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A equipe de Fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo constatou que a Câmara Municipal de Monte Alto, região metropolitana de Ribeirão Preto, concedeu adiantamentos a vereadores, durante o exercício de 2016. O artigo 68 da Lei Federal 4.320/64 estabelece que o regime de adiantamento consiste na entrega de numerário a servidor público, portanto, a concessão dessa verba à agente político configura ofensa ao dispositivo. A defesa da Câmara alega que a palavra “servidor” em questão não deve ser entendida em seu sentido estrito, mas, sim no sentido de agentes políticos. Para o Procurador de Contas Dr. José Mendes Neto, tal interpretação deve ser adotada somente para fins de apuração de responsabilidades no âmbito da gestão pública. Portanto, no tocante ao regime de adiantamentos, a regra a ser aplicada é aquela do art. 68 da Lei 4.320/64. E ainda, essa conduta da Casa de Leis de Monte Alto é reincidente pois já havia sido objeto de comentários no exame das contas de 2015, bem como é causa de recomendações do TCESP desde os exercícios de 2011 e 2012. Mediante ao que foi exposto, o Ministério Público de Contas de São Paulo opina pelo julgamento de irregularidade das contas anuais de 2016. Para acessar a íntegra do parecer ministerial CLIQUE AQUI. Para acompanhar a tramitação do processo eTC- 4958.989.16-2 e receber informações sobre seu andamento, cadastre- se no SisPush – Sistema de Acompanhamento e Notificações, no site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. CONCESSÃO SUCESSIVA DE ADIANTAMENTOS A VEREADORES faz MPC-SP pedir pela rejeição das contas de Câmara Municipal

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Page 1: INCOERÊNCIA - Controle Externo da Administração … · 2019. 10. 1. · INCOERÊNCIA COM A PALAVRA: MPC-SP ... IV, da Lei nº 8.666/93. Entretanto, a possibilidade de dispensa

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A equipe de Fiscalização do Tribunal de Contasdo Estado de São Paulo constatou que a CâmaraMunicipal de Monte Alto, região metropolitanade Ribeirão Preto, concedeu  adiantamentos avereadores, durante o exercício de 2016.O artigo 68 da  Lei Federal nº4.320/64  estabelece que o regime deadiantamento consiste na entrega de numerárioa servidor público, portanto, a concessão dessaverba à agente político configura ofensa aodispositivo.A defesa da Câmara alega que a palavra“servidor” em questão não deve ser entendidaem seu sentido estrito, mas, sim no sentido deagentes políticos.Para o Procurador de Contas Dr. José MendesNeto, tal interpretação deve ser adotadasomente para fins de apuração deresponsabilidades no âmbito da gestão pública.

Portanto, no tocante ao regime de adiantamentos, aregra a ser aplicada é aquela do art. 68 da Lei4.320/64. E ainda, essa conduta da Casa de Leis de Monte Alto éreincidente pois já havia sido objeto de comentáriosno exame das contas de 2015, bem como é causa derecomendações do TCESP desde os exercícios de 2011e 2012.Mediante ao que foi exposto, o Ministério Público deContas de São Paulo opina pelo julgamento deirregularidade das contas anuais de 2016. Para acessar a íntegra do parecer ministerial CLIQUEAQUI. Para acompanhar a tramitação doprocesso  eTC-  4958.989.16-2    e receber informaçõessobre seu andamento, cadastre- se no  SisPush –Sistema de Acompanhamento e Notificações,  no sitedo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

CONCESSÃOSUCESSIVA DEADIANTAMENTOS A VEREADORES faz MPC-SP pedir pela rejeição das contas deCâmara Municipal

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INCOERÊNCIA

COM A PALAVRA: MPC-SP

Para o MP de Contas de São Paulo tais exigênciassão notadamente extravagantes e impraticáveispara a maioria das empresas interessadas e queestariam aptas a fornecer o serviço. AProcuradora de Contas responsável pelo parecerministerial, Dra. Élida Graziane Pinto, também completa que se a contratação é emergencial evisa assegurar o transporte público dosmunícipes pelo período de 180 (cento e oitentadias), esses requisitos revelam-se não só comosupérfluos, mas também contraditórios einviáveis, sejam sob o aspecto operacional ou oaspecto financeiro.

LIMEIRA LANÇA EDITAL PARA CONTRATAÇÃOEMERGENCIAL DE TRANSPORTE PÚBLICOmas exige wi-fi e ar condicionado em veículos

Em julho deste ano, a Prefeitura Municipal de Limeira lançou o Edital de Chamada Pública nº 04/2019,objetivando a “contratação emergencial de empresa especializada para prestação e exploração dosserviços do sistema de transporte público coletivo de passageiros do município”. Segundo aAdministração, a situação emergencial é justificada pela crise financeira da atual empresa concessionáriado sistema de transporte público municipal, a qual pode culminar em abrupta interrupção da prestação doserviço público. Mediante representações trazidas ao Tribunal de Contas de São Paulo que denunciavam supostas irregularidades presentes no edital da Prefeitura de Limeira, o certame foi previamente

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suspenso para aguardar o julgamento da Corte. Ao examinar amatéria, o Ministério Público de Contas ponderou que otranstorno causado pela possível paralisação de um serviço detransporte público e tão somente por essa razão, podeenquadrar a contratação direta na hipótese de emergênciaprevista pelo artigo 24, IV, da  Lei nº 8.666/93. Entretanto,a possibilidade de dispensa da licitação não dá ao Administradoro direito de fazer exigências incompatíveis ou inviáveis àsempresas interessadas na disputa emergencial. Mesmo assim,verificou-se como exigências impostas no edital limeirense apresença de   “wifi”, ar-condicionado e bilhetagem eletrônicacom reconhecimento facial em todos os veículos. Para acessar aíntegra do parecer ministerial CLIQUE AQUI. Para acompanhar atramitação do processo  eTC-  15919.989.19-4    e receberinformações sobre seu andamento, cadastre- se no  SisPush –Sistema de Acompanhamento e Notificações,  no site doTribunal de Contas do Estado de São Paulo.

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Segundo dados extraídos do  Mapa dasCâmaras  elaborado e disponibilizado pelo Tribunalde Contas do Estado de São Paulo, cada munícipeda cidade de Valinhos contribuiu, em 2018, com R$129,77 para o funcionamento da Câmara deVereadores. Verificou-se que, no mesmo período, ocusto médio das outras 19 Câmaras que tambémcompõem a Região Metropolitana de Campinas,ficou em R$ 98,05 per capita.Ao examinar as contasanuais da Vereança de Valinhos, a equipe deFiscalização do TCESP constatou uma gravedesproporção entre a quantidade de cargos emcomissão e a de cargos efetivos: das 77 vagas paracargos comissionados, 62 estavam preenchidas,enquanto dos 43 cargos efetivos existentes, 37foram ocupados. Dessa forma, conclui-se que62,62% da força de trabalho da Câmara Municipalprovêm de cargos de livre provimento, emdesacordo com o mandamento dado no artigo 37,incisos II e V da CF.

Em sua defesa, a Casa de Leis valinhense alega que járealizou uma reestruturação de pessoal onde nomeoutodos os servidores efetivos e reduziu para 62, onúmero de vagas para cargos comissionados.OMinistério Público de Contas salienta que a nomeaçãode todos os servidores efetivos não justifica amanutenção do alto número de comissionados, poisnão se regulariza a desproporção apresentada com amera e automática substituição de cargoscomissionados pelos de provimento efetivo. A medidasaneadora deve ser baseada em ocupação de vagas naexata medida do necessário, sempre mediante estudoe planejamento adequados às reais necessidades doLegislativo. Para acessar a íntegra do parecer do MPC-SP, CLIQUE AQUI.  Para acompanhar a tramitação doprocesso  eTC-  5295.989.18-0    e receber informaçõessobre seu andamento, cadastre- se no  SisPush –Sistema de Acompanhamento e Notificações,  no sitedo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

MORADORES DE VALINHOS PAGAM 30% A MAIS QUE A MÉDIA NA REGIÃO PARA CUSTEAR FUNCIONAMENTO

DA CÂMARA DE VEREADORES

“Frise-se que cada munícipe contribuiu com R$ 129,77 para o funcionamento da Câmara;número bem acima da média, o que torna imperioso que a Edilidade efetue ajustes no quadrode pessoal, observando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, a fim de que osrecursos financeiros disponíveis, após a restruturação, sejam destinados às demais demandasda população local.” Leticia Formoso Delsin Matuck Feres

Procuradora de Contas

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MP DE CONTAS ENTRA COM REPRESENTAÇÕESCONTRA AUMENTO DE SALÁRIOS EM

UNIVERSIDADES

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de aplicarem a seus servidores, o regimejurídico comum a todo o funcionalismo,inclusive submetendo-os às regrasremuneratórias. O MPC ressalta ainda que, em2019, a despesa com pessoal na Universidade deSão Paulo atingiu 96,41% das receitas repassadaspelo Estado, e que da Unicamp está em 91,85%.Assim, ambas não estão cumprindo com arecomendação estabelecida pelo Decreto Estadual29.598/1989  para que as despesas com pessoalnão excedam a 75% do total repassado peloTesouro do Estado às universidades.Além de providenciar o envio de ofício aosreitores para que não promovam alterações naremuneração dos servidores das universidades, oMP de Contas também entrou com Ação Direta deInconstitucionalidade junto à Procuradoria-Geralde Justiça visando evitar o dispêndio indevido deverbas públicas, tendo em vista o elevado impactofinanceiro decorrente de tal concessão dereajuste.Leia na íntegra as representações: UNESP, UNICAMP e USP.

No dia 17, o Ministério Público de Contas de  SãoPaulo  entrou com representações contra oaumento nos salários de servidores das trêsuniversidades estaduais do estado UniversidadeEstadual Paulista (Unesp),  Universidade Estadualde Campinas (Unicamp)  e  Universidade de SãoPaulo (USP).Encaminhadas ao Tribunal de Contas,as petições questionam a legitimidade do reajustesalarial de 2,2% concedido aos funcionários dasinstituições mediante resoluções do  Conselho deReitores das Universidades Estaduais Paulistas(Cruesp). O Órgão Ministerial, por meio dosProcuradores Dr. João Paulo Giordano Fontes e Dr.Rafael Neubern Demarchi Costa, adverte que “aremuneração dos servidores públicos somentepode ser fixada ou alterada por lei específica”, e“mesmo a concessão de revisão geral anual há deser feita por lei específica”, conforme determinamo  artigo 37, inciso X, da Constituição Federal e oartigo 115, inciso XI, da  Constituição Estadual.Aliás, as representações lembram que o Supremojá decidiu, anteriormente, que a autonomiauniversitária não livra as universidades do estado

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No decorrer do ano de 2016, aSecretaria Estadual da Educação,por meio da Diretoria de Ensino daregião de Bragança Paulista,promoveu um pregão eletrônicopara contratar empresa prestadorade serviços de preparo edistribuição de refeições para osalunos da Rede de Ensino PúblicoEstadual. Entretanto, ao examinar alicitação, a equipe de fiscalizaçãodo TCESP apontou que houveaglutinação do objeto licitado,prejudicando a competitividade dadisputa.  Em um processolicitatório, o termo “aglutinação”significa agrupar mais de umserviço ou produto em um únicoobjeto a ser licitado. Por tratar-sede medida excepcional em razão doart. 23, §1º, da Lei nº 8.666/93, queimpõe o fracionamento comoregra, a opção pela aglutinaçãodeve ser acompanhada de umajustificativa apropriada queassegure a ampla competitividadeentre os licitantes. Conforme especificações presentesno Termo de Referência queintegra o edital da licitação daSecretaria da Educação, a empresaa ser contratada deveria ofereceros seguintes serviços:  mão de obrapara o recebimento earmazenamento de gênerosalimentícios, pré- preparo, preparo

e distribuição das refeições/lanches, higienização deutensílios, equipamentos eambientes; fornecimento deprodutos de limpeza ehigienização, gás e descartáveis;manutenção preventiva ecorretiva dos equipamentosutilizados no serviço dealimentação; manutençãopredial das áreas de cozinha edespensa; registro e controle,de forma compartilhada com aunidade escolar, o estoque dealimentos, da quantidade derefeições/lanches servidos.Para a Procuradora doMinistério Público de Contas,Dra. Renata ConstanteCestari,  ”não é preciso muitoesforço para se verificar aaglutinação ilegal do objeto,pois foi licitado mais de 05(cinco) objetos distintos:merendeira;  fornecimento deprodutos de limpeza e higiene; manutenção de equi-

DIRETORIA DE ENSINO FAZ única licitação para contratar serviços tanto de merendeira quanto de manutenção predial

pamentos de cozinha; manu- tenção predial e  controle deestoque, numa mesma licitação. Esta situação, por si só, nosparece restritiva, eis que,conquanto estejam interligadosentre si, aglutina váriasespecialidades num só certame.”Em seu parecer, lembra ainda queos objetos a serem aglutinadosdevem ser integrados porcaracterísticas semelhantes, quemantenham a viabilidadecompetitiva da contratação, nãorestringindo de maneirainjustificada o universo dadisputa.Diante disso, o MPC-SP pede quesejam julgados irregulares alicitação, o decorrente contrato,bem como sua execuçãocontratual, sem prejuízo deaplicação de multa ao responsável. Para acessar a íntegra doparecer CLIQUE AQUI.

AGLUTINAÇÃO

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A Papa Lix Plásticos e Descartáveis Ltda. é alvo de investigaçãopor suposta formação de cartel em licitações públicas destinadasà aquisição de sacos de lixo. Em 2014, o Conselho Administrativode Defesa Econômica- Cade instaurou processo administrativopara apurar a existência desse tipo de prática ilícita, mediantedocumentação encaminhada pelo Grupo de Atuação Especial deCombate ao Crime Organizado do MPSP – Núcleo Bauru/SP,onde aparece a Papa Lix dentre os suspeitos. Já neste ano, o GAECO novamente informou ao MPSP aexistência de quadrilha constituída por empresários do ramo desacos de lixo e materiais de limpeza, dedicados à prática defraudes a licitações, formação de cartel e corrupção ativa emdiversas prefeituras no estado. Em março, tornaram-se réusas  treze pessoas denunciadas  pelo Ministério Público à justiçapor fraudar licitações em Guarujá, entre 2012 e 2013. Dentre elas,consta o nome do empresário Sidnei Ribeiro, da PapaLix.Segundo Leandro Silva Xavier, promotor que constatou asfraudes no litoral, Sidnei é o chefe da quadrilha. Acesse  AQUI  aíntegra do parecer do MPC-SP. Para acompanhar a tramitação doprocesso  eTC-  18623.989.19-1    e receber informações sobre seuandamento, cadastre- se no  SisPush – Sistema deAcompanhamento e Notificações, no site do Tribunal de Contasdo Estado de São Paulo.

Empresa investigada por fraudes e formaçãode cartel paralisa licitação promovida pelaPrefeitura de Mauá

A empresa Papa Lix Plásticos eDescartáveis Ltda. entrou com umarepresentação junto ao Tribunal deContas para que seja alterado o editaldo Pregão Presencial nº 073/2019,promovido pela Prefeitura de Mauá,objetivando o “registro de preçospara fornecimento de enxoval infantile materiais de higiene destinados àsunidades escolares da rede municipalde ensino.Para a representante, asespecificações exigidas para oscobertores infantis, como acomposição do tecido, medidas egramatura, são incomuns no mercadoe, por isso, restringem acompetitividade na licitação. Talcontestação resultou na paralisaçãodo certame até a próxima deliberaçãoda Corte de Contas.Ao examinar amatéria, o Ministério Público deContas considera que arepresentação deve ser reconhecidaprocedente apenas em parte. Issoporque, se por um lado, asparticularidades criticadas(composição, dimensões e gramatura)são muito específicas, por outro, arepresentante não apresentouevidências concretas de que essasexigências realmente fogem dospadrões de mercado, o querestringiria a participação deinteressadas.Dr. Rafael NeubernDemarchi Costa, responsável peloparecer ministerial, afirma ainda queé preciso lembrar que a própriaempresa representante pleiteou emoutras concorrências públicas, ainserção de exigências restritivas nosprodutos licitados, justamente paradirecionar a competição a seu favor.Além disso, em 2014, o MP de Contasde São Paulo já havia consideradorelevante a instauração de processode inidoneidade contra essa mesmaempresa.

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De roubo de alimentos a problemas de infraestrutura

Ao examinar o relatório produzido pela 8ª Diretoria deFiscalização do TCESP sobre as Contas Anuais daSecretaria Estadual da Educação, referentes ao exercíciode 2017, o Ministério Público de Contas de São Pauloemitiu parecer opinando pelo julgamento deirregularidade da matéria.A rigorosa inspeção detalhou asirregularidades constatadas em cada uma das UnidadesGestoras Executoras analisadas – um total de 110 UGE’sque compõem a Secretaria. Para a Procuradora Dra. Renata Constante Cestari,responsável pelo parecer ministerial, “não bastacircunscrever a análise e fiscalização do balanço anualdas contas de 2017 da Secretaria da Educação do Estadode São Paulo (SEE) aos aspectos meramente formais oupontuais de suas atribuições”. E completa: “é preciso, concomitantemente, ir além eavaliar a sua atuação à luz dos objetivosconstitucionalmente traçados no bojo das ações depolíticas públicas adotadas”.  Dessa forma, o MinistérioPúblico de Contas acredita que ao se fazer o exame dascontas da Secretaria de Educação deve-se levar em contatambém se o órgão cumpriu, em 2017, a sua missãocrucial de, por meio da educação, desenvolver oindivíduo para exercer sua cidadania e ainda qualificá-lopara o mercado de trabalho. Entretanto, foram tantos os apontamentos operacionaistrazidos pela equipe de Fiscalização que fica notório odistanciamento da Secretaria Estadual de Educação darealização de suas metas de forma eficaz, eficiente eefetiva. Dentre as diversas razões, destacam-se:

Furtos/roubos de 2.094,39 kg de alimentos, equivalente a R$ 17.563,57, e descartes de 28.156,36 kg(bem acima do esperado), totalizando a soma de R$ 104.034,84;

Empenho de R$ 5.377.992.589,70 para a cobertura da insuficiência financeira da São PauloPrevidência (SPPREV), entidade gestora do Regime Próprio de Previdência dos Servidores;

Graves problemas de infraestrutura e má conservação das estruturas prediais;

Aquisição de merenda escolar sem o devido procedimento licitatório.  

Para MPC-SP,

as contas da

Secretaria da

Educação

estão irregulares

Para acessar a íntegra do parecer, CLIQUE AQUI. Para acompanhar a tramitação do processo eTC- 2637.989.17-9  ereceber informações sobre seu andamento, cadastre- se no  SisPush – Sistema de Acompanhamento eNotificações, no site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

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APENAS 19,03%

DA META

Mediante o déficit de 85.565vagas no sistema prisionalpaulista que gerou umasuperlotação carcerária na razãode 60,98% acima da suacapacidade das vagas, aSecretaria da AdministraçãoPenitenciária apresentou na LeiOrçamentária Anual de 2017 (Lein.º 16347, de 29 de dezembro de2016) um projeto de expansão dainfraestrutura. A iniciativapropôs como meta a criação de11.632 vagas e fixou(inicialmente) a despesanecessária à sua consecução nomontante de R$398.619.665,00.No entanto, apenas 2.213 vagasforam entregues efetivamente,no ano analisado. Assim, a execução orçamentáriado planejamento penitenciáriorepresentou medíocrecumprimento de apenas 19,03%da meta física concebida noorçamento estadual.

É preciso que atuemosmais incisivamentesobre as ações e, emespecial, as omissõesque repercutiram na

ineficácia da gestão dosistema prisional

paulista, no exercícioem exame, pela

Secretaria de Estadoda Administração

Penitenciária.

DIVULGADO O PARECER REFERENTE ÀS CONTAS DA SAPEm janeiro deste ano, ao examinar os autos que tratam das contasanuais de 2017 da Secretaria  da Administração Penitenciária (composta por 157 Unidades Gestoras Executoras (UGEs), o MinistérioPúblico de Contas de São Paulo levantou algumas questões quecomprometeriam a aprovação da matéria. O MPC considera que o exame da matéria não deve se restringir aoestudo dos resultados financeiro-orçamentários contabilmenteregistrados para a demonstração de equilíbrio fiscal, mas também deveavaliar e acompanhar a gestão orçamentária, financeira e patrimonial eos frutos obtidos desta. Notificada a se manifestar, a Secretaria apresentou as justificativas eos documentos que entendeu serem suficientes para retirar as falhasapontadas. Entretanto, para a Procuradora de Contas, Dra. ÉlidaGraziane Pinto, os argumentos trazidos pela defesa não conseguirammodificar seu posicionamento quanto à desaprovação das contas.

Élida Graziane Pinto

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS VISITADIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO - APMP

Na quinta-feira (19), membros do MP de Contas de São Paulo realizaram uma visitaà diretoria da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), na qual foramdiscutidos assuntos institucionais. Além do Procurador-Geral Thiago Pinheiro Lima, o MPC-SP também foirepresentado pelos Procuradores, João Paulo Giordano Fontes, Celso AugustoMatuck Feres Junior, Rafael Neubern Demarchi Costa e Leticia Formoso DelsinMatuck Feres. Pela APMP, estiveram presentes o presidente Paulo Penteado Teixeira Junior, o 2ºvice-presidente Gabriel Bittencourt Perez, o 1º tesoureiro Renato Kim Barbosa, o2º secretário Pedro Eduardo de Camargo Elias, o diretor de Saúde Luiz FranciscoCalejon e a procuradora de Justiça aposentada Marilisa Germano Bortolin, uma dasdiretoras do Departamento de Aposentados.

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CICLO DEDEBATES 2019ENTRA NA RETAFINAL EM BAURU

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O TCE-SP realizou no dia 13/09 na cidade deBauru, o antepenúltimo encontro da 23ª ediçãodo Ciclo de Debates com Agentes Políticos eDirigentes Municipais. A reunião com prefeitos, vereadores,secretários, lideranças políticas e agentespúblicos de 42 Municípios jurisdicionados naregião de Bauru, aconteceu no TeatroUniversitário FOB – USP. Promovido anualmente pelo Tribunal deContas de São Paulo há 23 anos, o objetivo dosencontros é orientar os gestores públicos elideranças regionais sobre as boas práticas naadministração pública, além de    informaçõessobre Planejamento, Transparência, ControleInterno, Acesso à informação, Objetivos deDesenvolvimento Sustentável (ODS),  e acorreta prestação de contas feita à Corte deContas.  No dia 12, foi a vez de Marília sediar o 17ºencontro da série de debates. Organizado pelaUnidade Regional do TCE (UR-4), os gestoresde 41 cidades reuniram-se no  Anfiteatro daUnimar. Os debates contam sempre com a presença doPresidente do TCE, Conselheiro Antonio RoqueCitadini, do Procurador-Geral do MinistérioPúblico de Contas, Thiago Pinheiro Lima, além  de comitiva composta por Auditores eDiretores. As atividades finais do 23ª Ciclo de Debatesocorrerão nos dias 03 e 04 de outubro, nascidades de Andradina e Araçatuba,respectivamente.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Procurador-Geral Thiago Pinheiro Lima * 1ª Procuradoria de Contas RafaelNeubern Demarchi Costa * 2ª Procuradoria de Contas Élida Graziane Pinto *

3ª Procuradoria de Contas * José Mendes Neto * 4ª Procuradoria deContas Celso Augusto Matuck Feres Jr. * 5ª Procuradoria de Contas RafaelAntonio Baldo * 6ª Procuradoria de Contas João Paulo Giordano Fontes *

7ª Procuradoria de Contas Leticia Formoso Delsin Matuck Feres * 8ª Procuradoria de Contas Renata Constante Cestari

Telefone: (11) 3292-4302End.: Av. Rangel Pestana, 315 - 6º andar - Prédio Sede

Comunicação Social: [email protected]

www.mpc.sp.gov.br @mpc.sp @mpc_sp @MPdeContas_SP