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A INFORMAÇÃO DOS/AS TRABALHADORES/AS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, TÉCNICA E TECNOLÓGICA DO PARANÁ INFORMATIVO BIMESTRAL Edição 1 | Junho/Julho de 2016 Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC Salário e carreira: conquistas sindicais SINDIEDUTEC é o seu Sindicato O SINDIEDUTEC-Sindicato garantiu seu registro sindical através do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES), se tornando o representante o representante legítimo de to- dos os servidores do IFPR, tanto professores quanto técnicos. A assinatura da carta sindical aconteceu no dia 15 de novem- bro de 2015. A Carta Sindical, uma certidão do Ministério do Trabalho e Previdência Social, através da Secretaria de Relações de Traba- lho, garante a representação legal de todos os trabalhadores da base representada, foi assinada e publicada em diário ofi- cial. Considerando que no Brasil a lei garante a unicidade sin- dical para uma mesma base territorial, esta é uma importante conquista dos dirigentes sindicais da atual gestão, presidida pelo Prof. Nilton Ferreira Brandão. Conselho Superior desrespeitado A Reitoria do IFPR deveria represen- tar democraticamente os servidores em suas demandas e necessidades. Mas não é isso que vem acontecen- do nas últimas “gestões” dos Reitores, tanto os eleitos quanto os intervento- res ou os de legitimidade questionável, que tratam o Conselho Superior (Con- sup) como um instrumento decorati- vo. Para lutar contra sesta situação, o SINDIEDUTEC-Sindicato, como único e legítimo representante Sindical dos trabalhadores do IFPR, reivindica o di- reito de participar do Consup. O TAE Marcelo Mazzetto, dirigente SINDIEDUTEC contra o assédio moral do SINDIEDUTEC-Sindicato e mem- bro do Consup, pensa que o Conselho “não vem sendo tratado com o devido respeito e importância que ele mere- ce, pois seus presidentes têm tentado fazer valer suas vontades ou intenções por meio de ad referendum ao invés de encaminhar os assuntos para discussão da comunidade e dos conselheiros, como foi o caso mais recentemente da minuta de Afastamento para Estudo”. O SINDIEDUTEC-Sindicato defende que o Consup seja o órgão máximo do IFPR, refletindo a diversidade de opini- ões e pensamento dos servidores. Desde a gestão de Irineu Co- lombo que o “assédio moral se tornou o DNA do IFPR”, diz o Prof. Otávio Sampaio. Para combater estas práticas o SINDIEDUTEC- -Sindicato trabalha pela criação de uma Comissão Paritária (IFPR e sindicato) de combate ao Assé- dio. O último Reitor interventor, Elio Cordeiro, concordou com a proposta, mas não indicou os seis representantes da reitoria, nem emitiu portaria de nomeação da comissão. Enquanto isso os servidores do IFPR seguem assediados. Como no caso do Diretor interventor de Irati, autoritário, assediando estu- dantes e servidores. Outro caso é o do Procurador Federal junto ao IFPR, que convoca e intimida ser- vidores em seu gabinete, inclusi- ve com representações contra o próprio Prof. Otávio, junto a Co- missão de Ética e a OAB, que por unanimidade foi contra o pleito. Entre os 14 projetos de lei apro- vados na noite do dia 1º de junho pela Câmara dos Deputados estava a PL-4251, uma grande vitória para os servidores dos Institutos Fede- rais de todo o Brasil que foi fruto de uma intensa negociação entre o Governo Federal, comandado à época pela Presidente Dilma Rou- sseff, agora afastada. Mais do que o aumento, justo e merecido, que deverá ser pago em duas vezes, em agosto de 2016 e janeiro de 2017, os servidores da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e Técnicos Administrativos em Edu- cação (TAE) conquistaram uma im- portante reestruturação da carreira que corrige uma série de distorções históricas. Se o reajuste garante pouco mais de 10% de aumento, depois de ja- neiro, “o pacote de reestruturação dá algo em torno de mais 10%”, diz o Professor Nilton Ferreira Brandão, Presidente do SINDIEDUTEC-Sindi- cato. “Além de garantir o reajuste geral, assim como as demais cate- gorias dos servidores públicos, o PL também dá uma estrutura lógica para para a carreira e um ganho sa- larial extra, quase o dobro em rela- ção aos demais”, completou. Negociando as restrições apre- sentadas pelo governo, o acordo prevê que o impacto para os cofres públicos com os aumentos da re- estruturação acontecerão em três etapas e após o acordo que foi as- sinado por apenas dois anos (2016 e 2017). Os novos aumentos acon- tecerão em agosto de 2017, 18 e 19. A nova carreira terá a RT como percentual sobre o VB percentuais iguais para mudança de níveis, além de valores proporcionais para os diversos regimes de trabalho (veja mais detalhes no encarte especial deste jornal). Assim não apenas a curva de aumento da remuneração se torna mais orgânica, evitando sal- tos e desproporções, como também favorece a valorização progressiva: aumentando o salário inicial, toda a carreira aumenta. A proposta do PL, que ainda pre- cisa ser aprovada no Senado para entrar em vigor, além da remune- ração reajustou diversos benefícios. O auxílio saúde aumenta 22,8% (diferenciado por idade e faixa sa- larial); auxílio pré-escolar de valores variáveis, de R$ 66,00 a R$ 95,00, passa para R$ 321,00; e auxílio ali- mentação sobe de R$ 373,00 para R$ 458,00. Prof. Brandão defende PL-4251

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A INFORMAÇÃO DOS/AS TRABALHADORES/AS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, TÉCNICA E TECNOLÓGICA DO PARANÁ

INFORMATIVO BIMESTRALEdição 1 | Junho/Julho de 2016

Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC

Salário e carreira: conquistas sindicais

SINDIEDUTEC é o seu SindicatoO SINDIEDUTEC-Sindicato garantiu seu registro sindical

através do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES), se tornando o representante o representante legítimo de to-dos os servidores do IFPR, tanto professores quanto técnicos. A assinatura da carta sindical aconteceu no dia 15 de novem-bro de 2015.

A Carta Sindical, uma certidão do Ministério do Trabalho e Previdência Social, através da Secretaria de Relações de Traba-lho, garante a representação legal de todos os trabalhadores da base representada, foi assinada e publicada em diário ofi -cial. Considerando que no Brasil a lei garante a unicidade sin-dical para uma mesma base territorial, esta é uma importante conquista dos dirigentes sindicais da atual gestão, presidida pelo Prof. Nilton Ferreira Brandão.

Conselho Superior desrespeitadoA Reitoria do IFPR deveria represen-

tar democraticamente os servidores em suas demandas e necessidades. Mas não é isso que vem acontecen-do nas últimas “gestões” dos Reitores, tanto os eleitos quanto os intervento-res ou os de legitimidade questionável, que tratam o Conselho Superior (Con-sup) como um instrumento decorati-vo. Para lutar contra sesta situação, o SINDIEDUTEC-Sindicato, como único e legítimo representante Sindical dos trabalhadores do IFPR, reivindica o di-reito de participar do Consup.

O TAE Marcelo Mazzetto, dirigente

SINDIEDUTEC contra o assédio moral

do SINDIEDUTEC-Sindicato e mem-bro do Consup, pensa que o Conselho “não vem sendo tratado com o devido respeito e importância que ele mere-ce, pois seus presidentes têm tentado fazer valer suas vontades ou intenções por meio de ad referendum ao invés de encaminhar os assuntos para discussão da comunidade e dos conselheiros, como foi o caso mais recentemente da minuta de Afastamento para Estudo”.

O SINDIEDUTEC-Sindicato defende que o Consup seja o órgão máximo do IFPR, refl etindo a diversidade de opini-ões e pensamento dos servidores.

Desde a gestão de Irineu Co-lombo que o “assédio moral se tornou o DNA do IFPR”, diz o Prof. Otávio Sampaio. Para combater estas práticas o SINDIEDUTEC--Sindicato trabalha pela criação de uma Comissão Paritária (IFPR e sindicato) de combate ao Assé-dio. O último Reitor interventor, Elio Cordeiro, concordou com a proposta, mas não indicou os seis representantes da reitoria, nem emitiu portaria de nomeação da

comissão.Enquanto isso os servidores do

IFPR seguem assediados. Como no caso do Diretor interventor de Irati, autoritário, assediando estu-dantes e servidores. Outro caso é o do Procurador Federal junto ao IFPR, que convoca e intimida ser-vidores em seu gabinete, inclusi-ve com representações contra o próprio Prof. Otávio, junto a Co-missão de Ética e a OAB, que por unanimidade foi contra o pleito.

Entre os 14 projetos de lei apro-vados na noite do dia 1º de junho pela Câmara dos Deputados estava a PL-4251, uma grande vitória para os servidores dos Institutos Fede-rais de todo o Brasil que foi fruto de uma intensa negociação entre o Governo Federal, comandado à época pela Presidente Dilma Rou-sseff , agora afastada. Mais do que o aumento, justo e merecido, que deverá ser pago em duas vezes, em agosto de 2016 e janeiro de 2017, os servidores da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e Técnicos Administrativos em Edu-cação (TAE) conquistaram uma im-portante reestruturação da carreira que corrige uma série de distorções históricas.

Se o reajuste garante pouco mais

de 10% de aumento, depois de ja-neiro, “o pacote de reestruturação dá algo em torno de mais 10%”, diz o Professor Nilton Ferreira Brandão, Presidente do SINDIEDUTEC-Sindi-cato. “Além de garantir o reajuste geral, assim como as demais cate-gorias dos servidores públicos, o PL também dá uma estrutura lógica para para a carreira e um ganho sa-larial extra, quase o dobro em rela-ção aos demais”, completou.

Negociando as restrições apre-sentadas pelo governo, o acordo prevê que o impacto para os cofres públicos com os aumentos da re-estruturação acontecerão em três etapas e após o acordo que foi as-sinado por apenas dois anos (2016 e 2017). Os novos aumentos acon-tecerão em agosto de 2017, 18 e

19. A nova carreira terá a RT como percentual sobre o VB percentuais iguais para mudança de níveis, além de valores proporcionais para os diversos regimes de trabalho (veja mais detalhes no encarte especial deste jornal). Assim não apenas a curva de aumento da remuneração se torna mais orgânica, evitando sal-tos e desproporções, como também favorece a valorização progressiva: aumentando o salário inicial, toda a

carreira aumenta.A proposta do PL, que ainda pre-

cisa ser aprovada no Senado para entrar em vigor, além da remune-ração reajustou diversos benefícios. O auxílio saúde aumenta 22,8% (diferenciado por idade e faixa sa-larial); auxílio pré-escolar de valores variáveis, de R$ 66,00 a R$ 95,00, passa para R$ 321,00; e auxílio ali-mentação sobe de R$ 373,00 para R$ 458,00.

Prof. Brandão defende PL-4251

IFPR em tempo de Governo InterinoNo primeiro dia do mês de ju-

nho, pouco mais de 15 dias de-pois do afastamento da Presidente Dilma Rousseff, o SINDIEDUTEC--Sindicato tornou pública sua pre-ocupação em relação ao Governo Interino, de Michel Temer. Na Nota em Defesa da Democracia, da Edu-cação e dos Direitos dos Trabalha-dores, disponibilizada na íntegra no site do SINDIEDUTEC-Sindicato, são listados alguns dos motivos que levam ao posicionamento combativo para com um programa que não foi aprovado por maioria nas urnas, sendo, portanto, do ponto de vista da democracia das urnas, ilegítimo.

São muitas as medidas tomadas pelo Governo Temer que são con-sideradas preocupantes: a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia com o Ministério das Comunica-ções, com sérias ameaças aos in-vestimentos em ciência, tecnologia e inovação; transferência da Previ-dência Social do Ministério do Tra-balho para o Ministério da Fazen-da, deixando de ser ação de cunho social para se tornar um fundo de gestão financeira; o fim da Contro-ladoria Geral da União, transferindo suas atribuições para o Ministério da Fiscalização; e extinção dos Mi-nistérios das Mulheres, da Igual-dade Racial, da Juventude e dos

Direitos Humanos revelando uma posição que não prioriza políticas inclusivas, entre tantos outros que poderiam ser listados.

Na mesma semana em que o SINDIEDUTEC-Sindicato tornou pública a Nota em Defesa da De-mocracia, da Educação e dos Di-reitos dos Trabalhadores, a Câma-ra dos Deputados aprovou o PL 4251, junto de outros 13 Projetos de Lei que visam reajuste dos sa-lários de servidores públicos, em cumprimento ao acordado no final de 2015 com a então Presidente Dilma. O assunto está melhor ex-plicado na matéria principal deste Nossa Voz, bem como no encarte que detalha as novas tabelas de progressão salarial, mas cabe con-siderar algumas das implicações políticas da tramitação.

A velocidade com que os 14 PLs foram aprovados revela um Governo preocupado em manter o funcionalismo público quieto, sem indicativo de greve ou demais manifestações de combate. Aler-tamos, entretanto, que apenas a remuneração foi votada, deixando de lado demandas específicas de professores EBTT, como a isenção do controle de frequência, o cum-primento das Metas aprovadas no Plano Nacional de Educação, o

respeito a autonomia dos IFEs e a perda da vinculação dos recursos para educação, comprometendo seriamente a qualidade do ensino no Brasil. Portanto, nossa mobiliza-ção deve continuar para pressionar o governo para o cumprimento de todos os termos do acordo assina-do.

Outro ponto de preocupação é a interrupção da estrutura ad-ministrativa de viabilização do Fó-rum Nacional de Educação (FNE) e a extinção da SECAD-Secretaria da Diversidade, acabando com a interlocução com os movimentos sociais e enfraquecendo o canal de discussão com os grupos de

trabalho presentes no FNE. São estes grupos que criam diretrizes que norteiam a educação no Brasil, fundamentais para tornar o ensino mais inclusivo e plural. Sem este debate a política educacional corre o risco de ser baseada em ‘achis-mos’ sem base técnica e reflexão teórica, o que representa um peri-go real de retrocesso.

Ainda que o PL 4251 seja um avanço, consistindo em um me-recido ajuste aos servidores, ele é apenas uma parte das demandas dos trabalhadores representados pelo SINDIEDUTEC-Sindicato, daí sua manifestação em defesa da democracia, ensino e direitos.

FASUBRA aprova filiação do SINDIEDUTEC

A representação sindical dos trabalhadores federais se dá à partir de uma organização de abrangência nacional. Assim, da mesma forma que o SINDIEDUTEC-Sindicato é afiliado ao PROIFES-Federação para representar os docentes, agora tam-bém é afiliado à Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituição de Ensino Superior Pú-blicas do Brasil (FASUBRA) para representar os TAEs junto ao governo federal em suas demandas.

“No plano federal não existe outra instituição com o históri-co e a tradição da FASUBRA na defesa dos interesses dos Téc-nicos, o que lhe garante legitimidade”, diz o Professor Nilton Brandão, presidente do SINDIEDUTEC-Sindicato.

Desde 2010, pouco depois da fundação do SINDIEDUTEC--Sindicato, os TAEs sindicalizados votaram pela filiação à FA-SUBRA, que logo foi favorável. Mas uma série de entraves di-ficultou o ingresso. “Por representarmos técnicos e docentes, a Federação não tinha clareza se seria possível nossa filiação”, relata o TAE Marcelo Mazzetto. Este mesmo motivo impediu por algum tempo a emissão da Carta Sindical, outro impediti-vo para a filiação, agora resolvidos.

A filiação é uma grande conquista, mas não pode ficar ape-nas nas relações institucionais. “Os TAEs têm o dever de se apropriar da pautas da FASUBRA e de participar de todos os processos decisivos da Federação”, completa Brandão. Só as-sim a voz dos trabalhadores do IFPR será ouvida.

RSC para os TAEsA mesma defesa de que os sabe-

res e competências dos Professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnoló-gico (EBTT) precisam ser reconheci-das, não necessariamente passando pela formação acadêmica tradicio-nal, também vale para os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs). Por isso o SINDIEDUTEC-Sindicato luta para que os TAEs sejam con-templados com a Reconhecimento de Saberes e Competências dos Técnico-Administrativos (RSCTAE) que os Professores EBTT já recebem.

Núcleos Sindicais de Base

Um proposta formal, prevendo a relação entre a RSCTAE e Retribuição por Titulação, bem como os pré-re-quisitos para cada nível, já foi enca-minhada ao Ministério da Educação pelo Conselho Nacional das Institui-ções da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), em articulação com a Asso-cia, mas sem avanços, por enquanto.

O SINDIEDUREC-Sindicato já ma-nifestou em Ofício ao MEC apoio à proposta além de cobrar da FASU-BRA para assumir esta luta dos TAEs.

O SINDIEDUTEC-Sindicato pre-cisa ser mais e mais descentrali-zado para cumprir sua missão de representar os trabalhadores de todo o Paraná. Afinal, é um gran-de estado com demandas espe-cíficas regionais que precisam ser ouvidas e atendidas. Para isso fo-ram criados os Núcleos Sindicais de Base.

A nova configuração prevê que

cada campus e o CMC deverão ter uma Diretoria organizada em cada local de trabalho. Ela será composta por um Presidente, além de outros quatro dirigentes com cargos como Administrativo, Comunicação, Políticas Sociais e Política Sindical. A eleição de uma Diretoria por local de trabalho dará mais representatividade e democratização para o SINDIE-DUTEC.

Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC

Roberto Stuckert Filho (Fotos Públicas)

Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC

Uma das principais lutas Sindicais é dar lógica interna para nossa carreira. A atual não tem qualquer lógica entre os números que a compõe, com per-centuais irregulares e valores aleatórios. O acordo de 2012 garantiu aumentos significativos para os professores mas não foi possível acertar a carreira.A negociação salarial com o governo em 2015 teve duas prioridades básicas: garantir reajuste para todos os professores; construir uma lógica na estrutura da carreira. Todos os servidores que assinaram acordos em 2015 tiveram reajuste salarial idêntico, válido por dois anos: 5,5 % em agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017, o que, acumulado, representará 10,8% linear. Caso o Senado confirme a aprovação do PLC034/2016, os salários dos professores Federais (EBTT e MS) serão os seguintes:

Reajustes: 2016 e 2017

20h Reajuste: 5,5%

Docentes MS / EBTT, 20h, ago 2016

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 3.185,18 3.408,15 3.788,53 4.427,40 5.319,25

ASSOCIADO D IV

4 3.060,24 3.282,39 3.654,00 4.015,79 4.701,83

3 2.999,00 3.216,15 3.586,51 3.926,72 4.592,77

2 2.938,95 3.151,25 3.512,28 3.839,64 4.486,30

1 2.880,08 3.087,67 3.445,11 3.754,54 4.382,36

ADJUNTO D III

4 2.628,02 2.825,76 2.870,72 3.300,68 3.783,62

3 2.602,00 2.786,80 2.834,63 3.230,66 3.682,00

2 2.576,24 2.753,61 2.795,78 3.163,77 3.639,56

1 2.476,88 2.579,26 2.685,50 3.047,29 3.528,85

ASSISTENTE D II2 2.318,85 2.416,35 2.522,99 2.862,11 3.362,82

1 2.295,88 2.393,00 2.479,13 2.836,97 3.320,67

AUXILIAR D I2 2.174,21 2.270,56 2.347,64 2.711,00 3.196,49

1 2.129,80 2.220,70 2.293,41 2.636,21 3.147,69

40h Reajuste: 5,5%

Docentes MS / EBTT, 40h, ago 2016

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 4.595,36 4.875,72 5.244,15 6.153,46 8.291,89

ASSOCIADO D IV

4 4.437,72 4.716,50 5.085,46 5.803,27 7.600,27

3 4.361,23 4.635,21 5.007,28 5.671,89 7.364,66

2 4.286,94 4.548,32 4.932,36 5.588,03 7.126,00

1 4.278,94 4.510,47 4.899,26 5.573,79 7.114,74

ADJUNTO D III

4 3.757,11 3.977,26 4.307,48 5.046,56 6.587,62

3 3.720,43 3.936,26 4.260,02 4.984,60 6.495,43

2 3.631,36 3.842,96 4.160,37 4.870,75 6.351,97

1 3.458,26 3.665,71 3.976,90 4.673,34 6.125,51

ASSISTENTE D II2 3.336,02 3.539,40 3.791,73 4.527,27 5.950,97

1 3.236,19 3.437,56 3.686,87 4.415,65 5.825,26

AUXILIAR D I2 3.066,97 3.255,17 3.484,72 4.169,28 5.525,95

1 2.968,78 3.146,33 3.359,89 4.008,68 5.426,30

DE Reajuste: 5,5%

Docentes MS / EBTT, DE, ago 2016

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 7.051,62 8.040,64 8.629,26 10.879,67 17.995,92

ASSOCIADO D IV

4 6.809,52 7.589,84 8.113,97 10.278,96 16.314,99

3 6.691,44 7.437,20 7.954,77 10.019,18 15.672,64

2 6.574,92 7.295,80 7.798,80 9.901,71 15.104,96

1 6.564,84 7.161,92 7.653,84 9.889,41 14.679,91

ADJUNTO D III

4 5.385,45 5.877,46 6.243,04 8.024,27 11.554,56

3 5.332,13 5.796,30 6.156,10 7.867,49 11.152,05

2 5.279,34 5.717,22 6.094,49 7.739,63 10.769,82

1 5.227,06 5.652,19 5.984,13 7.613,34 10.557,63

ASSISTENTE D II2 4.751,88 5.152,95 5.506,90 6.899,23 9.833,47

1 4.704,83 5.102,72 5.408,15 6.836,19 9.752,21

AUXILIAR D I2 4.277,12 4.671,85 4.973,88 6.404,09 9.303,31

1 4.234,77 4.607,16 4.885,53 6.273,01 9.114,67

Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC

20h Reajuste: 10,8% (5,0% sobre 5,5%)

Docentes MS / EBTT, 20h, jan 2017

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 3.344,44 3.578,55 3.977,95 4.648,77 5.585,21

ASSOCIADO D IV

4 3.213,25 3.446,51 3.836,70 4.216,58 4.936,92

3 3.148,95 3.376,95 3.765,84 4.123,06 4.822,41

2 3.085,89 3.308,82 3.687,90 4.031,62 4.710,62

1 3.024,08 3.242,05 3.617,37 3.942,27 4.601,48

ADJUNTO D III

4 2.759,42 2.967,05 3.014,25 3.465,72 3.972,80

3 2.732,10 2.926,14 2.976,36 3.392,20 3.866,10

2 2.705,05 2.891,29 2.935,57 3.321,95 3.821,54

1 2.600,72 2.708,23 2.819,78 3.199,66 3.705,29

ASSISTENTE D II2 2.434,79 2.537,17 2.649,14 3.005,21 3.530,96

1 2.410,67 2.512,65 2.603,09 2.978,82 3.486,70

AUXILIAR D I2 2.282,92 2.384,09 2.465,02 2.846,55 3.356,32

1 2.236,29 2.331,74 2.408,08 2.768,02 3.305,07

40h Reajuste: 10,8% (5,0% sobre 5,5%)

Docentes MS / EBTT, 40h, jan 2017

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 4.825,13 5.119,51 5.506,36 6.461,13 8.706,48

ASSOCIADO D IV

4 4.659,61 4.952,33 5.339,73 6.093,43 7.980,29

3 4.579,29 4.866,97 5.257,65 5.955,49 7.732,89

2 4.501,29 4.775,73 5.178,97 5.867,43 7.482,30

1 4.492,89 4.736,00 5.144,22 5.852,48 7.470,48

ADJUNTO D III

4 3.944,96 4.176,12 4.522,85 5.298,89 6.917,00

3 3.906,45 4.133,07 4.473,02 5.233,83 6.820,21

2 3.812,93 4.035,11 4.368,39 5.114,28 6.669,56

1 3.631,17 3.849,00 4.175,74 4.907,01 6.431,78

ASSISTENTE D II2 3.502,82 3.716,37 3.981,32 4.753,63 6.248,52

1 3.398,00 3.609,44 3.871,21 4.636,43 6.116,52

AUXILIAR D I2 3.220,32 3.417,93 3.658,95 4.377,74 5.802,25

1 3.117,22 3.303,64 3.527,88 4.209,12 5.697,61

DE Reajuste: 10,8% (5,0% sobre 5,5%)

Docentes MS / EBTT, DE, jan 2017

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 7.404,20 8.442,67 9.060,72 11.423,65 18.895,71

ASSOCIADO D IV

4 7.149,99 7.969,33 8.519,67 10.792,91 17.130,74

3 7.026,02 7.809,06 8.352,51 10.520,14 16.456,27

2 6.903,66 7.660,59 8.188,74 10.396,80 15.860,21

1 6.893,09 7.520,02 8.036,53 10.383,88 15.413,91

ADJUNTO D III

4 5.654,72 6.171,33 6.555,19 8.425,48 12.132,29

3 5.598,73 6.086,11 6.463,91 8.260,87 11.709,65

2 5.543,30 6.003,09 6.399,22 8.126,61 11.308,31

1 5.488,41 5.934,80 6.283,34 7.994,01 11.085,51

ASSISTENTE D II2 4.989,47 5.410,59 5.782,24 7.244,19 10.325,14

1 4.940,07 5.357,85 5.678,56 7.178,00 10.239,82

AUXILIAR D I2 4.490,97 4.905,44 5.222,58 6.724,30 9.768,47

1 4.446,51 4.837,52 5.129,80 6.586,66 9.570,41

Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC

A lógica interna da carreira será reestruturada em 3 etapas: agosto de 2017, agosto de 2018 e agosto de 2018, independentemente dos reajustes atuais e futuros. Isto é, em 2017 termina o Acordo assinado e estaremos legitimados para buscar a recomposição dos salários dos professores (EBTT e MS, o que acontecerá também com a FASUBRA na negociação das pautas dos TAEs).Acordo de 2015 garantiu:a) Harmonização da estrutura salarial das carreiras a partir dos parâmetros acordados entre o PROIFES-Federação e o Governo no Acordo 01/2012. Garantia de que as carreiras do MS e do EBTT sejam equiparadas na sua estrutura e com a mesma remuneração. Garantia da permanência de Classes, da promoção acelerada e a promoção à Titular para todos os professores;b) Relação percentual entre o Vencimento Básico (VB) e a Retribuição por Titulação (RT) nos seguintes valores – em 2017 (uma lógica única para todos as classes e níveis):

Reestruturação: 2017, 2018 e 2019

Para docentes em 20h RT/VB: 5,0% 10,0% 25,0% 57,5%

Docentes MS / EBTT, 20h, ago 2019

Degraus: Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

10,0% TITULAR TITULAR 1 4.774,42 5.013,14 5.251,86 5.968,03 7.519,71

4,0%

ASSOCIADO D IV

4 4.340,38 4.557,40 4.774,42 5.425,48 6.836,10

4,0% 3 4.173,44 4.382,12 4.590,79 5.216,81 6.573,18

4,0% 2 4.012,93 4.213,57 4.414,22 5.016,16 6.320,36

25,0% 1 3.858,58 4.051,51 4.244,44 4.823,23 6.077,27

4,0%

ADJUNTO D III

4 3.086,87 3.241,21 3.395,55 3.858,58 4.861,82

4,0% 3 2.968,14 3.116,55 3.264,96 3.710,18 4.674,82

4,0% 2 2.853,98 2.996,68 3.139,38 3.567,48 4.495,02

5,5% 1 2.744,21 2.881,42 3.018,64 3.430,27 4.322,14

5,0%ASSISTENTE D II

2 2.601,15 2.731,21 2.861,27 3.251,44 4.096,81

5,5% 1 2.477,29 2.601,15 2.725,01 3.096,61 3.901,73

5,0%AUXILIAR D I

2 2.348,14 2.465,55 2.582,95 2.935,17 3.698,32

1 2.236,32 2.348,14 2.459,95 2.795,40 3.522,21

40h/20h: Para docentes em 40h RT/VB: 7,5% 15,0% 37,5% 86,3%

40% Docentes MS / EBTT, 40h, ago 2019

Degraus: Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

10,0% TITULAR TITULAR 1 6.684,19 7.185,50 7.686,82 9.190,76 12.449,30

4,0%

ASSOCIADO D IV

4 6.076,54 6.532,28 6.988,02 8.355,24 11.317,55

4,0% 3 5.842,82 6.281,03 6.719,25 8.033,88 10.882,26

4,0% 2 5.618,10 6.039,46 6.460,81 7.724,89 10.463,71

25,0% 1 5.402,02 5.807,17 6.212,32 7.427,77 10.061,26

4,0%

ADJUNTO D III

4 4.321,61 4.645,74 4.969,86 5.942,22 8.049,01

4,0% 3 4.155,40 4.467,05 4.778,71 5.713,67 7.739,43

4,0% 2 3.995,58 4.295,24 4.594,91 5.493,92 7.441,76

5,5% 1 3.841,90 4.130,04 4.418,18 5.282,61 7.155,54

5,0%ASSISTENTE D II

2 3.641,61 3.914,73 4.187,85 5.007,21 6.782,50

5,5% 1 3.468,20 3.728,32 3.988,43 4.768,78 6.459,52

5,0%AUXILIAR D I

2 3.287,39 3.533,95 3.780,50 4.520,17 6.122,77

1 3.130,85 3.365,67 3.600,48 4.304,92 5.831,21

DE/20h: Para docentes em DE RT/VB: 10% 20% 50% 115%

100% Docentes MS / EBTT, DE, ago 2019

Degraus: Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

10,0% TITULAR TITULAR 1 9.548,84 10.503,73 11.458,61 14.323,26 20.530,01

4,0%

ASSOCIADO D IV

4 8.680,76 9.548,84 10.416,92 13.021,15 18.663,64

4,0% 3 8.346,89 9.181,58 10.016,27 12.520,33 17.945,81

4,0% 2 8.025,86 8.828,44 9.631,03 12.038,78 17.255,59

25,0% 1 7.717,17 8.488,89 9.260,60 11.575,75 16.591,91

4,0%

ADJUNTO D III

4 6.173,73 6.791,11 7.408,48 9.260,60 13.273,53

4,0% 3 5.936,28 6.529,91 7.123,54 8.904,42 12.763,01

4,0% 2 5.707,96 6.278,76 6.849,56 8.561,95 12.272,12

5,5% 1 5.488,43 6.037,27 6.586,11 8.232,64 11.800,12

5,0%ASSISTENTE D II

2 5.202,30 5.722,53 6.242,76 7.803,45 11.184,95

5,5% 1 4.954,57 5.450,03 5.945,49 7.431,86 10.652,33

5,0%AUXILIAR D I

2 4.696,28 5.165,90 5.635,53 7.044,42 10.097,00

1 4.472,64 4.919,91 5.367,17 6.708,97 9.616,19

Informativo “Nossa Voz” SINDIEDUTEC

c) Relação percentual entre os regimes de trabalho de 20h, 40h e DE – em 2017, nas seguintes proporções: valor do VB do regime de 40h será 40% superior ao valor do VB do regime de 20h; e valor do VB do regime de DE será de 100% superior ao valor do VB do regime de 20h.d) Steps entre classes – em 2019- Valor do VB será 5,5% superior entre as classes A / D I - nível 2 e as classes B / D II - nível 1 e entre as classes B / D II - nível 2 e as classes C / D III - nível 1;- Valor do VB será 25% superior entre as classes C / D III - nível 4 e as classes D / D IV - nível 1; e- Valor do VB será 10% superior entre as classes D / D IV - nível 4 e a classe Titular.e) Steps entre níveis – em 2019- VB, classes A / D I e B / D II – nível 2 será 5% superior ao nível 1; e- VB, classes C / D III e D / D IV – níveis 2,3 e 4 serão, respectivamente, 4% superiores ao nível imediatamente anterior. Garantidos todos estes termos do acordo, em 2019 teremos a seguinte situação:

Reestruturação: 2017, 2018 e 2019

Docentes MS / EBTT, 20h, , ago 2019

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 58,1% 55,2% 46,2% 42,2% 49,1%

ASSOCIADO D IV

4 49,6% 46,5% 37,8% 42,5% 53,4%

3 46,8% 43,7% 35,0% 40,2% 51,0%

2 44,1% 41,1% 32,6% 37,8% 48,6%

1 41,3% 38,4% 30,0% 35,5% 46,3%

ADJUNTO D III

4 23,9% 21,0% 24,8% 23,3% 35,6%

3 20,3% 18,0% 21,5% 21,2% 33,9%

2 16,9% 14,8% 18,5% 19,0% 30,3%

1 16,9% 17,9% 18,6% 18,8% 29,2%

ASSISTENTE D II2 18,3% 19,2% 19,6% 19,9% 28,5%

1 13,8% 14,7% 16,0% 15,2% 24,0%

AUXILIAR D I2 13,9% 14,6% 16,1% 14,2% 22,1%

1 10,8% 11,6% 13,2% 11,9% 18,1%

Docentes MS / EBTT, 40h, ago 2019

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 53,5% 55,5% 54,6% 57,6% 58,4%

ASSOCIADO D IV

4 44,5% 46,1% 45,0% 51,9% 57,1%

3 41,3% 43,0% 41,6% 49,4% 55,9%

2 38,3% 40,1% 38,2% 45,8% 54,9%

1 33,2% 35,8% 33,8% 40,6% 49,2%

ADJUNTO D III

4 21,4% 23,2% 21,7% 24,2% 28,9%

3 17,8% 19,7% 18,3% 20,9% 25,7%

2 16,1% 17,9% 16,5% 19,0% 23,6%

1 17,2% 18,9% 17,2% 19,3% 23,2%

ASSISTENTE D II2 15,2% 16,7% 16,5% 16,7% 20,2%

1 13,1% 14,4% 14,1% 13,9% 17,0%

AUXILIAR D I2 13,1% 14,5% 14,5% 14,4% 16,9%

1 11,3% 12,9% 13,1% 13,3% 13,4%

Docentes MS / EBTT, DE, ago 2019

Classe Nível Grad. Aperf. Espec. Mest. Dout.

TITULAR TITULAR 1 42,9% 37,8% 40,1% 38,9% 20,4%

ASSOCIADO D IV

4 34,5% 32,7% 35,4% 33,6% 20,7%

3 31,6% 30,2% 32,8% 31,8% 20,8%

2 28,8% 27,7% 30,3% 28,3% 20,5%

1 24,0% 25,0% 27,6% 23,5% 19,2%

ADJUNTO D III

4 20,9% 21,9% 25,2% 21,8% 21,2%

3 17,5% 18,9% 22,1% 19,4% 20,7%

2 14,1% 15,9% 18,6% 16,7% 20,2%

1 10,8% 12,7% 16,1% 14,1% 17,9%

ASSISTENTE D II2 15,5% 17,2% 19,6% 19,3% 20,0%

1 11,1% 12,7% 16,0% 14,7% 15,2%

AUXILIAR D I2 15,8% 16,7% 19,5% 16,0% 14,5%

1 11,4% 12,7% 15,9% 12,8% 11,3%

Para que o PNE possa acontecer, é preciso que a sociedade brasileira se convença, de forma hegemônica, de que a educação é fun-damental para o desenvolvimento científi co, tecnológico, econômico e social do País, e, também, de que é a única via efetiva para que sejam superadas as brutais desigualdades que há séculos assombram a nossa história.

A escala de recursos adicionais a obter é gi-gantesca e só será alcançada se for possível ca-nalizar montantes de vulto, que não devem e nem poderão vir da aplicação de mais impos-tos sobre o cidadão comum, já onerado em excesso, mas, sobretudo, de taxações, royalties e outros mecanismos que incidam sobre os detentores da maior parte da riqueza nacional, concentrada nas mãos de muitos poucos.

Além do mais, uma vez disponibilizados os recursos – se isso vier a acontecer – teremos um segundo nível de embate e de disputa, tão difícil quanto o primeiro: esse dinheiro terá que ser canalizado para a educação pública de qualidade e, mais uma vez, a sociedade brasi-leira terá que estar convencida desse princípio. Do contrário, é certo que o setor privado, em especial aqueles que tratam a educação a par-tir da pura ótica do lucro, buscará abocanhar parte signifi cativa dos novos recursos, sem a necessária contrapartida de qualidade ou de valorização da profi ssão de professor.

Eis as alternativas que sugerimos.I) Petróleo: Fundo Social, royalties e parti-

cipações.O PROIFES e outras entidades que defen-

dem a educação pública, universal e de qua-lidade acompanharam e lutaram, em anos recentes, para que os recursos provenientes da exploração do petróleo, do gás natural, e de seus derivados, em especial os advindos do pré-sal, fossem, de um lado, apropriados em boa parcela pelo Estado brasileiro, e, por ou-tro, destinados majoritariamente à educação. O PROIFES foi defensor de primeira hora da tese de que a totalidade dos valores deposi-tados no Fundo Social deveria ser repassada à educação.

O sucesso obtido foi parcial. Em primeiro lu-gar, porque, de acordo com as leis aprovadas, o Estado brasileiro será proprietário de uma parcela relativamente pequena da riqueza existente, diferentemente do que ocorre em outros países, como a Noruega, em que esse percentual é bem maior. E em segundo lugar, porque a tese da destinação dos 100% do Fun-do Social para a educação não passou no Con-gresso Nacional; o percentual aprovado foi de 50%, o que, apesar disso, constituiu um extra-ordinário avanço em relação ao que pretendia o Senado e o próprio governo, à época.

De fato, a Lei nº 12.858 (09/set/13) defi niu que 50% do principal do Fundo Social e 75% dos Royalties e Participações Especiais da União irão para a educação.

Avaliação feita pelo Consultor Legislativo da Câmara Federal, Paulo César Lima, profundo conhecedor do assunto, em exposição ao Con-gresso Nacional (12 de novembro de 2013), avaliou que, em 2023, serão destinados aproxi-madamente 0,8% de PIB/ano à educação.

A estimativa acima foi feita em um momen-to em que o preço do petróleo era superior a 100 dólares (americanos) o barril. Com a queda expressiva do valor do barril, que hoje (maio de 2016) vale cerca de 50 dólares o barril, o per-centual estimado em 2013 teria hoje que ser

revisto para baixo. Contudo, há que considerar que o preço do petróleo tem alta volatilidade e pode rapidamente voltar a se elevar – basta ver que, ainda em fevereiro deste ano, o valor do barril estava em 28 dólares.

O que é preciso deixar claro é que, a par-tir de todas as informações e previsões razo-áveis que é possível fazer hoje, a destinação de recursos do petróleo à educação, embora importantíssima, é insufi ciente para fazer face às necessidades do setor na próxima década.II) Ampliar as vinculações constitucionais.

Outra fonte possível de recursos adviria da ampliação, de 18% para 25%, da vinculação mínima de recursos da União a serem destina-dos à educação. O montante adicional assim obtido seria da ordem de 0,60% do PIB/ano, a partir da implantação.

Ampliar de 25% para 30% essa vinculação, no caso dos Estados, DF e Municípios, redun-daria em um montante adicional da ordem de 0,55% do PIB/ano, a partir da implantação.

É importante ressaltar aqui que esses recur-sos poderiam ser utilizados de forma plena logo após a efetiva implantação dessas políti-cas, e não em apenas 10 anos, como é o caso do petróleo.III) Elevar os royalties sobre a exploração

mineral.No Brasil, os royalties sobre a exploração das

riquezas minerais são muito baixos: ferro, 2%; alumínio, 3%; manganês, 3%; ouro, 1%; pedras preciosas, 0,2%.Para termos de comparação, basta ver que, no Canadá, os royalties variam de 3% a 9%; nos EUA, de 5% a 12,5%; e na Aus-trália, alcançam 30% sobre a produção bruta minério de ferro.Além do mais, os royalties no Brasil são repartidos essencialmente entre Es-tados e Municípios produtores e/ou por onde escoa a produção.

Nos debates de um novo marco regulató-rio poderia ser aumentada substancialmente a CFEM (Contribuição Financeira pela Explora-ção de Recursos Minerais), de forma a elevar a arrecadação dos atuais (2014) R$ 2,5 bilhões/ano para R$ 15 bilhões/ano –valor em torno de 0,3% do PIB / ano.IV) Instituir contribuição sobre movimenta-

ção financeira, em especial a especulativa.No Brasil, a Contribuição Provisória sobre

Movimentação Financeira (CPMF), com alí-quota de 0,38%, foi extinta em 2007, quando rendeu R$36,5 bilhões, ou 1,4% do PIB daque-le ano. Para que tenha uma ideia da grandeza dos fl uxos fi nanceiros no País, particularmente daqueles de natureza especulativa, basta dizer que, em 2012, girou pela Bovespa (principal Bolsa de Valores nacional) um volume de re-cursos de R$1,73 trilhões, ou seja, 40% do PIB daquele ano. Esse tipo de capital não lucra com a produção e com a estabilidade, mas sim, ao contrário, com a instabilidade e a fl utuação de preços dos ativos fi nanceiros. Uma proposta possível é retomar uma contribuição com a magnitude acima, mas que seja mais voltada aos grandes capitais e, em especial, aos de natureza especulativa, de forma a não incidir sobre o cidadão comum já sobrecarregado de impostos, como antes ocorria.Adicional: 1,4% do PIB / ano (parte a destinar à educação e o restante à saúde).V) Regulamentar o Imposto Sobre Grandes

fortunas.A Constituição Federal, em seu Artigo 153,

inciso VII autoriza o Governo a cobrar um im-posto sobre grandes fortunas e prevê que lei complementar discipline a matéria. Houve ini-ciativas nesse sentido no Congresso Nacional, mas a regulamentação não prosperou. Uma dessas iniciativas, o Projeto de Lei Comple-mentar 48/2011, se aprovada, renderia cerca de R$15 bilhões. Adicional: 0,3% do PIB / ano. Registre-se que 70% desses recursos viriam de fortunas superiores a R$ 116 milhões.No Brasil, em 2012, 901 pessoas, ou 4 milionésimos da população brasileira, com riqueza média de R$620 milhões cada uma, detinham juntas for-tuna equivalente a 13%do PIB. É evidente que um país com esse absurdo grau de desigual-dade, no tocante à distribuição de riquezas, não pode ser capaz de proporcionar educação pública de qualidade para todos os brasileiros.VI) Reforma Tributária.

Os dados e as ponderações aqui apresenta-dos mostram que é essencial redefi nir o per-fi l da carga tributária no Brasil, aumentando as contribuições provenientes da renda e da propriedade.O quadro abaixo, elaborado com dados publicados pela Folha de São Paulo (02/jun/13), compara a perfi l de carga tributária de Argentina, Brasil, Canadá e EUA e mostra uma dramática diferença: Argentina e Brasil, em re-lação a EUA e Canadá, cobram menos metade do imposto sobre a propriedade e a renda e mais do dobro do imposto sobre o consumo.

Só com muita mobilização será possível implantar o PNE.

A soma dos recursos adicionais provenien-tes dos itens aqui listados é de cerca de 4% do PIB / ano – um montante da ordem de grande-za daquilo que é necessário para implantar no Brasil uma educação pública universal, gratuita e de qualidade, em todos os níveis.

Neste ano de 2016, contudo, após a posse do governo interino de Michel Temer, vivemos um momento político extremamente grave, posto que as propostas por ele recentemen-te apresentadas vão na frontal contramão de tudo que aqui defendemos.

Para dar apenas dois exemplos: pretende-se acabar com o regime de partilha, mesmo nas áreas do pré-sal, o que rebaixará substancial-mente os recursos destinados à educação; pro-põe-se, ao invés de aumentar as vinculações orçamentárias, mudar a Constituição Federal de 1988, precisamente para suprimi-las de vez, criando, ao mesmo tempo, um teto para a evolução dos investimentos nas áreas sociais. Aprovadas essas medidas desastrosas, a im-plantação do PNE será inviabilizada e estarão criados entraves constitucionais permanentes para o fi nanciamento público da educação.

Assim, embora seja verdade que aconse-cução integral do PNE é um sonho possível, torna-lo realidade seguramente demandará fortíssima mobilização popular, em especial numa conjuntura em que prevalece no execu-tivo e no legislativo federal a representação de-poderosos interesses dos poucos que detêm injustamente a maior parte da riqueza deste País.

Plano Nacional de Educação: fontes adicionais de recursos

por Gil Vicente Reis de FigueiredoProfessor Associado 4 da UFSCar. Diretor do PROIFES

Brasil Argentina EUA CanadáImposto sobre a renda 21% 16% 44% 47%Imposto sobre a propriedade 6% 9% 12% 11%Imposto sobre o consumo 44% 52% 18% 24%Contribuições sociais 26% 21% 23% 16%Outros 3% 2% 3% 2%Total: 100% 100% 100% 100%

(Folha de SP, 02/jun/13)

VOCÊ SABIA?VOCÊ SABIA?EXPEDIENTEInformativo Nossa VozProdução bimestral do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Paraná - SINDIEDUTEC-Sindicato.Diretoria - Gestão 2014/2016Presidente: Nilton BrandãoVice-Presidente: Paola Penha de Moraes GarciaDiretor Administrativo: Otávio Bezerra SampaioDiretor Financeiro: Paulo Cesar MedeirosDiretor de Assuntos da C. Docente: Emílio Rudolfo FeyDiretor de Assuntos da C. TAEs: Adilson MuziDiretor de Comunicação: Ciro BächtoldDiretor de Políticas Sociais, Culturais e Esportivas: José Provetti JuniorDiretor de Formação Política e Relações Sindicais: Marcelo Lopes RosaDiretor Jurídico e Relação de Trabalho: Marcelo MazzettoDiretor de Saúde e Previdência: Ronaldo PinheiroJornalista ResponsávelLuiz Gustavo Vilela (DRT-12.019/MG)Projeto gráfi coCarolina GoettenDiagramaçãoLouise PereiraRevisãoElizabete dos SantosGráfi ca: Gráfi ca Capital Tiragem: 3.000Fale conoscoEndereço: Rua Dr Reynaldo Machado, 399, Rebouças - CEP 80215-010, Curitiba-PR. Tel: 41 3046-0551

Que começou a construção da nova sede do SINDIEDUTEC-Sindicato? Se-gundo o Professor Brandão, Presidente do Sindicato, “será um espaço em que poderemos realizar nossas atividades, como reuniões e assembleias, sem de-pender de autorizações ou de gastar com hotéis. É também um espaço mais adequado para os nossos funcionários trabalharem melhor”.

Apesar da discussão em torno de um cur-rículo nacional para a educação básica ser antiga, uma proposta de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) só virou ofi cial em 2014, quando aprovada a Lei nº 13.005/2014 do Plano Nacional de Educação. Em 2015, por meio do site do MEC foram recolhidas contribuições de cidadãos, redes de ensino e sociedade.

O documento prévio apresentado pelo Ministério trata dos “direitos de aprendiza-gem” relacionados às áreas do conhecimen-to e às disciplinas. A proposta é que a BNCC possua duas partes: uma comum e a outra regionalizada, criada na escola a partir das suas necessidades e potencialidades.

A discussão que envolve currículo e sa-beres é entremeada de relações de poder, tornando-se uma arena de disputa. Com a BNCC não seria diferente. Uma das polêmi-cas é a indução do documento por discipli-nas, já que nem todas as escolas querem se organizar disciplinarmente, uma vez que os saberes se desenvolvem de maneira reticular.

É impossível fechar os olhos para a in-fl uência e interesses do setor empresarial na concretização da BNCC. Qualquer pai, funcionário ou educador que participa de conferências, audiências públicas ou deba-tes percebe o quanto esse setor vem ga-nhando espaço. Ele constrói discursos e dá o tom para as políticas públicas educacionais. Como, por exemplo, o discurso pela “quali-

dade de ensino” presente no sistema S (setor industrial) e outras empresas do setor, refor-çando a narrativa de que a escola pública é ruim, que a privatização é a solução. É todo um setor travestindo-se de “movimento em prol da educação”. Sabemos que no fundo eles defendem hegemonias de parâmetros globalizantes e mercadológicos.

Somos, SINDIEDUTEC-Sindicato e PROI-FES-Federação, favoráveis à BNCC, debate-mos as questões com nossos pares e con-tribuímos com o documento preliminar do MEC. Mas isso não obriga a aceitar tudo “as

cegas”, sem refl exão. Afi nal, quem defende a BNCC? Itaú, Cenpec, Fundação Lemann (que organizou três megaeventos sobre o tema), Bradesco, Fundação Roberto Marinho, Ami-gos da Escola, Todos pela Educação, Natura. O que os levaram a isso? A quem interessa ter uma BNCC?

Tudo leva a crer que ter parâmetros nacio-nais é mais interessante para quem produz material didático e paradidático, para quem

vende formas gerenciais de ensino (como sites, bancos de questões, etc.), para quem organiza formação de professores e cobra por isso, do que para a educação ou o aluno.

São muitas as indagações a serem feitas: até que ponto o a BNCC não está dentro de uma lógica instrumentalizada e neotecnicis-ta de currículo em que o nacional precede o local (com parte regionalizada de apenas 40%)? Até que ponto não reforça a ideia de professor como executor de tarefas delibe-radas por especialistas? Até que ponto não levará à pasteurização do currículo? Até que ponto a unidade, padronização, centralização e universalização são benéfi cas? Para quem? Até que ponto a BNCC não contribuiu para a hierarquização do conhecimento, valorizan-do alguns saberes em sobre outros? Até que ponto não impõe uma cultura dominante?

Queremos ir além do denuncismo sindical. Queremos participar e que as nossas contri-buições e de outras instituições realmente sejam incorporadas pelo documento prelimi-nar. Queremos um MEC com gestão demo-crática, que instigue as escolas a escreverem sua história e a construção de um currículo horizontal, com base no diálogo verdadeiro.

Refl exões em torno da Base Nacional Comum Curricular

FIQUE ALERTA!FIQUE ALERTA!O Sindicato dos Trabalhadores da Edu-cação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná, o SINDIEDUTE-C-Sindicato, é seu representante tra-balhista legal. Isso vale tanto para os Professores EBTT, quanto para os Téc-nicos Administrativos em Educação de todo o estado do Paraná , incluindo os trabalhadores do Colégio Militar de Curitiba. Qualquer questão trabalhista, desde assédio moral até irregularida-des administrativas, podem e devem ser levadas ao Sindicato. Estamos aqui para ajudar.

Que graças ao SINDIEDUTEC-Sindicato os servidores afastados conquistaram o direito de receber o pagamento de férias? Este absurdo, de tratar quem se afasta para se capacitar como se não estivesse contribuindo para sua instituição, foi fi nalmente corrigido. A licença para afastamento não é uma folga pessoal, como o não-pagamento parecia sugerir. Este direito dos servi-dores foi garantido na justiça e deve ser preservado.

A reforma da previdência proposta pelo Governo Interino de Michel Te-mer pode acabar com direitos que deveriam ser irrevogáveis para o tra-balhador brasileiro. O principal ponto é postergar a aposentadoria de quem já contribuiu mais do que o sufi ciente com o Brasil, fi xando a idade mínima para 65 anos, depois de 35, também mínimos de contribuição, para homens e mulheres.

“É impossível fechar os olhos para a infl uência e interesses do setor empresarial na concretização da

BNCC”

por Tatiani NovaesCampus Curitiba 09/06

Acervo pessoal.