infoseram n.º13 setembro2009
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Boletim Sindical do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, aborda diversos temas ligados a profissão de Enfermagem.TRANSCRIPT
ecla
BOLETIM SINDICAL
Editorial
Desde o início da década
. assistimos ao aprofundamento do
modelo empresarial no sector da saúde,
a criação das chamadas entidades públicas
empresariais. Este paradigma tem tido forte
expressão entre outras vertentes, na reforma
da gestão hospitalar e na gestão dos
recursos humanos. Na região e
particularmente no Serviço Regional de
Saúde desde 2003, o efeito destas medidas
tem condicionado a admissão de novos
Enfermeiros e tem conduzido a uma
progressiva deterioração das condições de
trabalho dos Enfermeiros nos serviços.
Ao longo dos últimos anos o
Sindicato dos Enfermeiros da RAM, tem
vindo a alertar as entidades responsáveis
pela saúde na região, para o progressivo
agravamento desta situação. As alterações
das condições para aposentação ocorridas
em Fevereiro de 2008, que permitiram a
reforma de muitos profissionais, a criação de
novos serviços e o consequente aumento da
procura dos serviços públicos de saúde pela
população em geral, em conjunto com
muitas outras variantes permitem-nos afirmar
que no início de 2009 atingiu-se o ponto
mais crítico na deterioração das condições
de trabalho dos Enfermeiros no SESARAM.
Num cenário de carência de Enfermeiros, é
de saudar as recentes declarações do
Presidente do Governo Regional de prever
.
BOLETIM SINDICAL N.º 13
cio da década que
assistimos ao aprofundamento do
com
a criação das chamadas entidades públicas
empresariais. Este paradigma tem tido forte
ertentes, na reforma
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recursos humanos. Na região e
particularmente no Serviço Regional de
Saúde desde 2003, o efeito destas medidas
tem condicionado a admissão de novos
Enfermeiros e tem conduzido a uma
progressiva deterioração das condições de
Ao longo dos últimos anos o
Sindicato dos Enfermeiros da RAM, tem
ertar as entidades responsáveis
pela saúde na região, para o progressivo
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rmitiram a
de muitos profissionais, a criação de
novos serviços e o consequente aumento da
procura dos serviços públicos de saúde pela
população em geral, em conjunto com
nos afirmar
se o ponto
deterioração das condições
de trabalho dos Enfermeiros no SESARAM.
Num cenário de carência de Enfermeiros, é
de saudar as recentes declarações do
de prever
3 CARREIRA DE ENFERMAGEM 7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS “Massagem e sua Aplicação na Dor” 8 COMEMORAÇÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DO SERAM
Da análise e apreciação do contexto
encontramos (fim de uma Legislatura) a CNESE (SEP e
SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em conjunto e em
acordo, tiveram que tomar a difícil decisão, de separar
em dois Diplomas distintos as matérias de Carreira e
Grelha salarial/transição, no sentido de melhor
salvaguardarem os interesses dos enfermeiros e da
enfermagem no imediato e a médio prazo.
Os resultados que se obtiveram na última
reunião a 27 de Julho sobre o primeiro segmento da
Carreira de Enfermagem, onde foi possíve
Sindicatos de Enfermagem chegarem a acordo, só
foram possíveis devido às 3 concentrações, 2
manifestações e 4 greves.
Já temos a 1º fase da nova Carreira, agora
precisamos estar informados, atentos e mobilizados
para a 2ª fase - Grelha Salarial/Transições
N.º 13 Setembro 2009
7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS –
8 COMEMORAÇÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DO
apreciação do contexto em que nos
a CNESE (SEP e
SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em conjunto e em
acordo, tiveram que tomar a difícil decisão, de separar
em dois Diplomas distintos as matérias de Carreira e
/transição, no sentido de melhor
salvaguardarem os interesses dos enfermeiros e da
enfermagem no imediato e a médio prazo.
s resultados que se obtiveram na última
reunião a 27 de Julho sobre o primeiro segmento da
Carreira de Enfermagem, onde foi possível todos os
Sindicatos de Enfermagem chegarem a acordo, só
foram possíveis devido às 3 concentrações, 2
Já temos a 1º fase da nova Carreira, agora
precisamos estar informados, atentos e mobilizados
sições
irá desenvolver a segunda parte do processo negocial e as
restantes matérias, nomeadamente regras de transição, grelha
salarial, avaliação do desempenho, regras de organização de
trabalho e formas de compensação, concursos, Saúde, Higiene e
Segurança no Trabalho entre outras temáticas. O caminho é
longo e as temáticas em discussão são demasiado importantes
para o futuro de todos, muitas lutas se seguirão. É fundamental
estarmos unidos no essencial para a profissão, dispensando o
acessório, pois estamos no ponto de partida para a reconstrução
de toda a regulamentação laboral para o sector da Enfermagem.
Para terminar uma nota de satisfação e agradecimento a
todos os que colaboraram e tornaram possível a realização das
comemorações dos 50 anos do SERAM, foi um momento
agradável e de são convívio entre todos os associados que
participaram no evento. Da nossa parte, continuaremos a trilhar
um caminho de luta por melhores condições de vida e de
trabalho para todos os associados, bem hajam.
Funchal, Setembro de 2009 Juan Carvalho
INFOSERAM N.º 13 Setembro 2009
Direcção Juan Carvalho Helena Vieira Mário Castro
Maria José Ramos
Coordenação Helena Vieira Mário Castro
Maria José Ramos
Revisão Célia Silva
Periodicidade
Trimestral
Propriedade e Redacção Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma
da Madeira
Tiragem
1300 exemplares
Impressão Eco do Funchal
Distribuição gratuita A todos os sócios
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a admissão de novos Enfermeiros, tendo já concretizado em Agosto, o início de funções dos Enfermeiros
candidatos à última oferta pública de emprego e de a muito curto prazo (Novembro de 2009) decorrer novo
procedimento concursal para admissão de novos Enfermeiros para o SESARAM. Sendo certo, que ainda
não são em número suficiente para satisfazer as necessidades de cuidados de Enfermagem a que a
população tem direito. Da nossa parte acompanharemos o assunto e tudo faremos para que se cumpra
mais este objectivo para bem dos serviços e da qualidade dos cuidados de Enfermagem e de saúde que se
prestam à população.
Uma outra temática que não podia deixar de abordar neste espaço é o recente acordo alcançado a
29 de Julho pelos quatro Sindicatos de Enfermagem e o Ministério da Saúde sobre o conteúdo do primeiro
segmento da Carreira de Enfermagem. Este acordo concretizou-se perante um complexo quadro jurídico,
político e legislativo, que integra a Lei de Vínculos, Carreiras e Remunerações (LVCR); A Avaliação do
Desempenho (SIADAP) e o Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas (RCTFP). A CNESE e a
FENSE em conjunto e após um longo processo de lutas e negociação procuraram com este documento
salvaguardar os interesses dos Enfermeiros e da Enfermagem no imediato e a curto prazo de forma a
garantir o melhor para as seguintes etapas negociais. Nada é como antes e cada matéria terá um diploma
próprio.
Neste sentido e sendo esta a temática de fundo desta edição, procura-se clarificar o conteúdo do
documento acordado e as temáticas que ficaram para as fases seguintes, sendo certo que a segunda fase
do processo negocial irá decorrer a partir do dia 7 de Setembro após o Ministério da Saúde ter desmarcado
a reunião do dia 26 de Agosto.
Tomando como referência o regime geral da Administração Pública onde primeiro se aprovou o
diploma enquadrador de toda a restante reforma, o documento ora acordado com os Sindicatos de
Enfermagem vem regulamentar a carreira especial de Enfermagem sendo esta a matriz a partir da qual se
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O actual Quadro Jurídico que enquadra, condiciona e baliza a negociação dos Diplomas de
Carreira é extremamente complexo. Também a agenda política, conjugada com o processo legislativo (os
passos legais para aplicação de diplomas) é complicada, pois estamos no final de uma Legislatura em que
o tempo é curto para que o processo possa seguir o seu curso em tempo útil.
Da análise e apreciação deste contexto a CNESE (SEP e SERAM) e a FENSE (SIPE e SE) em
conjunto e em acordo, tiveram que tomar a difícil decisão, de separar em dois Diplomas distintos as
matérias de Carreira e Grelha Salarial/Transição, no sentido de melhor salvaguardarem os interesses dos
enfermeiros e da enfermagem no imediato e a médio prazo.
Relembramos, que com a Lei n.º12-A publicada a 27 de Fevereiro de 2008, o Governo tinha 6
meses para rever as Carreiras Especiais, contudo não o concretizou. Já com a nova Ministra da Saúde,
Ana Jorge, a CNESE, reuniu pela primeira vez com o Ministério da Saúde (MS) a 16 de Abril de 2008.
Apartir daí o MS remeteu à CNESE a sua primeira contraproposta de princípios enformadores, em finais de
Julho de 2008, o MS apresentou 9 versões do Projecto de Diploma e a CNESE as consequentes
contrapropostas e realizaram-se 16 reuniões negociais. Existiram avanços e recuos próprios de uma
negociação, mas os resultados que se obtiveram na última reunião a 27 de Julho sobre o primeiro
segmento da Carreira de Enfermagem, onde foi possível todos os Sindicatos de Enfermagem chegarem a
acordo, só foram possíveis devido às 3 concentrações, 2 manifestações e 4 greves que realizámos
(envolvendo 6 dias no total).
MOMENTOS DO PROCESSO DE NEGOCIAL QUE EXIGIRAM ALTERAÇÕES MAS MANTENDO
OBJECTIVOS
Âmbito de aplicação da Carreira de Enfermagem: CTFP e CIT
A CNESE sempre defendeu “uma Carreira para a Enfermagem inteira” (CTFP e CIT). Contudo nas
primeiras reuniões o MS não assume qualquer compromisso, e apenas depois de uma greve e
manifestação reconhece a necessidade de harmonizar algumas matérias de Carreira entre os CTFP e CIT.
Depois, apresentou uma 1ª proposta de Diploma de Carreira aplicável aos dois tipos de contratos muito
genérica remetendo a generalidade das matérias para dois Acordos Colectivos de Trabalho (ACT). Nesta
sequência todos os Sindicatos do sector de Enfermagem, Medicina e Técnicos de Diagnóstico e
Terapêutica, assumiram uma posição comum de defesa de uma Lei conjunta, por sector profissional, que
se aplique a CTFPs e CITs. Tendo em conta esta posição assumida, o MS em Fevereiro de 2009 apresenta
nova proposta de Diploma em que pretende que as poucas matérias reguladas nesta Carreira se apliquem
apenas aos futuros CITs. Após a greve que se desenvolveu a 20 de Fevereiro, é que o MS já garante que a
Carreira seja aplicada aos actuais e futuros CITs, mas a generalidade das matérias seriam para negociar
em ACT.
Nas reuniões negociais após a greve de 2 e 3 de Abril e 12 de Maio (manifestação) o MS apresenta
nova proposta, um Diploma de Carreira para CITs e um Diploma de Carreira para CTFPs.
No sentido de melhor defender os interesses dos enfermeiros, a CNESE admitiu negociar este
“formato” de dois Diplomas. Mas a exigência e o objectivo mantêm-se inalterados: o resultado da
negociação terá de aplicar-se a todos os enfermeiros, independentemente do vínculo.
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Estrutura de Carreira de Enfermagem
Relativamente à Estrutura de Carreira a CNESE sempre defendeu: uma categoria para a Prestação
de Cuidados (gerais e especializados); exercício de funções de Gestão (chefia e direcção) em Comissão de
Serviço; regulação da Assessoria.
O MS começou por apresentar, e assim manteve uma proposta com duas categorias. Depois de
várias reuniões, e para viabilizar a continuidade do processo negocial, em Abril, os Sindicatos admitem
negociar nesta base desde que a categoria de Enfermeiro Principal fosse para a gestão dos serviços e na
de Enfermeiro, se consagrasse a possibilidade de no decurso da vida profissional, atingir o topo da Carreira
Técnica Superior (CTS), nível 57.
Nas reuniões realizadas durante o mês de Maio e primeira do mês Junho, em que foi
aprofundadamente discutida a matéria salarial e de transição, o MS e Finanças assumem que no topo da
Categoria de Enfermeiro não consagrarão o nível 57. Mais grave chegam a referir que até o poderiam fazer
mas impunham uma grelha de 14 posições e progressão de 5/5 Menções (anos) igual à CTS, significando
que nenhum enfermeiro actual ou futuro teria a possibilidade de atingir o topo (60 anos de exercício). Neste
contexto e voltando atrás o próprio MS recoloca a proposta da categoria de Enfermeiro Principal não ser
exclusivamente para a Gestão.
É neste cenário que os sindicatos firmes no objectivo de tudo fazerem para que os
enfermeiros tenham a possibilidade de atingir o topo salarial da CTS e regular a área da gestão,
decidem: Propor mecanismos para que um maior número de enfermeiros reúnam condições para
aceder a Enfermeiro Principal, tendo assim a possibilidade de atingir o topo da CTS e propor que a
gestão de serviços passasse para comissão de serviço (artigo 18), o que implicava reformular o
conteúdo funcional de Enfermeiro Principal (retirando-lhes as funções ligadas à gestão), fixar
funções de chefia e direcção e regular convenientemente este exercício de funções.
Salários e Transições
Após as reuniões de Maio e Junho, em torno da Estrutura de Carreira e Salários/Transições, ficou
claro que não havia condições para estabelecer qualquer acordo sobre as matérias salariais. O próprio MS
propôs passar as matérias salariais para Decreto Regulamentar, como fez com o sector médico. A CNESE
sabia que, para termos os Diplomas de Carreira publicados antes das eleições, estes teriam de ir a Reunião
do Conselho de Ministros na última quinzena de Julho. Foi neste contexto que os Sindicatos avaliaram
vantagens e inconvenientes:
a) Manter todas as matérias no mesmo Diploma – Nunca haveria hipótese de acordo nas matérias
salariais e o MS livremente poderia decidir, impor os diplomas levando-os como estavam a
Conselho de Ministros ou adiar a negociação para a próxima Legislatura.
b) Separar em Diplomas diferentes as matérias salariais e não salariais e confrontar o MS com
todas as exigências para um Acordo, incluindo o compromisso escrito do MS e Finanças que,
sobre as matérias salariais, seriam retomadas na última semana de Agosto, em que as suas
actuais propostas “seriam ponto de partida”.
Conscientes que estes diplomas constituem as “Leis – Quadro” das futuras Carreiras de
Enfermagem e que era fundamental ter os Diplomas publicados nesta Legislatura, os Sindicatos não
tiveram dúvidas que, na defesa do melhor interesse dos Enfermeiros a melhor opção seria separar
as matérias em Diplomas diferentes. Assim concretizaram e obtiveram os resultados que aqui
apresentamos.
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DIPLOMA DE CARREIRA DE ENFERMAGEM PARA CTFPs
Nível Habilitacional e Qualificação Profissional
O MS propôs consagrar artigos sobre a “natureza do nível habilitacional” e “Qualificação de
Enfermagem” consubstanciando um claro ataque a matérias que regem a Autonomia do Enfermeiros: a
qualificação estava quase ao nível dos Técnico-Profissionais; pretendiam eliminar normas centrais do
REPE, e inclusivamente as entidades empregadoras e não exclusivamente a Ordem dos Enfermeiros
(OE), poderiam atribuir títulos de Enfermeiro e Enfermeiro Especialista. A CNESE no Diploma Final
conseguiu salvaguardar a autonomia da profissão, designadamente a manutenção da atribuição dos
títulos pela OE e que “os Enfermeiros têm uma actuação de complementaridade funcional relativamente
aos demais profissionais de saúde, mas dotada de igual nível de dignidade e de autonomia de exercício
profissional”.
Áreas de Actuação
A proposta inicial do MS consagrava as 3 áreas de actuação defendidas pela CNESE, mas de forma
muito genérica e não regulamentada. A estrutura final consagra as 3 áreas de actuação – Prestação de
Cuidados, Gestão (funções de chefia e direcção) e Assessoria de forma muito mais regulada.
Estrutura de Carreira
A CNESE defendia inicialmente uma Categoria, a de Enfermeiro, na qual englobava a área de
Prestação de Cuidados gerais e especializados e que as áreas de Gestão e Assessoria seriam exercidas
em Comissão de Serviço. Na estrutura final temos uma Carreira com 2 Categorias, Enfermeiro e
Enfermeiro Principal. A categoria de Enfermeiro integra os Enfermeiros que prestam Cuidados Gerais e
Especializados e na categoria de Enfermeiro Principal, os que prestam cuidados especializados e que
integram comissões/grupos que fazem assessoria a tempo inteiro e principal; coordenam funcionalmente
“grupo de enfermeiros da equipa”, ou seja, responsáveis de turno, “chefes de equipa”, entre outros. Ainda
no diploma final conseguimos por negociação que serão estabelecidos rácios por Enfermeiro Principal. As
funções de chefia ao nível do serviço e de direcção ao nível dos departamentos/conjunto de serviços,
conseguimos a sua regulação integral, contrastando com a proposta inicial do MS, que era de contínua
instabilidade.
Requisitos, Processo de Recrutamento e Exercício de Funções
O ingresso na Carreira e acesso a Enfermeiro Principal na estrutura de Carreira acordada é por
concurso sendo estes regulamentados por Portaria. Até à aprovação desta mantém-se em vigor a
legislação da actual Carreira (DL 437/91) sobre concurso e ao contrário da proposta inicial do MS, os júris
continuarão a ser exclusivamente Enfermeiros. No que concerne às condições de acesso a Enfermeiro
Principal ficou acordado que é necessário deter o título de Especialista e apenas 5 anos de exercício
profissional (MS proponha 15 anos após a obtenção do titulo de Especialista). Para as funções de chefia e
de direcção dos Departamentos é necessário ser Enfermeiro Principal e o mínimo de 10 anos de exercício
profissional e formação em gestão e administração de Serviços de Saúde. Salientamos que a CNESE
esteve em desacordo com a não integração de um “procedimento concursal”, o qual consta na acta de
acordo.
Funções
O MS ambicionava que a categoria de Enfermeiro fosse apenas de “executante”, sem autonomia.
Em ambas as categorias pretendia conteúdos funcionais muito genéricos e limitativos, sem enquadrar a
amplitude funcional decorrente das qualificações e competências que detemos, assim como, não previa
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qualquer conteúdo funcional para a área de gestão. Ao contrário destas intenções, o Diploma acordado
prevê conteúdos funcionais bem delineados respeitando a autonomia e dignidade profissional, assim como
a fixação dos conteúdos funcionais dos enfermeiros que exercem cargos de “chefia e direcção”.
Avaliação do Desempenho
Até a entrada em vigor do Decreto de Lei sobre a Avaliação do Desempenho dos enfermeiros, a ser
negociado posteriormente mantém-se a legislação actual sobre a Avaliação de Desempenho, em que ao
contrário da pretensão do MS, só os enfermeiros continuam a avaliar enfermeiros.
Horários de Trabalho
O período normal de trabalho ficou acordado em 35 horas semanais como proposto inicialmente
pela CNESE. Até a entrada em vigor de um Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) mantém-se em vigor a
actual legislação sobre horários, o que significa que, entre outros aspectos, para o pagamento de horas de
qualidade/extra continua a se aplicar o DL 62/79 ao contrário do que o MS inicialmente pretendia,
pagamentos nos termos da lei geral (RCTFP), o que significava menos 200 a 400 euros mensais em média,
de horas complementares.
Período Experimental
Ao contrário a uma das propostas iniciais do MS de 240 dias de período experimental, este fixou-se
em 90 dias.
Formação
No Diploma final conseguimos que, a frequência de formação sem perda de remuneração possa
ser autorizada por um período não superior a 15 dias úteis, a regular em ACT, ao contrário da proposta
inicial do MS de 10 dias úteis.
Estrutura, Grelha Inicial e Desenvolvimento Salarial
Matéria em negociação com o MS, contudo já ficou fixado que a primeira posição remuneratória
para o ingresso dos licenciados nunca será inferior ao nível 15 (1201 euros), ao contrário da proposta
inicial, nível 12 (1047 euros), assim como o topo da carreira nunca será inferior ao nível 57 (3364 euros),
contrário ao nível 50 (3003) proposto pelo MS. Está já fixado no Projecto de Diploma acordado que para o
exercício de funções de chefia e direcção, a remuneração é a fixar em Diploma próprio. O desenvolvimento
salarial é uma matéria a negociar no Diploma de Avaliação de Desempenho.
Transições
A CNESE defende a manutenção das categorias e funções, o acréscimo remuneratório imediato
decorrente da licenciatura e soluções que inviabilizem inversão de posições remuneratórias. Os
enfermeiros não detentores da Licenciatura devem manter a actual expectativa de desenvolvimento salarial.
Já está fixado no Projecto de Diploma acordado que os enfermeiros graduados e especialistas transitam
para a categoria de enfermeiro; os enfermeiros chefes e supervisores transitam para a categoria de
Enfermeiro Principal, desde que a sua remuneração não seja inferior à remuneração 1.
Restantes matérias em negociação.
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ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS
O alívio da dor é preocupação constante demonstrada pelos profissionais de saúde envolvidos na prestação
de cuidados. O enfermeiro perante esta situação, por vezes, sente necessidade de recorrer a terapias não
farmacológicas, nomeadamente a massagem, como complemento à terapia medicamentosa.
De acordo com Cassar (1998) a massagem pode ser utilizada para aliviar a dor, reduzir o edema, melhorar a
circulação e promover a nutrição dos tecidos. Segundo Harding (2005), é uma terapia onde se utilizam principalmente
as mãos para trabalhar os músculos e os tecidos moles do corpo, de forma a aliviar a rigidez e descontrair o corpo e a
mente.
Actua tanto a nível físico como psicológico. Numa visão simplista a massagem tem utilidade apenas para
problemas musculares. Contudo, o que vários estudos têm demonstrado é que ela tem um potencial muito mais amplo
de benefícios à saúde, nomeadamente no sistema circulatório, endócrino, imunológico, nervoso, digestivo (intestino),
musculo-esquelético e tegumentar.
Assim, quando é realizada uma massagem, são produzidas estimulações nervosas que por uma acção directa
na espinal-medula provoca um bloqueio na condução nervosa das fibras da dor, levando a um alívio de sensação
dolorosa. Também Paterson (1991), constatou que a massagem “diminui a dor, provocando um aumento de produção
de endorfinas – atenuantes da dor –, e serve também como técnica de distracção, impedindo alguns impulsos da dor
de serem registados no cérebro” (p.18). Esses mesmos estímulos ao atingirem o cérebro causam uma redução do
cortisol e uma elevação de serotonina o que induz ao relaxamento, diminuindo assim a ansiedade e melhorando o
sono.
Os benefícios mencionados por este autor são complementados por Pratt e Mason, citados por Malta et al.
(2003), referindo que a massagem pode “(…) reduzir a tensão muscular, melhorar a circulação e drenagem linfática;
diminuir a frequência cardíaca e a pressão sanguínea; aumentar a flexibilidade do tronco e dos membros; aumentar a
temperatura do corpo e da pele” (p.111).
Assim a massagem poderá ser designada como terapêutica, e foi definida por Domenico e Wood (1998) como
“o uso de diversas técnicas manuais que objectivam promover o alívio do stress ocasionando relaxamento, mobilizar
estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o edema, prevenir a deformidade e promover a independência funcional em
uma pessoa que tem um problema de saúde específico” (p.5).
Através da nossa prática diária, ao aplicar a massagem como técnica terapêutica no alívio da dor e indução de
relaxamento, verificámos através do testemunho dos doentes que esta é eficaz não só no alívio da dor como na
indução do sono.
É de extrema importância que o enfermeiro enquanto profissional de saúde, que passa mais tempo junto do
doente, faça tudo o que estiver ao seu alcance para diminuir e ou eliminar a dor. Malta et al. (2003), reforça o facto de
que a massagem não pode ser considerada como mais um procedimento, mas deve ser encarada “(…) como uma
técnica holística, em que a perícia técnica é importante, mas a atitude mental tanto daquele que faz a massagem como
daquele que a recebe é também importante” (p.111/112).
Assim sendo “para sermos bem sucedidos numa massagem, basta unicamente escutar as mãos, e deixá-las
escutar totalmente, por sua vez, o corpo do outro. As nossas mãos sabem por instinto onde e como devem aplicar a
massagem. Basta aceitar dar…”, Dreyfus citado por Gomes et al (1994).
Autores: Ana Sofia Pereira de Freitas Ventura
Iva Eliana Camacho Temtem
Letícia Maria Nunes Belo
Plácida Sofia Camacho Silva
Licenciadas em Enfermagem a desempenharem funções no serviço de Urologia / Hemato-Oncologia do SESARAM-EPE
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INFOSERAM N.º 13 Setembro 2009
Comemoramos no dia 12 de Agosto os 50 anos da criação do Sindicato dos Enfermeiros
da Região Autónoma da Madeira. Assinalamos esta data com a organização de um
Jantar/Tertúlia na Quinta Lido Sol. Participaram na tertúlia o actual presidente do SERAM, os ex-
presidentes deste sindicato, assim como, o Coordenador e vice-Coordenadora do SEP.
Também homenageamos todos os sócios com 25 ou mais anos de filiação, com uma
pequena lembrança.
Foi com grande satisfação que verificamos uma forte adesão dos Enfermeiros a este
evento, ultrapassando os 200 participantes. Aqui fica o registo de alguns momentos desta
confraternização.
S.E.R.A.M. Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira
Morada: Rua de Santa Maria 86-88-90, 9050-040 Funchal Contactos: Telefone. 291 224942 Fax 291 227664 E-mail: [email protected] Web site: www.seram.pt
Estar Sindicalizado é mais Seguro!