influÊncia de um recurso somatosensorial no...

1
RÚBIA SANTINHO DE FREITAS 1 , TAMARA OLIVEIRA DA SILVA 2 , PRISCILA LANZILLOTTA 3 12 Academicas em Fisioterapia no Centro Universitário Lusíada UNILUS Santos SP 3 Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Lusíada UNILUS Santos SP [email protected] INTRODUÇÃO: A Paralisia Cerebral (PC), também conhecida como Encefalopatia Crônica da Infância, é considerada uma categoria de deficiências que inclui pacientes com “desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro imaturo. Es sas desordens caracterizam-se por anormalidades neuropatológicas não progressivas, porém mutáveis, falta de controle sobre os movimentos, pelas modificações adaptativas do comprimento dos músculos, e em alguns casos deformidades ósseas. Em alguns casos de crianças coreoatetóides ou com ataxia hipotônica, e em crianças com espasmos intermitentes, nas quais o tônus postural a partir de uma inibição é baixo, e que também não possuem inervação recíproca nem co-contração, é necessário aumentar o tônus e regular a interação recíproca. Estímulos proprioceptivos e táteis, como pressão, sustentação de peso e resistência, são úteis neste caso. A base neurofisiológica neste caso consiste no reforço da atividade gama mediante repetida estimulação tátil e proprioceptiva, aumentando o tônus postural até o necessário, regulando a interação recíproca para a fixação dos pontos proximais e do movimento seletivo controlado distalmente. OBJETIVO :Avaliar a influência do recurso somatosensorial de neoprene® nos movimentos involuntários e na funcionalidade de um paciente com PC coreo-atetóide, auxiliando o cuidador durante o manejo do mesmo nas atividades de vida diária. CONCLUSÃO: O recurso somatosensorial de neoprene® mostrou-se benéfico para a modulação tônica deste caso de paciente com PC coreoatetóide. MÉTODO : A criança participante é do sexo feminino, branca, 11 anos, diagnosticada com PC coreoatetoide e autismo e nível motor V pela classificação do “Gross Motor Function Classification Sistem” (GMFCS). No mais apresenta importante rebaixamento cognitivo, sendo totalmente dependente para qualquer atividade funcional, não interage e não é capaz de compreender comandos. Foi desenvolvido um recurso somatosensorial utilizando tiras de neoprene® de 1,5 mm que foram cortadas sob medida para o abdômen e duas faixas para a região da cintura escapular, sendo que ambas se conectam através do velcro® formando uma peça só, caracterizando um colete. O local de colocação das faixas foi determinado através de um correlato com os pontos chaves do método Bobath para estabilização central e proximal de cintura escapular. Inicialmente realizou-se a avaliação física da criança e em seguida aplicou-se a área II da escala PEDI [Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (Pediatric Evaluation of Disability Inventory)], a qual se relaciona ao cuidador e contém as áreas de auto-cuidados, mobilidade e função social. As possíveis alterações tônicas foram avaliadas mediante duas filmagens de 5 minutos, com a paciente sentada na cadeira de rodas, primeiramente sem o recurso somatosensorial de neoprene e posteriormente com o recurso. RESULTADOS: Na avaliação pelo PEDI obteve-se pontuação 0 em todos os itens avaliados, o que indica total dependência do cuidador. Para possibilitar a demonstração dos vídeos de forma escrita, optou-se pela utilização de fotos representativas de momentos diferentes dos vídeos com descrição dos movimentos apresentados, porém, ambos os vídeos estão representados pelos 10’’, 2’40’’ e 4’55’’. No primeiro vídeo a criança encontra-se sentada em sua cadeira de rodas sem o somatosensorial de neoprene®. De forma geral, a paciente apresentou durante todo o vídeo constante movimentação de coréia e atetose de membros superiores e inferiores, movimentos de oscilação de tronco e cervical associados à rotação e movimentos estereotipados, levar as mão na boca e bater com as mãos. No segundo vídeo a criança encontra-se sentada em sua cadeira de rodas utilizando o recurso somatosensorial de neoprene®. Durante todo o vídeo a paciente manteve a mesma postura, de inclinação lateral de tronco, cotovelo direito apoiado na cadeira e mão deireita na boca, sem movimentar-se. Apresentou movimentação apenas no final do vídeo, como mostra na figura 2 nos 4’55’’ no qual a paciente saíu da inclinação lateral de tronco, para uma postura com o tronco alinhado axialmente. A figura 2, demonstra a posição adotada na maior parte da filmagem, demonstrando o contraste entre os vídeos. REFERENCIAS: HERRERO, D; MONTEIRO, C.B.M., Verificação das habilidades funcionais e necessidades de auxílio do cuidador em crianças com paralisia cerebral nos primeiros meses de vida. Revista brasileira de crescimento e desenvolvimento humano, São Paulo, v. 18, n. 2, 2008. FENNEMAN P.A.; RIES J.D., Case Report: Effects of TheraTogs™ on the Postural Stability and Motor Control of a 7-year-old Girl with Down Syndrome and Severe Motor Delays, NDTA network, 2009. MARLENNE, G.B, A strapping case study, linking neuro-developmental treatment with theratogs, strapping system and other orthotics, NDTA (the neuro development treatment association) network, January/ February 2007, pg23. INFLUÊNCIA DE UM RECURSO SOMATOSENSORIAL NO CONTROLE POSTURAL E MANEJO DE PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL COREOATETOIDE: ESTUDO DE CASO. .

Upload: others

Post on 31-Dec-2019

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INFLUÊNCIA DE UM RECURSO SOMATOSENSORIAL NO …mittetecnologia.com.br/anais/paralisia/resumos/1/PPT-eposter-trab... · Foi desenvolvido um recurso somatosensorial utilizando tiras

RÚBIA SANTINHO DE FREITAS1, TAMARA OLIVEIRA DA SILVA2, PRISCILA LANZILLOTTA3

1 2 Academicas em Fisioterapia no Centro Universitário Lusíada – UNILUS – Santos SP3Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Lusíada – UNILUS – Santos SP

[email protected]

INTRODUÇÃO: A Paralisia Cerebral (PC), também conhecida como Encefalopatia Crônica da Infância, é considerada uma categoria de

deficiências que inclui pacientes com “desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro imaturo. Essasdesordens caracterizam-se por anormalidades neuropatológicas não progressivas, porém mutáveis, falta de controle sobre os movimentos, pelas modificações adaptativas do comprimento dos músculos, e em alguns casos deformidades ósseas. Em alguns casos de crianças

coreoatetóides ou com ataxia hipotônica, e em crianças com espasmos intermitentes, nas quais o tônus postural a partir de uma inibição é baixo, e que também não possuem inervação recíproca nem co-contração, é necessário aumentar o tônus e regular a interação recíproca.

Estímulos proprioceptivos e táteis, como pressão, sustentação de peso e resistência, são úteis neste caso. A base neurofisiológica neste caso consiste no reforço da atividade gama mediante repetida estimulação tátil e proprioceptiva, aumentando o tônus postural até o necessário,

regulando a interação recíproca para a fixação dos pontos proximais e do movimento seletivo controlado distalmente.

OBJETIVO:Avaliar a influência do recurso somatosensorial de neoprene® nos movimentos involuntários e na funcionalidade de um

paciente com PC coreo-atetóide, auxiliando o cuidador durante o manejo do mesmo nas atividades de vida diária.

CONCLUSÃO: O recurso somatosensorial de neoprene® mostrou-se benéfico para a modulação tônica deste caso de paciente com PC

coreoatetóide.

MÉTODO: A criança participante é do sexo feminino, branca, 11 anos, diagnosticada com PC coreoatetoide e autismo e nível motor V pela

classificação do “Gross Motor Function Classification Sistem” (GMFCS). No mais apresenta importante rebaixamento cognitivo, sendo

totalmente dependente para qualquer atividade funcional, não interage e não é capaz de compreender comandos.

Foi desenvolvido um recurso somatosensorial utilizando tiras de neoprene® de 1,5 mm que foram cortadas sob medida para o abdômen e

duas faixas para a região da cintura escapular, sendo que ambas se conectam através do velcro® formando uma peça só, caracterizando

um colete. O local de colocação das faixas foi determinado através de um correlato com os pontos chaves do método Bobath para

estabilização central e proximal de cintura escapular. Inicialmente realizou-se a avaliação física da criança e em seguida aplicou-se a área

II da escala PEDI [Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (Pediatric Evaluation of Disability Inventory)], a qual se relaciona

ao cuidador e contém as áreas de auto-cuidados, mobilidade e função social.

As possíveis alterações tônicas foram avaliadas mediante duas filmagens de 5 minutos, com a paciente sentada na cadeira de rodas,

primeiramente sem o recurso somatosensorial de neoprene e posteriormente com o recurso.

RESULTADOS: Na avaliação pelo PEDI obteve-se pontuação 0 em todos os itens avaliados, o que indica total dependência do cuidador.

Para possibilitar a demonstração dos vídeos de forma escrita, optou-se pela utilização de fotos representativas de momentos diferentes dos

vídeos com descrição dos movimentos apresentados, porém, ambos os vídeos estão representados pelos 10’’, 2’40’’ e 4’55’’.

No primeiro vídeo a criança encontra-se sentada em sua cadeira de rodas sem o somatosensorial de neoprene®. De forma geral, a paciente

apresentou durante todo o vídeo constante movimentação de coréia e atetose de membros superiores e inferiores, movimentos de oscilação

de tronco e cervical associados à rotação e movimentos estereotipados, levar as mão na boca e bater com as mãos.

No segundo vídeo a criança encontra-se sentada em sua cadeira de rodas utilizando o recurso somatosensorial de neoprene®. Durante

todo o vídeo a paciente manteve a mesma postura, de inclinação lateral de tronco, cotovelo direito apoiado na cadeira e mão deireita na

boca, sem movimentar-se. Apresentou movimentação apenas no final do vídeo, como mostra na figura 2 nos 4’55’’ no qual a paciente saíu

da inclinação lateral de tronco, para uma postura com o tronco alinhado axialmente. A figura 2, demonstra a posição adotada na maior

parte da filmagem, demonstrando o contraste entre os vídeos.

REFERENCIAS: HERRERO, D; MONTEIRO, C.B.M., Verificação das habilidades funcionais e necessidades de auxílio do cuidador em crianças com paralisia cerebral nos primeiros meses de vida. Revista

brasileira de crescimento e desenvolvimento humano, São Paulo, v. 18, n. 2, 2008.

FENNEMAN P.A.; RIES J.D., Case Report: Effects of TheraTogs™ on the Postural Stability and Motor Control of a 7-year-old Girl with Down Syndrome and Severe Motor Delays, NDTA network, 2009.

MARLENNE, G.B, A strapping case study, linking neuro-developmental treatment with theratogs, strapping system and other orthotics, NDTA (the neuro development treatment association) network,

January/ February 2007, pg23.

INFLUÊNCIA DE UM RECURSO SOMATOSENSORIAL NO CONTROLE POSTURAL E MANEJO

DE PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL COREOATETOIDE: ESTUDO DE CASO..