informativo jurídico do sinprf/es

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INFORMATIVO JURÍDICO - SINPRF/ES EDIÇÃO Nº 01 ABRIL DE 2013 1 Tribunal Regional da 2ª Região, que abrange as seções judiciárias da Justiça Federal nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, confirmou todas as sentenças de primeiro grau relativas ao cômputo do tempo do curso de formação profissional como de efetivo serviço para fins de progressão funcional na carreira dos policiais rodoviários federais do concurso de 2003, formados, respectivamente, nas primeiras turmas de 2004, 2005 e 2006. Em outubro de 2012, o TRF-2 já havia confirmado as sentenças da 3ª e 5ª turmas. Em março deste ano, o Tribunal confirmou também a sentença da turma, em julgado assim ementado: “DIREITO ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL. CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. PROGRESSÃO FUNCIONAL HORIZONTAL. POSSIBILIDADE. 1. A sentença condenou a União a reconhecer como tempo de efetivo exercício o período de curso de formação profissional, entre 19/03/2004 a 02/07/2004, pelos Policiais Rodoviários Federais da turma 2004.1, substituídos pelo Sindicato, para fins de progressão funcional horizontal, em 2005, e a reclassificá-los, a partir de setembro de 2005 com os reflexos financeiros, corrigidos desde quando se tornaram devidos e juros de mora a partir da citação, nos termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com as alterações da Lei nº 11.960/2009. Ademais, fixou os honorários advocatícios em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 20, §4º do CPC. 2. Afasta-se a prescrição, pois a data da lesão ao direito subjetivo é o termo inicial para contagem do prazo que, no caso, foi a avaliação funcional, em setembro de 2005, na qual os policiais foram preteridos. Assim, proposta a ação em 31/08/2010, não se operou a prescrição quinquenal. 3. A progressão horizontal, que consiste na mudança do servidor de uma para outra referência salarial, índice ou padrão, sem mudar a classe, não se confunde com a progressão vertical ou promoção, que é a mudança da última referência salarial de uma classe à primeira referência salarial da classe superior. Conjugando os preceitos legais do art. 2º com o art. 5º do Decreto nº 84.669/80, infere-se que a vedação do art. 14, § 2º da Lei nº 9.624/98, não abarca a progressão horizontal. 4. O parágrafo único do art. 13 da Medida Provisória nº 1.195/95 não fazia qualquer restrição à averbação como tempo de serviço do período do curso de formação do servidor público. Após, a MP nº 1.480- 37/97, convertida na Lei 9.624/98 restringiu os efeitos da contagem desse período como tempo de serviço para fins de estágio probatório, estabilidade, férias e promoção. 5. Não se pode fazer interpretação extensiva, por tratar-se de norma restritiva de direitos. Quando o legislador quer limitar a contagem de tempo de serviço, o faz explicitamente e a própria doutrina reconhece a distinção entre os institutos. Precedente deste Tribunal. 6. Apelação cível e remessa necessária desprovidas”. (TRF-2, IV - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO 2010.50.01.010723-0) O TRF-2 confirma sentenças da progressão funcional EDITORIAL Nova ferramenta de comunicação: Informativo Jurídico O SINPRF/ES adotará, a partir deste mês, uma nova ferramenta de comunicação para levar ao conhecimento de seus filiados as notícias de natureza jurídica: o Informativo Jurídico. Nesse novo modelo, a atual Diretoria Jurídica do SINPRF/ES, eleita para o triênio 2013-2015, elaborará um Informativo Jurídico específico, que será enviado de forma eletrônica a todos os seus filiados. Além disso, os sindicalizados aposentados também receberão o periódico impresso diretamente em suas residências. Essa ferramenta pretende levar ao conhecimento dos filiados não só o andamento das ações judiciais em tramitação, mas também veicular e debater matérias jurídicas que se relacionem com as atividades dos policiais rodoviários federais no Estado do Espírito Santo. A opção pela via eletrônica é clara: reduzir custos. Nos tempos atuais, a utilização de email é uma realidade que alcança quase a totalidade dos policiais em atividade. Por outro lado, os filiados aposentados também serão contemplados com a edição impressa do Informativo Jurídico, pois muitos não possuem email e estão mais habituados a ler as notícias sindicais de seu interesse em informativos impressos. Por fim, para não tornar cansativa a leitura, o objetivo do SINPRF/ES é adotar um informativo sintético, mas com periodicidade frequente de circulação. Boa leitura! Vinícius Xavier Teixeira Diretor Jurídico do SINPRF/ES EDIÇÃO Nº 001 | ABRIL/2013

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Boletim nº 01

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INFORMATIVO JURÍDICO - SINPRF/ES EDIÇÃO Nº 01 – ABRIL DE 2013 1

Tribunal Regional da 2ª Região, que abrange as seções judiciárias da Justiça Federal

nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, confirmou todas as sentenças de primeiro grau relativas ao cômputo do tempo do curso de formação profissional como de efetivo serviço para fins de progressão funcional na carreira dos policiais rodoviários federais do concurso de 2003, formados, respectivamente, nas primeiras turmas de 2004, 2005 e 2006. Em outubro de 2012, o TRF-2 já havia confirmado as sentenças da 3ª e 5ª turmas. Em março deste ano, o Tribunal confirmou também a sentença da 1ª turma, em julgado assim ementado: “DIREITO ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL. CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. PROGRESSÃO FUNCIONAL HORIZONTAL. POSSIBILIDADE. 1. A sentença condenou a União a reconhecer como tempo de efetivo exercício o período de curso de formação profissional, entre 19/03/2004 a 02/07/2004, pelos Policiais Rodoviários Federais da turma 2004.1, substituídos pelo Sindicato, para fins de progressão funcional horizontal, em 2005, e a reclassificá-los, a partir de setembro de 2005 com os reflexos financeiros, corrigidos desde quando se tornaram devidos e juros de mora a partir da citação, nos termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com as alterações da Lei nº 11.960/2009. Ademais, fixou os honorários advocatícios em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 20, §4º do CPC.

2. Afasta-se a prescrição, pois a data da lesão ao direito subjetivo é o termo inicial para contagem do prazo que, no caso, foi a avaliação funcional, em setembro de 2005, na qual os policiais foram preteridos. Assim, proposta a ação em 31/08/2010, não se operou a prescrição quinquenal. 3. A progressão horizontal, que consiste na mudança do servidor de uma para outra referência salarial, índice ou padrão, sem mudar a classe, não se confunde com a progressão vertical ou promoção, que é a mudança da última referência salarial de uma classe à primeira referência salarial da classe superior. Conjugando os preceitos legais do art. 2º com o art. 5º do Decreto nº 84.669/80, infere-se que a vedação do art. 14, § 2º da Lei nº 9.624/98, não abarca a progressão horizontal. 4. O parágrafo único do art. 13 da Medida Provisória nº 1.195/95 não fazia qualquer restrição à averbação como tempo de serviço do período do curso de formação do servidor público. Após, a MP nº 1.480-37/97, convertida na Lei nº 9.624/98 restringiu os efeitos da contagem desse período como tempo de serviço para fins de estágio probatório, estabilidade, férias e promoção. 5. Não se pode fazer interpretação extensiva, por tratar-se de norma restritiva de direitos. Quando o legislador quer limitar a contagem de tempo de serviço, o faz explicitamente e a própria doutrina reconhece a distinção entre os institutos. Precedente deste Tribunal. 6. Apelação cível e remessa necessária desprovidas”. (TRF-2, IV - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO 2010.50.01.010723-0)

O

TRF-2 confirma sentenças da

progressão funcional

EDITORIAL

Nova ferramenta de comunicação: Informativo Jurídico

O SINPRF/ES adotará, a partir deste mês, uma nova ferramenta de comunicação para levar ao conhecimento de seus filiados as notícias de natureza jurídica: o Informativo Jurídico. Nesse novo modelo, a atual Diretoria Jurídica do SINPRF/ES, eleita para o triênio 2013-2015, elaborará um Informativo Jurídico específico, que será enviado de forma eletrônica a todos os seus filiados. Além disso, os sindicalizados aposentados também receberão o periódico impresso diretamente em suas residências. Essa ferramenta pretende levar ao conhecimento dos filiados não só o andamento das ações judiciais em tramitação, mas também veicular e debater matérias jurídicas que se relacionem com as atividades dos policiais rodoviários federais no Estado do Espírito Santo. A opção pela via eletrônica é clara: reduzir custos. Nos tempos atuais, a utilização de email é uma realidade que alcança quase a totalidade dos policiais em atividade. Por outro lado, os filiados aposentados também serão contemplados com a edição impressa do Informativo Jurídico, pois muitos não possuem email e estão mais habituados a ler as notícias sindicais de seu interesse em informativos impressos. Por fim, para não tornar cansativa a leitura, o objetivo do SINPRF/ES é adotar um informativo sintético, mas com periodicidade frequente de circulação. Boa leitura!

Vinícius Xavier Teixeira

Diretor Jurídico do SINPRF/ES

EDIÇÃO Nº 001 | ABRIL/2013

Page 2: Informativo Jurídico do SinPRF/ES

INFORMATIVO JURÍDICO - SINPRF/ES EDIÇÃO Nº 01 – ABRIL DE 2013 2

[Digite texto]

Em 2010, o SINPRF/ES pleiteou, em juízo, o cômputo do tempo do curso de formação profissional para fins de avaliação de desempenho e posterior progressão horizontal na carreira. Foram ajuizadas três ações, em benefício dos sindicalizados das primeiras turmas de 2004, 2005 e 2006. Esses servidores foram prejudicados pelo entendimento equivocado do DPRF acerca do tema, visto que o cômputo do interstício do curso de formação anteciparia em um ano a primeira progressão funcional na carreira. Como esses policiais foram nomeados entre agosto e setembro dos respectivos anos mencionados acima, somente foram avaliados pelo DPRF, pela primeira vez, dois anos depois da nomeação, visto que o período avaliativo se inicia somente em 1º de julho de cada ano.

Com isso, apenas 10 ou 11 meses após o ingresso no cargo, conforme o caso, os policiais foram incluídos na avaliação de desempenho para fins de progressão. A tese defendida pelo SINPRF/ES, com base na Lei nº 8.627/93 combinada com a Lei nº 9.624/98, é de o que o período do curso de formação deveria ser levado em conta pela União para fins de progressão horizontal na carreira, o que, se observado, teria acarretado na obrigatória avaliação dos policiais já no ano seguinte à nomeação para o cargo de PRF.

Após o trânsito em julgado, a União deverá computar o tempo de serviço e proceder à reclassificação dos policiais substituídos, elevando-os em um padrão dentro da carreira, com todos os reflexos financeiros decorrentes.

O SINPRF/ES ajuizará mais uma ação judicial em benefício de seus filiados. Desta vez o objetivo será converter em indenização pecuniária o período de licença-prêmio não gozada quando o sindicalizado ainda estava na ativa, desde que o referido período não tenha sido usado para fins de incremento do tempo de serviço para a contagem da aposentadoria. Vale destacar que serão alcançados os sindicalizados que se aposentaram a partir de 2008, pois eventuais parcelas pretéritas estariam alcançadas pela prescrição. Para maior comodidade dos filiados que se enquadrem nessa situação, o

SINPRF/ES requererá à 12ª SRPRF/ES a relação de filiados nessa condição e, em seguida, entrará em contato diretamente com os potenciais beneficiários para passar as orientações e rol de documentos necessários para o ajuizamento da demanda.

Entenda a ação da progressão e seus efeitos EXTRATO DE AÇÕES:

AUXÍLIO-TRANSPORTE (Processo: 0015183-70.2008.4.02.5001)

O SINPRF/ES pleiteia a concessão de auxílio-transporte aos policiais, com base na declaração do servidor e com desconto de 6% da remuneração limitado apenas aos dias efetivamente trabalhados. Segurança concedida em parte, apenas para alterar a fórmula de cálculo do benefício. Recurso em tramitação no TRF-2.

28,86% Processo originário:0016034-12.1996.4.01.3400; Cumprimento: (0001352-66.2007.4.01.3400); Embargos à execução: 0029121-49.2007.4.01.3400)

A ação dos 28,86%, patrocinada pelo escritório Medeiros e Meregalli, de Brasília, está na fase de cumprimento de sentença, em trâmite perante a 15ª Vara Federal de Brasília. A União impugnou os cálculos do valor a ser executado por meio de embargos à execução. O juízo julgou procedente em parte os embargos e fixou o valor global da execução em R$ 999.193,03. O escritório recorreu da decisão ao TRF-1, visto que os cálculos apresentados indicam montante 50% superior ao fixado pelo juízo.

ADICIONAL NOTURNO Processo: 2006.34.00.029045-5

Mandado de Segurança Coletivo, em trâmite perante a 21ª Vara Federal do DF, em que a FENAPRF questiona a supressão do adicional noturno da remuneração dos PRFs, tendo por fundamento principal a inconstitucionalidade de sua exclusão. A segurança foi concedida em parte, mas teve sua executoriedade imediata suspensa pelo TRF-1ª Região. A União interpôs apelação, que aguarda apreciação desde 15/09/2010.

Nova ação: licença-prêmio

ADVOGADOS DO SINPRF/ES

Atendimento aos filiados: (27) 2123-0121