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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-60 ADENILSON VIANA NERY-109, 134, 135, 136, 137, 149, 40, 5, 52, 58, 61, 62 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-11, 59 ADRIANA ALVES DA COSTA-51 ADRIANA ZANDONADE-213 ALAN ROVETTA DA SILVA-11, 59 ALECIO JOCIMAR FAVARO-55 Aleksandro Honrado Vieira-180 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-108, 78 ANA IZABEL VIANA GONSALVES-191 ANA MERCEDES MILANEZ-184, 43 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-32, 35 ANA PAULA CESAR-50, 56 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-109, 136, 138, 5, 52, 54, 58, 61, 9 ANDRÉ DIAS IRIGON-186 ANDRE MIRANDA VICOSA-19 ANDREA M. SANTOS SANTANA-142, 143, 72 ANILSON BOLSANELO-189 ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-147 ARMANDO VEIGA-57, 73 ATHOS CARLOS-172 BRENDA OLIVEIRA DAMASCENO-175 BRIAN CERRI GUZZO-55 BRUNO MIRANDA COSTA-101, 12, 159, 169, 184, 24, 87, 95, 96 BRUNO SANTOS ARRIGONI-148, 178, 21 CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-9 CARLOS BERKENBROCK-157, 158, 162, 28, 35, 36, 92, 98 Carolina Augusta da Rocha Rosado-19 CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-15, 82 CLEBER ALVES TUMOLI-69, 70 CLEBSON DA SILVEIRA-162, 17, 171, 41, 79, 89, 93 CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA-147 DANIEL ASSAD GALVÊAS-156, 161, 163, 164, 37 DANIELE PELA BACHETI-64 DAVID JORDÃO GONÇALVES-140 DENILSON CARLOS DOS SANTOS-13 DIOGO ASSAD BOECHAT-156, 161, 163, 164 EDGARD VALLE DE SOUZA-138, 20 EDILAMARA RANGEL GOMES-12 EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-180 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-72 EDUARDO SOARES CARARRA-55 EDUARDO VAGO DE OLIVEIRA-1 ELIETE BONI BITTENCOURT-44 ELINARA FERNANDES SOARES-74 ELIVALDO DE OLIVEIRA-170 ELZA AUXILIADORA LOSS DOS REIS-171 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-106 EMILENE ROVETTA DA SILVA-11, 59 ERANDI BARBOSA DE CASTRO-188 ERIKA SEIBEL PINTO-65 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-55, 60 ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI-67

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-60ADENILSON VIANA NERY-109, 134, 135, 136, 137, 149, 40, 5, 52, 58, 61, 62ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-11, 59ADRIANA ALVES DA COSTA-51ADRIANA ZANDONADE-213ALAN ROVETTA DA SILVA-11, 59ALECIO JOCIMAR FAVARO-55Aleksandro Honrado Vieira-180ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-108, 78ANA IZABEL VIANA GONSALVES-191ANA MERCEDES MILANEZ-184, 43ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-32, 35ANA PAULA CESAR-50, 56ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-109, 136, 138, 5, 52, 54, 58, 61, 9ANDRÉ DIAS IRIGON-186ANDRE MIRANDA VICOSA-19ANDREA M. SANTOS SANTANA-142, 143, 72ANILSON BOLSANELO-189ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-147ARMANDO VEIGA-57, 73ATHOS CARLOS-172BRENDA OLIVEIRA DAMASCENO-175BRIAN CERRI GUZZO-55BRUNO MIRANDA COSTA-101, 12, 159, 169, 184, 24, 87, 95, 96BRUNO SANTOS ARRIGONI-148, 178, 21CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-9CARLOS BERKENBROCK-157, 158, 162, 28, 35, 36, 92, 98Carolina Augusta da Rocha Rosado-19CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-15, 82CLEBER ALVES TUMOLI-69, 70CLEBSON DA SILVEIRA-162, 17, 171, 41, 79, 89, 93CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA-147DANIEL ASSAD GALVÊAS-156, 161, 163, 164, 37DANIELE PELA BACHETI-64DAVID JORDÃO GONÇALVES-140DENILSON CARLOS DOS SANTOS-13DIOGO ASSAD BOECHAT-156, 161, 163, 164EDGARD VALLE DE SOUZA-138, 20EDILAMARA RANGEL GOMES-12EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-180EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-72EDUARDO SOARES CARARRA-55EDUARDO VAGO DE OLIVEIRA-1ELIETE BONI BITTENCOURT-44ELINARA FERNANDES SOARES-74ELIVALDO DE OLIVEIRA-170ELZA AUXILIADORA LOSS DOS REIS-171ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-106EMILENE ROVETTA DA SILVA-11, 59ERANDI BARBOSA DE CASTRO-188ERIKA SEIBEL PINTO-65ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-55, 60ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI-67

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ESTEVÃO SANTIAGO PIZOL DA SILVA-108EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-183, 188EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-67FABRICIO CALEGARIO SENA-146FABRIZIO DE OLIVEIRA LEAO-175FELIPE ZANOTTI BRUMATTI-77, 79, 80, 83, 86, 87FERNANDA ANDRADE SANTANA-46FLAVIA AQUINO DOS SANTOS-64FRANCISCO MALTA FILHO-175FREDERICO AUGUSTO MACHADO-192, 81, 84GERALDO BENICIO-139GILMAR MARTINS NUNES-172GILMAR ZUMAK PASSOS-16GLAUBER ARRIVABENE ALVES-68GUSTAVO CABRAL VIEIRA-105, 29, 30, 73, 88GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-181, 208GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-165, 204HELTON TEIXEIRA RAMOS-194, 65HENRIQUE ROCHA FRAGA-71HENRIQUE SOARES MACEDO-148, 178, 21HIGNER MANSUR-66ILZA RODRIGUES DE SOUZA-186Isabela Boechat B. B. de Oliveira-160, 164, 36, 37, 64ISRAEL GOMES VINAGRE-18IVAN DE ALMEIDA FERREIRA JÚNIOR-194IVAN LINS STEIN-6IZAEL DE MELLO REZENDE-184, 43JAMILSON SERRANO PORFIRIO-17, 53JANETE NUNES PIMENTA RAMOS-23JOANA D'ARC BASTOS LEITE-107, 41, 85JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-192, 23, 39, 44, 77, 80, 81JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO-102, 103, 176, 96JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-104, 160, 32, 33, 48, 95JOSÉ CARLOS SOBRINHO-172JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES-10JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-34JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-26JOSÉ NASCIMENTO-10JOSE OLIVEIRA DE SOUZA-22JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA-102, 104, 6JULIANE BORLINI COUTINHO-139KARINA ACACIA DO PRADO-63KARLA CECILIA LUCIANO PINTO-176KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-168, 182KARLA RENATA GARCIA BRAZ-64KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA-65LARISSA FURTADO BAPTISTA-173Lauriane Real Cereza-4LEANDRO FIGUEIRA VAN DE KOKEN-140LEONARDO PIZZOL VINHA-142, 144, 183, 76LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-188LETÍCIA BITENCOURT PAVAN-64LIDIANE DA PENHA SEGAL-106LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-90LISLIE VALERIA CORDEIRO DUTRA-169LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-11, 150, 50

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LUCIANA VALVERDE MORETE-66Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-147, 3, 57LUIS GUSTAVO NARCISO GUIMARÃES-70LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS-55LUIZ CARLOS BARRETO-45, 88, 89LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-176LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA-156, 161, 163, 164MARCELA BRAVIN BASSETTO-38, 85, 98MARCELA REIS SILVA-179, 180, 193, 4, 56MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-190MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD-156, 161, 163, 164MARCELO MATEDI ALVES-142, 144, 183, 188, 76MARCIA DALCIN LEMOS-146MARCIA RIBEIRO PAIVA-13, 190, 21, 75MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO-100, 101, 105, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 31, 34, 38, 90, 91, 93, 94, 97, 99MARCOS ANTÔNIO GIACOMIN-140Marcos Figueredo Marçal-107, 156, 157, 48, 78, 82, 83MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-145, 166, 167, 71MARGARET BICALHO MACHADO-50, 56MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-190MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-51MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-145, 165, 166, 167, 168, 181, 182, 195, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204,MARIA ISABEL PONTINI-54MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-184, 43MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO-179MAYZA CARLA KRAUSE-69MEIRYELLE RIBEIRO LEITE-85NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-15, 66, 92NEIDE DEZANE MARIANI-144, 183OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-177, 74OSIAS ALVES PENHA-191, 2OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO-67PABLO CARETA-146Paulo Henrique Vaz Fidalgo-148, 149, 178, 63PEDRO INOCENCIO BINDA-1, 18PEDRO MOTA DUTRA-169, 75PRISCILLA FERREIRA DA COSTA-64Rafael Antônio Freitas-193RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS-156, 161, 163, 164RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO-42REGINA DE CASTRO BORGES ABREU-14RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-10, 185, 59RENATO RAMOS DE ASSUNÇÃO-67RODRIGO BARBOSA DE BARROS-200, 203, 212RODRIGO COSTA BUARQUE-139, 68RODRIGO L. PIGNATON COMETTI-8RODRIGO SALES DOS SANTOS-70RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-134, 135, 137, 14, 20, 40, 62ROGERIO SIMOES ALVES-194, 65ROMÁRIO ORTELAN NOGUEIRA-171RONALDO SANTOS COSTA-140ROSEMAR POGGIAN CATERINQUE CARDOZO-63ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-158, 163, 170, 42, 43, 45, 84Ruberlan Rodrigues Sabino-150SAMYRA CARNEIRO PERUCHI-71SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-184, 43

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SAYLES RODRIGO SCHUTZ-35, 92SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-189SELCO DALTO-70SELMA SEGATO VIEIRA-8SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-7SERGIO RIBEIRO PASSOS-173SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-187SIMÃO PERPÉTUO DE CASTRO PIRES-16SIMONE CRISTINA TOMÁS PIMENTA-6SIMONE FRINHANI NUNES-147SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-161, 172, 173, 174, 47, 86, 91SIRO DA COSTA-185SUZANA ALTOÉ MARINATO MESQUITA-8TAIS MARIA ZANONI-187, 49TAÍS MARIA ZANONI-47TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-141, 94THIAGO BATISTA BERNARDO GARCIA-174THIAGO COSTA BOLZANI-31, 99UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-140, 22, 25, 27, 28, 46, 49, 53, 8URBANO LEAL PEREIRA-10Valber Cruz Cereza-177, 3, 4vanessa ribeiro fogos-190VILMAR LOBO ABDALAH JR.-100, 103, 76VINICIUS DINIZ SANTANA-159Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-146, 7

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000215 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

03/11/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000841-55.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000841-1/01) MARIA APARECIDA NUNES DE AMARAL (ADVOGADO:EDUARDO VAGO DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDROINOCENCIO BINDA.).E M E N T A

LOAS. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.ARGUIÇÃO DE NULIDADE. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. SITUAÇÃO DEMISERABILIDADE NÃO COMPROVADA POR OUTROS MEIOS DE PROVA.

A recorrente arguiu a nulidade do processo por falta de prévia intimação do Ministério Público. O art. 82, I, do CPC prevêque o Ministério Público deve intervir nas causas em que há interesse de incapazes. Ocorre que não há prova de que aautora esteja incapacitada para os atos da vida civil. A concessão do benefício assistencial de prestação continuadapressupõe a inaptidão para o exercício de atividade que garanta a subsistência do cidadão, e não a incapacidade para osatos da vida civil.

A recorrente alegou que a sentença limitou-se a considerar que a renda per capita é superior a ¼ do salário mínimo, sem,contudo, aferir a existência de situação de miserabilidade por outros meios. Não assiste razão à recorrente. A sentençaexpressamente considerou que “o que determina a possibilidade de concessão do benefício assistencial é a condição demiserabilidade do pretendente; pouco importa se a renda per capita mensal é superior a ¼ do salário mínimo”.

A recorrente reside com o marido e um filho. O marido da recorrente aufere rendimento mensal no valor de R$ 1.200,00. Arecorrente alegou que possui gastos elevados com farmácia, alimentação, energia, água e gás. Porém, os gastos regularesdescritos no relatório social não superam o valor da renda auferida pelo marido. Ademais, a assistente social destacou quea medicação é toda adquirida pelo SUS. O relatório social, ilustrado por fotografias, revela tratar-se de família pobre, mas

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não comprova estado de miserabilidade.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

2 - 0006450-36.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006450-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) xFLAVIO TELES FILOGONIO.EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO – DANO MORAL –PROCURADOR FEDERAL – EXERCÍCIO DAADVOCACIA PRIVADA – DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE NEGADA –INCOMPATIBILIDADE COM O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA PRIVADA, AINDA QUE EM CAUSA PRÓPRIA – RECURSOPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

3 - 0002246-72.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002246-2/01) ORIALDO INACIO (ADVOGADO: Valber Cruz Cereza.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. RENDA PER CAPITA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DOESTATUTO DO IDOSO. RECURSO PROVIDO.

O valor da aposentadoria recebido pela mãe do recorrente não deve ser computado para efeito de cálculo da renda familiarper capita. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (estatuto do idoso). Assim como obenefício assistencial de prestação continuada concedido a membro da família com pelo menos 65 anos de idade, aaposentadoria com renda mínima recebida por membro da família com essa idade também não deve ser computada paraos fins do cálculo da renda familiar per capita. Enunciado nº 46 da turma recursal. Precedentes da TNU e do STJ.

Recurso provido. Deferida a antecipação de tutela.

Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº9.099/95). Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

4 - 0000312-45.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000312-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x AROLDO KOPPE (ADVOGADO: Lauriane Real Cereza, Valber Cruz Cereza.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0000312-45.2009.4.02.5051/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: AROLDO KOPPERELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRARELATOR DESIGNADO PARA ACÓRDÃO: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE LABORAL –MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAINTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fl. 78/80, que julgouparcialmente procedentes os pleitos autorais e determinou o restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Em razõesde recurso, o INSS alega que a perícia judicial conclui pela capacidade laborativa da parte, pelo que não resta autorizado odeferimento do benefício.

2. A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art.46, Lei 9.099/95).

3. Conforme laudo pericial de fls. 70/71, o autor foi considerado capaz para a realização das funções para as quais foireabilitado, embora o perito afirme que possua espondilodiscoartrose lombar com abaulamentos discais. Não obstante talconclusão, o laudo médico da perícia do INSS à fl. 55 noticia que o segurado foi “reabilitado para a função de servente comrestrição [d]e erguimento de peso acima de 10% do peso corporal, subir e descer escadas e rampas continuamente, eortostase estática em grau médio e máximo”(grifos nossos).

4. Tendo em vista a grande limitação funcional do autor, ainda que tenha sido formalmente considerado “reabilitado”, énecessário analisar a hipótese a partir de uma visão concreta dos fatos. A função de servente, consabidamente, exige dotrabalhador permanente esforço físico e constante carregamento de pesos, pelo que se revela incoerente qualquerentendimento que viesse a considerar habilitado para tal função um indivíduo que se encontra com inúmeras limitaçõesfísicas, como é o caso do autor. Desse modo, entendo que o recorrido encontra-se, ao menos neste momento, incapazpara o labor.

5. Finalmente, frise-se que, no caso sob apreço, o autor esteve em gozo de auxílio-doença até 15/10/2008 (fl. 43), e aperícia que reafirmou suas restrições físicas foi realizada em 31.07.2009 (fls. 70/71). Nesse passo, quando caracterizada aincapacidade laborativa, a parte ainda não havia perdido a condição de segurado, porquanto não transcorridos doze mesesda data de cessação do benefício por incapacidade (art. 13, II, do Decreto n.º 3.048/99). Logo, confirmada a qualidade desegurado do regime de previdência social e caracterizada situação de incapacidade laborativa sem contornos dedefinitividade, faz jus o recorrido ao benefício de auxílio-doença, nos termos fixados na sentença de origem.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96) e semhonorários.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por maioria, CONHECER DO RECURSO e, nomérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

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5 - 0000723-22.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000723-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JOSE VIEIRA MERELES (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORATIVA CONSOLIDADA ANTES DA PERDA DAQUALIDADE DE SEGURADO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a pagar o auxílio-doença desde a data dorequerimento administrativo, 22/9/2008, até 25/1/2010, bem como a converter o benefício em aposentadoria por invalidez,com DIB em 26/1/2010.

O último vínculo empregatício do recorrido findou-se em 12/5/2006. A sentença considerou que o período de graçaestendeu-se por 24 meses, nos termos do art. 15, § 1º, da Lei nº 8.213/91. Assim, o recorrido manteve a qualidade desegurado até 16/7/2008. O recorrente alegou que, na data do requerimento administrativo, em 22/9/2008, o recorrido já nãomais detinha a qualidade de segurado.

O perito do juízo atestou que a doença incapacitante consolidou-se em 2006 (quesito 3, fl. 34), sem, todavia, especificar adata de início da incapacidade. Por outro lado, o atestado de médico assistente subscrito em 17/7/2008 contém diagnósticoconvergente com o laudo pericial e encaminha o recorrido à perícia médica (fl. 8). Tratando-se de doença degenerativa econsiderando que o médico assistente sugeriu avaliação da perícia médica para concessão de benefício previdenciário, éverossímil que o recorrido já estivesse incapacitado para o trabalho antes de 16/7/2008. Assim, quando a inaptidão laboralconsolidou-se, o recorrido ainda mantinha a qualidade de segurado.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

6 - 0003847-19.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003847-3/01) NEYDE TIMM BRAUN (ADVOGADO: SIMONE CRISTINATOMÁS PIMENTA, IVAN LINS STEIN.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉVICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. CARÊNCIA COMPLETADA APÓS A DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença. Considerou que a carênciapara a concessão do auxílio-doença foi preenchida após a data de início da incapacidade.

A recorrida voltou a filiar-se ao RGPS em 14/6/2006, quando recolheu tempestivamente a contribuição referente àcompetência maio/2006. Em 16/2/2007, recolheu, de uma só vez, as contribuições referentes às competências dejunho/2006 a janeiro/2007. Devem ser consideradas, para efeito de carência, as contribuições previdenciárias recolhidascom atraso, desde que posteriores à primeira paga sem atraso e desde que este atraso não importe em nova perda dacondição de segurado. (PEDILEF nº 2007.72.50.000092-0/SC, Rel. Juiz Fed. Derivaldo de F. B. Filho, DJ 09.02.2009).

A partir da competência fevereiro/2007, a recorrente permaneceu recolhendo as contribuições previdenciárias regularmente(fl. 48). A perícia administrativa do INSS fixou a data de início da incapacidade em 1º/1/2007 (fl. 51), quando a recorridaainda havia recolhido apenas uma contribuição mensal após a nova filiação.

A lei proíbe a concessão de benefício se a DII for fixada antes da filiação ao RGPS. Entretanto, a lei não exige que acarência do benefício seja completada antes da DII. Se a DII for posterior à filiação, mas o segurado não tiver recolhidocontribuições em número suficiente para cumprir a carência, pode complementar as contribuições faltantes, desde que nãosejam antecipadas. “Interessante observar que o art. 24, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91, nada diz sobre a necessidadede completar um terço do período de carência antes da incapacidade, mas sim da necessidade da incapacidade tomarlugar após a filiação, sob pena de fraude ao sistema previdenciário (art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91 e art. 71, §1º, RPS). Daí, estando a data de início da incapacidade (DII) em período posterior à nova filiação do segurado, devera ser

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lícito a este recolher o período faltante, mesmo na qualidade de facultativo, e obter a prestação previdenciária devida, nocaso, o auxílio-doença. Somente quando a DII é fixada em data anterior à nova filiação, é que o benefício não poderia serconcedido.” (IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Ed. Impetus. p. 567).

Na data de início da incapacidade, em 1º/1/2007, a recorrente já havia recuperado a qualidade de segurada da previdênciasocial. E na data do requerimento administrativo, em 21/5/2008, já havia cumprido a carência necessária à concessão dobenefício.

Cabe antecipar os efeitos da tutela. O risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias. O sustento da recorrente depende do imediato pagamento das prestações vincendas.

Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder o auxílio-doença NB 530.403.509-3 com efeitosretroativos à data do requerimento administrativo. Até 30/06/2009, a correção monetária segue a tabela de precatórios dajustiça federal, e os juros moratórios seguem a taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito decorreção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à cadernetade poupança.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencidofosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

7 - 0001897-35.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001897-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x JOSÉ CARLOS MARCON (ADVOGADO: SERGIO DE LIMAFREITAS JUNIOR.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. PRESUNÇÃO DE INEXISTÊNCIA DESOLUÇÃO DE CONTINUIDADE DA INCAPACIDADE LABORATIVA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a restabelecer o auxílio-doença desde a data docancelamento administrativo, 13/8/2009, até 15/9/2010, bem como a converter o benefício em aposentadoria por invalidez,com DIB em 16/9/2010. O INSS alegou que não existe prova da existência de incapacidade laborativa antes da períciajudicial, ou seja, entre 13/8/2009 e 15/9/2010.

O perito do juízo eximiu-se de precisar a data de início da incapacidade laborativa. Não obstante, no Processo nº2008.50.51.000348-0, o perito do juízo havia diagnosticado a mesma patologia (neurocisticercose cerebral) constatada nocurso do presente processo e também concluiu pela incapacidade temporária multiprofissional (fls. 140/141). Ao contráriodo que arguiu o recorrente, o perito não atestou a possibilidade de recuperação da capacidade laborativa no prazo de seismeses, mas, sim, atestou que o recorrido deveria ser novamente avaliado por neurologista naquele prazo, a fim de verificara possibilidade de novo tratamento.

Na perícia médica realizada no presente processo, o perito atestou que as sequelas da doença são irreversíveis, sendo otratamento apenas sintomático (quesito “h”, fl. 190). Se o recorrido estava incapacitado tanto na época da cessação doauxílio-doença quanto na época do exame pericial judicial em decorrência da mesma patologia incapacitante, econsiderando tratar-se de doença com sequelas irreversíveis, é admissível presumir que o estado de incapacidade laboraltenha persistido nesse ínterim sem solução de continuidade. O art. 335 do CPC admite o emprego da presunção hominis naformação do livre convencimento do juiz, na medida em que o autoriza a fazer uso das ‘máximas da experiência’. Assim, asentença agiu corretamente ao determinar o restabelecimento do auxílio-doença com efeitos retroativos à data da cessaçãodo pagamento.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

8 - 0000650-13.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000650-8/01) WALTER NUNES CORREA (ADVOGADO: SUZANA ALTOÉMARINATO MESQUITA, RODRIGO L. PIGNATON COMETTI, SELMA SEGATO VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. ADMISSIBILIDADE DE ATESTADO MÉDICOCOMO FONTE DE PROVA COMPLEMENTAR.

A sentença condenou o INSS a conceder auxílio-doença com DIB em 6/2/2010, data da cirurgia. O recorrente pediu areforma da sentença para que a DIB seja fixada em 20/7/2007, data de cessação do benefício anterior.

A médica designada perita do juízo constatou que o autor submeteu-se a cirurgia para correção de hérnia de disco em6/2/2010. Fundamentou a conclusão pela incapacidade para o trabalho precipuamente no fato de o recorrente encontrar-seem período pós-operatório. Não foi analisada a situação clínica anterior à intervenção cirúrgica.

Não há nenhum atestado médico ou laudo de exame complementar contemporâneo à data da cessação do benefício, em20/7/2007. O documento mais antigo que demonstra estado incapacitante é o laudo de médico assistente datado de1º/7/2009, que confirmava a necessidade do tratamento cirúrgico que viria a se realizar em 6/2/2010 e que atestavafundamentadamente a incapacidade para o trabalho (fl. 26). São admissíveis como fonte de prova complementar osatestados de médico assistente que revelem dados convergentes com o laudo pericial. Entre 20/7/2007, data de cessaçãodo benefício, e 30/6/2009, não há prova de que a inaptidão laboral tenha persistido sem solução de continuidade.

O recorrente formulou novo requerimento administrativo de auxílio-doença em 1º/7/2009 (fl. 32). O atestado médico datadode 20/7/2009, convergente com o laudo pericial judicial, permite inferir que a incapacidade para o trabalho já estavaestabelecida na data de entrada do requerimento administrativo.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença e fixar a DIB do auxílio-doença em 1º/7/2009. Compensam-se oshonorários advocatícios ante a sucumbência recíproca (art. 21 do CPC). Sem custas.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

9 - 0000183-37.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000183-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x SERGIO PAULO PENITENTE (ADVOGADO:CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 2009.50.52.000183-6/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: SERGIO PAULO PENITENTERELATOR: JUIZ FEDERAL ROGERIO MOREIRA ALVESRELATOR DESIGNADO PARA ACÓRDÃO: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. HÉRNIA DE DISCO. FUNÇÃO DE MOTORISTA.ANÁLISE SISTEMÁTICA DOS ELEMENTOS DE PROVA DOS AUTOS. INCAPACIDADE RECONHECIDA. DIB. FIXAÇÃONA DATA DA SUSPENSÃO ADMINISTRATIVA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA

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ALTERADA EM PORMENOR.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 55/57, que julgouprocedente o pleito autoral e condenou a autarquia previdenciária ao restabelecimento do beneficio previdenciário deauxílio-doença, desde a data da cessação administrativa. Em razões de recurso, o ente previdenciário alega, em brevesíntese, que não restou demonstrada nos autos a incapacidade laborativa da parte, circunstância que obsta a reimplantaçãodo benefício em seu favor. Sem contrarrazões.

2. O laudo pericial do juízo (fls. 46/48) atesta que o recorrido é portador de hérnia discal em L4 e S1. Apesar de taldiagnóstico, contudo, o perito assevera que o periciado possui aptidão física para exercer suas atividades habituais.

3. É sabido que o juiz não está, de modo algum, vinculado às conclusões do laudo pericial (art. 436 do CPC), podendoutilizar-se de outros elementos de prova produzidos nos autos para formar sua convicção. Desse modo, embora o peritoregistre, em seu parecer, que o paciente não apresentou limitações que possam causar incapacidade para o trabalho, ousodiscordar dessa conclusão, por considerar que o desempenho regular da função de motorista fica comprometido em razãodas dores crônicas que acometem a coluna lombar da parte, as quais, segundo laudo de fl. 10, podem irradiar para omembro inferior direito com parestesia e anestesia, circunstância que, inclusive, pode gerar situação de risco à coletividade,já que compromete a destreza exigida na tarefa de direção veicular. Após estas ponderações e considerando os laudosmédicos particulares anexados aos autos, estou convencido de que, em decorrência da enfermidade que o acomete, aparte recorrida encontra-se impossibilitada de exercer sua atividade profissional habitual.

4. Finalmente, registre-se que o restabelecimento do benefício somente deve ser efetivado a partir da suspensãoadministrativa, não cabendo o pagamento em duplicidade de competências já quitadas. Assim, se o benefício deixou de serpago em 15.04.2009 (fl.65), apenas serão devidos os atrasados apurados a partir dessa data. Apenas nesse pormenor,merece provimento o recurso do INSS.

5. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença alterada em pormenor.

6. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, nos termos do art. 55, caput, da Lei n. 9.099/95 c/c art. 21,parágrafo único, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por maioria, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, DAR-LHE PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

10 - 0001597-10.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001597-4/01) FLAUZINA SILVA ALVES (ADVOGADO: URBANO LEALPEREIRA, JOSÉ NASCIMENTO, JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA DESEMPENHO DA ATIVIDADE HABITUAL NÃOCOMPROVADA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE.

O médico designado perito do juízo diagnosticou hipertensão arterial, espondilodiscoartrose em coluna lombar e calo ósseopor fratura de tornozelo esquerdo. Atestou que há incapacidade para o desempenho de atividades que exijam esforço físicointenso ou moderado, mas expressamente descartou a inaptidão para a atividade habitual de costureira. A única limitaçãofuncional confirmada não é incompatível com a atividade habitual da recorrente.

O fato de o perito diagnosticar as doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta

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no laudo pericial.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

11 - 0002168-44.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002168-1/01) SEBASTIANA ROSA (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRADA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RISCO DE AGRAVAMENTO DA DOENÇA. INCAPACIDADE PARCIAL.

Está implicitamente incluído no conceito de incapacidade para o trabalho o risco de agravamento da doença ou lesão.Assim, o segurado que, para exercer as funções inerentes à atividade habitual, corre risco de agravamento do estadoclínico, deve ser considerado incapacitado.

Se, para exercer uma profissão, o segurado precisa, em razão das suas condições pessoais, sacrificar-se de formaextraordinária em relação à média dos trabalhadores da mesma categoria profissional, tendo de empreender adaptaçõesexageradas no modo de execução das tarefas, configura-se incapacidade parcial para o trabalho. Entendimento em sentidocontrário implica desrespeito ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da ConstituiçãoFederal).

Recurso parcialmente provido para restabelecer auxílio-doença. Deferida a antecipação de tutela.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

12 - 0002645-07.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002645-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x CLEOMARA CINTRA MARTINS (ADVOGADO: EDILAMARA RANGELGOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. PERDA DA MOBILIDADE DE DEDO DA MÃO. ATIVIDADE QUE EXIGEOPERAÇÃO DE EQUIPAMENTO INFORMATIZADO. REDUÇÃO DA PRODUTIVIDADE.

Os médicos designados peritos do juízo constataram que a recorrida sofreu acidente domiciliar com faca, que resultou em

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deformidade na extensão do terceiro dedo da mão esquerda. A primeira perita descartou a existência de incapacidade parao trabalho, considerando que a recorrida já havia sido reabilitada para a função de auxiliar administrativo. O segundo peritodescartou a existência de inaptidão para o desempenho da atividade anterior, qual seja, operadora de telemarketing.

A conclusão exposta no laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). O auxílio-acidente é benefício de naturezaindenizatória devido a algumas categorias de segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente dequalquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia(art. 86 da Lei nº 8.213/91). É esse o caso da recorrida. A atividade que ela habitualmente exercia na época do acidente,operadora de telemarketing, exigia operação de equipamento informatizado. Como o acidente resultou em perda damobilidade do dedo da mão esquerda, é certo que a sequela implicou redução da capacidade produtiva. A própria períciaadministrativa do INSS atestou serem contra-indicadas funções que exijam habilidade e força com a mão esquerda (fl. 57).

A recorrida foi reabilitada para a função de auxiliar administrativo. Ainda que não haja nenhuma limitação funcional paraessa nova atividade, isso não impede a concessão do auxílio-acidente, que se satisfaz com a constatação da redução dacapacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia na época do acidente.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

13 - 0004769-60.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004769-3/01) DELI DIAS DOS SANTOS (ADVOGADO: DENILSONCARLOS DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. CONCESSÃO COM EFEITOS FINANCEIROS RETROATIVOS.COMPENSAÇÃO DO CRÉDITO COM VALORES JÁ RECEBIDOS A TÍTULO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL EMPERÍODO CONCOMITANTE.

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural com efeitos financeiros retroativos a14/7/2008. Como o autor estava recebendo benefício assistencial de prestação continuada desde 4/9/2007, a sentençaressalvou o desconto das parcelas de benefício assistencial pagas anteriormente no mesmo período em que se reconheceudevida a aposentadoria. O autor interpôs recurso questionando esse desconto, por se tratar de direito adquirido.

Tendo em vista a situação de fato que imperava na época do requerimento de benefício assistencial, quando o recorrentenão auferia nenhuma renda, a concessão foi efetuada de forma legítima. Entretanto, com o superveniente reconhecimentodo direito à aposentadoria com efeitos financeiros retroativos, o direito ao benefício assistencial ficou prejudicado a partir domomento em que se fixou a data de início da aposentadoria. Afinal, ainda que com efeitos retroativos, o recorrente passoua contar com renda suficiente a afastar o estado de miserabilidade.

Os proventos do benefício assistencial não precisam ser restituídos no período de 4/9/2007 a 13/7/2008. Quanto aosproventos de benefício assistencial no período compreendido entre 14/7/2008 até a data da cessação, podem sercompensados com o crédito de prestações vencidas da aposentadoria a que o recorrente tem direito em razão da sentençarecorrida. Não se trata, a rigor, de restituição dos proventos do benefício assistencial, mas de mera compensação, noperíodo concomitante, entre o valor dos proventos de benefício assistencial já recebidos pelo recorrente e o crédito deprestações vencidas de aposentadoria.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0000746-31.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000746-2/01) EDENILTON RIBEIRO DA SILVA (ADVOGADO: REGINADE CASTRO BORGES ABREU, REGINA DE CASTRO BORGES ABREU.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. NÃO COMPLETADO TEMPOMÍNIMO DE 25 ANOS DE ATIVIDADE ESPECIAL.

O recorrente pede a reforma da sentença para efeito de condenar o INSS conceder aposentadoria especial desde a data deentrada do requerimento administrativo, 27/11/2008.

No âmbito dos juizados especiais federais, o recurso cabível em face de sentença não tem nome. O fato de a peça recursalter sido denominada apelação constitui circunstância absolutamente irrelevante, desde que observados os requisitos deadmissibilidade próprios do recurso.

Na petição inicial, o autor havia alegado atividade especial somente a partir de 8/7/1982 (fl. 3). A sentença não poderia terse manifestado sobre condição especial de trabalho no período de 01/01/1981 a 7/7/1982, porque se trata de fato estranhoaos limites objetivos da lide.

Nos períodos de 8/7/1982 a 21/10/1993, 30/5/1994 a 7/10/1994, 2/5/1995 a 20/11/1995, 7/5/1996 a 8/9/1996, 14/5/1997 a13/12/1997 e 20/7/1998 a 18/10/1998, o recorrente exerceu as atividades de tratorista ou de operador de pá carregadeira. OPPP atestou ruído equivalente a 89,2 db sem EPI eficaz (fls. 18/19). Cabe enquadramento no código 1.1.6 do quadro anexoao Decreto 53.831/64, que vigorou até 1997 e estipulava limite de tolerância de 80 db.

Na petição inicial, o autor havia alegado condição especial de trabalho em vários períodos descontínuos a partir de 1999(fls. 3/5). A sentença não reconheceu atividade especial em nenhum desses períodos. O recurso do autor não impugnou asentença nesse ponto.

Mesmo com o reconhecimento de atividade especial nos períodos discriminados no item 4 da ementa, o recorrente nãocompletou 25 anos de atividade especial. Em se tratando de aposentadoria especial, os períodos de atividade comumdevem ser convertidos em especial. E o tempo de atividade comum só pode ser convertido em especial até 29/4/1995,quando entrou em vigor a Lei nº 9.032/95, que modificou a redação do art. 57, § 3º da Lei nº 8.213/91. Era este dispositivoque, na sua redação original, admitia a conversão de tempo de atividade comum em especial para fim de concessão deaposentadoria especial.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0003551-94.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003551-4/01) JAIRO ANASTACIO FRAGA (ADVOGADO: CHRISTOVAMRAMOS PINTO NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDADOMINGUES CARVALHO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. AUSÊNCIA DE COISA JULGADA MATERIAL. MECÂNICO NO TERMINALMARÍTIMO DE TUBARÃO. PERÍCIA EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA NEGANDO INSALUBRIDADE.

A questão concernente à condição especial de trabalho foi analisada na fundamentação da sentença proferida pela 4ª VaraFederal de Vitória, mas a parte dispositiva daquela sentença não resolveu a questão. De acordo com o art. 469, I, nãofazem coisa julgada os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença.Afastado o pressuposto processual negativo.

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Os formulários SB-40 basicamente relataram exposição aos seguintes agentes nocivos: ruído, calor, poeira deminério/borracha, graxa e óleos lubrificantes.

Quanto ao calor, os laudos técnicos subscritos por engenheiros de segurança da empresa empregadora nadamencionaram.

Quanto ao ruído, os laudos técnicos subscritos por engenheiros de segurança da empresa empregadora não calcularam onível equivalente de ruído e esquivaram-se de atestar a constância da presença do autor dentro do ambiente em que haviaemissão de ruído.

O laudo pericial produzido em reclamação trabalhista, na qual o autor tomava parte, concluiu pela ausência de insalubridadeno ambiente de trabalho do autor. Reconheceu insalubridade apenas em outras dependências da empresa CST, diferentesdaquela em que o autor trabalhava.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

16 - 0000920-80.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000920-5/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: GILMARZUMAK PASSOS.) x MONICA RENATA VIEIRA (ADVOGADO: SIMÃO PERPÉTUO DE CASTRO PIRES.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE CHEQUES SEM FUNDO. NEGLIGÊNCIADO BANCO EM PROMOVER A EXCLUSÃO DA INSCRIÇÃO APÓS O RESGATE DO CHEQUE.

A arguição de inépcia da petição inicial e de ausência de interesse de agir são manifestamente infundadas, não guardandonenhuma pertinência lógica com o conteúdo dos presentes autos. Questões rejeitadas.

Conforme jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, a indevida inscrição em cadastros de inadimplentes, porsi só, faz presumir a ocorrência de dano moral indenizável, tornando dispensável a comprovação de abalo da reputação oude eventuais transtornos. Trata-se de dano moral puro, que dispensa comprovação.

O nexo de causalidade entre a conduta da recorrente (negligência em cancelar a inscrição no Cadastro de Cheques semFundo durante mais de um ano após o fundamentado requerimento de exclusão formulado pela cliente) e o dano moral(abalo de crédito decorrente do registro negativo no Cadastro de Cheques sem Fundo) está suficientemente comprovado.

A sentença estipulou em R$ 8.000,00 a indenização por dano moral. Não há motivo para reduzir o valor arbitrado, por serrazoável tanto para mitigar o abalo à honra da recorrida quanto para cumprir o efeito pedagógico da condenação. Há que selevar em conta a duração da indevida manutenção da inscrição no CCF. O cheque sem fundos fora emitido em 8/11/2006.A recorrida, logo depois de resgatar o cheque com o portador, apresentou a solicitação de exclusão do CCF em 5/1/2007,pagando ao banco todas as taxas que lhe foram cobradas. Mesmo assim, a consulta ao SPC em 1º/4/2008, mais de umano após o requerimento, confirmava a manutenção da inscrição.

Recurso improvido. Custas pela recorrente. Condenação da recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em dez porcento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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17 - 0007209-63.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.007209-9/01) NATALINA DE SOUZA (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

EMBAGOS DE DECLARAÇÃO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO.

O INSS arguiu a omissão do acórdão acerca da exigência de comprovação da atividade rural por início de prova materialcontemporâneo. Alegou que toda a documentação juntada aos autos é posterior a 2001, não servindo para provar exercíciode atividade rural no período de 1987 a 2001.

Dentre os documentos admitidos pelo acórdão embargado inclui-se a certidão de nascimento de uma das filhas darequerente (fl. 74). A segunda via da certidão foi emitida em 1995. O nascimento ocorreu em 1980. No documento, o entãomarido da requerente foi qualificado como lavrador. O documento é contemporâneo a momento bem anterior aorequerimento administrativo de aposentadoria. Trata-se, por certo, de inequívoco início de prova material contemporâneo.

O embargante também alegou que, embora os autos estejam instruídos com processo administrativo de aposentadoria docompanheiro, a requerente omitiu o fato de que esse requerimento administrativo foi indeferido, sendo que o companheiro ébeneficiário de benefício assistencial, e não de aposentadoria rural por idade. Trata-se de fato absolutamente irrelevante,uma vez que o acórdão embargado não levou em consideração os referidos documentos pertinentes ao companheiro.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 0000160-85.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000160-0/01) MARIA DA SILVA TEIXEIRA (ADVOGADO: ISRAELGOMES VINAGRE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. TAMANHO DAPROPRIEDADE RURAL.

O recurso interposto em face da sentença devolveu para a Turma Recursal o conhecimento de toda a matéria discutida,ainda que não examinada na sentença. Uma das questões suscitadas pelo INSS na contestação e que deveria ter sidoexaminada no acórdão refere-se à descaracterização do regime de economia familiar em razão do tamanho da propriedaderural explorada. Reconhecida a omissão do acórdão.

O certificado do cadastro de imóvel rural emitido pelo INCRA atestou que a propriedade atingia 4,27 módulos fiscais. Essefato é, por si só, irrelevante. Nos termos da súmula nº 30 da TNU, “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de oimóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desdeque comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar.”

Embargos parcialmente providos para suprir a omissão do acórdão, mas sem efeitos infringentes.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 0002420-52.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.002420-6/01) MARIA MADALENA DOS SANTOS (ADVOGADO: ANDREMIRANDA VICOSA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha

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Rosado.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO. IMPERTINÊNCIA NA PROVOCAÇÃO DE REEXAMEDA PROVA.

Rejeitada a arguição de contradição do acórdão na parte em que avaliou a prova testemunhal. O objetivo do embargantelimita-se a provocar o reexame de prova, extrapolando a finalidade a que se destinam os embargos de declaração.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0000584-70.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000584-9/01) MILTON FRANCISCHETO (ADVOGADO: EDGARD VALLEDE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUPRESSÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA.

A sentença julgou improcedente o pedido por dois motivos: ausência de início de prova material contemporâneo edescaracterização do regime de economia familiar pelo fato de a família vender grandes quantidades de produtos agrícolas.O julgamento apoiou-se exclusivamente na prova documental. O autor interpôs recurso arguindo a nulidade da sentençapor ter cerceado a produção de prova testemunhal. O acórdão da turma recursal manteve a sentença com base noargumento de que a venda de grandes quantidades de produtos agrícolas descaracterizou o regime de economia familiar.Levou em consideração somente a prova documental e nada falou sobre o fato de a supressão da prova testemunhal tercontrariado o contraditório e a ampla defesa. O autor interpôs embargos de declaração questionando a omissão do acórdãosobe a alegação de cerceamento de defesa. A turma recursal absteve-se de enfrentar a questão alegando que o julgadornão está obrigado a se pronunciar sobre todos os pontos suscitados pelas partes. O autor interpôs embargos de declaraçãopela segunda vez para fins de prequestionamento.

Mesmo depois dos primeiros embargos de declaração, persistiu a omissão do julgado em se manifestar sobre a alegaçãode cerceamento de defesa. A descaracterização do regime de economia familiar foi embasada exclusivamente na provadocumental. O acórdão embargado não explicou por que a prova testemunhal seria dispensável. A omissão precisa sersuprida.

As notas fiscais de produção revelam que em alguns anos, a produção rural atingiu cerca de 500 sacas de café. Esse dadoisoladamente considerado serve de indício de contratação de empregados. Esse indício, porém, poderia ser contrariadopela prova testemunhal. O indeferimento da prova testemunhal causou prejuízo ao autor, ofendendo os princípios docontraditório e da ampla defesa. A prova testemunhal, em tese, poderá complementar os documentos que formam início deprova material de exercício de atividade rural para o efeito de comprovar atuação em regime de economia familiar.

Embargos de declaração providos para anular a sentença, a fim de reabrir a instrução processual.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0011111-24.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011111-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x MARIA JOSÉ NEGRI LADISLAU (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI,HENRIQUE SOARES MACEDO.).E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. FALTA DE HABILITAÇÃO. TUTELA ANTECIPADA REVOGADA. EMBARGOSPREJUDICADOS.

A autora, ora recorrida, faleceu. Noticiado o óbito pelo advogado da autora, ninguém se habilitou a sucedê-la no processo.Quando, falecido o autor, a habilitação não se der no prazo de trinta dias, o processo deve ser extinto (art. 51, IV, da Lei nº9.099/95). Aqui já não é o caso de extinguir o processo sem resolução de mérito, porque o julgamento do mérito já estáconsumado. Entretanto, a falta de habilitação consuma o trânsito em julgado do acórdão, uma vez que nenhum potencialsucessor se habilitou no prazo devido para assumir a posição processual da autora falecida para, assim, eventualmenterecorrer.

O INSS interpôs embargos de declaração arguindo a omissão do acórdão em fundamentar a dispensabilidade da restituiçãodos proventos recebidos em razão da tutela antecipada revogada. Tendo, porém, falecido a autora, sem habilitação desucessor processual, o interesse recursal do INSS ficou prejudicado, uma vez que, ainda que se modifique a conclusãofirmada no acórdão embargado, o embargante não terá de quem cobrar a responsabilidade pela repetição dos valores.

Embargos de declaração prejudicados.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DECLARAR PREJUDICADOS OS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 0000508-46.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000508-4/01) MANOEL CHAVES DA COSTA (ADVOGADO: JOSEOLIVEIRA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. JUROS DE MORA. NORMA ESPECIAL. ACÓRDÃO EMBARGADO CONVERGENTECOM O OBJETIVO DO EMBARGANTE. O embargante arguiu omissão do acórdão em aplicar o art. 1º-F da Lei º 9.494/97 (com a redação da MP 2.180-35) paraefeito de regular a taxa de juros de mora. Falta interesse recursal, porque o acórdão embargado fez exatamente aquilo queo embargante almeja: a partir de 30/6/2009 previu a aplicação da referida norma especial (fl. 119, item 6).

Embargos não conhecidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NÃO CONHECER DOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0004488-70.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004488-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MILTON ABADIO OLIVEIRA(ADVOGADO: JANETE NUNES PIMENTA RAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PROCESSO Nº 0004488-70.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004488-0/01)RECORRENTE: MILTON ABADIO OLIVEIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. LAUDO PERICIAL DESFAVORÁVEL. PREVALÊNCIA SOBRE PARECER DE

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MÉDICO ASSISTENTE OU DE MÉDICO DO TRABALHO. FALTA DE ARGUIÇÃO DE NULIDADE DA PERÍCIA.

Na petição inicial, o autor alegou estar incapacitado para o trabalho em razão de problemas ortopédicos. O médico peritoespecialista em ortopedia, porém, negou qualquer patologia ortopédica incapacitante. O autor foi pessoalmente intimado dolaudo pericial, mas, desacompanhado de advogado, não aduziu impugnação. Foi proferida sentença de improcedência. Oautor interpôs recurso alegando: que a sentença se apegou ao laudo pericial e não deu a devida importância àdocumentação que instrui os autos; que não tinha conhecimento para impugnar o laudo pericial, nem sabia que poderiarequerer outra perícia; que continua enfermo; que o médico da empresa não permitiu que o recorrente continuasse atrabalhar.

A incapacidade para o trabalho é questão técnica, que só pode ser esclarecida por médico habilitado. Por isso, o laudopericial é determinante para resolver essa questão de fato. À luz do princípio do livre convencimento motivado, a provapericial não tem valor absoluto, podendo ser desconsiderada pelo juiz quando houver outros elementos de prova maisconvincentes em sentido contrário. Não é esse, porém, o caso dos autos.

A divergência com atestados de médicos assistentes ou de médico do trabalho não invalida o laudo pericial. O atestadomédico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvidaem favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médicoassistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta éa base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere maisindicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Porisso, em regra, a conclusão do perito judicial prepondera sobre o parecer de médico assistente ou de médico do trabalho.

Não há motivo para realizar segunda perícia, porque a matéria foi suficientemente esclarecida no laudo pericial (art. 437 doCPC) e porque não houve arguição de nenhuma nulidade que contaminasse a produção da prova.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

24 - 0003654-96.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003654-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VALMIR JESUS DA SILVA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PROCESSO Nº 0003654-96.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003654-2/01)RECORRENTE: VALMIR JESUS DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

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O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

25 - 0000640-95.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000640-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TATIANE COSTA CARAPINA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000640-95.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000640-0/01)RECORRENTE: TATIANE COSTA CARAPINARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

26 - 0003670-50.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003670-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NATHALIA SILVA MELO(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).PROCESSO Nº 0003670-50.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003670-0/01)RECORRENTE: NATHALIA SILVA MELORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

27 - 0000657-34.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000657-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARINETE FERREIRA DEALMEIDA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -

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INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000657-34.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000657-6/01)RECORRENTE: MARINETE FERREIRA DE ALMEIDARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

28 - 0000686-84.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000686-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) Sebastião Cyrillo da SilvaNetto (ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000686-84.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000686-2/01)RECORRENTE: Sebastião Cyrillo da Silva NettoRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,

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com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

29 - 0003668-80.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003668-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSEFA IRACI DA SILVA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PROCESSO Nº 0003668-80.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003668-2/01)RECORRENTE: JOSEFA IRACI DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

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Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

30 - 0003604-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003604-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VIRGINIA LUCIAFRANKENBERGER DA SILVA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PROCESSO Nº 0003604-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003604-9/01)RECORRENTE: VIRGINIA LUCIA FRANKENBERGER DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado Eletronicamente

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Art. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

31 - 0003676-57.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003676-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TARCISIO VICENTE DEJESUS (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: THIAGO COSTA BOLZANI.).PROCESSO Nº 0003676-57.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003676-1/01)RECORRENTE: TARCISIO VICENTE DE JESUSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

32 - 0000111-70.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000111-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SEBASTIÃO SOARES DESOUZA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).PROCESSO Nº 0000111-70.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000111-0/01)RECORRENTE: SEBASTIÃO SOARES DE SOUZARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

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O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

33 - 0000541-22.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000541-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL MESSIAS DOSSANTOS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS.PROCESSO Nº 0000541-22.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000541-3/01)RECORRENTE: MANOEL MESSIAS DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula tal

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revisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

34 - 0000782-93.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000782-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUVERCY FURTADO(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).PROCESSO Nº 0000782-93.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000782-3/01)RECORRENTE: JUVERCY FURTADORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

35 - 0000701-47.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000701-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FABIO NASCIMENTOPALMEIRA (ADVOGADO: SAYLES RODRIGO SCHUTZ, CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).PROCESSO Nº 0000701-47.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000701-0/01)RECORRENTE: FABIO NASCIMENTO PALMEIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. Custas devidas pelo autor. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em dezpor cento do valor da causa.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

36 - 0000831-37.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000831-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE LUIZ NICHETTI(ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: IsabelaBoechat B. B. de Oliveira.).PROCESSO Nº 0000831-37.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000831-1/01)RECORRENTE: JOSE LUIZ NICHETTIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. Custas devidas pelo autor. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em dezpor cento do valor da causa.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

37 - 0000869-49.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000869-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE TAYLOR (ADVOGADO:DANIEL ASSAD GALVÊAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B.de Oliveira.).PROCESSO Nº 0000869-49.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000869-4/01)RECORRENTE: JOSE TAYLORRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. EMENDASCONSTITUCIONAIS 20/1998 E 41/2003. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERAÇÃO.

A sentença pronunciou a decadência da pretensão e extinguiu o processo na forma do art. 269, IV, do CPC. Ocorre que oart. 103 da Lei nº 8.213/91 somente prevê prazo de decadência para a revisão do ato de concessão de benefícioprevidenciário. A presente demanda não objetiva a revisão do ato de concessão ou da renda mensal inicial, mas apenas aaplicação do novo teto do salário-de-benefício imposto pelas EC 20/1998 e 41/2003. Não há previsão de prazo dedecadência para esse caso. Aplica-se apenas o prazo de prescrição da pretensão às diferenças anteriores a cinco anos.Rejeitada a questão prejudicial de mérito.

A sentença que pronuncia a prescrição ou decadência julga o mérito (art. 269, IV, do CPC), mas torna prejudicadas asdemais questões de mérito. Entretanto, conforme art. 515, § 1º, do CPC, todas as questões suscitadas e discutidas sãodevolvidas ao conhecimento do tribunal, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. Dessa forma, quando rejeitaa questão prejudicial de prescrição ou decadência, o tribunal pode prosseguir na apreciação de todas as demais questõesde mérito, mesmo não tendo sido analisadas na sentença. Em se tratando de questão exclusivamente de direito, é

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admissível o imediato julgamento de mérito.

A carta de concessão do benefício demonstra que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de início dobenefício (fl. 14). Depois da concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional n° 4 1 (DOU31/12/2003), que aumentou o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.

Em sessão plenária, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em recurso submetido à sistemática da repercussão geral, que onovo limite máximo para o valor dos benefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional n° 20/98 esucessivamente pela Emenda Constitucional n° 41/200 3 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidosanteriormente à sua vigência (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011). A decisão do STFafastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre a constitucionalidade daaplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional. Com a decisão doPlenário do Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar a análise da matériaconstitucional articulada no recurso. Não se trata de revisar a renda mensal inicial retroativamente ao ato de concessão dobenefício, mas de adequar a renda mensal a partir do início da vigência da emenda constitucional que alterou o teto dosbenefícios.

Os reflexos decorrentes do novo teto previsto na EC 20/98 (R$ 1.200,00) atingiram as prestações mensais devidas noperíodo de 16/12/1998 a 31/12/2003. Com a EC 41/2003, os reflexos decorrentes do novo teto (R$ 2.400,00) absorverampor completo, nas prestações vencidas a partir de janeiro/2004, os antecedentes reflexos oriundos da EC 20/98. Como apretensão a eventuais diferenças anteriores a 2004 foi atingida pela prescrição quinquenal, somente a revisão baseada noteto imposto pela EC 41/2003 ainda mantém relevância prática.

Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a: revisar a renda mensal do benefício previdenciário daparte autora a partir de 1º/1/2004, mediante adequação ao novo limite máximo para o valor dos benefícios do RGPSinstituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003; pagar as diferenças decorrentes da revisão incidentes sobre asprestações pagas a partir de 1º/1/2004, respeitada a prescrição quinquenal. Aplicam-se juros de mora contados a partir dacitação, mais correção monetária, baseados nos índices oficiais da caderneta de poupança, respeitado o limite equivalentea 60 salários mínimos quanto às prestações vencidas até a data do ajuizamento da ação.

Só há condenação em honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº9.099/95). Condenação do recorrido a ressarcir as custas previamente recolhidas pelo autor.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

38 - 0000761-20.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000761-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ITALMAR RODRIGUESPITOMBA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).PROCESSO Nº 0000761-20.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000761-6/01)RECORRENTE: ITALMAR RODRIGUES PITOMBARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. EMENDASCONSTITUCIONAIS 20/1998 E 41/2003. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERAÇÃO.

A sentença pronunciou a decadência da pretensão e extinguiu o processo na forma do art. 269, IV, do CPC. Ocorre que oart. 103 da Lei nº 8.213/91 somente prevê prazo de decadência para a revisão do ato de concessão de benefícioprevidenciário. A presente demanda não objetiva a revisão do ato de concessão ou da renda mensal inicial, mas apenas aaplicação do novo teto do salário-de-benefício imposto pelas EC 20/1998 e 41/2003. Não há previsão de prazo dedecadência para esse caso. Aplica-se apenas o prazo de prescrição da pretensão às diferenças anteriores a cinco anos.Rejeitada a questão prejudicial de mérito.

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A sentença que pronuncia a prescrição ou decadência julga o mérito (art. 269, IV, do CPC), mas torna prejudicadas asdemais questões de mérito. Entretanto, conforme art. 515, § 1º, do CPC, todas as questões suscitadas e discutidas sãodevolvidas ao conhecimento do tribunal, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. Dessa forma, quando rejeitaa questão prejudicial de prescrição ou decadência, o tribunal pode prosseguir na apreciação de todas as demais questõesde mérito, mesmo não tendo sido analisadas na sentença. Em se tratando de questão exclusivamente de direito, éadmissível o imediato julgamento de mérito.

A demanda judicial visa ao reajuste da renda mensal da aposentadoria com base no novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da EC n° 20/98 e pelo art. 5º da EC nº 41/2003. O fundamento jurídico dademanda guarda pertinência lógica tão-somente com os benefícios previdenciários cujo salário-de-benefício tenha ficadolimitado pelo teto vigente no momento da concessão do benefício. Só que a aposentadoria do recorrente não possui talcaracterística. O salário-de-benefício foi estimado em R$ 692,85 (fl. 13). Em janeiro/1996, o teto dos benefíciosprevidenciários correspondia a R$ 832,66.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

39 - 0003238-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003238-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x DANUZA SOUZAMARQUES.PROCESSO Nº 0003238-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003238-4/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: DANUZA SOUZA MARQUESRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. RESTITUIÇÃO DE PROVENTOS RECEBIDOS EM RAZÃO DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELAREVOGADA. NATUREZA ALIMENTAR.

É inexigível a restituição de benefício previdenciário ou assistencial recebido em razão de tutela antecipada posteriormenterevogada (Enunciado 52 da Turma Recursal do Espírito Santo).

A revogação da antecipação de tutela importa no dever de restituição das partes ao estado anterior, bem como naliquidação de eventuais prejuízos advindos da execução provisória, com efeito ex tunc, em razão do caráter precárioimanente às decisões de natureza antecipatória. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no entanto, restringiu aaplicação desse entendimento, privilegiando o princípio da irrepetibilidade dos alimentos, em se tratando de revogação deantecipação de tutela em ação de natureza previdenciária (REsp 991.030/RS, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura,DJe 15/10/2008). A jurisprudência do STJ é pacífica nesse sentido.

O Supremo Tribunal Federal também decidiu que “o julgamento pela ilegalidade do pagamento do benefício previdenciárionão importa na obrigatoriedade da devolução das importâncias recebidas de boa-fé” (AI 746442 AgR, Relatora Min. CármenLúcia, Primeira Turma, julgado em 25/08/2009, DJe 22-10-2009).

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios,porque a recorrida não está representada por advogado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

40 - 0000509-65.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000509-2/01) MATEUS DO NASCIMENTO (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 63/64, que julgou improcedenteo pedido de condenação do INSS à concessão de benefício de prestação continuada. Aduz o recorrente, em suas razõesrecursais, que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo firmar seu convencimento pelos demais laudos queconstam dos autos e que comprovam sua incapacidade laboral. Requer, ainda, a realização de nova perícia médica. OINSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. A partir da análise dos autos, verifica-se que foi realizada perícia médica a fim de diagnosticar as moléstias queacometem o autor. O laudo médico judicial (fls.54/58) concluiu que o recorrente não possui incapacidade para o trabalho,pois não é portador de doença, lesão, deficiência física ou mental.4. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Desta forma, não é devido ao autor o benefício pleiteado, por não estarem preenchidos os requisitos necessários à suaconcessão.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

41 - 0000784-49.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000784-5/01) JERIANE MOREIRA BORGES (ADVOGADO: JOANAD'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 74/75, que julgou improcedenteo pedido de condenação do INSS à concessão do benefício de prestação continuada. Aduz a recorrente, em suas razõesrecursais, que está incapacitada para o labor habitual, devido à sequela de pé torto congênito, o que impossibilita a práticade atividades laborativas. Ademais, relata que, de acordo com o laudo pericial, não pode forçar a planta dos pés e que tallimitação não é passível de recuperação, vez que sempre haverá limitação na mobilidade. Com isso, requer a reforma dasentença para que lhe seja concedido o beneficio de prestação continuada. O INSS apresentou contrarrazões, pugnandopela manutenção da sentença.

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2. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso, a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. A partir da análise dos autos, verifica-se que foi realizada perícia médica a fim de diagnosticar as moléstias queacometem a autora. O laudo médico judicial (fls.51/58) afirma que a recorrente sofre de sequela de pé torto congênitobilateral. Porém, o perito afirma que a parte autora não se encontra incapacitada para o exercício de toda e qualqueratividade laborativa, haja vista que a mesma é jovem, podendo realizar normalmente atividades na posição “sentada”.4. No caso em comento, restou comprovada pela perícia realizada durante a instrução processual (fls. 51/58), que aincapacidade alegada não induz a impossibilidade total ao labor, havendo tão-somente uma limitação física no que se refereaos esforços físicos, conforme salientado pela perícia médica. Logo, não ficou preenchido o requisito da incapacidade parafins de percepção do beneficio assistencial.5. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.6. Desta forma não lhe é devido o benefício pleiteado, por não estarem preenchidos os requisitos necessários à suaconcessão.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

42 - 0002257-70.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002257-3/01) PETUNIA OLIVEIRA SILVA REBULI (ADVOGADO: RAMONFERREIRA COUTINHO PETRONETTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – RENDA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIOMÍNIMO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 89, que julgou improcedente opedido inicial de concessão do benefício assistencial de prestação continuada. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que vive em péssima situação, sendo que a renda familiar mensal não é suficiente para prover o sustento dafamília. Além disso, sofre de sequela de paralisia infantil espástica com atrofia dos membros inferiores, como demonstra olaudo pericial. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso, a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. O Ministério Público Federal manifestou-se, opinando pela improcedência do pedido, (fls.85/87) pelo fato de a rendafamiliar per capita ser superior à exigida por lei.4. No que tange ao requisito da miserabilidade, tal requisito não se encontra satisfeito, visto que a renda familiar, de acordocom o relatório social (fls. 22/29), é composta de: R$ 200,00 (duzentos reais), que provém da pensão alimentícia que aautora e a irmã recebem do pai, e de R$ 1.104,94 (hum mil, cento e quatro reais e noventa e quatro centavos) percebidospela genitora, como demonstra a ficha financeira da mesma (fl. 75), totalizando assim um valor de R$ 1.304,94 (hum mil,trezentos e quatro reais e noventa e quatro centavos).5. O grupo familiar é composto de três pessoas (mãe – 34 anos, autora – 17 anos e irmã – 12 anos). In casu, não é devidoo benefício de prestação continuada, pois a renda per capita disponível para a família é superior a ¼ do salário mínimo (R$434,98 – quatrocentos e trinta e quatro reais e noventa e oito centavos).6. Apesar de o critério referente ao quantum da renda familiar não ser considerado absoluto, podendo ser relativizado emcasos excepcionais, cabe ressaltar que, no caso em tela, não foi constatada condição de miserabilidade. Sendo assim, nãorestam preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício assistencial.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

43 - 0002003-34.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002003-1/01) GONÇALO DE PAULA (ADVOGADO: IZAEL DE MELLOREZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDESMILANEZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA PROPORCIONAL – EMENDACONSTITUCIONAL Nº 20/1998 – REQUISITOS CUMPRIDOS – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS

Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 154/157, que deu provimento aorecurso inominado da parte autora, determinando à autarquia previdenciária que concedesse, em favor do autor,aposentadoria por tempo de contribuição proporcional, a partir da data do requerimento administrativo (30/06/2004). Alega oembargante que houve violação expressa do art. 9º da Emenda Constitucional nº 20/98, o que ocasionou contradição entrea fundamentação e o dispositivo do voto. Ademais, prequestiona o artigo citado.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de contradição nadecisão proferida por esta Turma.Inexiste contradição no acórdão embargado. A decisão da Turma é perfeitamente coerente com o teor do art. 9º, § 1º daEmenda Constitucional nº 20/98, que dispõe que o segurado do sexo masculino, que contar com 53 anos de idade, podeaposentar-se com valores proporcionais, desde que tenha tempo de contribuição igual à soma de 30 (trinta) anos, mais umperíodo adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, na data da publicação da Emenda, faltariapara atingir o limite de 30 anos. Em 16/12/1998, o segurado possuía 28 anos, 01 mês e 15 dias (10.265 dias) de tempo decontribuição. Para completar os 30 anos, faltavam 685 dias. 40% deste tempo equivale a 274 dias. Precisava, então,trabalhar por mais 959 dias, ou seja, 02 anos, 07 meses e 19 dias. Ao final, precisava demonstrar, além da idade, o tempode contribuição equivalente a 30 anos, 09 meses e 04 dias, o que restou demonstrado nos autos.Diante disso, o acórdão embargado não padece da contradição apontada, não ocorrendo a afronta suscitada peloembargante ao artigo constitucional analisado.Embargos de declaração conhecidos e improvidos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

44 - 0001308-46.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001308-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JOSÉ JUVENCIO (ADVOGADO: ELIETE BONIBITTENCOURT.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –CONVERSÃO EM TEMPO COMUM – USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 75/81 que julgou procedente o pedidoautoral, condenando a autarquia a averbar o tempo de serviço especial, a conceder aposentadoria por tempo decontribuição e a pagar as prestações vencidas com correção monetária e juros de mora. O recorrente alega, em suasrazões recursais, que a utilização de EPI’s (equipamento de proteção individual) reduz a intensidade do agente agressivo aníveis toleráveis, o que, consequentemente, descaracteriza a sua atividade como especial. A parte autora apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.

2. O tempo de contagem especial para fins de aposentadoria foi instituído pela Lei 3.807, de 26/08/1960, destinado aostrabalhadores que laboram em condições peculiares, submetidos a certo grau de risco e comprometimento à saúde ouintegridade física, para os quais prescrevia a redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade)para a sua concessão. Com o advento do Decreto n.º 53.831, de 25/03/1964, foi estabelecida uma relação das atividadesprofissionais conforme os agentes químicos, físicos e biológicos, assim como um elenco de serviços e atividadesprofissionais classificadas como insalubres, penosas ou perigosas.

3. A alegação de que a utilização de equipamentos de proteção individual descaracteriza a condição de especialidade da

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atividade não prospera. Diferentemente da argumentação do INSS, a utilização de EPI não é capaz de descaracterizar aatividade especial, como restou pacificado pela Súmula 09 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados EspeciaisFederais, in verbis: “o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso deexposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”.

4. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

5. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

45 - 0003447-05.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003447-9/01) ANIZIO FELIPE DE SOUZA (ADVOGADO: LUIZ CARLOSBARRETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – ATIVIDADE ESPECIAL – APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO – CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM – AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 86/88 e 105/106, que julgouimprocedente o pedido de aposentadoria especial. Todavia, julgou procedente o pedido, para reconhecer como especiais,os seguintes períodos: 07/07/1980 a 03/11/1982; 06/09/1983 a 09/09/1986; 03/12/1986 a 31/08/1997; e 01/04/2007 a05/03/2008. Em suas razões recursais, o recorrente alega que faz jus ao benefício de aposentadoria especial por tertrabalhado todo o seu período laboral em condições especiais. Diante desse argumento, a parte autora requer a concessãoda aposentadoria especial ou a anulação da sentença, em razão da falta de intimação para réplica. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O benefício de aposentadoria especial está previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213/91. Tal benefício foi instituído pelaLei nº 3.807, de 26/08/1960, destinado aos trabalhadores que laboram em condições peculiares, submetidos a certo graude risco e comprometimento à saúde ou integridade física, para os quais prescrevia a redução do tempo de serviço (quinze,vinte ou vinte e cinco anos de atividade) para a sua concessão. Com o advento do Decreto n.º 53.831, de 25/03/1964, foiestabelecida uma relação das atividades profissionais conforme os agentes químicos, físicos e biológicos, assim como umelenco de serviços e atividades profissionais classificadas como insalubres, penosas ou perigosas.3. Conforme dispõe a Súmula nº 32 da TNU “o tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial,para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64(1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 05 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis,a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003."4. Compulsando-se os autos, verifica-se nos PPP’s (fls. 17/25), relativos às atividades laborais exercidas pelo autor, que,em determinados momentos, o mesmo se manteve exposto a condições desfavoráveis à sua saúde. A partir dos dadosinformados por tais laudos, os períodos considerados pelo Juízo a quo, como especiais, foram devidamente reconhecidos5. A controvérsia se encontra nos demais intervalos. Os períodos trabalhados entre 01/03/1983 a 08/06/1983 e 23/10/1986a 01/11/1986 não podem ser reconhecidos como especiais, por não haver comprovação a respeito do seu caráter nocivo,visto que não foi colacionado nenhum documento que demonstre um grau de prejudicialidade. Com relação ao períodocompreendido entre 01/09/1997 a 31/03/2007, não há que se falar em atividade especial, pois durante esse período o autoresteve exposto ao ruído de 84,4 dB, sendo que sua intensidade se manteve dentro dos limites legalmente suportados (fl.23). Por fim, o período entre 06/03/2008 e 01/09/2008 não pode ser considerado como especial por não existir provareferente a esse intervalo, pois o PPP, no qual constavam tais informações, foi elaborado em 05/03/2008.6. Diante disso, ao computar os períodos trabalhados em condições especiais, verifica-se que não há como conceder obenefício de aposentadoria especial à parte autora, pois o somatório dos períodos, considerados especiais, totaliza 17(dezessete) anos e 05 (cinco) dias.

TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL

Data InicialData FinalTotal DiasAnosMesesDias

17/7/19803/11/1982

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8372327

26/9/19839/9/19861.0843-4

3 3/12/198631/8/19973.86910829

41/4/20075/3/2008335-115

Total6.1251705

7. Ademais, mesmo computando todos os períodos trabalhados pelo recorrente, tanto os comuns como os especiais, nãofaz jus o autor à concessão do benefício de aposentadoria integral por tempo de contribuição, visto que não foi atingido ototal de 35 (trinta e cinco) anos.

NºCOMUMESPECIAL

Data InicialData FinalTotal DiasAnosMesesDiasMultiplic.Dias Convert.AnosMesesDias

17/7/19803/11/19828372327,4335-11

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5

21/3/19838/6/198398-38 ----

3 6/9/19839/9/19861.0843-4,44341214

423/10/19861/11/19869--9 ----

53/12/198631/8/19973.86910829,41.5484318

61/9/199731/3/20073.451971 ----

7

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1/4/20075/3/2008335-115,4134-414

86/3/20081/9/2008176-526 ----

Total9.85927419-2.4516921

Total Geral (Comum + Especial)

34210

8. O requerimento de anulação da sentença, por falta de intimação do autor para se manifestar após a contestação nãomerece prosperar, pois não há previsão legal de réplica em sede de Juizados Especiais.9. Portanto, como não restaram caracterizadas as condições especiais por todo o tempo de serviço laborado pela parteautora, a sentença a quo não merece qualquer reparo.10. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.11. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

46 - 0000243-70.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000243-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x JOSÉ ARISTEU PIOL (ADVOGADO: FERNANDA ANDRADESANTANA.).E M E N T A

REVISÃO DE BENEFÍCIO – ÍNDICE DE CORREÇÃO 39,67 % – FEVEREIRO DE 1994 – IRSM – DECADÊNCIA –

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SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – EXTINÇÃO DO PROCESSO NOS TERMOS DOART. 269, IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 33/37, que julgou extinto o feito,resolvendo o mérito, em relação às parcelas anteriores ao mês de abril de 2005, em razão da prescrição, e julgouprocedente o pedido de condenação da autarquia previdenciária para revisar a renda mensal inicial do benefícioprevidenciário e pagar à parte autora a quantia vencida. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que ocorreu adecadência do direito da parte autora de pleitear a revisão do benefício, pois o prazo decadencial de qualquer causaprevidenciária é de dez anos. Subsidiariamente, em caso de manutenção da sentença a quo, requer a aplicação dacorreção monetária conforme o disposto pelo art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 após sua alteração pela Lei nº 11.960/09. A parteautora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Em sua redação original, a Lei nº 8.213/91 não estabeleceu prazo decadencial ou prescricional para o exercício do direitode pleitear a revisão do ato de concessão do benefício, referindo-se, no artigo 103 do citado diploma, apenas, à prescriçãodas parcelas não pagas. Tal situação perdurou até a edição da Lei nº 9.528, de 11 de dezembro de 1997, que entrou emvigor na data de sua publicação, e que estabeleceu prazo decadencial de 10 anos para revisão do ato de concessão.3. A redação legal foi alterada pela última vez pela Lei nº 10.839/2004, passando a vigorar o art. 103 da Lei nº 8.213/91 como seguinte teor: “É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário paraa revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeiraprestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbitoadministrativo”.4. Assim, para os benefícios concedidos/requeridos antes da Lei nº 9.528/97, o prazo decadencial é contado a partir davigência desta. Por sua vez, para os benefícios concedidos/requeridos após esta data, o prazo decadencial de dez anos écontado da data da concessão/requerimento.5. Neste sentido, se pronunciou a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais:

“PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DO PRAZO DECADENCIAL DO ART. 103 DA LEI Nº8.213/1991 AOS BENEFÍCIOS ANTERIORES E POSTERIORES À EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.523-9/1997.POSSIBILIDADE. 1. A Turma Nacional de Uniformização, na sessão realizada em 08.02.2010, no julgamento do PEDILEFnº 2006.70.50.007063-9, entendeu ser aplicável o art. 103 da Lei nº 8.213/1991 à revisão de todos os benefíciosprevidenciários, sejam eles anteriores ou posteriores à Medida Provisória nº 1.523-9/1997. 2. Tomando, por analogia, oraciocínio utilizado pelo STJ na interpretação do art. 54 da Lei 9.784/99 (REsp n° 658.130/SP), no cas o dos benefíciosconcedidos anteriormente à entrada em vigência da medida provisória, deve ser tomado como termo a quo para acontagem do prazo decadencial, não a DIB (data de início do benefício), mas a data da entrada em vigor do diploma legal.3. Em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação” recebidaapós o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem à revisão deato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor da referida MP.4. Pedido de Uniformização conhecido e não provido”. (Processo 2008.51.51.04.4513-2, Origem: Seção Judiciária do Rio deJaneiro, JOANA CAROLINA LINS PEREIRA, Juíza Federal Relatora) Destaco.

6. No caso dos autos, o benefício do Autor foi concedido antes da vigência da Lei nº 9.528/97 (DIB em 03/02/1997 – fl. 08).A presente ação foi ajuizada em 06/04/2010 (fl. 02). Portanto, já tendo decorrido o prazo de 10 (dez) anos, a partir davigência desta Lei, resta configurado que, no presente caso, operou-se a decadência do direito de pleitear a revisão dobenefício previdenciário.7. Diante do exposto, CONHEÇO DO RECURSO E DOU-LHE PROVIMENTO, PRONUNCIANDO A DECADÊNCIA, EJULGANDO EXTINTO O FEITO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV, do Código deProcesso Civil, por ter se operado a decadência do direito de pleitear a revisão do benefício.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, PRONUNCIANDO ADECADÊNCIA, E JULGANDO EXTINTO O FEITO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV, doCódigo de Processo Civil, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

47 - 0015664-96.2009.4.02.5001/01 (2009.50.01.015664-0/01) MARIA DO CARMO HILÁRIO (ADVOGADO: TAÍS MARIAZANONI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZROSSONI.).E M E N T A

REVISÃO DE BENEFÍCIO – ÍNDICE DE CORREÇÃO 39,67 % – FEVEREIRO DE 1994 – IRSM – DECADÊNCIA –EXTINÇÃO DO PROCESSO NOS TERMOS DO ART. 269, IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 89/90, que julgou extinto oprocesso com resolução do mérito, nos termos do art. 269, IV, do Código de Processo Civil. Alega a recorrente, em suasrazões recursais, que a norma não retroage, e, portanto, o prazo decadencial de revisão atinge somente benefícios

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concedidos após o advento da MP 1.523-9, de 27 de junho de 1997. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. Em sua redação original, a Lei nº 8.213/91 não estabeleceu prazo decadencial ou prescricional para o exercício do direitode pleitear a revisão do ato de concessão do benefício, referindo-se, no artigo 103 do citado diploma, apenas, à prescriçãodas parcelas não pagas. Tal situação perdurou até a edição da Lei nº 9.528, de 11 de dezembro de 1997, que entrou emvigor na data de sua publicação, e que estabeleceu prazo decadencial de 10 anos para revisão do ato de concessão.3. A redação legal foi alterada pela última vez pela Lei nº 10.839/2004, passando a vigorar o art. 103 da Lei nº 8.213/91 como seguinte teor: “É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário paraa revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeiraprestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbitoadministrativo”.4. Assim, para os benefícios concedidos/requeridos antes da Lei nº 9.528/97, o prazo decadencial é contado a partir davigência desta. Por sua vez, para os benefícios concedidos/requeridos após esta data, o prazo decadencial de dez anos écontado da data da concessão/requerimento.5. Neste sentido, se pronunciou a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais:

“PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DO PRAZO DECADENCIAL DO ART. 103 DA LEI Nº8.213/1991 AOS BENEFÍCIOS ANTERIORES E POSTERIORES À EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.523-9/1997.POSSIBILIDADE. 1. A Turma Nacional de Uniformização, na sessão realizada em 08.02.2010, no julgamento do PEDILEFnº 2006.70.50.007063-9, entendeu ser aplicável o art. 103 da Lei nº 8.213/1991 à revisão de todos os benefíciosprevidenciários, sejam eles anteriores ou posteriores à Medida Provisória nº 1.523-9/1997. 2. Tomando, por analogia, oraciocínio utilizado pelo STJ na interpretação do art. 54 da Lei 9.784/99 (REsp n° 658.130/SP), no cas o dos benefíciosconcedidos anteriormente à entrada em vigência da medida provisória, deve ser tomado como termo a quo para acontagem do prazo decadencial, não a DIB (data de início do benefício), mas a data da entrada em vigor do diploma legal.3. Em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação” recebidaapós o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem à revisão deato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor da referida MP.4. Pedido de Uniformização conhecido e não provido”. (Processo 2008.51.51.04.4513-2, Origem: Seção Judiciária do Rio deJaneiro, JOANA CAROLINA LINS PEREIRA, Juíza Federal Relatora) Destaco.

6. No caso dos autos, o benefício da Autora foi concedido antes da vigência da Lei nº 9.528/97 (DIB em 06/02/1995 – fl. 37).A presente ação foi ajuizada em 02/04/2008 (fl. 02). Portanto, já tendo decorrido o prazo de 10 (dez) anos, a partir davigência desta Lei, resta configurado que, no presente caso, operou-se a decadência do direito de pleitear a revisão dobenefício previdenciário.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

48 - 0006036-67.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006036-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x NELCI CANDIDO DE JESUS DO NASCIMENTO (ADVOGADO: JOAO FELIPEDE MELO CALMON HOLLIDAY.).Processo nº 0006036-67.2008.4.02.5050/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : NELCI CANDIDO DE JESUS NASCIMENTO

E M E N T A

REVISÃO DE BENEFÍCIO – ÍNDICE DE CORREÇÃO 39,67 % – FEVEREIRO DE 1994 – IRSM – DECADÊNCIAACOLHIDA –ENUNCIADO Nº 08 DA TR/ES- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 59/61, que julgou procedente o pedidoinicial de revisão do benefício previdenciário com a aplicação, sobre os salários-de-contribuição anteriores a março de 1994,

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do percentual de 39,67%, referente ao Índice de Reajuste do Salário Mínimo – IRSM do mês de fevereiro de 1994. Alega oINSS, em suas razões recursais, que ocorreu a decadência do direito de revisão, visto que o benefício originário, queresultou na pensão por morte, tem DIB em 25/11/1996, enquanto a ação foi ajuizada apenas em 09/10/2008. Contrarrazõesapresentadas às fls. 79/82.

Com razão a Autarquia Previdenciária. É irrelevante que tenham decorrido menos de dez anos entre a concessão dobenefício derivado e a data do ajuizamento da ação, porquanto o termo inicial da decadência fixou-se na data da concessãodo benefício originário, em 25.11.1996.

Da disciplina legal vigorante no direito brasileiro, insculpida no art. 207 do Código Civil, deflui que não se aplicam àdecadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.

Como o benefício originário foi concedido em 25.11.1996 e a presente ação foi ajuizada em 09.10.2008, operou-se adecadência do direito à revisão, em obediência ao art. 103, caput, da Lei 8.213/91.

Oportuno trazer à colação o teor do Enunciado nº 08 desta Turma Recursal: “Operou-se a decadência das ações que visemà revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91”.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

49 - 0000613-20.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000613-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ZULMIRA DE SOUZA ALEXANDRE (ADVOGADO: TAIS MARIAZANONI.).E M E N T A

REVISÃO DE BENEFÍCIO – ÍNDICE DE CORREÇÃO 39,67 % – FEVEREIRO DE 1994 – IRSM – DECADÊNCIA –SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – EXTINÇÃO DO PROCESSO NOS TERMOS DOART. 269, IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 65/69, que julgou procedente o pedido,condenando a autarquia previdenciária a revisar a renda mensal inicial do benefício previdenciário e a pagar à autora aquantia vencida. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que ocorreu a decadência do direito da parte autora depleitear a revisão do benefício, pois o prazo decadencial de qualquer causa previdenciária é de dez anos. Subsidiariamente,em caso de manutenção da sentença a quo, requer a aplicação da correção monetária conforme o disposto pelo art. 1º-Fda Lei nº 9.494/97 após sua alteração pela Lei nº 11.960/09. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. Em sua redação original, a Lei nº 8.213/91 não estabeleceu prazo decadencial ou prescricional para o exercício do direitode pleitear a revisão do ato de concessão do benefício, referindo-se, no artigo 103 do citado diploma, apenas, à prescriçãodas parcelas não pagas. Tal situação perdurou até a edição da Lei nº 9.528, de 11 de dezembro de 1997, que entrou emvigor na data de sua publicação, e que estabeleceu prazo decadencial de 10 anos para revisão do ato de concessão.3. A redação legal foi alterada pela última vez pela Lei nº 10.839/2004, passando a vigorar o art. 103 da Lei nº 8.213/91 como seguinte teor: “É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário paraa revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira

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prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbitoadministrativo”.4. Assim, para os benefícios concedidos/requeridos antes da Lei nº 9.528/97, o prazo decadencial é contado a partir davigência desta. Por sua vez, para os benefícios concedidos/requeridos após esta data, o prazo decadencial de dez anos écontado da data da concessão/requerimento.5. Neste sentido, se pronunciou a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais:

“PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DO PRAZO DECADENCIAL DO ART. 103 DA LEI Nº8.213/1991 AOS BENEFÍCIOS ANTERIORES E POSTERIORES À EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.523-9/1997.POSSIBILIDADE. 1. A Turma Nacional de Uniformização, na sessão realizada em 08.02.2010, no julgamento do PEDILEFnº 2006.70.50.007063-9, entendeu ser aplicável o art. 103 da Lei nº 8.213/1991 à revisão de todos os benefíciosprevidenciários, sejam eles anteriores ou posteriores à Medida Provisória nº 1.523-9/1997. 2. Tomando, por analogia, oraciocínio utilizado pelo STJ na interpretação do art. 54 da Lei 9.784/99 (REsp n° 658.130/SP), no cas o dos benefíciosconcedidos anteriormente à entrada em vigência da medida provisória, deve ser tomado como termo a quo para acontagem do prazo decadencial, não a DIB (data de início do benefício), mas a data da entrada em vigor do diploma legal.3. Em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação” recebidaapós o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem à revisão deato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor da referida MP.4. Pedido de Uniformização conhecido e não provido”. (Processo 2008.51.51.04.4513-2, Origem: Seção Judiciária do Rio deJaneiro, JOANA CAROLINA LINS PEREIRA, Juíza Federal Relatora) Destaco.

6. No caso dos autos, o benefício da Autora foi concedido antes da vigência da Lei nº 9.528/97 (DIB em 01/03/1995 – fl.11/verso). A presente ação foi ajuizada em 10/11/2008 (fl. 02). Portanto, já tendo decorrido o prazo de 10 (dez) anos, apartir da vigência desta Lei, resta configurado que, no presente caso, operou-se a decadência do direito de pleitear arevisão do benefício previdenciário.7. Diante do exposto, CONHEÇO DO RECURSO E DOU-LHE PROVIMENTO, PRONUNCIANDO A DECADÊNCIA, EJULGANDO EXTINTO O FEITO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV, do Código deProcesso Civil, por ter se operado a decadência do direito de pleitear a revisão do benefício.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, PRONUNCIANDO ADECADÊNCIA, E JULGANDO EXTINTO O FEITO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV, doCódigo de Processo Civil, na forma da ementa constante dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

50 - 0001135-19.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001135-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x MARIO SABINO (ADVOGADO: MARGARET BICALHOMACHADO, ANA PAULA CESAR.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PRESENÇA DE PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL –SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 109/113, que julgou procedente opedido inicial, condenando a autarquia previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega aautarquia, em suas razões recursais, que o recorrido, Mário Sabino, não apresentou prova material capaz de atestar o laborrural, em regime de economia familiar, durante o período de carência exigido em lei. Foram apresentadas contrarrazõespela parte autora, pugnando pela manutenção da sentença.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. A parte autora nasceu em 09/10/1947. Atingiu o requisito “idade” em 09/10/2007. Protocolou o requerimentoadministrativo, tendo seu pedido indeferido pela não- comprovação do efetivo exercício de atividade rural, pelo tempoexigido em lei.4. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que o recorrido exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Neste sentido, estão as seguintes documentações: certidão de casamento, realizado em12/06/1982, no qual consta sua profissão como lavrador (fl. 18); declaração de exercício de atividade rural emitida peloSindicato dos Trabalhadores Rurais de Muniz Freire (fl. 16); carteira do Sindicato (fl. 20); certidão emitida pela JustiçaEleitoral, na qual consta sua profissão como agricultor (fl. 21); contrato de trabalho constante na CTPS, na condição detrabalhador rural (fl. 22); contrato de comodato, constando o autor como lavrador (fls. 25/26); documentos relativos àpropriedade, como, certificado de cadastro de imóvel rural do INCRA, recibos de entrega de declaração e de informação, eatualização cadastral do ITR (fls. 28/49) e certidão de nascimento do filho, datado de 17/03/1983, em que consta a profissãodo recorrido como lavrador (fl. 83).5. Em audiência, o recorrido prestou depoimento pessoal, alegando: que trabalha na roça, cultivando café, milho e feijão;

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que possui uma propriedade herdada do pai, mas que ainda não está em seu nome; que iniciou seu labor rural aos dezanos de idade, onde trabalhava ajudando os pais e os irmãos, na propriedade do pai; que foi casado durante 05 (cinco)anos; que foi procurar trabalho urbano após sua separação, mas que logo voltou para a roça; que trabalhou para algunsproprietários de Brejetuba no período de “panha de café”, sendo que, logo depois da “panha”, eles davam baixa na carteira;que mora com a mãe e a irmã dentro da propriedade; que vende café para o Sr. Zaedis; que cuida, aproximadamente, deuns cinco mil pés de café; que produz uns quinze sacos.6. As testemunhas alegaram conhecer o recorrido há anos, confirmando o depoimento autoral de que o recorrido trabalhoua maior parte de sua vida na roça. Uma das testemunhas mencionou que vê o autor trabalhando na lavoura de café, milho efeijão, e que acha que trabalha sozinho. Ambas afirmam que o autor vende café para o Sr. Zaedis.7. O fato de o autor ter trabalhado com a CTPS assinada, por curto período, não prejudica a sua pretensão, pois o mesmoexerceu atividade rural em regime de economia familiar, preenchendo a carência exigida à concessão da aposentadoriarural.8. Diante do exposto, verifica-se que foram preenchidos os requisitos para concessão da aposentadoria rural por idade aoautor.9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.10. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

51 - 0002443-90.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002443-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x LECY FIGUEREDO RIBEIRO ROCHA (ADVOGADO: ADRIANAALVES DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PRESENÇA DE PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 80/82, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando a autarquia previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia,em suas razões recursais, que a documentação apresentada pela recorrida, Lecy Figueiredo Ribeiro Rocha, é insuficientepara levar ao entendimento de que houve o exercício de atividade pesqueira, em regime de economia familiar. Além disso,aduz que não há provas materiais em relação ao período de carência. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora,pugnando pela manutenção da sentença.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. A parte autora nasceu em 20/10/1952. Atingiu o requisito “idade” em 20/10/2007. Protocolou o requerimentoadministrativo em 11/03/2009, sendo que o mesmo foi indeferido pela não comprovação do efetivo exercício de atividaderural.4. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a recorrida exerceu atividade rural, de marisqueira, emregime de economia familiar pela carência necessária. Neste sentido, estão as seguintes documentações: carteira depescadora profissional (fl. 15); certidão de casamento datada em 27/12/1980, em que consta o marido da parte autoracomo pescador (fl. 16); documentos referentes à colônia de pescadores (fls. 20/26); documentos referentes aoseguro-desemprego de pescadora artesanal (fls. 27/29) e declarações de confrontantes, em que alegam que a recorridaexerce atividade pesqueira artesanal (fls. 30, 33 e 36).5. Em audiência, a parte autora declarou: que sempre foi marisqueira, que trabalha há 20 anos com tal atividade, que écasada, que o marido é pescador, que não exerce outra atividade e que não possui outra fonte de renda. Afirmou que omarido é aposentado há 15 anos, como segurado especial, e recebe cerca de um salário mínimo. Declarou, ainda, quenunca teve CTPS assinada e que aufere cerca de R$ 130,00 (cento e trinta reais) por mês como marisqueira, valor queutiliza nas despesas da casa.6. A testemunha, em seu depoimento, alegou conhecer a recorrida há muitos anos, confirmando o depoimento autoral.Afirmou, ainda, que a autora vende os mariscos para particulares e para os pescadores da região.7. Diante do exposto, verifica-se que foram preenchidos os requisitos para a concessão da aposentadoria rural por idade àautora.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

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52 - 0000634-62.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000634-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x MARIA APARECIDA SOUZA DE ALMEIDA(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PRESENÇA DE PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 62/69, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando a autarquia previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia,em suas razões recursais, que o parco conjunto probatório é manifestamente insuficiente. Aduz que o marido da autorapossui vínculos urbanos, o que descaracteriza o regime de economia familiar. Requer, assim, a reforma da sentença.Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora, pugnando pela manutenção da sentença.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. A parte autora nasceu em 17/04/1949. Atingiu o requisito “idade” em 17/04/2004. Protocolou o requerimentoadministrativo em 10/03/2009, sendo o mesmo indeferido pela não-comprovação do efetivo exercício de atividade rural (fl.23).4. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a recorrida exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Nesse sentido, estão os seguintes documentos: certidão de casamento, datada de29/10/1974, em que consta o marido da recorrida como lavrador (fl. 13); certidão de óbito do marido, ocorrido em07/08/2005, em que consta o mesmo como lavrador (fl. 14); rescisão de contrato de trabalho da Aracruz Florestal S/A,datado de 02/07/1975 (fl. 15); cópia da CTPS da parte autora (fl. 09), em que consta que a mesma trabalhava para empresarural e CNIS da recorrida, com vínculo junto à Aracruz Florestal S/A, entre as datas de 19/11/1975 a 02/04/1976 (fl. 18).5. Em audiência, a recorrida prestou depoimento pessoal, alegando que morava em Itaúnas, Conceição da Barra,juntamente com seus pais, quando começou a trabalhar na roça, aos sete anos de idade. Posteriormente, passou aconviver com Olindo Acácio de Almeida, aos dezesseis anos. Na época, seu sogro tinha um pedaço de terra e lá trabalhoucom seu companheiro, onde permaneceu por um período de doze anos. Depois, com a venda da propriedade por seusogro, passou a residir, junto com o companheiro, num local conhecido como “Buraco do Sapo”. Afirmou ter tido vínculoscurtos com a Aracruz Florestal. Alegou, ainda, que trabalhava na cultura da pimenta e do mamão.6. As testemunhas alegaram conhecer a recorrida há muitos anos, confirmando o depoimento autoral. A primeiratestemunha afirmou que via a autora com outros bóias-frias, nas margens da BR-101, para trabalhar na roça. Afirmou,ainda, que a autora desenvolvia serviço braçal em plantações de eucalipto. A segunda testemunha afirmou que a autorasempre trabalhou em lavoura e com eucalipto, e que, quando ficava sem serviço, cultivava a horta para vender e ajudar namanutenção dos filhos.7. O segurado especial pode exercer suas atividades rurais individualmente ou em regime de economia familiar. Se mais deum membro familiar exercer atividades agrícolas indispensáveis à própria sobrevivência restará configurado o regime deeconomia familiar e todos esses membros entrarão na qualidade de segurados especiais. Porém, se apenas um dosmembros da família se dedicar à produção rural, ele também será considerado segurado especial.8. Nesse sentido:

“EMENTA PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. CONTRARIEDADE À JURISPRUDÊNCIADOMINANTE DO STJ. QUESTÃO DE ORDEM Nº 05 DA TNU. ATIVIDADE RURAL. RECEBIMENTO DE PENSÃO PORMORTE DE TRABALHADOR URBANO. CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL. DESCARACTERIZAÇÃO.INOCORRÊNCIA. DEVOLUÇÃO DO PROCESSO À TURMA RECURSAL DE ORIGEM PARA READEQUAÇÃO. 1.Reconhecimento de jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça com fundamento em um precedente daquelaCorte. Incidência da Questão de Ordem nº 05 da TNU. 2. A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiardesempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado especial. Seum dos membros da família se dedicar à produção rural ou à pesca artesanal sem a contratação de empregados, ele seráconsiderado segurado especial que exerce suas atividades em regime individual. Os demais membros do grupo familiar,em exercendo atividade remunerada de outra natureza, terão sua categorização reconhecida também individualmente deacordo com os incisos I, II, V ou VI do artigo 11 da Lei Nº 8.213/91. 3. Precedentes do STJ e da TNU. 4. Pedido deUniformização conhecido e parcialmente provido para o efeito de devolver o processo à Turma Recursal de origem parareadequação.�(PEDIDO 200481100018325, JUIZ FEDERAL JOSÉ ANTONIO SAVARIS, 01/03/2010)”

9. A única objeção que se poderia fazer ao pleito autoral, seria o vínculo urbano do marido, a qual, contudo, deve serrechaçada, pois não prejudica o reconhecimento da condição de segurada especial da autora, que, como ficoucomprovado, sempre trabalhou no meio rural.10. Diante do exposto, verifica-se que foram preenchidos os requisitos para concessão da aposentadoria rural por idade àautora.11. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.12. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

53 - 0000213-35.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000213-0/01) ROSA NETE CAVAGLIERI MANTOVANI (ADVOGADO:JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – RECEBIMENTO DE BENEFÍCIO DE PENSÃO PORMORTE PELA PARTE AUTORA EM VALOR SUPERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls. 108/110, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que há documentosnos autos que comprovam sua qualidade de rurícola. Alega, ainda, que as testemunhas foram uníssonas em afirmar que arecorrente sempre trabalhou em regime de economia familiar.A aposentadoria do trabalhador rural tem como requisitos a idade mínima de 60 (sessenta) anos para homens e 55(cinquenta e cinco) anos para mulheres; e o desempenho de atividade rural em regime de economia familiar pelo númerode meses estabelecido pelo art. 142 da Lei 8.213/91.Compulsando os autos verifica-se que os documentos carreados pela parte autora são a Escritura de Compra e Venda deimóvel rural (fls. 26/29) e a declaração do Imposto Sobre Propriedade Rural (fls. 30/38). Merece destaque que a autora estárecebendo pensão por morte de seu cônjuge, conforme consta em fl. 87, no valor de R$ 795,82, referente ao mês deabril/2010.Para a caracterização da qualidade de segurado especial é imperativo a configuração do regime de economia familiar, cujoconceito está presente no artigo 11, § 1º da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.” O valor da pensão recebida pela autora é superior aosalário mínimo, indo de encontro ao previsto no mesmo art. 11, § 9º, inc. I da Lei 8.213/91, assim definido:

§ 9º Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de:I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício daprestação continuada da Previdência Social;

Diante do que fora exposto, não merece qualquer reforma a sentença prolatada pelo juízo a quo.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação a honorários advocatícios, visto que a parte autora é beneficiária da assistência judiciáriagratuita

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

54 - 0000764-52.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000764-4/01) MARLENE GOMES TIENGO (ADVOGADO: MARIA ISABELPONTINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – FALTA DE QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – PRESENÇA DE VÍNCULO URBANO – CARÊNCIANÃO PREENCHIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 133/137, que julgou improcedenteo pleito autoral de concessão de aposentadoria rural. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que apesar de terlaborado na zona urbana, sempre exerceu atividade rural. Aduz, ainda, que trabalhava apenas meio período como serventeem uma escola, e recebia metade de um salário mínimo ao mês. Requer, portanto, a reforma da sentença. O INSSapresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. A autora completou 55 anos em 22/10/2008. Deu entrada no requerimento administrativo em 24/11/2008 (fl.17), tendoseu pedido negado por não ter comprovado efetivo exercício de atividade rural.4. Existem nos autos indícios da atividade rural exercida pela parte autora: Certidão de Casamento, onde consta a profissãodo cônjuge como lavrador (fl.99); Declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Venécia (fl.18); Documentosdos ITR’s da propriedade rural do esposo de 2000 a 2008 (fls.56/66); Contrato de Comodato Rural, no qual figura o esposo

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da autora como comodatário (fls.67/69); Notas Fiscais em nome do cônjuge da recorrente (fls.76/79); Ficha de AtendimentoMédico de 1999, onde consta a autora e o seu esposo como lavradores (fls.89/90); Título Eleitoral do marido da autora, quedeclara ser lavrador (fl.100).5. No entanto, a controvérsia nos autos cinge-se ao fato de a autora ter exercido atividade urbana como servente.Verifica-se no extrato do CNIS (fl.124) que a parte autora trabalhou em meio urbano de agosto de 1991 a dezembro de2002. Em audiência, a recorrente e as testemunhas confirmam o vínculo urbano durante esse período. Conformedocumento de fl.14, a autora realmente iniciou o serviço recebendo aproximadamente meio salário mínimo, porém,constata-se que em momento posterior sua remuneração passou a ser maior que um salário mínimo. Dito isso, não hánenhum documento nos autos apto a comprovar o valor exato recebido pela recorrente, nem mesmo qual era seuexpediente de trabalho.6. Para concessão da aposentadoria por idade, tem-se como necessária a configuração do regime de economia familiar,cujo conceito está presente no artigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.” Não obstante laborar no campo, a atividade exercidapelo autor demonstra, com alto grau de probabilidade, que a renda obtida da atividade rural não era fundamental para asubsistência do núcleo familiar, mas tão-somente complementar, o que descaracteriza a condição de segurado especial.7. Então, durante esse período, entende-se que a atividade rural era complementar, pois sua renda era proveniente dotrabalho urbano. Resta descaracterizado o regime de economia familiar, visto que o trabalho exercido pela recorrente nãoera indispensável à subsistência da família, requisito essencial para qualificação da autora como segurada especial.8. Os recursos da Previdência, em se tratando de segurados especiais, são destinados aos indivíduos que, com auxílio dafamília, retiram da terra a subsistência, sendo incapazes de efetuar contribuições.9. Portanto, constata-se que no advento da Lei 8.213, em 24 de julho de 1991, a autora não era considerada seguradaespecial, assim não faz jus à aplicação da tabela progressiva de carências do art. 142 da Lei 8.213/91. Logo, precisariacomprovar 180 meses de lide rural para fazer jus à concessão do benefício pleiteado, o que não ocorreu nos autos.10. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida11. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária de assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

55 - 0000094-11.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000094-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x DJALMA COUTINHO DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ALECIO JOCIMARFAVARO, LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS, EDUARDO SOARES CARARRA, BRIAN CERRI GUZZO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ – INSTRUÇÃO PROBATÓRIA REALIZADA – DESISTÊNCIA DA AÇÃO – SENTENÇA ANULADA – RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 80/81, que julgou extinto o processosem exame do mérito, em virtude de requerimento de desistência feito pela parte autora, nos termos do art. 267, VIII, doCódigo de Processo Civil. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que, em respeito ao art. 267, §4º, do CPC, apósdecorrer o prazo para resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. Afirma, ainda, que adesistência do autor é injusta, pois manipula o ordenamento jurídico evitando o julgamento de improcedência, podendodemandar novamente o INSS sem a incidência da coisa julgada. Requer, assim, a anulação da sentença. A parte autoraapresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei nº8.213/91). Já o art. 42 da mesma lei, diz que “a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, acarência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.”3. A parte autora requereu o restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Porém, após a realização da instrução, requereu a desistência da ação.4. O juiz a quo prolatou sentença com base no art. 267, inciso VIII do CPC: “Extingue-se o processo sem resolução demérito: inciso VIII – quando o autor desistir da ação”. Dessa forma, homologou o pedido de desistência e extinguiu oprocesso sem exame do mérito.5. Entretanto, verifica-se que o autor, ao pleitear a desistência da ação, pretende se esquivar da coisa julgada materialquanto ao período discutido. O fato de ter transcorrido a instrução probatória, com a realização da perícia médica judicial,torna a causa madura para o julgamento do mérito.6. Diante do exposto, anulo a sentença prolatada pelo Juízo a quo e determino o retorno dos autos ao Juízo de origem paraa prolação de sentença de mérito.7. Recurso conhecido e provido. Sentença anulada.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, em ANULAR A SENTENÇA PROLATADA PELO JUÍZO A QUO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

56 - 0002235-09.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002235-1/01) MARIA TEREZINHA FIGUEIREDO LOUZADA(ADVOGADO: MARGARET BICALHO MACHADO, ANA PAULA CESAR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 91/92, que julgou improcedente o seu pedido de concessão do beneficio deauxílio-doença, bem como sua conversão em aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, em suas razões recursais,que juntou laudos médicos que comprovam que é portadora de deficiência, estando impossibilitada de realizar qualqueratividade profissional. Com isso, requer a reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fl. 79), que apesarde o perito constatar que a recorrente (52 anos de idade) foi submetida a cirurgia para retirada de neoplasia maligna docólon descendente, a mesma não apresenta, atualmente, incapacidade para a atividade laboral, qual seja, a de lavradora.Conforme laudo emitido pelo Serviço de Oncologia do Hospital em que a recorrente fez o tratamento, a mesma completou otratamento com quimioterapia adjuvante e segue com acompanhamento clínico.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laboral, há de prevalecer sobre o particular”.5. Assim, não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos no pleito recursal.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

57 - 0001194-07.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001194-8/01) MARILZA CANAL FERRÃO (ADVOGADO: ARMANDOVEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 54/55, que julgou improcedenteo seu pedido de benefício de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, em suasrazões recursais, que se encontra incapacitada para o trabalho por ser portadora de doença que dificulta o desenvolvimentode atividade laboral. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 42/43, quefoi constatado que a recorrente (com 48 anos de idade, atualmente desempregada) não é portadora de nenhumadoença/lesão, sequela ou deficiência física ou mental, não havendo incapacidade para o trabalho. O expert destaca, ainda,que, ao exame físico, a recorrente apresenta musculatura hígida, sem sinais de atrofia, com todos os movimentospreservados, estando lúcida e orientada no tempo e no espaço. Com isso, afirma que a mesma é considerada apta para o

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trabalho.4. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Assim, não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nos pleitos recursais.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

58 - 0000621-97.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000621-0/01) ZILDA DE ALMEIDA FERREIRA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 42/43, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença, de conversão em aposentadoria por invalidez, bem comode indenização por danos morais. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitada para otrabalho por apresentar moléstia que a impede de desempenhar sua atividade habitual. Afirma, ainda, que acostou laudosmédicos particulares que atestam sua condição de incapaz. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutençãoda sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei nº8.213/91). Já o art. 42 da mesma lei diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carênciaexigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptívelde reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial (fls. 30/33 e 41),que a recorrente é portadora de alterações congênitas de coluna vertebral. Entretanto, a autora (42 anos de idade) não seencontra incapacitada para o trabalho e pode exercer suas atividades habituais normalmente (servente). O expert afirmaque a parte autora pode realizar todos os trabalhos que já vinha desenvolvendo na função de servente, não sendorecomendados apenas os trabalhos que necessitem de grandes esforços físicos (fl. 41).4. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

59 - 0002357-22.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002357-4/01) GENILDA HILARIO DA SILVA (ADVOGADO: ADMILSONTEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 86/87, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, emsuas razões recursais, que é portadora de doença ortopédica que lhe causa dores intensas e limitações físicas dosmembros superiores e inferiores, de modo que se encontra totalmente impossibilitada de exercer função laboral. Aduz,

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ainda, que o laudo pericial apresenta conclusões equivocadas quanto à sua incapacidade. Com isso, requer a reforma dasentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fl. 68), que apesarde o perito constatar que a recorrente (com 57 anos de idade) é portadora de cervicalgia e dor lombar baixa, a mesma nãoapresenta incapacidade para sua atividade habitual, qual seja, costureira. Relata o perito que a recorrente é portadora depatologia própria da idade. Com isso, afirma que a recorrente encontra-se apta a exercer atividade laboral, nãoapresentando incapacidade.4. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Assim, não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nos pleitos recursais.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

60 - 0000821-67.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000821-9/01) ANTONIO CARLOS SANTANA (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 58/60, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento de beneficio de auxílio-doença, bem como sua conversão em aposentadoria porinvalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que é portador da síndrome do pânico, distúrbio neuro vegetativo,distúrbio psiquiátrico, ansiedade e dispnéia, sendo que está em tratamento no serviço de média complexidade em saúdemental, de modo que se encontra totalmente impossibilitado de exercer função laborativa. Com isso, requer que sejareformada a sentença, julgando procedente o pedido exposto na inicial. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. O recorrente recebeu o beneficio previdenciário de auxílio-doença por, aproximadamente 04 (quatro) anos, conformedemonstrado à fl. 26. Em 01/05/2009, o beneficio foi cessado por parecer contrário da perícia médica, que concluiu que orecorrente estava apto para exercer atividades laborais.4. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 45/49), queapesar de o perito constatar que o recorrente é portador de Hipertensão Arterial Sistemática, Diabetes Mellitus tipo 2 eDepressão, o mesmo não apresenta incapacidade para a atividade laboral. Atesta o perito que não há relação entre aspatologias que acometem o autor e o exercício de sua profissão. Com isso, o perito afirma que o recorrente (com 51 anosde idade) encontra-se apto a exercer sua atividade laboral (lavrador).5. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.6. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nos pleitos recursais.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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61 - 0000402-84.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000402-0/01) SOLANGE ALVES DOS SANTOS DE OLIVEIRA(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRECOUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS – COISA JULGADA MATERIAL –INCAPACIDADE PREEXISTENTE AO INGRESSO NO RGPS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 75/76, que julgou extinto oprocesso sem resolução de mérito, na forma do artigo 267, inciso V, do Código de Processo Civil (coisa julgada). Em suasrazões recursais, a recorrente alega que não houve coisa julgada material, pois os processos versam sobre causas de pedire pedidos diferentes. Requer, portanto, a anulação da sentença para ser proferida sentença de mérito, ou a reforma, parajulgar procedente o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. O Juízo a quo verificou que a matéria em exame no presente processo foi objeto de apreciação judicial, em momentoanterior, nos autos do processo de nº 2006.50.52.000261-0, que envolviam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e omesmo pedido, restando configurado o fenômeno da coisa julgada material.4. Compulsando os autos, verifica-se que a recorrente ingressou na Previdência Social, como contribuinte individual, emoutubro de 2003, e verteu contribuições até setembro de 2004 (fl. 29). Recebeu o benefício de auxílio-doença de19/10/2004 a 01/04/2006, quando este foi cessado por revisão administrativa. Na sentença proferida nos autos do processode nº 2006.50.52.000261-0 (fls. 14/17), o Juízo a quo fundamentou sua decisão de improcedência do pedido derestabelecimento de auxílio-doença no fato de a autora estar incapacitada desde julho de 2002, conforme aferido pelo peritojudicial. Assim, a autora teria ingressado no RGPS com incapacidade definitiva, motivo pelo qual não faria jus ao benefíciopleiteado.5. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial (fls. 59/62), que aparte autora é portadora de cirrose hepática e diabetes, estando a mesma incapacitada total e definitivamente para oexercício de atividades laborais. O expert não conseguiu precisar a data de início da incapacidade. Entretanto, quando foirealizada a perícia médica judicial do processo anterior, o perito médico constatou a presença da mesma doença e definiu adata de “julho de 2002” como data de início da incapacidade (fl. 16).6. Verifica-se que a doença que acometia a autora, quando do ajuizamento da primeira ação, é a mesma doença que aincapacita atualmente, não havendo que se falar em nova causa de pedir. Dessa forma, a sentença a quo não merecereforma, devendo ser mantida em sua integralidade.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

62 - 0000558-72.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000558-8/01) BENEDITO JOSE DOS SANTOS (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL – INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE – PERDADA QUALIDADE DE SEGURADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 34/35, que julgou improcedentesos pedidos de concessão do benefício de auxílio-doença e de indenização por danos morais. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que após 2005 manteve sua qualidade de segurado, por ter laborado em meio rural. Afirma, ainda, queapesar de o perito judicial constatar a existência de capacidade para o trabalho, sua doença induz incapacidade paraexercer sua atividade habitual. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões,pugnando pela manutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).3. Com relação à qualidade de segurado, verifica-se que, até fevereiro de 2002, o autor havia recolhido 134 contribuiçõespara a Previdência Social. Mesmo cessando suas contribuições, manteve a qualidade de segurado até abril de 2004(período de graça), fazendo jus, até esta data, à cobertura previdenciária. A partir de então, ocorreu a perda da qualidadede segurado. De modo descontínuo, o autor voltou a verter contribuições para a Previdência Social (05/2005; 05/2006 a06/2006). Entretanto, não preencheu a carência necessária para readquirir a qualidade de segurado do Regime Geral de

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Previdência Social.4. O recorrente afirma, em suas alegações recursais, que após o ano de 2005, exerceu atividade rural. Porém, não há nosautos início de prova material capaz de demonstrar a condição de segurado especial.5. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial (fls. 22/25 e 32),que mesmo sendo constatada hipertensão arterial sistêmica e sequela neurológica de cirurgia de aneurisma cerebral, oautor (59 anos de idade) não se encontra incapacitado para o trabalho (motorista). O expert afirmou, a partir dos laudosmédicos, que o autor fez cirurgia de correção de aneurisma cerebral, com clipagem do mesmo, em março de 2007.Constatou, também, que houve boa recuperação clínica, evoluindo sem sequelas neuromotoras, ocorrendo apenas discretodéficit de linguagem - gagueira discreta (quesito 10 – fl. 24). Quanto à hipertensão arterial sistêmica, afirmou que esta seencontra controlada (quesito 11 – fl. 24). Em pedido de esclarecimentos, o expert afirmou que o exame neurológico nãoevidenciou déficit motor ou cognitivo significativo que implicasse incapacidade para sua atividade laborativa como motorista(fl. 32).6. Assim sendo, não é devido à parte autora o benefício de auxílio-doença, por não estarem preenchidos os requisitosnecessários à sua concessão, descritos na Lei 8.213/91, devendo a sentença a quo ser mantida em sua integralidade.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

63 - 0000608-92.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000608-2/01) SONIA MARIA LITIG SOARES (ADVOGADO: ROSEMARPOGGIAN CATERINQUE CARDOZO, KARINA ACACIA DO PRADO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls.129/130, que julgouimprocedente o seu pedido de concessão do beneficio de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez.Alega a recorrente, em suas razões recursais, que restou comprovada a sua incapacidade laborativa, estandoimpossibilitada de retornar a sua função de cozinheira. Requer, assim, a reforma da sentença. O INSS não apresentoucontrarrazões.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 109/117), queapesar de o perito médico constatar que a recorrente (41 anos de idade) é portadora de visão subnormal no olho direito, amesma não apresenta incapacidade para a atividade laboral, visto que tem boa acuidade visual no olho esquerdo, corrigidopor óculos. O perito afirma, ainda, que não há qualquer relação da profissão outrora exercida pela autora, como cozinheira,com a sequela apresentada. Com isso, o perito afirma que a recorrente encontra-se apta para exercer sua atividade laboral,não apresentando incapacidade.4. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Assim, não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nos pleitos recursais.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

64 - 0007470-91.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007470-2/01) RAYNNER SIQUEIRA KUSTER (ADVOGADO: FLAVIAAQUINO DOS SANTOS, DANIELE PELA BACHETI, LETÍCIA BITENCOURT PAVAN, PRISCILLA FERREIRA DA COSTA,KARLA RENATA GARCIA BRAZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela BoechatB. B. de Oliveira.).E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 76/77, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento do beneficio de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, quepercebeu o beneficio de auxílio-doença durante o período de 11/07/2003 a 30/06/2006, quando este foi cessado pelorecorrido. Alega, ainda, que é portador de lesões graves, com redução da força muscular no membro inferior esquerdo e nosuperior direito. Devido a este fato, alega estar impossibilitado de exercer função laborativa. Requer a reforma da sentença,para que seja julgado procedente o pedido exposto na inicial. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 43/44 e 67),que o recorrente (29 anos de idade) é portador de sequela de acidente motociclístico. A perita médica atestou que orecorrente não apresenta incapacidade para a atividade laboral, visto que as sequelas do acidente não interferem em suavida civil independente. A perita afirmou, ainda, que o recorrente encontra-se apto para exercer sua atividade laboral(motorista), não apresentando qualquer incapacidade. Em sede de esclarecimentos, a perita atestou que as lesõesprovocaram apenas incapacidade temporária, tanto que o autor renovou sua Carteira de Habilitação na categoria AD, comvalidade até 23/01/2013. Atualmente, o recorrente apresenta apenas lesão cicatricial cirúrgica.4. Vale ressaltar, quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nos pleitos recursais.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

65 - 0009601-73.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009601-8/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKASEIBEL PINTO.) x HUMBERTO NUNES MONTEIRO (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOESALVES, KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA.) x OS MESMOS.E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – OPÇÃO PELO FTGS EM 01/01/1979, SEM EFEITOS RETROATIVOS –INAPLICÁVEL A PROGRESSIVIDADE – RECURSO DA CEF CONHECIDO E PROVIDO – RECURSO DO AUTORCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recursos inominados, interpostos pela Caixa Econômica Federal e pelo autor, em face da sentença de fls. 92/93que julgou procedente o pedido de aplicação dos juros progressivos sobre o saldo do FGTS da parte autora. Recorre a CEFalegando que o autor não faz jus à percepção da progressão da taxa de juros, pois a sua opção ao FGTS é posterior a22/09/1971. O autor, em suas razões recursais, alega que a sentença considerou apenas os extratos anexados aos autos,que não refletem todo o período que não foi atingido pela prescrição. Requer, assim, que a CEF exiba os extratos restantesrelativos ao FGTS, referentes ao período de agosto de 1977 a janeiro de 1985.A progressividade dos juros creditados nas contas vinculadas do FGTS tem aplicação restrita: alcança apenas os autoresoptantes do FGTS em datas anteriores à Lei nº 5.705/71 ou que tenham feito opção retroativa, nos termos do art. 1º e §§ daLei nº 5.958/73 e da Súmula nº 154 do STJ. Assim, de acordo com o referido diploma legal (Lei nº 5.958/73), os jurosprogressivos são devidos apenas aos trabalhadores que, cumulativamente: a) tenham sido admitidos anteriormente a22/09/1971 (data da publicação da Lei 5.705/71); b) tenham feito opção retroativa na forma da Lei 5.958/73 comconcordância expressa do empregador (irrelevante que seja anterior a 22/09/1971); e c) tenham permanecido na mesmaempresa por mais de 02 (dois) anos.Os trabalhadores que não preencherem todos os três requisitos acima são devidos apenas os juros fixos de 3% ao ano nossaldos do FGTS.É indispensável que esse vínculo empregatício entre 01/01/1967 a 22/09/1971 tenha durado mais de 02 (dois) anos porqueo artigo 4º, da Lei n. 5.107/66, em sua redação original, dispunha que: “Art. 4º. A capitalização dos juros dos depósitosmencionados no art. 2º far-se-á na seguinte progressão: I – 3% (três por cento) durante os dois primeiros anos depermanência na mesma empresa; II – 4% (quatro por cento) do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;III – 5% (cinco por cento) do sexto a décimo ano e permanência na mesma empresa; IV – 6% (seis por cento) dodécimo-primeiro ano de permanência na mesma empresa, em diante”.

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No caso dos autos, o autor começou a trabalhar em 01/02/1961 (fl.10). Permaneceu no emprego até 16/04/1991. Optoupelo regime do FGTS em 01/01/1979 (fl. 11). Assim, optou pelo regime do FGTS após a entrada em vigor da Lei 5.705/71,que unificou a taxa de juros remuneratórios em 3% ao ano. Não há prova nos autos de que o autor tenha feito opçãoretroativa posteriormente.Desta forma, constata-se que o autor não faz jus à progressividade da taxa de juros, ante a não comprovação de opçãoretroativa pelo FGTS.Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:

FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. JUROS PROGRESSIVOS. REVOGAÇÃO PELA LEI 5.705/71.INEXISTÊNCIA DE PROVA DE OPÇÃO COM EFEITOS RETROATIVOS. 1. Tendo o autor optado pelo regime do Fundo deGarantia do Tempo de Serviço em 1º de abril de 1972, mediante declaração homologada pela Justiça do Trabalho em 5 demaio seguinte, assim depois da entrada em vigor da Lei 5.705, de 21 de setembro de 1971, que unificou a taxa de jurosremuneratórios em 3% (três por cento) ao ano, revogando a anterior que mandava remunerar as contas vinculadas comtaxas progressivas de juros, conforme o tempo de serviço da empresa, não faz jus à progressividade, por não sercontemplada, tal opção, com efeitos retroativos. 2. Inexistência, outrossim, de prova de que, à luz da Lei 5.958, de 10 dedezembro de 1973, ou da legislação posterior, assim das Leis 7.839, de 12 de outubro de 1989, e 8.036, de 11 de maio de1990, veio a fazer opção, pelo FGTS, retrospectivamente a período anterior ao da vigência da Lei 5.705, de 21 de setembrode 1971. 3. Recurso de apelação não provido.�(AC 200838000018511, DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOSMOREIRA ALVES, TRF1 - SEXTA TURMA, 13/10/2009)

Recurso da CEF conhecido e provido. Recurso do autor conhecido e não provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios visto que a parte autora (recorrente vencida) é beneficiária daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA CEF E NEGARPROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

91004 - RECURSO CIVEL / OUTROS

66 - 0000734-88.2007.4.02.5051/02 (2007.50.51.000734-1/02) SEBASTIANA SCHWAN STANZANI (ADVOGADO: HIGNERMANSUR, LUCIANA VALVERDE MORETE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCIAPARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).E M E N T A

PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO RESCISÓRIA – JUIZADO ESPECIAL FEDERAL – IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DOPEDIDO – APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI 9.099/95 – INDEFERIMENTO DA PEÇA INICIAL – PROCESSO EXTINTOSEM JULGAMENTO DE MÉRITO.

1. Trata-se de Ação Rescisória c/c Controle Incidental de Constitucionalidade interposta em face do INSS, referente aprocesso que tramitou no Juizado Especial Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim. A parte autora,inicialmente, discute a inconstitucionalidade da proibição de ajuizamento de ação rescisória nos Juizados EspeciaisFederais, expondo acerca do seu cabimento. No mérito, pugna pela rescisão da referida sentença com a consequenteelaboração de nova decisão.

2. A autora ajuizou ação, em 2007, com o objetivo de ter seu benefício previdenciário de pensão por morte restabelecido,diante da cessação do mesmo por parte do INSS, sob o fundamento de fraude. A ação teve regular desenvolvimento e, em16/06/2008, foi proferida sentença, ora objeto da ação rescisória. Em recurso, a parte autora alegou que a sentença estariaequivocada, pois os pontos controvertidos apresentados nos autos não foram abordados na sentença. O recurso, porém, foiinterposto intempestivamente, não sendo, portanto, recebido. Diante de tal fato, a autora impetrou mandado de segurança.O mandado de segurança impetrado foi indeferido, sendo declarado extinto o processo, sem resolução de mérito.

3. Além dos pressupostos comuns para qualquer ação, a Ação Rescisória possui dois específicos, quais sejam: umasentença de mérito transitada em julgado e a invocação de algum dos motivos de rescindibilidade dos julgados,taxativamente previstos no Código de Processo Civil, em seu art. 485. Tal ação não se confunde com recurso justamentepor atacar uma decisão sob efeito da res judicati e se apresenta como ação autônoma.

4. Não consta na Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei nº 10.259/01) previsão sobre a possibilidade ou não da açãorescisória, por isso, em consonância com o disposto em seu art. 1º, deverá ser aplicada, subsidiariamente, a previsão daLei nº 9.099/95, que proíbe a ação rescisória em sede dos Juizados Especiais.

5. Assim, não é cabível ação rescisória em sede dos Juizados Especiais Federais.

6. Processo extinto sem julgamento de mérito, nos termos do art. 267, I, c/c art. 295, I, todos do CPC.

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7. Custas ex lege. Assistência judiciária gratuita deferida. Sem condenação em honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo indeferir a petição inicial, e, via de consequência, julgar extinto oprocesso, sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, I, c/c art. 295, I, todos do CPC, na forma do voto e ementaconstantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

67 - 0000656-63.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000656-3/01) JOSE MAGESK BELMIRO (ADVOGADO: EUSTÁQUIODOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI, RENATO RAMOS DE ASSUNÇÃO.) xUNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - UFES (PROCDOR: OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – AUTARQUIA FEDERAL – PRAZO PRESCRICIONAL PARA REPARAÇÃO DE DANOS –CINCO ANOS – DECRETO 20.910/32 E DECRETO-LEI 4.597/42 – PRESCRIÇÃO CONFIGURADA – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 153/154, que julgou extinto oprocesso, com resolução de mérito, com fundamento no art. 269, IV do Código de Processo Civil (prescrição). Alega orecorrente, em síntese, que não há que se falar em prescrição, visto que seu direito nasceu com o trânsito em julgado dasentença trabalhista. A Universidade Federal do Espírito Santo apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção dasentença.2. A parte autora pleiteia o recebimento de indenização a título de dano moral e pela perda de uma chance. Alega que osatos praticados pela ré reduziram suas possibilidades de progressão econômica e profissional, já que deixou deaposentar-se em tempo oportuno, pelo não-reconhecimento de 03 anos de serviço, o que só foi revertido com o processotrabalhista.3. O instituto da prescrição está previsto no artigo 189 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação: “Violado odireito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.”.4. A prescrição contra a Fazenda Pública, bem como contra as autarquias, entidades e órgãos paraestatais, está previstano Decreto 20.910/32 e no Decreto-Lei 4.597/42. O art.1° do Decreto 20.910/32 possui a seguinte redaçã o:

“Art. 1º - As dividas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra aFazenda Federal, Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do atoou fato do qual se originarem.”

5. Já o art. 2° do Decreto-Lei 4.597/42, assim aduz :

“Art. 2º O Decreto nº 20.910, de 06 de janeiro de 1932, que regula a prescrição qüinqüenal, abrange as dívidas passivasdas autarquias, ou entidades e órgãos paraestatais, criados por lei e mantidos mediante impostos, taxas ou quaisquercontribuições, exigidas em virtude de lei federal, estadual ou municipal, bem como a todo e qualquer direito e ação contraos mesmos.”

6. Nesse sentido:

“Civil. Apelação da União Federal contra sentença que julgou procedente, em parte, o pedido de indenização por danosmateriais, ao fundamento de haver sido provado o equívoco da Administração que atribuiu ao autor a titularidade de dívidado genitor, por confusão entre o CPF dele e do pai, em face da homonímia quase perfeita entre eles, ocasionando indevidodescontos nos seus proventos. 1. O prazo prescricional, para as hipóteses de reparação civil contra a Fazenda Pública, éde cinco anos, a contar da data do evento danoso, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910-32, não se aplicando, portanto,a disciplina do Código Civil. Ação promovida em agosto de 2008. Desconto iniciado em novembro de 2003. Afastada aexistência de parcelas atingidas pela prescrição qüinqüenal. 2. Reconhecido o equívoco nas deduções de valores, a títulode pensão judicial, oriundo de homonímia, correta a sentença que determinou a devolução do montante suprimido.Afastada a pretensão de recebimento do total, em dobro. 3. Os juros de mora devidos a contar do evento danoso (Súmula54 do STJ), devem ser calculados em meio por cento ao mês, visto que a presente ação foi promovida na vigência daMedida Provisória 2.180-35/2001, afastando-se a utilização da SELIC, para este fim. Entretanto, a partir da vigência da Lei11.960/2009, os juros moratórios e a correção do débito devem ser calculados pelos índices das cadernetas de poupança.4. Remessa oficial provida, em parte, apenas para alterar a fixação dos juros de mora, da forma acima explicitada.Apelação improvida.”(APELREEX 200882010017080, Desembargador Federal Vladimir Carvalho, TRF5 - Terceira Turma, 12/04/2010)

7. Conforme informações prestadas pelo próprio autor, o fato que ensejou a pretensão autoral deu-se em julho de 1997 (fls.02/03), data do indeferimento do pedido de averbação do período de trabalho prestado à UFES (13/08/1965 a 31/12/1968),sendo que a ação objetivando a reparação civil só foi ajuizada em janeiro de 2008. O recorrente alega que seu direito à

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indenização por danos morais surgiu apenas com o trânsito em julgado da sentença trabalhista. Tal tese não mereceprosperar. O fato que causou o alegado prejuízo ao autor foi o indeferimento da averbação do período supracitado, ocorridoem julho de 1997.8. À luz do exposto, encontra-se prescrita a pretensão autoral.9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

68 - 0011221-23.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011221-8/01) CLAUDIO ANTONIO DA SILVEIRA ALVES (ADVOGADO:GLAUBER ARRIVABENE ALVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGOCOSTA BUARQUE.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – RECONHECIMENTO DE PERÍODOTRABALHADO – INDENIZAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL – MERO ABORRECIMENTO – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 136/138, que julgou procedenteo pedido autoral para condenar o INSS a reconhecer e averbar o tempo de contribuição referente ao período de 20/02/1975a 29/11/1977, e julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais. Alega o recorrente, em síntese, que aatitude do INSS de negar o reconhecimento do referido período de contribuição lhe acarretou transtornos emocionais emorais. Diante disso, requer a reforma da sentença para que seja fixada condenação por danos morais em quantum capazde minimizar os prejuízos sofridos. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.3. Afirma o recorrente que o não-reconhecimento do tempo de contribuição o impediu de completar o tempo necessáriopara se aposentar e que, tal fato, o abalou emocional e moralmente. Tal alegação, porém, não merece prosperar. Nãorestou comprovado nos autos qualquer prejuízo que, por si só, ensejasse indenização por danos morais. Assim, não há quese falar em indenização, visto que o dano é elemento essencial da responsabilidade civil.4. A redação do art. 186 do Código Civil aduz: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. De acordo com tal redação,pode-se concluir que, para a caracterização de um ato ilícito, são necessários: a violação de um direito, no caso do danomoral um direito da personalidade, e a ocorrência do dano. Observa-se, no caso em questão, que ocorreram merosaborrecimentos para a parte autora, os quais podem acometer qualquer pessoa durante a vida. A confusão desta ideiapoderia colocar em descrédito a própria concepção de responsabilidade civil, cabendo ao juiz, analisando o caso concreto,apontar se a reparação imaterial é cabível ou não. Nesse sentido, foi aprovado o Enunciado n. 159 do Conselho da JustiçaFederal na III Jornada de Direito Civil, pelo qual o dano moral não se confunde com os meros aborrecimentos decorrentesde prejuízo material.5. Na aferição da ocorrência ou não do dano moral, é necessária uma análise minuciosa das condições nas quais se deramas ofensas à moral, à boa-fé ou à dignidade da vítima, bem como das consequências do fato para a sua vida pessoal. Merodissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto taissituações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Desse modo, o meroaborrecimento por que passou o recorrente não lhe confere o direito à indenização por danos morais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

69 - 0001022-27.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.001022-6/01) RODRIGO PASOLINI RODRIGUES (ADVOGADO: MAYZACARLA KRAUSE.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – INCLUSÃO DEVIDA NO CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – ATO LÍCITO –INADIMPLEMENTO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

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Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, contra a sentença que julgou improcedente o pedido decondenação da CEF ao pagamento de indenização por dano moral, referente à inclusão do nome do autor no cadastro deinadimplentes. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que um simples atraso de alguns dias no pagamento nãojustificaria a negativação do fiador, e que a relação aplicável a este caso é a de consumo, por isso, a recorrida deveriainformá-lo quanto ao atraso do pagamento e suas consequências. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.A relação estabelecida entre o requerente e a CEF não é uma relação de consumo, pois se dá sob condições privilegiadascom vistas a atender programa governamental. Nesse sentido, segue entendimento:

AÇÃO ORDINÁRIA. REVISÃO CONTRATUAL. CONTRATO BANCÁRIO. FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL DOENSINO SUPERIOR - FIES. JUROS. CDC. INAPLICABILIDADE. MULTA E PENA CONVENCIONAL. CAPITALIZAÇÃO DEJUROS. REVOGAÇÃO DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PRECEDENTE. 1. Se o contrato, escudado no preceito legal doart. 5º da Lei 10.260/01, que regula o sistema de financiamento pelo FIES, fixou os juros efetivos em 9% ao ano, éirrelevante a forma de sua operacionalização mensal fracionária, que, de qualquer forma, não implica transgressão àvedação da Súmula 121 do STF. 2. Esta Turma tem se inquinado pela inaplicabilidade do Código Consumerista aosfinanciamentos regidos pela Lei 10.260/01, na medida em que se dão sob condições privilegiadas com vistas a atenderprograma governamental de cunho social destinado a estudantes do Ensino Superior que se encontram em situação decarência e não possuam condições para custear as despesas com a instituição de ensino, não retratando a figura doconsumidor. 3. Não estando o contrato sob o manto de proteção do Código Consumerista não há proibição legal àestipulação contratual da pena convencional de 10%. 4. Por possuírem naturezas distintas, não há impedimento para acumulação da incidência de juros moratórios e multa moratória, sendo que a taxa de juros deve ser de 1% ao mês, "Sãodevidos juros de mora de 1% (um por cento) ao mês (art. 406 do Código ... Civil de 2002), a contar da citação,independentemente do levantamento ou da disponibilização dos saldos do FGTS antes do cumprimento da decisão judicial(ação ajuizada na vigência da Lei nº 10.406/2002).: (TRF da 1ª Região, AC 2000.33.00.026348-2/BA, 5ª Turma, Rel. Des.João Batista Moreira, DJ 13/09/2004: 5. Uma vez julgado improcedente o pleito judicial pela conclusão da correção daexecução do contrato, verificam-se insubsistentes as razões que sustentavam a proibição estabelecida em sede deantecipação de tutela, impondo-se a sua revogação. 2. Apelação provida.�(AC 200571000121334, CARLOS EDUARDOTHOMPSON FLORES LENZ, TRF4 - TERCEIRA TURMA, 22/11/2006)O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.O recorrente foi fiador de sua irmã em um financiamento estudantil (FIES). Alega que o financiamento sempre foi pago noprazo correto e que, apenas por um atraso de poucos dias, teve seu nome, assim como o de sua irmã, cadastrado no rol deinadimplentes.Compulsando os autos, verifica-se que a parcela do mês de julho de 2007 não foi paga devido à insuficiência de saldo naconta corrente da irmã do autor. Como o débito em questão era automático, deveria a mutuária diligenciar no sentido demanter saldo suficiente no dia aprazado. Quando se trata de débito em conta, após o vencimento da obrigação, sem quetenha ocorrido a liquidação, o devedor deve diligenciar junto à instituição para que esta promova o acerto, estando o bancodesautorizado a debitar aquele valor naquele mês novamente.Se o correntista faz o depósito posterior do valor da obrigação, deve comunicar à instituição bancária, para que estapromova o acerto. O dinheiro que se encontra depositado é de propriedade do titular da conta. Qualquer débito que nãoesteja programado depende de sua iniciativa para que seja realizado. O mecanismo utilizado por alguns bancos, conhecidocomo “teimosinha” não é obrigatório e deve ser contratado pelo cliente caso a instituição ofereça tal serviço. O débitoautomático é uma conveniência oferecida para facilitar a vida das pessoas, mas que exige o compromisso do cliente depossuir fundos suficientes a fim de quitar os débitos no prazo acordado.Dessa forma, para haver obrigação de indenizar teria que ficar comprovado o ato ilícito praticado pela recorrida. Não é ocaso dos autos, já que a recorrida, efetivamente, não recebeu o valor da parcela referente ao mês de julho/2007, fato quegerou a inclusão dos nomes do autor e de sua irmã nos serviços de proteção ao crédito, não se configurando como ilícita talinscrição. Sendo assim, não há que se falar em indenização por danos morais.Diante o exposto, verifica-se que foi realizada a inclusão do nome do autor e da sua irmã junto ao SPC e SERASA por culpaexclusiva destes, em razão do inadimplemento de uma das parcelas do contrato de financiamento, não havendoresponsabilidade da CEF.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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70 - 0001101-49.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001101-7/01) MARIA JOSE FERNANDES DA SILVA (ADVOGADO: LUISGUSTAVO NARCISO GUIMARÃES.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: RODRIGO SALES DOS SANTOS,CLEBER ALVES TUMOLI, SELCO DALTO.).E M E N T A

CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMO MEDIANTE CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO. RESPONSABILIDADE DOEMPREGADOR EM DESCONTAR DO SALÁRIO DO EMPREGADO O VALOR DAS PRESTAÇÕES. OMISSÃO DOEMPREGADOR EM REPASSAR PARA O BANCO O VALOR DESCONTADO. INSCRIÇÃO DO EMPREGADO NASERASA. EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DO EMPREGADO PELA DÍVIDA. DANO MORAL. ABALO DE CRÉDITOMERAMENTE POTENCIAL. INDENIZAÇÃO ARBITRADA EM VALOR MÓDICO.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso da autora e negar provimento ao recurso da Caixa Econômica Federal.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

71 - 0008887-71.2004.4.02.5001/01 (2004.50.01.008887-9/01) ANTONIO PADUA CARVALHO DOS SANTOS(ADVOGADO: SAMYRA CARNEIRO PERUCHI, HENRIQUE ROCHA FRAGA.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUSVINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – BIS INIDEM – INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 159/163) que julgou improcedenteo pedido autoral. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir osvalores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A União Federalapresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.

2. A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 206/211. Este conjuntoprobatório foi solicitado por este Relator, em despacho de fls. 199, em virtude da impossibilidade do julgamento da matériadiscutida nos autos sem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de ProcessoCivil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não háóbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.

3. Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competêncianº 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.

4. Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.5. No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora aMinistra Ellen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébitotributário ajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.6.Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de

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julgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

7. In casu, verifica-se que o autor ajuizou a ação em 02/09/2004, momento anterior à vigência da Lei Complementar nº118/2005. Portanto, o prazo prescricional deve obedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitado, porém,ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da novel lei complementar.

8. O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.

9. A data de início da aposentadoria do beneficiário é 23/09/1992 (fl. 206). A presente ação foi ajuizada em 02/09/2004 (fl.02). Assim, está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

10. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

11. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

72 - 0010309-26.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010309-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x TEREZINHA BUSS (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –INEXISTÊNCIA – DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO – ATUAÇÃO CONTRA A UNIÃO FEDERAL – HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS INDEVIDOS – NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE RECEITA MÉDICA ATUALIZADASEMESTRALMENTE PARA CONCESSÃO DO MEDICAMENTO – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTEPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos pela UNIÃO FEDERAL, em face do acórdão de fls. 216/223 que negouprovimento ao recurso por ela interposto. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à ofensa ao disposto noartigo 198 da Constituição da República. Aduz que houve omissão em relação ao entendimento do STJ e do STF quanto aofato de haver condenação ao pagamento de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública da União. Alega,ainda, que houve omissão em relação ao pedido específico acerca da necessidade de informação periódica pela parteautora do seu estado de saúde.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre o artigo da Constituição que a parte alegaincidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipótesesdo art. 535 do CPC.4. A embargante também alega que não foram apreciados os pedidos contidos nos itens 3.1 e 3.2 da petição recursal, querequeriam a determinação de que a parte autora informasse ao Juízo, à Coordenadoria Regional de Saúde da Secretaria deSaúde do Estado do Espírito Santo e/ou à Secretaria de Saúde do Município, periodicamente, a sua situação de saúde,através de laudo médico profissional a fim de que o medicamento não continue sendo fornecido sem necessidade. Assisterazão à embargante. No que tange ao fornecimento do medicamento CYMBALTA 60 MG para a autora, a mesma deveráapresentar, à Secretaria Municipal de Saúde, receita médica atualizada semestralmente, em que conste a expressanecessidade da utilização do medicamento e a posologia devida.5. Quanto à alegação de omissão no tocante aos honorários sucumbenciais, depreende-se correto o entendimento daembargante. Conforme a súmula 421 do STJ, de 13/05/2010, os honorários advocatícios não são devidos à DefensoriaPública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.

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6. Neste sentido:

PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSORIA PÚBLICA. CONFUSÃO ENTRE CREDOR EDEVEDOR. ORIENTAÇÃO DO STJ FIRMADA EM JULGAMENTO SOB O REGIME DOS RECURSOS REPETITIVOS. 1.Não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando atua contra a pessoa jurídica de direito público daqual é parte integrante. 2. Entendimento sedimentado nesta Corte quando do julgamento do REsp 1.108.013/RJ, darelatoria da Ministra Eliana Calmon, com base na lei dos recursos repetitivos. 3. Agravo regimental não provido.�(AGA200802744867, CASTRO MEIRA, STJ - SEGUNDA TURMA, 30/09/2010)

7. Verifica-se, assim, que houve omissão no acórdão anteriormente prolatado, razão pela qual devem ser conhecidos eparcialmente providos os presentes embargos, para reformar os itens “5” e “6” da ementa e incluir o item “7”, conformeabaixo transcrito:

5. No que tange ao fornecimento do medicamento CYMBALTA 60 MG para a autora, a mesma deverá apresentar, àSecretaria Municipal de Saúde, receita médica atualizada semestralmente, em que conste a expressa necessidade dautilização do medicamento e a posologia devida.6. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença parcialmente reformada.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

8. Embargos de declaração conhecidos e parcialmente providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

73 - 0000402-90.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000402-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x ELCY MARIA BRUNELI (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PENSÃO POR MORTE – AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO NA DECISÃO COLEGIADA –MEROS INDÍCIOS DE FRAUDE – RECURSO INOMINADO PROVIDO POR FUNDAMENTAÇÃO DIVERSA –NÃO-COMPROVAÇÃO DE MÁ-FÉ POR PARTE DA BENEFICIÁRIA – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, apresentados pelo INSS, em face do acórdão de fls. 172/173, que deu provimento aorecurso por ele interposto, para julgar improcedente o pedido autoral de concessão do benefício de pensão por morte. Alegao embargante que restou claro no acórdão que há indícios de fraude nos documentos apresentados para a concessão dobenefício, o que demonstra a clara pertinência da devolução dos valores recebidos pela autora, em sede de antecipação detutela. Aduz, ainda, que o Enunciado nº 52 da Turma Recursal do Espírito Santo só pode ser utilizado quando há boa-fé norecebimento do benefício. Requer, assim, a condenação da embargada à restituição dos recursos públicos recebidosindevidamente.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de contradição nadecisão proferida por esta Turma.In casu, verifica-se que a improcedência do pedido autoral se deu em razão da perda da qualidade de segurado do decujus, restando claro que houve recolhimento de contribuições post mortem, o que faz incidir à espécie o inciso II do art. 15da Lei nº 8.213/91 c/c o inciso II do art. 30 da Lei nº 8.212/91. Não foram os indícios de fraude que motivaram oreconhecimento e provimento do recurso inominado. Ademais, não houve comprovação da fraude, apenas indícios, combem ressaltou a autarquia previdenciária em sua peça recursal. Os documentos de fls. 22/23 serão encaminhados para oMinistério Público Federal, que irá averiguar a situação e decidir ou não pela denúncia. Caso comprovada a fraude, comtrânsito em julgado da sentença criminal, poderá o INSS pleitear os valores pagos. Até então, os valores recebidos comoverbas alimentares não estão sujeitos à devolução.Assim, conclui-se que não houve contradição na decisão colegiada, motivo pelo qual não deve ser provido o presenterecurso, restando demonstrado apenas o inconformismo do embargante com o provimento jurisdicional.Embargos conhecidos e improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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74 - 0000501-57.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000501-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x ALCIDIA ADRIANA NICACIO (ADVOGADO: ELINARA FERNANDESSOARES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – UNIÃO ESTÁVEL – PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVATESTEMUNHAL – INAPLICABILIDADE DO DECRETO 3.048/99 – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.48/49, que julgou procedente o pedido deconcessão do benefício de pensão por morte à parte autora. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que não hácomprovação da união estável da autora com o instituidor da pensão na data do óbito. Pugna, por tal razão, pela reforma dasentença.Há nos autos início de prova material da convivência do instituidor da pensão com a parte autora, quais sejam: certidão deóbito, onde consta a autora como declarante (fl.12), ficha cadastral em estabelecimento comercial (drogaria), onde constamos nomes do falecido e da autora, com endereço comum (inclusive, mesmo endereço da certidão de óbito – fl. 17), fichasde internação hospitalar, na qual a parte autora é qualificada como cônjuge do instituidor da pensão (fls. 38/39). Éimportante destacar, ainda, que o início de prova produzido foi corroborado por prova testemunhal. As testemunhas foramuníssonas em afirmar que a autora e o instituidor da pensão conviviam maritalmente por aproximadamente 46 (quarenta eseis) anos.A Autarquia Previdenciária defende que a união estável deve, necessariamente, ser comprovada documentalmente, assimcomo dispõe o art. 22 do Decreto 3.048/99. Tal argumento, contudo, não encontra sustentação no ordenamento jurídico.Como explicitado pelo magistrado a quo, a Lei 8.213/91, não estabelece qualquer restrição à prova da dependênciaeconômica ou do companheirismo. É lógico que o companheirismo deve ser comprovado, entretanto a lei em nenhummomento veda a prova exclusivamente testemunhal ou exige início de prova material. Dessa forma, sobre este aspecto, aredação do Decreto 3.048/99 acaba por extrapolar os limites da legislação, visto que tal norma não constitui veículonormativo adequado para instituição de restrições a direitos, mas, tão-somente, para a execução do conteúdo da lei.Por fim, alega a Autarquia que o número da residência da autora que consta em seus registros (Rua Joaquim de Miranda,n.º 371, Bairro Esplanada), é diverso de um recibo de aluguel em nome do falecido (Rua Joaquim de Miranda, n.º 496,Bairro Esplanada). Contudo, essa divergência é irrelevante, visto que o endereço é de uma cidade do interior do Estado,onde os logradouros não têm numeração correta o bastante para evitar erros desse tipo.Diante do que fora exposto, não merece qualquer reforma a sentença a quo.Recurso improvido. Sentença mantidaCustas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

75 - 0011639-29.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.011639-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x SEVERIANO COSTA (ADVOGADO: PEDRO MOTA DUTRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE FIXADA EMFEVEREIRO DE 2004 – DESEMPENHO DE ATIVIDADE LABORATIVA APÓS ESSA DATA – PRESUNÇÃO DECAPACIDADE PARA EXERCER ATIVIDADE HABITUAL – AGRAVAMENTO DA MOLÉSTIA – CUMPRIMENTO DECARÊNCIA DISPENSADO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls.106/109, que julgou procedente o pedidode concessão à parte autora do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais, quetanto o perito do INSS quanto o perito judicial atestaram o início da incapacidade do autor em fevereiro de 2004. Assim,quando o autor voltou a trabalhar, em setembro de 2004, já estava incapacitado, não fazendo jus à concessão do benefíciode aposentadoria por invalidez. Alega, ainda, que o contrato de trabalho anotado na CTPS e a declaração de afastamentoda empresa em 31/05/2005 não constituem prova do efetivo exercício de atividade laborativa que assegure filiação aoRGPS. O autor apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 (doze)contribuições mensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhegaranta a subsistência com insuscetibilidade de reabilitação.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 82/96, que o autor(que possui 57 anos de idade e é motorista) é portador de doença isquêmica crônica do coração ou síndrome coronariana(quesito 01). A enfermidade mencionada é considerada como cardiopatia grave. É uma doença progressiva, que não temcura e que leva, em caráter temporário ou permanente, à redução da capacidade funcional do coração, a ponto de acarretarrisco à vida ou impedir o paciente de exercer as suas atividades. (quesito 04, fl. 83). Além disso, o perito fixou a data deinício da incapacidade em fevereiro de 2004, afirmando que a incapacidade é omniprofissional, ou seja, para toda e

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qualquer atividade laborativa.In casu, verifica-se que o autor perdeu a qualidade de segurado em 16/03/1994. Foi admitido na empresa “Valentim Colona– ME – CNPJ 27.370.048/0001-48” em 01/09/2004, como motorista, com data de saída em 01/04/2005. À fl. 25 dos autos,consta declaração da empresa “EZN Construtora e Serviços Ltda – CNPJ 02.431.325/0001-54”, datada de 02/08/2005,afirmando que o autor havia se afastado da empresa em 31/05/2005, não retornando até o momento. Além disso, estaúltima empresa recolheu as contribuições previdenciárias do autor, no período de 01/2005 a 05/2005, conforme GFIP de fls.26/50, todas com data de envio em 20/06/2005.O INSS alega que existem dúvidas quanto à prestação de atividade laborativa pelo autor nos períodos acima mencionados.Apesar de ter contestado a veracidade de tal documento, o INSS não provou suas alegações e, como a CTPS goza depresunção iuris tantum de veracidade, perfazendo prova plena do tempo de serviço, esta deve prevalecer até que hajaprova inequívoca em contrário.Apesar de a data de início da incapacidade ter sido atestada pelo perito judicial em fevereiro de 2004, é possível verificarque o autor teve sua CTPS assinada em 01/09/2004, laborando como motorista na empresa Valentim Colona – ME.Ressalte-se o fato de que o registro da CTPS pressupõe o exame admissional, o que demonstra que o autor, apesar dedoente, tinha capacidade de exercer seu ofício. Como a doença do autor é de natureza degenerativa, entendo que doençaexistia em fevereiro de 2004, mas não a incapacidade, que sobreveio em função do agravamento da doença, em31/05/2005. Com efeito, por mais que o recorrido tenha reingressado no mercado de trabalho sendo portador de umaenfermidade, foi apenas em virtude de seu agravamento que o mesmo deixou de exercer seu labor. Destaco, ainda, quepor força do artigo 151 da Lei 8.213/91, a doença “cardiopatia grave” dispensa o cumprimento de carência.Assim, estando comprovadas a qualidade de segurado e a incapacidade definitiva para todo e qualquer trabalho, faz jus oautor à concessão do benefício de aposentadoria por invalidez.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

76 - 0000137-79.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000137-3/01) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA(PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH JR..) x WALTER LUIZ DOS SANTOS (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES,LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO –HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS – PARTEMÍNIMA DO PEDIDO – ART. 55 DA LEI Nº 9.099/95 C/C ART. 21, PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL – INCIDÊNCIA DE HONORÁRIOS – ERRO NA PARTE DISPOSITIVA DO ACÓRDÃO – EMBARGOS CONHECIDOSE PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos pela FUNASA, em face do acórdão de fls. 168/171, que negou provimentoao seu recurso inominado e a condenou ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 500,00 (quinhentosreais). Alega a embargante que houve parcial provimento do recurso, visto que o valor da condenação principal foi reduzido,motivo pelo qual não é vencida e não deve arcar com honorários. Foi apresentada impugnação aos embargos declaratórios.O embargado alega que a exclusão da condenação em honorários é indevida, visto que não houve parcial provimento dorecurso e, sim, correção de erro material.2. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535do CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações da embargante, verifica-se que esta aponta a existência de contradição nadecisão proferida por esta Turma.3. O recurso inominado da FUNASA destacou expressamente a contradição entre os cálculos da Contadoria e o dispositivoda sentença do Juízo a quo, argumento acolhido pela Turma Recursal para modificar o julgado. Assim, verifica-se que, defato, o acórdão deu parcial provimento ao recurso da FUNASA. Porém, em parte mínima do pedido, corrigindo erro material.4. Não assiste razão ao embargante quanto à não-incidência de honorários sucumbenciais. Conforme o art. 55, caput da Leinº 9.099/95, o recorrente, vencido, pagará as custas e os honorários de advogado. A FUNASA foi vencedora apenas emparte mínima do pedido, motivo pelo qual deve arcar com os honorários sucumbenciais. Ressalte-se que, nos Juizados, oshonorários têm função predominantemente sancionatória, de modo a coibir, no primeiro grau, a litigância de má-fé, e, nosegundo grau, inibir recursos meramente protelatórios.5. Insta ressaltar que o dispositivo do acórdão de fls. 168/171 deve ter a redação alterada, para que possa constar daseguinte forma:

“Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,

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na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado”.

6. Embargos de declaração conhecidos e parcialmente providos, apenas para adequar o texto do dispositivo do acórdãorecorrido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

77 - 0000648-18.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000648-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL SIQUEIRA DEMIRANDA NETO (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000648-18.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000648-0/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

78 - 0004063-43.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004063-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DILSON PEREIRABERMUDES (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004063-43.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004063-0/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.

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10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

79 - 0000649-03.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000649-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDSON COSTA VIEIRA(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000649-03.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000649-1/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).

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8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

80 - 0000488-90.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000488-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JORGE AGUIAR CESTARI(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAOCARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000488-90.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000488-3/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, na

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forma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

81 - 0000068-85.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000068-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CARLOS ALBERTO DESOUZA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000068-85.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000068-3/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso em

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outro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

82 - 0006723-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006723-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RENATO PEREZ PINTO(ADVOGADO: CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006723-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006723-4/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

Page 67: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

83 - 0005053-97.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005053-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALMIR SOARES JUNIOR(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcos Figueredo Marçal.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005053-97.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005053-4/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

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“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

84 - 0003477-69.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003477-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WILSON MACIEL(ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003477-69.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003477-2/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70

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de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

85 - 0000639-07.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000639-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) REGINALDO NERY(ADVOGADO: MEIRYELLE RIBEIRO LEITE, JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000639-07.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000639-9/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídica

Page 70: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

de Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

86 - 0005056-52.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005056-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VANIO DA SILVA(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005056-52.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005056-0/01)E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria, não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.

Page 71: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

87 - 0000525-20.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000525-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HELIO SERGIO BODART DEOLIVEIRA (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000525-20.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000525-5/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – DESAPOSENTAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – NATUREZA JURÍDICA DA APOSENTADORIA –VIOLAÇÃO DE ATO JURÍDICO PERFEITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o seu pedidode desaposentação. Alega o recorrente, em síntese, que é seu direito renunciar à sua atual aposentadoria e requerer,posteriormente, uma nova, que seja mais benéfica, pois não há previsão legal proibindo tal ato. Aduz, ainda, que se houverpossibilidade de desaposentação, os valores recebidos na primeira aposentadoria não devem ser restituídos, por constituirum direito, eis que houve contribuição destes valores, caracterizando-se como um recebimento lícito. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é umasituação jurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, objetivando aconcessão de nova aposentadoria, certamente mais vantajosa, computando, não somente o tempo de contribuiçãoposterior à concessão do antigo benefício, mas também todo o tempo de contribuição utilizado como base para aconcessão da aposentadoria desfeita.3. Além de não haver previsão legal para o ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito, qual seja, aaposentadoria, este não poderá ser desfeito. Por óbvio, se a CRFB/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também avontade das partes não o pode alterar. Nesse sentido:

“PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA JURÍDICA DO ATO.EFEITOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Questionamento da desaposentação. Análise nãorestrita à renúncia por seu titular. Ato administrativo que formaliza aposentadoria é regido por normas de direito público, sobrigorosa previsão da lei, não pela vontade das partes. Não há autorização legal para o desfazimento do ato administrativoque formaliza a concessão da aposentadoria. 2. Revoga-se os benefícios da justiça gratuita quando ficar comprovado nosautos o desaparecimento dos requisitos essenciais a sua concessão, nos termos do artigo 7.º da Lei n 1.060/50. 3.Apelação da parte autora desprovida.”�(AC 201103990230632, JUIZA LUCIA URSAIA, TRF3 - NONA TURMA, DJF3 CJ1DATA:24/08/2011 PÁGINA: 946.)

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4. Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou a Súmula Vinculante nº 01: “ofende a garantia constitucional do atojurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.5. Nota-se que, em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídicade Direito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.6. Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no Enunciado 70de sua Súmula:

“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

7. Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso emoutro regime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que, para tal ato dispositivo operar efeitos “ex tunc”, como cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestações deste, naforma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz – DJ15.09.2009).8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

88 - 0000931-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000931-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x NORIVAL ANTONIO DA CONCEIÇAO(ADVOGADO: LUIZ CARLOS BARRETO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000931-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000931-3/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – BENEFÍCIO CONCEDIDO EM SEDEADMINISTRATIVA – AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – EXTINÇÃO DOPROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267, VI DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 250/254, que julgou procedente o pedidoautoral, para condenar o réu a conceder aposentadoria por tempo de contribuição com proventos integrais, com efeitosretroativos a 15/01/2007, data de entrada do requerimento administrativo. Alega o INSS, em suas razões recursais, que oJuízo a quo revisou, de ofício, o ato concessório da aposentadoria, visto que o autor não requereu o enquadramento, comoatividade especial, do período de 31/05/1979 a 30/04/1987. Aduz que o recorrido requereu, apenas, a manutenção daaposentadoria por tempo de contribuição que já havia sido concedida em grau de recurso administrativo. Desta forma, nãohaveria interesse de agir do autor. Requer, assim, a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267,VI, do CPC, tendo em vista que o autor obteve administrativamente o que pretendia. Contrarrazões oferecidas às fls.270/278.O ponto controverso ventilado no recurso cinge-se à inadequação da sentença ao pedido autoral, com desrespeito aoprincípio da adstrição. Não há impugnação quanto ao mérito.Verifica-se que o autor, em sua peça exordial, afirmou que, em 15/07/2007, quando protocolizou o requerimentoadministrativo, contava com 31 anos, 10 meses e 07 dias. Em outro momento, afirmou contar com 33 anos e 26 dias detempo de contribuição. O requerimento administrativo foi indeferido. O autor recorreu à 24ª Junta de Recursos e teve seurecurso conhecido e provido. O INSS recorreu da decisão da Junta de Recursos e obteve efeito suspensivo junto à Câmarade Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social.Em seus pedidos, o autor requer que o Estado-juiz ilida o efeito suspensivo atribuído, via recurso administrativo do INSS, àdecisão proferida pela 24ª Junta de Recursos, para que seja concedido o benefício de aposentadoria por tempo decontribuição, visto que o autor conta com 33 anos e 26 dias de contribuição. Este é o pleito exordial. A presente ação foiajuizada em 27/01/2009.Em sede de contestação, o INSS alegou que o acórdão proferido pela 24ª Junta de Recursos da CRPS prevaleceu na via

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administrativa e que, em 30 dias, iria dar cumprimento à decisão de última instância. Requereu a extinção do processo, combase no art. 267, VI, do CPC, pela ausência do interesse de agir. O INSS foi comunicado da decisão da 2ª Câmara deJulgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social em 12/03/2009, com a determinação de que deveria cumprir oacórdão administrativo que concedeu o benefício pleiteado. O benefício foi implantado em 07/05/2009 (fl. 245), com DIB em15/01/2007.Desta feita, como o autor alcançou o provimento requerido pela via administrativa, padece de interesse de agir. O INSS foicitado em 11/02/2009 (fl. 53) e apresentou contestação tempestiva informando que o benefício estava em vias de serimplantado. Mesmo que o motivo tenha sido superveniente à propositura da demanda, uma das condições da ação restoudescaracterizada.Diante o exposto, conheço do recurso interposto pelo INSS e a ele dou provimento, para extinguir o processo semresolução do mérito, nos termos do art. 267, VI do Código de Processo Civil.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO,EXTINGUINDO O PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267, VI DO CPC, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

89 - 0001814-56.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001814-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIEZER DE JEHOVAHSIZENANDO COUTINHO (ADVOGADO: LUIZ CARLOS BARRETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001814-56.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001814-0/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – APOSENTADORIA ESPECIAL – AGENTE NOCIVO: RUÍDO – LAUDOS TÉCNICOSELABORADOS POR ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO – DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DE QUE OSEGURADO ESTAVA EXPOSTO A RUÍDO ACIMA DE 90 DECIBÉIS POR 08 HORAS DIÁRIAS – INEXISTÊNCIA DEVÍCIO A SER SANADO – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS

Trata-se de embargos de declaração, apresentados pelo INSS, em face do acórdão de fls. 109/110, que deu parcialprovimento ao recurso inominado interposto pela parte autora, apenas para reconhecer como especial o serviço prestadono período de 14/10/1996 a 05/07/2000. Alega o embargante que houve omissão no acórdão impugnado, visto que asentença colocou em cheque a veracidade do laudo pericial, enquanto a decisão colegiada nada mencionou sobre isso,merecendo ser integrado. Requer, assim, que a Turma exponha as razões pelas quais afastou a exigência de análise doruído médio durante a jornada de trabalho do embargado.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.A alegação do embargante de que o acórdão reconheceu um dos fundamentos da sentença, no que tange ao item 03 dadecisão colegiada, não merece prosperar. Tal fato resulta de um equívoco da autarquia previdenciária. O item 03 doacórdão apenas relata e resume o entendimento do Juízo a quo, conforme demonstrado abaixo:

“3. No caso dos autos, verifica-se que o Juízo a quo entendeu que os laudos técnicos apresentados pelo autor não servempara comprovar o tempo de atividade especial, por não terem fundamentação técnica e nem discriminar os níveis de ruídopara toda a jornada de trabalho. Considerou, ainda, que o uso de equipamentos de proteção individual atenua a percepçãodo ruído para nível inferior ao limite de tolerância (nível de redução estimado em 25 dB). Além disso, demonstrou que,mesmo que o período de 14/10/1996 a 28/05/2001 fosse considerado como atividade especial, o recorrente não faria jus àpercepção da aposentadoria, por não ter completado os 25 anos previstos em lei.”

Além disso, sustenta o embargante que o acórdão não lançou nenhum argumento que afastasse os aspectos apontadospela sentença acerca do laudo pericial. Melhor razão não assiste ao INSS. Segue o item 04 do acórdão embargado:

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“O período de 16/02/1981 a 13/10/1996 foi considerado como de atividade especial pela própria autarquia previdenciária. Acontrovérsia cinge-se ao período de 14/10/1996 a 28/05/2001. Conforme se verifica do laudo técnico-pericial de fls. 24/25, osegurado esteve exposto, no período de 01/12/1989 a 31/10/1997, ao agente ruído (acima de 90 dB), de forma habitual epermanente, durante toda a sua jornada de trabalho. No período de 01/11/1997 a 05/07/2000, o engenheiro de segurançado trabalho também afirmou que o recorrente esteve exposto a condição insalubre (ruído acima de 90 dB), de modohabitual e permanente (fls. 27/28).”

O laudo de fls. 24/25 é claro ao afirmar que o empregado laborava em condições insalubres, com ruído acima de 90decibéis, de modo habitual e permanente, estando exposto ao agente citado por 08 horas diárias. Por sua vez, o laudo defls. 27/28 também relata que o tempo de exposição ao agente ruído (acima de 90 decibéis) era de 08 horas diárias. Os doislaudos foram elaborados por engenheiro de segurança do trabalho.Assim, verifica-se que a decisão embargada foi adequadamente fundamentada, motivo pelo qual os presentes embargosde declaração devem ser conhecidos e improvidos. Não há qualquer vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

90 - 0000748-21.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000748-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO CARLOSCOUTINHO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000748-21.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000748-3/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

91 - 0000764-72.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000764-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADEMIR SOUTO DE JESUS(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000764-72.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000764-1/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

92 - 0004413-60.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004413-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADEMAR FAUSTINO DASILVA (ADVOGADO: SAYLES RODRIGO SCHUTZ, CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004413-60.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004413-7/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicando

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o art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

93 - 0000744-81.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000744-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAYSSA PINHORODRIGUES DOS SANTOS (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000744-81.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000744-6/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

94 - 0000750-88.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000750-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA EREMITA MACIEL(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000750-88.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000750-1/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 200,00(duzentos reais).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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95 - 0000125-54.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000125-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TILDA RODRIGUES DASILVA SOARES x SIRLEIA DA SILVA SOARES (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000125-54.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000125-0/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consulta

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ao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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96 - 0004745-27.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004745-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FABIANO DE SOUZAGONÇALVES (ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004745-27.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004745-0/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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97 - 0001070-41.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001070-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WILSON PENA DE OLIVEIRA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001070-41.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001070-6/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a ausência de contestação e de contrarrazões.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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98 - 0000897-17.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000897-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VALERIA RIBEIRO DOSSANTOS (ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCELA BRAVIN BASSETTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000897-17.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000897-9/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo de

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revisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 200,00(duzentos reais).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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99 - 0003688-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003688-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HUDSON JORGE DIAS DASILVA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: THIAGO COSTA BOLZANI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003688-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003688-8/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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100 - 0003716-39.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003716-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GILDA FERNANDESRIBEIRO BIANCHI (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH JR..).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003716-39.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003716-9/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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101 - 0003628-98.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003628-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INGRID RODRIGUES DESOUZA DA SILVA x YASMIM DAIANNY DE SOUZA DA SILVA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.)x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003628-98.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003628-1/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicando

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o art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

102 - 0005533-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005533-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO RIBEIRO GOMES(ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005533-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005533-0/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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103 - 0005539-48.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005539-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA SILVA DE JESUS(ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:VILMAR LOBO ABDALAH JR..).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005539-48.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005539-1/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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104 - 0005271-91.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005271-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CESAR ALBERTO PIM(ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005271-91.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005271-7/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma da

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sentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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105 - 0005530-86.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005530-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) AUGUSTO FAINI DECARVALHO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005530-86.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005530-5/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

106 - 0003924-91.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003924-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x CIDALINA MATOS (DEF.PUB:LIDIANE DA PENHA SEGAL.).Processo nº 0003924-91.2009.4.02.5050/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ELZA HELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA

E M E N T A

REVISÃO DE BENEFÍCIO – ÍNDICE DE CORREÇÃO 39,67 % – FEVEREIRO DE 1994 – IRSM – DECADÊNCIAACOLHIDA –ENUNCIADO Nº 08 DA TR/ES- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 29/30, que julgou procedente o pedidoautoral, condenando o réu a revisar a renda mensal inicial do benefício da parte autora. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que a sentença deve ser reformada, posto que não acolheu a tese de decadência do direito à revisão pretendidapela recorrida. Aduz que a recorrida pleiteia, por via indireta, a revisão da aposentadoria do de cujus, que foi concedida hámais de dez anos do ajuizamento da presente ação, para que possa receber o valor de sua pensão decorrente dessarevisão. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.

Com razão a Autarquia Previdenciária. É irrelevante que tenham decorrido menos de dez anos entre a concessão dobenefício derivado e a data do ajuizamento da ação, porquanto o termo inicial da decadência fixou-se na data da concessãodo benefício originário, em 23.08.1984 (fl.12).

Da disciplina legal vigorante no direito brasileiro, insculpida no art. 207 do Código Civil, deflui que não se aplicam àdecadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.

Como o benefício originário foi concedido em 23.08.1984 e a presente ação foi ajuizada em 17.08.2009, operou-se adecadência do direito à revisão, em obediência ao art. 103, caput, da Lei 8.213/91.

Oportuno trazer à colação o teor do Enunciado nº 08 desta Turma Recursal: “Operou-se a decadência das ações que visemà revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91”.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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107 - 0005023-96.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005023-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x JORGE ALMEIDA SANTOS (ADVOGADO: JOANAD'ARC BASTOS LEITE.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005023-96.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005023-4/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – SENTENÇA CONDICIONAL – IMPOSSIBILIDADE – INCAPACIDADETEMPORÁRIA – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PARA OUTRA ATIVIDADE – RECURSO CONHECIDO EPROVIDO

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls.79/80, que julgou parcialmente procedenteo pedido de concessão de auxílio-doença e a conversão deste em aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que a sentença não poderia condicionar a cessação do benefício de auxílio-doença à devolução daCarteira Nacional de Habilitação por parte do DETRAN e, por isso, pugna pela reforma da sentença para que possa cessaro benefício do auxílio-doença independentemente da restituição da CNH do recorrido, com base nos laudos médicos que,porventura, demonstrem que o recorrido está apto.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que foram realizadas duas perícias médicas judiciais.Na primeira, com médico ortopedista (fls. 28/29), o perito certificou que não há patologias ortopédicas (quesito 02), contudodiagnosticou distúrbio bipolar (quesito 05). Afirmou o expert que a parte autora (54 anos de idade) possui incapacidadedefinitiva (quesito 03). Por fim, sugeriu encaminhamento ao psiquiatra (quesito 09).Na segunda perícia, com médico especialista em psiquiatria (fls. 55/57), foi diagnosticado episódio depressivo moderado etranstorno dissociativo (fl. 55), e o expert afirmou que a parte autora apresenta incapacidade temporária para sua atividadehabitual de motorista de ônibus (quesitos 08 e 14).Com efeito, a sentença a quo não pode condicionar a cessação do benefício à devolução da CNH por parte do DETRAN. Acompetência para verificar a manutenção do benefício e o estado de saúde do beneficiário em gozo de auxílio-doença é doINSS e não pode ser repassada para outro órgão público. Diante disso, verifico que o autor faz jus ao benefício deauxílio-doença até que a Autarquia promova sua reabilitação em outra atividade que lhe garanta o sustento ou que elerecupere sua capacidade laborativa.Recurso conhecido e provido. Sentença parcialmente reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

108 - 0001740-31.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001740-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ESTEVÃO SANTIAGO PIZOL DA SILVA.) x EDGAR NEVES DA SILVA (DEF.PUB:ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001740-31.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001740-3/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL PRETÉRITA – LAUDOS

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MÉDICOS PARTICULARES – DESNECESSIDADE DE PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL – RECEBIMENTO DE PARCELASDEVIDAS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fl. 39, que julgou procedente o pedido,para condenar o réu a pagar ao autor o benefício de auxílio-doença no período de 01/11/2009 a 07/03/2010. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que de acordo com as perícias realizadas em âmbito administrativo, não ficouconfigurada a existência de incapacidade para o exercício do trabalho regular da parte autora. Afirma, ainda, que a doençaosteomuscular da recorrida não é contínua, pois em determinadas épocas a moléstia pode se encontrar controlada epossibilitar a prática de suas atividades habituais. Subsidiariamente, requer, em razão da presunção de legitimidade dosatos administrativos, que seja anulada a sentença com o fim de produzir prova pericial em juízo para comprovar que noperíodo controvertido o recorrido não estava incapaz para o labor. Requer, portanto, a reforma ou a anulação da sentença aquo para que o recorrido se submeta a perícia médica judicial. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).3. Na hipótese dos autos, a controvérsia se limita ao não-recebimento do benefício de auxílio-doença no período de01/11/2009 e 07/03/2010. O benefício de auxílio-doença foi concedido em 13/12/2008 até 31/10/2009 (fl. 34). Após acessação, o benefício previdenciário foi deferido novamente em 08/03/2010 (fl. 36). Diante de laudos médicos particulares,constata-se que, após a cessação do primeiro benefício, a parte autora continuou sofrendo com a moléstia. Os laudos de07/01/2010 (fl. 13) e de 25/02/2010 (fl. 12) declaram a existência de lombalgia que impede o exercício de trabalho pelaparte autora.4. Verifica-se que o benefício foi restabelecido em razão do mesmo fato, qual seja, o diagnóstico de transtornos na colunavertebral. Ademais, o INSS colacionou aos autos documento que demonstra qual a doença, prevista no CID (ClassificaçãoInternacional de Doenças), que aflige a parte autora (fl. 38). É possível verificar que o diagnóstico de transtorno de discosvertebrais foi o motivo que acarretou a concessão do auxílio-doença, tanto no primeiro quanto no segundo momento.Portanto, o autor faz jus ao recebimento das prestações não pagas, visto que permaneceu incapaz para exercer suasatividades habituais (ajudante de motorista) durante o período compreendido entre os dois benefícios concedidos.5. Não é preciso realizar perícia médica judicial para averiguar a existência de incapacidade, pois os laudos particularesconseguem suprir essa necessidade. Cabe ressaltar que há entendimento jurisprudencial no sentido de que o juiz não estávinculado somente ao laudo pericial, podendo decidir-se baseado em outros elementos existentes nos autos.6. É devida, portanto, a condenação do INSS ao pagamento das parcelas do benefício de auxílio-doença vencidas entre operíodo de 01/11/2009 a 07/03/2010, conforme determinado na sentença.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

109 - 0000382-59.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000382-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TITO ALVES ARAUJO EOUTROS (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE SÃO MATEUS xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDESGOMES.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000382-59.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000382-1/01)

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA SENTENÇA TERMINATIVA – AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DERECURSO INOMINADO –INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA – NÃO HOUVE OPOSIÇÃO DE EMBARGOSDECLARATÓRIOS E NEM RECUSA DO JUÍZO A QUO EM RECEBER O RECURSO – PETIÇÃO INICIAL INDEFERIDA

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DE SÃO MATEUS, e contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –

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INSS. Alega o impetrante que a sentença deve ser anulada, visto que o Juízo extinguiu o processo, nos termos do art. 267,VI e IX do Código de Processo Civil, enquanto deveria ter analisado o mérito da lide. Sustenta, ainda, que também deve seranulada a decisão que rejeitou os embargos declaratórios, alegando não caber qualquer recurso contra sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, a anulação da sentença. Ao final, requer a concessão definitiva dasegurança. Anexou documentos.

2. Compulsando os autos, verifica-se que a ação originária versa sobre pedido de benefício assistencial – LOAS. Oprocesso foi ajuizado em 13/04/2009, com pedido de condenação do INSS a pagar o benefício desde a data dorequerimento administrativo, qual seja, 03/05/2007 (fl. 10). O de cujus faleceu em 29/10/2009. O requerimento dehabilitação foi deferido pelo Juízo a quo. Posteriormente, foi prolatada sentença de extinção do processo, sem resolução domérito, fundamentando que o benefício assistencial é personalíssimo e intransferível aos sucessores.

3. O impetrante afirma que opôs embargos de declaração da sentença, o que não consta nos autos, nem no sistemainformatizado de consulta processual. Informa, ainda, que houve decisão nos embargos impedindo a interposição derecurso inominado. Tal fato não ocorreu. Sequer houve oposição dos declaratórios. A negativa de jurisdição alegada peloimpetrante em sua inicial é equivocada.4. O recurso cabível no presente caso é o recurso inominado, e não ação de mandado de segurança. Ademais, o alegadodireito violado não passa de um equívoco. Ressalte-se que a questão de fundo não versa sobre a recorribilidade dasdecisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais, o que vem sendo amplamente aceito por esta Turma.5. Não há como receber o mandado de segurança e processá-lo como recurso inominado. Inaplicável o princípio dafungibilidade, pois não há fungibilidade recursal entre recurso e ação autônoma de impugnação, além de restar configuradoo erro grosseiro na via eleita.

6. Ante o exposto, INDEFIRO A INICIAL, com fundamento no artigo 10 da Lei nº 12.016/2009.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo INDEFERIR A INICIAL nos termos do art. 10 da Lei nº 12.016/2009,e, via de consequência, JULGAR EXTINTO O PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos termos do art. 267, I doCPC, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

91009 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA

110 - 0001626-58.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001626-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001626-58.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001626-9/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por GUIOMAR GOMES LIMA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –

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INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a revisar seu benefício. Referida ação foi ajuizada em02/02/2011. A autora encontra-se domiciliada no Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 dedezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, correta

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a decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra e

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Fundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

111 - 0002243-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002243-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002243-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002243-9/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por RODRIGO ALESSANDRO SOARES AMARAL em face do INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a conceder auxílio-doença e convertê-lo,posteriormente, em aposentadoria por invalidez. Referida ação foi ajuizada em 10/03/2011. O autor encontra-se domiciliadono Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. A

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competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARA

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FEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

112 - 0000888-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000888-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000888-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000888-1/01)

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V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por LUIZ ALBERTO GONZAGA DE OLIVEIRA em face do INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a restabelecer o benefício deauxílio-doença. Referida ação foi ajuizada em 19/01/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município de Fundão/ES. AVara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, doTribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

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AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à Região

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Metropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

113 - 0002264-91.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002264-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002264-91.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002264-6/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

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A ação originária foi proposta por JAIRO BATISTA NOGUEIRA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL– INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a converter o benefício de aposentadoria por tempo decontribuição integral em aposentadoria especial. Referida ação foi ajuizada em 14/03/2011. O autor encontra-se domiciliadono Município de Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, a

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competência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do Egrégio

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Tribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

114 - 0001786-83.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001786-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001786-83.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001786-9/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por ISABEL SANTIAGO DE SANTANA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a conceder o benefício de auxílio-doença. Referidaação foi ajuizada em 14/02/2011. A autora encontra-se domiciliada no Município de Serra/ES. A Vara Federal da Serrapassou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

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O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

115 - 0002002-44.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002002-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

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PROCESSO: 0002002-44.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002002-9/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por MARIA RIBEIRO DOS REIS BATISTA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a revisar seu benefício. Referida ação foi ajuizadaem 25/02/2011. A autora encontra-se domiciliada no Município de Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

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AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serra

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e Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

116 - 0000884-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000884-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juiz Federal do 3º Juizado Especial Federal.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000884-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000884-4/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

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A ação originária foi proposta por VALDECI FERNANDES VIANA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a converter o benefício de auxílio-doença emaposentadoria por invalidez. Referida ação foi ajuizada em 18/01/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município daSerra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembrode 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.

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Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 3º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 3º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiões

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metropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

117 - 0001606-67.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001606-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001606-67.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001606-3/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por MAURA PEREIRA DE OLIVEIRA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a restabelecer o benefício de auxílio-doença econvertê-lo, posteriormente, em aposentadoria por invalidez. Referida ação foi ajuizada em 01/02/2011. A autoraencontra-se domiciliada no Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010,conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competências

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foram definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

118 - 0000954-50.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000954-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARA

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FEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000954-50.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000954-0/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por ERMILDO TEIXEIRA FRAGA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL– INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a conceder-lhe aposentadoria por invalidez. Referida ação foiajuizada em 26/01/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou aexistir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ªRegião.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competências

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funcionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santo

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em especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

119 - 0000889-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000889-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000889-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000889-3/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,

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assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por CRISTIANO RODRIGUES COSTA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a restabelecer o benefício de auxílio-doença econvertê-lo, posteriormente, em aposentadoria por invalidez. Referida ação foi ajuizada em 19/01/2011. O autor encontra-sedomiciliado no Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Atonº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE

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JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª Câmara

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Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

120 - 0001656-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001656-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001656-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001656-7/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por WILSON RINALDI MOREIRA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL– INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a restabelecer o benefício de auxílio-doença. Referida açãofoi ajuizada em 04/02/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município de Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou aexistir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ªRegião.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

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A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

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É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira Junior

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Juiz Federal Relator

121 - 0002069-09.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002069-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002069-09.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002069-8/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por WILSON DE SOUZA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,objetivando a condenação da autarquia previdenciária a conceder aposentadoria especial ou por tempo de contribuição.Referida ação foi ajuizada em 01/03/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município da Serra/ES. A Vara Federal daSerra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

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Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de Processo

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Civil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

122 - 0000804-69.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000804-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000804-69.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000804-2/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

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O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por AFRANIO MARQUES DA COSTA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a restabelecer o benefício de auxílio-doença econvertê-lo, posteriormente, em aposentadoria por invalidez. Referida ação foi ajuizada em 14/01/2011. O autor encontra-sedomiciliado no Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Atonº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência em

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favor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

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Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

123 - 0000886-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000886-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000886-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000886-8/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por JOVENIL DE SOUZA PASSOS em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a condenação da autarquia previdenciária a revisar seu benefício. Referida ação foi ajuizadaem 18/01/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

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A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo

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suscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa.Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de ProcessoCivil.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

124 - 0000874-86.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000874-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000874-86.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000874-1/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que as Varas da Capital têm competência legal para o julgamento das causas em que a União for ré.Aduz que negar tal afirmativa significaria suprimir competência criada por lei, circunstância que, por certo, não pode serrealizada por ato infralegal. Sustenta, ainda, que a divisão de competências entre as Varas de uma mesma Seção Judiciáriaestá regulada por normas de ordem legal e, sobretudo, constitucional, as quais devem ser observadas no processo defixação de competência.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la,de ofício, em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta edeterminou a redistribuição do feito para a Vara Federal da Serra.

A ação originária foi proposta por ALÍPIO DA ROCHA em face da UNIÃO FEDERAL, pleiteando a restituição dos valorespagos, a título de contribuição social, nos meses de dezembro dos anos de 2000 a 2009. Referida ação foi ajuizada em18/01/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município de Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 dedezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

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Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que as Varas da Capital têm competência legal para o julgamento dascausas em que a União for ré. Aduz que negar tal afirmativa significaria suprimir competência criada por lei, circunstânciaque, por certo, não pode ser realizada por ato infralegal. Sustenta, ainda, que a divisão de competências entre as Varas deuma mesma Seção Judiciária está regulada por normas de ordem legal e, sobretudo, constitucional, as quais devem serobservadas no processo de fixação de competência.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capital

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do Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

125 - 0002112-43.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002112-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002112-43.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002112-5/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal de Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que as Varas da Capital têm competência legal para o julgamento das causas em que a União for ré.Aduz que negar tal afirmativa significaria suprimir competência criada por lei, circunstância que, por certo, não pode serrealizada por ato infralegal. Sustenta, ainda, que a divisão de competências entre as Varas de uma mesma Seção Judiciáriaestá regulada por normas de ordem legal e, sobretudo, constitucional, as quais devem ser observadas no processo defixação de competência.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la,de ofício, em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta edeterminou a redistribuição do feito para a Vara Federal da Serra.

A ação originária foi proposta por JOSÉ DE OLIVEIRA REGO em face da UNIÃO FEDERAL, pleiteando a condenação daré ao pagamento da diferença entre o valor da GDPST devido e o efetivamente pago. Referida ação foi ajuizada em01/03/2011. O autor encontra-se domiciliado no Município de Serra/ES. A Vara Federal de Serra passou a existir em 15 de

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dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal de Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal de Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e de Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE

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JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DE SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo pelo fato de constatar sua incompetência paraapreciação do mérito da causa. Alega o suscitante que as Varas da Capital têm competência legal para o julgamento dascausas em que a União for ré. Aduz que negar tal afirmativa significaria suprimir competência criada por lei, circunstânciaque, por certo, não pode ser realizada por ato infralegal. Sustenta, ainda, que a divisão de competências entre as Varas deuma mesma Seção Judiciária está regulada por normas de ordem legal e, sobretudo, constitucional, as quais devem serobservadas no processo de fixação de competência.O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significandoassim que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la deofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única de Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº 24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utiliza critérioadministrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional.In casu, não se trata de competênciarelativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, jáque fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e de Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.Precedentes: Agravo Interno no Agravo de Instrumento nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em 04/05/2011 –Publicado em 13/05/2011, fls: 166/173, no DJERJ. Agravo de Instrumento nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CâmaraCível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em12/01/2011 – Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ.Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária de Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal de Serra.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

126 - 0000158-27.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000158-0/01) JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL xJUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

127 - 0001130-94.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001130-4/01) JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL xJUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

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CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

128 - 0001846-58.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001846-0/01) JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL xJUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.

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Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

129 - 0001132-64.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001132-8/01) Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S. xJUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

130 - 0001346-26.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.001346-8/01) JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL xJUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

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CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

131 - 0000214-60.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000214-5/01) JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL xJUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente o

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MM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

132 - 0000399-64.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000399-1/01) JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERALDO ESPÍRITO SANTO x JUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ªVARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

133 - 0002510-55.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002510-8/01) JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERALDO ESPÍRITO SANTO x JUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA SUSCITADO PELO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM FACE DA 1ª

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VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

A Resolução nº 30/2010, com os ajustes introduzidos pela Resolução nº 42/2011 da Presidência do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, modificou os critérios territoriais de competência para as varas e juizados da Seção Judiciária doEspírito Santo. Também previu que, nos casos de alteração de competência territorial, haveria redistribuição dos processosem tramitação ou suspensos para as varas e juizados que absorveram as novas competências. Ocorre que o ato normativodo tribunal não pode se sobrepor à lei.

A declinação de competência pela Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim ofendeu o princípio da perpetuatiojurisdictionis. Segundo art. 87 do CPC, ”determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. Sãoirrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgãojudiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”. As exceções previstas na referida norma legalnão se aplicam no caso concreto. Não houve supressão de órgão judiciário nem houve alteração superveniente dacompetência em razão hierarquia ou da matéria.

Em decisão publicada recentemente, nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “Há de se considerar,para o deslinde do presente Conflito de Competência, que quando da propositura da demanda que originou o presenteConflito, ainda não havia sido publicada a epigrafada Resolução nº 30. Entende-se, assim, que a determinação contida naResolução nº 30/10 somente prevalece, consoante o art. 87 do CPC, para os processos distribuídos após a sua edição, nãohavendo que se falar, pois, em modificação da competência das Varas Federais de Cachoeiro do Itapemirim em relaçãoaos processos oriundos de jurisdicionados do município de Afonso Cláudio que já estivessem em curso naquela Subseção.Diante de todo o exposto, na forma do art. 557 do CPC julgo procedente o presente conflito para declarar competente oMM. Juízo Suscitado” [CC 10321 (2011.02.01.003225-8), Rel. Des. Reis Friede, j. 4/6/2011].

Conflito de competência conhecido, declarando-se competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitado, qual seja,a 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da 1ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

134 - 0000066-46.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000066-2/01) JAYME SILVA DE JESUS (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).RECURSO DE SENTENÇA Nº. 0000066-46.2009.4.02.5052/01RECORRENTE: JAYME SILVA DE JESUSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORALCONSTATADA PELO LAUDO PERICIAL – DESNECESSIDADE DE APRECIAÇÃO DOS QUESITOS COMPLEMENTARES– PREVALÊNCIA DA PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL SOBRE OS LAUDOS MÉDICOS PARTICULARES – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 32/33, que julgouimprocedente o pleito autoral de concessão do benefício de auxílio-doença. A recorrente sustenta, em suas razões,cerceamento de defesa por ausência de apreciação dos quesitos complementares formulados à fl. 31, requerendo, porconseqüência, a anulação da sentença para complementação do parecer oficial. Por fim, postula, genericamente, peloprovimento do recurso e pelo acolhimento dos pleitos autorais. Manifestação do INSS à fl 37-verso, em que se pugna pelamanutenção da sentença recorrida.

2. Primeiramente, cabe destacar que o auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao

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segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho oupara a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. No caso concreto, a alegação de cerceamento de defesa não merece prosperar, haja vista que o objetivo dos quesitossuplementares é o de, justamente, complementar a perícia, quando as respostas aos quesitos originais não foramrespondidas de forma clara e precisa pelo jusperito, o que enseja a necessidade de integração do parecer oficial paramelhor subsidiar o julgador no momento da formação de sua convicção. Ademais, para que a sentença seja anulada sobesta alegação, deve-se questionar acerca da essencialidade dos quesitos ditos complementares para a apreciação daquestão de incapacidade, em observância ao princípio da celeridade processual. No caso sob apreço, contudo, eventuaisesclarecimentos prestados em resposta aos quesitos complementares formulados pela parte autora à fl. 31 em nadaalterariam o desfecho da causa, porquanto as indagações relativas à incapacidade já são eficazmente esclarecidas nolaudo pericial acostado às fls. 27/29 e a aptidão da parte para o labor já está suficientemente demonstrada em períciaregular e sem vícios.

4. Ultrapassada essa questão, verifica-se que, no caso em apreço, a perícia produzida nos autos (laudo de fls. 27/29)atestou que o periciado é acometido de lombalgia e varizes em membros inferiores, não apresentando, contudo, quadro deincapacidade laboral. Ao exame físico, constatou-se marcha normal, flexão e extensão tóraco-lombar normais e laseguebilateral negativo (sem sinal de hérnia). Além disso, conforme o expert, as varizes não apresentam úlceras nem infecçõessecundárias. Assim, não foi verificada qualquer incapacidade para o trabalho.

5. Vale ressaltar que, a despeito da regra prescrita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de extrema importância paraauxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,eficientemente, comprovar aquilo que é motivo de controvérsia na lide. Destarte, havendo laudos divergentes, não há comoconsiderar os documentos apresentados pela autora em detrimento da conclusão do perito oficial, a menos que os laudosparticulares se mostrem suficientes à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha nolaudo oficial, hipóteses que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, desse modo, a necessidade de realização denova prova técnica ou até mesmo de complementação do parecer apresentado.

6. Em relação ao pedido de danos morais, não restou configurada qualquer ofensa à personalidade da parte autora, nemdemonstrado nenhum ato ilegal ou arbitrário praticada pela Autarquia Previdenciária que a tivesse exposto a situaçãovexatória, razão pela qual não há que se falar em danos desta natureza.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

8. Condenação da recorrente ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada acomplexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência judiciária gratuita àfl.16, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a fazer parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

135 - 0000829-81.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000829-2/01) ALESSANDRO DE SOUZA FERREIRA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0000829-81.2008.4.02.5052/01RECORRENTE: ALESSANDRO DE SOUZA FERREIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXILIO-DOENÇA. CAPACIDADE LABORAL CONSTATADA POR LAUDOPERICIAL REGULAR. PREVALÊNCIA DO EXAME OFICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 86/87, que julgouimprocedente o pleito autoral de concessão do benefício de auxílio-doença. Em suas razões, o recorrente alega que estáincapacitado para o exercício de atividades laborais e questiona as conclusões da perícia oficial, invocando supostasimprecisões no parecer técnico de fls. 49/52 e nos esclarecimentos de fl.84. Por fim, postula a nulidade da sentença, sob

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pena de cerceamento de defesa. Manifestação do INSS à fl 91- verso, em que se pugna pela manutenção da sentençarecorrida.

2. Inicialmente, cabe destacar que o auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido aosegurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho oupara a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. No caso concreto, a alegação de cerceamento de defesa não merece prosperar, haja vista que o objetivo dos quesitossuplementares é o de, justamente, complementar a perícia, quando as respostas aos quesitos originais não foramrespondidas de forma clara e precisa pelo jusperito, o que enseja a necessidade de integração do parecer oficial paramelhor subsidiar o julgador no momento da formação de sua convicção. Ademais, para que a sentença seja anulada sobesta alegação, deve-se questionar acerca da essencialidade dos quesitos ditos complementares para a apreciação daquestão de incapacidade, em observância ao princípio da celeridade processual. No caso sob apreço, é forçoso registrarque o perito respondeu sim a todos os quesitos formulados, inclusive aos de n° 6 e 10 (fl. 84), não se vislumbrandoqualquer vício em sua avaliações.

4. Ultrapassada essa questão, verifica-se que, no caso sob apreço, a perícia produzida nos autos (laudo de fls. 49/52 e 84)revela que o autor apresenta fraturas no fêmur direito e no braço esquerdo. Conclui, todavia, que não foi verificada qualquerincapacidade para o trabalho. Acrescenta o perito que o acidente ocorreu em 2006 e que o tratamento (cirúrgico) foi bemsucedido, não resultando em atrofias ou deformidades ósseas. Apesar de eventuais dores, reputadas normais, não háquadro de inaptidão. Assim, inexistindo qualquer incapacidade laboral, não faz jus o autor aos benefícios previdenciáriospleiteados na inicial.

5. Vale ressaltar que, a despeito da regra prescrita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de extrema importância paraauxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,eficientemente, comprovar aquilo que é motivo de controvérsia na lide. Destarte, havendo laudos divergentes, não há comoconsiderar os documentos apresentados pela autora em detrimento da conclusão do perito oficial, a menos que os laudosparticulares se mostrem suficientes à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha nolaudo oficial, hipóteses que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, desse modo, a necessidade de realização denova prova técnica ou até mesmo de complementação do parecer apresentado.

6. Em relação ao pedido de danos morais, não restou configurada qualquer ofensa à personalidade da parte autora, nemdemonstrado nenhum ato ilegal ou arbitrário praticada pela Autarquia Previdenciária que a tivesse exposto a situaçãovexatória, razão pela qual não há que se falar em danos desta natureza.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95)

8. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, cujo valor,considerada a complexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistênciajudiciária gratuita à fl.40, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a fazer parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

136 - 0000602-57.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000602-0/01) JOSE MARINHO SOARES (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).RECURSO DE SENTENÇA N.° 2009.50.52.000602-0/01RECORRENTE: JOSE MARINHO SOARESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃO PARAO TRABALHO ATESTADA POR PROVA PERICIAL. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS SUFICIENTES A INFIRMAR ACONCLUSÃO PERICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

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1. Cuida-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 40/41, quejulgou improcedentes os pleitos de restabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença e de sua conversão emaposentadoria por invalidez, com base na conclusão técnica apurada pelo perito do juízo no laudo de fls. 32/34. Insurge-sea recorrente, sob o argumento de que o laudo emitido pelo perito do juízo não se compatibiliza com sua real condição desaúde, bem como desconsidera os demais elementos de prova produzidos nos autos. Ao final, postula a nulidade dasentença e, subsidiariamente o acolhimento dos pleitos autorais. Contrarrazões às fls 47/49.

2. Inicialmente, a alegação de cerceamento de defesa não merece prosperar, haja vista que o objetivo dos quesitossuplementares é o de, justamente, complementar a perícia, quando as respostas aos quesitos originais não foramrespondidas de forma clara e precisa pelo perito, o que enseja a necessidade de integração do parecer oficial para melhorsubsidiar o julgador no momento da formação de sua convicção. Ademais, para que a sentença seja anulada sob estaalegação, deve-se questionar acerca da essencialidade dos quesitos ditos complementares para a apreciação da questãode incapacidade, em observância ao princípio da celeridade processual. No caso sob apreço, contudo, eventuaisesclarecimentos prestados em resposta aos quesitos complementares formulados pela parte autora à fl. 35 em nadaalterariam o desfecho da causa, porquanto as indagações relativas à incapacidade já são eficazmente esclarecidas nolaudo pericial acostado às fls. 32/34. Ademais, forçoso registrar que o perito respondeu sim a todos os quesitos formulados,inclusive aos de n° 7 e 10 do Juízo e de n° 12 do I NSS, não havendo qualquer vício em suas conclusões.3. Ultrapassada essa questão, verifica-se que, no caso sob apreço, a perícia produzida nos autos informa que o autorapresenta seqüela de lesão no tendão do segundo dedo da mão esquerda. Vale ressaltar que, enquanto persistiu, o quadrode incapacidade foi tutelado administrativamente, sendo certo que o segurado recebeu o auxílio-doença de 28.11.2008 até31.05.2009. Contudo, a perícia médica judicial, conforme laudo de fls.32/34, concluiu não subsistir incapacidade laborativa,porque a lesão está cicatrizada e o autor apresenta flexão e extensão normais da mão e dos respectivos dedos, o quefundamenta o indeferimento dos benefícios previdenciários pleiteados.

4. Nesse contexto, recordando que a perícia promovida em juízo constitui mecanismo eficaz e eficiente para a comprovaçãoda incapacidade do segurado e considerando que inexistem nos autos elementos capazes de infirmar as assertivas doperito judicial, entendo que deve ser mantida a orientação firmada no laudo de fls. 32/34. Com efeito, não me pareceplausível deferir os benefícios previdenciários pretendidos – seja de auxílio-doença, seja de aposentadoria por invalidez –se constatada a capacidade para o trabalho habitual do autor/recorrente, sendo certo que a existência de eventual patologianão implica, necessariamente, inaptidão para o labor.

5. Por fim, verifica-se que a ausência de juntada da íntegra do processo administrativo da recorrente junto ao INSS nãoprejudica ou altera o resultado final da lide, uma vez que a parte teve oportunidade de colacionar aos autos todos osexames e receituários médicos de que dispunha para fazer prova em seu favor, os quais foram devidamente sopesadospelo magistrado a quo e por este relator no momento da prolação dos provimentos jurisdicionais.

6. Em relação ao pedido de danos morais, não restou configurada qualquer ofensa à personalidade da parte autora, nemdemonstrado nenhum ato ilegal ou arbitrário praticada pela Autarquia Previdenciária que tivesse exposto a situaçãovexatória, razão pela qual não há que se falar em danos desta natureza.

7. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, cujo valor,considerada a complexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistênciajudiciária gratuita à fl.68, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei 1.060/50.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR –LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

137 - 0000069-98.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000069-8/01) GENI ALVES GALVAO (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0000069-98.2009.4.02.5052/01RECORRENTE: GENI ALVES GALVÃORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

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RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXILIO-DOENÇA. CAPACIDADE LABORAL CONSTATADA POR LAUDOPERICIAL REGULAR. PREVALÊNCIA DO EXAME OFICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pleito inaugural de concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença. Em suas razões, o recorrente alega que estáincapacitado para o exercício de atividades profissionais e questio�na as conclusões da perícia oficial, invocando supostasimprecisões no parecer técnico de fls. 37/39. Por fim, postula a nulidade da sentença, sob pena de cerceamento de defesa.Manifestação do INSS à fls 47-verso, em que se pugna pela manutenção da sentença recorrida.

2. Inicialmente, cabe destacar que o auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido aosegurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho oupara a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. No caso sob apreço, é possível verificar que a perícia produzida nos autos (laudo de fls. 37/39) registrou que o periciadoé acometido de lombalgia crônica. Ao exame físico, contudo constatou-se marcha normal, flexão e extensão tóraco-lombarnormal e lasegue bilateral negativo. Assim, não foi verificada qualquer incapacidade para o trabalho.

4. Diante da conclusão pericial, em cotejo com os documentos médicos apresentados pela parte, este relator entende queinexistem nos autos elementos capazes de balizarem a caracterização da incapacidade da parte para o labor em geral,sendo certo que a existência de eventual patologia não implica, necessariamente, inaptidão funcional. Nesse diapasão, valeressaltar que, a despeito da regra prescrita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de extrema importância para auxiliar ojulgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem, eficientemente,comprovar aquilo que é motivo de controvérsia na lide. Destarte, havendo laudos divergentes, não há como considerar osdocumentos apresentados pelo recorrente em detrimento da conclusão do perito oficiais, a menos que os laudosparticulares se mostrem suficientes à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha nolaudo oficial, hipóteses que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, desse modo, a necessidade de realização denova prova técnica ou até mesmo a complementação do parecer apresentado.

5. Nesse ponto, forçoso registrar que o perito respondeu sim a todos os quesitos formulados, inclusive aos de n° 4 e 10,não se vislumbrando qualquer vício em suas avaliações.

6. Em relação ao pedido de danos morais, não restou configurada qualquer ofensa à personalidade da parte autora, nemdemonstrado nenhum ato ilegal ou arbitrário praticada pela Autarquia Previdenciária que a tivesse exposto a situaçãovexatória, razão pela qual não há que se falar em danos desta natureza.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95)

8. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, cujo valor,considerada a complexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistênciajudiciária gratuita à fl.16, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a fazer parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

138 - 0000843-65.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000843-7/02) NAGILA MOROSINI CERUTI (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0000843-65.2008.4.02.5052/02RECORRENTE: NAGILA MOROSINI CERUTIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. LEI N.º 8.742/93. RENDAPER CAPITA DO GRUPO FAMILIAR. CONFIGURAÇÃO DE ESTADO DE VULNERABILIDADE. QUADRO DE

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ESQUIZOFRENIA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE CARACTERIZADA.BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DEVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

139 - 0001392-47.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001392-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x ANTONIO CARLOS LOPES (ADVOGADO: GERALDO BENICIO, JULIANEBORLINI COUTINHO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.50.001392-4/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ANTONIO CARLOS LOPESRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – ATIVIDADE EXERCIDA SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS – ELETRICISTA –ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL OU AGENTE NOCIVO ATÉ 28.04.1995 – FORMULÁRIOEXTEMPORÂNEO – VALIDADE PROBATÓRIA – EXPOSIÇÃO A RUÍDOS – PERFIL PROFISSIOGRÁFICOPREVIDENCIÁRIO – UTILIZAÇÃO DE EPI NÃO AFASTA A CONTAGEM ESPECIAL (SÚMULA Nº. 09 DA TNU) –CONVERSÃO EM TEMPO COMUM – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 117/123, que julgouprocedente o pedido autoral, para converter períodos de atividade exercida sob condições especiais em tempo comum e,por via de conseqüência, autorizar a concessão do benefício de aposentadoria integral por tempo de contribuição. Emrazões de recurso, o INSS sustenta que o formulário DSS-8030 não deve ser admitido como meio de comprovação deexposição do trabalhador a riscos elétricos, notadamente porque não é contemporâneo do período, e que a pressão sonorafoi neutralizada através da utilização de EPI eficaz. Com base nessas alegações, questiona o enquadramento dos períodosde 02.01.1982 a 09.08.1990 e de 18.11.2003 a 09.09.2008. Por fim, tece algumas considerações sobre a aposentadoria portempo de contribuição e conclui que o autor não reúne os requisitos necessários para a obtenção do benefício.Contrarrazões apócrifas às fls. 144/149, em que se postula a inadmissibilidade da peça recursal e, no mérito, o nãoprovimento do recurso do INSS.

De início, afasto a alegação de inadmissibilidade do recurso inominado, por ausência de assinatura do procurador do INSSao final da peça. Embora realmente ausente a última lauda da peça recursal, o procurador da autarquia lançou suaassinatura na peça de interposição (folha de rosto – fl. 127), suprindo a exigência de subscrição da medida processualmanejada. Ademais, os fundamentos (razões) do recurso permitem ao magistrado captar integralmente o objeto dapretensão recursal, pelo que reputo não haver motivo razoável para negar-lhe conhecimento. Preliminar afastada.

Passando ao mérito principal, em termos gerais, até 28/04/1995, a caracterização de tempo de serviço prestado sobcondições especiais poderia dar-se pelo enquadramento em alguma das categorias profissionais elencadas nos Decretosnº 53.831/64 e n.º 83.080/79 ou, ainda, pela presença, no ambiente laboral, de algum dos agentes físicos, químicos ebiológicos listados nos referidos decretos. Com o advento da Lei nº 9.032/95, a comprovação da atividade especial passoua ter por base os formulários SB-40 e DSS-8030. Finalmente, a partir da edição do Decreto n.º 2.172/97 – queregulamentou a Medida Provisória n.º 1.523/96, convertida na Lei n.º 9.528/97 –, a prova passou a ser feita por meio delaudo técnico.

Frisa-se, contudo, que, embora a lei atualmente exija a demonstração da efetiva exposição do segurado ao agente nocivo,a comprovação do exercício de atividade em condições especiais rege-se pela lei vigente à época da prestação do serviço,e não pela lei vigente à época da produção da prova, em respeito ao princípio da irretroatividade das leis e ao direitoadquirido. Assim dispõe o art. 70, §1º, do Decreto nº 3048/99:Art. 70 (...)§ 1º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerá ao disposto na legislaçãoem vigor na época da prestação do serviço.

Pois bem. Consoante acima mencionado, antes do advento da Lei nº 9.032/95, a comprovação do exercício de atividadeespecial era feita de acordo com a categoria profissional a que pertencia o segurado, havendo a presunção legal desujeição a condições agressivas à saúde ou perigosas pelo simples exercício do cargo, ou ainda pela exposição a algumagente nocivo listado, tudo conforme elenco estabelecido no Anexo do Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964 e nosAnexos I e II do Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979, ratificados pelo artigo 295 do Decreto nº 357/91. Assim, a

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atividade de eletricista exercida até 28/04/1995 é considerada especial, conforme previsão inserta no Anexo do Decreto nº53.831/64, item 1.1.8, o qual salienta que o exercício de trabalhos em instalações ou equipamentos elétricos com risco deacidentes (eletricistas, cabistas, montadores e outros) está sujeito à contagem especial de tempo, independentemente dequalquer outra comprovação. Nesse sentido:

“(...) Segundo o quadro a que se refere o art. 2º do Decreto n. 53.831/64 do Regulamento Geral da Previdência Social, emseu item 1.1.8 é classificada como de natureza especial a atividade exercida no campo de aplicação que envolveeletricidade, ou seja, trabalhos permanentes em instalações ou equipamentos elétricos com risco de acidentes, a exemplodos eletricistas, cabistas, montadores e outros. Sendo, portanto, cabível o reconhecimento da sua natureza especial, porpresunção legal, até 28/04/1995, data do advento da Lei n. 9.032/95” (TRF 1ª Região, Apelação Cível 200134000325378,2ª. Turma, e-DJF1 10.09.2010).

AGRAVO INTERNO – PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM – ELETRICISTA –ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL – APLICAÇÃO DO DECRETO Nº 53.831/64 AO PERÍODOLABORATIVO PRESTADO ATÉ O ADVENTO DO DECRETO Nº 2.172/97. 1) Certas atividades profissionais eramconsideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física, independentemente da comprovação da exposição efetiva aagentes nocivos. 2) Cumpre admitir a presunção de nocividade por categoria profissional, na função de eletricista, a ensejara contagem de tempo especial, independentemente de efetiva comprovação da exposição a agentes nocivos. 3) Recursoconhecido e improvido.(AC 200202010016823, Desembargadora Federal ANDREA CUNHA ESMERALDO, TRF2 - SEGUNDA TURMAESPECIALIZADA, 21/11/2008)

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ELETRICISTA. ATIVIDADE INSALUBRE. DEC53.831/64 E DEC 89.312/84 (CLPS/84). Por força do art. 35, §4o, do Dec 89.312/84 (CLPS/84) c/c Dec 53.831/64, acategoria profissional de eletricista que exerceu atividade insalubre, mantém o direito ao reconhecimento desse tempo deserviço, para fins de aposentadoria especial. Recurso conhecido em parte, mas desprovido. (STJ, REsp 267787, 5 Turma,DJ 18.03.2002).

Deste modo, o primeiro período questionado na peça recursal – 02.01.1982 a 09.08.1990 – deve ser considerado como deatividade especial, porquanto a cópia da CTPS de fl. 39 revela que o autor/recorrido exerceu o cargo de eletricista nesselapso temporal, o que já lhe garante o enquadramento especial. Além disso, o formulário de fl. 93 atesta que, nesseperíodo, o segurado estava exposto a ruídos e a poeira e trabalhava, de forma habitual e permanente, sujeito a riscoelétrico com tensão superior a 250volts. Nesse ponto, quadra rememorar que a jurisprudência já consolidou o entendimentono sentido de que a extemporaneidade dos formulários ou laudos técnicos não afasta a validade de suas conclusões, vezque tal requisito não está previsto em lei, e a evolução tecnológica propicia condições ambientais menos agressivas àsaúde do trabalhador do que aquelas vivenciadas à época da execução dos serviços. Finalmente, insta registrar que, em setratando de exposição a altas tensões elétricas, que tem o caráter de periculosidade, a caracterização em atividade especialindepende da exposição do segurado durante toda a jornada de trabalho, pois que a mínima exposição oferece potencialrisco de morte ao trabalhador, justificando o enquadramento especial (STJ – REsp 1.021.593 / SP – Rel. HamiltonCarvalhido – DJ 05.03.2008).

No tocante ao interregno compreendido entre 18.11.2003 e 09.09.2008, tem-se que o PPP de fls. 94/96 registrou a sujeiçãodo trabalhador, no período, à pressão sonora na intensidade de 86.19dB, além de acusar exposição a agentes químicos(destilação de alcatrão da hulha e poeira de carvão). Assim, considerando que o limite máximo admitido a partir da ediçãodo Decreto 4.882, de 18.11.2003, é de 85dB, resta concluir pelo enquadramento da atividade desenvolvida como especial.

Quadra destacar, por fim, que a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) não se revela capaz dedescaracterizar a atividade como especial. Tal entendimento já se encontra pacificado pela TNU dos JEFs, consoante seextrai do teor da Súmula nº. 09: “O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, nocaso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”.

Reconhecido o enquadramento de trabalho sob condições potencialmente prejudiciais à saúde e à integridade física dosegurado – observado o histórico normativo da matéria e as exigências estabelecidas em cada época –, os períodos acimaindicados devem ser computados de forma especial para fins de conversão em tempo de trabalho comum, conforme artigo57, § 5º, da lei 8.213/91, nos termos fixados pelo juízo a quo. Observada a conversão, se o segurado acumulou tempomínimo de 35 (trinta e cinco) anos, faz jus ao benefício de aposentadoria integral.

Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 55, caput, da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

140 - 0000428-79.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000428-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x CASSIO DIVINO SILVA (ADVOGADO: DAVID JORDÃO GONÇALVES,RONALDO SANTOS COSTA, MARCOS ANTÔNIO GIACOMIN, LEANDRO FIGUEIRA VAN DE KOKEN.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2008.50.53.000428-3/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: CASSIO DIVINO SILVARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – ATIVIDADE EXERCIDA SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS – ELETRICISTA –ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL OU AGENTE NOCIVO ATÉ 28.04.1995 – EXPOSIÇÃO ARUÍDOS E A RISCO DE EXPLOSÃO – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – ROL EXEMPLIFICATIVO DEAGENTES NOCIVOS – COMPROVAÇÃO SATISFATÓRIA – CONVERSÃO EM TEMPO COMUM – PERÍODOS SIMPLES– ANOTAÇÃO REGULAR EM CTPS NÃO ILIDIDA POR PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO – REGISTRO EM EXTRATODE CNIS NÃO INFIRMADO PELO INSS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 170/174, que julgouprocedente o pedido autoral, para converter períodos de atividade exercida sob condições especiais em tempo comum e,por via de conseqüência, autorizar a concessão do benefício de aposentadoria integral por tempo de contribuição. Emrazões de recurso, o INSS sustenta que o reconhecimento de atividade especial pelo agente eletricidade exigecomprovação de exposição do trabalhador a tensão superior a 250 volts, de forma habitual e permanente, e que o risco deexplosão por GLP não constitui hipótese elencada nos decretos regulamentadores da matéria. Por fim, questiona ocômputo de alguns períodos específicos. Contrarrazões às fls. 188/194.

Em termos gerais, até 28/04/1995, a caracterização de tempo de serviço prestado sob condições especiais poderia dar-sepelo enquadramento em alguma das categorias profissionais elencadas nos Decretos nº 53.831/64 e n.º 83.080/79 ou,ainda, pela presença, no ambiente laboral, de algum dos agentes físicos, químicos e biológicos listados nos referidosdecretos. Com o advento da Lei nº 9.032/95, a comprovação da atividade especial passou a ter por base os formuláriosSB-40 e DSS-8030. Finalmente, a partir da edição do Decreto n.º 2.172/97 – que regulamentou a Medida Provisória n.º1.523/96, convertida na Lei n.º 9.528/97 –, a prova passou a ser feita por meio de laudo técnico.

Frisa-se, contudo, que, embora a lei atualmente exija a demonstração da efetiva exposição do segurado ao agente nocivo,a comprovação do exercício de atividade em condições especiais rege-se pela lei vigente à época da prestação do serviço,e não pela lei vigente à época da produção da prova, em respeito ao princípio da irretroatividade das leis e ao direitoadquirido. Assim dispõe o art. 70, §1º, do Decreto nº 3048/99:

Art. 70 (...)§ 1º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerá ao disposto na legislaçãoem vigor na época da prestação do serviço.

Pois bem. Consoante acima mencionado, antes do advento da Lei nº 9.032/95, a comprovação do exercício de atividadeespecial era feita de acordo com a categoria profissional a que pertencia o segurado, havendo a presunção legal desujeição a condições agressivas à saúde ou perigosas pelo simples exercício do cargo, ou ainda pela exposição a algumagente nocivo listado, tudo conforme elenco estabelecido no Anexo do Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964 e nosAnexos I e II do Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979, ratificados pelo artigo 295 do Decreto nº 357/91. Assim, aatividade de eletricista exercida até 28/04/1995 é considerada especial, conforme previsão inserta no Anexo do Decreto nº53.831/64, item 1.1.8, o qual salienta que o exercício de trabalhos em instalações ou equipamentos elétricos com risco deacidentes (eletricistas, cabistas, montadores e outros) está sujeito à contagem especial de tempo, independentemente dequalquer outra comprovação. Nesse sentido:

“(...) Segundo o quadro a que se refere o art. 2º do Decreto n. 53.831/64 do Regulamento Geral da Previdência Social, emseu item 1.1.8 é classificada como de natureza especial a atividade exercida no campo de aplicação que envolveeletricidade, ou seja, trabalhos permanentes em instalações ou equipamentos elétricos com risco de acidentes, a exemplodos eletricistas, cabistas, montadores e outros. Sendo, portanto, cabível o reconhecimento da sua natureza especial, porpresunção legal, até 28/04/1995, data do advento da Lei n. 9.032/95” (TRF 1ª Região, Apelação Cível 200134000325378,2ª. Turma, e-DJF1 10.09.2010).

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AGRAVO INTERNO – PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM – ELETRICISTA –ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL – APLICAÇÃO DO DECRETO Nº 53.831/64 AO PERÍODOLABORATIVO PRESTADO ATÉ O ADVENTO DO DECRETO Nº 2.172/97. 1) Certas atividades profissionais eramconsideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física, independentemente da comprovação da exposição efetiva aagentes nocivos. 2) Cumpre admitir a presunção de nocividade por categoria profissional, na função de eletricista, a ensejara contagem de tempo especial, independentemente de efetiva comprovação da exposição a agentes nocivos. 3) Recursoconhecido e improvido.(AC 200202010016823, Desembargadora Federal ANDREA CUNHA ESMERALDO, TRF2 - SEGUNDA TURMAESPECIALIZADA, 21/11/2008)

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ELETRICISTA. ATIVIDADE INSALUBRE. DEC53.831/64 E DEC 89.312/84 (CLPS/84). Por força do art. 35, §4o, do Dec 89.312/84 (CLPS/84) c/c Dec 53.831/64, acategoria profissional de eletricista que exerceu atividade insalubre, mantém o direito ao reconhecimento desse tempo deserviço, para fins de aposentadoria especial. Recurso conhecido em parte, mas desprovido. (STJ, REsp 267787, 5 Turma,DJ 18.03.2002).Deste modo, os períodos anteriores a 1995 – 08.02.1973 a 16.03.1973; 19.03.1973 a 21.03.1973; 06.04.1973 a 15.03.1974;01.08.1977 a 31.12.1977; 14.08.1978 a 17.01.1979; 01.02.1979 a 03.06.1979; 18.06.1979 a 19.09.1979; 01.10.1979 a20.02.1980; 03.03.1980 a 01.04.1980; 17.04.1980 a 18.07.1980; 18.08.1980 a 09.12.1980; 18.02.1981 a 23.06.1981;04.11.1981 a 04.03.1982; 08.03.1982 a 16.02.1983; 17.02.1983 a 23.11.1983; 28.02.1984 a 01.10.1984; 12.02.1985 a21.10.1985; 24.10.1985 a 11.08.1987; 08.09.1987 a 26.04.1989; 27.04.1989 a 21.11.1990 e 26.11.1990 a 22.08.1994 –podem ser considerados como de atividade especial, porquanto as cópias da CTPS revelam que o autor/recorrido exerceuo cargo de eletricista (em algumas variações) nesses lapsos temporais, o que já lhe garante o enquadramento especial.

Apenas em dois períodos anteriores a 1995, o enquadramento não poderá ser feito com base na categoriaprofissional/agente eletricidade, já que, nesses lapsos temporais, o autor não estava em exercício da função de eletricista.No primeiro deles (22.04.1970 a 04.10.1972), o autor estava empregado apenas como “aprendiz” de eletricista, emexercício na Divisão de Manutenção Elétrica do GLF. Todavia, apesar de não se enquadrar, propriamente, na categoriaeletricista/agente eletricidade, há laudo pericial a atestar a exposição do trabalhador a ruído médio acima de 90dB, emcaráter habitual e permanente, circunstância suficiente a caracterizar a atividade como especial.

No segundo período em que não exerceu a função de eletricista (26.03.1974 a 28.07.1977), o autor laborou como operadorde tanques e, nessa atividade, estava sujeito a risco de explosão pelo GLP (gás liquefeito de petróleo), consoanteregistrado no PPP de fl. 72. Tal agente químico poderia ser enquadrado no item 1.2.11 do anexo ao Decreto nº. 53.831/64 eno item 1.1.10 do anexo ao Decreto 83.080/79 (derivados de carbono). E, ainda que assim não fosse, considerando que ajurisprudência já consolidou o entendimento no sentido de que o rol de agentes constantes dos anexos dos Decretosn.º53.831/64 e 83.080/79 tem natureza meramente exemplificativa, uma vez comprovado por meio de PPP o trabalho emárea com risco de explosão, entendo caracterizado o caráter especial da atividade desenvolvida no período. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TEMPO DE SERVIÇOESPECIAL. BANCÁRIO. CONVERSÃO. EXPOSIÇÃO A CONDIÇÕES ESPECIAIS PREJUDICAIS À SAÚDE OU ÀINTEGRIDADE FÍSICA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. 1. O reconhecimento do tempo de serviço especial apenas emface do enquadramento na categoria profissional do trabalhador foi possível até a publicação da Lei n.º 9.032/95. 2.Todavia, o rol de atividades arroladas nos Decretos n.os 53.831/64 e 83.080/79 é exemplificativo, não existindoimpedimento em considerar que outras atividades sejam tidas como insalubres, perigosas ou penosas, desde que estejamdevidamente comprovadas. Precedentes. 3. No caso em apreço, conforme assegurado pelas instâncias ordinárias, osegurado não comprovou que efetivamente exerceu a atividade de Bancário sob condições especiais. 4. Inexistindoqualquer fundamento relevante que justifique a interposição de agravo regimental ou que venha a infirmar as razõesconsideradas no julgado agravado, deve ser mantida a decisão por seus próprios fundamentos. 5. Agravo regimentaldesprovido.�(AGRESP 200501686770, LAURITA VAZ, STJ - QUINTA TURMA, 28/05/2007 – grifos nossos)

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA. ATIVIDADEESPECIAL. CONVERSÃO. AUSÊNCIA DE ENQUADRAMENTO FORMAL. CONCESSÃO. POSSIBILIDADE.PRECEDENTES DO STJ. RECURSO IMPROVIDO.1. "É que o fato das atividades enquadradas serem consideradas especiais por presunção legal, não impede, por óbvio, queoutras atividades, não enquadradas, sejam reconhecidas como insalubres, perigosas ou penosas por meio de comprovaçãopericial" (REsp 600.277/RJ, Sexta Turma, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJ 10/5/04). 2. Agravo regimentalimprovido.(AgRg no Ag 707.613/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 17/09/2009, DJe19/10/2009 – grifos nossos)

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DOCPC. NÃO-OCORRÊNCIA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇOPRESTADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS SOB A ÉGIDE DO REGIME CELETISTA. POSSIBILIDADE. LEI 9.032/95.IRRETROATIVIDADE. ENQUADRAMENTO. ROL EXEMPLIFICATIVO. PRECEDENTES DO STJ. AÇÃO AJUIZADA APÓS

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A EDIÇÃO DA MP 2.180-35/01. JUROS MORATÓRIOS. 6% AO ANO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.1. Os embargos de declaração têm como objetivo sanar eventual obscuridade, contradição ou omissão existentes nadecisão recorrida. Não há falar em afronta ao art. 535, II, do CPC, quando o Tribunal de origem houver se pronunciado deforma clara e precisa sobre a questão posta nos autos, assentando-se em fundamentos suficientes para embasar adecisão.2. O tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, motivo pelo qual lei nova quevenha a estabelecer restrição ao cômputo do tempo de serviço não pode ser aplicada retroativamente. Precedente do STJ.3. O rol de atividades consideradas insalubres, perigosas ou penosas é exemplificativo, pelo que a ausência doenquadramento da atividade desempenhada não inviabiliza a sua consideração para fins de concessão de aposentadoria.Precedente do STJ.4. No pagamento de parcelas atrasadas, de caráter alimentar, desde que ajuizada a demanda após a edição da MP2.180-35/01, que introduziu o art. 1º-F à Lei 9.494/97, incidem juros moratórios de 6% ao ano.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 947.849/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 12/08/2008, DJe 28/10/2008 –grifos nossos)

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONTAGEM DO TEMPO DESERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES PREJUDICIAIS À SAÚDE. POSSIBILIDADE. ART. 57 DA LEI 8.213/91.578.2131.O tempo de serviço é regido sempre pela lei da época em que foi prestado. Dessa forma, em respeito ao direito adquirido,se o Trabalhador laborou em condições adversas e a lei da época permitia a contagem de forma mais vantajosa, o tempode serviço assim deve ser contado e lhe assegurado. 2. In casu, restou demonstrado, através das INFORMAÇÕES SOBREATIVIDADES EXERCIDAS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS elaborado pela empresa Nacional Gás Butano (fls. 12); LAUDOPERICIAL para avaliação de periculosidade (fls. 14/22); LAUDOS TÉCNICOS elaborados por Engenheiro de Segurança doTrabalho (fls. 86/93), que efetivamente exerceu as funções de Encarregado do Setor Fiscal na empresa GÁS BUTANODISTRIBUIDORA LTDA., no período de 05.06.78 a 31.10.04, sujeito a condições especiais de modo habitual e permanente,no período mínimo estabelecido (25 anos), expondo-se a vários agentes nocivos à saúde tais como, botijões cheios de GLP- Gás Liquefeito de Petróleo, ficando exposto, ainda, aos riscos de explosão provocados por Inflamáveis fazendo jus,portanto, ao benefício de aposentadoria especial.3. Restando devidamente comprovado que o autor exerceu por mais de 25anos as suas atividades em condições especiais, é de se lhe conceder Aposentadoria Especial, nos termos preconizadospelo art. 57 da Lei 8.213/91. Precedentes desta Corte.578.2134. Apelação do INSS não provida e Remessa Oficialparcialmente provida, apenas para que sejam observados os limites da Súmula 111 do STJ.(425806 PB 2004.82.00.014498-0, Relator: Desembargador Federal Manoel Erhardt, Data de Julgamento: 15/10/2007,Segunda Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário da Justiça - Data: 19/11/2007 - Página: 387 - Nº: 221 - Ano: 2007 –grifos nossos)

Finalmente, o INSS questiona o cômputo dos períodos de 01.02.1979 a 03.06.1979 (forma especial) e de 03.03.1996 a23.10.1998 (forma simples). O primeiro período está devidamente anotado na CTPS do autor, consoante se observa dacópia anexada à fl.35. Desse modo, embora o extrato do CNIS de fls. 65/67 não aponte registro de contribuições nesseinterregno, reconheço a validade da anotação na CTPS (art. 62, §§ 1º e 2º, do Decreto n. 3.048/99), cuja veracidade não foiilidida pelo INSS, e, por conseqüência, autorizo o cômputo do período de forma especial (enquadramento por categoriaprofissional/agente eletricidade), para efeito de aferição do tempo de serviço acumulado pelo segurado, notadamenteporque constitui ônus do empregador o recolhimento das contribuições previdenciárias. Não é outra a orientação firmada najurisprudência a seguir colacionada:

PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃOPROCESSO Nr: 0002327-24.2008.4.03.6302 AUTUADO EM 13/02/2008ASSUNTO: 040102 - APOSENTADORIA POR IDADE (ART. 48/51) - BENEF. EMESPÉCIE/CONCESSÃO/CONVERSÃO/RESTABELECIMENTO/COMPLEMENTAÇÃO CLASSE: 1 - PROCEDIMENTO DOJUIZADO ESPECIAL CÍVELAUTOR: SEBASTIANA SALGUEIRO DE OLIVEIRARÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - I.N.S.S. (PREVID)JUIZ(A) FEDERAL: ROSA MARIA PEDRASSI DE SOUZA“(...) Ora, no que tange ao período trabalhado com registro na CTPS, tem-se que a anotação em carteira de trabalhoconstitui prova plena de exercício de atividade e, portanto, de tempo de serviço, para fins previdenciários, gozando depresunção juris tantum de veracidade, a qual, em nenhum momento, foi ilidida pelo INSS. Cabendo ressaltar que nostermos do Regulamento da Previdência Social, tais anotações são admitidas como prova de tempo de serviço (art. 62, §§ 1ºe 2º, do Decreto n. 3.048/99). Com efeito, a validade de tais anotações só poderia ser contestada diante de prova regular efundamentada, em sentido contrário, o que não ocorreu. Ao contrário, não se patenteou nenhuma irregularidade nasanotações, não se verificando qualquer rasura ou divergência nas datas constantes dos registros. Daí porque se tem comoválida a anotação constante na CTPS, de modo que reconheço os períodos de trabalho nela consignados. Aliás, CARLOSALBERTO PEREIRA DE CASTRO e JOÃO BATISTA LAZZARI, anotam que: As anotações na CTPS valem para todos osefeitos como prova de filiação à Previdência Social, relação de emprego, tempo trabalhado e salário de contribuição. Não édo trabalhador o ônus de provar a veracidade das anotações de sua CTPS, nem de fiscalizar o recolhimento dascontribuições previdenciárias, pois as anotações gozam de presunção juris tantum de veracidade, consoante Enunciado n.12 do TST (Manual de Direito Previdenciário, 4ª edição, LTR, 2003, pág. 579). Por outro lado, cumpre salientar quecompete ao empregador o recolhimento das contribuições previdenciárias, conforme dispõe o artigo 30, inciso I, alíneas "a"

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e "b", da Lei nº 8.212/91, enquanto ao segurado empregado somente cabe o ônus de comprovar o exercício da atividadelaborativa. (...) Isso posto, nego provimento ao recurso da parte ré e dou provimento ao recurso da parte autora, apenaspara fixar como termo inicial do pagamento do benefício a data do requerimento administrativo, mantendo, no mais, asentença recorrida por seus próprios fundamentos. Condeno o réu recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosque fixo em 10 % (dez por cento) do valor da condenação, apurados até a data da sentença, limitados a 06 (seis) saláriosmínimos vigentes na data da execução. Sem condenação em custas, nos termos da lei. É o voto.�III - ACÓRDÃO Vistos,relatados e discutidos estes autos eletrônicos, em que são partes as acima indicadas, decide a Terceira Turma Recursal doJuizado Especial Federal Cível da Terceira Região - Seção Judiciária de São Paulo, por unanimidade, negar provimento aorecurso da parte ré e dar provimento ao recurso da parte autora, nos termos do voto da Juíza Federal Relatora.Participaram do julgamento os(as) Excelentíssimos(as) Juízes(as) Federais: Rosa Maria Pedrassi de Souza, Vanessa Vieirade Mello e Anita Villani. São Paulo, 07 de julho de 2011 (data do julgamento)”. (Processo 00023272420084036302, JUIZ(A)FEDERAL ROSA MARIA PEDRASSI DE SOUZA, TRSP - 3ª Turma Recursal - SP, DJF3 DATA: 12/07/2011.)

Finalmente, o período de 03.03.1996 a 23.10.1998 foi atestado por documento emitido por sistema eletrônico da própriaPrevidência Social (DATAPREV CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais). Assim, se a própria Previdência Socialreconhece, em seus registros cadastrais, o recolhimento de contribuições previdenciárias no lapso acima indicado e o INSSnão apresentou nos autos provas suficientes a infirmar tais registros, descabe, agora, pretender afastar o cômputo destetempo para efeito de aposentação. Reconheço, pois, a inclusão do período, de forma simples, na contagem de tempo deserviço do segurado.Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 55, caput, da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

141 - 0008587-54.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008587-2/01) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA(PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.) x MARIA JOSE DA SILVA PEREIRA.RECURSO N. 2007.50.50.008587-2/01RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: MARIA JOSÉ DA SILVA PEREIRARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – GDASST E GDATA – LEIS 10.483/2002 E 10.404/2002 – INATIVOS – ISONOMIA – ART. 40,§8º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988, EM SUA REDAÇÃO ANTERIOR À EC 41/2003 – PAGAMENTO DEDIFERENÇAS A TÍTULO DE GDATA ENTRE FEVEREIRO E MAIO DE 2002 – LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO NO QUESE REFERE À GDASST ATÉ FEVEREIRO DE 2008 – CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA – ART. 1º-F DA LEIN. 9.494/97 - REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI N. 11.960/09 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

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Juiz Federal Relator

142 - 0000720-70.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000720-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x ORMINDA MARIA RODRIGUES DE CARVALHO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDOPIZZOL VINHA.).RECURSO N. 2008.50.51.000720-5/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: ORMINDA MARIA RODRIGUES DE CARVALHORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – GDASST – LEI 10.483/2002 – INATIVOS – PARIDADE – ART. 40, §8º, DA CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA DE 1988, EM SUA REDAÇÃO ANTERIOR À EC 41/2003 – APOSENTADORIA CONCEDIDA APÓS OADVENTO DA EMENDA CONSTITUCIONAL – EQUIPARAÇÃO INDEVIDA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,DAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

143 - 0000877-46.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000877-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x LEONILA LOURDES MILIOLI.RECURSO N. 2008.50.50.000877-8/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: LEONILA LOURDES MILIOLIRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – GDASST – LEI 10.483/2002 – INATIVOS –ISONOMIA – ART. 40, §8º, DA CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA DE 1988, EM SUA REDAÇÃO ANTERIOR À EC 41/2003 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela União Federal, ora recorrente, em face da sentença de fls. 58/61, a qualjulgou parcialmente procedente o pleito autoral. Aduz o recorrente, em suas razões, que a sentença proferida pelo juiz a quoviola o princípio da legalidade, insculpido nos artigos 37 e 5º, II, da CR/88, além ensejar ofensa aos artigos 2º; 61, § 1º, II,“a” e 169, § 1º, da carta constitucional. Ademais, alega que o entendimento lançado na sentença recorrida está emdissonância com a orientação adotada pelo STF no julgamento do RE 572.052/RN, de modo que, no período de 01/04/2002a 30/04/2004, não há pontos devidos.

A GDASST constitui vantagem remuneratória devida aos servidores ativos da Carreira da Seguridade Social e do Trabalho,em substituição à GDATA, tendo por base o desempenho institucional e o individual de cada servidor, nos termos da Lei10.483/2002. Os servidores inativos também foram beneficiados com a referida gratificação; contudo, a base de cálculopara estes é distinta da do pessoal em atividade – opção do legislador que é justificada ante a impossibilidade de se aferir aprodutividade para os inativos para fins de cálculo da vantagem.

O artigo 40, § 8º da Constituição, com a redação anterior à EC 41/2003, assegurava paridade entre servidores ativos einativos, inclusive no que se refere às vantagens posteriormente concedidas àqueles, mesmo que decorrentes datransformação ou reclassificação de cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para aconcessão da pensão, na forma da lei. A EC 41/2003 fez cessar o critério da paridade, remetendo à lei o critério de reajustedos benefícios previdenciários, com efeitos ex nunc (ou seja, os reajustes decorrentes da paridade, anteriores à EC

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41/2003, continuam válidos e devidos). Contudo, o direito adquirido à paridade dos que já estavam aposentados ao tempoda EC 41/2003 foi expressamente preservado no art. 7º da referida emenda.

Quanto à possibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias, conferidas legalmente aos servidores daativa, que dependem de aferição de desempenho individual e coletivo/institucional, o STF, no julgamento dos RE476.279/DF e 476.390/DF, assentou que a GDATA – vantagem disciplinada de forma similar à GDASST -, possui duplocaráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de a pontuação variar conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, pela simplesocupação do cargo. Assim, é preciso verificar na disciplina legal da GDASST em que períodos e em que quantitativos elaassumiu este segundo aspecto, devido ao servidor inativo.

A Lei 10.483/2002, em seu art. 11, estabeleceu que, a partir da vigência da Lei e até 31/05/2002, ou até que fossemeditados os atos referidos no art. 6º, a GDASST seria paga aos servidores da ativa, indistintamente, em valorcorrespondente a 40 pontos por servidor. Posteriormente, o art. 6º. da Lei 10.971/2004 estabeleceu que, a partir de 1o demaio de 2004 e até que seja editado o ato referido no art. 6o da Lei no 10.483, de 2002, a GDASST seria paga aosservidores ativos que a ela fazem jus no valor equivalente a sessenta pontos, com efeitos a partir de 01/05/2004. Não hánotícia, até a presente data, da edição de norma regulamentadora da Lei 10.483/2002. Esta disciplina, estabelecendopontuação única e geral, sem qualquer vinculação com a produtividade individual ou com o desempenho institucional,configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda que temporária, uma vez que devida a todo e qualquer servidor,independentemente do respectivo desempenho, sendo assim, extensível o seu pagamento, com base na mesmapontuação, aos inativos e pensionistas.

Desse modo, resta claro que a recorrida faz jus à paridade pleiteada, devendo ser mantida a sentença impugnada. Não háque falar em violação aos artigos 37 e 5º, II, da CR/88, tendo em vista que a presente decisão não infringe o princípio dalegalidade. Observando o disposto na antiga redação do artigo 40, § 8º, da Constituição, vislumbra-se que a paridade entreservidores ativos e inativos, quando se encontrarem nas mesmas condições (o que ocorre no caso concreto, tendo em vistaa ausência de norma regulamentadora que afaste a generalidade da GDASST), traduz genuíno imperativo constitucional,de modo a não superar os contornos das leis acima referidas. A Administração Pública, ao acatar a presente decisão, nãoestá deixando de cumprir o que a lei determina; pelo contrário: está conferindo eficácia a dispositivos legais que estariamfadados à ineficácia, até a regulamentação da gratificação acima.

Também não há que falar em violação aos artigos 2º; 61, § 1º, II, “a” e 169, § 1º, também da CR/88, haja vista que oJudiciário está apenas cumprindo o seu papel constitucional ao proferir decisões deste caráter, o de conferir efetividade àsnormas de nosso ordenamento jurídico. Sendo assim, o mesmo não está criando leis ou aumentando a remuneração deservidores; tampouco está criando despesa sem previsão orçamentária, o que afasta qualquer alegação de ofensa aosdispositivos mencionados.

Por fim, deve-se enfatizar que o entendimento ora preconizado não afronta o disposto no julgado do STF citado pelorecorrente, uma vez que tal julgado traz o mesmo entendimento visto acima. O julgado analisa apenas a paridade no quetange à pontuação trazida pela Lei n. 10.971/04 porque este era o único ponto controverso na demanda. Sendo assim,afastada a pretensão do recorrente de não haver condenação à equiparação no período de 01/04/2002 a 30/04/2004.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação ao pagamento dehonorários advocatícios, ante a ausência de contrarrazões e de assistência advocatícia no primeiro grau de jurisdição.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

144 - 0001566-90.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001566-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x MARIA DE LOURDES SANT'ANNA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES,LEONARDO PIZZOL VINHA.).RECURSO N. 2008.50.50.001566-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA DE LOURDES SANT’ANNARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

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EMENTA

RECURSO INOMINADO – GDASS – LEI 10.855/2004 – INATIVOS – ISONOMIA – ART. 40, §8º, DA CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA DE 1988, EM SUA REDAÇÃO ANTERIOR À EC 41/2003 – CORREÇÃO DE VALORES A TÍTULO DE GDASS– LIMITAÇÃO DO PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA ALTERADA EM PORMENOR.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 79/87. Aduz o recorrente, em suasrazões, que agiu em conformidade com a lei, ao aplicar critérios diferenciados para o pagamento da GDASS, que háviolação à isonomia quando não se aplicam os critérios diferenciados, além de ofensa aos artigos 61, § 1º, II, “a”, e 169, §1º, todos da Constituição Federal. Subsidiariamente, a autarquia previdenciária alega que houve erro material quanto àatribuição de pontos a título de GDASS, e que há a necessidade de limitação da condenação firmada pelo juízo de origem,tendo em vista a regulamentação da GDASS e a implementação do primeiro ciclo avaliativo.

A GDASS – Gratificação de Desempenho de Atividades do Seguro Social, é devida ao servidor público civil federal ativo emrazão do desempenho individual e institucional da entidade ou do órgão em cujo quadro de pessoal o cargo público efetivose encontra lotado, com fundamento na MP 146/2003, convertida na Lei 10.855/2004. Os servidores inativos foram tambémbeneficiados com a referida gratificação, porém em valores distintos dos aplicáveis aos servidores em atividade. Ante aimpossibilidade de aferição de desempenho individual ou coletivo do servidor que, quando da criação da vantagem, já tinhapassado à inatividade, foi previsto o pagamento da gratificação aos inativos e pensionistas em seus limites mínimos.

O art. 40, § 8º da Constituição assim dispunha, antes da redação dada pela EC 41/2003: “§ 8º - Observado o disposto noart. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre quese modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistasquaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentesda transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para aconcessão da pensão, na forma da lei. (redação dada pela EC 20 / 98).” A EC 41/2003 acabou com a paridade entreservidores inativos e ativos, sendo certo, todavia, que o direito adquirido dos que já estavam aposentados ao tempo daalteração constitucional foi expressamente preservado no art. 7º da referida emenda.

Quanto à possibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias conferidas legalmente aos servidores daativa que dependem de aferição de desempenho individual e coletivo/institucional, o STF, no julgamento dos RE476.279/DF e 476.390/DF assentou que a GDATA – vantagem disciplinada de forma similar à GDASS -, possui duplocaráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de a pontuação variar conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, pela simplesocupação do cargo.

Desse modo, verifica-se que, quando não há a regulamentação da gratificação com vistas a distinguir o valor pago aosservidores em atividade do valor pago aos inativos, há a desnaturação do caráter pro labore faciendo, com a prevalência docaráter ex facto officii, o que faz com que o pagamento da gratificação seja uniforme para ambas as categorias deservidores.

Sendo assim, deve a sentença ser mantida no que tange à paridade entre os valores percebidos pelos servidores ematividade e pelos inativos a título de GDASS. Não há que falar em violação aos artigos mencionados pelo recorrente, emespecial aos artigos 61, § 1º, II, “a” e 169, § 1º, também da CR/88, haja vista que o Judiciário está apenas cumprindo o seupapel constitucional ao proferir decisões deste caráter, o de conferir efetividade às normas de nosso ordenamento jurídico.Sendo assim, o mesmo não está criando leis ou aumentando a remuneração de servidores; tampouco está criandodespesa sem previsão orçamentária, o que afasta qualquer alegação de ofensa aos dispositivos mencionados.

De igual modo, descabe a alegação de violação à isonomia, uma vez que referido princípio enseja o tratamento desigualapenas aos que se encontram em situação de desigualdade. No presente caso, o fato de inexistirem critérios efetivos dediferenciação entre os servidores em atividade e os inativos, para fins de pagamento da GDASS, faz com que o referidopagamento, para ambos, não sofra distinções.

Todavia, assiste razão ao recorrente no que tange ao erro material. De fato, a antiga redação do artigo 19 da Lei n.10.855/2004 dispunha que o pagamento da GDASS seria feito no valor correspondente a 60 % (sessenta por cento) deseus valores máximos, e não a 60 (sessenta) pontos. O mesmo ocorre em relação ao artigo 4º da Medida Provisória n.199/2004. Desse modo, deve a sentença ser alterada nesse pormenor, para que, onde conste no dispositivo as expressões“60 (sessenta) pontos”, faça-se constar “60 % (sessenta por cento)”.

Também assiste razão ao recorrente no que concerne à limitação da condenação. Com efeito, o Decreto n. 6.493/2008dispõe sobre os critérios e procedimentos para a avaliação de desempenho individual no que diz respeito à GDASS,mencionando, em seu artigo 11, que “Os critérios e procedimentos específicos da sistemática de avaliação de desempenhoinstitucional e individual e de atribuição da GDASS serão estabelecidos em ato do Presidente do INSS, observada alegislação vigente.”. Este ato é a Instrução Normativa n. 38/2009, do INSS, a qual estipula os referidos critérios eprocedimentos específicos para a efetuação desta avaliação. Tendo em vista que o fundamento para a equiparação dos

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valores recebidos a títulos de GDASS reside na ausência de critérios específicos diferenciadores entre servidores da ativa einativos, deve tal equiparação cessar em 23 de abril de 2009, data em que a Instrução foi publicada. Sentença alteradatambém neste pormenor.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença parcialmente alterada. Sem custas, na forma da lei. Sem honoráriosadvocatícios, em virtude do provimento parcial do recurso.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

145 - 0000059-48.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000059-0/01) JOAO FELIX CUQUETTO (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).RECURSO N. 2009.50.54.000059-0/01RECORRENTE: JOÃO FELIX CUQUETTORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA – BIS IN IDEM – AUSÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL – NÃO INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR PROVIMENTO AOMESMO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

146 - 0002454-56.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002454-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x ELIO DARE (ADVOGADO: MARCIA DALCIN LEMOS, PABLOCARETA, FABRICIO CALEGARIO SENA.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 2008.50.51.002454-9/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEMBARGADO: ELIO DARERELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. MERO INCONFORMISMO.PRETENSÃO DE REVISÃO DO MÉRITO RECURSAL. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. JUROS DE MORA. LIMITESOBJETIVOS DA DEVOLUTIVIDADE RECURSAL. OMISSÕES NÃO RECONHECIDAS. EMBARGOS REJEITADOS.ACÓRDÃO MANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos pelo INSS em face do acórdão proferido pela Turma Recursal àsfls.188/190, por intermédio dos quais a autarquia embargante aponta supostas omissões no julgado, no que toca àfundamentação jurídica para a desconsideração do labor urbano da autora e de seu cônjuge e, ainda, quanto à fixação dataxa de juros aplicada à condenação pecuniária.

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Consabido é que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada como meio de veiculação de mero inconformismoda parte diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.Doutra parte, não é demais rememorar que, de acordo com a jurisprudência nacional, o julgador não está obrigado a sepronunciar a respeito de todos os argumentos suscitados pelas partes litigantes, afastando-os ou acolhendo-os, um a um.

III. No caso sob apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, essencialmente, a rediscussão do mérito jádecidido em sede de julgamento do recurso inominado, ao argumentar que este colegiado não apreciou, suficientemente, acircunstância do labor urbano desempenhado pela parte e por seu cônjuge. Ora, é possível verificar que o acórdãoregistrou, pormenorizadamente, os motivos que conformaram a convicção dos julgadores, não subsistindo qualqueromissão no tocante. Nesse ponto, importante trazer à baila excerto do acórdão embargado, no qual se constata que estaTurma já se manifestou, exaustivamente, sobre a matéria, in verbis:“(...) 6. Doutro giro, entendo que a papelaria mantida pelo recorrido por certo período de tempo (fls. 126/128), nãorepresenta, por si só, circunstância suficiente para a descaracterização do exercício da atividade rural pelo núcleo familiar,notadamente porque se tem adotado a orientação de que a existência de uma segunda fonte de renda não retira,necessariamente, o caráter de indispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar. No caso sobexame, as provas documental e testemunhal produzidas nos autos demonstraram que a parte sempre laborou no campo,sendo esta a sua principal fonte de renda. (...) ” (fragmento da ementa – fl. 189)

IV. No tocante aos juros de mora, quadra ressaltar que o acórdão embargado não se manifestou sobre tal matéria porqueela sequer foi suscitada em sede de recurso inominado. Destarte, observados os limites da matéria devolvida à TurmaRecursal, o feito foi apreciado em toda a sua extensão, não havendo omissão no julgamento. De qualquer sorte, este relatorratifica os critérios e taxas fixados na sentença de primeiro grau.

V. Omissões não reconhecidas. Embargos de declaração rejeitados. Acórdão mantido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

147 - 0000640-09.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000640-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x IRENE CANDIDA DA SILVA DIAS (ADVOGADO: ANTONIOJOSE PEREIRA DE SOUZA, SIMONE FRINHANI NUNES, CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 2008.50.51.0000640-7/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEMBARGADO(A): IRENE CANDIDA DA SILVA DIASRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. MERO INCONFORMISMO.PRETENSÃO DE REVISÃO DO MÉRITO RECURSAL. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. JUROS DE MORA. LIMITESOBJETIVOS DA DEVOLUTIVIDADE RECURSAL. OMISSÕES NÃO RECONHECIDAS. EMBARGOS REJEITADOS.ACÓRDÃO MANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos pelo INSS em face do acórdão proferido pela Turma Recursal àsfls.148/150, por intermédio dos quais a autarquia embargante aponta supostas omissões no julgado, no que toca àfundamentação jurídica para a desconsideração do labor urbano da autora e de seu cônjuge e, ainda, quanto à fixação dataxa de juros aplicada à condenação pecuniária.

Consabido é que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada como meio de veiculação de mero inconformismoda parte diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.Doutra parte, não é demais rememorar que, de acordo com a jurisprudência nacional, o julgador não está obrigado a sepronunciar a respeito de todos os argumentos suscitados pelas partes litigantes, afastando-os ou acolhendo-os, um a um.

III. No caso sob apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, essencialmente, a rediscussão do mérito jádecidido em sede de julgamento do recurso inominado, ao argumentar que este colegiado não apreciou, suficientemente, acircunstância do labor urbano desempenhado pela parte e por seu cônjuge. Ora, é possível verificar que o acórdãoregistrou, pormenorizadamente, os motivos que conformaram a convicção dos julgadores, não subsistindo qualqueromissão no tocante. Nesse ponto, importante trazer à baila excerto do acórdão embargado, no qual se constata que estaTurma já se manifestou, exaustivamente, sobre a matéria, in verbis:“(...) 7. Finalmente, insta registrar que a circunstância de a recorrida e seu marido terem tido vínculos empregatíciosurbanos, por si só, não se revela suficiente para a descaracterização do exercício da atividade rural pelo núcleo familiar,notadamente porque se tem adotado a orientação de que a existência de uma segunda fonte de renda não retira,

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necessariamente, o caráter de indispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar.. (...) ” (fragmentoda ementa – fl. 149)

IV. No tocante aos juros de mora, quadra ressaltar que o acórdão embargado não se manifestou sobre tal matéria porqueela sequer foi suscitada em sede de recurso inominado. Destarte, observados os limites da matéria devolvida à TurmaRecursal, o feito foi apreciado em toda a sua extensão, não havendo omissão no julgamento. De qualquer sorte, este relatorratifica os critérios e taxas fixados na sentença de primeiro grau.

V. Omissões não reconhecidas. Embargos de declaração rejeitados. Acórdão mantido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

148 - 0000890-96.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000890-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x MARLENE DIAS MOTTA (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI,HENRIQUE SOARES MACEDO.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 0000890-96.2009.4.02.5054/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEMBARGADO(A): MARLENE DIAS MOTTARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. SEGURADA ESPECIAL RURAL. MEROINCONFORMISMO. PRETENSÃO DE REVISÃO DO MÉRITO RECURSAL. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. OMISSÃONÃO RECONHECIDA. EMBARGOS REJEITADOS. ACÓRDÃO MANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos pelo INSS em face do acórdão proferido pela Turma Recursal àsfls.112/113, por intermédio dos quais a autarquia embargante aponta suposta omissão na fundamentação do julgado.

Consabido é que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada como meio de veiculação de mero inconformismoda parte diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.Doutra parte, não é demais rememorar que, de acordo com a jurisprudência nacional, o julgador não está obrigado a sepronunciar a respeito de todos os argumentos suscitados pelas partes litigantes, afastando-os ou acolhendo-os, um a um.

III. No caso sob apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, essencialmente, a rediscussão do mérito jádecidido em sede de julgamento do recurso inominado, ao argumentar que este colegiado não apreciou, suficientemente, acircunstância do labor urbano desempenhado pelo cônjuge e a conseqüente renda advinda dessa atividade. Sabe-se que,no rito simples dos Juizados Especiais Federais, são admitidos julgamentos de fundamentação sucinta, sendo certo que, sea sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão (art. 46 da Lei n.º9.099/95). E, ainda que assim não fosse, quadra relevar que o acórdão registrou, satisfatoriamente, os motivos queconformaram a convicção dos julgadores, não subsistindo qualquer omissão no tocante, senão vejamos:“(...)II. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95). Consoante jurisprudênciaconsolidada no Superior Tribunal de Justiça e na Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais, o trabalho urbano desempenhado pelo cônjuge, por si só, não descaracteriza o exercício de atividaderural em regime de economia familiar pelo segurado especial. Com efeito, os depoimentos testemunhais produzidos nosautos revelaram que a recorrida trabalhava (antes do parto) e ainda trabalha na lavoura como meeira, em regime deeconomia familiar, junto aos familiares do marido, e eventual vínculo urbano do cônjuge não retira, necessariamente, aindispensabilidade do labor rural para a manutenção da sobrevivência do núcleo familiar.. (...) ” (fragmento da ementa à fl.112 – sem grifos no original)

IV. Omissão não reconhecida. Embargos de declaração rejeitados. Acórdão mantido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

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149 - 0000272-20.2010.4.02.5054/01 (2010.50.54.000272-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ROSA NOIA DA VEIGA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 0000272-20.2010.4.02.5054/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEMBARGADO(A): ROSA NOIA DA VEIGARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. JUROS DE MORA. LIMITES OBJETIVOS DA DEVOLUTIVIDADERECURSAL. OMISSÕES NÃO RECONHECIDAS. EMBARGOS REJEITADOS. ACÓRDÃO MANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos pelo INSS em face do acórdão proferido pela Turma Recursal às fls.58/60,por intermédio dos quais a autarquia embargante aponta suposta omissão no julgado, no que toca à taxa de juros aplicadaà condenação pecuniária.

Consabido é que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada como meio de veiculação de mero inconformismoda parte diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.Doutra parte, não é demais rememorar que, de acordo com a jurisprudência nacional, o julgador não está obrigado a sepronunciar a respeito de todos os argumentos suscitados pelas partes litigantes, afastando-os ou acolhendo-os, um a um.

III. No caso sob apreço, quadra ressaltar que o acórdão embargado não se manifestou sobre a taxa de juros de mora fixadapelo juízo a quo porque esta matéria sequer foi suscitada em sede de recurso inominado. Ora, a sentença de origemregistra, expressamente, a condenação do INSS ao pagamento do valor apurado pela contadoria do juízo, observada arenúncia ao valor excedente a sessenta salários mínimos (fl. 36), objeto que, integrante do dispositivo do provimento,deveria ter sido oportunamente impugnado pelo INSS, em caso de discordância. Destarte, observados os limites da matériadevolvida à Turma Recursal, o feito foi apreciado em toda a sua extensão, não havendo omissão no julgamento.

IV. Omissão não reconhecida. Embargos de declaração rejeitados. Acórdão mantido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

150 - 0001328-68.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001328-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x CARLINA DE VARGAS CORREA (ADVOGADO: RuberlanRodrigues Sabino.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 2008.50.51.001328-0/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEMBARGADO(A): CARLINA DE VARGAS CORREARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. JUROS DE MORA. LIMITES OBJETIVOS DA DEVOLUTIVIDADERECURSAL. OMISSÕES NÃO RECONHECIDAS. EMBARGOS REJEITADOS. ACÓRDÃO MANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos pelo INSS em face do acórdão proferido pela Turma Recursal àsfls.167/168, por intermédio dos quais a autarquia embargante aponta suposta omissão no julgado, no que toca à taxa dejuros aplicada à condenação pecuniária.

Consabido é que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada como meio de veiculação de mero inconformismoda parte diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.Doutra parte, não é demais rememorar que, de acordo com a jurisprudência nacional, o julgador não está obrigado a sepronunciar a respeito de todos os argumentos suscitados pelas partes litigantes, afastando-os ou acolhendo-os, um a um.

III. No caso sob apreço, quadra ressaltar que o acórdão embargado não se manifestou sobre a taxa de juros de mora fixadapelo juízo a quo porque esta matéria sequer foi suscitada em sede de recurso inominado. Destarte, observados os limitesda matéria devolvida à Turma Recursal, o feito foi apreciado em toda a sua extensão, não havendo omissão no julgamento.De qualquer sorte, este relator ratifica os critérios de aplicação e as taxas de juros fixados na sentença de primeiro grau.

IV. Omissão não reconhecida. Embargos de declaração rejeitados. Acórdão mantido.

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A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91009 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA

151 - 0000716-31.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000716-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0000716-31.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

VOTO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra/ES em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, sob a alegação de que, em caso de matéria previdenciária, acompetência para o julgamento da causa seria relativa, uma vez que a parte autora poderia optar pelo foro de julgamentoda causa, por expressa determinação do art. 109, § 3º, da Constituição Federal. O suscitante invoca, ainda, o enunciado daSúmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-Membro”. Finalmente, o Juízosuscitante argumenta que a incompetência relativa, ao contrário da absoluta, assume caráter prorrogável, desde que aspartes omitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência na primeira oportunidade em que lhes couber falar nosautos, sob pena de preclusão.

O Juízo suscitado, de sua parte, aduz que, nos termos da Resolução nº 24/2010 da Presidência do TRF da 2ª Região, avara única da Serra integra a Região da Capital do Estado do Espírito Santo e tem competência plena sobre a extensãoterritorial dos municípios de Serra e Fundão. Assim, como a parte autora tem domicílio em um dos municípios referidos e oprocesso somente foi instaurado após 15.12.2010 (data de criação da Vara Federal da Serra), o feito deve ser encaminhadoà recém criada vara.

Registre-se, por fim, que a ação originária foi proposta por LEANDRO RODRIGUES em face do INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença. Referida ação foiajuizada em 11.01.2011 perante o Juízo do 1º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, e, segundo qualificação lançada napeça de ingresso, o(a) autor(a) é domiciliado(a) no município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a proferir voto.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24/2010, posteriormente sucedida pela Resolução n.º42/2011 do TRF da 2ª Região, dispõe sobre acompetência territorial e em razão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. O art. 5º das referidas resoluções subdividea região da Capital do Estado do Espírito Santo em especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Em seguida, o art. 15dispõe que a Subseção de Serra alcança a extensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

Deste modo, ao se fixar a competência da Vara Federal da Serra, pretendeu-se incluí-la como pertencente à Região daCapital do Espírito Santo, ou seja, consideraram-se municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória(como Serra e Fundão) como integrantes da “Capital”. Diferentemente, no Rio de Janeiro, diversos municípios pertencentesà Região Metropolitana (como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti) foram qualificados como Subseções dointerior. Tais competências foram definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com o fito deregulamentar a matéria e de definir suas instalações.

Pois bem. O critério territorial define os limites geográficos em que cada órgão judicante pode exercer sua atividadejurisdicional. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deveser proposta a demanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nosEstados, os foros correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro doforo competente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região daCapital), que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes constitui matéria

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integrante da Organização Judiciária, revestindo-se, portanto, de caráter funcional e de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), regulamentada nas Resoluções nº24/2010 e n.º 42/2011, trata-se de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata de competência relativa, não podendo a parte livrementeescolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial,deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque as Resoluções nº 24/2010 en.º 42/2011 dispõem que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a suacompetência será determinada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementandocompetências funcionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve serdeclarada de ofício, assim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal de Vitória/ES.

Nesse sentido:

“AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisãoao colegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.” (AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o JuízoSuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0000716-31.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÕES Nº 24/2010 E N.º 42/2011 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ªREGIÃO – VARA FEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZOCOMPETENTE: JUÍZO SUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO CONFLITO e DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

152 - 0000714-61.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000714-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0000714-61.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

VOTO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra/ES em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, sob a alegação de que, em caso de matéria previdenciária, acompetência para o julgamento da causa seria relativa, uma vez que a parte autora poderia optar pelo foro de julgamentoda causa, por expressa determinação do art. 109, § 3º, da Constituição Federal. O suscitante invoca, ainda, o enunciado daSúmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-Membro”. Finalmente, o Juízosuscitante argumenta que a incompetência relativa, ao contrário da absoluta, assume caráter prorrogável, desde que aspartes omitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência na primeira oportunidade em que lhes couber falar nosautos, sob pena de preclusão.

O Juízo suscitado, de sua parte, aduz que competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critériofuncional-especial, e não territorial, como se chegou a cogitar no passado. Isso significa que a competência dessas varasdo interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la de ofício em qualquer tempo e emqualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de Processo Civil.

Registre-se, por fim, que a ação originária foi proposta por MARIA VIRGINIA DA SILVA em face do INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez.Referida ação foi ajuizada em 11.01.2011 perante o Juízo do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, e, segundoqualificação lançada na peça de ingresso, o(a) autor(a) é domiciliado(a) no município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra

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passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a proferir voto.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24/2010, posteriormente sucedida pela Resolução n.º42/2011 do TRF da 2ª Região, dispõe sobre acompetência territorial e em razão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. O art. 5º das referidas resoluções subdividea região da Capital do Estado do Espírito Santo em especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Em seguida, o art. 15dispõe que a Subseção de Serra alcança a extensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

Deste modo, ao se fixar a competência da Vara Federal da Serra, pretendeu-se incluí-la como pertencente à Região daCapital do Espírito Santo, ou seja, consideraram-se municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória(como Serra e Fundão) como integrantes da “Capital”. Diferentemente, no Rio de Janeiro, diversos municípios pertencentesà Região Metropolitana (como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti) foram qualificados como Subseções dointerior. Tais competências foram definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com o fito deregulamentar a matéria e de definir suas instalações.

Pois bem. O critério territorial define os limites geográficos em que cada órgão judicante pode exercer sua atividadejurisdicional. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deveser proposta a demanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nosEstados, os foros correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro doforo competente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região daCapital), que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes constitui matériaintegrante da Organização Judiciária, revestindo-se, portanto, de caráter funcional e de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), regulamentada nas Resoluções nº24/2010 e n.º 42/2011, trata-se de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata de competência relativa, não podendo a parte livrementeescolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial,deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque as Resoluções nº 24/2010 en.º 42/2011 dispõem que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a suacompetência será determinada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementandocompetências funcionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve serdeclarada de ofício, assim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES.

Nesse sentido:

“AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisãoao colegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.” (AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se nega

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provimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o JuízoSuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0000714-61.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÕES Nº 24/2010 E N.º 42/2011 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ªREGIÃO – VARA FEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZOCOMPETENTE: JUÍZO SUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO CONFLITO e DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

153 - 0002199-96.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002199-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.

Page 159: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0002199-96.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

VOTO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra/ES em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, sob a alegação de que, em caso de matéria previdenciária, acompetência para o julgamento da causa seria relativa, uma vez que a parte autora poderia optar pelo foro de julgamentoda causa, por expressa determinação do art. 109, § 3º, da Constituição Federal. O suscitante invoca, ainda, o enunciado daSúmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-Membro”. Finalmente, o Juízosuscitante argumenta que a incompetência relativa, ao contrário da absoluta, assume caráter prorrogável, desde que aspartes omitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência na primeira oportunidade em que lhes couber falar nosautos, sob pena de preclusão.

O Juízo suscitado, de sua parte, aduz que competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critériofuncional-especial, e não territorial, como se chegou a cogitar no passado. Isso significa que a competência dessas varasdo interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la de ofício em qualquer tempo e emqualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de Processo Civil.

Registre-se, por fim, que a ação originária foi proposta por EDILANE PEREIRA DA SILVA em face do INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a concessão dos benefícios previdenciários de auxílio-doença e deaposentadoria por invalidez. Referida ação foi ajuizada em 02.03.2011 perante o Juízo do 2º Juizado Especial Federal deVitória/ES, e, segundo qualificação lançada na peça de ingresso, o(a) autor(a) é domiciliado(a) no município da Serra/ES. AVara Federal da Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, doTribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a proferir voto.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24/2010, posteriormente sucedida pela Resolução n.º42/2011 do TRF da 2ª Região, dispõe sobre acompetência territorial e em razão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. O art. 5º das referidas resoluções subdividea região da Capital do Estado do Espírito Santo em especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Em seguida, o art. 15dispõe que a Subseção de Serra alcança a extensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

Deste modo, ao se fixar a competência da Vara Federal da Serra, pretendeu-se incluí-la como pertencente à Região daCapital do Espírito Santo, ou seja, consideraram-se municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória(como Serra e Fundão) como integrantes da “Capital”. Diferentemente, no Rio de Janeiro, diversos municípios pertencentesà Região Metropolitana (como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti) foram qualificados como Subseções dointerior. Tais competências foram definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com o fito deregulamentar a matéria e de definir suas instalações.

Pois bem. O critério territorial define os limites geográficos em que cada órgão judicante pode exercer sua atividadejurisdicional. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deveser proposta a demanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nosEstados, os foros correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro doforo competente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região daCapital), que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes constitui matériaintegrante da Organização Judiciária, revestindo-se, portanto, de caráter funcional e de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), regulamentada nas Resoluções nº24/2010 e n.º 42/2011, trata-se de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata de competência relativa, não podendo a parte livrementeescolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial,deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque as Resoluções nº 24/2010 en.º 42/2011 dispõem que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a suacompetência será determinada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementandocompetências funcionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve serdeclarada de ofício, assim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES.

Nesse sentido:

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“AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisãoao colegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.” (AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o JuízoSuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0002199-96.2011.4.02.5050/01

Page 161: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÕES Nº 24/2010 E N.º 42/2011 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ªREGIÃO – VARA FEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZOCOMPETENTE: JUÍZO SUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO CONFLITO e DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

154 - 0006434-43.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006434-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0006434-43.2010.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

VOTO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra/ES em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, sob a alegação de que, em caso de matéria previdenciária, acompetência para o julgamento da causa seria relativa, uma vez que a parte autora poderia optar pelo foro de julgamentoda causa, por expressa determinação do art. 109, § 3º, da Constituição Federal. O suscitante invoca, ainda, o enunciado daSúmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-Membro”. Finalmente, o Juízosuscitante argumenta que a incompetência relativa, ao contrário da absoluta, assume caráter prorrogável, desde que aspartes omitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência na primeira oportunidade em que lhes couber falar nosautos, sob pena de preclusão.

O Juízo suscitado, de sua parte, aduz que, nos termos da Resolução nº 24/2010 da Presidência do TRF da 2ª Região, avara única da Serra integra a Região da Capital do Estado do Espírito Santo e tem competência plena sobre a extensãoterritorial dos municípios de Serra e Fundão. Assim, como a parte autora tem domicílio em um dos municípios referidos e oprocesso somente foi instaurado após 15.12.2010 (data de criação da Vara Federal da Serra), o feito deve ser encaminhadoà recém criada vara.

Registre-se, por fim, que a ação originária foi proposta por DOLIRA BONFIM LOURES em face do INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a concessão do benefício de amparo assistencial. Referida ação foi ajuizada em16.12.2010 perante o Juízo do 1º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, e, segundo qualificação lançada na peça deingresso, o(a) autor(a) é domiciliado(a) no município da Serra/ES. A Vara Federal da Serra passou a existir em 15 dedezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a proferir voto.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24/2010, posteriormente sucedida pela Resolução n.º42/2011 do TRF da 2ª Região, dispõe sobre acompetência territorial e em razão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. O art. 5º das referidas resoluções subdividea região da Capital do Estado do Espírito Santo em especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Em seguida, o art. 15dispõe que a Subseção de Serra alcança a extensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

Deste modo, ao se fixar a competência da Vara Federal da Serra, pretendeu-se incluí-la como pertencente à Região da

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Capital do Espírito Santo, ou seja, consideraram-se municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória(como Serra e Fundão) como integrantes da “Capital”. Diferentemente, no Rio de Janeiro, diversos municípios pertencentesà Região Metropolitana (como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti) foram qualificados como Subseções dointerior. Tais competências foram definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com o fito deregulamentar a matéria e de definir suas instalações.

Pois bem. O critério territorial define os limites geográficos em que cada órgão judicante pode exercer sua atividadejurisdicional. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deveser proposta a demanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nosEstados, os foros correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro doforo competente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região daCapital), que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes constitui matériaintegrante da Organização Judiciária, revestindo-se, portanto, de caráter funcional e de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), regulamentada nas Resoluções nº24/2010 e n.º 42/2011, trata-se de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata de competência relativa, não podendo a parte livrementeescolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial,deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque as Resoluções nº 24/2010 en.º 42/2011 dispõem que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a suacompetência será determinada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementandocompetências funcionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve serdeclarada de ofício, assim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal de Vitória/ES.

Nesse sentido:

“AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisãoao colegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.” (AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o JuízoSuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

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AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0006434-43.2010.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÕES Nº 24/2010 E N.º 42/2011 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ªREGIÃO – VARA FEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZOCOMPETENTE: JUÍZO SUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO CONFLITO e DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

155 - 0002070-91.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002070-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0002070-91.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

VOTO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra/ES em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, sob a alegação de que, em caso de matéria previdenciária, acompetência para o julgamento da causa seria relativa, uma vez que a parte autora poderia optar pelo foro de julgamentoda causa, por expressa determinação do art. 109, § 3º, da Constituição Federal. O suscitante invoca, ainda, o enunciado daSúmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-Membro”. Finalmente, o Juízosuscitante argumenta que a incompetência relativa, ao contrário da absoluta, assume caráter prorrogável, desde que as

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partes omitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência na primeira oportunidade em que lhes couber falar nosautos, sob pena de preclusão.

O Juízo suscitado, de sua parte, aduz que competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critériofuncional-especial, e não territorial, como se chegou a cogitar no passado. Isso significa que a competência dessas varasdo interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-la de ofício em qualquer tempo e emqualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código de Processo Civil.

Registre-se, por fim, que a ação originária foi proposta por ANA GONÇALVES DA SILVA NETA ALVES em face doINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a concessão do benefício previdenciário de pensão pormorte. Referida ação foi ajuizada em 01.03.2011 perante o Juízo do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, e, segundoqualificação lançada na peça de ingresso, o(a) autor(a) é domiciliado(a) no município da Serra/ES. A Vara Federal da Serrapassou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a proferir voto.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24/2010, posteriormente sucedida pela Resolução n.º42/2011 do TRF da 2ª Região, dispõe sobre acompetência territorial e em razão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. O art. 5º das referidas resoluções subdividea região da Capital do Estado do Espírito Santo em especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Em seguida, o art. 15dispõe que a Subseção de Serra alcança a extensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

Deste modo, ao se fixar a competência da Vara Federal da Serra, pretendeu-se incluí-la como pertencente à Região daCapital do Espírito Santo, ou seja, consideraram-se municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória(como Serra e Fundão) como integrantes da “Capital”. Diferentemente, no Rio de Janeiro, diversos municípios pertencentesà Região Metropolitana (como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti) foram qualificados como Subseções dointerior. Tais competências foram definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com o fito deregulamentar a matéria e de definir suas instalações.

Pois bem. O critério territorial define os limites geográficos em que cada órgão judicante pode exercer sua atividadejurisdicional. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deveser proposta a demanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nosEstados, os foros correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro doforo competente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região daCapital), que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes constitui matériaintegrante da Organização Judiciária, revestindo-se, portanto, de caráter funcional e de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), regulamentada nas Resoluções nº24/2010 e n.º 42/2011, trata-se de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata de competência relativa, não podendo a parte livrementeescolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial,deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque as Resoluções nº 24/2010 en.º 42/2011 dispõem que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a suacompetência será determinada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementandocompetências funcionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve serdeclarada de ofício, assim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES.

Nesse sentido:

“AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisãoao colegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência em

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favor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.” (AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o JuízoSuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal da Serra.

É como voto.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N.º 0002070-91.2011.4.02.5050/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÕES Nº 24/2010 E N.º 42/2011 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ªREGIÃO – VARA FEDERAL DA SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZOCOMPETENTE: JUÍZO SUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO CONFLITO e DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

156 - 0000660-95.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000660-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x DYANE DE MATTOS CORADINI (ADVOGADO:DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DEASSIS SILVA, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0000660-95.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: FREDERICO MARTINS FILHORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. DECADÊNCIA AFASTADA. ORIENTAÇÃOFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação do novo critério limitador do valor dos benefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art.5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, a autarquia federal sustenta, embreve síntese, a decadência do direito revisional, a impossibilidade de percepção de renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição, ofensa a direito adquirido e a ato jurídico perfeito, desrespeito à vedação de vinculaçãoao salário mínimo, violação ao art. 5º da EC n.º41/03 e proibição de majoração de benefício sem a correspondente fonte decusteio. Contrarrazões às fls. 90/96.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

De início, quadra esclarecer que o direito subjetivo tutelado nestes autos não constitui, propriamente, revisão de benefício,embora, genericamente, seja assim qualificado. Trata-se, isto sim, de aplicação do novo teto do salário-de-benefícioinstituído pelas ECs n.º 20/98 e n.º 41/03. Nessas hipóteses, a pretensão só nasce para a parte quando do advento dosnovos tetos (no caso concreto, janeiro/2004), o que afastaria a configuração da decadência. E, ainda que assim não fosse,no caso sob exame, não se vislumbra o transcurso do prazo decenal entre a implantação do beneficio e o ajuizamento daação, circunstância que, igualmente, neutraliza a alegação de decadência suscitada pela autarquia previdenciária. Argüiçãode decadência rejeitada.

No mérito principal, resta assinalar que o Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou oentendimento da Corte pela aplicabilidade dos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefíciosprevidenciários concedidos anteriormente ao advento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor doreferido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou

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qualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do novo teto à renda mensaldo benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

157 - 0006603-30.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006603-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x FRANCISCO JORGE BUTERI (ADVOGADO:CARLOS BERKENBROCK.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006603-30.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: FRANCISCO JORGE BUTERIRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação dos novos critérios limitadores do valor dos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º20/98 (art. 14) e/ou n.º 41/03 (art. 5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, aautarquia federal sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, desrespeito à vedação de vinculação ao salário mínimo e violação ao art. 14 da EC n.º 20/98 e ao art. 5º da ECn.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 73/76.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhece

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qualquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do(s) novo(s) teto(s) à rendamensal do benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescriçãoqüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

158 - 0006617-14.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006617-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x ALDEJONES DEZAN (ADVOGADO:CARLOS BERKENBROCK.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006617-14.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ALDEJONES DEZANRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação dos novos critérios limitadores do valor dos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º20/98 (art. 14) e/ou n.º 41/03 (art. 5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, aautarquia federal sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte decusteio. Contrarrazões às fls. 80/83.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhece

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qualquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do(s) novo(s) teto(s) à rendamensal do benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescriçãoqüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

159 - 0006285-47.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006285-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x ELOISA HELENA SALVIATO SALVI (ADVOGADO:VINICIUS DINIZ SANTANA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006285-47.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): ELOISA HELENA SALVIATO SALVIRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação dos novos critérios limitadores do valor dos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º20/98 (art. 14) e/ou n.º 41/03 (art. 5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, aautarquia federal sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, desrespeito à vedação de vinculação ao salário mínimo e violação ao art. 14 da EC n.º 20/98 e ao art. 5º da ECn.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 96/103.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Page 170: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do(s) novo(s) teto(s) à rendamensal do benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescriçãoqüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

160 - 0006370-33.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006370-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x HELIOMAR RAMOS ROCHA (ADVOGADO:JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006370-33.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: HELIOMAR RAMOS ROCHARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação dos novos critérios limitadores do valor dos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º20/98 (art. 14) e/ou n.º 41/03 (art. 5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, aautarquia federal sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, desrespeito à vedação de vinculação ao salário mínimo e violação ao art. 14 da EC n.º 20/98 e ao art. 5º da ECn.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 89/91.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Page 171: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do(s) novo(s) teto(s) à rendamensal do benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescriçãoqüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

161 - 0003962-35.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003962-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ERVINO NITZ (ADVOGADO:DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0003962-35.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ERVINO NITZRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação do novo critério limitador do valor dos benefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art.5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, a autarquia federal sustenta, embreve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limite máximo dosalário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídico perfeito e violaçãoao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio.Contrarrazões às fls. 63/69.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Page 172: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do novo teto à renda mensaldo benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

162 - 0006614-59.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006614-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x JAIRO CAMPOS PEREIRA (ADVOGADO: CARLOSBERKENBROCK.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006614-59.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JAIRO CAMPOS PEREIRARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação do novo critério limitador do valor dos benefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art.5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, a autarquia federal sustenta, embreve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limite máximo dosalário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídico perfeito e violaçãoao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio.Contrarrazões às fls. 76/79.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

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Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do novo teto à renda mensaldo benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

163 - 0002537-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002537-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x UILSON BAIOCO (ADVOGADO: DANIELASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITASASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002537-70.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: UILSON BAIOCORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação do novo critério limitador do valor dos benefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art.5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, a autarquia federal sustenta, embreve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limite máximo dosalário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídico perfeito e violaçãoao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio.Contrarrazões às fls. 72/79.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

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Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do novo teto à renda mensaldo benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

164 - 0002370-53.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002370-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x LEIDA MARIA LESSA DE OLIVEIRA(ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS,MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002370-53.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): LEIDA MARIA LESSA DE OLIVEIRARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELASEMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode aplicação do novo critério limitador do valor dos benefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art.5º) sobre a renda mensal do benefício previdenciário da parte. Em razões de recurso, a autarquia federal sustenta, embreve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limite máximo dosalário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídico perfeito e violaçãoao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio.Contrarrazões às fls. 87/94.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

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Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do novo teto à renda mensaldo benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

165 - 0002070-62.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002070-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x ANGELA MARIA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: MARIADE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x OS MESMOS.RECURSO N. 2009.50.50.002070-9/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL E ÂNGELA MARIA DE OLIVEIRARECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSOS INOMINADOS. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS RECONHECIDA. AUSÊNCIADE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 460 DO CPC. AUSÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL. PRAZO PRESCRICIONAL. RE566.621/RS. CINCO ANOS. NOVA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO STF. PRESCRIÇÃO DECLARADA. RECURSO DA UFCONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DA PARTE AUTORA PREJUDICADO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recursos Inominados interpostos pela União Federal, ora primeira recorrente, e pela parte autora, ora segundarecorrente, em face da sentença de fls. 39/46, que julgou parcialmente procedente a pretensão autoral. Em suas razões, aprimeira recorrente alega incompetência dos Juizados Especiais Federais para o julgamento do feito, nulidade da sentençapor violação aos arts. 460 e 472 do CPC, inépcia da inicial, prescrição da pretensão autoral e a carência de documentaçãosuficiente para o levantamento do quantum a ser restituído. Por fim, invoca novos parâmetros para a apuração dos valoresdevidos. A segunda recorrente, por sua vez, destaca que não postulou isenção de tributo nem compensação futura e pugnapela restituição do imposto de forma dobrada.

Preliminarmente, não se reconhece a alegação de incompetência dos Juizados Especiais Federais para o processamento ejulgamento do feito, eis que não configurada, in casu, a complexidade da causa por motivo de indispensabilidade de períciacontábil. E isto porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto desessenta salários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01). Ademais, os autos albergam todos os elementos necessários àconfecção de eventual cálculo, não havendo falar em dificuldades de grande porte nesse tocante. Nesse sentido, CC0052070-77.2010.4.01.0000/MG, Quarta Seção, Rel. Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, e-DJF1p.15 de 06/12/2010, TRF 1ª Região. Preliminar rejeitada.

Igualmente afastada a alegação de nulidade da sentença por violação ao art. 460 do Código de Processo Civil, já que ojuízo de primeiro grau pautou-se, integralmente, nos pleitos autorais para delimitar a abrangência do julgamento. Destafeita, ao contrário do que se alega em sede de recurso inominado, a sentença recorrida não reconheceu isenção genéricade tributo a ser pago, mas, tão somente, declarou a inexigibilidade do IR incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria na proporção correspondente às contribuições vertidas pelo participante do plano de previdência privada noperíodo de vigência da Lei n.º 7.713/88. Nulidade que não se reconhece. Todavia, a primeira recorrente está com a razãoquando alega violação ao artigo 472, CPC. Isso porque o pleito autoral diz respeito exclusivamente à União, a qual é sujeitoativo da relação jurídico-tributária que serve de base para a presente demanda processual, de modo que os efeitos dasentença, in casu, não devem irradiar para a entidade de Previdência Privada. Sendo assim, a diligência direcionada àreferida entidade não surte efeito.

Quanto à alegação de inépcia, não logra êxito a primeira recorrente, tendo em vista que o pedido autoral de inexigibilidadedo imposto de renda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7.713/88 implicou em cumulaçãoalternativa de pedidos. Como a parte autora não teve o seu primeiro pedido acolhido, a sentença passou a analisar o pedidoposterior, pautado na restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da ora recorrida, emdecorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação de aposentadoria asquais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88, sendo este pedido acolhido pela mencionada sentença. Desse modo,rejeita-se a preliminar de inépcia da inicial.

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Passando-se à análise da prescrição, cumpre-nos, primeiramente, fixar o termo inicial para a contagem do prazo. Nessepasso, vale rememorar que “o termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber obenefício correspondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou aproduzir efeitos a partir de janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 20/05/2010, DJe 14/06/2010). Fixada esta premissa inicial, resta apurar qual o prazo a ser observado nahipótese.

Em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n.º 566.621/RS, declarou ainconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005. Vejamos os dispositivos em discussão:

LC 118/2005

Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código TributárioNacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento dopagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art.106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. (grifos nossos no fragmentodeclarado inconstitucional pelo STF)

CTN

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dosdispositivos interpretados.(...)

Diante dessa nova orientação, restou sedimentado que, vencida a vacatio legis de 120 (cento e vinte) dias da nova lei, seriaválida a aplicação do prazo prescricional de 05 (cinco) anos para a repetição de indébito de tributos sujeitos a lançamentopor homologação às ações ajuizadas a partir de então, restando inconstitucional apenas sua aplicação às ações ajuizadasanteriormente a essa data.

Segue a ementa da decisão referente ao Recurso Extraordinário supramencionado, publicada em 11/10/2011 (DJe 195):

DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 –DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS –APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOSAJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação daPrimeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetiçãoou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts.150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se auto-proclamado interpretativa, implicou inovaçãonormativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Leisupostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência deviolação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete,como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo ereduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato,pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensõespendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa aoprincípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça.Afastando-se as aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-se a aplicação doprazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corteno enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas quetomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos.Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08 (sic), que pretendeu a aplicação donovo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral,tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso davacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC aos recursossobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (Grifos nossos). (Supremo Tribunal Federal – RExt n. 566.621 – Órgãojulgador: Tribunal Pleno – Relatora: Ministra Ellen Gracie – Julgado em: 04/08/2011 – Publicado em: 11/10/2011).

A relatora do recurso, Min. Ellen Gracie, ressaltou, em síntese, que, embora não haja direito adquirido a regime jurídico, aredução de prazo veiculada na nova lei não poderia retroagir para fulminar, de imediato, pretensões que ainda poderiam serdeduzidas no prazo vigente quando da modificação legislativa. Em outros termos, não se poderia entender que o legisladorpudesse determinar que pretensões já ajuizadas ou por ajuizar estivessem submetidas, de imediato, ao prazo reduzido,

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sem qualquer regra de transição. Nesse diapasão, a vacatio legis na norma neófita teria por função oportunizar aosinteressados ingressarem com suas ações, interrompendo os prazos prescricionais em curso, após o que o novo prazodeve ser aplicado a qualquer caso ainda não ajuizado.

Por conclusão, considerando que o art. 4º da LC 118/2005 estabeleceu vacatio legis considerada alargada para os dias dehoje, em que a informação se propaga com grande velocidade, reputa-se que os contribuintes tiveram prazo suficiente paratomar ciência do novo prazo e, sendo o caso, providenciar o ajuizamento de eventuais ações para a tutela de seus direitos.As hipóteses de pagamento indevido tuteláveis por ações ajuizadas após este lapso temporal, é dizer, a partir da efetivavigência da LC 118/2005 – 09 de junho de 2005 – estão, irremediavelmente, sujeitas ao novo prazo de 05 anos, sem que talcircunstância configure qualquer violação ao princípio da segurança jurídica.

A aplicação da nova orientação jurisprudencial ao caso concreto conduz à conclusão de que a pretensão de restituição doIR incidente sobre o benefício de complementação de aposentadoria encontra-se atingida pela prescrição, eis que opagamento indevido data de 05.02.2003 (fl. 23 – data de início do benefício de aposentadoria complementar) e a presenteação foi ajuizada somente em 18.03.2009 (após a vacatio legis da LC 118/2005, portanto), o que atrai a incidência do novoprazo prescricional de 05 anos à hipótese, a contar do pagamento antecipado, na forma do art. 3º da LC 118/2005.

Recurso da União Federal conhecido e provido, para declarar a PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO AUTORAL de restituiçãode indébito tributário, com a extinção do feito com julgamento de mérito, nos termos do artigo 269, IV, do CPC. Recurso daparte autora prejudicado. Sentença reformada.

Sem custas (art. 4º da Lei n.º 9.289/96). Condenação da parte autora (recorrente vencida) ao pagamento de honoráriosadvocatícios arbitrados, equitativamente, em R$100,00 (cem reais), cuja exeqüibilidade, contudo, fica suspensa, em razãodo deferimento de gratuidade de justiça em seu favor no bojo da sentença.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL e JULGARPREJUDICADO O RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

166 - 0002058-48.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002058-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.) x RITA DE CASSIA ANNECHINI MELO DE ANDRADE(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x OS MESMOS.RECURSO N. 2009.50.50.002058-8/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL E RITA DE CÁSSIA ANNECHINI MELO DE ANDRADERECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSOS INOMINADOS. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS RECONHECIDA. AUSÊNCIADE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 460 DO CPC. AUSÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL. PRAZO PRESCRICIONAL. RE566.621/RS. CINCO ANOS. NOVA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO STF. PRESCRIÇÃO DECLARADA. RECURSO DA UFCONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DA PARTE AUTORA PREJUDICADO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recursos Inominados interpostos pela União Federal, ora primeira recorrente, e pela parte autora, ora segundarecorrente, em face da sentença de fls. 48/56, que julgou parcialmente procedente a pretensão autoral. Em suas razões, aprimeira recorrente alega incompetência dos Juizados Especiais Federais para o julgamento do feito, nulidade da sentençapor violação aos arts. 460 e 472 do CPC, inépcia da inicial, prescrição da pretensão autoral e a carência de documentaçãosuficiente para o levantamento do quantum a ser restituído. Por fim, invoca novos parâmetros para a apuração dos valoresdevidos. A segunda recorrente, por sua vez, destaca que não postulou isenção de tributo nem compensação futura e pugnapela restituição do imposto de forma dobrada.

Preliminarmente, não se reconhece a alegação de incompetência dos Juizados Especiais Federais para o processamento ejulgamento do feito, eis que não configurada, in casu, a complexidade da causa por motivo de indispensabilidade de períciacontábil. E isto porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto desessenta salários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01). Ademais, os autos albergam todos os elementos necessários àconfecção de eventual cálculo, não havendo falar em dificuldades de grande porte nesse tocante. Nesse sentido, CC0052070-77.2010.4.01.0000/MG, Quarta Seção, Rel. Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, e-DJF1

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p.15 de 06/12/2010, TRF 1ª Região. Preliminar rejeitada.

Igualmente afastada a alegação de nulidade da sentença por violação ao art. 460 do Código de Processo Civil, já que ojuízo de primeiro grau pautou-se, integralmente, nos pleitos autorais para delimitar a abrangência do julgamento. Destafeita, ao contrário do que se alega em sede de recurso inominado, a sentença recorrida não reconheceu isenção genéricade tributo a ser pago, mas, tão somente, declarou a inexigibilidade do IR incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria na proporção correspondente às contribuições vertidas pelo participante do plano de previdência privada noperíodo de vigência da Lei n.º 7.713/88. Nulidade que não se reconhece. Todavia, a primeira recorrente está com a razãoquando alega violação ao artigo 472, CPC. Isso porque o pleito autoral diz respeito exclusivamente à União, a qual é sujeitoativo da relação jurídico-tributária que serve de base para a presente demanda processual, de modo que os efeitos dasentença, in casu, não devem irradiar para a entidade de Previdência Privada. Sendo assim, a diligência direcionada àreferida entidade não surte efeito.

Quanto à alegação de inépcia, não logra êxito a primeira recorrente, tendo em vista que o pedido autoral de inexigibilidadedo imposto de renda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7.713/88 implicou em cumulaçãoalternativa de pedidos. Como a parte autora não teve o seu primeiro pedido acolhido, a sentença passou a analisar o pedidoposterior, pautado na restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da ora recorrida, emdecorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação de aposentadoria asquais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88, sendo este pedido acolhido pela mencionada sentença. Desse modo,rejeita-se a preliminar de inépcia da inicial.

Passando-se à análise da prescrição, cumpre-nos, primeiramente, fixar o termo inicial para a contagem do prazo. Nessepasso, vale rememorar que “o termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber obenefício correspondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou aproduzir efeitos a partir de janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 20/05/2010, DJe 14/06/2010). Fixada esta premissa inicial, resta apurar qual o prazo a ser observado nahipótese.

Em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n.º 566.621/RS, declarou ainconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005. Vejamos os dispositivos em discussão:

LC 118/2005

Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código TributárioNacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento dopagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art.106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. (grifos nossos no fragmentodeclarado inconstitucional pelo STF)

CTN

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dosdispositivos interpretados.(...)

Diante dessa nova orientação, restou sedimentado que, vencida a vacatio legis de 120 (cento e vinte) dias da nova lei, seriaválida a aplicação do prazo prescricional de 05 (cinco) anos para a repetição de indébito de tributos sujeitos a lançamentopor homologação às ações ajuizadas a partir de então, restando inconstitucional apenas sua aplicação às ações ajuizadasanteriormente a essa data.

Segue a ementa da decisão referente ao Recurso Extraordinário supramencionado, publicada em 11/10/2011 (DJe 195):

DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 –DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS –APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOSAJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação daPrimeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetiçãoou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts.150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se auto-proclamado interpretativa, implicou inovaçãonormativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Leisupostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência deviolação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete,

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como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo ereduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato,pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensõespendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa aoprincípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça.Afastando-se as aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-se a aplicação doprazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corteno enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas quetomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos.Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08 (sic), que pretendeu a aplicação donovo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral,tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso davacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC aos recursossobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (Grifos nossos). (Supremo Tribunal Federal – RExt n. 566.621 – Órgãojulgador: Tribunal Pleno – Relatora: Ministra Ellen Gracie – Julgado em: 04/08/2011 – Publicado em: 11/10/2011).

A relatora do recurso, Min. Ellen Gracie, ressaltou, em síntese, que, embora não haja direito adquirido a regime jurídico, aredução de prazo veiculada na nova lei não poderia retroagir para fulminar, de imediato, pretensões que ainda poderiam serdeduzidas no prazo vigente quando da modificação legislativa. Em outros termos, não se poderia entender que o legisladorpudesse determinar que pretensões já ajuizadas ou por ajuizar estivessem submetidas, de imediato, ao prazo reduzido,sem qualquer regra de transição. Nesse diapasão, a vacatio legis na norma neófita teria por função oportunizar aosinteressados ingressarem com suas ações, interrompendo os prazos prescricionais em curso, após o que o novo prazodeve ser aplicado a qualquer caso ainda não ajuizado.

Por conclusão, considerando que o art. 4º da LC 118/2005 estabeleceu vacatio legis considerada alargada para os dias dehoje, em que a informação se propaga com grande velocidade, reputa-se que os contribuintes tiveram prazo suficiente paratomar ciência do novo prazo e, sendo o caso, providenciar o ajuizamento de eventuais ações para a tutela de seus direitos.As hipóteses de pagamento indevido tuteláveis por ações ajuizadas após este lapso temporal, é dizer, a partir da efetivavigência da LC 118/2005 – 09 de junho de 2005 – estão, irremediavelmente, sujeitas ao novo prazo de 05 anos, sem que talcircunstância configure qualquer violação ao princípio da segurança jurídica.

A aplicação da nova orientação jurisprudencial ao caso concreto conduz à conclusão de que a pretensão de restituição doIR incidente sobre o benefício de complementação de aposentadoria encontra-se atingida pela prescrição, eis que opagamento indevido data de 01.04.1996 (fl. 24 – data de início do benefício de aposentadoria complementar) e a presenteação foi ajuizada somente em 18.03.2009 (após a vacatio legis da LC 118/2005, portanto), o que atrai a incidência do novoprazo prescricional de 05 anos à hipótese, a contar do pagamento antecipado, na forma do art. 3º da LC 118/2005.

Recurso da União Federal conhecido e provido, para declarar a PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO AUTORAL de restituiçãode indébito tributário, com a extinção do feito com julgamento de mérito, nos termos do artigo 269, IV, do CPC. Recurso daparte autora prejudicado. Sentença reformada.

Sem custas (art. 4º da Lei n.º 9.289/96). Condenação da parte autora (recorrente vencida) ao pagamento de honoráriosadvocatícios arbitrados, equitativamente, em R$100,00 (cem reais), cuja exeqüibilidade, contudo, fica suspensa, em razãodo deferimento de gratuidade de justiça em seu favor no bojo da sentença.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL e JULGARPREJUDICADO O RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

167 - 0000868-50.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000868-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.) x MARIA TAZIR SANTOS DE VARGAS (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x OS MESMOS.RECURSO N. 2009.50.50.000868-0/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL E MARIA TAZIR SANTOS DE VARGASRECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

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RECURSOS INOMINADOS. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS RECONHECIDA. AUSÊNCIA DEVIOLAÇÃO AO ARTIGO 460 DO CPC. AUSÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL. PRESCRIÇÃO AFASTADA. BIS IN IDEM.ESTIPULAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CÁLCULO E EXCLUSÃO DA ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DOSENCARGOS REFERENTES À DECISÃO. RECURSO DA AUTORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DA UNIÃOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM MÍNIMA PARTE.

Inicialmente, deve-se ressaltar que, a despeito de a União Federal ter interposto dois recursos inominados, a presentedecisão apreciará apenas as teses oriundas do primeiro, haja vista ter operado, para o segundo recurso, a denominadapreclusão consumativa.

Trata-se de Recursos Inominados interpostos pela União Federal, ora primeira recorrente, e pela parte autora, ora segundarecorrente, em face da sentença de fls. 45/53, que julgou parcialmente procedente a pretensão autoral. Em suas razões, aprimeira recorrente alega incompetência dos Juizados Especiais Federais para o julgamento do feito, nulidade da sentençapor violação aos arts. 460 e 472 do CPC, inépcia da inicial, prescrição da pretensão autoral e a carência de documentaçãosuficiente para o levantamento do quantum a ser restituído. Por fim, invoca novos parâmetros para a apuração dos valoresdevidos. A segunda recorrente, por sua vez, destaca que não postulou isenção de tributo nem compensação futura e pugnapela restituição do imposto de forma dobrada.

Preliminarmente, não se reconhece a alegação de incompetência dos Juizados Especiais Federais para o processamento ejulgamento do feito, eis que não configurada, in casu, a complexidade da causa por motivo de indispensabilidade de períciacontábil. E isto porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto desessenta salários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01). Ademais, os autos albergam todos os elementos necessários àconfecção de eventual cálculo, não havendo falar em dificuldades de grande porte nesse tocante. Nesse sentido, CC0052070-77.2010.4.01.0000/MG, Quarta Seção, Rel. Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, e-DJF1p.15 de 06/12/2010, TRF 1ª Região. Preliminar rejeitada.

Igualmente afastada a alegação de nulidade da sentença por violação ao art. 460 do Código de Processo Civil, já que ojuízo de primeiro grau pautou-se, integralmente, nos pleitos autorais para delimitar a abrangência do julgamento. Destafeita, ao contrário do que se alega em sede de recurso inominado, a sentença recorrida não reconheceu isenção genéricade tributo a ser pago, mas, tão somente, declarou a inexigibilidade do IR incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria na proporção correspondente às contribuições vertidas pelo participante do plano de previdência privada noperíodo de vigência da Lei n.º 7.713/88. Nulidade que não se reconhece. Todavia, a primeira recorrente está com a razãoquando alega violação ao artigo 472, CPC. Isso porque o pleito autoral diz respeito exclusivamente à União, a qual é sujeitoativo da relação jurídico-tributária que serve de base para a presente demanda processual, de modo que os efeitos dasentença, in casu, não devem irradiar para a entidade de Previdência Privada. Sendo assim, deve a sentença ser reformadaneste pormenor, para excluir a diligência direcionada à referida entidade.

Quanto à alegação de inépcia, não logra êxito a primeira recorrente, tendo em vista que o pedido autoral de inexigibilidadedo imposto de renda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7.713/88 implicou em cumulaçãoalternativa de pedidos. Como a parte autora não teve o seu primeiro pedido acolhido, a sentença passou a analisar o pedidoposterior, pautado na restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da ora recorrida, emdecorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação de aposentadoria asquais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88, sendo este pedido acolhido pela mencionada sentença. Desse modo,rejeita-se a preliminar de inépcia da inicial.

No que se refere à prescrição, segundo recente orientação firmada no Supremo Tribunal Federal (RE 566.621/RS), vencidaa vacatio legis de 120 (cento e vinte) dias da nova lei, é válida a aplicação do prazo prescricional de 05 (cinco) anos para arepetição de indébito de tributos sujeitos a lançamento por homologação às ações ajuizadas a partir de então, restandoinconstitucional sua aplicação às ações ajuizadas anteriormente a essa data (09.06.2005).

Para a contagem desse prazo, tem-se que “O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamentepassou a perceber o benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe 14/06/2010).

Como a data de início do benefício de aposentadoria complementar registrada nos autos é 01/01/2005 (fl. 16) e a presenteação foi ajuizada em 22/01/2009 (fl. 01), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do impostode renda sobre o benefício.

No mérito principal, a matéria referente à restituição do imposto está pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunalde Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de rendasobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de 09.02.2009.Desse modo, os requisitos para o reconhecimento do pedido de restituição são: (1) que tenham ocorrido contribuições

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por parte do autor no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória eis que a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimentoda sentença e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram opreenchimento dos dois requisitos, quais sejam, contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls.28/29), e aposentadoria em 01/01/2005 (fl. 16), pelo que é devido o reconhecimento do pleito autoral de restituição,conforme registrado na sentença.Quanto aos critérios para cálculo do valor a ser restituído, a sentença impugnada merece reforma, em mínima parte,devendo a apuração do indébito observar a seguinte metodologia: as contribuições efetuadas pela parte autora no períodocompreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995 deverão ser atualizadas monetariamente pelos índicesconstantes do Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal.O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item (1), recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anota-se o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009), senão vejamos:“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”.

Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.Finalmente, não merece amparo o recurso da parte autora, cujo teor apenas destaca o pleito de inexigibilidade do IR sobreas contribuições vertidas à previdência privada. Ora, da simples análise da petição inicial é possível inferir-se que a parteformulou os seguintes pleitos, in verbis, “[...] b) A PROCEDÊNCIA da Ação, para que declare a inexigibilidade do imposto derenda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7713/88; c) A condenação da requerida a restituir aautora do imposto de renda que indevidamente cobrou sobre a complementação de aposentadoria; [...]” (trecho da petiçãoinicial à fl. 12 – grifos nossos). Logo, nada a prover quanto ao apelo inominado da parte autora.Recurso da parte autora CONHECIDO e IMPROVIDO. Recurso da parte ré (União) CONHECIDO e PARCIALMENTEPROVIDO. Sentença reformada em mínima parte, no que diz respeito ao método para o cálculo do indébito e para excluir aentidade de Previdência Privada dos encargos impostos pela sentença, nos termos da fundamentação supra.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por este voto. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sempre observado o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais, a saber, 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente na data do ajuizamento da ação).Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso de aindahaver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo do impostodevido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.Sem custas (Art. 4º, I e II, da Lei 9.289/96). Sem condenação em honorários advocatícios, ante o caráter recíproco dasucumbência in casu.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOS e, no mérito, NEGAR PROVIMENTOAO RECURSO DA PARTE AUTORA e DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE RÉ (UNIÃO), na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

168 - 0001054-73.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001054-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO.) x MARIA JOSE ANGELI JACOB (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x OS MESMOS.RECURSO N. 2009.50.50.001054-6/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL E MARIA JOSÉ ANGELI JACOBRECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSOS INOMINADOS. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS RECONHECIDA. AUSÊNCIA DEVIOLAÇÃO AO ARTIGO 460 DO CPC. AUSÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL. PRESCRIÇÃO AFASTADA. BIS IN IDEM.ESTIPULAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CÁLCULO E EXCLUSÃO DA ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DOSENCARGOS REFERENTES À DECISÃO. RECURSO DA AUTORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DA UNIÃOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM MÍNIMA PARTE.

Trata-se de Recursos Inominados interpostos pela União Federal, ora primeira recorrente, e pela parte autora, ora segundarecorrente, em face da sentença de fls. 114/122, que julgou parcialmente procedente a pretensão autoral. Em suas razões,a primeira recorrente alega incompetência dos Juizados Especiais Federais para o julgamento do feito, nulidade dasentença por violação aos arts. 460 e 472 do CPC, inépcia da inicial, prescrição da pretensão autoral e a carência dedocumentação suficiente para o levantamento do quantum a ser restituído. Por fim, invoca novos parâmetros para aapuração dos valores devidos. A segunda recorrente, por sua vez, destaca que não postulou isenção de tributo nemcompensação futura e pugna pela restituição do imposto de forma dobrada.

Preliminarmente, não se reconhece a alegação de incompetência dos Juizados Especiais Federais para o processamento ejulgamento do feito, eis que não configurada, in casu, a complexidade da causa por motivo de indispensabilidade de períciacontábil. E isto porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto desessenta salários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01). Ademais, os autos albergam todos os elementos necessários àconfecção de eventual cálculo, não havendo falar em dificuldades de grande porte nesse tocante. Nesse sentido, CC0052070-77.2010.4.01.0000/MG, Quarta Seção, Rel. Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, e-DJF1p.15 de 06/12/2010, TRF 1ª Região. Preliminar rejeitada.

Igualmente afastada a alegação de nulidade da sentença por violação ao art. 460 do Código de Processo Civil, já que ojuízo de primeiro grau pautou-se, integralmente, nos pleitos autorais para delimitar a abrangência do julgamento. Destafeita, ao contrário do que se alega em sede de recurso inominado, a sentença recorrida não reconheceu isenção genéricade tributo a ser pago, mas, tão somente, declarou a inexigibilidade do IR incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria na proporção correspondente às contribuições vertidas pelo participante do plano de previdência privada noperíodo de vigência da Lei n.º 7.713/88. Nulidade que não se reconhece. Todavia, a primeira recorrente está com a razãoquando alega violação ao artigo 472, CPC. Isso porque o pleito autoral diz respeito exclusivamente à União, a qual é sujeitoativo da relação jurídico-tributária que serve de base para a presente demanda processual, de modo que os efeitos dasentença, in casu, não devem irradiar para a entidade de Previdência Privada. Sendo assim, deve a sentença ser reformadaneste pormenor, para excluir a diligência direcionada à referida entidade.

Quanto à alegação de inépcia, não logra êxito a primeira recorrente, tendo em vista que o pedido autoral de inexigibilidadedo imposto de renda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7.713/88 implicou em cumulaçãoalternativa de pedidos. Como a parte autora não teve o seu primeiro pedido acolhido, a sentença passou a analisar o pedidoposterior, pautado na restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da ora recorrida, emdecorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação de aposentadoria asquais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88, sendo este pedido acolhido pela mencionada sentença. Desse modo,rejeita-se a preliminar de inépcia da inicial.

No que se refere à prescrição, segundo recente orientação firmada no Supremo Tribunal Federal (RE 566.621/RS), vencidaa vacatio legis de 120 (cento e vinte) dias da nova lei, é válida a aplicação do prazo prescricional de 05 (cinco) anos para arepetição de indébito de tributos sujeitos a lançamento por homologação às ações ajuizadas a partir de então, restandoinconstitucional sua aplicação às ações ajuizadas anteriormente a essa data (09.06.2005).

Para a contagem desse prazo, tem-se que “O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamentepassou a perceber o benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe 14/06/2010).

Como a data de início do benefício de aposentadoria complementar registrada nos autos é 01/07/2005 (fl. 17) e a presenteação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 01), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto

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de renda sobre o benefício.

No mérito principal, a matéria referente à restituição do imposto está pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunalde Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de rendasobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de 09.02.2009.Desse modo, os requisitos para o reconhecimento do pedido de restituição são: (1) que tenham ocorrido contribuiçõespor parte do autor no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória eis que a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimentoda sentença e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram opreenchimento dos dois requisitos, quais sejam, contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls.90/91), e aposentadoria em 01/07/2005 (fl. 17), pelo que é devido o reconhecimento do pleito autoral de restituição,conforme registrado na sentença.Quanto aos critérios para cálculo do valor a ser restituído, a sentença impugnada merece reforma, em mínima parte,devendo a apuração do indébito observar a seguinte metodologia: as contribuições efetuadas pela parte autora no períodocompreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995 deverão ser atualizadas monetariamente pelos índicesconstantes do Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal.O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item (1), recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anota-se o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009), senão vejamos:“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”.

Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.Finalmente, não merece amparo o recurso da parte autora, cujo teor apenas destaca o pleito de inexigibilidade do IR sobreas contribuições vertidas à previdência privada. Ora, da simples análise da petição inicial é possível inferir-se que a parteformulou os seguintes pleitos, in verbis, “[...] b) A PROCEDÊNCIA da Ação, para que declare a inexigibilidade do imposto derenda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7713/88; c) A condenação da requerida a restituir aautora do imposto de renda que indevidamente cobrou sobre a complementação de aposentadoria; [...]” (trecho da petiçãoinicial à fl. 12 – grifos nossos). Logo, nada a prover quanto ao apelo inominado da parte autora.Recurso da parte autora CONHECIDO e IMPROVIDO. Recurso da parte ré (União) CONHECIDO e PARCIALMENTEPROVIDO. Sentença reformada em mínima parte, no que diz respeito ao método para o cálculo do indébito e para excluir aentidade de Previdência Privada dos encargos impostos pela sentença, nos termos da fundamentação supra.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por este voto. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sempre observado o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais, a saber, 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente na data do ajuizamento da ação).Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso de aindahaver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo do impostodevido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.Sem custas (Art. 4º, I e II, da Lei 9.289/96). Sem condenação em honorários advocatícios, ante o caráter recíproco dasucumbência in casu.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOS e, no mérito, NEGAR PROVIMENTOAO RECURSO DA PARTE AUTORA e DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE RÉ (UNIÃO), na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

169 - 0016351-73.2009.4.02.5001/01 (2009.50.01.016351-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA CONCEIÇÃO FARIADE OLIVEIRA (ADVOGADO: LISLIE VALERIA CORDEIRO DUTRA, PEDRO MOTA DUTRA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).RECURSO N. 0016351-73.2009.4.02.5001/01RECORRENTE: MARIA CONCEIÇÃO FARIA DE OLIVEIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – GENITORA – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA –INEXISTÊNCIA DE PROVAS – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO – SIMPLES AUXÍLIO MATERIAL – BENEFÍCIOINDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 148/151, quejulgou improcedente o pedido inicial e negou à autora o benefício de pensão por morte pleiteado. Sustenta a recorrente, emsuas razões, que a contribuição de sua filha era necessária e primordial para a sua manutenção e a de seu marido,aduzindo, por fim, que o conjunto probatório constante nos autos é claro e uníssono em demonstrar a sua dependênciaeconômica em face de sua falecida filha.

2. O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.312/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito.

3. O artigo 16 da Lei 8.213/91 estabelece o rol de indivíduos que podem figurar como dependentes do segurado daprevidência social, no qual estão incluídos os genitores, desde que comprovem a dependência econômica, conformedispõem o inciso II e §4º do mesmo dispositivo.

4. Para a obtenção do benefício de pensão por morte, portanto, mister o preenchimento de dois requisitos: qualidade desegurado do falecido e dependência econômica do requerente do benefício para com o “de cujus”. No caso concreto, acontrovérsia pauta-se apenas no que tange ao requisito de dependência econômica.

5. Preliminarmente, é cediço que o benefício de pensão por morte representa benefício de prestação continuada, denatureza substitutiva – eis que substitui os ganhos do trabalho – e de caráter alimentar, destinando-se à manutenção dosdependentes do segurado falecido.

6. Por outro lado, inexiste conceito jurídico determinado a respeito da “dependência econômica”, para efeitosprevidenciários. No entanto, pode-se conceituar, em síntese, a dependência como o auxílio material prestado pelo seguradoa alguém (nos moldes do art. 16 da Lei 8.213/91), cuja cessação, tendo em vista o falecimento do mantenedor, acarretaconsiderável desequilíbrio nos meios de subsistência do assistido. Por assim dizer, a dependência econômica mede-se pelanecessidade de quem não pode prover a sua própria subsistência, seja por enfermidade, velhice ou invalidez, e resulta nodever de assistência que, entre pais e filhos, é recíproco (art. 229, da CRFB/88).

7. Vislumbra-se às fls. 141 e 142 dos autos, que a autora e seu marido recebem benefício previdenciário, nas modalidadesde aposentadoria por invalidez e aposentadoria por tempo de contribuição. Ao total, somam uma rendam mensal de R$2.711, 53 (dois mil e setecentos e onze e cinqüenta e três).

8. Seria equivocado, pois, concluir-se pela dependência econômica da autora em relação à filha neste caso concreto, tendoem vista que a parte, juntamente com seu marido, percebe uma renda de aproximadamente três mil reais por mês, fato quese encontra em total discordância com a figura do dependente econômico, para fins de percepção do benefícioprevidenciário de pensão por morte. Tal fator dá margem ao entendimento de que a ajuda prestada pela filha aos paisrepresentava, apenas, simples auxílio à renda total do grupo familiar, mas não provimento financeiro essencial àsubsistência dos mesmos.

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9. No mais, a autora não obteve êxito em comprovar a dependência, pois não apresentou qualquer documento capaz decomprovar tal alegação, e, ainda que os depoimentos colhidos em juízo indiciassem, de forma genérica, o auxílio financeiroprestado pela filha segurada, os mesmos revelam-se flagrantemente dissociados da realidade concreta, ante a considerávelrenda mensal percebida pela autora e por seu marido, além da circunstância de que a filha, quando em vida, apesar deseparada judicialmente, não residia com os pais, mas sim sozinha (fl. 16), o que reforça a idéia de efetiva ausência dedependência econômica real.

10. Em verdade, o benefício da pensão por morte não tem o condão de servir como complementação de renda daquele queo requer, mas sim – tendo em vista sua natureza alimentar – de garantir a subsistência do ente familiar, antes mantidofinanceiramente pelo segurado.

11. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

12. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada acomplexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência judiciária gratuita emsentença (fl. 150), suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

170 - 0006471-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006471-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x MARIA DAS GRAÇAS BINDA(ADVOGADO: ELIVALDO DE OLIVEIRA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006471-07.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA DAS GRAÇAS BINDARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – GENITORA – POSSIBILIDADE DE PROVAEXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL (3ª SEÇÃO DO STF) – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA –BENEFÍCIO DEVIDO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença de fls. 44/45, que julgouprocedente o pleito inicial e concedeu à autora o benefício de pensão por morte. Sustenta o recorrente, em suas razões,que a relação de dependência não se confunde com situações de colaboração de um membro para o sustento de seugrupo familiar. Afirma que não houve comprovação de que havia, por parte do “de cujus”, efetiva participação no custeio dasdespesas permanentes da família e que, portanto, a autora não logrou êxito em demonstrar o fato constitutivo do direito quereclama. Contrarrazões às fls. 60/65.

2. O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado à PrevidênciaSocial (qualidade de segurado) na data do óbito.

3. O artigo 16 da Lei 8.213/91 elenca o rol de indivíduos que podem figurar como dependentes do segurado da previdênciasocial, no qual estão incluídos os genitores, desde que comprovem a dependência econômica, conforme dispõem o inciso IIe §4º do mesmo dispositivo.

4. Para a obtenção da pensão por morte, portanto, mister o preenchimento de dois requisitos: qualidade de segurado dofalecido e dependência econômica do genitor requerente em relação ao “de cujus” na data do óbito. No caso concreto, acontrovérsia pauta-se, apenas, no requisito de dependência econômica.

5. Preliminarmente, é cediço que o benefício de pensão por morte representa benefício de prestação continuada, denatureza substitutiva – eis que substitui os ganhos do trabalho – e de caráter alimentar, destinando-se à manutenção dosdependentes do segurado falecido. Em verdade, o benefício da pensão por morte não tem o condão de servir comocomplementação de renda daquele que o requer, mas sim – tendo em vista sua natureza alimentar – de garantir asubsistência do ente familiar, antes mantido financeiramente pelo segurado.

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6. Por outro lado, inexiste conceito jurídico determinado a respeito da “dependência econômica”, para efeitosprevidenciários. No entanto, pode-se conceituar, em síntese, a dependência como o auxílio material prestado pelo seguradoa alguém (nos moldes do art. 16 da Lei 8.213/91), cuja cessação, tendo em vista o falecimento do mantenedor, acarretaconsiderável desequilíbrio nos meios de subsistência do assistido.

7. Em análise do argumento levantado pelo INSS acerca da inexistência de provas materiais da relação de dependênciaeconômica, resta rememorar que a jurisprudência da 3ª Seção do STJ firmou entendimento segundo o qual “não se exigeinício de prova material para comprovação da dependência econômica de mãe para com o filho, para fins de obtenção dobenefício de pensão por morte” (AGRESP 200602014106). Portanto, a prova testemunhal é suficiente para comprovar adependência econômica. Fixada essa premissa, insta verificar que todas as testemunhas ouvidas em juízo afirmaram que ofilho da recorrida ajudava nas despesas do lar e que foi ele quem sustentou a família depois de a autora ter ficadodesempregada.

8. Ademais, verifica-se que o último e breve vínculo empregatício da autora encerrou-se em 23/01/2008 (fl. 29), isto é, cercade sete meses antes do óbito de seu filho (fl. 12), o que reforça o entendimento de que o mesmo foi o mantenedor do grupofamiliar durante todo esse período em que a parte estava em situação de desemprego, durante o qual, inclusive, cuidou defazer “bicos” para auferir renda, segundo relatos. Desse modo, reputo comprovada a dependência econômica mantida entrea autora/recorrida e seu filho.

9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

10. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,fixados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, nos termos do artigo 55, caput, da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

171 - 0005984-37.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005984-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) IZAIAS DE SOUZA BECKER(ADVOGADO: ELZA AUXILIADORA LOSS DOS REIS, ROMÁRIO ORTELAN NOGUEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).RECURSO N. 0005984-37.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: IZAIAS DE SOUZA BECKERRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE DE ESPOSA – ÓBITO OCORRIDO ANTES DAEDIÇÃO DA LEI 8.213/91 – INEXISTÊNCIA DE EMBASAMENTO LEGAL – PRECEDENTES DO STF – BENEFÍCIONEGADO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença de fls. 43/44, que julgouimprocedente o pleito inicial de concessão do benefício previdenciário de pensão por morte. Sustenta o recorrente, em suasrazões, que seu direito é garantido pela Constituição Federal de 1988, a qual não admite distinção entre homens emulheres, inclusive para efeito de obtenção de pensão por morte, nos moldes do art. 5º, inciso I. e do art. 201, inciso V,todos da carta constitucional. Contrarrazões às fls. 64/70.

2. A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art.46, Lei 9.099/95).

3. A concessão do benefício de pensão por morte deve observar os requisitos da lei vigente à época do óbito, não seaplicando legislação posterior, ainda que mais benéfica. Assim, o direito do cônjuge supérstite varão ao recebimento depensão por morte em decorrência do falecimento da esposa somente nasceu com a edição da Lei nº 8.213, de 24/07/1991,diploma que não tem aplicação a fatos ocorridos antes de sua vigência. Precedentes do Supremo Tribunal Federal (AI-Agr502392/RS, STF, 1ª Turma, Relator Ministro Eros Grau, DJ de 01/04/2005 e RE-AgR 429931/MG, STF, 2ª Turma, RelatorMinistro Carlos Velloso, DJ de 26/11/2004)

4. No caso concreto, inexiste autorização para o deferimento de pensão por morte ao recorrente, porquanto, na data doóbito da segurada (22/01/1991), a legislação infraconstitucional então vigente não contemplava o cônjuge do sexomasculino, não inválido, no rol de beneficiários do pensionamento previdenciário.

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5. A Carta Magna, embora tenha consagrado o princípio da isonomia, de forma genérica, não tratou especificamente damatéria, sendo imperioso, neste contexto, recorrer às normas legais de regência, ou seja, à Consolidação das Leis daPrevidência Social (CLPS).

6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

7. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, cujo valor,considerando-se a complexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistênciajudiciária gratuita à fl. 60, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federaisda Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

172 - 0004576-11.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004576-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ROSEMARY FERNANDESAMARAL PACHECO E OUTRO x FERNANDA FERREIRA AMARAL x ADILSON AMARAL FERREIRA (ADVOGADO:ATHOS CARLOS, JOSÉ CARLOS SOBRINHO.) x MARIA RAMOS FERREIRA (ADVOGADO: GILMAR MARTINSNUNES.).RECURSO N. 0004576-11.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: MARIA RAMOS FERREIRARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – CONCESSÃO DO BENEFÍCIO PELO INSSAPENAS À COMPANHEIRA DO FALECIDO E A SEUS FILHOS – EXISTÊNCIA DE VIDA DUPLA MANTIDA PELO DECUJUS – CONFIGURAÇÃO DA MANUTENÇÃO DO MATRIMÔNIO ENTRE O EX-SEGURADO E A ESPOSA (AUTORA) –RATEIO DA PENSÃO POR MORTE ENTRE OS DEMAIS BENEFICIÁRIOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença de fls. 65/67, que julgouprocedente o pleito inicial e concedeu à autora o benefício de pensão por morte. Sustenta o recorrente, em suas razões,que o falecido, até a data do seu óbito, tinha outro relacionamento, resultando inclusive, no nascimento de filhos dessaunião. Afirma que o próprio STF julgou caso recente em que foi vedado o rateio de pensão por morte entre a esposa econcubina, em razão da proibição de bigamia. Assim, ante o reconhecimento da união estável entre o falecido e outramulher, não seria possível o rateio da pensão com a parte autora, até mesmo pelo fato de não existirem provas materiaisque comprovem que a parte manteve o relacionamento com o segurado. Contrarrazões às fls. 87/90.

2. O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do art. 74 da Lei n.º 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91, bastando, para tanto, que o instituidor da pensão esteja filiadoà Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito.

3. O artigo 16 da Lei 8.213/91 estabelece o rol de indivíduos que podem figurar como dependentes do segurado daprevidência social, no qual estão incluídos o cônjuge e o(a) companheiro(a), sendo certo que, em ambos os casos, adependência econômica é presumida, a teor da prescrição inserta no inciso I e no §4º do mesmo dispositivo.

4. No caso concreto, verifica-se que o segurado era casado com a autora e mantinha um relacionamento extraconjugal coma Sra. Rosemery Fernandes Amaral Macedo, relação da qual provieram três filhos (fl. 44). O INSS, por sua vez, reconheceua união estável entre o falecido e a companheira, concedendo-lhe o benefício de pensão por morte, assim como para seusfilhos menores. Por outro lado, entendeu que a parte autora não mais convivia com o ex-segurado e que os doisencontravam-se separados quando do evento morte, negando-lhe, portanto, a benefício previdenciário postulado.

5. A parte recorrida, no entanto, atestou, em juízo, que seu falecido esposo precisava ir ao estado de Minas Gerais, pormotivo de trabalho, e que desconhecia a existência de relação extraconjugal com outra mulher. Tal fato foi confirmado pelosdepoimentos testemunhais, eis que as testemunhas ouvidas em juízo afirmaram, seguramente, que o falecido sempre

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estava na casa da autora quando os depoentes estavam presentes e que ambos conviviam como marido e mulher até adata do óbito.

6. De fato, não há como negar à parte autora aquilo que lhe é de direito. É extremamente importante verificar que, nestecaso, o falecido ocultou de sua esposa o relacionamento que mantinha com a Sra. Rosemery, e, do mesmo o modo, assimprocedeu com a “companheira”, consoante provas juntadas aos autos pelas partes (fls. 10/11 e 41/48) e conformealegações da autora e das testemunhas.

7. Como exposto pelo juiz a quo em sua sentença, o ex-segurado mantinha uma vida dupla, constituindo família em ambosos relacionamentos. Assim, nada mais justo que o rateio da pensão por morte entre a autora e os demais beneficiários,desde a data de formalização do requerimento administrativo, tendo em vista que a mesma, na condição de esposa,mantém a sua qualidade de dependente, tendo por presumida a sua dependência econômica, nos moldes do art. 16, §4º daLei 8.213/91.

8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida em sua integralidade.

9. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,fixados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, nos termos do artigo 55, caput, da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

173 - 0006901-56.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006901-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x MARTA RIBEIRO CAMPOS DOSSANTOS (ADVOGADO: LARISSA FURTADO BAPTISTA, SERGIO RIBEIRO PASSOS.).RECURSO N.º 0006901-56.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: INTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDA: MARTA RIBEIRO CAMPOS DOS SANTOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – PESCADOR ARTESANAL – SEGURADO ESPECIAL (ALÍNEA “B”, INCISOVII, ART. 11 DA LEI 8.213/91) – INÍCIO DE PROVA MATERIAL, CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença de fls. 73/75, que julgouprocedente o pleito inicial de concessão de pensão por morte à autora. Sustenta o recorrente, em suas razões, queinexistem provas materiais acerca da atividade de pesca artesanal do falecido (segurado especial) e que a provatestemunhal produzida em sede administrativa foi clara ao revelar que o marido da autora, à época do falecimento, já nãotrabalhava mais e, portanto, não ostentava a qualidade de segurado. Contrarrazões às fls. 91/93.

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do art. 74 da Lei n.º 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91, bastando, para tanto, que o instituidor da pensão esteja filiadoà Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito.

3. O pescador artesanal é considerado segurado especial da Previdência Social, independentemente dos recolhimentos dascontribuições, porquanto sua filiação decorre do simples exercício atividade, nos termos do art. 39, inciso I, da Lei nº8.213/91. Os documentos acostados aos autos às fls. 34/35 e 40/41 – cópias da caderneta de inscrição e registro emitidapela Capitania dos Portos, contendo registros de embarque e desembarque contemporâneos da data do óbito –,corroborados pelos depoimentos testemunhais colhidos em audiência, comprovaram o exercício da atividade de pescadorpelo ex-segurado até a data do óbito e, consequentemente, a sua condição de segurado especial do regime geral deprevidência social.

4. Nesse ponto, insta frisar que os depoimentos produzidos na esfera administrativa não podem sobrepor-se às declaraçõesprestadas em juízo, já que foram colhidos sem a observância do contraditório.

5. Reconhecida a condição de segurado do instituidor no momento do óbito, impõe-se a concessão de pensão por morte aseus dependentes legais, dentre os quais se inclui o cônjuge. Benefício devido.

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6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

7. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

174 - 0000696-74.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000696-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA IZABEL RODRIGUESCHAVES (ADVOGADO: THIAGO BATISTA BERNARDO GARCIA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).RECURSO DE SENTENÇA N. 0000696-74.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: MARIA IZABEL RODRIGUES CHAVESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – DECLARAÇÃODE EX-EMPREGADOR NÃO PROVA O FATO DECLARADO – NÚMERO DE CONTRIBUIÇÕES INSUFICIENTES –BENEFÍCIO NEGADO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 41/43, quejulgou improcedente o pedido inicial de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Sustenta a recorrente, emsuas razões, que laborou junto ao Centro de Assistência Social da Prefeitura de Itanhém/BA pelo período de 11(onze) anose que tal fato pode ser comprovado pela declaração assinada pelo presidente da entidade, a qual, enquanto documentopúblico, deve ser considerada como início de prova material. Por fim, alega cerceamento de defesa, requerendo a anulaçãoda sentença para que sejam produzidas todas as provas necessárias. Contrarrazões às fls. 55/57.

2. Para ter direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, o trabalhador homem deve comprovar, nomínimo, 35 anos de contribuição, e a mulher, 30 anos de contribuição. O tempo de serviço/contribuição deve sercomprovado através de início razoável de prova material, contemporânea do período, sendo inadmissível provaexclusivamente testemunhal (§3º, do art. 55 da Lei 8.213/91).

3. Observa-se que, com o intuito de comprovar tempo de labor no alegado centro assistencial, a autora juntou aos autosapenas uma declaração subscrita pelo suposto presidente da entidade à fl. 30. Tal documento, em verdade, constitui umacarta de recomendação, datada de fevereiro/1988 e registrada em cartório em agosto/2006, na qual o referido presidentedeclara que a autora foi funcionária (auxiliar de enfermagem) da entidade por 11(onze) anos e que foi afastada de suasfunções através de licença.

4. Reza o art. 368, do CPC, que “As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somenteassinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário”, isto é, não fazem prova contra terceiro. E, ainda que otermo de declaração fosse considerado documento público, o art. 364 do Estatuto Processual ressalva que “O documentopúblico faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar queocorreram em sua presença”.

5. De qualquer modo, é cediço que, embora o Oficial do Cartório possua fé para certificar a anotação daquilo que lhe édeclarado, o mesmo não pode assegurar a veracidade destas declarações. Como afirma Egas Dirceu Moniz de Aragão, "épreciso distinguir, porém, entre o que o oficial declara e o que ao oficial é declarado. A fé pública cobre a declaraçãoformulada pelo oficial, mas não atribui veracidade ao conteúdo da declaração formulada pelo interessado ao oficial. Quantoa esta, só ficará atestado como veraz sua existência, isto é, haver sido formulada tal e qual; não a sua veracidade, ou seja,a atestação do oficial não confere veracidade ao conteúdo do que lhe é declarado" (in Exegese do Código de ProcessoCivil, v. 4, t. 1. Rio de Janeiro: AIDE, 1984, p. 218).

6. Deste modo, o simples registro em cartório, quase vinte anos após a subscrição do documento, não confere presunçãode veracidade ao seu conteúdo. Por conseqüência, o termo invocado pela parte recorrente, exclusivamente, não pode ser

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considerado início razoável de prova material.

6. Finalmente, não merece acolhida a alegação de cerceamento de defesa por falta de prova oral, pois, conforme dito, éinadmissível a comprovação dos fatos alegados por prova exclusivamente testemunhal. Assim, se o magistrado nãoreconhece elemento mínimo de prova material, não pode valer-se somente da prova testemunhal para reconhecer tempode serviço para fins aposentatórios.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

8. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada acomplexidade da causa e a quantidade de atos processuais praticados, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante odeferimento de assistência judiciária gratuita à fl. 43, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos doart. 12 da Lei 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

175 - 0001943-90.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001943-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROZELANE DA SILVA(ADVOGADO: FABRIZIO DE OLIVEIRA LEAO, BRENDA OLIVEIRA DAMASCENO.) x EMPRESA BRASILEIRA DECORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT (ADVOGADO: FRANCISCO MALTA FILHO.).RECURSO Nº 0001943-90.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: ROZELANE DA SILVARECORRIDO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECTRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MORAL – NÃO CONFIGURAÇÃO – CONCUROPÚBLICO – RECURSO ADMINISTRATIVO – PERDA DE PRAZO POR ATRASO EM ENTREGA DE TELEGRAMA ÀCOMISSÃO DE RECURSOS – APLICAÇÃO DA “TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE” – NÃO CARACTERIZAÇÃO DEPERDA DE CHANCE RAZOÁVEL, DIANTE DE HIPÓTESE DE MERA EXPECTATIVA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 95/97, quejulgou parcialmente procedente o pleito inicial e reconheceu o direito da autora apenas à reparação dos danos materiaissofridos em virtude de atraso no serviço de entrega de telegrama. Sustenta a recorrente, em suas razões, que somente foidesclassificada do concurso público na fase de entrevista e, valendo-se do seu direito de recorrer administrativamente, viusua pretensão prejudicada por falha no serviço de entrega da recorrida. Afirma que o atraso representou mais do que umaborrecimento do cotidiano, porque tinha chances reais de aprovação, eis que a entrevista seria reavaliada se a ECT nãotivesse perdido o prazo recursal, pelo que resta configurado o dano de natureza moral. Contrarrazões às fls. 117/121.

2. O artigo 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, assim dispõe sobre a responsabilidade do fornecedor deserviços: “Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dosdanos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientesou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

3. Através da interpretação do texto legal, é possível constatar que o prestador de serviços possui responsabilidadeobjetiva, plenamente justificável através da teoria do risco. Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividadecomercial ou econômica acaba por gerar um risco de dano para terceiros e deve ser obrigado a repará-lo, ainda que suaconduta seja isenta de culpa.

4. Nesse diapasão, destaca-se que a responsabilidade objetiva de que trata o Código de Defesa do Consumidor é instituídapor três requisitos: a) existência de um defeito no produto/serviço; b) ocorrência de efetivo dano ao consumidor (moral oumaterial); c) nexo de causalidade entre o defeito do produto/serviço e a lesão sofrida. Estes três elementos sãoindispensáveis para caracterização do dever jurídico de indenizar do fornecedor.

5. Primeiramente, entendo que não há qualquer dúvida de que o atraso na entrega da correspondência frustrou asexpectativas da recorrente de ter seu recurso administrativo analisado e, eventualmente, provido, o que lhe garantiria achance de ser aprovada no concurso do IASES.

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6. Doutra parte, o nexo de causalidade entre a prestação defeituosa do serviço e situação concreta de nulificação daschances de aprovação também se revela patente, tendo em vista que a ECT, atuando como prestadora do serviço públicopostal, tem o dever de cumprir prazos na realização das entregas, o que inocorreu no caso em questão, tendo em vista aperda do prazo para a interposição do recurso administrativo da autora.

7. Por fim, passa-se à questão mais delicada do caso concreto: a (in)ocorrência de dano. Por certo, é evidente a existênciade dano material indenizável, eis que a recorrente arcou com as despesas de um serviço foi prestado de forma falha, isto é,não alcançou o objeto-fim ao qual se destinava, hipótese que dá ensejo à reparação pecuniária. Logo, resta devida aindenização do valor da postagem despendido pela autora, com bem fixado na sentença de origem.

8. Finalmente, entendo não configurada hipótese de ofensa ou abalo à esfera moral da autora. Com efeito, o dano moralpode ser conceituado como a dor subjetiva que foge à normalidade do dia-a-dia do homem médio, de modo que venha alhe causar ruptura em seu equilíbrio emocional interferindo intensamente em seu bem estar. É certa a dificuldade de fixaçãode parâmetros capazes indicar determinados motivos que ensejem diretamente o direito à indenização por dano moral,sendo, portanto, tarefa inerente ao próprio julgador analisar, atenciosamente, cada caso concreto.

9. No caso em questão, a frustração da autora concerne ao fato de ter perdido o direito de opor recurso em face de decisãoadministrativa que a desclassificou do concurso público em que almejava vaga. Para o enfrentamento dessas hipóteses, ajurisprudência francesa tem adotado a Teoria da Perda de uma Chance. Segundo esta doutrina, exige-se que o fato ilícitoou culposo deva contribuir de forma direta para que outrem perca uma chance de conseguir um lucro ou de obter umavantagem ou de evitar um prejuízo. É necessário que essa chance seja real e séria e tenha probabilidade considerável dese aperfeiçoar.

10. É possível reconhecer, no caso concreto, que houve, realmente, a perda de uma chance – a de interposição de recursoadministrativo –, mas esse recurso não tem seu resultado assegurado pelo manto da certeza, ele apenas gera uma meraexpectativa de acolhimento, o que não caracteriza, por certo, a chance perdida de posição mais vantajosa, esta, sim,resguardada pela teoria francesa. É necessário destacar que a própria autora foi desatenta à data originalmente designadapara sua entrevista (fl. 23), o que pode ter contribuído para o resultado indesejado, é dizer, a desclassificação.

11. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

12. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada acomplexidade da causa, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, defiro, nesta oportunidade, os benefícios daassistência judiciária gratuita, conforme postulado na peça de recurso (fl. 110), razão pela qual fica suspensa aexeqüibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

176 - 0000422-18.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.000422-7/01) ALCEBÍADES RODRIGUES CARDOSO (ADVOGADO:JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO, KARLA CECILIA LUCIANO PINTO.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO:LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.).Processo nº. 2007.50.50.000422-7/01Recorrente : ALCEBÍADES RODRIGUES CARDOSORecorrido : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – CABÍVEL A APLICAÇÃO DA TAXA PROGRESSIVA DE JUROS SALDO DA CONTAVINCULADA AO FGTS, NOS TERMOS DA LEI N. 5.107/66 – EXIBIÇÃO DOS EXTRATOS DAS CONTAS VINCULADASAO FGTS É DEVER DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – ART. 355 DO CPC – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedentea pretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela aplicação da taxa progressiva de juros na forma da Lei n.5.107/66 sobre o saldo da sua conta vinculada ao FGTS. Em suas razões recursais, sustenta que houve, no caso,cerceamento de defesa, posto que cabe à parte recorrida exibir os extratos relativos ao FGTS dos períodos declinados napeça inicial.2. Deveras, a sentença guerreada julgou improcedente a pretensão externada na inicial em razão de a parte autora não tercolacionado, aos autos, documentos que comprovassem ser beneficiária do direito pleiteado. Na verdade, a magistrada aquo destacou que, à época em que admitido na empresa, bem como quando da sua opção pelo FGTS, a parte autora aindaestava ao abrigo das normas que asseguraram o direito à progressividade prevista na lei, sendo que esta, todavia, nãodemonstrou que houve lesão a seu direito, posto que não trouxe nenhum documento nesse sentido.3. Não há dúvidas de que os extratos das contas vinculadas não são documentos indispensáveis à propositura da ação,podendo sua ausência ser suprida por outras provas (STJ, 2ª TURMA, RESP 824266, REL. MIN. JOÃO OTÁVIO DENORONHA, DJ 06.02.2007). No presente caso, a recorrente comprovou, com cópia da CTPS, ter feito a opção original peloFGTS na vigência da Lei n. 5.107/66 ou a opção retroativa por esse fundo (nos termos das Leis n. 5.958/73, 7.839/89 e8.036/90), conforme fls. 11/13. É isso o que basta para comprovar o fato constitutivo do direito.4. A responsabilidade pela exibição dos extratos analíticos das contas vinculadas ao FGTS é da CAIXA ECONÔMICAFEDERAL - CAIXA, por força da interpretação do art. 7º, I, da Lei n.º 8.036/90, que estabelece que compete à gestora doFundo de Garantia por Tempo de Serviço "emitir regularmente os extratos individuais correspondentes à conta vinculada”.O art. 24 do Decreto n. 99.684/90, por seu turno, dispõe que “por ocasião da centralização na CEF, caberá ao bancodepositário emitir o último extrato das contas vinculadas sob sua responsabilidade, que deverá conter, inclusive, o registrodos valores transferidos e a discriminação dos depósitos efetuados na vigência do último contrato de trabalho”.5. A jurisprudência do e. STJ firmou o entendimento de que a apresentação dos extratos anteriores a 1992 nas ações deexecução das diferenças de correção monetária das contas do FGTS é de responsabilidade da CAIXA ECONÔMICAFEDERAL - CAIXA, na condição de gestora do fundo, ainda que, para adquiri-los, a empresa pública os requisite aosbancos depositários. Isso porque no momento da centralização das contas vinculadas para a Caixa Econômica Federal,obrigatoriamente, ocorreu a escrituração contábil e a consequente transferência das informações à gestora do FGTS, doque se extrai ser improvável a ausência da documentação alegada (STJ, 2ª TURMA, AGRESP 580432, REL. MIN.HUMBERTO MARTINS, DJ 26.03.2008).6. Na verdade, o Decreto nº. 99.684/90, na parte em que regulamenta a transferência das contas vinculadas, quando dacentralização do FGTS junto à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, estabeleceu, em seu artigo 24, que os bancos depositáriosdeveriam informar à CAIXA, de forma detalhada, de toda movimentação ocorrida nas contas vinculadas sob suaresponsabilidade, no período anterior à migração. Assim, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CAIXA é responsável pelasinformações e dados históricos das contas fundiárias repassadas pela rede bancária durante o processo migratório e,sendo a agente operadora do Fundo, detém a prerrogativa legal de exigir dos bancos depositários os extratos necessáriosem cada caso e exibi-los no prazo imposto pelo Poder Judiciário (Nesse sentido: REsp n.º 717.469/PR, Segunda Turma,Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/05/2005; REsp n.º 661.562/CE, Segunda Turma, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ de16/05/2005; e AgRg no REsp n.º 669.650/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 16/05/2005).7. Não se pode negar, portanto, que é ônus da CAIXA, como agente operadora e mantenedora do cadastro do FGTS, emitirregularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas (Lei 8036/90, artigo 7º, I), independentementede a conta originária estar em outro banco depositário, já que houve a centralização dos depósitos (artigo 12). Quando a leimencionou que a CAIXA assumiria o controle de todas as contas vinculadas, no prazo de um ano, contado da vigência dalei, estava se referindo inclusive à correta informação dos saldos, depósitos, aplicação de correções e de juros.8. Neste sentido: “PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL.FGTS. CONTAS VINCULADAS. EXTRATOS ANTERIORES A 1992. RESPONSABILIDADE DA CEF. (PRECEDENTE.RESP. N.º 1.108.034/RN, DJ. 25.11.2009. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO AO REGIME DE RECURSOSREPETITIVOS, ART. 543-C, DO CPC). 1. A responsabilidade pela apresentação dos extratos das contas vinculadas aoFGTS, mesmo em se tratando de período anterior a 1992, é, por força de lei, da Caixa Econômica Federal, gestora dofundo. 2. Deveras, mesmo no período antecedente a 1992 esse dever se impõe, por isso que o Decreto n.º 99.684/90, naparte em que regulamenta a transferência das contas vinculadas, quando da centralização do FGTS junto à CEF,estabeleceu, em seu artigo 24, que os bancos depositários deveriam informar à CEF, de forma detalhada, de todamovimentação ocorrida nas contas vinculadas sob sua responsabilidade, no período anterior à migração. 3. É cediço naCorte que a CEF é responsável pelas informações e dados históricos das contas fundiárias repassadas pela rede bancáriadurante o processo migratório e, sendo a agente operadora do Fundo, detém a prerrogativa legal de exigir dos bancosdepositários os extratos necessários em cada caso e exibi-los no prazo imposto pelo Poder Judiciário (Precedentes: REspn.º 717.469/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/05/2005; REsp n.º 661.562/CE, Segunda Turma, Rel.Min. Peçanha Martins, DJ de 16/05/2005; e AgRg no REsp n.º 669.650/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 16/05/2005). 4. (omissis). 5. (omissis). 6. (omissis). 7. Agravo regimental desprovido” (AGRESP 201000032493AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1175088; STJ 1ª Turma; Relator Luiz Fux, DJEDATA:29/03/2010).9. Por certo, a CAIXA não pode se beneficiar pela sua ineficácia em obter os extratos da conta vinculada da parte autora,pois, se assim o fosse, haveria decisão de improcedência em todas as hipóteses em que não houvesse trazido os extratos,constituindo um desestímulo a que persistisse na juntada dos mesmos nos demais processos.10. O art. 355 do CPC é bem claro ao dispor que o juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se ache emseu poder.11. Vale registrar que, intimada para apresentar os extratos bancários em questão (fl. 29), a recorrida não cumpriu odeterminado pelo Juízo a quo.12. Passa-se agora à análise do mérito propriamente dito.13. Para ter direito à aplicação dos juros progressivos, é preciso preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) ter

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sido contratado como empregado entre 01/01/1967 e 22/09/1971; b) ter feito a opção original pelo FGTS na vigência da Lein. 5.107/66 ou a opção retroativa por esse fundo (nos termos das Leis n. 5.958/73, 7.839/89 e 8.036/90); c) ter permanecidona mesma empresa por mais de 2 (dois) anos.14. Os trabalhadores que não preencherem todos os três requisitos acima são devidos apenas os juros fixos de 3% ao anonos saldos do FGTS.15. É indispensável que esse vínculo empregatício iniciado entre 01/01/1967 a 22/09/1971 tenha durado mais de 2 (dois)anos, porque o artigo 4º, da Lei n. 5.107/66, em sua redação original, dispunha que: “Art. 4º. A capitalização dos juros dosdepósitos mencionados no art. 2º far-se-á na seguinte progressão: I – 3% (três por cento) durante os dois primeiros anos depermanência na mesma empresa; II – 4% (quatro por cento) do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;III – 5% (cinco por cento) do sexto a décimo ano e permanência na mesma empresa; IV – 6% (seis por cento) dodécimo-primeiro ano de permanência na mesma empresa, em diante”.16. Sobre o tema, vale colacionar o julgado a seguir: “FGTS - JUROS PROGRESSIVOS - LEIS 5.107/66, 5.705/71 E5.958/73 - SÚMULA 154/STJ - OPÇÃO FEITA APÓS O ADVENTO DA LEI 5.958/73 - NECESSIDADE DE ATENDIMENTOAOS REQUISITOS LEGAIS. 1. A Lei 5.107, de 13/09/66, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previu aaplicação de juros progressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado noart. 4º da referida norma. 2. Com o advento da Lei 5.705, de 21/09/71, todos os empregados admitidos a partir da entradaem vigor da norma passaram a ter direito apenas a juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente,mantido o direito adquirido daqueles que optaram na vigência da Lei 5.107/66, direito este que cessaria se o empregadomudasse de empresa. 3. A Lei 5.958, de 10/12/73 veio para estimular os empregados que poderiam ter optado pelo regimequando do advento da Lei 5.107/66 e não o fizeram. Daí a garantia da opção com efeitos retroativos a 1º/01/67 ou à data daadmissão, se posterior àquela, desde que com a anuência do empregador. 4. Somente há direito aos juros progressivos sea opção foi feita na vigência da Lei 5.107/66 ou na forma da Lei 5.958/73, não bastando apenas que a opção date deperíodo posterior a 10/12/73, sem que preenchidos os requisitos contidos na última lei. 5. Havendo controvérsia de naturezafática, aplica-se o teor da Súmula 7/STJ." (STJ, RESP 488.675, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 01.12.2003).17. No caso dos autos, verifico que a aplicação dos juros progressivos sobre o FGTS do autor é procedente, posto que estefoi admitido na empresa em 01.03.1956, permanecendo no vínculo empregatício até 31.05.1985, tendo feito a opçãoretroativa (fls. 11/13).18. Ante o exposto, deve ser dado provimento recurso inominado para reformar a sentença e condenar a Caixa EconômicaFederal a recompor o saldo da conta vinculada de FGTS com a aplicação da taxa de juros progressivos na forma do art. 4ºda Lei nº 5.107/66. O valor apurado deverá ser acrescido de juros e correção de acordo com as regras do FGTS até a datado efetivo pagamento, observada a prescrição trintenária. Destaca-se ainda, que deverão ser deduzidas eventuais parcelasjá pagas administrativamente sob o mesmo título, por ocasião da liquidação.19. Recurso conhecido e provido.20. Custas ex lege. Sem a condenação em honorários advocatícios, em atenção ao disposto no art. 55 da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formado voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

177 - 0002660-70.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002660-1/01) CARLOS BITENCOUT MARQUES (ADVOGADO: ValberCruz Cereza. PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº 2008.50.51.002660-1/01Recorrente : CARLOS BITENCOUT MARQUESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ- INCAPACIDADE PREEXISTENTE À FILIAÇÃO- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgouimprocedente o pedido de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Defende que hános autos documentos que atestam estar acometido de doença irreversível, de caráter permanente, incapacitante para oexercício de sua profissão (marteleteiro). Sustenta, ainda, que tal patologia desenvolveu-se enquanto ainda estava filiado aoRGPS. Dessa forma, requer seja julgado precedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou

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não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. A controvérsia nos autos está adstrita à preexistência da incapacidade laboral ao reingresso ao RGPS.4. Na análise pericial do Juízo (fls.76/77), o recorrente (39 anos) foi examinado e diagnosticado com paralisia do membrosuperior esquerdo e paresia do membro inferior esquerdo (resposta ao quesito n° 4), que o incapacitam total edefinitivamente para atividades laborais. A data provável de início da doença foi fixada em 17/08/2007 (quesito n° 3, fl. 77) ea data de início da incapacidade em 03/10/2007.5. Sendo a última contribuição datada de 25/08/2005, o recorrente manteve a qualidade de segurado até 25/08/2007,computando-se o período de graça. Reingressou no RGPS somente em novembro de 2007, após a data de início daincapacidade laborativa.6. Resta patente, assim, a subsunção do presente caso ao parágrafo único do art. 59 da Lei 8.213/94, 1ª parte, que assimorienta: “não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador dadoença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo deprogressão ou agravamento dessa doença ou lesão” (grifei).7. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza mérito do requerente aos pretendidos benefícios.8. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.10. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benéficoda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

178 - 0000518-55.2006.4.02.5054/01 (2006.50.54.000518-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x JOÃO JERONIMO DA CONCEIÇÃO (ADVOGADO: BRUNO SANTOSARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.).Processo nº. 0000518-55.2006.4.02.5054/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOÃO JERÔNIMO DA CONCEIÇÃO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ–ESQUIZOFRENIA - PROVA PERICIAL ISENTA DE VÍCIOS – DESNECESSIDADE DE NOVA PERÍCIA PARARECONSTITUIR A DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE LABORATIVA– RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA MANTIDA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-ré, em face da sentença que julgou procedente a pretensão inicial,concedendo o benefício de aposentadoria por invalidez ao autor. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que aperícia médica judicial foi superficial, tendo se pautado tão-somente nas respostas oferecidas pelo recorrido. Alega tambémque, em resposta ao quesito 12, o Sr. Perito concluiu que a incapacidade laborativa teve início em 1996, mas, que emconsulta feita ao CNIS, foi verificado que o recorrido trabalhou até janeiro de 2000. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o presente recurso, para que seja decretada a nulidade da sentença e determinada a realização de nova períciamédica judicial.O ponto controvertido nos autos cinge-se à higidez da perícia médica judicial.Em que pesem os argumentos declinados pelo recorrente, tenho que não lhe assiste razão. O perito judicial, profissional deconfiança do juiz e eqüidistante das partes, realizou análise minuciosa da situação do recorrido, respondeu aos quesitosformulados e fundamentou as suas conclusões com base em exame clínico, exames complementares e atestados demédicos assistentes.Ao depois, seria inútil uma nova perícia para a fixação da data de início da incapacidade laborativa, uma vez que a provapericial limita-se ao exame das condições clínicas contemporâneas.Também não há falar em nulidade do laudo pericial tão-somente pela constatação de vínculos laborativos. Obviamente orecorrido, se coagido a trabalhar, sob pena de indigência, irá exercer alguma atividade, mas isso não é argumento aceitávelpara excluir-se sua pretensão.Entretanto, autorizo o desconto no valor do benefício de eventuais valores comprovadamente percebidos a título de salário.

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Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento.Sem custas, na forma da lei. Condenação em honorários advocatícios no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

179 - 0002295-79.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002295-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x JOAO DA COSTA SILVA (ADVOGADO: MARTHA HELENA GALVANICARVALHO.).Processo nº. 0002295-79.2009.4.02.5051/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOÃO DA COSTA SILVA

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA – ATESTADOS DE MÉDICOS ASSISTENTES, QUANDO CONTEMPORÂNEOSAO CANCELAMENTO, SÃO SERVÍVEIS COMO PROVA COMPLEMENTAR– RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, em face da sentença que julgou procedente a pretensão inicial,concedendo ao autor o benefício de aposentadoria por invalidez e o pagamento de auxílio doença no período compreendidoentre os dias 31/08/2008 a 02/11/2010. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido não faz jus aoauxílio-doença concedido durante o período supracitado. Alega que, durante este período, não restou comprovada aincapacidade do recorrido, bem como houve exercício laborativo, resultando, portanto, em impossibilidade da concessão dobeneficio. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo “juízo a quo”, julgando-se improcedente aconcessão do benefício de auxílio-doença durante o período de 31/08/2008 a 02/11/2010.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gera emtorno da incapacidade do recorrido no período em que foi concedido o auxílio-doença.Na análise pericial do Juízo (fls. 58/59), o recorrido (50 anos) foi examinado e diagnosticado com esquizofrenia, patologiaque resulta em incapacidade total e definitiva para o trabalho. Ao ser questionado sobre a data provável do início da doença,em quesito de nº 03, asseverou o jusperito que “não é possível afirmar, mas os primeiros relatos datam de 1980”.Em que pese a impossibilidade de fixação da data provável de início da incapacidade pelo perito judicial, são admissíveiscomo fonte complementar os atestados de médicos assistentes que sejam contemporâneos ao momento do cancelamentodo benefício.Da análise detida do caderno processual, verifica-se que os atestados colacionados às fls. 19/20 evidenciam que, noperíodo compreendido entre a cessação administrativa do benefício e o exame pericial, não houve solução de continuidadeda incapacidade laborativa.É importante recapitular que eventual divergência entre o laudo do perito judicial e laudo da Autarquia Previdenciária deveser resolvida em favor daquele, na medida em goza da confiança deste Juízo e não possui vinculação com nenhuma daspartes, sendo, em principio, imparcial.De outro giro, a constatação de vínculos laborativos (fls. 72/75) não pode constituir óbice à percepção de benefíciodecorrente de incapacidade. Obviamente o recorrido, se coagido a trabalhar, sob pena de indigência, irá exercer algumaatividade, mas isso não é argumento aceitável para excluir-se sua pretensão.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).Autorizo o desconto no valor do benefício de eventuais valores comprovadamente percebidos a título de salário.Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

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Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento.Sem custas, na forma da lei. Condenação em honorários advocatícios no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

180 - 0000178-18.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000178-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x AMELIA MARIA DA SILVA OLIVEIRA (ADVOGADO: Aleksandro Honrado Vieira,EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).Processo nº 2009.50.51.000178-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : AMELIA MARIA DA SILVA OLIVEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE - REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS– EXERCÍCIO INDIVIDUAL DA ATIVIDADE RURAL- SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, que não há nosautos início de prova contemporâneo à época dos fatos e que o marido da recorrida desenvolveu atividade urbana pelaSouza Cruz, estando em gozo de aposentadoria por tempo de contribuição no valor de R$ 1.279,11. Dessa forma, requerseja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, requera alteração da DIB para a data da realização da audiência de instrução, em 28.07.2010.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

4. A recorrida nasceu em 17/07/1950 (fls. 07) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 30/09/2005(fls. 10), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário àcarência exigida.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: Declaração deexercício de atividade rural, emitida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iúna e Irupi em 17/12/1999 (fls. 23/25);inscrição no CNIS como segurada especial em 13/01/2000 (fl. 29); carteira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iúna eIrupi – Espírito Santo, com filiação em 17/12/1999 (fls. 20); certidão de casamento, realizado em 20/10/1967, constando aprofissão do marido como lavrador (fls. 11 e 19); escritura de compra e venda de imóvel rural em 17/12/1998 em que arecorrida e seu marido são qualificados como outorgantes compradores e lavradores (fl. 30); ficha de cadastro da autoracomo produtora, junto à Secretaria de Estado da Fazenda (fls. 33); documentos relativos à sua propriedade rural e domarido (fls. 30/48); notas fiscais referentes à venda de café pela autora na qualidade de produtora (fls. 49/51).

6. A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido como lavrador, extensiva à esposa, constituiinício de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparada pelo verbete nº 6 daSúmula da TNU. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o início de prova material, abrangendo todo o períodonecessário à concessão do benefício.

7. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quandose trata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial,nos termos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos finssociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

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8. É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbaisno campo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

9. As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrida pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 144 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

10. Por fim, é importante frisar que a atividade urbana exercida pelo marido em nada altera a conclusão jurisdicionaladotada, uma vez que a recorrida permaneceu, à exceção dos anos compreendidos entre 1985 e 1990, trabalhando naroça. Pelo inciso VII, art. 11 da Lei 8.213/91 a atividade rural pode ser exercida individualmente.

11. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, inclusive quanto à data de início do benefício.12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.13. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

181 - 0000733-60.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000733-5/01) JOSE PONCHA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo nº. 2008.50.54.000733-5/01Recorrente : JOSE PONCHARecorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou extinto o feitosem a resolução do mérito, nos termos do art. 51, II, da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 12 da Lei n. 10.259/2001.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a demanda não exige complexidade contábil, posto que bastatão-somente a restituição de 1/3 do total do período bitributado.

2. Inicialmente, cumpre registrar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito deCompetência nº. 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que aeventual necessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”. Passo, então, à análise do mérito.

3. Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.

4. Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.5. O informativo nº. 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 05 (cinco) anos é válida tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.

6. Assim, considerando que a parte autora aposentou-se em 03.03.2005 (fl. 66) e a presente ação foi ajuizada em15.12.2008, a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício não prescreveu.

7. Como o recorrente aposentou-se em 03.03.2005 (fl. 66) e a presente ação foi ajuizada em 15.12.2008, não está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

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8. Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no períodode janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis quea aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que estejaaposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos doisrequisitos, quais sejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 66/68) e aposentadoria em03.03.2005 (fl. 66).

9. A apuração do indébito observará o seguinte:

10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).

11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).

12. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):

“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”13. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.14. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL à restituição/compensação do respectivo indébito, de acordo coma sistemática estabelecida nesta ementa e instruções que se seguem.15. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias por ele vertidas referentes ao período pleiteado judicialmente.16. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, o qual não poderá ultrapassar o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais (sessenta salários mínimos),aferido por ocasião da propositura da ação.17. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.18. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno Dutra

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Juiz Federal Relator

182 - 0000734-45.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000734-7/01) LUIZ CARLOS MUNIZ FERREIRA (ADVOGADO: MARIADE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO.).Processo nº 2008.50.54.000734-7/01

Recorrente : LUIZ CARLOS MUNIZ FERREIRARecorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA COBRADO SOBRE ACOMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA – COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS PARAAPRECIAR A CAUSA – COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS PARA A REPETIÇÃO DO INDÉBITO – RECURSOCONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença (fls. 42/43), que extinguiu oprocesso sem resolução de mérito, ante a incompetência do Juizado Especial Federal para apreciar causas complexas, asquais demandam perícia contábil. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o Juizado Especial Federal temcompetência para apreciar a causa, haja vista que não há complexidade na restituição dos valores pleiteados. Por fim,reiterou o pedido de julgamento procedente da ação interposta, requerendo seja reformada a sentença proferida.Preliminarmente, cumpre ressaltar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais, uma vezque se cuida de matéria que não demanda provas complexas, devendo ser ressaltada, ainda, a possibilidade de julgamentoda lide desde logo na apelação (art. 515, § 3º do CPC).Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09/06/2005.Como o recorrente aposentou-se em 02/09/2004 (fl. 68) e a presente ação foi ajuizada em 15/12/2008 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 66/67) e aposentadoria em 02/09/004 (fl. 68). A apuração do indébito observará o seguinte:9. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).10. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).11. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”

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12. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.13. Em face do exposto, dou provimento ao recurso, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência do impostode renda do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamentepela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e condenar a União Federal àrestituição/ compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e instruções quese seguem.14. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias por ele vertidas referentes ao período pleiteado judicialmente.15. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, o qual não poderá ultrapassar o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais (sessenta salários mínimos),aferido por ocasião da propositura da ação.16. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.17. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

183 - 0002187-87.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002187-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x KATIA FERREIRA MOTTA (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA,MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI.) x OS MESMOS.Processo nº 2008.50.50.002187-4/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : KATIA FERREIRA MOTTA

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – GDASS- PREQUESTIONAMENTO – EXTENSÃO AOS INATIVOS – MATÉRIADECIDIDA PELO STF - - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela Autarquia-Ré em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Aembargante postula manifestação acerca de potencial violação aos arts. 5º, 37,40 e 61, § 1º, I, a, todos da CRFB, com ointuito de suprir a exigência de prequestionamento para eventual manejo de recurso para instância superior. Sustenta que aautora não tem direito à percepção da gratificação pleiteada, já que se aposentou após o advento da EC 41/2003, deixandode fazer jus à paridade.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão e erro material na decisão proferida por este Juízo.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alega incidir à

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espécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientementesua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elasapresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslindeda causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 doCPC.

Não obstante, não se vislumbra no acórdão embargado tese de direito que possa ensejar ofensa aos dispositivosconstitucionais mencionados.A Primeira Turma do STF, já se posicionou no sentido de que a GDASS também é extensível em igualdade de condiçõesaos pensionistas e servidores aposentados enquanto a avaliação dos servidores em atividade não for regulamentada.“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO.GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE PREVIDENCIARIÁRIA-GDAP E GRATIFICAÇÃO DEDESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURO SOCIAL- GDASS: CARÁTER GERAL. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃOAOS INATIVOS . PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO”.(RE 595023 AgR/ RGMin. CÁRMEN LÚCIA, DJ 03-09-2010).

Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

184 - 0000545-79.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000545-5/01) ANTONIO MARCOS DAMIAO (ADVOGADO: IZAEL DEMELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANAMERCEDES MILANEZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).Processo nº 2008.50.50.000545-5/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALEmbargado : ANTONIO MARCOS DAMIÃO

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUXÍLIO-DOENÇA-CONTRADIÇÃO/OBSCURIDADE. RECURSO CONHECIDO EACOLHIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face de acórdãoproferido pela Turma Recursal. Alega o embargante que a decisão seria contraditória e obscura na medida em quedeferiu o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença com DIB em 06.08.2007 sem ressalvar a possibilidadede desconto do período em que o autor exerceu atividade remunerada.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de contradição/obscuridade na decisão proferida por este Juízo.

A contradição que pode ser corrigida por embargos de declaração pressupõe antagonismo lógico entre duas premissasnecessariamente intrínsecas ao próprio julgado. Os embargos de declaração limitam-se à verificação do encadeamentoracional entre as proposições internas do texto. Nada disso foi apontado pelo embargante.Entretanto, reconheço que o acórdão recorrido não se manifestou sobre eventual possibilidade de desconto, nos termosdelineados pela Autarquia.

Assim, autorizo o desconto no pagamento dos atrasados dos valores comprovadamente percebidos a título de salário oumesmo a título de auxílio-doença no período, sob pena de pagamento em duplicidade.

Embargos de declaração conhecidos e acolhidos para autorizar o desconto no valor dos atrasados, consoante afundamentação acima exposta.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

185 - 0001222-09.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001222-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x PEDRO MOTTA PETERLE (ADVOGADO: SIRO DACOSTA.).Processo nº 2008.50.51.001222-5/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : PEDRO MOTTA PERTELE

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSOREJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Aduz oembargante que a decisão seria omissa ao não discorrer acerca da existência de provas materiais que comprovem oexercício de atividade rural pelo autor no período anterior ao requerimento administrativo.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, em especial relevo nos itens 5 e 6.Ressalte-se que os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.A presente via, portanto, não é adequada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusão jurisdicionaladotada.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

186 - 0001070-24.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001070-1/01) MAENY AMARO BARBOSA (ADVOGADO: ILZARODRIGUES DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).Processo nº 2009.50.51.001070-1/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSEmbargado : MAENY AMARO BARBOSA

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO- INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO –RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão que deu provimento ao recurso inominado.Alega o embargante que a decisão seria contraditória ao aplicar analogicamente o art. 188 §2º da Lei 8.112/90, uma vezque a perícia judicial concluiu pela capacidade laboral da parte autora.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de contradição na decisão proferida por este Juízo.Inexiste contradição no acórdão impugnado.

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Ainda que se entendesse pela não-aplicabilidade do preceptivo da Lei 8.112/90, considerando que o magistrado não estáadstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, arts.131 e 436) , a percepção do benefício de auxílio-doença por lapso temporal considerável (mais de dois anos) forneceria aeste magistrado razões suficientes para o amparo da pretensão autoral. Cuida a hipótese, em verdade, de incapacidadedefinitiva consolidada pelo tempo.Não vislumbro qualquer violação ao princípio da vedação da majoração ou criação de benefício sem a fonte de custeio total.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

187 - 0001015-13.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001015-3/01) REGINALDO RODRIGUES DA SILVA (ADVOGADO: TAISMARIA ZANONI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOSSANTOS .).Processo nº. 2008.50.50.001015-3/01

Embargante : REGINALDO RODRIGUES DA SILVAEmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO –ERRO MATERIAL- REVISÃO DE BENEFÍCIO COM BASE NO IRSM – RECURSOACOLHIDO.1.Trata-se de embargos de declaração opostos por Reginaldo Rodrigues da Silva em face de acórdão proferido pela TurmaRecursal que afastou a decadência na hipótese para julgar improcedente a pretensão de revisão, conforme a regra do §5º,art. 29 da Lei 8.213/91. Aduz o embargante que a decisão padeceria de erro material, uma vez que a revisão pleiteada nainicial refere-se à aplicação do índice de correção dos salários-de-contribuição em fevereiro de 1994 e não ao artigo 29,caput da Lei 8.213/91.2.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como, por construção pretoriana, para sanar eventualerro material existente na decisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta aexistência de erro material na decisão proferida por este Juízo.3.Assiste razão à recorrente. O acórdão padece de erro material, pois considerou equivocadamente que o pedido revisionalera de aplicação do §5º, art. 29 da Lei 8.213/91.4. Inicialmente, não conheço da decadência suscita pela Autarquia Previdenciária, visto que o benefício de aposentadoriapor invalidez foi concedido em 01.12.1998 (fl. 12) e a ação proposta em 13.05.2008, portanto, em menos de dez anos doato concessório. Para fins de decadência é irrelevante que o período básico de cálculo (PBC) da aposentadoria porinvalidez coincida com o PBC do auxílio-doença originário.5.Em relação ao pedido de reajuste com base no IRSM, o mérito da questão já está mais do que pacificado junto àjurisprudência do Egrégio STJ e, inclusive, consta da Súmula n.º 19 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudênciados Juizados Especiais Federais, no sentido da procedência do pleito autoral. Dita o citado enunciado que “Para o cálculoda renda mensal inicial do benefício previdenciário, deve ser considerada, na atualização dos salários de contribuiçãoanteriores a março de 1994, a variação integral do IRSM do fevereiro de 1994, na ordem de 39,67% (art. 21, § 1º, da Lei nº8.880/94)”, o qual adoto como razão de decidir. Assim na Memória de Cálculo do beneficiário deve constar o mês fevereirode 1994 ou anteriores (nesta hipótese o benefício deve ter DIB posterior a 03/1994) entre os salários-de-contribuiçãoutilizados para o cálculo da RMI (renda mensal inicial).6.Entretanto, o benefício de auxílio-doença originário foi concedido em 07/09/1997 (fl.18), caso em que o mês de fevereirode 1994 não integrou o cálculo do seu benefício. Não há, portanto, qualquer prejuízo no cálculo originário da RMI ou valoratrasado a ser credenciado.7.Embargos de declaração conhecidos e acolhidos para sanar o erro material apontado, consoante a fundamentaçãoexposta neste julgado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Bruno DutraJuiz Federal Relator

188 - 0000219-15.2005.4.02.5054/01 (2005.50.54.000219-1/01) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA(PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x ANOEL DE PAULA (ADVOGADO: EUSTACHIO DOMICIO L.RAMACCIOTTI, ERANDI BARBOSA DE CASTRO, MARCELO MATEDI ALVES.).Processo nº 2005.50.54.000219-1/01

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASAEmbargado : ANOEL DE PAULA

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO - FUNASA - PREQUESTIONAMENTO –DÉBITO RECONHECIDO ADMINISTRATIVAMENTE – AFASTADA A PRESCRIÇÃO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA em face de acórdão proferidopela Turma Recursal. A embargante postula manifestação acerca de potencial violação aos arts. 2°; 5º, II; 37; 61, §1°, II, “a”e 169, §1°, todos da CRFB, com o intuito de suprir a exigência de prequestionamento para eventual manejo de recurso parainstância superior. Aduz, ainda, que subsiste contradição no que tange à condenação em honorários advocatícios, por nãoter a parte autora apresentado contrarrazões.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão e erro material na decisão proferida por este Juízo.O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alega incidir àespécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientementesua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elasapresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslindeda causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 doCPC.

Não obstante, não se observa, no caso, violação aos arts. 2°; 5º, II; 37; 61, §1°, II, “a” e 169, §1°, todos da CRFB.

Cumpre esclarecer que não há contradição a ser sanada no tocante à condenação em honorários advocatícios, sendodecorrência de expressa determinação legal, nos termos do art. 55 da Lei n. 9.099/95, que prevê a condenação dorecorrente vencido, independentemente da apresentação de contrarrazões.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

189 - 0000693-15.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.000693-4/01) RENATA DE AQUINO BATISTA (ADVOGADO: ANILSONBOLSANELO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.).Processo nº. 2007.50.54.000693-4/01Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : RENATA DE AQUINO BATISTA

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – SALÁRIO-MATERNIDADE – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃOEMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Aduz o

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embargante que a decisão seria omissa ao não enfrentar o fato de a autora ter trabalhado como professora, constituindovínculo urbano no período de 12.08.2002 a 12.09.2002, e ter contratado diaristas.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.4. Ressalte-se que os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.5. A presente via, portanto, não é adequada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusão jurisdicionaladotada.6. Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

190 - 0006069-28.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006069-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x SEBASTIAO ANTONIO DE OLIVEIRA FILHO (ADVOGADO: MARIA DACONCEICAO SARLO BORTOLINI, vanessa ribeiro fogos, MARCELO CARVALHINHO VIEIRA.).Processo nº 2006.50.50.006069-0/01Embargante : SEBASTIÃO ANTÔNIO DE OLIVEIRA FILHOEmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSOREJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Aduz aembargante que a decisão seria omissa ao não enfrentar de forma expressa a pretensão da autora de averbação pelo INSSde tempo de trabalho rural compreendido entre 05/04/1959 e 27/03/1964.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, em especial relevo no item 7.Ressalte-se que os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

191 - 0009707-35.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009707-2/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) xALOISIO FONSECA (ADVOGADO: ANA IZABEL VIANA GONSALVES.).Processo nº 2007.50.50.009707-2/01

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Embargante : UNIÃO FEDERALEmbargado : ALOISIO FONSECA

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – GDATFA - PREQUESTIONAMENTO – EXTENSÃO AOS INATIVOS – MATÉRIADECIDIDA PELO STF - - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela União Federal em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Aembargante postula manifestação acerca de potencial violação aos arts. 2°; 5º, II; 37; 61, §1°, II, “a ” e 169, §1°, todos daCRFB, com o intuito de suprir a exigência de prequestionamento para eventual manejo de recurso para instância superior.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão e erro material na decisão proferida por este Juízo.O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alega incidir àespécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientementesua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elasapresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslindeda causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 doCPC.

Não obstante, não se vislumbra no acórdão embargado tese de direito que possa ensejar ofensa aos dispositivosconstitucionais mencionados.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

192 - 0011188-33.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011188-3/01) WALDIR BAUSEN (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTOMACHADO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIAFERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº. 2007.50.50.011188-3/01Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : WALDIR BAUSEN

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – INEXISTÊNCIADE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão que deu provimento ao recurso inominado.Alega a embargante que a decisão seria omissa ao não analisar: a) o fato de não ser possível computar como especial operíodo não comprovado como tal após a edição da Lei nº. 9.032/95 (29.04.1995); b) a idade mínima para concessão deaposentadoria integral ou proporcional nos termos da EC nº. 20/1998; c) a não comprovação, por meio dos documentosjuntados, da efetiva exposição do embargado a agentes nocivos.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.3. Inexiste omissão no acórdão embargado. Todos os pontos necessários ao julgamento foram devidamente analisados nadecisão colegiada.4. O cômputo do tempo de serviço para fins previdenciários deve observar a legislação vigente à época da prestaçãolaboral, tal como disposto no § 1º, art. 70 do Decreto nº 3.048/99, com redação do Decreto nº 4.827/03. Até o advento daLei nº. 9.032/95 era desnecessária a apresentação de laudo pericial para fins de aposentadoria especial ou respectivaaverbação, sendo suficiente que o trabalhador pertencesse à categoria profissional relacionada pelos Decretos 53.831/64 e83.080/79. A necessidade de comprovação da atividade insalubre através de laudo pericial foi exigida após o advento da Lei9.528, de 10.12.97.

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5. Quanto à alegação de que a EC nº 20/98 exige para a concessão da aposentadoria integral ou proporcional a idademínima de 53 anos, verifico tal argumentação sequer foi ventilada em sede de contrarrazões, sendo ilícito ao embarganteinovar nos declaratórios.6. Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

193 - 0002155-50.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.002155-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x CARLOS DEBONA (ADVOGADO: Rafael Antônio Freitas.).Processo nº 2006.50.51.002155-2/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : CARLOS BEDONA

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO –CONTRADIÇÃO- INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO– RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo recorrente em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Alega oembargante que a decisão seria omissa quanto à análise das informações contidas no perfil profissiográfico de fls. 33. Aduzque foi considerado período de trabalho em condições especiais sem o respectivo respaldo técnico.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão/contradição na decisão proferida por este Juízo.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, em especial relevo nos itens 3 e 6.Ressalte-se que os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

194 - 0008536-43.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008536-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GERALDO GUIMARAES(ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: IVAN DE ALMEIDA FERREIRA JÚNIOR.).Processo nº. 0008536-43.2007.4.02.5050/01Recorrente: GERALDO GUIMARÃESRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO – SÚMULA 260 DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS – APOSENTADORIA PORINVALIDEZ PRECEDIDA DE AUX-ILIO-DOENÇA – REAJUSTE INTEGRAL DO AUX-ILIO-DOENÇA – PRESCRIÇÃOQUINQUENAL RESPEITADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO SENTENÇA REFORMADA

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Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido autoralde revisão do cálculo da renda mensal da aposentadoria por invalidez, com base na revisão do auxílio-doença originário, naforma da Súmula 260 do Tribunal Federal de Recursos. Afirma o recorrente, em suas razões recursais, que a revisão doauxílio-doença originário irá gerar reflexos em sua aposentadoria por invalidez. Alega que o INSS só aplicou o art. 58 doADCT sobre a renda da aposentadoria por invalidez, sem nunca corrigir o erro no reajuste do auxílio-doença. Requer,portanto, a reforma da sentença.O Autor é titular de aposentadoria por invalidez (DIB01.07.1987), e, pelo que se extrai dos autos, referida aposentadoriaderiva de auxílio-doença (DIB 10.12.1986 –fl.42).O que se questiona nos presentes autos é a errônea aplicação do reajuste proporcional ao benefício de auxílio-doençaconcedido ao recorrente, cuja DIB é 10.12.1986. Entendo que o autor está enquadrado no contexto em que o órgãoprevidenciário adotava a sistemática rechaçada pela Súmula 260 do extinto TFR.O STJ já analisou o tema em algumas oportunidades, e nelas se posicionou de modo favorável à pretensão autoral,consoante se verifica nas decisões proferidas no REsp 544.657/SP, REsp 753.446/MG e REsp 226.312/RJ. Nas referidasdecisões é possível extrair-se o objetivo da edição da Súmula 260 do extinto TFR, que visava conferir uniformidade àinterpretação do Decreto-lei nº 66/66 e do art. 2º da Lei 6.708/79. Da mesma forma se posicionou a Turma Nacional deUniformização dos Juizados Especiais Federais no julgamento do Pedido de Uniformização nº 2006.83.00509015-7.A ocorrência do reajuste proporcional do benefício de auxílio-doença, inegavelmente, repercute sobre a RMI daaposentadoria por invalidez. E, tal repercussão, mesmo com a aplicação do art. 58 da ADCT, se verificaria até os diasatuais. É razoável, portanto, admitir a existência de distorções na renda mensal da aposentadoria do autor. Assim, se oauxílio-doença foi reajustado incorretamente (de forma proporcional), a RMI da aposentadoria por invalidez também foifixada com erro, o que resultaria numa equivalência inferior àquela efetivamente devida. Reajustando-se integralmente oauxílio-doença, acerta-se a RMI da aposentadoria por invalidez, com consequente majoração do número de saláriosmínimos a que se refere o artigo 58 do ADCT-CRFB/1988.Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUXÍLIO-DOENÇA REAJUSTE PROPORCIONAL – SÚMULA260 DO TFR – OBSERVÊNCIA DA INTEGRALIDADE DO ÍNDICE DO PRIMEIRO REAJUSTE – NECESSIDADE DEREVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – RECURSO PROVIDO. 1) O benefíciodo auxílio-doença do autor, concedido em 01/07/1987, sofreu o primeiro reajuste de modo proporcional, sem observânciada interpretação da Súmula 260 do TFR, que determinava que qualquer que tivesse sido o mês de concessão do primeirobenefício, o índice do primeiro reajuste deveria ser integral. 2) A não observância do reajuste integral do auxílio-doençarepercutiu na RMI da aposentadoria por invalidez, determinando defasagem que somente é passível de correção mediantea aplicação da Súmula 260 do TRF no primeiro reajuste do benefício de auxílio-doença. 3) Pedido de Uniformização deJurisprudência conhecido e provido.�(PEDIDO 200563020120361, JUIZ FEDERAL RICARLOS ALMAGRO VITORIANOCUNHA, , 08/02/2010).

Para a promoção da correção de defasagem existente no benefício, necessário o reajuste integral do auxílio-doença, com oobjetivo de corrigir a RMI da aposentadoria por invalidez. Registre-se, contudo, que resta prescrita a pretensão relativa aparcelas vencidas anteriores há cinco anos, contados da propositura da presente demanda.Ante o exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para assegurar o direito à revisão da renda mensal inicial daaposentadoria por invalidez percebida pelo autor, devendo ser aplicado no benefício de origem – auxílio-doença – a Súmula260 do extinto TFR.Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

195 - 0001072-94.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001072-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDITH MARIA CAMARGODOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL.Processo nº 0001072-94.2009.4.02.5050/01

Impetrante : EDITH MARIA CAMARGO DOS SANTOSImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

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V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por EDITH MARIA CAMARGO DOS SANTOS em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 80/81, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

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E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

196 - 0003626-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003626-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE FATIMAFERRARI FRANCO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL.Processo nº 0003626-02.2009.4.02.5050/01

Impetrante : MARIA DE FÁTIMA FERRARIA FRANCOImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

DECISÃO

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIA DE FÁTIMA FERRARIA FRANCO em face de ato tido por coator,praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em açãodeclaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razãoda complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 91/92, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

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É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve perícia

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contábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

197 - 0001420-15.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001420-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANGELA MARIA SOARESOLIVEIRA RAMOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL.Processo nº 0001420-15.2009.4.02.5050/01

Impetrante : ANGELA MARIA SOARES OLIVEIRA RAMOSImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por ANGELA MARIA SOARES OLIVEIRA RAMOS em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 88/89, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,

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como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticado

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pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

198 - 0005342-64.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005342-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LEONARDO IBANEZCASTILHOS DOS REIS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado EspecialFederal x UNIÃO FEDERAL.Mandado de Segurança nº. 0005342-64.2009.4.02.5050/01

Impetrante : LEONARDO IBANEZ CASTILHO DOS REISImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por LEONARDO IBANEZ CASTILHO DOS REIS em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 111/112, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,

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como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de

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decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.6. Sem condenação em honorários.A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

199 - 0001424-52.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001424-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE FATIMA VIANACARDOSO MOREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federalx UNIÃO FEDERAL.Processo n.º 0001424-52.2009.4.02.5050/01

Impetrante : MARIA DE FÁTIMA VIANA CARDOSO MOREIRAImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIA DE FÁTIMA VIANA CARDOSO MOREIRA em face de ato tidopor coator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que,em ação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de méritoem razão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 93/94, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,

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somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que o

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legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

200 - 0006304-24.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006304-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MIKAKO TERADA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).Processo n.º 0006304-24.2008.4.02.5050/01

Impetrante : MIKAKO TERADAImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por MIKAKO TERADA em face de ato tido por coator, praticado pelo JUÍZOFEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratória deinexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão da complexidadeda causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foi editado oEnunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgar feitosrelativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-se noprovimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 78/79, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,

Page 219: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

201 - 0004916-52.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004916-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZILDETE MOURA ARAUJOBUSNARDO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL.Processo n.º 0004916-52.2009.4.02.5050/01

Impetrante : ZILDETE MOURA ARAÚJO BUSNARDOImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por ZILDETE MOURA ARAÚJO BUSNARDO em face de ato tido por coator,praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em açãodeclaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razãoda complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 95/96, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestação

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jurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

202 - 0000202-15.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000202-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GILSON BICALHO ALONSO(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL.

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Processo n.º 0000202-15.2010.4.02.5050/01

Impetrante : GILSON BICALHO ALONSOImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por GILSON BICALHO ALONSO em face de ato tido por coator, praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratóriade inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão dacomplexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 79/80, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

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É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

203 - 0007606-88.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007606-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA CELESTE LIMA DEBARROS FARIA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).Processo n.º 0007606-88.2008.4.02.5050/01

Impetrante : MARIA CELESTE LIMA DE BARROS FARIAImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

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Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIA CELESTE LIMA DE BARROS FARIA em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 78/79, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

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E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

204 - 0000831-23.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000831-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALCEMIR VIEIRATRANCOSO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo n.º 0000831-23.2009.4.02.5050/01

Impetrante : ALCEMIR VIEIRA TRANCOSOImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por ALCEMIR VIEIRA TRANCOSO em face de ato tido por coator, praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratóriade inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão dacomplexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Page 226: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

Liminar concedida às fls. 117/118, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Informações prestadas às fls. 123/126.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTE

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CONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

205 - 0000862-43.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000862-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIA PRESCILIANAGUEDES DE SOUZA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federalx UNIÃO FEDERAL.Processo n.º 0000862-43.2009.4.02.5050/01

Impetrante : ANTÔNIA PRESCILIANA GUEDES DE SOUZAImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por ANTÔNIA PRESCILIANA GUEDES DE SOUZA em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 97/98, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documento

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inequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,

Page 229: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

206 - 0002066-25.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002066-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CLEUZA BERNABE(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL.Processo n.º 0002066-25.2009.4.02.5050/01

Impetrante : CLEUZA BERNABEImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por CLEUZA BERNABE em face de ato tido por coator, praticado peloJUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratória deinexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão da complexidadeda causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foi editado oEnunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgar feitosrelativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-se noprovimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 195/196, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

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Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

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6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

207 - 0002724-49.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002724-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DO CARMOLUBIANA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL.Processo n.º 0002724-49.2009.4.02.5050/01

Impetrante : MARIA DO CARMO LUBIANAImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIA DO CARMO LUBIANA em face de ato tido por coator, praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratóriade inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão dacomplexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 106/107, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,

Page 232: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Page 233: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · adriana alves da costa-51 ... glauber arrivabene alves-68 gustavo cabral vieira-105, 29, ... tais maria zanoni-187, 49 taÍs

Bruno DutraJuiz Federal Relator

208 - 0001133-52.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001133-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ILLELIS QUEIROZHONORATO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo n.º 0001133-52.2009.4.02.5050/01

Impetrante : ILLELIS QUEIROZ HONORATOImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por ILLELIS QUEIROZ HONORATO em face de ato tido por coator,praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em açãodeclaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razãoda complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 76/77, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Informações prestadas às fls. 82/88.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a

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interposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

209 - 0002572-98.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002572-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LAUDELINO RODRIGUESDOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL.Processo n.º 0002572-98.2009.4.02.5050/01

Impetrante : LAUDELINO RODRIGUES DOS SANTOS

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Impetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por LAUDELINO RODRIGUES DOS SANTOS em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 143/142, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

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E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

210 - 0002568-61.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002568-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HELIO ANTONIO DEAZEVEDO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL.Processo n.º 0002568-61.2009.4.02.5050/01

Impetrante : HÉLIO ANTÔNIO DE AZEVEDOImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por HÉLIO ANTÔNIO DE AZEVEDO em face de ato tido por coator,praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação

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declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razãoda complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 104/105, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

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E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

211 - 0003374-96.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003374-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CÉLIO NUNES DE MATOS(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL.Processo n.º 0003374-96.2009.4.02.5050/01

Impetrante : CÉLIO NUNES DE MATOSImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por CÉLIO NUNES DE MATOS em face de ato tido por coator, praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratóriade inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão dacomplexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 213/214, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

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Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária com

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repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

212 - 0006309-12.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006309-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HELIO MACHADOMEIRELES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).Processo n.º 0006309-12.2009.4.02.5050/01

Impetrante : HÉLIO MACHADO MEIRELESImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por HÉLIO MACHADO MEIRELES em face de ato tido por coator, praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, em ação declaratóriade inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito em razão dacomplexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, foieditado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais para processar e julgarfeitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar. Ademais, salientou-seno provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentença terminativa. O impetranterequer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza, processando-as e julgando-as e, afinal, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 76/77, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Informações prestadas às fls. 82/85.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial

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transitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado deSegurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da

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doutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

213 - 0004179-49.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004179-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROBSON GERALDO DOSSANTOS CHIESA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).Processo n.º 0004179-49.2009.4.02.5050/01

Impetrante : ROBSON GERALDO DOS SANTOS CHIESAImpetrado : JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

V O T O

Trata-se de mandado de segurança impetrado por ROBSON GERALDO DOS SANTOS CHIESA em face de ato tido porcoator, praticado pelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL nos autos do processo originário, que, emação declaratória de inexigibilidade tributária c/c repetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito emrazão da complexidade da causa. Asseverou o magistrado que, em sessão conjunta das Turmas Recursais do Rio deJaneiro, foi editado o Enunciado nº 77 declarando a incompetência absoluta dos Juizados Especiais Federais paraprocessar e julgar feitos relativos à incidência sobre imposto de renda sobre proventos de previdência complementar.Ademais, salientou-se no provimento atacado a impossibilidade de interposição de recurso, por se tratar de sentençaterminativa. O impetrante requer, liminarmente, seja determinado à autoridade que receba ações dessa natureza,processando-as e julgando-as e, a final, em confirmação à liminar, seja concedida a segurança.

Liminar concedida às fls. 60/61, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Informações prestadas às fls. 66/71.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. Porém, in casu, a situação é sui generis. O impetrante foi impedido de interpor recurso inominado,como restou claro no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo: “Outrossim, atente a parte autora para o fato deque sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.

Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009).

Assim, o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porque deixou transcorrer o prazo recursalin albis. Neste caso, a única ação que poderia ser admitida no âmbito dos Juizados Especiais seria o Mandado de

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Segurança, visto que não há previsão legal de recurso de “agravo”.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos Juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito, nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.

Do exposto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinarque a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA TERMINATIVA – POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO – ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14/04/2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22/04/2009 – SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA – LIMINAR CONFIRMADA.

1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado pela parte autora do processo originário, contra ato jurisdicional praticadopelo JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que, em ação declaratória de inexigibilidade tributária comrepetição de indébito, julgou extinto o feito sem apreciação de mérito por entender que a causa é complexa, envolve períciacontábil e os Juizados Especiais Federais não são competentes para apreciar o feito, baseando-se, para tanto, noEnunciado 77 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Ademais, o Juízo monocrático alertou que da decisão emanadanão caberia recurso, por se tratar de sentença terminativa

2. Liminar concedida determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado,encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.3. A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados EspeciaisFederais. O art. 5º da Lei nº 10.259/01 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas deurgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte dadoutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.4. A impossibilidade de interposição de recurso de sentença terminativa, no âmbito dos Juizados, merece revisão em faceda própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”. Analisando a expressão, entendo que olegislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido dedecisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado emsentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.5. Concessão parcial da segurança. Liminar confirmada.

6. Sem condenação em honorários.

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A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Acolher os embargosTotal 3 : Anular a sentença e julgar prejudicado o recursoTotal 1 : Dar parcial provimentoTotal 31 : Dar provimentoTotal 27 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Dar provimento ao rec. do réu e negar o do autorTotal 1 : Extinguir o processo sem resolução de méritoTotal 2 : Não conhecer os embargos de declaraçãoTotal 2 : Negar provimentoTotal 129 : Rejeitar os embargosTotal 16 :