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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA INFECÇÃO HOSPITALAR RESPONSABILIDADE CIVIL DO HOSPITAL AULA 17

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  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    INFECÇÃO HOSPITALAR –

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO

    HOSPITAL

    AULA 17

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    LEI Nº 9.431, DE 6 DE JANEIRO DE 1997.

    Dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de

    infecções hospitalares pelos hospitais do País.

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 9.431-1997?OpenDocument

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de

    Controle de Infecções Hospitalares - PCIH.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    § 1° Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para

    os efeitos desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e

    sistematicamente com vistas à redução máxima possível da incidência

    e da gravidade das infecções hospitalares.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    § 2° Para os mesmos efeitos, entende-se por

    infecção hospitalar, também denominada

    institucional ou nosocomial, qualquer infecção

    adquirida após a internação de um paciente em

    hospital e que se manifeste durante a internação ou

    mesmo após a alta, quando puder ser relacionada

    com a hospitalização.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Art. 2° Objetivando a adequada execução de seu programa de controle

    de infecções hospitalares, os hospitais deverão constituir:

    I - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    1. Conceito de Infecção Hospitalar

    Infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente

    e que se manifeste durante a internação ou a alta, quando puder ser

    relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

    PORTARIA N° 2.616, DE 12 DE MAIO DE 1998 da ANVISA (Agência

    Nacional de Vigilância Sanitária)

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    2. Conceito de infecção comunitária (IC)

    Infecção comunitária é aquela constatada ou em incubação no

    ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com a

    internação anterior no mesmo hospital. (Portaria n. 2.616/98 da ANVISA)

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    As legislações de Controle de Infecção são a Portaria 2.616/98 e

    a Lei 9.431/97, além do Roteiro de Inspeções (RDC 48, de 2 de junho de

    2000).

    http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=482http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=587http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=6182

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    A infecção hospitalar é uma das causas que

    provoca o maior índice de mortalidade e,

    consequentemente, aumenta o número de litígio em

    matéria de responsabilidade civil dos hospitais.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    A infecção hospitalar é um defeito na prestação

    do serviço prestado pelos hospitais e classificada como

    responsabilidade objetiva.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Para caracterizar a responsabilidade objetiva do hospital é

    necessário demonstrar que:

    a) Antes de ser internado, o paciente não portava

    nenhum agente infeccioso ou apresentava baixa

    imunidade.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    b) A infecção não se classifica como endógena,

    gerada pelo próprio organismo.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    c) A infecção surgiu quando o paciente já se

    encontrava sob o exclusivo controle do hospital e

    dos respectivos médicos.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    d) A infecção causada por agente infeccioso tipicamente

    hospitalar.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    O Ministro Cesar Asfor Rocha, do STJ, no REsp

    629212/RJ explicitou que: “o hospital responde objetivamente

    pela infecção hospitalar, pois esta decorre do fato da internação

    e não da atividade médica em si.”

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Embora se apliquem aos serviços hospitalares o Código de

    Defesa do Consumidor, no que se diz respeito à responsabilidade

    objetiva, permitindo, portanto, a inversão do ônus da prova, nada

    impede que o paciente prove a omissão configuradora da

    negligência do hospital da qual resultou a infecção.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    O ônus da prova da inexistência de defeito na

    prestação dos serviços médicos é da clínica recorrida por

    imposição legal (inversão 'ope legis'). Inteligência do art.

    14, § 3º, I, do CDC.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    O Colendo Superior Tribunal de Justiça tem fixado

    a indenização por morte entre 300 e 500 salários mínimos.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Isso levando-se em consideração acima, “a gravidade do

    fato em si, a culpabilidade do autor do dano, a intensidade do

    sofrimento das vítimas por ricochete, o número de autores, a

    situação socioeconômica do responsável, que são elementos de

    concreção que devem ser sopesados no momento do arbitramento

    equitativo da indenização

    pelo juiz”.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    No que se refere aos serviços de medicina e afins, para o

    surgimento da responsabilidade, sempre haverá necessidade da análise

    do chamado “state of the art”, ou seja, o nível do conhecimento

    técnico disponível na época da prestação do serviço.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    É esse nível de conhecimento técnico que determinará a

    análise da situação concreta, pois, quanto mais avançada, precisa e

    ausente de riscos a ciência, maior a cautela a ser observada na sua

    aplicação e maior a obrigação no alcance do resultado almejado.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Se o nível do conhecimento técnico não afastar a existência

    de riscos, obviamente não se poderá exigir que o profissional ou o

    estabelecimento de saúde os supere em todas as circunstâncias.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Em tese, toda infecção decorrente de ato cirúrgico é

    considerada infecção hospitalar, mas necessária é a delimitação da

    responsabilidade do hospital em face do dever de controle de tal

    risco.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    “Apelação cível. Responsabilidade civil do Estado. Fazenda do

    Estado. Paciente submetido a cirurgia em hospital da rede pública.

    Alegação de ter sido colocada em seu ombro direito prótese de

    platina infectada, estando o estabelecimento hospitalar em

    péssimas condições de higiene, causando-lhe grave infecção. Ação

    julgada improcedente. Manutenção. Reconhecimento da ocorrência

    de causa excludente. Culpa exclusiva da vítima. Recurso não

    provido.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Comprovado que o resultado insatisfatório observado em paciente

    submetido a cirurgia em hospital da rede pública não decorreu de ação

    iatrogênica culposa dos médicos durante o ato cirúrgico, nem da omissão

    do hospital na mantença das condições de higiene e esterilização do campo

    de atuação médica, não há falar em responsabilidade objetiva do Estado,

    máxime quando demonstrado o rompimento do nexo causal por culpa

    exclusiva da vítima, ou seja, sua condição física anterior e sua

    predisposição a fatores nocivos no pré e pós-operatório, como a sua

    condição de cardiopata, com doença pulmonar obstrutiva crônica,

    tabagismo e hábito etílico acentuado.” (Apelação Cível nº 100.854-5/4, 3ª

    Câmara de Direito Público, Rel. Des. Rui Stocco, j. 27.03.2001)

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    “O hospital responde objetivamente pela infecção hospitalar, pois

    esta decorre do fato da internação e não da atividade médica em

    si.” (REsp 629.212/RJ, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA,

    QUARTA TURMA, julgado em 15/05/2007, DJ 17/09/2007, p. 285)

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    A responsabilidade é objetiva e o ônus de

    demonstrar ausência de nexo causal entre a internação e

    o dano é da parte ré (artigo 14, § 3º, inciso I).

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    FASES DO PROCESSO

    1. Fase postulatória (Petição inicial e resposta do réu)

    2. Fase ordinatória (Réplica até o saneamento e organização do

    processo)

    3. Fase instrutória (Provas - audiência de instrução e julgamento)

    4. Fase decisória (Sentença)

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    PROVIDÊNCIAS PRELIMNARES

    Art. 348 do Código de Processo Civil

    “Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando

    a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344,

    ordenará que o autor especifique as provas que

    pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.”

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    TIPOS DE PROVA NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    1. Ata Notarial (Art. 385 do CPC)

    2. Exibição de Documento ou Coisa (Art. 396 do CPC)

    3. Prova Documental (Art. 405 do CPC)

    4. Prova Testemunhal (Art. 442 do CPC)

    5. Prova Pericial (art. 464 do CPC)

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    PERITO JUDICIAL

    Quem é o perito judicial?

    O perito judicial é um o auxiliar do juízo que tem

    conhecimentos técnicos e científicos sobre as

    alegações de fato a provar no processo

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Artigo 465 do Código de Processo Civil

    “O juiz nomeará perito especializado no objeto da

    perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do

    laudo.”

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Artigo 465, § 2º, incisos I e II, do Código de Processo Civil

    “Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:

    I - proposta de honorários;

    II - currículo, com comprovação da especialização”.

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    LEI No 6.932, DE 7 DE JULHO DE 1981.

    Dispõe sobre as atividades do médico residente e dá

    outras providências.

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 6.932-1981?OpenDocument

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Art. 1º - “A Residência Médica constitui modalidade de

    ensino de pós-graduação, destinada a médicos, sob a

    forma de cursos de especialização, caracterizada por

    treinamento em serviço, funcionando sob a

    responsabilidade de instituições de saúde, universitárias

    ou não, sob a orientação de profissionais médicos de

    elevada qualificação ética e profissional.”

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Artigo 1º, § 3º, da Lei n. 6.932/81

    “§ 3o A Residência Médica constitui modalidade de

    certificação das especialidades médicas no Brasil.”

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    RESOLUÇÃO CFM Nº 1.973/2011 -

    Dispõe sobre a nova redação do Anexo II da

    Resolução CFM nº 1.845/08, que celebra o convênio de

    reconhecimento de especialidades médicas firmado

    entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a

    Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão

    Nacional de Residência Médica (CNRM).

    http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2008/1845_2008.htm

  • PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

    Artigo 468 do Código de Processo Civil

    “O perito pode ser substituído quando: I - faltar-lhe

    conhecimento técnico ou científico”.

  • AGRAVO DE INSTRUMENTO. INTERLOCUTÓRIA QUE NOMEIA MÉDICO

    PERITO DESPROVIDO DE ESPECIALIDADE NA ÁREA. PROVA PERICIAL

    REQUERIDA EM AÇÃO QUE SE APURA ERRO MÉDICO OCORRIDO EM

    CIRURGIA PLÁSTICA DE MAMOPLASTIA. EXPERT NOMEADO COM

    ESPECIALIZAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA. FALTA DE

    CONHECIMENTO TÉCNICO E CIENTÍFICO PARA O CASO. SUBSTITUIÇÃO

    NECESSÁRIA. RECURSO PROVIDO. "A falta de conhecimento técnico-científico

    do perito indicado pelo magistrado enseja a sua substituição, mormente se para a

    apuração do erro médico não tiver ele a especialidade exigida ao exame proposto,

    ex vi dos artigos 145, § 2º e 424, I, ambos do Código de Processo Civil" (TJSC, AI

    n. 2010.052873-6, deste relator, j. em 30-11-2010).

    PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

  • Agravante: CENTRO MÉDICO MATERNO INFANTIL LTDA - CEMIL - Agravada:

    TEREZA FILGUEIRA DOS SANTOS GAIEVISKAGRAVO DE INSTRUMENTO.

    AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C.C. PEDIDO DE

    PENSIONAMENTO EM DECORRÊNCIA DE ERRO MÉDICO. INDEFERIMENTO

    DE NOMEAÇÃO DE PERITO COM ESPECIALIZAÇÃO NA ÁREA DE

    NEUROLOGIA. MORTE DE PACIENTE EM HOSPITAL. ALEGADO ERRO DE

    DIAGNÓSTICO E FALTA DE ATENDIMENTO ADEQUADO. BOTULISMO

    APONTADO COMO CAUSA MORTIS PELA AUTORA DA AÇÃO. DOENÇA

    NEUROPARALÍTICA GRAVE. OBJETO DA PERÍCIA QUE IMPÕE SUA

    REALIZAÇÃO POR PROFISSIONAL DA MEDICINA COM ESPECIALIZAÇÃO NA

    ÁREA CORRESPONDENTE. RECURSO PROVIDO. TRIBUNAL DE JUSTIÇA

    Agravo de Instrumento nº 1.303.660-5 (TJPR - 8ª C.Cível - AI - 1303660-5 -

    Umuarama - Rel.: Lilian Romero - Unânime - J. 02.07.2015). Relatora:

    Desembargadora LILIAN ROMERO

    PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA