Índice de pesquisa da 1ª turma recursal relaÇÃo … · 2011-04-28 · aposentadoria por...

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-28, 31, 82 ADEALDE ALVES DE ASSIS-84 ADENILSON VIANA NERY-117, 118, 119, 120, 122, 38, 48, 66, 69, 81 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-65, 76 ADRIANA ZANDONADE-115 ALAN ROVETTA DA SILVA-65, 76, 78 Aleksandro Honrado Vieira-45 ALENCAR FERRUGINI MACEDO-22 ALEXANDRE MELO BRASIL-100 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-34, 51, 52, 54 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-106, 2, 25, 99 ANA MERCEDES MILANEZ-126, 75 ANA PAULA CESAR-1 ANA PAULA SANTOS-121 ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-80 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-118, 119, 38, 40, 66 ANDRÉ DIAS IRIGON-3, 58, 9 ANDRE MIRANDA VICOSA-9 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-71, 92 ANDREA M. SANTOS SANTANA-101 ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA-108 ARILSON CARDOSO CAETANO-38 ARMANDO VEIGA-11, 46 AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA-58 BETY VOLPINI MACHADO-3 BRUNO MIRANDA COSTA-110, 21, 53, 56 BRUNO SANTOS ARRIGONI-17, 59 CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-121 CARLOS EDUARDO DA CUNHA RODRIGUES-114 CINTIA MARA RODRIGUES HENRIQUES-101 CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-127 CLAUDIA IVONE KURTH-49 CLEBSON DA SILVEIRA-111, 113 CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO-58, 64 Dalton Santos Morais-71 DANIELE PELA BACHETI-35 DANILO THEML CARAM-6 DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA-25 DULCE LEA DA SILVA RODRIGUES-79 EDGARD VALLE DE SOUZA-12, 32, 96 EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-45 EDUARDO ANDRADE BARCELOS-24 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-25, 4 EDUARDO VAGO DE OLIVEIRA-5 ELIZA CIBIEN GUAITOLINI-22 EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO-87 EMILENE ROVETTA DA SILVA-65, 76 ERANDI BARBOSA DE CASTRO-101 ERIKA SEIBEL PINTO-86 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-12, 121, 13, 28, 31, 36, 69, 80 ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI-23 EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-101, 23 EVERALDO BARRETO LEMOS-21

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-28, 31, 82ADEALDE ALVES DE ASSIS-84ADENILSON VIANA NERY-117, 118, 119, 120, 122, 38, 48, 66, 69, 81ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-65, 76ADRIANA ZANDONADE-115ALAN ROVETTA DA SILVA-65, 76, 78Aleksandro Honrado Vieira-45ALENCAR FERRUGINI MACEDO-22ALEXANDRE MELO BRASIL-100ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-34, 51, 52, 54ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-106, 2, 25, 99ANA MERCEDES MILANEZ-126, 75ANA PAULA CESAR-1ANA PAULA SANTOS-121ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-80ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-118, 119, 38, 40, 66ANDRÉ DIAS IRIGON-3, 58, 9ANDRE MIRANDA VICOSA-9ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-71, 92ANDREA M. SANTOS SANTANA-101ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA-108ARILSON CARDOSO CAETANO-38ARMANDO VEIGA-11, 46AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA-58BETY VOLPINI MACHADO-3BRUNO MIRANDA COSTA-110, 21, 53, 56BRUNO SANTOS ARRIGONI-17, 59CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-121CARLOS EDUARDO DA CUNHA RODRIGUES-114CINTIA MARA RODRIGUES HENRIQUES-101CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-127CLAUDIA IVONE KURTH-49CLEBSON DA SILVEIRA-111, 113CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO-58, 64Dalton Santos Morais-71DANIELE PELA BACHETI-35DANILO THEML CARAM-6DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA-25DULCE LEA DA SILVA RODRIGUES-79EDGARD VALLE DE SOUZA-12, 32, 96EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-45EDUARDO ANDRADE BARCELOS-24EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-25, 4EDUARDO VAGO DE OLIVEIRA-5ELIZA CIBIEN GUAITOLINI-22EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO-87EMILENE ROVETTA DA SILVA-65, 76ERANDI BARBOSA DE CASTRO-101ERIKA SEIBEL PINTO-86ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-12, 121, 13, 28, 31, 36, 69, 80ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI-23EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-101, 23EVERALDO BARRETO LEMOS-21

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FELIPE TAPIAS DE SALES-109FERNANDA SCANDINO LOPS-35FERNANDO CARLOS FERNANDES-95FLAVIO TELES FILOGONIO-85FRANCISCO MALTA FILHO-24FREDERICO AUGUSTO MACHADO-94FREDERICO LYRA CHAGAS-105GERALDO BENICIO-18GILDO SANTANA LIMA-77GUSTAVO CABRAL VIEIRA-114, 127, 7GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-100GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-102, 103HELEN FREITAS DE SOUZA JUDICE-23HELTON TEIXEIRA RAMOS-104, 85HENRIQUE SOARES MACEDO-17, 59, 62, 67INGRID SILVA DE MONTEIRO-8ISAAC PAVEZI PUTON-7Isabela Boechat B. B. de Oliveira-17IZAEL DE MELLO REZENDE-126, 75IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-10JAIMILTON CHAVES DE SOUSA LUCAS-40JAMILSON SERRANO PORFIRIO-123, 60, 68JARDEL CIPRIANO RAMOS-44JOANA D'ARC BASTOS LEITE-89JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-18, 35, 55, 59JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO-86JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-103, 47JOSE GERALDO NUNES FILHO-113JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-26, 29, 30KARIME SILVA SIVIERO-83Karina Rocha Mitleg Bayerl-50KELLY CRISTINA ANDRADE DO ROSARIO-72LAECIO CARLOS GUIMARAES-20Laerte de Campos Hosken-73LEONARDO PIZZOL VINHA-101, 97LEVINA MARIA BARROS LIBORIO-20LIDIANE DA PENHA SEGAL-53, 56, 57LILIAN MAGESKI ALMEIDA-113LORENA MARCULANO-80LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-46LUCIANA FURTADO DE MORAES-4LUCIANO ANTONIO FIOROT-107, 55LUCIANO CEOTTO-114LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS-90, 91LUCIANO SOUZA CORTEZ-125Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-93LUIZ CARLOS BARRETO-112LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-107, 22MANOEL FERNANDES ALVES-37MARCELA REIS SILVA-11, 61, 64, 90, 91MARCELO LUCIO GRILLO-58MARCELO MATEDI ALVES-101, 97MARCIA RIBEIRO PAIVA-15, 34, 75, 82MARCIO GARCIA DOS SANTOS-2Marcos Figueredo Marçal-54, 83, 94MARCOS JOSÉ MILAGRE-74

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MARGARET BICALHO MACHADO-1MARIA CLAUDIA BARROS PEREIRA-20MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-125, 45MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-102, 115, 116, 6MARIA DE LOURDES COIMBRA DE MACEDO-43MARIA JOSE OLIVEIRA LIMA ROQUE-8MARIA REGINA COUTO ULIANA-13, 14, 98MARIALZIRA DE ARAUJO COUTINHO-124MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-126, 75MÁRIO CESAR GOMES-36MATHEUS GUERINE RIEGERT-84MAURÍCIO LUIS PEREIRA PINTO-99NEUZA SCHULTHAIS ANDRADE-105OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-65, 78, 79OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO-109Paulo Henrique Vaz Fidalgo-5PAULO ROBERTO MENDONCA FRANCA-105PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN-18PRISCILLA FERREIRA DA COSTA-35RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-1, 10, 19, 41, 63RENATA STAUFFER DUARTE-105RODOLPHO ZORZANELLI-22RODRIGO BARBOSA DE BARROS-116RODRIGO COSTA BUARQUE-47, 51, 62, 89RODRIGO MIGUEL VERVLOET-105RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-117, 120, 122, 27, 32, 37, 43, 48, 77, 81, 96, 98ROGERIO SIMOES ALVES-85RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-83ROSANA ZANCANELA DE ARAUJO-40ROSEMARY MACHADO DE PAULA-110, 111ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-124, 126, 49, 67, 87Ruberlan Rodrigues Sabino-61SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-126, 75SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-39SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-16SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-104SILVIA HELENA GARCIA MENDONCA-27SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-50, 52, 57, 72, 92SIMONE PAGOTTO RIGO-108SIRO DA COSTA-41, 63, 70, 93SUELI DE PAULA FRANCA-105TATIANA MARQUES FRANÇA-83TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-97THYAGO BRITO DE MELLO-83UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-123, 14, 26, 29, 30, 42, 44, 60, 68, 74, 88URBANO LEAL PEREIRA-19, 73Valdoreti Fernandes Mattos-82Valquiria Araujo Goulart-33VALTER JOSÉ COVRE-49VANDA B. PINHEIRO BUENO-33VANESSA MARIA BARROS GURGEL ZANONI-88VANUZA CABRAL-39VERA LUCIA FAVARES BORBA-83Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-16, 33, 70, 73, 76VINÍCIUS RIETH DE MORAES-24WELITON ROGER ALTOE-95

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WILLIAN ESPINDULA-15

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000071 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

11/04/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0002087-95.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002087-1/01) ZACARIAS ANTONIO VIEIRA (ADVOGADO: MARGARETBICALHO MACHADO, ANA PAULA CESAR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL DESFAVORÁVEL. DIVERGÊNCIA ENTRELAUDO PERICIAL E ATESTADOS MÉDICOS. IMPERTINÊNCIA DE PROVA TESTEMUNHAL.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício de aposentadoria por invalidez. Oautor interpôs recurso alegando que a documentação constante dos autos comprova patologias ortopédica e psiquiátrica eque deveria ter sido designada audiência para melhor poder comprovar o estado de incapacidade laboral.O perito do juízo diagnosticou transtorno dissociativo misto, mas concluiu que a doença não causa incapacidade laborativa.Sobre os problemas ortopédicos, afirmou que não foi constatada hipertonia muscular ou limitação dos movimentos, e o sinalde Laségue foi negativo (fl. 74).A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A incapacidade para o trabalho constitui fato que depende de conhecimento técnico em medicina, só podendo ser provadapor exame pericial. A prova testemunhal é impertinente, conforme art. 400, II, do CPC. Por isso, a ausência de audiência deinstrução e julgamento não implicou cerceamento de defesa.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, emborasucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

2 - 0005177-17.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005177-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x ORLY RODRIGUES MARQUES (ADVOGADO: MARCIO GARCIA DOS SANTOS.).RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: ORLY RODRIGUES MARQUESRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

FAZENDA PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. MULTA DIÁRIA.CABIMENTO.O juiz do 2º JEF antecipou a tutela, determinando que a União cessasse imediatamente os descontos efetuados pela fontepagadora na pensão da recorrida. Cominou multa diária arbitrada em R$ 500,00 para a hipótese de descumprimento da

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ordem judicial. A União interpôs recurso questionando a aplicabilidade de multa contra a fazenda pública.As prerrogativas ou privilégios da Fazenda Pública dependem de expressa previsão legal. Não existe lei que isente aFazenda Pública de multa diária. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que é permitida aaplicação de multa diária contra a Fazenda Pública quando fica caracterizado o atraso do cumprimento de obrigação deFazer, nos termos dos artigos 461 e 461-A do Código de Processo Civil (RESP 993.090, RESP 1.090.423, AGA 999.812,AgRg no REsp 1.064.704, AgRg no REsp 963.416, AgRg no REsp 903.113, AgRg no REsp 855.787).Em 16/10/2009, a União aditou o recurso alegando que os descontos efetuados na pensão da recorrida são legítimos. Oaditamento do recurso é inadmissível, porque protocolado em 16/10/2009, quando o prazo para recorrer já estava esgotado.Ocorreu preclusão temporal.A aplicação da multa poderá ser reexaminada em eventual recurso contra a futura sentença.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

3 - 0001574-64.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001574-3/01) ADRIANA MANSUR BARBOZA DIAS (ADVOGADO: BETYVOLPINI MACHADO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PROVA PERICIAL INCOMPLETA.CERCEAMENTO DE DEFESA.Na petição inicial, a autora relatou incapacidade para o trabalho em decorrência de problemas ortopédicos e psiquiátricos.O laudo pericial examinou a aptidão laboral apenas sob o ponto de vista ortopédico. A autora requereu segunda perícia commédico especialista em psiquiatria. A sentença não se manifestou sobre o requerimento e julgou improcedente o pedidoapenas com base no laudo do perito ortopedista. A autora interpôs recurso pedindo a reforma da sentença ou a realizaçãode segunda perícia com médico psiquiatra.A falta de avaliação pericial da aptidão laboral sob o ponto de vista psiquiátrico importou cerceamento de defesa. Deve serreaberta a instrução processual para complementar a prova pericial.Recurso provido para anular a sentença.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

92001 - RECURSO/SENTENÇA PENAL

4 - 0003592-14.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.003592-3/01) WILLIAM DOS SANTOS (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉTEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x MINISTERIO PUBLICO FEDERAL (PROCDOR: LUCIANA FURTADO DE MORAES.).PROCESSO Nº 2008.50.01.003592-3/01RECORRENTE: WILLIAM DOS SANTOSRECORRIDO(S): MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL – MPFRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

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PENAL. ATIVIDADE CLANDESTINA DE TELECOMUNIÇÃO. RÁDIO COMUNITÁRIA SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL PARAFUNCIONAMENTO. ART. 70 DA LEI 4.117/62. EMISSORA DE BAIXA POTÊNCIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.APLICABILIDADE. SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo réu, nos termos do voto-vista e da ementa –partes integrantes deste julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

5 - 0000107-07.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000107-6/01) NORMA COSTA DALMASIO (ADVOGADO: EDUARDOVAGO DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. TAMANHO DAPROPRIEDADE. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA 30 DA TNU. IMÓVEL SUPERIOR A QUATRO MÓDULOS FISCAIS.INAPLICABILIDADE RETROATIVA DA LEI 11.718/2008. INICIO DE PROVA MATERIAL. RECURSO PROVIDO.SENTENÇA REFORMADA. TUTELA ANTECIPADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

VOTO

A sentença reconheceu a existência de início de prova material da atividade rural, mas não considerou comprovado o

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regime de economia familiar. Como a área total do imóvel rural correspondia a 4,16 módulos fiscais, a sentença considerou,com base no art. 11, VII, da Lei nº 8.213/91, que o proprietário rural não pode ser qualificado como segurado especial.

O tamanho da propriedade rural explorada não serve, por si só, para motivar a descaracterização da qualificação dosegurado especial. Assim dispõe a Súmula nº 30 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais: “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta,por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploraçãoem regime de economia familiar”.

O que importa é, independentemente do tamanho do terreno, se o produtor rural consegue explorá-lo sem contratarempregados. Quando o terreno é grande, é lícito suspeitar do concurso de mão-de-obra de terceiros. Entretanto, a provatestemunhal afastou essa suspeita. A primeira testemunha declarou que na propriedade só trabalha a recorrente e a família.A segunda testemunha declarou que trabalham na propriedade a recorrente, o marido e os filhos, e que a família nãoprecisa da ajuda de terceiros para manter a propriedade.

A Lei nº 11.718/2008, ao inserir o inciso VII no § 1º do art. 11 da Lei nº 8.213/91, dispôs que se qualifica como seguradoespecial o produtor rural que explore atividade agropecuária em área de até quatro módulos fiscais. Ocorre que, quando arecorrente completou os requisitos para se aposentar e formulou o requerimento administrativo, a referida lei ainda nãoestava em vigor. E essa lei não pode retroagir para alcançar fatos pretéritos. Não havendo específica regulação legal,prevalece, assim, o entendimento de que o tamanho da propriedade rural explorada não serve, por si só, para motivar adescaracterização da qualificação do segurado especial. A contratação de mão-de-obra de empregados não pode serpresumida apenas com base no tamanho da propriedade.

A sentença considerou que a recorrente demonstrou desconhecimento do trabalho na roça, pois não soube informar nodepoimento pessoal o tamanho do imóvel rural explorado. Ocorre que esse fato isoladamente considerado não constituifonte de prova bastante para negar o exercício de atividade rural.

A sentença também considerou que a recorrente confessou apenas cuidar de uma chácara, capinando e cuidando deplantas e galinhas, e que quem trabalha na lavoura são os filhos. Eis o resumo do depoimento pessoal:

Que é trabalhadora rural nas terras que pertencem a ela e ao marido, mas quem toma conta são os filhos; que trabalhaapenas em dois hectares; que reside nesse terreno há 37 anos, desde quando se casou, nessa época só trabalhavam ela eo esposo, pois os filhos eram crianças; que tem três filhos, o mais velho com 36 anos; que eles plantavam milho, café(cerca de 20 mil pés), feijão; que atualmente ela trabalha apenas na chácara (capina e faz outros serviços) porque o seuesposo está doente e por isso ela tem que ficar mais próximo para cuidar dele; que os filhos são casados, mas tomamconta da terra; que a terra está no nome do esposo da autora, pois não foi dividida entre eles; que o casal nunca trabalhouna cidade; que a autora toma conta apenas dos dois hectares há dez anos; que nesses dois hectares tem plantação decoco, de laranja, mexerica, aipim, café; que ela comercializa esses produtos na própria chácara onde reside; que adquiriu apropriedade por herança da sogra; que o esposo ainda não é aposentado; que os filhos não dividem a renda das terras queeles tomam conta, só ajudam os pais no sustento diário com algumas doações.

A recorrente admitiu que nos últimos dez anos trabalhou apenas na chácara de dois alqueires. Antes, cuidava junto com omarido de extensão maior da propriedade rural, que acabou sendo passada aos cuidados dos filhos. Entretanto, mesmonessa porção menor da propriedade rural, alegou que continuou exercendo atividade rural e que a produção era destinada àcomercialização. Logo, não há confissão de cessação da atividade rural.

Afastadas as objeções acolhidas na sentença, admito estar provado exercício de atividade rural durante toda a vida.

Isto posto, dou provimento ao recurso para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder aposentadoria por idadecom efeitos financeiros retroativos à data de entrada do requerimento administrativo.

Aplicam-se, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de30/06/2009, para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica ejuros aplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

Antecipo os efeitos da tutela, determinando ao INSS que imediatamente implante o benefício NB 42/139.163.413-3 com DIBem 31/7/2006.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

6 - 0006290-40.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006290-6/01) CYRO GRIPP MATTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).Processo nº 2008.50.50.006290-6/01

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Recorrente : CYRO GRIPP MATTOSRecorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado contra sentença que julgou improcedente o pedido autoral. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Convocada a se manifestar sobre documentos juntados posteriormenteà interposição do recurso a requerimento deste Juízo, a União Federal, ora recorrida, alega que a apresentação destasprovas violou os comandos insertos no CPC e na Lei 9.099/95, requerendo o desentranhamento dos mesmos.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 63-68. Este conjunto probatóriofoi solicitado por este Juízo em despacho de fls. 59, em virtude da impossibilidade do julgamento da matéria discutida nosautos sem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem comoorientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciaçãodas referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 63-64) e aposentadoria em 19/10/2004 (fl. 63).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora passou a receber a complementação de aposentadoria em 19/10/2004 (fl. 63) e a presente ação foiajuizada em 23.10.2008 (fl. 1), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de rendasobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, a saber:(a) a ORTN de 1964 a fevereiro/86; (b) a OTN de março/86 a dezembro/88; (c) pelo IPC, nos períodos de janeiro efevereiro/1989 e março/1990 a fevereiro/1991; (d) o INPC de março a novembro/1991; (e) o IPCA (série especial) emdezembro/1991; (f) a UFIR de janeiro/1992 a dezembro/1995; (g) a Taxa SELIC a partir de janeiro/1996 (ERESP912.359/MG, 1ª Seção, DJ de 03.12.07). 11. O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item (1), recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).

12. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009), senão vejamos:

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“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”13. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.14. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR AUNIÃO FEDERAL à restituição/ compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nestaementa e instruções que se seguem.15. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa.16. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de a parte autora ter expressamente renunciado ao valor quesupere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).17. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.18. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal - 3º Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

7 - 0007333-12.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007333-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x SEBASTIAO FABIANO DE SOUZA (ADVOGADO: ISAAC PAVEZI PUTON.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. VÍNCULO DE EMPREGO URBANO.CASEIRO. EMPREGADO DOMÉSTICO. FALTA DE PROVA MATERIAL DE COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE RURALDURANTE O PERÍODO QUE EXERCEU A ATIVIDADE DE CASEIRO. ATIVIDADE RURAL. AUSÊNCIA DE CARÊNCIA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

VOTO

A CTPS registra vínculos de emprego urbanos sucessivos entre 1977 e 1987. Em depoimento pessoal, o recorrido admitiuque trabalhou na construção civil, em Minas Gerais, até 1987.

A sentença implicitamente computou tempo de atividade rural nos períodos em que o recorrido trabalhou como caseiro. ACTPS registrou contratação para essa atividade nos seguintes períodos: 2/7/2001 a 5/12/2002; 5/9/2002 a 9/7/2003.

O caseiro, assim entendido o trabalhador que toma conta de chácara sem empreender efetiva atividade rural, qualifica-secomo empregado doméstico. O empregado doméstico não se equipara a trabalhador rural. O art. 143 da Lei nº 8.213/91contempla o segurado especial (inciso VII do art. 11), o empregado rural (inciso I do art. 11) e o contribuinte individual (oinciso IV do art. 11 referia-se ao trabalhador autônomo e desde a Lei nº 9.876/99 foi consolidado no inciso V do art. 11, quese refere genericamente ao contribuinte individual, onde está incluído, na alínea g, o trabalhador eventual, o diarista). Oempregado doméstico não desfruta do tratamento normativo especial.

No depoimento pessoal, o recorrido afirmou que, no seu trabalho como caseiro, sempre exerceu as mesmas atividades queexercia na roça (plantio e colheita na lavoura e produção de leite). A prevalecer a afirmação do autor, ele não seria caseiro,mas empregador rural. É mesmo possível que a indicação do cargo anotada na CTPS não seja condizente com a realidade.Ocorre que o autor não se desincumbiu do ônus de provar que efetivamente exercia atividade rural durante os períodospara os quais foi contratado como caseiro. As duas testemunhas ouvidas em juízo apenas tinham conhecimento do trabalhoque o recorrido exerceu em Córrego Novo/MG, nada esclarecendo sobre o trabalho de caseiro em Guarapari.

O recorrido ainda afirmou ter exercido atividade rural nos seguintes interstícios:

4/9/1989 a 31/8/1999 na qualidade de parceiro rural em Córrego Novo/MG1º/10/1999 a 30/6/2001 na qualidade de comodatário em Guarapari/ES8/7/2005 a 18/1/2006 na qualidade de empregado rural com carteira assinadaA partir de 2/5/2006 na qualidade de empregador rural com carteira assinada, sem registro de rescisão contratual.

O depoimento das testemunhas, porém, somente pôde confirmar a atividade rural em Córrego Novo/MG. Depois que orecorrido se mudou daquele município para a zona de Guarapari, as testemunhas não mais presenciaram o trabalho dorecorrido.

1ª testemunha: que conhece o autor há cerca de 14 anos, de Córrego Novo/MG; que a propriedade de seu sogro faz divisacom as terras do Sr. Sebastião Correa, onde o autor trabalhou; que todo final de semana ia até a propriedade do sogro e viao autor capinando e trabalhando na roça vizinha; que o proprietário não morava nas terras, mas sim em Bom Jesus doGado, localidade próxima; que não sabe se o autor tinha a carteira assinada ou não; que há mais de cinco anos não vê oautor em Minas Gerais; que, segundo notícias que recebia por telefone, o autor estava trabalhando numa propriedade emGuarapari; que a função do autor sempre foi trabalhar na roça; que ele também morava nas terras onde laborava; que o

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autor tem uma filha, já casada.

2ª testemunha: que conhece o autor há uns vinte anos, de Córrego Novo/MG; que o autor trabalhava na propriedade do Sr.Sebastião Correa, na lavoura de milho, feijão, arroz; que o proprietário não morava nas terras, mas sim em Bom Jesus,cidade próxima; que o autor é casado e tem uma filha; que a propriedade em Córrego Novo era de cerca de 14 alqueires;que o autor não só vigiava a propriedade, mas também utilizava a terra; que somente o autor e a esposa trabalhavam nessalavoura; que a produção do autor era para sua subsistência; que não lembra quando o autor saiu de Minas Gerais; que, peloque sabe, o autor continuou trabalhando na roça quando veio para o Espírito Santo.

O requerimento administrativo de aposentadoria por idade foi formulado em 24/1/2008. O recorrido completou 60 anos deidade em 20/1/2008. Com base no art. 142 da Lei nº 8.213/91, o recorrido precisava comprovar 162 meses de atividaderural.

Considero provado o trabalho rural apenas nos seguintes períodos: 4/9/1989 a 31/8/1999 na qualidade de parceiro rural emCórrego Novo/MG; 8/7/2005 a 18/1/2006 na qualidade de empregado rural com carteira assinada; 2/5/2006 a 23/1/2008 naqualidade de empregador rural com carteira assinada. Esse tempo é inferior a 162 meses. Logo, o recorrido não tem direitoà aposentadoria por idade na data de entrada do requerimento administrativo, muito embora possa vir futuramente acompletar o tempo mínimo de atividade rural.

Isto posto, dou provimento ao recurso para reformar a sentença, julgando improcedente o pedido deduzido na petiçãoinicial.

É inexigível a restituição de benefício previdenciário ou assistencial recebido em razão de tutela antecipada posteriormenterevogada (Enunciado 52 da Turma Recursal do Espírito Santo).

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

8 - 0009345-04.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.009345-8/01) JADILSON REZENDE (ADVOGADO: INGRID SILVA DEMONTEIRO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARIA JOSE OLIVEIRA LIMA ROQUE.).Processo nº 2005.50.50.009345-8/01

Recorrente : JADILSON REZENDERecorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado contra sentença que julgou improcedente o pedido autoral. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Convocada a se manifestar sobre documentos juntados posteriormenteà interposição do recurso a requerimento deste Juízo, a União Federal, ora recorrida, alega que a apresentação destasprovas violou os comandos insertos no CPC e na Lei 9.099/95, requerendo o desentranhamento dos mesmos.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.

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Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 23/26) e aposentadoria em 01/10/1993 (fl. 63).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Considerando que a parte autora passou a receber a complementação de aposentadoria em 01/10/1993 (fl. 21), o termoinicial do prazo prescricional somente teve fluência em 01/01/1996, com prazo de 10 anos, conforme explicado nosparágrafos acima. Como a ação foi ajuizada em 08/06/2005, não ocorreu a prescrição.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, a saber:(a) a ORTN de 1964 a fevereiro/86; (b) a OTN de março/86 a dezembro/88; (c) pelo IPC, nos períodos de janeiro efevereiro/1989 e março/1990 a fevereiro/1991; (d) o INPC de março a novembro/1991; (e) o IPCA (série especial) emdezembro/1991; (f) a UFIR de janeiro/1992 a dezembro/1995; (g) a Taxa SELIC a partir de janeiro/1996 (ERESP912.359/MG, 1ª Seção, DJ de 03.12.07). 11. O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item (1), recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).12. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009), senão vejamos:“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”13. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.14. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR AUNIÃO FEDERAL à restituição/ compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nestaementa e instruções que se seguem.15. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa.16. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de a parte autora ter expressamente renunciado ao valor quesupere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).17. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo do

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imposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.18. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal - 3º Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

9 - 0000180-56.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.000180-6/01) BELMIRA ALVES DE ASSIS (ADVOGADO: ANDREMIRANDA VICOSA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.INÍCIO DE PROVA MATERIAL. DOCUMENTOS JUNTADOS APÓS A AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO JÁ CONSTAVAM DOPROCESSO ADMINISTRATIVO. PROVA TESTEMUNHAL COMPLEMENTA SATISFATORIAMENTE INÍCIO DE PROVAMATERIAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE URBANA DURANTE CURTOS PERÍODOS NÃO AFASTA A POSSIBILIDADE DECONTAGEM DO TEMPO DE ATIVIDADE RURAL DESCONTÍNUA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

10 - 0000872-55.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.000872-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x ADINER DE OLIVEIRA (ADVOGADO: IZAIAS CORREABARBOZA JUNIOR.) x JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM.A Turma Recursal, por unanimidade, indeferiu o pedido de liminar e determinou a notificação da autoridade impetrada paraprestar informações em 10 (dez) dias, a citação do litisconsorte passivo e, após, a intimação do Ministério Público Federais.Votaram os MM. Juízes Federais Rogerio Moreira Alves, Américo Bedê Freire Júnior e Alceu Maurício Junior.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

11 - 0003121-76.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.003121-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x PEDRO FERREIRA SOBRINHO (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.CONTEMPORANEIDADE. CERTIDÃO DE CASAMENTO. CONTRATOS COM FIRMA RECONHECIDA EM CARTÓRIO.A certidão de casamento que identifica a profissão de lavrador constitui início razoável de prova material da atividaderurícola, conforme enuncia a Súmula 6 da Turma Nacional de Uniformização.O recorrente alegou que os instrumentos particulares de contrato de parceria agrícola foram elaborados depois de

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transcorrido o período de vigência contratual. O primeiro instrumento particular de contrato de parceria agrícola não foicelebrado em 23/6/2005, mas em 24/10/2000 e tem firma reconhecida por tabelião em 26/10/2000 (fl. 23). O segundocontrato na foi celebrado em 23/6/2005, mas em 23/8/2002 e tem firma reconhecida em 13/3/2003 (fl. 26). Fica prejudicadaa alegação de extemporaneidade dos documentos.A prova material incompleta deve estar posicionada no intervalo de tempo de serviço rural que se pretende comprovar(prova contemporânea), mas não se exige que alcance todo o período de carência.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

12 - 0000863-56.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000863-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x CELESTINO DURAES DE OLIVEIRA (ADVOGADO: EDGARD VALLE DESOUZA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.ATIVIDADE RURAL DESCONTÍNUA. VÍNCULO DE EMPREGO URBANO REGISTRADO NO CNISDESCARACTERIZADO. MEMBRO DA FAMÍLIA COM FONTE DE RENDA URBANA.Na petição inicial, o recorrido havia alegado exercício de trabalho rural nos seguintes períodos: 30/9/1979 a 31/12/1983,5/8/1988 a 16/9/1993 e a partir de 03/2001. O somatório desses períodos descontínuos é suficiente para completar tempoequivalente à carência da aposentadoria.O CNIS atribui ao recorrido vínculo de emprego urbano no período de 16/8/1988 a 11/1998. O recorrido negou o vínculo. ACTPS não contém anotação dessa relação de emprego (fl. 166). Quando o recorrido requereu aposentadoria por tempo decontribuição, o INSS não computou o tempo de contribuição referente ao vínculo cadastrado no CNIS (fl. 167). O fato de orecorrido ter recolhido contribuições previdenciárias como segurado empresário a partir de 09/1993 serve de indício de queele não estava empregado naquela época. Mantém-se o reconhecimento de exercício de atividade rural no período de5/8/1988 a 16/9/1993.O recorrido possuiu um bar a partir de 09/1993. O recorrido, porém, não alegou exercício de atividade rural em períodoconcomitante com a exploração do bar. A partir de 03/2001, já havia encerrado as atividades no bar e adquirido um imóvelrural.A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, adescaracterização do trabalhador rural como segurado especial. A esposa do recorrido exerceu atividade urbana naprefeitura municipal no período de 01/03/1980 a 01/10/2001. Esse fato somente privaria o recorrido da qualidade desegurado especial caso a renda obtida pela esposa com a atividade urbana fosse suficiente para a subsistência da família,de modo a tornar dispensável a atividade agrícola. O INSS, entretanto, não comprovou o valor do salário da esposa.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

13 - 0000775-18.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000775-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x ALVANI MARIA DE JESUS DIAS (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTOULIANA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. TABELA GRADATIVA DE CARÊNCIA.NECESSIDADE DE PROVA TESTEMUNHAL PARA COMPLEMENTAR O INÍCIO DE PROVA MATERIAL. ANULAÇÃO DASENTENÇA.A recorrida completou 55 anos de idade em 1999. Requereu aposentadoria por idade em 2007. A sentença considerou,com base na tabela gradativa constante do art. 142 da Lei nº 8.213/91, a carência equivalente ao ano de 1999, ou seja, 108meses. Entretanto, a sentença computou exclusivamente o tempo de atividade rural homologado pelo INSS,correspondente ao período de 01/01/1998 a 08/02/2006. Como esse tempo reconhecido em sede administrativa erasuficiente para preencher a carência, a sentença julgou antecipadamente a lide, dispensando a colheita de prova

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testemunhal.A variável que conduz a aplicação do art. 142 da Lei nº 8.213/91 é o “ano de implemento das condições” para deferimentodo benefício, e não o ano em que é atingida a idade mínima para se aposentar. Quando o segurado atinge a idade mínimapara se aposentar, mas somente completa o tempo de serviço em momento posterior, a carência deve corresponder à doano em que foi completado esse último requisito. A carência não fica “congelada” com base no ano previsto para oimplemento da idade mínima. Como a sentença somente reconheceu tempo de serviço rural no período de 1998 a 2006,deveria levar em consideração a carência exigida em 2006, ou seja, 150 meses.O tempo de serviço rural homologado pelo INSS não atinge 150 meses. Logo, o reconhecimento do direito à aposentadorianão pode prescindir da comprovação do exercício de atividade rural antes de 1998. Há documentos que formam início deprova material, mas que não servem como prova direta do exercício da atividade naquele período. É necessária acomplementação do início de prova material com prova testemunhal.Recurso provido para anular a sentença, a fim de reabrir a instrução processual, com designação de audiência deconciliação, instrução e julgamento.Antecipação de tutela mantida, uma vez verossímil o direito da recorrida à aposentadoria por idade.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0000463-42.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000463-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ROSA BARBOSA DE SOUZA DUTRA (ADVOGADO: MARIA REGINACOUTO ULIANA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. MEROINDÍCIO.Em depoimento pessoal, a recorrida declarou que, na época em que morava em Santa Luzia do Norte, junto com osegundo o marido (casaram-se em 1986), lavava roupa e fazia limpeza em residências. O depoimento contradiz exercíciode atividade rural. Entretanto, a recorrida também declarou que, quando começou a trabalhar nas terras de Ovídio Brito,estava separada do marido. As testemunhas confirmaram conhecer a recorrida havia dezoito anos, sempre trabalhando nasterras de Ovídio. Como a audiência foi realizada em 2009, as testemunhas confirmaram que a recorrida trabalhava nasterras de Ovídio desde 1991. Logo, a atividade não-rural exercida na época em que convivia com o segundo marido sãoanteriores a 1991, ou seja, anteriores ao período de carência.A certidão do segundo casamento qualificou o marido como lavrador. Na época em que a recorrida começou a trabalharpara Ovídio, estava separada do marido, mas nem por isso a anterior certidão de casamento perde o valor de início deprova material. o documento, embora anterior à época em que a recorrida começou a exercer atividade rural dentro doperíodo de carência, serve de indício de que a recorrida estava radicada no meio rural. Esse documento foi complementadopor contrato de comodato rural lavrado em 2007. Os documentos, considerados em seu conjunto, forma indício de que arecorrida sempre manteve vínculo com a área rural.O início de prova material não passa de prova indiciária. Não precisa provar diretamente o efetivo exercício da atividaderural, mas apenas fatos secundários dos quais se possa inferi-la. Por isso, a prova documental frágil é suficiente paraformar início de prova material. Cabe à prova testemunhal complementar o início de prova material, demonstrando o efetivoexercício de atividade rural durante tempo equivalente à carência da aposentadoria.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0002591-75.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.002591-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ILMA LAURITA LEPAUS PAGUNG (ADVOGADO: WILLIAN ESPINDULA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. ATIVIDADE SECUNDÁRIA PARA COMPLEMENTAÇÃO DERENDA. ATIVIDADE RURAL NÃO DEIXOU DE SER PRINCIPAL FONTE DE RENDA.Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à

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própria subsistência (redação original do art. 11, § 1º, da Lei nº 8.213/91). O fato de o marido possuir uma pequenamercearia somente descaracterizaria o regime de economia familiar se ficasse comprovado que a fonte de renda comercialtornava a atividade rural dispensável para a garantia da subsistência da família.A primeira testemunha declarou que a mercearia não abria todos os dais. A segunda testemunha declarou que o bar sóabria à tarde. A terceira testemunha declarou que o comércio só abria de noite e que o marido da recorrida cuidava sozinhodo bar e também trabalhava na roça. Conjugando os depoimentos, infere-se que o bar ou mercearia abria somente aoentardecer, estendo suas atividades ao longo da noite, não impedindo, portanto, que o marido da recorrida exercesseatividade na maior parte do dia. Como o marido continuava paralelamente trabalhando na roça e como o bar não tinhafuncionamento permanente, presume-se que a renda auferida no comércio apenas complementava a renda resultante daatividade rural. A atividade rural não deixou de constituir a principal fonte de renda da família.Segundo extrato do CNIS, o marido da recorrida facultativamente recolheu contribuições previdenciárias entre 01/1985 e11/2006. Durante a maior parte do tempo, o salário-de-contribuição foi inferior ao salário mínimo. A partir da competência09/1996, passou a recolher sobre salário-de-contribuição compreendido entre um e dois salários mínimos. à medida que seaproximava a época de aposentar, foi aumentando progressivamente o valor dos salários-de-contribuição, de forma que, apartir de 06/2000, passou a recolher sobre valores superiores a três salários mínimos. Nessa época, porém, a merceariaexplorada pelo cônjuge já estava fechada, segundo depoimento das testemunhas, e a família vivia exclusivamente daatividade rural. Por isso, o recolhimento das contribuições não descaracteriza a atividade rural como fonte indispensávelpara a subsistência da família.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

16 - 0001449-96.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001449-0/01) MARIA ZEFERINA DE SOUZA (ADVOGADO: SERGIO DELIMA FREITAS JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de LacerdaAleodim Campos.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. INSUFICIÊNCIA DA PROVA DA EFETIVAATIVIDADE RURAL DURANTE TEMPO EQUIVALENTE À CARÊNCIA.A recorrente completou 55 anos de idade em 27/1/2008 e requereu aposentadoria em 24/7/2008. Alegou ter exercidoatividade rural no município de Nova Venécia até 11/1/1999, passando a trabalhar no município de Alegre a partir de12/1/1999. A prova testemunhal somente se manifestou sobre o tempo em que a recorrente no município de Alegre. Não foiproduzida prova testemunhal para complementar os documentos a fim de comprovar atividade rural antes de 11/1/1999. Osdocumentos formam mero indício de atividade rural, que precisava ser complementado por prova testemunhal.O trabalhador rural tem direito à aposentadoria por idade mesmo sem recolher contribuições, desde que comprove oexercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, emnúmero de meses idênticos à carência do referido benefício. Para quem completou os requisitos da aposentadoria em2008, a carência correspondia a 162 meses, conforme tabela gradativa constante do art. 142 da Lei nº 8.213/91. A provatestemunhal, porém, somente poderia confirmar atividade rural entre 12/1/1999 e 23/7/2008, período insuficiente para atingirtempo equivalente à carência.Mesmo em relação ao período em que a recorrente viveu em Alegre, a prova testemunhal não esclareceu se ela exerciaefetiva atividade rural ou se apenas cultivava horta na área ao redor da residência. Das três testemunhas, duas deram aentender que a recorrente apenas cultivava horta. O fato de o pomar cultivado estender-se por área equivalente a vintevezes o tamanho da sala de audiências – exemplo comparativo citado por uma das testemunhas – não é suficiente paradescaracterizar com segurança a área cultivada como mera horta residencial.Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

17 - 0006861-11.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006861-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x MATHILDE GONÇALVES BASTOS COUTINHO (ADVOGADO: BRUNO

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SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. INÍCIO DE PROVA MATERIALCONTEMPORÂNEO. VEDAÇÃO DE PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL.A comprovação do exercício de atividade rural depende de início de prova material, sendo expressamente proibida por lei aprova exclusivamente testemunhal (art. 55, § 3º, Lei nº 8.213/91).“Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos aprovar” (Súmula nº 34 da Turma Nacional de Uniformização).A recorrida foi beneficiada por desapropriação para fins de reforma agrária, celebrando contrato de assentamento rural em26/7/2001. Esse é o mais antigo documento apto a formar a início de prova material. Todos os demais documentos sãoposteriores ao assentamento rural.A filiação ao sindicato de trabalhadores rurais somente ocorreu em 2002. A ficha de inscrição de produtor rural foipreenchida em 2007. o prontuário médico com qualificação de lavrador foi aberto em 2003. A certidão da justiça eleitoralqualificou a recorrida como lavradora, mas atestou domicílio somente a partir de 2004.A declaração do sindicato de trabalhadores rurais atestou trabalho rural desde 1990. Entretanto, trata-se de documento semvalor de início de prova material, porque não está homologado pelo INSS, conforme exige o art. 106, III, da Lei nº 8.213/91.Ambas as turmas que compõem a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça têm decidido que “a declaração doSindicato dos Trabalhadores Rurais sem homologação do Ministério Público ou do INSS e expedida em data posterior àedição da Lei 9.063/95 não configura início de prova material apto ao reconhecimento do tempo de serviço rural” (AgRg noREsp 739.339-CE – Relator Min. Arnaldo Lima - Quinta Turma - DJ 14.11.2005 p. 397). No mesmo sentido, REsp667.584-CE e AgRg no REsp 882.514-SP, 270.391-SP, 644.837-CE e 729.247-CE e muitos outros precedentes.O termo de declaração de proprietário rural equipara-se à prova testemunhal, com o agravante de o declarante não prestarcompromisso formal com a verdade perante autoridade administrativa ou judicial. Não se trata de prova documental.Não é possível estender retroativamente a eficácia probatória dos documentos com base no depoimento das testemunhas,porque o marido da recorrida exercia atividade urbana. Segundo extrato do CNIS, trabalhou com vínculo de emprego atémarço/1992. A certidão de casamento, referente à cerimônia ocorrida em 1969, qualificou o marido como motorista e arecorrida como dona de casa.O início de prova material somente permite reconhecer exercício de atividade rural a partir de julho/2001. A prova daatividade rural anterior a 2001 é exclusivamente testemunhal. Prejudicada a comprovação de tempo de atividade rural emnúmero de meses equivalente à carência da aposentadoria.Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do INSS a conceder aposentadoria por idade.Revogada antecipação de tutela sem efeitos retroativos. Enunciado 52 da Turma Recursal do Espírito Santo: "É inexigível arestituição de benefício previdenciário ou assistencial recebido em razão de tutela antecipada posteriormente revogada".Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

18 - 0004050-20.2004.4.02.5050/01 (2004.50.50.004050-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x MARILENE DA SILVA GONÇALVES EOUTROS (ADVOGADO: PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN, GERALDO BENICIO.).A Turma Recursal, por maioria, vencido o MM. Juiz Federal Rogerio Moreira Alves, negou provimento ao recurso,confirmando a sentença pelos seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei nº 9.099/95. Votaram os MM.Ju´zes Federais Rogerio Moreira Avles, Osair Victor de Oliveira Júnior e Américo Bedê Freire Júnior.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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19 - 0001571-12.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001571-8/01) JADIR DE FREITAS MACHADO (ADVOGADO: URBANOLEAL PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAESSENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SEGURADO ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.TAMANHO DA PROPRIEDADE RURAL.A sentença admitiu que há início de prova material de atividade rural e que a prova testemunhal confirmou as alegações darecorrente, mas, mesmo assim, julgou improcedente o pedido, porque, embora a recorrente retirasse o sustento do trabalhorural, a extensão das propriedades rurais descaracterizaria o regime de economia familiar.O formal de partilha decorrente da herança deixada pelo marido da recorrente listou seis propriedades agrícolas,respectivamente com 4,6; 5,8; 37,8; 21,1; 11,2 e 4,9 hectares. Considerando que o módulo fiscal da região corresponde a20 hectares (fl. 28), o somatório das áreas ultrapassa por pouco o limite de quatro módulos fiscais. Não se trata, portanto,de latifúndio, ainda que somadas todas as áreas.O tamanho da propriedade rural explorada não serve, por si só, para motivar a descaracterização da qualificação dosegurado especial. Assim dispõe a Súmula nº 30 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais: “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta,por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploraçãoem regime de economia familiar”.O que importa é, independentemente do tamanho do terreno, se o produtor rural consegue explorá-lo sem contratarempregados. Quando o terreno é grande, é lícito suspeitar do concurso de mão-de-obra de terceiros. Entretanto, a provatestemunhal afastou essa suspeita. Ademais, dos seis filhos da recorrente, quatro são agricultores ou casados comagricultores e residem no Córrego do Sossego, lugar em se situam os imóveis rurais. O numeroso contingente de membrosda família concorre para afastar a suspeita de concurso de mão-de-obra de empregados.Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador ruralcom efeitos retroativos à data de entrada do requerimento administrativo. Aplicam-se, até 30/06/2009, correção monetária ejuros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito de correção monetária e de jurosde mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº11.960/2009).Antecipados os efeitos da tutela. O risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias. O sustento do autor depende do imediato pagamento das prestações vincendas.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0006145-52.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006145-0/01) MARIA CARLOTA DE REZENDE COELHO (ADVOGADO:MARIA CLAUDIA BARROS PEREIRA, LEVINA MARIA BARROS LIBORIO.) x CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEMDO E.S. - COREN (ADVOGADO: LAECIO CARLOS GUIMARAES.) x OS MESMOS.E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NOTIFICAÇÃO DOEMPREGADOR PARA AFASTAR DA ATIVIDADE PROFISSIONAL FISCALIZADA. MAJORAÇÃO DO VALOR DAINDENIZAÇÃO.O Conselho Regional de Enfermagem, a seguir denominado primeiro recorrente, notificou o empregador da autora, a seguirdenominada segunda recorrente, para afastá-la imediatamente das suas atividades sob a alegação de exercício ilegal daprofissão. A iniciativa do primeiro recorrente foi motivada pela alegação de falta de recolhimento de anuidades para o órgãode fiscalização profissional. A sentença considerou que a segunda recorrente comprovou o pagamento das anuidades eque a imprudência do segundo recorrente em verificar a regularidade dos pagamentos efetuados caracterizava culpa leve.Assim, condenou o primeiro recorrente a pagar indenização por dano moral arbitrada em R$ 4.000,00. Ambas as partesinterpuseram recurso. O primeiro recorrente pediu a reforma total da sentença ou a redução do valor da indenização. Asegunda recorrente pediu a elevação do valor da indenização.A segunda recorrente alegou irregularidade formal do recurso do primeiro recorrente. Questão preliminar rejeitada, porque,apesar da exagerada prolixidade, as razões recursais podem ser objetivamente identificadas às fls. 175/178.

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A segunda recorrente comprovou o recolhimento das anuidades nos exercícios de 2001 a 2006, mas admitiu não terguardado o comprovante referente à anuidade do exercício de 2000. O ônus de comprovar o pagamento cabe ao devedor.A falta de comprovante de pagamento não isenta a segunda recorrente da cobrança da anuidade. Entretanto, a falta derecolhimento de uma única anuidade não caracteriza exercício ilegal da profissão. O exercício da atividade de enfermagemsó seria ilegal após o cancelamento da inscrição no órgão de fiscalização profissional. E o cancelamento por inadimplênciasó é legítimo após encerramento de processo administrativo que apures falta de pagamento de três ou mais anuidades,conforme prevê a Resolução COFEN nº 212/98 (fl. 133). A conduta do primeiro recorrente em instar o empregador (serviçopúblico municipal) a afastar a segunda recorrente do trabalho não tem respaldo legal e infringiu até os atos normativosinternos que regulam sua atuação.O primeiro recorrente negou que o ofício encaminhado para o empregador exigia diretamente o afastamento da segundarecorrente de suas funções. A alegação contraria a clara literalidade do documento de fl. 13.O primeiro recorrente alegou inobservância da necessidade de provar que a segunda recorrente respondeu ao processoadministrativo nº 770/2002. Trata-se de fato absolutamente irrelevante para o julgamento da causa. Está demonstrado queo referido processo administrativo foi motivado pela alegação de falta de pagamento de duas anuidades, respectivamentereferentes aos exercícios de 1995 e 2000 (fl. 24). Em 2002, a pretensão à anuidade referente a 1995 estava prescrita. Oprocesso administrativo insistiu apenas na exigência de pagamento da anuidade referente ao ano de 2000. Já ficoudemonstrado que a inadimplência de uma única anuidade não autoriza o cancelamento da inscrição no órgão defiscalização profissional.O primeiro recorrente impugnou a cópia dos comprovantes de pagamento das anuidades referentes aos exercícios de 2001a 2006, por falta de carimbo de autenticação de tabelião. Trata-se de questão nova, não alegada na contestação.A indenização por dano moral deve cumprir duas funções: compensação do abalo moral e efeito pedagógico contra oresponsável pelo dano. O parâmetro fixado pelo Código de Defesa do Consumidor em caso de cobrança indevida(restituição em dobro) não se aplica no arbitramento da indenização dano moral. Não há razão para estabelecerproporcionalidade entre o valor da anuidade cobrada e a indenização por dano moral.Em hipótese na qual um enfermeiro foi notificado pelo COREN para pagar uma anuidade que já estava quitada, esta TurmaRecursal arbitrou a indenização por dano moral em R$ 5.000,00 (Processo 2006.50.50.000524-0/01, sessão de 24/3/2011).O presente caso foi bem mais grave, pois não houve notificação dirigida ao profissional fiscalizado, mas a seu chefe. Anotificação exigia afastamento imediato da atividade profissional. Por conta dessa notificação, o Município de Vitóriainstaurou processo administrativo contra a segunda recorrente. O processo administrativo, aberto em 2006, somente seencerrou em 2008. O abalo da imagem da segunda recorrente no seu ambiente de serviço foi considerável. A indenização,arbitrada em R$ 4.000,00, deve ser majorada.Recurso do primeiro recorrente improvido. Recurso da segunda recorrente provido para elevar a indenização por danomoral para R$ 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais). Conforme Súmula 362 do STJ, “a correção monetária do valor daindenização do dano moral incide desde a data do arbitramento”.Condenação do primeiro recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso do COREN e DAR PROVIMENTO ao recurso da autora.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0001965-22.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001965-0/01) ANA PAULA MARÇAL DOS SANTOS (ADVOGADO:EVERALDO BARRETO LEMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CESSAÇÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. TRATAMENTO GROSSEIRO DESERVIDOR DO INSS. NECESSIDADE DE PROVA TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA.A recorrente era beneficiária de auxílio-doença acidentário desde 2003. O benefício foi mantido até 13/11/2007. Períciasmédicas administrativas realizadas em 20/12/2007 e em 8/1/2008 não constataram incapacidade para o trabalho. A períciaadministrativa realizada em 19/2/2008 tornou a reconhecer incapacidade para o trabalho com DII em 2003. A ação tem porfinalidade condenar o INSS a pagar indenização por dano moral. A sentença reputou desnecessária a produção de provatestemunhal e julgou improcedente o pedido por considerar que o parecer desfavorável da perícia médica do INSS não geradano moral.A causa de pedir, porém, não está alicerçada apenas na conclusão da perícia médica administrativa, mas também no fatode a recorrente ter sido tratada com grosseria e com palavras ofensivas pelos dois peritos médicos que opinaram pelainexistência de incapacidade para o trabalho. A apuração desse fato constitutivo do direito do autor depende de produçãode prova testemunhal. A recusa do juizado em ensejar audiência de instrução causou cerceamento de defesa.Recurso provido para anular a sentença.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 0003914-52.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.003914-6/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x GILMAR FERRAZ VIEIRA (ADVOGADO: ALENCAR FERRUGINI MACEDO, ELIZA CIBIENGUAITOLINI, RODOLPHO ZORZANELLI.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DEVOLUÇÃO DE CHEQUE. CONTA ENCERRADA. INSCRIÇÃO NO CADASTRO DEEMITENTES DE CHEQUES SEM FUNDOS. INSCRIÇÃO NA SERASA. RESTRIÇÃO DE CRÉDITO. DANO MORAL.É fato incontroverso que a conta-corrente do recorrido foi encerrada em setembro/2004. Em 24/1/2006, mais de um anoapós o encerramento da conta-corrente, foi efetuada inscrição de um cheque sacado contra a conta do recorrido noCadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (fl. 15). O recorrido reconheceu que o cheque foi preenchido por suaesposa, mas alegou que o título deveria ter sido recusado pelo banco por causa da rasura no preenchimento do ano deemissão.Está comprovado que a Caixa Econômica Federal promoveu a inscrição no Cadastro de Emitentes de Cheques semFundos – CCF. Quanto à inscrição na Serasa, não foi comprovada direta, mas indiretamente, com base em carta denotificação emitida pela Credicard recusando proposta de cartão de crédito justamente por causa da restrição de crédito naSerasa (fl. 14). De qualquer forma, as informações cadastradas no CCF costumam ser integradas ao banco de dados daSerasa, que centraliza informações de interesse dos bancos.É desnecessário discutir o cabimento da inversão do ônus da prova, porque os fatos necessários à demonstração daresponsabilidade civil da Caixa Econômica Federal ou estão comprovados ou são incontroversos.O extrato de fl. 64 revela inexistência de registro do nome do recorrido na Serasa e no CCF em 29/7/2009, mas nãocomprova a inexistência de registros em 2006, época em que o recorrido sofreu o concreto abalo de crédito.A inscrição do nome do emitente do cheque sem fundos no CCF é uma obrigação dos bancos. O art. 10 da ResoluçãoBACEN nº 1.682/90 dispõe que "nas devoluções pelos motivos 12 a 14, os bancos são responsáveis pela inclusão docorrentista no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF)". O motivo 12 refere-se a cheque sem fundosreapresentado. O motivo 13 refere-se a conta encerrada. O motivo 14 refere-se a prática espúria. Os demais motivos dedevolução não justificam o registro no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos.É nítida a rasura grosseira no preenchimento do ano de emissão do cheque inscrito no Cadastro de Emitentes de Chequessem Fundos (fl. 16). Na data de emissão, consta 10 de julho de 2005, mas o último algarismo está sobrescrito. A rasurapermite presumir que o cheque foi emitido em 10/07/2004 ou em 10/07/2003, quando a conta-corrente estava ativa. Aadulteração do ano de emissão pelo portador do cheque teve por finalidade contornar o prazo de prescrição. Diante darasura grosseira, cabia ao banco recusar validade ao cheque por defeito formal. O banco devolveu o cheque, mas adotoumotivação equivocada (motivo 12 ou motivo 13). Deveria, porém, ter verificado a irregularidade formal e devolvido o chequepelo motivo 35: cheque fraudado. A adulteração da data de preenchimento caracteriza fraude. A devolução com base nomotivo 35 não teria gerado inscrição no CCF. Houve falha no serviço bancário. Descartada a culpa exclusiva ou concorrenteda vítima, que não podia ter controle sobre a adulteração do cheque legitimamente posto em circulação.Está comprovado que a indevida inscrição no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo gerou constrangimento parao recorrido, pois o registro negativo serviu de motivo para a Credicard recusar proposta de cartão de crédito. O abalo decrédito configura dano moral, e não mero aborrecimento.Recurso improvido. Condenação da recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em vinte por cento do valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0003773-04.2004.4.02.5050/02 (2004.50.50.003773-6/02) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - UFES(PROCDOR: HELEN FREITAS DE SOUZA JUDICE.) x SONIA MARIA DA SILVA (ADVOGADO: EUSTACHIO DOMICIO L.RAMACCIOTTI, ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI.).

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E M E N T A

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ACIDENTE EM SERVIÇO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PROVENTOSINTEGRAIS.A UFES concedeu aposentadoria por invalidez a servidora pública com proventos proporcionais ao tempo de serviço. Asentença reconheceu que a invalidez decorreu de acidente em serviço e condenou a autarquia a pagar o benefício comproventos integrais.O laudo pericial diagnosticou doença degenerativa do ombro com ruptura do tendão do bíceps e do manguito rotador. Nãoconfirmou o nexo etiológico entre a lesão e o exercício da atividade profissional por falta de documentos contemporâneos,mas atestou que as lesões constatadas podem ser agravadas por atividade de esforço. A lacuna do laudo pericial pode sersuprida por outros meios de prova. Duas servidoras públicas, colegas de trabalho da recorrida, declararam no processoadministrativo que ela sempre se queixava de dor no ombro quando trabalhava carregando autoclaves devido ao esforçoque fazia (fl. 32). A conjugação desses dados permite inferir que o quadro clínico foi-se agravando em razão do trabalho,caracterizando moléstia profissional.O art. 186, § 3º, da Lei nº 8.112/90 prevê que a invalidez deve ser avaliada por junta médica oficial. Trata-se de comandoespecífico para a concessão do benefício em processo administrativo. A norma não assegura que o parecer da juntamédica oficial administrativa seja imune ao controle judicial. A parte interessada pode questionar o parecer administrativo,cuja conclusão é suscetível de reexame em juízo. Afastadas as alegações de transgressão aos princípios da legalidade eda separação dos poderes.A presunção de legitimidade do parecer administrativo que negou o nexo etiológico é relativa, cedendo diante de prova emsentido contrário, tal como ocorreu no presente caso concreto.Em mandado de segurança impetrado em 2001, a recorrida alegou que “em fevereiro de 1998 (...) foi submetida a novacirurgia na coluna cervical e bloqueio na coluna lombar. Tais problemas de saúde agravaram ainda mais a saúde daservidora, que por problema anterior já não mais possuía condições de desempenhar suas atividades laborais normais” (fl.116). Apegando-se à literalidade desse trecho da petição, a recorrente alegou que a recorrida teria reconhecido que ainvalidez decorreu do problema de coluna, e não de acidente em serviço. A declaração da recorrida não tem a extensãocogitada pela recorrente. A mesma petição de onde foi extraído o indigitado excerto havia, em trecho anterior, alegado quea invalidez estava associada a síndrome do impacto no ombro direito mais ruptura do tendão longo do bíceps, decorrentedo manuseio do aparelho de autoclave em serviço (fl. 115). E o laudo pericial judicial confirmou que a invalidez justificou-secom base no diagnóstico de lesão no ombro, e não por causa de lesão na coluna vertebral.Recurso improvido. Condenação da recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

24 - 0001909-57.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.001909-3/01) EL SHADDAI LIVRARIA E PAPELARIAEVANGÉLICA LTDA- ME (ADVOGADO: EDUARDO ANDRADE BARCELOS.) x EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS -ECT (ADVOGADO: VINÍCIUS RIETH DE MORAES, FRANCISCO MALTA FILHO.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. CORREIOS. DANO MATERIAL E MORAL. ATRASO NA ENTREGA POSTAL DEENCOMENDA A CLIENTE. INSUFICIÊNCIA DA PROVA. AUSÊNCIA DE PEDIDO DE ANULAÇÃO DA SENTENÇA.O autor, ora recorrente, alegou ter enviado mercadoria para um cliente pela via postal em 23/3/2006. Como a encomendanão chegava ao destino, o autor reenviou a mesma encomenda pelo serviço postal. As duas encomendas teriam chegadoao destino ao mesmo tempo, em 19/4/2006. O atraso na entrega da encomenda teria abalado a imagem do autor perante ocliente, bem como causado dispêndio de tempo e stress para o autor. A sentença negou a indenização por dano moral e oressarcimento de dano material porque não ficou comprovado o conteúdo das duas encomendas postadas e porque oatraso na entrega das encomendas caracterizou mero aborrecimento.Uma nota fiscal emitida em 22/3/2006 emitida pelo recorrente relaciona vários livros. Outra fiscal emitida em 12/4/2006praticamente repete a mesma descrição de livros constante da primeira nota fiscal. Os dois comprovantes de postagememitidos nos dias seguintes a cada uma das notas fiscais não comprova que os referidos livros estavam contidos naencomenda postada. Não foi feita declaração de valor e conteúdo no ato da postagem contratação do serviço postal. Aprova documental não foi suficiente para demonstrar o conteúdo das embalagens postadas. Não há certeza de que asegunda encomenda foi realmente motivada pelo atraso na entrega da primeira encomenda.Também não ficou demonstrado abalo à imagem do recorrente perante o cliente. Quanto à alegação de dispêndio de tempoe stress, não se trata de dano moral, mas mero aborrecimento.O recorrente alegou que a prova da não-entrega e do conteúdo da primeira encomenda seria realizada por testemunhas,mediante depoimento do destinatário da mercadoria. Entretanto, o recorrente não pediu a anulação da sentença, masapenas sua reforma. O julgamento fica limitado ao pedido deduzido no recurso. Tantum devolutum quantum appellatum. Areforma da sentença não é possível, porque a prova produzida foi insuficiente para demonstrar o fato constitutivo do direito.Recurso ao qual se nega provimento. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários

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advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

25 - 0003669-70.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003669-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA.) x WHENNERKEMPER (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – EMBARGOSCONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face do acórdão de fls. 189/196 que negouprovimento aos recursos interpostos. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à ofensa ao disposto no artigo198, I, da Constituição da República.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre o artigo daConstituição que a parte alega incidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois ojulgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de talsorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem queesteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

26 - 0000311-54.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000311-8/01) VILCIMAR LUÍS SILOTE (ADVOGADO: JOSÉ LUCASGOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL - SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 64/66, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou concessão de aposentadoria por invalidez. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doença que o impedede desempenhar suas atividades habituais. Aduz, ainda, que o laudo médico pericial não contribui para a instrução doprocesso, pois, além de ser um laudo superficial, não houve imparcialidade em sua elaboração, por ter sido formulado pormédica que já atuou como perita em órgão previdenciário estadual. Requer, portanto, a reforma ou anulação da sentença.O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica (46/50), que, mesmosendo constatado diagnóstico de disritmia cerebral, o autor (42 anos) não se encontra incapacitado para o trabalho, e podeexercer suas atividades habituais (contribuinte individual). O expert afirma claramente que o autor possui aptidão física para

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atividade laboral.3. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. O pedido recursal de anulação da sentença por insuficiência do laudo pericial e parcialidade do expert não deveprosperar. Verifica-se que o laudo médico pericial foi claro e objetivo ao declarar a existência de capacidade laborativa dorecorrente. Além disso, o fato de ter feito parte do quadro de peritos de instituição previdenciária estadual não torna parciala médica perita designada pelo juízo a quo. Não há razão nessas afirmações, não sendo devida a anulação da sentença.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais. Diante de tudo o quefoi exposto, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

27 - 0000020-91.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000020-7/01) VALTER DE OLIVEIRA (ADVOGADO: SILVIA HELENAGARCIA MENDONCA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.134/138, que julgou improcedenteo seu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que se encontraincapacitado desde 2007, conforme a primeira perícia médica. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 128/130,que mesmo sendo portador de doença arterial coronária, a parte autora, que possui 60 anos de idade, não se encontraincapacitada para o trabalho (quesitos 06 - quesitos do Juízo). Afirma o expert que os exames realizados pelo paciente,mostram uma função normal do ventrículo, sem sinais de isquemia cardíaca ou mesmo de lesões cicatriciais. Diante disso,depreende-se que o paciente tem plena capacidade para exercer a atividade de vigia.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

28 - 0000712-53.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000712-4/01) JOSÉ BELMIRO DE ALMEIDA (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PERITO CAPACITADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 71/73, que julgou improcedente oseu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença ou concessão de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente,em suas razões recursais, que há diversos laudos nos autos que demonstram sua incapacidade. Aduz, ainda, que a peritamédica não é especialista em ortopedia e que o seu laudo apresentou várias contradições. Pugna, por tais razões, pelareforma ou anulação da sentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica (fls. 54/59), que mesmo

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havendo constatação de cervicalgia, lombociatalgia, osteoartrose cervical e lombar, espôndilos L5-S1 e hipertensão arterialsistêmica, o autor (61 anos) não se encontra incapacitado para o trabalho, e pode exercer suas atividades habituais, qualseja, auxiliar de serviços gerais. O expert afirma claramente que o autor possui aptidão física para a atividade laboral.3. Não deve prosperar a alegação de que nova perícia deveria ser realizada por médico especialista na doença da parteautora. De fato, a médica designada pelo juízo para a realização dessa perícia não é especializada em doençasortopédicas, mas é uma profissional capacitada, podendo se pronunciar sobre qualquer patologia, em qualquer áreamédica. Portanto, não há o que se falar em falta de capacitação do perito, já que este é um profissional da saúde, imparciale competente para efetuar os exames e emitir os diagnósticos4. O pedido recursal de anulação da sentença por insuficiência do laudo pericial e capacitação do expert não deveprosperar. Verifica-se que o laudo médico pericial foi claro e objetivo ao declarar a existência de capacidade laborativa dorecorrente.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

29 - 0000141-82.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000141-9/01) TÂNIA MARIA CARNEIRO (ADVOGADO: JOSÉ LUCASGOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 60/62, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou concessão de aposentadoria por invalidez. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doença que o impedede desempenhar suas atividades habituais. Aduz, ainda, que o laudo médico pericial não contribui para a instrução doprocesso, pois além de ser um laudo superficial, não houve imparcialidade em sua elaboração, tendo sido formulado pormédica que já atuou como perita em órgão previdenciário estadual. Pugna, por tais razões, pela reforma ou anulação dasentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica (fls. 38/42), que mesmosendo portadora de sequela, com redução do membro inferior direito em 08 centímetros, a autora (48 anos de idade) não seencontra incapacitada para o trabalho, e pode exercer suas atividades habituais (do lar). O expert afirma claramente que aautora possui aptidão física para atividade laboral.3. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. O pedido recursal de anulação da sentença por insuficiência do laudo pericial e parcialidade do expert não deveprosperar. Verifica-se que o laudo médico pericial foi claro e objetivo ao declarar a existência de capacidade laborativa darecorrente. Além disso, o fato de ter feito parte do quadro de peritos de instituição previdenciária estadual não torna parciala médica perita designada pelo Juízo a quo.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

30 - 0000203-25.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000203-5/01) ANTONIO BRESSANIN (ADVOGADO: JOSÉ LUCASGOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 61/63, que julgou improcedente oseu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença ou concessão de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente,em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doença que o impede dedesempenhar suas atividades habituais. Aduz, ainda, que o laudo médico pericial não contribui para a instrução doprocesso, pois além de ser um laudo superficial, não houve imparcialidade em sua elaboração, por ter sido formulado pormédica que já atuou como perita em órgão previdenciário estadual. Pugna, por tais razões, pela reforma ou anulação dasentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica (fls. 46/50), que, mesmohavendo constatação de hérnia discal ao nível da região lombar, o autor (46 anos de idade) não se encontra incapacitadopara o trabalho e pode exercer suas atividades habituais, qual seja, motorista de caminhão. O expert afirma claramente queo autor possui aptidão física para a atividade laboral.3. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. O pedido recursal de anulação da sentença por insuficiência do laudo pericial e parcialidade do expert não deveprosperar. Verifica-se que o laudo médico pericial foi claro e objetivo ao declarar a existência de capacidade laborativa dorecorrente. Além disso, o fato de ter feito parte do quadro de peritos de instituição previdenciária estadual não torna parciala médica perita designada pelo Juízo a quo.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

31 - 0000522-90.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000522-0/01) MARGARETH GIAVARINI, representada por MARIA JOSÉGIAVARINI (ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 72/74, que revogou a tutelaantecipada concedida às fls. 15/16 e julgou improcedente o pedido inicial. Afirma a recorrente, em suas razões recursais,que o laudo pericial judicial deve ser anulado, tendo em vista a falta de especialidade da perita. A autora requer ainda orestabelecimento provisório do auxílio-doença, com a posterior conversão em aposentadoria por invalidez. O INSSapresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Já o auxílio-doença, será devido, conformeart. 59 da Lei 8.213/91, ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que a autora possui transtorno afetivo bipolar,confirmado por diversos laudos médicos e internações hospitalares, além de ter recebido auxílio-doença de 2005 a 2009(fls. 36/37). Conforme laudo pericial mais recente (fls. 58/62), foi constatado que, no momento, a recorrente não estáincapacitada para o labor, por não se encontrar em crise, apresentando-se lúcida e bem situada no tempo e no espaço.Como a doença mental da autora pode se agravar em alguns períodos, levando ao aparecimento dos seus sintomas, elapoderá requerer, futuramente, novo auxílio-doença junto ao INSS ou ao Poder Judiciário. Neste momento, porém, deacordo com sua última avaliação, não há incapacidade laborativa.4. Com relação ao requerimento de anulação da sentença, não assiste razão ao autor quando pleiteia realização de novaperícia médica pelo fato de a sentença ter sido fundamentada em laudo realizado por médico sem especialidadepsiquiátrica, pois o perito é profissional capacitado, podendo se pronunciar sobre qualquer patologia, em qualquer áreamédica. Portanto, não há que se falar em nulidade do laudo, já que foi confeccionado por profissional da saúde, imparcial ecompetente para efetuar os exames e emitir os diagnósticos.6. Não havendo incapacidade laborativa no momento, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

32 - 0000119-61.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000119-4/01) JOSELY DE CERQUEIRA RODRIGUES SOUZA(ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.60/62, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença desde a cessação e a conversão em aposentadoria porinvalidez. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que, no momento da cessação do benefício de auxílio-doença, elaainda se encontrava incapacitada para o trabalho, pois possui doença que a impede de desempenhar suas atividadeslaborais como rurícola. Afirma, ainda, que acostou laudos médicos particulares que atestam sua incapacidade. O INSSapresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, uma vez cumprido a carência pela lei exigida, ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 daLei 8.213/91). Já o art. 42 da mesma lei, diz que “a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, acarência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.”3. Ao analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls.38/43, que,mesmo havendo constatação de tireoidite crônica, a parte autora (33 anos) está apta para exercer sua atividade laborativa.Verifica o expert que a recorrente foi submetida a uma cirurgia para retirada de parte da glândula tireóide. A perita médicaafirma que a doença pode responder bem à reposição correta do hormônio da tireóide. Diante do relato médico pericial,entende-se que a recorrente não se encontra incapacitada, podendo exercer suas atividades laborais como trabalhadorarural.4. Vale ressalvar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Ademais, o fato de possuir a doença, não significa necessariamente que a parte autora se encontrava incapaz. Aconcessão realizada pela autarquia federal não obriga a manutenção do benefício enquanto perdurar a doença. Nos laudosmédicos do SABI (fl.55/59), percebe-se que houve uma progressão no quadro de incapacidade da autora, pois após deferira concessão e a manutenção do benefício, em novembro de 2007 o perito do INSS constatou que a recorrente evoluiu semcomplicações após a cirurgia, e não possuía mais sinais clínicos de alterações incapacitantes para o trabalho.6. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais. Diante de tudo o quefoi exposto, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

33 - 0000539-35.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000539-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x MARIA DAS NEVES ALVES BATISTA (ADVOGADO: VANDA B.PINHEIRO BUENO, Valquiria Araujo Goulart.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONCESSÃO – INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA – COMPROVAÇÃODA QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 133/134, que julgou procedente o pedidoda autora, concedendo o benefício do auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que a recorrida nãotem direito ao benefício concedido, pois teria perdido sua qualidade de segurada especial ao declarar, por escrito, em18/05/2006, que estaria afastada do labor rural há mais de um ano por motivos de dores na coluna e do braço.2. O auxílio-doença, conforme art. 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, operíodo de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze)dias consecutivos.3. A autora trouxe aos autos provas de que sempre laborou na área rural. Teria que provar o exercício de atividades ruraisdurante 12 (doze) meses, no período imediatamente anterior à data do início da incapacidade. Sua incapacidade iniciou-seem 11/01/2008, conforme SABI de fl. 56 e, portanto, deveria comprovar exercício de atividade rural durante os 12 (doze)

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meses imediatamente anteriores a esta data.4. Constam nos autos ITR de 2002/2008 (fls. 29/35) no nome do marido da autora. Há outros documentos carreados aosautos que demonstram que a autora sempre residiu e laborou na roça, como, por exemplo, ITR de 1997/1999 (fls. 38/40) eCCIR de 2000/2002 (fl. 71). A simples declaração de afastamento do trabalho rural por motivos de saúde não retira aqualidade de segurada especial. Ademais, as provas colhidas em audiência demonstraram que a recorrida, mesmo com adoença, ainda trabalhava na roça, com muitas dificuldades, não se afastando totalmente das atividades.5. De acordo com o laudo pericial de fl. 117, a autora possui espondilodiscoartrose lombar e transtornos depressivos e estáincapacitada total e temporariamente, por um prazo de 90 dias. Tal prazo, no entanto, não pode ser considerado comoabsoluto, porque é difícil precisar com exatidão quando os sintomas de uma doença irão desaparecer por completo. Assimsendo, fica a cargo do INSS a realização de nova perícia para constatar se permanece a incapacidade laborativa ou não darecorrida.5. Deste modo, verifica-se que a autora preencheu todos os requisitos exigidos em lei para obtenção do benefício doauxílio-doença pelo tempo que durar a sua incapacidade6. Recurso conhecido e improvido.7. Custa ex lege.Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor dacondenação, conforme o artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma amanter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

34 - 0007491-67.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.007491-0/02) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x SELINA SCHULTZ FLEGLER (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECOSARTÓRIO.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO MÉDICO PERICIALFAVORÁVEL – EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E DEFINITIVA – APLICAÇÃO DE JUROS DE MORA– LEI 11.960/2009 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recursos inominados interpostos pela parte autora e pelo INSS em face da sentença de fls.109/111, quejulgou parcialmente procedente o pedido autoral para conceder o benefício de aposentadoria por invalidez, desde a data dacessação do benefício de auxílio-doença. Alega o INSS, em suas razões recursais, que a parte autora não faz jus aorecebimento do benefício de auxílio-doença por não se encontrar incapacitada definitivamente. Além disso, afirma que nãoé devida a concessão, por ter a autora continuado a trabalhar em sua atividade habitual e auferir renda. Por seu turno, aparte autora, em suas razões recursais, pleiteia a atualização do débito por meio de correção monetária acrescida dos jurosde mora de 1% ao mês, durante todo o período de correção. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Na presente questão, não se discute a qualidade de segurada da autora, ou mesmo o período de carência necessáriopara a obtenção do benefício pretendido. A controvérsia está em se verificar a incapacidade da parte autora no momento dacessação do benefício concedido anteriormente.4. Ao analisar os documentos constantes dos autos, verifica-se que o laudo médico judicial de fls.48/50 constatou que aautora é portadora de transtorno psiquiátrico, o que consequentemente lhe acarreta uma incapacidade laboral total (quesito14). O expert declara, também, que a incapacidade não é definitiva, pois a moléstia é passível de tratamento.5. Verifica-se que a autora trabalha como enfermeira no Lar da Velhice Ângelo Passos em Baixo Guandu. Tendo em vista ofato de a autora possuir atualmente 59 anos, ter a saúde mental prejudicada, não conseguir exercer seu labor como antes,e ter pouca instrução, entende-se que a autora se encontra definitivamente incapacitada. Tudo isso deixa explícito o direitoda autora de receber o benefício em questão, até porque seria imprópria uma reabilitação profissional para pessoa quedetém as características da mesma, dentro da conjuntura atual do mercado de trabalho.6. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela incapacidade laboral temporária da autora para o exercício desuas atividades habituais, considera-se aqui que a mesma encontra-se incapaz definitivamente, por todos os argumentosacima expostos. O Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento comoutros elementos ou fatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suasdecisões.7. Ademais, há nos autos laudos médicos particulares (fls.34/35-51/52) que afirmavam estar a autora impossibilitada deretornar ao trabalho.8. Com relação ao fato de ter a autora continuado a exercer sua atividade laboral até fevereiro de 2010, entende-se que nãohouve a descaracterização da necessidade da concessão do benefício. Na maior parte das vezes, quando não háconcessão do benefício por incapacidade pelo INSS, o segurado permanece trabalhando, por não poder abrir mão dosrecursos financeiros necessários à sua subsistência. A incapacidade laborativa da autora, por ser decorrente de fatorespsiquiátricos, acarreta-lhe limitação funcional, mas não a impede de exercer a sua função. Entretanto, constata-se que acontinuação do exercício da atividade poderia agravar ainda mais sua saúde, o que lhe obriga cessar a sua prática.9. Quanto à alegação recursal da parte autora, devem os juros de mora incidir a partir da citação válida no percentual de 1%ao mês até 29.06.2009. Após 30.06.2009, deve-se aplicar a correção prevista no art. 1º - F da Lei 9.494 / 97, com a nova

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redação dada pela Lei 11.960/2009. Assim, não há que prosperar o argumento recursal, pois não é devida a correçãomonetária acrescida dos juros de mora de 1% ao mês durante todo o período de correção.10. Comprovados a qualidade de segurada da autora, o cumprimento do período de carência, bem como a incapacidadetotal e definitiva para o desempenho de atividade que lhe garanta o sustento, faz jus a autora ao benefício de aposentadoriapor invalidez.11. Sentença mantida. Recurso conhecidos e improvidos.12. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

35 - 0002408-70.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002408-5/01) LEANDRO ALVES PENA (ADVOGADO: DANIELE PELABACHETI, PRISCILLA FERREIRA DA COSTA, FERNANDA SCANDINO LOPS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 99/100, que julgou improcedenteo seu pedido inicial. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que está com sua capacidade laborativa reduzidapermanentemente em razão de um acidente de trânsito, requerendo, assim, o auxílio-acidente. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Conforme art. 86 da Lei 8.213/91: “O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, apósconsolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução dacapacidade para o trabalho que habitualmente exercia”.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 63/65,complementada por fl. 79, que o autor não apresenta nenhuma limitação funcional e sua fratura encontra-seanatomicamente consolidada, não sendo possível determinar como se encontrava o mesmo no ano de 2005 quandorecebeu auxílio-doença (23/02/2005 a 30/06/2005 - fl. 40). Além disso, o extrato do CNIS de fl. 120 demonstra que orecorrente não deixou de trabalhar em razão do acidente ocorrido em 16/02/2003 (fl. 21).4. Não havendo redução da capacidade para o trabalho, não merecem guarida os argumentos expostos nas razõesrecursais.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

36 - 0000153-96.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000153-5/01) JORGE FIRMINO VENÂNCIO (ADVOGADO: MÁRIOCESAR GOMES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 39/41, que julgou improcedente opedido inicial. Afirma o recorrente, em suas razões recursais, que o laudo pericial do juízo deve ser desprezado, tendo emvista a falta de especialidade da perita, realizando-se nova perícia com um profissional especializado. O autor requer, ainda,o benefício do auxílio-doença, com a posterior conversão em aposentadoria por invalidez. O INSS apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Já o auxílio-doença, será devido, conformeo art. 59 da Lei 8.213/91, ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que o autor (55 anos de idade) possui descolamentoda retina no olho direito e glaucoma no olho esquerdo, confirmados por diversos laudos médicos. No laudo pericial maisrecente (fls. 30/34), ficou constatado que, no momento, o recorrente possui capacidade laborativa. Neste sentido:

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PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ / AUXÍLIO-DOENÇA. AGRICULTOR. VISÃOMONOCULAR. 1. Tratando-se de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, o Julgador firma a sua convicção, via deregra, por meio da prova pericial. 2. A visão monocular não é necessariamente incapacitante para todas as atividadesremuneradas, apenas para aquelas que necessitam de visão binocular (precedentes). 3. Hipótese em que a prova pericialconcluiu que o autor não se encontra incapacitado para a agricultura, atividade por ele desempenhada.�(AC200304010600360, CELSO KIPPER, TRF4 - QUINTA TURMA, 19/01/2005)

4. Não assiste razão à parte autora quando pede a desconsideração do laudo judicial de fls. 30/34, pelo fato de o perito nãoser especialista em oftalmologia. O perito é profissional capacitado, podendo se pronunciar sobre qualquer patologia, emqualquer área médica. Portanto, não há que se falar em desconsideração do laudo, já que foi confeccionado por profissionalda saúde, imparcial e competente para efetuar os exames e emitir os diagnósticos.6. Não havendo incapacidade laborativa no momento, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

37 - 0000826-92.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000826-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x ERZELI IZABEL DOS SANTOS (ADVOGADO: MANOELFERNANDES ALVES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – SEGURADA ESPECIAL – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – INÍCIO DE PROVA MATERIAL– TEMPO DE CARÊNCIA PREENCHIDO – PROVA TESTEMUNHAL COERENTE E COESA – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.109/113, que julgou procedente o pedido decondenação da autarquia previdenciária à concessão do benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que a autora exerceu atividade urbana por um longo período, o que afasta aqualidade de segurada especial. Pleiteia, por tais razões, a reforma da sentença.A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos de idade, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).Há início de prova material válido, vejamos: certidão de casamento dos pais da autora, na qual consta que seu genitor eralavrador (fl. 22), escritura pública de doação, em que a parte autora consta como outorgada donatária (fl. 28), anotações emsua CTPS, a qual demonstra diversos vínculos como trabalhadora rural entre os anos de 2000 a 2007 (fls. 45/48).Quanto ao vínculo empregatício urbano da autora, tal fato não é capaz de desqualificar sua condição de segurada especial,haja vista que a recorrida exerceu atividade urbana por curto período de tempo (06/1989 a 10/1990, 05/1991 a 04/1993 e05/1997 a 06/1997 - fl.100). Além disso, o art. 143 da Lei 8.213/91 exige que, para a concessão do benefício deaposentadoria por idade a rurícola, seja comprovado o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, peloperíodo da carência.É importante destacar ainda que o início de prova produzido foi corroborado por prova testemunhal colhida em audiência.As testemunhas foram uníssonas em afirmar que a autora exerceu atividade rurícola, em regime de economia familiar.Desta feita, a parte autora apresenta qualidade de segurada especial, exercendo atividade rural pela carência necessáriapara a percepção do benefício de aposentadoria rural por idade, devendo a sentença a quo ser mantida em suaintegralidade.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

38 - 0000182-18.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000182-6/01) MARIA DE LURDES COSTA MARCIANO (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY, ARILSON CARDOSO CAETANO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – INEXISTÊNCIA DA QUALIDADE DE SEGURADAESPECIAL – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 76/79, que julgou improcedente opleito autoral de concessão de aposentadoria rural. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que restou provado nosautos que sempre exerceu e ainda exerce atividade rurícola, mesmo que de forma descontínua. Pugna, por tais razões,pela reforma da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. O requisito etário restou preenchido. Entretanto, não foi apresentado pela parte autora início de prova material suficientepara comprovação de atividade rural pelo tempo de carência exigido. Ademais, em depoimento pessoal, a recorrente entra,em diversos momentos, em contradição. Inicialmente, informou que ajudava esporadicamente o ex-marido nos serviços depedreiro e, em seguida, afirmou ter trabalhado na roça para vários empregadores.4. Em momento posterior, a autora alega que trabalhou na roça por 03 (três) anos, na propriedade do Sr. Enoque, ondereside até os dias de hoje. Contudo, o Sr. Enoque, em sede administrativa, afirmou que a autora mora na propriedade doseu primo e que a mesma nunca residiu em sua propriedade. Revelou também que seu primo o pediu para que declarasseque a recorrente laborava em suas terras, com o intuito de ajudá-la a receber o benefício de aposentadoria.5. Merece destaque o fato de que, em audiência de instrução e julgamento, os depoimentos das testemunhas não foramcoerentes com as declarações da parte autora. As duas testemunhas ouvidas afirmaram que a recorrente trabalha háaproximadamente 20 anos com o Sr. Enoque. Diante disso, verifico que essas alegações não devem prosperar, visto que aprópria autora afirma que foram apenas 03 anos. Já o Sr. Enoque alega que a autora trabalhava para seu primo.6. Por todo o exposto, a prova nos autos é clara no sentido de inexistência da qualidade de segurada especial em regime deeconomia familiar.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária de assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

39 - 0000384-23.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000384-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.) x ODARIO KALKE (ADVOGADO: VANUZA CABRAL.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – INÍCIO DE PROVA MATERIAL – CARACTERIZAÇÃO DOREGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – REQUISITOS PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.154/160, que julgou procedente o pleitoautoral de concessão de aposentadoria por idade rural. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que há váriosrecolhimentos por parte do autor na qualidade de empregador/produtor rural. Aduz, ainda, que não há qualquer documentonos autos que comprove que o autor trabalhou como meeiro. Ademais, ressalta que as declarações não provam o fatodeclarado. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora,pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres), exercício de atividade em regime de economia familiar, e cumprimento dacarência exigida pela lei (artigo 48, § 1º e § 2º da Lei 8.213/91).3. Há nos autos início de prova material válido, senão vejamos: Certidão de Casamento na qual o autor figura comolavrador (fl.12), Comprovante de Filiação ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais desde 04/12/2000 (fl.14), e EscriturasPúblicas de Compra de imóveis rurais (fls. 26-27 e 30). Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa doconjunto probatório, é possível notar o efetivo exercício de atividade rural desempenhado pela parte autora por tempo decarência superior ao exigido pela lei.4. Quanto aos recolhimentos feitos pelo autor na qualidade de empregador/produtor rural, estes não tem o condão dedescaracterizar a sua condição de segurado especial, uma vez que a legislação pertinente (art. 1º do Decreto-Lei nº1.166/71), diz claramente que o empregador II-B, pode ou não contratar empregados, mas, necessariamente, tem quedesenvolver sua atividade em regime de economia familiar.5. Ademais, é importante destacar que o início de prova produzido foi corroborado por prova testemunhal colhida emaudiência. Todas as testemunhas foram uníssonas em afirmar que o autor sempre exerceu atividade rurícola em regime deeconomia familiar. Afirmaram, também, que havia apenas um meeiro para auxiliar na propriedade, o que certamente nãodescaracteriza o regime de economia familiar, já que a legislação veda somente o uso de empregados permanentes.6. Por fim, cabe destacar que a esposa do autor aufere benefício de aposentadoria por idade, na condição de seguradaespecial, e este benefício foi concedido no âmbito administrativo. Diante desses fatos presume-se que o autor e sua esposadesempenhavam o labor nas mesmas condições.7. Diante do exposto, verifica-se que foram preenchidos os requisitos para concessão da aposentadoria rural por idade aoautor.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

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9. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

40 - 0000143-21.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000143-7/01) MARIA DE JESUS CAMARGO (ADVOGADO: ROSANAZANCANELA DE ARAUJO, JAIMILTON CHAVES DE SOUSA LUCAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – INÍCIO DE PROVA MATERIALCORROBORADO POR TESTEMUNHAS – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls. 85/89, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade, por entender não constar nos autos início de provamaterial suficiente que comprove a carência exigida em lei. Alega a recorrente, em síntese, que sempre laborou na árearural e continua morando no campo, realizando atividades rurícolas. Aduz, ainda, que há nos autos provas documentais etestemunhais de que sempre foi trabalhadora rural. Pleiteia, assim, a reforma da sentença. Foram apresentadascontrarrazões pelo INSS, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural individualmente ou em regime de economiafamiliar pelo período exigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. Na hipótese dos autos, temos que a autora nasceu no dia 05/08/1953 (fl. 16), tendo completado 55 anos de idade em05/08/2008. Protocolou o requerimento administrativo em 18/11/2009 (fl. 13). Pela tabela do art. 142 da Lei 8213/91, deveriacomprovar 162 meses de carência, ou seja, 13 anos e 06 meses.4. Os documentos carreados aos autos pela autora são: ficha escolar do seu filho, mostrando a matrícula em escola dazona rural nos anos de 1989/1990/1991 (fl. 33); recibo, datado de 02/01/1998, da compra de uma pequena propriedaderural pela parte autora, com reconhecimento de firma no mesmo ano (fl. 34); comprovante de residência em área rural emnome da autora, nos anos de 2003/2004/2005/2008 (fls. 21/23); contrato de parceria agrícola entre o filho da recorrente e oSr. Adenir Tomazinho entre 31/10/2003 e 31/10/2006 (fls. 25/27).5. Diante do que fora exposto, vislumbra-se que existe início de prova material, devidamente comprovado pela provatestemunhal, pois as testemunhas foram uníssonas em afirmar que a autora exerceu, primeiramente em regime deeconomia familiar com seu filho e depois individualmente, atividade rurícola em sua propriedade, em número de mesessuperior ao exigido pela carência, inexistindo, assim, fundamento legal para negar provimento à demanda da autora.7. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.8. Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, naforma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se a sentença, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

41 - 0001887-25.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001887-2/01) JAIR MARTINS PERIM (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – RURAL – CURTO PERÍODO DE TRABALHO URBANO – NÃODESCARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – TRABALHO RURAL COMPROVADO PORPROVA DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.69/70, que julgou improcedente opleito autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que sempreexerceu atividade rural, inicialmente, na companhia de seus pais, depois com a ajuda da esposa e filhos, exercendo o laborrural até os dias atuais, tendo se afastado de tal atividade por um período muito curto, que não retira sua qualidade detrabalhador rural. Requer, portanto, a reforma da sentença para que lhe seja concedida a aposentadoria por idade com DIBna data do requerimento administrativo. O INSS apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural individualmente ou em regime de economiafamiliar pelo período exigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. O autor nasceu em 20/08/1943 (fl. 06). Completou 60 anos de idade em 20/08/2003. Protocolou o requerimentoadministrativo em 19/05/2006 (fl. 16), tendo seu requerimento indeferido com a justificativa de não comprovação da

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qualidade de segurado especial. Pela tabela do art. 142 da Lei 8.213/91, precisaria comprovar 132 meses, ou 11 anos, deatividade rural, durante o período imediatamente anterior à data da entrada no requerimento administrativo.4. Os documentos colacionados aos autos pela parte autora são: certidão de casamento datada de 18/05/1985 (fl. 12), ondeo autor é qualificado como lavrador; fichas de matrícula da filha do autor de 18/03/1997, 27/12/2000 e 02/01/2001, todasconstando a profissão do mesmo como lavrador; recibo de pagamento efetuado ao recorrente por serviços rurais prestadospelo mesmo no ano de 1977 (fl. 15); contrato de parceria agrícola do ano de 2004, com reconhecimento de firma em 2005(fl. 23).5. O exercício de atividade rural pela parte autora é fato incontroverso nos autos. A controvérsia cinge-se quanto ao tempode carência exigido em lei, pois o recorrente prestou serviço de caráter urbano para a Prefeitura Municipal de Vargem Altadurante os seguintes períodos: 10/09/1991 a 31/12/1992 e 01/04/1993 a 31/07/1997 (CNIS de fl. 39). Conforme depoimentopessoal colhido em audiência, o autor confirmou ter trabalhado para a Prefeitura durante um ano e meio, aproximadamente.Afirma que durante estes períodos recebeu auxílio-doença (28/08/1991 a 23/06/1992, 30/05/1993 a 29/02/1996 e19/06/1996 a 06/01/1997 – documentos de fls. 40/42). Alega ainda, que durante esse período, sua esposa continuoulaborando na roça com sua ajuda, principalmente nos fins de semana.6. Para a concessão do benefício de aposentadoria rural por idade não é necessário comprovação de todo o período que sedeseja provar, tendo em vista as dificuldades de aquisição de documentos no meio rural. Além disso, a lei 8.213/91, em seuart. 143, fala da necessidade de comprovação de atividade rural, ainda que descontínua, pelo prazo exigido em lei7. Portanto, ante os elementos de prova especificados, resta comprovado o cumprimento da carência e idade, na forma doart. 48 da Lei n° 8.213/91, fazendo jus o autor à c oncessão do beneficio de aposentadoria rural por idade.8. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.9. Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, naforma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

42 - 0000248-29.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000248-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x LIZETE ALTOE BOTAN.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE –PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS – SENTENÇAMANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 131/134, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não se qualifica como segurada especial. A parte autora apresentou contrarrazões pugnando pelamanutenção da sentença.2) A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural individualmente ou em regime de economiafamiliar pelo período exigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3) A autora completou 55 anos em 25/10/2007. Protocolou o requerimento administrativo em 22/07/2008 (fl. 13). Pela tabelado art. 142 da Lei 8.213/91, precisaria comprovar 156 meses de atividade rural.4) As provas carreadas aos autos pela autora são: certidão de casamento de 31/12/1971, que consta a profissão delavrador do marido (fl. 10); ficha de matrícula escolar do filho da autora, constando a qualificação de lavradores da recorridae de seu marido (fl. 13); escritura de compra e venda de pequena propriedade rural, datada de 04/07/1990 (fls. 22/25);ITR´s dos anos de 1992 (fl. 29), 1994 (fl. 30), 1997 (fl. 32), 1998 (fl. 33) e 1999 (fl. 35); CCIR´s de 1996/1997 (fl. 31),1998/1999 (fl. 34), 2000/2002 (fl. 36) e 2003/2005 (fl. 50).5) A recorrente alegou, em suas razões recursais, que a autora e seu esposo possuem duas propriedades. Tal fato, porém,não ficou comprovado nos autos e, em audiência, as testemunhas foram uníssonas em afirmar que os dois só possuemuma propriedade, comprovado nos autos através de escritura de compra e venda de fls. 22/25.6) A alegação da recorrente de que a exploração de eucalipto descaracterizaria o regime de economia familiar nãoprospera, visto que o plantio se deu em uma área muito pequena, conforme contrato de fls. 85/87, não tendo apossibilidade de gerar uma renda alta.7) Outra questão levantada pelo INSS foi a de que a contratação de meeiro por um longo período de tempo descaracterizao regime de economia familiar. Tal alegação, porém, não merece prosperar. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORA RURAL. PROVA DOCUMENTAL ETESTEMUNHAL. AUXÍLIO DE MEEIROS. 1. Os documentos acostados aos autos, alguns em nome do cônjuge da autora,comprovam que este era proprietário de um minifúndio e dão a entender que ambos eram trabalhadores rurais em regimede economia familiar. 2. A jurisprudência do Eg. STJ tem caminhado no sentido de que os documentos, ainda que em nomedo cônjuge da autora ou de outros membros de sua família podem ser a ela aproveitados. 3. Consta, ainda, robusta provatestemunhal colhida nos autos, no sentido de confirmar a atividade rurícola da apelada, em regime de economia familiar. 4.A utilização de meeiros no auxílio ao trabalho rural não descaracteriza o regime de economia familiar em nome da naturezaeventual do vínculo empregatício mantido com o produtor, sendo a mesma permitida pelo art. 11, VII e § 1º, da Lei8.213/91. 5. Recurso do INSS e remessa necessária improvidos�(AC 200051030010431, Desembargadora Federal

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LILIANE RORIZ, TRF2 - SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA, 20/02/2006)

8) Também não descaracteriza o regime de economia familiar o fato de a filha da autora frequentar uma faculdadeparticular no curso de Geografia, pois, de outro modo, haveria um fomento a não-escolarização por parte dos filhos dostrabalhadores rurais. Conseguir pagar uma faculdade para o filho, através do árduo trabalho no campo, é algo notável e nãodeve impedir a concessão da aposentadoria.9) Deste modo, verifica-se que a autora preencheu todos os requisitos exigidos em lei para obtenção da aposentadoriacomo segurada especial.10) Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.11) Custas ex lege. Condenação da recorrente em honorários advocatícios, que ora fixo em 10% sobre o valor dacondenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

43 - 0000780-06.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000780-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MILTON XAVIER BARROS (ADVOGADO: MARIA DE LOURDESCOIMBRA DE MACEDO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – IDADE E CARÊNCIA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 126/131, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que o autor verteu contribuições previdenciárias por quase 10 anos, possui latifúndio (25 alqueires – 121,6hectares) e possui mão-de-obra assalariada de forma permanente.2) Já o recorrido, em suas contrarrazões, alega que o recurso da autarquia não deve prosperar, pois sua propriedade não élatifúndio e não possui mão-de-obra assalariada de modo permanente. Além disso, o fato de ter contribuído para aprevidência não lhe retira a sua qualidade de segurado especial.3) A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural individualmente ou em regime de economiafamiliar pelo período exigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.4) O autor completou 60 anos em 07/03/2009. Deu entrada no requerimento administrativo em 01/06/2009 (fl. 13). Pelatabela do art. 142 da Lei 8.213/91, precisaria comprovar 168 meses de atividade rural.5) As provas carreadas aos autos pelo autor são: escritura de compra de imóvel rural de 20/09/1977 (fls. 17/19); notasfiscais de produtor pecuário de 1985 (fl. 26), 1988 (fl. 29), 1990 (fl. 31), 1991 (fl. 32), 1993 (fl. 33) e 1996 (fl. 37); impostossobre a propriedade territorial rural entre os anos de 1979/1984 (fls. 20/25), 1986/1987 (fls. 27/28), 1994/1995 (fls. 35/36) e1989 (fl. 30); venda de sua propriedade em 05/10/1999 (fls. 42/44) e compra de nova propriedade em 01/02/2000 (fls.50/52); comprovante de residência do ano de 2001 (fl. 55); declarações do ITR de 2003 (fls. 63/66), 2004 (fls. 68/71), 2005(fls. 73/76), 2006 (fls. 77/80), 2007 (fls. 82/85) e 2008 (fls. 86/89).6) No CNIS de fl. 93, consta que o autor contribuiu para a previdência entre os anos de 1993 e 2000. Tal fato não foiescondido pelo recorrido que, em audiência, afirmou ter recebido uma orientação para contribuir, deixando de fazê-lo pornão mais possuir condições financeiras. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. PROVA DOCUMENTAL CORROBORADAPOR PROVA TESTEMUNHAL. CORREÇÃO MONETÁRIA, HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E JUROS DE MORA.MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. ANTECIPAÇÃO DE OFÍCIO DOS EFEITOS DA TUTELA. COMINAÇÃO DE MULTA AOINSS: EXCLUSÃO. 1. Comprovado o exercício de atividade rural, na qualidade de segurado especial, e a idade mínimaexigida (60 ou 55 anos, se homem ou mulher, respectivamente). 2. A concessão do benefício de aposentadoria por idade atrabalhador rural independe do cumprimento da carência exigida em lei nos temos do artigo 26, III, c/c artigo 39, I, da Lei8.213/91. Precedentes. 3. O recolhimento de contribuições previdenciárias como autônomo, por rurícola, não elide aqualificação de rurícola do segurado, uma vez que é lícito ao postulante, por ignorância ou por pretender a percepção debenefício superior ao salário mínimo, voluntariamente se inscrever como contribuinte individual. 4. O exercício de atividadeurbana eventual e por curto tempo não é suficiente para descaracterizar a condição de rurícola, uma vez que o lavradornormalmente realiza serviços eventuais, quase sempre braçais, nos períodos de entressafra (no comércio, nos transportesna construção civil e em obras públicas, por exemplo). 5. O benefício deverá ser pago a partir do pedido administrativo, nostermos do disposto no artigo 49, inciso II, da Lei n. 8.213/1991. 6. A correção monetária é devida nos termos da Lei6.899/1.981, a partir do vencimento de cada parcela (Súmulas 43 e 148 do STJ). 7. Os juros de mora são devidos à razãode 1% ao mês, a partir da citação, considerada a natureza alimentar da dívida. Precedentes. 8. Os honorários advocatíciosfixados em 10% (dez por cento) sobre as parcelas em atraso, com esteio na Súmula 111 do STJ, atende aos requisitosprevistos no § 4º do art. 20 do CPC. 9. Embora incorreta a antecipação de ofício dos efeitos da tutela, não há razão para asua revogação, uma vez que o seu conteúdo (benefício previdenciário de natureza alimentar) resulta assegurado neste graude recurso ao confirmar sentença que julgou procedente o pedido. 10. É indevida a imposição de multa à Fazenda Públicapor eventual descumprimento de decisão que antecipou os efeitos da tutela pretendida. Precedentes. 11. Por força das

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disposições da Lei Estadual nº 14.939/2003, a União e suas respectivas autarquias estão isentas do pagamento de custas.12. Apelação e remessa oficial parcialmente providas, para declarar a prescrição das parcelas anteriores ao qüinqüênio queantecedeu o ajuizamento da ação, bem assim para afastar a condenação do INSS ao pagamento de pena pecuniária.�(AC200801990533908, DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS OLAVO, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, 24/11/2009)

7) As testemunhas foram uníssonas em afirmar que o autor não possui mão-de-obra assalariada de modo permanente,trabalhando sozinho em sua propriedade. O recorrido fez uso de mão-de-obra assalariada uma vez, aproximadamente porum ano e meio, em razão de uma seca que atingiu a região onde trabalha, caracterizando, assim, um auxílio eventual deterceiros, o que não retira sua qualidade de segurado especial, de acordo com o art. 11, inc. VII da Lei 8213/91.8) No Município de Montanha (código 501.026), onde se situa o imóvel rural, o módulo fiscal corresponde a 60 ha, conformeInstrução Normativa nº 27, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Assim, a propriedade rural doautor, denominada “Fazenda Cruzeiro do Sul”, possui 2,02 módulos fiscais, classificando-se como “pequena propriedade” enão como “latifúndio” conforme alegado pelo INSS.9) Deste modo, verifica-se que o autor preencheu todos os requisitos exigidos em lei para obtenção da aposentadoria comosegurado especial.10) Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.11) Custas ex lege. Condenação da recorrente em honorários advocatícios, que ora fixo em 10% sobre o valor dacondenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

44 - 0000490-85.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000490-1/01) ROMILDO BIANCARDI (ADVOGADO: JARDEL CIPRIANORAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença de fls. 76/79, que julgou improcedente opedido de condenação do INSS à concessão de benefício de prestação continuada. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que, em razão de seqüela em membro inferior, encontra-se incapacitado para exercer sua atividade laboral.Requer, portanto, a reforma ou anulação da sentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção dasentença.2. De acordo com o art. 20 da Lei nº 8.742/93, o benefício de prestação continuada é devido ao incapaz para a vidaindependente e para o trabalho que comprove não possuir condições de prover sua subsistência e que possua rendafamiliar per capita inferior a ¼ do salário-mínimo.3. A partir da análise dos autos, verifica-se que foi realizada, em juízo, perícia médica a fim de diagnosticar a moléstia queacometem a parte autora. O laudo médico pericial judicial (fls.65/68) concluiu que mesmo havendo a constatação deseqüela de poliomielite no membro inferior esquerdo, o recorrente (44 anos de idade) não está incapacitado para o seutrabalho (lavrador) por possuir atrofia da musculatura do membro.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. O pedido recursal de anulação da sentença para a realização de nova perícia médica não deve prosperar. Verifica-se queo laudo médico pericial foi claro e objetivo ao declarar a existência de capacidade laborativa do recorrente. Ademais, amédica perita é uma profissional capacitada, podendo se pronunciar sobre qualquer patologia, em qualquer área médica.Portanto, não há o que se falar em anular a sentença, já que o laudo foi confeccionado por profissional da saúde, imparciale competente para efetuar os exames e emitir os diagnósticos.6. Desta forma não lhe é devido o benefício pleiteado, por não estarem preenchidos os requisitos necessários à suaconcessão.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

45 - 0001432-31.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001432-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x OSVALDO SALES DE ANDRADE (ADVOGADO: AleksandroHonrado Vieira, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).

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E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – TRABALHADOR RURAL – QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIALCOMPROVADA – CARÊNCIA CUMPRIDA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.76/77, que julgou procedente o pedido deconcessão do benefício de auxílio-doença à parte autora. Alega o recorrente, em suas razoes recursais, que o autor nãocomprovou o exercício de atividade rural durante o período de carência. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á pága enquanto permanecer nestacondição”.Existem nos autos indícios da atividade rural exercida pela parte autora: dois contratos de parceria agrícola, em que orecorrido figura como lavrador e parceiro outorgado, um firmado em 2000, e o outro em 2005 (fls.19/20 e 30). Ademais, hánotas fiscais demonstrando venda de café em nome do pai do autor, do ano de 2004 (fls. 28/29).Afirma a Autarquia que o contrato de parceria de fls. 19/20 foi firmado em setembro de 2005, mas faz referência aoexercício de atividade rural desde outubro de 2003, sendo, portanto, extemporâneo. Não obstante as afirmações darecorrente, verifica-se que os dois contratos de parceria presentes nos autos foram firmados com o mesmo proprietáriorural - Sr. Tarciso Rodrigues. Desta forma, concluo que, apesar de existir um lapso temporal na assinatura dos contratos,houve, certamente, a continuidade do exercício das atividades prestadas pelo autor, no mínimo até outubro de 2006, por setratar de trabalho na mesma propriedade e com mesmo parceiro outorgante.Outrossim, a prova testemunhal foi clara ao afirmar que o autor sempre exerceu atividades rurais, juntamente com seuspais e irmãos, na propriedade do Sr. Tarciso.Diante do que fora exposto, não merece qualquer reforma a sentença prolatada pelo Juízo a quo.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

46 - 0002071-15.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002071-0/01) SERGIO ANTONIO COLLI (ADVOGADO: ARMANDOVEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.179/180, que julgou improcedenteo seu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que devido às limitações impostas por sua moléstia não está exercendo sua atividade laborativa. Pugna,por tais razões, pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 170/171,que mesmo sendo portador de válvula aórtica biológica, a parte autora, que possui 39 anos, não se encontra incapacitadapara o trabalho (quesitos 01, fl. 171). Afirma o expert que a doença do autor não induz a incapacidade para as atividades demotorista de carreta, visto que seu teste ergométrico foi considerado normal. Além disso, o perito ressaltou a ausência decianose ou de edema de extremidades. Diante do relato médico pericial, entende-se que o recorrente não se encontraincapacitado, e está apto a exercer suas atividades laborais como motorista de carreta.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa

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constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

47 - 0005002-57.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005002-3/01) NATALIO BENEDITO BISPO (ADVOGADO: JOAO FELIPEDE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTABUARQUE.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL - SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 75/76, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou concessão de aposentadoria por invalidez. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar lesão que o impede dedesempenhar sua atividade habitual. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícias médicas (38/40 e 63/65), que,mesmo sendo constatado diagnóstico de hipertensão arterial, diabetes, e artrodese metacarpo-falangeana de polegardireito pós infecção com retração cicatricial palmar, o autor (59 anos) não se encontra incapacitado para o trabalho, e podeexercer sua atividade habitual, qual seja, a de eletricista.O expert afirma claramente que o autor possui aptidão física parasua atividade laboral, apresentado apenas dificuldade para apreensão da mão e oponência do polegar direito (quesito 9).3. Vale ressalvar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais. Diante de tudo o quefoi exposto, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

48 - 0000619-30.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000619-2/01) JOSÉ ANASTÁCIO (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 45/46, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que seencontra incapacitado para o trabalho e, por isso, requer o benefício do auxílio-doença. O INSS apresentou contrarrazões,pugnando pela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 26/29,complementada por fl. 38, que o autor não está incapacitado, nem de forma definitiva, nem de forma temporária, para suasatividades habituais ou para quaisquer outras atividades que lhe garantam a subsistência.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados em fls. 08, 37 e 44, o teor do Enunciado 08 da TurmaRecursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelojuízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

49 - 0005027-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005027-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) OLIVIA ANA RIZZI MARQUES

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(ADVOGADO: CLAUDIA IVONE KURTH, VALTER JOSÉ COVRE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.005027-1/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – CÔNJUGE DA PARTE AUTORA APOSENTADO COMOSERVIDOR PÚBLICO – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls.136/138, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que mesmo o seuesposo possuindo vínculo urbano, ela se mantém como segurada especial por ter exercido a atividade ruralindividualmente. Requer, portanto, a reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões pugnando pela manutençãoda sentença.2. A aposentadoria do trabalhador rural tem como requisitos a idade mínima de 60 (sessenta) anos para homens e 55(cinquenta e cinco) anos para mulheres; e o desempenho de atividade rural em regime de economia familiar pelo númerode meses estabelecido pelo art. 142 da Lei 8.213/91.3. Existem nos autos indícios da atividade rural exercida pela parte autora: Certidão de Casamento (fl.84), na qual constataser o esposo da autora lavrador; Carteirinha do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itarana (fl.88); Contrato deComodato, no qual figura o esposo da autora como comodatário de 2005 a 2011 (fl.50); Documento de votação, ondeconsta o cônjuge da recorrente como lavrador (fl.114).4. No entanto, a controvérsia nos autos cinge-se ao fato de o cônjuge da autora ter exercido atividade urbana. Verifica-se noextrato do CNIS (fl.167) que o mesmo se aposentou como servidor público em fevereiro de 1995, auferindo renda atual deR$ 1.211,03 (um mil e duzentos e onze reais e três centavos).5. Apesar de o exercício de atividade urbana por parte do cônjuge não descaracterizar, por si só, a qualidade de seguradaespecial da mulher, há necessidade de a parte comprovar que, independente do marido, trabalhava na zona rural e que arenda era essencial para a subsistência da família. Entretanto, nos autos não há nenhum documento capaz de comprovaressa dependência. Portanto, entende-se que a renda proveniente da atividade rural era apenas complementar, pois a rendafamiliar advinha predominantemente do trabalho urbano exercido pelo esposo.6. Para a caracterização da qualidade de segurado especial é imperativo a configuração do regime de economia familiar,cujo conceito está presente no artigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.”7. Os recursos da Previdência, em se tratando de segurados especiais, são destinados aos indivíduos que, com auxílio dafamília, retiram da terra a subsistência, sendo incapazes de efetuar contribuições. Diante do que fora exposto, não merecereforma a sentença prolatada pelo juízo a quo.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Sem condenação a honorários advocatícios, visto que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

50 - 0005426-65.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005426-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CLEIDIANE DONASCIMENTO MARQUES FURTADO (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.005426-4/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PENSÃO POR MORTE – CONTRADIÇÃO – INEXISTÊNCIA – INCIDÊNCIA DASÚMULA 356 DO STF – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – EMBARGOS CONHECIDOS EIMPROVIDOS.

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Trata-se de embargos de declaração opostos pelo autor em face do acórdão de fl. 89 que negou provimento ao recursoinominado. Alega o embargante que a decisão seria contraditória, visto que não reconheceu relação de emprego anotadaextemporaneamente na CTPS, em virtude de sentença trabalhista, mas que também não considerou a condição de“desempregado” do de cujus para aumento do período de graça de 12 (doze) para 24 (vinte e quatro meses) meses.A jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).Inexiste contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter considerado anotação na CTPS em decorrência desentença trabalhista não induz à conclusão de que o mesmo estava desempregado, visto que poderia estar trabalhando nainformalidade, sem recolhimento de contribuições previdenciárias. A situação de desemprego deve ser comprovada noórgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego (art. 15, § 2º, do PBPS), o que não ocorreu no caso concreto. Ainsatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que esteja presentealguma das hipóteses do art. 535 do CPC.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

51 - 0003832-16.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003832-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ORLY RIPARDO (DEF.PUB:ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGOCOSTA BUARQUE.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003832-5/01

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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52 - 0010146-46.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010146-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JANE HEISE SANTOS LIMA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

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PROCESSO: 2007.50.50.010146-4/01E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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53 - 0003550-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003550-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) OZIEL GALDINO DA SILVA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNOMIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003550-6/01

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.ASSINADO ELETRONICAMENTE

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54 - 0000630-31.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000630-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE LOURDESOLIBERTO SOARES (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.000630-0/01

E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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55 - 0006588-32.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006588-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GENILDA TEIXEIRACAMPOS (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.006588-9/01

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.ASSINADO ELETRONICAMENTE

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56 - 0001500-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001500-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NILZETE RIBEIRO VITORIA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNOMIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.001500-3/01

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta de

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julgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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57 - 0003769-88.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003769-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SINVALDO ALVES PEREIRA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONELENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003769-2/01

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

58 - 0002594-27.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002594-0/01) ILZA MARIA DE SOUZA SILVA (ADVOGADO: CLEMILSONRODRIGUES PEIXOTO, MARCELO LUCIO GRILLO, AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).RECURSO N.° 2007.50.51.002594-0/01RECORRENTE: ILZA MARIA DE SOUZA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

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E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURAL. AUSÊNCIA DE PROVAS.RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

I. Com razão a sentença, que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício previdenciário de aposentadoria poridade de segurado especial (rural).

II. Cumpre registrar que, nos termos do artigo 39 da Lei n.º 8.213/91, para o deferimento da aposentadoria por idadeassegurada ao segurado especial (rural), além da idade mínima (60 anos para homens e 55 anos para mulheres, a teor doartigo 48, §1º, da legislação em referência), este deve comprovar o exercício de atividade rural, ainda que de formadescontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício previdenciário, por lapso igual ao número demeses da carência prevista em lei.

III. De outra banda, o labor rural deve ser demonstrado, pelo menos, por início de prova material contemporânea à épocados fatos, de acordo com o artigo 55, § 3º, daquele diploma legal. Ocorre que, in casu, não existem no presente processoprovas suficientes, aptas a atestar a atividade rural, para fins de concessão do benefício previdenciário.

IV. A autora é viúva e percebe pensão por morte do marido, que era segurado especial. O Juízo a quo considerou,corretamente, que, em entrevista na esfera administrativa, a autora afirmou que deixou a atividade rural em 2003, ocasiãoem que entregou a lavoura, sendo que esse dado é corroborado pela declaração da proprietária do imóvel rural. Tendodeixado o trabalho rural anos antes de completar a idade mínima da aposentadoria por idade e, ainda, anos antes derequerer administrativamente o benefício previdenciário, no ano de 2006, a autora realmente não fazia, como não faz, jusao mesmo.

V. Ademais, o Juízo a quo considerou, igualmente com acerto, que o depoimento da autora e a oitiva das testemunhas, emaudiência, nada acrescentaram em termos de provas, como de fato não o fizeram. Ainda, o próprio Sindicato dosTrabalhadores Rurais de Guaçuí atestou não ter tido êxito em apurar o trabalho rural que a autora aduz que exercia.

VI. Recurso conhecido e improvido, ficando mantida a sentença.

VII. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento deassistência judiciária gratuita (fl. 57).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

59 - 0001780-47.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001780-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x CREUSA MARIA MADURO BARROS(ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.).RECURSOS DE SENTENÇA N.º 2009.50.50.001780-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDA: CREUSA MARIA MADURO BARROSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. O SALÁRIO PERCEBIDO PELO MARIDO SOMENTEDESNATURA O REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR VIVIDO PELA AUTORA QUANDO TORNA A RENDA AUFERIDA NOTRABALHO AGRÍCOLA IRRELEVANTE. FATO NÃO PROVADO NOS AUTOS. PRECEDENTE DO STJ. BREVEPERÍODO TRABALHADO PELA AUTORA COM VÍNCULO URBANO NÃO SE PRESTA A AFASTAR SUA CONDIÇÃO DESEGURADA ESPECIAL. NÃO É NECESSÁRIO QUE A PROVA MATERIAL ABRANJA TODO O PERÍODOCONTROVERTIDO, DESDE QUE SUA EFICÁCIA PROBATÓRIA SEJA AMPLIADA PELA PROVA TESTEMUNHA.SÚMULAS 14 E 34 DA TNU.

I. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão deaposentadoria por idade rural, em favor da autora. Em suas razões, sustenta que a autora, assim como seu marido,trabalhou com vínculos urbanos durante certo tempo, sendo inclusive a renda de seu cônjuge suficiente para o sustento da

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família, o que descaracteriza o regime de economia familiar vivido. Alega ainda a inexistência de início de prova materialcontemporâneo ao retorno ao trabalho rural em 1993. Por fim, requer a reforma da sentença. Contrarrazões às fls. 146/152.

II. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, com fulcro no art. 46 da Lei 9.099/95.

III. A magistrada a quo acertadamente entendeu que o salário auferido pelo marido da autora só seria capaz de desnaturaro regime de economia familiar, caso tornasse absolutamente dispensável a atividade rurícola desempenhada. Entretanto,tal fato não restou comprovado, motivo pelo qual não merece acolhida a alegação do INSS. Nesse mesmo sentido, jádecidiu o STJ:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE.SEGURADA ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR CARACTERIZADO.- Em que pese o cônjuge da autora perceber aposentadoria urbana como motorista desde 1979, daí em diante, ele passoua exerceu atividade agrícola em regime de economia familiar, a teor do disposto nos documentos referentes ao INCRA, ITRe notas fiscais de venda de mercadoria agrícola, tudo adicionado ao fato de que, em todos estes documentos, restouconsignada a sua profissão como sendo de lavrador. Dessa forma, não há falar em descaracterização da qualidade detrabalhadora rural da autora em regime de economia familiar.- Somente estaria descaracterizado o regime de economia familiar se a renda obtida com a outra atividade fosse suficientepara a manutenção da família, de modo a tornar dispensável a atividadeagrícola.- Recurso do INSS improvido. (AgRg no REsp 691391 / PR – Min. Rel. Hélio Quaglia Barbosa – 6ª Turma – STJ – Dje:25.05.2005)

IV. No que tange à questão de a autora ter trabalhado com vínculo empregatício urbano por certo período de tempo,entendo, tal como na sentença, que isto não implica a improcedência do pedido. Sobre o assunto, vale transcrever parte dodecisum:

Consta no CNIS (fs. 119) registro de vínculo empregatício urbano da autora no período de 07/1992 a 12/1992, contudo,entendo que tal vínculo exercido por um brevíssimo período de tempo, perto da residência rural da autora, não impede nemdescaracteriza a atividade rural exercida, principalmente se for considerado o tempo efetivamente trabalhado no campo atéa data do requerimento administrativo do benefício.

V. É prescindível que o início de prova material abranja todo o período controvertido, desde que a prova testemunhalestenda a sua eficácia probatória. Além do mais, as súmulas 14 e 34 da TNU permitem a ampliação dos efeitos probatóriosda prova material pela prova testemunhal, salvo em caso de contradição, imprecisão ou inconsistência entre osdepoimentos colhidos e os documentos presentes nos autos. Assim sendo, por ter a magistrada utilizado a provatestemunhal para corroborar a prova material, de modo a abranger todo o período em que se discutia o efetivo exercício daatividade rural, sem qualquer discrepância entre elas, deve a sentença ser mantida.

VI. Recurso não provido. Sentença mantida.

VII. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 8.213/91). Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados novalor de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

60 - 0000657-05.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000657-0/01) MARIA ODETTE CAPELINI DE SOUZA (ADVOGADO:JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).RECURSO N. 2009.50.53.000657-0/01RECORRENTE: MARIA ODETTE CAPELINI DE SOUZARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –EXERCÍCIO DE ATIVIDADE URBANA CONCOMITANTE À ATIVIDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DACONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL – SEM PREECHIMENTO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS Á CONCESSÃO

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DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 120/122, quejulgou improcedente o pedido autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Aduz a recorrente, em suas razões,que no mesmo período em que exerceu função de servente, não deixou de exercer atividade rural, vez que a função deservente era exercida em apenas um período, o que pode ser comprovado através da declaração sindical emitida peloSindicato dos Trabalhadores de Ibiraçu, documento que evidencia o exercício de atividade rural e o cumprimento do períodode carência exigido pelo benefício requerido.

2. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

3. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

4. A Turma Nacional de Uniformização, por intermédio da súmula 06, estabeleceu como início razoável de prova material deatividade rurícula, tanto a certidão de casamento quanto outro documento idôneo, que evidencie a condição de trabalhadorrural. Na hipótese, analisando-se as provas materiais, consta na certidão de casamento da autora (datada de 26/06/1976),que a mesma exercia atividade urbana (professora). O documento do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Linhares, RioBananal e Sooretama, acostado à fl. 56, demonstra que a requerente vem exercendo atividade rural na condição deproprietária rural do período de 02/1987 a 08/1988 e de 01/1997 até 12/2008 (data da expedição do documento emquestão). Os documentos, às fls. 60/68, comprovam que a autora trabalhou como professora no ano de 1988 a 1989, vindoa exercer profissão de servente em 1989 a 1996.

5. A situação fática que se refere ao fato da recorrente exercer função de servente concomitantemente com atividade rural,torna frágil a prova documental colacionada aos autos em favor da obtenção do benefício postulado, bem como a provatestemunhal colhida, impossibilitando a comprovação da condição de trabalhadora rural da recorrente na qualidade desegurada especial, eis que descaracteriza o regime de economia familiar, pois ele pressupõe que o trabalho sejaindispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração. Porém, a existência deuma segunda fonte de renda resulta na certeza de que o trabalho rural deixou de ser indispensável.

6. Não obstante a existência de início de prova documental, tal prova foi ilidida pela documentação acostada aos autos,comprobatória do exercício de atividade urbana pela própria autora. Isso descaracteriza o regime de economia familiar, oqual remete a uma situação fática pautada na união de esforços da família com a finalidade de alcançar o suficiente para amanutenção do núcleo familiar, no meio rural.

7. Esse entendimento encontra-se consolidado pelo Tribunal Regional federal da 5º Região, conforme a ementa que ora setranscreve: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADEURBANA CONCOMITANTE À ATIVIDADE CAMPESINA. CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL.DESCARACTERIZAÇÃO. 1. O regime de economia familiar dos rurícolas, condição à caracterização do status de seguradoespecial, pressupõe atividade exclusiva no ambiente campesino; 2. Comprovado nos autos que a autora exerceu atividadede natureza urbana (cargo de servente na Prefeitura de Aurora), ainda que concomitantemente com algum labor rurícola, noperíodo que seria de carência para percepção da aposentadoria rural por idade, resta evidente a descaracterização dacondição de segurada especial; 3. Apelação improvida. Processo: AC - Apelação Cível - 409934, Relator(a):Desembargador Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, TRF5, Órgão julgador: Terceira Turma. Fonte: DJ -Data::13/06/2007 - Página::552 - Nº::112.

8. Ainda, para fins de computação do tempo de contribuição correspondente à carência do benefício postulado, deve-secomprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, desse modo, tendo em vista o ato do requerimento feito pela parte autora ter ocorrido em11/12/2008 (fl. 98) e levando-se em consideração o período em que exerceu atividade urbana concomitantemente com aatividade rural, de forma a não computar este período, contando a partir da data em que a recorrente parou de exercer aatividade servente, em 31/12/1996 (fl. 70), perfaz um período correspondente a 144 meses (contados do primeiro mês de1997 a 11/12/2008, sendo este último a data do requerimento), o que não alcança os meses de contribuição exigidos, quedevem totalizar 162 meses, de acordo com o art. 142, da Lei 8.213/91.

9. Por todo o exposto, resta comprovado que a autora não faz jus ao recebimento de aposentadoria rural por idade, já querestou descaracterizada a sua qualidade de segurada especial (pela prática de atividade urbana) e ainda que desnecessárioo seguinte fundamento, por não ter cumprido o tempo de carência exigido.

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10. Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente serbeneficiária da Justiça Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

61 - 0001329-53.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001329-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x MARIA DA GLÓRIA BRUNELLI CASAGRANDE (ADVOGADO: RuberlanRodrigues Sabino.).RECURSO N. 2008.50.51.001329-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA DA GLÓRIA BRUNELLI CASAGRANDERELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –PRESENÇA DO INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL É CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL, SENDODEVIDO O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – MANUTENÇÃO DA DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 90/91, a qual julgouprocedente o pedido autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que arecorrida não obteve êxito em comprovar que exerceu atividade rural em regime de economia familiar pelo períodonecessário ao cumprimento da carência, haja vista a presença de vínculos urbanos exercidos por seu cônjuge e por suasfilhas, e pelo fato de não haver prova de atividade rural anterior a 2001. A autarquia previdenciária também aduz que a DIBdeve ser alterada para corresponder à data de realização da audiência de instrução, quando teria ocorrido o convencimentodo juízo a quo sobre o direito da recorrida ao benefício.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

No caso concreto, vislumbra-se que, a despeito da irresignação da autarquia previdenciária, há início de prova materialanterior a 2001, consoante se verifica pela Certidão de Casamento à fl. 20 dos autos (na qual consta como profissão docônjuge da recorrida a de lavrador), pela queixa-crime de fl. 32 e pela petição inicial de fls. 33/34, ambas de 1987, as quaisdemonstram o exercício de atividade rural por parte do mencionado cônjuge, e também pelas anotações na CTPS darecorrida (fl. 30), as quais demonstram o exercício de atividade rurícola na condição de trabalhadora rural.

A Certidão de Casamento da recorrida, nos moldes da Súmula 06 da Turma Nacional de Uniformização, pode serconsiderada início de prova material, ainda que conste apenas para um dos cônjuges a profissão de lavrador. Assim aduz aSúmula: A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjugeconstitui início razoável de prova material da atividade rurícola.

Quanto à queixa-crime e à petição inicial acima elencadas, considera-se que as mesmas também compõem início de provamaterial, haja vista serem contemporâneas à época em que a recorrida alegou ter trabalhado para o senhor Lino Brunelli, o

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qual se encontrou na condição de requerido em ambos os documentos.

No que tange às anotações na CTPS, tem-se que as mesmas são claras quanto à comprovação do exercício de labor ruralpela recorrida, sendo também consonantes com o depoimento pessoal desta colhido em audiência.

No que concerne propriamente ao depoimento pessoal da recorrida, verifica-se que a mesma demonstrou ter sólidoconhecimento quanto ao plantio do tomate, largamente cultivado pela mesma, conforme se verifica também pelotestemunho do Sr. Laurentino. Vale enfatizar que as informações da mencionada recorrida e da testemunha foramelucidativas e esclarecedoras quanto ao exercício de atividade rural por aquela.

Ademais, em relação ao regime de economia familiar, cabe mencionar que, em que pese o fato de o cônjuge da recorridater se aposentado como comerciário (fl. 89), verificou-se pela queixa-crime e pela petição inicial supramencionadas, etambém pelo depoimento da recorrida e da testemunha, que a atividade do mesmo estava nitidamente ligada ao meio rural,tendo em vista que o seu trabalho se baseava em transportar e descarregar ração para granjas.

Ficou claro, pela conjugação da prova material com a prova colhida em audiência, que o mencionado cônjuge auxiliava arecorrida na atividade rural, mais especificamente no plantio de tomate, de modo a restar preenchido o requisito doexercício de atividade rural em regime de economia familiar.

Quanto às atividades exercidas pelas filhas da recorrida, tem-se que os registros do CNIS das mesmas demonstram que osvínculos de uma delas estavam ligados basicamente à atividade rural, por serem desempenhados no ComplexoAgroindustrial Pindobas (fl. 79). Quanto aos vínculos da outra filha, verifica-se que um deles teve curtíssima duração, tendoo outro se iniciado após o período em que a recorrida deveria demonstrar o exercício de atividade rural em regime deeconomia familiar (fl. 80). Sendo assim, não há que falar em descumprimento deste requisito por parte da referida recorrida,de modo a restarem preenchidos os requisitos necessários à concessão do benefício pleiteado.

Com relação à alteração da data de início do benefício suscitada pelo INSS, vislumbra-se que não assiste razão à autarquiaprevidenciária, tendo em vista que na data de 31/12/2004 (data do requerimento administrativo), quando foi estipulada aDIB, a requerida já preenchia os requisitos para a concessão do benefício, o que enseja a manutenção da referida DIB.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, conforme o artigo 20, § 3º doCPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

62 - 0010772-65.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010772-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x ROSALINA MARIA GOMES BALDOTTO (ADVOGADO: HENRIQUESOARES MACEDO.).RECURSO N. 2007.50.50.010772-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ROSALINA MARIA GOMES BALDOTTORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –PRESENÇA DO INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL É CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL, SENDODEVIDO O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – OS JUROS DE MORA DEVEM INCIDIR NOS MOLDES DA SÚMULA 204 DOSTJ – NÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 1º-F DA LEI 9.494/97, POR SE TRATAR DE DEMANDA PREVIDENCIÁRIA –RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PORMENOR.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 137/143, a qual julgouprocedente o pedido autoral, de concessão de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que nãohá prova material que autorize a concessão do benefício pleiteado. Ademais, suscita que a recorrida não trabalha desde oano 2000 e que seu cônjuge exerceu entre 1984 e 1997 atividade urbana, o que descaracterizaria a qualidade de segurada

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especial da mesma. A autarquia previdenciária também suscita que deve ser aplicado o disposto na Súmula 204 doSuperior Tribunal de Justiça, quanto à incidência dos juros de mora, os quais são devidos a partir da citação válida, e queos referidos juros devem seguir a disciplina do artigo 1º-F da Lei 9.494/97, na redação conferida pela Lei 11.960/09.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

No presente caso, verifica-se que, a despeito da irresignação da autarquia previdenciária, há início de prova material,consoante se verifica pelo Contrato de Parceria Agrícola às fls. 20/21. O mesmo comprova o exercício de atividade ruralpela recorrida desde abril de 1988 até a data do requerimento administrativo do benefício previdenciário.

O INSS considera que o referido contrato é equivalente à prova testemunhal; todavia, este não é o entendimento oraexposto, haja vista que a previsão de cláusula verbal no contrato não descaracteriza o mesmo como prova material. Osdocumentos de fls. 22/29 dos autos dão subsídio, na forma de provas materiais, ao contrato mencionado, o que tambémconfere ao mesmo o caráter de prova material necessário à concessão da aposentadoria rural por idade.

Quanto à alegação do INSS de que a recorrida não exerce atividade rural desde 2000, é preciso tecer algumasconsiderações. Em Entrevista Rural de fls. 33/35, há a presença de informações conflitantes quanto ao período em que amesma exerceu atividade rural. À fl. 33, a mesma mencionou que não houve afastamento de sua atividade, tendo sidomencionado à fl. 35 que a recorrida deixou de exercer atividade rural em novembro de 2000, por motivos de saúde, e quetrabalhou na propriedade do Sr. Francisco durante três anos.

Tais informações, contraditórias, demandaram a produção de outras provas para que restasse claro se houve exercício ounão de atividade rural desde 1988 pela recorrida. À fl. 55, a mesma afirma que exerceu atividade rural até pelo menosmarço de 2008 (data da petição de mesma folha). Em sede de Justificação Administrativa (fls. 72, 73, 77, 82), astestemunhas disseram que a recorrida sempre exerceu atividade rural, sendo desconhecido das mesmas que amencionada recorrida tenha deixado de trabalhar por motivos de saúde.

Diante da presente controvérsia acerca do exercício ou não de atividade rural pela recorrida após o ano 2000, deve-seaplicar o princípio do in dúbio pro misero, haja vista que a dúvida não pode prejudicar quem pleiteia o benefício. Sendoassim, deve prevalecer o entendimento de que houve o exercício de atividade rural pela recorrida, até pelo fato de existirprova material, conforme acima mencionado, a qual foi corroborada por prova testemunhal.

No que tange ao fato de o cônjuge da recorrida ter exercido atividade urbana de 1984 a 1997, tem-se que tal exercício, porsi só, não afasta a qualidade de segurada especial da mesma, tendo em vista que a quantia percebida pelo referido cônjugena condição de aposentado não tem o condão de afastar a relevância da atividade rural desempenhada pela recorrida parao sustento da família. Ademais, os testemunhos colhidos na Justificação Administrativa (fls. 72 e 82) dão conta de que amesma exercia sua atividade juntamente com os filhos, ao menos esporadicamente, o que reforça o fato de a atividaderural ser relevante para o sustento familiar como um todo. Sendo assim, é devido o benefício de aposentadoria rural poridade.

Quanto à alegação da autarquia previdenciária de que os juros de mora devem incidir a partir da citação válida, tem-se quea mesma procede, haja vista que o entendimento que prevalece é o da Súmula 204 do STJ, no sentido de que os referidosjuros devem incidir a partir da citação tida por válida. Este é o entendimento da seguinte jurisprudência: PROCESSUALCIVIL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE A PARTIR DAENTRADA EM VIGOR DA EC Nº 20/98. JUROS DE MORA. CÔMPUTO. TERMO INICIAL. CITAÇÃO. DÍVIDA DECARÁTER ALIMENTAR. PERCENTUAL DE 1% AO MÊS. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97. 1. Nas dívidas de naturezaprevidenciária os juros de mora incidem a partir da citação, nos termos da Súmula nº 204 desta Corte. 2. Proposta a açãoapós a vigência da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24 de agosto de 2001, que acrescentou o art. 1º-F ao texto da Lei nº9.494/97, os juros de mora devem ser fixados no percentual de 6% ao ano. Precedentes da Corte. 3. Agravo regimental aque se nega provimento. (AGRESP 200401624070�AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL –702314 – Superior Tribunal de Justiça – Sexta Turma – Ministro Paulo Medina – Data do julgamento: 13-12-2005 – Data dapublicação: 07/11/2005 [sic]).

Desse modo, os juros de mora devem correr a partir da citação válida, e não da data de início do benefício – DIB, conformeaduzido na sentença, devendo a mesma ser reformada neste pormenor.

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Quanto à incidência do artigo 1º-F da Lei n. 9.494/97 ao presente caso, verifica-se que, não obstante a alteração trazidapela Lei nº 11.960, de 29/06/09, que deu nova redação ao supramencionado artigo, dispondo acerca da incidência deíndices oficiais aplicados à caderneta de poupança no cálculo dos juros, esta Relatoria entende que o mesmo não se aplicaàs causas previdenciárias, por serem estas de natureza alimentar, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça(AgRg no REsp 1133545/SP; AgRg no Ag 721960/RS).

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em pormenor. Sem custas, na forma da lei. Condenaçãodo INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação,conforme o artigo 20, § 3º do CPC e devido à sucumbência mínima da parte autora (artigo 21, parágrafo único, CPC).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

63 - 0002058-79.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002058-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x ANA MARIA SILVA PEREIRA (ADVOGADO: SIRO DACOSTA.).RECURSO N. 2008.50.51.002058-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ANA MARIA SILVA PEREIRARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL – ASATIVIDADES EXERCIDAS PELO CÔNJUGE E PELO FILHO DA RECORRIDA NÃO AFASTAM DA MESMA A QUALIDADEDE SEGURADA ESPECIAL, HAJA VISTA OS MESMOS TAMBÉM EXERCEREM ATIVIDADE RURAL E O FATO DE NÃOSER DISPENSÁVEL O LABOR RURAL PARA A MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 84/88, a qual julgouprocedente o pedido de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que arecorrida não é segurada especial, tendo em vista o exercício pelo seu cônjuge da atividade de motorista, e do exercíciopelo seu filho de atividade em marmoraria. Aduz também que a pequena extensão da terra reforça a insuficiência daatividade rural para a manutenção da família.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.No caso em questão, vislumbra-se que as alegações da autarquia previdenciária não merecem lograr êxito, posto que ofato de o cônjuge e o filho da recorrida exercerem atividade urbana não afasta, por si só, a qualidade de segurada especialda mesma atribuída com fundamento no exercício de atividade rural em regime de economia familiar.

Com efeito, restou demonstrada nos autos a relevância da atividade rural para o grupo familiar da supracitada recorrida,tendo em vista ser a atividade de motorista de seu cônjuge esporádica, desprovida de habitualidade, conforme demonstradoem sede de audiência, e pelo fato de o mesmo não receber grandes quantias pelas viagens realizadas, conformedemonstra o documento de fl. 60 dos autos.

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No que se refere ao filho da recorrida, restou claro pelo depoimento colhido em audiência que o mesmo também percebepequena quantia (no máximo um salário mínimo), advinda do seu trabalho em uma marmoraria, quantia a qual não auxilianas despesas da recorrida e de seu cônjuge, e sim basicamente nas despesas da família constituída pelo referido filho, aqual é composta pela esposa e pela filha deste.

Deve-se salientar que todas as testemunhas afirmaram que a recorrida recebe auxílio do cônjuge e do filho para arealização das atividades rurais da propriedade onde vivem. Quando os mesmos não estão trabalhando fora da referidapropriedade, estão a laborar juntamente com a recorrida, para fins de manutenção da lavoura cafeeira.

É de enfatizar que, a despeito de não ter a propriedade grandes dimensões, a colheita realizada na mesma era grande,tendo sido colhidas no ano de 2010 100 (cem) sacas de café Conilon. Ainda que apenas 14 (quatorze) sacas tenham sidoaproveitadas, devido a interferências climáticas, a quantia obtida com o comércio do café (levando-se em consideração acotação do café Conilon no ano de 2010�) indubitavelmente auxiliou a família nas despesas ordinárias, conferindo àatividade rural um status de relevância frente à atividade exercida pelo cônjuge da recorrida.

Todas as informações colacionadas acima, as quais servem de subsídio para a manutenção da sentença proferida pelo juiza quo, guardam consonância com a Súmula 41 da Turma Nacional de Uniformização, a qual afirma que “A circunstância deum dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização dotrabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto.”.

Estando presente a qualidade de segurada especial, deve ser mantida a sentença a qual julgou procedente o pedido da orarecorrida de concessão do benefício previdenciário de aposentadoria rural por idade.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 400,00 (quatrocentos reais), com fundamento no artigo 20, § 4º do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

64 - 0001210-92.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001210-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x JOSE SOROLDANI (ADVOGADO: CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO.).RECURSO N. 2008.50.51.001210-9/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOSÉ SOROLDANIRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –PRESENÇA DO INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL É CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL – ADIMENSÃO DA PROPRIEDADE, POR SI SÓ, NÃO TEM O CONDÃO DE AFASTAR A QUALIDADE DE SEGURADOESPECIAL – EXERCÍCIO MUITO LIMITADO DE ATIVIDADE COMERCIAL, O QUAL NÃO AFASTA A SUPRACITADAQUALIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 89/91, a qual julgouprocedente o pedido de concessão de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que o recorridonão comprovou o exercício de labor rural pelo período necessário à concessão do benefício. Ademais, alega que omencionado recorrido possui propriedade com extensão incompatível com a condição de segurado especial e que o fato deeste possuir um botequim afasta a referida condição.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

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Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

No caso concreto, verifica-se que, a despeito da irresignação da autarquia previdenciária, houve o cumprimento da carêncianecessária à concessão do benefício previdenciário. Com efeito, considerando-se a data em que o recorrido pleiteou obenefício administrativamente, e a redação do artigo 142 da Lei n. 8.213/91, o mesmo deveria cumprir 126 meses deexercício de labor rural. O referido período foi cumprido, haja vista ter o mesmo sido comprovado por intermédio de início deprova material, corroborado por prova testemunhal, nos moldes da Súmula 149 do STJ.

Como início de prova material, o recorrido trouxe aos autos a Escritura Pública de Extinção de Condomínio e Separação deQuinhão (fls. 19/26), datada de 1988, a qual, juntamente com os documentos de fls. 33/35 e 43/45, comprova que o mesmoé proprietário do Sítio Santa Luzia, localizado em Guaçuí-ES e adquirido a título de herança por sua falecida esposa. Oreferido recorrido também trouxe aos autos Certidão de Casamento (fl. 27), contraído em 1959, a qual, segundo a Súmulan. 06 da Turma Nacional de Uniformização, é dotada de caráter probatório no que tange ao exercício de atividade rural. Aprova testemunhal colhida em audiência corrobora o início de prova material presente nos autos, tendo sido confirmado oexercício de atividade rural pelo recorrido, atividade consistente basicamente no cultivo de café.

Quanto à alegação do INSS de que a dimensão da propriedade do recorrido afasta a sua condição de segurado especial,tem-se que tal alegação não procede, haja vista que, em que pese ter a propriedade do mesmo grandes dimensões, restoucomprovado pela prova produzida em audiência, pela Entrevista Rural à fl. 30/30-v e pelos documentos de fls. 33/34 e 62dos autos o exercício de atividade rural em regime de economia familiar, ante a ausência de empregados (o recorridorecebia apenas o auxílio da esposa e de seu filho) e devido ao cultivo da terra para a própria subsistência da família.

Tendo sido comprovado o exercício de atividade rural em regime de economia familiar, o tamanho da propriedade não podeser empecilho para a concessão do benefício previdenciário, conforme se depreende da Súmula 30 da TNU, a qual aduzque “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, aqualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regimede economia familiar.”.

No que tange à constatação no CNIS do recorrido de inscrição como empresário, tem-se que o mesmo possui apenas umbotequim, o qual praticamente não funciona. No referido botequim, havia o comércio de poucos artigos, principalmente dequerosene, quando não havia luz elétrica na região, sendo o horário de funcionamento do mesmo muito restrito. A aparentecontradição, suscitada pelo INSS, entre o depoimento pessoal do recorrido e o testemunho colhido em audiência, no queconcerne ao encerramento ou não da atividade no botequim, não diminui o valor probatório destas provas, haja vista quevender quase nada e não vender (o que indicaria o encerramento da atividade) ganham praticamente os mesmos contornosna presente lide. O importante a ser extraído das referidas provas é que o botequim não consistia na atividade laboralprincipal do recorrido, não afastando, portanto, o regime de economia familiar.

Vislumbra-se, pelas provas orais colhidas nos autos, o quão diminuta e inexpressiva era a atividade comercial do recorrido,ante a atividade rural exercida, refletida basicamente no cultivo de café, o que leva à conclusão de que a atividadecomercial tinha o intuito apenas de complementar a renda da família, a qual era obtida principalmente pelo trabalho rural.

Sendo assim, restaram preenchidos no caso concreto os requisitos para a concessão da aposentadoria rural por idade.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos moldes do artigo 20, § 3ºdo CPC. Em que pese não ter havido contrarrazões, o recorrido foi assistido por advogado no primeiro grau de jurisdição, oque enseja o pagamento de honorários pela autarquia previdenciária.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

65 - 0000358-34.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000358-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x ANNA MARLENE NICOLI DEPRA (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRADA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).RECURSOS DE SENTENÇA N.º 2009.50.51.000358-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDA: ANNA MARLENE NICOLI DEPRARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. EXISTÊNCIA DE SUFICIENTE INÍCIO DE PROVAMATERIAL PARA FINS DE COMPROVAÇÃO DO DESEMPENHO DE ATIVIDADE RURÍCOLA. SÚMULA 06 DA TNU.DESNECESSIDADE DE A DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA ESTAR EM NOME DA AUTORA. POSSIBILIDADE DEESTENDER A CONDIÇÃO DE TRABALHADOR RURAL DO MARIDO PARA A ESPOSA. A NÃO CONTEMPORANEIDADEDA PROVA MATERIAL NÃO É ÓBICE INTRANSPONÍVEL AO DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. SÚMULAS 14 E 34 DATNU.

I. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão deaposentadoria por idade rural. Em suas razões, a autarquia sustenta que os documentos apresentados pela autora sãoimprestáveis para configurar o tempo efetivamente trabalhado na lavoura, já que: seu conteúdo decorre de merasdeclarações, sem a necessária autenticação; estão em nome de seu marido; e não comprovam o exercício da atividaderural antes de 1995. Contrarrazões às fls. 95/102.II. A Turma Nacional de Uniformização, por intermédio da súmula 06, estabeleceu como início razoável de prova material deatividade rurícula tanto a certidão de casamento quanto outro documento idôneo, que evidencie a condição de trabalhadorrural. Assim, considerando que a sentença utilizou documentos absolutamente aptos a demonstrar o exercício da atividaderural – certidão de casamento; declaração de exercício de atividade rural; ficha da Secretaria Municipal de Saúde na qualconstava a profissão da autora; dentre outros – não deve prosperar a alegação de insuficiência da prova documental.III. Ademais, para que os documentos possam ser considerados como suficiente início de prova material, nãonecessariamente têm que estar em nome da autora. A prova de que o marido é trabalhador rural estende tal condição àesposa, uma vez que se pressupõe a convivência conjugal em regime de economia familiar. Logo, não tendo o INSSapresentado prova contrária ao fato de a autora e seu marido viverem em regime de economia familiar, isto é, trabalhando esobrevivendo dos produtos agrícolas que cultivavam, mantenho a sentença por seus fundamentos.IV. No que tange à questão da contemporaneidade das provas materiais juntadas, importa registrar que não configura óbiceao deferimento do benefício. Isto porque é prescindível que o início de prova material abranja todo o período controvertido,tendo em vista que as súmulas 14 e 34 da TNU, analisadas conjuntamente, permitem a ampliação da eficácia probatória daprova material pela prova testemunhal.V. Por outro lado, merece provimento o recurso para que seja aplicada à condenação a prescrição qüinqüenal.VI. Recurso parcialmente provido, para determinar a aplicação da prescrição qüinqüenal à condenação.VII. Sem custas e honorários, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

66 - 0000725-89.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000725-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x LUSIA MORAES MONTEIRO (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.).RECURSO Nº 2008.50.52.000725-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: LUSIA MORAES MONTEIRORELATORA: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. O FATO DE O MARIDO DA AUTORA EXERCER LABOR DENATUREZA URBANA, POR SI SÓ, NÃO DESCARACTERIZA O REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. SÚMULA 41 DATNU. DESNECESSIDADE DE QUE O INÍCIO DE PROVA MATERIAL ABRANJA TODO O PERÍODO CONTROVERTIDO,DESDE QUE TENHA SUA EFICÁCIA PROBATÓRIA AMPLIADA PELA PROVA TESTEMUNHAL. RECURSO NÃOPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão deaposentadoria por idade rural. Em suas razões, sustenta, em síntese, que “[...] seja pela atividade do marido da autora, quedescaracteriza a sua suposta condição de segurada especial, seja pela inexistência de início de prova material suficiente,afigura-se impossível a concessão do benefício de aposentadoria rural por idade, razão pela qual se impõe a reforma da v.

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sentença para que sejam julgados improcedentes os pedidos exordiais”. Contrarrazões às fls. 81/82.

Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, com fulcro no art. 46 da Lei 8.213/91.

O fato de o marido da autora desempenhar trabalho de natureza urbana, por si só, não possui o condão de retirar dela aqualidade de segurada especial. Este entendimento já foi, inclusive, consolidado pela TNU em sua súmula de número 41.Tal condição somente restaria afastada se a renda obtida no trabalho agrícola desempenhado pela autora fossedispensável em face dos ganhos de seu marido. Portanto, não havendo prova de que a remuneração do cônjuge da autoraera tão elevada que tornava irrelevante o trabalho no campo, a sentença deve ser mantida.

O INSS também alegou que o início de prova material colacionado aos autos não compreende todo o período em que aautora laborou na roça, de modo a não ser devida a aposentadoria por idade rural. Entretanto, é prescindível que o início deprova material abranja todo o período controvertido. As súmulas 14 e 34 da TNU permitem a ampliação da eficáciaprobatória da prova material pela prova testemunhal, salvo em caso de contradição, imprecisão ou inconsistência entre osdepoimentos colhidos e os documentos presentes nos autos. Logo, por ter a prova testemunhal corroborado a provadocumental de forma consistente e harmônica, não apresentando qualquer disparidade, não merece acolhida a alegação doINSS.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condeno o recorrente ao pagamento de 10% (dez por cento) do valor dacondenação, a título de honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

67 - 0002697-03.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002697-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x ODILA MARCELINO BORGES (ADVOGADO: HENRIQUE SOARESMACEDO.).RECURSO Nº 2008.50.52.002697-5/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ODILA MARCELINO BORGESRELATORA: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL. COM A CONSTITUIÇÃO DE 1988, A APOSENTADORIA POR IDADERURAL PASSOU A SER DEVIDA A HOMENS E MULHERES, INDEPENDENTE DE GOZAREM DA QUALIDADE DEARRIMO OU CHEFE DE FAMÍLIA. ART. 226, §5º, DA CF/88. NÃO RECEPÇÃO DO ART. 297 DO DECRETO 83.080/90.EXISTÊNCIA DE SUFICIENTE INÍCIO DE PROVA MATERIAL, POSTERIROR A 1988, QUE COMPROVA O EFETIVOEXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURÍCOLA. NÃO APLICAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/97 EM CAUSASPREVIDENCIÁRIAS. JUROS DE MORA CONTADOS A PARTIR DE CITAÇÃO VÁLIDA. SÚMULA 204 STJ.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou procedente o pedido deconcessão de aposentadoria por idade rural. Em suas razões, sustenta que a regra de transição do art. 143 da Lei 8.213/91não se aplica ao caso, já que antes da edição dessa lei a autora não se encontrava coberta pelo RGPS. Subsidiariamente,requer a incidência dos juros de mora a partir da citação válida, bem como que as parcelas vencidas sejam corrigidasmonetariamente nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97. Contrarrazões às fls. 117/122.

A autora completou a idade para se aposentar (55 anos) no ano de 1985, isto é, antes da edição da Lei 8.213/91. Nestaépoca, vigia o Decreto nº 83.080/90 que determinava ser devida “aposentadoria por velhice” ao trabalhador rural que fossechefe ou arrimo de família (art. 297). Tal disposição desfavorecia a mulher trabalhadora rural, que, muitas vezes, era mãede uma grande prole e tinha que se dedicar aos trabalhos domésticos e ao cuidado para com seus filhos, não podendoprover o sustento da família com seu próprio trabalho, tarefa que era reservada ao marido. Com a promulgação daConstituição Federal de 1988, homens e mulheres passaram a exercer os direitos e deveres da sociedade conjugal emigualdade de condições (art. 226, §5º, da CF/88). Sendo assim, o art. 297 do Decreto 83.080/90 não foi recepcionado,motivo pelo qual é devida aposentadoria rural também a mulher que provar o efetivo exercício da atividade rurícola, mesmoque não seja arrimo de família.

Tendo em vista que a autora faz jus ao benefício desde 1988, o INSS alegou que não foi colacionado aos autos início deprova material referente à data posterior à promulgação da CF/88. Entretanto, existe lastro probatório suficiente paracomprovar o exercício de atividade rural depois de 1988. Vale transcrever trecho da declaração de exercício de atividaderural emitida, em 2003, pelo Sindicato dos Agricultores Familiares e Assalariados Rurais de Itaguaçu/ES (fls. 23/24)

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O segurado exerceu atividade rural na categoria de MEEIRO na propriedade do Sr. Helmar Lemke (espólio de GermanoLemke), localizada em Córrego da Areia – Itaimbé – Itaguaçu/ES, devidamente inscrita sob nº 5040050.004308-3, doperíodo de 1969 a setembro de 1984, e do período de 1984 a setembro de 1995 exerceu atividade rural na categoria deMEEIRO, na propriedade do Sr. Severino Dominicini, localizada em córrego Bom Destino – Itaguaçu/ES, devidamenteinscrita no INCRA sob nº 504050.004898-0.

Entendo que a declaração acima referida consiste em suficiente início de prova material e que corroborada pela provatestemunhal colhida em justificação administrativa demonstra ser o benefício de aposentadoria por idade rural realmentedevido.

Não obstante a alteração trazida pela Lei nº 11.960, de 29/06/09, que deu nova redação ao artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97,dispondo acerca da incidência de índices oficiais aplicados à caderneta de poupança no cálculo dos juros, entendo que omesmo não se aplica às causas previdenciárias por serem estas de natureza alimentar.

A propósito do tema, confira-se o julgado do Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. PREQUESTIONAMENTO.AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. SÚMULA 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRESTAÇÕES VINCENDAS.SÚMULA 7/STJ. JUROS DE MORA. PATAMAR DE 1% (UM POR CENTO)....IV - Nas ações previdenciárias em que se discutem verbas de caráter eminentemente alimentar, é entendimento da e.Terceira Seção deste c. STJ que os juros de mora devem ser fixados no percentual de 1% (um por cento) ao mês.Agravo regimental desprovido. (STJ, Órgão Julgador: Quinta Turma, AgRg no REsp 1133545/SP, AGRAVO REGIMENTALNO RECURSO ESPECIAL 2009/0096027-0, Relator: Ministro FELIX FISCHER, DJe 14/12/2009)

Ante o exposto, mantenho a fixação dos juros de mora em 1% ao mês.

Por outro lado, os juros de mora deverão ser contados a partir da citação válida (Súmula 204, STJ).

Sem condenação em custas e honorários, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

68 - 0000096-44.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000096-0/01) EUGENIA DA SILVA BORGES (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).RECURSO N.° 2010.50.53.000096-0/01RECORRENTE: EUGENIA DA SILVA BORGESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURAL. PROVA. VÍNCULOS URBANOS.

I. Cumpre registrar que, nos termos do artigo 39 da Lei n.º 8.213/91, para o deferimento da aposentadoria por idadeassegurada ao segurado especial (rural), além da idade mínima (60 anos para homens e 55 anos para mulheres, a teor doartigo 48, §1º), este deve comprovar o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, em momento imediatamenteanterior ao requerimento do benefício previdenciário, por período equivalente ao número de meses da carência deste, maisprecisamente pela tabela contida no artigo 142. Ainda, o trabalho rural deve ser demonstrado por início de prova materialcontemporânea aos fatos, de acordo com o artigo 55, § 3º, também da Lei n.º 8.213/91.

II. Neste caso concreto, a autora/recorrente logrou êxito em demonstrar o efetivo exercício de atividade rural, medianteprova documental e testemunhal, sendo que o fato de seu marido ser empregado no meio urbano não é suficiente paradesconfigurar o regime de economia familiar, como se depreende da Súmula n.º 41 da TNU.

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III. Igualmente, o fato de a própria autora ter tido vínculos de emprego urbanos não impõe a improcedência do pedido incasu, seja porque, de acordo com as testemunhas, a autora laborou na lavoura concomitantemente, seja porque a atividaderural não necessita ser contínua, ficando, sim, comprovado nos autos que se está diante de trabalhadora rural, seguradaespecial, a fazer jus ao benefício previdenciário.

IV. Recurso conhecido e provido, com a reforma da sentença, para condenar a autarquia previdenciária a implantar aaposentadoria por idade e a pagar as parcelas vencidas, desde o requerimento administrativo.

V. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

69 - 0000681-33.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000681-8/01) MARENES GAMA SAMARITANO (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.53.000681-8/01RECORRENTE(S): MARENES GAMA SAMARITANORECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. O FATO DE O MARIDO TER TRABALHADO POR ANOSCOM VÍNCULO EMPREGATÍCIO URBANO NÃO DESNATURA, POR SI SÓ, O REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR NOQUAL VIVIA A FAMÍLIA DA AUTORA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL E PROVA TESTEMUNHAL SUFICIENTES PARACOMPROVAR O EFETIVO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURAL PELO TEMPO EXIGIDO EM LEI. RECURSO PROVIDO.SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

70 - 0000379-44.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000379-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x MARIA LUCIA COSTA (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).PROCESSO Nº 2008.50.51.000379-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA LUCIA COSTARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E DEFINITIVA COMPROVADA PELO LAUDO PERICIAL –MANUTENÇÃO DA DIB A PARTIR DA DATA DE CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA – RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 92/95, que julgouprocedente o pleito autoral de restabelecimento do auxílio-doença e a conversão deste em aposentadoria por invalidez.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a DIB do auxílio-doença deve ser fixada a partir de 10/02/2009, datada juntada do laudo pericial (fls. 69/74).

2. Em que pese o fato da Autarquia Previdenciária não ter se pronunciado acerca do direito da autora ao auxílio-doença e a

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posterior conversão do mesmo em aposentadoria por invalidez, pronunciando-se somente a respeito da data do pagamentodo auxílio-doença, tem-se por vencido o mesmo, no sentido restar comprovada a incapacidade total e definitiva darecorrida.

3. Com base no laudo pericial, verifica-se que em resposta ao quesito nº 12 (fl. 71), o perito afirma não ser possível precisara data de início da incapacidade, mas que provavelmente a autora já se encontrava incapacitada há mais de 12 meses (1ano) contados da data da realização da perícia (06/08/2008, fl. 74), pressupõe-se então que, se a recorrida já se encontravaincapacitada há mais de um ano desta referida data, o benefício foi cessado de modo equivocado pelo INSS, haja vista quede acordo com a conclusão do perito e os demais documentos juntados aos autos fica clara e evidentemente comprovada aincapacidade total e definitiva da autora deste a cessação do auxílio-doença, em 30/06/2007 (fl.91).

4. Dessa forma, entendo que deve ser mantida a fixação da DIB em 30/06/2007.

5. Ante o exposto, CONHEÇO E NEGO PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, mantendo incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

6. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios à recorrida, fixados em 10% (dez por cento) dacondenação, nos termos do artigo 59, caput da Lei n. 9.099/1995 e artigo 20, § 3º, alíneas “a”, “b” e “c” do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

71 - 0006910-52.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006910-0/01) GILCEIA DA SILVA DOS SANTOS (ADVOGADO: ANDRÉVINICIUS MARQUES GONÇALVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PROCESSO Nº 2008.50.50.006910-0/01RECORRENTE: GILCEIA DA SILVA DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL COMPROVADA PELO LAUDOPERICIAL – VERIFICAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS PROBATÓRIOS – LAUDOS PARTICULARES ANTIGOS –INEFICAZES – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 46/47, que julgouimprocedente o pleito autoral de concessão de auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez.Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que possui doenças psíquicas que acarretam profundas limitações à suavida e que a deixam incapacitada para o trabalho de doméstica (sua função habitual).

2. O auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido,quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual pormais de 15 (quinze) dias consecutivos. A seu turno, a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Analisando o laudo pericial produzido em juízo às fls. 36/38, é possível afirmar que a autora sofre de transtornodissociativo misto, pois apresenta episódios de convulsão dissociativa e também episódios de amnésia dissociativa. Emconclusão, a perita assevera que não há inaptidão laborativa para a atividade habitual da recorrente, do ponto de vistapsiquiátrico.

4. No que se refere à possibilidade de prevalência dos laudos médicos particulares da autora (fls.11/13), observo que osmesmos são de data anterior ao cessamento do benefício, que ocorreu em 31/01/2009, razão pela qual são consideradosineficientes e ineficazes á comprovação de seu estado debilitado no presente momento.

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5. Ainda, partindo-se da premissa de que a perícia médica realizada em juízo é forma eficaz e eficiente de se comprovar aincapacidade laboral do requerente, não há dúvidas quanto à constatação da veracidade do apurado.

6. Concluo, portanto, que a recorrente não faz jus ao benefício pleiteado, haja vista não haver incapacidade para o labor.

7. Ante o exposto, CONHEÇO E NEGO PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, mantendo incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

8. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

72 - 0002586-19.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002586-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x VALDIRIA LUCENA ESTEVES DE ANDRADE (ADVOGADO:KELLY CRISTINA ANDRADE DO ROSARIO.).PROCESSO Nº 2008.50.50.002586-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: VALDIRIA LUCENA ESTEVES DE ANDRADERELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ – INEXISTÊNCIA DE CONTROVÉRSIA QUANTO À INCAPACIDADE LABORAL DA AUTORA – INÍCIO DAPATOLOGIA INDICADA PELO PERITO – DIB MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 121/123, que julgouprocedente o pleito autoral de concessão do benefício de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais,que a concessão do auxílio-doença deve ocorrer na data de realização do exame médico pericial, já que somente a partirdaquela data houve comprovação da necessidade de afastamento da autora do trabalho.

2. Em que pese o fato da Autarquia Previdenciária não ter se pronunciado acerca do direito da autora ao auxílio-doença,pronunciando-se somente a respeito da data do pagamento do benefício, tem-se por vencido tal argumento, no sentidorestar comprovada a incapacidade da recorrida.

3. Com base no laudo pericial (fls. 73/76), verifica-se que, em resposta ao quesito nº 11 (fl. 74), o perito afirmou que o testeergométrico realizado em 30/10/2008, que sugere a presença de doença coronariana, pode ser considerado como basepara se fixar a data inicial da patologia que incapacita a recorrida, haja vista a gravidade da moléstia. Desse modo, deacordo com a conclusão do perito e os demais documentos juntados aos autos, fica evidentemente comprovada aexistência de incapacidade desde a realização do teste ergométrico.

4. Saliento, ainda, que, em suas razões recursais, o INSS pediu para que fosse fixada a DIB na data da realização daperícia judicial, entretanto, penso ser equivocada a alegação, pois, conforme se observa à fl. 73, a perícia foi realizada em06/08/2008, o que teria como conseqüência a retroação da DIB para data anterior àquela fixada pelo juiz a quo(30/10/2008), possibilitando o entendimento de que a Autarquia Previdenciária estaria incorrendo na falta de interesse emrecorrer, pois não demonstrou a sua real necessidade de conseguir a reforma da sentença, haja vista que restariaprejudicada caso o seu recurso fosse provido. Porém, partindo-se do entendimento de que a data a ser indicada pelo INSS,como início do benefício, seria em 18/02/2009 (data da complementação do laudo pericial), entendo por vencida a teseacima exposta, até mesmo pelo fato de que foi acertada a fixação da DIB na data em que foi atestada a doença coronarianada recorrida (como dito, em 30/10/2008).

5. Ante o exposto, CONHEÇO E NEGO PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, mantendo incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

6. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios à recorrida, fixados em 10% (dez por cento) dacondenação, nos termos do artigo 59, caput da Lei n. 9.099/1995 e artigo 20, § 3º, alíneas “a”, “b” e “c” do CPC.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

73 - 0000869-32.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000869-0/01) MARIA MELO DOS SANTOS (ADVOGADO: Laerte deCampos Hosken, URBANO LEAL PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).RECURSO N.° 2009.50.51.000869-0/01RECORRENTE: MARIA MELO DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃOPARA O TRABALHO ATESTADA PELA PROVA PERICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

I. Com razão a sentença, que julgou improcedente o pleito de concessão de auxílio doença ou de aposentadoria porinvalidez. Isso porque, depois de examinar a autora/recorrente e de analisar as queixas e o quadro clínico dela, o médicoperito do juízo concluiu que a mesma é portadora de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus (quesito 1 do INSS,vide fl. 29), enfermidades essas que não possuem nexo de causalidade com o trabalho dela como doméstica (quesito 5 doINSS, fl. 29), para o qual continua apta, inexistindo incapacidade quer para o labor em geral, quer para o labor específicodesempenhado pela autora/recorrente (quesitos 1 e 2 da autora e quesito 6 do INSS, fl. 29).

II. Recordando que, ao menos em princípio, a perícia promovida em juízo é mecanismo eficaz e eficiente para comprovar a(in) capacidade do segurado e que, via de regra, laudos de médicos particulares não são suficientes para ilidir essa prova,penso que devem ser seguidas as assertivas do laudo de fl. 29. Além disso, não me parece plausível deferir os benefíciosprevidenciários - seja de auxílio doença, seja de aposentadoria por invalidez -, apesar de constada a capacidade para otrabalho habitual, sendo certo que a existência de enfermidade não implica, necessariamente, inaptidão para o labor.

III. Recurso conhecido e improvido, ficando mantida a sentença.

IV. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento deassistência judiciária gratuita (fl. 29).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

74 - 0000670-04.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000670-3/01) MARIA DA PENHA CAMPOS MOURA (ADVOGADO:MARCOS JOSÉ MILAGRE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).PROCESSO Nº 2009.50.53.000670-3/01RECORRENTE: MARIA DA PENHA CAMPOS MOURARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM

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APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL COMPROVADA PELO LAUDOPERICIAL – CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO ANTE O ENTENDIMENTO DE QUE NÃO ÉINDISPENSÁVEL A ESPECIALIDADE EM ORTOPEDIA DA MÉDICA PERITA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 51/53, que julgouimprocedente o pleito autoral de restabelecimento do auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que a perícia judicial foi elaborada por médica que não éortopedista, portanto não teria qualificação para avaliá-la, suscitando a nulidade da sentença em razão do cerceamento dedefesa.

2. O auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido,quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual pormais de 15 (quinze) dias consecutivos. A seu turno, a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42, domesmo diploma legal, aduz que uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. De acordo com as informações arroladas no laudo médico pericial (fls. 39/42), a autora possui espondiloartrose e dor nacoluna lombo sacra, entretanto, aduz que tais enfermidades não a incapacitam para a sua habitual função de costureira.

4. No que tange a alegação feita pela parte autora quanto à ocorrência do cerceamento de defesa, entendo que o mesmonão deve prosperar. Tendo em vista o fato de a médica perita estar devidamente inscrita no CRM, além de ter experiênciaem perícias, entendo, portanto, que indispensável não é a sua especialidade em ortopedia para que se possa obter umconcluso laudo médico que ateste eficientemente o estado de saúde em que a recorrente se encontra.

5. Esse entendimento encontra-se consolidado pelo Tribunal Regional federal da 2º Região, conforme a ementa que ora setranscreve: PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - PROCEDÊNCIA PARCIAL PARARESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA - NÃO OCORRÊNCIA DE JULGAMENTO EXTRA PETITA - LAUDOPERICIAL PELA INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL DO AUTOR - ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. 1. Não éindispensável a perícia por médico com especialização em Ortopedia, uma vez que o médico, por sua formação, é detentorde conhecimentos necessários a efetuar perícias médicas judiciais, não sendo requisito sine qua non a qualificação em umadada especialidade da Medicina, especialmente quando o laudo apresentado forneceu elementos suficientes à formação deconvicção por parte do magistrado. 2. Não configura julgamento extra petita o Juiz conceder auxílio-doença (ou, no caso,determinar o restabelecimento de auxílio-doença) quando o pedido visa à percepção de aposentadoria por invalidez.Jurisprudência do STJ e desta Corte. Enunciado nº 22 da Turma da Seção Judiciária do Espírito Santo, das TurmasRecursais dos Juizados Especiais Federais... Deferida a antecipação da tutela para que seja reimplementadoimediatamente o benefício, com base no art. 273 do CPC. Honorários compensados. Custas ex lege. Determinada ajuntada da degravação fonográfica do julgamento. Processo: AGRESP AC - APELAÇÃO CIVEL - 483188, Relator(a):Desembargador Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO, TRF2, Órgão julgador: PRIMEIRA TURMAESPECIALIZADA. Fonte: E-DJF2R - Data::15/12/2010 - Página: 26/27.

6. Diante do que foi exposto, reitero que a recorrente não faz jus ao benefício pleiteado, haja vista não haver incapacidadepara o labor.

7. CONHEÇO E NEGO PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, mantendo incólume a sentença de primeiro grau, emtodos os seus termos.

8. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

75 - 0005799-33.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005799-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x JOSE BELTRAO GOUVEIA (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE,SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).RECURSO N. 2008.50.50.005799-6/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOSÉ BELTRÃO GOUVEIA

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RELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – A PRESENÇADE VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS NÃO AFASTA A INCAPACIDADE DO RECORRIDO, HAJA VISTA A NECESSIDADE DEMANUTENÇÃO DE UM PADRÃO DE VIDA DIGNO, ANTE A AUSÊNCIA DE PERCEPÇÃO DO BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO – OS JUROS DE MORA DEVEM INCIDIR A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA, CONFORME SÚMULA204 DO STJ – NÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 1º-F DA LEI 9.494/97, ALTERADO PELA LEI 11.960/09, TENDO EM VISTASE TRATAR DE DEMANDA PREVIDENCIÁRIA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA EM PORMENOR.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 55/57, a qual concedeu obenefício previdenciário de aposentadoria por invalidez ao recorrido. Aduz o recorrente, em suas razões, que o recorridonão se encontra incapaz, haja vista o exercício de labor pelo mesmo, o qual é incompatível com o recebimento de benefíciopor incapacidade. Aduz também que os juros de mora devem incidir a partir da citação e que deve ser aplicada ao casoconcreto a nova redação do artigo 1º-F da Lei n. 9.494/97.

A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado (tendo cumprido, quando foro caso, a carência exigida) que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição.

No caso concreto, verifica-se que deve ser mantida a sentença proferida pelo juiz a quo, haja vista que os vínculosempregatícios do recorrido exercidos após a cessação do benefício de auxílio-doença em 27/06/2008 (fl. 130), tiveramduração diminuta, conforme se depreende do documento à fl. 131 dos autos. A curta duração dos referidos vínculos apenascorrobora a incapacidade laboral do recorrido, tendo em vista que, devido às suas limitações laborais, o mesmo nãoconsegue se manter em um emprego por muito tempo.

Ademais, a presença de tais vínculos deve ser vista com parcimônia, posto que, ante a ausência de percepção de benefícioprevidenciário neste período, não restou escolha ao recorrido senão o exercício de atividade laboral para a manutenção deum padrão de vida digno. Desse modo, não se deve penalizar o mencionado recorrido por tentar suprir suas necessidadesbásicas, ante a ausência de recebimento de benefício da Previdência Social.

Deve-se ressaltar, todavia, que devem ser descontados do benefício de aposentadoria por invalidez todos os saláriosauferidos pelo recorrido enquanto o mesmo esteve a laborar, a fim de se evitar enriquecimento indevido.

Quanto à alegação da autarquia previdenciária de que os juros de mora devem incidir a partir da citação, tem-se que amesma procede, haja vista que o entendimento que prevalece é o da Súmula 204 do STJ, no sentido de que os referidosjuros devem incidir a partir da citação tida por válida. Este é o entendimento da seguinte jurisprudência: PROCESSUALCIVIL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE A PARTIR DAENTRADA EM VIGOR DA EC Nº 20/98. JUROS DE MORA. CÔMPUTO. TERMO INICIAL. CITAÇÃO. DÍVIDA DECARÁTER ALIMENTAR. PERCENTUAL DE 1% AO MÊS. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97. 1. Nas dívidas de naturezaprevidenciária os juros de mora incidem a partir da citação, nos termos da Súmula nº 204 desta Corte. 2. Proposta a açãoapós a vigência da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24 de agosto de 2001, que acrescentou o art. 1º-F ao texto da Lei nº9.494/97, os juros de mora devem ser fixados no percentual de 6% ao ano. Precedentes da Corte. 3. Agravo regimental aque se nega provimento. (AGRESP 200401624070�AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL –702314 – Superior Tribunal de Justiça – Sexta Turma – Ministro Paulo Medina – Data do julgamento: 13-12-2005 – Data dapublicação: 07/11/2005 [sic]). Desse modo, os juros de mora devem correr a partir da citação válida, devendo a sentençaser reformada neste pormenor.

Quanto à incidência do artigo 1º-F da Lei n. 9.494/97 ao presente caso, verifica-se que, não obstante a alteração trazidapela Lei nº 11.960, de 29/06/09, que deu nova redação ao supramencionado artigo, dispondo acerca da incidência deíndices oficiais aplicados à caderneta de poupança no cálculo dos juros, esta Relatoria entende que o mesmo não se aplicaàs causas previdenciárias, por serem estas de natureza alimentar, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça(AgRg no REsp 1133545/SP; AgRg no Ag 721960/RS).

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em pormenor. Sem custas, na forma da lei. Condenaçãodo INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), conforme o artigo 20, § 4ºdo CPC e devido à sucumbência mínima da parte autora (artigo 21, parágrafo único, CPC).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,

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na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

76 - 0001609-87.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001609-0/01) NEUZA DA PENHA BELIZARIO (ADVOGADO: ADMILSONTEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).RECURSO N.° 2009.50.51.001609-0/01RECORRENTE: NEUZA DA PENHA BELIZARIORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃOPARA O TRABALHO ATESTADA PELA PROVA PERICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

I. Com razão a sentença, que julgou improcedente o pleito de concessão de auxílio doença ou de aposentadoria porinvalidez. Isso porque, depois de examinar a autora/recorrente e de analisar as queixas e o quadro clínico dela, o médicoperito do juízo concluiu que a mesma é portadora de transtorno dos discos intervertebrais (quesitos 1 e 1b, vide fl. 50),enfermidade que não adveio do trabalho como lavradora (quesito 5 do INSS, fl. 50), para o qual continua apta (quesitos 3 e8 da autora e 6 do INSS, fl. 50).

II. Recordando que, ao menos em princípio, a perícia promovida em juízo é mecanismo eficaz e eficiente para comprovar a(in) capacidade do segurado e que, via de regra, laudos de médicos particulares não são suficientes para ilidir essa prova,penso que devem ser seguidas as assertivas do laudo de fl. 50. Além disso, não me parece plausível deferir os benefíciosprevidenciários - seja de auxílio doença, seja de aposentadoria por invalidez -, apesar de constada a capacidade para otrabalho habitual, com fundamento na possibilidade (hipotética) de agravamento da doença (quesito 5 da autora, fl. 50),tendo em vista que a patologia da coluna não foi associada ao labor desenvolvido pela autora (quesito 5 do INSS, fl. 50),que, repita-se, foi examinada na esfera administrativa e na esfera judicial e tida como capaz para a atividade de lavradora.

III. Recurso conhecido e improvido, ficando mantida a sentença.

IV. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento deassistência judiciária gratuita (fl. 48).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

77 - 0000126-53.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000126-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MARTA VICENTINE LOPES BARBOSA (ADVOGADO: GILDOSANTANA LIMA.).RECURSO N. 2008.50.52.000126-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARTA VICENTINE LOPES BARBOSARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – SEGURADO INCAPAZPARCIAL E TEMPORARIAMENTE – DIB ANTERIOR À DATA DA PERÍCIA JUDICIAL OU DE SUA JUNTADA AOS AUTOSPODE SER AFERIDA POR OUTROS ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS, AINDA QUE A PERÍCIA JUDICIAL NÃOCONSTATE A DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 49/51, a qual julgou

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procedente o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Aduz o recorrente, em suas razões, que arecorrida não está incapaz, haja vista que o CNIS da mesma demonstra que ela sempre trabalhou. Em caso demanutenção da sentença, requer que a DIB corresponda à data do laudo pericial, posto não ter sido possível verificar oinício da incapacidade.

O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, operíodo de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze)dias consecutivos.

No caso concreto, vislumbra-se que a controvérsia judicial está pautada basicamente no requisito da incapacidade. Comefeito, a perícia judicial de fls. 34/38 atestou que a recorrida se encontra incapaz parcial e temporariamente, em decorrênciade sua enfermidade, a qual se caracteriza por transtorno do humor, com sintomas de humor deprimido (o que é diferente datristeza tida por comum, conforme mencionou o perito do juízo), além de perda lenta e sistemática do prazer e satisfaçãopela vida.

Todavia, a autarquia previdenciária alegou a ausência de incapacidade laboral, tendo em vista que a recorrida sempretrabalhou, conforme demonstraria o Cadastro Nacional de Informações Sociais às fls. 40/42, o qual indicaria ascontribuições individuais feitas pela mesma durante e após a cessação do seu benefício de auxílio-doença.

A referida alegação, entretanto, não procede, posto que, em que pese constar o pagamento de contribuições individuais porparte da supracitada recorrida, tal fato não leva automaticamente à conclusão de que a mesma estava trabalhando,principalmente por se tratar de contribuição individual, não demonstrativa de vínculo empregatício.

Ademais, deve-se enfatizar que, ainda que a recorrida estivesse trabalhando, tal fato não seria óbice para a concessão dobenefício de auxílio-doença, tendo em vista que o segurado, muitas vezes, para garantir uma subsistência digna,compatível com seu padrão de vida usual, se vê obrigado a trabalhar, mesmo em prejuízo de sua saúde. Já o fato de asegurada ter possivelmente contribuído durante o recebimento do benefício de auxílio-doença pode refletir o receio quemuitos segurados têm de se verem prejudicados, caso não paguem todos os meses as suas contribuições previdenciárias,o que os faz extrair inclusive do próprio benefício parcela correspondente à contribuição. Se o INSS considerasse talconduta tão desabonadora, teria cessado o benefício assim que a primeira contribuição da segurada após o recebimento doauxílio-doença foi paga, o que não foi feito.

Não tendo o INSS trazido aos autos provas robustas de que a segurada estava em plena capacidade laboral, deve-se fazeruso do princípio do in dubio pro misero, e deve-se prestigiar o laudo pericial do juízo, o qual, em regra, é prova determinanteda incapacidade do segurado. Sendo assim, resta preenchido, no caso em questão, o requisito da incapacidade.

Quanto à DIB, tem-se que também não procede a alegação do INSS, haja vista que, tendo nos autos prova de que arecorrida se encontrava incapaz antes da confecção do laudo pericial do juízo, a despeito deste não atestar a data do inícioda incapacidade, deve prevalecer a data de início de benefício colocada pelo juiz a quo, e não a data do laudo pericial ou dajuntada do mesmo aos autos.

Os documentos nos quais se baseou o magistrado para proferir a sentença, os laudos médicos de fls. 11 e 14 dos autos,são hábeis a constatar a incapacidade laboral da recorrida, tanto que o próprio perito do juízo fez uso dos mesmos parasubsidiar a sua conclusão quanto à enfermidade da mesma, no que tange à CID (Classificação Internacional de Doenças).Outro fato que corrobora o uso destes laudos particulares para aferir a DIB é o fato de serem muito próximos da data decessação do auxílio-doença (20/10/2007 – fl. 08), o que faz com que esta data de cessação seja parâmetro para asupramencionada DIB.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, conforme o artigo 20, § 3º doCPC. Em que pese a intempestividade das contrarrazões, a recorrida foi assistida por advogado no segundo grau dejurisdição.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

78 - 0001906-31.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001906-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x CELITA DE OLIVEIRA ALVES (ADVOGADO: ALAN ROVETTA DASILVA.) x OS MESMOS.

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PROCESSO N.º 2008.50.51.001906-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS E CELITA DE OLIVEIRA ALVESRECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA CONFIGURADA – CIRCUNSTÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA,PROFISSIONAL E CULTURAL FAVORÁVEL À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –DOCUMENTOS HÁBEIS PARA A COMPROVAÇÃO DE INCAPACIDADE NA DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO DEAUXÍLIO-DOENÇA – DIB FIXADA EM 08/01/2007 – RECURSOS CONHECIDOS, SENDO O DO INSS IMPROVIDO E ODA PARTE AUTORA PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora primeira recorrente, em face da sentença de fls. 73/77, quejulgou procedente o pleito autoral e concedeu o benefício de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o primeiro recorrente, em suas razões recursais, que a demandante não tem direito a aposentadoria porinvalidez, uma vez que a sua incapacidade é parcial, não sendo incapaz para atividades laborativas que não exijamesforços físicos. A parte autora, doravante denominada segunda recorrente, apresentou recurso inominado pleiteando acondenação do INSS a pagar o benefício de auxílio-doença desde a data de sua cessação, em 08/11/2007 (fl. 57), e nãodesde a juntada do laudo da perícia médica do Juízo, como entendeu o juiz a quo.

2. A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42, da Lei 8.213/91, uma vez cumprida, quando for o caso, acarência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.

3. De acordo com o laudo pericial à fl. 60, a autora possui artrose de coluna vertebral e espondilólise bilateral L5,encontrando-se incapacitada parcial e definitivamente. O juiz a quo entendeu que, em razão de suas condições pessoais -tais como idade avançada, experiência profissional limitada à atividade de doméstica e longo histórico de incapacidade -, asquais inviabilizam sua reabilitação e recolocação no mercado de trabalho, a incapacidade não seria parcial e definitiva, massim, total e definitiva. Em que pese o fato de o perito judicial ter concluído diversamente, o Código de Processo Civil, emseus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outros elementos ou fatos provados, não estandoadstrito à conclusão do laudo, desde que motive suas decisões. Desse modo, entendo que assiste razão a sentençaproferida pelo juiz de primeiro grau no que se refere à incapacidade da autora, pelos seus próprios fundamentos.

4. No que tange à pretensão recursal da autora, analisando o documento de fl. 57, é possível vislumbrar que a recorrenteesteve em gozo do auxílio-doença até 08/11/2007. A mesma debilidade (dor lombar) que é mencionada no laudo médicoproduzido administrativamente, naquela ocasião (vide fl. 57), foi relatada pelo laudo médico produzido em juízo (fl. 60), oque é corroborado pelos laudos médicos particulares trazidos às fls. 30, 32/34, 36/38 e 42/43, realizados após a cessaçãodo benefício previdenciário, e que são hábeis para comprovar a continuidade da doença desde aquele momento. Assim,concluo que a cessação do benefício previdenciário foi indevida e entendo que a DIB do auxílio-doença deve ser fixada nadata em que esta se deu, isto é, em 08/11/2007.

5. Pelo exposto, não merece prosperar o recurso do INSS, para que não seja concedida a aposentadoria por invalidez, e, deoutra banda, deve ser acolhido o recurso da autora, para que o réu fique condenado a lhe conceder o auxílio-doença desdea data da cessação, com o pagamento das parcelas vencidas, corrigidas monetariamente, respeitada a prescriçãoquinquenal, acrescidas de correção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagos e juros de mora de 1% aomês, a contar da citação. Não obstante a alteração trazida pela Lei nº 11.960, de 29/06/09, que deu nova redação ao artigo1º-F da Lei nº 9.494/97, dispondo acerca da incidência de índices oficiais aplicados à caderneta de poupança no cálculo dosjuros, entendo que o mesmo não se aplica às causas previdenciárias, por serem estas de natureza alimentar, conformeentendimento do STJ.

6. Ambos os recursos conhecidos, sendo o recurso da Autarquia Previdenciária improvido e o recurso da parte autora,provido.

7. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios ao recorrido, fixados em 10% (dez porcento) da condenação, nos termos do artigo 59, caput da Lei n. 9.099/1995 e artigo 20, § 3º, alíneas “a”, “b” e “c” do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU (INSS) E DAR PROVIMENTO AORECURSO DA AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

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Relator

79 - 0001156-92.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001156-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x JOSE ROMILDO RIBEIRO GOMES (ADVOGADO: DULCE LEA DASILVA RODRIGUES.) x OS MESMOS.PROCESSO Nº 2009.50.51.001156-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS E OUTRORECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – DOENÇA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA –INCAPACIDADE LABORAL PARCIAL E DEFINITIVA CONFIGURADA PELO LAUDO PERICIAL – EXISTÊNCIA DEDOCUMENTOS HÁBEIS À COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE NA DATA DA PRIMEIRA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO(31/12/2005) – RECURSOS CONHECIDOS E, NO MÉRITO, IMPROVIDOS – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora primeira recorrente, em face da sentença de fls. 73/75, quejulgou procedente o pleito autoral e concedeu o benefício de auxílio-doença. Sustenta o primeiro recorrente, em suasrazões recursais, que a DIB deve ser alterada, de modo a ser fixada na data da juntada do laudo pericial aos autos(08/04/2010), quando foi constatada a incapacidade do autor pelo perito do juízo. A parte autora, doravante denominadasegunda recorrente, apresentou recurso inominado pleiteando a condenação do INSS a lhe conceder o benefício deaposentadoria por invalidez, haja vista a constatação, pelo expert, de incapacidade definitiva.

2. A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei 8.213/9, será devida ao segurado que, uma vezcumprida, quando for o caso, a carência exigida, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.

3. De acordo com o laudo pericial à fl. 52/53, o autor é portador de hipertensão arterial sistêmica e de doença arterialcoronariana e encontra-se incapacitado parcial e definitivamente para o exercício de sua atividade habitual (operador demáquinas), podendo exercer atividades que não demandem esforços físicos. À fl. 17 dos autos, consta ofício expedido peloINSS referente à solicitação de readaptação profissional do autor na empresa em que trabalha, com o intuito de que amesma providencie uma nova função/atividade compatível com o seu quadro atual, restando notória, portanto, apossibilidade de o autor ser reaproveitado dentro da mesma empresa em que até então exercia a função de operador demáquinas. Desse modo, diante da possibilidade de readaptado para funções mais leves, entendo que o autor não faz jus àaposentadoria por invalidez, devendo o benefício de auxílio-doença ser mantido até a efetiva readaptação do mesmo naempresa para função que não demande esforço física, ou, ficando prejudicada a readaptação em questão, até que venha aser reabilitado pelo INSS através de processo de reabilitação profissional.

4. No que tange à pretensão recursal do INSS, entendo que existem provas documentais suficientes e hábeis para acomprovação da incapacidade do autor desde a data da indevida cessação do benefício de auxílio-doença, em 31/12/2005(fl. 63), tanto pelo fato de o recorrente ter se submetido à cirurgia de revascularização do miocárdio em 07/07/2005, comotambém em face das provas documentais (laudos médicos realizados em 14/10/04, fls. 12 e 16), que demonstram odiagnóstico da doença coronariana (mesma doença diagnosticada pelo perito do juízo no momento da perícia médica).Resta, desse modo, comprovada a existência de incapacidade em 31/12/2005 (data da cessação), devendo a DIB fixadapelo juízo a quo ser mantida.

5. Ante o exposto, deve ser negado provimento ao recurso do INSS, para que fique mantida a data da DIB estabelecida nasentença, assim como deve ser negado provimento ao recurso do autor, de maneira que fique concedido o auxílio doença,não a aposentadoria por invalidez.

6. Recursos conhecidos, e no mérito, improvidos. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista asucumbência recíproca.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

80 - 0000774-93.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000774-4/01) LUIZ CORREIA DO NASCIMENTO (ADVOGADO: LORENAMARCULANO, ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).

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PROCESSO Nº 2009.50.53.000774-4/01RECORRENTE: LUIZ CORREIA DO NASCIMENTORECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO.REINGRESSO NO RGPS. CUMPRIDA A EXIGÊNCIA LEGAL DE RECOLHIMENTO DE 1/3 DAS CONTRIBUIÇÕESNECESSÁRIAS PARA O CUMPRIMENTO DA CARÊNCIA DO BENEFÍCIO. SENTENÇA ANULADA. RETORNO DOSAUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM PARA QUE PROCEDA À REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

81 - 0000168-68.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000168-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MIRANY BARBOSA SANTOS (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.52.000168-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO(S): MIRANY BARBOSA SANTOSRELATOR PARA ACÓRDÃO: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE CONCEDIDOS DE FORMA INTERCALADAA RETORNOS AO TRABALHO. AUXÍLIO-DOENÇA DEVIDO TÃO-SOMENTE A PARTIR DA DATA EM QUE A AUTORAPAROU, DE FATO, DE TRABALHAR. RECURSO PROVIDO.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, nos termos do voto e da ementa que integram este julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

82 - 0000069-32.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000069-1/01) OSVALDO LOPES DOS SANTOS (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA, Valdoreti Fernandes Mattos.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).RECURSO N. 2008.50.53.000069-1/01RECORRENTE: OSVALDO LOPES DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIOR CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – COMPROVAÇÃO DA PERMANÊNCIA DA INCAPACIDADE DO RECORRENTEDESDE A CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA EM 1992 – AUSÊNCIA DE PERDA DA QUALIDADE DESEGURADO – INCAPACIDADE PARA TODA E QUALQUER ATIVIDADE QUE GARANTA A SUBSISTÊNCIA – RECURSOCONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

83 - 0006463-64.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006463-0/01) MARIA SABINO (ADVOGADO: VERA LUCIA FAVARESBORBA, RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS, KARIME SILVA SIVIERO, TATIANA MARQUES FRANÇA, THYAGOBRITO DE MELLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).PROCESSO Nº 2008.50.50.006463-0/01RECORRENTE: MARIA SABINORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA ECONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE ATESTADA PELA PROVAPERICIAL – NÃO ADSTRIÇÃO DO JUIZ ÀS CONCLUSÕES DO LAUDO – DOENÇA DE ARTROSE NA COLUNACERVICAL E SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO – NECESSIDADE DE CIRURGIA PARA RECUPERAÇÃO –CIRCUNSTÂNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS, PROFISSIONAIS E CULTURAIS FAVORÁVEIS À CONCESSÃO DOBENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

84 - 0000016-17.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000016-6/01) EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS -ECT (ADVOGADO: MATHEUS GUERINE RIEGERT.) x GILMAR ALCÂNTARA DA SILVA (ADVOGADO: ADEALDE ALVESDE ASSIS.).RECURSO Nº 2009.50.53.000016-6/01RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIROS E TELÉGRAFOS – ECTRECORRIDO: GILMAR ALCÂNTARA DA SILVARELATORA: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ECT. ROUBO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.DEVER DA EMPRESA DE PRESTAR A DEVIDA SEGURANÇA ÀS MERCADORIAS TRANSPORTADAS. RISCOINERENTE À PRÓPRIA ATIVIDADE. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. CONDENAÇÃO POR DANOS MORAISSUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. VALOR DA INDENIZAÇÃO MANTIDO.Recurso inominado interposto pela ECT em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de danosmateriais, calculados no montante de R$ 297,70 (duzentos e noventa e sete reais e setenta centavos), e procedente opedido de danos morais, de modo a determinar o pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em favor do autor. Em suasrazões, a ECT suscita preliminarmente a nulidade da sentença, sob o fundamento de que não há fundamentação no quetange à condenação por danos morais. No mérito, sustenta que: não pode ser responsabilizada, em razão de excludente deresponsabilidade, isto é, força maior; não houve dano algum à moral; e a fixação do quantum indenizatório carece deproporcionalidade e razoabilidade, importando em enriquecimento sem causa.

Não há que se falar em nulidade da sentença, na parte que se refere aos danos morais, pela ausência de fundamentação.O magistrado entendeu que, para configurar o dano moral, a simples falha na prestação do serviço de entrega seriasuficiente e complementou aduzindo que a perda do contrato pela parte autora, o qual poderia ter lhe rendido um valorrelevante, logrou comprovar o dano moral. Em caso similar, o TRF2 já havia decido pela existência de dano moral:

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CORREIOS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO POSTAL. DANOMORAL CONFIGURADO. 1. Dano moral decorrente da dor e da frustração suportados pelo apelante, em razão da falha na

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prestação do serviço postal, a qual ocasionou a perda da oportunidade de seguir avante com o negócio jurídico que lheestava sendo oportunizado, ainda que não houvesse a certeza absoluta da sua concretização. 2. Contudo, o quantumindenizatório deve ser arbitrado de forma razoável e proporcional a compensar o dano sofrido. 3. Apelação parcialmenteprovida. (AC 429710 – Des. Fed. Rel. Salete Maccaloz – 7ª Turma Especializada – TRF2 – Dje: 04.06.2010 – grifei)

Ademais, ao relacionar-se a falha na prestação do serviço à perda do contrato, que significou o descrédito do autor frente àempresa contratante, bem como a perda de considerável quantia em dinheiro, tem-se por configurado o dano moral.

Ainda, no recurso, a ECT alegou que o fato de a correspondência ter sido roubada exclui sua responsabilidade de indenizarpelos danos sofridos. Entretanto, no caso em tela, tal excludente de responsabilidade – força maior – não tem o condão deafastar o nexo de causalidade existente entre a conduta perpetrada e o dano causado. Por se tratar de serviço detransporte de mercadoria de terceiros, imprescindível faz-se a garantia da segurança, tendo em vista que essa atividadepossui inúmeros riscos que lhe são inerentes (fortuito interno), dentre eles: a possibilidade de sofrer crimes patrimoniais.Logo, o próprio roubo consiste em falha na prestação do serviço, pois demonstra a precariedade e a má implantação dosistema de segurança.

Atualmente, não se pode negar que a segurança no transporte das mercadorias é, sem dúvida, um dos aspectos maisvalorizados pelo consumidor no momento de escolher a prestadora do serviço. Assim sendo, qualquer entendimento quebusque excluir a responsabilidade dos Correios estaria atribuindo ao consumidor o risco da atividade, que deveria sersuportada pela empresa pública.

Nesse contexto, importa citar alguns julgados, nos quais o TRF2 manifesta seu posicionamento sobre o assunto:

DIREITO CIVIL. INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. LEI 8.078/90 (CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR). SÚMULA 297 DOSTJ. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CONTRATO DE PENHOR. ROUBO DE JÓIA EM ASSALTO. INDENIZAÇÃOPELO VALOR DE MERCADO. VALOR SENTIMENTAL. DANO MORAL CONFIGURADO. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR.(...) 4 - A circunstância de haver o roubo ou o assalto já demonstra a falha no serviço, como quebra do dever de segurança,equivalendo ao fortuito interno, que não exclui a responsabilidade do prestador do serviço, sobretudo porque estádiretamente vinculado ao risco do empreendimento. (...) (AC 200050010075090 – Des. Fed. Rel. Guilherme CaLMONNogueira da Gama – 6ª Turma Especializada – TRF2 – Dje: 27.04.2009 – grifei)INDENIZAÇÃO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT E SEDEX. ROUBO. CASO FORTUITOINTERNO. REAPONSABILIDADE. PESSOA JURÍDICA. DANOS MORAIS. INCOCORRÊNCIA. DANOS MATERIAISPROVADOS, PORÉM REDUZIDOS. - Ante a ocorrência de roubo ou o assalto, caracterizada a falha no serviço, comoquebra do dever de segurança, equivalendo a caso fortuito interno, não se exclui a responsabilidade do prestador doserviço. - Tratando-se de pessoa jurídica, o dano extrapatrimonial deve ser provado, pois, a repercussão não recai sobre adignidade, valor próprio da pessoa natural, mas em seu patrimônio, que pode vir a ser abalado, comprometendo o bomnome da empresa e sua reputação. - Dano material a ser reduzido, inaplicável, no caso, o artigo 42, do CDC. (AC 399791 –Des. Fed. Rel. Mauro Luis Rocha Lopes – 7ª Turma Especializada – TRF2 – Dje: 05.07.2010 – grifei)O valor da indenização também não merece reparos, sobretudo porque atendeu ao seu caráter compensatório, punitivo eeducativo, sem representar, entretanto, enriquecimento sem causa em favor do requerente.

Recurso da ECT não provido. Sentença mantida.

Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) do valor da causa.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

85 - 0005093-50.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005093-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: FLAVIO TELES FILOGONIO.) x SONIA MARIA NOGUEIRA SANT'ANA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOESALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2008.50.50.005093-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO (S): SONIA MARIA NOGUEIRA SANT´ANARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDATA. IMPOSSIBILIDADE DE LIMITAR A CONDENAÇÃO.DISPOSITIVO DA SENTENÇA FEZ PRÉVIA MENÇÃO AO PAGAMENTO TÃO-SOMENTE DAS DIFERENÇAS

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APURADAS ENTRE OS PONTOS PAGOS E OS DEVIDOS. APLICAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA NOS MOLDESDO ART. 1°-F DA LEI 9.494/97. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

I. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido dainicial, para condenar a ré ao pagamento da diferença apurada a título de GDATA entre os pontos efetivamente pagos e osdevidos.

II. Em suas razões, a autarquia previdenciária requer seja retirada da condenação a quantia referente ao GDATA, a partirde maio de 2004, já que, desde 18.02.2004, o autor passou a receber a GDAMP, em substituição à antiga gratificação, porforça da Lei 10.876/2004. Subsidiariamente, pleiteou a incidência imediata do disposto no art. 1°-F da Lei 9.494/97 (comredação modificada pela Lei 11.960/09). Contrarrazões às fls. 46/49.

III. Não há que se reparar a sentença para impor uma limitação à percepção da GDATA em virtude da nova gratificaçãocriada pela Lei nº 10.876/2004, uma vez que a condenação do INSS está restrita ao pagamento das diferenças entre o totalde pontos efetivamente pagos e os devidos.

IV. Por outro lado, assiste razão ao INSS no que tange à aplicação da correção monetária, nos moldes do art. 1°-F da Lei9.494/1997, com redação dada pela Lei 11.960/2009.

V. Recurso do INSS parcialmente provido, para aplicar à condenação a correção monetária prevista no art. 1°-F da Lei9.494/1997, com redação dada pela Lei 11.960/2009.

VI. Sem condenação em custas e honorários, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

86 - 0001886-77.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.001886-0/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKASEIBEL PINTO.) x ALDEMIR FLORENCIO DA SILVA (ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.50.001886-0/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CEFRECORRIDO (S): ALDEMIR FLORENCIO DA SILVARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

JUROS PROGRESSIVOS. CEF. OPÇÃO PELO FGTS ANTERIOR A 22.09.1971. AUTOR FAZ JUS AOS JUROSPROGRESSIVOS. INFORMAÇÃO CONSTANTE DA CTPS SÓ É AFASTADA MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE PROVAEM CONTRÁRIO. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTOS QUE DEMONSTREM AFALSIDADE DA ANOTAÇÃO DA CARTEIRA PROFISSIONAL. RECURSO NÃO PROVIDO.

I. Trata-se de recurso inominado interposto pela CEF em face de sentença que julgou procedente o pedido da inicial, paradeterminar que fossem creditados na conta do FGTS do autor os valores referentes à perda sofrida em razão da nãoincidência de juros progressivos. Em suas razões, sustenta, em síntese que “não são devidas quaisquer diferenças decorreção ao Recorrido, uma vez que as referidas contas vinculadas já receberam a progressividade de juros e o únicointervalo (04/1984 a 06/1990) no qual não foi aplicada a regra de progressividade não é de sua titularidade”. Contrarrazõesàs fls. 193/195.

II. Fazem jus à aplicação da taxa progressiva de juros todos aqueles que comprovem, além da opção ao FGTS na formadas leis 5.107/66 ou 5.958/73, a admissão em período anterior a 22.09.71. No caso dos autos, o autor foi admitido naempresa em 01.07.1960, lá permanecendo até 03/1990. A opção pelo FGTS ocorreu em 01.12.1970, conforme cópia daCTPS juntada à fl. 15, nos termos da Lei 5.107/66.

III. O autor logrou comprovar que, durante certo período de tempo, era aplicado o índice de 3% de juros sobre o créditodeposito em sua conta, ao passo que tal índice não podia ser inferior a 6%. Assim, tal como constatado na sentença,percebe-se a inobservância à regra de aplicação dos juros progressivos, motivo pelo qual deve ser ressarcido o autor pelosprejuízos sofridos, ante a demonstração de lesão ao seu direito.

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III. Ademais, em seu recurso, a CEF alegou que o autor, durante 04/1984 a 06/1990, não fazia jus aos juros progressivos,pois à época não era optante. Entretanto, para que as informações constantes na CTPS sejam afastadas, é necessário aexistência de prova em contrário, já que tais anotações gozam de presunção juris tantum. Neste sentido, verifica-se quenão há nos autos conjunto probatório suficiente para demonstrar a falsidade da informação presente na carteira profissionalque traz expressa a data de opção inicial pelo regime do FGTS, inexistindo qualquer anotação que indique a interrupção detal opção durante um período determinado.

IV. Além do mais, é muito improvável que um trabalhador, o qual manteve o mesmo vínculo empregatício, tenhasubitamente deixado de fazer a opção pelo FGTS, tendo em vista que há anos recebia a verba.

IV. Portanto, mantenho a sentença por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).

V. Recurso do CEF não provido. Sentença mantida.

VI. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 29–C da Lei 8.036/90) e custas processuais (art. 24–A da Lei9028/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

87 - 0004907-27.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004907-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x ANGELINDA DA PENHA DOURO KROHLING (ADVOGADO:EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO.).RECURSOS DE SENTENÇA N.º 2008.50.50.04907-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDA: ANGELINDA DA PENHA DOURO KROHLINGRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. INAPLICABILIDADE DA DISPOSIÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/97 ÀS CAUSASPREVIDENCIÁRIAS. DEMANDA DE NATUREZA ALIMENTAR. JUROS DE MORA CONTADOS A PARTIR DA CITAÇÃOVÁLIDA. SÚMULA 204, STJ.

I. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de implantação dobenefício de aposentadoria por idade rural, em favor da autora. Em suas razões, o recorrente requer que a sentença sejareformada, única e exclusivamente, para fazer incidir sobre as parcelas vencidas a disposição do art. 1º-F da Lei 9.494/97,bem como que os juros de mora sejam contados a partir da citação válida (Súmula 204, STJ).

II. Não obstante a alteração trazida pela Lei nº 11.960, de 29/06/09, que deu nova redação ao artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97,dispondo acerca da incidência de índices oficiais aplicados à caderneta de poupança no cálculo dos juros, entendo que omesmo não se aplica às causas previdenciárias por serem estas de natureza alimentar.

III. A propósito do tema, confira-se o julgado do Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. PREQUESTIONAMENTO.AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. SÚMULA 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRESTAÇÕES VINCENDAS.SÚMULA 7/STJ. JUROS DE MORA. PATAMAR DE 1% (UM POR CENTO)....IV - Nas ações previdenciárias em que se discutem verbas de caráter eminentemente alimentar, é entendimento da e.Terceira Seção deste c. STJ que os juros de mora devem ser fixados no percentual de 1% (um por cento) ao mês.Agravo regimental desprovido. (STJ, Órgão Julgador: Quinta Turma, AgRg no REsp 1133545/SP, AGRAVO REGIMENTALNO RECURSO ESPECIAL 2009/0096027-0, Relator: Ministro FELIX FISCHER, DJe 14/12/2009) (Grifei)

IV. Ante o exposto, mantenho a fixação dos juros de mora em 1% ao mês, nos termos do art. 406, do CC/02, e, poranalogia, ao § 1º do art. 161, do CTN.

V. Por outro lado, os juros de mora deverão ser contados a partir da citação válida (Súmula 204, STJ).

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VI. Recurso parcialmente provido, para determinar que os juros de mora sejam contados a partir da citação válida.

VII. Sem custas e honorários, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

88 - 0000027-12.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000027-2/01) DEBORA OLIVEIRA SANTANA (ADVOGADO: VANESSAMARIA BARROS GURGEL ZANONI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).RECURSO N.° 2010.50.53.000027-2/01RECORRENTE: DÉBORA OLIVEIRA SANTANARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RESTRITO AOS SEGURADOS PRESOSDE BAIXA RENDA. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

1. Em linhas gerais, o auxílio-reclusão, previsto pelo artigo 80 da Lei n.º 8.213/91, é pago aos dependentes do seguradopreso, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abonode permanência em serviço. Após a Emenda Constitucional n.º 20/98, que, calcada no princípio da seletividade, alterou oteor do artigo 201, IV, da CF/88, o benefício previdenciário em tela foi limitado ao segurado preso de baixa renda, assimconsiderada a definida no Decreto n.º 3.048/99, artigo 116.

2. O Supremo Tribunal Federal asseverou que o artigo 116 do Decreto n.º 3.048/99 está de acordo com a ConstituiçãoFederal e, ainda, assentou que, nos termos do artigo 201, IV, de nossa Carta Magna, na redação dada pela EmendaConstitucional n.º 20/98, a renda a ser levada em consideração como parâmetro para a concessão do auxílio reclusão é ado segurado preso, não a dos seus dependentes.Nessa linha: PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. ART. 201,IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LIMITAÇÃO DO UNIVERSO DOS CONTEMPLADOS PELOAUXÍLIO-RECLUSÃO. BENEFÍCIO RESTRITO AOS SEGURADOS PRESOS DE BAIXA RENDA. RESTRIÇÃOINTRODUZIDA PELA EC 20/1998. SELETIVIDADE FUNDADA NA RENDA DO SEGURADO PRESO. RECURSOEXTRAORDINÁRIO PROVIDO. I. Segundo decorre do art. 201, IV, da Constituição, a renda do segurado preso é a quedeve ser utilizada como parâmetro para a concessão do benefício e não a de seus dependentes. II. Tal compreensão seextrai da redação dada ao referido dispositivo pela EC 20/1998, que restringiu o universo daqueles alcançados peloauxílio-reclusão, a qual adotou o critério da seletividade para apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. III. Diantedisso, o art. 116 do Decreto n.º 3.048/1998 não padece do vício da inconstitucionalidade. IV. Recurso extraordinárioconhecido e provido. (STF, RE 587365, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, d.j. 25.03.2009)

3. Acertado o parecer do Ministério Público Federal (fls. 84/86) e a sentença (fls. 87/90), no sentido de que a autora, orarecorrente, não faz jus ao auxílio-reclusão, tendo em vista que o último salário de contribuição do segurado preso (seugenitor) era superior ao limite estabelecido pela legislação pertinente. Esse posicionamento se encontra em consonânciacom o entendimento da Corte Máxima, inexistindo, realmente, vício de ilegalidade ou de inconstitucionalidade na normajurídica aqui comentada.

4. Recurso conhecido e improvido, ficando mantida a sentença.

5. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento de assistênciajudiciária gratuita (fl. 53).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

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Relator

89 - 0005942-22.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005942-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x MARIA DE LOURDES GIESEN MARTINS E OUTROS (ADVOGADO:JOANA D'ARC BASTOS LEITE.).RECURSO N. 2008.50.50.005942-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA DE LOURDES GIESEN MARTINS, ALLINE GIESEN MARTINS E ALLAN GIESEN MARTINSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – AUSÊNCIA DA PERDA DAQUALIDADE DE SEGURADO, HAJA VISTA QUE A PRESENÇA DE INCAPACIDADE OBSTOU A MENCIONADA PERDA– RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 223/225 dos autos, a qualjulgou procedente o pedido de concessão de pensão por morte. Aduz o recorrente, em suas razões, que o de cujus nãopossuía a qualidade de segurado quando de seu óbito, tendo em vista que, mesmo sendo considerado o vínculoempregatício cessado em 01/02/2001, a manutenção da mencionada qualidade ocorreria até março de 2002, e aincapacidade do referido de cujus foi constatada posteriormente a esta data, não sendo devido o benefício pleiteado.

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.312/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, de modo que o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija aqualidade de segurado como requisito para a concessão da pensão por morte.No presente caso, vislumbra-se a ausência de perda da qualidade de segurado por parte do cujus, sendo devido o benefíciode pensão por morte aos seus dependentes. Com efeito, foi comprovado que o mesmo se encontrava incapacitado dentrodo período de graça concedido aos segurados por força do disposto no artigo 15, II, da Lei 8.213/91, tendo permanecidonesta situação até a data de seu óbito, em julho de 2008.

A despeito de a autarquia previdenciária ter atestado a incapacidade laboral do de cujus em 20/05/2002 (fl. 100), após aperda da qualidade de segurado, verifica-se pelos documentos de fls. 54 dos autos que na data de 05/02/2001, logo após adispensa do de cujus de seu emprego, o mesmo se encontrava com quadro de artralgias generalizadas, e com edema demembros inferiores, bastante acentuado no membro inferior esquerdo, havendo dificuldade de marcha devido ao quadroálgico. Os documentos de fls. 49, 50, 51, 52, 53, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70 e 71 dos autosconfirmam a progressividade da enfermidade do de cujus, desde 2001 até o seu óbito, em julho de 2008 (fl. 17), com apresença inclusive de Erisipela de repetição, o que impossibilitou que o mesmo contribuísse para a Previdência Social, antea sua incapacidade laboral, ensejando-se assim a manutenção da qualidade de segurado para este.

Todo este arcabouço documental deixa explícito que o de cujus, desde o seu desligamento do seu último emprego, em01/02/2001, até o seu óbito, em 16 de julho de 2008, se encontrava incapaz, conforme também se denota pelo documentode fl. 32 dos autos. Ademais, cabe enfatizar que as enfermidades que acometiam o mesmo são totalmente incompatíveiscom a atividade habitual deste, a qual era a de vendedor (fls. 23, 25, 142-151), o que reforça a presença de incapacidadelaboral desde fevereiro de 2001, não havendo, por consequência, repita-se, a perda da qualidade de segurado, haja vistaque o mesmo deveria ter percebido benefício por incapacidade entre 2001 e 2008 (atraindo-se para o caso concreto aincidência do artigo 15, I, da Lei 8.213/91).

Estando satisfeito o requisito da qualidade de segurado, único ponto controverso dos presentes autos, deve ser mantida asentença proferida pelo juiz a quo, no sentido da concessão da pensão por morte aos dependentes do de cujus.

É preciso enfatizar que a conclusão obtida pelo mencionado juiz a quo, a qual é confirmada pelo presente acórdão,encontra guarida no Código de Processo Civil, em seu artigo 131, o qual permite ao juiz apreciar livremente as provasconstantes dos autos, desde que motive suas decisões, o que restou claro na sentença e no bojo deste acórdão.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), conforme previsão contida no artigo 20, § 4º, doCPC.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

90 - 0001876-93.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001876-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x KATIA REGINA DEMARTINI CASTRO BONZE (ADVOGADO: LUCIANOMOREIRA DOS ANJOS.).RECURSO N. 2008.50.51.001876-8/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: KATIA REGINA DEMARTINI CASTRO BONZERELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE SALÁRIO-MATERNIDADE – ANÁLISE DA ATIVIDADELABORAL EXERCIDA PELA SEGURADA, A QUAL ERA RURÍCOLA QUANDO DO NASCIMENTO DE SEU FILHO – NÃOÉ RAZOÁVEL QUE A SEGURADA LABORE EM PERÍODO IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO PARTO, HAJA VISTA SETRATAR DE LABOR QUE DEMANDA DEMASIADO ESFORÇO FÍSICO – CONSTATAÇÃO DO CUMPRIMENTO DACARÊNCIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 62/64, a qual julgouprocedente o pedido de concessão de salário-maternidade. Aduz o recorrente, em suas razões, que os documentosapresentados pela recorrida não são suficientes para comprovar a condição de segurada especial durante o período decarência necessário à concessão do benefício, e que uma das testemunhas no presente caso afirmou que a mencionadarecorrida teria trabalhado até o quinto mês de gestação, em razão das dificuldades para o exercício da atividade rural, demodo a não ter sido comprovado labor rural durante os dez meses anteriores ao nascimento de seu filho.

O salário-maternidade é benefício previdenciário previsto no artigo 39, parágrafo único da Lei 8.213/91, o qual dispõe que“Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde quecomprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anterioresao do início do benefício.”.

Regulamentando este dispositivo, o Decreto 3.048/99, em seu artigo 93, parágrafo 2º, dispõe que “Será devido osalário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos dez mesesimediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo quede forma descontínua [...].”. Trazendo a norma regulamentadora prazo menor de carência, este é o que deve ser cumpridopela segurada especial, por ser mais benéfico, sendo este também o entendimento da autarquia previdenciária (fl. 69), porconta do disposto no artigo 25, III da Lei 8.213/91.

No caso concreto, vislumbra-se o preenchimento, por parte da recorrida, dos requisitos preconizados pelos dispositivosacima, haja vista que a mesma exerceu atividade rural pelo período necessário à concessão do benefício pleiteado. Estaconstatação advém das provas trazidas aos autos, as quais são conclusivas quanto a este exercício.

O Contrato de Comodato à fl. 20 dos autos comprova que desde 2004 a recorrida se encontra laborando no meio rural, napropriedade Vista Alegre, em uma área contendo 5.000 (cinco mil) pés de café. Restou claro, conforme consta dodepoimento pessoal e da prova testemunhal colhida em audiência, bem como da Entrevista Rural às fls. 37/38, que amesma exerce atividade rural desde a supracitada data, tendo apenas laborado como professora substituta por curtoperíodo de tempo (15 dias), fato comprovado pelo documento de fl. 55 dos autos.

Este período no qual a mesma exerceu a atividade de professora não prejudica a manutenção da decisão do juiz a quoconcessória do benefício de salário-maternidade, tendo em vista ser período inexpressivo ante todo o período laborado nomeio rural. A alegação da autarquia previdenciária de que não foi comprovado labor rural depois do exercício do magistériopela recorrida durante o período acima não procede, posto que o documento de fl. 42 dos autos demonstra que esta, cercade dois meses antes do nascimento de seu filho (o qual nasceu em 27/01/2008 – fl. 18), realizava a venda do caféproduzido pela mesma na propriedade de Vista Alegre, o que guarda consonância com os depoimentos das testemunhas,as quais foram uníssonas em afirmar que a supracitada recorrida sempre trabalhou no meio rural.

Vale salientar que a recorrida demonstrou firmemente, em seu depoimento, ter conhecimento da rotina rural desempenhadana propriedade, principalmente no que concerne à produção e armazenamento do café, bem como à venda do mesmo.Ademais, cabe enfatizar que, em que pese uma das testemunhas ter dito que a recorrida se afastou do labor após o quintomês de gestação, deve-se ter em mente que é natural que a testemunha, sendo um homem do campo, não saiba precisar

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em que mês gestacional de fato houve o afastamento da recorrida do labor rural.

Ainda que o afastamento tenha se dado no quinto mês de gestação, deve-se frisar que a atividade no meio rural édemasiadamente desgastante para uma gestante nos meses finais da gravidez, não sendo razoável que se obrigue amesma a continuar na lida rural apenas para garantir a percepção de salário-maternidade. Vale mencionar que os própriosdispositivos acima mencionados consideram que a atividade rural pode ser exercida de forma descontínua.

Sendo assim, tendo sido comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à concessão do benefício, omesmo deve ser concedido.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, conforme a artigo 20, § 3º doCPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91 - 0001199-63.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001199-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x GERALDA APARECIDA DE MORAES (ADVOGADO: LUCIANO MOREIRA DOSANJOS.).RECURSO N. 2008.50.51.001199-3/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: GERALDA APARECIDA DE MORAESRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE SALÁRIO-MATERNIDADE – ANÁLISE DA ATIVIDADELABORAL EXERCIDA PELA SEGURADA, A QUAL ERA RURÍCOLA QUANDO DO NASCIMENTO DE SEU FILHO – NÃOÉ RAZOÁVEL QUE A SEGURADA LABORE EM PERÍODO IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO PARTO, HAJA VISTA SETRATAR DE LABOR QUE DEMANDA DEMASIADO ESFORÇO FÍSICO – CONSTATAÇÃO DO CUMPRIMENTO DACARÊNCIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 50/52, a qual julgouprocedente o pedido de concessão de salário-maternidade. Aduz o recorrente, em suas razões, que os documentosapresentados pela recorrida não são suficientes para comprovar a condição de segurada especial durante o período decarência necessário à concessão do benefício, e que o filho da mesma nasceu em Bom Jesus do Itabapoana - RJ, longe dolocal de labor rural desta, o que comprovaria o não exercício de atividade rural no período anterior ao nascimento, nãosendo devido o benefício.

O salário-maternidade é benefício previdenciário previsto no artigo 39, parágrafo único da Lei 8.213/91, o qual dispõe que“Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde quecomprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anterioresao do início do benefício.”.

Regulamentando este dispositivo, o Decreto 3.048/99, em seu artigo 93, parágrafo 2º, dispõe que “Será devido osalário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos dez mesesimediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo quede forma descontínua [...].”. Trazendo a norma regulamentadora prazo menor de carência, este é o que deve ser cumpridopela segurada especial, por ser mais benéfico, sendo este também o entendimento da autarquia previdenciária (fl. 56), porconta do disposto no artigo 25, III da Lei 8.213/91.

No caso concreto, vislumbra-se o preenchimento, por parte da recorrida, dos requisitos preconizados pelos dispositivosacima, haja vista que a mesma exerceu atividade rural pelo período necessário à concessão do benefício pleiteado. Estaconstatação advém das provas trazidas aos autos, as quais são conclusivas quanto a este exercício.

O Contrato de Parceria Agrícola às fls. 21/21-v comprova que a partir de setembro de 1998 a recorrida começou a trabalhar

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na condição de meeira, juntamente com seu cônjuge. Esta situação, conforme depoimento pessoal da mesma, durou até aseparação do casal, a qual ocorreu há pouco mais de dois anos.

As testemunhas são uníssonas em afirmar que a recorrida trabalhou no meio rural inclusive durante a gestação de seuúltimo filho, e que a mesma apenas não exerceu a atividade rurícola no final da gestação, quando faltavam cerca de doismeses para a criança nascer. Nesta ocasião a mesma foi para Bom Jesus do Itabapoana – RJ visitar sua genitora, a qualse encontrava enferma. Conforme prova testemunhal colhida, restou claro que a mencionada recorrida nunca morou nestacidade, tendo ficado temporariamente na mesma, até o registro de seu filho, o qual nasceu nesta cidade na data de 05 desetembro de 2005 (fl. 19).

Tendo o afastamento do labor rural ocorrido apenas no final da gestação, não há que falar em ausência do cumprimento dorequisito da carência, haja vista ter sido afastamento temporário. Ademais, a atividade no meio rural é demasiadamentedesgastante para uma gestante em avançado estado de gestação, não sendo razoável que se obrigue a mesma a continuarna lida rural apenas para garantir a percepção de salário-maternidade. Vale mencionar que os próprios dispositivos acimamencionados consideram que a atividade rural pode ser exercida de forma descontínua.

Sendo assim, tendo sido comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à concessão do benefício, omesmo deve ser concedido.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, conforme a artigo 20, § 3º doCPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

92 - 0006906-15.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006906-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x CACILDA BATISTA SCHILTZ (ADVOGADO: ANDRÉVINICIUS MARQUES GONÇALVES.).RECURSO N. 2008.50.50.006906-8/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: CACILDA BATISTA SCHILTZRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – EXISTÊNCIA – PRESCRIÇÃO É MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA,PASSÍVEL DE ANÁLISE DE OFÍCIO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO QUANTO AOS JUROS DE MORA – EMBARGOSPARCIALMENTE ACOLHIDOS – ACÓRDÃO PARCIALMENTE REFORMADO.

1. Trata-se de Embargos Declaratórios interpostos pela parte recorrente (fl. 115), nos quais alega a mesma que houve noacórdão de fls. 112/113 omissão no que tange à prescrição quinquenal das prestações vencidas a título de aposentadoriarural por idade, de modo que, tendo sido a ação de restabelecimento de benefício previdenciário ajuizada em 18/11/2008,as prestações vencidas após 18/11/2003 estão prescritas. A embargante também aduz que os juros de mora devem serfixados com base na nova redação do artigo 1º-F da Lei 9.494/97. Requer estas alterações no acórdão por tratarem (amatéria de prescrição e a de juros de mora) de matérias de ordem pública.

2. Os Embargos de Declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.

3. Assiste razão à embargante quanto à prescrição quinquenal, haja vista que o parágrafo único do artigo 103 da Lei8.213/91 dispõe que “Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação

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para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dosmenores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.”.

4. Não se enquadrando a embargada em nenhuma exceção, a ela se aplica a prescrição quinquenal das prestaçõesvencidas entre 18/11/2003 e 18/11/2008 (data do ajuizamento da ação de restabelecimento do benefício previdenciário). Aprescrição se enquadra num rol de matérias denominadas de ordem pública, as quais podem ser reconhecidas emqualquer instância, inclusive de ofício. Desse modo, mesmo não tendo sido suscitada a questão da prescrição quinquenalem ponto anterior dos autos, deve a mesma ser reconhecida por ocasião da interposição dos Embargos Declaratórios, pornão se tratar das exceções contidas nas Súmulas 211 do STJ e 282 do STF, quanto aos Recursos Especial eExtraordinário.

5. Sendo assim, ante a presença de omissão, esta passa a ser suprida do seguinte modo: O item 5 do acórdão terá oseguinte acréscimo: “Todavia, deve ser reconhecida para os presentes autos a prescrição quinquenal das prestaçõesprevidenciárias vencidas de 18/11/2003 a 18/11/2008 (data do ajuizamento da ação de restabelecimento de benefícioprevidenciário), por força do disposto no artigo 103, parágrafo único da Lei 8.213/91. As parcelas posteriores à 18/11/2008,reforce-se, não sofrem a incidência da prescrição e, caso alguma parcela considerada prescrita tenha sido paga àsegurada, as referidas parcelas não devem ser repetidas, ante o caráter alimentar do benefício e a boa-fé da mencionadasegurada.”.

6. Quanto aos juros de mora, em que pese o entendimento de se tratar de matéria de ordem pública, o juiz ad quemsomente está autorizado a se posicionar de ofício quanto aos referidos juros se os mesmos não tiverem sido mencionadosna sentença, o que não ocorreu no caso concreto. Muito pelo contrário: o entendimento adotado na sentença quanto aosjuros de mora é o compartilhado por esta Relatoria.

7. Não obstante a alteração trazida pela Lei nº 11.960, de 29/06/09, que deu nova redação ao artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97,dispondo acerca da incidência de índices oficiais aplicados à caderneta de poupança no cálculo dos juros, esta Relatoriaentende que o mesmo não se aplica às causas previdenciárias, por serem estas de natureza alimentar. A propósito dotema, confiram-se os julgados do Superior Tribunal de Justiça e dos E. Tribunais Regionais Federais:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. PREQUESTIONAMENTO.AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. SÚMULA 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRESTAÇÕES VINCENDAS.SÚMULA 7/STJ. JUROS DE MORA. PATAMAR DE 1% (UM POR CENTO)....IV - Nas ações previdenciárias em que se discutem verbas de caráter eminentemente alimentar, é entendimento da e.Terceira Seção deste c. STJ que os juros de mora devem ser fixados no percentual de 1% (um por cento) ao mês.Agravo regimental desprovido.(STJ, Órgão Julgador: Quinta Turma, AgRg no REsp 1133545/SP, AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2009/0096027-0, Relator: Ministro FELIX FISCHER, DJe 14/12/2009) (Grifei)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPLEMENTAÇÃO DEAPOSENTADORIA. AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO. PARIDADE ENTRE ATIVOS E INATIVOS. INTERPRETAÇÃO DOPLANO DE BENEFÍCIOS. SÚMULA 05 DO STJ. CONTRATO ONEROSO. INAPLICAÇÃO DO ART. 1.090 DO CC/1916.JUROS DE MORA. VERBA DE NATUREZA ALIMENTAR....4. Os juros moratórios, nas verbas de suplementação de aposentadoria, as quais possuem natureza previdenciária, devemser estabelecidos à taxa de 12% ao ano, dado o caráter alimentar da dívida. Precedentes. 5. Agravo regimental a que senega provimento.(STJ, Órgão Julgador: Terceira Turma, AgRg no Ag 721960/RS, AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DEINSTRUMENTO 2005/0192389-6, Relator: Ministro VASCO DELLA GIUSTINA- DESEMBARGADOR CONVOCADO DOTJ/RS, DJe 29/10/2009) (Grifei)

8. Sendo assim, não houve omissão por parte do acórdão no que tange aos juros de mora.

9. Embargos parcialmente providos. Acórdão parcialmente reformado.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOSDE DECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

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93 - 0000190-95.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000190-8/01) LENIR MENDES VIANA SIMAO (ADVOGADO: SIRO DACOSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

RECURSOS DE SENTENÇA N.º 2010.50.51.000190-8/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: LENIR MENDES VIANA SIMÃORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. DESNECESSIDADE DE OMAGISTRADO MANIFESTAR-SE SOBRE TODAS AS ALEGAÇÕES FEITAS PELA PARTE. DECISÃOSUFICIENTEMENTE MOTIVADA. RECURSO NÃO PROVIDO.

I. Trata-se de embargos de declaração propostos pelo INSS em face do acórdão de fl. 101/106, que deu provimento aorecurso interposto pela parte autora, determinando a concessão de aposentadoria por idade rural.II. A autarquia alega a existência de omissão no acórdão, uma vez que não foi abordado o fato de uma das testemunhas terdeclarado que a renda do marido da autora, o qual trabalhava como motorista, era muito superior a que auferia no campo.III. Não há omissão a ser sanada por via de embargos declaratórios, uma vez que, tendo decido a questão por outrosfundamentos, o magistrado fica desobrigado a se manifestar sobre todas as alegações feitas pela parte. No mesmo sentidojá decidiu o STJ: Cumpre asseverar que é cediço que o juiz não fica obrigado a manifestar-se sobre todas as alegações daspartes, nem a ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um a todos os seus argumentos, quando jáencontrou motivo suficiente para fundamentar a decisão, o que de fato ocorreu. (EEARES 200702685650 – HUMBERTOMARTINS – STJ – 2ª TURMA – Dje:14/12/2010 – grifei).IV. Embargos declaratórios não providos. Sem custas e honorários.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

94 - 0008213-38.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008213-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x JAIR NUNES DA SILVA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).RECURSO N. 2007.50.50.008213-5/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: JAIR NUNES DA SILVARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – INEXISTÊNCIA – O FATO DE A DIB DA APOSENTADORIA PORINVALIDEZ SER ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI 9.876/99, NO CASO CONCRETO, NÃO INFLUENCIA NA DECISÃOQUE CONCEDEU A REVISÃO, HAJA VISTA TEREM SIDO CONCEDIDOS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADEINTERCALADOS COM RETORNO À ATIVIDADE – POSSIBILIDADE DE REVISÃO PELO ARTIGO 29, § 5º DA LEI8.213/91 – ACÓRDÃO MANTIDO – EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS.

1. Trata-se de Embargos Declaratórios interpostos pela recorrente (fls. 98/99), nos quais esta alega haver no acórdão de fls.94/96 contradição entre a conclusão obtida para deferir a revisão do benefício e o cumprimento dos requisitos peloembargado para obter a referida revisão.

2. Os Embargos de Declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.

3. Não assiste razão ao embargante, haja vista que no referido acórdão o raciocínio elaborado quanto à matéria pertinenteaos autos leva à conclusão de que, mesmo quando se tratar de aposentadoria por invalidez concedida antes da edição daLei 9.876/99, ainda sim é devida a revisão com fundamento no artigo 29, § 5º da Lei 8.213/91, desde que tenha havido aconcessão de benefícios por incapacidade intercalados com retorno à atividade, o que ocorre no caso concreto, conformese verifica às fls. 56/57 dos autos.

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4. Conforme mencionado no acórdão de fls. 94/96, o §5º acima referido deve ser interpretado em consonância com o caputdo artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei 9.876/99, o período base a ser considerado para aconcessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o período imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29,caput). Todavia, a hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico de cálculo, do salário de benefício que serviu debase para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesse período como salário de contribuição para ocálculo da RMI da aposentadoria) se aplicará se houver percepção de benefícios por incapacidade intercalados comretornos à atividade, ainda que a aposentadoria por invalidez tenha sido concedida antes da Lei 9.876/99. Isso se percebefacilmente no emprego, pelo referido parágrafo, o qual não sofreu alteração pela supracitada lei, da palavra no plural (“Se,no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).5. Sendo assim, não há contradição a ser sanada. Embargos não acolhidos. Sentença mantida.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

95 - 0000674-81.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000674-2/01) MARIA JOSE TEIXEIRA DE SOUZA (ADVOGADO:FERNANDO CARLOS FERNANDES, WELITON ROGER ALTOE.) x JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DECACHOEIRO DO ITAPEMIRIM.Mandado se Segurança nº 2008.50.51.000674-2/01

Impetrante : MARIA JOSÉ TEIXEIRA DE SOUZA

Impetrado : JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA – TERMO INICIAL DA INTIMAÇÃO – LEI 11.419/2006 AFASTADA PELA INTMAÇÃOPESSOAL NA DATA DA DISPONIBILIZAÇÃO -DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA

Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIA JOSÉ TEIXEIRA DE SOUZA em face de ato tido como coator,praticado pelo JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, que deixou de receber o recursoinominado interposto pela parte autora em razão de sua manifesta intempestividade.Consoante o disposto no § 3º, art. 4º da Lei 11.419/2006, que disciplina a informatização do processo judicial, “considera-secomo data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico”.Regesse o presente caso o aludido diploma, assistiria razão ao impetrante.Entretanto, a autoridade impetrada informa a este juízo que o autor fez carga dos autos em 25/03/10, sendo intimadopessoalmente da sentença nessa ocasião.Considerando que o prazo começou a fluir em 26/03/10, findando-se 05/04/10, é intempestivo o recurso inominadointerposto pelo autor, eis que protocolado somente em 07/04/10.Mandado de Segurança denegado. Liminar revogada.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DENEGAR A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto e ementa dorelator, que passam a integrar o presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

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91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

96 - 0001147-35.2006.4.02.5052/02 (2006.50.52.001147-6/02) PONCIANO DOS SANTOS (ADVOGADO: EDGARD VALLEDE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).Processo nº 2006.50.52.001147-6/02

Embargante : PONCIANO DOS SANTOS

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PEDIDO DE PREQUESTIONAMENTO NÃO APRECIADO – RECURSOREJEITADO

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, ora embargante, em face do acórdão proferido às fls.90-91, que julgou improcedente os embargos de declaração anteriormente opostos. Em síntese, aduz que, no julgadoguerreado, houve omissão, uma vez que não foi apreciado seu pedido de prequestionamento de norma constitucionais einfraconstitucionais.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como para sanar eventual erro material existente nadecisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por este Juízo.

Não lhe assiste razão.

Os embargos de declaração não se prestam ao reexame de matéria já decidida, sendo certo que a pretensão de ver arediscussão do tema à luz dos argumentos invocados e de dispositivos legais outros, alegadamente relevantes para asolução da questão jurídica, apresenta-se manifestamente incabível em sede de embargos declaratórios, cujos limitesencontram-se previstos no Diploma Processual Civil.

Ademais, este juízo não se encontra obrigado a examinar todos os artigos de lei invocados no recurso. “O princípio do livreconvencimento motivado justifica a ausência de análise de dispositivos que, senão irrelevantes, constituem questõessuperadas pelas razões de julgar” (AG - AGRAVO DE INSTRUMENTO – 185427, Desembargadora Federal NIZETEANTONIA LOBATO RODRIGUES, TRF2, QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::02/02/2011 -Página::135/136).

Com efeito, o acórdão atacado superou a questão ao argumento de que o recorrente não faz jus ao benefício de prestaçãocontinuada pela não configuração do critério da miserabilidade (relatório social de fls. 50/51) e não pelo afastamento daregra insculpida no art. 34 do Estatuto do Idoso, como se alega. Trata-se, portanto, de questão de fato, e não deinterpretação de norma constitucional.

Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

97 - 0004776-86.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.004776-7/01) FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA(PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.) x LUIS CLAUDIO COAN (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA,MARCELO MATEDI ALVES.).Processo nº 2007.50.50.004776-7/01

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA

Embargado : LUIS CLAUDIO COAN

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E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – ERRO MATERIAL - INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO – PRESENÇA DEERRO MATERIAL NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO PARCIALMENTE ACOLHIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, ora embargante, em face de acórdão que negouprovimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa ao não enfrentar diretamente princípiose artigos constitucionais suscitados na peça recursal. Sustenta, ainda, a existência de erro material no acórdão de fls. 154,já que a certidão de fls. 152 atesta que a Turma Recursal negou provimento ao recurso por maioria, e não por unanimidade.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como, pela construção jurisprudencial, para sanareventual erro material existente na decisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que esteaponta a existência de omissão e de erro material na decisão proferida por este Juízo.Não assiste razão ao embargante quanto à alegação de omissão no acórdão. Todos os pontos necessários ao julgamentoda causa foram devidamente analisados na decisão colegiada.Ademais, este juízo não se encontra obrigado a examinar todos os artigos de lei invocados no recurso. “O princípio do livreconvencimento motivado justifica a ausência de análise de dispositivos que, senão irrelevantes, constituem questõessuperadas pelas razões de julgar” (AG – AGRAVO DE INSTRUMENTO – 185427, Desembargadora Federal NIZETEANTONIA LOBATO RODRIGUES, TRF2, QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R – Data: 02/02/2011 – Página:135/36).No que tange ao alegado erro material, entretanto, mostrou-se oportuna a intervenção recursal. Com efeito, o acórdãonegou provimento ao recurso inominado por maioria de votos (fls. 151-152), e não por unanimidade, como consta noacórdão de fls. 153-154.Nesse pormenor, os presentes embargos de declaração devem ser providos, reconhecendo-se a erro material no acórdãoembargado, em conformidade com o art. 535 do CPC, de modo a que se leia: “(...) decide a Turma Recursal (...), pormaioria de votos, conhecer e negar provimento ao recurso (...)”.Embargos de declaração conhecidos e parcialmente acolhidos, apenas sanar o erro material no acórdão embargado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER EM PARTE OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

98 - 0000469-49.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000469-9/01) JOSE PEREIRA MESSIAS (ADVOGADO: MARIA REGINACOUTO ULIANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).Processo nº 2008.50.52.000469-9/01

Recorrente : JOSÉ PEREIRA MESSIAS

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA – PROVAPERICIAL DESFAVORÁVEL – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, não houve devida atuação doperito judicial que a examinou, visto que existiria, sim, de acordo com exames médicos juntados aos autos, incapacidadelaborativa. Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força no disposto no art. 42 do

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mesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial (fls. 60 – 63), houve o diagnóstico, com base na anamnese, e em exame clínico, do examinado comoportador de “degeneração das estruturas de sustentação da coluna vertebral, o que faz parte do processo deenvelhecimento orgânico do ser humano” (resposta ao quesito “2” elaborado pelo INSS). Tal lesão, todavia, não foipercebida como incapacitante para as atividades habituais do examinando (Resposta ao quesito “4” do Juízo). O jusperito,explicando seu entendimento, afirma, em resposta aos quesitos complementares realizados pela recorrente, que as lesõesapresentadas pelo periciando afetam de 20% a 25% da população acima de 40 anos. Conclui, assim, que “para (o exercíciode) as tarefas rurículas não há limitações” (resposta ao quesito complementar “3”). Destarte, sustenta-se no laudo pericial aausência de incapacidade laborativa.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão do benefício deauxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Recurso ao qual se nega provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

99 - 0005129-63.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.005129-8/01) WESLEI TRINDADE DA SILVA (ADVOGADO: MAURÍCIOLUIS PEREIRA PINTO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.).Processo nº. 2006.50.50.005129-8/01

Recorrente : WESLEI TRINDADE DA SILVARecorrida : UNIÃO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – AUSENTE O NEXO DE CAUSALIDADE – DESCABIDO OPEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – AUSENTE OFENSA À HONRA E À REPUTAÇÃO DO AUTOR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, em que pleiteava a condenação da recorrida em indenização por danos materiaise morais. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que teve sua honra subjetiva e seu decoro atingidos com a condutado seu superior hierárquico, frisando que, se houvesse intenção de mera repreensão, deveria ser observado o art. 27 doDecreto n. 4.346/2002.

O recorrente é militar do Exército e afirma que, mesmo estando impossibilitado de fazer esforços físicos, foi designado aacompanhar, em 12.07.2006, instrução junto ao Pelotão de Operações Especiais – PELOPES, por determinação de seusuperior hierárquico (2ª Tenente Clawton), todavia não compareceu ao evento, motivo pelo qual foi constrangido por este nafrente de vários outros militares com palavras de baixo calão. Em razão disso, pugna pela indenização por danos morais.

Na instrução do feito no Juízo de origem, o próprio Tenente Clawton reconheceu que repreendeu o recorrente, tendo sidocomprovado que este se utilizou de palavras de baixo calão, em tom de voz elevado, tendo sido ouvida a conversa por

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diversas pessoas que estavam próximas ao local, conforme depoimentos às fls. 72/73 e 76/79. Todavia, nota-se que a talrepreensão, embora exarcebada nesse aspecto, foi legítima, posto que a parte recorrente, embora estivesse, por precauçãomédica, afastado de atividades que demandassem esforço físico, não estava, contudo, dispensado de qualquer atividade noserviço, o que denota que deveria, portanto, comparecer ao quartel e se apresentar aos seus superiores para odesempenho de outras atividades.

Deveras, a indenização por danos morais tem a finalidade de amenizar a angústia injustamente causada, sendo certo quepara a sua constatação há de se levar em consideração as condições em que ocorreu suposta ofensa, assim como aintensidade da amargura experimentada pela vítima e as particularidades inerentes a ela e ao agressor.

Todavia, no presente caso, analisando a narrativa da parte autora e da ré, além das informações prestadas pelosdepoentes, observa-se que o evento ocorrido se deve à conduta do próprio recorrente, eis que, embora estivessedispensado de atividades que demandassem considerável esforço físico, não poderia deixar de atender à solicitação dosuperior hierárquico para apresentar-se a este.

Ora, um servidor que atua em uma organização militar deve se portar dentro dos padrões que regem a vida da caserna, demodo a não dar mau exemplo dentro do meio. A não-apresentação ao superior hierárquico, quando requisitado para tanto,é grave erro de conduta, quando não há justificativa plausível. O dano suportado pelo ofendido não deixa de ser o reflexo doato censurável que este mesmo praticou, não havendo, portanto, nexo de causalidade a ensejar o dever de indenizar.

Conforme destacou a sentença guerreada, houve sim, no caso, excesso na repreensão feita pelo tenente, todavia não sevislumbrou a manifesta vontade deste em injuriar o recorrente.

Não houve, dessa forma, ofensa à honra e à reputação do autor, ora recorrente, posto que, embora tenha sido repreendidoperante colegas de trabalho pelo seu superior hierárquico, com a utilização de termos pejorativos, tal repreensão encontrajustificativa dentro do regime militar. Não há dúvidas de que o autor errou ao desobedecer ordem hierárquica e descumpriuum dos deveres militares.

Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Públicocompreendem: (a) a alteridade do dano; (b) a causalidade material entre o "eventus damni" e o comportamento positivo(ação) ou negativo (omissão) do agente público; (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva imputável a agente do PoderPúblico que tenha, nessa específica condição, incidido em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da licitude,ou não, do comportamento funcional; e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal.

O dever de indenizar, mesmo nas hipóteses de responsabilidade civil objetiva do Poder Público, supõe, dentre outroselementos, a comprovada existência do nexo de causalidade material entre o comportamento do agente e o "eventusdamni", sem o que se torna inviável, no plano jurídico, o reconhecimento da obrigação de recompor o prejuízo sofrido peloofendido.

A comprovação da relação de causalidade - qualquer que seja a teoria que lhe dê suporte doutrinário (teoria da equivalênciadas condições, teoria da causalidade necessária ou teoria da causalidade adequada) - revela-se essencial aoreconhecimento do dever de indenizar, pois, sem tal demonstração, não há como imputar, ao causador do dano, aresponsabilidade civil pelos prejuízos sofridos pelo ofendido.

No caso, em face dos elementos dos autos, não restou reconhecido o nexo de causalidade indispensável para oreconhecimento da responsabilidade objetiva constitucional e, por esse motivo, não há que se falar em incidência daresponsabilidade prevista no parágrafo 6º do artigo 37 da Constituição da República.

Ante o exposto, mantenha-se a sentença guerreada por seus próprios fundamentos.

11. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas e condenação em honorários advocatícios, por gozar a parte recorrida do benefício da assistência judiciáriagratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

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100 - 0001547-21.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.001547-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x WELLINGTON JOSÉ MEDEIROS (ADVOGADO: ALEXANDRE MELO BRASIL.).Processo nº 2007.50.50.001547-0/01

Recorrentes : UNIÃO FEDERALRecorridos : WELLINGTON JOSÉ MEDEIROS

E M E N T ATRIBUTÁRIO – RESTITUIÇÃO DE VALORES RECOLHIDOS A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTESOBRE TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS – COMPENSAÇÃO - VALORES RESTITUÍDOS À PARTE AUTORA POROCASIÃO DO AJUSTE ANUAL – CORREÇÃO MONETÁRIA PELA TAXA SELIC – RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.1. Trata-se de recurso interposto pela União Federal em face da sentença que julgou procedente o pedido de restituição devalores recolhidos, a título de contribuição previdenciária, incidente sobre o terço constitucional de férias.2. Em suas razões recursais, alega a União que os cálculos apresentados no curso da demanda encontram-se equivocadose que, após ser delimitado o montante do imposto retido sobre o abono pecuniário de férias, deve-se reconhecer que taisquantias já foram regularmente devolvidas ao autor após a declaração anual de ajuste, pois os extratos de consulta anexosao recurso demonstram que o autor obteve restituição de imposto de renda entre os anos de 2002 a 2005, significandodizer que, embora tenha ocorrido a retenção de imposto de renda sobre o abono de pecuniário de férias, a soma dasretenções efetuadas pelo empregador no decorrer dos anos foi muito superior ao efetivamente apurado como devido, apósa declaração anual de ajuste, ou seja, a União restituiu ao autor o valor retido em montante superior ao apurado comodevido, já englobado o imposto retido sobre o abono pecuniário de férias. Ao final, pugna a recorrente pela reforma dasentença a fim de que seja determinada a correção do indébito exclusivamente pela taxa SELIC, na medida em que se tratade restituição de indébito tributário, devendo ser aplicado o disposto no art. 39, §4º, da Lei n. 9.250/95.3. Despicienda a análise, nesta fase recursal, da correção ou não dos valores apresentados nos autos, na medida em que ar. sentença apenas determinou, de forma genérica, a repetição de valores indevidamente recolhidos a título de imposto derenda sobre verbas consideradas isentas, sem fixar valores.

4. As variáveis que envolvem o cálculo da exação, isenções ou deduções, suscitadas no recurso, não merecem prosperar.Se a parte autora não tivesse sofrido a retenção do imposto na fonte, é certo que esse valor não teria sido deduzido naapuração do imposto devido por ocasião da declaração de ajuste anual. Por outro lado, presume-se, à míngua de prova emcontrário, que o valor do abono de férias sobre o qual incidiu a retenção do imposto na fonte tenha sido, na declaração deajuste anual, lançado na base de cálculo do tributo, aumentando o valor do imposto devido. Por isso, o valor já restituídoadministrativamente, nos termos da declaração de ajuste anual, não influi no valor do crédito agora reconhecidojudicialmente.5. Além disso, é pacífico no C. STJ o entendimento segundo o qual cabe ao contribuinte manifestar a opção de receber orespectivo crédito por meio de precatório regular ou compensação, haja vista que constituem, ambas as modalidades,formas de execução do julgado colocadas à disposição da parte quando procedente a ação (EREsp n.º 502.618/RS, Rel.Min. João Otávio de Noronha, DJ de 01/07/2005; RESP 232002/CE, Relator Ministro João Otávio de Noronha, SegundaTurma, DJ de16.08.2004; REsp n.º 551.184/PR, Relator Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ de 01.12.2003) sendooportuno observar que, no caso específico dos autos, a parte autora postulou expressamente a restituição do valorindevidamente descontado (fl. 06) e não sua compensação.6. Os juros de mora devem ser fixados segundo a taxa SELIC, vez que a União foi condenada a restituir tributoindevidamente recolhido, devendo ser registrado que, em se tratando de taxa SELIC, que representa juros de mora e,também, correção monetária, deve haver aplicação a partir de cada desconto indevido e não a partir do trânsito em julgado.7. Recurso conhecido e parcialmente provido.

8. Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55, da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º, da Lei nº 10.259/01).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

101 - 0009254-45.2004.4.02.5050/01 (2004.50.50.009254-1/01) MARIA JOSE DE ARAUJO DE LIRA (ADVOGADO:ERANDI BARBOSA DE CASTRO, CINTIA MARA RODRIGUES HENRIQUES, LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELOMATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI.) x UNIAO FEDERAL (MINISTÉRIO DA SAÚDE) (PROCDOR:ANDREA M. SANTOS SANTANA.).Processo nº 2004.50.50.009254-1/01

Recorrente : MARIA JOSÉ DE ARAÚJO DE LIRARecorrida : UNIÃO

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E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PROCEDENTE O PEDIDO DE CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO SOBCONDIÇÕES ESPECIAIS EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM ATÉ 29.04.1995 - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se objetivava a conversão do tempo de serviço prestado sob condições especiaisem tempo de serviço comum, para fins de aposentadoria por tempo de contribuição. Em suas razões recursais, a parterecorrente apresenta laboriosa tese, ratificando as alegações iniciais.

Inicialmente, cumpre registrar que o tempo de serviço é regido pela lei do tempo da sua prestação, não se confundindo aconcessão de aposentadoria especial estatutária, ela mesma, com o tempo de serviço que deve ser considerado para efeitode aposentadoria de qualquer natureza, até porque uma coisa é a aquisição do direito e outra, diversa, é o seu uso ouexercício. Assim, o direito à conversão do tempo especial em comum não confunde com o da aposentadoria especial,sendo que o tempo de serviço prestado em condições especiais, para ser contado na aposentadoria por tempo decontribuição/serviço (integral ou proporcional), deve ser convertido em tempo comum.

Na verdade, o benefício é regido pela lei vigente ao tempo da aquisição do direito, mesmo tratando-se de direitos deaquisição complexa, sendo que a lei mais gravosa não pode retroagir exigindo outros elementos comprobatórios doexercício da atividade insalubre, antes não exigidos, sob pena de agressão à segurança jurídica.

O art. 58 da Lei 8.213/1991, em sua redação original, dispunha que as atividades profissionais exercidas em condiçõesadversas, potencial ou concretamente prejudiciais à saúde ou à integridade física, deveriam ser arroladas em lei específica.Por força do art. 152 da Lei 8.213/1991 combinado com o disposto no artigo 295 do Decreto 357/91, e posteriormente, noartigo 292 do Decreto 611/92, ambos regulamentadores da Lei de Benefícios, foram mantidas em vigor as listas de agentesnocivos constantes do Quadro Anexo ao Decreto 53.831 e do Anexo I e II do Decreto 83.080 até a edição da referidalegislação.

Em tais Decretos (que já vigiam à época da extinta Consolidação das Leis da Previdência Social - Decreto nº 89.312), ascondições especiais ensejadoras do direito à aposentadoria com tempo de serviço abreviado eram consideradas sob doisaspectos: a) os grupos profissionais em relação aos quais, por suas peculiaridades, havia presunção de sujeição dotrabalhador a agentes agressivos (físicos, químicos, biológicos ou associação de agentes) ou a risco de dano(periculosidade) no exercício laboral; e b) o rol de agentes nocivos insalubres, perigosos ou penosos, cuja exposiçãoconferiria ao trabalhador direito à aposentadoria especial, independentemente do tipo de atividade desenvolvida.

Com o advento da Lei 9.032, de 29 de abril de 1995, que alterou o parágrafo 4.º a Lei 8.213/191, extinguiu-se apossibilidade de enquadramento em qualquer das categorias profissionais elencadas no Decreto 53.831/64 e no Anexo II doDecreto 83.080/79, passando a se impor a necessidade de comprovação, através dos formulários de informação (antigosSB-40, DSS-8030 e DIRBEN-8030), da efetiva exposição aos agentes nocivos (físicos, químicos ou biológicos), de modohabitual e permanente.

Com a expedição do Decreto 2.172, de 05 de março de 1997, que regulamentou a Medida Provisória 1.523, de 11.10.96,convertida posteriormente na Lei 9.528, de 10.12.97, tornou obrigatória a apresentação, além do formulário de informação,emitido pela empresa ou seu preposto, de laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico dotrabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, para comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos.

Nesse sentido, entende o Superior Tribunal de Justiça, como se pode observar nos trechos do acórdão que segue: ”aolapso temporal compreendido entre a publicação da Lei n.º 9.032/95 (29/04/1995) e a expedição do Decreto n.º 2.172/97(05/03/1997), e deste até o dia 28/05/1998, há necessidade de que a atividade tenha sido exercida com efetiva exposição aagentes nocivos, sendo que a comprovação, no primeiro período, é feita com os formulários SB-40 e DSS-8030, e, nosegundo, com a apresentação de laudo técnico.” (STJ, 5ª Turma, EDREsp nº 397494/RS, rel. Min. Laurita Vaz, j. 3.4.2003,DJ 12.5.2003, p. 324). “Até o advento da Lei 9.032/95, em 29.04.95, era possível o reconhecimento do tempo de serviçoespecial, com base na categoria profissional do trabalhador. A partir desta Norma, a comprovação da atividade especial éfeita por intermédio dos formulários SB-40 e DSS-8030, até a edição do Decreto 2.172 de 05.03.97, que regulamentou a MP1523/96 (convertida na Lei 9.528/97), que passou a exigir o laudo técnico”. (STJ, 5ª Turma, Agravo Regimental no RE518554/PR, rel. Min. Gilson Dipp, DJ 24/11/2003).

Nesse Decreto 2.172/1997, foi também alterada a relação dos agentes nocivos prejudiciais à saúde ou integridade física dosegurado, para fins de concessão da aposentadoria especial, nos termos do seu Anexo IV, que permaneceu em vigor até aedição do Decreto 3.048/99 que o substituiu.

A partir de 01 de janeiro de 2004, o DIRBEN 8030 e o laudo técnico de condições ambientais do trabalho – LTCAT – foramsubstituídos pelo PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), unificando as informações e simplificando a prova dascondições ambientais. Wladimir Novaes Martinez nos esclarece quanto às regras de direito intertemporal que “Instituído

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pelo Decreto n. 4.032/01, portanto sem exigência legal (fato que parece ter sido desprezado pelos estudiosos), o PPPadquiriu eficácia jurídica a contar de 1º.1.04. De certa forma, substituindo o DIRBEN 8030, o perfil profissiográfico e o laudotécnico, agora abstraindo o LTCAT, não condicionado para os fins de aposentadoria especial. Nesse sentido, não podendouma obrigação formal dessa natureza ser exigida preteritamente, somente períodos de trabalho posteriores a 31.12.03podem ser objeto do PPP. Até essa data, apenas os documentos previstos na legislação (DIRBEN 8030, laudo técnico, eperfil profissiográfico). Logo, as empresas não estão obrigadas a emitirem PPP para períodos anteriores a 1º.1.04, massujeitam-se àqueles outros documentos (...)”., in Aposentadoria Especial, página 147.

No mais, embora a questão seja controvertida no âmbito da jurisprudência pátria, entende-se que a conversão em tempo deserviço comum, do período trabalhado em condições especiais, somente é possível relativamente à atividade exercida até28 de maio de 1998, devendo permanecer a decisão do C. STJ, de sua 5ª Turma, proferida no REsp 956.110/SP, julgadoem 29/08/2007 e no REsp 977.125/PB, julgado em 04/10/2007, que, por unanimidade, alterou a posição que anteriormenteadotava, passando a acompanhar o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência pátria.

A conversão do tempo especial em comum deve ser feita tendo por base os seguintes multiplicadores:

AtividadeMultiplicadores a Converter

Para 15Para 20Para 25Para 30 (mulher)Para 35 (homem)

De 15 anos1,001,331,672,002,33

De 20 anos0,751,001,251,501,75

De 25 anos0,600,801,001,201,40

De 30 anos (Mulher)0,500,670,831,001,17

De 35 anos (Homem)0,430,570,710,861,00

O art. 94 da Lei n. 8.213/91 assegura a contagem recíproca do tempo de contribuição em atividade privada ou de serviço naAdministração Pública, para efeito dos benefícios previsto no RGPS ou no serviço público: “Para efeito dos benefíciosprevistos no Regime Geral de Previdência Social ou no serviço público é assegurada a contagem recíproca do tempo decontribuição na atividade privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administração pública,

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hipótese em que os diferentes sistemas de previdência social se compensarão financeiramente”.

Da letra do artigo 201, parágrafo 9º, da Constituição Federal, tem-se que contagem recíproca é o direito à contagem detempo de serviço prestado na atividade privada, rural ou urbana, para fins de concessão de aposentadoria no serviçopúblico ou, vice-versa, em face da mudança de regimes de previdência - geral e estatutário.

Assim, o servidor público ex-celetista faz jus à contagem do tempo de serviço celetista prestado em condições perigosas,penosas e insalubres, na forma da legislação vigente à época da prestação de serviço, ou seja, com o acréscimo previstona legislação previdenciária de regência. É que, quando da implantação do Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112/90, cujasdisposições incidem tão-somente sobre o tempo de serviço prestado sob sua égide, os servidores tiveram incorporado aoseu patrimônio jurídico o direito à averbação do tempo de serviço prestado em condições especiais sob o regime celetista(STJ, REsp 441.383-PB).

Por força do princípio da aplicação da lei no tempo, comprovado que a recorrente laborou em condições insalubresadversas e que a lei da época permitia a contagem do tempo de serviço de forma mais vantajosa, deverá esse ser contadodesta forma o tempo respectivo.

Na verdade, o reconhecimento do direito adquirido do servidor estatutário aproveitar o tempo especial, com acréscimo,mesmo fora do RGPS, para efeito de aposentadoria no regime previdenciário próprio, encontra-se pacificado no âmbito doC. STJ (AGRESP 963.475, 6ª Turma, DJE 26/05/2008; AGRESP 799771, 5ª Turma, DJE 07/04/2008; AGA 922.319/SC, 5ªTurma, DJE 10/03/2008; AGA 901.106/SC, 5ª Turma, DJ 07/02/2008; RESP 626.716/SC, 5ª Turma, DJ 07/05/2007; RESP494.458/PB, Sexta Turma, DJ 04/12/2006; RESP 497.628/SC, Quinta Turma, DJ 09/10/2006; AGA 449.238/RS, QuintaTurma, DJ 10/04/2006).

Da mesma forma, o Supremo Tribunal Federal, por meio de suas Turmas, pacificou o entendimento no sentido de que oservidor público, ex-celetista, tem direito adquirido à contagem especial de tempo de serviço prestado em condiçõespenosas e insalubres em período anterior à vigência da Lei nº 8.112/90 (RE-AgR-AgR 457.144/PB, Rel. Eros Grau, DJe14-03-2008; RE-AgR 463.299/PB, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 17-08-2007; RE-AgR 380.413/PB, Rel. Eros Grau, DJ29-06-2007; AI-AgR 438.316/SC, Rel. Joaquim Barbosa, DJ 30-03-2007; RE-AgR 439.699/DF, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ07-12-2006; AI-AgR 398.502/SC, Rel. Gilmar Mendes, DJ 24-11-2006; RE-AgR 474.450/PB, Rel. Carlos Britto, DJ29-09-2006; RE 255.827/SC, Rel. Eros Grau, DJ 02-12-2005).

Ultrapassado este aspecto, cumpre apreciar o argumento da inicial segundo o qual o exercício da função de AUXILIAR DEENFERMAGEM asseguraria o reconhecimento à averbação do respectivo tempo de serviço como especial.

A parte recorrente aduz que é servidora pública federal, inicialmente contratada pelo regime celetista, sendo que, em12.12.1990, passou a ser regida pelo regime jurídico único dos servidores civis da UNIÃO, instituído pela Lei n. 8.112/90.Aponta que, desde 01.09.1974, labora sob condições insalubres.

Quanto à atividade laboral exercida pela recorrente, sob o regime celetista, esta está devidamente comprovada, através dadeclaração acostada à fl. 100, que revela que esta laborou como atendente de enfermagem, na Clínica Infantil “JesusMenino” Ltda., de 01.09.1974 a 10.11.1976, além da cópia de sua CTPS, à fl. 24, na qual consta que laborou, no cargo deauxiliar de enfermagem (“enfermeira auxiliar”), de 01.04.1983 a 09.07.1985, na Maternidade Santa Paula Ltda. Constaainda que, de 01.06.1982 a 09.09.1985, trabalhou, como auxiliar de enfermagem, na Prefeitura Municipal da Serra/ES (fl.101) e que, a partir de 02.05.1985, passou a trabalhar, na mesma função, na extinta autarquia federal “INAMPS”, tambémsob o regime celetista, cujo contrato de trabalho foi extinto em 12.12.1990, na forma do art. 7º da Lei n. 8.162, de08.01.1991 (fl. 25).

Como já exposto, segundo a jurisprudência do E. STJ, a comprovação desse tipo de atividade se faz de acordo com alegislação de regência à época em que os serviços foram prestados (REsp 597401/SC – Rel.: Min. Laurita Vaz – DJ15/03/2004 – p. 00297). Assim, até a edição da Lei nº 9.032, de 28.04.1995, que alterou o art. 57 da Lei nº 8.213/91, ascategorias profissionais poderiam ser classificadas como de atividade especiais, de acordo com a lei. Conforme o art. 292,do Decreto nº 611, de 21.07.1992, as categorias profissionais relacionadas nos Decretos nºs. 53.831/64 e 83.080/79permaneceram enquadradas como atividades especiais até a edição do Anexo IV, do Decreto nº 2.172, de 05.03.1997.

Não há, portanto, nenhum óbice legal para que se considere como especial a atividade profissional de enfermagem,exercida pela autora, ora recorrente, mas somente até a edição da Lei nº 9.032/95, uma vez que a referida atividadeprofissional está classificada como insalubre pelo Decreto nº 53.831/64 (código 2.1.3.).

Registre-se que caberia à autora provar que, após 29.04.1995, a função exercida efetivamente a expunha a risco elevado eiminente, o que não ocorreu, já que sequer foi requerida perícia técnica para este fim, ou mesmo a produção de provatestemunhal que pudesse comprovar o alegado. Inexiste, assim, início razoável de prova material a comprovar o exercíciode atividades em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física da segurada, no período emquestão.

Feitos estes esclarecimentos, constata-se que deve a parte recorrida computar, como especial, o tempo de contribuição daautora compreendido entre 01.09.1974 a 10.1976 e 01.06.1982 a 29.04.1995, devendo emitir a CTC – Certidão de Tempode Contribuição com a conversão devida, procedendo, ainda, em sendo o caso, à concessão de aposentadoria por tempo

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de contribuição, desde o ajuizamento desta ação, em 09.11.2004, bem como ao pagamento das parcelas vencidas, nãoatingidas pela prescrição quinquenal, corrigidas monetariamente, acrescidas de juros no valor de 1% ao mês, considerandoa jurisprudência consolidada do STJ pela qual o art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997 somente é aplicável aos feitos iniciadosposteriormente à sua vigência, ou seja, 30.06.2009, a contar a citação.

Recurso conhecido e, no mérito, provido.

Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

102 - 0005698-93.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005698-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x DALILA CAVALCANTI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 2008.50.50.005698-0/01

Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : DALILA CAVALCANTI

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO AUTORAL. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado contra sentença que julgou procedente o pedido autoral de restituição do imposto de rendacobrado sobre a complementação da aposentadoria da parte autora.O tema em questão é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais, uma vez que se cuida de matéria que nãodemanda provas complexas.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia suscitada nas razõesrecursais.Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o prazoprescricional que assiste ao contribuinte para repetir o indébito ou proceder à compensação perfaz o total de dez anos apartir da ocorrência do fato gerador (cinco anos a contar da homologação tácita, que ocorre cinco anos após a ocorrênciado fato gerador). Assim, o termo inicial do prazo para postular a repetição do indébito é a data em que foi feito cadadesconto do IR sobre as prestações do benefício complementar. Como a parte autora passou a receber a complementaçãode aposentadoria em 18/06/2007 (fl. 57) e a presente ação foi ajuizada em 20 de agosto de 2008 (fl. 01), não está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pelaparte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período de janeiro de 1989 adezembro de 1995 (fls. 32-144) e aposentadoria em 06/01/1997 (fl. 250).Em face do exposto, rejeito a preliminar arguida e, no mérito, nego provimento ao recurso.Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Condenação em honorários advocatícios arbitrada em 10% dovalor da condenação, com fulcro no art. 21, § 3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Alceu Maurício JuniorJuiz Federal - 3º Relator

103 - 0006321-60.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006321-2/01) SEBASTIAO SABINO BORTOLINI (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DEOLIVEIRA.).Processo nº 2008.50.50.006321-2/01

Embargante : SEBASTIÃO SABINO BORTOLINI

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PERDA DE CONDIÇÃO DE SEGURADO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, ora embargante, em face de acórdão que negouprovimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa ao não analisar o pedido de inversão doônus da prova em seu favor.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como, pela construção jurisprudencial, para sanareventual erro material existente na decisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que esteaponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Não assiste razão à embargante. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados nadecisão colegiada.Os embargos de declaração não se prestam ao reexame de matéria já decidida, sendo certo que a pretensão de ver arediscussão do tema à luz dos argumentos invocados, alegadamente relevantes para a solução da questão jurídica,apresenta-se manifestamente incabível em sede de embargos declaratórios, cujos limites encontram-se previstos noDiploma Processual Civil.

Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

104 - 0002890-52.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.002890-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x SEBASTIÃO ALCANTARA GONÇALVES (ADVOGADO:HELTON TEIXEIRA RAMOS.).Processo nº 2007.50.50.002890-6/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Embargado : SEBASTIÃO ALCÂNTARA GONÇALVES

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ERRO MATERIAL – AUSÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA – CONDENAÇÃO EMHONORÁRIOS - EXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão que negou provimento ao recurso inominado.Alega o embargante que houve erro material na condenação da autarquia-ré em honorários advocatícios, ante a ausênciade inversão de sucumbência

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Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como para sanar eventual erro material existente nadecisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de erro material.Assiste razão ao embargante.Na sentença proferida pelo juízo “a quo” a parte autora sucumbiu do pedido, já que o feito foi julgado extinto, comjulgamento do mérito quanto ao pedido de revisão na forma da Súmula 260 do TRF e sem julgamento do mérito quanto àrevisão fundada no art. 58 do ADCT, inexistindo, portanto, condenação da autarquia previdenciária.Em sede recursal, o mero fato de não ter prosperado o recurso do INSS não possui o condão de inverter a sucumbênciaanteriormente firmada, porquanto a situação jurídica das partes proclamada nos autos permaneceu a mesma.Embargos de declaração conhecidos e acolhidos, em razão de erro material a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

105 - 0000839-34.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000839-0/01) NAIR RANGEL (ADVOGADO: PAULO ROBERTOMENDONCA FRANCA, SUELI DE PAULA FRANCA, NEUZA SCHULTHAIS ANDRADE, RODRIGO MIGUEL VERVLOET,RENATA STAUFFER DUARTE.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: FREDERICO LYRA CHAGAS.).Processo nº 2008.50.50.00839-0/01

Embargante : NAIR RANGEL

Embargado : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CAIXA

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – ARBITRAMENTO DE TERMOS INICIAIS DE JUROS DE MORA ECORREÇÃO – RECURSO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão que negou provimento ao recurso inominado.Alega o embargante que houve erro material na condenação da autarquia-ré em honorários advocatícios, ante a ausênciade sucumbência da mesma na lide em telaOs embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta somente a existência de erro material, já que reclama da condenação emhonorários advocatícios, que seria indevida por não ter existido inversão de sucumbência.Inexistiu sucumbência da autarquia-ré, ora embargante, com o parecer do acórdão embargado e o recursos destinou-se aconverter o julgamento para denegação do pedido no seu mérito.

Assim, resta claro que houve contradição no presente caso, o que autoriza a integração do julgado.Ante o exposto, os presentes embargos de declaração devem ser providos, reconhecendo-se a contradição no acórdãoembargado (fls. 93-95), em conformidade com o art. 535 do CPC, para integrá-lo no parágrafo 14 de sua ementa, cujaredação passa a ter o seguinte acréscimo: “Juros de mora arbitrados a partir da citação válida, em conformidade com aSúmula 204 do STJ. Correção monetária incidente a partir da data do arbitramento do acórdão, em respeito à Súmula 362do STJ.”Embargos de declaração conhecidos e acolhidos, em razão da existência de contradição.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

106 - 0008408-23.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008408-9/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x ROBSON LUIZ NASCIMENTO AMARAL.Processo nº 2007.50.50.008408-9/01

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Embargante : UNIÃO FEDERAL

Embargado : ROBSON LUIZ NASCIMENTO AMARAL

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DO ART. 40 E PARÁGRAFOS DA CF -PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo autor, ora embargante, em face de acórdão que negou provimento aorecurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação ao art. 37 da Carta Magna e requersua análise para fins de prequestionamento, assim como diante da repercussão geral que alega incidir à matéria.Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.Embargos de declaração rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

107 - 0006560-64.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006560-9/01) CARLOS AUGUSTO DA SILVA (DEF.PUB: LUCIANOANTONIO FIOROT.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.).Mandado de Segurança nº 2008.50.50.006560-9/01

Impetrante : CARLOS AUGUSTO DA SILVA

Impetrado : CAIXA ECONOMICA FEDERAL

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO– OMISSÃO NÃO VERIFICADA – RECURSO NÃO CONHECIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela DEFENSORIA PÚBLICA em face de acórdão que denegou a segurançapleiteada. Sustenta, em suas razões, que o v. acórdão não apresenta clareza e precisão; que a defensoria pública não foiintimada pessoalmente para o julgamento do recurso inominado interposto, mas por meio de estagiário; alega, ainda, que aTurma Recursal foi omissa, pois não se manifestou sobre eventual existência de afronta aos arts. 5º,LXXIV, e 134 daConstituição Federal, oriunda da inobservância do art. 44, I e VI, da Lei Complementar nº 80/1994 (que determina aintimação pessoal da União). Dessa forma, requer sejam os embargos de declaração providos, sanando-se a omissãoapontada.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, sustenta a embargante a existência deobscuridade e omissão no julgado proferido por esta Turma.

Não assiste razão à embargante.

Inexiste obscuridade ou omissão a ser sanada no acórdão. A questão que ora se levanta não está relacionada ao objeto dopresente mandado de segurança, mas cuida de questão alheia, atinente a procedimento preparatório da sessão dejulgamento que objetiva conferir publicidade ao ato.

Não obstante, inexiste prejuízo no caso, pois a uma, a defensoria pública é intimada pessoalmente do resultado da sessãoe, a duas, não se permite sustentação oral durante as sessões de julgamento, conforme o disposto no art. 27 do RegimentoInterno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, oportunamente

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transcrito:

Art. 27. Não haverá sustentação oral em sessão de julgamento, facultado somente ao advogado prestar esclarecimentosacerca de matéria de fato, a critério do Presidente da Turma, caso em que não poderá ultrapassar 5 (cinco) minutos.

Assim, não conheço dos embargos de declaração.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NÃO CONHECER DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

108 - 0006754-64.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006754-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDRÉA MARIA DOSSANTOS SANTANA.) x ADNÉZIA MARCIA PEREIRA DE ABREU (ADVOGADO: SIMONE PAGOTTO RIGO.).Processo nº 2008.50.50.006754-0/01Embargante : UNIÃO FEDERAL

Embargado : ADNÉZIA MÁRCIA PEREIRA DE ABREU

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS PARA RECORRENTEPARCIALMENTE SUCUMBENTE - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte recorrente, ora embargante, em face de acórdão que negouprovimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria contraditória ao condenar em honoráriosadvocatícios o recorrente que teve seu pedido parcialmente atendido, considerando o Enunciado nº 99 do FONAJEF.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como, pela construção jurisprudencial, para sanareventual erro material existente na decisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que esteaponta a existência de contradição na decisão proferida por este Juízo.Não lhe assiste razão.A condenação do embargante em honorários advocatícios encontra-se devidamente fundamentada no acórdão embargado,tendo em vista a sucumbência mínima a que se submeteu a parte recorrida (art. 21, § único, do CPC).

Inobstante o disposto no Enunciado nº 99 do FONAJEF, observo que a competência para legislar sobre matéria processualé privativa da União, consoante o disposto no art. 22, inc. I da Constituição Federal, o que implica no reconhecimento dainconstitucionalidade do mencionado dispositivo.

Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

109 - 0005917-72.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005917-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIVERSIDADE FEDERALDO ESPIRITO SANTO - UFES (PROCDOR: OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO.) x ELIANE SANTOS SILVAGUTERRES (ADVOGADO: FELIPE TAPIAS DE SALES.).Processo nº 2009.50.50.005917-1/01

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Agravante : UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFESAgravada : ELIANE SANTOS SILVA GUTERRES

E M E N T A

AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA DETERMINANDO A SUSPENSÃO DA REDUÇÃO DOVENCIMENTO BÁSICO COMPLEMENTAR DECORRENTE DA GEAT – INEXISTÊNCIA DE ÓBICE AO DEFERIMENTOAO DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA NA HIPÓTESE – MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de agravo de instrumento interposto pela autarquia federal em face de decisão interlocutória proferida pelo juízo aquo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2009.50.50.005917-1, em trâmite no 2º JuizadoEspecial Federal de Vitória/ES, determinando a suspensão da redução do vencimento básico complementar decorrente daGEAT operada a partir do mês de abril/2009; a suspensão da reposição ao erário decorrente da redução do vencimentobásico complementar decorrente da GEAT, iniciada em maio/2009; a retomada do pagamento da vantagem pessoalprevista no art. 5º do Decreto n. 95.689/88 (VPNI), suprimida desde junho/2009 e, por fim, a abstenção de ou suspensão dequalquer reposição ao erário decorrente da suspensão do pagamento da VPNI prevista no art. 5º do Decreto n. 95.689/88.

Em que pese a irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, admite-se omanejo de agravo de instrumento quando se tratar de provimento de urgência (arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259, de 12 de junhode 2001). É a hipótese dos autos, motivo pelo qual passo à análise do mérito do presente recurso.

Cabe ressaltar, entretanto, que tal apreciação cinge-se à verificação dos requisitos autorizadores da antecipação tutelar naação originária e não da pretensão externada pelo recorrido no bojo dessa mesma ação, a quem compete o juízo “a quo”.

Sustenta a parte agravante, em síntese, que inexiste periculum in mora e fumus bonis iuris na hipótese; que a decisãoagravada viola o disposto nos arts. 2º-B e 1º da Lei n. 9.494/97, o art. 876 do Código Civil e decisão do STF.

Compulsando os autos, verifico presentes tanto o periculum in mora, quanto o fumus boni iuris.

O primeiro requisito exsurge da natureza alimentar das verbas em exame. Quanto ao segundo, como expressado pelo juizde piso, há entendimentos sumulares oriundos do TCU e da própria AGU no sentido de que pagamentos realizados pelaadministração com base em critérios adotados dentro da discricionariedade administrativa não devem ser alvo de indébito,argumentos que reputo suficientes em sede de cognição sumária.

Passo à análise da questão que se põe acerca da vedação de concessão de antecipação de tutela em ações cujo objetoseja a concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores públicos.

O art. 2 –B da Lei n. 9.494/97, de fato, não permite a execução provisória de sentença que tenha por objeto a liberação derecurso, inclusão em folha de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagensa servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, inclusive de suas autarquias e fundações.

De forma coerente, o art. 1º da aludida lei encarta regra proibitiva da concessão de antecipação dos efeitos da tutela, pois oque não pode ser concedido a final provisoriamente, antes do trânsito em julgado da sentença, tampouco poderá sê-lo emsede de cognição sumária. Inclusive, referido dispositivo, no julgamento da ADC nº 4, foi tipo por constitucional peloSupremo Tribunal Federal.

Ocorre que o art. 1º da Lei 9.497/97, quanto ao alcance das hipóteses previstas, deve ser interpretado da forma maisrestrita possível. Nesse sentido, precedentes do STJ: AgRg no REsp 945.775/DF, QUINTA TURMA, DJ de 16/02/2009;AgRg no REsp 726.697/PE, SEGUNDA TURMA, DJ de 18/12/2008; AgRg no Ag 892.406/PI, QUINTA TURMA, DJ17/12/2007; AgRg no REsp 944.771/MA, SEGUNDA TURMA, DJ De 31/10/2008; MC 10.613/RJ, Rel. PRIMEIRA TURMA,DJ 08/11/2007; AgRg no Ag 427600/PA, PRIMEIRA TURMA, DJ 07/10/2002.

Nesse passo, verifico que o pedido da autora, ora agravada, não se harmoniza ao tipo legal. O que pretende é um retornoao status quo anterior e não propriamente um aumento, um plus no seu antigo patamar salarial, natural em pedidos deequiparação, aumento e extensão de vantagens pecuniárias de servidores públicos.

Com efeito, o STJ tem jurisprudência uniforme sobre a impossibilidade de antecipação de tutela contra a fazenda públicanos casos de aumento ou extensão de vantagens a servidor público, nos moldes da vedação contida no art. 1º da Lei nº9.494/97. Entretanto, o referido entendimento não se aplica às hipóteses em que se busca o restabelecimento de umasituação anterior (Ag 981198-PA, Ministra Laurita Vaz, DJ de 11/03/2008)

O STF, igualmente, por meio de uma interpretação literal, não aplica o entendimento da ADC nº 4 nas hipóteses em que oagente público busca, por meio da ação judicial, a manutenção do status quo ante remuneratório, conforme consolidado na

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Reclamação nº 3483. (Rel. Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgado em 15/03/2006)

Por fim, não assiste melhor sorte à alegação de que foram maculados o art. 876 do Código Civil e decisão do STF. Opróprio STF, como acima exposto, dá guarida ao pedido autoral.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento, para manter os efeitos da decisão interlocutória proferida nosautos da ação de n. 2009.50.50.005917-1, em trâmite no 2º Juizado especial Federal de Vitória/ES, fls. 198/199.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

110 - 0004055-03.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004055-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x JOSÉ LUIZ DE ÂNGELO (ADVOGADO:ROSEMARY MACHADO DE PAULA.).Processo nº 2008.50.50.004055-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : JOSÉ LUIZ DE ÂNGELO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – ART. 59 DA LEI 8.213/91– INCAPACIDADELABORATIVA TOTAL E TEMPORÁRIA – AUSÊNCIA DE VÍCIO EM LAUDO PERICIAL – DIB FIXADA NA DATA DECESSAÇÃO DO BENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente opedido autoral, concedendo o restabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, emsuas razões recursais, que, no caso, o laudo pericial não fixou a data de início de incapacidade laborativa. Requer, assim,que se reforme a sentença fixando a DIB na data de juntada do laudo pericial obtido em Juízo.A controvérsia cinge-se, assim, apenas à fixação da data de início da incapacidade laborativa.Na análise pericial objeto de impugnação (fls. 51-53), o perito diagnosticou o recorrido como portador de Artrodese dacoluna cervical (CID 10: M179). Sem qualquer objeção, declarou o jusperito, em resposta ao quesito 10 formulado peloJuízo, que “o paciente não apresenta condições clínicas para esta atividade”. Restou diagonsticado, ainda, que a doença deque se encontra acometido o examinado o incapacita laborativamente de forma total, mas que seria possível a adaptação aoutras atividades após a reabilitação (resposta aos quesitos 14 e 17), restando preenchidos, como constatado pelo juiz aquo, os requisitos legais para concessão do benefício de auxílio-doença. Respondendo a respeito do início da incapacidade(quesito 12 formulado pelo Juízo), o expert não se afirmou habilitado a estipular tal data de forma precisa, informando, inverbis, que “não tenho como informar a capacidade física do paciente nesta época” (resposta ao quesito 13).De forma a suprir esta carência (a data de início da incapacidade), o douto Magistrado a quo lançou uso de examesmédicos particulares juntados aos autos (atestado de neurocirurgiã que atestava incapacidade em 09/02/2008 – fl. 14;ressonância magnética usada como base para a perícia judicial, de julho de 2008 – fl. 16/17) que, além de confirmarem eapresentarem consonância com o parecer juspericial, possibilitaram a ilação de que à época em que o benefícioprevidenciário fora cessado, persistia ainda a incapacidade do recorrido. Por tal motivo foi considerado indevido o atoadministrativo em enfoque, devendo ser, então, estabelecido como data de início o momento de cessação indevida dobenefício.Cumpre salientar que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos oufatos provados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos atesta a persistência da incapacidade laborativa do recorrido quando da cessaçãodo benefício previdenciário, não havendo qualquer mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.Recurso ao qual se nega provimento.Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosno valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do CPC.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

111 - 0007400-74.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007400-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO LUIZ RIBEIRO(ADVOGADO: ROSEMARY MACHADO DE PAULA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº 2008.50.50.007400-3/01

Recorrente : ANTONIO LUIZ RIBEIRO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVAOMNIPROFISSIONAL – PROVA PERICIAL DESFAVORÁVEL – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMARECURSAL/ES - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, não houve devida atuação doperito judicial que a examinou, visto que existiria, sim, de acordo com exames médicos juntados aos autos, incapacidadelaborativa. Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força no disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial (fls. 42 – 44), houve o diagnóstico, com base na anamnese, em exame clínico e no resultado datomografia simples e T.C do tornozelo esquerdo, do examinado como não portador seqüela de fratura do tornozeloesquerdo (resposta ao quesito “1” elaborado pelo Juízo). O jusperito, explicando seu entendimento, afirma, em resposta aosquesitos do Juízo, que há incapacidade relativa multifuncional, já que não pode mais exercer a atividade de coletor(habitual) mas é capaz de ser readaptado para outras funções. Destarte, sustenta-se no laudo pericial a ausência deincapacidade laborativa total da pericianda.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Ademais, pelo fato do requerente não contar com idade avançada que dificulte significativamente a sua reinserção nomercado de trabalho, percebe-se como já aludido pelo Juízo a quo, que o requerente tem capacidade para exerceratividade laborativa diversa da qual ele costumava exercer como a de porteiro ou cobrador, também corroborado pelo laudopericial no seu item nº “19”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa total, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão dobenefício de auxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida.Registre-se que a perícia foi realizada por profissional habilitado para tanto, sendo que a parte autora teve a oportunidadede apresentar quesitos e indicação de assistente técnico no momento oportuno, providências das quais se desincumbiu.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.

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Recurso ao qual se nega provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

112 - 0001210-61.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001210-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HAYDSON DANTASJUNIOR (ADVOGADO: LUIZ CARLOS BARRETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº 2009.50.50.001210-5/01

Recorrente : HAYDSON DANTAS JUNIOR

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO –RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA ANULADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente a pretensãoexternada na inicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento do auxílio-doença cessado administrativamente e suaconversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não foi intimado dacontestação ofertada pelo INSS, de fls. 62/67, bem como da documentação apresentada na ocasião, restando maculado oprincípio do contraditório e da ampla defesa; e que a motivação da improcedência do pedido autoral foi a ausência deprovas. Dessa forma, requer a anulação da sentença proferida pelo juízo “a quo”.Assiste razão ao recorrente.Toda vez que o demandado, em sua contestação, tiver suscitado alguma questão nova, deverá ser aberta oportunidadepara que o autor se manifeste sobre a mesma, o que vem previsto nos arts. 326 e 327 do CPC.Nos termos dos arts. 326 e 327 do CPC haverá réplica nas hipóteses em que o réu, em sua contestação, tiver alegadoalguma questão preliminar (art. 301 do CPC), ou se tiver aduzido algum fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direitodo autor. É a hipótese dos autos.Não obstante, aos 25/08/2009 os autos foram conclusos ao juiz de piso sem intimação da parte autora, ora recorrente, paramanifestar-se no prazo legal. Acresce a isso que a improcedência do pedido autoral consubstanciou-se, notadamente, naausência de prova nos autos.Assim como se verifica no processo civil comum, em sede dos Juizados Especiais Federais, o magistrado deverá tomarprovidências preliminares voltadas ao saneamento do processo, mesmo que de ordem sumariíssima, sob pena deproduzir-se uma instrução processual inócua.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para ANULAR a sentença recorrida.Sem custas, na forma da lei. Sem honorários advocatícios, eis que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, segundo disposição do art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO PARAANULAR A SENTENÇA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

113 - 0005410-48.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005410-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TEREZA GOMES DEARAUJO (ADVOGADO: JOSE GERALDO NUNES FILHO, LILIAN MAGESKI ALMEIDA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº 2008.50.50.005410-7/01

Recorrente : TEREZA GOMES DE ARAUJO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE MODIFICAÇÃO DA DIB – AUSÊNCIA DE PROVASCONCLUSIVAS – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmenteprocedente o pedido autoral, concedendo o benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez com DIB na data dolaudo pericial. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que desde a época dos requerimentos administrativos nãoconcedidos (2005, 2006 e 2007), já restaria configurada a sua incapacidade laborativa, fato este comprovado por laudosparticulares juntados aos autos. Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada concedendo o benefício com DIB emmeados de 2005.O juiz a quo, diante do não arbitramento pelo perito judicial da data de início da incapacidade física da recorrente, assimcomo da imprecisão dos laudos particulares, não entendidos, no caso em apreço, como aptos a firmarem indubitavelmenteo momento em que a pleiteante perdeu sua capacidade de trabalho, fixou como DIB do benefício concedido a data do laudopericial, momento este em que se restou provada a incapacidade.Não há que se reparar a decisão judicial. Em verdade, a recorrente foi acometida de uma doença de natureza degenerativa(resposta ao quesito nº 08 do laudo pericial – fls. 65), que tende a se agravar com o decurso do tempo. Assim, não épossível precisar o momento exato em que a doença incapacitou a recorrente, sendo possível, apenas, constatar a suaexistência na data do exame pericial.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Registre-se que a perícia foi realizada por profissional habilitado para tanto, sendo que a parte autora teve a oportunidadede apresentar quesitos e indicação de assistente técnico no momento oportuno, providências das quais se desincumbiu.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o mérito da pleiteante ao pretendido benefício nos moldes do supraexposto.Recurso ao qual se nega provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

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Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

114 - 0002730-56.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002730-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x EDVAR PEREIRA SIMÕES (ADVOGADO:CARLOS EDUARDO DA CUNHA RODRIGUES, LUCIANO CEOTTO.).E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – AGRAVAMENTO DASLESÕES EM RAZÃO DO TRBALHO - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu em face da sentença que julgou procedente a pretensão externada nainicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento do auxílio-doença cessado administrativamente. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que a incapacidade deve ser aferida por meio de exame médico-pericial a cargo daPrevidência Social, que goza de presunção de legalidade e veracidade; que a sentença proferida pelo juízo “a quo” foiproferida exclusivamente com base em prova testemunhal, pelo que deve ser considerada nula; alega, ainda, que nãohouve comprovação de que a incapacidade laborativa teve início em 2007 e não em 2003. Dessa forma, requer sejamjulgados improcedentes os pedidos contidos na inicial ou, subsidiariamente, seja declarada a nulidade da sentença.Contrarrazões às fls. 65/70, pelas quais se sustenta que o INSS, em que pese ter renovado o benefício de auxílio-doençado autor por três vezes, em revisão efetuada pela perícia médica decidiu alterar a data de início da incapacidade (DII) e adata de início da doença (DID) de 23/04/2007 para 19/11/2003O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que o autor, ora recorrido, vinha percebendoauxílio-doença que foi cessado em razão de novo entendimento quanto à data de início da incapacidade (DII) e à data deinício da doença (DID).Verifico assim que a controvérsia gira em torno da fixação desses dois marcos, data de início da incapacidade e data deinício da doença.Em audiência realizada em 06/07/2009, foi colhido o depoimento pessoal do autor, bem como inquiridas as testemunhaspresentes.Do confronto dos atestados do médico assistente com o depoimento pessoal do autor restou claro que a cirurgia após aqual não mais conseguiu voltar a trabalhar foi aquela realizada na época em que requereu o auxílio-doença, isto é,18/04/2007. Ademais, o autor vinha recebendo o mencionado benefício a partir de 23/04/2007, o qual foi prorrogado por trêsvezes consecutivas, o que corrobora o entendimento de que a incapacidade datava dessa época.A par disso, a prova testemunhal evidenciou que o autor voltou a trabalhar depois do primeiro acidente, o que foi suficientepara infirmar a decisão do INSS em revisar a data do início de incapacidade para 19/11/2003.Atente-se a que a presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos é relativa e que, no caso concreto, avaloração das provas produzidas em audiência foi capaz de ilidir tais atributos.Seria inócua a anulação da sentença apenas com o fim de determinar a produção de prova pericial em juízo para fixar-seapenas a data de início da incapacidade quando a experiência demonstra que, com freqüência, os peritos não possuemelementos suficientes para precisá-la. A prova testemunhal produzida em juízo, nesse pormenor, demonstrou-se maisadequada e apta a solucionar a questão.Pelo exposto, conheço do recurso e ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, com fulcro no art. 20,§3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

115 - 0009770-76.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009770-9/01) JOAO PESSOA SOARES (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).Processo nº 2008.50.01.009770-9/01

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Recorrente : JOÃO PESSOA SOARES

Recorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO. INEXISTÊNCIA DE PROVA DO FATOCONSTITUTIVO DO DIREITO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃODE MÉRITO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso em face da sentença de piso que julgou improcedente o pedido de inexigibilidade de incidência doimposto de renda sobre as contribuições complementares à Previdência no período em que vigorou a Lei 7.713/88.Inicialmente, cumpre salientar que o tema em questão é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais, uma vezque se cuida de matéria que não demanda provas complexas.Ressalte-se também que os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamentecobrado sobre a complementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépciasuscitada nas razões recursais.Todavia, mostra-se indispensável à analise da matéria suscitada na inicial a comprovação de que tenham ocorridocontribuições por parte do autor no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e de que o contribuinte estejaaposentado.Houve ausência de prova, nos autos, que externassem a ocorrência de contribuições pelo autor no período supradestacadoou que ao menos comprovassem a data em que se aposentou ou em que começou a receber a suplementação deaposentadoria, motivo pelo qual a análise do mérito da lide por esta Turma encontra-se prejudicada.Ressalte-se que, como pode ser observado à fl. 73 dos autos, foi solicitada por despacho judicial a apresentação dosreferidos documentos, pedido que não foi atendido pela parte recorrente sob o argumento de que a instituição deprevidência privada pela qual havia se aposentado recusava-se a responder suas requisições relativas aos documentosnecessários à lide. Intimada a comprovar a alegada diligência perante o instituto de previdência privada, a parte recorrentenão se manifestou.Pelo exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido recursal, mas reformo a sentença para julgar extinto o processo semresolução de mérito (artigo 267, I, do CPC, cumulado com o artigo 295, VI, última parte, também do CPC), em virtude donão cumprimento do disposto no artigo 284 do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença reformada.Sem condenação em custas ou honorários, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, MASEXTINGUIR O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendoparte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

116 - 0006788-39.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006788-6/01) WILSON CUNHA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).Processo nº 2008.50.50.006788-6/01

Recorrente : WILSON CUNHA

Recorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO. INEXISTÊNCIA DE PROVA DO FATOCONSTITUTIVO DO DIREITO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃODE MÉRITO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso em face da sentença de piso que julgou improcedente o pedido de inexigibilidade de incidência doimposto de renda sobre as contribuições complementares à Previdência no período em que vigorou a Lei 7.713/88.Inicialmente, cumpre salientar que o tema em questão é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais, uma vezque se cuida de matéria que não demanda provas complexas.

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Ressalte-se também que os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamentecobrado sobre a complementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépciasuscitada nas razões recursais.Todavia, mostra-se indispensável à analise da matéria suscitada na inicial a comprovação de que tenham ocorridocontribuições por parte do autor no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e de que o contribuinte estejaaposentado.Houve ausência de prova, nos autos, que externassem a ocorrência de contribuições pelo autor no período supradestacadoou que ao menos comprovassem a data em que se aposentou ou em que começou a receber a suplementação deaposentadoria, motivo pelo qual a análise do mérito da lide por esta Turma encontra-se prejudicada.Ressalte-se que, como pode ser observado à fl. 68 dos autos, foi solicitada por despacho judicial a apresentação dosreferidos documentos, pedido que não foi atendido pela parte recorrente.Pelo exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido recursal, mas reformo a sentença para julgar extinto o processo semresolução de mérito (artigo 267, I, do CPC, cumulado com o artigo 295, VI, última parte, também do CPC), em virtude donão cumprimento do disposto no artigo 284 do CPCRecurso conhecido e improvido. Sentença reformada.Sem condenação em custas ou honorários, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, MASEXTINGUIR O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendoparte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

117 - 0000707-68.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000707-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x TEMICIO BARBOSA DOS SANTOS (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.).Processo nº. 2008.50.52.000707-0/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : TEMICIO BARBOSA DOS SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL – CONDIÇÕES MATERIAIS IMPOSSIBILITAMCOMPLETAMENTE O RECORRIDO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente emparte a pretensão externada na inicial desta ação, concedendo o benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS).Alega o recorrente, em suas razões recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a concessão dobenefício, posto que a incapacidade laborativa do recorrido não seria total, mas sim parcial, havendo, assim, condições detrabalho e de autossustento.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos oumais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Paraefeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vidaindependente e para o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção o portador de deficiênciaou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

Deveras, as enfermidades e deficiências do recorrido não o impedem de se alimentar e de se vestir sem necessidade deauxílio de outra pessoa, ou de andar desacompanhado, mas, por outro lado, com o peso de sua pouca instrução somado àexperiência profissional limitada, a incapacidade de exercício de atividade remuneratória, que a princípio foi analisada pelojusperito como parcial, mostra-se em verdade completa, haja vista que materialmente não se concebem oportunidades detrabalho nessa condição.

Nesse mesmo sentido, aresto jurisprudencial do TRF4:

“(...)2. A incapacidade para a vida independente (a) não exige que a pessoa possua uma vida vegetativa ou que sejaincapaz de locomover-se; (b) não significa incapacidade para as atividades básicas do ser humano, tais como alimentar-se,fazer a higiene vestir-se sozinho; (c) não impõe a incapacidade de expressar-se ou de comunicar-se; e (d) não pressupõe

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dependência total de terceiros. Precedentes do STJ e desta Corte. 3. Ante tais considerações, a incapacidade para otrabalho e para a vida independente restou reconhecida pelas conclusões da perícia médica realizada em 07/08/2003 (...) (TRF4, AC 2001.70.04.000617-2/ PR, REL. Dês. Federal Celso Kipper, Quinta Turma, j. 25/09/2007, DE 05/10/2007).

Diante da jurisprudência iterativa dos tribunais – inclusive com a existência de diversas súmulas a respeito -, aAdvocacia-Geral da união editou súmula reconhecendo tal posicionamento. In verbis:

Súmula nº 30 AGU: A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalho é suficiente para acaracterização da incapacidade para a vida independente, conforme estabelecido no art. 203, V, da Constituição Federal, eart. 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

Parece certo que o legislador pretendeu oferecer à pessoa, em nome de sua dignidade, benefício que viesse a substituiruma renda que ele não possui condições físicas ou psíquicas de produzir com o seu trabalho, ainda que para as atividadesdo cotidiano tenha - minimamente - habilidade.

Quanto ao requisito sócio-econômico, observo que se encontra plenamente atendido. O relatório social, fls. 11, informa queo grupo familiar não tem renda, sobrevivendo de doações.

Por fim, não é despiciendo frisar que o mero fato de ter sido constatada incapacidade temporária não constitui óbice àimplantação do benefício de prestação continuada, já que a Lei 8.742/93 impõe revisão periódica das condições queensejam a concessão do benefício.

Não se vislumbra, ante os fins de prequestionamento do recorrente, violação a seletividade e distributividade (art. 194, III),aos princípios da Reserva Legal (art. 203, V), da legalidade (arts. 194, parágrafo único e 203, caput); da Separação dosPoderes (art. 2º e 44); e da Precedência da Fonte de Custeio (art. 195, §5º), todos da CRFB/88, bem como, da mesmaforma, questionamento à vigência do art. 20, § 2º e 3º, da Lei 8.742/93 c/c o art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 edos termos da ADIn 1232/DF.

Não reside, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Pelo exposto, conheço do recurso a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% (dez por cento)sobre o valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Mauricio JuniorJuiz Federal Relator

118 - 0000849-43.2006.4.02.5052/01 (2006.50.52.000849-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x ROSE MUNIZ DOS SANTOS (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº. 2006.50.52.000849-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ROSE MUNIZ DOS SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL – CONDIÇÕES MATERIAIS IMPOSSIBILITAMCOMPLETAMENTE O RECORRIDO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, concedendo o benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega orecorrente, em suas razões recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a concessão do benefício,posto que a incapacidade laborativa do recorrido não seria total, mas sim parcial, havendo, assim, condições de trabalho ede autossustento. Sustenta, ainda, que a renda per capita da família da recorrida excederia o limite de ¼ do salário mínimo.Requer, portanto, que se reforme a sentença guerreada, negando provimento ao benefício pleiteado na lide.

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Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos oumais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Paraefeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vidaindependente e para o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador dedeficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.No presente caso, por se tratar de pleiteante menor, a incapacidade laboral constitui uma consequência natural de suamenoridade, não se podendo admitir que a mesma possa desenvolver atividades laborativas para prover seu sustento.Como consequência, para se aferir se a recorrente faz jus ao benefício de prestação continuada, faz-se necessárioconstatar somente se a deficiência física que a atinge a impede de praticar os atos da vida independente, e se restouconfigurada a condição de miserabilidade, nos moldes do supra-exposto.No exame pericial (fls. 50-54), o médico perito diagnosticou a pericianda como portadora de “perda total da audição e dafala (surda-muda)”. Apesar de considerar que haveria, “dentro de suas limitações e realidade funcional”, possibilidade dereabilitação para desempenhar outras “atividades laborativas” (resposta ao quesito “7” elaborado pelo INSS), o jusperitodesconhece qualquer “programa ou instituição mantida pelo poder público que viabilize a reabilitação e/ou enquadramentoda periciada no meio social” (resposta ao quesito “9” do Juízo).Convocado a se manifestar na lide, o Ministério Público opinou pela procedência ao pedido autoral (fls. 75-76), ressaltandoque “não se vislumbra no Município de São Mateus qualquer atividade remunerada para a realidade funcional da autora,isto é, na sua condição de surda-muda”.Há que se acompanhar o parecer do parquet. Na verdade, este Juízo não concebe que haja plena condição para atosnormais da vida àquele que tem impedida por completo sua capacidade de comunicação pela fala e audição, situação a quese sujeita o surdo-mudo. Ante o exposto, não restam dúvidas sobre a existência de deficiência física incapacitante.Além disso, cumpre registrar que, por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção,embasado no art. 436 do CPC, com outros elementos ou fatos provados nos autos. Na hipótese em apreço, apósminuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que o material probatórioacostado aos autos é elucidativo no sentido de satisfazer ao requisito previdenciário para concessão da aposentadoria porinvalidez.Não se deve contestar, ainda, a condição de miserabilidade da recorrente, já atestada pelo juiz a quo, com base no laudoexarado pela assistente social (fls. 27-36). Nesta oportunidade, restou demonstrado que 5 (cinco) pessoas compõem onúcleo familiar em destaque, que só tem como renda o salário-mínimo percebido por Milton Cardoso dos Santos, pai darecorrente. Assim, a renda per capita desta família é inferior ao ¼ exigido por lei.Encontram-se satisfeitos, portanto, os requisitos legais para a concessão do benefício pleiteado, inexistindo mácula nasentença de piso, que merece ser mantida.Recurso ao qual se nega provimento.Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitradosem 10% (dez por cento) do valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

119 - 0000462-91.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000462-2/01) EMERSON COSME DA PALMA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).Processo nº. 2007.50.52.000462-2/01

Recorrente : EMERSON COSME DA PALMARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL E DEFINITIVA – INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADEPARA AS ATIVIDADES COTIDIANAS - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente emparte a pretensão externada na inicial desta ação, concedendo o benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS).Alega o recorrente, em suas razões recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a concessão dobenefício, posto que a incapacidade laborativa do recorrido não seria total, mas sim parcial, havendo, assim, condições detrabalho e de autossustento. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se

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procedente o pedido deduzido na inicial.Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos oumais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Paraefeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vidaindependente e para o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador dedeficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.A condição de miserabilidade é fato incontroverso nos autos. A análise do presente caso cinge-se, assim, à aferição daincapacidade do recorrente.No presente caso, por se tratar de pleiteante menor, a incapacidade laboral constitui uma consequência natural de suamenoridade, não se podendo admitir que a mesma possa desenvolver atividades laborativas para prover seu sustento.Como consequência, para se aferir se o recorrente faz jus ao benefício de prestação continuada, faz-se necessárioconstatar somente se a deficiência física que o atinge o impede de praticar os atos da vida independente, e se restouconfigurada a condição de miserabilidade, nos moldes do supra-exposto.Na perícia médica realizada em Juízo (fls. 39-43), o recorrente foi examinado como portador de deficiência física congênitaem membro superior esquerdo (Considerações e Respostas aos quesitos “1” e “3” elaborados pelo Juízo). Tal deformidade,entretanto, no entender do jusperito, incapacita de forma parcial, mas definitiva, o examinado para o exercício de “trabalhoou atividades profissionais habituais”. Apesar destas considerações, o periciando não foi diagnosticado como incapacitadopara a vida independente, ou impossibilitado para o exercício dos atos da vida civil, como locomoção, alimentação e higienepessoal (resposta ao quesito “4” do Juízo).Em que pese o fato de o recorrente ser menor de idade e, assim, naturalmente incapacitado ao trabalho, há que seconsiderar, como salientado pelo juiz a quo, que o grau da deficiência física que o acomete não o impede de praticar osatos da vida independente, dentro do contexto da sua respectiva faixa etária. Inexistindo nos autos elementos probatóriosque demonstrem entendimento contrário ao supra-exposto, há que se reconhecer a ausência de deficiência físicaincapacitante para os atos de sua vida cotidiana, motivo pelo qual não faz jus, o recorrente, ao benefício almejado.Ressalte-se, em reforço a este parecer, a manifestação do Ministério Público (fls. 50) opinando pelo indeferimento dopedido autoral pelos mesmos motivos aqui explanados.Recurso ao qual se nega provimento.Sem condenação em custas ou honorários, por gozar o recorrente da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

120 - 0000636-66.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000636-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MANOEL DE JESUS (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº 2008.50.52.000636-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : MANOEL DE JESUS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - CONCESSÃO DE APOSENTADORIA PORINVALIDEZ - INCAPACIDADE LABORAL CONSTATADA – IMPOSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO – RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que, no caso, não há incapacidade laboral que enseje a concessão de auxílio-doença tão pouco deaposentadoria por invalidez.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo

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cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força no disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. No caso, verifica-se que a perícia judicial de fls.57/61 demonstrou que o recorrido é portador de espondilodiscoartroseavançada, com sinais radiológicos de estenose de canal medular, confirmado no exame físico. Essa patologia osteoarticulardegenerativa causa rigidez articular, limitação de movimentos articulares, dores, compressão de raízes neurais em funçãodas neoformações ósseas e das lesões dos discos intervertebrais, com sintomas irradiados mais intensamente em membroinferior direito. Destarte, há limitação para atividades que exijam esforço físico acentuado, movimentos repetitivos, posiçãoviciosa, sobrecarga de peso, dentre outras, peculiares ao trabalho rural. Constatou-se, de forma objetiva, que o tipo deatividade exercido pelo autor, ora recorrido, constitui fator de risco à sua saúde, atestada a incapacidade definitiva para assuas atividades laborais habituais.

4. Importa salientar que o recorrido apenas trabalhou em serviços que exigem grande esforço físico, não havendo indíciosque possua instrução escolar. Se o laudo constata que é portador das moléstias supracitadas, que causam limitação para oexercício de serviços pesados, e se não tem condições de competir no mercado de trabalho por um emprego remuneradoque lhe garanta a subsistência, deve ser considerado como incapacitado de forma total, permanente e insuscetível dereabilitação.

5. Com efeito, forte corrente jurisprudencial encampada pelo STJ, tem entendido que para a concessão de aposentadoriapor invalidez devem ser considerados outros aspectos relevantes, além dos elencados no art. 42 da Lei 8.213/91, taiscomo, a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado. Segue aresto jurisprudencial:(...) Em face das limitações impostas pela idade (72 anos), bem como por ser o segurado semianalfabeto e e rurícola, seriautopia defender sua inserção no concorrido mercado de trabalho, para iniciar uma nova atividade profissional, pelo que fazjus à concessão de aposentadoria por invalidez. (...) (STJ, REsp 965.597/PE, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho,Quinta Turma, julgado em 23/08/2007, DJ 17/09/2007 p. 355)

6. No que diz respeito à fixação da data de início do benefício, entendo que deve ser retroativa à data da indevida cessaçãoadministrativa pela autarquia previdenciária. Contudo, para evitar-se a reforma para pior (“reformatio in pejus”) deve sermantido o termo inicial fixado na sentença proferida pelo juiz singular, qual seja, a data em que a CTPS do autor teve baixano vínculo empregatício (04/09/2008).

7. Não se mostra razoável presumir-se que o segurado somente se incapacitou após o ingresso em juízo. Embora o laudopericial não tenha conseguido fixar a data de início da incapacidade, restou comprovado que desde 25/09/2006 já semostravam evidentes as patologias, não sendo possível, portanto, que a data do inicio da incapacidade seja fixada combase na data da juntada do laudo pericial em juízo. Diante disto, considero que o benefício deve ser implantado a partir de04/09/2008, conforme explicitado em linhas pretéritas.

8. Assim, não merece reparo à sentença proferida pelo juízo “a quo”.

9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

10. Sem custas na forma da lei, honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, § 3º do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

121 - 0000454-43.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000454-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x CREUZA PEREIRA DA CUNHA (ADVOGADO: ANA PAULA SANTOS,CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA.).Processo nº 2009.50.53.000454-8/01

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Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : CREUZA PEREIRA DA CUNHA

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ART. 59 E 42 DA LEI 8.213/91 - PEDIDO DE CONCESSÃO DEAUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIOR CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PORTADOR DE HIV-REQUISITOS LEGAIS CONJUGADOS COM AS CIRCUNSTANCIAS PESSOAIS DO SEGURADO - RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente os pedidos do autor,concedendo o auxílio doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razõesrecursais, o mero diagnóstico do HIV não é suficiente para fins de concessão do benefício, sendo indispensável que adoença manisfeste-se em grau tal que impeça o portador de trabalhar e imponha a ajuda de terceiros. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se, assim, à aferiçãoda incapacidade da autora, ora recorrida, considerando-se a especificidade do seu estado de saúde (portadora daSíndrome da Imunosuficiência Adquirida- SIDA).Na análise pericial (fls. 41/47), ficou evidenciado que a recorrida é capaz.A possibilidade de concessão do benefício ao portador de HIV nos casos em que não há desenvolvimento de sintomas nãoé questão pacífica na jurisprudência. Existem diversos julgados no sentido da possibilidade da concessão, sob ofundamento de uma espécie de incapacidade social, decorrente do estigma trazido pelo portador do HIV. Por outro lado,existem julgados em sentido contrário, entendendo incabível a concessão se não preenchidos os requisitos da incapacidadein casu para o trabalho, nos termos da legislação previdenciária.Não se deve prestigiar a primeira corrente, pois, se num primeiro momento aparentemente protege o segurado contra opreconceito ainda persistente na sociedade, em um segundo plano fomenta esse mesmo preconceito na medida em quedesencoraja os portadores de HIV a se afirmarem enquanto indivíduos plenos, sujeitos de direitos e obrigações, comoqualquer cidadão. Ademais, pela legislação trabalhista (Lei 9.029/95) veda-se às empresas o teste de HIV na admissão dotrabalhador, motivo pelo qual inexiste qualquer constrangimento no ambiente laboral.A segunda corrente, por sua vez, não traduz a melhor opção para o caso em tela considerando as circunstâncias peculiaresa que se submete.Assim, elejo critério intermediário, em harmonia com entendimento jurisprudencial do STJ, pelo qual os requisitos elencadospela Lei 8.213/91 devem ser conjugados com a análise de outros aspectos relevantes, como a condição socioeconômica,profissional e cultural do segurado.Com efeito, como observou o juiz singular, a) a autora tem 40 anos; b) é residente em Sooretama-ES, cidade pequena, emque o fato de alguém retirar medicamentos para controle de AIDS em Posto de Saúde público logo chega ao conhecimentode todos; c) é solteira e sustenta 03 filhos e d) é trabalhadora rural como ocupação principal.Assim, as condições pessoais da autora somadas ao seu quadro clínico sinalizam para a concessão dos benefíciospleiteados.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E A ELENEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

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122 - 0000429-67.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000429-8/01) JONAS PINHEIRO (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).Processo nº 2008.50.52.000429-8/01

Recorrente : JONAS PIHEIRO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – ART. 59 DA LEI 8.213/95 – AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORATIVA – PERÍCIA MÉDICA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença de fls. 29/31, que julgouimprocedente o pedido efetuado pela parte autora de concessão do auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que devido a sua idade, profissão, grau e instrução não há possibilidade de disputar uma vaga no atual mercadode trabalho. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Em resposta ao quesito de nº 4 (fls. 19), ao ser demandado sobre a incapacidade do recorrente, o perito judicial foicategórico em afirmar que inexiste incapacidade no presente caso.Em esclarecimentos prestados ao juízo (fl. 25), o perito declarou, igualmente, que inobstante o recorrente seja portador dedoença degenerativa lenta e gradual em ambos os joelhos, a qual, em tese, pode agravar-se em razão do exercícioprofissional e da obesidade, não verificou nenhuma condição clínica incapacitante. Ademais, o recorrente, na ocasião, nãoapresentou nenhum exame de imagem que mostrasse mais detalhadamente as condições ortopédicas, nem mesmo apósser avaliado por médico ortopedista.Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que o recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, conforme alegado, ainda pode reempregar-se no mercado de trabalho ematividades compatíveis com sua situação.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar-se o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de 10% sobre ovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHEPROVIMENTO, mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante nos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

123 - 0000233-60.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000233-3/01) ERACILDA PORTO LIMA (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).Processo nº 2009.50.53.000233-3/01

Recorrente : ERACILDA PORTO LIMA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS – DESNECESSIDADE

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DE PERÍCIA POR MÉDICO ESPECIALISTA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, tanto a perícia administrativaquanto a judicial foram realizadas por médicos que não tem especialidade na doença de que é portadora, sendo necessáriaa análise por um ortopedista. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial (fls. 106/109), ficou evidenciado no quesito “4a”, formulado pelo juízo, que a recorrente estátemporariamente incapacitada para o seu labor por mais de 15 (quinze) dias. Afirmou o perito, igualmente, em resposta aosquesitos “4c” e “4d” (fls. 108) que a incapacidade atinge tanto suas atividades habituais, quanto quaisquer outras atividades.Por outro lado, não soube precisar a data de início da incapacidade.A recorrente percebeu auxílio-doença com DIB em 27/09/2002 e data de cessação em 30/06/2003 (fls. 121). Voltou arequerer administrativamente o benefício em 22/09/2008, 10/08/2009 e 02/11/2009. Naquelas duas primeiras ocasiões obenefício foi indeferido ante a falta de comprovação da qualidade de segurada e nesta última pelo não comparecimento àperícia.Existem dois óbices instransponíveis no caso em tela. Por primeiro, não há nos autos comprovação da qualidade desegurada especial; após o depoimento pessoal da autora, suas testemunhas confirmaram que após o ano de 2003 estanunca mais voltou a trabalhar na roça. Em segundo lugar, para a concessão do benefício que ora se pleiteia é necessárioque se cumpra o período de carência exigido, o que, igualmente, não restou comprovado pela recorrente.O reconhecimento da incapacidade à época da perícia não alcança os períodos pretéritos ao ajuizamento da ação. A pardisso, sequer há comprovação dos demais requisitos para a concessão do auxílio-doença/aposentadoria por invalidez acontar do laudo pericial produzido em juízo.Não há necessidade de que a perícia médica judicial seja realizada por profissional especialista. Nesse sentido, arestojurisprudencial do TRF3:PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NOVA PERÍCIA. DESNECESSIDADE. - A elaboração de períciaserá determinada sempre que a prova do fato depender de conhecimento especial de técnico. Assim, o juiz nomeará perito,com qualificação técnica, sendo permitida às partes a indicação de assistente técnico e formulação de quesitos (artigos 420e 421 do Código de Processo Civil). - O exame médico foi realizado por médico perito de confiança do juízo, especialistaem ortopedia. Trata-se de médico capacitado para realização de perícia médica judicial, sendo descabida a nomeação deoutro médico especialista. - Cabe ao magistrado apreciar livremente a prova apresentada, atendendo aos fatos ecircunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes (artigo 131 do CPC). - O médico perito efetuouexame físico, analisou os exames e atestados apresentados, elaborando laudo claro e preciso acerca dos males noticiadose das condições de saúde da autora. Desnecessária nova perícia. - Agravo de instrumento a que se nega provimento.�(AI200903000392810, JUÍZA CONVOCADA MÁRCIA HOFFMANN, TRF3 - OITAVA TURMA, 27/07/2010)Assim, não merece reparo a sentença proferida pelo juízo a quo.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Sem honorários advocatícios em razão de a recorrente ser beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E A ELENEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

124 - 0000577-50.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000577-0/01) JURACI MARTIN DE SOUSA (ADVOGADO: MARIALZIRADE ARAUJO COUTINHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.).Processo nº 2009.50.50.000577-0/01

Recorrente : JURACI MARTIN DE SOUSA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

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E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA-CAPACIDADE LABORATIVACOMPROVADA–RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, não houve devida análise naatuação do perito judicial que desconsiderou seu quadro clínico ao passo que existem inúmeros laudos particularesacostados aos autos provando sua incapacidade laboral. Alega, também, que já conta com idade avançada, sendointransponível sua dificuldade em se reinserir no mercado de trabalho. Requer, assim, que se reforme a sentençaguerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da recorrente.Na análise pericial (fl.56), a recorrente foi examinada e diagnosticada com glaucoma no olho direito e cegueira no olhoesquerdo, não percebendo, todavia, o médico qualquer impedimento que incapacitasse a examinada para as atividades decostureira. Tal é o que se denota da resposta ao quesito 02 (dois) formulado pelo juízo (fls. 86) em que o perito concluiu quea recorrente pode trabalhar em seu ofício habitual bem como em outras atividades laborativas, pois obtém boa acuidadevisual no olho direito corrigido por óculos.Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que a recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, conforme alegado, ainda pode reempregar-se no mercado de trabalho ematividades compatíveis com sua situação. E ainda que opte por permanecer na profissão de costureira, a cegueira no olhoesquerdo assim como o glaucoma no olho direito não obsta a boa acuidade visual corrigida por óculos no olho direitosegundo afirmou o perito em esclarecimento solicitado pelo juízo (fl. 86). Restando assim, comprovada a capacidadelaborativa da autora ora recorrente.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

125 - 0001793-43.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001793-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x ELIANE PORTO MENDES RODRIGUES (ADVOGADO: LUCIANOSOUZA CORTEZ.).Processo nº 2009.50.51.001793-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : ELIANE PORTO MENDES RODRIGUES

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA-CAPACIDADE LABORATIVACOMPROVADA–RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

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Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pedidoautoral, concedendo a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razõesrecursais, que, no caso, não houve o preenchimento por parte da recorrida de um dos requisitos para a concessão doreferido benefício, qual seja a incapacidade laboral. Alega que o perito nomeado pelo Magistrado a quo concluiu em seulaudo, que a autora tem visão monocular, podendo, entretanto, ser reabilitada para desempenhar outras atividadeslaborais. Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da recorrente.Na análise pericial (fl.29), a recorrente foi examinada e diagnosticada com visão monocular, cegueira definitiva no olhodireito, e acuidade visual no olho esquerdo de 20/40, não percebendo, todavia, o perito qualquer impedimento queincapacitasse a examinada de exercer outras atividades laborativas dentro de sua realidade funcional e grau de instrução.Tal é o que se denota da resposta ao quesito 12 (doze) formulado pelo INSS (fls. 29). Constatou-se incapacidade parcial edefinitiva apenas para o exercício de sua atividade laborativa de diarista.A possibilidade de reabilitação da recorrida não elide o recebimento do benefício de auxílio-doença uma vez constatada aincapacidade parcial e definitiva para o exercício das atividades habituais; é dever do segurado parcialmente incapacitadosubmeter-se à reabilitação profissional, sob pena, inclusive, de suspensão do mencionado benefício.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, com fulcro no art.20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

126 - 0003807-37.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003807-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JAYME ALVES DA SILVA(ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, ANA MERCEDES MILANEZ, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS,MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).Processo nº 2008.50.50.003807-2/01

Recorrente : JAYME ALVES DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA RURAL POR TEMPO DE SERVIÇO - INÍCIO DEPROVA MATERIAL INEXISTENTE- PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL INDEFERIDA- RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença proferida pelo juiz a quo, que julgouimprocedente a pretensão externada na inicial desta ação. Em suas razões recursais, alega a recorrente que houve, nocaso, cerceamento de defesa, por ausência de audiência para a produção de provas orais. Argumenta, no mérito, que há,nos autos, início de prova material do labor rural, inclusive em regime de economia familiar. Dessa forma, requer a reformada sentença proferida pelo juízo “a quo”, com a remessa dos autos ao juízo de origem para a produção de provatestemunha apta a comprovar o tempo de serviço rural entre 19/03/65 a 31/12/68.

Dispõe a legislação em vigor que o segurado fará jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição após ocumprimento de 35 anos, se homem, ou 30, se mulher, de contribuição, além do cumprimento da carência, que, nos termosdo art. 25, II, da Lei nº 8.213/91, é de 180 contribuições mensais.

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O autor, em 20/06/1995, requereu aposentadoria por tempo de contribuição, na ocasião deferida, utilizando-se dos temposde serviço: a)23/03/69 a 13/04/72 (Empresa Luz e Força Santa Maria S.A); b) 17/04/72 a 20/06/1995 (Banco do Estado doEspírito Santo) e c) 19/03/65 a 31/12/68 (tempo rural).

Em revisão administrativa, o INSS deixou de reconhecer o tempo rural de 19/03/65 a 31/12/68 ao argumento de queinexistia qualquer prova material. Relativamente a esse período constava um certificado de dispensa de incorporação,datando de época em que o autor já exercia atividade urbana, e um documento de registro de terra em nome de terceiro.

Discute-se, no caso em tela, a validade da aplicação de nova orientação administrativa prejudicial ao segurado.

Diferentemente dos particulares, a Administração só pode fazer o que lhe for permitido por expressa disposição legal. Daídecorre o dever de anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo deconveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, consoante a Súmula 473 do STF.

Não é ocioso repisar que a atividade discricionária é antecedida pelo processo de interpretação da norma jurídica. Se, paraaplicar a lei, o administrador defronta-se com conceitos imprecisos, mas determináveis mediante simples interpretação,porque se tratam de conceitos empíricos ou de experiência, o controle judicial será amplo. A atividade administrativa, em talhipótese, restringe-se à mera interpretação da norma, cabendo ao judiciário perquirir se quedou correta a aplicação da leiou a subsunção do fato à norma.

Nesse passo, observo que a exclusão dos documentos acima mencionados pautou-se em critérios de ilegalidade, não sepodendo exigir conduta diversa da autarquia previdenciária.

Ao aferir o conceito empírico “início de prova material”, exigido para fins de atestar-se o tempo rural, a autarquiaprevidenciária aplicou nova interpretação condizente com a jurisprudência pátria. O documento “registro de terra”, porexemplo, sequer alude a membro integrante do grupo familiar.

Por fim, não há que se falar em produção de prova testemunhal quando o que se suscita na inicial da ação é a ilegalidadedo critério eleito em sede administrativa.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da lei. Sem condenação em honorários, tendo em vista a concessão de assistência judiciáriagratuita ao recorrente.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

127 - 0000720-39.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000720-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x IVANILDA APARECIDA IZIDORIO (ADVOGADO:CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL.).Processo nº 2009.50.50.000720-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : IVANILDA APARECIDA ISIDORO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – ART. 59 DA LEI 8.213/95 – INCAPACIDADE TOTALE PERMANENTE – DIB NA DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO – EXAMES PARTICULARES CORROBORAM LAUDOPERICIAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 80/81, que julgou procedente o pedidoefetuado pela parte autora de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que o perito não firmou a data de início da incapacidade, devendo ser alterada a DIB para o momento derealização da perícia judicial.

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A controvérsia cinge-se, assim, apenas à fixação da data de início da incapacidade laborativa.A partir da análise do laudo pericial, apresentado às fls. 40/43, verifica-se que o periciando apresentou uma incapacidadelaboral definitiva, por inexistir a possibilidade de reabilitação. No tocante ao período em que se iniciou a incapacidade para otrabalho da examinada, em resposta ao quesito “11” elaborado pelo juízo, o jusperito afirmou que não foi “possíveldeterminar com exatidão (a data de início da incapacidade), porém, o quadro clínico apresenta-se há mais de 6 (seis)meses”.Há que se acrescentar, todavia, que, assim como exposto pelo juiz a quo, o exame pericial não determinou que seis mesesantes da perícia inexistia a enfermidade incapacitante, mas tão somente deixou de emitir parecer conclusivo sobre o estadofísico do periciando diante da ausência de documentos que o convencessem a esse respeito.O conhecimento do estado de incapacidade da recorrente no período anterior aos seis meses que antecederam a perícia foipossível mediante a apresentação dos exames médicos complementares exarados dos autos às fls. 22/28, que, referentesaos períodos não alcançados pela análise pericial, de forma clara e coerente corroboram o atestado no exame obtido emjuízo. Desta forma, por estarem em consonância com o parecer juspericial, tais provas foram aptas a evidenciar amanutenção do estado de incapacidade da recorrente mesmo após a cessação do benefício de auxílio-doença,anteriormente por ela percebido.Cumpre salientar que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos oufatos provados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos atesta a persistência da incapacidade laborativa do recorrido quando da cessaçãodo benefício previdenciário, não havendo qualquer mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de 10% sobre ovalor da condenaçao, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHEPROVIMENTO, mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante nos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

Anular a sentença e julgar prejudicado o recursoTotal 1 : Dar parcial provimentoTotal 8 : Dar provimentoTotal 22 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 2 : Extinguir o processo sem resolução de méritoTotal 2 : Não conhecer o recursoTotal 1 : Negar provimentoTotal 89 : Negar seguimento ao recursoTotal 1 :