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Revista do DA Fred Gelli - ECDD - Instituto Infnet

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TI INNFÉCAECDD - Instituto Infnet - Rio de Janeiro - 2012

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IN RTI ONTRODUÇÃO

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Pois é …

Finalmente conseguimos sair do papel.

Chegamos com a alegria de quem começa um novo projeto e a juventude de quem teme não saber direito por onde começar. Sem exageros de humildade, mas sem falsa pretensão. Apenas com força de vontade.Sem mencionar grandes nomes, mas homenageando apenas um: Fred Gelli.Só para ficar bonito? Acreditamos que não.Somos designers. Somos inspirados e sempre influenciados por fatos, pessoas e coisas. Somos graduação nova, turma nova, proposta nova ... numa vida que se renova a cadasegundo. Mas nossa pressa se baseia muito mais em resultados, do que em reconhecimento.Somos alunos do otimismo. Acreditamos no sucesso.Nossa proposta é a evolução de toda uma instituição.E esse espaço-revista é de todos os que se interessam por evoluir no mesmo sentido.

Entre e fique à vontade.E não estranhe se, por acaso, se deparar consigo mesmo.

Você faz parte do que a gente almeja construir.

Sacha SantanaSecretário Cultural - D.A. Fred Gelli

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ÁS RUMUMÁRIO 4 - DAFG - Carta de apresentação - por Lucas Santos

6 - DAFG - Missão, visão e valores

7 - TAPETE VERMELHO - por Sacha Santana

9 - CINECLUBE - SALA 1 - por João Caymmi

10 - DESIGN & CIA - por Patricia Valiño

13 - VAI PROCURAR SUA TURMA! - Turma Leonardo da Vinci

27 - OLHA EU AQUI! - Vitor Leonardo

30 - O QUE ROLA POR AÍ - por João Caymmi

32 - MIMSINA - Jorge Pinheiro

34 - PORTFÓLIO - Sacha Santana

50 - INFNETCOMICS - Alexandre Hissman & Renan Gomes

54 - D.A.F.G. - Estatuto Social

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CATRA5

Um Diretório Acadêmico é umaassociação civil estudantil que, dentre outras funções, representa legitimamente osinteresses dos estudantes perante asinstâncias administrativas superiores de um curso de graduação. Seu surgimento é uma fase inevitável no processo de crescimento de umaFaculdade. E não poderia ser diferentecom o Instituto Infnet. Com vistas a preencher esta lacuna em nossa Escola, fundamos o “Diretório Acadêmico Fred Gelli”, visando representar os alunos da ECDD, Escola de Comunicação e Design Digital, que abarca as graduações de Publicidade e Propaganda e DesignGráfico do Instituto Infnet. Inicialmente, cumpre expormos um breve histórico de Fred Gelli, nosso patrono: atualmente um dos designers brasileiros de destaque em âmbito nacional e mundial, é sócio–diretor de Criação da Tátil Design

de Idéias, empresa de branding e design com grandes clientes, como Natura, Nokia, Coca-Cola, dentre outros. Professor do Departamento de Design da PUC-RJ, no qual ministra os cursos de ecoinovação e biomimética. Conquistou mais de 80prêmios nacionais e internacionais, entreeles o iF Design Award, IDEA – USA, D&AD, Cannes Lions e Caboré. Além de ter uma história decrescimento e sucesso, capitaneou aelaboração da identidade visual dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A disputa para a elaboração dologotipo que representará os jogos foiacirrada e contou com a participação de 139 empresas, em uma concorrência como nunca se viu no Brasil. Após meses dedesenvolvimento em regime ultra-secreto, o logotipo foi apresentado e aprovado com louvor, tanto pela Comissão Organizadora quanto pelo público.

ARTA DEAPRESENTAÇÃO

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ATAR Por conta disso, acreditamos ter optadopela alternativa mais acertada, dentre todas as possibilidades de nomes que tínhamos no momento da concepção do órgão.

Embora o Diretório funcione com base nos interesses do corpo discente, nossa proposta é fazê-lo de forma saudávele interdependente. Assim, consolidamos as seguintes diretrizes, que deverãonortear todas as nossas atividades: 1. Respeito ao Estado Democrático de Direito: não admitiremos doutrinas elinhas de ação que firam os direitosfundamentais da pessoa humana, tampoucovertentes filosóficas extremadas queobjetivam conquistar benefícios através do uso da força; 2. Observância aos conceitos basilares de Propriedade e Direito Adquirido: todos os bens da Instituição deverão ser respeitados

e protegidos. Não endossaremos atividades que de alguma forma causariam dano físico ou moral aos bens da Escola;

3. Apartidarismo: firmamos compromisso em não vincular nossa agenda com interesses de partidos políticos no poder ou não. Não obstante, ficam assegurados a liberdade de expressão e o respeito às escolhas e opiniões pessoais, ainda que políticas. Seguindo estes princípios, temos certo que esta entidade gerará retornos positivos à Instituição como um todo, dentre eles: 1. Consolidação da ECDD como referência de ensino de qualidade e, posteriormente, de pesquisa;

2. Divulgação do nome da escola emeventos de relevância no âmbito do Design e da Comunicação;

3. Representatividade da Instituição em Congressos e Simpósios; 4. Contribuições para melhorias pedagógicas nos cursos, atuando conjuntamente com a Coordenação; 5. Contribuições para produçõesculturais: palestras e debates de interesse dos alunos e professores.

Estamos à disposição para sanar eventuais dúvidas, aproveitando a oportunidade para lembrar que objetivamos prestar um serviço aos alunos; então, sintam-se livres para opinar e participar!

Atenciosamente, Lucas Santos Presidente - D.A. Fred Gelli

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MISSÃO7

SUB-SECRETÁRIODE COMUNICAÇÃOSECRETÁRIA DE COMUNICAÇÃOSECRETÁRIO CULTURAL

SECRETÁRIO GERAL /SECRETÁRIO FINANCEIRO

SUB-SECRETÁRIO CULTURAL /SUB-SECRETÁRIO FINANCEIRO PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE

Julio Omena Sacha Santana Patrícia Valiño Lucas Santos Michele Garcia Luiz Eduardo Caldeira Saulo Bulhões

DIRETORIA

MISSÃO, VISÃO E VALORES

Slogan: “JUNTOS, SOMOS FORTES”

MISSÃO

Agir como catalizador de sentimentos e proposições coletivas, auxiliando naapresentação de propostas à melhoria da Instituição.Ser um instrumento para integração de alunos e turmas, incentivando a criação de oportunidades de interação e convívio.

VISÃO

Ser uma entidade reconhecida nacionalmente como agente fomentador do conhecimento no âmbito da Comunicação e do Design.

VALORES

• União;• Cooperação;• Integração;• Transparência.

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TAPETE VERMELHO

Fred Gelli

Coluna dedicada a homenagear personalidades ligadas ao design ou à publicidade, que estejam estabelecendo ou tenham estabelecido algum tipo de vínculo em prol do desenvolvimento dessas áreas, em relação às graduações do Instituto.

Neste primeiro número da INFNÉTICA, é com enorme satisfação que homenageamos nosso patrono Fred Gelli, descrevendo com foi a sua tão esperada visita ao Infnet no início do mês de dezembro.

Rio, 06 de dezembro de 2011

Finalmente, após uma ansiosa espera,pudemos ter o prazer de receber o patrono do nosso Diretório Acadêmico no auditório do Instituto Infnet, para uma descontraída palestra.

Na verdade, o que se viu, não foi umapalestra estruturada com conteúdoespecífico, mas, sim, a explanação livre de um dos profissionais mais brilhantes quetemos no país, atualmente, nas áreas de Propaganda e Design : Fred Gelli. Com inegável simpatia e desfilando uma vasta gama de conhecimentos que vão muito além do universo do dia-a-dia de um

profissional ortodoxo ligado à propaganda e ao design, Fred Gelli cativou o público com o seu linguajar claro e direto, dissertando sobre suas idéias e noções de como encara o presente e os desafios do futuro do país e, por que não dizer, da humanidade como um todo.

Na chegada, a confraternização com os professores Bianca Martins, Léo Caldi e Gabriel “Gabirú”.

Por Sacha Santana

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Como a platéia, em sua grande maioria, era composta por designers, estudantes, pós graduandos, graduandos, professores e afins, suas palavras foram sendo proferidas não em tom de conselho para estudantes, mas,muito acima disso, como alerta paradespertar a atenção de todos no sentido de que percebam novas perspectivas e diretrizes que naturalmente surgirão em consequência de estarmos passando por uma fase em que importantes mudanças de comportamento fatalmente ocorrerão, em consequência do desgaste de um modelo de sociedade que clama por atualização a cada dia.

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Resta a nós, do Diretório Acadêmidco Fred Gelli, procurarmos estar sempre em sintonia com o que está acontecendo e com quem está fazendo acontecer, dentro daPropaganda e do Design, para que possamosestar sempre em condições de estreitarmosimportantes laços no sentido de promovermoso crescimento das graduações abordadas em nossos objetivos. Laços que possam trazer benefícios tanto para a instituição INFNET, quanto para todos os alunos que estejam realmente preocupados em evoluirdentro das profissões que escolheramestudar agora, para exercerem num futuro que já chegou.

Ao terminar sua explanação, e apósresponder algumas perguntas, percebia-seclaramente que todas as pessoas presentesestavam fascinados com o que tinhamacabado de ouvir por parte de Fred Gelli.O resultado foi a mais longa salva de palmas que já tive o prazer de ouvir no Infnet, em vários anos que tenho me envolvido ematividades diversas, dentro do Instituto.

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Por João Caymmi

INE CLUBESALA 1

HELVÉTICA - O DOCUMENTÁRIO

Ela teve um nascimento discreto pelas mãos de Max Miedinger, tipógraforelativamente desconhecido, mas sua sorte mudou no início dos anos sessenta, quando a fonte mudou de nome e foi associada com o estilo “clean” suíço, canalizando suas tendências utópicas, fazendo um estrondoso sucesso. Estamos falando da Helvetica, claro.

Todos nós, designers, sabemos daimportância da Helvetica no cenário danossa profissão. Provavelmente, uma das mais famosas fontes de todo o design,“nascida” Neue Haas Grotesk e jácinquentona, esta fonte continua a ser usada com frequência e faz parte da identidade visual de algumas das maiores companhias do mundo como: 3M, Nestlé, Toyota,Lufthansa, entre outras. E, há tempos atrás, foi lançado um documentário para celebrar seus 50 anos: “Helvetica: Um documentário sobre tipografia, design gráfico e cultura visual”W. (2007 -1h20m).

O documentário foca na onipresente fonte, examinando como ela é usadaesteticamente, espacialmente e culturalmente para imprimir forma e caráter na estética urbana da cultura visual contemporânea.

O filme é todo produzido em HD e começa mostrando o processo de feitura da Helvetica, de forma manual e se desenrola contando a história da famosa fonte, reunindo diversos depoimentos de grandespersonalidade do mundo do design, entre eles: Neville Brody, David Carson, Hermann Zapf, Erik Spiekermann, etc.

Tirando o excessivo número dedepoimentos, o filme é um documento histórico de relevância sobre aHelvetica. Educa, diverte e, ainda, nos faz digerir com facilidade a histórica deste peculiar fonte de tempos outrora mais românticos, sem internet, sem iPhones, sem nada.(JC)

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DESIGN & CIA

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Por Patrícia Valiño

Dia desses eu estava no ônibus a caminho do trabalho, quando um busdoor chamou minha atenção. Nele, a imagem de um maço de cigarros era acompanhada de um texto que afirmava, não me lembro com quais palavras, algo como “você sabia que as cores vibrantes e imagens nos maços de cigarros são assim para atrair o interesse de crianças?”. Na hora, tive preguiça de anotar o nome do anunciante, ou o site dacampanha. Me arrependi. Aquela propagandaestá na minha cabeça até agora.

Não que eu tenha ficado chocada com uma aparente afirmação sobre a velha história da publicidade de drogas lícitas para crianças. Aliás, tenho certeza que Washington Olivetto come criancinhas no café da manhã.

O fato é que aquele anúncio,intencionalmente ou não, não estava se referindo à publicidade de forma geral, como de costume. O texto falava de design. Atribuía especificamente ao design daembalagem a tarefa suja de despertar o interesse de crianças por aquele produto.

SOMOS MESMOOS CULPADOS ?

Entidades antitabagistas alegam que a publicidade

e técnicas de designaplicadas a maços de

cigarros incentivam os jovens a fumar. De quem

é a responsabilidade pelo problema?

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funciona apenas porque é bonito. Designfuncionana porque cria (ou recria) cenários, épocas, contextos ou situações na mente de quem consome um produto ou serviço,ajudando a vivenciar a fantasia de se sentir elegante, rico, rebelde, jovem, intelectual, o que quiser.

Grupos anti-tabagismo como o que criou o busdoor que vi apostam na atração do design para lançar sobre nosso trabalho a responsabilidade do problema de fumo entre adolescentes. É uma argumentação até viável. Mas não se sustenta. Quer dizer então que se os maços de cigarros forem vendidos em embalagens branquinhas e sem propaganda, só com as fotos feias de gente morrendo, as crianças eadolescente vão parar de querer fumar? Será que a mágica do desejo é despertada só pela embalagem? Não acredito que o

familiar e o caminho estará limpo para um possível novo viciado em bebidas ou cigarros.

Concentre-se na imagem de umadolescente encarando aquela garrafa proibidano armário de bebidas de casa, hesitando por alguns momentos antes de abri-la pela primeira vez. O que será que ele estápensando? Posso imaginar várias coisas. Mas não consigo imaginar que a estética dosrótulos, por si só, o tenha levado até lá. Principalmente, não consigo imaginar que o design da garrafa seja responsável por aquele “frio na barriga” antes da primeira transgressão. Entretanto, consigo acreditar que o design dessa embalagem talvez o ajude a compor a fantasia de se sentir um adulto.

Este é o papel do design, na verdade. Nos ajudar a compor a fantasia. Design não

Já fui questionada, durante uma aula da graduação de Design, se faria um trabalho para um político, por exemplo. Quemquestionou me disse que não conseguiria. É uma opinião respeitável. Eu mesma, não consegui responder. Não que eu fosse me sentir extremamente feliz e orgulhosa de fazer um santinho do hediondo César Maia, mas também não sei se me negaria. Talvez haja algo de errado comigo. Ou talvez eu não acredite que esta briga seja minha.

Há muitos fatores envolvidos em umhipotético desejo infantil / adolescente defumar ou beber. Existe a referência dos pais,parentes ou personagens de TV. Existe tambémo fator curiosidade. Ou a boa e velha pressãopsicológica de se sentir aceito, a favorita dos adolescentes. Ou ainda o desejo de contestar as proibições dos pais. Adicione um punhado de instabilidade no ambiente

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poder da publicidade ou do design seja tão grande assim.

Quem trabalha com isso sabe que uma boa campanha é feita com pesquisa, ou seja, perguntamos aos consumidores que fanta-siaseles querem ter antes de aplicá-las, por semiótica, ao produto final. Não determina-mos suas fantasias.

Trabalhamos com algo que já existe.Acreditar que a sociedade como um todo possui uma parcela desprezível deresponsabilidade sobre este problema, quando comparada à parcela deresponsabilidade da publicidade e dodesign, é uma lógica extremamente perigosa.Porque acomoda os incomodados em um posicionamento em que sabem que por mais que briguem, nada será resolvido – afinal a publicidade não vai parar enquanto

a indústria do álcool e do tabaco foremlegalizadas. E deixa a briga real de lado, já que tentar resolver isso falando com as famílias dessas crianças para dar a elas uma educação com mais “nãos” e mais atenção do que presentes parece bem mais difícil.

É claro que este é o meu ponto de vista. E, no meu íntimo, reservo para minha consciência a decisão a respeito de quetrabalho fazer. Mas acho que vale a pena, para qualquer profissional, pensar arespeito deste tema. Porque em algummomento todos teremos, em nossascarreiras, uma ou mais “oportunidades controversas”. E aí, não haverá dinheiro no mundo quecompense a frustração da perda de uma super oportunidade deixada para trás por preconceitos sociais, ou as noites insones causadas por um trabalho cujasconseqüências sociais sejam hediondas.

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RAPOCIVAI PROCURAR SUA TURMA!

TURMA LEONARDO DA VINCIREFLEXÕES SOBRE UMA DAS PRIMEIRAS TURMAS DE DESIGN DO INSTITUTO INFNET

Por João Ricardo de Albuquerque

Primeira foto - coffee break - julho de 2007

Julho de 2007. Começava ali, uma nova jornada para 50 alunos. Não só para nós alunos, mas também para os professores e para a faculdade em si.

Voltemos um pouco no tempo, para entender melhor a situação.

O Instituto Infnet, consagrado centro de treinamento em profissionais de TI e Design,provendo certificações tecnológicas como

Microsoft, Adobe, ou seja, das maioresempresas do mundo. Fundado por três grandesempreendedores, André Kischnevsky, André Antunes e Eduardo Ramos, o Infnet tornou-se um dos maiores centros decertificação da América Latina, porém, o céu é o limite. A tríade que conduzia o Instituto, depois de anos de planejamento, consegue alcançar seu objetivo.

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RAPOCIV O Instituto Infnet, agora, tornara-se um Centro de Ensino Superior, oferecendo Graduações e Pós-Graduações.

2007 não foi especial somente para os 50 alunos citados, mas também, foi o início de fato do Infnet, enquanto Escola Superior.

No início do ano, a primeira turma iniciou suas aulas na parte da manhã, nós, em Julho de 2007, fomos os pioneiros das turmas noturnas.

Agora que você está situado, perceba a importância daquele fim de tarde em Julho de 2007. Professores, Coordenadores e Diretores, davam as boas vindas à primeira turma noturna da Graduação de Design do Instituto Infnet.

50 alunos. 50 pessoas completamente diferentes. 50 histórias, todas com o mesmo objetivo, formar-se com Designer. Como toda aula inaugural, aquele famoso “bla-bla-bla” que muitos odeiam, quando o professor pede que cada aluno se apresente e fale brevemente sobre sua história. Parece chato, mas dava uma tônica de quão diverso era aquele grupo. Nele, tínhamos adolescentes

recém-saídos do colégio que resolveram estudar design só por que desenhavam bem e tinham lido alguns tutoriais na internet. Também tínhamos profissionais já alocados no mercado em busca de enriquecer seu currículo, presidente de Organização Não Governamental e empresário que gostaria de aprender o ofício para desenvolverprojetos por conta própria, designer formado há mais de 30 ano,s em busca de se atualizar tecnologicamente na profissão, e ampliar network, entre outros.

O mais novo tinha 18 anos, e o mais velho, 51; uns pegavam 3 conduções, outros iam de carro; tínhamos evangélicos, espíritas, aqueles que acreditavam em vários Deuses, ou em nenhum.

Percebam que o perfil desta turma era impressionantemente diversificado, e isso era de uma riqueza fascinante... e perigosa.

Na segunda semana de aula, tudo era muito novo ainda. Numa turma de 50pessoas, muitos ainda não sabiam o nome da maioria. Os mais desenrolados, faziam seu papel de relacionar-se com outros alunos. Outros, preferiam o anonimato das

sombras no meio da multidão. Em meio a esse “ajuste social” pelo qual esta turma passava, eis que o Prof. Caetano Mauro, até hoje um dos mais queridos pela maioriaesmagadora, levantou uma questão que, até aquela hora, ninguém tinha se tocado: “Vocês já escolheram o representante da turma?”

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RAPOCIV Aquela frase soou como um vendaval, que irrompia dentro da sala. Depois de algunssegundos de silêncio, era possível ouvir alguns alunos dizendo que não. E então, percebendo a surpresa da maioria, o professornos deu outro “tapa” para nos acordar: “Gente... vocês estão na faculdade, precisam de um representante... quem se habilita?” Stop! Preciso abrir um parêntese aqui...

Como disse no início do texto, essa é a história da turma “por João Ricardo de Albuquerque”, ou seja, eu.

Alguns provavelmente têm lembranças diferentes sobre os mesmos momentos. Aqui descrevo as minhas.

Sobre esse momento em específico, preciso compartilhar algo que só eu sei: um tipo de conflito que eu passava no momento do início da faculdade. Eu sempre tive per-sonalidade forte e um instinto de liderança muito natural. Muitas vezes, sim, eu bus-cava a liderança do grupo que eu estava, mas em outras ela vinha de forma natural, e até mesmo indesejada por mim. Sempre fui orepresentante de todas as turmas que participei, era sempre o capitão do time de

futebol, sempre que tinha que apresentar trabalho em grupo, a condução daapresentação ficava por minha conta, enfim, eu sempre tive papel de líder.

Mas, desta vez, eu queria experimentar algo diferente. Tive várias experiênciasenriquecedoras, mas outras bastantecansativas.

Às vezes as pessoas pensam “ah ele adora mandar...” como se fosse fácil. Cada

decisão tomada influencia no próximo passo de todos, e não só no seu. Nesse momento do início da faculdade, eu tinha dito pra mim mesmo, “Desta vez vou ficar quietinho na minha... to fora de ser representante. Vou ser só mais um, ficar mais no canto observando.”

Esses eram os meus planos, mas, como eu disse, eu e a liderança nos perseguíamos, e quando eu fiz meus planos, esqueci de combinar isso com ela.

Parte da turma posando para a Infnetnews16

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Voltando à sala, na segunda semana de aula, quando o Prof. Caetano diz “Gente... vocês estão na faculdade, precisam de umrepresentante... quem se habilita?”, eu segui meu plano e permaneci em silêncio, e é aqui, que a tal da liderança entrougargalhando em sala, olhando fixamente para mim e fez com que a maioria dosalunos me apontassem e escolhessem: “João! João! É o João! Aí João, é você mesmo!”

Como diabos isso poderia acontecer? Eu nem sabia o nome da maioria e tinhaabsoluta certeza de que isso era recíproco. Porém, eu esqueci de um outro detalhe...Guardei a liderança no bolso, tentando escondê-la, mas esqueci de guardar a língua junto. Sim, eu falo muito (e digito também rs). Aqui cabe outro parêntese...

Apesar de estar ali, começando afaculdade com todos, meu relacionamentocom o Infnet não começara ali. Eufreqüentava o Infnet desde fevereiro de 2005, quando fiz a formação Webmaster.

Em outubro de 2005, fui contratado por uma Agência, a Add Technologies. Eis que um dia, recebo um email do André

Kischnevsky, diretor do Infnet (que tambémfora enviado para outras pessoas), onde eleexplicava que elesdesejavam criar um novo portal para oInstituto e que teria muita honra se se esse trabalho fosse feito por um aluno ou ex-aluno, não iportando se ele fosse freelancer,representante dealguma empresa, dono de empresa, não importa, ele gostariamuito que esse trabalho fosse feito por alguém formado no Instituto. Na época, pensei que poderia ser uma bela oportunidade de conseguir um“freela”.

Quando olhei as especificações doprojeto, me assustei. Que surpresa! O Infnet estava caminhando para se tonar umaEscola Superior e o projeto do seu portal era algo MUITO maior do que o site que estava no ar. Por um momento, escorreguei na cadeira, desistindo. Mas, tive uma idéia...

Em conversa com o meu Diretor de Arte, Marcelo Vianna, mostrei-lhe o email do André e lhe propus que, como elesqueriam o envolvimento de um ex-aluno, eu poderia servir de “ponte” e ajudar a trazer este importante projeto para aempresa. Imediatamente, ele chamou a equipe de Marketing e a equipe Comercial para redigir um documento, noscandidatando ao projeto.

Para resumir, passamos por todas as etapas de seleção e no fim, vencemos a concorrência pelo projeto. O layout

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escolhido foi justamente o meu e,como se essa honra não bastasse, eu ainda tive a alegria de ficar sendo o designerresponsável pelo projeto, obviamente,orientado pelo Diretor de Arte.

Como eu era ex-aluno, e tinha servido de ponte, meu diretor ainda me presenteou,levando-me para todas as reuniões com a diretoria do Infnet. Portanto, eu freqüentavaquase que diariamente o Infnet, conhecia praticamente todo mundo. E, em algumas aulas, professores citavam a mim ou meu trabalho, ou eu mesmo falava sobrealguma experiência que tive, pois até

então, o projeto do site do Infnet era a maior jóia do meu portfólio.

Então, depois analisando friamente, acho que pesou o fato de saberem que eu conhecia bastante gente lá dentro, já freqüentava o Instituto há muito tempo, então suponho que por isso meapontaram logo de cara.

Voltando à sala...

O Prof. Caetano, que já me conhecia, olhou para mim rindo e disse “É... parece que nem vai precisar de votação, né ...”.

Mas, outro aluno também foi citado, Álvaro, que também parecia estar naberlinda como eu, mas que não teve escolha,também assim como eu. O Prof. Caetano então sentenciou: “Bom, então façamosassim, João e Álvaro são os representantes. A turma é grande, pode ter dois nomes.”

Bom, a partir dali, aquele conflito de “não quero ser o líder desta vez” setransformou em “Tudo o que eu faço tem que ser bem feito, não faço nada... mais ou menos.”

Então, se lá estava eu novamente com a liderança, iria lutar ao máximo por todos os 49 colegas da turma, mesmo pelos que eu não sabia o nome, ainda.

E assim, a “turma 2007 Noite”, como era chamada dentro da faculdade, começou sua jornada dentro da faculdade.Como representante, a primeira coisa que fiz foi procurar conhecer melhor aquela turma. Investi muito tempo, conversando com todos, trocando idéias, pois sempreachei isso muito importante. Um líder precisa conhecer o grupo, como poderia representá-los, sem conhecê-los?

Com o tempo, as coisas foram fluindomelhor. Tínhamos reuniões internas,reuniões com a Coordenação, conversas com professores, rotina normal de todorepresentante de turma.

Essas experiências me levaram a aprender muita coisa. Talvez a maisimportante de todas, tenha sido oexercício de estar no meio de um fogo cruzado.

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Imaginem, 49 alunos cobrando ereclamando de várias coisas de um lado,e a faculdade cobrando também e sedisponibilizando a ajudar e atender sempre que era possível...

Existe um ditado que diz, “O indivíduo é sábio, o coletivo é burro”. Algumasvezes esse ditado não se aplica, porém ele mostra que na verdade eu tinha que lidar com 51 “pessoas”. As ansiedades dos 49 alunos, as minhas e a do“conscientecoletivo”.

É muito importante, saber lidar com isso. Portanto, é crucial que o líder saiba ouvir a todos, porém sabendo filtrar e organizar todo o amontoado de informações recebidas.

Do outro lado, eu precisava lidar com a faculdade. A turma foi bastante esperta nisso, eu já sabia como a “máquina interna” funcionava, eu sabia como os diretorespensavam, como eram, então, eu sabia oque era possível conseguir e o que não era.É como os pais precisam fazer com osfilhos, fazem tudo por eles, mas há momentos

que o “não” se faz necessário. Então, com o tempo eu fui conseguindo entender esse consciente coletivo e organizando-o para que ele se tornasse inteligível, ou seja, a turma precisava se fazerentender.

Uma das práticas que adotei foi fazer com que, em toda reunião, discutíssemos o que queríamos “reclamar”. E eu, fazia um papel de questionador. Particularmente sempre fui assim, muitos às vezes achavam que eu estava jogando contra (acho que quando lembram de mim ainda pensam isso), mas, se a turma não tivesse argumento suficiente para me fazer aceitar, como nós iríamos convencer a faculdade de queestávamos certos? Se alguma reinvidicação caísse por terra comigo, então ela não era suficientemente sólida para ser cobrada da faculdade.

Esse era o perfil de liderança que eu utilizava na turma. Alguns princípios eram rigidamente seguidos, por exemplo:- Reclamações? Precisam me convencer disso.

Isso fazia com que a própria turma, pensasse nelas e criasse argumentoscomigo. Assim, caso elas fossem levadas àcoordenação, não seríamos pegos de surpresa e ficaríamos sem argumentos. Exercício de argumentação. Se não passassem por mim, acham mesmo que iriam passar pelaCoordenação? Eu era o filtro, pois, o intuito de tudo, de cada palavra que eu proferia

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em nome da turma com a coordenação, era pra fazer com que eles nos respeitassem e parassem pra nos ouvir, e não para aturar um monte de alunos reclamando de tudo.

Reclamações listadas, argumentos prontos. Maravilha! Para cada uma dessas reclamações, eu também cobrava sugestões de solução. Apesar de ouvir várias vezes “eu não trabalho na faculdade, eles que resolvam”, eu nunca fui a favor de jogar um problema no ventilador e deixar que os outros resolvam. Aquela faculdade iria assinar meu diploma, e isso valia muito.Portanto, não estava abaixo por ser aluno, nem acima por estar pagando. Estava ao lado, como parceiro, pois se o Infnet crescesse, o meu diploma cresceria junto. Sempre procurei passar isso pra turma. Em todas as reuniões, quando apresentávamos um problema, SEMPRE vinha junto uma sugestão para solucioná-lo.

Reclamações organizadas, sugestões para soluções devidamente descritas, acabou a reunião? Claro que não! Reclamamos, certo? Agora vamos falar bem. Geralmente, as pessoas acham que basta listar os problemas. Façam um exercício, troquem de lugar com

a equipe de Coordenação. É muito bom quando um professor aponta onde nóserramos e precisamos melhorar, mas,também é vital que ele nos aponte onde fomos brilhantes, onde estamos indo bem.

Cada vez que a Coordenadora Bianca Martins entrava numa reunião conosco, ela não estava ali somente para que nóspudéssemos desabafar... Ela estava ali, não só para tentar nos ajudar, mas também para avaliar o trabalho dela mesma, enquanto coordenadora, da equipe dela, etc. Portanto, eu também cobrava que se elogiasse. Não vivíamos num mar de rosas, mas também não era o inferno, existiam coisas boas aserem citadas.

No início foi difícil, foi uma quebra de paradigma. Reunião de turma é pra falar mal da faculdade, cobrar, fazer jus ao dinheiro da mensalidade e tchau? Não mesmo! Aos poucos, a turma foi assimilando essa filosofia que eu tentava implantar, e isso deu resultado.

Em várias reuniões, às vezes o pessoal vinha logo com os elogios. “Oh, já aviso logo... hoje quero registrar aí um elogio ao professor tal... nossa aula maravilhosa!”

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Os resultados começaram a aparecer, não só dentro da turma, mas fora dela. Damesma forma que eu aos poucos ia implantandoessa filosofia interna, também precisava irpassando isso para a coordenação. Não poderia manter a turma como parceira da faculdade, se a faculdade não a visse como tal.

Isso foi conquistando a simpatia e, mais que isso, a confiança, não só dos professores, como da coordenação e até dos funcionários, pois, as reclamações/sugestões/elogios, eram

para a faculdade, para professores, para asmeninas do café, para a secretaria, para todos mesmo.

Que resultados externos isso traria? Respeito. Sempre que eu, ou qualquer outro aluno, se dirigia a um professor ou funcionário, automaticamente, aquelasimpatia e respeito conquistado pelaturma, faziam-se nítidos na nossa frente. Não estou dizendo, que o Infnet nostratava com algum privilégio, mas nos

tratava com respeito e o carinho que eles sentiam que nós os tratávamos.

Quando tínhamos que cobraralguma coisa, apontar algum erro, eradiferente, pois eles sabiam que tudo oque nós reclamávamos era filtrado,dissecado econversado, logo, se chegava até eles, é como se dissessem “Opa... se eles estão cobrando isso, vamos prestaratenção, eles não costumam reclamarà toa.”.

21Uma turma em busca de novas perspectivas

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Isso era inconsciente, não vamos, porfavor, tentar passar um conto de fadasonde todos são tratados com igualdade. “Igualdade” significa não discriminar, seja no Infnet ou em qualquer outro lugar do mundo.

Uma idéia bem argumentada,acompanhada de um sorriso de consideração e respeito, abre muito mais portas do que uma idéia bruta, sem argumentos, atirada como uma pedra na janela.

Foi essa essência que eu queria passar pra turma e, o mais incrível é que, dentro dessa diversidade da turma, haviam pessoas muito importantes, mais inteligentes e mais experientes do que eu, que com certeza me ajudavam a guiar a turma da melhor forma possível. Claro, não agradávamos à todos, mas tudo era feito no intuito de se alcançar o melhor possível para odesenvolvimento de todos.

Muito bem, além de conseguir alçar esse nível de “consciente coletivo” não só internamente, bem como no relacionamento com a faculdade, eu sentia crescer cada vez mais a necessidade de unir a turma e fazer

essas 50 vozes se tornarem n’uma só. Para isso, eu elaborei um pequeno plano de comunicação com 3 simples vertentes que, com certeza, seria o alicerce de todo esse trabalho que vinha sendo feito por todos na turma.

Comunicar-se, é talvez o principalsegredo do sucesso de qualquer coisa que se faça na vida, desde individualmente até em grupo, desde a vida pessoal até aprofissional, TUDO é comunicação.

Focando no nosso caso, tínhamos dois tipos de comunicação. A primeira, interna, que se dava entre nós alunos. A segunda, externa, da turma para com o Infnet.

Parece uma besteira, mas era bastantecomplicado marcar reuniões. Não estamos falando de uma turma de recém-universitários que passavam o dia na praia e iam para a faculdade de

noite. Eram profissionais, pais, mães, filhos, empresários, funcionários, que chegavam em cima da hora da aula e tinham que sair correndo, pois alguns tinham filhosesperando em casa.

Às vezes alguns de nós tinham que voltar ao trabalho para fazer hora extra, enfim, era bastante complicado.

Eu tinha que contar com a compreensão de professores que gentilmente cediam horário de aula para falar rápido com a

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turma, tentar marcar um dia e horário que eles se organizassem para comparecer na reunião, e nem sempre apareciam todos.

Para isso, a primeira solução: a criação de um e-group para a turma. Um simplesemail comunitário onde, todos cadastravam seus emails de contato e, qualquer aluno, ao enviar uma mensagem para o endereço do e-group, automaticamente toda a turma recebia. Lendo assim, realmente parece uma idéia boba, mas fez uma diferença monstruosa no relacionamento interno da turma.

Para a solução externa, comunicar-se com a faculdade. Sempre que eu precisava entrar em contato com algum professor, funcionário, coordenação, quem sabe até direção do Infnet EM NOME DA TURMA, eu tinha que mandar um e-mail do meu endereço pessoal. Alguns na época me chamaram de “fresco” quando levantei essa questão, mas, o feedback que tive dafaculdade (professores e demaisfuncionários foi excelente). Simplesmente, criei um e-mail para a turma. Sim, quando eu mandava um e-mail, não era o João falando, e sim a turma. Logo, o destinatário

recebia um e-mail DA TURMA, assinado pelo seu representante.

Ao criar o e-mail, enviei uma mensagem a todos os professores, diretores, coordenação, alguns funcionários estrategicamenteescolhidos dos setores que mais interagíamos, apresentando o email da turma, pedindo-lhes que salvassem esse email e comunicando que qualquer mensagem proveniente em nome da turma se daria por aquele endereço.

Bom, eu disse que foram 3 passos,lembram?

Eu não segui a ordem cronológica, entre a criação do e-group e a criação do email da turma, o 3º passo aconteceu (cronologicamente, o 2º passo).

A idéia, era mostrar para o Infnet que eles se relacionavam com a turma, e não com um monte de alunos que fazem parte da mesma classe (sim, tem MUITA diferença).

Como eu disse há alguns parágrafos atrás, éramos chamados de “turma 2007 noite”. Até então ótimo, só tinha a gente mesmo...

Mas, e no futuro, como seria? “Turma 2007 - noite”, “turma 2008 - manhã”,“turma 2009 - noite” ? No fim das contas, quem é de que turma?

A minha idéia era IDENTIFICAR aturma. Qual seria nosso email?“[email protected]”?Então, tive um insight e fui pesquisar.

Não me lembro por que motivo, me veio à cabeça que, diversas turmas quando se formam, recebem um nome. Pesquisando, vi que isso acontecia mais em turmas de

Amizades foram sendo construidas.

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academias militares (por exemplo, “Turma de Cadetes Duque de Caxias”, uma turma de recém-formados na AMAN - Academia Militar das Agulhas Negras) e em turmas de direito que levavam o nome de grandes juristas. Mas, não era tão raro, turmas de arquitetura chamadas “Turma OscarNiemeyer”, turmas de medicina levarem nomes de grandes médicos, enfim. Uma coisa que aprendemos desde sempre na faculdade, era de que nós, designers, somos movidos por quebra de protocolos. As pessoas seguem protocolos, nós designers desafiamos os mesmos. Ora, isso atendia perfeitamente à minhanecessidade de identificar a turma. Temos tantos nomes importantíssimos na história da Arte e do Design, que tal batizarmos a nossa turma agora no início e desfrutar dessa identidade, ao contrário das outras turmas por aí, que só se dão um nome quando estão no fim?

Propus essa idéia, a turma aprovou e, depois de uma eleição entre nomes citados pelos próprio alunos, nos batizaríamos como “Turma Leonardo Da Vinci”.

Isso foi muito interessante, pois quem dava a idéia de um nome para a turma, tinha que explicar por que estava sugerindo aquele nome. O que aquela pessoasignificava na história e que tipo deinfluência poderia ter sobre a formação da turma. Então, acabou sendo um exercício

bem legal de pesquisa para aqueles que quiseram sugerir nomes.

Muito bem, agora não éramos mais “uma das turmas de design”, ou “aquela turma da noite” ou a “turma 2007 noite”, éramos a “Turma Leonardo Da Vinci”.

Aluns desistiram, outros fizeram uma pausa. Alguns voltaram, outros ainda não. A maioria se formou, e alguns ainda estão por aqui.

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Isto foi tão bem recebido dentro da faculdade, que eu recebi diversas mensagens elogiando a atitude da turma, com professores encorajando outras turmas a fazerem o mesmo, e, para nossa alegria, o fato acabou até sendo alvo de uma matéria no Infnet News, informativo da faculdade.

Com isso, a turma se solidificava enquanto unidade, se comunicava de forma ágil,organizada e eficiente não só internamente (e-group), quanto externamente (email “turmaleonardodavinci@alguma coisa.com”).

A partir daí, nosso relacionamentomelhorou consideravelmente. Não

precisávamos mais ter tantas interrupções nas aulas para marcar alguma coisa e não precisávamos mais de tantas reuniões internas, pois várias coisas eram discutidas através do e-group. A faculdade assumiu a postura que nós queríamos assumir, a de parceiros do Infnet.

Como resultado disso, hoje, você aluno que está lendo este artigo, desfruta de diversas conquistas. Desde algumas quase que “invisíveis” como mudanças na forma da faculdade interagir com os alunos, ou na forma que um determinado setor trabalha, até em mudanças consideravelmenteimportantes na grade de matérias.

Talvez, a mudança mais marcante para mim, tenha sido a matéria “Gestão dePessoas” ter passado para início da grade.

Essa matéria, na minha época, eraministrada pelo Prof. Jorge Pinheiro. Na nossa turma, era chamada “Aula de Vida”. Em Gestão de Pessoas, você aprende a lidar com os outros, sejam colegas de turma, colegas de trabalho, chefes, funcionários, com a família e até consigo mesmo. Érealmente uma aula de vida, de auto-ajuda. Mas por que isso é tão importante?

Pelo que escrevi até agora, pode parecer que nossa turma era perfeita e tudo era um mar de rosas. Longe disso. Como disse no início, era uma turma MUITO diversificada, e como em todo grupo, era bastantecomplicada, e quase utópica, a harmonia completa.

Nossa turma, internamente, passou por conflitos bastante contundentes, o que, para muitos professores isso era impensável. Vários conversavam comigo, quando sabiam de um problema ou outro, espantadíssimos!

“Como é possível João? Nossa, vocês são a melhor turma que eu já dei aula...

25Alguns criaram e outros reforçaram laços que extrapolavam os limites da graduação.

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como vocês podem ter esse conflito?”... e tínhamos.

No fim, tinha aluno que não olhava na cara do outro. Não sei se devia citar isso aqui, mas acho relevante, pois isso torna tudo o que construímos ainda maisimportante e valorizado.

É como em qualquer empresa: nem todos os funcionários se amam, mas aempresa precisa seguir funcionando, a turma precisa seguir evoluindo e isso foi feito, mesmo em meio a diversos conflitos internos e pessoais.

Voltando à questão da matéria “Gestão de Pessoas” ser no início da faculdade, quando tivemos essa matéria, muitos de nós tivemos a mesma sensação... “Poxa...

se tivéssemos tido essa aula no início,talvez não teríamos todos os problemasde relacionamento que tivemosinternamente”.

Nós realmente sentimos na pele, aimportância dessa matéria, e da pior maneira possível, assimilando-a tarde demais.

Eu, particularmente, fiquei muito feliz quando vi a mudança na grade, pois nós aprendemos isso com a dor, e agora, por todo esse trabalho de organização e parceriacom o Infnet, sinto que talvez tenhamos conseguido evitar a dor de turmas futuras. Isso também era parte da nossa filosofia.

Muitas vezes notávamos erros e pontos negativos em matérias as quais já tínhamos feito. Alguns diziam: “Ah agora não importa,já fizemos mesmo...” e eu sempre cobrava:“Sim, mas e as turmas futuras? Poxa, podemosmudar isso pra eles, não é por que nós passamospor isso que eles precisam passar também.”

E, seguindo essa filosofia e essaorganização que seguimos, conseguimos conquistar bastante coisa. Algumas para nós mesmo, outras, para as turmas futuras.

A mensagem que passo aqui é que vale a pena se organizar. Hoje o Infnet tem uma vida acadêmica efervescente. Temoscomissão de representantes, Diretório Acadêmico, Empresa Júnior...

Na minha época não tínhamosabsolutamente NADA disso. Ou nosorganizávamos para nos comunicar, ouentão, nada mudaria.

A coordenação, na época a cargo do Prof. José Ricardo Cereja, depois da Profª Bianca Martins, tinham reuniões regulares, ouviam os alunos e sempre foram muito atenciosos, mas quando eu digo “nadamudaria” é que, de nada adiantaria eles irem lá nos ouvir, se nós não estivéssemos organizados para falar.

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Gostaria de finalizar, novamentelembrando do mérito da primeira turma de Design da manhã, que eu sei que tambémtrabalhou bastante, tinha métodosdiferentes do nosso que não posso citar aqui pois eu não vivenciei, mas sei que nós, mesmo começando apenas 6 meses depois deles, sendo a primeira turma da noite, já tínhamos algum legado que eles já estavam nos deixando.

Acho importante também lembrarque apesar deu ter tido a honra de ser o líder da turma, nada disso adiantaria se eu não tivesse companheiros que foram muitas vezes até mais importante que eu noprocesso de estruturação da turma.

Um líder não precisa ser o melhor,apenas saber se cercar dos melhores. Eu não era o mais experiente e nem era o maishábil, mas soube me cercar das pessoas certas.

Espero que este texto sirva de inspiração para as turmas futuras. Que sigam as dicas que eu dei, lapidem-nas, melhorem-nas, inventem outras novas muito melhores queessas, mas nunca, jamais, deixem de secomunicar em unidade, sejam sempre A turma.

Muito obrigado aos professores,funcionários e coordenadores que sempre trabalharam lado a lado conosco, a todos os colegas que estudaram na turma até o final ou não, mesmo os que não gostavam de mim e vice-versa, certamente, vocês acabaram aprendendo muito comigo, pois eu, sem dúvida, também aprendi muito com todos vocês.

Um agradecimento especial aos meusamigos que, juntos comigo, formaram o grupo que mais tarde ficou conhecido como “O Bando”: Adriane Palma, Alexandre Sant’Anna (Sacha), Marcia dos Reis (minha linda esposa) e Marcos Melo. Nada disso teria se concretizado sem o apoio de vocês. Grande abraço e sucesso a todos.

João Ricardo de Albuquerque

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OOLHA EU AQUI!

Vitor Leonardo

Nesta seção, procuraremos entrevistar alunos das tumas mais recentes, que estejam se destacando pela qualidade dos seus trabalhos, sejam acadêmicos ou profissionais.

Começaremos entrvevistando o alunoVitor Leonardo, que tem e destacado como um grande ativista da ilustração, dentro do Instituto.

1- Qual o seu nome e sua idade?R: Meu nome é Vitor Leonardo Cardoso e tenho 21 anos. 2- Quando começou sua graduação?R: Comecei a fazer a minha graduação no Infnet no dia 18 de junho de 2011.

3- Existem matérias que você estácursando com as quais você mais se identifica? Quais e porque?R: Apesar de ser um pouco difícil de dizer, as matérias que mais me identifiquei foram as de ilustração e de fundamentos por que elas mexeram profundamente com o meu senso artistico. Me ajudaram a abrir meus horizontes pra poder entender muito sobre meus trabalhos e até sobre mim.

4- Alguma outra matéria te provocasensação de desafio? Qual?R: Acho que a que me provocou maissensação de desafio foi justamente a de Fundamentos do Design. Tenho muita

Ilustração vetorizada no Adobe Illustrator.

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VIdificuldade pra ler, e essa matéria mefascinou por eu poder conhecer períodos

marcantes da história do design que me fizeram abrir os horizontes pra propostas novas de criação.

5- Se a resposta à pergunta anterior for “sim’, diga de que maneira você pretende tratar esse desafio?R: Pretendo todos os dias me superar buscando principalmente ler, mesmo que em pé no ônibus lotado as 9:00 da manhã (risos)

6: Tem notado alguma evolução pessoal dentro das matérias que mais gosta? E das outras?R: Tenho notado que meu desenvolvimento tem sido bom, mas o mais interessante foi a minha evolução com o compromisso que eu venho obtendo com cada conquista.

7: Tem algo a falar sobre a metodologia de ensino aplicada na Graduação?R: Pra mim, poder entrar numa sala, onde os professores te tratam como um serpensante, onde se pode expressar opiniões e se pode discutir idéias é fantástico. Isso para mim é maravilhoso.

8- Já possui experiência profissional?R: MInhas experiências profissionais são advindas de alguns freelas que eu pego, mas nada tão relevante ainda (risos).

29Ilustrações feitas a lápis, digitalizadas e coloridas no Photoshop.

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Ilustração feita a lápis, digitalizada e colorida no Photoshop.

9: Tem algum projeto em mente que pretendaexecutar a médio ou longo prazo? Acadêmico ouprofissional?R: Meu maior projeto é poder fazer com que as minhasilustrações sejam conhecidas nacionalmente e meus trabalhos serem influência para as gerações que vierem.

10: Como você se imagina daqui a vinte anos?R: Ainda não parei pra pensar nisso, mas tenho certeza que eu vou me tornar um profissional bastante conhecido porque eu tenho feito muito para que isso aconteça.

11: Faça um comentário geral sobre a Graduação em Design Gráfico do Instituto Infnet. R: A unica coisa que tenho a dizer é que fui muito bem recebido pelos professores, todos eles. Quero tambem destacar principalmente o fato de poder ter amigos que me dão força. A minha maior inspiração é chegar a cada dia na sala, mesmo cansado de um dia de trabalho, mas feliz porque estou realizando um sonho que cheguei a pensar que nunca iria conseguir realizar.

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QUE ROLA POR AÍJoão Caymmi

DESIGN ADAPTÁVEL. QUE DIABOS É ISSO ?! Você já deve ter ouvido falar sobre Design Adaptável, mas talvez não esteja ligando o nome à “pessoa”. Então, vamos desanuviar o conceito?

Design Adaptável (Do original em inglês, Responsive Web Design) é um conceito de produzir um mesmo site em divesas resoluções para atender não somente desktops, mas smartphones, ipads e afins. E se assegurar que tudo será exibido corretamente, da mesma maneira, nestes dispositivos. Para fazer umwebsite que seja acessível por qualquer dispositivo você geralmente tenta detectar o aparelho que o usuário estáutilizando. Se for um desktop ou umnotebook, você redireciona o acesso para um código

CSS que formata seu site para o design mais confortável em grandes monitores. Se você detectar que o usuário está utilizando um dispositivo móvel, você o redireciona para uma versão que formatará o site para um formato compatível para este dispositivo. Essa ideia é simples e foi efetiva por algum tempo quando utilizávamos “Media Types” do CSS. Com o advento dos novos aparelhos como tablets, smartphones e até mesmo as televisões LED e LCD, essa técnica se tornou muitoobsoleta.

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Entenda porque: os media typesdetectavam algumas características dos meios de acesso, por exemplo o valorhandheld filtrava aparelhos com telas de tamanho pequeno e conexão com a internet limitada. O valor screen, filtrava aparelhos com telas coloridas, normalmente terminais com monitores.

Entende porque estas características estão obsoletas ou se confundem com a quantidade de aparelhos existentes? Hoje 100% dos smartphones suportam resoluções de tela maiores e com acesso a um número ilimitado de cores que os monitores antigos. Quase nenhum celular tem telas pequenas e conexão limitada com a internet. Logo, estes parâmetros ficaram totalmente inúteis.

O Design Adaptável é um assunto muito extenso mas muito interessante. Este artigo foi elaborado para apenas dar “um gostinho” para que os interessados procurem saber mais sobre o tema. E Nos faz pensar no futuro de forma diferente. Até 5 anos atrás não tínhamos preocupações com outrodispositivo a não ser um ou outro smartphonee os desktops. Hoje temos diversos aparelhos, com diversas limitações de tela, tamanhos,

comportamentos… E isso não vai parar por aí. Todos os dias aparecerão mais e mais aparelhos e dispositivos que ajudarão os usuários a terem acesso a qualquer informação.

É importante que nós possibilitemos que essas informações sejam entregues da melhor maneira possível. (JC)

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MSMINNIJorge Pinheiro

Coluna destinada a entrevistar um professor das graduações em Publicidade ou Design, a cada edição da revista.Nessa primeira edição, faremos uma breve entrevista com o professor Jorge Pinheiro, responsável pelas disciplinas de Gestão de Pessoas, Aspectos Comportamentais,Planejamento e Gestão de Carreira, e Empreendedorismo.

I - Nome:JP - Jorge Pinheiro I- Qual a sua formação e que atividadesexerce dentro do Infnet?JP - Sou professor alocado (nada a ver com loucura - óbvio) em todas as escolas do Infnet(Design, TI, Sistemas e Negócios) e atuo em cursos de graduação e pós-graduação. Noâmbito de graduação as disciplinas sob minharesponsabilidade são: “Gestão de Pessoas”, “Aspectos Comportamentrais 1” e “ Gestão e Planejamento de Carreira”. No âmbito de pós-graduação as disciplinas são: “Liderança”,Supervisão” e “Gestão de Mudanças”.

Além disso dou aulas no curso de pósgraduação “Docência em AmbientesTecnológicos”.

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IMSINA

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MINNSII - Desde quando?R - Tudo começou em julho de 2009

I - Qual a opinião que você tem em relação à criação de um Diretório Acadêmicodentro da Graduação em Design Gráfico?JP - Fantástica iniciativa! Sou a favor de todae qualquer representação democrática! I - O que acha a respeito de estarmos crian-do uma revista virtual vinculada ao Diretório Acadêmico Fred Gelli?JP - Chacrinha (o maior comunicador da TV brasileira) diria: “Quem não se comunica se trumbica” I - O que acha do fato de matérias como Gestão de Projetos de Design e Aspectos

Comportamentais terem sido acopladasà grade disciplinar da Graduação emDesign Gráfico?JP - Louvável decisão, pois cada vez mais os estudantes precisam ter acesso a estes temasque são exigidos no mercado, aqui fora. I - Que tipo de diferencial você acha que um aluno pode obter no futuro, estudando esse tipo de matéria já na graduação?JP - Mudar suas atitudes imaturas (oriundas de um ensino médio enfraquecido) no que toca a relações interpessoais e planejamento. I - Que tipo de feed back você já consegue notar através dos alunos, em relação aoconteúdo que você já lecionou no Infnet? Em que aspectos?

JP - Turmas antigas (que não tiveram acesso a estas matérias) apresentavam muito mais conflitos interpessoais do que as turmas que já tiveram contato com estes temas. É claro que em todo agru pamento social teremos conflitos e atritos... mas a maior evidência que obtive foi no grau de incidências destes “eventos do mal”... bem reduzidos. I - Que conselho gostaria de dar aos que estão estudando as matérias que vocêministra?JP - O mais importante não é saber e sim aplicar no seu dia-a-dia. Ficaria muito mais satisfeito em aprovar todo mundo com uma nota mínima... mas saber que estãoaplicando os conceitos de vida ao máximo!

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Em aula, acompanhando a exibição dos trabalhos dos alunos

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OPTO FRORTFÓLIO

Aqui, a idéia é apresentar entrevistas e portfólios de alunos e ex-alunos da graduação, mas estou aproveitando oespaço para mostrar parte do conteúdo do livro que estou escrevendo sobre um setor específico do meu portfólio, que chegou a fazer parte do material que eu havia levantado para montar minha antiga proposta de TCC.

Praia do Forte - Cabo Frio - 1957

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P MODA, SURF & CIA ... UMA PRÉVIA

Por ter passado férias desde pequeno na cidade de Cabo Frio, no nordeste fluminense,naturalmente fui levado a nutrir uma paixão irreversível pela praia e, principalmente, pelo mar.

A meta é fazer com que cada entrevistado conte um pouco da sua vida, analisando a própria evolução profissional, ou técnica, através dos anos.

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TO FRP Por outro lado, em nossa casa, no Rio, tanto eu quanto meu irmão mais velho,sempre que podíamos, estavamos envolvidoscom a brincadeira de fazer desenhos nos versos das folhas datilografadas que nosso pai trazia do trabalho para casa, praticamentetodos os dias.

A coisa foi evoluindo a ponto de se tornar quase um vício, talvez por existir ali uma saudável competitividade entre irmãos, já que tanto um quanto o outro demonstravam claramente que tinham aptidões que poderiam levá-los bem mais longe do que os rabiscos de uma simples brincadeira.

Os passeios que nossa família costumava fazer pela orla do Rio nos faziam querer sentir a vibração do mar, mesmo que de longe, sonhando com os passados e futurosmaravilhosos dias de férias na Região dos Lagos. ONa foto, de 1958, minha mãe com os dois filhos na Praia do Forte .

Enquanto o Sacha brinca com a areia alheio aos apelos do fotógrafo, meu pai, o Kika exibe o seu corte“Ronaldinho Cascão”.

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OTO FRP Isso acabou fazendo com que eu passasse a “antecipar” as férias em Cabo Frio, toda vez que “transportava” o mar para o papel.

Estávamos no início dos anos 60 e o surf mal começava a surgir na cidade do Rio de Janeiro.

Ao mesmo tempo, nas nossas idas e vindas pela orla, já reparávamos a crescente quantidade de crianças “pegando jacaré” com suas pranchas de isopor.

Após ganhar de Natal a minha primeira prancha de isopor, desejei que a prática de conviver com as ondas permanecesse comigo por toda a minha vida.

Um dos primeiros desenhos de infância onde aparece o mar - 1966.

Enquanto o atento salva-vidas zela pela criança que brinca na areia, o “brotinho” exibe suas formasexuberantes num modelito que era “uma brasa, mora?”. Ao fundo, uma grande onda estoura sobre dois banhistasque tentam ultrapassá-la. Enquanto um deles arremessa o seu colchão inflável por cima da espuma, o outro tenta furar a onda elevando sua prancha de isopor acima da própria cabeça. Com 10 anos de idade, eu já não brincava mais de pazinha. Ali, eu era o cara da prancha de isopor, talvezsonhando em ser um dia aquele salva-vidas “pão”.

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OTO FRP No início da década de 70, as praias de Cabo Frio começaram a ser lentamente invadidas pelas pranchas de surf.

Na época, por mais que eu insistisse, meus pais se negavam a me presentear com uma daquelas “maravilhas”, pois, além de custar caro e ser perigosa, a atividade que hoje é reconhecida mundialmente como sendo um esporte, ainda carregava o estigma de ser coisa de maconheiro ...“rato de praia”.

Isso fez com que eu intensificasse a prática de fazer desenhos relacionados a tudo que tivesse ligação com o tema “praia”. Estava surfando fora d’água!

Em 1971, aos 15 anos, com a minha adesão à prática de fazer ilustrações a nankim, desenhos com motivos psicodélicos eram produzidos em profusão. A parte aventureira da adolescência mostrava a sua cara e o trinômio “sexo drogas e rock’n roll” estava na crista da onda ... da onda do surf, é claro. Ou seria do “SURLF”?

Detalhe

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FOTORP Nos EUA, surgia a “surfwear”, caracterizada por ser um estilo de roupa ornamentada com desenhos que eram o resultado da soma das tradicionais padronagens florais havaianas com as novas estampas“localizadas” coloridas, produzidas por empresas da costa oeste daquele país, especializadas na confecção de camisetas chamadas t-shirts.

Com o passar do tempo, vários dos meus amigos que tinham uma melhor condição financeira passaram a pedir para aos parentes maisvelhos para trazerem as tais camisetas californianas, de suas viagens ao exterior.

Na década de 70, as propagandas das confecções especializadas em camisetas estampadas eram um dos pontos fortes das revistas americanas SURFING e SURFER, principais informativosestrangeiros especializados em surf.

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OTO FRP Como eu não tinha parente queviajasse e nem dinheiro para pedir para alguém trazer uma “t-shirt gringa chocante” para mim, tive uma idéia que veio influenciar grande parte da minha vida profissional dali por diante: resolvi juntar a fome com avontade de comer, pedindo emprestada para um amigo meu uma das tais camisetas, para ver se eu conseguiria reproduzir aestampa numa camiseta branca nacional.

A idéia deu certo e em pouco tempo lá estava eu reproduzindo alguns desenhos de

camisetas “gringas” em camisetas nacionais,vendendo para alguns amigos que também não tinham condições de encomendar uma original.

Procurei conhecer alguém que trabalhassecom silk-screen para ver se dava para produzir alguma coisa semelhante por aqui em maior escala, mas meus contatos eram fracos e, na época, trabalhar com surfwear no Brasil ainda era uma atividade meramente utópica.

Em consequência disso, continuei a

fazer os meus desenhos de surf apenas no papel, pois o vírus do surf já havia seinstalado em mim de uma maneirairreversível.

Procurava me espelhar nos melhores quadrinistas e ilustradores americanos ligados ao surf, produzindo uma miscelânea visual que, embora não tivesse pé nem cabeça, me dava satisfação, pois me fazia evoluir em técnicas de ilustração abordando um tema pelo qual eu estava completamente apaixonado.

Ilustração feita a lápis de cor - 1974.

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OTO FRP Depois de ter publicado minha primeira ilustração na revista Brasil Surf, em 1976, senti que tinha conseguido começar a trabalhar fazendo o que gostava, dentro de um segmento com o qual eu me identificava totalmente: o surf. Estava plantada a semente.

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A ilustração, cedida gratuitamente para a revista, foi colocada na matéria de maneira aleatória.

Na capa da revistsa, o atleta Daniel Friedman, que só veio a autografar a mesma em meados do ano 2000.

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OTO FRP O resto da história, prefiro contar através de algumas imagens, pois, ainda nos dias de hoje, invariavalmente, me vejo envolvido em projetos de realização de estampas para a indústria textil ... algumas para a surfwear.

Segue uma pequena exemplificação da minha trajetória através dos anos.

Ainda em 76, a publicação da primeira história em quadrinhos da primeira revista de surf nacional. O surf fora d’água se intensificava dia após dia.

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Cursando a primeira graduação em design gráfico - Projetos Gráficos, tendo seu nome mudado para Comunicação Visual - Escola de Balas Artes - UFRJ - na efervescência do surf na cidade, pipocavam as idéias tipográficas para um mundo surgindo à minha frente.

FINAL DOS ANOS 70

Em 1977, a crescente vontade de se montar uma Associação de Surf de Cabo Frio acabou por fazer com que eu estruturasse o primeiro logotipo que fiz ligado ao surf, embora a tal entidade só tenha vindo a ser montada alguns anos mais tarde.

Em 1978, o primeiro trabalho “para ontem” e a primeira grande lição.Sem quase nenhum recurso, durante um feriado em Cabo Frio, topei fazer, às pressas, um“logotipo” alusivo ao segundo Campeonato Municipal de Surf daquela cidade.Sem lugar para comprar a famosa letraset e apenas com uma caneta de nankim, um pincel e dois vidros de ecoline, surgiu o que se vê à direita.A reprodução em papel jornal em uma gráfica de péssima qualidade acabou fazendo com que o que já não estava bom sofresse uma considerável piora.O “cartaz” do mencionado campeonato acabou me ensinando os primeiros passos sobre os riscos de se inventar tipografias em cima da hora, usar material insuficiente e,principalmente, não se acompanhar a produção gráfica do trabalho.

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Recém formado, sem muitas opções de trabalho e ainda com o surf “bombando” nacabeça, a tendência natural foi entrar com a cara e a coragem num novo mercado quesurgia na cidade e no país: a surfwear. Várias grifes e surfshops foram surgindo.Os convites para a feitura dos logotipos,

embora quase sempre em troca de roupas, acessórios e, até mesmo doces e salgados pipocavam à toda hora. O coloridoexagerado imperava. O negócio era atirar para todos os lados em busca de umamelhor colocação num mercado que ainda demoraria muito para se estruturar.

No embalo dos coloridos desenfreados, magentas, rosas, cores fortes amarelos, cítricos e neons proliferavam em meio atipografias criadas livremente.

Algumas situações me faziam agradecer a mim mesmo, por ter dedicado tanta atenção às “chatíssimas” aulas de desenho técnico, dos tempos de faculdade.

INÍCIO DOS ANOS 80

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Com o país ainda se acostumando com a falta de censura, invariavalmente surgiam clientes com idéias de gosto duvidoso. Mas, comoem todo início de carreira, a ordem era pegar ou largar. E designer autônomo iniciante que se preza, pega tudo que vem pela frente. A meta era acumular experiência.

Com as múltiplas possibilidades geradas pelo uso das letrasauto colantes - Letraset - novas soluções foram sendo criadas.

ANOS 80 ...

No fim da década, com o computador começando a tomar conta do setor gráfico, a ordem era desfazer-se das folhas de letraset a todo custo. Às vezes, várias ao mesmo tempo.

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Devido à disponibilização de tipografia através dos novissimos softers gráficos, o velho processo de construção dos logotipos, aos poucos ia sendo substituido por novas metodologias.

Com a descoberta da ilha de Bali como alternativa para novas ondas de qualidadeinternacional, uma grande quantidade de empresários ligados ao surf passou a viajarregularmente para a Indonésia, acabando por trazer de lá novos conceitos visuais que tiveram grande influência na surfwear do início daquela década.

Com a minha contratação pela grife Balines, em 1990, passei a direcionar grande parte do meu tempo exclusivamente para a pesquisa da arte balinesa, descobrindo uma fonte riquíssima de imagens e informações.

INÍCIO DOS 90

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Em decorrência do trabalho desenvolvido na Balines, e com o mercadode surfwear aquecido em todo país, passei a ser contratado para desenvolvercoleções para várias outras marcas de roupas. Umas, fortemente ligadasao surf. Outras, nem tanto.AN

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Meu principal cliente passou a ser a Redley. Ali, pude acompanhar e fazer parte do desenvolvimento de coleções temáticas. Era a surfwear saindo da desorganização ao aplicar conceitos específicos nas suas coleções, somados a estratégias de marketing, técnicas de branding e de gerência de projetos.

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ANOS 00

Na virada do milênio, a pasteurização das estampas através da massificação do uso dos programas gráficos fez com que o meu principal cliente voltasse a me pedir estampas

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com mais detalhes feitos à mão. Era o casamento do analógico com o virtual. O crescimento de novos esportes, e o ressurgimento de outros, gerou uma nova

vertente de estampas associadas à surfwear. Com o decorrer da década, a surfwear foi perdendo a força em consequência de uma nova demanda de estampas temáticas.

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Hoje, embora a surfwear sobreviva em vários segmentos do mercado, predominam também as estampas de streetwear, além de estampas com toques de humor inteligente e, em muitos casos, estampas com seu foco voltado para a crítica social e assuntos voltados à ecologia e à sustentabilidade.

Paralelo a isso, podemos notar quer, mais do que nunca, as pessoas assumiram a tendência de utilizar apenas roupas que identifiquem-nas com o seu estilo de vida. Do nerd ao lutador, cada um mostra um pouco da sua identidade através de uma imagem impressa no peito.

DIAS ATUAIS

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NIINFNET COMICS NEF T

Seção onde serão exibidos os trabalhos de HQ, charges, caricaturas e tiras feitos pelos alunos. Nesse primeiro número, apresentaremos o trabalhos de uma dupla que já tem seus talentos reconhecidos pelos professores e colegas da graduação. São os estudantes da turma de 2010, turno da noite, Alexandre Hissman e Renan Gomes.

Alexandre Hissman & Renan Gomes

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I NN EF T “Infnet Comics” foi um projeto integrado feito no 3º Ciclo da graduação de Design Gráfico por Renan Gomes e Alexandre Hissman,coordenados pelos professores Leonardo Caldi, Bruno Sérgio, Gabriel Batista e Leo Bérenger. Foi passado um briefing no sentido de se criar uma história ilustrada de até 8 páginas.

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I NN EF T53

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I NN EF TRenan Gomes - twitter : @renanfab Alexandre Hissman : twitter: @a7xandecoPortfolio : www.renandesigner.com Portfolio : www.kawek.com.br/hissman

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STATUTO SOCIAL

CAPÍTULO I – DA ORGANIZAÇÃO E SEUS FINS Artigo 1 – O Diretório Acadêmico dosestudantes da Escola de Comunicação eDesign Digital do Instituto Infnet, batizadode “Diretório Acadêmico Fred Gelli” eidentificado pela sigla “D.A.F.G.”, é umaentidade civil sem fins lucrativos, regido pelo presente Estatuto e pela legislaçãopertinente, com sede na Rua São José, 90, 2º piso, Estado do Rio de Janeiro e foro nesta cidade, com prazo de duraçãoindeterminado, que congrega os membros do corpo discente. § 1.º O D.A.F.G. é pessoa jurídica definida e goza de autonomia administrativa, financeira e disciplinar. § 2.º O D.A.F.G. reconhece a UNIÃO NA-CIONAL DOS ESTUDANTES como enti-dade legítima de representação dosestudantes e a ela é filiado, reservando, em face dela, a sua autonomia.

Artigo 2 – São objetivos do D.A.F.G.:representar os estudantes da ECDD –Escola de Comunicação e Design Digital do Instituto Infnet, agindo na defesa dos seus interesses, representando-osjudicialmente e extra-judicialmente, em qualquer foro ou juízo, na condição deconsumidores dos serviços educacionais da Instituição de Ensino e portadores dosdireitos fundamentais elencados naConstituição Federal, na ConstituiçãoEstadual do Rio de Janeiro, na Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro e noCódigo Civil Brasileiro. Também tem por finalidade: a) Lutar pela elevação do nível de ensino e aperfeiçoamento da formação universitária, dando incentivo ao desenvolvimentocultural e científico dos alunos;

b) Representar e difundir os interesses edireitos do corpo discente, no limite de suas atribuições;

c) Contribuir para consecução e defesa dos ideais democráticos e justiça social, sem vinculação político-partidária;

E55

DIRETÓRIOACADÊMICODOSESTUDANTESDAECDD -ESCOLADECOMUNICAÇÃOEDESIGNDIGITALDOINSTITUTOINFNET

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d) Manter contato com entidades congêneres,deste país e do exterior, com fins educativos;

e) Lutar pela qualidade e acessibilidade do ensino de design gráfico;f) Encaminhar as deliberações do movimento estudantil de design gráfico;g) Incentivar o estudo do Design Gráfico por meio de conferências, palestras, grupos de estudo, seminários e outras promoções;h) Estimular as atividades de extensão acadêmica e pesquisas científicas do corpo discente;i) Publicar as atividades do D.A.F.G.. CAPÍTULO II – DO DIRETÓRIO ACADÊMICO Artigo 3 – Órgãos Administrativos:a) Assembléia Geral;b) Diretoria Executiva. CAPÍTULO III – DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS Artigo 4 – A Assembléia Geral dos alunos é órgão máximo e deliberativo do D.A.F.G. e é composta por todos os alunos ativos da

ECDD – Escola de Comunicação e Design Digital, com direito a um voto cada. Artigo 5 – São funções da Assembléia Geral dos Alunos de Design Gráfico do Instituto Infnet:a) Deliberar quaisquer assuntos deinteresse do D.A.F.G.;b) Eleger a Diretoria Executiva do D.A.F.G.;c) Deliberar os casos omissos desteEstatuto. Artigo 6 – A Assembléia Geral dos alunos reunir-se-á extraordinariamente, quando convocada, com expressa menção à ordem do dia, e somente podendo deliberarsobre o que constar dessa ordem do dia, pelo Presidente do D.A.F.G. ou por 2/3 (dois terços) da Diretoria Executiva do D.A.F.G. ou por 2/3 (dois terços) dosalunos ativos. Artigo 7 – A Assembléia Geral dos Alunos deverá ser convocada mediante editais,divulgados com um mínimo de 48 (quarenta e oito) horas de antecedência. § 1.º Fica estabelecido o “Sistema de Apoio

ao Ensino – Moodle”, principalmente em seu Fórum Geral de Discussão, como a via preferencial para convocações e publicações por “edital”. Não obstante, meioscomplementares de comunicação podem ser utilizados, tais como avisosimpressos, redes sociais, e-mails etc. Artigo 8 – A Assembléia Geral só terá poder deliberativo com um “quorum” de 2/3 (dois terços) dos alunos presentes. Artigo 9 – As decisões da Assembléia Geral dos alunos serão homologadas mediante aprovação por maioria simples de votos, salvo os artigos deste Estatuto que prever aprovação por 2/3 (dois terços). § 1.º Em caso de empate de votos, adecisão caberá ao Presidente do D.A.F.G. Artigo 10 – A Assembléia Geral dos alunos reunir-se-á ordinariamente uma vez a cada dois anos, no mês de agosto, para eleição da nova Diretoria do D.A.F.G., quando será apresentado o Relatório Anual de todas as atividades e o balanço orçamentário daantiga Diretoria.

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CAPÍTULO IV – DA DIRETORIA EXECUTIVA Artigo 11 – A estrutura orgânica do D.A.F.G compõe-se de:a) Assembléia Geral dos alunos do Instituto Infnet;b) Diretoria Executiva, com a seguintecomposição: Presidente Vice-presidente Secretário Geral Secretário Financeiro Secretário Cultural Secretário de Comunicação Artigo 12 – A Diretoria do D.A.F.G é órgão executivo e coordenador das atividades do D.A.F.G, e será eleita pela Assembléia Geral os alunos ativos da ECDD –Escola de Comunicação e Design Digital. Artigo 13 – Na Assembléia Geral Ordinária alunos ativos da ECDD – Escola de Comunicaçãoe Design Digital., realizada no mês de agosto, a Diretoria Executiva deverá apresentar o Relatório Anual de todas as suas atividades e o balanço orçamentário do seu mandato.

Artigo 14 – As decisões da Diretoria serão homologados mediante aprovação por maioria simples de votos. § 1.º Em caso de empate de votos, a decisão caberá ao Presidente do D.A.F.G. Artigo 15 – Compete à Diretoria do D.A.F.G.:a) Dirigir o D.A.F.G. dentro do espírito deste estatuto e da legislação em vigor;b) Reunir-se ordinariamente uma vez por trimestre, convocada pelo presidente;c) Reunir-se extraordinariamente, quando convocada, pelo Presidente; ou por 2/3 (dois terços) da Diretoria do D.A.F.G., ou por 2/3(dois terços) da Assembléia Geral dosAlunos;d) Executar as deliberações da Assembléia Geral dos alunos. Artigo 16 – Compete ao Presidente:a) Representar o D.A.F.G. junto a autoridades e exercer sua representação jurídica judicial e extrajudicial;b) Agir em nome do D.A.F.G, dentro doespírito deste estatuto e da legislação em vigor;

c) Decidir as questões em caso de empate;d) Autorizar, por escrito, as despesas epagamentos necessários;e) Movimentar conta bancária, assinardocumentos legais e apresentar demonstrativosfinanceiros do D.A.F.G., conjuntamente com o Secretário Financeiro;f) Assinar as atas das sessões da Diretoria Executiva do D.A.F.G. e da Assembléia Geral dos Alunos;g) Convocar as sessões da Diretoria e da Assembléia Geral;h) Convocar as eleições do D.A.F.G.;i) Gerenciar as atividades administrativo-financeiras do D.A.F.G.;j) Deliberar, mediante votação commaioria simples, sobre assuntos referentes ao D.A.F.G.;k) No caso de vacância de algum cargo,indicar, submetendo à aprovação daDiretoria Executiva, um aluno da ECDD, para substituição eventual;l) Outras atividades afins. Artigo 17 – Compete ao Vice-presidente, entre outras atividades afins, substituir o Presidente em todas as suas atribuições, nos casos citados ordenadamente adiante:

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a) Impedimento legal do Presidente;b) Mediante autorização do Presidente;c) Mediante autorização de 2/3 daAssembléia Geral dos Alunos; Artigo 18 – Compete ao SecretárioFinanceiro:a) Movimentar contas bancárias, assinardemonstrativos financeiros e outrosdocumentos pertinentes à administração financeira do D.A.F.G.,conjuntamente com o Presidente;b) Buscar recursos e formas alternativas de viabilização dos trabalhos do D.A.F.G.;c) Elaborar uma política de aplicação dos recursos financeiros do D.A.F.G.;d) Outras atividades afins. Artigo 19 – Compete ao Secretário Cultural:a) Organizar atividades que promovam aintegração dos alunos e dos membros docorpo docente e de funcionários do Instituto Infnet;b) Organizar a participação do D.A.F.G. nas principais questões sócio-econômicas e políticas do país e da comunidade local;c) Outras atividades afins.

Artigo 20 – Compete ao Secretário deComunicação:a) Elaborar e executar uma política decomunicação interna e externa;b) Coordenar o Blog do D.A.F.G.;c) Divulgar as atividades do D.A.F.G.;d) Outras atividades afins. Artigo 21 – Compete ao Secretário Geral:a) Auxiliar todos os Diretores nas suas atribuições;b) Outras atividades afins. CAPÍTULO V – DAS ELEIÇÕES E DOS MANDATOS Artigo 22 – As eleições do D.A.F.G.efetuar-se-ão após dois anos de gestão,convocadas por edital pela DiretoriaExecutiva do D.A.F.G., com antecedênciamínima de 15 (quinze) dias, assegurando o direito de voto a todos os alunosmatriculados regularmente no trimestrecorrente às eleições nos cursos da ECDD. §1º. É assegurado o direito a umarecondução para a Diretoria vigente;

Artigo 23 – A primeira Diretoria Executiva do D.A.F.G. é eleita e empossadaimediatamente após a Assembléia Geral Ordinária de sua fundação, com quórummínimo de 2/3 dos alunos ativos presentes. Artigo 24 – É proibido qualquer tipo de campanha eleitoral antes do término das inscrições de chapas. Artigo 25 – As eleições do D.A.F.G.realizar-se-ão com a observação das seguintes condições:a) A abertura de prazo mínimo de 3 (três) dias para o registro prévio das chapas,constando os nomes completos dos candidatos à Diretoria Executiva do D.A.F.G.;b) Identificação, através de assinatura física ou logins eletrônicos, de cada votante e confronto de seus nomes com a relação dos alunos matriculados para o trimestre,fornecida pela Coordenação Acadêmica;c) Garantia de sigilo dos votos einviolabilidade das urnas;d) Apuração imediatamente após o término davotação, garantindo a exatidão dos resultados;e) Publicação dos resultados e envio destes à direção do Instituto Infnet.

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Artigo 26 – Compete à Diretoria Executiva do D.A.F.G. avaliar a validade dos recursos e tomar as medidas cabíveis. Artigo 27 – A mesa eleitoral será composta por:a) Um mesário indicado pela DiretoriaExecutiva do D.A.F.G.;b) Um representante de cada chapa inscrita.c) Um professor indicado pela Coordenação Acadêmica. Artigo 28 – As eleições da DiretoriaExecutiva do D.A.F.G. serão realizadas perante os alunos da ECDD, na Assembléia Geral Ordinária, tomando posse no mesmo dia. Artigo 29 – O voto é secreto e as eleições serão realizadas por chapa e não por cargo. Artigo 30 - Será considerada eleita a chapa que tiver maioria simples dos votos a seu favor. Artigo 31 – Caso concorra uma só chapa, ela será considerada eleita se obtivermaioria simples dos votos “sim”.

Artigo 32 – Para o exercício do voto, a mesa distribuirá cédulas devidamenterubricadas pelos representantes das chapas e pelo representante da mesa. § 1.º Antes de proceder a apuração dosvotos, a mesa verificará se confere onúmero de cédulas contidas nas urnas com o número de votantes. Não coincidindo,repetir-se-ão as eleições. Artigo 33 – A chapa eleita será empossadaimediatamente após o resultado das eleições,quando será destituída do mandato aDiretoria executiva anterior. Artigo 34 – Perderá o mandato o membro da Diretoria do D.A.F.G. que deixar de comparecer a 03 (três) sessões ordinárias consecutivas ou intercaladas, ou 03(três) sessões extraordinárias consecutivas ou intercaladas, cuja ausência não for justificada por escrito até 48 horas úteis após a sessão. § 1.º Poderá, a qualquer tempo e semjustificativa, algum membro do D.A.F.G. solicitar a sua renúncia, devendo, neste

caso, apresentar à Diretoria Executivao pedido por escrito, acompanhado de um relatório opcional sobre as suas atividades e prestações de contas. Artigo 35 – A destituição de qualquermembro do D.A.F.G. poderá ocorrer através de uma convocação de Assembléia Geral Extraordinária dos Alunos da ECDD, com aprovação de no mínimo 2/3 (dois terços) dos presentes. CAPÍTULO VI – DO PATRIMÔNIO Artigo 36 – O patrimônio do D.A.F.G. é constituído por todos os bens queatualmente lhe pertencem e pelos que de futuro vem a adquirir por doação ou poraplicação de seus recursos. Artigo 37 – Todos os bens patrimoniais são inalienáveis e a venda dos mesmos somente se pode efetuar mediante a aprovação de 2/3 (dois terços) da Assembléia Geral dos Alunos. Artigo 38 – Os bens atuais, adquiridos ou vendidos futuramente serão escriturados em livro próprio.

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Artigo 39 – Em caso de dissolução do D.A.F.G., caberá à Assembléia Geral dos Alunos decidir sobre o destino a ser dado ao seu patrimônio. CAPÍTULO VII – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Artigo 40 – Ficam convalidados todos os atos praticados pela atual DiretoriaExecutiva, ocorridos até a aprovação deste Estatuto. Artigo 41 – Todas as despesas serão feitas mediante comprovação documentada eautorizadas pelo Presidente do D.A.F.G.

Artigo 42 – O D.A.F.G. só poderá serdissolvido tendo “quorum” de 2/3 dosalunos ativos no trimestre vigente, emAssembléia Geral Extraordinária. Artigo 43 – Os associados não respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais. Artigo 44 – As disposições não previstas neste estatuto, a alteração, exclusão ou inclusão de qualquer artigo somente será válida com aprovação de 2/3 (dois terços) dos alunos presentes em Assembléia Geral Extraordinária. Rio de Janeiro, 12 de julho de 2011.

a) Presidente • Lucas Pinto dos Santosb) Vice-presidente • Michele Leal Garciac) Secretário Geral • Luiz Eduardo Caldeirad) Secretário Financeiro • Luiz Eduardo Caldeirae) Sub-secretário Financeiro • Julio Omenaf) Secretário Cultural • Alexandre Bastos Coelho Sant’Annag) Sub-secretário Cultural • Julio Omenah) Secretária de Comunicação • Patricia Rodriguez Batista Valiñoi) Sub-secretário de Comunicação • Saulo Bulhões de Souza Leite

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TI INNFÉCAECDD - Instituto Infnet - Rio de Janeiro - 2012

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Publicação trimestral

independente

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Diretório Acadêmico Fred

Gelli

-

ECDD

(Escola de Comunicação

e Design Digital)

-

Instituto Infnet

-

Rio de Janeiro - Brasil