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REPÚ DIÁR jlNO XXXI - N9 113 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I SEXTA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO DE 1976 CÂJ\tIARA DOS DEPU' fADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 115.- SESSAO DA 2.- SESSAO LEGISI,ATIVA DA 8. a LEGISLATURA, EM 16 DE SETEMBRO DE 1976 I- Abe1"tura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da Sessão anterior lU - Leitura do Éxpediente OFÍCIOS - Ofício n. O 43, de 1976, do Sr. Presidente da Associação Interparlamentar de Turismo. - Oficio n. O 36, de 1976, do Sr. José Sarney, Vice-Presidente do Grupp BJ'asileiro da União Interparlamentar. - Ofício n.o 207, de 1976, do Sr. Álvaro Valle, Presidente da Comissão de Educação e Cultura. COMUNICAÇãO -- Do Sr. Célio Borja, Presidente da Câmara dos Deputados, comunicando que se ausentará do País. MENSAGEM Mensagem n.O 279, de 1976 (Do Poder Executivo) - Sub- mete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo sobre Transporte Aéreo, concluído entre a República Federativa do Brasil eo Reino dos Paises Baixos, em Brasília, a6 de julho de 1976. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n.o 64-B, de 1975 (Da Oomissãú de Constitui- ção e Justiça) .- Réüação para 2." discussão do Projeto de Lei n.o 64-A, de 1975, que "acrescenta parágrafo único ao art. 20 do Código de Processo Penal - Decreto-Lei n. O 3.689, de 3 de outubro de 1941". Projeto de Lei n. o 1.362-A, de 1975 (Do Sr. Freitas Nobre) - Altera dispositivo da Lei n. o 1.493, de 13 de dezembro de 1951, que "dispõe sobre o pagamento de auxílios e subvenções"; tendo pareceres: da Comissão de Oonstituição e Justiça, pela consti- tucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Fiscali7.ação Financeira e Tomada de Contas, pela aprovação. Projeto de Lei n. o 1.538-A, de 1975 (Do Sr. Alvaro Dias) - Altera o inciso IV do art. 585 do Código de Processo Civil; tendo parecer, da Comissão de Constituição e .Iustiga, pela constitu- cionalidade e rejeição, por injuridicidade. Projeto de Lei n. O 1. 727-A, de 1976 (Do Sr. Jorge Paulo) - Acrescenta parágrafo único ao art. 29 da Lei n. ° 5. 108, de 21 de setembro de 1966, que instituiu o Código Nacional de Trânsito; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, jUl'idicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação; e, da Comissão de TransportCd, pela rejeição, contra o voto em separado do Sr. Francisco Rocha. Projeto de Lei n." 1. 892-A, de 1976 (Da Sra. Lygia Lessa Bastos) - Dispõe sobre a realização de concorrências públicas para a contratação de serviços com valor superior a 1.000 salá- rios minimos e outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicldade e técnica .legislativa, com substitutivo; e, da Comis- são de F18callzação Financeira e Tomada de Contas, pela re- jeição. Proj eto de Lei n.o 2. 048-C, de 1976 (Do Sr. Luiz Braz) - Emenda oferecida em Plenário, em 2." discussão, ao Projeto de Lei n. o · 2. 048-B, de 1976, que "retifica, sem ônus, a Lei n. o 6.279, de 9 de dezembro de 1975, que "estima a Receita e Fixa a Despe- sa da União para o Exercício Financeiro de 1976"; tendo parecer, da Comissão de Fiscalização Financeira e/Tomada de Contas, pela rejeição. IV - Pequeno Expediente JOAO VARGAS - XVII Convenção Nacional do Comércio Lojista, realizada em Salvador, Bahia. NABOR JÚNIOR Inclusão de Municípios acreanos em área de interesse da 8cgurança Nacional. ANTôNIO FLOR1i':NCIO - Construção de ponte sobre o rio Apodi, Rio Grande do Norte. FÁBIO FONSECA Comício do MDB em Paracatu, Minas Gerais. ÁLVARO DIAS - Atentado contra o Sr. Antônio Ferreira Danqui, candidato emedebista a Prereito do Municipio de Janió- polis, Estado do Paraná. JORGE MOURA - Reivindicações de Gardênia Azul, Jaca- repaguá, Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro. FLORIM COUTINHO - Reconhecimento, pelo Estado do Rio de Janeiro, de o cego lecionar. . VASCO NETO _. Posse da nova Diretoria do Clube de Enge- nharia. ANTONIO MORIMOTO - Projeto da CESP para navegação e geração de eletricidade no Baixo Tietê, São Paulo. CARDOSO DE ALMEIDA - Politica algodoeira. LINS E SILVA - Eleições municipais em Limoeiro e Oa- ruaru, Pernambuco. FERNANDO COELHO - Reclassificação dos servidores da RFF8A. NUNES LEAL - Fixação das barras dos rios Mampittlba e Tramandaí. ANTôNIO FERREIRA - Incentivos à produção da cana-de- açúcar nas regiões Norte e Nordeste. JOSIA8 LEITE -- Eleições municipais em Limoeiro e Ca- ruaru, Pernambuco. Diferença de preço entre o sisal produ71do na Paraíba e em Pernambuco. PAULO STUDART - Artigo "A Realimentação Inflacioná- ria", do Dl'. Rubens Vaz Costa, publicado na Folha de São Paulo. JOSÉ] MAURÍCIO - Conveniência de concessão, pelo INPS, de férias remuneradas aos trabalhadores autônomos, a cada períodQ de doze contJ'íbuições em dobro.

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Page 1: Impressão de fax em página inteiraimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD17SET1976.pdfMensagem n.O 279, de 1976 (Do Poder Executivo) - Sub mete à consideração do Congresso Nacional

REPÚ

DIÁR

jlNO XXXI - N9 113 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO ISEXTA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO DE 1976

CÂJ\tIARA DOS DEPU'fADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 115.- SESSAO DA 2.- SESSAO LEGISI,ATIVADA 8.a LEGISLATURA, EM 16 DE SETEMBRO DE 1976

I - Abe1"tura da Sessão11 - Leitura e assinatura da ata da Sessão anterior

lU - Leitura do ÉxpedienteOFÍCIOS

- Ofício n.O 43, de 1976, do Sr. Presidente da AssociaçãoInterparlamentar de Turismo.

- Oficio n.O 36, de 1976, do Sr. José Sarney, Vice-Presidentedo Grupp BJ'asileiro da União Interparlamentar.

- Ofício n.o 207, de 1976, do Sr. Álvaro Valle, Presidente daComissão de Educação e Cultura.

COMUNICAÇãO

-- Do Sr. Célio Borja, Presidente da Câmara dos Deputados,comunicando que se ausentará do País.

MENSAGEM

Mensagem n.O 279, de 1976 (Do Poder Executivo) - Sub­mete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordosobre Transporte Aéreo, concluído entre a República Federativado Brasil e o Reino dos Paises Baixos, em Brasília, a 6 de julhode 1976.

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Lei n.o 64-B, de 1975 (Da Oomissãú de Constitui­ção e Justiça) .- Réüação para 2." discussão do Projeto de Lein.o 64-A, de 1975, que "acrescenta parágrafo único ao art. 20 doCódigo de Processo Penal - Decreto-Lei n.O 3.689, de 3 deoutubro de 1941".

Projeto de Lei n.o 1.362-A, de 1975 (Do Sr. Freitas Nobre) ­Altera dispositivo da Lei n.o 1.493, de 13 de dezembro de 1951,que "dispõe sobre o pagamento de auxílios e subvenções"; tendopareceres: da Comissão de Oonstituição e Justiça, pela consti­tucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissãode Fiscali7.ação Financeira e Tomada de Contas, pela aprovação.

Projeto de Lei n.o 1.538-A, de 1975 (Do Sr. Alvaro Dias) ­Altera o inciso IV do art. 585 do Código de Processo Civil; tendoparecer, da Comissão de Constituição e .Iustiga, pela constitu­cionalidade e rejeição, por injuridicidade.

Projeto de Lei n.O 1. 727-A, de 1976 (Do Sr. Jorge Paulo) ­Acrescenta parágrafo único ao art. 29 da Lei n.° 5. 108, de 21 desetembro de 1966, que instituiu o Código Nacional de Trânsito;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, jUl'idicidade, técnica legislativa e, no mérito,pela aprovação; e, da Comissão de TransportCd, pela rejeição,contra o voto em separado do Sr. Francisco Rocha.

Projeto de Lei n." 1. 892-A, de 1976 (Da Sra. Lygia LessaBastos) - Dispõe sobre a realização de concorrências públicaspara a contratação de serviços com valor superior a 1.000 salá­rios minimos e dá outras providências; tendo pareceres: da

Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicldade e técnica .legislativa, com substitutivo; e, da Comis­são de F18callzação Financeira e Tomada de Contas, pela re­jeição.

Proj eto de Lei n.o 2. 048-C, de 1976 (Do Sr. Luiz Braz) ­Emenda oferecida em Plenário, em 2." discussão, ao Projeto deLei n.o· 2. 048-B, de 1976, que "retifica, sem ônus, a Lei n.o 6.279,de 9 de dezembro de 1975, que "estima a Receita e Fixa a Despe­sa da União para o Exercício Financeiro de 1976"; tendo parecer,da Comissão de Fiscalização Financeira e/Tomada de Contas,pela rejeição.

IV - Pequeno Expediente

JOAO VARGAS - XVII Convenção Nacional do ComércioLojista, realizada em Salvador, Bahia.

NABOR JÚNIOR ~ Inclusão de Municípios acreanos emárea de interesse da 8cgurança Nacional.

ANTôNIO FLOR1i':NCIO - Construção de ponte sobre o rioApodi, Rio Grande do Norte.

FÁBIO FONSECA ~ Comício do MDB em Paracatu, MinasGerais.

ÁLVARO DIAS - Atentado contra o Sr. Antônio FerreiraDanqui, candidato emedebista a Prereito do Municipio de Janió­polis, Estado do Paraná.

JORGE MOURA - Reivindicações de Gardênia Azul, Jaca­repaguá, Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.

FLORIM COUTINHO - Reconhecimento, pelo Estado doRio de Janeiro, de o cego lecionar. .

VASCO NETO _. Posse da nova Diretoria do Clube de Enge­nharia.

ANTONIO MORIMOTO - Projeto da CESP para navegaçãoe geração de eletricidade no Baixo Tietê, São Paulo.

CARDOSO DE ALMEIDA - Politica algodoeira.

LINS E SILVA - Eleições municipais em Limoeiro e Oa­ruaru, Pernambuco.

FERNANDO COELHO - Reclassificação dos servidores daRFF8A.

NUNES LEAL - Fixação das barras dos rios Mampittlba eTramandaí.

ANTôNIO FERREIRA - Incentivos à produção da cana-de­açúcar nas regiões Norte e Nordeste.

JOSIA8 LEITE -- Eleições municipais em Limoeiro e Ca­ruaru, Pernambuco. Diferença de preço entre o sisal produ71dona Paraíba e em Pernambuco.

PAULO STUDART - Artigo "A Realimentação Inflacioná­ria", do Dl'. Rubens Vaz Costa, publicado na Folha de São Paulo.

JOSÉ] MAURÍCIO - Conveniência de concessão, pelo INPS,de férias remuneradas aos trabalhadores autônomos, a cadaperíodQ de doze contJ'íbuições em dobro.

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9140 Sexta-feira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 19'76

ADHEMAR GHISI - Recolhimento, sem cobrança de multamoratória, das contribuições devidas pelos produtores rurais aoFUNRURAL.

HENRIQUE BRITO - Falecimento do Sr. Paulo PorLela.

LUIZ HENRIQUE - Aproveitamento do trabalhador maiorde trinta e cinco anos nas empresas privadas.

SIQUEIRA CAMPOS - Participação do clero na vida polí­tica brasileira.

CARLOS WILSON - Conveniência de prorrogação do prazode carência dos empréstimos governamentais às pessoas jurí­dicas prejudicadas pelas enchentes em Recife, Pernambuco.

FRANCISCO ROCHA - Necessidade de recuperação doAeroporto de Natal.

DARCíLIO AYRES - Restabelecimento de Subdelegada dePolicia no Subdistrito de Comcndador Soares, Nova Iguaçu,Estado do Rio de Janeiro.

PEIXOTO FILHO - Correção monetária para débitos ematraso dos organismos governamentais.

GERALDO GUEDES - Cálculos para aplicação dos aumen­tos das aposentadorias e pensões do INPS.

FRANCISCO LIBARDONI - Sistemática de arrecadação doISTR.

HOMERO SANTOS - Aniversário da emancipação políticados Municipios de Ituiutaba e Monte Alegre de Minas, MinasGerais.

NOSSER ALMEIDA - Exibição de filmes e programas aovivo, na televisão, e peças teatrais contrários à moral c aosbons costumes.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Comportamento da pautade exportações brasileira. .

ARGILANO DARIO - Festividades na cidade de Guara­pari, Espirito Santo. Transação imobiliária envolvendo a firmaVIMCAP e a Companhia de Melhoramento e DesenvolvimentoUrbano - CONDUSA, do Estado do Espírito Santo.

DASO COIMBRA - Reconhecimento e valorização da pro­:fL'3São de invenwr.

JOSÉ RIBAMAR MACHADO - Atividades operacionais daEMBRATEL.

INOC1i:NCIO OLIVEIRA - Necessídade da importação defeijão preto para regularizar sua comercialização.

JOEL FERREIRA - Necessidade de criação de representaçãodo FUNRURAL em todos os Municípios brasileiros.

ALEXANDRE MACHADO - Situação da pecuária nacional.MARCOS TITO - Cinqüentenário de fundação do Colégio

Regina Pacis, Araguari, Minas Gerais.PEDRO LAURO - Atividades do radialista Arthur de Souza.ALOÍSIO SANTOS - Maior assistência aos pescadores bra­

sileiros.OSVALDO BUSKEI - Problemas rurais brasileiros.

OSWALDO LIMA - Problemas do Munieipio de Nova Igua­çu, Estado do Rio de Janeiro.

PEDRO FARIA - Poluição na Baia de Guanabara, Rio deJaneiro, Estado do Rio de Janeiro.

ATA DA 115.a SESSÃOEM 16 DE SETEMBRO DE 1976

PRESID:ÊNCIA DOS SRS.:CÉLIO BORJA, Presidente;

HERBERT LEVY, 19-Vice-Presidente;ALENCAR FURTADO, 29-Vice-Presidente;

e ANTôNIO FLORÊNCIO, Suplente de Secretário.

[ - As 13 :36 horas comparecem os Senhores:

Célio BorjaHerbert LevyAlencar FurtadoOdulfo DominguesHenrique Eduardo AlvesPinheiro MachadoLéo SimõesIJauro RodriguesUbaldo BarémAntônio Florêncio

PACHECO CHAVES - Conveniência de nova consolidaçãoda legislação trabalhista.

BENEDITO CANELLAS - Necessidade de construção dearmazéns no Município de Alto Araguaia, Mato Grosso.

SINVAL BOAVENTURA - Construção de planador comtecnologia desenvolvida na Escola de Engenharia da Universi­dade Federal de Minas Gerais.

PARENTE FROTA - Pagamento de débítos de PrefeiturasMunicipais para com o INPS.

LÉO SIMõES - Quadragésimo aniversário de fundação daRádio Nacional.

V - Grande Expediente

GABRIEL HERMES, ISRAEL DIAS-NOVAES - Homenagemà memória do ex-Deputado Federal Agostinho Monteiro.

PRESIDENTE - Solidarie!iade da Mesa às homenagensprestadas à memória do ex-Deputado Federal Agostinho Mon­teiro.

VI - Ordem do Dia

NINA RIBEIRO, ARGILANO DARIO, JORGE ARBAGE,MILTON STEINBRUCH, HÉLIO DE ALMEIDA, JOEL LIMA,FERNANDO COELHO, ALBERTO HOFFMANN, CÉLIO MAR­QUES FERNANDES, JOSÉ MAURíCIO, AIRON RIOS, PEDROLAURO, LAERTE VIEIRA, WILMAR DALLANHOL, PEIXOTOFILHO, JOSÉ CAMARGO, MOREIRA FRANCO, LÉO SIMõES ­Apresentação de proposições.

LYGIA LESSA BASTOS - Encaminhamenw de votaçãode requerimento de inserção em ata de voto de pesar pelofalecimento da Dra. Bertha Maria Júlía Luz.

JOSÉ BONIFÁCIO NETO, PEIXOTO FILHO, CÉLIO MAR­QUES FERNANDES, JOSÉ COSTA, ADHEMAR GHISI ­Discussão do projeto de Resolução n.o 70, de 1976.

HENRIQUE BRITO - Discussão do Projew n.O 502-B,de 1975.

Projew de Resolução n.o 70, de 1976 - Aprovado.

Projeto de Lei n.o 2.181-A, de 1976 - Aprovado.Projew de Lei n.O 1. 476-B, de 1973 - Adiado por 3 Sessões.

Pro,iew de Lei n.O 502-B, de 1975 - Aprovado em 1."discussão.

WALTER SILVA (Como Líder.) - Agroindústria açucareirado norte fluminense.

LINS E SILVA (Como Líder.) - Reabertura do jogo no Pais.

VII - Comunicação das LiderançasMARCOS TITO - A divida externa do Brasil.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - MESA \Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS \Relaçãodos membros)

4 - COMISSõES \Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

AcreNabor Júnior - MDB; Nosser Almeida - ARENA.

AmazonasJoel Ferreira - MDB; Mário Frota - MDB; Raimundo Parente

- ARENA.Pará.

Alacid Nunes - ARENA; Jorge Arbage - ARENA; JuvêncioDias - ARENA.

MaranhãoEpitácio Cafeteira - MDB; Eurico Ribeiro - ARENA; João

Castelo - ARENA; José Ribamar Machado - ARENA; TemístoclesTeixeira - ARENA.

PiauíCelso Barros - MDB; João Clímaco - ARENA; Murilo Re­

zende - ARENA.Ceará.

Figueiredo Correia - MDB; Flávio Marcilio ~ ARENA; Gomesda Silva - ARENA; Jonas Carlos -- ARENA; Marcelo Linhares ­ARENA; Paulo Studart - ARENA.

Page 3: Impressão de fax em página inteiraimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD17SET1976.pdfMensagem n.O 279, de 1976 (Do Poder Executivo) - Sub mete à consideração do Congresso Nacional

Setembro de 1"6 DlARIO f!O CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feIra 1'7 nu

Rio Grande do Norte

Pedro Lucena - MDB; Wanderley Mariz - ARENA.

ParaíbaAdemar Pereira - ARENA; Antônio Gomes - ARENA; Hum­

berto Lucena - MDB; Octacílio Queiroz - MDB; Teotônio Neto-- ARENA.

PernambucoCarlos Alberto Oliveira - ARENA; Carlos Wilson - ARENA;

F'ernando Coelho - MDB; Gonzaga Va:::concelos - ARENA; 1no­c,rmcio Oliveira - ARENA; Josias Leite - ARENA; Marco Maciel-- ARENA.

Al~oas

Antonio Ferreira - ARENA; Geraldo Bulhões - ARENA;T'heobaldo Barbosa - ARENA; Vinicius Cansanção - MDB.

SergipeFrancisco Rollemberg - ARENA; Passos Pôrto - ARENA;

Il:ai.mundo Diniz - ARENA.Bahia

Afrisio Vieira Lima - ARENA; Henrique Cardoso - MDB;Hildérico Oliveira - MDB; Horácio Matos - ARENA; João Alves-- ARENA; João Durval - ARENA; Manoel Novaes - ARENA;Menandro Minahim - ARENA; Noide Cerqueira - MDB; PriscoViana - ARENA; Vasco Neto - ARENA; Viana Neto - ARENA;Wilson Falcão - ARENA.

Espíríto SantoAloisio Santos ~ MDB; Argilano Dario - MDB; Henrique

Pretti - ARENA; MáriO Moreira - MDB; Moacyr Dalla - ARENA.Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alvaro Valle - ARillNA; BrígidaTinoco - MDB; Daso Coimbra - ARENA; Dayl de Almeida ­ARENA; Erasmo Martins Pedro - MDB; Florim Coutinho - MDB;Hélio de Almeida - MDB; José Haddad - ARENA; José Maria deCarvalho - MDB; Lygia Lessa Bastos - ARENA; Milton Stein­bn.jch - MDB; Miro Teixeira - MDB; Oswaldo Lima - MDB;P,edro Faria - - MDB; Peixoto Filho - MDB.

Minas GeraisAécio Cunha - ARENA; Carlos Cotta - MDB; Francelino

P,creira - ARENA; Francisco Bilac Pinto - ARENA; GenivalTourinho - MDB; Homero Santos - ARENA; Ibrahim Abi-Ackel_. ARENA; Jorge Ferraz - MDB; Jorge Vargas - ARENA; LuizQ[)llto - MDB; Manoel de Almeida - ARENA; Marcos Tito ­:MDB; Melo Freire - ARENA; Nogueira de Rezende - ARENA;Padre Nobre - MDB; Paulino Cícero - ARENA; Raul Bernardo_. ARENA; Sílvio Abreu Júnior - MDB; Tarcisio Delgado - MDB.

São PauloA.fI. Cunha Bueno - ARENA; Airton Soares - MDB; Athiê

Coury - MDB; Aurélio Campos - MDB; Cardoso de Almeida ­ARENA; Dias Menezes - MDB; Ferraz Egreja - AIl:ENA; F.rede­rico Brandão - MIÍB; Freitas Nobre --'-- MDB; Israel Dias-Novaes_. MDB; Ivahir Garcia - ARENA; Joaquim Bevilacqua - MDB;Jorge Paulo - MDB; Octacílio Almeida - MDB; Odemir FurIan_. MDB' Pacheco Chaves - MDB; Ruy Côdo - MDB; SalvadorJulianelli - ARENA; Santilli Sobrinho -- MDB, Sylvio VentumIli_. ARENA.

GoiásAdhemar Santilo - MDB; Elcival Calado·- ARENA; Fernando

Cunha - MDB; Iturival Nascimento - MDB; Juarez Bernardes_. MDB; Onisio Ludovico - ARENA; Rezende Monteiro - ARENA;Siqueira Campos - ARENA.

Mato GrossoAntonio Carlos - MDB; Gastão Müller - ARENA; Nunes Rocha

_. ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA.Paraná

Agostinho Rodrigues - ARENA; Alípio Carvalho - ARENA;Alvaro Dias - MDB; Cleverson Teixeira - ARENA; Flávio Giovini_. ARENA; Gamaliel Galvão - MDB; João Vargas - ARENA;Minoro Miyamoto - ARENA; Nelson :Maculan - MDB; PedroL:a.uro - MDB; Santos Filho - ARENA, Sebastião Rodrigues Jú­nior - MDB; Walber Guimarães - MDB.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi o' ARENA; Dib Cherem - ARENA; Ernesto de

Marco - MDB; Jaison Barreto - MDB; João Unhares - ARENA;Laerte Vieira - MDB, Luiz Henrique - MDB, Wilmar Dallanhol-" ARENA.

Rio Grande do SulAlceu Collares MDB; Aldo Fagundes - MDB; Aluizio Pa-

rllguassu - MDB; Augusto Trcin - ARENA; Carlos Santos -

MDB; Célio Marques Fernandes - ARENA; Fernando Gonçalves- ARENA; Getúlio Dias - MDB; João Gilberto - MDB; JorgeUequed - MDB; José Mandelli - MDB; Nelson Marchezan ­ARENA; Odacir Klein - MDB; Il:osa Flores - MDB; Vasco Amaro- ARENA.

Amapá.

Antônio Pontes - MDB.

Rondônia.Jerônimo Santana - MDB.

RoraimaHélio Campos - ARENA.O SR. PRESID"E:NTE (Herbert Levy) - A lista de presença.

acusa o comparecimento de 177 Senhores Depqtados.Está aberta a SI18são.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.11 - O SR. ANTôNIO FLORtNCIO, Suplente de Secretário,

servindo como 2.0 -Secretário, procede à leitura da ata da sessãoantecedente, a qual é, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) - Passa-se à leitura doexpediente.

O SR. UBALDO BARÉM, Suplente de Secretário, servindQ comol,o-Secretário, procede à leitura do seguinte.

IH - EXPEDIENTE

OFiCIOS

Do Sr. Presidente da Associação lnterparlamentar de Turismo, nosseguintes terronos:

Of. n.o 43/76

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presiderite da Cãmara dos Deputados

Senhor PresidenteTenho a honra de comunicar a Vossa Excelência que a Dele­

gação do Grupo Brasileiro da Associação Interparlamentar deTurismo ao 46.° Congresso da ASTA, a realizar-se em New Orleans,USA, durante o mês de setembro corrente, ficou assim constituída:

Deputado Oswaldo Zanello - Chefe da Delegação.

peputado Luiz BrazDeputado Parsifal BarrosoDeputado J.G. de Araújo JorgeSenador Aecioly FilhoSenador Adalberto Senil.Solicito a Vossa Excelência considerar os Deputados indicados,

em missão autorizada da Câmara dos Deputados, nos termos doart. 40 e para fins do disposto no art. 240, § 3.", do RegimentoInterno dessa Casa.

Aproveito a oportunidade para reiterar a Vossa Excelênciameus protestos de alta estima e consideração.

Oswaldo Zanello, Presidente.

Do Sr. Vice-Presidente do Grupo Brasileiro da União Interparla-mentar, nos seguintes termos:

Of. n.o 36/76

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio Borj a

_ Presidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente:Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência (IUe a Dele­

gação da Câmara dos Deputados à oo.a Conferência Interparla­mentar, a realizar-se em Madrid, de 22 de setembro a 1.0 de outu­bro do corrente ano, ficou assim constituida:

Deputado Célio Borja, Chefe da DelegaçãoDeputado Adalberto CamargoDeputado João LinharesDeputado Odulfo DominguesDeputado Tancredo NevesAproveito a oportullidade para reiterar a Vossa Excelência

meus protestos de alta estima e consideração.

José Sarney, Vice-Presidente.

Page 4: Impressão de fax em página inteiraimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD17SET1976.pdfMensagem n.O 279, de 1976 (Do Poder Executivo) - Sub mete à consideração do Congresso Nacional

9142 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1976

Brasília 13, de setembro de 1976.

Do Presidente da Comissão de Edu!lação e Cultura, nos seglüntestermos:

Oficio n.0207/76.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Herbert Levy1.0 Vice-Presidente da Câmara dos Deputados

senhor 1.0 Vice-Presidente,Para os fins do disposLo no art. 18 do Regimento Interno, te­

nho a honra dc comunicar a Vossa Excelência que a partir do dia20 do corrente ausentar-me-ei do País, a fim de chefiar a dele­gacão bra.sileira à 63,'" Conferêncía lnterparlamentar, que serárealizada em Madrid, no período de 22-9 a 1,°-10-76, devendo re­gressar no dia 4 de outubro próximo.

Aproveito o ensejo para reiterar' a Vossa Excelência os protes­tos de minha estima e consideração.

Célío Borja, Presidente da Câmara dos Deputados.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta.

Senhor Presidente,Nos termos regimentais, requeiro a Vossa Excelência as provi­

dências necessárias no sentido de ser reconstituído o Projeto n.o1.537/75, do Sr. Pedro Lauro. que "altera o inciso IH do art. 8.°da Lei n.o 5.700, de 1.0 de setembro de 1971, que "dispõe sobre aforma e apresentação dos símbolos nacionais, e dá outras provi­dências", o qual se encontra extraviado.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelênciaos protestos do meu mais profundo respeito.

Alvaro Valle, Presidente.

ARTIGO 1As Partes Contratantes concedem-se reciprocamente os direi­

tos especificados no presente Acordo e seu respectivo Anexo, a fimde que se estabeleçam os serviços aéreos internacionais nos mes­mos previstos, doravante referidos como "serviços convencionados".

ARTIGO 21. Qualquer dos serviços convencionados poderá ter início

imediatamenLe ou em data posterior, a crítério da Parte Con­tratante à qual os direitos foram concedidos, mas não antes que:

ai A Parte Contratante à qual os direitos tenham sido conce­didos haja designado uma empresa aérea de sua nacionalidadepara a rota ou as rotas especificadas;

bl A Parte Contratante que concede os direitos tenha expe­dido a necessária licença de funcionamento à empresa designada,obedecidas as disposições do § 2.° deste artigo e as do art. 6.0

2. A empresa aérea designada por uma Parte Contratantepoderá ser chamada a fazer prova, perante as autoridades aero­náuticas da out.ra Parte Contratante, que se encontra em condi­ções de satisfazer os requisitos prescritos pelas leis e regulamentos,normalmente aplicados por essas autoridades ao funcionamentode empresas de transportes aéreos internacionais.

3. As Partes Contratantes reservam-se o direito de substituir,por outras empresas aéreas nacionais, a empresa aérea originaria­mente designada, dando prévio aviso à outra Parte Contratante.À nova empresa designada aplicar-se-ão todas as disposições dopresente Acordo e seu Anexo.

ARTIGO 3

1. Com o fim de evitar práticas discriminatórias e assegurarigualdade de tratamento, fica estabelecido que:

r. As taxas e outros gravames que uma das Partes Contra­tantes imponha ou permita sejam impostos à empresa designadapela outra Parte Contratante para o uso de aeroportos e outrasfacilidades, nâo serão superiores às taxas e aos gravames cobradosdas aeronaves de sua bandeira empregadas em serviços interna­cionais semelhantes, pelo uso de tais aeroportos e facilidades.

n. Os combustíveis. óleos lubrificantes, equipamento nor­mal, provisões de bordo e peças sobressalentes introduzidos noterritório de uma Parte Contratante, ou postos a bordo de aerona­ves da outra Parte Contratante nesse território. quer diretamentepor uma empresa por esta designada, quer por conta de tal em­presa, e destinados unicamente ao uso de suas aeronaves nosserviços convencionados, gozarão do tratamento dado às empresasnacionais que realizam transporte aéreo internacional, no que dizrespeito a direitos aduaneiros, taxas de inspeção e/ou outrosdireitos e gravames nacionais.

III. As aeronaves de uma das Partes Contratantes utilizadasna exploração dos servicos convencionados, e os combustíveis,óleos lubrificantes. equipa!l1ento normal e peças sobressalentespara a manutencão e reparação das aeronaves utilizadas, bemcomo as provisões de bordo, compreendendo alimentos, bebidas etabaco. enquanto em tais aeronaves, gozarão de isenção de direitosaduaneíros, taxa de inspecão e direitos ou taxas semelhantes noterritório da outra Parte Contratante. mesmo quanclo utilizadosou consumidos em vôo sobre o referido território.

2. Os bens enumerados no parágrafo precedente e obj eto deisenção pelo mesmo estabelecido, não poderão ser desembarcadosda aeronave no território da outra Parte Contratante sem o con­sentimento de suas autoridades aduaneiras, e ficarão sujeitos aocontrole dessas autoridades, enquanto não utilizados pela emJ}resa.

3. Os passageiros, bagagens e mercadorias em trânsito peloterritório de uma Parte Contratante e que permanecerem na área

5. Tendo em vista a natureza do instrumento, faz-se neces­sária sua ratificação formal, após aprovação pelo Congresso Na­cional. conforme o disposto no art. 44, inciso I, da ConstituiçãoFederal.

6. Nessas condicões, submeto à alta consideração de VossaExcelêncía projeto de mensagem ao Congresso Nacional paraencaminhamento do texto do aludjdo Acordo à aprovação do PoderLegisla~ivo,

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa F.xceJência,Senhor President.e. os protestos do meu mais profundo respeito.

ACORDO SOBRE TRANSPORTES AÉREOS ENTRE O GOVERNODA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO

DO REINO DOS PAíSES BAIXOS

O Governo da República Federativa do BrasileO Governo do Reino dos Países Baixos,tendo decidido concluir um Acordo sobre transportes aéreos

regulares entre os dois Paises. designaram para esse fim repre­sentantes devidamente autorizados, os quais convieram nas dis­posições seguintes:COMUNICAÇÃO

Brasília, 10 de setembro de 1976GP/O/564/76

MENSAGEM N.o 279, DE 1976IDo Poder Executivo)

Submete à consídcracão do Congresso Nacional o textQ(10 Acordo sobre Transpórte Aéreo, concluído entre a Re­pública Federativa do Brasil e o Reino dos Países Baixos,em Brasília, a 6 de julho de 1976.

(Às Comissões de Relações Exteriores, de Constituiçãoe Justiça e de Transportes.)

Excelentíssimos Senhores Membros do Congresso Nacional:Em conformidade com o disposto no art 44, Inciso I, da Cons­

tituição Federal, tenho a honra dc submeter à elevada considera­c:ão de Vossas Excelêncías. acompanhado de Exposição de Motivosdo Senhor Ministro de Estado das Relacões Exteriores,.o texto doAcordo sobre Transporte Aéreo, concluido entre a República Fe­derativa do Brasil e o' Reino dos Paises Baixos, em Brasília, a 6de juiho de 1976.

Bt'asilia, 15 de setembro de Hl76. - Adalberto Pereira dosSantos.

EXPOSICÃO DE MOTIVOS N.o DTC/DAIIDE-I/ARC/237/68ü.4lB46' (F26). DE 13 DE SETEMBRO DE 1976, DO SENHORMINISTRO DE ESTADO DAS RELAÇõES EXTERIORESA Sua Excelência o SenhorErnesto Geisel,Presidente da República.Senhor Presidente,Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelência, em anexo,

o texto do Acordo sobre Transporte Aéreo. assinado em Brasília,em 6 de julho últ.imo, entre o Governo da República Federativado Brasil e o Governo do Reino dos Paises Baixos,

2. O referido Acordo segue, de modo geral, o padrão dos demaisacordos negociados pelo Brasil em matéria aeronáutica, incluindoum Anexo, o respectivo Quadro de Rotas, o Protocolo de Assina­turas. Memorandum Confidencial e a correspondente Ata Finaldas negociacões aeronáuticas entre os dois paises.

3. O instrllmE:nto assinado com os Países Baixos veio conso­lidar situacão de fato já existente, uma vez que a companhianeerlandesa designada opera autorizada por Portaria M1nisterialna rota do Atlântico Sul há mais de trinta anos, tendo sido umadas primeiras empresas a voar para o Brasil.

4. Por outro lado. o Acordo incorpora princípios consagradosem documentos bilaterais de aviação civil internacional, discipli­nando, assim, matéria relativa a tarifas. a horários e freqüências,a facilidades aos servíços aéreos, a configuração de assentos e acertificados de navegabilidade.

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Setetnbro de 1976 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 11'1 9143

do aeródromo que lhes é reservada, serão submetidos apenas aocontrole estabelecido para essa área, exceto no que diz respeito amedidas de segurança para salvaguarda da Aviação Civil Inter­nacional. As bagagens e mercadorias em trânsito direto serãoisentas de direitos, taxas ou gravames aduaneiros.

ARTIGO 4Os certificados de navegabilidade, certifieados de habilitação e

licença expedidas ou revalidadas pelas autoridades aeronáuticasde qualquer das Partes Contratantes e ainda em vigor, serão re­conhecidos como válidos pela outra Part,e Contratante para o fimde exploração dos serviços convencionados. As Partes Contratantesse reservam, entretanto, o direito de não reconhecerem, relativa­mente ao pouso ou sobrevôo de seu território, certificado de habili­tação e licenças concedidos aos seus próprios nacionais pelasautoridades da outra Parte Contratante ou por um terceiro Estado.

ARTIGO 51. As leis e regulamentos de uma Parte Contratante relativos

à entrada, permanência no seu território ou saída do mesmo, deaeronaves empregadas em navegação aérea internacional, ourelativos à exploração e à navegação de tais aeronaves dentro doseu território, serão aplicadas às aeronaves da empresa designadapela outra Parte Contratante.

2. As leis e regulamentos de uma. Parte Contratante relativosà entrada, permanência no seu território ou saída do mesmo, depassageiros, tripulações ou carga de aeronaves, como sejam os con­cernentes à entrada, despacho, imigração, passaportes, alfândegae quarentena, aplicar-se-ão aos passageiros, tripulações e cargade aeronaves de empresa aérea designada pela outra Parte Con­tratante quando no território da primeira Parte Contratante.

ARTIGO 61. Cada Parte Contratante reserva-se o direito de negar ou

revogar licença de funcionamento a uma empresa aérea desig­nada pela outra Parte Contratante, quando não julgar suficiente­mente comprovado que parte preponderante da propriedade e ocontrole efetivo da referida empresa estão em mãos de nacionaisda outra Parte Contratante.

2. A empresa designada poderá ser multada pelas autoridadesda outra Parte Contratante, na forma do ato de autorizacão de seufuncionamento juridico, ou sua licença de funcionamento ser sus­pensa, no todo ou em parte, pelo período de um (1) mês a três(3) meses:

1.) nos casos de inobservância das leis e regulamentos referi­dos no art. 5.° deste Acordo, e de outras normas governamentaisestabelecidas para o funcionamento de empresas aéreas desig­nadas;

bl quando as aeronaves utilizadas nos servicos convencionadosnão sejam tripuladas por pessoas que possuam' respectivamente anacionalidade de uma ou outra Parte Contratante, excetuados oscasos de adestramento do pessoal navegante, por instrutores de­vidamente autorizados pelos órgãos competentes da Parte Contra­tante que designou a empresa e durante o período de adestra­mento, ou se for concedída licença especial.

3. Nos casos de reincidência das infracões constantes do itemanterior, a licença de funcionamento poderâ ser revogada.

4. A revogação constante dos itens 1 e 3 deste artigo sópoderá ser aplicada após consulta com a outra Parte Contratante.A Consulta terá início num prazo de sessenta (60) dias a partírda respectiva notificação.

ARTIGO 7As Autoridades aeronáuticas das duas Partes Contratantes

deverão manter contato permanente para garantir uma estreitacolaboração em todas as questões tratadas no presente Acordovisando à sua execução satisfatória. '

ARTIGO 81. Se qualquer das Partes Contratantes desejar modificar

qualquer cláusula do Anexo ao presente Acordo poderá solicitaruma consulta entre as autoridades aeronáuticas de ambas aspartes, a qual terá início num prazo de sessenta (60) dias apartir da respectiva notificação. '

2. Os resultados da consulta passarão a vigorar após confir­mação por troca de notas por via diplomática.

ARTIGO 91. As divergências entre as Partes Contratantes sobre a in­

te.rpretação ou aplicação do presente Acordo e do seu Anexo, quenao puderem ser resolvidas por meio de negociações ou de con­sultas díretas, serão submetidas a arbitramento, seguindo-se opro~edimento previsto no ~rt. 85 da Convenção sobre AviaçãoCiVIl I~t.:'rnaClona~, conclUlda em Chicago em 1944, quanto àcompOSlçao e funclOnamento do respectivo tribunal. As custas doarbitramento serão pagas em partes iguais pelas Partes Contra­tantes.

2. As Partes Contratantes farão o possível para dar cumpri­mento à decisão arbitral.

ARTIGO 10Ao entrar em vigor uma convenção aérea multilateral aceita

por ambas as Partes Contratantes, o presente Acordo deverá sermodificado ele modo que as suas elisposicões se conciliem com asda nova convenção. •

ARTIGO 11

O presente Acordo e seu Anexo e assim os demaís atos rela­tivos aos mesmos que os complementem ou modifiquem, serão co­municados à Organização da Aviação Civil Internacional para finsde registro.

ARTIGO 12Cada uma das Partes Contratantes poderá, em qualquer tem­

po, notificar a outra Parte Contratante o seu propósito de denun­ciar o presente Acordo, fazendo simultaneamente uma comunica­ção no mesmo sentido à Organização da Aviação Civil Internacio­nal. O presente Acordo deixará de vigorar doze (12) meses depoisda data do recebimento da notificação pela Parte Contratante,salvo se for retirada por consenso de ambas as Partes antes deexpirar aquele prazo. Se não for acusado o recebimento da noti­ficação pela Parte Contratante à qual for dirigida, entender-se-árecebida quatorze (14) dias depois de o ter sido pela organizaçãoda Aviação Civil Internacional.

ARTIGO 13O presente Acordo substituí as licenças, privilégios e concessões

existentes à data de sua entrada em vigor, relativas às matériastratadas no mesmo, e outorgados a qualquer título por uma dasPartes Contratantes em favor da empresa aérea da outra ParteContratante.

ARTIGO 14Para os fins de aplicação do presente Acordo e do seu Anexo:a) A expressão "autoridade aeronáutica" significa, no caso da

República Federativa do Brasil, o Ministro da Aeronáutica, e, nocaso do Reino dos Países Baixos, o Ministro dos Transportes, Con­trole de Águas e Obras Públicas ou, em ambos os casos, qualquerpessoa ou órgão que esteja legalmente autorizado a exercer asfunções atualmente pelos mesmos exercidas;

b) a expressão "serviços convencionados" significa serviçosaéreos regulares para o transporte de passageiros, carga e malapostal nas rotas aqui especificadas;

c) a expressão "empresa f\érelI. designada" significa qualquerempresa que uma das Partes Contratantes tiver escolhido paraexplorar os serviços convencionados e a cujo respeito tiver sidofeita comunicação por escrito às Autoridades aeronáuticas da outraparte Contratante, segundo o disposto no artigo 2.°, parágrafo 1,alínea b, do presente Acordo;

d) o termo "tarifa" significa o preço a ser pago pelo transpor­te de passageiros €: carga e as condições sob as quais este preço seaplica, incluindo preços e condições de agenciamento e outros ser­viços correlatos, mas excluindo remuneração e cond'ições de trans­porte de mala postal;

e) a expressão "território" terá o mesmo sentido que lhe dáo artigo 2 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional, con­cluída em Chicago em 1944, no entendimento de que, com rellI.­I;áo ao Reino dos 'Paises Baixos, o presente Acordo se aplica ape­nas ao Reino na :E:uropa;

f) as definições "empresa aérea", "serviço aéreo", "serviço aéreointernacional" e "escalas sem fins comerciais". são as constantesd'Ü artigo 96 da mesma Convenção sobre Aviação Civil Internacio­nal.

ARTIGO 15Este Acordo será aplicado provisoriamente a partIr da data

de sua assinatura no limite dos poderes administrativos das Auto­ridades aeronáuticas de cada Parte Contratante; e entrará emvigor através de notificação por vIa diplomática depois de cumpri­dos os procedimentos constitucionais de cada uma das Partes Con­tratantCll, a partir da data da última dCllSas notificações.

Feito em Brasília, aos 6 de julho de mil novecentos e setentae seis, em dois originais, nas línguas portuguesa, neerlandesa e in­glesa, sendo todos os textos igualmente autênticos. Em caso dequalquer divergência, prevalecerá o texto em língua inglesa.

Pelo Governo da República Federativa do Brasil:'Pelo Governo do Reino dos Países Baixos:

Anexo aoAoordo !!Obre Trans~rtes Aéreos

SEÇlI.O I

As Partes Contratantes concedem-se o direito de explorar porinter~~diQ da respectiva empre;sa aérea designada e segundo ascondlçoCll deste Anexo, os serVIços convencionados, nas rotas eescalas estabelecidas nos Quadros de Rotas que o integram.

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'144 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1976

SEÇAO TI

1. Nos termos o-J presente Acordo e deste Anexo, cada ParteContratante concede à empresa aérea designada pela outra ParteContratante e para o fim de explorar os serviços convencionadosnas rotas especificadas:

a) o direito de desembarcar e embarcar passageiros, carga emala postal origmaOQs no território da outra Parte Contratante oua ele destinado;

b) o direito de desembarcar e embarcar passageiros, earga emala postal de tráfico internacional, originados em esca~as emterceiros paises incluídos no Quadro de Rotas, ou a eles destmados.

2. Cada Parte contratante autmiza o solJrevõo de seu ter­rit<irio pela empresa designada pela outra Parte Cnntratante, comou sem pouso técnico, nas escalas constantes do Quadro de Rotas.

3. O exercicio dos direitos acima mencionados está sujeitoàs condições estabelecidas na Seção IV abaixo.

SEÇãO lU

As autoridades ael'onáulicas das Partes Contratantes consul­tal'-se-âo a pedido de uma delas a fim de determinar se os prin­cípios enunciados na Seção IV, abaixo. estão sendo observados pelasempresas aéreas designadas pelas Partes Contratantes e. em par­ticular. para evJtar que uma porção do tráfico seja injustamentedesviada de qualquer das empresas designadas.

SEÇAO IV

1. Os servicos convencionados terão por objetivo fundamen­tal oferecer uma' capacidade adequada à procura do tráfico.

2. Na exploracão desses serviços se levará em conta. principal­mente quanto à exploração de rotas ou trechos comuns de rota,os int.eresses das empresas aéreas designadas. a fim de que os 8er­vícos prest.ados por qualquer delas não sejam indevidamente afe­tados. Assegurados os principios de reCIprocidade, um tratamentojusto e equítativo deverá ser concedido às empresas aéreas desig­nadas, a fim de que os serviços prestados por qualquer delas nãosejam indevidamente afetados. Assegurados os princípios de reci­procidade. um tratamE'nto justo e E'quitativo deverá ser concedidoàs empresas aél'leas deSIgnadas das duas Partes Contratantes. paraque possam explorar, em igualdade de condicões, os serviços aéreosnas notas especificadas nos Quadros de Rotas anexos.

3. O direito de ll111a empresa aérea designada de uma ParteContratante embarcar e desembarcar. nos pontos das rotas espe­cificados. tráfico internaCional com destmo a ou proveniente deterceiros países, será eXH'cido de moelo que a capacidade COI.'1'es­ponda:

a) à necessidade do traiico entre o país de origem e os paísesde destino;

h) às neces..,idades de uma exploração económica do."; serviçosconvencionados;

c) à procura elo tráfico e1.1stente nas regiões atravessadas,r('speitados os interesses locais e regionais.

SEÇÃO V

Ag Autoridndes aeronáuticas de qualquer das Partes Contra­tantes fornecerão às Autoridades aeronáuticas da outra Parte, apedido elestas, periodicamente ou a qualquer tempo. os elados es­tatísticos que sejam razDuvelmente solicitados, [Jara a verificacâode como estã sendo utlllzada, pela empresa aérea ctesignadadaoutra Parte Contratante. a capacidade oferecida nos servÍ(;os con­v('lleionados. Esses dados deverão cont.er todos os elementos ne'-

cessários para fixar o volume de tráfico, bem como sua origem edestino na linha.

SEÇAO VI

1. As tarifas a serem aplicadas pela empresa aérea designa­da de uma Parte Contratante em pagamt'nto do tran.sporte depassageiros e carga originados no ~erritório da out}-"a Parte C011;­tratante ou a ele destinados, deverao ser estabelecldas em mvelSrazoáveis, dando-se a devida consideração a todos os fatores rele­vantes, inclusive custo de operação, caracteristicas de serviço,lucro razoável e tarifas de outras empresas aéreas aplicadas narr..esma ou ern rotas semelhantes. devendo ser observado, quantopossível. o mecanismo da Associação Internacional dos TransportesAéreos lIATA).

2. As tarifas aSSIm elaboradas serão submetidas à aprova­cão das Autoridades aeronáuticas da outra Parte Oontratante qua­renta e cinco (45) dias, pelo menos, antes da data prevista paraa sua aplicação; em casos especiais, esse prazo poderá ser reduzi­do, se assim concordarem a.s ditas Autoridades.

3. Se, por qualquer razão, uma determinada tarifa não puderser fixada na forma das disposições anteriores, ou se, durante osprimeiros quinze (5) dias do prazo, qualquer das Autoridadesaeronáuticas notificar a outra a desaprovação de qualquer tarifaque lhe foi submetida. as Autoridades aeronauticas das Partes Con­tratantes tratarão de determinar tal tarifa em reunJão de Consulta.

4. As tarifas estabelecidas na forma das disposições destaSeção permanecerão em vigor até que nova.s t.arifas sejam estabe­lecidas segundo essas mesmas dísposições.

5. As tarifas aplicadas pela empresa aérea desígnada poruma das Partes COntratantes, quando servir pontos comuns entreas duas Partes ou pontos compreendidos em rotas comuns entre oterritórIo de uma Parte Contratante e terceiros países, não serãoÍnferiorE's à,s apllcada8 pela empresa da outra Parte na execuçãode serviços idênt.icos.

6,. A empresa aérea designada por uma Parte Contratantenão poderá conceder. direta ou indiretamente, por si ou através dequalquer intermediário, descontos. abatimento ou quaisquer re­ducões sobre tarifas em vigor, salvo os previstos pelas resoluçõesapl'Ovadas pelas Partes Contratantes.

SEC}A.G VIIOs horários deverão indicar o t'ipo. modE'lo e configuração das

aeronaves utilizadas, bem como a. freqüência dos serviços e E'scalase serão submetidos pela emprE'sa aérea designada de caela ParteContratante às Autoridades aeronáuticas da outra Part.e Contra­tante pelo menos quarenta e cinco 145) dias. antes da data previs­ta jJilru sua vigência. Tais horários deverão ser aprovados dentrodo prazo acima indicado, a menos que envolvam alteração de es­calas ou de capaelClade em desacordo com o que eseá especificadoneste Anexo.

SEÇÃO VIII1. As seguintes alterações nas rotas não dependt'rão de pl'évio

aviso entre as Partes Contratantes. bastando a respectiva notifi~caçào) de uma a outra Autoridade aeronáutica:

a) inclusão ou supressão de pontos de escalas no território d~Part.e Contratante que designa a empresa aérea;

b) omissão de escalas no território de terceiros países.2. A alteracão das rotas convenc'ionadas pela inclusão de pon~

to de escala não previsto no Quadro de Rotas. fora do territórioda Parte Contratante que designa a. empresa aérea, fica sujeitaacordo prévio entre as Autoridades aeronáuticas de ambas asPartes.

QUADRO DE ROTAS

1 - Rotas do Brasil

Escalas em Terriwriodo Brasil

Esealas Intermediárias(1) (2)

Escala em Territóriodos Países Baixos Escalas além (I) (2)

Pontos no Brasil IUm ponto na África Oci­dental ou um ponto 110.Europa)

<Um pont{J na Europa ouum ponto no Norte daÁfrica)

Am.'~terdam

- --_.-_._----(Três pontos além na Eu­ropa) (3)

U) Na apreoontação dos hOIÍi.ilOS a empreoo. desi~nadtl. pode omitir esc.n.Jo..s (-fi ten:ell!os Pfl.1SClS.

12) OS pontos serão fiXRdos Rtravés de notlficnção dO Go"CI'110 brasileiro Ml Governo neerlandês quando as Autol'ldltdeB brasileirasdeSIgnarem R empreFla aérea bra81Ieira para operar OS serVIços convencionados.

(3) Ql1and() ror feita .a. :notIl1c.aÇii:.o mellclOHada. na Nota (2), o Go,'erno bJ'asJ1eiFo indu:'ará (jua] tios três pont.ol"lfi. })Ode Mlroperado antes ou depois de llm tio~ demaIS.

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Setembro de 19'76 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 9145

2 - Rotas dos Paises Baixos

Escalas Intermediárias Escalas em Territ~rio(1) do Brasil

Zurique, Lisboa ou Mon- Rio de Janeiro e/ou Sãoróvia Paukl

Escalas além (1)

Montevidéu (2)Buenos AiresSantiago

(1) Na apresentaçiio dos horários a empresa desIgnada pode omitlr escalas enl terceIros países~(2) Montevldeu pode ser operada antes oU depoiS de Euenos Aires.

Escalas em Territóriodos Países Baixos

Pontos nos PaísesBaixos

PROTOCOLO DE ASSINATURAS

Por ocasião da assinatura do Acordo sobre Transportes Aéreosentre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governodo Reino dos Países Baixos, as Partes Contratante.s convenciona­ram o seguinte:

1 - A empresa designada pelo Brasil pode operar duas fre­qüências por semana, com aeronaves da série B-7D7-32D ou DC-S-63ou similar, com um máximo de 156 assentoS utilizáveis em terri­tório neerlandês. A configuração normal dos assentos da aerona­ve pode ser utilizada com o tráfico de passageiros emballCando edesembarcando nas demais escalas do Quadro de Rotas.

2 - A empresa designada pelos Países Baixos pode operar duasfrequências por semana, com aeronaves da série DC-8-63 ou simi­lar, com um máXimo de 156 assentos utilizáveis em território bra­sileiro. A configuração normal dos assentos da aeronave pode serutilizada com o tráfico de passageiros embarcando e desembarcan­do nas demais escalas do Quadro de Rotas.

3 - Os empregados, inclusive os seus dependentes, de cadauma das empresas designadas pelas Partes Contratantes, quandoem viagem a serviço da empresa, poderão embarcar ou desembar­car nas escalas especificadas no Quadro de Rotas.

4 - As empresas designadas pelo Brasil e pelos Países Baixos,no que cocerne aos tripulantes estrangeiros empregados nos ser­viços convencionados, na forma da última parte do artigo 6.°,parágrafo 2, alínea b, do Acordo sobre Transporte Aéreo subme­terão, respectivamente, à Autoridade aeronáutica da outra ParteContratante, uma lista completa, indicando o nome, a naciOnali­dade, a função na tripulação, o tipo e o número de licenca e a Au­toridade que a emitiu. Salvo aviso em contrário, esses tripulantespoderão exercer suas funções nos serviços convencionados.

Feito em Brasília, aos 6 de julho de 1976.Pelo Governo da República Federativa do Brasil: Antonio F.

lAzeredo da Silveira.

Pelo GQverno do Reino dos PaÍSes BaIXOS: Leopold QuarIes vanUfford.

PRO.TETO DE LEI N.o 64-R, DE 1975

(Da Comissão de Constituição e Justiça)

Redação para 2.a discussão do Projeto de I..ei 11.0 64-Ade 1975, que "acrescenta parágrafo único ao al't. 20 do CÓ:digo de Processo Penal - Decreto-Lei n.o 3.689, de 3 deoutubro de 1941".

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Acrescente-se ao art. 20 do Código de Processo Penal(~ecreto-Lei n.o 3.689, de 3 de outubro de 1941), o seguinte pa­ragrafo:

"Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lheforem solicitados, a autoridade policial não poderá men­cionar quaisquer anotações referentes à instauracão deinquérito contra os requerentes, salvo no caso de 'existircondenação anterior ou de se verificar habitualidade pre­sumida."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicacão,revogadas as disposições em contrário. .

Sala da Comissão em 13 de maio de 1976.

Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "A", realizada em 13-5-76, aprovou, por unanimidade, a Reda­ção para 2." discussão do Projeto n.O 64-A/75, oferecida pelo Re­lator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:

Dja1ma Bessa, Presidente - Miro 'Teixeira, Relator - AntonioMariz, Claudino Sales, Jairo Magalhães, JoaquÍm Bevilacqua, JoséBonifácio Neto, Lidovino Fanton, Nogueira da Gama, Norton Ma­cedo, Tarcisio Delgado e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 13 de maio de 1976. - Djalma Bessa, Presi­dente - Miro Teixeira, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1.362-A, DE 1975(Do Sr. Freitas Nobre)

Altera dispositivo da Lei D.a 1.493, de 13 de dezembrode 1951, (lUe "dispõe sobre o pagamento de auxilios e sub­venções"; tendo pareceres: da Comissão de Constituicão eJustiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téénicaLegislativa; e, da Comissão de Fiscalização Financeira eTomada ,de Contas, pela aprovação.

(Projeto de Lei n.o 1.362, de 1975, a que se referem ospareceres.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O § 1.0 do art. 14 da Lei n.o 1.493, de 13 de dezembro

de 1951, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 14. . .§ 1.0 A prestação de contas, feita olJrigatoriamente no~ist!!ma de contabilização analítica, será examinada peloorgao competente do Ministério que, julgando-a com vícioou defeito sanável, providenciará junto à entidade paraque a mesma promova a sua regularização.

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Justificação

A Lei n." 1.943, de 1951, ainda é o diploma legal a regrar a sis­temática de pagamento de auxilios e subvencões do Governo Fe­deral, tanto às entidades públicas quanto pl:ivadas, bem como oelenco das entidades que podem receber tais auxilios ou subven­ções, forma de seu registro no Conselho Nacional de Servico Sociale, especialmentc, a exigibilidade de prestação de contas. "

Os arts. 14 a 16, pertinentes à prestação de contas e inseridosnum dos poucos capitulas da referida lei que ainda não sofreramalteração, obrigam as entidades contempladas a, simplesmente,prestar contas do recebimento das subvenções, sem especificar aforma pela qual tais contas devem ser prestadas.

Tal exigência inespecífica da lei permite, obviamente, que asentidades beneficiadas apresentem as suas contas de forma empí­rica e, pois, inadequada, ainda que pelo tradicional sistema decontabilização geral ou financeira (registrando todas as operaçõese culminando com o estabelecimento da conta de exploração geral,da conta de perdas e lucros e do balanço), assim como leva asautoridades competentes a valer-se excessiva e inconvenientemen­te da disposição do § 1.0 do art. 14, que autoriza uma espécie deexame prévio das contas e sua eventual regularização pela entida­de interessada, quando houver vício ou defeito sanável.

Ora, tal procedimento, sobre ser contraditório com as praxesjá adotadas por todas as esferas do poder público, que já alcança­ram e praticam regularmente o sistema de contabilização analí­tica (consubstanciada no cálculo de custos, manutencão de inven­tário permanente e determinação dos resultados analfticos da apli­cação), apresenta ainda o inconveniente da superburocratizaçãona prestação de conta.s, com sucessivas e onerosas recomendaçãode correção ou irregularidades.

O projeto, partindo do pressuposto de que já não basta ,prestarcontas, senão que é preciso prestá-las de forma esclareeedora, ana­liticamente pois, visa racionalizar os arts. 14 e 16 da Lei n.o 1.493,de 1951, tornando a prestação de contas ali exigível mais compatí­vel com os avanços' ocorridos no campo da contabilidade pública,bem como os altos e impostergáveis interesses da. administração.

Sala das Sessões, 14 de outubro de 1975. - Freitas Nobre.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 1.493, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1951Dispõe sobre o pagamento de auxílios e subvenções.

.~ .CAPíTULO VI

Da Prestação de ContasArt. 14. As instituições contempladas com subvenções ex­

traordinárias são obrigadas a remeter ao Ministério da Educação e

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t14G Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1976

Saúde os comprovantes das despesas efetuadas por conta das mes­mas, devidamente autenticados.

§ 1.0 A prestação de Contas será examinada pelo órgão com­petente do Ministério, que, julgando-a com vicio ou defeito saná­vel, providenciará junto à entidade para que a mesma promovasua regularização.

§ 2.° Após o seu pronunciamento sobre a prestação de contas,o órgão a que se refere o artigo anterior submetê-Ia-á à apreciaçãodefinitiva do Tribunal de Contas.

§ 3.0 As instituições contempladas com subvenções ordináriassão obrigadas a remeter ao Ministério da Educação e Saúde o rela­tório de suas atividades, inclusive o balanço financeiro.

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PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

I e 11 - Relat6rio e Voto do Relato:\"

O Projeto de Lei n.o 1. 362/75. de autoria do nobre DeputadoFreitas Nobre, tem um alto sentido moralizador, eis que disciplinaa prestação de contas de entidades beneficiadas com subvenções,alterando o art. 14 da Lei n.o 1.493, para dispor:

"A prestação de contas, feita obrigatoriamente no sistemade contabilização anaIística, será examinada pelo órgãocompetente do Ministério que, julgando-a com vício oudefeito sanável, providenciará junto à entidade para quea mesma promova a sua regularização."

O pI'óprio enunciado do projeto esclarece suas finalidades, sebem que estas se comportam no mérito, e este compete à Comis­são de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas.

No que compete à Comissão de Justiça opinamos pela consti­tucionalidade, juridicidade c boa técnica legislativa do projeto.

Sala da Comissão, em 19 de novembro de 1975. - ErasmoMartins Pedro, Relator.

DI - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reUl1lao de sua

Turma "A", realizada em 19-11-75, opinou, unanimemente. pelaconstitucionalidade. juridicidade e técnica legislativa do Projeton." 1.362/75, nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Luiz Braz. Presi­dente; Erasmo MarLins Pedro, Relator; Celso Barros, CleversonTeixeira, Gomes da Silva. Jarbas Vasconcelos, João Gilberto, No­gueira da Gama, Noide Cerqueira e Rubem Dourado.

Sala da Comissão, em 19 de novembro de 1975. - Luiz Braz,Presidente. - Erasmo Martins Pedro, Relator.

PARECER DA COMISSãO DE FISCALIZAÇãO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

I _ Relatório

Cuida o Projeto de Lei n.O 1.362, de 1975. de iniciativa do ilus­tre Deputado Freitas Nobre, de alterar a redação do § 1.0 do art. 14da Lei n.O 1.493. de 13 de dezembro de 1951, que dispõe sobre opagamento de aÍlxílios e subvenções.

Referida disposição, em sua redação atual, estabelece que aprestação de contas das entidades contempladas com subvençõesextraordinárias será examinada pelo órgão competente do Minis­tério da Educação e Cultura que, julgando-a com víci.o ou defeitosanável, providenciará junto à instituição para que a mesma pro­mava a sua regularização.

Em conformidade com a redação preconizada na proposição,a prestação de contas será obrigatoriamente feita no sistema decontabilização analítica.

Pronunciando-se a respe-ito, a douta Comissão de Constituiçãoe .Justiça opinou, à unanimidade, no sentido da constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa do projetado.

No momento, é a matéria encaminhada à apreciação destaComissão, a fim de que o projetado seja examinado em confor­midade com o disposto no art. 28, § 8.0, do Regimento Interno.

É o relatório.11 - Voto do Relator

Com referência à medida em exame, cumpre ressaltar, preli­minarmente, que a providência indicada no dispositivo cuja reda­çâo se pretende alterar é efetivamente anacrõnica, necessitandode atualização.

Em verdade, em nossos dias não mais se admitem prestaçõesde contas empíricas e inadequadas, tal como se exige no § 1.0 doart. 14 da Lei n.O 1.493, de 13 de dezembro de 1951, devendo estas

ser essencialmente racionaís e analíticas, precisamente como secogita na proposição.

Como bem lembra o ilustre pariamentar proponente, as enti­dades benefieiadas eom subvenções vêm apresentando, à falta deexigência específica, prestações de contas fundamentadas no tra­dicional sist.ema de contabilização geral ou financeira, o que con­traria todas as praxes já adotadas em todas as esferas do poderpúblico, que praticam regularmente o sistema de contabilizaçãoanalitica.

Efetivamente, esse método, que adota o cálculo de custos, amanutenção de inventário permanente e determinação dos resul­tados analisticos da aplicação, apresenta inúmeras vantagens so­bre as prestações de contas empíricas das entidades beneficiadascom subvenções. devendo, por consegüinte, ser adotado - fatoque trará irrecusáveis beneficiDS à própria Administração Pública,eliminando a excessiva burocratização atualmente vigente no exa­me das prestações de contas.

Por essas razões. nosso voto é no sentido da aprovação do Pro­jeto de Lei n.o 1.362. de 1975, de autoria do digno Deputado FreitasNobre.

Sala da Comissão, aos • - Walber Guimarães, Relator.

DI - Parecer da ComissãoA Comissão de Fiscalizacão Financeira e Tomada de Contas,

em sua 7." Reunião Ordinária, realizada no dia 12 de agosto de1976. sob a Presidência do Senhor Deputado Arlindo Kunzler, Pre­sidente, e presentes os Senhores Deputados: Jorge Arbage e Pei­xoto Filho, Vice-Presidentes, Nosser Almeida, Gabriel Hermes, Ja­der Barbalho. Eurico Ribeiro, Furtado Leite . .Tosias Leite. RicardoFiúza, Manoel Novaes, Theódulo de Albuquerque, Oswaldo Zanello,Marcelo Medeiros, Walter Silva, Airton Sandoval, Dias Menezes,João Vargas, Minoro Miyal1loto. Walber Guimarães, Ernesto deMarco, Alberto Hoffmann. Aluízio paraguassu e Magnus Guima­rães. opinou. por unanimidade, pela aprovação do Projeto número1.362/75 - do Senhor Freitas Nobre - que "altera dispositivo da.Lei 11.° 1.493, de 13 de dezembro de 1951, que "dispõe sobre o pa­gamento de auxílios e subvenções", nos termos do parecer doRelator, Deputado Walber Guimarães.

Sala das Sessões, em 12 de agosto de 1976. - Arlindo Kunzler,Presidente. - Walber Guimarães, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1.538-A, DE 1975

(Do Sr. Alvaro Dias)Altera o inciso IV do artigo 585 do Código de Processo

Civil; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade e rejeição, por injuridicidade.

(Projeto de Lei n.o 1.538, de 1975, a que se refere oparecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O inciso IV do art. 585 do Código de Processo Civil

(Lei n.o 5.869, de 1.0 de janeiro de 1973, com as modificações in­troduzidas pela Lei n.O 5.925, de 1.0 de outubro do mesmo ano)passa a ter a seguinte redação:

"Art. 585.

§ 5.0 Os créditos decorrentes de foro, laudêmio, encargo decondomínio, renda ou aluguel de imóvel, desde que com­provados por contrato escrito ou sentença julgando proce­dente despejo ou imissão de posse ou homologando cálculode débito para purgação de mora não realizada, quando ob1quilino entregar o prédio."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Justificação

A redacão atual do art. 585, IV, que se pretende modificar éa seguinte:'

"Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais:

IV - () crédito decorrente de foro, laudêmio, aluguel ourenda de imóvel, bem como encargo de condomínio, desdeque comprovado por contrato escrito."

O projeto prevê duas hipóteses omitidas na lei:a) o caso de despejo decretado pelo juiz, onde há condenação

em custas, honorários, etc. Pela redação atual, nos casos de alu­guel, o locador é obrigado a propor nova ação, quando não hácontrato escrito, a fim de se reembolsar daquilo que foi pactuadoverbahnente;

b) o caso em que o devedor requer purgação da mora, mas nãoa concretiza, entregando o prédio. Ai, a ação de despejo fica sem

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Setembro de 1916 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 1'1 914'2

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VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação,como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o in­teresse processual;

LEGISLAÇiiO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇiiODAS COMISSoES PERMANENTES

LEI N.o 5.869DI~ 11 DE JANEIRO DE 1973

Institui o Código de Processo Civil, com as modifica­çóe..'l ãntroduzidas pela Lei n.o 5.925, de 1.° de outubro de1973.

CAPíTULO VDo Julgamento Conforme o Estado do Processo

SEÇÃO IDa Extinção do Processo

Art, 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts.267 e 269, n.os II a V, o juiz declarará extinto o processo.

TíTULO VIIIDo Procedimento Ordinário

TíTULO VIDa Fonnação, da Suspensão e

Da Extinção de Processo

LIVRO IDo Processo de Conheeimento

CAPíTULO lU

Da Extinção do ProcessoArt. 267. Extingue-se o processo, sem julgamento do mérito:

IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de cons­tituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇAI - Relatório

A norma processual pretendida pelo Deputado Alvaro Dias,através deste seu Projeto de Lei nO 1 5:~8, de 1975, trata de carac­terizar, qualificar juridicamente, como títulos executivos extraju­diciais, além dos créditos previstos expressamente no inciso IV,do art. 585, CPC, comprovados por contrato escrito, os mesmoscréditos quando possam ser comprovados por sentença julgandoprocedente despejo ou imissão de posse, ou homologando cálculode débito para purgação de mora não realizada por entrega doprédio locado.

Argumenta-se que o fato de ambas as hipóteses não terem sidocontempladas na lei processual como títulos executivos extrajudi­cias, dificulta sobremaneira a realização dos direltos pecuniáriosdo credor por alugue res, particularmente nos casos em que o con­trato de locação não é escrito.

O art. 585 a que o projeto se refere e no qual pretende fazer osacréscimos referidos, é o dispositivo do Código de Processo Civií vi­gente a enumerar, para efeitos processuais, os títulos executivosextrajudiciais, por oposição aos títulos executivos judiciais, rela­cionados no art,. 584, da mesma lei adjetiva.

A Coordenação das Comissões Permanent.es fez juntar aos au­tos cópia de p:Hte dos trechos de leis citados no projeto (fls. 8 e 9),omitindo-se de juntar, justamente, o art. 585.

É o relatóriQ.

Tanto, que o autor até foi levado, "data máxima venia", aconfundir a conceituação consubstanciada na nova redação quequer dar ao inciso IV, do art. 585, ou a qualidade de título executivoextrajudicial às sentenças referidas, com uma possível forma deevitar duas ações: uma para cpnseguir o despejo ou a imissão deposse e outra para cobrar o crédito pertinente aos aluguéis, etc.

II - Voto do RelatorAparentemente, trata-se de transportar para o âmbito da lei

processual civil apenas uma posição doutrinária nela atualmentenão acolhida, que entende possam as sentenças julgando proce­dente ação de despejo ou imissão de posse, ou, ainda, homologan­do cálculo de débito para purgação de mora não concretizada, tero caráter e, pois, a eficácia jurídica de titulas executivos extra­judiciais.

Contudo, a questão não tem a pouca complexidade que apa­renta.

objeto e o JUlZ declara extinto o processo, sem julgamento domérito (CPC, art. 329 combinado com o art. 267, IV e VI).

Então, o que ocorre é que o processo é arquivado e o credor,para se ressarcir, tem de propor nova ação para cobrar o que lheé devido, nos termos contratuais.

Devemos dizer que, para redação da proposição, aproveitamossugestão de ilustre causídico de Londrina, Paraná, o Dl'. DavidSchnaid, que nos faz as seguintes ponderações:

"De conformidade com o art. 585, IV do Código de. Pro­cesso Civil, somente cabe execução pelos aluguéis quandOprovada a locação por contrato escrito. No tocante, a ino­vação não foi muito feliz."Na hipótese de contrato verbal, o locador que ajuizou odespejo contra o inquilino por falta de pagamento dealuguéis, tem que provar o inadimplemento pelo réu, e ojuiz, convencido da mora, decreta o despejo.Mas esta sentença não o condena a pagar os meses devi­dos, limita-se a mandar despejar.Para cobrar os aluguéis devidos, o locador deve ajuizaroutra ação. ordinária, e voltar a provar o inadimplemento,para obter uma sentença executória e, transitada em jul­gado, então iniciar a execução.Por que não servir a sentença de despejo como titulo paraexecução dos aluguéis?Considerando que o titulo executivo não é a sentença, maso contrato de locação verbal, CDrroborando pela sentençade despejo, deve ser incluído entre os títulos executivosestraj udiciais."

Acatamos totalmente tal sugcstão, porque ela tem por si obom senso e, mais do que isto, encontra alicerce no princípio daec:onomia processual. Em vez de duas ações, haverá uma só. Aexecução se processará nos próprios autos do despejo. A doutrinapE,rfeitamente endossa essa... tese, como ensina o Ministro MoacirAmaral SantoSc·no seu conhecido "Direito Processual Civil":

"337. Aplicação do princípio da economia processualRecomenda o principio que se ootenha o máximo resulta­do na atuação da lei com o mínimo emprego possível deatividades processuais. Daí o aproveitamento dos atos pro­cesslIais extremos da dúvida, quando o vida atinja umoutro, que possa ser suprido ou que possa ser repetido semofensa à finalidade processual." (Op. cit.. II, n.o 337.)

Além disso, adotada a proposição, ela terá 'benéficos efeitosnn mecanismo judiciário: fará diminuir o número de feitos. de­safogando os Cartórios, as Varas Cíveis. Isto contribuirá bastantepara maior celeridade da justiça, evitará novas despesas ao autore ao réu, perd'a inútil de tempo das partes. testemunhas. cartó­rios, juízes e tribunais. Somente sob tal aspecto, o projeto é deextraordinária vantagem.

Por outro lado, não se pode dizer que a medida proposta cons­tilua uma execucão às normas até agora seguidas Em primeirolugar, tais normas estão caducas, porque nosso processo se res­sente terrivelmente do ranço das coisas ultrapassadas, em fla­grante contraste com a rapidez hoje necessária, em ·virtude dogigantesco aumento do número de processos. A Justiça está em­perrada porque o seu mecanismo obsoleto foi superado e esmagadopelo crescimento da população e, conseqüentemente, pelo vertigi­noso aumento dos processos.

Em segundo lugar, a própria legislacão do inquilinato ofereceprecedente, que se assemelha ao caso desta proposição. Ê o casoprevisto no art. 13 da IJei do Inquilinato (Lei nO 4 494, de 25 denovembro de 1964), cujo § 1.0 permite expressamente que "a co­brança da multf-l e honorários se faça nos próprios autos do des­pejo, por via de liquidacão de sentenca"

Portanto, a proposicão que ora oferecemos se arrima tambémnesse precedente da própria legislação do inquilinato.

Nosso projeto foi um pouco além da sugestão do Dl'. DavidSchnaid ao contemplar, também, o caso de despejo em que o in­quilino requer prorrogação de mora mas abandona o prédio semconcretizá-la. Aí também se configura hipótese semelhante, queocorre freqüentemente e que obriga o proprietário a nova ação.

Estamos convencidos de que, se convertido elp lei, CDm os aper­feilçoamentos resultantes da colaboração dos doutos, sobretudo danobre Comissão ~ Constituição e Justiça, o projeto prestará rele­vantes servicos 'não só às partes - autores e réus --' como- tam­bém à própria justiça.

Aos primeiros, reduzindo-lhes as despesas e o tempo perdido.A segunda, com o conseqüente desafogo dos Cartórios e das Varasfato que constitui um dos problemas mais difíceis enfrentadosatualmente pela organização judiciária de todos os níveis.

11: com tal objetivo que entrcgamos (·sta vroposição ao estudoe à conBidcração do Congresso Nacional.

Sala das Sessões, 12 de novembL"O de 1975. - Álvaro Dias.

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ti. Sexta-feira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãe I) Setembro tle 197.

Não é bem assim, visto que os demais titulos executivos extraju­diciais enumerados no art. 585 (incisos I a VII), inclusive a letrade câmbio, a nota promissória, a duplicata, a certidão de dividaativa da Fazenda Pública, etc., são, caracterizadamente, extrajudi­ciais (titulas executivos) e nem por isto dispensam ou excluem aação de cobrança apropriada: a executiva.

O que queremos dil'\er é que o só fato de incluir no inciso IV,do art. 585, as sentenças a que se refere o autor, não basta paraautorizar que o crédito a elas correspondentes (quando seja pos­sivel haver correspondência de crédito, já que há sentenças decre­tando despejo ou determinando imissão de posse que nem se refe­rem a quantias devidas, assim como há outras que ainda depen­dem de liquidação) seja exigivel na mesma ação. Necessário seria,para tanto, complementar a medida pleiteada no projeto com ou­tra determinando expressamente essa exigibilidade ou esse tipo deprocedimento especial. A celeridade e a economia processuais sãodesejáveis, mas não a ponto de queimar etapas indispensáveis.

Por outro lado, - e aqui o aspecto mais importante da questão,- constitui impropriedade absoluta, inaceitável, sob o ponto de'Vista da juridicidade, dar a um título eminentemente judicial, co­mo a sentença, o caráter ou a qualidade, ou, ainda, o "nomem", deextrajudicial.

Titulos extrajudiciais são todos aqueles que, tendo potenciali­dade ou força executória (em razão da liquidez e certeza) são ge­rados fora do Judiciário (nota promissória, cheque, certidão de di­vida ativa da Fazenda Pública, crédito de serventuário da Justiça,crédito decorrente de locação imobiliária, ete., etc'>, assim comotitulos judiciais são todos aqueles produzidos, gerados, dentro doJudiciário (qualquer sentença condenatória, assim como qualquersentença homologatória, formal e certidão de partilha).

Ante o exposto, o nosso voto, embora considerando constitu­cional é pela inviabilidade do Projeto de Lei TI.o 1.538, de 1975por sua injuridicidade. '

Sala da Comissão, em . - Erasmo Martins Pedro,Relator.

111 - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade e rejei­ção, por injuridicidade, do Projeto n.o 1.538/76, nos termos do pa­recer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Djalma Bessa, Presidente - Erasmo Martins Pedro, Relator ­

Antônio Morimoto - Cantídio Sampaio - Da.'lO Coimbra - EloyLenzi - Gomes da Silva - José Bonifácio Neto - Luiz Braz eTbebaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 16 de junho de 1976. - DjaIma Bessa, Pre­aidente - Erasmo l\lartins Pedro, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1.727-A, DE 1976(Do Sr. Jorge Paulo)

Acrescenta parágrafo único ao art. 29 da Lei n.o 5.108,de 21 de setembro de 1966, que instituiu o Código Nacionalde Trânsito; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnicalegislativa e, no mérito, pela aprovação; e, da Comissão deTransportes, pela rejeição, contra o voto em separado doSr. Francisco Rocha.

(Projeto de Lei n.O 1.727, de 1976, a que se referem ospareceres).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° O art. 29 da Lei n.o 5.108, de 21 de setembro de 1966,

que instituiu o Código Nacional de Trânsito, passa a vigorar acres­cido de parágrafo único, com a seguinte redação:

"Parágrafo único. Os postos de gasolina e os restaurantesao longo das rodovias deverão manter placas indicativasdo quilômetro e Município em que se localizam."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

.JustificaçãoNos$aS vias públicas, além de mal sinalizadas, quase não apre­

sentam indicações sobre a quilometragem e os Municípios situadosao longo de seus cursos.

As peSSOM que viajam, porém, não podem prescindir de orien­tações como essas, vez que é, exatamente, em função delas que pro­gramam as várias etapas da jornada, como refeições, reabasteci­mentos do veículo, pernoites, etc.

Com muita freqüência, ocorrem panes nos veículos, e, nessassituações, os motoristas necessitam de indicações seguras sobre oroteiro. a fim de escolher o local mais indicado para os reparosindispen.~áveis.

li: bem verdade que em algumas rodovias existe a marcaçãoda quilometragem. Entretanto, é junto aos postos de abasteci­mento e aos restaurantes que os viajantes mais atentam paraestas marcações, vez que é nestas ocasiões que tomam suas deci­sões sobre as paradas obrigatórias.

O art. 29 do Código Nacional de Trânsito, l\() qual propomoso acréllcimo de parágrafo único, além de tratar da sinalização doslocais de entrada e saida de veiculos, como os estabeleCimentosdestinados a oficina, depósito ou guarda de automóveis, ainda secompreende no Capitulo V, dos Sinais de Trânsito. Trata-se, por­tanto, de parte do Código apropriada para a inclusãQ do dispositivoque ora propomos.

Devemos observar~ também, que óCódigo Nacional de Trânsitoe, mais particulannente, o Capitulo V, acima referido, dispõemsobre normas básicas e gerais sobre o trânsito, destinadas à orien­tação de todas .as vias públicas, sejam municipai.s, elltaduais oufederais. Deste modo, não há falar-se, aqui, que estamos a excedera co~petêneia legislativa da União.

Aliás, sobre este aspecto, di.spõe o Código Nacional de Trân­sito:

"Art. 1.° O trânsito de qualquer natureza nas 'Vias ter­restres do território nacional, abertas à circulação pública,reger-se-á por este Código.

Art. 2.° Os Estados poderão adotar normas pertinentes Mpeculiaridades locais, complementares ou supletivas da leifederal."

Estas disposições encontram, é lógico, autorização na Consti­tuição Federal que, po rsua vez, estabelece:

"Art. 8.° Compete à União:

XVII - legislar sobre:

n) tráfego e trânsito nas vias terrestres;"Com estas razões, que consideramos válidas, trazemos a pre­

sente proposição à análise e julgamento de nOSllos ilustres pares,certos de seu .apoio e compreensão, para a conversão deste projetoem lei.

Sala das Sessões, em de de 19'15. - .Jorge Paulo.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇãODAS COMISSóES PERMANENTES

LEI N.o 5.108, DE 21 DE SETEMBRO DE 1966Institui o Código Nacional de Trânsito

CAPíTULO V

Dos Sinais de Trânsito

Art. 29. As portas de entrada e as de saída de veiculos em.estabelecimentos destinados a oficina, depÓllito ou guarda de auto­móveis deverão ser devidamente sinalizadas.

PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAI - Relatório

De autoria do Deputado Jorge Paulo, está em tramitação noCongresso Nacional, o Projeto de Lei n.O 1. '127, de 19'16, que acres­centa parágrafo único no art. 29, do Código Nacional de Trânsito,objetivando tornar obrigatória a colocação de placas indicat.ivas doquilômetro e município em que estejam localizados, os postos degasolina e restaurantes ao longo das rodovias.

. E, para a análise preliminar, recebe parecer da Comissão deConstituição e Justiça, conforme determina o Regimento Interno.

Ao justificar sua iniciativa de lei, o autor ressalta o fato denossas estradas de rodagem serem mal sinalizadas, gerando COmisso, dificuldades e embaraços aos que trafegam pelo interior desteimenso continente que é o Brasil.

O Projeto está devidamente instruido.É o relatório.

D - Voto do RelatorA matéria é da competência da União e nada impede a inicia.­

tiva parlamentar.Cabe a esta Comissão opinar sobre a constitucionalidade, ju­

ridicidade e técnica legislativa, além de cumulativamente com adouta Comissão de transportes, sobre o mérito, em virtude do pro­jeto tratar de matéria com implicações em vários ramos do direito.

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l;etcmbro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NAClONAL (Seção I) Sexta-feira 17 9149

Parece-nos salutar e saneadora a solução proposta.Tudo que se puder fazer para melhor informação aos que via­

jam pelas rodovias do continental território brasileiro, será sempreaconselhável. Ainda mais, quando a providência proposta não cau­lla. maiores dificuldades para a sua implantação.

O projeto está em condições de seguir adiante.Pela aprovação.Sala da Comissão, 13 de maio de 1976. - Tarcísio -Delgado,

Relator.1I1 - Parece:r da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em sua reunião Plenária,realizada em 13-5-76, opinou, unanimemente, pela constitucionali­dade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovaçãodo Projeto n.o 1. 727/76, nos termos do parecer do Relator.

Estiverl'l,m presentes os Senhores Deputados:Djalma Bessa, Presidente - Tarcisio Delgado, Relator - Al­

(:eu Coilares - Claudino Sales - Cleverson Teixeira - IbrahimAbi-Ackel - João Gilberto - João Linhares - Joaquim Bevilacqua.- José Bonifácio Neto - José Mauricio - Lidovino Fanton ­Luiz Braz - Miro Teixeira - Nogueira da Gama - Theobaldol3arbosa e Walter Silva.

Sala da Comissão, 13 de maio de 1976. - Djalma Bessa, Presi­dente - Tarcísio Delgado, Relator.

PARECER DA COMIB3AO DE TRANSPORTEParecer Vencedor

I - RelatórioO Projeto de Lei n.O 1.727/76, do nobre Deputado Jorge Paulo,

l~ecebeu da Comissão de Comtituição e Jmtiça pareeer favorávelquanto a sua constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

O Relator nesta Comissão nobre Deputado Francisco Rocha,Ale manifestou favoravelmente à sua aprovação.

Submetido à votação em plenário o parecer foi rejeitado.De acordo com disposições regimentais foi designado novo Re­

llator para dar o Parecer da Comissão, como conseqüência d<> re­l!ultado da votação ocorrida.

II - VotoDesignado na forma do § 12, do art. 50, do Regimento Interno,

4~oncluo pela Rejeição do Projeto em tela.Sala da Comissão, 16 de setembro de 1976. - BenriUlle l'retti,

lRelator.UI _ Parecer da Comissão

A Comissão de Transportes, em sua reunião ordinária, reali­lsada em 16 de setembro de 1976, opinou pela rejeição do Projetode Lei n.O 1.727, de 1976, do Senhor Jorge Paulo, que "acrescentaparágrafo único ao artigo 29 da Lei nP 5.108, de 21 de setembro de:L966 que instituiu o Código Nacional de Trânsito", nos termos doparecer do Relator, Deputado Henrique Pretti, designado na formado § 12 do art. 50 do Regimento Interno. O parecer do Deputadol~rancisco Rocha passou a constituir-se Voto em Separado;

Estiveram presentes os Senhores Deputados Ruy Bacelar, San­tos Filho, Juarez Batista, Abel Ávila, Alcides Franciscato, BentoGonçalves, Henrique Pretti, Hermes Macedo, Hidekel Freitas, Joa­quim Guerra, Lomanto Júnior, Murilo Rezende, Nunes Leal, Re­sende Monteiro, Fernando Lyra, Francisco Rocha, Hélio de Al­meida, Iturival Nascimento, Mário Frota, Nabor Júnior, OctacílioAlmeida, Oswaldo Lima, Alipio Carvalho e Ruy Côdo.

Sala da Comissão, 16 de setembro de 1976. - Ruy Bacelar,lE'residente - Henrique Pretti, Relator.

VOTO EM SEPARADO, DO SR. FRANCISCO ROCHA(§ 14, art. 50 do Regimento Interno)

I - Relatório. Pretende o nobre Deputado Jorge Paulo, através do Projeto de

][,ei n.O 1.727/76, acrescentar um Parágrafo único ao art. 29 da LeilllP 5.108, de 21 de setembro de 1966, que instituiu o Código Nacio­Illal de Trânsito.

Pela propositura, todos os postos de gasolina e restaurantes(lue funcionem ao longo das rodovias, deverão, obrigatoriamente,manter placas indicativas do quilômetro e do Município onde es­tejam situados.

Justificando, diz o ilmtre parlamentar, que, de modo geral, asIllossas estradas de rodagem são precariamente sinalizadas, muitasdas quais sem indicações precisas quanto a quilometragem, deixan­do o usuário sem condições seguras em seu roteiro de viagem.

A douta Comissão de Constituição e Justiça, Molhendo pare­(ler do relamr da proposição, o eminente Deputado Tarcísio Delga--

do, aprovou-a unanimemente quanto a constitucionalidade, juri­dicidade e boa técnica legislativa.

É o Relatório.11 - Voto do Relator

A propositura subscrita pelo nobre Deputado Jorge Paulo obje­tiva, fundamentalmente, oferecer uma orientação segura ao moto­rista ao longo das rodovias em todo o território nacional.

O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem e os De­partamentos estaduais nem sempre mantêm, como deveriam, uma.sinalização eficiente nas estradas sob suas respectivas jurisdições.

Essa deficiência tem sido responsável, não raras vezes, por­equívocos e prejuizos, além de impossibilitar ao usuário uma pro­gramação mais racional em sua viagem. .

Este Projeto de Lei vem, de certo modo, minorar os efeitos deuma lacuna lastimável existente em nossas rodovias. Assim, aoparar num posto de gasolina ou num restaurante, o motorista sa­berá, ao certo, o município em que se encontra e a quilometragempercorrida ou a percorrer.

Diante do exposto, sou de parecer que esta Comissão técnica.deva aprovar este Projeto de Lei, pois assim procedendo estarácontribuindo para a existência de uma melhor sinalização em nos­sas estradas rodoviárias.

Este, o meu voto.S.m.i.Sala das Comissões, em • - Francisco Rocha, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1.892-A, DE 1976(Da Br.a Lygia Lessa Bastos)

Dispõe sobre a realização de concorrências públicaspara a contratação de serviços com valor superior a 1.000salários mínimos, e dá outras providências; tendo pare­ceres; da Comissão de Constituição e Justiça, pela consti­tucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, comSubstitutivo; e. da Comissão de Fiscalização FinanceiJ-a.e Tomad.a de Contas, pela rejeição.

(Projeto de Lei n.o 1.892, de 1976, a. que se referem ospareceres) •

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Nenhum serviço, com valor superior a 1.000 salári611

mínimos, poderá ser contratado por órgãos de Governos Federal,Estadual ou Municipal ou por empresas de economia mista a elespertencentes, sem anúncio e real1zação de concorrência pública,para tal finalidade.

Parágrafo único. Excluem-se desta lei os serviços que devidoa urgência de sua execucão, por colocarem em risco vidas humanas,não comportarem a perda de prazo traduzido pelo anúncio, reali­zação e julgamento de concorrência pública.

Art. 2.0 Apenas para. fins de comparação dos preços apre­sentados pelas empresas que estiverem disputando em concorrência.o serviço, os daquelas controladas direta ou indiretamente porcapital estrangeiro serão considerados superiores em 10% aosvalores apresentados.

Art. 3.0 Sem prejuízo das demais sanções legais, deverão serafastados em 48 horas de suas funções públicas aqueles que nãocumprirem os itens desta lei.

Art. 4.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 5.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoO comenzo geral reconhece a necessidade e a utilidade da.

realizaçào de concorrências para contratação de serviços públicos:elas garantem o pagamento, pelo erário, do menor preço por elese asseguram, tanto quanto possível, uma garantia contra a cor­rupção.

Assim, não deveria ser, sequer, necessário colocar este con­senso em lei; no entanto, e citando apenas o Estado do Rio deJaneiro, vemos diversos órgãos concederem, de mão beijada,vultuosos serviços públicos sem anúncio nem realização de concor­rência pública, alguns até, a empresas de capital estrangeiro.

Para pôr ponto final neste problema, que sempre poderá. vira se manifestar, é que tivemos a idéia deste projem de lei, noqual aproveitamos, ainda, em seu art. 2.0, para proteger o capitalnacional do capital estrangeiro e para evitar uma evasão maiorde divisas de nosso Pais, política esta inteiramente de acordo coma vontade do povo e Governo brasileiros.

Sala das Sessõell, 22 de março de 1976. - Lygia :Maria Lessa.B~ .

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1150 Sexta-feira 1'7 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1976

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSôES PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sobre a organização da Administração Federal,estabelece diretrizes para a reforma administrativa, e dáoutras providências.

TíTULO XIIDas Normas Relativas a. Licitações paraCompras, Obras, Serviços e Alienações

Art. 125. As licitações para compras, obras e serviços passama reger-se, na AdmlniBtração Direta e nas autarquias, pclas nor­mas consubstanciadas neste Título e diBposições complementaresaprovadas em decreto.

Art. 126. As compras, obrM e serviços efetuar-se-ão com es­trita observância do princípio da licitação.

§ 1.0 A licitação só será dispensada nos casos previstos nestalei.

§ 2.0 É dispensável a licitação:a) nos caws de guerra, graves perturbações da ordem ou ca­

lamidade pública;b) quando sua realização comprometer a segurança nacional,

a. juízo do Presldente da República;e) quando não acudirem intcressados à citação anterior, man­

tidas, neste caso, as condições preestabelecidas;d) na aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só

podem ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co­mercial exclusivos bem como na contratação de serviços com pro­fissionais .ou firmas de notória especlalização;

e) na aquisição de obras de arte e objetos históricos;f) quando a operação envolver concessionário de serviço pú­

blico ou, exclusivamente, pessoas de direito público interno ouentidades sujeitas ao seu controle majoritário;

g) na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados aoServiço Público;

h) nos casos de emergência, caracterIzada a urgência de aten­dimento de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometera Begurança de pessoas, obras, bens ou equipamento;

i) nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno'Vulto, entendidos como talos que envolverem importância ~nferior

a cinco vezes, no caso de comprM, e serviços, e a clnq,iienta vezes,no caw de obras, o valor do maior salário minimo mensal.

§ 3,0 A utilização da faculdade contida na alínea h do pará­grafo anterior devcrá ser imediatamente objeto de justificaçãoperante a autoridade superior, que julgará do acerto da medidac, se for o caso promoverá a responsabilidade do funcionário.

Art. 127. São modalidades de licitação:I - A concorrência.

TI - A tomada de preços.III - O convite.

§ 1.0 Conconência é a modalidade de licitação a que deve:ecorrer a AdminiBtração nos casos de compras, obras ou serviçosde vulto, em que se admite a participação de qualquer licitanteatravés de convocação da maior amplitude.

§ 2.0 Nal! concorrências, haverá, obrigatoriamente, uma faseinicial de habilitação preliminar destinada a comprovar a plenaqualificação dos interessados para realização do fornecimento ouexecução da obra ou servIço programados.

§ 3.0 Tomada de preços é a modalidade de licitação entreinteressados previamente regiBtrados, observada a necessár'ia ha­bIlitação.

§ 4.0 Convite é a modalidade de licitação entre interessadosno ramo pertinente ao objeto da licitação, em número mínimo detrês, escolhidos pela unidade administrativa, registrados ou não,e convocados por escrito com antecedência minima de 3 (três)dias úteis.

§ 5.0 Quando se tratar de compras ou serviços, cabe realizarconcorrência se o seu vulto for igualou superior a dez mil ve:;:es? va~or ':i0 maior salário mínimo mensal; tomada de preços, semferlor aquele valor e igualou superior a cem vezes o valor domaior salário mínimo mensal; e convite, se infer'ior a cem vezeso valor do maior salário mínimo, observado o disposto na alínea ido § 2.0 do art. 126.

§ 6.0 Quando se tratar de obras, caberá realizar concorrênciase o seu vulto for igualou superior a quinze mil vezes o valor do

maior salário mínimo mensal; tomada de preços, se inferior àquelevalor e igualou superior a qUll1hentas vezes o valor do maiorsalário mínimo mensal; convite, se inferior a quinhentas vezes ovalor do salário mínimo mensal, observado o disposto na alínea ido § 2.0 do art. 126.

§ 7.° Nos casos em que couber tomada de preços, a autori­dade admimstrativa poderá preferir a concorrência, sempre quejulgar conveniente.

Art. 128. Para a realização de tomadas de preços, as unidadesadminLstratlvas manterão registros ca,dastrais de habilitação defirmas, periodicamente atualizados e consoantes com as qualifica­ções especificas estabelecidas em função da natureza e vulto dosfornecimentos, obras ou serviços.

§ 1.0 Serão fornecidos certificados de registro aos interessa­dos inscritos.

§ 2.0 As unidades adminístrativas que incidentalmente nãodisponham de registro cadastral poderão socorrer-se do de outra.

Art. 120. A publicidade das licitações será assegurada:I - No caso de concorrência, mediante publicação, em órgão

oficial e na imprensa diária, com antecedência minima de trintadias, de notícIa resum1da de sua abertura, com indicação do locaIem que os interessados poderão obter o edital e todas as informa­ções necessárias.

II - No caso de tomada de preços, mediante afixação deedital, com antecedência mínima de quinze dias, em local acessivelaos interessados e comunicação às entidades de classe, que osrepresentem.

Parágrafo único. A Administração poderá utilizar outrosme~os de informação ao seu alcance para maior divulgação daslicitações, com o objetivo de ampliar a área de competição.

Art. 130. No edital indicar-se-á, com antecedência prevista,pelo menos:

I - Dia, hora e local.II - Quem receberá as propostas.

IH - Condições de apresentação de propostas e da partici-paçáo na licitação.

IV - Critério de julgamento das propostas.V - Descrição sucinta e precisa da licitação.VI - Local em que serão prestadM informações e fornecidas

plantas, instruções, especificações e outros elementos necessáriosao perfeito conhecimento do objeto dc licitação.

VII - Prazo máximo para cumprimento do objeto da licitação.VIII - Natureza da garantia, quando exigida.Art. 131. Na hablIitação às licitações, exigir-se-á dos interes-

sados, exclusivamente, documentação relativa:I - 11. personalidade jurídica.TI - 11. capacidade técnica.lII - A idoneidade financeira.

Art. 132. As licitações para obras ou serviços admitirão osseguintes regimes de execução:

I - Empreitada :por preço global.II - Empreitada por preço unitário.lU - Adm1nistraçã.o contratada.Art. 133. Na fixação de critérios para julgamento das licita­

ções levar-se-ão em conta, no interesse do serviço público, ascondições de qualidade, rendimento, preços, condições de paga-'mento, prazos e outra-s pertinentes, estabelecidas 110 edital.

Parágrafo úníco. Será obrigatória a justificação escrita daautorldade competcnte, sempre que não for escolhida a propostade menor preço.

Art. 134. As obrigações, decorrentes de licitação ultimada,constarão de:

I - Contrato bilateral, obrigatório nos casos de concorrênciae facultativo nos demais casos, a critério da autoridade adminiS­trativa.

II - Outros documentos hábeis, tais como cartas-contratos,empenho de despesas, autorizaçôes de compra e ordens de execuçãode serviço.

§ 1.0 Será fornecida aos interessados, sempre que possível, aminuta do futuro contrato.

§ 2.° Será facultado a qualquer participante da licitação oconhecimento dos termos do contrato celebrado.

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Setembro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã.o I) Sexta-feira 11 9151

Art. 135. Será facultativo, a critério da autoridade compe­tente, a exigência de prestação de garantia por parte dos licitantes,segundo as seguintes modalidades:

:r - Caução em dinheiro, em titulos da dívida públ1ca ou fide-jussória.

Ir - Fiança bancária..lII - Seguro-garantia.Art. 136. Os fornecedores ou executantes de obras ou serviços

estarão sujeitos às seguintes penalidades:'[ - Multa, prevista nas condições de licitação.rI - Suspensão do direito de licitar, pelo praw que a auto­

ridMe competente fixar, segundo a gradação que for estlpuladaem função da natureza da falta.

lI! - Declaração de inidoneidade para licitar na Administra­ção Federal.

Parágrafo único. A declaração de idoneidade será publicadano órgão oficial.

Art. 137. Os recursos admissíveis em qualquer fase da licita­ção ou da execução serão definidos em regulamento.

Art. 138. É facultado à autoridade imediatamente superioràquela que proceder à licitação anulá-la por sua própria iniciativa.

Art. 139. A licitação só será iniciada após definição suficientedo seu objeto e, se referente a obras, quando houver anteprojetoe espec'ificações bastantes para perfeito entendimento da obra arealizar.

I)ARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAI - Relatório

Da ilustre parlamentar Dep. Lygia Lessa Bastos chega a estaComissão o Projeto de Lei n.O 1.892, que deseja estabelecer algunscritérios sobre a contratação de serviços pela Administração Pú­blic:!l.

Em síntese, intenta a proposição:- Estabelecer a obrigatoriedade de concorrência pública para

serviços de mais de mil salários minimos de custo;- Dispor sobre os serviços que podem ser dispensados pela

sua urgência;

- Considerar'superiores em dez por cento os preços apresen­tados por firmas controladas pelo capital estrangeiro.

A intenção da Nobre Autora é excelente. Só não levou emconta a existência do Decreto-Lei n.O 200, de 25 de fevereiro de196'1, que já estatui com propriedade no campo da licitação emgeral, da qual a concorrência é uma forma.

Assim, aquele decreto fá estabelece o teto para concorrências,só quc em dez mil salários mínimos; abaixo desse valor e igualou superior a cem vezes o salário mínimo, o Decreto-Lei prevê atomada de preços.

Também, o Decreto-Lei em seu art. 126, § 2.°, com nove alíneas,dispõe amplamente sobre os casos em que a licitação é dispensada.

Já que o mérito não é desta Comissão, cabe-nos compatibi­lizar o projeto com a legislação existente, inserindo seus intentosnela para que a comissão de mérito possa analisá-lo.

n - Voto do RelatorA Comissão de Constituição e Justiça cabe pronunciar-se sobre

as questões preliminares de conhecimento. A matéria é da com­petência da União que, neste campo, dá as regras básicas inclusivepara a observância pelos Estados e Municípios, conforme o é opróprio Decreto-Lei n.o 200.

Não está dentre aquelas de competência exclusiva do Presi·'dente da República claramente expressas no art. 57 da CartaNadonal.

A matéria é também jurídica.Na técnica 1egislativa é necessário que se faça um substitutivo

compatibilizando e inserindo as disposições pretendidas pelo pro­jeto de lei no texto do Decreto-Lei n.o 200 que já dispõe sobre oassunto.

Mérito de competência da Comissão de Fiscalização Financeirae 'romada de Contas.

Sála da Comissão, 9 de junho de 1976. - João Gilberto, Relator.In - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ms. "B", realizada em 9-6-76, opinou, unanimemente, pela consti-

tucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do Projeto n.o1.892/76, nos termos do substitutivo apresentado pelo Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Bessa,Presidente, João Gilberto, Relator; Altair Chagas, Cleverson Tei­xeira, Erasmo Martins Pedro, José Bonifácio Neto, Miro Teixeira.Noide Cerqueira e Tarcísio Delgado.

Sala da Comissão, 9 de junho de 1976. - Djalma Bessa, Pre­sidente - João Gilberto, Relator.

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃOO Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 12'/, § 5.°, do Decreto-Lei n.o 200, de 25 defevereiro de 1978, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 127. . .............•............•...............•..•

§ 5.° Quando se tratar de compras ou serviços, cabe reali­zar concorrência se o seu vulto for igualou superior amil ·vezes .o valor do maior salário mínimo mensal; tomadade preços, se inferior àquele valor e igualou superior acem vezes o valor do maior salário mínimo mensal; e con­vite, se inferior a cem vezes o valor do maior salário mí­nimo, observado o disposto na alínea "i" do art. 126."

Art. 2." Acrescente-se ao art. 133 do Decreto-Lei n.O 200 oseguinte § 2.0 transformando-se em § 1.0 o atual parágrafo único:

"Art. 133

§ 1.0 •.••••.••..•. , .......•..•.......•.•..•.....••...•.•

§ 2.° Nas licitações de serviço, apenas para fins de com­paração dos preços apresentados pelas empresas que esti­verem concorrendo, o valor indicado pOr firma direta ouindiretamente controlada por capitai estrangeiro seráacrescido de 10% (dez por cento)."

Art. 3.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Sala das Comissões - Djalma Bessa, Presidentc - João Gil­berto, Relator.

PAREOER DA COMISSÃO DE FISOALIZAÇÃO FINANOEIRAE TOMADA DE CONTAS'

I - RelatórioA ilustre Deputada Lygia Lessa Bastos é autora do presente

projeto de lei, cujo propósito é o de estabelecer que nenhum ser­viço, com valor superior a mil salários minimoS" poderá ser con­tratado por órgãos dos órgãos dos Governos Federal, Estadual ouMunicipal ou por empresa de economia mista a eles pertencentessem anúncio e realiza\,ào de concorrência pública, para tal finali­dade.

2. Argumenta a Autora que "o consenso geral reconhece anecessidade c a utilidade da realização de concorrências para con­tratação de serviço públicos: elas garantem o pagamento, peloErário, do menor preço por eles e asseguram, tanto quanto possível,uma garantia contra a corrupção."

3. Á matéria versada no projeto não é estranha à legislaçãovigente. O Título XII, do Decreto-Lei n.O 200, de 25 de fevereiro de1967, dispõe sobre as normas relativas a licitações para compras,obras, serviços e alienações. Assim, o § 5.0 , do art. 127 do citado di­ploma legal dispõe que para as compras ou serviços, cabe realizarconcorrência se o seu vulto for igualou superior Jl. dez mil vezeso valor do maior salario mínimo mensal, tomada de preços, seinferior àquele valor e igualou superior a cem vezes o valor domaior salário mínimo mensal, e convite, se inferior a cem vezes ovalor do maior salário minimo Oportuno lembrar que, nos termosda Lei n.o e. 205, de 20 de abril de 1975, os valores monetários fixa­dos com base no salário mínimo deixaram de ser considerados paraquaisquer fins de direito, passando em lugar dele a viger o deno-minado valor de referência" (atualmente Cr$ 638,30). .

A legisla('ào vigente vai. portanto, além do que pretende o pro­jeto sob exame. O procedimento licitatório torna-se obrigatóriopara a realizarão de serviços a partir de cinco vezes o maior valorde refer('ncia. valor muito aquém dos mil salários mínimos preten­didos pcla proposicão.

4. Relati'ramente ao âmbito de 'aplicação, as normas. vigentessobre licitacões são aplicáveis não só à União mas, tambem desdea vigência da Lei n.a 5.456, de 20 de junho de 1968, aos Estadose Municípios.

5. Conclui-se que o projeto em análisc é ocioso quanto ao fimque persegue a par ele impropriedade de terminologia nC! que serefere à concorrência pública, denominação arcaica hOJe sl:1bs­tituida pela concorrência, espécie do gênero licitação. RelatlVa­mentc à vinculação ao salário mínimo está a proposição, também,divorciada das normas gerais vigentes que regem a espécie.

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t152 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de ]97&

11 - Voto do RelatorPelas razões expostas em nosso relatório nosso voto é pela re­

jeição elo projeto.

Sala da Comissão, - Peixoto Filho, Relator.IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Fiscalizacão Financeira e Tomada ele Contas, emsua 9.'" Reunião Ordinárla.'realizada no dia 15 de setembro de 1976,sob a Pl'esidéncia do Senhor Deputado ArlIndo Kunzler, PL'esidente,e presentes os Senhores Deputados: Jorge Arbage e PeIxoto Filho,Vice-Presidentes, Nosser Almeida, Gabriel Hermes, Jadcr Barba1l1o,Eurico Ribeiro, Furtado Leite, Josias Leite, Ricardo Fiúza. ManoelNovaes. Theódulo de Albuquerque, Oswaldo Zanello, Marcelo Me­deiros, Walter Silva, Airton Sandoval. Dias Menezes, João Vargas,Minoro Miyamoto. Walber Guimarães. Ernesto de Marco, AlbertoHoffmann, Aluizio Paraguassu e Magnus Guimarães, opinou, porunanimidade, pela Rejeicão do Projeto de Lei n,O 1.892, de 1976 -­da Senl10ra Lygia Lessa Bastos -; que "Dispõe sobre a realizacâode concorrências públicas para contratação de serviços com valorsuperior a mil salárjo~ mínimos e dá outras pl'Ovídências", nos ter­mos do parecer do Relator, Deputado Peixoto Fil110.

Sala das Sessões. 15 de setembro de 1976. - Arlindo Kunzler,Presidente - Peixoto Filho, Relator.

PROJETO DE I"EI N.O 2.048-C, de 1976

iDo Sr. Luiz Braz)

Ememla oferecida em Plenário, em 2," discussão, aOProjeto dt" Lei n.o 2.048-B, de 1976, que "retifica, sem ônus,a Lei n.o 6 279, de 9 de 'dezembro de 1975, que "estima aReeeita e Fixa a Despesa da União para o Exercício Fi­nanceiro de 1976"; tendo parecer, da Comissão de Fiscali­zação Financeira e Tomada de Contas, pela rejeição.

'Projeto de Lei n.O 2.048-B. de 1976, emendado emPlenário, a que se refere o parec"r.•

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica retificada, sem ônus, a Lei nY 6.279, de 9 de

dezembro d~ 1975. que "estima a Receita e fixa a Despesa daUniào para o Exercício Financeiro de 1976", no seguinte:

ADENDO

2800 - ENCARGOS GERAIS DA UNIÃO

2802·- Recursos sob :mpervisão da Secretaria de Planejamentoda Presidência ela República.

2802.15810312.580 - Assistência Financeira a entidades atra­vés do Conselho Nacional de Serviço Social, conforme Adendo.AMAZONAS

Município: ManausOnde se lê:

Instituto de Obras Educadonais e Sociais do Amazonas ilOESA).Leia-se:

Instituto de Obras Sociais de Educandos ,IOSE).BAHIA

Estado: Bahia

Município: CaetitéOnde se lê:

Faculdade de Fi1osofi~

Leia-se:Diocese de Caetíté, para Faculdade de Filosofia.

Onde se lê:Prefe,tura Municipal de São Miguel das Antas (sendo Cr$ 30.000

para Assistl·ncia Social)

Leia-~e:

Prefeitura Municipal de Sno Miguel das Matas (sendo Cr$ 30.000Para Assistôncia Social),

BAHIA

Estado: BahiaMunicípio: CristólJolis

Onde se lê:CriBópolis

Leia-se:Cristópolis.

Onde se lê:

Centro Educacional "Ana Guanais Dourado", de Gameleira ­Irere - BA - 4.000Leia-se:

Centro Educaciol'a,l de Gameleira -- Irecê -- BA - 4.000Onde se lê:

Centro Educacional de América Dourada -- Irecê - BA - 4.000Leia-se:

Centro Educacional "13 de outubro", de América Dourada - Ire­cê - BA - 4.000

BAHIA

Onde se lê:Estado: ParanáMunicipio: Londrina

Ginásio de Irecê - 7. OO~

Leia-se:Estado: BahiaMuníClpio: Muniz FerreiraPrefeitura Municipal de Muniz Ferreira - 7.000CEAR4Estado: CearáMunicípio: Redenção

Onde se lê:

António Diogo

Caixa Bene!íclente dos Internados na Colônia de Antônio DJogolsenl vinculação) -- 5.000

Leia-se:Município: Redenç;âo

Caixa Beneficente dos Internados na Colônia de Antônio Diogo ­5.000

Onde se lê:Municlpio: FortalezaCasa do Menino de Jesus

Leia-se:Casa do Menino Deus

GOlaSEstado: Goiás

Municipio: Uruana

Onde se lê:Orfanato Creche F. Ambos os Sexos - 5.000

Leia-se:Instituto Educarlonal e Social Cordeiro de Deus - 5.000MunicLpio: Trinclade

Onde ';1' lê:Instituto de Assistcncia Social Evangelico Presidente Médici ­

2.000Leia-se:

Instituto Ev,mgelico Emílio CQnde - 2.000

MINAS GERAISEstado: Mim1.S GeraiB

Município: Presidente SOares

Onde se lê:Presidente SoaresColégio Estadual R.everendo Cícer0 Ciqueira

Leia-se:MuniClpLo: Presidente SoaresColégio Evangêlico Escola Normal Reverendo Cícero Siqueira ­

15.000Onde se lê:

Municipio: Belo HorizonteFunducão Ul1lVersitália Mineira (sendo 22 000 para pagamento

de contínuos e 121.000 para Bolsa de Estudo) -- 159.000

Leia-se:Município: Belo Horizonte

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Setj~mbro de 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 1'2 9153

Fundaçi'io Universitáría Mineira (sendo 22.00 para manutençãoda Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas

de Minas Gerais e 121.000 para Bolsas de Estudo) - 159.000

Onde se lê:Município: JaboticatubasPrefeitura Municipal de Jaboticatubas, para aquisição de ambu­

lância) - 30.000Leia-se:

Prefeitura Municipal de Jaboticatubas, para () setor educacional- 30.000

Município; Belo Horizonte

Onde se lê:

Lar Betel, mantida pela Associação Beneficente dos Membros dasIgrejas Evangélicas Assembléia de Deus - á.OOO

Leia-se:

Msociação Beneficiente are Membra.!l das Igrejas Evangélicas As­sembléia de Deus - 5.000

Município: Montes Claros

Onde se lê:

E3c:ola Apostólica S. Norberto - 17.000

Leia-se:

Sodedade Educativa de Montes Clara.!l - Colégio - S. Norber­to - 17.000

Município: Pouso Alegre

Onde se lê:

Sol~iedade de São Vicente de Paulo Monte Alegre, de MinM

Leia-se:

Fundação Universidade do Vale do Sapucai

Município: São João Del Rei

Onde se lê:

Fundação Mus'eu de Arte Sacha de São Joi'io Del Rei - 40.000

Leia-se:

Associação de Pais e Amiga.!l dos Excepcionais de São João DelRei - 40.000

Leia-se:Municipio: Sete Lagoas

Onde se lê:CQral Dom Silvério - Sete Lagoas - 7.000

Leia-se:Faculdade de Direito da Fundação -Monsenhor Messias - 7.000

PARAíBA

Estado: ParaíbaMunicipio: Boqueirão dog Cochos

Onde se lê:

Colégio Comercial Padre Inácio da CNEC - Boquirão dog Cochos- PB - Pianco - PB

Leia-se:

Colégio Comercial Padre Inácio da CNEC - Boqueirão - PB ­Piancó -PR

PARANA

E8tado: ParanáMunicípio: Maringá

Onde se lê:Escola de 1.0 Grau São Francisco Xavier - Maringá - PR - 5.000

Leia-se:

Externato São Francisco Xavier - Maringá - PR - 5.000Mtmicípio: Curitiba

Onde se lê:

Faculdade de Medicina do Paraná - 10.000

Leia-se:

F:aculdadc dc Medicina do Paraná, mantida pela SOciedade Evan­gélica Benefícente - 10.000

PERNAMBUCOEstadQ: PernambucoMunicípio: Parnaiba

Onde se lê:Municipio: Pamaíba -- PECentro Social de Ibitiringa, mantido pela Prefeitura Municipal de

Parnalba - 20.000Leia-se:

MunicíplO: Carnaíba -- PECentro Social de Ibitiranga, mantido pela Pnleitura Municipal de

Carnaíba - 20.000Onde se lê:

MunicípIO: IateGinásio MuniCIpal Torquato SOares, mantido pela Prefeitura Mu­

mClpai a.e lateLeia-se:

Municlpio: latiGll1a8lO Municlpal Torquato Soares, mantido pela Prefeitura da

lati.RIO DE JANEIROEstado; Rio de Janeiro

Municjpio: Niterói

Onde se lê:Irmaudade Benetícíente da Sagrada Família.

Leia-se:SOClcaaae BcneficlCnte da Sagrada Família

Onde se lê:Instituto Legionárias de Maria - 4.000

Leia-se: .

InstItUlÇiio Legionárias de Maria - 4.000

Município; Petrópolis

Onde se lê:Ateneu .l!:nslno lntegrado - 16.000

LeIa-se:Centro de Comunicação Ateneu (para Bolsa de Estudo) - 16.000

Município: Três Rios

Onde se lê:Ateneu Ensmo Integrado - 16.000

Lera-se:Ginásio Comercial São Sebastião - CNEC

Lela-se:

GináSIO Comercial Bão João Batista - CNEC

RIO GRANDE DO NORTE

Estado: RIO Grande do Norte

MunicipiO: Alexandna

Onde se lê:Prefeitura Municipal de Alexandria - para a construção de um

clube campelltre

Leia-se:Prefeitura Municipal de Alexandria, para .A<wi.llt.ência SOcial.

RIO GRANDE DO SUL

Município; Lagoa Vermelha

Onde se lê:Centro de Espírta Pai Joaquim

Leia-se:Centro de Espírita Pai Joaquim, mantido pela Uníi'io de Umbanda

do Estado do Rio Grande do Sul

Municipio: Serafina Corrêa

Onde se lê:Ginásio N. s.a do Rosário, para Bolsa de Estudo - 4.000

Leia-se:Sociedade E3colar N. s.a do Rosário Scrafina Corrêa, mantenedora

do Ginásio N. S.'" do Rosário - 4.000

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9154 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeQáo I) Setembro de 1976

8.000,00

6.000,00

5.000,00

5.000,00

2.000,00

2.000,00

56.000,00

16.000,00

228.000,00

J,eia-se:

Municipio de Bragança PaulistaFaculdade de Direito de Bragança Paulista, mantida

pela Casa de Nossa Senhora da Paz - Ação Social,Franciscana (sendo 2.000,00 para bolsas de estudo) 5.000,00

Faculdade Bandeirante de Medicina, mantida pela Ca­sa de Nossa Senhora da Paz - Ação Social Fran­ciscana - Bragança Paulista (sendo 21.000,00 pa-ra bolsas de estudo) 56.000,00

Faculdade Bandeirante de Odontologia mantida pelaCasa de Nossa Se~1.t.orada Paz - Ação Social Fran­ciscana - Bragança Paulista (sendo 2.000,00 parabolsas de estudo) 2.000,00

Casa de Nossa Senhora da Paz - Ação Social Fran-ciscana - Bragança Paulista..... 2.000,00Casa de Nossa Senhora da Paz - Ação Social Fran-

ciscana - Bragança Paulista (sendo 91.000,00 parabolsas de estudo) 228.000,00

Faculdade Bandeirante de Medicina, mantida pelaCasa de Nossa Senhora da Paz - Ação SocialFranciscana 3.000,00

Município - Itatiba

Faculdade de Engenharia Industrial e Civíl de ItaUba,mantida pela Casa de Nossa Senhora da Paz -Ação Social Franciscana - Bragança Paulista... 6.000,00

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Itatiba,mantida pela Casa de Nossa Senhora da Paz ­Acão Social FranCÍscana - Bragança Paulista(sendo: 8.000,00 para bolsas de estudo) (sendo:7.000,00 para curso de psicologia clinica) ........ 16.000,00

Curso de Psicologia Clinica, da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Itatiba, mantida pela Casa deNossa Senhora da Paz - Ação Social Franciscana- Bragança PRulista 5.000,00

Justificação

1. Por'forca do Parecer CFE n.O 1.169/76 do Conselho Fe­deral da Educação. datado de 7-4-76, e nesta data homologadopelo mesmo Conselho Federal de Educação, nos autos do Processon.O 001454/76, e homologado em 20-4-76, por S. Ex.a o Ministro deEstado da Educação e Cultura, Ney Braga, todo o complexo deFaculdades e Cursos Superiores mantido pelo Instituto de EnsinoSuperior da Região Bragantina foi transferido, com todo seu acervode bens e direitos, para a nova Mantenedora Casa de Nossa Se­nhora da Paz - Ação Social Franciscana. que. em conseqÜência,sucede nos direitos de receber as subvenções supra-referidas.

2.. A Casa de Nossa Senhora da Paz - Ação Social Fran­ciscana, ora com sua sede social na Cidade de Bragança Paulista,e anteriormente na Cidade do Rio de Janeiro, é uma instituiçáo

EMENDA OFERECIDA EM PLENARIO, EM 2.& DISCUSSAO

SAO PAUI,O

ESTADO - São PauloMUNICíPIO - Bragança Paulista

Onde se lê:

.Faculdade de Direito de Bragança (sendo 2 000,00 parabolsa de estudo) .

Faculdade de Medicina mantida por: Instituto de En-sino Superior da Região Bragantina - BragançaPaulista (sendo 21.000,00 para bolsa de estudo) .

Faculdade de Odontologia de Bragança Paulista (sen-do 2.000.00 para bolsa de estudo) .

Instituto de Ensino Superior da Região Bragantina ..

Instituto de Ensino Superior da Regíão Bragantína(sendo 91.000.00 para bolsa de estudo) ..........•

Instituto de Ensino Superior da Região BraganUna ­Faculdade de Medicina de Bragança Paulista ....MUNICíPIO - Itatiba

Faculdade de Engenharia Industrial e Civil de ItatibaFaculdade de Filosofia Ciências e Letras (sendo

8.000,00 para bolsa de estudo) (sendo 7.000,00para curso de psicologia clínica) .

Psicologia clínica de Itatiba mantida por: Instituto deEnsino Superior da Região Bragantína - Itatiba

Onde se lê:Municipio: Venâncio Aires

Prefeitura Municipal, para obras sociais, educacionas e 'culturais- 15.000

Leia-se:Município: Vera CruzPrefeitura Municípal, para obras sociais, educacionais e culturais

- 15.000

SÃO PAULOEstado: São PauloMunicípio: Mauá

Onde se lê:Educandário Imaculada Conceição - 5.000

Leia-se:Educandário Imaculado Coração de Maria - 5.000Municipio: Sorocaba

Onde se lê:Associação dos eX-Combatentes do Brasil, para a seção de 80­

rocaba - SP - 1. 000

SOciedade Civil Bem-Estar Familiar do Brasil, para ser aplicadano Estado de São Paulo -15.000

Leia-se:Associação dos ex-Combatentes do Brasil, para a Seção de Soro­

caba - SP -- 15.000

Socíedade CivH Bem-Estar Familiar do Brasil para ser aplicadano Estado de São Paulo - 1.000

Municipio: Santo Amaro

Onde se lê:

Associação de Assistência à criança Santamarense - Santo Ama-ro-SP .

Leia-se:

Mamãe - Associaço de Assistência à Criança Santamarense -Santo Amaro - SP

SÃO PAULO

Estado: São PauloMunicipio: Guarulhos

Onde se iê:

Casa da CrIança "Lírío dos Vales" - São PauloLeia-se:

Casa da Crianca "Lírio dos Vales" - GuarulhosSERGIPE "

Estado: Sergipe

Munícípio: Aracaju

Onde se lê:

Casa Maternal "Amélia Leite" - Fundacão de Beneficência Hos-pital de Caridade "

Leia-se:

Sociedade Protetora da Casa Maternal Amélia Leite - AracajuDISTRITO FEDERALBrasília

Onde se lê:Federação Nacional dos Jornali.stas Profissionais

Leia-se:Sindicato dos Jornalíst.as Profissionais (para a Federação Nacio~

nal dos Jornal1stas Profissionais)SERGIPE

Município: Simão Dias

Onde se lê:Giná.sio Industrial Dl'. Carvalho Neto, mantido pelo Centro Edu­

cacional de Simão Dias - 10.000

Leia-se:Colégio Carvalho Neto -- CNEC - Simão Dias - 10.000

Art. 2.° - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicaçãorevogadas as disposições em contrário.

Sala das Sessôes da Comissão de Fiscalizacão Financeira eTomada de Contas, 12 de agost<l de 1976. - Furtádo Leite, Relator.

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Setembro de 1M! DIARIO DO CONGRESSO NA.CIONA.L (Seção I) Sexta-feira 1'7 9155

de direito privado brasileiro, filantrópica, de tins educacionais ede 11.Ssistência social, sendo;

- declarada de Utilidade PúlJlica Federal por Lei nP 501, de29-'11-49 do Congresso Nacional; sancionada pelo então Presidenteda RepúlJlica, S, Ex," Eurico Gaspar Dutra;

- portadora do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos,do Conselho Nacional de Serviço Social, onde se encontram aver­badas, como instituições mantidas, as Faculdades anteriormentemantidas pelo Instituto· de Ensino Superior da Região Bra··gantina..

Athiê Coury -, Diogo Nomura - 10ão Arruda - AdalbertoCamargo e Laerte Vieira.

P'i\RECM DA COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

I e 11 - Relatório e Voto do RelatorSubscrita pelos ilustres Deputado Athiê Coury, Diogo Nomura,

.Joii.o Arruda, AdaliJerto Camargo e Laerte Vieira, foi apresentàdaem Plená,rio Emenda ao Projeto n,O 2.048/76, de autoria do Depu­tado Luiz Braz, que "retifica, sem ônus, a' Lei n.O 6.279, de 9 dede2:embro de 1975, que "estima a Receita e fixa a Despesa daUnião para o Exercicio Fínancei!;o de 1976".

A proposição, como bem-acentua a sua justificativa, obj etiva,na verdade, transferir a algumas entidades mantidas pela Casade Nossa Senhora da Paz - Ação Social Fmnciscana, subvençõesconcedidas no corrente exercicio ao Instituto de Ensino Superiorda Região Bragantina, que transferiu todo o seu acervo de bense direitos àquela entidade, quc funcionava anteriormente no Riode Janeiro e que agora tem sua sede em Bragança Paulista, Es­tado de '3ão Paulo.

O atendimento da prctensão dos autores da emenda poderáser feito por via administrativa, através de providências junto aoMinistério da Educação e Cultura, posto que Q transferência emcausa compreendeu Bens e Direitos, obedeceu a parecer do Oon­SeHlO Federal de Educação, homologado inclusive pelo eminentetitular daquela: Pasta.

Diante do exposto e seguindo orientação firmada nesta Co­missão, no sentido de só acolher aos pedidos que visem a retificara lei orçamentária - o que não é o caso presente. Meu voto é pelaRej eição da emenda. -

Sala das Sessões, 15 de setembro de 1976. - Furtado Leite,Relator.

m - Parecer da Comissão

A Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas, emsua 9.'" Reunião Ordinária, realizada no dia 15 de setembro de19~76, sob a Presidência do Senhor Deputado Arlindo Kunzler,Presidente, e presentes os Senhores Deputados: ,Jorge Arbage ePeixoto Filho, Vice-Presidente, Nosser Almeida, Gabriel Hermes,Jacter Barbalho, Eurico Ribeiro, Furtado Leite, Josias Leite, Ri­cardo Fiúza, Manoel Novaes, Theódulo Albuquerque, OswaldoZanello, Marcelo Medeiros, Walter Silva, Airton Sandoval, DiasMenezes, João Vargas, Minoro Miyamoto, Walber Guimarães, Es-

,nesta de Marco, Alberto Hoffmann, Aluizio Paraguassu e MagnusGuimarães, opinou, por unanimidade, pela rejeição da Emendaoferecid!lJ em Plenário, em 2.a Discussão, ao Projeto de Lei n.o2.048-B, de 1976, do Senhor Luilõ Braz, que "altera a redação daLei n.O 6,279, de 9 de dezembro de 1975, que "estima a Recelta efixa a Despesa da União para o Exercicio Financeiro de 1976", nostermos do parecer do Relator, Deputado Furtado Leite.

Sala das Sessões, 15 de setembro de 1976. - Arlindo Kunzler,Presidente _ Furtado Leite, Relator.

O SR. PRESIDENTE (Herben Levy) - Está finda a leitura doexpediente.

IV - Passa-se ao Pequeno ExpedienteTem a palavra o Sr. João Vargas.O SR. .10'\0 VARGAS (ARENA - PR. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, encerra-se amanhã, naencantadora cidade de Salvador, Estado da Bahia, a XVII Con­venção Nacional do Comércio Lojista, que reuniu este ano, apro~

ximadamente, dols mil participantes, oriundos dos mais diferen­tes pontos do País.

A Convenção, realizada sob os auspícios do Centro Brasileirode Assistência Gerencial à Pequena e Média Empresa - CEBRAE,tem o planejamento e execução do Centro de Desenvolvimento Lo­jista - CEDEL, e conta com o patrocínio da União de BancosBrasíleiros.

É importante ressaltar a importância do conclave, tendo emvista que o comércio lojista está hoje representado por mais de640.000 lojas em todo o Brasíl, constituindo-se também na mais

,numerosa classe de empresários do Pais, ora em torno de 500 mil,ernpregand(\ por igual, um contingente de aproximadamente três

miJ.h.ões de pessoas, circunstâncias que o coloca em posição de realdestaque no elenco das atividades que mais contrilJuem para agrandeza de nosga Pá~ria.

Como nos anos precedentes, a Convenção deverá alcançar ple­no sucesso, especialmente pelos temas propostos à discussão dosconvencionais, cujo principal deles é "O Homem e a Atualidadeda Loja", vi.'lto sob o duplo aspecto: o homem empresário e o ho­mem funcionário.

O temário da Convenção também compreende outros assuntos,tais como o "Ponto Oomercial", o "Marketing" etc. No campo fi­nanceiro, cuidar-se-á da "Análise das linhas de crédito e financia~

mento face ao comércio lojista", abordando as dificuldades de cré~

dito às empresas, notadamente às de pequeno e médio portes'.Temos certeza de que a XVII Convenção Nacional do Comér­

cio Loji.'lta Cülherá excelentes resultados, pois os seus participan­tes são homens altamente experientes e imbuidos dos melhorespropósitos no sentido do crescente progresso da atividade queabraçaram, inegavelmente de real significação econômico-social.

Ponta Grossa, Município do Estado do Paraná, também estáprestigiando aquela Convenção, através do Senhor Darcy Horn.Presidente do Clube dos Diretores Lojistas local.

Congratulando-me com todos os convencionais, aproveito estaoportunidade para, da tribuna da Câmara dos Deputados, formularos mais sinceros votos para que a XVII Convenção NaCÍonal doComércio Lojista alcance pleno sucesso.

Muito obrigado.O SR. NABOR JUNIOR (MDB - AO. Pronuncia 4) seguinte ,dis­

cnrso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Acre recebeu, cons~ternado, a decisão do Presidente da República de incluir os novosMunicipios de Senador Guiomard, Manoel Urbano, Plácido de Cas­tro Mâncio Lima e Assis Bra.síl na zona de seguranca nacionai,através do Decreto-Lei n.o 1.481, de 9 de setembro cQrrente.

Sentiram-se os cidadãos daquelas comunas como filhos nati­mortos, pois, nem bem se lhes concedeu a maioridade politica,consubstanciada na efetivação dos respectivos Municipios, veio IIdecisão de retirar-lhes o direito de eleger soberanamente, confor­me a regra constitueional, seus Prefeitos.

A exceção fez-se regra no Acrc: todos os Prefeitos de seus Mu­nicípios, desde a Capital até o mai.'l distante dos recém-criadossão nomeados pelo Governador, independente da tendência e da~aspirações de seus municipes. Rio Branco, pela sua condição de

.sede do Governo Estadual, tem seu Prefeito indicado - sendo que,hoje, se encontra à frente de sua administração um Interventor;em todos os outros 11 Municípios, declarados de interesse da segu­rança nacional, sucedem-se os Prefeitos impostos, muitas vezes~e~vincula9o.s d~ r~~Il?ade e da.~ _aspirações dos governados, cujaumca partlClpaçao C1Y1Ca, na gestão dos destinos comunitários, sefaz na escolha dos Vereadores. _

A solução de indicar os Prefeitos dos Municípios incluídos nazona de interesse da segurança nacional sobre ser irrealisticamen­te simplista, redunda ainda em prejuízo para a coletividade, emfunção da mencionada alienação em face dos problemas neculia­res da unidade. Mesmo que haja sincero e dedicado empênho emcompreender tais problemas, alguns meses ou mesmo anos se pas­sarão até que o indicado venha-a se assenhorar daquelas peculia­ritiades.

Afirmei que a simples indicação de Prefeitos-Interventoresnas faixas de segurança é "irrealisticamente simplista" e revigorotal assertiva: os pro(:essos seletivos dos candidatos, em ambos ospartidos, se revestem de total cautela quanto ao pa.ssado e às ati­vidades pretéritas dos postulantes, submetidos ainda ao crivo dasautoridades específicas, que fazem uma triagem rigorosa e defi­nitiva. Os eventuais defeitos do processo podem ser creditados àprópria falibilidade do ser humano, nunca a erros da estrutura oua culpa isoladas.

O principal problema político e de segurança nacional em taisindicações resíde, portanto, na desvinculação freqüente do nomea­do com a realidade do local que vai dirigir. Inabilitado a com­preender de pronto suas necessidades, perde bom tempo, oportu­nidades preciosas que, ao serem atendidas, já apresentam umatraso prejudicial ao interesse coletivo. Isso, sim, gera insegurançae insatisfação populares, mesmo que não haja uma politização euma consciência da imperfeição do método.

Para um gestor municipal atingir bom êxito à frente do Exe­cutivo local é fundamental a existência de respaldo popular, ori­ginado e beneficiário do próprio povo, através do conhecimentodos pequenos anseios do seu microcosmo, cuja pouca vivência porparte dos Interventores - sim, pois há, na prática, uma interven­ção permanente na autonomia municipal - leva a erros nemsempre corrigiveis.

E falo não apenas dos Municípios do Acre, mas de todosquantos estão nessa situação cxcC'p~iona.l.

A regra, narrada. na. tribuna e nar, confissões particulares doscolegas dos mai.,; variados Estados, é a mapetência administrativa

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1156 Sexta-teira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 197&

dos Prefeitos nomeados para aquelas comunas, aliada à falta derecursos e de assistên<lia por parte de nossas autoridades.

No Acre, particularmente, chegamos a encontrar situações defranco absurdo, em conseqüência das contradições de sua história,repleta de lances heróicos e maduros de brasilidade, com a reali­dade atual.

A luta pela autonomia do antigo Território Federal do Acrefoi uma bandeira desfraldada pelo então Deputado José Guiomarddos Santos e seus correligionários do antigo PSD, entre os quaisachávamos o atual Governador, Geraldo Mesquita.

Os argumentos esposados naquela época pelo Sr. José Guio­mard, que sensibilizaram o j)Qvo acreano e o Poder Federal, eemj)Qlgaram o Congresso Nacional, o qual aprovou a elevação doTerritório a Estado, frisavam fundamentalmente a situação deque tanto os Governadores do Território como os Prefeitos deseus Municípios eram nomeados e que a melhoria de status solu­cionaria tal situação, colocada então como uma verdadeira injus­tiça para com o civismo e a condição de patriotas de seu povo.

Mas, e hoje?Hoje em dia, embora o Acre seja um Estado, seu Governador,

a exemplo dos demais, é escolhido em ponto distante de seuslimites políticos e territoriais, de forma vertical, alheia às aspira­ções gerais. E, ao menos até 1974, era eleito por via indireta.

Os Prefeitos Municipais são simplesmente indicados pelo Go­vernador, independente de qualquer vinculação com a realidadelocal, domicilio eleitoral ou atuação politico-aduünistrativa na ci­dade; apenas os Vereadores são escolhidos pelo j)Qvo, mas as res­trições atuais à sua atuação impedem qualquer obra profunda nacondução da coisa pública e dos destinos da comunidade.

Torna-se dificil expressar em palavras o sentimento que nosassalta ao assistir a atuação do Governador Geraldo Mesquita,que fora inegavelmente um grande batalhador pela emancipaçãopolítica do Acre e, agora, vimos transmudado em paladino dacassação dos direitos eleitorais de seus cidadãos, com o cancela­mento dos pleitos para Prefeito, que seriam realizados na formaConstitucional.

S. Ex.'" não se limitou a acompanhar as gestões para a decre­tação de zona de segurança nacional abrangendo os novos Muni­cipios; foi muito além, defendendo a medida, postulando juntoàs autoridades de Brasília a casasção de facto da capacidade civildaqueles cocstaduanos, sepultando o entusiasmo cívico naquelasunidades, recém-instituídas em caráter efetivo. A imprensa noti­ciou fartamente a série de idas e vindas ao Distrito Federal, queculminou com sua "vitória" nos gabinetes palacianos.

Estou certo, e comigo estão todos os verdadeiros, autênticosdefensores do povo do Acre, de que a "vitória" do Governador Ge­raldo Mesquita não encontrará acolhida em meu Estado, j)Qis re­presentou acima de tudo uma fuga ao julgamento implacável edefinitivo das urnas, quando os cidadãos esclarecidos fazem o seujuizo sobre atitudes como essa.

Apenas através do voto j)Qde-se legitimar um Governo; asexceções previstas na Legislação Maior dizem respeito somente àPresidência da República e a casos realmente peculiares, que asabedoria do legislaElor certamente não haveria de ter sonhadotão disseminados, mesmo porque nem sempre os fundamentosalegados se baseiam na justiça dos fatos.

Por que, j)Qr exemplo, a inclusão do Senador Guiomard nazona de segurança nacional? Alega-se que todos os novos Muni­cipios submetidos àquela injunção seriam localizados na faixade fronteiras, mas isso não ocorre Com Senador Guiomard, queestá sendo desmembl'ado da Capital, Rio Branco.

Justamente por ser a sede do Governo Esta.dual é que RioBranco não elege seus Prefeitos - mas, então, por qual motivo,com que razões se bloqueia o direiio dos eleitores do SenadorGuiomard?

COm a serenidade e () alto civismo que são seu maior apa­nágio, o povo do Acre saberá compreender o que realmente sepassou no episódio que, contristado, abordo nesta oj)Ql'tunidade.

Sem qualquer conotação ideológica ou contestatória do regimeou das instituições, a resposta dos eleitores acreanos será for­mulada em 15 de novembro, protesiando, nas urnas, contra acassação de sua capacidade de escolher os próprios governantesmunicipais, os homens que decidirão no dia-a-dia da vida ospequenos e angustiantes problemas de cada Município.

Ordeiro, pacífico, j)Qrém decidido, o Acre saberá acertar, comsoberana serenidade, seu caminho rumo ao desenvolvimento e àe5tabílidade politica, sufragando diretamente seu direito e suacapacidade cívica, sobejamente comprovados em tantos momentosgloriosos de nossa História.

Esta a espevança de todos os verdadeiros acreanos, Sr. Pre­sidente.

o SR. ANTôNIO FLORENCIO (ARENA - RN. Pronuncia •seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a imperti­nência de nosso retorno a esta tribuna para falarmos sobre as­sunto relativo à construção da BR-226, nos trechos compreendi­dos entre Currais Novos e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte,é plenamente justificável.

A relevância da matéria autoriza-nos a tecer novas conside­racões sobre o tema, o que fazemos, em nome, particularmente, doshabitantes do Município de Pau dos Ferros, cidade de pólo eco­nômico, para onde converge a produç~o de ,um avan.ta~ado_nú­mero de comunidades vizinhas, com vistas a comerClalJzaçao, oque implica a existência de uma razoável rede de estradas na re­gião, possibilltando o fluxo e refluxo desse comércio.

Por força dessas circunstáncias e atendendo aos constantesapelos das autoridades lDcais, reiteradas vezes temos solicitado aospoderes competentes providências no sent1do ?e ser ~niciado, ~eimediato a construcão de uma ponte sobre o 1'10 Apodl, bem pro­xima à cidade de Pau dos 1"erros, medida que ensejaría o incre­mento dessas transacões real vantagem para a economia da re­gião, resolvendo, por igual, o secular problema da interrupção dotráfego, quando no periodo invernoso.

Nesse sentido. objetivando oequacionamento do problema, en­caminhamos memorial ao Diretor do Departamento Nacional deEstradas de Rodagem, lembrando a S. S.'" que a construção dessarodovia já se encontrava incluida no plano prioritário, mercê desua importância para a economia de vasta faixa do território nor­destino, especíalmente no caso específico do Rio Grande do .Norte,onde se constituirá, sem exagero, na espinha dorsal do sIstemade transj)Qrte do nosso Estado.

E o fizemos com fundamento na noticia de que o projeto téc­nico já havia sído concluido e que as obras teriam inicio, prova­velmente, em junho do ano corrente.

Lamentavelmente, por razões que fogem ao nos.so conhecimen­to, essas medidas não se materializaram, acarretando, em conse­qüência, o desalento para quantos vivem da agricultura, do- co­mércio e da pecuária naquela região.

Com a lhaneza que caracteriza o seu comportamento de ho­mem público, houve por bem o ilustre Chefe do Gabinete do De­partamento Nacional de Estradas de Rodagem, Engenheiro JoséSilva Thé, responder ao nosso apelo, formulado em discurso, nestaCasa, asseverando que

". .. a obra de arte em referência integra o projeto deengenharia do trecho Currais Novos - - Jaguaribe, com mi­nuta final já aprovada pela Diretoria de Planejamentodessa Autarquia."

Não poupamos aplausos à maneira com que se houve esse pre­claro auxiliar da Administração Federal, dando-nos, por llltermé­dio da Assessoria Parlamentar do Ministro dos Transportes, res­posta às nossas indagações, relativas à matéria objeto deste pro­nunciamento.

Entendemos que a justificativa do ilustrado Chefe do Gabinetedo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem serve de arri­mo a mais uma rogatJva que nesla hora dirigimos ao DNER emnome da cidade de Pau dos Ferros, encarecendo das autoridadesresponsáveis por este setor a imediata construçã.o daquela obrade arte, no rio Apodi. eIS que aprovada pela Diretoria de Planeja­mento daquela autarquía o projeto da estrada e, conseqüentemente,o da ponte, conforme bem esclarece o oficio a nós dirigido.

Por motivos de ordem social e econômica, justifica-se a ante­cipação da construção des.~a ponte.

Os estudos técnicos, que anteciparam a aprovação da minuta.final do projeto, decerto examinaram, em todos os seus ângulos,essas facetas. Daí por que nos dispensamos de repeti-la.~.

A manifestacão de nossa solidariedade ao sofrido j)Qvo daquelaregião estimula-nos a solicitar, mais uma vez, às autoridades com­petentes o inicio da construção dessa ponte, traço de união queservirá para unir aquelas comunidades, ampliando o intercâmbiocomercial entre seus filhos.

O SR. FABIO FONSECA (MDR - MG. Sem revisão do ora.dor.>-- Sr. Presidente, Srs. Deputados, na noite de ontem, deslocamo­nos até a cidade vizinha de Paraca.tu, para o comicio de aberturada campanha para o pleito municipal de 15 de novembro de 1976.

Dej)Qis de enunciarmos nossa mensagem, que vinha repleta ceamor. de cnatividade, as luzes de Paracatu apagaram-se, Esque­ceram-se os arenistas de Paracatu de que não sofremos de "urno­fobia", medo das urnas, de que não temos amaurose cerebral e deque a escuridão não nos impediria de levar nossa mensagem àquelebravo j)Qvo que. apesar da chuva, permaneceu fiel a ouvir o recadosincero dos cmedebistas, que têm lutado contra tudo e contratodos. A ARENA de Paracatu quer evitar possamos transmitir onosso recado.

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Setembro de 1976 DIARIO DO CONGRJi:SSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 1'1 9157

Aqui fica nosso protesto, que faremos chegar ao Presidenteda OEMIG a empresa que fornece energia a Paracatu, por inter­médio do Sr. GDvernador Aureliano Chaves, nosso companheiro,e, quero IJrer, democrata como nós. Estou certo dc que S. Ex.~haverá de corrigir essc c outros problemas que afligem Paracatu.Querem impedir que nos dirijamos a nossos correligionários na vi­zinha cidade, tão próxima da Capital, quc já C\everia estar tambémtom~Lda de certo grau de elevação democrática e politica.

tO 8R. ALVARO DIAS (MDR - PRo Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Pre.sidente, Srs. Deputados, na cidadc paranaensede Janiópolis, o candidaw emedebista à Prefeitura, Antônio Fer­reira. Dangui, foi baleado em sua própria residênCia, diante daesposa e filhos, que se encontram traumatizados. Em julho, umcandidaw a Vereador foi ameaçado de morte pelo Prefeito da ci­dade, fato que mereceu denúncia do Diretório Regional do partidoà Secretaria de Segurança Pública.

I!:ste clima de terror é rotina naquela cidade, onde o Prefeito,impUnemente, vem praticando ao longo dos anos toda sorte dearbitrariedade. Acusado de diversos crimes, continua a lançar mãoda violência na tentativa de manter-se como possuidor do podernaquele Mllnicipio. Acusado de desviar recursos, utilizar a máqui­na administrativa em benefício próprio, mistura o que lhe per­tence com o que é do povo, chegando mesmo a manter pratica­mente dentro da cidade um infecto curral de sua propriedade.

Diante de sua força, poucos corajosamente reagem. Um delesé o Vereador Antônio Ferreira Dangui, honrado e idealista, quecom destemor luta há vários anos contra a imoralidade adminis­tratilva que desrespeita wda a população. Autor de várias denún­cias contra o Prefeito, sofre agora como candidato sério atentadoque por pouêo não interrompe a caminhada.

Fazemos desta tribuna mais esta denúncia, solicitando dosórgãos responsáveis imediatas providências para que se interrompao cielo da violência, sob pena de a.s.sistirmos a desdobramentos la­men táveis.

Não é possível que se permita o desrespeito a uma populaçãoordeira, deixando campear livremente a arbitrariedade.

O SR. JORGE MOURA (MOR - RJ. Pronuncia o seguinte dis­curso) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Prefeito do Rio de Ja­neiro estará amanhã, com toda a sua Assessoria, em GardêniaAzull, Jacarepaguá, a fim de ouvir dos moradores as principaisreivlndicações daquela comunidade, evidentemente que dando, comisso, proBSeguimento ao plano urdido pela ARENA, na tentativavã ele melhorar a sua posição nas eleições de 15 de novembro paraa Cámara Municipal.

De um modo geral, Sr. Presidente e Sr8. Deputados, de poucovalerá a visita do Prefeito, já que ele sabe, de antemão, que tudoo que essas famílias de trabalhadores humildes, porém ordeirose principalmente conhecedores de seus deveres e direitos desejamé que a Prefeitura cumpra, urgente e à risca, a parte que lhe cabe,a começar pela urbanização e a recuperação da escola pública lo­cal, a qual se encontra no m,ais completo abandono, necessitandode reforma, equipamento e a construção de uma praça públicainterna, destinada a área de lazer, não apenas nos horálios deaula, como também em wdos os momentos de folga da cnançada.

Em Gardênia Azul, o Prefeito Marcos TamOY~ terá uma dasma~s preciosas lições de ação comunitária de que pode ter noticiaem toda a sua vida. Isto porque aquela gente, humilde, repito, éuma gcnte que, há dezeBSeis anos, mostra-se perfeitam~te cons­ciente de ser dona de seu pc.daço de chão. Gardênia AZ.UI ão reivin­dica, mas exige a pronta ação administrativa, já que a sociaçãodos Moradores, por todo esse tempo, não apenas incutiu na popu­laçã.o local de que ela tem a direito de receber servIços - e bonsserv-iços--- pelas impostos que paga, coma também não descnra,um minuto sBquer, da prática dessa política.

Assim é que, dentro dessa orientação, os moradores de Gardê­nia Azul, por seu próprio esforço, sem ajuda de ninguém, têm obti­çio suceBSivas vitórias na luta pela melhoria da qualidade da vida,sua e de seus entes queridos, de.sde a obtenção da desapropriaçãoda área por interesse social, como a instalação de serviços de água,luz e até mesmo o asfaltamento do Largo do Gardênia Azul e daEstrada de Dapão.

Toda.~ essas vitórias se devcm, principalmente, à atuação daAssociação dos Moradores, cujo espírito de união constitui exem­plo para as entidades comunitárias de todo o antiga Estado daGuanabara.

Os melhoramentos que lá e.stão sendo reahzados pela Prefei­tura, e outros que o Prefeito Tamoyo na certa prometerá, nadamais são do que a contrapartida do pagamento, que aquela comu­nidade sempre considerou religioso, da taxa de urbanizacão, quetodos pagaram na escritura outorgada pela COHAB. •

Agora, o grande 'anseio de Gardênia Azul é a urbanização. Queela venha rápido, para que se constitua em nova vitória daquela

gentc humilde, já que o atual estado de coisas favorece os espe­culadores da indústria da construção CiV11, tal a valorização daárea, que, convém ressaltar, está incluida no Plano Lúcio Costa.para a Barra da Tij uca.

O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.> - Sr. Presidente, interpretação muito justa, muito hu­mana, muito cristã acaba de consagrar, no Estado do Rio deJaneiro, o direito de o cego ser professor.

Há dias, uma funcionária de um dos postos de inscrição parao concurso ao magistério municipal de primeiro grau, na cidadedo Rio de Janeiro, recusou a inscrição de um 'candidato cego. Suaatitude, falou a servidora pública, fundamentava-se no fato de oedital correspondente não haver previsto a hipótese.

Tornado público o caso, foi cogitada a contratacão dos servicosprofissionais de um advogado, para o patrocinio dá causa, que 'deimediato já cantava com dez cegos intereBSados.

O advogado Paulo Goldrajch adiantou não ser necessária a.constituição de causídico para a demanda, pois a Constituição, art.153, combinado com seu § 1.0, assegura a todos os brasileiros e es­trangeiros rcsidentes no Pais a igualdade perante a lei, sem distin­ção. de sexo, raça, trabalho, credo religioso e convicção política.

A mesma conclusão chegou o Secretário Municipal de Admi­nistração, Paulo Aquino dc Oliveira Lima, depois de manter con­tato com Napoleão Simão, presidente da Associação Brasileira deProfessores Cegos e Ambliopes.

Em razão dessa correta interpretação, Sr. presidente, o citadoSecretário autori7.ou que as inscrições fossem feitas na Escola Pe­dro Ernesto, na Lagoa, impondo apenas algumas restrições. Oscandidatos cegos aprovadas não poderão lecionar nas classes de 1....a 4.a séries. Nas de 5.a à 8.a somente poderão ensInar nas cadeirasde Português, Estudos Sociais, Francês, Inglês, Educação para oLar e de Técnicas Agricolas e Comerciais.

Muito louvável a decisão do Secretário fluminense, Sr. Pre­sidente. Mas, se de um lado revela a sabedoria administrativadaquela autoridade, não esconde, de outro, a luta pelo trabalho. Ocidadão hoje tem de brigar para ter o direito de exercer determi­nados empregos.

Digna de maior destaque, ainda, é a observação de que essespatrícios, a lutarem para ter um lugar ao sol, são cegos de nossoestado.

Privados da luz, vão agora transmitir as luzes de seus conhe­ciméntos a alunos interessados em aprender português, inglês,francês, técnicas agricolas c comerciais, além de outras matériasque ficaram inseridas entre as liberadas ao magistério dos cegos.

Esperamos agora, Sr. Presidente, diante desse acertado eaplaudido posicionamento administrativo em face dos cegos, queás demais unidades da Federação. venham a proceder de formaidêntica, de modo a viabilizar trabalho remunerado aos privadosda vh~o, portadores de técnicas e conhecimentos que eles têmcondições de lecionar.

Onde quer que se encontrem professores, seus serviços profis­sionais devem ser aproveitados, pois, além da carência no setor serconsiderável, o que percebem os que lecionam não anima a forma­ção de novos mestres.

Não interessa, pois, seja ou não cego o professor. Importa,isto sim, que detenha conhecimentos dignos de serem comunicadose transmitidos, pois a sede de saber de nosso estudante e estudiosajuventude é insaciável.

O SR. VASCO NETO (ARENA - BA. Pronuncia o seguintediscurw.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o Clube de Engenha­ria tem, desde ontem, nova Diretoria. A entidade, que congregagrande número de engenheiros de todas as especialidades, cons­titui um orgulho das organizações brasileiras. Já prestou serviçosrelevantes ao país, na dinami:ilação das atividades profissionais,na reali7.ação de simpósios, conferências e cursos. Grandes proble­mas nacionais são debatidos em suas reuniões memoráveis. Gran­des técnicos nacionais ou de outros países têm apresentado ali asua colaboração no encaminhamento das grandes soluções das di­ficuldades de pais em desenvolvimento.

O Clube de Engenharia tem-se acreditado junto à classe ejunto à opinião pública por atívidade constante e firme. Desde otempo de Edson Passos, de saudosa memória, vem crescendo o seuprestígio e seu patrimônio. É centro cultural e ponto de encontrodos engenheiros do Brasil.

Ontem, como já o afirmamos, empossou-se a sua nova direto­ria, tendo a chefiá-la o Presidente Geraldo Bastos da Costa Reis,mineiro de Leopoldina, Engenheira da Turma de 1948, pela EscolaPolitécnica da Universidade do Brasil; Engenheiro do Quadro doDNER, foi Chefe do Gabinete quando diretores os Eng.Os BatistaPereira e Regis Bittencourt; Diretor-Geral do DNOS, nas gestõesdos Ministros Clovis Pestana, Virgilio Távora, Hélio de Almeida,hoje nosso brilhante colega, e Expedito Machado; Secretário-Geral

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do Clube de Engenharia, na gestão do Eng.o Francisco Saturninode Britto FilhQ, bem como nas gestões Hélio de Almeida, por duasvezes, de 67 a 70 e de 70 a 73. Neste ano de 1976, foi eleito Pre­sidente do Clube, como candidato único. Reeleito, em 27 de agosto10i então empossado.

Ao fazermos o registro do evento, auguramos à novel Diretoriatodos êxitos e ao Clube de Engenharia constante prosperidade.

O SR. ANTôNIO MORIMOTO (ARENA - SP. Pronuncia oseguinte discurM.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, não haveráuma só voz discordante no que conccrne à necessidade de mais emais implantarem-se pólos geradores de energia elétrica, no Bra­sil, sobretudo as hidrelétricas, como aproveitamento de nossaspotencialidades potamográfica.s. Pais carente de petróleo e pre­cisando, sempre em quantidades cada vez maiores, de energia,o Brasil há de caminhar de fato para a construção de hidrelétricascomo solução racional e justa.

Nem sempre, porém, as soluções propostas são as mais felizes.Este é o caso do projeto da CESP para o Baixo Tietê, a Hidre­

létrica Ruy Barbosa, eclusa e barragem de Três Irmãos e um canaLde ligação entre Três Irmãos e Ilha Solteira. Vivo, o eminentís­simo brasileiro não aconselharia a aprovação do plano.

Em números redondos - são 40 mil aLqueires de terras ferti­líssimas situadas nos Municípios de Pereira Barreto, Araçatuba,Andradina, Sud Menucci, Buritama e Birigul que se pretendetransformar num vasto lago interior, sacrificando ampla produçãoatual de carne, leite, soja, milho, arroz, tomate _e algodão, alémde inúmeras indústrias que enriquecem a região. '

Todos os peritos mundiais - inclusive os brasileiros - sabeme anunciam os problemaB atuais e futuros que dizem respeito àsubsistência do homem. Todos, sem exceção, atestam que é rigo­rosamente indispensável salvaguardar os solos bons, que podemBel' potencializados para a grande batalha contra a fome universal.

Ninguém, pois, pode ficar de acordo com soluções que põema perder a existência de terras ferazes, que já hoje representamuma produção de alimentos básicos de valor superior a 450 milhõesde cruzeiros e que podem representar, em futuro muito próximo,produção e valores ainda muito maiores.

EspecIalistas do maior gabarito, depois de longa e largamenteestudarem o problema da projetada obra no Baixo Tietê, concluí­ram pela comprovação de seus erros, chegando mesmo a afirma­rem, enfaticamente, que a "obra não nos parece conduta defen­sável perante os nossos netos".

A gente da Alta Noroeste, liderada pelo Sindicato Rural daRegião e assistida pelo concurso dos mais renomados técnicos,não se limitou a criticar a iniciativa. Fez mais: ofereceu alterna­tivas que, sem evitar a obra, minimiza seus males certos. Mas aCESP, na sua onipoténcia, tudo recusa.

Estudos scveros, cuidadosa e cientificamente feitos, partindodo pressuposto firmado pela própria CESP, ou seja, de que as terrasserão desapropriadas pelos preços correntes no mercado, compro­vam que o plano traçado para a futura Hidrelétrica Ruy Barbosafará com que o custo do quilowatt instalado seja estupidamentealto.

GerandQ 300 mil kw, a projetada usina consumirá três mildólares por quilowatt; quando o preço médio das hidrelétricasnacionais é de apenas 53'9 dólares por kw.

Embora seja importantissimo o ponto de vista do custo da ins­talação da usina, a mim me parece muito mais importante o mauuso da terra. Mais do que mau uso: a perda total do solo, um dosmais ricos do meu Estado, totalmente voltado para a produção deenergia alimentar. infinitamente mais importante do que a pro­dução de energia elétrica.

Náo se trata, por exemplo, de uma iniciativa como a de So­bradinho, na Bahia, onde o mar interior artificial não consometerras produtivas. Ali, a imensa represa vai, inclusive, funcionarcomo fonte irrigadora de grandes áreas, hoje mais ou menos sa­fras, e que podem, num futuro próximo, ser incorporadas à pro­eluçao nacional.

Na Alta Noroeste, com o projeto que se quer empurrar para afrente a todo custo, aniquilam-se infra-estruturas tradicionais aomesmo tempo em que se sepultam sob as águas solos generosos einsubstituíveis.

Não importa se diga que as terras e toda a infra-estruturaserão indenizadas pela CESP por seus justos valores. O dinheirohavido não recuperará para a produção de alimentos as terrasbrutalmente sacrificadas e as famílias grosseiramente expulsas deseu meio, muito menos recomporá - sequer a médio prazo - oavultadíssimo prejuízo representado pelo que ali hoje se produz.O Estado perderá. em termos de produção atual, nada menos doque 500 milhões de cruzeiros por ano.

Claro, claríssimo que o meu Estado precisa continuadamentede mais e mais energia elétrica, que é fonte menos onerosa e mais

permanente de força com que podemos e necessitamos contar. Masas soluções não podem ser exclusivistas, unilaterais. Uma usina.hidrelétrica será sempre bem recebida, desde que a sua implanta­ção não importe em prejuízos irressarcíves para a comunidade.

Quanto ao projeto que venho examinando, o menos que delese pode dizer é que duas escolas se defrontam, duas opiniões secontradizem, dua'l peridas se antepõem. No mínimo, assim, e comrazões amplamente fundamentadas, existem dúvidas imensas.

Eis por que, cumprindo o meu dever de legítimo representantedo povo, apelo para o supremo julgamento do muito eminentePresidente Ernest.o Geisel.

Apelo em nome do povo da Alta Noroest.e, no sentido de queo Sr. Presidente da República determine ao Ministério das Minase Energia o reestudo do projeto da CESP para navegação e geraçãode eletricidade no Baixo Tietê, no sentido de que se encontre solu­ç,ses que prejudiquem menos, do ponto de vista social e econômico,a vasta região que se pretende inundar.

E - aca'lO e desgraçadamente - já se considere irreversível omalsinado projeto, que a CESP indenize todos, e pelos justos valo­res, antes da desocupação, a fim de que todos os que ali trabalhame produzem possam, tempestivamente, traçar seus planos, inves­tindo em outras áreas e continuando a produzir em favor dacoletividade.

Aquilo que não é justo, que chegaria a ser desumano se ocor­resse, é que os ônus de uma nova fonte de geração de energIa,que é bem comum, recaiam tão-somente sobre alguns.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (ARENA - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apelo ao Sr. Mi­nistro da Agricultura, ao Sr. Ministro da Fazenda e ao Presidentedo Banco do Brasil, no sentido de que empreendam todos os es­forços possíveis para que a cotonicultura retorne ao seu ritmo as­cendente, tão necessário ao nosso Pais.

Informou-me o DI'. Luís América Bandeira, Presidente doConselho Nacional da Indústria Têxtil, que o País poderia expor­tar, se tivesse produção suficiente de algodã.o, até 1 bilhão dedólares de fios, tecidos e também de roupas confeccionadas. Estainformação é muito importante para nossa economia. Além de 1bilhão de dólares que obteriamos da exportação de manufatu­rados de algüdão, poderíamos também íncreméntar nossas expor­tações do produto, até o montante de 500 milhões de dólares,aproveitando sua atual cotação no mercado mundial. Mas paraisso teríamos de aumentar as plantações no Centro-Sul do País,do próximo mês até novembro. li: necessário que haja propagandae facilidade de crédito para que esta previsão se torne realidade.

Dirijo. também, apelo ao Ministro da Agricultura, no sentidode que envide esforços visando à reserva de mercado para a sa­caria de algodão, para o ensacamento de açúcar cristal, da fari­nha de trigo e do farelinho de trigo. É interessante reservar-sesacaria de algodão para o acondicionamento desses produtos, pordois motivos: as indústrias responsáveis pela sua fabricação, emgeJ;ll.1 pequenas, estão disseminadas por todo o Pais e dão serviçoa muitos operários; além disso, o processo é o mais recomendávelpara a própria saúde humana. No momento, existe certo desin­teresse na preservação de mercado para sacarias de algodão, e jáse faz uso de sacos de plástico até para embalagem da farinha detrigo.

Espero que o nosso Governo e os Ministérios da área econô­mica procurem prestigiar a indústria algodoeira, cujo desenvolvi­mento é de todo interesse para nosso Pais.

O SR. LINS E SILVA (ARENA - PE. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, acabamos de assistir,"'Btarrecidos, a mais duas desastrosas intervenções políticas doGovernador Moura Cavalcanti, de Pernambuco, mais precisamentenos importantes Municípios de Limoeiro e Caruaru.

No primeiro, S. Ex.a não permitiu que o ilustre DeputadoCarlos Alberto Oliveira, filho da terra e o mais votado do Mu­nicípio, lançasse scu próprio candidato, de cuja eleição ninguémduvidava em Limoeiro.

Tal fato fez com que o ilustre Deputado arenista se ausentasseinteiramente do Município e entregasse ao Governador a respon­sabilidade direta do pleito.

No segundo caso, em Caruaru, segundo Municipio do Estado,onde a disputa entre ARENA e MDB é da mais alta importância eirá refletir no resultado final do pleito, S. Ex.a desprestigiou in­teiramente um dos candidatos da ARENA. indicado e apoiado peloilustre Deputado Geraldo Guedes, forçando-o a renunciar e aban­donar a campanha faltando apenas 60 dias para o pleito.. Ora, Sr. President.e, com a renúncia do candidato Roberto

Fontes e a natural auséncía do Deputad{) Geraldo Guedes, antesintegrado na campanha, arrisca-se a ARENA a perder as eleiçõesno principal Municipio do interior pernambucano.

Tanto é verdade o que afirmo que. aproveitando-se de talcircunstância, o MDB local convidou o ilustre Senador oposicio-

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nista Paulo Brossard para um comício em Caruaru. O clima, nomomenoo, em nosso par.tido é de total desânimo e revolta, cau­sado pela saida do simpático e capaz candidato arenista, que atéentão reunia em torno de si uma ponderável parcela de apoio, oque aumentava suas possibilidades de vitória ou mesmo de colabo-rar, com o número de legendas, para a da ARENA. _,

Na oportunidade, Srs. Deputados, quero registrar o meu maisveemente protesto por esta atitude do Governador de Pernam­buco, inteiramente contrária aos interesses maiores do partido,ao mesmo tempo em que registro a publicação, pelo Jornal deBrasília, de depoimento do Deputado Geraldo Guedes, um dos maisíntegrros representantes da ARENA de Pernambuco no CongressoNacional com o seguinte título: "Jurema vê um fato menor naagre8são 'armada em Caruaru. Para o MDB, a culpa é do Gover­nador".

Aproveito a oportunidade também, Sr. Presidente, para aler­tar o ilustre Presidente Nacíonal de nosso partido, DeputadoFrancelino Pereira, para o fato de que episódios como esses nãosucedem só em Limoeiro e Caruaru, mas em todos os outros Mu­nicípios que sofrem as conseqüências desastI'Dsas da política per­sonalista e violenta do Governador pernambucano.

JE:ncerrando, Brs. Deputados, quero associar-me aos protestosdaqueles que lutam pelo engrandecimento da ARENA no nossoEstado, apesar dos desestímulos e perseguições mesquinhas deque têm sido alvos no decorrer da presente campanha eleitoral.

Agora posso afirmar, Sr. Presidente, que não sou mais umavoz isolada no Congresso Nacional.

'O SR. FERNANDO COELHO (MDB - PE. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ocupamos,hoje, esta tribuna, para comunicar aos eminentes pares que, aten­dendo a requerimento de nossa iniciativa, deverá comparecer bre­vemente à CDmissão de Serviço Público desta Câmara dos Depu­tados o Presidente da Rede Ferroviáriã Federal S.A., para prestaresclarecimentos sobre a reclassificação dos ferroviários e outrosaspe'ctos da política de pessoal da mencionada sociedade de eco­nomia mista.

De acordo com correspondência que temos recebido dos maisdiferentes pontos do País, inúmeros são os problemas que estãoa exigir definição mais precisa no âmbito da Rli'FSA, envolvendointeresses de milhares de tralJalha'dores admitidos ao longo dosúltimos decênios, quando a empresa esteve submetida a dife­rent.es regimes jurídicos. Ao que consta, entre dez e vinte milservidores estatutários, deixaram de optar pelo regime trabalhista,permanecendo márginalizados, à espera de um hipotético apro­veitamento em claros existentes nos quadros da administraçãocent,ralizada. Por outro lado, os que fizeram opção pela CLT ­apresentada à época como uma faculdade a ser exercida sem con­dicionamentos - foram surpreendidos com exigências que des­conheciam e que, em muitos casos, estão conduzindo até à renún­cia da situação pela qual se manifestaram inicialmente.

Qual o fundamento legal da exigência de opção pelo Fundode Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), com renúncia à esta­bilidade, para que se opere a vinculação ao regime da CLT? Quaisos motivos para a rejeição de pedidos de opção, regularmenteformulados na época própria? Anunciada para abril, prorrogadapara maio, a implantação do Plano continua como a linha dohorizonte, sempre mais distante nas suas promessas de vantagenssal2lriais que a inflação corrói, em prejUlzo dos ferroviários op­tantes.

O DFOB!!õ!J:1i! ))n:Y1ª~n?!ár!lJ ~Q!1!:~!1W1 ponçlt;'ntf; de solução. com<la fel'r<Jvl{!.l.'iOs ~ ElUas ffdrí1l1:u: jireJuctlcaau/J e /Jmn que .lI6 J:e;aol-v...o cllamadO problema da dupía Olopnsê,;,fãct.,:riã, ãll!1li!giü'fidfi !,lI'il/i Lã!n.o 3.373, de 12 de março de 1958 e da qual continuam privados osdependentes de antigos servidores falecidos.

Se, de um lado, os dirigentes já vêm recebendo desde junho osseus vencimentos atualizados, inclusive com percepção dos atraza­dos. a grande maioría continua na dependência de um processoseletivo injustificável, sobretudo porque os que a ele serão subme­tidos já comprovaram suficientemente, em anos seguidos de tra­balho, suas aptidões, para as funções exercidas, Nada melhorpara julgamento de sua capacitação profissional que o própriode.."lempenho e permanência no emprego, ao longo dos anos.

Apesar de legalmente assegurada a diferença de remunera<;ãonos casos de substituição, nos termos do Plano Simplificado deClassificação de Cargos (Item 6.2 4) e da Resolução Interna daPr€'sidência n.O 83, de 14-7-70 (Itens 11 e 12), centenas de reque­rimentos permanecem na Superintendência do Pessoal, aguar­dando decisão que, mesmo se favorável, terá em muitos casosperdido sua expressão real, pela desvalorizaçã.o crescente da moeda.

Ao lado desses problemas, que atingem milhares de ferroviá­rios - desencantados com as vantagens que lhe foram prome­tidas e que lhe vêm sendo negadas ou condicionadas à exigen­cías sem qualquer justificação, outros existem atingindo classesespecificas. Da Associação Campo-grandense de Cirurgiões-Den-

tistas, por exemplo, recebemos memoríal em que é demonstrado odesacerto da classificação dos Cirurgiões-Dentistas no Plano daRFF8A, situados em nivel inferior aos demais profissionais li­berais de formação universitária equivalente e em posição incom­pativel com as responsabilidades e atribuições de seus cargos. Da"Casa do Policial", igualmente, é o pleito no sentido de que osAgentes de Segurança e Investigação da RFFSA recebam trata­mento similar aos policiais civis federais, condizente com a natu­reza de suas .atribuições, Muitas outras são as categorias que sesentem também prejudicadas e desistimuladas com problemas quedevem ser resolvidos, no interesse menos até dos ferroviários quedo próprio serviço público.

Sobre esses e outros probl~mas, esperamos que o Presidenteda RFFSA possa prestar esclarecimentos satisfatórios e anunciarmedidas que tranqüilizem e façam justiça aos ferroviários bra­sileiros.

O SR. NUNES LEAl, (ARENA - RS. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na manhã do dia 8 desetembro de 1973, em solenidade a que compareceram os Governa­dores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, EngenheirosEuclides Triches e Colombo Sales Machado, o então Ministro dosTransportes, Cel. Mário Andreazza, inaugurava os molhes de fixa­ção da barra do rio Mampituba, junto à cidade de Torres, nadivisa dos dois Estados sulinos. '

Os molhes de fixação da barra do Mampituba, com 700 metrosde extensão na ala norte e 860 metros na, ala sul, destinam-se amelhorar as condições de navegabilidade desse rio, retificando edesobstruindo seu acesso ao mar; evitar as conseqüências das en­ehentes que anualmente atingiam e danificavam parte da cidadede Torres e permitir melhores condições de trabalho a considerávele importante parcela da população local, constituída de pescado­res, tanto do Rio Grande do Sul como de Santa Catarina.

Além desses objetivos principais, essa obra possibilitou maíorsegurança à navegação de embarcações de pequeno porte e seconstitui no único abrigo seguro no litoral sul, entre Laguna e acidade de Rio Grande.

Obra 'pioneira, teve seu projeto inteiramente elaborado peloInstituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, órgão do antigo De­partamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, atual Portobrás,ficando sua execução a cargo de uma firma gaúcha, sobre a qualo Ministro Mário Andreazza assim se referiu em seu discurso nasolenidade de inauguração:

"Ao concluirmos, não poderiamos omitir uma referênciaespecial, que fazemos agora com a maior alegria, aos arti­fices deste empreendimento, a Construtora Sultepa S. A.,que cumpriu rigorosamente os cronogramas, enfrentandoas duras incertezas do tempo e a revolta do mar invadido,para executar trabalho de primorosa qualidade, motivo demerecido orgulho.para a Engenharia nacional, tão rígidafi sólida como os tetrápodes de concreto que fazem parteda obra e doravante passam a simbolizá-la."

Fazemos essas referências e transcrições, Sr. Presidente e Srs.Deputados, para ressaltar haver sido essa obra pioneira inteira­mente executada por técnicos e firmas brasileiras, desde o seuplanejamento, seu projeto final e sua construção e que, submetidaa duras provas de resistência, cumprindo as finalidades para asquais foi construída, permaneceu inalterada.

Em março de 1974, quando condições meteorológicas adversasprovocaram a maior cheia até hoje registrada no rio Mampituba,Que. ~volumando-se assustadoramente desde suas cabeceiras, levoude r,jltlão tudo que 'liuçonkQu ao longo .lo .m~ i~i~~ntii<iú lMM,êlêshul.n.clô t!ftMià t'\ 11l'i'ir;1'Ílu'lllé!íll!. ID9:t&TIt!ú tl,nlmalEl fl nmlnmdgvidas diversas, foram 013 molhes de fixação de .sua barra facilitancloo escoamento das águas, que salvaram a Cldade de Torres, queem outras circunstâncias teria tido destruida toda sua parte baixa,representando mais da metade de sua área construída.

Essa importante obra, portanto, já teve seu custo coberto peiovalor dos bens materiais que evioou fossem destruidos e pelasvidas que preservou entre a numerosa população ribeirinha eloemaranhado de sua antiga foz.

Entretanto, Sr. Presidente., a experiência veio demonstrar anecessidade de serem os molhes ampliados, avançando mais 150metros em cada uma de suas alas, passando a ala norte, de seus700 metros atuais a 850 metros, devendo a ala sul atingir 1.000metros de extensão.

Com esse avancamento, a ala sul terminará depois da zona dearrebentação, comô ocorre hoje, e a ala norte evitará a formaç:\ode bancos de areia, permitindo maior segurança para a entradae saída dos barcos de pesca e evitando os freqüentes acidentesque ainda ocorrem, dos quais o mais grave foi o de setembro de1973, no qual morreram afogados seís pescadores.

Fazemos, portanto, nosso apelo ao EXll1.0 Sr. Ministro dosTransportes e ao Sr. Presidente da Portobrás, no sentido de que

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seja concluída essa obra tão importante, para que sejam maioresos grandes benefícios que ela já vem prestando e sobretudo parasegurança dos pescadores da região.

Outro apelo que fazemos é que trabalho semelhante seja exe­cutado também na fixação da barra do rio Tramandaí, j unto àcidade do mesmo nome.

O sucesso dos molhes de fixação da barra do Mampituba veiotornar mais evidente a necessidade de obra igual na barra do rioTramandaí, sendo SUaB justWcativaB exatamente as mesmas quelevaram à construção mencionada.

Tramandaí, Sr. Presidente e Srs. Deputados, além de um dosmais importantes municípios da costa atlântica gaúcha, é o querecebe maior número de veranistas durante a temporada de praias,provenientes de todas as regiões do Estado e dos países vizjnhos,transformando-se, nessa época, no maior centro turístico do RioGrande do Sul.

A sensibilidade que o Governo passado demonstrou quanto aoproblema da fixação da barra do Mampituba, deverá ter sel! corres­pondente em idêntica atitude do Governo atual, no que se referea fixação da barra do rio Tramandai. São essas as esperanças eos anseios de toda a população de Tramandai e dos milhares degaúchos que acorrem às SUaB praias em todos os veraneios.

'0 SR. ANTôNIO FERREIRA (ARENA - AL. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. o Instituto doAçúcar e do Alcool, por seu Presidente, o General Alvaro TavaresCarmo, no dia 11 de junho deste ano de 1976, baixou os atos n.os14 e 15. que dizem respeito diretamente à produção e incentivosà cana-de-açúcar nas regiões Norte e Nordeste.

O primeiro deles, Sr. Presidente, diz em seu artigo 1.0 que "osubsidio de igualização de custos, criado pela Resolução n.O 2.059,de 31 de agosto de 1971, fica mantido para a safra de 1976, novalor de Cr$ 29,76 (vinte e nove cruzeiros e setenta e seis centavos)por tonelada de cana esmagada pelas usinas siLuadas na RegiãoNorte-Nordeste" .

Não discutimos, Sr. Presidente, o mérito da medida, basE'adaem Resolução já consagrada, mas, respeitosamente, discordamosdos valores fixados, uma vez que não atendem às necessidades dosprodutores, que, sofrendo o aumento constante dos custos na pro­dução, pelo encarecimento dos implementos, maquinaria, adubose mão-de-obra, esta cada vez mais eseassa, sO'frem um desgasteincrivel no valor da produção, considerando-se, ainda, a desvalo­rização da moeda e a inflação ainda não dominada.

Além do mais, se "o pagamento do subsidio, no que respeita àscanas utilizadas na produção do açúcar destinado ao consumointerno, depende da alocação de recursos pelo Conselho MonetárioNacional, na devida oportunidade", em realidade o subsidio éposto diallte dos produtores de forma condicional.

Seria importante, Sr. Presidente, dentro da realidade brasileira,buscar-se uma solução para esses sistemas de subsídios - da call1l.­de-açúcar ou de outros produtos - fugindo-se da fixação de quan­tias, buscando-se valores móveis, dentro de indices viáveis, quediminuiriam ou aumentariam na mesma propor~ão em que fosse:lllellor ou maior o custo da produção.

E isso não nos parece impossível, visto que, de um modo geral,toda a produção é financiada, quer pelo Banco do Brasil, querpelo Banco de Desenvolvimento do Nordeste, ou outras institui­ções financeiras oficiais, fato gerador da facilidade de se calcularo preço da produção e a variante necessária ao quantum a sersubsidiado.

Por isso estamos dirigindo nosso apelo ao Sr. Ministro do Inte­rior, juntamente com todos os Ministérios representados no Con­selho Deliberativo do Instituto do Açúcar e do Alcool, principal­mente o Ministério da Indústria e do Comércio, para que revejameste ato do Presidente do IAA ~ os critérios de sua adoção, parase flexionar o valor do subsídio, dado o aumento do custo da pro­dução.

Se atendido este nosso pedido, os produtores do Norte-Nor­deste, particularmente do Estado de Alagoas, terão melhores con­dições de trabalho, sobretudo por garantir-lhes o Governo a tran­qüilidade de que carecem.

O segundo ato baixado pelo Presidente do IAA, a que nosreferimos no princípio deste pronunciamento, estabeleceu que serialivre "a comercialização do açúcar cristal produzido na RegiãoNorte-Nordeste, até 31 de agosto de 1976, sem quaisquer restriçõesquanto à livre circulação interestadual do produto".

A mesma decisão autorizava, de forma expressa, que as usinassituadas na Região Norte-Nordeste antecipassem o inicio da moa­gem de cana da safra de 1976177, para a produção de açúcarcristal destinada ao abastecimento dos centros regionais de con­sumo, fixando a data de 11 de junho para vigência do ato referido.

Sem dúvida que este ato veio favorecer o produtor e o con­sumidor nordestino, posto que, na Região, o consumo do açúcar

cristalizado é comum, sendo de pouca aceitação o açúcar refinado.Mas a liberdade de comercialização, fixada para 31 de agosto,

prazo já terminado, criou límites que podem e devem ser amplia­dos, dadas as caracteristicaB sócio-econômicaB do Norte e Nordes­te, onde um favor não pode ser fixado em tempo, maB deve sermedido de conformidade com as necessidades locais.

Assim, renovando o apeJo, anteriormente feito, quanto aoscritérios de fixação dos subsidios à produção de cana-de-açúcar,igualmente apelamos ao Conselho Deliberativo do IAA para queamplie o prazo fixado no Ato n.o 15, de 1967, do Presidente do IAA,para que continue o açúcar cristal sendo comercializado, no Norte­Nordeste, sem quaisquer restrições quanto à livre circulacão inte-restadual do produto. -

Era o que tinha a dizer.O SR. JOSIAS LEITE (ARENA - PE. Sem revisão do orador.)

_. Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Casa ouviu, há poucos instan­tes, o Deputado Lins f' Silva, que criticou o Governador MouraCavalcanti. Segundo S. Ex.a , o Governador teria feito intervençõespolíticas em Limoeiro e Caruaru, as guais teriam redundado emprejuizo da ARENA naqueles Municípios. Razão não aBsiste aonobre Deputado.

Vamos aos fatos:O nobre Deputado Carlos Alberto fixou sua poslçao em entre­

vista que concedeu à imprensa, quando afirmou que não partici­pll.ria da campanha da ARENA em Limoeiro porque o candidatoapresentado não pertencia à corrente política que merecia o seuapoio. No dia de hoje, entretanto, o Deputado Carlos Alberto estáem campanha, apoiando seu próprio candidato.

Com relacão a Caruaru, a ARENA apresentou dois candidatos:o Sr. Drayton Nejaim, peja ARENA-I, e o Sr. Roberto Fontes, pela.ARENA-2. O Sr, Roberto Fontes renunciou, mas nenhuma respon­sabilida.de cabe ao Governador de Pernambuco. Ao contrário. En€'lll seria lógico que S. Ex.a não desenvolvesse todos os seus esfor­ços no sentido de que a ARENA tivesse dois candIdatos naquela.cidade, para melhor competir com o MDB.

Sr. Presidente, é público e notório o trabalho do GovernadorMoura Cavalcanti pela vitória da ARENA nas próximas eleições.O próprio Deputa.do Carlos Alberto tem elogiado 8. Ex.a em todasas cidade:; por onde pa:;:;a, contrapondo-se às afirmações do Depu­tado Lins e Silva.

O Sr. Governador de Pernambuco e o Presidente da ARENA,Deputado Aderbal Jurema, tudo fazem pela vitória do nosso Par­tido no Estado. Para comprovar, basta ler o noticiário da imprensa.

Sr. Presidente, 81'S. Deputados, não sabemos precisamente qualo critério adotado pelos órgãos de planejamento do Governo paraa fixação da política de preços minimos em relação às safrasanuais.

Em princípio, entendemos que ele seja baseado nos custos ope­racionais - da aquisição de sementes à colheita - com o acrés­cimo de um percentual que estimule o produtor a prosseguir nasua atividade.

Entretanto, Sr. Presidente, a economia nordestina vem sofren­do constantes crises, ora agravadas pelos longos periodos de estia­gem, ora pelo estabelecimento de preços minimos, quase sempre,muito aquém daB reais necessidades, como ocorre presentementecom a produção de sisal do Vale do Pajeú, na fronteira de Per­nambuco com a Paraiba.

Ali, em função de uma distância de apenas três quilômetros,o quilo do sisal sofre uma diferença de 20 centavos, porque a tabelafixada para o setor em Pernambuco é inferior ao da Paraiba,embora a fibra do nosso lado seja igualou de superior qualidade.

Nas cidades de Santa Terezínha e Imaculada, na fronteira dosdois Estados, existem usinas de beneficiamento do sisal, porém apreços desiguais. Senão, vejamos:

SISAL BENEFICIADOExtra-Longo PE PBTipo S 4,61 4,81

1 3,93 4,132 3,49 3,693 3,26 3,46

LongoTipo S 4,61 4,81

1 3,93 4,132 3,49 3,69li 3,26 3,46

MédioTipo S -4,14 4,34

1 3,65 3,852 3.31 3,513 3,15 3,35

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Setelnbro de 1976 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) Sexta-feira 17 !1161

C!urtoT'ipo S 3,73 3,93

1 3,65 3,852 3~1 3~1

3 3,15 3,35

Do lado de Pernambuco, são Municípios produtores: São Josédo Egito, Itapetim, Brejinho e Santa Terezinha, enquanto que, dolado da Paraíba, Pocinhos, Teixeira, Livramento, Maturéia e Ima­culada, e a produção da região é praticamente uma só, com dife­r,ença apenas dos limites geográficos. Os portos naturais de cscoa­D1ento são Cabedelo, na Paraíba, e Recife.

Em se tratando de produção da mesma região, nenhuma razãoexiste para esse tratamento discriminatório.

Assim sendo, Sr. presidente, formulo desta tribuna um ve­emente apelo ao Sr. Ministro da Agricultura no sentido de mandara Comissão de Financiamento da Produção examinar detidamenteo assunto e eliminar, de uma vez por todas, essa desigualdade detratamento.

Afinal de contas, tudo está no Nordeste, onde a diferença deproblemas é apenas uma questão de dimensão.

l1: o registro que desejo fazer, em busca de solução para umproblema que já não se justifica, pela sua própria formulação.

Era o que tinha a dizer.O SR. PAULO STUDART (ARENA - OE. Sem revisão do ora­

dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ocupo hoje a tribuna coma finalidade de fazer constar dos Anais da Câmara dos Deputadosartigo intitulado "A Realimentação Inflacionária", de autoria doDl'. Rubens Vaz da Costa. l1: S. S." ex-Presidente da SUDENE, ex­Presidente do Banco do Nordeste, ex-Presidente do BNH e um doseeonomistas mais lúcidos deste Pais. Nesse artigo, aborda o Dl'.:Rubens da Costa todos os aspectos da política econômico-finan­ceira do Governo, ressaltando-lhe os acertos, mas também apondo­lhe os reparos que se fazem necessários.

Sr. Presidente, peço a V. Ex." que autorize a transcrição, naintegra, do referido artigo, publicado na Folha ,de São Paulo, de20 de agosto de 1976, que diz o seguinte:

"A REALIMENTAÇAO INFLACIONÁRiA

Itubens Vaz da Costa1. O recrudescimento das preseoÕes inflacionárias e oagravamento da situação do balanço de pagamentos pa­rece que estão forçando o Governo a rever sua estratégia.As autoridades vinham tentando conciliar o inconciliávela curto prazo, dadas as circunstâncias da nossa economia,ao quererem manter altas taxas de crescimento (o segundoPND tem como "indicador" a taxa média de crescimentodo PIB de 11% ao ano, no qüinqüênio), a redução da infla­ção, o equilíbrio no balanço de pagamentos, a melhoria nareQistribuição da renda social, a correção dos desequilíbriosregionais e a criação de infra-estrutura produtiva que nosassegure "independência" na produção de insumos básicose bens de capital.2. Recentes pronunciamentos indicam que em vez dequerer fazer tudo ao mesmo tempo, o Governo se decidiupor uma estratégia de escolher os objetivos prioritários amédio prazo. O Ministro da Fazenda disse que "até o finaldeste Governo, a politica econômica se caracterizará pelocombate à inflação e pela busca do equilíbrio no balanço depagamentos". Definiu a meta de "reduzir a inflaçã.o donivel de 40% para 20% até o final do mandato", sem pre­juízo de "uma taxa positiva de crescimento econômico",isto é, qualquer taxa superior a 3% ao ano, pois o ministrocertamente está falando de crescimento positivo da rendaper capita.

3. O pronunciamento do Ministro Velloso, afirmando queo governo Geisel já in,stituiu todos os programas e queagora é preciso acompanhar sua execução, corrobora a po­sição firmada por Simonsen, pois os grandes programaslançados antes são altamente inflacionários, dado II seulongo período de maturação. Absorvem recursos físicos,humanos e financeiros, mas 'durante muitos anos não con­tribuem para a oferta de bens c serviços. Dai por que éde se prever a desaceleração da execução desses progra­mas, como parte da política antiinflacíonária. O primeiro ater suas verbas orçamentárias podadas foi o programa si­derúrgico, pois os recursos da SIDERBRÁS sofreriam umcorte de 90% no próximo ano.4. A disposiçãO de conter o crescImento do orçamento de1977· em níveis bem 'inferiores ao da inflação previsivelmostra que o setor público reduzirá seus investimentos, jáque os gastos de custeio são praticamente incomprímíveise os de pessoal crescerão pelo menos na mesma proporçãoque a taxa de inflação, coerentemente com a politica sa-

lariaI do Governo. A redução dos investimentos públicosfederais implicará delicado exercicio de aplicação de cri­térios de prioridade, já que os diversos programas não ~êm

a mesma relevância. Assim, os investimentos na áreaenergética, seja petróleo, carvão, eletricidade ou nU,clear,não poderão ser çortados, pois o resultado seria um agra­vamento a médio prazo do balanço de pagamentos pelanecessidade de itnportar combustiveis.5. O problema mais grave é, talvez, a política salarial. OGoverno comprometeu-se com uma "fórmula" salarial al­tamente realimentadora da inflacão. Todos os meses sãodecretados os coeficientes referentes aos dissidios coletivos.As taxas são geralmente superiores a 40%, pelo que- asempresas projetam seus custos e o reajustamento dos pre­ços de maneira a passar para o consumidor o aumentoconcedido. Como o Governo tem compensado o desgastesofrido pelo salário nos doze meses anteriores e dado umaparticipação no aumento da produtividade, o efeito l'e'alí­mentador da inflação é crescente.6. É verdade que os reajustes decretados só são obriga­tórios até o equivalente a 30 salários mínimos, ficando oque exceder sujeito a negociação entre empregados e em­pregadores. Mas não são muitos os que ganham mais de 30salários minimos por mês neste Pais e geralmente o mer­cado de trabalho lhes é favorável, pelo que as empresastêm dificuldade em não lhes dar o aumento sobre o totaldos vencimentos.7, Os dados publicados pelo Banco Central mostram,aliás, que o aumento do "salário médio mensal por pessoaocupada" na indústria de transformacão vem crescendomuito mais do que a inflação. Tomado operiodo novembrode 1974 - novembro de 1975, para o qual a informaçãooficial está publicada, verivca-se que, para a indústria detransformação como um todo, o salário médjo mensal su­biu 42,8%. No mesmo período, o custo de vida no Rio- subiu30% e em São Paulo 29,3%. i~algumas categorias, comoa indústria quimica, o salário médio subiu mais de 5<0%.8. Outra maneira de aferir o crescimento dos salários éatravés da arrecadação do Fundo de Garantia do Tempode Serviço, Como se sabe, os empregadores depositam men­salmente um valor equivalente a 8% da folha de pf.ga­mento, em contas individuais dos seus empregados, O FGTSbeneficia todos os empregados sob o regime da Consolida­ção da.s Leis do Trabalho, razão por que a arrecadaçáo éindicador valioso da evolução da folha de pagamento dasempresas urbanas e do crescimento dos salários.9. Em 1975, a arrecadação do FGTS aumentou 52,2%.Admitindo-se o crescimento de 5% no emprego e uma in­flação de 30%, tem-se uma elevação real da massa salarialde 17%. Como o aumento da: produtividade foi muito bai­xo ou nulo em 1975 (a produção total - o PIB - cresceu4,2% e o emprego 5%), este avanço dos salários exerceuenorme pressão inflacionária, pois foi totalmente incorpo­rado aos custos da produção e aos preços. Aqui temos, tal­vez, uma pista para compreender a persistência e o agra­vamento das pressões inflacionárias, já que o orçaml::ntopúblíco está equilibrado, embora a expansão dos meios depagamento tenha também representado um elementode certa importância no quadro do aumento da inflação.Por outro lado, o balanço de pagamentos, com a v€·ndalíquida de divisas ao setor privado, atuou no sentido deretirar dinheiro de circulação, exercendo prellSão anWn­flacionária.10. Nos três primeiros meses deste ano a arrecadação doFGTS cresceu 50% em relação ao mesmo trimestre do anopassado, Tudo indica, pois, que a política salarial é oprincipal realimentador da inflacão. As medidas tomadaspelo Governo, todas na direção certa, precisam ser com­plementadas por uma análise em profundidade dos efllitosda política salarial, pois, talvez, seja ela o mais importantefoco de pressões inflacionárias."

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOSÉ MAURiCIO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o sistema previden­ciário brasileiro, embora assumindo proporções gigantescas no queconcerne ao recolhimento de dinheiro, de forma compulsória, dosassalariados e trabalhadores autônomos, ainda não conseguiu re­tribuir, em serviços, o montante incaleulável de sua arrecadaqão.

O INPS tem um orçamento, no item receita, maior que I) demuitos países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

Entretanto, os serviços que presta", apesar da grande propa­ganda que faz em torno da instituicão e do nome de seu Presiden­te, deixam muito em falta os seus contribuintes e beneficiários,principalmente os trabalhadores autônomos, os menos proteg[idospela legislação trabalhista e previdenciáría.

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9162 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1) Setembro de 1976

Obrigado a contribuir em dobro para o INPS, pagando porsi. como empregado, e ainda por si mesmo, na condição de em­pregador, o trabalhador autônomo sofre a condição estranha deser, ao mesmo tempo, empregado do empregador, que é ele mesmo,fórmula esdrúxula e sofisticada encontrada pela Previdência So­cial de locupletar-se em cima de uma categoria profissional sacri­ficada, visto não merecer os beneficios extensivos aos dem.aistrabalhadores, principalmente o gozo de férias sem prejuízo deseus rendimentos mensais.

Ora, se a Previdência Social não se acanha em recolher em. dobro desses contribuintes, lógico seria encontrar o INPS uma

fórmula de recompensar em dobro estes seus associados, no casoassegurando-lhes um salário-férias, calculado sobre a média dacontribuição mensal.

Esta idéia já foi esposada pelo ilustre Deputado Geraldo DiBiase, da Assembléia-Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,onde honra a bancada do Movimento Democrático Brasileiro.

S. Ex."', o Deputado Geraldo Di Biase, através de Indicaçãoregimental, oficiou ao Sr. Presidente da República solicitando"medidas no sentido de que os benefícios do INPS atinJam osassociados autônomos".

Estende o nosso ilustre companheiro que, "apesar das contri­buições a que estão sujeitos, não possuem esses abnegados tra­balhadores - os aut.ônomos - o sagrado direito a férias remune­radas, descanso útil e necessário, principalmente com a agitacãoe tumulto da vida moderna, pelo simples fato de não possuiremvínculo empregatício, com qualquer empresa".

Ora, Sr. Presidente, se os trabalhadores autônomos não têmou possuem empregador, obrigá-los a contribuir em dobro é agirde forma violenta, violentadora e mesmo desonesta para comestes brasileiros, quando se não lhes dá uma contrapartida embeneficio, no caso, o por nós pleiteado seriam as férias remune­radas, a cada período de doze cont.ribuições em dobro.

Neste sentido estamos nos dirigindo ao Presidente da Re­pública e ao Ministro da Previdência e Assistência Social, paraque reponham no devido lugar esta situação irregular, inexpli­cável e ininteligível a que estão obrigados os trabalhadores autô­nomos, quando são compelidos a pagarem em dobro suas contri­buicões ao INPS, principalmente em face da anunciada disposiçãodo Governo de solucionar todos os problemas sociais existentes noPaís. E não se pode negar que obrigar um trabalhador a gas­tar-se no seu trabalho, sem o direito de gozar férias. seja umgrave e injustificável problema social, de natureza discriminatória.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ADHEMAR GIHSI (ARENA - SC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, por sua inegável im­portância para a vida econômica de nosso País. desejaria ocupar­me da Portaria nO 497, ontem baixada pelo Ministério da Previ­dência e Assistência Social.

Mais uma vez o Governo Federal - e agora por intermédiodo Ministro Nascimento e Silva - comprova sua grande preocupa­ção com o setor primário de nossa economia, concedendo prazopara o recolhimento, sem cobrança de multa moratória, dascontribuições devidas diretamente pelos produtores rurais aoFUNRURAL.

Constituí-se essa medída em mais uma daquelas que desafo­gam o contribuinte do FUNRURAL e serve para ordenar a vidafinanceira daqueles por ela contemplados.

Dado o seu alto alcance, leio-a para conhecimento d~ Casa:"PORTARIA N.o 497, DE 15 DE SETEMBRO DE 1976Concede prazo para o recolhimento, sem cobrança damulta moratória, das cont,ribuições devidas diretamentepelos produtores rurais ao FUNRURAL.

O Milllstro de Estado da Previdência e Assistência Social,no uso de suas atribuições, e,

considerando que a ocorrência de sérias e generalizadasdificuldades financeiras provocadas por eventos a que nãoderam causa tem comprometido a capacidade de os pro­dutores rurais efetuarem o recolhimento das contribuicõespor eles devidas ao FUNRURAL quando comercializam novarejo ou industriaiizam os scus produtos,resolve:

1 - Fica o FUNRURAL autorizado a conceder o parcela­mento de débitos de produtores rurais relativos às con­t.ribuições de responsabilidade direta dos mesmos. nos ter­mos da. Portaria MPAS n.O 252/75, sem a eubrança damulta moratória a que se refere o art. 61 do Regulamentodo PRORURAL, desde que confessados até o dia 31 dedezembrn de 197(;'

2 - O procedimento admitido no item anterior poderá seradotado nos casos de cobranças administrativas e judi­ciais em curso, por solicitação dos devedores.3 - Esta. Portaria entrará em vigor na data de suapublicação.4 - Revogam-se as disposições em contrário.L. G. do Nascimcnto e Silva, Ministro da Previdência eAssistência Social."

Sr. Presidente, quando a ilustre Oposição, como há poucoaconteceu, ocupa esta tribuna para acusar o Governo de inefi­ciência, de desatenção, de despreocupação para com as coisas quedizem respeito à vida dos ruricolas, à vida dos nossos sindicatos,de uma maneira geral, vem o Governo, de forma objetiva, clarae concreta, em socorro dos produtores rurais deste País que sedefrontam com problemas financeiros provocados por condiçõesclimáticas adversas, com essa providência consubstanciada naPortaria acima.

Queremos, desta tribuna, levar ao IvI111istro Nascimento e Sílvaas nossas congratulações, os nossos aplausos por mais essa medidaque vem ao encontro dos verdadeiros reclamos da gente maísordeira e produtiva que habita a nossa vasta hinterlândia.

O SR. HENRIQUE BRITO (ARENA - BA. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs, Deputados, desejo registrar oinfausto desaparecimento, ocorrido no último dia 14 do corrente,do nosso correligionário Paulo Portela, ex-Prefeito, Presidente doDiretório Municipal da ARENA e candidato a Prefeito do prósperoMunicípio de Buerarema no Sul, do Estado da Bahia.

Estimaria, Sr. Presidente,' fossem transmitidas as nossas con­dolências à família enlutada, à Câmara dos Vereadores, ao Con­selho Consultivo de Cacau e aos Diretórios da ARENA da Bahia ede Buerarema do Sul.

O SR. I,UIZ HENRIQUE (MDB - SC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Congresso Nacionalrecebeu anteprojeto de lei, originário do Poder Executivo, amplian­do. de 35 para 50 anos, o limite máximo de idade para ingresso noserviço público.

Trata-se de iniciativa louvável do Governo, que abre as portasdo exercício de função pública a homens e mulheres até hoje mar­ginalizados pelo estigma da idade. Levanta-se com o projeto umareetrição injustificada que se contém na legislação atual. E, por isso,é lamentável que-como noticia O Estado de S. PaulO - somentemediante esforço é que a Liderança da ARENA tenha conseguidoquorum para aprovação da propositura governamental, ao fim datarde de ontcm. na COmissão Técnica Mista, criada especifíca­mente parI!" examiná-la.

Sensivel a reiteradas solicitacões do Oposição, o Governo fe­deral atende à justa aspiração de uma parcela significativa dapopulação, justamente na qual se concentram pessoas de maiorexperiência. e que pode oferecer à administração do Estado inegá­vel potencial de conhecimentos.

Se, de um lado, aplaudimos o Governo por atender aos apelosda Oposição quanto ao aproveitamento. nos quadros da administra­ção estatal e paraestatal, de pessoas com mais de trinta e cincoanos, ele outro lamentamos que a medida não tenha sido estendidaao setor privado.

Há muito se reclama uma lei que estabeleça, coativamente,UIll número mínimo de empregados com mais de trinta e cincoanos nas empresas privadas, pois é sabido que a prevalência deoferta de mão-ele-obra sobre empregos. no Brasil, tem feito comque, em muitos centros industriais, pessoas com idade superiortenham sido sistematicamente impedidas de obter emprego.

Num país como o nosso. de maHhusiano aumento demogrófico,concentrando maiores contingentes de pessoas nos níveis de idademais jovens, é de plena injustiça social a discriminação dos maisVE'lhos, mas ainda com pleno vigor fisico e intelectual.

A questão do trabalhador maior de trinta e cinco anos já foiexaustivamente debatida, tanto no Parlamento, como na imprensabrasileira, chegando-se a uma conclusão unânime de que é pre­cisfr criar um instrumento legal que impeça sua marginalização noprocesso produtivo.

Todavia, nenhuma medida proposta se concretizou até hoje.É necessário que o Governo federal estude, na área do Ministériodo Trabalho, o problema com profundidade e proponha ao Legis­lativo a solucão que beneficiará milhares de pessoas hoje semoportunidades,

O Governo já deu um passo em reconhecer, quanto a seusquadros. que a restrição atual deve ser removida, a fim de quepossam vir a ser funcionários homens e mulheres maiores detrinta c cinco anos de idade.

Mas isso não basta. É preeíso que esse direito ao empregoseja assegurado, tamb,ém, nas empresas privadas, É medirla dejustiça social que a realidade brasileira já há muito reclama.

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Setembro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 1".1 9161

o SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO. Pronuncia o se­A"uinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a democraciarepresentativa é, por excelência, o regime que abre a todas asclasses oportunidade à atividade' política. Neste particular, o Con­gresso Nacional, p~las suas duas Casas, tem sido, na verdade, umespelho dessa participação, }Jois aqui encontramos egressos detod<Js 08 estamentos sociaiB, inclusive o Padre Nóbre, que tão bemrepresenta a Igreja Católica, além de ministros de quase todasas confissões protestantes.

Temos militares, advogados, economistas, cientistas sociais,,Juristas, agrônomos, veterinários, industriais, banqueiros, agricul­tores, comerciantes, industriais, médicos, dentistas, comerclários,'todos colaborando na valorização do Poder Legislativo.

For isso mesmo lamentamos, por parecer estranhável, que al­:guns bispos ameacem padres católicos, por pretenderem disputaro próximo pleito municipal. Ora, em toda a nossa história política,desde a Colônia, os sacerdotes católicos não têm sido infensos alessa direta participação na vida civica. Os nomes de Frei Oaneca,do Padre Miguelinho e outros membros do clero regular e secular,estão ligados à luta pela independência; e, no Império, o PadreDiogo Feijó foi Regente, como, no Segundo Reinado, D. Vital, Bispode Pernambuco, não deixou de ser político, enfrentando al3 irasde D. Pedro Ir, embora sem mandato representativo.

Se a Igreja Católica nunca pretendeu omitir-se à participaçãolPolítica, aconselhando-a aos seus fiéis e fazendo-se. presente aosdebates, no púlpito e na imprensa, é bem melhor que confie al!l.lguns de seus sacerdotes a participação direta nos enc:argos doLegislativo e do Executivo, onde fará presente sua pregação, oseu exemplo, sua doutrina, em suma, um testemunho realmentemilitante.

Informa a imprensa que o magistério eclesiástico no CearáImspenderá de suas atividades sacerdotais o padre que se can­didatar a prefeit<J; noticia-se que a proibição tende a estender-se,]Jela voz dos bispos, a todo o Nordeste; também o Arcebispo deDiamantina, em Minas Gerais, advoga tal proibição e D. Sigaud,autor de célebre pastoral anticomunista e ativo participante daluta peia reforma agrária, declara: "OS 71 padres que se localizamIlm minha área de decisão não se candidatarão, Alé.m disso, nãomanifestaram qualquer interesse político, porque já conhecem mi­nha posição".

Qual a explicação para semelhante escusa?Diz um jornalista de São Paulo, ex-seminarista, que o padre

não se pode dividir entre a atividade polítiea e a missão sacerdotal.l~ o mesmo argumento que sempre se utilizou para defender ofielibato de padres e freiras: não se podem dividir entre Deus e afamília Parece-nos, porém, que não se trata de divisão, mas decomplementação. Casam os ministros protestantes e não abando­nam sua tarefa religiosa. Padres e Ministros, nesta Casa, por exer­cerem ativa participação política, não se divorciaram do seu Mi­nistério eclesiástico.

Lembre-se a Igreja Católica de 'que, não fora a atuação deMonsenhor Arruda Oâmara, durante quase trinta anos, nesta Casa,

.0 divórcio possivelmente já tivesse sido instllurado no País. Suapregação antidivorcista continuou sendo comandada, no Parlll­mento, pelo Padre Nobre, mineiro como D. Sigaud, o bispo abs­tenciotlista.

Os católicos precisam, aqui, no Senado, nas Assembléias-Le­gIslativas, nas Prefeituras, nas Câmaras Municipais, de bons co­nhecedores e intérpretes da doutrina social. da Igreja. Ninguémmelhor para isso do que os padres, que, por participarem da polí­tica, não terão, necessariamente, que abandonar sua missão sa­c,erdotal.

Lutero, dedicando-se exclusivamélte à pregação religiosa, divi­diu a Europa; mas Erasmo de Roterdam, o grande apóstolo dollUmanismo, por ser, essencialmente, um político, na arte da tole­rància e da convivência pacífica é, hoje, muíto mais lembradopela Europa, em sua ânsia de unificação.

Assim, o padre político pode prestar mais serviços à sua Igrej ae à sua Pátria do que aquele que se dedica, exclusivamente, aoministério eclesiástico. Como Frei Caneca e o Padre Arruda Câ­mara, que deixaram tão nobres exemplos à história, mais lembra-.dos, hoje, do que centenas de párocos, seus conterrâneos.

O Brasil não pode dispensar, na politíca, a presença dos sa­cerdotes católicos, em nome da prática real do sistema represen­tatiVO no País. Perdoem-me os bispos: mas nossa livre opiniãocontrastando, eventualmente, não nos faz livres pensadores, mas,antes, defensores da proveitosa participação do clero na vidapolítica brasileira. '

O SR. CARLOS WILSON (ARENA - PE. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, S1's. Deputados, por ocasião das en- .chentes de 1975, no Recife, o Governo Federal não se limitou aalcudir às pessoas físicas vitimadas por aquela calamidade pública,Também determinou assistência especial às pessoas jurídicas, igual-

mente prejudicadas, não apenas pela ação direta dos elementossobre estoques, máquinas e equipamentos, mas também pela reces­são, de semanas e até meses, em seus negócios.

Em decorrência do interesse presidencial, o Ministro da Fazendapropiciou meios financeiros aos estabelecimentos bancários insta­lados em Pernambuco, a fim de que fizessem empréstimos a essaspessoas juridicas, para serem pagos em trinta meses, com dozemeses de carência. Ora, o pra7,o carencial desses empréstimo:> co­meça a vencer em fevereiro e março do próximo ano.

Mas o próprio Presidente Geisel, em recente visita ao Elltadode Pernambuco, num discurso proferido na Cidade do Recife, .reco­nheceu que somente a partir de 1978 os recifenses estarão prote­gidos dos efeitos das cheias, graças a obras que vêm sendo reali­zadas nos afluentes dos dois rios que banham a Oapital pernam­bucana, especialmente à barragem de Carpina.

Isto significa que, se aquela ocorrência se repetir em 1977,isto é, se houver enchentes no período das chuvas, o Recife poderávoltar a sofrer seus resultados danosos, por não estarem concluídosos trabalhos de prevenção aos efeitos desse fenõmeno aleatório.

Diante dísso, as pessoas jurídícas, que receberam aquela efi­ciente ajuda financeira do Governo Federal, encaminham, pormeu intermédio, um apelo ao Presidente da República, no sentidode ser prorrogado por mais doze meses o prazo de carência. doscitados empréstimos.

Não se trata, evidentemente, de uma moratória, de uma dis­pensa de débitos, nem sequer dos juros a serem pagos durante aliquidação de empréstimo. Trata-se, pura e simplesmente, de pror­rogar o início do pagamento, para fevereiro e março de 1978, con­cluindo-se a liquidação das prestações em 1980.

Deve-se relembrar que o empréstimo. para pagamento emdezoito prestações, destinava-se à recuperação de prejuizos sofri­dos, mediante o exercicio de atividades econômicas. Oerca de cincomil firmas recorreram a essa ajuda do Governo Federal. Os recur­sos foram fornecidos pelo Ministério da Fazenda e, assim, a pror­rogação, por mais um ano, do prazo de início do pagamentD dedébito, ou seja, da carência inicial de doze meses não prejudicaráos estabelecimentos bancários que intermediaram o auxilio finan­ceiro da União.

Estamos certos, Srs. Deputados, de que as autoridades financei­ras federais levarão ao Chefe da Nação os nossos argumentos,acrescidos de outros ainda maís convincentes, a fim de que S. Ex."autorize a prorrogação pretendida do prazo de carência, até queo Recife se veja realmente protegido na eventualidade de novasenchentes, o que só se verificará a partir de 1978, conforme afir­mação do próprio Presidente da República.

O SR. FRANCISCO ROCHA (MDB - RN. Pronuncia o seguintediscurso.! - Sr. Presidente, o Aeroporto Augusto Severo, erguidoem Natlll, ganhou titulos que não merece. É considerado, no pre­sente, o menos aparelhado, o pior, o mais abandonado, o últimodos aeroportos do Brasil!

Localizado na Base Aérea de Parnamirim, em área do Muni­cipio que para honra e glória de todos os norte-rio-grandenses sechama hoje Eduardo Gomes, apesar disso encontra-se em estadolastimável, não correspondendo, nem de longe - operacional­mente falando - às suas tradições.

Ocorre, Sr. Presidente, que esse aeroporto, construido durantea última Grande Guerra por norte-americanos, em atenção aimperativos militares, viu-se dot'ado do que de maís avanç:adoexistia à época em padrões aeronáuticos.

Com treinamento intensivo, a Base preparava nossos avia­dores para tripular as fortalezas voadoras que dali partiam paracombater e vencer as forças do Eixo.

Terminada a guerra, foi transformado em aeroporto civi'l, e,como se esperava viesse a continuar sendo assistido pelas autori­dades aeronáuticas brasileiras, e atualizado instrumentalmentesempre que preciso, batizaram-no com o nome de Aeroporto Au­gusto Severo, em homenagem ao renomado rio-grandense-do-nor­te, inventor do balão.

Se nosso coestaduano hoje descesse do céu naquele aeroporto,Sr. Presidente. iria exigir que se retirasse dele seu nome taloestado precário a que está relegado.

Teatro que foi da preparação de tantos Cadetes do Ar, quevieram a se tornar heróis; testemunha que foi da efetiva e deci­siva participação das forças bélicas brasileiras na derrota estron­dosa imposta ao nazi-fascismo; e pelos relevantes serviços neleprestados à salvaguarda da democracia mundial, era de se con­siderar, Sr. Presidente, a possibilidade de ser transformado o Aero­porto Augusto Severo em Museu, onde deveriam ficar ao resguardodo tempo os 'documentos referentes aos feitos de então, ao ladodo material bélico utilizado, e com referências minudentes a res­peíto das autoridades nacionais e estrangeiras projetadas no es­forço pelo triunfo do regime democrático.

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tlM Sexta-feira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ãG I) setembro de 197&

Junto ao Museu, construiria o DAC - Departamento de Aero­náutica Civil - um moderno e avançado aeroporto, em condiçõestécnicas de receber as maiores aeronaves do mundo.

Natal merece essa honraria, Sr. Presidente.O Rio Grande do Norte saberá retribuir ao Governo Federal

obra desse vulto.A última vez que desembarquei naquele aeroporto, confiden­

ciou-me um popular ter ouvido de uma autoridade aeronáuticaestrangeira que, se o "Jumbo" ali pousasse, poderia desintegrarsuas precárias dependências.

A impressão que se tem do aeroporto de Natal, Sr. Presidente,é de que um vento tempestuoso poderá, a qualquer tempo, levarpelos ares suas edificações em ruinas.

Diante disso, encarecemos a preciosa atenção do Ministro Joel­mil.' Campos de Araripe Macedo para o fato. E se porventuraS. Ex." não dispuser, no momento, de meios para' atender àsnossas sugestões, pelo menos adote providências urgentes paraque o Aeroporto Augusto Severo seja dotado dos equipamentosmínimos imprescindíveis ao acolhimento condigno de quantos aliembarcam ou desembarcam.

Era, Sr. Presidente, o que tínhamos a dizer.O SR. DARCtLIO AYRES (ARENA - lU. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venho à tribuna for­mular apelo ao Ex.mo Sr. Governador do meu Estado, AlmiranteFaria Lima, para que, dentre as medidas acertadas que vemtomando o seu {3(lverIlo no setor da Segurança, inclua, com amáxima prioridade, o restabelecimento de uma Subdelegaeía noSubdistrito de Comendador Soares, Municipio de Nova Iguaçu.

Pode parecer 'aos meus eminentes colegas que o assunto quetrago ao conhecimento da Casa seja de relevância discutida. Masnão, Sr. Presidente. Comendador Soares é um dos mais populososSubdistritos do 1.0 Distrito do Município de Nova Iguaçu, comuma população aproximada dc 100.000 habitantes, um comércio1'lorescente e uma indústria de pequeno porte que lhe garantelugar de destaque naquele Municípío.

Temos recebido reiteradas solicitações dos comerciantes, dosmoradores e muito especialmente dos políticos que ali residem,no sentido de conseguir, já agora com a máxima urgência, sejacriada uma dependência policial para Comendador Soares. Façodaqui um apelo ao (3(lvernador Faria Lima para que determineestudos urgentes a esse respeito. Sei que S. Ex.e. tem dado a má­xima atenção ao setor da segurança do nosso Estado, mas talvezos seus auxiliares não tenham ainda atentado para a gravidadedo problema em Comendador Soares, que, apesar da sua grandedensidade demográfica, não tem nenhuma dependência policialque garanta tranqúilidade ao seu povo.

Tenho certeza, Sr. Presidente, de que !l providência que recla­mamos, em nome de uma população ordeira, hoje desprotegida,à mercê de marginaís, será atendida pelo Governo do nosso Es­tado, que em outros setores vem dando a Nova Iguaçu a atençãodevida, com ajUda financeira. pavimentação de estradas e obrasde infra-estrutura reclamadas há décadas e que só agora real­mente estão-se concretizando.

Era o apelo que desejava fazer.

O SR. PEIXOTO FILHO CMDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, de há muito venhochamando a atenção do Presidente da República diante do in­conformismo generalizado sobre as regalias gozadas pelo Governoquando inadimplente nos' contratos com terceiros, mesmo nallsuas obrigações legais.

Não se compreende que os débitos em atraso de órgãos gover­namentais não sejam pagos obrigatoriamente com correção mo­netária, quando essa correção é exigida nos pagamentos atrasadosdo setor privado para os órgãos do Executivo.

É bom lembrar que, na prática, quando o Governo contrataserviços de terceiros, pode atrasar indefinidamente os pagamentos,sem qualquer conseqüência para o órgão inadimplente. A empresaprivada, furtada em seu direito de receber pelos serviços prestados,não resta sequer o direito de reclamar. já que as "prerrogativasextraordinárias" do serviço .público são inatingíveis 'pelos recursosnormais da Justiça.

Mesmo que o fossem, acíonar uma entidade pública deflagrariauma série de represálias, que impediriam a empresa prejudicadade continuar a operar.

No setor da iniciativa privada. todos devem cumprir pontual­mente suas obrigações junto ao Estado, sujeitas tais obrigações,em muitos casos, à correção monetária, mesmo se o atraso é deum dia. A empresa privada que deixar de pagar em dia seus com­promissos, poderá ter titulos apontados e até ser levada à falência.

A primeira razão em defesa desta causa é a da justiça. Nemé preciso explicar. Mas há outras, de considerável importâncía. E

não sabeJn()s bem se os maiores beneficiados com a correção seriamas empresas privadas ou os próprios organismos governamentais.

Se o DNER, por e-xemplo, estiver obrigado à correção mone­tária por atrasos de pagamento, ele terá empenho em pagar emdía, e, portanto, em somente contratar obras que possam serenquadradas em seus orçamentos. Pois seria uma confissão públicade incompetência confessar, através da contabilidade, o pagamentode elevadas quantias anuais a título de correção pelos atrasos depagamento.

Isso quer dizer que o DNER, e os demais, teriam de se enqua­drar em um sistema de atuação planejada e de contratação deobras ou fornecimentos subordinados a certas prioridades. Como,obviamente, já deveriam estar atuando,

Se os pagamentos saem automaticamente, conforme os cro­nogramas, não há necessidade de nenhuma atuação de corredoresou de gabinetes para as empresas disputarem suas precedênciasnos pagamentos. Uma fonte de corrupção potencial estará eli­minada.

Os efeitos benéficos da medida se transbordam por toda aeconomia, pois são conhecidos os movimentos de insolvência emcadeia provocados originariamente pelo atraso de pagamento deempreiteiros e fornecedores.

Finalmente, seria este o caminho para que os preços fossemfixados com critérios justos. Pois é natural que os empreiteirosatualmente procurem embutir nos seus preços certa parcela de"correção monetária", prevenindo-se para a sistemática demoranos pagamentos devidos.

Quem poderia colocar-se contra essa moralizadora medida?Cert.amente, os empresários que gozam do privilégio de procedên­cia nos pagamentos. E não são poucos ... !

De qualquer forma, sendo princípio de direito que a lei deveser aplicada a todos igualmente, é inconcebivel que os órgãospúblicos possam atrasar a liquidação dos seus débitos, às vezesum ano ou mais. E ficam impunes.

Por isso, como elementar medida de justiça, impõe-se sejaestabelecida a obrigatoriedade de pagamento da correção mone­tária dos débitos em atraso dos organismos governamentais.

Este o apelo que formulo ao Presidente Ernesto Geisel, con­fiante no seu alto espírito público.

O SR. GERALDO GUEDES (ARENA - PE. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, mesmo que não sejapor ,iustiça, mas por piedade, faço um apelo no sentido de que oINPS procure atender a grande massa de ex-associados do Ins­tituto dos Bancários, no caso das suas aposentadorias.

A lei manda que lhes seja dado o aumento percentual, masO.s cálculos para essas majorações têm variado sempre, de modoque representam tremenda injustiça praticada contra esses pobreshomens que tanto serviram à Nação no setor do crédito.

Há um trabalho que bem representa a justa descrença dessespobres irmãos nossos que, pelo Brasil afora, andam a procuraro reconhecimento do direito que' não foi concedido por favor, masporque a lei o reconhece. Denomina-se "Contagem Desumana",publicado pela ABAPE, que peço a V. Ex." faça parte integrantedeste modesto discurso. Ei-Io:

"CONTAGEM DESUMANAsempre se falou em contagem progressiva. Com as subidasdos foguetes à Lua, divulgou-se a regressiva. Na aplicaçãodos aumentos das Aposentadorias e Pensões do INPS,aplica-se a desumana. Atentem que não existe nenhumainobservância à Lei, no caso a de n.O 15, de julho de 1966.Dura lex, sed lex (a lei é dura, mas ê a Lei).A lei é dura., mas é a lei, porém nada há que impeçacomentar a sua absurdidade, o quanto prejudica aos apo­sentados e às pensionistas. Num exemplo condensado den,.tro deste espaço limitado: em agosto de 1969, aposentava~

se um bancário com 100% - Cr$ 1.167,00. O maiorsalário mínimo do País era Cr$ 129,00; dez 1.296,00.Hoje, percebe esse aposentado 3.688,00: dez vezes o maiorsalário mínimo atinge 5.328,00 (isto até antes da decre­tação do novo mínimo de 1.0 de maio próximo passado).Ora, patente fica o poder aquisitivo decrescente desse apo­sentado; assim também acontece a todos os outros, preju­dicados e irremediavelmente achatados, ainda mesmo ago­ra quando a ordem governamental é suspender o tampãoesmagador dos salários. Cabe, pois. aqui, fazer ver o anseiodas Associações de Aposentados que pleiteíam a equiva­lência da aposentadoria-ao número de salário mínimo doinício do beneficio.Sobre o aumento que o novo salário mínimo acabou desofrer de 44,51%. já anuncia o Secretário de Servicos So­ciais do INPS: para as aposentadorias c pensões, o índicemaior a alcançarem é de 42%. outrossim, afirma que não

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Sexta-feira 1'7 9165DIJiRIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I)s~tembl'O de 1976

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há razão de reclamarem, porquanto os cálculos são feitospelos índices afixados de ordem da Coordenação de Ser­viços Atuariais. A contagem desumana está amparada nes­sa escora, mas demonstra grande falta de justiça e sensosocial."

Era o que tinha a dizer., O SR. FltANCISCO URAltDONI (MDR - SC. rronuncia o

seguinte discurso.) - 8r. Presidente, Srs. Dep.liltados, promoveu­se, no Brasil, há quase dez anos, uma reforma tributária, com ointuito de dinamizar a arrecadação dos impostos, reparti-Io.s con­v'enientemente entre as três esferas administrativas e, sobretudo,r!l.eionalízar as incidências, sob o signo da simplificação fiscal.

Mas o que vem acontecendo com o ISRT, ou seja, o Impostosobre Serviços de Transportes Rodoviários de Passageiros e Car­gas denominado, oficialmente, Imposto sobre Transportes Rodo­viários Intermunicipal e Interestadual de Passageiro.s e Cargas,é um prático desmentido das melhores intenções da reforma tri­butária. Sob a sigla ISRT, está instalada uma. verdadeira anar­quia fi.scal.

Recentemente, a Federação das Associações Comerciais e In­dustriais de Santa Catarina encaminhou memorial às autoridadesfl~derais, no sentido de que seja modificado o Decreto n.O 1.348,que alterou a incidência daquele tributo, sabendo-se que essa rei­vi~dicação se encontra em estudos no Mini.stério da Fazenda.

Depois de entregar, pessoalmente, o memorial ao MinistroMário Henrique Simonsen, o Presidente da FACISC, Osvaldo Mo­r:ltz, declarou à imprensa:

"O dinheiro e tempo gastos no recolhimento desse tributo\ tornam mais dispendioso arrecadá-lo do que o que se ob­tém com o resultado da incidência. pagam-no até as em­presas que possuem frota própria para transporte de carga.Ora, trata-se de uma vantagem oferecida pelas empresascomerciais e industriais, facilitando o entendimento comos clientes. Não está havendo, portanto, prestação de ser­viço, que justififlue a incidência.Além dessas anomalias, outras se verificam. Por exemplo,se um pequeno comerciante adquire mercadorias para re­venda em outros Estados ou Municípios, transportando-asem seu automóvel particular, para economizar o frete, éobrigado ao recolhimento do 18TR.Se uma empresa possui filiais em diversos Municípios eadota o sistema de compras centralizado na matriz, rea­bastecendo aquelas através de transferências de merca­dorias, ficará prejudicada, em qualquer hipótese:a) verificando-se as transferências entre Município.s ad­jacentes, eml:>ora isenta do 18TR, a empresa é obrigada apreencher o manifesto rodoviário de carga própria, emcada operação, com sérios transtornos burocráticos, a exi­gir o trabalho de um funcionário exclusivo;b) se não se tratar de Municípios limítrofes, estará tam­bém sujeita àquela burocracia e ao recolhimento do 18TEsobre o valor do frete.Vejamos a hipótese da empresa que possui veículos paratransporte de suas mercadorias, condenada a enfrentarum dos seguintes problemas:

1.°) vendendo a mercadoria para outro Estado, autorizadoo motorista a contratar fretes, terá que preencher o Co­nhecimento de Transporte Rodoviário de Carga, se fizerfrete para terceiros e, ainda, o Manifesto Rodoviário deCarga Própria, para a mercadoria da própria' empresa.Ora, o motorista nem sempre tem formacão escolar sufi­ciente para calcular o valor do frete e 0- valor do 18TR,complicando, assim, a contabilidade da empresa.2.°) Cada veiculo será acompanhado de um bloco de cadatipo de transporte, enquanto a maioria dos motoristas nãotem condições para mantê-lo em bom estado de conser­vacão, dada a natureza do seu próprio serviço.3.°) Se a empresa COmercial adquire produtos ruraiscereais, suínos, bovinos, etc. - de outros Município.s, re­colhendo diretamente, através de seus próprios moto­ristas, estes não têm condiçóes para preencher correta­mente o manifesto de carga própria para esse transporte,onerando-se a firma com a contl'atacão de um funcioná­rio para executar essa tarefa decorrente da burocraciatributária."

Tudo isso nos leva à conclusão de que a atual sistemática dó18TR cria uma série de pr{)blemas para o contribuinte, aumentaos custos operacionais das empresas, contribuindo, assim, paraagravar o custo da vida, enquanto diminui sua própria rent:~bi­

lidlade.Ora, se o Governo pretcnde melhorar a arrecadação desse"

tributo, por que não incorpora a renda previsível de semelha,nte

incidência ao preço do oombustível? Seria muito mais fácil:: deum lado, o pretendido proveito tributário; do outro, a liberação,por parte do contribuinte, de uma burocracia onerosa, sem falarda sonegação involuntária, prejudicial tanto ao erário COmo aquem deve o imposto.

Esperamos que o Ministério da Fazenda atenda a estas pon­derações e àquelas aprCllentadas pela FACISC, modificando a si.s­temática da arrecadação do 18TR, para liberá-la da custosa bu­rocracia que a caracteriza, prejudicial ao erário e aos contri­buintes.

O SR. HOMERQ SANTOS (ARENA - MG. Pronuncia o se­guintl? discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deput.ados, desejo regis­trar 1:IOS Anais um voto de aplausos às populações de Ituiut.abae de Monte Alegre de Minas pela passagem de mais um aniversá­rio da emancipação política desses Municípios, cujo desenvolvi­mento tem sido extraordinário no Estado de Minas Gerais.

Aquele povo bom, trabalhador, solidário tem contribuído parasolução dos mais graves problemas do País, cultivando de ma­neira adequada suas terras, as melhores do Pais.

O SR. NOSSER ALMEIDA (ARENA - AO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenho com­preendido que as nossas autoridades responsáveis pela censurano Pais preocupam-se em elevar, tanto quanto possível, a cate­goria dos filmes ou dos programas ao vivo transmitidos pela tele­visão.

Várias têm sido as sanções aplicadas contra os faltoso,;. Éfácil, todavia, deduzir que ainda há filmes de terror, de ori!~em

eBtrangeira, que vêm criando no espirito da juventude estado dereações violentas, gerando danos de profundidade psicológica naíndole da nova geração.

O povo brasileiro é pacífico por índole, sem apresentar qual­quer conotação de simpatia pelo trágico ou pela alucinação.

E vêem-se filmes desta ordem rodando nas estacões transmis­soras de televi.são e nos cinemas, situando-se o pi'oblema comoantieducacional.

Também nas estações de televisão e nos teatros são exibidaspeças de comédia altamente afrontosas à moral e aos bons cos­tumes, com maléfica influência sobre a fOl:mação dos jovens.

É fácil perceber o esforço demonstrado pelos setores compe­tentes no sentido de que os nobres princípios enunciados pela Re­volução scjam rigorosamente preservados, de modo a que seja, noBrasil, resguardada a integridade moral da família.

Ao tecer estas considerações, julgo oportuno acrescer subsí­dios que possam colaborar com o processo de restauração de éticano Brasil, e em grau de velocidade exigível pelos padrões humanosda honra do Pais. Assim, estou certo de que as esferas lígadasao problema em foco devem exercer fiscalízação mais rigorosa,objetivando a observância perfeita da lei.

Esta é a contribuição que trago às altas intenções das auto­ridades revolucionárias.

O SR. CÉLIO MARQUES FEltNANDES (AltENA - ItS. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, jánão se trata agora de um prognóstico, de um dado solto no ar,procurando sedimentar o otimismo no coração e na esperança detodos os brasileiros. É um fato consumado. O Brasil exportou, du­rante o mês de julho, mercadorias no valor de 1 bilhão de dólares.

Esse o maior índice alcancado em toda a história do nossocomércio exportador, ultrapassando o maior pique anterior, quepertencia ao mês de dezembro de 1974, quando fechamos US$ 9(il,2milhões, com o preço médio do dólar por tonelada exportada,tomando-se por base todo o ano, de US$ 101,34.

No primeiro semestre de 1976, segundo regist.ros do BancoCentral do Brasil, tinhamos exportado US$ 1,855,793.00. E note··se,o preço médio do dólar não ultrapassou a casa dos US$ 92,62.

Havia a expectativa, mas a certeza só se materializou recente­mente quando a CACEX iniciou o processamento final das ope­rações dú mês de junho.

U8$ 1,000,000,000.00 representam uma importância que me­rece reflexões bem mais profundas do que simpies manifestaçõcsde euforia, tendo em vista a expressão que o Brasil representa,nas trocas int.ernacionais, constituindo-se em cliente respeitávelnas frentes comerciáis de todo o mundo.

Não temos em mãos os dados relativos a abril e maio. Poróm,pelo desempenho de nossa pauta de junho, pode-se inferir, tran­qüilamente, que já na metade do ano houve um nível de eXl.J<Jr­tações superiQr a mais de 50% das n{)ssas necessidades, conside­rando a meta de US$ 10 bilhões, dentro de um único exercício.

08 eternos pessimistas, doutores na estratégia do negativLsmo,poderão alegar que as cotações do café, da soja c do cacau al­cançaram valores exccpcionais, esquecidos no entanto que não équalquer País que planta e colhe mais de onze milhões dc tonc-

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.166 Sexta-feira 1"1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19"16

ladM de soja, nem dispõe de 775 mil toneladas de café para ex­portação.

Imagine-se que em 1975 exportamos. nada mais nada menos,que 71,721 bilhôes de toneladas de minério de ferro, num totalde 908,9 milhôes de dólares, utilizando um corredor de minériosdos mais sofisticados e inteiramente operado por brasileiros, atra­vés da Companhia Vale do Rio Doce. E se esse volume for con­firmado em 1976. com os prl'ços da tonl'lada cotados a US:!!; 14.07- em 1975 era US$ 12.67 - poderemos alcan,ur uma outranotável marca. ou seja. mais de um bilhão de dólares, faturadosem minério de ferro. em apenas um ano.

Há que se voltar um amplo gesto de reverência para o IIPlano Nacional de Desenvolvimento Econômico, estruturado peloGoverno do PreSIdente Geisel e obstinadamente gerenciado peloMinistro João Paulo dos Reis Velloso. recebendo cuidados diu­turnos do prórJrio Chefe da Nação. S. Ex.a faz questão de pres­tigiar em toda frente as linhas do PND, mantl'ndo-o salvo demutilacões, protegendo-o de distorções, numa atitude conscientede preservacão a todo custo. de uma ação integrada que é fun­damental para, resguardar em conjunto a economia do País.

O comportamento de nossa pau.ta de exportacões se. vinhamantendo em ascensão. com os seguintes valores: A partir de1969. até 1975 - USS 2.31U69.00. US$ 2,738.922,00•. , , ..... , ..DS$ 2,903.85600. US$ 3.911.219.00. US$ 6,199,200.00, , ..........•DS$ 7.950.996.00 e DS$ 8,655,188.00. A maior média mensal foi de679 milhões de dólares. em 1975.

Agora. integrado na fabulosa marca de um bilhão de dólaresmensais. podemos. efetivamente, considerar-nos adultos no contra­ponto do conc~rto das Nações que têm lastro e substância para osdifíceis e controvertidos diálogos dos dólares. Se não nos sobras­sem outl'os motivos de ordem cultural, social e política, com essebilhão de junho já podemos nos jactar, sem superafetação.

Sr. Presidente. Srs. Deputados. orgulhamo-nos de pertencermosã ARENA Pa 1' riclo da Revolucão. Partido do Presidente ErnestoGeisel, que tudo tem feito no sentido do desenvolvimento donosso Brasil.

O SR. ARGILANO DARIO (MDB - ES. Pronuncia o se~uinte

discurso.) _. Sr. Presidente, inicialmente, em nome do PrefeitoHugo Borgc. de Guarapari, convido o povo brasileiro a assistir àsfestividades que ali se realizarão de amanhã até domingo próximo.

Outro assunto. Sr. Presidente no Espirito Santo muitas irre­gularidades têm acontecido e disto tenho dado eiéncia à Câmarados Deputados e à Nacão.

Um fato estarrecedor, praticado nas gestões administrativasdo governo do meu Estado. demonstrando invulgar atrevimento nomanejo da coisa pública em proveito de pessoas dos mais altosescalões de nossa sociedade. merece a presentc denúncia,

Há no Espírito Santo uma sociedade de economia mista deno­minada Companhia de Melhoramento e Desenvolvimento Urbano- COMDUSA - da qllaI o Estado é praticamente o único acionis­ta. incumbida de recuperação de áreas marginais a cidades. pormeio de aterros e obras complementares, que posteriormente sãoloteadas para venda.

Numa dessa áreas aterradas, na praia do Suá. em Vitória. aqual se agregou à Ilha do Boi, transferida. pelo Estado. àCOMDUSA est.a vendeu à firma particular VIMCAP 19.000 mZ deárea pelo preço fixo de Cr$ 2.040,000,00, sem prazo para paga­mento, concedendo, desde logo. à compradora o direito de hipote­car o imóvel para obtenção de recursos financeiros.

Há na escritura de COlllpra e venda. cuja transcrição no jornalA Tribuna de 1-4-76 tenho em mãos. vârias outras condicóes to­das elas favoráveis ao comprador e uma. apenas, amenizando aescandalosa transação. com a qual se concede llma correção mone­tária sui generis ao preço da metade da área. depois de vendidapelo comprador a primeira metade, correção estabelecida em mol­des tais que de forma alguma se avizinha da desvalorização damoeda

Pela escritura de compra e venda. o comprador pode retardaro in_,;io das construções por tempo indeterminado. sem que estefato altere o preGo do terreno, ficando a violenta valorização dapropriedade la que hoje ocorre em Vitória devido aos grandesinvestimentos programados e em execução) como benefIcio aocomprador, que nada elespendeu.

Depois de iniciadas pela VIMCAP a venda dos apartamentosconstruídos numa primeira etapa (composta de 64 apartamentos)e depoi.s de receber dos adquirentes de apartamentos as quantiasreferentes à parte ideal do terreno, a VIMCAP pagará àCOMDUSA por unidade vendida Cr$ 2.750,00, Inicialmente, e maisdez prestações mensais de Cr$ 1.000,00, perfazendo um total eleCr$ 12.750,00 para cada apartamento vendido.

Haverá, certamente, uma notável diferença entre as quantiaspagas pela VIMCAP à COMDUSA e as recebidas. pela VIMCAP dosadquirentes de apartamentos, pois a VIMCAP pagará o m 2 de

área a Cr$ 100.00 aproximadamente e o seu valor atual é estimadoem mais de Cr$ 500,00.

Há quase três anos se efetuou a transàção e só agora aVlMCAP resolveu lançar o plano de constru,ão, premida por de­núncia pública feita no Jornal "A Tribuna". de 1-4-76, transcre­vendo a escritura de compra e venda da área, cujo xerox tenhoem mãos.

Face â publicação da escritura. a VIMCAP. pelo jornal A Ga­zeta, respondeu à denúncia, sem qualquer exame do mérito daquestão. sem nenhum comentário aos tennos da escritura, dando-a,pois. como existente em todos os seus termos, O que me eximiude obter uma certidão da mesma.

Tenho em mãos. também, o xerox da resposta rIa VIMCAP aodenunciante, pubiicada na A Gazeta de 2-4-76, atribuindo ao mes­mo a intenção de se vingar pela sua rl'cusa ao convite para plei­tearem juntos uma dilatação de prazo de pagamento em outrascompras feitas à COMDUSA.

Não atribuo ao Governador lI.rthur Carlos G. Santos, em cujagestão foi o ato praticado, nenhuma responsabilidade do mesmo,pois não lhe seria possível evitá-lo senão com uma escolha menosinfeliz de auxiliares. Mas o atual Governo estadual, que hoje deveconhecé-Io. ante as publícaGões feitas na melhor imprensa daterra. já deveria ter iniciado as providências que o CMO requer, enão o fez.

Os signatários da escritura de compra e venda desafiam a mo­ral pública, tal procedimento não pode passar sem uma respostada sociedade, sob pena de se incentivar a corrupção, um dos mo­tivos geradores da Revolucão.

Tenho ouvido referências a transacões muito mais danosas aopatrimônio material do povo, mas praticadas com aqueles requisi­tos ela sabedoria criminosa que evitam as provas incontestáveis.

Até hoje não conheço documento mais atrevido do que este,como se desejassem desafiar os parvos moralistas, cuja cópiatenho em mãos. Aqui a prova é irretorquível; o crime é praticadoacintosamente. não há necessidade de testemunhos, de nenhumadiligência para se chegar à comprovacão do fato: na escritura decompra e venda tudo está sobejamente esclarecido e, se poucosmilhões de cruzeiros são desviados do cofre público, sob o ponto devista moml e operação é bem mais prej udicial à sociedade do queoutras de maior vulto. porque, consagrada como fato irremcdiável,é um incentivo a toda prática de imoralidade administrativa eum estimulo aos infelizes que se socorrem da coisa alheia para so­lução de seus problemas pessoais.

Deixar que o silêncio sepulte tamanho absurdo é tão imoralquanto praticá-lo.

Peço. poIs, aos Poderes constituidos da nação uma providênciareparadora, a fim de se dar ao povo a certeza de q~le o seu patri­mônio n[lO será dilapidado impunemente.

Era o que tinha a dizer.O SR. DABO COIMBRA (AR"~NA - RJ. Pl'Olluncia o seguinte

discurso.) _. Sr. Presidente, 81'S. Deputados. há processos lentos dereconhecimento de determinadas atividades na vida humana, em­bora sejam estas indispensáveis ao cotidiano, à cultura e ao de­senvolvimento dos povos.

Um exemplo marcante. pelo menos em nosso País, tem sido aprofissão de artista. ainda não regulamentada, embora nesta Casaexistam algumas dezenas de projetos de lei nesse sentido. Agora,mensagem do Poder Executivo vem fortaiecer o interesse de todosos senhores parlamentares na solução de um problema que searrasta. dada a sua complexidade e a diversificação no entender oque seJ a. o que é e quem é o artista.

Parece-nos. Sr. Presidente. que os difíceis caminhos des~aCasa. na tramitação dos pro.)etos aqui apresentados, se encurtaraoagora ao reconhecimento da profissão de artista, uma vez que, noprocesso legislativo, a mensagem do Executivo merece preferênciapara sua apreciação e nos obriga a prazos fatais.

Creio que est.a exceGão aberta às mensagens do Executivodeveriam t.ornar-se regra geral nas Casas do Congresso Nacional,fixando-se prazos certos para andamento e apreciação dos proje­tos, fato que daria ao Parlamento melhor imagem per-ante o povoe valorizaria em m.uito o seu importante e indispensável trabalho.

Mas. Sr Presidente, o assunto principal deste meu pronuncia­mento diz respeito ao reconhecimento e valorizacão da atividadedos inventores, homens e mulheres que. neste nosso Brasil, semprecriam novos instrumentos que visam a facilitar a vida humana edar-lhe conforto.

Entretanto, sujeitos a uma legislacão ultrapassada. taLs pro­fissionais correm rLscos de se verem logrados no trabalho que rea­lizam. pois o registro de patentes, vinculado a setores do Minis~é­rio da Indústria e Comércio precisa ser reformulado. É preClsolembrar que. na realidade presente. um invento revoluciona mé­todos. altera estruturas, modifica rotinas e implanta técnicM quecarecem melhor resguardo e segurança.

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S<etembl'O de 1916 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 11 tl6'J

TemOll uma. tradição' de inventos, marcada pela notoriedadede Santos Dumont, o "Pai da Aviaçào", de Manoel de Abreu, cria­dor da "Abreugrafia", e tantOlS outros nomes não menos ilustres.

E por vezes tais iniciativas são aproveitadas, constituindo in­fdlresse imedilito ou deparando-se com pessoas de recursos. NestesCill.SOS esforço não se perde, e OIS resultados são de grande utilidade.

Mas, Sr. Presidente, na maioria dos ca.sos esta não é a regra,perdendo-se no tempo e no espaço o esforço de muitos.

Daí a nossa preocupação com o assunto, visando'a proteger oInventor nacional, através de organismOlS oficiais, de associaçõesou grupos que os congregassem, dando seriedade, notoriedade ev,alorização a cada um, na medida de ~eu trabalho e capacidadepessoal. ~ .

Um "Inventório Nacional", conforme nos sugere o professor einventor Joacyr dOIS Santos, radicado na Estado d,o Espírito Santo,seria ô centro convergente deste grupo, assim protegido por legís­hu;ão própria a cada um seria assegurado o direito de usufruirrecompensa econômica e financeira pelo esforço desprendido epela cooperação para o progresso da humanidade.

Este O nosso apelo ao Presidente da República, aos Ministrosda área econômica, a cada autoridade capaz ele influir na soluçãoou encaminhamento deste problema, visando a valorizar o inventorbrasileiro e protegê-lo, principalmente evitando sejam aviltadosos seus trabalhos, muitas vezes usurpados por grupos econômicosou por empresas multinacionais.

O Brasil já está em condições de assumir lugar de destaque _na produção e aprimoramento de nóvas téenicas. A versatilidadedo profissional brasileiro espanta e surpreende quantos nos visi­tam e entram em contato com a massa operária nacional.

Nós é que não temos sabido explorar o potencial humano deque dispomos e, por iB.'Jo, muitas forças estão dispersas e aindacontinuamos investindo na técnica estrangeira, possivelmente su­perada.

Levanto a tese. Deixo a solucíio com o Governo, integrado porhomens capazes de equacionar o problema e dar aos inventoresbrasileiros os meios de proteção e sobrevivência :L1á muito recla­mados.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOSÉ RIBAMAR MACHADO (ARENA - MA. Pronul1ciao seguinte discurso.) - -Sr. Presidente, Srs. Deputados, animadorfoi o resultado apresentado pela EMBRATEL - Empresa Brasilei­ra de Telecomunicações Sociedade Anônima - quando completadez anoE de construtivas atividades operacionais, seguindo a linhamestra estabelecida pela TELEBRAS, quanto à continuidade eexpansão dos sistemas nacional e internacional de telecomunica­ç6es.

Sob a égide da Lei das -Sociedades Anônimas, a EMBRATEL,eom organização racional exemplar, conseguiu a inauguração da8f~gunda antena da estação de Tanguá, importante marco na pro­gressão das telecomunicações, incluindo-se agora o serviço deDis­eagem Direta Internacional _ DDI - o que representa, também,outra realização significativa, ainda em 1975.

Toda a sistemática regional do Pais foi integrada na politicll.geral dessa empresa, mediante contratos com os governos esta­duais, podendo-se ressaltar êxitos completos, resultantes de estru­tura organizacional e coordenação com as empresas~pólo, sob asupervisão da TELEBRAS.

Mais de cento e seis projetos concluídos ou em andamento daI'llde básica, cobrindo todos os quadrantes do território nacional,enlaçando Fortaleza, Vitória, Blumenau, Curitiba, Goiânia, RioBranco, Governador Valadares, Campo Grande, Cachoeira do Ita­pemirim Porto Alegre, São Paulo, João Pessoa, Campina Gra,nde,R,ecife, Mossoró, dcntre outras localidades, asseguram a integraçãonacional pelas telecomunicações.

Sr. Presidente e Srs. DeputadOlS, a evolução das facilidadespara o desempenho operacional tem sido constante, graças ao con­junto do equipamento destinado à exploração de serviços de boaqualidade, cada vez em maior volume, quer automático, manual,cIlrcuitos-de-voz, quer outras modalidades de transmissão e re­cepção.

Assim, o tráfego total escoado pelos circuitos da EMBRATEL,em 1975, foi de 119 mill1ões e 99 mil chamadas, automáticas DDDe não automáticas.

Outro aspecto positivo foi o tráfego total de telex com 52milhões, 210 mil e 930 minutos com aproximadamente dez milassinantes. A Rede Nacional de Telex se expande, diuturnamente,para atuação em todo o Pais, atendendo às neceB.'Jidades nacionais.

Na recepção de programas de Televisão ~ lê-se no relatórioda EMBRATEL de 1975 - houve o total de quatro milhões e 58 milminutos.

A Rede Nacional de Estações Costeiras e o Serviço Móvel Ma­rítimo, que passaram para a EMBRATEL em agosto de 1975, regis­tram nove mil 150 mensagens comerciais - telegramas transmi­tidos pelas diversas estações cOIIteiras em operação - e 41 mil,trezentos e cinqüenta mensagens de serviços especiais, além dechamadas telefônicas; trinta mil e 25 mensagens comerciais tiCle­gráficas recebidas, naquele período de cinco meses de 1975.

Intensifica a EMBRATEL a formação e treinamento de pes­soal para atender às necessidades dos planos de trabalho no cam­po das telecomunicações. DeB.'Je modo 08 recursos humanos sãoestimulados constantemente com adoção de motivação em processode promoções, assistência médico-social e segul'idade social para.todos os empregados.

Com o ca.pital de quatro bilhões e 770 milhões de cruzeiros, em1975, o ativo da EMBRATEL se apresenta com a cifra de dezoitobilhões e 393 milhões de cruzeiros, tendo participação no capitalde 27 empresas de telecomunicações nas unidades da .Federal,ão,em valores financeiros superiores a um bilhão e 124 milhões decruzeiros.

Assim, Srs. Deputados, a 1!!MBRATEL é sinônimo de interliga­ção do Brasil, de Norte a Sul e cíeLeste a oeste, pelos sistemasde telecomunicações, cada dia com melhor qualidade operacional,implantando tecnologia nacional em todos os quadrantes da Pái,na.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente e Srs. Deputados.O SR. INOCltNCIO OLIVEIRA (ARENA - PE. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, segundo dadosfornecidos pelo Ministério de Agricultura, a produção total de fei­jão em 1976 foi estimada em 510 mil toneladas, aproximadamenteum terço da safra de 1975. A grande redução teve origem não sóna seca que atingiu a Bahia e Minas Gerais, mas também naincidência de pragas, que diminuiu em mais de 80% a safi'a dessesEstados. No Paraná, o frio está prejudicando as plantações. Tu.m­bém de grande significação na redução da leguminosa é a faltade uma política adequada de apoio aos produtores: melhor linhade crédito e preços mínimos mais compensadores nas épocas deboas safras.

Assim, constituindo o feijão um alimento essencial à mesa. dobrasileíro -de todas as camadas sociais, torna-se necessário a re­gularização do seu comércio. Poderia ser feito através da impor­tação de grande quantidade de feijão preto, pois, além de colocá-lono mercado a preço acessivel, forçaria alguns produtores que eI;tãoretendo o produto a comercializá-lo de acordo com o tabelamento.

Esperamos resolver, a curto prazo, de uma vez por todas, asnecessidades desse gênero alimentício no Pais, através de umapolítica setorial efic~. Mas, neste ano, com uma redução de doisterços da safra, fal!:-se neceB.'Jária a importação de grande quan­tidade de feijão preto, por preço mais baixo, para regula!izaç,ãodo comércio, já que as importações de pequeno porte nao temalcançado seus objetivos.

O SR. JOEL FERREIRA (MDB _ AM. Sem revisão do orador.'-- Sr. Presidente, não sou dos que apenas jogam pedras no Goyer­no. Tenho declarado que o.FUNRURAL foi um serviço válido criadopelo Governo para atender a situações danosas no interior doBrasil. Acontece, entretanto, que ele apresenta muitas distorções,notadamente nas regiões distantes, como é o caso do Amazonas.

Apresentei projeto criando uma representação do FUNRURALem cada sede de Município. Das quarenta e quatro comunas ama­zonenses, apenas dez contavam com esse tipo de serviço. O Governotem apressado, como diria, a aprovação do meu pr9j et?,. cr~andorepresentações do FUNRURAL em outras sedes mUUlclpalsatualmente devem. existir cerca de vinte no meu E.qtado.

Minha presença se faz necessária na tribuna exatamente pa~a

solicitar do Sr. Ministro da Previdência Social essa providênCiaindicada no meu projeto para que esse serviço não se torlle inútll,como inútil estava, por não se fazer presente, a não ser a distân­cias somente percorridas em três dias de viagem. Reclamo, pois,em nome do Amazonas, essas providências do Sr. Ministro da Pre­Vidência Social.

O SR. ALEXANDRE MACHADO (ARENA - RS. Pronuncia oseguinte discurso.) - 81'. presidente, Srs. Deputados, a pecuáriabrasileira tem passado, no decurso dos anos, por seriissimas crises.Mantida a atual política de preços, com a elevação sempre cres­cente dos insumos e decrescente da produção da pecuária, por certoque cenas como uma vaca com cria, um homem a cavaló, perten­cerão aos longes de nossa História.

O mais impressionante de tudo é que grande parte dos pecua­ristas, não sei a que titulo e com que finalidade, negavam sem,prea existência de uma crise, entendendo que se tratava de dificul­dades passageiras, fazendo com isto com que também o Governoassim o entendesse. Vivemos agora, sob o impacto de uma faltageral de crédito no setor, de' preços, de condições aquisitivas pelopecuarista, que não conta com numerário para o a.tendimenta, !OÍesuas mais minimas neccssidades. Para que sc veja a situaçaode um pecuarista pequeno, basta que se diga. que um pecuarista

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~161 Sexta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl. <SeçãCl I) setembro de l~

considerado grande, vendendo mil terneiros de sobreano, não ga­nha pelo negócio, na venda bruta, a média de quarenta e cincomil cruzeiros mensais. O que se poderá dizer de um pecuaristapequeno, que venda oito ou dez terneiros ao ano?

O limite da temeriêade, que chegou às raias do mais clamorosoabsurdo, foi o contrato firmado entre pecuaristas e financiadoresinternacionais, com o beneplácito do Governo, com os própriosbancos oficiais, instigando o negócio, através de suas gerências,no chamado CONDEPE. Agora a bola de neve dos débitos em dóla­res vai a cerca de sessenta milhões de dólares e, salvo melhor juizo,cabe ao Governo, que foi o primeiro a inspirar tal negócio, assumiro encargo dos juros, passando os condepistas para novas fórmulasde financiamento, a fim de que não tenham ~ ou estej am obri­gados a isso ~ de entregar tudo o quanto possuem a tais órgãosfinanciadores.

No Rio Grande do Sul, naquela oportunidade, quando taiscontratos eram ruinosamente firmados, este Deputado, ocupandosua tribuna na Assembléia e dando entrevistas aos jornais, apelouaos pecuaristas para que não aceitassem aquele negócio, já que,ao fim, não poderiam saldá-lo, tendo em conta que o Ministério daFazenda há muito já havia deixado de considerar a carne comoum produto de ordem econômica, sendo, por isso, em relação aosetor e à sua política, no Brasil, a lei da oferta e da procura umaverdadeira utopia. Para o Governo, em especial para o Ministérioda Fazenpa, a carne sempre foi o produto principal através doqual combatia-se a inflação. Bastava que valesse um pouco nomercadó internacional para que surgissem os confiscos cambiaise dificuldades de todos os meios para a saída do produto, enquantoque outros daqui saiam com prêmios de IPI e isenção de ICM. Poressas e outras, investir naquele setor, perdoem-me os investidores,era uma temeridade e uma total ignorância de nossa deplorávelsituação, sempre contestada pelo Governo, apenas pelas palavras,nunca por atitudes claras, eis que ele jamais alterou tal política.

Posso afiançar daqui, mais uma vez, que, sob esse aspecto,nunca mantive ilusões; sempre olhei com ceticismo e fríeza essasituação permanentemente insustentável, e hoje, ou o Governopensa antes de tudo no produtor e salva a pecuária ou não haverá,dentro em pouco, carne para o nosso consumo interno. No RioGrande do Sul, por exemplo, para um consumo de 240.000 tonela­das, há uma produção de igual tonelagem. Abatemos um milhão eduzentos mil animais numa média de duzentos quilos por carcaça,de onde encontramos as duzentas e quarenta mil toneladas.

Sendo esta uma verdade irretorquivel, não sei até agora oporquê de o Governo, através da DIPOA, estar montando umaaparelhag~m de frigorifícos, de frios, para exportação de carne,quando nao temos, a esta altura, um quilo para ser exportado.Qual o objetivo da liquidação de pequenas e médias empresas quelidam eom produtos de origem animal em favor de verdadeiroselefantes brancos, que apenas aniquilam, sem darem nenhumachance aos produtores e aos consumidores, pelos altos custos ope­racionais de tais empresas. Ou o Governo pára de incentivar taltipo de empresa ou terá de ampará-la dentro em pouco. comoterá de fazê-lo em relação aos condepistas. .

O SR. MARCOS TITO (MDB - MO. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no campo do ensino eda educação em meu Estado, há um evento histórico que mereceespecial registro: trata-se do cinqüentenário de fundacão do Colé­gio Regina Paeis, de Araguari, que este ano se comemora.

Fundado em 1926, vem aquele educandário desempenhandorelevante papel na formação de gerações.

Idealizado e instalado por admiráveis educadores, os padresdos Sagrados Corações, vindos da longinqua Holanda, imbuídosdo mais nobre espirito de idealismo, tornaram o Colégio ReginaPacis pioneiro na região, dentro de suas louváve~s finalidadesquais sejam, a. de ensinar, educar e preparar jovens da melho;formação para o futuro.

Foram seus fundadores os padres Norberto Poelman e Gilvanden Boogaart, auxiliados por padre Matias e padre Everaldo. Nadireção do Calégio Regina Paeis se sucederam figuras magníficas,como o próprio padre Gilvan, padre Eloi, padre Conrado, padreSuitiberto, padre Dimingos, padre Florencio, padre Trago, padreVitor e padre Ludovico, os quais, pautando a mesma linha de aus­teridade, dentro de princípios os mais elevados, com sabedoria eidealismo, souberam manter o respeito e admiração de todos pelomodelar estabelecimento de ensino.

Para que se conhecessem todas as páginas da bela história. doRegina Paeis, de Araguari, muito se teria de falar, o que me éimpossível, nesta oportunidade.

Hoje, Araguari como a região, reconhecidas pelos inestimáveisserviços prestados à causa do ensino, possuem, como legado, por­tentoso património histódco cultural que integra a FundaçãoMunicipal de Ensino, doado pelos abnegados padres da Congrega­ção dos sagrados Corações, ajustando-sc o tradicional ColégioRegina. Pacis às modalidades atua.lizadas de funcionamento impos-tas pelo tempo. - .

Resta-me, portanto, nesta modesta homenagem que presto aosidealizadores, fundadores e atuais responsáveis do Colégio ReglnllPacis, seus prOfessores, do passado e do presente, formular-lhes 0Iimeus cumprimentos e felicitações, dizendo-lhes da minha emoçÍÍQquando, neste ano, se comemora o cinqüentenário do tradicionaleducandário.

O SR. PEDRO LAURO (MDB ~ PRo Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, o rádio é o meio de co­municaçâo que, apesar de sofrer a concorrência da televisão, aindapersiste na liderança de audiência em todo o País. Praticamente,pode-se dizer, sem medo de errar, que não há lar sem um apa­relho de rádio.

E há sempre, em cada emissora, um radialista que se destaca,quer por sua criatividade, quer pela maneira com que se comunicacom os ouvintes. Torna-se logo conhecido, passando geralmente seuhoráTio a liderar as audiências locais.

Há trinta e seis anos, iniciava-se na carreira de radialistaArthur de Souza, começando seu trabalho na Rádio J-2, de PontaGrossa. Daí, compelido a prestar o serviço militar, foi, três anosmais tarde, para Curitiba, pensando em sua transferência pata ofront de batalha nos campos da Europa.

Enquanto tal não acontecia, ingressou na Rádio Paranaense,que, à época, servia-se de um serviço de alt07falantes nas ruasda cidade, transmitindo as notícias do conflito/deflagrado.

Quis o destino que o jovem Arthur permanecesse distanteda guerra. como que premiando seus já numerosos ouvintes e pro­porcionando-lhe, ainda, a oportunidade do aperfeiçoamento maiorna carreira que tinha escolhido.

MenÍllo a esse tempo, tínhamos o costume de escutar umprograma radiofônico que começava às oito horas da manhã, de­nominado "Revista Matinal", que havia sido idealizado pelo moçoArthur. Era como se estivéssemos vendo uma revista com as notí­cias do dia anterior. Tornou-se um costume não -apenas de nossacasa, mas de uma grande maioria de curitibanos, em razão damanclra feliz e simpática' com que era levado ao ar. Tal foi seusucesso que, durante vinte e nove anos, foi o programa transmi­tido pela Rádio Clube Paranaense, passando para a Rádio Uni­verso, onde permaneceu três anos, e, atualmente, é transmitidopela Rádio Colombo, sempre com 'as mesmas características doprograma inicial.

A "Revista Matinal" inicia-se com notícias do Pais e do exte­rior, vindo depois as noticias sobre esporte e utilidades públicas.Há os registros dos acontecimentos policiais e, após, a "PatrulhaRodoviária", com assuntos variados sobre o trânsito. Sobre o noti­ciário local, há sempre uma análise criteriosa das notícias divul­gadas. O zelo e o carinho que Arthur de Souza tem para com ~u

programa é responsável por este sucesso perene. ' ,Não somos afetos a elogios. Mas, por um dever de consciência,

não poderíamos deixar de lembrar o nome do radialista Arthurde Souza pelo que ele representa, desde a recordação de nossainfância até os dias de hoje, quando nos fazemos presente emCuritiba e temos a satisfação de ouvir este exemplo de homemda comunicação.

Esta, Sr. Presidente, a homenagem que prestamos a este ra­dialista que dedicou uma vida inteira a tão digníficante carreira.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. ALOíSIO SANTOS (MDB - ES. Pronuncia (I seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é de suma importânciapara o País a produção agrícola oriunda de pequenas propriedades.Tanto é fato que o próprio Governo, ao lançar o PRONAM, deuênfase especial à racionalização do sistema de produção de alimen­tos, tendo como base o pequeno produtor considerado precisamenteum dos segmentos menos protegidos e organizados do sistema eco­nômico-social brasileiro.

O reconhecimento de tal verdade veio dar esperança àquelesatê então marginalizados, pois a política em execução voltava-se,quase sempre, para o desenvolvimento das atividades agropecuá­nas destinada à produção de matérias-primas exportáveis.

Procurou-se também, no mesmo programa, situar a pesca arte­sanal e os pescadores pobres, considerando a semelhança de a.m­bos os casos.

É de nosso conhecimento que o PRONAM procura, além de­outros objetivos, racionalizar o sistema de produção, visando UJP.aumento na oferta de alimentos e, dado o alto valor nutritivo dopescado, fazer com que o mesmo venha a contribuir para :a. me­lhoria do nivel nutricional da população.

Mas para que, efetivamente, tenhamos os resultados esperad~,

necessário se faz um julgamento sobre o que se tem feito paraque as diretri7.es possam passar dos t,cxtos oficiais para li. llUareal efetivação. '

Acostumados ao contato com o homem simples da lavoura,sabemos de suas dificuldades para recorrer aos financiamentos. A

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iJ,étembl'O ele 1976 DIA.ltIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Seda-feira 11 916.

inibição, característica de sua modéstia, dificulta o seu acesso aosl;iàhoos. Afigura-se-nos pOuco provável que as garantias.bancàrias~enham sofrido alteração que possibilite um trato especial a essetipo de operação. .

Partindo-se da premissa de que o Governo contornou o pro­blema, é preciso levar-se em conta que também ao pequeno pro­dutor é válido o dispêndio de recursos, objetivando seu conheci­mento às ,técnicas de produtividade. Seria inútil e em nada con­tl"1buiria para a melhoria da condição econômica do pequeno pro­dutor, que na verdade é o que todos anseiam, se não lhes facilita­rem além do itnanciamento, as melhores sementes, a orientaçãopara a cultura certa, de acordo com a terra que cultiva, a garantiade preços mínimos justos, os adubos e, futuramente, já que atéhoje não se encontra implantado no País, o seguro rural.

Quando tais medidas afrem estabelecidas em conjunto, pode­remos esperar pelos resultados que os técnicos elaboraram no Con­lIelho de Desenvolvimento Nacional., O .estimulo que se pretende dar ao desenvolvimento da pescaçarece de objetividade, visto que as perdas, decorrentes de umainfra-estrutura deficiente, quer de armazenagem, quer de distri­buição, impossibilitam a evoluçào econômica do pequeno pescador.

Se o PRONAM prevê uma melhoria para o setor, destinandorE~cursos para a sua estruturação, não considerou que a pesca arte­sanal se ressente sobremaneira da garantia de preços mínimos. Écomum, tratando-se de pescador pobre, vel'-se a venda de pequenasp'roduções por preços ínfimos; e mais, vendem a qualquer preço,pois sua mercadoria é perecível e de rápida deterioração. A faltade uma estrutura armazenadora, aliada à necessidade de suas~)brevivência, obriga o pescador de pequelJO porte a entregar suapJmdução ao primeiro que aparecer, no caso, o atravessador. Istosem falarmos nas grandes empresas do ramo, que impõem os pre­ços, muitas veiilCs em prejuizo de pescadores e consumidores-o

Para que propiciemos melhores dias a esta classe, seria im­p(~rtante que o Governo incentivasse a instalação de unidadesfrígoríficas nos 'centros pesqueiros e garantisse ao pescador preçosmínimos nos moldes dos produtos agrícolas.

Era o que tínhamos a dízer.

O SR. OSVALDO BUSKEI (MDB - PR. Pronuncia o seguintediscurso.) ,- Sr. Presidente, Srs. Deputados, os enormes problemaspátrios obrigam-nos, às vezes, a parar e meditar sobre a contri­buição parlamentar que dcvemos oferecer em busca dos melhorescaminhos, que nos levam a horizontes condizentes com a grandezadesta Nação.

, Reitel:adas vezes temos feito pronunciamentos em defesa daa1~ricultura, pOis consideramos a produção de alimentos uma ques-tão chave para o Brasil., .

No mundo modernizado em que vivemos, a base .da alimen­ta,ção humana e animal demonstra que a manutenção das popula­çú1cs é medida pela capacidade de se produzir e estocar grãos. -

Países mais desenvolvidos demonstram na concentração deseus estoques grande poder de barganha, inlPondo o jOgo e qitallil.onormas, auferindo, por isso mesmo, enormes vantagens.

, Os aumentos populacionais, por outro lado, apresentam subs­tanciais difercncas entre países desenvolvidos e- subdesenvolvidos.Nllqueles, o crescimento é lento e controlado, e nestes, simples­mente explode a niveis incontroláveis.

Comparando-se dados de crescimento populacional da Améri­ca, Latina com os da América do Norte, vemos que enquanto nestacresciam ordenadamente, naquela, em 25 anos, aumentava a umaÚ\,xa de 3 por cento ao ano. Isto quer dizer que, se na Américado 'Norte houvesse o mesmo índice de aumento populacional, apopulação de lã seria, hoje, de 340 milhões de habitantes e não~i 236 milhões.

De exportadores de alimentos, o mundo subdesenvolvido passaa importador. Além do fenômeno exposto, a baixa produtividadede sua agricultura contribui para o agravamento de seus pro­bl..emas.,,' 'A situação brasileira permite-nos prever dificuldades, pois

ntlsso crescimento demográfico é considerável, embora tenhamose:x:tensão territorial suficiente para suportá-lo.... O Brasil, entretanto, pode e deve reagir, pOis a variedade desçlo, clima e localização favorece as atividades agrícolas.

Nos últill10S 10 anos, o desempenho da agricultura brasileiraé. considerado satisfatório. Expandindo:se à taxa de 4 por cento3<1, 'ano, o aumento desta produção foi realizado à custa de aber­tura de novas áreas, excetuando-se alguns Estados do Sul, emqUle a produtividade foi a responsável por aquele crescimento.

Devemos acreditar que, em breve, o Norte e o Oeste, assimi­J,li.:nçjo as experiências e os conseqüentes resultados alcançadosn<ll Sul, prOpOrcionarão ao Pais substancial aumento da produção.

, Isto, evidentemente, ocorrerá à medida em que os investl9mentes pesados de infra-estrutura em portos, vias navegáveis, es­tradas, armazenamentos e tecnologia forem se expandindo a níveiscontinuas e indispensáveis.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, de nada valerá o esforQOgovernamental se não encararmos com realidade os problemasrurais.

A grande verdade é que o produtor ainda não viu chegar sua.vez. A política que fixa os preços minimos, destinada à rendado lavrador, elaborada anualmente, é sempre irreal e em nada.atualizante. Entendemos perfeitamente que ela funciona comoponto de partida ou referência para um inicio de comcrcializal;ão.Mas ninguém pode negar que o Governo ativa, todos os anos,seu dispositivo de compra em auxilio do lavrador. Os técnicos quea elaboram dào a impressão de levarem tão-somente em conta oabastecimento das pOpulações urbanas, cujas pressões condicionamsuas decisões.

1: conhecido, também, o forte pOder de sugestão das indústriaseonsumidores de produtos agropecuários, em flagrantes prejuizosdo meio produtor.

Assim, pelo que temos visto e acompanhado, necessário se fazum estudo mais meticuloso e criterioso da situação. Não nos épermitindo carrear ao produtor pesados encargos, como insinuandoao mesmo diSpOr de seus lucros a fim de equilibrar orcamentosdiftn~ -

No meu Estado do Paraná, em diversos contatos que mantive,notei a apreensão do agricultor no tocante aos preços minimosestabelecidos. Consideram que as despesas com o preparo da terra,adubação, formação, colheita, transporte e armazenamento, soma­das aos juros de financiamentos obtidos, não permite prever com­pensações razoáveis e compatíveis com o investimento.

De nada adianta ter o II PND como uma de suas metas prio­ritárias a agricultura, se não encorajamos o lavrador com preçosjustos, para transformar o Brasil num grande celeiro de alimen­tos, carreando, assim, as divisas necessárias ao equilibrio de nossabalança comercial.

Não é nossa intenção ditar regras. Cremos, entretanto, queuma política de preços mínimos, reajustável a cada quatro meBes,em que custos de produção atualizados serviriam de normas paraseus cálculos, traria desafogo aos atuais embaraços.

Se há reajustes periódicos em quase todos os setores da eM­nomia, não é justo privar o produtor rural de tal beneficio, comotambém não é justo impor ao lavrador um preço minimo peloprazo de um ano, sabendo-se dos niveis inflacionários a que nossujeitamos.

Justiça, Sr. Presidente e Srs, Deputados, nada mais que justiça;Temos o dever de amparar esta classe laboriosa, única sujeita aum preço minimo anual, inflexivel e tirano.

A Comissão de Financiamento da Produção, coordenadora da.política de preços minimos, deixamos a reSpOnsabilidade de reversuas posições, reajustando o sistema periodicamente, para sim­plesmente se fazer justiça.

Era o que tinha a dizer.O SR. OSWALDO LIMA (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, não encontramos pa­lavras que pOssam demonstrar o absoluto estado de calamidadepública em que se encontra o Município de Nova Iguaçu.

Não quero, Sr. Presidente, trazer a esta Casa do CongressoNacional uma imagem pessimista de derrotismo ou de oposi\~ãosistemática a quem quer que seja. Todavia, torna-se impCl'Íosoque os Governos Estadual e Municipal tomem imediatas provi­dências em relac,áo à situação deplorável em que se encontra asétima cidade do Pais em crescimento populacional.

A falta de atenção aos distritos e bairros do municipio é algode pasmar qualquer cidadão, seja de que nacionalidade for.

Ruas esburacadas, sem esgotos, sem iluminação pública cons­tituem problemas do dia-a-dia do iguaçuano, que mais se atormen­ta nos dias de chuva, quando qua.se todo o município se trans­forma num imenso pantanal.

Os problemas ligados àquele imenso munícipio fluminense seacumularam no curso dos últimos vinte anos sem que os Gover­nos Federal e Estadual emprestassem o mínimo de apoio logisticoà solução dos mesmos, agravados que foram por administraç6esdesprovidas de um planejamento global de todas as suas neces­sidades.

O aumento populacional observado naquela cidade surpree,n­deu-a sem a necessária infra-estrutura que lhe desse condiçóespara fazer frente ao crescituento desordenado.

Sem contar com o apoio dos Governos Federal e Estadual,em anos passados, a Prefeitura lançou mão do expediente mais

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tl'1. Sexta-feira l? DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sef;ãe J)

fácil: o aumento sucessivo dos impostos e taxas, que tornaramquase que insuportável a vida das classes menos favorecidas, semque, com isto, se modificasse a imagem do município, abatidapelo abandono dos seus bairros, marea indelével da má adminis­tração.

Soma-se a este estado realmente deplorável o fato de emoutros setores da vida iguaçuana se observar o mesmo descasopor parte dos responsáveis.

A deficiência da rede de ensino público, a falta adsurda deum hospital público, a falta de uma universidade pública, a carên­cia dos transportes que interligam o municipio ao Rio de Janeiro,a falta de um mercado de trabalho próprio, aproveitando-se aspotencialidades locais, a falta de segurança públiea e o baixíssimopoder aquisitivo do povo da região fazem com que imaginemosNova Iguaçu como um seguimento do Nordeste brasileiro.

Nâo estamos, com as nossas palavras, desconhecendo as obrasque estão sendo realizadas pelo Governo Federal na ampliação,reconstrução ou construção das estações ferroviárias do municí­pio. Elas foram parte integrante das nossas reivindicações apre­sentadas a S. Ex.'" o General Dyrceu de Araújo Nogueira, Ministrodos Transportes, quando em visita a esta Casa e a quem muitoagradecemos.

Da mesma forma, não estamos ignorando o esforço que fazo Governador do Estado em se fazer presente às obras do muni­cipio. Todavia, se faz necessário dizer que é finda a época dasobras apressadas, sem planejamento, sem estrutura e que poderãose transformar em problemas num futuro não muito distante.

O bom senso aconselha uma análise profunda das necessidades19uaçuanas.

O Governador, encarregado da missão espinhosa de promovera fusão das duas antigas Unidades Federativas, deve, como acre­dito que venha fazendo, facilitar os recursos para consecução deobras no município. Mas deve exigir do Governo Municipal umplano~integrado, profundo, de todas suas carências, que aindase apresentam como um desafio interminável.

O SR. PEDRO FARIA (MDB - R.J. Pronuncia o -seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, esta Câmara é respon­sável pela aprovação de um projeto de lei dispondo sobre a fisca­lização e multa às embarcações que derramarem óleo e detritosnas águas litorâneas. Essa propo.sição transformou-se em lei em1967. Não foi sem esforço que se chegou à sua aprovação, por sinalbastante oportuna, posto que a sua tramitação foi anterior àvigência da Emenda n.O 1 à Carta Magna, que hoje a considerariainconstitucional, dando-lhe o destino do arquivamento.

Esse diploma legal delega à Marinha brasileira a tarefa defiscalizar e punir as embarcações e terminais infratores.

As Capitanias dos Portos têm exercido uma constante vigilân­cia e empresas proprietárias de diversas embarcações, nacionaisou estrangeiras, já p.agaram as multas previstas na referida lei.

Parece-nos, entretanto, que o órgão da Marinha, encarregadodessa fiscalização, em que pese ao seu esforço, não está suficien­temente aparelhado para o cabal cumprimento desse mister.

Os abusos continuam com o derramámento de óleo e detritose, agora, a exaltação de gás venenoso.

Tentamos organizar um simpósio para estudar esse graveproblema. Contei com o apoio de autoridades e de especialistas nabusca de um controle da poluição, que atinge não apenas os mora­dores das Ilhas do Governador e de Paquetá, mas uma grandeparte da população da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro,que tem o seu lazer nos banhos de mar das águas da Baía daGuanabara. Forças ocultas, entretanto, desaconselharam aos diri­gentes do Iate Clube Jardim Guanabara a realização do simpósio,quando já se expediam convites aos possíveis participantes.

Esse recuo causou desestímulo li. outros moradores da Ilha doGovernador interessados na busca de uma solução para o pro­blema da poluição.

De nossa parte, a idéia continua de pé e o encontro deverá serrealizado, para os fins desejados, mesmo em outro local.

Enquanto isso, não podemos permanecer no silêncio diante defatos mais graves que continuam ocorrendo nas águas da Baíada Guanabara.

Nesta oportunidade, denunciamos e clamamos às autoridadesprovidências contra a emanação de um gás tido como misteriosomas identificado como tetraetila de chumbo, responsável po~enjôos, dores de cabeça e mal-estar geral, principalmente nos mo­radores das praias do Zumbi, Engenhoca, Olaria e Pitangueira,esta última a mais afetada.

A identificação desse gá.s, altamente tóxico, foi conseguida.graças ao interesse dos pescadores que se aproximaram das em­barcações conhecidas como "chatas" e descobriram que elas sãoresponsáveis pelo recolhimento e transporte do produto químico dosnavIos ancorados à Refinaria da PETROBRAS em Duque de Caxias.

Esse f.ato, Sr. Presidente, que ora denunciamos, ocorreu recen­temente no bairro do Caju, cuja população é bastante sacrificadapelo excesso de poluição naquela região.

Urge, portanto, uma providência de nossas autoridades, a .nmde evitar li. repetição desses fatos.

A Marinha brasileira vem fazendo o possivel, apesar de desa­parelhada para a tarefa que lhe foi cometida.

Falta, entretanto, uma ação conjunta, mais enérgica, com ou­tros Ministérios, com os Governos locais e com as companhillSpetrolíferas - principalmente a PETROBRAS - que se utilizam determinais de petróleo e reservatórios-tanques dentro da Baía daGuanabara.

Ao citarmos a PETROBRAS, não será demais lembrar - semnenhum sentido de crítica contundente - que essa companhiaestatal deveria ser a primeira a dar exemplo de colaboração comas autoridades, pois o seu crescimento não pode ser feito à custa.do sacrificio do povo - esse mesmo povo que contribuiu para asua constituição.

TIsperamos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não haver neces­sidade de retornarmos a este assunto, mas continuaremos de sen­tinela, no exato direito e no dever de denunciar e buscar soluçõespara problemas desse tipo, que atingem diretamente uma parte dapopulação do nosso Estado que temos a honra de representarnesta Casa.

O SR. PACHEOO OHAVES (MDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Governo, segundoasseguram seus porta-vozes à imprensa, está prestes a concluiros estudos que vem realizando há alguns anos, visando a atuali­zação da Consolidação das Leis do Trabalho, através de uma novalei que consolide a copiosa legislação surgida no transcurso dos 30anos de vigência desse notável diploma legal.

Formulamos votos para que esses estudos sejam terminadoslogo, o Governo enviando seu projeto ao Legislativo para aqui tertramitação normal, possibilitando amplo debate e análise criadora,conforme um assunto de tanta importância social e econômica.exige. Lastimável e, mais que isso, gravíssimo erro seria o Governoimpor a proposição desse teor andamento veloz, não propiciandoseu conhecimento pelas partes interessadas e cerceando o livreexame de matéria de tamanha relevância.

Sr. Presidente, desde alguns anos são "congelados" os projetosque visam adaptar dispositivos da CLT aos tempos atuais. Isso apretexto do próximo envio de mensagem governamental propondototal reexame do problema. Daí a urgência da conclusão dos estu­dos a que me referi, a fim de que numerosas e justas reivindica­ções possam ser atendidas.

Apresentei a esta Casa projeto que tomou o n.O 2.150/76 ésobre ele recebi ofício do Sr. Osvaldo de Oliveira, digno Presidentedo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mirassol, contendo al­gumas observações de todo procedentes e que, na verdade, vêmdar maior reforço ao meu projeto.

Num diálogo tão salutar entre dirigentes síndicais e represen­tantes do povo, o Sr. Osvaldo de Oliveira expressa interesse emmelhores esclarecimentos sobre meu projeto, entendendo que con­traria ele interesse dos trabalhadores, quando, na verdade, o quepretendo é o mesmo que aquele ilustre líder sindical. Equivoca-sequando diz que "com a atual redação - do artigo 843 da CLT,observamos, nós - as partes não estão obrigadas ao compareci­mento na audiência de julgamento e nem mesmo seus procurado­res. o que a nosso ver é uma vantagem".

Ora, o art. 843, em seu caput, é claro ao dizer que "na audiên­cia de julgamento deverão 'estar presentes o reclamante e oreclamado, independentemente do comparecimento de seus repre­sentantes". E por sua vez, o art. 844 dispõe:

"Art. 844. O não comparecimento do reclamante à au­diência importa o arquivamento da reclamação e o nãocomparecimento do reclamado importa revelia, além deconfissão, quando à matéria de fato".

Verifica-se, facilmente, que meu projeto está conforme desejoexpresso pelo meu missivista, na medida que excepciona a obri­gatoriedade de comparecimento das partes em dois casos, a saber:em caso de reclamação plúrima e de ação de cumprimento, casosem que os empregados poderão fazer-se representar pelo sindicatoda categoria respectiva.

Meu objetivo é assegurar, em casos de irretorquível justiça, adispensa do comparecimento, como o quer o Sr. Osvaldo de Oli­veira, entendendo, equivocamente, que isso já é previsto na CLT.

Faz S. s.a outras judiciosas observações, manifestando-,'le pelaapresentação de projeto de lei que determine a continuidade deaudiências. É o que já está estabelecido no art. 849 da CLT quediz:

"Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; masse não for possível, por motivo de força maior, concluí-la

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SetetRbro de 1916 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 nll

no mesmo dia, o Juiz Presidente marcai:á a sua continua­ção parp. a primeira desimpedida, independentemente denova notificação".

Sr. Presidente, infelizmente a exceção aberta, ocorrendo mo­tivo de força maior, tomou-se regra, a continuidade de audiênciase convertendo em rarissima exceção. Isso por várias razões: faltade Juntas de Conciliação e Julgamento; deficiências de comunica­ç:ão; grave desaparelhamento da Justiça para bem cumprir seupapel, entre muitas outras.

li; lasttmável, Sr. Presidente, que a Justiça do Trabalho, dMmaiores criações do Governo Vargas, não tenha sido instrumentadac.)mo necessário, estabelecendo-se entre ela e a realidade de umpaís em rápido desenvolvimento alarmante defasagem, que deve eprecisa ser sanada o mais depressa possivel. Bom exemplo disso éBrasília, já com mais de 1 milhão de habitantes, continuar subor­dinada ao Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais. Sc issoocorre com a Capital Federal, fácil nos é avaliar o que se passapor este País afora!

A escassez de Juntas, o seu desaparelhamento - do que temosmais uma impressionante demOnstração nas Juntas de Brasília,instaladas de forma a maís precária e vergonhosa - redundamem séríos prejuízos para o trabalhador. Este, não raro, é forçadoa deslocar-se para outra localidade, por não existir Junta na loca­lidade em que reside e ·trabalha, mesmo populosa, com danos edllficuldades notóríos. E concordamos plenamente com o Sr. Osval­do de Oliveira quando diz que "as interrupções das audiências, ltlémde tornarem o processo mais demorado, forçam a acordos quases~~mpre prejudiciais ao empregado, favorecem o arquivamento demultas reclamações e drficultam a pennanência do empregado nonovo emprego".

Sr. Presidente, atualizar a CLT e transformá-la numa novacelllsolidação da copiosa legislação trabalhista surgida nestes 33anos posteriores à Lei Magna dos trabalbadores, é da maior im­portância. Se o proteto for bem concebido e submetido ao examedo Legislativo sem limitação de tempo e de natureza política, anova lei poderá redundar em grande avanço de nossa legislacãotrabalhista. .

Mas de igualou maior importância é propiciar à Justiça doTrabalho condições para bem se desincumbir de sua tarefa desuma relevância "econômica e social. É preciso criar Juntas deConciliação e Julgamento em todas as localidades em que sejamnecessárias, proporcionando à Justiça instrumental humano ematerial para seu bom desempenho. Do contrário, a lei não pro­duzirá efeito ou será mesmo desconhecida como se dá no tocanteà continuidade de audiência, tão categoricamente estabeleCida naCLT, confprme mostramos.

Atente -D Governo, finalmente, para uma triste verdade: aJustiça do Trabalho tinha eficiência muito maior duas décadasat,rás. Isso porque dispunha de condições razoáveis e estas, des­graçadamente, não têm acompanhado o progresso do Pais, tantopopulacional como econômico.

Sr. Presidente, é, assim, uma tarefa que apresenta duas faces:dar à Nação a melhor lei possível, mas, simultaneamente, asse­g'urar à Justiça tudo o que lhe é indispensável para ter eficiência!Para este ponto pedimos a atenção do Presidente Geisel, bem comodo Ministro do Trabalho, para que ouçam o clamor reivindlcativodos trabalhadores brasileiros!

O SR. BENEDITO CANELLÃS (ARENA - MT. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, atualmente,no quadro geral da economia nacional, Mato Grosso vem se desta­cando de forma brilhante, contribuindo com parcela considerávelaos cofres públicos da Nação.

Como é do conhecimento de todos, Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, as fontes de economia em meu Estado foram a agriculturae a pecuária. E o desenvolvimento que Mato Grosso vem experi­m.entando nesta última década é fruto do alto indice alcançadopela dinamização desses dois fatores econômicos.

Diante dessa confi.guração e de posse de detalhado relatorio,em que minúcias me são dadas a conhecer, elaborado pelo af~ro­

pecuarista Pedro Rodrigues Lima, homem pioneiro e comprovada­mente empreendedor, de alto conceito no elenco sócio-econômicodo norte de llleu Estado, mais especificamente de Alto Araguaia,proponho a desenvolver o tema nesta oportunidade.

Alto Araguaia, Município localizado a leste de meu Estado,divisando com o vizinho Estado de Goiás, de clima ameno, consti­tuído de solo fértil, propício às pastagens e ao cultivo do arroze cereais similares, tem demonstrado nos últimos anos a formaextraordinária que vem atravessando na economia de Mato Grosso,graças à laboriosa gcnte que ali se localiza, desenvolvendo ao agri­cultura do arroz, em especial, e à. pecuária de leite e corte, ense­jando a essa comunidade esperanças coloridas em um amanhãcada vcz mais promissor e profícuo.

Porém, Sr. Presidente, Srs. Deputados, embora esse Municípioofereça todo um suporte econômico garantido, muitos melhora-

mentos se fazem sentir' em sua engrenagem de produção, aca'rre­tando, por isso, prejuízos assustadores. se não, vejamos;

A cultura do arroz, no corrente ano, segundo as mais pessinüs­tas previsões, deverá ultrapassar a todas as espectativas até entãoevidenciadas. Em solos que antes não apresentavam nenhum indiciode cultivo e possível cultura, tem sido a maior surpresa da região.Em terrenos arenosos e pedregosos, o arroz foi plantado, Cre!ICeUe proporcionará colheita altamente compensadora. Mas, em vistadessa surpresa, embora felíz e agradável, Alto Araguaia não seencontra preparada para armazenar toda a produção do ano. Nãopossui local apropriado para o armazenamento da safra, podendosofrer um prejuízo incalculável com a falta dessa benfeitoria.

Diante dessa situação, que se prenuncia de lucro ou prejuízo,é que, na qualidade de representante de Mato Grosso nesta Casa,e em nome do povo de Alto Aarguaia, formulo veemente e urg(·nteapelo ao Ministro do Interior, Rangel Reis, para que determineprovidências junto à Coordenação Geral do POLOCENTRO emMato Grosso, no sentido de ultimar a instalação de Ulll arma:!émde grande porte no Município de Alto Araguaia, a fim de poderdepositar a safra de cereais da região que se prenuncia altamentecompensadora, evitando assim que gêneros alimentícios sumamentevalíosos sej am perdidos por falta de local apropriado para o seuarmazenamento, até que sejam transportados aos centros consu­midores do Estado e do País.

Se tal providência for tomada, o que tenho certeza, MatoGrosso saberá recompensar essa providência com resultados ime­diatos, contribuindo cada vez mais para a economia da Nl:tl,ão,ensejal?-do maior desenvolvimento e bem-estar social.

Era o que tinha a dizer.

O SR. SINVfl.íL BOAVENTURA (ARENA - MG. Pronunei.iI. oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, o povo brasi­leiro possui plena consciência da importância do desafio tecno­lógico que o Brasil terá de vencer, a fim de se tornar grande po­tência, num mundo em que ciência e tecnologia assumem signifi­cado vital para o pleno desenvolvimento de qualquer país.

É com rapidez que vimos progredindo no seotr, graças à inte­ligência e à capacidade criativa de nosso povo. No entanto, pordemais grande o caminho a trilhar até alcançarmos o nível teCtlO­lógico que almejamos para a nossa Pátria. Podemos e devemosapressar esse desenvolvimento, mas, infelizmente, este é um setorem que não é possível queimar muitas etapas, pois o conhecimetltocientífico e tecnológico não pode advir de sortilégio, mas é frutode árduo e persistente esforço.

A indústria aeronáutica - como, aliás, a naval - assume :nomundo de hoje tamanha significação que se torna indispenmJ,velpara o nosso veloz crescimento técnico. É que reclama ela conhecí­mentos os mais sofisticados, razão pela qual vejo como da maiflrrelevância o esforço que vímos realizando para implantar em nossoPaís uma indústria aeronáutica moderna e pujante. Quando oconseguirmos, teremos, sem dúvida, vencido o mais decisivo desafiocom que nos defrontamos, que é o tecnológico.

Sr. Presidente, estas considerações visam a bem fundamentarorgulho e satisfação com que li reportagem publicada no .Jornal doBrasil do dia 8 do corrente mês, sobre a construção, em mutirão,de um planador com tecnologia desenvolvida na Escola de Enge­nharia da Universidade Federal de Minas Gerais, estabelecimentode ensino superior modelar, do qual muito se orgulha o meu Estado.

"Depois de seis anos de trabalho artesanal - informa oJornal do Brasil - com tecnologia desenvolvida na Escolade Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, oprofessor de Engenharia Aeronáutica, Dl'. Ciáudio Pinto deBarros, testou no Parque Aeronáutico de Lagoa Santa, emMinas, o planador CB-2 Minuano, projetado -em 1969 e sósuperado por um aparelho alemão. O professor, fundadordo Centro de Estudos Aeronáuticos daquela Escoia, preten­de construir. até o final de 1977, mais dois planadores. etem projetos para a construção de um monomotor ]J11raquatro passageíros, que poderá ser o mais vp)oz, econômico,barato e de fácil manutenção de todos os similares mlll1­diais. As dificuldades para montar o planador, por faltade condições materiais, foram muitas. Havia um só mar­ceneiro e a mão-de-obra foi de estudantes e dos própriosfinanciadores. Depois do vôo inaugural, eu dormi 13 horasseguidas. "Foi como se tivesse nascido um filho, depois deuma gravidez cheia de preocupações", diz Cláudio."

Sr. Presidente, informa a reportagem que não houve verbapara o desenvolvimento do projeto, "que teria sido abandonado,não fosse o interesse de particulares - engenheiros aficcionadosda a viação -, quc o financiaram e até contribuíram com sua miio­de-obra", bem como, após várias peripécias que marcaram a con­cretização do feito, ajuda dada pelo serviço de Material Aeronáu­tico do Ministério da Aeronáutica, que forneceu chapas e perfila­dos de alumínio, parafusos, pecas de aço e tubos. No mais, tudosaiu do bolso do próprio profes~or e seus companheiros.

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'17~ Sexta-feira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'1'

Diz o mesmo jornal que "o CB-2 Minuano", atualmente asegunda aeronave do mundo em sua categoria, e só perde para oLibele, alemã, com um rendimento de 39:1, ou seja, um avanço de39 metros por um metro de descida. Tem 15 metros de enverga­dura, 7 de comprimento, pesa 215 quilos" e dispõe de recursostécnicos e de conforto excepcionais.

É de se destacar que a Escola de Engenharia, a partir desseprojeto, criou, no Curso de Engenharia Mecânica, a especializaçãoem engenhada aeronáutica. Iniciado no ano passado, este cursojá conta com 18 ahmos e foi tão bem aceito que a UFMG estáfirmando convênio com a Empresa Brasiieira de Aeronáutica,interessada em contratar todos os dez formandos da primeira tur­ma, igual interesse tendo sido manifestado pela VASP. E novosprojetos. já bem mais ambiciosos e complexos estão em vias de te­rem execução iniciada.

Sr. Presidente, a Escola de Engenharia da Universidade Fe­deral de Minas Gerais é das melhores existentes no País. Dispõedc magnífico corpo docente, firme tradíção e equipamentos osmais modernos. A iniciativa ali adotada, no tocante a EngenhariaAeronáutica, é de suma importância e há de ter o apoio e oincentivo governamental, especialmente por parte do Ministérioda Aeronáutica, cujo entrosamento eom aquela Escola será auspi­cioso. a Curso ali iniciado há alguns anos poderá tornar-se, emfuturo não remoto, em empreendimento de envergadura, numadecisiva contribuição para o desenvolvimento tecnológico brasi­leiro. E é de se notar que mais emocionante se torna o fato setivermos em conta ser o Brasil a pátria do inventor do avião, oque há de destinar-nos a um futuro radiante no setor aeronáutico,a despeito da escassez de recursos com que lutamos.

É com satisfação e orgulho, reitero. que faço esse registro, poisa realização do projeto a que aludo é de indiscutível importânciae há de tornar-se ponto de partida para trabalho mais amplo.Serve o episódio, ainda, para salientar o quanto podemos obterde nossas melhores universidades, através de ação bem coordenadae até mesmo iniciativas pioneiras e isoladas como a adotada naFaculdade de Engenharia da UFMG.

Congratulo-me, Sr. Presidente, com o Prof. Cláudio Pinto deBarros, seus colaboradores e universitários, formulando votos deque esse magnifico feito venha a tornar-se ponto inicial para em­preendimento de envergadura, em setor de tanta complexidadetécnica como é o da Engenharia Aeronáutica.

Maior minha satisfação por ver essa notável realizaçâo ocorrerem meu Estado, no âmbito de uma Escola tradicional, de concei.toexcepcional e que conheço e muito admiro.

O SR. PARENTE FROTA (ARENA - ES. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, tive a honra de rece­ber expediente enviado pelo Prefeito Municipal de Cachoeiro deItapemirim em meu Estado, Sr. Theodorico de Assis Ferraço, noqllal aquele zeloso administrador enfoca problema que, com umpouco de boa vontade por parte do Instituto Nacional da Previ­dência Social, poderia ser resolvido a contento, sem criar maioresdificuldades. Refiro-me aos débitos de algumas Pl'efeituras Muni­cipais para com essa autarquia.

Não é desconhecido dos Srs. Deplltados o fato de que, por vá­rias razões que não vêm agora ao caso, algumas Prefeiturastiveram sellS débitos para com o INPS acumulados durante algumtempo, tornando-se quase impossível para elas a liquidação dosmesmos em virtude da incidência, sobre eles, de dois outros encar­gos que, a nosso ver, poderiam ser perfeitamente dLspensáveis nocaso: os juros e a correção monetária.

Sei que no caso especifico da Prefeitura de Cachoeiro o as­sunto tornou-se tão importante, Sr. Presidente, que entendimen­tos pessoais entre o Prefeito Theodorico de Assis Ferraço e o Mi­nistro Nascimento e Silva, da Previdência Social, e até com oPresidente Ernesto Geisel, foram mantidos, sem, contudo, se en­contrar uma solução satisfatória. Não posso furtar-me ao deverde tentar contribuir, com um pouco que seja, para a solução doimpasse, que não beneficiará, se resolvido, apenas aquela Prefei­tura.

Quero crer, Srs. Deputados, que, em sua crua simplicidade, oargumento de que se está valendo o Chefe do Executivo de Ca­choeiro do Itapemirim é ponderável e devia ser levado na devidaconta. Alega ele que seria muito mais lógico o INPS receber já eagora, mesmo que parceladamente, aquilo que as Prefeituras com­provadamente lhe deverem, abrindo mão a autarquia dos jurose da correção monetária, do que insistir nesses dois encargos eter de esperar bastante tempo, até que cada caso tenha solução.

Sei muito bem que resposta seria fácil o Instituto dar: elepode esperar, ele não precisa desesperadamente desse dinheiro,seu orçamento lhe permite impor às Prefeituras o que a lei deter­mina. Até certo ponto, estará com razãD o Instituto se responderassim. Esse argumento, entretanto, é uma autêntica faca de doisgumes. Se o INPS, que detém o segundo maior orçamento destePais, tem folga para esperar, realmente não precisa dos juros eda correção monetária que está a exigir das Prefeituras. Pode,

portanto ( sem que isso lhe faça falta alguma), abrir mão dessesencargos. Pode e deve abrir mão desses encargos.

Se para o INPS isso pouca diferença faz, Srs. Deputados, paraas Prefeituras faz muito. Em ambos os casos (no do INPS e no dasPrefeituras), está-se jogando com o dinheiro do povo e com obem-estar da populaçáo. Quero, pois, desta tribuna, apelar para aPresidência do Instituto Nacional da Previdência Social, no sen­tido de que atenda à justa reivindicação da Prefeitura Municipalde Cachoeira de Itapemirim, na certeza de que, fazendo-o, estarábeneficiando o povo. E eu não sei de outro objetivo maior que oINPS possa ter do que exatamente este que acabo de mencionar:beneficiar o povo!

Era o que eu tinha para dizer.O SR. LÉO SIMõES (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte dis­

curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o rádio, como hoje o co­nhecemos, surgiu na década de 1920. Era considerado, a princípio,UlIla simples novidade, um entretenimento. Rapidamente, sua pe­netração atingiu milhões de ouvintes e, então, converteu-se numaforça considerável. como uma das maiores responsabilidades atri­buidas a um invento humano, criando o fenômeno da radiodifusão.

A imensa popularidade do rádio, colocando-o à frente de todosos outros meios de comunicação de massas, deve-se às suas pro­prie-dades excepcionais: facilidade, atualidade, apelo direto, ao in­divíduo e suas caracteristicas como instrumento social peculiar.

Com o advento do transistor, então. o rádio tornou-se imbatí­vel. Fácil, cômodo, acessível a camadas menos favorecidas da popu­lação, que são a maioria. É prático, insubstituível.

a rádio alcança um público maior que os órgãos escritos, por­que é um meio fácil, que não exige esforço nem aptidões. Muitosnão lêem jornais ou livros, mas ouvem rádio, naturalmente.

O seu maior valor é constituir-se no maior elemento de comu­nicação de massas. Assim, deve-se dar maior ênfase ao rádio comofonte de noticias e informação e como instrumento de educação,cultura e lazer.

a rádio no Brasil, como todos os empreendimentos humanos,passou por várias etapas, tendo atingido sua fase áurea antes doadvento da televisão - meio de comunicaçãD audiovisual muitopoderoso, mas que só subtraiu do rádio uma parcela da população:a de poder aquisitivo mais alto.

Fora disso, mesmo considerando a popularização da televisãoe seu advento até mesmo nas favelas dos grandes centros, a ver­dade é que a grande camada da população ouve mesmo é rádio,principalmente o transistor, que é companheiro inseparável de seuouvinte.

Desta forma, pode-se considerar o rádio como o grande res­ponsável peJa maior soma de conhecimentos adquiridos pelamaioria da população brasileira, e mesmo por fenõmenos de cons­cientização de problemas e atê de politização.

Pareceram-nos indispensáveis essas considerações prelimina­res para conceituar o verdadeiro valor do rádio na sociedade atual.E é dentro desse contexto de importância e de atuaçâD que pode­remos, então, situar o grande significado do transcurso dos 40 anosde atividades da Rádio Nacional.

Esta emissora, das mais destacadas do setor, começou os fes­tejos de seu quadragésimo aniversário no dia 5 de setembro, comuma programação intensissima, que teve como um dos pontos altosum concerto na Sala Cecília Meireles, regido por um de seus anti­gos maestros, Guerra Peixe, e que contou com vários compositorese músicos do maior valor. ]': importante frisar que a orquestra doTeatro Municipal é a mesma que pertenceu, durante muitos anos,à Rádio Nacional, sendo a maioria dos seus instrumentLstas re­manescentes da emissora.

A programação do aniversário foi encerrada brilhantementeno dia 11 de setembro, quando foi apresentado, no Teatro JoãoCaetano, um show, com entrada franca, com a participação deseus mais expressivos artistas.

Seria impossível não registrar aqui, no Poder Legislativo, natrib.una desta Câmara, que é a caixa de ressonância de todos osfatos e emoções populares, a repercussão de tal evento.

Desejamos, nesta oportunidade, destacar o relevante serviçode utilidade pública prestado pela Rádio Nacional ao longo dosseus quarenta anos de existência e de atividades, bem como o seupapel preponderante na comunicação, recreaçâo e informação dasmassas brasileiras.

A todos os integrantes da equipe da Rádio Nacional, desde. asua digna e esforçada diretoria, seu excepcional elenco de artistas,funcionários, aos artífices de sua produção e funcionamento, en­viamos nossas mais calorosas felicitações pelo transcurso de s&uquadragésimo aniversário, inegavelmente um importante marconas ativ}dades radiodifusoras do nosso País.

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Setembro de 1976 DlARIO DO CONGRESSO NA.CIONAL <Seção I) Sexta-feíro 1'1 91'71==============================_.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­

V - Passa-ge ao Grande Expediente.Destina-se a prestar homenagem à memória do ex-Deputado,

Dr. Agostinho Monteiro, recentemente falecido.Tem a palavra o Sr. Gabriel Herm~;. como autor do mquetl­

mento e pela ARENA.O SR. GABRIEL HERMES (ARENA -- PA. Pronuncia o seguin­

te discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, falamos, da tribuna.da Câmara. em memória de Agostinho de Menezes Monteiro. Nomeio em que nasceu no Pará e no periodo em que viveu, sobressai asua presença pelas atitudes corajosas que tomou como médico con­ceituado, homem de empresa e exemplar chefe de família. MasAgostinho Monteiro foi antes de tudo o cidadão patriota que viveue marcou a sua passagem como político. E como tal lutou pelaredcmocratização da Nação, contra às ditaduras. a nacional e aregIOnal, que atingiram toda uma geração sacrificada depois daRevolução de 1930. •

Era um homem cheio de entusiasmo, que envolvia e convocavaos jovens, os companheiros das lutas dos telupos da União Demo­crática Nacional e da Frente Única no Pará, para - como suaspalavras em 12 de fevereiro de 1940 - "estudarmos e darmossolução à calamitosa Situação econômico-financeira que nos legoua ditadura, transformando a vida do brasileiro numa verdadeiratragédia de fome".

Depois, acrescentava no primeiro discurso das críticas e adver-tências da série de orações que registranl os Anais do Congresso:

"Sendo a vida um fator indispensável ao desenvolvimentodc um povo, é dever do Estado fazer com que ela existae se mantenha. ];i dever do Estado preservá-la no bemgeral da sociedade do povo e da própria Nação. Ao Estado,responsável pela orientação da coletividade, incumbe, den­tro desses principios, zelar pela saude, desenvolvimento evida física, moral e intelectual dos individuos como fatoresimprescindiveis à existência e à prosperidade da Nação."

Ouço o nobre Deputado Herbert Levy.

O Sr, Herbert Levy - Permita-me. nobre Deputado. l!: umprivilégio pouco invejável dos mais velllOs desta Casa, entre osquais me incluo. ter convivido com tantos brasileiros ilustres quepor aqui passaram. No caso de Agostinho Monteiro. posso dizerque não sei o que mais deploramos: se a perda do amigo admirá­vel. do companheiro combativo, fiel a seus principias, se a perdado cidadão admirável que o Brasil ácaba de perder. Contemporâ­neo de Agostinho Monteiro durante vários anos, nesta Casa, desejodizer que era ele um homem que se impunha à amizade de seuspares, eis que possuía a capacidade. que é rara, de agradar quantos

- dele se aproximavam. Uma verdadeira figura de varão de Plutarco,um chefe de família, um líder, um amigo extremamente bondoso,,consciencioso, cumpridor de todos os seus deveres, enfim, um ho­mem de qualidades raras, de um caráter íntegro, que acaba dedesaparecer. Quero expressar, em meu nome e, tenho certeza, node todos os meus companheiros de São Paulo, sobretudo daqueles,que conheceram Agostinho Monteiro, o profundo pesar que nos'Invade a alma neste momento em que se homenageia sua me­mória.

O SR, GABRIEL HERMES - Nobre Deputado Herbert Levy.las palavras de V. Ex." são profundamente comovedoras para mimte para todos os nossos amigos do Pará, principalmente porqueV. Ex." conviveu com Agostinho Monteiro, figura respeitável, es­~timada e. sobretudo, amiga de nosso País, este imenso Brasil.

Prossigo. Sr. Presidente.

Realmente toda a sua' existência foi a de um médico preocupa­do com o bem-estar físico do homem e a de um cidadão atentoàs soluções dos problemas econômicos, sociais e do bem-estar dal:oletividade. De sua vida rica de atividades desassombradas, pode­lnos buscar elementos que se ligam a fatos históricos da Nação e

'I\OS dos anos que depois de 1930 .fixam a. época de uma geraçãoJnuito angustiada e sacri!icada.

Como representante no Congresso Nacional, destacou-se pelosIleus estudos econõmico-financeiros, na defesa dos problemas re­l~ionais.

O Sr. Salvador J'ulianelli - Permite V. Ex." um parte?O SR. GABRIEL HERMES - Com prazer, nobre Deputado.O Sr. Salvador JulianeUi - Realmente. hoje, faz V. Ex." refe­

rência a uma ilustre personalidade que nos deixa e que permane­c:erá perenemente em nossa memória, como parlamentar ilustre,médico insigne e grande lider que foi. desempenhando. atravésdos mandatos parlamentares que honrou, sua extrema dedicação~IOS interesses do País, como grande paulista do Pará. S. Ex." foium companheiro inexcedível nas horas difíceis da Nação brasileiraE~ compartiu as dificuldades do seu mandato. de sua vida pública,'com conterrâneos que também darIam sua extraordinátla contri-

buição ao desenvçlvimento político brasileiro. Refiro-me a um dosseus companheiros, nosso querido e saudoso Armando SaIles deOliveira, ao eminente Senador- Arthur Bernardes e a outras t.antaspersonalidades que deram ao Pais a demonstração evidente dequanto pode o ânimo civico dos que lutam por um Brasil cada.vez mais desenvolvido e mais justo. Por isso. quando V. Ex.o. anali­sa a excepcional e invuigar figura desse eminente brasileiro. Agos­tinho Monteiro, ex-Presidente do primeiro Conselho Federal deMedicina, eX-Presidente da Assembléia Legislativa de seu E:stado- e aqui eu me dem6raria também, cit.ando-o como grande jor­nalista - devo dizer, agradecendo a V. Ex." o aparte que meconcede. que grato sou ainda pela oportunidade de trazer, comopolítico, minl1a modesta contribuição à eloqüente exposição queV. Ex." faz a respeito dessa magnífica figura humana e politica donosso País.

O SR. GABRIEL HERMES - Muito grato, nobre colega, pelasexpressões de carinho de V. Ex."

Sr. Presidente, em sessão de 12 de fevereiro de 194(;, emprograma de homenagem à memôria de vultos notáveis nacionais,como apaixonado da história do Pará, lembrara nomes e feitosde paraenses ilustres da época da primeira República, entre osquais, Nina Ribeiro. Antônio Baena, José Ferreira Cantão, Moto.Bacelar, Manoel Barata, Artur Índio do Brasil e Silva, José Paisde Carvalho, Serzedelo Correia e outros, que qonraram a Naçãono Parlamento, nos Ministérios. no Governo de Estado. Deu A.gos­tinha Monteiro destaque especial a Lauro Sodré. que, ao lado deFloriano, lutou pela República, depois pelo apaziguamento dosespíritos, ação que projetou Lauro Sodré no âmbito nacional eo fez duas vezes Governador do Pará. .

O Sr. Newton Barreira - Sr. Deputado Gabriel Hermes, nabancada do Pará, talvez não encontremos outro nome meihor queo de V. Ex." pará falar sobre a figura de Agostinho Monteiro.Lembro-me do tempo em que, ainda menino. ouvia de meUE paisa atuação de Agostinho Monteiro à frente da política paraense.Refiro-me precisamente à época da Revolução .de 30, quando foicriado o partido Frente Única Paraense, de onde Agostinho Mon­teiro foi eleito Deputado Federal e que foi uma campanha ímparna história política do País, partIcularmente do nosso Pará. Sem­pre se colocou à testa das atividades politicas paraenses, demons­trando excepcional interesse pelos problemas de nosso Estado,coma bem sabe V. Ex.... eis que ladeava a pessoa de AgostinhoMonteiro dia após dia. Por isso, repito: ninguém melhor que V. Ex.'"para reverencIar a memória desse ilustre Deputado que represen­tou o nosso Estado nesta Casa.

In<;orporo minhas palavras às de V. Ex.a., cumprimentando-opela homenagem que presta àquele grande vulto.

O SR. GABRIEL HERMES - Muito obrigado, Deputado NewtonBarreira.

Sr. Presidente, os discursos de Agostinho Monteiro. acentua­damente no período Constituinte de 1946, oferecenl lições de :~mor

à democracia.Os estudos do representante paraense. pois seus discursos I~ram

estudos sobre problemas econômicos e financeiros. o destacaramentre seus pares. Analisou a situação difícil que enfrentava aNação nos anos que se seguiram à Guerra e ao final da ditadura.Com números e dados estatisticos, voltou-se para os problemasda saúde e da baixa produção de alimentos. Os aparteantes, ilus­tres brasileiros que honraram o nosso parlamento, dizem do brilhoe respeito que merecia Agostinho Monteiro.

O Sr. Jorge Arbage - Permita-me. nobre Deputado GabtlelHermes. A Câmara dos Deputados, na eloqüente e fascinante ora­ção de V. Ex.a• rende, nesta tarde, justa homenagem à memóriade um vulto que, dentre tantos outros, projetaram bem alto oglorioso nome do Pará em nosso Pais. Agostinho Monteiro - sabeV. Ex.", sabemos nós e todo o Pará - foi, sem dúvida alguma,uma figura exemplar de politico, de chefe de família, de conse­lheiro e de amigo.

Nosso Estado deve a esse extraordinário homem inestimáveisserviços prestados à causa pública. Foi um dos implantadores daRevolução de 64 no Pará, ao assumir, ao lado do então GovernadorJarbas Passarinho, a Vice-Governança do nosso Estado. Repre­senta ainda um símbolo de bondade para as novas gerações quejamais se esquecerão de Agostinho Monteiro, pelo seu porte deestadista, no exercício da atividade pública e política. Portanto,eminente Deputado Gabriel Hermes, nenhum parlamentar nestaCasa teria mais condições que V. Ex." para reverenciar a memóriade Agostinho Monteiro, pois V. Ex." foi seu companheiro de parti­do. seu companheiro de lutas, seu companheiro de ideário. Queas palavras de V. Ex."'. inseridas nos Anais desta augusta Casado povo, sirvam de exemplo de grandeza às gerações contempo­râneas.

O SR. GABRIEL HERMES - Muito grato a V. Ex.a.Sr. Presidente, nos jornais do meu Estado, brilhantes escrito­

res e intelectuais se manifestaram sobre Agostinho Monteiro.

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'1'74 Sexta-feira 17 DJARTO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção I) Setembro de 19'16

O Liberal de 3 do corrente, sobre ele publicOll o seguinte editorialsob o titulo "Exemplo que fica":

"A morte de Agostinho Monteiro é o instante solene parase rememorar a vida e o exemplo de um grande paraenseque amou a sua terra e a sua gente, honrando-as e digni­ficando-as tanto dentro como fora das fronteiras doPará.Fez a grande viagem já a caminho do centenário de suaexisténcia terrena, mas nunca deixou de ser o mesmo jo­vial, dinâmico e entusiasmado moço que começou a vidadc serviço no exercício do sacerdócio da medicina, à qualse dedicou com a preocupação tão-somente de fazer obem e de minorar o sofrimento fisico dos seus semelhan­tes. O contato permanente com os dramas, alegrias e vi­cissitudes de seus conterrâneos o levou à abertura de outrafrente dc trabalho e de luta, na seara politica, onde eledeu dimensão, colorido e legenda à sua atuação em defesados superiores interesses do Estado, especialmente da tri­buna da Câmara dos Deputados, que viveu altos momentoscom a sua presença renovadora, mareada pela disposiçãode abordar e discutir os grandes temas do desenvolvimen­to econômico e social do Pais em um momento históricoem que a preferência era pelas arengas políticas e ,parti­dárias. Na atividade privada, foi, também. um impulsorenovador na pecuária do Marajó, tendo realizado, duran­te o tempo em que teve de deslocar-se para o Rio de Ja­neiro por força de suas atividades parlamentares, umabem sucedida experiência no setor granjeiro. que, maisuma vez, pôs em evidência a sua extraordinária vacacãode administrador. .

Recolhido aos seus afazeres particulares, depois de umavida intensa e trepidante na política de Slla terra, ele nãose furtou a voltar à cena para dar um exemplo de com­preensão, de generosidade e de amor à terra, ao aceitar amão que lhe era estendida pelo ferrenho adversário deontem, o General Magalhães Barata. Tal gesto, no mo­mento, não pôde ser bem compreendido por toda a opiniãopública, mas lhe valeu, mais tarde, a incomum consagra­ção que lhe foi tributada pela Assembléia Legislativa doPará elegendo-o, por unanimidade de votos de todos osseus membros, Vice-Governador do Estado, nllma das ho­ras mais difíceis e mais críticas da vida pública paraensequando parecia impossível uma conciliação. Foi nesse ins­tante que o seu nome surgiu e foi aclamado como o pe­nhor e a garantia de uma solução de alto nível para oproblema político do seu Estado.Otimista incorrigível, espírito sempre jovem e semprecheio de fé e entusiasnlO, nunca permitiu que ° peso dosanos nem os espinhos da árdua caminhada lhe atingissemo gosto pela vida e a solidariedade para ° próximo, nema vocação e o entusiasmo de fazer mais alguma coisa pelacomunidade. Nem mesmo a batalha final, penosa e des­gastante, teve forças para afetar-lhe o espirito resistentee alegre que ele manteve até o último alento, para deixarum último exemplo na hora solenc de sua partida paraa pátria celestial.Um grande homem que se vai, mas um grande exemploque fica, para esta e para outras gerações de paraenSesque haverao de tributar, pelos anos a fora, a homenagemdo reconhecimento e da gratidão de um povo à memóriade um filho que viveu, lutou e morreu acreditando notrabalho, na grandeza e nobreza de todos os seus con­terrâneos."

O Sr. Célio Marques Fernandes - Permita-me, nobre Depu­t::,do, aparteá-lo. A ARENA do Rio Grande do Sul não poderiaflear ausente, no momento em que se homenageia Agostinho Mon­teiro. Conta-nos a história que o Sul e o Norte - o Norte napessoa de Agostinho Monteiro e o Sul na pessoa de Carlos Ma­chado - fundaram, se não me engano em 1937 a União Demo­crática Brasileira, criando o primeiro diretório, daí se originandoquase que toda a política nacional. Solidarizo-me com V Ex aq~ando reverencia a' memória daquele extraordinário homem piL':bbco, e o cumprImento pela feliz idéia de solicitar esta home­nagem. Foi uma alegria imensa para nós, da ARENA, ter sido~. Ex." o es~olhido para saudá-lo. Realçando figuras como Agos­tmho Montelro, estaremos dando exemplos para a nova geraçãode políticos brasileiros.

O SR. GABRIEL HERMES - Muito grato, nobre Deputado.Sr. Presidente, João Malato, companheiro de luta de Agostinho

M0!1teiro, il~stre )ornalista do Pará, escreveu sobre ele o seguinteartlgo, que msenmos no nosso pronunciamento:

"Em maio último, quando fui levar-lhe as minhas despe­didas: e~ seu be~o apartamento na Praia do Flamengo,no RIO, vlslumbrel-Ihe no olhar uma espécie de desalentopor não poder vir também, quando sentia enorme a ne-

eessidade de estar em Marajó, este verão. para acompa­nhar uma experiéncia genética que estava procurando in­troduzir em seus rebanhos de alta qualidade.Perguntei-lhe por que não vinha - desde que o estado desaúde de Dona Julieta era plenamente satisfatório, e oclima seco de Marajó só podia lhe fazer bem. Explicou­me que os médicos que a assistiam desaconselhavam qual­quer espécie de viagem -, c sem ela, ele não viajaria.Era assim o Dr. Agostinho Monteiro.Homem de um só principio, de uma só linha moral e deum só lei Lo, modelou, em sessenta anos de casamento, afamília perfeita, da qual, aos 85 anos, se fez o tronco aga­salhador a cuja sombra os filhos e os netos se embalsa­mavam de carinhos. E poucos homens eu já vi tão cari­nhosos quanto ele.Conhecia-o, precisamente, há 42 anos. Em 1934, ele, jun­tamente com Samuel Mac-Dowell e Aldebaro Klautau, foibuscar-me em minha casa da Cidade Velha, para partici­par, com eles, da mais terrível e heróica luta política quejá se feriu no Pará, sob a legenda de "Frente Única", ecom o propósito de devolver a nossa terra ao reinado dapaz e do Direito que. há quatro anos, haviamos então per­dido. Desde então, acompanhei-o em todas as arrancadaspolíticas a que ele se entregou, porque ele era um dessesgladiadores que causavam prazer e orgulho em ver lutar.Eu estava ao seu lado, na Confeitaria Central da Rua JoãoAlfredo, na manhã de 23 de setembro de 1934, quando a.capangada assalariada entrou para trucidá-lo a tiros, eele, desarmado que estava, atracou-se com eles, numa lutacorpo a corpo, até que balas vindas de outra direção, fize­ram-no sustentar nos braços a agonia de um dos sicários,que nadava em sangue.Depois, o médico de maior clínica que fora. até então,transformou-se no parlamentar brilhante, esclarecido egalhardo que criou uma nova consciência cívica na Câ­mara Federal, agitando problemas da mais alta transcen­dência para a vida econômica do pais. Economista dosmaiores que o Brasil já conheceu, a ele devemos o gran­dioso Plano da Valorização da Amazônia que acabou sendovotado pelo Congresso Nacional. com a emenda constitu­cional que mandava aplicar 3% do Orçamento da Repú­blica no programa de obras subordinado a esse Plano, quecelebrizou-se pela sigla de SPVEA.O conceito de Agostinho Monteiro, como economista, ga­nhou ressonâncias nacionais, ao ponto de receber convitespara proferir conferências técnicas nas maiores capitaisdo Sul do Pais, como uma realizada em Porto Alegre, aconvite da Sociedade dos Suino-Cultores do Rio Grandedo Sul, na qual o parlamentar paraense falou durantequatro horas sobre criação de porcos, apoiado numa enor­me bagagem cultural, em que as estatísticas, os gráficoscoloridos e os mapas relativos às regiões mais propicias àindústria suína, haviam sido organizados e mandado con-feccionar por ele próprio. .Infelizmente. a paixão que o prendia ao seu modelar cria­tório de gado de MaraJo. fé-lo afastar-se do ambiente doRio e de São Paulo, onde a sua autoridade e experiênciade financista e economista faziam-no solicitado pelos Vá­rios centros especializados das duas maiores capitais bra­sileiras. E o que ele fazia em Marajó era em obediênciaà sua inata tendência de ser útil, e de fazer progresso IlaAmazônia - visto como todas as suas propriedades, nestemundo, ele já as havia transferido para o nome de seusfilhos.Ele sempre foi maior do que as funções públicas que exer­ceu. Era dessas criaturas que dignificavam os lugares poronde passava, ao contrário de outras, que só valem pelasposições a que se alçapremam. O seu valor era intrinseco,nítido, sem sombras, nem meia-luz, e onde tudo resplande­cia da claridade solar de uma vida plena e honrada.Com a morte de :lgostinho Monteiro, o Pará fica diminuí­do 'de uma das suas forças morais e mentais mais autên­ticas e resplandecentes. Homem de lutas, não se lhe co­nheceram ódios, nem mesquinhezas subalternas. nem re­cuos hipócritas, nem tibiezas, ou tergiversações indignas- e em tudo o que promovia ou realizava, impregnava deum tão alto sentido de determinação e entusiasmo, queeram como a marca da sua grande e nobre vida.Se o Pará não soube aproveitar o enprme acervo de valo­res que ele representava, como cerebração, como consciên­cia e como caráter - tanto pior para nós.

Este o depoimento, Sr. Presidente, também de um dos amigosde Agostinho Monteiro, de um dos companheiros dentre muitosque tive na minha geração de lutas em meu Estado.

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Sel.embro de 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 9175

Ainda um depoimento, este de um dos jovens que acompanhouAgostinho Monteiro, publicado também por O Liberal, que trans­Crc'vo para que conste dos Anais o- que disse Cleo Bernardo:

"Diante do lutador morto lembro a vida, isto é, o início daminha juventude. 1934. Tinha dezesseis anos. Samuel MaeDowell e ele liderando a Frente Única paraense, que acen­deu fogueiras de idealísmo e de líberdade nesta terra doscabanos, à espera do historiador que não tema nem minta,não mistifique nem deturpe. Foi o meu batismo de fogo.Guardo vivas na memória, corno exemplo e inspiração, asrecordações cívicas daquela época, época que me ensinouque sem coragem ninguém pode ser homem público.Nem maio País havia saído do governo discricionário deGetúlio Vargas, eis que 1937 termina recomeçando umanova ditadura, a do Estado Novo, do mesmissimo GetúlioVargas. Fechado o Congresso Nacional, onde exercia comlucidez e dignidade o primeiro mandato de Deputado Fe­deral, retorna a Belém para continuar sendo o respeitadomédico e professor da Faculdade de Medicina, que ajudaraa fundar e que é o serviço maior de uma geração degrandes médicos humanistas e humanitários, como Aben­Athar, Camillo Salgado, Dias Júnior, Arthur França, Aci­lino de Leão, Remigio Filgueiras, Lauro Magalhães, MárioChermont e Porto de Oliveira, este o derradeiro sobrevi­vente, todos até hoje sem a homenagem de bronze, quelhes deve o Pará.E aql.li ficou trabalhando e resistindo altivamente. Negan­do-o, muita gente o cambatia por inveja do tipo físico emental que defrontava. Quando regressei da guerra, coma redemocratização do Brasil, ao entardecer do dia do Cí­rio, em 1945, lá estava em, Val-de-Cães, a civilidade empessoa, para receber o advogado e jornalista de 27 anosque participara do último contingente da Força Expedi­cionária Brasileira, como soldado voluntário. Recordo tãobem as suas palavras de saudação e de carinho: - Vamoslutar novamente, pracinha querido.Porém divergimos então e em parte. A luta contra o nipo­naz-fascismo, além de democrata, de mim fizera socialista.Elegeu-se DeputaQo Federal pela UDN, que presidia êomespírito de organização e de combatividade. Na Câmarados Deputados outra vez se destacou, debatendo problemaseconômicos que envolviam a agricultura e a pecuária, paraas quais já reivindicava objetivos de integração moderna.Olhava a Amazônia como um todo. Formou ao lado dasfiguras nacionais.Em 1950, através de cartas e de artigos apelei, juntamentecom Abel Martins, Aldebaro Kiautau e Abelardo Conduruque não o compreendiam afastado de nós naquela horadecisiva, para que viesse apoiar a candidatura do generalAssumpção, a quem fazia restrições. Afinal vencemos, como apoio dele também, fiel à histórica campanha, que tan­tos graúdos e miúdos envergonharam depois, sim, pelatraição aos compromissos morais e intelectuais solenem,m­te assumidos. Merecendo, no entanto, 'não se reelegera.Após, resi~ndo no Rio de Janeiro, se concentrou nas ati­vidades particulares, vitoriosas todas. Em 1958, os Sena­dores Ãlvaro Adolpho e Lameira Bittcncourt, em nomedo Governador Magalhães Barata e do PSD, foram busca­lo para ser o candidato ao Senado da República, pensandonuma pacificação geral, .que as condições políticas aindacontrariavam. A Coligação, com Alexandre Zacarias de As­sumpção, triunfou no pleito majoritário, repetindo a vitó­ria de oito anos atrás.Milhares de sóis e de luas se passaram. Preso, em 1964,sozinho ouvi pelo rádio o seu discurso como vice-governa­dor, na Assembléia Legislativa, dizendo que esperava quea próxima eleição fosse direta e o povo paraense livre­mente pudesse escolher os governantes do Estado. Fiqueicomovido. Por isso pedi a Maria Celeste que lhe tele[o­nasse. Recebeu-a com alegria e fazendo planos para ofuturo.Ao sair da prisão, solto de propósito à meia-noite de 16de julho, cheguei em casa, no Edifício Importadora, a umada madrugada, trazido por certo caminhão, que de re­pente surgiu na estrada, cujo motorista e acompanhantenunca mais vi, embora muito desejasse revê-los. Logo pelamanhã a campainha toca e fui atender. Era o vice-gover­nador dos ideais democráticos de sempre, que por mérito elinhagem poderia ser o Governador em qualquer oportu­nidade, que se apressava em visitar o velho companheirocassado e libertado há poucas horas por decisão superiorado Tribunal Militar. O npsoo abraço tremia na emoçãodo encontro.E revivê-lo no tempo, sem o amor de uma Julieta, a mu­lher-solidariedade de cada minuto e do destino inteiro,

seria esquecer o que ela significou em vérdade, não apenascomo esposa e mãe, mas como cidadã.Escrevendo, sinto que a mão é levada pelos meus mort.ooa escrever assim. Amigo dos Braga e dqs Macambira, so­bretudo do tio Astésio, irmão de mamãe, as divergênciasnaturais da idade ou do pensamento não diminuíram n€,mmacularam a amizade que as novas gerações da famíliafizeram questão de conservar. E agora, pelo passado ·e pelopresente vividos sob o signo da participação política e daesperança humana, trago o adeus entre as rosas do cora­çâo ao grande marajoara, porque é o coração que dá otoque de beleza nos seres'e nas coisas.

O Sr. Figueiredo Correia - Permite V. Ex." um aparte?O SR. GABRillL HERMES - Com muito prazer.O Sr. F'ígueiredo Correia - Antecipando-me ao pronuncia­

mento que fará dentro em breve o Deputado Israel Dias-Noval~s.

em nome do Movimento Democrático Brasileiro, quero, no exercí­cio da Liderança, felicitar V. Ex." pela iniciativa que teve de sub­meter à consideração desta Casa o requerimento de sessão paraa homenagem hoje prestada ao grande político e médico do Estadodo Pará. Na verdade, eis que os conceitos a respeito do grandeparaense deviam ser proferidos, nesta sessão, por um dos inte­grantes da nossa representação daquele Estado. Todavia, motivossuperiores determinaram a ausência do orador indicado pela Li­derança e, já agora, sendo Israel Dias-Novaes amigo pessoal deAgostinho Menezes Monteiro, ninguém mais indicado do que S. E:{.aem razão dessa amizade, para transmitir aqui o pensamento doMovimento Democrático Brasileiro em torno do vulto hoje home­nageado pela Câmara dos Deputados. Congratulo-me com V. E:c'"e declaro-me solidário com a homenagem prestada, neste instante,por iniciativa de V. Ex.", pois sei tratar-se de tributo merecidoa um dos vultos de destaque do seu grande Estado.

O SR. GABRillL HERMES - Muito grato pelas palavras ,deV. Ex.'"

Sr. Presidente, sucederam-se as palavras de. saudades, as re­cordações da vida de Agostinho Monteiro. O Gpvernador do meuEstado fez-se presente ao velório. Uma alocução foi proferida pC'loescritor Corrêa Pinto, representante do Governador e do Pará.Leio-a, Sr. Presidente, para que conste dos Anais:

"Agostinho Monteiro:Eu poderia acrescentar um S ao teu nome. Pois muitosAgostinhos conheci, dentro de tua personalidade.Acho, porém, difícil destacar, entre tudo o que tu 10ste,o teu titulo maior.Médico, verdadeiramente douto e humanitário. Político, deampla visão e de raro destemor. Economista lúcido e obj e­tivo. Arguto pesquisador do mundo amazônico. Patriotaautêntico, preocupado sempre com os 'sérios problemas n,a­cionais. Chefe eminente de uma estirpe nobre.Aristocrata, nos hábitos, amavas o convívio elegante coma sociedade. E democrata, por indole, tu te comprazias emviver no meio do povo.Eras o homem fino dos salões requintados. E eras o homemsingelo, que se recolhia à fazenda, para saborear, com agente do campo, os ingênuos encantos da vida rural.Apreciei, de perto, a tua fascinante individualidade, nosdias heróicos da velha Frente Única do Pará. Na casa ilus­tre de Samuel Mac Dowell, onde se reuniam e conspiravamos líderes d.a oposição ao interventor Magalhães Barata.Naqueles tempos, enfrentaste o terrível caudilho, com todoo arsenal de tuas armas: com teus discursos corajosos, comteus artigos veementes. .Mas, quando ele, após oito anos de ostracismo, voltoú aopoder e, num repente inesperado e altaneiro, encareceu atua colaboração, não te negaste a atendê-lo, por amorao Pará.Esse teu gesto de grandeza foí uma comprovação do c;:.ueafirmo: havia em ti uma pluralidade de sentimentos.Eras sempre uma surpresa, uma novidade, uma criaturadiferente, pelo ineditismo das tuas atitudes.Poderias repetir, como teus, os versos célebres de R,amde Leoni:

"Alma estranha, esta que abrígo.Estr-, que o acaso me deu.Tem tantas almas consigo,que eu nem sei bem quem sou eu."

Jamais esquecerei a lembrança - absolutamente impr,e­vista - com que me obsequiaste, no Natal de 1975.

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'116 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sei;ÃO I) Setembro de 1971

Pelas mãos de um amigo comum, que aqui se encontra, ()querido Mclo Mata, fizcste chegar até mim o teu presente,vivo reflexo da originalidade do teu espirito,No dia de Natal, que esperaria eu" Tudo, menos o queme enviaste.Mas, a tua oferta foi, para mim, régia dádiva. Mais valíosaque uma jóia de alto preço. Mais emocianante que umcheque de alta quantia.Que me mandaste, então, velho amigo?Os sete volumes da obra rara de Gregório de Matos.Creio que isso é bastante. para testemunhar a finura da.tua sensibilidade.

Agostinho Monteiro:Trago-te, aqui, as despedidas de todos os paraenses, desdeo Chefe de Estado e o Vice-Governador, teus grandes efiéis amigos, até aos mais humildes conterrâneos nossos,pois eras, na realidade, uma criatura estimada pelo povo,ao qual sempre estendeste generosamente as tuas maos.Que Deus te acolha, de braços abertos, no seu reino demisericórdia e de paz!" .

Sr. Presidente, fui, posso dizer, aluno político de AgostinhoMontefro. Acompanhei-o jovem naquela trajetória difícil que oBrasil enfrentava nos días de ditadura, e nós, do Pará, no períodode caudilhismo. o últímo felizmente que tivemos. Agostinho Mon­teiro. com outras figuras respeitáveis, como Samuel Mc Dowell,comandava, ele, mais perto de nós. Mais velho, parecia ter li.nossa idade É com saudade que falo dele.

Lerei ainda, para que conste do meu pronunciamento, artigopublicado pelo jornal A Provincia do Pará sobre essa figura debrasileiro que honrou o Estado do Pará e que deixou para a nossageração o edificante exemplo de que nunca é demais lutar pelaliberdade.

Leio, Sr. Presidente:"Faleceu no Estado do Rio de .Janeiro, ontem, o Dl'. Agos­tinho Menezes Monteiro - médico, professor e político pa­raense - consternando a quantos o conheciam pessoal­mente. ou através a sua atuação nas várias funções quedesempenhou na vida pública e privada.Nascido no Município de Chaves, a 22 de julho de 1391,filho de Casemiro Ferreira Monteiro e D. Tereza Mene7~sMonteiro, fez os cursos primário e secu,ndárlo na escola doProfessor Djard de Mendonça. Em 1912 formou-se em medi­cina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, EmBelém, foi um dos fundadores do Hospital da Ordcm Ter­ceira de São Francisco e da Faculdade de Medicina e Ci­rurgia do Pará. Lecionou, ainda, na Escola Prática doComércio e na Escola de Agronomia e Veterinária do Pará.Introduzindo-se na política, elegeu-se Deputado Estadualpara a legislatura 192&/1930. Após a Revolução de 1930, foium dos fundadores no Pará da Frente Única, agremiaçãopolítica adversária de Magalhães Barata. Em 1935 elegeu­se Deputado Federal. Com a queda do Estado Novo, foium dos fundadores da União Democrática Paraense. ele­gendo-se. em 1946, Deputado FederaL Em 1950, apoiou acandidatura Zacharias de Assumpção, sendo um dos lideresda Coligação Democrática. união de todos os partidos po­líticos que combatiam o baratismo. Em 1956, porém, o pró­prio Magalhães Barata indicou-o como seu candidato aSenador. Por várias razões - entre elas a sabotagem quea cúpula pessedista fez à sua candidatura, com medo daliderança que sem dúvida teria elegendo-se ao Senado _não conseguiu derrotar Zacharias de Assumpção. Em 1964,por ocasião da Revolução havida no Brasil, a AssembléiaLegisaltiva elegeu-o Vice-Govel'l1ador do Pará, sendo o Co­ronel Jarbas Passarinho escolhido para o cargo de Go­vernador. Em várias oportunidades assumiu a Governanca,sob aplausos gerais. Terminando o seu mandato em 1966,recolheu-se à vida privada.Fora da política exerceu Agostinho Monteiro os seguintescargos: membro e Presidente da Comissão de Estudo$ daAvicultura Nacional do Ministério da Agricultura (1948­1950): membro da Comissão de Financiamento e Produçãodo Ministério da Fazenda 11950-1954); membro e ex-Vice­Presidente do Conselho Técnico da Confederação do Co­mércio; Conferencista das Escolas Superior de Guerra e de

Comando e Estado-Maior (1950-1954); fundador e primeiroPresidente da Associacão Carioca de Avicultores; membrofundador e ex-Presidente do Conselho Federal de Medici­na; bolsista de Avicultura nos Estados Unidos da Américado Norte (1957); Diretor-Presidente da Rádio Marajoara.S.A" diretor de A Provincia do Pará. Publicou o livro "Pro­blemas de Amazônia" e as monografias: Sisal; Riqueza.

Nordestina; Pecuária na Amazônia; Cultura da Pimenta­do-reino no Pará; e Castanha-do-pará.

Do seu casamento com a Sra, Julieta de Miranda Monteiro,resultaram os seguintes filhos: Maria de Lourdes, ca."ladacom o Senador OUo Lehman, Maria Madalena, casada como médico Edgar Gonçalves da Rocha, Maria Heloísa (viú­va) Maria Helena (já falecida), e o General AgostinhoMonteiro Filho, casado com a Sra. Ivete Brasil Monteiro."ATIVIDADE POLíTICAO Dl'. Agostinho Monteiro iniciou-se na poIitica logo depoisde formado em Medicina: novo ainda, pleiteou o cargo deDiretor da Santa Casa. Governava o Estado o Dr. LauroSodré, que desejava colocar, naquele cargo, o Dl'. OrlandoLima, por uma espécie de compensação poIitica. Agostinhorebelou-se contra o preterimento, criticou violcntamenteo Governador através- da imprensa e de boletins profusa­mente distribuidos para a população. Mais tarde confessouque deveu a essa sua rebelião o seu êxito profissional. Emdepoimento que prestou a Carlos Rocque e publicado !les­te jornal no dia 23 de abril de 1972, relembrou Agostmhoesse episódio de sua vida; e são suas estas palavras:- "Eu devia ter 25 para 26 anos nessa época. publiquei bo­letins na cidade, convidando o povo para assistir o es­bulho dos meus direitos. Fui armado para a sessão, resol­vido a revidar qualquer agressão que me fosse feit~l., Resul:tado disso tudo: o meu êxito profissional. Mal Saldo de lácomecei a ser solicitado e em breve eu estava em primeiroplano dos médicos especialistas do Pará, Volto a reretirque todo o meu sucesso profissional decorreu desta mmhareação."Mas somente anos depois passou a militar. efetivamente,em poIitica: o Governador Eurico Valle convidou-o paracandidatar-se à Deputado Estadual. Contou ele para Car­los Rocque:- "Quando veio a Revolução de 1930, eu já estava empos­sado Deputado Estadual, sem ser filiado a nenhum par­tido, por indicação do Governador Eurico Valle. O Dr,Eurico fora meu colega de colégio, entre nós existia umagrande afeíção. E, quando assumiu o gove~no, fez questãode me eleger Deputado, assim como tambem elegeu o seuirmão, Agostinho do Valle, apoIítico tal e qual e~. As vés­peras do pleito ingressamos no Partido Republicano Fe­deral. a fim de que tivéssemos uma legenda."A Revolucão de 30 fechou os legislativos. Mas AgostinhoMonteiro já estava metido no fogo político, tanto que, trêsanos depois, juntamente com Samuel Mac-DowelI, Anto­nino Emiliano de Souza Castro, Antonino Mello e outros,fundava a Frente Única Paraense, para combater o entãointerventor Magalhães Barata. Afirmou o Dr. Agostinho,no citado depoimento: ."Foi, talvez, a maior manifestação de opinião popularnos último."l 50 anos. A mocidade toda formou em tornode nós e a campanha se tornou áspera e perigosa até."Em 1934, pela Frente Única, o Dr. Agostinho elegeu-seDeputado Federal. Em 35 participou ativamente dos acon­tecimentos que culminaram com a queda de MagalhãesBarata e com a eleicão de .José Malcher para o governodo Estado. Em 37, com a decretação do Estado Novo, oDr. Agostinho foi, como todos, obrigado a abandonar apolitica. Porém, logo em 1946. com a redemocratizaçáodo País, foi um dos fundadores da União Democrática Na­cional. partido pelo qual se elegeu Deputado Federal nomesmo ano.Em 1947, por não concordar com a indicação do nome doGeneral Assumpção para o governo do Estado, pelos ou­tros partidos que combatiam Magalhães Barata (que in­dicara Moura Carvalho), o Dl'. Agostinho, através daUDN, lançou Prisco dos Santos. Venceu Moura. Porém, em1950 a UDN engajou-se à Coligação Democrática Paraensee ASsumpção venceu Barata, no mais acirrado pleito jáverificado neste Estado,O Dl', Agostinho não participou do governo Assumpção:continuou atuando na Câmara Federal. Sete anos depois,Barata de retorno ao Governo do Estado, desejou admi­nistrar em paz, quis pacificar os ânimos. chamar os gran­des valores da terra, que lhe eram contrárioS, E já no fimda vida, desejou acabar, de vez, oom aquele ambiente degrande hostilidade. E convidou o Dl', Agostinho para serseu candidato ao Senado Federal, A história dessa can­didatura, oontou-a a Carlos Rocque:<tA minha candidatura surgiu da seguinte forma: eu re­cebi, um dia, a visita, aqui em casa, dos Senadores Lamcira.Bittenoourt e Alvaro Adolpho da Silveira, que solicitaram a

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'Setembro de 1976 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Seda.feira J7 9177

minha aquiescência para que o PSD lançasse o meu n'}mepara disputar o pleito senatorial. Após alguns dias demeditação resolvi aceitar, mediante um documento, rioqual eu não assumia nenhum compromisso político-parti­dário. Nesse sentido publiquei um manifesto nos jornaisde Belém."Venceu Zacharias de Assumpção, ILpresentado pela Cüli­gação: os pessedistas mais próximos a Barata, temendo asombra do Dl'. Agostinho, sabotaram a sua candidatura.Depois disso, afastou-se ele da política, até 1964, quando arevolução chamou-o para ser, Vice-Governador do Pará.Contou o Dl'. Agostinho no aludido depoimento:"Eu estava no interior de Síio Paulo quando a revoluçãoprocurou organizar a chapa de Governador e de Vice-Go­vernador do Estado, em virtude do afastamento dos titu­lares. Como eu não estava ligado a nenhum partido, nin­guém, inicialmente, lembrou-se do meu nome. Os lembradosforam aqueles que tinham valores políticos. Como esseselementos não se ajustassem à situação reinante, alguémdo PSD, sugeriu o meu nome, imediatamente aceito. Te­legrafaram para São Paulo, onde me era perguntado seaceitava ou não a minha indicação. Essa resposta demorou

. um pouco, porque eu não me encontrava na capital paulis­ta. Mas aceitei. E na sessão especial da Assembléia Legis­lativa, quando os Deputados escolheram o governador eo vice, o meu nome teve a unanimidade de votos."Após cumprir o seu mandato, o Dl'. Agostinho retirou-sedefinitivamente da vida pública, passando a residir noRio de Janeiro, onde veio a falecer."

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

Durante o discUl'30 do Sr. Gabriel Hermes o Sr. Her­bert Levy, lP-Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presi­dência, que é ocupada pelo Sr. Alencar Furtado, 2P-Vice­Presidência.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Concedo a palavraao Sr. Israel Dias-Novaes, que falará em nome do MovimentoDemocrático Brasileiro.

O SR. ISRAEl, DIAS NOVAES (MDB - SP. Sem revisão dororador.) - Sr. Presidente, não poderia o Movimento DemocráticoBrasileiro deixar de associar-se às homenagens que a Câmara dosDeputados presta hoje à memória do ilustre brasileiro AgostinhoMonteiro. Não poderia deixar de fazê-lo, porque o MDB timbra emser o partido democrático por excelência, insiste em sustentar aflama das liberdades públicas em nosso País. E o morto de ontemera também, comprovada, porfiada e sacrificadamente, um demo­crata ilustre.

Sr. Presidente, depois do pronunciamento do Deputado GabrielRlermes, pouco haveria a enumerar a respeito da biografia, dosfatos ocorridos durante a profícua e extensa existência de Agos­tinho Monteiro. Esmiuçou-a o ilustre paraense, sem deixar ele­mento algum para ser abordado, por nossa vez, pelo MDR Desorte que a biografil!- está traçada. O seu amigo íntimo, o seucompanheiro de sempre, Gabriel Hermes, fez dele a biografia exa­ta, traçou-lhe o perfil correto, sem sombras e desnecessitado deretoques. E a nós cabe apenas, Sr. Presidente, Srs. Deputados,prestar a nossa reverência ao brasileiro que acaba de partir elembrar que nos quatro rumos fundamentais da sua vida soubeel,o destacar-se sobremaneira, soube ele exibir um talento semjll,ça e um caráter sem mancha. Agostinho Monteiro, de certa for­ma, dividiu a sua existência em quatro planos: em primeiro lugar,era o médico; em segundo, o pecuarista; em terceiro, o homempúblico e, em quarto, o escritor e jornalista.

Médico, que foi a sua profissão escolhida inicialmente, formadopela Faculdade de Medicna do Rio de Janeiro em 1912, voltou depronto ao seu Estado, onde granjeou desde logo numerosa clien­tela. Mas percebia ele a dificuldade que o paraense e o norUstaern geral experimentavam quando desejavam formar-se em Me­dicina. Não dispunha o Norte praticamente de escolas desse gêneroUm dos seus primeiros esforços, então, foi desdobrar-se no aten­dimento de sua clientela particular, na sua clínica diuturna, eta.mbém criar uma escola à imagem e semelhança da que deixarano Rio de Janeiro e pela qual se diplomara, Então, temo-lo a criaxprimeiro um hospital e, em seguida, a Faculdade de Medicina doPl~rá, que logo se celebrizou, ganhou nomeada entre as mais eU­,cientes e capazes do Pais. E foi o médico de sempre.

Em 1926, Sr. Presidente, o renome e o prestigio do jovemmédico eram tais que não resistiu ele aos apelos, às solieita,;ães.aos empenhos para ingressar na vida pública. E ei-lo feito Depu­t~.do Estadual. E o foi como poucos. Desdobrou-se na Assemll1éiaLegislativa, em Belém, até que assumiu a sua presidência. E veio1ü30. Com a Revolução de 1930, tinha-se impressão - muitos a

.tiveram - de que na verdade cerceava-se em meio, golpeava-seem plena ascensão a carreira daquele jovem e futuroso paraense.

Desfeita a sua carreira, tomada a sua cadeira, pensava-se que elevoltaria pra sempre para a sua cátedra de Medicina e para a IlUaclientela. Mas, não. Ficou apenas esperando e, enquanto aguar­dava, viu desdobrar-se a sua terceira vocação: a de pecuarista efazendeiro. Voltou à terra natal, Chaves, na Ilha de Marajó. Nasvizinhanças, em Cachoeira, montou fazenda exemplar, onde esta­beleceu uma das primeiras criações de búfalo de todo o Norte doPaís. A criação se desenvolveu e a fazenda se fez notória pelaproficiência e pela capacidade técnica de seu proprietário. Estavadado o segundo passo. Mas não se esquecia jamais AgostinhoMonteiro das suas obrigações para com a comunidade.

Em 1937, quando Armando de Sales Oliveira, às vésperas dogolpe fascista de 10 de novembro, pensou na necessdade de def!m­der a democracia contra o perigo iminente, formou em todo oBrasil a chamada União Democrática Brasileira, a UDB. Da UDB,Sr. Presidente, fizeram parte, incialmente, como grupo fundador,o próprio Armando de Sales Oliveira e brasileiros outros, comoJúlio de Mesquita Filho, Artur Bernardes, Paulo Duarte, OtávioMangabeira e Paulo Nogueira Filho. Todos esses formaram onúcleo inicial da UDB. No Pará e o Norte do Pais praticamentetudo se entregou ao patriotismo, ao despreendimento e à genero­sidade de Agostinho Monteiro. Tivemo-lo Presidente da UDB noPará. Mas veio em seguida o 10 de novembro, Sr. Presidente, ogolpe totalitário do Estado Novo, E Agostinho novamente recol11eu­se às suas atividades particulares, às de médico, de fazendeiro epecuarista, até que, derrubada aquela ditadura de 1937, em iS'45,mais uma vez acorreram à casa do médico e pecuarista os seusamigos e admiradores, para pedir-lhe que reingressasse nas hastespolíticas, e retomasse o seu trabalho em beneficio da comunidade,alimentando a democracia. Não hesitou um instante; tivemo-lo,então, Constituinte de 1946, Nos Anais da casa, por mim palmilha­dos ontem, na busca do pcrfil de Altino Arantes, cujo centenárioem breve festejaremos, vi as passadas larga.s e generosas, a lal"gacontribuição de Agostinho'Monteiro à Constituinte e à Constitui­ção de 1946.

Sr. Presidente, quando se verificou a Revolução de 64, houvemudança geral em nossos costumes e em nossas vanguardM poli·ticas. Agostinho Monteiro, Deputado, já disputara o posto de Se­nador e fora derrotado. Vencido, raciocinou como o in'glês quedizia usar os tropeços apenas como aceleramento de marcha.Retomou todas as atividades. Não veio ao Senado, mas o Pará.teve, no seu meio, o seu grande filho, nas suas múltiplas ativi­dades. E como se podem sintetizar as suas múltiplas atividades?Pela escolha da quarta das suas vocações - a de jornalista e es­critor. O jornalista e esclitor se podem traduzir, em primeiro lu~;ar,

por um livro fundamental na análise da Amazônia, "ProblemasAmazônicos". Agostinho Monteiro mostrou, então, que, além dehomem público, de médico, de' agricultor, igualmente era llmestudioso, um homem permanentemente debruçado sobre os pro­blemas do seu Estado e da sua região. Temos, então, o escritor.

Em seguida, Sr. Presidente, eomo se ele não fosse um só ho­mem, mas vários homens e afazeres reunidos numa personalidade,tivemos o jornalista a dirigir o maior dos jornais paraenses da­quele tempo, "A Provincia do Pará". Posso testemunhá-lo, porqueera, por minba vez, jornalista no Estado de são Paulo, quer di:õer,horava-me de ser colega, no Sul, do jornalista Agostinho Monteiro,ao Norte. Quando dirigia o "Correio Paulistano" e recebia "A Pro­vincia do Pará", eu via a exatidão, a justeza dos seus conceitos, aelegância do seu estilo e, sobretudo, a generosidade de seu pen­samento. Era o ilustre jornalista, era o diretor de jonlal e o ma!ps­traI articulista.

Mas, Sr. Presidente, com a Revolução de 1964, necessitavam osnovos senhores do Pais de alguém que secundasse os seus inter­ventores - ou melhor, Sr. Presidente, peço desculpas a V. Ex." pelaimpropriedade da linguagem, não os seus interventores - preci­savam os seus Governadores, ungidos indiretamente, de alguémque lhes caxreasse o elemento indispensável da popularidade ARevolução foi então buscar em Chaves, na Ilha de Marajó, o pe­cuarista, o agricultor, o médico, o jornalista, o Deputado, o homempúblico, e lhe pediu - a ele, que já estava avançado em anos ­instou com ele para que retornasse à vida pública, aceitando ocargo de Vice-Governador do Estado do Pará. Está aí, no Senado,a dois passos de nós, o ilustre Senador Jarbas Passarinho, um doshomens capazes deste Pais, um dos homens de bem, um dos ho­mens corajosos, um homem que não se omite quando surge a'necessidade de ser verdadeiro, e ouvi dele, numerosas vezes, im­pressões estusiástlcas sobre o seu companheiro de Governo. Nãoera alguém à espera, não era alguém que lhe fazia a ve,não eraalguém que aguardava a vaga; ao contrário, era um conselheiromais velho, era um homem mais experiente, era um homem demaior sabença, um homem com conhecimentos mais profundos,um homem mais vivido. Então, do Vice-Governador valia-se cons­tantemente o Governador Jarbas Passarinho. E ele sabia ser mo­desto e humilde. Sabia que não estava à tona dos acontecimentos,porém abaixo deles, mas nem por isso deixava de atuar sobre eles.

Sr. Presidente, terminado o seu mandato o Vice-Governador,em 1950, quando se esperava quc Agostinho Monteiro, então cober-

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.173 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1976

to "'e popularidade, senhor do Pará, retomasse aquela carreiravitoriosa - porque os anos pareciam não pesar sobre ele - ei-loque se decide a retomar, agora, sim, a vida de sua familia, famí­lia que ele chegara a desatender, pai amoroso que era, em prolda vida pública. Voltou para os seus. Como Cincinato, o romanoretornou à gleba, ao amanho da terra, já sabedor e consciente deque havia servido ao seu povo e à sua gente.

A sua família. Sr. Presidente, Srs. Deputados, é exemplar. Nãoconheço o seu filho, Gen. Agostinho Monteiro Filho mas conhecouma de suas filhas. Lourdes. Esta é casada com u;n dos homensde prol de São Paulo. E constituelll eles, por sua vez, um casalmodelar, um casal acolhido e acatado pela sociedade de SãoPaulo. Ele é o Senador otto Cirilo Lehmann, aqui presente, gcnrode Agostinho Monteiro. herdeiro do seu pensamento e seguidor deseu exemplo.

Sr. presidente, não sei mais o que dizer a respeito do home­nageado de hoje. Queria acrescentar apenas que os homens an­tigos do nosso País estão partindo. estão indo emlJora os varõesde sempre do BrasI. Estou certo de que o Pará, nos dias de lutoque foram os do passamento de Agostinho Monteiro deve tersentido muito. deve ter sofrido a perda, o desfalque imenso noseu património civico.

O Sr. Jorgc Arbage - Permite-me V. Ex," um aparte?

O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES - Tem V. Ex." o aparte.O Sr. .Jorge Arbage - Nobre Deputado Israel Novaes. saiba

que o Estado do Pará se curva, comovido, diante do extraordinárioEstado de São Paulo para agradecer, neste momento, na figurade um dos seis mais expressivos representantes, que é V, Ex....esta homenagem que presta à memória do Dr. Agostinho Mon­teiro. Vê-se que o extinto era realmente uma figura exponencialna política do nosso Estado ao ponto do seu prestígio e da suagrandeza extrapolarem as fronteiras do pequenino Estado do Parápara se projetarem no grande Estado de V. Ex.". o Estado de SãoPaulo. V. Ex." demonstra, com firmeza e segurança, nesta tarde,que, conhece realmente todos os predicados que ornaram a perso­nalIdade do Dl'. Agostinho Monteiro. Mas quero fazer uma llgeiraobservação, por oportuna c necessária, ao seu brilhante discurso.Disse V. Ex." que, triunfante a Revolução de 64. os interventoreso chamaram para pal·ticipar novamente da vida pública brasileira.Posso dizer que nessa condição, o Dl'. Agostinho Monteiro jamaisretornaria à vida pública brasileira. Ele. que dedicou sua vidaem defesa da democracia e da liberdade. acolheu o chamamentodo seu eminente amigo e companheiro de luta, senador JarbasPassarinho. à época escolhido Governador do Pará. e por isto re­tornou à vida pública em nossa terra. E ao lado do GovernadorJarbas Passarinho foi - naquela penúltima vocacão dernonskadapor V. Ex." hlÍ: poucos ;instantes, a politIca - o gránde conselheIro,o grande amIgo. o grande lutador em defesa dos interesses donosso Estado. Hoje sua memória é reverenciada nesta augustaCasa. E por quem? Por V. Ex.", um dos eminentes representantesdo grande Estado de São Paulo. Portanto. não poderiamos delx.arde retificar este brilhante pronunciamento, para que, na realidade.esta homenagem fique perene na história desta Casa e, atravésdo di?curso que V. Ex.a prOfere. o meu Estado possa reconhecertambem, na sinceridade e na eloqilência com que o faz. o méritode um paulista autêntico. que quer prestar justa homenagem agloriosa Terra de Gurjão. na figura do extinto Dl'. AgostinhoMonteiro Portanto, Deputado Israel Dias-Novaes. em nome do meuEstado. só tenho que manifestar, com natural emoção. o reconhe­cimento e a gratidão de todos os paraenses a V. Ex a. em razãodas palavras ditas ao homenagear a memória do saudoso ex-Go­vernador da terra paraense.

O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES - Muito obrigado. nobre Depu­tado. Envaideço-me ao ver que o reparo de V. Ex." reparou pouco.Na verdade, pouco foi emendado. Em todo o caso, é um teste­munho a mai& do que disse no improviso desta tarde. Não salientoessa circunstâncIa por motivo de vaidade. mas apenas por outrarazão: a de haver eu. Sr Presidente, nesta tarde e há poucos mi­nutos. reivindicado do Lider Figueiredo Correia. do meu Partido,esta incumbência, ter pedido a ele que fosse eu o orador. sendoeu um homem do Sul. aparentemente desligado dos assuntos doNorte; Mas tenho muita ligação com o Norte. Sr. Presidente. Quistambem, sendo um homem típico do Sul, um paulista, nascidofilho e neto de São Paulo. fazer essa reivindicacão por um devere por uma circunstância, o dever e a circunstância de mostrar acategoria nacional do extinto: um homem cujo passamento nãoenluta apcnas seu Estado. o que já seria muito, mas todo o País,a ponto de trazer à tribuna um homem de outro Estado. que tam­bém conhece seu exemplo.

Ouço o Deputado Gabriel Hermes.

O Sr. Gabriel Hermes - Nobre Deputado, apenas para com­plementar o belo discurso de V. Ex." quero dIzer o seguinte: Agos­tinho Monteiro, apesar dos anos, foi um dos conspiradores da Re­volucão de 1964, quando todos nós, da velha UDN, da velha esaudosa UDN de tantos varões ilustres como Agostínho Monteiro,

atiramo-nos a uma luta, no Parlamento e nas ruas, no sentido dedoutrinar o povo, de prepará-lo para que acontecesse o que acon-'teceu em 1964. Agostinho Monteiro foi um dos pioneiros, um da­queles que nos convocava, os mais novos, advertia-nos de que erapreciso salvar a democracia brasileira e evitar o mal maior. Eraisso que desejaria deixar incluido no díscurso de V. Ex."

O SR. ISRAEL DIAS-NOVAF,s - Deputado Gabriel Hermes,fica sendo V. Ex.a, a partir desta tarde, o biógrafo oficial de Agos­tinho Monteiro. Conhece V. Ex." de tal maneira os seus passos,porque lhe mediu as pegadas, uma a uma, que não há como sedeixar de exigir de V. Ex.n uma alentada biografia. Esse pormenorque V. Ex." acaba de salientar, o de haver ele engrossado as h03tesdaqueles que desejavam apor paradeiro aos acontecimentos deentão. é importante, mas. de certa maneira, está contido na suaescolha para Vice-Governador. Não tivesse sido ele um conspira­dor, não tivesse ele se exposto nas madrugadas de Belém, quandoconcertava a luta contra o desacerto reinante no Pais, não rece­beria a imposição de galgar a Vice-Governança do Estado. E dizmuito bem V. Ex.a. nós todos da UDN - V. Ex." era da UDN, nossomestre comum, o saudoso Agostinho Monteiro era da UDN, eu,modesto orador, era da UDN - tinhamos um pensamento comum.Mas. se eu fosse examinar episódios da sua intimidade, as minú­cias de uma carreira que se alongou por 86 anos, teria que lembrartambém a fase heróica de Agostinho Monteiro, tal foi a luta contrao Major Barata. Ali é que o homem de têmpera se mostrou emtodo o seu vigor. Nas outras oportunidades. fora o democrata atu­ante; na luta contra o "baratismo", no Pará, ai foi o homem capazaté da luta corpo a corpo, uma luta dificil, pois Joaquim Cardosode Magalhães Barata era o ídolo popular do Pará. Todos sabemosdisso. O Pais inteiro conhece a aura popular que nimbava a figurado Major Barata. Pois ele tinha a enfrentá-lo esse médico e pe­cuarista, um homem que não cortejava a popularidade, mas quese dispôs à luta em campo aberto com o grande chefe populístado Norte Teriamos que lembrar suas inteligências e desinteligên­cias com o General Zacarías Assunção. Tudo isso teriamos querecordar nesta tarde. Entretanto, V. Ex." já o fez magistralmente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, limito-me a reverenciar a me­mória desse grande brasileiro e à pessoa do seu genro, dizer donosso apreço pela figura que foi. Cada vez que parte um Agosti­nho Monteiro. sentimos o nosso património cívico desfalcado eserIamente empobrecido.

Ouço o Deputado Ivahir Garcia.

O Sr. Ivahir Garcia - Nobre Deputado Israel Dias-No'mes,vim ao microfone de apartes levado por um dever de consciêneia,porque. sendo eleito para esta Casa. enquanto aguardava a minhaposse, procurei conhecer homens que dignificaram e honraram,pelo seu trabalho. os respectivos Estados da Federação. Dentreaqueles que engrandeceram. pela nobreza da sua faina diuturna. oEstado do Pará. estava essa figura excelsa, que V. Ex." tão bemenfoca. de Agostinho Montciro. Pelo que me foi dado estudar arcspeito desse grande Parlamentar, desse homem que foi um de­fensor da democracia brasileira. além de administrador '.' médico,como muito bem acentuou V. Ex.a, Agostinho Monteiro foi umdesses espiritos altamente privilegiados, alentado por uma pa­ciência que não cansava; altivo, com uma vontade que era imensae pujante. pelo talento que possuía. Mas não eram apenas estas asqualidades que distinguiam a marcante personalidade de AgostinhoMonteiro. Eu. que pude examinar partc de sua proficua vida embeneficio do Estado do Pará e deste país, posso dizer que Agosti­nho Monteiro foi daquelas p81'sonalidades públicas que não cul­tuavam nem veneravam o poder. porque sempre teve a grandezada humildade de servir. Serviu ao seu povo, no Estado do Pará,e serviu a esta Nação, legando a todos nós um exemplo miríficode homem, de cidadão prestantc e de democrata brasileiro.

O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES - Muito obrigado, nobre Depu­tado Ivahir Garcia. Para finalizar, Sr. Presidente, apenas umareminiscência de ordem pessoal. Numa das vezes em que demandeio Pará - e o fiz em várias oportunidades - tive ocasião de ir atéa Ilha de Marajó e fazer uma visita a Agostinho Monteiro. Espe­rava cncontrar um ancião alquebrado. um homem dobrado pelosanos e pelo trabalho, e encontrei o fazendeiro vigoroso, de grandeporte, um homem. a meu ver, capaz de viver muitos anos e tra­balhar muitas léguas. Fiquei esperançoso, mas, ao retornar, recebia noticia de que se desfalcara o nosso património cultural de umde seus ilustres integrantes, de que se despedira o democrata Agos­tinho Monteiro. Veio-me à lembrança, Sr. Presidente. Srs. Depu­tados, a impressão de Walt Whitman, ao despedir-se de Lincoln,morto. quando disse:

"Serenai minhas passadas de chumbo pelo tombadilho, on­de, hirto e mudo. jaz meu capitão!" (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - A Mesa da Câmarados Deputados associa-se às homenagens prestadas à memória doex-Deputado Federal Agostinho Monteiro, recentemente falecido,ratificando os conceitos emitidos pelos oradores que se sucederamna tribuna.

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Setembro de 19'16- DIAlUO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta~feira 1'1 tl7t

Francisco RochaRosado - ARENA.

. O SR. PRESIDENTE (Alencar FUl'tado) - Elitá. findo o tenlpodelltinado ao Expediente.

Vai-se passar à. Ordem do Dia.

Comparecem mais os Senhores:

Júlio ViveirosAcre

Ruy Lino - MOB.Amazo~a!l

Antunes de Oliveira - MOR; Rafael Faraco - ARENA.Pará

Edison Bonna - ARENA; Gabriel Hermes - ARENA; JaderB~,rbalho - MDB; João Menezes - MDB; Newton Barreh'a ­AltENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

MaranhãoLuiz' Rocha - ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Vieira da

Silva - ARENA.Piauí

Correia Lima - ARENA; Dyrno Pires - ARENA; Hugo Na~

J)oleão - ARENA; Paulo Ferraz - ARENA.Ceará

Antonio Morais - MDB; Claudino Sales - ARENA; ErnestoValente - AEENA; Furtado Leite - ARENA; Januário Feitosa ­AItENA; Mauro Sampaio - ARENA; Ossian Araripe - ARENA;Paes de Andrade - MDB; Vi1mar Pontes - ARENA.

Rio Grany.e do NorteMDB; Ulisses Potiguar - ARENA; Vingt

ParaíbaAlvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio Mariz - ARENA; Ar­

naldo Lafayette - MDB; Marcondes Gadelha - MDB; MauricioLeite - ARENA; ,Wílson Braga - ARENA.

PernambucoAderbal Jurema - ARENA; Airon Rios - ARENA; Fernando

Lyra - MDB; Geraldo Guedes - ARENA; Jarbas Vasconcelos ­MDB; Joaquim Guerra - ARENA; Lins e Silva - ARENA; RicardoFiluza - ARENA; SérgIo Murílo - MDB.

AlagoasJosé Alves - AnENA; José Costa - MDB.

SergipeCelso Carvalho - ARENA; José Carlos Teixeira. - MDB.

Bahia

Antonio José - :MDB; Djalma Bessa - ARENA; FernandoMagalhães' - ARENA; Henriq,ue Brito - .ARENA; Jutahy Maga­nláes - ARE;NA; Leur Lomallto - ARENA;. Lomanto Júnior ­.ARENA; Ney Ferreira - MDB; Rogério Rêgo - ARENA; RômuloOalvão - ARENA; Ruy Bacelar - ARENA; Theódulo Albuquerque-- ARENA. .

Espírito SantoGerson Camata - ARENA; Parente Frota - ARENA.

Rio de JaneiroAlair Ferreira - ARENA; Alberto Lavina8 - MDB; Alcir Pi­

menta - MDB; Amaral Netto - ARENA; Ario Theodoro - 1rlDB;Daniel Silva - MDB; Darcílio Ayres - ARENA; Eduardo Galil-- ARENA; Emanoel Waisman - MDB; Flexa ~ibeIro - ARENA;Francisco Studart - MDB; Hydekel Freitas - ARENA; Joel Lima-- MDB; Jorge Moura - MDB; José Bonifácio Neto - MDB; JoséMaurício - MDB; Leônidas Sampaio - MDB; Mac Dowel1 Leitede Castro - MDB; Marcelo Medeiros - MDB; Moreira Franco ­lIDB; Nina Ribeiro - ARENA; Osmar Leitão - ARENA; R.ubemDourado - MDB; Rubem Medma - MDB; Walter Silva - MDB.

Minas GeraisAltair Chagas - ARENA; Batista Miranda - ARENA; Bento

Gonçalves - ARENA; cotta BarboS,a _ MDB; Fábio Fonseca ­!lIDB; Geraldo Freire - ARENA";" Humberto Souto - ARENA;Jairo Magalhães - ARENA; José Machado - ARENA; JuarezIlatista - MDB; Luiz Fernando - ARENA; Murilo Badará ­lffiENA; Navarro VJ.eira - ARENA; Nelson Thibau - MDB; Re­Ilato Azerado - MDB; Sinval Boaventura - ARENA; TaneredoNeves - MDB.

São PauloAirton Sandoval MDB; Alcides Franciseato - ARENA;

llmaral Furlan - ARENA; Antonio Morimoto - AEENA; Blota~runIor - ARENA; Cantidio Sampaio - ARENA; Francisco Ama-

1'al- MDB; Gíoia Junior - ARENA; Gua<;u Piter! - MDB; João.Arruda - MDB; João Cunha - MIJB; João Pedro - ARENA; J'oséCamargo - MDB; Lincoln Grillo - MDB; Otavio Ceccato - MDB;Pedro Carola - ARENA; Roberto Carvalho - MDB; TheodoroMendes - MDB; Ulysses Guimarães - MDB.

GoiásAry Valadão - ARENA; Genervlno Fonseca MDB; Hellio

Levy - ARENA; Hélio Mauro - ARENA; Jarmund Nasser ­ARENA.

Mato GrossoBenedito Canellas - AltENA; Vicente Vuolo - ARENA; Wül­

ter de Castro - MDRParaná

Adriano Valente - ARENA; Antônio Annibelli - MDB; Ant.o­nio Belínati - MDB; Ary Kfuri - ARENA; Braga Ramos ­ARENA; Expedito Zanotti - MDB; Fernando Gama --MDB; Go­mes do Amaral - MDB; Hermes Macêdo - ARENA; ítalo Cont1- ARENA; Norton Macêdo - ARENA; OUvir Gabardo - MDB;Osvaldo Buskei - MDB; Paulo Marques - MDB.

Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; Angelina Rosa - ARENA; Francisco

Libardoni - MDB; Henrique Córdova - ARENA; João Línhares- ARENA; Nereu Guidi - ARENA; Pedro Colin - ARENA; Wal~

mor de Luca - MDB.Rio Grande do Sul

Alberto Hoffmann - ARENA; Alexandre Machado - ARENA;Arlindo Kunzler - AItENA; Cid Furtado - ARENA; Eloy Lenzi_. MDB; Harry Sauer - MDB; Jairo Brum - MDB; Lauro Leít.ão- ARENA; Lidovino Fanton - MDB; Magnus Guimarães - MJJJB;Mário Mondino - ARENA; Norberto Schmidt - ARENA; NunesLeal - ARENA.

VI ....:.... ORDEM DO DIAO SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - A lista de -presença

a.cusa o comparecimento de 253 Senhores Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-Io._

O SR. NINA RIBEIRO - Proposta de Delegac;ãoLegislativa ao Presidente da República, com o fito de criaro Conselho de Defesa do Consumidor e legislação comple­mentar.

O SR. ARGILANO DARIO -c Projeto de lei que acres­centa parágrafo ao art. 21, da Lei n.o 5.540, de 28 denovembro de 1968.

O SR. JORGE ARBAGE - Projeto de lei que instituiisenção fiscal para a importação de equipamentos hospi­talares, nas condições que estabelece.

O SR. MILTON STEINBRUCH - Projeto de lei quedetermina que as custas na Justiça do Trabalho, em ha­vendo recurS{), sejam depositadas, dentro de cinco diasda data de sua interposiçãü, pena de deserção.

O SR. HJ!lLIO DE ALMEIDA - Projeto de lei queproíbe o uso das letras K, W e Y nos registros de licen­ciamento dos veículos automotores em todo o territórionaoio)1a1.

O SR. JOEL LIMA - Projeto de lei que estende o sa­lário-família ao trabalhador autônomo, nos termos da. LeiOrgânica da Prcvidência Social.

\O SR. FERNANDO COELHO - Projeto de lei que dis­

põe sobre o direito dos Professores de Ensino Superior, doGrupo-Magistério do Serviço Público Civil da União e dasAutarquias federais, à permanência no regime especial de40 (quarenta) horas semanáis de trabalho.

O SR. ALBERTO HOFFMANN - Requerimento de con­signação nos Anais da Casa de voto de congratulaliõescom o jornal Correio do Sul, de Bagé, Rio Grande do Sul,pelo transcurso do 52.0 aniversário de sua fundação.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES - Requeri­ment.o de consign:+ção nos Anais da Casa de voto de eon­gratulações com o Município de Santana de Boá Vista,Rio Grande do Sul, pelo transcurso da data de sua eman-cipação política. "

O SR. J08J!l MAURÍCIO - Projeto de lei que proibea cobrança de pagamento para estacionamento de veículosautomotores nos logradouros públicos.- Requerimento de constituiçãü de Comissão Parlamen­tar de Inquérito para apurar a situação da siderurgia noPais.

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.lse Sexta-feíra 11 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembl'G de Iní

o SR. AIRON RIOS - Projeto de lei que cria taxassobre o fumo e o álcool destinadas a subsidiar a pecuária.

O SR. PEDRO LAURO - Projero de lei que assegura.ao jornalista profissional aposentadoria especial aos 25anos de serviço.

O SR. LAERTE VIEIRA - Projeto de lei que altera. a.Lei n.o 5.540, de 28 de novembro de 1968, e o Decreto-Leili.o 464, de 11 de fevereiro de 1961f, que regulam a auto­rização para funcionamento e o reconhecimento dos cursosde ensino Superior.

O SR. WILMAR DALLANHOL - Projeto de lei queintroduz alterações na Lei n.o 5.988, de 14 de dezembrode 1973, que "regula os direitos autorais".

O SR. PEIXOTO FILHO - Projeto de lei que acres­centa parágrafo único ao art. 7.0 do Decreto-Lei n.O 814,de 4 de setembro de 1969, limitando a responsabilidadecivil da empresa de transporte de cargas à sua capacidadefinanceira, nos acidentes de trânsito.- Requerimento de informações 00 Ministério da Justiçasobre distribuição de verbas aos Estados, para assistênciaao homem encarcerado.

O SR. JOSÉ CAMARGO - Projeto de lei que alteraa redação do art. 40 da Lei Orgânica da. PrevidênciaSocial.

O SR. MOREIRA FRANCO - Projeto de lei que revogaos arts. 88, 90, 210, 222, 236, 337, 493 e 484 do Código deProcesso Civil.

O SR. L11:0 SIMóES - Projeto de lei que proíbe autilização de papel de luxo na confecção de quaisquerpublicações das entidades públicas estatais, paraestatais,autárquicas e de economia mista.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) ~ Vai-se passar à.votação da matéria que está sobre a mesa e a constante daOrdem do Día.

O SR. PRESIDRNTE (Alencar Furtado) - Há sobre a mesae vou submeter a votos a seguinte

REDAÇAO FINALREDAÇAO FINAL DO PROJETO DE LEI N,o 2.558-EI76

Fixa prazo para domicilio eleitoral e filiação partidá­ria para as eleições municipais de 1976.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Nas eleições municipais a se realizarem em 1976, paraPrefeito, Vice-Prefeito e Vereador de municípios criados nesteano, o candidato deverá estar filiado ao partido, no município emque concorrer, pelo prazo de 3 (três) meses antes da data daeleição.

Art. 2.0 Nas eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.o prazo para filiação partidária do candidato até 21 (vinte e um)anos de idade será redu7,ido à metade.

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revog-adas as disposições em contrário.

Comissão de Redação, 16 de setembro de 1976. - Altair Cha­gas, Presidente - Furtado Leite, Relator - José Ríbamar Machado.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Os Senhores quea aprovam queiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Há sobre a mesa evou submeter a votos a seguinte

REDAÇÃO FINALREDAÇAO FINAL DO PROJETO DE LEI N.o 1.135-B/75

Acrescenta parágrafo ao art. 22 do Decreto-Leí n.o 55,de 18 de novembro de 1966, que "define a política nacional

, de turismo, cria o Conselho Nacional de Turismo e a Em~

presa Brasileira de Turismo, e dá outras providências".O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Acrescente-se ao art. 22 do Decreto-Lei nO 55, de 18de novembro de 1966, o seguinte § 1.0, renumeralldo-se o atual eo subsequente:

"Art. 22. . .§ 1.0 A EMBRATUR aplicará. no mínimo, 30% (trintapor cento) de seus recursos no financiamento à constru­ção e na ampiiação ou reforma de hotéis populares, cujadiária (solteiro) não exceda a 10% (dez por cento) dovalor do salário mínimo regiollal."

Art. 2.0 O Poder Executivo, ouvido o Conselho Nacional deTurismo, regulamentará esta Lei no pra7'() de 60 (sessenta) dias..

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publica.ção,revogadas as disposições em contrário.

Comissão de Redacão, 16 de setembro de 1976. - Altair Cba':'gas, Presidente - Furtádo Leite, Relator - José Ribamar Machador

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Os Senhores que aaprovam queiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Há sobre a mesa

e vou submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTORequeiro à Mesa, na forma regimental, seja inserido nos nossoS

Anais um voto de profundo pesar pelo falecimento da extraordi­nária Dra. Bertha Maria Júlia Lutz, ex-Deputada Federal peloantigo Distrito Federal durante os anos de 1936 e 1937.

Sala das Sessões, 16 de setembro de 1976. - Lygia Lessa Bastos.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Tem a palavra 8.

Sra. Lygia Lassa Bastos, para encaminhar a votaçã.o.

A SRA. LYGIA LESSA BASTOS (ARENA - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, muito se poderia falar sobre a figurada ext.raordinária brasileira Dra. Bertha Maria Júlía Lutz, diplo­mada pela Sorbonne, em 1918, em Botânica, Zooiogia., Em­briologia e Química Biológica. Fundou, há 52 anos, a. I"ederaçãoBrasileira pelo Progresso Feminino. A sua iniciativa ou inspiraçãose deve a fundação de várias associações femininas profissionaisc, principalmente. a conquista do direito de cidadania da mulherbrasileira. Bertha Lutz exerceu ° mandato de Deputada Federalno período de 1936 a 1937, durante a curta vigência da Constitui"cão de 1934. Foi a campeã do feminismo em nossa Pátria, e, porIsso mesmo, deve ser lembrada sempre que se falar em cooperaçãoda mulher no desenvolvimento cultural do Brasil, em todos osseus aspectos. Nenhuma outra representante do sexo feminino aexcedeu em cultura nem em serviços prestados à causa da mulher.

Sr. Presidente, com esta minha simples homenagem, desejoregistrar, para que fique ínserido nos Anais desta Casa, o nosSOvoto de profundo pesar pelo falecimento da notável brasileiraBertha Lutz.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Os Srs. que o apro'­vam queiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Há sobre a mesa

e VOu submeter a votos o seguinte

RF.QUERIMENTO

Senhor Presidente.Requeiro a constituição de uma Comissão Parlamentar Ex­

terna. a fim de representar a Câmara dos Deputados, nos atOl!solenes de instalação do TRT 9.a Região, em Curitiba, no difl.17 de setembro próximo. .

Sala das Sessões, em 16-9-76. - Adhemar Ghisi.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - OS 81'S. que o apro-

vam quelram ficar como estão. (Pausa.) ,

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Designo, para com;'

porem a Comissão Externa, os Srs. Adhemar Gl1is1. João Vargas,Cleversol1 Teixeira, Nelson Maculan e Gamaliel Galvão.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) -

Discussão única do Proj ero de Resolução n." 70, de .1976, que aprova o Relatório e as Conclusões da ComissállParlamentar de Inquéritú destinada a proceder ao levan­tamento da situação penitenciária do Pais. (Da CPI-Sis'­tema Penitenciário.) - Relator: Sr. Ibrahim Abi-Ackel. . ,

O SR. PRESIDENTE (Alencar Ji'urtado)' - Tem a palavra;'~Sr. José BonifácIO Neto, para discutir o projeto.

O SR. JOSÉ BONIFÁCIO NETO (MDB - RJ. Sem revisão dôorador.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, tive a honra de presidira Comissão Parlamentar de Inquérito que procedeu ao levanta­mento da situacáo penitenciária no País, criada por iniciati;v~

do nobre Deputado Adhemar Gh1s1. Sou, assim, testemunha d9interesse e do entusiasmo que nortearam os seus integrantes, sejano debate com os especialistas convocados - professores, magís~

trados, promotores, advogados, diretores de Institutos Penais .-:-'"seja no exame detido do precioso material de informações pr()~

vindo de todos os Estados, seja, ainda, na~ visitas realizadas íLestabelecimentos penitenciários.

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s.e~mbro de 197611 , '

DURIO 00 CONnRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 !1181"

o relatório apresentado - que engloba. as conclusões, 'fome­'limdo uma idéia bastante expressiva do quadro atual e do quantohá por fa2:er em setor, que di2: tão de perto com a criatura hu­mana - de autoria do ilustre representante por Minas GeraisDeputado Ihrahim Abi-Ackel, foi aprovado pela unanimidade daC<D;rnissão, com aplausos. Nele, Sr. Presidente, não sabemos o que;o:j,ais louvar: se a segurança dos conceitos emitidos, se a fideli­d:~de aos fatos apurados, se a elegância do estilo. /, O Sr. Adhemar Ghisi - Permita-me V. Ex.", Sr. DeputadoJosé Bonifácio Neto; vejo-me for~do a aparteá-lo logo ao inícioda sua oração, pelo fato de ter de me ausentar deste Plenáriodentro de instantes, para atender a compromissos inadiáveis juntóa Ministérios, nesta Capital. Mas não gostaria de retirar-me semantes, aparteando-o, fazer algumas colocações que me permitis­Sf:m, desde logo, louvar o seu trabalho à fl'ente daquela ComissãoParlamentar de Inquérito, que tantas luzes, que tão, magníficosresultados trouxe para a elucidação do problema penitenciárioelu nosso País. Gostaria de trazer ao conhecimento de todos esta])"lanife~tação ao seu dedicado espírito público, à sua inteireza naçonduçao dos' tl'abalhos naquela CPI e, mais do que isto à ex­tl'ema capacidade com que se houve, rle modo que os tr~balhosprod,!-zissem ao ,máximo, no sentido de se colher aquilo que a CPIobJctJvava alcançar. É oportuno também, nesta ocasiao, nos pa­p1genizemos com O' nobre Relator, Deputado Ibrahim Abí-Ackel,a. quem V. Ex.... tão justamente acaba de elogiar, pelo seu efi­clente trabalho, Foi realmente o Relatório Final do eminentecoleg.a das Alterosas, foi o trabalho realizado na conduçào dosõcpm!ll:entos e das, visitas feitas pelos membros da COIp,issão, quepel'~ltlram que nos, Deputados, pudéssemos ofel"ecer esta contri­buJçao, que julgamos valiosa, a todos os estudiosos e às autori­dades, as mais diversificadas deste País - uma contribuicão le­gitima dos representantes do povo, que, reunidos, procedéram aurr:: levantamento completo do sistema penitenciário no nossoPaIS. Louvo V. Ex.", portanto, por tudo quanto fez, e pelas pa­layras que neste, momento profere, para encantamento de todosnos.

,0 SR. JOS:t BONIFáCIO NETO - Registro o aparte de V. Ex.apedmdo permissão para estender suas palavras a meu respeito atA)?OS os companheiros da Comissão;

, Sr; ,P.residente.. obsel'vamos, que o grande mal do sistema pe­Jl1tenc~a~'lO - e Isto resultou demonstrado - é a superlotaçãoc:a:cerana, da qual decorrem quase todas as demais deficiências.ll: lmportante consignar que essa, superlotação vem assinalada nagrande maioria dos relatórios enviados à CPI pelas Secretariasõ~ ,Justíça ou de Segurança dos diversos Estados. Observamos,amd~, com tristeza, que a maior parte dos presos se encontracm::fm~da em l~cais superlotados, não havendo separação entredelinquentes pengosos e aqueles de nenhuma ou escassa perieulo­sj~da?e. Essa mistura, na verdade, a todos condena a uma corrup­çao llrlpossível de ser retificada. Quer isso dizer que uma possívelrecuperação do delinqüente fica desde logo aniquilada pela própria~bra da prls~o, E nessa mistura encontram-se, inclusive, presosa espera de Julgamento, com a formação de culpa não concluída.E~ nOl;sa luta deve ser dirigida, precisamente, no sentido da extin­~ao da promiscuidade, para evitar-se essa ação corruptora.

O Sr. Hugo NapoleáQ - Nobre Dep1J:t-ado, fato como esse que~'" Ex." traz ao conhecimento da Casa, de verdadeira mistura depresos nos cárceres brasileIros, constitui realmente a válida con­tribuição de quem, notável jurista e eminentíssimo advogado noE:stado do Rio de Janeiro, e também brilhante Parlamentar, sellouve com grande dignidade, conduzindo os trabalhos da CPIdas penitenciárias, não apenas na brilhante maneira de resolveras questões de ordem, mas no encaminhamento desta problemáticat:iio séria e tão delicada para todos nós. Era o registro que gOl!-

t:aria de fazer. . -O SR. JOSÉ BONIFACIO NETO""': Agradeço a V. Ex." o aparte.

Sr, Presidente, esse mal da superlotação mais se agrava noscentros de maior densidade populacional, em face do número im­pressionante de mandados de prisão a executar. Basta dizer, porexemplo, que em São Paulo há mais de 50 mil, no Rio de Janeiromais de 30 mil. Todavia, o combate a essa superlotação não sepode restringir simplesmente à construção de presídios. Isto ape­Das atenuaria o problema, e de forma muito pequena. A construçãode uma penitenciária é muito custosa aos,cofres públicos. E dentro'f19s modernos conceitos ela não deve abrigar mais de 500 internos-- é o número aconselhável - tendo em vista que o tratamentopenitenciário visa à reintegração do condenado na coletividade.l''oF outro lado, é de se considerar a demora da construção.

O Sr. Nina Ribeil'o - Caro e eminente Deputado José Bonifácio!lleto, estou acompanhando com verdadeira avidez mental o hrilhoinexcedível de V. Ex." na tribuna. De longa data acompanho atrajetória de V. Ex." não apenas nesta Casa, mas do jurista emt'>­rito, dQ brilhante causídico e criminalista dos mais notáveis dolllOSSO Pais. E considero-me me6mo muj.to afortunado por ter estrea­lllo na tribuna de júri ao lllido clt) V. ~.I', há algumas décadas;Mas nesta matéri-a:, que nos-impressiona- e' nos empolga, a todm,

/

gostaria, -na exigüídll.de de um aparte, ponderar a V. Ex.a quenem sempre as melhores idéias, como as que estão sendo expendi­das por V. Ex.a da tribuna, são aproveitadas. A idéia do patronatode egressos, por exemplo, que propus, ainda quando Deputado Es­tadual, lamentavelmente, embora convertida em lei, no plano ellta­dual, nunca foi executada. E o patronato de egressos permite arecuperação do ex-detento, que, muitas vezes, tisnado, ferreLeadocom o label de infâmia, quase é obrigado a voltar à senda docrime, porque todas as portas se lhe fecham. outra iniciativaminha, j á no plano federal, foi a da incorporação do chamadoprobation system, que é um elastério maior que se dá aos insti­tutos do sursis, da suspensão condicional da pena ou do livra­mento condicional. E isso nao apenas para desafogar os estabe­lecimentos penitenciá,rios, mas também para chamar o detento aosentido da responsabilidade, levando em conta o aspecto sodal,nào apenas do condenado, mas de sua família, em delitos menores,em se tratando sobretudo de primários, para evitar aquele con­tágio nefando que leva, muitas vezes, nas penitenciárias, à rein­cidência específica. Pois bem, procuramos instaurar aqui, poremendas ao Código Penal - ainda não em vigor, que está naqueleperíodo de 'l'acatío Iegis - exatamente o probation system, peloqual o condenado teria obrigação de, uma vez por semana, com­parecer perante o Juiz e informar sua ocupação, enfim, pre:3tarcontas, mas em liberdade. Assim, ele poderia atender à família.Não criaria o problema social que existe muitas vezes agudi2adonão apenas pela ausência do chefe da família, como também peladificuldade de mantê-la, E isso iria desafogar os cofres públicos.É evidente que o probation system é incompatível com os delitosmais graves, aqueles de alta periculosidade. Mas nos delitos me­nores seria um fator a mais para recuperar o individuo que eaiusob o peso da sua cruz, porque nunca DJ'ldemos esquecer, eminenteDeputado José Bonifácio Neto. que nãfl é' apenas o cui peccaltumQue se deve ter em mente. O ideal da moderna penalogia visasobretudo ao nec pecetur; é recuperar o indivíduo, é reintegrá-lona sociedade. Admirador do idealismo, da sinceridade de V. Ex.",como também da sua vivência no trato dos assuntos penitenciáriose jurídico-penais, pois sempre aprendi com V. Ex.", nesta Casa eno rostro forense, é que me animei a oferecer este aparte. Meusparabéns pelas judicioSM considerações que V. Ex." neste momentoexpende da tribuna, Deputado José Bonifácio Neto.

O SR. JOS:t BONIFáCIO NETO _ Agradeço a V. Ex.a o subs­tancIoso aparte, que muito honra o meu diséurso. Mas seja-mepermitida apenas uma retificação, no tocante à estréia de V, '!!lx.ana tribuna do Júri pelas minhas mãos. Ela não se deu há algu masdécadas, mas apenas há uma década e meia. E a retificaçao é afavor de ambos. (Risos.)

Sr. Presidente, comentava eu a construção de presidias e men­cionava que eles segundo a moderna técnica devem ser construi­dos para abrigar 500 internos. Nessa linha, estão para ser inaugu­rados no nobre Estado de São Paulo os presídios de Araraquarae de PirajuL Mas, particularmente, tenho para mim que preferi­vel seriam os minipresídios, com capacidade para 250 internos,como se projeta em São Paulo para a Baixada Santísta e paraSorocaba, e como se planeja em Minas Gerais, o de Teófilo Oí,oni.Todavia, o custo da construl(ão leva a preferir àqueles do tipopara 500 ocupantes.

Manda a verdade, Sr, Presidente, reconhecer que há estabele­cimentos cumprindo sua finalidade, oferecendo condições de res­peito ao preso, estimulando-o à utilidade propiciando-lhe o apren­dizado de um Oficio. Posso citar, por exemplo, no meu Estado;o Instituto Penal Lemos de Brito, na Rua Frei Caneca, que é mo­delar; em São Paulo, na Capital, o Presídio de Carandiru; o quefica em Bauru, do tipo agrícola; o que se situa efn PresidenteWenceslau, que é qa maior segurança; em Minas, o de Ribeirãodas Neves, também de feição agricola e muito louvado pelos es­pecialistas .

Entretanto, Sr. Presidente, é preciso nunca esquecer que OI!prisioneiros que recebem o tratamento penal adequado constituemuma pequena, mas muito pequena minoria em relação à Dopulaçãocarcerária do País.

O .8l'. Ivahir Gal'cia _ Confesso, nobre Deputado José BonifácioNeto, que não pude conter, ao ouvir suas palavras, o desejo deocupar esta tribuna de apartes, data maxima venia do ilustre Par­lamentar que ocupa a tribuna e foi o Presidente da ComissãoParla,mentar 'de Inquérito do Sistema Penitenciário, para dizer,em adendo, a par do extraordinário trabalho desenvolvido pelaComissão superiormentl' orientada e dirigida por V. Ex.", que oRelatório e a Separat.a publicados pela Câmara dos Deputados nãElpodem trazer nas suas linhas aquele calor humano, aquela men­sagem de esperança que V, Ex.", como Presidente da Com1!;são,soube levar à quase totalidade dos sentenciados de todo o Brasil.Membro que fui, com muita honra e orgulho, desta Comissão Par­lamentar de Inquérito, confesso que me surpreendeu a atividadede V. Ex." na direção daquele órgã.o. Eu, Par~amentar de primeira.Legislatura na Câma.ra ~dos Deputados, jamais poderia imaginarque V. Elx.", aliando 0lS seus conhecimentos técnicoo e profissionaiA

-de 'exímio e- e'lieels$ advogado, de delensor das melhores Causas tl'il'l- .

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'lS! Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1978

prol dos impostergáveis principias do Direito, pudesse dirigir umaplêiade de colegas, primeiro estudando com grande seriedade aparte teórica, para que fossem, depois, traçados parâmetros e asnovas diretrizes para um sistema penitenciário nitidamente bra­sileiro. Foram ouvidas as mais ilustres autoridades no campo doDireito, da Criminologia e da Criminalística, os homens que lidamcom o problema em nosso Pais. Mais do que isto, extrapolando odesejo de realmente servir à causa que se propunha, V. Ex." foi lWcontato direto com o preso. Pela premência de tempo, faço ques­tão de citar apenas um fato que realmente ficou gravado na minharetina e dela jamais se afastará. Refiro-me à ocasião em que V.Ex." mandou abrir todos os xadrezes do famoso Pavilhão 6, naCMa de Detenção de sãD Paulo, colocando-se no pátio diante demais de três mil sentenciados de altissima periculosidade. Semqualquer guarda, V. Ex.a dirigiu-lhes a palavra, sendo por todoscercado e homenageado, reconhecido efetivamente como aqueleque levava uma esperança de dias melhores para os que estãopurgando no cárcere os crimes cometidos contra a sociedade. Querem Porto Alegre, na penitenciária de Jacuí, quer na única Casade Custódia e Tratamento. em Taubaté, meu Município e cidadeonde tenho a honra de residir, V. Ex." foi sempre aquele mesmoParlamentar que soube transmitir uma mensagem de fé, de espe­rança e de confiança no trabalho da Comissão. Tenho certeza deque ele será aproveitado pelo Governo para estabelecer um novosistema penitenciário para o Brasil.

O SR. ;JOSÉ BONIFACIO N.~TO - O aparte do nobre DeputadoIvahir Garcia muito me comove. Sabe S. Ex.a da amizade que entrenós nasceu do convívio na Comissão Parlamentar de Inquérito.Aproveito o ensejo para dar, de público, o meu testemunho datenacidade de S. Ex.a durante a realização de nossas sessões. Eraum Deputado que primava pela presença, e não apenas pela pre­senca física: discutia, abordava, analisava, estava sempre inte­ressado, quer na fase teórica, quer na fase prática.

O Sr, Figueiredo Correia - Permita-me V. Ex." Uno-me, nobreDeputado. a esta quase legião de colegas seus que passaram por'esta tribuna de apartes, a fim de louvar o trabalho realizado pelaCPI que esteve sob sua eficiente presidência. Com efeito, o Re­latório ora apresentado à consideração deste Plenário ao ladodos comentários de V. Ex.'" nesta oportunidade, coincidem per­feitamente com aqueles conceitos anteriores, já conhecidos destaCasa. em torno da seriedade do trabalho que a OJmissão Parla­mentar de Inquérito. sob a sua presidência, realizou na Câmarados Deputados. Não é necessário ler toda essa publicação que aMesa ora entrega ao nosso conhecimento. Basta, Sr. Deputado, leros dois primeiros parágrafos das conclusões do Relatório para sechegar à conclusão de que, na verdade, a Comissão presidida porV. Ex.a correspondeu aos anseios daqueles que a iniciaram, pres­tando assim relevante serviço à causa pública. Neste instante,quando tenho o dever de trazer a V. Ex." a palavra da Liderançado Movimento Democrático Brasileiro, louvando Q seu trabalho eo dos seus nobres colegas de Comissão, deseJo formular um apeloveemente ao Poder Executivo, para que, conhecendo deste tra­balho, feito com a superioridade aqui testemunhada pelos seuscolegas, aproveite tudo o que de perfeito e de bom se contémneste Relatório. a fim de servir à coletividade e introduzir no sis­tema penitenciário um processo educativo que posso trazer o pe­nitente à atividade normal, no seio da sociedade. Parabéns aV. Ex.a

O SR. JOSIl: BONIFACIO NETO - Obrigado a V. Ex."O Sr. Vasco Neto - Permita-me V. Ex.a um aparte. Nobre

Deputado, só quero trinta segundos para ratificar todas as pa­lavras ditas a respeito de V. Ex." Há poucos dias colocava-me.embora discordando de V. Ex.", na condição de seu discípulo,ainda que leigo no assunto. V. Ex.", além das grandes qualidadesintelectuais que exornam sua personalidade; tem mais esta dacoragem cívica, lembrada pelo Deputado Ivahir Garcia. A ARENA,eventualmente representada por mim, parabeniza-se com V. Ex."e com a Comissão, em boa hora lembrada pelo Deputado AdhemarGhisi. Todos esperamos grandes frutos do ingente trabalho deV. Ex.a e da Comissão. Cumprimento-o em nome da Maioria.

O SR. JOSÉ BONIFACIO NETO - SI' Presidente, V. Ex." ad­verte. com seriedade, o orador. Vou concluir. Mas V. Ex." há depermitir que cu dê uma explicação à casa. Fiz uma exposiçãoafirmando estarem superlotados os presídios. Sustentei que a so­lução não está na construção de presidios. Então, devQ à Casauma explicação sobre onde devem ser procuradas as soluções.E estas - e V. Ex.", Sr. Presidente, há de me permitir fornecê­las - as verdadeiras soluções, devem co.ncentrar-se nos códigos,isto é, no Código Penal e no Código de Processo Penal.

Diant.e desta realidade contristadora, que estamos apontandoe que todos conhecemos, precisamos ter a coragem de inovar, res­tringindo a imposição das penM privativas de liberdade aos cri­7nir1Osos realmente perigosos. aos delitos realmente graves, en­quanto outras sançoes devem ser procuradas para os casos dedelitos menos graves e para os criminosos de nenhuma ou deescassa periculosídade. A CPI, nos seus trabalhos e conclusões,defendeu longamente a ampliação da suspensão condicional da

pena; defendeu a adoção da prisão domiciliar restritiva dos di­reitos de locomoção do condenado; defendeu a prescrição da rein­cidência; defendeu a repetição da aplicação da suspensão condi­cional da pena, uma vez reconheça o Juiz inexistir a periculo­sidade; defendeu o aumento do número das hipóteses de substi­tuição da pena de reclusão pela de detenção, ou de multa; de­fendeu o uso da prisão-albergue e - o que é muito importante ­a instituição de interdições de direitos consentâneos com a reali­dade, entre os quais a suspensão ou a cassação do direito do exer­cício da profissão.

Focali2lOu-se ainda, Sr. Presidente, a questão da pena tardia­mente imposta. A pena não pode dispensar o requisito da atua­lidade. Do contrário, ela não se justifica. Então, é necessário con­ferir ao Juízo da Execução, ou mesmo ao da condenação. a fa­culdade de suspender a pena, quando, pelo decurso do tempo entrea sua imposição e a sua execução, ou mesmo pelo decurso dotempo entre o fato e sua imposição, ela se tornou desnecessáriaaos fins a que se propõe.

Muita coisa poderia dizer desta tribuna, Sr. Presidente, emassunto tão vasto. Mas, obediente a V. Ex.", vou concluir, naconvicção de que a Câmara vai aprovar este Projeto de Resoluçãoque pleiteia o envio das nossas conclusões ao Poder Executivo, oque representará uma elevada colaboração do Poder Legislativonum assunto tão ligado à criatura humana;" ao homem eventual­mente em infortúnio e também ao aspecto público, uma vez quediz de perto com a recuperação do delinqüente.

Sr. Presidente. com essas explicações, estou certo de que aCâmara, meditando sobre esse trabalho e ouvindo oradores queainda ocuparão esta tribuna, haverá de aprovar este Projeto.(Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - Tem a palavra oSr. Peixoto Filho, para discutir o projeto.

O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RJ. Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, depois de um interregno de tempode cinco anos, esta f{)i a segunda Comissão Parlamentar de In­quérito que concluiu seus trabalhos dentro do pra7Ãl legal, ofe­recendo, com o maior critério, os subsidias necessários tendentesàs soluções reclamadas para os graves problemas do tráfico euso de substâncias alucinógenas e da recuperação do homem en­carcerado, através de uma radiografia do sistema penitenciárioexistente neste País.

Essa, Sr. Presídente, foi a CPI "por acaso". li: a linguagemque gosto de usar, porque com ela me acostumei desde os temposde Vereador e de Deputado Estadual, satisfeito do dever cum­prido e tranqüilo com a minha consciência. Essa foi a Comissãoinstituída por determinação da liderança da ARENA, quando aOposição trabalhava pela constituição de uma outra, a da defesados direitos do homem. Durante cinco anos, Sr. Presidente, ocupa­mos esta tribuna - e o Deputado Nina Ribeiro, que ai está, foium dos oradores mais freqüentes, bem CDmo o Deputado CélioMarques Fernandes, que também está presente, e muitos outrosda última Legislatura. Durante esse tempo, trazíamos para estatribuna radiografias das mais constrangedoras, visando a sensi­bilizar o Governo, ou melhor, visando a conscientizá-lo destagrave problemática, que avilta, que deprime, que constrange, ouseja, ver a superlotação dos presídios brasileiros gerando, prin­cipalmente, males seculares, como, por exemplo, lW invés de ocondenado mudar de sexo por meio da aplicação de hormônios,torna-se o presidio o maior laboratório para transformar o ho­mem em mulher. Isto, à vista do próprio Governo e em decor­rência da omissão ou negligência dos órgãos responsáveis.

Passados cinco anos - e os Anais da Casa aí estão a de­monstrá-Ia - o Deputado Adhemar Ghisi apresenta este reque­riment.o, que já se fazia necessário desde 1971, por exigência daOposição.

O Sr. Israel Dias-Novaes - Permite-me V. Ex." um aparte?O SR. PEIXOTO FILHO - Com todo o prazer.O Sr. Israel Dias-Novaes - Deputado Peixoto Filho, em pri­

meiro lugar, eu desejaria dizer que o aparteío quando, na verdade,devia ter aparteado o Deputado José Ronifácio Neto. Mas, atra­vés de V. Ex.", dirijo um recado a S. Ex.", que consiste no se­guinte: esse trabalho da Comissão deve ter uma divulgação quesobrepasse as escassas fronteirM do Poder Legislativo, eis que setrata de documento realmente impressionante e feito com mes­tria. É um documento dostoievskiano. O que V. Ex." acaba de dizerestá contido aqui, esmiuçado. Quem sabe se a OJmissão, preo­cupando-se com o motivo específico da sua instituição, apenasabordou preferencialmente aquilo que lhe dizia respeito, natu­ralmente deixando de lado alguns aspectos aparentemente para­lelos e secundários, mas que, na verdade, não o são. Por exemplo:mandados dc prisão que não são cumpridos por falta de alOJa­mento nos cárceres. O nobre Deputado José Bonifácio Neto. bas­tante modesto, disse que somente em São Paulo chegavam a 50mil. Podemos tranqüilizar S. Ex.", dizendo que, nesta cidade. ul­trapassam a 80 mil. Há vários componentes da superlotação da.5

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Setembro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 17 9183

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':prisões. Como sabe V. Ex.", não existe propriamente aument.o dad,elinqüência. Têm-se mantido os niveis. Ocorre que o aumentodia população não é proporcional à construção de cárceres. Estaa. realidade. Entretanto, devemos atentar para o aspecto propria­rnente social do caso, Ilustro o que acabo de dizer com um fatoocorrido em São Paulo e divulgado pela imprensa paulista. Ima-

o ~:ine V. Ex." que, às três horas da tarde, num dos pontos maiscentl'ais de São Paulo, a Avenida São João, um transeunte foif'sfaqueado com um canivete por um cidadão de 20 anos. Maistarde, verificou-se que o canivete era de pau, quando a pessoa jáse encontrava detida, De qualquer forma, a agressão havia sidopraticada, Conduzido à delegacia, declarou o rapaz: "Não. Nãoquis atingir ninguém. Ao contrário, estou procurando um lugaronde possa comer". E para tanto se valeu daquela agressão. Esseaspecto social, a fome crescente no Pais, o desamparo em que seencontram as pessoas, a falta de abrigo e de agasalho fazem comque as subpontes de São Paulo sejam os hotéis mais freqüentesda Capital. A fome e o desabrigo respondem, em grande parte,pelo aumento da população carcerária. Este, o aspecto social:muitos cometem os crimes na esperança de serem alimentados.Isto é o fim, nobre Deputado.

O SR. PEIXOTO FILHO - Agradeço o aparte a V. Ex.a.

Sr. Presidente, não cheguei ao relatório. Participei da maioriados debates travados 11a Comissão e pude aferir os depoimentosaqui oferecidos por autoridades responsáveis pelo setor peniten~eiár.io. Mas, Sr. Pres~dente, é notório que a participação do PoderLeglslatlvo na soluça0 dos problemas nacionais é encarada pelo43,Dverno com restri9ões, e recentel11ente tivemos demonstraçãodISSO, quando concllllmos os trabalhos da CPI-Tóxicos com a re­j~ormulação da Lei n,a 5.726, mais conhecida como Lei Antitóxicos.O Governo nQmeou dois assessorí''s' da nossa Comissáo para umg~U]J<l de trabalho por ele constituído para reapreciar a matéria.VIvemos o drama, pesquisamos, oferecemos subsídios ao Governoe ele nomeia um grupo de trabalho e aproveita apenas 5% de::nosso relatório naquele projeto que há pouco tempo tramitou nestaI[~asa, à guisa de reformar a Lei n,o 5.726 - Lei Antitóxicos.

Sr. Presidente, espero qi.le tal não ocorra com o relatório e aseonclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito instituída paraJP.r~ceder ao leva!ltamento da situação penitenciária do País, pre­SIdIda }JQr eSSe Insuperável penalista que é José Bonifácio Netoe tendo como Relator outro notável penalista mineiro o Depu-~ado Ibrahim Abi-Ackel. '

No Governo passado, a assessor1a parlamentar do Ministroda. Justiça, Alfredo Buzaid, quando acabávamos de ocupar a tri­Itmna, sempre providenciava a requisição de uma cópia dos nossosJPr?J?-unciam~nto - inclusive de outros colegas, da ARENA - sobre~,~rItIcas ao SIstema degradante até hoje existente neste País. Poisbem, Sr. Presidente, as divulgacões oficiais se sucediam. Eramdivulgações que nos traziam espérança. O Governo declarava que'pretendlf;1- ,reformular o sistema penitenciário, destinando verbasisubstanCIalS aos Estados, para ampliar os presídios existentes oupara construir novas penitenciárias. E ainda ressaltava que erapreferível e aconselhável que esses novos presídios fossem cons­truídos na zona urbana. Em seguida abriu um crédito de 150 mi­lhões de cruzeiros para ser distribuído a todo o Brasil.

Sr. Presidente, só a delegação brasileira que recentemente foiàs Olimpiadas de Montreal - delegação negativa para os briosde nossos atletas - despendeu a quantia de 19 milhões c 700 milcruzeiros. dois milhões a mais que o orçamento do ano passadodo Ministério da Saúde e menor que o último rateio da Loteria.Agora, vejo o Governo preocupado com o relatório da Comissãopresidida pelo insigne criminalista Deputado José Bonifácio Neto,E, a esse respeito, leio o seguinte noticiário:

"REFORMAS

A Presidência da República sensibilizou-se com as nume­rosas criticas ao novo Código e promoveu, através dasLeis números 6.016, de 31 de janeiro de 1973. e 6,063, de27 de junho de 1974, profundas modificações no texto san­CIOnado pela .Junta Militar. Esta última lei alterou 266artigos d_o novo Código, se bem que em alguns, apenas anumeraçao.

Nas criticas ao novo Código Penal, juristas de todo o Paisargumentaram que melhor seria reformar o atual Código.adaptando-o à sociedade de hoje, que fazer um inteira~mente novo. A não ser que neste colaborassem os melho­res talentos do Brasil, o que não ocorreu.

Durante a ditadura ... "

Este é o noticiário. Eu não concebo como ditadura. Duranteo Governo do saudoso estadista Getúlio Vargas, conheceu o PaísprOfunda reforma legislativa, principalmente nos Códigos porqueà frente das equipes que a promoveram se encontrava FranciscoCampos, "sem dúvida um dos maiores juristas que o Brasil teve".

E esses Códigos, ongmarlOs do pensamento de grandes juris«tas, aperfeiçoaram-se através destes 36 anos em virtude de novasleis e da jurisprudência dos tribunais.

O aperfeiçoamento da tecnologia, a modernização dos meiosde comunicação, a mudança ocorrida nos costumes sociais, c,ria­ram condições novas, tornaram velhas certas figuras penais, 'Pro~

duziram novas situações que deveriam ser definidas como crimes.Por isso a legislação penal não poderia ficar imutável. Mas asinovações poderiam ser introduzidas no atual Código, argumentamos criticos.

Sr. Presidente, há muitos Deputados da última Legislaturapresentes nesta tarde e, juntos, acompanhamos as discussões aquitravadas quando das alterações propostas pelo Presidente ao novoCódigo Penal, que não entrou em vigência até hoje, O Gov€'rno,naquela ocasião, através da sua Liderança, não demonstrou qual­quer interesse em aprovar as emendas oferecidas pelos Deputados,inclusive da Maioria, Está aqui presente o Deputado Nina Ribeiro,que, num aparte ao Deputado José Bonifácio Neto, repetiu a suaemenda oferecida àquela proposição governamental.

Mas, Sr. Presidente, como sei que o meu tempo está a esgotar­se e sou muito respeitador das determinações de V. Ex." - porqueV. Ex.a é um Parlamentar que, no exercício da direçãq dos nossostrabalhos, impõe o maior respeito, não pela radicalização, maspela exigência que faz do cumprimento do Regimento Interno ­vou apenas ler, para que conste nos Anais da Casa, dois períodosdo relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito, que reputoda maior importância:

"Nenhuma instituiçào penitenciária justifica sua existên­cia, se não dispensa tratamento penal adequado. Se nãoo faz, antes serve à difusão e ao aperfeiçoamento do cri­me do que à defesa da sociedade.

Por outro lado, nenhum tratamento penal pode ser con­siderado adequado, se não se baseia no exame crimino­lógico da personalidade. No ato mesmo de sua admissãoà penitenciária, o preso deverá ser submetido a eX:lmesfísicos, biológicos e psicológicos, tendo-se em vista a na­tureza do crime, não só para determinar o tipo de tJ'ata­menta conveniente e o estabelecimento penal onde deveeste concretizar-se (prisão de seguran<;a máxima, regimede semi-liberdade ou prisáo aberta) como também paradefinir cientificamente a necessidade da prisão."

Finalmente:

"- O texto do novo Código, promulgado em 1969, foigrandemente alterado por lei resultante de mensagem doGoverno ao Congresso, em 1973. Apesar disso, ele con1.inuaobsoleto. Entrou em falência o sistema repressivo clá:5sico,notadamente as penas privativas da liberdade. Todo () ca­pitulo relativo aos Crimes Contra os Costumes está emcompleto desacordo com as valorações de nossa época., emtermos de moral pública sexual. O novo Código é oriundode filosofia punitiva de extremo rigor, revelando e Kces­siva confiança no efeito intimidativo dessa ação penal,hoje inteiramente desacreditada. Embora tenha coisasmuito boas que por si só justificari~m sua vigência, achoque o novo Código não deve vigorar antes de revisão cui­dadosa."

Foi este, Sr. Presidente, o pensamento da Comissão, acima detudo, a recuperação do homem encarcerado.

Durante o discurso do Sr. Pei.Toto Filho, o Sr. AlencarFurtado, 2.° Vice-Presidente. deixa a cadeira da l)resi­dê7!-cia, que é ocupada pelo Sr. Célio Borja, Pre8idente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Bor.ia) - Tem a piJJavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutír o projeto.

O SR. CI1:LIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Semrevisão do orad~>r.) - Sr. Presidente, nobres Deputados, esta éuma tarde de muita alegria para nós todos que há muitos anoslutamos quase permanentemente para que alguma coisa de obje­tivo fosse feita, em ~lOssa Pátria, no sentido de melhorar a situaçãopenitenciária do País.

Nós, que, pela função que exercíamos, éramos obrigados apenetrar, muito seguidamente, em penitenciárias, cadeias públicasou xadrezes policiais, protestávamos contra a maneira desumanacom que eram tratados os reclusos que para lá eram levados.Quando o nobre Deputado Adhemar Ghisi houve por bem sugerira criação dessa Comissão Palamentar de Inquérito, vislumbrou-se,logo, pela escolha do seu Presidente, o nobre Deputado José 'Boni­fácio Neto, que a mesma teria um resultado prático e objetivo.

Ao realçarmos o trabalho da CPI, sentimo-nos orgulhosos defazer parte deste Parlamento, de termos colegas como Oíl quecompuseram a Comissão, t:ndo à frente.a figura do ilustre cDlega,

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tlM Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGeESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de ~976

professor e criminalista, Deputado José Bonifácio Neto. Há pouco,mais uma vez, S. Ex.a estendeu aos demais membros da Comissãotodas as homenagens que lhe foram feitas, e, por isto, destaco aunidade de trabalho da CPI, que não perdeu tempo em discussõesdoutrinárias sobre a pena ou o seu valor. Nada disto foi levadoem conta, porque o objetivo era um trabalho que pudesse, apro­vado por esta Casa e remetido ao Executivo, contribuir para obem do recluso.

Sr. PresidenLe, não é possível - e a Comissão o expõe muitobem - que se continue a assistir, por qualquer motivo, à decreta­ção de prisões preventivas, que só servem para aumentar espanto­samente a população earcerária, já tão mal alojada em prédiosem que, mesmo não comportando, muitas vezes, mil homens, sãocolocados 2 ou 3 mil presos.

Sr. PresIdente, espero que este trabalho não fique esquecidonas gavetas dc algum Ministério, porque ele precisa ser lido. estu­dado e apreciado, objetivamente, por um grupo de trabalho.

A Comissão Parlamentar de Inquérito não ficou fechada entrequatro paredes, tomando depoimentos de estudiosos. diretores depenitenciárias ou de pessoas que se destacaram, direta 011 indi­retamente, no assunto Ela visitou os presídios e o nobre DeputadoJosé Bonifácio. em piena penitenciária de São Paulo, exigiu quefossem abertas as portas das celas, para que os presos pudessemvir conversar com S. Ex." A atuação desta Comissão, que repre­senta a Casa, merece os nossos elogios, porque não é possível queum ser humano, com a responsabilidade da feitura de leis, nãotome as providências que tomou a Comissão, pois constatou averacidade de tudo aquilo que os advogados reclamam, que osadvogados especializados nesse setor do Direito vivem permanen­temente solicitando seja melhorado. Nunca, em momento algum.vimos trabalho como este, tão objetivo e criterioso, sem criticas.a quem quer que seja, apenas expondo o que se viu, o que se en­controu. e sugerindo não muita coisa. porque não é necessáriomuita reforma,mas apenas aquilo que concerne aos padrões dedecência e da dignidade, no que diz respeito ao ser humano, quedeve ser tratado como tal.

Sr. Presidente, é recolhido à penitenciária - e vamos especi­ficar aqui um caso - um homem. condenado por defloramentoLeva-se um rapaz ainda novo para ficar ,1 unto com os maiores cri­minosos. com aqueles que se 'Pervertem cada vez mais, que pensamem se especializar em crimes e que contam os dias que faltampara deixar a prisão para, organizando quadrilhas, agirem comeficiência. A Comissão apurou que não pode haver mistura. Só sedeve prender quando houver necessidade c só se deve decretarprisão preventiva nos casos previstos em lei. É preciso pór termoa essa série de condenações que vivem a tumultuar a vida dequalquer juiz Precisamos também de uma reforma no Judiciário.para que o Juiz possa julgar com mais rapidez e para que os pro­cessos não fiquem a correr anos a fio. Quando a condenação vemtardiamente, não é bem recebida pela sociedade e não produzresultado relativamente àquele que cometeu desatinos ou praticouatos lesivos.

Sr. Presidente. vim à tribuna apenas para realçar esse trabalhoda Câmara, que tem à frente a figura simpática e atuante deV. Ex.", um grande Presidente. Trabaihos como esse honram, dig­nificam este Parlamento. Esperamos todos nós, ao aprová-lo, queo Poder Executivo nele encontre soluções para transformar aspenitenciárias - que são apenas depósitos de presos - a fim deque os presos de lá saiam como cidadãos que possam novamentepertencer à sOCledade. produzir e trabalhar, pois o Brasil muitoprecisa dos seus filhos.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tem a palavra o Sr.José Costa, para discutir o projeto.

O SR. JOSÉ COSTA (MDB - AL. Sem revisão do Orador.)- Sr. Presidente Srs. Deputados, esta Casa, hoje, tem oportunIda­de de apreriar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquéritoconstituída para estudar o Sistema Penitenciário Brasileiro.Evidentemente, na exigüidade do tempo de que disponho, nãopoderia fazer uma análise em profundidade do copioso materialcolhido pela CPI da qual fiz parte por indicação do meu partido,o Movimento Democrático Brasileiro. A CPI mostrou, em coresbastante realistas, o problema, por exemplo, da superloLacãocarcerária no Pais; o dramatico problema sexual do preso; o des­compasso da religíão penal em relação à realidade social brasileira.Verificamos que na cídade de São Paulo, por exempio, cerca de70.000 mandados de prisão estavam por ser cumpridos. E, a parda deficiênCIa do aparelho policial, ficou evidenciado também oproblema da falta de acomodação para essa massa enorme de pes­soas COm mandados de prisão a cumprir. No antigo Estado daGuanabara, em 1975, havia uma populacâo carcerária da ordemde 6. nr, presos, dos quais - pasmem os Srs. Deputados -- 20%estavam cumprindo pena por contravenção de vadiagem e cus­tando aos cofrcs do Estado, cada um, cerca de 4,000 cruzeirosmensais. Se considerarmos a população carcerária da Guanabara

em 1975 e se tomarmos como base o custo do preso, o valor de4.000 cruzeiros, verificaremos que só no ex-Estado da Guanabaraa manutenção dessa população carcerária custava algo próximodos 288 ulilhões de cruzeiros, ou seja, pouco mais da metade dosrecursos financeiros destinados à educação na faixa do 1.0 graucom o custeio do respectivo professorado. •

O alto número de presos autuados por vadiagem - 1.200 ­na cidade do Rio de Janeiro revelou também o seguinte: parale­lame'nLe ao problema social do desemprego, havia um problemaque se relacionava ao aparelho policial daquela cidade-Estado.Pelo sistema de promoção por merecimento, o número de flagran­tes conseguidos pelos policiais representava pontos, explicando-se,com esse fato, parcialmente pelo menos, o núméro excessivo depessoas autuadas em flagrante por contravenção de vadiagem.

A Comissão se deteve, em suas conclusões, no magnífico rela­tório apresentado pelo Deputado Ibrahim Abi-Ackel, no problemad.a con.strução de prisões abertas ou semi-abertas, destinadas prin­clpalmete a receber condenados sem periculosidade, primários ecom penas a cumprir inferiores a seis anos. Deteve-se ainda noproblema crucial do trabalho do preso, mostrando que na maioriados Estados o preso era simplesmente espoliado era mão-de-obrasempre à disposição do Estado, mão-de-obra que não lhe custavapraticamente coisa alguma. E recomendava, seguindo, aliás suges­tão do Prof. Virgílio Donitti, que essa mão-de-obra oCios'a fosseaproveitada e que o preso, a par de remuneração condigna pelotrabalho que executava, tivesse também tutela contra os riscosInerentes a essa atividade, tivesse também amparo através doseguro social e fosse protegido por um regime j uridico especial.Sugeriu o eminente professor que esse trabalho fosse obrigatóriopara o condenado e facultativo para o não condenado, observandoinclusive ser essa diretriz de há muito proposta pela Organizacãodas Nações Unidas. Nesse sentido, em seu depoimento, diz S. Éx."o seguinte:

"Nesse sentido o trabalho penàl apresenta-se com essascar~cte~ísticas: desvincula-se da natureza da pena; éobngatorio para o condenado e facultativo para o nãocondenado: é devidamente remunerado, tutelado contraos riscos, amparado por seguro oocial e protegido por umregíme juridico. Além dos mesmos direitos sociais do tra­balho livre, a Legislação Comparada dá ao condenado fé­rias de 15 dias, como acontece na Iugoslávia, e o descon­to na duração da pena, a chamada redenção da penapelo trabalho, como acontece no México e na Espanha. Olegislador deverá considerar o novo Estatuto Juridico doTrabalho Penitenciário, previsto pelas regras minimas daONU, e inspirar-se na evolucão da Legislação Comparada.sobretudo quanto aos direitos sociais do trabalhador."

Creio, Sr. Presidente, que essas sugestões que passo a enume­rar são os grandes tentos marcados por esta CPI: a eonstrucãode mais prisões abertas e semiabertas para abrigar condenadossem periculosidade, primários e com penas de prisão inferior aseis anos: a ampliação dos beneficios da suspensão condicional dapena e do livramento condicional e, oobretudo, a elaboração doEstatuto Juridico do Trabalho Penitenciário.

Creio que essas foram, sem dúvida alguma, sugestões preciosaspara que o Poder Executivo e esta Casa de logo iniciem um traba­lho inegavelmente gigantesco, mas que objetive a reformulaçã<3total do Sistema Penitenciário Brasileiro.

Ouço o eminente Deputado José Maurício.

O Sr. José Maurício - Nobre Deputado José Costa, tantoquanto V. Ex.a e o consagrado jurista e nosso companheiro Depu­tado José Bonifácio Neto, tivemos, nós também, satisfacão de in­tegrar, indicados como fomos pelo nosso partido, essa' comissãoParlamentar de Inquérito. O que para muitos passa despercebidoé qtl~ o trabalho fecundo de uma CPI traz no seu bOJO subsídiosdo porte dos que V. Ex.a aeaba de enumcrar, como de resto ofez o Deputado José Bonifácio Neto. E nós. do Congresso Nac,ional,que temos tanta preocupação com a verdadeira, a especifica ma­nifestarão deste Poder. que, em termos harmônicos, muita contri­buição pode dar, mercê desta CPl oferecemos ao Poder Executivoe ao País uma série de opções capazes de eliminar o cancro socialque, sem dúvida nenhuma, é o problema penitenciário brasileiro.Em cumprimentando V. Ex." e paralelamente esta Casa pela ini­ciativa feliz, entendemos que a Câmara dos Deputados, que oslegisladores brasileiros, através da audiência de tratadistas de re­nome, de conceituados juristas, poderão dar à Nação a prova dasua força, da sua exuberância e de sua efetiva contribuição aoprocesso dp alinhamento das distorcões ocorrentes ainda em nossaPátria. Os mpl1S cumprimentos a V.'Ex."

O SR. JOSÉ COSTA - Muito obrigado a V. Ex.", nobre Dépll­tado, pelo aparte com que nos honrou.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Comissão Parlamentarde InquérHo que estudou o Sistema Penitenciário Brasileiro suge-

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Sexta-feira 1'7 1135

riu ainda diversas outras medidas de longo alcance social. Há,por exemplo, a preconização de um novo sistema de penas dotadode IlUbstitutivos à pena de prisão, revestidos de eficácia pedagógicade forma a restringir a privação da liberdade a crimes graves fidelinqüentes perigosos.

O eminente Relator, Deputado Ibrahim Abi-Ackel, calcado nossubsidios trazidos para a Comissão por diversas e renomadas au­tQridades em matéria penitenciária, sugeriu ainda a criação dasjuntas de observação. Seriam elas responsáveis pelo exame inicialda personalidade dos sentenciados e pela assistência aos mesmosno curso da execução, e seriam integradas por psicólogos, psiquia­tras e, criminólogos e assistentes sociais, dentre outros especia­listi18.

Sugeriu ainda o relatório, em suas conclusões, a reformulaçãodos cursos de Direito, por entender que não constituíam eles ro­teiro viável para a atualização científica da justiça criminal, tantopela organização do curriculo, quanto em decorrência do rebaixa­mento do ensino. Sugeriu, por outro lado, a criação da EscolaPenitenciária Nacional, cujo objetivo seria a formação profissionalde !Diretores e funcionários e o direcionamento e a sistematizaçãode pesquisas no campo da execução da pena, particularmentevolt.adas para o desenvolvimento da pedagogia penitenciária. Abor­doU, como já ressaltei, o problema da mão-de-obra gratuita paraserviços os mais diversos, mão-de-obra essa facilmente obtida naspenitenciárias brasileiras. Falou, ainda, do dramático problemada vida sexual nas prisões, mostrando que ele não se resume àprática do homossexualismo, posto que comum, mas o seu aspectomai,s grave estaria no assalto sexual do vencido pela força de umou mais agressores em celas superpovoadas.

Finalmente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, reclamou porassistência pós-penal, sugerindo que nessa assistência se engajemempresários, clubes de serviço e entidades de classe, que devemser despertadas para uma política de participação que fixe umanova estratégia de defesa social.

Preconizou uma ampla campanha de esclarecimento destinadaa erradicar as prevenções e os estigmas, visando à obtenção deemprego para os liberados condicionais e egressos definitivos.

Sr. Presidente, este foi, sem dúvida, o grande trabalho, agrande contribuição que essa CPI deu a esta Casa, ao PoderExecutivo e, so~retudo, à Nação brasileira, para a solução do an­gustiante problema carcerário que vivemos.

O SR. PRESIDENTE (Célio Barja) - 'rem a palavra o Sr.Adhemar Ghisi, para discutir o projeto.

O SR. ADHEMAR GmSI (ARENA ~ SC. Sem revisão doorall1or.) - Sr. Presidente e 81'S. Deputados, nos poucos instantesem que haverei de ocupar esta tribuna, desejo enfocar alguns as­pectos do problema objeto do relatório e da votação que, sobreele, esta Casa será chamada a proceder dentro de alguns mi­nutos.

A CPI do Sistema Penitenciário nasceu de um pensamento,que amadurecemos durante o recesso parlamentar do ano próximopassado. Pretendiamos dar, com a nossa contribuição de Deputado,de representante do povo, alguma coisa de iítil em função dasolução de uma problemática que estava, como está, a exigir umatomada de posição de especialistas na. matéria, de administradores,de penalistas, de criminólogos, de professores, enfim, de pessoasque, direta ou indiretamente, pudessem estar envolvidas na grandetemática -- na temática relacionada com o homem preso ­do sistema penitenciário no Pais. E, assim, elaboramos um reque­rimento, que foi trazido -ã alta consideração desta Casa, e quese transformou na CPI do Sistema Penitenciário. Para a suaPresidência, houve por bem a Câmara dos Deputados indicar umdos melhores advogados do Rio de Janeiro, um dos criminalistasmaits respeitados do Forum da antiga Capital da República, oqual hoje nos orgulha com a sua presença, como um dos maislegitimos representantes do povo brasileiro com assento nesta Casa,o Deputado José Bonifácio Neto. Há pouco, tive oportunidade dedizer, em aparte que ofereci a S. Ex.a , o quanto ele pode trazer,em termos de subsidios e de alta colaboração, aos trabalhos dessaCP]. Também é de se reconhecer, num ato de justiça, os trabalhosdo Relator, o nobre Deputado Ibrahim Abi-Ackel, que, desae asprimeiras reuniões da CPI, se houve com zelo, com proficiência,com brilhantismo, revelando-se o acurado penalista que é; o pro­fessor de Direito que se constituia numa surpresa agradável, peloseu conhecimento técnico, a todos quantos da Comissão partici­pavam. E o relatório veio depois de um trabalho profundo, res­ponsável, que nos permitiu, a todos os membros da referida CPI,conhecer, em toda a sua inteireza, os aspectos variados da temáticacomplexa e dificil consubstancíada no sistema penitenCIário pátrio.

Nesse trabalho se condensam todas as observações das maisrenomadas autoridades que depuseram nos vários encontros quecom elas mantivemos; nele também estão reunidos os resultados

de todas as visitas realizadas e de todas as trocas de informaçÓllsque nos foram possibilitadas através da presença da CP! em váriosEstados da Federação brasileira. Penitenciárias que pensávamosestarem ao cumprir o seu dever da forma como desej ariamos queestivessem, surpreenderam-nos negativamente, porque ali, na ver­dade, não se estava cumprindo, da forma como prevê a lei, o quea legislação estava a exigir.

Outros estabelecimentos penais no entanto, modestos muitasvezes, sem a nomeada de outros, na verdade nos trouxeram uma.agradável e positiva impressão, a de que ali realmente havia umagrave e grande preocupação com relação ao ser humano encar­cerado e ao seu futuro. De tudo isso, porém, um resultado emergiu,uma conclusão se impôs: a de que seria necessária uma reformu­lação completa do nosso sistema penitenciário. Por muitas razões:ou pela má instalação desses estabelecimentos, ou pela ausênciade princípios norteadores de recuperação do delinqüente ou da­quele homem que foi segregado ainda na fase da instrução crimi­nal. De qualquer forma, a CPI dissecou - e isso pela vez primeirana história da Cãmara dos Deputados - a matéria sob seus maisdiversos ângulos, Hoje, com orgulho, podemos dizer que esta Casatrouxe uma válida, legitima, séria contribuição a todos quanuls.venham a se preocupar, ou que já estejam preocupados, com a.recuperação do homem que possa vir a delinqüir no território mL­cional e, por isso mesmo, esteja sujeito ao arbitrio das nossasleis. \

O Sr. Vasco Neto - Na eventual posição de Lider da Maioria,venho cumprimentar V. Ex." pela feliz iniciativa da constituil)Mda CPI cujas considerações finais hoje vamos aprovar. MarcouV. Ex." um tento com sua iniciativa, prestando mais um servi(~à Nação e ao Parlamento, porque enobrece o Congressó Nacionalo relatório que estamos por aprovar. Trago-lhe meus parabéns eo agradecimento do nosso Partido à iniciativa com a qual V. Ex.-o honrou.

O SR. ADHf;MAR GHISl - Agradeço a V. Ex.ll., meu eminenteLíder, o aparte com que me honrou. Diz muito bem V. Ex.a quandose refere ao relatório final, àquela peça que veio culminar llOtrabalho desenvolvido pela Comissão Parlamentar de Inquéritoque, curiosamente, começou acoimada, nesta Casa, por colegas.desavisados, de uma tentativa, dentro do Partido ...

O Sr. Vasco Neto - Aí a razão do meu aparte.

O SR. ADHEMAR GHISI - ... governista, de preencher ofuncionamento de cinco CPIs, para evitar temas polêmicos quepudessem criar embaraço ao funcionamento desta Casa comoPoder constituído. Hoj~ podemos responder àqueles nossos im­prudentes colegas que nos impeliu à apresentação da matéria outrarazão, aquela consubstanciada tanto nas conclusões, como em todoo trabalho desenvolvido pela CPI do Sistema Penitenciário. Digoisso com a consciência tranqüila de quem também pôde, partici­pando da CPI, trazer alguma colaboração, embora modesta e hu­milde, aos nobres colegas que, possuidores de invejável formaç~Lo

jurídica, carrearam para esta Casa, como para a opinião públicaespecializada, aquilo que a sua cultura podia oferecer.

Dizia eu que nenhum aspecto desta CPI foi marginalizado ouesquecido. Todas as pesquisas necessárias a um tipo de sindicânc'lacomo esta foram realizadas. Estudaram-se as razões que podemlevar o homem a delinqüir e o problema de adaptação de umCódigo de Execuções Criminais ao novo Código de Processo Penal,incluindo-se aspectos substantivos da questão, como a vida carce­rária em si, relativamente à recuperação do apenado no estabe­lecimento penal. Tudo que diz respeito a esta grande problemáticafoi exaustivamente examinado pelos membros da CPI, que se de­dicaram ao trabalho com o maior carinho. E me permito destacar,em especial, a atuação dos Deputados José Bonifácio Neto eIbrahim Abi-Ackel.

Sr. Presidente, não insistirei sobre aspectos já ponderados-·edebatidos com alta proficiência por eminentes colegas que meanGecederam nesta tribuna. Entretanto, considero meu dever, neil­ta oportunidade, registrar meu aplauso àqueles que muito con­tribuíram para mais este ato que engrandece esta Casa Baixa cioParlamento brasileiro. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Não havendo mais ora­dores inscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Vou submeter a votoso seguinte

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 70, DE 1976

A Câmara dos Deputados resolve:

Art. 1.0 Ficam aprovados o Relatório e as Conclusões da Co­missão Parlamentar de Inquérito destinada a proceder ao levan­tamento da situação penitenciária do País.

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.186 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 19'76

Art. '2.0 Serão enviadas ao Poder Executivo cópias do Relató­rio e das Conclusões de que trata o artigo anterior, para as pro­vidências cabiveis.

Art. 3.0 A Mesa da Câmara dos Deputados editará as Con­clusões e o Relatório desta Comissão Parlamentar de Inquérito.

Art. 4.° Esta Resolução entrará em vigor na data de sua pu­blicação.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os 8rs. que o aprovamqueiram ficar como. estão. (Pausa..)

Aprovado.

Vai à promulgação.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -

Discussão única do Projeto de Lei n.o 2.l81-A, de1976, que autoriza o- Poder Executivo a renunciar direitoscreditórios em favor do Municipio de Urussanga, no Es­tado de Santa Catarina; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade,' juridici­dade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação comemendas; da Comissão de Agricultura e Política Rural,pela aprovação, com adoção das emendas da Comissão deConstituição e Justiça; e. da Comissão de Finanças, pelaaprovação. (Do Poder Executivo.) - Relatores: 8rs. NereuGuidi, José Mandelli e Gomes do Amaral.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão de Consti­tuicão e Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vousubmeter a votos as seguintes

EMENDAS:

- N.o 1-

Substitua-se, no art. 1.0 a expressão:"Fica o Poder Executivo autorizado" pela seguinte: "Ficaa União autorizada."

- N.o 2­

Dê-se ao art. 2.° a seguinte redação:"Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação."

- N.o 3­

Acrescente-se ao projeto o seguinte art. 3.°:"Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os Srs. que as aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovadas.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Vou submeter a votos o

seguinte

PROJETO N.o 2.181-A, DE 1976

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica o Poder Executivo autorizado a renunciar emfavor do Município de Urussanga, Estado de Santa Catarina. aquaisquer direitos creditórios concernentes à indenização das ben­feitorias construídas pelo Ministério da Agricultura no antigo PostoAgropecuário daquele Município. no local denominado UrussangaBaixa, avaliadas em Cr$ 463.544,00 (quatrocentos e sessenta e trêsmil, quinhentos e quarenta e quatro cruzeiros/o

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

Vai à Hedação Final.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -

Votação em discussão única do Projeto de Lei número1.476-B, de 1973, que dispõe sobre o "Estatuto dos Minei­ros"; tendo pareceres: da Comissão de Constituição c Jus­tiça, pela constitucionalidade e juridicidade; da Comissãode Minas e Energia, pela aprovação, com emenda; e daComissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação,com adoção da emenda da Comissão de Minas e Energia.

Pareceres à Emenda de Plenário: da Comissão de Consti­tuição e Justiça, pela constitucionalidade e jur1dicidade;da Comissão de Minas e Energia, pela aprovação, comsubemellda; e da Comissão de Trabalho e Legislação So­cial, pela aprovação. (Do Sr. Lauro Rodrigues.) - Relato­res: 81'S. ítalo Fittipaldi, Paulino Cícero e Jarbas Vascon­celos. .

O SR. PRESIDENTE <Célio Bor,ia) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos o seguinte

REQUERIMENTO:Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex." o adiamento da

votação do Projeto n.o 1. 476-B/73. por três Sessões.

Saia das Sessões, em 16-9-76. - Laerte Vieira.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os 8rs. que o aprovam

queiram ficar como estão. (Pausa.)Aprovado,Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -Primeira discussão do Projeto de Lei n,o 502-B, de

1975. que inclui no programa de melhoria de condições dehabitabilIdade dos trabalhadores nos projetos de financia­mento agropecuários; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, peia constitucionalidade, juridici­dade e técnica legislativa; da Comissão de Agricultura ePolítica Rural, pela aprovação, com substitutivo e sube­menda, contra os votos dos 81'S. Alexandre Machado, Car­doso de Almeida, Francisco Libardoni e Henrique Cardoso;contra o substitutivo e a subemenda votaram os Srs, Fer­raz Egreja e Melo Freire e contra a subemenda o Sr. Antô­nio Bresolín, tendo o Sr. Ferraz Egreja apresentado votoem separado; da Comissão de Finanças, pela aprovação,com emendas e adocão do substitutivo e da subemenda daComissão de AgricuÍtura e Política Rural; e, da Comissãode Economia, Indústria e Comércio. emitido em audiência,pela aprovação, com substitutivo. (Do Sr Henrique Brito.)- Relatores: Srs. Theobaldo Barbosa e José Ribamar Ma­chado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Bor,ia) - Tem a palavra o Sr.Cardoso de Almeida, para discutir o projeto. (Pausa.)

Não está presente.

O SR. PRESIDENTE (Céllo Borja) - Tem a palavra o Sr.Henrique Brito, para discutir o proJcto.

O SR. HENRIQUE BRITO (ARENA - BA. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, venho à tribuna paramanifestar minha concordànciã- com o substitutivo apresentadopela Comissão de Economia. Indústria e Comércio, ao Projeto deLei n.O 502-B. de 1975, de mihha autoria.

Diz esse substitutivo:"Art. 1.0 O beneficiário de financiamento para proj.etoagropecuário de que constem investimentos fixos fica obri­gado a incluir no respectivo projeto proposta ou plano deaplicacão de recursos não superior a 10% (dez por cento)do vaior global da operação, destinado à melhoria, amplia­ção ou construção de habitação para seus trabalhadores.

§ 1.0 A exigência constante deste artigo não se aplica aofinanciamento:

I - por prazo igualou inferior a 3 (três) anos;

II - de que seja beneficiário aquele cuja propriedade J3.disponha de moradia condigna para seus trabalhadores;ou

III - destinado à aplicação em propriedade de terceiro.

§ 2.0 Entende-se por moradia condigna a habitação comum minimo de 40 (quarenta) metros quadrados construídaem alvenaria devidamente revestida, coberta de telhas cominstalação sanitária e fossa séptica.

Art. 2.° A não-comprovação da exigência contida no ar­tigo 1.0 nesta lei acarretará o indeferimento pelo estabe­lecimento de crédito oficial da proposta de financiamentoe o seu não-cumprimento o sujeitará à multa correspon~

dente a 20% (vinte por cento) do total financiado.

Art. 3.° Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, o PoderExecutivo regulamentará a presente leL"

Sr. Presidente, dentro da ética sociológica atual, não se fazmister o paternalismo estatal. É Justo seja cometida ao própriaempresário a atribuição de propiciar morada condigna ao seu

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fletembro de 1976 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 9187

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empregado. Valendo-nos da nossa legislação, bastante avançada,l'eportamo-nos à Lei n.o 1.214 - o Estatuto do Trabalhador Rural-- que institui o Fundo de Assistência e Previdência ao Trabf/.lha­dor Rural. O FUNRURAL visa especificamente à assistência mé­clico-social. Esse amparo não se estendia à habitação, muito em­}:lora o art. 51 desse instituto estabeleça que o serviço social deverápromove;: periodicamente pesquisas no meio rural, notadamentepara verificar as reais condições de vida e necessidades sociaisdos beneficiários da Previdência Social Rural.

Observamos, pois, que nenhum dispositivo legal existe equi­'IIalente ao que propusemos. O projeto prevê a aplicação de recur­sos em construção, recuperação e melhoramento das casas dosvaqueiros e dos colonos. Não é justo que o proprietário melhoreapenas as condições dos seus currais, pastos e cocheiras, visandoao conforto de sua criação, e esqueça o operário responsável pelotrato dos animais e dos campos. Este não pode viver sem as mi­11imas condições de higiene, morando em casas de taipa, sem sa­11itários, paredes sem revestimento, num verdadeiro il1ferno, aolado dos insetos transmissores da doença de chagas.

O Sr. Hugo Napoleão - Nobre Deputado Henrique Brito, con­siidero do maior valor o projeto de lei ora em discussão, apr(~sen­

tado por V. Ex."' O êxodo rural desloca centenas de milhar€'s dehabitantes do interior para as grandes cidades, convertidas emv,erdadeiras selvas de pedra e redutos de aspereza. Daí por que épreciso fixar o homem no campo, mas em condições humanas ede habitabilidade. Meus parabéns a V. Ex."'

O SR. HENRIQUE BRITO - Agradeço ao nobre DeputadoHugo Napoleão o aparte e o apoio, que muito nos conforta.

"A referência acima ao paternalismo estatal poderia pa­recer uma contradição, propondo que o Estado finaneie oproprietário para construção e melhOl;ia de casas de em­pregados. Mas, na realidade, o que sugerimos é que o Go­verno dê condições financeiras ao proprietário para aten­der à meta homem.

Julgamos apresentar a nossos pares uma proposição degrande aicance, vi.sando aos dois fatores da produção (ca­p~al e trabalho), uma melhoria às condições daqueles quelhes vão proporcionar o produto."

O Sr. Vasco Neto - Felicito V. Ex.tI pela oportunidade doprojeto. :É V. Ex. tI , realmente, o homem indicado para apresentá­lo, porque grande pecuarista, que tem sensibilidade e calor hu­mano para compreender problema de tão grande alcance social,como o que ora se debate. Meus cumprimentos a V. Ex."

O SR. HENRIQUE BRITO - Agradeço ao nobre Líder, Depu­tado Vasco Neto, Parlamentar de grande escol, que representa nes­ta Casa o nosso Estado, a Bahia.

De fato, Sr. Presidente, como disse o nobre Deputado VascoNeto, sou um homem do interior, sou um pecuarista, mpdesto fa­zendeiro que nas lides do campo tem oportunidade de convivercotidianamente com os trabalhadores ru~'ais, aqueles que diutur­namente se dedicam ao trabalho da lavoura e necessitam da as­si8tência e /do amparo do Governo e de todos nós.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não seria justo que, nesta horade desbravamento da Amazônia, não tivéssemos o amparo legal,o apoio oficial para que nesse grande projeto agropecuário sejainserida a obrigatoriedade da construção de casas mais condignaspara os empregados. Não é justo que os grandes invernistas - comexceção de poucos - continuem morando nas grandes cidades,nas capitais de seus Estados, só indo às suas propriedades umavez por mês ou uma vez por ano. Eles contraem empréstimos dosorg'anismos oficiais para a construção de casas-sede, algumas de­las até com piscinas, e deixam o tratador de animais, o vaqueil'D,o eolono, morando em casas sem as minimas condições de habita­bilidade. E aqueles que são cuidadosos com as pastagens acabamcçm toda aquela proteção natural que envolve muito das casasdos seus empregados, que moram sem condições sanitárias e dehil~iene.

Esta a razão da apresentação deste projeto. Agradeço a todosos Deputados que compõem a Comissão Técnica que, por unanimi­dade, aprovou um voto de louvor a esta iniciativa; agradeço àsLideranças do Governo e da Oposição, pelos entendimentos quemantiveram pa~'a a aprovação deste projeto. São estes os nossosagradecimentos.

O SR. PRESIDENTE (Célío Borja) - Não havendo mais ora­dores inscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão de Agricul­tura e Politica Rural, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmoo seguinte

SUBSTITUTIVO:

Dê-se ao art. 1.0 e seu parágrafo único do projeto a seguinteredação:

"Art. 1.° O beneficiá~io de financiamento para projetoagropecuário de que constem investimentos fixos fi,~a

obrigado a incluir, no respectivo projeUJ, proposta ou-planode aplicação de recursos, destinados a programa de melho­ria, ampliação ou construção de habitação para seus tra­balhadores.

Parágrafo único. A exigência constante deste artigo n1l.ose aplica ao financiamento:

I - por prazo igualou inferior a 3 (três) anos;

II - de que seja beneficiário aquele- cuja propriedade Jádisponha de moradia para seus trabalhadores; ou

IH - destinado a aplicação em propriedade de terceiro."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão de Agril~u(­

tura e Política Rural, ao apreciar o Substitutivo da Comissãc, deAgricultura e Política Rural, ofereceu ao mesmo a segui.nte

SUBEMENDA:

Acrescente-se ao art. 1.0 o seguinte:

"IV - de valor inferior a 700 (setecentas) vezes o maiorvalor de referência decretado nos termos da Lei n.o 6.205,de 29 de abril de 1075."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _ A Comissão de Finan',as,ao apreciar o proj eto, ofereceu ao mesmo a.s seguintes

EMENDAS:

Subemenda Modificativa n.O 1 -

Acrescente-se, no item H do parágrafo único do art. 1.0 dasubemenda substitutiva à Emenda n.O 1 da Comissão de Agricul­tura e Política Rural, o termo "condigna", logo depois da palavra"moradia".

- Subemenda Supressiva n.O 1 -

EUda-se a subemenda aditiva à subemenda substitutiva ado­tada pela Comissão de Agricultura e Política Rural.

_ Subemenda Aditiva D.o 1 -

Acrescente-se o § 2.° ao art. 1.0 da subemenda substitutiva àEmenda n.o 1, adotada pela Comissão de Agricultura e PoliticaRural, passando o atual parágrafo único a 1.0, com a redal;ãoabaixo:

"§ 2.° Entende-se por "moradia condigna" a habitalêãocom um mínimo de 40 (quarenta) metros quadrados, cons­truída em alvenaria devidamente revestida, cobe~ta detelha.s, com instalação sanitária e fossa séptica."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão de Economia,Indústria e Comércio, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmoe vou submeter a votos o seguinte

SUBSTITUTIVO:

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O beneficiário de financiamento para projeto agl'O­pecuário de quc constem investimentos fixos obrigado a incluir,no respectivo projeto, proposta ou plano de aplicação de recurHOSnão superior a 10% (dez por cento) do valor global da operaçào,destinado à melhoria, ampliação ou construção de habitação pa,raseus trabalhadores.

§ 1.0 A exigência constante deste artigo não se aplica ao fi­nanciamento:

I - por prazo igualou inferior a 3 (três) anos;

II - de que seja beneficiário aquele cuja propriedade já dis­ponha de moradia condigna para seus trabalhadores; ou

lU - destinado a aplicação em propriedade de terceiro.

§ 2.° Entende-se por moradia condigna·a habitação com ummínimo de 40 (quarenta) metros quadrados, construida em ahe­naria devidamente revestida, çoberta de telhas eom instalação sa­nitária e fossa séptica.

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9188 Sexta-feira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro ele 19'76

Art. 2.0 A não-comprovação da exigência contida no art. 1.0nesta lei acarretará o indeferimento pelo estabelecimento de cré­dito oficial da proposta de financiamento e o seu não-cumprimen­to o sujeitará a multa correspondente a 20% (vinte por cento) dototal financiado.

Art. 3.° Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, o Poder Exe-cutivo regulamentará a presente lei.

Art. 4.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5.0 Revogam-se as disposicões em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os 8r8. que I> aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

Prejudicadas as demais proposições.

Passa à 2." discussão.

O SR. PRESIDENTE (Célio Boria) - Os 8rs. que o aprovamqueira;n ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

Prejudicadas as demais proposições. Volta à Comissão de Eco­nomia. Indústria e Comércio, para redação em 2.a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Nos termos do inciso IIdo art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. WalterSilva, na qualidadc de Líder do Movimento Democrático Brasileiro.

O SR. WALTER SILVA (MOB - RJ. Como Líder. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, 81's. Deputados, a busca de uma novarealidade econômico-social que possibilite a melhor distribuição derenda dentro dos 14 municípios que integram a região é, certa­mente, o melhor caminho que os Governos Federal e Estaduais de­vem encontrar para o norte fluminense, área que se debate entreduas verdades: a empresarial e a comunitária.

Se. de um lado, dentro dos interesses dirigidos que caracteri­zam as reivindicações do empresariado, as autoridades precisaminvestir ainda mais, por exemplo, na expansão da agroindústria doaçúcar, do outl'O, dIscute-se até que ponto será válido e justo ocrescimento unilateral desta atividade a cada ano, para a sua pró­pria sobrevivência. quando marginaliza a população desse processode desenvolvimento.

Até que o norte fluminense conheca e desfrute de uma novarealidade econômica, há que se tomar sempre por exemplo a agro­indústria açucareiro.. que, seg'undo os próprios órgãos do setor e asestatísticas de entidades neutras, é respons!nrel por quase 50 porcento da produção regional, c é partindo exatamente dela e dodeterminismo histórico de que a atividade é profundamente egoistaque os técnicos não engajados e, consequentemente, mais compro­missados com a verdade comunitária criam raizes e bases para assuas análises, preocupados que estão com o futuro da região.

O norte do Estado do Rio, que já é uma. região-problema, as­siste ao desencadear dcste novo processo em sua pressa de crescere de abrir espaços para se capacitar a um ritmo intenso e de ex­pansão: a agroindústria do açúcar, que é a atividade mais capita­lizada da área, não tem poupado os demais setores de produçãoprimária, seja a pecuária. através da transformação de pastos emviçosos e verdejantes canaviais, seja reduzindo cada"'vez mais aparticipação da mandioca na economia do Município de São Joãoda Barra. Em Campos, pólo econômico da região e principal produ­tor de açúcar do Estado do Rio, as terras sofreram. por isso mesmo,uma valorização vertiginosa nos últimos quatro anos.

Mas, para os economistas e técnicos que se preocupam tambémcom o problema social. esta supervalorização da terra está fazen­do com que apenas os empresários mais capitalizados, no caso osproprietários rurais da região, se beneficiem. Esta nova realidade,mais palpável desde que o açúcar ganhou dimensões maiores nabalança de exportação do Pais e o álcool passou a ser cogitado paramistura carburante, ameaça destruir uma estrutura fundiária queainda é a maior responsável pelo equilíbrio da distribuição deriqueza do setor, principalmente no meio rural.

Por isso mesmo, sem alarde e arriscando-se a represálias quepossam part,ir dos setores economicamente mais fortes, algunslíderes comunitários rebelam-se contra esta nova realidade. Semagitação e sem demagogia, mas procurando os meios legais e ca­pazes de também credenciar os fornecedores de cana a lutar den­tro do mercado competitivo de imóveis rurais em igualdade decondições. O mais recente exemplo acaba de ser dado pela Coope­rativa de Crédito dos Lavradores de Cana do Estado do Rio, que,reivindicando o Governo os meios para implantar o crédito fun­diário. pretende oferecer a seus associados financiamentos paraaquisição de terras.

Na verdade, esta nova filosofia vai impondo-sc aos poucos en­tre os lavradores e técnicos mais esclarecidos. Quando um usineirocompra uma propriedade rural de um fornecedor de cana não estáacrescentando nada ao setor. Muito pelo contrário. Está é subtrain­do para o desequilíbrio do sistema fundiário que ainda permite afixação do homem à terra e que ainda detém, pelo menos emCampos, em boa escala, o êxodo ruraL Há, portanto, entre os for­necedores um objetivo cada vez mais crescente: o de acabar, oquanto antes, com a valorização artificial das terras, provocadapelos industriais do açúcar.

O que houve em Campos e nos demais municípios canavieirosda região, argumentam os técnicos e os estudiosos da matéria, foiuma oocializacão espontânea das propriedades rurais, sem impo­sição de leis mas através de um processo livre desencadeado hámuitos anos, quando as grandes glebas de terra, por força dos tes­tamentos familiares e da politica de desvalorização imposta aosetor naquela época, a cana e o açúcar eram produtos gravosos,foram sendo desmembradas. Hoje, dos 14 mil fornecedores de canaexistentes no Estado do Rio, quase 80 por cento deles são respon­sáveis apenas por 20 por cento da produção,

E, é exatamente contra os pequenos fornecedores que a polí­tica agressiva de compra de terras tem se centralizado. 8e, para asgrandes empresas, o preço aparentemente absurdo por um pedaçode terra pode ser diluído dentro daquilo que os seus técnicos or­gulhosamente chamam de economia de escala, para os fornecedo­res de cana o fato representa, a curto prazo, o enfraquecimento e,a médio e longo prazos, a extinção da numerosa classe.

Na Associação Fluminense dos Plantadores de Cana e naCooperativa de Crédito dos Lavradores de Cana, ambas dirigidaspelo lavrador e economista Oswaldo Barreto Almeida, encontram­se atualmente os núcleos de resistência a esta nova realidade. Porisso mesmo, nas duas entidades tem sido dada uma ênfase especialao pequeno produtor de cana, numa tentativa de, por todos osmodos e meios, fixá-lo à terra. Na cooperativa, a sua diretoria jápensa em criar um órgão de produção dedicado unicamente ao pe­queno fornecedor com a finalidade de diminuir seus custos deprodução, de aumentar a produtividade, de melhorar a renda e delhe oferecer melhor bem-estar.

Temos de criar condições paralelas de competição. O que nãodeve acontecer para o próprio equílibrio do sistema é o industrialser também o dono da terra e dono das canas. Nosso esforço estáconcentrado nesta meta, que é também de toda a classe, Na asso­ciação, por exemplo, prosseguiu em seus esclarecimentos o presi­dent~ das duas entidades: "temos, inclusive, um projeto visandodar uma atividade profissionalizante rural. É preciso deter o êxodorural, apesar de reconhecermos que, dentro das condições tecno­lógicas que atingem atualmente o setor, ainda há uma populaçãosobrante no campo".

E continuou: "no mundo em que vivemos, onde as zonas ruraise urbanas se interligam per rodovias asfaltadas e os apelos deconsumo chegam com muita rapidez, através dos meios de comu­nicação. até à família rural, é muito difícil deter a marcha paraas grandes cidades. Podemos sim, através de medidas eficazes,procurar fixar mais o homem à terra, pelo menos os que são in­dispensáveis à produção do campo. É justamente isso que estamosprocurando fazer através de medidas que possibilitem ao produtorrural enfrentar em igualdades de condições o mercado competitivoem que o colocaraln".

Para muitos estudiosos do setor e que olham o problema sobum prisma mais amplo, o pequeno fornecedor é mais um trabalha­dor rural do que propriamente um produtor. Por isso, ele e osdemais membros da família (mulher e filhos) é que trabalham napropriedade, desde o preparo da terra à colheita da cana. Tudoquase que manualmente. Mas, concluído seu serviço, ele se empre­ga, com' os filhos, como cortador de cana das próprias usinas oudos grandes fornecedores e, ao final de cada safra, consegue uma.renda familiar que dá para UlUa vida simples, mas sem fome.

Tem a sua casa, e a vida rural não lhe exige grandes investi­mentos naquilo que os economistas chamam hoje de bens supér­fluos.

Além do mais. apesar de pequena, a propriedade lhes garantesempre a criação de pequenos animais, o cultivo de hortaliças ede outros produtos indispensáveis à sua alimentação. Na maioriadas vezes, esses produtos reforçam, inclusive, suas pequenas eco­nomias. Se o fornecedor de cana vende a sua terra e, com o 41­nheiro, a família se transfere para a cidade, a médio prazo e namaior das vezes, candidatam-se a ficar socialmente marginaliz.a.­do. Ele e seus filhos não estão preparados para enfrentar a vidaurbana e só tomam conhecimento desta realidade quando o dl­nhoiro acaba. No norte fluminense 78 por cento dos fornecedoresde cana, segundo dados da própria Delegacia Regíonal do IAA,tinham cota de até 200 Carros.

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l1ietembro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira. 17 9189

===============================Para se entender melhor o que é a estnltura fundiária do

setor canavieiro da área, basta esclarecer que um produtor, paracolher 200 carros de cana tem de ter uma área de sete hect,ares.I'or outro lado - por essa razão é que tantos fraquejam diantedas ofertas vultosas dos grandes empresários - ao preço atual daterra em Campos, uma propriedade de sete hectares vale aproxi­madamente Cr$ 200 mil, enquanto os 200 carros de Cana por safrarendem para o produtor cerca de, Cr$ 25 mil brutos.

O Sr. Vasco Neto - Deputado, a tese que V. Ex.'" defende écorreta. Vê V. Ex." que o progresso teria de chegar ao norte do:E:stado do Rio, área-problema da regi.ão que V. Ex,'" aqui represen­ta com muito brilho. Mas a solução está exatamente no agrupa­mento em cooperativas. Aliás, Barreto de Almeida, o grande econo­mista baiano assim aconselha, que as pequenas propriedades, co­1110 acontece' na Bahia, se agrupem em cooperativas, como a de'Cotia, exemplo a ser mirado, para a solução (lo problema sócio­econômico das áreas que recebem o impacto do desenvolvimento,como p,arece ests.r acontecendo agora com o norte do Estado dolHo.I

O SR. WALTER SILVA - Agradeço a V. Ex.a o aparte, que vememprestar realmente uma colaboração valiosa ao estudo que pre­tendemos fazer dessa problemática setorial, mas que tem conota­çôes de âmbito nacional também.

Prossigo, Sr. Presidente.

Não há, na verdade, nos dia.~ de hoje, para a ,lavoura cana­viieira da região, preços fixos para a terra. Eles .vanam de acordocom os interesses das grandes empresas e, prmclpalmente pelaproximidade que a propriedade se encontra de uma indústria açu­carira, Mas, tomando-se uma média, estima-se que 4,84 hect~resem área de baixa estejam valendo em torno de Cr$ 120,00 nul eem área de tab~leiro,Cr$ 80 mil. Se, por exemplo, as usinas já apa­nham canas a 100 quilômetros de distância em busca de maiorpmdução, terras que delas estejam distantes até 30 quilômetrospassam a não ter preços para essas empresas.

Por isso, lançam propostas quase fantásticas qUi; acaba;». porser4~ibilizar o fornecedor. Na verdade, as empresas mdustnalS seressarcem desta bruta valorização ao economlzar as despesa.~ detransporte. Depois que começou a ser registrada uma reação dosfornecedores, as usinas passaram a adotar um novo sistema: o dearrendamento de terras. Pagam um ágio mais do que razoável peloseu uso, encarregam-se de todas as despesa.s para a produção dalavoura e conservação da terra e ainda oferecem um percentual dototal de cana produzido.

Apesar de já estarem conscient'lzados para a resistência, os for­necedores de cana muitas vezes, por vários fatores, são obrigad{)s acapitular. Já há, por exemplo, entre eles, grande dificuldade deencontrar mão-de-obra no meio rural. E, por lei, são obrigados acontribuir para o FUNRURAL; os que. trabalham para as U5inasficam com o INPS. E entre as vantagens oferecidas por esses doisórgãos, os trabalhadores pendem quase que totalmente para oINPS.

Isso porque o INPS lhes oferece salário-família, aposentadoriana. proporção do recolhimenw, assistência médico-hospitalar, re­médios e, o que é muito importante para o trabalhador da la­voura canavieira, possibilidade de, na entressafra, ficar encostadono órgão previdenciário, desde que fique comprovado ser portadorde qualquer tipo de doença que o impossibilite para o trabalho. Adificuldade de mão-de-obra tem, inclusive, feito com que os for­necedores, para fazer frente a esta nova realidade, investam gran­des somas em máquinas que poderiam ser aplicadas TI()J,malmentena conquis.ta de melhor produtividade de suas lavouras.

C{)ncedo o aparte ao nobre Deputado José Maurício.

O Sr. José Mauricio - Nobre Peputado Walter Silva, somosoriginários da mesma região. Desde o ano passado, defendíamostese semelhante à que V. Ex.a, com a proficiência que o caracteri­za no exercicio do seu mandato, agora focaliza com muita pro­priedade. Realmente é grave a situação do norte do Estado doRio de Janeiro, especíalmente da nossa querida Campos, em con­;seqüência dos preços irrisórios pagos aos plantadores de cana e deuma politica de canto de sereia com que se pretende transformarnOJ3Sa economia. Hoje a situação do pequeno plantador de canaé tão desfavorável, que em nada difere da do trabalhador da la­voura. Se o Governo e o seu partido, a ARENA, tivessem ouvidoos reiterados pronunciamentos que temos feito nesta Casa, -de­fendendo a igualdade de pagamento do preço do carro de cana,a 11m de que recebêssemos o mesmo que é lJago aos Estados nor­dCl'itinos, certamente o quadro econômico de nossa região seria ou­tro. Em verdade, o pequeno lavrador, trabalhando neste sistemairreal, é compelido a utilizar-se da mão-de-obra :inclusive de llUafamília, sem falar no processo de pressões a que é submetido, quefl {lbriga, muitas vezes, a vender suas terras, além de levá-lo a

descumprir as obrigações assumidas com seus empregados. Cumpri­mento V. Ex." e espero que, juntos, possamos continuar a lutarem favor de nossa sofrida terra, a cujo povo jamais faltaremos.

O SR. WALTER SILVA - Agradeço a V. Ex." o aparte, Depu­tado José Maurício.

Continuo, Sr. Presidente.Embora cresça entre os fornecedores de cana a disposição de

enfrentar e de resistir o assédio das grandes empresas açucareirasno Estado do Rio - funcionam nesta safra 18 usinas - a cadadia que passa o número de lavradores vai decrescendo, apesarde existir lei federal que determina, dentro da distribuição decot,a agricola, que não pode ser inferior a 60 por cento a cota dosfornecedores em relação à cota industrial.

Mas, desde que os usineiros começaram a adquirir terrasde fornecedores, essa participação vem caindo de ano para ano.Assim é que na safra 72/73 - os dados são do IAA - os fornece­dores foram responsáveís por 64,37 por cento da cana moída. Em73/74 contribuíram com 62,12 por cento e, em 74/75, com 56,73 porcento. Este ano, pela primeira vez, nos mapas de produção de canaliberados pelo IAA, às colunas próprias (canas pJ'odu?,idas pelas'usinas) e fornecedores (produzidas pelos fornecedores) foramacrescentados mais dois quadros: o de acionistas e de outras ori­gens. São, na verdade, canas das usinas que saem em nome deterceiros. Ambas já apresentam uma produção bem razoável.

Apesar do ex-Ministro da Fazenda e atual Embaixador doBrasil na Inglaterra, Roberto Campos, tcr dito certa vez que es­tatistica é como o biquini - mostra o importante mas esconde oessencial - a nova realidade vem preocupando profundamente osórgãos de liderança dos fornecedores que, de safra em safra, vêmdiminuindo os próprios recursos que os mantêm em atividadc c emluta constante em defesa da classe. Isso porque cada fornecedor,do total de sua produção, contribui, para a melhor assistência deseus trabalhadores, com 10 por cento e que estão a,s5im distribuí­dos: 2 por cento para a Associação Fluminense dos Plantadores deCana, 1 por cento para a sua Federação e 0,5 por cento para o IAA,3 por cento para a Cooperativa de Crédito dos Lavradores, 1 porcento para Assistência Social e uma taxa de 2,5 por cento para oFUNRURAL.

Eram estas as considerações que desejava fazer a propósito daproblemática do norte fluminense, a reclamar enérgicas e ime­diatas providência.s do GovernQ Federal.

Durante o disurso do Sr. Walter Silva, o Sr. CélioBorja, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Antônio Florêncio, Suplente de Secre­tário.

O SR. PRESIDENTE (Antônio Florencio) - Nos termos do _in­ciso II do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr.Lins e Silva, na qualidade de Líder da Aliança Renovadora Na­cional.

O SR. LINS E SILVA (ARENA - PE. Como Líde~. P~onuncia

o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamosenfrentando, no momento, uma das maiores crises econômicas denossa história.

Somos, como a maioria das nações do globo, depositários deuma crise gerada pelo aumento do preço do petróleo, com gravissi­mos reflexos em nossa própr'ia economia.

Como conseqüência natural dessa crise internacional, enfren­tamos no Brasil uma brutal e crescente inflação, conjugada comuma dívida externa já bem considerável e que desafia constante­mente os Ministros na área econômica de nosso Pais, sob a lille­rança do ilustre Presidente Ernesto Geisel.

A solução de tal problema tem exigido do Governo um 'esforçogigantesco, e até provocado a adoção de medidas bastante drás,ti­cas e polêm:icas e muitas vezes reconhecidamente impopular,es.

M dificuldades com que se defronta o Presidente Geisel nametade de seu mandato, particularmente no plano econômlco­financeiro, em decorrência da crise conjuntural externa, que pro­curamos vencer, merecem um estudo mais profundo de todos aque­les que atuam na vida pública brasileira.

O Presidente da República, além da colaboração efetiva dospolíticos na busca das soluções adequadas, merece o respeito, re­conhecimento e solidariedade nacionais, por tudo que já reali­zou nesse curto periodo de Governo, apesar de travar permanentebatalha contra OB fatores adversos que aqui se traduziram no d"ese­quilíbrio do nosso balanço de pagamento.

Agora mesmo, S. Ex." encontra-se no Japão, acompanhado pordiversos Ministros, procurando ampliar a.s nossas relações com

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'1M Sexta·feira 1'7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1976

aquela rica nação do Oriente com a qual o Brasil mantém os me­lhores laços de amizade.

Meses atrás visitava S. Ex." a Inglaterra e França, imbuídodos mesmos propósitos, quais sejam os de impulsionar o nosso de­senvolvimento econômico, através de uma política externa arrojadae independente.

Compreendendo desde cedo as medidas de controle adotadaspelo Governo, que buscou não desmontar a estrutura empresarialprivada, mas, ao contrário, fortalecê-la,. nem tampouco causar odesemprego em massa, ajustando os projetos e o próprio modelo donosso desenvolvimento aos imperativos da nova realidade externae interna, e ainda. por outro lado, consciente de que o Brasil éum Pais que possui uma grande vitalIdade demográfica e gigantes­cos recursos naturais, é que nos propomos a contribuir com S. Ex.a,defendendo o setor de turismo como uma das mais eficazes armasde que dispomos para debelar a crise que se apresenta e levarmostranqüilidade para o setor econômico do Pa:í5.

Falo do turismo-indústria, voltado exclusivamente para a eco­nomia. e com todas as suas potencialidades exploradas, incluindo­S~ em seu bojo o sempre polêmico. porém, rentável, instrumentodo jogo.

AqUi se torna oportuna uma explicação, Sr. Presidente. O povoe algumas autoridades brasileiras olham o jogo com certo senti­mentalismo. E há, ainda, falta de sinceridade na anál'ise do proble­ma. Li, por exemplo, há pouco tempo, no Jornal do Brasil, que ojogo do bicho, só no Rio de Janeiro - isto, sem falar no resto doBrasil - arrecadava, em um ano, importância maior do quc averba destinada ao Ministério da Educação do Brasil. Podería­mos oficialIzar o próprio jogo do bicho, desde que o Governo au­ferisse lucros com isso. Oficializado e fiscalízado o jogo do bichopelo Governo. este iria aufeI'ir lucros e não ocorreriam absurdosdesta ordem.

O Sr. Gcraldo Guedes - Permite-me V. Ex.a um aparte?

O SR. LINS E SILVA - Antes de conceder o aparte a V. Ex.'"Deputado Geraldo Guedes, gostaria de dar um outro exemplo dosentimentalismo brasileiro, no que diz respeito a jogo. Aqui, nestaCasa. há dois meses, esteve presente o ilustre Presidente da CaixaEconõmica Federal, depondo perante uma CPI. Alegava S. s.a queainda não tinha criado no Brasil a Zooteca, ou seja. o jogo dobicho transformado em loteria, porque isto iria criar problemasde ordem social para aqueles que trabalham com o jogo de bicho.Então. vejam V. Ex.as, nobres Deputados. que uma autoridade dopróprio Governo, o Presidente da Caixa Econômica Federal. re­conhece a prática de uma contravenção no País. mas nã.o tomaqualquer medida oficial exatamente para não criar um problemade- natureza social para centenas de pessoas que hoje vivem àscustas dessa ilegalidade, que para o Governo não acarreta ne­nhuma vantagem. Mas o fato é que todos nós, brasileiros. nosacostumamos a esconder essa realidade.

Ouco com muita honra V. Ex.a, Deputado Geraldo Guedes.

O Sr. Geraldo Guedes - Em primeiro lugar, gostaria de CUlll­primentar o jovem Deputado da minha terra por estar trazendoao conhecimento da Câmara problema tão agudo c de tantorelevo social. Em segundo lugar, gostaria de dizer. apenas comolembrança. que não há melhor argumento do que o da e-xpe­riência -- a experiência nos ensina evidentemente. E temos comodado histórico de experiência o fato de que, em Pernambuco. aotempo do Governo Nilo Coelho, fizemos uma tentatIva de oficia­lização do jogo do bicho, a qual felizmente. deu resultados inte­ressantes, aprOVeitados em ajuda e assistência ao menor, em ajudaàs instituições sociais e a todas as áreas de filantropia que pre­cisavam do apoio do Poder Público. Creio, nobre Deputado. que oproblema do jogo. apesar de encerrar aspectos de controvérsIa ede crítica, pode ser muito bem atendido. com base em um critériode responsabilidade pessoal. Quem entendo que o jogo é uma con­travenção, que o jogo é Um mal, que o jogo acaba com umasociedade. que o jogo tem t.odos esses aspectos negativos. então,naturalmente, não deve jogar. Mas quem acredita que seu jogonão vai comprometer a família, não vai alterar a sorte de coisaalgnma. mas. antes, vaI criar uma nova espe~'ança de melhorarsua viela, deve poeler jogar - não há por que negar-lhe tal di­reito. Aqui, no Brasil. em tempos passados. o jogo - não opopular, mas o de elite - deu provas também. ao que sabemos,de que não prejudicou ninguém. isto é. nem a Naciio. nem Estadoem cuja úrea era praticado. De modo que felir.jJo a Casa. nestatarde, por estar atenta a um problema desta n8tureza e que ­creio - deve ser analisado claramente. do moelo como V. Ex.aestá fazendo reveJanclo suas facetas positivas e negativas. a fimde que possamos formar uma convicC'ào a respeito do assunto.Favorável ou contrária. há que formá-la. a fim de que não secontinue a jogar às ocultas, como se sabe que se faz em todo oPais Cumprimentando o prezado colega de representacão pelafeliz idéia de debater esse problema entre nós, desejo deixar aqui.

de antemão, expresso meu ponto de vista. J!: humilde. mas nãodeixa de ser 0- ponto de vista de alguém que representa o interessepopular e o interesse coletivo, na condição de mandatário do PoderLegislativo. Muito obrigado a V. Ex."'

O SR. LINS E SILVA - Muito obrigado, Deputado GeraldoGuedes, pelo seu aparte.

Mas. Sr. Presidente, ainda complementando com outro detalheque eu havia esquecido. gostaria de dizer que a própria LoteriaEsportiva brasileira. em virtude desse sentimentalismo, desse medoque se tem no Brasil da palavra "jogo", já realizou 303 sorteios,aos quais continua chamando de "teste". Isto porque realmente apalavra "jogo" ainda incomoda muito no Brasil. O que mais nosrevolta é saber que o jogo de bicho, que é ilegal. funciona. Sabemostambém que em corridas de cavalo se arrecada uma fortuna nestePais. O Governo, no entanto, excluindo-se a Loteria Federal e aEsportiva. disso não aufere nenhum lucro.

Prossigo, Sr. Presidente. Desta tribuna, defenderei esse turismointegrado e polêmico. que a todos nós, brasileiros. desafia, e assimprocedo porque confio plenamente na grandeza e no perfil de lídere de estadista do ilustre e operante Presidente Geisel.

Através do turismo integrado e voltado para nossa economia,estaremos caapcitados a mostrar para o resto do mundo que so­mos uma emergente potência. servida por uma política turisticadesinibida. autónoma c desenvolta, além de apta a responder comseguranca pelos créditos financeiros c investimentos aqui reali­zados por outras nações mais desenvolvidas, e que acre~itam

também nas nossas potencialidades e no poder de realizaçao doGoverno e povo brasileiros.

Defendo uma política de turismo integrado, do turismo semInibições, porque estou convencido de que, além de nacionalistade boa estirpe, o Presidente Geisel concilia essa posição patrióticacom o seu alto senso de responsabilidade em relação a urgentescarências brasileiras em áreas básicas do noso desenvolvimento.

Foi fundamentado na conduta de estadista do Presidente Gei­sel. que, há alguns dias. apresentei nesta Casa um projeto a res­peito da reaberLura do jogo no Brasll. porque entendI que, mesmoferindo o sentimentalismo de alguns, estava prestando minhacolaboração na luta pela recuperação de nossa economia, atravésde uma maior captação de moedas estrangeiras e evitando, porconseqüência. uma clóescente evasão de divisas no setor de turismo,que nos acarretava um dêficit de 600 milhões de dólares.

Se assim procedi foi espelhando-me no exemplo dado peloeminente Presidente da República, que não se privou de violentarconvicções pessoais quando autorizou corajosamente a assInaturados contratos de risco, que criam novas possibilidades para maiore mais rápida produção de petróleo, medida de caráter emergen­cial à época muit.o oportuna, apesar de contrariar uma boa parcelade brasileiros. Temos de contrariar alguns. sempre em favor dosinteresses nacionais.

Ouço o nobre Deputado Vasco Neto.

O Sr. Vasco Neto - Permita-me. Deput.ado Lins e Sllva. Sementrar no mérito da questão que V Ex." defende com relacão aoturismo integrado, devo dizer a que este Pais vive ainda relativa­mente bem, progredindo. graças ao milagre brasileiro. Hoje é queexiste o verdadelro milagTe brasileiro. Nesse mar encapelado emque vive o mundo, somos um oásis. uma llha de paz e de pro­gresso, ainda que- diminuída a aceleração em que nos encontráva­mos Espero que, com outros pronundamentos de V. Ex.a acercade novos temas, obtenhamos igualmente novos caminhos paradinamizar nosso potencial econômico em todos os sentidos. Obri­gado a V. Ex."

O SR. -LINS E SILVA - Agradeço, sensibilizado, o aparte donobre LideI'.

Portanto, 81'S. Deputados. para encerrar, gostamos de dizer quedefendo o turismo integrado como peça vitai na engrenagem doBrasll atual. tendo em vista inclusIve o desenvolvimento ocorridonos últimos anos. tornando-se necessário retomar o processo tu­rístico com novos objetivos e adequar a sua estrutura à realidadeeconômica. atendendo às exigências de camada cada vez maisampla da população, além da massa cada vez maior de turistasestrang'eiros atraidos anualmente pelas nossas belezas naturais.

Está consdente o Governo brasileiro de que para desenvolvera curto prazo a indústria turística em nosso País torna-se necessá­rio motivar as suas várias clientelas, prinflipalmente a externa.Para que a indústria turistica cresça e progrida, faz-se necessári.oadequá-la e equacioná-la a fim de que se transforme num impor­tante inst.rumento de impacto sobre as atIvidades econômicas ­sociais a nível regional e nacional, com especial destaque na auto­mática e imediata geração de riquezas em nosso Pais.

Ainda possuimos um reduzido número de turistas nacionais,o que indica que apenas uma pequena parcela de nossa população,

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setembro de lM6 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sll\Iio I) Sexta-feira 17 9111

a,pesar do gigantesco esforço do Governo, tem a.ccs.so aos equipa­lJIlentos turisticos e às várias atrações existentes no setor em nossoPaís.

Podemos incluir também no grupo dos que não integram debrasileiros com maior poder aquisitivo, que procuram em outrosJJiaíses atrações mais díversificadas com as quais ainda não conta­mos no Brasil, e entre elas posso citar o jogo.

Um exemplo do que afirmo, Srs. Deputados, fGi a ausência totalde hóspedes nos hotéis de Foz de Iguaçu quando o Governo esti­pulou a taxa de Cr$ 12.000,00 para aqueles que viajavam para oParaguai, onde vão para freqüentar cassinos, apesar de permane­cerem hospedados do lado brasileiro.

Logo após suspensão de tal depósito para aqueles que procura­vam os c8JlBinos paraguaios, teve Foz do Iguaçu seu fluxo de visitaSrestabelecido. Temos na fronteira da Argentina e Uruguai o mesmoproblema.

Logo após a suspensão de tal depósito para aqueles que pro..'curavam os cassinos paraguaios, teve Foz do Iguaçu seu fluxo devisitas restabelecido. Temos na fronteira da Argentina e Uruguaio mesmo problema.

Portanto, o turismo exterior é uma atividade que implica,além da maciça entrada de meios internacionais de pagamento,dinamização dos setores econômicos das áreas receptoras.

A incorporação enfim de níveis quanlJ.tativos apreciáveis detnrismo exterior é, sem dúvida alguma, um importante apoio aoprocesso de desenvolvimento eeónômico e social com que contamos países que se decidiram a explorar integral e economícamenteSllUS recursos naturais e humanos.

Apesar do posicionamento da Empresa Brasileira de Turismocom relaçáo ao turismo, incluindo-se o jogo, sabem os dirigentesdaquele órgão que, para que tenhamos uma participação maior nagrande massa de divisas movimentadas pela atividade turistica,é necessário observarmos as últimas tendência verificadas nos flu­xos internacionais, já que faz parte de uma variada gama deopções das quais dispõem os turistas do mundo inteiro.

Através da implantação de uma política turistica integrada,com a oficialização do jogo em caráter emergencial, estaria oGoverno aumentando sensivelmente a nossa taxa de crescimentoniD setor, além de contar com uma efetiva renda em moeda estran­gl,ira, superando até a renda auferida com as exportaçóes de algunsprodutos nobres brasileiros, os quais Sofrem as oscilaçóes perma­nentes dos mercados financeiros internacionais. E temos repetidosexemplos com os preços do café, açúcar, soja etc., que sofremfreqüentes altos e baixos.

Além disso, Srs. Deputados, teríamos como solucionar de ime­diato o grande problema de sazonalidade turistica' que enfrentamosno Brasil, a qual, devido à própria característica dos equipamentosturísticos - onde a oferta é rígida e a demanda elástica - asazonalidade se evidencia em duas fases extremas: épocas de picoe de baixa estação.

. O Governo Geisel, estudando profundamente medídas quevE'nham fortalecer o setor, está consciente do que dispomos paradl)Senvolver nossa indústria sem chaminés, uma das mais rentáveisdo mundo moderno.

O Brasil, Sr. Presidente, com seus milhares de quilômetros,dE! praia, com suas imensas florestas naturais, com suas caracte­rí8tícas climáticas diversas, com seu rico patrimônio histórico eartístico, com seus monumentos naturais, atraentes pela sua rudeza,JXlderá explorá-los e transformá-los numa inesgotável fonte derecursos internos e externos.

l!: curioS{) ainda termos um déficit de 600 milllões de dólaresem nossa balança turistica, quando sabemos que possuímos umslIperavit no número de turistas que saem e entram no Pais. En­quanto entram 700 mil turistas em nossas fronteiras, saem apEmas350 mil.

A constatação do saldo positivo no número de turistas e dodeficit na contabilização das divisas, que à primeira vista parecepa,radoxal, vem mostrar que o dispêndio per capita é substancial­mlente maior para o turista nacional frente ao estrangeiro.

Enquanto o nacional apresenta uma média de 2.000 dólares, oestrangeiro apresenta um bem menor, que se situa hoje por voltaUQS 200 dólares.

Observa-se nitidamente, peJos dados aqui apresentados, que aatlvidade turística tem 8JlBumido, nos últimos anos, papel dos maissignificativos em suas transações internacionais, no tocante aarrecadação e evasão de divisas.

Levando-sc em consideração a magnitude do ritmo de cresci­mE'nto da atividade turística, que raramente encontra paralelos,

devemos n<lS conscientizar da oportunidade que temos de au ferillgigantescos lucros através pc medidas práticas e objetivas, comooficializar e explorar o jogo, substituindo a nossa sentimentaJidadepela conscientização de que tal providência quintuplicaria, a médioprazo, os nossos resultados com turismo,

Está provado que os países que oficializaram o jogo são exata­mente aqueles que mantém as menores taxas de pessoas POi1Inúmero de habitantes com propensão a viajar ao exterior.

Podemos exemplificar: nos Estados Unidos, viajam 150 ame-·ricanos por cada mil habitantes; na França, 300 franceses por milhabitantes, e na Inglaterra, 250 ingleses. Apenas eIlSeS, para nãoexemplificar com tantos outros.

.. Com a implantação de cassinos no Brasil e a conseqüenteoficialização do jogo, estaríamos motivando um maior deslocamentode turistaB estrangeiros para o Brasil e desenvolvendo a indústriaturistica nacional, além de acreBcentar mais um elemento de sofis­ticação aos nossos equipamentos turisticos, visando a um a<:en­tuado incentivo à estadia dos que visitam o nosso País.

O jogo, analisado sem paixões, apesar das afirmações em eon­trário, emitidas pelos mais conservadores, continua sendo o maiorincentivo ao turismo, em qualquer parte do mundo onde é adotado,além de apresentar importante suporte econômico para regiões emfase de desenvolvimento.

Nevada, nos Estados Unidos, é um exemplo bem patente. Estadoamericano dos mais pobres, antes tão pobre como a região nordes­tina brasileira atualmente, propicia uma receita anual para, oscofres americanos através do jogo, na ordem de aproximadamente1 bilhão de dólares.

Outras regiões que se desenvolveram às custas da exploraçãodo jogo nos últimos anos foram as Bahamas, e Algarve, em Por­tugal, sem comentarmos o Principado de Mônaco, famaS{) por I;eusatrativos turisticos, seus belos e suntuosos cassinos, seus luxu()sol:lshows e famosos restaurantes.

Citamos também o Libano, que, possuindo apenas um cassino,arrecada-uma considerável receita anuaL

O jogo, portanto, bem organizado e bem fiscalizado, além degarantir uma considerável captação de divisas nos paises que oadmitem, representa ainda uma inesgotável fonte de receita, sufi­ciente para financiar a execução de pl"Ogramas sociais de grandesproporções.

Através do disciplinamento legal da exploração do jogo, serápossível elevar a eficiência do sistema turistico nacional, a partirda melhor adequação do equipamento, para a política de redução depreços para maior acesso do mercado consumidor ainda em poten­cial, pois o jogo, além de eficiente instrumento de captação dedivisas, é fator ponderável na promoção do turismo interno.

Visando ao desenvolvimento do nosso turismo e ao combateao acentuado déficit atual de nossa balança no setor é que def[)ll­demos o jogo como fator básico de incentivo e de desenvolvimentoturístico, além de proporcionar um oportuno e acentuado fluxode divisas a curto prazo para o nosso País.

Defendemos, portanto, tal ponto de vista porque estaraOl'Jconscientes da necessidade que temos de fortalecer e estimular oturi.~mo nacional, preocupação permanente do Governo, demons­trada através do Plano Nacional de Turismo, em fase de execuçãopelo Ministério de Indústriajl do Comércio, através da EMBRATUR.

Defendemos, finalmente, este projeto COm o objetivo de aum.m·tar a nossa receita com turismo, ao mesmo tempo em que evitamosuma constante e progressiva evasão de divisas, tão prejudicial ànossa economia. ,~

Com a implantação do turismo integrado, estaremos con1;rí­buindo para a solução dos problemas econômicos que tantos sacri­fícios têm exigido do Governo e do povo brasileiro.

VII - O PRESIDENTE (Antônio Florêneio) - Vai-se passarao período destinado às Comunicações das LiderançaB.

Tem a palavra o Sr. Marcos Tito.O SR. MARCOS TITO (MDB - MG. Pronuncia o seguinte

discurso.) - sr. Presidente, Srs. Deputados, o Sr. Ministro da I~a­

zenda, em uma de suas entrevistas, afirmou que a dívida externado Brasil é compativel, natural e desejável para um País em desen­volvimento. Vamos analisar se realmente. procedem os conceitoBemitidos pelo Ministro Simonsen..

A dívida externa, como todas as dívídás, não é natural e dese­jável. l!: normal quando serve para compensar eventuais bailmsdo "caixa". É compreensível e permissível quando um projeto, cominequivoca capacidade de pagamento, apela para um financia1l1~:n­

to, a longo prazo, por não dispor de poupança não exigíveis. :Masdilsejável e natural, nunca. O desejável e natural, a exemplo elasempresas que nascem para progredir e dos países que se tornaram

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Se~bro de 19'1'

prósperos, e que o empresário ou o País contem com poupançasnão exigiveis para a sustentação básica de seu projeto.

O Sr. Ministro traçou um paralelo entre uma empresa cres~

eendo e um País em desenvolvimento, sustentando que, em ambosos casos, o endividamento progressivo é inerente ao desenvolvi­mento. A exemplo de outros paises, devemos passar por uma faseem que somos devedores para, posteriormente, tornarmo-nos credo­res, assim acontecendo com as empresas.

O paralel() entre o comportamento dc uma empresa e o deum pais - que corresponde a um conjunto de empresas e de indi­viduos - é bastante válido. Mas o Sr. Ministro não utilizou, paraprovar a razoabilidade da dívida brasileira, os índices tradicional~mente utilizados nas análises dos balanços das empresas, detendo-senuma correlação entre exportadores anuais e volume da divida.Esta correlação, aliás, freqúentemente utilizada, constitui~se apenasem um indicador de precária validade analitica. Todavia. mesmoapoiados nesta correlação conjugada à afirmção ministerial deque o endIvidamento é fase transitória por que passam os paisesque caminham em progresso, constatamos quão frágil é a posiçãobrasileira.

Tomemos um pais que pode ser um dos paradigmas entre osque se desenvolveram dentro do modelo capitalista clássico. Oprmcipio da mobilidade de fatore.~ que traduz, na ciência econô­mica, a transferência internacional de capitais, foi exercido emsua pienItude na segunda metade do século XIX. Os capitais euro­peus se foram transferindo para a América do Norte, especialmentepara os Estados Unidos, que passaram por uma fase de devedores- exatamente como o admitido pelo Sr. Ministro - tornando-se,porém, por volta de 1910, em credores. Permito-me. para fins dedemonstracâo e como contribuicão ao cstudo da matéria, trans­crever o qúadro que elaborei com os números extraídos da publi­cação do U. S. Department of Commerce: Historical Statistcs ofthe United States - Colonial Times to 1957.

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r3.a~ renteJ ço·:s

1620/5 461 1'16 -1:; -118 +3 81 0,1761826/30 361 400 -lO +17 -2 7~ D,1971831/35 464 5% -114 +12 -102 159 O,:,/Q1836/41 610 718 -H8 -12 -130 261 0,4281841/,15 539 519 + 10 -5 + 5 209 0,386164C/50 728 777 + 40 -121 -72 217 0.2981851/SS 1.221 1.313 + 92 -30~ -lU J!J2 0,"831656/CO 1. 780 1.723 + ;':7 -123 - 66. 377 o,~n !

1861/65 1.345 LHO - 6!..a -231 ~29() 663 0,4'»)leG6/10 2.018 2.1% +148 -138 -590 1.2S·) 0,6U1871/75 2.793 3.031 ....2Sa -430 -688 1.931 0,(;1)1

1876/<10 3.1100 :'.~:"'j3 +1.2n -S6G +6',,6 1_:,B1 0,41.716M/B5 4.l49 3.532 + 717 -694 + 23 1.643 0,4311886/90 4.069 3.~3t + 138 -914 -776 2.894 0,7111091/95 4.Ú5:1 4.127 + 7'6 -084 -?~8 3.:>06 0,6771ü%/9JO 6.385 3.901 .:.2.-1(34 ~1.1l8 +1..0(,6 2.:'01 O,39t1900/05 7.947 S~Z(lti oi?7,13 -1.130 +1.(,1.3 2.01.7 O,2S4,

J.~OC/J.O 9.701 7.12,1 -i2.S8Q -1.189 +1.0"1 2.424 O,25tl

1911 /15 13.;'7(; 8.8~)J ·1<1.3TI -loG6S ..j2.709 1.-'31 0,104:;l.91.G/20 3Sp>/G2 17.911 ..n7.351 - -12:; +17.426 -J.2.~31

De 1825 a 1850, a dívida externa dos Estados Unidos situou-seem uma média de 30% sobre o valor das exportações anuais; de185{) a 1975, a dívida externa significou uma média de 46%das exportações anuais; de 1875 a 1900, a divida significou em mé­dia 53% das exportações anuais; de 1900 a 1915, a proporção desceuespetacularmente para 20')'; das exportações anuais. Vê-se, assim,que, em um século, a divida externa dificilmente ultrapassou ovalor das exportações de um período de 6 meses, sendo que a partirde 1915 os Estados Unidos reverteram sua condicão de devedorespara a de credores. Este comportamento, entretanto, não é idên­tico ao do Brasil de hoje.

Em 1975, nossas dívidas atingiram a quase três vezes o valorde nossas exportações anuais. Trata-se, em análise contábil, deuma situação de deterioração, restando verificar se nosso patri­mônio poderá responder pelas dívidas, pois, com a receita correntfl,só com uma modíflcação espetacular e não prevista poderemósreverter a situação. O nosso caso não encontra paralelos na históriados paises capitalistas.

Um exame mais detido na história do balanço de pagamentodos Estados Unidos vai ainda nos mostrar que:no período de 1830a 1390, o saldo devedor ao estrangeiro representava pouco mais queo somatório das pen;las nas transações correntes que caracteri­zaram aquele pcriodo. Mas a partir de 1890, quando as transaçõescorrentes passaram a ser superavitárias, exatamente a partir daíintensificou-se o ingresso de capitais estrangeiros, o que demons­tra, na prática, que são os superavits nas transações correntesque atraem os capitais promotores do desenvolvimento que podemcont.ar com divisas para o possível ret.orno. Os empréstimos quecobrem deficíts em transações correntes não promovem desenvol­vimento.

De 1890 a 1915 o superavit nas transações correntes atíngiu ati.221 milhõcs de dóiares. Posto que a dívida caiu apenas em 1. 513milhões. segue-se que o ingresso líquido de capitais nessa fasecorrespondeu a 4.708 milhões. Como já em 1920 os Estados Unidoseram credores em capital em cerca de 12.581 milhões, a análísedeixa de nos interessar.

Tais números demonstram, cabalmente, que não há nenhumaproporcão direta cntre a escalada do desenvolvimento americanoe seu endividal.'l1énto externo. Tomando o desenvolvimento norte­americano como paradigma de desenvolvimento capitalista, nãoatinamos em qual modeio diferente, repousado no endividamentomaciço, baseiam-se os defensores do processo atualmente levado noBrasil às últimas conseqüências.

O Ministro Simonsen afirmou também que inicialmente a.correlação entre dívidas e exportações tcm precária validade ana~litíca, embora tenha recorrido a ela para o caso dos Estados Uni­dos Que outros índices utilizaria então para uma análise do casodo Brasil?

De fato, como acentuou o Sr. Ministro, há uma semelhançaentre o comportamento financeiro das empresas e o de um pais.Também os índices utilizados na análise contábil poderiam nos serbastante úteís na medida das disponibilidades de dados. Estoucerto de que através deles conheceriamos a inquietante situaçãobrasileira.

Na análise contábil das empresas encontramos dois índicesbastante utilizados: o índice de líquidez corrente e o indice de líqui­dez geral. O primeiro. corresponde à relação entre o exigivel a curtoprazo e o disponivel mais realizável a curto prazo. O segundo,traduz a relação entre o total do exigivel e o total do realizável.

Vejamos o índice de liquidez corrente do Brasil em relação aoexterior, segundo os últimos dados definitivos e publicados pelasfontes credenciadas, ou seja os de 31-12-74, mais lisonjeiros, aliás,que os atuais, pois o deficit nas transações correntes deverá alcan­çar 6,7 bilhões de dólares em dezembro de 1975.

O disponivel para o balanço de um país é o representado pelasdívisas de que dispõe. ,As brasileiras, em 31-12-74 -- a fonte é o'Boletim do Banco Central - set. 75 - eram de 4.871 milhões dedólares. A rigor. o nosso realizável a curto prazo restringe-se aosestoques de bens exportáveis pois não temos investimentos noexterior esperando retorno e remuneração. Admitindo, porém, paranão sermos muito rígidos conceitualmente, que as exportacõesfeitas nos últimos meses de 1974 seriam ainda realizáveis no iníciode 1975, tomando um total anual de 8,5 bilhões de dólares, teria­mos, para três meses. 2,1 bilhões. Admitindo. também, que o esto­que de bens exportáveis cOl"1'esponda às exportações de 3 meses,'teríamos mais 2,1 bilhões. O total do disponivel, mais realizável,a curto prazo, seria assim de 9,1 bilhões de dólares.

Para o exigível a curto prazo teríamos o seguinte - fonte:Boletins do Banco Central do Brasil:

938,0 - déficit no fluxo de pagamentos em 1974444,5 - empréstimos dc curto prazo do item "capital" d(J

balanço de pagamentos de 19741.614,4 - amortizações previstas para as dívidas de longo

prazo1.000,0 - juros, lucros e dividendos a pagar em 1975 - pre­

visão pessoal considerando que em 1974 para umadívida menor tivemos 835 milhões nessa rubrica

3.000,00 - provável compromisso com fornecedores - imp.de 3 meses

250,0 - fretes para a importação já pactuada

7.246,9

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Setembro de 19'76 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 9193~~~~~~~~~~==~~====~~~~~=======

o índice de liquidez corrente seria, pois, de 9,1/7;2 = 1,25,significando que dispúnhamos, em dezembro de 1974, 1,25 dólaresllara cada dólar de divida a curto prazo. É um índice razoável,mas notem bem, se não o fosse já teriamos um colapso em nossaE'conomia no ano de 1975, uma vez que os fornecedores, que rece­riem normalmente a curto prazo, não estariam dispostos a venderse não lhes pudéssemos pagar.

Quando o índice de liquídez corrente 'de um país baixa a níveísnão suportáveis, sua economia entra em fatal colapso: é o caos acurto prazo. As autoridades monetárias, com um mínimo de res­}:Ionsabilidade profissional, lutam para manter este índice de li­quidez corrente, procurando empréstimos a longo prazo para re­chearem suas divisas, aguardando os vencimentos de curto prazo,a,quietando outros banqueiros e fornecedores.

O Brasil, tendo prejuízos crônicos em suas transações conen­tes, vem contando, nos últimos anos, com aporte razoável de divI­sas, usando politicamente este fato, quando ele nada mais significaque uma preocupação com o fluxo de caixa.

No sentido clássico e, cçmtábil, na área de comércio i.l1te.­nacional, divisas significam poupanças resultantes de superavitnas transações correntes e não dinheiro de empréstimo ocioso emcaixa. Mas quando nosso Governo anuncia, em épocas de preocupa­ç,oes com nosso defícit nas transações correntes, que a situaçãomelhorou, pois "as divisas voltam a alcançar níveis razoáveis", talsignifica que as autoridades conseguiram um empréstimo que ficaráociosamente "em caixa" até os venciment.os das próximas dívidasde curto prazo, resultantes do prejuízo nas transações correntes edos compromissos da dívida escalonada.

Acontece que, avultando-se as dívidas de longo prazo para co­brirem as de CUlto, mantendo-se, artificialmente, um bom indicede liquidez corrente, fatalmente vai se deteriorando o índice deliquideZ' geral, que corresponde à relação entre o total do exigivele o total do realizáveL

Vejamos, pois, pelo menos em aproximação, como andavanosso indice de liquidez geral, segundo os dador; de dezembro delH74, ressaltando que, nesse particular, a situação seria bem pior,se utilizarmos os dados provisórios para dezembro de 1975.

Como realizável a longo prazo, o Brasil não tem praticamenten:ada, pois nada ou quase nada tem em investimentos no exterior.O exigível de longo prazo era, em 1974, de 18 milhõer; 360,9 mil .­divida externa - menos 1 milhão, 614,4 mil venciveis em 1975 ­curto prazo = 16.747, SOmando a eS;5es o total a curto prazo, queu1;ilizamos acima para o indice de liquidez corrente - 7.247 ­teremos um total do exigível de 23.994 milhões. Sendo o totaldo realizável o mesmo que quantificamos para o rrálculo do índicede liquidez corrente, temos que nOsSO indice de liquidez geral seriade 9,1/24,0 = 0,37.

Para cada dólar de dívida dispomos de 0,37 dólares de recursosnegociáveis internacionalmente. Evidente que o nosso ath'o émaior. E ele é que corre perigo: temos o imobilizado das empresasnacionais e dos indivíduos, do Governo e os estoques de produtosque, se subsidiados, podem ser vendidos no exterior. Com essasreservas internas é que, realisticamente, podem contar os ban­queíros internacionais.

A princípio, parece um quadro bastante sombrio e o desgastecontínuo do índice de liquidez geral poderá determinar uma retra­çã.o dos financiadores a longo prazo, o que iria incidir no índicede liquidez corrente. Por que então o otimismo de nosso Ministroda Fazenda? Em que S. Ex.a se basearia para, prognosticar um fu­turo melhor?

Ao nível de discussões mais detalhadas, pode-se argumentarque a doutrina para o crédito a longo prazo não se fixa apenasml índice de liquidez gel'al. Tal como se passa em relação à em­lnesa, o banqueiro, ao examinar um projeto de investimento, tomao Índice de liquidez geral como primeiro c mero indicador, mas vaifixar-se com mais insistência na "capacidade de pagamento" daempresa ao longo do prazo dos financiamentos. O mesmo continuasendo válido para o País. O País, ou a empresa, têm capacidadede pagamento quando a diferença entre sua Receita e Despesasoperacionais, em uma unidade de tempo, cobre o pagament,o doprincipal e juros dos empréstimos a longo prazo concedidos, nessaunidade de tempo. Para o financiamento dos ínvestimentos de umaempresa, o cálculo final e decisivo, feito pelos analistas bancários,é este da capacidade de pagamento. Se se aplicar o mesmo racio­cínio para o Brasil, segundo o esquema de pagamentos previstos,at ribuindo para facilidade expositiva uma média de 1. 900 milhõesde dólares para o principal e uma médía de 1.100 milhões para osju'ros, teremos um tot,al de 3 bilhóes anuais. Nossas 'exportaçõesmais serviços diversos, exclusive da dívida, já comput,ado acima,vêm alçançando 14/15 bilhões. Sendo assim, nossas receitas deexportações deverIam alcançar 17/18 bilhões de dólares an11aispara que pudéssemos dizér que o Brasil tem capacidade de paga­mento para a sua dívida atual. Ora, nossas exportações chegam

com dificuldade a 8 bilhões de dólares, donde se deduz o impasseem que nos encontramos. Somente uma mudança espetacular enão esperada pelo senso comum, no qual aliás devem se basear oshomens de negócios para que o Brasil não mereça a crític~t deDe Gaule - "Le Brésil n'est pas encore un pays séríeux" - somen­te o inesperado poderá colocar-nos em situação de equilíbrionessa progressão de endividamento. Se neste ano de 1976 pas­sarmos a exportar mais 10 bilhões de dólares, isto é, multiplicar­mos nossa exportação atual por 2,5 vezes, e mantivermos este nívelnos anos seguintes, ainda assim, levaremos vinte anos para atin­girmos o equilibrio.

Se neste -novo enfoque, em termos de capacidade de paga­mento, também não se encontra perspectivas razoáveis, por que ootimismo de nosso Minístro da Fazenda?

A medida em que se esgotam os elementos objetivos para aargumentação, vão aparecendo outros que ingressam na área dosubjetivismo e com utilização de dados bastante aleatórios. Setomarmos o exemplo do que se passa com as empresas, é previstopelos Iinanciadores a longo prazo que a bcneficiária poderá nãoter capacidade de pagamento durante a fase de maturação doprojeto. Transferindo o argumento para o caso dos países, é pos­sivel, em tese, que uma determinada nação, em fases iniciaü: deinversões, tenha suas receitas aquém das despesas e logo que ma­duros seus projetos de investimentos passa a ter condições deamortizar suas dividas.

Mas, observem bem, no caso das empresas, os banqueirosconcedem um prazo de carência que corresponde à maturação doprojeto e não é o que acontece para o País. E no caso do Brasil,é mais grave. Somos inseridos no contexto mundíal como forne­cedores de produtos primários, cuja procura é inelástica, dondesomente reversões espetaculares e aleatórias poderão mudar sí!~ni­

ficativamente o volume de nossas exportações.Há uma alternativa, e é aí que temos de concentrar nossos

esforços futuros, mesmo porque nossa dívida já é um dado eomque teremos de trabalhar, queiramos ou não. O Brasil pre,~ísa

promover urgentemente a substituição de importações. Para ga­nharmos capacidade de pagamento devemos diminuir nossas des­pesas já que não podemos aumentar nossas receítas.

De qualquer forma, se um esforço sincero poderá nos favorecerno futuro, nada mais certo que, em médio prazo, nossa situaçã,o éde causar inquietação.

Um dos argumentos utilizados pelo Sr. Ministro, no sentido detranqüilizar os brasileiros, é o de que os banqueiros são cautelosose não emprestariam a um país que não pode pagar. Se isto é ver­dade, até que ponto tais opiniões conflitam com as dos empres­tadores?

1: bem verdade que os banqueiros são cautelosos. Ê bem ~'er­dade também que, à medida em que os riscos aumentam, o ban­queiro aumenta sua taxa para compensar o risco. É certo aindaque os banqueiros receberão o que até agora emprestaram e dei­xarão de emprestar a longo prazo para a cobertura de dívidas decurto prazo quando o risco aumentar demasiado,

Um dos princípios basilares da atividade de emprestar é o daexistência de garantias. As garantias nã.o são constituídas de pers­pectivas de renda, mas diretamente por hipoteca ou penhor, indi­retamente por aval ou compromisso moral, mas tudo incidindosobre os bens patrimoniais do devedor.

A perspectiva de renda ou existência de capacidade de paga­mento constituem a primeira instância, mas os bens pilotrimoni aisresponderão em segunda instância. Se uma firma devedora estáanualmente acumulando prejuízos, obviamente, não pagará as dí­vidas com sua renda mas com seu patrimônio. O banqueiro veráquanto valem as máquinas, seus estoques, seus bens enfim e pro­curará, através de sua apropriação, salvar o que puder do capital em­prestado. Da mesma forma, o banqueiro estrangeiro, não recebendoo seu capital em dólares, porque eles não existem, irá receber outrascoisas, a preços naturalmente de falência. Terão as ações de nossasempresas, os recursos naturais não explorados, terras, etc. 11: oque se chama lla linguagem política: desnacionalízação da eeo­mia.

Se prevalecessem as relações entre individuos e empresas deum país, com individuas e empresas de outro, as coísas seriam,por um lado, mais fáceis, para o credor. As firmas nacionais dire­tamentc devedoras, ao se encontrarem em dificuldades, alienal'iamdiretamente seus bens ao credor estrangeiro. Mas nesse caso, orisco do credor aumenta, pois, querendo receber em dólares e aempresa nacional não tendo dólares, não poderá pagar. Além domais, os seus bens, por mais valiosos que sejam, podem não inte­ressar ao capitalista estrangeiro moderno que não sendo comoo do século passado, que se transferia individualmente para a colô­nia, deseja o dinheIro de volta a seu país e não ações ou bens deempresas voltadas para o mercado interno. Por mais rentabilidadeque tenham, elas, não exportando, não convertem dólares, e não

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'194 Sexta-feira 1'1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) setembro de 1m

tendo o País d6lares no mercado, de nada adiantaria ganhar cru­zeiros e não poder remeter as rendas.

A ~posição do credor melhora consideravelmente, entretanto, apartir da prática do monopólio estatal sobre o negócio de divisase não fosse ele dificilmente poderíamos, nos dIas atuais, ter levan­tado tantos empréstimos. O controle centralizado do volume dedólares enseja várias vantagens aos emprestadores internacionais,entre as quais lembramos destacar: a) a diminuição do risco po­lítico, desde que () Governo esteja em mãos militarmente fortes;assim como para uma firma em particular o banqueiro pode exi­gir reforma estatutária que dê poderes maiores a alguns dirigen­tes negociadores do empréstimo, para um pais, torna-se muitasvezes imprescindível que se faça uma reforma institucional. ga­rantidora dos compromissos assumidos; b) garantia do refluxo dedólares, pois sendo o Governo o agente intermediário exportador,dispõe de divisas e as manobra no sentido que for necessário;c) interesse diplomático e politico de o Governo manter a pon­tualidade e não se tornar inadimplente; d) facilidade de influên­cia, através de um conduto único nas relações com a economiadevedora. O Estado funciona como um funil ao qual convergem osnegócios do exterior e a partir do qual se irradiam para a econo­mia interna.

Abandonando, assim, as relações diretas de empresa com em­presa, o credor estrangeiro perdeu a possibilidade de reivindicardiretamente o patrimônio da inadimplente, mas ganhou em maiorsegurança no recebimento, inclusive porque o Estado tem meiosde transferir, através da Divida Interna, o ônus da divida externa,até determinado limite suportável pela economia e os individuossacrificados. Se a alienação do patrimônio não é exigida direta­mente, contudo, a pobreza geral do pais devedor termina por serefletir no de suas empresas pequenas e médias, cada vez maisdevedoras e mais dependentes do próprio Estado. Dai à alienação,em benefício do exterior, é um passo. .

Lembramos, ainda, que o Sr. Ministro da Fazenda justificaalgumas medidas tomadas dizendo que o Governo não tem meiosde "fazer dólares". Mas, preparamo-nos para assistir o contrário.

Vejamos até que ponto tem o Governo o poder de "fazer dó­lares". Continuando a utilizar o paralelo, uma empresa em dificul­dade de capital de giro, nas vizinhanças de uma falência, nãomuito raro, começa a vender seus estoques e outros bens abaixodo custo, a fim de fazer "cruzeiros" a qualquer preço para pagaros credores mais impertinentes.

Um pais apertado também o faz. Se a cotação interna domilho está acima da cotação internacional, o Governo o vende,para o exterior, abaixo de seu custo interno e dá um subsídio aoprodutor~ Como nada cai dos céus, o subsidio recairá em algumsetor mais frágil. A inflação é o meio comum de transferir o ônus.Fica provado que. com a venda sôfrega do produto subsidiado, oGoverno "faz" dólares para pagar as dívidas.

Em síntese, o banqueiro, como disse o Sr. Ministro da Fazenda,ê realmente cauteloso e só empresta ao Bra.sil, em que pese seubaixo indice de Iiquidez, enquanto o Governo, com o qual tem oscompromissos, dispuser dos meios para obrigar a popuiação a pa­gar a duras penas os empréstimos externos. Essa capacidade, po­rém, encontra limites, e à medida em que estes se avizinham, obanqueiro vai modificando seu comportamento~ Faltando a ren­tabilidade comercial ao país devedor, isto é, sua "capacidade depagamento", os credores terão que apelar para alienação do pa­trimônio, caminho natural, tanto em se tratando de empresascomo de paises.

Então. o anúncio do Governo de incentivar as exportações,inclusive a do milho, faz parte do quadro acima exposto?

De fato, as exportações subsidiadas, diretamente ou atravésdo crédito barato, é o sintoma da queima dos estoques internos.O milho deixará de servir para o aumento do teor nutritivo denossa alimentação para pagar dívidas, e assim por diante. Inte­ressante é que o ônus recai sobre os setores com menos poder rei­vindicatório. O custo da carne deverá subir com a falta de milho,mas a classe média e rica, a cujo poder de pressão o Governo émais sensivel, continuará consumindo mais gasolina.

Quanto à alienação do patrimônio, que tanto para o caso daempresa como do pais é a fase que sucede à alienação dos esto­ques abaixo do custo, não cairiamos em exagero ficcionista seimaginássemos um diálogo, em Londres, que poderia ter ante­cedido à adoção dos contratos de risco para a pesquisa do petró­leo.

Imaginemos que o representante do Governo brasileiro seapresenta ao diretor de um banco, em Londres, para assuntos la­tino-americanos, a fim de tomar conhecimento de decisões rela­tivas ao pleito de um empréstimo de n milhões de dólares, à. taxade i% em 10 anos.

O banqueiro: - "Examinamos com interesse o projeto. Masfrancamente, em que pesem aos indices de crescimento apresen­tados, no Banco, nós não julgamos que seu pais tenha capacidade

de pagamento. Os deficits, nas transações enrrentes, vêm sendocontinuas e nenhum fato novo indica sua reversão. E tudo seagrava com o problema do petróleo. Vocês estão gastando muitocom petróleo".

- "Realmente, poderia ter dito o representante do Governobrasileiro. Mas acabamos de descobrir grandes jazidas no litorale esperamos que em três anos os preços estejam produzindo."

Retirando da gaveta um semanário confidencial de notíciasfinanceiras latino-americanas, o banqueiro inglês poderia ter pon­derado que a previsão de produção dos poços era pouco significa­tiva, em relação às necessidades.

- "Petróleo exige multas inversões em pesquisas. Vocês nãotêm recursos para isso. Enquanto sustentarem um monopólio esta­tal as perspectivas são remotas."

- "Concordo, pessoalmente, com essa opinião, poderia terdito o diplomata. Mas o senhor entende. O monopólio do petróleotornou-se um tabu. Francamente, nào existem, atualmente, con­dições políticas para quebrar o monopólio. É bem verdade que acontestação subversiva está sob rigoroso controle. O País está cal­mo, não é como nossos vizinhos. Mas mesmo em áreas militarese (lonservadoras a quebra do monopólio encontra resistência."

- "Nossa assessoria, poderia ter respondido o banqueiro, vemestudando os problemas políticos e técnicos na América Latina. Aposição árabe forçou uma revisão em nossos planos de longo prazo.O seu País é um continente, e, pela lei das probabilidades, quemuito influem em questões gCQlógicas, umâ boa soma de recursosem pesquisas poderia ocasionar bons resultados, principalmentepara seu Pais."

- "Nossas administracões vêm estudando fórmulas de con­ciliar o monopólio estatal éom a prestação de serviços com k.now­how e rer.ursos estrangeiros. Temos feito, aliás, alguns contratosde prestação de serviços com várias firmas."

- "Lembre-se que a pesquisa é uma aventura geológíca comenormes riscos. E prevalecendo o espírito do monopólio estatalnão existem atrativos para a aplicação de recursos em simplesprestação de servíços. Creio que seu País atrairia capitais parapesquisas, mas com uma formula que lhes compensasse os riscos.Conhecemos alguns contratos de risco feitos por clientes e empresascoligadas a nosso Banco em paises bem apegados ao monopólioestatal."

O banqueiro poderia ter apanhado o telefone interno e solici­tado uma minuta de contrato de risco para mostrá-la ao repre­sentante brasileiro.

- "Sua proposta, poderia ter arrematado o banqueiro ao finalda conversa, sua proposta de financiamento está em estudos. Comfranqueza profissional. digo-lhe que é conveniente esperar difi­euldadf'..B por causa do volume de suas dívidas e de seu balançocomercial negativo. Mas existem soluções para ~tudo.

... E a propósito de nossa conversa sobre petróieo, leve a su­gestão a seu Governo. Lembre-se de que pesquisa é como jOgo. Orisco sendo elevado a remuneração tem que ser compatível."

Um diálogo dessa natureza, inteiramente imaginado, sendoqualquer semelhança mera coincidência, é perfeitamente admissi­vel no quadro de nossas relações internacionais~ E é assim que obanqueiro é cauteloso, conforme disse o Sr. Ministro da Fazenda.A medida em que se torna inviável o refluxo normal dos capitais,pela ausência de capacidade de pagamento, o credor trata logo,pelos caminhos possiveis, de alcançar o ativo patrimonial do deve­dor.

Em se tratando de um país, todos eles terminam por poderpagar. O Brasil, com 100 milhões de habitantes, com a Amazônia;com a imensidade dos recursos naturais, constitui-se numa ga­rantia. Não por suas transações correntes, ou por seus lucros in­ternacionais, mas pelo seu patrimônio. Aliás, é bem possível queum banqueiro mais realista empreste a um grande proprietáriorural sem fixar-se em sua capacidade de pagamento, mas nagrandeza de seu patrimônio.

O Sr. Vasco Nero - Desejo apenas dizer a V. Ex.'" que a críticaé válida, mas que há um fator, no Brasil, que poucos analistasconsideram no dimensionamento das questões, inclusive os ortodo­xos, que é o fator potencial. Estou certo de que o otimismo do Sr.Ministro da Fazenda está baseado na dinamização de nossas po­,tencialidades ainda não exploradas. No Brasil, estou perfeitamen­te certo, vamos superar a crise econômica e marchar para o lugarque nos é reservado entre as grandes nações do mundo.

O SR. ~lARCOS TITO - Agradeço a V. Ex.'" o aparte e o incor-~ poro com muita honra ao meu discurso. Louvo a justiça de V. Ex.apor reconhecer que, realmente, o Governo está encontrando difi­culdades. V~ Ex." fala, neste momento, na qualidade de Vice-Líderdo Governo e reconhece que o País atravessa uma crise econômicae as autoridades encarregadas da área financeira lutam, realmen­te, para que possamos solucionar nossos problemas nesse setor,

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:Setembro de 1976 DIARIO :00 CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 9195

suas Subsidiárias, relativas ao exercício de 1972. (Da Comis! no deFiscalização Financeira e Tomada de Contas.) - Relator: Sr. Mi­noro Miyamoto.

2

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.o 70, DE 1976

Discussão, única do Projew de Decreto Legislativo n."' 70,de 1976, que aprova as Contas da Petróleo Brasileiro S.A.PETROBRÁS, relativas ao exercicio de 1968. (Da Comissão de Fis­calização Financeira e Tomada de Contas.) - Relator: Sr. Eu­rico Ribeiro.

CAMARA DOS DEPUTADOS

AVISOSCóDIGO DE PROCESSO PENAL

Comissão EspecialMembrosEfetivos

MDBJoel FerreiraRubem DouradoAirton SoaresRosa FloresJosé Costa

MDBJosé Bonifácio NetoSérgio MuriloFreitas NobreLidovino FantonPeixoto Filho

SuplentesARENA

VagoHugo NapoleãoFernando GonçalvesEduardo GalilIgo LossoOastão Müller

Presidente: Sérgio MuriloVice-Presidente: Peixoto FilhoVice-Presidente: Santos FilhoRelator-Geral: Geraldo FreireRelatores Parciais:Deputado Santos FilhoLivro I - Disposições Introdutórias (arts. 1.° a 20)Livro X - Disposições Finais e Transitórias (arts. 921 a 937)Deputado Peixoto Filho:Livro II - Da Justiça Penal (arts. 21 a 122)Deputado Lidovino Fanton:Livro III - Dos Atos Processuais (art.'>. 123 a 224)Livro VIII - Das Relacões Jurisdicionais C0111 Autoridades

Estrangeiras (arts. 821 a 828)-Deputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimento até o Título II ­

Do Procedimento Ordinário - C;apitulo III - da Representação doOfendido (arts. 225 a 264)

Deputado Adriano Valente:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Título II - Do

Procedimento ordinário - Capítulo IV - Da Denúncia ou Queixaaté o Capítulo XII - Da Coisa Julgada (arts. 265 a 445)

Deputado José Bonifácio Neto:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Título !II ­

Dos Procedimentos Incidentes até o final do Livro IV (arts. 446a 625)

Deputado Claudíno Sales:Livro V - Do Procedimento Sumário - eLivro VI - Procedimentos Especiais (arts. 626 a 635 e 1136

a 785)

Deputado Freitas Nobre:Livro VII - Da Reparação do Dano Causado pelo Crime

(arts. 786 a 820)

Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal (arts. 829 a 920)

Obs.: Em reunião realizada em 10-8-76, foram determinadosnovos prazos para apresentação dos pareceres às emendas ao PI'O­jeto de Código de Processo Penal que são os seguintes:

Relatórios Parciais até 6-10-76Relatario Geral até 5-3-77Comissão 'até 25-8-77--

ARENAGeraldo FreireIbrahim Abi-AckelClaudino SalesIvahir GarciaAdriano ValenteSantos Filho

ParanáAntônio Ueno - ARENA; Igo Losso - ARENA.

Rio Grande do SulAntônio Bresolin - MDRVIII _ O SR. PRESIDENTE (Aptônio Florêneio) - Levanl,o a

a sessão designando para amanhã a seguinte:

ORDEM DO DIASessão em 17 de setembro de 1976

(Sexta-feira)

TRAMITAÇÃOEM PRIORIDADE

Discussão1

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.o 68, DE 1976

Discussão única do Projeto de Decreto Legislativo n.o 68, de19'76, que aprova as Contas da Rede Ferroviária Federal S/A e de

CearáParsifal Barroso - ARENA.

PernambucoJoaquim Coutinho - ARENA; Thales Ramalho - MDR

Espírito SantoOswaldo ZaneIlo - ARENA.

Rio de JaneiroJG de Araújo Jorge - MDB; Luiz Braz - ARENA.

Minas Gerais

José Bonifácio - ARENA.São Paulo

- Adalberto Camargo - MDB; Diogo Nomura - ARENA; EdgarMartins - MDB; Faria Lima - ARENA; Yasunori Kunigo ­MDB.

Imperando o grave déficit que hoj'e atravessa nossa balant;a deJpagamentos.

Concluo, Sr. Presidente.Sobre a viabilidade de nosso desenvolvimento e, por conse­

llüência, uma futura existência de capacidade de pagamento, afir­ma-se que o alto incremento do PNB, no ano de 1975, teria sidoprejudicado por fatores conjunturais da economia internacional?

Fala-se muito, nos meios oficiais, do ótimo desempenho daeconomia brasileira, especialmente no período 68172. Fácil, entre­i.anto, é ponderar que, como acontece com os individuas que tomamdinheiro emprestado, acontece com as países. Passa-se por um pe­l'iodo de largueza de gastos, com a euforia dos ricos, depois ... depoistodos sabem o que acontece.

Os problemas da conjuntura internacional não fizeram maisGlue trazer à tona nossas dificuldades fundamentais, advindas da~,locação preferida para os recursos; a conjuntura internacionalevidenciou a fragilidade de nossa economia. Como acontece àsempresas débeis à menor retração do mercado. Aliás, mesmo osmais ardorosos oposicionistas ao Governo não têm rebatido devi­dlamente o argumenw do crescimenw do nosso PNB.

Não se mediu, ainda, a relação acréscimo de capital/acréscimodo produto para se verificar a compatibilidade do crescimenW. Seum industrial disser que conseguiu aumcntar em 10% sua produ­ção, graças a uma reforma administrativa e ao conserto de algu­mas máquinas e pequenas inversões, poderemos considerar ex­traordinária sua performance de 10%. Mas se um produtor nosdisser que aumentou sua produção em 10%, após investir cente­nas de milhares de cruzeiros, por certo, somente depois de umaanálise poderemos classificar sua performance.

Finalizando, as criticas que vimos de fazer e a exposição dessequadro sombrio, náo significa pessimismo em relação ao futuro doPais. Mas para nossa recuperação é preciso que tomemos urgpntesprovidências no sentido de uma locaçíio mais racional dos recursos,de uma mobilização interna para eliminar o imenso desperdicionacional, tudo inserido em um imenso projeto político, econômicoe social.

O SR. PRESIDENTE (Antônio Florêncio) - Nada mais haven­do a tratar, vou levantar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:Mal'anhão

Marão Filho - ARENA.

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.IM Sexta-feira 1'2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção I) Setembro de 19'76

Suplentes

Nunes LealUlisses PotiguarVicente VuoIoWilson Braga

MDB

Títulares

João ArrudaEloy LenziNoide CerqueiraMagnus GuimarãesWalber GuimarãesJoão CunhaAntônio CarlosTarcísio DelgadoFrederico BrandãoÁrio Theodoro

Suplentes

Celso BarrosAirton SandovalFernando Lyra

COMISSõES PERMANENTES

1

COMISSÃO DE CONSTITUlÇi\O E JUSTIÇA

Reuniões: terçall, quartas e quintall-feirasHora: 10:00 horas

Comissão MIstaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Arnon de MelloRelator: Deputado Parsifal Barroso

Comissão MistaPresidente: Deputado Fernando CoelhoVice-PL'eSldente: Deputado DarcílJo AyresRelator: Senador Eurico Rezende

CALENDARIODias 15. 16, 17. 20. 21, 22, 23 e 24 - Apresentação das emendas,

perante a Comissão.

Humberto SoutoJosé HaddadLygia Lessa BastosMinoro Miyamoto

:2

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 28176"Introduz modificações na Constituição Federal, para o fim

de criar a Justiça Agt·ária". - (Autor: Sr, Antunes de Oliveira.~

Jairo BrumJoel FerreiraJosé CamargoJúlio ViveirosNey FerreiraOlivir GarbadoPadre NobreRenato AzeredoRubem MedinaVinicius Cansanção

Pra7.0Até dia 13-10-76 - na Comissão Mista;Até dia 12-11-76 - no CongreSSQ Nacional.

3

PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVA N." 1/76

Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboração de Lei, criando o Ministério da Ciência e Tecnologia, edeterminando outras providências. (Art. 54 da Constituição Fe­deral e arts. 117 a 127 do Regimento Comum.l Autor: Sr. Héliode Almeida.

Ruy LínoMarcondes GadelhaJosé Carlos TeixeiraSérgio Murilo

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.0II 26 E 27, DE 1976"Institui a Assembléia do Distrito Federal e altera a redaçã1l

do ~ L" do art. 17 da Constituição Federal", Autores: Srs. Adhemar8antillo e Antunes de Oliveira.

Comissão MistaPresidente: Senador Lázaro Baroo7.aVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado João Clímaco

Prazo

Até dia 28-9-76 - na Comissão Mista;Até dia 28-10-76 - no Congresso Nacional.

MDB'

Tancredo NevesBrigido TinocoCelso BarrosMac Dowell Leite de CastroIsrael Dias-Novaes

MDB

Erasmo Martins PedroTarcísio DelgadoFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

Suplentes

MDB

Titulares

Lázaro BarbozaEvelasio Vieira

Suplentes

Orestes Quércia

DEPUTADOS

ARENATitulares

Josias LeiteJutahy MagalhãesNogueira de RezendeNorton MacedoOsmar LeitãoOswaldo ZanelloPaulino CíceroPassos PôrtoRaimundo ParenteTeotônio NetoTheodulo de AlbuquerqueVasco Neto

CóDIGO CIVILComissão Especial

MembrosEfetivos

ARENA

MEMBROS DA COl\USSiíO MISTA DE ORÇAMENTO

SENADORES

ARENATitulares

Luiz CavalcanteMendes CanaleOtair BeckerPaulo GuerraVirgílio Tãvora

Suplentes

Ruy Santos

ARENACleverson TeixeiraJoão LinharesFlávio MarcílioLauro LeitãoGeraldo GuedesRaimundo Diui:/;

otto LehmannMattos Leão

Marcelo LinharesHenrique CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo BarbosaCid FurtadoVago

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brigido TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator-Geral: Deputado João LinharesRelatores Parciais:Deputado Brigido Tinoco:Parte-Geral <

Deputado Raimundo Diniz:Livro I - ObrigaçõesDeputado Geraldo Guedes:Livro II - Atividades NegociaisDeputado Lauro Leitão:Livro In - Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Livro IV - da FamíliaDeputado Celso Barros:Livro V - Sucessõe;; e Livro Complementar

A. H, Cunha BuenoAbel ÁvilaAdriano ValenteDaso CoimbraDiogo NomuraEurico RibeiroFernando GonçalvesFurtado LeiteGastão MullerGonzaga VasconcelosHélio MauroJorge ArbageJosé Machado

Amaral PeixotoDirceu CardosoGil van Rocha

Alexandre CosJ;a.Cattete PinheiroEurico RezendeHeitor DiasHelvidio Nunes

Ruy Carneiro

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Slltembro de 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 919'7

4MENSAGEM N.o 61/76-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-Lei n.O 1.474, de 5 de agosto de 1976, qúe "altera a redaçãodo art. 2.0 do Decreto-Lei 11.° 1.453, de 6 de abril de 1976, e dá outrasprovidências." (Autor: Poder Executivo - Mens. n.O 211/76.)

Comissão MistaPresidente: Deputado José MandelliVice-Presidente: Deputado Ubaldo BaremRelator: Senador Saldanha Derzi

PrazoAté dia 5-10-76 - no Congresso Nacional.

5MENSAGEM N.o 62/76 - CN

"Submete à deliberação do Congre.sso Nacional texto do De­Cl'eto-Lei n,o 1 475, de 18 de agosto de 1976, que "altera o artigo5~: da Lei n.o 5.025, de 10 de junho de 1966, que dispõe sobre o in­tercâmbio comercial com o exterior". (Autor: Poder Executivo ­Mel1Bagem n.o 225/76.)

Comissão MistaPresidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Stmador Mendes CanaleRelator: Deputado Hugo Napoleão

PrazoAté dia 3-10-76 - na Comissão Mista;Até dia 18-10-76 - no Congresso Nacional.

IX - Levanta-se a Sessão às 18 horas e 20 minulos.

PORTARIA N.o LT/GP/OO1l76

o Presidente da Câmara dos Deputados,' na forma dos arts. 4.°e 5.° da Resolução n.O 24, de 28 de junho de 1976,

Resolve:

Designar Rita de Cássia Ramos Maciel, para exercer, sob Q

regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a função de cem­fiança de Becretário Particular, com o salário de Cr$ 1:.750,00 (qua­tro mil setecentos e cinqüenta cruzeiros) mensais, no Gabinete do2.o-Secretãrio.

(. ..Iara dos Deputados, em 16 de setembro de 1976. - CNioBorja, Presidente.

INSTITUTO DE PREVIDliJNCIA DOS CONGRESSISTAS

(Criado pela Lei D.O 4.284/63)

O Presidente do Instituto de Previdência dos Congressistas, nouso de .suas atribuições,

Re.qolve:

Designar a servidora Maria Aparecida Pinto de Campos Melo,Oficial de Administração nível 11 grau 3, do Instituto de Previ­dência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, requisitada porêste órgão, para exercer a função de Auxiliar de Setor, a partir de15 de setembro de 1976.

Brasília, em 15 de setembro de 1976. - Passos Porto, Presidente.

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'198 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1976

MESAPr~sidente:

Célio Borja - ARENA1.0-Vice-Presidente:

Herbert LevY - ARENA2.0-Vice-Presidente:

Alencar Furtado - MDBl.°-Secretário:

Odulfo Domingues - ARENA2,o-Secretário:

Henrique Eduardo Alves - MOB3.0 -Secretário:

Pinheiro Machado - ARENA4.0 -Secretário:

Léo Simões - MDB

SUPLENTES

J'Íllio Viveiros - MDBLauro Rodrigues - MOBUbaldo Barém - ARENAAntônio Florêncio - ARENA

LIDERANÇASARENA - MAIORIA

Líder:

José BonifácioVice-Líderes:

João LinharesAiron RiosAlipio CarvalhoAugusto TreinBlota JúniorCantídio SampaioEduardo GalilIbrabim Abi-AckelJorge VargasJosé AlvesMarcelo LinharesParente FrotaParsifal BarrosoVasco NetoViana Neto

MOB - MINORIA

Líder:

Laerte VieiraVice-Líderes:

Alceu CoUaresCelso Barros

Figueiredo Correia.

Getúlio Dias

Guaçu Piteri

Israel Dias-Novaes

10ão Menezes

.Ioel Ferreira

José Carlos Teixeira

Juarez Bernardes

Padre Nobre

Walter Silva

Tunna "A"

Turma. "B"

Presidente: Nelson Maculan - MDB

Vice-Presidente: Antônio Bresolin - MDB

Eloy LenziJarbas VasconcelosJoaquim Bevilacqua.Luiz HenriqueLidovino FantonMiro Teixeira.

Ji\rmund NasserMoacyr DaUa.Nereu GuldiNogueira de RezendeOsmar LeitãoPa.rente Frota.Rallnundo ParenteViana NetoVago

Turma B

Blota JúniorHenrique CórdovaIbrahim Abi-AckelLauro LeitãoLuiz BrazVagoVa.go

MDB

SuplentesARENA

Jorgc ArbageMagno BacelarMmoro MiyamotoOswaldo ZaneUoPassos Pôrto

MDB

José CamargoMáno FrotaMilton Steinbruch

Alceu CollaresErasmo Martms PedroJoão GilbertoJosé MaurícioNoide Cerqueir!!.Sebastião RodriguesTarcisio Delgado

Antônio MorimotoDaso CoimbraDlb CheremEduardo GalilGonzaga VasconcelosHenrique PreltiHomero SantosIgo Losso

Turma A

Altair ChagasAntônio MarizCantídlo SampaioClaudino SalesCleverson TeixeiraGomes da SilvaJairo MagalhãesJoão Linhares

SuplentesARENA

REUNIõESQuartas e quintas-feiras às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 6 - Ramais 653 e 654Sacretária: Io1e Lazzarini

4) COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTIÇAPresidente: Djalma Bessa - ARENA

Turma A

Vice-Presidente: Theobaldo Barbosa - ARENA

Turma. R

Vice-Presidente: José BOnIfácio Neto - MDB

TitularesARENA

Dias MenezesEloy LenziFreitas NobreJoão Gilberto

Abel AvilaAntônio FerreiraAugusto TreinBlota Júnior:tdison Bonni\

Mauricio LeiteNorberto SclunidtValdomiro GonçalvesVielra da Silva

MDB

Júlio ViveirosLutz CoutoVago

Jarmund NasserNina RibeiroParsrfa1 Barroso

Gabriel HermesJoaquim GuerraMunlo RczendeUbaldo Barém

MDB

Hélio de Almeida.Jarson BarrctoNelson Thibau

MDB

SílVIO Abrcu JúniorUlysses Guimarães

Titula.resARENA

Suplentes

ARENA

Alair Fel"l'eíraCorreia Lima.Dia Ohet'emGióia JuniorMário Mondino

Getúlio DiasJoel FerreiraHumberto Lucena

Ary KffuriCélio Marques

FernandesCorreia LimaDiogo Nomura

Abdon GonçalvesAluízio ParaguaS5uDias MenezesFnmClSCO Amaral

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES

REUNIõES

Presidente: Aurélio Campos - MDBVice-Presidente: Jorge Pa,u10 - MDBVice-Presidente: Gerson Camata - ARENA

TitularesARENA

REUNI6EB

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 hora.o;Local: Anexo II - Ramal 766Secretário: Zorando Moreira. de Oliveira

Antônio F10rêncioAry ValadãoBatista MirandaFlávio Giovinl

Alberto LavinasExpedito ZanottiFernando Cunha

2) COMISSÃO DE CI~NCIA ETECNOLOGIA

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 hora~

Local: Anexo II - Sala 11 -- Ramal 621Secretário: Paulo Ernani Fonseca Aires

Presidente: Jorge Uequed - MDBVice-Presidente: Octacilio Queiroz - MDBVice-Presidente: ll:dison BOllila - ARENA

Jorge VargasJosé Ribamar MachadoMaurício LeiteMenandro MinahimPrISCO VianaRuy BacelarSinva1 Boaventura.

Celso CarvalhoElcival CaiadoFerraz EgrejaGeraldo BulhõesMelo FreireVasco Amaro

MDB

Luii CoutoMoreira FrancoOsvaldo BuskeiPedro LauroRoberto CarvalhoYaslillon Kunigo

MDB

José MandelliJuarez BernardesPacheco ChavesRenato AzeredoVinicius Cansanção

SUl,lentesARENA

Vice-Presidente: Henrique Brito - ARENA

TitularesARENA

Turma A Turma B

COMISSOES PERMANENTES

1) COMISSÃO DE AGRICULTURA E POLiTICARURAL

Alvaro DiasAntõnio AnllibelliFrancisco LlbardoniGuaçu PiteriHennque Cardoso

Paulo Rocha

Local: Anexo Ir - Ramal 661

Coordenação de Comissões Permanentes

Geny Xavier MarquesLocal: Anexo Ir - Telefones: 24-5179 e

24-4805 - Ramais: 601 e 619

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

Alexandre MachadoAntômo GomesBenedito CanellasCardoso de AlmeidaErnesto ValenteHlUnberto SoutoJoão DurvalJuvéncio Dias

AICldes FranciscatoAntônio UenoBatista MirandaFlávio GioviniFrancisco Bilac PintoHorácio MatosInocêncio OliveiraJoa.qUlm Coutinho

Eloy LcnziErnesto de MarcoILurival NaSCllnentoJosé CostaJos;, MauricioJuarez Batlsla

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Setembro de,1976 DIAJ.tl0 DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira. 17 91!l1t

MDB

Terça.s, qual'tas e quin~as'feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 626Secretária: Silvia Barroso Martins

5) COMISSAO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA EÇOM~RClO

Presidente: Rubem Medina - MnBTurma A

Vice-Presidente: Marcondes Gadelha - MDBTurma B

Vice-Presidente: João Clírnaco - ARENA

TitularesARENA

MDBOetacílio QueirooVagoVagoVagoVago

TitularesARENA

Marco MacielNewton BarreiraPaulino CiceroPrisco VianaRafael F'aracoUbaldo Corrêa

Manoel NovaesMinam MiyamotoNosser AlmeidaOswaldo ZanelloRicardo FiúzaTheádulo Albuquerque .

MDBMagnus GuimarãesMarcelo MedeirosWalber GuimarãesWalter SilvaVago

SuplentesARENA

Lauro LeitãoLomanto JúniorMarcelo LinharesMário MondinoWanderley MarizWilsoll FalcãoVago

MDB

Nelson ThibauPedro LauroRubem DouradoYasunori Kunigo

SuplentesARENA

Gastão MüllerHugo NapolewJosé MachadoLins e SilvaLuiz RochaSiqueira CamposWilmar Dallanhol

MDBJosé Carlos TeixeiraLauro RodriguesLeônidas sampaioSilvio Abreu Júnior

Ário TheodoroEpitácio CafeteiraJoaquim Bevila.cqua.José Bonifácio NetoJosé parlos TeixeiraMareos Tito

Alberto HoffmannEuricu RlbeiroFurtado LeiteGaliriel HermesJoão VargasJosias Leite

Airton SandovalAluizio ParaguassuDias MenezesErnesto de MarcoJader Barbalho

8) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

Adhemar SantilloAirton SoaresCarlos CottaFrederico BrandãoJoão ArrudaJorge Moura

Presidente: Arlindo Kunzler - ARENAVice-Presidente: Jorge Arbage - ARENAVice-Presidente: Peixoto Filho - MDB

TitularellARENA

REUNIõES

Quartas e quintas~feiras às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala. 2 - Rl.\.mal 665Secretário: Walter Gouvêa Costa

Aécio ClmhaAlvaro ValleDaTcilio AyresFernando GonçalvesGeraldo FreireIvahir GarciaJoão Castelo

Israel Dias-NovaesJerônimo SantanaJorge FerrazJosé CamargoMário Moreira

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Benedito CanellasCantidio SampaioCarlos Alberto de

OliveiraDjalma BessaFerraz EgrejaFrancelino Pereira

Alacid NunesAntônio FerreiraGonzaga VMCOncelosHl\lio LevyHorácio Mal.osJutahy Magalhães

Presidente: João Pedro - ARENAVice-Presidente: Aécio Cunha - ARENAVice-Presidente: Walmor de LUca - MDB

REUNIO:ES

QUaTtM e quintas-1eirM, às 10:00 horasLocal: Anexo TI - Sala 7 - Ramal 6110secretário: Luiz de Ohveira Pinto

Turma B

João CasteloJorge VargMJosé AlvesJosé Rillmnar MachadoMoacyr DaUaNuncs R.ochaTemistocles Teixeira

Lauro RodriguesLincoln GrilloMagnus GuimarãesOctacilio AlmeidaOlivir GabardoTheodoro Mendes

Odemir PurlanTheodoro Me~des

VagoVagoVagovago

MDB

Milton SteinbruchOdacir KleinPedro FariaRoberto CarvalhoRUY Côdo

MnB

SuplentesARENA

Norton MacedoNasser AlmeidaOssian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSylvio VenturolliTemistocles TeixeiraVago

MDB

SuplentesARENA

Marão FilhoVelo FreireNelson MarchezanPedro CarolaPedl,'Q ColinRaimundo DinizWilson Braga.

.I\.derbal JuremaAntônio MarizGomes da SilvaHydekel FreitMJairo MagalhãesJutahy MagalhãesLuiz Braz

Tur~A

Adriano Vale1)-teAntônio Morimotobyrno PiresFernando MagalhãesFrancisco Bila.c PintoHélio CamposHomero Santos

Antônio JoséE.manoel WaismanEpitácio CafeteiraGomes do AmaralJoão Menezes

l1EUNlõES

Quartas e quintM~:!'eiras. às 10;00 horllBLocal: Anexo II - Sala 16 - Ramais 648 e M2secretário: Paulo José Maestralli '

AlUÍZio ParaguaslluAntônio CarlosArnaldo LafayetteDias Menel!'.esFlorim CoutinhoJosé Boni:!'ãcio NetoMarcelo Medeiros

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horMLocal: -Anexo - Ir - Sala 9 - Ramal 639Secretária: Marta Clélla Orrico

Presidente: Marcos Tito - MDB

TUl'111a A

Vice-Presidente: Athlê Coury - MDB

Tunna B

Vice-Presidente: Carlos Alberto - ARENA

TitularesARENA

7) COMISSÃO DE FINANÇAS

Alair FerreiraAngelino RosaAntômo FlorêncioArlindo KunzlerCarlos WilsonCelso CarvalhoJoão ClírnacoJosias Leite,

Alvaro DiasAntlUJes de OliveiraArgiJano Dario

Ario TheodoroExpedito ZanottiFrancisco Amaral

Turma B

Afrisio Vieira LimaAmaral FurlanAugusto TreinCarlos WilsonNorton MacedoViana Neto

MDB

Genervino FonsecaJoão ArrudaSantill1 SobrinhoTancredo Neves

MnB

Figueiredo CorreiaGenival TourinhoHildél'lCD OliveiraJG de Araújo JorgeJosé Maria de Carvalho

SuplentesARENA

Humberto SOutoJanuário FeitosaPaulino CíceroRicardo FiúzaRogério RêgoUlisses PotiguaT

Rubem DouradoSérglO MurilloSílvio Abreu JúniorWalber GuimarãesWalter SilvaVagoVagO

REUNIõES

Celso BarrosFerna,ndo CoelhoFlgueiredo CorreiaFrancisco StudartHU1l1lierto LucenaJader BarbalhoJorge Uequed

6) COMISSÃO DE EDUCAÇAO E CULTURAAlvaro Valle - ARENABraga Ramos - ARENAPaulo Marques - MDB

TitularesARENA

Lygia Lessa BastosMagno BacelaTManoel de AlmeidaMenandro Mina.him:a.ômulo GalvãoSalvador Julianelli

Turma A

A, H. Cunha BuenoAmaJ'al NettoAngelino RosaFemando GonçalvesIgo I..ossoJosé HaddadMaráo Filho

PresidenteViCE,-PresidenteVice-Presidente

Aldo FagundesAntônio CarlosE:arry SauerJ'mé ThoméMon:ira Franco

Alron RiosAlberto HoffmannAlexandre MachadoAltaJir ChagasCardloso de AlmeidaClev,erson TeixeiraDyrno PiresFari,11, Lima

Dare:Uio .AyresDaso CoimbraFIClta RibeiroGas,táo MUllerGeraldo FreireHéHo MauroLeur Lomanto

Antônio PontesFernando GamaJader BarbalhoJorge UequedJuarez Batista

Airton SoaresAlmr PimentaAnt.ônio MoraisCel,so BarrosDaniel SilvaEdgar Martins

MnB

Milton Steinbruchotávio Ceccato:a.UY CôdoSebMtião RodriguesVinicius CansançãoVago

REUNIOESQuartas e quintas-:!'eirM. às 10:00 horMLocltl: Anexo II - Sala 4 - Ramal 631Secretária: Delzuite Macedo de AvelaT Villas

Boas

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9200 Sexta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 19'78

12) COMISSAO DE SAODE

10) COMISSAO DE REDAÇÃO

11) COMISSAO DE RELAÇõES EXTERIORES

SuplentesARENA

Joaquim Guerra.Lomanto JuniorMurilo RezendeNunes LealRe'~nde Montelto

MDBNabor JúniorOctacíllo Almeida 'Oswaldo LimaVago

SupleutesARENA

Raul BernardoUbaldo CorrêaVasco AmaroVasco NetoVicente VuoloViimnr Pontes

Al1pio CarvalhoHélio CamposHélio LevyJoão UnharesJoão PedroNavaTro Vieira.Nunes Rocha

Fernando Lyra.Francisco Rocha.HélIO de Almeidalturival NascimentoMário Frota

Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHenrique PrettiHermes MacedoHydekel Freitas

Aurélio CamposFernando CunhaGamaliel GalvãoGenival TourinhoGetúlio DiasLuiz HenriquePeixoto FIlho

Presidente: Luiz Rocha - ARENAVice-Presidente: Siqueira Campos - ARENAVICe-Presidente: Rosa Flores - MDB

TitularesARENA

Nereu GuidiOsmar LeitãoRaimundo ParenteVingt RosadoVilmar PontesWlimar DallanholWilson Braga

MDBJoel LimaJorge MouraJosé Costaotávio CeccatoTheodoro MendesVago

SuplentesARENA

José HaddadLygia Lessa BMt06,Munlo BadaróNina RibeiroRezende MonteiroSantos FilhoVagoVago

MDB

Ruy CôdoSilvio de Abreu JúniorTarcísio DelgadoVagoVagoVago

REUNIÕES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647Secretário: Nelson Oliveira de Souza

15) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃOSOCIU

Aloisio SantosArgilano DarioArnaldo LafayetteCarlos CottaFrancisco AmaralFIederico Brandão

16) COMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente: Ruy Bacelar - ARENA

Vice-Presidente: Santos Filho - ARENAVIce-Presidente: Juarez Batista - MDB

TitularesARENA

Adhemar G11isiAlvaro GaudêncioCid FurtadoEduardo GalilJacob CarolaJoão AlvesNelson Marchezan

Adernar PereiraAntôniO GomesElcival CaiadoFurtado LeiteGeraldo Bulhóes.Gioia JúniorHélio Mauroltálo Conti

MDBAlceu Collares Joel FerreiraAntônio Annibelli José CostaDias Menezes Pedro LucenaErasmo Martins pedro Thales RamalhO

REUNIÕESQuartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves Ribeiro

Manoel de AlmeidaMauro SllJ:llpaioRórnulo GalváoTheobaldo BarlJ06B,Vieira da Silva.

Odemir FurlanVagoVago

Januário Feit05ll.Parente FrotaSylvio VentarolliVicente Vuolo

Paulo FerrazRaul BernardoUbaldo BarémVasco NetoWanderley MariZ

MDB

Lauro RodriguesPaes de AndradeSérgio MurilJo

SuplenlesARENA

MDB

Odemir FurlanOsvaldo BuskeíPedro Lucena

SuplentesARENA

Manoel NovaesParsifal BarrosoSalvador JulianelliTlleôdulo Albuquerquevago

MDB

Marcondes GadelhaWalmor de LucaYasunori KunigoVago

REUNIõES

Agostinho RodriguesAmaral FurlanCid FurtadoClaudíno Sale~

Ernesto ValenteEurico Ribeiro

Adhemar SantilloAntônio PontesGamaliel Galvâo

Ary KffuriFrancelino Pereira.Geraldo GuedesIvahir GarciaJonas Carlos

Aldo FagundesAluízio ParaguassuDias MenezesJG de Araújo Jorge

REUNIõES

Agostinho RodriguesAlipio CarvalhoCélio Marques

Fernandesítalo Contí

14) COMISsAO DE SERVIÇO POBLICO

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presidente: Sinvál Boaventura - ARENAVice-Presidente: Paulo Studart - ARENAVice-Presidente: Antonio Belinatti - MDB

Titula.resARENA

Presidente: Freitas Nobre - MDBVice-Presidente: Fernando Coelho - MDBVice-Presidente: Ossian Ararlpe - ARENA

TitularesARENA

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo li - Sala 13 - Ramais 688 e 689secretária: Eni Machado Coelho

MDB

Antunes de Oliveira Lincoln GrlIloFlorim Coutinho Ney FerreiraJosé Carios Teixeira Ruy LUlO

SuplentesARENA

Afrisio Vieira Lima Jonas CarlosAlacid Nunes José Ribamar MachadoBento Gonçalves Newton BarreiraFlávio Marcílio Teotônio NetoFrancisco Rollemberg Vago

MDB

Athiê CouryCarlos CottaJoaqulm BevilacquaLincoln Grillo

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 682Secretária: Iná Fernandes costa

Adriano ValenteBraga fioll1osHenflque BfltoJoáo AlvesJoáo Durval

Abdon GonçalvesFábio FonsecaJaison Barreto

Inocêncio OliveiraMauro SampaioOtlísio LudovicoUlisses Potigua.rWilson Falcão

Hermes MacedoJoão VargasJuvêncio DiasLeur LomantoMarco MacielNorberto SchmidtPaulo StudartWaldomiro Gonçalves

MDB

Paes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhOSérgio MurlloUlysses GuimarãesYasunorl Kunigo

Munlo BadaróNogueira de Re'~nde

Passos PôrtoPedro ColinRaimundo DinizRogério RégoTeotônio Neto

MDB

Jairo Brum-"'!ac Dowel Leite

de CastroOlivir GabardoPadre NobreThales Ramalho

MDB

Antônio Bresolin

SuplentesARENA

Theobaldo Barbosa

Ademar PereiraAiron RiosCarlos Alberto de

OliveiraDiogo NomuraFrancisco Rollcmberg'

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioAry ValadãoCunha BuenoFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo GuedesGerson Camata

Aldo FagundesAntunes de Oliveira.Antômo MoraisDalll€l SilvaDias MenezesJoão Menezes:Magnus Guunaráell

REUNIÕES

Antônio UenoFaria LimaFlávio MarcílioJosé MachadoLins e SilvaLuiz FernandoMarcelo Linhares

Alcir Pimenta

.Adalberto CamargoArio TheodoroBrígido TinocoCarlos SantosCotta BarbosaFernando GamaFrancisco Studart

Furtado Leite

Presidente: Joaquim Coutinho - ARENAVice-Presidente: Hugo Napoleão - ARENAVice-PreSidente: João Cunha - MDB

TitularesARENA

Presidente: Walter de Castro - MDaVice-Presidente: Leônidas Sampaio - MDBVice-Presidente: Inocêncio Oliveira - ARENA

TitularesARENA

TitularesARENA

Quartas-feiras, às Ul::lO horasLocal: Ane;ll:o XI - Sala I - Ramal 677SecretlÍ.rio: José de Anchieta Souza

MDB

Henrique Cardoso Vago

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 673secretário: José Lyra Barroso de Ortegal

Presidente: Altair Chagas - ARENAVice-Presidente: José Ribamar Machado ­.ARENA

Diogo NomuraPnsco Viana

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DIAJU.O DO OONGItIlSSO NACJONAJ. 4~ I) Sexta-feira l'1 _

2) COMISSÃO DA BAOA DO SAO FRANCISCO

Quartas e quinta.s-feiras, ii.s lD:lKl hGrasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal 69&Secreéário: Ca.rlofl Brasil de Araújo-

GeDival TI>11rilüWJairo BrumJlollé EElnifácio ?ht&OUvir GabardA>

MDB

MDBFreitas NobreJosé Boni!;í.eít> Net&Lidavinn Fa.nton

MDB

AirtOn SoareflJoe1 Ferrll:i?aJosé CostaRoSll. FloresRubem Dourado

MDB

Padre NobrePeixoto Filho

:\<IDBCelso Jlarro.~

Mac Dowel Leite deCastro

Israel Dias-NovaesSuplentes

Suplentes

MDBTheobaldo BarbosaCid FurtadoFernando Coolh0Mário MoreiraOswaldo Lima

VagoREUNIOES

Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 003e 6Ut

Secretário: Antônio Fernando Borges ManzllJl:

ARENACleversmI Teixeira.Lauro LeitãoGerald~ GuedesRaymtmdo Diniz

ARENAAdriano ValenteC'.lal!tdmo SaUesThl'ahim Abi-AekelIvabir Gania

ARENA

Nosser AlmeidaPaulo StudartOb'Waldo ZlI.E1eHoNavarro VieiraFaria LimaAdriano Valente

REUNIOESQuintas-feiras, às 16:30 horasLocal: Anexo II - Sala 3-A - Ramais: 003

e 604Secretária: Vânia Garcia Dórea

ARENAMarcelo LinharesErasmo Martins PedroTarcisio DelgadoHenrique CÓJrdmaAntônio Morimot&

7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A til.PARECER AO PROJETO N.o 633, DE "75',DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPõE somO CóDIGO DE PltK:ESSO PENAL

Presidente: Sérgio Mur:iHc - MDBVice-Presidente: Pei::l:oto Filho - MDBVice-Presidente: Sll.nWS Filho - ARENA

Relator-Geral: Geraldo Freire - ARENATituIarl'l$

~ (OMlSSAD ESPECIAL HSTIIADA A URP.AlECR AD PIOlITO 11.° 634, DE l1J15,lO PODER DECUTNO, tuE DISPõE: SIMEO CÓDIGO CIVIL

P.fel;.idente: Tancredo Neves - JiID:BVice-Presidente: Brígido Tinoco - MDBVice-Presidente: Igo Losso - ARENA

Relator-Geral: J~ Linharetl - ARENATitularu

Cleverson TeixeiraGeraldo FreireBlotta JuniorNereu GllidtSalvador Julianelli

SUplentes

8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELAlo­RAR PROJETO DE LEI SOBRE A ESTABIILt­DADE DA FAMfUA BRASILEIIlA

Presidente: Figne;red.ll Correia - MDBVice-Presidente: MagnllS Guimarães - MDB

Relator-Geral: Cid Furtado - ARENATitlllarefl

RElJNIOi1!8

Local: Anexo II - Sala. 8-A - Ra.mais 003e 604

Secretária: Warill. Izabel Azevedo

ARENA

Eduardo GanIFernando GonçalveflGastão MüllerHugo NapoleãoIgo LossoVago

Suplentes .ARENA

Siqueira Ca.mpMUilaldo BarémVicente Vuolo

MDB

V~

Vago

Presidente: Geneni_ J'_ - lifD:B'i'lee-P:r'eEidenie: It.uril'al Na.seimeJ.Ito - lIlJlBVice-Presidente: Rezende Monteiro -.A.RJiQilA

Titula.l'esARENA

Ja.rmund NasserValdomiro GançalveJl

Presidente: Lauro Leit1l.o - ARENAVice-Presidente: Antônio Ueno- - .AR.E:NiAVice-Presidente: El'nesiG de Marco - MOE

TitularesARENA

Nocberto ScbmidtPeüro C6J.i!n

:ur>:Bl)iftll Menezesll1o.J Lemi

saplme.ARENA

JIei'Itne.s YaeêcMVascll .A1:o.a.roWilmar Dallanhol

MDB

VllP.Var:o

Axy Vall\.dã.llBenedito CanenasGast;.i.() Müller

Antônio CarlosJUJlrez Bernardes

Hélio LevyNunes RochaOnisio Ludovico

Adrianlll ValelilteArlindo KunzW:Hen:r1'l.ue Córdova.

Celso BarrosJosé Costa

Amimo PiUaEt!llSSUAnWoill> Annibelli

REUNTOES

Quartas-feiras" às 10:00 horasLocal: Anexo lI-Sala 8-B-Ramais 60'7 e MeSecretária: Agassis Nylander Brito

lIDB

Genival TourinhoVinicius CansançáO

SuplentesAREN\A

Fernando llaga1hlíes IlloDeêncw Oliveil'aPrancelino Pereira .Januário FeitosaHumbt:rlcl So.utü JClSé AlVu.

MDBOctacllio QueirozVago

3) atMIS$lO DE IBEIMI1Y1ME1O'8 Mlf&IAO GN,'JRMES1'E

5) COMISSAO DO POlIGONO DAS SEUSPresidente: Ernesto Valente - ARENA

Vice-Presidente: Celro Canalho - ARENAVice-Presidente: Jarbu: Vucnncelos - MDB

TitalaresARENA

Dyrno Pires Jutahy MagalhãesGeraldO Guedes Vanoel de Almeida

Fernando CoelhoFernando LyraJosé Carlos Teixeira.

REUNIÕESQuintas'-feiras, às 11:00 horasLocal Anexo II - Sala 8-A - Ramal 695Secretário: José Salomão Jacobina Aires

Odacir KleinJaison BarretoVago

4) COMISSAO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃD SUL

IUWNIOESQuintas-reirRl\, às lO:lKI horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685secretário: Romualdo ~do Amoldo

Adhemar SltntilIoFernando CunhaVago

:MDB

Vinicius Ca:nsa.nção

:unE.:J()Ú Ms.ndelliM.á.r1o MoreiraOdacir KleinPe!lJ:'O. LallroRuy CMo

REUNIO:EB

Antôruo CUDDiaS "KmlezesErnelloo de MarcoFrallC'isco LíbardoniJairo Bmm

Joel FerreiraJúlio VlveirooMário Frota

MD:B

Antônio Ponte!- ilJ)itácin eatetein.Antunes de Oliveira JerôIlimo Sa.ntana.

S1tJIIeBiesABJilNA

Siqueira ClImJlOllTemístoeles TeixeiraUbaltioc~

llIDBBuyUnoVago

Edison BoonaElcival Caia.doRafael !'lll'IIAlCl

COMISSOU ESPECIAIS1) COMISSAO DA AMAZôNIA

l"Tesidente: Raimundo Parente - .ARENAVice-Presidente: Juvêncio Dias - ARENAVice-Presidente: Nabor JfuJ.1or - MDB

TitularesARENA

Alacid Nunes Béoo Ca.mIJOSGabriel Hermes Nosser de Almeida

(OORDENA(AO I)( COMISSOESTEMPORAJuAS

REUNlOi:S

Quartas-feiras, às 10:00 bolasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramais itl5,

1106 e 616Secretário: Jacy da Nová Amarante

Presidente: Noide Cerqueira - MDBVice-Presidente: JOSé Costa - MDBVice-Presidente: Bento Gonçalves - ARENA

TitularesARENA

Francisco :Rcllemberg Ricardo Fi~GemIdo Bulhões Rogério RegoManoel Novaes

Antônio JoséHildérico OliveiraNey Ferreira.

Diret,lmJ.: Gilda Amora de Assis Repub1ieanoLocal: Anexo II - RamIl1: 749

Se{láo de COIRiMies Espet)iaisChefe,; stena P1ata da Silva LopellLocal: Anexo II - Sala 8-B -.Ramal fIM

Seção de Comissões de InllllériteChefe: Luiz Antônio de Sá Cordeiro da SilvaLocal: Aneso II - Ramll.1612 - 23-323& (Di:reto>

Epitãcio CafeteiraJosé Carlos Teixeira

SuplentesARENA

Passols P&rtoPaulinG CíceroPrisco VíeWa

:MDB

Thales Ramalhovago

Jairo MaglillJ,ãesJosias LeiteMa.roo :Maciel

REUNIõESQUintas-feiras, às 10:00 horasLoeal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 611Bec]'etâria: Allia Fel1cio Tobias

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t202 Sexta-feira 17 DIARIO DO CONGRESSO NAC.IONAL (Seção n Setembro de 197'

REUNIõES

Terças-feiras, às 9,30 horasLocal. Anexo II - Sala 8-A - Ramal: 1105Secretário: Antônio Estanislau Gomes

9) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELA·BORAÇAO DE PROJETOS DE LEI SOBREREDIVISAO TERRITORIAL E-pOLlTleA DEMO­GRÁFICA

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - PlenárIO das CPIsTelefone: 497 (Anexo IlDSecretária: Lucy Stl1mpf Alves de Souza

Presidente: Siqueira Campos - ARENAVice-Presidente: Gastão MUller - ARENA

Relator-Geral: Alcir Pimenta - MDBRelator de Redivisão: JG de Araújo Jorge­

MDBSub-Relator de Redivisão: Daso Coimbra ­

ARENARelator de Política Demográfica: João Alvcs

-ARENASub-Relator de Política Demográfica: Aniónio

Carlos - MDB

Aleir PimentaAntônio Carlos

Leur LomantoValdomiro GonçalvesMurilo Rezende

MOB

Luiz FernandoNorberto SC!ullidtPaulo Studart

MOBWalber GuimarãesVago

MDB

José Carlos Teixeira

Ubaldo CorreaHélIo Levy

Tif.lllare~

ARENA

l'f unes LealUbaldo Barém

MOB

Ney Ferreira

SuplentesARENA

SuplentesARENA

Alcides FranciscatoAngelino RosaIvahir Garcia

Eloy LenziFlorim CoutinhoGenival Tourmho

HélIo de Almeida,J(' '. Casca

Mário FrotaArnaldo LafayetteMário Moreira

Fernando MagalhãesHumberto SoutoCarlos Wilson

Gomes do AmaralHildé"ico Oliveira

REUNIõESTerças-feiras. às 16 horas e quartas-feiras, às

10 horasLocal: Anexo rr - Plenário das CPIsRamal: 497 (Anexo lU,Secretário: Nicanor Soucasaux de Noronha

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RrrO

DESTINADA A EXAMINAR O FUNCIONAMEN·TO, ARRECADAÇAO E APLICAÇÃO DOS RE·CURSOS DA LOTERIA FEDERAL, LOTERIAESPORTIVA, CARN~S E OUTRAS MODALlbA.DES DE SORTEIOS, POUPANÇA E CR~DITO,

ANALISANDO SUAS REPERCUSSÕES SOBRE AECONOMIA POPULAR

(REQUERIMENTO N.o 61176)

Prazo: 3-6-76 a. 31-10-'16

Presidente: Aloisio Santos - MOBVice-Presidente: Juarez Batista - MDB

Relator: Oayl de Almeida - ARENA

Titula.resARENA

5) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A APURAR DEFICIENCIAS E IR·REGULARIDADES NA AVIAÇÃO COMERCIAL

(REQUERIMENTO N.o 67/76 - CP!)

Prazo: 2-6-76 a 30-10-76

Presidente: Dias Menezes - MOBVice-PreSldente: Léo Simões - MDB

Relator: Alacid Nunes - ARENA

REUNIõES

Terças e qujntas-feira.~. às 16 :30 horasLocal: Plenário das CPIs, Anexo IITelefone: ramal: 509 - Anexo IIISecretária: Márcio de Andrade Pereira

Celso CarvalhoFurtado LeiteHenrique Prettl

Abel AvilaCanlídio SampaioHéilO Campos

SuplentesARENA

Hêlio MauroNosser AlmeidaNunes Rocha

MDB

JC<Jio ViveirosYasunori Kunigo

Ma<j'no Bacelar~f.irio MondmoRogério Rêgo

MDB

Francisco Libardoni Odemil' FurlanItllrIvai Nascnncnto Ot1IVio CcccawOctacilio Queiroz

REUNIõES

(REQUERIMENTO N.o lJ5i76 - CP!)Prazo: 5-5-75 a 4-10-76

Presidente: Sebastião Rodrigues - MOBVice-Presidente: Magnus Guimarães --- MDB

Relator: Gerson Camata - ARENA

TitularesARENA

Munlo BadaróNavarro VieIra

Alcides FrancÍsc[<toDaso ConnbraEdison Bonnu

Aloísio SantosAntônIO BelInatiCotta Barbosa

Alvaro GaudêncioAry KffuriFurtado Leite

A. H. Cunha BuenoCarlos WIlsonHLlf(O Napoleão

2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RrrO

DESTINADA A INVESTIGAR O DESEMPENHOE COMPORTAMENTO DE TODOS OS óRGÃOSINTEGRANTES DO SISTEMA FINANCEIRO DEHABrrAçÃO

(REQUERIMENTO N.o 531'15 - Cpl)

Prazo: 1.°-4-76 a 28-10-76Presidente: Dib Cherem - ARENA

Vice-Presidente: Henrique Prett.í - ARENARelator: Fernando Gama - MOB

Relatores-Substitutos: Mac Dowell Leite de Castro- MDB; Theobaldo Barbosa -- ARENA

TitularesARENA

Antônio Gomes Jorge ArbageDaraílio Ayres

REUNIõES

Quartas-feiras. às 15 :00 horasLocal: Anexo II - Plenál'lo das CPIsTelefOne: 509 (Anexo rruSecretárIa: Haydéa Pires

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RrrO

DESTINADA A APURAR O NAO CUMPRIMEN·TO DAS EXIG~NCIAS nCNICAS NO TOCAN­TE A QUANTIDADE, QUALIDADE, DURABILI­DADE E SEGURANÇA DE MERCADORIASENTREGUES AO CONSUMO E OS MElODOSADOTADOS PARA A SUA DIVULGAÇÁO

Terças-feiras, às 9 :00 horasQuarlas-feü'as. às 14:00 horasLocal: Anexo II - Plenáno das CPIsTelefone: 509 (Anexo UlISecretário: Manoel Augusto Campelo Neto

MOB

Jader Barbalho Ruy CôdoMIlton Sleinbruch

SuplentesARENA

MDBEmmanoel Waismann Lincoln GrilloFábio Fonseca

MDB

MDB

Antônio BresolinJerônimo SantanaNabor JmuorPedro LucenaPeixoto FilhoRuy Côdo

Titulares

Navarl'o VieiraPaulo Studart

MOB

Fábio Fonseca

SuplentesARENA

Fernando GonçalvesHenrique PrelLiNewton BarreIra

MDB

Gomes do AmaralLeônidas Sampaio

AntoniO PontesJoão GilbertoJoaquim Bevilacqua

Suplentes

ARENA

Eduardo GahlDarciho AyresAdriano Vaiente

Israel Dlas-NovaesGamaliel Galvão

Cant.idio SampaioInocêneío Oltvel\'aNel'eu Guidr

Júlio VIveirosCarlos Cottaotávio Ceeeato

Francisco RollembergGeraldo BulhõesHenrique Brito

ARENA

HélIO CamposHwnberto SoutoJorge ArbageLygia Lessa BastosNasser AlmeIdaRaimundo ParenteVicente Vuolo

COMISSOES DE INQUrRITO1) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

PARA INVESTIGAR A AQUISiÇÃO DE HOSPI·TAIS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PREVI·D~NCIA SOCIAL COM ALlENACÃO DE SEUPATRIMõNIO -

(RESOLUÇAO N.o 12/75 - CPU

Prazo: 6-11-75 a 28-8-76

Presidente: José Camargo - MOBVice-Presidente: Walmor de Luca - MOB

Relator: ítalo Contl - ARENA

TitularesARENA

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8etemblt'O de 1976

As obras editadas pela

DURIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 1'7 9203

SUBSECRETARIA DE EDIÇOES TECNICAS(Antiga Diretoria de Informação Legislativa)

Devem ser solicitadas a essa Subsecretaria

(Senado Federal - Anexo I - 119 Andar)

70.000 - Praça dos Três Poderes

Brasília - DJ:'

:.-1 ....

LEI ORGÂNICA DOS PARTIDOS pOLíTICOS(obra elaborada pela Subsecretaria de Edições Técnicas)

Histórico da Lei nl? 5.682, de 21 de julho de 1971IILei Orgânica dos Partidos Políticos",

e de todas as Leis que a alteraram"

Edição: julho de 19742 tomos (956 páginas)

Prêco: Cr$ 70,00..Avenda no SENADO FEDERAL, 119 andar.

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos à

SUBSECRÉTAR~A DE EDIÇÕ.ES TÉCNICAS do SENADO FEDERAL,Ed. Anexo I, 11'1 andar, Praça dos Três Poderes -70000 - Brasília - DF.

acompanhados de chequ3 nominal. visado, pagável em Brasília e emitido a favor doCENTRO GRÂFICO DO SENADO FEDERAL,ou pelo sistema de REEMBOLSO POSTAL.

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t!'4 Sexta-feira 1'7 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção J)

DIRETRIZES E BASES PARA O ENSINO19 E 29 GRAUS

OBRA ELABORADA E REVISADA PEL_SUBSECRETARI.A DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL

Dois Volumes com 638 páginas

HISTÔRICO DA LEI N'! 5.692, DE 11 DE AGOSTO DE 1971

PREÇO DE VENDA DOS DOIS VOLUMES - CR$ 45,00

 VENDA NO SENADO FEDERAL, llQ ANDAR

O~ pedidos de publica<;<'íes deverão ser dirigidl)<; ~l

SUBSECRETARIA DE EDIÇÕl:S TÉCNICAS DO Sl:NADO FEDERAL,Ed. Anexo I, 11~ andar, Praça dos Trt:'i Poderes-7üOOO - BRASíLlA- DF,.

acompanhados de cheque nominal. visado. pagúvel em Brasília e emitido a favor do. CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

ou peto ~istcma de reembolso postal.

Setembro de 1976

REFORMA AGRÁRIAEDIÇÃO DE 1969

OBRA ELABORADA E REVISADA PELASUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL

Três volumes com 1.115 páginas

Legislação brasileira de reforma agrúria, política agrícola e desenvolvimento regional,contendo:

- textos integrais dos diplomas legais, a partir da Lei 11<:' 4.214/63 ("Estatuto' doTrabalhador Rumr'):

- alteraçõeli, regulamentações e remis"iJes da legislação transcrita;- ementúrio da legislação correlata:- histórico das leis (trámitação completa e detalhada no Congresso Nacional);- marginúlia (pareceres, regimentos, portarias, etc.):A obra contêm um índice cronológico da legislação e um índice por assunto ele toda a maté*

ria, com a citação de artigos, parúgrafos, itens e alíneas.

PREÇO DOS TRÊS VOLUMES - Cr$ 45,00OBRA IMPRESSA PELO CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

À VENDA NO SENADO FEDERAL, Il9 ANDAR

Os pediJos de puhlicações deverão ser dirigido,> àSUBSECRETARIA DE EDIÇOES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Eel. Anexo 1,11 9 andar, Praça dos Trê'i Poderes -70000 - BRASíL1A - DF,acompanhados de cheque nominal. visado, pagável em Brasília c emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERALou pelo sistema dt; reembolso postal.

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s~temb!ro ele 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I)

CONSOLIDACÃO DAS•

LEIS DO T'RABALHO

Sexta-feira 1'7 5205

PREÇO: Cr$ 35,00ÀVENDA NO SENADO FEDERAl. 11 9 ANDAR

Texto atualizado da CLT, comparado ao texto original de 1943 e a todas as alterações

introduzidas durante mais de 30 anos de vigência.

Notas explicativas.

Legislação correlata.

616 pãginasEdicão: agosto de 1974

Os pedidos de publlc'1ções deverão ser dirigidos à

SUBSECRET,ó,RIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo I, 11 0 andm. Pr-aça dos Tr'3s Poderes - 70000 - BRASíLIA - DF,

acompanhados de dl 13que nor-ninal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SE~JADO FEDERAL

ou pelo sistema de reembolso postal.

TRÂNSITOLegislação atualizada.

Código Nacional de Trânsito e seu Regulamento - atualizados

Legislação especial e correlata.

Ilícitos penais do Trânsito.

Resoluções do CONTRAN.

Notas - Comparações - Remissões

Furto de uso.

"Revista de Informação Legislativa" n9 38

462 páginas

PREÇO: Cr$ 25,00.Os p'3didos de publicações deverão ser dirigidos à

SUBSECRET/\RIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo \, 11 0 andar, Praça dos Trôs POQeres - 70000 - BRASíLIA - DF _

Bcompanhados de choque nominal, visado, pagável em Brasllia e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

ou pelo sistema de reembolso postal.

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.206 Seda-feira 11' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'16

CONSTITUICÃO DA REPÚBLICA,

FEDERATIVA DO BRASIL

Emendas Constitucionais

n9 1, de 1969,n9 2, de 1972,nQ 3, de 1972,nQ 4, de 1975,n9 5, de 1975, e

nQ 6, de 1976.

EDiÇÃO 1976

(formato bolso)

130 páginas

Preço: Cr$ 10.00

o~ Dt-1d,c}os le D'tlb1rc d(flt:~:' '1.~'.i- ',"h.I ,., (LrJJ l1n~, a

SUBSECRU,\RIA DE EDICÔE-S n:Cf'~\CAS \)0 SE-NADü FEDERAL,

Ed AnAxo I 119 anelar Prdca dCI:, T'ps P()(ieres /0000 -- BRASíLIA _. DF.(:Ic,ClP1Panhados dp cheO'.lt""\ n( fl\qlt)l \f:-,rI,h J\al~ln\I-,1 t'n' 8 1.1;,1]':1 f', t1rTlItlOO cl fi:J\'CH ctu

CF'.jTRO C;P,\FICO :--J(I S[ \.\['(1 ~ f- [-.[ F;,L,

O), rpln s s'pr~li1 1r' RF E\~ BOI. 50 POSTAL

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Setembro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

LEGISLACÃO ELEITORAL•

E PARTIDÁRIA

Sexta-feira 1'7 920'1

(obra elaborada pela Subsecretaria de Edições Técnicas)

- Lei Orgânica dos Partidos Políticos (e sua~'alterações);

- Código Eleitoral (e suas alterações);

- Sublegendas;

- Inelegibilidades (Leis Complementares n9s 5/70 e 18/74);

- Colégio Eleitoral (Presidente da República e Governadores);

- Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral;

- Resolução do Tribunal de Contas da União.(prestaçãó de contas dos Partidos ~olíticos);

- Lei do transporte gratuito em dias de eleição(Lei n9 6.091, de 15-8-1974);

- As últimas instruções do TSE(voto no Distrito Federal: justificação dos eleitores que não votarem)

Edição - Setembro de'1974

340 páginas

Pre.ço: Cr$ 20,00

À VENDA NO SENADO FEDERAL, 11° ANDAR.

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo I. 11 9 andar, Praça dos Três Poderes -70000 - BRASíLIA - DF.acompanhados de cheque nominal. visado. pagável em Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL,ou pelo sistema de Reembolso Postal.

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UH Seda-feú'a 11 DIAltIO DO CONGRESSO NACIONAL (8eçãe I)

SEGURANCA NACIONAL, .

I - Legislação Constitucional

11 - Quadro Comparativo: Decreto-Lei n9 898/69Decreto-Lei n9 610/69·Decreto-Lei n9 314/61Lei n9 '1.802/63

111- Notas

IV - Jurisprudência

"Revista do Informação Legislativl" nf 31

421 páginas

PREÇO: Cr$ 25,00

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL

Ed. Anexo I. 11 9 andar. Praça dos Três Poderes - 70000 - BRASíLIA - DF.acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÂFICO DO SENADO FEDERAL, ou pelo sistema de Reembolso Postal,

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Sete])]bro de 1976 DlARIO DO OONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sexta-feira 17 9209

CONSTITUICÃO DA,REPÚBLICA•

FEDERATIVA DO BRASIL

QUADRO COMPARATIVO21,t Edicão Revista e Atualizada - 1975•

VOLUME COM 288 PAGINAS - PREÇO: Cr$ 30,00

CONTÉM, COMPARADAS EM TODOS OS ARTIGOS:

Trabalho organizado e revisado pela Subsecretaria de Edições Têcnicase impresso pelo Centro Gráfico do Senado Federal

AVENDA NO SENADO FEDERAL, 119 ANDAROS pedidos de publicações deverã,o ser dirigidos à

SUBSECRETARIA DE EDIÇÔESTÉCNICAS DO SENADO FEDERALEd. Anexo I, 119 andar, Praça dos Três Poderes -70000 - BRASíLIA - DF,

acompanhados de cheque nominal, visado, pagâvel em Brasília e emitido a favor do.' CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

, ou pelo sistema de reembolso postal.

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IPREÇO O!SIE EXEMPlAR. C<$ 0"'1

Clfttm Gráfloo do senado J'edenlcaixa Postal 1.20&

BrasDia. - DI'

EDiÇÃO DE HOJE: 72 PÁGINAS