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Número 15 | Maio/Junho de 2012 REVISTA DA ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DA BRIGADA MILITAR EXCLUSIVO “Percebi que no meio do inferno, nem tudo estava perdido, quando o comando passou a ser feito pela Brigada” PAULO DE TARSO CARNEIRO Preso político durante a ditadura militar Página 5 CHAPA APPARÍCIO BORGES É REELEITA COM 97% DOS VOTOS A FAVOR Página 12 A EXAUSTIVA NEGOCIAÇÃO SALARIAL DA ASOFBM COM O GOVERNO Página 11 E por falar em Comissão da Verdade...

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Notícias da Associação dos Oficiais da Brigada Militar

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2012

Revista da associação dos oficiais da BRigada MilitaR

EXCLUSIVO

“Percebi que no meio do inferno, nem tudo estava perdido, quando o comando

passou a ser feito pela Brigada”

PaULO dE TarSO CarnEIrO

Preso político durante a ditadura militarPágina 5

ChaPa aPParíCIO

BOrgES é rEELEITa

COm 97% dOS VOTOS

a faVOr

Página 12

a EXaUSTIVa

nEgOCIaçãO SaLarIaL

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E por falar em Comissão da Verdade...

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diRetoRia eXecUtiva

Presidente: tenente coronel RR José carlos Riccardi guimarães

Vice-presidente: tenente coronel QoeM Marcelo gomes frota

diretor administrativo: Major QoeM leandro estabel Jung

diretor de assuntos Políticos e Institucionais:

Major QoeM carlos Roberto da Rocha Xavier Junior

diretor Jurídico: capitão QoeM Roberto dos santos donato

diretor de marketing: Major QoeM everton santos oltramari

diretor de Cultura: coronel RR Ubirajara anchieta Rodrigues

diretor de divulgação:

capitão QoeM Roger Nardys de vasconcellos

1º Secretário:capitão QoeM Rafael Monteiro costa

2º Secretário:

capitão QoeM demian da Rocha Riccardi guimarães

Tesoureiro: capitão QoeM luiz Marcelo Reolon

ttitUlaRes do coNselHo deliBeRativo

coronel QoeM atamar Manoel cabreira filho

coronel RR elvio José Pires

tenente coronel RR cesar Bayard Moura de castilhos

tenente coronel QoeM sidenir cardoso de oliveira

tenente coronel QoeM evaldo Rodrigues de oliveira Junior

sUPleNtes

coronel RR Moisés silveira de Menezes

coronel QoeM erlo dos santos Pitroski

tenente coronel QoeM Paulo Roberto da Rosa duarte

Major Qoes Regis Reche

Major QoeM daniel Paulo lopes

ttitUlaRes do coNselHo fiscal

coronel RR dalmo itaboraí dos santos do Nascimento

Major QoeM leandro oliveira da luz

Major QoeM Rodrigo da silva dutra

sUPleNtes

tenente coronel QoeM luis olavo vinícios de lara

tenente coronel RR José luiz Pereira aozani

capitão QoeM cristiano luis de oliveira Moraes

assessoRia de iMPReNsa:

cMc Multimidia

diagRaMação e PRoJeto gRáfico:

temática

gRáfica:

contgraf

Tiragem: 4.500 exemplares

Assistir o depoimento do advogado Paulo de Tarso Car-neiro que está publicado nesta revista foi extremamente emocionante, de chegar às lágrimas, quando do relato das crueldades sofridas por aquelas pessoas, naquele tempo. Pa-radoxalmente nos encheu de orgulho, porque em meio a esse sofrimento houve atos de humanidade praticados pela guarda da Brigada Militar que era então comandada pelo Major Jesus Linares Guimarães, atos esses que se refletiram em respeito e confiança nos oficiais da corporação adquiridos por Paulo de Tarso e outros companheiros seus naquele momento.

Anos depois, já o país redemocratizado, Paulo de Tarso era Superintendente do Porto da capital do Estado e detec-tou uma série de desvios acontecendo naquela repartição, chegou ao seu conhecimento que fora chamado um Delega-do de Polícia para ajudar a resolver a situação e nada foi con-seguido. O superintendente resolveu então chamar a Brigada Militar que lhe enviou o Major Heitor, um sargento e dois soldados que em 10 dias resolveram o problema e o resulta-do dessa ação dos brigadianos só fez aumentar o respeito e a confiança de Paulo de Tarso na corporação.

“...Desde cedo foi assimQue a “briosa” se portouEm cada lugar que lutouGanhou um pouco de glóriaDeixando rastros de históriaEm cada chão que lutou”.

São versos do poema Tributo ao Homem Fardado de Ari Pinheiro em parceria comigo.

É bem assim. Os Oficiais da Brigada Militar deram, como atestam esses relatos de nossa história recente, exem-plos magníficos de retidão, caráter e valores outros que nos orgulham e nos dão responsabilidade de dar o melhor de nós, enquanto dirigentes da Associação que representa esses nobres homens que tantos exemplos deram e ainda darão ao nosso Estado na nobre missão de cumprir a lei.

e PoR falaR

Em VErdadE...

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Cel Ubirajara anchieta diretor do departamento de cultura da asofBM

editorial

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Nesta edição

esPecialE POr FALAr EM COMiSSãO DA vErDADE – Confira entrevista exclusiva de Paulo de Tarso Carneiro, preso político durante a ditadura

aRtigoO PODEr: UMA FACA DE DOiS GUMES

PaNoRaMa“Fui infeliz ao citar como exemplo o reajuste salarial dos oficiais ao criticar a política salarial do governo Tarso Genro”, comentou o presidente do Partido Progressista (PP-rS) Celso Bernardi durante a visita na ASOFBM

eM MoviMeNto A ExAUSTivA nEGOCiAçãO SALAriAL DA ASOFBM COM O GOvErnO

iNteRioRização da asofBMnÚCLEO DE PASSO FUnDO - O nÚMErO 1 – Formado por 83 municípios, o núcleo de Passo Fundo foi um dos primeiros a ser criado no interior do Estado Gaúcho

PeRfilO GAÚCHO SEM FrOnTEirA – O timbre afinado e oconhecimento da cultura do rio Grande do Sul levaram Elton Saldanha do interior de itaqui, a ser um cidadão do mundo

cieNtíficoOFiCiAL DA BM rELATA A MiSSãO DE PAz DA OnU, nO SUDãO DO SUL – UnMiSS

cUltURaPOr UM CAMinHO – Sobre o canto: “Por un camino” de Ataualpa Yupanki

acoNteceTHE BEST JUMP 2012 – Capitão Claudio Azevedo Goggia, montando FG Aguia, conquista pelas cores do rio Grande do Sul, o segundo lugar no desempate do Prêmio Bettanin

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Revista da associação dos oficiais da BRigada MilitaR

Participe, envie comentários e sugestões.

[email protected] / tel./fax: (51) 3221-9768/3212 -0170

www.asofbm.com.br / twitter.com/asofBM_Poa / asofbm Brigada Militar

travessa francisco de leonardo truda, 40 - cj. 28 - 2º andar - Porto alegre - Rs - ceP: 90010-050

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2espaço do leitor

arnaldo Corrales

Gostaria de parabenizar o TC José Carlos riccardi Guimarães e toda a sua equipe, em especial o

Cap roger nardys vasconcellos, que com extrema habilidade e competência souberam conduzir a

questão salarial dos oficiais da Brigada Militar, junto ao Governo do Estado. Concordo que não é o que realmente gostaríamos e merecíamos, mas foi uma grande vitória. isso é apenas o início. Tenho certeza

que conseguiremos alcançar todos os objetivos da CnS.

Reeleição

Cel. Claudio garcia

www.asofbm.com.br

vou ser bem objetivo, eis que a reeleição do TC riccar-di nada mais é do que o reconhecimento do excelente

trabalho de sua equipe, em prol dos interesses dos Oficias e da própria instituição. Abraços e que DEUS

continue iluminando-os.

Julio rocha

Parabéns presidente e demais membros da CnS. Somente com muita persistência e esforço conseguiremos

atingir nossos objetivos. A peleia está só começando, muita água ainda irá rolar, mas tenho certeza que no final

sairemos vitoriosos e cada vez mais unidos.

ReaJUste salaRial

moisés menezes marlei Stein

Meus sinceros cumprimentos ao meu veterano José Carlos riccardi Guimarães, ao Cap roger nardys

vasconcellos e aos associados que também fazem parte desta primeira conquista da ASOFBM!

acácio Batista ramos

Parabéns ASOFBM! Muitas felicidades ao Presidente e a equipe desta associação. Saúde e Paz a todos.

fÓrUma aSOfBm QUEr SaBEr O QUE VOCÊ PEnSa

Durante a semana que os deputados votaram o PLC 82/2012 e o PLC 83/2012, a ASOFBM

publicou no site a enquete:

Você é contra ou a favor do aumento da contribuição previdenciária dos servidores

públicos de 11% para 13,25% ?

aNiveRsáRio asofBM

esPaço do associado

COnSULTa JUrídICa graTUITa

A partir de setembro, os associados da ASOFBM vão poder contar com a consultoria jurídica online.

Basta acessar ao site www.asofbm.com.br que o sócio terá em 48 horas as repostas de suas dúvidas. no formulário o associado terá a opção de querer

ou não divulgar no site suas perguntas.

núCLEO dE aPOIO TéCnICO JUrídICO

Além da consultoria jurídica online, o corpo técnico da ASOFBM estará também atendendo o associado, a partir de setembro todas as quartas e quintas-feiras pela manhã, na sede da associação, Travessa Leonardo Truda, número 40, conj 28,

centro de Porto Alegre.

a favor - 9,09% dos votos

Contra - 90,91% dos votos

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assunto até hoje não é discutido dentro das institui-ções. Como tam-bém pouco se sabe

se os presos políticos recebiam o mesmo tratamento dos policiais das forças armadas, das polícias civil, federal e Brigada Militar. Entretanto, a ASOFBM, através do ex-preso político, Paulo de Tar-so Carneiro, revela que a Brigada Militar atuava diferente, em ple-na época das trevas da ditadura. O jornalista José Mitchell traba-lhou nesse período, como repórter da sucursal gaúcha do Jornal do Brasil. Cobriu fatos importantes e fazia a cobertura quase diária da

O

especial

Auditoria Militar. O material ren-deu o livro “Segredos à Direita e à Esquerda da Ditadura Mili-tar”, editado pela rBS Publica-ções, capa dessa edição da revis-ta viva voz. na obra, Mitchell não encobre nomes, dá informa-ções importantes sobre os passos da repressão militar e as ações da esquerda brasileira. Segundo ele, tanto a direita, como a esquerda são responsáveis pelas agressões à democracia. Mitchell ganhou diversos prêmios de jornalismo, mas comenta na ASOFBM, que “o mais importantes deles, foi na noite de autógrafo do livro, quando vi reunidos agentes da direita e da esquerda”.

Através da obra do jornalis-ta, a associação encontrou um dos integrantes da vAr-Palmares (vanguarda Armada revolucio-nária Palmares). Paulo de Tarso Carneiro foi preso duas vezes, por pertencer a um dos princi-pais grupos da luta armada, que fazia oposição ao governo mi-litar. A primeira prisão foi em 1968, foram dez dias, no Presí-dio Tiradentes. A segunda, em 1970, durou um ano. na última, foi vítima de crimes horrendos.

Paulo de Tarso foi preso, du-rante o expediente no banco. O contingente de policias, coman-dados por dois delegados da po-lícia federal, era composto por

e PoR falaR eM coMissão

da VErdadEnO mÊS dE maIO, QUandO fOI InSTaLada a COmISSãO naCIOnaL da VErdadE QUE TraZ a

PúBLICO faTOS aTé hOJE OCULTadOS SOBrE O PEríOdO da dITadUra mILITar nO BraSIL, a

aSSOCIaçãO dOS OfICIaIS da BrIgada mILITar OUVIU dEPOImEnTOS dE QUEm rEgISTrOU ESSE

PEríOdO nO PaíS E dE QUEm SOfrEU aS VIOLaçõES aOS dIrEITOS hUmanOS.

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um grupo da Brigada Militar e policiais do DOPS. Depois de algemado foi levado, primeiro para a delegacia de polícia, em Caxias do Sul. Em uma viatura da Polícia Federal foi transferido para Porto Alegre. no Departa-mento de Ordem Política e So-cial (DOPS) nas duas primeiras noites dormiu em baixo de uma mesa. no terceiro dia, junto com Jorge Fischer nunes, outro preso, foi conduzido para um conjunto de salas, em reforma. nas salas havia cerca de 100 pessoas detidas. Todas ficavam algemadas e encapuzadas para não identificarem os policiais. Segundo Carneiro, os presos es-tavam à disposição do DOPS e, quando conduzidos para os in-terrogatórios, eram deslocados com capuz e algemados. nessas ocasiões, o policial condutor não advertia sobre a direção e para onde dobrar. “Era para que a pessoa batesse nas paredes e caísse no chão”. Carneiro afir-ma, “os policiais se comunica-vam com a gente com pontapés e chute nos testículos”.

Pau de ararano DOPS, Carneiro foi tor-

turado no pau de arara. Uma técnica onde o preso ficava total-

mente nu, na posição de galinha (braços por cima dos joelhos) uma barra de ferro era colocada embaixo dos joelhos. As mãos eram algemadas em cima da bar-ra. Entre o interrogatório, uma mangueira vertendo água era colocada na boca do preso. “Ali, eles faziam de tudo com a gente”, lembra. Pau de arara, choques elétricos, golpes nas costas com o papa-léguas e torturas da “pe-sada”, os policiais anunciavam a técnica que seria aplicada antes de torturar o preso. na primeira noite de pau de arara, o jovem policial informava que a técnica tinha origem egípcia. Carneiro afirma que o aparato policial do DOPS era comandado pelo dele-gado Pedro Seelig, que estava su-bordinado ao Diretor do Depar-tamento de investigações, Major Átila roetzer, que tinha contato direto com o comando do iii Exército. Ou seja, os operadores eram policiais civis, mas, o co-mando era militar. Segundo Car-neiro, no quarto dia, o Major se comunicou por rádio com o iii Exército e pediu um oficial mais competente porque, para ele, o pessoal do DOPS era fraco e não sabia interrogar. Chegou, então, o Pablo, codinome do Major Malhães. Paulo de Tarso afirma que o Major ficou 42 dias sem dormir, só torturando. Carneiro completa, “a tortura tem objeti-vo de destruir a personalidade. O torturador precisava nos aniqui-lar fisicamente e psicologicamen-te para obter as informações que julgava que possuíamos.”

Segredos entre presose policiais

De acordo com o relato de Carneiro, certo dia entra no

DOPS, um pelotão de soldados da Brigada Militar. Eram jovens, trei-nados para combater operações de guerrilha. no livro de Mitchell, o jornalista destaca a entrevista com Carneiro, na página 189:

Paulo de Tarso Carneiro re-corda da humanidade do major, depois coronel- mais tarde, co-mandante-geral da Brigada Mi-litar- Jesus Linares Guimarães, quando a Brigada Militar ficou com a atribuição de cuidar dos presos políticos do Dops. “Até en-tão, dormíamos na pedra fria do chão, de capuz e algemados. No primeiro dia em que a Brigada Militar assumiu a nossa guarda, o Jesus nos atendeu com respeito e providenciou colchões e coberto-res. Conversávamos também com os soldados, eram muito jovens, de boa índole. Descobri que um deles tinha sido aluno da minha irmã, professora em Cacequi”, contou Carneiro. Nos intervalos dos interrogatórios, os presos po-diam ficar sem o capuz e conver-sar baixinho, já que a proibição de falar era uma regra exigida pelo Dops. Havia até uma senha secreta entre os PMs e os presos, segundo Carneiro: “Quando um policial do Dops avisava que ia pegar algum dos presos, os poli-ciais militares davam três batidi-nhas com o pé no chão ou na por-ta das celas, sinal secreto e quase silencioso de aviso da chegada do pessoal do Dops e que todos deve-riam calar-se”.

na ASOFBM, Carneiro comenta, “quando o comando passou a ser feito pela Brigada, percebi no inferno, que nem tudo estava perdido”. Segundo ele, foi estabelecida uma rela-ção de respeito entre os presos e os policiais da Brigada. “Eu fiz

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Jornalista José Mitchell na ASOFBM. Mitchell é autor do livro “Segredos à Direita e à Esquerda

da Ditadura Militar”

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questão de guardar o nome do Coronel Jesus Linares Guima-rães. nós vivíamos em condi-ções animalescas. Sem banho há 30 dias, sob tortura, aí aparece alguém que nos trata de forma humanitária, não tenho como esquecer esse nome”.

O presidente da ASOFBM, TC José Carlos riccardi Guima-rães, filho do comandante Gui-marães, tinha 10 anos naquele período da ditadura. Ele reforça que sempre soube que a Brigada agia dessa forma com os presos políticos, pois acompanhava o pai, vivia os bastidores. “É mui-to importante resgatar a história e registrar a diferença e os bons serviços prestados pela Corpora-ção à sociedade”, destaca o pre-sidente. Para o TC riccardi, a Brigada, ao longo dos 174 anos é fiel à origem, serve à popula-ção, independente do sistema ou partido político. “não somos treinados para praticar violência, tortura, mas sim para proteger”, declara. Carneiro completa du-rante a entrevista que “foram os elementos das forças arma-das que mancharam a história”. “Acho que, hoje, os comandos das três forças deveriam apurar o

que houve e punir seus próprios soldados para que, no futuro, isto não mais aconteça”, reforça.

Paulo de Tarso lembra que no dia 30 de abril de 1970, os presos políticos foram conduzi-dos para o Presídio Central, sob alegação de que poderia haver uma invasão no Palácio da Po-lícia para libertá-los.“Quando chegamos, fomos fotografados totalmente nus. A possibilidade de não estarmos mais à dispo-sição dos torturadores, me deu uma sensação de alívio. Chega-mos por volta das 22 horas e, já nas celas individuais, recebemos um prato de comida velha, com peixe. isto não me perturbou. Deitei num colchão velho e sujo, dormi profundamente. na manhã, ao acordar, verifiquei que estava todo picado por per-cevejos, pulgas e outros bichos”. no dia 13 de maio, quando Car-neiro completou 28 anos, foi levado para a ilha do Presídio, onde os presos eram mantidos em condições insalubres. “Lá as paredes eram sujas de merda e sangue. Todos estavam doentes, com feridas, sífilis. Muitos saí-ram no colo de outros, tal era a situação de fraqueza.”, relata.

Paulo de Tarso Carneiro na ASOFBM com o presidente, TC José Carlos Riccardi Guimarães e o diretor do departamento de cultura, Cel Ubirajara Anchieta

Hoje, Carneiro é anistiado político. O advogado está com 70 anos, é casado, tem três fi-lhos e um neto. “A tortura dei-xou muitas sequelas. Muitos se suicidaram. não conseguiram tocar a vida. Perderam a esta-bilidade emocional, outros, até hoje, não querem mais se en-volver com política. Têm medo. Enquanto isso, nossos tortu-radores foram agraciados com medalhas, promovidos e não perderam o emprego. Eu fui preso, torturado, julgado e con-denado. Fui demitido do Banco do Brasil, por justa causa. Até hoje, nada recebi pelos anos em que fiquei fora do banco. Quero Justiça”, desabafa.

Paulo, veio na ASOFBM e concedeu entrevista à revista viva voz não só para resgatar a memória dos tempos em que tentou combater a ditadura ao lutar pela democracia. Mas, para confirmar o relato que poucos sabem, ainda considerado segre-do entre presos políticos e poli-ciais da Brigada Militar. Carnei-ro acredita que é importante a história vir à tona, mas confessa, “só passei a admirar a Brigada Militar depois do tratamento respeitoso que tive quando es-tava preso”.

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Comandante-geral da BM, Jesus Linares Guimarães,

década de 70

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1964:

Do meu ingresso na Brigada Militar, em 14 de fevereiro de 1977, até minha transferência para a reserva, a pedido, em 23 de março de 2010, muito pou-co me foi contado pelos compa-nheiros de farda mais antigos, sobre as ações da Corporação, relacionadas à (contra) revolu-ção de 1964. Eu não perguntava, eles não me contavam. Eventu-almente, o assunto foi superfi-cialmente abordado. O foco dos estudos acadêmicos e das ações operacionais era o novo “poli-ciamento ostensivo”.

Como regra, os relatos exis-tentes são de origem externa à Corporação, ou seja, relatos de quem viu o mesmo objeto, sob outro ângulo. Conheço apenas uma publicação, de autoria de um brigadiano, oficial superior, nosso companheiro de farda, que refere à situação dos integrantes da Corporação que foram atingi-dos pelos Atos institucionais.

Percorrendo a Feira do Li-vro, em Porto Alegre, no dia 15 de novembro de 2011, vi o livro “Segredos à direita e à esquerda na Ditadura Militar”. Editora rBS. O autor, um jornalista de renome. Li o Sumário. Comprei. Fui lendo sem pressa, embora eu estivesse quatro anos atrasado (o livro foi editado em 2007).

Ao chegar à página 189, com surpresa, li o relato de uma entrevista concedida ao autor do livro, onde um cidadão, que estava privado de sua liberdade, elogiava os seus carcereiros – in-tegrantes de uma equipe de pro-fissionais da Brigada Militar –, pelo trato humanitário que estes lhe dispensaram. Fiquei em dú-vida. Será que compreendi cor-retamente? num contexto onde só se registram críticas, um preso está elogiando seus carcereiros?

Abstraindo-me da pessoa do então Major Jesus Linares Gui-marães – o Oficial comandante da equipe de brigadianos –, cita-do nominalmente pelo entrevis-tado, fixo-me na instituição que ele integra(va) e representa(va). Uma instituição criada há 174 anos, com o propósito de “au-xiliar as Justiças, manter a boa ordem, a segurança pública...” e que, em conceituações moder-nas, está autorizada, pelo con-sentimento social e pela lei, a defender a sociedade, até mesmo com o emprego da força, se ne-cessário. Uma instituição que realiza suas ações sob a ins-piração dos valores “servir” e “proteger” a sociedade gaúcha e tem nos Oficiais da Carreira de nível Superior da Brigada Mi-litar, os principais cultuadores,

Uma aTITUdE marCanTE...

Paulo rogério machado Porto coronel RR

multiplicadores e defensores do correto entendimento e aplica-ção de tais valores por todos os integrantes da Corporação.

A atitude do Major, seguida por seus comandados, que mais de trinta anos após vem ao co-nhecimento público, é mais um entre tantos exemplos por ele legado às presentes e futuras gerações de integrantes da Bri-gada Militar. Por certo, uma ati-tude marcante, para o cidadão que estava sob custódia e para a cultura institucional, onde per-petuar-se-á como exemplo de padrão adequado (e esperado) de desempenho dos Oficiais da Carreira de nível Superior da Brigada Militar, os principais responsáveis pela gestão supe-rior da Corporação.

Também será mais um ato concreto que contribuirá para que a sociedade tenha a real com-preensão do papel institucional dos Oficiais da Carreira de nível Superior, planejando, comandan-do a execução e realizando o con-trole interno das ações de polícia ostensiva, de competência da Brigada Militar.Por fim, agradeço ao autor do livro, Jornalista José Mitchell, por ter me propiciado conhecer um pouco mais a res-peito das marcas que identificam a nossa amada Brigada.

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Talvez nem todos vão enten-der a afirmação em epígrafe, eis que os mais modernos, para não dizer os mais jovens, talvez nun-ca tenham ouvido um palavreado como este. no entanto, aqueles que tiveram a oportunidade de chegar até lá – no Poder ou nas suas proximidades mais íntimas, mesmo sem denotar o seu conhe-cimento, sofrem ou sofreram des-ta, que podemos chamar, síndro-me do poder. Talvez muitos vão perguntar: “o que ele quer dizer com isso?” e, claro, gostariam de receber uma resposta, pelo menos plausível ou melhor que decifre o significado de tal assertiva.

Pois bem, aqueles que já pas-saram por este caminho, que por força da própria conjuntura fo-ram alijados, sentem-se frustra-dos no seu anseio de ali perma-necer, dado justamente, a todos esses efeitos circunstanciais que nós, mesmo afastados ou nunca dele tendo participado, tomamos conhecimento dos fatos e feitos dos problemas conjunturais.

Podemos citar nomes com exemplos flagrantes, mas não é este o objetivo desta pequena ope-reta, eis que o objetivo é assim, uma espécie de alerta para aqueles que por ventura venham a sentir o frescor da brisa que envolve essa distinção – pertencer, fazer parte,

integrar o Poder – o que nos pa-rece e penso que para muitos, isto seja simplesmente um momento.

O sentido de “uma faca de dois gumes” é amplo em seu sen-tido, mas vejamos a coisa, primei-ro superficialmente para depois nos aprofundar, nem que seja um pouco. E, neste sentido, vamos verificar o seguinte: há pessoas que ao serem distraídas do circulo do poder, sujeitam-se, desculpem-me a terminologia, sujeitam-se e utilizam-se dos mais variados subterfúgios e servilismo para ali permanecerem ou voltarem, para tanto, tomo a liberdade de buscar em Tacitho a seguinte afirmação: “omnia servilitur pro domina-tione”, cuja tradução bem pode ser utilizada como complemento ao descrito acima: “ser servil em tudo para chegar ao poder”.

É natural, assim como lógico, e isto é imanente ao ser humano, buscar o poder. Alguns utilizam os mais sórdidos e obscuros elemen-tos para ali se acostarem. Outros, no entanto, ali chegam sob a mais resplendente luz de sabedoria, ca-pacidade e outros fatores ineren-tes que adornam a personalidade e dão a resposta necessária e irre-fragável da sua pessoa. Outros, os menos avisados sobre o jogo do poder, sofrem “a posteriori”, com o preconceito de ter estado nos es-

Uma faCa dE dOIS gUmES

caninhos do poder, sem que para isso tenham se utilizado de qual-quer ensaio novelesco.

Eis o porquê o titulo – faca de dois gumes – tendo em vista a complexidade de uma vida sob a égide do poder e, repentinamente sofrer o alijamento, às vezes sem qualquer explicação significativa.

Este poderá tratar-se de um texto filosófico, haja vista que ensaiamos aqui uma pequena e singela crônica sobre um aspecto de vida que nos é, praticamente, diuturnamente conhecido. Claro está que não há, nesta digressão, critica referência a qualquer que seja, mas apenas um comentário que diz muito do nosso dia a dia político e administrativo.

Elomar Johanson cel Reformado

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“Estamos entregando um relatório, apontando uma série de preocupações sobre a estrutura física e mental dos agentes da Corporação”,

Presidente da aSOfBm, TC José Carlos riccardi guimarães representando os “OaBs-fardados” durante a visita na OaB/rS, com o Coordenador da

Comissão de direitos humanos, ricardo Breier.

“fui infeliz ao citar como exemplo o reajuste salarial dos oficiais ao criticar a política salarial do governo Tarso Genro”,

comentou o presidente do Partido Progressista (PP-rS) Celso Bernardi durante a visita na aSOfBm.

“Estamos no processo de finalização do projeto salarial dos oficiais. Já apresentamos aos representantes dos núcleos e não poderíamos deixar de exibí-lo aos senhores”. comentou o TC riccardi aos Ex-comandantes que estiveram

na aSOfBm, Cel José dilamar Vieira da Luz, Cel antônio Carlos maciel rodrigues, Cel roberto Ludwig, Cel Evaldo rodrigues de Oliveira, Cel Paulo roberto mendes rodrigues, Cel milton Weyrick e o Cel João Carlos Trindade Lopes.

“Estamos registrando um começo promissor. nossos ideais são maiores.a contrapartida justa virá. é uma questão de união, trabalho e tempo”reforçou o Presidente da aSOfBm, TC José Carlos riccardi guimarães, junto com o Capitão roger Vasconcellos, durante a entrega do projeto na assembléia Legislativa/rS.

“não estamos aqui defendendo uma questão corporativa. O tema da Previdência é discutido em reuniões semanais e temos total convicção de que a proposta do governo é inconstitucional em razão da ausência de cálculo atuarial”, justificou o presidente da União Gaúcha, Pio giovani dresch da aJUrIS, contra o aumento da alíquota da previdência de 11% para 13,25%, na assembleia Legislativa.

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POr SEIS mESES, a aSSOCIaçãO dOS OfICIaIS da BrIgada mILITar SE rEUnIU COm O gOVErnO

Para nEgOCIar O rEaJUSTE SaLarIaL dOS OfICIaIS da CarrEIra dE níVEL SUPErIOr da Bm.

Uma nEgOCIaçãO QUE gErOU mUITa anSIEdadE EnTrE OS OfICIaIS E dOr dE CaBEça Para O

gOVErnO, POIS O rEaJUSTE EnVOLVIa OS mILITarES ESTadUaIS E POLICIaIS CIVIS.

epois de muitas reuniões entre a ASOFBM e a Casa Civil para construir o projeto salarial, en-tregue no dia 12 de junho, na Assembleia Legis-

lativa, um erro na redação provocou intenso trabalho na associação. Além de corrigir o texto, a ASOFBM teve que acalmar os ânimos exaltados de alguns oficiais.

O presidente da associação, TC José Carlos riccardi Guimarães e o diretor de divulgação, Ca-pitão roger nardys vasconcellos não deram tré-gua ao Governo Tarso Genro, enquanto não tive-ram a certeza que o projeto de lei iria a votação de acordo com o que havia sido negociado. E não deu outra. A Assembleia Legislativa retificou a propos-ta do Piratini e no dia 12 de julho, o PL 140/2012 foi aprovado por unanimidade pelos parlamenta-res. As correções foram anexadas por emenda.

De acordo com o projeto aprovado, a partir de 1 de agosto desse ano até novembro de 2018, a nova matriz com o novo soldo absorve a GiAP, a FGBM e o abono dos Capitães. Sobre o novo sol-do incidirão as vantagens temporais da carreira (triênios e adicional de 15 e 25%). A verticalida-de será em percentuais explícitos (Cel 100%, TC 90%,Maj 81% e Cap 72,9%) sendo que a vertica-lidade do nível médio da BM terá por base o Ten 100%, respeitando os 43% do Cel.

Também ficou acertado entre a ASOFBM e o Governo que depois do recesso na Assembleia Legis-lativa, será encaminhado o PLC, para inserir na LC 10.990/97 a substituição horizontal a toda Carrei-ra de nível Superior da BM. A verticalidade para o Capitão (90% do soldo do Maj) se estabelece já no primeiro reajuste de 2013. A data-base, que havia sido projetada para maio de 2013 e acabou sendo fracionada para maio e novembro deverá ser melho-

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Deputados aprovam por unanimidade o reajuste salarial dos oficiais

TC Vinícius de Lara do Tribunal de Contas, presidente da ASOFBM, TC José Carlos

Riccardi Guimarães, Cap Roger Vasconcellos e o Maj Silvio Marcant Engelsing, chefe da

assessoria de relações institucionais do gabinete do Comandante-geral

rada. De acordo com o Capitão roger, será objeto de um novo PL, “só não foi agora porque a emen-da de líder não pode implicar em majoração or-çamentária, sob pena de inconstitucionalidade”. “Percebemos a seriedade do governo. Embora não seja tudo aquilo que os oficiais querem, é um co-meço”, ressaltou o presidente da ASOFBM, Te-nente Coronel, José Carlos riccardi Guimarães.

a eXaUstiva Negociação salaRial daaSOfBm COm O gOVErnO

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esse ano, a eleição da Associação dos Ofi-ciais da Brigada Militar aconteceu de for-ma presencial, no dia 25 de maio, quando a

ASOFBM completou 22 anos. O estatuto da ins-tituição prevê a eleição por correspondência, mas como não houve chapa de oposição, os oficiais vo-taram os cinco titulares e suplentes do Conselho Deliberativo e os três titulares e suplentes do Con-selho Fiscal, no clube Farrapos, em Porto Alegre.

A Assembleia Geral Ordinária, realizada antes do pleito, iniciou com o presidente reeleito, TC José Carlos riccardi Guimarães que ressaltou as presenças dos oficiais da reserva, “foram homens que se destacaram na Brigada Militar pelo traba-

lho prestado à sociedade e que hoje estão ao lado da associação na luta pelas causas dos oficiais”. O presidente também agradeceu a confiança dos ofi-ciais para comandar por mais dois anos a entidade e garantiu concretizar as reivindicações da catego-ria. Participaram do pleito, os oficiais da ativa e da reserva. Além da comissão eleitoral, três escrutina-dores realizaram a apuração dos votos.

Autoridades do poder legislativo compareceram no local da votação para reforçar o apoio a atual ges-tão. O primeiro presidente da ASOFBM, Cel Paixão Carneiro Martins, destacou “presidir essa associação é um trabalho árduo, exige muita dedicação”. Lem-brou que “no passado não tínhamos essa abertura com o governo, consolidado por essa gestão”. Os oficiais também sugeriram mudanças no estatuto da ASOFBM para que as próximas eleições sejam feitas pela internet. O novo diretor administrativo, Major Leandro Estabel Jung está articulando as ferramen-tas para o pleito eletrônico, como ampliar a rede de comunicação com a categoria e a sociedade.

PosseA posse da diretoria executiva e dos conselheiros

aconteceu na primeira reunião, no dia 21 de junho, no auditório da associação. O presidente da ASOFBM, TC José Carlos riccardi Guimarães destacou o valor do grupo que vai trabalhar até 2014, pelas causas dos Oficiais da Carreira de nível Superior. “É muito raro, até mesmo dentro da Brigada Militar, ter uma equipe tão talentosa como essa”, salientou.

Durante a reunião, todos fizeram um balanço do trabalho da associação dos últimos dois anos e a expectativa para os anos seguintes. Além das conquistas e negociações iniciadas pelo presidente reeleito, alguns representantes destacaram a im-portância em aumentar o número de associados e fortalecer a representação dos oficiais no Congresso nacional, em Brasília. reforçar a interiorização dos núcleos da ASOFBM, também foi um dos assuntos apontados pelos oficiais.“Todos caminhando juntos, lado a lado, é isso que espero de vocês e dos oficiais”, reforçou o TC riccardi. Confira no expediente da revista os nomes que compõem a nova diretoria.

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Oficiais votando no Clube Farrapos,em Porto Alegre

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onhecer a história do núcleo de Passo Fun-do é voltar a 1979. Época que um grupo de oficiais da reserva da Brigada Militar resol-

veu formar uma associação. O objetivo era reunir os oficiais para confraternização. Em 1991, um decreto municipal da cidade também conhecida como “Capital do Planalto Médio”, declarou a As-sociação dos Oficiais de Passo Fundo como uma entidade de utilidade pública municipal.

Mas, foi uma Assembleia Geral Deliberativa, em 2011, na Câmara de vereadores do município, que o centro das discussões da categoria foi amplia-do. O presidente da ASOFBM, TC José Carlos ric-cardi Guimarães e o vice-presidente, TC Marcelo Frota, resolveram unir o grupo, agregando os oficiais de nível superior (de Capitão a Coronel) da região. Assim, foi criado o núcleo da ASOFBM do Planalto, com o objetivo de debater e defender as reivindica-ções dos Oficiais da Carreira de nível Superior da Brigada Militar. Durante a mesma Assembleia, por aclamação, foram deliberados que os representan-tes do núcleo deveriam ser o Capitão valter ramos Kroeff e o vice, TC Fernando Carlos Bicca.

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iNteRioRizaçãoda aSOfBm

fOrmadO POr 83 mUnICíPIOS, O núCLEO

dE PaSSO fUndO fOI Um dOS PrImEIrOS a SEr

CrIadO nO InTErIOr dO ESTadO gaúChO

Núcleo de Passo fUNdo – o NúMeRo 1

em Movimento

Localizado há 300 quilômetros de Porto Ale-gre, o município de Passo Fundo é o maior do nor-te do Estado. O TC Fernando Carlos Bicca, que atualmente ocupa a função de Chefe do Estado Maior do CrPO Planalto, comenta a reeleição da chapa Cel Apparício Borges, que venceu as eleições duas vezes, em 2010 e 2012. “vamos continuar apoiando a diretoria da ASOFBM, eleita demo-craticamente e contribuir para o bom andamento da gestão 2012/2014”. Para ele, a associação está entrando na fase adulta. “Temos certeza de que a ASOFBM está nos levando a conquistar direitos e respeito perante a sociedade e instituições”.

O representante do núcleo de Passo Fundo não se preocupa com o número de associados, reforça que, “não nos adianta ter um grande número de sócios, mas sim, que estes participem ativamente das discussões, para dar maior profundidade e le-gitimidade à nossa luta”. Completa que, “em ra-zão da recente cultura democrática do Brasil, nos-sa categoria ainda não aprendeu a exercitar seus direitos”. O TC Bicca observa que gradativamente o interesse dos oficiais da região, vem aumentan-do. Eles buscam informações e encaminham su-gestões para a associação. “Mas muitos ainda não se deram conta de que a Brigada Militar somos nós e de que as posições adotadas em defesa de nossos interesses devem ser discutidas, no âmbito associativo, sem temor de represálias”, reforça.

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Assembleia Geral Deliberativa, em Passo Fundo, o Cel Zimerman, mais antigo

Coronel da região e o Cel Gonçalves, TC Bicca e Cap Kroeff

Oficiais do Núcleo da ASOFBM de Passo Fundo

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O TImBrE afInadO E O COnhECImEnTO da CULTUra dO rIO grandE dO SUL LEVaram ELTOn

SaLdanha dO InTErIOr dE ITaQUI, a SEr Um CIdadãO dO mUndO. E aPESar da agEnda aPErTada,

SaLdanha aCEITOU COm OrgULhO a COmPOr JUnTO COm O amIgO anTônIO aUgUSTO

fagUndES, O nICO fagUndES, a CançãO da aSSOCIaçãO dOS OfICIaIS da BrIgada mILITar.

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SEm frOnTEIra

édifícil reconhecer Elton Salda-nha sem a pilcha. Mas, foi sem a indumentária gaúcha tradi-cional que ele recebeu a equipe da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, no condomínio onde mora. O estilo campeiro de Elton está em todos os can-tos da casa. na sala, muitos tro-féus de festivais, violão, gaita, lareira, nada lembra a infância pobre. “Morei na rua quando vim para Porto Alegre”, declara entre um chimarrão e outro.

Filho do dono de um mo-desto “bolicho”, bar de beira de estrada, em itaqui, Elton can-

tava as histórias que ouvia dos tropeiros. “Sem saber, já estava compondo”, lembra. O rebelde, como ele se define, fugiu do quartel e veio para a capital de carona em um caminhão, com 18 anos. Sem dinheiro, foi pro-curar emprego e não conseguiu. “A música me acolheu, por sor-te”, lembra aliviado.

Foi no Centro de Tradição Gaúcha – CTG 35, que iniciou a amizade com Juarez Bitten-court, renato Borghetti, nico Fagundes, rui Biriva e outros cantores ligados ao tradiciona-lismo. Para ganhar dinheiro, to-

cava e cantava à noite. E Junto com a explosão do movimento cultural nativista, na década de 80, a carreira de Elton Sal-danha começava a se desenhar. Os shows lotavam as casas. As gravadoras perceberam. Surge então, nesse período, a rádio Liberdade, que só tocava músi-ca gaúcha. A televisão passou a divulgar o trabalho dos jovens. Logo, foi criado um programa de Tv, o Galpão Crioulo, na rBS Tv. “Foi uma época de reconhecimento social da cul-tura gaúcha”. Aproveitando o embalo, Saldanha lançou nesse

Cavalgada do Fim do Mundo, Patagônia, Argentina

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“período, o primeiro disco pela Globo/Som Livre.

Do primeiro LP, Elton não parou mais. Já são 18 discos grava-dos, sendo que em todos tem uma música de grande sucesso. Clás-sicos como: “Os Bonitão, Canta Catarina, Castelhana, Lá vem o rio Grande a Cavalo, Baile das negra Toro, Eu sou do Sul”, não podem faltar nos shows. E vale destacar que centenas de músicas de sucesso cantadas por outros ar-tistas, são de sua autoria. A inspi-ração do cantor e compositor vem de muita pesquisa. “Se vou fazer uma milonga revisito a cultura da América Latina, dos árabes, espa-nhóis. Se faço uma vanera, passo por Cuba, Portugal. Se quero um xote, exploro Alemanha”.

O currículo de Elton Sal-danha é diversificado. Chegou a interpretar o personagem ro-drigo Cambará na primeira ver-são da minissérie da Tv Globo “O Tempo e o vento”, mas foi substituído pelo ator Tarcísio Meira. “Fui aprovado para atuar nesse papel em uma seleção com 30 mil pessoas”, afirma. “Como os diretores precisavam de um nome forte, por causa dos patro-

cinadores, fui preterido”.Quanto às minisséries produzidas pela televisão para exibir a cultura gaúcha, Saldanha é categórico, “elas pecam na trilha sonora, fa-zem caricaturas musicais”.

A leitura levou o cantor a se formar em jornalismo. Ele escreve para a revista Cavalo Crioulo. Apresentou programa na Televisão Educativa e na rá-dio rural. Do curso de jorna-lismo também iniciou a paixão por fotografia. neste ano, resol-veu cursar Webdesign.

Cavalo Crioulo eCavalgadas

Elton Saldanha pertence à Confraria Cavaleiros da Paz. Já percorreu, o Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai, Portugal e quase todos os estados do Brasil.Tudo isso no lombo de um cavalo. Em 2010, fez a cavalgada do Fim do Mundo, em Ushuaia e Calafate na Patagônia. nesse ano, vai par-ticipar da Cavalgada do Coopera-tivismo, que vai atravessar o rio Grande do Sul. vão ser percorri-dos 700 quilômetros, em 22 dias. Em janeiro de 2013, pretende per-correr a África, a cavalo.

Em setembro, durante a Se-mana Farroupilha, ele e o amigo nico Fagundes vão lançar a can-ção da ASOFBM.“Fiquei muito honrado com o convite do Co-ronel riccardi para compor e cantar essa música”. Saldanha está pesquisando a história da Brigada Militar. “Sempre admi-rei muito essa corporação por-que é gaúcha e que considero a mais nobre. A origem remete ao homem a cavalo, que este-ve presente nos momentos mais importantes da nossa história”.

Elton Saldanha está com 56 anos. Tem três filhos “avul-sos”, como define. não casou, “mas ainda não estou fora do páreo”, brinca. “Sempre me en-volvi muito com o trabalho, me distanciei dessa proposta insti-tuída pela igreja”. Mas, garante “nunca estou sozinho”. Para o cantor, hoje as pessoas estão namorando mais e são mais fe-lizes. Assim é Elton Saldanha, ele canta, encanta. É dono de uma alegria contagiante. não é por acaso que deixa saudade por onde passa.

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Elton Saldanha com Renato Borghetti em início

de carreira, em 1983

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Músicos que acompanham Elton Saldanha nos shows, durante o Programa Galpão Crioulo, RBS TV

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oficial da BM Relata a Missão de Paz da oNU No

Sudão do Sul é o mais novo país aceito na comunidade de nações. Conseguiu sua inde-pendência do Sudão em 09 de julho do ano

passado, após mais de 20 anos de guerra civil. A sepa-ração foi decidida em um plebiscito onde a população escolheu em janeiro de 2011, com mais de 90% dos votos, a independência. Durante a guerra civil o sul possuía uma milícia rebelde que lutou intensamente contra o domínio do norte. Após a independência essa milícia rebelde tornou-se o exército regular do Sudão do Sul, o Sudan People Liberation Army - SPLA.

nosso trabalho como UnPOL -Police Advisor, Conselheiro policial, é executar as atividades de trei-namento da polícia sul-sudanesa. Este treinamento, embora padronizado pela OnU, difere de local para local, de acordo com a estrutura que encontramos que normalmente é precária. Essa atividade é deno-minada de “co-location”. Após o treinamento inicial (induction Training), eu e o Capitão Jonas, gaúcho de Alegrete, mas que trabalha na Polícia Militar de Santa Catarina, fomos designados para o CSB Ako-bo, cidade com aproximadamente 15 mil habitantes situada no Estado de Jonglei, na parte leste do país, na divisa com a Etiópia.

Os desafios são grandes, a começar pelo idioma, que é o inglês. nosso trabalho diário é acompanhar as atividades da polícia local. Durante os contatos com

os policiais, transmitimos o conhecimento através de conversas com pequenos grupos sobre assuntos que englobam direitos humanos, direitos de pessoas pre-sas, direitos de crianças e mulheres, uso da força, uso de algemas, busca pessoal, revista, prisão de suspei-tos e preservação de local de crime. Sempre seguindo o padrão de treinamento estabelecido pelas nações Unidas. não podemos realizar, por enquanto, um trei-namento mais sofisticado, pois a maioria dos policiais é analfabeta. Por isso, o método da conversa se mostra o mais eficaz. Também somos responsáveis pela fisca-lização dos presos existentes no quartel central da po-licia local. verificamos diariamente as condições físi-cas dos presos, a situação dos inquéritos policiais, bem como a situação de mulheres e crianças no cárcere.

Com relação a estrutura da nossa base, ela é to-talmente cercada, com guaritas nas extremidades. O efetivo UnPOL está alojado em duas barracas, com estrutura de ar condicionado e ventiladores de teto, sem os quais ficaria impossível permanecer no inte-rior durante o dia, pois a temperatura ultrapassa os 45 graus. recebemos semanalmente dois vôos de abastecimento, nos quais nos enviam água potável da capital do Estado. A água utilizada para banho, lavar roupas e lavar a louça é a mesma utilizada pela popu-lação local. Todo UnPOL designado para um County Support Base é orientado a trazer seus próprios gêne-ros alimentícios que o possibilitem passar no mínimo um mês. Outra dificuldade é a energia elétrica que é fornecida por geradores, os quais são desligados duas vezes ao dia para economia de combustível. Temos banheiros, mas não temos sistema de água encanada.

Somos nove policiais aqui em Akobo, dois brasileiros, dois Bósnios, dois de Uganda, dois das Filipinas e um da Turquia. O contato com esses po-liciais nos proporciona um conhecimento de cada sistema policial nos diferentes países, nos possibili-ta realizar uma comparação como cada instituição policial trata determinado assunto, de acordo com a sua cultura e lei nacional.

OSUdãO dO SUL - UnmISS

Capitão marco antonio dos Santos morais é do 3° Batalhão de operações especiais, em Passo fundo. desde

março de 2012, está desempenhando a função de United Nations Police – UNPol – (conselheiro policial) na Missão

de Paz da oNU no sudão do sul

Cap. Marcos Moraes transmitindo conhecimento para grupos de policiais, no Sudão do Sul

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Elomar Johansson – cel Reformado

PoR UM caMiNHo

“POr Un CamInO”, dEaTaUaLPa YUPankI

Qual é o caminho?A esta pergunta?Contraponteio com outras:De onde venho?Para onde vou?Para a resposta, a análise:

venho do distante século.De escuras brumas do passado,Percorrendo, tortuoso caminho,Transito eivado de espinhos.Ao percorrer intricadas veredasQue ainda emaranhadosencontro no tempo.naquele tempo abstrusoenfim faz-se luz.E, do nascimento, em segundo ato,Que da alta e leve pena vemPor arte escrita logo criarE uma instituição vem a criar,Eis que na forçade decreto histórico:nasci BriGADA MiLiTAr!

Meu nascimento já traz,num traço de tempo imediato,Do meu corpo o crescimento.Assim como corre o tempo,vou também num corre-corre.Entre revoltas e embatesOlho firme, e sempre para frente!vejo em curto espaço temporalDos governos o fiel aval,Par num arroubo guerreiro vararveredas e carreiros, trilhas e picadas,Das gaúchas coxilhas– verdes e ondeadas.E, ainda além, muito além,na ânsia de a paz buscar

Que num vagar quase sem fim,Se vê, por fim, chegar.

De guerreiras campanhas,Tornei-me grande na grandeza.Trago no ventre de Minh’almaMemoráveis figuras de valor.Do épico e varonilcadinho histórico,Do passado a este presente,Só honras e glórias eu mereci.Trago junto ao meu peito,A imagem, que bem feita,relembra até o jeitoDa forma de um coração.Hoje, moderna, não tranquila,Mas ainda força viva,Corpo maduro e tão forte,Que nem dos reveses que passei,A queda do negro braçodo infortúnio,

Levando-me de frente na desdita,Causa somente dor, e me levanto,E com recato e decência vou à luta.Levo então, cabeça erguida?O peito arfante,Para mostrar que da histórianão se apagaO fulgor da honra,as glórias das vitórias.

Para onde vou?

Do tempo, a inexorável marcha,Conduz-me à extinção.Mas, dos valores ancestrais,A luz e a força, eu busco.Para num continuo andejarChegar muito além da ultravida.E sempre com minhas asas abertasA acolher do mundo a gratidãoE espantar, do mesmo modo,A ingratidão!

Como soldado que fui, que souTenho o olhar sempre no horizonte,E o peito pulsante de orgulho nato.Dos antigos feitos e gloriosos fatos,Que me sustentam,quais pilares postosDaí me elevo com honor altivo.Apaziguo dos homens os temores,Pois tenho na vida toda uma fortunaDe ser a luz, que nos caminhos brilha,Para o encontro da certeza extrema;Da coesão que nunca se afadiga,Para alcançar com louros de vitória,A tão buscada, urgente e necessária,Para todos nós, a tão incerta e tênue:A Segurança!

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grUPO UnIãO

o tc José carlos Riccardi guimarães recebe o título de associado Honorário do grupo União,

associado da iBcM (instituição Beneficente coronel Massot) pela sua atuação frente à

associação dos oficiais e colaboração a entidade.

ThE BEST JUmP 2012 - I

capitão claudio azevedo goggia, montandofg aguia, conquista pelas cores do Rio

grande do sul o segundo lugar no desempate do Prêmio Bettanin.

grandE EXPEdIEnTE da aL

o presidente da asofBM, tc José carlos Riccardi guimarães, foi convidado a participar do grande

expediente destinado aos 50 anos da aBaMf.deputados e autoridades destacaram a importância das associações na conquista de melhores salários e

condições de trabalho dos brigadianos.

ThE BEST JUmP 2012 - II

o tenente coronel da Brigada Militar,edison estivalete também participou do evento.

fotos: aRQUivo Pessoal

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cRédito: gRUPo UNião

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ThE BEST JUmP 2012 - III

Presidente da asofBM, tc José carlos Riccardi guimarães e o empresário Jorge

gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do grupo gerdau.

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UnIãO gaúCha E aSOfBm

Major leandro estabel Jung, diretor administrativo da asofBM, é eleito para o cargo de conselheiro titular

do conselho fiscal da União gaúcha. assumiu o cargo de Presidente, o Juiz, Pio giovani dresch, da aJURis e o

vice-presidente e agente fiscal do tesouro do estado, celso Malhani de souza, do siNdifisco.

ELEIçãO 2012 – aSOfBm

97% dos associados foram favoráveis à votação direta e presencial, a nova contribuição de 1% sobre o novo

salário básico para a mensalidade e a abertura de novos convênios e planos de saúde nos atendimentos

dos hospitais da Brigada Militar.

ELEIçãO 2012 – aSOfBm III

apuração dos votos, comissão eleitoral:cel Paixão carneiro Martins, cel Paulo Rogério Machado Porto, tc alfeu freitas Moreira. escrutinadores: tc edison

estivalete Bichalva, cel alcery frota Pinto e cel Bento Mathuzalem de vasconcelos.

ELEIçãO 2012 – aSOfBm II

capitão Jorge antunes fagundes, 88 anos,o eleitor mais velho.

dEfESa aO TErmO CIrCUnSTanCIadO

o capitão Rafael Monteiro costa, representou a asofBM, em Brasília, para discutir o Projeto de lei que propõe o fim do termo circunstanciado.

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aRQUivo Pessoal

EXPOSIçãO dE fOTOgrafIa ChEga aO InTErIOr dO ESTadO

trinta fotografias sobre “segurança” foram expostas no Museu de arte de santa Maria, no espaço da casa de cultura.

as fotos também foram exibidas no 1º Regimento de Polícia Montada, exposta no centro Histórico cel Pillar.

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Para se associar à aSOfBm o oficial de Nível superior que quiser ser associado da asofBM

deve se cadastrar através do site www.asofbm.com.br, ou entrar em

contato via telefone: (51) 32219768 / (51) 32210170