informativo ebeji 30 novembro 2011pdf

Upload: pedro-vasconcelos

Post on 06-Apr-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    1/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 1

    Estudando para o

    Ministrio Pblico Federal?

    Voc tem mais um aliado:

    GEMPFGrupo de Estudos para

    concursos do Ministrio

    Pblico Federal

    www.gempf.com.br

    Selecionado a partir dos Informativos 642 a 645 do STF

    ADMINISTRATIVO

    01. REPERCUSSO GERAL EM RE N. 629.392-MT /

    RELATOR: MIN. MARCO AURLIO / CONCURSO PBLICO DIREITO NOMEAO EFICCIA RETROATIVA PROMOES VERSUS ESTGIO PROBATRIO RECURSO EXTRAORDINRIO REPERCUSSO GERALCONFIGURADA. Possui repercusso geral a controvrsiaacerca da possibilidade de, ficando reconhecida a eficciaretroativa do direito nomeao de candidatos aprovados eclassificados alm do nmero de vagas versado no edital,serem cabveis as promoes por tempo de servioindependentemente da apurao prpria ao estgioprobatrio (i-642).

    02.MS N. 25.870-DF / RELATOR: MIN. MARCOAURLIO / PROCESSO ADMINISTRATIVO SUSPENSO LIMINAR EM AGRAVO DE

    INSTRUMENTO INSUBSISTNCIA. Umavez afastada a liminar formalizada emagravo, tem-se como vlida a edio dedecreto em que se declara o interesse socialda propriedade para fins de reforma agrria.REFORMA AGRRIA UTILIZAO DATERRA E EFICINCIA NA EXPLORAO LAUDOS. Cumpre ao Juzo dadesapropriao sopesar os elementoscoligidos quanto utilizao da terra e eficincia na explorao, descabendo cogitar deacatamento irrestrito de laudo pericial.DESAPROPRIAO NOTIFICAO DOSPROPRIETRIOS. subsistente a notificao dos proprietriosquando, inviabilizado o meio pessoal via postado, venha aocorrer mediante edital. De todo modo, o comparecimento paraacompanhar a vistoria do imvel afasta qualquer vcio existente.PROCESSO ADMINISTRATIVO DECISO FUNDAMENTAO. As decises no processo administrativoho de estar fundamentadas, no se podendo confundir aexigncia formal com concluso contrria aos interesses daspartes. FRACIONAMENTO DA PROPRIEDADE EM RAZODA MORTE DO PROPRIETRIO BICE DESAPROPRIAO. O bice desapropriao retratado nofracionamento da propriedade, e considerao de cota partealcanada, pressupe no ser o herdeiro dono de outroimvel (i-642).

    03. HC e execuo de sentena estrangeira: A 1 Turmaconcedeu habeas corpus em favor de condenado por roubo,lavagem de dinheiro e associao criminosa, pela Justia daRepblica do Paraguai, para afastar o ato de constrio, sem

    prejuzo de submisso do pleito ao STJ, na forma da legislaovigente. Na espcie, o Governo paraguaio formalizara pedidode extradio do nacional brasileiro e de seqestro de benssupostamente adquiridos por ele no Brasil com o dinheirooriundo do crime. A AGU, no entanto, cientificara ao Estadorequerente a impossibilidade de se conceder a extradio debrasileiro nato e props medida cautelar objetivando oatendimento do segundo pedido, o qual fora deferido por juiz

    federal com fulcro no art. 2, f, c/c o art. 22 do Protocolo deAssistncia Mtua em Assuntos Penais (Acordo de

    Cooperao Internacional). Dessa deciso, opaciente propusera Reclamao no STJ sob a

    alegao de o juiz federal ser absolutamenteincompetente para o deferimento dasdiligncias requeridas. Reputou-se tratar deato de constrio patrimonial do paciente seqestro seguido de expropriao , a serimplementado no Estado brasileiro.

    Enfatizou que, nos termos do art. 105, I, i, daCF, a competncia para homologao de

    sentena dvena e concesso de exequatur acartas rogatrias do STJ. Ressaltou-se que, aos

    juzes federais, caberia apenas a execuo dessesinstrumentos jurdicos, como previsto no art. 109, X da CF.

    Ademais, protocolo de assistncia mtua em assuntos penais

    no se sobreporia aos ditames constitucionais. Destacou-se,ainda, que o prprio protocolo, em seu art. 7 revelaria que acooperao dar-se-ia segundo as normas existentes no pasrequerido. Esse entendimento seria robustecido pelo fato de alei maior jungir a execuo de atos no territrio brasileirodecorrentes de pronunciamento de rgo ou autoridade judicialestrangeira ao crivo do STJ. Por fim, assinalou-se que aexistncia de acordo de cooperao entre os pases nodispensaria formalidade essencial valia do ato, incumbindo aoSTJ verificar a observncia dos requisitos previstos no art. 15 daLei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro. O Min. LuizFux apontou para o uso indevido do writ em hiptese naqual no esteja em jogo a liberdade de ir e vir. Porm,

    Dr. George Felcio, advogadodo Banco do Nordeste do Brasil S/A.

    Informativo de Jurisprudncia

    Su remo Tribunal Federal

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    2/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 2

    assinalou que, no caso em tela, caberia um balanceamentodos interesses: de um lado, a questo formal, que seria odescabimento desse remdio em situaes a envolver

    patrimnio e, de outro, o abalo acerca da soberanianacional. No sopesamento de valores, prevaleceria esteltimo (HC 105905/MS / i-644).

    04. RE N. 574.636-SP / RELATORA: MIN. CRMEN LCIA /EMENTA: RECURSOS EXTRAORDINRIOS.CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ALEGAO DECONTRARIEDADE AOS ARTS. 5, INC. II, 37, CAPUT, E INC.XXI, E 93, INC. IX, DA CONSTITUIO DA REPBLICA.REALIZAO DE EVENTO ESPORTIVO POR ENTIDADEPRIVADA COM MLTIPLO PATROCNIO:DESCARACTERIZAO DO PATROCNIO COMOCONTRATAO ADMINISTRATIVA SUJEITA LICITAO. APARTICIPAO DE MUNICPIO COMO UM DOSPATROCINADORES DE EVENTO ESPORTIVO DEREPERCUSSO INTERNACIONAL NO CARACTERIZA APRESENA DO ENTE PBLICO COMO CONTRATANTE DEAJUSTE ADMINISTRATIVO SUJEITO PRVIA LITAO.AUSNCIA DE DEVER DO PATROCINADOR PBLICO DEFAZER LICITAO PARA CONDICIONAR O EVENTOESPORTIVO: OBJETO NO ESTATAL; INOCORRNCIA DEPACTO ADMINISTRATIVO PARA PRESTAR SERVIOS OUADQUIRIR BENS. ACRDO RECORRIDO CONTRRIO CONSTITUIO. RECURSOS EXTRAORDINRIOSINTERPOSTOS CONTRA ACRDO DO TRIBUNAL DEJUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO PROVIDOS.RECURSO EXTRAORDINRIO CONTRA ACRDO DOSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA JULGADOPREJUDICADO POR PERDA DE OBJETO (i-644).

    CIVIL E PROCESSO CIVIL

    01. Fornecimento de medicamentos e ilegitimidade de Ministrode Estado: A 1 Turma negou provimento a recurso ordinrio emmandado de segurana interposto de deciso do STJ queextinguira ao originria, sem resoluo de mrito, aofundamento de que o Ministro da Sade seria parte ilegtimapara figurar no plo passivo da demanda. Na espcie, a orarecorrente reiterava a alegao de necessidade urgente de certomedicamento de uso contnuo, o qual no possuiria condiespara custear. Informava que o frmaco prescrito no integrava a

    cesta bsica de medicamentos fornecidos pelo municpio ondereside e que este ente federativo no possua recursossuficientes para atender demanda. Sustentava ainda, que oMinistro da Sade seria a autoridade competente paraprovidenciar a correo da conduta, visto que, como gestorfederal do SUS, poderia determinar a aquisio do remdio.Manteve-se o acrdo do STJ, pois o ato impugnado originar-se-ia de autoridade no prevista no permissivo constitucional secretrio municipal de sade a qual negara o fornecimentoda medicao. Asseverou-se que quem no pratica ou ordenaconcreta e especificamente a execuo ou inexecuo deum ato no poderia figurar como autoridade coatora . Por

    fim, ressaltou-se no vislumbrados nos autos documentos quedemonstrassem a prtica de qualquer ato concreto ou omissivodo Ministro de Estado da Sade que violasse direito da ento

    impetrante (RMS 26211/DF / i-642).

    02. REPERCUSSO GERAL EM RE N. 611.585-RS /RELATOR: MIN. MARCO AURLIO / LEILOEIRO EXERCCIO PROFISSIONAL CAUO DECRETO N21.981/32 COMPATIBILIDADE COM A CONSTITUIOFEDERAL DECLARADA NA ORIGEM RECURSOEXTRAORDINRIO REPERCUSSO GERALCONFIGURADA. Possui repercusso geral a controvrsiaacerca da compatibilidade entre o Decreto n 21.981/32, queprev a exigncia de prestao de fiana em dinheiro ouaplices da dvida pblica federal, aps a habilitao doleiloeiro, e o artigo 5, inciso XIII, da Carta Poltica (i-642).

    03. RE N. 370.834-MT / RELATOR: MIN. MARCO AURLIO /

    LEGITIMIDADE MANDADO DE SEGURANA COLETIVO SINDICATO REGISTRO NO MINISTRIO DO TRABALHO. Alegitimidade de sindicato para atuar como substitutoprocessual no mandado de segurana coletivo pressupeto somente a existncia jurdica, ou seja, o registro nocartrio prprio, sendo indiferente estarem ou no osestatutos arquivados e registrados no Ministrio doTrabalho. REGIME JURDICO DECESSO. Uma vez ocorridodecesso remuneratrio com a implantao do novo regime jurdico, mostra-se harmnico com a Constituio Federal oreconhecimento da diferena a ttulo de vantagem pessoal.REGIME JURDICO NOVO CONTEXTO REMUNERATRIO RESSALVA. Se estiver prevista na lei de regncia do novoregime jurdico a manuteno de certa parcela, descabe concluirpela transgresso Carta da Repblica no fato de o acrdoproferido revelar o direito do servidor (i-642).

    03. AG. REG. EM MS N. 30.836-RJ / RELATOR: MIN.RICARDO LEWANDOWSKI / EMENTA: AGRAVOREGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANA. DECISO DEMINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.INADMISSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. I - Aorientao jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal firme no sentido de no admitir, salvo em situaesexcepcionais, mandado de segurana contra as suasprprias decises jurisdicionais, inclusive as proferidas porqualquer de seus Ministros, uma vez que esses atos spodem ser reformados por via dos recursos admissveis,ou, em se tratando de julgamento de mrito com trnsito em

    julgado, por meio de ao rescisria. II Agravo regimental aque se nega provimento (i-645).

    CONSTITUCIONAL

    01. Transporte de carga perigosa e competncia legislativa: OPlenrio, por maioria, deferiu, parcialmente, pedido de medidaliminar formulado, em argio de descumprimento de preceitofundamental, pela Associao Nacional do Transporte deCargas, para determinar a suspenso da eficcia dasinterdies ao transporte praticado pelas empresas associadas

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    3/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 3

    Prepare-se para o concurso

    os concursos da Advocacia-

    Geral da Unio com

    GEAGUResoluo de questes

    objetivas, peas, pareceres e

    dissertaes

    www.geagu.com.br

    argente, quando fundamentadas em descumprimento danorma contida no art. 1 da Lei 12.684/2007, do Estado de SoPaulo (Art. 1 Fica proibido, a partir de 1 de janeiro de 2008, o

    uso, no Estado de So Paulo, de produtos, materiais ouartefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ouasbesto), reconhecendo-lhes o direito de efetuar o transporteinterestadual e internacional de cargas, inclusive as de amiantoda variedade crisotila, observadas as disposies legais eregulamentares editadas pela Unio. A autora requeria aconcesso de medida cautelar para suspender os processos emandamento no Tribunal Superior do Trabalho e nas demaisinstncias ordinrias da Justia do Trabalho daquele entefederativo, assim como a eficcia das interdies ao transportede amianto efetuado pelas empresas que lhe so associadasnas rodovias estaduais. Prevaleceu o voto do Min. MarcoAurlio, relator. Preliminarmente, assentou a legitimidade da

    argente para dar incio ao processo, revelada a condio deassociao nacional representativa de certa categoria.Sob o ngulo do cabimento da ao, verificou que aCorte tem entendido que a subsidiariedade daargio h de ser compreendida de modo ano inviabilizar o acesso jurisdioconstitucional, principalmente quando em jogo valores maiores e a possibilidade deproliferao de demandas. Assim, emborapossvel impugnar, judicialmente, os atosadministrativos formalizados e as decises judiciais, mediante os respectivos recursos,haveria o interesse pblico de ser dirimida acontrovrsia em carter definitivo. Reputou queos preceitos evocados comporiam contedoessencial do texto constitucional vigente, protegidodo poder constituinte derivado reformador. No mrito,destacou a perplexidade decorrente da convivncia, noordenamento jurdico, da proibio local para a comercializaode amianto com a permisso, abrangente (Lei 9.055/95), para oexerccio da atividade. Observou caber Unio legislar,privativamente, sobre transporte inclusive de cargasperigosas e sobre comrcio interestadual e internacional.Assinalou, ademais, inexistir lei complementar que delegueaos Estados-membros a disciplina do tema. Afirmou que, se

    cada Estado-membro impusesse restries ao comrcio, oravedando o acesso aos prprios mercados, ora impedindo aexportao por meio das regies de fronteiras internacionais,seria o fim da Federao. Salientou, nesse sentido, queincumbiria Unio explorar os portos organizados, bem comoregular o transporte rodovirio de cargas. A respeito,rememorou o art. 10 da Lei 9.055/95 (O transporte doasbesto/amianto e das fibras naturais e artificiais referidas noart. 2 desta Lei considerado de alto risco e, no caso deacidente, a rea dever ser isolada, com todo o material sendoreembalado dentro de normas de segurana, sob aresponsabilidade da empresa transportadora). Sublinhou,ainda, que o transporte desse material est disciplinado no

    Decreto 96.044/88 e na Resoluo 420/2004, da AgnciaNacional de Transportes Terrestres - ANTT. Frisou que, acorroborar essa orientao, a Corte tem declarado a

    inconstitucionalidade de normas estaduais que interferemna liberdade de comrcio interestadual e internacional.Reputou que, sob o enfoque da liberdade de locomoo, no sepoderia restringir o acesso dos particulares ao servio pblico,que deve ser regular e eficiente, por expresso mandamentoconstitucional. Dessa forma, o ente federativo que no titularda prestao no caso, o Estado-membro no poderiaobstaculiz-la. Concluiu que a liberdade de locomoo, naespcie, seria qualificada, ou seja, instrumento para acomercializao de certo produto, inserido nas atividadeslicitamente exercidas por determinada pessoa jurdica (liberdadede iniciativa), e realizada por meio de servios pblicos (portos erodovias federais). O relator consignou, por fim, que a lei

    adversada proibiria o uso e no o transporte da referidamercadoria. Explicou que quem usa o faria em termos

    finais, seria titular de uma das faculdadesinerentes ao domnio. Aquele que transporta,

    por sua vez, prestaria um servio, mas nodeteria, necessariamente, a titularidade dacoisa para si. Desse modo, se proibido ouso do amianto no Estado de So Paulo,no o seria o transporte quando omaterial estivesse destinado a outrosEstados da Federao ou ao exterior, no

    que no configuraria uso na acepotcnica da palavra. No ponto, o Min. Ricardo

    Lewandowski salientou que o Estado de SoPaulo, argido, no teria competncia para

    proibir o transporte destinado exportao e aocomrcio interestadual, mas poderia proibir o

    transporte de amianto destinado para uso exclusivamentedentro do Estado-membro (ADPF 234 MC/DF / i-642).

    02. ADI N. 3.515-SC / RELATOR: MIN. CEZAR PELUSO /EMENTA: INCONSTITUCIONALIDADE. Ao direta. Lei n12.775/2003, do Estado de Santa Catarina. Competncialegislativa. Sistema financeiro nacional. Banco. Agnciabancria. Adoo de equipamento que, embora indicado peloBanco Central, ateste autenticidade das cdulas de dinheiro nastransaes bancrias. Previso de obrigatoriedade.Inadmissibilidade. Regras de fiscalizao de operaesfinanceiras e de autenticidade do ativo circulante. Competnciasexclusivas da Unio. Ofensa aos arts. 21, VIII, e 192, da CF.Ao julgada procedente. Precedente. inconstitucional a leiestadual que imponha s agncias bancrias o uso deequipamento que, ainda quando indicado pelo BancoCentral, ateste a autenticidade das cdulas de dinheiro nastransaes bancrias (i-642).

    03. ADI N. 2.549-DF / RELATOR: MIN. RICARDOLEWANDOWSKI / EMENTA: CONSTITUCIONAL ETRIBUTRIO. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.PRELIMINARES DE INPCIA DA INICIAL, DEINCINDIBILIDADE DA LEI, E DE IMPOSSIBILIDADE DE

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    4/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 4

    CONTROLE CONCENTRADO DE DECRETOREGULAMENTAR REJEITADAS. PRELIMINAR DE AUSNCIADE PERTINNCIA TEMTICA PARCIALMENTE ACOLHIDA.DECRETOS ATACADOS QUE FORAM REVOGADOS OU

    CUJOS EFEITOS SE EXAURIRAM. CARNCIASUPERVENIENTE DA AO. INTERESSE PROCESSUAL.UTILIZAO DE POLTICA DESONERATRIA PELO DF.ICMS. GUERRA FISCAL. ARTIGO 155, 2, INCISO XII, g,DA CF. LEI COMPLEMENTAR 24/75. NECESSIDADE DECONSENSO DE TODOS OS ENTES FEDERATIVOS. PARCIALPROCEDNCIA. I - Rejeio da preliminar de inpcia da petioinicial pela ausncia de indicao dos dispositivos legaisapontados como violadores da Constituio Federal. Deixouevidenciado o autor que, no seu entender, os textos legais so,na sua integralidade, violadores do ordenamento constitucionalptrio. Possibilidade. Precedentes do STF. II - Rejeio dapreliminar de incindibilidade das leis para efeitos do exerccio docontrole concentrado de constitucionalidade, posto quealegao dessa natureza no pode ser invocada quando onormativo atacado trata individualmente questes diferentes. III -Rejeio da alegao de impossibilidade de controleconcentrado de decreto regulamentar, posto no se tratarde mero antagonismo entre ato infralegal, de um lado, e leiem sentido formal, de outro. A controvrsia enfrentada dizrespeito ao ato administrativo normativo editado emperfeita consonncia com a lei regulamentada, mas que,assim como ela, supostamente estaria a atentar contra otexto constitucional. IV - Alegao preliminar de ofensaindireta Constituio que se confunde com prprio mrito dacontrovrsia travada. V - Acolhimento da alegao de ausnciade pertinncia temtica do autor para a discusso daconstitucionalidade da Lei 2.427, de 14 de julho de 1999, pois omencionado diploma normativo no traz referncia especfica

    alguma competncia legislativa estadual, assim como no fazqualquer meno aos incentivos ou benefcios tributriosrelacionados ao ICMS. VI - O controle de constitucionalidadeconcentrado no encontra obstculo na normaconstitucional de eficcia contida. A regulamentaorelegada lei federal deve necessariamente respeitar osfins e os limites traados pela norma constitucional, razopela qual, quando violados algum destes, perfeitamentepossvel o exerccio do controle de constitucionalidade. VII -O art. 155, 2, inciso XII, g, da Constituio Federal dispecompetir lei complementar, mediante deliberao dos Estadosmembros e do Distrito Federal, a regulamentao de isenes,incentivos e benefcios fiscais a serem concedidos ourevogados, no que diz respeito ao ICMS. Evidente necessidadede consenso entre os entes federativos, justamente para evitar o

    deflagramento da perniciosa guerra fiscal entre eles. leicomplementar restou discricionria apenas a forma pela qual osEstados e o Distrito Federal implementaro o ditameconstitucional. A questo, por sua vez, est regulamentada pelaLei Complementar 24/1975, que declara que as isenes a quese faz referncia sero concedidas e revogadas nos termos dosconvnios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo DistritoFederal. VIII - Necessidade de aprovao pelo CONFAZ dequalquer poltica extrafiscal que implique na reduo ouqualquer outra forma de desonerao do contribuinte emrelao ao ICMS. Precedentes do STF. IX - Necessidade demodulao de efeitos da declarao de inconstitucionalidade,diante do decurso do tempo, bem como pelo fato de inmerosempreendimentos econmicos terem sido beneficiados com o

    incentivo fiscal contestado. X - O Decreto 20.957, de 13 de janeiro de 2000 teve os seus efeitos integralmente exauridos,enquanto que os Decretos 21.077/00, 21.082/00 e 21.107/00foram revogados, fato que implicou na carncia superveniente

    da ao. Interesse processual. XI - Parcial procedncia da aopara declarar a inconstitucionalidade do artigo 2, inciso I e seus 2 e 3; do artigo 5, seus incisos I, II e III e seu pargrafonico, inciso I; do artigo 6, na sua integralidade; e dospargrafos 1 e 2, do artigo 7, todos da Lei 2.483, de 19 denovembro de 1999 (i-643).

    04. ADI N. 4.277-DF / RELATOR: MIN. AYRES BRITTO /EMENTA: 1. ARGUIO DE DESCUMPRIMENTO DEPRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF). PERDA PARCIAL DEOBJETO. RECEBIMENTO, NA PARTE REMANESCENTE,COMO AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. UNIOHOMOAFETIVA E SEU RECONHECIMENTO COMOINSTITUTO JURDICO. CONVERGNCIA DE OBJETOSENTRE AES DE NATUREZA ABSTRATA. JULGAMENTOCONJUNTO. Encampao dos fundamentos da ADPF n 132-RJ pela ADI n 4.277-DF, com a finalidade de conferirinterpretao conforme Constituio ao art. 1.723 do CdigoCivil. Atendimento das condies da ao. 2. PROIBIO DEDISCRIMINAO DAS PESSOAS EM RAZO DO SEXO,SEJA NO PLANO DA DICOTOMIA HOMEM/MULHER(GNERO), SEJA NO PLANO DA ORIENTAO SEXUAL DECADA QUAL DELES. A PROIBIO DO PRECONCEITOCOMO CAPTULO DO CONSTITUCIONALISMO FRATERNAL.HOMENAGEM AO PLURALISMO COMO VALOR SCIO-POLTICO-CULTURAL. LIBERDADE PARA DISPOR DAPRPRIA SEXUALIDADE, INSERIDA NA CATEGORIA DOSDIREITOS FUNDAMENTAIS DO INDIVDUO, EXPRESSOQUE DA AUTONOMIA DE VONTADE. DIREITO

    INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. CLUSULA PTREA. Osexo das pessoas, salvo disposio constitucional expressa ouimplcita em sentido contrrio, no se presta como fator dedesigualao jurdica. Proibio de preconceito, luz do incisoIV do art. 3 da Constituio Federal, por colidir frontalmentecom o objetivo constitucional de promover o bem de todos.Silncio normativo da Carta Magna a respeito do concreto usodo sexo dos indivduos como saque da kelseniana norma geralnegativa, segundo a qual o que no estiver juridicamenteproibido, ou obrigado, est juridicamente permitido.Reconhecimento do direito preferncia sexual como diretaemanao do princpio da dignidade da pessoa humana:direito a auto-estima no mais elevado ponto da conscincia doindivduo. Direito busca da felicidade. Salto normativo daproibio do preconceito para a proclamao do direito

    liberdade sexual. O concreto uso da sexualidade faz parte daautonomia da vontade das pessoas naturais. Emprico uso dasexualidade nos planos da intimidade e da privacidadeconstitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Clusulaptrea. 3. TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DAINSTITUIO DA FAMLIA. RECONHECIMENTO DE QUE ACONSTITUIO FEDERAL NO EMPRESTA AOSUBSTANTIVO FAMLIA NENHUM SIGNIFICADOORTODOXO OU DA PRPRIA TCNICA JURDICA. AFAMLIA COMO CATEGORIA SCIO-CULTURAL EPRINCPIO ESPIRITUAL. DIREITO SUBJETIVO DECONSTITUIR FAMLIA. INTERPRETAO NO-REDUCIONISTA. O caput do art. 226 confere famlia, base dasociedade, especial proteo do Estado. nfase constitucional

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    5/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 5

    Estudando para a

    Magistratura Federal?

    Conhea o

    GEMAFResoluo de questes

    objetivas, subjetivas e

    sentenas inditaswww.gemaf.com.br

    instituio da famlia. Famlia em seu coloquial ou proverbialsignificado de ncleo domstico, pouco importando se formal ouinformalmente constituda, ou se integrada por casaisheteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituio de

    1988, ao utilizar-se da expresso famlia, no limita suaformao a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorria,celebrao civil ou liturgia religiosa. Famlia como instituioprivada que, voluntariamente constituda entre pessoas adultas,mantm com o Estado e a sociedade civil uma necessriarelao tricotmica. Ncleo familiar que o principal lcusinstitucional de concreo dos direitos fundamentais que aprpria Constituio designa por intimidade e vida privada(inciso X do art. 5). Isonomia entre casais heteroafetivos epares homoafetivos que somente ganha plenitude desentido se desembocar no igual direito subjetivo formao de uma autonomizada famlia. Famlia como figuracentral ou continente, de que tudo o mais contedo.Imperiosidade da interpretao no-reducionista doconceito de famlia como instituio que tambm se formapor vias distintas do casamento civil. Avano daConstituio Federal de 1988 no plano dos costumes.Caminhada na direo do pluralismo comocategoria scio-poltico-cultural. Competncia doSupremo Tribunal Federal para manter,interpretativamente, o Texto Magno naposse do seu fundamental atributo dacoerncia, o que passa pela eliminao depreconceito quanto orientao sexualdas pessoas. 4. UNIO ESTVEL.NORMAO CONSTITUCIONALREFERIDA A HOMEM E MULHER, MASAPENAS PARA ESPECIAL PROTEODESTA LTIMA. FOCADO PROPSITO

    CONSTITUCIONAL DE ESTABELECERRELAES JURDICAS HORIZONTAIS OUSEM HIERARQUIA ENTRE AS DUASTIPOLOGIAS DO GNERO HUMANO.IDENTIDADE CONSTITUCIONAL DOS CONCEITOSDE ENTIDADE FAMILIAR E FAMLIA. A refernciaconstitucional dualidade bsica homem/mulher, no 3 doseu art. 226, deve-se ao centrado intuito de no se perder amenor oportunidade para favorecer relaes jurdicashorizontais ou sem hierarquia no mbito das sociedadesdomsticas. Reforo normativo a um mais eficientecombate renitncia patriarcal dos costumes brasileiros.Impossibilidade de uso da letra da Constituio pararessuscitar o art. 175 da Carta de 1967/1969. No h comofazer rolar a cabea do art. 226 no patbulo do seu pargrafo

    terceiro. Dispositivo que, ao utilizar da terminologiaentidade familiar, no pretendeu diferenci-la da famlia.Inexistncia de hierarquia ou diferena de qualidade jurdicaentre as duas formas de constituio de um novo eautonomizado ncleo domstico. Emprego do fraseadoentidade familiar como sinnimo perfeito de famlia. AConstituio no interdita a formao de famlia porpessoas do mesmo sexo. Consagrao do juzo de que nose probe nada a ningum seno em face de um direito oude proteo de um legtimo interesse de outrem, ou de todaa sociedade, o que no se d na hiptese sub judice.Inexistncia do direito dos indivduos heteroafetivos suano-equiparao jurdica com os indivduos homoafetivos.Aplicabilidade do 2 do art. 5 da Constituio Federal, a

    evidenciar que outros direitos e garantias, noexpressamente listados na Constituio, emergem doregime e dos princpios por ela adotados, verbis: Osdireitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem

    outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados,ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativado Brasil seja parte. 5. DIVERGNCIAS LATERAIS QUANTO FUNDAMENTAO DO ACRDO. Anotao de que osMinistros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cezar Pelusoconvergiram no particular entendimento da impossibilidade deortodoxo enquadramento da unio homoafetiva nas espcies defamlia constitucionalmente estabelecidas. Sem embargo,reconheceram a unio entre parceiros do mesmo sexo comouma nova forma de entidade familiar. Matria aberta conformao legislativa, sem prejuzo do reconhecimento daimediata auto-aplicabilidade da Constituio. 6.INTERPRETAO DO ART. 1.723 DO CDIGO CIVIL EMCONFORMIDADE COM A CONSTITUIO FEDERAL(TCNICA DA INTERPRETAO CONFORME).RECONHECIMENTO DA UNIO HOMOAFETIVA COMOFAMLIA. PROCEDNCIA DAS AES. Ante a possibilidade

    de interpretao em sentido preconceituoso oudiscriminatrio do art. 1.723 do Cdigo Civil, no

    resolvel luz dele prprio, faz-se necessria autilizao da tcnica de interpretao conforme

    Constituio. Isso para excluir do dispositivoem causa qualquer significado que impea oreconhecimento da unio contnua, pblica eduradoura entre pessoas do mesmo sexocomo famlia. Reconhecimento que de serfeito segundo as mesmas regras e com asmesmas consequncias da unio estvelheteroafetiva (i-644).

    ELEITORAL

    01. Voto secreto e art. 5 da Lei 12.034/2009: O Plenriodeferiu medida cautelar em ao direta deinconstitucionalidade, ajuizada pelo Procurador Geral daRepblica, para suspender os efeitos do art. 5 da Lei12.034/2009, que dispe sobre a criao, a partir daseleies de 2014, do voto impresso [Art. 5 Fica criado, apartir das eleies de 2014, inclusive, o voto impresso conferidopelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas asseguintes regras: 1 A mquina de votar exibir para o eleitor,

    primeiramente, as telas referentes s eleies proporcionais; emseguida, as referentes s eleies majoritrias; finalmente, ovoto completo para conferncia visual do eleitor e confirmaofinal do voto. 2 Aps a confirmao final do voto pelo eleitor,a urna eletrnica imprimir um nmero nico de identificao dovoto associado sua prpria assinatura digital. 3 O votodever ser depositado de forma automtica, sem contatomanual do eleitor, em local previamente lacrado. 4 Aps o fimda votao, a Justia Eleitoral realizar, em audincia pblica,auditoria independente do software mediante o sorteio de 2%(dois por cento) das urnas eletrnicas de cada Zona Eleitoral,respeitado o limite mnimo de 3 (trs) mquinas por municpio,

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    6/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 6

    que devero ter seus votos em papel contados e comparadoscom os resultados apresentados pelo respectivo boletim deurna. 5 permitido o uso de identificao do eleitor por sua

    biometria ou pela digitao do seu nome ou nmero de eleitor,desde que a mquina de identificar no tenha nenhumaconexo com a urna eletrnica]. A Min. Crmen Lcia, relatora,inicialmente realizou retrospecto acerca de pretritasexperincias legislativas na tentativa de dar efetividade aosistema do voto impresso e revelou seu fracasso, em razo dasdificuldades jurdicas e materiais constatadas. Afirmou-se queesses episdios teriam demonstrado o quo correta fora aopo e a inveno do sistema brasileiro do voto eletrnico,dada a inadequao e o retrocesso representado pelo votoregistrado em papel. Destacou-se o carter secreto do sufrgiono direito constitucional brasileiro (CF, art. 14), conquistadestinada a garantir a inviolabilidade do querer democrtico do

    eleitor e a intangibilidade do seu direito por qualquer forma depresso. Reputou-se que a impresso do voto feriria odireito inexpugnvel ao segredo, visto que configurariaprova do ato de cidadania. Assim, o papel seriadesnecessrio, pois o eleitor no haveria de prestar contas aquem quer que fosse e o sistema eletrnico dotar-se-ia desegurana incontestvel, conforme demonstradoreiteradamente. Nesse sentido, concluiu-se que a impressoserviria para demonstrao a terceiro e para vulnerar o segredoconstitucionalmente assegurado ao cidado. Consignou-se queo 2 do dispositivo impugnado reforaria essa assertiva, pois onmero de identificao associado assinatura digital poderiafavorecer a coao de eleitores pela possibilidade de vincular ovoto a compromissos esprios. Por outro lado, a urna eletrnica,atualmente utilizada, permitiria que o resultado fosse transmitidos centrais sem a identificao do votante. Ademais, aimpresso criaria discrmen em relao s pessoas comdeficincias visuais e aos analfabetos, que no teriam comoverificar seus votos, para o que teriam de buscar ajuda deterceiros, em detrimento do direito ao sigilo igualmenteassegurado a todos. Frisou-se que a cada eleitor seria garantidoo direito e o dever de um voto, apenas, e que o sistema atualasseguraria que somente se abriria a urna aps a identificaodo votante e a pessoa no seria substituda, sequer votaria maisde uma vez. Por seu turno, ao vedar a conexo entre o

    instrumento de identificao e a respectiva urna, o 5 do artigode que se cuida possibilitaria a permanncia da abertura dela,pelo que poderia o eleitor votar mais de uma vez, ao ficar nacabine. Sublinhou-se, ademais, o princpio da proibio deretrocesso, que seria aplicvel tambm aos direitos polticos,dentre os quais a invulnerabilidade do segredo de voto (CF, art.60, 4, II). No ponto, o Min. Gilmar Mendes afastou essefundamento, em razo do risco de se ter como parmetro decontrole no apenas a Constituio, mas as leis consideradasbenficas. O Colegiado afirmou que o princpio democrtico(CF, art. 1) garantiria o voto sigiloso, que o sistema adotado sem as alteraes do art. 5 da Lei 12.034/2009 propiciaria.Destacou-se que a alterao do processo conduziria

    desconfiana no sistema eleitoral, prpria das ditaduras. Quantos questes de ordem prtica, reputou-se que a reinsero dovoto impresso criaria diversos inconvenientes. Seria necessria

    a introduo de impressoras nas sees eleitorais, apotencializar falhas e impedir o transcurso regular dos trabalhos.Ademais, a mudana aumentaria a vulnerabilidade do sistema,visto que o voto impresso no atingiria o objetivo ao qual seprope, de possibilitar a recontagem e a auditoria. A respeito,asseverou-se que a sistemtica eletrnica atual, por sua vez,permitiria a recontagem de votos, de forma automatizada, semcomprometer o segredo do sufrgio ou a credibilidade doprocesso eleitoral. Consignou-se, ainda, a existncia de outrosinstrumentos de segurana a garantir a auditagem da urnaeletrnica sem a necessidade de implantao do voto impresso.Nesse aspecto, o Min. Dias Toffoli mencionou adesproporcionalidade entre o fim pretendido pela lei impugnada

    e os meios por ela descritos. Sob o ponto de vista oramentrio,acrescentou-se de maneira a corroborar os demaisargumentos que o custo do voto, por eleitor, aumentaria emmais de 140%, o que afrontaria os princpios da eficinciaadministrativa (CF, art. 37) e da economicidade (CF, art. 70).Por fim, no que concerne ao periculum in mora, necessrio concesso da medida, sublinhou-se que a aquisio e aadequao dos equipamentos necessrios para dar efetividadeao dispositivo afrontado, bem como a mudana na estrutura edinmica do Servio de Tecnologia da Informao do TSE jocupado com as providncias requeridas para a realizao daseleies de 2012 seriam requeridas para a realizao daseleies de 2012 seriam esforos descartados e semaproveitamento se, ao final, declarar-se inconstitucional oreferido artigo (ADI 4543 MC/DF / i-645).

    INTERNACIONAL

    01. RCL N. 11.243-REPBLICA ITALIANA / RED. P/ OACRDO: MIN. LUIZ FUX / EMENTA: RECLAMAO.PETIO AVULSA EM EXTRADIO. PEDIDO DERELAXAMENTO DE PRISO. NEGATIVA, PELOPRESIDENTE DA REPBLICA, DE ENTREGA DOEXTRADITANDO AO PAS REQUERENTE. FUNDAMENTO EMCLUSULA DO TRATADO QUE PERMITE A RECUSA EXTRADIO POR CRIMES POLTICOS. DECISO PRVIA

    DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONFERINDO AOPRESIDENTE DA REPBLICA A PRERROGATIVA DEDECIDIR PELA REMESSA DO EXTRADITANDO,OBSERVADOS OS TERMOS DO TRATADO, MEDIANTE ATOVINCULADO. PRELIMINAR DE NO CABIMENTO DARECLAMAO ANTE A INSINDICABILIDADE DO ATO DOPRESIDENTE DA REPBLICA. PROCEDNCIA. ATO DESOBERANIA NACIONAL, EXERCIDA, NO PLANOINTERNACIONAL, PELO CHEFE DE ESTADO. ARTS. 1, 4, I,E 84, VII, DA CONSTITUIO DA REPBLICA. ATO DEENTREGA DO EXTRADITANDO INSERIDO NACOMPETNCIA INDECLINVEL DO PRESIDENTE DAREPBLICA. LIDE ENTRE ESTADO BRASILEIRO E ESTADOESTRANGEIRO. INCOMPETNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    7/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 7

    Preparao exclusiva para

    Defensor Pblico Federal:

    GEDPUGrupo de Estudos para o

    Concurso da Defensoria

    Pblica da Unio

    www.gedpu.com.br

    FEDERAL. DESCUMPRIMENTO DO TRATADO, ACASOEXISTENTE, QUE DEVE SER APRECIADO PELO TRIBUNALINTERNACIONAL DE HAIA. PAPEL DO PRETRIO EXCELSONO PROCESSO DE EXTRADIO. SISTEMA BELGA OU DA

    CONTENCIOSIDADE LIMITADA. LIMITAO COGNITIVANO PROCESSO DE EXTRADIO. ANLISE RESTRITAAPENAS AOS ELEMENTOS FORMAIS. DECISO DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE SOMENTE VINCULA OPRESIDENTE DA REPBLICA EM CASO DEINDEFERIMENTO DA EXTRADIO. AUSNCIA DEEXECUTORIEDADE DE EVENTUAL DECISO QUE IMPONHAAO CHEFE DE ESTADO O DEVER DE EXTRADITAR.PRINCPIO DA SEPARAO DOS PODERES (ART. 2 CRFB).EXTRADIO COMO ATO DE SOBERANIA. IDENTIFICAODO CRIME COMO POLTICO TRADUZIDA EM ATOIGUALMENTE POLTICO. INTERPRETAO DA CLUSULADO DIPLOMA INTERNACIONAL QUE PERMITE A NEGATIVADE EXTRADIO SE A PARTE REQUERIDA TIVER RAZESPONDERVEIS PARA SUPOR QUE A PESSOA RECLAMADASER SUBMETIDA A ATOS DE PERSEGUIO.CAPACIDADE INSTITUCIONAL ATRIBUDA AO CHEFE DEESTADO PARA PROCEDER VALORAO DA CLUSULAPERMISSIVA DO DIPLOMA INTERNACIONAL.VEDAO INTERVENO DO JUDICIRIO NAPOLTICA EXTERNA BRASILEIRA. ART. 84, VII,DA CONSTITUIO DA REPBLICA.ALEGADA VINCULAO DO PRESIDENTEAO TRATADO. GRAUS DE VINCULAO JURIDICIDADE. EXTRADIO COMO ATOPOLTICO-ADMINISTRATIVO VINCULADOA CONCEITOS JURDICOSINDETERMINADOS. NON-REFOULEMENT.RESPEITO AO DIREITO DOS

    REFUGIADOS. LIMITAO HUMANSTICAAO CUMPRIMENTO DO TRATADO DEEXTRADIO (ARTIGO III, 1, f).INDEPENDNCIA NACIONAL (ART. 4, I,CRFB). RELAO JURDICA DE DIREITOINTERNACIONAL, NO INTERNO.CONSEQUNCIAS JURDICAS DO DESCUMPRIMENTOQUE SE RESTRINGEM AO MBITO INTERNACIONAL.DOUTRINA. PRECEDENTES. RECLAMAO NOCONHECIDA. MANUTENO DA DECISO DO PRESIDENTEDA REPBLICA. DEFERIMENTO DO PEDIDO DE SOLTURADO EXTRADITANDO. 1. Questo de Ordem na Extradio n1.085: A deciso de deferimento da extradio no vinculao Presidente da Repblica, nos termos dos votos proferidospelos Senhores Ministros Crmen Lcia, Joaquim Barbosa,

    Carlos Britto, Marco Aurlio e Eros Grau. Do voto do Min. ErosGrau extrai-se que O conceito de ato vinculado que o relatortomou como premissa (...) , no entanto, excessivamenterigoroso. (...) o conceito que se adotou de ato vinculado,excessivamente rigoroso, exclui qualquer possibilidade deinterpretao/aplicao, pelo Poder Executivo, da noo defundado temor de perseguio. 2. A prova emprestada utilizadasem o devido contraditrio, encartada nos acrdos que deramorigem condenao do extraditando na Itlia, no af deagravar a sua situao jurdica, vedada pelo art. 5, LV e LVI,da Constituio, na medida em que, alm de estar a matriaabrangida pela precluso, isto importaria verdadeira utilizaode prova emprestada sem a observncia do Contraditrio,traduzindo-se em prova ilcita. 3. O Tratado de Extradio entre

    a Repblica Federativa do Brasil e a Repblica Italiana, no seuartigo III, 1, f, permite a no entrega do cidado da parterequerente quando a parte requerida tiver razes ponderveispara supor que a pessoa reclamada ser submetida a atos de

    perseguio. 4. O art. 560 do CPC, aplicvel subsidiariamenteao rito da Reclamao, dispe que Qualquer questo preliminarsuscitada no julgamento ser decidida antes do mrito, desteno se conhecendo se incompatvel com a deciso daquela. 5.Deveras, antes de deliberar sobre a existncia de poderesdiscricionrios do Presidente da Repblica em matria deextradio, ou mesmo se essa autoridade se manteve noslindes da deciso proferida pelo Colegiado anteriormente, necessrio definir se o ato do Chefe de Estado sindicvel peloJudicirio, em abstrato. 6. O art. 1 da Constituio assentacomo um dos Fundamentos do Estado Brasileiro a suasoberania que significa o poder poltico supremo dentro doterritrio, e, no plano internacional, no tocante s relaes daRepblica Federativa do Brasil com outros Estados Soberanos,nos termos do art. 4, I, da Carta Magna. 7. A SoberaniaNacional no plano transnacional funda-se no princpio daindependncia nacional, efetivada pelo Presidente da Repblica,consoante suas atribuies previstas no art. 84, VII e VIII, da Lei

    Maior. 8. A soberania, dicotomizada em interna eexterna, tem na primeira a exteriorizao da

    vontade popular (art. 14 da CRFB) atravs dosrepresentantes do povo no parlamento e no

    governo; na segunda, a sua expresso noplano internacional, por meio do Presidenteda Repblica. 9. No campo da soberania,relativamente extradio, assente queo ato de entrega do extraditando exclusivo, da competncia indeclinveldo Presidente da Repblica, conforme

    consagrado na Constituio, nas Leis, nosTratados e na prpria deciso do EgrgioSupremo Tribunal Federal na Extradio n

    1.085. 10. O descumprimento do Tratado, emtese, gera uma lide entre Estados soberanos, cuja

    resoluo no compete ao Supremo Tribunal Federal,que no exerce soberania internacional, mxime para

    impor a vontade da Repblica Italiana ao Chefe de Estadobrasileiro, cogitando-se de mediao da Corte Internacional deHaia, nos termos do art. 92 da Carta das Naes Unidas de1945. 11. O sistema belga ou da contenciosidadelimitada, adotado pelo Brasil, investe o Supremo TribunalFederal na categoria de rgo juridicamente existenteapenas no mbito do direito interno, devendo, portanto,adstringir-se a examinar a legalidade da extradio; dizer,

    seus aspectos formais, nos termos do art. 83 da Lei 6.815/80(Nenhuma extradio ser concedida sem prviopronunciamento do Plenrio do Supremo Tribunal Federal sobresua legalidade e procedncia, no cabendo recurso dadeciso). 12. O Presidente da Repblica, no sistemavigente, resta vinculado deciso do Supremo TribunalFederal apenas quando reconhecida alguma irregularidadeno processo extradicional, de modo a impedir a remessa doextraditando ao arrepio do ordenamento jurdico, nunca,contudo, para determinar semelhante remessa, porquanto,o Poder Judicirio deve ser o ltimo guardio dos direitosfundamentais de um indivduo, seja ele nacional ouestrangeiro, mas no dos interesses polticos de Estadosaliengenas, os quais devem entabular entendimentos com

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    8/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 8

    o Chefe de Estado, vedada a pretenso de impor suavontade atravs dos Tribunais internos. 13. In casu, ao julgara extradio no sentido de ser possvel a entrega do cidadoestrangeiro, por inexistirem bices, o Pretrio Excelso exaure a

    sua funo, por isso que functus officio est cumpre e acaba asua funo jurisdicional , conforme entendeu esta Corte, porunanimidade, na Extradio n 1.114, assentando, verbis: OSupremo Tribunal limita-se a analisar a legalidade e aprocedncia do pedido de extradio (Regimento Interno doSupremo Tribunal Federal, art. 207; Constituio da Repblica,art. 102, Inc. I, alnea g; e Lei n. 6.815/80, art. 83): indeferido opedido, deixa-se de constituir o ttulo jurdico sem o qual oPresidente da Repblica no pode efetivar a extradio; sedeferida, a entrega do sdito ao Estado requerente fica a critriodiscricionrio do Presidente da Repblica (Ext 1114,Relator(a): Min. CRMEN LCIA, Tribunal Pleno, julgado em12/06/2008). 14. A anulao, pelo Supremo Tribunal Federal, dadeciso do Ministro da Justia que concedeu refgio poltico aoextraditando, no o autoriza, a posteriori, a substituir-se aoChefe de Estado e determinar a remessa do extraditando sautoridades italianas. O descumprimento do Tratado deExtradio, ad argumentandum tantum, gera efeitos apenas noplano internacional, e no no plano interno, motivo pelo qual nopode o Judicirio compelir o Chefe de Estado a entregar osdito estrangeiro. 15. O princpio da separao dos Poderes(art. 2 CRFB), indica no competir ao Supremo TribunalFederal rever o mrito de deciso do Presidente da Repblica,enquanto no exerccio da soberania do pas, tendo em vista queo texto constitucional conferiu ao chefe supremo da Nao afuno de representao externa do pas. 16. A decisopresidencial que negou a extradio, com efeito, autntico atode soberania, definida por Marie-Jolle Redor como o poderque possui o Estado para impor sua vontade aos indivduos que

    vivem sobre seu territrio (De LEtat Legal a LEtat de Droit.LEvolution des Conceptions de la Doctrine Publiciste Franaise.1879-1914. Presses Universitaires dAix-Marseille, p. 61). 17. Oato de extraditar consiste em ato de vontade soberana de umEstado que entrega justia repressiva de outro Estado umindivduo, por este perseguido e reclamado, como acusado ou jcondenado por determinado fato sujeito aplicao da lei penal(RODRIGUES, Manuel Coelho. A Extradio no DireitoBrasileiro e na Legislao Comparada. Tomo I. Rio de Janeiro:Imprensa Nacional, 1930. p. 3). 18. A extradio no ato denenhum Poder do Estado, mas da Repblica Federativa doBrasil, pessoa jurdica de direito pblico externo,representada na pessoa de seu Chefe de Estado, oPresidente da Repblica. A Reclamao pordescumprimento de deciso ou por usurpao de poder, no

    caso de extradio, deve considerar que a Constituio de1988 estabelece que a soberania deve ser exercida, emmbito interno, pelos trs Poderes (Executivo, Legislativo eJudicirio) e, no plano internacional, pelo Chefe de Estado,por isso que insindicvel o poder exercido peloPresidente da Repblica e, consequentemente, incabvel aReclamao, porquanto juridicamente impossvel submetero ato presidencial apreciao do Pretrio Excelso. 19. Aimpossibilidade de vincular o Presidente da Repblica decisodo Supremo Tribunal Federal se evidencia pelo fato de queinexiste um conceito rgido e absoluto de crime poltico. Napercuciente observao de Celso de Albuquerque Mello, Aconceituao de um crime como poltico (...) um ato polticoem si mesmo, com toda a relatividade da poltica (Extradio.

    Algumas observaes. In: O Direito InternacionalContemporneo. Org: Carmen Tiburcio; Lus Roberto Barroso.Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 222-223). 20. Compete aoPresidente da Repblica, dentro da liberdade interpretativa que

    decorre de suas atribuies de Chefe de Estado, paracaracterizar a natureza dos delitos, apreciar o contexto polticoatual e as possveis perseguies contra o extraditando relativasao presente, na forma do permitido pelo texto do Tratadofirmado (art. III, 1, f); por isso que, ao decidir sobre a extradiode um estrangeiro, o Presidente no age como Chefe do PoderExecutivo Federal (art. 76 da CRFB), mas como representanteda Repblica Federativa do Brasil. 21. O juzo referente aopedido extradicional conferido ao Presidente da Repblica,com apoio em juzo discricionrio, de carter eminentementepoltico, fundado em razes de oportunidade, de conveninciae/ou de utilidade (...) na condio de Chefe de Estado(Extradio n 855, Ministro Relator Celso de Mello, DJ de1.7.2006). 22. O Chefe de Estado a figuraconstitucionalmente capacitada para interpretar a clusula doTratado de Extradio, por lhe caber, de acordo com o art. 84,VII, da Carta Magna, manter relaes com Estadosestrangeiros. 23. O Judicirio no foi projetado pela CartaConstitucional para adotar decises polticas na esferainternacional, competindo esse mister ao Presidente daRepblica, eleito democraticamente e com legitimidade paradefender os interesses do Estado no exterior; aplicvel, in casu,a noo de capacidades institucionais, cunhada por CassSunstein e Adrian Vermeule (Interpretation and Institutions. UChicago Law & Economics, Olin Working Paper, N 156, 2002;U Chicago Public Law Research Paper n 28). 24. assente na jurisprudncia da Corte que a efetivao, pelo governo, daentrega do extraditando, autorizada pelo Supremo TribunalFederal, depende do Direito Internacional Convencional

    (Extradio n 272. Relator(a): Min. VICTOR NUNES, TribunalPleno, julgado em 07/06/1967). 25. O Supremo TribunalFederal, na Extradio n 1.085, consagrou que o ato deextradio ato vinculado aos termos do Tratado, sendo que aexegese da vinculao deve ser compreendida de acordo com ateoria dos graus de vinculao juridicidade. 26. O ps-positivismo jurdico, conforme argutamente aponta GustavoBinenbojm, no mais permite falar, tecnicamente, numaautntica dicotomia entre atos vinculados e discricionrios, mas,isto sim, em diferentes graus de vinculao dos atosadministrativos juridicidade (Uma Teoria do DireitoAdministrativo. 2 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008. p. 208).27. O ato poltico-administrativo de extradio vinculado aconceitos jurdicos indeterminados, em especial, in casu, aclusula do artigo III, 1, f, do Tratado, permissiva da no entrega

    do extraditando. 28. A Cooperao Internacional em matriaPenal limitada pela regra do non-refoulement (art. 33 daConveno de Genebra de 1951), segundo a qual vedada aentrega do solicitante de refgio a um Estado quando houverameaa de leso aos direitos fundamentais do indivduo. 29. Oprovimento jurisdicional que pretende a Repblica Italiana vedado pela Constituio, seja porque seu art. 4, I e V,estabelece que a Repblica Federativa do Brasil rege-se, nassuas relaes internacionais, pelos princpios da independncianacional e da igualdade entre os Estados, seja pelo fato de, nosupracitado art. 84, VII, conferir apenas ao Presidente daRepblica a funo de manter relaes com Estadosestrangeiros. 30. Reclamao no conhecida, mantendo-se adeciso da Presidncia da Repblica. Petio Avulsa provida

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    9/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 9

    Estudando para Analista

    Judicirio? Aumente suas

    chances com

    GEAJUDirecionado aos concursos

    do TRF, TRT e TRE

    Saiba mais em

    www.geaju.com.br

    para que se proceda imediata liberao do extraditando, sepor al no estiver preso (i-643).

    PENAL E PROCESSO PENAL

    01. Inqurito e lavagem de capitais: Por vislumbrar prova damaterialidade e indcios suficientes de autoria, o Plenrio, emvotao majoritria, recebeu, em parte, denncia oferecida peloMinistrio Pblico Federal contra deputado federal e outras 8pessoas acusadas da suposta prtica dos delitos de lavagem dedinheiro (Lei 9.613/98, art. 1, V e 1, II e 4) e de formaode quadrilha ou bando (CP, art. 288), rejeitando-a, no queconcerne a este ltimo delito, somente quanto ao parlamentar esua mulher. No caso, a pea acusatria narrara o envolvimento

    de 11 pessoas o parlamentar, sua esposa, seus 4 filhos, norae genro, casal de doleiros e consultor financeiro naturalizadosuo em pretensa ocultao e dissimulao da origem, danatureza e da propriedade de valores provenientes de delitos decorrupo passiva, alegadamente cometidos peloparlamentar e seu filho, em virtude da condio deagente poltico do primeiro, prefeito poca dosfatos. Descrevera a inicial que, para aocultao desses recursos financeiros, osdenunciados se utilizariam de diversascontas bancrias mantidas eminstituies financeiras localizadas naEuropa e nos Estados Unidos , cujos

    titulares seriam empresas e fundos deinvestimentos offshore, de propriedade dafamlia do parlamentar, o que caracterizariaorganizao criminosa voltada para a lavagemde capitais. Constaria, ainda, a referncia ao retornodesse numerrio ao Brasil por meio da compra de ttulosdenominados ADRs (American Depositary Receipts) dedeterminada empresa, pertencente famlia do deputadofederal, com o intuito de dissimular a origem dos valores. Adenncia fora inicialmente ofertada perante a justiafederal, sendo remetida ao Supremo ante a diplomao doacusado. Diante disso, a Procuradoria-Geral da Repblica, aoratificar a exordial, aditara-a para modificar perodo relativo ao

    5 conjunto de fatos nela descritos, bem como requerera odesmembramento do feito, de modo que a tramitao nestaCorte ocorresse apenas em relao ao detentor de prerrogativade foro. Na ocasio, o Colegiado mantivera deciso do Min.Ricardo Lewandowski, relator, que, por no entrever aparticipao direta do parlamentar nos conjuntos fticos denmeros 5 a 8, encaminhara origem os tpicosdesmembrados aqui includo o casal de doleiros. De incio,rejeitou-se a preliminar de inpcia de denncia genrica aofundamento de que, em se tratando de atuao coletiva deagentes, cujos crimes teriam sido praticados por meio dacolaborao de vrias pessoas fsicas e jurdicas, no seria

    razovel exigir-se, nesta fase processual, que o MinistrioPblico descrevesse de forma minuciosa os atos atribudos acada um dos denunciados, sob pena de adentrar-se em

    inextrincvel cipoal ftico. Alm disso, as condutas dos agentesestariam de tal modo interligadas, a permitir sua anlise sob ummesmo modus operandi. De igual modo, superou-se a alegaode que a exordial referir-se-ia a documentos que no constariamdos autos. Assinalou-se que o parquet posteriormente juntaranovos documentos e mdia eletrnica, oportunidade em que osacusados puderam se manifestar. Repeliu-se, tambm, aassertiva de que o delito de lavagem constituiria meroexaurimento do crime antecedente de corrupo passiva.Aduziu-se que a Lei 9.613/98 no excluiria a possibilidade deque o ilcito penal antecedente e a lavagem de capitaissubseqente tivessem a mesma autoria, sendo aqueleindependente em relao a esta. Rechaou-se a pretensa

    litispendncia ou o risco de dupla penalizao no que se referea outra ao penal em curso no STF contra o parlamentar e seufilho, pois os delitos seriam diversos. Ante a natureza

    permanente da lavagem de capitais, afastou-se oargumento de ofensa ao princpio vedatrio de

    retroao da lei penal em prejuzo do ru.Sustentava a defesa que a pea ministerial

    imputaria aos denunciados fatos ocorridosantes da entrada em vigor da Lei 9.613/98.Consignou-se que, embora astransferncias ilcitas de recursos para oexterior tivessem ocorrido antes de 4 demaro de 1998, enquanto os valores

    correspondentes no viessem a serlegalmente repatriados ou remanescessem

    ocultos no exterior, o crime de lavagem decapitais continuaria sendo perpetrado. Os

    Ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes fizeram areserva de no se comprometerem com a tese, vindo a

    apreci-la na ao penal. Nesse contexto, explicitou-se que omarco inicial da prescrio seria computado a partir do momentoem que descoberto o delito, ou seja, quando o que estivesseoculto viesse a lume. No ponto, o Presidente somou-se aoMinistro Dias Toffoli para ressalvar seu entendimento quanto aotema da prescrio. Em passo seguinte, considerou-se que os

    documentos oriundos da quebra de sigilo bancrio dosacusados, enviados por governos estrangeiros s autoridadesbrasileiras, seriam hbeis para embasar a denncia. Ademais, oPlenrio, ao julgar outra ao penal ajuizada contra oparlamentar, autorizara utilizao das provas em outrosprocessos. Mencionou-se que toda a documentao queinstrura os autos fora colhida de modo lcito, com observnciadas garantias constitucionais dos denunciados. Frisou-se noser indispensvel haver perfeita correspondncia entre osvalores tidos pela acusao como oriundos do crime decorrupo passiva e os movimentados, posteriormente, nascontas correntes mantidas no exterior pela famlia do deputadofederal. Refutou-se, ainda, a aluso de dependncia das regras

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    10/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 10

    descritas no 1 em relao ao caput e aos incisos do art. 1 daLei 9.613/98. Entendeu-se que essas seriam autnomas esubsidirias, de modo a no haver impedimento para que os

    acusados, em mesma ao penal, respondessem separada esubsidiariamente por aes enquadradas em cada um dospreceitos, desde que existente prova da materialidade e indciossuficientes de autoria. Ressaltou-se que para a caracterizaodo delito de lavagem de capitais bastaria o cometimento deatos que objetivassem a ocultao patrimonial, sendoirrelevante o local em que operada a camuflagem, dado queem jogo crime de natureza transnacional. No que se refereao consultor financeiro, enfatizou-se que, no obstante a cartarogatria expedida para a Sua com o objetivo de intim-lopara fins de apresentao de defesa preliminar no tivessesido formalmente cumprida, sua finalidade fora atingida, hajavista que ele constitura advogado para represent-lo neste

    inqurito, o qual tivera amplo acesso aos autos e demonstraraconhecimento inequvoco sobre os elementos componentes dosautos. Por fim, resolveu-se questo de ordem suscitada datribuna no sentido de que o 5 conjunto ftico retornasse aoSTF, uma vez que o mencionado aditamento, alm de alterar ointervalo em que supostamente perpetradas as condutas, teriaincludo nova imputao ao parlamentar. A defesa, durante o julgamento, informou que tramitariam perante a 1 instnciaduas aes penais, porquanto o juzo, ao receber o traslado,procedera separao entre os agentes brasileiros e oresidente suo. Argiu que o juzo acatara a inicial quanto aosnacionais e no se manifestara no que se refere ao estrangeiro.Por maioria, reputou-se que o Supremo deveria apreciar essegrupo de fatos apenas no tocante ao titular da prerrogativa deforo. O relator asseverou que no haveria prejuzo aoparlamentar, j que amplamente se manifestara em defesapreliminar apresentada antes do desmembramento equando da juntada de documentos adicionais. Explicou que,naquela oportunidade, conclura, com base em elementosprecrios de cognio, pela inexistncia de relao direta com oparlamentar. Agora, aps examinar o conjunto indicirio,considerou que o fatos estariam to imbricados que oaditamento deveria ser acolhido. Ademais, afirmou que essasacusaes estariam includas no 3 conjunto ftico. O Min.Cezar Peluso, Presidente, acrescentou que a anterior deciso

    da Corte, relativa ao desmembramento, no teria configuradoverdadeiro arquivamento. Vencidos os Ministros Dias Toffoli,Gilmar Mendes e Marco Aurlio, que no conheciam da questode ordem. Este aduzia no ser possvel rever o arquivamentoque favorecera o deputado sem que surgissem dados fticosnovos. Alm disso, tendo em conta o princpio da seguranajurdica, apontava que a deciso do Pleno no estaria submetida condio resolutiva. O primeiro, por sua vez, observava que oTribunal teria outrora acatado a separao do feito. No mrito, apartir de farta documentao probatria, a exemplo depareceres tcnicos, verificou-se a existncia de indciossubstanciais de que o delito de corrupo passiva, pressupostopara o recebimento da denncia por lavagem de dinheiro, teria

    ocorrido por intermdio de um sistema de desvios de verbaspagas pela prefeitura a construtoras. Aludiu-se a conjunto deempresas que, durante anos, teriam vendido servios fictos

    quela, mediante remunerao de 10%. Afirmou-se, tambmpor depoimentos testemunhais, que parte das propinas seriamremetidas ao exterior, com o auxlio de doleiros, para contas dafamlia do parlamentar, com movimentao deaproximadamente US$ 1 bilho. Assinalou-se que a meraocultao de capitais j poderia configurar, por si s, o crime delavagem. Entretanto, enalteceu-se o trabalho pericial realizadopelo Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, em queretratado o caminho percorrido pelo dinheiro retirado do pas.Destacou-se que a elementar subjetiva servidor pblicocomunicar-se-ia ao filho do parlamentar, no havendoimpedimento para que fosse processado por corrupo passivaem co-autoria. Registrou-se que no haveria como deixar de

    considerar que cada transferncia internacional representaria,em tese, ajuda pulverizao do capital ilcito, a caracterizar eloque daria continuidade ao processo de ocultao patrimonial.Aduziu-se que esse raciocnio alcanaria os demais acusadosque, de alguma forma, manipularam ou foram beneficiados comos recursos. Realaram-se que as indicaes, referncias,comparaes e concluses do laudo elaborado pelo MinistrioPblico estadual seriam confirmadas por outro trabalho pericialefetivado por tcnicos do Departamento de Recuperao deAtivos e Cooperao Jurdica Internacional, da SecretariaNacional de Justia, rgo vinculado ao Ministrio da Justia.Anotou-se que, em 11.5.2006, por intermdio de comunicaooficial desse ente, a acusao tomara cincia dos documentosoriundos de autoridade norte-americana. Razo pela qual, emface da permanncia do delito, no se cogitaria de prescrio.Para evitar a ocorrncia de bis in idem, julgou-se o pleitoministerial improcedente quanto imputao, em concursomaterial, de ocultao de recursos oriundos de crime praticadopor organizao criminosa (Lei 9.613/98, art. 1, VII e 4).Correr-se-ia o risco de punir os acusados, duas vezes, porcorrupo passiva, desta vez cometida por meio de organizaocriminosa. Por outro lado, recebeu-se a denncia quanto formao de quadrilha ou bando (CP, art. 288). Entretanto, noque concerne ao parlamentar e sua mulher, reconheceu-se aprescrio da pretenso punitiva, haja vista que ambos teriam

    mais de 70 anos de idade (CP, art. 115). Para o acolhimento dapretenso acusatria, levou-se em conta no s o fato de osdenunciados integrarem a mesma famlia, mas tambm,consoante demonstrado para fins de cognio sumria einaugural, a circunstncia de serem scios de vrias pessoas jurdicas offshore, suspeitas de envolvimento na lavagem decapitais; transferirem recursos entre essas sociedades; eempregarem mecanismos societrios complexos a dificultar aidentificao de seus dirigentes. Ademais, conformecomprovado, essa associao objetivaria a prtica de crimes.Advertiu-se inexistir empecilho para a exacerbao da pena,com base no 4 do art. 1 da Lei 9.613/98, na hiptese dedemonstrao de que os crimes de lavagem de capital teriam

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    11/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 11

    Prepare-se para o concurso

    os concursos da Advocacia-

    Geral da Unio com

    GEAGUResoluo de questes

    objetivas, peas, pareceres e

    dissertaes

    www.geagu.com.br

    sido perpetrados de modo habitual e reiterado. Vencido o Min.Marco Aurlio, que rejeitava a denncia. Salientava que asprticas delituosas teriam ocorrido em 1998 e, em

    conseqncia, pronunciava a prescrio da pretenso punitivaquanto ao parlamentar. Esclarecia que o crime de lavagem seoperaria com os atos e os fatos realizados, possuindo naturezainstantnea. Determinava, por conseguinte, a baixa dos autos justia de primeiro grau relativamente aos demais envolvidos(Inq 2471/SP / i-642).

    02. Crime de perigo abstrato e embriaguez ao volante: A 2Turma denegou habeas corpus em que se pretendia orestabelecimento de sentena absolutria de denunciado pelasuposta prtica do delito tipificado no art. 306 do CTB [Conduzirveculo automotor, na via pblica, estando com concentrao delcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis)decigramas, ou sob a influncia de qualquer outra substnciapsicoativa que determine dependncia]. O paciente alegava ainconstitucionalidade da referida norma ao criar crime de perigoabstrato, na medida em que a modalidade do delito seriacompatvel apenas com a presena de dano efetivo.Aludiu-se que, segundo a jurisprudncia doSTF, seria irrelevante indagar se ocomportamento do agente atingira, ou no,algum bem juridicamente tutelado.Consignou-se, ainda, legtima a opolegislativa por objetivar a proteo dasegurana da prpria coletividade (HC

    109269/MG / i-642).

    03. Princpio da insignificncia e rompimentode obstculo: A 2 Turma denegou habeascorpus em que requerida a aplicao do princpioda insignificncia em favor de condenado por crime defurto qualificado com rompimento de obstculo (CP: Art. 155- Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel: Pena -recluso, de um a quatro anos, e multa. ... 4 - A pena derecluso de dois a oito anos, e multa, se o crime cometido: I -com destruio ou rompimento de obstculo subtrao dacoisa). Na espcie, a defesa sustentava a atipicidade materialda conduta, haja vista que a res furtiva fora avaliada em R$

    220,00. Na linha da jurisprudncia firmada pela 2 Turma,ratificou-se a inviabilidade da incidncia do referidopostulado aos delitos contra o patrimnio praticadosmediante ruptura de barreira (HC 109609/MG / i-642).

    04.HC N. 101.892-PE / RELATOR: MIN. LUIZ FUX / EMENTA:PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMESCONTRA A ORDEM TRIBUTRIA (ART. 1, I, II, III, E IV, DALEI N. 8.137/90). DOSIMETRIA DA PENA. PROCESSOJUDICIAL DE DISCRICIONARIEDADE VINCULADA. ART. 59DO CP. CIRCUNSTNCIAS JUDICIAIS. CULPABILIDADE.VALORAO NEGATIVA. CORRUS. SITUAES DIFE-RENTES. ORDEM DENEGADA. 1. A aplicao da pena

    constitui processo judicial de discricionariedade juridicamentevinculada, cujo escopo a preveno e a reprovao dasinfraes penais, regulado pelo art. 59 do CP. 2. O magistrado,consoante previso expressa no art. 59 do CP, deve valorar as

    seguintes circunstncias judiciais: culpabilidade, antecedentes,conduta social, personalidade do agente, motivos ecircunstncias e consequncias do crime, bem como ocomportamento da vtima. 3. A culpabilidade, consoante adoutrina, refere-se ao grau de culpabilidade. (Capez,Fernando e Prado, Stela. Cdigo Penal comentado PortoAlegre: Ed. Verbo Jurdico, 2007, pg. 120). 4. No h nulidadena deciso que majora a pena-base considerando-se ascircunstncias judiciais desfavorveis (Cdigo Penal, art. 59),uma vez que a[a]s circunstncias e consequncias do crimepermitem mensurar o grau de culpabilidade da conduta (HC n.97.677, 1 Turma, Relatora a Ministra Crmen Lcia, DJ de17.12.09). 5. In casu, o quantum da pena fixada na sentenacondenatria resta devidamente fundamentada na valoraonegativa da culpabilidade do paciente, a qual difere dos demaiscorrus, condenados a um quantum inferior de pena. 6. que asentena assentou que: Diz a pea acusatria que, no dia 21de junho de 1991, o Fisco Estadual, atravs de seus auditoresfiscais, apreenderam o caminho de placa CT 3203/PA e sua

    carga, atravs dos autos de apreenso ns 194374 e194375, em virtude da constatao de

    irregularidades nas notas fiscais apresentadaspelo transportador, Sr. Francisco das Chagas

    Faustino, consistentes na diferena do pesoreal da carga (12.240 kg) e o aposto nasnotas fiscais (9.000 kg), alm de divergnciaentre o Estado de origem da mercadoriaconstante das referidas notas (Pernambuco)e o verdico (Tocantins), o que importou em

    supresso do ICMS devido. Aduz ainda aexordial que, a firma emitente das referidasnotas fiscais Eliezer Francisco Silva

    Marchante, foi criada de forma fraudulenta,tendo como administrador ficto o quarto

    denunciado, Joaquim Patrcio da Silva, querecebia ordens dos dois primeiros rus, verdadeiros

    responsveis pela firma. Narra a denncia tambm que,para que o ru Joaquim pudesse operar a firma, foi lavrado emcartrio Instrumento Pblico com assinatura falsa do Sr. EliezerFrancisco da Silva, outorgando-lhe plenos poderes deadministrao. 7. Deveras, essa Corte tem adotadoorientao pacfica segundo a qual no h nulidade nadeciso que majora a pena-base e fixa o regime inicial maisgravoso considerando-se as circunstncias judiciais

    desfavorveis, no servindo o habeas corpus comoinstrumento para realizar a ponderao, em concreto, dascircunstncias judiciais do art. 59 do Cdigo Penal (HC97134/PE, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJE 176, publicado em18/09/2009). 8. Ordem denegada (i-642).

    05. HC N. 98.209-GO / RELATOR: MIN. AYRES BRITTO /EMENTA: HABEAS CORPUS. AO CONSTITUCIONALIMPETRADA NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA HMAIS DE DOIS ANOS. EXCESSIVA DEMORA NOJULGAMENTO. DIREITO RAZOVEL DURAO DOPROCESSO. NATUREZA JURDICA DO HABEAS CORPUS, ADOT-LO DE PRIMAZIA SOBRE QUALQUER OUTRA AOJUDICIAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. O habeas corpus a via

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    12/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 12

    processual que tutela especificamente a liberdade delocomoo, bem jurdico mais fortemente protegido por umadada ao constitucional. 2. O direito razovel durao doprocesso no seno o de acesso eficaz ao Poder Judicirio.

    Direito a que corresponde o dever estatal de julgar. No habeascorpus, tal dever estatal de decidir se marca por um tnus depresteza mxima. 3. Assiste ao Supremo Tribunal Federaldeterminar aos Tribunais Superiores o julgamento de mritode habeas corpus, se entender irrazovel a demora norespectivo julgamento. Isto , sempre que o impetrante sedesincumbir do seu dever processual de pr-constituir aprova de que se encontra padecente de violncia oucoao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ouabuso de poder (inciso LXVIII do art. 5 da ConstituioFederal). 4. Ordem concedida para que a autoridadeimpetrada apresente o HC 116.168/GO, em mesa, at adcima Sesso da Turma em que oficia, subseqente comunicao da presente ordem (i-642).

    06. Fogueteiro e atipicidade da conduta: Em concluso de julgamento, a 1 Turma, por maioria, denegou habeas corpus,mas, concedeu a ordem, de ofcio, para determinar ao juzo daexecuo que proceda a nova dosimetria da pena, com base nareprimenda abstratamente cominada no art. 37 da Lei11.343/2006. Na situao dos autos, discutia-se oreconhecimento da superveniente atipicidade da conduta decondenado por associao para o trfico de drogas, em virtudede sua atuao como fogueteiro, por no ter o art. 33 da novelLei de Drogas repetido o tipo do art. 12, 2, III, da Lei 6.368/76 v. Informativo 637. Reputou-se que a conduta dofogueteiro no trfico enquadrar-se-ia como informante,

    que na sistemtica da lei anterior seria penalmenteresponsvel como co-autor ou partcipe do crime para oqual colaborava, ou seja, o trfico de entorpecentes.Asseverou-se que essa conduta fora reproduzida, no noart. 33 da Lei 11.343/2006, mas no seu art. 37 (Colaborar,como informante, com grupo, organizao ou associaodestinados prtica de qualquer dos crimes previstos nosarts. 33, caput e 1, e 34 desta Lei: Pena recluso, de 2 a 6anos, e pagamento de 300 a 700 dias-multa). Consignou-seque o inciso II do 2 do art. 12 da Lei 6.368/76 conteria aexpresso contribui de qualquer maneira, ao passo que o art.37 da Lei 11.343/2006 utiliza-se dos termos colaborar comoinformante, sendo certo que no haveria distino ontolgicaentre os termos nucleares contribuir e colaborar, a ensejar ainafastvel concluso de que essas condutas estariamtipificadas em ambas as leis. Destarte, reconhecida a duplatipicidade, seria imperioso que a dosimetria da pena fosse feitacom base no quantum cominado no preceito do art. 37 da Lei11.343/2006, lex mitior, que, por essa razo, deveria retroagir(CF, art. 5, XL), e no com fulcro na pena abstratamentecominada no art. 12 da Lei 6.368/76 (3 a 15 anos de recluso).Vencido o Min. Marco Aurlio, que concedia a ordem porconsiderar que o paciente no poderia ser processado comoinformante, mas como aquele que promove a difuso do usoindevido ou do trfico ilcito de substncia entorpecente, conduta

    no contida na nova Lei de Entorpecentes (HC 106155/RJ / i-643).

    07. Lei Maria da Penha e audincia de retratao: A 2 Turmadenegou habeas corpus em que condenado pela prtica dodelito de leso corporal qualificada por violncia domstica (CP,art. 129, 9) pretendia o trancamento de ao penal contra eleinstaurada. A impetrao alegava que a suposta vtima, esposado paciente, admitira, no decorrer do processo, ser aresponsvel pelas agresses por ter iniciado o entrevero e,ainda, que o art. 16 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha)dispunha que deveria haver audincia para renncia representao perante o juiz. No tocante primeira assertiva,reputou-se que a pretenso deveria ter sido apurada no decorrerdo processo de conhecimento, e no em sede de habeascorpus, conforme requerido. Em relao audincia deretratao da delao postulatria, aduziu-se que, comfulcro no dispositivo mencionado (Art. 16. Nas aes penaispblicas condicionadas representao da ofendida de quetrata esta Lei, s ser admitida a renncia representaoperante o juiz, em audincia especialmente designada com talfinalidade, antes do recebimento da denncia e ouvido oMinistrio Pblico), esta poderia ocorrer, em caso deviolncia contra a mulher, mas somente antes dorecebimento da denncia pelo Ministrio Pblico (HC109176/MG / i-643).

    08. HC e execuo de sentena estrangeira: A 1 Turmaconcedeu habeas corpus em favor de condenado por roubo,lavagem de dinheiro e associao criminosa, pela Justia daRepblica do Paraguai, para afastar o ato de constrio, semprejuzo de submisso do pleito ao STJ, na forma da legislaovigente. Na espcie, o Governo paraguaio formalizara pedidode extradio do nacional brasileiro e de seqestro de benssupostamente adquiridos por ele no Brasil com o dinheirooriundo do crime. A AGU, no entanto, cientificara ao Estadorequerente a impossibilidade de se conceder a extradio debrasileiro nato e props medida cautelar objetivando oatendimento do segundo pedido, o qual fora deferido por juizfederal com fulcro no art. 2, f, c/c o art. 22 do Protocolo deAssistncia Mtua em Assuntos Penais (Acordo de Cooperao

    Internacional). Dessa deciso, o paciente propuseraReclamao no STJ sob a alegao de o juiz federal serabsolutamente incompetente para o deferimento das dilignciasrequeridas. Reputou-se tratar de ato de constrio patrimonialdo paciente seqestro seguido de expropriao , a serimplementado no Estado brasileiro. Enfatizou que, nos termosdo art. 105, I, i, da CF, a competncia para homologao desentena dvena e concesso de exequatur a cartas rogatrias do STJ. Ressaltou-se que, aos juzes federais, caberia apenasa execuo desses instrumentos jurdicos, como previsto no art.109, X da CF. Ademais, protocolo de assistncia mtua emassuntos penais no se sobreporia aos ditames constitucionais.

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    13/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 13

    Estudando para a

    Magistratura Federal?

    Conhea o

    GEMAFResoluo de questes

    objetivas, subjetivas esentenas inditas

    www.gemaf.com.br

    Destacou-se, ainda, que o prprio protocolo, em seu art. 7revelaria que a cooperao dar-se-ia segundo as normasexistentes no pas requerido. Esse entendimento seria

    robustecido pelo fato de a lei maior jungir a execuo de atos noterritrio brasileiro decorrentes de pronunciamento de rgo ouautoridade judicial estrangeira ao crivo do STJ. Por fim,assinalou-se que a existncia de acordo de cooperao entre ospases no dispensaria formalidade essencial valia do ato,incumbindo ao STJ verificar a observncia dos requisitosprevistos no art. 15 da Lei de Introduo s Normas do DireitoBrasileiro. O Min. Luiz Fux apontou para o uso indevido dowrit em hiptese na qual no esteja em jogo a liberdade deir e vir. Porm, assinalou que, no caso em tela, caberia umbalanceamento dos interesses: de um lado, a questoformal, que seria o descabimento desse remdio emsituaes a envolver patrimnio e, de outro, o abalo acerca

    da soberania nacional. No sopesamento de valores,prevaleceria este ltimo (HC 105905/MS / i-644).

    09. REPERCUSSO GERAL EM RE N. 640.139-DF /RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI / EMENTA:CONSTITUCIONAL. PENAL. CRIME DE FALSAIDENTIDADE. ARTIGO 307 DO CDIGOPENAL. ATRIBUIO DE FALSAINDENTIDADE PERANTE AUTORIDADEPOLICIAL. ALEGAO DE AUTODEFESA.ARTIGO 5, INCISO LXIII, DACONSTITUIO. MATRIA COMREPERCUSSO GERAL. CONFIRMAODA JURISPRUDNCIA DA CORTE NO

    SENTIDO DA IMPOSSIBILIDADE.TIPICIDADE DA CONDUTA CONFIGURADA.O princpio constitucional da autodefesa(art. 5, inciso LXIII, da CF/88) no alcanaaquele que atribui falsa identidade peranteautoridade policial com o intento de ocultar mausantecedentes, sendo, portanto, tpica a condutapraticada pelo agente (art. 307 do CP). O tema possuidensidade constitucional e extrapola os limites subjetivos daspartes (i-644).

    10.HC N. 107.801-SP / RED. P/ O ACRDO: MIN. LUIZ FUX /EMENTA: PENAL. HABEAS CORPUS. TRIBUNAL DO JRI.PRONNCIA POR HOMICDIO QUALIFICADO A TTULO DEDOLO EVENTUAL. DESCLASSIFICAO PARA HOMICDIO

    CULPOSO NA DIREO DE VECULO AUTOMOTOR.EMBRIAGUEZ ALCOLICA. ACTIO LIBERA IN CAUSA.AUSNCIA DE COMPROVAO DO ELEMENTO VOLITIVO.REVALORAO DOS FATOS QUE NO SE CONFUNDE COMREVOLVIMENTO DO CONJUNTO FTICO-PROBATRIO.ORDEM CONCEDIDA. 1. A classificao do delito comodoloso, implicando pena sobremodo onerosa e influindo naliberdade de ir e vir, merc de alterar o procedimento dapersecuo penal em leso clusula do due process oflaw, reformvel pela via do habeas corpus. 2. O homicdiona forma culposa na direo de veculo automotor (art. 302,caput, do CTB) prevalece se a capitulao atribuda ao fatocomo homicdio doloso decorre de mera presuno ante aembriaguez alcolica eventual. 3. A embriaguez alcolica que

    conduz responsabilizao a ttulo doloso apenas apreordenada, comprovando-se que o agente se embebedoupara praticar o ilcito ou assumir o risco de produzi-lo. 4. Incasu, do exame da descrio dos fatos empregada nas razes

    de decidir da sentena e do acrdo do TJ/SP, no restoudemonstrado que o paciente tenha ingerido bebidas alcolicasno af de produzir o resultado morte. 5. A doutrina clssicarevela a virtude da sua justeza ao asseverar que O anteprojetoHungria e os modelos em que se inspirava resolviam muitomelhor o assunto. O art. 31 e 1 e 2 estabeleciam: Aembriaguez pelo lcool ou substncia de efeitos anlogos, aindaquando completa, no exclui a responsabilidade, salvo quandofortuita ou involuntria. 1. Se a embriaguez foiintencionalmente procurada para a prtica do crime, o agente punvel a ttulo de dolo; 2. Se, embora no preordenada, aembriaguez voluntria e completa e o agente previu e podiaprever que, em tal estado, poderia vir a cometer crime, a pena aplicvel a ttulo de culpa, se a este ttulo punvel o fato.(Guilherme Souza Nucci, Cdigo Penal Comentado, 5. ed. rev.atual. e ampl. - So Paulo: RT, 2005, p. 243). 6. A revalorao jurdica dos fatos postos nas instncias inferiores no seconfunde com o revolvimento do conjunto ftico-probatrio.

    Precedentes: HC 96.820/SP, rel. Min. Luiz Fux, j.28/6/2011; RE 99.590, Rel. Min. Alfredo Buzaid, DJ

    de 6/4/1984; RE 122.011, relator o MinistroMoreira Alves, DJ de 17/8/1990. 7. A Lei n

    11.275/06 no se aplica ao caso em exame,porquanto no se revela lex mitior, mas, aorevs, previu causa de aumento de penapara o crime sub judice e em tese praticado,configurado como homicdio culposo nadireo de veculo automotor (art. 302,caput, do CTB). 8. Concesso da ordem

    para desclassificar a conduta imputada aopaciente para homicdio culposo na direode veculo automotor (art. 302, caput, do CTB),

    determinando a remessa dos autos VaraCriminal da Comarca de Guariba/SP (i-644).

    11.Racha e dolo eventual: A 1 Turma, por maioria, denegouhabeas corpus em que alegado constrangimento ilegaldecorrente de: a) falta de fundamentao da sentena depronncia, porquanto genrica; b) substituio indevida derelatores na ocasio do segundo julgamento de recurso emsentido estrito, uma vez que a mesma desembargadora queanteriormente proferira voto prevalecente pelo provimento do

    apelo mudara sua convico; c) excesso de linguagem noacrdo confirmatrio da deciso que pronunciara o ru; e d)contradio neste decisum, haja vista que o conselho desentena entendera que o co-ru no participara da disputadolosamente, mas culposamente. No mrito, a defesasustentava que a conduta objeto da denncia no caracterizariadolo eventual, mas culpa consciente, pelo que pugnava pelodeferimento da ordem, a fim de que fosse determinada acompetncia do juzo singular, e no do tribunal do jri, para julgar o paciente. De incio, assinalou-se que o juzopronunciante teria cumprido seu dever de fundamentao, demodo a no incidir em excesso de linguagem, tendo em vistaque ele apenas teria demonstrado seu convencimento acerca da

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    14/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 14

    materialidade do crime e dos indcios de autoria. Outrossim,ressaltou-se que a fundamentao do voto condutor do acrdoque confirmara a pronncia tambm teria observado os limites

    inerentes espcie de provimento jurisdicional, ao assentar acomprovao da materialidade do fato e dos indcios suficientesde autoria, consoante a norma vigente poca (CPP, art. 408:Se o juiz se convencer da existncia do crime e de indcios deque o ru seja o seu autor, pronunci-lo-, dando os motivos doseu convencimento). Ademais, consignou-se que nadaimpediria que o mesmo magistrado, ao participar de novaapreciao de recurso, revelasse convencimento diverso, desdeque devidamente motivado. No ponto, asseverou-se que,verificada a anulao do primeiro julgamento, este nocondicionaria a manifestao do rgo julgador no segundo.Quanto ao mrito, distinguiu-se o caso dos autos daqueleversado no HC 107801/SP (DJe de 13.10.2011), que cuidara de

    homicdio na direo de veculo automotor cometido por agentesob o efeito de bebidas alcolicas. Rememorou-se que oColegiado limitara a aplicao da teoria da actio libera in causaaos casos de embriaguez preordenada. Sublinhou-se,entretanto, que no se deveria generalizar a compreenso deque qualquer homicdio praticado na direo de veculoautomotor seria culposo, desde que tratasse de embriaguezpreordenada. Elucidou-se que a diferena entre doloeventual e culpa consciente encontrar-se-ia no elementovolitivo do tipo penal. Todavia, ante a impossibilidade de seadentrar a psique do agente, essa anlise exigiria aobservao de todas as circunstncias objetivas do casoconcreto. Nesse sentido, dessumiu-se, da descrio dosfatos realizada pelas instncias ordinrias, que o ru, aolanar-se em prtica de altssima periculosidade em viapblica e mediante alta velocidade, teria consentido comque o resultado se produzisse, de sorte a incidir em doloeventual (CP, art. 18, I: Diz-se o crime: I - doloso, quando oagente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo). Noponto, assentou-se que o Supremo firmara jurisprudncia nosentido de que o homicdio cometido na direo de veculoautomotor em virtude de pega seria doloso. Desta feita,aludiu-se que a prtica de competies automobilsticas emvias pblicas seria crime autnomo, doloso e de perigoconcreto (CTB, art. 308: Participar, na direo de veculo

    automotor, em via pblica, de corrida, disputa ou competioautomobilstica no autorizada pela autoridade competente,desde que resulte dano potencial incolumidade pblica ouprivada). Enfatizou-se que este tipo penal, se resultar em lesocorporal ou homicdio, progrediria para os delitos dispostos nosartigos 129 ou 121 do CP, em sua forma dolosa, visto que seriacontra-senso transmud-lo para a modalidade culposa em razodo advento de resultado mais grave. Assim, reconheceu-sepresente o elemento volitivo do dolo eventual. Por fim, explicou-se tanto haver hiptese de racha entre dois condutores,assim como de apenas um motorista, que poderia perseguiroutro veculo, o que denotaria um nico imputvel para aprtica (HC 101698/RJ / i-645).

    12.Crimes contra a ordem tributria e quadrilha: Em concluso,por maioria, a 1 Turma concedeu habeas corpus para

    determinar o trancamento de ao penal quanto imputaoaos pacientes da suposta prtica do delito de formao dequadrilha (CP, art. 288) para consecuo de crimes contra aordem tributria v. Informativo 568. Prevaleceu o voto do Min.Marco Aurlio. Considerou que os indcios apontados para sechegar pretenso punitiva quanto ao crime de quadrilha noseriam idneos. Afirmou ver com reserva denncias quecontivessem convergncia de imputao de crime fiscal e decrime de quadrilha, na medida em que no poderia imaginar quealgum constituiria uma sociedade simplesmente para sonegar,mormente pessoas que possussem ficha ilibada. Mencionouque no se poderia partir do pressuposto de que seformalizaria uma pessoa jurdica para a prtica de crimes.Assim, no se presumiria por essa criao o doloespecfico do delito de formao de quadrilha. Destacousua preocupao com a prtica do parquet de denunciarpelo crime de sonegao e, a partir da reunio de pessoasnum corpo societrio, lanar, tambm, a imputao porformao de quadrilha. Ressaltou, no ponto, que a inicialacusatria teria de reunir dados e indcios para se chegar a essaconcluso. A Min. Crmen Lcia, ao acrescentar que, de fato, adescrio dos comportamentos dos pacientes no tornariafactveis ou bvios os indcios mnimos de autoria ematerialidade delitivas para a prtica do crime em questo.Vencido o Min. Ayres Britto, relator, que denegava a ordem.

    Assinalava que, conquanto entendesse correta a tese de que ocrime de formao de quadrilha no se configuraria comodecorrncia pura e simples do fato de scios gerenciarem umapessoa jurdica envolvida em crimes tributrios, no seria o casode aplic-la ao caso. Destacava que poderia haver a associaode pessoas para praticar atos empresariais lcitos e,paralelamente, cometer crimes contra a ordem tributria.Observava ser este o ncleo da denncia, cumprindo examinar,ao longo da instruo criminal, se os indcios se confirmariamcom mais nitidez (HC 92499/SP / i-645).

    13. HC N. 108.175-SP / RELATORA: MIN. CRMEN LCIA /EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL.IMPUTAO DO DELITO DE ESTELIONATO. ALEGAO DEDEFICINCIA DE FUNDAMENTAO DO ATO ORA TIDOCOMO COATOR, EM SUPOSTA CONTRARIEDADE AO ART.93, INC. IX, DA CONSTITUIO DA REPBLICA, EPRETENSO DE INCLUSO DE TERCEIRO NO POLOPASSIVO DA AO PENAL EM RAZO DO QUE DECIDIDONO JUZO CVEL, QUE VINCULARIA O JUZO CRIMINAL.IMPROCEDNCIA. 1. Quanto alegao de contrariedade aoart. 93, inc. IX, da Constituio da Repblica, tem-se que,embora em sentido contrrio pretenso do oraPaciente/Impetrante, a deciso objeto da presente impetraoapresentou suficiente fundamentao. 2. Com relao pretenso do ora Paciente/Impetrante de incluso de terceiro nopolo passivo da ao penal, o que decidido nas instnciasantecedentes est em harmonia com a jurisprudncia deste

  • 8/2/2019 Informativo EBEJI 30 Novembro 2011pdf

    15/21

    http://grupos.ebeji.com.br Informativo de Jurisprudncia N 30 Novembro/2011

    Este informativo uma cortesia da Escola Brasileira de Ensino Jurdico na Internet - EBEJI. 15

    Preparao exclusiva para

    Defensor Pblico Federal:

    GEDPUGrupo de Estudos para o

    Concurso da Defensoria

    Pblica da Unio

    www.gedpu.com.br

    Supremo Tribunal no sentido da independncia das instnciascvel e penal. 3. Como tambm assentado nas instnciasantecedentes, no cabvel habeas corpus contraautoridade judiciria no intuito de incluso de terceiro no

    polo passivo de ao penal, pois compete ao MinistrioPblico, na condio de dominus litis, formar a opiniodelicti e decidir quem denunciar em caso de ao penalpblica. Constrangimento ilegal no caracterizado. 4. Notcia deque foi proferida sentena condenatria do Paciente/Impetrante,motivo pelo qual no possvel o aditamento da denncia peloMinistrio Pblico.5. Ordem denegada (i-645).

    PREVIDENCIRIO

    01. RE N. 584.388-SC / RELATOR: MIN. RICARDOLEWANDOWSKI / EMENTA: CONSTITUCIONAL. SERVIDOR

    PBLICO APOSENTADO. REINGRESSO NO SERVIOPBLICO ANTES DA EDIO DA EC 20/98 E FALECIMENTOPOSTERIOR EMENDA. DUPLA ACUMULAO DEPENSES POR MORTE. IMPOSSIBILIDADE.PRECEDENTES. RECURSO IMPROVIDO. I - ACarta de 1988 veda a percepo simultnea deproventos de aposentadoria com remuneraode cargo, emprego ou funo pblica,ressalvadas hipteses - inocorrentes naespcie - de cargos acumulveis na formada Constituio, cargos eletivos e cargos emcomisso (art. 37, 10, da Constituio). II -Mesmo antes da EC 20/1998, a acumulaode proventos e vencimentos somente eraadmitida quando se tratasse de cargos,

    funes ou empregos acumulveis naatividade, na forma permitida pela CF. III - Como advento da EC 20/98, que preservou a situaodaqueles servidores que retornaram ao serviopblico antes da sua promulgao, proibiu, em seu art.11, a percepo de mais de uma aposentadoria pelo regimede previdncia a que se refere o art. 40 da Constituio. IV - Seera proibida a percepo de dupla aposentadoria estatutriano possvel cogitar-se de direito segunda penso, umavez que o art. 40, 7, da Constituio subordinava talbenefcio ao valor dos proventos a que o servidor faria jus.V Recurso extraordinrio conhecido e improvido (i-642).

    02. REPERCUSSO GERAL EM AI N. 831.223-MG /RELATOR: MINISTRO PRESIDENTE / RECURSO. Agravo de

    instrumento convertido em Extraordinrio. Proventos e penses.Contribuio. Assistncia sade. Servidores Pblicos.Interregno das EC n 20/98 e n 41/03. Repercusso geralreconhecida. Precedentes. Reafirmao da jurisprudncia.Recurso improvido. incompatvel com a Constituionorma que institui contribuio sade incidente sobre ovalor de proventos e penses de servidores pblicos, nointerregno das Emendas Constitucionais n. 20/98 e n. 41/03(i-643).

    03. EC 41/2003: teto remuneratrio e vantagens pessoais: Asvantagens pessoais percebidas antes da entrada em vigorda EC 41/2003 no se computam para fins de clculo do teto

    constitucional. Com esse entendimento, a 2 Turma, pormaioria, concedeu a ordem em mandado de seguranaimpetrado por procurador da repblica aposentado, para

    reconhecer o direito do impetrante de a partir da data daimpetrao continuar a receber, sem reduo, o montantebruto que percebia anteriormente EC 41/2003, at a sua totalabsoro pelas novas formas de composio de seusproventos. O Min. Gilmar Mendes, relator, destacou que amatria fora objeto de deciso pelo Plenrio desta Corte. (MS27565/DF / i-645).

    04.AG. REG. NO AI N. 452.425-PR / RELATOR: MIN. MARCOAURLIO / APOSENTADORIA DISPONIBILIDADE TEMPODE SERVIO CONTAGEM RECPROCA ATIVIDADEPRIVADA. O Supremo, no julgamento do RecursoExtraordinrio n 162.620-8/SP, concluiu ser inconstitucionalcondicionar-se, por meio de lei local, a concesso de

    aposentadoria a um nmero mnimo de contribuies aosistema previdencirio do Estado (i-645).

    TRIBUTRIO

    01. AG. REG. NO RE N. 535.135-SC /RELATOR: MIN. AYRES BRITTO /EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EMRECURSO EXTRAORDINRIO.PARTICIPAO DOS MUNICPIOS NOPRODUTO DA ARRECADAO DO ICMS.

    RETENO. INCONSTITUCIONALIDADE. 1.

    O Plenrio do Supremo Tribunal Federal, aoapreciar o RE 572.762, da relatoria do ministro

    Ric