industrialização transformando a agenda de desenvolvimento ... · a estrutura da produção nos...

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SADC HOJE Vol. 16 No 6 Outubro 2014 por Joseph Ngwawi O DESENVOLVIMENTO industrial foi identificado como um dos principais motores da agenda de integração na África Austral numa altura em que a região começa a sair da economia centrada na produção de bens de consumo e de exportação e caminha rumo a um desenvolvimento sustentável baseado no benefício das mais-valias. Os Estados Membros da SADC reconhecem que o desenvolvimento industrial é fundamental para a diversificação das suas economias, para o desenvolvimento da capacidade produtiva e para a criação de emprego com vista a reduzir a pobreza e promover um crescimento mais sustentável. Há um consenso geral em toda a região de que a industrialização é a essência do desenvolvimento. A produção industrial cria oportunidades de trabalho e facilita ligações úteis entre os sectores agrícola, de mineração e serviços e entre as economias rurais e urbanas, bem como entre os consumidores e as indústrias de produtos básicos. Um dos principais desafios para a África Austral é que a região era fortemente dependente de um crescimento económico baseado nos bens de consumo e exportações, no lugar de apostar na industrialização. O desafio que muitos Países enfrentam na região da SADC é transformarem as suas economias da dependência de recursos naturais brutos e passarem a beneficiar de produtos acabados diversificados, dinâmicos e orientados pela tecnologia. POLÍTICA 3 34ª CIMEIRA DA SADC 4-7 ENERGIA 8-9 AMBIENTE 10 AGRICULTURA 11 PAZ E SEGURANÇA 12 ELEIÇÕES 13 COMÉRCIO 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 A estrutura da produção nos Países da África Austral é característica de uma região em desenvolvimento, onde a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) provem de sectores de produção primária, principalmente a agricultura e a mineração. De acordo com o Quadro da Política de Desenvolvimento Industrial da SADC, a contribuição desses sectores no PIB é relativamente alta, com uma média de cerca de 50 por cento do PIB. A pesca também evoluiu sendo um importante contribuinte em vários Países. No entanto, a mais-valia nestes sectores primários continua baixa, em média, tendo se situado em 14 por cento do PIB em 2011 (vide a tabela na página 2). Com excepção da África do Sul e das Ilhas Maurícias, que têm sectores industriais consideráveis, o sector industrial da SADC continua a ser relativamente pouco diversificado. Como observado na tabela, a contribuição do sector industrial para o PIB em todos os Estados Membros é estimado em menos de 20 por cento, chegando a ser inferior a cinco por cento em alguns casos. A contribuição da industrialização para o PIB permaneceu inalterada na maioria dos Estados Membros da SADC na última década, apesar de algumas flutuações entre os Países. Intensidade de industrialização é muito baixa na região, com a produção industrial sendo fortemente concentrada em produtos de baixa tecnologia, como alimentos, bebidas, têxteis, vestuário e calçado. ccontinua na página 2... Industrialização Transformando a agenda de desenvolvimento da SADC

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Page 1: Industrialização Transformando a agenda de desenvolvimento ... · A estrutura da produção nos Países da África Austral é característica de uma região em desenvolvimento,

SADC HOJE Vol. 16 No 6 Outubro 2014

por Joseph Ngwawi

O DESENVOLVIMENTO industrial foiidentificado como um dos principais motores daagenda de integração na África Austral numaaltura em que a região começa a sair da economiacentrada na produção de bens de consumoe de exportação e caminha rumo a umdesenvolvimento sustentável baseado no benefíciodas mais-valias.

Os Estados Membros da SADC reconhecem queo desenvolvimento industrial é fundamental para adiversificação das suas economias, para odesenvolvimento da capacidade produtiva e para acriação de emprego com vista a reduzir a pobreza epromover um crescimento mais sustentável.

Há um consenso geral em toda a região de quea industrialização é a essência do desenvolvimento.A produção industrial cria oportunidades detrabalho e facilita ligações úteis entre os sectoresagrícola, de mineração e serviços e entre aseconomias rurais e urbanas, bem como entre osconsumidores e as indústrias de produtos básicos.

Um dos principais desafios para a ÁfricaAustral é que a região era fortemente dependentede um crescimento económico baseado nos bensde consumo e exportações, no lugar de apostar naindustrialização.

O desafio que muitos Países enfrentam naregião da SADC é transformarem as suaseconomias da dependência de recursos naturaisbrutos e passarem a beneficiar de produtosacabados diversificados, dinâmicos e orientadospela tecnologia.

POLÍTICA 3

34ª CIMEIRA DA SADC 4-7

ENERGIA 8-9

AMBIENTE 10

AGRICULTURA 11

PAZ E SEGURANÇA 12

ELEIÇÕES 13

COMÉRCIO 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

A estrutura da produção nos Países da ÁfricaAustral é característica de uma região emdesenvolvimento, onde a maior parte do ProdutoInterno Bruto (PIB) provem de sectores deprodução primária, principalmente a agricultura ea mineração.

De acordo com o Quadro da Política deDesenvolvimento Industrial da SADC, acontribuição desses sectores no PIB é relativamentealta, com uma média de cerca de 50 por cento do PIB.

A pesca também evoluiu sendo um importantecontribuinte em vários Países.

No entanto, a mais-valia nestes sectoresprimários continua baixa, em média, tendo sesituado em 14 por cento do PIB em 2011 (vide atabela na página 2).

Com excepção da África do Sul e dasIlhas Maurícias, que têm sectores industriaisconsideráveis, o sector industrial da SADCcontinua a ser relativamente pouco diversificado.

Como observado na tabela, a contribuição dosector industrial para o PIB em todos os EstadosMembros é estimado em menos de 20 por cento,chegando a ser inferior a cinco por cento em algunscasos.

A contribuição da industrialização para o PIBpermaneceu inalterada na maioria dos EstadosMembros da SADC na última década, apesar dealgumas flutuações entre os Países.

Intensidade de industrialização é muito baixana região, com a produção industrial sendofortemente concentrada em produtos de baixatecnologia, como alimentos, bebidas, têxteis,vestuário e calçado.

ccontinua na página 2...

Industrialização Transformando a agenda de desenvolvimentoda SADC

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2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

O baixo nível deindustrialização levou osChefes de Estado e de Governoda SADC, durante a 34ªCimeira Ordinária, realizadaem Agosto em Victoria Falls,Zimbabwe, à apelarem aoConselho de Ministros pararevisitar o processo em curso derevisão do Plano EstratégicoIndicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP), a fim de dardestaque para o pilar daindustrialização.

A Cimeira determinou que aindustrialização deve assumir adianteira na agenda deintegração regional da SADC.

"A Cimeira incumbiu oGrupo de Trabalho Ministerialsobre a Integração Regionalpara desenvolver umaestratégia e um roteiro para aindustrialização na região",refere o comunicado emitido nofinal da Cimeira.

A este respeito, foisublinhado que Quadro daPolítica de DesenvolvimentoIndustrial da SADC é deextrema importância.

O quadro aponta as áreas decooperação a nível regional, quecorporizam uma base industrialdiversificada, inovadora ecompetitiva a nível mundial,visando contribuir para ocrescimento sustentável ecriação de emprego na região.

Constitui um ponto dereferência para orientar acoordenação de políticas, acçõese processos complexoscomplementares que farão partedo quadro de desenvolvimentoindustrial regional.

Também visa comunicaraspirações de industrializaçãoda região e constitui guião parao sector privado, tanto dentrocomo fora da região.

Descreve a visão regional ea missão da industrialização daeconomia na SADC, bem comointervenções essenciais paraserem implementadas a curto,médio e longo prazo.

O quadro político SADCapresenta as seguintesintervenções transversais e

Planeada Cimeira Especial sobre a Industrialização

sectoriais para a implementaçãoa nível regional: • D e s e n v o l v i m e n t o e

e x p l o r a ç ã o d eoportunidades mutuamentebenéficas na SADC;

• Melhoria de normas,regulamentos técnicos ei n f r a - e s t r u t u r a s d equalidade;

• Promoção da cooperação emmatéria de inovação,transferência de tecnologia eactividades de pesquisa edesenvolvimento;

• Desenvolvimento demecanismos para melhorar oacesso ao financiamentopara a industrialização esectores afins;

• Melhoria do apoio àspequenas e médiasempresas;

• Integração de infra-estruturae serviços na estratégiaregional de industrialização;

• Atracção de investimentodirecto estrangeiro regional

e local e promoção dasexportações;

• Desenvolvimento deestratégias para explorarnovas oportunidades decooperação estratégica comparceiros globais na região; e

• Promoção do alinhamento doquadro político com políticascomplementares existentes. O quadro político observa

que, uma infra-estruturaintegrada e eficaz em termosde custos benefício, é umpré-requis i to para o

desenvolvimento industrialregional, acrescentando que atransformação estrutural dosector industrial da SADCcontinua a ser dificultada porserviços de infra-estruturasinadequadas e de alto custo.

Refere que a região não estáa lidar com as actuais exigênciasde infra-estrutura, incluindo asrelacionadas com a expansão dacapacidade industrial, tais comoenergia, transporte e serviçoslogísticos, e as tecnologias deinformação e comunicação. r

Industrialização Transformando a agenda de desenvolvimento da SADC

A SADC pretende realizar umacimeira especial em 2015 paradiscutir a industrialização eaprovar o Plano EstratégicoIndicativo de DesenvolvimentoRegional revisto.

O Ministro Zimbabweanoda Indústria e Comércio, MikeBimha, disse que a cimeiraespecial, marcada para oprimeiro trimestre de 2015,pretende estimular os EstadosMembros da SADC a melhorara sua capacidade industrial.

Disse que a decisão deconvocar a cimeirae x t r a o r d i n á r i a v i s aespecificamente decidir ocaminho a seguir, devido aalgumas diferenças entre osEstados-Membros sobre asprioridades e os prazos.

"Há um impasse sobre aquestão da industrialização eacesso ao mercado. Há algunspaíses que estão ansiosos emver a estratégia de acesso aomercado a ser alcança a num

curto espaço de tempo", disseBimha ao jornal The Herald.

Outros Países sentem que aindustrialização deve vir emprimeiro lugar, argumentandoque seria lógico primeiroconstruir capacidade industrialantes "podermos falar sobre oacesso ao mercado".

A 34ª Cimeira da SADCrealizada em Victoria Falls,Zimbabwe, em Agosto, aprovoua o Plano revisto deDesenvolvimento Regional, oRISDP, para permitir asincronização dos quatro pilaresde integração regional daSADC, incluindo a prossecuçãodos trabalhos de um programap a r a p r o m o v e r odesenvolvimento industrial naregião.

A Cimeira mandatou oGrupo de Trabalho Ministerialsobre a Integração EconómicaRegional para desenvolver umaestratégia e um roteiro para aindustrialização na região.

A industrialização éfundamental, pois aumenta aprodução, permitindo queos países diversifiquem assuas economias e utilizemrecursos locais, através dasmais-valias.

De acordo com umcomunicado lido no final da 34ªCimeira da SADC, os líderes daSADC disseram que a regiãoregistou progressos na revisãodo RISDP mas apelaram para afinalização de um plano deimplementação do projectorevisto, a fim de fornecero r i e n t a ç õ e s p a r a aimplementação dos programasda SADC.

O RISDP é um planoestratégico de 15 anos,aprovado pelos líderes daSADC, em 2003, como oprincipal modelo para aintegração e desenvolvimentoregional. O plano foi submetidoa um processo de revisão em2011. r

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011Angola 3 4 4 4 4 4 4 5 5 6 6 6Botswana 5 4 4 4 4 4 3 4 4 4 4 4RDC 5 5 5 5 6 7 6 6 6 5 NA NALesotho 14 19 23 22 22 20 22 20 19 16 13 12Madagáscar 12 12 13 14 14 14 14 14 14 14 NA NAMalawi 13 12 11 12 10 9 11 10 10 10 NA NAMaurícias 23 23 22 22 21 20 20 20 20 19 18 18Moçambique 12 14 14 17 18 15 16 15 14 14 13 13Namíbia 13 13 13 15 14 14 16 17 14 15 8 8Seychelles 19 18 18 16 17 13 12 12 12 11 NA NAÁfrica do Sul 19 19 19 19 19 18 17 17 17 15 15 13Swazilândia 39 42 41 41 40 40 43 44 44 46 42 41Tanzânia 9 9 9 9 9 9 9 9 9 10 10 10Zâmbia 11 11 12 12 12 12 12 11 10 10 9 9Zimbabwe 16 15 13 14 16 17 18 17 17 16 14 11SADC 14.2 14.67 14.67 14.73 15.07 14.4 14.87 14.73 14.33 14.07 14.6 13.9Fonte Quadro da Política de Desenvolvimento Industrial da SADC

Contribuição da Indústria para o Produto Interno Bruto (PIB) %

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OS LÍDERES da África Australadoptaram um protocolo sobreo Tribunal da SADC, que defineo seu papel e competência.

A Cimeira de Chefes deEstado e de Governo da SADCsuspendeu o trabalho doTribunal, em 2010, e ordenouuma revisão do papel e dacompetência do tribunalregional.

Em 2011, a Cimeiraprorrogou a suspensão doTribunal, obrigando osMinistros da Justiça /Procuradores-Gerais a iniciarum processo de elaboração dosinstrumentos jurídicosrelevantes da SADC.

A 32ª Cimeira da SADC,realizada em Maputo,Moçambique, em 2012,

Aprovado Protocolo sobre o Tribunal da SADC

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

determinou que um protocolosobre o Tribunal e do RegimentoSADC deveria ser negociado e àjurisdição do Tribunal limitar-sea um papel consultivo e deinterpretação do Tratado daSADC e dos protocolos quepodem ser negociado entre osEstados-Membros.

A 34ª Cimeira da SADCrealizada em Agosto, em

Victoria Falls, Zimbabwe,adoptou um Protocolo que criao Tribunal da SADC.

"A Cimeira recebeu umrelatório do Comité deMinistros da Justiça /Procuradores-Gerais relativosao progresso na negociação deum novo protocolo sobre oTribunal da SADC, e adoptou onovo protocolo sobre o Tribunalda SADC", diz parte docomunicado divulgado no finalda cimeira.

De acordo com o novoprotocolo, o mandato doTribunal da SADC limita-se alidar com disputas einterpretação do Tratado daSADC e protocolos inter-estaduais.

Isso é diferente da situaçãoanterior, em que os indivíduosse aproximavam do tribunalcom processos contra seusgovernos, porque a jurisdiçãonão tinha sido definida numinstrumento jurídico acordadoconhecido como um protocolo.

Nos últimos quatro anos, oComité de Ministros daJustiça/Procuradores-Gerais foiencarregado de redigir oProtocolo.

Um dos principaisproblemas de atrito foi aintrodução de um novo artigo55 na Disposição Transitória.

Entre outras questões, oartigo sugere que um Tribunalreconstituído sob um novoprotocolo poderá assumir casosexistentes do antigo Tribunal.

Alguns Estados-Membrosopuseram-se a introdução doartigo, argumentando que umavez que o novo protocoloentrou em vigor, quaisqueracções ou processos julgadosanteriormente deixariam de terefeito.

O novo protocolo opta poresta última posição, onde oTribunal não herdará quaisqueracções ou processos julgadosanteriormente.

O Tribunal da SADC estábaseado em Windhoek,Namíbia. r

SADC monitora surto de Ébola na África Ocidentale CentralOS ESTADOS Membros da SADC adoptaramuma posição comum sobre a forma de lidar como recente surto de Ébola - uma doença mortal queafectou partes da África Ocidental e a RepúblicaDemocrática do Congo (RDC).

Uma reunião de Ministros da Saúde da SADC,realizada de 4-5 de Setembro, em Victoria Falls,Zimbabwe, concordou com uma série demedidas para conter a propagação da doençapara a região.

"Depois das suas deliberações, os ministrosadoptaram uma posição regional comum paraviagens de pessoas e caminhões / veículoscomerciais de países afectados pela Ébola", dizparte do comunicado divulgado pelos ministros.

Eles concordaram que as pessoas que viajamde países afectados Ébola serão inspeccionados eacompanhados por um período de 21 dias.

"Caso seja essencial que eles saiam antes daconclusão do período de 21 dias, o próximo paísdeve ser notificado e deve continuar com avigilância para o período restante", disseram osministros.

Eles também concordaram em padronizar asintervenções de saúde pública para evitar apropagação do vírus da Ébola nos EstadosMembros da SADC.

As intervenções mais comuns incluemaquisição e o pré-posicionamento deequipamento de protecção individual, aformação de profissionais de saúde, asensibilização das partes interessadas, aidentificação e apetrechamento de centros deisolamento / tratamento, diagnóstico laboratoriale triagem de passageiros em todos os pontoscríticos de entrada ou saída.

Os Ministros observaram o papel centraldesempenhado pelos meios de comunicação nadifusão de informações sobre Ébola, devido àextensão da desinformação.

"Por isso, os Estados-Membros sãoincentivados a envolver os meios de comunicação

como uma forma transparente possível parainformar, educar, dissipar rumores e desmistificaras questões em torno de Ébola", disseram osministros.

O Conselho Executivo da União Africana (UA)aprovou a resposta da SADC para o Ébola econcordou com inspecção dos visitantes de paísesafectados, mas manifestou reservas sobre aproibição de viajar para os motoristas decaminhão dizendo isso tem o potencial dealimentar o estigma contra os países afectados evítimas. Depois de uma reunião de emergênciados Estados membros da UA sobre Ébola, oMinistro Zimbabweano da Saúde, o Dr. DavidParirenyatwa, que preside os ministros da Saúdeda SADC, disse que esta posição seria revista.

O Ébola é um vírus que se espalha napopulação humana por meio do contacto directoou indirecto com sangue e fluidos corporais, e emcasos raros, por meio de manipulação da carnede caça crua se infectada.

No entanto, uma pessoa com a doença não écontagiosa até que os sintomas apareçam, porisso, é possível isolar os casos e conter apropagação se existirem instalações médicasadequadas, o que não é o caso em algumas partesda África Ocidental. O reconhecimento precocedo Ébola é importante para a prestação decuidados de saúde adequados e evitar apropagação da infecção.

Cerca de 2.000 pessoas morreram de Ébola naGuiné, Libéria, Nigéria, Senegal e Serra Leoadesde que o surto começou em Março.

A República Democrática do Congo relatoucasos de Ébola no final de Agosto, aumentandoos temores de que a doença pode se espalhar paraoutros Estados Membros da SADC. No entanto,especialistas médicos, notaram que o vírus Ébolada República Democrática do Congo é diferentedo diagnosticado na África Ocidental, e não seespalhou a partir de lá, mas é uma espéciedistinta que surgiu na década de 1970. r

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4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

Membros na criação de um grupode trabalho multissectorial com aresponsabilidade de finalizar oprocesso de revisão do RISDP.

O grupo de trabalho teveuma série de reuniões em 2014para propor novas prioridades;principais áreas de foco; marcos;resultados; metas e prazos parao restante do período deimplementação.

Ele também se reuniu parapropor estratégias para aimplementação do RISDP;recomendar quaisquer outrasestratégias e estruturas deimplementação que podemaumentar a sua implementação,incluindo um quadroinstitucional e legal adequado; eum mecanismo sustentável dosrecursos, bem comoacompanhamento e mecanismode avaliação para o restanteperíodo de sua implementação.

O resultado deste trabalho éo RISDP revisto (2015-2020), quefoi apresentado para aprovaçãoao Conselho de Ministros e aosChefes de Estado e de Governodurante a 34ª Cimeira da SADC,no Zimbabwe, em Agosto.

yaradzi Chamalimba, do Zim-babwe, ganhou o prémio de fo-tojornalismo.

Na categoria de Jornalismosobre os Recursos Hídricos daSADC, Factmore Dzobo, doZimbabwe, venceu na categoriade imprensa, enquanto FelicityMasculino, do Botswana,venceu a categoria de fotojor-nalismo.

Houve também atribuiçãode prémios de Redacção paraEscolas Secundárias da SADC,ganhas por Neema Steven, daRepública Unida da Tanzânia.

Kudzai Ncube, do Zim-babwe, ganhou o segundoprémio, enquanto ManxobaMsibi, da Swazilândia, ganhou oterceiro prémio desta categoria.

3 4 A C I M E I R A D A S A D C

por Joseph Ngwawi

O PRESIDENTE do Zimbabwe,Robert Mugabe, apelou aosEstados Membros da SADC arealizar uma "verificação darealidade" durante a revisão domodelo de desenvolvimentoregional.

No seu discurso depois deassumir a presidência da SADC,anteriormente ocupada peloPresidente malawiano, PeterMutharika, durante a 34ªCimeira da SADC realizada emVictoria Falls, Zimbabwe,Mugabe advertiu que é precisoser realista ao definir metas emarcos durante a revisão PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional(RISDP).

"Não devemos tentarintroduzir ou abraçar muitosprogramas, que, no final, nãoconseguiremos financiar a partirdos nossos próprios recursos",disse Mugabe.

"Sentimos que o actualprocesso em curso de revisão doPlano Estratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional nãodeve ser um mero exercícioacadémico, mas uma verificaçãoreal que nos deve orientar."

O RISDP é um planoestratégico de 15 anos, aprovadopelos líderes da SADC, em 2003,como o principal modelo para aintegração e desenvolvimentoregional

O plano foi submetido aolongo dos últimos anos a umprocesso de revisão, quecomeçou com uma análisedocumental realizada peloSecretariado da SADC em 2011.

A avaliação feita pelosecretariado incluiu a análise dodesempenho da SADC eidentificou os desafios bemcomo as lições aprendidasdurante a implementação doRISDP, de 2005 a 2010. Aavaliação serviu de base parauma revisão intercalarindependente entre 2012 e 2013.

Em Agosto de 2013, oConselho de Ministros instruiu oSecretariado da SADC paratrabalhar com os Estados-

Presidente da SADC apela à "verificação da realidade" na revisão doprograma regional

Anunciados vencedores do prémio de jornalismo na SADC O concurso de redacção é um

evento anual realizado desde1999. O principal objectivo dacompetição é aumentar a con-sciência sobre as actividades eprogramas da SADC entre osjovens nos Estados Membros daSADC.

Este ano, os alunos foramconvidados a escrever umaredacção sobre com o tema "Oclima está a ter um efeito ad-verso sobre o desenvolvimentosocioeconómico da região. Qualdeve ser papel do sector da ed-ucação para mitigar o impactosobre a juventude?" r

Prof. Peter Mutharika, Presidente do Malawi, entregando as pastas ao novoPresidente em exercício da SADC, o Presidente Robert Mugabe, do Zimbabwe

OS VENCEDORES do Prémiode Jornalismo da SADC 2014 ede Redacção para as Escolas Se-cundárias foram galardoadosna Cimeira da SADC realizadaem Agosto.

Os prémios de Jornalismoforam apresentados em quatrocategorias de televisão, foto jor-nalismo, imprensa e rádio. Osvencedores foram da Namíbia,Moçambique, Zimbabwe eZâmbia.

Jacqueline Hindjou-Mafwila,Corporação de Radiodifusão daNamíbia, ganhou o prémio deradiodifusão, enquanto AlfredoSimango, da Televisão deMoçambique, foi considerado omelhor repórter de televisão naÁfrica Austral.

Em outras categorias, Emel-daMwitwa do Daily Mail daZâmbia, venceu na categoria deimprensa, enquanto Mun-

Uma das conclusões doprocesso de revisão foi, apesardos progressos alcançadosna implementação da agendade integração regional, de queas expectativas do planoregional excederam acapacidade de ambos oSecretariado da SADC eos Estados-Membros a cumprirtodas as metas acordadasno âmbito do períodoespecificado.

Mugabe apelou à região daSADC para alavancar os seusabundantes recursos naturais,prosseguindo activamente osprogramas para promover aindustrialização, através debenefício das mais-valias.

"A nossa região tem recursosabundantes que, em vez de servendido em forma bruta apreços muito baixos, devemantes ser transformados emprodutos que nóseventualmente podemosexportar e tirar os proveitos dasmais-valias", disse ele.

Este processo deve ajudara região nos seus esforços paraindustrialização e, por sua vez,aumentar as oportunidades deemprego.

"A SADC deve tambémafastar-se da exportação dematérias-primas, e procurarcriar cadeias de valor que levamà exportação de produtosacabados", disse Mugabe. r

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

Lançado AnuárioEstatístico da SADC

"Eu agradeço por todo oapoio prestado a mim e ao meupaís ao longo dos anos. Peçoque estendam o mesmo apoioaos nossos sucessores", disseele.

Guebuza e Pohambacontribuíram significativamentepara os esforços visando levar aagenda de integração regionalpara a frente, e acreditamfirmemente na noção de que osEstados Membros da SADC têmmuito a ganhar com o trabalhoem conjunto.

A 34ª Cimeira da SADCrealizada em Victoria Falls,Zimbabwe, elegeu novosmembros da Cimeira da Troikae da Troika do Órgão dePolítica, Defesa e Segurança.

A Cimeira da Troika écomposta pelo presidenteRobert Mugabe do Zimbabwe(Presidente da SADC), opresidente Ian Khama doBotswana (vice-presidente) epresidente Peter Mutharika doMalawi (anterior Presidente daSADC).

O sistema de Troika confereautoridade a este grupo paratomar decisões rápidas emnome da SADC quenormalmente são tomadas emreuniões políticas agendadasem intervalos regulares, bemcomo fornecer orientaçãopolítica para as instituições da

SADC entre as cimeirasregulares da SADC.

Este sistema tem sido eficaz,uma vez que foi estabelecidopela Cimeira na sua reuniãoanual, em Maputo,Moçambique, em Agosto de1999. Outros Estados-Membrospodem ser convidados para aTroika sempre que necessário.

A 34ª Cimeira da SADCelegeu o Presidente Sul-Africano, Jacob Zuma, comopresidente do Órgão de Política,Defesa e Segurança, tendo comoadjunto o Primeiro-Ministro doLesotho, Thomas Thabane, e oPresidente namibiano,Hifikepunye Pohamba, comopresidente cessante.

O Órgão da SADC sobrePolítica, Defesa e Segurança épresidido numa base Troika e éresponsável pela promoção da

Presidentes Guebuza e Pohamba despedem-se da SADC

3 4 A C I M E I R A D A S A D C

marinhos, resultou narecuperação de muitasunidades populacionais depeixes que estavam à beira doesgotamento", disse ele,acrescentando que a cooperaçãono sector da energia tambémpermitiu aos países da regiãovender a energia excedente paraum do outro.

Guebuza exortou a SADCpara prestar o mesmo apoiodado a ele e a Pohamba, aosseus sucessores para garantiruma maior integração regional.

OS PRESIDENTES ArmandoGuebuza, de Moçambique, eHifikepunye, da Namíbia,despediram-se da SADC emAgosto, durante a 34ª Cimeirade Chefes de Estado e deGoverno, realizada em VictoriaFalls, Zimbabwe.

Os dois líderes, que lideramseus respectivos partidospolíticos, estão a cumprir o seusegundo e último mandatocomo Chefes de Estado, emconformidade com as suasconstituições nacionais, e nãovão poder disputar as eleiçõesgerais previstas para 15 deOutubro, em Moçambique, e emNovembro, na Namíbia.

A 34ª Cimeira da SADC foi aúltima em que tomaram partecomo Chefes de Estado.

Nos seus discursos dedespedida, os líderes prestaramhomenagem a SADC, dizendoque a cooperação regional temum valor acrescentado para odesenvolvimento nacional.

"Durante o meu mandato,testemunhei o valor e aimportância da cooperaçãoregional em vários sectores",disse Pohamba.

"Por exemplo, a cooperaçãono sector dos recursos

Por exemplo, Pohamba foifundamental na promoção dapaz e estabilidade na região,especialmente no regresso àordem constitucional emMadagáscar e os esforços emcurso para alcançar a paz noleste da República Democráticado Congo.

O líder namibiano presidiu oÓrgão da SADC sobre Política,Defesa e Segurança, entreAgosto de 2013 e Agosto 2014.

Guebuza supervisionou afinalização e eventuallançamento do Plano DirectorRegional de Infra-estrutura daSADC em 2012, quando eleera presidente da SADC. Oplano regional, orienta odesenvolvimento de projectosimportantes de infra-estruturana África Austral. r

paz e segurança na região daSADC.

Tem a responsabilidade deorientar os Estados-Membrossobre questões de direcção quepossam ameaçar a paz,segurança e estabilidade naregião.

A estrutura do órgão,operações e funções sãoreguladas pelo Protocolo dePolítica, Defesa e Segurança. Talcomo a Cimeira, o presidente doórgão assume o cargo com ummandato rotativo anual.

A Cimeira da SADC e órgãosTroika são mutuamenteexclusivos, portanto, apresidência do órgão não podesimultaneamente assumir apresidência da SADC.

Quando as duas Troikas sereúnem, evento é designadodupla Troika. r

O ACESSO a dados estatísticosprecisos e actuais é fundamentalpara apoiar o desenvolvimentosocioeconómico na ÁfricaAustral, de acordo com o novopresidente da SADC, oPresidente Robert Mugabe, doZimbabwe, que falava porocasião do lançamento doAnuário Estatístico 2012 daSADC, durante a 34ª Cimeira daSADC, em Victoria Falls.

"É imperativo que nósestejamos cientes, por exemplo,que em 2013 o número total dapopulação da nossa região situou-se em 293,5 milhões, cresceu em3,1 por cento ao ano, e que a taxade inflação média situou-se em8,2 por cento", disse ele.

"Estatísticas como estaspermitem que os investidoreslocais e estrangeiros possammapear de forma eficaz einformativa para os negócios naregião."

O anuário estatístico forneceas partes interessadas umconjunto abrangente deinformações confiáveis e sólidassobre os perfis socioeconómicose de desenvolvimento da regiãoda SADC e dos seus Estados-Membros. r

Presidentes Armando Guebuza, de Moçambique (a esquerda), e HifikepunyePohamba, da Namíbia, despedem-se da SADC.

SADC elege nova liderança

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6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

3 4 A C I M E I R A D A S A D C

A PUBLICAÇÃO sobre a históriada libertação é uma série de novevolumes de livros quedocumentam a história da lutapela independência na ÁfricaAustral a partir da perspectiva dosparticipantes e pessoas de setepaíses.

A publicação foi lançada na 34ªCimeira de Chefes de Estado e deGoverno da SADC, realizada emAgosto, em Victoria Falls,Zimbabwe.

O projecto foi uma iniciativaambiciosa conduzido peloBrigadeiro-General Hashim Mbita,que era seu Patrono, e aprovadopelos líderes da SADC em 2005.

A publicação apresenta perfisdas histórias da luta de libertaçãoem sete países africanos - Angola,Moçambique, Namíbia, África doSul e Zimbabwe, apoiados pelaZâmbia e pela República Unida daTanzânia.

O Projecto História deLibertação da SADC iniciou emAgosto de 2005, após a aprovaçãopela Cimeira da SADC emGaborone, Botswana, e foiconcluído cinco anos depois, maspermaneceu inédito até agora.

A unidade do projecto estevebaseada em Dar-es-Salaam,Tanzânia, e o trabalho foiconduzido por pesquisadoreslocais em cada um dos países,inteiramente financiados pelosEstados Membros da SADC.

O projecto de pesquisa foiorientado pelo professor ArnoldTemu, da Tanzânia, como gestordo projecto, e o Professor Joel dasNeves Tembe, de Moçambique,como gestor adjunto do projecto.

O objectivo principal eradocumentar a história da luta delibertação da região da ÁfricaAustral, através da recolha,catalogação e compilação de textosorais e dados nos EstadosMembros da SADC e fora daregião.

Mbita foi Secretário Executivodo Comité de Libertação daOrganização de Unidade Africano(OUA) - precursora para a UniãoAfricano (UA) – durante 22 anos,desde 1972 e a sua missão foi

cumprida com as eleiçõesdemocráticas na África do Sul, em1994.

O Comité de Libertação foiestabelecido na cimeira defundação da OUA em 1963 paraapoiar diplomática ematerialmente o processo dedescolonização e formalmenteterminou em Agosto de 1994 comuma conferência de encerramentoem Arusha, na Tanzânia, e com aelaboração de um relatóriointitulado Missão Cumprida.

Falando no lançamento dapublicação da história dalibertação em Victoria Falls, oPresidente da SADC, o PresidenteRobert Mugabe, do Zimbabwe,anunciou que o seu país tambémdecidiu conferir a Mbita a maisalta condecoração concedida a umestrangeiro - a Ordem Real deMonomotapa.

Os outros condecoradosanteriormente com a medalha sãoo ex-presidente da Zâmbia,Kenneth Kaunda, e os presidentesfundadores de Angola, Botswana,Moçambique e Tanzânia - Dr.Agostinho Neto, Sir SeretseKhama, Samora Machel e JuliusNyerere, respectivamente.

A filha de Mbita, ShellaHashim Mbita, agradeceu a SADCe ao Zimbabwe pela condecoraçãoconcedida ao seu pai.

Ela disse que a publicação éuma fonte de referênciafundamental, pois forneceinformações detalhadas sobre ahistória da região.

"Não há dúvida de que oProjecto da publicação de HashimMbita irá fornecer informação vitale muito útil para os estudantes einstituições académicas sobre ahistória da África Austral, políticae ciências humanas", disse ela.

"Da mesma forma, a publicaçãoirá beneficiar grandemente a todosaqueles que realizam váriaspesquisas sobre a colonização edescolonização, intelectuais,público em geral e progressistasafricanos em todo o mundo queterão interesse em ler sobre alibertação desta parte do nossocontinente, agora e no futuro."

A publicação é composta pornove volumes totalizando 5.394páginas.

Os volumes estão estruturadosem quatro partes, abrangendo ahistória dos países queconseguiram a independênciaatravés de lutas armadas, o papeldos Estados da linha da Frente, opapel do Estado das Linha daFrente "estendida" e o apoioexterno a partir de fora da SADCou dos Estados que não são daLinha da Frente.

Os países que tiveram que irpara a guerra para ganhar a suaindependência foram Angola,Moçambique, Namíbia, África doSul e Zimbabwe, enquanto osEstados da Linha da Frenteinicialmente eram Botswana,Tanzânia e Zâmbia.

Julius Nyerere Ele carregou a tocha quelibertou a África A TANZÂNIA acolheu o Comitéde Libertação da OUA por 30anos entre 1964-1994, e as pessoasda Tanzânia contribuíramsignificativamente, atrasando oseu próprio desenvolvimentoeconómico até que o resto docontinente estivesse livre, sob aliderança visionária do MwalimuJulius Kambarage Nyerere.

O Comité de Libertação, e aprópria Tanzânia, prestaramapoio político, material e morala outros países africanos atéque os governos da maioriae independências fossemalcançados.

Nascido a 13 de Abril de 1922,em Butiama, perto do LagoVictoria, Mwalimu dedicou a suavida aos ideais de dignidadehumana e da humanidadecomum.

"Ele é o nosso pai, e nóssomos os seus filhos", disse oex-Presidente moçambicano,Joaquim Chissano, durante o seufuneral, uma cerimónia enormee emocional com a presença

SADC Lança Publicação sobre História de Libertação

de dirigentes,representantese pessoas daÁfrica e deoutras regiões do mundo nadespedida de Mwalimu depoisda sua morte há 15 anos, a 14 deOutubro de 1999.

"Mwalimu não só era capazde pensar e lançar slogans sobreliberdade e unidade, mas elepoderia instalá-los no coração doscidadãos."

Os seus colegas africanoshomenageiam-no como "um dosmaiores líderes e pensadores doséculo 20... Ele carregou a tochaque libertou a África."

O vice-presidente da Índia,disse que Mwalimu trabalhoucom líderes indígenas "ombro aombro contra o colonialismo e oapartheid."

Falando em nome de umbilhão de pessoas da Índia, eledescreveu que Nyerere era "a vozda liberdade e da unidade emÁfrica e no mundo emdesenvolvimento."r

Os Países cujo apoio édocumentado na secção sobre osEstados da Linha da Frente"estendida" são Lesotho, Malawi eSwazilândia.

Um volume centra-se no apoioe assistência prestada por outrospaíses fora

Da SADC e da Linha da Frentecomo a China, Cuba, Jugoslávia,União Soviética, AlemanhaOriental e os países escandinavosdo norte da Europa.

A publicação foi produzidapela editora Mkuki Na Nyota naTanzânia, e o editor bemconhecido, Walter Bgoya, estevepresente no lançamento. Apublicação da primeira ediçãoinclui 400 conjuntos de novevolumes cada que ainda estãosendo impressos. r

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A MENSAGEM foi clara e bemrecebido – a África Austral devefazer mais para honrar os seuspais fundadores.

A 1 de Abril de 1980, oslíderes de Angola, Botswana,Lesotho, Malawi, Moçambique,Swazilândia, República Unidada Tanzânia, a Zâmbiae o primeiro-ministro designadodo Zimbabwe reuniram-seem Lusaka, Zâmbia, paraestabelecer a Conferênciad e C o o r d e n a ç ã o d oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC) – precursorada SADC - após uma série deconsultas dos Estados da Linhada Frente no sentido de forjaruma aliança mais próxima.

Desde a sua criação há 34anos, a SADC tem conseguidouma série de marcos destinadosa fazer avançar a liberdadepolítica e económica.

A SADC foi formada através deum longo processo de consultaspor parte dos dirigentes daÁfrica Austral.

No final da década de 1970,tornou-se claro para os líderes daregião que a independênciapolítica por si só não levaria amelhores economias e padrõesde vida.

As experiências positivasobtidas em trabalhar emconjunto, como Estados da Linhada Frente, para avançar a lutapolítica pela independênciativeram que ser traduzidasnuma cooperação mais amplaem busca do desenvolvimentoeconómico e social.

De 1977, foram realizadasconsultas activas pelos Estadosda Linha da Frente, queculminaram com uma reuniãode Ministros dos NegóciosEstrangeiros, em Gaborone,Botswana, em Maio de 1979,que convocou uma reuniãode ministros responsáveisp e l o d e s e n v o l v i m e n t oeconómico.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

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No entanto,pouco tem sido feitopara homenagearos l íderes quededicaram as suasvidas aos ideaisd e a l c a n ç a r aliberdade política eaprofundamento daintegração económicaregional.

Num comunicadodivulgado no final da34ª Cimeira da SADCrealizada em VictoriaFalls, Zimbabwe,os líderes da SADC" r e s s a l t a r a m anecess idade dehonrar devidamenteos Líderes fundadoresque tiveram um papel dedestaque na libertação daÁfrica, tanto a nível regional econtinental."

"Eles são os únicosque formaram estaorganização, umcorpo consolidadoonde muita coisaaconteceu, e onde aliberdade políticaveio", disse ele,acrescentando: "masnós não fizemosm u i t o p a r ahomenagear osn o s s o s p a i sfundadores".

Ele disse que ospais fundadores, emespecial o ex-p r e s i d e n t e d aTanzânia MwalimuJulius Nyerere, teve

de suportar a maior carga delibertar a África acomodandocombatentes da libertação noseu país e proporcionar-lhesapoio logístico e militar.

"Ajude-nos, ajuda-me comoo novo presidente da SADCpara que nós respeitemosMwalimu na União Africana",disse o Presidente Mugabe.

A UA honrou alguns dosseus heróis, como antigoPresidente do Ghana KwameNkrumah e Nelson Mandelada África do Sul, nomeandopartes de sua sede emAddis Abeba, Etiópia, em suahonra.

O presidente cessante daN a m í b i a , H i f i k e p u n y ePohamba, ecoou essesentimento, dizendo que a outragrande honra para os paisfundadores seria preservar osseus ideais para as geraçõesvindouras.

"Há trinta e quatro atrás,os fundadores da SADCarticularam uma visão para onosso povo a marchar emdirecção a uma maior unidade eintegração", disse ele.

"Peço aos líderes e cidadãosda SADC para continuarseguindo os passos dos seusantecessores no sentidouniversal de integração,unidade e harmonia para onosso povo." r

Essa reunião decorreu emArusha, Tanzânia, em Julho de1979, levando ao nascimento daConferência de Coordenação doDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC), a precursorada SADC, no ano seguinte.

A SADCC foi criada a 01 deAbril de 1980 por nove estadosda África Austral independentes,que assinaram uma declaraçãointitulada "África Austral: Rumoa libertação económica" - Angola,Botswana, Lesotho, Malawi,Moçambique, Swazilândia,Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.Os principais objectivos eram: • Reduzir a dependência

dos Estados-Membros ,nomeadamente, mas não só,sobre o apartheid na África doSul;

• Implementação de programase projectos com impactonacional e regional;

• Mobilizar recursos dosEstados-Membros na busca daauto-suficiência colectiva; e,

• Garantir a compreensão eapoio internacional

Uma transformação foirealizada em Agosto de 1992,quando os Chefes de Estado e deGoverno da SADCC reuniram-seem Windhoek, capital da recémRepública independente daNamíbia, onde assinaram umaDeclaração e um Tratado queinstituiu a SADC.

Os líderes perceberam que,embora a Conferência deCoordenação lhes tinha servidobem e que havia necessidadecrucial para cooperar nosesforços de desenvolvimento,tinha chegado o momento de dara organização um estatutojurídico mais formal.

Desde a sua criação, a SADCtem proporcionado o quadrojurídico para a cooperação entre osEstados-Membros, e teminculcado um sentimento depertença regional, bem como umatradição de consulta entre ospovos e governos da ÁfricaAustral. r

A transformação da SADCC em SADC

Lusaka, 1 Abril 1980. Atrás da esquerda para a direita: Dick Matenje(Malawi), Robert Mugabe (PM designado do Zimbabwe), SuaMajestade Príncipe Mabandla Dlamini (Swazilândia) e ExcelentíssimoMooki Molapo (Lesotho). A frente da esquerda para a direita: SuaExcelência José Eduardo dos Santos (Angola), Sua Excelência SirSeretse Khama (Botswana), Sua Excelência Dr. Kenneth Kaunda(Zâmbia), Sua Excelência Samora Machel (Moçambique) e SuaExcelência Mwalimu Julius Nyerere (Tanzânia).

SADC deve fazer mais para honrar os seus fundadores

O novo Presidente da SADC,o Presidente Robert GabrielMugabe, do Zimbabwe, disse quea região não teria sido a mesmosem a visão dos pais fundadores.

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entre outras coisas, tornar possível para NamPower (empresa deelectricidade da Namíbia) importar energia para Namíbiadirectamente de Hwange, no Zimbabwe. Actualmente a electricidadea partir da Estação de Energia Hwange é encaminhada para aNamíbia através da África do Sul.

Com relação à CTC no Zimbabwe, o projecto envolve a construçãode linhas de energia para aumentar a capacidade de transferência denorte a sul do Zimbabwe da rede de 200KV para600KV.

Este corredor é fundamental para a SADC, umavez que a maioria dos serviços públicos na regiãoutilizam a rede do Zimbabwe papara transferir asua energia.

O projecto prevê o desenvolvimento de linhas detransmissão do Alaska para a Sherwood, Bindura,para Mutorashanga, e de Marvel para Insukamini,no Zimbabwe.

Um compressor estático será construído nassubestações de Dema e Sherwood. O custo doprojecto é de cerca de 100 milhões de dólares norte-americanos.

O projecto de Transmissão Regional EspinhaDorsal de Moçambique (STE) consiste numa linhade transmissão dupla da província de Tete,centro de Moçambique, para a capitalMaputo, sul de Moçambique, e da SAPPinterligada a rede de energia regional.

O STE vai transportar a energia produzidaem novas centrais hidroeléctricas deMphanda Nkuwa (1500 MW) eCahora Bassa (Margem Norte,1245 MW) em Moçambiquepara os mercados.

por Joseph Ngwawi

A SADC identificou pelo menos nove projectos prioritários detransmissão de energia na África Austral avaliados em mais de 4biliões de dólares norte-americanos para a promoção e marketingpara os investidores.

Os nove projectos estão em vários estágios de desenvolvimento eincluem o projecto de interligação ZIZABONA a ser implementadopelo Zimbabwe, Zâmbia, Botswana e Namíbia, de acordo com oSecretariado da SADC.

Outros projectos de alta prioridade incluem o Corredor Central daTransmissão (CTC), o Projecto Espinha Dorsal de Moçambique, ainterligação Zâmbia, Tanzânia e Quénia, bem como a proposta deinterligação Namíbia-Angola que vai ligar a Tanzânia e Angola aoGrupo de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP).

O Director de Infra-estrutura e Serviços, Remmy Makumbe, disseque um comité de direcção conjunta composta por funcionários daAutoridade de Electricidade do Zimbabwe (ZESA) e da Eskom, daÁfrica do Sul, foi formado para conduzir o projecto CTC e que foramdesenvolvidos termos de referência para as equipes técnicas ecomerciais.

"A ZESA, em conjunto com a Eskom, está estudando aconfiguração da actual rede e capacidade, e está analisando todas aspossíveis opções técnicas disponíveis para o projecto CTC paraaumentar a capacidade de transferência da rede", disse ele.

O Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral, quecoordena o planeamento, produção, transmissão e comercialização deenergia eléctrica em nome de utilitários na região, concluiu o processode licitação para o projecto ZIZABONA em Maio 2013 e uma série deinvestidores manifestaram interesse no desenvolvimento dainterligação para a transmissão de electricidade.

O projecto de interligação e transmissão tem a capacidade de aumentara comercialização de energia entre as concessionárias participantes, bemcomo fornecer uma rota alternativa para descongestionar o actualcorredor central de transmissão que atravessa o Zimbabwe.

O projecto ZIZABONA é um exemplo de cooperação e integraçãoregional, e a após a sua conclusão vai garantir que a maioria dospaíses da SADC seja capaz de compartilhar a energia excedente.

Nos termos do acordo assinado em 2008 sobre ZIZABONA, asconcessionárias de energia de todos os quatro países poderãofinanciar parte do projecto que se enquadra dentro das suas fronteirasnacionais, ou seja, ZESA, A Empresa de Electricidade da Zâmbia, aCorporação de Energia do Botswana e a Companhia de Electricidadeda Namíbia.

A capacidade inicial da interligação de transmissão será de 300Megawatts (MW), que será aumentada posteriormente para 600 MW.

O projecto será implementado em duas fases. A primeira fase iráabranger a construção de uma linha de transmissão de 120 km, de 330quilovolts da central de Hwange para Victoria Falls, onde umaestação de comutação será construída no lado do Zimbabwe. A linhase estenderá para uma subestação em Livingstone, na Zâmbia.

A segunda fase envolverá a construção de uma linha de 300 km,330kV de Livingstone até Katima Mulilo, na Namíbia, atravésPandamatenga, no Botswana. Para a interligaçãoZimbabwe-Zâmbia será construída como uma linha de altatensão com uma capacidade de transmissão de 430kV.

No entanto, ela irá funcionar como uma linha de 330kV,durante a primeira fase. Quando estiver totalmenteoperacional, a interligação de transmissão ZIZABONA vai,

SADC trabalha para melhorar o forneeficiência energética A região da SADC tem estado a intensificar os esforços paincentivar a eficiência energética. Esta edição da revista Áfriperseguidas para melhorar o fornecimento de energia eléctri

SADC Investe 4 biliões de dólares emprojectos prioritários de energia

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

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Como parte do programa de DSM, pelo menos, quatro iniciativasforam identificadas para garantir que a região seja capaz de gerir a suacarga de energia existente.

Estes são a introdução de lâmpadas compactas fluorescentescompactas (LFC), Iluminação comercial (CL), Controle de Carga para oAquecimento da Água (HWLC) e Aquecedores solares de água (SWH).

Por exemplo, a mudança de lâmpadas tradicionais para lâmpadasfluorescentes compactas e CL têm sido eficazes na maioria dos paísesda SADC porque reduziram significativamente o uso de energia nascasas e impedem as emissões de gases de efeito estufa que contribuempara as alterações climáticas.

Uma pesquisa mostra que a iluminação residencial responde porcerca de 20 por cento da factura média de electricidade doméstica naregião da SADC.

No entanto, em comparação com as lâmpadas incandescentes,lâmpadas fluorescentes compactas economizam até 80 por cento doconsumo de energia eléctrica.

Os SWHS também tem a capacidade de garantir a disponibilidadede energia na região, uma vez que o uso de energia solar economizaoutras formas de energia, tais como hídrica e térmica, que são bastanteusadas na região.

Os dados disponíveis mostram que a maior parte da energia usadaem áreas residenciais é consumida por aquecedores de água, colocandouma enorme pressão sobre as fontes de energia tradicionais.

Da mesma forma, o programa HWLC implementado pelo SAPPpermitiu aos consumidores instalar interruptores de controlo de cargaque desliga automaticamente energia durante os períodos de pico ouquando aparelhos como géisers atingem o seu máximo de procura.

A Eskom, da África do Sul, e a Corporação de Energia do Botswanarelataram que economizaram 130 Megawatts (MW) e 40 MW,respectivamente, a partir do programa HWLC.

De acordo com o relatório da 34ª Cimeira da SADC, a África Australeconomizou de forma cumulativa cerca de 4,561MW através deprogramas de gestão da procura entre 2009 e 2013.

A maior parte das poupanças, totalizando cerca de 3,461MW, vieramdo programa de lâmpadas fluorescentes compactas. O programa deiluminação comercial contribuiu para economizar 700MW.

Prevê-se que a região da SADC possa vir a economizar mais de6,000MW em 2018, se essas iniciativas forem implementadas de acordocom o plano.

Prevê-se que o programa DSM iráincluir uma campanha de educaçãopública, cujo principal objectivo será o deaumentar a consciencialização sobre aeficiência energética.

Outras medidas que estão sendoconsideradas incluem o uso de tarifas quereflictam os custos, tempo de tarifas deuso, tarifas de energia renováveis, bemcomo a introdução de sanções por usoineficiência de energia pelos clientes.

Tarifas que reflectem os custosincentivam as pessoas controlar o seuconsumo de electricidade a partir dehorários de pico para períodos fora depico, ajustando o preço cobrado emdeterminados momentos de cada dia. Oconceito de marcação do preço emfunção do tempo de uso deelectricidade consiste na fixação de umataxa que não varia num determinadoperíodo, duas vezes por ano. r

por Kizito Sikuka

A ACTUAL crise energética enfrentada pela maioria dospaíses da África Austral poderia resolvida através de váriasmedidas, incluindo a construção de novas centrais deprodução de energia.

No entanto, outra medida fundamental que a SADCtenta adoptar activamente para acabar com a escassez deenergia que data já desde 2006 é reduzir a procura de energiana região através da gestão da carga de energia existente.

Esta opção, conhecida por gestão de políticas da procura(DSM), pode efectivamente permitir a SADC

resolver os seus desafios de energia acurto prazo, enquanto a mobilizaçãode recursos para desenvolver novos

projectos de produção de energia queirá adicionar mais energia na rede regional.

Neste sentido, a 34ª Cimeira da SADCexortou os Estados Membros a "prestar o apoio político

necessário para implementar o programa a gestão da procura,incluindo a proibição de lâmpadas incandescentes."

O programa DSM foi iniciado há alguns anos pelo Grupo deEmpresas de Electricidade da África Austral (SAPP) para garantir quea região seja capaz de gerir a sua situação energética.

A espinha dorsal será composto por uma linha de 400 kV HVACe uma linha de 800 kV para suprir as grandes zonas de consumo emMoçambique e ligação com o mercado Sul Africano. O seu custoestimado é de 2,8 biliões de dólares norte-americanos.

Makumbe disse que as negociações de um acordo dedesenvolvimento conjunto estão em curso entre concessionária deenergia de Moçambique e terceiro partes. Um mecanismo para fins

especiais está sendo estabelecido, com as negociações em cursosobre a participação. r

ecimento de energia eléctrica e

ara construir capacidade de produzir mais electricidade eca Austral Hoje destaca algumas iniciativas que estão sendoica e a eficiência energética na região.

Desafio energético da SADCA principal questão para lidar comescassez

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

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A M B I E N T E

Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável SADC aprova protocolo sobre

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

por Admire Ndhlovu

A APROVAÇÃO do Protocolosobre a Gestão Ambiental para oDesenvolvimento Sustentávelrepresenta um passo importantepara a promoção da utilização egestão sustentável do meioambiente na África Austral.

O protocolo foi aprovadopela 34ª Cimeira de Chefes deEstado de Governo da SADC,realizada em Agosto, emVictoria Falls, Zimbabwe, e temcomo objectivo harmonizar osinstrumentos existentes quetratam de questões ambientais.

A SADC até agora tem tidovários protocolos que tratam dediversos aspectos do ambiente.A maioria destes era de naturezasectorial e não tinha umaabordagem holística para autilização e gestão sustentáveldo meio ambiente.

Estes incluem o Protocolo e aaplicação da lei sobre aConservação da Vida Selvagem,aprovada em 1999, o ProtocoloRevisto sobre Recursos HídricosPartilhados (2000), bem como oProtocolo de Mineração (1997) eo Protocolo sobre a Energia(1996).

Portanto, a adopção doProtocolo sobre a GestãoA m b i e n t a l p a r a oDesenvolvimento Sustentável éum passo importante no processode harmonização das leis quetratam de questões ambientais.

Os objectivos do protocolovisam reforçar a protecção doambiente, a fim de contribuirpara a saúde humana, bem-estar e alívio da pobreza,e promover a utilizaçãoequitativa e sustentável dosrecursos naturais e culturaispara o benefício das actuais efuturas gerações.

Além disso, procurapromover a gestão partilhadado meio ambiente e dosr e c u r s o s n a t u r a i stransfronteiriços.

Outro objectivo é promover agestão e resposta aos impactosdas mudanças climáticas evariabilidade eficaz.

Outras medidas a seremimplementadas incluem apromoção da gestão e controloda disseminação de espéciesexóticas invasoras e gestãotransfronteiriço de resíduos esubstâncias perigosas.

São feitas disposiçõesespecíficas para tratar dequestões relativas à qualidadedo ar, resíduos e poluição,gestão de produtos químicos, abiodiversidade e o patrimónionatural, património cultural,gestão sustentável da terra,recursos marinhos e de águascontinentais e as mudançasclimáticas.

De acordo com o protocolo,a implementação será ,essencialmente , a nívelnacional. No entanto, no caso derecursos partilhados e paraquestões de natureza regional,os países membros devemcooperar entre si para garantirque os "objectivos do presenteprotocolo sejam alcançados."

Instituições estabelecidaspara a execução do protocolosão o Comité de Ministros

Responsáveis pelo MeioAmbiente, Comité de AltosFuncionários Responsáveis peloMeio Ambiente, Comité Técnicode Gestão Ambiental, bem comooutras Comissões Especializadase Grupos de Trabalho. Esforçosno sentido de um protocoloambiental na região da SADCpodem ser rastreados de voltapara o período após a Cimeira doRio de 1992, quando os Ministrosdo Meio Ambiente da SADCconcordaram em sua reunião naCidade do Cabo, África do Sulem 1999 em adoptar umProtocolo sobre o MeioAmbiente.

Eles solicitaram o entãoSector do Ambiente e doOrdenamento do Território daSADC (ELMS) a desenvolverum protocolo ambientalregional.

Isso ocorreu após apercepção de que a maioria dospaíses da SADC dependefortemente da exploração dosrecursos naturais e do meioambiente para o seudesenvolvimento económico.

Neste sentido, houvenecessidade da região colocarem medidas e estratégias quepromovam a gestão e aexploração sustentável dosrecursos naturais, que sãopartilhados por uma série depaíses.

O protocolo também éfundamental na medida em queajudará a integrar e gestãoambiental dominante nodesenvolvimento económico.

Anteriormente, osinstrumentos que regem oprocesso de desenvolvimentosocioeconómico tendiam aignorar as questões ambientais,resultando na degradaçãoambiental, poluição, bem comona degradação dos ecossistemasvitais, tais como as zonashúmidas.

O novo protocolo, portanto,tem como objectivo reforçar aprotecção do ambiente,contribuindo simultaneamentepara a saúde humana, bem-estar e alívio da pobreza. r

Para atingir estes objectivos,os Estados Partes devemcooperar, contribuindo para odesenvolvimento sustentávelatravés da adopção deprincípios e procedimentos degestão ambiental, facilitando obenefício das mais-valias dosrecursos naturais da região paramaximizar os benefícios epromover o comércio de bens eserviços ambientais para odesenvolvimento de suaseconomias.

Estados Membros da SADCdeverão harmonizar assuas leis, políticas, planose programas de gestãoambiental.

Há também a necessidaded o s p a í s e s m e m b r o sharmonizar as normas,processos e procedimentos, comespecial referência para a gestãoambiental regional etransfronteiriça.

O Protocolo reconhece anecessidade de mantercontinuamente a revisão doestado do ambiente da região.

Como tal, os países devemcontribuir para a produçãoregular de relatórios ambientaise desenvolver indicadoresambientais adequados para amonitoria das tendênciasambientais fundamentais para aregião da SADC.

A nível regional, o últimorelatório sobre a situaçãoambiental, o Estado doAmbiente na África Austral, foilançado em 2009.

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A ÁFRICA Austral deverá receberboas chuvas para a campanhaagrícola 2014/15.

Esta previsão foi feita pelo 18°Fórum de Previsão Climática daÁfrica Austral (SARCOF-18), queesteve reunido em Windhoek,Namíbia, no final de Agosto, paraapresentar a previsão climáticasazonal consensual para a épocachuvosa 2014/2015 na região.

De acordo com a previsão, amaioria parte da África Australdeverá receber chuvas favoráveis(normal com tendência para acima donormal).

Isto é suficiente para a maioriadas culturas para alcançar oestádio de maturação até o final daépoca, o que implica que a SADCpoderá registar novamente umaboa colheita.

Chuvas acima do normal é aquantidade média de precipitaçãoque ocorre na terceira década dopico da época chuvoso em relaçãoa média registada durante umperíodo de 30 anos entre 1971 e2000, enquanto chuva abaixo donormal representa a quantidademédia que ocorre na terceiradécada do período inicialrelativamente mais seco da épocachuvosa e chuva normal é aquantidade média que ocorre nointervalo intermédio da épocachuvosa.

Os especialistas em climadividiram a época chuvosa emquatro períodos de três mesessobrepostos.

Trata-se de Outubro aDezembro 2014 (OND),Novembro 2014-Janeiro 2015(NDJ), Dezembro 2014-Janeiro2015 (DJF), e Janeiro-Março 2015(JFM).

As áreas com maioresprobabilidades de receber chuvanormal com tendência para acima donormal no período OND incluemMoçambique, sudoeste e nordesteda Tanzânia, e grande parte doMalawi.

Outras áreas incluem a maiorparte da RDC e Angola, e mais demetade do Zimbabwe, Zâmbia,Botswana, África do Sul,Swazilândia, bem como o sul doMadagáscar.

No entanto, os agricultores emzonas susceptíveis de receber boaschuvas são solicitados a equilibrarculturas entre variedades desementes de ciclo curto e dematuração lenta para atender aincertezas nos padrões climáticos.

O plantio de ambas asvariedades de maturação precocee tardia ajudam aos camponeses aconseguir uma colheita justa emcaso de um défice na quantidadede chuvas.

Probabilidades de chuvas fortes(chuvas acima do normal comtendência para normal) poderãoocorrer na metade do nordeste daTanzânia, no extremo sudoeste deAngola e nas áreas costeiras daNamíbia, África do Sul e Seychelles.

No entanto, a parte maissetentrional da RDC, no norte deMadagáscar e Ilhas Mauríciaspoderão receber precipitaçãoinadequada (chuvas normais comtendência para abaixo do normal)durante este período.

Nessas áreas, variedades desementes de maturação precocesão as mais ideais uma vez que assementes normalmente levam umperíodo de tempo mais curto paraamadurecer.

No período NDJ, a maior parteda região é susceptível de receberchuvas normais com tendência

para s acima do normal, enquantoa maior parte da RDC e partessetentrionais de Angola sãosusceptíveis de receber chuvasnormais com tendência para chuvasabaixo do normal.

A maioria da SADC e osEstados insulares são susceptíveisde receber chuvas normais comtendência para acima do normaldurante o período de DJF.

Para o período de JFM, a maiorparte da SADC poderá registarchuvas normais com tendência paraacima do normal.

No entanto, a maior parte daRDC, norte de Angola e Mauríciassão susceptíveis de receber chuvasnormais com tendência paraabaixo do normal.

Os agricultores e os outrosusuários foram solicitados acontinuar a estar atento aactualizações dos seus oficiais deextensão agrícola e dos serviçosmeteorológicos nacionais sobre ascondições locais.

Além disso, os agricultores emzonas susceptíveis de receber

Outubro-Novembro-Dezembro 2014 Novembro-Dezembro 2014-Janeiro 2015

Informação Climática e Desenvolvimento da Resiliência SADC deverá receber boas chuvas

A G R I C U L T U R A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

chuvas insuficientes devempraticar a agricultura deconservação que envolvecobertura mínima do solo compalha, a fim de manter ahumidade disponível por umlongo período de tempo.

O SARDCOF-18 tambémlevou em conta o El NiñoOscilação Sul (ENOS), que estáactualmente em fase neutra, e estáprojectado para ser flutuante.

Há condições do El Niño sedesenvolver uma vez que aságuas quentes do Pacífico tropicalse espalharam para o leste, emconjunto com os padrões demudança de pressão atmosférica.

Em anos anteriores, os eventosEl Niño foram associados ascondições de seca na maior parteda África Austral.

El Niño é conhecido por causarou atrasar o início ou o fimabrupto da época chuvosa,resultando na murcha de culturasantes de atingirem a maturidade,reduzindo significativamente orendimento das culturas. r

Dezembro 2014-Janeiro-Fevereiro 2015 Janeiro-Fevereiro-Março 2015

Os números para cada zona indicam as probabilidades de chuva em cada uma das três categorias, abaixo do normal,normal e acima do normal. O primeiro número indica a probabilidade de ocorrência de chuvas na categoria acima donormal, o número do meio é para normal e o número inferior é para a categoria abaixo do normal.

Fortes probabilidades de: Acima do Normal com tendênciapara Normal Normal com tendência paraAcima do Normal Normal com tendência paraabaixo do Normal Abaixo do Normal com tendência para Normal

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12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

A SADC nomeou umfacilitador para o Reino doLesotho para trabalhar com ogoverno de coligação do País,que implementa um roteiropara restaurar a estabilidadepolítica no país.

Governo de coligação doLesotho, liderado pelo Primeiro-Ministro, Thomas Thabane, vemenfrentando alguns desafiosdesde sua formação, em 2012, e asituação agravou-se na sequênciade uma alegada tentativa degolpe por militares do Lesotho a30 de Agosto.

Numa reunião realizada nodia 15 de Setembro, em Pretória,

Chagos, incluindo DiegoGarcia e qualquer outrailha compreendida noestado das ilhas Maurícias.

Reunidos na sua 34ªCimeira em Victoria Falls,Zimbabwe, em Agosto, oslíderes da SADCprometeram apoio total asMaurícias na sua luta legalcontra o Reino Unido.

"A Cimeira fez umapelo a todos os Estados-Membros a apoiarplenamente o direitolegítimo da República dasMaurícias para arestauração de suasoberania sobre o

arquipélago de Chagos, sem oqual a descolonização total daÁfrica não está completa,"disseram os líderes da SADCnum comunicado.

As Maurícias lançaram o seudesafio legal há mais de trêsanos e acreditam que umadecisão a seu favor pode levarao desmoronamento dereivindicação da era colonial daGrã-Bretanha e do eventualretorno de centenas de ilhéusexilados que foram forçados adeixar o arquipélago. Muitosvivem agora na Grã-Bretanhaou nas Maurícias. r

A SADC mostrou-sesolidária às Maurícias nasua luta para recuperar asoberania sobre oArquipélago de Chagos,que tem estado no centrode uma disputa como Reino Unido.

Em 1965, antes deconceder aindependência àsilhas Maurícias, oReino Unido dividiuo Arquipélagomauriciano deChagos e tomou as ilhasAldabra, Farquhar eDesroches das Seychellespara formar o TerritórioBritânico do Oceano Índico.

As ilhas foram formalmenteestabelecidas como umterritório ultramarino do ReinoUnido em 8 de Novembro de1965.

Aldabra, Farquhar eDesroches foram devolvidospara Seychelles em Junho de1976 após a sua independência.

O governo Mauríciodeclarou que não reconhece oTerritório Britânico do OceanoÍndico, que o Reino Unido crioupor extracção do arquipélago deChagos antes da independência,e insiste que o arquipélago,

África do Sul, para discutir eanalisar a situação no Lesotho, adupla Troika da Cimeira daSADC mandatou o Vice-Presidente Sul-Africano, CyrilRamaphosa, para actuar comofacilitador da SADC paraLesotho.

Ramaphosa será apoiadopelo Secretariado da SADC euma equipe de especialistas dosEstados Membris da Troika parafacilitar a restauração daestabilidade política e dasegurança no Lesotho, a curto elongo prazo.

Os Membros da Troika sãoZimbabwe (presidente SADC),

P A Z & S E G U R A N Ç A

Apoio para a reivindicação das Maurícias sobre oArquipélago de Chagos

eleições antecipadas", lê-se emparte do comunicado divulgadopela dupla Troika.

"Para este efeito o Governode Coligação irá trabalhar emconjunto com o facilitador paraenfrentar todos os desafiospolíticos e de segurança, empreparação para as eleiçõesantecipadas."

Os líderes da coligaçãoconcordaram em antecipar adata das eleições de 2017 para adata a ser acordada apósconsultas com outros actorespolíticos.

A mais recente crise políticano Lesotho teria sido iniciadaquando Thabane, que enfrentaum voto de não confiança,suspendeu o Parlamento emJunho.

Outra razão citada para omais recente conflito foi adecisão de Thabane de demitiro Comandante da Força deDefesa do Lesotho, KennedyTlali Kamoli, substituindo-o porMaaparankoe Mahao.

O Lesotho tem uma longahistória de confronto interno,que remonta desde aindependência, em Outubro de1966, quando o país era umailha rodeada por um mar deapartheid da África do Sul.

Muitos dos conflitosrequereram intervençãoregional, a SADC e a Cimeira daDupla Troika "elogiaram todosos Estados-Membros enviaramou se comprometeram a enviaragentes para o Lesotho," paraconter a actual situação.

A Cimeira da Dupla Troikatambém contou com a RepúblicaDemocrática do Congo e aRepública Unida da Tanzânia,bem como a Secretária Executivada SADC, Dra. StergomenaLawrence Tax. r

Botswana (vice-presidente) eMalawi (presidente cessante).Os outros são a África do Sul(presidente do Órgão Político deDefesa e Segurança), Lesotho(vice) e Namíbia (presidentecessante).

"Cimeira exortou os líderesdo Governo de coligação paratrabalhar em conjunto paraimplementar as declarações deWindhoek e Pretória como umaquestão de urgência, emespecial, o levantamento daextensão da competência doParlamento no prazo acordado,durante o qual o foco deve sercolocado na preparação das

incluindo Diego Garcia, fazparte integrante do território dailhas Maurícias a luz da lei dasilhas Maurícias e do direitointernacional.

Há um forte corpo de leis ede opinião internacional queapoia esta posição, mas o ReinoUnido considera Diego Garciacomo estratégico para otransporte e segurança, além dearrendar parte da ilha para oexército dos Estados Unidos.

A Constituição dasMaurícias afirma que as ilhasMaurícias incluem Maurícias,Rodrigues, Agalega, Cargados,Carajos e o Arquipélago de

SADC medeia conflito político no Lesotho

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E L E I Ç Õ E S

O P R E S I D E N T E d eMoçambique, ArmandoGuebuza, e o líder da Renamo,Afonso Dhlakama, assinaramum acordo para o fim dashostilidades iniciadas pelaRenamo há dois anos no centrodo País.

O acordo de paz foi assinadoa 05 de Setembro na capitalMaputo, numa cerimóniatestemunhada por Ministros,membros da Assembleia daRepública, incluindo da Frelimoe da Renamo, e diplomatasacreditados em Moçambique.

O acordo é composto porquatro documentos, cobrindoum acordo sobre a cessação dashostilidades entre a Renamo e as

forças do governo; ummemorando de entendimentoentre a Renamo e o governo; umdocumento destacando ostermos de referência para os

observadores internacionais queirão monitorar a cessação dashostilidades; e a integração deguerrilheiros da Renamo napolícia e no exército.

durante um segundo mandato",disse Khama, no prefácio domanifesto do BDP.

"A vossa confiança noPartido Democrático doBotswana não mudou nasúltimas cinco décadas e por issosomos gratos por vocês."

A corrida para as eleições foimarcada pela morte de um líderda oposição, GomolemoMotswaledi, do Movimentopara a Democracia Botswana(BMD) que morreu numacidente de carro em Agosto,facto que oposição consideraque tal ocorreu emcircunstâncias estranhas.

No entanto, a políciadescartou tratar-se de um crime,dizendo que as "investigaçõesrevelam que a morte deMotswaledi foi em resultado deum acidente de viação que nadatem a ver com qualquer crime."

O Botswana usa o Sistema dePluralidade em CírculoUninominal para a eleição dosmembros do Parlamento. Osmembros do parlamento eleitos,agem depois como um colégioeleitoral para escolher opresidente.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

Pelo menos 824.073 eleitoresregistaram-se para votar numuniverso populacional estimadoem 1,4 milhões de eleitores.

Destes, 389.870 (quase 50 porcento) são jovens, o que significaque os jovens terão umaimportante palavra a dizer emquem irá emergir como ovencedor.

Vários partidos políticos ecandidatos independentespoderão participar no processo.Nas últimas eleições, realizadasem 2009, sete partidos e 15candidatos independentesparticiparam nas eleições, emque o BDP ganhou 45 dos 57assentos eleitos.

O Parlamento Botswana tem63 lugares, dos quais 57 sãopreenchidos através de votaçãodirecta. Há quatro assentosreservados para o partidomaioritário no Parlamento, oPresidente e o Procurador-Geraltem assento garantido. r

"A assinatura do acordo trazlegítimas esperanças para osmoçambicanos a ter uma melhorvida. O nosso povo espera quetodos os actores políticosrespeitem a Constituição, etambém espera que todas asliberdades e os progressos quetêm desfrutado possamcontinuar ", disse Guebuza nacerimónia de assinatura.

Dhlakama, que voltou aMaputo em 04 de Setembro,depois de viver em parte incertano centro de Moçambique pormais de um ano, disse queestava feliz por ter assinado oacordo, o que lhe permitiráparticipar nas próximas eleiçõesmarcadas para 15 de Outubro.

A campanha eleitoral, noqual ele é um candidatopresidencial, já começou.Guebuza não contesta estaeleição como ele estácompletando seu segundomandato de cinco anos comopresidente, de acordo com aConstituição.

"O acordo assinado hojecobre as principaisreivindicações da Renamo, queincluem a lei eleitoral. Elaassegura a transparência nosprocessos eleitorais", disseDhlakama.

O regresso de Dhlakamapara Maputo e para o encontrocom o Presidente moçambicano,foi um esforço internacional,que envolveu os embaixadoresda Itália, Portugal, EstadosUnidos, bem como Altos-comissários do Botswana eGrã-Bretanha.

O partido Frelimo, de queGuebuza é presidente, serárepresentado por Filipe Nyussicomo seu candidatopresidencial nas próximaseleições. Nyussi foi Ministro daDefesa.

Outro concorrente naseleições é o MovimentoDemocrático de Moçambiqueliderado pelo presidente doMunicípio de Beira, DavizSimango, que se separou daRenamo em 2009. r

Acordo de paz antes das eleições em Moçambique

Eleições no Botswana marcadas para 24de Outubro

O Presidente Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama,assinaram o recente acordo de paz.

O PRESIDENTE do Botswana,Ian Khama, marcou o 24 deOutubro como a data para aseleições nacionais, que deverãoser muito disputadas.

Vários partidos de oposiçãoformaram uma aliança com opartido Mudança Democrática,liderado por Boko Duma.

De acordo com analistas, estaé a mais poderosa coligação queparticipa nas eleições do paísdesde a independência em 1966. No entanto, o partido no poder,Partido Democrático doBotswana (BDP), liderado porKhama, está confiante de quesairá mais uma vez vitorioso.

"Continuamos a ser o únicopartido", e "Continuamos omaior partido do Botswana" sãoalgumas das frases decampanha utilizadas pelo BDPno seu Portal.

Khama também estáanimado com o apoio que o seupartido tem recebido nosúltimos anos, portanto, dai acerteza de ser reeleito.

"Camaradas e compatriotas,mais uma vez venho pedir, comhumildade, o vosso voto paraliderar esta pátria amada

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14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2014

C O M É R C I O

O COMÉRCIO intra-SADC está a au-mentar e estima-se que subiu para maisde 58 biliões de dólares norte-americanosdesde 2012, contra os cerca de 13,8 biliõesde dólares norte-americanos em 2000, deacordo com o Secretariado da SADC.

No entanto, esses números referem-se apenas aos 12 países que pertencem àZona de Comércio Livre da SADC. An-gola, República Democrática do Congoe as Seychelles ainda não são membrosda ACL.

Quando todos os 15 Estados Mem-bros da SADC forem inclusos, osnúmeros mostram que o comércio intra-regional aumentou mais de quatrovezes a partir de cerca de 14 biliões de

dólares norte-americanos, no ano 2000,para mais de 66 biliões de dólares norte-americanos, em 2012.

África do Sul é o maior parceiro com-ercial na região da SADC. Por exemplo,as exportações totais para a região sãoestimadas em 40 por cento do comérciointra-regional. Outros países grandesexportadores incluem Angola, Zâmbia eZimbabwe.

Em termos de importações, oBotswana é o importador líder regional,juntamente com outros três membrosmenores da União Aduaneira da ÁfricaAustral (SACU) - Lesotho, Namíbia eSwazilândia. África do Sul é o quinto emaior membro da SACU. r

Se isso acontecer, o comércio intra-regional deverá aumentar de formaacentuada e vai aprofundar a integraçãoregional através da melhoria dos fluxosde investimento e aumento daconcorrência.

Na verdade, este acordo vai criaruma população combinada de cerca de600 milhões de pessoas que cobremmetade dos Estados membros da UniãoAfricana (UA), e um Produto InternoBruto de cerca de 1 trilião de dólaresnorte-americanos.

A Director do Comércio, Indústria,Finanças e Investimento da SADC,Boitumelo Gofhamodimo, disse durantea 34ª Cimeira de Chefes de Estado e deGoverno da SADC, realizada emAgosto, em Victoria Falls, Zimbabwe,que a região está pronta para a criaçãoda ACL tripartida.

"Além de oferecer um mercado maior,o acordo de comércio tripartido é muitoimportante, pois permite que os países daÁfrica Oriental e Austral harmonizem assuas políticas comerciais", disse ela.

"Esperamos concluir as negociaçõesaté o final do ano", disse Gofhamodimo,acrescentando que as negociaçõestinham sido adiadas por umacombinação de factores, incluindo alimitação de recursos financeiros.

"Como a SADC, eu acredito que nósestamos prontos para o arranjo tripartido.É um arranjo que é muito importantepara impulsionar o comércio e oaprofundamento da integração. "

As negociações em curso estão a serseguidas atentamente pela UA uma vezque as outras comunidades económicasregionais no continente queremaprender com esta experiência.

A visão da África de longa data desde1963 na formação da Organização deUnidade Africano (OUA) - precursorpara a UA - tem sido a de ter umcontinente unido e integrado.

Nos termos do Tratado daComunidade Económica Africanaassinado em 1991, a África tem comoobjectivo estabelecer uma ACL em todo ocontinente e o acordo comercialCOMESA-EAC-SADC proposto éconsiderado como um dos blocos deconstrução para o objectivo continental.

Portanto, uma vez operacional, aproposta ACL Tripartida será utilizadacomo referência para o aprofundamentoda integração regional e continental emÁfrica.

De acordo com um roteiro adoptadoem Junho de 2011, as negociações para aACL Tripartida seriam realizadas em trêsfases distintas.

Até o momento, o Fórum deNegociação Tripartida (TTNF) concluiu afase de preparação que envolveu a trocade informações relevantes, incluindo astarifas nacionais aplicadas e dados decomércio e medidas.

Esta fase visou a garantir a adopçãodos termos de referência e as regras deprocedimento para a criação do TTNF.

Os negociadores tripartidos já estãoconcluindo a primeira fase, que abrangeas principais componentes da ACL, comoa liberalização das tarifas, regras deorigem, procedimentos aduaneiros esimplificação da documentaçãoaduaneira, procedimentos de trânsito,barreiras não-tarifárias, defesa comerciale outras barreiras técnicas ao comércio eresolução de conflitos.

Facilitar a circulação de pessoas denegócios na região está sendo negociadoem paralelo com a primeira fase.

A segunda fase, a última fase dasnegociações, está prevista para começarem breve e irá abranger o comércio deserviços e questões relacionadas com ocomércio, tais como direitos depropriedade intelectual, política deconcorrência e desenvolvimento docomércio e da competitividade.

De acordo com o roteiro, todas asnegociações devem ser concluídas dentrode 36 meses. A partir daí, COMESA-EAC-SADC poderão lançar uma única ACLem 2016, com base nos acordos de livrecomércio que já estão em vigor.

O lançamento final da ACL alargadairá resultar na coligação de três sub-regiões numa única ACL com o objectivode estabelecer uma União Aduaneiraúnica num futuro próximo. r

SADC pronta para criar o maior mercado integrado de África

Aumenta comércio intra-SADC

SADCCOMESAEAC

por Kizito Sikuka

A ÁFRICA Austral tem o compromissode concluir as negociações paraestabelecer uma Área de Comércio LivreTripartida que irá abranger 26 Países daÁfrica Oriental e Austral.

O Área de Comércio Livre Tripartida,conhecido como a Grande ACL, envolvetrês comunidades económicas regionais- o Mercado Comum da África Orientale Austral (COMESA), Comunidade dosEstados da África Oriental (EAC) e aSADC.

De acordo com um roteirodesenvolvido pela COMESA-EAC-SADC, a Grande ACL está previsto paraentrar em vigor em 2016.

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Outubro-DezembroOutubro 8-10, Namíbia 3ª Conferência Global sobre os Grandes Ecossistemas Marinhos

Reunindo líderes internacionais em gestão baseada nos ecossistemas,a conferência tem como objectivo fornecer uma plataforma para ospaíses trocarem experiências em políticas de mitigação e adaptação,especialmente para os ecossistemas sob pressão das mudançasclimáticas.

15, Moçambique Eleições Gerais Os moçambicanos vão às urnas para escolher novos líderes dogoverno, incluindo o presidente e os membros da AssembleiaNacional para os próximos cinco anos, utilizando um sistemaeleitoral de representação proporcional com base em listaspartidárias. O Presidente em exercício, Armando Guebuza, nãoparticipa nas eleições depois de cumprir o seu segundo e últimomandato.

23-24, Indaba SolarÁfrica do Sul A conferência irá fornecer informações sobre os mecanismos

financeiros necessários para a energia solar oferecer uma amplasolução para a actual escassez de energia em África e nodesenvolvimento da infra-estrutura necessária para suportar umacadeia de abastecimento eficaz entre produtores independentes eredes nacionais / regionais.

24, Botswana Eleições Gerais Os deputados e representantes do governo local serão eleitos a 24de Outubro, usando o Sistema de Pluralidade em CírculoUninominal, ou "first-past-the-post". O parlamento eleito em seguida,senta-se como um colégio eleitoral para escolher um presidente quevai ocupar o cargo por cinco anos. A Câmara dos Chiefes, o Ntlo yaDikgosi, é um órgão consultivo do Parlamento.

31, Angola Reunião do Comité Executivo do SAPP O Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP) vaidiscutir a situação geral de energia na região na 37ª reunião do seucomité executivo. O SAPP é um organismo regional que coordena oplaneamento, produção, transmissão e comercialização de energiaeléctrica em nome de empresas eléctricas dos Estados-Membros daSADC.

Novembro1-3, Conferência Económica Africana 2014 Costa do Marfim A conferência irá proporcionar uma oportunidade única para os

pesquisadores, formuladores de políticas e especialistas emdesenvolvimento da África e de outras partes do mundo, paraexplorar abordagens existentes e quadros de geração deconhecimento da África, eficácia das suas instituições deconhecimento e inovação no desenvolvimento de habilidadesnecessárias, tecnologia e capacidade de inovação. O tema é"Inovação e Conhecimento para a Transformação de África".

17-19, Etiópia Cimeira Africana do Clima e Infra-Estruturas Resiliêntes A cimeira visa apresentar aos representantes dos Estados membrosda União Africana soluções práticas e cooperação técnica do sectorprivado, provedores de tecnologia, consultorias e fornecedores deserviços. Isso pode ajudar o continente a se preparar para enfrentaros desafios das mudanças climáticas e o seu impacto nas áreas deinfra-estruturas de energia, TIC, edifícios, água e agricultura esegurança alimentar.

29, Namíbia Eleições Gerais Os Namibianos vão às urnas no dia 29 de Novembro paraescolher os líderes do governo, incluindo o presidente, deputadose representantes do governo local para os próximos cinco anos.Presidente em exercício, Hifikepunye Pohamba, não participa naseleições depois de cumprir o seu segundo e último mandato.

Dezembro1-12, Peru COP 20

A 20ª Conferência das Partes (COP 20) da Convenção-Quadrodas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas vai se reunir noPeru para continuar as negociações em direcção a um consensoglobal para lidar com os impactos das mudanças climáticas.Enquanto um progresso significativo foi feito no sentido de umacordo vinculativo, profundas divisões continuam no caminho aseguir, especialmente em questões como os níveis de emissão decarbono, o financiamento do clima, tecnologia e capacidade deadaptação e gestão de riscos.

E V E N T O S

SADC HOJE Vol 16 No 6 Outubro 2014

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

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ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social eoutras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Anisha Madanhi, Anesu Ngadya

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pelaÁustria.

© SADC, SARDC, 2014

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COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

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O REINO do Lesotho é um pequeno reinomontanhoso encravado, completamenterodeado pela África do Sul, que chegou a suaindependência a 4 de Outubro de 1966.Conhecido como o Reino do Céu ou o telhadoda África, é o único estado independente domundo que está inteiramente acima de 1.000metros de altitude, com a maior parte do paísdeitado acima de 1.800 metros. Esta foi a fortalezado líder visionário, Rei guerreiro e diplomata,Moshoeshoe I (1786-1870), que fez alianças comclãs e tribos dos povos do sul Sotho que foramdeslocados de uma grande área de influência da

expansão do Reino Zulu e procurou refúgio em asmontanhas. Moshoeshoe I ofereceu refúgio,movendo-se com o seu povo para um lugar maistarde chamado Thaba Bosiu, "montanha da noite",porque acreditava-se crescer durante a noite eencolher durante o dia. Ele provou ser umafortaleza intransponível contra os inimigos, e seupoder e influência cresceu, já que ele ofereceuterras para inimigos derrotados para cultivar egrupos díspares forjados em uma nação. O reiapelou aos britânicos para a protecção contra osfazendeiros holandeses (boers) e a área foi colocadasob protecção britânica Março 1868. Quando elemorreu, em 1870, o protectorado foi anexado àColónia do Cabo, e assim começou a longa lutaBasotho para recuperar a sua independência,alcançada em 1966 sob Constantino Bereng Seeiso,que adoptou o nome do seu ancestral como o ReiMoshoeshoe II.

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCOutubro-Dezembro 2014

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

A ZÂMBIA vai comemorar 50anos de independência, umagitado meio século caracterizadopela dedicação altruísta para alibertação da África Austral. A luta pela independência daZâmbia começou na década de1940, quando os trabalhadores africanos, irritados com arecusa do governo colonial a conceder-lhes o direito à livre associação sindicaldecidiram formar a Federação de Sociedades de Bem-Estar. A federação foi transformada em um partido político, o Congresso da Rodésia doNorte, que foi alterada em 1951 para o Congresso da Rodésia Nacional do NorteAfricano (ANC), liderada por Harry Nkumbula. O nascimento de um grupo dissidente, liderado por um professor chamadoKenneth David Kaunda, elevou o ambiente político na colónia britânica. O Congresso foi proibido em 1959 e Kaunda foi metido na prisão. Após a sualiberação no mesmo ano, os seus simpatizantes formaram o Partido Unido daIndependência Nacional (UNIP), colocando Kaunda como seu líder. O UNIP assumiu um papel de liderança na oposição a Federação da Rodésia eNiassalândia, que havia sido formada em 1953 através da fusão da Rodésia doNorte (actual Zâmbia), Rodésia do Sul (actual Zimbábue) e Niassalândia (actualMalawi). Protesto prolongado contra a Federação forçaram o governo britânico a introduziruma constituição para a Rodésia do Norte, permitindo uma maioria Africana noParlamento. A Federação foi dissolvida em Dezembro de 1963, para o deleite da maioriaAfricana em todos os três países. O UNIP participou nas eleições que se seguiram em Janeiro de 1964, ganhando 55assentos contra 10 do ANC da Rodésia do Norte. O Partido Nacional Progressistaganhou todos os 10 assentos reservados para os brancos. A Zâmbia alcançou a independência a 24 de Outubro de 1964, com Kaunda eleitocomo Primeiro-Ministro, e mais tarde no mesmo ano como Presidente, quando o Paísse tornou uma República. Na altura da independência, apesar de sua riqueza mineral considerável, a Zâmbiaenfrentou grandes desafios, uma vez que a economia era em grande parte dependentede especialistas estrangeiros. No entanto, o mais significativo desafio era o facto da maioria dos vizinhos daZâmbia ainda serem colónias ou estarem sob o domínio da minoria branca. Como resultado, o governo da Zâmbia apoiou movimentos de libertação deMoçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe, fornecendo bases de retaguarda,abrigo e apoio. O governo do UNIP fez uma forte posição contra o governo liderado pelocolonialismo na Rodésia do Sul, que declarou a independência unilateral e ilegal daGrã-Bretanha em 1965. O Dr. Kenneth Kaunda figura entre os líderes honrados pela SADC pela sua imensacontribuição para a libertação do país e da região. Kaunda, o único líder entre os cinco que ainda está vivo, mais tarde foihomenageado pelo Zimbabwe pela sua "excepcional força de vontade, dedicaçãoaltruísta, a liderança revolucionária e excepcional contribuição durante longa e árdualuta do Zimbabwe para a igualdade, a justiça e a auto-determinação". r

1 Outubro Feriado Público Botswana4 Outubro Dia da Paz e Reconciliação Moçambique4 Outubro Dia da Independência Lesotho14 Outubro Dia do Mwalimu Julius Nyerere Tanzânia15 Outubro Dia da Mãe Malawi15 Outubro Eleições Gerais Moçambique24 Outubro Eleições Gerais Botswana24 Outubro Dia da Independência Zâmbia

1 Novembro Dia de Todos os Santos Madagáscar, Maurícias, Seychelles

2 Novembro Dia da Lembrança Angola11 Novembro Dia da Independência Nacional Angola29 Novembro Eleições Gerais Namíbia

1 Dezembro Dia de Incwala Swazilândia8 Dezembro Imaculada Conceição Seychelles9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos Direitos

Humanos Namíbia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe25 Dezembro Natal Toda SADC excepto

Angola e MoçambiqueDia da Família Angola, Moçambique

26 Dezembro Dia da Boa Vontade África do SulDia da Família Namíbia Dia do Boxe Botswana, Lesotho, Swazilândia

Tanzânia, Zimbabwe

H I S T Ó R I A H O J E

1964 - 2014

Rei Moshoeshoe II,leader da nação Basotho

independente em 1966

Rei Moshoeshoe I,fundador da Nação Basothoem 1860

Presidentes fundadores da Tanzânia e Zâmbia, MwalimuJulius Nyerere (a esquerda) e Dr. Kenneth Kaunda (a direita)

Zâmbia celebra Jubileu de Ouro