informa...informa 2020, com tecnologia (e sem gravata) o presidente da aelo, caio portugal, escreveu...

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40 ANOS COM A NATUREZA Sempre com base na proteção à natureza e em benefício da sociedade, a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (AELO) vai completar 40 anos em 24 de fevereiro. Os fatos que em 2020 marcaram a história do Brasil e do mundo não nos aconselham a fazer festas. Mas 2021 traz sinais de esperança, que vão além das vacinas e do desejo de felicidade. Um ano para a AELO prosseguir na sua saga de entidade fundada por idealistas em São Paulo e que, em quatro décadas, somou forças e conquistas. Hoje, reunimos empresas associadas de 17 Estados, de todas as regiões do Brasil. Somos especialistas em construir, unir, lutar e vencer. ANO 38 - EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BR INFORMA

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  • 40 ANOS COM A NATUREZASempre com base na proteçãoà natureza e em benefício dasociedade, a Associação dasEmpresas de Loteamento eDesenvolvimento Urbano(AELO) vai completar 40 anosem 24 de fevereiro. Os fatosque em 2020

    marcaram a história do Brasil edo mundo não nosaconselham a fazer festas. Mas2021 traz sinais de esperança,que vão além das vacinas e dodesejo de felicidade. Um anopara a AELO prosseguir na suasaga de entidade fundada por

    idealistas em São Paulo e que,em quatro décadas, somouforças e conquistas. Hoje,reunimos empresas associadasde 17 Estados, de todas asregiões do Brasil. Somosespecialistas em construir,unir, lutar e vencer.

    ANO 38 - EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BR

    INFORMA

  • Diretoria

    PresidenteCaio Carmona Cesar Portugal

    Vice-PresidenteLuís Paulo Germanos

    Diretores:Administrativo e FinanceiroArthur Matarazzo Braga

    Relações InstitucionaisJorgito Donadelli

    Assuntos RegionaisElias Resnichenco Zitune

    Assuntos de Meio AmbienteMarcos Saes

    Conselho ConsultivoPresidenteCiro Pereira Scopel

    Membros EfetivosFlavio Augusto Ayres AmaryÂngela Aparecida L. de Paiva FernandesAntonio BasileLuiz Eduardo de Oliveira CamargoRoland Philipp Malimpensa

    Membros SuplentesCarlos De GióiaRonaldo Lucas Brani

    Conselho FiscalMembros EfetivosPaulo Roberto VelziRoberto Cavalotti HaddadRuth Carmona Cesar Portugal

    Membros SuplentesCeci Soares Krähenbühl PiccinaJaques ZituneMarcos Cesar Walter

    AELO Informa é a publicação oficial da AELOJornalista-responsável, textos e edição:Luiz Carlos Ramos (MTb n.º 8.472-SP)Fotos: José Carlos Tafner Jorge e Luiz Carlos RamosArte: Glauco Eduardo Soares

    AELO-SPRua Dr. Bacelar, 1.043 – 3.º andar, Vila Clementino,

    São Paulo-SP CEP 04026-002.Fone/fax: (11) 3289-1788e-mail: [email protected]

    Visite nosso site na Internet: www.aelo.com.br

    Para anunciar neste jornal:[email protected]

    Tel: (11) 99630-6020

    Um ano atrás, ainda era pequeno oespaço aberto pela mídia brasileira paranoticiar o misterioso vírus que vinhaprovocando mortes do outro lado domundo. Já no primeiro trimestre de 2020,no entanto, o Brasil inteiro soube que onovo coronavírus, descoberto na China,havia chegado de forma destruidora àEuropa e aos Estados Unidos, e começavaa ameaçar o Brasil.

    Em 2 de março, a AELO esteve nareunião do Comitê de DesenvolvimentoUrbano (CDU), integrado também peloSecovi-SP e pelo SindusCon-SP, em SãoPaulo. Apenas duas semanas depois, aOrganização Mundial da Saúde (OMC)declarou que a covid-19 havia se tornadoautêntica pandemia.

    E o bom senso indicou ao Brasil aadoção de regras de isolamento social.Todos sabem o que aconteceu no

    decorrer dos outros meses, até a chegadade dezembro. Acima de tudo, o Paíslamenta ter perdido mais de 170 milvidas. E a economia tem sidodrasticamente afetada. O setorimobiliário e da construção, por sua vez,passa por situação peculiar, com as obrassendo mantidas e com o espaço da casasendo valorizado pelos consumidores –um dos temas deste “AELO Informa”,edição que marca os 40 anos da AELO, aserem completados em 24 de fevereiro.

    Na página 4, a análise do presidenteCaio Portugal.

    Ao fim deste ano, que fica marcado naHistória, tentamos reverter a tristeza,mantendo o espírito de luta e aesperança. Sim, é possível desejar FelizAno Novo, sob a expectativa de que umaluz prevaleça sobre o Brasil e o mundo.Feliz Natal, Feliz 2021 a todos!

    LUZ DE ESPERANÇA

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  • A tecnologia foi fundamental nascomunicações do Brasil, no decorrer de2020, ao favorecer os encontros virtuais, queseriam inimagináveis em 1918, época daGripe Espanhola. A pandemia do novocoronavírus impôs drásticas restrições àspráticas sociais, educacionais e profissionais.E é claro que nossa entidade também foi emparte afetada, já que o Edifício Millenium,em São Paulo, local das sedes do Secovi-SP,AELO, SindusCon-SP e Fiabci-Brasil, estevefechado, em respeito à legislação estadualde prevenção. As atividades, porém, forammantidas, graças à evolução da tecnologia eà criatividade de dirigentes, funcionários ecolaboradores. O sistema de “home office”,que parecia ser alternativa para poucassemanas, precisou continuar em vigor nodecorrer dos últimos nove meses, sem quepúblico saísse prejudicado. O apoio da AELOaos associados, por exemplo, esteve sempreativo por parte das dedicadas secretáriasConceição Cavalcanti e Juliana Alvarenga,cada uma em sua residência, em bairros daZona Norte de São Paulo. Coube às duas

    atender o telefone (11) 3289-1788 e os e-mails [email protected] [email protected], além de executar tarefasespecíficas do dia a dia, relacionadas com ossetores administrativo e financeiro, assimcomo o respaldo às solicitações da Diretoria.E, nesse período, recebemos a adesão denovos associados.. Continuamos crescendoTambém foi graças à tecnologia e a umtrabalho em equipe que a comunicação daAELO perante os associados e ascomunidades permaneceu ativa. Em 2020,foram preparadas duas edições do jornalimpresso “AELO Informa”. E os boletinssemanais “AELO Online” não só mantiveramo ritmo e a frequência habituais comotambém foram reforçados, em julho, poruma nova seção, “Sou AELO. E você?”, criadapara recordar os 40 anos de trajetória daAELO e, ao mesmo tempo, homenagearpersonalidades que fazem parte dessahistória. Em seis meses, foram mostrados 23perfis. E a série prosseguirá nos primeirosmeses de 2021.

    O “AELO Online”, por meio dosjornalistas Luiz Carlos Ramos (textos eedição) e Calão Jorge (fotos), fez a

    cobertura de inúmeros eventos da AELO edos parceiros em 2020, trocando o sistemapresencial pela fórmula virtual. Ou seja:passou a prevalecer a telinha docomputador e do telefone celular, em queo público teve acesso a importantesdebates, entre os quais três reuniõesvirtuais do Comitê de DesenvolvimentoUrbano (AELO, Secovi-SP e SindusCon-SP),o painel e o “pinga fogo” sobreloteamentos da Convenção Secovi, osencontros da Câmara Brasileira daIndústria da Construção (CBIC) e o novosnúmeros das pesquisas sobre o mercadode loteamentos no Estado de São Paulo eno Brasil. Assim, aquilo que era presencial,tornou-se uma valiosa rotina virtual. Euma curiosidade: assim como oscomputadores e celulares conferiram àtecnologia a condição de imprescindível,os ternos e gravatas entraram na lista dossupérfluos. É só conferir as fotos destaedição inédita do “AELO Informa”, na qualvárias páginas são dedicadas aos eventosvirtuais dos últimos meses. A prioridadeficou para o conteúdo de cada palestranteou participante dos eventos, e nisso foram

    atingidos altos índices de qualidade, deacordo com o público-alvo. Roupassimples do dia a dia conferiramautenticidade às imagens da telinha.

    A foto desta página, tirada por CalãoJorge em 25 de agosto, mostra o encontrovirtual do presidente da AELO, CaioPortugal, com os três palestrantes dopainel sobre loteamentos da ConvençãoSecovi: Elias Zitune – Diretor comercial daempresa Zitune Empreendimentos, de SãoPaulo, e diretor de Assuntos Regionais daAELO; Silvio Bezerra – CEO da empresaEcocil Incorporações, de Natal (RN), epresidente do Sinduscon do Rio Grandedo Norte.

    Arthur Matarazzo Braga – Sócio-diretorda Lote 5 Desenvolvimento Urbano, deSão Paulo, e diretor Administrativo eFinanceiro da AELO.

    É possível notar que os temas relacionadoscom o meio ambiente ocupam grande partedas páginas desta edição do jornal, umaposição de acordo com a filosofia de todosos diretores e conselheiros da AELO, emdefesa do equilíbrio entre a construção e anatureza.

    EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BR

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    INFORMA

    2020, COM TECNOLOGIA (E SEM GRAVATA)

  • O presidente da AELO, Caio Portugal,escreveu este artigo, “Perspectivas para omercado de loteamentos em 2021”.

    O segmento da indústria imobiliáriarepresentada pelos desenvolvedoresurbanos teve o ano de 2020 marcado pelosefeitos da pandemia que assolam inúmerossetores, entre os quais a indústria daconstrução civil:

    n Redução da oferta, representada pelainsegurança do comportamento doconsumidor por conta das restriçõesimpostas pelo covid-19;n Aumento das vendas, reflexo daressignificação da casa. Nesse aspecto, olote urbanizado é um produto que, além daresiliência característica desse mercado, temcomo atributo a flexibilidade, tanto noprocesso da construção da casa própriaquanto nas características específicas de umloteamento, que envolvem acesso às áreasverdes, insolação, ventilação.

    Os dados fechados do Departamento deEconomia do Secovi-SP comprovam aredução da oferta pela inferência dos lotesurbanos aprovados pelo GRAPROHAB(Grupo de Análise e Aprovação de ProjetosHabitacionais do Estado de São Paulo). Ver aseguir.

    De acordo com a pesquisa da Brain emparceria com a AELO e o Secovi- SP, houvequeda de 5% no lançamento de lotes nacomparação de janeiro a setembro de 2019com o mesmo período de 2020: de 21.988para 20.812.

    Por outro lado, ocorreu aumento de 4% nacomparação do número de lotes vendidosno terceiro trimestre de 2019 (9.768) com asvendas terceiro trimestre de 2020 (10.136).

    O que esperar de 2021? Se olharmospelo lado da demanda, há fortepercepção de aumento da confiança doconsumidor, seja por conta daressignificação da casa própria, seja pelapróxima liberação da vacinação, e pormelhor profilaxia do enfrentamento dacovid-19 –algo que dá alento a todos. Poroutro lado, há uma série de desafios,novos e velhos, que a indústria deloteamentos, assim como o Brasil, precisaenfrentar no próximo ano:

    No campo da oferta:n Aumento nos custos e insumos daconstrução civil, seja por uma questão daoferta limitada pela redução das principaiscadeias de insumos básicos (cimento, ferro,resina, vidros) por conta de prevenção noinício da pandemia. Seja pela readequação docâmbio, que vinha subprecificado, os valoresdos insumos na construção civiltiveram forteimpacto nos custos da produção imobiliária,o que afetou sobremaneira o segmento daindústria de loteamentos. Os itensmencionados sofreram acréscimos acima de40%. Acredita-se, conforme estudos da FIESPe de outras entidades ligadas aoacompanhamento da indústria, que noprimeiro trimestre de 2021 os preços dessesinsumos estarão estabilizados, assim como aoferta regular desses itens. Nesse sentido,ações de aumento da concorrência, inclusivecom liberação de tarifas para a importaçãodesses insumos propiciarão a aceleração doreequilíbrio dos preços e oferta, além daretomada e eliminação da ociosidade dessascadeias.n Os prefeitos eleitos em novembro, mesmoaqueles que foram reconduzidos, deverãofocar:a) Revisão das Leis Urbanísticas, a propiciaraumento da terra urbanizada, e maiordesenvolvimento das cidades;b) Combate efetivo à indústria da ocupaçãoirregular e aos loteamentos clandestinos,pois essa concorrência, além de predatória,produz custos infinitos à sociedade. Vejam ocaso das ocupações no entorno das represasBillings e Guarapiranga, na regiãometropolitana de São Paulo.c) Aplicação correta do Novo MarcoRegulatório do Saneamento, que poderácontribuir para o correto desenvolvimentoe investimento público e privado nauniversalização dessa infraestruturapública, que é fundamental para o

    desenvolvimento sustentável.

    No campo da demanda:n A retomada das discussões das reformasestruturantes para o País poderá darsequência à maior revolução que o Brasiltem vivido, que são os juros baixos. Esseciclo a ser duradouro, dará o choque do realcapitalismo que gera empregos, riqueza,valores corretos, e inserção social. E aagenda fiscal poderá ser endereçada setivermos uma reforma administrativa quetire o peso e a ineficiência do Estado sobre asociedade, uma simplificação tributária quedê agilidade, segurança jurídica e corretadistribuição dos encargos aos cidadãos e àsempresas. E poderá haver oaperfeiçoamento do arcabouço de aumentoda produtividade na economia, comreformas microeconômicas, tais como a LeiGeral do Licenciamento Ambiental, adesindexação e desvinculação do orçamentoda União, lei da liberdade econômica para aconstrução civil e indústria imobiliária, entreoutros.n Aumento da competição da oferta decrédito, em especial do crédito imobiliário,com novas estruturas de concessão, e maiorparticipação das fintechs.

    O ano de 2021 promete ser um período degrande recuperação econômica. Mas, paraisso, a sociedade deve cobrar desde já quetodos estejam uníssonos pelo Brasil, semradicalismo ou falsas verdades. A realidade éque não temos mais tempo nemoportunidade para erros ouexperimentações. A agenda Brasil precisa serimplementada, temos de gerar empregos,riquezas, num novo ambiente da economiamundial. Não há a mínima possiblidade deprotelação, a política tem de se antecipar epromover, desde já, a agenda para destravara infraestrutura, o investimento e a inserçãosocial.

    ANÁLISE DO PRESIDENTE CAIO PORTUGAL

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  • 05

    Em 1 hora e 48 minutos, o Comitê deDesenvolvimento Urbano (CDU) teve, em 18de junho, uma reunião de característicasinéditas: diante das restrições impostas pelaquarentena de prevenção contra a covid-19,o encontro foi realizado de forma virtual.Cada um dos oito palestrantes focalizouinformações atualizadas sobre o panoramada atividade de parcelamento do solo noPaís. Os recursos da moderna tecnologia,hoje em dia usados com sucesso nacomunicação entre grupos de pessoas,empresas e instituições, possibilitaram nãosó a interação entre os expositores comotambém o acesso do público aos debates.Foi como se cerca de cem empresários,executivos e especialistas – sem sair das suasrespectivas cidades – estivessem no amplosalão do Edifício Milenium, em São Paulo,local da reunião anterior do CDU, a de 2 demarço. O CDU, que completou 20 anos em25 de julho, é integrado por três entidades –AELO, Secovi-SP e SindusCon-SP – e tem acoordenação de Caio Carmona CesarPortugal, presidente da AELO e vice-presidente de Desenvolvimento Urbano eMeio Ambiente do Secovi-SP.

    Caio Portugal abriu a Live “Análise da áreade loteamentos em 90 dias de quarentena”diretamente de seu local de trabalho, naempresa GP Desenvolvimento Urbano, emVargem Grande Paulista, na regiãometropolitana de São Paulo. Na condição defacilitador, explicou que faria uma exposiçãosobre o tema CETESB. E apresentou os seteoutros participantes, já conectados: RuthPortugal, arquiteta, diretora da GPDesenvolvimento Urbano, membro doConselho Fiscal da AELO e integrante degrupos de trabalho do CDU. Tema: oficinasdas entidades imobiliárias com a Sabesp eas concessionárias de energia elétrica.

    Fábio Tadeu Araújo, economista, sóciodiretor da Brain Inteligência e Pesquisa.Tema: os resultados das Pesquisas doMercado de Loteamentos no Estado de SãoPaulo e no Brasil no primeiro trimestre de2020. Lair Krähenbühl, engenheiro civil,diretor da empresa Consurb e membro doSecovi-SP. Tema: o setor imobiliário e opanorama legislativo.

    Pedro Krähenbühl, advogado, assessor doSecovi-SP em Brasília para assuntos do setorimobiliário e colaborador da AELO. Tema: aspautas do Congresso Nacional.

    Luis Paulo Germanos, advogado, vice-presidente da AELO e membro do ConselhoJurídico da entidade. Tema: análise dainadimplência e de distratos no decorrer detrês meses de quarentena.

    Marcos Saes, advogado, diretor deAssuntos de Meio Ambiente da AELO econsultor da Câmara Brasileira da Indústriade Construção (CBIC). Tema: o trâmite doprojeto da Lei Geral de LicenciamentoAmbiental na Câmara dos Deputados.

    Vicente C. Amadei, coordenador doscursos de loteamentos da UniversidadeSecovi, diretor da Vice-Presidência deDesenvolvimento Urbano e Meio Ambientedo Secovi-SP. Tema: o início da 30.ªtemporada dos cursos de loteamentos.

    Caio Portugal comentou que, depoisda Live de 2 de abril – a primeira dos

    tempos de pandemia –, em que ele e outrosdirigentes do setor analisaram os reflexossofridos pelo mercado de loteamentosdiante da covid-19 e do isolamento social, oSecovi-SP começou uma série de pesquisasjunto a empreendedores para detectar o“termômetro” de lançamentos, vendas einadimplência. “É interessante notar que,nesta época de compreensíveispreocupações, o produto lote urbanizadoestá sendo valorizado, pois é um bem quetransmite segurança”, disse.

    Caio explicou que ele havia tido duasreuniões com representantes da CETESB,prosseguindo a série de oficinas em buscade ações para levar essa empresagovernamental paulista a adequar suasnormas quanto às exigências impostas aosprojetos de loteamentos: “Insistimos emdemonstrar que, na verdade, osempreendedores de parcelamento do solodefendem a preservação do meio ambiente.Temos um tradicional compromisso com anatureza”, explicou.

    “Nas oficinas, também buscamos revisãonos conceitos de resoluções da CETESBsobre os procedimentos para análise dospedidos de supressão da vegetação nativapara parcelamento do solo. Isso pode serconduzido com harmonia entre as partes,sem que o Ministério Público interfira.”

    (Continua na próxima página)

    CDUVIRTUALINDICOUTENDÊNCIAS

    EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BRINFORMA

  • As pesquisas da Brain InteligênciaCorporativa em parceira com a AELO e oSecovi-SP, que costumam atrair o interesse dosparticipantes das reuniões do CDU desde2017, foram mostradas de modo virtual noencontro de 18 de junho. Fábio Tadeu Araújo,economista, sócio diretor da Brain, mora emCuritiba, de onde interagiu. O sucesso daPesquisa do Mercado de Loteamentos noEstado de São Paulo levou a AELO a idealizarum levantamento de âmbito nacional em2019, sendo focalizados Estados do Brasil.

    De acordo com o diretor da Brain, oresultado do levantamento nacional noprimeiro trimestre de 2020 sofreu reflexos dachegada da covid-19 ao Brasil. Fábio mostrougráficos comparativos entre as cinco regiõesdo Brasil – Norte, Nordeste, Centro-Oeste,Sudeste e Sul. Explicou que o interesse decompra, que tinha caído num primeiromomento da pandemia, já estava mais estável.E surgiu um fenômeno, com base naquarentena: 20% dos clientes querem umimóvel diferente em relação à atual residência.“Desejam ir para a segunda residência, nocampo, com mais tranquilidade, em quetambém podem trabalhar com ajuda datecnologia”, afirmou Fábio.

    Um conselho do diretor da Brain aosempreendedores: diante da redução doestoque de lotes, seria interessante planejarlançamentos para o segundo semestrelevando em conta o cuidado para evitar o“encavalamento” – situação em que váriasempresas lançam produtos num mesmo fimde semana.

    Quanto à Pesquisa do Mercado deLoteamentos do Estado de São Paulo, FábioTadeu Araújo expôs o gráfico de loteamentoslançados nos últimos três anos nos municípiospaulistas, que apontava queda de 52% noprimeiro trimestre de 2020 em relação aoquarto trimestre de 2019. E disse que ascidades do Interior sofrem menos com a crise:“Lá, tudo funciona mais, e há menores perdasde renda e de empregos.” Quanto ao futuro,ele afirmou haver perspectivas positivas com aconstante redução da taxa de juros, Selic.“Nessa situação, há investidores que alteramsuas aplicações, recorrendo a imóveis, em vezde aplicar em fundos.”

    Por sua vez, Ruth Portugal, diretora da GP

    Desenvolvimento Urbano, membro doConselho Fiscal da AELO e integrante degrupos de trabalho do CDU, focalizou suaparticipação nas oficinas das entidades

    imobiliárias com a Sabesp, empresa paulistade saneamento básico, e com asconcessionárias de energia elétrica. Nasreuniões do CDU, os serviços dasconcessionárias estão entre os mais constantesalvos de reclamações dos empreendedores deloteamentos. Assim, a notícia da aprovação doNovo Marco do Saneamento Ambiental peloCongresso, sancionado pelo presidente JairBolsonaro, deu nova esperança aosempreendedores. O assunto é focalizado napágina 16 deste jornal.

    Lair Krähenbühl, engenheiro civil, diretor daempresa Consurb, ex- secretário da Habitaçãodo Estado de São Paulo e ex-secretário daHabitação do Município de São Paulo,analisou: “As Lives são fantásticas. As pessoaspodem dar palpite sobre tudo. Uma situaçãoque merece estudos dos filósofos. Neste bate-papo virtual, desejo comentar que, no meio daquarentena, o Congresso Nacional continuaem atividade, com a possibilidade de votaçãode projetos de leis que virão impactar o setorimobiliário, daí a nossa atenção quanto aostrâmites na Câmara e no Senado.” impostosnão prejudiquem as atividades do nosso setore o poder de compra dos cidadãos.” O jovem ejá experiente advogado Pedro Krähenbühl,filho de Lair, é assessor do Secovi-SP em

    Brasília para assuntos de interesse do setorimobiliário e colaborador da AELO, participouda Live com base em seus conhecimentossobre a Câmara dos Deputados, o Senado, osMinistérios e o STF. Ele antecipou que oSenado e a Câmara acabariam aprovando oProjeto de Lei n.º 4.162/2019, sobre o NovoMarco Legal do Saneamento Básico, algo queacabou se confirmando. Luis Paulo Germanos,advogado, vice-presidente da AELO e membrodo Conselho Jurídico da entidade, focalizouna Live os reflexos sofridos pela inadimplênciae pelos distratos nas empresas deparcelamento do solo na quarentena. Ele disseque, após realizar levantamento junto aosprincipais Tribunais de Justiça do País sobreações de rescisão de contrato distribuídascontra empresas de desenvolvimento urbano,notou que “Minas e Bahia apresentaramíndices mais elevados de casos.”

    Marcos Saes, advogado, diretor de Assuntosde Meio Ambiente da AELO e consultor devárias outras entidades, entre as quais aCâmara Brasileira da Indústria de Construção(CBIC), focalizou a tramitação do projeto da LeiGeral de Licenciamento Ambiental na Câmarados Deputados. Esse tema é abordado comdetalhes nas páginas 12 e 13 deste jornal.

    No final desse encontro, o professor VicenteC. Amadei  recebeu homenagem dosparticipantes, pelo seu 88.º aniversário (23 dejunho) e pelos 30 anos dos seus cursos deloteamentos (detalhes na página 11).

    PESQUISAS DO MERCADO E OUTROS TEMAS

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  • Em sua penúltima reunião de 2020, em 9 desetembro, o Comitê de DesenvolvimentoUrbano (CDU) divulgou os mais recentesnúmeros sobre o mercado de loteamentos egarantiu produtiva troca de ideias sobrevários assuntos. Com a participação deexperientes expositores, esse encontrovirtual deixou importantes lições. O Comitê,integrado pela AELO, Secovi-SP eSindusCon-SP, voltou a se reunir em 8dezembro para um balanço anual e paraanalisar as perspectivas para 2021, ano do40.º aniversário da AELO.O presidente da AELO, Caio Portugal,também vice-presidente deDesenvolvimento Urbano e MeioAmbiente do Secovi-SP e coordenadordo CDU, atuou como âncora da reuniãode setembro, que contou com seteconvidados. Na foto, os oitoparticipantes.1 – Desenvolvimento Sustentável. Oexperiente empresário Lívio Giosa,presidente do Conselho Nacional de DefesaAmbiental (CNDA), autor de vários livrosexplicou que, em nome da modernidade, asempresas precisam investir emsustentabilidade e em preservação danatureza. E mostrou os caminhos para isso.2 – Marco Regulatório do SaneamentoBásico. O assunto ficou por conta dopróprio Caio Portugal, que também abordoua tramitação dos projetos das ReformasTributária e Administrativa.3 – Lei Geral de LicenciamentoAmbiental. Tramitação no CongressoNacional. Resolução CONAMA 303/2002,Resolução SMA nº 03/2018. O diretor deAssuntos de Meio Ambiente da AELO,advogado Marcos Saes, voltou a alertar paraa importância de o PL ser logo aprovado.4 – Pesquisa do Mercado deLoteamentos. Os resultados do primeirosemestre de 2020 no Brasil e,especificamente, do segundo trimestre noEstado de São Paulo. Fábio TadeuAraújo, sócio diretor da Brain InteligênciaEstratégica, empresa parceira da AELO,Secovi-SP e CBIC, mostrou gráficos eanalisou o panorama dos loteamentos nostempos da pandemia.5 – Sistemas de Comercialização foi um

    tema que possibilitou uma rica aula aosempreendedores, com a participação de:Elias Zitune, diretor de Assuntos Regionaisda AELO e diretor Comercial da ZituneEmpreendimentos, de São Paulo; JorgitoDonadelli, diretor de Relações Institucionaisda AELO e diretor da JFD EmpreendimentosImobiliários, de Franca; Gladston Tannous,instrutor dos cursos de loteamento daUniversidade Secovi e sócio-diretor da StarLançamentos Imobiliários; Rodrigo deBrito, CEO do Sigavi 360. Lívio Giosa, deexpressivo currículo no mundo corporativo eno setor público, foi o primeiro a fazerexplanação. Ele é um respeitado defensordo Desenvolvimento Sustentável, comopresidente do Conselho Nacional de DefesaAmbiental (CNDA), autor de vários livros eassíduo convidado para palestras em váriascidades do País. Foi introdutor do tema“Terceirização” no País, tornando-se umrequisitado palestrante. Atua em váriasentidades sociais e empresariais.Na área pública, Giosa foi deputado estadualem São Paulo (1995-1999) e secretárioNacional do Ministério da Indústria,Comércio e Turismo (1994). Em 2012,recebeu o Prêmio ONU de Sustentabilidade

    (Rio+20) como um dos dezmaiores líderes globais sobresustentabilidade. Ele é um dos cincoprincipais interlocutores internacionais doex-vice- presidente americano Al Gore.Giosa ponderou que, em geral, as empresasde loteamentos, sejam pequenas, médias ougrandes, também devem levar em conta odever de atuar em torno dasustentabilidade. Ele destacou o olharestratégico da sustentabilidade: 1) Olevantamento das necessidadesempresariais; 2) Realizando o planejamentoestratégico da sustentabilidade; 3)Integrando e motivando as pessoas para asustentabilidade; 4) A sustentabilidade não ésó discurso; 5) Os indicadores dasustentabilidade corporativa.E Lívio Giosa ressaltou a sustentabilidadegerando valor para a empresa:1) Sustentabilidade, a nova virtudeempresarial; 2) Os stakeholders e asustentabilidade; 3) Rede de fornecedoressustentáveis; 4) O colaborador sustentável eo seu papel dentro das empresas; 5) Osbosques urbanos integrando todos osconceitos; 6) A influência das leis vigentesnas atividades empresariais.

    EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BRINFORMA

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    CONECTADOS! AS LIÇÕES DE SETEMBRO

  • O sucesso do módulo sobre Sistemas deComercialização na reunião do CDU de 8 desetembro se deve basicamente a uma troca deideias entre o presidente da AELO, CaioPortugal, e dois atuantes diretores: Elias

    Zitune, de Assuntos Regionais, e JorgitoDonadelli, de Relações Institucionais. Os trêsconcluíram que, diante dos resultados daspesquisas da Brain em tempos da pandemia,seria interessante oferecer aosempreendedores algumas informações sobre apossibilidade de serem ampliadas as vendasde lotes por meio de estratégias modernas demarketing e comercialização.

    A indicação do especialista GladstonTannous surgiu naturalmente: ele é associadoda AELO, habitual frequentador do CDU ecolaborador do “AELO Online” como autor deartigos. E Rodrigo de Brito, mais recente noscontatos, foi indicado por Jorgito.

    Elias Zitune abriu o bate-papo relembrandoque, duas semanas antes do CDU, houve opainel sobre loteamentos da ConvençãoSecovi 2020, em que ele havia manifestadoposição otimista sobre as perspectivas.

    “Os números mostrados hoje pelo FábioTadeu Araújo, da Brain, também apontam parao otimismo”, disse ele. “É preciso lançar novosempreendimentos, pois o mercado estáconsumindo. O modo de lançar, no entanto,está mudando na quarentena.”

    Jorgito Donadelli ponderou que osassociados da AELO devem repensar suasestratégias de vendas e que a presença de doisespecialistas em comercialização no CDUcontribuiria para o surgimento de ideias.

    Gladsdon Tannous, instrutor de cursos deloteamento da Universidade Secovi e sócio-diretor da Star Lançamentos Imobiliários, abriusua explanação com base na tese de que “asempresas têm uma necessidade muito forte deformar uma equipe de vendas comprofissionais competentes”. Ele citou o fato deainda haver, hoje em dia, corretores de imóveiscom falta de treinamento e que nem sabemvender “online”. E, para mostrar o ladopositivo, mencionou um empreendimento deMogi-Mirim, no Interior paulista, de cujolançamento participou: “Estava tudo planejadopara o lançamento ser em abril. No final demarço, chegou a pandemia, com todasaquelas consequências assustadoras. Pois

    abrimos as vendas na época prevista, evitandoaglomerações, e já conseguimos vender 60%dos lotes. É preciso preparar o Corretor 4.0.”

    Rodrigo de Brito, CEO da plataforma Sigavi360, explicou que sua empresa está ligada emtecnologia e nas mais novas tendênciasglobais:

    “Somos ligados em negócios eprincipalmente ligados ao setor imobiliário,em que cada empresa tem diferentes tipos denegócio.

    A Sigavi 360, www.sigavi360.com.br, está hámais de 15 anos no mercado nacional.

    O arquiteto Gladston Tannous comentou nodebate do CDU que “o Corretor 4.0 é oprofissional do século 21.” Formado em 1978pela FAU, Faculdade de Arquitetura eUrbanismo da Universidade de São Paulo(USP), com foco em Desenvolvimento eGerenciamento de Negócios, ele estáregistrado desde 1981 no CRECI-SP. Nosúltimos 16 anos, como corretor e sócio-diretorda Star Lançamentos Imobiliários, dedicando-se ao setor imobiliário, Gladston tem atuadoexclusivamente no segmento de loteamentos,em que desenvolve oportunidades denegócios para empresas loteadoras, além deestruturar operações de parcerias paraimplantação de empreendimentos.

    No CDU, Gladston Tannous lançou estasperguntas: O que define o profissional deintermediação imobiliária, nestes novostempos? O que o distingue dos demaisprofissionais? Como ele se comporta nestesnovos tempos?

    E fez uma explanação.Ele disse que as respostasa estas e a outrasperguntas, estão naordem do dia dasempresas que congregamprofissionais deintermediação imobiliária.

    O que se constatarotineiramente é umdespreparo total demuitos profissionais deintermediação imobiliária,pois, em vários casos,migram de atividadessem qualquer correlaçãocom o mercado

    imobiliário.Eventualmente, já atuam em vendas,

    atendimento ao público em geral e não sepreparam ou, pior, não recebem o treinamentoadequado a que muitas imobiliárias sepropõem a oferecer.

    Na maioria das vezes, a migração para omercado imobiliário não é uma decisãoestruturada, planejada e implantada. Pelocontrário, é uma opção do profissional quenão consegue recolocação no seu mercado,em sua atividade fim e se deslumbra diantedos ganhos substanciais com a comissão, porintermediação, que poderá auferir.

    Os treinamentos que as imobiliáriascostumam oferecer, quando o fazem, é atravésde um “script” para captação de produtos nomercado, tanto para venda como para locação,quando o “core business” da imobiliáriaconcentra 80% de suas receitas nessessegmentos. Acontece que a locação, emtermos de finalização, é uma parte muitopequena dentro do conceito de VENDAS,abrindo um abismo entre esses dois nichos domercado imobiliário, dentre outros. Existeo CORRETOR 4.0, que integra tecnologia,ferramentas de comunicação Online &Offline, além de gerenciamento denegociações. Esse conteúdo, por sinal, está emartigos de Gladston publicados recentementepelo boletim “AELO Online” (edição 812, ver nosite www.aelo.com.br) e pelo jornal “AELOInforma”.

    Gladston Tannous deixou seucontato: [email protected].

    AULA DE COMERCIALIZAÇÃO DE LOTES

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  • “Loteamentos saem fortalecidos dacrise?” Caio Portugal, presidente da AELO,foi o mediador do painel da ConvençãoSecovi 2020 que teve esse título, em 25,de agosto. Com três experientesempreendedores, o debate virtual buscoua resposta a essa pergunta básica. Após opainel, Caio também mediou o “pinga-fogo”, com quatro especialistas.

    Os três debatedores do painel aparecemna foto da página 3 do jornal:

    Elias Zitune – Diretor comercial daempresa Zitune Empreendimentos, de SãoPaulo, e diretor de Assuntos Regionais daAELO; Silvio Bezerra – CEO da empresaEcocil Incorporações, de Natal (RN), epresidente do Sinduscon do Rio Grandedo Norte.

    Arthur Matarazzo Braga – Sócio-diretorda Lote 5 Desenvolvimento Urbano, deSão Paulo, e diretor Administrativo eFinanceiro da AELO.

    Ao abrir o debate, Caio Portugal passoua palavra para cada um dos trêsconvidados, pedindo-lhes uma análise dos

    negócios de loteamentos nos cincoprimeiros meses de quarentena.

    “Com a pandemia, o quê aconteceu nomercado?” A opinião geral foi de que omês de março foi péssimo, com umaparalisação das vendas e com alto índicede inadimplência por parte dos clientesdas empresas, mas abril já mostrou oinício de uma reação, que se consolidoude maio a agosto. E quais os fatores paraessa tendência positiva? Os participantesapontaram a redução da taxa de juros,Selic, pelo governo federal como um dosfatores básicos, estimulando oscompradores. Por outro lado, o isolamentosocial também levou as pessoas ainúmeras reflexões. Uma delas: avalorização da casa, como espaço em queas pessoas podem circular, ter seu pomar,sua churrasqueira, seu cachorro. Para isso,a matéria prima é o lote. O desejo decomprar lote para a construção de umanova casa se ampliou por todo o Brasil, emtodas as faixas de poder aquisitivo. E, alémde tudo, ficou ressaltada aos olhos do

    público, mais uma vez, a capacidade doimóvel como investimento seguro erentável.

    Após o painel, houve o tradicional“pinga-fogo” sobre loteamentos. Nesteano, com os participantes que aparecemna foto.

    Professor Vicente C. Amadei, diretorExecutivo da Vice-Presidência deDesenvolvimento Urbano e Meio Ambientedo Secovi-SP, coordenador de cursos deloteamento da Universidade Secovi; CaioPortugal, presidente da AELO, mediador;Ruth Carmona Cesar Portugal, integrantedo Conselho Fiscal da AELO, membro degrupos de trabalho do Comitê deDesenvolvimento Urbano (CDU) e diretorada empresa GP Desenvolvimento Urbano;Mariangela Iamondi Machado, assessoraConsultiva da Lello Condomínios, Diretorada Focus Trading – DesenvolvimentoUrbano e Gestão, Diretora de Associaçõesem Loteamentos e Bairros Planejados doSecovi-SP e colaboradora da AELO; OlivarLorena Vitale Júnior, advogado, membrodo Conselheiro Jurídico do Secovi-SP epresidente do Instituto Brasileiro deDireito Imobiliário (IBRADIM).

    Os associados da AELO e os demaisinteressados puderam ter acesso online àsexplicações de cada um dos quatroespecialistas a respeito de vários temas,como legislação, contratos, aprovação deprojetos, meio ambiente e associações.

    Vale ressaltar que o espaço sobreloteamentos tornou-se uma tradição daConvenção Secovi, o maior evento dosetor imobiliário no País. Desta vez, oformato virtual abriu a possibilidade deacesso de um número maior deinteressados. A qualidade dos temas e dosdebatedores, e a perfeita organizaçãogarantiram o sucesso da Convenção, aexemplo das edições presenciais dosúltimos anos.

    DEBATE E PINGA-FOGO NA CONVENÇÃO

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    INFORMA

  • A AELO nasceu simples, mas já aguerrida, em24 de fevereiro de 1981, em São Paulo. Aentidade foi impulsionada por idealistaspioneiros, que se uniram para superar asprimeiras dificuldades e para impor o estilo quea levou a crescer: a luta pela segurança jurídicadas empresas de loteamento edesenvolvimento urbano. Nos anos 1980, oquadro de associados evoluiu, com a adesão deempresas do Interior paulista. Na década de1990, chegaram também empreendedores deMato Grosso do Sul, Minas Gerais e Ceará. Nosanos 2000, a expansão ocorreu em direção atodas as regiões do Brasil. Hoje, somos umaentidade de âmbito nacional, unindoassociados de 17 Estados em torno da mesmaluta, e registrando expressivas vitórias. Elançamos nova logomarca, em 2018, com ascores do País.

    O presidente da AELO, Caio Portugal (foto),que vem participando da entidade há 27 anos,costuma dizer que as vitórias são fruto da união,de um equilibrado trabalho em equipe. Combase nisso, criamos no boletim semanal a seção“Sou AELO. E você?”, destinada a homenagearpersonalidades que têm sido importantes nahistória da AELO. Por meio das respostas às 20perguntas do questionário padrão, mostramos,de julho a dezembro, os perfis de 23empresários e especialistas de condutaexemplar, em defesa do bem comum, nestaordem:n 1 Claudio Bernardesn 2 Ciro Pereira Scopeln 3 Vicente C. Amadein 4 Mariangela Iamondi Machadon 5 Carlos De Gióian 6 Roland Philipp Malimpensan 7 Sérgio Guimarães Pereira Júniorn 8 Luiz Eduardo de Oliveira Camargon 9 Arthur Matarazzo Bragan 10 Luis Paulo Germanosn 11 Jaques Zitunen12 Geraldo Portugaln 13 Ronaldo Lucas Branin 14 Ruth Carmona Cesar Portugaln 15 Oscar Hidenori Hirosen 16 Cibele Riva Rumel

    n 17 Luciano Borghesi Filhon 18 Marcos Dei Santin 19 Zildete Medeirosn 20 Elias Zitunen 21 Carlos Eduardo de Castro Souzan 22 Jorgito Donadellin 23 Ângela Paiva

    A publicação de perfis prosseguirá nosboletins dos primeiros meses de 2021, épocaem que a AELO completa 40 anos.

    Já estamos preparando para março umaedição especial do jornal impresso “AELOInforma”, destinada a marcar os 40 anos. Masiniciamos nesta página dupla a contagemregressiva para a data. Para valorizar esseconjunto, escolhemos o perfil de alguém queestá na história da AELO desde a fundação, eque segue ativo, o mestre de empreendedoresde loteamentos, Vicente C. Amadei.

    Para a reunião virtual do Comitê deDesenvolvimento Urbano (CDU) de 18 dejunho, Caio Portugal escalou o professorAmadei para ser o último dos sete convidados afalar. E havia dois motivos especiais para Caioreservá-lo para o momento de maior audiênciado encontro: transmitir, em nome da AELO e doSecovi-SP, os parabéns ao mestre, às vésperasde seu 88.º aniversário (ocorrido em 23 dejunho), e também homenageá-lo pela 30.ªtemporada dos cursos de loteamentos (que

    havia sido iniciada no dia 22), sob suacoordenação. Assim, o encontro virtual ganhoumomentos de alegria, já que Amadei é umapessoa muito querida nas entidades e admiradapelos seus milhares de alunos destas trêsdécadas.

    Emocionado, o mestre agradeceu. E CaioPortugal completou: “Professor Vicente, a gentesó tem a agradecer pelo seu maravilhosotrabalho. Seus cursos formaram milhares deespecialistas em loteamentos que hojecontribuem para o Brasil ter melhores cidades.Fui um dos beneficiados.

    Quando comecei a frequentar a AELO e oSecovi-SP pelas mãos do meu pai, GeraldoPortugal, tratei de ter aulas nos seus cursos.Também foi assim com Flavio Amary e comtantos outros empreendedores.”

    AOS 40 ANOS, AELO VALORIZAQUEM PARTICIPA DA HISTÓRIA

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  • O professor Vicente Celeste Amadei,natural de São Paulo (1932), acostumado àatividade intensa, não reduziu o ritmo nesteperíodo de quarentena. Usando a tecnologia,em sua casa, em São Paulo, ele exerce, demodo virtual, o trabalho pelo qual seapaixonou ao longo de três décadas, o decoordenador dos Cursos Específicos deLoteamentos. E, como pioneiro da AELO,revelou seu perfil, que é aqui reproduzido.

    1 – Qual foi o maior desafio que o senhorenfrentou/enfrenta em sua carreira?Venho trabalhando na área de loteamentosdesde 1951. O início foi na empresa Ingaí,com o fundador, Wanderley Bernardes.Trabalhei lá por 36 anos. Depois vieram asmissões na AELO e no Secovi-SP. Maioresdesafios, sempre: a burocracia e os prazoslegais para o poder público cumprir as suasobrigações inerentes à atividade deloteamentos.2 – Um filme ou série deTV que mais marcou sua vida? E por qualmotivo?“Os Miseráveis”, sobre a perseguiçãoimplacável a um homem que furtara um pãopara alimentar sua família e sobre atenacidade do perseguido em se defender.3 – Um livro inesquecível e a lição aprendida.Também “Os Miseráveis”, romance do francêsVictor Hugo, que deu origem ao filme. Alição foi a de que devemos avaliar todas assituações enfrentadas na vida, componderação, inteligência, paciência e sensode justiça.4 – Música marcante.“Tema de Lara”, de Maurice Jarre, para o filme“Doutor Jivago”.5 – Cite compositor(es) e cantor(es) de suapreferência musical.Roberto Carlos, Orlando Silva, NelsonGonçalves e Carlos Gardel.6 – Cite alguém que seja considerado umlíder para o senhor.Martin Luther King, Mahatma Gandhi e ogrande empreendedor Wanderley Bernardes,fundador da Ingaí.7 – Atualmente, qual é o seu hobby?Gosto de escrever e de assistir TV.8 – Torce para algum time?No futebol, sou torcedor do Corinthians evejo os jogos pela televisão. Nos anos 1950,meus ídolos no clube eram o ponta-direitaCláudio e o meia armador Luizinho, o“Pequeno Polegar”. Também admirava otécnico Oswaldo Brandão. Uma seleção

    brasileira inesquecível foi a que ganhou otítulo mundial de 1970, no México.9 – Uma sugestão para o futuro do Brasil.Criar concursos para ministro do SupremoTribunal Federal (STF) e para o SuperiorTribunal de Justiça (STJ): acabar com osistema de nomeações.10 – Sua maior conquista profissional.Foram várias conquistas, como tertrabalhado e dirigido uma ótima empresa deloteamentos, a Ingaí, durante 36 anos. Essaexperiência contribuiu para que eu viesse aescrever, com meu filho, desembargadorVicente de Abreu Amadei, o livro como“Como Lotear uma Gleba”. E também influiupara me dedicar a uma atividade idealizadapor mim e que mantenho até hoje: a derealizar e coordenar cursos de parcelamentodo solo urbano, agora no 30.º ano.11 – Algo do que se orgulha.Ser casado com uma esposa exemplar, aquerida Maria Virgínia, digna e possuidorade todos os méritos pessoais e humanos; terum filho e uma filha bem formados em todosos sentidos, inclusive profissional, e umafamília de nora, genro, netos e bisnetos, quenos dão muitas alegrias e felicidade.12 – Personalidade(s) que admira, no setorem que atua.Os empreendedores Claudio Bernardes, CaioPortugal, Lair Krähenbühl, Ciro Scopel, LuizCarlos Pereira de Almeida (falecido nesteano) e Paulo Germanos; o advogado LuisPaulo Germanos e o jornalista Luiz CarlosRamos.13 – Personalidade(s) que admira, no mundodos negócios.Ricardo Yazbek, João Crestana, Romeu ChapChap, Basilio Jafet e todos os demaisempreendedores que atuam no mundo dosnegócios com honestidade, lisura, ética.

    Responsabilidadee respeito pelosconsumidores.14 – O queninguém imaginaa seu respeito.Que sou grato atodos os que meajudaram pessoaleprofissionalmente,desde minhainfância, até hoje,aos 88 anos.Gratidão éfundamental.

    15 – Habilidade que deseja desenvolver nofuturo.Se me for possível ainda no tempo, escreveruma história que possa vir a ajudar alguém.16 – Qual a sua melhor qualidade.Sou, por natureza, conciliador e pacificador.Evito confrontos, mesmo quando acho queestou certo.17 – Uma frase que o inspira.Tudo que acontece na vida é para melhor!18 – Qual conselho daria ao senhor, sefosse mais jovem?Conjugar sempre trabalho, família e religião.19 – Do quê o senhor mais gosta na AELO?A dedicação e a competência dos dirigentesda entidade me provocam entusiasmo. Elesexercem um trabalho eficiente e insistentejunto aos poderes públicos para tentardesburocratizar sistemas e viabilizarloteamentos para a população mais carente,necessitada de moradia digna, como age aatual Diretoria, comandada por CaioPortugal, dirigente exemplar. Tambémadmiro as excelentes divulgações feitas peloboletim “AELO Online” e pelo jornal “AELOInforma”, que mostram os benefícios daAELO à atividade de parcelamento do solo.20 – Uma reflexão própria, que tem guiadosua vida. Pode ser um conselho, uma frase deefeito. Do ponto de vista profissional, desejoque toda legislação brasileira seja clarasuficientemente para evitarinterpretações sujeitas a litígios, quedificultam sobremaneira as relaçõeshumanas, profissionais, produtivas ecomerciais. Na profissão, adoto a frase“Sapato para botar no pé”, sempre que tratode redigir algum texto. Como lema de vida,sigo e defendo uma lição cristã: “Não façasaos outros o que não queres que os outroste façam.”

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    MESTRE VICENTE C. AMADEI, O PIONEIROINFORMA

  • O ano de 2020 termina sem que a NovaLei Geral do Licenciamento Ambientaltenha sido votada pelo CongressoNacional. Mas, apesar de vários entraves,entre os quais o período das eleições denovembro, houve avanço nos diálogosentre as partes. E ficou claro que umaexpressiva parcela de deputados federaisvê necessidade de o tema ser colocadona pauta do plenário da Câmara em 2021.

    O seminário webinar de 26 de outubro,organizado pela Câmara Brasileira daIndústria da Construção (CBIC), entidadeà qual a AELO é filiada, reuniuparlamentares e especialistas paradiscutir a possibilidade de evolução dotrâmite do importante projeto de lei. Oencontro virtual foi mediado peloexperiente advogado Marcos Saes,especialista em Direito Ambiental,consultor da CBIC e diretor de Assuntosde Meio Ambiente da AELO. Na ediçãoanterior do jornal “AELO Informa” foireproduzido contundente artigo do Dr.Saes, publicado em abril pelo jornal“Valor Econômico”, uma contestação àscríticas de alguns ex-ministros do MeioAmbiente à Nova Lei Geral doLicenciamento Ambiental. O presidenteda AELO, Caio Portugal, considerouexcelente o seminário da CBIC e destacouo fato de os parlamentares participantesterem chegado a um consenso sobre anecessidade de o projeto ser logo votadopela Câmara. O debate sobre o tema teveapoio de entidades dos quatro Estadosda Região Sudeste, entre as quais a AELO.

    O relator da Lei Geral do LicenciamentoAmbiental, deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), que aparece nesta foto, afirmou nodebate que os principais pontos sobre oprojeto foram levantados e discutidos naCâmara de Deputados e que a pauta já éum consenso: “Chegamos a um nível dematuridade do debate que não se viaantes. A redação está pronta para ser

    votada em plenário e a padronização dasnormas é o primeiro ponto, pois de fatonão existe uma lei geral de licenciamentoainda.”

    O deputado federal Rodrigo Agostinho(PSB-SP), presidente da Comissão deMeio Ambiente da Câmara, também édefensor da norma e acredita que maisde 80% do texto é passível de aprovação,porém, existem pontos que sãoinegociáveis e que podem encontrarresistência.

    “Uma boa parte do texto é consensual,a respeito de melhorar esse sistema delicenciamento, mas ainda tem pontosbem complicados, por isso sugiro levarao plenário apenas os consensos entre osdiferentes setores”, disse Agostinho.

    Quanto às perspectivas de votação, orelator disse acreditar que o texto serávotado no plenário da Câmara deDeputados em 2021. De acordo com o

    Kataguiri, “o projeto já está próximo deum acordo com a oposição, governo ecom parlamentares ambientalistas, mas ocalendário do Congresso Nacional, queainda nem votou o orçamento, estábastante prejudicado”. Kim Kataguiridestacou ainda que o setor daconstrução, como outros setores, não senega a mitigar os impactos causados: sóquer saber quais são as condicionantes eque estas sejam proporcionais aosimpactos. “Hoje, existe uma exploraçãoda licença ambiental de forma abusiva,por isso incluímos no relatório pontospara regular essas licenças de forma maistransparente e mais precisa nascondicionantes.

    Nós sabemos que o desenvolvimentoeconômico é necessário, mas deve serpraticado em harmonia com asustentabilidade”, Kataguiri.

    (Continua na próxima página).

    LEI GERAL DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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  • O presidente da CBIC, José CarlosMartins, que participou do semináriowebinar de 26 de outubro organizado pelasua entidade, disse que o evento reforçouo apoio do setor imobiliário e daconstrução ao Projeto de Lei 3.729/04. Elamentou o fato de esse projeto tramitarna Câmara Federal há 16 anos.“Precisamos de uma legislação clara quereduza a insegurança jurídica”, afirmouMartins. “Hoje, temos um emaranhadode legislações, que precisa seruniformizado a partir da nova lei. Nóssabemos da luta para a aprovação, masacredito que agora vamos conseguir essavitória, que vai beneficiar toda a sociedadee proteger o meio ambiente.”

    O deputado Rodrigo Agostinhodefendeu a integração das licençasurbanísticas a partir da nova lei, masalertou que o Brasil tem a maiorbiodiversidade do mundo, algo que deveser levado em consideração.

    “Sou favorável à aprovação do projetode lei porque atualmente existem muitasregras e precisamos de uma queuniformize tudo, já que temos órgãosambientais com pouca estrutura deanálise, capacitação do servidor e bancode dados consistente”, explicouAgostinho. “Além disso, a lei trata daslicenças de maneira integrada, o que émuito bom para o setor da construção.”

    Conforme comentou o deputado federalJosias da Vitória (CIDADANIA-ES), amaioria dos segmentos empresariais doPaís esbarra na legislação ambiental:“Acredito que essa aprovação vaiacontecer, pois é necessária. Buscamosentregar essa regra para o País comflexibilização associada a garantias parapreservar o meio ambiente.” Ele

    completou:“Se tivermos uma regra transparente

    não teremos espaço para corrupção. Aregra vai dar proteção e segurança aosempresários e ao governo, eliminando aburocracia que existe hoje, que impede amodernização e importantes obras.Vamos motivar outros deputados para avotação!”

    A presidente da Companhia Ambientaldo Estado de São Paulo (CETESB), PatríciaIglecias, participou do seminário eapresentou explicações sobre o exemplode São Paulo e dos avanços que foramfeitos na questão do licenciamento. Eladisse que São Paulo tem participado dediscussões com o IPHAN, o COMAER e oIBAMA, o que tem garantido melhordefinição dos procedimentos de consulta,resultando em maior agilidade nosprocessos de licenciamento. “Ter uma leigeral é positivo, mas deve-se fazer umrefinamento necessário na redação”, dissePatrícia Iglecias.

    O advogado Marcos Saes, consultor daCBIC e diretor de Assuntos de Meio

    Ambiente da AELO, mediadordo seminário, voltou a defender a tese deque enfrentar o licenciamento ambientalé complexo e deve ser realizado demaneira preventiva, mas, da forma queestá hoje, regulado por um furacão denormas, está impedindo a obtenção daslicenças. “A alteração do sistema delicenciamento brasileiro é essencial, poisas normas válidas hoje são das décadasde 1980 e 90, o que comprova que estãoobsoletas”, explicou o Dr. Saes.“Precisamos de uma atualização queviabilize as mesmas regras para todos, amodernização do sistema, simplificação esegurança jurídica. Tão grave quanto afalta de estrutura operacional públicapara o setor de licenciamento ambientalé a notória insegurança jurídica em quevive o setor.”

    Marcos Saes, que é de Santa Catarina etrabalha no circuito Florianópolis, Brasília,Rio de Janeiro e São Paulo, participouanteriormente de vários eventospresenciais sobre o Projeto de Lei na CBICe na Câmara de Deputados.

    PROJETO DE LEI TRAMITA HÁ 16 ANOS

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    INFORMA

  • O Conselho Nacional de Meio Ambiente(CONAMA), em sua reunião de 28 desetembro, revogou a Resolução CONAMAn.º 284/2001, que dispõe sobre olicenciamento de empreendimentos deirrigação, a Resolução CONAMA n.º302/2002, que dispõe sobre osparâmetros, definições e limites de Áreasde Preservação Permanente (APPs) dereservatórios artificiais e o regime de usodo entorno, e a Resolução CONAMA n.º303/2002, que dispõe sobre parâmetros,definições e limites de APPs.

    Dentre todas essas normas, odispositivo com maior relevância práticapara o setor é, possivelmente, o art. 3.º,inciso IX, alínea ‘a’ da ResoluçãoCONAMA n.º 303/2002, que institui APPem faixa mínima de 300 metros nasrestingas.

    Apesar das revogações feitas peloCONAMA, a matéria foi judicializada.

    Nesse sentido, o Supremo TribunalFederal (STF), por unanimidade, emdecisão de relatoria da ministra RosaWeber com julgamento virtual finalizadoem 27 de novembro, suspendeu, até ojulgamento de mérito da questão, asrevogações – de modo a restaurarimediatamente a vigência e a eficácia dastrês Resoluções – (Arguições deDescumprimento de PreceitoFundamental ADPFs n.º 747, 748 e 749ajuizadas, respectivamente, por Partidodos Trabalhadores, PT; Partido SocialistaBrasileiro, PSB, e REDESUSTENTABILIDADE).

    Dada a extrema relevância do assunto, opresidente da AELO, Caio Portugal,viabilizou o pedido de ingresso daentidade como amicus curiae (amiga dacorte) nos processos no STF – pedido

    este acatado pela ministra Rosa Weber. AAssociação, inclusive, foi representadacom sustentação oral no julgamento –realizada pelo advogado Marcos Saes(foto), especialista em Direito Ambiental,consultor da CBIC e diretor de Assuntosde Meio Ambiente da AELO.

    Após o desfecho desse inicialjulgamento do STF, o Dr. Marcos Saesteceu as seguintes considerações àreportagem deste jornal: “Em relação àAPP de 300 metros nas restingas, aindaé preciso ter em mente a aplicação dasleis federais da Mata Atlântica e CódigoFlorestal em relação à matéria. UmaAPP só tem status jurídico de tal (erestrições associadas) quando há o quese chama de função ambiental, descritano art. 3º, inciso II, do Código Florestal.Não havendo essa função ambiental,não há APP. Então, mesmo com a

    decisão do STF, ainda há um caminhojurídico para que, a depender dascircunstâncias concretas, possa-se, casoa caso, afastar a aplicação desta APP de300 metros.”

    Enfim, ainda há que se acompanhar eaguardar a posição final do STF sobre oassunto. Todavia, a realidade é que hojeas Resoluções CONAMA n.º 284/2001,302/2002 e 303/2002, emborarecentemente revogadas, são, na prática,por força do decidido pelo Supremo,aplicáveis. Se um dispositivo como o quecria a APP de 300 metros nas restingasfor, de fato, interpretado de forma isoladae aplicado sem o devido cuidado porórgãos ambientais e Poder Judiciário, ocomando legal simplesmente pode obstara realização de incontáveisempreendimentos, em todo o extensolitoral brasileiro.

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    STF SUSPENDEU REVOGAÇÕES DO CONAMA. E AGORA?

  • O engenheiro Ciro Scopel, presidente doConselho Consultivo da AELO, conselheirodo Secovi-SP, membro fundador do Comitêde Desenvolvimento Urbano (CDU) ediretor da empresa ScopelEmpreendimentos e Obras, de São Paulo,somando mais de 30 anos de experiênciano setor imobiliário, vê lógica na opçãoeditorial do jornal “AELO Informa” de abrirespaço para as questões do meio ambiente.

    “Nós, empreendedores, defendemos asustentabilidade apoiada em três pilares –ambiental, social e econômico”, afirmouCiro.

    Em novembro, Ciro Scopel afirmou que,apesar da terrível tragédia global trazidapela pandemia, é possível chegar a umaconstatação positiva neste período dequarentena, que está para completar novemeses: o mercado consumidor não sósobrevive como também reforça seuinteresse por casas. “Muita gente, em fasede isolamento em todas as cidades doBrasil, passa a refletir sobre o futuro e sobrea possível mudança de hábitos, envolvendoaté mesmo a mudança de residência dafamília”, explicou o dirigente.

    “A pandemia mostrou, nestes meses, oquão forte é a casa”, comentou Ciro Scopel.“Na prevenção contra o risco da covid-19,as pessoas se restringem aos seus espaços,às suas residências, em geral casas ouapartamentos, e tratam de trabalhar demodo virtual e refletir sobre o futuro. Nessasituação, há quem decida trocar umpequeno apartamento por uma casa ampla,em outro bairro ou em outra cidade, nopós- pandemia.” Isso é positivo para nós,que trabalhamos na produção de lotesurbanos.”

    As pesquisas da Brain, em parceria com aAELO e o Secovi-SP, sobre tendências domercado de loteamentos confirmam a tesede Ciro e indicam que, apesar das sequelasprovocadas pelo coronavírus na sociedadebrasileira e na economia, as empresas deparcelamento do solo devem encarar avirada de 2020 para 2021 com relativaesperança.

    Para reforçar seu ponto de vista, Ciro citao sucesso das vendas da terceira e última

    etapa de um loteamento fechado de altopadrão, implantado pela Scopel, a ReservaIbirapitanga, no município de Santa Isabel,junto à Via Dutra, no extremo leste daregião metropolitana de São Paulo, a 50quilômetros da Capital.

    O trabalho da equipe Scopel, sob aliderança dos irmãos Ciro Scopel e EduardoScopel tem sido intenso nos últimos meses,tanto que as vendas em Ibirapitanga estãoquase concluídas, enquanto a empresa levaadiante outros empreendimentos em váriasregiões do Estado de São Paulo.

    Ibirapitanga representa um exemplointeressante. Faz 14 anos que o jornal“AELO Informa” publicou matéria de capa,mostrando o projeto em implantação, entreáreas verdes, após 11 anos decorridos entrea decisão do proprietário da gleba debuscar parceiros para lotear aquela área e oinício da venda de lotes, em 2006. Ao todo,lá se vão 25 anos.

    “Valeu a pena”, conclui Ciro Scopel,orgulhoso pelo fato de o dono da gleba, oconceituado médico Silvano Raia,especialista em transplantes de rim e de

    fígado, ter escolhido sua empresa paralevar adiante os planos. “A natureza estápreservada”, completa Ciro. “A paisagemassegura qualidade de vida para osproprietários de casas de Ibirapitanga epara os moradores da região. Mas osgovernantes, os legisladores e os cidadãosem geral precisam saber o quanto é difícil amissão de loteadores conscientes no Brasil,de absurda burocracia e de inúmerosoutros obstáculos.”

    Os terrenos residenciais da ReservaIbirapitanga 3 têm 800 metros quadrados.O projeto global está consolidado, commais de 150 casas construídas, em meio a 4milhões de metros quadrados de mataatlântica, portaria, segurança 24 horas eclube de esportes e lazer. O acesso é pelaVia Dutra. Logo após Arujá, o motoristadeve entrar na Estrada do Ouro Fino: maisoito quilômetros até o empreendimento.Ao todo, a Reserva Ibirapitanga éconstituída de 836 lotes, sendo 321 noprimeiro módulo, 254 no segundo e 261 noterceiro. Tranquilidade para os moradores,junto à natureza preservada.

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    EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BRINFORMA

    CIRO SCOPEL: A CASA E O MEIO AMBIENTE

  • Na visão da AELO, o novo MarcoRegulatório do Saneamento Básico,sancionado em julho pelo presidente daRepública, Jair Bolsonaro,

    depois de aprovado pelo Congresso, seráfundamental para resgatar uma obrigaçãode todos nós, brasileiros, de levardignidade e saúde a toda a população. Opresidente da AELO, Caio Portugal,escreveu artigo, destacando:

    Em 24 de junho deste ano, o SenadoFederal aprovou o PL 4162/2019 (MarcoRegulatório do Saneamento Básico) einaugurou, espera-se, uma regulação parafinalmente acabarmos com a grandedemanda do século XIX e que envergonhaa todos nós: a inexistência de água tratadae rede de esgoto para mais de 100 milhõesde brasileiros. Entretanto, é preciso que seresolva a segurança jurídica para a devidaatração de capital público e/ou

    privado necessário ao enormeinvestimento. Nesse aspecto, éfundamental que erros cometidos naregulação dos serviços de distribuição deenergia elétrica não sejam replicados nessaimportante infraestrutura da cidadania.

    Ruth Carmona Cesar Portugal (foto),arquiteta, sócia diretora da GPDesenvolvimento Urbano e membro doConselho Fiscal da AELO, é especialista emloteamentos – em especial, emsaneamento básico.

    Esse tema está em seu dia a dia deatuação na empresa e no grupo de trabalhoque coordena no Comitê deDesenvolvimento Urbano (CDU),participando das oficinas das entidadesimobiliárias com a Sabesp, empresa paulistade saneamento básico. Esta é sua análise: OMarco Regulatório de Saneamentofinalmente veio a ser regulamentado paragarantir qualidade de vida aos brasileiros,propondo, até o ano de 2033, alcançar 90%de abastecimento de água potável, além decoleta e tratamento dos esgotos sanitáriosem todo país.

    Nesse sentido, por consequência, índicesatribuídos às doenças decorrentes da faltada estrutura de saneamento serão maisfavoráveis. Além disso, cabe ressaltar aamplitude de ferramentas fundamentais queestão vinculadas com os novos tipos de

    investimentos no mercado interno, gerando,diretamente, novas possibilidades deempregos e alavancando a economia. Noque se refere à atividade de parcelamentode solo, incorporações e condomíniosedilícios, o empreendedor tem, atualmente,o papel similar ao dos agentes econcessionárias de saneamento e, sob esseâmbito, o Projeto de Lei traz novaspossibilidades, bem como alternativasvinculadas aos instrumentos legais. Ou seja:foram viabilizados meios que permitemdesatar conflitos jurídicos para a promoçãode parcerias PPP, fortalecendo, dessa forma,as decisões diante do planejamento deurbanização com mais impacto sobre oscidadãos, dando, inclusive, maior poder dedecisão e concessão para a municipalidade,juntamente com o setor privado,acompanhando o Plano Diretor proposto eaprovado, respectivamente, em cadamunicípio.

    O Secovi-SP e a AELO já têm feitoparcerias nessa direção, inclusive com aSabesp, minutando e aplicando soluçõesde parcerias para integrar e atender ocrescimento demográfico de formaplanejada.

    No entanto, no acordo para a votação noSenado, para que não houvesse discussão

    de sete destaques, alguns prováveis vetosforam negociados entre os senadores e o

    líder do governo no Senado, que afetamdiretamente o setor.

    Um dos artigos de provável acordo paraveto presidencial é o artigo 18-A doprojeto, que prevê o ressarcimento dosinvestimentos feitos por empreendedoresde incorporação imobiliária e deloteamentos (parcelamento do solo), quedeveriam ser obrigação dasconcessionárias ou dos poderesconcedentes, na chamada infraestruturanão incidente do empreendimento. OSecovi-SP, a AELO e as demais entidadesdo setor já se mobilizam para defender amanutenção do dispositivo junto àsinstâncias federais. Atualmente, como sesabe, os empreendedores arcam com todasas despesas das obras de saneamento,inclusive as não incidentes, que deveriamser de responsabilidade dasconcessionárias de serviço público. Apesarde antigas reivindicações das entidades,entre as quais a AELO, os investimentosnão são reembolsados pelasconcessionárias, o que acaba gerandopagamento duplo pelo consumidor: nopreço do imóvel e nas tarifas dos serviçosde saneamento.

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    SANEAMENTO BÁSICO, ENFIM, UM RESGATE

  • EDIÇÃO 114 - DEZEMBRO DE 2020 WWW.AELO.COM.BRINFORMA

    A AELO e o Secovi-SP comemoraram, emoutubro, mais uma vitória do diálogo e dobom senso junto ao Governo do Estado deSão Paulo: como resultado de intenso trabalhode representantes das duas entidades e daCompanhia Ambiental do Estado de São Paulo(CETESB) por meio de oficinas temáticas, foipublicada no “Diário Oficial” do EstadoResolução n.º 80, de 16/10/2020, da Secretariade Infraestrutura e Meio Ambiente.

    Essa Resolução trata dos procedimentos paraanálise dos pedidos de supressão devegetação nativa para parcelamento do solo,condomínios ou qualquer edificação em áreaurbana, e o estabelecimento de áreapermeável na área urbana para os casos queespecifica, nos 645 municípios paulistas.

    Caio Portugal, presidente da AELO, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano eMeio Ambiente do Secovi-SP e coordenadordo Comitê de Desenvolvimento Urbano (CDU),disse que essa mudança mostra a importânciado diálogo franco, do trabalho transparente edo esforço para se atingir bons propósitos queatendam a todos:  “As oficinas temáticas quetemos realizado com a CETESB comprovam anecessidade da boa interlocução entre poderpúblico e a iniciativa privada.”

    O diretor de Assuntos Regionais da AELO,Elias Zitune (à esquerda nesta foto), escreveueste artigo sobre a importância da notícia.

    A Resolução SIMA 80 publicada no DiárioOficial no 17 de outubro dispõe sobre osprocedimentos para análise dos pedidos desupressão de vegetação nativa paraparcelamento do solo, condomínios ouqualquer edificação em área urbana, e oestabelecimento de área permeável na áreaurbana. Esta Resolução é fruto de muitasdiscussões entre o setor produtivo (AELO,Secovi-SP e demais participantes) e os órgãosde licenciamento, em especial a CETESB.

    A Resolução busca esclarecer alguns pontosque já eram tratados na Resolução SMA72/2017, mas que geravam dúvida quando dasua aplicação, além de consolidar algunsimportantes entendimentos técnicos. A partirda publicação da SIMA 80/20 a SMA 72/2017foi revogada.

    No que se refere a autorização parasupressão de vegetação, a regra geral foimantida, devendo ser garantida a preservaçãoda vegetação nativa em área correspondente

    a, no mínimo, 20% da área total doempreendimento, exceto no arbóreos nativosisolados, seguindo-se, nesse caso, asdisposições específicas.

    Por outro lado, a Resolução passou apossibilitar a supressão de vegetação, mesmoquando a área total ocupada com vegetaçãonativa na área do empreendimento sejainferior a 20% , desde que a supressão sejaindispensável para o acesso aoempreendimento ou para a implantação desistema viário definido em plano diretormunicipal, ou ainda infraestrutura de ligaçãode saneamento e energia ou ainda quando avegetação existente for constituída porfragmento de vegetação em estágio inicial deregeneração, com área inferior a 1 hectare,além de outras possibilidades trazidas naResolução, que, sem dúvida alguma, passam aajudar na compatibilização do projetoambiental e urbanístico. A Resolução consolidaoutro entendimento, qual seja, que opercentual de área permeável incide sobre aárea total do empreendimento, porém nãodeve incidir sobre eventuais áreasremanescentes.

    Um dos pontos que mais gerou discussãonos últimos tempos entre os técnicos eempreendedores também foi abordado pelaResolução: A norma fixa que serãocomputadas como áreas permeáveis, as áreasajardinadas do sistema de lazer, equipamentosesportivos com superfície permeável, lagos eespelhos d’água, áreas de servidãoadministrativa referentes a linhas detransmissão, gasodutos, oleodutos, e as

    porções de áreas institucionais destinadas ainstalação de equipamentos públicos urbanosexclusivamente para captação de águaspluviais (bacias de detenção), desde que sejagarantida sua permeabilidade. Por estaredação as bacias de detenção, desde quepermeáveis poderão ser projetadas nas áreasinstitucionais podendo compor até 50% dototal da área permeável, resolvendo oproblema de diversos projetos, principalmentedas Cidades que exigem este equipamento deretenção de água de chuvas.

    Ainda sobre este tema, existindo áreapermeável superior a 20%, esse excedentepoderá servir como área para a compensaçãopor supressão de árvores isoladas, ou porintervenção em áreas de preservaçãopermanente, podendo ser utilizadas para amesma finalidade as áreas ajardinadas.

    Por fim, vale ressalvar que esta Resoluçãonão se aplica a área de cerrado, sendomantido para este Bioma os parâmetros daSMA 64/2009.

    Pode-se dizer que esta Resoluçãoapresentou grandes avanços, garantido apreservação ambiental, trazendo maiorsegurança jurídica na aplicação pelos técnicosde conceitos importantes, além de trazeravanços em questões fundamentais para acompatibilização dos projetos urbanístico eambiental.

    Saem ganhando o meio ambiente, osaplicadores da norma e a sociedade, que passaa ter uma regra mais efetiva na busca de secriar novos bairros e tornar a cidade cada vezmelhor.

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    REGRAS DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO

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    Em sua reunião de 8 de dezembro, oComitê de Desenvolvimento Urbano(CDU) – integrado pela AELO, Secovi-SP eSindusCon-SP – focalizou vários temas deinteresse dos empreendedores deloteamentos e reservou um espaço para opresidente Caio Portugal analisar osresultados das eleições municipais de 15e 29 de novembro e o possível impactono panorama político nacional em 2021.

    Os mais de 5 mil municípios brasileirosjá sabem quais serão seus prefeitos paraos próximos quatro anos. Alguns partidosfazem festa.

    Outros lamentam e buscam culpados.Mas o grande vencedor dos dois turnosdas eleições de novembro foi o Brasil. E aAELO vê motivos para se confraternizarcom os autênticos cidadãos e com aclasse política: as urnas falaram mais altoque a demagogia populista irresponsável,não deixando espaço para candidatosespecialistas em radicalismo, em rancor,em propostas levianas.

    Tanto nas capitais quanto nas cidadesmédias e pequenas, prevalece adiversidade, sem a polarização em tornode apenas dois partidos. E isso éimportante para a democracia e para afundamental mola propulsora daeconomia, da qual nós, do setorimobiliário, participamos de modoexpressivo.

    São Paulo, o município mais populoso doPaís, deixa um exemplo emblemático aoconceder ampla vitória a um jovem político,Bruno Covas (PSDB), amadurecido por trêsanos na prefeitura e pelo conhecimentoadquirido em funções anteriores – deputadoestadual, deputado federal e secretário deEstado. Equilibrado e elegante, não se

    deixou levar por provocações do adversário,uma versão genérica do modelo populistaque deixou sequelas no País. Ao festejar, em29 de novembro, Covas disse que oresultado das apurações representa a“vitória da ciência, da moderação e doequilíbrio”.

    Assim como havia ocorrido há quatroanos, o PT ficou longe das prefeituras dascapitais. Foram as derrotas mais amargasdesde a década de 1980. Em 2020, foiderrotado até em Rio Branco, no Acre, aisolada capital em que tinha vencido em2016. O partido também perdeu espaçonum tradicional reduto, o Nordeste. Econtinuou banido nos principais dos 39municípios da região metropolitana deSão Paulo, a quinta metrópole maispopulosa do mundo: venceu somente emDiadema e Mauá, por reduzida margemde votos. Também houve derrotas noInterior e no Litoral do Estado, nos doisturnos, em cidades como Campinas,Sorocaba, Ribeirão Preto, Santos e SãoVicente.

    Para as perspectivas do País, foramigualmente positivos os resultados do Riode Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre,

    Curitiba, Salvador, Recife, Goiânia eoutras grandes cidades, imunes ao blocode partidos de esquerda, que, diante dodesgaste sofrido pelo PT porcomprovados casos de corrupção,buscaram candidatos de siglas genéricas,sob o apoio de marketing dos habituaiscantores de uma nota só e dos atoresespecialistas em ficção.

    A partir de 1.º de janeiro, caberá aosprefeitos eleitos cumprir as promessaseleitorais, em benefício dos seusmunicípios e de sua gente.

    E, no âmbito nacional, a classe políticaterá a obrigação de pensar não só eminteresses próprios com vistas às eleiçõesde 2022, mas também – e principalmente– em contribuir para levar adiante avotação de reformas e de projetos de lei,ação necessária para o País vencer a crisee reduzir os elevados índices dedesemprego.

    A luta não terminou em 29 denovembro. Ainda temos pela frente apandemia do vírus e o vírus dapoliticagem. O Brasil apenas entrou numnovo ciclo. Há motivos para festas, sim. Emãos à obra!

    ELEIÇÕES: O BRASIL FOI O VENCEDOR

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    Especialistas do Direito debateram, em 5de novembro, os riscos e os cuidados paraa atividade de loteamentos da Lei Geral deProteção de Dados (LGPD), que entrou emvigor em 18 de setembro. A Live “Lei

    Geral de Proteção de Dados (LGPD),desafios e cuidados na atividade deloteamentos” foi uma iniciativa do Comitêde Desenvolvimento Urbano (CDU), quetem como coordenador o presidente daAELO, Caio Portugal. No debate, Caio foi ofacilitador. O vice-presidente da AELO,advogado Luis Paulo Germanos, tambémcoordenador do Conselho Jurídico daentidade, foi o debatedor.

    Participaram estes três experientesespecialistas em Direito do escritório deadvocacia Furtado, Safatle e Abrão: SimeiSafatle, advogada com especialização deProcesso Civil e Direito Digital BernardinaFurtado, advogada nas áreas de DireitoAdministrativo, Ambiental, do Consumidor,Licitações e Seguros Paulo Abrão,advogado nas áreas de Direito Ambiental

    Empresarial, Administrativo, Licitações,Inquéritos Civis, ImprobidadeAdministrativa e Seguros. A Lei Geral deProteção de Dados (LGPD), que conta commedidas e regras para a coleta,armazenamento, tratamento ecompartilhamento de dados pessoais,merece a atenção de cidadãos e deempresas. Uma vez que o nãocumprimento dessa lei pode gerar pesadaspenalidades, somando-se a todos os danosque um vazamento de dados já poderiagerar, torna-se fundamental a atençãoespecial dos associados da AELO a essetema.

    A fiscalização e a regulação da LGPDficam a cargo da Autoridade Nacional deProteção de Dados Pessoais (ANPD). Sãotarefas essenciais para que a autoridadenacional atue como um órgão a serviço docidadão e como um elo entre sociedade egoverno, permitindo que as pessoasenviem dúvidas, sugestões, denúncias paraapuração. A Live do

    CDU focalizou também o caso do ataquede hackers aos dados do Superior Tribunalde Justiça (STJ). A invasão dos dadosparalisou as atividades do STJ e provocoualerta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE),cujo sistema de computadores tambémsofreria ataques na eleição de 15 denovembro. O TSE decidiu reforçar asegurança de seus sistemas internos parase precaver, mas houve atraso emapurações do pleito. Nos últimos dias,foram presos vários hackers.

    O rápido avanço da tecnologia beneficiaa comunicação e todas as atividades dasociedade e da economia, mas tambémtraz riscos, daí a necessidade de recursoslegais e estratégicos de proteção ainteresses específicos. As empresas deloteamentos lidam com enorme variedadede informações, entre as quais os seusprojetos de empreendimentos e oscontatos entre corretores e clientes, algoque sugere especial atenção à nova lei,como definem o presidente da AELO, CaioPortugal, e o vice- presidente, Luis PauloGermanos. O diretor Administrativo eFinanceiro da AELO, Arthur MatarazzoBraga, que é administrador de empresas etrabalha há mais de 30 anos comoempreendedor de loteamentos, ressaltoua complexidade do assunto e

    recomendou a publicação deste textono “AELO Informa”.

    O Conselho Jurídico da AELO,coordenado pelo Dr. Luis PauloGermanos, conta com mais cincointegrantes: a Dra. Renata Mathias deCastro Neves, o Dr. Carlos Eduardo deSouza Castro, a Dra. Zildete Medeiros, aDra. Luciana Lopes de Azevedo e a Dra.Kelly Durazzo.

    Criado em 2008, o Conselho sereúne no início de cada mês paraesclarecer questões jurídicas

    apresentadas por associados da AELO epara posicionar a Diretoria diante de temasda legislação.

    LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS

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  • Os loteamentos foramfundamentais para Santos, noLitoral paulista, se tornar uma dascidades brasileiras de melhorqualidade de vida. Esse município,conhecido internacionalmente porabrigar o maior porto da AméricaLatina, por contar com o SantosFutebol Clube, em que brilhouPelé, Rei do Futebol, e por ter ser

    a terra natal do patrono daIndependência, José Bonifácio deAndrada e Silva, tem pouco maisde 500 mil moradores, mascostuma receber mais de 1 milhãode visitantes no verão.

    Santos é uma cidadeverticalizada, com edifícios de até38 andares, de área urbanaconcentrada na metade da Ilha de

    São Vicente – na outra metadefica o município de São Vicente –a apenas 70 quilômetros doCentro de São Paulo. Fundada em1546 por colonizadoresportugueses, a cidade já não temespaço para loteamentos, mas seuperfil está ligado ao históricotrabalho dos urbanizadorespioneiros.

    OS LOTEAMENTOS FIZERAM ESTA CIDADE

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