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CRESESB - Centro de Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO XI Nº 11 Dezembro - 2006 Parques Eólicos do PROINF Parques Eólicos do PROINF Parques Eólicos do PROINF Parques Eólicos do PROINF Parques Eólicos do PROINFA entrando em operação entrando em operação entrando em operação entrando em operação entrando em operação CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB Informe Informe Parques Eólicos implantados nos municípios de Osório-RS e Rio do Fogo-RN aumentam capacidade de geração eólica do país. Páginas 10 e 11 Novos Centros de Demonstração implantados no Brasil aliam o uso de fontes alternativas de energia aos conceitos de eficiência energética, conforto térmico e reciclagem de material, resultando em construções ambientalmente sustentáveis. Páginas 16, 17 e 18 Pesquisadores do CEPEL estão trabalhando no projeto de implantação de um sistema híbrido de energias solar e eólica, que irá atender a Ilha da Trindade, no litoral do Espírito Santo. O projeto é fruto de um protocolo de intenções assinado em 2005 entre a ELETROBRÁS, o CEPEL e a MARINHA DO BRASIL. Páginas 8 e 9 Rio do Fogo - RN Osório - RS

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Page 1: Informe Cresesb 11 - Cepel€¦ · Diretor Geral - CEPEL Albert Cordeiro Geber de Melo Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Jorge Nunes de Oliveira Diretor de Gestão e Infra-Estrutura

CRESESB - Centro de Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO XI Nº 11 Dezembro - 2006

Parques Eólicos do PROINFParques Eólicos do PROINFParques Eólicos do PROINFParques Eólicos do PROINFParques Eólicos do PROINFAAAAAentrando em operaçãoentrando em operaçãoentrando em operaçãoentrando em operaçãoentrando em operação

CRESESBCRESESBCRESESBCRESESBCRESESBInformeInforme

Parques Eólicos implantados nos municípios de Osório-RS e Rio do Fogo-RN aumentamcapacidade de geração eólica do país. Páginas 10 e 11

Novos Centros de Demonstração implantados no Brasil aliam o uso de fontes alternativas de energia aos conceitosde eficiência energética, conforto térmico e reciclagem de material, resultando em construções ambientalmentesustentáveis. Páginas 16, 17 e 18

Pesquisadores do CEPEL estão trabalhando no projeto de implantação de um sistema híbrido de energias solar eeólica, que irá atender a Ilha da Trindade, no litoral do Espírito Santo. O projeto é fruto de um protocolo de intençõesassinado em 2005 entre a ELETROBRÁS, o CEPEL e a MARINHA DO BRASIL. Páginas 8 e 9

Rio do Fogo - RN

Osório - RS

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2 C R E S E S B I N F O R M E

João Lizardo R. H. de AraújoDiretor Geral - CEPEL

Albert Cordeiro Geber de MeloDiretor de Pesquisa e Desenvolvimento

Jorge Nunes de OliveiraDiretor de Gestão e Infra-Estrutura

Ary Vaz Pinto JuniorChefe do Departamento de

Tecnologias Especiais

Hamilton Moss de SouzaCoordenador do CRESESB

Ricardo Marques DutraPatrícia de Castro da Silva

Engenheiros AssistentesEditoração Eletrônica

Leve como o ArLeve como o ArLeve como o ArLeve como o ArLeve como o Ar,,,,,Poderosa como o VPoderosa como o VPoderosa como o VPoderosa como o VPoderosa como o Ventoentoentoentoento

Os artigos assinados são deresponsabilidade dos autores.

A

Hamilton Moss de SouzaRicardo Marques Dutra

Patrícia de Castro da SilvaSérgio Roberto F. C. de Melo

João Ricardo RamosBruno Montezano

Viviane Alencar Ferreira Silva

Equipe [email protected]

participação da energia eólicana matriz energética nacional é

apenas um leve traço (0,13%), inversa-mente proporcional ao nosso potencialeólico, reconhecidamente dos maio-res do mundo. A implantação dos pri-meiros parques eólicos do PROINFA,matéria de capa deste nosso Informe,vem pavimentar um caminho na di-reção da maior participação de umapoderosa fonte de energia como o ven-to. Dificuldades para um crescimentosustentável do uso desta fonte exis-tem, são conhecidas e, mais do queisto, estão em vias de serem solucio-nadas. O importante é que, em energiaeólica, saímos de algumas dezenasde MW para a escala de centenas, ecom perspectiva de atingir, no médioprazo, outras ordens de grandeza. Nãoprecisamos mais recorrer a exemplosinternacionais para mostrar que a ener-gia eólica é uma opção viável, os par-ques em operação são uma prova ine-quívoca. Esta fonte energética incor-pora-se definitivamente no planeja-mento energético. Os pioneiros e osnovos atores da energia eólica no Bra-sil podem comemorar, sem, eviden-temente, descansar com as vitóriasobtidas. Há muito trabalho a ser feito.

Falando em trabalho, certamentemuito trabalho é o que espera os queatuam em diferentes áreas nas ener-gias renováveis. O último relatório daONU sobre mudanças climáticas co-loca as energias renováveis no centrodo palco. O Brasil, com suas múltiplasopções renováveis, para uso próprio ecom potencial excedente para ajudara suprir o mundo, deve aproveitar omomento e dar sua contribuição.

Sempre que publicamos um novoInforme, revisitamos os antigos, e, aorecordarmos os muitos trabalhos im-plantados, sempre reforçamos a nos-sa percepção do dinamismo de nossacomunidade renovável, de Norte a Suldo país. Grupos consolidados, novosgrupos. Épocas mais promissoras, fa-ses mais difíceis, mas sempre reali-zações sendo mostradas. Nesta edi-ção abrimos espaço para mostrar no-vos centros de demonstração sendoimplantados. A partir de nossa expe-riência com a Casa Solar, podemosafirmar que este tipo de iniciativa dáuma grande contribuição para apre-sentar, aos mais diversos públicos, opotencial das novas fontes renováveis.Do estudante interessado ao poten-

cial usuário, passando por profes-sores, autoridades governamentais eempresários, este contato direto comexemplos concretos de uso destasfontes vai conquistando novos e indis-pensáveis atores para o nosso desen-volvimento sustentável.

É com um otimismo “pé no chão”que abrimos mais esta edição doInforme CRESESB. Eventos, publica-ções, exemplos em operação. Con-solida-se a opção renovável. Levecomo o ar, poderosa como o vento,aquecida e iluminada pelo sol numdoce balanço a caminho de um marde oportunidades.

Uma boa leitura!

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§ 3C R E S E S B I N F O R M E

T odas as formas renováveis deenergia são consideradas pelo

Canadá importantes aliadas na solu-ção das questões ambientais. Dentrodesta visão, o governo do Canadá anun-ciou recentemente um programa deUS$ 1.3 bilhão de incentivos à produ-ção de energias renováveis. Estima-se que estes recursos levarão à insta-lação de 4.000 MW de energia elétricarenovável em projetos que deverão es-tar implantados até 2012.

A indústria canadense de energiaeólica atravessa um período de gran-de desenvolvimento, tendo estabele-cido sucessivos recordes ao instalar240 MW em 2005 e 657 MW em 2006,o que representou apenas neste últi-mo ano investimentos de US$ 1 bilhão.O Canadá tem hoje 1.341 MW de ca-pacidade eólica instalada, que corres-ponde a 0.5% do total de sua demandapor energia. A indústria de energia eó-lica estima um crescimento firme nospróximos anos, considerando as polí-ticas governamentais para o setor e aviabilidade econômica já demonstradapelos sistemas em operação.

A província de Ontario ocupa a lide-rança em capacidade eólica instaladacom 413 MW e acaba de implantaruma das políticas mais vigorosas daAmérica do Norte para promover a

Mariangela Olivieri de LimaConsulado Geral do Canadá em SP

[email protected]

O Canadá aposta nas energias renováveisO Canadá aposta nas energias renováveisO Canadá aposta nas energias renováveisO Canadá aposta nas energias renováveisO Canadá aposta nas energias renováveis

energia solar, eólica e de biomassa.Alberta é uma das províncias maisavançadas em termos de capaci-dade instalada, uma vez que em-presas de energia aí sediadas, taiscomo Suncor, Enbridge, Nexen eTransalta, têm financiado diversosprojetos de usinas eólicas.

Dentre as tecnologias desenvol-vidas no Canadá, destacam-se aspequenas turbinas eólicas, na faixade 20 a 200 kW. Essas unidadespodem ser instaladas para uso do-méstico, em comunidades rurais,ou para suprir escolas e pequenasfábricas. Está no Canadá a metadedos fabricantes mundiais deste tipo deturbina, sendo a maioria da produçãoexportada.

O Canadá também assume um pa-pel de liderança na pesquisa e desen-volvimento de sistemas integrados deenergia. As instalações do Wind-DieselDevelopment, dentro do Wind EnergyInstitute of Canada (WEICan), sãouma das mais avançadas no mundopara testes de sistemas híbridos. Nosúltimos cinco anos os trabalhos têmse concentrado no desenvolvimento deum sistema de controle que permiteque turbinas eólicas sejam completa-mente integradas a sistemas existen-tes de geração a diesel.

Da mesma maneira que o Brasil, oCanadá conta com extensas áreas dopaís não cobertas pela rede elétrica.O custo de instalar linhas de transmis-são, de aproximadamente US$ 8.500dólares por quilômetro, faz com quesistemas de energia solar sejam viá-veis e preferíveis a geradores a dieselou gasolina, dada a alta confiabilidade,durabilidade, e o menor custo de insta-lação e de manutenção da tecnologiade energia solar.

A indústria canadense de energiasolar fotovoltaica tem desenvolvidouma série de produtos bem aceitos nomercado internacional, tais como a in-tegração ao projeto arquitetônico deaplicações fotovoltaicas compactas eeficientes e leds à base de energia so-lar fotovoltaica para aplicações no mar,em pistas de pouso, estradas e pon-tos de ônibus. No centro de Toronto,por exemplo, os instrumentos para co-brança de estacionamento nas ruasoperam com energia fotovoltaica, queVancouver também utiliza para abas-tecer a frota de veículos usados nostrabalhos de manutenção da cidade,eliminando o custo, barulho e poluiçãodos geradores portáteis.

As tecnologias desenvolvidas peloCanadá na área de energia eólica esolar podem ser conhecidas em maio-res detalhes através do Setor Comer-cial do Consulado Geral do Canadá emSão Paulo, dedicado a estimular aaproximação e cooperação entre insti-tuições e empresas brasileiras e cana-denses.

Projeto Wind-Diesel (Wind Energy Institute of Canada).

Painel Solarwall.

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4 C R E S E S B I N F O R M E

A divulgação das fontes alternativasA divulgação das fontes alternativasA divulgação das fontes alternativasA divulgação das fontes alternativasA divulgação das fontes alternativasde energia no CRESESBde energia no CRESESBde energia no CRESESBde energia no CRESESBde energia no CRESESB

U m dos mais importantes meiosutilizados pelo CRESESB para rea-

lizar a divulgação das tecnologias so-lar e eólica é a disseminação de infor-mações através da Internet. A páginawww.cresesb.cepel.br, disponível des-de 1996, é constantemente atualiza-da e ampliada.

Nossa homepage tem recebido cer-ca de 1.500 visitantes por dia, consoli-dando-se como um forte instrumentode divulgação de informações qualifi-cadas sobre as energias solar e eólicano Brasil. Muitos destes acessos têmgerado consultas e visitas ao CEPEL/CRESESB de diversos profissionais,tanto do país quanto do exterior, inte-ressados em desenvolver projetos noBrasil. Muitos estudantes e professo-res também consultam a página paraelaboração de seus trabalhos e aulas.Indicamos também contatos para es-tes visitantes em outras instituições eempresas que possam ajudá-los emseus objetivos.

Em 2004 foi insta-lado nos servidores doCEPEL (onde a páginado CRESESB encontra-se residente) o programa"Modlogan v0.5.2" quepossibilita uma análiseestatística do número deacessos à página. A par-tir da consolidação dosdados do período de mar-ço/04 a setembro/06 foipossível avaliar o perfildos usuários que aces-sam as informações dis-poníveis em nossa pági-na. Neste período, houveum total de aproximadamente 850.000acessos.

A evolução do número de acessosà página do CRESESB ao longo des-te período, com tendência claramentecrescente (vide Fig. 1), demonstra queo uso desta ferramenta está contri-buindo para apoiar, divulgar e difundir

o uso das tecnologiassolar e eólica.

As estatísticas permi-tiram observar tambémque nos meses relativosàs férias escolares háuma redução significativade consultas, indicandoque os estudantes sãoos maiores usuários dapágina (os menores ín-dices de acessos ocor-rem no mês de janeiro eos maiores índices emsetembro).

Em 2007, a página doCRESESB será reformu-lada (conforme ilustradona Fig. 3), buscando au-mentar a interatividadecom o público. A nova pá-gina também possibilita-rá aos internautas reali-zar uma visita virtual, emtrês dimensões, à CasaSolar Eficiente que é ou-tro importante meio de di-vulgação das energias al-ternativas.

Desde a sua inaugu-ração, em 1997, a Casa

Solar recebeu cerca de 10.000 visi-tantes, distribuídos ao longo de noveanos conforme mostrado na Fig. 2. Deuma forma geral, as visitas são redu-zidas no período de férias, sendo maisconcentradas no segundo semestre(com destaque para o mês de agosto)onde, em média, ocorrem 59% dasvisitas.

As visitas à Casa Solar Eficientetêm se caracterizado pela grande pre-sença de estudantes de diversas fai-xas etárias (pertencentes aos EnsinosFundamental, Médio e Superior), querepresentam 57% do total de visitan-tes. As visitas de estudantes visamprincipalmente estimular o interessenas profissões técnicas ou científicas,usando como base o tópico das ener-gias renováveis.

Em 2007, várias outras atividadesestarão em andamento para ampliar aatuação do CRESESB na difusão deinformações acerca das energias solare eólica, destacando-se especialmen-te a construção do seu Centro de In-formações, cuja operação, prevista pa-ra o segundo semestre de 2007, visapromover com maior eficiência as ati-vidades de treinamento e divulgaçãotécnico-científica do CRESESB e doCEPEL e, ao mesmo tempo, ampliaro efeito de demonstração já conse-guido com a Casa Solar Eficiente nosseus nove anos de funcionamento.

Equipe CRESESBCEPEL / DTE

[email protected]. 2 - No de visitas e visitantes à Casa Solar.

Fig. 1 - No de acessos à página do CRESESB.

Fig. 3 - Nova página do CRESESB na Internet.

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§ 5C R E S E S B I N F O R M E

Ricardo M. DutraCEPEL / DTE

[email protected]

Bruno B. de CnopENERSUD

www.enersud.com.br

omo parte integrante da divulga-ção de fontes renováveis de ener-

gia elétrica, a Casa Solar Eficiente dis-ponibiliza informações sobre energiaeólica e sua utilizaçãono Brasil, aos mais de10 mil visitantes rece-bidos desde a sua inau-guração. Próximo decompletar 10 anos defuncionamento, a Ca-sa Solar conta agoracom mais uma fonte degeração renovável deenergia elétrica.

Em outubro de2006 foi instalado umaerogerador modeloGERAR246 fabricadopela empresa brasilei-ra Enersud. Este mo-delo, de potência no-minal de 1 kW, foi ins-talado em uma torre tu-

Geração Eólica na Casa Solar EficienteGeração Eólica na Casa Solar EficienteGeração Eólica na Casa Solar EficienteGeração Eólica na Casa Solar EficienteGeração Eólica na Casa Solar Eficientedo CEPEL-CRESESBdo CEPEL-CRESESBdo CEPEL-CRESESBdo CEPEL-CRESESBdo CEPEL-CRESESB

C bular de 12 metros de altura nas pro-ximidades da Casa e tem provido, des-de então, energia suplementar para obanco de baterias.

Turbina Eólica instalada na Casa Solar Eficiente do CEPEL.

A tecnologia dos pequenos aero-geradores teve um grande desenvolvi-mento nos últimos anos, aprimoran-do-se a geração em baixa velocidade

de vento, baixo nívelde ruído e longevida-de mecânica. Estes as-pectos têm favorecidoo uso da energia eóli-ca como uma alterna-tiva viável para geraçãode energia em locaisisolados e até mesmoem pequenas instala-ções conectadas à re-de elétrica.

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6 C R E S E S B I N F O R M E

A exemplo do que já acontece empaíses como Espanha, Portugal, Is-rael, México, Índia, Austrália, Ale-manha, Áustria, China, Estados Uni-dos, Japão entre outros, a iniciativaCidades Solares visa criar uma legis-lação municipal que incentive o usode aquecedores solares em substitui-ção a chuveiros ou aquecedores elé-tricos ou a gás.

A substituição da energia elétricautilizada para aquecimento de água –hoje responsável por cerca de 6% doconsumo de energia elétrica do país –por aquecimento solar, gerou umaeconomia de mais de 380 mil MWhde energia elétrica somente em 2005.Este dado, por si só, explica a moti-vação de se criar uma legislação queincentive o uso de aquecedores so-lares.

E a forma da sociedade civil seorganizar para esta implantação estána iniciativa Cidades Solares parapromoção do uso da energia solar nocontexto do planejamento urbano delongo prazo para o desenvolvimentosustentável.

Cidades Solares é uma iniciativado Departamento Nacional de Aque-cimento Solar (DASOL), da ABRAVA– Associação Brasileira de Refri-geração, Ar Condicionado, Ventilaçãoe Aquecimento em conjunto com oVitae Civilis, ONG socioambiental, etem como objetivo principal incentivara mobilização da sociedade no Brasilatravés de seminários que sensibi-lizem os poderes públicos municipaispara a criação de leis de incentivo aouso de aquecimento solar.

O ano de 2006 foi considerado umsucesso: foram realizados sete semi-nários, duas leis de incentivo ao aque-cimento solar aprovadas e mais trêsprojetos em tramitação. As articula-ções entre agentes municipais, or-ganizações da sociedade civil, fabri-cantes de equipamentos solares edistribuidoras de energia elétrica tive-ram ganhos concretos, conseqüênciade um trabalho desenvolvido para en-volver prefeituras, empresas e orga-nizações da sociedade na mudançade demandas de energia e na imple-

Cidades Solares: uma iniciativa paraCidades Solares: uma iniciativa paraCidades Solares: uma iniciativa paraCidades Solares: uma iniciativa paraCidades Solares: uma iniciativa parapromover o uso da energia solarpromover o uso da energia solarpromover o uso da energia solarpromover o uso da energia solarpromover o uso da energia solar

mentação de medidas para o uso deenergia solar.

O primeiro seminário aconteceu emSão Paulo e motivou a Prefeitura dacidade a apresentar à Câmara de Ve-readores um projeto de lei que obrigaa instalação de coletores solares emnovas edificações da cidade.

Segundo Délcio Rodrigues, pes-quisador associado ao Instituto VitaeCivilis e coordenador da Iniciativa,“como resultado, tivemos a aprovaçãode um projeto de lei de incentivo ao

diferente, com forte envolvimento deagentes municipais pelo desenvol-vimento de projetos de incentivo aouso desta fonte de energia descen-tralizada, renovável, que pode contri-buir em muito para a sustentabilidadedas cidades, de maneira que o ano de2007 promete ser um marco no apro-veitamento da energia solar.

“Dividimos nosso plano de trabalhopara 2007 em duas frentes de ativi-dades: o acompanhamento técnico epolítico do desenvolvimento, tramita-ção e regulamentação dos projetosque já conseguimos colocar em mar-cha e, por outro lado, a articulação doprocesso em cidades ainda não atin-gidas pela Iniciativa Cidades Solares”,ressalta Délcio Rodrigues, que diztambém que essa estratégia é impor-tante para divulgar as vantagens socio-ambientais do aquecimento solar.

Para 2007 a iniciativa está desen-volvendo materiais para campanhaspúblicas com o objetivo de criar, emcada cidade, uma base de apoio aosprojetos em discussão e para que asociedade fique informada quanto aosdebates em andamento. Tem-se comometa também expandir a iniciativa pa-ra outras cidades. Por isto já se inicia-ram contatos com organizações nãogovernamentais e com outros atoresdas capitais Brasília, Goiânia, Vitória,Recife, Cuiabá e Campo Grande, comatores de cidades importantes do in-terior e litoral de São Paulo como ABCpaulista, Santos, Taubaté, São Josédos Campos, Campinas, Ribeirão Pre-to e Sorocaba, além de Londrina e Ma-ringá no interior do Paraná e Joinvillee Blumenau, em Santa Catarina. Des-tas conversas surgirá a agenda da Ini-ciativa Cidades Solares para 2007, quedeverá ser definida até fevereiro, dizCarlos Faria.

A idéia da iniciativa Cidades So-lares é criar uma rede de cidadãos,agentes governamentais, fabricantesde equipamentos, financiadores eoutros grupos sociais que impulsioneo uso da energia solar para o desen-volvimento sustentável.

Uma Cidade Solar é uma área ur-bana com programas pró-ativos pelo

aquecimento solar em Porto Alegre, aaprovação de outro projeto de lei queobriga a instalação do aquecimentosolar em habitações de interesse so-cial construídas na cidade de Birigui,no interior de São Paulo, a colocaçãoem tramitação de três projetos emCuritiba e Belo Horizonte, a elabora-ção de projeto por parte do executivomunicipal de São Paulo e a criação degrupos de trabalho para a elaboraçãode projetos em Salvador e no Rio deJaneiro”, afirmou.

Carlos Felipe Faria, diretor execu-tivo do Departamento Nacional de Aque-cimento Solar da ABRAVA e tambémcoordenador da Iniciativa Cidades So-lares, destaca como um grande resul-tado a aprovação da lei que cria o pro-grama municipal de incentivo ao usodo aquecimento solar em Porto Ale-gre proposta pela Vereadora MônicaLeal, que agora depende de regula-mentação por parte do executivo mu-nicipal.

Em Belo Horizonte, São Paulo,Salvador e Rio de Janeiro não têm sido

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§ 7C R E S E S B I N F O R M E

Carlos Felipe da Cunha FariaDASOL / ABRAVA

Délcio RodriguesVITAE CIVILIS

www.cidadessolares.org.br

aumento do número de sistemas so-lares instalados nas edificações, quebuscam aumentar a energia geradapor fontes renováveis, sustentáveis edescentralizadas, reduzir as emissõesde carbono e as emissões de poluen-tes locais geradas por estas edifica-ções e reduzir a dependência das ci-dades de fontes de energia externas.

O conceito de Cidade Solar é pro-movido por um grande número de ini-ciativas em todo o mundo, que incluemincentivos financeiros, legislações,diretrizes e normas para a promoçãodo uso de tecnologias solares.

A iniciativa brasileira visa promoverantes de tudo o uso de aquecedoressolares de água, já que, no contextobrasileiro, esta forma de aproveita-mento da energia solar traz amplasvantagens socioambientais e pode serimplantada imediatamente. Para maio-res informações acessar o endereçoeletrônico www.cidadessolares.org.br.

Alguns casos internacionais delegislações pró-energia solar

O caso mais famoso de legislaçãode promoção do uso de aquecedores

solares, principalmente pela replicaçãoque teve, é o de Barcelona. A cidadeaprovou uma legislação que obriga ainstalação de aquecedores solares emnovas construções e reformas de porteno ano 2000 (Ordenanza Solar de Bar-celona).

A legislação foi modificada em 24de fevereiro de 2006. O novo texto pro-põe que, a partir de 2006, todas asnovas edificações e reformas sejamobrigadas à instalação, desde que amesma seja viável.

Legislações semelhantes estão emdiscussão na Cidade do México e emoutras grandes cidades daquele país,e também na cidade de Rosário, naArgentina.

A legislação de Barcelona tambémserviu de inspiração para a propostaapresentada pelo Instituto Vitae Civilisà Prefeitura de São Paulo.

Outro exemplo importante de le-gislação relativa ao aquecimento so-lar é o de Israel. Naquele país, desde1980 é obrigatória a instalação de aque-cedores solares de água. A legislaçãoimplantada desde há tanto tempo per-mitiu que o país auferisse em larga

escala dos benefícios socioambientaisda tecnologia, contribuindo inclusiveestrategicamente com o objetivo dediminuição da dependência externa depetróleo e outras fontes de energia.

Na Alemanha, em novembro de2005, a coalizão que conquistou o no-vo governo concordou em implantar,durante o período legislativo vigente,medidas para o aumento da participa-ção de fontes de energia renovável noaquecimento.

O rascunho em elaboração con-templa: regras mandatórias para o usode aquecedores solares como partedo novo código de edificações; re-quisitos quantitativos de instalaçãoassociados a certificados comercia-lizáveis de “energia verde”, assemelha-dos aos certificados de carbono; re-gulação de preços, com bônus fe-derais.

livro "Um Banho de Sol para o Brasil" discute propostas para a promoção da geração descentralizada deenergias renováveis, focada particularmente na energia solar para o aquecimento de água que, entre outros

propósitos, visa a redução das emissões de gases de efeito estufa e a mitigação das mudanças climáticasassociadas a estes gases.

O livro resume um trabalho de pesquisa e entrevistas, onde os autoresapresentam as barreiras encontradas no mercado brasileiro para a ampla utiliza-ção de aquecedores solares, assim como possíveis estratégias para sua supe-ração, discutidas com fabricantes, financiadores, institutos de pesquisa e órgãosreguladores. O livro discute ainda a promoção de políticas públicas e de mercadoque venham a favorecer a utilização dos aquecedores solares, através de inova-ções no financiamento e alterações nos códigos de obras municipais que visemampliar a utilização desta tecnologia no setor residencial ou em outros setores,como o industrial e de serviços.

Este livro é uma realização do Vitae Civilis, com apoio das seguintes insti-tuições: Blue Moon Fund, Fundação Heinrich Böll e The Ford Fundation. Maioresinformações sobre a aquisição desta publicação podem ser obtidas através dapágina www.vitaecivilis.org.br.

O

Um Banho de Sol para o Brasil discute oUm Banho de Sol para o Brasil discute oUm Banho de Sol para o Brasil discute oUm Banho de Sol para o Brasil discute oUm Banho de Sol para o Brasil discute ouso de aquecedores solares no paísuso de aquecedores solares no paísuso de aquecedores solares no paísuso de aquecedores solares no paísuso de aquecedores solares no país

Texto adaptado da contra-capa do livro

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8 C R E S E S B I N F O R M E

CEPELCEPELCEPELCEPELCEPEL desenvolve Projeto de Fontes desenvolve Projeto de Fontes desenvolve Projeto de Fontes desenvolve Projeto de Fontes desenvolve Projeto de Fontes

esquisadores do CEPEL estão trabalhando no projeto de implantação de um sistema híbridode energia solar e eólica, que irá atender a Ilha da Trindade, no litoral do Espírito Santo. Comcapacidade para gerar 120kW, o sistema reduzirá de 60 mil para 2 mil litros o consumo anual deóleo diesel na ilha, que atualmente é atendida somente por grupos de geradores a diesel. Oprojeto é fruto de um protocolo de intenções assinado em 2005 entre a ELETROBRÁS, o CEPELe a MARINHA DO BRASIL.

P

De acordo com as projeções, osistema será composto por oito ge-radores eólicos de 10kW e 399 painéisfotovoltaicos de 120Wp. “Os ventos daIlha da Trindade são favoráveis à ins-talação do sistema, mas apenas aenergia eólica não seria suficiente paraalimentar o local. Por isso será usada,também, energia solar fotovoltaica”,explica o gerente do projeto, AntonioLeite de Sá, pesquisador do Depar-tamento de Tecnologias Especiais(DTE) do CEPEL.

Os pesquisadores do Centro jáconcluíram os estudos de viabilidadee estão revendo os cálculos de rede,equipamentos e painéis, enquanto oempreendimento não recebe a licençaprévia do Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Re-nováveis (IBAMA). Tão logo seja con-cedido o licenciamento, será assina-do o convênio entre ELETROBRÁS,CEPEL e MARINHA, e comprados osequipamentos. Esta última etapa de-verá levar de seis a oito me-ses. A expectativa é que ainstalação do sistema es-teja concluída de 14 a 17meses após a concessãoda licença. Antes de iniciara instalação, o CEPEL vaisimular o funcionamento dosistema em bancada. Osensaios vão contribuir paraavaliar as funções de con-trole e as estratégias de re-vezamento entre as fonteseólica, solar e a diesel”, ex-plica Antonio Leite de Sá.Todo o sistema sairá pré-montado do Centro.

O CEPEL instalou, emoutubro de 2004, uma esta-ção anemométrica na ilha,onde são armazenadas in-

formações sobre velocidade e direçãodos ventos e temperatura e umidadedo ambiente. O pessoal da Marinharecebeu treinamento para efetuar aleitura desses dados que, a cada doismeses, são enviados para o Centro dePesquisa. “Já reunimos dados relativosa mais de 12 meses de acompanha-mento”, explica Ricardo Dutra, pes-quisador do DTE/CEPEL, que estevena ilha recentemente. Além dessesdados, o CEPEL conta com outros,fornecidos pelo Instituto Nacional dePesquisas Espaciais (INPE), relativosao período 2000-2004.

Além da redução das despesascom o consumo de óleo diesel, o pro-jeto vai colaborar para minimizar oimpacto ambiental provocado pelaemissão de gases causadores do efei-to estufa, como o CO2, decorrente daqueima de combustível. O sistema se-rá instalado na região centro-sul e vaiocupar apenas 3% da superfície dailha, de aproximadamente 13,5 km2.

Localizada a cerca de 1.100 qui-lômetros a leste de Vitória, a Ilha daTrindade é considerada de importânciaestratégica para o país. Nela está ins-talado um posto avançado da Marinha,onde cerca de 50 militares se revezam.A viagem da capital do Espírito Santoaté a ilha, visitada constantemente porpesquisadores, leva em torno de trêsdias de navio.

Estudos analisam opções paracomunidades isoladas

O projeto desenvolvido em Trindadenão é um caso isolado. O CEPEL tematuado com a ELETROBRÁS no de-senvolvimento de estudos e de tecno-logias destinados a aumentar o usode fontes renováveis. Realiza, tam-bém, projetos voltados para o combateao desperdício e estímulo ao uso ra-cional de energia no país.

É nesse sentido, que os pesqui-sadores do Centro vêm dando apoioao Programa de Incentivo às Fontes

Alternativas de EnergiaElétrica (PROINFA), doMinistério de Minas e Ener-gia (MME), coordenadopela ELETROBRÁS. Se-gundo Ary Vaz, chefe doDepartamento de Tecnolo-gias Especiais (DTE) doCEPEL, a expectativa é deque o PROINFA estimule aexpansão da oferta de ener-gia elétrica gerada a partirde fontes alternativas, cujopercentual de geração nopaís é ainda inexpressivoquando comparado ao deoutras fontes, tais como ahidroeletricidade e a termo-eletricidade.

Outra iniciativa daELETROBRÁS que tam-Localização da Ilha da Trindade.

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§ 9C R E S E S B I N F O R M E

Vista Geral da Ilha da Trindade.

Marcos PatrícioJornalista do CEPEL

[email protected]

s Alternativas para a Ilha da Ts Alternativas para a Ilha da Ts Alternativas para a Ilha da Ts Alternativas para a Ilha da Ts Alternativas para a Ilha da Trindaderindaderindaderindaderindade

bém contou com a participação doCEPEL na área de fontes renováveisé voltada para geração de energia emcomunidades isoladas, a maioria situa-da na região Norte. O objetivo dessesprojetos é avaliar, adequar e implantaras tecnologias alternativas partindo derecursos energéticos locais. “O desa-fio é encontrar uma alternativa que se-ja viável economicamente para levarenergia para essas comunidades. Éimportante ressaltar que cada caso éum caso, devendo levar-se em consi-deração a localização e os recursosnaturais dessas comunidades. No ca-so da Amazônia, por exemplo, a utili-zação de painéis fotovoltaicos vem semostrando como uma alternativa viá-vel”, afirma Ary Vaz.

Coleta de Dados na Ilha da Trindade.

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10 C R E S E S B I N F O R M E

Parques Eólicos do PROIParques Eólicos do PROIParques Eólicos do PROIParques Eólicos do PROIParques Eólicos do PROI

Foi concluída em dezembro de 2006a montagem do último aerogerador dosParques Eólicos de Osório, finalizan-do antes do prazo previsto a obra cons-tituída por 75 máquinas, que teve iní-cio em outubro de 2005.

O projeto, enquadrado nas exigên-cias do PROINFA - Programa de In-centivo às Fontes Alternativas de Ener-gia, do Governo Federal, está subdi-vidido em três parques – Osório, San-gradouro e Índios – num total de 75 ae-rogeradores (25 por parque) e uma po-tência instalada de 150 MW – quan-tidade suficiente para abastecer anual-mente o consumo residencial de cercade 650 mil pessoas em Porto Alegre.A energia gerada, que será adquiridapela Eletrobrás por um prazo de 20anos, irá dobrar a produção atual deenergia eólica no País.

A Ventos do Sul, empresa cons-tituída em 2005 para a implantaçãodos parques eólicos, deu total prio-ridade à participação de empresas gaú-chas no projeto (cerca de 40) e gerouaproximadamente1.000 empregos di-retos e 5.000 indire-tos no período de im-plantação dos trêsparques.

O empreendi-mento é capitaneadopor empresas comgrande participaçãono mercado mundialde energia eólica: ogrupo espanhol Ele-cnor, sócio majoritá-rio, através de suasubsidiária Enerfin, ea empresa brasileiraWobben Windpower,subsidiária da alemãEnercon. Tambémparticipa do projeto aempresa gaúcha CIPBrasil, que durantequatro anos coor-denou e desenvolveutodos os estudos e

Osório projetos necessários para a viabili-zação do empreendimento.

O investimento total é de R$ 670milhões, sendo 69% financiado peloBNDES. Do financiamento de R$ 465milhões já aprovado, R$ 105 milhõessão financiados pelo BNDES e R$ 360milhões através de um consórcio entreo ABN Amro Real, Banco do Brasil,Banrisul, BRDE, Caixa RS e Santander.O restante do capital é de responsabi-lidade do Grupo Elecnor.

Os parques têm 75 torres de 98 me-tros de altura, que pesam 810 tone-ladas cada (Osório será o primeiro par-que na América Latina a ter torres deconcreto).

Os aerogeradores pesam 100 to-neladas e foram erguidos por um guin-daste de proporções gigantescas, oqual veio especialmente da Itália paraa operação. As pás dos aerogeradorestêm 35 metros de raio (modelo E-70E4).

Os parques possuem uma subes-tação e uma linha de transmissão de230kV, com aproximadamente 8km,construídas especialmente para enviar

Parque Eólico Osório (RS).

a energia para a subestação Osório 2da Companhia Estadual de EnergiaElétrica (CEEE).

A partir da sala de comando dasubestação é possível controlar as ati-vidades de cada parque, bem comosaber a quantidade de energia que es-tá sendo gerada em cada um.

O Fator de Capacidade médio dosparques eólicos é de 34%, enquantoa média mundial é de 30%.

O empreendimento terá um centrode pesquisa e de difusão de conheci-mento sobre meio ambiente e energiaeólica, instalado em um prédio dentrodos Parques.

O Centro Institucional terá um mi-rante para os turistas e atenderá es-tudiosos e visitantes de toda a Amé-rica Latina, trazendo especialistas in-ternacionais para palestras, semprecom foco na geração de conhecimentoe no público de estudantes.

Maiores informações sobre o par-que eólico podem ser obtidas atravésde contato direto com a Assessoriade Comunicação da empresa, pelotelefone (51) 3332-1480.

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§ 11C R E S E S B I N F O R M E

Rio do FogoA ENERBRASIL - Energias Reno-

váveis do Brasil S.A., colocou em ope-ração comercial, em julho de 2006, seuprojeto eólico denominado “RN15 - Riodo Fogo”, localizado no Município deRio do Fogo, RN, com potência insta-lada de 49,3 MW.

A empresa é uma subsidiária daIBERDROLA no Brasil, com presençana Espanha, Itália, França, Grécia, Mé-xico, Inglaterra, entre outros.

O Projeto Eólico de Rio do Fogo éo primeiro projeto eólico colocadoformalmente em operação comercialno âmbito do PROINFA – Programade Incentivo às Fontes Alternativas deEnergia, do Ministério de Minas e Ener-gia e da Eletrobrás, com um investi-mento total superior aos R$ 209 mi-lhões, já realizado, e com financia-mento do BNDES já concedido.

Além disso, também estão sendorealizados investimentos contemplan-do ações sociais e ambientais queaumentem a qualidade de vida das

comunidades do entorno, além de abrirmais perspectivas para o desenvol-vimento do turismo, e maior geraçãode renda e postos de trabalho no litoralnorte do Estado do Rio Grande doNorte.

O local de instalação do parque éum terreno de propriedade do INCRA -Instituto de Colonização e ReformaAgrária, mediante Acordo de Uso One-roso do Terreno por 25 anos, firmadoentre o INCRA/RN e a ENERBRASIL.

O parque conta com 61 aerogera-dores de 800kW e 1 de 500kW (E-48– Wobben/Enercon), interligados porum circuito de média tensão em34,5kV, uma subestação elevadora de34,5/69kV, e uma linha de conexão de69kV com 55km de extensão queinterliga o parque eólico a subestaçãoExtremoz de propriedade da Distri-buidora COSERN.

Para sua operacionalização, o par-que tem duas estações meteoroló-gicas instaladas com sensores demedição anemométricos, de tempe-ratura do ar, pressão atmosférica eumidade relativa do ar.

Os dados são armazenados emsistemas de aquisição de dados (oudataloggers) com memória de arma-zenagem para até 35 dias, sendotransmitidos diariamente, via satélite,para o escritório do Rio de Janeiro, emmédias de 10 minutos.

A análise dos dados é realizadamediante um programa computacionaldesenvolvido pela própria Enerbrasil.

O programa analisa a consistênciaatravés de uma correlação cruzadaentre os dados de mesmo nível e deníveis distintos, bem como permiteuma visualização dos dados em formagráfica.

Além dos dados de vento, infor-mações individualizadas de desem-penho dos aerogeradores e do parquecomo um todo são recebidas no escri-tório do Rio de Janeiro em tempo real.Estas informações têm comprovado oótimo desempenho do parque eólicoRio do Fogo.

A energia gerada está sendo ven-dida ao sistema elétrico brasileiro, deacordo com o contrato assinado coma Eletrobrás.

O parque eólicoRio do Fogo contribuipara a diversificaçãoda matriz energéticabrasileira e vai ao en-contro da busca desoluções de cunhoregional de fontes re-nováveis de energia,mediante o aprovei-tamento econômicodos insumos dispo-níveis e das tecnolo-gias aplicadas.

Maiores informa-ções sobre este em-preendimento podemser obtidas através decontato direto com oDepartamento de Co-municação e Rela-ções Institucionais daIberdrola Latino-américa, pelo telefo-ne (21) 3820-1500 outambém pelo fax (21)3820-1503.Parque Eólico Rio do Fogo (RN).

NFNFNFNFNFAAAAA entram em operação entram em operação entram em operação entram em operação entram em operação

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12 C R E S E S B I N F O R M E

Pesquisa e Desenvolvimento de Pesquisa e Desenvolvimento de Pesquisa e Desenvolvimento de Pesquisa e Desenvolvimento de Pesquisa e Desenvolvimento de s células a combustível (CaC)

deverão ocupar uma posição de des-taque na Geração Distribuída (GD), amédio e longo prazos, à medida queatinjam custos globais (de aquisição,instalação, operação e manutenção)competitivos em relação às demaistecnologias que têm sido considera-das para aplicações em GD, ocupan-do, gradativamente, nichos de merca-do específicos para sistemas de altaqualidade de energia ou que possamse beneficiar dos incentivos paraintrodução de tecnologias de geraçãode menor impacto ambiental ou am-bientalmente sustentáveis.

Em linhas gerais, células a com-bustível constituem-se numa formalimpa, silenciosa e eficiente de gera-ção de energia a partir de combustíveiscomo hidrogênio, gás natural (GN),etanol ou outros hidrocarbonetos. Tra-ta-se de um dispositivo eletroquímico- que consiste, essencialmente, dedois eletrodos (anodo e catodo) sepa-rados por um eletrólito - em que umcombustível e um agente oxidantereagem (intermediados pelo processode condução iônica no eletrólito), con-vertendo diretamente a energia ele-troquímica da reação em energia elé-trica e térmica. O combustível (normal-mente H2), alimentado ao ano-do, é oxidado, e o agente oxi-dante (comumente ar ou oxigê-nio puro), alimentado ao cato-do, é reduzido. Os elétrons libe-rados na reação anódica pas-sam por um circuito externo,constituindo um fluxo de corren-te elétrica; os íons produzidosno anodo são conduzidos, atra-vés do eletrólito, para o catodo,onde ocorre a redução catódicacom a conseqüente formaçãode água. O dispositivo é capazde operar continuamente, deforma análoga a uma bateria,em função da alimentação inin-terrupta do combustível e doagente oxidante.

Para as concessionárias deenergia elétrica, as CaC apre-sentam um conjunto de van-tagens potenciais, muito em-bora também possam ser apon-

A

Principais vantagens e desvantagens das células a combustível.

tadas algumas desvantagens relacio-nadas às incertezas inerentes à intro-dução de novas tecnologias, o quetorna evidente a necessidade de umaatitude pró-ativa por parte das empre-sas do setor elétrico em relação a estatecnologia. A Tabela abaixo apresentaas principais vantagens e desvan-tagens das CaC. Nota-se que estasúltimas são tipicamente característi-cas de tecnologias ainda em desen-volvimento e que, portanto, tendem ase tornar menos significativas com odesenvolvimento tecnológico e a apro-ximação do estágio comercial.

No Brasil, atualmente, dentro dopanorama de implantação de sistemasde Geração Distribuída, uma das áreasmais promissoras para aplicações deCaC é a de sistemas para produçãode energia elétrica de 5 kW a 200 kWpara atender especialmente cargasessenciais, isto é, consumidores quenecessitam de suprimento de energiaelétrica com alto grau de confiabilida-de ou para reforçar técnica e econo-micamente uma rede de distribuiçãoexistente. A geração de energia elé-trica junto à carga permite a utilizaçãodo rejeito térmico, aumentando a efi-ciência global do sistema. Dentro des-te conceito, a geração distribuída pos-

sui diversas aplicações: reserva depotência, cogeração de eletricidade ecalor, geração de ponta, reforço de car-ga e geração isolada. O mercado con-sumidor é formado por empresas detelecomunicações, bancos, centros depesquisa, hospitais, aeroportos, entreoutros. Para essas finalidades, as cé-lulas a combustível de eletrólito poli-mérico e de ácido fosfórico são atual-mente as melhores opções.

Atividades Desenvolvidas no Labo-ratório de Células a Combustíveldo CEPEL

O Laboratório de Células a Com-bustível do CEPEL, implantado em2003, tem por objetivo pesquisar, de-senvolver e avaliar tecnologias de sis-temas de geração à base de células acombustível e seus componentes, ten-do-se em vista a crescente importân-cia destes sistemas no âmbito dageração distribuída de energia elétricae sistemas de cogeração, bem comoseu impacto sobre o setor elétrico-energético. Além da unidade de mem-brana polimérica (PEMFC - PolymerElectrolyte Membrane Fuel Cell), tam-bém conhecida como “célula a com-bustível de membrana trocadora deprótons” (PEMFC - Proton Exchange

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§ 13C R E S E S B I N F O R M E

José Geraldo de Melo FurtadoCEPEL / DTE

[email protected]

Sistema de CaC de membrana polimérica trocadora de prótons instalada noLaboratório do CEPEL: (A) Reformador de GN; (B) Unidade PEMFC; (C)

Sistema de eletrônica de potência (inversor) e banco de baterias.

Membrane Fuel Cell) de 5kW (capazde operar tanto com gás natural, viareformador de combustível, quanto comhidrogênio direto e ar), o laboratóriopossui uma central de gases exclu-siva, células unitárias de bancada eseus sistemas de monitoramento econtrole, simuladores de carga CC eCA, equipamento para produção deágua deionizada, sistemas de trocatérmica, kit educacional para demons-tração de sistemas à base de CaC,juntamente com células fotovoltaicas,e instrumentação elétrico-eletrônicapertinente (osciloscópio, multímetros,etc.).

No laboratório são realizadas pes-quisas, ensaios e desenvolvimentosde técnicas práticas e teóricas paracaracterização, avaliação e otimiza-ção de sistemas à base de células acombustível e seus componentes. Ofoco principal das pesquisas diz res-peito à tecnologia PEMFC, mas a li-nha de estudo e desenvolvimento decomponentes de CaC de óxido sólido(SOFC - Solid Oxide Fuel Cell) foirecentemente iniciada. Os principaisprojetos desenvolvidos são:

• Projeto de P&D CHESF/ANEELde criação do laboratório e estudostécnico-empresariais (incluindo odesenvolvimento, construção, ins-talação e avaliação de uma uni-dade PEMFC);

• Projeto de estudos de mode-lagem e controle de sistemas àbase de células a combustível;

• Projeto de desenvolvimentode placas bipolares metálicas paraPEMFC, no âmbito do Programada Rede PEM do MCT;

• Projeto de desenvolvimentode um reformador de etanol (P&DCHESF/ANEEL);

• Projeto que visa o aproveita-mento do rejeito térmico de umacélula a combustível de membranapolimérica, no âmbito do Programada Rede PEM do MCT;

• Projeto acerca da geração degás de síntese e hidrogênio a partirde resíduos;

• Projetos de desenvolvimentode componentes de sistemasSOFC.

O sistema de CaC instalado noCEPEL (ilustrado na Figura acima), jáfoi submetido aos ensaios de aceita-ção com emprego de hidrogênio direto.

O reformador de gás natural, adquiridojunto à empresa IdaTech, encontra-seem funcionamento desde setembro de2006.

O reformador é capaz de pro-duzir 65-68 litros por minuto de H2,a 2 psi, com um consumo de até35 litros por minuto de gás natural(volumes referidos a 250C e 1atm).O reformador utiliza um sistema demembranas para purificação do gásreformado, resultando em um forne-cimento de hidrogênio com apenas0,5 ppm de CO, 1,8 ppm de CO2 ecerca de 160 ppm de CH4.

Os estudos econômicos realiza-dos pelo CEPEL, acerca de um sis-tema de CaC de membrana polimé-rica trocadora de prótons foram reu-nidos no livro “Células a Combustí-vel: Uma Alternativa para Geraçãode Energia e sua Inserção no Mer-cado Brasileiro”, conforme a capamostrada na Figura ao lado, tendosido editado em 2005 com recur-sos do Cresesb.

Células a Combustível no CEPELCélulas a Combustível no CEPELCélulas a Combustível no CEPELCélulas a Combustível no CEPELCélulas a Combustível no CEPEL

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14 C R E S E S B I N F O R M E

N as zonas rurais de países emdesenvolvimento, e até mesmo

em áreas urbanas, uma prática bas-tante usual é a queima de combustí-veis sólidos como a lenha, carvão mi-neral e vegetal, e resíduos orgânicospara obtenção do fogo e sua energiatérmica. Igualmente no Brasil, o altocusto do botijão de gás ou sua inaces-sibilidade obriga as parcelas mais ca-rentes da população a utilizarem fo-gões a lenha primitivos que, ao mes-mo tempo em que possuem um baixoaproveitamento energético, tambémgeram fumaça no ambiente da co-zinha.

A poluição gerada por estes pri-mitivos fogões produz no interior dasresidências uma quantidade de fuma-ça que muitas vezes chega a atingir100 vezes os níveis recomendadospela Organização Mundial de Saúde(OMS). A exposição a esse tipo depoluição é um alto fator de risco parainfecções respiratórias agudas, prin-cipalmente entre mulheres e crianças,sendo estas últimas as mais vulne-ráveis. A exposição à fumaça da lenhamuitas vezes equivale a uma conta-minação pulmonar por fumar 2 maçosde cigarros ao dia.

Relatório da OMS, divulgado em2002, mostrou que em todo o mundo1,6 milhões de pessoas morrem anual-mente (3 mortes por minuto) devido à

Encontro discute o uso de Fogões EcológicosEncontro discute o uso de Fogões EcológicosEncontro discute o uso de Fogões EcológicosEncontro discute o uso de Fogões EcológicosEncontro discute o uso de Fogões Ecológicospara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentável

Apresentação realizada durante o Encontro.

Claudio Moises RibeiroWinrock International Brasil

[email protected]

exposição à fumaça em ambiente do-méstico, um número que coloca estetipo de poluição doméstica na mesmaordem de grandeza de outros proble-mas globais de saúde, como é o casoda AIDS e malária. A poluição domés-tica ocupa a quarta posição entre osprincipais problemas globais de saú-de que afetam os países em desen-volvimento.

Apesar de ser uma questão crucialde saúde, não existem ainda esforçoscoordenados de governos e organis-mos no Brasil para enfrentar este pro-blema. Entretanto, com o melhoramen-to tecnológico dos fogões a lenha, oconsumo poderia ser reduzido à meta-de, o que evitaria o excessivo consumoda lenha e seu impacto no desmata-mento, além de também reduzir a emis-são de fumaça e o seu impacto nega-tivo na atmosfera e na saúde humana.

Como forma de sensibilizar, mo-bilizar e articular profissionais, forma-dores de opinião, tomadores de de-cisão, autoridades do governo e cida-dãos comprometidos com a VIDA, oInstituto Winrock Internacional, compromoção do Instituto de Desenvolvi-mento Sustentável e Energias Reno-váveis (IDER) e da Rede Nacional deOrganizações da Sociedade Civil paraas Energias Renováveis (RENOVE) ecom o apoio do Ministério do MeioAmbiente; da USAID; da Fundação

Shell; CRESESB; CEPEL e ProgramaGEF-Caatinga, realizou nos dias 16 e17 de outubro de 2006, no Auditóriodo Ministério das Cidades - Brasília, o“Encontro Internacional sobre PoluiçãoDoméstica, Fogões Ecológicos e De-senvolvimento Sustentável”.

Especialistas nacionais e interna-cionais se reuniram com o objetivo dediscutir esta problemática, e exploraralternativas apropriadas à realidadebrasileira, incluindo o conceito de “fo-gões ecológicos”, uma tecnologia quetransforma o uso da lenha num pro-cesso mais moderno e humano, já queevita a exposição à fumaça e fuligem,e combustíveis alternativos disponíveisno Brasil, como é o caso do etanol.

Os aproximadamente 100 partici-pantes do evento também fudaram umPlano de Ação nacional que será di-vulgado em todos os tipos de mídia.Recomendações foram coletadas du-rante rodadas de discussões e no fu-turo serão compartilhadas com impor-tantes tomadores de decisão.

Ações concretas, entretanto, já es-tão sendo desenvolvidas. Uma pro-posta do Ministério do Meio Ambientepode isentar os fogões eficientes dosimpostos de produção e a rede de agen-tes de saúde comunitários do Ministé-rio da Saúde poderá ser treinada paradisseminar informações adequadaspara a população que vive em áreasremotas.

Maiores informações podem serobtidas pelo site www.winrock.org.br/poluicaodomestica/winrock.htm.

"Acontecem 3 mortes porminuto devido à exposição

à fumaça em ambientedoméstico. Em todo omundo 1,6 milhões de

pessoas morremanualmente." (Afirma

Relatório de 2002 da OMS)

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§ 15C R E S E S B I N F O R M E

Associação Brasileira de Energia Solar (ABENS)está reiniciando suas atividades no âmbito na-

cional. Como parte de sua política de revitalização temprogramado a realização do I Congresso Brasileiro deEnergia Solar (I CBENS) nos dias 8 a 11 de abril de2007, na cidade de Fortaleza – CE.

O evento pretende agregar pesquisadores, profis-sionais, estudantes, fabricantes e vendedores de equi-pamentos de tecnologia solar fotovoltaica e térmica.

O objetivo da ABENS durante o evento concentra-se na consolidação da comunidade científica empre-endedora de atividades no campo da ciência e tecno-logia solar no Brasil.

A programação dos quatro dias de evento incluiconferências, apresentação de trabalhos, exibição deprodutos e serviços e visitas técnicas. Entre os temasabordados durante o Congresso, destacam-se:

• Radiação Solar e Dados Meteorológicos;• Conversão Térmica;• Conversão Fotovoltaica;• Instrumentação de Sistemas Solares e Eólicos;• Energia Eólica;• Energia Solar e Ambiente Construído;• Impactos Social, Econômico e Ambiental;• História, Educação e Estrutura de Pesquisa.Maiores informações sobre o I Congresso Brasi-

leiro de Energia Solar poderão ser obtidas através dapágina do evento na Internet, disponível em http://www.abens.com.br/icbens, ou também pelo [email protected].

Ceará será sede do Primeiro CongressoCeará será sede do Primeiro CongressoCeará será sede do Primeiro CongressoCeará será sede do Primeiro CongressoCeará será sede do Primeiro CongressoBrasileiro de Energia SolarBrasileiro de Energia SolarBrasileiro de Energia SolarBrasileiro de Energia SolarBrasileiro de Energia Solar

A

World Wind Energy Association- WWEA (Associação Mundial

de Energia Eólica) publicou o anuário“Wind Energy International 2005/2006”.

Esta publicação objetiva contribuirpara melhorar a troca e disseminaçãodo estado da arte da energia eólicano mundo. O livro apresenta relatóriosde mais de sessenta e cinco paísesque fornecem uma visão global dasprincipais características do setor elé-trico nacional e da sua capacidade ins-talada em projetos eólicos.

O livro contém ainda vários artigos

AWWEA publica Anuário de Energia EólicaWWEA publica Anuário de Energia EólicaWWEA publica Anuário de Energia EólicaWWEA publica Anuário de Energia EólicaWWEA publica Anuário de Energia Eólica

Gustavo C. R. BodsteinUFRJ / COPPE

[email protected]

escritos por especialistas nos maisimportantes aspectos da utilização daenergia eólica, incluindo educação etreinamento, economia, políticas, so-ciedade e meio ambiente, mercado,integração de energias renováveis, sis-temas híbridos e de pequeno porte.

“Wind Energy International 2005/2006” pode ser adquirido diretamentepela página da WWEA na Internet noendereço www.wwindea.org.

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16 C R E S E S B I N F O R M E

Novos Centros de Demonstração no País Novos Centros de Demonstração no País Novos Centros de Demonstração no País Novos Centros de Demonstração no País Novos Centros de Demonstração no País

m abril de 2006, a Federação dasIndústrias do Estado da Paraíba

– FIEP, através do SENAI-PB, inaugu-rou o Laboratório de Energias Reno-váveis – "Casa Ecoeficiente", com sedeno Centro de Inovação e TecnologiaIndustrial do SENAI, em CampinaGrande.

Com uma área útil de 350 m2, aCasa Ecoeficiente é uma iniciativa doSENAI/PB apoiado pelo SENAI Na-cional, constituindo um complexo la-boratorial na área de Energias Reno-váveis, com foco em programas de for-mação profissional, de-senvolvimento de equi-pamentos, prestação deserviços tecnológicos e di-fusão de tecnologias nasáreas das energias solartérmica, solar fotovoltaica,eólica e gestão eficientede águas domésticas.

O projeto arquitetôni-co, desenvolvido em par-ceria com o CEFET/PB,busca o máximo aprovei-tamento dos recursos na-turais, como ventilação eiluminação, para poten-cializar a eficiência ener-gética e conforto térmico.

Na construção foramusados materiais ecolo-gicamente corretos e efi-cientes. Entre os mate-riais alternativos utilizados, estão tijo-los e paredes monolíticas de solo-cimento, painéis térmicos compostospor placas de isopor e resíduos só-lidos, telhas de fibras vegetais e pisocom reaproveitamento de madeira dedemolição e resíduos industriais.

Os tijolos de solo-cimento, muitasvezes denominado tijolo ecológico, éum material resultante da misturahomogênea, compactada e curada desolo argilo-arenoso, cimento, cal eágua, em proporções adequadas. Pornão precisar ir ao forno, o seu uso mini-miza as agressões ao meio ambiente.Os custos da construção com a utili-zação dessa técnica também sãoreduzidos. O principal componente damistura, o solo, pode ser extraído dopróprio local da obra. Devido ao bom

E acabamento dos tijolos, o chapisco eo reboco são dispensáveis. Devido aessas e outras vantagens, a aplicaçãodesta técnica pode reduzir os custosda obra em cerca de 40% comparan-do-se com a tecnologia tradicional deconstrução (segundo a Associação Bra-sileira de Cimento Portland – ABCP).

Na Casa Ecoeficiente, o solo-ci-mento também foi utilizado para fabri-car paredes monolíticas, técnica se-melhante à taipa de pilão. Sua utili-zação irá variar de acordo com as ca-racterísticas da obra.

Outra tecnologia de construçãoempregada na Casa Ecoeficiente foi ade painéis térmicos. Ela se mostra es-pecialmente vantajosa em relação asua eficiência térmica e acústica. Es-ses painéis também proporcionameconomia e alto desempenho estrutu-ral da construção, sendo de fácil ins-talação, baixo peso, resistentes e comótimo acabamento evitando desper-dícios. Eles são compostos de núcle-os de isopor, revestidos com duas ca-madas de micro concreto. O empregodesta tecnologia pode reduzir os cus-tos da obra em cerca de 25%.

A energia elétrica da Casa é forne-cida por um sistema híbrido, compostopor painéis fotovoltaicos, com potênciade 1000W e uma turbina eólica, tam-bém com 1000W de potência, totali-

zando 2000W de potência. Este sis-tema híbrido é utilizado para forneci-mento de energia para toda a casa.

A Casa Ecoeficiente também con-ta com uma estação de tratamento deáguas servidas para o reuso, um cata-vento para captação de água do poço,um sistema solar para aquecimentode água e um dessalinizador.

Os ambientes da Casa Ecoeficien-te se assemelham aos de uma casaconvencional, porém adaptados paraabrigar o Laboratório de Energias Re-nováveis. A sala de visita é um auditório

para palestras e exposi-ções. Os quartos são la-boratórios para realizaçãode cursos e desenvolvi-mento de experimentose pesquisa. A cozinha eárea de serviço funcio-nam como um laboratóriode eficiência energéticaequipado com eletrodo-mésticos usuais ligadosa energia solar e eólica.O banheiro serve comodemonstrativo do aque-cedor solar e também dereuso de águas. A Casapossui, ainda, um espa-ço para realização de au-las práticas e experimen-tais (Praça do Saber).

Em parceria com em-presas privadas já foram

desenvolvidos na Casa Ecoeficientedois projetos: um semáforo adaptadopara energia solar (parceria com aPrefeitura Municipal de Campina Gran-de) e um dessalinizador também adap-tado para ser alimentado por energiasolar (parceria com a VEGA dessali-nizadores), que possui grande impor-tância no nordeste devido a predomi-nância de águas salobras no subsolo.

Desde a sua inauguração, a casajá recebeu mais de 1.600 pessoas emvisitas técnicas, entre empresários,pesquisadores, alunos de universida-des e escolas das redes pública eprivada e a comunidade em geral.

Newmark Carvalho e Josué CasimiroTel.: (83) 3331-0231

www.fiepb.com.br

Casa Ecoeficiente do SENAI/PB.

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§ 17C R E S E S B I N F O R M E

Assessoria de Comunicação Sociale Marketing da ELETROSUL

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grau de conforto de uma casacostuma ser diretamente proporcionalà quantidade de energia elétrica consu-mida, levando à conclusão de que sóé possível desfrutar das vantagens davida moderna e da tecnologia se foremgastos muitos megawatts todos osmeses. A Casa Eficiente, inauguradaem março de 2006, em Florianópolis(SC), foi projetada para contrariar estanorma. É uma construção que oferececonforto, bem-estar e todas as facili-dades de uma construção moderna,ao mesmo tempo em que reduz o con-sumo de energia, protege o meio am-biente e aproveita as característicasda região onde está construída.

A Casa Eficiente faz isso e muitomais. O projeto é uma parceria entrea Eletrosul, Eletrobrás/Programa Na-cional de Conservação de Energia Elé-trica (Procel) e Laboratório de Eficiên-cia Energética em Edificações (LabEE)da Universidade Federal de Santa Ca-tarina (UFSC), e representa investi-mentos de R$ 477 mil. Lançado emmarço de 2005 como projeto, a casafoi construída no pátio da sede daEletrosul. Concluída, hoje ele funcionacomo um centro de pesquisa onde asdiferentes tecnologias utilizadas emsua construção terão eficácia compro-vada através de constantes medições.

O O projeto inclui a reutilização demateriais, isolamento térmico, proje-to arquitetônico que amplia o apro-veitamento das condições climáticas(radiação solar incidente, velocidadee direção dos ventos), instalações hi-dráulicas e elétricas aparentes parafacilitar a manutenção, proteções sola-res (uso de persianas externas de ma-deira), coleta e reaproveitamento deágua da chuva.

Uma das grandes novidades da Ca-sa é a geração de energia, que incluio funcionamento de lâmpadas e ele-trodomésticos, através da energia so-lar captadas por placas fotovoltaicas,além do uso de coletores solares parao aquecimento de água. A previsão éde que o consumo seja reduzido ematé 45% com o uso da energia solar,que preserva o meio ambiente. Umconvênio entre a Eletrosul, o Núcleode Tecnologia Solar da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande doSul (PUC) e a Financiadora de Estudose Projetos (Finep) do Ministério deCiência e Tecnologia vai produzir o pri-meiro lote de placas fotovoltaicas comtecnologia nacional, que serão insta-ladas na Casa Eficiente.

O projeto arquitetônico da Casa tem206,5 m2 e prevê dois quartos, salasde estar e de jantar, cozinha, banheiro,

área de serviço e área para recepção,adaptados para pessoas com neces-sidades especiais.

A Casa Eficiente foi elaborada combase em estudos climáticos locais demodo que só pode ser executada nolitoral de Santa Catarina, mas seusconceitos são facilmente adaptáveisa outros lugares.

O projeto paisagístico privilegiou ouso de espécies nativas da Mata Atlân-tica em vias de extinção. Além disso,criou-se um microclima local, com es-pécies adequadas para diminuir a ve-locidade do vento sul através da dis-posição de barreiras.

Também foram elaborados isola-mentos térmico e acústico por meioda construção de vidros e paredes du-plas, uso de mantas de lã de rocha epolietileno aluminizado na cobertura.A geração de água quente para chu-veiros e torneiras será feita por aque-cimento solar e, durante o inverno, aopassar por uma tubulação de cobreinstalada no rodapé da residência, amesma água aquecerá os quartos.

A Casa Eficiente, no entanto, nãoprevê apenas o uso inteligente de ener-gia elétrica, mas também o menor im-pacto ambiental possível, tanto na ho-ra de construir, quanto durante a uti-lização da residência. O uso de mate-riais de reflorestamento e o aprovei-tamento de entulhos na fabricação demistura de cimento são apenas doisexemplos desse cuidado. As águasda chuva e dos efluentes tratados porzona de raízes também serão utiliza-das para evitar o desperdício de águapotável.

Maiores informações sobre a Casapodem ser obtidas através da páginawww.eletrosul.gov.br/casaeficiente.Com maquetes e vídeos, o site traztodas as especificações técnicas numlink destinado aos profissionais daconstrução civil e do setor elétrico,além de uma seção especial para ascrianças. Para agendar uma visita bas-ta ligar para (48)3234-4028, das 9h às16h.

Casa Eficiente da ELETROSUL/SC.

disseminam o uso de energias renováveisdisseminam o uso de energias renováveisdisseminam o uso de energias renováveisdisseminam o uso de energias renováveisdisseminam o uso de energias renováveis

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18 C R E S E S B I N F O R M E

Casa Ecológica da COPPE é maisCasa Ecológica da COPPE é maisCasa Ecológica da COPPE é maisCasa Ecológica da COPPE é maisCasa Ecológica da COPPE é maisum exemplo de construção sustentávelum exemplo de construção sustentávelum exemplo de construção sustentávelum exemplo de construção sustentávelum exemplo de construção sustentável

D entre vários projetos desenvolvi-dos no Instituto Virtual Interna-

cional de Mudanças Globais – IVIG,na Coordenação dos Programas dePósgraduação – COPPE, da Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro –UFRJ, o projeto da “Casa Ecológica”é um dos projetos desenvolvidos pelaequipe de pesquisadores, do IVIG, nalinha de pesquisa Sustentabilidadedas Construções.

A racionalização da energia no am-biente construído visa proporcionarganhos energéticos e ambientais, com-provando a eficiência e o desempenhode materiais de construção ecológicosaplicados à arquitetura bioclimática,em comparação à produção arquite-tônica convencional atualmente im-plementada, contribuindo para a mini-mização da energia embutida no am-biente construído e para a redução dasemissões de gases de efeito estufa.

Diante deste contexto, a elabora-ção do projeto da “Casa Ecológica”serviu para avaliar a possibilidade demelhoria nas condições de vida dohumano, associada a uma disponibi-lização de energia através de açõesmultisetoriais integradas, permitindouma agregação de valor do trinômioambiente natural, ambiente construídoe energia.

As pesquisas desenvolvidas sepa-radamente nas áreas de bioclimatismoe construções sustentáveis foram apli-cadas e testadas, na prática, com aconstrução de um protótipo de umaresidência atendendo a um programabásico de dois quartos, banheiro, salae cozinha. Esta edificação está loca-lizada na área da COPPE, no campusuniversitário da UFRJ na Ilha do Fun-dão - R.J., ao lado da nova sede doIVIG e, juntamente com mais duasedificações, representa o CETS (Cen-tro de Energias e Tecnologias Sus-tentáveis) do IVIG.

O protótipo da “Casa Ecológica”serve, hoje, não só como campo deteste para a aplicação tecnológica,mas também como laboratório demonitoramento da eficiência energé-tica e ambiental. Como principal metado projeto considera-se o desenvolvi-

mento e aplicação de tecnologiasconstrutivas ambientalmente compa-tíveis, tendo como enfoque a susten-tabilidade ambiental aliada à conser-vação e eficientização energética doambiente construído.

Para atingir este objetivo, concei-tos ambientalmente compatíveis foramaplicados na concepção arquitetônica,desde a adoção de um plano orgânicoaté no uso de materiais de baixo im-pacto ambiental tais como o cimentoecológico, tijolo de solo-cimento, telhade fibra de coco e bambu. Na cober-tura, a aplicação da “naturação” (telha-dos verdes) proporciona a redução datemperatura interna, a coleta de águade chuva para reuso e tudo isso con-tribuindo para o balanço climático am-biental.

Alguns dos resultados já obser-vados com a construção da casa eco-lógica é que o uso de materiais nãoenergo-intensivos resultaram na redu-ção de 60% das emissões de carbono

se comparado com uma mesma casaconstruída com materiais tradicionais.Tal fato resulta pertinente quando dadiscussão da redução das emissõesde gases intensificadores do efeito es-tufa e quando executados em grandeescala podem vir a configurar o proje-to como candidato às Reduções Certi-ficadas de Emissões do Mecanismode Desenvolvimento Limpo.

Como um segundo momento destapesquisa desenvolvida no IVIG, tem-se o monitoramento do consumo deenergia ao longo do uso desse tipo deconstrução, o qual representa cercade 80% da energia contabilizada aolongo do seu ciclo de vida, que vai des-de a produção dos materiais, cons-trução, uso, manutenção, demoliçãoaté a disposição final em aterros sa-nitários.

Sylvia RolaArquiteta do IVIG / COPPE / UFRJ

[email protected]

Casa Ecológica do IVIG / COPPE / UFRJ.

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§ 19C R E S E S B I N F O R M E

Energias Renováveis e Inclusão SocialEnergias Renováveis e Inclusão SocialEnergias Renováveis e Inclusão SocialEnergias Renováveis e Inclusão SocialEnergias Renováveis e Inclusão Social

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O

proveitar a expansão das ener-gias renováveis no nordeste bra-

sileiro para promover a inclusão soci-al. É esse o principal objetivo do Cursode Energias Renováveis e Desenvolvi-mento Sustentável, um projeto que há5 anos é realizado em Fortaleza (CE)para capacitar jovens em situação devulnerabilidade social para este novomercado de trabalho. Neste contexto,em janeiro de 2007 começarão as au-las de mais uma turma, com 20 alunos.

Os resultados alcançados até ago-ra foram positivos: 60% dos 205 alu-nos já formados ingressaram no mer-cado de trabalho, e outros 15% pros-seguiram os estudos no nível superior.De acordo com Luis Massilon, coor-denador do projeto, o Curso tem comodiferencial o fato de dar uma formaçãocompleta. “São oito meses de aula,com uma carga horária de 614 horas.

Portal do Centro Brasileiro deInformação de Eficiência Ener-

gética (Procel Info), o primeiro portalbrasileiro dedicado exclusivamente àeficiência energética, foi lançado peloProcel em novembro de 2006, no Mu-seu de Arte Moderna (MAM).

O portal reúne estudos, pesquisas,dados técnicos e indicadores, notícias,e outras informações sobre eficiênciaenergética publicadas no Brasil e noexterior, selecionadas pelos especia-listas do Centro. Os usuários tambémpoderão enviar material para publi-cação no portal e trocar experiências,por meio de ferramentas interativascomo chats e fóruns. A meta é promo-ver o desenvolvimento do mercado deeficiência energética no Brasil, pormeio da disseminação de informaçõesúteis nessa área, e a integração dosagentes que atuam no setor.

“Fontes renováveis de energia” tam-bém é um tema abordado eventual-mente pelo Procel Info. Embora nãoseja o foco central do Portal, faz parte

Eletrobrás lança primeiro portal do BrasilEletrobrás lança primeiro portal do BrasilEletrobrás lança primeiro portal do BrasilEletrobrás lança primeiro portal do BrasilEletrobrás lança primeiro portal do Brasilsobre Eficiência Energéticasobre Eficiência Energéticasobre Eficiência Energéticasobre Eficiência Energéticasobre Eficiência Energética

Isso garante uma base sólida de apren-dizado”, explica. As aulas abordamdesde temas como eletricidade bási-ca até manutenção de sistemas deenergias renováveis.

O Curso é uma parceria do Institu-to do Desenvolvimento Sustentável eEnergias Renováveis (IDER), USAID edo Centro Federal de Educação Tecno-lógica do Ceará que certifica o projeto.Outras empresas locais também sãoparceiras na inserção dos jovens nomercado de trabalho, disponibilizandovagas e encaminhando para proces-sos seletivos.

Mais apoioApesar do sucesso, o projeto está

em constante busca por novos parcei-ros. Desde 2005, a Wobben/Enerconfornece cestas básicas para as famí-lias dos estudantes e abre vagas de

do seu escopo assuntos relacionadosà postergação de investimentos naexpansão do sistema e a conseqüentepreservação das fontes primárias deenergia devido à redução da demanda/consumo destas.

O projeto, que vinha sendo desen-volvido pela Eletrobrás/Procel há trêsanos, foi implementado com recursosdoados pelo Global EnvironmentalFacility (GEF), ao governo brasileiro,através do Banco Mundial (BIRD), como apoio do Programa das Nações Uni-das para o Desenvolvimento (PNUD).O valor investido pelo GEF foi de apro-ximadamente US$ 1,3 milhão. “O nos-so objetivo é que o Procel Info trans-forme-se numa verdadeira comunida-de on-line de eficiência energética. Oportal tem um grande potencial parasubsidiar estudos e alavancar negó-cios na área”, explica a coordenadorado projeto, Karla Lepetitgaland, do De-partamento de Planejamento e Estu-dos de Conservação de Energia (DPS),da Eletrobrás/Procel.

Ao discursar durante a cerimôniade lançamento do portal, o secretárioexecutivo do Programa Nacional deConservação de Energia Elétrica, RuyCastro convidou os presentes “a seremparceiros de uma ferramenta que vaicontribuir com o sucesso do setor elé-trico”. Ouvido após a cerimônia, o che-fe da Divisão de Projetos Setoriais deEficiência Energética do Procel, Fer-nando Perrone, disse que o Procel Infosurge num momento oportuno. “A efi-ciência energética está experimentan-do uma projeção significativa no cená-rio nacional e as informações disponi-bilizadas pelo banco de dados, bemexploradas, vão potencializar a econo-mia de energia no processo produtivo”.

A página do Procel Info na Interneté www.procelinfo.com.br. O acesso aoportal é gratuito.

estágio. O CRESESB também apoia oCurso, enviando cartilhas sobre ener-gia solar fotovoltaica que são usadascomo material didático. Mas o IDERtem mais planos.

“Sabemos que esse Curso tem po-tencial para replicação em pelo me-nos outros estados do nordeste, porconta da expansão do uso das ener-gias renováveis e da problemática dajuventude ser crescente”, sintetiza LuisMassilon. Em 2006, uma turma de 20alunos foi formada em Natal (RN), apre-sentando bons resultados. No entanto,novos financiadores são necessáriospara manter o projeto.

Karla LepetitgalandDepto. de Planejamento e Estudos

de Conservação de Energia (DPS)Eletrobrás/Procel

Humberto LeiteAssessoria de ComunicaçãoInstituto de Desenvolvimento

Sustentável e Energias Renová[email protected]

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IMPRESSO

CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIACENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIACENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIACENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIACENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIAE L É T R I C AE L É T R I C AE L É T R I C AE L É T R I C AE L É T R I C A

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ma pesquisa realizada na Fa-culdade de Engenharia (FE) da

Unesp, campus de Guaratinguetá,desde o ano de 2001, desenvolveu evem aprimorando um coletor solar. Otrabalho ocorre no Centro de EnergiasRenováveis com coordenação do do-cente Dr. Teófilo Miguel de Souza, doDepartamento de Engenharia Elétrica,que lidera uma equipe formada pelosalunos Fernando de Haro Moraes,Leandro Yossida, Murillo dos SantosMenezes e Luiza Lemos da Silva.

O projeto da FE consiste na otimi-zação dos métodos hoje empregadosno aproveitamento da energia solar.Composto por uma fina folha de aço,no formato parabólico, com 3 m decomprimento e 90 cm de largura, estaparábola é revestida por uma películade polietileno refletivo, responsávelpela concentração de praticamentetoda a radiação solar no foco da geo-metria parabólica, onde se encontrainstalada uma serpentina de cobre,enegrecida, que absorve a radiaçãosolar e transmite para o fluido que ne-la circula.

O protótipo conta com um sistemade automação inteligente que acom-panha o sol durante seu deslocamen-to diário em relação a terra, encon-trando a máxima incidência de lumi-nosidade solar, levando em conta a

foco da parábola passa um tubo fu-rado pelo qual entram os grãos que alipermanecem até a secagem.

Os alunos que participam do pro-jeto estão otimistas com o andamentodo trabalho. O equipamento já está emuso há dois anos, sem necessidadede manutenção. O sistema de seca-gem de grãos ainda encontra-se emfase de projeto, mas pretende-se para2007 já tê-lo instalado. Outro trabalhoque está sendo desenvolvido pelosalunos são as adaptações no siste-ma de automação, visando torná-loviável para locais que não possuem re-de elétrica convencional.

O projeto conta com o apoio da em-presa Tekno no fornecimento de ma-teriais para a elaboração do protótipoe as bolsas para os alunos são pro-venientes da Fundação de Amparo àPesquisa do Estado de São Paulo(Fapesp), da Pró-reitoria de ExtensãoUniversitária (Proex) e do Programa deAjuda ao Estudante (PAE).

Maiores detalhes sobre o desem-penho dos protótipos podem ser obti-dos diretamente com os autores desteartigo.

Teófilo Miguel de SouzaLuiza Lemos da Silva

UNESP Guaratinguetá[email protected]

elevação azimute e o ângulo de inci-dência solar.

A parábola é apoiada sobre ummecanismo que a rotaciona à medidaque o sol se desloca, possibilitandoque os raios incidam perpendicular-mente, concentrando-se todos no fo-co da parábola e eliminando as perdaspor raios desviados.

Outros modelos semelhantes, queutilizam o mesmo formato parabólicopara maior concentração dos raiossolares, também foram desenvolvidosna faculdade; dois deles, de formatoredondo, estão sendo utilizados paraaquecimento de água.

No Brasil, em média, os raios so-lares fornecem 1,373 kW/m². Isso per-mite que, neste projeto, eles sejam ca-pazes de aquecer água até tempera-turas da ordem de 200ºC, no interiordo tubo. Ela é armazenada em recipi-entes térmicos (boilers), para posteriorconsumo.

O projeto tem potencial de aplica-ção em áreas urbanas e rurais. Nasáreas urbanas, levando em conside-ração que a dimensão dos coletorespode ser adaptada para atender par-ticularmente a cada necessidade, po-dem ser aplicados como aquecedor deágua. Na zona rural, podem ser aplica-dos na secagem de grãos, sem muitadiferença do aquecedor de água. No