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Influência da geometria da ferramenta nas forças e no torque no processo de soldagem por atrito-mistura Rubia de Albuquerque e Vasconcelos Bôdas Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadores: José Luis Lopes da Silveira Karen Johanna Quintana Cuellar Rio de Janeiro Março de 2018

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Influência da geometria da ferramenta nas

forças e no torque no processo de soldagem

por atrito-mistura

Rubia de Albuquerque e Vasconcelos Bôdas

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Mecânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientadores:

José Luis Lopes da Silveira

Karen Johanna Quintana Cuellar

Rio de Janeiro

Março de 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

INFLUÊNCIA DA GEOMETRIA DA FERRAMENTA NAS FORÇAS E NO

TORQUE NO PROCESSO DE SOLDAGEM POR ATRITO-MISTURA

Rubia de Albuquerque e Vasconcelos Bôdas

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

_______________________________________________

Prof. José Luis Lopes da Silveira (orientador)

_______________________________________________

Prof. Sylvio José Ribeiro Oliveira

_______________________________________________

Prof. Fabio da Costa Figueiredo

Rio de Janeiro

Março de 2018

iii

Bôdas, Rubia de Albuquerque e Vasconcelos

Influência da geometria da ferramenta nas forças e

no torque no processo de soldagem por atrito-mistura/

Rubia de Albuquerque e Vasconcelos Bôdas. – Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.

XI, 41 p.: il,; 29,7cm.

Orientadores: José Luis Lopes da Silveira e Karen Johanna

Quintana Cuellar

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Mecânica, 2018.

Referencias Bibliográficas: p. 35-36.

1. Soldagem. 2. Soldagem por atrito-mistura. 3.

Geometria da ferramenta. I. Silveira, José Luis Lopes da;

Cuellar, Karen Johanna Quintana. II. Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Mecânica. III. Título

iv

Agradecimentos

A Deus pelo equilíbrio, sustento e todas as conquistas.

À toda minha família. Em especial meus pais, Cynthia e Luiz, que sempre

fizeram todos os sacrifícios necessários para que eu tivesse acesso à melhor educação

possível.

Aos meu orientadores José Luis e Karen por toda dedicação, paciência e

ensinamentos transmitidos durante a execução deste projeto.

Ao João Felipe por me acompanhar, apoiar, ajudar e ser meu suporte durante

todos os anos de faculdade.

Aos meus amigos da universidade e de fora dela por cederem ajuda e estarem

sempre presentes quando precisei.

Aos professores do Departamento de Engenharia Mecânica por todos os

conhecimentos técnicos e humanos transmitidos.

v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

INFLUÊNCIA DA GEOMETRIA DA FERRAMENTA NAS FORÇAS E NO

TORQUE NO PROCESSO DE SOLDAGEM POR ATRITO-MISTURA

Rubia de Albuquerque e Vasconcelos Bôdas

Março/2018

Orientadores: José Luis Lopes da Silveira e Karen Johanna Quintana Cuellar

Curso: Engenharia Mecânica

O processo de soldagem por atrito-mistura é um método relativamente novo de

soldagem que apresenta vantagens significativas em comparação aos métodos

convencionais. Sem fusão, utilização de gás de proteção ou fluxo e com uma demanda

menor de energia, é considerado ambientalmente mais correto e permite obter soldas

com menos defeitos no material. O torque e as forças de soldagem durante o processo

têm importância tanto na qualidade da solda quanto no processo de soldagem. Neste

trabalho, essas grandezas foram medidas para diferentes rotações e velocidades de

soldagem para um processo feito com uma ferramenta com rosca. Para avaliar a

influência da rosca no pino da ferramenta no comportamento das forças e do torque, as

medições obtidas foram comparadas com valores de força e torque obtidos com uma

ferramenta sem rosca com os mesmos parâmetros de soldagem [1].

Palavras-chave: soldagem, soldagem por atrito-mistura, ferramenta com rosca, forças,

torque

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/ UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

TOOL GEOMETRY’S INFLUENCE IN FORCES AND TORQUE BEHAVIOR IN

FRICTION STIR WELDING PROCESS

Rubia de Albuquerque e Vasconcelos Bôdas

March/2018

Advisors: José Luis Lopes da Silveira and Karen Johanna Quintana Cuellar

Department: Mechanical Engineering

Friction stir welding (FSW) is a relativity new method that offers great advantages

over conventional welding. With absence of material melting, protective gas or flux and

a lower demand of energy, it is considered environmentally friendly and allows

obtaining welds with fewer defects in the material. Torque and forces during the process

are important for weld’s quality and process. In this work, the quantities were measured

for different rotations and welding speeds with a tool containing screw. In order to

evaluate the screw’s influence in the behavior of forces and torque, measures obtained

were compared with values of force and torque obtained with a tool without screw with

the same welding parameters [1].

Keywords: welding, friction stir welding, tool, screw, forces, torque

vii

Sumário

1. Introdução ................................................................................................................. 1

2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................... 2

2.1. Soldagem por Atrito-Mistura ............................................................................. 2

2.2. Influência das forças, do torque e da geometria da ferramenta ......................... 5

3. Experimentação ........................................................................................................ 8

3.1. Aparato Experimental ........................................................................................ 8

3.2. Processo de Soldagem ..................................................................................... 11

4. Resultados Experimentais ...................................................................................... 12

4.1. Análise do torque ............................................................................................. 12

4.1.1. Torque em função do tempo ..................................................................... 12

4.1.2. Torque em função da rotação e velocidade de soldagem ......................... 14

4.2. Análise da força axial ...................................................................................... 16

4.2.1. Força axial em função do tempo............................................................... 16

4.2.2. Força axial em função da rotação e velocidade de soldagem ................... 18

4.3. Análise da força de soldagem .......................................................................... 20

4.3.1. Força de soldagem em função do tempo .................................................. 20

4.3.2. Força de soldagem em função da rotação e velocidade de soldagem ...... 21

4.4. Análise da força transversal ............................................................................. 22

4.4.1. Força transversal em função do tempo ..................................................... 22

4.4.2. Força transversal em função da rotação e velocidade de soldagem ......... 23

5. Análise da influência da rosca da ferramenta no processo ..................................... 25

5.1. Torque .............................................................................................................. 25

5.2. Força axial ........................................................................................................ 27

5.3. Força de soldagem ........................................................................................... 29

viii

5.4. Força transversal .............................................................................................. 30

6. Conclusões .............................................................................................................. 33

Referências ..................................................................................................................... 35

Anexos ............................................................................................................................ 37

ix

Lista de Figuras

Figura 1: Ferramenta de soldagem ................................................................................... 2

Figura 2: Etapas da soldagem por atrito-mistura. Fonte: Quintana [1] ............................ 3

Figura 3: Forças e torque no processo FSW. Fonte: Quintana [1] ................................... 4

Figura 4: Máquina CNC ROMI Polaris V400 .................................................................. 8

Figura 5: Dinamômetro Kistler modelo 9272................................................................... 9

Figura 6: Amplificador Kistler modelo 5070 ................................................................... 9

Figura 7: Conversor analógico/digital National Instruments modelo USB-6251 .......... 10

Figura 8: Equipamento de fixação das peças.................................................................. 10

Figura 9: Dispositivo com a peça fixada ........................................................................ 11

Figura 10: Exemplo de peça soldada .............................................................................. 11

Figura 11: Comportamento do torque em função do tempo na fase de entrada da

ferramenta ....................................................................................................................... 13

Figura 12: Comportamento do torque em função do tempo na fase do percurso de

soldagem ......................................................................................................................... 14

Figura 13: Comportamento do torque em função da rotação para a fase de entrada da

ferramenta ....................................................................................................................... 14

Figura 14: Comportamento do torque em função da rotação para a fase do percurso de

soldagem ......................................................................................................................... 15

Figura 15: Comportamento da força axial em função do tempo para 1500 rpm ............ 17

Figura 16: Comportamento da força axial em função do tempo para 900 rpm .............. 18

Figura 17: Comportamento da força axial máxima em função da rotação na fase da

entrada da ferramenta ..................................................................................................... 18

Figura 18: Comportamento da força axial em função da rotação na fase do percurso de

soldagem ......................................................................................................................... 19

Figura 19: Comportamento da força de soldagem em função do tempo ........................ 21

Figura 20: Comportamento da força de soldagem em função da rotação ...................... 21

Figura 21: Comportamento da força transversal em função do tempo........................... 23

Figura 22: Comportamento da força transversal em função da rotação ......................... 23

Figura 23: Comportamento do torque na entrada nas ferramentas com e sem rosca em

função da rotação ............................................................................................................ 26

x

Figura 24: Comportamento do torque no percurso nas ferramentas com e sem rosca em

função da rotação ............................................................................................................ 27

Figura 25: Comportamento das forças axiais na entrada nas ferramentas com e sem

rosca em função da rotação ............................................................................................ 28

Figura 26: Comportamento das forças axiais no percurso nas ferramentas com e sem

rosca em função da rotação ............................................................................................ 29

Figura 27: Comportamento das forças de soldagem nas ferramentas com e sem rosca em

função da rotação ............................................................................................................ 30

Figura 28: Comportamento das forças transversais nas ferramentas com e sem rosca em

função da rotação ............................................................................................................ 32

xi

Lista de tabelas

Tabela 1: Análise de variância do torque na fase de entrada.......................................... 16

Tabela 2: Análise de variância do torque na fase do percurso ....................................... 16

Tabela 3: Análise de variância da força axial máxima ................................................... 20

Tabela 4: Análise de variância da força axial para o percurso ....................................... 20

Tabela 5: Análise de variância para a força de soldagem............................................... 22

Tabela 6: Análise de variância para a força transversal ................................................. 24

Tabela 7: Valores médios para os torques na entrada e no percurso na ferramenta sem

rosca. Fonte: Quintana [1] .............................................................................................. 25

Tabela 8: Valores médios para os torques na entrada e no percurso na ferramenta com

rosca ................................................................................................................................ 25

Tabela 9:Valores médios para as forças axiais máxima e no percurso na ferramenta sem

rosca. Fonte: Quintana [1] .............................................................................................. 27

Tabela 10: Valores médios das forças axiais máxima e no percurso na ferramenta com

rosca ................................................................................................................................ 27

Tabela 11: Valores médios das forças de soldagem na ferramenta sem rosca. Fonte:

Quintana [1] .................................................................................................................... 29

Tabela 12: Valores médios das forças de soldagem na ferramenta com rosca............... 29

Tabela 13: Valores médios da força transversal para ferramenta sem rosca. Fonte:

Quintana [1] .................................................................................................................... 31

Tabela 14: Valores médios da força transversal para ferramenta com rosca ................. 31

1

1. Introdução

Atualmente, existe uma tendência ao uso de materiais leves e com boas

propriedades mecânicas, pois promovem maior funcionalidade de acordo com as

necessidades das indústrias. Propriedades como baixa densidade e alta resistência

mecânica das ligas leves de alumínio e magnésio têm se mostrado cada vez mais

importantes no contexto industrial.

No entanto, essas ligas apresentam problemas em processos de união através dos

processos de soldagem convencionais. A ocorrência de defeitos, como poros e trincas,

diminui a qualidade das uniões soldadas destes materiais. Com isso, a soldagem por

atrito-mistura (friction stir welding, FSW) se mostra como uma excelente alternativa

para realizar a soldagem destes materiais, pois não há presença de fusão do material e a

ocorrência de defeitos diminui.

Existem poucos trabalhos que abordam o estudo da influência da geometria da

ferramenta nas forças e no torque gerados durante o processo FSW, apesar de serem

quantidades importantes para a qualidade das soldas feitas através desse processo.

Este projeto irá apresentar resultados obtidos através de experimentos realizados

com uma ferramenta cujo pino possui uma rosca. Foram analisadas as influências da

presença da rosca, da velocidade de rotação e da velocidade de soldagem nas forças

transversal, axial e de avanço, além do torque resultantes na ferramenta. Os resultados

foram comparados com os da tese de doutorado de Quintana [1], o qual apresenta o

estudo das forças e do torque para uma ferramenta sem rosca.

Os resultados experimentais mostraram que os valores máximos do torque e da

força axial se dão na fase de entrada da ferramenta na peça e são influenciados pela

velocidade de rotação. Já as forças de soldagem e transversal apresentaram seus valores

máximos durante a fase do percurso e se mostraram influenciadas pela interação dos

fatores rotação e velocidade de soldagem. Além disso, o torque na entrada da

ferramenta, a força axial e a força transversal apresentaram valores maiores no caso da

ferramenta com rosca comparado ao caso da ferramenta sem rosca. Apenas a força de

soldagem e o torque no percurso de soldagem apresentaram valores menores neste caso.

2

2. Revisão Bibliográfica

Este capítulo apresenta a importância da soldagem por atrito-mistura como uma

alternativa às soldas convencionais de ligas leves. Destaca-se a importância da

geometria da ferramenta no comportamento das forças e do torque envolvidos no

processo.

2.1. Soldagem por Atrito-Mistura

Soldagem por atrito-mistura, ou friction stir welding (FSW), é um processo

relativamente novo inventado e patenteado pelo Instituto de Soldagem de Cambridge,

ou The Welding Institute (TWI) [2]. Ele é feito com uma ferramenta não-consumível

composta por ombro e pino, conforme a Figura 1. O ombro é o principal responsável

por evitar a expulsão do material e a formação de rebarbas. O pino tem como função

principal agitar e deformar o material próximo à ferramenta e, juntamente com o ombro,

gerar calor. Tanto as geometrias do ombro quanto do pino afetam o fluxo do material.

Existem diferentes desenhos de ferramentas com variações cilíndricas, cônicas e com

canais para o ombro e o pino, os quais são projetados para melhorar a qualidade das

soldas.

Figura 1: Ferramenta de soldagem

Pino Ombro

3

Durante o processo, a ferramenta giratória penetra parcialmente nas chapas a serem

soldadas e mantém a rotação, enquanto avança para produzir o cordão de solda, de

acordo com a Figura 2. O processo se dá basicamente em quatro etapas: a) início da

rotação e do movimento vertical da ferramenta aproximando-se das chapas a soldar; b)

início da penetração do pino nas chapas a serem soldadas; c) final da fase de penetração,

que corresponde ao contato do ombro com as peças; d) avanço da ferramenta com uma

velocidade para formar o cordão de solda [1].

Figura 2: Etapas da soldagem por atrito-mistura. Fonte: Quintana [1]

O calor gerado pelo atrito entre a ferramenta giratória e as peças aumenta a

temperatura do material localmente, sem atingir a temperatura de fusão. O aquecimento

localizado amolece o material ao redor do pino e a rotação da ferramenta conduz à

mistura do material de uma chapa à outra, enquanto o movimento de translação permite

a obtenção do cordão de solda. Nessa condição, a ferramenta deforma plasticamente o

material no estado sólido e é feita a união das chapas [1], [3], [4].

Na FSW existem duas forças significativas, a força axial e de soldagem, além do

torque causado pela rotação da ferramenta. O esquema da Figura 3 mostra o torque e as

forças que atuam no processo: força axial, transversal e de soldagem. A seleção

apropriada dos parâmetros do processo e da geometria da ferramenta, e o estudo do

4

comportamento das forças axiais e de soldagem, bem como do torque envolvido no

processo, permitem obter um comportamento mecânico adequado das uniões soldadas e

uma boa qualidade de solda [1].

Figura 3: Forças e torque no processo FSW. Fonte: Quintana [1]

A FSW é considerada o desenvolvimento mais significativo na união de metais em

uma década e é uma tecnologia "verde" devido à sua eficiência energética, maior

respeito ao meio ambiente e versatilidade. Em comparação com os métodos

convencionais de soldagem, a FSW consome menos energia, além do fato de que não é

utilizado nenhum gás de proteção ou fluxo, tornando assim o processo ecológico. A

potência média demandada em um processo de soldagem a arco elétrico com nível de

energia baixo é de 3 kW [5], enquanto a maior potência demandada nos experimentos

deste trabalho não ultrapassa 1,5 kW. A junção não envolve o uso de metal de adição e,

portanto, qualquer liga de alumínio pode ser unida sem preocupação com a

compatibilidade da composição, o que é um problema na soldagem por fusão [3], [6],

[7].

A suscetibilidade de gerar defeitos, como poros e trincas, no processo de

resfriamento a partir da fase líquida e a necessidade de remoção da capa de óxido da

superfície das peças a soldar elevam os custos do processo de soldagem e diminuem a

qualidade das uniões soldadas destes materiais feitas pelas técnicas convencionais.

Desta forma, a FSW se torna uma excelente alternativa para realizar estas uniões, dada a

ausência de fusão [1].

5

2.2. Influência das forças, do torque e da

geometria da ferramenta

No processo FSW, a ferramenta, devido aos movimentos rotativos e lineares, exerce

forças e torque nas placas de soldagem, além de aporte térmico [8]. São geradas forças

axial, transversal e de soldagem. Essas forças e torque influenciam a qualidade da solda,

tornando-se importante prever, monitorar e controlá-los até mesmo para a otimização do

projeto da ferramenta.

Fatores como geometria da ferramenta, velocidade de soldagem, velocidade de

rotação, diâmetros do ombro e do pino influenciam no comportamento das forças e do

torque e, consequentemente, na qualidade da solda [9], [10].

O torque no processo FSW está relacionado ao aporte de calor e, consequentemente,

à tensão do material, ao fluxo de material e à temperatura na zona de mistura. Por esta

razão, o torque é uma quantidade importante que influencia a qualidade da solda.

Yan, Upadhyay e Reynolds [11] observaram que a temperatura no processo FSW

tem uma relação inversa com o torque. Uma baixa temperatura produz uma alta tensão

local de escoamento no material e, consequentemente, um maior torque. Além disso, o

torque é uma quantidade que tem influência na potência que será utilizada para realizar

o processo. Quanto maior o torque gerado, maior a potência necessária para realizar a

operação [8], [12].

A força axial (Fz) desempenha um papel fundamental no processo FSW, uma vez

que a fabricação de uma solda sem defeito é altamente dependente desse parâmetro [8].

A ação similar a um forjamento durante a soldagem ocorre pela ação desta força e é

altamente eficaz na qualidade da solda. A força axial também é influenciada pela

velocidade de soldagem, velocidade de rotação, ombro da ferramenta e diâmetro do

pino. Fz aumenta com a velocidade de soldagem, uma vez que há um menor aporte de

calor neste caso e, então, mais material deve ser agitado por unidade de tempo. O

aumento da velocidade de rotação da ferramenta dá origem a uma temperatura mais alta

na superfície de contato do ombro, gerando uma diminuição da tensão de escoamento

6

local do material. Com isso, há o amolecimento do material e a diminuição de Fz [1],

[8].

Para uma máquina específica, a força axial é um dos critérios mais significativos

para determinar o tipo e a espessura dos materiais que podem ser soldados [13]. Trimble

et al. [14] encontraram que variações na geometria do pino da ferramenta têm maior

influência no valor máximo da força axial do que na força de soldagem.

O aumento da força de soldagem, ou força de avanço, (Fx) com a velocidade de

soldagem é esperado, uma vez que mais material deve ser plastificado por unidade de

tempo. A relação oposta da velocidade de rotação da ferramenta com Fx pode ser

atribuída às maiores quantidades de calor gerado por fricção. Isso leva à diminuição da

tensão de escoamento do material e à diminuição da força Fx como consequência [8].

A força transversal (Fy) se apresenta como a menos importante no processo, dados

os seus valores de menores magnitudes e a sua direção.

A variação da geometria da ferramenta altera o atrito e o aporte de calor gerados

durante o processo e que, por sua vez, têm influência nos valores das forças e torque

envolvidos na soldagem. Uma ferramenta composta de pino com rosca fornece uma

maior área de contato da ferramenta com a peça, gerando um maior atrito e,

consequentemente, um maior aporte de calor [15].

Mishra [3] observou que a geometria da ferramenta é o aspecto mais influente do

desenvolvimento do processo. Esta desempenha um papel crítico no fluxo de material e

no aporte de calor. O calor gerado provém do atrito entre a ferramenta e peça, portanto

os tamanhos do pino e do ombro são importantes. Uma ferramenta composta de pino

com rosca melhora o fluxo de material ao redor e embaixo do pino, melhorando a

qualidade da solda [3], [16].

Reza-E-Rabby et al. [17] notaram que o processo realizado com uma ferramenta

composta de pino rosqueado produz uma solda com menor incidência de defeitos. Essa

incidência também diminui com uma menor velocidade de rotação e com um pino em

formato de hélice ou triangular [16], [17], [18]. Este resultado está relacionado à maior

facilidade de mistura do material provida pela rosca do pino, gerando um cordão de

solda mais homogêneo [16], [18].

7

Meshram et al. [19] fizeram experimentos com ferramentas compostas de pino

rosqueado e não rosqueado. Eles observaram que o pino da ferramenta simples (sem

rosca) resulta em níveis mais baixos de aquecimento por fricção a velocidades de

rotação lentas (400 - 800 rpm), resultando em um movimento lento do material em

torno do pino e defeitos consequentes na forma de vazios. Isto é acompanhado por uma

diminuição da força Fx com velocidades crescentes, devido ao amaciamento do material

na zona de solda. Já a velocidades de rotação mais altas, há aquecimento superficial

excessivo e fluxo de metal caótico, levando a grandes defeitos superficiais e sub-

superficiais. Com isso, a força Fx aumenta acentuadamente, o que eles atribuem ao

movimento de uma quantidade excessiva de material agitado na superfície superior da

região de solda. Apesar disso, o pino simples produziu soldas sem defeitos em uma

faixa de velocidade rotacional de 1000 - 1200 rpm [19].

Para o caso da ferramenta com pino rosqueado, as temperaturas médias na zona de

solda mostraram-se relativamente maiores devido à maior área de fricção (das roscas) e

à deformação plástica rápida transmitida pelas roscas. Além disso, o pino rosqueado

provoca o deslocamento do material plastificado do avanço para o lado e

simultaneamente para baixo, removendo assim o calor da zona de solda de tempos em

tempos, além de o confinar a uma faixa estreita ao longo da solda [19].

A seleção apropriada dos parâmetros do processo e da geometria da ferramenta e o

estudo do comportamento das forças axiais e de avanço, bem como do torque envolvido

no processo, permitem obter um comportamento mecânico adequado das uniões

soldadas, uma boa qualidade da solda feita no processo FSW, uma seleção adequada da

ferramenta a ser utilizada, uma otimização no tamanho e nos custos das máquinas de

soldagem, além de maior produtividade [1], [3], [15], [17], [18].

8

3. Experimentação

Para obtenção dos dados experimentais, foram realizadas 72 soldagens por atrito-

mistura de placas de alumínio variando a rotação e a velocidade de soldagem da

ferramenta. Foi utilizada uma ferramenta com dimensões explicitadas no Anexo 1, cuja

rosca é padrão métrica M4.

Entre um experimento e o seguinte, houve a espera de alguns minutos para que os

equipamentos esfriassem, evitando, desta forma, influência do calor nos resultados.

Neste capítulo serão listados os principais aparatos utilizados nos experimentos e será

mostrado um exemplo das soldagens realizadas.

3.1. Aparato Experimental

Um centro de usinagem de Controle Numérico Computadorizado (CNC) da marca

ROMI e modelo Polaris V400 [20], Figura 4, foi utilizado para realização dos

experimentos de soldagem por atrito-mistura.

Figura 4: Máquina CNC ROMI Polaris V400

9

Um dinamômetro da marca Kistler, modelo 9272 (Figura 5), equipado à

máquina realiza as medidas de força e torque e envia as informações a um amplificador

da marca Kistler e modelo 5070, Figura 6.

Figura 5: Dinamômetro Kistler modelo 9272

Figura 6: Amplificador Kistler modelo 5070

10

Em seguida, os sinais passam por um conversor analógico/digital da marca

National Instruments e modelo USB-6251, Figura 7, que transfere-os para o

computador, onde é utilizado o software LabView para aquisição dos dados.

Figura 7: Conversor analógico/digital National Instruments modelo USB-6251

Para fixação das peças a serem soldadas, é utilizado um dispositivo de aço

inoxidável, Figura 8. A peça é colocada na posição central, de acordo com a

Figura 9, e fixada por duas barras que são aparafusadas.

Figura 8: Equipamento de fixação das peças

11

Figura 9: Dispositivo com a peça fixada

3.2. Processo de Soldagem

Foram soldadas placas de alumínio com percurso de soldagem de 15 cm. As

soldagens foram realizadas em peças únicas, pois não há diferença nos resultados. Um

exemplo está na Figura 10, na qual a peça foi soldada com uma velocidade de rotação

de 600 rpm e uma velocidade de soldagem de 100 mm/min.

Após a soldagem, é necessário realizar a remoção de rebarbas por meio de um

lixamento, por exemplo.

Figura 10: Exemplo de peça soldada

Peça

12

4. Resultados Experimentais

Os sinais coletados nos experimentos foram processados e analisados para

determinar a influência de cada fator no comportamento das variáveis de resposta.

A avaliação estatística dos dados foi feita através da análise de variância

(ANOVA) para projetos fatoriais multivariáveis, realizada como descrito a seguir:

Obtém-se o valor de Fcrítico na Tabela de Distribuição de Fisher,

mostrada no Anexo 2, para um nível de significância α de 0,05. O valor

do grau de liberdade do fator em análise é introduzido como o numerador

e o valor do grau de liberdade do erro é introduzido como denominador.

Se o valor de F obtido na análise de variância (ANOVA) for maior que o

valor de Fcrítico da tabela, a hipótese nula é rejeitada e, portanto, o fator

analisado influencia na variável de resposta.

O valor de p está associado ao valor de F, então a análise de p confirma a

avaliação de F. Se o valor de p for menor que 0,05 (nível de

significância), a hipótese nula é rejeitada e, portanto, o fator analisado

influencia na variável de resposta.

Os resultados apresentados nesta seção correspondem ao comportamento das

médias e do desvio padrão das variáveis de resposta do projeto experimental. As tabelas

com os valores das variáveis de resposta obtidos em cada experimento encontram-se nos

Anexos 3-5.

4.1. Análise do torque

4.1.1. Torque em função do tempo

13

A Figura 11 apresenta o comportamento do torque em função do tempo

para uma rotação de 900 rpm e velocidade de soldagem de 300 mm/min. É

possível identificar as fases da entrada da ferramenta na peça, o percurso e a

saída da ferramenta da peça.

Na fase da entrada, o ponto 1 representa o contato entre o pino e a peça.

Há a penetração do pino e o valor do torque se estabiliza (ponto 2). Quando o

material extrudado entra em contato com a ferramenta, o valor do torque

aumenta (ponto 3). A partir da penetração do ombro na peça, o torque aumenta

novamente (ponto 4) antes de apresentar uma estabilização do seu valor.

A área hachurada no gráfico corresponde à fase do percurso. Porém,

como o dinamômetro mede o torque apenas em seu centro, estes dados não são

utilizados.

Figura 11: Comportamento do torque em função do tempo na fase de entrada da ferramenta

Na Figura 12, é apresentada a medição do torque ao fim do percurso, que

corresponde ao valor durante toda esta fase. As medições foram realizadas no

ponto de saída (ponto 5), para uma rotação de 600 rpm e uma velocidade de

soldagem de 100 mm/min.

1

2 3

4

5

14

Figura 12: Comportamento do torque em função do tempo na fase do percurso de soldagem

4.1.2. Torque em função da rotação e velocidade de

soldagem

A Figura 13 apresenta o comportamento do torque em função da

velocidade de rotação para todas as velocidades de soldagem (100 mm/min, 200

mm/min e 300 mm/min) para a fase de entrada da ferramenta. O valor do torque

representado corresponde ao ponto de contato entre o ombro e a peça, onde o valor é

estabilizado (ponto 4 na Figura 11).

Figura 13: Comportamento do torque em função da rotação para a fase de entrada da ferramenta

5

15

A Figura 14 apresenta o comportamento do torque em função da velocidade de

rotação para todas as velocidades de soldagem (100 mm/min, 200 mm/min e 300

mm/min) para a fase do percurso. O valor do torque representado corresponde ao ponto

de saída da peça da ferramenta (ponto 5 na Figura 12).

Figura 14: Comportamento do torque em função da rotação para a fase do percurso de soldagem

Na Figura 13, observa-se que o valor do torque na fase de entrada da ferramenta

diminui de forma exponencial com o aumento da rotação. Porém, o efeito da velocidade

de soldagem é inexistente, pois a velocidade de soldagem somente terá influência na

fase do percurso.

Já na Figura 14, podemos perceber que, na fase do percurso, o torque apresenta

um comportamento exponencial decrescente com o aumento da rotação e um pequeno

incremento com o aumento da velocidade de soldagem.

A análise de variância observada na Tabela 1 indica que, durante a fase de

penetração da ferramenta, a única variável que influencia na resposta (torque) é a

rotação, com um valor da estatística F de 1546,04 e com um nível de significância de

0,0%.

Durante a fase do percurso, observamos na Tabela 2 que ambos os fatores

rotação e velocidade de soldagem influenciam na variável de resposta. A rotação

apresenta um valor da estatística F de 323,9 com nível de significância de 0,0% e a

velocidade de soldagem apresenta um valor da estatística F de 8,15 com nível de

significância de 0,2%.

16

Tabela 1: Análise de variância do torque na fase de entrada

Fonte da

variação

Soma

quadrática

Graus de

liberdade

Média

quadrática

F P-level

w 769,924 3 256,641 1546,04 0

Vs 0,032 2 0,016 0,09 0,9098

w * Vs 1,22 6 0,203 1,23 0,3281

Erro 3,984 24 0,166

Total 775,16 35

Tabela 2: Análise de variância do torque na fase do percurso

Fonte da

variação

Soma

quadrática

Graus de

liberdade

Média

quadrática

F P-level

w 137,241 3 45,7469 323,9 0

Vs 2,303 2 1,1514 8,15 0,002

w * Vs 0,876 6 0,1459 1,03 0,4284

Erro 3,39 24 0,1412

Total 143,809 35

4.2. Análise da força axial

4.2.1. Força axial em função do tempo

A Figura 15 apresenta o comportamento da força axial em função do tempo para

uma rotação de 1500 rpm e uma velocidade de soldagem de 100 mm/min. Podemos

identificar os pontos do primeiro contato entre a peça e a ferramenta (ponto 1), do

contato entre o material extrudado e a peça (ponto 2), do valor máximo da força axial

(ponto 3), do valor de estabilização da força durante o processo (ponto 4) e da saída da

ferramenta da peça (ponto 5).

Neste caso, o valor máximo da força axial corresponde ao momento que o

ombro entra em contato com a peça.

17

Figura 15: Comportamento da força axial em função do tempo para 1500 rpm

A Figura 16 apresenta o comportamento da força axial para uma rotação de 900

rpm e velocidade de soldagem de 100 mm/min. Neste caso, podemos observar que o

valor máximo da força axial se dá durante a fase de entrada do pino na ferramenta

(ponto 6). Essa variação pode ocorrer devido à diferença no aporte de calor entre os

experimentos. No caso da rotação de 1500 rpm, o aporte de calor é maior, então a

diminuição da tensão de escoamento do material da peça acontece mais rapidamente em

relação ao caso da rotação de 900 rpm. Com isso, o valor da força axial no primeiro

caso não atinge um valor alto durante a penetração do pino na peça, obtendo, então, o

valor máximo durante o contato do ombro com a peça. No segundo caso, porém, como

o aporte de calor devido à rotação é menor, a tensão de escoamento do material diminui

mais lentamente, provocando uma maior força axial na fase de entrada do pino na

ferramenta.

1

2

3

4

5

18

Figura 16: Comportamento da força axial em função do tempo para 900 rpm

4.2.2. Força axial em função da rotação e velocidade de

soldagem

A Figura 17 mostra o comportamento da força axial máxima em função da rotação

para todas as velocidades de soldagem (100 mm/min, 200 mm/min e 300 mm/min).

Figura 17: Comportamento da força axial máxima em função da rotação na fase da entrada da ferramenta

6

19

Podemos observar que há um decaimento exponencial do valor da força com o

aumento da rotação. Porém, não há uma variação significativa com o aumento da

velocidade de soldagem, uma vez que a velocidade de soldagem não tem influência

durante a fase de entrada da ferramenta.

A Figura 18 apresenta o comportamento da força axial em função da rotação na

fase do percurso para todas as velocidades de soldagem (100 mm/min, 200 mm/min e

300 mm/min).

Figura 18: Comportamento da força axial em função da rotação na fase do percurso de soldagem

Podemos perceber que o aumento da rotação não acarreta uma mudança

significativa no valor da força, considerando o desvio padrão encontrado. Já a

velocidade de soldagem provoca alterações significativas no valor da variável de

resposta.

A análise de variância da Tabela 3 mostra que apenas a rotação influencia a

variável de resposta força axial durante a entrada. A fonte apresenta um valor da

estatística F de 223,34 com nível de significância de 0,0%.

No caso da força axial durante o percurso, a análise de variância da Tabela 4

mostra que apenas a velocidade de soldagem influencia no valor da força axial. A fonte

apresenta valor da estatística F de 38,3 com nível de significância de 0,0%.

20

Tabela 3: Análise de variância da força axial máxima

Fonte da

variação

Soma

quadrática

Graus de

liberdade

Média

quadrática

F P-level

w 35581325 3 11860441,7 223,34 0

Vs 19263,5 2 9631,7 0,18 0,8353

w * Vs 285239,3 6 47539,9 0,9 0,5142

Erro 1274527,3 24 53105,3

Total 371603355 35

Tabela 4: Análise de variância da força axial para o percurso

Fonte da

variação

Soma

quadrática

Graus de

liberdade

Média

quadrática

F P-level

w 188890,6 3 62963,5 2,12 0,124

Vs 2273614,3 2 1136807,2 38,3 0

w * Vs 284208,6 6 47368,1 1,6 0,1916

Erro 712328,8 24 29680,4

Total 3459042,4 35

4.3. Análise da força de soldagem

4.3.1. Força de soldagem em função do tempo

A Figura 19 apresenta o comportamento da força de soldagem em função do tempo

para uma rotação de 900 rpm e uma velocidade de soldagem de 300 mm/min. Nela,

podemos perceber a entrada da ferramenta na peça, o início do percurso, o valor

máximo da força e a saída da ferramenta da peça nos pontos 1, 2, 3 e 4,

respectivamente.

Podemos observar que o valor máximo da força acontece durante o percurso e

apresenta um comportamento aproximadamente constante.

21

Figura 19: Comportamento da força de soldagem em função do tempo

4.3.2. Força de soldagem em função da rotação e velocidade

de soldagem

A Figura 20 apresenta o comportamento da força de soldagem em função da

rotação para todas as velocidades de soldagem (100 mm/min, 200 mm/min e 300

mm/min). Podemos observar que a força tem um decaimento com o aumento da rotação

e, além disso, diminui com a diminuição da velocidade de soldagem.

Figura 20: Comportamento da força de soldagem em função da rotação

1

2

3

4

22

A Tabela 5 apresenta a análise de variância para a força de soldagem. Os

resultados mostram que a interação entre os fatores rotação e velocidade de soldagem

tem um valor da estatística F de 2,88 com nível de significância de 0,296%. Com isso, a

hipótese nula é rejeitada e há influência da interação entre os fatores na variável de

resposta.

Tabela 5: Análise de variância para a força de soldagem

Fonte da

variação

Soma

quadrática

Graus de

liberdade

Média

quadrática

F P-level

w 1058671,3 3 352890,4 40,77 0

Vs 1972486,8 2 986243,4 113,95 0

w * Vs 149321 6 24886,8 2,88 0,00296

Erro 207716,5 24 8654,9

Total 3388195,6 35

4.4. Análise da força transversal

4.4.1. Força transversal em função do tempo

A Figura 21 apresenta o comportamento da força transversal em função do tempo

para uma rotação de 900 rpm e uma velocidade de soldagem de 300 mm/min. Podemos

perceber a entrada da ferramenta na peça, o início do percurso, o valor máximo da força

e a saída da ferramenta da peça nos pontos 1, 2, 3 e 4, respectivamente.

O valor máximo da força acontece durante o percurso de soldagem.

23

Figura 21: Comportamento da força transversal em função do tempo

4.4.2. Força transversal em função da rotação e velocidade

de soldagem

A Figura 22 apresenta o comportamento da força transversal em função da rotação

para todas as velocidades de soldagem (100 mm/min, 200 mm/min e 300 mm/min).

Podemos observar que a força apresenta um comportamento parabólico com mínimo em

torno de 1200 rpm e que o aumento da velocidade de soldagem implica um aumento da

força.

Figura 22: Comportamento da força transversal em função da rotação

2

1

3

4

24

A Tabela 6 apresenta a análise de variância para a força transversal. Os

resultados mostram que a interação entre os fatores rotação e velocidade de soldagem

tem um valor da estatística F de 5,2 com nível de significância de 0,15%. Com isso, a

hipótese nula é rejeitada e há influência da interação entre os fatores na variável de

resposta.

Fonte da

variação

Soma

quadrática

Graus de

liberdade

Média

quadrática

F P-level

w 667115 3 222371,7 68,45 0

Vs 1061678,9 2 530839,4 163,4 0

w * Vs 101433,4 6 16905,6 5,2 0,0015

Erro 77968,6 24 3248,7

Total 1908195,8 35

Tabela 6: Análise de variância para a força transversal

25

5. Análise da influência da rosca

da ferramenta no processo

Este trabalho foi realizado para o processo de soldagem por atrito-mistura feito com

uma ferramenta com rosca. Os resultados encontrados serão comparados com a tese de

Quintana [1], na qual foram realizados experimentos com uma ferramenta sem rosca

com as mesmas dimensões, para avaliar a influência da geometria da ferramenta no

comportamento das forças e do torque no processo de soldagem.

Com a rosca, a área de contato entre a ferramenta e a peça aumenta, provocando um

aumento no aporte de calor e no atrito.

5.1. Torque

A seguir estão listados os valores das médias para os torques na entrada (Te) e no

percurso (Tp). Na Tabela 7 são apresentados os valores encontrados por Quintana [1] e

na Tabela 8 os valores encontrados neste trabalho.

Tabela 7: Valores médios para os torques na entrada e no percurso na ferramenta sem rosca. Fonte: Quintana [1]

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm)

Média de Te

(Nm)

Média de Tp

(Nm)

Média de Te

(Nm)

Média de Tp

(Nm)

Média de Te

(Nm)

Média de Tp

(Nm)

600 16,942 13,969 17,389 14,650 16,839 14,026

900 11,709 10,300 11,796 9,624 12,066 11,014

1200 8,774 7,756 8,868 7,557 8,760 8,316

1500 6,927 6,264 6,805 6,191 6,903 6,576

Tabela 8: Valores médios para os torques na entrada e no percurso na ferramenta com rosca

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm)

Média de Te

(Nm)

Média de Tp

(Nm)

Média de Te

(Nm)

Média de Tp

(Nm)

Média de Te

(Nm)

Média de Tp

(Nm)

600 20,6048 11,8710 20,7947 12,1517 20,7355 11,9144

900 14,0986 9,3875 14,3559 9,7999 13,6831 9,5956

1200 10,3414 7,3698 10,4583 8,1260 10,8104 8,2303

1500 8,7065 6,2291 8,3438 7,0462 8,5444 7,1181

26

A Figura 23 mostra os torques na entrada das ferramentas com e sem rosca em

função da rotação para uma velocidade de soldagem de 200 mm/min. Já a Figura 24

mostra os torques no percurso para uma velocidade de 100 mm/min.

Analisando as tabelas e as figuras, podemos observar que os valores dos torques

na entrada são maiores no caso em que a ferramenta possui rosca enquanto que, para o

torque no percurso, os valores são maiores no caso em que a ferramenta não possui

rosca. Tal resultado para o torque na entrada pode dever-se ao fato do atrito ser maior na

ferramenta com rosca, demandando um maior torque durante o processo. Outro fator

importante é que, com a maior área de contato da rosca com a peça, há uma maior

quantidade de material sendo deformado, gerando maiores esforços. No entanto,

conforme aumenta a rotação, o aporte de calor também aumenta, diminuindo o esforço

demandado. Já no caso do torque no percurso, os resultados obtidos podem ser

justificados pelo maior aporte de calor devido ao atrito proveniente do contato entre a

rosca e a peça. Dessa forma, o material sofre uma redução na tensão de escoamento

local, diminuindo o esforço demandado.

Além disso, percebemos que, quanto maior a rotação, a diferença entre os

torques nas ferramentas com e sem rosca diminui. Este resultado indica que a influência

da presença da rosca diminui conforme aumenta o aporte de calor devido ao aumento da

rotação, pois ocorre um maior amolecimento do material.

Figura 23: Comportamento do torque na entrada nas ferramentas com e sem rosca em função da rotação

27

Figura 24: Comportamento do torque no percurso nas ferramentas com e sem rosca em função da rotação

5.2. Força axial

A seguir estão listados os valores das forças axiais máximas, que ocorrem na fase de

entrada (Fze), e as forças axiais no percurso (Fzp). Na Tabela 9 são apresentados os

valores encontrados por Quintana [1] e na Tabela 10 os valores encontrados neste

trabalho.

Tabela 9:Valores médios para as forças axiais máxima e no percurso na ferramenta sem rosca. Fonte: Quintana [1]

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm)

Média de Fze

(Nm)

Média de Fzp

(Nm)

Média de Fze

(Nm)

Média de Fzp

(Nm)

Média de Fze

(Nm)

Média de Fzp

(Nm)

600 6586,5250 3814,8580 6705,9870 4601,6630 6667,9240 4999,6620

900 5468,2720 3436,5930 5385,7130 3901,8670 5408,9770 4328,7870

1200 4876,6680 3136,6800 4847,6490 3620,7190 4847,6490 3883,0520

1500 4567,5170 2966,1930 4661,0080 3483,8450 4386,5830 3292,7550

Tabela 10: Valores médios das forças axiais máxima e no percurso na ferramenta com rosca

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm)

Média de Fze

(Nm)

Média de Fzp

(Nm)

Média de Fze

(Nm)

Média de Fzp

(Nm)

Média de Fze

(Nm)

Média de Fzp

(Nm)

600 7465,2584 3883,3897 7670,3530 3943,7930 7414,1919 4175,6016

900 5883,5430 3673,8311 5812,9660 4233,0793 5975,1129 4457,7295

1200 5183,3855 3561,6495 5268,8669 4059,0567 5423,2809 4374,2445

1500 5010,2104 3571,1287 4802,7730 3913,7768 4932,0733 4259,3299

28

A Figura 25 mostra o comportamento das forças axiais na entrada para as

ferramentas com e sem rosca para uma velocidade de soldagem de 200 mm/min. Já a

Figura 26 mostra o comportamento das forças axiais no percurso para uma velocidade

de soldagem de 100 mm/min.

Analisando as tabelas e as figuras, podemos observar que, em geral, os valores

das forças tanto máxima quanto no percurso são maiores para o caso em que a

ferramenta possui rosca. Tal resultado pode dever-se ao fato do atrito ser maior neste

caso, demandando uma maior força axial durante o processo. Além disso, utilizando

uma ferramenta com rosca, há mais material sendo movido e, consequentemente, um

esforço maior demandado.

No caso da força axial na entrada, a diferença entre os valores obtidos para as

ferramentas com e sem rosca diminui conforme a rotação aumenta. Este resultado indica

que a presença da rosca no pino influencia menos conforme aumenta o aporte de calor

gerado pelo aumento da rotação, pois ocorre um maior amolecimento do material.

Já no caso da força axial no percurso, essa diferença aumenta conforme a

rotação aumenta. Este resultado indica que a presença da rosca provoca maior

movimento de material, o que aumenta ainda mais com o aumento da rotação. Com

isso, a força axial demandada no percurso é maior.

Figura 25: Comportamento das forças axiais na entrada nas ferramentas com e sem rosca em função da rotação

29

Figura 26: Comportamento das forças axiais no percurso nas ferramentas com e sem rosca em função da rotação

5.3. Força de soldagem

A seguir estão listados os valores médios da força de soldagem. Na Tabela 11

são apresentados os valores encontrados por Quintana [1] e na Tabela 12 os valores

encontrados neste trabalho.

Tabela 11: Valores médios das forças de soldagem na ferramenta sem rosca. Fonte: Quintana [1]

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm) Média de Fs (Nm) Média de Fs (Nm) Média de Fs (Nm)

600 1076,1270 1290,6270 1467,426

900 938,3050 1237,7300 1311,492

1200 987,6790 1275,7980 1462,371

1500 928,3130 1390,8490 1562,343

Tabela 12: Valores médios das forças de soldagem na ferramenta com rosca

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm) Média de Fs (Nm) Média de Fs (Nm) Média de Fs (Nm)

600 981,40527 1401,8902 1757,3657

900 793,95997 939,3345 1395,4793

1200 763,16207 919,7514 1230,8595

1500 742,26273 957,0003 1178,4762

30

A Figura 27 mostra o comportamento das forças de soldagem nas ferramentas

com e sem rosca em função da rotação para uma velocidade de soldagem de 100

mm/mim.

Podemos observar que, em geral, a força de soldagem no caso da ferramenta

com rosca apresenta valores menores do que no caso da ferramenta sem rosca. Tal

resultado pode acontecer devido ao maior aporte de calor neste caso, o que causa uma

diminuição maior da tensão de escoamento do material, demandando um esforço de

soldagem menor. Além disso, há uma variação mais significativa entre os valores

obtidos nos experimentos usando ferramenta com rosca do que sem rosca conforme

aumenta a rotação.

Figura 27: Comportamento das forças de soldagem nas ferramentas com e sem rosca em função da rotação

5.4. Força transversal

A seguir estão listados os valores médios da força transversal. Na Tabela 13 são

apresentados os valores encontrados por Quintana [1] e na Tabela 14 os valores

encontrados neste trabalho.

31

Tabela 13: Valores médios da força transversal para ferramenta sem rosca. Fonte: Quintana [1]

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm) Média de Ft (Nm) Média de Ft (Nm) Média de Ft (Nm)

600 183,053 451,9830 1110,775

900 174,652 341,8110 564,587

1200 171,992 320,3900 427,481

1500 206,612 347,0880 353,637

Tabela 14: Valores médios da força transversal para ferramenta com rosca

Vel. Soldagem: 100 mm/min Vel. Soldagem: 200 mm/min Vel. Soldagem: 300 mm/min

Rotação

(rpm) Média de Ft (Nm) Média de Ft (Nm) Média de Ft (Nm)

600 468,47377 766,1890 1100,0273

900 302,7728 509,1969 675,35863

1200 218,46963 450,2858 605,19457

1500 350,68637 482,0900 642,15047

A Figura 28 mostra o comportamento das forças transversais nas ferramentas

com e sem rosca em função da rotação para uma velocidade de soldagem de 300

mm/min.

No caso da força transversal, os valores encontrados para o caso da ferramenta

com rosca são maiores que no caso da ferramenta sem rosca. Mais uma vez, esse

resultado pode ser devido ao maior atrito entre a ferramenta e a peça, demandando um

maior esforço transversal. Além disso, a diferença entre os valores encontrados nos

experimentos realizados com e sem rosca aumenta conforme a rotação aumenta. Este

resultado indica que a presença da rosca no pino movimenta mais material, o que

aumenta ainda mais com o aumento da rotação, demandando uma maior força

transversal.

32

Figura 28: Comportamento das forças transversais nas ferramentas com e sem rosca em função da rotação

33

6. Conclusões

Neste trabalho foram apresentados os resultados experimentais para o processo

de soldagem por atrito-mistura realizado com uma ferramenta com rosca. Ao todo,

foram realizados 72 experimentos com variações da rotação e da velocidade de

soldagem, que depois foram comparados com os experimentos realizados para uma

ferramenta sem rosca [1].

O torque e a força axial apresentaram valor máximo na fase de entrada da

ferramenta na peça e as forças de soldagem e transversal durante a fase do percurso. No

entanto, a força axial é a que apresenta valores maiores que as demais forças, indicando

que esta é a força crítica a ser considerada para seleção da ferramenta.

Durante a fase da entrada, há influência da rotação no torque e na força axial.

Durante o percurso, a interação entre os fatores rotação e velocidade de soldagem

influencia no torque e nas forças de soldagem e transversal.

No caso da ferramenta sem rosca, a interação entre os fatores rotação e

velocidade de soldagem mostrou-se influente na força axial durante o percurso. Porém,

no caso da ferramenta com rosca, apenas a velocidade de soldagem influenciou no

processo. Tal resultado pode dever-se ao fato de que, no processo feito com a

ferramenta com rosca, o aporte de calor é maior devido ao maior atrito. Com isso,

apenas este calor gerado pelo atrito pode ser capaz de diminuir a tensão de escoamento

do material a ponto de o calor gerado pela rotação não ser mais influente.

A rotação tem maior influência sobre as variáveis de resposta torque e força

axial, que diminuem com o aumento da rotação e aumentam com o aumento da

velocidade de soldagem. No entanto, a velocidade de soldagem tem maior efeito sobre

as variáveis de resposta força de soldagem e força axial, as quais aumentam com o

aumento da velocidade de soldagem.

Comparando os resultados encontrados neste trabalho com os resultados

encontrados por Quintana [1], que realizou os experimentos com uma ferramenta sem

rosca, percebemos que as variáveis torque na entrada da ferramenta, força axial e força

transversal, em geral, sofreram um aumento em seus valores. Este resultado pode dever-

34

se ao fato da força de atrito no caso da ferramenta com rosca ser maior, resultando em

maiores esforços. Além disso, com a maior área de contato da rosca da ferramenta com

a peça, há mais material sendo deformado plasticamente, gerando maiores esforços. As

diminuições nos valores da força de soldagem e do torque no percurso de soldagem

podem dever-se ao fato do aporte de calor neste caso ser maior, causando uma

diminuição da tensão de escoamento do material da peça e resultando em um menor

esforço de soldagem durante o percurso.

35

Referências

1. QUINTANA, J. K. Modelos para Forças e Torque na Soldagem por Atrito-

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Anexos

Anexo 1: Ferramenta

38

Anexo 2: Tabela de distribuição de Fisher segundo Montgomery [21]

39

Anexo 3: Resultados experimentais do torque

40

Anexo 4: Resultados experimentais da força axial

41

Anexo 5: Resultados experimentais das forças de soldagem e transversal