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INFOUSP Edição nº 33 Outubro a Dezembro 2016 Ligas acadêmicas Editorial Mensagem do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge Uma abordagem prática para o ensino da Ciência Estudantes de escolas municipais participam do projeto Experimentando Ciência Uma publicação da Faculdade de Odontologia da USP Aprendendo na prática as diversas especialidades da prática clínica PÁG. 10 Doação de dentes Iniciativa do Banco de Dentes para melhoria do ensino e pesquisa XVI JOCAPE Evento bate número recorde de participantes PÁG. 4 Nossa história contada por quem faz parte dela PÁG. 3 A formação ética dos profissionais da saúde PÁG. 5 Bioética na prática PÁG. 8 Em constante busca da excelência Memórias FOUSP

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INFOUSPEdição nº 33Outubro a

Dezembro 2016

Ligas acadêmicas EditorialMensagem do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge

Uma abordagem prática para o ensino da Ciência

Estudantes de escolas municipais participam do projeto Experimentando Ciência

Uma publicação da Faculdade de Odontologia da USP

Aprendendo na prática as diversas especialidades da prática clínica

PÁG. 10

Doação de dentesIniciativa do Banco de Dentes para melhoria do ensino e pesquisa

XVI JOCAPE

Evento bate número recorde de participantesPÁG. 4

Nossa história contada por quem faz parte delaPÁG. 3

A formação ética dos profissionais da saúdePÁG. 5

Bioética na prática

PÁG. 8

Em constante busca da excelência

Memórias FOUSP

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Qualquer elogio e reconhecimento eventual que a Faculdade de Odontologia possa vir a receber, ou ter recebido, cabe a cada um dos professores, servidores e alunos a razão de tal láurea.

Na qualidade de gestor, Diretor de plantão, por dever de ofício, tenho o dever de dizer-lhes que é motivo de muito orgulho que no terceiro ano conse-cutivo a Faculdade de Odontologia foi reconhecida pela Quacquarelli Symonds como 9º melhor curso de graduação do mundo, a melhor colocação dentre as unidades da USP, após ter sido reconhecida em 2014 em 13º e em 2015 em 9º lugar.

É um reconhecimento que devemos compartilhar com todo corpo docente, funcionários e alunos de nossa centenária Casa de Montenegro.

Uma escola de destaque como a Faculdade de Odon-tologia – “em constante busca da excelência” – não se faz, exclusivamente, pelos seus laboratórios, salas de aulas, clínicas e suas estruturas; se faz sim com tudo isso e mais o envolvimento dos professores nos ideais e na busca constante da excelência. Bom aluno com a tutela de um bom professor faz uma boa escola, assim como também pode um mau aluno sem um bom pro-fessor desfazer o círculo virtuoso da boa escola.

Nossas palavras ao final de 2016 são novamente vol-tadas, indistintamente, em agradecimento a todo o corpo docente, todos os funcionários e nossos alunos dos cursos diurno e noturno que nos estimularam na manutenção de destaque que a Casa de Montenegro manteve neste terceiro ano consecutivo.

Parabéns a todos e o reconhecimento de vossa dedicação.

Historicamente o Brasil viveu no ano de 2016 um ciclo de intensa dinâmica político-institucional que ficará lembrado como um marco de grandes mudanças para as novas gerações.

O Brasil sofre, neste momento ainda não depu-rado pelos analistas das várias matizes filosóficas,

ideológicas, sociológicas, políticas e econômicas, uma mudança que poderá produzir a médio e lon-go prazo o salto de qualidade que poderá definir nosso tão decantado destino.

Quem faz a história, quem contribui singularmente, mesmo que só no seu pequeno espectro de ação, mui-tas vezes não percebe a importância de seu papel e o exemplo que emana. Só ao fim da jornada compreen-de a dimensão das suas ações nos momentos vividos que colaboraram para significativas mudanças.

Vivemos momentos de movimentos sociais em que não podemos descuidar dos deveres de educadores que nos cabe. É nossa responsabilidade alertar, orien-tar, apontar caminhos mais seguros aos jovens e à so-ciedade da qual participamos, na qual temos deveres e obrigações.

A Academia pode e deve contribuir para soluções com propostas para este momento difícil. Academia passa pelo Brasil. O Brasil passa pela Academia.

É missão, dever de ofício do educador, detectar há-bitos, vícios que o “sistema” procura perpetuar por le-niência ou conivência, ou mesmo indolência, procurar instituir um ciclo virtuoso pelo próprio exemplo que tanto a sociedade reclama.

A USP, como melhor Universidade Brasileira Ibero-a-mericana, não pode e não tem o direito de se furtar a propostas de soluções na atual conjuntura. Temos este dever e direito, no mínimo, de dar nossos exemplos com convicção, sem abrir mão das nossas condições acadêmicas de excelência.

O tempo é o tecido de nossas vidasAntônio Cândido

2Editorial

“Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge

Diretor

““A felicidade está onde estamos e não onde nós imaginamos,

se não conquistada.Devemos cultivar a liberdade

com responsabilidade.

Ser honesto não é qualidade, nem virtude, é e deve ser um pressuposto de conduta ética de qualquer

cidadão, quanto mais de um gestor público. O bem público não nos pertence individualmente,

mas pertence a cada um de nós.

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Memórias FOUSPNOTÍCIAS

“Parece fácil falar de tantos anos de FOUSP, mas, na realidade, é muito difí-cil; afinal, esta Casa acaba sendo mais nossa do que nossa própria residência.

Entrei em 1970 e não saí mais. São 46 anos e uma vida que tenho dedicada a esta instituição e à Odontologia. Tive aqui o privilégio de galgar todos os degraus da vida acadêmica (de auxiliar de ensino, na minha época, à docência), bem como no que tange a gestão, pois tive a oportunidade de exercer diversas funções administrativas: representante discente de depar-

tamento, representante discente na Congregação, presidência do Centro Acadêmico e, em outra época, do Diretório Acadêmico, cargos que assumi

principalmente para manter vivos minhas ideias e meus ideais.Hoje, a ciência é extremamente dinâmica e a comunicação é muito mais rápida e abrangente, então a Faculdade precisa acompanhar – como já o tem feito – essa evolução. Para os próximos anos, desejo que continuemos perseguindo nossa missão, que é a busca da excelência! ”

“O Prof. Dr. Benedito Montenegro foi o primeiro diretor da FO em 1934 e 1935, tendo exercido um papel importantíssimo na criação da USP emprestando seu

nome para uma das oito unidades que deram início a tudo isso.Desde então, tivemos 22 gestores e acredito que cada um contribuiu a sua maneira para o crescimento e evolução da Faculdade para o que ela é hoje. Durante meu mandato como diretor, de 2009 até 2013, fizemos uma série de mudanças estruturais com o objetivo de avançar cada vez mais. A Casa tem

que estar bem para dar condição aos professores e alunos de continuarem fazendo um belo trabalho.”

“Comecei a trabalhar na FOUSP em 1978 e a mudança da Rua Três Rios para cá se deu apenas em 1981. Eu fazia parte da comissão de obras juntos com os Profs.

Drs. Vicente Paulo Galletta e Antonio Muench. Naquela época, só tinham as estruturas do prédio, as armações de concreto com as lajes e não existiam paredes. Conheci tudo antes de estar pronto. Gosto muito do meu trabalho e das pessoas; me identifiquei aqui e faço com afinco. Nunca pensei em sair,

só quando a idade não me permitir mais! Me sinto parte de tudo isso. Acom-panhei a carreira dos docentes, desde quando eram alunos de graduação e veja

onde estão hoje, como evoluíram ao longo do tempo! ”

“Sinto muito orgulho de trabalhar aqui. Entrei no dia 29 de outubro de 1975, com apenas 20 anos de idade, e trabalhei como vigia por 10 anos na sede da Rua Três

Rios. Depois da construção ficar pronta, em 1983, fui designado para trabalhar na Cidade Universitária, onde ficavam os barracões da Faculdade e, assim, fui promovido para encarregado de setor. Até 1994, quando comecei a traba-lhar nos projetos audiovisuais da Faculdade, fiz todas as placas de indicações

manualmente. Há 16 anos exerço a função de desenhista, graças a um curso de desenho arquitetônico que fiz. Já fiz de tudo um pouco, ensinei e aprendi

demais. Completei 41 anos de Casa e daqui não saio antes de me aposentar.”Aldo Francisco Gomes - Funcionário do Departamento de Dentística desde 29/10/1975

Catia Tiezzi dos Santos - Serviço de Pós-Graduaçao. Funcionária da FOUSP desde 23/02/1978

Prof. Dr. Reinaldo Brito e DiasTitular do ODCDocente da FOUSP desde07/04/1978

Prof. Dr. Rodney Garcia Rocha - Titular do ODE. Docente da FOUSP desde 20/11/1975

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NOTÍCIAS 4

JOCAPE chega a sua 16ª edição e aborda síndromes da cabeça e pescoço

A XVI JOCAPE acon-teceu no dia 25 de no-vembro, lotando o An-fiteatro Myaki Issao de pós-graduandos, professores, pesqui-sadores e cirurgiões-dentistas de todos os cantos do Brasil. O fee-dback não poderia ter sido melhor, segundo a presidente da comis-são organizadora Profa.

Dra. Karem Lopez Orte-ga, que afirmou ter sido

a edição com maior número de participações. Ao todo, foram selecionados 64 trabalhos a serem apresentados e posteriormente avaliados pela comissão julgadora, que premiou os seis melho-res painéis (três pesquisas e três casos clínicos) e escolheu os 30 melhores resumos para serem publicados na Scientific Investigation in Dentistry.

A atração principal da programação aconteceu no início da Jornada, com o curso internacional do Prof. Dr. Raoul Hennekam, que abordou o re-conhecimento das síndromes de cabeça e pescoço a partir das características físicas e comportamen-tais dos pacientes, além de debater a importância do estudo das síndromes genéticas como forma de gerar conhecimento útil para outros tipos de doenças. Hennekam é um dos pesquisadores do Academisch Medisch Centrum em Amsterdã, Holan-da, cujo foco de pesquisa é dirigido para a história clínica de doenças genéticas conhecidas, tais como autismo, retardo mental, distúrbios de tecido con-juntivo, dismorfologia molecular, entre outros.

Na segunda parte do evento houve uma discus-são interativa de casos clínicos, onde a plateia po-deria votar e decidir qual a melhor decisão clínica a ser tomada em cada caso.

A Profa. Dra. Marina Helena Cury Gallottini, coordenadora do CAPE FOUSP, abriu a sessão com a palestra “Atendimento odontológico am-bulatorial do paciente sindrômico” e apresentou alguns dos casos atendidos por sua equipe.

A seguir, a Dra. Adriana Zink – representando a divisão de Odontologia para Pacientes com Neces-sidades Especiais do CROSP– tratou da abordagem pedagógica para trazer indivíduos com TEA- Trans-torno do Espectro Autista para a cadeira do dentis-ta. Por se tratar de pessoas com alterações visuais e auditivas e com dificuldades de comunicação, é importante que o profissional adapte materiais estruturados para diminuir o desconforto senso-rial provocado nesse grupo. A atenção dos profis-sionais da saúde aos idosos, foi tema da palestra ministrada pelo Prof. Dr. Almir Oliva da Associação Brasileira de Odontologia para Pacientes Especiais (ABOPE), que tratou do atendimento domiciliar para a terceira idade.

A estimativa de vida da população mundial subiu, elevando para 25 mil as pessoas que atingem 100 anos de idade. Esse dado nos diz muito a respeito da atenção dos profissionais da saúde dos idosos, de modo que o Prof. Dr. Almir Oliva da Associação Brasileira de Odontologia para Pacientes Especiais direcionou sua apresentação para o atendimento domiciliar de pacientes geriátricos. A sessão dis-cutiu também o atendimento hospitalar do pa-ciente com distúrbio neuropsicomotor através de caso apresentado pela Profa. Dra. Nathalie Pepe Medeiros de Rezende (Hospital Est. Mário Covas) e o atendimento odontológico sob anestesia ge-ral para o mesmo grupo com a Profa. Dra. Sofia Uemura (UNIARARAS). Por último, o Prof. Marcio Ortegosa (HCFMUSP) falou do tratamento orto-dôntico em paciente sindrômico. Após a premia-ção dos painéis selecionados, houve um evento de encerramento da Jornada com o Prof. Dr. Flá-vio Galvão (HCFMUSP) sobre o risco de infecções associadas ao esquema de imunossupressão no transplante de fígado.

Profa. Dra. Marina Helena Cury Gallottini e o Prof. Dr. Raoul Hennekam.Fotos: Regina Santana e Amarildo de Almeida

Profa. Dra. Karem Ortega na distribuição dos prêmios

O legado dos seres humanos são suas pegadas e digitaisque se mostram através do trabalho e exemplo na sua existência.

Nós somos feitos de lembranças, nossa eterna companheira.O que nos resta ao final são nossos

sonhos, realizados ou não.

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Estágio vivencial proporciona formação prática em Bioética

NOTÍCIAS5

Bioética é um tema de fundamental impor-tância na área da saúde, justamente por de-bater conflitos concernentes à vida humana e animal do ponto de vista médico e científi-co. Não à toa, esse estudo multidisciplinar é introduzido na vida acadêmica desde os pri-meiros passos da graduação e segue o pro-fissional em todo seu dia a dia.

Incumbido da tarefa de ensinar aos ingres-santes o que é a Bioética, o Prof. Dr. Dalton de Paula Ramos adotou uma abordagem diferente: depois de assistirem às aulas teó-ricas durante o primeiro semestre, os estudantes têm a possibilidade de participar de um estágio vi-vencial nas clínicas da Faculdade, cujo maior desafio é colocar em prática as relações de valorização hu-mana por meio do contato direto com os pacientes.

A partir daí, surgiu o projeto de registrar em ví-deo o primeiro contato dos alunos com diferentes casos e patologias durante visitas semanais moni-toradas aos ambulatórios da FOUSP, às clínicas de Prótese Bucomaxilofacial e ao CAPE, além de insti-tuições filantrópicas como o Hospital São Francisco de Assis (Jacareí –SP) e Centro de Juventude São José – Associação Menino Deus (Bom Retiro , SP).

Durante todo o semestre, a estagiária Regina Santana, da Assessoria de Comunicação da FOUSP, acompanhou o professor Dalton e sua turma du-rante as atividades e produziu a websérie a ser lan-çada no final deste ano. Mais do que mostrar suas histórias, o projeto buscou captar a capacidade de empatia e sinergia dos futuros profissionais da saú-de desenvolvida ao longo da experiência.

Eles se relacionaram com pacientes em diver-sas situações: oncológicos, portadores de sín-dromes ou doenças infectocontagiosas, além de familiares ou acompanhantes, de forma a se inserir e se familiarizar com esses ambien-tes e aprender a interagir com os profissionais da equipe e usuários. Receberam também orientações de como lidar com as dificuldades que naturalmente se apresentam nas visitas, fomentando-se um olhar atento, positivo, éti-co e humanizado.

Na primeira foto, a turma acompanha atendimento no CAPE. Prof. Dr. Dalton de Paula Ramos se apresenta às alunas e dá

sequência as atividades na clínica de Prótese Bucomaxilofacial.Fotos: Regina Santana

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NOTÍCIAS 6

O Centro de Atendimento a Pacientes Especiais é referência no diagnóstico e tratamento de sín-dromes raras e pouco conhecidas. Uma delas é a Displasia Cleidocraniana (DCC), doença causada por uma herança autossômica dominante com in-cidência rara (1 indíviduo em 1 milhão), causada por uma mutação do gene Runx2 no cromossomo 6. Pode ser diagnosticada através de análise genética e radiográfica.

Esses pacientes apresentam uma displasia ós-sea generalizada, com baixa estatura, hipoplasia ou ausência das clavículas, atraso no fechamento das suturas cranianas e bossa frontal proeminen-te. Além das desordens estruturais, é caracterís-tica destes pacientes, a presença de problemas dentários, como a retenção prolongada dos den-tes decíduos, atraso na erupção e/ou impactação da dentição permanente e frequentemente a pre-sença de dentes supranumerários.

Muitos pacientes passam anos sem diagnós-tico, pois, apesar das desordens estruturais, vi-vem normalmente, sem qualquer indício de in-capacidade motora ou intelectual. As alterações dentárias são a principal queixa dos pacientes, o que torna muitas vezes, o cirurgião-dentista o primeiro profissional de saúde a ser procurado.

Foi assim que o paciente João Silva (nome fic-tício), 23 anos, chegou ao CAPE há sete anos, en-caminhado pelo serviço de saúde pública. Sob os cuidados da Profa. Dra. Nathalie Pepe Medeiros de Rezende e sua equipe, o caso foi levado para reunião anatomo-clínica na Patologia em que os

profissionais debateram as melhores estratégias de tratamento e suas implicações para o paciente.

“Eu nasci prematuro e conforme comecei a cres-cer minha mãe percebeu que eu era diferente das outras crianças. Eu fazia tratamento no Hospital das Clínicas, tinha vários diagnósticos, mas nin-guém sabia o que era realmente. Quando passei no endocrinologista, aos 14 anos mais ou menos, o médico logo identificou o que era e me encami-nhou para um geneticista. Ninguém da minha famí-lia tem, mas se um dia eu tiver filhos eles têm 75% de chance de ter a doença também”, diz João.

Atualmente, ele realiza o tratamento ortodôn-tico no CAPE, que traciona ortodônticamente um por um dos seus dentes permanentes não erupcio-nados. Antes disso, foram necessárias várias exo-dontias dos dentes supranumerários.

João conta que esse tratamento, apesar de de-morado, o ajudou a recuperar a autoestima e que se sente mais adulto com o aparelho fixo, que disfarça o tamanho de seus dentes de leite. “Era muito ruim de explicar a história toda na época de escola. Isso me incomodava muito. Agora, estetica-mente melhorou muito. Sou outra pessoa!”

CAPE presta atendimento a paciente com síndrome genética rara

Os dentes decíduos do paciente no início do tratamento.Foto: Nathalie Rezende

A Profa. Dra. Nathalie Rezende durante atendimento no CAPE.

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NOTÍCIAS7

O ano em que a rede básica de ensino se uniu à Faculdade de Odontologia

Em meados de 2015, um grupo de professores do Departamento de Ortodontia e Odontopedia-tria se reuniu para começar a pensar medidas que aproximassem os alunos da rede pública de Ensino Médio e Fundamental do universo da graduação e pós-graduação como extensão do serviço prestado pela Universidade de São Paulo. Desse encontro foram desenvolvidos dois projetos promissores, le-vados à prática em 2016: Experimentando Ciência e Pré-Iniciação Científica.

O primeiro trouxe alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental de escolas municipais para aprender conceitos de Ciência durante as visitas aos labora-tórios da Faculdade e a partir das experimentações desenvolvam autonomia para tirar conclusões, criar hipóteses e, principalmente, dialogar e trocar experiências entre si. Já o segundo, visa despertar a vocação científica e incentivar talentos potenciais nas escolas de Ensino Médio Técnico por meio da participação em atividades de investigação cientí-fica ou tecnológica, orientadas por pesquisadores em laboratórios e grupos de pesquisa da USP.

Ambas as iniciativas tiveram como preceptor o Prof. Dr. Marcelo Bönecker, que organizou em conjunto com seus colegas de departamento e de outras disciplinas os primeiros passos desses projetos. Segundo ele, a principal motivação dos grupos de trabalho era de aproximar esses jovens de um universo até então distante, o da pesquisa acadêmica, além de aproveitar as ótimas estrutu-ras da Faculdade de Odontologia para proporcio-nar experiências que em suas escolas de origem os estudantes não teriam acesso.

Em análise geral, é possível dizer que os projetos foram incluídos com sucesso e foram recebidos com muito entusiasmo tanto pelos participan-tes quanto dos professores da Casa. No entanto, como qualquer nova medida, é necessário que se façam alguns ajustes pontuais para que conti-nuem acontecendo pelos próximos anos.

No caso do Experimentando Ciência, represen-tantes das cinco escolas participantes se reuniram no dia 27 de outubro com os Profs. Drs. Marcelo Bönecker, Ana Estela Haddad, Fábio Daumas, Pau-lo Braz e Rodolfo Melani, com participação do Di-

retor Regional de Educação (Butantã) André Luiz Bafume, para compartilhar ideias e impressões a respeito da experiência. Os professores convida-dos apresentaram os relatórios e fotografias feitas durante as visitações, trazendo questionamentos e críticas construtivas.

Já a Pré-Iniciação Científica, medida da Pró-Rei-toria de Pesquisa, teve discutidas questões rela-cionadas à FOUSP em reunião com os bolsistas se-lecionados para 2017 e os respectivos professores orientadores no dia 24 de novembro. Os novos integrantes do projeto conheceram as dependên-cias da Faculdade e estão prontos para dar início às produções científicas. A iniciativa do Progra-ma de Pós-Graduação em Ciências Odontológi-cas tem como preceptores os Profs. Drs. Marcelo Bönecker, Fernanda Campos de Almeida Carrer e Dorival Pedroso da Silva, contando com o apoio do presidente da Comissão de Pesquisa, Prof. Dr. Paulo Francisco César.

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Na primeira foto, aluna da EMEF Teófilo Benedito Ottoni realiza atividades do

Experimentando Ciência.Na segunda foto, orientadores e alunos de pré-iniciação científica

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NOTÍCIAS 8

A ideia é direcionar os alunos para as especiali-dades que mais se identificam e complementar os ensinamentos do curso de graduação. Cada grupo promove aulas teóricas, hands on e/ou atividades clínicas, geralmente durante o CUBO, no intuito de apresentar aos interessados os conteúdos cobrados nas provas de seleção.

O perfil do aluno que deseja participar deve ser de alguém bastante comprometido e disciplinado, uma vez que os compromissos e responsabilidades aumentam conforme a demanda de atendimentos. Importante também que o aluno esteja sempre estu-dando, buscando manter-se atualizado. É imprescin-dível trabalhar em equipe, porque todos os procedi-mentos são feitos em dupla já que a organização e atividades de gestão são feitas em conjunto.

No caso das clínicas práticas, somente alunos do 4º e 5º ano podem realizar os atendimentos, antes disso atuam como auxiliares, organizando as fichas de anamnese, mantendo contato e agendamento com pacientes.

Liga de Cirurgia Oral e MaxilofacialOs estudantes participam de atividades clínicas e

teóricas voltadas à prática cirúrgica. Dentre os proce-dimentos realizados, os mais recorrentes são extra-ções de terceiros molares, regularização de reborda para colocação de próteses, atendimento de pacien-tes com toros mandibulares, extração de dentes su-pranumerários, entre outros. As atividades clínicas ocorrem às quintas-feiras, das 18h30 às 21h30, sob supervisão dos Drs. Sérgio Sobral e Fábio Duarte e coordenação do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge.

Liga de Dor OrofacialAtua junto com a Clínica de Pós-Graduação em Dor

Orofacial, sob coordenação da Profa. Dra. Andreia Witzel. Os estudantes dão continuidade ao trata-mento conservador indicado para os casos de Dis-função Temporomandibular e produzem protetores bucais que absorvem a força aplicada na articula-ção. Os atendimentos ocorrem às terças-feiras das 18h30 às 22h.

Liga Acadêmica em EndodontiaDestinada aos alunos que já cursaram a discipli-

na de Endodontia Clínica, a LAE aborda conteúdos atuais para capacitar seus integrantes a atender ca-sos mais complexos, como retratamentos, canais curvos etc. Os alunos mais novos acompanham

os veteranos, auxiliando e tirando eventuais dú-vidas. As atividades clínicas acontecem às segun-das-feiras às 18h30 e terças-feiras na parte da tar-de, atendendo pacientes que precisam realizar o tratamento de canal.

Liga Interdisciplinar de Estética em OdontologiaBusca atender às demandas de tratamentos que

proporcionem um aspecto visual mais agradável e satisfatório. Coordenados pelo Prof. Dr. Antônio Alberto de Cara, os estudantes aprendem a fazer restaurações diretas e indiretas com resina, fazem clareamento e corrigem problemas de oclusão. Pro-movem workshops e palestras com diferentes profis-sionais sobre as novas tecnologias e técnicas na área.

Liga de ImplanteOferece as aulas teóricas sobre os conceitos bio-

mecânicos e as técnicas de implantodontia. Atuam no estágio clínico do Núcleo de Ensino e Extensão Integrada para colocação dos implantes, sob coor-denação do Prof. Dr. Marcelo Romano.

Liga Interdisciplinar de Neoplasias BucaisSob coordenação das Profas. Dra. Carina Doma-

neschi e Camila de Barros Gallo, essa liga atua no atendimento de pacientes diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço. A LINB capacita os alunos a diagnosticar, precocemente, lesões ma-lignas em boca, lábio e face; promover discussões e apresentações de casos clínicos e trabalhos cien-tíficos; planejar e efetuar procedimentos pré e pós-tratamento oncológico e proporcionar a reabi-litação protética de pacientes submetidos a proce-dimentos cirúrgicos em região de cabeça e pesco-ço, assim como a de pacientes submetidos a radio e quimioterapia. A clínica funciona às quintas-feiras a partir das 18h30.

Liga de RadiologiaSurge com a proposta de promover discussões

teóricas e ensinar as técnicas de interpretação dos exames de imagem, familiarização com tomógra-fos, aparelhos de ressonância magnética e aborda-gem digital dos exames clínicos. A Profa. Dra. Mar-lene Fenyo Soeiro de Matos Pereira coordena a liga e ajuda promover palestras temáticas; já o Prof. Dr. Israel Chilvarquer proporciona o contato prático com área através do Instituto de Documentação Ortodôntica e Radiodiagnóstico.

Ligas promovem conhecimento prático para estudantes de Odontologia

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Em setembro deste ano, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) autorizou a aplicação da toxina botulínica por cirurgiões-dentistas para fins tera-pêuticos funcionais e/ou estéticos, desde que não extrapole sua área anatômica de atuação, confor-me publicado na Resolução CFO-176/2016.

O tema tem gerado algumas controvérsias em re-lação à capacitação profissional e às competências técnicas do cirurgião-dentista responsável pelas aplicações. Para entender um pouco desse debate, o INFOUSP trouxe uma compilação de informações sobre o medicamento e seus principais usos nas áreas médicas:

A toxina botulínica é produzida pela bactéria Clostridium botulinum, derivando sete formas distintas de neurotoxina do tipo A a G. O mais usado, por razões estéticas e terapêuticas, é o tipo A (BTX-A), conhecido pelo nome comercial “Botox” (Allergan, Inc, USA). O medicamento começou a ser estudado em 1973 pelo oftalmo-logista americano Alan B. Scott, que publicou em 1981 um estudo confirmando a toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz para o trata-mento não cirúrgico do estrabismo. Só nos anos 2000, no entanto, é que a utilização dessa toxi-na purificada em procedimentos cosméticos foi aprovada pela ANVISA no Brasil.

Na Odontologia, pode ser utilizada em todos os músculos da face para auxiliar no tratamento da dor orofacial, cefaleia tensional, correção do sorriso gengival, assimetrias faciais, espasmos (ti-ques nervosos), apertamento, bruxismo, despro-gramação neuromuscular em pacientes que rece-bem protocolos de implantes com carga imediata, entre outras indicações. O preenchimento facial com Ácido Hialurônico é o mais utilizado para ate-nuar ou eliminar sulcos faciais, especialmente nas

regiões labial e perioral, servindo de alternativa para o tratamento do black space.

O medicamento é tão eficaz porque atua entre os nervos e os músculos da face como um neuropa-ralisador, ou seja, bloqueia a transmissão nervosa para os músculos, inibindo a liberação de acetilco-lina – substância química que provoca contrações musculares sem influir na motilidade muscular. Isto faz com que as rugas de expressão (os pés de gali-nha, testa e região da glabela) não enruguem, dei-xando a pele lisa no local onde foi feito botox. Pelo mesmo mecanismo a Toxina Botulínica também faz com que o músculo das glândulas sudoríparas não se contraiam e parem de produzir suor, assim como outras glândulas secretoras.

No entanto, não se engane. Apesar das múlti-plas formas de utilização, as neurotoxinas deri-vadas da bactéria Clostridium botulinum são con-sideradas as toxinas mais potentes conhecidas. Elas são responsáveis pelo botulismo, um tipo de envenenamento raro mas fatal, causado pela in-gestão de alimentos mal conservados, contami-nação em feridas ou acidentes médicos por altas dosagens do medicamento.

Por esse motivo, o Conselho Regional de Odon-tologia de São Paulo (CROSP) elaborou em julho de 2015 uma nota técnica sobre “Toxina Botulínica - Ácido Hialurônico e demais biomateriais preen-chedores”, tratando da normatização de seu uso na prática odontológica.

De acordo com o presidente do CROSP, Claudio Yukio Miyake, em entrevista para o APDC Jornal, a utilização da toxina botulínica na Odontologia tem sido amplamente divulgada, passando a ser uma prática cada vez mais comum nos consultórios. “Da mesma maneira, pela lógica, a quantidade de soluções e problemas também estão proporcional-mente crescendo. Percebe-se claramente um au-mento na oferta de cursos para a Odontologia. O fato é que, tanto o aumento do número de denún-cias de casos de má utilização do material, assim como de cursos sem condições adequadas já são uma realidade aqui no Conselho. Assim, entende-mos ser indispensável que uma normatização de-talhada seja implantada o mais breve possível, para que seja observado um protocolo mínimo de con-ceitos e procedimentos e, desta forma, promover a proteção e evitar possíveis problemas futuros para os colegas”.

NOTÍCIAS9

Aplicação da toxina botulínica

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materiais empregados na restauração dentária.No entanto, mais do que armazenar, o Banco

de Dentes visa também mostrar a importância da doação, da mesma forma que já são vistas as doações de outros órgãos. Daí surgiu a ideia do Museu Itinerante de Dentes Humanos (e, agora, também virtual), uma mostra cultural e científi-ca do conhecimento produzido dentro da Uni-versidade a partir do material considerado sem uso para a maioria das pessoas.

Dentes de leite ou permanentes, sadios ou ca-riados (inclusive aqueles que estão guardados no fundo da gaveta) podem ser doados para a FOUSP, já que a demanda por esse material é grande no curso de Odontologia. A campanha não tem tempo determinado e aceita doações de todo o país o ano inteiro!

O material pode ser enviado via correio com as seguintes especificações no envelope: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, Avenida Professor Lineu Prestes, 2.227, Cidade Universitária, SP, CEP: 05508-900.

A entrega também pode ser feita pessoalmen-te. A unidade fica aberta de segunda à sexta-fei-ra, das 8h às 17h. Mais informações podem ser obtidas no contato: (11) 3091-7905.

Criado em 1992, o Banco de Dentes da USP é uma iniciativa pioneira de armazenação dos dentes como órgãos, medida necessária para conscien-tização do uso responsável e forma de facilitar o acesso de estudantes e pesquisadores, já que sem o Banco de Dentes a busca por esse material pode cair na ilegalidade, explica o coordenador Prof. Dr. Carlos Perossi Imparato.

Os dentes do Banco são utilizado por alunos de graduação para estudar a estrutura da dentina, se-mento e esmalte ou, no caso da disciplina de Endo-dontia, por exemplo, a polpa dentária.

Já os do Biobanco – cujo material acompanha identificação do doador – é mais usado por estu-dantes de pós-graduação que pesquisam melho-rias nas técnicas de tratamento e na qualidade dos

Com a intenção de estimular os alunos da graduação e pós-graduação a buscar temas criativos em pesquisa, o CRAI oferece um sis-tema de Biblioteca Virtual de teses de douto-rado, uma ferramenta de busca através dos descritores de palavras-chave catalogados no Banco de Dados DEDALUS, existentes nas 44 unidades da USP.

Em sua edição 249, página 34, a Revista Pesquisa FAPESP publicou a matéria “A missão de pensar o futuro da ciência”, onde salienta no Editorial o uso de sua Biblioteca Virtual. Essa ideia, a propósi-to, vem corroborar as iniciativas do CRAI em pro-mover estratégias inovadoras em pesquisas.

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Banco de Dentes da USP lança campanha de doação

Conheça o sistema de busca do CRAI

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Texto elaborado pelo Prof. Dr. Moacyr Domingos Novelli

Justifica-se a iniciativa pela constatação do descompasso frenético do ritmo da vida social-digital em relação à cadência melódi-ca e caprichosa do fazer que torna nossas realizações acanhadas e, por muitas vezes, imprecisas e letárgicas. Essa consideração introduz a pergunta: “O que pretendemos para o futuro da Odontologia?”.

Na nossa visão a resposta está nos Desafios Odontotrônicos, projeto elaborado a partir da parceria da FOUSP com o Departamento de Mecatrônica da POLI, a exemplo do que já vem acontecendo em outras universidades.

O sistema já está à disposição dos usuários interessados no uso da nova estratégia, no espaço reservado para o CRAI na Biblioteca.

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A produção científica da FOUSPSDO traz estatísticas de publicação de teses e pesquisas

Texto elaborado pelo Serviço de Documentação Odontológica

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A produção científica é primordial no conjunto das atividades universitárias, porque é através dela que o conhecimento produzido no interior dos laborató-rios e clínicas é difundido e democratizado. É a partir desses estudos que as agências de fomento como CNPq e FAPESP, por exemplo, contabilizam as cita-ções como métricas de qualidade e produtividade do pesquisador, que também são critério para provi-mento de recursos.

A produção científica é composta por artigos de periódicos, trabalhos de eventos, monografias, ex-certos de monografias, teses de mestrado e douto-rado, entre outros documentos científicos. O Serviço de Documentação Odontológica (SDO) é responsá-vel pela catalogação das teses na base de dados do DEDALUS, tendo como missão captar, organizar e

manter a memória da produção científica do corpo docente e discente da FOUSP.

Para manter a excelência no trabalho de varredu-ra do que vem sendo produzido, realizamos a cap-tação através de recolhimento das separatas dos trabalhos publicados pelos docentes nos departa-mentos e de um serviço de alerta, cadastrando os docentes ativos e aposentados nas bases de dados Web of Science, Scopus, PubMed e Google Acadê-mico. Após a captação, temos o cuidado de verifi-car todo o material na base de produção científica do DEDALUS, evitando duplicação de informação.

Reconhecendo a importância desses dados, traze-mos as estatísticas de pubicação de teses e pesqui-sas no ano de 2016, uma prova de que a produção científica em nossa Casa continua contribuindo so-bremaneira pelo engrandecimento da odontologia brasileira, tal como demonstrado abaixo:

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Reitor: Prof. Dr. Marco Antonio Zago. Vice Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan.

FACULDADE DE ODONTOLOGIA - Diretor: Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge. Vice Diretor: Prof. Dr. Giorgio de Micheli.

Assessoria de Comunicação: Anna Leticia Fogaça Gomes Acquaviva e Regina de Paulo Santana (estagiária). Tiragem: Mil exemplares

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estandarte da Faculdade de Odontologia

Colaboração: Serviço de Documentação OdontológicaA Odontologia, como as demais ciências da área da saúde, percorreu várias etapas no decor-

rer de sua trajetória histórica, passando pela doutrina filosófica que considerava definitivos os conhecimentos estudados nos séculos XVIII e XIX até o surgimento de escolas especializadas na prática odontológica, considerada a fase científica.

A primeira Escola de Odontologia de São Paulo, criada em 1900, denominou-se Escola de Far-mácia, Odontologia e Obstetrícia de São Paulo; o início do século XX, portanto, fica marcado pela união destas ciências, objetivando o aprimoramento acadêmico e profissional.

Como registro histórico comemorativo deste período temos o estandarte da união dos três saberes, representados pelo cálice e a cobra, acrescidos por dois símbolos alquímicos: o balão de ensaio e a caveira sobre livros. Enquanto o primeiro significa a busca pela pedra filosofal que seria capaz de converter chumbo em ouro, o outro símbolo representando a transcendência da ciência sobre a mortalidade do homem. No estandarte, as letras e parte do desenho estão inscritos em filetes de ouro e arrematados em franjas do mesmo material.

Para resgatar esta parte da história, uma das ações do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, atual Diretor da Faculdade de Odontologia da USP, foi restaurar e recuperar o estandarte centenário que representa a insígnia destas ciências, berço da Universidade de São Paulo, fundada em 1934 em conjunto com as demais faculdades de Direito, Medicina , a Escola Politécnica e a Escola Su-perior de Agricultura Luiz de Queiroz, acrescendo em sua fundação a criação da FFLCH.

O estandarte está acomodado numa urna de madeira, forrada com veludo grená e protegida por tampa em acrílico, que ficará exposta na antessala da Congregação Professor Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

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