influÊncia da urbanizaÇÃo na comunidade de insetos

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Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional S.A. Patrícia Rasteiro Ordiale Alinne Costa Cavalcante Professora Orientadora: Ms. Juliana Rodrigues Curso: Ciências Biológicas FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS Trabalho apresentado no 9º Congresso Nacional de Iniciação Científica - CONIC. Trabalho apresentado no Evento Interno de Iniciação Científica - 2009. INFLUÊNCIA DA URBANIZAÇÃO NA COMUNIDADE DE INSETOS AQUÁTICOS NO RIBEIRÃO DAS ANTAS ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 RESUMO Alguns insetos passam parte de sua vida na água, por isso são utilizados como indicadores de modificações em rios até pequenos mananciais. Muitos são sensíveis a pequenas transformações em seu hábitat como a velocidade da correnteza, tipo de substrato, a presença ou ausência de mata ciliar, poluição e certas variações físico-químicos, podendo assim diminuir a riqueza da biodiversidade. Assim este presente estudo objetiva verificar o efeito da urbanização sobre as comunidades de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas. Para isso foram escolhidos quatro pontos, um na nascente a montante, dois na região urbana da Cidade de Anápolis, e outro após a cidade na jusante. A coleta dos insetos foi realizada pelo revolvimento do substrato, e com a pinça pegando os organismos que formaram acondicionados em álcool 70%. O Ribeirão das Antas apresentou índice de integridade física alto para a montante (0,813) que correlacionou positivamente com a diversidade de Shannon-Wiener. O índice do “Biological Monitoring Working Party Score System” (BMWP) mostrou que a qualidade da água nos pontos 02, 03 e 04 está ruim e na montante é satisfatória. Na área de intensa urbanização, nos pontos intermediários, observou se que ocorre uma pressão sobre os ecossistemas aquáticos, e na jusante não houve recuperação da comunidade de insetos aquáticos. Palavras-Chave: insetos aquáticos; biodiversidade; qualidade da água; urbanização. ANUIC_N14_miolo.pdf 97 7/6/2010 18:16:54

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Page 1: INFLUÊNCIA DA URBANIZAÇÃO NA COMUNIDADE DE INSETOS

Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional S.A.

Patrícia Rasteiro Ordiale Alinne Costa Cavalcante

Professora Orientadora: Ms. Juliana Rodrigues

Curso: Ciências Biológicas

FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS

Trabalho apresentado no 9º Congresso Nacional de Iniciação Científica - CONIC.

Trabalho apresentado no Evento Interno de Iniciação Científica - 2009.

INFLUÊNCIA DA URBANIZAÇÃO NA COMUNIDADE DE INSETOS AQUÁTICOS NO RIBEIRÃO DAS ANTAS

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE

Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009

RESUMO

Alguns insetos passam parte de sua vida na água, por isso são utilizados como indicadores de modificações em rios até pequenos mananciais. Muitos são sensíveis a pequenas transformações em seu hábitat como a velocidade da correnteza, tipo de substrato, a presença ou ausência de mata ciliar, poluição e certas variações físico-químicos, podendo assim diminuir a riqueza da biodiversidade. Assim este presente estudo objetiva verificar o efeito da urbanização sobre as comunidades de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas. Para isso foram escolhidos quatro pontos, um na nascente a montante, dois na região urbana da Cidade de Anápolis, e outro após a cidade na jusante. A coleta dos insetos foi realizada pelo revolvimento do substrato, e com a pinça pegando os organismos que formaram acondicionados em álcool 70%. O Ribeirão das Antas apresentou índice de integridade física alto para a montante (0,813) que correlacionou positivamente com a diversidade de Shannon-Wiener. O índice do “Biological Monitoring Working Party Score System” (BMWP) mostrou que a qualidade da água nos pontos 02, 03 e 04 está ruim e na montante é satisfatória. Na área de intensa urbanização, nos pontos intermediários, observou se que ocorre uma pressão sobre os ecossistemas aquáticos, e na jusante não houve recuperação da comunidade de insetos aquáticos.

Palavras-Chave: insetos aquáticos; biodiversidade; qualidade da água; urbanização.

97 Publicação: 10 de maio de 2010

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98 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

1. INTRODUÇÃO

As cidades e os cursos de água sempre tiveram uma ligação muito importante ao longo da

história da humanidade. Desde as primeiras aglomerações, observou-se que a localização

das cidades era preferencialmente junto aos cursos de água, isso se deve segundo Baptista

e Nascimento (2002), citado por Castro (2007), ao fato de que a proximidade de

mananciais da água favorecia o suprimento para consumo e higiene da população, bem

como o lançamento dos dejetos e o transporte.

Desde o início do Século XIX, a região onde se situa a cidade de Anápolis que era

povoada por pequeno número de fazendeiros e que recebiam viajantes, comerciantes e

religiosos. Havia uma grande movimentação naquela época, no sentido econômico como

a atividade de comerciantes tropeiros entre Minas Gerais e Goiás, a agricultura e a

pecuária, e era um espaço de encontro da população no âmbito religioso. Desta maneira

teve origem o povoado na região do Ribeirão das Antas, que posteriormente se tornou a

cidade de Anápolis (POLONIAL, 2007 apud LIMA, 2008, p.69).

O Ribeirão das Antas já foi um sistema de captação de água e abastecia a cidade

de Anápolis, funcionou até o ano de 1976 até a desativação da represa Fanstone, onde

atualmente é o Central Park (CORRÊA, 2005).

Estudos sobre a influência da eutrofização em águas continentais têm sido

realizados há muitas décadas. Diversas comunidades aquáticas, dentre elas bactérias,

fitoplâncton, zooplâncton, perifiton e invertebrados bentônicos têm sido utilizados como

indicadores de alterações no ambiente aquático. Os macroinvertebrados bentônicos

possuem ciclo de vida curto, alguns são mais sensíveis à poluição e as variações físico-

químicas na água (TAKAHASHI et al., 2008).

A diminuição da biodiversidade e as alterações da estrutura das comunidades

têm sido causadas, principalmente, pela poluição e agropecuária na bacia de drenagem de

rios e riachos, reservatórios, lagoas e lagos e principalmente em áreas de grande

concentração populacional. O assoreamento também pode ser considerado como

modificador da estrutura dos macroinvertebrados em riachos do cerrado. A entrada de

esgoto no ambiente aquático causa desestruturação das comunidades com a diminuição

da riqueza taxonômica e aumenta o domínio de espécies mais resistentes a poluição

(OLIVEIRA et al., 2007; SIMIÃO-FERREIRA; CARVALHO, 2008; SIMIÃO-FERREIRA et

al., 2009).

Em córregos urbanos a interferência humana em ambientes lóticos pode ser um

fator importante que afeta a biota aquática, assim o impacto ocorre de forma direta sobre

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a fauna aquática, por meio de mudanças específicas no hábitat, redução da

disponibilidade de alimento, aumento da matéria orgânica pelo despejo de esgoto

doméstico e alterações em outras variáveis (MOREYRA; FONSECA, 2007).

A qualidade do hábitat é um dos fatores mais importantes para o melhor

resultado na colonização e estabelecimento das comunidades biológicas em ambientes

aquáticos como córregos, rios, lagos e reservatórios. O ecossistema é influenciado pelo

ambiente físico nos rios e riachos, sendo a velocidade da correnteza, a vazão e o tipo de

substrato (MARQUES et al., 1999).

Os insetos aquáticos formam o grupo mais abundante e diverso dos

invertebrados aquáticos e são importantes componentes da dinâmica ecológica em

ambientes lóticos. Nos últimos anos, o interesse sobre estudos com insetos aquáticos tem

crescido, principalmente, devido a sua utilização no monitoramento ambiental, já que

muitos são sensíveis a distúrbios ambientais (CRISCI-BISPO et al., 2007).

O uso de parâmetros biológicos para determinar a qualidade da água se baseia

nas respostas dos organismos em relação ao meio em que habitam. Os rios e riachos

sofrem inúmeras perturbações, a comunidade aquática reage a esses estímulos, que

podem ser naturais ou antropópica (BUSS et al., 2003). Os bioindicadores são espécies

escolhidas por sua sensibilidade a vários parâmetros, como poluição que pode ser

causada por vários fatores. A expressão “resposta biológica” se refere ao conjunto de

reações de um indivíduo ou comunidade em relação a um estímulo que pode ser a

poluição (BUSS et al., 2003).

Um dos fatores importantes na estruturação da entomofauna bentônica é o tipo

de substrato. Os substratos consistem de vários tipos de materiais orgânicos e inorgânicos.

Aqueles de origem orgânica podem partir da matéria alóctone que é constituído por

folhas, galhos e capim, ou seja, toda matéria orgânica proveniente de fora do ambiente

aquático, e de origem autóctone quando apresentam filamentos de algas, musgos,

hidrófitas vasculares ou ainda insetos aquáticos, ou seja, proveniente de dentro do

sistema. Os substratos inorgânicos geralmente são compostos por granitos ou materiais

sedimentares (KIKUCHI; UIEDA, 2005).

Os substratos de águas correntes diferem devido a sua região, e é importante

para muitos insetos como superfície de seu hábitat, e servem de abrigo da correnteza e de

predadores (FIDELIS et al., 2008).

A produtividade dos trechos sombreados em córregos de cabeceira é

influenciada pela vegetação ripária, sendo que estes ecossistemas aquáticos dependem

principalmente da entrada de detritos foliares, galhos, troncos, flores e frutos como fonte

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100 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

alóctones de Matéria Orgânica Particulada Grossa (MOPG). Ao entrarem no córrego o

MOPG são retidos nos trechos até serem convertidos em Matéria Orgânica Particulada

Fina (MOPF) e em Matéria Orgânica Dissolvida (MOD) que são transportadas facilmente

(GREGÓRIO et al., 2007).

Quando há alteração na vegetação ripária, podem ocorrer efeitos de longo

alcance. Haverá menos matéria orgânica particulada entrando no riacho, também a menor

área de sombreamento e escoamento de nutrientes do entorno do riacho. Resultando no

aumento da produtividade das plantas aquáticas e como conseqüência mudança na

cadeia trófica. Pode também ocorrer efeitos sobre a vazão, a temperatura da água e as

características do leito do riacho (TOWNSEND et al., 2006).

O presente trabalho tem como principal objetivo estudar a influência da

urbanização sobre as comunidades de insetos aquáticos e conhecer como a diminuição da

vegetação riparia e da integridade física do local influência na estrutura e o

funcionamento das comunidades aquáticas no Ribeirão das Antas, na cidade de Anápolis,

Goiás.

2. OBJETIVO

2.1. Objetivo Geral

Verificar o efeito da urbanização da cidade de Anápolis sobre a estrutura e funcionamento

da entomofauna aquática do Ribeirão das Antas.

2.2. Objetivos Específicos

I. Analisar a influência das variáveis ambientais sobre a diversidade da entomofauna aquática;

II. Verificar qual substrato é mais afetado pela urbanização;

III. Analisar a influência da presença ou ausência da vegetação ripária sobre a riqueza taxonômica de insetos aquáticos;

IV. Avaliar o efeito da urbanização sobre a comunidade de insetos aquáticos do Ribeirão Antas testando a seguinte hipótese:

a. A entomofauna aquática localizada a montante da cidade possui maior riqueza taxonômica do que a localizada dentro da cidade e a sua jusante.

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3. METODOLOGIA

3.1. Área de Estudo

O trabalho foi realizado no Ribeirão das Antas que está inserido no Bioma Cerrado na

Região Centro Oeste do País. O Ribeirão das Antas no trecho urbano possui uma extensão

27,78 km e declividade média de 0,51%, percorrendo áreas com saneamento básico e

outras sem esse serviço (CORRÊA, 2005).

O Ribeirão das Antas e alguns dos seus afluentes, como o Córrego dos Cezários,

o Córrego Góis; Córrego Água Fria; e o Córrego Catingueiro pertencem à bacia do João

Leite, e todos estão no perímetro urbano da cidade de Anápolis, que possui um alto

número de edificações e ocupação humana, sendo assim bastante propícios à poluição em

seus mananciais (TEIXEIRA, 2006 apud PEREIRA, 2007).

O município de Anápolis encontra-se na parte centro-sul do Estado de Goiás na

denominada Zona fisiográfica do Mato Grosso Goiano, onde tem início o planalto central.

Suas coordenadas são 16º19”39” de latitude 48º57”10” de longitude oeste e altitude média

de 1.017 metros acima do nível do mar (CASTRO, 2004).

Figura 1 – Localização dos 04 pontos no Ribeirão das Antas e sua localização na cidade de Anápolis.

Foram escolhidos quatro pontos de coleta ao longo do curso do Ribeirão Antas. O

primeiro ponto em uma nascente (montante) mais dois em região urbana da cidade de

Anápolis (intermediários) e o último após a cidade (jusante).

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102 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

Tabela 1 – Localização dos pontos de coleta, altitude e fotos. Ponto

Amostral Localização Altitude Fotos dos Pontos

1 S 16, 39 44° Latitude O 48, 97 39º Longitude

1065 m

2 S 16, 33 78º Latitude O 48, 96 16º Longitude

1008 m

3 S 16, 31 58º Latitude O 48, 93 24° Longitude

972 m

4 S 16, 28 63º Latitude O 48, 91 25° Longitude

943 m

A amostragem foi realizada no período de transição da estação seca para a

estação chuvosa no mês de Outubro de 2009.

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3.2. Metodologia

Abiótica

Para determinar o Índice de Integridade de Hábitat foram avaliadas 12 características

descritivas das condições ambientais pela avaliação visual relativa do uso da terra, zona

ripária, do corpo do rio e da morfologia do canal. Cada item é composto de 4 a 6

alternativas ordenadas em relação aos aspectos da integridade de habitat. O Índice final é

o valor médio total das características amostradas, e varia entre 0 e 1 e quanto mais

próximo de 1 maior são as chances de haver um hábitat está integro (SIMIÃO-FERREIRA,

2008).

Foram avaliados parâmetros físico-químicos da água como, pH, Condutividade

Elétrica, Profundidade, Largura, Velocidade e Vazão. O pH e a Condutividade elétrica

foram obtidos com aparelhos digitais portáteis. A velocidade foi medida pelo método do

flutuador (SLOBODCHIKOFF; PARROT, 1977 apud SIMIÃO-FERREIRA, 2008), e a vazão

foi calculada através do produto da velocidade média da água por uma área de secção

feita no ribeirão (LIND, 1979 apud SIMIÃO-FERREIRA, 2008).

Biótica

A coleta dos insetos aquáticos foi realizada utilizando a metodologia de esforço amostral

por período de tempo, ou seja, o substrato é revolvido com redes de mão durante 10

minutos de coleta ativa. Neste estudo foram avaliados quatro substratos (areia, pedras,

folhas e vegetação ribeirinha) de acordo com a disponibilidade destes nos pontos

amostrais. O procedimento da amostragem consistiu em revolver o substrato com a rede,

coletando em campo os organismos com o auxílio de pinças entomológicas e

acondicionados em álcool 70%.

Para análises qualitativas e quantitativas, o material foi analisado já fixado no

campo, com o uso de Microscópios Estereoscópico da marca Olympus e modelo C-011. As

identificações foram realizadas em nível de famílias, utilizando as chaves taxonômicas de

Pes et al. (2005), Lecci e Froehlich (2007), Souza et al. (2007), Mariano e Froehlich (2007),

Pereira et al. (2007) e Pinho (2008). O material biológico identificado e quantificado foi

depositado na Coleção do Laboratório de Limnologia da Universidade Estadual de Goiás.

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104 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

3.3. Análise dos Dados

Para avaliar a qualidade da água foi utilizado o método adaptado para Goiás do

“Biological Monitoring Working Party Score System” (BMWP) de Monteiro et al. (2008),

em que foi calculada uma nova pontuação para cada família de macroinvertebrados

bentônicos. O mesmo autor demonstra as classes de qualidade da água, que é um sistema

dividido em cinco classes (Grau de Contaminação), que compreende o somatório da

pontuação das famílias encontradas em cada ponto amostral, cada classe recebe uma cor

referente ao seu grau de contaminação, que são: azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.

Tabela 2 – Sistema de Classificação da qualidade da água estabelecido para os macroinvertebrados bentônicos na Bacia do Rio Meia Ponte - GO.

Classe Somatório da Pontuação Qualidade Cor I ≥ 150 Excelente Azul

II 149 -100 Boa Verde

III 99-60 Satisfatória Amarelo

IV 59-20 Ruim Laranja

V ≤ 19 Muito Ruim Vermelho Fonte: Monteiro et al., 2008.

A diversidade da comunidade foi avaliada pelo Índice de Diversidade de

Shannon-Wiener (H’), utilizando o programa BioEstat 4.0 (AYRES et al.,2005) , para os

quatro pontos.

A Equitabilidade de Pielou (J’) foi realizada para se estabelecer se os diferentes

táxons possuem abundâncias semelhantes ou divergentes, foi utilizada a seguinte fórmula

(CUNICO, et al., 2006):

LogS

HJ ''= (1)

Onde:

H’= Índice de Diversidade de Shannon-Wiener;

S= Número total de espécies.

Para a comparação da diversidade da comunidade foi utilizado o Índice de

Similaridade de Sorensen (JClas), para verificar a similaridade entre os pontos em relação à

composição da entomofauna do Ribeirão das Antas (CHAO et al., 2005):

)( 121122SS

SJclas+∗

= (2)

Onde:

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Patrícia Rasteiro Ordiale, Alinne Costa Cavalcante 105

S12: número de espécies comuns a ambas as comunidades;

S1: número de espécies da comunidade 1;

S2: número de espécies da comunidade 2.

Foi realizada a Correlação de Person (r), para verificar a relação das variáveis

abióticas e o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener, usando o programa Microsoft

Office Excel 2003.

4. DESENVOLVIMENTO

O uso de indicadores biológicos para avaliação da qualidade da água é amparado pela

legislação dos Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), a qual tem como uma de suas normas que

considera a saúde e o bem-estar do ser humano, e como também o equilíbrio ecológico

aquático, não deve ser afetado como resultado da deterioração da qualidade da água

(SIQUEIRA et al., 2004).

Segundo Barbosa et al. (1995), citado por Siqueira et al. (2004), os métodos

biológicos pressupõem que as atividades humanas produzem efeitos que afetam a

organização e o funcionamento das comunidades naturais, comprometendo, portanto, a

integridade desses ecossistemas.

O ato de artificializar os rios e córregos urbanos pode trazer algumas

conseqüências, pois um curso de água é um meio vivo que deve ser considerado com sua

dinâmica. A sucessão de cheias e estiagens, o transporte de sólidos em suspensão, a

transformação freqüente do leito do rio e a diversidade dos hábitats são necessários ao

equilíbrio do sistema aquático. Portanto um curso de água não pode ser separado de seu

meio ambiente: sua bacia de drenagem, a vegetação ripária, além de suas áreas de recarga

subterrânea condiciona o seu bom funcionamento (CASTRO, 2007).

Segundo Hynes (1974), citado por Monteiro (2008), a distribuição dos insetos

aquáticos é influenciada pela alimentação, condições físicas e químicas da água, bem

como outros fatores. O autor Adema (1979), citado por Martins et al. (2006), refere que a

diversidade taxonômica está relacionada com o grau de perturbação de um hábitat, sendo

que as modificações causadas na água pela poluição certamente levarão a uma

diminuição do número de espécies, favorecendo o desenvolvimento de certas espécies

oportunistas que crescerão até atingir grande densidade populacional.

O assoreamento é um problema em um grande número de bacias hidrográficas

brasileiras e vem ampliando-se pela expansão da agricultura. Efeitos do assoreamento

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106 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

sobre a diversidade segundo Agostinho et al. (2005) vem sendo observados por alguns

autores, para os macroinvertebrados em riachos do cerrado por Wantzen (2003) citado por

Agostinho et al. (2005).

Os macroinvertebrados além de serem bioindicadores desempenham papel

importante no ciclo de energia do ecossistema, geralmente eles ficam na parte

intermediaria da cadeia alimentar, se alimentam de algas e microorganismos, e servem

como alimento para peixes e aves insetívoras (SILVA, 2007).

5. RESULTADOS

5.1. Avaliação dos Fatores Abióticos

Características físicas e químicas do hábitat têm sido consideradas como fatores de grande

importância na distribuição das espécies e na organização das comunidades nos rios

(VANNOTE et al., 1980; DYER et al., 1998, apud, CUNICO et al., 2006).

O valor de pH não apresentou grandes variações, 6,4 – 7,6, ficando entre

levemente ácido na montante e neutro nos demais pontos, o pH ácido se deve a matéria

orgânica em decomposição presente na água de origem alóctone.

A integridade física do hábitat foi maior no Ponto 01, em que pôde se observar a

mata ciliar abrigando o manancial (Tabela 1), e o Ponto 02 com menor integridade, pois

foi o local de coleta que está em uma área de intensa urbanização sem mata ciliar.

Segundo Monteiro et al. (2008), alguns trabalhos relatam a relação positiva entre a riqueza

e a diversidade de organismos bentônicos com o tamanho e heterogeneidade do

substrato, e os substratos estão relacionados com a diversidade de plantas na mata ciliar.

Tabela 3 – Valores dos parâmetros físico-químicos e fisiográfico do Ribeirão das Antas. Ponto Amostral Pto 01 Pto 02 Pto 03 Pto 04 Média Parâmetros Montante Intermediário Intermediário Jusante pH 6,4 7,6 7,4 7,5 7,2 Condutividade Elétrica (μS/com)

03 24 55 39 30,25

Profundidade Média (m) 0,38 0,52 0,32 0,47 0,42 Largura (m) 1,10 5,15 4,80 6,70 4,43 Velocidade (m/s) 0,26 0,45 0,73 0,57 0,50 Vazão (m3/s) 0,108 1,205 1,121 1,794 0,807 Integridade (1-0) 0,813 0,255 0,327 0,393 0,447

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Patrícia Rasteiro Ordiale, Alinne Costa Cavalcante 107

5.2. Avaliação dos Fatores Bióticos

Dos quatro pontos coletados foram amostrados 106 indivíduos distribuídos em 7 das

ordens Ephemeroptera, Odonata, Plecoptera, Hemíptera, Trichoptera, Lepidóptera e

Díptera, em 2 sub-classes Oligochaeta e Hirundinea, e das 2 classes Gastropoda e

Turbellaria. O ponto com maior número de indivíduos foi o Ponto 01 com 53, em segundo

o Ponto 03 com 28 indivíduos, o Ponto 02 com 19 e finalmente o Ponto 04 com 6

indivíduos.

Tabela 4 – Táxons encontrados nos quatros pontos no Ribeirão das Antas, Anápolis-GO. Ordem Família Pto 01 Pto 02 Pto 03 Pto 04 Odonata Gomphidae 7 0 0 0 Trichoptera Hydropsychidae 15 0 0 0 Odontoceridae 9 0 0 0 Calamoceratidae 2 0 0 0 Helicopsychidae 1 0 0 0 Glossossomatidae 1 0 0 0 Ephemeroptera Leptophlebiidae 2 0 0 0 Baetidae 1 0 0 0 Plecoptera Perlidae 11 0 0 0 Hemiptera Belostomatidae 1 0 0 0 Naucoridae 1 0 0 0 Veliidae 1 0 0 0 Gelastocoridae 0 0 0 1 Lepidoptera Pyralidae 0 0 0 1 Diptera Tipulidae 1 0 0 0 Chironomidae 0 0 5 1 Sub-Classe Oligochaeta 0 17 21 1 Hirundinea 0 0 2 1 Classe Gênero Gastropoda Biomphalaria 0 1 0 0 Turbellaria 0 1 0 1

Os organismos encontrados neste estudo não são apenas insetos (Insecta),

portanto a sua presença pode possivelmente indicar contaminação da água.

A sub-classe Oligochaeta teve maior abundância de indivíduos (39) em segundo

a ordem Trichoptera (28) e em seguida a ordem Plecoptera (11). Os táxons que tiveram

menor abundância foi a classe Gastropoda, as famílias Helicopsychidae,

Glossossomotidae, Baetidae, Belostomatidae, Naucoridae, Veliidae, Gelastocoridae,

Pyralidae, Tipulidae.

As larvas de Chironomidae e outros Diptera e toda a classe Oligochaeta são

considerados organismos extremamente tolerantes a ação do homem. Estes organismos

são capazes de viver em condição de anóxia (ausência total de oxigênio) por várias horas,

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108 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

além de serem organismos detritívoros, se alimentando de matéria orgânica depositada

no sedimento, o que favorece a sua adaptação aos mais diversos ambientes. Tanto os

Oligochaeta quantos os Chironomidae são organismos de hábito fossorial, não possuem

nenhum tipo de exigência quanto à diversidade de hábitats e microhábitats (GOULART;

CALLISTO, 2003).

A presença do grupo Hirundinea não está relacionada à produtividade ou

disponibilidade de partículas orgânicas já que dependem da presença de outros

macroinvertebrados, pois são parasitas (VANNOTE et al., 1980 apud MARQUES et al.,

1999).

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4

Pontos Amostrais

Nº d

e In

divi

duos

0

2

4

6

8

10

12

14

Riqueza

QT. IndividuosQT. Taxons

Figura 2 – Abundância e Riqueza taxonômica por ponto amostral.

A Figura 2 mostra que o Ponto 01 (jusante) houve maior riqueza taxonômica e

abundância, e nos Pontos 02 e 03 (intermediários), houve diminuição de ambos, no Ponto

04 a montante ocorreu o aumento da riqueza taxonômica, mas diminui a abundância de

indivíduos.

Os valores do índice de diversidade (H’) para a montante (0,878) e jusante (0,778)

foram altos, enquanto nos pontos intermediários (0,177 e 0,309) que se encontram na

região urbana da cidade o índice foi baixo, sendo a média dos quatro pontos de 0,536.

Através do Índice de Similaridade de Sorensen foi possível observar a

distribuição e composição da entomofauna aquática do Ribeirão das Antas, a montante

em relação aos outros pontos não houve nenhuma similaridade entre eles, os pontos 2 e 3

tiveram similaridade de 0,042 e o ponto 2 e 4 tiveram similaridade de 0,16. A relação de

similaridade entre os pontos 3 e 4 foi de 0,176.

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Para conhecer as semelhanças entre a abundância e divergências entre táxons de

cada ponto foi utilizado a equitabilidade de Pielou, que demonstrou que a jusante teve

total equitabilidade como mostra a Figura 3.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1 2 3 4

Pontos Amostrais

Equi

tabi

lidad

e (E

)

Figura 3 – Equitabilidade (E) por ponto amostral.

A avaliação da qualidade da água pelo método do BMWP, entre os pontos

coletas mostrou que nenhum dos pontos foi considerado de excelente qualidade (Tabela

5).

Tabela 5 – Valores do Índice BMWP adaptado, relacionados aos pontos de coleta no Ribeirão das Antas, Anápolis - GO.

Classe Ponto Amostral

Somatória da Pontuação

III 1 74 V 2 14 V 3 16 V 4 16

Foi possível observar que houve correlação positiva entre a diversidade e a

integridade física do hábitat (r= 0,80), mas em relação às outras variáreis e a correlação foi

negativa como mostra a Tabela 6.

Tabela 6 – Valores da Correlação de Pearson entre as variáveis abióticas e o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener.

Diversidade Integridade 0,804 pH - 0,678 Condutividade Elétrica - 0,462 Profundidade - 0,159 Largura - 0,380 Velocidade - 0,485 Vazão -0,324

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Page 14: INFLUÊNCIA DA URBANIZAÇÃO NA COMUNIDADE DE INSETOS

110 Influência da urbanização na comunidade de insetos aquáticos no Ribeirão das Antas

Os substratos encontrados nos pontos amostrados apresentaram pouca variação,

na montante foi encontrado substrato folhoso, arenoso com silte e cascalho, nos pontos

intermediários e a jusante foi encontrado substrato arenoso com muito silte e cascalho. No

estudo de Fidelis et al. (2008) observou-se que os menores valores de abundância e

diversidade foram em substrato arenoso. Baptista et al. (2000), citado por Fidelis et al.

(2008), diz que isto ocorre devido a instabilidade do substrato arenoso e que está sujeito a

grandes alterações pela velocidade da correnteza e também ocorre a diminuição da

quantidade de matéria orgânica que é carreada, e aquele local fica com pouca

disponibilidade de alimento.

A falta de matéria orgânica de origem alóctone está diretamente relacionada à

ausência de vegetação ripária, que é fornecedora de substrato foliar. Os resultados de

Triska et al. (1982), citado por Gregório et al. (2007), estimou que mais de 60% da

vegetação ripária pode ser utilizada pelas comunidades biológicas de um riacho.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Anápolis é uma cidade que como muitas outras cresceram próximas aos cursos de água, e

com o crescente aumento da população começou a causar distúrbios nos ecossistemas

aquáticos do Ribeirão das Antas.

A pequena diversidade encontrada nos pontos intermediários mostra que a

cidade causa interferências na composição da comunidade de insetos aquáticos, um dos

motivos é a ausência de mata ciliar nativa e a falta de drenagem da água para o rio que

são as duas principais formas da entrada de matéria alóctone no ambiente aquático, da

qual os insetos se alimentam e também utilizam como abrigo da correnteza da água e de

predadores. A ausência da vegetação ciliar também pode causar o assoreamento dos rios,

no caso do Ribeirão das Antas ocorre nos pontos 02, 03 e 04 como conseqüência há

formação de bancos de áreas que podem ser observado na época da seca, quando o nível

da água está baixo. Isso demonstra a importância da integridade física no hábitat na

composição e na abundância de indivíduos no Ribeirão das Antas.

A montante foi o ponto que teve a maior abundância e a jusante a menor isso

caracteriza que não houve a recuperação da comunidade da entomofauna, pois foram

encontradas apenas duas famílias de insetos. Com isso pode se determinar que a cidade

influência na comunidade mesmo no ponto a jusante situado depois da região urbana.

Este trabalho traz a oportunidade da realização de novos projetos que possam

monitorar a saúde ambiental dos ecossistemas aquáticos, e que desenvolvam soluções

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Patrícia Rasteiro Ordiale, Alinne Costa Cavalcante 111

para a restauração e manutenção das comunidades aquáticas dos córregos e ribeirões da

Cidade de Anápolis.

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