infoseram n.º13 setembro2009

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ecla BOLETIM SINDICAL Editorial Desde o início da década . assistimos ao aprofundamento modelo empresarial no sector da saúde, a criação das chamadas entidades públ empresariais. Este paradigma tem tido f expressão entre outras vertentes, na refo da gestão hospitalar e na gestão recursos humanos. Na região particularmente no Serviço Regional Saúde desde 2003, o efeito destas med tem condicionado a admissão de no Enfermeiros e tem conduzido a u progressiva deterioração das condições trabalho dos Enfermeiros nos serviços. Ao longo dos últimos anos Sindicato dos Enfermeiros da RAM, vindo a alertar as entidades responsá pela saúde na região, para o progres agravamento desta situação. As alteraç das condições para aposentação ocorr em Fevereiro de 2008, que permitiram reforma de muitos profissionais, a criação novos serviços e o consequente aumento procura dos serviços públicos de saúde população em geral, em conjunto muitas outras variantes permitem-nos afir que no início de 2009 atingiu-se o po mais crítico na deterioração das condiç de trabalho dos Enfermeiros no SESAR Num cenário de carência de Enfermeiro de saudar as recentes declarações Presidente do Governo Regional de pr . N que o do com licas forte orma dos e de didas ovos uma s de s o tem áveis ssivo ções ridas m a o de o da pela com rmar onto ções RAM. os, é do rever 3 CARREIRA DE ENFERMAGEM 7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS S “Massagem e sua Aplicação na Dor” 8 COMEMORAÇÃO DO 50º ANIVERSÁ SERAM Da análise e apreciação do conte encontramos (fim de uma Legislatura) a SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em acordo, tiveram que tomar a difícil deci em dois Diplomas distintos as matéria Grelha salarial/transição, no sentid salvaguardarem os interesses dos en enfermagem no imediato e a médio praz Os resultados que se obtive reunião a 27 de Julho sobre o primeir Carreira de Enfermagem, onde foi po Sindicatos de Enfermagem chegarem foram possíveis devido às 3 con manifestações e 4 greves. Já temos a 1º fase da nova C precisamos estar informados, atentos para a 2ª fase - Grelha Salarial/Transiç N.º 13 Setembro 2009 SÓCIOS ÁRIO DO exto em que nos CNESE (SEP e m conjunto e em isão, de separar as de Carreira e do de melhor nfermeiros e da zo. eram na última ro segmento da ossível todos os m a acordo, só ncentrações, 2 Carreira, agora s e mobilizados ções

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Boletim Sindical do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, aborda diversos temas ligados a profissão de Enfermagem.

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Page 1: INFOSERAM n.º13 Setembro2009

ecla

BOLETIM SINDICAL

Editorial

Desde o início da década

. assistimos ao aprofundamento do

modelo empresarial no sector da saúde,

a criação das chamadas entidades públicas

empresariais. Este paradigma tem tido forte

expressão entre outras vertentes, na reforma

da gestão hospitalar e na gestão dos

recursos humanos. Na região e

particularmente no Serviço Regional de

Saúde desde 2003, o efeito destas medidas

tem condicionado a admissão de novos

Enfermeiros e tem conduzido a uma

progressiva deterioração das condições de

trabalho dos Enfermeiros nos serviços.

Ao longo dos últimos anos o

Sindicato dos Enfermeiros da RAM, tem

vindo a alertar as entidades responsáveis

pela saúde na região, para o progressivo

agravamento desta situação. As alterações

das condições para aposentação ocorridas

em Fevereiro de 2008, que permitiram a

reforma de muitos profissionais, a criação de

novos serviços e o consequente aumento da

procura dos serviços públicos de saúde pela

população em geral, em conjunto com

muitas outras variantes permitem-nos afirmar

que no início de 2009 atingiu-se o ponto

mais crítico na deterioração das condições

de trabalho dos Enfermeiros no SESARAM.

Num cenário de carência de Enfermeiros, é

de saudar as recentes declarações do

Presidente do Governo Regional de prever

.

BOLETIM SINDICAL N.º 13

cio da década que

assistimos ao aprofundamento do

com

a criação das chamadas entidades públicas

empresariais. Este paradigma tem tido forte

ertentes, na reforma

ão dos

recursos humanos. Na região e

particularmente no Serviço Regional de

Saúde desde 2003, o efeito destas medidas

tem condicionado a admissão de novos

Enfermeiros e tem conduzido a uma

progressiva deterioração das condições de

Ao longo dos últimos anos o

Sindicato dos Enfermeiros da RAM, tem

ertar as entidades responsáveis

pela saúde na região, para o progressivo

s alterações

ocorridas

rmitiram a

de muitos profissionais, a criação de

novos serviços e o consequente aumento da

procura dos serviços públicos de saúde pela

população em geral, em conjunto com

nos afirmar

se o ponto

deterioração das condições

de trabalho dos Enfermeiros no SESARAM.

Num cenário de carência de Enfermeiros, é

de saudar as recentes declarações do

de prever

3 CARREIRA DE ENFERMAGEM 7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS “Massagem e sua Aplicação na Dor” 8 COMEMORAÇÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DO SERAM

Da análise e apreciação do contexto

encontramos (fim de uma Legislatura) a CNESE (SEP e

SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em conjunto e em

acordo, tiveram que tomar a difícil decisão, de separar

em dois Diplomas distintos as matérias de Carreira e

Grelha salarial/transição, no sentido de melhor

salvaguardarem os interesses dos enfermeiros e da

enfermagem no imediato e a médio prazo.

Os resultados que se obtiveram na última

reunião a 27 de Julho sobre o primeiro segmento da

Carreira de Enfermagem, onde foi possíve

Sindicatos de Enfermagem chegarem a acordo, só

foram possíveis devido às 3 concentrações, 2

manifestações e 4 greves.

Já temos a 1º fase da nova Carreira, agora

precisamos estar informados, atentos e mobilizados

para a 2ª fase - Grelha Salarial/Transições

N.º 13 Setembro 2009

7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS –

8 COMEMORAÇÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DO

apreciação do contexto em que nos

a CNESE (SEP e

SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em conjunto e em

acordo, tiveram que tomar a difícil decisão, de separar

em dois Diplomas distintos as matérias de Carreira e

/transição, no sentido de melhor

salvaguardarem os interesses dos enfermeiros e da

enfermagem no imediato e a médio prazo.

s resultados que se obtiveram na última

reunião a 27 de Julho sobre o primeiro segmento da

Carreira de Enfermagem, onde foi possível todos os

Sindicatos de Enfermagem chegarem a acordo, só

foram possíveis devido às 3 concentrações, 2

Já temos a 1º fase da nova Carreira, agora

precisamos estar informados, atentos e mobilizados

sições

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irá desenvolver a segunda parte do processo negocial e as

restantes matérias, nomeadamente regras de transição, grelha

salarial, avaliação do desempenho, regras de organização de

trabalho e formas de compensação, concursos, Saúde, Higiene e

Segurança no Trabalho entre outras temáticas. O caminho é

longo e as temáticas em discussão são demasiado importantes

para o futuro de todos, muitas lutas se seguirão. É fundamental

estarmos unidos no essencial para a profissão, dispensando o

acessório, pois estamos no ponto de partida para a reconstrução

de toda a regulamentação laboral para o sector da Enfermagem.

Para terminar uma nota de satisfação e agradecimento a

todos os que colaboraram e tornaram possível a realização das

comemorações dos 50 anos do SERAM, foi um momento

agradável e de são convívio entre todos os associados que

participaram no evento. Da nossa parte, continuaremos a trilhar

um caminho de luta por melhores condições de vida e de

trabalho para todos os associados, bem hajam.

Funchal, Setembro de 2009 Juan Carvalho

INFOSERAM N.º 13 Setembro 2009

Direcção Juan Carvalho Helena Vieira Mário Castro

Maria José Ramos

Coordenação Helena Vieira Mário Castro

Maria José Ramos

Revisão Célia Silva

Periodicidade

Trimestral

Propriedade e Redacção Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma

da Madeira

Tiragem

1300 exemplares

Impressão Eco do Funchal

Distribuição gratuita A todos os sócios

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a admissão de novos Enfermeiros, tendo já concretizado em Agosto, o início de funções dos Enfermeiros

candidatos à última oferta pública de emprego e de a muito curto prazo (Novembro de 2009) decorrer novo

procedimento concursal para admissão de novos Enfermeiros para o SESARAM. Sendo certo, que ainda

não são em número suficiente para satisfazer as necessidades de cuidados de Enfermagem a que a

população tem direito. Da nossa parte acompanharemos o assunto e tudo faremos para que se cumpra

mais este objectivo para bem dos serviços e da qualidade dos cuidados de Enfermagem e de saúde que se

prestam à população.

Uma outra temática que não podia deixar de abordar neste espaço é o recente acordo alcançado a

29 de Julho pelos quatro Sindicatos de Enfermagem e o Ministério da Saúde sobre o conteúdo do primeiro

segmento da Carreira de Enfermagem. Este acordo concretizou-se perante um complexo quadro jurídico,

político e legislativo, que integra a Lei de Vínculos, Carreiras e Remunerações (LVCR); A Avaliação do

Desempenho (SIADAP) e o Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas (RCTFP). A CNESE e a

FENSE em conjunto e após um longo processo de lutas e negociação procuraram com este documento

salvaguardar os interesses dos Enfermeiros e da Enfermagem no imediato e a curto prazo de forma a

garantir o melhor para as seguintes etapas negociais. Nada é como antes e cada matéria terá um diploma

próprio.

Neste sentido e sendo esta a temática de fundo desta edição, procura-se clarificar o conteúdo do

documento acordado e as temáticas que ficaram para as fases seguintes, sendo certo que a segunda fase

do processo negocial irá decorrer a partir do dia 7 de Setembro após o Ministério da Saúde ter desmarcado

a reunião do dia 26 de Agosto.

Tomando como referência o regime geral da Administração Pública onde primeiro se aprovou o

diploma enquadrador de toda a restante reforma, o documento ora acordado com os Sindicatos de

Enfermagem vem regulamentar a carreira especial de Enfermagem sendo esta a matriz a partir da qual se

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O actual Quadro Jurídico que enquadra, condiciona e baliza a negociação dos Diplomas de

Carreira é extremamente complexo. Também a agenda política, conjugada com o processo legislativo (os

passos legais para aplicação de diplomas) é complicada, pois estamos no final de uma Legislatura em que

o tempo é curto para que o processo possa seguir o seu curso em tempo útil.

Da análise e apreciação deste contexto a CNESE (SEP e SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em

conjunto e em acordo, tiveram que tomar a difícil decisão, de separar em dois Diplomas distintos as

matérias de Carreira e Grelha Salarial/Transição, no sentido de melhor salvaguardarem os interesses dos

enfermeiros e da enfermagem no imediato e a médio prazo.

Relembramos, que com a Lei n.º12-A publicada a 27 de Fevereiro de 2008, o Governo tinha 6

meses para rever as Carreiras Especiais, contudo não o concretizou. Já com a nova Ministra da Saúde,

Ana Jorge, a CNESE, reuniu pela primeira vez com o Ministério da Saúde (MS) a 16 de Abril de 2008.

Apartir daí o MS remeteu à CNESE a sua primeira contraproposta de princípios enformadores, em finais de

Julho de 2008, o MS apresentou 9 versões do Projecto de Diploma e a CNESE as consequentes

contrapropostas e realizaram-se 16 reuniões negociais. Existiram avanços e recuos próprios de uma

negociação, mas os resultados que se obtiveram na última reunião a 27 de Julho sobre o primeiro

segmento da Carreira de Enfermagem, onde foi possível todos os Sindicatos de Enfermagem chegarem a

acordo, só foram possíveis devido às 3 concentrações, 2 manifestações e 4 greves que realizámos

(envolvendo 6 dias no total).

MOMENTOS DO PROCESSO DE NEGOCIAL QUE EXIGIRAM ALTERAÇÕES MAS MANTENDO

OBJECTIVOS

Âmbito de aplicação da Carreira de Enfermagem: CTFP e CIT

A CNESE sempre defendeu “uma Carreira para a Enfermagem inteira” (CTFP e CIT). Contudo nas

primeiras reuniões o MS não assume qualquer compromisso, e apenas depois de uma greve e

manifestação reconhece a necessidade de harmonizar algumas matérias de Carreira entre os CTFP e CIT.

Depois, apresentou uma 1ª proposta de Diploma de Carreira aplicável aos dois tipos de contratos muito

genérica remetendo a generalidade das matérias para dois Acordos Colectivos de Trabalho (ACT). Nesta

sequência todos os Sindicatos do sector de Enfermagem, Medicina e Técnicos de Diagnóstico e

Terapêutica, assumiram uma posição comum de defesa de uma Lei conjunta, por sector profissional, que

se aplique a CTFPs e CITs. Tendo em conta esta posição assumida, o MS em Fevereiro de 2009 apresenta

nova proposta de Diploma em que pretende que as poucas matérias reguladas nesta Carreira se apliquem

apenas aos futuros CITs. Após a greve que se desenvolveu a 20 de Fevereiro, é que o MS já garante que a

Carreira seja aplicada aos actuais e futuros CITs, mas a generalidade das matérias seriam para negociar

em ACT.

Nas reuniões negociais após a greve de 2 e 3 de Abril e 12 de Maio (manifestação) o MS apresenta

nova proposta, um Diploma de Carreira para CITs e um Diploma de Carreira para CTFPs.

No sentido de melhor defender os interesses dos enfermeiros, a CNESE admitiu negociar este

“formato” de dois Diplomas. Mas a exigência e o objectivo mantêm-se inalterados: o resultado da

negociação terá de aplicar-se a todos os enfermeiros, independentemente do vínculo.

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Estrutura de Carreira de Enfermagem

Relativamente à Estrutura de Carreira a CNESE sempre defendeu: uma categoria para a Prestação

de Cuidados (gerais e especializados); exercício de funções de Gestão (chefia e direcção) em Comissão de

Serviço; regulação da Assessoria.

O MS começou por apresentar, e assim manteve uma proposta com duas categorias. Depois de

várias reuniões, e para viabilizar a continuidade do processo negocial, em Abril, os Sindicatos admitem

negociar nesta base desde que a categoria de Enfermeiro Principal fosse para a gestão dos serviços e na

de Enfermeiro, se consagrasse a possibilidade de no decurso da vida profissional, atingir o topo da Carreira

Técnica Superior (CTS), nível 57.

Nas reuniões realizadas durante o mês de Maio e primeira do mês Junho, em que foi

aprofundadamente discutida a matéria salarial e de transição, o MS e Finanças assumem que no topo da

Categoria de Enfermeiro não consagrarão o nível 57. Mais grave chegam a referir que até o poderiam fazer

mas impunham uma grelha de 14 posições e progressão de 5/5 Menções (anos) igual à CTS, significando

que nenhum enfermeiro actual ou futuro teria a possibilidade de atingir o topo (60 anos de exercício). Neste

contexto e voltando atrás o próprio MS recoloca a proposta da categoria de Enfermeiro Principal não ser

exclusivamente para a Gestão.

É neste cenário que os sindicatos firmes no objectivo de tudo fazerem para que os

enfermeiros tenham a possibilidade de atingir o topo salarial da CTS e regular a área da gestão,

decidem: Propor mecanismos para que um maior número de enfermeiros reúnam condições para

aceder a Enfermeiro Principal, tendo assim a possibilidade de atingir o topo da CTS e propor que a

gestão de serviços passasse para comissão de serviço (artigo 18), o que implicava reformular o

conteúdo funcional de Enfermeiro Principal (retirando-lhes as funções ligadas à gestão), fixar

funções de chefia e direcção e regular convenientemente este exercício de funções.

Salários e Transições

Após as reuniões de Maio e Junho, em torno da Estrutura de Carreira e Salários/Transições, ficou

claro que não havia condições para estabelecer qualquer acordo sobre as matérias salariais. O próprio MS

propôs passar as matérias salariais para Decreto Regulamentar, como fez com o sector médico. A CNESE

sabia que, para termos os Diplomas de Carreira publicados antes das eleições, estes teriam de ir a Reunião

do Conselho de Ministros na última quinzena de Julho. Foi neste contexto que os Sindicatos avaliaram

vantagens e inconvenientes:

a) Manter todas as matérias no mesmo Diploma – Nunca haveria hipótese de acordo nas matérias

salariais e o MS livremente poderia decidir, impor os diplomas levando-os como estavam a

Conselho de Ministros ou adiar a negociação para a próxima Legislatura.

b) Separar em Diplomas diferentes as matérias salariais e não salariais e confrontar o MS com

todas as exigências para um Acordo, incluindo o compromisso escrito do MS e Finanças que,

sobre as matérias salariais, seriam retomadas na última semana de Agosto, em que as suas

actuais propostas “seriam ponto de partida”.

Conscientes que estes diplomas constituem as “Leis – Quadro” das futuras Carreiras de

Enfermagem e que era fundamental ter os Diplomas publicados nesta Legislatura, os Sindicatos não

tiveram dúvidas que, na defesa do melhor interesse dos Enfermeiros a melhor opção seria separar

as matérias em Diplomas diferentes. Assim concretizaram e obtiveram os resultados que aqui

apresentamos.

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DIPLOMA DE CARREIRA DE ENFERMAGEM PARA CTFPs

Nível Habilitacional e Qualificação Profissional

O MS propôs consagrar artigos sobre a “natureza do nível habilitacional” e “Qualificação de

Enfermagem” consubstanciando um claro ataque a matérias que regem a Autonomia do Enfermeiros: a

qualificação estava quase ao nível dos Técnico-Profissionais; pretendiam eliminar normas centrais do

REPE, e inclusivamente as entidades empregadoras e não exclusivamente a Ordem dos Enfermeiros

(OE), poderiam atribuir títulos de Enfermeiro e Enfermeiro Especialista. A CNESE no Diploma Final

conseguiu salvaguardar a autonomia da profissão, designadamente a manutenção da atribuição dos

títulos pela OE e que “os Enfermeiros têm uma actuação de complementaridade funcional relativamente

aos demais profissionais de saúde, mas dotada de igual nível de dignidade e de autonomia de exercício

profissional”.

Áreas de Actuação

A proposta inicial do MS consagrava as 3 áreas de actuação defendidas pela CNESE, mas de forma

muito genérica e não regulamentada. A estrutura final consagra as 3 áreas de actuação – Prestação de

Cuidados, Gestão (funções de chefia e direcção) e Assessoria de forma muito mais regulada.

Estrutura de Carreira

A CNESE defendia inicialmente uma Categoria, a de Enfermeiro, na qual englobava a área de

Prestação de Cuidados gerais e especializados e que as áreas de Gestão e Assessoria seriam exercidas

em Comissão de Serviço. Na estrutura final temos uma Carreira com 2 Categorias, Enfermeiro e

Enfermeiro Principal. A categoria de Enfermeiro integra os Enfermeiros que prestam Cuidados Gerais e

Especializados e na categoria de Enfermeiro Principal, os que prestam cuidados especializados e que

integram comissões/grupos que fazem assessoria a tempo inteiro e principal; coordenam funcionalmente

“grupo de enfermeiros da equipa”, ou seja, responsáveis de turno, “chefes de equipa”, entre outros. Ainda

no diploma final conseguimos por negociação que serão estabelecidos rácios por Enfermeiro Principal. As

funções de chefia ao nível do serviço e de direcção ao nível dos departamentos/conjunto de serviços,

conseguimos a sua regulação integral, contrastando com a proposta inicial do MS, que era de contínua

instabilidade.

Requisitos, Processo de Recrutamento e Exercício de Funções

O ingresso na Carreira e acesso a Enfermeiro Principal na estrutura de Carreira acordada é por

concurso sendo estes regulamentados por Portaria. Até à aprovação desta mantém-se em vigor a

legislação da actual Carreira (DL 437/91) sobre concurso e ao contrário da proposta inicial do MS, os júris

continuarão a ser exclusivamente Enfermeiros. No que concerne às condições de acesso a Enfermeiro

Principal ficou acordado que é necessário deter o título de Especialista e apenas 5 anos de exercício

profissional (MS proponha 15 anos após a obtenção do titulo de Especialista). Para as funções de chefia e

de direcção dos Departamentos é necessário ser Enfermeiro Principal e o mínimo de 10 anos de exercício

profissional e formação em gestão e administração de Serviços de Saúde. Salientamos que a CNESE

esteve em desacordo com a não integração de um “procedimento concursal”, o qual consta na acta de

acordo.

Funções

O MS ambicionava que a categoria de Enfermeiro fosse apenas de “executante”, sem autonomia.

Em ambas as categorias pretendia conteúdos funcionais muito genéricos e limitativos, sem enquadrar a

amplitude funcional decorrente das qualificações e competências que detemos, assim como, não previa

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qualquer conteúdo funcional para a área de gestão. Ao contrário destas intenções, o Diploma acordado

prevê conteúdos funcionais bem delineados respeitando a autonomia e dignidade profissional, assim como

a fixação dos conteúdos funcionais dos enfermeiros que exercem cargos de “chefia e direcção”.

Avaliação do Desempenho

Até a entrada em vigor do Decreto de Lei sobre a Avaliação do Desempenho dos enfermeiros, a ser

negociado posteriormente mantém-se a legislação actual sobre a Avaliação de Desempenho, em que ao

contrário da pretensão do MS, só os enfermeiros continuam a avaliar enfermeiros.

Horários de Trabalho

O período normal de trabalho ficou acordado em 35 horas semanais como proposto inicialmente

pela CNESE. Até a entrada em vigor de um Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) mantém-se em vigor a

actual legislação sobre horários, o que significa que, entre outros aspectos, para o pagamento de horas de

qualidade/extra continua a se aplicar o DL 62/79 ao contrário do que o MS inicialmente pretendia,

pagamentos nos termos da lei geral (RCTFP), o que significava menos 200 a 400 euros mensais em média,

de horas complementares.

Período Experimental

Ao contrário a uma das propostas iniciais do MS de 240 dias de período experimental, este fixou-se

em 90 dias.

Formação

No Diploma final conseguimos que, a frequência de formação sem perda de remuneração possa

ser autorizada por um período não superior a 15 dias úteis, a regular em ACT, ao contrário da proposta

inicial do MS de 10 dias úteis.

Estrutura, Grelha Inicial e Desenvolvimento Salarial

Matéria em negociação com o MS, contudo já ficou fixado que a primeira posição remuneratória

para o ingresso dos licenciados nunca será inferior ao nível 15 (1201 euros), ao contrário da proposta

inicial, nível 12 (1047 euros), assim como o topo da carreira nunca será inferior ao nível 57 (3364 euros),

contrário ao nível 50 (3003) proposto pelo MS. Está já fixado no Projecto de Diploma acordado que para o

exercício de funções de chefia e direcção, a remuneração é a fixar em Diploma próprio. O desenvolvimento

salarial é uma matéria a negociar no Diploma de Avaliação de Desempenho.

Transições

A CNESE defende a manutenção das categorias e funções, o acréscimo remuneratório imediato

decorrente da licenciatura e soluções que inviabilizem inversão de posições remuneratórias. Os

enfermeiros não detentores da Licenciatura devem manter a actual expectativa de desenvolvimento salarial.

Já está fixado no Projecto de Diploma acordado que os enfermeiros graduados e especialistas transitam

para a categoria de enfermeiro; os enfermeiros chefes e supervisores transitam para a categoria de

Enfermeiro Principal, desde que a sua remuneração não seja inferior à remuneração 1.

Restantes matérias em negociação.

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ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS

O alívio da dor é preocupação constante demonstrada pelos profissionais de saúde envolvidos na prestação

de cuidados. O enfermeiro perante esta situação, por vezes, sente necessidade de recorrer a terapias não

farmacológicas, nomeadamente a massagem, como complemento à terapia medicamentosa.

De acordo com Cassar (1998) a massagem pode ser utilizada para aliviar a dor, reduzir o edema, melhorar a

circulação e promover a nutrição dos tecidos. Segundo Harding (2005), é uma terapia onde se utilizam principalmente

as mãos para trabalhar os músculos e os tecidos moles do corpo, de forma a aliviar a rigidez e descontrair o corpo e a

mente.

Actua tanto a nível físico como psicológico. Numa visão simplista a massagem tem utilidade apenas para

problemas musculares. Contudo, o que vários estudos têm demonstrado é que ela tem um potencial muito mais amplo

de benefícios à saúde, nomeadamente no sistema circulatório, endócrino, imunológico, nervoso, digestivo (intestino),

musculo-esquelético e tegumentar.

Assim, quando é realizada uma massagem, são produzidas estimulações nervosas que por uma acção directa

na espinal-medula provoca um bloqueio na condução nervosa das fibras da dor, levando a um alívio de sensação

dolorosa. Também Paterson (1991), constatou que a massagem “diminui a dor, provocando um aumento de produção

de endorfinas – atenuantes da dor –, e serve também como técnica de distracção, impedindo alguns impulsos da dor

de serem registados no cérebro” (p.18). Esses mesmos estímulos ao atingirem o cérebro causam uma redução do

cortisol e uma elevação de serotonina o que induz ao relaxamento, diminuindo assim a ansiedade e melhorando o

sono.

Os benefícios mencionados por este autor são complementados por Pratt e Mason, citados por Malta et al.

(2003), referindo que a massagem pode “(…) reduzir a tensão muscular, melhorar a circulação e drenagem linfática;

diminuir a frequência cardíaca e a pressão sanguínea; aumentar a flexibilidade do tronco e dos membros; aumentar a

temperatura do corpo e da pele” (p.111).

Assim a massagem poderá ser designada como terapêutica, e foi definida por Domenico e Wood (1998) como

“o uso de diversas técnicas manuais que objectivam promover o alívio do stress ocasionando relaxamento, mobilizar

estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o edema, prevenir a deformidade e promover a independência funcional em

uma pessoa que tem um problema de saúde específico” (p.5).

Através da nossa prática diária, ao aplicar a massagem como técnica terapêutica no alívio da dor e indução de

relaxamento, verificámos através do testemunho dos doentes que esta é eficaz não só no alívio da dor como na

indução do sono.

É de extrema importância que o enfermeiro enquanto profissional de saúde, que passa mais tempo junto do

doente, faça tudo o que estiver ao seu alcance para diminuir e ou eliminar a dor. Malta et al. (2003), reforça o facto de

que a massagem não pode ser considerada como mais um procedimento, mas deve ser encarada “(…) como uma

técnica holística, em que a perícia técnica é importante, mas a atitude mental tanto daquele que faz a massagem como

daquele que a recebe é também importante” (p.111/112).

Assim sendo “para sermos bem sucedidos numa massagem, basta unicamente escutar as mãos, e deixá-las

escutar totalmente, por sua vez, o corpo do outro. As nossas mãos sabem por instinto onde e como devem aplicar a

massagem. Basta aceitar dar…”, Dreyfus citado por Gomes et al (1994).

Autores: Ana Sofia Pereira de Freitas Ventura

Iva Eliana Camacho Temtem

Letícia Maria Nunes Belo

Plácida Sofia Camacho Silva

Licenciadas em Enfermagem a desempenharem funções no serviço de Urologia / Hemato-Oncologia do SESARAM-EPE

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Comemoramos no dia 12 de Agosto os 50 anos da criação do Sindicato dos Enfermeiros

da Região Autónoma da Madeira. Assinalamos esta data com a organização de um

Jantar/Tertúlia na Quinta Lido Sol. Participaram na tertúlia o actual presidente do SERAM, os ex-

presidentes deste sindicato, assim como, o Coordenador e vice-Coordenadora do SEP.

Também homenageamos todos os sócios com 25 ou mais anos de filiação, com uma

pequena lembrança.

Foi com grande satisfação que verificamos uma forte adesão dos Enfermeiros a este

evento, ultrapassando os 200 participantes. Aqui fica o registo de alguns momentos desta

confraternização.

S.E.R.A.M. Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira

Morada: Rua de Santa Maria 86-88-90, 9050-040 Funchal Contactos: Telefone. 291 224942 Fax 291 227664 E-mail: [email protected] Web site: www.seram.pt

Estar Sindicalizado é mais Seguro!