Índice de pesquisa da 1ª turma recursal ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças...

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ADELIA DE SOUZA FERNANDES-27 ADEMIR JOAO COSTALONGA-14 ADENILSON VIANA NERY-12, 25, 6, 9 ADRIANA ALVES DA COSTA-4 Adriana Moreira de Oliveira-16 ALECIO JOCIMAR FAVARO-33 ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO-17 ALEXANDRE PERON-32 ALFREDO ERVATI-18 Allan Titonelli Nunes-41 ALLYSON MARCELLO SANT'ANA-30 AMAURI PINTO MARINHO-35 ANA CAROLINA LEONEL DA SILVA-29 ANA PAULA CESAR-19 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-20, 23, 24, 35 ANDRÉ DIAS IRIGON-7 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-34 ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI-2 ANGELO MANOEL PELUCHI COUTINHO-33 BEATRICEE KARLA LOPES-26 BRIAN CERRI GUZZO-33 CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-51 CLEBER ALVES TUMOLI-37, 38, 40 CLEBSON DA SILVEIRA-34 DANILO THEML CARAM-48, 61, 63, 64 EDGARD VALLE DE SOUZA-1, 23, 31 EDUARDO SOARES CARARRA-33 FELIPE OSORIO DOS SANTOS-29 FERNANDO CARLOS FERNANDES-13 FERNANDO COELHO MADEIRA DE FREITAS-53 FREDERICO ANGELO RAMALDES-14 FREDERICO LYRA CHAGAS-28, 29 GLAUCIA SCARAMUSSA BACHIETTE-13 GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-43, 57, 59, 66 GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-42 HELTON TEIXEIRA RAMOS-40 HENRIQUE FARIA SANTOS RABELO DE AZEVEDO-53 INGRID SILVA DE MONTEIRO-48 JAILSON BATISTA DA SILVA-28 JAILTON AUGUSTO FERNANDES-10, 9 JAQUELINE ZUCOLOTO BETINI-39 JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-51 JOSE CARLOS FABRIS-18 JOSÉ RENATO ALTOÉ-39 JOSE RIBAMAR MATOS AMARAL-32 JOSIANI GOBBI MARCHESI FREIRE-45, 46 JULIANA BARBOSA ANTUNES-14, 8 Lauriane Real Cereza-8 LEONARDO PIZZOL VINHA-36 LORENA NOVAIS FARAGE-5 LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-11, 15 LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS-16 Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-13, 3, 4

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Page 1: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ADELIA DE SOUZA FERNANDES-27ADEMIR JOAO COSTALONGA-14ADENILSON VIANA NERY-12, 25, 6, 9ADRIANA ALVES DA COSTA-4Adriana Moreira de Oliveira-16ALECIO JOCIMAR FAVARO-33ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO-17ALEXANDRE PERON-32ALFREDO ERVATI-18Allan Titonelli Nunes-41ALLYSON MARCELLO SANT'ANA-30AMAURI PINTO MARINHO-35ANA CAROLINA LEONEL DA SILVA-29ANA PAULA CESAR-19ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-20, 23, 24, 35ANDRÉ DIAS IRIGON-7ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-34ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI-2ANGELO MANOEL PELUCHI COUTINHO-33BEATRICEE KARLA LOPES-26BRIAN CERRI GUZZO-33CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-51CLEBER ALVES TUMOLI-37, 38, 40CLEBSON DA SILVEIRA-34DANILO THEML CARAM-48, 61, 63, 64EDGARD VALLE DE SOUZA-1, 23, 31EDUARDO SOARES CARARRA-33FELIPE OSORIO DOS SANTOS-29FERNANDO CARLOS FERNANDES-13FERNANDO COELHO MADEIRA DE FREITAS-53FREDERICO ANGELO RAMALDES-14FREDERICO LYRA CHAGAS-28, 29GLAUCIA SCARAMUSSA BACHIETTE-13GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-43, 57, 59, 66GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-42HELTON TEIXEIRA RAMOS-40HENRIQUE FARIA SANTOS RABELO DE AZEVEDO-53INGRID SILVA DE MONTEIRO-48JAILSON BATISTA DA SILVA-28JAILTON AUGUSTO FERNANDES-10, 9JAQUELINE ZUCOLOTO BETINI-39JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-51JOSE CARLOS FABRIS-18JOSÉ RENATO ALTOÉ-39JOSE RIBAMAR MATOS AMARAL-32JOSIANI GOBBI MARCHESI FREIRE-45, 46JULIANA BARBOSA ANTUNES-14, 8Lauriane Real Cereza-8LEONARDO PIZZOL VINHA-36LORENA NOVAIS FARAGE-5LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-11, 15LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS-16Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-13, 3, 4

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LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS-33MARCELA REIS SILVA-19, 2, 21MARCIA RIBEIRO PAIVA-17, 30MARCIO SANTOLIN BORGES-3MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-55, 56, 60, 65MARGARET BICALHO MACHADO-19MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-22MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 49, 50, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66MARIA LUCIANA OLIVEIRA NASCIMENTO-2MARIA REGINA COUTO ULIANA-10, 20, 24MICHELE LEMOS GONÇALVES-13NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA-21NILSON BERNARDES DA COSTA-32PAULA ABRANCHES ARAÚJO SILVA-44, 47PAULA GHIDETTI NERY LOPES-12, 6, 9PRISCILA PERIM GAVA-15Rafael Antônio Freitas-11RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-27ROBERTA BRAGANÇA ZÓBOLI-13RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO-39, 52, 53RODRIGO BARBOSA DE BARROS-58RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-1, 12, 26, 6ROGÉRIO FERREIRA BORGES-53ROGERIO SIMOES ALVES-40SALERMO SALES DE OLIVEIRA-7SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-25SIDINÉIA DE FREITAS DIAS-11SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-31, 33TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-36UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-5Valber Cruz Cereza-22, 8vanessa ribeiro fogos-48Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-16VINICIUS DOMINGUES FERREIRA-18WELITON ROGER ALTOE-13WENDELY OLIVEIRA FILHO-38

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2012.000181 DIRETOR(a) DE SECRETARIA

22/10/2012Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000559-57.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000559-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x ADEODETE TRESS MANN VITORIO (ADVOGADO: EDGARD VALLEDE SOUZA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO – INCAPACIDADE COMPROVADA –EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE NO MOMENTO DA CESSAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 135/136, que julgou procedente opedido, condenando o recorrente a restabelecer o benefício de auxílio-doença, com efeitos financeiros retroativos a

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16/06/2008 (data seguinte à cessação do benefício). Alega o INSS, em suas razões recursais, que tanto o perito daentidade autárquica quanto o perito do juízo, concluíram que havia estabilidade da enfermidade da autora no momento dacessação do benefício, sendo plenamente possível o seu retorno ao exercício das atividades habituais. Requer assim,primeiramente, a improcedência da pretensão autoral, visto não haver ilegalidade na decisão administrativa que lhe negou obenefício e, subsidiariamente, a reforma da sentença, caso seja mantida a condenação, para que a data inicial do benefícioseja fixada em 03/08/2009, data da constatação de nova incapacidade. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnandopela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. Argui o INSS, que, no momento da cessação do benefício, restou constatado tanto pelo seu próprio perito quanto peloperito do juízo, que a autora possuía totais condições de retorno ao seu labor habitual, tendo, por sua vez, surgido novaincapacidade da autora somente em 03/08/2009, motivo pelo qual não haveria que se falar em ilegalidade da decisãoadministrativa que lhe negou o benefício. Todavia, há que se destacar que o laudo particular de fl. 113 a que o INSS serefere, ao alegar que a incapacidade parcial e definitiva surgiu somente em 03/08/2009, constata, em verdade, o meroagravamento do quadro patológico da autora, confirmando aquilo que já era sabido desde períodos anteriores à cessaçãodo benefício, isto é, a impossibilidade do exercício habitual de atividades que exijam esforço físico por parte da recorrida.4. O laudo médico judicial, de fls. 103/108, elaborado em 23/06/2009, constatou que a recorrida, auxiliar de serviços gerais,atualmente com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, maisespecificamente a região lombar (osteoartrose e discopatia degenerativa). O expert não constatou, no entanto, a existênciade incapacidade laborativa e não conseguiu definir a data do surgimento da doença, apesar de diversos laudos particularesapontarem , desde 2005, a presença de tais doenças degenerativas. Tal lacuna, porém, pode ser suprida pelas provascarreadas aos autos pelo autor.5. Há diversos laudos médicos, seja em momento imediatamente anterior à cessação do benefício ou em momentoimediatamente posterior ao laudo pericial do juízo, que atestam o caráter degenerativo e incapacitante da doença adquiridapela autora, ao que tudo indica, em razão do esforço físico e sobrecarga de peso depreendido pela mesma no exercício desua atividade habitual (auxiliar de serviços gerais). Laudo médico, subscrito por neurocirurgião, datado de 06/06/2008,certifica a mesma doença diagnosticada pelo perito, e a incapacidade para o trabalho (fl. 62); outro laudo, datado de03/08/2009, pouco tempo após a perícia judicial realizada em 23/06/2009, certifica a mesma patologia e a incapacidade (fl.113).6. Tendo em vista o laudo pericial do juízo, que constata a existência da enfermidade, os laudos particularesretromencionados acostados aos autos e a natureza degenerativa da enfermidade, há que se confirmar que, de fato, aautora não possui condições de continuar a exercer suas atividades habituais, as quais demandam demasiado esforçofísico. Resta, portanto, mantida a qualidade de segurada da recorrida, haja vista a permanência de sua incapacidadelaborativa parcial e definitiva, desde a cessação do benefício, em 15/06/2008.7. Comprovados a qualidade de segurado, o cumprimento do período de carência, bem como a incapacidade, no momentoda cessação indevida, para o desempenho de atividade que lhe garanta o sustento, faz jus a autora ao restabelecimento dobenefício de auxílio-doença.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valorda condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

2 - 0002048-35.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002048-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x MARIA LUIZA SCHAIDER DIIRR (ADVOGADO: MARIA LUCIANA OLIVEIRANASCIMENTO, ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI.).TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAISRECURSO Nº 2008.50.51.002048-9/01 – TURMA RECURSALRECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA LUIZA SCHAIDER DIIRRRELATOR: Pablo Coelho Charles Gomes

V O T O

Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social, ora recorrente, em razão de sentençaque julgou procedente a pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta orecorrente que na certidão do INCRA consta que o esposo da recorrida possuía duas propriedades rurais, as quaistotalizavam 103,2 hectares, e que este vem qualificado como empregador rural na documentação apresentada, ondetambém consta a informação de que contratava assalariados para trabalhar na propriedade. Alega que, durante o processoadministrativo, verificou-se que a recorrida estava morando na cidade, onde tinha uma barraca de comércio urbano. Alega,ademais, que a autora afirmou ter deixado de trabalhar há mais de 10 anos. Dessa forma, requer seja conhecido e providoo recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, requer a fixação da data de início do

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benefício - DIB no dia da audiência de instrução (29.11.2010).

Foram apresentadas contrarrazões pela recorrida, pugnando pela manutenção da sentença.

Eis o relatório do necessário. Passo a votar.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/1991.

A recorrida nasceu em 10.06.1932 (fl. 11) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 03.11.1998 (fl.32), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à carênciaexigida.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: certidão decasamento, realizado em 1950, constando a profissão do marido como lavrador (fl. 18); escritura pública de doação deterrenos, em que o marido é qualificado como agricultor (fls. 20-21); comprovante de entrega de declaração para cadastrode imóvel rural (fls. 24-25); declaração de pequeno proprietário, em regime de economia familiar, datada em 06.01.1998 (fl.27) e carteira do sindicato dos trabalhadores rurais de Cachoeiro de Itapemirim (fl. 34), dentre outros.

A Certidão de Casamento, contendo a qualificação profissional do marido da recorrida como lavrador, datada em16.09.1950, constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparadapelo verbete nº 6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o iníciode prova material, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

Em que pese haver início de prova material, restou evidente, após análise de todo o conjunto probatório, que a atividaderural era exercida em uma propriedade dimensionada em 5,16 módulos fiscais (103,2 hectares), superior ao limite legal de(4) quatro módulos (artigo 11, inciso VII, alínea a, da Lei nº 8213/91), fato que, por si só, não descaracterizaria a qualidadede segurada especial, não fosse a incidência dos documentos de fls. 23, 25, 67 e 69, os quais comprovam a condição deempregador rural do marido da autora.

Quanto à condição supracitada de empregador rural do esposo da autora, deve-se destacar que, conforme documento de fl.67, este se aposentou em 05.09.1994 como empregador rural (empresário), fato que denota que a recorrente, comoprodutora rural, deveria ter recolhido contribuições, assim como seu esposo, para que pudesse usufruir dos benefíciosprevidenciários.

Com efeito, diante de tal conjunto probatório, entende-se que não houve labor rural em regime de economia familiar.Reforça esse entendimento o fato de que uma propriedade de tamanha proporção dificilmente poderia ser laborada apenaspor pais e filhos e, conforme consta das certidões do INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – às fls.24 e 25, houve emprego de trabalhadores assalariados, ao menos entre 1990 e 1996. As alegações da parte autora de quehouve erro no enquadramento de seu esposo como empregador rural e erro nos dados do INCRA, que constatam aexistência de empregados em suas propriedades rurais, constituem meras declarações. Há que se ater, no presente caso,à veracidade e à fé que se atribui aos documentos públicos, não se podendo simplesmente descartar, ante a taisalegações, os dados colhidos pelo INCRA.

Por mais que a prova testemunhal produzida em audiência tenha sido no sentido de afirmar a existência da atividaderurícola em regime de economia familiar, a prova documental produzida nos autos é ampla e convicta, de modo adeterminar, e de forma inevitável, a ausência da qualidade de segurada especial da parte recorrida.

Desse modo, verifica-se que a parte autora não comprovou a qualidade de segurada especial, muito menos o labor rural emregime de economia familiar, não fazendo jus ao benefício de aposentadoria por idade rural.

Ante o exposto, CONHEÇO DO RECURSO E, NO MÉRITO, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar a sentença recorridae JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO DA PARTE AUTORA, conforme fundamentação supra, devendo ser revogada aantecipação de tutela.

Dado o caráter alimentar dos valores recebidos, os mesmos não deverão ser restituídos, nos termos do Enunciado nº 52 daTurma Recursal do Espírito Santo.

Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

É como voto.

E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DIMENSÃO DA PROPRIEDADE AGRÍCOLA –EMPREGADOR RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – NÃO COMPROVAÇÃO DAQUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal

3 - 0002410-03.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002410-4/01) LUCAS LOZORIO (ADVOGADO: MARCIO SANTOLINBORGES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira FreireCarneiro.).TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAISProcesso nº. 0002410-03.2009.4.02.5051/01Recorrente: LUCAS LOZORIORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –CONVERSÃO – INCAPACIDADE – BENEFÍCIO DEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTEPROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que restabeleceu o benefíciode auxílio-doença, julgando improcedente a conversão do benefício em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais que, além da comprovada incapacidade total e definitiva para sua profissão de lavrador e demaisatividades braçais, é pessoa de parca instrução escolar e sem nenhuma outra qualificação profissional, o que destoa dapossibilidade de reabilitação defendida pelo perito. Dessa forma, requer seja reformada a sentença, julgando-se procedentea conversão do auxílio-doença restabelecido em aposentadoria por invalidez.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Presentes todos os requisitos legais, quais sejam, a qualidade de segurado, o cumprimento do período de carência e aconstatação da incapacidade, a controvérsia cinge-se à natureza da incapacidade – se total ou parcial – e a consequentepossibilidade de reabilitação.

4. Na análise pericial do Juízo (fls. 60/61), o recorrente (49 anos) foi examinado e diagnosticado com radiculopatia (CID 10:M 54.1) - quesito n° 1 -, apresentando dor lombar i rradiada aos membros inferiores (quesito n° 4), o q ue o incapacita total edefinitivamente para a atividade de lavrador. Atesta o perito a possibilidade de reabilitação, uma vez que o tratamentocirúrgico para a causa impeditiva constatada, a compressão de raiz nervosa (hérnia de disco), é oferecido pelo SistemaÚnico de Saúde (SUS), com possibilidade de 50% de cura (fl. 60); afirmando, ainda, ser o periciado jovem e com bomíndice de escolaridade (quesito n° 13, INSS).

5. O recorrente apresenta baixo grau de instrução – estudou somente até a sétima série. Exerce atividade profissional quelhe causa grande desgaste físico e está incapaz há mais de sete anos (fl. 61, quesito n° 7). Esses fat ores tornam difícil oupouco provável sua reabilitação para o exercício profissional, o que indica o mérito da conversão do auxílio-doença emaposentadoria por invalidez.

6. Cabe, ainda, registrar que o Perito indicou que há tratamento cirúrgico, mas que a possibilidade de cura é de 50% (fl. 60).Aliando-se este dado aos já mencionados, tem-se mais um indicativo de que o autor há de ser aposentado por invalidez.

7. Cumpre salientar que o instituto da reabilitação profissional deve ser aplicado de forma compatível à realidade dosegurado, independentemente de sua idade. Portanto, não parece possível a reabilitação de um lavrador, que sempretrabalhou na zona rural e com atividades braçais, para atividade que não lhe exija esforço físico.

8. Merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

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9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, condenando o INSS à conversão do auxílio-doença emaposentadoria por invalidez, que terá termo inicial na data da conclusão da perícia judicial (16/08/2010).

10. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

4 - 0002442-08.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002442-6/01) SERLI ALVES (ADVOGADO: ADRIANA ALVES DA COSTA.)x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x OSMESMOS.RECURSO Nº 0002442-08.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002442-6/01) – TURMA RECURSALRECORRENTE: SERLI ALVES E INSSRECORRIDO: OS MESMOSVARA ORIGINÁRIA: 1ª VF Cachoeiro - Cível/Juizado Especial FederalRELATOR: Pablo Coelho Charles Gomes

VOTO

1. Há dois recursos.

O primeiro deles o recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 67/69, que julgou procedente opedido de concessão do benefício de auxílio-doença e improcedente o pedido de conversão em aposentadoria porinvalidez. Aduz o recorrente, em suas razões recursais, que a incapacidade da recorrida é inexistente, encontrando-seinteiramente hábil para exercer atividade laboral; também aduziu que, na DIB fixada na sentença (05/10/10) a autora nãoconta com qualidade de segurado nem com carência.

A autora nomeou seu recurso como recurso adesivo (fls.86). Afirmou que a sentença somente concedeu o benefício deauxílio-doença pelo prazo de seis meses, sendo tal benefício implementado em 06/12/2010 e recebido em 06/01/2011; quese encontra em tratamento oncológico desde 30/12/2006, tendo sido submetida a uma cirurgia para retirada parcial dotumor; que “ficou constatado que possui outro nódulo no outro seio que também está em tratamento.” (fl. 87); requereu: (i) aconcessão do auxílio-doença por período maior do que o que fora fixado na sentença, tendo em vista a gravidade dadoença; e também requereu (ii) que a data do início do benefício deve retroceder a 08/04/2009.

É o breve relatório.

2. Preliminar de não conhecimento do recurso da autora.

A autora nomeou seu recurso como recurso adesivo (fls.86).

A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (T.N.U.) reiteradamente afirmou que não se conhecede Recurso Adesivo em sede de Juizado Especial Federal, por falta de previsão legal, como se depreende das ementaslavradas nos Pedidos de Uniformização de Interpretação de Lei Federal n.º 200232007009114 (DJAM 08/10/2002), n.º200232007012544 (DJAM 28/11/2002), n.º 200232007009060 (DJAM 08/10/2002) e nº 200232007009056 (DJAM08/10/2002). Tal orientação se sedimentou por meio do Enunciado nº. 59 do FONAJEF (Fórum Nacional dos JuizadosEspeciais Federais), segundo o qual “Não cabe recurso adesivo nos Juizados Especiais Federais.”

Tal recurso poderia ser conhecido como recurso inominado SE houvesse sido interposto no prazo deste.

Ocorre que o recurso adesivo da autora não foi interposto no prazo do recurso inominado; embora o Juízo a quo tenhaafirmado isso e com base nessa premissa o tenha recebido (fl. 91), o que de fato ocorreu foi a interposição intempestiva doreferido recurso.

Vejamos: a autora fez carga dos autos em 15/12/2010 (fl. 75 verso); protocolou embargos de declaração e também o seurecurso ambos em 13/01/2011 (fl. 86). Dia 15/12/10 foi uma quarta-feira, de modo que o prazo teve termo inicial em16/12/10 (quinta), com o transcurso de 4 dias até 19/12, sendo suspenso em 20/12/10 por força do início do recessoforense. O prazo voltou a correr no dia 07/01/11, primeiro dia de expediente forense de 2011, uma sexta-feira (5º dia);enfim, o prazo teve termo final (10º dia) no dia 12/01/11, uma quarta feira. Como o recurso foi interposto dia 13/01/11, foiinterposto intempestivamente.

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Em vista disto, o recurso da autora não deve ser conhecido não pelo simples fato de ter sido designado como recursoadesivo; o não conhecimento funda-se no fato de ter sido interposto após o decurso do prazo de interposição do recursoinominado.

Pelo exposto, NÃO conheço o recurso da autora.

3. Mérito.

3.1. A concessão do benefício de auxílio-doença exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos peloart. 59 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensaise, ainda, estar incapacitado para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

3.2. Da incapacidade laborativa.

A recorrida, secretária, atualmente com 63 anos de idade, foi submetida à perícia médica judicial (fl. 45), realizada no dia15/04/2010. Conforme laudo pericial, a autora apresentava-se lúcida, orientada e calma, informando, ainda, que havia sidooperada de câncer de mama (seio direito) no ano de 2006. O perito, durante a perícia médica judicial, constatou que arecorrida apresentava neoplasia benigna da mama (seio esquerdo), patologia que não induz à incapacidade para o trabalho,conforme relatado.

A autora trouxe aos autos diversos laudos médicos particulares. Entretanto, grande parte dos laudos apresentados pelarecorrida, referem-se à doença anterior (neoplasia maligna da mama direita); tal patologia ocorreu no ano de 2006.

Poucos são os laudos juntados que versam acerca da patologia atual, detectada na perícia judicial (neoplasia benigna damama esquerda). Com efeito, quanto a essa nova patologia, há apenas um laudo e um exame.

O laudo apresentado (fl. 28) foi realizado por médico especialista em alergia e imunologia; afirmou que a autora é portadorade CID C 50, encontrava-se em tratamento oncológico e necessitava de afastamento do trabalho. O segundo documentoalusivo a essa nova patologia é um exame; cuida-se de uma mamografia de alta resolução (fl. 46); nele se constatou que osachados mamográficos são provavelmente benignos, indicando assim, o controle semestral da patologia. Não há, nesseexame, nenhuma sugestão ao afastamento da recorrida no que condiz as suas atividades profissionais. Ambos osdocumentos (laudo e exame) são de maio de 2009.

Com certeza foi esse juízo de probabilidade lançado no referido exame que levou a perícia do INSS a afirmar, em03/06/2009, que a autora estava capaz para o trabalho, como se infere do teor do laudo médico pericial extraído do sistemaSABI que consta na fl. 42; no referido laudo, no campo considerações consta: “nódulo aparentemente benigno, que nãoincapacita para o trabalho.”

O Juízo a quo questionou a ponderação lançada no exame de mamografia, com base nas seguintes razões:

“(...)Não obstante ter sido verificado pelo perito judicial que a Requerente encontra-se apta para exercer sua atividadelaborativa habitual, compulsando os autos, verifico que o exame de mamografia indica um nódulo provavelmentebenigno, mas que não há nos autos nenhuma prova de que tenha sido feita biópsia para verificação do nódulo que a Autorapossui. Assim, não há como se presumir ou afirmar, baseado em presunções que a Autora se encontra apta para exercersua atividade laborativa habitual.

Por outro lado, consta nos autos, à fl. 28, atestado médico, datado de 06/05/2009, afirmando que a parte Autoraé portadora de CID C 50, estágio I e se encontra em tratamento oncológico. Segundo o Código Internacional deDoenças, o CID 50 indica “neoplasia maligna da mama”.(...)”

Na parte dispositiva da sentença, o Juízo a quo fixou o prazo de 6 meses como sendo o mínimo da concessão doauxílio-doença, como se depreende do teor da parte dispositiva, verbis:

Diante o exposto, CONCEDO a antecipação dos efeitos da tutela pretendida e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE opedido, condenando o INSS a conceder o benefício previdenciário de auxílio-doença da parte Autora, a partir dapresente data, até, pelo menos, o término do prazo de 06 (seis meses) na forma da fundamentação supra, quandoentão deverá a Autora ser submetida à nova perícia administrativa, a fim de se verificar se persiste ou não aincapacidade damesma.

Analisando extrato do sistema INFBEN, vejo que o benefício foi implementado em dezembro de 2010 por força da referidasentença; e até hoje o benefício continua sendo pago (extrato em anexo).

Evidentemente, a autora foi submetida a alguma perícia posterior à sentença, visto que a sentença determinara aconcessão pelo prazo mínimo de 6 meses e estipulou que a partir desse prazo a autora deveria ser submetida a nova

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perícia administrativa. A sentença foi proferida em 05/10/2010 e o INSS comprovou o cumprimento da antecipação de tutelaem petição protocolada 10/12/2010, como se depreende da petição de fl. 74 e do extrato de fl. 75, o qual indica que o NB5438766963 foi implementado em 06/12/2010, com efeito retroativo (DIB) a 05/10/2010 (data da prolação da sentença).

Essa conclusão (qual seja: a de que a autora foi submetida a perícias posteriores à sentença) se confirma pela análise doextrato HISMED (Histórico de Perícia Médica), o qual indica que, relativamente ao NB 5438766963, concedido àautora-recorrida, houve perícias em 21/07/2011 (pouco após o encerramento do prazo de 6 meses fixado na sentença) eem 08/03/2012 (extrato em anexo).

Em suma: o resultado das perícias realizadas pelo INSS após a sentença, que prorrogaram a concessão do auxílio-doença(concedido originalmente por força da sentença), estão a indicar que o Juízo a quo laborou corretamente ao mitigar oconteúdo do laudo pericial, determinando a concessão do auxílio-doença.

Logo, havia incapacidade laborativa. Neste ponto, nada há a reparar na sentença.

3.3. Qualidade de segurado e carência.

A sentença foi proferida em 05/10/10 e fixou a data de início do benefício na referida data.

Parece-me equivocado tal entendimento. No que refere à existência de uma incapacidade laborativa, a sentença sempreterá um conteúdo declaratório: se os documentos analisados (exames, laudos, perícias) foram (como sempre são) emitidosem datas anteriores à data da prolação da sentença, evidentemente que se declara a existência de uma relação jurídicaque a precede (ou a inexistência dessa relação); ainda que esse comando seja via de regra implícito, o comandocondenatório (se houver) depende desse conteúdo declaratório.

Logo, como via de regra, quando se detecta a incapacidade a data de início do benefício fixada na sentença deveretroceder à data da elaboração da perícia.

No caso, a perícia afirmou a capacidade da autora e o Juízo a quo relativizou (acertadamente, como demonstrei) oconteúdo do laudo pericial, com base em documentos emitidos no mês de maio de 2009.

Logo, a DIB deveria ser fixada em maio de 2009.

Aferindo-se que a autora fazia jus à concessão do benefício ao menos desde maio de 2009, depreende-se que NÃO houveperda da qualidade de segurado, visto que o benefício anterior (NB 5212655761) fora cessado em 15/06/2008 por limitemédico (extrato em anexo).

Ou seja: como não decorreram 12 meses entre 15/06/08 (DCB) e maio de 2009 (data em que a autora faria jus a uma novaconcessão), a autora não perdeu a qualidade de segurado. Apenas é inviável retroceder a DIB até maio de 2009 porque orecurso da autora é intempestivo.

4. Conclusão: voto no sentido de não conhecer o recurso da autora, em face da intempestividade; e de negar provimento aorecurso do INSS, mantendo-se integralmente a sentença e condenando-se o recorrente-vencido a pagar à autorahonorários advocatícios no montante de 10% do valor da condenação. Custas ex lege.

É como voto.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA CONCEDIDO EM SENTENÇA COM DIB FIXADA NA DATA DA PROLAÇÃO DASENTENÇA – RECURSOS DA AUTORA E DO INSS – NÃO CABE RECURSO ADESIVO NO MICROSSISTEMA DOSJUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS – RECURSO DA AUTORA INTEMPESTIVO – SENTENÇA QUE RELATIVIZACONTEÚDO DO LAUDO PERICIAL EM FACE DE DOCUMENTOS EXISTENTES NOS AUTOS

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1 – Não cabe recurso adesivo no microssistema dos Juizados Especiais Federais. O recurso da autora poderia serconhecido como recurso inominado se houvesse sido interposto no prazo deste. Não obstante, cuida-se de recursointempestivo.2 – A sentença não se vincula à conclusão da perícia judicial, podendo formar sua convicção com base em outroselementos ou fatos provados nos autos (artigo 436, CPC). No caso concreto, além dos documentos referidos na sentença,houve duas perícias administrativas realizadas pelo INSS após a sentença, que prorrogaram a concessão do auxílio-doença(concedido originalmente por força da sentença); tais fatos estão a indicar (ainda que indiretamente) o acerto da conclusãodo Juízo a quo quando este afirmara a incapacidade laborativa da autora.3 – A autora fazia jus à concessão do benefício ao menos desde maio de 2009, e não 05/10/12, tal qual fixou a sentença.Logo, afere-se que não houve perda da qualidade de segurado, visto que o benefício anterior (NB 5212655761) foracessado em 15/06/2008 por limite médico. Como não decorreram 12 meses entre 15/06/08 (DCB) e maio de 2009 (data emque a autora faria jus a uma nova concessão), a autora não perdeu a qualidade de segurado.4 – Recurso do autora não conhecido. Recurso do INSS improvido. Sentença mantida, com a condenação dorecorrente-vencido a pagar à autora honorários advocatícios no montante de 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NÃO CONHECER o recurso da autora, em face daintempestividade; e NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, mantendo integralmente a sentença, na forma dovoto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

5 - 0000075-68.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000075-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ZILDINEIA GUASTI GONÇALVES (ADVOGADO: LORENA NOVAISFARAGE.).Processo nº. 0000075-68.2010.4.02.5053/01Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ZILDNEIA GUASTI GONÇALVES

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –INCAPACIDADE CONSTATADA – REMOTA POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO DEVIDO ÀS CONDIÇÕES PESSOAISDA SEGURADA - CONVERSÃO DEVIDA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão autoral de concessão do auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que a perícia judicialrealizada teve como resultado a existência de incapacidade suscetível de reabilitação. Alega que apesar de o juiz não estarvinculado ao laudo pericial, inexistem elementos probatórios que fundamentem entendimento diverso do exarado pelo peritojudicial. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido de conversãodo auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.

2. Sendo patente a qualidade de segurado e o período de carência, a controvérsia nos autos está adstrita à possibilidade derecuperação da capacidade laboral da recorrida.

3. Na análise pericial do Juízo (fls. 44/47), a recorrente (50 anos) foi examinada e diagnosticada com espondiloartrose aonível da coluna lombar e má formação congênita no pé direito (metatarso varo) - quesito n° 1. Entende o perito que taispatologias incapacitam a autora para suas atividades como auxiliar de serviços gerais, podendo ser reabilitada para outrafunção (quesito n° 6, INSS).

4. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o mérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.5. Não obstante o exame pericial atestar a possibilidade de adaptação em outra atividade, considerando-se a idade daautora (50 anos), seu grau de escolaridade (ensino fundamental incompleto) e a ausência de experiência em outra áreaprofissional, torna-se difícil sua efetiva reabilitação.6. Preenchidos os requisitos exigidos para a concessão do benefício (qualidade de segurado, carência e incapacidade), aautora faz jus à conversão em aposentadoria por invalidez.7. Ademais, como salientado pelo magistrado sentenciante, os segurados beneficiários da aposentadoria por invalidez,

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assim como aqueles que percebem auxílio-doença, estão obrigados a submeter-se a perícias periódicas de reavaliação dasituação clínica, sendo permitido ao INSS o cancelamento da aposentadoria se houver recuperação.8. Por fim, cumpre salientar que o princípio da persuasão racional do juiz não tem como pressuposto a existência de provatécnica robusta, bastando que o magistrado apresente de forma clara e coerente os seus elementos de convicção.

9. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

11. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

6 - 0001139-53.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001139-8/01) AGUSTINHO DOS SANTOS (ADVOGADO: PAULAGHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).Processo n.º 0001139-53.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : AGUSTINHO DOS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA.RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente opedido de concessão de auxílio doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o magistrado utilizousomente o laudo pericial para formar seu convencimento. Alega que houve violação ao direito do contraditório e ampladefesa e ao devido processo legal ante o indeferimento do pedido de nova perícia. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o recurso, anulando-se a sentença. Eventualmente, pugna pela procedência do pedido deduzido na inicial. Nãoforam apresentadas contrarrazões.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa dorecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 67-69), o recorrente (34 anos) foi examinado e diagnosticado comhipotireoidismo, patologia de ordem adquirida que, no entanto, não o incapacita para o exercício de sua atividade habitual -pescador (quesito de nº 6 – fl. 68). Ao exame físico, o perito asseverou que o paciente apresentou flexão toraco-lombarnormal, lasegue negativo bilateral, marcha normal, aparelho cardiovascular normal, PA 110/70, ausência de tumorações naglândula da tireóide (quesito de nº 5 – fl. 68).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a Lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

7 - 0001185-45.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001185-7/01) JOENIO PEREIRA (ADVOGADO: SALERMO SALES DEOLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAISRECURSO Nº 0001185-45.2009.4.02.5051/01 – TURMA RECURSALRECORRENTE: JOENIO PEREIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Pablo Coelho Charles Gomes

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INEXISTÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença ou a concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que há nos autos elementos que comprovam a incapacidade para o exercício de suas atividadeshabituais. Alega que o juiz não está vinculado ao laudo pericial podendo formar a sua convicção por outros elementos deprova. Argumenta, ainda, que diante da divergência de laudos, deve ser aplicado o mais benéfico para o hipossuficiente.Dessa forma, requer seja reformada a sentença, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazõesencontram-se nas fls. 99-102.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.

Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 76-78), o recorrente (61 anos) foi examinado e diagnosticado comespondilodiscoartrose lombar leve (quesito nº 01 - fl. 76), patologia de ordem degenerativa que, no entanto, não o incapacitapara suas atividades habituais de pedreiro (quesito nº 03 – fl. 76). Ao exame pericial o recorrente apresentou-se lúcido,orientado no tempo e no espaço, deambulando normalmente, com mucosas normocoradas; os membros superiores einferiores com musculatura eutrófica e movimentos normais e musculatura paravertebral bem desenvolvida.

Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.

Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

8 - 0001574-30.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001574-7/01) JOSE ARAUJO (ADVOGADO: Lauriane Real Cereza, ValberCruz Cereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JULIANA BARBOSA ANTUNES.).Processo n.º 0001574-30.2009.4.02.5051/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : JOSÉ ARAUJORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADELABORAL NÃO VERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que os documentos acostados comprovam a sua incapacidade para o labor de forma contínua,desde a cessação do benefício. Alega, ainda, que a perícia deve ser anulada, pois o perito do Juízo baseou-se apenas noslaudos juntados pelo INSS para avaliar a incapacidade do recorrente. Dessa forma, requer seja anulada a sentença paraque seja realizada nova perícia. Eventualmente, pleiteia a reforma da sentença, julgando-se procedente o pedido deduzidona inicial. As contrarrazões encontram-se na fls. 77-79.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Desnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.

Na análise pericial do Juízo (fls. 66-67), o recorrente (56 anos) foi examinado e diagnosticado com ceratose actínica ecalculose do rim (quesito nº 01 – fl. 66), patologias de ordem adquirida que, no entanto, não o incapacitam para suasatividades habituais de lavrador (quesito nº 06 - fl. 66).

Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.

Em que pesem os argumentos para anulação da perícia declinados pelo recorrente, tenho que não lhe assiste razão. Operito judicial, profissional de confiança do juiz e equidistante das partes, realizou análise minuciosa da situação dorecorrido, respondeu aos quesitos formulados e fundamentou as suas conclusões com base em exame clínico, examescomplementares e atestados de médicos assistentes.

Não obstante, os laudos trazidos pelo recorrente apenas confirmam a existência das patologias, não sendo aptos paraatestar a incapacidade laborativa.

Por fim, contra a alegação recursal de que há documento médico particular que atesta a incapacidade da recorrente,importa destacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da SeçãoJudiciária do Espírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médicopericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidadelaborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele NEGO PROVIMENTO.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

9 - 0000561-90.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000561-1/01) JOSE EVANGELISTA SANTANA DA SILVA (ADVOGADO:PAULA GHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).Processo n.º 0000561-90.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : JOSÉ EVANGELISTA SANTANA DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL. LAUDOPERICIAL DESFAVORÁVEL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a sentença deve seranulada, pois o Magistrado, ao indeferir os quesitos complementares, cerceou sua defesa. Alega, ainda, que os laudosconstantes nos autos comprovam a sua incapacidade laborativa. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, anulando-se a sentença, para que seja reaberta a instrução processual. Eventualmente, pleiteia a reforma dasentença, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se na fl. 39.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Verifico que a controvérsia gira em torno da incapacidade laboral.

Na análise pericial do Juízo (fls. 26-28), o recorrente (59 anos) foi examinado e diagnosticado com lombalgia (quesito nº 01– fl. 26), patologia de ordem adquirida que, no entanto, não o incapacita para suas atividades habituais de lavrador (quesitonº 04 - fl. 26). Ao exame físico apresentou lasegue negativo bilateral, marcha normal, flexão e extensão toraco-lombarnormal.

Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.

Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

Descabido o pleito de anulação em razão do indeferimento dos quesitos complementares. O direito de produzir provas nãoé absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quando o quesitoproposto é prescindível à elucidação do quadro clínico, como neste caso. Como bem lançado pelo magistrado, os quesitosformulados à fl. 29 encontram-se superados pela firme conclusão pericial.

Por derradeiro, não há que se contestar que as provas obtidas em juízo foram satisfatoriamente conclusivas em atestar ainexistência de incapacidade laborativa e consequente descumprimento dos requisitos necessários para concessão dobenefício de auxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,

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mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

10 - 0000477-89.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000477-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.) x MIRIAM CELY XAVIER (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTOULIANA.).Processo n.º 0000477-89.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : MIRIAM CELY XAVIERRelator : Juiz Federal PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. EXISTÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORAL. LAUDO PERICIAL FAVORÁVEL. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que houve cerceamento dedefesa, pois foram indeferidos os quesitos complementares formulados nas fls. 109-111. Alega, ainda, que diante do perigode irreversibilidade do provimento deve ser atribuído ao recurso efeito suspensivo. Dessa forma, requer seja anulada asentença para que o perito responda aos quesitos complementares. Eventualmente, pleiteia pela reforma da sentença,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 137-142.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Verifico que a controvérsia gira em torno da incapacidade laboral.

Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 100-103), a recorrida (47 anos) foi examinada e foi diagnosticada como sendoportadora de alterações degenerativas nos ombros (quesito nº 01 - fl. 101), patologia que a incapacita definitivamente parasuas atividades habituais de cozinheira (quesito nº 04 – fl. 101). Em resposta ao quesito de nº 05 do Juízo (fls. 101-102),asseverou o perito que a recorrida não deve exercer atividades que necessitem de esforços com os membros superiores.

Impende ressaltar que a nota da irreversibilidade não constitui óbice intransponível à antecipação dos efeitos da tutela. Emcasos tais, tem-se invocado o princípio da probabilidade, que impõe tutelar o direito mais provável em detrimento do menosprovável, e o princípio da proporcionalidade, pelo qual se permite o sacrifício do bem menos valioso (interesse meramentefinanceiro da Autarquia) em prol do mais valioso (direito fundamental à Previdência Social).

Descabido o pleito de anulação em razão do indeferimento dos quesitos complementares. O direito de produzir provas nãoé absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quando o quesitoproposto é prescindível à elucidação do quadro clínico, como neste caso. Como bem lançado pelo magistrado, os quesitosformulados às fls. 109-111 encontram-se superados pela firme conclusão pericial.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

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11 - 0001182-90.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001182-1/01) DEOLINDA BATISTA DAMACENA (ADVOGADO: RafaelAntônio Freitas, SIDINÉIA DE FREITAS DIAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDOMÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto por DEOLINDA BATISTA DAMACENA, em face da sentença de fls. 143/144,que julgou improcedente o pedido inicial de aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, em suas razões recursais, quetem direito ao recebimento do benefício, pois vem sofrendo, desde 2007, com patologias crônicas, degenerativas eprogressivas, que a impedem, conforme todos os documentos acostados aos autos, de exercer, total e definitivamente, aatividade laboral. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida aosegurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para oexercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. A autora, doméstica, atualmente com 62 anos de idade, percebeu o benefício de auxílio-doença entre 05/09/2007 e05/11/2007 (fl. 68). O INSS fixou o dia 27/02/2007 como data do início da incapacidade (fl. 107) e concedeu o benefíciodiante da constatação de diversas artroses (CID 10: M19); tendo, no entanto, cessado, em 05/11/2007, o referido benefício.Desde então, a autora requereu, por diversas vezes, a realização de novas perícias (fls. 108/118), e o restabelecimento daprestação previdenciária, sem que, contudo, lograsse êxito em ter o seu benefício restabelecido.4. A recorrente juntou aos autos diversos laudos e receituários médicos, bem como declaração de realização de tratamentofisioterápico (fls. 26, 28/31, 33/39, 41, 43/46, 48, 150/153), datados de 2005 a 2010, em que consta a existência depatologias na região cervical e lombar. Ainda assim, o perito do juízo, em perícia realizada em 12/03/2010 (fl. 122), concluiunão haver encontrado incapacidade laboral para atividades de doméstica e que, os demais quesitos, formulados pelo autore pelo réu, restaram prejudicados.5. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fl. 122, que foram feitosos exames e as análises necessárias à verificação da capacidade laboral da autora. Não há que se falar em erro oudiscrepância no laudo médico do perito judicial. A autora não está incapacitada, nem de forma definitiva nem de formatemporária, para suas atividades habituais ou para quaisquer outras atividades que lhe garantam a subsistência.6. Quanto à juntada de laudos médicos particulares, registro que o atestado médico equipara-se a mero parecer deassistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo.De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral,enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo arespeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Nãolhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.7. Não havendo incapacidade laborativa neste momento, não merecem guarida os argumentos expostos nas razõesrecursais.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

12 - 0000849-72.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000849-8/01) JOSE INACIO DOS SANTOS (ADVOGADO: PAULAGHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).Processo n.º 0000849-72.2008.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : JOSE INACIO DOS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

VOTO

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que há nos autos elementos que comprovam a incapacidade para o exercício de suas atividades

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habituais. Alega que o juiz não está vinculado ao laudo pericial podendo formar a sua convicção por outros elementos deprova. Argumenta, ainda, que deveriam ser realizados exames complementares para melhor elucidar a questão deexistência ou não da incapacidade. Dessa forma, requer seja reformada a sentença, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial. Eventualmente pleiteia a anulação da sentença para que seja reaberta a instrução processual. Ascontrarrazões encontram-se nas fls. 73-74.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Desnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.

Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 29-32 e 61), o recorrente (51 anos) foi examinado e diagnosticado comgonartrose bilateral (quesito nº 01 - fl. 30), patologia que, no entanto, não o incapacita para suas atividades habituais debraçal (quesito nº 04 – fl. 30). Ao exame físico encontrou-se lúcido, orientado alo e autopsiquicamente, eupnéico, corado ecom marcha atípica. Sem déficits cognitivos ou neurológicos. Apresentou aparelho cardiovascular com ritmo normal e semsopros.

Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, o laudo pericial foi minucioso, em especial quanto ao esclarecimento prestado na fl. 61, onde as razões quelastrearam a conclusão do perito foram explicitadas suficientemente. Enfim, à luz do que consta nos autos, não restoucomprovado o fato constitutivo do direito, que seria a incapacidade laborativa.

Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

Também se pleiteou a anulação da sentença para realização de exames complementares. A eventual detecção deincapacidade a partir de outro exame referido no esclarecimento de fl. 61 (tomografia computadorizada ou ressonâncianuclear magnética) somente geraria efeitos, no entender deste Magistrado, a partir da data em que tais exames viessem aser realizados (e caso neles se detectasse a incapacidade). Sob tal ótica, alternativa melhor seria que o autor sesubmetesse a algum destes exames e, então, formulasse novo requerimento administrativo. Deste modo, a anulação dasentença não teria efeito prático, sendo medida que, se adotada no caso concreto, iria de encontro aos critérios daeconomia processual e celeridade (artigo 2º da Lei 9.099/95).

O perito explicitamente consignou o caráter degenerativo da patologia e afirmou que há possibilidade de evolução damesma, com surgimento da incapacidade (que então não fora verificada), conforme fl. 61. Neste contexto, antevendo apossibilidade de novo pedido administrativo e novo questionamento judicial (correlato a eventual indeferimento), registro queos efeitos da coisa julgada que aqui se formará tem seu termo final na data do esclarecimento pericial de fl. 61, ou seja,17/06/2011 (data do último pronunciamento sobre a matéria de fato objeto da controvérsia, qual seja, a capacidadelaborativa).

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

11. É como voto.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INEXISTÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,

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mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

13 - 0002264-59.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002264-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x VAGNA SERRAT FIRMINO (ADVOGADO: WELITON ROGERALTOE, ROBERTA BRAGANÇA ZÓBOLI, GLAUCIA SCARAMUSSA BACHIETTE, MICHELE LEMOS GONÇALVES,FERNANDO CARLOS FERNANDES.).TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAISRECURSO Nº 2009.50.51.002264-8/01 – TURMA RECURSALRECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: WAGNA SERRAT FIRMINORELATOR: Pablo Coelho Charles Gomes

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA CONSTATADA – PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA ANÁLISE PERICIAL DOJUÍZO - PAGAMENTO DEVIDO - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão do auxílio-doença pleiteado e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta arecorrente, em suas razões recursais, que a recorrida não apresenta incapacidade, mas, sim, limitação, uma vez que nãopode exercer apenas determinadas atividades – e que limitação para o trabalho não enseja a concessão de auxílio-doença.Igualmente, defende que não faz a recorrida jus à percepção de aposentadoria por invalidez. Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Requer, ainda, seja dadoefeito suspensivo ao seu recurso quanto à antecipação de tutela deferida na sentença.

2. Preliminarmente, indefiro a concessão do efeito suspensivo ao presente recurso. Além do imanente caráter alimentar dasprestações devidas – o que caracteriza o periculum in mora -, a recorrida comprovou o fumus boni iuris ao obter resultadodo exame pericial favorável a seu pleito.

3. Sendo patente a qualidade de segurado e o período de carência, a controvérsia nos autos está adstrita à verificação dacapacidade laboral da recorrida.

4. Na análise pericial do Juízo (fls. 95/107), a recorrida (57 anos) foi examinada e diagnosticada com espondilodiscoatroseda coluna lombar e cervical, hipertensão arterial, diabetes Mellitus, depressão, fascite plantar e síndrome do impacto noombro direito (quesito n° 1 – INSS). Tais patologia s são caracterizadas por doença degenerativa dos ossos, distúrbioscomportamentais depressivos e doença metabólica (quesito nº 4) e induzem em incapacidade total e definitiva para oexercícios de atividades laborativas (quesitos n° 6 , 7, 9 e 10), cujo início foi estimado em 01/06/2005. O perito constatounexo de causalidade entre a doença/lesão apresentada e o trabalho desenvolvido pela autora no que tange à lesão doombro direito, síndrome do impacto (quesito n° 7).

5. Preenchidos os requisitos exigidos para a concessão do benefício (qualidade de segurado, carência e incapacidade), aautora faz jus ao recebimento do auxílio-doença. Constatada, ainda, a incapacidade total e definitiva, comprovado está omérito na conversão do benefício em aposentadoria por invalidez.6. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.7. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.8. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

14 - 0000170-41.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000170-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JULIANA BARBOSA ANTUNES.) x JOAQUIM NEUMAN (ADVOGADO: ADEMIR JOAO COSTALONGA,FREDERICO ANGELO RAMALDES.).V O T O

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Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 55/57, que julgou procedente o pedido deJOAQUIM NEUMAN (63 anos de idade, trabalhador rural e motorista) de concessão da aposentadoria por invalidez. Alega oINSS, em suas razões recursais, que a incapacidade do recorrido é parcial, viabilizando assim, a sua reabilitação paraoutras funções profissionais e, subsidiariamente, caso tal argumento não seja acatado, que haja reforma quanto à data deinício do benefício da aposentadoria por invalidez.

É o breve relatório. Passo a votar.

O auxílio-doença, conforme o art. 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso,o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida aosegurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para oexercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

A controvérsia cinge-se quanto à existência ou não da incapacidade definitiva para o trabalho. Ao se analisar o conjuntoprobatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 41/44 e 51), que o perito averiguou que orecorrido é portador de sequela de fraturas ao nível do punho e da mão, artrose de ombro e sequela de ferimento superior.Tais patologias, conforme relatado na perícia, incapacitam de forma total e definitiva para o trabalho rural. Entretanto,podemos observar que o perito apurou haver a possibilidade de reabilitação para alguns cargos urbanos, caso fossealfabetizado (fl. 51). Constata-se, no entanto, que sua inserção no mercado de trabalho seria tarefa árdua, se não utópica,visto que é pessoa de idade avançada (63 anos). Ainda que sua condição como analfabeto não tenha sido, de fato,comprovada, o recorrido continua no direito de receber a prestação previdenciária da aposentadoria por invalidez,decorrente das limitações impostas pela idade avançada.

Ao se analisar a divergência acerca da data de início do benefício, deve-se atentar às respostas obtidas pelo perito médicojudicial, assim como, aos laudos particulares acostados nos autos. Ocorre que, o perito médico judicial, ao atestar a data doinício da incapacidade, baseou-se, exclusivamente, no laudo médico da autarquia federal (fl. 24). Importa salientar, noentanto, que a incapacidade do laudo pericial administrativo era referente à incapacidade temporária, não possibilitando,assim, sua utilização como parâmetro para definir o início da incapacidade definitiva.

Embora descartada a atestação do perito judicial quanto ao início da incapacidade, é possível, através dos laudosparticulares apresentados pelo recorrido (fls. 11 e 12), constatar que dois médicos especialistas em ortopedia verificaram anecessidade de afastamento definitivo de suas atividades profissionais nas datas de 07/10/08 e 03/12/08, pelos mesmosmotivos relatados na perícia médica judicial. Importa lembrar que o benefício de auxílio-doença havia sido cessado em08/10/2008, data relativamente próxima ao dos laudos particulares apontados.

As informações supracitadas tornam evidente que o autor já não se encontrava habilitado para exercer funções laborativas.É possível, inclusive, observar que as descrições realizadas pelo perito judicial compatibilizam-se com aquelas prestadaspelos médicos particulares. Sendo assim, faz jus o recorrido ao benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez. Noentanto, devemos observar que a data de início do benefício deve ser considerada a partir da data de cessação dobenefício de auxílio-doença, e não do início deste, como havia prolatado previamente o respeitável magistrado a quo. Adata do início do benefício deve ter como base os laudos particulares acostados, que estão, sem dúvidas, mais próximos adata de cessação do benefício.

Pelo exposto, CONHEÇO DO RECURSO DO INSS PARA, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO e reformarem parte, a sentença recorrida, para condenar a autarquia previdenciária a implantar o benefício de aposentadoria porinvalidez a partir de 09/10/2008 (data posterior à cessação do benefício de auxílio-doença).

Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

É como voto.

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE LABORAL – LAUDOMÉDICO PERICIAL – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO – LAUDO PARTICULAR ASSISTENTE – SENTENÇAPARCIALMENTE REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo em CONHECER DO RECURSO DO INSS PARA, NO MÉRITO,DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, reformando-se a sentença, na forma do voto e ementa constantes dos autos, queficam fazendo parte integrante do presente julgado.

15 - 0002388-42.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002388-4/01) CONSUELO AZEVEDO RAMOS (ADVOGADO: PRISCILA

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PERIM GAVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIACOSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto por CONSUELO AZEVEDO RAMOS, em face da sentença de fls. 70/71, quejulgou improcedente os seus pedidos de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez eindenização por danos morais. Alega a recorrente, CONSUELO AZEVEDO RAMOS (54 anos de idade, zeladora), em suasrazões recursais, que é portadora de lesões no ombro, de modo que se encontra impossibilitada de exercer atividadelaboral. Com isso, requer a reforma da sentença, almejando que seu pedido inicial seja julgado procedente, ou que haja aanulação da sentença com o intuito de realização de nova perícia. O INSS não apresentou contrarrazões.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Preliminarmente, reitero o entendimento firmado no juízo a quo acerca da aposentadoria por invalidez. Para que secaracterize tal benefício, é essencial a demonstração da incapacidade total, definitiva e absoluta do segurado. Observa-se,no entanto, que a recorrente não se encontra em tais condições, conforme os laudos e exames anexados (fls. 38/42) e aperícia médica judicial (fl. 45), impossibilitando, consequentemente, a concessão da prestação beneficiária.4. Entende-se, ainda, desnecessário o retorno dos autos ao juízo a quo para que nova perícia médica judicial seja realizada,como requer a autora. A matéria foi suficientemente esclarecida pelo perito médico, que é especialista habilitado ecapacitado para realização de perícias de forma imparcial, não havendo qualquer nulidade na produção da prova.5. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 45 e 63), que arecorrente não apresentou exames e laudos suficientemente capazes de comprovar a persistência da patologia.Ressalte-se também, que na perícia médica realizada, a autora não apresentou testes positivos para a constatação dedoença incapacitante. Com isso, o perito afirma que a recorrente encontra-se apta, não apresentando nenhum impedimentopara desenvolver atividades laborais. Não havendo incapacidade, consequentemente, não há o que se falar em indenizaçãopor danos morais, visto que a cessação do benefício não teve caráter indevido.6. Apesar de a recorrente apresentar laudos que destacam sua enfermidade (fls. 15/33), vale ressaltar o teor do Enunciado08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericialproduzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa,há de prevalecer sobre o particular”.7. Assim, não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos no pleito recursal.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

16 - 0000373-66.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000373-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x MARIA LUCIA TORRES ZAMBOM (ADVOGADO: Adriana Moreirade Oliveira, LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE COMPROVADA – QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIALCARACTERIZADA – INCAPACIDADE NÃO PREEXISTENTE À QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL – INÍCIO DEPROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 88/91, que julgou parcialmenteprocedente o pedido autoral, para condenar o recorrente à concessão do benefício de auxílio-doença, desde a data dorequerimento administrativo e mantê-lo por pelo menos doze meses a partir da data da juntada do laudo pericial aos autos.Em suas razões recursais, o INSS alega que a autora não provou a existência da qualidade de segurada especial nomomento em que surgiu a incapacidade. Requer, assim, a reforma da sentença, julgando-se improcedentes os pedidosiniciais. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora, pugnando pela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. Não há nos autos controvérsia quanto à condição de incapaz da parte autora para o exercício de suas atividadeshabituais. A questão cinge-se quanto à existência ou não da qualidade de segurada no momento em que surgiu aincapacidade.

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4. O laudo médico judicial de fls. 59/60 constatou que a recorrida, lavradora, atualmente com 49 anos de idade (fl. 15), éportadora de neoplasia maligna do quadrante inferior esquerdo da mama, doença geradora de incapacidade laboral total etemporária para o trabalho (quesitos 9 e 10 do INSS). O expert definiu a data de 30/11/2007 (quesito 3 do INSS) como omomento provável do surgimento dessa doença, e afirmou que, de acordo com o documento apenso em fl. 55, o estado deincapacidade laboral instalou-se a partir de 27/12/2007 (quesito 7).5. Sabendo-se que, nos termos da Portaria Interministerial nº 2998/2001 – MPAS/MS, a doença da qual está acometida -neoplasia maligna – a isenta de carência e tendo em vista que a sua incapacidade laboral é algo incontroverso, resta àautora, tão-somente, comprovar a qualidade de segurada no momento do surgimento da incapacidade.6. Para tanto, a autora trouxe aos autos início de prova material no sentido de atestar o labor na área rural em momentoanterior ao surgimento da incapacidade (em 27/12/2007). A recorrida juntou aos autos: Conta de energia, em nome docônjuge, com data de vencimento em 04/10/2007, em que consta como seu endereço o Sítio Desengano, zona rural deMuqui/ES (fl. 18); Ficha de Internação hospitalar e identificação da autora, datada de 27/12/2007, em que consta a profissãode lavradora (fls. 26/27); Diversas notas fiscais de insumos agrícolas, em nome da autora, datadas de novembro edezembro de 2007 (fls. 46/48). Destarte, diante de tais documentações trazidas pela recorrente, considera-se preenchido oinício de prova material.7. Ademais, a prova testemunhal produzida em audiência é harmônica e coesa no sentido de corroborar o início de provamaterial. Tanto em depoimento pessoal, como em depoimento das testemunhas, foi possível aferir que a autora,juntamente com seu cônjuge, adquiriu o Sítio Desengano em 2006. A recorrida comprovou possuir conhecimentos técnicosacerca do plantio de café e declarou que vinha cultivando, principalmente, milho e café, desde a aquisição da referidapropriedade (2006/2007). Afirmou que o labor rurícola restou comprometido apenas a partir de 27/12/2007, com osurgimento da incapacidade laboral total e temporária.8. Dispensado o cumprimento do período de carência, comprovados a qualidade de segurada especial - rural - da autora,bem como a incapacidade total e temporária para o desempenho de atividade que lhe garanta o sustento, faz jus a autoraao benefício de auxílio-doença, nos termos da respeitável sentença.9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.10. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valorda condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

17 - 0007920-68.2007.4.02.5050/02 (2007.50.50.007920-3/02) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x MARTA RIBEIRO PINTO (ADVOGADO: ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – SALÁRIO-MATERNIDADE E INDENIZAÇÃO CORRESPONDENTE AO PERÍODO DEESTABILIDADE PROVISÓRIA – CUMULAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE - RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DETRABALHO – ACORDO NA JUSTIÇA DO TRABALHO – PAGAMENTO DO BENEFÍCIO DIRETAMENTE PELO INSS –DESCABIMENTO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 58/61, que julgou procedente em parte opedido para condená-lo ao pagamento das prestações de salário-maternidade devidas à autora desde a data fixada paraafastamento do trabalho, qual seja, 22/03/2007, em parcela única. O recorrente alega que a autora já recebeu indenizaçãosalarial correspondente ao período de estabilidade provisória da gestante, cabendo exclusivamente ao empregador buscara compensação previdenciária. Sustenta que tal prestação tem natureza previdenciária, que substitui o salário daempregada e com este não pode ser cumulado.Na Reclamação Trabalhista que ajuizou contra a empresa empregadora (fls. 31/35), a autora pretendia, além daindenização pelo tempo equivalente à sua estabilidade provisória, por se encontrar no sexto mês de gravidez, váriasparcelas decorrentes da alegada rescisão indireta do contrato de trabalho, configurada pelo não pagamento dos salários denovembro e dezembro de 2006 e do décimo terceiro salário de 2006, bem como danos morais pelo não repasse dasparcelas do convênio médico à empresa administradora do plano de saúde. As partes firmaram acordo em audiência (fls.36/37), no qual a empresa se comprometeu a pagar a quantia de R$ 3.775,00, sendo a primeira parcela de R$ 1.575,00 nodia 25/03/2007 e as demais em 08 parcelas de R$ 400,00, bem como honorários advocatícios (R$ 380,00). O salário daautora era de R$ 300,00 (fl. 07).Em se tratando de acordo, não há como aferir a parcela do valor da indenização correspondente aos cinco mesesposteriores ao parto (período de estabilidade provisória), menos ainda o correspondente ao salário-maternidade devido por120 dias. É inegável, contudo, que o total do valor pago na reclamação trabalhista engloba a referida indenização.É indiscutível a qualidade de segurada da autora, que se encontrava no período de graça, após a rescisão do contrato detrabalho ocorrida poucos meses antes do início do parto.Conforme o disposto pelo § 1º do art. 72 da Lei nº 8.213 de 1991, Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido àrespectiva empregada gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal,quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados,a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.Por sua vez, o art. 97, § único, do Decreto nº 3.048/99, dispõe que durante o período de graça a que se refere o art. 13, asegurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou,

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durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pagodiretamente pela previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.122, de 2007).Note-se que apenas nas hipóteses em que não há obrigação de pagamento do salário-maternidade por parte doempregador – dispensa por justa causa ou a pedido da trabalhadora gestante – é que o benefício será pago diretamentepela previdência social. Nos casos em que o empregador tem por obrigação indenizar o período de estabilidade provisória –dispensa sem justa causa ou rescisão indireta do contrato de trabalho – não há falar em pagamento direto pela previdênciasocial, pois isso caracterizaria, em última análise, duplicidade de pagamento.No presente caso, a autora recebeu do empregador a indenização pelo período correspondente à estabilidade provisória,em acordo na Justiça do Trabalho, não fazendo jus ao salário-maternidade. Sem razão a autora ao afirmar, emcontrarrazões ao recurso, que a indenização objeto da transação na Justiça do Trabalho seria devida, de todo modo, peloempregador.Pelo exposto, conheço do recurso inominado interposto pelo INSS e a ele dou provimento para reformar a sentença e julgarimprocedente o pedido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

18 - 0002129-81.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002129-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: VINICIUS DOMINGUES FERREIRA.) x CATARINA TOSTA SPOLODORIO DOS SANTOS (ADVOGADO:JOSE CARLOS FABRIS, ALFREDO ERVATI.).Processo nº. 0002129-81.2008.4.02.5051/01 - Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : CATARINA TOSTA SPOLODORIO DOS SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. REQUISITOS LEGAISPREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de concessão de aposentadoria por idade rural. Em suas razõesrecursais, sustenta o recorrente que a parte autora apresentou apenas prova testemunhal e que as demais provascarreadas aos autos não servem como início de prova material contemporâneo. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 56-59.

Em se tratando de aposentadoria por idade rural, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/1991.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a parte autora juntou aos autos os seguintesdocumentos:

a) carteira do sindicato de trabalhadores rurais de Atílio Vivácqua, com data de admissão em 27/01/2006 (fl.08);b) contrato de parceria agrícola, firmado em 04/05/2006, contendo uma cláusula de que havia contrato verbal desde 1990(fl.13);c) certidão de casamento, realizado no dia 07/10/1972, constando a profissão do esposo da autora como lavrador (fl.14);d) fichas da secretaria municipal de saúde, uma datada de 12/03/1977 e a outra, de 12/11/2005, constando a profissão doautor como lavrador (fls.19/20);e) declaração de atividade rural, referente ao período de 1990/2006 (fl.21);f) declarações de confrontantes, afirmando ser a autora trabalhadora rural (fls.22/24)

Além disso, o início de prova material acima especificada foi corroborado pela prova testemunhal colhida na audiência,conforme CD-R de áudio. Os depoimentos das testemunhas foram coerentes e coesos com as alegações da parte Autora.

Em seu depoimento pessoal, a parte Autora afirmou que nasceu na localidade de Pechincha, município de AtílioVivácqua/ES. Os pais já eram trabalhadores rurais, trabalhavam como colonos. Relata que se casou em 1973 com o Sr.Jorge, que também era colono. Quando secasaram, foram morar no Estado do Rio de Janeiro, porque a família do marido

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era de lá, não se recorda o nome da cidade, foram tentar a vida lá numa propriedade, cultivando laranja, não se recordandoo nome do patrão. Afirma que lá o marido adoeceu, neste período a Autora retornou para o ES, depois o marido faleceu.Tiveram três filhos. Afirma que trabalha como meeira, cultivando café e banana. Relata que vende o café. Nunca contratouempregados, às vezes troca dias com os vizinhos. Declara que trabalha sozinha. Afirma que nunca trabalhou em outraatividade urbana. Relata que continua trabalhando até hoje. Esclareceu que quando trabalhou no Rio de Janeiro, teve acarteira assinada pelo Sr. Antônio Carlos, no período de 1988 a 1990. O marido faleceu há uns dezesseis anos. Depois queretornou para o ES, foi trabalhar para a Dª Adélia, mora na casa com ela e o marido. Sempre trabalhou na mesma terra,desde quando se casou. Ficou trabalhando bastante tempo na propriedade no Rio e quem assinou a carteira foi AntonioCarlos Garcia, que era o patrão, no período de 88/90. Trabalhou lá com a carteira assinada.

A primeira testemunha ouvida, Sr. Joceliano Rocha, declarou que conhece a Autora há mais de quinze anos. A testemunhatrabalhou durante muitos anos na roça, atualmente já está aposentado, nunca teve terra. Pelo que sabe, a Autora trabalhaem lavoura de café e banana. A propriedade em que a Autora trabalha como colona é do Sr. Antônio. Não temconhecimento de que a Autora já tenha contratado pessoas para ajudá-la. Pelo que sabe, o marido da Autora já trabalhouem lavoura de laranja, não tem conhecimento de que ela e o marido já tenham trabalhado em atividade urbana.

A segunda testemunha ouvida, Sr. Élson Moraes, declarou que conhece a Autora há uns quinze anos, morava próximo àAutora. Quando a conheceu, ela era casada com o Sr. Jorge, ele ainda não tinha falecido. Afirma que a Autora não tempropriedade, pelo que sabe a Autora trabalha como meeira da Srª Adélia. Declara que a Autora não contrata empregados,às vezes “troca dias” com os vizinhos. Afirma que a Autora cultivava café, milho e banana. Não sabe o tamanho da terraque a Autora cultivava. A Autora continua trabalhando, sozinha.

A parte autora demonstrou que sempre trabalhou na propriedade na localidade de Antas, tocando lavoura à meia com a SrªAdelina Vieira, e continua até hoje laborando naquelas terras. Sempre trabalhou em regime de economia familiar, nuncacontratou pessoas para ajudar na atividade da roça.

Conforme prova documental e testemunhal trazida aos autos, conclui-se que a autora efetivamente laborou em atividaderurícola em regime de economia familiar, comprovando assim sua condição de segurada especial. Assim, não encontroóbice à concessão do beneficio pleiteado, ante o pleno convencimento da condição de trabalhadora rural ostentada pelaautora, por período superior à carência necessária.”

Por fim, impõe-se um remate: a exigência de início de prova contemporâneo à época dos fatos a provar, estampada noverbete nº 34 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização, deve ser interpretada cum grano salis, sob pena denegar-se ao trabalhador rural os meios de exercer sua cidadania, sobretudo quando o conjunto probatório, a toda evidência,chancela o exercício de atividade rural pelo tempo necessário ao adimplemento da carência legal, como na hipótesevertente.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

19 - 0000385-17.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000385-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x MARIA SONIA MARCHI SGRANCIO (ADVOGADO: MARGARET BICALHOMACHADO, ANA PAULA CESAR.).Processo n.º 0000385-17.2009.4.02.5051/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : MARIA SÔNIA MARCHI SGRANCIO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE RURAL- TRABALHO RURAL EMREGIME DE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO - REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que a autoranão exercia efetivamente qualquer atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo e

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tampouco comprovou o exercício de atividade rural pelo período necessário ao preenchimento da carência exigida. Alegaque os documentos apresentados são frágeis e imprestáveis para comprovar a condição de segurado especial. Aduz,ainda, que o marido da recorrida estabeleceu vínculos urbanos e inscrição na Previdência Social como empresário, desde1993, o que afasta sua condição de segurada especial. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 119-125.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A recorrida nasceu em 15.01.1950 (fl. 13) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 22.10.2007 (fl.16), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à carênciaexigida.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: Carteira do Sindicatodos Agricultores e Assalariados Rurais de Muniz Freire, datada em 15.09.2003 (fl. 19); Certidão da Justiça Eleitoral,atestando a recorrida como agricultora, datada em 19.04.2007 (fl. 23); Prontuários Ambulatoriais da Secretaria de Saúde deMuniz Freire, constando a sua profissão como lavradora (fls. 24-26); Escritura de Compra e Venda, datada em 15.04.1992(fls. 28-30); Declaração de IRT de 2002 a 2006 (fls. 39-45); Declaração do Sr. José Sgrancio, confirmando a autora terexercido atividade rural de 1971 a 1991 em sua propriedade (fl. 46) e entrevistas realizadas pelo Sindicato dosTrabalhadores Rurais de Muniz Freire, datadas em 2006, para averiguar a atividade rural da recorrida, em que entrevistadosafirmaram conhecer a recorrida e atestaram sua função de lavradora (fls. 74-77).

A Certidão de Casamento, contendo a qualificação profissional do ex marido da recorrida como lavrador, datada em17.02.1971, constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparadapelo verbete nº 6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o iníciode prova material, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrida pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 144 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/1991.

Importa salientar que o fato de o marido da recorrida ter desenvolvido atividade urbana e ter sido inscrito na PrevidênciaSocial como empresário desde 2003- sem exercer tal ofício, no entanto- não prejudica a contagem do tempo de atividaderural em outros períodos. Nesse diapasão, oportuno recordar o teor do verbete nº 41 da Súmula da TNU: “A circunstânciade um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização dotrabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto”. Ao depois, o regime deeconomia familiar somente estaria descaracterizado se a renda obtida na atividade urbana fosse suficiente para amanutenção da família, de forma a tornar dispensável a atividade agrícola (art. 11, inciso VII, §1º, da Lei nº 8.213/1991).

Sobre a alegação de que a recorrida não exercia atividades rurais durante o período imediatamente anterior aorequerimento administrativo, cumpre registrar que as testemunhas elucidaram, em complementação ao início de provamaterial, que a recorrida sempre trabalhou na roça, recebendo do ex-marido, em substituição à pensão, pequenapropriedade da qual ela e os filhos retiram a subsistência familiar.

Assim, para a configuração do regime de economia familiar é exigência inexorável que o labor rurícola seja indispensável àsubsistência do trabalhador e que seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização deempregados permanentes (art. 11, VII, § 1º da Lei 8.213/1991), circunstâncias que verifico presentes no caso concreto.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,nos moldes do art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles Gomes

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Juiz Federal Relator

20 - 0000104-24.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000104-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA(ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PRESENÇA DE PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 105/110, que julgou procedente opedido inicial, condenando a autarquia previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega aautarquia, em suas razões recursais, que a recorrida, Maria das Graças Ferreira, não apresentou prova material capaz deatestar o labor rural, em regime de economia familiar, durante o período de carência exigido em lei. Aduz, ainda, que omontante patrimonial do casal, com fazendas de extensas áreas, descaracteriza a qualidade de segurada especial. Foramapresentadas contrarrazões pela parte autora, pugnando pela manutenção da sentença.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a recorrida exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Nesse sentido, os seguintes documentos: certidão de casamento, realizado em12/02/1971, em que consta a recorrida como doméstica e seu ex-marido, como lavrador (fl. 17); fichas de matrícula dosfilhos, datados de 1994 (fl. 22), 1998 (fl. 24) e 2000 (fl. 25), no qual consta a profissão da autora como lavradora; certidão dedomínio de propriedade imóvel, datado de 20/05/2005, na qual consta sua profissão como produtora rural (fl. 26); váriosrecibos de entrega de declaração e de informação e atualização cadastral do ITR (fls. 25/45); certificado de cadastro deimóvel rural (fls. 46/47); declaração de exercício de atividades rurais expedida pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais,datado de 27/07/2009 (fls. 12/14); formal de partilha (fls. 51/62) e declarações de particulares confirmando a atividade ruralexercida pela parte autora (fls. 53/54 e 67/68).4. Em audiência, a recorrida prestou depoimento pessoal, alegando que mora na área urbana de Ponto Belo há 33 anos econvive maritalmente com Lauriano Gomes Batista há 21 anos, sendo que ele tem 84 anos de idade, é aposentado erecebe um salário mínimo/mês. Afirma que trabalha em terra própria, de dois alqueires, recebida de herança há uns 20anos, para a qual se dirige diariamente, visto que a propriedade fica apenas a 02 km de sua casa. Aduz, ainda, que trabalhacom o auxílio de uma filha e de um neto, e que não possui empregado nem meeiro. Afirma que trabalha na terra há 33anos.5. As testemunhas alegaram conhecer a recorrida há anos, confirmando o depoimento autoral. Uma das testemunhasmencionou que o atual companheiro da parte autora possui uma propriedade de 30 alqueires, porém, a recorrida trabalhaapenas em sua propriedade de 02 alqueires.6. No Município de Ponto Belo, onde se situam os imóveis rurais, o módulo fiscal corresponde a 60 ha, conforme InstruçãoNormativa nº 27, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. A propriedade da recorrida possui 15,5ha e as propriedades de seu companheiro totalizam 143,1 ha. Assim, as propriedades rurais, somadas, possuem 2,63módulos fiscais, classificando-se como “pequena propriedade”.7. Quanto à alegação do recorrente de que o companheiro da autora é aposentado como empresário, verifica-se que o valordo benefício é de apenas um salário mínimo, o que indica que, apesar da qualificação recebida, o padrão de vida da famíliaé compatível com proprietários rurais que vivem de uma agricultura de subsistência.8. Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVADOCUMENTAL CORROBORADA PELA PROVA TESTEMUNHAL. BENEFÍCIO DEVIDO. I – A autora completou 55 anosem 18/03/2000 (fl. 08), o que satisfaz o requisito inicial que é a comprovação da idade mínima, conforme o estabelecido noart. 48, § 1º da Lei 8.213/91, devendo comprovar o exercício da atividade rural por 114 meses, conforme tabela do art. 142,da Lei nº 8.213/91, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, quefoi em 14/08/2000 (fl. 37). II – Compulsando os autos, verifica-se que a autora apresentou os seguintes documentos:carteira do Sindicato Rural de Barra de São Francisco/ES, com sua data de matrícula em 13/11/1968 (fl. 08); certidão decasamento, contraído em 07/06/1975, onde consta a profissão do marido como lavrador (fls. 10 e 40); declarações deexercício de atividade rural, emitidas pelo referido Sindicato, em 07/08/2000 (fls. 60/61) e 02/08/2004 (fl. 12); escritura decompra e venda de imóvel rural, onde figura o marido da autora como comprador, datada de 25/11/1959 (fls. 13/17 e41/45); certificados de cadastro de imóvel rural (Sítio Pedregulho, localizado em Córrego Sapucaia, Barra de São Francisco)referentes aos anos de 1998 a 2002 (fls. 18/19 e 46), em nome do marido da autora; comprovantes de pagamento do ITR,dos anos de 1975 a 1978, 1981, 1983, 1985 a 1987, 1991, 1993 a 1995, referente, inicialmente, aos imóveis Sítio Papagaioe Sítio Pedregulho (fl. 47/50), e posteriormente Sítio Pedregulho (fls. 51/55), verificando-se que houve uma unificação dosimóveis no cadastro do INCRA, ao confrontar-se o código do imóvel e as suas áreas totais; entrevista da autora perante oINSS, em 15/09/2000, onde a mesma declarou possuir 2 propriedades rurais, havendo contratação de diaristas (fl. 59). III –Por sua vez, os depoimentos das testemunhas são unânimes em afirmar que conhecem a autora há, pelo menos, 30 anose que a mesma sempre trabalhou na roça, contratando companheiros “somente no período da panha de café”, nãoexistindo maquinário agrícola na propriedade, bem como que grande parte da propriedade se constitui de mata (fls. 84/85).IV – A mera classificação do marido da autora como empregador II-B não descaracteriza o regime familiar, fazendo-senecessário o cotejo com os demais elementos dos autos. Precedentes. V – A necessidade de eventual mão–de-obra de

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diarista ou de meeiro, na época da colheita, não descaracteriza o trabalho em regime de economia familiar. O artigo 11,inciso VII e parágrafo 1º, da Lei 8.213/91 permite a utilização do auxílio de terceiros, desde que não se caracterizem comoempregados, cujos serviços são prestados de forma não eventual, pessoal e com subordinação. Precedentes. VI – Dessaforma, ao contrário do que afirma o INSS, os documentos colacionados aos autos constituem, sim, início de prova material,nos termos do que exige a legislação aplicável ao caso, que somados à prova testemunhal produzida, são aptos a

�comprovar o exercício de atividade rural. VII – Agravo interno a que se nega provimento. (AC 200802010059290,Desembargador Federal ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA,27/03/2009)

9. Diante do exposto, verifica-se que foram preenchidos os requisitos para concessão da aposentadoria rural por idade àautora.10. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.11. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

21 - 0000155-09.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000155-0/01) ARILDO PEREIRA (ADVOGADO: NELSON DE MEDEIROSTEIXEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAISRECURSO Nº 2008.50.51.000155-0/01 – TURMA RECURSALRECORRENTE: ARILDO PEREIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Pablo Coelho Charles Gomes

V O T O

Cuida-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão da sentença proferida pelo Juízo a quo quejulgou improcedente a pretensão de conversão de Aposentadoria por tempo de contribuição em Aposentadoria Especial.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que restou devidamente comprovado o exercício de atividade laborativaem condições especiais em razão da exposição a agente nocivo ruído além do limite legal. Alega, ademais, a existência deerro material na sentença recorrida quanto à contagem do tempo de serviço especial, vício não sanado quando da oposiçãodos embargos de declaração. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 196-202. Nestas, a autarquia previdenciáriaalega que há necessidade de comprovação de efetiva exposição aos agentes nocivos através dos formulários oficiais SB-40e DSS-8030 juntamente com laudo técnico.Por certo, até 05/03/1997, data da publicação do Decreto 2.172, que regulamentou a Lei 9.032/95 e a MP 1.523/96(convertida na Lei 9.528/97), a comprovação do tempo de serviço laborado em condições especiais, em virtude daexposição de agentes nocivos à saúde e à integridade física dos segurados, dava-se pelo simples enquadramento daatividade exercida no rol dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 e, posteriormente, do Decreto 611/92. A partir da referidadata, passou a ser necessária a demonstração, mediante laudo técnico, da efetiva exposição do trabalhador a tais agentesnocivos.A controvérsia nos autos cinge-se à comprovação de exposição a agentes nocivos no período compreendido entre05.03.1997 e 18.08.1999

para fins concessão de aposentadoria especial.O recorrido, para comprovar que exerceu atividade em condições especiais, apresentou formulário DIRBEN-8030 e laudotécnico acostados às fls. 27 e 37-102 que revelam o exercício de atividade laborativa na condição de Soldador no períodode 07/02/1994 a 18/08/1999, lapso temporal em que trabalhou exposto ao agente nocivo ruído ao nível de 84 dB a 102 dB.O formulário DIRBEN-8030 (fl. 27) indica que o autor esteve exposto, de 07/02/1994 a 18/08/1999, aos agentes nocivosruído (84 a 102 dB), calor e fumos de solda (cromo), de modo habitual e permanente durante toda a jornada de trabalho(resposta ao item 6). No formulário há indicação expressa de que a empresa possui laudo técnico-pericial. Às fls. 37/102consta laudo técnico de condições ambientais de trabalho, elaborado por médico do trabalho em agosto de 2005.Todavia, o juízo a quo, na sentença recorrida, considerou como especial apenas o período compreendido entre07.02.1994 e 04.03.1997, apesar de as condições de trabalho, segundo consta dos documentos colacionados aos autos,terem permanecido inalteradas no período controvertido (05.03.1997 e 18.08.1999).Não obstante a respeitabilidade da sentença recorrida, tenho que não deve prosperar em razão de manifesta contrariedadeà prova constante nos autos que atestam a especialidade nociva do trabalho do recorrente.A jurisprudência pacificou-se no sentido de que o tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é consideradoespecial para fins de conversão nos seguintes níveis, nos termos da Súmula 32 da TNU, verbis:‘O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nos

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seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a contar de 05 de março de 1997, superior a85 decibéis, por força da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003, quando a Administração Públicareconheceu e declarou a nocividade à saúde de tal índice de ruído’. (redação atual da súmula 32 da TNU, alterada cf.noticiado no Diário Oficial de 14/12/2011).O autor esteve submetido a Ruído ao nível de 84 dB a 102 dB, níveis superiores ao permitido pela legislação, consoantelaudo técnico de fls. 84-102 e o formulário de fl. 137, o qual afirma a exposição habitual e permanente ao agente nocivo(campo 6). Com efeito, constatado dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício de atividade sujeita a condiçõesespeciais, conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho, deve ser reconhecido o respectivo tempo deserviço compreendido entre 05.03.1997 e 18.08.1999, que corresponde a 2(dois) anos 5(meses) e 11(onze)dias.Computando o tempo de contribuição em condições especiais já reconhecidos pelo juízo a quo (24 anos, 8 meses e 15dias), o recorrente contava ao tempo do requerimento administrativo com 27 (vinte e sete) anos, 1(um) mês e 26(vinte eseis) dias de tempo de contribuição submetido a condições especiais.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar a Autarquia Previdenciária à conversão daaposentadoria por tempo de contribuição em aposentadoria especial em favor do recorrente no prazo de 30 (trinta) dias daintimação deste julgado. São devidos atrasados a contar de 12.02.2007, data do requerimento administrativo (fl. 36). Sobreas prestações vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir dacitação. Desta data em diante, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta depoupança (art. 5º da Lei 11.960/2009).Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº 9.099/95.

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – RECONHECIMENTO DE TEMPO DESERVIÇO COMO ESPECIAL - CONVERSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO EMAPOSENTADORIA ESPECIAL – EXPOSIÇÃO AO AGENTE NOCIVO RUÍDO – RECURSO PROVIDO - SENTENÇAREFORMADA.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO,reformando-se a sentença, na forma do voto/ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

22 - 0001743-51.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001743-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x MANOEL DUQUE DE AZEREDO (ADVOGADO: Valber CruzCereza.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – PRESENÇA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA ACONCESSÃO DO BENEFÍCIO –CARÊNCIA CONTADA A PARTIR DO ANO DE COMPLEMENTAÇÃO DA IDADE MÍNIMALEGAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença, de fls. 88/93, que julgou procedente o pedidode aposentadoria por idade do autor. Em suas razões recursais, a autarquia alega que a carência a ser cumprida é aquelado ano em que todas as condições para concessão foram cumpridas, ou seja, não se deve verificar somente opreenchimento da idade, mas também deve ser analisado se houve o número de contribuições mínimas recolhidas. Afirma,assim, que a autora fez o requerimento em 2005, devendo comprovar 144 meses de carência, tempo que ainda não teriasido preenchido. Por tais razões, pugna pela reforma da sentença. O recorrido apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. A concessão do benefício de aposentadoria por idade pressupõe o preenchimento de certos requisitos, senão os quais: ocumprimento do período de carência necessário, exigido na própria Lei n° 8.213/91 e, ainda, que o segu rado tenha 65 anosde idade se for do sexo masculino e 60, se do sexo feminino.3. Nas argüições recursais, o INSS requer a aplicação do ano em que a parte autora preencheu todas as condições para aconcessão da aposentadoria por idade, e não o ano em que completou apenas a idade mínima legal para o recebimento dobenefício. Entretanto, não é esse o entendimento. Nesse sentido:

“PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. LABOR RURAL. CONTAGEM DO TEMPO DECARÊNCIA QUANDO DO IMPLEMENTO DO REQUISITO ETÁRIO. INCIDÊNCIA DA TABELA PROGRESSIVA DO ART.142, DA LEI PREVIDENCIÁRIA. CONHECIMENTO E DESPROVIMENTO DO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO,FORMULADO PELA AUTARQUIA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO A PARTIR DA INTERPRETAÇÃO DA REGRA LEGAL EDA PROVA SUFICIENTEMENTE PRODUZIDA NOS AUTOS. Pedido de uniformização de interpretação de lei federal,

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interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, com esteio no art. 14, da Lei nº 10.259/2.001. Autosconcernentes ao pedido de concessão de aposentadoria por idade. Sentença de procedência do pedido, lastreada nasuficiência de contribuições quando da apresentação do requerimento administrativo. Análise do período de carênciacumprido pela parte autora em dois momentos distintos: a) ocasião em que completou a idade necessária para aconcessão do benfício e; b) momento em que efetuou o requerimento administrativo. Uniformização do tema referente àpossibilidade de concessão de benefício de aposentadoria por idade no momento em que o segurado completar o requisitoetário. Produção de prova nos autos hábil a demonstrar o direito do segurado. Conhecimento e desprovimento do incidentede uniformização de jurisprudência. Reconhecimento do direito ao benefício de aposentadoria por idade com termo inicialna data em que a segurada requereu o benefício. (PEDIDO 200936007024724, JUÍZA FEDERAL VANESSA VIEIRA DEMELLO, 08/04/2011)”

“PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO COM BASE NAS ALÍNEAS A E C DOART. 105, III DA CF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. RECURSO CONHECIDO SOMENTE PELAALÍNEA A DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. APOSENTADORIA RURAL. REQUISITOS ETÁRIO E CUMPRIMENTODA CARÊNCIA. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO SIMULTÂNEA. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADAQUANDO DO IMPLEMENTO DA IDADE. 1. A recorrente não logrou comprovar o dissídio jurisprudencial nos moldesexigidos pelos arts. 541, parágr. único do CPC e 255 do RISTJ, uma vez que não realizou o necessário cotejo analíticoentre o acórdão recorrido e os paradigmas, a fim de demonstrar a similitude fática e jurídica entre eles. 2. A Lei 8.213/91,que regula os Benefícios da Previdência Social, dispõe em seu art. 143 que será devida aposentadoria por idade aotrabalhador rural que completar 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, além de comprovar oexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, em número de meses idêntico à carência. 3. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, o trabalhourbano exercido pelo cônjuge não descaracteriza a condição de segurada especial da autora, desde que não seja suficientepara a manutenção do núcleo familiar. 4. Além disso, restando comprovado o trabalho da autora na agricultura pelo períodode carência, não perde o direito à aposentadoria se quando do implemento da idade já havia perdido a condição de

�segurada. 5. Recurso Especial conhecido somente pela alínea a do art. 105, III da CF e, nessa extensão, provido. (RESP200701667204, NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ - QUINTA TURMA, 07/02/2008)”

4. Do mesmo modo, o Enunciando 14 da Turma Recursal do Espírito Santo define que “para concessão de aposentadoriapor idade, não é necessário que os requisitos legais sejam preenchidos simultaneamente. É irrelevante que, quando doalcance da idade, já tenha o segurado perdido essa qualidade” (DIO - Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59). Dessaforma, para fins do cômputo da carência, deve ser considerado o ano em que a parte autora completou o requisito etário.5. Verifica-se que o recorrido nasceu em 15/06/1938 (fl. 11), portanto, completou 65 anos em 15/06/2003. Requereu obenefício previdenciário em 28/12/2005 (fl. 70). Como ingressou na Previdência Social até 24 de julho de 1991, faz jus àaplicação da tabela progressiva do art. 142 da Lei 8.213/91. De acordo com o artigo citado, a carência necessária é de 132contribuições, ou seja, 11 anos.6. Somados todos os vínculos empregatícios constantes nas CTPS e em recolhimentos individuais (fls. 18/60), verificou-seum total de 12(doze) anos e 02 meses de tempo de contribuição, ou seja, superior à carência exigida pelo art. 142 da Lei nº.8.213/91, como podemos depreender da tabela que segue:

NºCOMUM

Data InicialData FinalTotal DiasAnosMesesDias

115/9/197321/6/1974277-97

22/12/197527/10/1976326-10

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31/7/199530/10/199648014-

41/11/199627/12/20053.2979127

Total4.3801220

7. Portanto, ante os elementos de prova acima especificados, resta comprovado o cumprimento da carência e idade, naforma da Lei n° 8.213/91, fazendo jus à concessão d o beneficio de aposentadoria por idade.8. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

23 - 0000843-65.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000843-7/02) NAGILA MOROSINI CERUTI (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 0000843-65.2008.4.02.5052/02EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEMBARGADO: NAGILA MOROSINI CERUTIRELATOR: JUIZ FEDERAL PABLO COELHO CHARLES GOMES

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃOCONTINUADA. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MERO INCONFORMISMO.AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EMBARGOS REJEITADOS. ACÓRDÃO MANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos em face do acórdão proferido pela Turma Recursal às fls. 124/126, porintermédio dos quais o embargante aponta suposta omissão no julgado. A omissão aventada consistiria na ausência demanifestação do acórdão sobre o art. 55 da Lei nº 9.099/95, o qual dispõe expressamente que, em segundo grau, somenteo recorrente vencido pagará honorários advocatícios.

Consabido é que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada como meio de veiculação de mero inconformismoda parte diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.

No caso sob apreço, infere-se, com clareza, que a embargante pretende, unicamente, a rediscussão do capítulo da decisãoque condenou o INSS a pagar honorários advocatícios em favor do advogado da recorrente. Inexiste omissão no julgado,na medida em que a condenação deveu-se às peculiaridades do caso concreto e à ampla participação do advogado nacausa, inclusive na sessão de julgamento da Turma Recursal. Assim, vê-se que os embargos demonstram, tão somente, oinconformismo do INSS com a referida condenação.

Em suma, o embargante aponta um error in iudicando. Contudo, os embargos de declaração não se prestam para corrigirerror in iudicando, mas tão-somente o error in procedendo. Nesse sentido é a lição de Nelson Nery Jr. ao comentar o artigo

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535 do CPC (Código de Processo Civil comentado e legislação extravagante. 10ª edição. São Paulo: RT, 2007, p. 911).

Omissão não reconhecida. Embargos de declaração rejeitados. Acórdão mantido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

PABLO COELHO CHARLES GOMESJuiz Federal Relator

24 - 0000475-22.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000475-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x MANOEL ALVES MARTINS (ADVOGADO:MARIA REGINA COUTO ULIANA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – RENDA MENSAL INEXISTENTE –INCAPACIDADE EM PERÍODO ANTERIOR COMPROVADA POR LAUDOS PARTICULARES – REQUISITOSPREENCHIDOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, em face da sentença de fls.162/164, que julgou parcialmente procedente o pedido de concessão do benefício de prestação continuada, desde a datado indeferimento administrativo (04/01/2006) até a data da concessão administrativa (27/06/2007). Alega o recorrente quenão ficou demonstrada a existência de incapacidade total e permanente da parte autora no período de 04/01/2006 a27/06/2007, requerendo, portanto, a reforma da sentença.2. De acordo com o art. 20 da Lei nº 8.742/93, o benefício de prestação continuada é devido ao incapaz para a vidaindependente e para o trabalho que comprove não possuir condições de prover sua subsistência e que possua rendafamiliar per capita inferior a ¼ do salário-mínimo.3. De acordo com o processo administrativo juntado aos autos, o autor possui 52 anos de idade, é solteiro, não possuifilhos, reside sozinho, não exerce atividade laborativa e não possui renda. Afirma o autor que sobrevive através da ajuda dacomunidade onde vive e do irmão, preenchendo, assim, o requisito da renda mensal per capita menor que ¼ dosalário-mínimo, eis que a renda do grupo familiar é nula.4. Com relação à análise da existência de incapacidade, cabe destacar que este juízo não está adstrito às conclusões daperícia médica judicial realizada em 30/11/2011 (fls. 190/191), pois o que está sendo discutido não é a incapacidade atualdo recorrido, até mesmo porque ele está recebendo o benefício de prestação continuada, mas, sim, a incapacidadepretérita.5. Nesse sentido, há laudos médicos trazidos pela parte autora: 03/05/2006, atesta que o autor é hipertenso moderado eteve hanseníase que gerou sequelas, acarretando dificuldade de deambular, dormência em ambas as pernas e diminuiçãoda sensibilidade das mãos, havendo incapacidade para o trabalho (fl. 113); 21/06/2006, atesta a incapacidade do autor,decorrente de neuropatia periférica (sequela) de difícil controle clínico (fl. 114); 01/06/2007, atesta incapacidade laborativado autor, decorrente de espondiloartrose e lombalgia (fl. 116).6. O Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outros elementosou fatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suas decisões.7. Considera-se, então, que o autor, no período de 04/01/2006 a 27/06/2007, encontrava-se incapaz de exercer suasatividades habituais, por todos os argumentos acima expostos e, por isso, deve receber o benefício de prestaçãocontinuada durante o período em questão.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

25 - 0000486-90.2005.4.02.5052/01 (2005.50.52.000486-8/01) MARIA FERREIRA GOULART DE OLIVEIRA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS .).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado, interposto por MARIA FERREIRA GOULART DE OLIVEIRA, em face da sentença de fls.50/53, que julgou improcedente o seu pedido de restabelecimento do benefício de prestação continuada previsto no art. 20da Lei nº 8.742/1993, concedido em 1996 e suspenso em 29/02/2004, tendo em vista que permanece inalterada a situaçãode quando deferido inicialmente. A sentença julgou improcedente o pedido, considerando que não há incapacidade daautora para realizar atividade laborativa, conforme laudo pericial. A recorrente pede a reforma da sentença ou a suaanulação, com determinação para que o INSS traga aos autos antecedentes médicos de que dispõe, possibilitandoobservar se os motivos que ensejaram a concessão do benefício ainda persistem, bem como a realização de perícia pormédico psiquiatra. Pelo acórdão de fl. 73, esta Turma Recursal converteu o feito em diligência para realização de novaperícia por médico psiquiatra, constando o respectivo laudo às fls. 86/87.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou do idoso, a família cuja renda mensalper capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. O laudo médico judicial (fls. 86/87) concluiu que a recorrente, atualmente com 57 anos de idade, é portadora detranstorno de ansiedade e que não há incapacidade para o trabalho. O laudo deixa claro que a autora pode eventualmenteter incapacidade momentânea para o trabalho, caso haja uma agudização do problema, o que não acontecia no momentoda perícia.4. Destaco que o relatório médico do psiquiatra que acompanha a autora, trazido aos autos pela ela própria (fls. 80 e 82),atesta que ela tem estado nas consultas, desde 12/01/2009, “habitualmente lúcida, orientada, cooperativa, comunicativa,com pensamento fluente, coerente e de conteúdo normal; apresente as mesmas queixas porém sem a devidacorrespondente alteração do estado mental durante as consultas”. O relatório conclui que a autora “mantém o mesmoestado mental isento de psicopatologia relevante”.5. Desta forma, não lhe é devido o benefício pleiteado, por não estar preenchido um dos requisitos necessários à suaconcessão. Assim, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença recorrida.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

26 - 0000086-03.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000086-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x DELIZETE MENDONÇA MARTINS (ADVOGADO: BEATRICEEKARLA LOPES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO DOESTATUTO DO IDOSO – APLICAÇÃO ANALÓGICA – REQUISITOS PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença (fls. 64/67) que julgou procedente o pedidoinicial, condenando a autarquia à concessão do benefício assistencial de prestação continuada à autora. Alega o INSS, emsuas razões recursais, que a parte autora não preenche os requisitos legais para a concessão do benefício, tendo em vistaque a renda familiar per capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Ademais, alega que não é cabível a aplicaçãoanalógica do art. 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso. Assim, requer a reforma da sentença. A parte autora apresentoucontrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.

2. Os requisitos do benefício pleiteado encontram-se no art. 20 da Lei nº 8.742/93, a qual prevê que o benefício seráconcedido à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que não possuam meios de prover o próprio sustento. A condiçãode idosa da parte autora é fato incontroverso nos autos (fl. 19).

3. O art. 34 do Estatuto do Idoso, em seu parágrafo único, determinou que o benefício assistencial concedido a qualquermembro da família não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita. Com efeito, deve seradotada uma interpretação sistemática do apontado art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso possibilitando adesconsideração de benefícios previdenciários, e não apenas os benefícios assistenciais percebidos por outros membrosda família do interessado, para fins de cálculo da renda per capita.

5. O Enunciado nº 46 da Turma Recursal do Espírito Santo aduz que “A renda mensal de aposentadoria em valorequivalente a um salário mínimo concedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito deapuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS.Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003”.

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6. Mediante documentação apresentada nos autos, constata-se que o marido da autora recebe a título de aposentadoria ovalor de um salário mínimo, o qual constitui a única fonte de renda da família.

7. De acordo com o relatório social (fls. 46/52), verifica-se que o núcleo familiar é composto pela autora (67 anos de idade)e por seu marido (70 anos de idade), sendo que ambos residem em uma casa de alvenaria. A única fonte de renda dafamília é proveniente da aposentadoria do marido da autora, no valor de um salário mínimo, que visa suprir asnecessidades básicas. Além disso, de acordo com o relatório social, a autora não possui condições de exercer atividadeslaborais, devido à idade elevada, e por ser portadora de diversas doenças.

8. Portanto, o art. 34 do Estatuto do Idoso deve ser aplicado analogicamente. Com isso, deve ser desconsiderada aaposentadoria percebida pelo marido da autora no cálculo da renda per capita. Resta, por conseguinte, preenchido orequisito objetivo para a concessão do benefício de amparo assistencial.

9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

10. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

27 - 0001207-06.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001207-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x LUCAS SILVA (ADVOGADO: ADELIA DE SOUZAFERNANDES.).Processo nº. 0001207-06.2009.4.02.5051/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : LUCAS SILVARelator: Juiz Federal PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS - REQUISITOS PREENCHIDOS –VALOR QUE SOBEJA A RENDA PER CAPITA É IRRISÓRIO E NÃO TEM O CONDÃO DE DESCARACTERIZAR ODEVER ASSISTENCIAL DO ESTADO - SENTENÇA MANTIDA.

Cuida-se de recurso inominado interposto pelo INSS em virtude da sentença que julgou procedente o pedido de concessãodo benefício assistencial previsto na Lei n. 8.742/93 (LOAS). Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a parteautora (deficiente) não preenche os requisitos legais para a concessão do benefício, tendo em vista a renda per capita sersuperior a ¼ do salário mínimo. Requer, ainda, a nulidade da sentença, uma vez que lhe foi negado o direito demanifestar-se sobre o estudo social de fls. 129-132. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, paraque seja declarada a nulidade da sentença. Alternativamente, requer seja reformada a sentença, julgando-se improcedenteo pedido deduzido na inicial. Eventualmente, requer a modificação da data inicial da concessão do benefício. Ascontrarrazões encontram-se nas fls. 174-177.

Nos moldes do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios deprover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo, considera-seportadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesma forma,considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso, a família cuja renda mensal per capitaseja inferior a ¼ do salário mínimo.

O INSS requereu a anulação da sentença. Não obstante, o mero fato de ao INSS não ter sido facultada vista do examesocial, antes da prolação da sentença, não alteraria o resultado da mesma (procedência do pedido) em face das provascarreadas aos autos. Do mesmo modo, não houve cerceamento de defesa que tenha acarretado efetivo prejuízo pelo fatode não ter sido deferido o pedido de juntada aos autos de cópia da CTPS do genitor do autor (fl. 154). Com efeito, constacópia do contrato de trabalho do genitor do autor na fl. 12 e demonstrativo de pagamento de salário expedido pelo seuempregador às fls. 13/14. Tal contexto indica que provimento do recurso para fins de anulação da sentença iria de encontroaos critérios da celeridade e economia processual, previstos no artigo 2º da Lei 9.099/95.

A condição de incapacidade do recorrido é fato incontroverso nos autos. Quanto ao requisito atinente à miserabilidade, oEstudo Social (fls. 129-134) atesta que o grupo familiar é composto por cinco pessoas (mãe, 36 anos; pai, 41 anos; duasirmãs, 08 e 14 anos e recorrido, 12 anos). A família mora em casa cedida no terreno pertencente ao avô materno dorecorrido na Zona Rural (Garrafão). O imóvel está em condições precárias de higiene e limpeza, em precário estado deconservação necessitando de reparos na estrutura física.

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Assim, considerando o montante da renda auferida pela família (R$ 668,49) e sendo o grupo familiar constituído por cincopessoas, objetivamente não foi preenchido o requisito de renda inferior ao limite de ¼ do salário mínimo.

Contudo, à luz do princípio da dignidade da pessoa humana (CF, inc. III do art. 1º), tenho que o irrisório valor de R$ 17,45(dezessete reais e quarenta e cinco centavos), que sobeja a renda per capita, não tem o condão de descaracterizar o deverassistencial do Estado.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Mantenho a data de início do benefício desde a data decessação (06.03.2007), vez que encontro nos autos elementos de prova que comprovam a condição de miserabilidade.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

28 - 0000465-75.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000465-5/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: FREDERICOLYRA CHAGAS.) x JOILTON RODRIGUES PAIXAO (ADVOGADO: JAILSON BATISTA DA SILVA.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. DANO MORAL. TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA E DAATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. SÚMULAS 54 E 362 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO DA CAIXAPARCIALMENTE PROVIDO.1. A sentença julgou o pedido procedente em parte, condenando a Caixa Econômica Federal (CAIXA) a pagar, atítulo de danos morais, dois mil reais ao autor. A CAIXA interpôs recurso inominado, alegando que a correção monetáriasomente poderia incidir desde a data de seu arbitramento, nos termos da súmula 362 do STJ; também afirmou que os jurosde mora somente podem incidir a partir de seu arbitramento, ou seja, ambos teriam de incidir somente a partir da dataprolação da sentença, e não a partir da data da citação. Intimado, o autor apresentou contrarrazões.2. Atualização monetária.2.1. A sentença estipulou atualização monetária desde a data da negativação indevida, ou seja, desde a data do fatoilícito (fl. 58). Assiste razão à CAIXA, ora recorrente, ao impugnar a sentença, afirmando que a mesma discrepa dajurisprudência consolidada no STJ. Com efeito, a súmula 362 do STJ dispõe que a correção monetária do valor daindenização do dano moral incide desde a data do arbitramento. Tal entendimento é encampado pela TurmaNacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU), como se depreende do seguinte julgado:PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CORREÇÃOMONETÁRIA. TERMO INICIAL. DATA DO ARBITRAMENTO. 1. Acórdão que reformou a sentença para condenar a CEF aopagamento de indenização por danos morais, corrigida monetariamente desde a data do evento danoso. 2. É assente oentendimento de que, em se tratando de indenização por danos morais, a correção monetária incide a partir da decisão quefixou o valor do dano moral, nos termos da Súmula 362 do STJ ("A correção monetária do valor da indenização do danomoral incide desde a data do arbitramento"). 3. Incidente conhecido e provido. (T.N.U. – Processo PEDIDO200450500052324 - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. Relator(a) JUIZ FEDERALPAULO RICARDO ARENA FILHO Fonte DOU 22/07/2011 SEÇÃO 1)2.2. Nesse pormenor, o recurso deve ser provido.3. Juros moratórios.3.1. Quanto aos juros de mora, a sentença os fixou desde a citação. A CAIXA afirma que os juros de mora tambémdeveriam incidir a partir de seu arbitramento, ou seja, da data da prolação da sentença. Neste ponto, não assiste razão àCAIXA. O STJ pacificou o entendimento de que, em se tratando de responsabilidade extracontratual, a mora ocorredesde o fato ilícito. Tal entendimento cristalizou-se na súmula 54 daquela Corte, cujo enunciado é o seguinte: “os jurosmoratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.” Tal entendimento éencampado pela TNU, como se depreende do seguinte julgado:EMENTA PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. DANOMORAL. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. DATA DO EVENTO DANOSO. 1. É assente o entendimento de que, em setratando de indenização por danos morais, decorrente de responsabilidade civil extracontratual, os juros de mora incidem apartir do evento danoso, nos termos da Súmula 54 do STJ ("os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em casode responsabilidade extracontratual "). 2. Não incidência da Súmula 362 do STJ. 3. Incidente conhecido e provido, com adeterminação de devolução dos recursos com mesmo objeto às Turmas de origem a fim de que, nos termos do art. 15, §§1º e 3º, do RI/TNU, mantenham ou promovam a adequação da decisão recorrida. (T.N.U. – Processo PEDIDO

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200432007117063 - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. Relator(a) JUIZ FEDERALPAULO RICARDO ARENA FILHO. Fonte DOU 14/10/2011).3.2. Caberia inclusive a reforma da sentença neste pormenor em favor do autor, a fim de que o termo inicial dafluência dos juros retrocedesse à data do ilícito. Contudo, visto que o autor não recorreu, a sentença deve ser mantida nestepormenor.4. Recurso da CAIXA parcialmente provido, a fim de que a atualização monetária tenha termo inicial na data daprolação da sentença, nos termos da súmula 362 do STJ. No mais, resta a sentença mantida.5. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que orecorrente é vencido, na forma do art. 55 da Lei n.º 9.099/95 combinado com o art. 1º da Lei n.º 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dosJuizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTOAO RECURSO, na forma do voto/ementa constante dos autos que faz parte integrante do julgado.

Juiz Federal Pablo Coelho Charles Gomes

29 - 0006736-43.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006736-9/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: FREDERICOLYRA CHAGAS.) x PAULO CEZAR FONTINELLI (ADVOGADO: ANA CAROLINA LEONEL DA SILVA, FELIPE OSORIODOS SANTOS.).V O T O

Trata-se de recurso inominado, interposto pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, em face da sentença de fls. 162/165, quejulgou procedente o pedido inicial, condenando a ré a extinguir qualquer débito existente em face do contrato de chequeespecial tratado nos presentes autos, assim como a indenizar o autor no valor de R$ 30.600,00 (trinta mil e seiscentosreais), a título de danos morais. Alega a recorrente, preliminarmente, a nulidade da sentença em virtude do cerceamento dedefesa. Afirma que o Juízo a quo equivocou-se ao revogar a audiência de instrução e julgamento, visto que esta seriaessencial para esclarecer a situação ocorrida. No mérito, aduz: 1) que as provas por ela produzidas não foramreconhecidas; 2) que inexiste prova das alegações autorais; 3) que existe negativação do autor por terceiros; 4) que a culpafoi exclusiva do autor; 5) que houve utilização de descumprimento de ordem judicial como fundamento para quantificar acondenação; 6) que o quantum indenizatório não se justifica diante do fato ocorrido. Requer, assim, a anulação ou reformada sentença. Por fim, pede a revisão do valor da condenação. O recorrido apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.

Conforme se depreende dos autos, o recorrido PAULO CEZAR FONTINELLI teve seu nome inscrito no SERASA em virtudede dívida de cheque especial contraída com a recorrente. O contrato foi firmado em 18/08/2006. Como o recorrido utilizou olimite de crédito disponibilizado pela Caixa além do valor contratado (excesso ocorrido em virtude das cobranças de tarifasde manutenção e débito de juros e IOF), e não realizou crédito na conta corrente para cobrir tal obrigação, seu nome foinegativado junto à SERASA. Porém, o autor não foi notificado previamente da inclusão de seu nome no rol deinadimplentes, vindo a descobrir referida inclusão apenas ao tentar adquirir um cartão de crédito em loja comercial.

É o relatório do necessário. Passo a votar.

O assunto discutido nos presentes autos é um típico caso de responsabilidade civil objetiva, onde se reconhece aresponsabilidade objetiva do fornecedor do produto ou serviço por danos causados ao consumidor. A responsabilidade civilobjetiva encontra-se pautada nos artigos 187 e 927 do Código Civil, tendo como elementos a conduta do agente, o eventodanoso e o nexo de causalidade.

Preliminarmente, rejeito o pedido de anulação da sentença. Tal pedido foi embasado no cerceamento de defesa. O queocorreu foi a revogação da audiência de instrução e julgamento pelo fato de o magistrado entender que a matéria eraexclusivamente de direito, dispensando, assim, a oitiva das testemunhas e os depoimentos pessoais. Comungo doentendimento esposado pelo Juízo a quo. A matéria tratada nos autos prescinde de audiência de instrução e julgamento. Aspartes tiveram a oportunidade de juntar todos os documentos necessários ao julgamento da causa na peça inicial e nacontestação, não havendo que se falar em cerceamento de defesa.

A inclusão do nome do autor na SERASA é incontroversa. Resta a dúvida no que tange à prévia notificação do autor arespeito de sua inclusão no banco de dados. Conforme preceitua o art. 43, § 2º do Código de Defesa do Consumidor, oregistro de dados deve ser comunicado por escrito ao consumidor, quando não solicitado por ele. Esse dever é doarquivista e não da Caixa Econômica Federal. Sendo a dívida existente, o seu registro não é indevido. O que foi indevida foia ausência de notificação do recorrido, função atribuída, nesse caso, à SERASA. Nesse sentido, recente precedente doSuperior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. RESPONSABILIDADE.1.- Conforme a jurisprudência desta Corte, a comunicação ao consumidor sobre a inscrição de seu nome nos registros deproteção ao crédito (CDC, art. 42, § 3º) constitui obrigação do órgão responsável pela manutenção do cadastro e não do

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credor, que apenas informa a existência da dívida.2.- Agravo Regimental improvido.(AgRg no AREsp 187.541/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 29/08/2012).

Assim, como a dívida realmente existia e não pode ser imputada à CEF a notificação da inclusão do nome do consumidornos cadastros de proteção ao crédito, entendo que a primeira inclusão, ocorrida em 26/04/2008 (fl. 147) foi lícita, ao menospor parte da empresa pública, visto que o autor só regularizou sua situação em 17/07/2008 (fl. 25).

Passo a analisar os posteriores lançamentos imputados à CEF. Em 17/07/2008, o recorrido compareceu aoestabelecimento bancário a fim de regularizar sua situação. Para tanto, a gerente de relacionamento propôs quitação docrédito em atraso por R$ 1.169,64, valor integralmente pago pelo recorrido. Dias depois, a empresa pública, verificando odesconto concedido, concluiu que este foi excessivo e que não poderia ter sido concedido. Em virtude disso, desfezunilateralmente o acordo realizado, convocou o autor ao estabelecimento a fim de renegociar a dívida e requereu a inclusãodo nome do mesmo no cadastro de inadimplentes. Aqui surge o ato ilícito cometido pela CEF. Se havia feito um acordo como autor e este cumpriu a sua parte, não poderia, dias depois, alegar que havia cometido um erro e que o desconto haviasido indevido e, além disso, negativá-lo. Nesse momento, por ser a inscrição indevida cabível a indenização por danosmorais.

O Juízo a quo, ao conceder antecipação de tutela para retirada do nome do autor do cadastro de inadimplentes, em18/12/2008, determinou que a exclusão ocorresse no prazo de 05 (cinco) dias úteis, sob pena de multa a ser fixadaposteriormente pelo Juízo. Apesar de inicialmente a empresa pública ter requerido a exclusão do nome do autor daSERASA, em momento posterior voltou a incluir, causando-lhe novos dissabores. Diante disso, em 21/08/2009, o Juízo aquo determinou valores a serem impostos ao réu a título de multa diária, porém, o fez retroativamente. Fixou multa diária deR$ 300,00 a partir da inscrição verificada em 26/02/2009 e multa de R$ 500,00 a partir da inscrição verificada em17/07/2009. Ao prolatar sentença, o magistrado assim o decidiu:

Em face da dificuldade do cálculo da referida multa, diante das reiteradas reinserções do nome do autor nos cadastros deproteção ao crédito, em datas distintas, além da discussão acerca das questões atinentes à fixação de multa retroativa,entendo prudente cancelar a multa diária estabelecida às fls. 148, na forma do art. 461, § 6º, do CPC. Todavia, ressalto quemantenho a consideração da razão geradora da imputação da multa, qual seja, o descumprimento reiterado do comandojudicial, para o momento da fixação dos valores devidos a título de dano moral.

O Juízo a quo fixou o quantum indenizatório levando em consideração o descumprimento reiterado da ré em excluir o nomedo autor do cadastro de inadimplentes, substituindo a multa diária por uma agravante da condenação por danos morais.Porém, a natureza jurídica dos dois institutos (astreintes e indenização por danos morais) é diverso, não tendo como havercompensação entre eles. Além do que, cabe ressaltar que a fixação retroativa de astreintes é incabível, visto que o valor damulta deve ser dimensionado para que o devedor seja estimulado a cumprir a obrigação imposta. Seria diferente se o valorda multa fosse insuficiente ou excessivo, cabendo ao juiz rever o seu valor para adequá-la ao caso concreto. Mas, nopresente caso, o juiz determinou a imposição de multa diária e não fixou seu valor, fixando-o apenas posteriormente, comefeitos retroativos.

Dessa forma, entendo que a condenação em 60 salários mínimos (fixada nesse valor para compensar a não-imposição damulta diária) é excessiva e equivocada, visto que envolveu dois institutos diversos sob a mesma denominação. Como nãohouve impugnação do autor à decisão que fixou multa diária e não estipulou valor para o caso de não-cumprimento,preclusa está a discussão de tal parâmetro.

Por fim, entendo que o quantum indenizatório deve ser reduzido. Conforme demonstrado nos autos (fl. 147) a inclusão donome do autor na SERASA, em virtude do débito com a recorrente, ocorreu em 05 momentos (26/04/2008, 17/05/2008,17/08/2008, 14/02/2009 e 13/06/2009). Como o recorrido renegociou a dívida apenas em 17/07/2008, entendo que as trêsúltimas inserções são indevidas e fixo, para cada uma delas, o montante de 05 (cinco) salários mínimos, totalizando, assim,15 (quinze) salários mínimos. Considerando o valor do salário mínimo da data da prolação deste julgado, condeno a CEF apagar ao autor o valor de R$ 9.330,00 (nove mil, trezentos e trinta reais) a título de indenização por danos morais.

Diante de todo o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO DA CEF, a fim de reformarparcialmente a sentença de fls. 162/165, condenando a ré a pagar ao autor o montante de R$ 9.330,00 (nove mil, trezentose trinta reais). Ressalto que o valor fixado nesta oportunidade encontra-se devidamente atualizado, por se tratar de valorlíquido e certo. O termo inicial para juros moratórios e correção monetária deve ser fixado na data da sessão de julgamento.Ademais, a declaração de inexistência de débito do autor para com a instituição bancária, em relação ao contrato discutidonos presentes autos, deve ser mantida tal qual determinada em sentença.

E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – INSCRIÇÕES INDEVIDAS E REITERADAS NASERASA – REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AORECURSO, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

30 - 0000390-76.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000390-2/01) IGNEZ VIEIRA SAITI (ADVOGADO: ALLYSON MARCELLOSANT'ANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO E OMISSÃO NÃO CONFIGURADAS.O acórdão embargado negou provimento ao recurso inominado da autora, mantendo a sentença que julgou improcedente opedido de concessão de aposentadoria rural por idade. A autora opôs embargos de declaração alegando que houveomissão e contradição no acórdão em relação a utilização da exceção prevista a parte final do art. 55, § 3º, da Lei nº8.213/91, devido a ocorrência de motivo de caso fortuito, pois deveria constar a profissão de lavradora na certidão decasamento da autora. Alega que é fato notório, que independe de prova, o costume dos escrivães do interior em nãoespecificarem a profissão das mulheres como lavradoras, mesmo todos sabendo que elas trabalham com a terra. Pede amodificação do acórdão.O acórdão embargado considerou não se verificarem presentes os documentos prestantes ao início de prova, porquanto (i)trata-se de declarações particulares firmadas extemporaneamente aos fatos descritos; (ii) os depoimentos prestados emjuízo não foram contundentes a ponto de afirmar o labor rural da recorrente; (iii) não se aplica ao caso a Súmula 41 do TNU,uma vez que, ainda que o cônjuge tenha trabalhado tanto na roça quanto na cidade, ele faleceu em 1980, não podendo aautora pretender ancorar seu trabalho ao dele para qualificar-se como segurada especial.A contradição que enseja a oposição de embargos declaratórios é aquela verificada entre as disposições contidas noacórdão e não entre o entendimento nelas exposto e o entendimento sustentado pela parte. Não há qualquer contradiçãoentre as disposições contidas no acórdão embargado.Quanto à omissão, o art. 55, § 3º da Lei nº 8.213/91 admite a comprovação do tempo de serviço mediante provaexclusivamente testemunhal, na ocorrência de caso fortuito. Uma vez que o acórdão foi claro ao afirmar que a provatestemunhal produzida em juízo não é apta a comprovar o tempo de serviço, não há falar em omissão quanto ao alegadocaso fortuito.Ressalto, por oportuno, que o alegado “costume dos escrivães do interior” não é fato notório. O que é fato notório é que acertidão de casamento é preenchida mediante a declaração prestada pelos nubentes.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração e nego-lhes provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ENEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

31 - 0000731-96.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000731-7/02) VITOR RAMOS FERNANDES DA SILVA (ADVOGADO:EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONELENGRUBER DARROZ ROSSONI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO – INCONFORMISMO – INOVAÇÃO RECURSAL –EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos por VITOR RAMOS FERNANDES DA SILVA, em face do acórdão de fls.174/175 que negou provimento ao recurso inominado por ele interposto. Alega o embargante que houve omissão nadecisão colegiada. Argui, a seu favor: 1) que a prova testemunhal não foi adequadamente valorada; 2) que sua esposa ésegurada especial e que essa qualidade se estende para ele; 3) que o Colegiado não analisou a concessão deaposentadoria por idade englobando atividades urbanas e rurais, nos termos da Lei nº 11.718/2008. Requer, assim,modificação do julgado.

Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações da embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.

A decisão colegiada foi devidamente fundamentada. Não houve qualquer omissão digna de oposição de embargos dedeclaração. O que ocorreu é que a Turma não acatou a tese do autor. Frise-se que o julgamento não é um questionamentodirigido ao julgador, de tal modo que este tenha que responder um a um todos os argumentos das partes. Na verdade, osfundamentos utilizados foram aqueles considerados mais fidedignos pelos julgadores.

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Quanto ao pedido de aposentadoria por idade nos termos da Lei nº 11.718/2008, não houve pedido exordial nesse sentido,configurando, assim, inovação recursal.

Na verdade, busca o embargante rediscutir, na via dos embargos de declaração, a matéria já apreciada em sede de recursoinominado. O que se tem na hipótese é o uso dos embargos declaratórios com fins meramente protelatórios, poisdestituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.Embargos conhecidos e improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E, NO MÉRITO, NEGAR-LHESPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

32 - 0000186-47.2006.4.02.5003/01 (2006.50.03.000186-7/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ALEXANDRE PERON.) xJOSE DIAS DO NASCIMENTO (ADVOGADO: NILSON BERNARDES DA COSTA, JOSE RIBAMAR MATOS AMARAL.).Processo nº. 2006.50.03.000186-7/01 – Juízo de Origem: 1ª VF SÃO MATEUSRecorrente : UNIÃORecorrido : JOSÉ DIAS DO NASCIMENTO

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TRIBUTÁRIO - INTEMPESTIVIDADE- RECURSO NÃO CONHECIDO.

Cuida-se de embargos de declaração opostos pela UNIÂO, ora embargante, em virtude de decisão monocrática que julgouprocedente a pretensão de ressarcimento do indébito tributário. Sustenta a embargante, em suas razões recursais, que osvalores objeto da restituição remontam ao período compreendido entre 01.01.2001 e 18.09.2004(fl. 165), nesse sentido, arepetição dos recolhimentos efetuados encontra-se prejudicada por conta da prescrição quinquenal. Dessa forma, requerseja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.Em juízo preliminar dos requisitos de admissibilidade, verifica-se que a Procuradoria da Fazenda Nacional foi intimada em22.06.12 (fl. 223- v). Enquanto que os embargos de declaração somente foram protocolizados em 16.07.2012 (fl. 224),portanto, foi manejado fora dos 05 (cinco) dias fixados no art. 49 da Lei n.º 9.099/1995.Pelo exposto, não conheço do recurso pela intempestividade.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NÃO CONHECER DO RECURSO, na forma da ementa que ficafazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

33 - 0000356-92.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000356-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x NILSON RIGONI DE FARIA E OUTROS (ADVOGADO:ALECIO JOCIMAR FAVARO, BRIAN CERRI GUZZO, ANGELO MANOEL PELUCHI COUTINHO, EDUARDO SOARESCARARRA, LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS.).Processo n.º 2008.50.53.000356-4/01Embargante : UNIÃO FEDERALEmbargado : NILSON RIGONI DE FARIA E OUTROS

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – MANDATOELETIVO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – EMBARGOS CONHECIDOS E PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face de acórdão proferido pela Turma Recursal.Aduz o embargante que a decisão seria omissa ao não apreciar matéria de ordem pública relacionada à ocorrência deprescrição quinquenal para a repetição do indébito.Embora os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitem-se a suprir omissões, aportar clareza ouretificar eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, tenho que a presente hipótese veicula exceçãopassível de apreciação por esta via.O informativo nº 585 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005. Na oportunidade, declarou-se ainconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar nº 118/2005.Ora, sabe-se que o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal

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Federal é inexigível (CPC, § 1º do art. 475-L), sendo prudente, por irradiação do direito fundamental a um processo semdilações indevidas, adequar o acórdão aos parâmetros fixados pela Corte Superior.A objeção de que somente na fase executiva do processo caberia a presente discussão cai por terra quando confrontadacom as exigências do processo civil moderno, em que se requer uma tutela efetiva com o menor gravame para as partes.Daí a pertinência dos princípios da economia e celeridade, que orientam os Juizados Especiais (art. 2º, da lei 9.099/95).A parte autora suportou de forma indevida a cobrança de contribuição previdenciária, incidente sobre proventos relativos àocupação de mandato eletivo, durante a vigência da alínea ‘h’ do inciso I do art. 12 da lei n.º 8.212/91, que teve suainconstitucionalidade declarada pelo STF, por ofensa ao princípio da legalidade, em julgamento do RE 351.717.Com efeito,somente após a edição da lei 10.887, de 21/06/2004, observada a anterioridade nonagesimal, passou a ser possível aincidência da citada contribuição. Considerando que a presente ação foi proposta em 23/07/2008(fls. 01) é devida àrepetição do indébito referente aos valores indevidamente cobrados entre julho de 2003 e setembro de 2004. Declaroprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções anteriores a essa data.Embargos de declaração conhecidos e providos para fixar a repetição do indébito dos valores cobrados entre julho de 2003e setembro de 2004 e declarar a prescrição dos valores anteriores à referida data, escoimando o acórdão recorrido do vícioque lhe compromete a exequibilidade.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

34 - 0001254-80.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001254-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x SEBASTIANA ALVES DE SOUZA (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUESGONÇALVES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO – DECISÃO QUE DETERMINA COMPROVAÇÃO DOCUMPRIMENTO DA SENTENÇA – RECURSO INOMINADO RECEBIDO NO EFEITO LEGAL – ART. 43 DA LEI Nº9.099/1995 – ANÁLISE DOS REQUISITOS DO ART. 273 DO CPC PELA TURMA RECURSAL – DESNECESSIDADE –EMBARGOS IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face da decisão que, em face da petição da autora de fls.119/122, determinou a comprovação da implantação do benefício no prazo de cinco dias, considerando que o recursoinominado foi recebido apenas no efeito devolutivo, cabendo ao INSS dar cumprimento à sentença desde o momento emque foi intimado do seu teor, não estando disso eximido pelo fato de não constar no dispositivo a expressão “concedo aantecipação dos efeitos da tutela”. O feito foi sobrestado após a interposição de recurso extraordinário e de incidente deuniformização de jurisprudência em face do acórdão que manteve a sentença que condenou o INSS a conceder benefícioassistencial à autora, bem como a pagar, após o trânsito em julgado, as parcelas devidas. O embargante alega ausência dequalquer comando da Turma Recursal e de qualquer análise, por parte do órgão colegiado, quanto aos requisitos legaisdeterminados no art. 273 do CPC. Argumenta que o sobrestamento do feito pela Presidência da Turma Recursal impede aprodução de atos processuais pelo juízo e pelas partes até a efetiva decisão dos recursos admitidos. Sustenta, ainda, quenão há como se aplicar o art. 43 da Lei nº 9.099/1995 à hipótese dos autos, sob pena de violação ao art. 16 da Lei nº10.259/2001, diante da especificidade desta última lei, baseada na participação de entes públicos como réus nos juizadosespeciais federais. Pede seja sanada a omissão pertinente à incidência dos artigos 1º e 16 da Lei nº 10.259/2001.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida, pretendendo, na verdade, impugnar o entendimento ali adotado.A alegada inaplicabilidade do art. 43 da Lei nº 9.099/95 consiste em tese contrária àquela adota na decisão embargada, nãose configurando a omissão. Ora, uma vez que se considerou aplicável o dispositivo legal, não há falar em omissão quanto àinaplicabilidade do mesmo dispositivo.A ausência de deliberação do colegiado sobre os requisitos para antecipação da tutela não configura omissão, tendo emvista que a decisão embargada considerou ser a inteligência do art. 43 da Lei nº 9.099/1995 no sentido do cumprimentoimediato da sentença, a menos que o recurso seja recebido no efeito suspensivo para evitar dano irreparável para a parte.Esclareço, por fim, que o sobrestamento do feito diz respeito apenas ao julgamento dos recursos interpostos até amanifestação do Supremo Tribunal Federal e/ou da Turma Nacional de Uniformização, não tendo o condão de suspender ocumprimento da sentença, devido desde a respectiva intimação, ou a antecipação dos efeitos da tutela, que pode se dar aqualquer tempo até o trânsito em julgado da decisão definitiva.Não restou, assim, caracterizada nenhuma das hipóteses legais previstas para oposição de embargos declaratórios,

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descabendo a utilização de dito recurso para modificação do julgado.Embargos conhecidos e improvidos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

35 - 0001152-52.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001152-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JULIAN DA COSTA SERRAZINE(ADVOGADO: AMAURI PINTO MARINHO.).Processo nº 2009.50.52.001152-0/01 – Juízo de origem: 1ª VF SÃO MATEUS

Embargante : JULIAN DA COSTA SERRAZINEEmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AUXÍLIO-DOENÇA – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃOEMBARGADO – RECURSO CONHECIDO, MAS DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora em razão de acórdão que deu provimento ao recursoinominado. Alega o embargante que a decisão é omissa em razão da ausência de pronunciamento quanto à perícia a qualfoi submetido que fixou a data de início da incapacidade em 26/12/2007.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do Código de Processo Civil, limitam-se a suprir omissões, aportarclareza ou retificar eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura dasrazões do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão no julgado.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.Ressalte-se que os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer, mas desprover os embargos de declaração, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

PABLO COELHO CHARLES GOMESJuiz Federal Relator

36 - 0001674-22.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001674-0/01) JOSE CARLOS PEREIRA DE ASSUMPCAO (ADVOGADO:LEONARDO PIZZOL VINHA.) x FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DEFREITAS.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO – GDASST – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO CONFIGURADA – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO E DEDOLO – SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto por JOSÉ CARLOS PEREIRA DE ASSUMPÇÃO em face da sentença quejulgou improcedente o pedido de condenação da FUNASA ao pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade daSeguridade Social e do Trabalho – GDASST, no percentual de 60%, a partir de abril de 2002, ou, sucessivamente,declaração do direito de receber pontuação igual a dos servidores da ativa (40 pontos), relativo a mesma gratificação. Orecorrente impugna a parte da sentença que lhe aplicou a pena de multa prevista no art. 18 do CPC, por litigância de má-fé,tendo em vista que o autor é servidor ativo, já tendo percebido o percentual previsto na Lei nº 11.355/06, em conjunto comos demais servidores em atividade. Alega que não houve dolo, mas verdadeiro equívoco da assessoria jurídica do sindicatono ajuizamento da ação, e que seria impossível o autor tirar qualquer proveito de uma ação de GDASST sendo servidorativo.2. A sentença foi explícita quanto à não aplicação da penalidade de indenização, por ausência de prejuízo à parte adversa.Fixou, contudo, multa de 1% sobre o valor corrigido da causa, considerando restar demonstrada a intenção do autor eminduzir em erro o Juízo com o intuito de ver condenada a ré em proceder a acréscimo em sua remuneração, a qual já haviasido devidamente implementada, em afronta direta ao art. 17, II, do CPC.3. Com efeito, conforme reza o art. 17, II, do CPC, reputa-se litigante de ma-fé aquele que alterar a verdade dos fatos. Aalteração da verdade, contudo, deve ser apta a induzir em erro o juízo. No caso dos autos, o equívoco do sindicato ao

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ajuizar a ação não tinha o condão de alterar a verdade dos fatos, estando a inicial instruída com contra-cheque do autor dejulho de 2007, mês imediatamente anterior ao ajuizamento da ação, do qual consta a situação de “ativo permanente” (fl. 23),bem como consta da procuração referência expressa a ação que postulasse “diferença salarial da indenização de campo”(fl. 19), constando, ainda, dos autos, declaração de opção de ajuizamento no juizado especial federal da ação referente a“INDENIZAÇÃO DE CAMPO” (fl. 21).4. Ademais, eventual condenação da ré ao pagamento da gratificação requerida seria inócua, resultando em nenhumcrédito em favor do autor, considerando que a rubrica já foi implementada e já compõe a sua remuneração. Tal fato, a meuver, não somente afasta o prejuízo à parte adversa, como também descaracteriza a intenção de alterar a verdade dos fatos.5. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para reformar a sentença na parte em que condenou o autorem multa por litigância de má-fé.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constantedos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

37 - 0000820-28.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000820-1/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBERALVES TUMOLI.) x IVANI RODRIGUES CHAVES.EMENTA

FGTS – MOVIMENTAÇÃO DE CONTA VINCULADA – HIPÓTESES DO ART. 20, II E VIII, DA LEI 8.036/90 –COMPROVAÇÃO – NECESSIDADE – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO CARACTERIZADA. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso interposto pela Caixa Econômica Federal - CEF em face da sentença de fl. 48/52, que julgouprocedente o pedido, condenando-a a pagar ao autor todos os valores do FGTS referentes ao seu labor nas empresasindicadas na inicial, nos períodos ali consignados. Em face da litigância de má-fé, a sentença condenou a recorrente emmulta de 1% do valor atualizado da causa, bem como em indenização de 20% sobre o valor atualizado da causa, peloprejuízo que a litigância de má-fé gerou ao autor. Condenou-a, ainda, em honorários advocatícios de 20% do valoratualizado da causa e em custas. Alega a recorrente que cabe ao trabalhador não somente alegar o enquadramento emhipótese do art. 20 da Lei nº 8.036/90, mas comprovar efetivamente esse enquadramento. Diz que, ao negar a solicitaçãoda recorrida, cumpriu estritamente as normas sobre o FGTS, pelo que não se trata de desobediência à determinação legal.Salienta que na Audiência de Conciliação, concordou com a liberação do FGTS apenas em relação a uma empresa, umavez que o documento de fl. 41 atesta a rescisão sem justa causa. Impugna a condenação por litigância de má-fé, por não seconfigurar nenhuma das hipóteses do art. 17 do CPC.As hipóteses em que a conta vinculada do trabalhador no FGTS pode ser movimentada estão expressamente elencadas noartigo 20 da Lei 8.036/90. A autora narra, na inicial, que trabalhou nas empresas que indica, das quais três não exercemmais qualquer atividade e uma não forneceu nenhum documento, e que requereu o levantamento do FGTS em razão de terocorrido a extinção do contrato de trabalho, tendo direito ao saque dos valores depositados nos termos dos incisos II e VIIIdo referido artigo.Não restaram comprovadas nestes autos as situações previstas no inciso II (extinção total da empresa, fechamento dequaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade docontrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual sempre que qualquerdessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida,quando for o caso, por decisão judicial transitada em julgado; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)e no inciso VIII (quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de junho de 1990, fora do regime doFGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta) do art. 20 da Lei nº8.036/90.Com efeito, não há qualquer documento que constitua sequer início de prova de qualquer das hipóteses elencadas noinciso II. A própria autora afirma na inicial que não dispõe de documentos acerca das extinções das empresas. Conformeart. 36, I, do Decreto nº 99.684/1990, no caso do inciso II do art. 35 do mesmo decreto – que reproduz o inciso II do art. 20da Lei nº 8.36/19990 -, o saque poderá ser efetuado mediante apresentação do recibo de quitação das verbas rescisórias.Tal documento não foi apresentado pela parte autora.Quanto à hipótese do inciso VIII – permanência por três anos ininterruptos fora do regime do FGTS -, também não restoudemonstrada nos autos. Senão vejamos. As cópias da CTPS registram os contratos de trabalho com os seguintes períodos:01/01/1996 a 31/01/1996; 11/11/1999 a 28/12/1999; 10/07/2000 a 06/09/2000; 01/10/2004 a 08/11/2004; e 01/04/2005 a29/08/2006 (fls. 09 e 12). A CTPS, contudo, não está integralmente reproduzida, não se podendo considerar que sepassaram mais de três anos entre a demissão ocorrida em 06/09/2000 (registrada na página 18) e a admissão ocorrida em(registrada na página 22), eis que não há cópias das páginas 20 e 21. Quanto ao período compreendido entre a demissãoocorrida em 31/01/1996 e a admissão ocorrida em 11/11/1999, por estarem registradas em páginas seqüenciais (16 e 17,respectivamente, conforme fl. 09), configura-se a hipótese do inciso VIII, mas a inicial não inclui os depósitos efetuados pelaprimeira empresa.Após a demissão ocorrida em 29/08/2006, pode-se verificar pelo documento de fl. 41 (Relação Anual de InformaçõesSociais – RAIS) que o desligamento se deu por rescisão sem justa causa pelo empregador. A consulta foi realizada em22/08/2008, em cumprimento à determinação do juízo de primeiro grau. A CEF, na audiência de conciliação, manifestouconcordância com a liberação do FGTS da autora somente em relação à empresa Stravaganza Indústria e ComércioLtda/ME, mas não formulou proposta de acordo, por ter considerado que a referida empresa não foi mencionada na inicial.De fato, a inicial também não inclui os depósitos efetuados por essa empresa.Também não está comprovada nos autos a existência de depósitos referentes aos períodos dos contratos de trabalho

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mencionados na inicial.A sentença considerou que a CEF não impugnou a validade da CTPS, a qual goza de presunção relativa quanto àexistência e duração do vínculo, só podendo ser desconstituída por prova documental inequívoca, em sentido contrário,inclusive para fins previdenciários (Enunciado nº 89 da Súmula de Jurisprudência da Turma Recursal do Rio de Janeiro).Ocorre que a existência e duração do vínculo não são suficientes para demonstrar a ocorrência das situações previstas nosincisos II e VIII do art. 20 da Lei nº 8.036/90, como acima demonstrado. Os registros constantes das cópias da CTPSacostadas aos autos, não comprovam sequer a hipótese do inciso VIII. E jamais poderiam comprovar a hipótese do incisoII.Não há, pois, falar em “defesa contra fato incontroverso”, eis que o fato considerado incontroverso na sentença é aexistência e a duração do contrato de trabalho, que não constituem a causa de pedir, enquanto a CEF alega ausência decomprovação da ocorrência das situações previstas nos dispositivos legais acima mencionados (extinção das empresas epermanência por três anos ininterruptos fora do regime do FGTS). Não resta, portanto, caracterizada litigância de má-fé.Sentença reformada, não subsistindo nenhuma das condenações.Recurso conhecido e provido para julgar improcedente o pedido. Custas ex lege. Sem condenação em honorários.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

38 - 0003789-16.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003789-4/01) VALDIR ANTUNES FERREIRA (ADVOGADO: WENDELYOLIVEIRA FILHO.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).EMENTA

FGTS – MOVIMENTAÇÃO DE CONTA VINCULADA – HIPÓTESE DO ART. 20, VIII, DA LEI 8.036/90 – COMPROVAÇÃODE ESTAR O EMPREGADO FORA DO REGIME DO FGTS – NECESSIDADE.

Trata-se de recurso interposto por VALDIR ANTUNES FERREIRA em face da sentença de fl. 28, que julgou improcedente opedido de liberação do saldo depositado em conta vinculada de FGTS. Alega o recorrente que sua conta vinculada está hámais de três anos sem receber qualquer depósito, o que autoriza o saque.As hipóteses em que a conta vinculada do trabalhador no FGTS pode ser movimentada estão expressamente elencadas noartigo 20 da Lei 8.036/90. O autor não comprova a ocorrência de nenhuma dessas hipóteses.O autor menciona que foi demitido 1990, 1996 e 2001, permanecendo sem saque os saldos verificados nessas datas, bemcomo invoca os artigos 35 a 42 do Decreto nº 99.684/90. A CEF afirma, em sua contestação, que o autor não permaneceupor três anos consecutivos afastado do regime do FGTS, ao contrário do que alega na inicial.A hipótese legal que seria aplicável ao caso se comprovadas as alegações do autor seria a do inciso VIII do art. 20 da Lei nº8.036/90 (VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de junho de 1990, fora do regime doFGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta), com a redação dadapela Lei nº 8.678/1993. A redação original do referido dispositivo (VIII - quando permanecer 3 (três) anos ininterruptos, apartir da vigência desta lei, sem crédito de depósitos) fora reproduzida no art. 35, VIII, do Decreto nº 99.684/1990, nãoprevalecendo em face da alteração legal.Nesse passo, não basta a ausência de crédito de depósito para se configurar o direito ao levantamento do saldo da contavinculada, como parece crer o autor, fazendo-se necessária a comprovação de estar o trabalhador fora do regime do FGTSpelo prazo de três anos.As cópias da CTPS registram os contratos de trabalho findos em 06/11/90, 15/12/1996, 13/01/1997 e 05/01/2001. A CTPS,contudo, não está integralmente reproduzida. Depreende-se das cópias de fls. 12 e 13 que o autor possuía duas CTPS,considerando que há duas cópias diferentes da página 13. Considerando tratar-se de cópias da mesma CTPS as de fl. 12,estariam faltando as páginas 14 e 15, que registrariam provavelmente, contratos de trabalho no período compreendido entre06/11/1990 (data de saída do contrato da página 13) e 11/02/2000 (data de admissão do contrato da página 16). As cópiasde fl. 13 comprovam contratos de trabalho nos períodos de 05/12/1994 a 15/12/1996 e de 18/12/1996 a 13/01/1997. Pelosdocumentos de fls. 11, constata-se que o autor teve salário aumentado em 01/09/1991 e em 01/08/1992, o que comprovanão ter permanecido três anos afastado do regime até a demissão ocorrida em 1997. Como as cópias, como dito, não sãointegrais, não se pode considerar que se passaram mais de três anos entre a demissão ocorrida em 13/01/1997 e aadmissão ocorrida em 11/02/2000.Quanto ao período posterior à demissão ocorrida em 05/01/2001, não há cópia integral da CTPS que comprove a ausênciade novo contrato de trabalho nos três anos seguintes. Consta dos extratos da conta vinculada (fls. 06/10), obtidos em12/09/2007, como data de admissão e de opção a de 11/02/2000, e como data de afastamento a de 05/01/2001, nãoconstando nenhum depósito no período de fevereiro de 2001 a setembro de 2007. Tais documentos, contudo, não sãoaptos a comprovar a ausência de contrato de trabalho.A CEF instruiu a contestação com resultado de consulta, realizada em 28/11/2008, ao Sistema Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados – CAGED (fl. 23), do qual constam quatro contratos de trabalho posteriores a 05/01/2001,com períodos de 01/2001 a 04/2001, 06/2001 a 11/2005, 08/2007 a (?) e 05/2008 a 05/2008.A Secretaria do JEF juntou aos autos informações, obtidas em 12/03/2010, do Cadastro Nacional de Informações Sociais –CNIS, das quais constam os contratos de trabalho registrados no CAGED, além de outros dois, iniciados em 26/12/2009 e22/01/2010.Resta demonstrado nos autos que o autor não permaneceu fora do regime do FGTS por três anos ininterruptos, razão pelaqual deve ser mantida a sentença.

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Pelo exposto, conheço do recurso e nego-lhe provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

39 - 0000617-63.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000617-1/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: RODOLFOPRANDI CAMPAGNARO.) x GIZAMAR LOPES AQUINO (ADVOGADO: JAQUELINE ZUCOLOTO BETINI, JOSÉ RENATOALTOÉ.).E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – CONTRATO DE TRABALHO FINDO EM 1972 – AÇÃO AJUIZADA EM 2008 -PRESCRIÇÃO RECONHECIDA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Caixa Econômica Federal em face da sentença de fls. 44/47 que julgouprocedente o pedido de aplicação dos juros progressivos sobre o saldo do FGTS da parte autora. Recorre a CEF alegandoque o autor não faz jus à percepção da progressão da taxa de juros, pois manteve o mesmo vínculo de emprego no períodocompreendido entre 01/03/1968 e 07/05/2972, sendo que a ação foi proposta em 16/04/2008, após decorrido o prazo daprescrição trintenária. Alega que, após o referido período, o autor não permaneceu na mesma relação de emprego portempo suficientes para ter suas contas vinculadas remuneradas pela taxa de 6%.A progressividade dos juros creditados nas contas vinculadas do FGTS tem aplicação restrita: alcança apenas os autoresoptantes do FGTS em datas anteriores à Lei nº 5.705/71 ou que tenham feito opção retroativa, nos termos do art. 1º e §§ daLei nº 5.958/73 e da Súmula nº 154 do STJ. Assim, de acordo com o referido diploma legal (Lei nº 5.958/73), os jurosprogressivos são devidos apenas aos trabalhadores que, cumulativamente: a) tenham sido admitidos anteriormente a22/09/1971 (data da publicação da Lei 5.705/71); b) tenham feito opção retroativa na forma da Lei 5.958/73 comconcordância expressa do empregador (irrelevante que seja anterior a 22/09/1971); e c) tenham permanecido na mesmaempresa por mais de 02 (dois) anos.Os trabalhadores que não preencherem todos os três requisitos acima são devidos apenas os juros fixos de 3% ao ano nossaldos do FGTS.É indispensável que esse vínculo empregatício entre 01/01/1967 a 22/09/1971 tenha durado mais de 02 (dois) anos porqueo artigo 4º, da Lei n. 5.107/66, em sua redação original, dispunha que: “Art. 4º. A capitalização dos juros dos depósitosmencionados no art. 2º far-se-á na seguinte progressão: I – 3% (três por cento) durante os dois primeiros anos depermanência na mesma empresa; II – 4% (quatro por cento) do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;III – 5% (cinco por cento) do sexto a décimo ano e permanência na mesma empresa; IV – 6% (seis por cento) dodécimo-primeiro ano de permanência na mesma empresa, em diante”.No caso dos autos, conforme se vê à fl. 13, o autor começou a trabalhar em 01/03/1968 e permaneceu no emprego até17/05/1972. Depois iniciou outro contrato de trabalho em 01/09/1972, findo em 13/02/1973. Optou pelo regime do FGTS em01/11/1967, 01/03/1968, 01/09/1972 e 01/04/1973 (fl. 14). Assim, na constância do primeiro contrato de trabalho, optou peloregime do FGTS antes da entrada em vigor da Lei 5.705/71, que unificou a taxa de juros remuneratórios em 3% ao ano.Desta forma, constata-se que o autor faria jus à progressividade da taxa de juros. Tendo permanecido pouco mais dequatro anos na mesma empresa, conforme art. 4º, II, da Lei nº 5.107/66, o autor faria jus à taxa de 4% a partir do terceiroano até a rescisão do contrato de trabalho, ocorrida em 17/05/1972. O novo vínculo empregatício inicia nova progressão nataxa dos juros, iniciando com a de 3%. Assim é que todos os valores devidos ao autor referem-se ao período de 01/03/1970(terceiro ano de permanência na mesma empresa) a 17/05/1972 (rescisão do contrato).É certo que a prescrição trintenária, no caso de prestação continuada, atinge apenas os valores relativos ao período anteriora 16/04/1978, tal como afirmado na sentença e sustentado pelo autor nas contrarrazões ao recurso. Ocorre que asprestações continuadas, como acima exposto, dizem respeito apenas a um determinado período, findo antes dos trintaanos anteriores à propositura da ação. Nesse caso, não há falar em diferenças de percentuais a partir de 16/04/1978, comofez a sentença.Recurso da CEF conhecido e provido. Sentença reformada. Improcedência do pedido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constantedos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

40 - 0006627-63.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.006627-0/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBERALVES TUMOLI.) x ESPÓLIO DE SILVANIRO JOSE MOREIRA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTONTEIXEIRA RAMOS.).E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – CONTA VINCULADA DEVIDAMENTE REMUNERADA – EXTRATOS DO FGTSCONSTANTES DOS AUTOS – FATOS EXTINTIVOS DO DIREITO DO AUTOR – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pela Caixa Econômica Federal – CEF em face da sentença de fls. 108/109, quejulgou procedente o pedido, determinando que a ré credite na conta vinculada de FGTS do autor a diferença do valorapurado pelo contador do juízo às fls. 93/97, a título de taxa progressiva de juros. Alega a recorrente que o autor já recebeua progressividade dos juros em suas contas vinculadas, não havendo nenhuma diferença a ser paga.A Lei nº 5.107, de 13/09/1966, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previu a aplicação de jurosprogressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado no art. 4º da referidanorma. A norma dispunha que a capitalização de juros dos depósitos deveria ser feita conforme a seguinte progressão: 3%durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa; 4% do terceiro ao quinto ano; 5% do sexto ao 10º ano;6% do 11º ano em diante.A Lei nº 5.705, de 21/09/1971, extinguiu a capitalização dos juros de forma progressiva, introduzindo a taxa fixa de 3% aoano. Ressalvou, porém, no art. 2º, o direito adquirido daqueles que houvessem optado anteriormente pelo regime do FGTS.Então, a princípio, somente tem direito adquirido aos juros progressivos quem formalizou a opção pelo FGTS na vigência daLei nº 5.107/66, ou seja, até 22 de setembro de 1971, direito este que cessaria se o empregado mudasse de empresa. Oart. 13, § 3º, da Lei nº 8.036/90 reconhece esse direito.É indispensável que o vínculo empregatício tenha durado mais de 02 (dois) anos porque o artigo 4º, da Lei nº 5.107/66, emsua redação original, dispunha que: “Art. 4º. A capitalização dos juros dos depósitos mencionados no art. 2º far-se-á naseguinte progressão: I – 3% (três por cento) durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa; II – 4%(quatro por cento) do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa; III – 5% (cinco por cento) do sexto adécimo ano e permanência na mesma empresa; IV – 6% (seis por cento) do décimo-primeiro ano de permanência namesma empresa, em diante”.In casu, o autor começou a trabalhar em 20/01/1966 (fl. 14). Fez opção pelo FGTS em 25/05/1971 (fl. 15). Permaneceu noemprego até 01/12/1986 (fl. 14), fazendo jus à taxa progressiva de juros. Como a ação foi ajuizada em 13/06/2007, operíodo anterior a 13/06/1977 foi atingido pela prescrição.Verifica-se, contudo, às fls. 64/79, que o autor já teve a aplicação da taxa progressiva em sua conta vinculada, conforme osextratos que demonstram os saldos da conta do FGTS entre 30/06/1977 e 01/12/1986.Os cálculos elaborados pelo Contador Judicial às fls. 93/97 parecem não ter considerado os extratos de fls. 64/79, mas simos de fls. 80/91, referentes à conta do empregador (não optante) relativamente ao mesmo período. Nota-se que a taxa de3% foi aplicada na conta vinculada pertencente ao empregador (conta não-optante). Na conta vinculada do autor (optante)foi aplicada corretamente a progressividade. Os valores depositados em conta "não-optante", mesmo que em nome doempregado, pertencem ao empregador, conforme dispõe a Lei nº 5.107/66, de modo que somente ele tem legitimidade paralevantar os depósitos ou questionar em juízo.Assim, verifica-se que a aplicação dos juros progressivos sobre o FGTS da parte autora ocorreu na forma devida, tendosido aplicados os juros de 5% (cinco por cento) e 6% (seis por cento) sobre os depósitos, em consonância com os termosestabelecidos pelo art. 4º da Lei nº 5.107/66, em sua redação original, conforme se evidencia nos extratos juntados aopresente processo (fls. 64/79), motivo pelo qual inexiste qualquer resíduo a receber sob tal título.Posto isso, conheço do recurso interposto e a ele dou provimento para reformar a sentença e julgar improcedente o pedido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

41 - 0007605-06.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007605-0/01) VALDECI TAVARES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO –PRESCRIÇÃO – LC 118/2005 - SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença de fls. 22/24, que julgou extinto o feito comresolução de mérito, ante o reconhecimento da prescrição dos valores retidos a título de imposto de renda sobre as verbaspagas em razão da rescisão do contrato de trabalho. O recorrente alega que as contribuições foram realizadas sob a égideda Lei nº 7.712/88, portanto com incidência do imposto de renda, bem como que se trata de prestação de trato sucessivo,não havendo a prescrição do fundo direito.A tese sustentada nas razões do recurso não pode ser aplicada no presente caso, eis que se trata de ação de repetição deindébito de imposto de renda incidente sobre verbas rescisórias do contrato de trabalho, e não sobre complementação deaposentadoria, não havendo falar em prestação de trato sucessivo.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.

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3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros MarcoAurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.(RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

No presente caso, a rescisão do contrato de trabalho se deu em 27/09/2001 (fl. 10), enquanto a ação foi ajuizada em10/12/2008, após decorrido o prazo da prescrição quinquenal.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, considerando que o autor é beneficiário da gratuidade de justiça.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

42 - 0007600-81.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007600-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x CARLOS ACYR MELEIPE DE MIRANDA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAISRECURSO Nº 2008.50.50.007600-0/01 – TURMA RECURSALRECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: CARLOS ACYR MELEIPE DE MIRANDARELATOR: Pablo Coelho Charles Gomes

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou parcialmente procedente aação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementaçãode aposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. AUnião Federal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seuslimites. Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar opedido improcedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Em petição de fl. 260, a procuradora da autora requer a desistência do recurso. Porém, não tem poderes para desistir,conforme pode ser verificado na procuração inserta aos autos à fl. 16. Os poderes especiais, como a desistência, devemestar expressos na procuração e não podem ser deduzidos.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos

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tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/09/1998 (fl. 257) e a presente ação foi ajuizada apenas em10/12/2008 (fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

43 - 0003575-25.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003575-7/01) MARIA DAS GRAÇAS PINHEIRO KOEHLER (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto por MARIA DAS GRAÇAS PINHEIRO KOEHLER em face da sentença de fls.37/41, que julgou improcedente o pedido de declaração da inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre ascontribuições a PREVI no período em que vigorou a Lei 7.713/88, bem como de restituição do imposto de rendaindevidamente cobrado sobre a complementação de aposentadoria. A recorrente requer a modificação da sentença com acondenação da ré à repetição do indébito, observando-se a prescrição decenal a partir da data do ajuizamento da ação.A União, em suas contrarrazões, sustenta (a) a inépcia dos pedidos, indicados com imprecisão; (b) argui a prescrição, poiso pedido de devolução alcança valores pagos entre 1º de janeiro de 1989 e 31 de dezembro de 1995, há mais de dez anosdo ajuizamento da ação, ocorrido em 2008, e o pedido de restituição do imposto de renda incidente sobre acomplementação de aposentadoria abarca valores pagos mais de cinco anos antes do ajuizamento da ação; (c) aimprocedência do pedido, no mérito; (d) no caso de eventual reforma da sentença, a imperiosa necessidade de juntada dedocumentos pela autora para delimitação do pedido; (e) o processamento da restituição/compensação pelo mesmo métododa respectiva declaração de ajuste anual ou, alternativamente, na linha fixada em acórdão do TRF da 4ª Região quetranscreve; (f) a impossibilidade de se fixar no título judicial critério de repetição em termos proporcionais/percentuais; (g) oabatimento de qualquer valor apurado em favor da autora de todos os montantes recebidos anualmente a título derestituição de imposto de renda no período.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas carreadas aos autos às fls. 98/101. A Turma Recursal, noacórdão de fl. 94, deu provimento aos embargos de declaração para anular o acórdão anterior e converter o julgamento emdiligência para juntada de tais documentos, em virtude da impossibilidade do julgamento da matéria discutida nos autossem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem comoorientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciaçãodas referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa, com a vista dosautos à Fazenda Nacional (fl. 111).O despacho de fl. 102 considerou que os documentos de fls. 98/101 não têm valor probatório, porque não contêmassinatura do representante legal da entidade de previdência complementar. Verifico, contudo, constar dos mesmos o nomee um código de identificação do responsável por sua emissão, o que equivale à assinatura da entidade. Ademais, osdocumentos não foram impugnados pela parte contrária, à qual foi dada vista dos autos, conforme se vê às fls. 111 e 111v.Rejeito a alegação de inépcia da inicial, eis que os pedidos de declaração de inexigibilidade de imposto de renda e derestituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre a complementação de aposentadoria são complementares ecompatíveis entre si, restando claro que a autora pretende afastar o bis in idem na cobrança do tributo. Em sede de JuizadoEspecial, o pedido deve ser feito de forma simples e acessível, podendo ser até mesmo oral, conforme art. 14 e respectivosparágrafos, da Lei nº 9.099/95, tendo a autora descrito os fatos e os fundamentos de forma suficiente a possibilitar oprocessamento e julgamento do processo.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentos

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colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 99/100) e aposentadoria em 01/10/2003 (fls. 98 e 101).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/10/2003 (fls. 98 e 101). A presente ação foi ajuizada em 20/06/2008(fl. 02). Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença, para reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENO A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa de

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imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

44 - 0000596-53.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000596-1/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: PAULA ABRANCHESARAÚJO SILVA.) x LEA PEDROSA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº. 2009.50.51.000596-1/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : LEA PEDROSARelator : Juiz Federal PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela UNIÃO, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente opedido autoral. Requer o recorrente seja decretada a nulidade da sentença em razão do julgamento extra petita e oreconhecimento da prescrição, pois o pedido de devolução alcança valores pagos entre 01.01.1989 e 31.12.1995, há maisde 05 anos do ajuizamento da ação. As contrarrazões encontram-se nas fls. 62-69.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelarecorrente.Matéria pacificada pela jurisprudência do E. STJ e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais no sentidode que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até olimite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Leinº 7.713/1988, ou seja, entre 01.01.1989 e 31.12.1995 ou entre 01.01.1989 e a data de início da aposentadoria, se anteriora janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de 09.02.2009.No que se refere à prescrição, o C. Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS,pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decursoda vacatio legis de 120 dias prevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito dadata do pagamento indevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09.06.2005, a consagrada tese dos “cinco maiscinco” não pode ser aplicada para regular a prescrição.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/1995 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996 (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20.05.2010, DJe14.06.2010).6. Como o recorrido aposentou-se em 03.08.2005 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em 13.03.2009 (fl. 02), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.7. Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no períodode janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis quea aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que estejaaposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos doisrequisitos, quais sejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 19-20 e 25-28) eaposentadoria em 03.08.2005 (fl. 18).8. Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

45 - 0001298-96.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001298-9/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBIMARCHESI FREIRE.) x SYDNEY NUNES SCHUINA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).

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Processo nº. 2009.50.51.001298-9/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : SYDNEY NUNES SCHUINA

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela UNIÃO, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente opedido autoral. Requer o recorrente seja decretada a nulidade da sentença em razão do julgamento extra petita eeventualmente seja reconhecida a incidência da prescrição quinquenal, pois o pedido de devolução alcança valores pagosentre 01.01.1989 e 31.12.1995, há mais de 05 anos do ajuizamento da ação. As contrarrazões encontram-se nas fls. 65-72.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelarecorrente.Matéria pacificada pela jurisprudência do E. STJ e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais no sentidode que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até olimite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Leinº 7.713/1988, ou seja, entre 01.01.1989 e 31.12.1995 ou entre 01.01.1989 e a data de início da aposentadoria, se anteriora janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de 09.02.2009.No que se refere à prescrição, o C. Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS,pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decursoda vacatio legis de 120 dias prevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito dadata do pagamento indevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09.06.2005, a consagrada tese dos “cinco maiscinco” não pode ser aplicada para regular a prescrição.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/1995 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996 (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20.05.2010, DJe14.06.2010).6. Como o recorrido aposentou-se em 03.08.2005 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em 30.06.2009 (fl. 02), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.7. Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no períodode janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis quea aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que estejaaposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos doisrequisitos, quais sejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 20-21) e aposentadoria em03.08.2005 (fl. 18).8. Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

46 - 0001854-35.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001854-9/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBIMARCHESI FREIRE.) x FRANCISCO CARLOS TULLI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº. 2008.50.51.001854-9/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : UNIÃORecorrido : FRANCISCO CARLOS TULLI

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela UNIÃO, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente opedido autoral. Requer o recorrente seja decretada a nulidade da sentença em razão do julgamento extra petita eeventualmente que seja reconhecida a prescrição, pois o pedido de devolução alcança valores pagos entre 01.01.1989 e31.12.1995, há mais de 5 anos do ajuizamento da ação. As contrarrazões encontram-se nas fls. 65-72.

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Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelarecorrente.Matéria pacificada pela jurisprudência do E. STJ e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais no sentidode que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até olimite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Leinº 7.713/1988, ou seja, entre 01.01.1989 e 31.12.1995 ou entre 01.01.1989 e a data de início da aposentadoria, se anteriora janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de 09.02.2009.No que se refere à prescrição, o C. Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS,pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decursoda vacatio legis de 120 dias prevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito dadata do pagamento indevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09.06.2005, a consagrada tese dos “cinco maiscinco” não pode ser aplicada para regular a prescrição.De par com isso, não há olvidar que “o termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou aperceber o benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei9.250/1995 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,PRIMEIRA TURMA, julgado em 20.05.2010, DJe 14.06.2010).6. Como o recorrido aposentou-se em 26.07.2006 (fl. 46) e a presente ação foi ajuizada em 08.10.2008 (fl. 02), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.7. Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no períodode janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis quea aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que estejaaposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos doisrequisitos, quais sejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 46-47) e aposentadoria em26.07.2006 (fl. 46).8. Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

47 - 0001857-87.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001857-4/01) ROGERIO ALMEIDA DE CASTRO (ADVOGADO: MARIADE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: PAULA ABRANCHES ARAÚJO SILVA.).Processo n.º 2008.50.51.001857-4/01 - Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : ROGÉRIO ALMEIDA DE CASTRORecorrida : UNIÃORelator : Juiz Federal PABLO COELHO CHARLES GOMES

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO ACOLHIDA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou extinto oprocesso com resolução de mérito, a teor do disposto no art. 269, IV do Código de Processo Civil. Em suas razõesrecursais, alega o recorrente que não se operou a prescrição do fundo do direito sob o qual reside a pretensão derestituição dos valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Dessaforma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.Eventualmente, postula manifestação acerca de potencial violação ao art. 6, VII, alínea b da Lei n.º 7.713/88; o art. 4, V daLei n.º 9.250/95; art. 3 da Lei Complementar n.º 118/05; art. 7 da Medida Provisória 1.459/01; Lei Complementar n.º 109/01;Medida Provisória n.º 2.222/01, com o intuito de suprir a exigência de prequestionamento para eventual manejo de recursopara instância superior. As contrarrazões encontram-se nas fls. 63-70.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de

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janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 01.03.1995 (fl. 52) e a presente ação foi ajuizada em 08.10.2008 (fl. 02), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todos os dispositivos infraconstitucionais ventilados no recurso.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefício daassistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

48 - 0002474-21.2006.4.02.5050/02 (2006.50.50.002474-0/02) JOSE XAVIER BENTO (ADVOGADO: vanessa ribeiro fogos,INGRID SILVA DE MONTEIRO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).Após voto do relator dando provimento aos embargos de declaração, pediu vista o MM. Juiz José Eduardo do Nascimento.

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

49 - 0000788-86.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000788-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAIMUNDO NONATO SOUZA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal.1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0000788-86.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000788-2/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 – POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DOMANDADO DE SEGURANÇA QUANDO INEXISTENTE VIA RECURSAL PRÓPRIA – CONSEQUENTE POSSIBILIDADEDE UTILIZAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO SE TRATAR DE SENTENÇA TERMINATIVA TRANSITADAEM JULGADO – PROPORCIONALIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, eis que a sentença já transitou em julgado, não tendo sido interposto recursocontra a decisão que inadmitiu o recurso inominado.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo. De qualquer forma, a alegação da União para a denegaçãoda segurança será apreciada nesta sede, não lhe restando qualquer prejuízo decorrente da ausência de intimação anterior.Quanto à omissão, consta à fl. 91 certidão de decurso de prazo sem que a parte se manifestasse sobre o despacho queinadmitiu o recurso inominado, com fulcro no art. 5º da Lei nº 10.259/2001. Ocorre que, não havendo recurso cabível contraa decisão que inadmite recurso inominado, não há que se falar em decurso de prazo.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. In casu, não há recurso cabível contra a decisão que inadmite recurso inominado, a teor do art. 5º daLei nº 10.259/2001, sendo cabível mandado de segurança, conforme entendimento exposto no acórdão embargado.Poder-se-ia entender, em casos como o presente, que o trânsito em julgado da sentença terminativa se dá na data daintimação da decisão que inadmitiu o recurso inominado, por ser tal decisão irrecorrível. Tal entendimento, contudo, vai deencontro à jurisprudência e doutrina pátrias, pacíficas no sentido da possibilidade de utilização do mandado de segurançaquando inexistente via recursal própria.É possível, por outro lado, compreender-se que, em caso de decisão irrecorrível, o trânsito em julgado somente ocorre apóso prazo para impetração de mandado de segurança. Ressalte-se que a possibilidade de trânsito em julgado após cento evinte dias já existe na hipótese legal de decisão judicial da qual cabia recurso sem efeito suspensivo, tendo em vista odisposto no art. 5º, II, da Lei nº 12.016/09, a contrario sensu.Há que se dar interpretação restritiva ao disposto no art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, de forma a não se conceder mandadode segurança quando se tratar de decisão judicial transitada em julgado que produza coisa julgada material,reconhecendo-se, portanto, o direito à impetração de mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgadoquando se tratar de coisa julgada meramente formal, como no presente caso.Isso porque o referido inciso III foi inserido no art. 5º em face da Súmula 268 do STF, a qual se fundou em precedentes quetratavam de coisa julgada material. Nesse caso, estaria o mandado de segurança sendo utilizado como sucedâneo de ação

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rescisória. Em se tratando de sentença terminativa, não há razão para se impedir o uso da via mandamental.A sentença terminativa transitada em julgado não obsta novo ajuizamento da ação. No caso, o ajuizamento de nova açãono juízo comum possivelmente ensejaria a remessa dos autos ao juizado especial, em face do valor da causa.O julgamento do presente mandado de segurança (a) não se mostra inadequado aos fins do disposto no art. 5º, III, da Leinº 12.016/09; (b) representa economia processual, pois resolve questão processual que muito provavelmente seriasubmetida a esta Turma em conflito de competência; (c) revela-se mais adequado do ponto de vista da proporcionalidadeem sentido estrito, na medida em que não se vislumbra qualquer prejuízo para o processo ou para o deslinde dacontrovérsia material nele estabelecida.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração na parte em que alegada omissão, e a eles nego provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ENEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

50 - 0003694-15.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003694-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELZA MARIA CREMASCODAROS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal.1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0003694-15.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003694-0/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 – POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DOMANDADO DE SEGURANÇA QUANDO INEXISTENTE VIA RECURSAL PRÓPRIA – CONSEQUENTE POSSIBILIDADEDE UTILIZAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO SE TRATAR DE SENTENÇA TERMINATIVA TRANSITADAEM JULGADO – PROPORCIONALIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, eis que a sentença já transitou em julgado, não tendo sido interposto recursocontra a decisão que inadmitiu o recurso inominado.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo. De qualquer forma, a alegação da União para a denegaçãoda segurança será apreciada nesta sede, não lhe restando qualquer prejuízo decorrente da ausência de intimação anterior.Quanto à omissão, verifica-se às fls. 57/59 que não houve manifestação da parte sobre o despacho que inadmitiu o recursoinominado, com fulcro no art. 5º da Lei nº 10.259/2001. Ocorre que, não havendo recurso cabível contra a decisão queinadmite recurso inominado, não há que se falar em decurso de prazo.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. In casu, não há recurso cabível contra a decisão que inadmite recurso inominado, a teor do art. 5º daLei nº 10.259/2001, sendo cabível mandado de segurança, conforme entendimento exposto no acórdão embargado.Poder-se-ia entender, em casos como o presente, que o trânsito em julgado da sentença terminativa se dá na data daintimação da decisão que inadmitiu o recurso inominado, por ser tal decisão irrecorrível. Tal entendimento, contudo, vai deencontro à jurisprudência e doutrina pátrias, pacíficas no sentido da possibilidade de utilização do mandado de segurançaquando inexistente via recursal própria.É possível, por outro lado, compreender-se que, em caso de decisão irrecorrível, o trânsito em julgado somente ocorre apóso prazo para impetração de mandado de segurança. Ressalte-se que a possibilidade de trânsito em julgado após cento evinte dias já existe na hipótese legal de decisão judicial da qual cabia recurso sem efeito suspensivo, tendo em vista odisposto no art. 5º, II, da Lei nº 12.016/09, a contrario sensu.Há que se dar interpretação restritiva ao disposto no art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, de forma a não se conceder mandadode segurança quando se tratar de decisão judicial transitada em julgado que produza coisa julgada material,reconhecendo-se, portanto, o direito à impetração de mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgadoquando se tratar de coisa julgada meramente formal, como no presente caso.Isso porque o referido inciso III foi inserido no art. 5º em face da Súmula 268 do STF, a qual se fundou em precedentes quetratavam de coisa julgada material. Nesse caso, estaria o mandado de segurança sendo utilizado como sucedâneo de açãorescisória. Em se tratando de sentença terminativa, não há razão para se impedir o uso da via mandamental.A sentença terminativa transitada em julgado não obsta novo ajuizamento da ação. No caso, o ajuizamento de nova açãono juízo comum possivelmente ensejaria a remessa dos autos ao juizado especial, em face do valor da causa.

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O julgamento do presente mandado de segurança (a) não se mostra inadequado aos fins do disposto no art. 5º, III, da Leinº 12.016/09; (b) representa economia processual, pois resolve questão processual que muito provavelmente seriasubmetida a esta Turma em conflito de competência; (c) revela-se mais adequado do ponto de vista da proporcionalidadeem sentido estrito, na medida em que não se vislumbra qualquer prejuízo para o processo ou para o deslinde dacontrovérsia material nele estabelecida.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração na parte em que alegada omissão, e a eles nego provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ENEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

51 - 0005168-21.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005168-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x ADIR DA SILVAPASSOS (ADVOGADO: CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0005168-21.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005168-0/01)

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADETOTAL E DEFINITIVA – INCAPACIDADE TOTAL INFERIDA DAS CONDIÇÕES PESSOAIS E DA ATIVIDADE HABITUAL –INCAPACIDADE DEFINITIVA INFERIDA DO HISTÓRICO DE PATOLOGIAS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 61/62, que julgou procedente o pedidodo autor, convertendo o auxílio-doença NB 542.856.744-5 em aposentadoria por invalidez, com DIB em 06/12/2010. OINSS, em suas razões recursais, aduz, em síntese, que é possível a reabilitação profissional do autor para atividadescompatíveis com sua restrição física nos joelhos, motivo pelo qual não faria jus ao benefício de aposentadoria por invalidez.A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garantaa subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. O autor, ADIR DA SILVA PASSOS, atualmente com 52 anos de idade, laborou, durante grande parte de sua vida, comoajudante de carregamento, isto é, como auxiliar de carga e descarga, e também em outros serviços de cunho braçal. Olabor de auxiliar de carga e descarga exige, obviamente, em demasia das condições físicas (ortopédicas) do trabalhador, deforma a agravar a enfermidade do recorrido que, conforme a perícia do juízo de fls. 41/42, realizou cirurgia para osteotomiavalgizante do joelho direito em 2006 e do joelho esquerdo em 2007, devido à genu varo bilateral. À época da perícia judicial(em 06/12/2010), o recorrido apresentava artrose unicompartimental em joelhos direito e esquerdo com diminuição da forçamuscular devido à atrofia da musculatura, com claudicação à marcha, de forma que tal doença degenerativa o incapacitariapara o exercício de todo e qualquer tipo de trabalho, temporariamente.4. Aduz o INSS que seria plenamente possível a reabilitação profissional do autor para atividades compatíveis com suarestrição física nos joelhos, como as de porteiro e ascensorista. Entretanto, quando da análise dos laudos e atestadosmédicos particulares (fls. 15/33), bem como dos laudos médicos do INSS de fls. 69/95, fica evidente a série de transtornose complicações internas dos joelhos a que está acometido o recorrido desde 2006 (ano de início da doença), perdurando osseus efeitos até os dias atuais, não havendo que se falar em possibilidade de reabilitação profissional, mas sim, emincapacidade laboral definitiva.5. Nesse sentido, é certo que a entidade autárquica, por diversas vezes, conforme seus próprios laudos (fls. 69, 71/72, 74,77, 79/87, 92 e 94/95), em períodos intercalados (entre 2006 e 2010), reconheceu as complicações e graves limitaçõespresentes em ambos os joelhos da parte recorrida. Tais documentos supramencionados deixaram evidente a intermitênciae continuidade do referido quadro patológico ortopédico do autor, além de que o perito judicial não informou sequer umadata aproximada de plena recuperação para as atividades laborais, do que resta apenas entender que se trata o presentecaso de incapacidade total e definitiva.6. Ademais, reforça a necessidade de concessão da aposentadoria por invalidez ao recorrido, a sua idade (52 anos), o fatode ter pouca instrução (primeiro grau completo) e um quadro de saúde precário (diversas lesões e complicações em regiãolombo-sacra e joelhos), o que gera premente dificuldade de recolocação no mercado de trabalho, e torna remota a eficácia

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de eventual reabilitação profissional.7. Considera-se aqui que o recorrido encontra-se incapaz definitivamente, por todos os argumentos acima expostos. OCódigo de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outros elementos oufatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suas decisões, o que foi feitoacima.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Considerando que a parte autora faz jus à concessão de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria porinvalidez, intime-se o INSS para, no prazo de 05 (cinco) dias, contados a partir da data de intimação do presente acórdão,implementar o benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez e provar que assim o fez.10. Custas ex lege. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor dacondenação, conforme o artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma amanter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

52 - 0003281-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003281-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CAIXA ECONÔMICAFEDERAL (ADVOGADO: RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x ESPOLIODE MANOEL THOME PEREIRA.1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0003281-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003281-5/01)

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – RECURSO INOMINADO CONSIDERADO DESERTO PELO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU,MAS ENCAMINHADO A TURMA RECURSAL PARA NOVO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE - FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL - INDEFERIMENTO DA INICIAL – ARTIGO 10 DA LEI 12.016/2009.Trata-se de mandado de segurança impetrado pela Caixa Econômica Federal - CEF contra ato jurisdicional praticado peloJuiz Federal do 2º Juizado Especial Federal de Vitória/ES, que determinou à impetrante que efetuasse o necessário preparodo recurso por ela interposto, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, concluindo, em caso de não recolhimento, peladeserção do recurso, dele não conhecendo e negando-lhe seguimento, determinando, ainda, a intimação das partes eabertura do procedimento de execução.Não obstante ter considerado deserto o recurso, o ato ora impugnado determinou, em sua parte final, em razão daprecariedade do juízo de admissibilidade realizado pelo juízo a quo, bem como em razão dos princípios norteadores dosJuizados Especiais Federais Cíveis, a intimação da parte autora para apresentar contrarrazões e o encaminhamento dosautos à Turma Recursal, a fim de exercer novamente o juízo de admissibilidade.A impetrante requer, em caráter liminar, a suspensão da decisão guerreada, e ao final, a respectiva cassação.Parece-me que o ato impugnado, em última análise, acabou por admitir o recurso interposto pela CEF, independentementede preparo, eis que determinou o respectivo processamento e encaminhamento à Turma Recursal.Nesse passo, não vislumbro interesse processual para a presente impetração, não havendo nela qualquer utilidade. Issoporque o eventual provimento mandamental seria exatamente no sentido da determinação já constante da parte final dadecisão impugnada.De outro ângulo, o ato impugnado não contém a suposta ilegalidade apontada pela impetrante - não recebimento dorecurso - pois ao contrário do que se afirma na inicial, o recurso restou efetivamente recebido, não se configurando oalegado risco de dano irreversível com a liberação de quantia em sede de processo executivo.A suspensão liminar e a final cassação da decisão atacada teriam o condão de impedir o encaminhamento do recurso àTurma Recursal, na contramão do que de fato pretende a impetrante.Ante o exposto, INDEFIRO A INICIAL, com fundamento no artigo 10 da Lei nº 12.016/2009.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo INDEFERIR A INICIAL nos termos do art. 10 da Lei nº 12.016/2009,e, via de consequência, JULGAR EXTINTO O PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.ASSINADO ELETRONICAMENTEPablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

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53 - 0015023-45.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.015023-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CAIXA ECONÔMICAFEDERAL (ADVOGADO: RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x LIGIASTELA THEREZITA FARINA DE FREITAS E OUTROS (ADVOGADO: FERNANDO COELHO MADEIRA DE FREITAS,ROGÉRIO FERREIRA BORGES, HENRIQUE FARIA SANTOS RABELO DE AZEVEDO.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0015023-45.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.015023-2/01)

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – RECURSO INOMINADO CONSIDERADO DESERTO PELO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU,COM DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS PARA A TURMA RECURSAL PARA NOVO JUÍZO DEADMISSIBILIDADE – FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL – INDEFERIMENTO DA INICIAL – ARTIGO 10 DA LEI Nº12.016/2009.

Trata-se de Mandado de Segurança, impetrado pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, em face do JUÍZO FEDERAL DO 2ºJUIZADO ESPECIAL FEDERAL, LIGIA STELA THEREZITA FARINA DE FREITAS E OUTROS. Alega a impetrante que adecisão do Juízo a quo afrontou gravemente a legislação processual, eis que não recebeu recurso inominado por falta depreparo, em processo que se discute taxa progressiva de juros do FGTS. Sustenta que há norma legal dispensando a CEFdo recolhimento de custas judiciais em processos administrativos e judiciais em que for parte o Fundo de Garantia doTempo de Serviço – FGTS, seja no pólo ativo ou passivo (art. 24-A, parágrafo único da Lei nº 9.028/95). Requer aconcessão de liminar, com a suspensão da decisão guerreada, até o advento de decisão definitiva neste writ. Ao final,pleiteia a procedência do pedido para que seja determinada a nulidade da decisão sob ataque, com o recebimento dorecurso inominado interposto.

Os autores da ação originária pretendem a recomposição da conta vinculada do FGTS do de cujus Targino Pinheiro deFreitas, com a aplicação da taxa progressiva de juros, aduzindo que a regra da progressividade não foi respeitada. Foiprolatada sentença (fls. 201/203), julgando procedente o pedido autoral e determinando que a ré creditasse na contavinculada de FGTS do de cujus, a diferença apurada pelo contador do Juízo, com acréscimo de juros e correção monetária,de acordo com as regras do FGTS, até a data do efetivo pagamento. Os autos foram disponibilizados para a ré em09/07/2012, para ciência da sentença. Houve oposição de embargos de declaração em 12/07/2012, com a suspensão doprazo recursal. O Juízo a quo negou provimento aos embargos. Em 23/07/2012, a Caixa Econômica Federal foi intimada dasentença dos embargos. Em 31/07/2012 interpôs recurso inominado, sendo, portanto, intempestivo. Não houverecolhimento do preparo recursal.

Em decisão de fls. 221/223, o Juízo a quo declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 24-A da Lei nº 9.028/95,inserida pela MP 2.180-35 de 27/08/2001, por força da vinculação ao entendimento do STF proferido na ADIN 2.736, nosentido de que matéria processual não pode ser alvo de medida provisória, mesmo que editada anteriormente à EC nº32/01. Assim, intimou a impetrante para efetuar o necessário preparo em 48 (quarenta e oito) horas. Determinou, ainda, quecaso não ocorresse o recolhimento das custas, o recurso inominado da CEF estaria deserto, motivo pelo qual nãoconheceria do recurso e negaria seguimento ao mesmo. Porém, declarou ser precário o juízo de admissibilidade realizadopelo juízo a quo e encaminhou os autos para a Turma Recursal a fim de que esta exercesse novamente o juízo deadmissibilidade.

Parece-me que o ato impugnado, em última análise, acabou por admitir o recurso interposto pela CEF, independentementede preparo, eis que determinou o respectivo processamento e encaminhamento à Turma Recursal. Nesse passo, nãovislumbro interesse processual para a presente impetração, não havendo nela qualquer utilidade. Isso porque o eventualprovimento mandamental seria exatamente no sentido da determinação já constante da parte final da decisão impugnada.

Ademais, o recurso inominado da CEF é intempestivo, visto que os embargos de declaração suspendem (não interrompem)o prazo recursal.

Ante o exposto, INDEFIRO A INICIAL, com fundamento no artigo 10 da Lei nº 12.016/2009.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo INDEFERIR A INICIAL nos termos do art. 10 da Lei nº 12.016/2009,e, via de consequência, JULGAR EXTINTO O PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

54 - 0004124-98.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004124-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARLETE RIGO PASSOS

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CAIGHER (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal.1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0004124-98.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004124-5/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 – POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DOMANDADO DE SEGURANÇA QUANDO INEXISTENTE VIA RECURSAL PRÓPRIA – CONSEQUENTE POSSIBILIDADEDE UTILIZAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO SE TRATAR DE SENTENÇA TERMINATIVA TRANSITADAEM JULGADO – PROPORCIONALIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, eis que a sentença já transitou em julgado, não tendo sido interposto recursocontra a decisão que inadmitiu o recurso inominado.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo. De qualquer forma, a alegação da União para a denegaçãoda segurança será apreciada nesta sede, não lhe restando qualquer prejuízo decorrente da ausência de intimação anterior.Quanto à omissão, consta à fl. 81 certidão de decurso de prazo sem que a parte se manifestasse sobre o despacho queinadmitiu o recurso inominado, com fulcro no art. 5º da Lei nº 10.259/2001. Ocorre que, não havendo recurso cabível contraa decisão que inadmite recurso inominado, não há que se falar em decurso de prazo.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado. In casu, não há recurso cabível contra a decisão que inadmite recurso inominado, a teor do art. 5º daLei nº 10.259/2001, sendo cabível mandado de segurança, conforme entendimento exposto no acórdão embargado.Poder-se-ia entender, em casos como o presente, que o trânsito em julgado da sentença terminativa se dá na data daintimação da decisão que inadmitiu o recurso inominado, por ser tal decisão irrecorrível. Tal entendimento, contudo, vai deencontro à jurisprudência e doutrina pátrias, pacíficas no sentido da possibilidade de utilização do mandado de segurançaquando inexistente via recursal própria.É possível, por outro lado, compreender-se que, em caso de decisão irrecorrível, o trânsito em julgado somente ocorre apóso prazo para impetração de mandado de segurança. Ressalte-se que a possibilidade de trânsito em julgado após cento evinte dias já existe na hipótese legal de decisão judicial da qual cabia recurso sem efeito suspensivo, tendo em vista odisposto no art. 5º, II, da Lei nº 12.016/09, a contrario sensu.Há que se dar interpretação restritiva ao disposto no art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, de forma a não se conceder mandadode segurança quando se tratar de decisão judicial transitada em julgado que produza coisa julgada material,reconhecendo-se, portanto, o direito à impetração de mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgadoquando se tratar de coisa julgada meramente formal, como no presente caso.Isso porque o referido inciso III foi inserido no art. 5º em face da Súmula 268 do STF, a qual se fundou em precedentes quetratavam de coisa julgada material. Nesse caso, estaria o mandado de segurança sendo utilizado como sucedâneo de açãorescisória. Em se tratando de sentença terminativa, não há razão para se impedir o uso da via mandamental.A sentença terminativa transitada em julgado não obsta novo ajuizamento da ação. No caso, o ajuizamento de nova açãono juízo comum possivelmente ensejaria a remessa dos autos ao juizado especial, em face do valor da causa.O julgamento do presente mandado de segurança (a) não se mostra inadequado aos fins do disposto no art. 5º, III, da Leinº 12.016/09; (b) representa economia processual, pois resolve questão processual que muito provavelmente seriasubmetida a esta Turma em conflito de competência; (c) revela-se mais adequado do ponto de vista da proporcionalidadeem sentido estrito, na medida em que não se vislumbra qualquer prejuízo para o processo ou para o deslinde dacontrovérsia material nele estabelecida.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração na parte em que alegada omissão, e a eles nego provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ENEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

55 - 0001151-73.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001151-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) PEDRO PAULO SONEGHETISILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

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PROCESSO: 0001151-73.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001151-4/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.

O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, verifica-se em consulta ao andamento do processo originário, que consta à fl. 65 daqueles autos,certidão de trânsito em julgado, ocorrido em 01/12/2010. A segurança foi concedida para determinar à autoridade impetradaque admita o recurso interposto contra a sentença terminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conformeressaltado pela autoridade impetrada em suas informações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdãonão se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 96/97 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

56 - 0001117-98.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001117-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARLENE FANTIM(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0001117-98.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001117-4/01)

E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.

O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 81 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 101/102 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo267, VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

57 - 0001147-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001147-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE CARLOS BORGES(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0001147-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001147-2/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.

Page 57: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 81 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 103/104 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo267, VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

58 - 0002061-03.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002061-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CARMITA SCHULZ(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0002061-03.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002061-8/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.

O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição de

Page 58: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

recurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 74 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 101/102 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo267, VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

59 - 0002573-83.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002573-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELI FAFA (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0002573-83.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002573-2/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.

Page 59: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

Quanto à omissão, de fato consta à fl. 74 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 93/94 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

60 - 0001701-68.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001701-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DANIEL LOPES DE ASSIS(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0001701-68.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001701-2/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 77 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.

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Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 96/97 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

61 - 0002067-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002067-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIANE MARA SANTOSPENEDO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0002067-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002067-9/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 77 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo

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com o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 98/99 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

62 - 0007597-29.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007597-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RUY DIAS DE SOUZA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL.1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0007597-29.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007597-4/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato depreende-se da movimentação processual de fls. 14/22 que a sentença transitou em julgado,não tendo sido interposto recurso inominado, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suas informações.Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.

Page 62: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 42/43 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

63 - 0001729-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001729-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NEILA NASSUR ALVES(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0001729-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001729-2/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 177 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão que

Page 63: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

concedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 93/94 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

64 - 0001217-53.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001217-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROBERTO BRACONIJUNIOR (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x UNIÃOFEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0001217-53.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001217-8/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 (fl. 66) e impetrado o presente writmais de três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 66 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como o impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabemandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado no

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acórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 88/89 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

65 - 0000805-25.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000805-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GILMAR FRANCISCOOLIVEIRA VALENTIM (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federalx UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0000805-25.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000805-9/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.A autora requer, à fl. 110, “desistência do Mandado de segurança e da ação proposta”. Em princípio, enquanto não ultimadoo julgamento da ação, pode a parte dela desistir. Contudo, já tendo sido proferido acórdão e havendo embargos dedeclaração ainda pendentes de apreciação, a desistência alcança apenas esse recurso ainda não julgado (STF-1ª Turma,AI-AgR-ED-AgR 773754, rel. Min. Dias Toffoli, 10/04/2012).Incabível a homologação da desistência, impondo-se o julgamento dos embargos de declaração, eis que opostos pelaUnião Federal e não pela impetrante.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 e impetrado o presente writ maisde três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 79 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabe

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mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 99/100 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo267, VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTEPablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

66 - 0000833-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000833-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VERA LUCIA DE MOURABOECHER PEREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federalx UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator

PROCESSO: 0000833-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000833-3/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – NÃO CONHECIMENTO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO –SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – ART. 5º, III DA LEI Nº 12.016/09 E SÚMULA 268 DO STF - EFEITOSINFRINGENTES – EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.A autora requer, à fl. 100, “desistência da ação proposta e do Mandado de segurança interposto e a renúncia ao prazorecursal”. A subscritora da petição, contudo, conquanto regularmente constituída nos autos, não possui poderes paradesistir, a teor do art. 38 do Código de Processo Civil, como se verifica no instrumento de procuração de fl. 27.Incabível, pois, a homologação da desistência, impondo-se o julgamento dos embargos de declaração.O acórdão embargado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interpostocontra sentença terminativa. A embargante alega nulidade do acórdão, ante a ausência de prévia intimação da União, sejana condição de litisconsorte necessário, seja com base no art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. Alega, ainda, omissão quantoao não cabimento de mandado de segurança, alegado pela autoridade impetrada, eis que não houve interposição derecurso em face da sentença, tendo sido certificado o trânsito em julgado em 01/12/2010 (fl. 117) e impetrado o presentewrit mais de três meses depois.A nulidade alegada não pode ser apreciada em sede de embargos de declaração, recurso que não tem o efeito dedesconstituir ou anular o julgamento, mas apenas de declará-lo.Quanto à omissão, de fato consta à fl. 117 certidão de trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 01/12/2010. Asegurança foi concedida para determinar à autoridade impetrada que admita o recurso interposto contra a sentençaterminativa. Não houve, contudo, interposição de recurso, conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suasinformações. Configura-se, pois, a omissão alegada, uma vez que o acórdão não se manifestou sobre isso.Conforme o art. 5º, III da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicialtransitada em julgado.In casu, a situação é sui generis, uma vez que consta no dispositivo da sentença prolatada pelo Juízo a quo a seguinteadvertência: “Outrossim, atente a parte autora para o fato de que sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordocom o Enunciado 18 das Turmas Recursais”.Verifica-se que o Enunciado utilizado no dispositivo da sentença é da Turma Recursal do Rio de Janeiro. Enunciado similar,da Turma Recursal do Espírito Santo (Enunciado 12), foi cancelado na sessão do dia 14/04/2009 (publicação no DiárioOficial do Estado em 22/04/2009), conforme já ressaltado no acórdão embargado.O Juízo impetrado não obstou/ impediu a interposição do recurso inominado. A advertência lançada no dispositivo dasentença em momento algum obstaria a impetrante de protocolizar o recurso inominado. Como a impetrante não protocoloutal recurso no prazo hábil, a sentença atacada por meio deste writ transitou em julgado.Este writ seria cabível apenas se o recurso inominado houvesse sido apresentado tempestivamente e, em seguida,inadmitido pelo Juízo a quo. Contra esta decisão caberia mandado de segurança (uma vez que inexiste agravo no rito dosJuizados).Deste modo, assiste razão à União quando, por meio de embargos de declaração interpostos contra o acórdão queconcedeu a segurança, aduziu que este mandado de segurança foi manejado contra sentença transitada em julgado,posicionamento que vai de encontro ao entendimento consolidado na Súmula 268 do STF, segundo a qual “Não cabe

Page 66: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ... com 39 anos de idade, é portadora de doenças crônicas degenerativas que afetam a coluna vertebral, mais especificamente a região lombar

mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”Registre-se que, em se tratando de reconhecimento de fato processual evidente e incontroverso não considerado noacórdão embargado, desnecessária in casu a intimação da parte contrária para se manifestar sobre os embargos.Pelo exposto, conheço dos embargos de declaração apenas na parte em que alegada a omissão e a eles dou parcialprovimento para, reconhecendo a omissão alegada, saná-la nos termos da presente ementa e, atribuindo-lhes efeitosinfringentes, alterar o julgamento proferido no acórdão de fls. 88/89 e extinguir o feito sem julgamento do mérito (artigo 267,VI, do CPC), ausente o interesse de agir (manejo de via inadequada).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER EM PARTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EDAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTEPablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

Dar parcial provimentoTotal 16 : Dar provimentoTotal 9 : Extinguir o processo com resolução de méritoTotal 1 : Extinguir o processo sem resolução de méritoTotal 2 : Não conhecer os embargos de declaraçãoTotal 1 : Negar provimentoTotal 35 : Rejeitar os embargosTotal 1 :