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IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO

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IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃOCAUSA MORTIS

E DOAÇÃO

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IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃOCAUSA MORTISE DOAÇÃO

São Paulo/SP2018

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É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografi a da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra:

Autores

Carlos Roberto Sant´Ana de AndradeCarlos André Issa Henriques de Araújo

Colaboradores

Christiano Lúcio Sampaio CorreiaPaulo César Fabrício de Proença Ricardo Miranda Adas

Design Instrucional, Ilustração, Projeto Gráfi co Editorial e Online

Artur da Silva QuerinoLeonardo Pereira CardosoRodrigo Schardosim VieiraTaís Zucco

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Sumário

Módulo 1 Imposto sobre transmissão causa mortis e doação

1 Apresentação ......................................................................................... 9

2 Conceitos iniciais ...................................................................................102.1 O que é o ITCMD? ........................................................................102.2 O que é um Fato Gerador? ...........................................................102.3 Incidências do ITCMD ...................................................................112.3.1 Transmissão causa mortis ..........................................................112.3.1.1 Quem pode herdar? ................................................................132.3.1.2 O que pode ser herdado? ........................................................162.3.1.3 Inventário e arrolamento ........................................................182.3.1.4 Abertura do inventário ...........................................................192.3.2 Doação .....................................................................................192.3.3 Fato Gerador × Herdeiro × Donatário .........................................212.4 Itens sobre os quais incidem o ITCMD ..........................................222.5 Quando não é necessário recolher o ITCMD? .............................. 242.5.1 Casos sem incidência de ITCMD ............................................... 242.5.2 Casos com isenção de ITCMD ....................................................252.5.2.1 Isenções na transmissão causa mortis .....................................252.5.2.2 Isenções na transmissão por doação ......................................312.5.2.3 Isenções em ambas as transmissão

(causa mortis ou por doação) ...................................................322.5.3 Imunidades no ITCMD ...............................................................342.6 Quem são os contribuintes do ITCMD? ........................................342.7 Quem é o Responsável Tributário? ................................................37

3 Como receber o usuário ........................................................................ 403.1 Caso situacional 1 ........................................................................ 403.1.1 Problemas levantados .............................................................. 403.1.2 Soluções ....................................................................................413.2 Caso situacional 2 ....................................................................... 423.2.1 Problemas levantados .............................................................. 423.2.2 Soluções ...................................................................................43

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Módulo 2 Legislações e cálculos

1 Vigência e aplicação das normas ............................................................471.1 Legislação referente ao ITCMD ................................................... 48

2 Em quais situações o ITCMD deve ser recolhido ao estado de São Paulo? ....................................................................... 49

2.1 Regras básicas ............................................................................ 492.2 Regras suplementares .................................................................502.3 Tabela prática para determinação do estado

ao qual pertence o ITCMD ............................................................512.4 Explicação sobre o uso da tabela ..................................................512.5 Penalidades previstas na legislação do ITCMD ............................ 52

3 Como calcular o ITCMD ........................................................................ 543.1 Base de cálculo do ITCMD – Regra Geral ...................................... 543.1.1 Fontes de pesquisa para a Base de Cálculo ................................ 543.2 Base de Cálculo – Casos Especiais ................................................573.2.1 Doações Sucessivas ...................................................................573.2.2 Doação com Reserva de Usufruto ............................................. 583.2.3 Bens objeto de Leasing ............................................................. 583.2.4 Bens objeto de Consórcio ......................................................... 593.2.5 Bens objeto de Financiamento ................................................. 593.2.6 Fideicomisso ............................................................................ 593.2.7 Quadro resumo dos documentos a serem consultados ............. 603.3 Atualização Monetária da Base de Cálculo ....................................61

4 Quanto pagar de ITCMD? ......................................................................614.1 Alíquota do ITCMD .......................................................................614.2 Hipótese de dispensa do recolhimento do ITCMD –

Valor inferior a 1 UFESP ............................................................... 62

Módulo 3 Serviços relativos ao ITCMD

1 Como atender ao Inventário Judicial? ....................................................631.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares ......................631.2 A Declaração de Inventário ..........................................................631.3 Conferência das informações declaradas pelo usuário ................. 681.3.1 Cálculo do imposto / Demonstrativo de cálculo .................................. 681.3.2 Dados pessoais dos herdeiros, do inventariante e do advogado 691.3.3 Datas Declaradas: Óbito, Protocolização e Homologação .........70

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1.3.4 Dados do processo: Foro, Comarca e Procuração do Advogado .701.3.5 Regime de casamento ...............................................................711.3.6 Patrimônio declarado / Primeiras Declarações ................................ 721.3.7 Isenções de ITCMD – Causa Mortis .............................................721.3.8 Isenções de Juros e Multas / Dilação judicial de prazo ................731.3.9 GAREs .......................................................................................741.4 Conferência dos documentos .......................................................751.5 Montagem do expediente e encaminhamento

à equipe de retaguarda .................................................................75

2 Como atender Arrolamento Judicial? .....................................................762.1 Identifi cação do serviço / Orientações Preliminares ......................762.2 Diferença entre Arrolamento e Inventário Judiciais ......................762.3 Montagem do expediente e encaminhamento

à equipe de retaguarda .................................................................76

3 Como atender Doação Judicial? ............................................................. 773.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares ...................... 773.2 A Declaração de Doação .............................................................. 773.3 Conferência das informações declaradas pelo usuário ..................783.3.1 Dados pessoais de doador e donatário.......................................793.3.2 Data da Doação ........................................................................ 803.3.3 Patrimônio declarado / Partilha de bens ................................... 803.3.4 Isenções de ITCMD – Doação ....................................................813.3.5 GAREs .......................................................................................813.4 Conferência dos documentos ...................................................... 823.5 Protocolo / Cadastro no sistema GDOC ....................................... 823.6 Montagem do expediente e encaminhamento à retaguarda ....... 82

4 Como atender Arrolamento e Doação Extrajudicial? ..............................834.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares ......................834.2 Situações que ensejam apresentação de

expedientes no Posto Fiscal ......................................................... 82

Módulo 4 Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente

1 Como recolher o ITCMD? ...................................................................... 851.1 Forma de recolhimento ............................................................... 851.1.1 Prazos para pagamento do ITCMD

na transmissão causa mortis .................................................. 88

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1.1.2 Prazos para pagamento do ITCMD na transmissão por doação ....................................................... 88

1.1.2.1 Caso geral .............................................................................. 881.1.2.2 Regras supletivas ................................................................... 881.1.2.3 Quadro resumo dos prazos de recolhimento .......................... 891.1.3 Recolhimento do ITCMD fora do prazo – acréscimos legais ...... 90

2 Parcelamento do ITCMD .......................................................................912.1 Onde realizar o pedido de parcelamento? ................................... 92

3 Restituição do ITCMD ............................................................................93

4 Retifi cação de GARE–ITCMD ................................................................ 94

Glossário ....................................................................................................97

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Módulo 1

Introdução ao ITCMD

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1 Apresentação

Seja bem-vindo ao curso de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD).

Este curso a distância é voltado à capacitação dos atendentes para a recepção de expedientes relacionados com inventário* e arrolamento* processados no âmbito judicial para fi ns de apuração do ITCMD. O curso é composto por quatro módulos.

No módulo Início serão apresentados os conceitos básicos relacionados ao ITCMD. Esses conceitos tratam desde o que é o ITCMD e quais são os fatos geradores desse imposto, até seus tipos de incidência, quem são os herdeiros* etc.

No segundo módulo abordaremos a importância de um atendimento de qualidade e alguns tópicos relacionados à legislação e ao cálculo do imposto.

O terceiro módulo apresentará os principais serviços relativos ao ITCMD. Nesse módulo veremos os procedimentos a serem executados diante de cada situação, até a montagem do expediente fi nal.

O último módulo trata dos serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente. Esse módulo aborda as questões sobre recolhimento do imposto, prazos, parcelamento, retifi cação e restituição.

Para facilitar seu aprendizado, disponibilizamos no fi nal da apostila um glossário com os termos utilizados no decorrer do curso. Os termos disponíveis no glossário estão marcados por um asterisco (*) no decorrer do texto.

Os benefícios esperados com este curso são:

• diminuição no tempo de atendimento;

• atendimento conclusivo;

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

• aumento do grau de satisfação do usuário;

• facilitação da análise pela equipe de retaguarda;

• diminuição da emissão de notifi cações;

• diminuição do tempo de trâmite do expediente.

Paralelamente ao desenvolvimento da legislação do ITCMD, serão abordados os termos de Direito Civil que estão contidos na lei do imposto.

Pronto para começar?

Bons estudos!

2 Conceitos iniciais

2.1 O que é o ITCMD?

O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis* e Doação de Quaisquer Bens* ou Direitos (ITCMD), também conhecido como imposto de herança* e de doação*, foi instituído no estado de São Paulo pela Lei nº 10.705/2000, vigente desde 01/01/2001.

2.2 O que é um Fato Gerador?

Antes de adentrarmos na legislação do ITCMD, vamos apresentar o conceito de Fato Gerador do tributo, importante conceito do Direito Tributário presente na legislação de qualquer imposto.

O que é o FATOGERADOR do tributo?

É a situação descritana lei que, se ocorrida naprática, gera a obrigação

de pagar o tributo.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

2.3 Incidências do ITCMD

A lei do ITCMD descreve duas situações, chamadas hipóteses de incidência que, uma vez ocorridas no mundo real, constituem o Fato Gerador do ITCMD:

• na transmissão de bens* ou direitos aos herdeiros, *aos legatários* ou a qualquer outro recebedor em virtude da morte de uma pessoa natu-ral, chamada transmissão causa mortis;

• na transmissão graciosa de bens ou direitos aos donatários*, chamada de transmissão não onerosa “inter vivos” ou doação*.

2.3.1 Transmissão Causa Mortis

Com a morte de uma pessoa, ocorre a abertura da sucessão*. Isto é, os bens do falecido, a chamada herança, transmitem-se imediatamente aos seus herdeiros, por meio de uma fi cção jurídica (princípio de Saisine). Para que essa transmissão se concretize no mundo real, realiza-se o inventário*, que é o processo pelo qual se identifi cam os bens do “de cujus”, os herdeiros e o quinhão que a cada um cabe. Com a abertura da sucessão* (falecimento), ocorre o fato gerador do ITCMD, que chamamos de causa mortis*.

Observe que, pela lei civil, a herança é transmitida aos herdeiros*, mas a lei tributária também escolheu essa transmissão de bens para tributar. Em outras palavras, somente a previsão na lei civil não seria sufi ciente para ensejar a cobrança do imposto.

É importante ressaltar que o imposto é devido desde a data da morte e não da data da abertura do inventário* ou do arrolamento*, que podem ocorrer muito depois do falecimento.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Falecido

ITCMD ITCMD

Herdeiros legítimos Legatário

ITCMD ITCMD

Bens (herança)

Transmissão causa mortis

Para compreendermos a incidência desse imposto, devemos considerar os óbitos ocorridos até a data de 31/12/2000 e aqueles ocorridos após esta data.

Óbitos ocorridos até 31/12/2000 Para os óbitos ocorridos até essa data devem ser aplicados os dispositivos da Lei nº 9.591/1966, que dispunha sobre a transmissão de bens imóveis* e direitos a eles relativos (antigo Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e Direitos a eles Relativos – ITBI). A apuração do imposto de transmissão causa mortis relativo a esse período não é feita no Posto Fiscal. O interessado deve ser orientado a dirigir-se à Procuradoria do Estado, que fornecerá as informações necessárias quanto ao cálculo e recolhimento do imposto. Esta situação ocorre pelo fato de que o Código Tributário Nacional – CTN prevê a aplicação, ao fato gerador do imposto, da legislação vigente na data de sua ocorrência e a Lei 10.705/00 somente passou a surtir efeitos a partir de 01/01/2011.

Óbitos ocorridos a partir de 01/01/2001 O imposto de transmissão causa mortis na forma como é hoje foi introduzido pela Lei nº 10.705/2000, com vigência a partir de 01/01/2001. A partir dessa data, a apuração do imposto nos inventários judiciais ou extrajudiciais (cartórios) passou a ser feita pelo Posto Fiscal.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Lei n.º 9.591/66

ITBI sobre imóveis

31/12/2000 01/01/2001

Lei n.º 10.705/2000

ITCMD sobremóveis e imóveis

Com a edição do Decreto Estadual nº 56.693, de 28/01/2011, foi transferida aos cartórios do estado de São Paulo a atribuição de verifi car os valores devidos do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) realizada por meio de escritura pública.

A medida permite que o processo de partilha se realize sem a necessidade de prévia concordância do fi sco ou do comparecimento do contribuinte a um Posto Fiscal para verifi cação de documentos e emissão de qualquer certifi cação de regularidade fi scal. Assim, os procedimentos de verifi cação do ITCMD e da lavratura de escritura serão realizados em uma única etapa pelo tabelionato. O decreto determina também que no caso em que a escritura pública seja lavrada por tabelião localizado em outro estado ou no Distrito Federal, o contribuinte deve apresentar a declaração instruída com os elementos necessários à apuração do imposto ao Posto Fiscal indicado na disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda (ver Guia do Usuário).

Cabe destacar que desde janeiro de 2007, com a publicação da Lei Federal nº 11.441/2007, os cartórios já podem realizar inventário e partilha por escritura pública, desde que não haja interessado incapaz, e se todos forem concordes. No entanto, somente a partir de 2011 é que os cartórios receberam a incumbência de certifi car-se dos valores atribuídos aos bens e dos recolhimentos do imposto.

Na prática, a transferência da certifi cação do correto recolhimento do imposto nos inventários realizados no âmbito dos cartórios (extrajudicial) ocorreu a partir de 04/03/2011, com a edição da Portaria CAT nº 29/11. Assim, a partir daquela data, os Postos Fiscais passaram a tratar somente dos inventários, arrolamentos e doações cujo trâmite ocorreu na esfera judicial.

Contudo, ressalve-se que é direito do contribuinte procurar o Posto Fiscal com o objetivo de obter informações acerca do imposto, ou mesmo de confi rmar as que lhe tenham sido prestadas pelos cartórios.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

2.3.1.1 Quem pode herdar?

A Lei nº 10.705/2000, no seu artigo 2º, aponta três tipos de sucessões sobre as quais incide o ITCMD:

• sucessão legítima*;

• sucessão testamentária*;

• sucessão provisória*.

Transmissão causa mortis

Transmissão causa mortis – Sucessão legítima e testamentária

A sucessão legítima ocorre quando existem pessoas designadas pela lei, segundo uma ordem preferencial, chamadas a suceder o falecido nos direitos e obrigações.

Herdeiros Legítimos

Sucessão legítima

Assim, quando uma pessoa falece, o artigo 1.829 do Código Civil estabelece uma lista de pessoas chamadas a herdar, na seguinte ordem, de acordo com a proximidade do falecido: São elas os descendentes, os ascendentes, o cônjuge ou o companheiro e os colaterais.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Colaterais(irmãos,

sobrinhos,tios...)

Herdeiros de4ª classe

FalecidoAutor da herança

Descendentes(filhos, netos, bisnetos,...)

Herdeiros de 1ª classe

CônjugeHerdeiro

de 3ª classe

Ascendentes(pais, avós, bisavós...)

Herdeiros de 2ª classe

Existem também os chamados herdeiros por representação. São pessoas convocadas para receber a herança que caberia a outro herdeiro falecido antes do autor da herança. É o chamado direito de representação, segundo o qual os direitos hereditários de um herdeiro legítimo pré-morto (falecido antes da abertura da sucessão) passam ao descendente mais próximo (netos, bisnetos etc. do autor da herança).

Filhopré-morto

Herdeirospor

representação

25% 25% 25%

12,5% 12,5%

Netos

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Já a sucessão testamentária é aquela em que o falecido, ainda em vida, dispõe quanto ao seu patrimônio*, mediante um documento chamado de testamento. Lembramos que, caso o falecido tenha herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge ou companheiro), ele só pode deixar em testamento a metade de seus bens.

A sucessão testamentária pode coexistir com a sucessão legítima quando o testamento não contemplar todos os bens do morto (sucessão mista).

Herdeiros legítimos

Falecido (autor da herança) de cujus

Herdeirotestamentário

(legatário)

Sucessãotestamentária

Sucessão legítima

Na sucessão testamentária, o herdeiro pode ser contemplado com um quinhão sobre um coletivo de bens ou com um bem específi co. No primeiro caso é herdeiro testamentário universal e, no segundo, legatário.

Legado, portanto, é um objeto deixado pelo falecido a uma pessoa (legatário), mediante um testamento.

Legado não se confunde com herança ou quota hereditária. O legado é um determinado bem escolhido pelo falecido para benefi ciar qualquer pessoa, inclusive de fora da família.

Transmissão causa mortis – Sucessão provisória

A sucessão provisória ocorre com o desaparecimento voluntário ou involuntário de uma pessoa.

Nesse caso, os bens do desaparecido são arrecadados e, decorrido um ano da arrecadação se não houver procurador ou representante legal nomeados ou, ainda, três anos se houver qualquer um destes, os interessados poderão requerer ao juiz a abertura da sucessão provisória.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

A abertura da sucessão provisória dá-se com a decretação judicial de ausência da pessoa, o que faz com que seus bens e direitos passem, com certas restrições, aos seus herdeiros.

Fica assegurada a restituição do ITCMD recolhido pela sucessão provisória no caso de aparecimento do ausente.

2.3.1.2 O que pode ser herdado?

Regime de bens × meação

Estudamos até agora as espécies de sucessões de bens e direitos sobre as quais incidem o ITCMD. Vimos também os diversos tipos de pessoas (herdeiros) aptas a receber os bens deixados pelo falecido.

A questão que se coloca agora é: qual parte do conjunto de bens e direitos do falecido é transmitida aos seus herdeiros? Para responder a essa questão é necessário saber se o “de cujus” pertencia a uma entidade familiar e, em sendo o caso, identifi car o regime de bens adotado pelos cônjuges ou conviventes em união estável.

Assim, a herança, isto é, o patrimônio deixado pelo morto aos seus herdeiros, vai depender do seu estado civil e, na hipótese de ser casado ou conviver em união estável, é preciso investigar o regime de bens sob o qual vigorou o casamento ou a união.

Já dissemos que a meação corresponde à metade dos bens que o casal possui em comum. Portanto, cada cônjuge ou companheiro detém a meação do patrimônio comum*.

A MEAÇÃOnão se transmite aosherdeiros, portanto,

não existe fatogerador do ITCMD

A HERANÇAtransmite-se aosherdeiros, logo,

está no campo deincidência do ITCMD

Meação + Herança - Bens particulares = Patrimônio comum

HERAN

ÇAM

EAÇ

ÃO

Podemos concluir, então, que a existência de meação depende da existência de patrimônio comum.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Por sua vez, a existência de patrimônio comum depende do regime de bens adotado pelos cônjuges no matrimônio.

O regime de bens é estabelecido num ato chamado Pacto Antenupcial*.

Pacto antenupcial

Patrimômio comum?

Regime de bens entre os cônjuges

Sim

Meação Não há meação

Não

Tipos de regimes de bens

REGIME DE BE NS DESCRIÇÃO MEAÇÃO

Comunhão universal de bens

Caracteriza-se pela comunhão de todos os bens, isto é, os bens adquiridos antes e depois do matrimônio tornam-se comuns.

Metade dos bens adquiridos antes e depois do matrimônio , exceto dos constantes no art. 1.668 do Código Civil..

Comunhão parcial de bens

Caracteriza-se pela existência de três pa-trimônios:

a) bens particulares* do marido;

b) bens particulares da mulher;

c) bens comuns.

Metade dos bens adquiridos a título oneroso na constân-cia do matrimônio, exceto os constantes no art. 1.659 do Código Civil.

Separação de bensCaracteriza-se pela incomunicabilidade dos bens. Cada cônjuge conserva a inte-gral administração de seus bens.

Não há

Separação obrigatória de bens

Caracteriza-se pela incomunicabilidade dos bens. Cada cônjuge conserva a inte-gral administração de seus bens.

Metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

Participação fi nal nos aquestos

Caracteriza-se pela incomunicabilidade dos bens particulares* e a comunicação nos aquestos. AQUESTOS são bens ad-quiridos na vigência do casamento.

Metade dos bens adquiridos por cada um dos cônjuges ou conviventes, a título oneroso, na constância do casamento.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Meação na união estável

Considera-se união estável a convivência não adulterina nem incestuosa, duradoura, pública e contínua de duas pessoas, sem vínculo matrimonial, como se fossem casados.

Segundo o Código Civil, na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.

Portanto, na união estável, não existindo o contrato escrito supracitado, a meação equivale à metade dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência.

Atenção! Somente com o reconhecimento judicial ou extrajudicial da união estável é que o direito à meação pode ser pleiteado.

Importância da determinação da meação

A meação pertence ao cônjuge sobrevivente (cônjuge supérstite) e sua determinação torna-se importante, pois essa porção do patrimônio comum não se transmite aos herdeiros e, consequentemente, não é tributada.

Na hipótese de o estado civil do falecido ser SOLTEIRO, SEPARADO ou VIÚVO evidentemente não haverá meação. Nesses casos, o patrimônio do “de cujus” será integralmente transmitido aos herdeiros.

2.3.1.3 Inventário e arrolamento

Vimos que com a abertura da sucessão, isto é, no exato momento da morte de alguém, a herança é transferida aos seus herdeiros* legítimos e testamentários. No entanto, essa herança constitui-se de um todo unitário, sendo que essa indivisão perdura até a partilha.

O processo de inventário ou arrolamento se faz necessário, portanto, para determinar o que caberá a cada herdeiro, pois com a abertura da sucessão todos são donos em condomínio dos bens da herança, tendo apenas direito a uma fração ideal desses bens.

Podemos dizer, então, que inventário é uma ação judicial visando relacionar e avaliar todos os bens e direitos do falecido ao tempo da sua morte para distribuí-los entre seus sucessores (herdeiros e legatários). O produto fi nal do inventário é o formal de partilha.

O arrolamento é tão somente um procedimento simplifi cado do inventário. O rito do inventário é utilizado quando há discordância entre os herdeiros sobre a partilha, sobre os valores dos bens envolvidos, ou quando algum dos herdeiros é menor ou incapaz.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Do ponto de vista do ITCMD, as diferenças entre o inventário e o arrolamento resume-se aos momentos da apuração e do pagamento do imposto. No processo judicial de inventário, são discutidas as questões tributárias e o imposto deverá ser pago em até 30 dias da homologação da partilha pela autoridade judicial. No arrolamento, não são discutidas as questões tributárias e a autoridade homologa a partilha e, somente então, notifi ca o Fisco a proceder ao lançamento tributário na conformidade da legislação do imposto. Não há prazo legalmente defi nido, portanto, para o recolhimento do ITCMD devido.

Por fi m, vale lembrar que a Lei nº 11.441/2007 trouxe outra forma possível de inventário: inventário administrativo ou extrajudicial. Esse tipo de inventário é feito no cartório, dispensando a via judicial. Poderá ser usado quando não existir testamento e todos os interessados forem capazes e concordarem com a partilha. Em 2011 os cartórios também receberam a incumbência de verifi car o ITCMD, não sendo mais necessário que o interessado submeta o inventário extrajudicial ao Posto Fiscal.

2.3.1.4 Abertura do inventário

De acordo com a Lei nº 13.105/2015, Código de Processo Civil – CPC o prazo para abertura do inventário é de dois meses a contar do óbito. É importante destacar que esse prazo é tão somente regulamentar, não provocando a perda de qualquer pretensão, muito menos qualquer direito. Como veremos adiante, a única consequência da sua não observância é a imposição de multas previstas na lei do ITCMD do estado de São Paulo. A Lei paulista prevê, em consonância com o CPC vigente na data de sua elaboração, o prazo de 60 dias para a imposição de penalidades decorrentes da inépcia do interessado em dar início ao inventário.

O inventário será processado e julgado no local do último domicílio do falecido, pois se presume que é onde está a maioria de seus bens. Essa informação é importante, visto que a Portaria CAT nº 15/2003 estabelece o Posto Fiscal de apresentação da documentação de acordo com o local onde tramita o processo judicial (ver Guia do Usuário).

2.3.2 Doação

O ITCMD pode incidir ainda sobre a transmissão graciosa de bens, chamada de transmissão não onerosa “inter vivos” ou doação, que pode ser:

• em virtude de contrato celebrado entre pessoas vivas; ou

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

• quando houver distribuição dos bens em montante diverso ao que ca-beria a uma ou mais partes na partilha no inventário ou na separação.

Bem doado

Doador Donatário

ITCMD

Doação é um ato de liberalidade pelo qual uma pessoa transfere gratuitamente a outra um bem de seu patrimônio.

A Lei do ITCMD prevê que a doação pode se dar mediante contrato (escrito ou verbal) ou ainda:

• quando, na partilha de bens num processo de inventário ou arrola-mento, determinado herdeiro fi ca com um quinhão maior que o de ou-tro herdeiro (excesso de partilha);

• quando, na partilha de bens num processo de separação, um cônjuge fi ca com o patrimônio maior que o do outro (excesso de meação).

Em ambos os casos, quando tal excesso é transferido a título gratuito, essa transferência equipara-se à doação e sobre ela incidirá o ITCMD.

Note que, ao contrário do evento anterior (transmissão causa mortis), nesse caso o fato gerador ocorre por ato voluntário do agente.

Acompanhe no exemplo abaixo uma ilustração do excesso na partilha de bens de um casal na separação:

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

}

Bens antes da separação

Antes daseparação

Depois daseparação

50% Separando50% Separando

75% Dela 25% Dele

(1)

(1) Excesso de meação*. Na ilustração acima, observe que na partilha dos bens do casal, a ex-cônjuge fi cou com 25% a mais do que o ex-cônjuge, confi gurando doação dele para ela.

Na ilustração abaixo, vemos uma partilha que segue a lei civil, pela qual a cada herdeiro caberia a quota hereditária correspondente a 25% da herança. No entanto, os herdeiros decidiram partilhar os bens do falecido conforme mostrado na fi gura. Nesse caso, o herdeiro 4 fi cou com excesso de 10%, porque o herdeiro 3 abriu mão de parte da sua quota hereditária, confi gurando, então, doação de 10% do herdeiro 3 ao herdeiro 4.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Herdeiro 4: 35%Herdeiro 3: 15%Herdeiro 2: 25%Herdeiro 1: 25%

Maria Joana Cláudia Artur

Doação de 10%

2.3.3 Fato Gerador × Herdeiro × Donatário

Nas transmissões causa mortis e nas doações ocorre um fato gerador de imposto para cada herdeiro, donatário*, ou legatário.

Portanto, para efeito de incidência do imposto, o conjunto de bens e direitos recebidos por herdeiro (quota hereditária ou quinhão*) é considerado pela lei como uma transmissão distinta, isolada.

A consequência dessa determinação legal é que cada herdeiro ou donatário torna-se contribuinte* do ITCMD, devendo recolher o imposto sobre a parcela da herança* que receber, exceto se o sucessor enquadrar-se em um dos critérios de isenção a ser estudado mais adiante.

Exemplo: O falecido deixa viúva, três fi lhos e um legatário em testamento. Para cada herdeiro e legatário ocorre um fato gerador. Se dois herdeiros resolverem doar o seu quinhão hereditário* ao outro irmão, teremos mais dois fatos geradores. Nesse caso, ocorrem seis fatos geradores: três, relativos à causa mortis* (três herdeiros), mais um, relativo ao legatário e mais dois, relativos às doações* de dois herdeiros ao outro irmão.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Quinhão Quinhão

Doação:FG5

Doação: FG6

Quinhão

FG 1 FG 2 FG 3 FG 4

Legado

Bens (herança)

Transmissão causa mortis

Sucessão testamentária

FG 1

FG 2

FG 3

3 Donatários1 Doador

2.4 Itens sobre os quais incidem o ITCMD

1 Bens do patrimônio comum* atribuídos a um dos cônjuges acima da meação*.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Exemplo: José e Maria possuem um patrimônio comum (conjunto de bens) no valor R$ 200.000,00. Nesse caso, cada cônjuge é dono da metade ideal (meação) da totalidade dos bens, isto é, R$ 100.000,00. Eles decidem, então, divorciar-se, estabelecendo que a ele caberá determinado conjunto de bens que totalizam R$ 80.000,00 e, a ela, os demais bens, somando R$ 120.000,00. Observe que na partilha dos bens ela fi cou com R$ 20.000,00 acima da meação, caracterizando, portanto, uma doação do marido à mulher.

2 Bens do patrimônio comum atribuídos a qualquer herdeiro acima do quinhão hereditário*.

Exemplo: José, viúvo, possui um patrimônio no valor de R$ 80.000,00. Ao falecer, José deixou dois fi lhos: Bianca e Victor. Na partilha dos bens, os herdeiros resolveram de comum acordo que Bianca fi caria com R$ 35.000,00 e Victor com R$ 45.000,00. Nesse caso, em razão da partilha desigual entre os herdeiros, Victor recebeu R$ 5.000,00 acima de seu quinhão, confi gurando, assim, uma doação de Bianca a Victor.

Essas situações equiparam-se à doação, porque uma das partes abre mão de parcela de seu quinhão ou meação graciosamente em favor de outrem. Cabe observar que se o meeiro ou herdeiro que fi cou com a maior parte repuser, em dinheiro ou bens, o excesso àquele que fi cou com a parte menor, fi ca caracterizado o caráter oneroso da transmissão, não se verifi cando a doação e não incidindo, portanto, o ITCMD. Essa compensação que o herdeiro mais favorecido dá aos demais herdeiros para igualar os quinhões chama-se torna.

3 Qualquer título que represente o capital de empresas, tais como: ações e quotas.

4 Dinheiro em espécie, depósitos em instituições fi nanceiras e aplicações fi nanceiras.

5 Bens incorpóreos*, tais como: título de crédito, direito decorrente de ação judicial e direito autoral.

6 Legítima dos herdeiros*, mesmo estando gravada. A legítima dos herdeiros* é a parcela do patrimônio reservada aos herdeiros necessários, não podendo o testador dela dispor a seu belprazer. Legítima gravada é a legítima sobre a qual incide encargos. Exemplo: imóvel herdado gravado com hipoteca.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Patrimônio do casal (100%)

50%Meação(viúvo)

Legítima(”de cujus”)

Disponível(”de cujus”)

25%

25%

7 A doação com encargos*, aquela em que o doador impõe ao donatário uma obrigação.

Exemplo: doação de um terreno em que o donatário recebe a incumbência de construir um templo.

2.5 Quando não é necessário recolher o ITCMD?

2.5.1 Casos sem incidência de ITCMD

Nos casos a seguir não ocorre a incidência do ITCMD, por expressa determinação legal, logo, não há tributação:

1 Na renúncia pura e simples de herança ou legado (renúncia de herança).

Exemplo: o herdeiro, não desejando receber sua parte na herança, resolve renunciar a ela, não indicando ninguém para receber seu quinhão hereditário.

HerançaO herdeiroH3 recusaa herança

H1 H2 H3

ITCMD ITCMD ITCMD

Nota 1: Confi gura doação se o herdeiro renunciante indicar outra pessoa para receber a sua parte. Nesse caso, o herdeiro aceita a herança e, logo a seguir, a transfere a outra pessoa.

Nota 2: Os herdeiros renunciantes não devem ser informados na Declaração do ITCMD, porque para eles não ocorre o fato gerador, não sendo, portanto, contribuintes do imposto.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Nota 3: Para ter validade, a renúncia deverá constar, expressamente, em escritura pública ou em termo nos autos do processo de inventário ou arrolamento e deverá abranger a totalidade do quinhão que seria recebido. Não existe renúncia parcial.

2 Sobre fruto ou rendimento do bem do espólio* recebidos após o falecimento do autor da herança ou legado.

Exemplo: aluguel recebido de uma casa pertencente ao falecido, antes da partilha; juros provenientes de aplicação fi nanceira.

3 Sobre a importância deixada ao testamenteiro, a título de prêmio ou de remuneração, até o limite legal.

Exemplo: pode o testador estabelecer um pagamento ao testamenteiro para que este faça cumprir as disposições contidas no testamento. Sobre este pagamento não incide o ITCMD.

Observação: Segundo entendimento da Consultoria Tributária, em resposta à Consulta nº 395/2004, o ITCMD não incide sobre os valores recebidos a título de seguro de vida contratado em vida pelo “de cujus” e tendo por benefi ciários seu cônjuge e fi lhos (artigo 794 do CC; CT nº 395/2004), inclusive de planos de previdência privada (PGBL ou VGBL).

2.5.2 Casos com isenção de ITCMD

Isenção é a dispensa do pagamento do imposto, necessariamente prevista em lei.

Os casos de isenções do ITCMD que estão previstos no artigo 6º da Lei nº 10.705/2000 são os seguintes:

2.5.2.1 Isenções na transmissão causa mortis

1 Quando a totalidade dos bens do falecido não ultrapassar 7.500 UFESPs*.

Importante: essa isenção aplica-se somente aos óbitos ocorridos entre 01/01/2001 e 31/12/2001.

Observação: O ITCMD é calculado sobre o patrimônio transmitido que exceder 7.500 UFESPs. Estará sujeito a alíquotas progressivas que variam conforme aumenta o montante transmitido.

Exemplo: Se o patrimônio total do falecido era 12.000 UFESPs, o ITCMD incidirá sobre o excedente de 4.500 UFESPs.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

2 Bem imóvel, cujo valor não ultrapasse 2.500 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “b” da Lei nº 10.705/2000.

O imóvel pode ser urbano ou rural, residencial ou comercial, devendo ser o único imóvel a ser transmitido e não deve ultrapassar o valor de 2.500 UFESPs.

A isenção aplica-se mesmo na existência de outros bens móveis*. Esse limite refere-se ao valor integral do imóvel na data da sucessão e não ao valor da fração transmitida aos herdeiros ou legatários.

Exemplo: Único imóvel transmitido cujo valor é de R$ 41.880,00. Óbito ocorrido em 2011. Valor da UFESP = R$ 17,45. Como na data da sucessão o imóvel valia 2.400 UFESPs (R$ 41.880,00/R$ 17,45), fi cou, portanto, isento.

3 Imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapasse 5.000 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “a” da Lei nº 10.705/2000.

Para se benefi ciar dessa isenção, é necessário que as seguintes condições sejam cumulativamente observadas:

• Valor do imóvel até 5.000 UFESPs. Esse limite refere-se ao valor inte-gral do imóvel na data da sucessão e não à parte transmitida aos her-deiros.

• Que os familiares benefi ciados (herdeiros) residam no imóvel na data da sucessão. Na hipótese de nem todos os herdeiros lá residirem, os benefi ciários da isenção serão somente aqueles que residiam no imó-vel na data do óbito.

• Que os familiares benefi ciados não sejam proprietários de outro imó-vel anteriormente à abertura da sucessão.

O interessado deverá apresentar declaração de cada benefi ciário, confi rmando que atende às condições legais de isenção, ou seja, que reside no imóvel objeto da isenção e que não possui outro imóvel.

Nota 1: A isenção não deixa de ser aplicada ao imóvel que satisfaça essas condições pelo fato de estarem sendo transmitidos no inventário* ou arrolamento outros imóveis ou móveis. Naturalmente, esses bens* serão tributados.

Nota 2: Na hipótese de existir mais de um imóvel com valor até 5.000 UFESPs, a isenção será aplicada somente ao imóvel que se caracteriza como o de residência da entidade familiar e que, obviamente, não ultrapasse o valor de 5.000 UFESPs.

Nota 3: São benefi ciários dessa isenção somente os herdeiros que estiverem morando no imóvel na data da abertura da sucessão. Assim, por exemplo, se um dos herdeiros constituiu família e não mais residia no imóvel naquela data, para ele não se aplica a isenção, o qual deverá recolher o imposto sobre o quinhão que lhe couber em relação ao imóvel.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Nota 4: O herdeiro que, embora resida no imóvel, é proprietário de outro imóvel, também não é benefi ciário da isenção, devendo recolher o imposto sobre o quinhão que lhe couber em relação ao imóvel.

Exemplo: Isidoro, casado com Antônia pelo regime da comunhão universal de bens, veio a falecer em 2012, deixando os fi lhos: Santelmo, Salustiano, Severina, Sofi a e Sueli.

O falecido deixou o seguinte patrimônio:

• Casa no valor de R$ 90.000,00 onde morava com sua mulher e com seus fi lhos Sofi a, Salustiano e Sueli;

• Apartamento no valor de R$ 184.400,00 onde morava seu fi lho Santelmo;

• Pequena casa de campo no valor de R$ 40.000,00.

Outras informações:

• Sueli possuía uma casa doada pelo seu avô.

• Sofi a e Salustiano não possuíam outro imóvel.

• Severina vivia com seu marido em casa própria.

• A viúva fi cou com a meação de todos os imóveis.

• Valor da UFESP em 2012: R$ 18,44.

Não há isenção para o apartamento, porque seu valor de 10.000 UFESPs está acima do limite de isenção e porque este imóvel não era a residência da entidade familiar.

Também não há isenção para a pequena casa de campo, porque, embora seu valor esteja abaixo de 2.500 UFESPs, este não é o único imóvel que está sendo transmitido.

Quanto à casa, sendo seu valor de 4.880 UFESPs, está dentro do limite isencional, porém a isenção abrange somente os fi lhos Sofi a e Salustiano, eis que estes atendem a todas as condições previstas no artigo 6º, inciso I, alínea “a” da Lei nº 10.705/2000.

4 Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos anteriormente, cujo valor total não ultrapasse 1.500 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “c” da Lei nº 10.705/2000.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

O somatório dos valores de todos esses bens não poderá ultrapassar o limite de 1.500 UFESPs. Somente é aplicável se houver, concomitantemente, a isenção na transmissão do imóvel no qual se encontram.

5 Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, cujo valor total não ultrapasse 1.000 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “d” da Lei nº 10.705/2000.

Esse limite abrange o conjunto dos saldos bancários, da poupança e das demais aplicações fi nanceiras deixadas pelo falecido, apurados na data da sucessão.

Exemplo: Pessoa faleceu em 2009 (UFESP = R$ 15,85), deixando, além de bens imóveis*, os seguintes bens, avaliados na data do óbito:

• depósito em conta corrente no banco “A”: R$ 3.500,00;

• depósito em conta corrente no banco “B”: R$ 2.000,00;

• depósito em poupança: R$ 8.500,00;

• aplicações fi nanceiras: R$ 5.000,00.

O somatório desses bens é R$ 19.000,00. Portanto, estando esse total acima de R$ 15.850,00 (limite de isenção em 2009), a totalidade desta quantia é tributada sem qualquer abatimento.

6 Também são isentos os seguintes valores – artigo 6º, inciso I, alínea “e”:

• quantia devida pelo empregador ao empregado;

• quantia devida por Institutos de Seguro Social e de Previdência, ofi ciais;

• quantia devida por Institutos de Seguro Social e de Previdência privados (inclui, por similaridade, os investimentos em previdência privada nas modalidades VGBL e PGBL);

• verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judi-cial em processo próprio;

• montante de contas individuais do FGTS;

• montante de contas individuais do Fundo de Participações PIS–PASEP.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Essas verbas são consideradas de caráter indenizatório, sendo, por essa razão, isentas do ITCMD, independentemente de seu valor.

7 Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor – artigo 6º, inciso I, alínea “f”.

Cabe lembrar que é no momento da instituição do usufruto*, quando for realizado a título gratuito e, portanto, tratar-se de doação*, que se deve analisar a possibilidade de aplicação da isenção prevista no inciso II do artigo 6º da Lei 10.705/2000.

IMÓVEL

Proprietário “A”

IMÓVEL

InstituiçãoUsufruto

Usufrutuário“B” - 1/3

Nu-proprietário“A” - 2/3

PagamentoITCMD

Isenção ITCMDExtinçãoUsufruto

Situação 1: Baltazar, viúvo, decide doar a seus dois fi lhos a casa onde mora, adquirida depois da viuvez. Comparece, então, ao Cartório de Notas e pede ao tabelião que lavre uma Escritura de Doação com Reserva de Usufruto referente ao imóvel. Ficou estabelecida a doação da casa aos fi lhos, sendo garantido a Baltazar o direito de morar na casa até seu falecimento (usufruto vitalício). Nesse caso, ocorre o fato gerador do ITCMD no momento da lavratura da escritura de doação. Quando o usufrutuário*

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

(Baltazar) falecer haverá a extinção do usufruto, com isenção do ITCMD. Nesse momento, os fi lhos deixam de ser os nus-proprietários, adquirindo a propriedade plena do imóvel.

Situação 2: Por meio de testamento, o pai determinou que, com relação à sua única casa, uma das fi lhas, Eduarda, fi caria com o usufruto vitalício e a outra fi lha, Serena, fi caria com a nua-propriedade. Em outras palavras, quando o pai morresse, Eduarda teria o direito de morar na casa. Somente quando Eduarda falecesse ou viesse a renunciar ao usufruto, Serena seria a proprietária plena do imóvel deixado pelo pai. Note que o pai doou a casa para Serena, mas para benefi ciar também a outra fi lha, instituiu o usufruto em favor de Eduarda.

Observe que na instituição do usufruto, o imóvel se desmembra em duas partes: a) o nu-proprietário (Serena) que detém a posse indireta; b) o usufrutuário (Eduarda) que detém a posse direta. Em outras palavras, o usufrutuário possui a coisa, mas não é dele; não é o proprietário; só pode usar e desfrutar da coisa.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (INVENTÁRIO/ARROLAMENTO)BASE LEGAL DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO

Art. 6, I, “a”

Imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor total não ultrapasse 5.000 UFESPs.

Nota 1: A isenção não deixa de ser aplicada ao imóvel que satisfaça essas condições pelo fato de estarem sen-do transmitidos no inventário ou arrolamento outros imóveis ou móveis. Naturalmente, esses bens serão tri-butados.

Nota 2: Na hipótese de existir mais de um imóvel com valor até 5.000 UFESPs, a isenção será aplicada somente ao imóvel que se caracterizar como o de residência da entidade familiar e que, obviamente, não ultrapassar o valor de 5.000 UFESPs.

Nota 3: São benefi ciários dessa isenção somente os herdeiros que estiverem morando no imóvel na data da abertura da sucessão. Assim, por exemplo, se um dos herdeiros constituiu família e não mais residia no imóvel nesta data, para ele não se aplica a isenção, o qual deve-rá recolher o imposto sobre o quinhão que lhe couber em relação ao imóvel.

Nota 4: O herdeiro que, embora resida no imóvel, é pro-prietário de outro imóvel, também não é benefi ciário da isenção, devendo recolher o imposto sobre o quinhão que lhe couber em relação ao imóvel.

1. Valor do imóvel não é superior a 5.000 UFESPs. Esse limite refere-se ao valor integral do imóvel na data do óbito, e não à parte transmitida aos herdeiros.

2. Os familiares benefi ciados (herdei-ros) residiam no imóvel na data do óbito. Na hipótese de nem todos os herdeiros residirem, os benefi ciários da isenção serão somente aqueles que residiam no imóvel na data do óbito.

3. Os familiares benefi ciados não são proprietários de outro imóvel ante-riormente à abertura da sucessão*.

O interessado deverá apresentar de-claração de cada benefi ciário confi r-mando que atende às condições legais de isenção, ou seja, que residia no imóvel objeto da isenção na data do óbito e que não possuía outro imóvel naquela data.

Art. 6, I, “b”

Único imóvel, urbano ou rural, cujo valor não ultrapasse 2.500 UFESPs.

Nota 1: A isenção não deixa de ser aplicada ao imóvel que satisfaça essa condição pelo fato de estarem sendo transmitidos no inventário ou arrolamento outros bens móveis.

Valor do imóvel não é superior a 2.500 UFESPs. Esse limite refere-se ao valor integral do imóvel na data do óbito, e não à parte transmitida aos herdeiros.

TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (INVENTÁRIO/ARROLAMENTO)BASE LEGAL DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO

Art. 6, I, “c”

Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, rou-pas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapasse 1.500 UFESPs.

O somatório dos valores de todos es-ses bens não poderá ultrapassar o limi-te de 1.500 UFESPs. O imóvel no qual se localizam os bens deve fazer jus a uma das isenção previstas nas alíneas “a” ou “b” acima.

Art. 6, I, “d”Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, cujo valor não ultrapasse 1.000 UFESPs.

Esse limite abrange o conjunto dos saldos bancários, da poupança e das demais aplicações fi nanceiras deixa-das pelo falecido, apurados na data do óbito.

Art. 6, I, “e”

a) Quantia devida pelo empregador ao empregado.

b) Quantia devida por Institutos de Seguro Social.

c) Quantia devida por Institutos de Previdência, ofi ciais ou privados.

d) Verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio.

e) Montante de contas individuais do FGTS.

f) Montante de contas individuais do PIS–PASEP.

Essas verbas são consideradas de ca-ráter indenizatório, sendo, por essa razão, isentas do ITCMD, independen-temente de seu valor.

Atenção! Essas quantias somente são isentas se NÃO forem recebidas em vida pelo titular.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Art. 6, I, “f”Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido seu instituidor.

2.5.2.2 Isenções na transmissão por doação

1 Quando o valor da doação não ultrapassar 2.500 UFESPs – artigo 6º, inciso II, alínea “a”.

Não importa se o bem objeto da doação é móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo.

Exemplo: Cesarino (doador) doa um pequeno rancho no valor de 1.900 UFESPs e um veículo no valor de 350 UFESPs ao sobrinho Juliano (donatário) que aceita e agradece tão generosa oferta.

Veja que o total dos bens soma 2.250 UFESPs, portanto essa doação é isenta do ITCMD, pois não atinge o limite de 2.500 UFESPs.

Ocorrendo doações sucessivas entre determinado doador e donatário, dentro do mesmo ano civil, deve ser considerada a soma de todas as parcelas para efeito da apuração do limite de isenção. Caso a soma ultrapasse o limite de 2.500 UFESPs, o imposto será exigido pelo total das doações. Deverá ser elaborada uma Declaração de Doação para cada uma das doações para que o sistema verifi que o atingimento do limite isencional e, em sendo o caso, emita a GARE-ITCMD.

Exemplo 1: Durante o ano de 2010, Otacílio fez diversas doações a seu único fi lho, totalizando R$ 40.000,00 (Valor da UFESP em 2010 = R$ 16,42. Limite de isenção = R$ 41.050,00). Note que nesse caso, essas doações são isentas, eis que não atingem o limite de 2.500 UFESPs.

Para efeito da aplicação desse limite de isenção deve ser observada a relação doador × donatário, ou seja, um donatário para cada doador. A exceção a esta regra ocorre quando a doação é realizada por casal cujo patrimônio obedece aos regimes de comunhão total ou parcial de bens. Nestes casos, o casal é considerado um único doador (vide Decisão Normativa CAT nº 04/2016).

Exemplo 2: Doador A doa aos donatários B e C uma quantia em dinheiro no valor de 4.000 UFESPs. Temos então duas doações: de A para B no valor de 2.000 UFESPs e de A para C também no valor de 2.000 UFESPs; portanto as duas doações são isentas.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

2.500 UFESPs

2.000 UFESPs

2.000 UFESPs

4.000 UFESPs

ITCMD

ITCMD

Doador Donatário

Donatários

Doador

ITCMD

Exemplo 3: Doador A doa aos donatários X, Y e Z uma quantia de 6.500 UFESPs, assim distribuídos: para X, 1.500 UFESPs, para Y, 3.000 UFESPs e para Z, 2.000 UFESPs.

1.500 UFESPs

3.000 UFESPs

2.000 UFESPs

6.500 UFESPs

ITCMD

Donatários

Doador ITCMD

ITCMD

X

Y

Z

Note que as doações feitas a X e Z são isentas, porque estão abaixo do limite de isenção de 2.500 UFESPs. No entanto, a doação feita a Y é tributada, porque o valor supera 2.500 UFESPs.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Atenção! Não se confunde a isenção na transmissão por doação, em que o valor não pode ultrapassar 2.500 UFESPs, com a isenção causa mortis de um único imóvel cujo valor total não pode ultrapassar 2.500 UFESPs. No caso da doação, o valor observado é o recebido pelo donatário e não o valor do imóvel.

2 Doação de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular – artigo 6º, inciso II, alínea “b”.

Exemplo: Em parceria com o governo federal no Programa Minha Casa, Minha Vida, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais doou uma gleba de terras de sua propriedade, localizada em Caçapava, no valor de 150.000 UFESPs para construção de um conjunto habitacional vinculado ao referido programa federal. Trata-se, assim, de doação isenta, independentemente do seu valor, em razão da vinculação a um programa de habitação popular.

3 Bem imóvel doado por particular para o Poder Público – artigo 6º, inciso II, alínea “c”.

Exemplo: Imobiliária bem sucedida resolve doar um de seus terrenos à Prefeitura para construção de um Pronto Socorro Municipal.

2.5.2.3 Isenções em ambas as transmissões (causa mortis ou por doação)

São isentas as transmissões causa mortis* e sobre doação de quaisquer bens ou direitos a entidades cujos objetivos sociais sejam vinculados à promoção dos direitos humanos e da cultura ou à preservação do meio ambiente, observado o seguinte:

• O reconhecimento dessa condição deverá ser feito, de forma cumula-tiva, pela Secretaria da Fazenda e, conforme a natureza da entidade, pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, pela Secretaria da Cultura ou pela Secretaria do Meio Ambiente, de acordo com disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo.

• O Ofício Circular DEAT nº 07/2013 divulga a Resolução SJDC nº 53, de 11/10/2012, que regulamenta o procedimento para obtenção do Certi-fi cado de Reconhecimento de Entidade Promotora de Direitos Huma-nos, com a fi nalidade do reconhecimento de isenção do ITCMD.

• Essas entidades não podem ter fi ns lucrativos.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

DoadorDonatárioEntidades semfins lucrativos

ITCMD

ImóvelDinheiroVeículoDireitos autoraisOutros bensOutros direitos

Transmissão causa mortisou por doação

Quadro resumo das isenções:

TRANSMISSÃO ISENÇÃO

CAUSA MORTIS

Total dos bens do “de cujus” não superior a 7.500 UFESPs (somente para óbitos ocorridos durante o ano de 2001). Aplica-se ainda que o patrimônio transmitido supere este valor, mas somente sobre o excedente.Único imóvel transmitido, cujo valor não ultrapasse 2.500 UFESPs.Imóvel cujo valor não ultrapasse 5.000 UFESPs onde residam os familiares benefi ciados e que não possuam outro imóvel.Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, apa-relho de uso doméstico e demais bens móveis* de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos anteriormente, cujo valor to-tal não ultrapasse 1.500 UFESPs.Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, cujo valor total não ultrapasse 1.000 UFESPs.Quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência ofi ciais ou privados, verbas e pres-tações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do FGTS e do Fundo de Participações PIS–PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular.

Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor.

DOAÇÃO

Valor não ultrapasse 2.500 UFESPs. Não se aplica se a doação su-perar este valor (tributa-se o total da doação).Bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular.Bem imóvel doado por particular para o Poder Público.

CAUSA MORTIS OU DOAÇÃO Quaisquer bens ou direitos transmitidos a entidades sociais que promovam os direitos humanos, a cultura e a preservação do meio ambiente, mediante reconhecimento administrativo.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

2.5.3 Imunidades no ITCMD

As imunidades previstas no artigo 150 da Constituição Federal só existem para impostos, mas não podemos esquecer que existem imunidades espalhadas na Constituição em relação às taxas e contribuições especiais.

Ressalta-se que para fazer jus à imunidade é necessário que as entidades postulantes ao reconhecimento formal preencham os requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional.

1 Transferência de bens ou direitos ao patrimônio:

• da União;

• dos estados e do Distrito Federal;

• dos Municípios.

Observação: Esses casos de imunidade dispensam o reconhecimento formal da Secretaria da Fazenda.

2 Transferência de bens ou direitos ao patrimônio:

• de Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

• de templos de qualquer culto;

• dos partidos políticos, inclusive suas fundações;

• das entidades sindicais dos trabalhadores;

• das instituições de educação;

• das instituições de assistência social, sem fi ns lucrativos (artigo 4º do Decreto nº 46.655/2002).

Observação: Essas imunidades referem-se apenas aos bens doados que estejam vinculados às fi nalidades essenciais dessas entidades.

Atenção! Os casos de imunidade desse segundo grupo requerem o reconhecimento formal da Secretaria da Fazenda, mediante a expedição de documento denominado “Declaração de Isenção do ITCMD”.

Para obter o reconhecimento da isenção, o interessado deverá protocolizar requerimento, seguindo as instruções contidas no Guia do Usuário.

2.6 Quem são os contribuintes do ITCMD?

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Entende-se por contribuinte do ITCMD a pessoa que deve pagar o imposto nas situações em que a lei determinar.

Regra geral: contribuintes do ITCMD são aqueles que recebem herança, legado ou doação. A Lei 10.705/00 escolheu listar casos específi cos de doação entre o rol dos contribuintes: o fi duciário e o cessionário a título não oneroso.

Há, no entanto, uma exceção. É o caso do donatário que não reside e nem é domiciliado no Estado de São Paulo. Nesse caso, o contribuinte é o doador.

O artigo 7º da Lei nº 10.705/2000 enumera os contribuintes do ITCMD:

I – Na transmissão causa mortis: o herdeiro ou legatário

II – Na doação: o donatário

Bem doado

Doador Donatário

ITCMD

Importante – Se o donatário não residir nem for domiciliado no estado de São Paulo, o contribuinte será o doador.

III – Na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

H1

Contribuinte

Cessionáriode

herança

Cedentede

herança

H2 H3 H4

IV – No fi deicomisso: o fi duciário

Para entender a instituição do fi deicomisso*, analise a seguinte situação hipotética:

João, mediante testamento, deixa sua casa de praia para o primogênito de sua sobrinha, Joana. Ocorre que Joana é menor de idade e, enquanto o fi lho dela não vem, João designa seu irmão, Joaquim, para cuidar da casa.

Quando o fi lho de Joana nascer, Joaquim deverá transferir a propriedade ao nascituro.

Vamos identifi car os elementos desse ato jurídico:

• João é o testador ou fi deicomitente*.

• Joaquim é o fi duciário* (recebe a incumbência de cuidar da casa e transferi-la ao fi lho de Joana quando ele nascer).

• O fi lho que vai nascer é o fi deicomissário* (aquele que efetivamente vai ser o dono da casa).

• O objeto (a casa de praia) é o fi deicometido*.

Veja que no fi deicomisso*, o testador (João) confi a que o fi duciário (Joaquim) vai cuidar da casa e transferi-la oportunamente ao primogênito de Joana.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Casa

Testador - Fideicomitente(João)

Incide ITCMD ITCMD

Herdeiro Fiduciário(Contribuinte)(Joaquim)

HerdeiroFideicomissário(Primogênito)

Casa

É importante notar que nessa modalidade de transmissão causa mortis, o contribuinte do ITCMD é o herdeiro fi duciário e não aquele a quem é destinado o bem (fi deicomissário).

Atenção! Muitas vezes o pagamento do imposto é feito em nome do inventariante*. Mesmo que o recolhimento esteja correto, esse procedimento é irregular, pois o inventariante somente será contribuinte do ITCMD se também for herdeiro ou legatário.

2.7 Quem é o Responsável Tributário?

Como regra geral, o contribuinte das diversas modalidades apresentadas no capítulo anterior tem a obrigação de recolher o ITCMD. No entanto, há situações em que a legislação tributária atribui a um terceiro a responsabilidade pelo pagamento do imposto, por impossibilidade de cobrar diretamente do contribuinte.

Responsável tributário é um terceiro que, sem ligação direta com o fato gerador do imposto, fi ca sujeito ao cumprimento da obrigação de pagar o tributo em decorrência de disposição expressa em lei. Portanto, a fi gura do responsável tributário vem enumerada na lei do tributo.

Dessa forma, a lei do ITCMD determina que, na impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação de pagar o imposto pelo contribuinte, respondem solidariamente com o contribuinte, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, as seguintes pessoas ou entidades:

1 O tabelião, o escrivão e os demais serventuários de ofício, em relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Contribuinte

Tabelião Serventuáriosde ofício

Na impossibilidadede exigir o ITCMDdo contribuinte

Escrivão

ITCMD

Responsáveis tributários }A Lei Federal nº 13.105/2015, CPC, combinado com o Provimento CGJ

nº 37/2016, possibilita a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual nos Cartórios de Notas (Escritura Pública), desde que atendidas às condições legais, quais sejam: se não houver fi lhos menores ou incapazes e se todos forem concordes.

O Decreto Estadual nº 56.693, de 28/01/2011, transferiu aos cartórios do estado de São Paulo a atribuição de verifi car os valores devidos do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) realizados por meio de escrituras públicas. A medida permite que o processo de partilha se realize sem a necessidade de prévia concordância do fi sco ou do comparecimento do contribuinte a um Posto Fiscal para verifi cação de documentos e emissão de Certidão de Regularidade do imposto. Assim, os procedimentos de verifi cação do ITCMD e da lavratura de escritura serão realizados em uma única etapa pelo tabelionato. Na hipótese de escritura pública lavrada por tabelião localizado em outro estado ou no Distrito Federal, o contribuinte deve apresentar a declaração instruída com os elementos necessários à apuração do imposto ao Posto Fiscal indicado na disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

Dessa forma, a responsabilidade tributária dessas pessoas tornou-se mais efetiva a partir de 05/03/2011, com a publicação da Portaria CAT nº 29/2011 que transferiu ao tabelião do estado a responsabilidade de certifi car-se de que foi efetuado o recolhimento do imposto devido, mediante análise dos documentos previstos na legislação.

2 A empresa, a instituição fi nanceira e bancária e todo aquele a quem couber a responsabilidade do registro ou prática de ato que implique a transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Contribuinte

Na impossibilidadede exigir o ITCMDdo contribuinte

Empresa aquem caiba

Instituiçãofinanceira/bancária aquem caiba

O registro ou práticade ato que implique

a transmissão de bemmóvel/imóvel e respectivo

direito ou ação

Qualquerpessoa a

quem caiba}ITCMD

Responsáveis tributários

3 O doador, o cedente* de bem ou direito e o donatário que não residir nem for domiciliado neste estado.

Contribuintes

Donatário

Donatário

Doaçãode bens

Cessãode

direitos

Doador

ITC

MD

Doador

Cessionário

Responsáveis tributários

}Cedente

Outras hipóteses de responsabilidade tributária:

4 Qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua posse.

5 Os pais são responsáveis pelo pagamento do imposto devido pelos seus fi lhos menores.

6 Os tutores e curadores são responsáveis pelo pagamento devido pelos seus tutelados ou curatelados.

7 Os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido pelos administrados.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

8 O inventariante é responsável pelo imposto devido pelo espólio*.

Observação: Em todas essas hipóteses, a responsabilidade é solidária, não comportando benefício de ordem, isto é, o imposto tanto pode ser exigido do contribuinte originário quanto do responsável tributário, a critério da autoridade competente.

3 Como receber o usuário

Agora que você já conhece os conceitos iniciais do ITCMD, poderá então entender a importância da qualidade no atendimento ao cidadão.

No caso do ITCMD, o atendimento ao usuário começa com a recepção e conferência dos documentos previstos na legislação. A recepção é o início do processo de atendimento. É nesse momento que surge a necessidade de acolher o usuário, prestando um atendimento de qualidade e que evite entraves às equipes de retaguarda.

A qualidade no atendimento ao cidadão visa diminuir casos de:

• aumento do tempo consumido com a análise de documentação;

• retorno do usuário ao Posto Fiscal;

• aumento de fi las;

• perda de tempo com o mesmo tipo de serviço.

Na sequência, apresentaremos alguns casos situacionais envolvendo os pontos acima; realizaremos uma análise a respeito deles e, por fi m, abordaremos as possíveis soluções.

3.1 Caso situacional 1

Mário precisa preencher a declaração de ITCMD – Doação no sistema da Secretaria da Fazenda, porém não sabe como fazer tal procedimento. Mário se dirige até o Posto Fiscal com uma cópia integral do processo, contendo cerca de 300 folhas, e solicita que Miriam, atendente do Posto Fiscal, separe os documentos relacionados no anexo VIII da portaria CAT nº 15/2003 e preencha o formulário no sistema. Miriam inicia a separação dos documentos, demorando mais tempo do que o previsto no atendimento de Mário. A atitude de Miriam gera aumento das fi las no Posto Fiscal.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

3.1.1 Problemas levantados

Diante dessa situação temos alguns entraves:

• usuário despreparado na utilização do sistema da Secretaria da Fazenda;

• atendente executando procedimento que não é da sua competência;

• aumento de fi las no Posto Fiscal.

3.1.2 Soluções

A legislação estipula as obrigações do interessado (o usuário) e dos fazendários (os atendentes) nos casos de análise de expedientes (documentação) de ITCMD.

Quando Miriam aceitou realizar a separação dos documentos, estava evitando que Mário aprendesse a fazê-lo. Além disso, acabou sobrecarregando a equipe com um serviço que não era da sua responsabilidade.

Não é correto realizar tarefas que a legislação atribui aos usuários, como emitir declarações ou separar os documentos. A obrigação de Miriam é conferir os documentos e orientar Mário como obtê-los, mas não fazer por ele.

Importante!

Lembre-se de que, quando os usuários são orientados como realizar os procedimentos que são da sua responsabilidade, os erros diminuem, o tempo com o atendimento é reduzido e a tramitação do expediente é mais rápida.

Miriam deve orientar Mário para que ele mesmo preencha a declaração de ITCMD utilizando o portal da Secretaria da Fazenda.

Miriam também deve solicitar gentilmente que Mário faça a separação dos documentos. Nesse caso, ela pode:

• entregar para Mário uma cópia do anexo VIII da Portaria CAT nº 15/2003; ou

• orientar Mário a buscar a relação de documentos do anexo VIII da Por-taria CAT nº 15/2003 através do Guia do Usuário.

Depois, Mário deverá entregar os documentos um a um, na ordem prevista na portaria, e Miriam deve verifi car a compatibilidade entre as informações constantes nos documentos e o que Mário informou na Declaração de ITCMD.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Procure sempre estabelecer um contato amigável com o usuário, de forma que ele perceba que a participação dele é muito importante. Quanto mais instruções ele receber, menos problemas terão os expedientes por ele apresentados futuramente e, consequentemente, a equipe terá mais tempo para os assuntos ligados à legalidade da transmissão e à arrecadação do imposto.

Bom atendimento é o resolutivo, o efi caz, realizado com bom senso, que se prende essencialmente ao que se prevê na legislação e que seja necessário à certifi cação da veracidade das informações prestadas pelo usuário, ocorrendo a correta atribuição do valor da base de cálculo do ITCMD.

3.2 Caso situacional 2

Num determinado Posto Fiscal, Miriam e Ângela, atendentes, recebem expedientes de ITCMD. Cada uma organiza os expedientes na sequência que acha mais adequada. Miriam coloca a Declaração de ITCMD no início, Ângela ao fi nal. A equipe de retaguarda reclama que os expedientes não respeitam a mesma ordem, ocorrendo inclusive ausência de alguns documentos.

3.2.1 Problemas levantados

• demora na execução das atividades da equipe de retaguarda;

• inconsistência de dados e/ou documentos.

A legislação do ITCMD não determina expressamente que os expedientes sejam montados na mesma sequência em que aparecem nos anexos da Portaria CAT nº 15/2003. Contudo, além de facilitar a recepção, a montagem na mesma sequência simplifi ca a conferência e a localização de documentos posteriormente.

Importante!

Precisamos ter em mente que trabalhamos com um grande volume de documentos e informações. Quanto maior a organização, menor será o tempo despendido e melhor será a qualidade do nosso trabalho.

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

3.2.2 Soluções

Para que a situação mencionada não se repita, Miriam e Ângela devem ter em mãos uma cópia da legislação que relaciona todos os documentos que o usuário deverá apresentar à Secretaria da Fazenda. Dessa forma, os documentos devem ser solicitados na mesma sequência, permitindo à equipe de retaguarda a rápida localização das informações necessárias.

Conforme os documentos forem solicitados, as informações prestadas pelo usuário devem ser verifi cadas. Recomenda-se que sejam realizadas pequenas anotações, a lápis ou com a caneta marcatexto, que permitam chamar atenção para detalhes que forem sendo observados no primeiro contato com esses documentos.

Sempre que possível, quando constatados erros ou ausência de documentos essenciais à verifi cação fi scal previstos na legislação, o usuário deverá ser orientado a corrigir os erros e/ou complementar a documentação.

Importante!

Direito de petição: Observe-se aqui que não se trata de desrespeito ao direito constitucional de petição: havendo erros e/ou ausência de documentos, o atendente não está impedido de sugerir ao usuário o caminho correto a percorrer, utilizando-se, inclusive de instrumentos fornecidos pela própria Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, como o Guia do Usuário. Trata-se da possibilidade de que seja evitado o trabalho desnecessário e, ainda, que seja frustrada a própria expectativa do usuário em ter sua solicitação atendida prontamente. Ressalve-se,

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

contudo, que o direito de petição deverá ser respeitado. Se mesmo ciente dos transtornos o usuário optar por protocolar o pedido com erros, ele deverá ter sua solicitação atendida e o expediente deverá ser tratado como sugere o Manual do Atendente.

Saiba mais

Você pode consultar os anexos da Portaria CAT nº 15/2003, com a lista da documentação necessária para cada caso, conforme o caminho abaixo:

Acessar o endereço do Portal da Secretaria da Fazenda de São Paulo, disponível em: http://www.fazenda.sp.gov.br

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Módulo 1 – Introdução ao ITCMD

Você também pode consultar a página “Respostas Publicadas”, que podem ser úteis caso haja dúvidas, verifi cando como casos similares foram resolvidos pela Consultoria Tributária:

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

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Módulo 2

Legislaçõese cálculos

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1 Vigência e aplicação das normas

Antes da edição da Lei nº 10.705/2000 que rege o atual ITCMD, qual lei tratava do imposto sobre herança e doação*?

1 Até a Constituição de 1988, o imposto sobre a transmissão causa mortis e o imposto de transmissão “inter vivos” de quaisquer bens pertenciam aos estados. A partir da Constituição vigente, houve uma bipartição da competência, a saber:

• a transmissão causa mortis e a transmissão inter vivos, não onerosa (doação), de bens móveis ou imóveis passou a pertencer aos estados;

• a transmissão inter vivos onerosa (doação onerosa*), de bens imóveis* passou à competência dos Municípios.

2 Em 30/12/1966, o estado de São Paulo publicou a Lei nº 9.591/1966 que dispunha sobre a transmissão de bens imóveis e direitos a eles relativos (antigo Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e Direitos a eles Relativos – ITBI).

Embora a Carta Magna permitisse aos estados a cobrança de imposto na transmissão causa mortis e na doação de bens móveis e imóveis, o estado de São Paulo não alterou a sua lei para ampliar o campo de incidência do imposto permitida pela Constituição.

Assim, até 31/12/2000, vigorou a Lei nº 9.591/1966, naquilo que não contrariasse a Constituição, ou seja, São Paulo somente podia exigir o imposto na transmissão causa mortis e na doação de bem imóvel.

3 De 01/01/2001 a 31/12/2001, vigorou a Lei nº 10.705/2000, na sua redação original, que disciplinava a transmissão de bens imóveis e móveis.

4 A partir de 01/01/2002 passou a vigorar a Lei nº 10.705/2000 com as alterações da Lei nº 10.992/2001. As principais alterações introduzidas pela lei de 2001 foram no campo das isenções e da alíquota.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Na lei original havia apenas uma faixa de isenção para a totalidade dos bens não superior a 7.500 UFESPs*, para transmissão causa mortis, sendo que as alíquotas eram progressivas. A lei nova criou diversas faixas de isenção e a alíquota única para o imposto.

No tocante à vigência e à aplicação das normas relativas ao ITCMD, vigoram as seguintes regras:

Para fi ns de tributação, será aplicável a lei vigente à época do fato gerador. Portanto, para saber qual lei será aplicada no caso concreto é preciso identifi car a data do óbito ou a data da doação.

Embora revogadas pelo novo diploma legal, as transmissões causa mortis e doação de bens imóveis ocorridas até 31/12/2000 são regidas pela lei revogada, sendo irrelevante a data de ajuizamento da ação de inventário ou de separação.

Acompanhe as seguintes situações:

Em dado processo de separação, o único imóvel existente fi cou com a mulher, sendo a sentença proferida em março de 1995. Portanto, para essa doação aplica-se o que dispõe a Lei nº 9.591/1966.

Para um determinado óbito ocorrido em 1998 deve ser aplicada a Lei nº 9.591/1966, mesmo que o processo de inventário tenha se iniciado em 2003.

Lei n.º 9.591/66

ITBI sobre imóveis

31/12/2000 01/01/2001

Lei n.º 10.705/2000

ITCMD sobremóveis e imóveis

1.1 Legislação referente ao ITCMD

• Constituição Federal de 1988 – artigo 155, inciso I: atribui compe-tência para que os estados instituam o imposto relativamente a bens imóveis* e respectivos direitos situados no estado, bem como o rela-tivo a bens móveis*, títulos e créditos no estado onde se processar o inventário ou arrolamento*, ou tiver domicílio o doador.

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

• Lei Estadual nº 10.705/2000: institui o ITCMD no estado de São Paulo.

• Decreto Estadual nº 45.837/2001: regulamenta a Lei nº 10.705/2000.

• Lei Estadual nº 10.992/2001: introduz alterações na Lei nº 10.705/2000. Assim, a partir de 01/01/2002, a Lei nº 10.705/2000 passou a vigorar com as alterações introduzidas pela Lei nº 10.992/2001, 21/12/2001.

• Decreto Estadual nº 46.655/2002, de 01/04/2002: regulamenta a Lei nº 10.705/2000 com as alterações da Lei nº 10.992/2001.

• Portaria CAT nº 15/2003, de 06/02/2003: trata das obrigações acessó-rias e dos procedimentos administrativos relativos ao ITCMD, com al-terações da Portaria CAT nº 29, de 04/03/2011.

2 Em quais situações o ITCMD deve ser reco-lhido ao estado de São Paulo?

2.1 Regras básicas

1 Transmissão de bem imóvel, localizado no estado de São Paulo. Não importa:

• se a transmissão é por sucessão ou por doação;

• o local do domicílio do doador, do herdeiro ou do legatário;

• o local de residência do “de cujus”;

• o local em que corre o inventário.

Exemplo:

BEM LOCALIZAÇÃOLOCAL DO

INVENTÁRIODOMICÍLIOHERDEIRO

ITCMDPERTENCE A

Casa Campinas Sorocaba Sorocaba São PauloApartamento Taubaté Brasília Santos São PauloTerreno Bauru Curitiba Goiânia São Paulo

Observe que na transmissão de bem imóvel, prevalece o local de situação do bem para efeito de recolhimento do imposto.

2 Transmissão, por sucessão, de qualquer bem móvel ou direito, com inventário ou arrolamento processado no estado de São Paulo. Não importa:

• o domicílio do herdeiro ou do legatário;

• o local de residência do “de cujus”;

• a localização dos bens móveis;

• o local em que foi feita a transferência ou a liquidação do bem in-corpóreo.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Exemplo:

BEM LOCALIZAÇÃOLOCAL DO

INVENTÁRIODOMICÍLIOHERDEIRO

ITCMDPERTENCE A

Automóvel Florianópolis S. J. Campos Taubaté São Paulo

Dinheiro Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro São Paulo

Ações Porto Alegre Santos Maringá São Paulo

3 Transmissão, por doação, de qualquer bem móvel ou direito, sendo o doador domiciliado no estado de São Paulo. Não importa:

• o domicílio do donatário*;

• a localização dos bens móveis;

• o local em que foi feita a transferência ou a liquidação do bem incorpóreo.

Exemplo:

BEM LOCALIZAÇÃODOMICÍLIODOADOR

DOMICÍLIODONATÁRIO

ITCMDPERTENCE A

Automóvel Florianópolis S. J. Campos Taubaté São Paulo

Dinheiro Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro São Paulo

Ações Porto Alegre Santos Maringá São Paulo

Se a doação ocorrer no bojo do inventário*, aplica-se a regra de competência do local em que corre o inventário.

2.2 Regras suplementares

Estas regras são aplicadas quando o doador tiver domicílio ou resi-dência no exterior ou quando o “de cujus” possuía bem, era residen-te ou teve o inventário processado fora do país.

• 1 – Transmissão “causa mortis” ou doação de bem corpóreo (possuem existência física)

• O imposto será devido ao estado de São Paulo se;

• a) O bem encontrar-se no território do estado;

• b) O bem encontrar-se no exterior e o recebedor for domiciliado neste estado.

• 2 – Transmissão “causa mortis” ou doação de bem incorpóreo (pos-suem existência abstrata, tais como direitos autorais e outros)

• O imposto será devido ao estado de São Paulo se;

• a) O ato de transferência do bem realizar-se no território do estado;

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

• b) O ato de transferência do bem realizar-se no exterior e o recebedor for domiciliado neste estado.

• Obs: Os bens imóveis situados no Brasil sempre serão tributados no estado (ou DF) onde se encontrarem por expressa disposição constitu-cional.

2.3 Tabela prática para determinação do estado ao qual pertence o ITCMD

TRANSMISSÃOPor doação Causa mortis

Bem corpóreo Bem incorpóreoBem imóvel no

BrasilBem corpóreo Bem incorpóreo

Bem imóvel no Brasil

1Estado de domicí-lio do doador

Estado de domicí-lio do doador

Estado onde se localiza o imóvel

Estado onde se processa o inven-tário

Estado onde se processa o inven-tário

Estado onde se localiza o imóvel

2Estado onde localiza o bem

Estado onde se deu a transferên-cia ou liquidação do bem

Estado onde se localiza o bem

Estado onde se deu a transferên-cia ou liquidação do bem

3Estado de domicí-lio do donatário

Estado de domicí-lio do donatário

Estado de domicí-lio do herdeiro ou do legatário

Estado de domicí-lio do herdeiro ou do legatário

* Interpretação conforme lei paulista 10.705/00.

2.4 Explicação sobre o uso da tabela

1 As colunas “Bem imóvel no Brasil” mostram que na transmissão por doação ou causa mortis de qualquer bem imóvel localizado no Brasil, o ITCMD pertence ao estado de localização do bem.

Veja esta situação: um terreno localizado no estado de São Paulo, doador domiciliado no Paraná, donatário domiciliado na Bahia. Neste caso o ITCMD é devido a São Paulo, pois é nesse estado que está situado o bem imóvel.

Em outra situação um inventário corre no estado do Ceará, o imóvel localiza-se em São Paulo, os herdeiros têm domicílio no Paraná. Nesse caso o ITCMD também é devido a São Paulo, pois é nesse estado que está situado o bem imóvel.

2 Para identifi car o estado ao qual pertence o ITCMD na transmissão de outros tipos de bens (corpóreos ou incorpóreos), devemos observar a sequência seguinte:

• identifi car se a transmissão é por doação ou causa mortis”;

• verifi car se o bem é corpóreo ou incorpóreo;

• verifi car, em seguida, em qual das linhas (1, 2 ou 3) ocorre a coincidên-cia da informação.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

O ITCMD será devido ao Estado correspondente à primeira linha em que houver a coincidência da informação, mesmo que haja coincidência da informação nas outras linhas.

Temos a seguinte situação: transmissão por doação de veículo registrado na Bahia, sendo o doador domiciliado no Ceará e o donatário domiciliado em São Paulo.

Analisando, temos então:

• a transmissão é por doação;

• o bem transmitido é corpóreo.

Portanto, devemos pesquisar as linhas da 1ª coluna à esquerda da tabela:

• 1ª linha: Estado de domicílio do doador = Ceará (1ª coincidência);

• 2ª linha: Estado onde se localiza o bem = Bahia;

• 3ª linha: Estado de domicílio do donatário = São Paulo.

Por doaçãoBem corpóreo

1Estado de domicílio do doador

2Estado onde localiza o bem

3Estado de domicílio do donatário

Dessa análise, concluímos que o ITCMD dessa transmissão pertence ao estado do Ceará, pois a coincidência da informação ocorre logo na 1ª linha.

As coincidências que porventura ocorrerem nas demais linhas serão desprezadas.

Já nesta situação temos um doador domiciliado na Espanha, terreno localizado na Itália, donatário domiciliado em São Paulo.

Analisando, temos então:

• transmissão por doação;

• bem corpóreo.

Pesquisando as linhas da 1ª coluna à esquerda, obtemos:

• 1ª linha: Estado de domicílio do doador = Espanha (fora do país);

• 2ª linha: Estado onde se localiza o bem = Itália (fora do país);

• 3ª linha: Estado de domicílio do donatário = São Paulo (coincidência).

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

Por doação

Bem corpóreo

1Estado de domicílio do doador

2Estado onde localiza o bem

3Estado de domicílio do donatário

Logo, o ITCMD dessa doação é devido ao estado de São Paulo.

2.5 Penalidades previstas na legislação do ITCMD antes da lavratura de AIIM

Essas penalidades têm caráter regulamentar (não moratórias) e são aplicadas por falta de abertura do inventário ou arrolamento no prazo determinado pela lei.

Os acréscimos legais (juros moratórios e multa moratória) por atraso no pagamento do imposto foram vistos no tópico sobre recolhimento.

A lei do ITCMD concede um prazo de 60 dias para a protocolização do inventário ou arrolamento no Fórum, sem penalização.

Esgotado esse prazo, o contribuinte estará sujeito às seguintes penalidades:

DATA DA PROTOCOLIZAÇÃO PENALIDADE

Menor ou igual a 60 dias entre a data do óbito e a da protocolização

Não há

Maior que 60 dias e menor ou igual a 180 dias en-tre a data do óbito e a da protocolização

10% do valor do imposto

Maior que 180 dias entre a data do óbito e a da protocolização

20% do valor do imposto

Até 60 diasSem multa

Entre 60 e 180 diasMulta = 10% ITCMD

Depois de 180 diasMulta = 20% ITCMD

Óbito

0 60 dias 180 dias

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Acompanhe a seguinte situação: Josiel faleceu em no dia 10 de abril de 2009. A família, desnorteada com o evento, demorou algum tempo para providenciar a abertura do processo de inventário, o que aconteceu somente em 20 de julho do mesmo ano.

Qual a penalidade a ser recolhida pelos herdeiros por atraso na protocolização do inventário?

Analisando: Os sucessores de Josiel deverão pagar multa de 10% sobre o valor do imposto devido porque a protocolização no Fórum ocorreu antes de 180 dias da data da abertura da sucessão, mas depois de 60 dias.

3 Como calcular o ITCMD

3.1 Base de cálculo do ITCMD – Regra Geral

A Base de Cálculo é uma grandeza econômica sobre a qual se aplica uma alíquota para se determinar o valor do imposto.

Exemplo: IPTU = (valor venal do imóvel) × (alíquota)

IPTU = (R$ 300.000,00) × (0,25%) = R$ 750,00

A base de cálculo do ITCMD é:

I – Na transmissão causa mortis:

Valor venal do bem ou direito transmitido aferido na data do falecimento.

II – Na doação:

Valor venal do bem ou direito transmitido aferido na data da doação*.

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

O Valor Venal é o valor de mercado, isto é, o valor pelo qual o bem ou direito seria vendido em circunstâncias normais.

BASE DE CÁLCULO = VALOR VENAL = VALOR DE MERCADO

3.1.1 Fontes de pesquisa para a Base de Cálculo

Veremos abaixo os principais documentos a serem pesquisados para obtenção do valor da base de cálculo do ITCMD:

Imóvel urbano pronto: valor não inferior ao que consta do carnê de IPTU do ano do óbito. Esse valor é piso, devendo ser pesquisadas outras fontes quando disponíveis, tais como: contrato de venda e compra, matrícula do imóvel etc.

Imóvel urbano em construção: Valor pago pelo “de cujus” até a data do óbito.

Imóvel localizado em municípios que divulguem valor venal de referência para cobrança do ITBI: valor venal de referência divulgado para este fi m.

Para imóveis localizados no município de São Paulo, tendo em mãos o número do cadastro do imóvel da Prefeitura e a data do fato gerador, consultar o valor venal de referência, diretamente no site www3.prefeitura.sp.gov.br/tvm. Essa consulta é válida apenas para óbitos/doações a partir de 01/01/2005. Para fatos geradores anteriores a essa data, deve-se utilizar o valor venal do IPTU.

Imóvel rural: valor não inferior ao que consta da Declaração do ITR do ano do óbito. Assim como no caso de IPTU para imóvel urbano, esse valor é piso.

Tratando-se de imóvel rural em que o valor constante na Declaração do ITR seja manifestamente inferior ao valor de mercado, a legislação permite que o valor médio da terra nua e benfeitorias divulgado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo possa ser utilizado para a base de cálculo do ITCMD.

A pesquisa desse valor deve ser feita no Instituto de Economia Agrícola – IEA, no endereço eletrônico www.iea.sp.gov.br.

Alternativamente, poderá ser aceito o valor do imóvel atribuído por órgão de reconhecida idoneidade.

Veículos: pesquisa FIPE, tabela de jornal, de revista especializada, documento de lançamento do IPVA, ou qualquer outro meio idôneo de avaliação* que tenha dado base ao valor atribuído ao bem. Para veículo fi nanciado: parcelas pagas até a abertura da sucessão* (entrada + prestações).

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Caso o valor do veículo não seja encontrado em nenhuma dessas fontes, o interessado deverá obter, no mínimo, três cotações de preços em estabelecimentos especializados.

Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras: extratos ou demonstrativos de saldos na data do óbito.

Títulos de clubes ou associações, jazigos ou túmulos: declaração da administração da entidade sobre o valor do bem.

Ações negociadas em Bolsa de Valores: cotações de jornais ou documentos emitidos pela Bolsa de Valores em que fi gure a cotação média alcançada na data do óbito.

Participações em empresas: para empresas desobrigadas da elaboração do Balanço Patrimonial, segundo normas estabelecidas para os impostos federais, a base de cálculo será o valor nominal das ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos do capital social. Para a pesquisa utiliza-se o Contrato Social.

Se a empresa estiver obrigada a elaborar o balanço, a base de cálculo é determinada a partir do Patrimônio Líquido mostrado. Como a elaboração do balanço é feita anualmente, ele não é utilizado para levantar o Patrimônio Líquido, isso porque o sócio pode falecer no meio do ano, por exemplo. Nesse caso, então, é preciso levantar um balanço especial na data do falecimento: o Balanço de Determinação.

Obs: Segundo o ordenamento jurídico brasileiro, em especial o CC e a Lei Complementar 123/2006 (Simples Nacional), somente o MEI está dispensado da apresentação dos demonstrativos contábeis. A ME deverá elaborá-los regularmente.

Quando se utiliza o Balanço de Determinação?

Balanço de Determinação é um balanço especial, levantado na data do falecimento, com a fi nalidade de se determinar o Patrimônio Líquido da empresa que serve para se calcular a base de cálculo do imposto.

O Balanço de Determinação será exigido em duas situações:

• quando houver ordem judicial;

• quando o falecimento ocorreu antes da edição da Portaria CAT nº 29/2011, isto é, anterior a 04/03/2011.

Créditos oriundos de processos judiciais: cópias das peças elementares do respectivo processo judicial.

Demais bens: cotações de preços (no mínimo três), avaliações de peritos ou outros documentos que comprovem o valor corrente de mercado do bem, sendo o valor defi nido pela média simples das cotações/avaliações.

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

Arbitramento da Base de Cálculo: trata-se de procedimento administrativo, visando determinar a base de cálculo do ITCMD, quando a Fazenda não concorda com o valor declarado pelo interessado, assegurando-lhe o direito de defesa, inclusive o de requerer avaliação judicial.

Avaliação judicial*: o artigo 10 da Lei nº 10.705/2000 prevê a possibilidade de avaliação judicial para se determinar o valor de um bem. A avaliação* judicial nada mais é do que uma forma de se aferir o valor venal de um bem, isto é, uma forma de se determinar o preço pelo qual o bem pode ser vendido no mercado. A avaliação judicial pode ser usada pelo interessado quando a Fazenda não concorda com o valor do bem informado na Declaração do ITCMD. Nesse caso, as despesas correm por conta do interessado.

Na hipótese de ter havido avaliação judicial dos bens, as seguintes regras devem ser aplicadas:

A avaliação judicial prevalece sobre qualquer outro valor obtido pelas fontes acima relacionadas, desde que essa avaliação integre os autos do inventário.

O valor do bem a ser considerado será aquele apurado na data da realização da avaliação, desconsiderando-se, nesse caso, a data do óbito.

3.2 Base de Cálculo – Casos Especiais

3.2.1 Doações Sucessivas

Ocorrem doações sucessivas quando uma mesma pessoa (“A”) faz diversas doações a outra mesma pessoa (“B”) dentro de um ano civil, ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.

Regra – Consideram-se todas as doações realizadas dentro de cada ano civil, recalculando-se o imposto a cada nova doação, adicionando-se à base de cálculo os valores dos bens anteriormente doados e deduzindo-se os valores dos impostos já recolhidos.

Nesta situação de exemplo, durante o ano de 2010, a pessoa “A” fez oito doações de R$ 10.000,00 para a pessoa “B”, conforme demonstrado no quadro abaixo (Valor da UFESP em 2010 = R$ 16,42. Limite de isenção = R$ 41.050,00):

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Doação Valor Base de Cálculo Cálculo do ITCMD ITCMD devido

1ª 10.000 10.000 _ Isento

2ª 10.000 20.000 _ Isento

3ª 10.000 30.000 _ Isento

4ª 10.000 40.000 _ Isento

5ª 10.000 50.000 50.000 × 4% = 2.000 2.000

6ª 10.000 60.000 60.000 × 4% = (2.400)-(2.000) 400

7ª 10.000 70.000 70.000 × 4% = (2.800)-(2.400) 400

8ª 10.000 80.000 80.000 × 4% = (3.200)-(2.800) 400

Analisando:

• A doação acumulada até a 4ª parcela é isenta, pois situa-se abaixo do limite de 2.500 UFESPs.

• O ITCMD devido ao fi nal da 8ª doação é a soma dos valores parciais do imposto (2.000+400+400+400 = 3.200), que corresponde ao mesmo valor obtido pela multiplicação do valor total das doações pela alíquota do imposto (80.000 × 4% = 3.200).

3.2.2 Doação com Reserva de Usufruto

Já vimos que com a instituição do usufruto* o exercício do direito de propriedade de um bem se desmembra na fi gura do usufrutuário e do nu-proprietário*. Assim, quando ocorrer uma doação com reserva de usufruto, a base de cálculo também sofre cisão:

• 1/3 do valor do bem, na transmissão do usufruto;

• 2/3 do valor do bem, na transmissão da nua-propriedade.

Acompanhe a seguinte situação: Zezo decidiu benefi ciar seu irmão doando-lhe uma de suas casas, no valor de R$ 180.000,00. Mediante escritura pública, fi cou consignado que Edvaldo fi caria com a nua-propriedade com reserva de usufruto ao instituidor. Qual a base de cálculo do ITCMD?

Analisando:

• para a transmissão da nua-propriedade: BC = (2/3) × (R$ 180.000,00) = R$ 120.000,00;

• para a transmissão do usufruto: BC = (1/3) × (R$ 180.000,00) = R$ 60.000,00.

Atenção! Na doação de bem imóvel com reserva de usufruto, para a apuração da base de cálculo para efeito de isenção deve ser considerado o valor total do imóvel. O momento do pagamento do imposto relativo ao usufruto, atualizado monetariamente, é que pode ser postergado para quando se consolidar a propriedade plena em poder do nú-proprietário.

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

3.2.3 Bens objeto de Leasing

Leasing (arrendamento mercantil) é uma operação em que o proprietário (arrendador, empresa de arrendamento mercantil) de um bem móvel ou imóvel cede a um terceiro (arrendatário, cliente, comprador) o uso desse bem por prazo determinado, recebendo em troca uma contraprestação. Leasing e aluguel não se confundem. Enquanto no aluguel o cedente* tem intenção de conservar a propriedade do bem, fi ndo o contrato, no leasing existe a intenção de transferência do bem.

Para se determinar a base de cálculo de bens objeto de leasing (normalmente veículos) é preciso verifi car o tipo de contrato, que pode ser com opção de compra ou sem opção de compra, a saber:

• Contrato de leasing com opção de compra com o pagamento de saldo residual ao fi nal: o contrato assume as características de um fi nancia-mento normal, sendo a base de cálculo equivalente ao valor pago até a data do falecimento.

• Contrato de leasing sem opção de compra: o contrato deve ser tratado como simples locação, pois ao fi nal do contrato o bem será devolvido ao arrendante. Nesse caso, o bem não deve ser informado na Declara-ção do ITCMD.

3.2.4 Bens objeto de Consórcio

A base de cálculo é o valor de mercado do bem, subtraído do valor aceito pela instituição fi nanceira para a quitação da dívida (valor atual da dívida).

Obs: Nos casos em que houver seguro e a instituição fi nanceira receber o valor da dívida com a morte do fi nanciado, a base de cálculo é o valor de mercado do bem.

Deve ser verifi cado se o contrato prevê ou não a quitação total do bem em caso de falecimento do titular, hipótese em que a base de cálculo será o valor da carta de crédito.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

3.2.5 Bens móveis ou imóveis sujeitos à alienação fi duciária

A base de cálculo é o valor de mercado do bem, subtraído do valor aceito pela instituição fi nanceira para a quitação da dívida (valor atual da dívida). Obs: Nos casos em que houver seguro e a instituição fi nanceira receber o valor da dívida com a morte do fi nanciado, a base de cálculo é o valor de mercado do bem.

No cálculo do ITCMD, não podem ser abatidas quaisquer dívidas que onerem o bem transmitido, nem as do espólio*. Em outras palavras, independentemente das dívidas que recaiam sobre o bem transmitido, devemos utilizar o valor total atribuído a esse bem, para fi ns de cálculo do ITCMD.

Exemplo: caso o falecido tenha deixado um veículo no valor de R$ 40.000,00 apurado na data da sucessão, com multas de trânsito no valor de R$ 500,00 e débitos do IPVA no valor de R$ 3.000,00, a base de cálculo, para fi ns de apuração do ITCMD, será R$ 40.000,00, sem descontar as dívidas provenientes deste veículo.

3.2.6 Fideicomisso

No fi deicomisso, o valor da base de cálculo é aquele considerado na data da abertura da sucessão (data do óbito do testador, fi deicomitente) e não o da data da consolidação da propriedade na pessoa do fi deicomissário.

3.2.7 Quadro resumo dos documentos a serem consultados

TIPO DE BEM DOCUMENTO COMENTÁRIOS

Imóvel urbano pronto

1. Carnê de IPTU do ano do óbi-to;

2. Certidão de valor venal emi-tida pela Prefeitura, relativo ao ano do óbito.

Este valor é piso, devendo ser pesquisadas outras fontes quando disponíveis, tais como: contrato de venda e compra, matrícula do imóvel etc.

Imóvel urbano em construçãoValor pago pelo de cujus até a data do óbito.

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

Imóvel no município de São Paulo

Valor venal de referência do ITBI divulgado pelo município de São Paulo.

Para obter este o valor con-sultar o endereço eletrônico www3.prefeitura.sp.gov.br/tvm/frm_tvm

Imóvel rural

1. Valor não inferior ao que consta na Declaração do ITR do ano do óbito.

2. Valor médio da terranua e benfeitorias divulgado pelo IEA, órgão da Secretaria da Agricultura.

3. Avaliação por entidade de re-conhecida idoneidade.

Assim como no caso de IPTU para imóvel urbano, este valor é piso.

Usar o valor do IEA quando o valor do ITR for manifestamen-te inferior ao valor de mercado.

www.iea.sp.gov.br

Veículos

Pesquisa FIPE, tabela de jornal, de revista especializada, docu-mento de lançamento do IPVA, ou qualquer outro meio idôneo de avaliação que tenha dado base ao valor atribuído ao bem.

Alienação Fiduciária

A base de cálculo é o valor de mercado do bem, subtraído do valor aceito pela instituição fi -nanceira para a quitação da dí-vida (valor atual da dívida)..

Depósitos bancários e aplica-ções fi nanceiras

Extratos ou demonstrativos de saldos na data do óbito.

Ações negociadas em Bolsa de Valores

Cotações de jornais ou docu-mentos emitidos pela Bolsa de Valores em que fi gure a cota-ção média alcançada na data do óbito.

Participações em empresas

1. Contrato social;

2. Balanço, para óbitos ocorri-dos antes de 04/03/2011.

Bens objeto de leasingValor pago até a data do faleci-mento.

Bens objeto de consórcioValor pago até a data do faleci-mento.

3.3 Atualização Monetária da Base de Cálculo

Como já vimos, a base de cálculo do ITCMD é o valor do bem ou direito transmitido na data da abertura da sucessão (transmissão causa mortis) ou na data da doação (transmissão “inter vivos”).

No entanto, a legislação prevê que o valor da base de cálculo seja atualizado monetariamente a partir do dia seguinte à data da abertura da sucessão ou da doação, de acordo com a variação da UFESP, até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto (180 dias do óbito).

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

A atualização monetária da base de cálculo é feita automaticamente pelo programa da Declaração do ITCMD. Assim, não há necessidade de o atendente fazer qualquer tipo de cálculo manual. O próprio sistema faz o cálculo, tomando como referências a data do óbito e a data em que está sendo emitida a GARE para pagamento, por exemplo.

4 Quanto pagar de ITCMD?

4.1 Alíquota do ITCMD

Para se calcular o valor do ITCMD para fatos geradores (óbitos ou doações) a partir de 01/01/2002, aplica-se a alíquota de 4% sobre a base de cálculo.

VALOR DO ITCMD = (BASE DE CÁLCULO) × (ALÍQUOTA)

Exemplo: Num processo de arrolamento, o falecido, casado pelo regime da comunhão universal de bens, deixou um patrimônio* no valor de R$ 600.000,00, viúva e dois fi lhos. Calcule o valor do ITCMD a ser recolhido pelos herdeiros.

Primeiramente, devemos separar da totalidade dos bens a meação*, por não ser tributada:

Meação = (R$ 600.000,00/2) = R$ 300.000,00

Reveja o ponto Regime de bens × Meação para recordar o cálculo da meação.

Resta, então, a outra metade que é a herança. Esta, sim, é tributada.

Portanto, a base de cálculo do imposto é R$ 300.000,00.

Obtemos, assim, o valor do ITCMD pela multiplicação da base de cálculo pela alíquota:

ITCMD = (4%) × (R$ 300.000,00) = R$ 12.000,00

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Módulo 2 – Legislações e Cálculos

Considerando que são dois herdeiros, cada um deverá recolher R$ 6.000,00.

Atenção! Para óbitos ocorridos durante o exercício de 2001, a alíquota era progressiva (2,5% a 4%), segundo a redação original do artigo 16 da Lei nº 10.705/2000.

4.2 Hipótese de dispensa do recolhimento do ITCMD – Valor inferior a 1 UFESP

A legislação dispensa o recolhimento do ITCMD quando o valor relativo a cada contribuinte for igual ou inferior a 1 UFESP.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

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Módulo 3

Atendimento e procedimento

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1 Como atender ao Inventário Judicial?

1.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares

Procure inicialmente identifi car o serviço e confi rmar se realmente trata-se de inventário.

Isso é especialmente importante, uma vez que alguns usuários costumam confundir inventário com arrolamento*. Apesar de serem rotinas similares, existem diferenças processuais que distinguem essas modalidades de inventário.

1.2 A Declaração de Inventário

A Declaração de ITCMD é o primeiro documento que deve ser solicitado ao usuário. Trata-se do item mais importante para o atendimento do ITCMD causa mortis. Ela deverá refl etir corretamente todas as informações relativas ao imposto, uma vez que é com base nesses dados que o sistema calcula o imposto e gera as GAREs de recolhimento.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Portanto, recomenda-se cuidado redobrado na conferência das informações prestadas pelo usuário. A Declaração de ITCMD precisa ser compatível com os documentos apresentados e com o relato constante nas primeiras declarações apresentadas no processo judicial.

Inicialmente, procure fazer uma leitura rápida da Declaração de ITCMD recebida, observando as informações apresentadas, para ter uma ideia dos documentos que deverão ser apresentados e da situação geral do atendimento.

Aqui, chamamos a atenção para alguns aspectos que devem ser previamente verifi cados:

• se o expediente está sendo apresentado no local correto;

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

• se a declaração está assinada pelo procurador ou inventariante*;

• se o interessado apresentou declaração com pedido de isenção;

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

• se o interessado declarou possuir dilação de prazo* para pagamento do ITCMD sem juros e multa de mora (ao fi nal da declaração);

• a data do óbito;

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

• a data do protocolo* da inicial na justiça;

• o regime de casamento;

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

• a proporção dos bens transmitidos aos herdeiros.

Após essa leitura prévia, você já tem uma ideia do atendimento a ser realizado e pode solicitar os documentos previstos no Anexo VIII da Portaria CAT nº 15/2003.

Conforme o usuário for entregando os demais documentos, na sequência prevista na legislação, faça uma conferência das informações constantes na Declaração de ITCMD, marcando ao lado de cada campo se as informações são compatíveis com os documentos apresentados.

1.3 Conferência das informações declaradas pelo usuário

1.3.1 Cálculo do imposto / Demonstrativo de cálculo

A Portaria CAT nº 15/2003 determina que o interessado apresente o demonstrativo de cálculo impresso pelo sistema de ITCMD da Secretaria da Fazenda.

O demonstrativo é muito importante por discriminar o cálculo do imposto, com a apresentação de juros e multas aplicados, e por permitir a conferência do valor das GAREs, caso o interessado apresente o recolhimento juntamente com a Declaração.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

Confi ra se o número da Declaração de ITCMD no demonstrativo apresentado é o mesmo do que está sendo apresentado e com a GARE, caso o interessado estiver também apresentando o recolhimento.

1.3.2 Dados pessoais dos herdeiros, do inventa-riante e do advogado

Os dados pessoais de herdeiros, inventariante e advogado devem estar corretamente registrados na Declaração, uma vez que informações erradas podem causar problemas no caso de encaminhamento de notifi cações e a identifi cação incorreta dos herdeiros pode gerar uma série de transtornos, por exemplo, nos casos de inscrição do débito na Dívida Ativa ou na lavratura de AIIMs.

Recomenda-se cuidado redobrado com os endereços e os números dos CPFs.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

1.3.3 Datas Declaradas: Óbito, Protocolização e Homologação

As datas de óbito, protocolização e homologação presentes na declaração são muito importantes. Elas precisam estar compatíveis com os documentos apresentados, uma vez que é com base nessas informações que o sistema calcula eventuais multas e juros incidentes.

1.3.4 Dados do processo: Foro, Comarca e Procu-ração do Advogado

Verifi que se a Declaração apresenta corretamente as informações relativas ao processo judicial e se o nome do advogado confere com a procuração.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

1.3.5 Regime de casamento

No caso de “de cujus” casado ou em união estável, é fundamental que o regime de casamento esteja corretamente declarado.

O tipo de regime de casamento altera completamente a partilha dos bens e é necessário que esteja correto, especialmente para podermos conferir a fração do patrimônio transmitido.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

1.3.6 Patrimônio declarado / Primeiras Declarações

Ao receber as Primeiras Declarações, procure fazer uma conferência prévia das informações, verifi cando se todos os bens inventariados encontram-se relacionados na Declaração de ITCMD.

1.3.7 Isenções de ITCMD - causa mortis

Procure prestar muita atenção nos expedientes em que o usuário declara bens como isentos.

A legislação estabelece condições específicas para que alguns bens transmitidos possam ser considerados isentos e é importante que você as conheça (artigo 6º da Lei nº 10.705/2000 com nova redação dada pela Lei nº 10.992/2001), principalmente porque para usufruir desses benefícios o usuário precisa comprovar que efetivamente possui direito à isenção pretendida.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

Lembre-se de que já vimos as isenções do ITCMD no Módulo 1.

Por exemplo, se o usuário declara que tem direito à isenção de um imóvel (Lei nº 10.705/2000, artigo 6º, inciso I, alínea “a”), por tratar-se de imóvel da família com valor de mercado inferior a 5.000 UFESPs*, lembre-se de que o interessado deverá apresentar a declaração de todos os herdeiros de que à época do óbito todos residiam ali e não possuíam nenhum outro imóvel.

Trata-se de situação comum no atendimento de ITCMD os usuários tentarem se utilizar de isenções às quais não têm direito. Caso seja constatada uma situação como essa, é conveniente orientar o usuário a retifi car a Declaração de ITCMD, lançando o bem como tributável, a fi m de evitar que o ITCMD devido seja lançado de ofício mediante Auto de Infração e Imposição de Multa.

1.3.8 Isenções de Juros e Multas / Dilação judicial de prazo

O artigo 17 da Lei nº 10.705/2000 prevê em seu parágrafo primeiro a possibilidade do juiz dilatar o prazo de pagamento, nos casos em que considerar que o atraso no recolhimento deu-se por motivo justo.

Nesse caso, o interessado deverá apresentar os documentos previstos na legislação, que comprovem que o juiz do processo judicial autorizou o recolhimento sem os acréscimos legais.

Ressalve-se que a prerrogativa de autorizar o recolhimento em data diversa é do juiz e não do Procurador do Estado.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

1.3.9 GAREs

A legislação prevê que nos casos de inventário o interessado poderá apresentar os documentos para análise sem o recolhimento do ITCMD. Contudo, existem muitos casos em que os herdeiros decidem recolher o ITCMD antes da homologação dos cálculos no processo judicial.

Nessas situações, procure conferir a GARE* verifi cando:

• se os dados dos contribuintes estão corretos (nome, CPF etc.);

• se os valores recolhidos conferem com o demonstrativo de cálculo;

• se o número da declaração na GARE é o mesmo da que está sendo apresentada.

Lembre-se ainda de que o contribuinte pode também apresentar um pedido de parcelamento.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

1.4 Conferência dos documentos

Os documentos apresentados deverão ser sempre compatíveis com a Declaração de ITCMD e com as Primeiras Declarações apresentadas no processo judicial.

Procure montar o expediente de acordo com a sequência prevista no Anexo VIII da Portaria CAT nº 15/2003. Observe que informações que foram prestadas primeiramente à justiça precisam vir devidamente numeradas e rubricadas pelo serventuário, conforme determina a Nota 2.

Ao conferir os documentos recebidos, aproveite também para assinalar neles todas as informações que achar relevantes para que a retaguarda possa decidir sobre o expediente, como datas de aquisição, valores, frações, hipotecas etc.

Caso você entenda que a documentação esteja completa, faça o protocolo* e cadastre o expediente no sistema GDOC.

Na hipótese de se constatar que existem impropriedades nas informações e/ou na Declaração de ITCMD apresentados, ou ainda, encontrando-se incompleta a documentação, recomendamos que o usuário seja orientado sobre os problemas encontrados, sugerindo-se que se a documentação estiver adequada à legislação, haverá celeridade processual, respeitando-se, contudo, o direito de petição.

1.5 Montagem do expediente e encaminhamento à equipe de retaguarda

Prepare o expediente para ser remetido à equipe de retaguarda, numerando e rubricando as folhas. Não se esqueça de sinalizar à equipe de retaguarda eventuais problemas identifi cados no expediente.

Havendo recolhimento, junte o print da Conta Fiscal do ITCMD.

As orientações sobre como deve proceder a equipe de retaguarda encontram-se descritas no Manual do Atendente.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

2 Como atender Arrolamento Judicial?

2.1 Identifi cação do serviço / Orientações Preliminares

Procure inicialmente identifi car o serviço e confi rmar se realmente trata-se de arrolamento. Isso é especialmente importante, uma vez que alguns usuários costumam confundir inventário com arrolamento.

2.2 Diferença entre Arrolamento e Inventário Judiciais

Apesar de serem rotinas aparentemente similares, no inventário o comprovante do recolhimento do ITCMD poderá ser apresentado após a análise, enquanto que no caso de arrolamento precisa ser apresentado junto com os demais documentos.

As orientações fornecidas ao atendente para os casos de inventário podem ser utilizadas para o atendimento de arrolamento, inclusive no que se refere à legislação, ressalvando-se que o usuário pode também apresentar a documentação acompanhada de pedido de parcelamento.

Caso o usuário insista em apresentar expediente de arrolamento sem o comprovante do recolhimento ou pedido de parcelamento, o atendente deverá protocolar o pedido, informando que os herdeiros serão notifi cados a quitar o ITCMD sob pena de inscrição do débito na dívida ativa.

2.3 Montagem do expediente e encaminhamento à equipe de retaguarda

Prepare o expediente para ser remetido à equipe de retaguarda, numerando e rubricando as folhas. Não se esqueça de sinalizar à equipe de retaguarda eventuais problemas identifi cados no expediente.

Havendo recolhimento, junte o print da Conta Fiscal do ITCMD.

As orientações sobre como deve proceder a equipe de retaguarda encontram-se descritas no Manual do Atendente.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

3 Como atender Doação Judicial?

3.1 Identifi cação do serviço / Orientações prelimi-nares

Procure inicialmente identifi car o serviço e confi rmar se realmente trata-se de doação* judicial.

As doações judiciais dividem-se em dois tipos: as ocorridas em processos de transmissão “causa mortis*” (inventário ou arrolamento) e as ocorridas em processos de separação ou dissolução de sociedade de fato.

As doações ocorridas em transmissão causa mortis são basicamente aquelas em que um herdeiro abre mão de parte da sua herança* em favor de outro. Nesse caso, a legislação determina que o interessado apresente os documentos constantes no Anexo IX da Portaria CAT nº 15/2003, a fi m de que a Secretaria da Fazenda verifi que se a doação é tributável e se certifi que do recolhimento do imposto ou, sendo o caso, reconheça que a doação é isenta.

As doações ocorridas em processos de separação ou dissolução de sociedade de fato ocorrem quando um dos membros do casal abre mão de parte do patrimônio a que teria direito na separação em favor do outro. Nesse caso, a legislação determina que o interessado apresente os documentos constantes no Anexo X da Portaria CAT nº 15/2003, a fi m de que a Secretaria da Fazenda verifi que se a doação é tributável e se certifi que do recolhimento do imposto ou, sendo o caso, reconheça que a doação é isenta.

3.2 A Declaração de Doação

A Declaração de ITCMD é o primeiro documento que deve ser solicitado ao usuário. Trata-se do item mais importante do atendimento do ITCMD – Doação. Ela deverá refl etir corretamente todas as informações relativas ao imposto, uma vez que é com base nesses dados que o sistema calcula o imposto e gera as GAREs de recolhimento.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Portanto, recomenda-se cuidado redobrado na conferência das informações prestadas pelo usuário. A Declaração de ITCMD precisa ser compatível com os documentos apresentados e com o relato apresentado no processo judicial.

Inicialmente procure fazer uma leitura rápida da Declaração de ITCMD recebida, observando as informações apresentadas para ter uma ideia dos documentos que deverão ser apresentados e da situação geral do atendimento.

Aqui, chamamos a atenção para alguns aspectos que devem ser previamente verifi cados:

• se o expediente está sendo apresentado no local correto;

• se a Declaração está assinada pelo responsável;

• a data da doação;

• se o interessado apresentou Declaração com pedido de isenção.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

Após essa leitura prévia, você já tem uma ideia do atendimento a ser realizado e pode solicitar os documentos previstos no Anexo IX (causa mortis) ou X (separação), ambos da Portaria CAT nº 15/2003.

Conforme o usuário for entregando os demais documentos na sequência prevista na legislação, faça uma conferência das informações constantes na Declaração de ITCMD, marcando ao lado de cada campo se as informações são compatíveis com os documentos apresentados.

3.3 Conferência das informações declaradas pelo usuário

3.3.1 Dados pessoais de doador e donatário

Os dados pessoais de doador e donatário devem estar corretamente registrados na Declaração, uma vez que endereços errados podem causar problemas no caso de encaminhamento de notifi cações e a identifi cação incorreta dos herdeiros* pode gerar uma série de transtornos, por exemplo, nos casos de inscrição do débito na Dívida Ativa ou na lavratura de AIIMs.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

3.3.2 Data da Doação

A data da doação precisa estar compatível com os documentos apresentados, uma vez que é em função dela que o sistema calcula eventuais multas e juros incidentes.

3.3.3 Patrimônio declarado / Partilha de bens

Ao receber as informações referentes à partilha de bens ou outros documentos que atestem a doação ocorrida, procure fazer uma conferência prévia das informações, verifi cando se a doação informada no processo judicial encontra-se corretamente descrita na Declaração de ITCMD.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

3.3.4 Isenções de ITCMD – Doação

Procure prestar muita atenção nos expedientes em que o usuário declara doações como isentas.

A legislação estabelece condições específi cas para que algumas doações possam ser consideradas isentas e é importante que você as conheça (artigo 6º da Lei nº 10.705/2000 com nova redação dada pela Lei nº 10.992/2001), principalmente porque para usufruir desses benefícios o donatário precisa comprovar que efetivamente possui direito à isenção pretendida.

Lembre-se de que já vimos as isenções do ITCMD no Módulo 1.

Por exemplo, se o donatário apresenta a doação judicial como isenta por ser inferior a 2.500 UFESPs (Lei nº 10.705/2000, artigo 6º, inciso II, alínea “a”), é necessário que apresente a declaração constante no Anexo XV da Portaria CAT nº 15/2003, em que o donatário declara, sob as penas da lei, ter recebido, ou não, alguma outra doação do mesmo doador e no mesmo ano.

Trata-se de situação comum no atendimento de ITCMD os usuários tentarem se utilizar de isenções às quais não têm direito. Caso seja constatada uma situação como essa, é conveniente orientar o usuário a refazer a Declaração de ITCMD, lançando a doação como tributável, a fi m de evitar que o ITCMD devido seja lançado de ofício mediante Auto de Infração e Imposição de Multa.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

3.3.5 GAREs

A legislação prevê que nos casos de doação judicial o interessado deverá apresentar a GARE de recolhimento do ITCMD juntamente com os demais documentos.

Ao receber a GARE procure verifi car:

• se os dados dos contribuintes estão corretos (nome, CPF etc.);

• se os valores recolhidos são compatíveis com a Declaração;

• se o número da declaração na GARE é o mesmo da que está sendo apresentada.

3.4 Conferência dos documentos

Os documentos apresentados deverão ser sempre compatíveis com a Declaração de ITCMD e com as informações apresentadas no processo judicial.

Procure montar o expediente de acordo com a sequência prevista nos Anexos IX ou X da Portaria CAT nº 15/2003, conforme o caso. Observe que informações que foram prestadas primeiramente à justiça precisam vir devidamente numeradas e rubricadas pelo serventuário ou conter a identifi cação do processo digital na margem, conforme determina a Nota 2 de cada um dos Anexos.

Ao conferir os documentos recebidos, aproveite também para assinalar neles todas as informações que achar relevantes para que a equipe de retaguarda possa decidir sobre o expediente.

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Módulo 3 – Atendimento e procedimento

3.5 Protocolo / Cadastro no sistema GDOC

Caso você entenda que a documentação esteja completa, faça o protocolo e cadastre o expediente no sistema GDOC.

Na hipótese de se constatar que existem impropriedades nas informações e/ou na Declaração de ITCMD apresentados, ou ainda, encontrando-se incompleta a documentação, recomendamos que o usuário seja orientado sobre os problemas encontrados, sugerindo-se que se a documentação estiver adequada à legislação, haverá celeridade processual, respeitando-se, contudo, o direito de petição.

3.6 Montagem do expediente e encaminhamento à retaguarda

Prepare o expediente para ser remetido à equipe de retaguarda, numerando e rubricando as folhas. Não se esqueça de sinalizar à equipe de retaguarda eventuais problemas identifi cados no expediente.

Havendo recolhimento, junte o print da Conta Fiscal do ITCMD.

As orientações sobre como deve proceder a equipe de retaguarda encontram-se descritas no Manual do Atendente.

4 Como atender Arrolamento e Doação Extrajudicial?

4.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares

A legislação tributária prevê a possibilidade de apuração do ITCMD ou reconhecimento da sua isenção pelo cartório nos casos de transmissão causa mortis e doações ocorridas nas transmissões causa mortis ou separação, ambas realizadas no âmbito administrativo.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

4.2 Situações que ensejam apresentação de expedientes no Posto Fiscal

O interessado pode optar por fazer arrolamento/doação extrajudiciais. Nesses casos, se ele escolher um cartório localizado no estado de São Paulo, os documentos previstos na Portaria CAT nº 15/2003 deverão ser apresentados diretamente ao cartório, que fará a análise e depois encaminhará os dados relativos ao fato gerador, por meio eletrônico, à Secretaria da Fazenda para que esta possa fi scalizar e, sendo o caso, homologar o recolhimento realizado.

Contudo, existe a possibilidade de ser escolhido um cartório de outro estado ou do Distrito Federal. Isso acontece, por exemplo, nos casos em que estão sendo transmitidos bens imóveis* localizados no estado de São Paulo e que, portanto, são passíveis de tributação por esse estado.

Nesse caso, antes da lavratura da escritura pública, o interessado deverá apresentar os documentos previstos na legislação ao Posto Fiscal da Capital – PFC-11 Sé, situado na Avenida Rangel Pestana nº 300, 1º andar, Centro, CEP 01017-911.

Para atendimento desse tipo de serviço, recomenda-se seguir as instruções dos tópicos anteriores, assim como aquelas constantes no Manual do Atendente.

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Módulo 4

Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem

do expediente

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1 Como recolher o ITCMD?

1.1 Forma de recolhimento

O recolhimento do ITCMD será feito mediante a Guia de Arrecadação Estadual GARE–ITCMD, que deverá ser gerada por meio do programa emissor disponível no endereço eletrônico da Secretaria da Fazenda: www60.fazenda.sp.gov.br/wps/portal.

A GARE–ITCMD deverá ser gerada com um dos seguintes códigos:

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

RECEITA CÓDIGOS DISCRIMINAÇÃO

ITCMD

015-2 Doações

016-4 Doações – Débitos inscritos em Dívida Ativa

017-6 causa mortis

018-8 causa mortis – Débitos inscritos em Dívida Ativa

019-0 Parcelamento – causa mortis

020-6 Parcelamento – causa mortis – Débitos inscritos em Dívida Ativa

021-8 Exigido em AIIM

022-0 Parcelamento doações – Débitos não inscritos

023-1 Parcelamento doações – Débitos inscritos em Dívida Ativa

1.1.1 Prazos para pagamento do ITCMD na transmissão causa mortis

1 Caso em que NÃO há decisão homologatória ou despacho para pagamento:

Óbito

0 180 dias

Se o pagamento for feito depois desta data, o ITCMD será exigido com juros e multa

Prazo para pagamento sem incidência de juros e multa

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Módulo 4 – Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente

2 Caso em que há decisão homologatória ou despacho para pagamento:

Óbito

0 180 dias

Data a partir da qual incidem juros e multa sobre o valor do ITCMD não pago, ainda que o

pagamento venha a ocorrer dentro dos 180 dias

subsequentes à data do óbito

Data da decisão homologató-ria ou do despacho determi-

nando o pagamento

30 dias para o pagamento

3 Caso em que há autorização judicial para dilação do prazo de pagamento após 180 dias:

Óbito

0 180 dias

Data a partir da qual o ITCMD será exigido

com juros e multa

Data da publicação do despacho judicial concedendo

a dilação de prazo para pagamento sem juros e multa

30 dias

4 Caso em que a data de homologação ou despacho para pagamento é próxima aos 180 dias da data do óbito:

Óbito

0 180 dias

Data a partir da qual incidem juros e multa sobre o valor do

ITCMD não pago

Data da decisão homologatória ou do

despacho determinando o pagamento

30 dias

5 Pagamento com desconto – Será dado desconto de 5% para o ITCMD pago dentro de 90 dias data do óbito:

Óbito

0 90 dias

90 dias para pagamento com desconto de 5%

Obs.: somente será concedido o desconto se o recolhimento for sufi ciente para quitar a integralidade do imposto devido.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

6 Caso em que a data de homologação ou despacho para pagamento é próxima aos 90 dias da data do óbito:

Óbito

0

90 dias

Prazo para pagamento, com desconto, sem juros e sem multa

(1) (3)(2)

30 dias

180 dias

Prazo para pagamento, sem desconto, sem juros e sem multa

Se o pagamento for feito depois desta data, o ITCMD será exigido com juros e multa, mesmo que

esse pagamento ocorra antes dos 180 dias da data do óbito

(1) Data da decisão homologatória ou do despacho determinando o pagamento;

(2) Vencimento do prazo para pagamento com desconto de 5%;

(3) Vencimento do prazo de 30 dias para pagamento.

1.1.2 Prazos para pagamento do ITCMD na transmissão por doação

1.1.2.1 Caso geral

O imposto deve ser recolhido antes da celebração do contrato de doação.

1.1.2.2 Regras supletivas

1 Doação ocorrida no bojo do processo de inventário ou separação, em virtude de partilha desigual entre os herdeiros ou cônjuges:

Prazo: 15 dias do trânsito em julgado da sentença judicial.

Data do trânsito em julgado da sentença

15 dias

Pagamento após esta data será acrescido de juros e multa

Trânsito em julgado é uma expressão usada para uma sentença judicial da qual não se pode mais recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer terminou, ou por acordo homologado por sentença entre as partes.

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Módulo 4 – Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente

2 Doação ocorrida no bojo de inventário ou separação extrajudicial, em virtude de partilha desigual entre os herdeiros ou cônjuges:

Prazo: antes da lavratura da escritura pública.

Momento do pagamento do imposto

Data da lavratura da escritura pública

3 Doação formalizada por meio de contrato particular:

Prazo: antes da celebração do contrato, o qual deverá mencionar data, valor e demais dados da guia de recolhimento.

4 Doações sucessivas entre o mesmo doador e o mesmo donatário dentro do mesmo ano:

Prazo: antes da celebração do contrato, no momento em que o montante das doações superar 2.500 UFESPs.

5 Doação com reserva de usufruto em favor do doador:

O recolhimento do imposto pode ser efetuado em dois momentos, a saber:

a) antes da lavratura da escritura, sobre o valor da nua-propriedade. A base de cálculo equivale a 2/3 do valor do valor do imóvel;

b) por ocasião da consolidação da propriedade plena, na pessoa do nu-proprietário, sobre o valor do usufruto. A base de cálculo equivale a 1/3 do valor do imóvel.

Facultativamente, o imposto sobre o valor integral da propriedade pode ser recolhido antes da lavratura da escritura.

1.1.2.3 Quadro resumo dos prazos de recolhimento

TRANSMISSÕES VENCIMENTO

CAUSA MORTISNos processos judiciais

O primeiro que ocorrer dentre os itens abaixo:

a) 30 dias, contados da data da decisão homolo-gatória do cálculo, ou do despacho que determi-nar o pagamento;

b) 180 dias, contados da data do óbito;

c) caso haja autorização judicial para pagar fora do prazo, o vencimento ocorre a 30 dias da data da autorização, ainda que da data do óbito te-nham decorrido mais de 180 dias.

Obs.: será concedido desconto de 5% sobre o va-lor do imposto devido, desde que recolhido inte-gralmente no prazo de 90 dias contados da data do óbito.

Nas Escrituras Públicas Antes da sua lavratura.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

DOAÇÃO(inter vivos)

Nas Escrituras Públicas Antes da sua lavratura.

Por instrumento particularAntes da celebração do ato ou contrato corres-pondente.

Em virtude de sentença judicial

Dentro de 15 dias a contar do trânsito em julgado da sentença, salvo se o cálculo do imposto for in-cumbido a um contador judicial, hipótese em que o prazo de 15 dias será a partir da data da intima-ção ao interessado sobre a respectiva homologa-ção judicial.

Com reserva de usufruto em favor do doador

a) antes da lavratura da escritura, sobre o valor da nua-propriedade;

b) por ocasião da consolidação da propriedade plena, na pessoa do nu-proprietário, sobre o va-lor do usufruto;

c) facultativamente, antes da lavratura da escri-tura, sobre o valor integral da propriedade.

1.1.3 Recolhimento do ITCMD fora do prazo – acréscimos legais

Quando não recolhido nos prazos previstos na legislação tributária, o débito do ITCMD está sujeito à incidência de juros e multa, conforme abaixo:

i)juros de mora, a partir do dia seguinte ao do vencimento;

ii) multa moratória, no percentual de 0,33% por dia de atraso, limitado a 20%.

Regras para cálculo dos juros de mora

1 1% por fração de mês, assim considerado qualquer período de tempo inferior a um mês, mesmo que seja igual a um dia;

2 taxa SELIC para mês cheio, assim considerado o período iniciado no dia 1º e fi ndo no respectivo último dia útil.

Data do vencimento do imposto

Fração mês

1%

Data de início da contagem dos juros

Selic cheia

Mês cheio Mês cheio

Selic cheia 1%

Fração mês

Data do pagamento do débito do ITCMD

Atenção! A taxa de juros NÃO poderá ser inferior a 1%, mesmo que a taxa SELIC seja inferior a este valor.

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Módulo 4 – Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente

SELIC < 1% TAXA = 1%

Exemplo: Valdemar, como prêmio pela aprovação no concurso de AFR, doou a seu fi lho, em 05/09/2009, a quantia de R$ 50.000,00, cujo ITCMD foi recolhido em 25/09/2009.

a) Cálculo do ITCMD:

• Base de cálculo: valor da doação = R$ 50.000,00

• Valor do ITCMD = (BC) × (alíquota) = (R$ 50.000,00) × (4%) = R$ 2.000,00

b) Cálculo dos acréscimos legais:

• Data do vencimento do imposto: 05/09/2009 (antes da celebração do contrato de doação, que neste caso foi um contrato verbal);

• Data do pagamento do imposto: 25/09/2009;

• Atraso: 20 dias

• Juros: sendo as datas de vencimento e de pagamento dentro do mes-mo mês, não se usa a taxa Selic, e sim a taxa de 1% pela fração do mês.

• Valor dos juros = (R$ 2.000,00) × (1%) = R$ 20,00.

• Multa: a multa a ser aplicada é 0,33% por dia de atraso, limitado a 20%. Como são 20 dias de atraso, a multa será:

Valor da multa = (R$ 2.000,00) × (0,33%) × (20 dias) = R$ 132,00

Portanto, a GARE-ITCMD a ser recolhida pelo donatário (contribuinte), fi lho de Valdemar, conterá os seguintes valores:

• Imposto R$ 2.000,00

• Multa R$ 132,00

• Juros R$ 20,00

• Total débito R$ 2.152,00

Observação: O cálculo dos acréscimos legais (juros e multa) e a correção monetária da base de cálculo são efetuados automaticamente pelo sistema ITCMD, ao preencher as declarações de inventário, arrolamento ou doação.

2 Parcelamento do ITCMD

Na transmissão causa mortis (via judicial e no cartório) e na doação, o débito do ITCMD poderá ser recolhido em até 12 parcelas mensais e consecutivas, devendo o contribuinte protocolizar requerimento juntamente com a documentação, conforme instruções contidas no Guia do Atendente.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

• O valor mínimo da parcela é de 30 UFESPs; assim, para o ano de 2017, o valor mínimo da parcela é de R$ 752,10.

• Não é necessário recolhimento de taxas.

• O débito fi scal será consolidado na data do deferimento do parcelamento; assim, se o pedido for feito num mês e o deferimento ocorrer no mês seguin-te, o valor parcelado sofrerá acréscimo à razão da variação da taxa SELIC.

2.1 Onde realizar o pedido de parcelamento?

Em se tratando de transmissão realizada no âmbito judicial:

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Tatuapé, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Central, Itaquera, Pe-nha de França, São Miguel Paulista, Tatuapé e Vila Prudente.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Lapa, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Lapa, Santana e Nossa Se-nhora do Ó.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Butantã, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Ipiranga, Jabaquara, Pinheiros, Santo Amaro e Butantã.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, no caso de autos judiciais que tramitem em outros estados.

• No Posto Fiscal mais próximo da comarca deste estado onde estiver tramitando o processo judicial, nos demais casos.

Em se tratando de transmissão realizada no âmbito administrativo:

• No Posto Fiscal em cuja área estiver localizado o tabelionato em que foi lavrada a escritura pública ou efetuado o ato notarial.

Nos demais casos:

• No Posto Fiscal da Capital – PFC Tatuapé, situado na Rua Francisco Maren-go, 1932, Tatuapé, São Paulo – SP, CEP 03313-000, se o interessado for domi-ciliado em outros estados.

Protocolado o pedido, o contribuinte será oportunamente notifi cado via correio ou contatado por telefone para comparecer à repartição fi scal (Posto Fiscal ou Procuradoria) a fi m de assinar o Termo de Acordo e retirar as respectivas guias.

O vencimento da primeira parcela ocorrerá no mesmo dia da assinatura do Termo de Acordo.

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Módulo 4 – Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente

3 Restituição do ITCMD

O imposto pago indevidamente ou a maior poderá ser restituído, devendo o contribuinte protocolizar requerimento juntamente com a documentação, conforme instruções contidas no Guia do Atendente.

No caso específi co do ITCMD, os pedidos de restituição deverão ser preenchidos de acordo com o tipo de pagamento indevido, conforme os requerimentos disponíveis na Portaria CAT nº 15/2003, conforme situações abaixo indicadas:

a) restituição de ITCMD causa mortis e/ou Doação: anexo XII;

b) restituição de ITCMD Doação nos casos de processo judicial de separação: anexo XIII;

c) restituição de ITCMD Doação recolhido em virtude de doação efetuada no âmbito extrajudicial: anexo XIV.

O pedido de restituição do ITCMD deverá ser apresentado em um dos seguintes locais:

Em se tratando de recolhimento correspondente a transmissão realizada no âmbito judicial:

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Central, Itaquera, Pe-nha de França, São Miguel Paulista, Tatuapé e Vila Prudente.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Lapa, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Lapa, Santana e Nossa Se-nhora do Ó.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Butantã, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Ipiranga, Jabaquara, Pinheiros, Santo Amaro e Butantã.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, no caso de autos judiciais que tramitem em outros Estados, admitindo-se, nesse caso, que a en-trega da declaração seja efetuada via correio, por conta e risco do in-teressado.

• No Posto Fiscal mais próximo da comarca deste Estado onde estiver tramitando o processo judicial, nos demais casos.

Em se tratando de recolhimento correspondente a transmissão realizada no âmbito administrativo:

• No Posto Fiscal em cuja área estiver localizado o tabelionato em que foi lavrada a escritura pública ou efetuado o ato notarial.

Nos demais casos:

• No Posto Fiscal da Capital – PFC da respectiva Delegacia Regional Tri-butária da Capital – DRTC, considerando a correspondente área de vin-culação, se o interessado for domiciliado na Capital.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

• No Posto Fiscal da sua área de vinculação, se o interessado for domici-liado nas demais localidades do Estado.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, situado na Rua Francisco Ma-rengo, 1932, Tatuapé, São Paulo – SP, CEP 03313-000, se o interessado for domiciliado em outros estados.

O contribuinte deverá se dirigir aos locais indicados de posse do requerimento preenchido e de todos os documentos, conforme o caso, para protocolo. Ressalta-se que não há taxa para solicitar a restituição.

Orientações ao Atendente para o recebimento do pedido de restituição:

• conferir se foi entregue toda a documentação prevista na legislação;

• conferir se a documentação está conforme o requisitado na legislação;

• conferir se a requisição está preenchida corretamente;

• certifi car-se de que o requisitante é o interessado ou o procurador;

• conferir se as assinaturas conferem com os documentos de identifi ca-ção apresentados;

• protocolizar o pedido;

• gerar número de GDODC e encaminhar para formar processo;

• encaminhar para análise na retaguarda.

Fica assegurada a restituição do ITCMD recolhido pela sucessão provisória no caso de aparecimento do ausente.

4 Retifi cação de GARE–ITCMD

O processo de retifi cação de GARE–ITCMD emitida eletronicamente mediante programa disponível no Posto Fiscal Eletrônico está acessível por meio do endereço: http://pfe.fazenda.sp.gov.br. A retifi cação visa realizar acertos decorrentes de erro no preenchimento, como o código de recolhimento e a identifi cação do contribuinte.

Quando da solicitação de retifi cação, devem ser informados o valor recolhido, a data da autenticação e o banco arrecadador, bem como os dados a serem retifi cados.

O pedido de retifi cação de GARE–ITCMD deverá ser apresentado em duas vias, conforme modelo constante no anexo XI da Portaria CAT nº 15/2003, juntamente com o comprovante da Taxa de Fiscalização e Serviços Diversos, código de receita 167-3, no valor de 3,3 UFESPs* para cada GARE retifi cada ou desmembrada, em um dos seguintes locais:

Em se tratando de retifi cação de recolhimento correspondente a transmissão realizada no âmbito judicial:

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Módulo 4 – Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Central, Itaquera, Pe-nha de França, São Miguel Paulista, Tatuapé e Vila Prudente.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Lapa, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Lapa, Santana e Nossa Se-nhora do Ó.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC- Butantã, no caso de autos judiciais que tramitem na comarca da Capital, nos foros: Ipiranga, Jabaquara, Pinheiros, Santo Amaro e Butantã.

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, no caso de autos judiciais que tramitem em outros Estados.

• No Posto Fiscal mais próximo da comarca deste Estado onde estiver tramitando o processo judicial, nos demais casos.

Em se tratando de retifi cação de recolhimento correspondente a transmissão realizada no âmbito administrativo:

• No Posto Fiscal em cuja área estiver localizado o tabelionato em que foi lavrada a escritura pública ou efetuado o ato notarial;

Nos demais casos:

• No Posto Fiscal da Capital – PFC da respectiva Delegacia Regional Tri-butária da Capital – DRTC, considerando a correspondente área de vin-culação, se o interessado for domiciliado na Capital;

• No Posto Fiscal da sua área de vinculação, se o interessado for domici-liado nas demais localidades do Estado;

• No Posto Fiscal da Capital – PFC-Tatuapé, situado na Rua Francisco Ma-rengo, 1932, Tatuapé, São Paulo – SP, CEP 03313-000, se o interessado for domiciliado em outros estados.

Os documentos necessários para a Retifi cação da GARE–ITCMD estão in-dicados no referido anexo XI.

O contribuinte deverá apresentar o requerimento no Posto Fiscal da sua jurisdição, observando se todos os campos do anexo XI estão preenchidos corretamente, sendo relevantes as informações referentes aos dados errados da GARE corrigida em relação à GARE corretiva.

Orientações importantes ao Atendente para o recebimento do pedido de retifi cação de GARE–ITCMD:

• No recebimento da solicitação de prestação do serviço de retifi cação de GARE–ITCMD realizar os procedimentos fi scais de conferência e análise.

• Verifi car se os dados errados da GARE corrigida em relação à GARE cor-retiva conferem com o requerimento e se os demais dados permane-cem inalterados na GARE corretiva.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

• Na GARE errada e na cópia, apor data, identifi cação e assinatura do Chefe do Posto Fiscal e, transversalmente, no meio, o carimbo “GARE CORRIGIDA”.

• Na GARE correta, apor data, identifi cação e assinatura do Chefe do Posto Fiscal e, no local destinado à autenticação bancária, o carimbo “GARE CORRETIVA”.

• NA GARE–DR (taxa), apor carimbo “PRODUZIU EFEITO”.

• Reter a 1ª via do requerimento, a 1ª via da GARE corretiva, a 2ª via da GARE corrigida, a 2ª via da GARE–DR, devolvendo os demais docu-mentos ao interessado.

• Finalizada a prestação de serviço de retifi cação, protocolizar o pedido.

• Gerar número de GDOC e encaminhar para a retaguarda.

O expediente formado com os documentos retidos será encaminhado para a Diretoria de Informações (DI) para as correções necessárias.

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Glossário de termos usados na legislação do ITCMD

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Este glossário foi elaborado para possibilitar o entendimento dos termos de Direito Civil utilizados ao longo da legislação do ITCMD.

Abertura da sucessão

Com a morte de uma pessoa, abre-se a sucessão, isto é, os bens e direitos do falecido são imediatamente transferidos aos seus herdeiros legítimos ou testamentários, desde que estejam vivos, sem necessidade de qualquer ato formal.

Portanto, abertura da sucessão refere-se ao momento em que se dá a transferência da propriedade e a posse dos bens do falecido aos seus herdeiros.

Atenção! Não confundir abertura da sucessão com abertura do inventário.

Abertura da sucessão decorre de um ato natural, ou seja, a morte de uma pessoa. Já a abertura do inventário é ato voluntário, isto é, o inventariante decide o momento mais apropriado para ingressar na justiça ou no tabelionato com pedido de abertura do inventário.

Adjudicação

É o ato judicial que tem por objetivo a transmissão da propriedade de uma determinada coisa de uma pessoa para outra.

Na sucessão hereditária, adjudicação é a forma pela qual os bens herdados passam a integrar o patrimônio dos herdeiros.

Arrolamento

É um procedimento simplifi cado de inventário que visa identifi car e valorizar os bens e direitos deixados pelo de cujus, bem como seus herdeiros, tendo em vista a partilha desses bens.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

O arrolamento pode ser via judicial ou extrajudicial. O arrolamento judicial será obrigatório quando houver herdeiros incapazes ou menores ou houver discordância entre os herdeiros e legatários.

No arrolamento realizado no âmbito extrajudicial, o pagamento do ITCMD é exigido de uma só vez. Já no arrolamento realizado na esfera judicial, o pagamento do ITCMD devido poderá ser parcelado em até doze vezes.

Avaliação

É um procedimento técnico que tem por objetivo determinar o valor de um bem a preço de mercado, em determinada data e local.

Avaliação judicial

É feita por determinação do juiz no decorrer de um processo judicial para determinar o valor de bens. A avaliação é realizada por perito designado pelo juiz.

Bens

São coisas que possuem valor econômico, podendo ser objeto de uma relação jurídica. Exemplos: compra, venda e doação.

Bens corpóreos

Possuem existência física, isto é, são perceptíveis pelos nossos sentidos. Compreendem os bens móveis e imóveis. Exemplos: casa, carro e depósito em conta de poupança.

Bens imóveis

São aqueles que não podem ser transportados sem perda ou deterioração. Exemplos: casa, terreno e árvores.

Bens móveis

São os que podem ser removidos, sem perda de sua substância. Exemplos: veículos, máquinas e dinheiro.

Bens incorpóreos (direitos)

Não têm existência material, mas sim existência jurídica; são abstrações do Direito. Exemplos: direitos autorais, créditos e invenções.

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Glossário

Bens particulares

São aqueles que pertencem exclusivamente a um dos cônjuges.

São, em geral, bens recebidos antes do casamento e os recebidos por doação e herança após o casamento.

Os demais bens adquiridos pelos cônjuges na constância do casamento são chamados de bens comuns e geralmente dão, de acordo com o regime de bens, direito à meação, isto é, a divisão em duas partes iguais na partilha, que acontece após a dissolução do casamento ou com o falecimento de um dos cônjuges.

Causa mortis

Expressão latina que signifi ca causa da morte. No ITCMD quer dizer transmissão por causa da morte.

Cessão de herança

Ocorre a cessão de herança quando toda a herança, ou parte dela, é cedida a outrem, antes da realização da partilha.

Antes da partilha, os herdeiros são donos de todos os bens deixados pelo falecido, ou seja, todos são donos em condomínio. Cada herdeiro é dono de uma fração ideal da herança, isto é, cada herdeiro possui um bem incorpóreo, representado pelo direito à herança. Supondo, por exemplo, que há três herdeiros, sendo a herança composta de três apartamentos. Os herdeiros são donos em condomínio desses imóveis, à razão de um terço para cada um. Essa fração ideal é chamada de quinhão hereditário.

Como cada herdeiro tem a fração ideal de um terço do espólio, ele pode ceder somente essa terça parte, ou seja, não pode ceder o apartamento isoladamente, pois antes da partilha cada herdeiro só pode ceder o direito que ele tem nessa herança.

A cessão de herança refere-se, portanto, à cessão desse quinhão.

Juridicamente, a transmissão de bens incorpóreos é chamada de cessão, consubstanciada no contrato de cessão de direitos hereditários, normalmente feita por Escritura Pública.

A cessão de herança pode ser gratuita ou onerosa. Quando gratuita, há incidência do ITCMD.

Cedente

É o herdeiro que transfere sua quota hereditária.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Cessionário

É o benefi ciário da cessão. É o contribuinte do imposto.

De cujus

Mesmo que falecido, autor da herança.

Dilação de prazo

Efeito de dilatar, prorrogação de prazo.

Doação

É ato de ceder a outrem graciosamente um bem ou direito. A doação pode ser feita por contrato escrito ou verbal.

Doação onerosa ou com encargo

É aquela em que o doador impõe ao donatário uma obrigação.

Exemplo: doação de um terreno em que o donatário recebe a incumbência de construir um templo.

Donatário

É aquele que recebeu e aceitou uma doação.

Disponível

É a parte da herança que se pode dispor livremente em testamento. Corresponde a 50% dos bens do falecido, se existirem herdeiros necessários.

Espólio

É o conjunto de bens e obrigações pertencentes à pessoa falecida que será administrado e representado pelo inventariante até a partilha entre herdeiros e legatários.

Para representar o espólio é necessário nomear em juízo um representante, o qual será chamado de inventariante. O inventariante geralmente é escolhido entre os herdeiros; por exemplo, o fi lho mais velho, o cônjuge sobrevivente, ou ainda aquele que sempre manteve laços afetivos mais fortes com o falecido.

Expediente

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Glossário

É o processo administrativo que se forma com a entrega de todos os documentos previstos na legislação.

Fideicomisso

É uma modalidade de substituição hereditária que consiste na instituição de um fi duciário, isto é, um herdeiro ou legatário com a obrigação de transmitir, a certo tempo, sob condição preestabelecida ou por sua morte, a herança ou legado a uma outra pessoa, chamada fi deicomissário.

Fiduciário

É o herdeiro ou legatário, com a obrigação de transferir os bens da herança ou do legado, de acordo com a condição estipulada pelo testador, para pessoa por este indicada no testamento.

Foro competente para abertura do inventário ou arrolamento

O lugar da abertura da sucessão é o último domicílio do autor da herança. Por essa regra, o inventário ou arrolamento será processado no Fórum do último domicílio do falecido.

Exemplo: pessoa domiciliada em Niterói vem a falecer na capital paulista; o processo correrá no Fórum de Niterói.

GARE

É a Guia de Arrecadação Estadual.

Herança

É o patrimônio deixado pelo falecido aos seus herdeiros. Compõe-se de bens materiais, créditos e débitos.

A herança é uma universalidade de direito, isto é, enquanto não se fi zer a partilha, os herdeiros são donos de tudo ao mesmo tempo, o que signifi ca dizer que todos são donos em condomínio. Com o formal de partilha, ao fi nal do inventário, cessa o condomínio, sendo determinada a parte que cabe a cada herdeiro.

Herdeiro

É a pessoa a quem a lei atribui a capacidade de suceder a pessoa que falece, comumente denominado de cujus, nos seus direitos e obrigações. Há duas classes de herdeiros: legítimos e testamentários.

Herdeiros legítimos

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

São aqueles determinados pela lei. Dividem-se em necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge) e facultativos (colaterais até quarto grau e companheiro).

Quando uma pessoa falece, o artigo 1.829 do Código Civil estabelece uma lista de pessoas chamadas a herdar, na seguinte ordem, de acordo com a proximidade do falecido:

• os descendentes (fi lhos, netos, bisnetos etc.);

• os ascendentes (pai, mãe, avô, bisavô etc.);

• o cônjuge sobrevivente;

• os colaterais (irmãos, tios, sobrinhos, primos etc.).

necessários

facultativos

Essa é a chamada ordem de sucessão hereditária, querendo dizer que a classe de herdeiros mais próxima do falecido exclui as demais classes da sucessão.

Exemplo: se o falecido tem descendentes (fi lhos), seus ascendentes (pais vivos) nada herdarão.

Outro exemplo: se o falecido não tem descendentes nem ascendentes, o cônjuge sobrevivente herdará tudo sozinho.

Os herdeiros necessários não podem ser excluídos da sucessão por testamento, enquanto os herdeiros facultativos podem.

Leia também o título herdeiros por representação.

Herdeiros necessários

O Código Civil, no artigo 1.845, indica que os herdeiros necessários são:

• os descendentes (fi lhos, netos, bisnetos, trinetos, tataranetos);

• os ascendentes (pais, avós, bisavós, trisavós, tataravós);

• o cônjuge sobrevivente.

A metade dos bens da herança (legítima) pertence aos herdeiros necessários.

Havendo herdeiros necessários, o falecido só poderá dispor em testamento a metade de seus bens, resguardando, assim, a legítima dos seus herdeiros necessários.

Leia também o título herdeiros por representação.

Herdeiros facultativos

São os colaterais do falecido até quarto grau, isto é, irmãos, sobrinhos, sobrinhos-netos, tios, primos, tios-avós.

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Glossário

Não havendo herdeiros necessários, o falecido poderá dispor em testamento a totalidade de seus bens, não deixando nada para os herdeiros facultativos. Assim, herdeiros dessa classe somente serão chamados à sucessão se não houver herdeiros necessários e se o falecido não tiver deixado testamento.

Leia também o título herdeiros por representação.

Herdeiros por representação

São pessoas convocadas para receber a herança que caberia a outro herdeiro pelo fato desse herdeiro ter falecido antes do autor da herança. É o chamado direito de representação, segundo o qual, os direitos hereditários de um herdeiro legítimo pré-morto (falecido antes da abertura da sucessão) passam ao descendente mais próximo (netos e bisnetos do autor da herança).

Exemplo: Tiago, viúvo, veio a falecer, deixando quatro fi lhos, sendo que um deles era pré-morto, tendo este dois fi lhos (netos em relação ao autor da herança).

Nesse caso, serão chamados a suceder os três fi lhos vivos e os dois netos do autor da herança. Dizemos que os fi lhos vivos herdam por direito próprio (por cabeça) e os netos herdam por representação (por estirpe).

É importante esclarecer que os quinhões desses herdeiros NÃO serão iguais. Cada um dos três fi lhos vivos terá direito a 25%, e os 25% que caberia ao fi lho pré-morto será dividido em partes iguais entre cada neto, recebendo cada um 12,5%.

Filhopré-morto

Herdeirospor

representação

25% 25% 25%

12,5% 12,5%

Netos

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Herdeiros testamentários

São aqueles instituídos por testamento, mesmo que não exista nenhum vínculo de parentesco entre o falecido e os sucessores. Essa classe de herdeiros inclui os legatários. O legatário é aquele que foi contemplado pelo testador com coisa determinada.

Se o falecido deixou herdeiros necessários, ele poderá dispor em testamento somente da metade de seu patrimônio. A outra metade indisponível é chamada de legítima, destinada aos herdeiros necessários. Porém, não havendo herdeiros necessários, o falecido tem a liberdade para dispor de todo o seu patrimônio.

Inventário

É uma ação judicial visando relacionar e avaliar todos os bens e direitos do falecido ao tempo de sua morte para distribuí-los entre seus sucessores (herdeiros e legatários).

O rito do inventário é utilizado quando há discordância entre os herdeiros sobre a partilha, sobre os valores dos bens envolvidos, ou quando algum dos herdeiros é menor ou incapaz.

No inventário, só depois de homologada a partilha pelo juiz é que são emitidas as GAREs para pagamento.

Inventariante

É aquele que, mediante compromisso legal tomado por termo nos respectivos autos e assinado por seu advogado, administra a herança até a partilha dos bens.

Normalmente o juiz nomeia o cônjuge sobrevivente ou um dos herdeiros.

Legítima dos herdeiros

É a parcela do patrimônio reservada aos herdeiros necessários, não podendo o testador dela dispor ao seu belprazer.

50%Meação(viúvo)

Legítima(”de cujus”)

Disponível(”de cujus”)

25%

25%

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Glossário

Legado

É um objeto deixado para uma pessoa (legatário) pelo falecido, mediante um testamento.

Legado não se confunde com herança ou quota hereditária. O legado é um bem determinado escolhido pelo falecido para benefi ciar qualquer pessoa, inclusive de fora da família.

É importante observar que a disposição testamentária do legado não deve ultrapassar a parte disponível do de cujus.

Meação

É a metade dos bens em comum que cabe a cada um dos cônjuges. Se não houver patrimônio comum no casamento, não há que se falar em meação. A existência ou não da meação depende do regime de bens entre os cônjuges.

Monte-mor

É todo acervo hereditário, isto é, a totalidade dos bens deixados pelo autor da herança.

Nu-proprietário

É aquele de detém a nua-propriedade, ou seja, aquele que recebeu a doação do imóvel, mas não mora nele, em razão da instituição do usufruto.

Vide o título usufruto.

Pacto antenupcial

É um acordo fi rmado entre os nubentes, na forma de escritura pública, que visa regular o regime de bens durante o casamento, devendo ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis para ter validade perante terceiros.

Na inexistência de Pacto Antenupcial, vigorará entre os cônjuges o regime da comunhão parcial.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Patrimônio

É o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa.

Patrimônio comum

É o conjunto de bens pertencentes aos cônjuges, adquiridos na constância do casamento.

Protocolo

É o registro no documento do contribuinte que comprova a entrega da declaração.

Quinhão hereditário

É a parte da herança que cabe a cada herdeiro.

Regime de bens

É o instituto que disciplina as relações econômicas entre os cônjuges na constância do casamento. Em outras palavras, o regime de bens determina a comunicabilidade ou não dos bens após a realização do matrimônio.

Vide descrição detalhada dos regimes de bens no texto.

Renúncia de herança

É ato pelo qual o herdeiro declara de forma expressa que não aceita a herança a que tem direito.

Enquanto que a aceitação de herança pode ser informal, a renúncia de herança, para ter validade jurídica, deve ser por instrumento público ou por termo judicial nos autos do processo de inventário do autor da herança.

A renúncia pode ser abdicativa* ou translativa*.

Renúncia abdicativa

Ocorre quando o herdeiro simplesmente diz NÃO à sua quota hereditária.

Assim, o renunciante é considerado como se nunca tivesse herdado, e sua parte ideal retorna ao monte para ser partilhada entre os demais herdeiros da mesma classe.

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Glossário

Assim, se três fi lhos são herdeiros do morto e um deles renuncia à herança, a divisão é feita entre dois herdeiros, cabendo a metade a cada um dos irmãos do renunciante. No caso de o renunciante ser o único herdeiro da classe, passa-se à classe seguinte.

Na sucessão testamentária, em caso de renúncia do herdeiro ou legatário, os bens retornarão para os herdeiros legítimos, salvo em caso de o testador ter indicado quem o sucederia em caso da não aceitação.

Na renúncia abdicativa, também chamada pura e simples, não há incidência do ITCMD.

Deixa de ser renúncia abdicativa, transformando-se em renúncia translativa, se houver imposição de qualquer condição ou termo.

A renúncia em favor do monte-mor é renúncia abdicativa.

Renúncia translativa

A renúncia translativa ocorre quando o herdeiro renuncia a herança em favor de alguém, com imposição ou não de condição ou termo.

Na renúncia translativa, o herdeiro aceita a herança para, em seguida, doá-la a um terceiro. Ocorrem, portanto, dois fatos geradores do ITCMD: um, na aceitação (transmissão causa mortis), e o outro, na doação (transmissão “inter vivos”).

Sucessão

A sucessão é um ato que tem o efeito de transmitir bens ou direitos. A sucessão pode ocorrer por ato “inter vivos” ou causa mortis.

Atenção! Não confundir com “abertura da sucessão” que é o momento em que se dá a transferência patrimonial.

Nota: O termo “abertura da sucessão” só tem sentido na sucessão causa mortis.

Sucessão causa mortis ou hereditária

Ocorre com o falecimento de uma pessoa. Nesse caso, os bens são transmitidos automaticamente aos herdeiros na forma que a lei determinar.

A sucessão causa mortis pode ser legítima ou testamentária.

Sucessão legítima

Ocorre quando o falecido NÃO deixa formalizado como gostaria que os seus bens fossem transmitidos. A sucessão legítima também se dá em relação aos bens não mencionados em testamento.

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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação

Na sucessão legítima a lei estabelece uma ordem preferencial (ordem de vocação hereditária) das pessoas chamadas a suceder o falecido nos direitos e obrigações.

Leia também o título herdeiros legítimos.

Sucessão testamentária

É aquela em que, ainda em vida, o falecido dispõe quanto ao seu patrimônio, mediante um documento chamado de testamento.

Lembramos que, caso o falecido tenha herdeiros necessários, ele só pode deixar em testamento a metade de seus bens.

A sucessão testamentária pode coexistir com a sucessão legítima quando o testamento não contemplar todos os bens do morto (sucessão mista).

Sucessão provisória

A sucessão provisória ocorre com o desaparecimento voluntário ou involuntário de uma pessoa, quando ela não deixa procurador ou representante legal.

Nesse caso, os bens do desaparecido são arrecadados e, após um ano de seu desaparecimento, os interessados poderão requerer ao juiz a abertura da sucessão provisória.

A abertura da sucessão provisória dá-se com a decretação judicial de ausência da pessoa, o que faz com que seus bens e direitos passem, com certas restrições, aos seus herdeiros.

Sobrepartilha

É uma nova partilha, isto é, nova repartição de bens que não se partilharam antes.

A sobrepartilha realiza-se nos mesmos autos do inventário em que se processou a partilha inicial.

Trânsito em julgado

É uma expressão usada para uma sentença judicial da qual não se pode mais recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer terminou, ou por acordo homologado por sentença entre as partes.

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Glossário

UFESP

Unidade Fiscal do Estado de São Paulo.

Usufruto

É comum um casal doar em vida um imóvel a um fi lho, com a condição de continuar morando nesse imóvel e tendo a garantia que ele não poderá vender o bem ou expulsar os pais da casa. Sendo assim, os pais doam o bem ao fi lho, reservando para eles o usufruto. Em outras palavras, o fi lho passa ser dono do bem (nu-proprietário) e os pais continuam morando na casa (usufrutuários).

Dizemos, então, que os pais detêm o usufruto do imóvel. Necessita ser registrado no cartório de registro de imóveis para adquirir validade jurídica.

Usufrutuário

Pessoa favorecida com usufruto. Essa pessoa pode usar o bem e até alugá-lo; só não pode vendê-lo.

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