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BENTO GONÇALVES | 17 JULHO 2020 | EDIÇÃO 231 | ANO 19 Foto: Júlia Beatriz de Freitas INDÍGENAS BUSCAM PERMANÊNCIA EM ALDEIA URBANA DE BENTO

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BENTO GONÇALVES | 17 JULHO 2020 | EDIÇÃO 231 | ANO 19

Foto: Júlia Beatriz de Freitas

INDÍGENAS BUSCAM PERMANÊNCIA EM ALDEIA URBANA DE BENTO

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ALDEIA URBANA JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020

Por: Júlia Beatriz de [email protected]

Edição: Kátia [email protected]

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Bimensal | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 | Jornalista e Social Media: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. |

Diagramação: Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André Pellizzari | Colaboradores e Colunistas: Ancilla Dall´Onder Zat, Cesar Anderle, Graziela Dalpian, Letícia Simioni Schossler, Rogério Gava

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Foto: Júlia Beatriz de Freitas

Indígenaskainganguesbuscampermanênciaem aldeiaurbana de Bento

Eles vinham de Tenente Portela e passavam por aqui, descansavam aqui e depois iam conversar com o governador, em Porto Alegre.

Passavam semanas até chegar ao governador para conversar com ele sobre as suas terras”, conta o indígena da etnia kaingangue, Vicente da Silva, sobre negociações que seus antepassados conduziam pelo direi-to de permanecer em suas terras no Rio Grande do Sul, estado que pas-sava pelo processo de colonização europeia, incentivado por políticas nacionais.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 ALDEIA URBANA 3

23 famílias vivendo em casebres improvisados na aldeia urbana

Em 2013, um grupo de oito fa-mílias indígenas se estabeleceram em Bento Gonçalves, numa área verde do município, de quase três mil metros quadrados, no bairro São Roque. A área foi cedida à Fu-nai para a construção de uma casa de passagem aos que vinham à cidade em períodos como Natal e Páscoa, para vender artesanato, e que acabavam acampados no via-duto da BR 470 e no entorno da es-

Luísa Salles, moradora da aldeia

tação rodoviária. A casa de passa-gem não foi construída e, no final de 2019, o município entrou com ação de reintegração de posse da área. Hoje, são 23 famílias vivendo em casebres improvisados.

Na última quinta-feira, 16 de julho, houve mais um desdobra-mento. Uma liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de-terminou a suspensão temporária do processo de reintegração de

posse da área. A decisão foi toma-da pelo desembargador relator de um recurso da comunidade e, caso confirmada pelos demais desem-bargadores, o processo fica sus-penso até o fim da pandemia e do julgamento do processo do povo Xokleng, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), para novas definições sobre o reconhecimen-to de terras tradicionais indígenas pelo Estado Brasileiro.

“É uma liminar importante, que garante o nosso direito. A decisão respeita a determinação nacional, de não serem feitos despejos de famílias no período de pandemia”, avalia o vice-cacique da aldeia, Isa-ías da Silva. A decisão da liminar também foi embasada no entendi-mento de que o STF deve debater e decidir questões acerca do reco-nhecimento da tradicionalidade das terras indígenas do Brasil.

Foto: Júlia Beatriz de Freitas

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ALDEIA URBANA JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 20204

A antropóloga Solana Irene Loch Zandonai explica que existe um embate jurídico e político acer-ca dos direitos indígenas no Brasil. “Há os que acreditam que a terra indígena só deva ser demarcada com o Marco Temporal de 1988. Mas, o entendimento do que cha-mamos de direito originário, faz com que a ancestralidade desses povos precedam a existência do Estado ocidental que se formou”, afirma.

“O direito originário prevê a demarcação de territórios que os indígenas ocupam ou ocuparam permanentemente e também abri-ria para mais interpretações, como terras de transições e de passa-gem”, complementa.

“A comunidade se sente mais tranquila com a decisão da liminar. Buscamos reconhecimento por

A pandemia do novo coronavírus (Co-vid-19), desde março impossibilitou a ven-da dos artesanatos e deixou os indígenas kaingangue de Bento Gonçalves ainda sob maior vulnerabilidade.

A situação deu origem ao minidocu-mentário ‘Sôrmag - ser índio em Bento Gonçalves durante uma pandemia’, produ-ção audiovisual realizada por mim, como jornalista, em parceria com Solana, disponi-bilizada no Youtube.

O vídeo busca atentar à situação das fa-mílias durante o período de crise sanitária e lança uma campanha de arrecadação onli-ne para compra de suprimentos de higiene, cobertores e roupas de inverno, produtos alimentícios, medicamentos e demais itens que podem ajudar a comunidade a passar por este período, mantendo-a segura e em casa.

A campanha, que será finalizada no dia 27 de julho, teve 50% de sua meta superada mas ainda não atingiu o objetivo de anga-riar 10 mil reais. Para apoiar, basta acessar: https://sharity.com.br/apoie-a-comuni-dade-indigena-de-bento-goncalves.

Os direitos dos povos indígenase a situação em Bento Gonçalves

Bento Gonçalves ser território tra-dicional indígena kaingangue. A tribo se alojou na cidade por saber que está em seu território tradicio-nal e porque sente a presença de ancestrais no município. Apesar das dificuldades, mantemos nos-sas línguas, tradições, culturas e crenças e, assim, buscamos o re-conhecimento dos nossos direitos pela sociedade branca”, ressaltam as lideranças da aldeia urbana. Eles citam a existência de registros his-tóricos a partir do século XIX que atestam a presença de kaingan-gues na região.

“Nossas crianças já estão na escola, já estamos estabelecidos na cidade”, afirma o vice cacique. Isaías da Silva ressalta que na re-gião há bastante oferta de matéria prima para a produção de artesa-nato, principal fonte de renda da

comunidade. O cipó e a taquara são algumas das plantas utilizadas na confecção de cestos de diversos tamanhos e utilidades – tradição repassada dos pais para os filhos da etnia há tempos imemoriáveis.

Na aldeia, os indígenas revesti-ram as pequenas casas de madeira com lona, rodeadas pela fumaça dos fogões a lenha, que oferecem algum conforto durante o período de inverno, rigoroso na região.

A comunidade foi batizada de Sõrmag, que significa Serra Gran-de na língua kaingangue, utilizada cotidianamente entre os morado-res da aldeia. Cercada por algu-mas árvores da região periférica do bairro, misturam-se os sons dos cantos de pássaros e do barulho dos carros da rodovia, localizada à frente. Logo na entrada da aldeia, foi construído um centro comuni-

tário onde, semanalmente, as lide-ranças se reúnem com as famílias para trocar informações de seu in-teresse.

As lideranças não demoram em convidar os visitantes para en-trar em alguma das casas ou posi-cionar cadeiras à frente do centro da aldeia, sob os olhares curiosos das crianças, numerosas na comu-nidade.

“Às vezes sofremos preconcei-to pelo nosso estilo de vida, por isso chamamos as pessoas para nos conhecer e conversar”, afirma Vicente da Silva.

A antropóloga Solana acentua o direito à diferença, garantido pela Constituição Federal, que pre-vê o respeito às formas de organi-zação social, cultura, costumes e crenças dos povos originários do Brasil.

Campanha de apoioColagem: Júlia Beatriz de Freitas

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 20205

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SOLIDARIEDADE JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 20206

Na primeira reportagem, estive na casa de Sidi com o repórter Lu-cas De Lucca. Nessa, a entrevista foi feita em conjunto com o jornalista Rodrigo De Marco. No sábado do úl-timo dia 11 de julho, encontrei com o Sidi no Super Apolo da Vico. Como sempre, a gente conversou, mas ele me pareceu apreensivo ao pergun-tar se eu poderia ir na casa dele para fazermos outra entrevista, na qual ele diria “mãezinha, não se preocu-pe, a gente vai passar por essa”. Ouvi falar que Dona Ivani tinha sido de-mitida de uma loja do centro, onde há oito anos trabalhava na faxina... perguntei ao Sidi: a mãe está sem emprego? Ele confirmou, com cara de triste... disse a ele que tentaria ir

Nem mesmo a chuva, o frio, as dificuldades financeiras e de saúde inibem dona Ivani Casagranda, 65 anos, mãe de uma das figuras folclóricas de Bento Gonçalves, o famoso “Sidi Loco”, como é conhecido Sidinei Casagranda, de 44 anos. Dona Ivani recebeu novamente, na última quinta--feira (16), a reportagem do Integração da Serra em sua casa, no bairro Vila Nova II, onde também residem Sidi e seu padrasto, Luis Cardoso, de 66 anos. Em 2015, estivemos pela primeira vez na residência para fazer uma reportagem sobre o Sidi, publicada na edição de setembro do mesmo ano (www.integracaodaserra.com.br/edições anteriores).

“Mãezinha, não se preocupe,a gente vai passar por essa”

na semana seguinte. Conseguimos ir na tarde de quarta-feira, mas tan-to ele como a mãe não estavam em casa. O padrasto comentou que ele tinha avisado sobre a entrevista e estivera esperando por nós nos últi-mos dias. Combinamos para voltar às 13h30min do dia seguinte, mas atra-samos um pouquinho. Quando che-gamos, cadê o Sidi? Já tinha ido para a sua peregrinação diária. Dona Ivani e seu Luís disseram que não teve jei-to de segurar Sidi por mais de tem-po em casa, porque ele tem medo de perder o horário do ônibus, mais restrito em função da pandemia. “Ele acorda, almoça, sai e geralmente vol-ta entre 2 e 3 da manhã. De sábado para domingo chega por volta das

5 ou 6h. Eu não consigo dormir até ver o meu filho entrando em casa. Ele chega sempre assoviando e can-tando. O álcool gel fica em cima da mesa para quando ele chegar. A to-alha dele em cima da cama, pijama em cima da cama. Logo que chega, faço ele tomar banho. Ele tem que se lavar bem para preservar a mãe que tem (risos).

Só consigo segurar ele em casa se der medicação para dormir. Foi à base dessas medicações que uma clínica odontológica da cidade con-seguiu fazer as extrações dentárias e a prótese móvel, ofertadas ao Sidi”, relata Dona Ivani. A prótese é para repor os dentes que Sidi perdeu em acidente ocorrido em 2008. Ele es-

tava no banco do carona, quando o motorista que o levava para casa bateu em um poste. Sidi não usava cinto. Além dos dentes, seu rosto foi atingido pelos cacos do para-brisa, deixando a marca que ele tem até hoje no lado esquerdo da face.

Sidinei é o segundo filho de Ivani e de Agenor, que faleceu em 2000, vítima de acidente de carro. Ele tem um irmão e duas irmãs que atual-mente moram no município de Pato Branco, no Paraná. Os pais de Sidi se separaram após 24 anos de con-vivência. “Agenor nunca deu muita atenção aos filhos. Mesmo assim, quando ele faleceu, Sidi ficou muito mal. Por muitos anos perguntava se o pai ia voltar”, conta Ivani.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Rodrigo De Marco

Por: Kátia [email protected]

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 SOLIDARIEDADE 7

É possível afirmar que Sidi é um vencedor, um sobrevivente. Ele não sabe ler, nem escrever. Também não sabe olhar as horas e contar dinheiro. Segundo a mãe, até os 15 anos Sidi tinha convulsões, causadas por dis-ritmia cerebral de sequelas do parto, ocorrido em 18 de outubro de 1976, no Hospital Santa Terezinha, de Ere-chim.

“Ele pesava quatro quilos e foi

Sobre a situação atual, ela relata que a sua demissão, ocorrida no úl-timo mês de maio, tem deixado Sidi tenso. Ela trabalhou oito anos numa loja do centro da cidade, na faxina. ”Sidi não se conforma. Teve um dia que ele foi na loja perguntar porque a mãe dele tinha sido demitida”. Ela acrescenta que ele também tem fica-do muito irritado por estar choven-do dentro de casa, entre a cozinha e o corredor, em função da falta de algerosa numa parte da residência, que estava sendo ampliada para ser o novo quarto do Sidi.

“Esses dias ele perguntou por-que eu não faço uma lasanha, pizza, “bigoli”. Disse que estava cansado de comer arroz e feijão. Cachorro quen-te e pizza é com ele mesmo” (risos). A preocupação que Dona Ivani tem

Cachorro quente,pizza e “bigoli”

com o filho é o fiel retrato de uma verdadeira mãe. Ela e o padrasto se desdobram para dar o máximo de amor e conforto para ele.

“O Sidi representa um amor imenso. Para mim, ele é uma alegria. Trabalhava para dar mais conforto a ele, porque recebo somente pensão de salário mínimo. Ele está precisan-do muito de calça e blusão tamanho G”, afirma. Para Dona Ivani, a iniciati-va de Sidi em chamar a reportagem pode ter sido a de solicitar auxílio para donativos. Dentro de sua sim-plicidade, comenta a história de uma moça que escapou de ser assaltada por intervenção do Sidi. Ela esteve na casa de Dona Ivani, querendo compensar Sidi de alguma forma. “Sugeri que ela desse um shampoo. Ele adora”.

Dona Ivani mostra local da infiltração de água na casa

Ivani Casagranda e Luis Cardoso Água da chuva é coletada na residência para diminuir gastos

História de vida

Quem quiser ajudar a famí-lia com doações, deve entrar em contato com Dona Ivani pelo telefone (54) 99681.2447. Podem ser alimentos, roupas e calçados para Sidi e também materiais de construção para o término da reforma da casa.

retirado a fórceps. Ficou 24 dias en-tre a vida e a morte no hospital em Erechim, mais 17 em outro hospital, em Passo Fundo. No décimo quinto dia teve sua primeira convulsão”. Na ocasião, Dona Ivani foi avisada pelos médicos que ele sobreviveria, mas teria sequelas. A família se mudou para Bento Gonçalves em busca de oportunidade de emprego quando Sidi tinha sete meses. Ele entrou na

Escola Municipal de 1º e 2º Graus Alfredo Aveline com oito anos, em 1984, mas ficou por menos de quatro meses, quando foi transferido para a Associação de Pais e Amigos dos Ex-cepcionais (APAE), que frequentou por nove anos. Através da APAE, foi trabalhar numa mecânica e no Cor-po de Bombeiros, mas não deu certo porque, segundo Dona Ivani, ele me-xia em tudo, não parava quieto.

Doações

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020AUXÍLIO AO JORNALISMO8

O Jornal Integração da Serra foi contempla-do com aporte financeiro do Google News Initia-tive, através do Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo Local (JERF, na sigla em inglês), lança-do no dia 15 de abril deste ano para, segundo o projeto, apoiar pequenas e médias organizações de mídia que produzem conteúdo original volta-do para comunidades regionais, durante a crise da pandemia da Covid 19.

Foram mais de 12 mil inscritos em todo o mun-do e aproximadamente 5,3 mil redações beneficia-das, com quantias que variaram de acordo com a região atendida e o porte dos veículos. No Brasil,

Parte do texto do vice-presidente de Notícias do Google, Richard Gingras, postado no blog da empresa em 15 de abril deste ano

“O noticiário local é um recurso fundamental para que pessoas e comuni-dades se mantenham conectadas quando tudo vai bem. No momento atual, ele desempenha um papel ainda mais importante na cobertura de situações de quarentena, distanciamento social ou isolamento total em determinadas regiões; do fechamento de escolas e parques; e na divulgação de informações sobre os impactos do coronavírus no cotidiano dos cidadãos. Entretanto, esse setor crucial passa por um dos momentos mais desafiadores de sua história: a indústria de notícias está enfrentando cortes de pessoal, férias coletivas e redução de custos, resultantes da desaceleração econômica imposta pela Co-vid-19. O Google News Initiative quer ajudar a enfrentar o problema e, por isso, vai lançar um Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo. O objetivo é oferecer apoio a milhares de pequenos e médios veículos de todo o mun-do, bem como para empresas que cobrem o noticiário local. O financiamento será aberto a organizações de mídia que produzem conteúdo original volta-do a comunidades regionais durante a crise atual”.

l Organizações de notícias de pequeno e médio porte que produzam no-tícias originais para comunidades locais durante este período de crise.

l Os candidatos devem ter presença digital e estar em operação há pelo menos 12 meses.

l O Fundo é direcionado a redações que empreguem formalmente entre 2 e 100 jornalistas em tempo integral.

l Empresas que empregam formalmente mais de 100 jornalistas também podem se inscrever. Estes casos serão analisados, a critério do Google, com base principalmente nas necessidades de diferentes países e re-giões.

l Empresas devem ser incorporadas ou registradas em uma das regiões elegíveis. Da mesma forma, organizações não incorporadas devem se basear em uma das geografias elegíveis.

l Os candidatos devem ser produtores de notícias (“hard news”), não sen-do consideradas elegíveis publicações com foco em produção de conte-údo sobre estilo de vida, esportes e business to business, por exemplo.

l São elegíveis organizações de notícias com ou sem fins lucrativos, meios tradicionais, nativos digitais e emissoras de rádio e/ou TV.

l Entidades e indivíduos pertencentes ao Governo não são elegíveis para inscrição.

The future of journalism

depends on all of us working

together.

“O futuro do jornalismo

depende de todos nós trabalharmos

juntos”.

Integração da Serra é contemplado comaporte financeiro do Google News InitiativeDo Brasil, foram selecionados 380 veículos de comunicação de pequeno e médio porte

foram selecionadas 380 empresas de comunica-ção para receber subsídios. Entre elas figura a Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda, de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, que neste mês de julho completa 19 anos de exis-tência.

O edital de participação exigia que os veículos correspondessem a uma série de critérios, entre eles: ser uma organização local de mídia com pro-dução de conteúdo original (hard news), ter pre-sença digital, estar em operação há pelo menos 12 meses e empregar, no mínimo, dois e, no máximo, cem jornalistas.

Auxílio Emergencialao Jornalismo Local

Requisitos de Elegibilidade

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 9AUXÍLIO AO JORNALISMO

Kátia Maria Bortolini, Diretora e Jornalista Responsável - MTB 8374

Foto: Rodrigo De Marco

“O Integração da Serra tem de-sempenhado um papel fundamental como veículo independente, com pau-tas diferenciadas, valorizando princi-palmente a cultura. No último ano foi finalista do 61º Prêmio ARI/Banrisul de Jornalismo 2019, com a reporta-gem “Ritual do Exorcismo Desmistifica-do”, classificada entre as seis melhores do Estado na categoria Reportagem Cultural. E agora, estar entre os veículos de imprensa contemplados pelo pro-grama Google News Initiative é um orgulho imenso, além de ser um reco-nhecimento importante pelo trabalho desempenhado em prol do jornalismo comprometido com a verdade. O Goo-

Kátia Maria... sim, isso mesmo... meu nome completo é Kátia Maria Bortolini e foi assim que assinei a inscrição do Jornal Integração da Serra no programa Google News Initiative, no último mês de abril. Fi-quei sabendo da iniciativa do Google através de newsletter da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) Ser-ra Gaúcha. Recebi a mensagem aci-ma no último dia 19 de maio. Mesmo sendo em inglês, li o email de forma dinâmica, sendo tomada pelos sen-timentos de felicidade e gratidão. O Integração tinha sido selecionado para receber auxílio financeiro do Fundo Emergencial do Google, des-tinado a jornais de cobertura local e regional. Fiquei muito feliz com o subsídio, chegou em excelente mo-mento. Mas, imensurável mesmo é a satisfação com o reconhecimento à trajetória e ao conteúdo editorial do veículo, que há 19 anos (junho de 2001) surgiu como uma proposta inovadora frente ao modelo de pe-riodicidade e circulação dos impres-sos da época. A boa notícia somou ao processo de reinvenção do jornal que, desde o último mês de maio,

“QueridaKátiaMaria...

“O lado B dos fatos”

Obrigado por se inscrever no JERF (Fundo de Emergência em Jornalismo da Iniciativa Google News). Recebemos mais de 12.000 inscrições de mais de 100 países elegíveis e estamos felizes em confirmar que sua inscrição jrf-02429652af2e foi aprovada.

A resposta a este programa foi realmente esmagadora. Tem sido gratificante ajudar a apoiar organizações de notícias locais como você. Agradecemos o serviço que você está prestando à sua comunidade durante esses tempos difíceis, muito bem sucedida”.

Equipe da Iniciativa Google Notícias

é quinzenal e 100% digital. Agora, nosso conteúdo está no mundo, na aldeia global da web. Sempre fui fã do impresso e continuo sendo, mas temos que convir que “não se nada contra a maré”.

O aporte financeiro se concreti-zou neste mês, após etapa burocrá-tica de preenchimento do formulá-rio com informações cadastrais do Integração, solicitadas por uma empresa que atua em pagamentos para o Google. O valor depositado, acreditem, ficou isento de impostos. Nos Estados Unidos, jornais não pa-gam impostos. No Brasil, empresas optantes pelo Simples são isentas de tributação sobre donativos em espécie. Essa escolha do Integração como um dos 380 veículos do Bra-sil e 3, 5 mil do mundo a serem be-neficiados pelo fundo entre 12 mil inscritos, além de alívio financeiro, representa importante reconheci-mento ao trabalho da nossa eficien-te e heterogênea equipe de colabo-radores e colunistas e da confiança de nossos anunciantes.

Jornal Integração da Serra: muito além do comum.

Foto: Kátia Maria Bortolini

Rodrigo De Marco, Jornalista e Escritor - MTB 18973/RS

gle soube entender a fragilidade da atual situação econômica mundial e, com essa iniciativa, valoriza o jorna-lismo sério desenvolvido por veículos de comunicação de pequeno e médio porte. É preciso reconhecer e aplaudir a atitude da empresa, que, com cer-teza, é um alento para os jornais, que enfrentam dificuldades na área finan-ceira, dificultando o desempenho do trabalho profissional. O Integração da Serra é, sim, referência em qualidade e comprometimento jornalístico, e isso foi provado pelo Google. Somos incansáveis na busca do lado B dos fa-tos e esse fator, sem dúvida, é um dos nossos diferenciais.”

Mais informações sobre o Programa podem ser encontradas em https://newsinitiative.withgoogle.com/journalism-emergency-relief-fund

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020

O homem também tem seu diaNo Brasil, o dia 15 de julho é dedicado a eles, desde 1992

O Dia do Homem, comemorado em 15 de julho no Brasil desde 1992, com o propósito de chamar a atenção da socie-dade para problemas de saúde e circunstâncias que possam atingir, em especial, o sexo masculino, não emplacou tanto no país como o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

Em outros países, o Dia do Homem é comemorado em 19 de novembro. Desde o início do século XXI, muitas cam-panhas vêm sendo feitas, em vários países, com o objetivo de conscientizar os homens sobre a importância de cuida-rem de seu corpo e de sua saúde. Um exemplo desse tipo de conscientização diz respeito ao câncer de próstata, que atinge grande parcela da população masculina de todo o mundo e de outras doenças relacionadas com o uso do ta-baco e de bebidas alcoólicas.

No Jornal Integração da Serra, o Dia do Homem no Brasil não está passando desapercebido. O foco do conteú-do não é bem saúde, mas o pátrio poder na sociedade oci-dental sob a ótica do sociólogo Paulo Wünsch.

Neste sentido, apenas para exemplificar como estas relações en-tre homens e mulheres são constru-ídas socialmente, é oportuno relem-brar que esta distinção hierárquica no passado foi marcada pelo estabe-lecimento do poder pátrio, instituído por normas no código romano no século VI a.C. Nele, o homem (pater) na qualidade de chefe de toda orga-nização familiar, tinha poder absolu-to sobre os filhos, inclusive quanto ao direito de vida e morte. A mulher era submissa ao poder do homem, para ela somente havia a possibilida-de de continuar se submetendo aos poderes da autoridade paterna (ca-samento sem manus) ou, a partir do matrimônio, obedecer ao seu mari-do (casamento com manus). Mesmo no caso de óbito do “pater”, o pátrio poder era vedado à mulher, por isso era transferido ao filho primogêni-to e/ou outro homem pertencente ao grupo familiar. Em nosso país, durante muito tempo, a legislação manteve o pátrio poder. Sua aboli-ção se deu apenas pelo Código Civil (2002), que passou a adotar o poder familiar que prevê igualdade entre os membros da família e a autorida-de dos pais com relação a seus filhos e respectivos bens, com a finalidade de protegê-los até a maioridade. Em resumo, com esses exemplos, é pos-sível verificar que as relações que envolvem a categoria gênero não são determinadas pela natureza bio-lógica do homem e da mulher, mas

DIA DO HOMEM10

Reprodução: feminismocomclasse

O pátrio poder na sociedade

PauloWünsch

Professor de Sociologiado IFRS

m nossa sociedade, a di-visão dos humanos em homens e mulheres e os

respectivos papéis atribuídos a cada gênero tem sido objeto de estudos das ciências sociais, em especial da Sociologia e a Antropologia. Estes estudos constatam que as relações de gênero, enquanto uma constru-ção social baseada na diferenciação biológica dos sexos, tem sido histo-ricamente usada para garantir rela-ções de poder e reproduzir hierar-quias a partir de relações desiguais. Isto fica evidenciado pela discrimina-ção de funções, atividades, normas e condutas esperadas para homens e mulheres, a partir de um conjunto de instituições.

devem ser compreendidas enquanto resultado de uma construção social engendrada historicamente, econo-micamente, culturalmente e politi-camente.

Ainda em relação a isto, cabe lembrar o estudo do sociólogo fran-cês Pierre Bourdieu na obra “A do-minação masculina” (1998), na qual destaca que a divisão das atividades e coisas segundo a oposição entre o masculino e o feminino baseado em diferenças biológicas, especial-mente entre o corpo masculino e o corpo feminino, é usado como forma de dominação e para fundamentar as diferenças sociais. Elas fomentam as chamadas qualidades do homem associadas à virilidade, à coragem, à força; o marido; homem da lei; o homem público; homem de Deus; homem dos negócios. Enquanto que a concepção de ser humano da mu-lher, presente em diversas definições, é vinculada às chamadas qualidades e sentimentos femininos, tais como: carinho, compreensão, dedicação ao lar e à família, intuição, fragilida-de, companheira, dona-de-casa, da zona, do amor. Assim, a concepção dos papéis sexuais biologicamente determinados, expressos na confor-mação das qualidades do sexo mas-culino e do sexo feminino, ocultam seu verdadeiro sentido.

Cabe ressaltar que esta associa-ção do sexo ao gênero muito usual, até o início do século XX, passou a ser questionada, sobretudo a par-

tir de estudos e pesquisas como da antropóloga norte-americana Mar-garet Mead (1935). Em sua pesquisa realizada em diferentes grupos so-ciais, Mead concluiu que os papéis atribuídos aos homens e mulheres eram construções sociais, ou seja, têm origem nas relações sociais que ocorrem no processo de socialização. A partir de estudos como este, con-forme a socióloga norte-americana Joan Scott (1989), importou-se o ter-mo gênero da Gramática, com o ob-jetivo de se contrapor as definições baseadas na crença da determinação do fator biológico sobre o comporta-mento, hábitos, modo de agir, sentir e falar dos seres humanos.

Assim passou-se a efetuar a dis-tinção entre o sexo e o gênero. O sexo passou a ser definido como um conjunto de características fisio-lógicas e biológicas (órgão genital, hormônios, genes e morfologia). Enquanto que o gênero passou a ser associado a elementos culturais, portanto, nas relações de socializa-ção que promovem as construções e expectativas sociais sobre o compor-tamento masculino e feminino. Com isso, foi possível ter a compreensão de que todos os seres humanos, ho-mens e mulheres, são fortes e fracos; emotivos e racionais; autônomos e dependentes; inteligentes e capazes; e, com isso, demonstrar que as dife-renças biológicas não podem servir para fundamentar relações de poder e hierarquia.

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Em nota divulgada no dia 16 de julho, o Sindmóveis de Bento Gon-çalves informou que “entendendo o cenário de profundas incertezas no âmbito de eventos e negócios neste ano de 2020, anuncia que está trans-ferida para 2022 a 22ª edição da feira Movelsul Brasil, que ocorreria de 14 a 17 de setembro próximo, no Par-que de Eventos de Bento Gonçalves. A organização da Movelsul Brasil, atualmente a maior feira de móveis e complementos da América Latina voltada ao lojista e importador, toma essa decisão ciente de seu compro-misso – antes de tudo – com o bem--estar de todos os públicos envolvi-dos no evento”.

O Sindmóveis diz que “conside-rando que a estrutura da Movelsul Brasil permaneceu montada no Par-que de Eventos de Bento Gonçalves desde março de 2020, quando seria realizado o evento, era esperado um

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 11MOVELSUL

Movelsul Brasil é adiada para março de 2022Feira já havia sido remarcada de março para setembro deste ano. Com as incertezas sobre o fim da pandemia, a organização do evento anunciou, em definitivo, a mudança de data para 2022

posicionamento em relação à nova data. Com os pavilhões ocupados pela estrutura da Movelsul, era im-perativo que a feira abrisse a reto-mada dos eventos locais, com poste-rior liberação do espaço para outros eventos. Entretanto, a pandemia não

se mostra em situação de recuo e, agora, o Sindmóveis pode responder a seus públicos em tempo hábil.” O presidente da feira, Vinicius Benini, salienta que sempre foi prioritária a preocupação com a segurança sa-nitária de todos os envolvidos na

Movelsul Brasil. Além da questão de saúde, o ambiente mostra-se desfa-vorável à realização da feira em se-tembro e as determinações previstas nos protocolos governamentais po-dem mais uma vez inviabilizar a rea-lização do evento em suas vésperas.

Com o adiamento, a 22ª edição da Movelsul Brasil fica agendada para março de 2022, reunindo, em 30 mil metros quadrados, exposi-tores dos segmentos de móveis de alta escala, decoração, planejados, mobiliário corporativo, tecnologias e serviços.

A importância do evento para Bento Gonçalves é bastante signi-ficativa. 21 edições já foram realiza-das, desde 1977. Dirigida para um público profissional, em 2018, a feira contou com 251 expositores e re-cebeu 30 mil visitantes oriundos de mais de 30 países, impulsionando o turismo de negócios na cidade.

Estrutura já estava montada no Parque de Eventos desde o mês de março

Foto: Divulgação Movelsul Brasil

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020FENAVINHO12

Tasta Vin ganha novo trajeCom visual repaginado, mascote daFenavinho está de cara e roupas novas

Repaginado no visual, mas com a tradicional alegria e energia que pro-metem animar a programação da 17ª edição da Festa Nacional do Vinho, o boneco-símbolo da maior festividade de Bento Gonçalves, o Tasta Vin, está de cara e roupa novas.

Na versão atualizada do traje, predo-mina o vermelho intenso, cor básica do vinho tinto e, também, das vestimentas do Deus Baco, combinando a elementos em branco. As vestes possuem detalhes em dourado, simbolizando a nobreza de suas origens mitológicas – e que se estende à bebida. A fantasia ganhou, ainda, novos calçados que compõem o conjunto da caracterização. Mas é no protótipo da cabeça do Tasta Vin que estão as modificações mais chamati-vas. Adornada pela tradicional coroa de uvas, a nova máscara reavivou os traços do boneco criados pelo desenhista gaú-cho Otto Guerra – nome referencial na animação brasileira. O resultado é um Foto: Alessandro Manzoni

boneco muito mais vibrante e conta-giante.

Inspirado no Deus Baco, o mascote fanfarrão, bonachão e, claro, provador de vinho, como seu próprio nome diz, apareceu pela primeira vez na Fenavi-nho de 1991. Na época, a concepção causou comoção na cidade, resgatando aquele que é um dos maiores legados e fator central na construção da em-blemática primeira edição, em 1967: o envolvimento comunitário. O projeto Fenavinho Criança, lançado com o intui-to de preservar as raízes da festa, teve como ponto alto um concurso envol-vendo 12 mil estudantes do município para nominar aquele que viria a ser o símbolo do evento. O vencedor foi o es-tudante Marciano Menegotto, à época aluno do Colégio Estadual de 1º Grau Angelo Salton, de Tuiuty. Hoje produtor de uvas, Menegotto escolheu o nome Tasta Vin – “provador de vinho” – para batizar o recém-criado boneco.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 13SAÚDE

A Prefeitura de Bento Gonçal-ves, através da Secretaria de Saúde, iniciou na sexta-feira, 17 de julho, a implantação de protocolo para tratamento precoce da Covid-19, mediante disponibilização de medi-camentos indicados de acordo com avaliação médica. Os primeiros kits começaram a ser administrados.

A resolução será implantada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), no Bairro Botafogo, que conta com o ambulatório fast track, de referência para atendimento es-pecializado da doença no município. O prefeito Guilherme Pasin e a equi-pe médica da Secretaria da Saúde estiveram verificando o atendimen-to no local.

O objetivo é atenuar, em estágios iniciais, as infecções causadas pelo novo coronavírus, mediante autori-zação do paciente, em casos consi-

Secretaria da Saúde disponibiliza medicamentos para tratamento precoce de suspeitos da Covid-19

Foto: Emanuele Nicola

derados leves e moderados.O protocolo clínico farmacoló-

gico adotado considera pacientes, independente de faixa etária, com sintomas respiratórios e alguma co-morbidade, para uso da terapia me-dicamentosa.

MedicaçãoSerão disponibilizados kits com

invermectina, zinco, vitaminas C e D, azitromicina, além da hidroxicloro-quina, em casos receitados pelo mé-dico e com exames específicos para administração do medicamento.

Em todos os casos, a prescrição médica considera a gravidade e o tempo de evolução do quadro do paciente, que deve cumprir qua-rentena domiciliar de 14 dias, além de ser monitorado pela Central de Atendimento ao Coronavírus, até o término do tratamento.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020REFLEXÃO14

CésarAnderle

Diretor da Anderle Transportes

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João Paulo II

Exemplo de superação,

de caridade, de

humildade, de

perseverança e de

amor incondicional.

O seu papado ficou

e ficará presente na

memória humana por

gerações e gerações.

pós ser conclamado Papa, em 18 de outubro de 1978, muitos pensavam e até a imprensa

italiana duvidava da capacidade de um papa, não sendo italiano (já que por 455 anos até a eleição de Karol só se elegia papas italianos), ser um líder espiritual e um bom condutor do reba-nho da igreja católica, tanto que um importante jornal refletiu o estarrecimento geral: “Uno papa polaco, que cosa fá”. Ao longo de seus 26 anos de papado, João Paulo II acabou provando que um homem fora da Itália poderia sim dirigir a igreja de uma forma diferente, de uma forma popular, de uma forma carismática, de uma forma política e, principalmente, demonstraria muita perseverança em seguir o dom da sua fé em Jesus Cristo.

Exemplo de superação, de caridade, de humildade, de perseverança e de amor incon-dicional. O seu papado ficou e ficará presente na memória humana por gerações e gerações. Nunca um papa peregrinou tanto quanto este. Jesus Cristo, em sua peregrinação, nunca fica-va parado, estava sempre indo ao encontro das pessoas, divulgando as ideias que Deus Pai or-denou. Mostrava-se perseverante na distribui-ção do sentimento que move o mundo para a igualdade e a fraternidade.

João Paulo II, Sr. Karol Josef Wojtyla, seguiu à risca os passos de Cristo. Nunca fraquejou dian-te dos obstáculos. Até em suas últimas horas de vida fez questão de ir à janela de seu quarto para abençoar as pessoas. Segundo o Vaticano, um dia antes, supostamente se dirigindo aos jo-vens que oravam por ele na Praça de São Pedro, murmurara: Eu busquei vocês, agora vocês vêm a mim, e eu agradeço.

O Espírito Santo esteve sempre com ele, abençoando, protegendo e direcionando os passos deste homem, que o fez se tornar um dos santos da igreja católica, São João Paulo II.

Conforme assegura o sacerdote polonês Ja-

rek Cielecki, diretor dos serviços de imprensa do Vaticano: “Quando finalizou a oração dos fiéis, o Papa pronunciou com sua última força vital a palavra Amém. Pouco depois morreu”, relata o sacerdote que estava com ele em seus últimos momentos num sábado à noite.

Em documento aberto e lido em 06 de abril de 2005 pela Congregação de Cardeais o papa João Paulo II disse: Despertem, porque não sa-bem em que dia nosso Senhor virá.

O papa, por diversas vezes, orava a Deus pelo perdão dos erros das lideranças cristãs. O seu pedido de desculpas pelas falhas da sua e da nossa igreja, nos remetem a uma grande re-flexão: se ele, com toda a sua santidade, se põe humilde e de joelhos perante todos, porque que nós, homens mais incrédulos, temos de ser tão autoconfiantes e independentes na razão de viver e na razão de ter uma fé própria?

Será que esta frase na qual ele diz: Desper-tem, não tem sentido para um pedido de per-dão dos nossos erros e para a busca de uma vida mais amiga, mais fraterna e de uma fé convicta em Jesus Cristo?

Deus quis que este fosse o terceiro papa que mais sustentasse o trono de Pedro. Penso que esta superação, enfrentando tanta adversidade política e humana, o tornaram, sem sombra de dúvidas, um dos mais perseverantes homens de fé que se tem notícia. Para nós, um grande ho-mem de determinação, motivação e exemplo a seguir. Para Deus, mais um filho que soube ouvir os seus conselhos e trilhou o caminho do Bem, buscando sempre levar consigo mais e mais pessoas para o seu rebanho.

O papa João Paulo II, que veio ao Rio Grande do Sul e para a população exclamou – O Papa é gaúcho!, nos deixou em 02 de abril de 2005, aos 84 anos. Estamos sentindo saudades.

Shalom Karol Josef Wojtyla!

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 15COMPORTAMENTO

GrazielaDalpian

Coach Integral Sistêmico@grazidalpiancoach

Nada acontece sem foco

O vencedor não é

aquele que nunca

teve derrotas, mas

sim aquele que nunca

desistiu diante delas.

s vezes parece difícil manter o foco nos ob-jetivos. Há dias em que tudo anda perfeita-

mente, tudo acontece. Em outros dias, parece que nada anda, acabamos procrastinando as atividades. Pois bem, manter o foco nos objeti-vos exige dedicação, persistência e consistência. Qualquer coisa pode distrair você das suas ati-vidades, tirando você do foco, principalmente quando as distrações são prazerosas.

Tendenciamos sempre escolher o que mais nos dá prazer no momento. Porém, o prazer mo-mentâneo pode não levar ao caminho que você quer conquistar, sendo um prazer temporário, tornando-se uma frustração lá frente. Posso ci-tar inúmeros exemplos, vejamos alguns: uma pessoa que deseja ter um corpo sarado, um cor-po em forma, precisa manter o foco e se abdi-car dos prazeres momentâneos para chegar ao seu objetivo. Então, precisa manter a disciplina, a persistência, a consistência e ir aos treinos re-gularmente, cuidar com a alimentação e com a qualidade do seu sono. E isso não pode ser só uma vez por semana, tem que ser todos os dias. Então, essa pessoa está deixando os prazeres do momento para atingir seu objetivo futuro. Ou-tro exemplo: uma pessoa que opta em estudar todos os dias para buscar a profissão dos so-nhos ou se tornar o profissional que deseja. Ela abdica das saídas, de filmes e outros prazeres para poder atingir o seu objetivo futuro.

O que quero mostrar com isso tudo é que, indiferente de qual seja o seu objetivo: saúde, controle emocional, relacionamento, se tornar um profissional melhor, enfim, o sucesso não é

conquistado do dia para a noite. É uma batalha, dia após dia, e você precisa manter o foco nela. Manter o foco é também saber dizer não para tudo que possa lhe tirar do caminho dos seus objetivos. Então, se você tem algo em mente, não desista e, sim, persista.

O que diferencia as pessoas de sucesso das outras é justamente porque elas assumem a au-torresponsabilidade de suas vidas. Elas sabem que todo o resultado depende exclusivamente das ações que tomam. Por isso, permanecem focadas nos seus objetivos. Todos nós possuí-mos dias bons e dias ruins, o que muda é a for-ma como lidamos com esses dias, é a forma que vemos esses dias. Você pode ficar reclamando e deixar que as coisas aconteçam ou, então, ver o que a ocasião pode lhe ensinar, seguindo adian-te. Pode ser que naquele dia as coisas não acon-teçam como você gostaria. Mas você pode olhar e ver o que pode ser feito diferente para que os próximos dias sejam melhores.

Todas as histórias de sucesso passaram por situações difíceis, porém, os atores dessas histó-rias nunca perderam a fé neles mesmos, nunca desistiram. O vencedor não é aquele que nunca teve derrotas, mas sim aquele que nunca desis-tiu diante delas.

Nesse momento, convido você a pegar um papel e uma caneta. Nesse papel coloque qual o seu objetivo. E pense o que você precisa fa-zer para chegar até ele. Não desista dos seus sonhos. Tenha persistência, tenha consistência e mantenha o foco no seu objetivo. Faça de sua história uma história de sucesso também.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020LITERATURA16

Confira a entrevista concedida por Emanuelle ao Jornal Integra-ção da Serra e conheça um pouco mais dessa jovem escritora.

Com 19 anos tu já vai ter teus primeiros textos publicados por uma editora. Qual é o teu sentimento com relação a isso?

Emanuelle: Até então, já tinha desistido do concurso ou publicar meus escritos. É um sentimento de agradecimento para todas as pessoas que acreditaram em mim e me fizeram acreditar no meu sonho. Com dezenove anos, estar sendo agraciada com o prêmio, me faz sentir que sou importante, que alguém gosta do que faço e me motiva a continuar.

Já participaste de outros concursos?

Emanuelle: Não havia partici-pado de nenhum concurso até en-tão. Agora pretendo participar de mais alguns.

Qual é a previsão para a publicação desse material?

Emanuelle: O material já está disponível para compra. A data prevista é para o mês de outubro,

Por Rodrigo De [email protected]@sr_demarco

Mulheres

Jovem escritora Emanuelle da Silva, moradora de Bento Gonçalves, é premiada em concurso internacional de Literatura

das letras

Foto: Arquivo Pessoal

os 19 anos, a jovem escritora curitibana,

radicada em Bento Gonçalves, Emanuelle da Silva, já conquista um espaço importante na Literatura. A jovem foi uma das vencedoras do Prêmio Internacional Mulheres das Letras 2020, da Editora Litere-se, do Rio de Janeiro. O objetivo da premiação é dar visibilidade para jovens escritoras que ainda não estão inseridas no mercado editorial. Emanuelle, apesar da idade, já é uma escritora de personalidade e com planos definidos. Com influências de Machado de Assis, Clarice Lispector e HP Lovecraft, além de citar a premiada Rupi Kaur, a jovem, que há seis anos começou a se interessar por poesia e a desenvolver seus primeiros escritos do gênero, comemora o resultado da premiação, que contou com mais de mil escritoras inscritas de diversas partes do Brasil e também de outros países. Emanuelle ficou entre as cem melhores.

onde o prêmio será entregue às escritoras.

Conte sobre esses textos premiados e a inspiração para escrevê-los.

Emanuelle: Minha inspiração foram as mulheres que participam da minha vida, as que me criaram e as que conheci. Decidi que queria falar sobre a história de cada uma e a sua luta. Quis fazer uma inter-pretação de como foi, da visão do povo negro, da escravidão. Em um dos textos, retratei a desconstru-ção da mulher serva que aceita a vida ruim que leva com o marido.

Bento Gonçalves conta com o Fundo Municipal de Cultura, importante para o incentivo da arte no município. Já pensaste em publicar um livro solo através de uma Lei de Incentivo Cultural?

Emanuelle: Já, sim. Este ano aguardo a aprovação de um livro solo para publicação.

Quais são teus planos na Literatura?

Emanuelle: Pretendo continu-

ar escrevendo, levando a Literatura para as pessoas, de uma forma que seja de fácil entendimento, princi-palmente para o público jovem.

O que te motiva a seguir no caminho das letras?

Emanuelle: Minha motivação é a minha família e meus amigos, que sempre estão ao meu lado. Quero mudar o mundo, falar que a tolerância deve existir, que pode-mos, todos juntos, fazer do mundo um lugar melhor.

O que as palavras representam para tua vida?

Emanuelle: Quando escrevo me sinto livre, é como se eu fosse ouvida e houvesse uma existência significativa para cada pessoa e si-tuação.

Hoje, qual é a escritora que mais admira e porquê?

Emanuelle: Rupi Kaur é quem mais admiro no momento. Ela é de outro país, de uma cultura diferen-te. Consegue tocar as pessoas com suas palavras. Ela aborda temas que são importantes e me repre-senta como mulher.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 17DOCUMENTÁRIO

l Fisioterapia Convencional

l Fisioterapia Domiciliar

l Fisioterapia do Trabalho

l Pilates Contemporâneo

(solo e aparelhos)

l Traumato Ortopédica

l Pré e Pós Operatório

l Geriátrica

l Neurológica

l Respiratória

l Dry NeedLing

(agulhamento a seco)

l Ventosaterapia

l Treino Funcional

54 99930.6579

/reforcefisio Reforce Pilates e Fisioterapia

Av. Osvaldo Aranha, 381, térreo, em frente ao IFRS

Estacionamento próprio

BEM-ESTAR TRANSCENDE NãO SENTIR DORES

l Bandagem Terapêutica

Funcional

Kelvin Alves lança documentário“Tão longe do começo”

Kelvin Alves surgiu no cenário mu-sical de Bento Gonçalves e da Serra Gaúcha em 2005. De lá para cá, reali-zou trilhas sonoras para teatros em São Paulo, ganhou o 1º Lugar no Festival de Música Popular e foi integrante da ban-da Trebbiano. Em 2018, se lançou em carreira solo com o álbum “Tão longe do começo”, contemplado pelo Fundo Municipal de Cultura, e que traz uma mescla de Rock, Reggae, Música Po-pular, Baião, Música Nativista Gaúcha, Funk/Soul e Blues.

Agora, Kelvin Alves lança, no dia 18 de julho, às 21h, na sua página oficial do You Tube, o documentário “Tão lon-ge do começo”. De acordo com o mú-sico, “o filme registra o primeiro e mais importante passo da minha carreira,

que foi o lançamento do meu álbum, onde está registrada minha história para todos que quiserem conhecer, bem como o início da minha jornada artística”.

O videoclipe da música homônima do título do CD foi filmado em Bento Gonçalves, contando com a “ferradura” do Rio das Antas como pano de fundo, e já está batendo a marca de 100 mil visualizações no Facebook.

A banda de Kelvin Alves (Vocal e Guitarra) é composta por Alison Se-ben (Bateria), Gabriel Ambrosi (Baixo) e Jean Paul Deitos (Teclados). O do-cumentário foi realizado de forma in-dependente, em parceria com Ernani Savaris, da Sound Storm Audiovisual, e apoio da Secretaria de Cultura.

Foto/Arte: Divulgação Kelvin Alves

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 202018 AUDIOLIVRO

Fotos: Divulgação/Produtora 3 em 1

“Perfumes e moscas” é a estreia de Ismael Sebben na Literatura. A obra, que foi contemplada pelo Fundo Municipal de Cultura, traz 21 contos que entrelaçam temas universais como morte, relaciona-mentos, desejos e necessidades,

Perfumes

Audiolivro com 21 contos marca a estreia de Ismael Sebben na Literatura

e moscas

com histórias e personagens cal-cados na cultura local, seja do in-terior, nossas “colônias”, quanto do ambiente urbano. Ainda sem data definida de lançamento, o escritor está gravando contos que vão in-tegrar o audiolivro.

Sebben gravou seis contos, que totalizam duas horas, na Produtora 3 em 1. De alma artistica-mente inquieta, Sebben trouxe sua experiência do Teatro para transpor seus contos, aliada à leitura de seus escritos: “Em cada narrativa busco colocar um tom coloquial para que, aqueles que estejam lendo ou ouvindo, mergu-

lhem no ritmo da narrativa. Optei pela minha voz para estreitar essa relação”, destaca Sebben. Para o escritor, o audiolivro cumpre, tam-bém, a função de acessibilidade: “É um meio de democratizar a arte literária”.

O secretário de Cultura e presi-dente da Fundação Casa das Artes, Evandro Soares, observa que “ape-sar de ser um ano atípico para to-dos, a área da Cultura está seguin-do sua programação. Aos poucos, surgem no cenário as atividades dos projetos como do Ismael, que está produzindo a sua estreia na Literatura e que a estende para outros meios, para que se tenha um maior alcance dos diversos públicos”.

O projeto cultural “Perfumes e moscas” contempla ainda ativida-des como cinco leituras públicas de contos e quatro seminários sobre o ofício da escrita em insti-tuições de ensino do município e região. A equipe do projeto conta com o produtor cultural Rogério Rodrigues e com o ilustrador Fá-bio Valle. São parceiros também o músico Darlan Macedo, que com-pôs a trilha de um dos contos, o escritor Douglas Ceccagno, home-nageado na última Feira do Livro de Bento Gonçalves, que escreveu a apresentação do livro, e o radia-lista Juliano Dupont, que traz bons comentários na orelha do livro. O livro será publicado pela Editora Libretos, de Porto Alegre.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 2020 19CINEMA

54 2621.4868 | www.fluxocon.com.brRua Gomes Carneiro, 436 | Sala 21 | Edifício Marcello | Bento Gonçalves

Após anunciar a mudança de data de agosto para setembro, o 48º Festival de Cinema de Gramado se reinventa. O evento programa para este ano uma edição on line e com exibição no Canal Brasil. A decisão, mesmo exigindo adaptações e no-vas regras, parte do entendimento de que é necessário manter a reali-zação, mas de forma segura, diante do cenário de pandemia, e como importante janela para o setor au-diovisual, já bastante impactado. “Até aqui, foram 47 edições apoian-do a produção nacional, mesmo nos momentos mais difíceis, desde a valorização dos curtas, escola e porta de entrada para grandes ci-neastas. Mais do que nunca, é hora de honrarmos a nossa tradição e mantermos a cooperação e parceria com os realizadores. Além disso, o modelo é totalmente inovador, iné-dito no país. É mais um desafio para Gramado, no ano em que temos novos curadores (Pedro Bial e Sole-dad Villamil, que passam a compor a curadoria ao lado de Marcos San-tuario), equipe reduzida e patroci-nadores afastados, no momento. Nosso compromisso é inovar e evo-luir”, avalia o gerente de projetos da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização do Fes-tival, Diego Scariot.

Vale salientar que o Festival de Cinema de Gramado e a cidade de Gramado sempre mantiveram uma relação estreita com o audiovisual brasileiro. “É um compromisso as-sumido pelo Festival ao longo de sua história. Entendemos que reali-zar essa edição com tantos e novos desafios é uma responsabilidade que devemos levar adiante, ainda mais considerando o difícil momen-to vivido pelo segmento já antes da pandemia e que só se agravou no atual cenário”, complementa Diego.

Para viabilizar o novo formato, a organização buscou a parceria do Canal Brasil, como exibidor das

Mostras competitivas serão exibidas no Canal Brasil

Festival de Cinema de Gramado se reinventa e lança a 48ª edição on line

Mostras Competitivas dos longas brasileiros e estrangeiros e dos cur-ta-metragens brasileiros. Além da exibição inédita, o Canal mantém sua cobertura jornalística e a trans-missão ao vivo da cerimônia de pre-miação. Os conteúdos, incluindo o Prêmio Assembleia Legislativa de Cinema - Mostra Gaúcha de Curtas, ficarão ainda disponíveis por 24h também no Canal Brasil Play, trans-mitido via streaming.

“O Canal Brasil sempre esteve com o Festival de Gramado, não só fazendo a cobertura jornalística e oferecendo o Prêmio Canal Brasil, como transmitindo ao vivo para todo o país a cerimônia de premia-ção. Ficamos muito felizes quando o Festival nos procurou, propondo este formato e será uma honra po-der levar para o público a progra-mação da 48ª edição. Vamos escre-ver juntos mais esse capítulo”, diz Carlos Wanderley, gerente de pro-dução do Canal Brasil.

A cerimônia de premiação deve acontecer no palco do Palácio do Festivais, em formato que atenda todos os protocolos de segurança à disposição em setembro.

“Entendemos que, na mesma medida do nosso desafio, essa é também uma grande oportunida-de de expandirmos o alcance do Festival. Estamos felizes em levar produções incríveis e inéditas para todo o Brasil. É uma maneira de de-mocratizar o evento. Sabemos que vamos retomar nosso formato pre-sencial, com público na cidade, mas

por agora, levar uma programação tão valiosa para um número sem limite de pessoas têm nos empol-gado muito”, comenta a diretora de eventos da Gramadotur, Iara Sartori.

A relação do Canal Brasil com o Festival de Gramado começou antes mesmo do canal ir ao ar pela primeira vez, há 22 anos. Foi em Gramado que, em 1998, aconteceu o primeiro Prêmio Aquisição Canal Brasil de Curtas-Metragens, que em 2013 passou a se chamar Prêmio

Canal Brasil de Curtas. Desde então, o canal esteve presente em todas as edições do Festival, seja com o Prêmio Canal Brasil de Curtas, seja como coprodutor de filmes, já que é o principal coprodutor de cinema brasileiro da América Latina, com 333 longas-metragens coproduzi-dos em uma década. O Canal Brasil, que já exibiu mais de 5 mil filmes, entre longas e curtas-metragens, além de diversos programas que abordam o tema e suas infinidades.

Foto: Edison Vara / Press Photo

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A atividade “Cliques da Quaren-tena”, promovida pelo Museu do Imi-grante, estendeu o prazo de entrega das fotos para o dia 10 de agosto. A mudança tem o objetivo de integrar a programação do Dia Estadual do Patrimônio Cultural, que traz o tema “Narrativas abrangentes: memória e identidades”.

De acordo com a museóloga Dei-se Formolo, “já temos participantes que enviaram seus registros. E com o tema proposto pela Secretaria de Estado da Cultura, entendemos que este olhar, neste momento inédito da humanidade, possibilita incenti-var o público a exercer a sua criati-vidade e mostrar como isso está afe-

Encerram, no próximo dia 24 de julho, o prazo de inscrição para par-ticipar de concurso fotográfico do destino turístico Caminhos de Pedra, promovido pela Associação Cami-nhos de Pedra, que reúne 25 empre-endimentos.

“O concurso é uma forma de manter vivas e próximas as lembran-ças do patrimônio histórico e cultural do Roteiro. Como a escolha das fotos será por votação popular, é o próprio público visitante que determinará os melhores olhares e cliques. Isso também vai permitir que as pesso-as façam um tour virtual, enquanto seguimos as regras dos decretos es-taduais”, comenta a presidente da Associação, Maristela Lerin.

Com o objetivo de incentivar a arte e a expressão cultural por meio dos registros fotográficos de ima-gens que representem o patrimônio histórico e cultural do Roteiro Turísti-co Caminhos de Pedra, podem ser re-tratadas as características, vivências, pontos turísticos, entre outros.

Podem participar fotógrafos pro-fissionais e amadores, de todo o Bra-sil, com até cinco fotografias feitas no território dos Caminhos de Pedra.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 17 de Julho 202020 FOTOGRAFIA

Concurso fotográfico com votação pela internetROTEIRO CAMINHOS DE PEDRA

As inscrições podem ser feitas me-diante o envio de imagens através do link https://forms.gle/r6kAbXBCr-rUzd9xn9, informando o nome com-pleto do autor, categoria e telefone para contato.

Conforme o regulamento, serão

aceitas somente fotografias recen-tes e inéditas, feitas a partir de julho de 2019, não podendo ser cópia ou adaptação de fotos já existentes. É permitido o uso de editores de ima-gens, desde que não descaracterize completamente a foto original.

Serão selecionadas e classifica-das pela comissão até 10 fotografias inscritas por fotógrafos profissionais

e 10 fotografias inscritas por fotó-grafos amadores, sendo que as fotos vencedoras do primeiro lugar, re-ceberão uma cesta de produtos do Roteiro e as demais, o certificado de participação.

O regulamento completo pode ser acesso no site http://www.cami-nhosdepedra.org.br/concurso-foto-grafico/.

Foto: Liliane Luz

Cliques da Quarentenaprorrogada para agosto

tando a vida confinada”.Para participar, basta enviar, por

meio de formulário no link https://forms.gle/i6VkPFX3TYStKM8cA, uma fotografia digital, que apresente al-gum aspecto de como estão sendo os dias nesse momento, acompanha-da de um pequeno relato. A fotogra-fia precisa ter até 10 Mb, formato jpg, e o relato até 50 palavras. A foto irá compor exposição virtual que será lançada no dia 17 de agosto de 2020, através das redes sociais do Museu.

Mais informações pelos e-mails [email protected] e [email protected] ou pelo telefone (54) 3451-1773.