsica da infra-estrutura urbana compreendem osseguintes elementos bsicos, conforme visto em itens anteriores:

    D5HGHVGH6HUYLoRV, compostas pela malha de tubulaes, cabos, ou pavimentos que sedistribuem pela cidade, viabilizando os servios. Os traados urbanos e outros aspectosmorfolgicos das cidades influenciam fortemente em seus custos, em razo do que oscustos destes elementos dependem em grande parte dos urbanistas.

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    E/LJDo}HV'RPLFLOLDUHV, que so ramais que ligam as redes de servios s instalaesprediais. Seus custos vinculam-se intimamente com a tipologia adotada para as redes pelasempresas de servios, e pela tipologia de edifcios escolhidos pelos usurios

    F (TXLSDPHQWRV &RPSOHPHQWDUHV, que so partes individualizadas e importantes aos

    diferentes subsistemas. No abastecimento de gua, a aduo, a potabilizao e a reservao;nos de esgoto, os emissrios e as plantas depuradoras. No subsistema de gs encanado, asfbricas de gs artificial ou os poos de gs natural, os gasodutos e a rede de armazenagem.No subsistema de abastecimento de energia eltrica e iluminao pblica, as centrais, termoou hidroeltricas, suas redes de transmisso e as estaes para mdia tenso.

    O custo de implantao destes elementos depende pouco das decises dos urbanistas, a noser quando trabalham na criao de uma cidade, pois ento passam a exercer influnciacom a escolha de localizaes que afetam os custos de transmisso, aduo, emisso, entreoutros, alm da forma dos lotes.

    A Tabela 01 indica para cada subsistema a participao percentual de cada uma das redes,ligaes e equipamentos complementares no custo de cada um, baseado em dadosamericanos. Nela observa-se que as decises de desenho urbano afetam totalmente as duasprimeiras redes e, de forma parcial e varivel, as restantes.

    Na Tabela 02 v-se a participao de cada uma das redes no custo total de implantao dasredes de infra-estrutura urbana; nota-se nela que s a pavimentao e drenagem tm umaparticipao entre 55 a 60% do custo total das redes, as do subsistema sanitrio,aproximadamente 20%, e as redes do subsistema energtico, os 20% restantes. Ou seja, osistema virio o responsvel por mais da metade do custo do sistema total.

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    39,0 3,0 58,0 100$EDVWHFLPHQWRGHJiVHQFDQDGR 19,0 12,0 69,0 100

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    5($6'($/7$'(16,'$'(

    3DYLPHQWR 41,38 44,35

    'UHQDJHQVSOXYLDLV 14,38 15,65

    $EDVWHFLPHQWR

    GHiJXD 3,93 3,50

    (VJRWRVDQLWiULR 17,10 19,73

    $EDVWHFLPHQWRGH

    JiVHQFDQDGR 9,09 8,79

    $EDVWHFLPHQWRGHHQHUJLDHOpWULFD 13,16 6,81

    ,OXPLQDomRS~EOLFD 0,96 1,17

    )RQWH0DVFDUy

    Na Tabela 03 tem-se os custos mdios comparativos das diversas redes de infra-estruturaurbana em funo das densidades habitacionais ( por unidade habitacional e por hectare ).

    7$%(/$&XVWRPpGLRGDVUHGHVXUEDQDVHPIXQomRGDGHQVLGDGH

    HPGyODUHV

    &8672325+$%,7$d-2 &8672325+(&7$5(5('( 'HQVLGDGH+DELWDQWHVKD 'HQVLGDGH+DELWDQWHVKD

    3DYLPHQWR 1.099 571 305 159 16.494 17.131 18.327 19.124

    'UHQDJHQVSOXYLDLV388 207 106 54 5.976 6.215 6.375 6.534

    $EDVWHFLPHQWRGHiJXD 87 47 29 19 1.307 1.436 1.753 2.367

    (VJRWRVDQLWiULR 488 247 126 63 7.331 7.410 7.570 7.649

    $EDVWHFLPHQWRGHJiVHQFDQDGR 217 121 66 39 3.267 3.641 3.995 4.701

    $EDVWHFLPHQWRGHHQHUJLDHOpWULFD 168 125 97 63 2.534 3.769 5.823 7.665

    727$/ 2.447 1.318 729 397 36.909 39.602 43.843 48.040

    )RQWH0DVFDUy

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    A Tabela 04 mostra os custos por usurio para cada rede e para cada elemento em doisnveis de densidade, como se v a seguir.

    7$%(/$&XVWRVSRUXVXiULRHPGyODUHVDQtYHOXUEDQR

    SDUDDVFLGDGHVGHSRUWHPpGLR5('(6 &86723(/$

    5('(/,*$d(6 (48,3

    &203/(0(17

    727$/

    3DYLPHQWR 305 1.100 - - - - 305 1.100

    'UHQDJHQVSOXYLDLV

    106 388 - - - - 106 388

    $EDVWHFLPHQWR

    GHiJXD 29 87 29 176 191 249 454

    (VJRWRVDQLWiULR 126 489 6 46 380 512 915$EDVWHFLPHQWRGH

    JiVHQFDQDGR 67 218 27 156 450 544 824

    $EDVWHFLPHQWRGHHQHUJLDHOpWULFD 97 169 37 170 400 534 739

    ,OXPLQDomRS~EOLFD7 29 - - 20 80 27 109

    727$/ 737 2.480 99 548 1.441 1.501 2.277 4.529

    )RQWH0DVFDUy

    A densidade (1) de 60 famlias por ha, que uma densidade confortvel em centrosurbanos, e a densidade (2) de 15 famlias por ha, que a densidade mdia global da maioriadas cidades brasileiras

    Na ltima coluna tem-se os totais:

    uma famlia em 60 habitaes/ha custa US$ 2.277;

    uma famlia em 15 habitaes/ha custa US$ 4.529.

    Como a ltima densidade a mdia urbana global brasileira, pode-se dizer que cada famliacom servios de infra-estrutura completos custa 4.500 dlares, ou seja, quase 1.000dlares/pessoa urbanizada.

    No Brasil, a populao urbana aumenta na ordem de 2 milhes de pessoas/ano, ou seja,seriam necessrios 2 bilhes de dlares por ano para que o dficit de infra-estrutura urbanano aumentasse. Obviamente o pas no dispe desta vultosa quantia e assim o dficit e a

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    qualidade urbana de vida, se dependerem dos governos, no podem, seno, cairpermanentemente de nvel.

    '(16,'$'(685%$1$6(&86726'(,1)5$(6758785$

    Densidade urbana um tema que permanece altamente polmico, embora muito se tenhaescrito sobre ele. Talvez pela imagem de alto padro de vida que muitas cidades americanastransmitem ao observador, formou-se a idia de que alta qualidade de vida s se conseguecom densidade populacional baixa. Dispor de sol, ventilao, privacidade, etc. s seriapossvel em habitaes individuais, e Kevin Linch, famoso urbanista americano, dinclusive uma tabela de perda de qualidade de vista com aumento da densidade, como se vna Tabela 05.

    7$%(/$5HODomRHQWUHGHQVLGDGHVHDSDUHFLPHQWRGHSUREOHPDV

    QDXUEDQL]DomR

    '(16,'$'(/48,'$ $3$5(&,0(172'2352%/(0$

    30 famlias por hectare ou mais aparecem problemas com rudo e

    perda de intimidade

    100 famlias por hectare ou mais perde-se o sentido de

    intimidade nos espaos verdes

    200 famlias por hectare ou mais aparecem dificuldades para arranjarespao para estacionamento e recreio

    450 famlias por hectare ou mais o espao pblico

    congestiona-se totalmente

    )RQWH0DVFDUy

    Certamente o abuso da densidade, associada a desenhos urbanos e habitacionais incorretos,leva a qualidades de vida muito baixas. Curiosamente a cidade de mais alta densidadeocupacional do mundo uma cidade americana: Nova Iorque, e para muitos, ela no desagradvel, nem a qualidade de vida baixa (Mascar, 1987). Pode-se pensar que oproblema da densidade e qualidade de vida complexo, e sobre ele no se pode estabelecernenhum julgamento definitivo sem antes analisar a adequao (ou no) da tipologia deedificao e urbanizao cultura local

    Pode-se afirmar que as densidades baixas e altas no so boas nem ms por si ss; oinconveniente haver densidades inadequadas aos tipos de edificaes implantadas. Assim,um conjunto habitacional com moradias individuais (adequadas a baixas densidades)quando implantadas com uma densidade alta, apresenta como resultado um espao urbanodesagradvel e uma qualidade de vida obviamente baixa. Se fossem colocados blocos deapartamentos (tipologia para altas densidades) em densidades baixas, a qualidade de vida

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    no seria alta, pois poderia haver dificuldades de se manter os espaos vazios entre osblocos, resultando em reas urbanas pouco agradveis.

    A qualidade do espao urbano se prende a um conjunto complexo de fatores ligados noapenas tipologia da construo como ao meio ambiente interno e externo, apoiados em

    equipamentos sociais e urbanos prximos, e nas redes de infra-estruturas e servioscorrespondentes. E deve estar dentro das possibilidades de desempenho da populao, nassuas condies econmicas e culturais especficas.

    O outro problema levantado contra a qualidade de vida em densidades altas a perda deprivacidade e a existncia de conflitos decorrentes de gostos e costumes de vida variados,desenvolvidos pelos habitantes dos blocos habitacionais. Mas com desenhos tcnicosadequados podem ser atingidos padres altos de qualidade dos espaos, inclusive emtermos de privacidade, embora isso possa resultar em custos elevados. Nestas condies, aanlise do custo do espao urbano e suas variaes em funo das densidades tm umaparticular importncia, sendo um parmetro pondervel para condicionar decisesalternativas.

    Este problema foi levantado por vrios estudiosos do tema. Os mais importantes deles so,sem dvida, Le Corbusier na justificativa da "Unidade Habitacional de Nantes", e WalterGropius, em seus estudos de custos em relao altura de construo dos edifcios na ilhade Manhattan em Nova York..

    Na Figura 01 pode-se ver que o custo do hectare urbanizado depende pouco da capacidadedas redes. O custo de urbanizao de um hectare para uma ocupao de 75 pessoas/ha deaproximadamente 37.000 dlares e, para uma ocupao de 600 pessoas/ha, de 48.000

    dlares. Assim, quando a ocupao aumenta em 800%, o custo de urbanizao cresce s30%.

    Como conseqncia disto, a incidncia de custo de urbanizao por cada famlia servidadiminui drasticamente, como mostra a Figura 02, na medida em que a densidade deocupao aumenta. Nela v-se que o custo das redes de infra-estrutura de 2.500dlares/famlia quando a densidade da ordem de 75 habitantes/ha (densidade global damaioria das cidades mdias brasileiras); no outro extremo, quando a densidade atingevalores de 600 habitantes/ha, o custo de urbanizao desce para apenas 400 dlares/famlia(ou seja, a sexta parte do anterior).

    Observe-se, contudo, que outros fatores h, como a flexibilidade e a adaptabilidade dosespaos construdos, bem como a adequao dos dispndios situao financeira daspessoas, que podem ser importantes na escolha da soluo a ser adotada.

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    $7(25,$'26/,0,$5(6($,1)5$(6758785$85%$1$

    Foi Boleslaw Malisz que, a partir de 1963, desenvolveu a metodologia dos limiares, cujasimplicidade e clareza constituem atributos que, apesar do seu pouco desenvolvimento

    terico e prtico, continuam recomendando a sua utilizao nas anlises ligadas

    administrao pblica. Na poca ela foi considerada uma inovao, pois:a) representava no apenas uma traduo do planejamento urbano em termos de espaos

    quantificados e territorialmente localizados, mas tambm um mtodo racional de tomadade decises;

    b)na administrao pblica, acenou com a possibilidade de municipalizao dos custos deexpanso urbana atravs do melhor aproveitamento dos recursos existentes na regio;

    c)a clareza da apresentao grfica preconizada por essa anlise contribui para facilitar acomparao entre diversas opes diferentes do poder pblico.

    A flexibilidade da metodologia permite a introduo de aspectos mais complexos dos

    fenmenos estudados sem prejuzo da compreenso global dos problemas.

    A concentrao de usos , em princpio, limitada pelo ponto de saturao das redes virias ede infra-estrutura, cuja expanso encontra diversos obstculos, pressupondo a necessidadede novas obras, desde simples ampliaes de redes at a implantao de novosequipamentos estruturais, por vezes de grande vulto.

    O OLPLDU GH H[SDQVmR, ou seja, o limite cuja transposio obriga a criao de novossubsistemas de infra-estrutura, ou reforma substancial do subsistema anterior, indica aconcentrao mxima em reas onde no se pretende efetuar grandes investimentos em

    equipamentos novos. Para clarear esta definio, consideremos uma situao hipottica emque uma rea urbana se expande num crescimento contnuo, construindo-se as habitaesseguidamente uma outra e prolongando-se, correspondentemente, as redes de infra-estrutura que passam a serv-las. Embora estes aumentos se processem de forma pontual(uma edificao por vez), por simplificao pode-se considerar os grficos que asrelacionam com o tempo como sendo lineares (Figura 03).

    Tal grfico pode representar no tempo tanto o nmero de unidades habitacionais como oscustos (dispndios) correspondentes. Assim, o nmero de unidades habitacionais e o custototal seriam considerados funes do tempo (Figura 04). Pode-se tambm correlacionar, em

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    grficos, o custo total com o nmero de unidades habitacionais (Figura 05), embora o custono seja, na realidade, funo do nmero de unidades habitacionais implantadas.

    Segundo Kozlowski (apud Ronca & Zmitrowicz, 1988), o custo unitrio de uma unidadehabitacional "n1" o valor da primeira derivada da curva de custos totais de implantaono ponto n1, ou seja, KQ. A Figura 06 ilustra o valor do custo unitrio para o exemplo dafigura anterior. No caso, trata-se de um valor constante ( c1).

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    O valor total despendido para a construo de uma nova unidade pode, em determinadomomento, superar o valor despendido na construo da unidade anterior. Alguns exemplosilustram esta afirmao.

    o custo unitrio pode variar, tornando-se mais elevado em virtude de serem as novashabitaes implantadas em terrenos menos propcios construo, conforme a Figura

    07.

    mantendo-se o custo unitrio, o custo total decorrente da implantao de uma novaunidade poder aumentar em funo da necessidade de novos equipamentos (novosreservatrios, adutoras, etc.), para permitir a manuteno de um padro mnimo deservios, Figura 08.

    Segundo Kozlowski (apud Ronca & Zmitrowicz, 1988), o conceito de OLPLDU GH XPWHUULWyULR A no perodo de tempo 0 a t a quantidade n1 de unidades habitacionais

    implantadas, tal que no haja possibilidade de implantar uma unidade seguinte, n1 + 1, porum custo igual ao custo unitrio anterior.

    importante observar que, na citada definio, no feita a comparao entre dois custosunitrios, e sim, entre o custo unitrio de n1 e o custo de implantao da unidade n1 + 1.

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    O custo de transposio de um limiar n1 a somatria St + gt, onde:

    St custo adicional no relacionado com o custo unitrio e necessrio implantao daunidade habitacional seguinte:

    6W K Q K Q=

    + lim ( ) lim ( )

    1 1

    gt parte adicional do novo custo unitrio (acrescido em relao ao custo unitrioanterior) necessrio implantao da unidade habitacional seguinte:

    JW K Q K Q= + ( ) ( )1

    A Figura 09 ilustra estas consideraes.

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    Embora tenha sido adotada, como uma das variveis, o nmero de unidades habitacionais,ela pode ser substituda pela populao total, pelo nmero de lotes ou nmero de prdios,dependendo do que seja mais conveniente em cada caso especfico. Estabelecendo-se osdevidos padres de correspondncia, pode-se facilmente transformar os grficos para asunidades adequadas.

    O &XVWR0pGLR facilita a compreenso da eficincia dos servios urbanos. O custo mdiopor unidade habitacional, para um perodo de tempo t1 a t2, a soma total dos custos nesseperodo correspondente implantao do nmero (n2-n1) de unidades habitacionais,dividida pela quantidade de unidades implantadas. Assim:

    &XVWR PpGLRK Q K Q

    Q Q =

    ( ) ( )2 1

    2 1

    onde:

    n1 = f(t1) e n2 = f(t2)

    O custo mdio de implantao das primeiras "n" unidades :

    K Q K

    Q

    K Q

    Q

    ( ) ( ) ( )

    =0

    0

    pois h(0) = 0

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    A expresso h(n)/n, que numericamente corresponde tangente do ngulo , conformeFigura 10, chamada de IXQomRGRFXVWR PpGLRGH GHVHQYROYLPHQWR, e a sua curva (Figura11) demonstra a maior ou menor eficincia da utilizao dos recursos.

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    Assim, numa seqncia hipottica de obras de captao de gua potvel para abastecer apopulao crescente de uma cidade, ilustrada na Figura 12, torna-se clara a importncia deverificao da convenincia das solues alternativas "Q" e "T" para populaes superioresa P, de modo a distribuir, de forma mais adequada, os investimentos no tempo. A Figura 12ilustra estes exemplos.

    Normalmente, quando, para enfrentar os dispndios necessrios, se dispe de fluxoscontnuos e constantes de dinheiro, consumidos totalmente pelo custo das unidadeshabitacionais, a implantao destas teria de sofrer, em determinada poca, uma soluo decontinuidade no tempo, para permitir o direcionamento de verbas para os equipamentoimprescindveis implantao das habitaes seguintes. A Figura 13 ilustra estaconsiderao.

    Entretanto, dispondo o poder pblico, ou a empresa, de capital suficiente, os equipamentos

    correspondentes ao custo que denominaramos IL[R, poderiam ser executados antes de sechegar ao limiar imposto pela utilizao mxima dos equipamentos existentesanteriormente, evitando, assim, a descontinuidade na implantao das habitaes, conformeilustra a Figura 14.

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    Portanto, as curvas apresentadas anteriormente (nas Figuras 13 e 14) podem ser

    decompostas em duas outras, adicionveis uma outra, permitindo anlise conjugada doscustos YDULiYHLV (ou seja, que variam com o nmero de habitaes) e dos custos IL[RV(que correspondem implantao de equipamentos suficientes para servir a umdeterminado nmero de habitaes), como ilustra a Figura 15.

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    Os limiares a que esto sujeitas as curvas de custo YDULiYHOdependem do padro mnimoestabelecido previamente para os servios. A rapidez de execuo das obras, ou seja, ainclinao das curvas em relao ao tempo, limitada, de um lado, pelos recursosfinanceiros disponveis e, de outro, pela capacidade tcnica (limiar tecnolgico).

    Os limiares a que esto sujeitas as curvas de custo IL[R dependem dos horizontes deplanejamento e das economias de escala permitidas pela tecnologia.

    Foram, aqui, analisados apenas os custos de investimentos, ou melhor, de implantao dascasas e equipamentos. Outras curvas podem ser traadas referentes manuteno e mesmo operao dos equipamentos e servios, representando custos que devem ser semprelevados em considerao, por serem em geral decorrentes do tipo de investimentoexecutado.

    As barreiras fsicas, legais e administrativas podem ser localizadas cartograficamente,

    constituindo base para uma diviso territorial em unidades com caractersticasrelativamente homogneas que permitem o estabelecimento de hipteses de aproveitamentode glebas, cuja implantao, em termos de custo correlacionado com o nmero dehabitaes e com o tempo, seria representada por grficos similares aos descritos.

    Em caso de empreendimentos pblicos, como, por exemplo, conjuntos habitacionais decunho social, til, em primeira instncia, classificar os terrenos em trs categorias:

    a) terrenos preparados, ou seja, aqueles que no necessitam de grandes investimentos emequipamentos ou infra-estrutura;

    b)terrenos utilizveis, que podero ser usados desde que se disponha de verbas para a

    execuo dos equipamentos e infra-estrutura necessrias; ec) terrenos inacessveis, ou acessveis mediante grandes dispndios e custos proibitivos.

    A SULPHLUD categoria permite uma avaliao das possibilidades de implantao imediatados programas.

    A WHUFHLUD corresponde a reas que de forma alguma deveriam ser utilizadas dentro dohorizonte de planejamento estabelecido.

    A VHJXQGD categoria a que ir requerer um planejamento mais minucioso e eventualmente

    uma subdiviso para avaliao de solues alternativas, como ilustra a Figura 16. Ascomparaes podem ser facilitadas pelas curvas de custo mdio de desenvolvimento e pelosgrficos de possibilidades de implantao no tempo.

    O esgotamento dos recursos naturais (saturao), constitui um liminar de difciltransposio. A ampliao de praias para fins tursticos, o transporte de gua potvel

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    de bacias distantes, s se justificam em casos excepcionais e requerem maciosinvestimentos pblicos.

    As dificuldades ou barreiras, cuja transposio pode ser traduzida em custo monetrio,podero ser somadas ao longo dos eixos correspondentes. Escolhidos os fatores relevantespara efeito da deciso locacional, os custos somados graficamente sero comparados parametas similares em diversas regies.

    Traando as FXUYDVGHFXVWRVGHGHVHQYROYLPHQWR, ou seja, aquelas que inter- relacionamo nmero de unidades habitacionais com o custo, para diversos "vetores" alternativos dedesenvolvimento do territrio, temos a possibilidade de compar-las com facilidade,escolhendo o mais adequado (ou os mais adequados) dentro de um determinado horizontede planejamento, como ilustra a Figura 17.

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    35

    %,%/,2*5$),$

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    Polticas Urbanas e Regionais. In: SEMINRIO INTERNACIONAL

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    TEXTOS TCNICOS PUBLICADOS

    TT/PCC/01 - Subsdios para a Avaliao do Custo de Mo-de-obra na Construo Civil UBIRACI ESPINELLI LEMES DE SOUZA, SLVIO BURRATINO MELHADO

    TT/PCC/02 - A Qualidade na Construo Civil e o Projeto de Edifcios - SLVIO

    BURRATINO MELHADO, MARCO ANTONIO F. VIOLANTITT/PCC/03 Parmetros Utilizados nos Projetos de Alvenaria Estrutural LUIZ SRGIOFRANCO

    TT/PCC/04 Produo de Estruturas de Concreto Armado de Edifcios MRCIA M. S.BOTTURA DE BARROS, SLVIO BURRATINO MELHADO

    TT/PCC/05- Tecnologia de Produo de Revestimentos de Piso - MRCIA M. S.BOTTURA DE BARROS, ELEANA PATTA FLAIN, FERNANDO HENRIQUESABATTINI

    TT/PCC/06 Anlise de Investimentos: Princpios e Tcnicas para Empreendimentos doSetor da Construo Civil JOO DA ROCHA LIMA JNIOR

    TT/PCC/07 Qualidade dos Sistemas Hidrulicos Prediais - MARINA SANGOI DEOLIVEIRA ILHA

    TT/PCC/08 Sistemas Prediais de gua Fria - MARINA SANGOI DE OLIVEIRA ILHA,ORESTES MARRACCINI GONALVES

    TT/PCC/09 Sistemas Prediais de gua Quente - - MARINA SANGOI DE OLIVEIRAILHA, ORESTES MARRACCINI GONALVES, YUKIO KAVASSAKI

    TT/PCC/10 Servios Pblicos Urbanos ALEX KENYA ABIKO

    TT/PCC/11 Fundamentos do Planejamento Financeiro para o Setor da Construo Civil -JOO DA ROCHA LIMA JNIOR

    TT/PCC/12 Introduo Gesto Habitacional - ALEX KENYA ABIKO

    TT/PCC/13 Tecnologia de Produo de Contrapisos Internos para Edifcios - MRCIAM. S. BOTTURA DE BARROS, FERNANDO HENRIQUE SABATTINI

    TT/PCC/14 Edifcios Habitacionais em Estruturas Metlicas no Brasil - ALEXKENYA ABIKO, ROSA MARIA MESSAROS

    TT/PCC/15 Qualidade na Construo Civil: Fundamentos LUCIANA LEONELMACIEL, SLVIO BURRATINO MELHADO

    TT/PCC/16 Urbanismo: Histria e Desenvolvimento - ALEX KENYA ABIKO, MARCOANTONIO PLCIDO DE ALMEIDA, MRIO ANTNIO FERREIRA BARREIROS

    TT/PCC/17 Infra-Estrutura Urbana WITOLD ZMITROWICZ, GENEROSO DEANGELIS NETO