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Page 1: Informativo CAT 2.201101 - pgfn.fazenda.gov.br CAT 2... · não-pagamento resultar exclusivamente do ... administradores para a inscrição no CNPJ, ... operar no país: constituir-se

COORDENAÇÃO-GERAL DE ASSUNTOS TRIBUTÁRIOS Telefone: (61) 2025.4802 / Fax: (61) 2025.4923

Supervisão: Ronaldo Affonso Nunes Lopes Baptista Organização: Maria Cândida Monteiro de Almeida

Janeiro de 2011 – Edição nº 2

À CAT compete coordenar o exame e a apreciação das matérias jurídicas pertinentes a assuntos tributários, aduaneiros e à dívida ativa no âmbito da PGFN. Dentre os assuntos analisados, destacam-se: ENTIDADES BENEFICENTES 1 CONTRIBUIÇÃO DO PRODUTOR RURAL 2 COBRANÇA DO FGTS 3 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 3 “DE LEGE FERENDA” 3

Entidades beneficentes ►É possível seja feito o lançamento para prevenir a decadência das contribuições devidas à seguridade social pelas entidades beneficentes de assistência social ameaçadas pela perda do CEBAS (Lei 8.212, de 1991) ou da certificação (Lei 12.101, de 2009) ante a instauração de procedimento administrativo para cancelamento dos certificados? O Parecer PGFN/CAT/Nº 2835/2010 considerou quanto à perda da imunidade (direito ao não-pagamento) prevista no § 7º do art. 195 da CF: a) a perda do direito ao não-pagamento das contribuições de seguridade social pelas entidades beneficentes de assistência social pode ser gerada pelo cancelamento do CEBAS/certificação e/ou pela verificação do descumprimento dos requisitos previstos nos incisos I, III, IV e V do art. 55 da Lei 8.212, de 1991, hoje substituídos pelos requisitos do art. 29 da Lei 12.101, de 2009; b) na hipótese de a perda do direito ao não-pagamento decorrer do descumprimento dos requisitos postos no art. 29 da Lei 12.101, de 2009 (antes incisos I, III, IV e V do art. 55 da

Lei 8.212, de 1991) é cabível o imediato lançamento, nos termos do art. 173 do CTN; c) na hipótese de a perda do direito ao não-pagamento resultar exclusivamente do cancelamento do CEBAS ou da certificação, a Administração Fazendária deve aguardar a declaração desse cancelamento pela Administração materialmente competente para tanto e assim eleita em razão de sua capacidade técnica; d) o período que a Administração (CNAS; MPS; MEC; MS; MDS) utiliza para decidir a respeito do cancelamento da certificação qualifica-se como omissão ou demora do próprio titular do direito de crédito e, portanto, não se configura como suspensão fática da decadência; e) o lançamento para prevenir a decadência previsto no art. 63 da Lei 9.430, de 1993, somente se aplica se houver decisão judicial que o determine ou, em uma interpretação extensiva, na hipótese de uma suspensão fática do prazo decadencial, entendida como o obstáculo oposto pelo próprio contribuinte ou por elemento alheio à esfera de responsabilidade do Estado-Administração. ►As entidades beneficentes de assistência social estão isentas das contribuições sociais destinadas a entidades privadas ou a fundos, chamadas de contribuições devidas a terceiros? O Parecer PGFN/CAT/Nº 2435/2010 esclareceu, inicialmente, que as contribuições destinadas a terceiros são espécie do gênero contribuições sociais gerais e que, portanto, não se confundem com as contribuições da seguridade social. Ressaltou, ademais, que a isenção do art. 55 da Lei 8.212, de 1991, e hoje do art. 29 da Lei 12.101, de 2009, atêm-se às

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contribuições de seguridade social, precisamente, aquelas previstas nos arts. 22 e 23 da Lei 8.212, de 1991, que correspondem às contribuições previdenciárias do empregador, Cofins e CSLL. Concluiu, dessa feita, que o art. 195, §7º, da CF não livra tais entidades da incidência das contribuições sociais destinadas a terceiros, simplesmente porque nenhuma delas ostenta natureza de contribuição de seguridade social. A isenção às contribuições devidas a terceiros, portanto, não consta dos mencionados dispositivos. É o art. 3º, §5º, da Lei 11.457, de 2007, que dispõe que as contribuições devidas a terceiros não são devidas pelas entidades beneficentes isentas na forma do art. 55 da Lei 8.212, hoje art. 29 da Lei 12.101. O Parecer, então, passou a investigar se a isenção da Lei 11.457 constituía mera interpretação de Lei ou uma novidade no ordenamento jurídico pátrio. Averiguou, para tanto, se as entidades beneficentes pertenciam ao rol de sujeitos passivos das contribuições destinadas a terceiros e a fundos. Considerou que a jurisprudência do STJ indica dois critérios para a determinação dos sujeitos passivos da maioria dessas exações (Sesi, Sesc, Senai, Senac, Sebrae, Apex-Brasil, ABDT, Sest, Senat): (i) existir sob a forma de “estabelecimento” ou de “empresa”; e (ii) exercer atividade elencada na lista acoplada ao art. 577 da CLT. Verificou que tais entidades não são enquadráveis no conceito de “empresa e “estabelecimento” e que, por conseguinte, não se subsumem à sujeição passiva das Contribuições destinadas ao Sesi, Sesc, Senai, Senac, Sebrae, Sest, Senat, Apex-Brasil, ABDT e ao Incra. Em conseqüência, concluiu que a norma veiculada pelo art. 3º, §5º, da Lei 11.457, de 2007, tem mero caráter interpretativo do campo de incidência dessas exações. Quanto ao Salário-Educação, considerou que as entidades beneficentes foram excluídas de sua sujeição passiva por norma “isentiva”. O Parecer, pois, concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não estão

obrigadas ao pagamento das contribuições devidas a terceiros.

Contribuição do produtor rural ►O Parecer PGFN/CAT/Nº 2446/2010 sintetizou a tributação previdenciária na área rural nos seguintes termos: a) O termo “produtor rural” se refere ao segurado especial, ao produtor rural pessoa física e ao produtor rural pessoa jurídica; a par do que genericamente se chama de produtor rural, há a tributação específica da agroindústria; b) Resumidamente assim funciona a chamada cota patronal no meio rural. A contribuição do produtor rural pessoa física, na condição de equiparado à empresa é de 2% da receita bruta da comercialização de sua produção, mais 0,1% para o financiamento das prestações por acidente de trabalho. O produtor rural pessoa jurídica recolhe sobre a receita bruta proveniente de comercialização de sua produção à alíquota de 2,5%, mais 0,1% para o financiamento da complementação das prestações por acidente do trabalho. Já as agroindústrias contribuem à alíquota de 2,5% sobre o valor da receita bruta, mais 0,1% para o SAT. c) Sobre o resultado da comercialização incide ainda a Contribuição para o Senar. O produtor rural pessoa física recolhe à alíquota de 0,2% sobre a receita bruta da comercialização; o produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria, por seu turno, devem recolher à 0,25% sobre a mesma base para o SENAR. d) Ao contrário do produtor rural pessoa física, a empresa rural e a agroindústria são sempre responsáveis pelo recolhimento de suas contribuições sobre a comercialização da produção. Porém, para que o produtor rural pessoa jurídica contribua de forma substitutiva, deve ter como objetivo apenas a produção rural. Se desenvolver qualquer outra

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atividade paralela à rural, quer seja comercial, industrial ou de serviços, deverá contribuir com base na folha de salários de empregados e avulsos.

Cobrança do FGTS ►É possível a lavratura de uma única NFLD com abrangência dos débitos de FGTS de matriz e filiais localizadas em unidades distintas da Federação? O Parecer PGFN/CAT/Nº 2487/2010, após dissecar as normas expedidas pelo Ministério do Trabalho acerca do levantamento de forma centralizada, concluiu que tal procedimento confere celeridade ao processo de fiscalização e está de acordo com o princípio da ampla defesa e do contraditório e com as regras gerais do processo administrativo.

Obrigações acessórias ►Há alguma ilegalidade no § 5º do art. 8º da Instrução Normativa 1005, de 2010, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, que dispensa as empresas estrangeiras da apresentação do quadro de sócios e administradores para a inscrição no CNPJ, muito embora o quadro de sócios e administradores (QSA) seja exigido das demais pessoas jurídicas? A teor do Parecer PGFN/CAT/Nº 2376/2010, a empresa estrangeira tem dois caminhos para operar no país: constituir-se no Brasil ou obter autorização de funcionamento. Apenas o primeiro caminho exigiria, por lei, a apresentação de quadro de sócios. Entendeu que não havia lei em sentido estrito que sustentasse a apresentação de QSA para a empresa estrangeira funcionar no país. Porém, com o advento do Código Civil de 2002, restou expressamente determinado que a sociedade

estrangeira é obrigada a apresentar relação dos membros de seus órgãos administrativos, como condição para seu funcionamento no país (art. 1.134, § 1º, III). Concluiu, desse modo, haver amparo legal para a exigência de apresentação de quadro de administradores de empresa domiciliada no exterior, por meio de ato normativo infralegal, e sugeriu à RFB a alteração da referida IN nesse sentido. Ressaltou, no entanto, que a adoção dessa medida dependerá de avaliação de sua conveniência pela Administração. Salientou, ademais, que, quanto à exigência de quadro de sócios, uma Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nesse sentido certamente seria acusada de ilegal pelo Judiciário, dada a ausência de autorização legal expressa para tanto.

“De lege ferenda” A PGFN, por meio da CAT, tem tido importante papel no aperfeiçoamento da legislação tributária federal. Merecem destaque dentre as propostas examinadas: ►A minuta do novo Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil foi um dos normativos submetidos à apreciação desta Coordenação-Geral. Cf. Parecer PGFN/CAT/Nº 2535/2010. ►A CAT, por meio do Parecer PGFN/CAT/Nº 2579/2010, examinou minuta de medida provisória, que tem por objetivo exigir que pessoas físicas ou jurídicas informem aos órgãos de proteção comercial as suas operações de importação e exportação – medida que seria indispensável para os órgãos de fiscalização da defesa comercial. ►Projeto de lei visa à alteração dos incisos do art. 12 da Lei 8.218, de 1991, “para eliminar o caráter confiscatório de penalidades aplicáveis

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aos contribuintes pela inobservância do cumprimento de obrigações acessórias tributárias”. O Parecer PGFN/CAT/Nº 2550/2010 entendeu que deve prevalecer a presunção de constitucionalidades da referida norma e que, de qualquer forma, não se verifica o mencionado caráter confiscatório na imposição das multas previstas em caso da não-observância das obrigações decorrentes da utilização de sistemas de processamento eletrônico de dados pelas pessoas jurídicas. ►O Parecer PGFN/CAT/Nº 2376/2010 examinou projeto de lei complementar que pretende criar o Fundo Nacional de Economia Solidária, bem como contribuição de 1% incidente sobre o lucro líquido das empresas públicas federais. ►Minuta de Decreto que regulamenta o Regime Especial para a Indústria Aeronáutica Brasileira foi analisada pelo Parecer PGFN/CAT/Nº 2411/2010. ►O Parecer PGFN/CAT/Nº 2384/2010, atinente à proposta de liquidação do Fundo de Investimentos Setoriais, analisou se teria havido o restabelecimento indevido de incentivos fiscais já revogados, dada a profusão de normas que regem a matéria. ►O Parecer PGFN/CAT/Nº 2452/2010 manifestou-se acerca do projeto de lei de conversão da Medida Provisória nº 501, de 2010, que prevê, dentre outras medidas, a amortização de parcelamento e liquidação de débitos com precatórios, a redução a zero de alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS para aquisição de gás por termoelétrica e benefícios fiscais para o bagaço da cana e o biodiesel. ►Projeto de lei que tem o escopo de ampliar o conceito de atividade rural e, conseqüentemente, de estender a tributação

favorecida da Lei nº 8.023, de 1990, a outras atividades tem de obedecer aos arts. 14 da LRF e 91 da LDO. Cf. Parecer PGFN/CAT/Nº 2431/2010. ►A CAT, por meio do Parecer PGFN/CAT/Nº 2647/2010, analisou proposta de alteração do art. 305 do RIPI, para compatibilizar as regras de aplicação do selo de controle com novas hipóteses de selagem, especialmente no que se refere a produtos importados, resultando ou viabilizando mais celeridade no desembaraço de produtos sujeitos ao selo de controle. ►O Poder Executivo pretende, por meio de Decreto, aumentar o valor acima do qual é necessário o procedimento de arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo por parte da Receita Federal do Brasil. Nos termos do Parecer PGFN/CAT/Nº 2683/2010, a Medida Provisória 449, de 2008, convertida na Lei 11.941, de 2009, incluiu dispositivo na Lei 9.532, de 1997, autorizando que tal limite pudesse ser alterado pelo Poder Executivo. ►Projeto de lei quanto à destinação de valores arrecadados em leilão de veículos apreendidos e não reclamados pelos proprietários, votado e remetido para sanção presidencial, foi submetido à apreciação da CAT. Cf. Parecer PGFN/CAT/Nº 2805/2010.