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Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485 Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106 Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187 “Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País” 1 Informativo Semanal de Economia Bancária Comentário Semanal A pesquisa Focus divulgada na manhã de hoje trouxe apenas mudanças marginais nos principais indicadores macroeconômicos projetados pelo mercado. A exceção desta vez ficou por conta do saldo comercial, que mostrou recuo importante na mediana das estimativas, de US 12,4 bilhões na semana passada (e U$ 14,9 bi um mês atrás) para U$ 11 bi nesta semana. O ajuste reflete de certa forma o desempenho da balança comercial no primeiro trimestre, abaixo do esperado inicialmente pelo mercado, e um certo consenso de que o fraco crescimento da economia mundial e seu impacto sobre o preço das commodities, em conjunto com a esperada recuperação da economia brasileira (que deve ampliar as importações) devem contribuir para um recuo no saldo comercial. Será interessante acompanhar a evolução dessas projeções no decorrer das próximas semanas. No calendário semanal doméstico, o destaque fica por conta da divulgação do IPCA de março, na quarta-feira, dia 10 de abril. A expectativa do mercado é de uma variação mensal na faixa de 0,49%, que se confirmada elevará o índice acumulado em 12 meses para 6,61%, acima do teto da banda de flutuação da meta inflacionária (6,50%). Veja ainda nesta edição do ISEB uma nota resumindo os principais pontos do Relatório de Estabilidade Financeira de 2012, divulgado na semana passada pelo BCB. A despeito da redução do lucro em 2012, ante 2011, como efeito das maiores despesas de provisões contra inadimplência e da menor rentabilidade do crédito, os bancos brasileiros seguem com sólidos indicadores de capital, liquidez e alavancagem e seguirão com posição de destaque, mesmo diante dos ajustes regulatórios propostos, notadamente de Basileia III. Nesse aspecto, na página 6 do informativo, trazemos o novo documento do BIS com o status para março de 2013 da implementação de Basileia nos 27 países signatários do acordo. O Brasil está com implementação completa das regras de Basileia II e 2.5 e aparece em estágio avançado em Basileia III, tendo publicado as regras finais no dia 1º de março e com entrada em vigor a partir de Out/13. Do total de países signatários, 13 seguem apenas com os drafts publicados, incluindo os países da UE e os EUA. Índice Indicadores Nacionais ................................................................................... pág. 2 Indicadores Internacionais .............................................................................. pág. 2 Destaques da Semana ........................................................................... pág. 3 a 11 Indicadores Úteis .................................................................................... págs. 12 e 13

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Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485

Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187

“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Comentário Semanal

A pesquisa Focus divulgada na manhã de hoje trouxe apenas mudanças marginais nos principais indicadores macroeconômicos projetados pelo mercado. A exceção desta vez ficou por conta do saldo comercial, que mostrou recuo importante na mediana das estimativas, de US 12,4 bilhões na semana passada (e U$ 14,9 bi um mês atrás) para U$ 11 bi nesta semana. O ajuste reflete de certa forma o desempenho da balança comercial no primeiro trimestre, abaixo do esperado inicialmente pelo mercado, e um certo consenso de que o fraco crescimento da economia mundial e seu impacto sobre o preço das commodities, em conjunto com a esperada recuperação da economia brasileira (que deve ampliar as importações) devem contribuir para um recuo no saldo comercial. Será interessante acompanhar a evolução dessas projeções no decorrer das próximas semanas. No calendário semanal doméstico, o destaque fica por conta da divulgação do IPCA de março, na quarta-feira, dia 10 de abril. A expectativa do mercado é de uma variação mensal na faixa de 0,49%, que se confirmada elevará o índice acumulado em 12 meses

para 6,61%, acima do teto da banda de flutuação da meta inflacionária (6,50%). Veja ainda nesta edição do ISEB uma nota resumindo os principais pontos do Relatório de Estabilidade Financeira de 2012, divulgado na semana passada pelo BCB. A despeito da redução do lucro em 2012, ante 2011, como efeito das maiores despesas de provisões contra inadimplência e da menor rentabilidade do crédito, os bancos brasileiros seguem com sólidos indicadores de capital, liquidez e alavancagem e seguirão com posição de destaque, mesmo diante dos ajustes regulatórios propostos, notadamente de Basileia III. Nesse aspecto, na página 6 do informativo, trazemos o novo documento do BIS com o status para março de 2013 da implementação de Basileia nos 27 países signatários do acordo. O Brasil está com implementação completa das regras de Basileia II e 2.5 e aparece em estágio avançado em Basileia III, tendo publicado as regras finais no dia 1º de março e com entrada em vigor a partir de Out/13. Do total de países signatários, 13 seguem apenas com os drafts publicados, incluindo os países da UE e os EUA.

Índice Indicadores Nacionais ................................................................................... pág. 2 Indicadores Internacionais .............................................................................. pág. 2 Destaques da Semana ........................................................................... pág. 3 a 11 Indicadores Úteis .................................................................................... págs. 12 e 13

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Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187

“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Indicadores Nacionais

Dia Indicadores Nacionais Período Consenso de Mercado Anterior

08/04 (seg) FGV: IPC-S Abr/13 0,71% (efetivo) 0,72%

09/04 (ter) FIPE: IPC Abr/13 -0,11% -0,18%

09/04 (ter) FGV: IGP-DI Mar/13 0,20% 0,20%

10/04 (qua) IBGE: IPCA (M/M e A/A) Mar/13 0,49% e 6,61% 0,60% e 6,31%

11/04 (qui) FGV: IGP-M - prévia Abr/13 0,24% 0,24%

11/04 (qui) IBGE: Vendas no Varejo (M/M e A/A) Fev/13 1,5% e 3,5% 0,6% e 5,9%

12/04 (sex) BCB: IBC-Br Fev/13 -0,70% e 0,19% 1,29% e 3,84%

Indicadores Internacionais

Dia Indicadores Internacionais Período Consenso de

Mercado Anterior

08/04 (seg) China: IPC Mar/13 2,5% 3,2%

09/04 (ter) EUA: Estoques no atacado Fev/13 0,5% 1,2%

11/04 (qui) EUA: Índice de preços de importação Mar/13 -0,5% e -1,9% 1,1% e -0,3%

12/04 (sex) Z.Euro: Produção industrial Fev/13 0,2% e -2,5% -0,4% e -1,3%

12/04 (sex) EUA: Vendas no varejo Mar/13 0,0% 1,1%

12/04 (sex) EUA: Confiança da Univ. Michigan - preliminar Abr/13 78,8 78,6

12/04 (sex) EUA: Indicadores de estoques Fev/13 0,4% 1,0%

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Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187

“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Destaques da Semana

Crédito e Bancos

REF – Banco Central

O Banco Central divulgou na semana passada, o Relatório de Estabilidade Financeira referente ao final do ano de 2012. O sistema bancário brasileiro lucrou R$ 55,1 bilhões em 2012, com aumento de 3% ante o resultado acumulado nos 12 meses findos em set/12, mas recuo de 7,5% na comparação com 2011, quando lucrou R$ 59,7 bi. O ROE geral do sistema recuou de 16,5% em 2011 para 13,5% em 2012.

Houve menor crescimento das receitas de crédito, de 4,4% em 2012, após expansão superior a 20% em 2011, efeito do menor crescimento das carteiras e da redução das taxas. Junto com o forte aumento de 20% das despesas de provisões contra inadimplência em 2012, para R$ 91,4 bilhões, foi determinante para conter o aumento do resultado da intermediação financeira, que cresceu apenas 10% em 2011, em ritmo menor que a expansão dos ativos rentáveis. As despesas de provisões representaram 28% das receitas com operações de crédito em 2012, maior proporção desde Mai/10, quando o sistema se recuperava dos efeitos da crise 2008/2009. O pico foi em Nov/09, quando as despesas de provisões representaram 35% das receitas de crédito (em 12 meses). A rentabilidade anual das operações de crédito (receitas de crédito/carteira) recuou para 16,8%, de 18,9% em 2011, acompanhando o recuo dos custos de captação, de 9,4% em dez/11 para 7,4% em dez/12 e o recuo do spread bruto contábil, de 9,5% em dez/11 para 9,4% em dez/12.

A carteira de crédito cresceu 16,2% em 2012, se recuperando do fundo de 15,9% em set/12 ante set/11, mas entre os menores ritmos desde 2010. Já o aumento das despesas de pessoal e administrativas, de 10,9% em 2012, superou o avanço de 10,4% das receitas de prestação de serviços e tarifas, reduzindo o lucro final do sistema bancário.

Solvência

Apesar da queda dos lucros no ano, o resultado foi importante para sustentar o crescimento do Patrimônio de Referência (PR) do sistema para R$ 599,2 bilhões, +R$ 112 bi em 2012, sendo +R$ 51 bi em capital de Nível 1, metade pela apropriação de lucros (menos dividendos e JCP) e +R$ 61 bi em capital de Nível 2, basicamente dívida subordinada e IHCDs dos bancos públicos. Teve ainda contribuição importante para elevação do PR de Nível 1, um aumento de capital de R$ 18,6 bi, sobretudo, nos bancos públicos.

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Lucro Líquido R$ Bi - 12 meses

Despesas Provisões R$ Bi - 12 meses

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Margem bruta de crédito, custo de captação e renda das operações de crédito

Em % anual

Rentabilidade anual das operações de crédito

Custo de captação anual

Margem bruta de crédito anual

R$ bilhões dez/11 dez/12Resultado de Intermediação Bruto 227,8 244,5

Despesa de PCLD, líquida de reversões (76,3) (91,4)

Resultado de Intermediação Líquido 151,5 153,1

Receitas de serviços 79,4 87,7

Despesas administrativas (151,1) (167,6)

Demais Resultados Operacionais (15,4) (16,4)

Resultado Não Operacional 4,6 3,8

IR e CSLL (9,3) (5,5)

Lucro Líquido 59,7 55,1

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Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

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Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187

“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Informativo Semanal de Economia Bancária

A elevação do PR foi suficiente para compensar o forte aumento do Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e manter o índice de Basileia total do sistema bancário em 16,4%, de 16,4% em jun/12 e 16,3% em dez/11, um dos maiores do mundo e sendo cerca de ¾ composto por Nível 1, de maior qualidade.

O PRE dos bancos subiu R$ 72 bi em 2012, para R$ 400 bilhões, sendo +R$ 15,5 bi ou +135% na parcela de risco de mercado, pelo efeito da introdução das regras de Basileia 2.5 ao longo de 2012 e já plenamente em vigor desde o 4T12. Como efeito, a parcela de risco de mercado ampliou a participação no total do PRE para 6,7%, de 3,5% em dez/11 (veja figura abaixo). Porém, a maior participação seguiu no Risco de Crédito, com 88,2% do PRE, aumento de 18,2% em 2012, sobretudo, no segmento imobiliário (+52%), dado avanço acelerado da carteira.

Aqui vale destacar que os bancos devem apresentar impacto favorável nos balanços do 1T13 na parcela de risco de crédito, como reflexo das mudanças dos fatores de ponderação ao risco (FPR), introduzidas pela circular 3.644, de Mar/13. A circular:

Reduziu para 35% o FPR nas operações de crédito imobiliário garantidas por alienação fiduciária (com LTV de até 80%), em detrimento das garantidas por hipoteca, que passam a ter FPR mais elevado. Impacto líquido deve ser positivo: O LTV médio do sistema era de 71,5% em dez/12, menor que 80%. O FPR médio do crédito imobiliário era de 65%, segundo o BCB;

Ampliou o conceito de varejo, que possui FPR de 75%, de 100% do atacado, para empresas com até R$ 3,6 mi em receita bruta e em até R$ 600 mil em exposição individual total.

Reduziu de 100% para 75% o FPR de crédito para Corporate (carteira ativa > R$ 100 mi), o que poderá reduzir o PRE em mais de R$ 10 bilhões. O ajuste segue avaliação prudencial de menor risco nessas empresas. , Segundo o REF, as empresas de grande porte (com dívida > R$ 100 milhões) tinham inadimplência de 0,3% em dez/12, de 3,9% das empresas de menor porte. Essas empresas representavam 50% do crédito de PJ (REF).

Reduziu o FPR do consignado acima de 60 meses à metade, para 150%.

A elevada capitalização dos bancos nacionais também é evidenciada pela menor alavancagem em relação aos demais países, com relação de Capital/Ativos de 10,1% no Brasil.

Vale lembrar que o grau de alavancagem será um dos elementos observados nas novas regras de Basileia III, com a requisição de um índice mínimo de 3% na relação Capital Nivel 1/Total Ativos On-Balance + 10% do Off-Balance. A menor alavancagem observada nos bancos brasileiros e a publicação das novas regras de capital pelo BCB, no início de março e abordadas nos

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PR e PRE (R$ Bi) e Índice de Basiléia (%)

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Informativo Semanal de Economia Bancária

informativos anteriores, favorecem o enquadramento nos critérios de BIS III no futuro. Pelas novas regras de apuração da base de capital, os bancos não terão que deduzir os créditos tributários de diferenças temporais (CTDT) relativos às provisões para devedores duvidosos (PDD). Esses créditos tributários, segundo o relatório, representavam 47%, ou R$ 63,3 bilhões, do total de crédito tributário do sistema, de R$ 134,7 bi em dez/12 (R$ 116 bi de CTDT e R$ 18,6 bi de CT Prej. Fiscal). Com menores deduções, os bancos terão uma base de Capital Principal mais elevada e, portanto, Nivel 1 maior, o que facilita o enquadramento de alavancagem.

O REF reforçou ainda a avaliação de impacto das regras finais para implementação de Basileia III no Brasil. Segundo o BCB, o SFN como um todo não terá necessidade de levantar capital adicional no período de ajuste, de 2014 a 2019. E, mesmo levando em consideração as IFs individualmente, apenas em 2017 pode haver necessidade extra de capital, ainda assim em números reduzidos (até 2019 o montante é de R$ 15 bi ou 2% do PR do sistema). Para o BCB, o sistema teria um índice de 10,8% de Capital Principal em 2019, em simulação dinâmica, em comparação ao mínimo requerido (+ capital de conservação) de 7% de Capital Principal e 8,5% de Nível 1 em 2019. Os números estão em linha com nossas simulações para o agregado do sistema. Considerando um crescimento anual médio de 10% a 15% do crédito, ROE de 16,5% a 18,5% e Payout de 40%, obtivemos índice de Capital Principal variando de 9% a 11% para o sistema em 2019, também acima dos mínimos requeridos.

Liquidez

O BCB também publicou dados sobre o nível de liquidez do sistema, medido pelos ativos líquidos em relação ao fluxo de caixa estressado para 30 dias em cenário de crise, nos moldes do LCR de Basileia III. O sistema conta com condição de liquidez confortável, de 180% em dez/12, praticamente o mesmo patamar de 2011. Incluindo os depósitos compulsórios, que somavam 7,4% dos ativos do sistema em dez/12, o índice de liquidez ampliado seria de 260%. Aqui houve recuo do patamar de 320% de dez/11, sobretudo por ajustes nas alíquotas e pelo menor volume depositado nos compulsórios, efeito da Circular 3.569, que levou ao direcionamento dos recursos do compulsório sobre depósitos a prazo para aplicações e IFs de menor porte elegíveis. Por fim, houve ainda novo avanço em termos de enquadramento individual das IFs. Segundo o BCB, somente 27 bancos, representativos de apenas 5,8% dos ativos do sistema, estariam desenquadrados no critério de liquidez (índice abaixo de 100%) em dez/12, de 38 IFs e 34,4% dos ativos em dez/11.

Por controle, os bancos públicos possuíam o maior índice de liquidez, de 280%, os bancos estrangeiros teriam indicador de 180% e os privados nacionais, de 150%. Nesse sentido, vale destacar o aumento de 60% dos estoques de títulos privados em 2012, sendo +131% nas LCA, +101% nas LF Subordinadas, +46% nas LFs e +31 % nas LCI, em detrimento dos depósitos a prazo, que recuaram 9,6% em 2012 e perderam participação no total (veja gráfico abaixo). Enquanto os depósitos a prazo possuem prazo médio de 9 meses, as LFs subordinadas possuem prazo médio de 80 meses, as LFs de 26 meses, as LCI de 15 meses e as LCA de 7 meses. Isso propiciou o alongamento do prazo do funding do sistema, que atingiu 20,2 meses, de 18,6 meses em dez/11 e 16,3 meses em dez/10.

Os depósitos de poupança cresceram 18,2% em 2012, com destaque para a participação do saldo de depósitos em poupança pela nova regra de remuneração (TR + 70% da Selic, se a Selic < 8,5% a.a.), introduzida em meados de 2012, que atingiu 35,8% do saldo total em dez/12.

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Índice de Liquidez Distribuição de Frequência em % dos ativos do Sistema Bancário

Jun/11

Dez/2011

Jun/2012

dez/12

enquadradas

desenquadradas

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Em relação às captações externas, a participação permaneceu baixa, em 11% da carteira de crédito. Basileia

O Banco de Compensações Internacionais (BIS) publicou na semana passada relatório com atualização para março do status da implementação das regras de Basileia nos diversos países signatários do acordo. Houve avanços importantes em relação ao relatório anterior, com status para outubro de 2012, sobretudo na adoção das regras de Basileia III. No documento de Out/12 apenas 8 países tinham suas regras finais publicadas para vigorar em 2013. Agora, segundo o documento, dos 27 membros, 11 países já estariam com as regras de Basileia III em vigor (em verde no esquema ao lado) e 3 países estariam com as regras finais publicadas e com entrada em vigor no decorrer de 2013, incluindo aqui o Brasil, que publicou as regras finais no início de março, com entrada em vigor a partir de Out/13. Os 13 países signatários restantes, incluindo os nove que seguem as determinações da União Europeia, ainda possuíam apenas os drafts de resolução publicados. No caso da União Europeia, espera-se a publicação das regras definitivas para o final do primeiro semestre, com vigor a partir de janeiro de 2014. O BIS ainda publicou a avaliação do conteúdo das regras finais adotadas em Singapura, para verificar a aderência às determinações de Basileia III. Uma avaliação das regras do Japão e análises preliminares de Europa e EUA já foram publicadas e abordadas por nós em informativos anteriores. No momento, está em fase de avaliação da aderência as regras de China e Suíça. Já os estudos das regras de Brasil, Canadá e Austrália deverão ser iniciados ainda em 2013. Em relação às regras de Basileia II e 2.5 houve pequenas modificações ante ao relatório de outubro. Basileia II tem implementação completa em 24 dos 27 analisados, agora com a inclusão da China e Indonésia entre os países com as regras em vigor, restando apenas Argentina, EUA e Rússia, que possuem alguns estágios mais atrasados, mas em geral estão em processo final de adoção. Em relação à Basileia 2.5, agora 22 dos 27 países signatários estão com as regras em vigor, dois a mais que em Out/12 (China e Arábia Saudita). Apenas México e Indonésia seguem ainda sem nenhuma publicação e Argentina, EUA e Rússia estão em processo.

Veja a seguir o status de implementação nos diversos países ou acesse o link para o relatório do BIS: http://www.bis.org/publ/bcbs247.pdf.

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Calendário Semanal: Destaques

O destaque da semana no Brasil é o IPCA de março, que será divulgado na quarta-feira (10) e cuja expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg é de desaceleração na base mensal para 0,49% (máx: 0,54%, mín: 0,38%), de 0,60% em fevereiro. No acumulado em 12 meses, a mediana estimada é 6,61% (máx: 6,70%, mín: 6,49%), de 6,31% anteriormente. Teremos também outros dados de inflação, como o IGP-DI de março (med: 0,20%: máx: 0,32%, mín: 0,07%) e a prévia do IGP-M de abril (med: 0,24%, máx: 0,36%, mín: 0,10%). Destaque ainda na semana para os resultados de atividade econômica de fevereiro, a saber: Vendas no Varejo (med: 1,5%, máx: 2,8%, mín: 0,2%) e IBC-Br (med: -0,70%, máx: 0,40%, mín: -2,00%). No mercado internacional a semana será mais fraca, com poucos indicadores de relevância. Nos EUA, os destaques são os dados de atividade, como: estoques no atacado (mediana: 0,5%) e indicadores de estoques (mediana: 0,4%) de fevereiro, além das vendas no varejo de março (mediana: 0,0%). Na Zona do Euro, o indicador mais importante da semana é o resultado da produção industrial de fevereiro, cuja mediana projetada é de 0,2% para o mês e -2,5% para A/A. A Ásia traz esta semana a inflação ao consumidor chinês, com mediana estimada em 2,5% em março, sinalizando desaceleração ante os 3,2% de fevereiro.

Semana Passada: Destaques

Inflação

IPC-S

A inflação medida pelo IPC-S fechou março em 0,72%, de 0,78% na quadrissemana anterior e dentro do intervalo das estimativas dos analistas, entre 0,65% e 0,87%, com mediana em 0,74%. O dado representa aceleração se comparado à variação de 0,33% ao final de fevereiro. Em doze meses, o IPC acumulou alta de 6,16% e, no ano, de 2,07%. Na semana, houve desaceleração em seis dos oito grupos pesquisados, a saber: Transportes (de 0,60% para 0,34%), Alimentação (de 1,42% para 1,31%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,32% para 0,24%), Comunicação (de 0,48% para 0,45%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,59% para 0,51%) e Despesas Diversas (de 0,19% para 0,18%).

IPC-Fipe O IPC-Fipe, por sua vez, registrou deflação de 0,17% no fechamento de março, de 0,22% em fevereiro, mas mostra redução da deflação em relação à semana anterior, de -0,18%. O dado veio dentro do intervalo de projeções dos analistas, de -0,28% a 0,14%, com mediana em -0,15%. No acumulado do ano o IPC ficou em 1,20% e, em doze meses, em 5,57%.

O grupo de Alimentação passou de alta de 0,34% em fevereiro para 0,77% no fechamento do mês. Já, Transportes registrou desaceleração de 0,84% em fevereiro para 0,28% no final do mês seguinte. O grupo Saúde passou de 0,58% para 0,25% em março e Educação de 0,27% para 0,13%. Vale ressaltar que em Despesas Pessoais houve deflação em março de 1,02%, ante -0,10% em fevereiro. A projeção da Pesquisa FOCUS para o IPC-Fipe é de alta de 5,16% em 2013 e 5% em 2014. Nível de Atividade Produção Industrial A produção industrial brasileira recuou 2,5% em fevereiro, ante jan/13, quando havia crescido 2,6%, eliminado praticamente todo o avanço. Se comparado a fev/12, a queda foi de 3,2%, após alta de 5,5% no mês anterior. Em doze meses a variação foi de -1,9%, representando ligeira desaceleração na queda registrada em janeiro (-2,0%) e em dezembro (-2,6%). Os resultados vieram piores que as medianas projetadas pelos analistas (Bloomberg), em -2,0% (máx: -1,0%, mín: -2,6%) para base mensal e -2,4% (máx: 0,2%, mín: -3,3%) em doze meses.

0,15

0,47 0,35

0,23 0,13

0,27

0,55

0,80 0,68

0,78

1,15

0,22

-0,17

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Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

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Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187

“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Analisando a queda de 2,5% em fevereiro, vale ressaltar que 15 das 27 classes pesquisadas influenciaram a trajetória de recuo. Uma das principais contribuições foi a queda de 9,1% em Veículos, eliminando o avanço de 6,2% em janeiro. Outras influências negativas foram: farmacêutica (-10,8%); refino de petróleo e produção de álcool (-5,8%); bebidas (-5,2%); alimentos (-1,3%); mobiliário (-9,9%); celulose, papel e produtos de papel (-2,0%) e indústrias extrativas (-1,9%). Ante fev/12 a queda de 3,2% teve tendência negativa em maior parte das categorias de uso e grupos pesquisados. Destaque-se que o mês de fevereiro teve 18 dias úteis, enquanto fev/12 teve 19 dias úteis. Para esse perfil de variações negativas contribuíram os seguintes grupos: farmacêutica (-14,6%), extrativas (-9,9%), de edição, impressão e reprodução de gravações (-13,0%) e de metalurgia básica (-8,9%). Também com contribuições negativas relevantes destacaram-se os alimentos (-3,7%), outros produtos químicos (-3,6%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-16,0%), produtos têxteis (-11,1%), entre outros. Em contrapartida, com influências positivas, o grupo de veículos automotores cresceu 6,4%, outros equipamentos de transportes avançaram 9,6% e máquinas, aparelhos e materiais elétricos tiveram acréscimo de 7,8%.

Quanto às categorias de uso, as variações negativas mais acentuadas vieram de bens de consumo semi e não duráveis (-5,8%) e de bens intermediários (-4,4%). Esta primeira categoria foi influenciada, sobretudo, pela queda de 11,5% em outros não duráveis. Quanto à redução na produção de bens intermediários (-4,4%), a contribuição negativa veio dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-8,9%), indústrias extrativas (-9,9%), alimentos (-14,1%), entre outras. Em Bens de Consumo Duráveis, a taxa negativa de 2,2% foi influenciada, principalmente, pela menor fabricação de telefones celulares (-12,6%) e eletrodomésticos da linha branca (-4,3%). A única categoria a avançar em fev13/fev12 foi Bens de Capital, de 9,1%, com expansão de 20,2% de equipamentos de transporte, pela maior fabricação dos itens aviões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, entre outros. Destaque ainda para os resultados positivos para energia elétrica (10,7%), para fins industriais (4,7%) e agrícola (6,9%).

Categorias de Uso

Variação

Fev13/Jan13 Fev13/ Acum. Fev-

Fev Acum. 12M Fev12

Bens de Capital 1,6 9,1 13,3 -7,8

Bens Intermediários -1,3 -4,4 -0,3 -1,5

Bens de Consumo -4,2 -5 -0,3 -0,4

Duráveis -6,8 -2,2 4 -0,3

Semi e não Duráveis -2,1 -5,8 -1,5 -0,4

Indústria Geral -2,5 -3,2 1,1 -1,9

Para o final de 2013, a mediana das projeções dos analistas consultados pela Pesquisa Focus é de alta de 3,00% na produção industrial e, para 2014, de 3,85%. Setor Automobilístico A indústria automobilística em março registrou produção de 319.121 veículos, avanço de 39,2% ante fevereiro e de 3,4% ante mar/12 (308.494). Também em alta, as vendas passaram de 235.109 para 283.912 unidades em março, mas com queda de 5,5% ante mar/12. Em março foram exportados 43.529 veículos, de 31.743 em fevereiro e 42.225 em mar/12, alta mensal de 37,1% e anual de 3,1%. O avanço do setor se explica, em parte, pela redução dos estoques que passaram de 30,1 para 29,2 dias de vendas (com ajuste sazonal). No 1T13, a produção de veículos subiu 12,1% ante 2012 (2012:738.106/2013: 827.727); as vendas cresceram 1,5% (2012: 818.364/2013: 830.474) e as exportações cederam 0,2% (2012: 111.761/ 2013: 111.504).

1,4

-1,0

-0,1

-1,0

0,3 0,5

1,5

-0,7

0,8

-1,4

0,1

2,6

-2,5

-3,2

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

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-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

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Produção industrial (M/M%)

Produção industrial (A/A%)

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Setor Externo

Balança Comercial

O resultado da balança comercial em março foi superavitário em US$ 164 milhões, de -US$ 1,3 bilhão em fev/13, melhor que a mediana das projeções dos analistas, de US$ 100 milhões (máx: US$ 400 mi, mín: -US$ 450 mi). O avanço do resultado comercial foi explicado, em grande parte, pela exportação de uma plataforma de extração de petróleo (US$ 802 milhões). As exportações somaram US$ 19,3 bi e as importações, US$ 19,2 bi. O resultado das exportações veio acima da mediana projetada de US$ 18,6 bi (máx: US$ 20,3 bi, mín; US$ 15,0 bi). As importações também vieram dentro do intervalo das

estimativas de US$ 15,0 bilhões a US$ 20,3 bilhões, mas acima da mediana de US$ 18,6 bilhões.

No 1T13, o déficit acumulado é de -US$ 5,2 bi, com exportações de US$ 50,8 bi e importações de US$ 56,0 bi. A média diária das exportações avançou 1,6%, para US$ 966,2 mi. Já a média diária das importações cresceu 11,6%, para US$ 958 mi. Em doze meses o saldo comercial ficou em US$ 11,9 bi, com exportações de US$ 238,3 bi e importações de US$ 226,5 bi. A expectativa FOCUS é de superávit comercial de US$ 11 bi em 2013, com exportações de US$ 252,6 bi e importações de US$ 241,3 bi.

IC-Br O IC-Br de março recuou 1,82% ante fevereiro e -6,08% no acumulado do ano, mas avançou 3,58% em doze meses. Todos os componentes recuaram no mês, a saber: -6,02% nas commodities metálicas, sendo o maior recuo, seguido de -2,51% nas energéticas e -0,66% nas agropecuárias. Em dozes meses, porém, Energia apresentou alta de 4,27%, Metálicas de 4,20% e Agropecuária de 3,41%. A variação do IC-Br foi maior que o CRB (mês: 0,09%, 12 meses: 5,83%).

Cenário Internacional

EUA

Nível de Atividade

Ao final do primeiro trimestre, a expansão da indústria norte-americana desacelerou para 51,3 pts, de 54,2 pts no mês anterior, bem abaixo do esperado pelos analistas, cuja mediana projetada era de 54 pts (Bloomberg). O resultado foi puxado pelo recuo do índice de novas encomendas, de 57 pts para 51,4 pts e pela medida de preços pagos, que recuou para 54,5 pts, ante 61,5 pts em fevereiro. Apesar da queda o resultado ficou acima da linha de expansão (50 pts).

Em linha com o desempenho da indústria, o ISM de Serviços também trouxe dados piores, passando de 56 pts em fevereiro para 54,4 pts em março e abaixo da mediana prevista de 55,5 pts (Bloomberg). Houve influencia do subíndice de negócios, caindo para 56,5 pts, de 56,9 pts em fevereiro e novas encomendas, passando de 58,2 pts para 54,6 pts. Já, as encomendas da indústria aumentaram 3,0% em fevereiro para US$ 492 bilhões, enquanto em janeiro houve queda de 1%. O dado veio dentro do intervalo

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

220.000

225.000

230.000

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240.000

245.000

250.000

255.000

260.000

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Exportações (US$ M) - 12M

Importações (US$ M) - 12M

BC (US$ M) - 12M

2,7

0,6 1,5

-1,4

7,8

-0,1

0,3

-0,7

0,7 1,5

-1,4

-3,0 -1,8

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3,6

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IC-Br (M/M%)

IC-Br (A/A%)

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54,1

52,5

50,2 50,5 50,7

51,6 51,7

49,9 50,2

53,1

54,2

51,3

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das estimativas dos analistas, de 0,8% a 4,5%, com mediana de 2,9%. Este foi o maior nível de pedidos da série histórica. Destaque-se que as novas encomendas de bens duráveis subiram 5,6%, enquanto os pedidos de bens não duráveis avançaram 0,8%.

Mercado de Trabalho

Os EUA criaram 88 mil novos postos de trabalho em março, com forte queda em relação as 268 mil vagas criadas em fevereiro e surpreendeu negativamente os analistas consultados, que previam mediana de 190 mil novos postos (máx: 366 mil, mín: 100 mil). A desaceleração sinaliza que a recuperação do mercado de trabalho ainda não está totalmente consolidada.

Em contrapartida, a taxa de desemprego norte-americana para março caiu para 7,6%, o menor nível desde dez/08, de 7,7% em fevereiro e 7,9% em janeiro. O dado veio ainda melhor que a mediana projetada, em 7,7% (Bloomberg). Entretanto, este recuo pode ser em razão de 496 mil pessoas que deixaram a força de trabalho.

Crédito ao Consumidor

O crédito ao consumidor aumentou US$ 18,14 bilhões em fevereiro, para US$ 2,799 trilhões, dado o

aumento no crédito estudantil e no financiamento de automóveis. O dado superou os US$ 12,73 bi de janeiro e a mediana projetada em +US$ 15 bi (máx: US$ 17,6 bi, mín: US$ 8,9 bi). Os dados de janeiro foram revisados de +US$ 16,15 bi, para +US$ 12,73 bi.

Zona do Euro A retração da indústria euorpeia se aprofundou ainda mais em março, apesar de a crise do Chipre ainda não ter afetado a atividade. O PMI da Indústria saiu de 47,9 pts em fevereiro para 46,8 pts em março, voltando ao mesmo nível de três meses atrás, mas um pouco melhor que o resultado preliminar, de 46,6 pts. O dado também veio ligeiramente melhor que a mediana projetada pelos analistas, em 46,6 pts.

Para o resultado contribuíram a queda dos novos pedidos e o recuo da produção. Em mesma linha, O PMI de Serviços da Zona do Euro também caiu em março para 46,4 pts, ante 47,9 em fevereiro e um pouco abaixo do dado preliminar e da mediana prevista, de 46,5 pts. Vale ressaltar a desaceleração no PMI de Serviços da Alemanha, de 53,3 pts para 50,6 pts e da França, de 43,7 para 41,3. Como resultado da Indústria e de Serviços, o PMI Composto passou de 47,9 pts em fevereiro para 46,5 pts em março, em linha com a mediana prevista, de 46,5pts.

205

112 125

87

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219

148

268

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Criação de novas vagas (mil)

8,2

8,1

7,8

7,9

7,6 7,5

7,6

7,7

7,8

7,9

8

8,1

8,2

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Taxa de desemprego (%)

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10

.66

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5

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Crédito ao consumumidor (US$ B)

43,0

44,0

45,0

46,0

47,0

48,0

49,0

50,0

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PMI Manufatura PMI Serviços PMI Composto

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A taxa de desemprego da Zona do Euro permaneceu em 12,0% em fevereiro, mesmo patamar de janeiro e em linha com mediana projetada pelos analistas, de 12% (Bloomberg). Foram 19.071 milhões de pessoas desocupadas no segundo mês do ano. Entretanto, como sempre, os dados foram divergentes dentro da região. Áustria e Alemanha tiveram desemprego em 4,8% e 5,4%, enquanto no Chipre e Espanha, o nível de desocupados era de 14% e 26,3%,respectivamente.

Diante de um cenário de incertezas e desemprego elevado, o comércio varejista recuou 0,3% em fevereiro, de 0,9% em janeiro. Em comparação com o mesmo período de 2012, o recuo foi de 1,4%. Os dados ficaram dentro do intervalo projetado pelos analistas de -1,0% a 0,3% (mediana: -0,4%), para base mensal e de -2,1% a -1,0% (mediana: -1,2%) em base anual. O resultado de março continua a destacar a fraqueza da demanda do consumidor, sendo o 18º mês consecutivo de queda em termos anuais. Os últimos resultados da atividade aliados às incertezas relacionadas a Chipre, reforçam a sinalização de retração do PIB no primeiro trimestre de 2013.

China

A indústria chinesa trouxe bons resultados para março, em razão de uma demanda doméstica mais forte. O PMI Manufatura passou de 50,1 pts em fevereiro para 50,9 pts em março, apesar da irregularidade das exportações chinesas nos últimos meses. O nível atingido pelo PMI é o maior em 11 meses, acima do patamar de expansão, mas abaixo do esperado pelos analistas (Bloomberg), com mediana de 51,2 pts (máx: 53,0, mín: 50,4).

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11,8

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Taxa de desemprego (%)

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Vendas no Varejo (M/M%) Vendas no Varejo (A/A%)

53,1 53,3

50,4 50,2 50,1

49,2

49,8 50,2

50,6 50,6 50,4

50,1

50,9 m

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2

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Empresa Código

Variação (%) (%)

Semanal Mensal 12 Meses

Ibovespa IBOV -2,3 -5,8 -13,6

Petrobras PETR4 -3,0 -3,1 -19,1

Vale VALE5 -1,9 -6,1 -20,7

BANCOS

Santander SANB11 -3,4 -11,1 -11,0

Itaú Unibanco ITUB4 -6,0 -8,3 2,5

Bradesco BBDC4 -2,4 -1,2 19,4

Bco. Do Brasil BBAS3 -3,2 -2,5 10,2

BIC BICB4 0,3 -0,3 -12,8

Banrisul BRSR6 1,4 -2,6 -8,9

Daycoval DAYC4 -7,3 -9,9 19,3

Panamericano BPNM4 -7,8 -8,3 -5,4

ABC ABCB4 -0,6 6,2 38,5

Sofisa SFSA4 -8,5 -9,8 10,2

Pine PINE4 -3,0 1,1 3,8

Paraná Banco PRBC4 0,4 -1,1 6,3

Indusval IDVL4 -0,1 -4,1 -11,9

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Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485

Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Semana de 08 a 12 de abril – Ano 5, Nº. 187

“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Indicadores Úteis

Indicadores do Mercado 05/04/13 28/03/13 05/03/13 Var. (p.p.)

semanal e mensal

Meta Selic (% a.a.) 7,25 7,25 7,25 0,00 p.p./ 0,00 p.p.

Juros DI de Janeiro de 2014 (%a.a.) 7,76 7,77 7,67 -0,01 p.p./ 0,09 p.p.

Juros DI de Janeiro de 2015 (%a.a.) 8,40 8,49 8,33 -0,09 p.p./ 0,07 p.p.

Juros US$ 180 dias (Swap cambial – taxa % anualizada) 1,19 1,41 1,41 -0,22 p.p./-0,22 p.p.

Juros US$ 360 dias (Swap cambial – taxa % anualizada) 1,44 1,69 1,31 -0,25 p.p./0,13 p.p.

Taxa de câmbio (Ptax) 2,00 2,01 1,97 -0,50% / 1,52%

Fed Funds (%) 0,25 0,25 0,25 0,00 p.p./0,00 p.p.

T-BOND (10 anos - %) 1,71 1,85 1,90 -0,14 p.p./ -0,19 p.p.

T-BOND (30 anos - %) 2,88 3,10 3,11 -0,22 p.p./ -0,23 p.p. Fonte: Bloomberg e Banco Central do Brasil

FOCUS – Indicadores Selecionados

2013 2014

05/04/13 28/03/13 05/03/13 Tendência* 05/04/13 28/03/13 05/03/13 Tendência*

IPCA (%) 5,70 5,71 5,82 ▼ 5,70 5,68 5,50 ▲

PIB (% de crescimento) 3,00 3,01 3,10 ▼ 3,50 3,50 3,50 =

Meta Selic (%a.a.) 8,50 8,50 8,00 = 8,50 8,50 8,25 = Fonte: Banco Central do Brasil * comportamento dos indicadores desde o último Relatório de Mercado do Bacen.

Pesquisa FEBRABAN de Projeções e Expectativas Pesquisa anterior Pesquisa atual

Saldo das Operações de Crédito Jan/13 (2013) Jan/13 (2014) Mar/13 (2013) Mar/13 (2014)

Operações de Crédito Total (% crescimento) 15,9 16,0 15,6 15,7

Operações de Crédito - PF (% crescimento) 12,2 12,8 12,2 12,8

Operações de Crédito - PJ (% crescimento) 15,5 15,6 15,4 15,5

Taxa Média de Inadimplência Total (%) 5,4 5,0 5,5 5,0 Fonte: Pesquisa FEBRABAN de Projeções e Expectativas de Mercado

Indicadores de Crédito – Evolução Recente (Nova Metodologia)

Fev/13 Jan/13 Fev/12 Var.

(mensal e 12 meses)

Saldo Total das Operações de Crédito (R$ bi) 2.383,7 2.366,0 2.041,0 0,7% e 16,8%

Saldo das Operações de Crédito Total com PF (R$ bi) 1.093,2 1.087,3 940,4 0,5% e 16,2%

Saldo das Operações de Crédito Total com PJ (R$ bi) 1.290,5 1.278,7 1.100,6 0,9% e 17,3%

Taxa Média de Inadimplência Total (%) – SFN 3,7 3,7 3,8 0,0 p.p. e -0,1 p.p.

Taxa Média de Inadimplência PF (%) – SFN 5,4 5,5 5,9 -0,1 p.p. e -0,5 p.p.

Taxa Média de Inadimplência PJ (%) - SFN 2,3 2,3 2,2 0,0 p.p. e 0,1 p.p.

Fonte: Banco Central do Brasil

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Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

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“Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País”

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Informativo Semanal de Economia Bancária

Spread Bancário (Nova Metodologia) Fev/13 Jan/13 Fev/12 Var.(p.p.)Mensal

Spread Bacen Total (p.p.) – SFN 12,1 12,2 15,6 -0,1

Spread Bacen PF (p.p.) – SFN 17,9 18,0 22,5 -0,1

Spread Bacen PJ (p.p.) - SFN 7,7 7,8 10,3 -0,1

Fonte: FEBRABAN e Banco Central do Brasil

Diretoria de Assuntos Econômicos [email protected] Rubens Sardenberg – Economista-chefe Jayme Alves – Economista sênior Rachel Peixoto – Economista júnior