informativo jucerja70 digital_mai14

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Informativo JUCERJA Número 70 | Abril 2014 www.jucerja.rj.gov.br Pela primeira vez, o Brasil recebeu o Corporate Registers Forum (CRF), evento internacional que reúne, anualmente, profissionais de registro em- presarial. Na décima primeira edição, realizada de 17 a 25 de março no Rio de Janeiro, participaram profissionais de mais de 50 países. Promovido pelo CRF - organização internacio- nal não-governamental para administradores de registros corporativos - e organizado pela Junta Comercial do Rio de Janeiro (Jucerja) e pela Se- cretaria de Estado de Desenvolvimento Econômi- co, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), o fórum em 2014 teve como tema central “Os registros de empresas como meio para se chegar à sustentabili- dade econômica e social”. Para Tim Moss, recém-reeleito presidente do CRF, a sustentabilidade econômica e social se dá ao baratear e facilitar as transações e o acesso às informações, beneficiando os negócios e contri- buindo para o desenvolvimento econômico. E ao estimular o comportamento saudável das empre- sas, por meio de credibilidade e transparência. Teresa Pantoja, vice-presidente da Jucerja, ressal - tou a importância de se promover a sustentabilidade social e econômica por meio dos processos de regis- tros empresariais em países emergentes como o Brasil. “A possibilidade de qualquer um adquirir adequada- mente uma identidade empresarial, dá mais dignidade e atitude perante à sua comunidade e colegas de traba- lho. É importante para as pessoas poderem pagar os impostos e viverem dentro da legalidade”. Transparência, credibilidade, tecnologia, segu- rança e redução da burocracia foram os pilares que nortearam as principais discussões durante o CRF 2014, desde a primeira sessão com Tim Moss, presidente do CRF e chefe-executivo da Compa- nies House, órgão de registro de empresas do Rei- no Unido, e Mandy Mcdonald, gerente-geral de registro de empresas do ministério de Negócios, Inovação e Emprego da Nova Zelândia. Os dois participaram do painel “Boas práticas internacio- nais na área de registros empresariais”. “Há três coisas para considerar boas práticas nos registros empresarias: integridade das infor- mações; facilitação dos negócios e transparência corporativa”, ressaltou Moss. O britânico deu um panorama do registro em- presarial no Reino Unido, citando as característi- cas, os avanços e os desafios da área. Até janeiro deste ano, o Reino Unido tinha 3,2 mi- lhões de empresas registradas, sendo 530 mil abertas somente em 2013, um recorde para a região. Atual- mente, o registo pode ser feito em apenas dez minu- tos e o acesso às informações básicas das empresas é gratuito. “Um dos nossos desafios é manter a base de dados das empresas atualizada”, revelou Moss. Mandy Mcdonald, por sua vez, mostrou por que a Nova Zelândia é o país que está em primeiro lugar no ranking do Banco Mundial em facilidade para abrir uma empresa e terceiro em facilidade em fazer negócios. No último ano, foram abertas mais de meio milhão de empresas. Um dos fatores que con- tribuem para o crescimento neste setor é o fato de que 98% do processos são feitos pela internet. Tim Moss, chefe-executivo da Companies Hou- se, órgão de registro de empresas do Reino Unido, e presidente reeleito do CRF, faz uma avaliação de como foi o fórum no Rio de Janeiro e como será o próximo, em Abu Dhabi. Que avaliação o senhor faz do CRF 2014 no Rio de Janeiro? Tim Moss: O CRF Rio 2014 foi um grande sucesso, com uma excelente participação de dife- rentes partes do mundo e, o mais importante, com muitos representantes da América do Sul, uma área não bem representada anteriormente. Houve tam- bém uma impressionante variedade de temas apre- sentados e, embora existam muitas diferenças entre Sessão de Honra abriu oficialmente o CRF 2014. Da esquerda para a direita: Carlos de La Rocque, presidente da Jucerja; Vinícius Mazza, diretor do Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei) subordinado à Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República; Julio Bueno, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômi- co, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis); Tim Moss, presidente do CRF; Teresa Pantoja, vice-presidente da Jucerja; Michael Brosnahan, secretário-executivo do CRF; Armando Salgado, diretor-secretário da Fir - jan; Mário Berti, presidente da Fenacon. CRF 2014 tem grande adesão de profissionais de registro empresarial de várias partes do mundo Foto: Joel Telles Confira os endereços e horários das delegacias da Jucerja em: www.jucerja.rj.gov.br/servicos/delegacias.asp Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro Evento, realizado no Rio de Janeiro, foi organizado pela Jucerja e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços Informativo JUCERJA é uma publicação da JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Av. Rio Branco, 10 | Centro | 20090-000 | Tel.: 21 2334-5400 Produção Editorial: MPF Comunicação - Midiática: Palavra & Foco Projeto Gráfico e Diagramação: GFD marketing design SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ENERGIA, INDÚSTRIA E SERVICOS CRF 2014 reúne profissionais de registro empresarial de 51 países O fórum, segundo Moss, é um momento para a troca de experiências entre países a fim de me- lhorar as práticas de registros empresariais. “Há muitas semelhanças, mas também muitas diferen- ças nos registros empresariais ao redor do mun- do. O objetivo principal do fórum é trazer a ideia de comunidade e propósitos comuns, de modo a aprendermos com as experiências e diferenças de outros países, e identificar áreas em que podemos trabalhar mais juntos. Uma rede de contatos global é benéfica para nós e para o desenvolvimento eco- nômico mundial”, disse o britânico, na abertura do fórum. Carlos de La Rocque, presidente da Jucerja, enfatizou o valor das entidades de registros em- presariais para os negócios. “A nossa importân- cia é muito grande, representa a porta de entrada para aqueles que querem investir em nossos res- pectivos países”. Com mais de 1 milhão de empresas registra- das, o Rio de Janeiro é um dos estados brasilei- ros em que se leva menos tempo para a abertura de um negócio, quatro dias em média. “Estamos avançando, investindo em tecnologia e seguran- ça. Com a globalização, a função dos registrado- res de empresas tem que estar integrada nacional- mente. Também tem que haver integração entre os países. Temos que globalizar os sistemas de informações e de registro empresarial, abrir mão da burocracia e agilizar os processos, buscando o máximo de informatização e preservando a segu- rança”, defendeu La Rocque. Foto: Joel Telles Foto: Joel Telles Boas Práticas Internacionais Entrevista com Tim Moss os registos, há também muitos temas comuns, tais como: redução dos encargos sobre as empresas, a integridade dos dados, o uso de tecnologia digital, dados abertos e um único local que oferece múlti- plos serviços ao empresário. Após as apresentações de vários países no CRF 2014, qual será a tendência global na área do re- gistro de empresas? Tim Moss: Acho que não será muito diferente do que está se fazendo hoje. Todo o mundo vai con- tinuar procurando maneiras de facilitar a realização de negócios, melhorar a integridade de dados e o combate a fraudes, aumentar a transparência corpo- rativa, e como abraçar plenamente as oportunidades da tecnologia digital. O que se pode esperar da próxima edição do Fó- rum CRF, em Abu Dhabi? Tim Moss: Acho que a próxima conferência em Abu Dhabi terá foco em tecnologia e balcões únicos como maneira de facilitar os negócios. Eu também acho que a área de transparência corporativa conti- nuará a crescer em importância.

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Informativo JUCERJANúmero 70 | Abril 2014 www.jucerja.rj.gov.br

Pela primeira vez, o Brasil recebeu o Corporate Registers Forum (CRF), evento internacional que reúne, anualmente, profissionais de registro em-presarial. Na décima primeira edição, realizada de 17 a 25 de março no Rio de Janeiro, participaram profissionais de mais de 50 países.

Promovido pelo CRF - organização internacio-nal não-governamental para administradores de registros corporativos - e organizado pela Junta Comercial do Rio de Janeiro (Jucerja) e pela Se-cretaria de Estado de Desenvolvimento Econômi-co, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), o fórum em 2014 teve como tema central “Os registros de empresas como meio para se chegar à sustentabili-dade econômica e social”.

Para Tim Moss, recém-reeleito presidente do CRF, a sustentabilidade econômica e social se dá ao baratear e facilitar as transações e o acesso às informações, beneficiando os negócios e contri-buindo para o desenvolvimento econômico. E ao estimular o comportamento saudável das empre-sas, por meio de credibilidade e transparência.

Teresa Pantoja, vice-presidente da Jucerja, ressal-tou a importância de se promover a sustentabilidade social e econômica por meio dos processos de regis-tros empresariais em países emergentes como o Brasil. “A possibilidade de qualquer um adquirir adequada-mente uma identidade empresarial, dá mais dignidade e atitude perante à sua comunidade e colegas de traba-lho. É importante para as pessoas poderem pagar os impostos e viverem dentro da legalidade”.

Transparência, credibilidade, tecnologia, segu-rança e redução da burocracia foram os pilares que nortearam as principais discussões durante o CRF 2014, desde a primeira sessão com Tim Moss, presidente do CRF e chefe-executivo da Compa-nies House, órgão de registro de empresas do Rei-no Unido, e Mandy Mcdonald, gerente-geral de registro de empresas do ministério de Negócios, Inovação e Emprego da Nova Zelândia. Os dois participaram do painel “Boas práticas internacio-nais na área de registros empresariais”.

“Há três coisas para considerar boas práticas nos registros empresarias: integridade das infor-mações; facilitação dos negócios e transparência corporativa”, ressaltou Moss.

O britânico deu um panorama do registro em-

presarial no Reino Unido, citando as característi-cas, os avanços e os desafios da área.

Até janeiro deste ano, o Reino Unido tinha 3,2 mi-lhões de empresas registradas, sendo 530 mil abertas somente em 2013, um recorde para a região. Atual-mente, o registo pode ser feito em apenas dez minu-tos e o acesso às informações básicas das empresas é gratuito. “Um dos nossos desafios é manter a base de dados das empresas atualizada”, revelou Moss.

Mandy Mcdonald, por sua vez, mostrou por que a Nova Zelândia é o país que está em primeiro lugar no ranking do Banco Mundial em facilidade para abrir uma empresa e terceiro em facilidade em fazer negócios. No último ano, foram abertas mais de meio milhão de empresas. Um dos fatores que con-tribuem para o crescimento neste setor é o fato de que 98% do processos são feitos pela internet.

Tim Moss, chefe-executivo da Companies Hou-se, órgão de registro de empresas do Reino Unido, e presidente reeleito do CRF, faz uma avaliação de como foi o fórum no Rio de Janeiro e como será o próximo, em Abu Dhabi.

Que avaliação o senhor faz do CRF 2014 no Rio de Janeiro?

Tim Moss: O CRF Rio 2014 foi um grande sucesso, com uma excelente participação de dife-rentes partes do mundo e, o mais importante, com muitos representantes da América do Sul, uma área não bem representada anteriormente. Houve tam-bém uma impressionante variedade de temas apre-sentados e, embora existam muitas diferenças entre

Sessão de Honra abriu oficialmente o CRF 2014. Da esquerda para a direita: Carlos de La Rocque, presidente da Jucerja; Vinícius Mazza, diretor do Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei) subordinado à Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República; Julio Bueno, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômi-co, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis); Tim Moss, presidente do CRF; Teresa Pantoja, vice-presidente da Jucerja; Michael Brosnahan, secretário-executivo do CRF; Armando Salgado, diretor-secretário da Fir-jan; Mário Berti, presidente da Fenacon.

CRF 2014 tem grande adesão de profissionais de registro empresarial de várias partes do mundo

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Confira os endereços e horários das delegacias da Jucerja em:www.jucerja.rj.gov.br/servicos/delegacias.asp

Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro

Evento, realizado no Rio de Janeiro, foi organizado pela Jucerja e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços

Informativo JUCERJA é uma publicação daJUNTA COMERCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROAv. Rio Branco, 10 | Centro | 20090-000 | Tel.: 21 2334-5400Produção Editorial: MPF Comunicação - Midiática: Palavra & FocoProjeto Gráfico e Diagramação: GFD marketing design

SECRETARIA DE ESTADO DEDESENVOLVIMENTO ECONÔMICOENERGIA, INDÚSTRIA E SERVICOS

CRF 2014 reúne profissionais deregistro empresarial de 51 países

O fórum, segundo Moss, é um momento para a troca de experiências entre países a fim de me-lhorar as práticas de registros empresariais. “Há muitas semelhanças, mas também muitas diferen-ças nos registros empresariais ao redor do mun-do. O objetivo principal do fórum é trazer a ideia de comunidade e propósitos comuns, de modo a aprendermos com as experiências e diferenças de outros países, e identificar áreas em que podemos trabalhar mais juntos. Uma rede de contatos global é benéfica para nós e para o desenvolvimento eco-nômico mundial”, disse o britânico, na abertura do fórum.

Carlos de La Rocque, presidente da Jucerja, enfatizou o valor das entidades de registros em-presariais para os negócios. “A nossa importân-cia é muito grande, representa a porta de entrada para aqueles que querem investir em nossos res-pectivos países”.

Com mais de 1 milhão de empresas registra-das, o Rio de Janeiro é um dos estados brasilei-ros em que se leva menos tempo para a abertura de um negócio, quatro dias em média. “Estamos avançando, investindo em tecnologia e seguran-ça. Com a globalização, a função dos registrado-res de empresas tem que estar integrada nacional-mente. Também tem que haver integração entre os países. Temos que globalizar os sistemas de informações e de registro empresarial, abrir mão da burocracia e agilizar os processos, buscando o máximo de informatização e preservando a segu-rança”, defendeu La Rocque.

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Boas Práticas Internacionais

Entrevista com Tim Mossos registos, há também muitos temas comuns, tais como: redução dos encargos sobre as empresas, a integridade dos dados, o uso de tecnologia digital, dados abertos e um único local que oferece múlti-plos serviços ao empresário.

Após as apresentações de vários países no CRF 2014, qual será a tendência global na área do re-gistro de empresas?

Tim Moss: Acho que não será muito diferente do que está se fazendo hoje. Todo o mundo vai con-tinuar procurando maneiras de facilitar a realização de negócios, melhorar a integridade de dados e o combate a fraudes, aumentar a transparência corpo-rativa, e como abraçar plenamente as oportunidades da tecnologia digital.

O que se pode esperar da próxima edição do Fó-rum CRF, em Abu Dhabi?

Tim Moss: Acho que a próxima conferência em Abu Dhabi terá foco em tecnologia e balcões únicos como maneira de facilitar os negócios. Eu também acho que a área de transparência corporativa conti-nuará a crescer em importância.