imprensa e política no século xix

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a POLÍTICA dentro do aspecto do oitocentos

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROSCentro de Cincias Humanas CCHPr-Reitoria de Ps-GraduaoPrograma de Ps-Graduao em Histria

O Telejornalismo da TV Montes Claros: Linguagens e Telecomunicao da dcada de 1980 no Norte de Minas Gerais.

LINHA DE PESQUISAInserido na linha de pesquisa Cultura, Relaes Sociais e Gnero o presente trabalho se prope a analisar as linguagens do telejornalismo pioneiro da TV Montes Claros no Norte Minas Gerais. Desta forma, compreendemos a telecomunicao como um aspecto cultural na sociedade.

INTRODUO No dia 18 de setembro de 1950 chegava ao Brasil a TV Tupi, canal 6 de So Paulo, primeira estao de TV do pas. Dois dias depois, foi ao ar o seu primeiro telejornal: Imagens do Dia. Conforme Paternostro (1999) o seu surgimento estava ligada a linguagem ao rdio, sobre isto ele diz que; Com locuo em off, um texto em estilo radiofnico, pois o rdio era o modelo que se tinha na poca. Entrava no ar entre as nove e meia e dez da noite, sem qualquer preocupao com a pontualidade. O formato era simples: Rui Resende era o locutor, produtor e redator das notcias, e algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco, sem som. (PATERNOSTRO, 1999 p. 35). Na dcada de 1950, o Brasil passava por importante processo de desenvolvimento econmico, social e poltico. A indstria nacional crescia intensamente, os centros urbanos se transformavam com atividades comerciais, financeiras, de servios e de educao [footnoteRef:2]. Segundo Rezende (2000), os jornais eram feitos basicamente de notcias direto do estdio, devido s dificuldades em se fazer coberturas externas. Em termos visuais, todos eram semelhantes com uma cortina de fundo, uma mesa e uma cartela com o nome do patrocinador. O primeiro telejornal do TV brasileira O Reprter Esso assimilava com propriedade as caractersticas marcantes dessa fase: a herana radiofnica e a subordinao total dos programas aos interesses e estratgias dos patrocinadores (REZENDE, 2000 p.106). [2: Para tal ver: Obra de Marly Rodrigues O Brasil na dcada de 50, MEM. 3 Ed. So Paulo 2010.]

Na dcada de 60, a TV se consolida no Brasil, e o telejornalismo comea a avanar. Alm da chegada do videoteipe [footnoteRef:3], como recurso para registrar a inaugurao de Braslia, conforme Rezende (2000) comea uma fase de criatividade e expanso intelectual. A TV assume seu carter comercial, e a disputa pelas verbas publicitrias d incio a uma briga pela audincia. [3: Sistema de gravao de imagens televisivas que utiliza como suporte, esse um de fita magntica. Utilizada para gravao de um programa de televiso para posterior edio. ]

Em 1962, a TV Excelsior passa a exibir o Jornal de Vanguarda, que traz jornalistas como produtores e cronistas, para apresentar as notcias. A origem dos que trabalhavam nos telejornais comea a mudar. No Jornal de Vanguarda, grande parte desses novos profissionais vinha, agora, no mais do rdio, mas sim dos jornais impressos. A qualidade jornalstica desse noticirio causou um impacto enorme pela originalidade de sua estrutura e forma de apresentao distinta de todos os demais informativos (REZENDE, 2000 p. 107). Com o Golpe Militar de 1964 acontece fim fase de expanso do telejornalismo. Aps o Ato Institucional n 5 [footnoteRef:4], o Jornal de Vanguarda extinto pela prpria equipe. Os telejornais brasileiros passam a adotar o modelo norte-americano e dispensa-se a participao de jornalistas como apresentadores. Os noticirios voltam a ser conduzidos exclusivamente pelos locutores. Os avanos tcnicos segundo Rezende (2000) e a mudana na linguagem atingiam principalmente as produes de entretenimento. O telejornalismo e a produo das notcias permaneciam engessados devido s interferncias polticas e falta de estilo prprio. No entanto, em 1969 e 1970, dois fatos vo dar incio a uma nova fase no telejornalismo brasileiro: a criao do Jornal Nacional da Rede Globo, e o fim do Reprter Esso. Nessa mesma poca, surge a Embratel Empresa Brasileira de Telecomunicaes. A Embratel interliga o Brasil atravs de linhas bsicas de microondas rotas e adere ao consrcio internacional para utilizao de satlites de telecomunicaes o Intelsat. Estava criada, ento, a estrutura para as redes nacionais de televiso (PATERNOSTRO, 1999 p. 31). [4: O Ato Institucional n 5 (AI-5) foi decretado pelo presidente Artur da Costa e Silva no dia 13 de dezembro de 1968. O AI-5 foi um instrumento de poder que deu ao regime militar poderes absolutos, fechando o Congresso Nacional por quase um ano.]

O Jornal Nacional nascia como o exemplo do progresso tecnolgico nas comunicaes e como um novo modelo de se fazer telejornalismo, com planejamento e produo rigorosos. Segundo Paternostro (1999), ele foi o primeiro a apresentar reportagens em cores e internacionais via satlite no instante em que os fatos ocorriam. Para manter o nvel do noticirio na altura do avano eletrnico que possibilita a formao da grande cadeia, as notcias e comentrios sero escritos por redatores selecionados e no ser permitida a improvisao [...] Logo no seu nascimento, ficava claro que a originalidade do Jornal Nacional residiria apenas na qualidade tcnica, uma vez que o contedo estava sacrificado pela interferncia da censura (REZENDE, 2000 p. 110). No ano de 1970, a TV Bandeirantes de So Paulo, cria o jornal Titulares da Notcia. Outro importante telejornal do perodo, que fez grande concorrncia com o jornalismo da Rede Globo. Conforme Rezende (2000) A TV Tupi, tentando recuperar seu telejornalismo aps o fim do Reprter Esso, leva ao ar o Rede Nacional de Notcias, transmitido ao vivo para vrias capitais do pas. Porm, o telejornal A Hora da Notcia, da TV Cultura de So Paulo, uma emissora pblica, que vai trazer um novo jeito de se fazer telejornalismo no Brasil.Em 1973 criado o Fantstico o Show da Vida, um programa que mistura jornalismo e entretenimento que muda a programao das noites de domingo. Paralelamente, os cuidados com o telejornalismo da TV Globo se intensificam, principalmente com o Jornal Nacional, demonstrando uma preocupao excessiva com a forma, mas nem tanto com o contedo. Os telejornais do Globo se mantiveram distantes dos grandes fatos polticos nacionais, levados aos jornais mesmo na poca da rigorosa censura do governo Mdici. Sobre poltica, a televiso foi omissa ou, como querem os produtores de seus noticirios, obrigada a ficar omissa, reservando os seus horrios mais nobres para a lacrimonisidade das telenovelas e o riso non sense de seus shows milionrios (REZENDE, 2000 p. 115). No incio dos anos 80, com a anistia e a distenso poltica dos militares, a TV Tupi transforma o programa semanal Abertura em um espao aberto s intervenes dos exilados que voltam ao Brasil. Mas, com a falncia e, conseqentemente, com o fim das transmisses da Tupi, em agosto de 1980, o programa termina. Nesse mesmo ms, a Bandeirantes cria o Canal Livre, que seguia a linha do extinto Abertura, entrevistando personalidades que antes no tinham acesso televiso. Mas nada disso ameaava a supremacia do telejornalismo da Globo. Segundo Rezende (2000), a estratgia de colocar o Jornal Nacional entre as novelas das sete e das oito programas de maior audincia da TV s aumentou a popularidade do telejornal. Cada vez mais a emissora carioca investia em jornalismo, visto que essa rea representava uma importante fonte de renda devido publicidade. Telejornais como o Jornal Hoje, na hora do almoo, o Jornal da Globo, no fim da noite, (que antes recebeu nomes como Amanh e Painel), e o Bom Dia So Paulo, no incio da manh, que seria o embrio para o Bom Dia Brasil, foram criados reforando o departamento de jornalismo da Globo e, conseqentemente, o departamento comercial (REZENDE, 2000 p.200). Desta forma a TV expande para outras regies onde ainda no havia sido conquistado. Segundo Paternostro (1999) neste perodo que a aproximao de regies do interior com os processos de produo de TV e telejornalismo aconteceu. A televiso passa a fazer cada vez mais parte da realidade de vida do Brasileiro, sendo importante a sua presena em locais que ainda s recebiam sinal de grandes emissoras que no falavam de suas regies. Por isso, no ano de 1980 chega regio do Norte de Minas a sua Primeira Televiso, a TV Montes Claros. Compreendemos que quase no existe na historiografia produes que pensam a mdia do Norte de Minas, por isso existe dificuldade para encontrar referencias que possibilitam esse estudo. Desta forma, sobre a histria da TV na regio, um texto publicado no Jornal de Notcias[footnoteRef:5] de Montes Claros, na sua edio do dia 29 de Setembro de 2015 esclarece na coluna Informe escrita por Edes Barbosa, se mostrou necessrio para identificar algumas informaes necessrias. No texto, o narrador comenta a trajetria de muitas dificuldades da instalao do sinal de TV na cidade. [5: O Jornal de Notcias um peridico que abrange toda a regio da cidade de Montes Claros. Com exemplares impressos dirios. ]

Segundo a coluna do Jornal de Noticia (2015), a histria da captao de TV em Montes Claros teve incio em 1961 com a descoberta de um sinal de televiso no planalto do Penturea. Surgiu assim o desejo de captao do sinal para expanso deste. Desta forma um grupo de pessoas formado por empresrios da cidade decidiram fundar um conscio destinado a captar recursos para montagem de uma torre de televiso. Adquiriram assim, 200 televisores que foram vendidos para a populao. Com o lucro, foi construda uma torre com um retransmissor. Foi transmitido a partir disto, cerca de um ms aps a construo, os primeiros sinais da TV Itacolombi. Como o jornal diz A qualidade no foi to boa como se esperava, simplesmente pior do que a captao em Penturea. Aconteciam muitas perdas de sinais, de udio e vdeo, e o investimento foi considerado um fracasso.No final dos anos 1960, existia um desejo por parte da populao de acompanhar a transmisso da copa de 70 no Mxico. Sendo assim foi construda pela prefeitura com ajuda de empresrios da poca uma nova rota em UHF que partia do pico do Itamb, na cidade do Serro e chegava ao alto do bairro Morrinhos na cidade de Montes Claros. As novas instalaes foram concludas na vspera da Copa, de forma precria, artesanal e improvisada. As imagens ainda em preto e branco, revelando uma discreta fragilidade, no era satisfatria, entretanto, eram melhores que o antigo canal e foram suficientes para assistir a copa e aps o fim da copa o sinal tambm desapareceu (JORNAL DE NOTCIAS, 2015. p. 5).Em 1971, de acordo com o Jornal de notcias (2015) o novo prefeito Pedro Santos assumiu a prefeitura e teve como misso de solucionar o problema de captao de TV na cidade. Depois de uma criteriosa pesquisa realizada pela equipe nomeada pelo prefeito, foi escolhida uma empresa do Rio de Janeiro que enviou um de seus tcnicos. Ficou decidida assim, a nova rota que passaria pelo vale da entre a Serra do Espinhao e do Cabral, exatamente paralela a Estrada de Ferro e BR 135. A prefeitura de Montes Claros adquiriu torres e equipamentos novos. O canal escolhido foi a recm nascida TV Globo de Belo Horizonte. A televiso nesta poca, para o Jornal de Notcias (2015), passou a fazer parte da vida diria dos montesclarences; mudou hbitos e costumes, acabou com as filas nas bilheterias dos cinemas, passou a ser assunto nas reunies sociais. Apesar do bom sinal, o sistema de retransmisso sofria muitas dificuldades de manuteno com um sistema geradores de energia a base de motor a diesel. Aconteciam varias interrupes inesperadas e a qualidade foi caindo. No ano 1980 teve inicio a construo da primeira geradora de TV, com iniciativa de um grupo de empresrios montesclarenses. A nova estao de televiso utilizava a programao da Bandeirante. Em uma reportagem comemorativa dos 30 anos da televiso no Norte de Minas, feita pela Inter TV [footnoteRef:6], no ano de 2010 relatado como aconteceu chegada dessa emissora na cidade. Ela foi instalada na regio do Bairro dos Morrinhos que tem sua sede at os dias de hoje. Esse surgimento esteve ligado a redes de comunicao j existentes na cidade. Ainda segundo a reportagem mencionada, o primeiro telejornal da Regio, foi apresentado por Felix Richard, um Radialista vindo do Rio de Janeiro que se tornou ancora do Telejornal Ateno. [6: A Inter TV Grande Minas a atual empresa de telecomunicao na regio do Norte de Minas, funcionando no mesmo local onde foi a TV Montes Claros, apesar de ser administrada por outro grupo que no era responsvel pelos pioneiros da Televiso na regio, considerada um conseqncia da mesma. Por isso, no ano de 2010 ela exibiu um especial, com os apresentado pelos ancoras do telejornal MG TV, em comemorao dos 30 anos desta na regio do Norte de Minas. ]

Posteriormente, de acordo com a reportagem comemorativa da Inter TV, surgiu o Jornal Edio Local, que viria ser uma grande referencia para o telejornalismo no Norte de Minas. Com a apresentao de outro radialista que foi muito importante na cidade da poca. Sebastio Remgio esteve na empresa durante muitos anos e marcou o modo de se fazer telejornalismo na regio. Desta forma, tanto para a regio do Norte de Minas, como para o Brasil, o surgimento do telejornalismo esteve ligado a outros veculos de comunicao, como o rdio e o jornal imprensam. Ento podemos considerar a experincia em que a sociedade detinha no mbito da comunicao foi transferida para esses outro meio. A linguagem dos primeiros telejornais como vimos, por meio de Rezende (2000), detinham muita ligao com o radio e posteriormente com a TV. Segundo a reportagem do Jornal de Noticias e do especial da Inter TV, de 30 anos, em Montes Claros o surgimento da mdia televisiva tambm teve essa mesma ligao. Sendo assim, a presente pesquisa tem como problemtica as linguagens do telejornalismo da primeira empresa de televiso da regio do norte de Minas gerais. Partindo das contribuies dos jornais impressos e da rdio. Trata-se de uma pesquisa de grande interesse acadmico e social j que muito carente essa temtica na historiografia da regio. .A problemtica da proposta de pesquisa est diretamente ligada ao trabalho de concluso de Curso de histria que foi produzido na graduao. Quando que, tivemos a oportunidade de desenvolver uma pesquisa relativa s memrias produzidas pela primeira imprensa da cidade de Montes Claros e da regio do Norte de Minas Gerais. Dentro desta pesquisa utilizamos o jornal O correio do Norte (1884), para pensar estas questes. Ento, percebemos que este peridico produziu memrias e institui para a populao prticas e modos de viver e convier em sociedade. Tambm foi possvel compreender uma valorizao muito intensa das terras da regio, que seriam aparentemente uma chamada para investidores de outras localidades. Ento, foi por meio do contato com os jornais do final do sculo XIX, que podemos compreender e refletir com novos olhares diante os meio de comunicao. Assim, o telejornal da TV Montes Claros, foi um exemplo dessa viso que pretendemos problematizar da mesma forma em que foi feito com o Correio do Norte. Ele enquanto o primeiro Jornal da regio proporcionou um modelo que posteriormente foi seguido por outras formas de Imprensa no Norte de Minas. Desta mesma forma a TV Montes Claros inaugurou a mdia televisiva no local e posteriormente ser a referencia de demais produes que surgiram aps isso. OBJETIVOS Essa pesquisa tem como objetivo geral analisar os formatos e linguagens que foram produzidos pelos telejornais da TV Montes Claros na dcada de 1980. Compreendemos que, para isso, vrias outras questes surgiro ao longo do processo de estudo sendo que, a relao das pessoas que estiveram envolvidas na criao dessa empresa de televiso na cidade de Montes Claros de fundamental importncia para entender esse processo, assim como a relao que estas tiveram com a poltica da regio. Desta Forma, procuramos nos objetivos especficos: Compreender a realidade social e poltica da poca pesquisada e como esta relao pensada do ponto de vista do Jornalismo da TV Montes Claros; Identificar os principais nomes que contriburam para a produo dos meios de comunicao visual e sua relao com o jornalismo e a poltica da poca; Compreender o histrico da rede de televiso e sua importncia para a visibilidade da regio; Analisar as caracterizaes feitas sobre a regio por meio dos discursos sutilizados pelo telejornalismo da poca;METODOLOGIA O presente marco terico-metodolgico do trabalho relativo aos Estudos Culturais Ingleses, uma linha historiogrfica que repensou questes relativas cultura por meio de idias advindas do marxismo [footnoteRef:7]. [7: . O campo dos Estudos Culturais surge, de forma organizada, atravs do Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), diante da alterao dos valores tradicionais da classe operria da Inglaterra do ps-guerra. Inspirado na sua pesquisa, The Uses of Literacy (1957), Richard Hoggart funda em 1964 o Centro. Ele surge ligado ao English Department da Universidade de Birmingham, constituindo-se num centro de pesquisa de ps-graduao da mesma instituio. As relaes entre a cultura contempornea e a sociedade, isto , suas formas culturais, instituies e prticas culturais, assim como suas relaes com a sociedade e as mudanas sociais, vo compor o eixo principal de observao do CCCS. Para tal ver: Richard Hoggart com The Uses of Literacy (1957), Raymond Williams com Culture and Society (1958) e E. P. Thompson com The Making of the English Working-class (1963).]

Considerar o telejornalismo na perspectiva dos estudos culturais deve implicar, conforme Itania Maria Mota Gomes articular suas dimenses tcnica, social e cultural, o que garante unidade ao nosso objeto de estudo e um olhar mais atento ao analista (2007, p. 5). Do nosso ponto de vista, isso significa acompanhar o propostos de Raymond Williams, para quem a televiso , ao mesmo tempo, uma tecnologia e uma forma cultural, e o jornalismo, uma instituio social (1997, p. 22). Para Williams, as instituies so um dos trs aspectos de todo processo cultural, junto com as tradies e as formaes.O telejornalismo , ento, uma construo social, no sentido de que se desenvolve numa formao econmica, social, cultural particular e cumpre funes fundamentais nessa formao. Para Gomes (2007) a concepo de que o telejornalismo tem como funo institucional tornar a informao publicamente disponvel e de que o que faz atravs das vrias organizaes jornalsticas uma construo: da ordem da cultura e no da natureza do jornalismo ter se desenvolvido deste modo em sociedades especficas (GOMES, 2007 p. 5).Nesta perspectiva, compreendemos que o jornalismo enquanto um aspecto cultura dentro da sociedade uma atividade para a populao. Desta forma propomos trabalhar a linguagem produzida desse meio de comunicao. Ento no que diz respeito a esse assunto temos que;Nem essa linguagem um simples reflexo ou expresso da realidade material. O que temos , antes, uma compreenso dessa realidade atravs da linguagem, que como conscincia prtica est saturada por toda atividade social, e a satura, inclusive a atividade produtiva. E, como essa compreenso social e contnua (...) ela ocorre dentro de uma sociedade ativa e em transformao. A linguagem fala dessa experincia (...) a linguagem a articulao dessa experincia ativa e em transformao; uma presena social e dinmica no mundo (WILLIAMS, 1979, p. 43).

Por meio disso, compreendemos que, a sociedade enquanto uma instituio em movimento delimita a comunicao para um processo em atividade que est em constante transformao. No obstante, utilizamos o Williams, pois acreditamos em uma linguagem em constante movimentao e que leva as experincias dos jornalistas para o seio das suas discusses e produes por meio das experincias dos jornalistas com essas questes. Desta forma, percebemos que, a comunicao produz uma linguagem de prtica social, que tem como intuito instituir para as interlocutoras questes de mudana sobre algum ponto que o produtor acredita ser importante. A televiso, alm de fonte inesgotvel de entretenimento e informao, utiliza-se de uma linguagem simples, que pode ser entendida por indivduos de qualquer meio. Qualquer pessoa consegue entender a televiso quase em sua totalidade, embora cada indivduo possa compreender-la de modo diferente. A partir disso, compreendemos a sua ligao enquanto uma instituio cultural. Neste sentido, propomos trabalhar o telejornalismo utilizando esses critrios metodolgicos, partindo do pressuposto das mudanas contnuas da sociedade e os meios de comunicao sofreram ao longo do tempo. Com isso, percebemos que o telejornal vinculado tanto como uma mdia, mas com uma ligao prpria Imprensa escrita, j que o seu surgimento estar ligado aos Jornais Impressos e Rdio.

FONTESA televiso estabeleceu a imagem no contexto prtico cotidiano das pessoas no Brasil, de acordo com Porto (2012) a visualidade da TV se transformou um centro na cultura das massas. Ela tornou um instrumento de mediao entre os telespectadores e a informao sobre acontecimentos rotineiros na sociedade. Assim, essa mdia proporcionou uma democratizao na informao, pois cada vez mais pessoas tiveram acesso facilidade que ela propicia. Compreendemos e a televiso enquanto fonte pesquisa em Histria aspecto importante dentro do contexto da sociedade. As fontes utilizadas para o trabalho consistem na produo miditica de telejornalismo da TV Montes Claros nos anos inicias de sua estadia na regio, at o ano de 1987, sendo neste perodo, uma afiliada da Rede Bandeirantes. Aps isso que ela passa a conceder o sinal na Rede Globo. Compreendemos que os interesses pelos as primeiras produes justificam a idia de que esse modo de fazer telejornal ficou marcado como uma experincia para as produes posteriores. Esses documentos esto disponveis na sede da Inter TV, na cidade de Montes Claros.Outras produes miditicas sero necessrios so para execuo da pesquisa o especial produzido pela Inter TV, na ocasio do aniversrio de trinta anos da TV no Norte de Minas, no ano de 2010. Esse programa foi exibido na semana dessa comemorao e foi intitulado de 30 anos, Inter TV Grande Minas. Foi disponibilizada essa reportagem em DVD para um jornalista da cidade, facilitando o acesso destes.

CRONOGRAMAAno de 2016Atividades/Ms1 Ms2 Ms3 Ms4 Ms5 Ms6 Ms7 Ms8 Ms9 Ms10 Ms11 Ms12 Ms

Apresentao da temtica ao Orientador X X

Reviso BibliogrficaXXXX XX

Cumprimentos Dos Crditos XXXXXXXXXXXX

Anlise das FontesXXXXXXX

Ano de 2017Atividades/Ms1 Ms2 Ms3 Ms4 Ms5 Ms6 Ms7 Ms8 Ms9 Ms10 Ms11 Ms12 Ms

Reviso BibliogrficaXXXX XXX

Anlise das FontesXXXXXX

Escrita da DissertaoXXXX

Qualificao X

Reviso e CorreoXX

DefesaX

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